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FEAD-MINAS
Curso de Mestrado Profissional em Administração da FEAD – Minas
JÚLIO CÉSAR TOLEDO DE CARVALHO
AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO
RURAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Dissertação apresentado ao Curso de
Mestrado Profissional em Administração da
FEAD – Minas, linha de pesquisa
Agronegócios, como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em
Administração.
Orientador: Professor Dr. Múcio Tosta Gonçalves
Belo Horizonte
Agosto/2006
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2
JÚLIO CÉSAR TOLEDO DE CARVALHO
AVALIAÇÃO ECONÔMICO-FINANCEIRA DE COOPERATIVAS DE CRÉDITO
RURAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Esta dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Mestre em Administração
no Curso de Mestrado Profissional em Administração da FEAD – Minas.
Belo Horizonte, 26 de agosto de 2006.
_______________________________________
Prof. Fernando Coutinho Garcia, Dr.
Coordenador do Curso
Banca Examinadora:
________________________________________
Prof. Múcio Tosta Gonçalves, Dr.
FEAD - Minas
Orientador
________________________________________
Prof. Luiz Marcelo Antonialli, Dr.
FEAD - Minas
Membro
__________________________________________
Prof. Antônio Carlos dos Santos, Dr.
Universidade Federal de Lavras
Membro
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3
Agradeço a Deus e aos meus pais que foram precursores de minha educação.
A minha esposa e filho, Fernanda Nogueira Mazzieiro de Carvalho e
Lucas Nogueira de Carvalho pelo estímulo e confiança.
Aos meus mestres, amigos e colegas pelo apoio.
Ao professor Dr. Múcio Tosta Gonçalves pelo apoio,
orientação e direcionamento deste trabalho.
4
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Quantidade de cooperativas de crédito por unidade da
federação.
41
Figura 2 Estrutura organizacional da Crediminas. 52
Figura 3 Distruição das UAR – Crediminas em Minas Gerais. 53
5
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Comparativo do Capital de Terceiro e Ativo Total das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 1, no período de
2001 a 2005.
71
Gráfico 2 Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 1, no
período de 2001 a 2005.
71
Gráfico 3 Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a
Unidade administrativa Regional 1, no período de 2001 a 2005.
73
Gráfico 4 Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização
Financeira das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa
Regional 1, no período de 2001 a 2005.
74
Gráfico 5 Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo
Circulante e de Longo Prazo das cooperativas que compõem a
Unidade Administrativa Regional 1, no período de 2001 a 2005.
75
Gráfico 6 Comparativo do Capital de Terceiro e Ativo Total das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 2, no período de
2001 a 2005.
76
Gráfico 7 Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 2, no
período de 2001 a 2005.
76
Gráfico 8 Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a
Unidade administrativa Regional 2, no período de 2001 a 2005.
78
Gráfico 9 Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização
Financeira das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa
Regional 2, no período de 2001 a 2005.
79
Gráfico 10 Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo
Circulante e de Longo Prazo das cooperativas que compõem a
Unidade Administrativa Regional 2, no período de 2001 a 2005.
80
Gráfico 11 Comparativo do Capital de Terceiro e Ativo Total das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 3, no período de
2001 a 2005.
81
Gráfico 12 Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 3, no
período de 2001 a 2005.
82
Gráfico 13 Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a
Unidade administrativa Regional 3, no período de 2001 a 2005.
83
Gráfico 14 Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização
Financeira das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa
Regional 3, no período de 2001 a 2005.
84
Gráfico 15 Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo
Circulante e de Longo Prazo das cooperativas que compõem a
Unidade Administrativa Regional 3, no período de 2001 a 2005.
85
Gráfico 16 Comparativo do Capital de Terceiro e Ativo Total das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 4, no período de
2001 a 2005.
86
6
Gráfico 17 Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 4, no
período de 2001 a 2005.
86
Gráfico 18 Demonstrativo das Sobras86 / Perdas das cooperativas que
compõem a Unidade administrativa Regional 4, no período de 2001
a 2005.
87
Gráfico 19 Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização
Financeira das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa
Regional 4, no período de 2001 a 2005.
89
Gráfico 20 Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo
Circulante e de Longo Prazo das cooperativas que compõem a
Unidade Administrativa Regional 4, no período de 2001 a 2005.
90
Gráfico 21 Comparativo do Capital de Terceiro e Ativo Total das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 5, no período de
2001 a 2005.
91
Gráfico 22 Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 5, no
período de 2001 a 2005.
91
Gráfico 23 Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a
Unidade administrativa Regional 5, no período de 2001 a 2005.
92
Gráfico 24 Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização
Financeira das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa
Regional 5, no período de 2001 a 2005.
93
Gráfico 25 Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo
Circulante e de Longo Prazo das cooperativas que compõem a
Unidade Administrativa Regional 5, no período de 2001 a 2005.
94
Gráfico 26 Comparativo do Capital de Terceiro e Ativo Total das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 6, no período de
2001 a 2005.
95
Gráfico 27 Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 6, no
período de 2001 a 2005.
95
Gráfico 28 Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a
Unidade administrativa Regional 6, no período de 2001 a 2005.
96
Gráfico 29 Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização
Financeira das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa
Regional 6, no período de 2001 a 2005.
98
Gráfico 30 Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo
Circulante e de Longo Prazo das cooperativas que compõem a
Unidade Administrativa Regional 6, no período de 2001 a 2005.
99
Gráfico 31 Comparativo do Capital de Terceiro e Ativo Total das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 7, no período de
2001 a 2005.
100
Gráfico 32 Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 7, no
período de 2001 a 2005.
100
Gráfico 33 Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a
Unidade administrativa Regional 7, no período de 2001 a 2005.
101
7
Gráfico 34 Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização
Financeira das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa
Regional 7, no período de 2001 a 2005.
103
Gráfico 35 Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo
Circulante e de Longo Prazo das cooperativas que compõem a
Unidade Administrativa Regional 7, no período de 2001 a 2005.
104
Gráfico 36 Comparativo do Capital de Terceiro e Ativo Total das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 8, no período de
2001 a 2005.
105
Gráfico 37 Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 8, no
período de 2001 a 2005.
105
Gráfico 38 Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a
Unidade administrativa Regional 8, no período de 2001 a 2005.
106
Gráfico 39 Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização
Financeira das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa
Regional 8, no período de 2001 a 2005.
107
Gráfico 40 Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo
Circulante e de Longo Prazo das cooperativas que compõem a
Unidade Administrativa Regional 8, no período de 2001 a 2005.
108
Gráfico 41 Comparativo do Capital de Terceiro e Ativo Total das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 9, no período de
2001 a 2005.
110
Gráfico 42 Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 9, no
período de 2001 a 2005.
110
Gráfico 43 Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a
Unidade administrativa Regional 9, no período de 2001 a 2005.
111
Gráfico 44 Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização
Financeira das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa
Regional 9, no período de 2001 a 2005.
113
Gráfico 45 Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo
Circulante e de Longo Prazo das cooperativas que compõem a
Unidade Administrativa Regional 9, no período de 2001 a 2005.
115
Gráfico 46 Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido
Ajustado, Centralização Financeira, Operações de Crédito e
Provisão para Crédito de Liquidação duvidosa das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 1, no período de 2001
a 2005.
116
Gráfico 47 Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido
Ajustado, Centralização Financeira, Operações de Crédito e
Provisão para Crédito de Liquidação duvidosa das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 2, no período de 2001
a 2005.
117
Gráfico 48 Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido
Ajustado, Centralização Financeira, Operações de Crédito e
Provisão para Crédito de Liquidação duvidosa das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 3, no período de 2001
a 2005.
118
8
Gráfico 49 Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido
Ajustado, Centralização Financeira, Operações de Crédito e
Provisão para Crédito de Liquidação duvidosa das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 4, no período de 2001
a 2005.
119
Gráfico 50 Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido
Ajustado, Centralização Financeira, Operações de Crédito e
Provisão para Crédito de Liquidação duvidosa das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 5, no período de 2001
a 2005.
120
Gráfico 51 Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido
Ajustado, Centralização Financeira, Operações de Crédito e
Provisão para Crédito de Liquidação duvidosa das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 6, no período de 2001
a 2005.
121
Gráfico 52 Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido
Ajustado, Centralização Financeira, Operações de Crédito e
Provisão para Crédito de Liquidação duvidosa das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 7, no período de 2001
a 2005.
122
Gráfico 53 Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido
Ajustado, Centralização Financeira, Operações de Crédito e
Provisão para Crédito de Liquidação duvidosa das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 8, no período de 2001
a 2005.
123
Gráfico 54 Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido
Ajustado, Centralização Financeira, Operações de Crédito e
Provisão para Crédito de Liquidação duvidosa das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 9, no período de 2001
a 2005.
124
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Composição do ativo e passivo. 59
Quadro 2 Elementos da demonstração do resultado do exercício. 59
Quadro 3 Elementos da demonstração das mutações do patrimônio líquido. 60
Quadro 4 Elementos da demonstração das origens e aplicações de recursos. 60
Quadro 5 Elementos das notas explicativas. 61
Quadro 6 Principais aspectos revelados pelos índices econômico-financeiros. 62
Quadro 7 Índices de estrutura de capital. 63
Quadro 8 Índices de liquidez. 64
Quadro 9 Índices de rentabilidade. 64
Quadro 10 Demonstrativo dos indicadores utilizados na pesquisa 68
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Demonstração do número de cooperativas, cooperados e empregados,
de acordo com o ramo de atuação.
33
Tabela 2 Quantidade de Instituições Financeiras autorizadas a funcionar no
Brasil.
40
Tabela 3 Distribuição do total de operações de crédito na área bancária do SFN. 41
Tabela 4 Distribuição do total de ativos na área bancária do SFN. 42
Tabela 5 Distribuição do total de depósitos na área bancária do SFN. 42
Tabela 6 Distribuição do total de patrimônio líquido na área bancária do SFN. 42
11
RESUMO
CARVALHO, Júlio César Toledo. Avaliação econômico-financeira das cooperativas de
crédito rural do Estado de Minas Gerias. 2006. Dissertação (Mestrado Profissional em
Administração), FEAD – Minas, Belo Horizonte - MG.
Este trabalho trata da avaliação econômico-financeira das cooperativas de crédito rural
filiadas ao Sicoob Central Crediminas, visando prever situações de insolvência nas mesmas.
Sendo o cooperativismo de crédito uma alternativa que possibilita ao associado obter crédito
com mais facilidade, para atender tal demanda de crédito, é importante que as cooperativas
não estejam em situação de insolvência. Sendo assim, o objetivo desta pesquisa foi avaliar, a
partir de sua estrutura econômico-financeira, se as cooperativas de crédito estavam em estado
de solvência ou insolvência, mediante verificação de indicadores financeiros específicos das
cooperativas do Estado de Minas Gerais, no período de 2001 a 2005. Para definição da
solvência das cooperativas utilizou-se o critério de comparar os indicados das cooperativas
com os indicadores da Unidade Administrativa Regional – UAR a que a mesma pertence. De
tal verificação, pode-se concluir que em dezembro de 2005, 95% das cooperativas
encontravam-se em estado de solvência e apenas 5% apresentavam indicadores de risco de
insolvência.
12
ABSTRACT
CARVALHO, Júlio César Toledo. Economical financial valuation about Rural
Credit Cooperatives in Minas Gerais. 2006. Dissertation (Professional Master in
Administration), FEAD - Minas, Belo Horizonte - MG.
This dissertation is about the economical financial analysis of rural credit
cooperatives branched to the Sicoob Central Crediminas, in view to predict
situations when this cooperatives become insolvent. Considering that the credit cooperativism
is an alternative that makes possible to the members to get credit with some facilities, in order
to attend this credit necessity is important that the cooperatives are not in
an insolvent situation. That way the objective of this research was to value, starting at the
economical financial structure, if the credit cooperatives were solvent or
insolvent. In order to reach this conclusion, some specifics financial
pointers were analyzed at the cooperatives in Minas Gerais, between 2001 and
2005. In order to define the solvent cooperatives, was made a comparison with the
pointers of the cooperatives together with the pointers of the Regional
Administrative Unit that each cooperative belongs to. From this analysis the conclusion was
that in December/2005, 95% of the cooperatives were solvent and just 5% of them had
insolvention risk pointers.
13
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO 16
1.1 Problema de pesquisa 18
1.2 Justificativa 18
1.3 Objetivos 20
1.3.1 Geral 20
1.3.2 Específicos 20
1.4 Estrutura do trabalho 21
CAPÍTULO 2 – REFERENCIAL TÉORICO 22
2.1 Cooperativismo e seus princípios 22
2.1.1 História do cooperativismo 22
2.1.2 Princípios do cooperativismo 25
2.1.3 Características relacionadas às cooperativas 28
2.1.4 Segmentos e particularidades das cooperativas brasileiras 31
2.1.5 Gestão cooperativista 33
2.1.6 História do cooperativismo de crédito 34
2.1.7 O Sistema Financeiro Nacional e as cooperativas de crédito 37
2.1.7.1 Composição do Sistema Financeiro Nacional 37
2.1.7.2 O sistema de crédito cooperativo 43
2.1.7.3 Classificação e objetivos das cooperativas de crédito 47
2.1.7.4 As cooperativas de crédito rural 48
2.1.7.5 Caracterização do Sistema Crediminas 49
2.1.7.6 O novo rumo do cooperativismo de crédito 55
2.2 A contabilidade e as demonstrações contábeis 56
2.2.1 Contabilidade financeira e gerencial 56
2.2.2 Usuários da informação contábil das Instituições Financeiras 57
2.2.3 Padronização das demonstrações contábeis das Instituições Financeiras 57
2.2.4 As demonstrações contábeis 58
2.2.5 A importância da análise das demonstrações contábeis 61
2.2.6 Análise das demonstrações contábeis por meio de quocientes ou índices 61
2.2.6.1 Índices da situação financeira 62
2.2.6.2 Índices da situação econômica 64
2.2.6.3 Índices operacionais 65
CAPÍTULO 3 – METODOLOGIA 66
3.1 Tipo de pesquisa 66
3.2 Objeto de estudo 67
3.3 Técnicas de coleta de dados 67
3.4 Técnicas de análise de dados 68
CAPÍTULO 4 - ANÁLISE DOS RESULTADOS 70
4.1 Análise da Unidade Administrativa Regional – UAR 1 70
14
4.1.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento 70
4.1.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade 71
4.1.3 Indicadores Operacionais 73
4.1.4 Indicadores de Liquidez 74
4.2 Análise da Unidade Administrativa Regional – UAR 2 75
4.2.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento 75
4.2.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade 77
4.2.3 Indicadores Operacionais 78
4.2.4 Indicadores de Liquidez 79
4.3 Análise da Unidade Administrativa Regional – UAR 3 80
4.3.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento 80
4.3.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade 82
4.3.3 Indicadores Operacionais 83
4.3.4 Indicadores de Liquidez 84
4.4 Análise da Unidade Administrativa Regional – UAR 4 85
4.4.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento 85
4.4.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade 87
4.4.3 Indicadores Operacionais 87
4.4.4 Indicadores de Liquidez 89
4.5 Análise da Unidade Administrativa Regional – UAR 5 90
4.5.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento 90
4.5.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade 91
4.5.3 Indicadores Operacionais 92
4.5.4 Indicadores de Liquidez 93
4.6 Análise da Unidade Administrativa Regional – UAR 6 94
4.6.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento 94
4.6.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade 96
4.6.3 Indicadores Operacionais 97
4.6.4 Indicadores de Liquidez 98
4.7 Análise da Unidade Administrativa Regional – UAR 7 99
4.7.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento 99
4.7.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade 101
4.7.3 Indicadores Operacionais 102
4.7.4 Indicadores de Liquidez 103
4.8 Análise da Unidade Administrativa Regional – UAR 8 104
4.8.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento 104
4.8.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade 105
4.8.3 Indicadores Operacionais 106
4.8.4 Indicadores de Liquidez 108
4.9 Análise da Unidade Administrativa Regional – UAR 9 108
4.9.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento 108
4.9.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade 110
4.9.3 Indicadores Operacionais 112
4.9.4 Indicadores de Liquidez 113
4.10 Análise Geral das Unidades Administrativas Regionais - UARs 115
CAPÍTULO 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 125
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 128
15
APÊNDICES 131
16
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
Nas décadas de 1960 e 1970 verificou-se um intenso crescimento do setor
agropecuário, graças à combinação de pesquisa científica, extensão rural, adoção de novas
tecnologias, equipamentos e financiamentos aos produtores; fatores estes possibilitados pelo
crédito rural. Posteriormente, nas décadas de 1980 e 1990, apesar da percepção de um maior
desenvolvimento da pesquisa e da crescente substituição tecnológica no campo, o crédito rural
oficial reduziu-se substancialmente, forçando o produtor a recorrer a outras fontes de
financiamento (CARVALHO, 2000).
Simultaneamente, no decorrer da década de 1990, com a implantação do Plano Real,
foi percebido um grande número de falências, bem como de fusões entre diversas instituições
financeiras, devido principalmente às dificuldades dessas organizações de se ajustarem às
novas condições econômicas e de redução das taxas inflacionárias (CARVALHO, 2000).
Nesse contexto, criou-se uma conjuntura especialmente favorável para a ampliação e a
constituição das cooperativas de crédito rural, visando, principalmente, criar condições para o
financiamento do pequeno produtor rural. Desde então, essa forma de organização vem se
consolidando como uma alternativa viável para atender às demandas dos produtores rurais
(CARVALHO,2000).
As cooperativas, segundo os seus princípios, baseiam-se nos valores da ajuda mútua e
da responsabilidade, democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Na tradição dos seus
fundadores, os membros das cooperativas acreditam nos valores éticos da honestidade,
transparência, responsabilidade social e preocupação pelo seu semelhante.
Conforme definido pela Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais –
OCEMG (2005), cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se unem,
voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e culturais
comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida.
17
A conceituação e regularização jurídica das cooperativas são dadas por alguns
instrumentos normativos, tais como a lei nº 4.595/64, que dispõe sobre a política e as
instituições monetárias, bancárias e creditícias; a Lei nº 5.764/71, que define a política
nacional de cooperativismo e institui o regime jurídico das sociedades cooperativas e a lei nº
6.981, que altera a redação do artigo 42 da Lei 5.764/71.
Além da necessidade de conformidade com a legislação específica em vigor, o
funcionamento das cooperativas de crédito e alguns dos atos societários por elas deliberados
dependem de prévia e expressa autorização do Banco Central do Brasil - BACEN.
Passando ao aspecto de composição das cooperativas, pode-se dizer que assim como
todas as outras, as cooperativas de crédito rural destacam-se por apresentar um grande número
de associados. Estes associados, incluindo aqueles eleitos para administrar a cooperativa, são
os principais interessados em saber como seus investimentos estão sendo geridos (PINHO,
1982).
No entanto, geralmente faltam a muitos desses cooperados a habilidade administrativa
e os conhecimentos técnicos necessários para interpretar informações contábeis; para tomar
decisões corretas frente aos interesses da cooperativa, com o intuito de efetivar procedimentos
a serem tomados (PINHO, 1982), especialmente durante as Assembléias Gerais realizadas
obrigatoriamente e que representam a instância máxima de deliberação dessas organizações.
Nesse cenário, a contabilidade surge como uma aliada, tendo o profissional contábil os
instrumentos necessários para tornar informações financeiras compreensíveis e úteis aos
interessados, no âmbito das cooperativas, trazendo aprimoramento na administração das
mesmas. O uso de tais instrumentos visa beneficiar os cooperados, já que, por meio deles, é
possível verificar qual o alcance real das informações contábeis para os tomadores de decisões
e demais usuários, no âmbito das cooperativas.
Dados principais conceituação, cabe esclarecer que o que se busca com a presente
pesquisa, utilizando-se as técnicas de análise de balanços contábeis e de avaliação do
desempenho econômico e financeiro, é identificar as possibilidades de solvência e insolvência
das cooperativas de crédito rural do Estado de Minas Gerais.
18
1.1 Problema de pesquisa
As atividades das cooperativas de crédito implicam em assumir diversos tipos de risco:
de mercado, de crédito, de liquidez, operacional, legal e de reputação. Estes riscos têm o
potencial de gerar perdas financeiras para a instituição, podendo acarretar desequilíbrio que,
em casos extremos, conduzem a seu fracasso e sua insolvência.
Conforme Iudícibus (2000), a contabilidade bancária deve, como qualquer outra área
da contabilidade, “saciar a sede” de seus usuários pela busca de informações corretas para a
tomada de decisões.
Tomando por base a análise das demonstrações contábeis das cooperativas de crédito
do Estado de Minas Gerais, faz-se então a seguinte pergunta: Qual a situação econômico-
financeira das cooperativas de crédito rural do Estado de Minas Gerais no período de 2001 a
2005?
1.2 Justificativa
Observando a constituição do cooperativismo no Brasil, processo que teve início ainda
no século XIX, sabe-se que a consolidação do cooperativismo de crédito, ocorreu
primeiramente no estado do Rio Grande do Sul, em 28 de dezembro de 1902, meio século
depois da constituição da primeira cooperativa na Inglaterra (BACEN, 2005 a).
A respeito dos motivos que levaram ao surgimento das cooperativas de crédito,
Thenório Filho (1999) argumenta que, com a necessidade de produzir mais e aumentar a
capacidade competitiva, faz-se necessário empreender esforços contínuos a fim de obter
equilíbrio no âmbito financeiro, para garantia de sua liquidez e sobrevivência, diante das
transferências de recursos financeiros em tempo real.
19
No passado, o principal meio de avaliar o desempenho financeiro era o resultado
obtido. Porém, este método mostrou-se incompleto e insuficiente, uma vez que não permitia
avaliar o risco incorrido na obtenção dos resultados - mesmo porque retornos elevados em
geral são obtidos à custa de riscos elevados, conforme relata Gatto (2004).
A constatação dessa falha fez com que órgãos reguladores, como o BACEN, além da
alta administração de diversas instituições financeiras, procurassem meios para mensurar o
risco de mercado incorrido em suas operações, como também relata Gatto (2004).
Aplicando a questão de mensuração dos riscos de mercado para nosso problema
específico, temos que a avaliação do risco de insolvência das cooperativas de crédito rural de
Minas Gerais é uma questão particularmente importante face à exposição natural aos
movimentos de mercado e ao crescimento de sua participação no cenário nacional.
Trata-se de uma avaliação que permitirá identificar as cooperativas que se encontram
com problemas financeiros, fator que dificulta a operacionalização de suas atividades e
compromete o atendimento aos associados. Por outro lado, ao contrário das insolventes, que
apresentam os problemas mencionados acima, as cooperativas solventes caracterizam-se por
uma situação financeira estável, ou seja, possuem condições de atender às necessidades dos
seus cooperados.
Sendo assim, as análises relativas à solvência e à insolvência das cooperativas de
crédito rural são importantes por proporcionarem um indicativo do potencial dessas
instituições como alternativa para a necessidade de obtenção de crédito pelos cooperados –
em geral unidades produtivas com baixa ou nula capacidade de obter recursos creditícios
ofertados pelo sistema financeiro e manter a sustentabilidade econômica e financeiramente.
Ademais, essas análises apontam para a necessidade de redirecionamento dos procedimentos
adotados pelos dirigentes na condução destas instituições.
E importância ressaltar a existência de trabalhos a respeito do cooperativismo de
crédito mineiro, em anos anteriores e com a utilização de metodologias diferentes, como são
os casos de Bressan (2002) que utilizou os modelos empíricos logit e de risco proporcional de
Cox e Gil (2001) que utilizou o modelo de gestão econômica – GECON.
20
Os problemas descritos, bem como a constatação do conhecimento limitado dos
cooperados e dos dirigentes a respeito dos aspectos legais e contábeis da administração
financeira das organizações cooperativas, da insuficiência de ferramentas de análise financeira
que são disponibilizadas, bem como do reduzido número de periódicos e trabalhos científicos
sobre o cooperativismo de crédito rural no Estado de Minas Gerais, foram os principais
fatores que motivaram o desenvolvimento deste trabalho.
Daí, ressalta-se que o objetivo do presente trabalho não foi apenas, dotar o público
interno (ou seja, os cooperados) de um instrumento de verificação da situação de solvência
das cooperativas, mas também oferecer ao público externo uma análise sobre o atual quadro
financeiro do cooperativismo de crédito rural mineiro.
1.3 Objetivos
1.3.1 Geral
Avaliar a situação econômico-financeira das sociedades cooperativas de crédito rural
do Estado de Minas Gerais, filiadas ao Sicoob Central Crediminas (Cooperativa Central de
Crédito de Minas Gerais) no período de 2001 a 2005.
1.3.2 Específicos
a) Analisar os indicadores de estrutura de capital e endividamento das cooperativas de crédito
rural, agrupadas por Unidade Administrativa Regional;
b) Analisar os indicadores de lucratividade e rentabilidade das cooperativas de crédito rural,
agrupadas por Unidade Administrativa Regional;
c) Analisar os indicadores operacionais das cooperativas de crédito rural, agrupadas por
Unidade Administrativa Regional;
21
d) Analisar os indicadores de liquidez das cooperativas de crédito rural, agrupadas por
Unidade Administrativa Regional.
1.4 Estrutura do trabalho
O presente trabalho está dividido em seis capítulos, que apresentam conteúdos
relevantes para a avaliação da pesquisa. O primeiro contém o tema, a justificativa, a situação
problemática, o objetivo geral, os objetivos específicos.
O segundo capítulo contém a fundamentação teórica da pesquisa, seguida de uma
revisão do histórico e expansão do cooperativismo por todo o mundo. Também nessa parte é
trabalhado e apresentado um estudo sobre os tipos de cooperativismo e sua formação,
enfatizando o Cooperativismo de Crédito Rural, inclusive caracterização da organização
pesquisada, qual seja, Sistema Crediminas, sendo apresentados seus dados gerais, estrutura e
objetivos e, ainda, tratando da possibilidade de transformação desse segmento específico de
cooperativismo para outros segmentos, conforme legislação pertinente.
Ainda neste capítulo é exposta uma revisão de temas tais como as diferenças entre a
Contabilidade Financeira e a Gerencial, suas principais demonstrações contábeis e a
importância de analisá-las, utilizando-se de ferramentas como os indicadores econômico-
financeiros e a insolvência bancária.
