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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Pedro Nunes de Oliveira Júnior
Desempenho acústico das janelas de hospitais localizados em
São Paulo
São Paulo
2006
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31
Pedro Nunes de Oliveira Júnior
Desempenho acústico das janelas de hospitais localizados em
São Paulo
Dissertação apresentada à Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade de São Paulo para a
obtenção do título de Mestre em Arquitetura e
Urbanismo.
Área de concentração: Tecnologia da Arquitetura
Orientador: Prof. Dr. Geraldo Gomes Serra
São Paulo
2006
32
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE
TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA
FINS DE ESTUDO E PESQUISA DESDE QUE CITADA A FONTE.
Pedro Nunes de Oliveira Júnior
Oliveira Júnior, Pedro Nunes de
Desempenho acústico das janelas de hospitais localizados em São
Paulo / Pedro Nunes de Oliveira Júnior – São Paulo, 2006.
260 p.: il.
Dissertação (Mestrado Área de concentração: Tecnologia da
Arquitetura) – FAU/USP
Orientador: Geraldo Gomes Serra
1.Hospital (Arquitetura) 2. Acústica Arquitetônica 3. Janelas 4. Avaliação
de Desempenho (Arquitetura) I. Título
CDD – 725.51
33
FOLHA DE APROVAÇÃO
Pedro Nunes de Oliveira Júnior
“Desempenho acústico das janelas de hospitais localizados em São Paulo”
Dissertação apresentada à Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade de São Paulo para a
obtenção do título de Mestre em Arquitetura e
Urbanismo.
Área de concentração: Tecnologia da Arquitetura
Aprovado em: / /
Banca examinadora
______________________
Prof. Dr. Geraldo Gomes Serra
Instituição: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP
Assinatura
Prof.(a) Dr.(a)
Instituição
Assinatura
Prof.(a) Dr.(a)
Instituição
Assinatura
34
35
Dedico este trabalho...
a todos que realizam pesquisa nos
hospitais, buscando com isto, criar
recursos para um aumento
contínuo da qualidade dos espaços,
visando melhores condições de
uso e atendimento para seus
usuários, os pacientes.
36
37
... agradeço a:
Pedro e Rita
pai e mãe
Gabriela, Rizza e Ciro
irmãs e irmão
Ana e João
sobrinha e sobrinho
Leonísia e Zuila (in memoriam)
avós
Geraldo Serra
orientador e amigo
Cristina e Bá
parceiros de bobagem
Colmeia
colegas e funcionários
Marcos Donizete e Claudia Ruberg
colegas de trabalho
Roberta Kronka e Ualfrido Del Carlo
professora e professor
Bete Andrade, Luiza Yabiku e Carla Roig
amigas da FAU
Roberto Simões e Claudia Terezinha
pela orientação e apoio
Patrícia Trinta
meu bem...
Fernanda Pereira
minha irmã chata
Ivo e Tatyana
irmão e irmã do coração
Luís e Michelle, Arnaldo e Diana
amigos
Flávio e Helena
co-orientadores
Denis e Aline
vizinhos
Hospitais e pacientes
oportunidade e compreensão
NUTAU - USP
espaço de trabalho
LABAUT – FAU
equipamentos
LAMI – ECA e NAEG - USP
apoio
FAPEMA (pelo apoio financeiro)
38
39
Timoneiro________________________________
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me carrega
Como nem fosse levar
É ele quem me navega
Como nem fosse levar
E quanto mais remo mais rezo
Pra nunca mais se acabar
Essa viagem que faz
O mar em torno do mar
Meu velho um dia falou
Com seu jeito de avisar:
- Olha, o mar não tem cabelos
Que a gente possa agarrar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me navega
Como nem fosse levar
É ele quem me navega
Como nem fosse levar
Timoneiro nunca fui
Que eu não sou de velejar
O leme da minha vida
Deus é quem faz governar
E quando alguém me pergunta
Como se faz pra nadar
Explico que eu não navego
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
Não sou eu quem me navega
Quem me navega é o mar
É ele quem me navega
Como nem fosse levar
É ele quem me navega
Como nem fosse levar
A rede do meu destino
Parece a de um pescador
Quando retorna vazia
Vem carregada de dor
Vivo num redemoinho
Deus bem sabe o que ele faz
A onda que me carrega
Ela mesma é quem me traz
_________________________________Paulinho da Viola
40
41
RESUMO
OLIVEIRA JÚNIOR, Pedro Nunes de - Desempenho acústico das janelas de
hospitais localizados em São Paulo. Dissertação (Mestrado) Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, 2006.
O ruído de tráfego veicular apresenta-se como um dos principais
problemas gerados pela intensa urbanização das cidades, sobretudo nas grandes
metrópoles. De fato, esta situação afeta parcela considerável da população,
causando incômodo e reflexos no estado de saúde físico e mental. O município de
São Paulo, que atualmente possui uma população de aproximadamente 12 milhões
de pessoas, detém sem dúvida, a maior quantidade de hospitais de todo o Brasil,
sendo que muitos destes estão localizados próximos a vias de tráfego intenso. Esta
proximidade, do edifício em relação ao trânsito de veículos, transfere para a fachada
parte da responsabilidade em isolar acusticamente os ambientes internos. Assim,
quartos e enfermarias do setor de internação, onde habitualmente os usuários deste
tipo específico de edificação passam a maior parte do tempo, são afetados pelo
problema do ruído urbano, pois em muitos casos, o componente “janela” não
apresenta desempenho acústico adequado, isto é, não propícia um abatimento
satisfatório do ruído, visto que na composição da fachada, este componente é o mais
sensível à passagem do ruído. Desse modo, esta pesquisa apresenta resultados de
ensaios de campo realizados em hospitais localizados na cidade de São Paulo, onde
procedemos a medições baseadas na Norma NBR 10829 (Caixilho para edificação
Janela Medição da atenuação acústica) da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), utilizando as janelas aplicadas em quartos ou enfermarias de
hospitais sediados em São Paulo, visando com isto, a produção de uma avaliação de
desempenho acústico dos casos selecionados.
Palavras-chave: Desempenho acústico, janelas e hospitais.
42
ABSTRACT
OLIVEIRA JÚNIOR, Pedro Nunes de Acoustic performance of the windows of
located hospitals in São Paulo. Dissertation (Master's degree) Faculdade de
Arquitetura e Urbanismos da Universidade de São Paulo, 2006.
The noise of transport traffic comes as one of the main problems
generated by the intense urbanization of the cities, above all in the great
metropolises. In fact, this situation affects considerable portion of the population,
causing uncomfortable and reflexes in the physical and mental health condition. The
municipal district of São Paulo, that now possesses a population of approximately 12
million people, possesses without a doubt, the largest amount of hospitals of the
whole Brazil, and many of these are located close to road of intense traffic. This
proximity, of the building in relation to the traffic of vehicles, transfers for the facade
leaves of the responsibility in isolating the internal environment acoustically. Like this,
rooms and wards of the internment section, where habitually the users of this
specific type of construction pass most of the time, they are affected for the problem
of the urban noise, because in many cases, the component “window” it doesn't
present appropriate acoustic performance, that is, no favorable a satisfactory
reduction of the noise, because in the composition of the facade, this component is
the most sensitive to the passage of the noise. This way, this research presents
results of field rehearsals accomplished at located hospitals in the city of São Paulo,
where we proceeded to measurements based in standard NBR 10829 (Façade
elements and façades in buildings Measurement of airborne sound insulation
Method of test) of the Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), using the
applied windows in rooms or infirmaries of headquartered hospitals in São Paulo,
seeking with this, the production of an evaluation of acoustic performance of the
selected cases.
Key-words: Acoustic performance, windows and hospitals.
43
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: População residente na região metropolitana e município de São Paulo... 037
Gráfico 2: Porcentagem tratamento de esgoto doméstico no Estado de São Paulo... 038
Gráfico 3: Emissões relativas de poluentes por tipo de fontes – 2005.........................
040
Gráfico 4:Veículos cadastrados no DETRAN de São Paulo........................................ 041
Gráfico 5: Velocidade média no transito de São Paulo................................................ 041
Gráfico 6: Nível de ruído nas principais cidades do mundo......................................... 042
Gráfico 7: Nível de ruído em algumas ruas e avenidas de São Paulo......................... 043
Gráfico 8: Níveis de ruído medidos durante o dia em hospitais................................... 045
Gráfico 9: Esquema metodológico................................................................................
056
Gráfico 10: Percepção do ruído mais incômodo, segundo moradores........................ 073
Gráfico 11: Medição de níveis de ruído numa unidade de internação......................... 079
44
45
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Atenuação do ruído pelo afastamento do hospital da fonte sonora.............. 083
Figura 2: Esquema de propagação de ruído gerado pelo trafego de veículos............
088
Figura 3: Esquema de composição de avaliação de desempenho.............................. 132
46
47
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Coleta de lixo segundo origem, município de São Paulo – 1980,1991,
2000 a 2005.................................................................................................................
039
Tabela 2: Números de estabelecimentos de saúde..................................................... 049
Tabela 3: Estabelecimentos de saúde com atendimento de internação...................... 049
Tabela 4: Hospitais e leitos por rede Município de São Paulo, Subprefeituras e
Distritos Municipais no ano de 2005............................................................................
050
Tabela 5: Resumo da população americana exposta ao nível médio de ruído diário..
065
Tabela 6: Níveis de som em dB(A) medidos no Hospital das Clinicas da UFMG........ 078
Tabela 7: Valor de isolamento acústico de diversos materiais.................................... 087
Tabela 8: Tipos de vidro e seus respectivos CTS........................................................ 098
Tabela 9: Valores dB(A) e NC...................................................................................... 103
Tabela 10: Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos, em dB(A)... 104
Tabela 11: NCA para ambientes internos de um hospital, em dB(A)...........................
104
Tabela 12: Valor do isolamento acústico de diversos materiais.................................. 106
Tabela 13: Tabela de avaliação de Classe de Transmissão Sonora........................... 107
Tabela 14: Sound Trabsmission Class (STC) de vidros aplicados na construção civil
143
Tabela 15: Quadro resumo das medições do Hospital A............................................. 157
Tabela 16: Quadro resumo das medições do Hospital B............................................. 157
Tabela 17: Quadro resumo das medições do Hospital C.............................................
158
Tabela 18: Quadro resumo das medições do Hospital D.............................................
159
Tabela 19: Codificação para aparelhagem.................................................................. 172
48
49
LISTA DE SIGLAS
ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ASA Acoustical Society of America
ASTM American Society for Testing and Materials
ATV Anuário de Tecnologia e Vidro
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento do Pessoal de Nível Superior
CET Companhia de Engenharia de Tráfego
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CIB Conseil International du Batiment
CO Monóxido de Carbono
COBRACON Comitê Brasileiro da Construção Civil
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONTRAM Conselho Nacional de Trânsito
CNES Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde
CNPQ Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico
CRUSP Conjunto Residencial da USP
CSTB Centre Scientifique et Technique du Bâtiment
CTSA Classe de Transmissão Sonora Aérea
CUASO Campos Universitário Armando Sales de Oliveira
DETRAN Departamento de Trânsito
DME Dispositivo para Microfone Externo
EAS Estabelecimento Assistencial de Saúde
ECA Escola de Comunicação e Artes – USP
EPA Environmental Protection Agency
FAPESP Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo
FAU Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos
FSP Faculdade de Saúde Pública da USP
HC Hidrocarbonetos
HVAC Heating, Ventilating, and Air-Conditioning
IBAMA Inst. Bras. do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas
50
ISO International Standard Organization
LABAUT Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética
LAMI Laboratório de Acústica Musical e Informática – USP
LIMPURB Departamento de Limpeza Urbana
MP10 Partículas inaláveis
MTCJ Manual Técnico de Caixilhos – Janelas
NBR Norma Brasileira
NOx Óxido de nitrogênio
NUTAU Núcleo de Pesquisa em Tecnologia de Arquitetura e Urbanismo
OMS Organização Mundial de Saúde (WHO)
ONU Organização das Nações Unidas
PSIU Programa Silêncio Urbano
PT Perda de transmissão sonora
REM Rapid Eyes Moviment
RMSP Região Metropolitana de São Paulo
SECOVI Sind. das Emp. de Compra, Venda, Locação e Adm. de Imóveis Res. e Com.
SEMPLA Secretaria Municipal de Planejamento
SINDUSCON
Sindicato da Indústria da Construção Civil
SOx Óxido de enxofre
SVMA Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente
TR Tempo de reverberação
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
USP Universidade de São Paulo
UTI Unidade de Tratamento Intensivo
WHO World Health Organization (OMS)
51
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO................................................................................
029
1 COLOCAÇÃO DO PROBLEMA...............................................
037
1.1. O problema da poluição sonora.........................................
042
1.1 Recursos e restrições............................................................
049
1.2 Objeto......................................................................................
054
1.3 Objetivo...................................................................................
054
2 METODOLOGIA........................................................................
055
3 RUÍDO.......................................................................................
059
3.1 Definição de ruído.................................................................
059
3.2 Ruído urbano..........................................................................
061
3.3 Controle do ruído urbano......................................................
062
3.4 Ruído de tráfego veicular......................................................
064
3.4.1 Fontes...........................................................................................
066
3.4.2 Causas..........................................................................................
067
3.4.3 Variações......................................................................................
068
3.4.4 Características.............................................................................
069
3.5 Ruído e saúde.........................................................................
069
3.5.1 Percepção do ruído e incômodo................................................
072
3.5.2 Interferência do sono..................................................................
073
3.6 Conclusões.............................................................................
075
4 CONFORTO ACÚSTICO HOSPITALAR..................................
076
52
4.1 Ruído e hospital.....................................................................
076
4.2 Recomendações de projeto..................................................
080
4.2.1 Ruídos gerados externamente...................................................
081
4.2.1.1 Implantação..................................................................................................
081
4.2.1.2 Forma............................................................................................................
