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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
RONALDO HIRATA
AVALIAÇÃO DA REFLETÂNCIA, TRANSMITÂNCIA
DIRETA E FLUORESCÊNCIA DE RESINAS COMPOSTAS
Rio de Janeiro
2008
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Ronaldo Hirata
Avaliação da refletância, transmitância direta e fluorescência de
resinas compostas
Tese apresentada como requisito parcial para
obtenção do grau de Doutor em Odontologia,
Programa de Pós-Graduação em Odontologia -
Área de Concentração em Dentística, pela
Faculdade de Odontologia da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro.
Orientadora: Prof
a
. Dra. Katia Regina Hostilio Cervante Dias
Rio de Janeiro
2008
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CATALOGAÇÃO NA FONTE
UERJ/REDE SIRIUS/CBB
Autorizo apenas para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou parcial
desta tese.
___________________________________ ___________________________________
Assinatura Data
H668 Hirata, Ronaldo.
Avaliação da refletância, transmitância direta e fluorescência de resinas
compostas / Ronaldo Hirata. – 2008.
115 f.
Orientador: Katia Regina Hostilio Cervante Dias.
Tese (doutorado) Universidade do Estado do Rio de Janeiro,
Faculdade de Odontologia.
1. Espectrofotometria. 2. Resinas dentárias. 3. Fluorescência. 4.
Materiais dentários. I. Dias, Katia Regina Hostilio Cervante. II.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Faculdade de Odontologia. III.
Título.
CDU
616.314
i.exe
Ronaldo Hirata
Avaliação da refletância, transmitância direta e fluorescência de resinas
compostas
Tese apresentada como requisito parcial para obtenção do
título de Doutor em Odontologia à Faculdade de Odontologia
da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Área de
Concentração: Dentística.
Aprovado em:
Orientadora: Prof
a
. Dr
a
. Katia Regina Hostilio Cervantes Dias – Faculdade de
Odontologia da UERJ.
Banca Examinadora:
_________________________________________________
Prof. Dr. Hélio Rodrigues Sampaio Filho
Faculdade de Odontologia da UERJ
_________________________________________________
Prof. Dr. Hugo de Andrade Filho
Faculdade de Odontologia da UERJ
_________________________________________________
Prof. Dr. Rodrigo Sant’ Anna Aguiar dos Reis
Faculdade de Odontologia da UNIGRANRIO
_________________________________________________
Prof. Dr. Mario Fernando de Goes
Faculdade de Odontologia da UNICAMP
_________________________________________________
Prof. Dr. Walter Gomes Miranda Júnior
Faculdade de Odontologia da USP
Rio de Janeiro
2008
DEDICATÓRIA
Aos antepassados sob a figura dos meus avós, alguns já falecidos, que
acreditaram que a educação seria o único caminho para a inserção social de sua
famíla e diminuição do preconceito em um país ainda desconhecido, mesmo que
eles nunca tenham tido esta mesma oportunidade.
Aos meus pais que abdicaram de bens próprios e gastos pessoais para
seguir esta mesma crença, investindo na educação continuada dos filhos.
A Deus, que ainda com minhas falhas, não perde sua confiança:
“... esperei pacientemente pela ajuda do Senhor
Ele se inclinou para mim e ouviu meu pedido de socorro
me tirou de uma cova de destruição, de um poço de lama;
pôs os meus pés sobre uma rocha e firmou os meus passos...”
Salmos 40
AGRADECIMENTOS
À professora Dra. Katia Regina Hostilio Cervantes Dias pela paciência e
carinho durante o doutorado e, especialmente, durante a orientação. O agente
catalisador dentro do programa de pós-graduação e da UERJ, impondo autoridade
pelos pequenos gestos e grande coração.
Aos professores Drs. Mauro Sayão de Miranda e Hélio Rodrigues Sampaio
Filho pelos conhecimentos e experiência transmitidos durante o curso.
A todo o corpo docente do Programa de Pós-graduação em Odontologia da
Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
À Universidade Estadual do Rio de Janeiro, na figura do coordenador da s-
graduação, prof. Dr. Ricardo Guimarães Fischer, pela oportunidade de realizar o
doutorado.
Aos funcionários da Pós-graduação e especialmente ao Antônio por todo
auxílio prestado.
A todos os colegas do programa de mestrado e doutorado da UERJ pelo
auxílio durante este período
Aos irmãos e parceiros Oswaldo Scopin de Andrade e Sidney Kina, exemplos
inspiradores no árduo dia-a-dia, ajudando a suportar as dificuldades do nosso
trabalho.
A amiga Eliane Placido pela imensa e talentosa ajuda, extremamente gentil e
carinhosa, sem a qual o trabalho não seria polido e acabado.
Ao irmão e parceiro Antônio Sakamoto que deu literalmente o sangue e todo
suporte para a realização deste doutorado carregando as pedras durante os últimos
anos.
Aos irmãos e parceiros Cristian Higashi, Jimmy Liu e Cleber dos Santos pela
ajuda diária em todos os nossos cursos, nos ensinando a ensinar.
Ao amigo e parceiro Alexandre Severo Masotti, companheiro do mestrado,
sempre uma influência inteligente pela sua visão ampla e multidisciplinar.
Ao amigo Marcos Masioli que me influenciou imensamente na busca deste
doutorado.
Ao laboratório do Instituto de Química da Universidade de São Carlos e, em
especial, ao amigo Dr. Mauro Roberto Fernandes pelo suporte laboratorial.
Ao Prof. Dr. José Roberto de Oliveira Bauer pelo auxílio estatístico.
Ao amigo Alessandro Loguércio pelas idéias e sugestões objetivas finais.
Ao mestre e amigo Paulo Kano pela revisão das interpretações ópticas finais.
Aos amigos Herbert Mendes, Vânia Kina, João Carlos Gomes, Milko Villarroel,
Mauricio Watanabe, Cláudio Pinho, Alexandre Pederneiras, Camila Madruga, Elton
Martins, Anadélia Soares, Ricardo Massaki, Fábio Fujiy, Aline Santade, Ronaldo
Viotti, Márcio Seto, André Reis, Alexandre Gonçalves dos Santos, Bruno Carlini,
Ginger Baranhuk, Alessandra Reis, Vinícius di Hipólito, Carla Arita, Ariovaldo Stefani,
Sérgio Siqueira Júnior, Carlos Eduardo Pena, Murilo Calgaro, José Carlos Romanini,
Marcos Celestrino e Luiz Alves Ferreira, que em vários momentos influenciaram, de
diferentes formas, este trabalho.
A todos os pacientes e alunos que deram suporte a esta oportunidade.
ÉPÍGRAFE
A leitura final e a versão definitiva foram minhas. erros neste livro. Não sei
onde estão. Se eu soubesse, não estariam lá. Mas com cerca de duzentas mil
palavras, minha mente probabilística me diz que os erros o inevitáveis. Desde
minhas desculpas.
Alan Greenspan
Eu creio em mim mesmo. Creio nos que trabalham comigo, creio nos meus
amigos e creio na minha família. Creio que Deus me emprestará tudo que necessito
para triunfar, contanto que eu me esforce para alcançar com meios lícitos e
honestos. Creio nas orações e nunca fecharei meus olhos para dormir, sem pedir
antes a devida orientação a fim de ser paciente com os outros e tolerante com os
que não acreditam no que eu acredito. Creio que o triunfo é resultado de esforço
inteligente, que o depende da sorte, da magia, de amigos, companheiros
duvidosos ou de meu chefe. Creio que tirarei da vida exatamente o que nela colocar.
Serei cauteloso quando tratar os outros, como quero que eles sejam comigo. Não
caluniarei aqueles que não gosto. Não diminuirei meu trabalho por ver que os outros
o fazem. Prestarei o melhor serviço de que sou capaz, porque jurei a mim mesmo
triunfar na vida, e sei que o triunfo é sempre resultado do esforço consciente e
eficaz. Finalmente, perdoarei os que me ofendem, porque compreendo que às vezes
ofendo os outros e necessito de perdão.
Mahatma Ghandi
RESUMO
HIRATA, Ronaldo. Avaliação da refletância, transmitância direta e fluorescência de
resinas compostas. 2008. 115 f. Tese (Doutorado em Odontologia) - Faculdade de
Odontologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
O presente trabalho teve como objetivo verificar a porcentagem de refletância
(R) e transmitância direta (T
d
), e avaliar a intensidade de fluorescência (F) de 3
sistemas de resinas compostas, Filtek Supreme XT - 3M ESPE (SU), 4 Seasons
Ivoclar Vivadent (4S) e Durafill VS - Kulzer (DU), em cores indicadas para reproduzir
esmalte cromático (EC), esmalte acromático (EA) e dentina (D). Como controle
foram utilizados discos de esmalte e dentina humanos obtidos a partir de 5 terceiros
molares extraídos. Foram confeccionados 5 espécimes por grupo a partir de
matrizes metálicas (20 x 38 x 0,37 ± 0,01mm) contendo um orifício circular de 8mm.
Os mesmos espécimes foram utilizados para todos os testes, sendo mantidos
imersos em água filtrada. Para análise quantitativa dos resultados foi feita a média
dos valores percentuais e determinada a área sob a curva de espectrofotometria
entre os comprimentos de onda de 340 a 800nm. Foi usado um software gráfico para
cálculo da área sob a curva no feixe de luz visível. Para a fluorescência foi utilizado
um espectrofluorímetro com incidência de 390nm, sendo escolhido o comprimento
de 449nm para a estatística e avaliação. A homogeneidade das variâncias foi
verificada através do teste de Levene (α=0,05) e a normalidade dos resíduos de
cada conjunto de dados através do teste de Shapiro-Wilk (α=0,05). Os dados foram,
então, submetidos à análise de variância de um fator (material) e teste de Tukey
para contraste de médias (α = 0,05). Em relação à refletância todas as resinas para
EC obtiveram menores valores em comparação ao esmalte. Para T
d
somente a DU
para EC apresentou semelhança estatística com o esmalte. Todas as resinas para
dentina obtiveram menores valores de refletância em comparação à dentina,
enquanto em T
d
somente a 4S diferiu das demais, apresentando os maiores valores.
As resinas para EA apresentaram menores valores em refletância e maiores em T
d
em comparação ao esmalte, com exceção da DU no modo T
d
. A resina SU para EA
apresentou os maiores valores de T
d
e menores de R. Entre as resinas para EC
utilizadas neste experimento, a SU foi a única que apresentou valores de F
estatisticamente semelhantes ao esmalte. Nenhuma das resinas para dentina
estudadas apresentou valores de F semelhantes à dentina humana, de modo que
SU apresentou os menores valores, seguida da DU e 4S com os maiores valores. A
SU para EA não apresentou picos de fluorescência.
Palavras-Chave: Espectrofotômetro. Resina Composta. Fluorescência. Materiais
dentários. Translucidez. Transmitância.
ABSTRACT
The objective of this study was to verify the percentage of reflectance (R) and
direct transmittance (T
d
), and intensity of fluorescence of 3 resin composite systems,
Filtek Supreme XT - 3M ESPE (SU), 4 Seasons Ivoclar Vivadent (4S) and Durafill
VS - Kulzer (DU), in colors indicated to reproduce chromatic enamel (CE),
achromatic enamel (AE) and dentin (D). Human enamel and dentin discs were
obtained from 5 extracted molars and used as control groups. Five specimens were
prepared for each group using standardized metallic matrices (20 x 38 x 0.37 ±
0.01mm) with a round perforation of 8mm. The same specimen was assayed under
all tests and was maintained stored in water. For quantitative analysis of obtained
data, mean values were calculated and the area below the spectrophotometry graph
curve between wave lengths of 340 and 800nm (visible light) was determined using a
specific software. For fluorescence test, a spectrofluorimeter with 390nm incidence
was employed, so that the 449nm wave length was chosen for statistical analysis and
evaluations. Variance homogeneity was verified using Levene test (α=0.05) and
residual normality for each data set was analyzed by means of Shapiro-Wilk test
(α=0.05). Data were submitted to statistical analysis using one-way ANOVA
(material) and Tukey’s test to verify differences among groups (α = 0.05). Regarding
reflectance, all composites for CE obtained lower values when compared to enamel.
For T
d
, only DU for CE presented statistically similar results to enamel. All materials
for dentin obtained lower reflectance values than dentin, whereas in T
d
only 4S
presented statistically higher values than the other composites. AE composites
showed lower values in reflectance mode and higher values in T
d
when compared to
enamel, except for DU in T
d
. SU for AE presented the highest values in T
d
and lowest
in R. Among composites for CE evaluated in this study, Su was the only material that
showed statistically similar F values to enamel. No analyzed composite for dentin
presented similar F values to dentin. SU obtained the lowest values, followed by DU
and 4S with the highest values. SU for AE presented no fluorescence peaks.
Keywords: Spectrophotometer. Composite resin. Fluorescence. Dental
Materials. Translucency. Transmittance.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Espectro de luz visível visto pela curva de refletância............................
6
Figura 2. Localização do pico de luz no espectro de luz visível para diferentes
cores......................................................................................................
7
Figura 3. Árvore de Münsell, onde o tronco representa o valor, as ramificações
em vários ângulos os matizes e a distância em cada eixo as
saturações..............................................................................................
8
Figura 4. Translucidez com passagem do feixe de luz pelo objeto........................
9
Figura 5. Matriz porta-espécime posicionada sobre uma placa de vidro e tira de
poliéster..................................................................................................
39
Figura 6. Inserção da resina composta no porta-espécime................................... 40
Figura 7. Tira de poliéster e segunda placa de vidro posicionadas sobre a
resina composta sob pressão manual...................................................
41
Figura 8. Fotopolimerização da resina composta.................................................. 41
Figura 9. Aferição da espessura dos espécimes com paquímetro digital
(precisão de 0,01mm)............................................................................
42
Figura 10. Redução com lixas d’água 600 até a espessura de 0,37±0,01mm...... 42
Figura 11 A e B. Polimento dos corpos-de-prova com borrachas verde e rosa.....
43
Figura 12. Corte das amostras de esmalte e dentina manualmente com discos
de diamante sob refrigeração................................................................
43
Figura 13. Secção de esmalte ainda com espessura não padronizada.................
44
Figura 14. Planificação do fragmento de esmalte em lixa d’água 600...................
44
Figura 15 A e B. Inserção dos espécimes de esmalte e dentina seccionados na
matriz porta-amostra..............................................................................
45
Figura 16. Fixação do fragmento de esmalte com resina acrílica incisal...............
45
Figura 17 A e B. Espécimes prontos de esmalte e dentina humana..................... 46
Figura 18 A e B. Espectrofotômetro de refletância Cary 5G (Varian/Canadá).......
47
Figura 19. Esquema do espectrofotômetro com esfera de integração.................. 48
Figura 20. Vista da base experimental do espectrofluorímetro..............................
49
Figura 21. Espectrofluorímetro Hitachi F-4500...................................................... 50
Figura 22. Refletância (%R) de acordo com o comprimento de onda (nm) para o
esmalte e as resinas compostas Supreme A2E, Durafill A2 e 4
Seasons Enamel A2.............................................................................
55
Figura 23. Refletância (%R) de acordo com o comprimento de onda (nm) para a
dentina e as resinas compostas Supreme A2D, Durafill A2O e 4
Seasons Dentin A2..............................................................................
56
Figura 24. Refletância (%R) de acordo com o comprimento de onda (nm) para
as resinas compostas Supreme YT, Durafill I e 4 Seasons MV.............
57
Figura 25. Transmitância direta (%Td) de acordo com o comprimento de onda
(nm) para o esmalte e as resinas compostas Supreme A2E, Durafill
A2 e 4 Seasons Enamel A2...................................................................
61
Figura 26. Transmitância direta (%Td) de acordo com o comprimento de onda
(nm) para a dentina e as resinas compostas Supreme A2D, Durafill
A2O e 4 Seasons Dentin A2..................................................................
62
Figura 27. Transmitância direta (%Td) de acordo com o comprimento de onda
(nm) das resinas compostas Supreme YT, Durafill I e 4 Seasons MV..
63
Figura 28. Fluorescência (intensidade) de acordo com o comprimento de onda
(nm) para o esmalte e as resinas compostas Supreme A2E, Durafill
A2 e 4 Seasons Enamel A2...................................................................
67
Figura 29. Fluorescência (intensidade) de acordo com o comprimento de onda
(nm) para a dentina e resinas compostas Supreme A2D, Durafill A2O
e 4 Seasons Dentin A2..........................................................................
68
Figura 30. Fluorescência (intensidade) de acordo com o comprimento de onda
(nm) para as resinas compostas Supreme YT, Durafill I e 4 Seasons
MV..........................................................................................................
69
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Relação entre as cores e comprimentos de onda da luz....................... 7
Tabela 2. Características das resinas compostas avaliadas neste estudo............
37
Tabela 3. Informações sobre a composição da fase inorgânica (porcentagem
por peso, tamanho e composição das partículas de carga) e da matriz
orgânica das resinas compostas avaliadas neste estudo......................
38
Tabela 4. Médias, desvio-padrão e percentual de refletância para todos os
grupos analisados..................................................................................
52
Tabela 5. Médias, desvio-padrão e percentual de transmitância direta (Td) para
todos os grupos analisados...................................................................
58
Tabela 6. Médias e desvio-padrão de fluorescência de todos os grupos
analisados..............................................................................................
64
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1. Diferenças entre as médias de refletância obtidas para o esmalte e
resinas compostas para esmalte cromático (letras semelhantes
indicam similaridade estatística p>0,05)................................................
52
Gráfico 2. Diferenças entre as médias de refletância obtidas para a dentina e
resinas compostas indicadas para dentina (letras semelhantes
indicam similaridade estatística p>0,05)................................................
53
Gráfico 3. Diferenças entre as médias de refletância obtidas para as resinas
compostas para esmalte acromático (letras semelhantes indicam
similaridade estatística p>0,05)..............................................................
54
Gráfico 4. Diferenças entre as médias de Td obtidas para o esmalte e resinas
compostas para esmalte cromático (letras semelhantes indicam
similaridade estatística p>0,05)..............................................................
58
Gráfico 5. Diferenças entre as médias de Td obtidas para a dentina e resinas
compostas para dentina (letras semelhantes indicam similaridade
estatística p>0,05)..................................................................................
59
Gráfico 6. Diferenças entre as médias de Td obtidas para as resinas compostas
para esmalte acromático (letras semelhantes indicam similaridade
estatística p>0,05)..................................................................................
60
Gráfico 7. Diferenças entre as médias de fluorescência obtidas para o esmalte
e resinas compostas para esmalte cromático (letras semelhantes
indicam similaridade estatística p>0,05)................................................
64
Gráfico 8. Diferenças entre as médias de fluorescência obtidas para a dentina e
resinas compostas para dentina (letras semelhantes indicam
similaridade estatística p>0,05)..............................................................
65
Gráfico 9. Diferenças entre as médias de fluorescência obtidas para as resinas
compostas para esmalte acromático (letras semelhantes indicam
similaridade estatística p>0,05)..............................................................
66
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
ADA
Associação Dentária Americana (American Dental Association)
CIE
Comissão Internacional de Iluminação (Commission Internationale
de L’Eclairage)
E
i
Energia incidente
E
a
Porção da Energia incidente refletida
M
r
Porção refletida
M
t
Porção transmitida
nm Nanômetro (10
-9
metros)
mm Milímetro
ºC Graus Celsius
% Porcentagem
µm Micrômetros
TEGDMA Trietilenogilcoldimetacrilato
UDMA Uretano dimetacrilato
Bis-EMA Bisfenol A etoxilato dimetacrilato
Bis-GMA Bisfenol gilicidil metacrilato
TEGMA Trietilenoglicolmetacrilato
UV Ultravioleta
TiO
2
Dióxido de titânio
SiO
2
Dióxido de silício
MEV Microscopia Eletrônica de Varredura
CHDMA 1,4-ciclohexanediol dimetacrilato
TCDDMA 4,8-dimetacriloximetileno triciclo decano
BisMPHFP 2,2-bis (4-metacriloxi fenil) hexafluoropropano
BisMEPHFP 2,2-bis (4-metacriloxietoxi fenil) hexafluoropropano
HMDMA Hexametilenediol dimetacrilato
BisMEPP 2,2-bis-(4-metacriloxietoxi fenil) propano
CIELAB Sigla do espaço de cor CIE L*a*b* de 1976
L* Coordenada de luminosidade do CIE L*a*b*
a* Coordenada de cromaticidade a do CIE L*a*b*
b* Coordenada de cromaticidade b do CIE L*a*b*
D
65
Iluminante padrão secundário, com temperatura de cor de 6500K
E Diferença de cor total do CIE L*a*b*
R Refletância
A Absorvância
%T Percentual de transmitância
%R Percentual de refletância
S Coeficiente de dispersão
K Absorção
RI Refletividade
CR
Índice de contraste (Contrast ratio)
C Índice de contraste
T
d
Transmitância direta
UVL Ultravioleta longa
Kg Quilograma
Min Minuto
° Graus
H Hora
mW/cm
2
Milliwatt por centímetro quadrado
ISO
International Organization for Standardization
α
Alfa
PPMA Polimetilmetracrilato
Zr/Si Zircônia/Silica
SUMÁRIO
p.