O terceiro capítulo apresenta a metodologia utilizada para a condução da pesquisa,
que, por sua vez, abrange o método de abordagem, as técnicas de coleta de dados e
apresentação dos mesmos.
O quarto capítulo apresenta os resultados apurados com a pesquisa, por meio de
gráficos e análises sobre os mesmos. Por fim, o quinto e último capítulo apresentam
conclusões e recomendação para futuros trabalhos.
22
CAPÍTULO 2
REFERENCIAL TÉORICO
2.1 Cooperativismo e seus princípios
2.1.1 História do cooperativismo
O cooperativismo pode ser vislumbrado nas mais diversas experiências comunitárias,
ao longo de toda a história da humanidade. Idealizado por diversos precursores, o
cooperativismo veio a acontecer de fato em 1844, quando 28 tecelões do bairro de Rochdale,
em Manchester, na Inglaterra, criaram uma associação que, mais tarde, foi denominada
Cooperativa (PINHO, 1977).
Segundo Oliveira (1984), na época da Revolução Industrial, havia muitas fábricas na
Inglaterra cheias de operários com vários problemas e necessidades. Assim, enquanto as
fábricas prosperavam, os operários viviam quase na miséria, cumprindo com uma jornada de
extensas horas de trabalho, recebendo baixos salários, sem deixar de se preocupar com a
possibilidade do desemprego e da fome, entre outras mazelas.
Em meio a todos estes problemas, alguns operários resolveram se unir para procurar
uma solução, pois sentiram que só através da cooperação poderiam sobreviver à crise.
Uniram-se, então, 28 tecelões que, economizando durante um ano uma libra esterlina cada
um, conseguiram inaugurar, em dezembro de 1844, o famoso armazém de Toad Lane,
denominado o Beco do Sapo.
Para Pinho (1982) a pequena cooperativa de consumo criada pelos Pioneiros de
Rochdale, com a finalidade de melhorar a precária situação econômica em que se
encontravam, tinha planos grandiosos, elaborados conjuntamente para regular o
funcionamento do que veio a se chamar Cooperativa.
23
O modelo cooperativista de Rochdale foi surpreendente e a disseminação do seu ideal
foi imediata. No final do primeiro ano de atividades, a cooperativa aumentou de 28 para 180
libras o seu capital integralizado. Em 1885, já possuía 1.400 associados. O progresso
demonstrado pela experiência foi responsável pela rápida expansão do cooperativismo de
consumo (OLIVEIRA, 1984).
No Brasil, a ação cooperativista pôde ser vislumbrada desde 1600 pela ação dos padres
jesuítas, que realizavam seus trabalhos fundamentados no trabalho coletivo, no qual o bem-
estar do indivíduo e da família deveria ser sobreposto ao interesse econômico da produção.
Segundo Benato (1994), a primeira cooperativa brasileira foi criada em 1847, quando
o médico francês Jean Maurice Faivre, inspirado nos ideais humanistas de Charles Fourier,
juntamente com um grupo de colonos, fundou a colônia Tereza Cristina (PR). Apesar de
breve, a existência desta colônia contribuiu para o florescimento do cooperativismo no País.
Pinho (1982) salienta que até 1888 não existiam condições para se implantar o
cooperativismo no Brasil. Sendo que, a partir de 1891 a Constituição Republicana passa a
assegurar a liberdade de associação (art. 72, §8°) e a União, juntamente com os estados-
membros, começa a legislar sobre as associações rurais, o que contribuiu para o surgimento
das primeiras cooperativas.
Apesar de a citada legislação ter sido voltada para o tratamento de associações rurais,
as primeiras cooperativas foram criadas no setor de consumo no fim do século XIX - a
Associação Cooperativa dos Empregados da Companhia Telefônica, em Limeira, no estado de
São Paulo (em 1891), a Cooperativa Militar de Consumo no Rio de Janeiro (em 1894), a
Cooperativa de Consumo de Camaragibe em Pernambuco (em 1895), dentre outras (PINHO,
1982).
Nessa época já se constatava a existência de algumas leis, mas de acordo com Oliveira
(1984) o movimento cooperativista no Brasil só criou forças após a edição do Decreto n°
22.239 de 1932, que tratava especificamente sobre cooperativas, vindo a proporcionar
liberdade de organização e funcionamento a elas, inspirado nos Princípios de Rochdale.
24
A evolução do cooperativismo no Brasil coincide com a necessidade de se enfrentar os
problemas sociais e econômicos que se originaram com a ampliação do parque industrial, com
o processo de urbanização e o conseqüente incremento da migração rural e a desarticulação da
organização agrária tradicional, etc. E a diversidade de atuação das cooperativas brasileiras
faz com que cada segmento tenha sua própria história, com dificuldades e sucessos distintos,
dependendo, quase sempre, das facilidades ou obstáculos oferecidos pelo Governo
(GAWLAK & RATZKE, 2001).
O cooperativismo tratado até aqui tem origem na palavra cooperação, que pode ser
definida como sendo a atitude de ajuda mútua e voluntária entre as pessoas. É uma doutrina
cultural e socioeconômica que se baseia na cooperação, fundamentando-se na liberdade
humana e nos princípios cooperativistas (GAWLAK & RATZKE, 2001; OLIVEIRA, 1984).
Além da origem etimológica, o cooperativismo pode ser definido segundo critérios
culturais, socais e socioeconômicos. A doutrina cultural tem foco na busca de
desenvolvimento da capacidade das pessoas, de forma criativa, inteligente, justa e harmônica,
em busca da melhoria contínua. A doutrina socioeconômica tem foco na busca, através do
resultado econômico, do desenvolvimento social. Assim, o cooperativismo, visto por um
enfoque mais social, é fundamentalmente filosófico, aspirando ao aperfeiçoamento moral do
homem, pelo alto sentido moral da solidariedade, contribuindo na ação para a melhoria
econômica (BENATO, 1994; GAWLAK & RATZKE, 2001).
Ricciardi (2000) salienta que o cooperativismo não condena a riqueza, ao contrário,
estimula o seu uso em benefício dos associados. Como nas cooperativas os associados são os
próprios donos do negócio, que, se forem bem organizados, podem influir na vida da
comunidade, de acordo com suas necessidades, interesses e expectativas.
Conforme também argumenta Thenório Filho (1999):
Não há porque duvidar que o cooperativismo constitua um dos
instrumentos mais eficientes para modificação do padrão sócio-
econômico da pessoa humana. Na empresa cooperativa, a pessoa
humana é o centro de todas as atenções e a razão da sua própria
existência. Como não tem finalidade lucrativa é diferente das
mercantilistas, em que o homem se torna o instrumento para atingir o
25
objetivo colimado, que é o lucro, meta perfeitamente aceitável no
sistema capitalista.
Atualmente, o cooperativismo cresce a passos largos em todo o mundo. Nos EUA,
60% da população participa de algum tipo de cooperativa, o que, no total congrega mais de
150 milhões de pessoas. No Canadá, 45% da população (12 milhões de pessoas); na
Alemanha, 20% da população (20 milhões de pessoas) e na França, 20% da população (10,6
milhões de pessoas) (Ocemg, 2005).
Dentro deste contexto, apresenta-se o seguinte conceito de Cooperativismo:
(...)instrumento pelo qual a sociedade se organiza, através de ajuda
mútua, para resolver diversos problemas relacionados ao seu dia-a-
dia. Segundo a Política Nacional de Cooperativismo, as pessoas de
uma sociedade cooperativa se obrigam reciprocamente a contribuir
com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica,
de proveito comum, sem objetivo de lucro (CREDIMINAS, 2002).
2.1.2 Princípios do cooperativismo
A primeira cooperativa do mundo, quando da sua fundação, elaborou e colocou em
prática os principais princípios cooperativistas. Estes foram criados, estudados, analisados e
avaliados à época, pelos líderes e pensadores ingleses e franceses, com idéias e ideais
baseados na cooperação.
Segundo Oliveira (1984) os princípios rochdaleanos, adotados em 1844, constituem o
marco inicial do movimento de renovação econômico-social. Com o objetivo de continuar a
obra dos Pioneiros de Rochdale, foi constituída em 1895 a Aliança Cooperativa Internacional
– ACI, órgão mundial do Cooperativismo, com sede em Londres. A ACI tem hoje a missão de
desenvolver e propagar o cooperativismo, através de uma ação conjunta com todas as
cooperativas do mundo.
A última revisão dos princípios cooperativistas teve início em 1988 e terminou em
setembro de 1995, no Congresso Centenário da ACI, em Manchester na Inglaterra. Essa
revisão foi profunda, examinou as questões de identidade cooperativa, já que o crescimento
quantitativo e empresarial das cooperativas estava fazendo com que os valores básicos do
26
cooperativismo fossem substituídos pela eficiência econômico-administrativa e pela
necessidade de encontrar respostas eficazes ao crescente desafio de um mercado
extremamente competitivo e monopolista (GAWLAK & RATZKE, 2001).
Assim, os princípios cooperativistas foram reestruturados e adaptados à realidade do
mundo atual. A nova redação dos princípios cooperativistas, aprovada pela ACI, preocupou-
se em dar uma definição formal e internacional do que é uma cooperativa:
Uma associação autônoma de pessoas que se unem voluntariamente
para satisfazer suas necessidades comuns, através de uma empresa de
negócios da qual possuem a propriedade em conjunto e a controlam
democraticamente, pelos seguintes princípios: 1) adesão livre e
voluntária; 2) gestão democrática pelos membros; 3) participação
econômica dos membros; 4) autonomia e independência; 5) educação,
formação e informação; 6) intercooperação; 7) interesse pela
comunidade (ACI apud THENÓRIO FILHO, 1999).
A nova definição, que se denominou “Princípios Básicos do Cooperativismo”, é assim
descrita por Gawlak & Ratzke (2001):
1°. Adesão livre e voluntária: as cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas
as pessoas aptas e interessadas em utilizar seus serviços, dispostas a aceitar as
responsabilidades da sociedade, independente da raça, posição social, cor, posição
partidária ou credo. Cada cooperativa tem normas, estatutos e regimento interno próprios,
que regulamentam a adesão e demissão dos associados.
2°. Gestão Democrática pelos Sócios: as cooperativas são organizações democráticas,
controladas por seus associados, que, por sua vez, participam ativamente na fixação de
políticas e nas tomadas de decisão dentro delas. Cada sócio tem direito a um voto,
independentemente da quantia de quotas de capital que lhe pertença, devendo fazer uso
destas prerrogativas para eleger os diretores e conselheiros nas assembléias gerais. Os
homens e mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis
perante seus eleitores.
3°. Participação Econômica dos Sócios: todos contribuem de forma eqüitativa e controlam
democraticamente o capital de suas cooperativas. Os resultados, quando positivos, se
destinam à formação de reservas e ao Fundo de Assistência Técnica, Educacional e
Social – FATES. As sobras líquidas apuradas no exercício, após a dedução das reservas,
27
são rateadas entre os associados, proporcionalmente às suas movimentações, sendo que a
assembléia geral poderá estabelecer outras destinações.
4°. Autonomia e Independência: as cooperativas são empresas autônomas, controladas por
seus membros. Nas relações com outras organizações, inclusive Governos, ou quando
obtêm capital de fontes externas, elas devem manter a preocupação de garantir o
controle democrático pelos seus associados, visando a manutenção de sua autonomia.
5°. Educação, Formação e Informação: as cooperativas promovem o desenvolvimento
cultural e profissional do cooperado e de sua família. O constante treinamento de
associados, diretores, conselheiros, líderes e funcionários é fundamentado neste princípio,
como forma de efetivar o desenvolvimento da cooperativa. Outro ponto importante é a
divulgação da doutrina, filosofia e princípios, que são as linhas orientadoras do
cooperativismo.
6°. Cooperação Entre Cooperativas: conhecido também como Intercooperação, esse
princípio analisa o sentido da união, cooperação e integração, que são importantes entre
as cooperativas. A união nos planos locais, regionais e internacionais facilitará o alcance
das metas, em função do bem comum.
7°. Interesse pela Comunidade: as cooperativas trabalham pelo desenvolvimento sustentado
da comunidade, através de políticas aprovadas por seus membros.
Feita a exposição do significado de cada princípio, vale ressaltar que existem, no
entanto, algumas restrições por parte de alguns autores quanto à definição de tais “Princípios
Cooperativistas”.
Para Carneiro (citado por THENÓRIO FILHO, 1999) “não existem os princípios
cooperativos, de acordo com a interpretação de Maurice Colombain e Henri Dês Roche e sim
regras de conduta conforme entendimento da maioria dos autores, mesmo porque não foram
assim classificados em Rochdale”.
Também Pinho (1977) entende que “são impropriamente denominados PRINCÍPIOS
já que não representam postulados morais de que derivam as regras fixadas pelo costume
cooperativo, mas as próprias regras ou normas de funcionamento da cooperativa”.
28
Contudo, estas restrições com relação ao verdadeiro significado semântico das idéias,
considerando-as ora como princípios ora como normas, não comprometem a grande
importância que as mesmas têm dentro da doutrina cooperativista, visto que o êxito alcançado
pelos Pioneiros de Rochdale apenas se deu porque eles se preocuparam em criar uma
instituição organizada sob princípios, com normas claras e bem definidas.
2.1.3 Características relacionadas às cooperativas
As cooperativas são constituídas democraticamente. Nelas, o associado é ao mesmo
tempo dono e cliente. Dessa forma, a cooperativa é mantida e administrada pelos próprios
associados, que devem agir de forma coletiva, trabalhando juntos, em busca de um objetivo
comum.
No 10° Congresso Brasileiro de Cooperativismo foi apresentado um conceito de
cooperativa que sintetiza claramente essa essência:
Cooperativa é uma organização de pessoas unidas pela cooperação e
ajuda mútua, gerida de forma democrática e participativa com
objetivos econômicos e sociais comuns a todos, cujos aspectos legais e
doutrinários são distintos de outras sociedades (10° Congresso
Brasileiro de Cooperativismo apud GAWLAK & RATZKE, 2001).
A Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB traz também uma definição para
as cooperativas, muito similar à apresentada acima:
É uma associação autônoma de pessoas que se unem,
voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades
econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de uma empresa de
propriedade coletiva e democraticamente gerida (OCB, 2005).
As cooperativas são reguladas por lei especial, em função de sua forma societária ser
especial. Sua regência legal é exercida pela Lei nº 5764/71, que traz, em seu conteúdo
normativo, as seguintes definições:
Art 3° - Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que
reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de
uma atividade econômica; de proveito comum, sem objetivo de lucro.
29
Art 4° - As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica
próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar
serviços aos associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes
características (...).
Art 5° - As sociedades cooperativas poderão adotar por objeto qualquer gênero de
serviço, operação ou atividade, assegurando-se-lhes o direito exclusivo e exigindo-
se-lhes a obrigação ‘cooperativa’ em sua denominação.
Por esta exposição, pode-se observar que os conceitos apresentados no 10° Congresso
Brasileiro de Cooperativas e pela OCB estão em sintonia com a atual legislação
cooperativista. Porém, cabe ressaltar aqui a necessidade de reformulação desta lei, no sentido
de possibilitar que as cooperativas possam se adequar às novas tendências e necessidades do
mundo globalizado.
Para Menezes (1992) a cooperativa se constrói sobre pilares essenciais, que podem ser
denominados valores básicos do cooperativismo. Estes valores devem buscar a melhoria no
comportamento das pessoas, entenda-se, dos cooperados, devendo ser percebidos no dia a dia
das cooperativas.
As cooperativas se baseiam em valores de ajuda mútua e responsabilidade,
democracia, igualdade, equidade e solidariedade. Na tradição dos seus fundadores, os
membros das cooperativas acreditam nos valores éticos da honestidade, transparência,
responsabilidade social e preocupação pelo seu semelhante (OCB, 2005).
Segundo Menezes (1992), “uma vez que todos os cooperados são, ao mesmo tempo,
donos, usuários, administradores e fiscais do empreendimento cooperativo, têm direitos e
deveres reciprocamente”. Por onde se percebe que as cooperativas têm como fundamento a
satisfação das necessidades dos cooperados.
Na história das cooperativas, foi por causa de seus problemas e objetivos comuns que
um grupo de pessoas um dia se uniu na solidariedade, prometendo entre si a ajuda mútua,
vindo a constituir uma cooperativa. Ademais, sendo a cooperativa uma organização –
conjunto de pessoas trabalhando juntas para alcançar objetivos traçados – dentro dela, cada
pessoa ou cada conjunto de pessoas tende a desempenhar um papel. Dessa forma, fica fácil
compreender a importância destes papéis a serem desempenhados quando, num relance,
examinamos e entendemos os direitos, deveres e responsabilidades de cada cooperado..
30
São Direitos dos cooperados: votar em todas as assembléias realizadas pela
cooperativa para eleger os dirigentes e conselheiros, discutir grandes assuntos, analisar e
aprovar normas e empreendimento; participar de todas as operações e serviços prestados;
solicitar, em caso de dúvidas, ao conselho de administração e ao conselho fiscal os devidos
esclarecimentos; receber o montante das sobras na proporção das operações realizadas durante
o exercício; oferecer sugestões, mesmo que individualmente; participar dos comitês
educativos ou comissões; solicitar, quando lhe convier, a demissão do quadro social
(MENEZES, 1992; GAWLAK & RATZKE, 2001; OLIVEIRA, 1984).
São Deveres dos cooperados: ser um cooperado exemplar; operar com a cooperativa;
participar das assembléias, dar opiniões e votar; integralizar em dia as quotas partes; respeitar
as decisões tomadas coletivamente; conhecer e cumprir as normas estatutárias e regulamentos
que regem a organização; saldar seus compromissos financeiros; zelar pelo bom nome e pelo
patrimônio da cooperativa (GAWLAK & RATZKE, 2001; MENEZES, 1992; OLIVEIRA,
1984).
Conforme salientam Gawlak & Ratzke (2001), além dos direitos e deveres individuais,
os associados têm responsabilidades coletivas, definidas pelo voto nas Assembléias Gerais.
Entre elas estão a aprovação dos planos de trabalho da Cooperativa; a aprovação da prestação
de contas do Conselho de Administração e Parecer do Conselho Fiscal; a discussão sobre
distribuição de sobras; o aumento de Capital da Cooperativa;reforma estatutária; dissolução
voluntária da Cooperativa e nomeação de liquidantes; aprovação das contas dos liquidantes;
aquisição e venda de bens móveis e imóveis; fusão, incorporação ou desmembramento da
Cooperativa.
Feita a apresentação de alguns direitos, deveres e responsabilidades dos associados,
cabe agora ressaltar o quanto eles são fundamentais para o bom desempenho da cooperativa,
ou seja, para que ela consiga atender às necessidades de seus associados e como eles devem
participar e se comprometer com o desenvolvimento da cooperativa.
31
2.1.4 Segmentos e particularidades das cooperativas brasileiras
Devido à expansão do cooperativismo brasileiro, a Organização das Cooperativas
Brasileiras - OCB modificou a nomenclatura dos segmentos cooperativistas, de modo a
atender às necessidades do mercado.
Dos onze segmentos originalmente definidos (Agropecuário; Consumo, Crédito;
Educacional; Especial; Habitacional; Mineração; Produção; Saúde; Serviço e Trabalho), o
sistema cooperativista passou a contar com treze segmentos, classificados de acordo com a
área de atuação, sendo:
Agropecuário: que tem sua atuação ao longo da cadeia produtiva, ou seja, presta
serviços na atividade agropecuária por meio de fornecimento de insumos, assistência
técnica, social e educacional, assistência ao crédito, armazenamento, industrialização,
comercialização.
Consumo: que repassa aos seus associados bens de consumo a preços geralmente abaixo
dos praticados no mercado. Essas cooperativas procuram também beneficiar os
associados com produtos de qualidade. Classificam-se em abertas ou fechadas, na medida
em que admitem ou não como cooperados, pessoas de segmentos sociais distintos ao que
lhe concebeu.
Crédito: que é uma modalidade de instituição financeira acompanhada e fiscalizada pelo
Banco Central do Brasil. Constituída por cooperativas de crédito rural e urbano, tendo
como objetivo realizar operações tipicamente bancárias, com menos burocracia e a custos
menores.
Saúde: que são organizadas por profissionais da área de saúde: médicos, enfermeiros,
fisioterapeutas, dentistas, que buscam superar o desemprego e serem seus próprios
patrões, sempre oferecendo serviço de qualidade, com custo acessível aos clientes.
Educacional: que é constituída por pais ou por alunos de escolas agrícolas, com o
objetivo de ter acesso a um ensino de qualidade a preço justo. O governo brasileiro
recentemente tem apoiado essas iniciativas, como é o caso da cooperativa dos alunos das
escolas agrotécnicas federais (EAF), que já existe em todo o território nacional.
32
Habitacional: que são constituídas para atender às necessidades de moradia de seus
cooperados. Grande parte destas cooperativas são consórcios para a construção de casas e
não cooperativas efetivamente, já que têm como característica básica a sua liquidação, tão
logo seja concluído o projeto habitacional. Estão surgindo, atualmente, cooperativas
habitacionais autênticas, dentro do processo de autogestão.
Mineral: que são cooperativas de mineradores, constituídas para viabilizar a seus
cooperados facilitações no processo de extração de produtos minerais, bem como o
processo de industrialização e comercialização dos mesmos. Este segmento foi criado
pela OCB em 1993, destacando as cooperativas de extração mineral.
Produção: nestas cooperativas os meios de produção são explorados pelo quadro social,
sendo, portanto, de propriedade coletiva e não individual. O quadro diretivo, técnico e
funcional é formado pelos próprios cooperados.
Especial: são cooperativas constituídas por pessoas de menor idade ou deficientes. Não
são plenamente autogestionadas e por serem formadas por pessoas relativamente
incapazes, necessitam de um tutor ou curador para se manterem em funcionamento.
Serviço ou Infraestrutura: têm o objetivo de atender coletivamente o quadro social,
através da prestação de serviços. São exemplos deste segmento as Cooperativas de
Eletrificação Rural ou Cooperativas de Telefonia.
Trabalho: este tipo de cooperativa é formada por profissionais de uma área de interesse
comum, ou seja, que prestam serviços a terceiros. Buscam atender à demanda no mercado
e são organizadas por profissionais intelectualmente especializados ou por profissionais
que oferecem mão de obra braçal. É um segmento extremamente abrangente, pois os
integrantes de qualquer profissão podem organizar-se em cooperativas de trabalho.
Turismo e Lazer: constituído por cooperativas que atuam no setor de turismo e lazer,
convergindo esforços para uma atuação integrada no fomento à implantação da atividade
de forma sustentável e comprometida, especialmente, com o desenvolvimento local.
Transporte de Cargas e Passageiros: segmento constituído por cooperativas que atuam
no setor de transporte de cargas e passageiros – táxis e vans – é um desmembramento do
ramo Trabalho. Este segmento foi criado em 2002.
A tabela a seguir demonstra, em números, a relação entre cooperativas, cooperados e
empregados, de acordo com distintos ramos de atuação no mercado:
33
Tabela 1
Demonstração do número de cooperativas, cooperados e empregados, de acordo com o
ramo de atuação (posição de dezembro de 2003)
Fonte: Núcleo do Banco de Dados da OCB (2005).
2.1.5 Gestão cooperativista
Pinho (1982) distingue a cooperativa como unidade econômica, ou associação de
cooperados da empresa cooperativa. Enquanto aquela primeira deve visar atender aos
objetivos dos associados, apenas cobrindo os custos operacionais da empresa cooperativa, esta
última deve gerar benefícios.
Considerando a utilização dos instrumentos de controle do êxito cooperativo no
mercado (produtividade) e com relação aos cooperados (efetividade), pode-se afirmar, de
modo resumido, que para controlar a produtividade da cooperativa ou seu êxito no mercado,
os instrumentos são semelhantes aos das empresas econômicas em geral. Por outro lado, para
controlar a efetividade ou o êxito da cooperativa, voltados para os membros, há indicadores
especiais de apuração das vantagens de custos, das vantagens comparativas das economias
dos membros, entre outras coisas.
Ramo Cooperativas Cooperados Empregados
Agropecrio 1.519 940.482 110.910
Consumo 158 1.920.311 7.219
Crédito 1.115 1.439.644 23.291
Educacional 303 98.970 2.874
Especial 7 2.083 6
Habitacional 314 104.908 2.472
Infra-estrutura 172 575.256 5.500
Mineral 34 48.830 35
Produção 113 9.559 315
Saúde 878 261.871 23.267
Trabalho 2.024 311.856 4.036
Turismo e Lazer 12 396 2
Transporte 706 48.552 2.099
Total 7.355 5.762.718 182.026
34
Considerando os dois aspectos acima mencionados, o grande desafio para as
cooperativas é encontrar o equilíbrio entre os interesses individuais de cada associado e os
objetivos coletivos, harmonizados com a necessidade das cooperativas de permanecerem
ativas e dinâmicas.
Além dessa necessidade de compatibilização de interesses, conforme argumenta
Valadares (2003), as evidências mostram que a sobrevivência das cooperativas no sistema
econômico concorrencial capitalista requer a sua integração às regras impostas pelo sistema. E
essa integração provoca um conjunto de modificações na forma organizacional das
cooperativas, pela incessante busca da racionalidade e da eficiência econômica.
Ainda segundo esse autor, a demanda pela utilização de técnicas e modelos gerenciais
modernos nas organizações empresariais cooperativas tem crescido ultimamente, em virtude,
entre outros fatores relevantes, do aumento do grau de risco que as organizações cooperativas
vêm assumindo, resultante das incertezas percebidas no meio ambiente onde atuam e da
velocidade e a dinâmica das mudanças nos mercados, no setor tecnológico e no campo social.
2.1.6 História do cooperativismo de crédito
De acordo com a doutrina cooperativista, o crédito cooperativo não deve ser
considerado um fim, mas um meio através do qual são atendidas as necessidades do homem
enquanto membro de uma comunidade. Uma das prioridades do crédito cooperativo é garantir
a melhoria da qualidade de vida das pessoas, proporcionando o progresso familiar. Sua
essência inclui uma sólida e ativa participação de cada associado, o que permite a
consolidação de uma estrutura descentralizada, possibilitando uma atuação democrática dos
cooperados.