083
4.2.1.3 Paisagismo...................................................................................................
083
4.2.1.4 Acessos........................................................................................................
084
4.2.1.5 Configuração dos espaços.........................................................................
084
4.2.1.6 Fachada........................................................................................................
085
4.2.2 Ruído gerado internamente........................................................
085
4.2.2.1 Equipamentos..............................................................................................
085
4.2.2.2 Estrutura.......................................................................................................
086
4.2.2.3 Instalações...................................................................................................
086
4.2.2.4 Acabamentos...............................................................................................
086
4.2.2.5 Configuração dos espaços.........................................................................
087
4.3 Fachada e desempenho acústico.........................................
087
4.4 Conclusões.............................................................................
089
5 COMPONENTE JANELA..........................................................
092
5.1 Tipos de janela.......................................................................
093
5.2 Caixilho...................................................................................
095
5.3 Vidro........................................................................................
096
5.4 Acessórios..............................................................................
098
5.5 Vedações................................................................................
099
53
5.6 Manutenção............................................................................
099
5.7 Especificação.........................................................................
100
6 NORMALIZAÇÃO.....................................................................
101
6.1 Normas ABNT.........................................................................
101
6.1.1 NBR 10830....................................................................................
101
6.1.2 NBR 10152....................................................................................
103
6.1.3 NBR 10151....................................................................................
104
6.1.4 NBR 12179....................................................................................
105
6.1.5 NBR 10821....................................................................................
106
6.1.6 NBR 10829....................................................................................
107
6.1.7 NBR 11957....................................................................................
108
6.1.8 Projeto da norma de desempenho.............................................
108
6.2 Normas ISO.............................................................................
111
6.2.1 ISO 6241.......................................................................................
111
6.2.2 ISO 140-5......................................................................................
113
6.3 Normas ASTM International..................................................
113
6.3.1 ASTM E 966..................................................................................
114
6.3.2 ASTM E 1332................................................................................
114
6.3.3 ASTM E 2235................................................................................
115
7 LEGISLAÇÃO...........................................................................
116
7.1 Legislação federal..................................................................
116
7.1.1 Código de Defesa do Consumidor.............................................
116
7.1.2 RDC nº. 50 de 21 de fevereiro de 2002 – ANVISA.....................
117
54
7.1.3 Resolução nº. 001 de 08 de março de 1990...............................
119
7.1.4 Resolução nº. 272 de 14 de setembro de 2000.........................
120
7.2 Legislação municipal.............................................................
120
7.2.1 Lei nº. 13.430, 13 de setembro de 2002.....................................
120
7.2.2 Lei nº. 13.885, 25 de agosto de 2004..........................................
121
7.2.3 Lei nº. 11.804................................................................................
122
7.2.4 Lei nº. 11.780................................................................................
122
7.2.5 Lei nº. 11.501................................................................................
123
7.3 Conclusões.............................................................................
123
8 DESEMPENHO DA EDIFICAÇÃO............................................
124
8.1 Avaliação de desempenho....................................................
125
8.2 Exigências humanas..............................................................
127
8.3 Requisitos de desempenho..................................................
129
8.4 Critérios de desempenho......................................................
130
8.5 Conclusões.............................................................................
131
9 ENTREVISTAS..........................................................................
133
9.1 Escritórios de arquitetura.....................................................
134
9.1.1 Arquitetura de Hospitais Karman..............................................
135
9.1.2 Zanettini Arquitetura Planejamento Consultoria......................
137
9.1.3 L+ M Arquitetura GETS...............................................................
139
9.1.4 Ronald de Góes Arquitetura e Urbanismo................................
140
9.1.5 Bross Consultoria e Arquitetura................................................
140
55
9.2 Empresas................................................................................
141
9.2.1 Profissionais da engenharia e manutenção hospitalar...........
143
9.3 Conclusões.............................................................................
145
10 SELEÇÃO DOS HOSPITAIS....................................................
146
10.1 Critérios de seleção..............................................................
146
10.2 Procedimentos......................................................................
146
10.3 Acesso aos hospitais...........................................................
148
10.4 Conclusões............................................................................
149
11 AVALIAÇÃO DO RUÍDO AMBIENTAL....................................
150
11.1 Critérios de seleção..............................................................
150
11.2 Recursos e restrições...........................................................
150
11.3 Metodologia...........................................................................
151
11.4 Método de ensaio..................................................................
152
11.4.1 Ensaio externo..........................................................................
152
11.4.2 Ensaio interno...........................................................................
153
11.4.3 Adaptações................................................................................
154
11.5 Equipamentos.......................................................................
154
11.6 Avaliação...............................................................................
155
11.7 Resultados.............................................................................
156
11.7.1 Hospital A..................................................................................
156
11.7.2 Hospital B..................................................................................
157
11.7.3 Hospital C..................................................................................
158
56
11.7.4 Hospital D..................................................................................
158
11.8 Conclusões............................................................................
159
12 ESTUDO DE CASOS................................................................
161
12.1 Recursos e restrições...........................................................
161
12.2 Acesso aos hospitais...........................................................
163
12.3 Ensaios de campo.................................................................
164
12.3.1 Objetivo......................................................................................
164
12.3.2 Grandezas e índices.................................................................
165
12.3.3 Equipamentos...........................................................................
165
12.3.4 Fonte de ruído...........................................................................
167
12.3.5 Espaço de medição..................................................................
167
12.3.6 Captação do ruído....................................................................
167
12.3.7 Geração do ruído-rosa..............................................................
168
12.3.8 Procedimento............................................................................
169
12.3.9 Composição das tabelas..........................................................
171
12.4 Resultados.............................................................................
172
12.4.1 Hospital A..................................................................................
173
12.4.2 Hospital B..................................................................................
178
12.4.3 Hospital C..................................................................................
183
12.4.4 Hospital D..................................................................................
189
12.4.5 Hospital E..................................................................................
197
12.4.6 Hospital F...................................................................................
202
12.4.7 Hospital G..................................................................................
207
57
12.4.8 Hospital H..................................................................................
210
12.5 Avaliação dos ensaios..........................................................
214
12.5.1 Procedimentos..........................................................................
214
12.5.2 Equipamentos...........................................................................
214
12.5.3 Caracterizações.........................................................................
215
12.5.4 Particularidades........................................................................
216
12.5.5 Avaliação dos resultados........................................................
217
13 CONCLUSÃO............................................................................
222
13.1 Critérios de avaliação...........................................................
223
13.2 Diagnóstico............................................................................
223
13.3 Proposições...........................................................................
225
13.4 Considerações finais............................................................
227
BIBLIOGRAFIA...............................................................................
230
ANEXOS.........................................................................................
238
58
29
INTRODUÇÃO
Esta pesquisa é a continuação de um trabalho que vem sendo realizado pelo
autor dentro da área de arquitetura hospitalar desde o ano 2000, anterior à
graduação pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual do
Maranhão. Foi neste período que iniciamos nossa experiência relacionada a projetos
de edifícios voltados ao atendimento à saúde, com participação no planejamento de
obras para a cidade de São Luís e interior do estado do Maranhão.
No decorrer do tempo, percebendo que havia muito a conhecer a respeito
do assunto face a exigência e complexidade do tema, buscamos novos horizontes e
assim aproveitamos a oportunidade de participar do curso de especialização em
Engenharia e Manutenção Hospitalar realizado pelo Instituto Brasileiro de Pesquisas
e Desenvolvimento Hospitalar com sede em São Paulo, curso concluído no ano de
2004 e que nos deu uma visão mais ampla do complexo sistema de funcionamento
do edifício hospitalar.
Ainda na busca por aprofundar nossos conhecimentos ingressamos no
programa de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo sob a orientação do Prof. Dr. Geraldo Gomes Serra, onde
iniciamos esta pesquisa que tem como substrato a questão da tecnologia da
arquitetura aplicada ao edifício destinado ao atendimento à saúde. Assim com base
na percepção de questões relacionadas ao conforto do usuário deste tipo específico
de edifício, no caso o paciente, e na intenção de oferecer nossa contribuição,
resolvemos nos lançar ao campo da pesquisa científica.
Desde o princípio intencionamos era realizar um trabalho que pudesse ser
aplicado de forma objetiva na melhoria das condições do espaço hospitalar com
reflexos para os pacientes e demais usuários.
Aproveitando uma série de visitas à hospitais localizados em São Paulo,
atividade que desenvolvemos logo que nos estabelecemos na cidade, podemos
verificar que, os investimentos na estrutura física dos edifícios aplicados em hospitais
considerados de “ponta”, tais como: Hospital Albert Einstein, Hospital da
Beneficência Portuguesa, Hospital rio Libanês, Hospital 9 de Julho, Hospital do
Câncer AC Camargo, determinavam soluções arquitetônicas diversas aplicadas as
fachadas. Percebemos que este fato poderia de forma específica estar relacionado ao
espaço urbano onde o edifício foi implantado, isto é, sujeitos as condições ambientais
próprias da cidade de São Paulo, notadamente a poluição urbana. Obviamente não
desconsideramos outras variáveis, tais como: recursos financeiros, tecnologia
disponível no período de construção, considerações subjetivas dos projetistas,
diferentes usos para os diversos blocos funcionais, dentre outros.
Após esta abordagem preliminar e considerando diversos fatores
observados, optamos por realizar um trabalho de campo onde o espaço utilizado
deveria estar localizado no setor de internação. Como privilegiamos desde o início a
30
relação entre o usuário e o espaço, resolvemos adotar os quartos e enfermarias dos
hospitais como campo de pesquisa, bem como as estrutura física ali presente. Desse
modo, as diversas composições de fachadas também participariam do foco da
pesquisa, considerando que também nos interessa a relação entre o ambiente
interno e externo, do qual podemos dizer que uma indicação clara da
determinação desta relação pela variedade de soluções e complexidade do meio
urbano onde se encontra o edifício hospitalar.
Passamos então para a etapa de decisão sobre os objetivos da pesquisa e
objeto-concreto específico de estudo. Assim verificando que a variedade de soluções
de fachada se traduzia numa infinidade de janelas e que estas por sua vez
desempenhavam diversas funções (iluminação, ventilação, estanqueidade, facilidade
de manutenção, isolamento sonoro, segurança, estética, dentre outros) decidimos
por abordar a questão do desempenho térmico dos vidros aplicados na componente
janela.
Esta escolha se pautou não nos motivos expostos, mas na intenção de
realizar medições em ensaios de campo para a verificação
in loco
desta característica
específica do material aplicado a componente. Isto está baseado na importância
deste tipo de base de dados e sua utilização pelos diversos profissionais ligados a
área de Arquitetura e Engenharia.
Com estas decisões passamos a elaborar o “Projeto de Pesquisa” e assim
iniciamos a participação nas disciplinas do curso de pós-graduação, que no
julgamento do autor e do seu orientador atenderiam as demandas provocadas para a
conclusão da pesquisa. Contudo, no decorrer da realização dos cursos, percebemos
cada vez mais e de forma clara aspectos relacionados aos recursos e restrições
necessários para o alcance dos objetivos propostos e assim, passamos a questionar
fatores decisivos e que influenciariam no sucesso ou fracasso do trabalho.
A princípio, em vista da opção pela realização de ensaios de campo,
questionamos a disponibilidade do espaço para a pesquisa. Consideramos que a
experiência adquirida ao longo do tempo na área de Arquitetura Hospitalar, em
projetos e planejamento, poderia ser um ponto positivo, sobretudo estando aliado a
realização de uma especialização na área de engenharia e manutenção hospitalar,
onde tivemos a oportunidade, não de ter contato mais amplo com a construção e
funcionamento do hospital, mas também ter acesso facilitado aos profissionais
atuantes em São Paulo, fato que de alguma forma, poderia futuramente nos apoiar
na realização da pesquisa.
No entanto, alguns aspectos passaram a exigir atenção: até que ponto as
administrações dos hospitais selecionados estariam interessadas, em dar suporte e
disponibilizar o espaço dos seus edifícios, para a realização de uma pesquisa com os
objetivos que propomos? Por outro lado, passamos a considerar outra questão: como
realizar uma pesquisa de campo, em quartos e enfermarias de hospitais, aqui
considerando instituições que oferecem serviço público ou privado, de forma a não
comprometer o funcionamento das atividades, interdição por um período mínimo do
espaço ou causar incômodo ao usuário?
31
No transcorrer dos cursos, com discussões sobre a pesquisa e contato com
outros pesquisadores mais experientes, percebemos que a condição básica para a
obtenção de resultados significativos e que objetivam caracterizar o material vidro do
ponto de vista do desempenho térmico com base em ensaios de campo é a
realização de medições duradouras onde os equipamentos necessários deveriam ser
utilizados, no nimo, nos períodos do ano onde tivéssemos temperaturas extremas,
isto é, no verão e inverno. Esta informação provocou por inúmeras vezes
questionamentos acerca da possibilidade de mudar o foco da pesquisa, onde
passamos a considerar a possibilidade de realizar medições controladas em
laboratório, pretendendo com isso eliminar as inconveniências que surgiram neste
ponto do trabalho.
Todavia, após uma avaliação das pesquisas relacionadas ao assunto, vimos
que estaríamos acrescentando informações anteriormente detalhadas nas pesquisas
realizadas pela Profa. Dra. Rosana Caram na Escola de Engenharia de São Carlos.
Por outro lado, embora tenham sido feitas considerações em contrário, desejávamos
fortemente nos manter no propósito de trabalhar em ensaios de campo pelos
motivos já expostos.
Desse modo, com estas conclusões, passamos a questionar o interesse dos
hospitais em relação aos objetivos da pesquisa. Com base na experiência e contatos
adquiridos, percebemos que a questão do desempenho térmico propiciado pelo
material vidro é levada em consideração nos projetos e construções de hospitais em
São Paulo, inclusive com consultas pelos especialistas em pesquisas produzidas pelo
meio acadêmico e material divulgado pelos fabricantes.
No entanto, a importância dada a vidros que absorvem menos calor e
refletem menos energia para o ambiente interno é algo relativamente recente no
mercado da construção no Brasil e mesmo no campo da Arquitetura, onde
atualmente privilegiamos soluções cada vez menos dependentes de sistemas de
condicionamento artificial, corrente defendida pela proclamada “Arquitetura Bio-
climática”. Vemos então que os projetistas buscam, uma vez que possível, indicar a
utilização de vidros que atendem este aspecto no material, inclusive em face da
tecnologia disponível, materiais que anteriormente eram inexistentes no mercado
nacional. O fato é que podemos ter como consenso: a utilização de vidros de
eficiência térmica elevada pode reverter benefícios para o edifício e seus usuários.
Ainda assim, em se tratando de ambiente hospitalar e, sobretudo edifícios
destinados ao uso privado, diferentemente do blico, a aplicação de sistemas de
condicionamento artificial do ar interno ainda é imperativo, face as exigências de
mercado, variação constante da temperatura na cidade e questões relacionadas a
poluição urbana. Em relação, aos hospitais públicos, podemos dizer que o custo
elevado necessário para a climatização de setores, como a internação, ainda
impedem a aplicação destes sistemas neste tipo específico de instituição, embora
existam casos em que tenha sido aplicado.
É fato que uma menor carga térmica, dentro de um ambiente ocasiona uma
economia de energia para condicioná-lo ao ponto de se obter temperaturas
consideradas amenas e adequadas para um quarto ou enfermaria de hospital, desse
32
modo, o condicionamento artificial ainda é usualmente utilizado, senão preterido em
relação aos sistemas de condicionamento natural, onde temos como, por exemplo, o
trabalho desenvolvido, em todo o Brasil, pelo Arquiteto João Filgueiras Lima o “Lelé”.