1
INTRODUÇÃO....................................................................................................1
2
REVISÃO DE LITERATURA...............................................................................5
2.1
Cor....................................................................................................................5
2.2
Translucidez e opacidade.................................................................................9
2.3
O dente natural.................................................................................................13
2.4
Translucidez e opacidade em resinas compostas ............................................15
2.5
Metodologia para análise de translucidez.........................................................18
2.6
Fluorescência em dentes naturais....................................................................26
2.7
Fluorescência em materiais restauradores.......................................................30
2.8
Metodologia para análise de fluorescência.......................................................33
3
PROPOSIÇÃO..................................................................................................36
4
MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................37
4.1
Materiais utilizados ...........................................................................................37
4.2
Confecção dos corpos de prova experimentais................................................38
4.3
Análise de refletância e transmitância parcial...................................................46
4.4
Análise de fluorescência...................................................................................49
5
RESULTADOS..................................................................................................51
5.1
Análise estatística dos dados obtidos...............................................................51
5.2
Análise dos dados de refletância......................................................................51
5.3
Análise dos dados de transmitância direta .......................................................57
5.4
Análise dos dados de fluorescência..................................................................63
6
DISCUSSÃO.....................................................................................................70
7
CONCLUSÃO ...................................................................................................82
REFERÊNCIAS
.......................................................................................................83
APÊNDICE A.............................................................................................................91
ANEXO A................................................................................................................97
1 INTRODUÇÃO
Vários materiais odontológicos estão em evolução constante e dentre estes
as resinas compostas têm recebido uma atenção especial. Muitos produtos vêm
sendo apresentados ao mercado com modificações na composição, tanto no que se
refere à matriz orgânica quanto às partículas de carga, e nestas, no formato,
tamanho e quantidade, com conseqüente melhoria nas propriedades físicas.
Muitas características são necessárias aos materiais poliméricos para se
obter sucesso clínico. Dentre elas estão o comportamento mecânico (resistência à
flexão, compressão e desgaste), o polimento e sua manutenção que são
dependentes de uma adequada polimerização. Além disso, o comportamento óptico
deve ser compatível com a estrutura natural do dente. A combinação dessas
propriedades acrescidas dos procedimentos técnicos de aplicação resulta no
sucesso clínico da restauração.
As propriedades ópticas dos materiais são determinadas pela sua
composição resultando em uma diferença entre vários materiais com relação ao
índice de reflexão e refração. No caso das resinas compostas, o formato, tipo,
tamanho e concentração das partículas de carga das diferentes marcas comerciais,
assim como a adição de monômeros e pigmentos
14, 50, 69, 102, 116
são fatores
responsáveis pelas características de dispersão óptica do material na tentativa de
imitar as propriedades ópticas dos tecidos dentais com relação à translucidez e
opacidade
14, 115
.
Fahl Jr et al., (1995)
25
e Baratieri et al., (1995)
9
recomendaram a utilização de
resinas opacas para reconstrução do tecido dentinário e resinas translúcidas para
reproduzir as características do esmalte, no entanto, esta forma técnica não é
suficiente para produzir luminosidade semelhante à da estrutura dental. É necessário
o controle das espessuras das camadas de resinas compostas nos seus diferentes
níveis de opacidade e translucidez e o conhecimento prévio destas características
presentes no esmalte e na dentina naturais
20, 109
.
Os diferentes tipos de esmalte sejam de translucidez cromática ou acromática
são influenciados pelas características internas da dentina. Com isso, a percepção
da cor da resina para dentina é influenciada pela resina composta selecionada para
esmalte
112
.
2
A grande maioria das resinas comercializadas no mercado odontológico ainda
apresenta partículas inorgânicas na dimensão média micrométrica. São
denominadas de microparticuladas ou microhíbridas e têm demonstrado grande
variabilidade nas características de transmitância e refletância da luz, além de
apresentarem as mesmas diferenças em relação à luminosidade das estruturas
dentárias.
Em 2002 foi introduzida no mercado uma resina composta com partículas
inorgânicas na escala nanométrica
72
. No entanto, este material também não
apresenta definições em relação à similaridade com o comportamento da luz na
estrutura dental.
Várias metodologias podem ser encontradas na literatura para o estudo de
cores, translucidez e opacidade dos materiais restauradores. Dentre elas podemos
citar principalmente as que utilizam colorímetros
40, 44, 45
, espectrofotômetros com
modo transmitância direta
69
e refletância
52, 60
.
Masotti et al., (2007)
69
avaliaram as porcentagens de transmitância direta (T
d
)
das resinas compostas microhíbridas Charisma F, Intens, Solitaire II e Tetric Ceram,
e nanoparticuladas Esthet-X e Supreme nas cores A3 (dentina) e translúcido
(esmalte), ou seus correspondentes. Os autores verificaram que a resina composta
Charisma demonstrou ter a maior transmitância, exceto para a cor esmalte em
700nm. Além disso, as cores translúcidas foram as que apresentaram os maiores
percentuais de transmitância direta. Todas as resinas translúcidas apresentaram
maior transmitância em relação às resinas dentina, com exceção da resina composta
Supreme que não apresentou diferenças, e a resina composta Charisma cuja
dentina apresentou transmitância maior que a translúcida.
Dos Santos et al., (2007)
21
analisaram a transmitância direta de duas resinas
compostas (Filtek Supreme XT e Filtek Z-250) em diferentes espessuras e
profundidades de penetração de luz em função do comprimento de onda (400 a 800
nm). Em baixo comprimento de onda a transmitância da resina composta Filtek
Supreme XT foi menor que da resina composta Z-250 e o oposto ocorreu quando
avaliada em comprimento de 800nm. Além disso, quanto menor a espessura maior a
transmitância obtida.
A dentição natural também apresenta a capacidade de absorver e refletir a
energia luminosa. Quando o espectro da energia luminosa é absorvido no
comprimento de onda abaixo daquele determinado para a luz visível a estrutura
3
dental é capaz de alterar o comprimento de onda para o espectro dentro da faixa do
visível e, desta forma, emitir uma luz branco-azulada. Este fenômeno é caracterizado
como fluorescência e está mais presente na dentina do que no esmalte devido à
maior quantidade de matéria orgânica fotossensível ao baixo comprimento de onda.
Esta característica potencializa a vitalidade dos dentes naturais
93
.
Assim, a fluorescência faz com que os dentes pareçam mais brancos e claros
e esta luminosidade vai se alterando no decorrer do dia. Além disso, durante a noite,
as pessoas também ficam expostas a ambientes iluminados por lâmpadas que
emitem o comprimento de onda dentro da faixa em que ocorre o fenômeno.
No entanto, os componentes básicos que formam os materiais restauradores
não apresentam a propriedade de fluorescência. Como conseqüência, os dentes
restaurados com estas resinas compostas apresentam um aspecto mais escuro em
relação à estrutura dental natural. Para tentar resolver o problema os fabricantes
adicionaram agentes luminóforos do grupo dos metais terras-raras como o urópio,
térbio, itérbio e cério. A incorporação destes pigmentos tem reproduzido
satisfatoriamente a fluorescência dos dentes naturais para algumas resinas
compostas.
Panzeri et al., (1977)
78
pesquisaram a fluorescência de materiais
restauradores diretos como o cimento de silicato, a resina acrílica, compósitos e
glazes. Também foi medida a fluorescência destes materiais após um processo de
descoloração utilizando fonte de luz ultravioleta no comprimento de onda de 365nm.
Os autores concluíram que o dente humano apresentou fluorescência policromática
próximo do comprimento de onda de 450nm. Os materiais avaliados apresentaram
grandes diferenças na emissão da fluorescência, o cimento de silicato foi o que
apresentou maior intensidade enquanto que a resina acrílica e a resina composta
(Simulate, Adaptic, Prestige, HL-72, Posite) não apresentaram a característica. Além
disso, a aplicação do glaze sobre o material restaurador e o procedimento de
descoloração reduziu a fluorescência em 50% nos materiais que apresentaram a
propriedade.
Liu (2005)
63
avaliou a fluorescência de seis resinas compostas 4 Seasons
(Ivoclar Vivadent), Esthet-X (Dentsply), Point 4 (Kerr), Filtek Supreme (3M ESPE),
Vênus (Heraeus-Kulzer), Vit-l-Escence (Ultradent) gerada durante a exposição a
uma fonte de luz ultravioleta. Os resultados mostraram uma ordem crescente de
4
intensidade de fluorescência partindo da Filtek Supreme seguida pela Vit-l-Escence,
Esthet-X, Vênus, 4 Seasons e Point 4.
Como o comportamento da resina composta frente aos fenômenos ópticos
como translucidez e fluorescência tem mostrado muita variabilidade entre as marcas
comerciais disponíveis no mercado em função das diferentes composições
orgânicas e inorgânicas e uma crescente exigência de uma perfeita interação
entre a estrutura dental e o material restaurador para reprodução dos fenômenos
ópticos que resulta na adequação estética do sorriso, faz-se necessário avaliar a
refletância, transmitância direta e fluorescência de resinas compostas com diferentes
composições orgânicas e inorgânicas.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Cor
A relação dos aspectos físicos da cor, sua percepção pelo olho humano
somada a componentes psicológicos contribuem para a formação do conceito de
cor.
O campo da medição da cor e os fatores envolvidos nesta ciência englobam
três aspectos básicos: as fontes luminosas, os objetos / superfícies iluminados por
estas e o observador. Desta forma, desenvolve tópicos como a visão das cores (e
sua relação com a anatomia e fisiologia dos órgãos humanos da visão), os atributos
da percepção de cores (e seus conceitos e nomenclaturas), a função de ajuste
espectral (ou de eficiência da percepção de estímulos em determinado comprimento
de onda pelo olho humano), as relações entre os estímulos de cor (e seus
componentes formadores) e a formação de modelos de cor (espaços de cor), além
da obtenção de valores de estímulos tricromáticos (coordenadas X, Y, Z)
39
.
Pedrosa (2002)
85
relacionou esses fatores com o seu uso além das artes
plásticas em geral, seus significados místicos / simbólicos e elementos de harmonia.
Desenvolveu também uma nova conceituação de percepção de cores antes
chamadas de "fisiológicas" por Goethe, e de cores de contraste pela Comissão
Internacional de Iluminação
1
. O autor demonstra a possibilidade de controlar
tecnicamente o fenômeno de formação de uma cor complementar formada pelos
entrechoques de tonalidades de uma cor levadas ao paroxismo por ação de
contrastes.
A região da luz que nossos olhos alcançam é chamada de luz visível. Ela
compreende a faixa de 400 a 700nm, e todas as cores que conhecemos estão
dentro deste intervalo (Figura 1). No objeto, a cor que percebemos é uma mistura de
vários comprimentos de onda e, portanto, ela pode ser demonstrada a partir de um
desenho gráfico conhecido como curva espectral ou espectro da cor
17
.
1
Commission Internationale de L’Eclairage - CIE - organização dedicada à cooperação internacional e troca de
informação entre seus países membros de todas as matérias relativas a arte e ciência de iluminação
16
.
6
Figura 1. Espectro de luz visível visto pela curva de refletância
A absorção por sua vez define a cor do objeto em questão e o seu processo
ocorre em nível molecular. Assim como acontece num átomo, cada molécula
caracteriza-se por possuir níveis de energia moleculares quantizados, os quais
podem ser ocupados pelos elétrons das moléculas. Por outro lado, a radiação
carrega energia, sendo o seu valor dependente do comprimento de onda da
radiação. A absorção da radiação se dá quando a energia que ela transporta é igual
à diferença entre dois níveis de energia da molécula. Nessa situação, a energia da
radiação é transferida para a molécula e ocorre a chamada absorção de radiação.
Como moléculas de substâncias diferentes têm diferentes níveis moleculares de
energia, ocorre que cada substância absorve a radiação de maneira peculiar. Dito de
outra forma, os comprimentos de onda que uma certa substância absorverá são
característicos da sua estrutura e outras substâncias absorverão outros
comprimentos de onda. Se levantarmos dados referentes à intensidade de luz
absorvida por uma substância em função dos comprimentos de onda da radiação,
podemos obter uma curva chamada espectro de absorção da substância. O
importante é que cada substância tem um espectro característico e, desse modo, se
queremos identificar um material desconhecido, poderemos fazê-lo a partir de sua
curva de absorção comparada com curvas de substâncias conhecidas.
A teoria dos quanta propõe que cada substância absorva luz em
comprimentos de onda específicos (Tabela 1). Assim, para cada substância, uma
absorção característica para cada comprimento de onda que representa o seu
7
espectro de absorção. A cor de uma substância é determinada pela luz que não é
absorvida (Figura 2)
17
.
Tabela 1. Relação entre as cores e comprimentos de onda da luz
Comprimento de onda
(nm)
Cor transmitida Cor absorvida
400 – 435 Violeta Verde-amarelado
435 – 480 Azul Amarelo
480 – 490 Azul esverdeado Laranja
490 – 500 Verde azulado Vermelho
500 – 560 Verde Roxo (púrpura)
560 – 580 Verde amarelado Violeta
580 – 595 Amarelo Azul
595 – 610 Laranja Azul esverdeado
610 – 750 Vermelho Verde azulado
Figura 2. Localização do pico de luz no espectro de luz visível para diferentes cores
Um sistema de cores baseado em princípios perceptuais foi proposto por um
artista, Albert Münsell. Ainda é considerado um dos mais importantes conceitos e um
8
dos mais utilizados, inclusive pelos sistemas restauradores dentais. As dimensões
escolhidas foram três (conceito tridimensional da cor): matiz, croma e valor (Figura
3)
17
. Havia sido inicialmente pensado para tintas e suas aplicações sobre objetos
com opacidade e não para corpos translúcidos.
Figura 3. Árvore de Münsell, onde o tronco representa o valor, as ramificações em
vários ângulos os matizes e a distância em cada eixo as saturações
O matiz é definido como a sensação pela qual nós percebemos os
comprimentos de onda da luz refletida pelos objetos, e que, normalmente chamamos
de cor. Distingue uma família de cor de outra, como o vermelho do verde ou do azul.
A escala VITA (Vident, Baldwin Park, CA) é considerada o padrão em termos de
escalas de cor em Odontologia, e trabalha com quatro matizes básicos: A (Marrom),
B (Amarelo), C (Cinza) e D (Vemelho)
25
.
O croma ou saturação representa a quantidade de pigmentos de uma cor, ou
a intensidade da cor matiz. Distingue uma cor forte de uma cor fraca pela quantidade
de matiz em cada croma. Na escala VITA a saturação está disposta por números
que vão do 1 ao 4, e em alguns sistemas de resinas e porcelanas até o número 7,
indicando uma saturação ainda maior
104
.
Valor ou luminosidade é a escala que vai do branco ao preto, ou seja, todos
os níveis de cinza e indica o quanto um objeto é claro ou escuro, se diferenciando
bastante do forte/fraco da saturação. Trata-se da dimensão mais importante
clinicamente para o profissional em dentística restauradora
36
. Inevitavelmente acaba
influenciando e sendo influenciada pela translucidez e opacidade.
9
2.2 Translucidez e opacidade
Uma vez que Münsell estabeleceu as três dimensões da cor para a atmosfera
bidimensional, quando se trata de objetos tridimensionais uma quarta dimensão
deve ser incluída: translucidez (Figura 4)
17, 46
.
Figura 4. Translucidez com passagem do feixe de luz pelo objeto
quando uma luz incide em uma superfície ou um meio semitransparente,
três processos podem ocorrer: absorção, reflexão ou transmissão, sendo
representado pela fórmula:
E
i
= E
a+
M
r
+M
t
(1)
Onde: E
i
= energia incidente
E
a
= porção da Energia incidente refletida
M
r
= porção refletida
M
t
= porção transmitida
117
A dinâmica da luz é um fenômeno de importância nas restaurações estéticas,
por permitir a reprodução fiel das características da dentição natural. Porém, a
análise inadequada do comportamento óptico desta, pode levar ao fracasso dos
procedimentos restauradores.
Baseado no conceito da transmissão de luz que é a capacidade de um corpo
permitir a passagem da luz em seu interior, os meios transmissores relacionados
com a luz incidente podem ser classificados em opacos, transparentes e
translúcidos. Os corpos e os materiais podem ou não transmitir luz através deles. Se
ocorrer a passagem de luz são denominados transparentes ou translúcidos, caso
contrário, são denominados opacos. O comportamento óptico de cada meio estará
10
determinado pelo grau de dispersão, refração e absorção do raio de luz no interior
do corpo
46
.
A opacidade normalmente é observada em um material pouco ou não
transmissor de luz. Este termo geralmente é empregado para descrever materiais
que absorvem luz, não permitindo sua passagem, neste caso denominado
opacidade total.
Um meio transparente permite passagem de luz em seu interior sem sofrer
modificações em sua trajetória, ou seja, mantém o paralelismo em seu trajeto. Isto
significa que um observador poderá ver através dele sem distorções dos objetos e
suas formas.
Os corpos e os materiais translúcidos se caracterizam por permitir a
passagem de luz incidente em seu interior modificando sua direção de forma a não
ser possível observar claramente os objetos que se encontram através do meio
observado
81
.
três fatores importantes a considerar em um corpo translúcido: presença
ou ausência de cor, espessura do material e grau de translucidez. Em relação à cor
podemos encontrar corpos translúcidos acromáticos e cromáticos.
Um corpo é translúcido acromático quando permite a passagem de luz,
dispersando-a em seu interior e deixando-a sair sem variar sua cor.
Um corpo é translúcido cromático quando permite a passagem de luz,
dispersando-a em seu interior e deixando-a sair variando sua cor.
Dessa forma, a percepção de um mesmo objeto que está sendo visto através
de um corpo translúcido acromático é muito diferente da observação deste mesmo
objeto através de um corpo translúcido cromático, pois neste a percepção do objeto
é influenciada pela cor do meio interposto. Na dentição natural, a dentina apresenta
uma característica cromática, aumentando sua saturação com o tempo. O esmalte
apresenta translucidez cromática ou acromática podendo ter leves tonalidades para
o cinza, o azul e o branco dentre outras, e muitas vezes pode se apresentar incolor,
caracterizando o fenômeno de translucidez acromática. Este conceito aplicado às
resinas compostas segue aos mesmos princípios, pois as resinas para esmalte se
apresentam com diferentes pigmentos ou ausência dos mesmos, representando
uma translucidez cromática e acromática, respectivamente. Portanto, a percepção
da cor da resina para dentina será influenciada pela resina para esmalte
selecionada, desde que esta seja cromática
112
.
11
Na tentativa de imitar o dente natural, uma das maiores dificuldades para o
dentista é reproduzir profundidade e vitalidade a um dente simultaneamente. Estas
dificuldades podem resultar em restaurações inexpressivas e distantes da realidade,
possuindo a translucidez e a profundidade um importante papel no momento de
estratificar uma restauração.
A profundidade, definida como a distância entre as posições extremas de um
anteparo sobre o qual um sistema óptico pode projetar imagens e que também pode
ser denominada “efeito de profundidade”, é o resultado dos diferentes graus de
translucidez que uma estrutura pode apresentar. Translucidez e profundidade são
conceitos interligados e são responsáveis pela percepção simultânea de diferentes
situações especiais como o “estar perto” e “estar longe”. Os fenômenos perceptivos
que regulam a espacialidade das cores, além da sensação de profundidade das
formas, contribuem para a percepção da translucidez. Uma vez que tanto o esmalte
como a dentina apresentam diferentes graus de translucidez, o conceito de
profundidade é aplicável à dentição natural
27, 68
.
Quando a luz passa por um material translúcido o processo de absorção e
dispersão (scattering) influenciam a passagem de luz. A dispersão é causada pela
luz que incide em pequenas partículas com índice de refração diferente daquele do
material circunvizinho, quando parte da luz é absorvida e re-emitida no mesmo
comprimento de onda, e parte atravessa o material em outra direção. A absorção,
por sua vez, define a cor do objeto em questão, como citado anteriormente.
Paul et al., (1996)
84
estudaram os comportamentos de absorção, dispersão e
passagem de luz em materiais para cimentação de cerâmicas utilizando 10 resinas
compostas para cimentação e 1 cimento de ionômero de vidro para confecção de
corpos-de-prova com espessuras de 0,3, 0,5 e 0,9mm, mantidos por 3 dias em água
destilada deionizada para hidratação antes das medições. As leituras de intensidade
da passagem de luz através dos corpos-de-prova (duas por corpo-de-prova) foram
realizadas em um dispositivo composto por uma fonte de luz proveniente de uma
lâmpada halógena condensada por lente de 40mm focada num diâmetro de 3mm do
material testado, e coletada, após passagem pelo mesmo, por outra lente de 40mm.
A intensidade radiante foi medida por fotodiodo e fotômetro (Power Meter, Modelo
212). Os autores verificaram com este simples dispositivo de medição de
transmissão de luz que menos de 1% da luz que incide sobre a superfície do
material pôde ser percebida na face oposta. Os autores sugeriram que esta
12
atenuação da intensidade de luz pela passagem através do material foi devida aos
efeitos de absorção, dispersão ou reflexão.
Lee (2006)
59
comentou de forma bastante interessante que quatro fenômenos
estão associados à interação da substância com o fluxo de luz: (1) a transmissão
especular da luz; (2) a reflexão especular da luz; (3) a difusão de superfície e (4) a
absorção ou dispersão da luz dentro do corpo. Este autor descreveu ainda uma
metodologia específica e distinta para quantificar a dispersão da luz em resinas
compostas causada pelas diferenças de refração de partículas e monômeros com
uso de espectrofotômetro de refletância com fundo negro e branco, calculando a
perda e passagem de luz nas amostras.