A primeira Cooperativa de Crédito foi criada na Alemanha, em 1850, por Herman
Schulze. Logo a seguir, com uma estrutura um pouco diferente das cooperativas de crédito
que já haviam sido criadas (quase sempre urbanas), apareceram os Bancos Cooperativos,
fundados por Friedrich Wilhelm Raiffeisen, em 1862, visando atender principalmente a área
rural, em sucessão às caixas de socorro (SCHARDONG, 2002).
35
Assim, as cooperativas de crédito receberam, além das normas rochdaleanas, a
contribuição resultante de experiências, realizadas em alguns países europeus, sobretudo na
Alemanha e na Itália (MINAS GERAIS, 1994).
Segundo Thenório Filho (1999), o cooperativismo de crédito surgiu para combater a
usura (prática tolerada pelas leis do século XIX), que “escravizava” produtores rurais e
trabalhadores urbanos junto a credores (agiotas e mesmo banqueiros). Associado à
necessidade de mudar esta realidade, era preciso criar formas de concessão de crédito mais
compatíveis com a realidade dessas pessoas. Sendo assim, pode-se notar que as cooperativas
de crédito surgiram como resposta a algumas necessidades específicas, expressas em
momentos determinados.
O desenvolvimento das cooperativas de crédito – rurais ou urbanas – teve períodos
marcantes. O século XIX foi caracterizado por crises como a revolução industrial, a questão
socialista e a posição da Igreja Cristã. Nesse contexto foi iniciada a implantação das
sociedades cooperativas. Seu crescimento, porém, foi dificultado no início do século XX, pela
Primeira Guerra Mundial, vindo a retomar seu desenvolvimento após a Segunda Guerra,
consolidando-se na década de 70.
Nesse período de consolidação, de 1960 aos dias atuais, ocorreu uma diversificação
dos serviços das cooperativas de crédito. Em diversos países do mundo, estas entidades hoje
financiam inúmeros empreendimentos, inclusive públicos, na área de seguros, habitação, entre
outras (Thenório Filho, 1999).
O Cooperativismo de Crédito chegou ao Brasil trazido da Europa pelo Padre Theodor
Amstad. Em 1902, por sua inspiração, foi fundada a primeira Caixa de Crédito Rural, segundo
o modelo “Raiffeisen”, em Nova Petrópolis, no estado do Rio Grande do Sul. A experiência
gaúcha, que aconteceu em uma área de colonização alemã, foi bem sucedida – sendo que a
cooperativa pioneira existe até hoje – proliferando por todo o Rio Grande do Sul e por outros
estados, chegando a se organizar em torno de uma Cooperativa Central (BACEN, 2005 a).
36
Em Minas Gerais, conforme Crediminas (2006), a primeira cooperativa de crédito
rural foi fundada no início da década de 1970, no município de Ponte Nova. Ela foi criada
quase que por força de uma orientação normativa do Instituto do Açúcar e do Álcool - IAA,
que obrigava a destinação de 1% da produção de cana das regiões canavieiras para as
cooperativas de crédito.
Para entender melhor a evolução do modelo cooperativista no Brasil, vale destacar
que, segundo Schardong (2002), após a revolução de 1964 passou a caber ao Estado o
financiamento subsidiado do desenvolvimento agropecuário e industrial. Com isso, as
Cooperativas de Crédito deixaram de ser um instrumento eficaz, passando a ser submetidas a
restrições operacionais, que levaram sua absoluta maioria ao processo de liquidação.
Já no início da década de 80, quando o modelo econômico de forte participação do
Estado no setor econômico, assumindo a face de Estado empresarial, apresentava os primeiros
sinais de debilidade, principalmente no setor agropecuário (o que acarretaria o desequilíbrio
econômico e financeiro das Cooperativas Agropecuárias), a Federação das Cooperativas de
Trigo e Soja – Fecotrigo iniciou o renascimento do cooperativismo de crédito rural. Com o
apoio das cooperativas agropecuárias, sob a liderança da Fecotrigo, foram reunidas as
cooperativas remanescentes e constituída a Cooperativa Central de Crédito do Rio Grande do
Sul Ltda – Cocecrer, conhecida atualmente como Sicredi-RS (THENÓRIO FILHO, 1999).
Mesmo após esse ressurgimento, até os anos 90 as cooperativas de crédito
continuaram sofrendo com as intervenções do Estado. Porém, com a autorização para
constituição dos Bancos Cooperativos, sua operacionalização foi favorecida. A constituição
do Bansicredi no Rio Grande do Sul e do Banco Cooperativo do Brasil S/A – Bancoob,
estabeleceu, efetivamente, um sistema de crédito exclusivo do cooperativismo,
proporcionando a este segmento um grande desenvolvimento (SCHARDONG, 2002).
O fato de os associados desempenharem ao mesmo tempo o papel de proprietários e de
usuários dos produtos e serviços oferecidos pelas cooperativas, contribuiu para um alto grau
de fidelidade e integração dos profissionais envolvidos nessas entidades. Neste contexto, o
Cooperativismo de Crédito passou a se destacar pela observação dos princípios da boa gestão
empresarial (BANCOOB, 2005).
37
2.1.7 O Sistema Financeiro Nacional e as cooperativas de crédito
2.1.7.1 Composição do Sistema Financeiro Nacional
O Sistema Financeiro Nacional - SFN é o conjunto formado pelo Conselho Monetário
Nacional - CMN, o BACEN, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social -
BNDES, o Banco do Brasil e as instituições financeiras públicas e privadas (CREDIMINAS,
2002). Essas últimas, por sua vez, podem ser definidas da seguinte forma:
Instituição financeira é qualquer entidade que tenha como atividade
principal ou acessória a coleta, a intermediação ou a aplicação de
recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou
estrangeira. O regular funcionamento de uma instituição financeira
depende de prévia autorização do Banco Central (CREDIMINAS,
2002).
Fortuna (citado por SCHARDONG, 2002), apresenta o Sistema Financeiro Nacional
como sendo o conjunto de instituições públicas e privadas que viabilizam a regulação,
operação e supervisão das operações internas e externas do país. O objetivo desse conjunto é
garantir a promoção e o desenvolvimento equilibrado do país.
Para Crediminas (2002), são esses os conceitos e as atribuições das seguintes
instituições:
a) Conselho Monetário Nacional – CMN: como órgão regulador e fiscalizador, é
responsável pela fixação das diretrizes da política monetária, creditícia e cambial do país,
com os seguintes objetivos:
Adaptar os meios de pagamento às necessidades da economia nacional;
Regular o valor interno externo da moeda nacional;
Aperfeiçoar as instituições e os instrumentos financeiros;
Zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras.
b) Banco Central do Brasil : é o órgão executivo central do SFN, encarregando-se de
cumprir e fazer cumprir as leis e normas deliberadas pelo CMN, com as seguintes
atribuições:
38
Emitir e distribuir as cédulas e as moedas para os bancos e recolher e destruir as
danificadas;
Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais e os depósitos
voluntários das instituições financeiras e bancárias que operam no país;
Emprestar às instituições financeiras, de acordo com a política econômica do governo
ou como socorro a problemas de liquidez;
Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e de outros papéis;
Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de
títulos públicos federais;
Exercer o controle do crédito sob todas as formas;
Fiscalizar as instituições financeiras e os consórcios e aplicar as penalidades previstas;
Autorizar o funcionamento de todas as instituições financeiras e dos consórcios;
Controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o correto funcionamento do
mercado cambial;
Representar o governo brasileiro junto às instituições financeiras estrangeiras e
internacionais.
c) Comissão de Valores Mobiliários – CVM: encarregada do desenvolvimento, disciplina e
fiscalização do mercado de valores mobiliários. Atua observando a política definida pelo
CMN. Estão sujeitas às atuações dessa Comissão as ações, debêntures, certificados de
depósito de valores mobiliários, direitos de subscrição, entre outros.
d) Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – órgão de apoio, responsável
pela política de investimentos de longo prazo do governo federal, sendo a principal
instituição financeira de estímulo ao desenvolvimento econômico e social do país.
e) Banco do Brasil – órgão de apoio, que além de atuar como banco múltiplo, é um dos
principais instrumentos de execução da política de crédito e financeira do Governo
Federal. Dentre outras atividades, o banco administra o serviço de compensação de
cheques e outros papéis.
f) Instituições Financeiras – as instituições financeiras públicas ou privadas compreendem o
conjunto de organizações operadoras do SFN. Classificam-se como:
39
Instituições Captadoras de Depósitos à Vistas: Bancos Múltiplos com Carteira
Comercial, Bancos Comerciais, Caixas Econômicas, Bancos Cooperativos e
Cooperativas de Crédito.
Demais Instituições Financeiras: Bancos Múltiplos sem Carteira Comercial, Bancos
de Investimentos, Bancos de Desenvolvimento, Sociedades de Crédito, Financiamento e
Investimento, Sociedades de Crédito Imobiliário, Companhias Hipotecárias,
Associações de Poupança e Empréstimo, Agências de Fomento e Sociedades de Crédito
ao Microempreendedor.
Outros Intermediários ou Auxiliares Financeiros: Bolsas de Mercadorias e de
Futuros, Bolsas de Valores, Sociedades Corretoras de Títulos e Valores Mobiliários,
Sociedades Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Sociedade de
Arrendamento Mercantil, Sociedades Corretoras de Câmbio, Representações de
Instituições Financeiras Estrangeiras e Agentes Autônomos de Investimento.
Entidades Ligadas ao Sistema de Previdência e Seguro: Entidades Fechadas de
Previdência, Entidades Abertas de Previdência Privada, Sociedades Seguradoras,
Sociedades de Capitalização e Sociedades Administradoras de Seguro-Saúde.
Administração de Recursos de Terceiros: Fundos Mútuos, Clubes de Investimentos,
Carteira de Investidores Estrangeiros e Administradoras de Consórcios.
Sistema de Liquidação de Custódia: Sistema Especial de Liquidação e de Custódia,
Central de Custódia e de Liquidação Financeira de Títulos e Caixas de Liquidação e
Custódia.
No final de 2004, segundo dados do BACEN (2005 a), as cooperativas somavam
1.436 unidades em todo Brasil, sendo 475 de crédito rural, 286 de atividade profissional, 614
de empregados, 5 de vínculo patronal, 38 centrais, 1 confederação, 12 do tipo Luzzati e 5 de
empreendedores e de livre admissão.
Em abril de 2005, os números de cooperativas de micro e pequenos empresários e de
livre admissão têm um salto e sobem para 16 e 41, respectivamente. A Tabela 2, apresentada a
seguir, indica a quantidade de instituições financeiras em funcionamento até o ano de 2004.
40
A Figura 1, também apresentada a seguir, indica a quantidade de cooperativas de
crédito por unidade da federação, apresentando a posição existente em 31 de dezembro de
2004, conforme dados do Banco Central do Brasil.
A tabela abaixo é subdividida em segmentos, ou seja, faz uma relação dos tipos de
instituições financeiras existentes no Brasil, dispondo, cronologicamente, quantas instituições
de cada espécie foram autorizadas a funcionar no país, em certo período de tempo. Já o
gráfico representado na figura 1 se delimita a representar, especificamente, quantas
cooperativas de crédito foram autorizadas a funcionar em cada unidade regional no Brasil, no
ano de 2004.
Tabela 2
Quantidade de Instituições Financeiras autorizadas a funcionar no Brasil (Dezembro
de 2001 a Dezembro de 2004)
Segmento
Dez/01 Dez/02 Dez/03 Jul/04 Ago/04 Set/04 Out/04 Nov/04 Dez/04
Banco Múltiplo 153 143 141 139 139 139 140 137 139
Banco Comercial 28 23 23 24 24 24 24 24 24
Banco de Desenvolvimento 4 4 4 4 4 4 4 4 4
Caixa Econômica Federal 1 1 1 1 1 1 1 1 1
Banco de Investimento 20 23 21 21 21 21 21 21 21
Sociedade de Crédito
Financiamento e Investimento
42 46 47 46 46 46 46 46 46
Sociedade Corretora de Títulos
e Valores Mobiliários
177 161 147 144 142 141 139 138 139
Sociedade Corretora de
Câmbio
43 42 43 45 46
46 46 46 47
Sociedade Distribuidora de
Títulos e Valores Mobiliários
159 151 146 141 141 140 138 139 138
Sociedade de Arrendamento
Mercantil
72 65 58 54 54 52 52 52 51
Sociedade de Crédito
Imobiliário e Associação de
Poupança e Empréstimo
18 18 18 18 14 15 16 17 18
Companhia Hipotecária 7 6 6 5 5 5 6 6 6
Agência de Fomento 9 10 11 12 12 12 12 12 12
Subtotal 756 693 666 654 649 646 645 643 646
Cooperativa de Crédito 1.379 1.430 1.454 1.449 1.449 1.448 1.447 1.438 1.436
Sociedade de Crédito ao
Microempreendedor
23 37 49 49 49 50 49 51 51
Subtotal 2.135 2.160 2.170 2.152 2.147 2.144 2.141 2.132 2.133
Sociedade Administradora de
Consórcios
399 376 365 364 364 367 364 357 364
TOTAL 2.534 2.536 2.535 2.516 2.511 2.511 2.505 2.489 2.497
Fonte: BACEN (2006)
41
Figura 1
Quantidade de cooperativas de crédito por unidade da federação
50
100
150
200
250
300
350
A
c
re
A
la
goas
Amapá
A
mazonas
Bahia
Ceará
D
is
tr
it
o
Fed
er
al
E
s
rit
o
Sant
o
Goiá
s
M
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a
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o
Mato Gros
s
o
Mato Grosso do Sul
Mi
n
as
Ge
rais
Pará
P
ar
b
a
Par
a
Perna
m
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Piauí
Rio de
J
an
ei
r
o
Rio G
r
and
e
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o
N
or
t
e
Rio Grande d
o
Sul
Rondônia
Ro
r
ai
ma
Santa Catarina
S
ão
P
a
ulo
Serg
i
pe
Toc
an
t
ins
Fonte: BACEN (2006)
Conforme o último relatório anual disponibilizado pelo Banco Central do Brasil, as
cooperativas de crédito ainda ocupam um pequeno espaço no Sistema Financeiro Nacional,
tanto no que se refere ao volume de Operações de Crédito, quanto no que se refere ao
Patrimônio Líquido. Mas trata-se de um segmento que vem apresentando um expressivo
crescimento, conforme pode ser comprovado pelos dados apresentados pelas Tabelas 3, 4, 5 e
6 a seguir.
A tabela seguinte demonstra, em porcentagem, como as operações de crédito se
distribuíram, na área bancária do Sistema Financeiro Nacional, entre os anos de 2001 e 2004.
Por ela é possível notar a diferença do total de operações em cada tipo de instituição
financeira.
Tabela 3
Distribuição do total de operações de crédito na área bancária do SFN (em %)
Instituição do segmento bancário dez-2001 dez-2002 dez-2003 jun-2004 dez-2004 Var.
Bancos Públicos (+ Cxs Estaduais) 3,1 4,8 4,5 4,5 4,4
41,9
Banco do Brasil 14,5 16,2 20,4 19,0 19,4
34,5
Caixa Econômica Federal 7,1 7,6 7,9 7,6 7,5
5,6
Bancos Privados Nacionais 42,1 39,7 41,3 41,8 41,3
-1,9
Bancos com Controle Estrangeiro 31,5 29,9 23,8 25,0 25,1
-20,3
Cooperativas de Crédito 1,6 1,8 2,1 2,2 2,3
43,7
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: BACEN (2006)
42
Pela próxima tabela, um pouco mais específica, é demonstrada a distribuição de ativos,
na mesma época, em tipos semelhantes de instituições financeiras.
Tabela 4
Distribuição do total de ativos na área bancária do SFN (em %)
Instituição do segmento bancário dez-2001 dez-2002 dez-2003 jun-2004 dez-2004
Var.
Bancos Públicos (+ Cxs Estaduais) 4,3 5,9 5,8 5,4 5,5
27,9
Banco do Brasil 16,8 17,1 18,4 16,2 17,4
3,6
Caixa Econômica Federal 11,0 11,7 13,0 13,1 11,5
4,5
Bancos Privados Nacionais 37,2 36,9 40,8 41,0 41,7
12,1
Bancos com Controle Estrangeiro 29,9 27,4 20,7 22,9 22,4
-25,1
Cooperativas de Crédito 0,9 1,0 1,3 1,4 1,4
55,5
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: BACEN (2006)
A seguir são usadas as mesmas referências, dessa vez para fazer uma demonstração
dos depósitos realizados:
Tabela 5
Distribuição do total de depósitos na área bancária do SFN (em %)
Instituição do segmento bancário dez-2001 dez-2002 dez-2003 jun-2004 dez-2004 Var
Bancos Públicos (+Cxs Estaduais) 7,2 7,4 7,3 6,9 6,6
-8,3
Banco do Brasil 17,0 17,7 18,6 17,4 17,1
0,6
Caixa Econômica Federal 19,1 16,9 16,5 15,7 15,6
-18,3
Bancos Privados Nacionais 35,3 36,6 38,2 39,9 39,4
11,6
Bancos c/ Controle Estrangeiro 20,1 19,8 17,6 18,6 19,9
-1,0
Cooperativas de Crédito 1,3 1,5 1,8 1,5 1,4
7,7
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: BACEN (2006)
E por fim, a demonstração do total de patrimônio líquido:
Tabela 6
Distribuição do total de patrimônio líquido na área bancária do SFN (em %)
Instituição do segmento bancário dez-2001 dez-2002 dez-2003 jun-2004 dez-2004
Var.
Bancos Públicos (+ Cxs Estaduais) 3,5 4,6 4,3 4,2 4,7
34,3
Banco do Brasil 8,8 7,8 8,3 8,4 8,7
-1,1
Caixa Econômica Federal 3,9 3,9 3,9 4,0 4,1
5,1
Bancos Privados Nacionais 51,1 48,7 53,2 53,3 52,9
3,5
Bancos com Controle Estrangeiro 30,7 32,9 28,1 27,7 27,1
-11,7
Cooperativas de Crédito 2,0 2,2 2,2 2,4 2,6
30,0
Total 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: BACEN (2006)
43
Tomando-se as operações de crédito do segmento bancário, a participação relativa das
cooperativas de crédito saltou de 1,6%, em 2001, para 2,3%, em 2004, o que representa um
crescimento de mais de 43,7%. Embora ainda pequena, a participação das cooperativas de
crédito, em contínuo crescimento no agregado das operações de crédito do segmento
bancário, demonstra a consistência desse setor.
Fica evidenciada, pelos números apresentados nas tabelas anteriores, a afirmativa de
que o cooperativismo de crédito ainda possui uma pequena participação no mercado
financeiro nacional. Portanto, seu significativo crescimento pode ser notado pela comparação
evolutiva entre os exercícios de 2001 a 2004, quais sejam: total de ativo – 55,5%, depósitos –
7,7% e patrimônio líquido – 30,0%.
2.1.7.2 O Sistema de crédito cooperativo
Para enfrentar a realidade dos mercados, as sociedades cooperativas buscaram na
integração vertical o instrumento de ganho em escala para suas atividades. Frank (apud
SCHARDONG, 2002) define integração vertical como “a associação de cooperativas em
outras, de grau superior, na forma de um sistema confederativo, que se estende da base para o
vértice, onde se acham situadas as unidades cooperativas mais complexas e de mais alto
grau”.
A Cooperativa Singular prepondera sobre as demais, já que é nela que as pessoas se
reúnem para, através da cooperação e da mutualidade, atingir fins econômicos para melhoria
da renda e das condições de vida. Com o objetivo de ordenar o processo de desenvolvimento,
o sistema constitui as Cooperativas Centrais, de maneira a viabilizar os procedimentos de
supervisão e, ainda, criando instrumentos jurídicos de co-responsabilidade recíproca.
Para acesso integral e autônomo aos mercados financeiros e de capital, as
Cooperativas Singulares se constituíram sob forma de sociedades anônimas, nos termos da
Resolução nº 2193/95, alterada pela Resolução nº 2.788/2000, do Conselho Monetário
Nacional.
44
Os Bancos Cooperativos (Bansicred e Bancoob) por sua vez, se destinam a integrar
tais cooperativas, operacionalmente, ao mercado financeiro, bem como viabilizar, através da
atuação corporativa, a extensão dos serviços e operações próprias das instituições financeiras
aos seus sócios (SCHARDONG, 2002).
Com o objetivo de reunir as diversas Cooperativas Centrais de Crédito, nasceram as
Confederações, consolidando a natureza corporativa da instituição sistêmica. No plano
organizacional, a integração possibilita um relacionamento harmônico, através de normas
comuns a todas as instituições. As cooperativas singulares, as centrais, as confederações, os
bancos e outras empresas controladas criam uma espécie de dependência mútua, sendo que
cada uma dessas instituições possui atribuições e responsabilidades pertinentes (MEINEN,
2002).
Segundo Schardong (2002),
a instituição sistêmica das Cooperativas de Crédito, na medida em que congrega
diversas organizações, entre sociedades cooperativas e não-cooperativas, deverá
definir valores éticos e princípios de gestão que nortearam o destino do
empreendimento.
Esses valores e princípios podem ser descritos da seguinte forma (Schardong, 2002):
1) Valorização inegociável da forma cooperativa de ser. Todos os integrantes da
instituição - associados, dirigentes, executivos contratados e colaboradores, devem agir no
sentido de preservar e desenvolver o empreendimento cooperativo, em vista do diferencial
competitivo que possui e que faz diferença no mercado onde atua;
2) Desenvolvimento assentado na valorização do associado. O objetivo final da
cooperativa deve ser o de atingir resultados econômicos positivos às atividades dos sócios,
sem, com isso, ter seu equilíbrio comprometido. Os indicadores aplicados aos demais tipos
societários serão utilizados na avaliação de desempenho de cada associado;
3) Observância dos normativos oficiais e internos do Sistema, bem como dos princípios
técnicos e científicos aplicáveis na condução das operações e demais atividades. Deve
ser observado o princípio da livre adesão, desde que não sejam afrontados os valores éticos
e profissionais da instituição. Assim, o ingresso e a permanência no Sistema requerem a
45
observância deste princípio, preservando-se o direito de que as normas sejam aprimoradas
e adaptadas às particularidades de cada empreendimento;
4) Transparência do quadro social e de acionistas. No exercício das suas atribuições, os
administradores das organizações que integram o Sistema devem divulgar os atos relativos
à gestão e administração, principalmente quanto à situação econômica, patrimonial,
financeira e de desempenho;
5) Neutralidade político-partidária dos Administradores, Executivos e Colaboradores.
Diante da natureza societária das Cooperativas, o exercício das funções operacionais e
administrativas requer o afastamento de cargos políticos;
6) Concentração do poder decisório nas Cooperativas de Crédito Singulares. As decisões
estratégicas quanto a investimentos e propensão a riscos é exclusiva das Cooperativas
Singulares. O papel das Cooperativas de segundo e terceiro graus, dos Bancos
Cooperativos e das demais organizações que integram o Sistema é o de oferecer suporte na
elaboração de projetos, alinhando-os aos objetivos do empreendimento.
A instituição sistêmica requer uma clara distribuição das atribuições das organizações.
Neste sentido, Schardong (2002) apresenta as atribuições preponderantes das principais
organizações que integram um Sistema de Crédito Cooperativo, a saber:
As Cooperativa de Crédito Singular atuam na captação e empréstimo de recursos aos
associados, atendendo suas necessidades quanto aos produtos e serviços de natureza bancária
e promovem a integração com a comunidade ou entidades de sua jurisdição, com observância
do padrão cooperativo.
As Cooperativas Centrais de Crédito coordenam o movimento cooperativo de crédito
da jurisdição de suas filiadas, promovendo seu desenvolvimento; encarregam-se do controle e
segurança das filiadas; respondem pela capacitação dos recursos humanos das cooperativas
singulares filiadas e os seus próprios e representam institucionalmente o movimento
cooperativo de crédito, no âmbito da jurisdição das suas filiadas.
As Confederações zelam pela manutenção dos princípios doutrinários do
cooperativismo e pelos princípios de gestão internos do Sistema; dão provimento às
cooperativas Centrais e empresas do Sistema de consultoria especializada para execução das
46
suas atividades preponderantes; promovem a avaliação de desempenho e auditoria interna das
cooperativas Centrais e demais empresas do Sistema e representam institucionalmente o
movimento cooperativo de crédito, decorrente dos Sistemas afiliados, no âmbito nacional.
O Banco Cooperativo integra as Cooperativas Singulares de Crédito, pertencentes à
instituição sistêmica, do Sistema Bancário Nacional e Internacional; administra, em escala, os
recursos financeiros do Sistema e formula, para apreciação e deliberação das cooperativas de
crédito, através de suas Centrais, as políticas de gestão financeira, crédito e “marketing”;
desenvolvendo e administrando produtos e serviços corporativos.
Entretanto, é importante ressaltar que não existe uma subordinação da cooperativa
singular em relação às instituições citadas acima. No formato organizacional adotado pelo
cooperativismo de crédito brasileiro as cooperativas singulares – representantes diretas dos
associados – encontram-se no ápice da hierarquia, sendo os bancos, confederações e centrais
instrumentos a serviço das unidades singulares.
Esta configuração apresenta uma lógica clara, onde o associado é o destinatário final
das atividades organizacionais; responsável e supridor financeiro, inclusive em caso de
insucesso do empreendimento. Pertence a ele, portanto, a palavra final sobre os projetos e
atividades desenvolvidos pela cooperativa singular.
Para Santiago Parra de Mas (citado por MEINEN, 2002):
O significado sociológico determina que a integração cooperativista
seja um fenômeno muito mais complexo do que a simples
concentração capitalista. Defronte ao tosco procedimento de
comandar vontades e impor uma direção – cada vez mais remota –
baseada no domínio do capital, a integração cooperativa é
‘ascendente”, de maneira que os órgãos superiores são criados e
postos a serviço dos inferiores,e todos eles à disposição da última
célula deste corpo social, que é o indivíduo.