No entanto, devemos considerar as condições particulares da cidade de São
Paulo, onde a poluição do ar e a poluição sonora são questões de importância
considerável, e por vezes determinam a aplicação de sistemas construtivos que
praticamente transformam os espaços internos de um edifício em ambiente “selado”,
onde são necessárias condições controladas para a obtenção de um espaço
minimamente adequado para o uso, com controle sobre a qualidade do ar e do nível
de ruído, bem como a iluminação e temperatura. Considerando que estamos nos
referindo, ao hospital onde as exigências quanto à qualidade dos espaços são
elevadas em comparação a outros tipos de edifício, isto devido ao tipo de usuário.
Como por exemplo, podemos citar os inúmeros edifícios localizados aqui, sejam
hospitalares ou não, que utilizam janelas seladas ao ambiente externo.
Concluímos que existe uma preocupação evidente por parte dos projetistas
em oferecer aos seus usuários espaços de maior qualidade, onde isto, dentre outros
fatores, é determinado pelo isolamento do ambiente interno em relação ao ambiente
externo, sendo agressivo quando se considera a poluição urbana. No entanto, não
consideramos esta solução como adequada, mas não excluímos sua necessidade em
casos extremos.
Outro aspecto a ser considerado, é a evidência da importância na utilização
de materiais em componentes de fachada, que propiciam melhor desempenho
térmico e que atualmente são objetos de muitas pesquisas, não os vidros, mas
inclusive elementos adicionais à fachada e a janela tais como: brises e persianas.
Desse modo, além deste aspecto que nos orientou a uma nova abordagem
para a pesquisa, acrescentamos a questão dos longos períodos exigidos para o uso
dos quartos e enfermarias na realização de um trabalho que pretendia determinar o
desempenho térmico dos vidros aplicados em suas janelas, atividade que se
mostrava inviável frente à necessidade constante dos hospitais em ter seus leitos a
disposição de novos pacientes, notadamente a questão da rotatividade, seja em
hospitais públicos ou privados.
Passamos a refletir a respeito das conclusões feitas até o momento e o fato
em que mais nos detivemos diz respeito à questão das adaptações aplicadas a
arquitetura dos edifícios face ao problema da poluição urbana. É correto dizer que a
componente janela, por desempenhar diversas funções, detém responsabilidade
sobre questões relacionadas ao conforto higro-térmico, luminoso, ventilação,
segurança, estética, manutenção, dentre outros, mas, diante do meio urbano
característico da cidade de São Paulo, esta componente passou a ter importância na
proteção dos usuários dos edifícios frente à agressividade do meio, considerando
tanto a poluição do ar como a poluição sonora. Esta última a partir deste momento
passou a se tornar objeto de nosso interesse, pois verificamos que em alguns
hospitais o problema do ruído urbano, mais especificamente o intenso ruído gerado
pelo tráfego de veículos era fator determinante na composição das fachadas.
33
Parece-nos evidente a preocupação dos projetistas desde muitos anos na
especificação de janelas que tivessem propriedades tais que pudessem barrar o ruído
de tráfego de veículos a um nível adequado aos usuários, isto baseado na peculiar
condição de implantação destes edifícios, comumente muito próximos a vias de
intenso tráfego, condição pautada na determinação em facilitar ao máximo o acesso
dos usuários e outros aspectos.
Consideramos então a possibilidade de ter como objetivo de pesquisa não a
determinação do desempenho térmico dos vidros, mas sim a determinação do
desempenho acústico do componente janela, levando em conta a questão da
poluição sonora e as adaptações necessárias para abater o ruído de tráfego de
veículos a um nível adequado aos usuários dos hospitais.
Com isso mantivemos a idéia em utilizar os quartos e enfermarias como
locais para a aplicação dos ensaios, reforçada pela constatação de que os usuários
passam normalmente a maior parte do seu tempo nesses locais, levando a
necessidade de uma janela que tenha desempenho satisfatório quanto ao
abatimento do ruído.
Assim percebemos que outras questões derivavam da abordagem
pretendida. A primeira diz respeito à afirmação da aplicação de janelas específicas
diante do meio urbano agressivo resultante da poluição existente. A segunda
indicação está relacionada ao paradoxo entre a necessidade de termos um
abatimento sonoro, o que pressupõe uma janela que impeça a passagem do mínimo
de ar, ao passo que seja contemplada a ventilação natural, isto no caso em que o
meio urbano permita esta função da janela, sem acarretar o mínimo de prejuízo ao
paciente.
No entanto, mesmo com a indicação destas questões, optamos por manter,
como foco principal, a avaliação propriamente dita do desempenho acústico das
janelas selecionadas como objeto de ensaio, sendo estas utilizadas em hospitais
próximos a vias de intenso tráfego de veículos, apresentando-se como fontes de
ruído.. Desse modo, na intenção de reforçar esta nova direção na pesquisa
buscamos avaliar os trabalhos desenvolvidos pelo Prof. Dr. João Gualberto Baring,
focados no desempenho acústico de janelas.
A avaliação desta pesquisa determinou alguns questionamos: qual seria a
metodologia de pesquisa e o método de medição a serem utilizados? Em
decorrência disto qual seria o instrumental necessário, a capacitação técnica para
realizar a operação dos instrumentos, o tempo exigido para cada ensaio, quantas
pessoas seriam necessárias para a realização dos trabalhos de campo, a necessidade
de transporte dos equipamentos, a existência e disponibilidade dos mesmos na
própria Universidade de São Paulo ou mesmo em empresas privadas situadas na
capital e por fim, a disponibilidade de recursos financeiros e tempo para a realização
da pesquisa?
Na busca pela solução destas questões passamos a estudar os conceitos
relativos a avaliação de desempenho.
34
De acordo com Serra (2006)
[...] o desempenho de um edifício ou obra urbana é medido pelo
nível de serviço ou grau de satisfação que proporcionam,
considerados os programas e funções para os quais foram
projetados e construídos e as condições de exposição a que estão
submetidos. Esse desempenho pode referir-se a um conjunto de
requisitos ou pode centrar-se em apenas algum aspecto como o
conforto térmico ou acústico.
Segundo Mitidieri Filho (1998)
[...] a avaliação de desempenho apresenta-se como uma abordagem
menos empírica. Pode ser dito que caracteriza de forma mais precisa
o que deve ser atendido pelo edifício e suas partes e quais métodos
devem ser empregados na sua avaliação. Para tal, o edifício é
entendido como um produto que deve suprir às exigências do
usuário.
Entendendo que os espaços no edifício hospitalar devem atender as
exigências dos usuários, neste caso as exigências dos pacientes; que os hospitais
localizados próximos a vias de tráfego intenso, fontes de ruídos, necessitam possuir
uma fachada, inclusos suas componentes, onde este sistema precisa isolar o ruído
proveniente do meio externo; que níveis de ruído elevados podem incomodar os
usuários e em decorrência disto deve existir um nível de ruído adequado que se
traduz em conforto acústico; que a componente janela pode ser considerada como
responsável em grande parte pelo abatimento do ruído externo considerando que o
vedo proporciona, pela sua composição, suficiente abatimento sonoro; que são
necessários ensaios de campo para a determinação do desempenho acústico de
janelas, podemos concluir que a metodologia de avaliação de desempenho estaria
adequada à utilização nesta pesquisa.
Com a proposição do tipo de usuário (paciente), a componente a ser
ensaiada (janela), as condições de exposição (hospitais próximos a vias de tráfego
intenso de veículos), o requisito de desempenho (conforto acústico), passamos a
etapa da pesquisa necessária para a definição dos critérios de desempenho (veis
adequados que consideram o espaço, uso e usuário) e método de ensaio. Para isto
recorremos à normalização nacional produzida pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) e nesta encontramos normas específicas que embasaram as
próximas considerações.
Para a viabilização da pesquisa percebemos que haviam quatro aspectos a
serem atendidos: o primeiro diz respeito a disponibilidade dos equipamentos, o
segundo a sua operação, o seguinte aos recursos financeiros e por fim o tempo para
a realização dos ensaios. A partir de uma avaliação preliminar das normas referentes
ao propósito da pesquisa, verificamos que os instrumentos necessários existiam e
35
poderiam ser disponibilizados pelo Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência
Energética (LABAUT) da FAU-USP. Pela descrição e verificação dos instrumentos,
constatamos ainda que não haveriam maiores dificuldades para o seu transporte,
visto que o autor dispunha de automóvel. Em relação à operação, também não
vimos dificuldades, isto porque poderíamos contar com o apoio de pesquisadores
membros do laboratório e que atuam e desenvolvem pesquisas na área de acústica
para a orientação no uso, além disto, os equipamentos foram concebidos para fácil
operação necessitando de poucas horas de instrução, além disto, pela verificação
feita, não seria necessário mais do que uma pessoa para a realização dos ensaios.
Por fim a análise recaiu sobre os recursos financeiros e tempo. Em relação
aos recursos, podemos dizer que contávamos com bolsa de pesquisa onde os valores
recebidos poderiam cobrir facilmente as despesas de transporte (gastos com
combustível e manutenção do automóvel) bem como material de apoio (outros
equipamentos, cópias xérox, cartuchos de tinta para impressora, dentre outros) e
inclusive despesas adicionais, tais como alimentação ou pagamento de
estacionamento.
Considerando o fator tempo, após avaliação do método de ensaio definido
por norma, percebemos que não precisaríamos de mais de um dia para cada quarto
ou enfermaria de hospital a ter a sua janela ensaiada, isto se devia, sobretudo, a um
dos critérios de seleção dos hospitais, proximidade a vias de intenso tráfego. Ora,
diferentemente da necessidade anterior de fazermos medições durante períodos
prolongados (verão e inverno) agora poderíamos obter resultados válidos apenas
ocupando os espaços no período de um dia, visto que as condições de trânsito, salvo
em situações específicas, parece não apresentar alteração significativa durante os
dias do ano, temos na maior parte dos casos períodos de pico de trânsito e de menor
tráfego de veículos. A parte isso, a própria natureza do trabalho determinava que
não causássemos incômodo aos usuários dos hospitais.
Após todas estas questões parcialmente equacionadas ainda nos
perguntávamos: haveria interesse por parte da direção dos hospitais em ceder seus
espaços para a realização da pesquisa? Felizmente obtivemos resposta positiva de
oito hospitais, que resultou no trabalho apresentado.
O capítulo 1 é composto pelo texto da colocação do problema onde
abordamos a questões relacionadas à poluição urbana, com ênfase na poluição
sonora e sua relação com o abatimento sonoro proporcionado pela janela.
Completamos o capítulo definindo o objeto e objetivos da pesquisa.
No capítulo 2 definimos a metodologia a ser aplicada na pesquisa, com ênfase na
utilização dos conceitos de avaliação de desempenho.
Do capítulo 3 ao 8 elaboramos a base teórica do trabalho composto pela
abordagem de questões relativas ao ruído no meio urbano e conforto acústico no
ambiente hospitalar, avaliação de desempenho, detalhamento da componente janela,
normalização relativa aos requisitos de desempenho e método de ensaio,
completamos o capítulo com uma breve descrição da legislação relacionada ao
assunto.
36
Do capítulo 9 ao 12 apresentamos a base empírica com ênfase para os
critérios de seleção, abordagem preliminar onde obtivemos resultados parciais e
abordagem final onde obtivemos os dados para a caracterização do desempenho
acústico do componente janela.
Concluímos a pesquisa com o capítulo 13 no qual apresentamos o texto que
contém as conclusões e discussões sobre os resultados obtidos nos ensaios de
campo, finalizando com a avaliação do alcance dos objetivos.
37
1 COLOCAÇÃO DO PROBLEMA
A poluição presente nas grandes cidades afeta parcela considerável da
população residente nestes espaços, inclusive as que residem no seu entorno. Cada
vez mais percebemos um agravamento deste problema, seja pela verificação de:
indicadores diretos, indicadores relacionados à saúde ou outros.
Esta realidade provoca um crescimento na preocupação em combater os
efeitos da poluição, pois uma indicação clara dos malefícios causados por um
ambiente que dia após dia se torna mais inóspito e inadequado para o indivíduo que
vive possa ter melhores condições de vida e tenha possibilidade de usufruir de
condições minimamente necessárias para desempenhar suas atividades, relacionadas
tanto ao lazer quanto ao trabalho.
Atualmente a cidade de São Paulo compõe com outros 38 municípios a
Região Metropolitana de São Paulo, um aglomerado urbano de 19 milhões de
habitantes, o quarto maior do mundo segundo dados da Organização das Nações
Unidas (ONU) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atrás apenas
de: Bombaim (18,1 milhões de habitantes), Cidade do México (18,1 milhões de
habitantes) e Tóquio (26,4 milhões de habitantes).
Com área de 1.509 km2, dividida em 31 Subprefeituras e 96 Distritos
Municipais, a cidade conta com aproximadamente 11 milhões de habitantes,
concentrando mais de 50% da população da Região Metropolitana de São Paulo e
pouco mais de 6% da população do Brasil.
Gráfico 1: População residente na região metropolitana e município de São Paulo
Fonte: IBGE
38
Com a apresentação deste quadro, podemos dizer que a população
residente em São Paulo enfrenta um enorme desafio, relacionado à obtenção de
melhores condições de vida através do controle e combate a poluição gerada pelos
mais diversos meios, seja na água, no solo ou no ar.
Como sabemos o abastecimento de água potável é importante para a
manutenção da saúde de uma população, no entanto, a cada dia sua captação e
tratamento se tornam atividades mais complexas e dispendiosas, visto que a
quantidade de água doce presente nos mananciais é mínima em comparação a
totalidade de água disponível no planeta, a parte isso, temos a poluição gerada pela
atividade humana, quer seja em países subdesenvolvidos ou desenvolvidos.
Em São Paulo a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
(CETESB) é responsável pelo acompanhamento da qualidade das águas dos rios e
reservatórios do Estado de São Paulo. Este controle é realizado tanto pela rede
básica de monitoramento, bem como pela rede automática de monitoramento, onde
a caracterização da qualidade da água é determinada por meio de análises de
variáveis físicas, químicas e biológicas, tanto da água quanto do sedimento.
(CETESB, 2006)
De acordo com o Relatório de Qualidade de Águas Interiores no Estado de
São Paulo publicado em 2005 pela CETESB apenas 31% do esgoto é tratado, isto
considerando as 22 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHIs). A
avaliação da qualidade das águas neste relatório está estruturada pela divisão das
UGRHIs e também pelos três usos preponderantes dos recursos hídricos:
abastecimento público, proteção da vida aquática e balneabilidade. Assim, para cada
um desses usos, além das variáveis específicas de qualidade de água e sedimento,
foram também utilizados os diversos índices de qualidade da água.