Neste momento o conceito de dispersão de luz aumentando a luminosidade
parece transitar para outro conceito próximo, porém distinto e complementar: a
opalescência. A opalescência é definida como a propriedade de refletir as ondas
curtas de luz visível (próximas de 380nm), que são tons de violeta e azul e transmitir
as ondas longas de luz visível (próximas de 780nm), que são tons de vermelho e
amarelo. Sua visibilidade se mostra intensa na área incisal dos dentes onde em
determinadas situações observa-se uma aparência azulada e em outras
avermelhada
27
.
Em termos práticos e clínicos, a opalescência representa o paradoxo de um
material oferecer translucidez e luminosidade, simultaneamente. Lee et al., (2005)
56
descreveram uma metodologia específica para a mensuração da opalescência
utilizando a espectrofotometria nos modos refletância e transmitância. Estes autores
analisaram resinas compostas cor A2 e translúcidas de 4 sistemas de resinas
compostas. O parâmetro de opalescência foi calculado como a diferença entre a
coordenada azul/amarelo e vermelho/verde das leituras em refletância e
transmitância. Também o efeito de mascaramento foi calculado como a diferença
entre a medida de cor de um fundo negro e a cor das resinas sobre este mesmo
fundo negro. Os autores concluíram que valores de opalescência maiores
contribuíram para um melhor mascaramento.
a contra-opalescência
46
é definida como uma reflexão cintilar amarelo-
avermelhada que ocorre em alguns dentes em meio à crista incisal azulada. A
explicação para tal fenômeno é o fato da dentina nessa região, dependendo de sua
forma, opacidade e angulação, apresentar um efeito especular acentuado, refletindo
a luz incidida em sentido contrário, ou seja, contra o esmalte internamente. Dessa
13
forma, com a luz transmitida, o efeito opalescente também se dará em sentido
contrário nessas regiões, refletindo para o observador algumas áreas em tons
amarelo-avermelhados ou alaranjados.
2.3 O dente natural
O esmalte é uma estrutura extremamente rígida composta por 96% de
hidroxiapatita e 4% de matéria orgânica e água. É formado por prismas em forma de
bastão com diâmetro de 5µm, dispostos em ângulo reto em relação à junção amelo-
dentinária, e variando de 55º a 100º em relação à superfície externa do dente
22
. A
única região em que os prismas estão perpendiculares em relação à superfície
dental é nas extremidades das cúspides e nas faces proximais, nas quais possuem
um trajeto reto da união amelo-dentinária até a superfície externa. Portanto, os
grupos de prismas possuem uma direção sinuosa, fenômeno conhecido como faixas
de Hunter-Schreger
26
. Devido a esta mudança na orientação dos prismas, cria-se
uma situação de menor transmissão de luz, e, portanto, uma maior opacidade do
esmalte
15
.
Os dentes naturais apresentam áreas mais translúcidas e áreas com mais
luminosidade. Isto se refere em primeiro lugar, às diferentes características
apresentadas pela dentina e pelo esmalte e, em segundo, pelas diferentes
espessuras em distintas áreas do dente. O’Brien et al., (1997)
75
investigaram dentes
naturais com uso de espectrofotômetro e dividiram o dente em três terços (incisal,
médio e cervical). Concluíram que o valor (luminosidade) foi mais baixo na incisal em
56% dos dentes e o croma mais intenso na área cervical em 88% das amostras. O
matiz, segundo estes autores, teve uma tendência ao amarelo na área incisal em
55% dos casos e ao vermelho em 40%, e foi mais evidente em incisal do que em
cervical.
Hasegawa et al., (2000)
34
, utilizando colorímetros numa investigação in
vivo, observaram que as cores vermelhas e amarelas tendem a aumentar de incisal
para cervical e a translucidez de cervical para incisal. A cor dos dentes naturais
também mostrou um aumento em vermelho na área incisal com o avanço da idade.
Na dentição natural a espessura de esmalte é muito variável: é maior na
incisal e diminui gradativamente em direção à cervical. Portanto, a translucidez do
14
esmalte na região cervical é maior se comparada à região incisal, o que proporciona
uma maior percepção da dentina
8
.
O mesmo ocorre em relação à idade do dente, ou seja, o dente mais jovem
apresenta maior quantidade de esmalte se comparado com um mais idoso. O
esmalte de um dente jovem não é muito translúcido porque está presente em grande
quantidade possuindo um alto valor, enquanto o esmalte de um dente mais velho se
torna mais fino e translúcido, podendo ser inclusive transparente, e, portanto,
apresentando um baixo valor. Se este princípio é aplicado às resinas compostas,
especialmente às de esmalte, a espessura aplicada deve respeitar a anatomia do
dente em questão, pois um aumento da mesma pode causar uma elevação no valor
da restauração, e, desta forma, uma alteração na percepção da cor que está abaixo
deste
27
.
O comportamento de translucidez depende da sua propriedade de
transmissão e/ou reflexão da luz. Quando esse tecido se apresenta mais poroso e
menos mineralizado - como em dentes jovens - reflete mais luz iluminando-se e
resultando em alto valor. Entretanto, um esmalte mais mineralizado e menos poroso,
como dentes mais velhos, oferece uma menor translucidez. O efeito de toda matéria
transparente sobre um objeto produz mais cinza, pois a luz, quanto menos reflete,
menos ilumina o objeto produzindo um baixo valor. Portanto, um esmalte mais
translúcido proporcionará ao dente uma cor mais cinza (baixo valor), enquanto que
um esmalte mais opalescente, com maior reflexão, uma cor mais luminosa com
maior reflexão.
No terço incisal, a espessura do esmalte pode chegar a 1,5mm. Em geral, o
paciente jovem apresenta um esmalte de maior espessura, mais luminoso, que
atenua a cor dentinária de acordo com sua espessura. Os pacientes idosos, devido
ao desgaste permanente do terço incisal da sua estrutura dentária, podem
apresentar um esmalte mais delgado e translúcido, permitindo uma evidenciação do
croma dentinário em direção à margem incisal
104
.
A influência da transmissão da luz fica bem evidente no momento em que o
esmalte se desidrata ficando mais opaco. Brodbelt et al., (1981)
12
analisaram a
translucidez do esmalte humano úmido e seco, na espessura de 1mm, utilizando o
método de transmitância total em comprimentos de onda entre 400 e 700nm (425;
525; 625; 700) medidos com espectrofotômetro. Os autores observaram que o
esmalte humano é tanto mais translúcido quanto maior o comprimento de onda da
15
luz incidente, e que uma exposição de 10s ao ar comprimido é suficiente para
diminuir a translucidez em 82%, sendo que esta situação foi revertida
completamente após re-hidratação.
A luz refletida e refratada ressalta uma área de alta translucidez entre esmalte
e dentina, conhecida pelos ceramistas como “camada de vidro” ou “camada de alta
difusão”. Esta camada é visível nas seções iluminadas por meio de um
estereomicroscópio na forma de uma linha branco-azulada que pode ser identificada
histologicamente como uma alta concentração de proteínas da matriz. Esta matriz
formada supostamente por enamelinas ou amelogeninas se degrada normalmente
com o tempo, ainda que alguns dentes retenham características de alta refração e
difusão de luz. Esta camada de alta difusão de luz já havia sido descrita inicialmente
em 1957, por Loose et al.,
64
em estudos com molares extraídos com uso de luz
polarizada e magnificação.
Em suma, a aparência óptica do esmalte dental depende da sua composição,
estrutura, espessura, grau de translucidez, opalescência e textura superficial
27
.
2.4 Translucidez e opacidade em resinas compostas
Encontrar resinas compostas que tenham um comportamento óptico
compatível com a estrutura dentária é fundamental no processo restaurador.
Resinas com finalidade de reprodução da dentina devem oferecer uma opacidade
similar à mesma, assim como as resinas para esmalte cromático e acromático uma
translucidez aproximada. Para desenvolver ordenadamente uma correta
“reconstrução anatômica” torna-se requisito fundamental reproduzir a espessura e a
translucidez do esmalte e da dentina
20
.
Em relação às resinas compostas, para Roberson et al., (1995)
90
as partículas
de preenchimento presentes seriam as responsáveis por produzir a dispersão da luz
em seu interior, reproduzindo o mesmo fenômeno que ocorre no esmalte. Mesmo
quando estas partículas possuem transparência própria, a opacidade pode ser
produzida por luz dispersa, que alcança valores ximos quando o tamanho das
partículas tem a mesma dimensão que o comprimento de onda da luz visível, ou
seja, aproximadamente 0,4 a 0,7µm
43
.
O grau de translucidez é fortemente influenciado pela composição do
material. Masotti et al., (2007)
69
concluíram, em seu estudo de espectrofotometria
16
de resinas compostas, que a composição da parte inorgânica influencia
significativamente a translucidez de resinas compostas muito mais que sua cor base
(matiz/saturação).
Dessa forma, a translucidez natural das resinas microparticuladas pode estar
relacionada ao tamanho das partículas de carga que varia de 0,01 a 0,05µm e
permite uma maior passagem da luz. Em se tratando da quantidade de carga, as
resinas de micropartículas possuem aproximadamente 30 a 50% de carga
inorgânica, portanto a maior quantidade de matriz resinosa presente também
proporciona maior passagem de luz em comparação a outros materiais
36, 43
.
Suzuki et al., (1991)
101
, com o objetivo de melhorar as características de
transmissão de luz através de resinas compostas, usaram o processo chamado sol-
gel para a obtenção de partículas de carga inorgânica a partir da sílica associada ao
óxido de titânio. Esta partícula teria como vantagem o melhor ajuste entre os índices
de refração da matriz orgânica e carga inorgânica, favorecendo a passagem de luz e
a fotoativação das resinas compostas que utilizassem este material, hipótese esta
testada pelos autores. As resinas experimentais utilizaram concentrações variadas
de TEGDMA e Bis-GMA, sendo as medidas de índice de refração e transmitância
dos componentes e das resinas obtidas por refractômetro de Abbe (PIKA Co.,
Japão) e espectrofotômetro UV-visível de fonte de luz dupla (UVIDEC-6100, Japan
Spectroscopic Co.), respectivamente. Os autores partiram do pressuposto de que os
componentes orgânicos eram transparentes (possuíam 100% de transmitância),
portanto, quando fosse atingido o pico de transmitância, este indicaria a leitura do
componente inorgânico destes materiais. Os resultados demonstraram que a adição
de partículas o associadas de óxido de titânio diminuiu linearmente a
transmitância dos materiais. Verificaram ainda que quando a partícula associada
(TiO
2
SiO
2
) é ajustada em relação à quantidade de TiO
2
, podem ser conseguidos
ajustes no índice de refração (em relação à matriz orgânica) que se expressam em
melhora na transmitância.
A influência da carga na translucidez de uma resina composta se pela sua
concentração, forma e composição. Campbell et al., (1986)
14
determinaram o efeito
da concentração de partículas de quartzo de diferentes tamanhos e formas na
dispersão óptica e no brilho de uma resina composta, e determinaram a relação
entre o brilho, a dispersão óptica e a rugosidade de superfície do material. Foram
acrescentadas à resina diferentes partículas de quartzo (formato de fibras ou
17
esféricas) em concentrações de 5, 10, 15 e 20% em peso. O coeficiente de
dispersão foi determinado no comprimento de onda de 550nm para cada corpo-de-
prova, e foi usada a espectroscopia de refletância. Um goniofotômetro foi empregado
para determinar o brilho, com luz de tungstênio em ângulo de 30º em relação à
superfície do corpo-de-prova. Os resultados mostraram que: (1) o brilho está
relacionado com a rugosidade superficial e o coeficiente de dispersão; (2) a
dispersão óptica pelas partículas de carga foi diretamente proporcional à
concentração das mesmas no material; e (3) a eficiência da dispersão óptica para as
partículas de quartzo esféricas aumentou à medida que o tamanho das mesmas
diminuiu.
Sabbagh et al., (2004)
91
realizaram um estudo no qual foi analisada a
quantidade de carga inorgânica por peso, dimensão e formato de partículas de 39
resinas compostas. Estas foram distribuídas nas categorias microhíbrida,
microparticulada e flow ou condensável. As análises foram conduzidas por técnica
termogravimétrica (quantidade de carga) e análise em microscopia eletrônica de
varredura (MEV). Os resultados foram comparados com os divulgados pelos
fabricantes e demonstraram uma variação na quantidade de carga inorgânica entre
45,8 e 66,5% para as resinas flow, entre 65,5 e 79,8% para as resinas
condensáveis, entre 41,7 e 59,8% para as microparticuladas e entre 69,7 e 85,2%
para as microhíbridas. Pela análise em MEV os formatos encontrados foram do tipo
irregular, arredondado ou esférico, não havendo relação entre a categoria da resina
composta e a morfologia de suas partículas de carga. Os resultados de quantidade
de carga inorgânica diferiram dos divulgados pelos fabricantes, provavelmente em
conseqüência dos métodos utilizados para medição e suas variações intrínsecas.
Johnston e Reisbick, (1997)
44
, citaram que a translucidez dos materiais é
determinada não somente por fatores macroscópicos, como composição de matriz e
carga e conteúdo de carga, como também pela adição de pigmentos e,
potencialmente, por outros componentes químicos, como silanos de união e
componentes de iniciação.
Os monômeros influenciam a passagem de luz através da resina composta
por demonstrarem diferentes índices de refração. Para Lee (2007)
48
o que influencia
a translucidez das resinas compostas é, principalmente, a dispersão de luz pelas
partículas de carga; porém a matriz orgânica e a porcentagem de pigmentos e
agentes opacificadores devem ser bastante consideradas.
18
Com o objetivo de melhorar a transmissão de luz através de resinas
fotoativadas, assim como verificar o grau de polimerização e as propriedades físicas
resultantes, Hirabayashi e Hirasawa (1990)
35
adicionaram monômeros experimentais
a uma resina composta com carga inorgânica constante em termos de composição,
quantidade e distribuição (sílica coloidal silanizada, 33% em peso e tamanho de
partícula de 0,04µm em média). Foram utilizados monômeros com diferentes índices
de refração: CHDMA, TCDDMA, BisMPHFP, BisMEPHFP diluídos nos monômeros
TEGDMA e HMDMA para ajuste do índice de refração. Como controle foram
utilizados os monômeros UDM, BisMEPP e BisGMA. Os índices de refração foram
medidos em refratômetro ABBE para componentes orgânicos e espectrofotômetro
para sílica em suspensão (diluída). A passagem de luz aumentada pela melhor
equiparação dos índices de refração dos componentes dos materiais foi relacionada
com a profundidade de polimerização, como descrito pela norma ISO 4049. Foram
também conduzidos testes para verificar as propriedades mecânicas resultantes,
como de dureza superficial, resistência à compressão, à flexão, à abrasão por
escovação simulada e à sorção de água. Os autores verificaram que, aum limite
de aproximação de 0,02 dos índices de refração da matriz orgânica em relação à
carga composta de sílica, as propriedades mecânicas dos grupos teste foram
superiores quando comparadas aos grupos controles.
2.5 Metodologia para análise de translucidez
Basicamente existem dois aparelhos mais específicos para a medição de cor:
espectrofotômetros e colorímetros. A translucidez é uma das propriedades dos
dentes humanos e é independente da cor, portanto, os instrumentos utilizados para
medir cor (colorímetros e espectrofotômetros) não são perfeitamente adequados
para a determinação da translucidez
30, 96
.
Os espectrofotômetros medem e gravam a quantidade de luz refletida ou
transmitida por um objeto, sendo que os dados devem ser transformados em um
formato útil como curvas espectrais
17
. Trata-se de aparelhos mais custosos e com
difícil manejo operacional, porém mais fiéis e precisos na análise dos dados. Sempre
são utilizados em laboratórios específicos e mais direcionados para investigação de
líquidos e sólidos nas áreas de física e química.
19
A palavra espectrofotometria designa um método de análise baseado em
medidas de absorção de radiação eletromagnética. Esta técnica está restrita a uma
pequena região do comprimento de onda da radiação eletromagnética, que
corresponde à luz visível ou ultravioleta: é a faixa entre aproximadamente 200 e
700nm (1 nanômetro = 10
9
m, 700nm = 0,7µm)
Um espectrofotômetro típico consiste de uma fonte de luz, um monocromador
e um detector sendo que a fonte de luz é geralmente uma lâmpada de deutério ou
xenônio, que emite radiação eletromagnética na região UV do espectro. Uma
segunda fonte de luz, geralmente uma lâmpada de tungstênio, é usada para
comprimentos de onda na região visível do espectro. O monocromador é uma rede
de difração; sua função é separar o feixe de luz em seus comprimentos de onda
constituintes. Um sistema de fendas focaliza o comprimento de onda desejado sobre
a amostra. A radiação atravessa a amostra e atinge o detector, que registra a
intensidade da luz transmitida. O porta-amostra deve ser construído de material que
seja transparente na faixa do visível à radiação eletromagnética usada no
experimento. No caso da espectroscopia na faixa da luz visível, usam-se células
porta-amostras (ou cubetas, tubos de secção quadrada) de vidro ou plástico. Para
medida na região do ultravioleta o usadas cubetas de quartzo, material que não
absorve radiação na faixa do ultravioleta
77
.
O efeito de um objeto na luz pode ser descrito pelas curvas de transmitância
espectral ou de refletância espectral, que mostram a fração da luz refletida ou
transmitida pelo material para cada comprimento de onda
97
.
A espectrofotometria de reflexão é análoga à espectrofotometria de
transmissão, na qual o padrão de transmissão geralmente utilizado é o ar. A
proporção entre a luz transmitida no ar e através da amostra nos diversos
comprimentos de onda é chamada de transmitância. As peculiaridades de picos e
depressões do espectro obtido (em um dos modos de análise) são altamente
características dos materiais que compõem a amostra, e são utilizadas para
identificação e análise
117
. O Optical Society of America definiu os pontos mais
importantes para percepção e medição de cor e luz, descrevendo no livro The
Science of Color as variáveis que podem afetar estas medidas
94
. Essa publicação
ressaltou a relevância de que, enquanto medições físicas podem nos fornecer dados
objetivamente mensuráveis, a percepção de cor e todas as nuances envolvidas
20
envolvem um fenômeno psicofísico, e, portanto, sujeito a variações subjetivas de
difícil mensuração e expressão
As curvas espectrais fornecidas pelos espectrofômetros ou colorímetros
podem ser transferidas na forma de dados para o computador. Algumas
possibilidades existem neste processo de interpretação de dados, mas basicamente
são utilizadas em pesquisa:
1- Análise da quantidade de luz que passou ou foi refletida pelo objeto em
questão com uso de três pontos de comprimento de onda (aleatórios);
2- Análise da quantidade de luz que passou ou foi refletida pelo objeto em
questão com uso de softwares gráficos (ex: Origin, Origin Co.) que
calculam a área total da curva na qual houve a transmissão e reflexão
entre os comprimentos de onda escolhidos;
3- Transformação dos dados das curvas obtidas em dados numéricos
triestímulos da CIE: X, Y e Z
117
. São expressas as intensidades das três
cores primárias (vermelho, verde e azul) através das coordenadas X
(vermelho), Y (verde) e Z (azul), as quais são irreais e escolhidas por
questões de conveniência. A coordenada Y foi ajustada para
adicionalmente fornecer a função de V(λ) (energia potencial em
determinado comprimento de onda)
117
. Pela variação da quantidade de
cada uma das três cores primárias componentes da amostra a ser
examinada, determina-se a composição tricromática. Exemplificando, um
comprimento de onda de 560nm (máximo pico de sensibilidade do
padrão fotópico) é visualmente equivalente a uma mistura
compreendendo 594,5 (X), 995,0 (Y) e 003,9 (Z).
4- Transformação dos dados das curvas obtidas para dados CIE L*
a*b*
117
. Espaço de cor significa uma área numérica onde se pode
expressar e referenciar a cor do objeto. Neste espaço, o valor L* indica a
coordenada de luminosidade do objeto com valores de 0 (preto absoluto)
a 100 (branco absoluto). Os valores a* e b* indicam as coordenadas de
cromaticidade que apresentam o posicionamento tridimensional do
objeto no espaço de cor e a sua direção. Quando a coordenada a* é
positiva (+a*), a cor do objeto tende ao vermelho. Quando esta
coordenada é negativa (-a*), a tendência é a direção para o verde. Esta
coordenada pode variar de -90 a 70
a*. a coordenada b* indica a
21
direção para o amarelo (+b*) e para o azul (-b*), e marca de -80 a 100
b*. Quando estas duas coordenadas se aproximam do valor zero,
estamos próximos de uma área acromática (cinza neutro)
39
.
Com os dados triestímulos obtidos (X, Y, Z) o índice de contraste (contrast
ratio / CR) pode ser calculado, sendo este uma das formas de predição da
translucidez, normalmente utilizado em testes envolvendo cor, uma vez que a curva
espectral foi decomposta. O índice de contraste pode ser representado pela fórmula:
CR=Yb/Yw (2)
Onde: Yw= valor de Y sobre fundo branco
Yb= valor de Y sobre fundo negro
13, 14, 42, 87, 116
Se a determinação da curva espectral for realizada em valores CIE L*a*b*,
uma comparação e análise de cor são viabilizadas em suas coordenadas específicas
ou integradas
38, 57, 58
. O conjunto de coordenadas em análise e sua modificação total
podem ser expressos por:
E*= [(L*) 2 + (a*) 2 + (b*) 2] ½ (3)
Onde: L: modificação na coordenada luminosidade
a: modificação na coordenada a
b: modificação na coordenada b
41, 80, 89
Os dados CIELab permitem também a determinação do parâmetro de
translucidez (TP) (uma outra forma de se analisar esta característica em testes que
relacionam cor), que é obtido pelo cálculo da diferença da refletância de amostras
sobre um fundo negro e branco, representado por:
TP = [(LW* - LB*) 2 + (aW* - aB*) 2 + (bW* - bB*) 2] ½ (4)
Onde: W: representa os dados CIE L*a*b* sobre fundo branco
B: representa os dados CIE L*a*b* sobre fundo negro
Este parâmetro de translucidez (TP) é utilizado por muitos trabalhos de
investigação de cor
34, 40, 41, 50, 52
57, 80
.