47
2.1.7.3 Classificação e objetivos das cooperativas de crédito
De acordo com a Resolução nº 3.321, de 30 de setembro de 2005, do BACEN, as
cooperativas singulares de crédito são classificadas a partir das características dos seguintes
tipos de associados:
Empregados, servidores e pessoas físicas prestadoras de serviço em caráter não eventual,
de uma ou mais pessoas jurídicas, públicas ou privadas, definidas no estatuto, cujas
atividades sejam afins, complementares ou correlatas, ou pertencentes a um mesmo
conglomerado econômico;
Profissionais e trabalhadores dedicados a uma ou mais profissões e atividades, definidas no
estatuto, cujos objetos sejam afins, complementares ou correlatos;
Pessoas que desenvolvam, na área de atuação da cooperativa, de forma efetiva e
predominante, atividades agrícolas, pecuárias ou extrativas, ou se dediquem a operações de
captura e transformação do pescado;
Pequenos empresários, microempresários ou microempreendedores, responsáveis por
negócios de natureza industrial, comercial ou de prestação de serviços, incluídas as
atividades da área rural;
Empresários participantes de empresas vinculadas diretamente a sindicatos patronais ou
direta ou indiretamente a associações patronais de grau superior, em funcionamento, no
mínimo, há três anos, quando da constituição da cooperativa;
Livre admissão de associados.
Na condição de instituições financeiras monetárias, integradas ao sistema Financeiro
Nacional, as Cooperativas de Crédito têm seu funcionamento autorizado pelo Banco Central
do Brasil, que também estabelece normativos para suas operações e serviços. De acordo com
a Resolução nº 3.321, de 30 de setembro de 2005, do BACEN, as operações e serviços
autorizados para as Cooperativas de Crédito são as seguintes:
captar, somente de associados, depósitos sem emissão de certificado; obter empréstimos ou
repasses de instituições financeiras nacionais ou estrangeiras; receber recursos oriundos de
fundos oficiais e, em caráter eventual, recursos isentos de remuneração ou a taxas
favorecidas, de qualquer entidade, na forma de doações, empréstimos ou repasses;
48
conceder créditos e prestar garantias, somente a associados, inclusive em operações
realizadas ao amparo da regulamentação do crédito rural em favor de associados
produtores rurais;
aplicar recursos no mercado financeiro, inclusive em depósitos à vista e a prazo, com ou
sem emissão de certificado, observadas eventuais restrições legais e regulamentares
específicas de cada aplicação;
prestar serviços de cobrança, de custódia, de recebimentos e pagamentos por conta de
terceiros, mediante contrato com entidades públicas ou privadas e de correspondente no
País;
atuar na distribuição de cotas de fundos de investimento abertos, observadas as
regulamentações do Banco Central do Brasil e da CVM nas respectivas áreas de
competência;
prestar serviços aos bancos cooperativos, com vistas à colocação, junto a seus associados,
em nome e por conta da instituição contratante, de produtos e serviços oferecidos por essa
última, inclusive formalização, concessão e liquidação de operações de crédito, abertura e
movimentação de contas de depósitos à vista, a prazo e de poupança, bem como
distribuição de cotas de fundos de investimento;
prestar serviços a outras instituições financeiras, em operações com seus associados,
destinadas a viabilizar a distribuição de recursos de financiamento do crédito rural e a
outros sujeitos, de acordo com a legislação ou regulamentação específicas; ou envolvendo
equalização de taxas de juros pelo Tesouro Nacional, compreendendo a formalização,
concessão e liquidação de operações de crédito celebradas com os tomadores finais dos
recursos;
instalar postos de atendimento permanentes, transitórios e eletrônicos, bem como unidades
administrativas, na área de atuação definida no respectivo estatuto, observados os
procedimentos gerais estabelecidos na regulamentação pertinente.
2.1.7. 4 As Cooperativas de crédito rural
As cooperativas de crédito rural são as cooperativas formadas por poupadores ou
tomadores de recursos financeiros, sendo estes produtores rurais, e suas empresas;
cooperativas; associações e pessoas jurídicas sem fins lucrativos em geral. Elas têm como
princípio básico a concessão de empréstimos individuais, baseados em poupança coletiva, na
49
promoção da educação econômica e financeira dos seus cooperados e no estabelecimento da
poupança sistemática, chegando atualmente à prestação de serviços bancários completos
(CREDIMINAS, 2002).
Além disso, os recursos captados pelas cooperativas de crédito são aplicados no seu
local de origem, aumentando a produção e atendendo aos fins sociais escolhidos pelos sócios,
com base em seus interesses comunitários. Assim, as Cooperativas de Crédito Rural têm os
seguintes objetivam, entre outras coisas, proporcionar, através da mutualidade, assistência
financeira aos seus associados em suas atividades específicas, com a finalidade de fomentar a
produção, o agronegócio e a produtividade dos associados. Objetivam ainda promover o
aprimoramento da produção, qualidade de vida, formação educacional de seus associados e a
difusão de informações técnicas e fomentar o cooperativismo, através da ajuda mútua, da
economia sistemática e do uso adequado do crédito, praticando as operações de captação de
recursos, concessão de créditos, prestação de serviços e formalização de convênios com
outras instituições financeiras, dentre outras.
2.1.7.5 Caracterização do Sistema Crediminas
Conforme Crediminas (2006), a primeira iniciativa no sentido de formalizar a
constituição da Crediminas aconteceu em julho de 1986, em uma reunião na cidade de
Curvelo, que contou com a presença de dirigentes das 7 cooperativas de Crédito Rural, além
de representantes da Ocemg, BNCC e Senacoop. Nesta reunião iniciou-se o estudo a respeito
da viabilidade de se constituir uma Cooperativa Central de Crédito Rural de Minas Gerais,
cujo objetivo seria representar o Sistema, coordenar e orientar as filiadas, gerindo os recursos
necessários ao bom desempenho das mesmas, assim como para definir a constituição de novas
Cooperativas da modalidade.
Dando continuidade ao processo, aconteceu uma segunda reunião em fevereiro de
1987, com a presença de representantes das 7 Cooperativas de Crédito. E finalmente, em maio
deste mesmo ano, foi criada a Associação das Cooperativas de Crédito Rural do Estado de
Minas Gerais, em Assembléia realizada para oficializar a sua fundação e aprovar o seu
estatuto social (CREDIMINAS, 2006).
50
Já tendo a associação cumprido o seu papel, que foi o de manter organizadas as
cooperativas de crédito, foi realizada uma Assembléia em junho de 1988 para a constituição
da Cooperativa Central de Crédito Rural de Minas Gerais – Crediminas, hoje denominada
Cooperativa Central de Crédito de Minas Gerais - Sicoob Central Crediminas. Nesse
momento, seu objetivo alcançou um patamar mais elevado, quando passou a buscar a
organização em comum e em maior escala dos serviços econômico-financeiros e assistenciais
de interesse das filiadas, integrando e orientando suas atividades, bem como facilitando a
utilização recíproca dos serviços (CREDIMINAS, 2006).
Abaixo são apresentados os principais eventos ocorridos ao longo da "Linha do
Tempo" da evolução da Crediminas:
Setembro de 1983: 1º Simpósio Mineiro de Estudo sobre Crédito Cooperativo Rural;
Novembro de 1984: Constituição da 1ª Cooperativa de Crédito Rural em Minas Gerais
(Muzambinho);
Maio de 1985: Criação do Sicredi (modelo mineiro de crédito rural) por uma Comissão
formada por representantes da Ocemg, BNCC e das cooperativas de Entre Rios de Minas,
Muzambinho, Bom Despacho, CCPR (Itambé), Poços de Caldas e Santa Rita do Sapucaí;
Maio de 1987: Fundação da Associação das Cooperativas de Crédito Rural de Minas Gerais
(embrião da Crediminas);
Junho de 1988: Constituição da Cooperativa Central de Crédito Rural de Minas Gerais
(Crediminas);
Outubro de 1992: Assembléia Geral Extraordinária da Crediminas aprova Plano de
Reestruturação da Central;
Junho de 1993: Tem início a operacionalização da Centralização Financeira e o convênio
com o Banco do Brasil;
Junho de 1997: Autorização da funcionamento do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob),
pelo Banco Central do Brasil;
Março de 1998: Substituição da marca Sicredi por Sicoob;
Dezembro de 1998: Aprovação do Instituto da Solidariedade e constituição do Fundo
Garantidor de Depósitos (FGD);
Marco de 2001: Aprovação do Projeto Empresarial (Planejamento Estratégico) do Sicoob-
MG;
Abril de2001: Constituição da Confederação do Sicoob (Sicoob Brasil);
51
Abril de 2002: Aprovada a adesão do Sicoob-MG ao Fundo Garantidor de Depósito do
Sicoob Brasil;
Setembro de 2003: Aprovação da Marca Única para o Sistema Sicoob;
Setembro de 2003: Abertura do Estatuto Social da Central e das Credi's;
Outubro de 2003: Homologação da abertura do Estatuto Social do Crediminas (Cooperativa
Central de Crédito de Minas Gerais) junto ao Banco Central;
Outubro de 2003: Homologação da Nova Marca para a Crediminas (Sicoob Central
Crediminas) junto ao Banco Central (CREDIMNAS, 2006).
Criado para dar suporte ao desenvolvimento econômico e social das cooperativas
associadas, esse Sistema tornou-se forte, solidário e integrado. Passados 17 anos da sua
instituição, o número de cooperativas cresceu significativamente: até dezembro de 2005 eram
96 cooperativas de crédito, com média de operações de crédito na ordem de R$878 milhões,
média de depósitos de R$718 milhões e patrimônio líquido de R$317 milhões. O universo de
associados, atualmente, está próximo de 238 mil e o Sistema conta com 311 agências
(CREDIMINAS, 2006).
Objetivando o cumprimento de sua missão, que é efetuar a centralização financeira, a
fiscalização e o assessoramento nas áreas diversas das cooperativas singulares filiadas, o
Sicoob Central Crediminas mantêm a seguinte estrutura organizacional:
52
Figura 2
Estrutura Organizacional da Crediminas
Fonte: CREDIMINAS (2006).
Visando atender aos objetivos deste trabalho, serão destacadas as funções definidas
das unidades representativas das cooperativas – UARs, dentro de uma mesma região
geográfica, criadas tendo em vista a grande extensão territorial do Estado de Minas Gerais.
Sem estrutura física constituída, as UARs foram criadas para facilitar a comunicação das
cooperativas com a central, sendo que cada UAR elege um coordenador, dentre as
cooperativas que a compõem. Periodicamente, os coordenadores das 9 UARs existentes no
Estado reúnem-se visando expressar as necessidades, críticas e sugestões, buscando o
equacionamento de problemas e a integração das cooperativas de crédito.
A Figura 3, apresentada a seguir, permite a visualização da disposição geográfica das
UARs em Minas Gerais.
53
Figura 3
Distribuição das UAR-Crediminas em Minas Gerais
Fonte: CREDIMINAS, 2006.
Tendo em vista o crescimento e o fortalecimento do Sistema Crediminas, foi
desenvolvido um Projeto Empresarial, com visão estratégica para o Biênio 2005/2006, que
representa o direcionamento a ser seguido pelo Sistema, delineado pelos objetivos traçados e
pelas ações estratégicas a serem implementadas (CREDIMINAS, 2006).
Os principais aspectos desse Projeto Empresarial são os seguintes:
a) Atuar no sentido de promover o crescimento e o fortalecimento do sistema mediante
ações como: incentivar e apoiar a expansão das cooperativas filiadas no Estado e em
outros Estados; estimular a união e a transformação das cooperativas; elaborar programas
visando a ampliação do quadro de associados; elaborar e implementar programa
permanente de capitalização da Central e das Credis; fortalecer a imagem do Sistema; e
elaborar e implementar programa de marketing e comunicação visando a padronização das
ações do Sistema;
UAR 01
NORDESTE
UAR 02
LESTE
UAR 03
CENTRO-OESTE
UAR 09
SUL
UAR 05
SUDOESTE
UAR 07
TRIÂNGULO
UAR 04
ALTO SÃO
FRANCISCO
UAR 06
ALTO
PARANAÍBA
UAR 08
CENTRO-NORTE
54
b) Aperfeiçoar e modernizar a organização e a administração do Sicoob Central
Crediminas mediante ações como: rever os fluxos dos processos decisórios e
operacionais; rever os requisitos e critérios adotados em relação às cooperativas que
apresentam desenquadramento; rever e assegurar estrutura homogênea de controles
internos do Sistema; desenvolver e implementar gestão sistêmica dos riscos; e elaborar e
implantar programa de redução e otimização de custos;
c) Aprimorar a governança corporativa no Sicoob Central Crediminas: mediante ações
como adequar o estatuto referente às atribuições de conselheiros e diretores; e aprimorar os
mecanismos de governança corporativa;
d) Dar seqüência à capacitação e a profissionalização dos conselheiros, dirigentes,
gerentes e colaboradores mediante ações como: intensificar os programas de capacitação
e profissionalização de dirigentes gestores e colaboradores; dar continuidade ao programa
de avaliação de desempenho dos colaboradores; elaborar programa de incentivo e
premiação; elaborar programa de orientação sobre a estrutura e funcionamento do
SICOOB; e estimular programas de visita a Central;
e) Rever e aperfeiçoar a estrutura organizacional do Sicoob Central Crediminas
mediante ações como: adequar a estrutura ao novo modelo de governança corporativa;
promover entendimentos no sentido de rever e redirecionar as atividades entre os elos do
sistema cooperativo no Brasil (Confederação, Bancoob, Central e CREDIs); estudar a
viabilidade de centralização dos serviços administrativos realizados pelas CREDIs; e
reexaminar o papel das UAR e as atribuições dos coordenadores;
f) Intensificar o programa de modernização tecnológica do sistema e de
desenvolvimento de instrumentos e ferramentas gerenciais mediante ações como:
promover entendimentos entre os elos do sistema cooperativo no Brasil (Bancoob, Central
e CREDIs); agilizar estudos e definir investimentos em equipamentos, desenvolvimento de
sistemas e treinamento em informática; desenvolver instrumentos e ferramentas gerenciais
adequados à gestão dos negócios; e estudar e implementar nova metodologia de
ranqueamento de desempenho de CREDIs e UARs;
g) Rever e ampliar os produtos e serviços financeiros mediante ações como: estudar,
adequar e criar novos produtos e serviços financeiros; e desenvolver estudos para captação
de recursos, por meio de parcerias;
55
h) Apoiar programas de educação cooperativa mediante ações como: elaborar, mediante
parcerias, programas de educação cooperativista, visando desenvolvimento de
colaboradores e comunidade;
i) Ganhar participação no mercado mediante ações como: elaborar plano de metas do
projeto empresarial com visão estratégica para o biênio 2005 / 2006 e promover o controle
e acompanhamento mensal do desempenho das metas estabelecidas por cooperativa, UAR
e SICOOB.
2.1.7.6 O novo rumo do cooperativismo de crédito
Atendendo aos anseios do sistema cooperativista de crédito, o BACEN, por meio da
Resolução nº 3.106 de 25 de junho de 2003, autorizou a atuação das cooperativas de livre
admissão, posteriormente substituída pela Resolução nº 3.321 de 30 de setembro de 2005, que
veio para disciplinar, de forma pormenorizada, a estrutura mínima dos projetos de
constituição e de transformação de cooperativas de crédito. Estabelecendo que as cooperativas
poderão realmente colocar em prática o princípio da Livre Adesão, posicionando-se como
organizações abertas a todas as pessoas aptas a utilizar seus serviços.
Com esta decisão do BACEN, as cooperativas de crédito de livre admissão poderão ter
como associados qualquer tipo de pessoa, física ou jurídica, ampliando em muito o potencial
de negócios. As Cooperativas de Crédito que desejarem, poderão solicitar ao BACEN a
autorização para a transformação em cooperativa de livre admissão (aberta). Para tanto,
dispensa-se a obrigatoriedade dos associados serem produtores rurais e assim as cooperativas
poderão ter, entre seus associados, pessoas de quaisquer segmentos socioeconômicos:
indústria, comércio, profissionais liberais, aposentados, donas de casa, estudantes etc.
Importando apenas o interesse e a identificação dos representantes desses segmentos com o
trabalho realizado pela cooperativa.
De acordo com o BACEN (2005 b),
as mudanças na regulamentação, ao criarem novos tipos de
cooperativas de crédito, segundo o seu quadro associativo,
estabeleceram novas regras possibilitando processos de
transformação entre as instituições que já se encontravam em
56
funcionamento e que resultaram na ampliação das respectivas áreas
de atuação. As novas instituições que estão emergindo desse processo
de reorganização encontram-se em condições mais favoráveis de
auto-sustentabilidade em razão de fatores como economias de escala,
indução ao maior profissionalismo na gestão dos empreendimentos,
aumento de liquidez das instituições, entre outros.
Conforme informações obtidas junto ao Sicoob Central Crediminas (2005), até
dezembro de 2005, das 92 cooperativas selecionadas, 35 singulares já tiveram o projeto de
transformação aprovado pelo BACEN, sendo 31 para livre admissão e 4 para pequenos
empresários, microempresários ou microempreendedores.
2.2 A contabilidade e as demonstrações contábeis
2.2.1 Contabilidade financeira e gerencial
Dentro do significado amplo de Contabilidade inserem-se os conceitos de
contabilidade financeira e gerencial, os quais devem ser diferenciados. De acordo com Marion
(1998), a Contabilidade é o grande instrumento que auxilia a administração a tomar decisões,
mensurando e registrando monetariamente todos os dados econômicos coletados.
A Fipecafi (2000) define a Contabilidade como “um sistema de informação e
avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza
econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de
contabilização.”
Por sua vez, Suzuki Shigaki (2001), diferencia a contabilidade gerencial da
contabilidade financeira, explicando que:
Contabilidade financeira lida com a exposição e comunicação de
informações econômicas sobre uma organização a interessados
externos: acionistas, credores, governo, etc.; comunica aos
interessados as conseqüências das decisões e melhorias dos processos
feitas pelos administradores e empregados. A contabilidade
financeira tende a ser guiada por normas ou regras, por princípios
contábeis geralmente aceitos, e tem uma exigência legal (...).
Contabilidade gerencial lida com o fornecimento de informações
econômico-financeiras aos interessados internos: funcionários,
57
trabalhadores, gerentes e executivos. As companhias têm grande
discrição ao projetar seus sistemas de contabilidade gerencial. Esses
sistemas devem ser projetados para fornecer informações que ajudem
os empregados de uma empresa a tomar boas decisões sobre
processos, produtos e clientes, etc. As informações vindas dos
sistemas de contabilidade gerencial também devem ajudar os
empregados a aprender como melhorar a qualidade, diminuir preço,
e aumentar a responsabilidade de suas operações em relação às
necessidades dos clientes.
2.2.2 Usuários da informação contábil das Instituições Financeiras
Muitos são aqueles que utilizam a informação contábil para tomar decisões. Portanto,
os interesses pela contabilidade são diferentes e até certo ponto, divergentes. Sendo que cada
usuário está interessado em algum aspecto particular da empresa, conforme narra Matarazzo
(1997). Em relação às Instituições Financeiras, não é diferente e a esse respeito Gomes (2000)
divide os usuários da contabilidade em dois tipos:
1) internos: proprietários, diretores e gerentes, trabalhadores de diversos níveis. Esses
usuários devem conhecer toda a estrutura da empresa em que prestam serviços, para que
tenham ciência da situação patrimonial, econômica e financeira em que ela se encontra,
para se prevenir quanto a possíveis insolvências da mesma e também para mensurar o
quanto de sua contribuição há dentro da empresa como um todo;
2) externos: acionistas, clientes, fornecedores, governo, sindicatos e associações de classe,
investidores, concorrentes: esses personagens do cenário econômico brasileiro e mundial,
em contato com as demonstrações contábeis, são os responsáveis pela tomada de decisões
diárias presentes no mundo corporativo e que geram riquezas a uma sociedade e a todo um
país.
2.2.3 Padronização das demonstrações contábeis das Instituições Financeiras
Conforme Gitman (2001), as demonstrações financeiras contêm importantes
informações sobre os resultados operacionais e a posição financeira de uma organização.
Tendo em vista que essas demonstrações são padronizadas, os dados que elas contêm podem
ser usados para fazer comparações entre distintas organizações ao longo do tempo. A relação
entre certos dados financeiros pode ser usada para identificar as áreas onde as organizações
58
alcançam sucesso e, mais importante ainda, as áreas que apresentam condições para
melhoramento do desempenho.
As demonstrações contábeis das instituições financeiras são regulamentadas por
diversos órgãos públicos, dentre eles a Secretaria da Receita Federal e a Comissão de Valores
Mobiliários. Porém, o principal órgão regulador é o Banco Central do Brasil, que regulamenta
o levantamento e a publicação das demonstrações pelo Plano Contábil das Instituições
Financeiras do Sistema Financeiro Nacional - Cosif.
O objetivo do Cosif é o de uniformizar os registros, racionalizar a utilização de contas,
estabelecer regras, critérios e procedimentos necessários à obtenção e divulgação de dados,
possibilitar o acompanhamento do sistema financeiro, bem como a análise, a avaliação do
desempenho e o controle pelo Banco Central, de modo que as demonstrações financeiras
expressem, com fidedignidade e clareza, a real situação econômico-financeira da instituição
(BACEN, 2006).
2.2.4 As demonstrações contábeis
A Lei nº 6.404/76, conhecida como a Lei das Sociedades Anônimas, estabelece em seu
artigo 176 as demonstrações financeiras que deverão exprimir com clareza a situação do
patrimônio da sociedade e as mutações ocorridas em determinado exercício. São elas o
Balanço Patrimonial; as Demonstração do Resultado do Exercício; as Demonstração das
Mutações do Patrimônio Líquido; as Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos; e
as Notas Explicativas.
Conforme Attie (2000), o Balanço Patrimonial é a demonstração financeira que
objetiva representar a posição patrimonial e financeira de uma entidade em determinado
momento. O Quadro 1, apresentado a seguir, ilustra quais são os elementos que devem estar
presentes em tal demonstração.
59
Quadro 1
Composição do Ativo e Passivo
Ativo Passivo
a) ativo circulante
b) ativo realizável a longo prazo
c) ativo permanente, divido em:
investimentos;
imobilizado;
diferido.
a) Passivo circulante
b) Passivo exigível a longo prazo
c) Resultados de exercícios futuros
d) Patrimônio líquido, divido em:
Capital social;
Reservas de capital;
Reservas de reavaliação;
Reservas de lucros;
Lucros ou prejuízos acumulados.
Fonte: Oliveira (1991)
A segunda demonstração exigida é a representação pelo resultado das operações
realizadas pela entidade ao longo do seu exercício, cujos elementos são demonstrados no
Quadro 2, exposto a seguir.
Quadro 2
Elementos da Demonstração do Resultado do Exercício - DRE
Receita bruta de vendas ou serviços, deduções de vendas ou serviços.
Receita líquida das vendas ou serviços.
Despesas com vendas ou serviços, despesas financeiras, deduções das receitas, despesas
gerais e administrativas, e outras despesas operacionais.
Lucro ou prejuízo operacional, receitas e despesas não-operacionais.
Resultado do exercício antes do imposto de renda e contribuição social.
Participações de debêntures, empregados e outros.
Lucro ou prejuízos líquido do exercício.
Fonte: Oliveira (1991)
A Resolução do Conselho Federal de Contabilidade - CFC nº 920/01, que estabelece
os aspectos contábeis específicos em entidades cooperativas, define que para tais entidades a
nomenclatura a ser a utilizada para este demonstrativo é “Demonstração das Sobras ou
Perdas”.
A terceira demonstração é a representação das mutações ocorridas no Patrimônio
Líquido ao longo do exercício, e seus elementos são apresentados no Quadro 3, a seguir:
60
Quadro 3
Elementos da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL
Saldo do início do exercício.
Ajustes de exercícios anteriores.
Reversões e transferências de reservas.
Resultado líquido do exercício.
Distribuição de lucros
Saldo final do período.
Fonte: Oliveira (1991)
O quarto demonstrativo, apresentado no Quadro 4 a seguir, apresenta as modificações
na posição financeira da entidade.
Quadro 4
Elementos da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos - DOAR
Origens dos recursos, agrupados em:
Lucros ou prejuízos do exercício, acrescido despesas e ajustes;
Realização do capital social e contribuições para reservas de capital;
Recursos de terceiros.
Aplicações de recursos, agrupados em:
Dividendos distribuídos;
Aquisição de direitos do ativo imobilizado;
Aumento do realizável a longo prazo, investimentos e diferido;
Redução do passivo exigível a longo prazo.
Aumento ou redução do capital circulante líquido.
Os saldos, no início e no fim do exercício, do ativo e passivo circulante, o movimento do
capital circulante líquido e o seu aumento ou redução durante o exercício.
Fonte: Oliveira (1991)
Nas Notas Explicativas são esclarecidos os fatos relevantes ocorridos no patrimônio da
entidade, conforme a composição exposta no Quadro 5, a seguir.
61
Quadro 5
Elementos das Notas Explicativas
Principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais.
Representação dos ativos e passivos.
Taxas de juros, prazos e garantias de obrigações a longo prazo.
Garantias prestadas a terceiros, eventuais contingências.
Ajustes de exercícios anteriores.
Eventos subseqüentes à data do encerramento do exercício que possam vir a ter efeitos
relevantes para a entidade.
Fonte: Oliveira (1991)
2.2.5 A importância da análise das demonstrações contábeis
Segundo a Fipecafi (2000), “o grande objetivo da comparação é que a análise de uma
empresa seja feita sempre com vistas ao futuro. Por isso é fundamental verificar a evolução
passada, e não apenas a situação de um momento.” Tal afirmativa serve para introduzir a
importância da análise das demonstrações financeiras como instrumento de comparação entre
a situação passada de uma empresa e sua evolução no futuro.
Conforme Iudícibus (1988), “a análise e interpretação das demonstrações contábeis faz
sentido quando, além de sua função de informar o posicionamento relativo e a evolução de
vários grupos contábeis, também serve como um painel geral de controle para administração”.
Para Matarazzo (1997), as demonstrações financeiras fornecem uma série de dados
sobre a empresa, que os transforma em informações cujo objetivo é auxiliar nas tomadas de
decisão. Complementando, Padoveze (1996) cita que a análise das demonstrações contábeis é
um dos instrumentos mais importantes no processo de gerenciamento contábil geral.
2.2.6 Análise das demonstrações contábeis por meio de quocientes ou índices
De acordo com Gitman (1997), “a análise por meio de índices envolve os métodos de
cálculo e a interpretação dos índices financeiros, para avaliar o desempenho e a situação da
empresa”.
62
Tanto para os analistas, como para os administradores, o mais importante é saber
interpretar o valor do índice, isto é, saber se o índice alto ou baixo é positivo ou negativo.
Desse modo, as comparações com o passado e com outras empresas do setor também são
necessárias para ampliar essa avaliação.