Ainda como uma das conclusões deste relatório, podemos citar que a
principal pressão sobre os rios e reservatórios do Estado de São Paulo está
relacionada aos lançamentos domésticos in natura, ricos em matéria orgânica
biodegradável, micronutrientes, microorganismos e sólidos em suspensão.
Gráfico 2: Porcentagem de tratamento de esgoto doméstico no Estado de São Paulo
Fonte: Relatório de Qualidade de águas interiores no Estado de São Paulo – 2005, CETESB
39
Ruberg (2005) afirma que:
cerca de 50 anos os resíduos sólidos não eram encarados como
um grande problema: sua composição era basicamente de materiais
facilmente degradáveis, a quantidade de resíduos gerada era
pequena, assim como eram pequenas as cidades, então havia
facilidade em coletar os resíduos e dispor nos arredores da cidade.
Ainda segundo Ruberg, com o passar dos anos diversas mudanças
ocorreram, no que tange aos resíduos sólidos gerados, podemos listar as seguintes
alterações:
A quantidade e variedade dos materiais presentes nos resíduos lidos
aumentaram;
Novos materiais que demoram a se degradar no meio ambiente surgiram,
sendo que alguns apresentam, características de periculosidade;
A geração de resíduo
per capita
aumentou, aumentando o volume de resíduo a
ser coletado;
Houve o aumento da população dentro das cidades e o conseqüente aumento
no volume de resíduos gerados.
Segundo o Departamento de Limpeza Urbana (LIMPURB) a cidade de São
Paulo gera diariamente cerca de 15 mil toneladas de lixo, sendo 9 mil toneladas
de resíduos domiciliares, originados da vida diária das residências, constituído por
setores de alimento tais como, cascas de frutas, verduras, restos de comidas etc.,
produtos deteriorados, jornais, revistas, garrafas, embalagens em geral, papel
higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Contêm
ainda alguns resíduos que podem ser tóxicos.
Tabela 1: Coleta de lixo segundo origem, município de São Paulo–1980, 1991, 2000 a 2005
(em toneladas)
Origem do Lixo
Primário Domiciliar,
Varrição e Feiras
Industrial(²) Saúde Entulho Diversos
1980
1.849.185 987.367 38.309
- 30.257
1991
2.493.528 398.745 48.650
- 1.043.828
2000
3.461.906 193.940 33.978
1.678.595 373.488
2001
3.663.366 167.220 33.335
1.416.350 394.182
2002
3.548.934 112.620 33.472
1.488.073 434.857
2003 3.161.814 90.174 32.489
2.194.983 416.136
2004 3.210.000 73.949 31.723
1.598.741 422.384
2005
(3)
3.232.000 - 31.393
1.754.269 371.408
(1) Em Toneladas
(2) Resíduos Sólidos Domiciliares, Comerciais e Institucionais de particulares considerados grandes geradores
(3) Os valores de 2005 ainda poderão sofrer alterações
Fonte: Secretaria Municipal de Serviços (SES) e Departamento de Limpeza Urbana (LIMPURB)
40
Segundo o Relatório de Qualidade do Ar elaborado pela CETESB a região
metropolitana de São Paulo (RMSP) sofre todo tipo de problemas ambientais, entre
os quais está a deterioração da qualidade do ar, devido às emissões atmosféricas de
cerca de 2000 indústrias de alto potencial poluidor e por uma frota de
aproximadamente 7,4 milhões de veículos, frota esta que representa 1/5 do total
nacional. De acordo com as estimativas de 2005, essas fontes de poluição são
responsáveis pelas emissões para a atmosfera, dos seguintes poluentes: 1,46 milhão
de t/ano de monóxido de carbono (CO), 354 mil t/ano de hidrocarbonetos (HC), 317
mil t/ano de óxidos de nitrogênio (NOX), 28 mil t/ano de material particulado total
(MP) e 12 milt/ano de óxidos de enxofre (SOX). Desses totais os veículos são
responsáveis por 97% das emissões de CO, 97% de HC, 96% NOX, 40% de MP e
42% de SOX.
Observando que o Brasil é o único país no mundo que conta com uma frota
veicular que utiliza etanol em larga escala como combustível, os veículos movidos
com este combustível representam 13% da frota da RMSP. os movidos a gasolina
(mistura 22% de etanol e 78% de gasolina), representam 68%. O álcool
corresponde a 44% do combustível consumido, segundo dados de consumo. Os
veículos do tipo “flex-fuel” (bi-combustível), lançados recentemente no mercado,
correspondem a 3%, e as motocicletas representam 10% . os veículos movidos a
diesel representam 5,6% da frota. Deve-se também destacar que a frota da RMSP é
bastante antiga, sendo que cerca de 46% desta é anterior a 1995.
Ainda segundo o relatório a análise do perfil das emissões de São Paulo
revela que o setor de transportes foi o maior emissor de gases de efeito estufa do
município com a maior parte das emissões sendo proveniente da utilização de
transporte individual (que queima primordialmente gasolina automotiva). O setor de
resíduos sólidos foi o segundo maior emissor, seguido pelo setor de transporte
coletivo e de cargas (que emprega na sua grande maioria óleo diesel). O gráfico a
seguir, apresenta as principais fontes de emissão no ano de 2005.
Gráfico 3: Emissões relativas de poluentes por tipo de fontes - 2005
Fonte: Relatório de qualidade do ar – 2005, CETESB
41
De outro lado temos a relação direta do problema da poluição do ar com o
crescimento constante da frota de veículos que ocorre na cidade de São Paulo.
Segundo o gráfico apresentado abaixo podemos perceber um crescimento contínuo
do número de carros. Outro fator a ser considerado é o decréscimo da velocidade
média no trânsito.
Gráfico 4: Veículos Cadastrados no DETRAN de São Paulo
Fonte: Dep. Estadual de Trânsito (DETRAN). Elaboração: SEMPLA/Dipro/Setor de transportes
Gráfico 5: Velocidade média no trânsito de São Paulo
Fonte: Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Elaboração: SEMPLA/Dipro/Setor de
Transportes
42
1.1 O problema da poluição sonora
Há tempos o ruído urbano se apresenta como um dos malefícios das
grandes aglomerações humanas, sobretudo nas metrópoles. Este problema comum
as grandes cidades afeta de forma direta ou indireta a saúde de uma parcela
considerável da população residente nestes espaços. Segundo a revista New York
São Paulo está entre as cidades que apresentam maior nível de poluição sonora (79
dB na Av. Paulista), ficando atrás apenas de Nova York (80 dB na Av. Times Square)
e Paris (79 dB na Av. Champs-Élysées).
Gráfico 6: Nível de ruído nas principais cidades do mundo
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
S ão
Francisco -
UnionS q uare
Las V eg as -
The S trip
Taipé -
E stação
Taipé
P equ im -
P raça da P az
Chicago -
Daley P laza
Boston -
Havard
S qu are
Hong Kong -
P raça do
M ercado
P aris -
Cham ps-
É lysées
S ão P aulo -
Av. Paulista
Nova Y ork -
Tim es
S qu are
NÍV E L DE RUÍDO em dBA
Fonte: Folheto Controle da Poluição Sonora – Programa Silêncio Urbano (PSIU)
“Nas grandes cidades as principais fontes de ruído urbano são os
congestionamentos e o ruído do tráfego, devido à conservação das vias e dos
meios de transporte em geral e devido à expansão da indústria automobilística,
favorecendo desta forma a aquisição de veículos”. (OPPIDO e LATTERMAN, 1975
apud MOURA de SOUSA, 2002).
Em reportagem publicada pela Folha de São Paulo em 31 de julho de 2005
com título: Barulho faz de São Paulo a “cidade liquidificador”, foi informado que a
falta de arborização e a prioridade pelo transporte individual motorizado, os autos,
são os principais causadores de ruído urbano hoje em dia, sendo mais um fator para
o agravamento dos problemas da capital paulista.
Para a constatação destas informações foram feitas medições em 12 pontos
simbólicos da cidade sob a orientação de um técnico especializado em acústica. Os
resultados apontam que se as vias de tráfego fossem estabelecimentos comerciais,
43
muitas delas deveriam ser multadas e até interditadas por terem barulhos em
desacordo com a legislação e por provocarem efeitos nocivos à saúde.
Entre outros pontos barulhentos da capital paulista identificados pela
reportagem cujos ruídos ficam sempre além dos limites da lei de zoneamento estão a
estação do Metrô, a Marginal Pinheiros, a Praça da Sé, a esquina das avenidas
Ipiranga e São João e as avenidas Paulista e a Rebouças, com médias de 75 dB(A) a
82 dB(A)
1
.
Numa pesquisa concluída em 1979 por Ualfrido Del Carlo, na qual foram
feitas medições de ruído urbano em São Paulo, era destacado o problema da
poluição sonora. Além das medições foram aplicados questionários onde eram
investigadas as reações da população em relação a crescente elevação dos níveis de
ruído urbano. Os resultados dos questionários revelaram ainda que o ruído de
tráfego de veículos representa um fator de influência no incômodo da população.
Mais recentemente numa pesquisa concluída em 2002 realizada por Carolina
Moura de Sousa que tinha por objetivo medir os níveis de ruído urbano e a sua
variabilidade, em 75 pontos nas vias urbanas do município de São Paulo, os
resultados indicam que poluição sonora é um problema de Saúde Pública e deve ser
controlado urgentemente.
Como mostra a pesquisa foram feitas diversas medições tanto no período do
dia como no período da noite e na comparação entre os resultados obtidos e os
níveis de ruído determinados pelas normas e legislação, a pesquisadora constatou
que os níveis de ruído urbano superam os limites estabelecidos como aceitáveis.
Como síntese de uma parte dos dados obtidos na pesquisa citada, elaboramos o
gráfico seguinte.
Gráfico 7: Nível de ruído em algumas ruas e avenidas de São Paulo
70
72
74
76
78
80
82
Av.
Indianópolis
Av. Paulista Av. Doutor
Arnaldo
Rua da
Consolação
Av.
República
dobano
Av.
Rebouças
Av. Prof.
Francisco
Morato
Valores de Leq em dBA
Fonte: Ruído urbano: níveis de pressão sonora na cidade de São Paulo (Carolina Moura de Sousa)
1
Unidade de intensidade física relativa do som ponderada na escala A (NBR 12179 e NBR 10152)
44
A pesquisadora Mônica Nunes (2000) em sua tese que avalia as
interferências do ruído do tráfego urbano na qualidade de vida, concluiu:
[...] o ruído provocado pelo tráfego de veículos automotores tem
sido considerado, indiscutivelmente, através de vários estudos, como
a maior fonte de poluição sonora no meio urbano. Esse fato é
decorrente do rápido crescimento da frota circulante nas últimas
décadas, o que tem intensificado significativamente o problema.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o ruído pode ser definido
como qualquer som que causa incômodo, ou seja, causa uma reação desagradável
ao indivíduo. Ainda segundo a OMS são diversos os efeitos do ruído sobre a saúde, o
órgão faz as seguintes distinções:
Efeitos relacionados à audição: Interferência com comunicação da fala;
dano no aparelho auditivo e perda da audição;
Efeitos não relacionados à audição: desordens no sono; dificuldade de
concentração; incômodo; stress crônico, mudanças hormonais e risco
de infarto no miocárdio e efeitos sociais.
Os pesquisadores Pimentel e Álvares apontam que um nível de ruído
constante de até 50 dB(A) pode ser perturbador, mas é adaptável; um ruído de 55
dB(A) é excitante, causa estresse leve, dependência e desconforto; um ruído de 65
dB(A) causa estresse degenerativo do organismo; a 80 dB(A), o organismo
provavelmente libera morfinas biológicas no corpo, provocando prazer e
completando, desta forma, o quadro de dependência. A 100 dB(A) pode haver perda
irreversível da audição. (PIMENTEL-SOUZA e ÁLVARES, 2000 apud MOURA de
SOUSA, 2002)
Com relação ao problema do ruído que afeta o ambiente hospitalar o
arquiteto Jarbas Karman, faz a distinção entre duas fontes que podem causar
incômodo aos seus usuários:
Fontes internas: causadas pelo uso de equipamentos, transmissão de
ruído pela estrutura, o próprio uso do espaço por outros usuários
(pacientes e funcionários) dentre outros.
Fontes externas: caracterizadas pelo ruído urbano originado pelo
tráfego de veículos (automóveis, aeronaves e trens), atividades
envolvidas com a manutenção e construção da infra-estrutura urbana
ou qualquer outra atividade que se apresente como fonte de ruído
urbano.
45
Considerando fontes internas de ruído, foram realizadas inúmeras
pesquisas de verificação
in loco
dos níveis de ruído e sua caracterização em
ambientes internos de hospitais. Dentre estes trabalhos citamos uma pesquisa
divulgada pela OMS realizada no Johns Hopkins Hospital de Baltimore onde é
indicado, através de informações reunidas em vários hospitais, que durante os
últimos 45 anos houve uma tendência no aumento do nível de ruído ao longo do dia
e da noite.
Gráfico 8: Níveis de ruído medidos durante o dia em hospitais
Fonte: Noise Levels in Johns Hopkins Hospital (Acoustical Society of America, 2005)
As implicações destes resultados são significantes para pacientes, visitas e
staff. A pesquisa ainda esclarece que “[...] a interferência do ruído na recuperação
dos pacientes já foi reconhecida há muito tempo, este fato está baseado em
evidências relacionadas a declarações feitas pela enfermeira Florence Nithingale: “O
ruído desnecessário é a ausência mais cruel de cuidado que pode ser aplicada a
uma pessoa doente”.
Em reportagem publicada pela Folha de São Paulo em 28/10/2004 com
título: Efeitos da poluição começam a ser levados em conta, é citada a tese de
mestrado realizada pela otorrinolaringologista Raquel Paganini, que avaliou o nível de
ruído produzido em uma Unidade de Terapia Intensiva do Hospital São Paulo. O
barulho dos equipamentos, somado à conversação da equipe médica e dos familiares
do paciente, produz o mesmo nível sonoro de um escritório, cerca de 65 decibéis,
46
um índice bem acima do recomendado pelas normas para um ambiente hospitalar,
que determinam para estes ambientes níveis de ruído entre 35 a 45 decibéis.
Numa pesquisa concluída no ano 2000 por Pimentel e Álvares sobre a
poluição sonora urbana no Município de Belo Horizonte, foram detectados níveis
médios de ruído superiores aos estabelecidos pela NBR 10.151
2
tanto nos ambientes
externos (zonas residenciais, comerciais e industriais, 69,5 dBA) quanto nos internos
(Biblioteca da Escola de Engenharia - 80 dB(A), Hospital das Clínicas da UFMG - 63,2
a 68,4 dBA). (PIMENTEL-SOUZA e ÁLVARES, 2000 apud MOURA de SOUSA, 2002, p.