Wyszecki (1978)
117
, em capítulo do livro Handbook of Optics da Optical
Society of America, descreveu os conceitos básicos em colorimetria e os conceitos
fisiológicos e psicológicos relacionados com a ciência de medição de cor. Além
disso, descreveu os sistemas de colorimetria da Comissão Internacional de
Iluminação e suas padronizações, como observador padrão, iluminantes, padrões de
reflexão, iluminação e captação para medições, cálculo dos estímulos tricromáticos e
22
conceitos de pureza de excitação e colorimétricos. Ainda, discorreu a respeito das
escalas uniformes de cor e os instrumentos utilizados em colorimetria.
Os materiais corados reflexivos fazem uma seleção do espectro de luz de
uma maneira substancialmente igual ao comportamento dos filtros, que transmitem
luz de forma seletiva. Materiais coloridos raramente absorvem, transmitem ou
refletem todo o comprimento de onda que os atinge. Portanto, as porcentagens de
refletância (medida que se refere à reflexão), transmitância (medida que se refere à
transmissão de luz) e absorvância (medida que se refere à absorção de luz) devem
ser conhecidas por meio de medições em todos os comprimentos de onda do
espectro de luz para a medição da cor de dado material
94
. Se for realizado um
cálculo entre a transmitância e a refletância consegue-se a informação da
absorvância.
Snell (1978)
97
, em seu capítulo do livro Handbook of Optics da Optical Society
of America, descreveu a relação entre fatores e medidas físicas da óptica, como
absorvância, transmitância e refletância, suas variantes, definições e leis básicas.
Além disso, é apresentado e discutido neste capítulo o modelo de medição e
predição de cores baseado na percepção humana, o qual utiliza e amplia o
significado das medições puramente físicas. Neste sentido, os autores observam
que a luz é o aspecto da energia radiante ao qual um observador humano é sensível
através da estimulação da retina dos olhos, e que, portanto, a luz é um fenômeno
psicofísico, ou seja, nem puramente físico, nem puramente psicológico.
A lei de Beer-Lambert
2
pode ser aplicada para o cálculo de absorção de luz
em objetos translúcidos. Diz que quanto maior o número de moléculas capazes de
absorverem luz de um dado comprimento de onda, e quanto mais efetivamente cada
uma dessas moléculas absorve, maior será a extensão da absorção naquele
comprimento de onda
117
. Poderia ser aplicada também para predizer a absorção em
materiais restauradores dentais
3
.
Watts e Cash (1994)
115
avaliaram o nível de penetração da luz visível obtida a
partir de uma unidade fotopolimerizadora com luz na faixa entre 390 e 510nm para
2
A lei de Beer-Lambert é uma relação empírica que, na Óptica, relaciona a absorção de luz com as propriedades
do material atravessado por esta.
A=-log
10
(I/Io)= ε.с.L
Onde A é a absorvância medida, I
0
é a intensidade da luz incidente a um dado comprimento de onda, I é a
intensidade transmitida pela amostra, L é o caminho óptico pela amostra (distância que a luz percorreu por ela), ε
é uma constante conhecida como absortividade molar (a qual varia de substância para substância), e c é a
concentração da substância.
23
amostras com espessuras entre 0,2 e 5mm de dentina humana e materiais
restauradores estéticos (cerâmica, resina composta e cimento de ionômero de
vidro). Foi empregada a transmitância total convertida para absorvância, com análise
de conformidade com a lei de Beer-Lambert. As leituras foram realizadas com
incidência de luz do fotopolimerizador em limitador preto com 4mm de
circunferência, com medições por meio de radiômetro de fotocélula do tipo foto-diodo
(BPW21, RS Components). Foram realizadas 5 leituras nos modos refletância /
transmitância e cálculo de absorvância por meio da equação derivada da lei de
Beer-Lambert. Os autores verificaram que o índice de reflexão foi de 92% para a
dentina, entre 60 e 76% para as resinas compostas, entre 49 e 92% para as
cerâmicas e 29% para o cimento de ionômero de vidro. Os autores concluíram que
deve ser feito ajuste no módulo de absorvância da equação de Beer-Lambert para
cada condição de teste, sugerindo que este módulo pode aumentar rapidamente
para biomateriais com partículas de grandes dimensões e relação entre índices de
refração abaixo do ideal. Adicionalmente, especularam que, pelos resultados
obtidos, uma grande parte da refletância observada para resinas compostas e
cerâmicas seja em decorrência de reflexão especular.
Emami et al., (2005)
24
verificaram a possibilidade de predição da absorção de
luz em resinas compostas dentais para validar a teoria de Beer-Lambert
padronizando variáveis como fonte de luz, conteúdo inorgânico e tratamento das
partículas. Testaram três diferentes cargas experimentas (HBB, SBB e KU) em uma
mistura de 50% de BIS-GMA e 50% de TEGDMA realizando amostras de 1 a 5mm.
Foi possível, segundo este estudo, determinar como as variáveis testadas
influenciaram a luz incidente.
Os colorímetros são aparelhos mais simplificados, com um manejo que
permite seu uso também clinicamente, e não necessitam de um laboratório
específico. Embora colorímetros tenham demonstrado grande utilidade em pesquisa
odontológica e consistência na semelhança para objetos opacos e para alguns
objetos translúcidos, o seu desempenho cai muito para objetos mais complexos,
como policromáticos e translúcidos
96
. o equipamentos que utilizam um
determinado iluminante, com determinada fonte luminosa, e ângulos específicos de
iluminação e captação, para fornecer medidas específicas de um espaço de cor
indicado pela Comissão Internacional de Iluminação
39
.
24
A colorimetria baseia-se na observação humana e desenvolveu-se a partir da
determinação de um observador padrão, ou seja, um padrão criado com a média das
observações de um grande grupo de pessoas normais em determinadas condições
de iluminação. Este observador padrão determina as constantes de sensibilidade
para os comprimentos de onda da luz visível, gerando uma função de ajuste entre
determinado estímulo (distribuição espectral) e a sensação (de cor) resultante.
Desta forma, os colorímetros são menos utilizados em pesquisas de cor em
comparação aos espectrofotômetros, embora possam ser encontrados trabalhos na
literatura
2, 4, 44, 45, 47
.
Existem três metodologias aplicadas ao uso de espectrofotômetros em
estudos de cor e translucidez de cerâmicas e polímeros (modos de uso de
espectrofotometria): transmitância direta parcial
69
, transmitância total com esfera de
integração e refletância espectral com esfera de integração
11, 12
.
A transmitância direta parcial capta o feixe de luz passando pelo centro da
amostra e não considera a luz perdida em dispersão (scattering) e pelas bordas da
amostra. Apresenta usualmente resultados baixos por esta característica. a
transmitância total com uso de esfera de integração considera os feixes dispersos
em seu cálculo obtendo valores mais altos em transmitância
80
. A refletância com
uso de esfera de integração capta os feixes refletidos pela amostra incluindo os
dispersos por scattering.
Usualmente o método de refletância espectral com esfera de integração
permite o cálculo de constantes de absorção e dispersão, desde que sejam
utilizadas leituras duplicadas, uma sobre um fundo branco e outra sobre um fundo
negro, aplicando assim a teoria de Kubelka-Munk.
O modelo de Kubelka-Munk pretende descrever como a cor de um substrato é
modificada pela aplicação de uma camada de tinta com certa composição e
espessura e, mais especificamente, a espessura que deve ter uma camada de tinta
para que esconda o substrato. Este modelo foi desenvolvido por Paul Kubelka e
Franz Munk num artigo intitulado Ein Beitrag zur Optik der Farbanstriche publicado,
em alemão, em 1931, na revista Zeitschrift für Technishen Physik. Não obstante a
sua idade continua a ser muito usado.
O modelo de Kubelka-Munk (K-M) relaciona os coeficientes de absorção (K) e
espalhamento (S) com a reflectância (R
), de acordo com a equação:
K/S=(1-R)
2
/2R (5)
25
As fórmulas preconizadas pela teoria de Kubelka-Munk podem ser aplicadas
ao estudo de absorção e dispersão de resinas compostas e foram utilizadas em
muitos trabalhos de cor encontrados na literatura
19, 31, 73, 116, 119, 120
.
Taira et al., (1999)
102
estudaram as propriedades ópticas de duas resinas
compostas fotoativadas (Silux Plus e Z100) nos estados pré e pós fotoativação, além
de suas profundidades de polimerização. Foi utilizado um espectrofotômetro de
dupla fonte luminosa (UV-visível), com esfera de integração acoplada para obtenção
dos dados de distribuição espectral da refletância. A faixa utilizada foi entre 350 e
700nm, com intervalo de 2nm em arranjo de refletância sobre fundo claro / fundo
escuro. Os dados foram convertidos para a rmula de Kubelka-Munk (com
correções de fator de refletância para material com brilho e sem brilho) em oito
pontos da faixa efetivamente obtida: 350, 450, 500, 550, 600, 650 e 700nm.
Verificaram que as duas constantes ópticas obtidas pela fórmula de Kubelka-Munk
diferiram para os dois compósitos quando testados pré e pós-ativação,
especialmente nos comprimentos de onda menores. Os autores concluíram que os
valores teóricos para transmissão de luz (em 1mm de espessura dos compósitos)
possuem uma relação apenas discreta quando comparados com os experimentais,
porém, as medidas de profundidade de polimerização tiveram boa correlação com os
valores teóricos previstos para a faixa entre 400 e 500nm.
Pode ser utilizada a análise de transmitância direta sem a conversão de
dados triestímulos ou CIElab visando verificar puramente a passagem do fluxo de luz
e suas variantes, como no trabalho de Brodbelt et al., em 1980
11
, num estudo de
translucidez de cinco cerâmicas feldspáticas. A translucidez foi determinada por
meio de transmissão direta e transmissão total nos comprimentos de onda de 400 a
700nm. Nos corpos-de-prova com 1mm de espessura, os valores de transmitância
direta foram menores (0,13%) em relação aos valores de transmitância total (26,8%).
Em todas as cerâmicas, a transmissão direta aumentou com o aumento do
comprimento de onda de 400 a 700nm. Os autores enfatizaram que estes resultados
indicam um alto grau de dispersão da luz.
Da mesma forma, Masotti et al., (2007)
69
avaliaram as porcentagens de
transmitância direta (T
d
) das resinas compostas microhíbridas Charisma F, Intens,
Solitaire II e Tetric Ceram, e nanoparticuladas Esthet-X e Supreme nas cores A3
(dentina) e translúcido (esmalte), ou seus correspondentes. Foram realizadas três
leituras por corpo-de-prova em espectrofotômetro de UV-visível HP 8453 (Hewlett-
26
Packard). Foram utilizados os ângulos de incidência e leitura em / para os
comprimentos de onda de 400 a 700nm. Os espectros obtidos foram analisados
quanto ao percentual médio de T
d
para todo o espectro em intervalos de 20nm e nos
comprimentos de onda de 400, 560 e 700nm. A resina composta Charisma obteve
as maiores porcentagens de T
d
em todos os espectros, exceto para a cor esmalte
em 700nm, que ficou abaixo da resina composta Esthet-X. Os percentuais de T
d
foram significativamente maiores para os espectros das cores translúcidas, exceto
para as resinas compostas Supreme (em que não diferiram) e Charisma, com
percentagens de T
d
maiores para a cor dentina. Todas as resinas compostas
estudadas demonstraram aumento significativo de T
d
com o comprimento de onda.
Dos Santos et al., (2007)
21
analisaram a transmitância de duas resinas
compostas (Filtek Supreme XT e Filtek Z-250) em diferentes espessuras através de
transmitância direta sem conversão da curva espectral em dados de cor,
correlacionando com a composição das partículas de carga. Também avaliaram a
profundidade de penetração de luz em função do comprimento de onda, usando a
faixa de 400 a 800nm. Diferenças significantes foram encontradas na dependência
do comprimento de onda entre as resinas testadas e entre os estágios pré e pós-
polimerização. Em baixo comprimento de onda a transmitância da Filtek Supreme
XT foi menor que Z-250, e em alto comprimento de onda foi observado o oposto.
Para ambos, a penetração de luz foi maior em amostras pós-polimerização e, ainda,
quanto menor a espessura das amostras, maior a transmitância encontrada.
2.6 Fluorescência em dentes naturais
A fluorescência é definida como a propriedade que determinados corpos
possuem de absorver energia radiante e emiti-la em um novo comprimento de onda,
diferente do original. Quando os corpos excitados vão para o estado fundamental
liberam o seu excesso de energia na forma de fótons. Quando esse relaxamento
ocorre em tempos inferiores a 10
ֿ5
s, o fenômeno é denominado de fluorescência, e
em tempos superiores fosforescência, sendo que esta pode evoluir de minutos a
horas
86
.
Chu e Ahmad (2003)
16
definiram fluorescência como sendo a habilidade de
um material irradiar luz ou uma forma de luminescência. Para Vanini (1996)
110
,
luminescência é a emissão de radiação eletromagnética devido ao fluxo de qualquer
27
tipo de energia de um corpo emissor, o qual cessa bruscamente ao se interromper a
excitação, e é independente da temperatura. A absorção de energia na matéria
causa a excitação dos átomos constituintes, com elevação de seus elétrons a
orbitais mais externos. A excitação se segue pelo regresso a um estado menos
excitado, com consecutiva emissão de luz visível.
Segundo Lenz (2000)
61
, luminescência é o nome dado ao fenômeno
relacionado à capacidade que algumas substâncias apresentam em converter certos
tipos de energia em radiação eletromagnética com um excesso de radiação térmica.
A luminescência é observada em todos os estados da matéria (gasoso, líquido e
sólido), e em materiais orgânicos e inorgânicos. A radiação eletromagnética emitida
por um corpo luminescente ocorre geralmente na região do espectro magnético
visível, mas pode ocorrer também fora do mesmo. O tempo de vida de um corpo
excitado é curto devido às várias formas de uma molécula ou átomo perderem o
excesso de energia. Dois dos mais importantes dentre estes mecanismos são o
relaxamento sem radiação e o relaxamento radiativo (fluorescência). No primeiro,
podemos distinguir a desativação vibracional e a conversão interna, sendo que os
mecanismos deste tipo de relaxamento ainda o são totalmente compreendidos,
embora possam ser medidos por uma pequena elevação da temperatura do meio.
A fluorescência representa um processo de relaxamento com emissão de luz
e, assim como na absorção, a baixa resolução instrumental molda as várias linhas
na forma de um espectro, sendo estas provenientes do decréscimo de estados
excitados da molécula para estados eletrônicos fundamentais.
Dentro da fluorescência temos a emissão de dois tipos de radiação: as linhas
de ressonância, que resultam de comprimentos de onda idênticos aos de excitação,
e as stokes shift, que resultam em faixas mais compridas, com deslocamentos para
comprimentos maiores ou de baixa energia. Quando uma molécula fluorescente
recebe uma quantidade de energia favorável para promover uma excitação
eletrônica (quantum), a excitação ocorre em 10
ֿ5
s ou menos, e logo sofre
relaxamento vibracional até o zero vibracional do estado excitado. Neste ponto
podem ocorrer relaxamentos futuros através de rotas radioativas ou não. Se uma
rota radioativa for seguida, o relaxamento ocorre para qualquer um dos estados
vibracionais no nível eletrônico inferior. Todas essas linhas são de baixa energia ou
de comprimentos de onda maiores que as linhas de excitação
86
.
28
Os olhos humanos detectam comprimentos de onda que vão de 380nm
(violeta) até 780nm (vermelho). Abaixo de 380nm encontram-se os raios ultravioletas
(UV), que podem ser divididos em raios UVA (luz negra ou onda longa entre 400 a
320nm), UVB (onda média entre 320 e 280nm) e UVC (onda curta ou germicida
entre 280 a 100nm).
Os dentes humanos expostos à luz ultravioleta apresentam emissão de luz
predominantemente branca com uma leve tonalidade azul, possuindo a capacidade
de emitir luz visível frente à exposição aos raios ultravioleta e, portanto, exibem
fluorescência. O espectro de fluorescência do dente natural está compreendido em
um comprimento de onda com pico de aproximadamente 410nm a 420nm, que sobe
lentamente até 500nm, o qual é característico de uma cor branco-azulada
37
.
O responsável pelo fenômeno de fluorescência é mais a dentina do que o
esmalte, devido à presença de maior quantidade de matéria orgânica fotossensível
aos raios ultravioleta, e confere vitalidade aos dentes naturais
18
. Na natureza, o
fenômeno é criado pelos raios UV da luz do sol, que são ondas invisíveis ao olho
humano e após penetrar no esmalte e alcançar a dentina, excitam a
fotossensibilidade da dentina. Quando a única fonte de luz é a ultravioleta, é
possível avaliar o grau de fluorescência e observar a estrutura do corpo dentário
interno e a extensão do esmalte livre entre os mamelões e a margem incisal. Após a
excitação com luz UV, a dentição natural retorna ao estado fundamental com a
emissão subseqüente de luz, denominada fluorescência. Esta emissão não está
limitada à camada superficial, mas emana desde o aspecto interno do material
109
.
Independentemente de sua cor durante o dia, os dentes naturais fluorescem e
atingem intensidade máxima em um comprimento de onda de 450nm decrescendo
gradualmente até 680nm. Como a luz ultravioleta não é encontrada apenas em
casas noturnas, mas também na luz do dia, e a camada de ozônio continua sendo
destruída por agentes poluentes, a quantidade destes raios tende a aumentar.
A fluorescência faz com que os dentes pareçam mais brancos e claros e isto
vai se alterando com o passar do dia. Parece interessante, portanto, que a
fluorescência pode passar a influenciar a luminosidade, somando-se à opacidade e
opalescência (dispersão da luz internamente ao corpo). Magne e Belser (2003)
67
relataram que a fluorescência torna os dentes mais claros ou brancos frente à luz do
dia e, portanto, deve ser uma característica a ser considerada.
29
Lee et al., (2007)
49
estudaram a influência da inserção de raios UV na
iluminação sobre a cor de resinas compostas. Concluíram que houve influência em
resinas que apresentavam esta propriedade, como Palfique Esthelite (Tokuyama),
Vit-l-escence (Ultradent) e Point 4 (Kerr), mas em resinas que o apresentaram
fluorescência como a Filtek Supreme (3M ESPE) esta influência não foi evidenciada.
Citaram, porém, que as diferenças não foram clinicamente perceptíveis. Variando a
fonte da fonte de luz (pulsed-xenon), mas usando a mesma metodologia, Lu et al
(2007)
65
chegaram a esta mesma conclusão.
Aumentar o grau de mineralização diminui a fluorescência e é por isso que
uma dentina desmineralizada tem essa propriedade aumentada. Portanto, o
esmalte, que é um tecido hipermineralizado, exibe um baixo grau de fluorescência
quando comparado à dentina.
Quando os dentes foram analisados em luz ultravioleta por Foreman (1988)
28
,
foi observado que a pré-dentina não mineralizada era mais fluorescente do que a
dentina primária, os espaços interglobulares que são pobremente mineralizados
tiveram fluorescência intermediária. Esta relação inversa entre fluorescência e grau
de mineralização foi observada e confirmada em outras leituras, e apenas em duas
situações onde havia um depósito considerável de dentina secundária não
apresentaram essa relação. Nestes casos, a intensidade de fluorescência aumentou
em direção à polpa sem que houvesse diminuição no nível de minerais.
Segundo este mesmo autor, em duas seções foi observado que a
fluorescência, ao invés de um tom azul-esverdeado, se apresentou laranja-
avermelhado, mostrando um aumento no comprimento de onda. O segundo local
que apresentou índice de fluorescência alto e fora do esperado foi o esmalte, um
tecido comparativamente com menor grau de fluorescência que a dentina. Os locais
de maior intensidade no esmalte corresponderam às lamelas, tufos e fusos, e o local
inesperado correspondeu às bandas de Hunter-Schreger. Não houve variação no
grau de mineralização e foram observados diferentes graus de fluorescência nas
diferentes bandas.
Uma das principais estruturas fluorescentes da dentina são os túbulos
dentinários, apresentando uma cor azul brilhante que se estende desde a parede
pulpar até a junção amelo-dentinária. Existe uma tendência da fluorescência diminuir
à medida que o diâmetro dos bulos diminui. Isto se deve provavelmente ao
aumento de depósitos peritubulares com maior mineralização
28
.
30
2.7 Fluorescência em materiais restauradores
O grande desafio para os fabricantes é reproduzir em seus materiais a
fluorescência emitida pelos dentes humanos naturais (esmalte = 450nm, dentina =
430nm), e mantê-la idêntica e consistente em toda a escala de cores.
Os componentes básicos dos materiais restauradores não fluorescem, mas
para os materiais restauradores, o acréscimo de agentes pigmentantes fluorescentes
em quantidade adequada resulta em emissão luminosa semelhante à dos dentes
naturais. Esta emissão luminosa não se restringe apenas à camada superficial, mas
também ao interior do material, o que resulta em um comportamento próximo ao
dente
109
.