Matarazzo (1997) afirma que “os índices são divididos em índices que evidenciam
aspectos da situação financeira e índices que evidenciam aspectos da situação econômica”,
conforme o esquema ilustrado no Quadro 6, apresentado a seguir.
Quadro 6
Principais aspectos revelados pelos índices econômico-financeiros
Situação financeira Estrutura
Liquidez
Situação econômica Rentabilidade
Fonte: Adaptado de Matarazzo (1997).
Os índices de estrutura e liquidez avaliam a segurança oferecida pela entidade aos
capitais alheios e a sua disponibilidade para saldar dívidas. Já os índices de rentabilidade
avaliam o desempenho global da entidade, em termos de capacidade de gerar lucros.
2.2.6.1 Índices da situação financeira
Para melhor compreensão da influência de cada indicador na análise serão
apresentados os dois grandes grupos - índices de estrutura e índices de liquidez, conforme
explicitado a seguir:
a) Índices de Estrutura de Capital: Matarazzo (1997) afirma que “os índices desse
grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras em termos de obtenção e
aplicação de recursos.” De maneira geral, são avaliados com o critério de “quanto
menor, melhor”. Os principais índices desse grupo são apresentados no Quadro 7, a
seguir.
63
Quadro 7
Índices de estrutura de capital
Símbolo Índice Fórmula Indica
CT / PL Participação de
Capital de
Terceiros
Capital de terceiro X 100
Patrimônio líquido
Quanto a instituição tomou de
capital de terceiros em relação ao
capital próprio.
PC / CT Composição do
Endividamento
Passivo circulante X 100
Capital de terceiro
Qual o percentual de obrigações
a curto prazo em relação às
obrigações totais.
AP / PL Imobilização do
Patrimônio
Líquido
Ativo permanente X 100
Patrimônio líquido
Quanto a instituição aplicou no
ativo permanente em relação ao
patrimônio líquido.
Fonte: Adaptado de Matarazzo (1997).
b) Índices de liquidez: Segundo Silva (1997), “os índices de liquidez visam fornecer uma
medida, ou melhor, um indicador da capacidade da empresa de pagar suas dívidas, a partir
da comparação entre os direitos realizáveis e as exigibilidades.”
Martins e Assaf Neto (1996) afirmam que “os indicadores de liquidez visam medir a
capacidade de pagamento de uma empresa, ou seja, sua habilidade em cumprir corretamente
as obrigações passivas assumidas”. Neste sentido, Matarazzo (1997) relata que:
(...) muitas pessoas confundem índices de liquidez com índices de
capacidade de pagamento. Os índices de liquidez não são índices
extraídos do fluxo de caixa que comparam as entradas com as saídas
de dinheiro. São índices que, a partir do confronto de Ativos
Circulantes com as Dívidas, procuram medir quão sólida é a base
financeira da empresa. Uma empresa com bons índices de liquidez
tem condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, mas não
estará, obrigatoriamente, pagando suas dívidas em dia em função de
outras variáveis como prazo, renovação de dívidas etc.
Esses índices são classificados da forma como é demonstrada no Quadro 8, que segue:
64
Quadro 8
Índices de liquidez
Símbolo Índice Fórmula Indica
LC Liquidez Corrente Ativo circulante
Passivo circulante
Quanto a entidade possui de ativo
circulante para cada R$ 1 de passivo
circulante.
LI Liquidez Imediata Disponibilidades
Passivo circulante
Quanto poderá dispor de suas
disponibilidades para fazer frente às suas
obrigações de curto prazo.
Fonte: Adaptação de Matarazzo (1997).
De maneira geral, pode-se concluir que quanto maior a liquidez, melhor será a situação
financeira da instituição. Mas, por outro lado, um alto índice de liquidez não representa,
necessariamente, boa saúde financeira.
2.2.6.2 Índices da situação econômica
Para analisar os índices de rentabilidade, passa a ser utilizado, além do índice de
Balanço Patrimonial, o índice de Demonstração de Resultado do Exercício, conforme se
demonstra no Quadro 9, seguinte:.
Quadro 9
Índices de rentabilidade
Símbolo Índice Fórmula Indica
R / AT Margem Líquida Receitas operacionais X 100
Ativo total
Este índice apresenta quanto esta
sendo obtido por receita
realizada.
LL / AT Rentabilidade do
Ativo
Lucro líquido X 100
Ativo total
Este índice reflete o Quanto a
insitituição está obtendo de
resultado em relação aos seus
investimentos totais.
LL / PL Rentabilidade do
Patrimônio
Líquido
Lucro líquido X 100
Patrimônio líquido
Quanto a instituição obtém de
lucro para cada R$100 de capital
próprio investido.
Fonte: Adaptação de Matarazzo (1997).
65
Levando em consideração que os índices desse grupo demonstram qual é a
rentabilidade dos capitais investidos, isto é, o grau de êxito econômico da empresa, deve ser
levada em conta a premissa de que quanto maior ele for, melhor.
2.2.6.3 Índices operacionais
Conforme Marshall (2002) são os seguintes os riscos operacionais relacionados às
instituições financeiras:
Risco de Mercado: são aquelas flutuações no lucro líquido ou no valor de carteira,
resultantes de mudanças de fatores específicos do mercado;
Risco de crédito: são as flutuações de valores de lucro líquido ou ativo líquido, resultantes
de um determinado tipo de evento externo, como a inadimplência;
Risco Estratégico: são aquelas mudanças ambientais de longo prazo que podem afetar o
modo como uma empresa adiciona valores aos seus interessados;
Riscos Operacionais: referem-se às perdas potenciais resultantes de sistemas inadequados,
má administração, controles defeituosos ou falha humana, a qual inclui o risco de
execução, correspondente a situações em que as operações não são executadas, resultando,
às vezes, em atrasos onerosos ou em penalidades.
Sendo assim, o gerenciamento dos riscos, baseando-se em indicadores para a tomada
de decisão, é útil para posicionar a organização quanto ao seu desempenho interno e em
relação aos concorrentes. E, ainda, pode se valer de indicadores para prevenir futuras falhas
de processos ou mesmo para verificar melhorias implementadas no passado.
Os indicadores são instrumentos utilizados para quantificar o desempenho de um
processo, serviço ou produto, assim como medir o desempenho da organização como um
todo. Além disso, os indicadores podem ser apenas instrumentos de medida ou podem estar
associados ao cumprimento de metas da organização. Indicadores operacionais estão
relacionados ao gerenciamento das tarefas rotineiras dentro de cada instituição (MARSHALL,
2002).
66
CAPÍTULO 3
METODOLOGIA
A metodologia refere-se aos procedimentos de operacionalização que foram utilizados
no desenvolvimento da pesquisa, visando à obtenção e ao tratamento dos dados relativos à
análise da situação econômico-financeira do sistema cooperativista de crédito rural no Estado
de Minas Gerais, no qüinqüênio 2001 – 2005.
3.1 Tipo de pesquisa
Para atingir o objetivo deste trabalho, a pesquisa desenvolvida seguiu o modelo
descritivo, com utilização de técnicas visando estabelecer relações entre as variáveis
existentes.
Como forma de expor a natureza das variáveis estudadas, Mattar (1997) afirma que a
diferença básica entre a pesquisa descritiva e a pesquisa casual está em seus objetivos.
Enquanto a primeira responderá a questões como quem?, o quê?, quanto?, quando? e onde?;
a segunda responderá a questões do tipo por quê?. Assim, a pesquisa descritiva busca expor o
fenômeno em estudo, enquanto a casual procura verificar relações entre variáveis que
expliquem esse fenômeno.
Triviños (1987) define que o foco principal desse tipo de estudo está no desejo de
conhecer uma determinada comunidade e suas características. O autor afirma ainda que estes
estudos exigem do pesquisador conhecimento do meio em que a pesquisa encontra-se
envolvida e uma precisa delimitação da metodologia a ser empregada. Portanto, a população e
a amostra a serem estudadas devem ser claramente delimitadas, assim como os objetos de
estudo, hipóteses e questões de pesquisa.
Para Vergara (1998), a pesquisa descritiva expõe características de determinado grupo
ou fenômeno, podendo ainda, estabelecer correlação entre variáveis e não tendo o
compromisso de explicar os fenômenos descritos.
67
3.2 Objeto de estudo
Partindo para a pesquisa objeto deste trabalho, constata-se que, de acordo com dados
obtidos junto à Sicoob Central Crediminas (2006), quanto a população, existiam 107
cooperativas de crédito rural em Minas Gerais em 2004, sendo que nem todas se encontravam
filiadas a esta Central. Das cooperativas filiadas à Central, os números disponíveis indicam
que elas eram 102 em 2001, 99 em 2002, 98 em 2003, 94 em 2004 e 95 em 2005
(CREDIMINAS, 2006).
No presente estudo foram utilizados os dados de 92 cooperativas vinculadas ao Sicoob
Central Crediminas, as quais apresentam demonstrações contábeis no período de 2001 a 2005.
Devido à grande extensão territorial do Estado de Minas Gerais, essas cooperativas
singulares foram divididas em Unidades Administrativas Regionais - UAR’s, formando
subsistemas administrativos. Neste contexto, 8,4% dessas cooperativas encontram-se na UAR
da região Nordeste de Minas Gerais, 12,6% na UAR da região Leste, 10,5% na UAR do
Centro-oeste, 17,9% na do Alto São Francisco, 7,4% na da região Sudeste, 12,6% na UAR da
região do Alto Paranaíba, 11,7% na do Triângulo Mineiro, 8,4% na UAR Centro-norte, e
10,5% na UAR da região Sul de Minas.
Como o presente estudo abrangerá as cooperativas ligadas ao Sicoob Central
Crediminas, a amostra utilizada nesse trabalho contemplou aproximadamente 85% das
cooperativas de crédito rural que se encontram distribuídas em todo o território do Estado de
Minas Gerais.
3.3 Técnicas de coleta de dados
A presente pesquisa foi desenvolvida em dois momentos. Num primeiro momento
foram confeccionados formulários, mediante a elaboração de planilha eletrônica no programa
Excel, com indicadores econômico-financeiros das cooperativas filiadas ao Sicoob Central
Crediminas. Em seguida, foi feita análise dos dados obtidos junto aos respectivos formulários.
68
Os indicadores econômico-financeiros utilizados neste estudo foram calculados com
base nas demonstrações contábeis relativo aos anos de 2001 a 2005, das cooperativas filiadas
ao Sicoob Central Crediminas.
3.4 Técnicas de análise de dados
A descrição feita no item 3.3 deste trabalho, referente aos métodos de coleta de dados
utilizados, sugere a combinação da análise documental com a análise de técnica contábil –
nesse último caso, dos resultados obtidos com a análise documental.
O tratamento dos dados é a fase que sucede à coleta, passando posteriormente à análise
e à interpretação. Segundo Gil (1996), “estes dois procedimentos, apesar de conceitualmente
distintos, aparecem sempre estreitamente relacionados”, razão esta que dificulta a definição
dos limites de onde termina um procedimento e começa o outro.
Os indicadores de estrutura de capital e endividamento, lucratividade e rentabilidade,
operacionais e de liquidez, estão descritos no quadro 10.
Quadro 10 - Continua
Demonstrativo dos indicadores utilizados na pesquisa
Indicadores de estrutura de capital e endividamento
Patrimônio Referência Compreende o capital dos associados somado ao resultado.
Capital de Giro
Próprio
Compreende o valor do PR que não foi imobilizado, é por isto está
aplicado no operacional (disponibilidade e operações de crédito).
Grau de
Endividamento
(Capital de Terceiros/PR) Compreende o quanto a cooperativa
captou junto a terceiros.
Participação Capital
Terceiros
Indica o percentual do ativo financiado por capital de terceiro,
tratando-se de um recurso mais oneroso, sendo priorizado na
remuneração em relação ao capital próprio.
Operacionalização do
Capital Próprio
Compreende a proporção das operações de créditos, que são
lastreadas pelo Capital de Giro Próprio.
Índice de Imobilização Compreende a proporção do PR que esta investida no Ativo
Permanente.
Fonte: Dados da pesquisa.
69
Quadro 10 - Continuação
Demonstrativo dos indicadores utilizados na pesquisa
Indicadores de lucratividade e rentabilidade
Rentabilidade do
Ativo
(Sobras ou Perdas/Total do Ativo)x100. Significa o quanto rendeu o
total dos direitos da cooperativa.
Rentabilidade do P.L. [(Sobras ou Perdas/(Capital Social + Reservas)]. Significa o quanto
rendeu o capital do associado.
Receita Anual Compreende o total de receitas auferidas nos exercícios.
Despesa Anual Compreende o total de despesas ocorridas nos exercícios.
Sobra/Perda – Anual Compreende o resultado liquido nos exercícios.
Margem Líquida Compreende a própria taxa média de remuneração do ativo.
Expressa a taxa média de juros cobrada nas aplicações de recursos.
Indicadores operacionais
Produtividade [(Depósitos + Operações de Crédito)/(Número de funcionários)].
Compreende a média que a cooperativa captou e emprestou por
cada funcionário.
Índice de Eficiência Compreende a proporção do resultado operacional (receita
financeira e de serviços menos despesa financeira) que são
comprometidas com as despesas administrativas (pessoal, materiais,
honorários, etc.). Implica em quanto do resultado operacional está
sendo gasto para pagar as despesas fixas (administrativas).
Risco Operacional [(Devedores/Op. de Crédito)x100] Compreende a proporção das op.
de crédito que esta comprometida com os 20 Maiores Devedores.
Spread Globlal [(Rendas da Centralização/Total do Ativo)-(Despesas com
captação/Total do Passivo)]x100. Compreende a diferença entre a
taxa média de remuneração do ativo (Margem Líquida) pelo custo
médio do total do passivo.
Provisão Crédito
Liquidação
Indica o valor que a cooperativa contabiliza a título de possíveis
prejuízos advindos das inadimplências nas operações de crédito.
Ineficiência
Operacional
Compreende a proporção do PR sacrificada pelas inadimplências
ocorridas nas Operações de Créditos.
Receitas de Serviços /
Despesas de pessoal
Compreende a proporção da despesa de pessoal que é paga com a
receita de prestação de serviço. O parâmetro deste índice é R$1,00.
Operações de Crédito Indica o total de recursos que foram destinados a Empréstimos /
Financiamentos.
Depósitos Totais Indica o total de captação junto aos associados.
Centraliz. Financeira Evolução dos recursos depositados junto à Central.
Indicares de liquidez
Liquidez Imediata Compreende a proporção do passivo exigível que a cooperativa
pode honrar com as suas disponibilidades (Caixa e bancos).
Liquidez Corrente Compreende a proporção dos direitos em relação às obrigações
totais (curto, médio e longo prazo) da cooperativa.
Encaixe Indica a variação percenutal, que esta ocorrendo no encaixe da
cooperativa, dividido pelo montante das captações.
Operações de Crédito
x PR
Representa a correlação percentual existente entre o montante de
empréstimos e financiamentos com o valor do Patrimônio de
Referência da cooperativa.
Fonte: Dados da pesquisa.
70
CAPÍTULO 4
ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 Análise da Unidade Administrativa Regional - UAR 1
4.1.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento
Nas cooperativas da UAR 1, nota-se que as mesmas obtiveram crescimento
considerável de seu Patrimônio de Referência, crescimento este que foi de 181,35% nos
exercícios de 2001 a 2005. Nesse grupo, de oito cooperativas, somente uma não obteve
crescimento do Patrimônio de Referência maior que 100%, sendo que o maior crescimento foi
de 280,23% e o menor de 81,13%. Esse crescimento significativo tem dois fatores como
origem: as sobras totais, que superaram oito milhões de reais e um amplo processo de
capitalização das cooperativas, principalmente nos exercícios de 2004 e 2005.
Em função do considerável crescimento descrito acima, todos os demais indicadores
de estrutura de capital e endividamento apresentaram evolução positiva. Em um primeiro
momento, poder-se-ia imaginar que a participação do capital de terceiros naturalmente
apresentasse queda, no entanto, nota-se que esse indicador também apresentou crescimento,
passando de 0,69 em dezembro de 2001 para 0,74 em dezembro de 2005.
Por outro lado, com relação a essas mesmas cooperativas, confirmou-se a redução
significativa do índice de imobilização, que passou de 27,50% em dezembro de 2001 para
17,91% em dezembro de 2005. Donde se verifica que não ocorreram investimentos elevados
de substituição ou aquisição de novos equipamentos, ou mesmo investimentos em
imobilizado fixo. Essas constatações estão ilustradas nos gráficos 1 e 2.
71
-
20.000. 000
40.000. 000
60.000. 000
80.000. 000
100.000. 000
120.000. 000
140.000. 000
CAPITAL DE TERCEIROS x ATIVO TOTAL
CAP IT AL DE T ERCEI ROS (P ASSIV O)
28. 308.918 44. 122.691 52.107. 951 75.891. 774 103. 926.767
TOTAL DO ATIV
O
41. 001.963 60. 209.195 72.786. 880 102. 495.576 139. 638.634
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 1 – Comparativo do Capital de Terceiros e Ativo Total das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 1, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
-
5.000. 000
10.000. 000
15.000. 000
20.000. 000
25.000. 000
30.000. 000
35.000. 000
40.000. 000
PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA X PERMANENTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO
12. 693.044 16. 086.505 20. 678.930 26. 603.801 35. 711.867
PERMANENTE
3. 491.160 4.578. 905 5. 387.113 5. 760.206 6. 396. 674
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 2 – Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 1, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.1.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade
Nos gráficos apresentados anteriormente buscou-se demonstrar um dos fatores que
propiciaram o crescimento do patrimônio de referência. Por meio da análise desta informação
é possível verificar o constante crescimento das sobras das cooperativas da UAR 1,
crescimento que alcançou o patamar de um milhão e setecentos mil reais em dezembro de
72
2001, passando para oito milhões e quarenta e três mil em dezembro de 2005. Somente uma
cooperativa apresentou perdas no período analisado, mais exatamente em 2003, vindo
posteriormente a apresentar sinais evidentes de recuperação, o que comprova que seus
problemas operacionais não persistiram.
A rentabilidade do patrimônio líquido, por conseqüência, apresentou-se em franca
ascensão, sendo de 15,72% em dezembro de 2001, passando para 27,32% em dezembro de
2005. Adicionalmente, apresenta-se a informação de que quatro cooperativas tiveram
crescimento inferior a 55,29%, que foi a variação verificada no IGP-M, uma debilidade que
pode ser atribuída à redução das taxas de juros e não como resultado de problemas
econômico-financeiros destas cooperativas.
Se algo pode ser melhorado na administração financeira desse grupo de cooperativas é
o volume de despesas. Sendo a administração de custos um dos itens mais abordados pelas
empresas no momento, entende-se que também as instituições financeiras devem seguir essa
tendência, buscando a redução das despesas, até um limite que não comprometa sua
operacionalização eficaz. As despesas totais da UAR 01 apresentaram crescimento de
155,22% de dezembro de 2001 a dezembro de 2005, estando muito além do crescimento do
IGP-M, que foi de 55,29% no mesmo período. Ainda que o próprio crescimento das captações
produza efeitos negativos nas despesas, há outros grupos dentro das despesas administrativas
que poderiam ser geridos com maior eficácia.
O gráfico 3 demonstra a evolução das sobras das cooperativas que compõem a UAR.
73
-
1.000. 000
2.000. 000
3.000. 000
4.000. 000
5.000. 000
6.000. 000
7.000. 000
8.000. 000
9.000. 000
SOBRAS/PERDAS
SOBRAS/ PERDAS EXERCÍCIO ATUAL
1. 786.102 2. 452.335 3.450. 742 4. 886. 873 8.043. 407
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 3 – Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a Unidade
Administrativa Regional 1, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.1.3 Indicadores Operacionais
De um modo geral, os indicadores operacionais apresentaram evolução positiva de
2001 a 2005. Importante destacar que o indicador de produtividade apresentou crescimento de
112,20% entre 2001 e 2005 para o conjunto das cooperativas. Individualmente, o menor
crescimento deste indicador foi de 53,50% e o maior crescimento representou 318,75% no
mesmo período.
Nota-se o equilíbrio na evolução dos números das cooperativas desta UAR, visto que
nos período de 2001 a 2005 os depósitos totais cresceram 258.64%, enquanto que as
operações de crédito evoluíram 244.43% no mesmo período.
No conjunto dessas cooperativas a centralização financeira esteve bastante otimizado,
visto que em 2005 representava 49,31% do total dos depósitos. Analisando individualmente,
verifica-se que o menor percentual de relação da centralização financeira em relação aos
depósitos totais foi de 41,05%, enquanto que a maior equivaleu a 62,39%, conforme se
percebe no gráfico 4.
74
-
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
60.000.000
70.000.000
80.000.000
DEPÓSITOS X CENTRALIZAÇÃO
DEPÓSI TO
20. 893.143 29. 195.073 36. 022.865 57. 224.760 74. 931.842
CENTRALIZA
Ç
ÃO FI NANCEI RA
9. 055.604 16. 706. 626 15. 925. 754 31. 122.403 36. 949.551
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 4 – Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização Financeiras das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 1, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.1.4 Indicadores de Liquidez
O crescimento positivo de todos os indicadores analisados anteriormente é confirmado
quando da análise dos indicadores de liquidez. Nota-se uma boa administração dos recursos a
curto prazo, não sendo evidenciada qualquer situação de possível desencaixe também no curto
prazo.
O indicador de liquidez corrente, no conjunto das cooperativas, passou de 1,33 para
1,28 de 2001 para 2005. Fato este que num primeiro momento poderia levar a uma análise
mais minuciosa. Porém, as constantes reduções nas taxas de juros verificadas no período de
2001 a 2005 e o maior interesse dos bancos em operar com crédito rural resultaram em maior
dificuldade na obtenção e manutenção de recursos. E finalmente verificou-se que o indicador
encontrado em 2005 está dentro dos parâmetros das demais cooperativas de crédito.
No gráfico 5 demonstra a não ocorrência de descasamento entre os ativos monetários
das cooperativas para com as captações junto a terceiros.
75
-
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
140.000.000
CAPITAL DE TERCEIROS x (ATIVO CIRC. + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO)
CAP IT AL DE T ERCE IROS ( PASSI VO)
28. 308.918 44. 122.691 52. 107. 951 75.891. 774 103. 926.767
A
T IV O CI RCULANT E + REAL. LONGO PRAZ
O
37. 510.802 55. 630.290 67. 399. 767 96.735. 369 133. 241.960
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 5 – Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo Circulante e de
Longo Prazo das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 1, no
período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.2 Análise da Unidade Administrativa Regional - UAR 2
4.2.1 Indicadores de Estrutura de capital e Endividamento
O indicador de participação de capital de terceiros da UAR 2 apresentou crescimento
constante nos cinco exercícios, demonstrando a capacidade de inserção das cooperativas no
mercado de atuação. O crescimento nesse período foi da ordem de 12,70%, variando de 0,70
em dezembro de 2001 para 0,79 em dezembro de 2005. Do grupo de 12 cooperativas, seis
apresentaram crescimento menor do que o apresentado pela UAR.
A eficiência demonstrada pelos números anteriormente mencionados, somada ao
incremento das captações, acabou por produzir redução na operacionalização do capital
próprio, que para a UAR 2 representou variação negativa de 32,71%, sendo 38,88% em
dezembro de 2001 e 26,16% em dezembro de 2005.
Outro ponto a considerar é o índice de imobilização, que permite visualizar qual
política é adotada pela administração da cooperativa, em relação à aplicação dos recursos dos
cooperados na aquisição de bens permanentes. Verifica-se que quatro cooperativas
apresentaram índices superiores a 40% em dezembro de 2005, estando próximas do limite de
76
50% estabelecido pelos dispositivos legais do BACEN. Nas instituições financeiras, de um
modo geral, esse índice é tratado como melhor sempre que se apresenta em menor percentual.
Os gráficos 6 e 7 evidenciam a relação existente entre capital de terceiros e ativo total
(participação de capital de terceiros) e a evolução do índice de imobilização da UAR nos
exercícios de 2001 a 2005.
-
20.000. 000
40.000. 000
60.000. 000
80.000. 000
100.000. 000
120.000. 000
140.000. 000
CAPITAL DE TERCEIROS x ATIVO TOTAL
CAPITAL DE T ERCEIROS (PASSIVO)
38. 727.934 56. 634.142 65.039. 421 86. 766.040 109. 808.541
TOTAL DO ATIV
O
55. 177.886 75. 037.967 85.496. 385 110. 408.682 138. 818. 989
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 6 – Comparativo do Capital de Terceiros e Ativo Total das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 2, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
-
5.000. 000
10.000. 000
15.000. 000
20.000. 000
25.000. 000
30.000. 000
PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA X PERMANENTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO
16. 449.951 18. 403.825 20. 456.964 23. 642.642 29. 010.448
PERMANENTE
4. 280.306 5. 183. 950 5. 409.673 6. 906.441 7. 902. 963
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 7 – Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 2, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
77
4.2.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade
A variação da margem líquida foi negativa, de 11,44%, para a UAR 2, havendo uma
redução de 26,93% para 23,85%, ou seja, se em dezembro de 2001 para cada Real de ativo se
obtinha 0,26 centavos de receitas operacionais; em dezembro de 2005 passou-se a obter
apenas 0,23 centavos. Essa redução pode ser considerada pequena ao destacarmos duas
variáveis: a conjuntura econômica nos últimos exercícios, proporcionando efetivas quedas nas
taxas de juros e o aumento no índice de imobilização por parte do sistema cooperativista, em
função da aquisição de equipamentos de informática mais modernos.
Se por um lado a rentabilidade do ativo da UAR 2 sofreu redução, esse fato
efetivamente pode ser atribuído ao crescimento do ativo, já que as sobras apresentaram
significativa evolução, na ordem de 91,49% no período de dezembro de 2001 a dezembro de
2005.
O crescimento das sobras resultou em maior rentabilidade do patrimônio líquido para a
UAR 2, que foi de 15,61% em dezembro de 2001, passando para 16,91% em dezembro de
2005. Sendo que em dezembro de 2005 a maior rentabilidade do patrimônio líquido foi de
28,40% e a menor de 3,34%.
No gráfico 8, ficam evidenciadas as perdas ocorridas em uma cooperativa no exercício
de 2003, que afetou o resultado global da UAR 2.