11)
De acordo com a pesquisadora Raquel Paganini a falta de silêncio pode
dificultar a recuperação dos pacientes, afirmando que os ruídos podem aumentar a
sensibilidade à dor e alterar os batimentos cardíacos do paciente. Esse problema
também é enfrentado em outros hospitais
3
.
Segundo Pérides Silva (2005)
[...] uma das repercussões do efeito do ruído acontece sobre as
atividades cerebrais, com implicações psíquicas. Acrescenta que
quanto mais débil for o organismo, tanto mais predisposto ele se
tornará aos efeitos do ruído. Assim é que os velhos, as crianças e os
doentes são mais vulneráveis à ação dos sons perturbadores.
Pérides complementa identificando outro aspecto negativo e que pode ter
efeitos sobre a segurança das pessoas, quando afirma que [...] até mesmo o efeito
mecânico do ruído pode ser um fator prejudicial quando, por exemplo, o seu alto
nível mascarar o nível médio local, aumentando o risco das pessoas não ouvirem os
avisos sonoros ou gritos de alarme”. (SILVA, 2005)
Já em relação às fontes externas, podemos dizer que o ruído urbano,
composto pelo tráfego de veículos automotores, se apresenta como um problema
para os hospitais localizados próximos a estas fontes de ruído, onde esta situação
afeta parcela considerável dos usuários destes edifícios, visto que nem sempre
existem condições adequadas que determinam níveis de ruído considerados
satisfatórios e toleráveis para ambientes específicos, como os que estão localizados
no setor de internação
4
, particularmente quartos
5
e enfermarias
6
.
2
Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade-Procedimento
3
Estabelecimentos de saúde dotados de internação, meios diagnósticos e terapêuticos, com o
objetivo de prestar assistência médica curativa e de reabilitação, podendo dispor de atividades de
prevenção, assistência ambulatorial, atendimento de urgência/emergência e de ensino/pesquisa.
(RDC nº. 50, ANVISA)
4
Unidade destinada a acomodação e assistência ao paciente internado. (RDC nº. 50, ANVISA)
5
Ambiente com banheiro anexo destinado à internação de pacientes, com capacidade para um ou
dois leitos. Leito hospitalar é a cama destinada à internação de um paciente. (RDC nº. 50, ANVISA)
6
Ambiente destinado à internação de pacientes, dotado de banheiro anexo, com capacidade de três
a seis leitos. (RDC nº. 50, ANVISA)
47
Na abordagem do problema do ruído considerando o ambiente hospitalar, o
Ministério da Saúde através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
publicou o manual intitulado “Sistemas de Controle das Condições Ambientais de
Conforto”, onde no capítulo dedicado ao conforto acústico afirma: nos
estabelecimentos de saúde, aonde o paciente normalmente encontra-se com
sensibilidade mais apurada, a compreensão pelo projetista da dimensão psicológica
na percepção humana do som é de suma importância na definição da programação
arquitetônica. Desta forma, passamos a entender a importância de um projeto de
arquitetura, que se não resolve, pretende ao menos minorar os efeitos do ruído
urbano.
Portanto, temos uma indicação clara de que o problema do ruído urbano
pode ter seus efeitos combatidos através de um projeto de arquitetura onde se
considera a necessidade de oferecer espaços adequados aos usuários, admitindo
soluções de projeto que possuam eficácia face o conforto acústico pretendido. O
texto do manual complementa: a programação arquitetônica de um Estabelecimento
Assistencial de Saúde (EAS) deverá obedecer alguns princípios relativos à obtenção
de conforto acústico, sobretudo para os estabelecimentos situados em interstícios
urbanos, aonde a incidência de ruído cada dia vem se agravando, em virtude do
aumento do tráfego de veículos ou mesmo por deturpações do zoneamento para
atividades urbanas, quando existentes.
Esta situação pode estar relacionada com algumas causas além da
proximidade do edifício em relação à fonte de ruído, dentre elas destacamos: tipos
específicos de veículos, condições do tráfego, presença de semáforos e corredores
de ônibus, declividade da pista de rolagem e por fim a composição física do edifício,
sobretudo a sua fachada, onde a janela, dentre os seus componentes, apresenta
maior “permeabilidade” a passagem do ruído.
Baring (1990) afirma que
Quando parecemos descarregar sobre as janelas toda carga da
obrigação em isolar o ruído externo, estamos levando em conta o
caso mais generalizado nas grandes cidades brasileiras, da colocação
dessas janelas em paredes de alvenaria com mais do que 100
kg/m2, o que costuma traduzir-se em Classe de Transmissão de Som
Aéreo (CTSAs) elevados, maiores do que 40 dB, tornando as
transmitâncias das paredes insignificantes, face às das janelas de
uso mais difundido, cujos CTSAs muito raramente excedem os 25
dB.
Contudo, sabemos que a evolução natural dos materiais e técnicas
construtivas determina a criação de outros sistemas e materiais na composição de
fachadas. Acreditamos que este deve ser um aspecto a ser considerado na definição
dos critérios de seleção dos espaços a serem ensaiados, pois indubitavelmente, tem
relação com o método e resultados das medições. Por outro lado, podemos contar
sempre que possível com informações relacionadas ao desempenho acústico destes
sistemas e materiais, disponibilizadas pelos fabricantes ou por pesquisas. Embora em
alguns casos não represente a realidade do comportamento do material em uso.
48
Por outro lado, na abordagem das questões relacionadas ao desempenho
acústico de uma janela face às exigências de usuários específicos, devemos
considerar a problemática relativa à qualidade na construção civil. Em 1995, o
pesquisador Roberto de Souza indicava a necessidade e dificuldades de
estabelecimento de programas de qualidade para o setor da construção,
caracterizando a atividade no Brasil através de diversos aspectos que ainda hoje,
apesar da implantação de alguns programas de qualidade e de todo o avanço
tecnológico, se apresenta como a realidade do nosso país, citamos:
A construção é uma indústria de caráter nômade;
Cria produtos únicos e não produtos seriados;
Não é possível aplicar a produção em cadeia (produtos passando
por operários fixos), mas sim a produção centralizada (operários
móveis em torno de um produto fixo);
É uma indústria muito tradicional, com grande inércia às alterações;
Utiliza mão-de-obra intensiva e pouco qualificada, sendo que o
emprego dessas pessoas tem um caráter eventual e suas
possibilidades de promoção são escassas, o que gera baixa
motivação no trabalho;
A construção, de maneira geral, realiza seus trabalhos sob
intempéries;
O produto é único, ou quase único na vida do usuário;
São empregadas especificações complexas, quase sempre
contraditórias e muitas vezes confusas;
As responsabilidades são dispersas e poucos definidas;
O grau de precisão com que se trabalha na construção é, em geral,
muito menor do que em outras indústrias, qualquer que seja o
parâmetro que se contemple: orçamento, prazo, resistência
mecânica, etc.
Concluímos dando ênfase à necessidade de explorar as diversas questões
postas anteriormente através do texto elaborado por Baring (1990), que afirmava:
[...] para os arquitetos e todos os que pretendem construir o habitat
do futuro, nessas cidades em que a hostilidade externa pelo ruído
deverá continuar avançando a passos largos, não resta outra opção
senão buscar alternativas tecnológicas que lhes possibilitarão
salvaguardar algo com que estão fundamentalmente
comprometidos: a qualidade de vida dos usuários de suas obras.
49
1.2 Recursos e restrições
Para a pesquisa consideramos os seguintes recursos:
a) Hospitais sediados em São Paulo
Atualmente no município de São Paulo está instalada a maior quantidade de
hospitais brasileiros, aonde é desenvolvida e aplicada uma medicina de referência
para toda a América Latina e em determinados casos, de destaque mundial.
Caracterizada como pólo de excelência no atendimento a saúde, a cidade de São
Paulo recebe em seus hospitais pacientes de todo o Brasil, desempenhando papel
fundamental na garantia de atendimento de qualidade para a população assistida
pela sua estrutura física e funcional.
Desse modo, a determinação do universo de pesquisa considerou os
edifícios aqui localizados e que possam atender aos critérios de seleção definidos e
relacionados aos objetivos da pesquisa. Nas tabelas seguintes buscamos ilustrar a
importância das instituições de saúde presentes no município de São Paulo. Em
todos os casos os valores são superiores considerando: a região sudeste em relação
ao Brasil; o estado de São Paulo em relação a região sudeste e o município de São
Paulo em relação ao estado.
Tabela 2: Número de estabelecimentos de saúde
Brasil = 65.343
Região Sudeste 24.412 37%* em relação ao Brasil
Estado de São Paulo 9.384 39%* em relação a região SE
Capital 1.769 19%* em relação ao estado de SP
Fonte: IBGE, baseada na Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária 2002 (* = valor aproximado)
Tabela 3: Estabelecimentos de saúde com atendimento de internação
Brasil = 7.397
Região Sudeste 2.376 32%* em relação ao Brasil
Estado de São Paulo 962 41%* em relação a região SE
Capital 177 18%* em relação ao estado de SP
Fonte: IBGE, baseada na Pesquisa de Assistência Médico-Sanitária 2002 (* = valor aproximado)
50
Na tabela 4 são apresentados dados mais recentes coletados à partir do
Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES), onde verificamos que
atualmente o município de São Paulo possui cerca de 196 hospitais em
funcionamento quando se considera todas as redes de atendimento.
Tabela 4: Hospitais e Leitos por Rede Município de São Paulo, Subprefeituras e
Distritos Municipais no ano de 2005
Rede Mun. Rede Est. Rede Part. Rede Fed. Total MSP
Unidades
Territoriais
Hosp. Leito Hosp. Leito Hosp. Leito Hosp. Leito Hosp. Leito
MSP 15 2.666 34 8.690 144 18.044
3 1.075 196 30.475
Fonte: Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde/CNES e Coordenadoria de
Epidemiologia e Informação /CEInfo/Secretaria Municipal da Saúde. Elaboração: Sempla/Dipro
b) Equipamentos
Para a realização de uma pesquisa onde pretendemos realizar ensaios de
campo referentes a caracterização de uma componente tal como a janela,
considerando seu desempenho acústico, julgamos ser necessário uma diversidade de
equipamentos designados em norma. Além disto, relacionamos outros equipamentos
necessários à realização do trabalho.
LABAUT: através de consultas verificamos que o Laboratório de
Conforto Ambiental e Eficiência Energética da USP dispunha dos
equipamentos necessários a realização dos ensaios de campo onde
poderia haver a possibilidade de disponibilizá-los;
Equipamentos de empresas particulares: caso fosse necessário,
poderíamos contar com equipamentos pertencentes a empresas
particulares presentes em São Paulo, nesse caso, a disponibilidade seria
feita através de locação ou convênio. Os recursos necessários para a
locação podem ser provenientes de apoio financeiro de instituições de
fomento a pesquisa, mas para isso, a instituição de fomento deve
dispor de recursos específicos para tal além de exigir todo um
procedimento que implica na consideração da variável tempo de
realização da pesquisa. No caso de convênios, podem ser feitas
divulgações da empresa em eventos técnicos e científicos realizados
pela universidade ou órgãos componentes. Além disto, ainda há a
possibilidade de dispor dos equipamentos apenas em troca da
indicação do uso dos mesmos no texto da pesquisa, incluindo todas
as informações técnicas e nome da empresa ou empresas que
apoiaram a pesquisa;
51
Laboratório de informática da pós-graduação: o curso de pós-
graduação da FAU dispõe de um laboratório de informática onde estão
disponíveis para os alunos regulares computadores, scanners (inclusive
para grandes formatos) e impressoras;
Equipamentos de outras instituições: além dos equipamentos
disponíveis pela FAU, ainda podemos contar com outros pertencentes a
outras unidades da USP;
Equipamentos próprios: Computador, scanner, impressora, máquina
fotográfica digital, medidor ultrasônico com indicador de temperatura.
c) Bibliografia
Em relação ao material bibliográfico para a realização da pesquisa dispomos
de todo o acervo constituinte da biblioteca da FAU e de outras unidades da USP, em
especial a biblioteca da Poli (Escola Politécnica da USP) e da Faculdade de Saúde
Pública (FSP). A parte isso, tínhamos disponíveis as publicações por meio da
Internet, inclusas publicações nacionais e internacionais, principalmente de artigos
indexados.
Como complementação desta bibliografia, contamos com o apoio de outros
pesquisadores e pesquisadoras com atuação na área de arquitetura hospitalar que
através de contato enviaram o resultado de suas pesquisas, seja por meio digital ou
impresso.
d) Moradia e escritório de trabalho
Em relação a moradia, num período da pesquisa, residimos no bairro da
Aclimação próximo a região da Av. Paulista, um privilégio devido a proximidade com
a sede do curso da pós-graduação localizado no bairro de Higienópolis e a
concentração dos principais hospitais de São Paulo, justamente na região dos
Jardins.
Num segundo período, por razões diversas, passamos a residir no Conjunto
Residencial da USP (CRUSP) destinado a estudantes de graduação e pós-graduação,
que dentre outras vantagens nhamos a proximidade com o Núcleo de Pesquisa em
Tecnologia da Arquitetura e Urbanismo (NUTAU), que na finalização da pesquisa
passou a ser o local definitivo de trabalho diário em gabinete, facilitando inclusive o
contato com o orientador Prof. Dr. Geraldo Gomes Serra, que na ocasião tinha o
cargo de Coordenador Científico do Núcleo.
O NUTAU, além das vantagens já citadas, ainda proporcionava toda a
estrutura necessária à realização de pesquisas: contato com outros pesquisadores da
área, internet de banda larga, biblioteca própria, localização privilegiada dentro do
Campos Universitário Armando Sales de Oliveira (CUASO), telefone e fax.