Como a dentina é aproximadamente três vezes mais fluorescente do que o
esmalte dental, o dente parece possuir luminosidade interna. Apesar de ser um
desafio conseguir uma reprodução fiel do espectro de luminescência do dente (cor e
intensidade), metais terra-raras como o urópio, rbio, itérbio e rio têm sido
utilizados como luminóforos em alguns materiais restauradores e conseguem
reproduzir satisfatoriamente a fluorescência dos dentes naturais. Porém, nenhum
destes, isoladamente, consegue fornecer cor e fluorescência próxima à do dente,
sendo necessária a mistura e união dos mesmos
37
.
Park et al., (2007)
83
testaram um agente clareador fluorescente experimental
em uma mistura de monômeros e obtiveram aumento da fluorescência com a adição
desse componente. Foram obtidos excelentes resultados com as resinas preparadas
especificamente para este estudo.
Dietschi (2001)
20
relatou que, para a confecção de cerâmicas altamente
estéticas, a obtenção da fluorescência idêntica à dos dentes naturais é
imprescindível. Isto também se estende para as restaurações realizadas diretamente
com resinas compostas. Atualmente a fluorescência tem papel fundamental na
vitalidade da restauração e ajuda na obtenção de um valor correto. Quando é
utilizado um material não fluorescente nas restaurações, o valor tende a diminuir em
situações onde o paciente se encontra na presença de luz ultravioleta (casas
noturnas e luz do dia).
A necessidade dos materiais dentários possuírem esta característica foi
questionada por Conceição et al., (2005)
18
, citando que pode ser obtido sucesso
31
estético sem a mesma. Porém, também afirmaram que a fluorescência confere à
restauração uma maior vitalidade e auxilia na obtenção de um correto valor. Os
autores ainda afirmaram que existe diferença significativa quanto à fluorescência das
resinas compostas: enquanto algumas não possuem esta propriedade, algumas
mostram comportamento semelhante e outras, maior fluorescência que os dentes
naturais.
Os materiais que não possuem esta propriedade o vistos como uma área
escura quando expostos a fontes de raios ultravioletas. Para resolver este problema,
foi sugerida a aquisição de uma lâmpada ultravioleta, pois a mesma, quando não
sofre a interferência de outras fontes de luz, ajuda a determinar o grau de
fluorescência do dente e do material restaurador que será utilizado
18
.
Para Hirata et al., (2004)
37
, para a realização de uma restauração
completamente integrada ao dente que cumpra os requisitos funcionais e estéticos,
é necessário o domínio do comportamento dos tecidos dentais e também dos
materiais restauradores utilizados na reprodução das estrutura perdidas. A
fluorescência normal de um dente tem uma importante contribuição na sua
aparência, e, portanto, os materiais restauradores devem procurar mimetizar esta
característica. Sendo a luz solar a maior fonte de raios ultravioleta e a percepção
cromática da fluorescência fortemente influenciada por esta iluminação, a vitalidade
do elemento dental é mais facilmente percebida nessas situações. Existe no
mercado uma grande variedade de resinas compostas, híbridas, microhíbridas e
microparticuladas e, de acordo com os autores, na maioria dos casos, a última
camada de resina composta é que vai determinar se a restauração vai apresentar
fluorescência ou não. Assim, se durante uma restauração for utilizada uma resina
composta para dentina sem fluorescência, mas no final for utilizado um material para
esmalte que possui fluorescência, a restauração apresentará o fenômeno. casos
em que os sistemas resinosos apresentam fluorescência, mas em diferentes graus
para o esmalte e para a dentina. Nesses casos, podem ocorrer duas situações: uma
em que a fluorescência é dada pela resina composta de esmalte,
independentemente da resina composta de dentina e outra em que o esmalte
funciona como um modificador da fluorescência da resina composta para dentina, o
que se deve principalmente pelo grau de translucidez que esta resina de esmalte
apresenta.
32
A importância maior da última camada do material restaurador foi enfatizada
no estudo de Villarroel (2004)
113
, que pesquisou a presença de fluorescência em
treze marcas comerciais de resinas compostas disponíveis no mercado. Os corpos-
de-prova confeccionados com os diferentes materiais foram expostos à incidência de
raios UV com comprimento de onda de 365nm em ambiente totalmente escuro. A
fluorescência foi registrada com o uso de uma câmera fotográfica digital e as
imagens obtidas foram avaliadas por 3 examinadores qualificados. Os materiais
foram classificados em resinas com alta, média e baixa fluorescência. Alguns
sistemas apresentaram ausência ou baixo grau de fluorescência tanto nas resinas
opacas quanto nas de esmalte. Os resultados mostraram que a última camada de
resina composta é a mais importante para que o fenômeno da fluorescência
aconteça.
Uma escala de análise de resinas compostas foi realizada por Sensi et al.,
(2006)
92
com base em aspectos visuais comparativamente a dentes naturais sob
incidência de luz negra. Foram listadas as resinas exageradamente fluorescentes:
Exthet X (Dentsply), Herculite XRV (Kerr), Matrixx Hybrid (Discus), Miris (Colténe),
Tetric Ceram (Ivoclar Vivadent) e TPH (Dentsply). As resinas com ótima
fluorescência foram: 4 Seasons (Ivoclar Vivadent), Amelogen (Ultradent), Enamel
Plus (Micerium), Renamel Microhybrid (Cosmedent) e Vit-l-scence (Ultradent). As
resinas com ausência deste comportamento foram: Charisma (Kulzer), Durafill
(Kulzer), Glacier (SDI), Filtek Z-250 (3M ESPE), Filtek Supreme (3M ESPE), Matrixx
Microfill (Discus), Micronew (BISCO), Palfique Estelite (Tokuyama) e Vênus (Kulzer).
Dessa forma, qualquer material aplicado sobre a superfície da restauração
finalizada influenciará o fenômeno de fluorescência, como demonstrado em um
estudo de Lee et al., (2005)
54
que analisaram a influência dos selantes de superfície
que são utilizados em restaurações para diminuir o efeito de trincas e defeitos de
superfície. Este trabalho analisou, ainda, se a fluorescência e a cor são afetadas ao
se manchar e depois remover pigmentos da superfície da restauração. Para isso,
foram selecionadas quatro marcas comerciais de resina composta (Filtek Supreme –
3M ESPE, Gradia GC América, Símile Pentron Clinical Technologies e Vit-l-
escence - Ultradent Products). O selante de superfície (Biscover Bisco Inc.) foi
aplicado nos espécimes do grupo testado de acordo com as instruções do fabricante
e as medições da refletância espectral e cor foram feitas de acordo com a escala de
cor da CIELAB relativa à iluminação padrão D65. O espectrofotômetro utilizado foi o
33
Color - Eye 7000 com um filtro de luz UV acrescentado ou removido para incluir ou
excluir o componente ultravioleta da iluminação. Os resultados mostraram que para
o grupo da resina composta Filtek Supreme, a fluorescência não foi detectada e as
alterações de cor devido à pigmentação e remoção das mesmas foram menores do
que em outros grupos. para as resinas compostas Gradia, Vit-l-escence e Símile
foi detectada a presença de fluorescência, mas houve alterações com a aplicação do
selante de superfície e com os procedimentos de manchamento e remoção. Em
relação à influência da aplicação de um selante de superfície sobre a fluorescência,
os autores afirmaram que ele pode ter diminuído a sua transmissão e/ou mesmo
causado absorção, o que vem de encontro com o estudo de Panzeri et al., (1977)
78
.
2.8 Metodologia para análise de fluorescência
Alguns estudos são realizados com luz negra (luz de wood), examinadores e/
ou fotografias digitais, sem muita especificidade metodológica para o fenômeno
fluorescência.
O estudo de Baeza et al., (2002)
6
verificou a fluorescência de corpos-de-prova
de resina composta expostos a uma mpada de luz UV (UV Philips F4T5 BLB) que
emite luz com comprimento de onda de 360nm à distância de 5cm da fonte. Os
diferentes materiais foram comparados a um canino superior recém extraído mantido
em soro fisiológico. Foi comparada a intensidade de luz gerada pela coroa dental
mediante o controle negativo (tecido preto) que não emitiu luz (valor zero) e o
positivo (folha de papel branco) que obteve valor dez de luz emitida. Os corpos-de-
prova foram comparados ao dente natural por 6 examinadores calibrados em
ambiente padronizado (mesmo dia e hora em quarto escuro, sendo os espécimes
dispostos de maneira padronizada sobre o tecido preto contra o controle negativo
em uma fila única, com distância de 6mm entre eles e paralelos à fonte luminosa,
deixando o dente em primeiro lugar seguido dos corpos-de-prova). Cada examinador
registrou um valor para o corpo-de-prova entre 0 (zero) e 10 (dez) e depois
calcularam os valores médios e o desvio-padrão para cada espécime. Os resultados
mostraram que existem diferenças no grau de fluorescência entre as resinas
compostas e o elemento dental, havendo materiais com valores maiores, iguais e
menores ao dente natural.
34
Em testes laboratoriais com uso de aparelhos medidores de espectros, existe
uma certa semelhança entre as investigações de fluorescência e as de
espectrofotometria de cor. Os aparelhos utilizados, no entanto, são distintos e
chamados de espectrofluorímetros.
Hall et al., (1970)
33
realizaram um estudo para definir a fluorescência de
dentes humanos permanentes extraídos. Foi utilizado um espectrofluorímetro
desenvolvido especialmente para o estudo que emitia uma luz UV de 340-375nm.
Os autores variaram o comprimento de onda, inicialmente com valor de 340nm
chegando a375nm, sendo que as medições feitas em secções finas de esmalte
apresentaram um pico ximo de comprimento de onda de 450nm. A fluorescência
mínima foi observada na região incisal, enquanto que a xima foi relatada na
região cervical. A fluorescência demonstrada na região incisal apresentou diferenças
significantes em relação à região cervical. As superfícies incisais de dentes com
atrição também apresentaram diferenças em relação aos não atricionados. Não
foram relatadas diferenças de fluorescência entre os dentes da maxila e da
mandíbula.
Panzeri et al., (1977)
78
pesquisaram a fluorescência de materiais
restauradores diretos como cimento de silicato, resina acrílica, compósitos e glazes
comparados a um dente humano extraído. Também foi medida a fluorescência após
descoloração dos corpos-de-prova de resina acrílica e resina composta. O espectro
de luz foi determinado utilizando-se uma fonte de luz UV de 365nm e um
espectrofotômetro com encaixe fluorescente. Este sistema permite tanto a
visualização de corpos opacos quanto de substâncias transparentes e translúcidas.
Foram feitas observações adicionais sobre os corpos-de-prova de resina acrílica e
resina composta que foram descolorados pelas 12 especificações da ADA. O dente
humano avaliado emitiu luz fluorescente quando excitado por luz UV e apresentou
fluorescência policromática com maior intensidade no comprimento de onda próximo
a 450nm. Foram encontradas diferenças entre todos os materiais avaliados. A
descoloração das resinas compostas e glazes resultou numa redução da
fluorescência, enquanto o mesmo não foi encontrado para as resinas acrílicas,
evidenciando sua influência.
Lee et al., (2005)
55
determinaram as diferentes fluorescências das resinas
compostas utilizando para isto um espectrofotômetro mensurador de cor e
comparando-as com a fluorescência da dentina humana. Para isto, os autores
35
escolheram cinco marcas comerciais de resina composta num total de nove cores
(Filtek Supreme 3M Espe A2E, A2B, A2D e GT; Gradia Direct GC America A2 e
AO2; Símile Pentron Clinical Technologies A2; Palfique Estelite Tokuyama
Dental A2; Vit-l-escence Ultradent Products A2). A leitura da coordenada de cor e
refletância espectral foi realizada de acordo com a escala de cor CIELAB da CIE
relativa à iluminação padrão D65 em um espectrofotômetro de luz refletida (Color-
Eye 7000). Um filtro de luz UV foi inserido e removido durante a leitura dos
espécimes para se incluir ou excluir o componente ultravioleta da iluminação; a partir
dos valores de refletância espectral obtidos, foi calculada a diferença na refletância
pela inclusão ou exclusão do componente UV. Estes valores foram captados em
uma faixa de comprimento de onda que variou de 410nm a 750nm. Foram
analisados dados como o pico máximo, altura e área do comprimento de onda, e
também estudadas as diferenças na cor e na coordenada da cor (claridade,
mudanças no parâmetro vermelho-verde e amarelo-azul). Os melhores resultados
foram obtidos pela resina composta Vit-l-escence, seguida imediatamente pela
Gradia Direct e depois pela Símile, sendo que as resinas compostas Filtek Supreme
e Palfique Estelite não apresentaram picos de fluorescência. Também não houve
diferença de padrão para todas as cores estudadas no grupo da resina composta
Filtek Supreme. Das cinco marcas comerciais, três apresentaram fluorescência,
sendo que o pico de comprimento de onda foi similar para todos, mas a altura
máxima e a área foram diferentes entre todos os grupos de resinas compostas.
Liu (2005)
63
avaliou a fluorescência de 6 resinas compostas gerada durante a
exposição a uma fonte de luz ultravioleta. Os materiais avaliados foram: Grupo I 4
Seasons (Ivoclar Vivadent), Grupo II – Esthet-X (Dentsply), Grupo III – Point 4 (Kerr),
Grupo IV - Filtek Supreme (3M Espe), Grupo V - Venus (Heraeus-Kulzer), Grupo VI –
Vit-l-escence (Ultradent). Foi utilizado um espectrofluorímetro (Fluorescence
Spectrophotometer F 4500 Hitachi) para a leitura dos espécimes, calibrado para que
o raio incidente fosse emitido com um comprimento de onda de 390nm e para que
todo o fenômeno de fluorescência fosse registrado em uma faixa compreendida
entre 400nm e 700nm. Foi registrada a fluorescência gerada durante o teste em um
gráfico de intensidade de fluorescência x comprimento de onda. Isto permitiu que
fossem identificados e comparados os picos máximos de intensidade de
fluorescência que ocorreram para cada resina composta. Foi verificada grande
variação dependendo da marca comercial utilizada.
3 PROPOSIÇÃO
Visto a importância das propriedades ópticas das resinas compostas, o
presente trabalho teve como objetivos:
1. Verificar a porcentagem de refletância e transmitância direta de resinas
compostas com uso de espectrofotômetro em cores indicadas para reproduzir
esmalte cromático, dentina e esmalte acromático de três sistemas de resinas
compostas.
2 Avaliar a intensidade de fluorescência dos três sistemas de resinas
compostas com uso de espectrofluorímetro.
37
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Materiais utilizados
As resinas compostas avaliadas neste estudo, bem como os respectivos
fabricantes, cores, classificação quanto ao tipo de carga, e números de lote estão
listados na Tabela 2. Foi utilizada a cor A2 tanto para as resinas de dentina ou
opacas, quanto para as resinas de esmalte cromático. Para as resinas esmalte
acromático ou incisais foram utilizadas cores mais próximas do transparente neutro
ou universal. As informações sobre a composição dos materiais (carga e matriz
orgânica) foram obtidas junto aos fabricantes ou, quando não disponíveis, através de
dados retirados da literatura (Tabela 3).
Tabela 2. Características das resinas compostas avaliadas neste estudo
Resina
Composta
Fabricante
Cores Classificação Lote #
A2D 023
A2E 033
Filtek
Supreme XT
3M ESPE
YT
Nanopartículas*
030
A2O 010129
A2 010200 Durafill
Heraeus
Kulzer
I
Micropartículas*
010133
Dentin A2 E53352
Enamel A2 050499
4 Seasons
Ivoclar
Vivadent
Medium Value
Microhíbrida*
010224
*Dados fornecidos pelo fabricante
38
Tabela 3. Informações sobre a composição da fase inorgânica (porcentagem por
peso, tamanho e composição das partículas de carga) e da matriz orgânica das
resinas compostas avaliadas neste estudo
Resina
Composta
Cor
%
carga
por
peso
Tamanho
das
partículas
Composição
da carga
Composição
da matriz
orgânica
Filtek Supreme
XT
A2D
A2E
YT
78,5*
78,5*
72,5*
5-20nm*
5-20nm*
75nm*
SiO
2
, Zr-
SiO
2
*
Bis-GMA, Bis-
EMA, UDMA,
TEGDMA *
Durafill
A2O
A2
I
50,5
50,5
50,5
Entre 0,02
e 0,07µm
Trifluoreto de
itérbio,
óxidos
mistos, SiO
2
,
vidro de bário
e
fluorosilicato
de bário
BISGMA,
UDMA e
TEGMA
4 Seasons
Dentin A2
Enamel A2
Medium
value
76
75,4
75
entre 0,04
e 3,0µm
vidro de
bário,
trifluoreto de
itérbio, vidro
de
fluorosilicato
de alumínio e
bário, SiO
2
altamente
disperso e
óxidos mistos
esferoidais
Bis-GMA,
UDMA e
trietilenoglicol.
1.
*Dados fornecidos pelo fabricante;
2.
# Lee et al. (2007)
48
; Lee et al. 2005
52
4.2 Confecção dos corpos de prova experimentais
Para este estudo, foram confeccionados 45 espécimes de resina composta, 5
para cada cor avaliada de cada um dos sistemas
38, 44, 73, 76, 116, 119, 52, 79, 82
. Foram
também obtidos 5 espécimes de dentina e 5 de esmalte humano, que foram
utilizados como padrões para comparação.
39
Os corpos-de-prova de resina composta, dentina e esmalte foram
realizados utilizando-se 55 matrizes metálicas com forma e dimensões idênticas ao
porta-espécime do espectrofotômetro: 20mm de largura, 38mm de comprimento e
0,37±0,01mm de espessura, e contendo um orifício circular com 8mm de diâmetro.
Foram utilizados os mesmos espécimes tanto para o teste de transmitância direta,
quanto de fluorescência. O objetivo destes procedimentos foi facilitar o
posicionamento do corpo-de-prova no aparelho e evitar uma possível fratura do
mesmo durante a sua remoção da matriz metálica.
As amostras de resina composta foram definidas em relação à cor em
translúcidos mais próximos do neutro ou transparente puro para as resinas de
esmalte acromático e A2 para as resinas esmalte cromático e dentina
52
por ser a
cor padrão mais utilizada em clínica.
Para que os corpos-de-prova possuíssem como característica uma superfície
uniforme, lisa e polida, cada matriz foi colocada sobre uma placa de vidro
posicionada sobre uma superfície plana e estável. Sobre esta, colocou-se uma tira
de poliéster para impedir que o corpo de prova aderisse à placa de vidro durante o
seu processo de polimerização (Figura 5) e, em seguida, foi posicionado o porta-
espécime.
Figura 5. Matriz porta-espécime posicionada sobre uma placa de vidro e tira de
poliéster
A inserção das resinas compostas foi feita em incremento único (Figura 6).
Uma segunda placa de vidro foi posicionada sobre a matriz e comprimida para que
houvesse escoamento do excesso de material
45
(Figura 7), que foi, então,
40
fotopolimerizado por 40s utilizando um aparelho Demetron 501 (Demetron/Kerr,
Danbury, CT, EUA) com ponta turbo de 8mm no centro da amostra (Figura 8)
2
. A
intensidade de luz gerada pelo aparelho fotopolimerizador foi verificada com
radiômetro Demetron 100 (Demetron/Kerr, Danbury, CT, EUA), na faixa mínima de
800mW/cm
2
. Depois de removida a placa superior, a resina composta foi
polimerizada por um período adicional de 80s.
Optou-se por não utilizar um peso sobre as amostras antes da polimerização
durante a confecção do corpo-de-prova
40, 69, 81
. Foi feita apenas uma pressão digital
leve para homogeneizar e planificar a superfície externa do corpo-de-prova
45
. Uma
pressão excessiva poderia levar a uma grande concentração de matriz orgânica na
superfície externa e um posicionamento das partículas inorgânicas de carga mais
internamente, alterando, desta forma, a qualidade das medidas efetuadas.
Figura 6. Inserção da resina composta no porta-espécime
41
Figura 7. Tira de poliéster e segunda placa de vidro posicionadas sobre a resina
composta sob pressão manual para escoamento do excesso
Figura 8. Fotopolimerização da resina composta
A espessura dos corpos de prova foi aferida com paquímetro digital com
precisão de 0,01mm (Digital Caliper, Digimess) no eixo central (Figura 9). A
espessura dos espécimes foi reduzida usando lixa d’água de granulação 600
50
(Figura 10). A diferença máxima aceita foi de ±0,01mm.
42
Figura 9. Aferição da espessura dos espécimes com paquímetro digital (precisão de
0,01mm)
Figura 10. Redução com lixas d’água 600 até a espessura de 0,37±0,01mm
Sendo comum uma modificação de cor das resinas compostas após os
procedimentos de acabamento e polimento e os mesmos sempre são realizados em
situações clínicas
54
, optou-se por realizar o polimento dos espécimes usando o
sistema de borrachas Astropol nas cores verde e rosa (Ivoclar Vivadent, Schaan,
Liechtenstein) (Figura 11 A e B), seguido de nova conferência com paquímetro no
centro da amostra. Posteriormente foi feita a limpeza das amostras em cuba
ultrassônica com água destilada por 5min. A presença de irregularidades na
superfície poderia resultar em um aumento da refletância pelo espalhamento da luz
incidente, influenciando, desta forma, a interpretação do resultado obtido
14
.
