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iniciativa, incapacidade de realização? Não! A tradição do campineiro fala bem alto, proclamando o
contrario (...)”
92
Entre o botequim, na esquina norte, e a “esphinge de tijolos ennegrecidos” na esquina sul,
alinhavam-se os escritórios – o de Rogério ao centro, n° 99 segundo o emplacamento de 1922 (para os
demais ocupantes, vide a fig.8 - mapa geral dos ocupantes
93
)
Cinco dos jovens advogados ali estabelecidos exerciam ou haviam exercido mandatos na Câmara, e
de tal modo que nas três últimas legislaturas, ou desde a Câmara eleita a 1917, sempre dois dos vereadores
pertenciam a esse grupo de que Rogério de Freitas era agora também vizinho: Omar Magro
94
e Silvio de
Moraes Salles
95
haviam pertencido à Câmara de 1917-19, Paulo Pupo
96
e Enéas Ferreira
97
à de 1920-22,
Omar Magro e Antônio Carlos de C. Vianna
98
pertenciam à atual, de 1923-25. Num momento em que,
92
RRO, 1921.
93
Dados cf. livros de lançamento do imposto de indústrias e profissões, vols. 1921-1925. Arquivo Municipal.
94
Omar Simões Magro, filho de Hilário Pereira Magro Jr., nascido a 08.04.1880, formado na Faculdade de direito de
São Paulo em 1904 (cf. docs. na pasta do aluno, arquivos da FD-USP). Assumira uma cadeira de vereador pela
primeira vez em Abril de 1915, juntamente com Justo Pereira, nos lugares vagos com a saída de Antônio Álvares
Lobo e o Cel. Manoel de Moraes, demissionários em virtude de divergências políticas com Heitor Penteado. (Álvaro
Ribeiro, op. cit., p. 488). Os dois entrantes, ao lado de Álvaro Ribeiro, passam a ser dos mais ativos naquela Câmara
(cf. Atas da Câmara). Omar Magro voltaria a ser eleito para todas as Câmaras desde então – renunciando apenas ao
seu mandato no início da legislatura de 1920-22, para assumir cargo no governo federal, retornando à Câmara no
início da legislatura seguinte (sobre a razão do pedido de demissão, cf. Álvaro Ribeiro, sessão de 13.05.1920). Era
também dos mais ativos, e ainda que não soubéssemos sua idade poderíamos incluí-lo entre os jovens, quando menos
de espírito: quando assumira o cargo de vereador em 1915 era também o chefe dos escoteiros da cidade; em
17.11.1917 participava à Câmara do discurso de Altino Arantes no “Congresso da Mocidade”, do qual retornava
(Ofício da Prefeitura n° 1200, de 01.07.1915. Agradece a Omar S. Magro, “presidente da Comissão Regional da
Associação Brasileira de Escoteiros”, pelo “grande auxilio prestado por membros dessa instituição durante o
incendio do Bazar da China”. Arquivo Municipal, livro de registro de correspondência. Veja-se também atas da
Câmara, sessões de 27.11.1915 e 12.02.1916. AC, livro 166, f. 47, 131. Sobre o “Congresso da Mocidade”, AC, livro
167, f. 1).
95
Sylvio de Moraes Salles, nascido a 16.11.1888 e formado na Fac. de Direito de S. Paulo em 1908 (pasta do aluno,
arquivos da FD-USP). Fora vereador na Câmara de 1914-16 e na de 1917-20. Nesta última, era o mais jovem dos
eleitos (Ata da primeira sessão preparatória da nova Câmara, de 08.01.1917. AC, livro 166, f. _).
96
Paulo Pupo, nascido a 15.07.1894; aluno da Faculdade de Direito de S. Paulo desde 1913, advogado provisionado
em 1916, formando-se em 1918 (Mini-biografias dos edis da legislatura 1920-22, no Álbum de Campinas, 1922). Era
o vereador mais jovem da Câmara de 1922 (idem); contava 25 anos quando assumira o posto, a 10.04.1920, na vaga
aberta com a renúncia de Paulo Décourt. (Sobre a renúnica de Paulo Décourt, Atas das sessões de 21.02.1920 e
10.04.1920. AC, livro 167, f. 125v, 133v). É repetitivo anotar, mas corresponde à verdade, que também nesse caso
tratou-se de um dos vereadores mais atuantes da respectiva legislatura.
97
Enéas Ferreira (* 08.04.1898) assumia uma cadeira nessa mesma legislatura pouco depois, a 21.06.1920,
juntamente com o Cel. Turíbio de Moraes Teixeira, em uma das vagas abertas com as renúncias de Omar Magro e
Heitor Penteado – esse, convidado por Washington Luís para a Secretaria da Agricultura, aquele, para um cargo no
governo federal, como referido (nota supra). Com 32 anos, era o terceiro mais jovem daquela Câmara. Formara-se
em farmácia em 1917 e em direito em 1911; tal como Omar Magro, era professor da Escola Normal. Foi ativo na
Câmara – e se é verdade que aquela foi uma legislatura especialmente movimentada, nem por isso deixou de haver
figuras com atuação discreta, como o próprio Cel. Turíbio, fazendeiro, nascido em 1866, que, assumindo como
referido uma cadeira no mesma ocasião que Enéas Ferreira, numa postura muito diferente da desse, manteve-se
ausente das discussões (embora presente às sessões). (Mini-biografias dos edis da legislatura 1920-22, no Álbum de
Campinas, 1922. Atas da Câmara).
98
Antônio Carlos de Camargo Vianna (* 09.11.1900), aluno da Faculdade de Direito de S. Paulo entre 1917 e 1921.
Assumia uma cadeira na Câmara em 1923, para a legislatura 1923-25, no mesmo momento em que seu nome começa
a ser lançado para o pagamento do imposto de indústrias e profissões no n° 97, que Octacílio de Camargo Vianna
(seu pai) já ocupava, vizinho do n° 99, de Rogério de Freitas. Na respectiva legislatura, é preciso ainda uma vez