52
e) Transporte
Para o transporte pessoal e de equipamentos contamos com automóvel
particular, fato de extrema importância devido a necessidade de deslocamentos
dentro de uma cidade como São Paulo. Com a disponibilidade do veículo sabíamos
estar facilitado o transporte dos equipamentos e realização das medições de campo
nos diversos hospitais localizados em regiões distintas.
f) Financeiros
O curso de pós-graduação da FAU-USP dispõe de bolsas de estudo para
alunos de mestrado e doutorado, cedidas pela Capes/CNPQ. Além disto poderíamos
contar com outros órgãos de fomento a pesquisa, tais como a Fundação de Amparo
a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
g) Conhecimento na utilização de softwares
Para a elaboração desta pesquisa precisamos contar com conhecimentos
relativos à operação de softwares aplicáveis na manipulação de desenhos assistidos
por computador, editoração gráfica, de textos, de tabelas e arquivos digitais
disponibilizados pela internet. Esse conhecimento é de fato essencial para o
tratamento dos dados obtidos bem como sua utilização e aplicação no corpo do
texto.
h) Domínio da língua inglesa
O domínio de uma língua estrangeira é pré-requisito para a aprovação do
candidato ao curso de pós-graduação da FAU, no entanto, ressaltamos que a
capacidade em ler textos em língua inglesa se mostrava fundamental no âmbito da
pesquisa em que trabalhamos, visto que a maioria das publicações internacionais de
encontra neste idioma.
i) Informações cadastrais referentes aos hospitais
Para a caracterização física dos hospitais, levantamento do histórico,
descrição dos espaços de ensaio, localização dos pontos de medição, sabemos ser
necessário o apoio de setores e profissionais dos hospitais, mas sobretudo, poder
contar com a documentação relativa de informações solicitadas pela natureza da
pesquisa, isto é, uma avaliação de desempenho. Para isto esperávamos contar com
arquivos referentes a plantas gráficas em arquivos digitais ou não, livros com
histórico da instituição, depoimento de profissionais e toda e qualquer informação
cadastral que pudesse ser disponibilizada seja para consulta ou cópia.
j) Disciplinas do programa de pós-graduação
Além de todos os recursos mencionados podemos dizer que a realização
de disciplinas no programa de pós-graduação é fator fundamental na elaboração de
uma pesquisa de qualidade, no entanto é importante considerar as disciplinas que
tem relação direta com os objetivos da pesquisa, pois os trabalhos programados
resultantes podem e devem ser parte integrante do texto da pesquisa.
53
Para a pesquisa consideramos as seguintes restrições:
a) Aceitação e liberação dos espaços para os ensaios nos hospitais
O principal fator considerado como restrição a realização da pesquisa é o
acesso ao ambiente de ensaio, isto é, aos quartos e enfermarias de hospitais
sediados em São Paulo. Esta restrição esta relacionada com a natureza da pesquisa,
a política de administração de cada instituição e o interesse pela promoção de
pesquisas que envolvem o ambiente hospitalar.
Isto se explica pela abordagem pretendida pela pesquisa, com relação às
questões de conforto acústico e desempenho da edificação, que em muitos casos
podem levar a uma interpretação negativa do uso dos resultados obtidos com os
ensaios de campo e medições.
Contudo, temos como princípio salvaguardar a identidade destas
instituições, pois o objetivo aqui, não é apontar problemas, mas identificar situações
para uma resolução mais objetiva e econômica dos problemas verificados e
relacionados com o desempenho acústico da janela, bem como gerar base de dados
para futuros projetos que possuam características semelhantes as dos edifícios
pesquisados, sobretudo a proximidade com vias de tráfego intenso de veículos
presentes em grandes cidades.
b) Disponibilidade e acesso dos dados cadastrais
Outro fator de restrição à realização da pesquisa é a disponibilidade das
informações cadastrais para caracterização do espaço de ensaio, sobretudo as peças
gráficas compostas por plantas arquitetônicas ou outras. Isto decorre do valor
estratégico que este tipo de informação agregou atualmente, face a concorrência
entre os hospitais e mesmo a utilização privada por empresas de consultoria,
construção e arquitetura. De outro lado a restrição se da por motivos contrários,
principalmente em relação aos hospitais públicos, ora pelo descaso, ora pela total
falta de informação quanto ao valor destes documentos, essenciais no trabalho
contínuo de reformas, expansões e manutenção da estrutura física do edifício
hospitalar.
c) Disponibilidade dos equipamentos
Com relação aos equipamentos, podemos dizer que a disponibilidade por
parte do LABAUT é esperada, no entanto podem haver inconvenientes ou situações
não programadas. O mesmo pode ser dito de empresas que podem fornecer os
equipamentos necessários, mesmo em caso de locação. De qualquer forma garantir
com bastante antecedência a aparelhagem é um fator necessário para a realização
da pesquisa e deve ser levado em consideração.
d) Tempo para a obtenção e tratamento dos resultados
Embora o acesso aos hospitais possa ser garantido com antecedência, se
houver necessidade de compatibilizar o acesso ao hospital juntamente com a
disponibilidade dos equipamentos, podem ocorrer atrasos na realização dos ensaios.
54
A parte isso podemos citar ainda: mudança na direção administrativa levando a
necessidade de novos pedidos e solicitações, demora na resposta das solicitações,
descaso por parte dos funcionários responsáveis pelo contato, dificuldades na
comunicação com setores responsáveis ou mesmo sua designação para julgamento
das solicitações, falta de comunicação entre os chefes de setores responsáveis por
avaliar e aprovar o acesso ao edifício, não compreensão dos procedimentos e
objetivos pretendidos pela pesquisa levando a marcação de reuniões de
esclarecimento e inclusive períodos de ausência do indivíduo responsável pelo
contato e acompanhamento às dependências do hospital, ocasionados por férias ou
outros motivos diversos.
e) Condições atmosféricas
Um aspecto de restrição relacionado ao método de ensaio proposto é a
ocorrência de chuva no período destinado para a realização do ensaio, isto devido a
impossibilidade de posicionar os equipamentos no lado externo ao edifício, tornando
impossível a coleta dos dados, não pela probabilidade de causar dano a
aparelhagem, mas sobretudo na interferência nos resultados devido ao ruído
provocado pela precipitação.
f) Utilização dos espaços
Para a realização dos ensaios é fundamental termos os quartos ou
enfermarias desocupadas. Considerando que utilizaremos tanto espaços em hospitais
privados como públicos, isto pode torná-se um fator de restrição. No hospital público
pela necessidade perene de ter sempre disponíveis espaços para a acomodação de
pacientes, no hospital privado, além disso, soma-se a questão financeira, onde a
interdição de uma unidade, mesmo que por um período mínimo, pode representar
perdas para a instituição.
1.3 Objeto
O desempenho acústico das janelas nas enfermarias dos hospitais, ao passo
que o objeto-concreto foi formado por um conjunto de janelas de alumínio de
hospitais situados em São Paulo e que serão apresentadas no correr do trabalho.
1.4 Objetivo
Avaliar o desempenho acústico das janelas de hospitais por meio de ensaios
de campo que visam caracterizar o isolamento sonoro proporcionado pela
componente em relação ao ruído urbano, com predominância do ruído de tráfego de
veículos.
55
2 METODOLOGIA
Baseamos a metodologia da pesquisa no método de avaliação de
desempenho, ou seja, aplicamos a lógica adotada neste método para a organização
da estrutura que norteia a coleta de dados secundários, primários e posterior
elaboração do capítulo de conclusão, compondo a estrutura da pesquisa. Apoiamos
nossa decisão sobre a colocação do problema, objeto e objetivos propostos. Além
disto, constatamos a larga utilização da metodologia de avaliação de desempenho
por sua aplicação em diversos campos, sobretudo em pesquisas científicas.
Sobre a avaliação de desempenho Serra (2006) afirma que
[...] É recorrente sua adoção na atividade profissional, em diversas
áreas da tecnologia e da arquitetura e urbanismo, onde volta-se
para a avaliação de edifícios e das construções em geral. Assim,
existem metodologias e procedimentos para avaliarmos edifícios,
estruturas, pavimentos e até projetos de renovação urbana.
De acordo com Serra o método de avaliação de desempenho, e sua ênfase
no processo de avaliação com determinação de valores, resultam em pesquisas
qualitativas mesmo quando utilizam abordagens quantitativas nos levantamentos de
dados e conclusões. (SERRA, 2006). Souza (1983) afirma que “a metodologia básica
para aplicação do conceito de desempenho ao edifício e suas partes implica definir
condições qualitativas e quantitativas a serem atendidas pelos mesmos”.
Serra (2006) complementa
Embora os métodos para promover a avaliação das edificações
tenham sido criados para atender as exigências práticas do mercado
da construção, foram rapidamente apropriados por pesquisadores
das áreas de arquitetura e urbanismo, sendo hoje amplamente
utilizados nos trabalhos acadêmicos.
Como citamos na introdução, o desempenho global de uma construção está
relacionado: ao desempenho específico de suas partes considerando os vários
fatores de desempenho estabelecidos (acústico, higrotérmico, segurança, etc); ao
atendimento dos aspectos de desempenho ao longo da vida útil e da sujeição às
condições de exposição tanto do local de implantação quanto aquelas derivadas da
própria utilização e por fim, as exigências específicas dos diversos usuários para os
quais se destina o uso da edificação.
Teodoro Rosso (1980) demonstra como essa abordagem pode ser realizada
na prática, ilustrando com exemplo que se refere ao condicionamento térmico:
56
1. Definição das necessidades humanas e dos requisitos de conforto
termo-higrométrico;
2. Pesquisa do meio ambiente natural e artificial, isto é, dos dados
climáticos externos e dos de ocupação do ambiente interno;
3. Análise dos fenômenos dos quais depende a satisfação das exigências
de conforto, considerando os característicos ambientes definidos no
passo anterior;
4. Definição das regras de qualidade, isto é, dos requisitos do órgão da
edificação;
5. Análise e definição dos atributos de qualidade dos componentes
intermediários para que satisfaçam às regras de qualidade;
6. Formulação das especificações de desempenho ou dos regulamentos
de edificação
Souza (1983) apresenta o seguinte esquema para a metodologia de
avaliação de desempenho:
Gráfico 9: Esquema metodológico
[1]
[2]
[3]
[4]
EXIGÊNCIAS
HUMANAS
COMPONENTE
CONDI
ÇÕES DE
EXPOSIÇÃO
REQUISITOS DE DESEMPENHO
MÉTODOS DE ENSAIO
DIAGNÓSTICO
CRITÉRIOS DE DESEMPENHO
ENSAIOS
PROPOSIÇÕES
57
No esquema proposto temos quatro etapas distintas: na primeira
procedemos à determinação das exigências humanas, componente avaliada e
condições de exposição (1); com relação direta a primeira etapa temos a segunda,
com a definição dos requisitos e critérios de desempenho, assim como o método de
ensaio (2); com a definição das etapas anteriores passamos a realização dos ensaios
(3) que determinam o diagnóstico e proposições (4).
Destacamos que toda a metodologia de avaliação de desempenho se
desenvolveu quando foi fixada a correspondência entre edificação e produto,
determinando que a construção e suas partes devem atender as necessidades dos
consumidores para os quais ela se destina.
Segundo Silva (1996) “[...] as exigências ou necessidades dos usuários
definem as condições que devem ser atendidas por uma edificação ou produto para
um fim específico, independentemente de sua localização”.
Roberto de Souza (1997) afirma que “As necessidades do usuário dependem
da finalidade para a qual o edifício é projetado e construído, ou seja, do uso a que se
destina. Para cada tipo de edificação: escolas, hospitais, habitações e etc. haverá um
conjunto de necessidades comuns a serem satisfeitas”.
Por outro lado, Silva (1996) afirma que da consideração na
[...] delimitação do comportamento da edificação/produto decorrerá
também das "condições de exposição" a que estará sujeito, isto é, o
conjunto de ações atuantes durante toda a sua vida útil. Essas ações
decorrem do próprio entorno físico ou das atividades de uso
desenvolvidas na edificação/produto.
Segundo Mitidieri Filho componente é caracterizado como um “produto
manufaturado como unidade distinta para servir a uma função ou funções específicas
(ex. porta, janela, viga, painel pré-fabricado, etc)”. (MITIDIERI FILHO, 1998)
De acordo com Silva (1996)
Os "requisitos de desempenho" definem em termos quantitativos as
condições que devem ser atendidas pela edificação ou produto para
um fim específico numa situação geográfica específica e de acordo
com decisões de projeto particulares para o caso em questão.
Mitidieri Filho (1998) complementa
A partir dos requisitos de desempenho são estabelecidos os critérios
de desempenho, em função das condições de exposição, expressos
de maneira quantitativa, que o edifício, seus elementos e
componentes devem atender durante sua vida útil. Portanto, os
critérios de desempenho nada mais são que uma quantificação dos
requisitos de desempenho.
58
De forma resumida Mitidieri Filhos explica que “Essas influências ou ações
atuantes sobre o edifício são denominadas condições de exposição a que o edifício
será submetido, durante sua vida útil. O desempenho do produto é o resultado do
equilíbrio dinâmico que se estabelece entre ele e o meio que o circunda”. (MITIDIERI
FILHO, 1998)
Ainda segundo Mitidieri Filho o edifício e seus diversos constituintes
possuem características que respondem as condições de exposição as que estão
submetidos, sendo que estas reações são determinadas pelas propriedades
específicas dos componentes. “Este equilíbrio só ocorre com o edifício em uso,
entretanto, é possível prever seu provável comportamento, ou seja, estimar seu
desempenho potencial.” (MITIDIERI FILHO, 1998)
Segundo o pesquisador esta estimativa pode ser feita através dos seguintes
meios:
Ensaios e medidas, tanto em laboratório como em protótipos de partes
do edifício ou sistema construtivo;
Modelos matemáticos ou físico-matemáticos que simulem o
comportamento do edifício;
Julgamento técnico, baseando-se no conhecimento científico de
especialistas e experiência acumulada;
Inspeções realizadas em protótipos ou unidades construídas e
habitadas.
Dentre os vários todos de avaliação apresentados adotamos na pesquisa
aquele que relaciona medidas de propriedades definidas e mensuráveis dos materiais
e componentes do edifício, tratando-se de medidas a partir de ensaios de campo
com objetivos de caracterização de uma propriedade específica.
Desse modo, após a colocação do problema onde determinamos o recorte
da pesquisa, objeto e objetivos, propomos uma metodologia que subdivide o
trabalho em três etapas distintas: formação da base teórica, formação da base
empírica e conclusões.
A primeira etapa corresponde a coleta de dados primários que visa à
obtenção de informações gerais e específicas para a caracterização dos aspectos
relativos à metodologia de avaliação de desempenho, proposta como método de
pesquisa, ou seja, nesta primeira etapa formamos o arcabouço teórico dos dados a
serem obtidos na etapa seguinte de coleta de dados primários. Na segunda etapa
realizaremos a caracterização pormenorizada dos diversos aspectos que compõem a
avaliação de desempenho, específica para cada estudo de caso (componente,
diagnóstico, etc), embora alguns destes fatores possam se apresentar de forma
equivalente a todos os casos pesquisados (exigências do usuário, condições de
exposição, etc). Na terceira etapa apresentamos a avaliação dos dados coletados em
relação aos objetivos da pesquisa.