43
A B
Figura 11 A e B. Polimento dos corpos-de-prova com borrachas verde e rosa
Para as amostras de dente humano, foram utilizados 5 terceiros molares
extraídos para confecção de 5 discos de dentina e 5 de esmalte, sendo mantidos
hidratados em água destilada em recipientes que impediam a passagem de luz.
(projeto submetido e aprovado pelo Comitê de Ética da UERJ, de acordo com
ANEXO A) Para os corpos de prova de dentina foi removida uma porção da face
oclusal dada a maior facilidade
100
. Para as amostras de esmalte foi removida uma
porção da face vestibular ou lingual dos molares extraídos.
Os dentes foram cortados com discos diamantados (Discos Flexíveis
Diamantados Dupla Face Corte Externo e Interno 7020 KG: 7020) sob irrigação
abundante (Figura 12), sendo obtidas fatias ainda espessas (Figura 13).
Figura 12. Corte das amostras de esmalte e dentina manualmente com discos de
diamante sob refrigeração
44
Figura 13. Secção de esmalte ainda com espessura não padronizada
Antes da inserção dos fragmentos de esmalte e dentina, os mesmos foram
planificados manualmente em lixa d’água sob irrigação constante (Figura 14).
Posterioremente as fatias de dente foram inseridas nos orifícios das placas (Figura
15 A e B) e fixadas com resina acrílica ativada quimicamente (cor incisal, Duralay,
Reliance Dental MFG Co. EUA) (Figura 16).
Figura 14. Planificação do fragmento de esmalte em lixa d’água 600
45
A B
Figura 15 A e B. Inserção dos espécimes de esmalte e dentina seccionados na
matriz porta-amostra
Figura 16. Fixação do fragmento de esmalte com resina acrílica incisal
Neste momento a espessura estava em excesso, portanto os espécimes
também foram lixados manualmente com lixas d’água de granulação 600 (3M) a
atingir uma espessura de 0,37 ±0,01 mm, aferida com paquímetro digital (Digital
Caliper, Digimess) no centro da amostra
4
. Finalmente, foram submetidos aos
procedimentos de polimento da superfície com o sistema de borrachas Astropol
(Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein) verde e rosa, como descrito anteriormente
para os espécimes de resina composta.
46
A B
Figura 17 A e B. Espécimes prontos de esmalte e dentina humana
A partir deste procedimento, com intuito de evitar contaminação dos corpos-
de-prova (Figura 17 A e B), os mesmos foram manipulados com o emprego de luvas
de borracha
69
. Todos os corpos-de-prova, tanto de esmalte e dentina, quanto de
resina composta foram mantidos armazenados em água filtrada
44
em recipiente a
prova de luz (ISO, 2000) em temperatura ambiente até o momento das leituras
111
. A
manutenção da umidade dos corpos-de-prova de resina composta está de acordo
com muitos trabalhos encontrados na literatura
40, 50, 52
.
4.3 Análise de refletância e transmitância parcial
Uma vez posicionado o corpo-de-prova com a matriz, o conjunto foi levado ao
espectrofotômetro Varian, modelo Cary 5G (Canadá)
31
(Figura 18 A e B) para
ensaio de refletância com uso da esfera de integração
17
. A varredura foi iniciada em
800nm, diminuindo até chegar a 340nm. Na faixa de 800nm o aparelho utiliza uma
lâmpada de tungstênio mudando para uma lâmpada de deutério quando passa para
a faixa de 340nm.
47
A B
Figura 18 A e B. Espectrofotômetro de refletância Cary 5G (Varian/Canadá)
A intensidade da luz espalhada por um objeto transparente é comparada
àquela da luz espalhada por uma camada infinita de uma referência não-
absorvedora (branca). A razão entre a luz espalhada a partir do objeto transparente
e da referência, registrada em função do comprimento de onda, constitui o espectro
de refletância difusa.
No teste de refletância realizado não foram utilizados fundos brancos e
negros
5, 31, 44
, uma vez que a intenção era analisar puramente a passagem de luz e
suas variantes. Lee et al., (2005)
51
haviam confirmado que para eliminar o efeito
do fundo na mensuração da cor a melhor forma seria não utilizar nem fundos
brancos nem negros, mas sim deixar o feixe se dispersar por trás da amostra.
Citaram que como o fundo para restaurações em boca é variado, a mensuração
deve excluir a influência do mesmo.
A amostra é iluminada de forma direta, o que consiste na incidência de luz
que atinge tanto a amostra quanto a referência, perpendicularmente. A primeira
camada de partículas espalhadoras, aleatoriamente orientadas, espalha a luz em
todas as direções independentemente do ângulo de incidência, assegurando a
iluminação difusa das outras partículas. A luz espalhada pela amostra e a referência
é coletada por uma esfera de integração, e detectada por uma fotomultiplicadora
(visível e UV), situada no topo da esfera (Figura 19)
1
.
Dado a esfera ter que espalhar toda a luz e não absorver nenhuma, ela é
perfeitamente revestida com um pigmento branco. O espectro experimental contém
uma parte de absorção e uma parte de espalhamento
1
.
48
Figura 19. Esquema do espectrofotômetro com esfera de integração
Em cada comprimento de onda o programa do espectrofotômetro faz a
comparação entre o feixe da amostra e o feixe de luz branca. A lâmpada utilizada
pelo espectrofotômetro foi o CIE Iluminante D65
41, 50
.
Os dados obtidos foram inseridos no programa Excel (Microsoft Co., EUA). A
análise quantitativa dos resultados foi conduzida fazendo-se a média dos valores
percentuais. O percentual obtido desta forma foi considerado como o percentual de
R (refletância) para o espectro estudado para cada corpo-de-prova em cada leitura.
Adicionalmente foi determinada a área sob a curva de espectrofotometria entre os
comprimentos de 340 a 800nm, apesar de muitos autores preconizarem a escolha
de três pontos arbitrários escolhidos por representarem os pontos extremos e
intermediários para análise quantitativa das variações encontradas
23, 76
. Uma
relação da área total menos a área sob o gráfico é capaz de reproduzir com mais
fidelidade os resultados finais uma vez que cada amostra mostra picos de leitura em
diferentes comprimentos de onda. Foi utilizado o software Origin 7 (Origin Lab Corp.)
para o cálculo de área sob a curva no feixe de luz visível.
Para o estudo de transmitância foi removida a esfera de integração, o
espectrofotômetro foi colocado no modo transmitância direta e foram realizados,
então, os mesmos procedimentos de leitura.
49
4.4 Análise de fluorescência
O espectrofluorímetro mede a fluorescência de corpos sólidos e líquidos
numa faixa de comprimento de onda que vai de 200nm a 730nm. A câmara interna
deste aparelho é composta pela base experimental, pelo slit do raio excitador e pelo
slit do raio receptor. A base experimental é composta por um êmbolo fixador, pelo
espaço para fixação do porta-espécime e por uma barreira protetora (Figura 20).
Figura 20. Vista da base experimental do espectrofluorímetro
Para se realizar o teste de fluorescência a placa metálica foi posicionada na
base experimental dentro da câmara interna do espectrofluorímetro. Uma vez
colocado nesta base, o corpo-de-prova é imobilizado através de um êmbolo que
exerce pressão sobre a placa, não permitindo qualquer movimento do conjunto
durante a fase de testes. A fonte e o detector ficam num ângulo de 45° com a
superfície da amostra. A fonte de luz sai pelo slit (abertura menor), excita a amostra
e o sensor detecta a fluorescência.
Previamente à fase experimental, o espectrofluorímetro (F-4500 HITACHI)
(Figura 21) foi calibrado mediante um estudo piloto em que foi realizada a leitura de
um corpo-de-prova confeccionado com cada uma das marcas comerciais utilizadas
para que fosse determinado o comprimento de onda de luz UV incidente nos
espécimes e o slit de abertura do raio excitador (2,5mm) e do raio receptor (2,5mm)
de luz emitida.
50
Figura 21. Espectrofluorímetro Hitachi F-4500
O comprimento usado na incidência foi de 390nm e a varredura foi realizada
entre 400 a 650nm. Inicialmente foi selecionada a faixa entre 400 e 650nm, pois foi
verificado em testes prévios que em valores acima do comprimento de onda de
650nm não constava mais a banda de interesse. Para a estatística e avaliação, a
faixa escolhida para o teste comparativo foi de 449nm, que demonstrou ser o pico
máximo das amostras nos gráficos do teste piloto.
Foi determinada para cada resina estudada, a respectiva fluorescência,
identificando seu comprimento de onda e intensidade de luz emitida.
51
5 Resultados
5.1 Análise estatística dos dados obtidos
Os dados obtidos nos testes de refletância, transmitância direta e intensidade
de fluorescência em 449nm foram tabulados para a realização da análise descritiva
(médias, desvio-padrão e, ainda, valores percentuais de refletância e transmitância
direta).
A homogeneidade das variâncias foi verificada através do teste de Levene
(α=0,05) e a normalidade dos resíduos provenientes de cada conjunto de dados
através do teste de Shapiro-Wilk (α=0,05). Os dados obtidos foram submetidos à
análise de variância de um fator (material) e teste de Tukey para contraste entre as
médias (α=0,05) (vide APÊNDICE A). Os materiais foram analisados
estatisticamente divididos em grupos da seguinte forma: esmalte cromático, dentina
e esmalte acromático.
5.2 Análise dos dados de refletância
Os dados das médias e o desvio-padrão de todos os grupos submetidos ao
teste de refletância estão demonstrados na Tabela 4.
52
Tabela 4. Médias, desvio-padrão e percentual de refletância para todos os grupos
analisados.
Substrato e Material Refletância %
Esmalte
37342,8 ± 266,4 74,7 ± 0,5
Supreme XT A2E
35434,3 ± 131,8 70,9 ± 0,3
Durafill A2
35524,6 ± 132,1 71,1 ± 0,3
4 Seasons Enamel A2
35455,8 ± 109,7 70,9 ± 0,2
Dentina
38857,8 ± 1196,2 77,7 ± 2,4
Supreme XT A2D
36992,5 ± 267,5 73,9 ± 0,5
Durafill A2O
36012,6 ± 131,8 72,0 ± 0,3
4 Seasons Dentin A2
35930,3 ± 221,4 71,9 ± 0,4
Supreme XT YT
34811,3 ± 81,6 69,6 ± 0,2
Durafill I
35238,2 ± 191,9 70,5 ± 0,4
4 Seasons MV
35111,8 ± 102,1 70,2 ± 0,2
A análise de variância para o esmalte e resinas compostas indicadas para
esmalte cromático demonstrou que houve diferença estatisticamente significante
entre os resultados obtidos (p<0,00001). Os valores de refletância para o esmalte
foram significativamente maiores que os demais grupos, enquanto não foram
observadas diferenças entre as resinas compostas testadas (Gráfico 1).
Gráfico 1. Diferenças entre as médias de refletância obtidas para o esmalte e
resinas compostas para esmalte cromático (letras semelhantes indicam similaridade
estatística p>0,05).
a
b
b
b
60
70
80
% R
Média
Esmalte
Supreme XT A2E
Durafill A2
4 Seasons Enamel A2
53
A análise de variância para a dentina e resinas compostas indicadas para
dentina demonstrou que houve diferença estatisticamente significante entre os
resultados obtidos (p<0,00004). Os valores de refletância para a dentina foram
significativamente maiores que os demais grupos, enquanto não foram observadas
diferenças entre as resinas compostas testadas (Gráfico 2).
Gráfico 2.
Diferenças entre as médias de refletância obtidas para a dentina e
resinas compostas indicadas para dentina (letras semelhantes indicam similaridade
estatística p>0,05).
a
b
b
b
60
70
80
%R
Média
Dentina
Supreme XT A2D
Durafill A2O
4 Seasons Dentin A2
A análise de variância para as resinas compostas indicadas para esmalte
acromático demonstrou que houve diferença estatisticamente significante entre os
resultados obtidos (p<0,00087). Os valores de refletância para a resina composta
Supreme XT YT foram significativamente menores do que as resinas compostas
Durafill I e 4 Seasons MV, enquanto não foi observada diferença significante entre
estas (Gráfico 3).
54
Gráfico 3.
Diferenças entre as médias de refletância obtidas para as resinas
compostas para esmalte acromático (letras semelhantes indicam similaridade
estatística p>0,05).
b
a
a
60
70
80
%R
Média
Supreme XT YT
Durafill I
4 Seasons MV
As Figuras 22, 23 e 24 demonstram os gráficos referentes à propriedade de
refletância (%R) de acordo com o comprimento de onda (nm) para os três grupos
estudados.
55
300 400 500 600 700 800
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
2
3
4
5
% R
nm
ESMALTE
300 400 500 600 700 800
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
2
3
4
5
% R
nm
SUPREME A2E
300 400 500 600 700 800
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
2
3
4
5
% R
nm
DURAFILL A2
300 400 500 600 700 800
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
2
3
4
5
% R
nm
4 SEASONS A2E
Figura 22.
Refletância (%R) de acordo com o comprimento de onda (nm) para o
esmalte e as resinas compostas Supreme A2E, Durafill A2 e 4 Seasons Enamel A2
56
300 400 500 600 700 800
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
2
3
4
5
% R
nm
DENTINA
300 400 500 600 700 800
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
2
3
4
5
% R
nm
SUPREME A2D
300 400 500 600 700 800
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
2
3
4
5
% R
nm
DURAFILL A2O
300 400 500 600 700 800
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
2
3
4
5
% R
nm
4 SEASONS A2D
Figura 23.
Refletância (%R) de acordo com o comprimento de onda (nm) para a
dentina e as resinas compostas Supreme A2D, Durafill A2O e 4 Seasons Dentin A2.
57
300 400 500 600 700 800
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
% R
nm
1
2
3
4
5
SUPREME YT
300 400 500 600 700 800
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
2
3
4
5
% R
nm
DURAFILL
300 400 500 600 700 800
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
1
2
3
4
5
% R
nm
4 SEASONS MV
Figura 24.
Refletância (%R) de acordo com o comprimento de onda (nm) para as
resinas compostas Supreme YT, Durafill I e 4 Seasons MV.
5.3 Análise dos dados de transmitância direta
Os dados das médias e o desvio-padrão de todos os grupos submetidos ao
teste de transmitância direta estão demonstrados na Tabela 5.
58
Tabela 5.
Médias, desvio-padrão e percentual de transmitância direta (T
d
) para
todos os grupos analisados.
Substrato e Material T
d
%
Esmalte 990 ± 426 1,7 ± 0,7
Supreme XT A2E 3186 ± 709 5,3 ± 1,7
Durafill A2 1858 ± 229 3,1 ± 0,4
4 Seasons Enamel A2 3185 ± 709 5,3 ± 1,2
Dentina 1074 ± 409 1,8 ± 0,7
Supreme XT A2D 686 ± 197 1,1 ± 0,3
Durafill A2O 1124 ± 218 1,9 ± 0,4
4 Seasons Dentin A2 1730 ± 164 2,9 ± 0,3
Supreme XT YT 9129 ± 1126 15,2 ± 1,2
Durafill I 1989 ± 257 3,3 ± 0,4
4 Seasons MV 5804 ± 1213 9,7 ± 2,0
A análise de variância para o esmalte e resinas compostas indicadas para
esmalte demonstrou que houve diferença estatisticamente significante entre os
resultados obtidos (p<0,000001). Os valores de transmitância direta para as resinas
compostas Supreme XT A2E e 4 Seasons Enamel A2 foram semelhantes entre si e
significativamente maiores que o esmalte e a Durafill A2. A resina composta Durafill
A2 apresentou uma transmitância muito semelhante ao esmalte (Gráfico 4)
Gráfico 4.
Diferenças entre as médias de T
d
obtidas para o esmalte e resinas
compostas para esmalte cromático (letras semelhantes indicam similaridade
estatística p>0,05).
b
a
b
a
0
10
20
%T
d
Média
Esmalte
Supreme XT A2E
Durafill A2
4 Seasons Enamel A2
59
A análise de variância para a dentina e resinas compostas indicadas para
dentina demonstrou que houve diferença estatisticamente significante entre os
resultados obtidos (p<0,0001). Os valores de transmitância direta para a resina
composta 4 Seasons Dentin A2 foram significativamente maiores que todos os
outros grupos avaliados (inclusive a própria dentina), que, por sua vez, foram
semelhantes entre si (Gráfico 5).
Gráfico 5.
Diferenças entre as médias de T
d
obtidas para a dentina e resinas
compostas para dentina (letras semelhantes indicam similaridade estatística p>0,05).
b
b
b
a
0
10
20
%T
d
Média
Dentina
Supreme XT A2D
Durafill A2O
4 Seasons Dentin A2
A análise de variância para as resinas compostas indicadas para esmalte
acromático demonstrou que houve diferença estatisticamente significante entre os
resultados obtidos (p<0,000001). Todas as resinas compostas foram
estatisticamente diferentes entre si, sendo que a resina composta Supreme YT foi a
que apresentou o maior valor de transmitância, seguida da 4 Seasons e Durafill L
com o menor valor (Gráfico 6).
60
Gráfico 6.
Diferenças entre as médias de T
d
obtidas para as resinas compostas
para esmalte acromático (letras semelhantes indicam similaridade estatística
p>0,05).
a
c
b
0
10
20
%T
d
Média
Supreme XT
YT
Durafill I
4 Seasons MV
As Figuras 25, 26 e 27 demonstram os gráficos referentes à propriedade de
transmitância direta (%T
d
) de acordo com o comprimento de onda (nm) para os três
grupos estudados.
61
300 400 500 600 700 800
0
5
10
15
20
Supreme A2E
% Transmitância
nm
1
2
3
4
5
300 400 500 600 700 800
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Durafil A2
% Transmitância
nm
1
2
3
4
5
300 400 500 600 700 800
0
5
10
15
20
25
30
35
4 Seasons A2E
% Transmitância
nm
1
2
3
4
5
Figura 25.
Transmitância direta (%T
d
) de acordo com o comprimento de onda (nm)
para o esmalte e as resinas compostas Supreme A2E, Durafill A2 e 4 Seasons
Enamel A2
300 400 500 600 700 800
0
1
2
3
4
5
6
7
8
% Transmitância
nm
1
2
3
4
5
Esmalte hidratado
62
300 400 500 600 700 800
0
1
2
3
4
5
6
Supreme A2D
% Transmitância
nm
1
2
3
4
5
300 400 500 600 700 800
0
1
2
3
4
5
6
7
Durafil OA2
% Transmitância
nm
1
2
3
4
5
300 400 500 600 700 800
0
2
4
6
8
10
12
4 Seasons A2D
% Transmitância
nm
1
2
3
4
5
Figura 26.
Transmitância direta (%T
d
) de acordo com o comprimento de onda (nm)
para a dentina e as resinas compostas Supreme A2D, Durafill A2O e 4 Seasons
Dentin A2
300 400 500 600 700 800
0
1
2
3
4
5
6
7
8
% Transmitância
nm
1
2
3
4
5
Dentina hidratada
63
300 400 500 600 700 800
0
5
10
15
20
25
30
35
Supreme YT
% Transmitância
nm
1
2
3
4
5
300 400 500 600 700 800
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Durafil I
% Transmitância
nm
1
2
3
4
5
300 400 500 600 700 800
0
5
10
15
20
25
30
4 Seasons MV
% Transmitância
nm
1
2
3
4
5
Figura 27.
Transmitância direta (%T
d
) de acordo com o comprimento de onda (nm)
das resinas compostas Supreme YT, Durafill I e 4 Seasons MV
5.4 Análise dos dados de fluorescência
Os dados das médias e o desvio-padrão de todos os grupos referentes a
propriedade de fluorescência estão demonstrados na Tabela 6.
64
Tabela 6.
Médias e desvio-padrão de fluorescência de todos os grupos analisados
Substrato e material Fluorescência
Esmalte
202,2 ± 55,6
Supreme XT A2E
143,0 ± 15,7
Durafill A2
1615,6 ± 29,5
4 Seasons A2E
1653,8 ± 45,0
Dentina
389,2 ± 83,7
Supreme XT A2D
150,0 ± 6,7
Durafill A2O
215,2 ± 15,3
4 Seasons A2D
1674,6 ± 46,8
Supreme XT YT
32,4 ± 1,5
Durafill I
281,0 ± 9,7
4 Seasons MV
1761,0 ± 63,1
A análise de variância para o esmalte e resinas compostas indicadas para
esmalte cromático demonstrou que houve diferença estatisticamente significante
entre os resultados obtidos (p<0,00001). As resinas compostas Durafill A2 e 4
Seasons Enamel A2 apresentaram fluorescência significativamente superior à
Supreme XT A2E e ao esmalte, que não foram diferentes entre si (Gráfico 7).
Gráfico 7.
Diferenças entre as médias de fluorescência obtidas para o esmalte e
resinas compostas para esmalte cromático (letras semelhantes indicam similaridade
estatística p>0,05).
b
b
a
a
0
1000
2000
Média
Esmalte
Supreme A2E
Durafill A2
4 Seasons Enamel
65
A análise de variância para a dentina e resinas compostas indicadas para
dentina demonstrou que houve diferença estatisticamente significante entre os
resultados obtidos (p<0,00001). A resina composta 4 Seasons Dentin A2 apresentou
valores estatisticamente superiores aos demais grupos. A dentina apresentou um
valor intermediário de fluorescência, sendo diferente estatisticamente das resinas
compostas Supreme XT A2D e Durafill A2O, que foram semelhantes entre si
(Gráfico 8).