78
(2. 000.000)
(1. 000.000)
-
1.000. 000
2.000. 000
3.000. 000
4.000. 000
5.000. 000
SOBRAS/PERDAS
SOBRAS/ PERDAS EXERCÍCIO ATUAL
2. 299.942 1. 643.340 (1.225. 414) 1. 339. 333 4. 404.067
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 8 – Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a Unidade
Administrativa Regional 2, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.2.3 Indicadores Operacionais
Um importante indicador a ser analisado é o risco operacional, que se refere à
participação dos vinte maiores devedores em relação à carteira total. Tal análise mostra que
apenas uma cooperativa apresenta o índice superior a 50%, que é o limite estabelecido pelo
BACEN. Em dezembro de 2005 o menor indicador apresentado foi de 11,18% e o maior de
51%, sendo que para a UAR 2 o indicador apresentado foi de 21,44%.
Ainda como um indicador operacional significativo, a menor incidência de tarifas de
serviços para os associados é um diferencial das cooperativas em relação ao sistema bancário
tradicional. No entanto, as reduções constantes de taxas de juros impostas pelo novo cenário
econômico, nos últimos anos, vêm obrigando as cooperativas a repensarem este critério. Por
isso, o indicador de receitas de serviços em relação às despesas de pessoal já alcança
percentual considerável. Nos últimos cinco exercícios, de 2001 a 2005, a média aritmética
para a UAR 2 pontuou 74,77%, sendo que em dezembro de 2005 a menor relação foi de
45,85% e a maior foi de 104%.
Uma das maneiras de avaliar outro fator operacional, qual seja, a capacidade de
pagamento de uma cooperativa, é verificar a eficiência na gestão dos recursos de terceiros.
Para tanto, foram analisados os recursos destinados à centralização financeira em relação aos
79
depósitos totais. A partir desta relação pode-se também visualizar o quanto a cooperativa
apresenta-se alavancada. A análise deste indicador para a UAR 2 mostrou que em dezembro
de 2001 foram pontuados 57,31%, reduzindo para 48,02% em dezembro de 2005. A redução
verificada mostra uma maior alavancagem nos períodos analisados, o que não a retira dos
patamares aceitáveis e também não demonstra maiores problemas econômico-financeiros.
Apenas três cooperativas apresentaram, em algum momento, relação inferior a 30%, sendo
que em 2004 uma única cooperativa apresentou centralização nula.
No gráfico 9 está demonstrada a relação existente entre os recursos disponíveis na
centralização e os depósitos totais da UAR 2.
-
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
60.000.000
70.000.000
80.000.000
90.000.000
DEPÓSITOS X CENTRALIZAÇÃO
DEPÓSI TO
28. 373.188 40. 185.677 45. 929.532 65. 139.311 83. 962.776
CENTRALIZA
Ç
ÃO FI NANCEI RA
16. 261.002 26. 135.492 30. 254.321 37. 025.792 40. 320.058
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 9 – Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização Financeiras das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 2, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.2.4 Indicadores de Liquidez
O índice de liquidez imediata da UAR 2 apresentou pequena variação, com a redução
de 0,06% nos cinco exercícios analisados. Individualizados por cooperativa, o maior índice
em dezembro de 2005 foi de 1,02 e o menor de 0,10.
A média aritmética do índice de liquidez corrente para a UAR 2, nos exercícios de
2001 a 2005, ficou em 1,23. Sendo que apenas uma cooperativa apresentou índice inferior a
1,00 (hum) nos exercícios analisados.
80
Outro indicador pode ser percebido pelo volume de recursos que permanece na
tesouraria da cooperativa, denominado encaixe, serve para o atendimento dos cooperados, por
isso é importante que a sua administração seja eficiente e equilibrada. Dessa forma, o encaixe
não pode ser baixo, para não comprometer a agilidade nos compromissos com os cooperados
e não deve ser elevado, sob pena de gerar ociosidade de recursos. De um modo geral, este
indicador apresenta-se bem administrado na UAR 2, já que em dezembro de 2005 foi de
4,42% e, nesse mesmo período, variou de 1,64% a 8,22% nas cooperativas.
O gráfico 10 apresenta a evolução dos recursos captados e aplicados nos exercícios de
2001 a 2005.
-
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
140.000.000
CAPITAL DE TERCEIROS x (ATIVO CIRC. + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO)
CAP IT AL DE T ERCE IROS ( PASSI VO)
38. 727.934 56. 634.142 65. 039. 421 86.766. 040 109. 808.541
A
T IV O CI RCULANT E + REAL. LONGO PRAZ
O
50. 897.580 69. 854.017 80. 086. 712 103. 502.241 130. 916.026
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 10 – Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo Circulante e de
Longo Prazo das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 2, no
período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.3 Análise da Unidade Administrativa Regional - UAR 3
4.3.1 Indicadores de Estrutura de capital e Endividamento
O grau de endividamento, que no período de 2001 a 2005 variou 35,10%, informa a
relação entre o valor do patrimônio de referências das cooperativas e suas obrigações. É
importante que se avalie esse indicador, pois quanto maior a capitalização das cooperativas,
81
melhor a situação financeira das mesmas. Verifica-se que o patrimônio das cooperativas no
período exemplificado evoluiu 91,34%, enquanto que o total do capital de terceiros (passivo),
no mesmo período, evoluiu 158,5%. Tal evolução é reflexo basicamente dos depósitos que, no
período, foi de 153,70%.
O indicador de participação de capital de terceiros da UAR apresentou crescimento da
ordem de 5,50%, variando de 0,80 em dezembro de 2001 para 0,84 em dezembro de 2005.
Nesse contexto, do grupo de 10 cooperativas, cinco apresentaram crescimento superior do
apurado pela UAR.
Outro importante indicador, o percentual de imobilização, deve ser analisado em
função do tamanho das cooperativas, levando-se em conta que as cooperativas maiores, com
patrimônio maior, têm maior condição de possuir ativo permanente maior. Este índice, no
período de 2001 a 2005, reduziu-se em 21,93%, muito em função da considerável elevação no
patrimônio das cooperativas, enquanto que a variação do imobilizado foi de 49,37%. Tais
indicadores analisados estão representados, respectivamente, nos gráficos 11 e 12.
-
20.000. 000
40.000. 000
60.000. 000
80.000. 000
100.000. 000
120.000. 000
140.000. 000
CAPITAL DE TERCEIROS x ATIVO TOTAL
CAPITAL DE T ERCEIROS (PASSIVO)
44. 747.541 52. 330.130 72.902. 676 92. 378.379 115. 673.359
TOTAL DO ATIV
O
55. 986.152 64. 594.519 87.549. 620 109. 500.323 137. 177. 443
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 11 – Comparativo do Capital de Terceiros e Ativo Total das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 3, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
82
-
5.000. 000
10.000. 000
15.000. 000
20.000. 000
25.000. 000
PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA X PERMANENTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO
11. 238.612 12. 264.390 14. 646.943 17. 121.943 21. 504.084
PERMANENTE
4. 068.945 4. 678. 921 4. 933.823 5. 615.863 6. 077. 996
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 12 – Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 3, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.3.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade
A rentabilidade do Ativo da UAR evoluiu 32,87%, apesar do crescimento das sobras
das cooperativas no período, que foi da ordem de 225,56% entre dezembro de 2001 e
dezembro de 2005. Este mesmo crescimento também se verificou no total dos Ativos, que
alcançaram 145,02%.
O crescimento das sobras resultou em maior rentabilidade do patrimônio líquido para a
UAR, que foi de 83,72%, sendo que em dezembro de 2001 era de 14,68% e em dezembro de
2005 era de 26,96%.
Todos estes índices ora mencionados, que compreendem os Indicadores de
Lucratividade e Rentabilidade, sofreram evoluções percentuais positivas, com exceção apenas
da Margem Líquida, que em dezembro de 2001 apresentava um percentual de 25,75%, ao
passo que em dezembro de 2005 foi de 22,50%, representando um decréscimo próximo de
12,61%.
No gráfico 13 fica evidenciada a evolução dos resultados das cooperativas,
principalmente no exercício de 2005.
83
-
500.000
1.000. 000
1.500. 000
2.000. 000
2.500. 000
3.000. 000
3.500. 000
4.000. 000
4.500. 000
5.000. 000
SOBRAS/PERDAS
SOBRAS/ PERDAS EXERCÍCIO ATUAL
1. 482.535 1. 563.960 2.058. 266 2. 545. 298 4. 826. 515
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 13 – Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a Unidade
Administrativa Regional 3, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.3.3 Indicadores Operacionais
Entre os indicadores operacionais, o índice de eficiência procura medir a relação entre
o volume de despesas administrativas e o resultado operacional. A análise deste indicador
para a UAR mostra estabilidade, sem ocorrência de variação relevante no período de
dezembro de 2001 a dezembro de 2005.
O volume de despesa é um fator importante em todo segmento, razão porque deve ser
verificado constantemente, devendo ser compatível com as receitas, como forma de evitar
problemas financeiros. O indicador de despesas de pessoal comparado às receitas de serviços,
apresenta evolução de 15,21% no comparativo de dezembro de 2001 a dezembro de 2005,
demonstrando assim a maior participação das receitas de serviços nas cooperativas desta
UAR.
O crescimento das aplicações em operações de crédito e das captações totais permite
verificar como está o comportamento financeiro das cooperativas entre os exercícios. No
período em análise, verifica-se o crescimento no volume de operações com associados, da
ordem de 91,61%, e no volume de captação, da ordem de 153,70%. O crescimento
demonstrado nas captações reflete, na evolução do spread global, o patamar de 85,28% para o
mesmo período sob análise.
84
O gráfico 14 demonstra o crescimento dos depósitos captados e dos recursos
transferidos para a Centralização Financeira.
-
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
60.000.000
70.000.000
80.000.000
90.000.000
100.000.000
DEPÓSITOS X CENTRALIZAÇÃO
DEPÓSI TO
37. 054.939 40. 186.365 56. 994.168 77. 908.868 94. 009.356
CENTRALIZA
Ç
ÃO FI NANCEI RA
17. 140.050 21. 784.067 33. 999.867 47. 937.633 61. 871.674
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 14 – Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização Financeiras das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 3, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.3.4 Indicadores de Liquidez
Os indicadores de liquidez, de modo geral, são calculados com base em contas
contábeis que retratam informações de curto prazo. No entanto, nos balanços das cooperativas
de crédito analisadas, não foram feitas estas distinções entre curto e longo prazo. Desta forma,
avaliou-se a relação entre direitos e obrigações, tanto no curto como no longo prazo.
O índice de liquidez imediata da UAR apresentou variação positiva da ordem de
38,08% nos cinco exercícios analisados. Já a média aritmética do índice de liquidez corrente
para a UAR, nos exercícios de 2001 a 2005, apresentou variação negativa de 2,32%.
O gráfico 15 apresenta a evolução da liquidez corrente nos exercícios de 2001 a 2005.
85
-
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
140.000.000
CAPITAL DE TERCEIROS x (ATIVO CIRC. + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO)
CAP IT AL DE T ERCE IROS ( PASSI VO)
44. 747.541 52. 330.130 72. 902. 676 92.378. 379 115. 673.359
A
T IV O CI RCULANT E + REAL. LONGO PRAZ
O
51. 917.207 59. 915.599 82. 615. 797 103. 884.460 131. 099.447
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 15 – Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo Circulante e de
Longo Prazo das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 3, no
período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.4 Análise da Unidade Administrativa Regional - UAR 4
4.4.1 Indicadores de estrutura de capital e endividamento
O indicador de capital de giro demonstra o quanto de recursos próprios a cooperativa
detém, descontados os valores em permanente, em função da baixa liquidez destes ativos. As
cooperativas que compõem esta UAR tiveram crescimento expressivo no período de 2001 a
2005, igual a 124,31%, variação que está bastante próxima da verificada no patrimônio, de
121,93%. Isto demonstra que as cooperativas desta UAR pouco aplicaram em imobilização,
índice este que, no mesmo período, reduziu na proporção de 4,02%.
É importante salientar que uma das maneiras de aumentar o patrimônio líquido das
cooperativas é por meio da integralização do capital pelos associados, ou mediante
integralização das sobras ao capital social dos cooperados.
Verifica-se, ainda, que o grau de endividamento, com variação de 38,82%, pode ser
explicado pela considerável elevação dos depósitos (captação) pelas cooperativas, que no
período cresceram em 198,52%, superando o crescimento verificado no patrimônio líquido
destas cooperativas.
86
Nos gráficos 16 e 17 está demonstrada a evolução constante dos recursos captados e
do patrimônio de referência das cooperativas que compõem esta UAR.
-
50.000.000
100.000.000
150.000.000
200.000.000
250.000.000
CAPITAL DE TERCEIROS x ATIVO TOTAL
CAPITAL DE TERCEIROS (PASSI VO)
58. 757.810 89. 157.986 112. 614.492 147. 095.973 181.024. 888
TOTAL DO ATIVO
85. 103.908 120. 587.588 151.328. 700 193.989. 325 239.494. 443
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 16 – Comparativo do Capital de Terceiros e Ativo Total das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 4, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
-
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
60.000.000
PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA X PERMANENTE
PAT RIMÔNI O LÍ QUI DO AJUST ADO
26.346. 098 31. 430. 082 38. 714.208 46. 893. 352 58. 469. 555
PERMANENT E
5. 549.717 7. 600.716 8. 331.252 9. 453. 760 11.821. 573
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 17 – Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 4, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
87
4.4.2 Indicadores de lucratividade e rentabilidade
A rentabilidade do ativo do grupo de cooperativas desta UAR variou 23,39%, sendo
que em dezembro de 2001 era de 3,98% (contra 4,91% em dezembro de 2005). Já a
rentabilidade do patrimônio líquido variou 69,30%. Os indicadores de rentabilidade
demonstram o quanto o êxito das cooperativas depende da relação entre o total do ativo e o
patrimônio líquido.
Daí pode-se constatar que a soma de dois fatores - quais sejam, a possibilidade de
movimentação de algumas cooperativas desta UAR com cooperados de outros segmentos
econômicos, juntamente com questões financeiras relacionadas aos produtores rurais
associados, resultaram em aumento nos volumes de operações de créditos. O que refletiu
diretamente nos resultados, que em cinco anos cresceram 247,24%, variando de R$3.385 mil
em dezembro de 2001 para R$11.755 mil em dezembro de 2005, conforme demonstrado no
gráfico 18.
-
2.000.000
4.000.000
6.000.000
8.000.000
10.000.000
12.000.000
SOBRAS/PERDAS
SOBRAS/ PERDAS EXE RCÍCI O AT UAL
3. 385. 401 5. 334. 948 7.697. 365 8. 520. 978 11. 755. 411
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 18 – Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a Unidade
Administrativa Regional 4, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.4.3 Indicadores operacionais
Dois pontos importantes a serem destacados neste grupamento tratam das evoluções
verificadas nos volumes de operações de crédito e dos depósitos totais (captação). Esses
88
índices cresceram 179,89% e 198,52%, respectivamente. Sendo, ainda, que em 2005 as
cooperativas desta UAR deixaram depositados, junto à centralização financeira, 50,46% dos
recursos captados dos associados, como meio de mitigação dos riscos inerentes e como
precaução, no caso de necessidade de desembolso em curto espaço de tempo. Verifica-se,
então, que o aumento nas operações de crédito encontra respaldado na elevação do patrimônio
líquido das cooperativas.
O indicador de produtividade é outro indicador a ser destacado, uma vez que se trata
da relação entre o número de funcionários e o volume de operações de crédito e captações. No
período que vai de 2001 a 2005 verificou-se elevação da ordem de 90,45%, saindo de R$439
mil no primeiro ano para R$836 mil no último.
As provisões de crédito de liquidação duvidosa tiveram comportamento estável no
mesmo período. Apesar de o crescimento ter sido de 21,07%, variação esta bastante inferior
se comparada ao crescimento das operações de crédito, ficou demonstrado que o risco de
crédito, ou seja, a expectativa de retorno dos recursos emprestados em um determinado
espaço de tempo, encontrava-se bem administrado pelas CREDI’s que compõem esta UAR.
Depois dessas constatações, resta evidenciar que os indicadores que apresentam
relação com as despesas das cooperativas devem sempre ser avaliados pelo corpo dirigente
destas organizações, visto que a elevação excessiva nos mesmos possivelmente resultará em
dificuldades financeiras para as cooperativas.
O gráfico 19 demonstra a evolução do conjunto de depósitos captados e recursos
transferidos para a Centralização Financeira.
89
-
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
140.000.000
DEPÓSITOS X CENTRALIZAÇÃO
DEPÓSITO
41. 092.367 54. 836. 141 71. 109. 834 101. 533. 434 122. 668. 194
CENTRALIZA
Ç
ÃO FINANCEI R
A
20. 110.031 33. 875. 563 43. 793. 842 62. 320. 581 61. 892.317
dez/01 dez/ 02 dez/03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 19 – Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização Financeiras das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 4, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.4.4 Indicadores de liquidez
A liquidez corrente das cooperativas desta UAR, apesar da involução verificada
(7,11%) no período sob análise, encontra-se em patamar superior a 1,00, caracterizando
estado de solvência. Isto posto, atente-se que o risco de liquidez de uma instituição financeira
decorre da incapacidade de redução em seu passivo ou incremento de seus ativos, visando o
cumprimento de todos os seus compromissos contratuais. O indicador de liquidez imediato,
nesse caso, apresentou crescimento inexpressivo no período analisado.
Cabe ressaltar que quanto maior os indicadores de liquidez, menores as chances de a
cooperativa tornar-se insolvente. No gráfico 20 está demonstrada a relação de recursos
captados e ativos aplicados em curto e longo prazo.
90
-
50.000.000
100.000.000
150.000.000
200.000.000
250.000.000
CAPITAL DE TERCEIROS x (ATIVO CIRC. + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO)
CAPITAL DE TERCEIROS (PASSIVO)
58. 757.810 89.157. 986 112. 614.492 147.095. 973 181.024. 888
AT I VO CIRCULANT E + REAL. LONGO PRAZO
79. 554.191 112.986. 872 142. 997. 448 184. 535.565 227. 672.870
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 20 – Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo Circulante e de
Longo Prazo das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 4, no
período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.5 Análise da Unidade Administrativa Regional - UAR 5
4.5.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento
Analisando o conjunto das cooperativas desta UAR, verifica-se o crescimento de
99,22% no Patrimônio de Referência, no período de 2001 a 2005, sendo que três cooperativas,
de um total de sete, apresentaram crescimento inferior a este percentual. O menor crescimento
foi de 51,04% e o maior foi equivalente a 241,83%, no período de 2001 a 2005. Ressalte-se
que o crescimento significativo apontado, 241,83%, tem relação direta com o fato de esta
cooperativa ter sido incorporadora por outra cooperativa no exercício de 2004.
Outro indicador que apresentou evolução significativa foi o capital de giro próprio,
passando de treze milhões de reais em 2001 para vinte e sete milhões de reais em 2005,
representando crescimento de 99,93%. Para este indicador, o menor crescimento foi de
10,94% e o maior foi equivalente a 228,83%. A cooperativa que apresentou crescimento de
apenas 10,94% possui números pequenos e atua em região com baixa circulação de recursos
financeiros.
91
A seguir estão representados os gráficos 21 e 22, demonstrando a evolução
patrimonial das cooperadas da UAR 05.
-
20.000. 000
40.000. 000
60.000. 000
80.000. 000
100.000. 000
120.000. 000
140.000. 000
CAPITAL DE TERCEIROS x ATIVO TOTAL
CAPITAL DE T ERCEIROS (PASSIVO)
32. 120.484 70. 107.520 89.538. 328 95. 835.869 102. 982.912
TOTAL DO ATIV
O
48. 469.148 85. 596.633 106. 472.790 120. 149. 598 135.552. 072
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 21 – Comparativo do Capital de Terceiros e Ativo Total das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 5, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
-
5.000. 000
10.000. 000
15.000. 000
20.000. 000
25.000. 000
30.000. 000
35.000. 000
PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA X PERMANENTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO
16. 348.664 15. 489.112 16. 934.462 24. 313.728 32. 569.160
PERMANENTE
2. 507.760 3. 307. 859 3. 634.276 3. 997.217 4. 896. 494
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 22 – Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 5, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.5.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade
Os indicadores de lucratividade e rentabilidade apresentaram crescimento significativo
para o conjunto das cooperativas sob análise.
92
Uma característica fundamental para o crescimento significativo verificado nas sobras
dos exercícios é o fato de que nos exercícios de 2001 e de 2004, uma das cooperativas
apresentou perdas elevadas e puxou para baixo todos os indicadores. Após a incorporação
desta cooperativa houve uma melhora significativa nos números do conjunto das outras
cooperativas, visto que foi paralisada a seqüência de perdas que até então vinha ocorrendo.
A evolução das receitas pontuou 81,07% no período de 2001 a 2005, enquanto que as
despesas cresceram apenas 34,56% no mesmo período, para o conjunto das cooperativas.
Apenas uma cooperativa apresentou crescimento de despesas superior ao crescimento das
receitas, porém esta cooperativa apresentou sobras significativas no exercício de 2005. O
gráfico 23 demonstra o comportamento instável dos resultados da UAR no período sob
análise.
(2. 000.000)
(1. 000.000)
-
1.000. 000
2.000. 000
3.000. 000
4.000. 000
5.000. 000
6.000. 000
7.000. 000
8.000. 000
9.000. 000
SOBRAS/PERDAS
SOBRAS/ PERDAS EXERCÍCIO ATUAL
(1. 656.881) 2. 011.281 863. 888 (1. 374.902) 8. 107. 871
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 23 – Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a Unidade
Administrativa Regional 5, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.5.3 Indicadores Operacionais
No conjunto das cooperativas em questão, o indicador de produtividade apresentou
crescimento superior a 100%. No entanto, somente uma das sete cooperativas, separadamente,
apresentou crescimento semelhante.
93
A relação de rendas de serviços com as despesas de pessoal apresentou variação
positiva, passando de 51,08% em 2001 para 81,12% em 2005. O que leva à constatação de
que houve incremento no volume de rendas de serviços, já que as despesas de pessoal não
apresentaram evolução anormal.
Uma maior alavancagem foi notada neste conjunto de cooperativas, visto que
enquanto seus depósitos totais cresceram 136,95%, as operações de crédito evoluíram
173,67% no período de 2001 a 2005. O gráfico 24 demonstra a evolução dos depósitos nesse
período.
-
5.000.000
10.000.000
15.000.000
20.000.000
25.000.000
30.000.000
35.000.000
40.000.000
45.000.000
50.000.000
DEPÓSITOS X CENTRALIZAÇÃO
DEPÓSI TO
19. 970.129 29. 874.006 39. 642.502 44. 333.818 47. 319.749
CENTRALIZA
Ç
ÃO FI NANCEI RA
6. 842.792 19. 817. 673 28. 889. 618 25. 178.092 25. 039.500
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 24 – Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização Financeiras das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 5, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.5.4 Indicadores de Liquidez
O indicador de liquidez corrente apresentou redução de 11,34% no período de 2001 a
2005. No entanto, esse não foi um dado tão relevante, visto que ocorreu uma adequação à
média de todo o Sistema de Cooperativismo de Crédito.
O indicador de encaixe apresentou redução de 60,08%, que na verdade foi positivo,
pois representou adequação dos recursos mantidos em disponibilidade, já que estava elevado
em 2001 e poderia representar ociosidade de recursos.
94
O gráfico 25 apresenta a evolução dos recursos captados e aplicados nos exercícios de
2001 a 2005.
-
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
140.000.000
CAPITAL DE TERCEIROS x (ATIVO CIRC. + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO)
CAP IT AL DE T ERCE IROS ( PASSI VO)
32. 120.484 70. 107.520 89. 538. 328 95.835. 869 102. 982.912
A
T IV O CI RCULANT E + REAL. LONGO PRAZ
O
45. 961.388 82. 288.774 102. 838. 514 116. 152.381 130. 655.577
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 25 – Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo Circulante e de
Longo Prazo das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 5, no
período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.6 Análise da Unidade Administrativa Regional - UAR 6
4.6.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento
Verifica-se crescimento elevado do Patrimônio de Referência das cooperativas da
UAR 06, da ordem de 174,05%, para os exercícios de 2001 a 2005, sendo que a cooperativa
com maior crescimento no Patrimônio de Referência apresentou 462,81% e a menor
apresentou 109,63%. O crescimento observado no Patrimônio de Referência, depósitos de
associados e endividamento das cooperativas, juntamente com a redução dos depósitos junto à
centralização financeira, refletem diretamente no aumento das operações de crédito, fato a ser
destacado, uma vez que trata do compromisso destas cooperativas junto ao Governo Federal,
visando o aumento do crédito disponibilizado aos pequenos tomadores, que representam a
grande maioria dos associados das cooperativas.
95
O crescimento vertiginoso do Patrimônio de Referência das cooperativas e a variação
no grupo de imobilizado demonstraram resultados positivos, porém em percentual inferior ao
verificado no Patrimônio de Referência. Esse crescimento resultou em uma variação negativa
de 26,16%, observada no índice de imobilização e, ainda, na elevação do financiamento das
operações de crédito com capital próprio, em percentual que variou 7,92%, conforme ilustram
os gráficos 26 e 27.
-
20.000. 000
40.000. 000
60.000. 000
80.000. 000
100.000. 000
120.000. 000
140.000. 000
160.000. 000
180.000. 000
CAPITAL DE TERCEIROS x ATIVO TOTAL
CAPITAL DE T ERCEIROS (PASSIVO)
34. 687.607 60. 028.314 76.815. 987 93. 377.194 124. 478.958
TOTAL DO ATIV
O
50. 310.888 79. 041.455 102. 210.772 125. 975. 805 167.294. 916
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 26 – Comparativo do Capital de Terceiros e Ativo Total das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 6, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
-
5.000. 000
10.000. 000
15.000. 000
20.000. 000
25.000. 000
30.000. 000
35.000. 000
40.000. 000
45.000. 000
PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA X PERMANENTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO
15. 623.281 19. 013.241 25. 394.785 32. 598.611 42. 815.958
PERMANENTE
3. 568.655 4. 474. 395 4. 759.334 6. 379.530 7. 221. 238
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 27 – Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 6, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
96
4.6.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade
No exercício de 2005 as cooperativas que compõem a UAR 6 apresentaram sobras da
ordem de R$9.739 mil, enquanto que no exercício de 2001 elas foram de R$2.695 mil, o que
indica que houve um crescimento bastante expressivo.
