Introdução
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que ocorre em quase todos os pacientes. Alguns relatam sono superficial, não
reparador, insônia inicial; outros, despertar precoce e muitos, queixam-se que
despertam facilmente e frequentemente, mesmo com ruídos de pouca intensidade
(Moldofsky e cols., 1989; Dauvilliers & Touchon, 2001). A prevalência de dor, fadiga,
insônia e principalmente de depressão varia de 20 a 100% em pacientes com
fibromialgia (Littlejohn, 2001). Em diversos estudos, investigadores identificaram dor
física decorrente de trauma, inatividade, falta de aptidão física, fadiga e depressão
como problemas freqüentes que acontecem em pacientes com fibromialgia
(Cunningham, 1996; Henriksson & Burckhardt, 1996; Millea & Holloway, 2000; Artic &
Toraman, 2002; Mugno, 2002; Whitehead, Palsson, & Jones, 2002; Hudson & Landis e
cols., 2003; Cacace e cols., 2006).
Outras morbidades dolorosas, como intestino irritável, artrites e cefaléias
freqüentemente são mencionadas na literatura, como também síndrome vestibular
(Millea & Holloway, 2000; Hodges, Smith-Rooker & Mugno, 2002; Whitehead, Palsson,
& Jones, 2002; Cecace, 2006).
Transtornos do sono são bastante freqüentes na fibromialgia. Para
compreender como o sono é afetado nesta patologia, devemos considerar a
interferência que os estímulos dolorosos exercem sobre o sistema nervoso central por
meio de arcos reflexos no corno posterior da medula raquidiana, potenciais de ação
antidrômicos das aferências primárias e ainda as aferências secundárias e terciárias
(Staud, 2006). Durante o processo de transmissão desses impulsos, ocorre a liberação
de substâncias que potencializam a inflamação e interferem no comportamento e no
sono, como a serotonina, a substância P, o ácido aspártico e o ácido glutâmico. As vias
de condução da dor também atuam sobre o comportamento e o sono, como os tractos
espinotalâmicos, relacionados com componentes discriminativos e afetivos da dor, o