59
3 RUÍDO
A compreensão do fenômeno acústico do ruído é realizada por uma
abordagem física e outra subjetiva, a primeira engloba fatores relacionados ao meio,
forma de propagação e percepção da energia sonora, a segunda está relacionada
à maneira como o ser humano percebe e interpreta o fenômeno.
Devido a grande variedade de sons (ver definição de ruído) que são
considerados como ruídos, destacamos o ruído urbano, este como sendo uma
conseqüência da crescente urbanização de nossas cidades sendo considerado
como um problema ambiental.
Dentre os ruídos presentes no ambiente urbano, aquele gerado pelo tráfego
de veículos automotores é o que vem merecendo quantidade considerável de
estudos e pesquisas no âmbito da arquitetura, urbanismo, engenharias e nas ciências
da saúde, isto devido entre outros fatores, ao crescente número de pessoas
residentes nos grandes centros urbanos e que são afetadas pelo seu efeito
prejudicial.
Na realização destas pesquisas é enfatizada a questão da percepção e
efeitos psicológicos do ruído em face da complexidade dos meios de interpretação do
fenômeno pelo seres humanos, assim como questões relacionadas aos padrões
culturais, sociais e econômicos da população afetada.
Como conseqüência dessa interpretação e sujeição ao fenômeno, seja por
meios subjetivos ou físicos, temos os efeitos prejudiciais do ruído para a saúde,
situação que a cada dia vem se agravando nos grandes aglomerados urbanos. Em
face disto a sociedade vem promovendo como resposta, políticas voltadas para o seu
controle visando minorar o problema, seja por meio de medidas legais, normativas e
educacionais ou por intervenções ao nível do edifício e meio urbano.
3.1 Definição de ruído
Antes de conceituarmos ruído, devemos realizar considerações acerca do
som. Segundo a OMS “O som é uma vibração caracterizada por uma freqüência
(baixa ou alta), um nível (alto ou baixo) e duração (longo ou curto), que pode ser
propagado em diferentes ambientes”. (Acoustic Measurement – WHO, 2000)
O som pode ser caracterizado pela sua freqüência, “A freqüência é
caracterizada pelo número de vibrações por segundo, expressa em Hertz (Hz). O
intervalo de freqüência audível pelo homem é normalmente considerado como sendo
60
o intervalo que vai de 20 a 20.000 Hz e que tende a mudar de acordo com a idade”.
(Noise and Health - WHO, 2000)
Uma das formas de mensuração do som pode ser feita através do nível de
pressão sonora que corresponde a
[...] uma variação observada no ar ambiente, expressa em Pascal
(Pa). A menor variação da pressão que pode ser detectada pelo
ouvido humano é chamada de pressão sonora de referência, sendo
igual a 20 micro Pascals (20 µPa). A variação de pressão que pode
ser tolerada pelo ouvido humano está em torno de 20 Pascals.
(Acoustic Measurement, WHO - 2000)
Outra forma de caracterização do som é através de sua duração que “[...] é
caracterizada pela extensão da emissão do som, podendo ser curta ou longa, sendo
que o seu curso temporal pode ser constante, flutuante ou intermitente”. (Noise and
Health - WHO, 2000)
Numa comparação entre som e ruído, considerando as leis da física
podemos dizer que
[...] não uma distinção única entre som e ruído, não sendo
possível uma definição de ruído exclusivamente com bases em
parâmetros físicos relacionados ao som. Contudo é uma prática
comum a definição de ruído como uma energia acústica audível que
provoca efeitos adversos, ou que pode afetar a saúde das pessoas
nos seu bem-estar físico, mental e social. (Noise and Health - WHO,
2000)
No entanto a definição de ruído contempla duas abordagens, a subjetiva e a
física. A definição subjetiva de ruído o caracteriza como toda sensação auditiva
desagradável ou insalubre. A definição física afirma que o ruído é todo fenômeno
acústico não periódico sem componentes harmônicos definidos.
Segundo Costa (2003)
[...] ruídos ou rumores são aqueles sons (sejam musicais, de
palavras ou industriais) indesejáveis, devido ao fato de perturbarem
a audição dos demais sons que desejamos ouvir, prejudicarem a
execução de qualquer outro tipo de atividade humana ou ainda
mesmo acarretarem qualquer dano à saúde do homem.
Assim para esta pesquisa adotamos a definição de ruído proposta pela OMS,
aonde ruído pode ser definido como “qualquer som que causa incômodo, ou seja,
causa uma reação desagradável ao indivíduo”.
61
3.2 Ruído urbano
Segundo Souza (2002)
A partir da Revolução Industrial, com o advento da modernidade, os
homens passaram a acreditar que finalmente superariam seus
próprios limites e os da natureza. No entanto, além do progresso e
do lucro que surgiriam com essa nova forma de organização, tanto
industrial quanto urbana, surgiria também uma gama de novas
preocupações que, anteriormente, não existiam. Assim, o ruído é
uma problemática que nasceu juntamente com esses processos:
urbanização, industrialização, mudanças, tecnológicas e aumento da
população.
O ruído atua como um elemento poluente em diversas situações dentro da
sociedade moderna. Ele pode ser produzido pelo próprio processo dos meios de
comunicação, sistemas de transporte, aparelhos de uso doméstico, construções,
ambiente de trabalho, veículos, tráfego urbano, atividades de recreação e ambientes
educativos. (NUNES, 2000)
As principais fontes de ruído, considerando sua origem, são classificadas em:
fontes fixas - indústria, comércio e construção civil; fontes móveis - veículos
automotores, tráfego de veículos e aeronaves; fontes diversas - animais ruidosos,
música indesejada, bares, restaurantes, cultos religiosos e residências. (NUNES,
2000)
Já Cremonesi (1984) afirma que as origens do ruído são: ruído de circulação
(urbana, ferroviária, aérea); ruído de origem industrial; ruído provocado pelas
próprias instalações dos edifícios e ruído da conversação e dos aparelhos
eletrodomésticos.
Dentre os ruídos urbanos o que é gerado pelo trânsito de veículos constitui
uma das mais importantes fontes de ruído. Destacam-se o ruído de aviões, por sua
amplitude, localizada em zonas de aeroporto e corredores aéreos; o ruído ferroviário
e o ruído do transporte terrestre motorizado que tem como fonte os automóveis,
motocicletas, ônibus e transporte de carga. (NUNES, 2000)
Ainda em relação ao ruído urbano a OMS identifica alguns dos efeitos
relacionados a locais que produzem ruído intenso: ocupação para uso de drogas;
abandono de edifícios localizados no centro das cidades; depreciação do valor de
construção. (Acoustic Measurement – WHO, 2000)
62
3.3 Controle do ruído urbano
A OMS afirma que “o principio fundamental para gerenciamento do
problema do ruído é desenvolver critérios que fixem os níveis máximos permitidos
para a exposição segura ao ruído e promoção da avaliação como parte de programas
de controle de saúde ambiental. O gerenciamento do ruído deve incluir vários
procedimentos de controle: medições de limite de ruído produzido pelas fontes,
controle de ruído do veículo de transmissão, proteção para o local do receptor,
vigilância por monitoração do ruído, planejamento do uso do espaço, educação da
população”. (Noise and Health - WHO, 2000)
Ainda segundo a OMS muitos países têm regulamentos de ruído que atuam
a nível local, regional ou nacional. Eles normalmente apontam para estabelecer limite
de valores que aplicam a exposição de ruído em locais como casas, escolas e
hospitais. Para montar um sistema eficiente e seguro para redução de ruído por
regulamentos estatutários, autoridades locais devem considerar algumas condições
importantes:
1º: Especificar limites claros em condições práticas de forma que sua
aplicação esteja de acordo com a tecnologia existente;
2º: Treinamento de pessoal qualificado, instrumentos e métodos para
monitorar e controlar condições de ruído devem estar distribuídos pelo País;
3º: Execução rápida e eficiente, sendo que os resultados devem ser
publicados com o intuito de aumentar o interesse público e profissional, bem como o
entendimento dos problemas relacionados ao ruído.
Visando o controle do ruído urbano, Del Carlo (1979) aponta medidas para o
combate ao ruído:
[...] dois tipos de programas seriam eficientes: um primeiro em que
se implementaria o transporte urbano de massa por metrô e ônibus
elétrico, diminuindo o transporte individual e por ônibus com motor a
explosão. O segundo, seria um controle de implantação de vias e
edificações apoiadas em leis de zoneamento e planejamento que
dessem ênfase para o controle do ruído de tráfego.
Del Carlo em sua pesquisa elaborou uma proposta para o controle do ruído
urbano que é dividida em cinco áreas de atuação:
1) Educação envolvendo duas ações: conscientização de massa e
formação de pessoal técnico capacitado;
63
2) Redução ruído na fonte - redução por força de normativas do ruído
gerado pelos automóveis, peças que promovam a redução do ruído e conservação
das vias de tráfego;
3) Barreiras acústicas - utilização de barreiras físicas que barrem o ruído;
4) Localização de áreas livres, lazer e edificação - utilização de áreas livres
entre as fontes de ruído e os edifícios;
5) Isolação dos edifícios - ação necessária quando o ruído de tráfego
interfere nas atividades desenvolvidas no interior do edifício.
No Brasil temos o Programa Nacional de Educação e Controle da Poluição
Sonora “SILÊNCIO” onde foi instituído pela Resolução CONAMA
7
2, de 8/3/90
considerando a necessidade de estabelecer normas, todos e ações para controlar
o ruído excessivo que interfere na saúde e bem estar da população. A coordenação
do programa SILÊNCIO compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). (IBAMA, 2006)
aos estados e municípios compete o estabelecimento e implementação
dos programas estaduais de educação e controle da poluição sonora, em
conformidade com o estabelecido no programa “SILÊNCIO”.
Os principais objetivos do programa são:
Promover cursos técnicos para capacitar pessoal e controlar os
problemas de poluição sonora nos órgãos de meio ambiente estaduais
e municipais em todo o país;
Divulgar, junto à população, matéria educativa e conscientizadora dos
efeitos prejudiciais causados pelo excesso de ruídos;
Incentivar a fabricação e uso de máquinas, motores, equipamentos e
dispositivos com menor intensidade de ruído quando de sua utilização
na indústria, veículos em geral, construção civil, utilidades domésticas,
etc;
Incentivar a capacitação de recursos humanos e apoio técnico e
logístico dentro da Polícia Civil e Militar para receber denúncias e tomar
providências de combate à poluição sonora urbana em todo Território
Nacional;
Estabelecer convênios, contratos e atividades afins com órgãos e
entidades que, direta ou indiretamente, possam contribuir para o
desenvolvimento do programa “SILÊNCIO”.
7
Conselho Nacional do Meio Ambiente
64
Freqüentemente, o modo mais eficiente de reduzir um problema de ruído é
controlar a fonte. A maioria das nações industrializadas reconhece isto e fizeram
regulamentos para emissões de ruído de aeronaves e veículos automotores. No Brasil
esta regulamentação foi elaborada e implementada pelo CONAMA, principalmente
pela resolução nº. 001 de 11 de fevereiro de 1993 e recentemente pela resolução
nº. 272 de 14 de setembro de 2000. (ver capítulo 7).
Para o município de São Paulo uma das ações mais importantes que
objetivam o combate à poluição sonora pode ser atribuída à criação do Programa
Silêncio Urbano (PSIU) instituído em 1994 pela Lei 11.501. Tem sua coordenação
atribuída inicialmente à Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA).
O objetivo principal do programa é controlar e fiscalizar a emissão de ruído,
tendo como finalidade a proteção do bem-estar da população a partir do combate à
poluição sonora. A fiscalização dos edifícios é feita de acordo com denúncias
ocasionadas por ruídos que geram incômodo ou faz parte de vistorias de rotina. Os
dados obtidos a partir do ato de fiscalização devem ser informados a população,
assim como as medidas tomadas e resultados obtidos.
A atuação do programa se dá em duas áreas básicas:
Educação: promover palestras e a distribuição de cartilhas para a
conscientização a respeito do problema e de como evitá-lo;
Fiscalização: fiscalizar e alertar os responsáveis por fontes de poluição
sonora, autuando quem insistir em não cumprir as normas legais.
No entanto a OMS afirma que regulamentos de emissões de ruído de fontes
específicas não são suficientes para controlar ruído em áreas residenciais. Medidas
adicionais são freqüentemente requisitadas, como restrições de tráfego, desvio do
fluxo do tráfego e de pessoas para regiões diferenciadas, absorção de ruído por
paredes e barreiras ao longo de rodovias e estrada de ferro e melhoria de isolamento
sonoro de edifícios. No entanto tais ações têm sido confrontadas pelo aumento do
número de movimentos de tráfego e construção de rodovias, permissão de
velocidades mais altas ao dirigir e maiores distâncias percorridas pelos carros. (Noise
and Health - WHO, 2000)
3.4 Ruído de tráfego veicular
O ruído gerado pelo tráfego de veículos é um problema urbano que foi
iniciado com o advento da Revolução Industrial, que dentre outras coisas determinou
os fenômenos da urbanização, industrialização, avanço tecnológico e aumento
progressivo da população.
65
Nas grandes cidades as principais fontes de ruído urbano são os
congestionamentos e o ruído do tráfego, devido à má conservação das vias e dos
meios de transporte em geral e devido à expansão da indústria automobilística,
favorecendo desta forma a aquisição de veículos. (SOUZA, 2002)
O ruído provocado pelo tráfego de veículos automotores tem sido
considerado, indiscutivelmente, através de vários estudos, como a maior fonte de
poluição sonora no meio urbano. Esse fato é decorrente do rápido crescimento da
frota circulante nas últimas décadas, o que tem intensificado significativamente o
problema. (NUNES, 2000)
Considerando os resultados obtidos em pesquisa realizada pela
Environmental Protection Agency (EPA) em 1981, onde se afirma que nos Estados
Unidos da América o ruído do tráfego se apresenta como a maior fonte de ruído no
meio urbano de acordo com a tabela abaixo. (NUNES, 2000)
Tabela 5: Resumo da população americana exposta ao nível médio de ruído diário
Número estimado (em milhões) para a população em cada nível de categoria
DNL (dB) Automóveis
Aviões Construção
Trem Indústria Total
>80 0,1 0,1 - - - 0,2
>75 1,1 0,3 0,1 - - 1,5
>70 5,7 1,3 0,6 0,8 - 8,1
>65 19,3 4,7 2,1 2,5 0,3 27,8
>60 46,6 11,5 7,7 3,5 1,9 63,6
>55 96,8 24,5 27,5 6,0 6,9 92,4
Fonte – EPA (1981:13) citado por Sutter; p.13 (1991)
DNL: média anual de ruído externo (indicador)
Dados de uma pesquisa realizada na Suíça relacionada ao incômodo gerado
pelo ruído urbano indica em primeiro lugar o ruído de tráfego de veículos como fator
determinante da incômodo da população (29,4%), em segundo lugar o ruído
produzido pelo efeito de música (21,3%). A pesquisa ainda informa que os ruídos
gerados por veículos, aeronaves e transporte ferroviário são os que induzem níveis
mais altos de incômodo. (Noise and Health - WHO, 2000)
66
3.4.1 Fontes
De acordo com Coelho (1995)
O tráfego rodoviário é composto por um grande número de veículos
que circulam em intervalos de tempo irregulares com diferentes
velocidades, acelerações e tipos de potência motriz. Trata-se, então,
da sobreposição de diferentes fontes sonoras com características
distintas
Segundo Nunes (2000) As fontes de ruído em vias terrestres podem ser
divididas em duas categorias principais: as que são geradas pelo ruído do motor e do
escapamento, e aquelas geradas pelo atrito entre os pneus e o pavimento”.