Gráfico 8.
Diferenças entre as dias de fluorescência obtidas para a dentina e
resinas compostas para dentina (letras semelhantes indicam similaridade estatística
p>0,05).
b
c
c
a
0
1000
2000
Média
Dentina
Supreme A2D
Durafill A2O
4 Seasons Dentina
A análise de variância para as resinas compostas indicadas para esmalte
acromático demonstrou que houve diferença estatisticamente significante entre
todos os grupos estudados (p = 0,00001). A resina composta 4 Seasons MV obteve
os maiores valores de fluorescência, seguida da Durafill I e Supreme XT YT, que
obteve os menores resultados (Gráfico 9).
66
Gráfico 9.
Diferenças entre as médias de fluorescência obtidas para as resinas
compostas para esmalte acromático (letras semelhantes indicam similaridade
estatística p>0,05).
c
b
a
0
1000
2000
Média
Supreme YT
Durafill I
4 Seasons
MV
As Figuras 28, 29 e 30 demonstram os gráficos referentes à propriedade de
fluorescência (intensidade) de acordo com o comprimento de onda (nm) para os três
grupos estudados.
67
400 450 500 550 600 650
0
200
400
600
800
1000
1200
ESMALTE
1
2
3
4
5
Intensidade
nm
400 450 500 550 600 650
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
DURAFILL A2
1
2
3
4
5
Intensidade
nm
400 450 500 550 600 650
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
4 SEASONS A2E
1
2
3
4
5
Intensidade
nm
Figura 28.
Fluorescência (intensidade) de acordo com o comprimento de onda (nm)
para o esmalte e as resinas compostas Supreme A2E, Durafill A2 e 4 Seasons
Enamel A2
400 450 500 550 600 650
0
200
400
600
800
1000
1200
SUPREME A2E
1
2
3
4
5
Intensidade
nm
68
400 450 500 550 600 650
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
DENTINA
1
2
3
4
5
Intensidade
nm
400 450 500 550 600 650
0
200
400
600
800
1000
1200
SUPREME A2D
1
2
3
4
5
Intensidade
nm
400 450 500 550 600 650
0
200
400
600
800
1000
1200
DURAFILL A2O
Intensidade
nm
1
2
3
4
5
400 450 500 550 600 650
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
4 SEASONS A2D
1
2
3
4
5
Intensidade
nm
Figura 29.
Fluorescência (intensidade) de acordo com o comprimento de onda (nm)
para a dentina e resinas compostas Supreme A2D, Durafill A2O e 4 Seasons Dentin
A2
69
400 450 500 550 600 650
0
100
200
300
400
SUPREME YT
1
2
3
4
5
Intensidade
nm
400 450 500 550 600 650
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
DURAFILL I
1
2
3
4
5
Intensidade
nm
400 450 500 550 600 650
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
4 SEASONS MV
1
2
3
4
5
Intensidade
nm
Figura 30.
Fluorescência (intensidade) de acordo com o comprimento de onda (nm)
para as resinas compostas Supreme YT, Durafill I e 4 Seasons MV
70
6 DISCUSSÃO
Refletância Total e Transmitância Direta
Nos resultados apresentados o esmalte natural mostrou valores de refletância
(74,7%) acima do normal e próximos aos da dentina natural (77,7%), como relatado
por Cook e McAree (1985)
19
. Provavelmente o fenômeno de scattering ou dispersão
de luz dentro de corpos translúcidos seja responsável pelos altos índices de
refletância. A dispersão é causada pela luz que incide em pequenas partículas com
índice de refração diferente daquele do material circunvizinho, quando parte da luz é
absorvida e novamente emitida no mesmo comprimento de onda e parte atravessa o
material em outra direção. Isto se pela ação de partículas ou irregularidades
presentes no material, e este efeito é denominado difusão da luz transmitida; cristais
de hidroxiapatita causam um leve desvio na orientação do feixe de luz. Quando os
feixes de radiação que são absorvidos atravessam a matéria, encontrando variações
na sua estrutura, estes produzem refrações adicionais, a luz modifica seu trajeto e o
material se apresenta com um aspecto mais opaco
106
. Quanto maior o scattering
maior a luminosidade
103
.
Neste trabalho houve necessidade de manipulação para confecção das
amostras delgadas de dentina e esmalte naturais planas, e isto pode aumentar o
efeito de scattering, como visto por Vaarkamp et al., (1995)
106
.
Na análise de refletância, o esmalte natural apresentou valores percentuais
diferentes estatisticamente em relação aos grupos de resinas compostas
determinadas para esmalte, como Durafill A2 (71,1%), Supreme XT A2E (70,9%) e 4
Seasons Enamel A2 (70,9%) que não diferiram entre si. Testes de refletância
tendem a padronizar mais os resultados entre compósitos do mesmo tipo (dentina ou
esmalte).
O índice percentual de transmitância direta também foi abaixo do esperado no
grupo esmalte natural (1,7%) e apresentou diferenças estatisticamente significativas
em relação às resinas compostas 4 Seasons Enamel A2 (5,3%) e Filtek Supreme XT
A2E (5,3%). Entretanto, o valor não foi estatisticamente diferente em relação à
Durafill A2 (3,1%).
Estas diferenças entre os resultados de transmitância direta e refletância
podem ser interpretadas pelas metodologias empregadas neste estudo. Muitas
71
vezes as investigações são conduzidas com um teste único, mas Strawn et al.,
(1996)
100
já haviam relatado que para corpos translúcidos como a dentina, por
exemplo, seria fundamental utilizar os modos transmitância e refletância
simultaneamente. Neste teste foi utilizada a transmitância direta, que não capta os
feixes de luz dispersos, e o refletância que considera estes feixes. A diferença entre
os resultados de transmitância direta e refletância se dá, portanto, não somente pela
absorvância de luz pela presença de pigmentos, mas principalmente pela dispersão
(scattering) da luz pois leva em conta não somente a luz irradiada, mas também
outros feixes que se dispersam durante a dinâmica de incidência, sendo fortemente
influenciada pelo formato, quantidade e tipo de partícula de carga.
81
Os resultados também mostraram que os valores percentuais de refletância e
transmitância direta obtidos para as resinas compostas Filtek Supreme XT A2E e 4
Seasons Enamel A2 foram bastante lineares ao se comparar os dois testes.
Entretanto, para o esmalte a transmitância foi mais baixa do que apontava sua
refletância e apresentou valores menores que os da dentina. Provavelmente isso
aconteceu por diferenças anatômicas, direcionamento dos prismas de esmalte e
cristais, e pela forma de confecção das amostras.
A resina Durafill A2E apresentou uma transmitância menor que os índices das
demais resinas compostas, provavelmente devido à grande quantidade de matriz
orgânica e baixa quantidade de carga (50,5% peso). Resinas de micropartículas
apresentam uma quantidade grande de matriz orgânica com um índice de refração
que pode dificultar o fluxo de luz. Hirabayashi e Hirasawa (1990)
35
citaram que
monômeros como BIS-GMA e UDMA (utilizados por todas as resinas testadas,
porém na Durafill em maior quantidade) possuem um alto índice de refração em
relação à sílica, utilizada nesta resina em especial. Isto dificulta a passagem de luz
pelo material. Este efeito modulador da transmissão de luz também foi citado por
Powers et al., (1983)
88
ao comparar uma resina composta microparticulada com uma
macroparticulada. As características de composição do material (matriz orgânica,
carga inorgânica, pigmentos entre outros) possuem efeito intenso nas características
de transmitância direta
69
.
As partículas da resina composta Durafill formam aglomerados de sílica
10
com tamanho entre 0,04 e 0,07µm. Nesta dimensão as partículas dificultam a
penetração da luz, como visto por Yearn (1985)
118
que também citou que em resinas
com partículas maiores houve maior penetração da luz do que em resinas com
72
partículas menores. Powers et al., (1983)
88
afirmaram que resinas
microparticuladas apesar de conterem maior superfície de partículas para oferecer
scattering, não apresentam esta propriedade pelo pequeno tamanho destas que não
espalham bem a luz branca natural. Quanto maior a concentração de carga, maior o
scattering
48
. Assim, apesar de ser uma resina composta com baixa capacidade de
refletância (pouca opacidade) tampouco apresenta alta translucidez, como visto
neste estudo. Além disso, este estudo mostrou que a quantidade e tamanho das
partículas o responsáveis pelo maior potencial de transmitância das resinas
composta Filtek Supreme XT A2E e 4 Seasons Enamel A2.
As características ópticas da dentina tendem a uma menor translucidez
quando comparadas ao esmalte, e, portanto, maior opacidade, o que foi confirmado
quando foi avaliada a refletância. Estas diferenças são consideradas importantes no
momento da estratificação de uma restauração de compósito
8, 25, 36
. No entanto, os
resultados deste estudo mostraram que na transmitância esta diferença não foi tão
observada, provavelmente pelas características heterogêneas das amostras de
esmalte.
O mesmo fenômeno de scattering acontece no substrato dentinário onde os
túbulos agem como dispersores do fluxo de luz, causando um efeito semelhante ao
esmalte
106
. Isto parcialmente explica os valores altos de refletância da dentina
natural mesmo em comparação às resinas específicas para a reprodução desta
estrutura, como verificado neste estudo. Houve diferença significante para a
refletância da dentina natural, com maior valor (%R=77,7%) em relação a todos os
outros grupos: 4 Seasons Dentin A2 (%R= 71,9%), Filtek Supreme XT A2D
(%R=73,9%) e Durafill A2O (%R=72,0%). Estes resultados confirmam uma
dificuldade clínica na reprodução do substrato dentinário com luminosidade
adequada. A maior tendência à translucidez, mesmo nas suas versões Dentin,
Opaque ou Body, proporcionam uma tonalidade acinzentada na restauração final.
Essa dificuldade de obter a mesma refletância da dentina com resinas compostas foi
confirmada neste trabalho com as amostras de Filtek Supreme XT A2D, Durafill A2O
e 4 Seasons Dentin A2.
A pequena espessura das amostras explica os resultados de uma
translucidez inesperada mesmo em amostras de resinas dentina e opaco no teste de
refletância, o que também foi encontrado por Strang et al., (1987)
99
e O'Keefe et al.,
(1991)
76
. Estes autores utilizaram técnicas de medição para transmitância total em
73
corpos-de-prova de cerâmica com diferentes opacidades e cores, encontrando
que a espessura do material é o principal fator na transmitância total em cerâmicas.
Brodbelt et al., (1980)
11
, utilizando medições de transmitância total e direta,
também encontraram que a espessura da cerâmica é o principal fator para
ocorrência de diferenças. A espessura está diretamente relacionada à variação do
índice de refração da luz em um corpo translúcido, portanto ao se dispersar luz em
seu interior, este corpo se faz difuso. Mediante esta característica, a translucidez de
um corpo pode variar, deixando um mesmo material com translucidez maior ou
menor, ou seja, para um mesmo material em duas espessuras diferentes (0,5mm e
2mm), o de menor espessura apresentará maior translucidez. Este mesmo resultado
foi encontrado por Dos Santos et al. (2007)
21
, que investigaram amostras com 0,15;
0,25; 0,30; 0,36; 0,47; 0,75mm de espessura, e concluíram que quanto mais
espessa a amostra menor o índice de transmitância.
Por outro lado, na análise de transmitância as resinas Durafill A2O
(%T
d
=1,9%) e Filtek Supreme XT A2D (%T
d
=1,1%) apresentaram valores
semelhantes estatisticamente à dentina (%T
d
=1,8%), mas mostraram diferenças
estatísticas com maiores valores para o grupo 4 Seasons Dentin A2 (%T
d
=2,9).
Neste trabalho a espessura utilizada nas amostras foi de 0,37 ± 0,01mm, que
representa a média dos valores para aplicação de resinas compostas para esmalte,
uma vez que sua espessura no dente natural é variável em relação a sua
localização, podendo apresentar de 0,2 a 0,3mm em cervical até 1mm em incisal
8,
20,105
. Em termos práticos a padronização conseguida na espessura do esmalte
removido das faces vestibular e palatina/lingual de terceiros molares definiu a
espessura das outras amostras, uma vez que a obtenção de discos de dentina, bem
como a confecção dos corpos de prova de resina composta, se mostram mais
simples, o que está de acordo com outros estudos
4
,
98
.
Na avaliação de transmitância os resultados expressaram algumas diferenças
importantes. A resina Filtek Supreme XT A2D apresentou valores menores em
relação ao resultado da refletância, indicando a presença de pigmentos que
impedem o fluxo contínuo de luz sem necessariamente gerarem scattering. A adição
de opacificadores como o dióxido de titânio que é comumente utilizado, aumenta o
índice de refração e diminui a transmitância
101
. A adição de pigmentos pode ter
compensado de forma eficiente a característica desta resina de natural tendência à
74
translucidez pelo formato de suas partículas esféricas e regulares, diferentemente
das resinas microhíbridas
10
.
Por outro lado, a resina 4 Seasons Dentin A2 (%T
d
=2,9%) apresentou
resultados menores estatisticamente que os outros grupos, diferentemente do teste
de refletância (%R=71,9%). Este resultado parece indicar uma característica de
reprodução do substrato dentinário não por uso de pigmentos opacificadores, mas
por scattering das partículas, uma vez que em refletância o resultado foi
estatisticamente semelhante às outras resinas para dentina. Sabe-se que em
refletância os feixes de scattering pelas partículas o lidos como refletidos. Outro
indicativo é que a série Dentin da 4 Seasons possui composição distinta das resinas
4 Seasons para esmalte cromático e acromático, apresentando partículas maiores e
mais irregulares com o objetivo de conseguir justamente este efeito de scattering.
Quanto maior o volume de carga e maior o tamanho das partículas, maior a
refletância e o scattering
24, 119
. O comportamento de amostras com maior espessura
deverá provavelmente alterar este resultado reduzindo a transmitância.
O comportamento de "bloqueio" da luz incidente demonstrado pela resina
composta Filtek Supreme XT A2D (%R=73,9% e %T
d
=1,1%) em comparação à
dentina natural (%R=77,7% e %T
d
=1,8%) mostrou que este material pode ser
utilizado como um opacificador eficiente em situações clínicas de grande exigência
como facetamento de dentes escurecidos e grandes reconstruções. Por outro lado,
em pequenas restaurações pode ser um fator prejudicial pela tendência a delimitar
mais a restauração, apesar de estatisticamente não haver diferenças significantes
com vários sistemas avaliados. O mesmo efeito provavelmente não seria conseguido
com a resina 4 Seasons Dentin (%R=71,9% e %T
d
=2,9%) que não oferece o mesmo
potencial de bloqueio de fundo escuro em pequenas espessuras. Este resultado
favorável para a resina Filtek Supreme XT havia sido descrito por Sidhu et al.,
(2005)
95
ao investigar cor e translucidez de resinas para corpo e dentina.
O coeficiente de variação relativamente grande das amostras de dentina no
estudo de refletância pode ser explicado pela diversidade anatômica encontrada
neste substrato, o que está de acordo com resultados encontrados em outros
trabalhos
60
. Ainda que utilizados terceiros molares extraídos, a orientação dos
túbulos pode influenciar significativamente a passagem da luz, como demonstrado
por Vaarkamp et al., (1995)
106
. Quando a luz segue mais a orientação dos túbulos
dentinários o fluxo de passagem é maior do que quando perpendicular a estes. A
75
amplitude dos túbulos também pode causar estas diferenças
89
, assim como as
imperfeições
114
. Neste estudo as amostras de dentina foram obtidas a partir da
porção oclusal, diferentemente de outros trabalhos que utilizaram a porção vestibular
e lingual/palatina
60
, o que pode ocasionar diferenças de leituras pelo direcionamento
dos túbulos dentinários e convergência dos mesmos. Estes mesmos autores
comentaram que a dentina de dentes distintos por si pode levar a resultados
diferentes entre estudos.
A mesma variação não foi verificada nas amostras de esmalte, estando de
acordo com Ragain e Johnston (2001)
89
que também tiveram relativa
homogeneidade no grupo de esmalte e pouca no grupo de dentina. Este coeficiente
de variação no grupo de dentina natural não foi observado no teste de transmitância
porque neste tipo de leitura os raios de scattering ou dispersos pela amostra não são
considerados, o que sugere que este fenômeno ocorre bastante no substrato
dentinário.
Algumas resinas compostas para esmalte possuem pigmentos e apresentam
translucidez cromática enquanto outras inserem poucos pigmentos resultando em
translucidez acromática. Os corantes mais escuros tendem a absorver maior
quantidade de luz, resultando em uma resina menos translúcida
112
. Esta diferença
foi verificada neste estudo: resinas esmalte acromático apresentaram índices de
refletância menores que as resinas esmalte cromático.
Na margem do esmalte, tanto incisal, quanto proximal, existe um evidente
efeito cinza-azulado, mais marcado em dentes jovens, e quase ausente em dentes
idosos, devido ao desgaste da margem incisal e à ausência de espessura de
esmalte translúcido
8, 20, 105, 109
. No presente trabalho a resina Filtek Supreme XT YT
apresentou o maior potencial de translucidez dos grupos esmalte acromático
testados, diferindo estatisticamente dos demais tanto em refletância quanto em
transmitância (%R = 69,6% e %T
d
=15,2%) e sugerindo sua utilização em situações
de necessidades extremas de translucidez, como em bordas incisais de pacientes
mais jovens. A sua composição predominantemente de partículas de lica
extremamente reduzidas compostas por clusters (aglomerados de pequenas
partículas com tamanho de 75nm), porém sem o conjunto Zr/Si existente nas ries
dentina e esmalte cromático, aumentou o seu potencial de transparência. Mitra et al.,
(2003)
72
, relataram que os compósitos resinosos formados a partir de nanopartículas
e nanoaglomerados como a Filtek Supreme XT proporcionam uma melhor
76
translucidez quando comparados às resinas microparticuladas, mantendo as
propriedades físicas e a resistência ao desgaste equivalentes a vários compósitos
híbridos e microhíbridos. Neste caso, também as características de translucidez
parecem ter se exacerbado no teste de transmitância pela facilidade de passagem
do fluxo de luz.
Outro fato que se evidenciou nos dois testes foi a grande facilidade de
transmitância na resina 4 Seasons MV (%T
d
=9,7%), o que não havia ocorrido no
teste de refletância, indicando novamente um efeito de scattering no segundo.
Também importante notar a dificuldade novamente da transmitância na resina
Durafill I (%T
d
=3,3%), indicando translucidez insuficiente para ser utilizada como
uma camada de esmalte acromático, embora isto não tenha sido verificado no teste
de refletância. Parece indicar não somente as questões citadas em relação à
passagem de luz em resinas com muita matriz orgânica, mas também a presença de
pigmentos que absorvem o fluxo linear de luz.
McLaren (1983)
71
e Hirata et al., (2001)
36
afirmaram que 1mm de espessura
de esmalte pode transmitir até 70% de luz, entretanto, Jardim et al., (2002)
43
relataram que a média de transmissão de luz é em torno de 58,7%. Villarroel et
al., (2005)
112
encontraram valores de 80,4% em amostras de esmalte com 0,6mm de
espessura em testes de transmitância parcial. Os resultados deste estudo
demonstraram valores inferiores para translucidez (%R=74,7% e %T
d
=1,7). Esta
diferença pode ser explicada pela variação que existe nas leituras de diferentes
espectrofotômetros e colorímetros, assim como na espessura das amostras e sua
superfície. Masotti et al., (2007)
69
haviam encontrado valores reduzidos de
transmitância para resinas compostas. Os valores encontrados neste trabalho
parecem estar mais compatíveis com os encontrados nos estudos em laminados
cerâmicos de O'Keefe et al., (1991)
76
e em materiais restauradores diversos de
Watts e Cash (1994)
115
, que citaram 1 a 4 % de transmitância e 60 a 75% de
refletância. A influência da reflexão especular nos altos índices de refletância não
deve ser descartada
115, 116
, apesar de estarem bastante coerentes com os
resultados de transmitância. Diferenças de curva espectral são comuns e foram
encontradas em estudos comparativos entre espectrofotômetros
66
.
Fluorescência
Trabalhos já utilizaram para a investigação de fluorescência comprimentos de
onda de incidência de 363,8nm
74
, 365nm
29, 78, 113
, 375nm
32
, 340nm e 375nm
33
, e
77
345nm
28
tendo relação principalmente com as características de cada aparelho
espectrofluorímetro. No presente estudo, optou-se por utilizar um comprimento de
onda de 390nm porque durante o estudo piloto verificou-se que a intensidade
máxima de fluorescência dos materiais testados ocorria próxima a este comprimento
de onda, além de estar compreendido dentro do espectro de ocorrência de
fluorescência nos dentes naturais, o que está de acordo com Liu (2005)
63
.
Hafström-Björkman et al., (1991)
32
encontraram em esmalte dissolvido picos
de fluorescência entre 460 e 560nm, enquanto outros obtiveram entre 450nm e 430
nm
16, 33, 78
e 410nm e 420nm
7, 37
. Picos de fluorescência em dentina em 440nm e
em resinas compostas entre 440nm e 450nm já foram encontrados
28, 56
, estando de
acordo com nossa metodologia. A energia máxima visível emitida pelas amostras e
utilizada para avaliação no presente estudo foi em 449nm.