Os índices de rentabilidades do ativo e do patrimônio líquido no exercício de 2005
atingiram os percentuais de 5,85% e 27,29%, respectivamente, o que foi resultado do aumento
das operações de crédito, que entre os exercícios de 2004 e 2005 variaram 55,39%.
A margem líquida das cooperativas que compõem esta UAR reduziu-se 12,78%,
reflexo das seguintes variações verificadas: aumento de 190,02% nas receitas operacionais e
aumento do total do grupo de ativo de 232,52%. Variação esta refletida principalmente no
aumento das operações de crédito, da ordem de 295,63% no período de 2001 a 2005. O
gráfico 28 demonstra o crescimento dos resultados das cooperativas desta UAR no período
sob análise.
-
1.000. 000
2.000. 000
3.000. 000
4.000. 000
5.000. 000
6.000. 000
7.000. 000
8.000. 000
9.000. 000
10.000. 000
SOBRAS/PERDAS
SOBRAS/ PERDAS EXERCÍCIO ATUAL
2. 694.675 2. 855.860 5.755. 324 6. 752. 053 9. 739. 370
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 28 – Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a Unidade
Administrativa Regional 6, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
97
4.6.3 Indicadores Operacionais
Em 2005 as cooperativas integrantes da UAR 6 alcançaram o montante de R$74.704
mil em depósitos totais. Este valor representa um crescimento de 210,10% em relação ao
exercício de 2001, um aumento que reflete a confiança dos associados junto às cooperativas
desta UAR.
Verifica-se nesta UAR uma variação negativa de 21,80% do índice de risco
operacional, demonstrando uma maior diversificação das operações de crédito entre os
cooperados, permitindo avaliar a eficiência administrativa destas cooperativas.
No que diz respeito ao spread global, verificou-se uma involução no mesmo período,
da ordem de 66,02%, partindo de 0,72% em dezembro de 2001 para 0,25% em dezembro de
2005. Este fato chama a atenção, demonstrando clara necessidade de haver maior eqüidade na
relação de intermediação financeira, ou seja, que os valores captados sejam remunerados em
proporção inferior àquelas taxas praticadas na centralização financeira.
O Índice de Eficiência demonstra que o mesmo deve ser melhor trabalhado, uma vez
que, no período mencionado, apresentou uma involução da ordem de 16,19%. Pode-se dizer
que as despesas administrativas, que compreendem os custos fixos, careceram de adequações.
O indicador de ineficiência operacional, que no período sob análise apresentou
evolução de 4,96%, foi fortemente impactado por uma das cooperativas desta UAR, que
variou 255,96%, sendo que o índice em dezembro de 2001 era de 5,47% e, já em dezembro de
2005, era igual a 19,48%, refletindo uma maior dificuldade de retorno dos empréstimos
concedidos a associados.
A redução de 20,84% na centralização financeira é resultado do aumento dos recursos
aplicados nas operações de crédito, que no período trabalhado cresceram 295,63%. O gráfico
29 demonstra involução nos recursos depositados na Centralização Financeira.
98
-
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
60.000.000
70.000.000
80.000.000
DEPÓSITOS X CENTRALIZAÇÃO
DEPÓSI TO
24. 090.763 38. 555.950 49. 611.360 63. 317.851 74. 704.318
CENTRALIZA
Ç
ÃO FI NANCEI RA
15. 976.222 31. 398.392 34. 892.789 39. 748.181 39. 218.534
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 29 – Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização Financeiras das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 6, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.6.4 Indicadores de Liquidez
O índice de liquidez imediata da UAR apresentou variação negativa de 31,50% nos
cinco exercícios analisados, sendo que em dezembro de 2001 era de 0,48 e em dezembro de
2005 passou a 0,33, refletindo principalmente a redução dos recursos disponibilizados junto à
centralização financeira, com a transferência de recursos para as operações de crédito, com o
objetivo de obtenção de maior rentabilidade.
A liquidez corrente demonstrou, no período analisado nessa dissertação, uma pequena
redução percentual (de 4,57%), sendo que em dezembro de 2001 apresentava um índice de
1,35, que em dezembro de 2005 passou a ser de 1,29.
No gráfico 30 verifica-se o crescimento contínuo da captação junto a terceiros e dos
ativos de curto e longo prazo das cooperativas desta UAR.
99
-
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
140.000.000
160.000.000
180.000.000
CAPITAL DE TERCEIROS x (ATIVO CIRC. + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO)
CAP IT AL DE T ERCE IROS ( PASSI VO)
34. 687.607 60. 028.314 76. 815. 987 93.377. 194 124. 478.958
A
T IV O CI RCULANT E + REAL. LONGO PRAZ
O
46. 742.232 74. 567.060 97. 451. 439 119. 596.275 160. 073.678
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 30 – Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo Circulante e de
Longo Prazo das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 6, no
período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.7 Análise da Unidade Administrativa Regional - UAR 7
4.7.1 Indicadores de estrutura de capital e endividamento
No período avaliado, de 2001 a 2005, verificou-se que os índices de participação de
capital de terceiros e o grau de endividamento apresentaram variação negativa da ordem de
4,6% e 16,4%, respectivamente, o que pode ser explicado pela expressiva evolução do
patrimônio de referências das Cooperativas que compõem esta UAR. Esse índice variou
positivamente em 213,0%, com destaque para uma das Cooperativas, que apresentou elevação
do patrimônio de referência no período, da ordem de 479,4%.
Observou-se, ainda, que os indicadores de operacionalização do capital próprio, que
respondem pela proporção das operações de crédito lastreadas pelo capital de giro próprio, e o
índice de imobilização, apresentaram variações de 18,5% e 27,7%, respectivamente. Isso pode
ser explicado pelos resultados positivos apresentados pelo conjunto de Cooperativas desta
UAR. Das dez Cooperativas que a compõem, apenas três apresentaram aumento no índice de
imobilização, o que demonstra a adequação às normas estipuladas pelo BACEN quanto ao
limite deste indicador.
100
Os gráficos 31 e 32 demonstram a evolução patrimonial da Unidade, índice que afetou
positivamente os indicadores da UAR, bem como a maior parte das Cooperativas integrantes,
individualmente.
-
20.000.000,00
40.000.000,00
60.000.000,00
80.000.000,00
100.000. 000,00
120.000. 000,00
140.000. 000,00
CAPITAL DE TERCEIROS x ATIVO TOTAL
CAPITAL DE T ERCEIROS (PASSIVO)
34. 757.348, 87 43. 162.402, 46 61.559. 905,56 74. 484. 823,21 90. 897.703, 93
TOTAL DO ATIV
O
45. 981.213, 33 58. 686.360, 55 82.724. 249,82 102.993. 912,77 126. 054.904, 86
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 31 – Comparativo do Capital de Terceiros e Ativo Total das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 7, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
0,00
5000000,00
10000000,00
15000000,00
20000000,00
25000000,00
30000000,00
35000000,00
40000000,00
PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA X PERMANENTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO
11223864, 46 15. 523.958 21. 164.344 28. 230.725 35. 126.759
PERMANENTE
3. 109.466 4. 066. 228 5. 175.428 6. 262.242 7. 038. 101
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 32 – Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 7, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
101
4.7.2 Indicadores de lucratividade e rentabilidade
As variações apresentadas nos indicadores de rentabilidade do ativo e do patrimônio
líquido foram de 934% e 1.035%, respectivamente, para o período de 2001 a 2005. Essa
variação pode ser explicada pelos bons resultados demonstrados pelas Cooperativas desta
UAR e, principalmente, pelo fato de uma destas cooperativas encontrar-se vinculada ao setor
sucroalcooleiro, que aumentou consideravelmente a área de plantio da cana no Triângulo
Mineiro.
A variação da margem líquida foi negativa, de 8,85%, para esta UAR, reduzindo de
29,90% para 27,25%. Esse resultado, observado em uma das cooperativas no exercício de
2001, pode ser explicado pelo alto nível de provisão para devedores duvidosos,. A redução
posterior desse nível impactou diretamente no total de ativos desta cooperativa, gerando
efeitos em toda a UAR. Observa-se, ainda, que no período sob análise ocorreram variações
relevantes na taxa SELIC, que é o parâmetro para definição de taxas para repasse de recursos
aos associados.
O gráfico 33 demonstra a evolução das sobras das cooperativas no período sob análise.
-
1.000. 000
2.000. 000
3.000. 000
4.000. 000
5.000. 000
6.000. 000
7.000. 000
8.000. 000
SOBRAS/PERDAS
SOBRAS/ PERDAS EXERCÍCIO ATUAL
253. 726 2.831. 530 4. 439. 714 6. 120.678 7. 233.920
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 33 – Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a Unidade
Administrativa Regional 7, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
102
4.7.3 Indicadores Operacionais
A variação apresentada no índice de produtividade, da ordem de 327%, é reflexo do
crescimento verificado nas captações e operações das cooperativas que compõem esta UAR,
cujas variações no período de dezembro de 2001 a dezembro de 2005 foram de 164% e 192%,
respectivamente.
A variação positiva observada no Spread Global da UAR, no patamar de 41%, foi
observada em 6 das 10 cooperativas que compõem a UAR.
O Índice de eficiência da UAR, que no período sob análise apresentou variação da
ordem de 18%, pode ser explicado pelo aumento das despesas administrativas com
contratação de funcionários, consequência direta do crescimento nas operações destas
cooperativas.
A redução no indicador de risco operacional é bastante positivo, visto ser referente à
redução no nível de concentração das operações de crédito, reduzindo assim o risco das
cooperativas.
A redução no Índice de Ineficiência Operacional é reflexo da redução na
inadimplência demonstrada pela retração da proporção das operações de crédito, que são
consumidas com provisão para crédito de liquidação duvidosa.
O gráfico 34 demonstra a evolução representativa dos depósitos enquanto que os
recursos destinados à Centralização Financeira cresceram de forma bastante inferior.
103
-
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
60.000.000
70.000.000
DEPÓSITOS X CENTRALIZAÇÃO
DEPÓSI TO
24. 711.674 30. 029.588 41. 806.110 52. 361.110 65. 199.106
CENTRALIZA
Ç
ÃO FI NANCEI RA
10. 588.501 18. 951.461 24. 121.884 24. 218.005 31. 709.993
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 34 – Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização Financeiras das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 7, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.7.4 Indicadores de liquidez
O Índice de Liquidez Imediata desta UAR apresentou variação negativa de 5,66%,
variação esta bastante aceitável em virtude do aumento de volume de captações junto aos
próprios associados e, também, em função do crédito rural obtido pelas cooperativas junto a
outras instituições, para repasse aos associados.
Já o índice de Liquidez Corrente apresentou variação positiva de 6,15%, reflexo da
boa conduta administrativa demonstrada pelas cooperativas que compõem esta UAR, visto
que apesar da elevação dos recursos captados, existe o cuidado de repassar parte deles para
aplicações de liquidez imediata, evitando assim, descasamento numa eventual necessidade de
desembolso em curto espaço de tempo.
O gráfico 35 demonstra a relação dos crescimentos dos recursos captados para com o
crescimento dos ativos.
104
-
20.000.000,00
40.000.000,00
60.000.000,00
80.000.000,00
100.000.000,00
120.000.000,00
CAPITAL DE TERCEIROS x (ATIVO CIRC. + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO)
CAP IT AL DE T ERCE IROS ( PASSI VO)
34. 757.348, 87 43. 162.402, 46 61.559. 905,56 74. 484.823, 21 90. 897.703, 93
A
T IV O CI RCULANT E + REAL. LONGO PRAZ
O
42. 871.747, 77 54. 620.132, 51 77.548. 821,49 96. 731.671, 16 119. 016.803, 72
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 35 – Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo Circulante e de
Longo Prazo das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 7, no
período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.8 Análise da Unidade Administrativa Regional - UAR 8
4.8.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento
Verificou-se crescimento considerável do Patrimônio de Referência das cooperativas
da UAR 08, na ordem de 77,75% para os exercícios de 2001 a 2005. O crescimento observado
no patrimônio de referência das cooperativas que compõem esta UAR é um dos fatos que
explicam a redução observada no indicador de endividamento, na ordem de 16,59% no
mesmo período. Outro fator que explica esse resultado é a redução dos repasses efetuados por
órgãos oficiais de financiamento das atividades agropecuárias.
O fortalecimento considerável no patrimônio de referência das cooperativas e a
variação no grupo de imobilizado tiveram desempenhos positivos, porém em percentual
inferior ao verificado no patrimônio de referência, que resultou na variação negativa de
23,87% quando observado no índice de imobilização e, ainda, na elevação do financiamento
das operações de crédito com capital próprio em percentual, neste caso com uma variação de
56,25%, conforme os gráficos 36 e 37.
105
-
20.000. 000
40.000. 000
60.000. 000
80.000. 000
100.000. 000
120.000. 000
CAPITAL DE TERCEIROS x ATIVO TOTAL
CAPITAL DE T ERCEIROS (PASSIVO)
60. 314.755 57. 174.155 67.103. 063 75. 107.705 89.427. 662
TOTAL DO ATIV
O
72. 911.106 68. 080.551 81.747. 880 92. 243.844 111. 817.532
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 36 – Comparativo do Capital de Terceiros e Ativo Total das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 8, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
-
5.000. 000
10.000. 000
15.000. 000
20.000. 000
25.000. 000
PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA X PERMANENTE
PATRIMÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO
12. 596.352 10. 906.396 14. 644.817 17. 136.139 22. 389.870
PERMANENTE
3. 722.661 3. 490. 741 4. 331.665 4. 633.528 5. 037. 452
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 37 – Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 8, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.8.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade
As variações observadas nos índices de rentabilidades do ativo e do patrimônio líquido
com crescimento de 1.563,08% e 1.610,73%, respectivamente, são resultados das sobras
líquidas em uma das cooperativas, reflexo da mudança na aplicação dos recursos (operações
de crédito), que foram redirecionados para a carteira comercial em detrimento da carteira de
crédito rural, objetivando maior rentabilidade.
106
A margem líquida das cooperativas que compõem esta UAR reduziu-se 19,95%,
reflexo das seguintes variações verificadas: aumento de 22,76% nas receitas operacionais,
enquanto que o total do grupo de ativo aumentou 53,36%, variação esta reflexo
principalmente do aumento da disponibilidade na ordem de 206,36% e das operações, que
variaram positivamente em 25,15% no período de 2001 a 2005, como verifica-se no gráfico
38.
(2. 000.000)
(1. 000.000)
-
1.000. 000
2.000. 000
3.000. 000
4.000. 000
SOBRAS/PERDAS
SOBRAS/ PERDAS EXERCÍCIO ATUAL
140. 623 (1. 692.761) 533. 332 1. 543.616 3.586. 609
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 38 – Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a Unidade
Administrativa Regional 8, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.8.3 Indicadores Operacionais
Verifica-se nesta UAR variação negativa do índice de risco operacional, da ordem de
33,26%, demonstrando a maior diversificação das operações de crédito entre os cooperados
das Cooperativas nela incluídas.
Em relação ao spread Global, verificou-se uma evolução no período da ordem de
95,6%, partindo de 3,38% em Dezembro de 2001 para 0,15% em Dezembro de 2005, o que
demonstra estar havendo uma maior eqüidade na relação de intermediação financeira, ou seja,
os valores captados são remunerados em proporção inferior àquelas taxas praticadas na
centralização financeira.
107
O índice de eficiência demonstra necessidade de ser melhor trabalhado, tendo em vista
que no período em análise apresentou uma involução na ordem de 9,28%. Pode-se dizer que
as despesas administrativas, compreendendo os custos fixos, carecem de adequações.
O indicador de receitas de serviços em relação às despesas de pessoal alcançou
percentual considerável. Nos cinco exercícios, 2001 a 2005, a variação positiva foi de
55,46%, sendo que em dezembro de 2001 era de 48,79% e, em dezembro de 2005, de 75,86%,
demonstrando o quanto é importante a receita de serviços para as cooperativas, não só pelo
valor econômico-financeiro, mas também por demonstrar a participação e a presença do
associado junto às mesmas.
O crescimento demonstrado na centralização financeira, da ordem de 83,36%, é
reflexo do crescimento dos depósitos, que foi de 74,56%, em contrapartida ao crescimento
dos recursos depositados na centralização financeira, que foi da ordem de 220,09%, conforme
demonstrado no gráfico 39, a seguir. O que demonstra, inicialmente, uma segurança maior
para os associados, uma vez que seus recursos encontram-se aplicados em carteira de liquidez
imediata; porém, demonstra também redução nos recursos aplicados nas operações de crédito
juntos às comunidades atendidas.
-
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
60.000.000
70.000.000
DEPÓSITOS X CENTRALIZAÇÃO
DEPÓSI TO
35. 269.058 30. 186.810 37. 758.485 50. 134.764 61. 566.498
CENTRALIZA
Ç
ÃO FI NANCEI RA
11. 263.213 15. 527.804 18. 239.051 30. 015.487 36. 051.989
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 39 – Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização Financeiras das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 8, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
108
4.8.4 Indicadores de Liquidez
O índice de liquidez imediata da UAR apresentou variação positiva de 84,56% nos
cinco exercícios analisados, sendo que a cooperativa com maior índice em dezembro de 2005
foi de 0,86 e a menor de 0,25, refletindo principalmente o aumento das disponibilidades das
cooperativas desta UAR.
A Liquidez Corrente demonstrou, no período, uma pequena elevação percentual de
4,09%, sendo que em Dezembro de 2001 apresentava um índice de 1,15 e em Dezembro de
2005, de 1,19.
No gráfico 40 verifica-se o crescimento da captação junto a terceiros e dos ativos de
curto e longo prazo das cooperativas desta UAR, com destaque para o exercício de 2005.
-
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
CAPITAL DE TERCEIROS x (ATIVO CIRC. + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO)
CAP IT AL DE T ERCE IROS ( PASSI VO)
60. 314.755 57. 174.155 67. 103. 063 75.107. 705 89.427. 662
A
T IV O CI RCULANT E + REAL. LONGO PRAZ
O
69. 188.445 64. 589.810 77. 416. 215 87.610. 316 106. 780.080
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 40 – Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo Circulante e de
Longo Prazo das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 8, no
período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.9 Análise da Unidade Administrativa Regional - UAR 9
4.9.1 Indicadores de Estrutura de Capital e Endividamento
O patrimônio de referência, que pela sua relevância suplanta todos os demais índices,
teve uma variação percentual de 98,48% no período de 2001 a 2005, que por si só traduz a
109
capacidade de crescimento de algumas das Cooperativas Singulares que compõem esta
Unidade Administrativa Regional, destacando-se quatro delas, que conseguiram uma
evolução extraordinária, superior a 140%.
Não houve, nesse período, grandes investimentos em termos de ativo imobilizado
nesta UAR, com exceção da uma Cooperativa que construiu uma moderna sede, havendo
nesse caso uma tímida evolução no Índice de Imobilização no período de cinco anos, da
ordem de 18%.
Como não poderia deixar de ser, tendo em vista que não houve grandes investimentos
em imobilizações, ocorreu uma grande variação percentual positiva para o índice de Capital
de Giro Próprio, na ordem de 92%. Esse capital, consequentemente, veio a ser aplicado em
disponibilidades e em operações de crédito, proporcionando um bom retorno para as
Singulares, o que em parte justifica a grande evolução do Patrimônio de Referência em igual
período.
Outro fator que corrobora com esta afirmativa foi o tímido crescimento apresentando
pelo Índice de Participação de Capital de Terceiros (11%), sendo este capital mais oneroso
para as entidades.
O Índice de Operacionalização do Capital Próprio teve uma evolução negativa, de
43,68%, se comparados os números absolutos de dezembro de 2001 com aqueles de dezembro
de 2005. Esse fato jogaria por terra as afirmativas efetuadas anteriormente; entretanto, há de
se considerar que no exercício de 2001, tal percentual encontrava-se extremamente elevado
(41%), fora da realidade da UAR, que nos outros quatro exercícios analisados apresentou uma
linha percentual média próxima dos 25%.
Os gráficos 41 e 42 evidenciam a relação existente entre capital de terceiros e ativo
total (participação de capital de terceiros) e a evolução do índice de imobilização da UAR nos
exercícios de 2001 a 2005.
110
-
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
140.000.000
160.000.000
180.000.000
200.000.000
CAPITAL DE TERCEIROS x ATIVO TOTAL
CAPITAL DE TERCEIROS (PASSI VO)
48. 486.232 84. 338.416 110. 831.904 132.408. 510 146.065. 826
TOTAL DO ATIVO
68. 212.857 108.619. 390 137.727. 166 162. 360.241 185.218.784
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 41 – Comparativo do Capital de Terceiros e Ativo Total das cooperativas que
compõem a Unidade Administrativa Regional 9, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
-
5.000.000
10.000.000
15.000.000
20.000.000
25.000.000
30.000.000
35.000.000
40.000.000
PATRIMÔNIO DE REFERÊNCIA X PERMANENTE
PAT RIMÔNI O LÍ QUI DO AJUSTADO
19.726.625 24.280.974 26.895.262 29.951.731 39.152.958
PERMANENTE
2. 995.787 3. 923.620 4. 279.178 5. 460.062 7. 012.737
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 42 – Comparativo do Patrimônio de Referência e Ativo Permanente das cooperativas
que compõem a Unidade Administrativa Regional 9, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.9.2 Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade
Todos os índices que compreendem os Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade
sofreram evoluções percentuais positivas, com exceção apenas da Margem Líquida, que em
Dezembro de 2001 apresentava um percentual de 24%, ao passo que em Dezembro de 2005
foi de 21%, representando um decréscimo próximo de 3%. Este fato se explica pela
111
sazionalidade apresentada, nos últimos cinco anos, no preço de comercialização do principal
produto desta região do Estado, o café.
Os produtores tiveram que se adequar a uma nova realidade de mercado, tendo que se
adaptar a novas condições para produção do café, reduzindo seus custos. Outro fator relevante
foi o excesso do produto no mercado no ano de 2002, o que prejudicou a relação da oferta e
da procura., No ano seguinte ocorreu extravio das sacas de café que encontravam-se estocadas
em algumas Cooperativas de Produção, fato que sensibilizou demasiadamente a condição
patrimonial de vários produtores rurais e, consequentemente, abalou sensivelmente a situação
patrimonial de uma das Singulares desta UAR.
A Rentabilidade do Patrimônio Líquido teve uma variação de 177% no período, sendo
registrado em dezembro de 2001 um percentual de 2,72% e, em dezembro de 2005, de 4,69%.
Evidentemente, como não poderia deixar de ser, isso foi fruto da evolução mais acentuada das
receitas em relação às despesas no período, o que gerou sobras bastante significativas, com é
verificável no gráfico 43. Lembrando que boa parte das sobras, em média de 35%, foram
incorporadas às Reservas das Singulares, fortalecendo-as patrimonialmente.
-
1.000.000
2.000.000
3.000.000
4.000.000
5.000.000
6.000.000
7.000.000
8.000.000
9.000.000
SOBRAS/PERDAS
SOBRAS/ PERDAS EXE RCÍCI O AT UAL
1. 852. 120 3. 462. 433 2.352. 578 2. 186. 062 8. 691.475
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 43 – Demonstrativo das Sobras / Perdas das cooperativas que compõem a Unidade
Administrativa Regional 9, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
112
4.9.3 Indicadores Operacionais
A boa evolução do Índice de Produtividade no período, variação positiva de 110%,
decorreu do ótimo crescimento no volume de captações (113%) e das operações de crédito
(241%) na mesma linha de tempo.
Contrapondo-se ao crescimento das captações, o Índice da Centralização Financeira
decresceu, partindo de 58,52% em dezembro de 2001 para 40,30% em dezembro de 2005,
com queda acentuada especificamente no ano de 2005. O que leva à conclusão de que os
recursos captados foram redirecionados para as Operações de Crédito, que produzem maior
rentabilidade na aplicação deste tipo de recursos.
Outro fato que pode ser concluído, neste período, foi a queda da inadimplência nas
operações de crédito, tendo em vista que ocorreu um decréscimo do Índice de Ineficiência
Operacional, que em dezembro de 2001 era de 21% e em dezembro de 2005 foi de 12%,
sendo que este último compreende a parte do Patrimônio de Referência a ser sacrificado nesse
tipo de situação.
Como conseqüência do crescimento ocorrido na carteira de crédito no período e,
principalmente, observando o princípio contábil da prudência, pode-se notar que as Provisões
para Crédito em Liquidação Duvidosa tiveram um crescimento percentual da ordem de 15%,
fato que fortalece a credibilidade das Entidades, ainda que a inadimplência tenha tido uma
involução em igual período.
No que diz respeito à sustentação das folhas de pagamentos de seus colaboradores
com as receitas de serviços, observa-se no período que as Singulares desta UAR conseguiram
uma evolução significativa no período, com uma variação positiva de 37%. Quando se afirma
que a variação de 37% foi significativa, isso decorre do fato de que o segmento cooperativista
ainda não implementou sua cultura de cobrança de tarifas pela prestação de serviços. Este fato
deve ser efetuado em doses homeopáticas, tendo em vista a resistência natural a ser
encontrada por parte dos próprios administradores e, principalmente, pelos seus associados.
113
No que diz respeito ao spread global, verificou-se uma involução no período, da
ordem de 36%, partindo de 0,39% em Dezembro de 2001 para 0,25% em Dezembro de 2005.
Fato que chama a atenção, demonstrando clara necessidade de haver maior eqüidade na
relação de intermediação financeira, ou seja, impondo que os valores captados sejam
remunerados em proporção inferior àquelas taxas praticadas na Centralização Financeira.
O Índice de Eficiência também demonstra necessidade de ser melhor trabalhado, tendo
em vista que no período sob análise apresentou uma involução na ordem de 8%. Sua queda
pode estar relacionada com o desempenho negativo do spread global, tendo em vista a relação
negativa advinda da intermediação financeira, que é um dos pilares para sustentação das
despesas administrativas. Ou, ainda, pode-se dizer que as despesas administrativas, que
compreendem os custos fixos, devem ser reduzidas.
Demonstra-se no gráfico 44, a relação existente entre os recursos disponíveis na
centralização e os depósitos totais da UAR.