Segundo Lee et al., (2005)
55
, a dentina possui cerca de três vezes a
fluorescência do esmalte. Em nosso estudo foi encontrada uma diferença menos
proporcional, mas ainda assim significativa (dentina = 389,2; esmalte = 202,2),
confirmando que o fenômeno é mais característico em substrato dentinário. Uma das
razões pode ser a perda de fluorescência que ocorre em dentes extraídos, como
apontado por Foreman (1980)
28
, e que pode alterar os resultados esperados.
Importante, também, perceber que a dentina in vivo apresenta modificações com o
passar dos anos e que nesta pesquisa foram utilizados terceiros molares extraídos,
fato que pode explicar as diferenças de valores em relação a outros trabalhos. De
acordo com Matsumoto et al., (1999)
70
, a fluorescência aumenta com a idade
sugerindo que as substâncias que a produzem são depositadas ao longo da vida por
ação fisiológica. Foreman (1988)
28
observou que a pré-dentina não mineralizada
tinha uma intensidade de fluorescência maior que a dentina primária, assim como
van der Veen e ten Bosch (1995; 1996)
107, 108
que provaram que a dentina
desmineralizada tinha um pico de fluorescência aumentado. Estas visões
relativamente antagônicas devem ser investigadas, mas neste estudo não houve a
possibilidade de analisar estes dados, sugerindo a realização de outros estudos.
No grupo dentina, nenhum material obteve resultados estatisticamente
semelhantes ao grupo dentina natural. Algumas resinas obtiveram valores
estatisticamente mais altos, como 4 Seasons Dentin A2 (1674,6) e outras resinas
apresentaram valores menores, como Durafill A2O (215,2) e Filtek Supreme XT A2D
(150,0). Lim e Lee (2007)
62
haviam percebido valores mais significantes de
78
fluorescência na resina Filtek Supreme séries Dentin, Body e Enamel, o que está
de acordo com este trabalho. Diferenças em relação a outros autores, no entanto,
foram verificadas. Sensi et al., (2006)
92
citaram em seu artigo que as resinas Durafill
e Filtek Supreme XT não ofereciam fluorescência, mas o estudo foi realizado com
base em fotografias e análise visual sob incidência de luz negra (wood). Também
Villarroel et al., (2004)
113
em uma análise com luz de wood e fotografias classificou a
resina Filtek Supreme XT como de baixa fluorescência.
Podem ocorrer pequenas diferenças no comprimento de onda em mpadas
comerciais de wood (usualmente entre 300 e 400nm), o que pode explicar os
diferentes resultados. Outro dado técnico é que existe grande variação de qualidade
das lâmpadas de wood e algumas possuem emissão de comprimentos de onda de
265nm até 490nm, causando grande diversidade de resultados. Baeza et al., (2002)
6
já haviam tentado utilizar lâmpadas de wood de 275nm (baixo comprimento de onda)
em seu trabalho sem sucesso, trocando posteriormente por uma de 360nm.
Clinicamente, com uso de fotografias digitais se observa uma diferença de
resultados dependendo da luz de wood utilizada. Algumas resinas que sob
incidência de certas mpadas negras aparentam estar com excesso de
fluorescência, em outras fontes de luz se mostram compatíveis com a estrutura
dental. Não se deve, porém, ignorar a importância dos resultados obtidos com uso
de luz negra uma vez que os pacientes estão expostos a esta variedade de luzes em
ambientes noturnos. Devem ser também realizados mais estudos para investigar
estas diferenças.
Uma vez que a fluorescência é muito mais influenciada pela última camada de
resina composta aplicada
113
, a análise das resinas da escala esmalte parece ter
bastante importância, mesmo que a referência para os valores de fluorescência tidos
como ideais partam da dentina.
Neste estudo a resina Durafill A2 (1615,6) e a resina 4 Seasons Enamel A2
(1653,8) apresentaram valores significativamente maiores que os outros grupos. A
resina Filtek Supreme XT A2E (143,0) apresentou valores estatisticamente
semelhantes ao esmalte natural (202,2), contrariando os estudos de outros autores
já citados
92, 113
e demonstrando bastante compatibilidade com o esmalte natural. Um
estudo incluindo a leitura do esmalte sobre dentina natural deverá apontar
informações importantes na busca do valor ideal de fluorescência de um material
restaurador.
79
No presente estudo, ao comparar as resinas esmalte acromático ou incisais
pode ser observado que os valores para a resina 4 Seasons MV (1761,0) foram
significativamente maiores do que os da resina Durafill I (281,0), e ambos foram
significativamente diferentes da resina Filtek Supreme XT YT (32,4). A resina Filtek
Supreme XT YT não pareceu apresentar a capacidade de emitir excitação com o
feixe de 390nm, de acordo, portanto, com os trabalhos de Lee et al. (2005)
55, 56
. Este
fenômeno pode também ser evidenciado nas curvas de espectrofluorimetria com
ligeira instabilidade na leitura, ou seja, dificuldade do aparelho identificar alguma
emissão de energia, assim como ausência de um pico definido.
Ao analisar a resina Filtek Supreme XT, pode-se perceber comportamentos
muito distintos entre as resinas A2D, A2E e YT, uma vez que as resinas dentina e
esmalte obtiveram alguma emissão de energia, ao contrário da resina YT. A
explicação está nos clusters de partículas utilizados nos translúcidos do Supreme
XT, que não apresentam o conjunto Zr/Si existente nas séries dentina e esmalte
cromático. Clinicamente este comportamento contra-indicaria seu uso para
recobrimento de superfícies estéticas, o que vai de encontro com a indicação do
fabricante de que se utilize esta resina transparente para favorecer o brilho de
superfície. O resultado clínico de sua aplicação como cobertura estética resultaria
em comportamento inadequado de fluorescência, mesmo sobre resinas que
demonstrem um resultado favorável, como observado por Villarroel et al., (2004)
113
.
Apesar das pequenas espessuras das amostras em comparação a outros
trabalho (Panzeri et al., (1977)
78
- 1,2mm; Lee et al., (2005)
53
- 2,0mm e Baeza et al.,
(2002)
6
- 3,0mm) os resultados foram coerentes com os valores encontrados no
trabalho de Liu (2005)
63
que em sua análise de fluorescência de várias resinas
compostas para esmalte obteve valores semelhantes aos encontrados neste estudo,
utilizando a mesma metodologia e mesmo equipamento em amostras com maior
espessura (1mm), comprovando que a mesma não influencia os valores obtidos.
Segundo Villarroel et al., (2004)
113
a presença de agentes luminóforos é mais
importante para o fenômeno da fluorescência do que a espessura do material em si.
Hall et al., (1970)
33
encontraram, no entanto, que diferenças de cores em dentes
extraídos ocasionaram diferenças no níveis de fluorescência.
Clinicamente resinas com maior fluorescência podem trazer um benefício,
mesmo não tendo compatibilidade com a estrutura dentária natural. Na estratificação
de porcelanas, são utilizadas cerâmicas fluorescentes quando se quer aumentar a
80
luminosidade de laminados para recobrimento de fundos escurecidos sem alterar
sua translucidez
71
. O mesmo princípio e idéia poderiam ser aplicados às resinas
compostas
55
: resinas com alta fluorescência poderiam clinicamente compensar a
falta de opacidade de materiais ou mesmo fornecer luminosidade em pequenas
espessuras. Segundo o presente estudo, resinas com alto índice de fluorescência
como a 4 Seasons poderiam auxiliar nestas situações clínicas.
Algumas resinas compostas apresentaram valores de fluorescência
excessivos em comparação às amostras de dentina e esmalte naturais e o mesmo já
havia sido confirmado em outros estudos
55
. No entanto, ao contrário do que foi
encontrado por estes autores, as resinas Filtek Supreme XT A2D e A2E
apresentaram resultados perceptíveis ao espectrofluorímetro com picos
evidenciados. a resina na cor YT não apresentou resultados significantes,
estando de acordo com os valores encontrados no estudo citado.
Os resultados distintos do grupo resina Durafill A2 em comparação aos
grupos Durafill O e I podem ser explicados pelo fato do fabricante ter lançado no
mercado resinas com comportamento fluorescente sem troca total dos lotes,
mesclando lotes novos com os existentes
3
. Este fenômeno pode ser observado
analisando os valores obtidos pelos grupos Durafill entre si.
Uma próxima investigação deverá analisar as camadas de esmalte
sobrepostas à dentina com os diversos sistemas restauradores em comparação ao
esmalte natural posicionado sobre a dentina natural.
Considerações clínicas
Analisando-se os testes de transmitância direta e refletância pode-se
perceber que basicamente as diferenças entre os resultados obtidos têm relação
com os fenômenos de scattering e absorção das amostras, e definem as
características principais de comportamento óptico das resinas compostas,
principalmente as de dentina.
Resinas para dentina cuja opacidade se baseia em scattering, ou seja, na
dispersão causada pela grande quantidade de partículas e formato maior e mais
irregular das mesmas, como a resina 4 Seasons neste trabalho, necessitam uma
certa espessura de amostra para fornecer esta opacidade, de modo que em
espessuras pequenas o resultado acaba sendo desfavorável. O scattering das
3
Esta informação foi fornecida diretamente pela Heraeus Kulzer, fabricante da resina composta Durafill.
81
resinas compostas está relacionado principalmente com sua composição
inorgânica, tanto com a quantidade quanto com o formato e tamanho das partículas.
Resinas com esta característica seriam interessantes em restaurações onde existe a
possibilidade de se trabalhar com uma certa espessura de camada, e tendem
clinicamente a apresentar uma opacidade mais natural.
resinas para dentina que se baseiam em opacidade pela presença de
pigmentos como a Filtek Supreme XT conseguem apresentar a característica de
opacidade em pequenas espessuras, o que favorece seu comportamento em áreas
com limitação de espessura, como facetas. No entanto, em algumas situações pode
favorecer a delimitação da restauração pelo excesso desta opacidade,
principalmente em restaurações pequenas de grande profundidade (Classe III).
As resinas para esmalte cromático A2 da 4 Seasons e da Filtek Supreme XT
apresentaram alta dispersão de luz, o que clinicamente representa a possibilidade
de uma resina para esmalte apresentar alta translucidez e ao mesmo tempo
luminosidade interna por reflexão de luz entre as partículas.
Mesmo sendo comparadas entre si, as resinas para esmalte acromático o
utilizadas clinicamente como cobertura de restaurações ou última camada em
algumas regiões. Uma comparação ideal seria em relação ao esmalte natural, uma
vez que estas resinas não devem ser excessivamente transparentes para não
tornarem as restaurações acinzentadas. Diferem, portanto, das resinas
transparentes para efeito ou incisais de efeito e não de cobertura, sendo que estas
resinas de efeito não foram investigadas neste estudo.
Com relação à fluorescência, deve-se observar que os testes foram
realizados em aparelhos específicos para a análise deste comportamento. No dia-a-
dia, entretanto, este comportamento é avaliado clinicamente nos pacientes com uso
de luzes negras ou de Wood, não se podendo desconsiderar o valor do
comportamento óptico sob estas luzes ainda que não analisados nesta pesquisa.
Apesar de algumas resinas analisadas apresentarem resultados
estatisticamente semelhantes ao esmalte natural deve-se ressaltar que os valores
ideais na dentição natural deveriam ser semelhantes aos valores da dentina natural.
Por outro lado, é ainda mais importante lembrar que as resinas para esmalte
cromático e acromático é que deveriam obter valores ideais de fluorescência em
comparação à dentina natural, e esta estatística não foi realizada neste trabalho.
82
7 CONCLUSÃO
Considerando as limitações do estudo, conclui-se que:
1. Todas as resinas para esmalte cromático obtiveram menores
porcentagens de refletância em comparação ao esmalte natural. Em transmitância
direta, somente a resina composta Durafill A2 apresentou semelhança estatística
com o esmalte natural.
2. Todas as resinas para dentina obtiveram menores porcentagens de
refletância em comparação à dentina natural. Em transmitância direta, somente a
resina composta 4 Seasons Dentin A2 diferiu das demais apresentando maior valor
de transmitância.
3. Dentre os materiais para esmalte acromático, a resina Filtek Supreme
XT YT apresentou os maiores valores de transmitância e os menores valores de
refletância entre os grupos testados.
4. Em relação à fluorescência, dentre os materiais para esmalte
cromático, a resina composta Filtek Supreme XT A2E foi a única que apresentou
valores estatisticamente semelhantes ao esmalte dental.
5. Nenhuma resina para dentina apresentou valores de fluorescência
semelhantes à dentina natural. A resina composta Filtek Supreme XT A2D obteve os
menores valores, seguida pela Durafill A2O e 4 Seasons Dentin A2, que obteve os
maiores valores.
6. A resina Filtek Supreme XT YT não apresentou picos de fluorescência.
83
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APÊNDICE AAnálise de variância e teste de Tukey
Análises de variância e teste de contraste de média de Tukey realizados,
assim como os testes de homogeneidade de variâncias e de normalidade de
resíduos.
Tabelas relativas aos dados de refletância
Tabela 1.
Análise de variância dos dados de refletância para a variável
esmalte cromático (*)
Graus de
liberdade
Soma dos
quadrados
Erro do
grau de
liberdade
Erro da
soma dos
quadrados
Valor de F Valor de p
Material 3 17.21096 16 0.118512 145.2249 0.000001
(*) Homogeneidade de variâncias: p= 0,867 (Levene); Normalidade dos resíduos: p= 0,245 (Shapiro-
Wilk)
Tabela 2.
Valores de p de comparação entre os grupos para a variável
esmalte cromático (α=0,05)
Esmalte Supreme A2E
Durafill A2
4 Seasons
Enamel A2
Esmalte -- 0.000185 0.000185 0.000185
Supreme A2E 0.000185 -- 0.832348 0.996594
Durafill A2 0.000185 0.832348 -- 0.919660
4 Seasons Enamel
A2
0.000185 0.996594 0.919660 --
92
Tabela 3.
Análise de variância dos dados de refletância para a variável dentina
(*)
Graus de
liberdade
Soma dos
quadrados
Erro do
grau de
liberdade
Erro da
soma dos
quadrados
Valor de F Valor de p
Material 3 37.07006 16 1.568140 23.63951 0.000004
(*) Homogeneidade de variâncias: p= 0,921 (Levene); Normalidade dos resíduos: p= 0,385 (Shapiro-
Wilk)
Tabela 4.
Valores de p de comparação entre os grupos para a variável dentina
(α=0,05)
Dentina
Supreme
A2D
Durafill A2O
4 Seasons
Dentin A2
Dentina -- 0.001349 0.000191 0.000189
Supreme A2D 0.001349 0.102245 0.070310
Durafill A2O 0.000191 0.102245 0.996905
4 Seasons Dentin
A2
0.000189 0.070310 0.996905
Tabela 5.
Análise de variância dos dados de refletância para a variável
esmalte acromático (*)
Graus de
liberdade
Soma dos
quadrados
Erro do
grau de
liberdade
Erro da
soma dos
quadrados
Valor de F Valor de p
Material 2 0.966380 12 0.072007 13.42070 0.000870
(*) Homogeneidade de variâncias: p= 0,767 (Levene); Normalidade dos resíduos: p= 0,164 (Shapiro-
Wilk)
Tabela 6.
Valores de p de comparação entre os grupos para a variável
esmalte acromático (α=0,05)
Supreme YT Durafill I 4 Seasons MV
Supreme YT 0.000923 0.010510
93
Durafill I 0.000923 0.326892
4 Seasons MV 0.010510 0.326892
Tabelas relativas aos dados de transmitância direta
Tabela 7.
Análise de variância dos dados de transmitância direta para a
variável esmalte cromático (*)
Graus de
liberdade
Soma dos
quadrados
Erro do
grau de
liberdade
Erro da
soma dos
quadrados
Valor de F Valor de p
Material 3 17.21096 16 0.118512 145.2249 0.000001
(*) Homogeneidade de variâncias: p= 0,867 (Levene); Normalidade dos resíduos: p= 0,245 (Shapiro-
Wilk)
Tabela 8.
Valores de p de comparação entre os grupos para a variável esmalte
cromático (α=0,05)
Esmalte
Supreme
A2E
Durafill A2
4 Seasons
Enamel A2
Esmalte -- 0.000233 0.104710 0.000233
Supreme A2E 0.000233 -- 0.008223 1.000000
Durafill A2 0.104710 0.008223 -- 0.008223
4 Seasons Enamel A2
0.000233 1.000000 0.008223 --
Tabela 9.
Análise de variância dos dados de transmitância direta para a
variável dentina (*)
Graus de
liberdade
Soma dos
quadrados
Erro do
grau de
liberdade
Erro da
soma dos
quadrados
Valor de F Valor de p
Material 3 37.07006 16 1.568140 23.63951 0.000004
(*) Homogeneidade de variâncias: p= 0,921 (Levene); Normalidade dos resíduos: p= 0,385 (Shapiro-
Wilk)
94
Tabela 10.
Valores de p de comparação entre os grupos para a variável dentina
(α=0,05)
Dentina
Supreme
A2D
Durafill A2O
4 Seasons
Dentin A2
Dentina -- 0.136391 0.990221 0.006245
Supreme A2D 0.136391 -- 0.079597 0.000241
Durafill A2O 0.990221 0.079597 -- 0.011410
4 Seasons Dentin A2 0.006245 0.000241 0.011410 --
Tabela 11.
Análise de variância dos dados de transmitância direta para a
variável esmalte acromático (*)
Graus de
liberdade
Soma dos
quadrados
Erro do
grau de
liberdade
Erro da
soma dos
quadrados
Valor de F Valor de p
Material 2 .966380 12 .072007 13.42070 0.000870
(*) Homogeneidade de variâncias: p= 0,767 (Levene); Normalidade dos resíduos: p= 0,164 (Shapiro-
Wilk)
Tabela 12.
Valores de p de comparação entre os grupos para a variável
esmalte acromático (α=0,05)
Supreme YT Durafill I 4 Seasons MV
Supreme YT 0.000190 0.000568
Durafill I 0.000190 0.000291
4 Seasons MV 0.000568 0.000291
Tabelas relativas aos dados de fluorescência
Tabela 13.
Análise de variância dos dados de fluorescência para a variável
esmalte cromático (*)
Graus de
liberdade
Soma dos
quadrados
Erro do
grau de
liberdade
Erro da
soma dos
quadrados
Valor de F Valor de p
Material 3 42990800 16 105264.4 408.4077 0.000001
95
(*) Homogeneidade de variâncias: p= 0,667 (Levene); Normalidade dos resíduos: p= 0,425
(Shapiro-Wilk)
Tabela 14.
Valores de p de comparação entre os grupos para a variável
esmalte cromático (α=0,05)
Esmalte Supreme A2E Durafill A2
4 Seasons
Enamel A2
Esmalte -- 0.123546 0.000185 0.000185
Supreme A2E 0.123546 -- 0.000185 0.000185
Durafill A2 0.000185 0.000185 -- 0.444003
4 Seasons
Enamel A2
0.000185 0.000185 0.444003 --
Tabela 15.
Análise de variância dos dados de fluorescência para a variável
dentina (*)
Graus de
liberdade
Soma dos
quadrados
Erro do
grau de
liberdade
Erro da
soma dos
quadrados
Valor de F Valor de p
Material 3 26520626 16 629353.1 42.13950 0.000001
(*) Homogeneidade de variâncias: p= 0,921; (Levene); Normalidade dos resíduos: p= 0,444 (Shapiro-
Wilk)
Tabela 16.
Valores de p de comparação entre os grupos para a variável
dentina (α=0,05)
Dentina
Supreme
A2D
Durafill A2O
4 Seasons
Dentin A2
Dentina -- 0.000187 0.000361 0.000186
Supreme A2D 0.000187 -- 0.189551 0.000185
Durafill A2O 0.000361 0.189551 -- 0.000185
4 Seasons Dentin A2 0.000185 0.000185 0.000185 --
96
Tabela 17.
Análise de variância dos dados de fluorescência para a variável
esmalte acromático (*)
Graus de
liberdade
Soma dos
quadrados
Erro do
grau de
liberdade
Erro da
soma dos
quadrados
Valor de F Valor de p
Material 2 38361980 12 96166.00 398.9142 0.000001
(*) Homogeneidade de variâncias: p= 0,867 (Levene); Normalidade dos resíduos: p= 0,245 (Shapiro-
Wilk)
Tabela 18.
Valores de p de comparação entre os grupos para a variável
esmalte acromático (α=0,05)
Supreme YT Durafill I 4 Seasons MV
Supreme YT -- 0.000190 0.000190
Durafill I 0.000190 -- 0.000190
4 Seasons MV 0.000190 0.000190 --
97
ANEXO A - Declaração de doação de dentes
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Faculdade de Odontologia
Programa de Educação Tutorial
BANCO DE DENTES HUMANOS
DECLARAÇÃO DE DOAÇÃO DE DENTES
O BANCO DE DENTES HUMANOS DA FACULDADE DE
ODONTOLOGIA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
declara a doação de 05 (cinco) dentes a serem utilizados pelo aluno Ronaldo
Hirata, Matrícula UERJ DO411432, Tel: (41) 33424661 e (41) 99773621e e-
mail: ronaldohirata@ronaldohirata.com.br para o Projeto de Pesquisa
Avaliação da refletância, transmitância direta e fluorescência de resinas
compostas”, arquivado neste BDH.
Desde o receptor dos dentes se compromete a informar a origem dos
dentes doados em qualquer forma de divulgação de trabalhos realizados em que
estes sejam empregados.
Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 2007
Katia Regina Hostilio Cervantes Dias
Mat. 5395-9
Responsável pelo BDH
Livros Grátis
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