-
10.000.000
20.000.000
30.000.000
40.000.000
50.000.000
60.000.000
DEPÓSITOS X CENTRALIZAÇÃO
DEPÓSITO
27. 391.052 35. 242. 321 39. 484. 533 55. 608. 904 58. 436.336
CENTRALIZA
Ç
ÃO FINANCEI R
A
16. 028.843 23. 370. 810 26. 610. 493 34. 931. 552 23. 548.756
dez/01 dez/ 02 dez/03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 44 – Comparativo do Total de Depósitos Captados e Centralização Financeiras das
cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 9, no período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.9.4 Indicadores de Liquidez
O Índice de Liquidez Imediata apresentou uma involução de 49%, partindo de 0,46%
em dezembro de 2001 para 0,23% em dezembro de 2005. As Cooperativas de Crédito, em sua
114
maioria, trabalham com um considerável volume de capital de terceiros (repasses
interfinanceiros), direcionados para a carteira de financiamentos rurais, além de direcionar,
também para a carteira de crédito, parte dos recursos captados junto a seus associados. Esta
situação, muito própria do segmento, prejudica o seu índice de liquidez.
Outro fator que justifica a queda acentuada neste Índice, nos últimos cinco anos, foi
uma situação atípica que caracterizou o crescimento do volume de captações (depósitos) em
mais de 100% e uma queda considerável na Centralização Financeira (- 31%), fato que em
muito contribuiu para a queda percentual do índice.
Porém, por ser uma situação normal no universo cooperativista, guardadas as devidas
proporções, entendem-se que a involução desse índice, no período analisado, tem a sua
relevância, sem com isso expor a grande maioria das Singulares a alto risco de insolvência.
A Liquidez Corrente demonstrou, no mesmo período, uma pequena queda percentual
(9%), sendo que em dezembro de 2001 apresentava um índice de 1,35% e, em dezembro de
2005, de 1,22%. A queda deste índice não representa grande risco para o grupo de Singulares
que compõem esta UAR, sendo que apenas duas cooperativas vêm apresentando, ao longo do
período, sérios problemas de liquidez.
No que tange ao Índice de Encaixe, houve uma queda percentual de 9,54% no período,
sendo esta evolução advinda da cultura que vem sendo implementada ao longo do período,
baseada na idéia de que recursos paralisados em tesouraria, além de onerosos para a Singular,
apresentam maiores riscos em casos de sinistros (assaltos).
O Gráfico 45 demonstra a evolução da liquidez corrente nos exercícios de 2001 a
2005.
115
-
20.000.000
40.000.000
60.000.000
80.000.000
100.000.000
120.000.000
140.000.000
160.000.000
180.000.000
CAPITAL DE TERCEIROS x (ATIVO CIRC. + REALIZÁVEL A LONGO PRAZO)
CAPITAL DE TERCEIROS (PASSIVO)
48. 486.232 84. 338.416 110.831. 904 132. 408.510 146. 065. 826
AT I VO CIRCULANT E + REAL. LONGO PRAZO
65. 217.069 104.695. 769 133. 447. 987 156. 900.179 178. 206.047
dez/ 01 dez/ 02 dez/ 03 dez/ 04 dez/ 05
Gráfico 45 – Comparativo do Total de Capital de Terceiro e Total de Ativo Circulante e de
Longo Prazo das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 9, no
período de 2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
4.10 Análise Geral das Unidades Administrativas Regionais – UARs
Depois das ponderações referentes a UAR 1, pode-se verificar que as cooperativas
pertencentes a este grupo, em número de oito, apresentaram uma evolução significativa em
seus números entre os anos de 2001 e 2005, fruto da utilização de estratégias de
fortalecimento justamente no momento em que o BACEN e os Governos Federal e Estadual
vêm demonstrando interesse no crescimento do Sistema Cooperativo.
Constata-se a existência, no grupo, de duas cooperativas que estão ainda se ajustando
operacionalmente, em função de ocorrências negativas no passado. Portanto, seus números
apresentaram crescimento mais tímido, mas nenhuma delas apresentou quaisquer sinais de
possíveis dificuldades operacional e financeira a curto e médio prazo. Essas conclusões
podem ser facilmente visualizadas no gráfico 46.
116
EVOLUÇÃO GRÁFICA - ÚLTIMOS CINCO EXERCÍCIOS SOCIAIS
74.931.841,89
57.224.760,02
36.022.865,36
29.195.073,11
20.893.143,14
35.711.867,05
26.603.801,19
20.678.929,55
16.086.504,86
12.693.044,47
9.055.604,27
16.706.626,37
15.925.754,14
31.122.403,34
36.949.550,82
89.198.242,67
58.876.810,24
48.208.978,05
34.942.170,36
25.897.410,35
1.006.156,32
1.520.675,06
1.957.383,01
2.257.160,79 2.380.789,30
0,00
10.000.000,00
20.000.000,00
30.000.000,00
40.000.000,00
50.000.000,00
60.000.000,00
70.000.000,00
80.000.000,00
90.000.000,00
100.000.000,00
2001 2002 2003 2004 2005
DEPÓSITO PATRIM ÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO CENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROVISÃO PARA CRÉDITOS EM LIQUIDAÇÃO
Gráfico 46 – Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido Ajustado,
Centralização Financeira, Operações de Crédito e Provisão para Crédito de Liquidação
duvidosa das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 1, no período de
2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
A UAR 2 é composta por doze cooperativas, sendo que somente uma delas se
apresenta com fortes indicadores de problemas de solvência. Essa cooperativa apresentou
centralização nula em 2004 e já dava sinais de dificuldade nos exercícios anteriores. Em 2002
a relação da centralização financeira com os depósitos totais, nessa cooperativa, era de apenas
2,25%. Já em 2003 seu resultado apresentou perdas elevadas e seu capital de giro próprio
permaneceu negativo nos exercícios de 2003 e 2004.
Outras três cooperativas apresentaram menor poder de penetração (incremento das
captações e empréstimos) na área de atuação do que a média das cooperativas (indicador da
UAR 2). No entanto, essa deficiência não está relacionada a problemas de solvência e sim a
outros fatores, tais como administração conservadora e a escassez de recursos financeiros no
grupo de cooperados. Ademais, os outros indicadores econômico-financeiros indicam a não
existência de problemas de solvência.
117
O gráfico 47 apresenta o crescimento das diversas modalidades de cooperativas nos
cinco anos analisados, tal como foi exposto na análise anterior, comprovando que tem sido
constante o crescimento dos números do cooperativismo. Nota-se que há consistência da
relação destes números e que, de um modo geral, a partir do exercício de 2001 as operações
de crédito cresceram paralelamente aos depósitos totais, configurando a captação.
EVOLUÇÃO GRÁFICA - ÚLTIMOS CINCO EXERCÍCIOS SOCIAIS
83.962.776,10
65.139.310,73
45.929.532,06
40.185.676,86
28.373.187,57
29.010.448,14
23.642.641,68
20.456.964,03
18.403.825,10
16.449.951,47
16.261.001,77
26.135.492,00
30.254.321,27
37.025.791,83
40.320.057,59
80.677.257,91
56.695.068,38
43.576.628,28
38.362.212,91
31.297.886,20
1.623.942,16
1.918.177,90
4.521.489,17
2.597.610,09
3.472.028,93
0,00
10.000.000,00
20.000.000,00
30.000.000,00
40.000.000,00
50.000.000,00
60.000.000,00
70.000.000,00
80.000.000,00
90.000.000,00
2001 2002 2003 2004 2005
DEPÓSITO PATRIM ÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO CENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROVISÃO PARA CRÉDITOS EM LIQUIDAÇÃO
Gráfico 47 – Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido Ajustado,
Centralização Financeira, Operações de Crédito e Provisão para Crédito de Liquidação
duvidosa das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 2, no período de
2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
A Unidade Administrativa Regional 3 é composta por dez cooperativas e somente
duas delas apresentaram indicadores que demonstram a necessidade de incrementos nas
condutas administrativas, de forma a precaverem-se da existência de problemas de solvência
no futuro.
118
O gráfico 48 apresenta o crescimento das diversas modalidades nos cinco anos
analisados. Como foi exposto na análise anterior, tem sido constante o crescimento dos
números dessas cooperativas. Nota-se que há consistência da relação destes números e que de
um modo geral, a partir do exercício de 2001, as operações de crédito cresceram
paralelamente aos depósitos totais (captação).
EVOLUÇÃO GRÁFICA - ÚLTIMOS CINCO EXERCÍCIOS SOCIAIS
37.054.938,80
40.186.364,95
56.994.167,89
77.908.867,64
94.009.355,76
11.238.611,52
12.264.389,67
14.646.943,46
17.121.943,48
21.504.083,83
61.871.674,00
47.937.633,17
33.999.867,36
21.784.067,01
17.140.050,42
31.711.505,65
34.108.200,03
43.946.366,92
49.709.929,35
60.761.930,29
1.997.146,94
2.331.642,95
1.987.914,66
1.585.034,87
1.742.471,77
0,00
10.000.000,00
20.000.000,00
30.000.000,00
40.000.000,00
50.000.000,00
60.000.000,00
70.000.000,00
80.000.000,00
90.000.000,00
100.000.000,00
2001 2002 2003 2004 2005
DEPÓSITO PATRIM ÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO CENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROVISÃO PARA CRÉDITOS EM LIQUIDAÇÃO
Gráfico 48 – Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido Ajustado,
Centralização Financeira, Operações de Crédito e Provisão para Crédito de Liquidação
duvidosa das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 3, no período de
2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
A UAR 4 é composta por 17 cooperativas que apresentam indicadores estáveis, que
demonstram a inexistência de risco de liquidez em curto espaço de tempo. Esta afirmativa é
sempre difícil de ser feita, visto que uma instituição financeira necessita manter sua
credibilidade junto ao público atendido (risco de imagem), podendo tê-la abalada a qualquer
momento, havendo, por exemplo, ingerência por parte dos administradores ou até mesmo
fraudes.
No gráfico 49 verifica-se a constante evolução dos recursos captados e aplicados em
operações de crédito e, ainda, do patrimônio das cooperativas que compõem a UAR.
119
EVOLUÇÃO GRÁFICA - ÚLTIMOS CINCO EXERCÍCIOS SOCIAIS
122.668.194,13
101.533.434,12
71.109.833,66
54.836.140,77
41.092.367,37
58.469.554,90
46.893.351,87
38.714.207,63
31.430.081,62
26.346.097,76
20.110.031,46
33.875.563,41
43.793.841,83
62.320.580,91
61.892.316,95
154.175.895,62
111.561.425,41
90.703.056,02
72.198.346,64
55.084.009,71
3.154.037,09
2.016.448,22
2.855.107,59
3.343.353,06
3.818.647,91
0,00
20.000.000,00
40.000.000,00
60.000.000,00
80.000.000,00
100.000.000,00
120.000.000,00
140.000.000,00
160.000.000,00
180.000.000,00
2001 2002 2003 2004 2005
DEPÓSITO PATRIM ÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO CENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROVISÃO PARA CRÉDITOS EM LIQUIDAÇÃO
Gráfico 49 – Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido Ajustado,
Centralização Financeira, Operações de Crédito e Provisão para Crédito de Liquidação
duvidosa das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 4, no período de
2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
A fusão entre duas cooperativas da UAR 5, ocorrida no exercício de 2004, corrigiu a
evolução dos números do conjunto destas. Nota-se que a decisão de propor incorporação da
cooperativa que apresentava dificuldades operacionais resultou em minimização de perdas
para o Sistema, pois dessa forma foi possível corrigir as falhas operacionais e as perdas
freqüentes não mais se apresentaram.
Das sete cooperativas desse grupo, apenas duas apresentam patrimônio de referência
inferior a um milhão e quinhentos mil reais e, por conseqüência, seus indicadores
apresentaram evolução em patamares mais baixos. Apenas uma delas possui centralização
financeira inferior a 30% de seus depósitos totais, cooperativa esta que necessitava de melhor
adequação de seus números para não incorrer em necessidade de capital no futuro. Essa
análise final pode ser compreendida pela demonstração apresentada no gráfico 50.
120
EVOLUÇÃO GRÁFICA - ÚLTIMOS CINCO EXERCÍCIOS SOCIAIS
47.319.748,88
44.333.818,37
39.642.501,54
29.874.006,31
19.970.129,24
32.569.159,94
24.313.728,30
16.934.461,71
15.489.112,23
16.348.663,79
6.842.791,50
19.817.673,36
28.889.618,03
25.178.091,71
25.039.499,76
97.490.108,38
76.562.976,49
64.597.088,32
52.832.318,25
35.623.419,97
4.290.984,62
2.283.263,06
2.392.790,65
2.280.878,32 2.674.116,87
0,00
20.000.000,00
40.000.000,00
60.000.000,00
80.000.000,00
100.000.000,00
120.000.000,00
2001 2002 2003 2004 2005
DEPÓSITO PATRIM ÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO CENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROVISÃO PARA CRÉDITOS EM LIQUIDAÇÃO
Gráfico 50 – Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido Ajustado,
Centralização Financeira, Operações de Crédito e Provisão para Crédito de Liquidação
duvidosa das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 5, no período de
2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
A Unidade Administrativa Regional 6 é composta por doze cooperativas, sendo que
uma delas apresentou fortes indicadores de problemas de solvência. Essa cooperativa vem
apresentando elevação dos índices de inadimplência, o que pode refletir na sua situação
econômico-financeira e, conseqüentemente, afetar a sua capacidade de honrar com obrigações
de curto prazo.
O gráfico 51 demonstra o crescimento das diversas modalidades nos cinco anos
analisados. Como exposto na análise anterior, tem sido constante o crescimento dos números
do cooperativismo nessa região.
121
EVOLUÇÃO GRÁFICA - ÚLTIMOS CINCO EXERCÍCIOS SOCIAIS
74.704.317,69
63.317.851,49
49.611.360,12
38.555.949,69
24.090.763,17
42.815.957,71
32.598.611,07
25.394.784,78
19.013.241,30
15.623.280,69
15.976.221,96
31.398.391,78
34.892.789,10
39.748.181,44
39.218.533,84
114.490.490,38
73.677.209,49
58.732.698,53
39.685.465,89
28.938.991,94
751.207,45
1.125.147,72
1.454.738,29
1.490.449,47
2.160.818,94
0,00
20.000.000,00
40.000.000,00
60.000.000,00
80.000.000,00
100.000.000,00
120.000.000,00
140.000.000,00
2001 2002 2003 2004 2005
DEPÓSITO PATRIM ÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO CENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROVISÃO PARA CRÉDITOS EM LIQUIDAÇÃO
Gráfico 51 – Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido Ajustado,
Centralização Financeira, Operações de Crédito e Provisão para Crédito de Liquidação
duvidosa das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 6, no período de
2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
Com base nos dados observados da UAR 7, bem como das cooperativas que a
compõem, foi observada a não existência de cooperativas com risco imediato de insolvência.
O gráfico 52 apresenta o crescimento das diversas rubricas contábeis nos cinco anos
analisados, demonstrando boa participação do sistema cooperativista nesta região do Estado
de Minas Gerais.
122
EVOLUÇÃO GRÁFICA - ÚLTIMOS CINCO EXERCÍCIOS SOCIAIS
65.199.105,88
52.361.109,69
41.806.109,64
30.029.588,23
24.711.674,06
35.126.759,05
28.230.724,60
21.164.344,26
15.523.958,0911.223.864,46
10.588.500,70
18.951.461,43
24.121.884,19
24.218.004,63
31.709.993,28
80.486.024,80
66.773.741,51
48.602.485,10
32.384.203,97
27.545.504,87
3.179.599,91
1.771.710,57
1.698.504,25
1.863.834,99
2.439.583,02
0,00
10.000.000,00
20.000.000,00
30.000.000,00
40.000.000,00
50.000.000,00
60.000.000,00
70.000.000,00
80.000.000,00
90.000.000,00
2001 2002 2003 2004 2005
DEPÓSITO PATRIM ÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO CENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROVISÃO PARA CRÉDITOS EM LIQUIDAÇÃO
Gráfico 52 – Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido Ajustado,
Centralização Financeira, Operações de Crédito e Provisão para Crédito de Liquidação
duvidosa das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 7, no período de
2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
A Unidade Administrativa Regional 8 é composta por sete cooperativas e somente
uma delas se apresenta com fortes indicadores de problemas de solvência. Essa cooperativa
vem apresentando perdas sucessíveis nos últimos exercícios, sendo que no exercício de 2002
sua perda foi de um montante superior a R$2 milhões, refletindo diretamente no Patrimônio
de Referência da cooperativa e nos outros indicadores relativos a este.
O gráfico 53 apresenta o crescimento das diversas modalidades nos cinco anos
analisados. Tal como exposto na análise anterior, tem sido constante o crescimento dos
números do cooperativismo na UAR. Assim, nota-se que há consistência da relação destes
números e que de um modo geral, a partir do exercício de 2001, as operações de crédito
cresceram paralelamente aos depósitos totais (captação).
123
EVOLUÇÃO GRÁFICA - ÚLTIMOS CINCO EXERCÍCIOS SOCIAIS
61.566.498,33
50.134.763,95
37.758.485,24
30.186.810,25
35.269.057,59
22.389.870,14
17.136.139,29
14.644.817,19
10.906.396,10
12.596.351,79
11.263.213,34
15.527.804,08
18.239.050,75
30.015.487,48
36.051.989,16
60.594.592,33
47.911.718,17
47.209.690,81
41.926.244,62
48.417.306,83
5.035.439,13
3.176.331,76
3.397.728,99
5.605.951,39
4.736.895,64
0,00
10.000.000,00
20.000.000,00
30.000.000,00
40.000.000,00
50.000.000,00
60.000.000,00
70.000.000,00
2001 2002 2003 2004 2005
DEPÓSITO PATRIM ÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO CENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROVISÃO PARA CRÉDITOS EM LIQUIDAÇÃO
Gráfico 53 – Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido Ajustado,
Centralização Financeira, Operações de Crédito e Provisão para Crédito de Liquidação
duvidosa das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 8, no período de
2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
A Unidade Administrativa Regional 9 é composta por nove cooperativas e somente
duas delas se apresentam com fortes indicadores de problemas de solvência, sendo que em
uma delas esses problemas se dão em função da alta inadimplência e da falta de capital de
giro, índices estes advindos do extravio das sacas de café ocorrido na Cooperativa de
Produção. Na outra cooperativa os problemas devem-se à falta de gestão sobre sua carteira de
crédito, com alto volume de renegociações de crédito de baixíssima liquidez, associada a alta
inadimplência.
Sendo estas as Singulares que realmente apresentam comprometimento do princípio
contábil da continuidade, em virtude da atual fragilidade patrimonial que vêm demonstrando,
conseqüentemente, terminam por influenciar negativamente neste índice.
O gráfico 54 apresenta a evolução das diversas modalidades nos cinco anos
analisados.
124
EVOLUÇÃO GRÁFICA - ÚLTIMOS CINCO EXERCÍCIOS SOCIAIS
58.436.335,81
55.608.903,65
39.484.532,53
35.242.321,11
27.391.051,53
39.152.957,57
29.951.731,04
26.895.262,08
24.280.973,58
19.726.624,87
16.028.843,01
23.370.809,88
26.610.493,13
34.931.552,21
23.548.755,67
138.100.067,13
106.702.023,72
95.939.945,87
71.514.412,36
40.489.696,21
4.198.517,76
3.054.136,03
4.494.162,27 4.180.753,31
4.841.911,68
0,00
20.000.000,00
40.000.000,00
60.000.000,00
80.000.000,00
100.000.000,00
120.000.000,00
140.000.000,00
160.000.000,00
2001 2002 2003 2004 2005
DEPÓSITO PATRIM ÔNIO LÍQUIDO AJUSTADO CENTRALIZAÇÃO FINANCEIRA OPERAÇÕES DE CRÉDITO PROVISÃO PARA CRÉDITOS EM LIQUIDAÇÃO
Gráfico 54 – Evolução gráfica das rubricas de Depósitos, Patrimônio Líquido Ajustado,
Centralização Financeira, Operações de Crédito e Provisão para Crédito de Liquidação
duvidosa das cooperativas que compõem a Unidade Administrativa Regional 9, no período de
2001 a 2005.
Fonte: Dados da pesquisa.
Nos apêndices estão apresentados os indicadores de desempenho das UARs e, ainda, a
estratificação dos indicadores, por Unidade Administrativa Regional, apresentando medidas
estatísticas de mínimo, média e máximo das cooperativas que compõem cada UAR.
125
CAPÍTULO 5
CONCLUSÃO
O presente trabalho buscou avaliar a possibilidade de insolvência das cooperativas de
crédito filiadas ao Sicoob Central Crediminas, com base em seus indicadores econômico-
financeiros. Para classificar as cooperativas solventes ou insolventes foram comparados os
indicadores das cooperativas bem como os indicadores das UARs a que elas pertencem.
Para atingir os objetivos propostos, foi feita uma abordagem, no capítulo 2, dos
principais modelos cooperativistas, mais especificamente o de crédito, com sua participação
no Sistema Financeiro Nacional, fez-se uma caracterização do Sistema Crediminas com a
distribuição das UARs no estado de Minas Gerais e, ainda, os estudos relativos a análises dos
dados contábeis.
Com base em indicadores obtidos a partir dos dados contábeis dos exercícios de 2001
a 2005 das respectivas cooperativas, bem como do conjunto destas que compõem as UARs, os
resultados parciais da análise foram apresentados no capítulo 4.
As quatro perguntas apresentadas como objetivos específicos da pesquisa podem ser
respondidas com a descrição da análise econômico-financeira apresentada no quarto capítulo.
Porém, deve ser ressaltado que esses objetivos não abrangeram a análise do papel e dos
resultados obtidos política e socialmente pelas cooperativas filiadas ao Sicoob Central
Crediminas.
O primeiro objetivo foi o de “analisar os indicadores de estrutura de capital e
endividamento das cooperativas de crédito, agrupadas por Unidade Administrativa Regional”.
Como se pôde verificar no estudo das cooperativas apresentado, a resposta a essa indagação é
que as cooperativas de crédito apresentam indicadores que demonstram a força do sistema
cooperativista na sua região de atuação, pois nota-se que no período analisado ocorreu
expressivo crescimento dos recursos de terceiros. Verificou-se que a participação de capital de
terceiros corresponde a aproximadamente 80% do total do ativo, na grande maioria das
cooperativas analisadas, sendo esta considerada uma característica do sistema de
cooperativismo de crédito. Por outro lado notou-se que é baixa a imobilização de recursos e
126
que tanto a captação junto a terceiros quanto a aplicação dos recursos de uma forma geral se
dá no curto prazo.
O segundo objetivo foi o de “analisar os indicadores de lucratividade e rentabilidade
das cooperativas de crédito, agrupadas por Unidade Administrativa Regional”. A resposta a
essa pergunta é que de um modo geral as cooperativas apresentaram baixos índices de
lucratividade e rentabilidade, fato que é explicado pelos princípios do cooperativismo que não
tem como objetivo principal a geração de lucros (sobras) e sim o desenvolvimento da região
de atuação por meio de uma melhor distribuição de renda e alavancagem nos negócios dos
associados, todavia em índices superiores a 12 % ao ano. Ainda assim verifica-se uma boa
margem de evolução que pode ser explicada pelo crescimento operacional do conjunto de
cooperativas de crédito de Minas Gerais, pelo constante aprimoramento das rotinas
operacionais principalmente no que se refere à administração dos custos internos e pela
elaboração de projetos empresariais com metas organizadas por grupos de negócios, dentre
outros fatores.
O terceiro foi o de “analisar os indicadores operacionais das cooperativas de crédito,
agrupadas por Unidade Administrativa Regional”. A resposta obtida é significativa quando se
verifica que no período analisado ocorreu considerável crescimento dos indicadores apurados.
O crescimento verificado no volume de operações de crédito e de depósitos totais foram
superiores a 250%, ou seja, crescimento operacional que pode ser comparado com grandes
instituições de segmentos já devidamente solidificado no cenário econômico. Este grupo de
indicadores além de demonstrar que existe uma maior participação dos associados em suas
cooperativas, nos apresenta o resultado positivo de uma das metas das cooperativas no sentido
de profissionalizar seus colaboradores tornando-os excelentes no negócio de venda da
imagem e dos produtos e serviços financeiros disponibilizados pela cooperativa.
O quarto e último objetivo foi o de “analisar os indicadores de liquidez das
cooperativas de crédito, agrupadas por Unidade Administrativa Regional”. A resposta
encontrada confirma os demais indicadores, pois de um modo geral verificou-se evolução
positiva nos índices de liquidez. Ficou constatado que as cooperativas de crédito analisadas
possuem capacidade de liquidar seus compromissos para com terceiros em termos restrito ou
global. Tal constatação é efetivamente positiva para os cooperados pertencentes ao quadro
social da cooperativa por poderem estar seguros de que seus recursos estão sendo
127
administrados corretamente e também é um fator que definitivamente reflete a possibilidade
de alcançar novos associados face à segurança e solidez apresentada por estas cooperativas à
sociedade.
As análises econômico-financeiras efetuadas com base nos dados contábeis das
Cooperativas de Crédito filiadas ao Sicoob Central Crediminas (no total de 92 cooperativas),
demonstram que 95% das cooperativas encontravam-se em estado de solvência e apenas 5%
apresentavam indicadores de risco de insolvência.
Com as novas regulamentações por parte do BACEN para o segmento de Cooperativas
de Crédito, este resultado de solvência verificado pela quase totalidade das cooperativas
vinculadas a uma das centrais existentes no sistema, demonstra que o cooperativismo de
crédito experimenta uma fase de expansão, com o fortalecimento de sua estrutura patrimonial.
Obtidas essas conclusões, recomenda-se que novos trabalhos sejam realizados em
outras centrais e cooperativas, uma vez que com a adequação de outras cooperativas de
crédito à resolução do Banco Central nº 3.321, com novas perspectivas de negócios, os
indicadores sofrerão alterações.
Com a edição das Resoluções nº 3.106 e nº 3321, que permitiram a constituição e a
transformação de cooperativas de empreendedores de micro e pequenos negócios e de
cooperativas de livre adesão, surgem novos desafios para o segmento, tais como a
possibilidade de ocupar espaços que até então somente eram ocupados por instituições
financeiras tradicionais, o que revela a importância da adequada gestão financeira das
organizações cooperativas e a necessidade de avaliar-se permanentemente a sua saúde
financeira, elemento que pode contribuir para a consecução de muitos de seus objetivos
sociais.
128
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