Segundo Gerges
9
(2000 apud NAGEM e BERTOLI, 2004) “as fontes sonoras
podem ser classificadas como pontuais simples, lineares, pontuais em linha e planas,
sendo os dois últimos tipos casos especiais”.
Segundo Mehta et al
11
(1999 apud NAGEM e BERTOLI, 2004)
As fontes são consideradas como pontuais quando suas dimensões
são pequenas se comparadas com a distância ao ouvinte. Isto
acontece quando a distância da fonte ao receptor for,
aproximadamente, cinco vezes maior do que a maior dimensão da
fonte sonora.
Um exemplo de fonte pontual é uma máquina parada ao ar livre. as
fontes lineares são aquelas pequenas em uma direção e grandes na outra se
comparadas com a distância ao ouvinte. A fonte linear pode ser uma simples fonte,
como um longo cano transportando um fluido turbulento, ou pode ser composta por
várias fontes pontuais operando simultaneamente, tal como um fluxo de veículos em
uma rua. (BRÜEL & KJÆR, 2000)
A influência da via, sob este aspecto, está relacionada com as condições
gerais de tráfego e da topografia, sendo emitido maior nível sonoro nos trechos de
maior movimento, sinuosos e em aclive. (NUNES, 2000)
9
GERGES, S. N. Y. Ruído: fundamentos e controle. 2. ed. Florianópolis: NR Editora, 2000. 676p.
11
MEHTA, M.; JOHNSON, J.; ROCAFORT, J. Architectural acoustics: principles and design.
Columbus: Prentice Hall, 1999. 446p.
13
VALADARES, V. M.; GERGES, S. N. Y. Comportamento das distribuições estatísticas
acumuladas do ruído do tráfego veicular em vias arteriais em Belo Horizonte, MG. In:
CONGRESSO IBEROAMERICANO DE ACÚSTICA, 1; ENCONTRO DA SOCIEDADE BRASILEIRA
DE ACÚSTICA, 18, 1998, Florianópolis. Anais... Florianópolis: SOBRAC, 1998. p. 579-582.
67
Valadares
13
e Gerges (1998 apud NAGEM e BERTOLI, 2004) consideram
importante notar “que nem sempre maiores volumes de tráfego correspondem a
maiores níveis de ruído. As características do tráfego e as condições geométricas das
vias podem gerar níveis sonoros mesmo com um fluxo pequeno de veículos”.
O ruído gerado pelo tráfego de veículos também é resultante do atrito entre
pneus e pavimento está diretamente relacionado com a velocidade desenvolvida,
com a rugosidade do pavimento e com o tipo de pneus utilizados. (NUNES, 2000)
Nunes (2000) afirma ainda que
Além dos elementos mencionados como fontes de ruído, não se
pode desconsiderar que a qualidade do tráfego, diante de suas
variáveis como volume, fluxo e operação, têm um papel
representativo no aumento da intensidade dos níveis de ruído
provocado por veículos.
3.4.2 Causas
Moraes (2000) atribui como uma das causas para a intensificação do
problema do ruído urbano, o crescimento da frota de automóveis.
No município de São Paulo o maior aumento da frota de veículos
ocorreu na década de 80 com o incentivo à compra de automóveis a
álcool e com o Plano Cruzado que proporcionou a queda dos preços
de combustíveis e de automóveis. Atualmente, a frota ultrapassa a
marca de 5 milhões de unidades, entre automóveis, ônibus, motos e
caminhões. Como a população do Município está por volta de 10
milhões de habitantes, aproximadamente, um veículo para cada
dois moradores.
Nunes (2000) aponta o planejamento urbano como aspecto de influência
sobre o ruído gerado por vias de tráfego veicular
O sistema viário está sempre integrado ao uso e ocupação do solo e
presente de modo intenso em qualquer área urbana. Entretanto a
hierarquia proposta no sistema viário e o próprio planejamento
urbano o os principais fatores na determinação do volume de
tráfego ao longo das vias. A existência de incompatibilidade na
definição do uso e ocupação do solo de uma determinada área, com
a hierarquia proposta no sistema viário, é um fator que gera o
surgimento de incômodo do ruído à população. Palhares
14
et al.
(1998 apud Nunes, 2000) desenvolveu um estudo, na cidade de Belo
Horizonte, que teve como objetivo a realização de um mapeamento
dos níveis de preso sonora equivalente (Leq) provocados pelo
ruído do tráfego veicular.
14
Palhares AGD, Pavanello GL, Vecci AMM. Ruído em ambiente urbano do tráfego veicular.
Resultados iniciais da aplicação de uma metodologia de mapeamento sonoro para áreas urbanas e
residenciais. In: 10 Congresso Iberoamericano de Acústica; 1998 abril 4-8; Florianópolis, Brasil: Fábio
Francisco Nunes; 1998. p 459-62.
68
O objetivo geral do estudo citado é o de correlacionar o incômodo
provocado pelo ruído de tráfego com as características de padrões de uso do solo
urbano, rede viária e perfil do tráfego veicular.
Através dos resultados e da metodologia aplicada, constatou a presença de
maior intensidade de ruído nas vias com as seguintes características: maior volume
de tráfego; vias estreitas, com falta de espaços abertos; regime de tráfego
interrompido por semáforos; congestionamentos; velocidades baixas; maior
proporção de veículos pesados na composição de tráfego na hora de pico.
Também é observado que o comportamento diferenciado dos níveis de ruído
para um mesmo local em função do perfil do tráfego para o pico da manhã ou da
tarde. Constata ainda a presença de ilhas de silêncio com níveis de ruído bem abaixo
do máximo permitido pela legislação e que quase toda área de estudo apresenta-se
afetada por níveis ruído de 1 dB até 11 dB acima do permitido.
3.4.3 Variações
As variações do nível de ruído urbano gerado pelo tráfego de veículos estão
relacionadas diretamente aos períodos do dia, as atividades exercidas e ao
deslocamento da população. Diante disto, para a caracterização do comportamento
do tráfego urbano e suas relações com o desempenho acústico dos elementos de
fachada dos edifícios, faz-se necessário considerar os horários em que o volume do
tráfego de veículos é mais intenso.
Em São Paulo, podemos considerar os horários de maior volume de trânsito
como aqueles que correspondem à ida do trabalho e escolas (entre 6h e 9h) e aos
horários de volta para casa (entre 17h e 19h), mas podemos também considerar o
horário de almoço como crítico (entre 11h e 14h).
Segundo Nunes (2000) o ruído urbano
[...] varia espacial e temporalmente nas cidades e
consequentemente nas áreas residenciais. Cada setor urbano
geralmente apresenta características específicas de comportamento.
Essas características estão vinculadas ao nível de desenvolvimento,
projeto e planejamento urbano das cidades onde se encontram
inseridos. Todos esses fatores contribuem diretamente na formação
do volume, distribuição e comportamento do tráfego urbano ao
longo do dia.
Ainda segundo Nunes (2000)
O tráfego urbano caracteriza-se por apresentar os períodos
denominados de pico e entre-pico. Os períodos de pico são
considerados aqueles que apresentam maior volume de tráfego por
69
hora e o período entre-pico aquele que apresenta uma maior
estabilidade e menor volume de tráfego de veículos em uma
determinada via. Pode-se prever, consequentemente, que a emissão
do maior nível de ruído acontecerá nos períodos de pico.
3.4.4 Características
Em relação ao ruído, suas características fazem com que em alguns
momentos seja considerado como contínuo e, em outros, como intermitente,
dependendo do fluxo de veículos ser grande ou pequeno. O som pode ser também
classificado, além de contínuo e de intermitente, como flutuante (irregular),
impulsivo, tonal e de baixa freqüência (BRÜEL & KJÆR, 2000).
Um som é considerado como contínuo quando é produzido sem interrupções
e do mesmo modo, podendo ser medido e caracterizado em poucos minutos. Um
tráfego rodoviário fluido é considerado como ruído contínuo (COELHO, VALADAS &
GUEDES, 1996).
Nunes (2000) afirma que
Uma das principais características do ruído é ser temporal em sua
existência e em sua intensidade. O ruído do tráfego urbano
apresenta essas características estando, portanto, sempre
dependente do comportamento, dos hábitos e da periodicidade e
dos tipos de atividades desenvolvidas pela população nas cidades,
ao longo do dia, da semana, do mês e até mesmo do ano. Todas
elas interferem diretamente no dimensionamento do volume de
tráfego que ocorre nas vias urbanas.
3.5 Ruído e saúde
Desde a Idade Média era conhecido que a exposição ao ruído a níveis
altos de som podia resultar em surdez, após vários anos de trabalho e exposição.
Muitos países europeus consideram agora oficialmente a perda de audição no
trabalho como uma doença industrial. Foi demonstrado que não ruído no
ambiente profissional, mas também os ruídos ambientais, como de transporte,
podem causar vários efeitos adversos inclusive prejuízo para a audição. Para muitas
pessoas, o ruído é atualmente o principal problema de saúde ambiental,
considerando freqüentemente o tráfego como a fonte dominante de ruído. (Noise
and Health - WHO, 2000)
70
Diretrizes elaboradas pela OMS prevêem uma avaliação dos efeitos do ruído
na saúde dentre os quais identificou: interferência com comunicação, perda de
audição induzida pelo ruído (PAIR), respostas de incômodo, efeitos no sono, efeitos
no sistema cardiovascular e sistemas psico-fisiológicos, perda de desempenho,
produtividade e efeitos negativos relacionados ao comportamento social. (Noise and
Health - WHO, 2000)
A OMS distingue dois tipos de efeitos relacionados ao ruído:
1) Efeitos de ruído na audição: Interferência na comunicação de fala; dano
no aparelho auditivo; perda da audição;
2) Efeitos não relacionados à audição: distúrbios do sono; dificuldade de
concentração; incômodo; stress crônico, mudanças hormonais e risco de infarto no
miocárdio; efeitos sociais.
Os efeitos do ruído urbano podem ainda ser classificados de duas formas:
efeitos diretos - aqueles decorrentes da percepção do ruído e suas conseqüências
imediatas, incluindo a sensação de altura e percepção da presença do som e os
efeitos indiretos - incluem a interferência em dormir ou descansar, no trabalho e
lazer e causa de possíveis efeitos na saúde, face o incômodo resultante da
permanência do ruído.
Maekawa e Lord
15
(1994, apud NAGEM e BERTOLI, 2004) informam que
O efeito do ruído no ser humano varia não apenas com a intensidade
(altura do som), mas com a freqüência (graves e agudos) e com o
modo como ele varia no tempo. Um som cujas maiores componentes
estão nas altas freqüências e/ou que contém tons puros,
normalmente é mais incômodo. Em relação à variação do ruído com
o passar do tempo, geralmente um ruído intermitente ou impulsivo
perturba mais do que um som contínuo. Além destes fatores, para
um mesmo estímulo físico, o seu efeito irá variar dependendo do
estado fisiológico e psicológico do ouvinte.
“O tráfego veicular urbano, em geral, tem suas componentes nas baixas
freqüências, enquanto que o tráfego livre tem suas componentes nas altas
freqüências”. (COELHO, 1995 apud NAGEM e BERTOLI, 2004).
15
MAEKAWA, Z.; LORD, P. Environmental and architectural acoustics. London: E & FN Spon, 1994.
377p.
71
Carvalho (2005) em artigo publicado na Revista de Saúde Pública da USP
informa que
A comunidade científica confirmou em pesquisas recentes uma
significante associação entre ruído urbano e seus efeitos no
organismo humano.
16 17
O nível equivalente de ruído (Leq) de 65
dB(A) é considerado o limiar de conforto acústico para a medicina
preventiva. A exposição contínua à valores acima desse limite pode
causar distúrbios psico-fisiológicos diversos
18
, independente da
idade, tais como distúrbios no sono, diminuição da performance
laboral, hipertensão, agravamento de doenças cardiovasculares
1920
.
As pesquisas de Pimentel e Álvares feitas em 2000 apontaram que um ruído
de até 50 dB(A) pode ser perturbador, mas é adaptável, um ruído de 55 dB(A) é
excitante, causa estresse leve, dependência e desconforto, um ruído de 65 dB(A)
causa estresse degenerativo do organismo, a 80 dB(A), o organismo provavelmente
libera morfinas biológicas no corpo, provocando prazer e completando, desta forma,
o quadro de dependência. A 100 dB(A) pode haver perda irreversível da audição.
(MOURA, 2002).
Pesquisas relacionadas pela OMS revelaram sérios efeitos do ruído no
homem, tais como: aceleração da pulsação, aumento da pressão sangüínea e
estreitamento dos vasos sangüíneos. Um longo tempo de exposição ao ruído alto
pode causar sobrecarga do coração, tensões musculares e secreções anormais de
hormônio, causando modificação do comportamento psico-fisiológico do individuo,
tais como nervosismo, fadiga mental, prejuízo no desempenho do trabalho,
dificuldades mentais, emocionais e irritabilidade.
A OMS recomenda que em áreas residenciais o nível de ruído não ultrapasse
o nível sonoro equivalente de 55 dB(A). Em adição, estipula que o nível sonoro de
até 50 dB(A) pode perturbar, mas o organismo se adapta facilmente a ele. A partir
de 55 dB(A) pode haver a ocorrência de estresse leve, acompanhado de desconforto.
O nível 70 dB(A) causa desgaste do organismo, aumentando os risco de infarto,
derrame cerebral, infecções, hipertensão arterial e outras patologias. Ao nível sonoro
equivalente de 80 dB(A) ocorre a liberação de endorfinas, causando sensação de
prazer momentâneo, e níveis sonoros da ordem de 100 dB(A) podem levar a danos e
perda da acuidade auditiva.
16
Berglund B, Lindval T, Schwela DH, editors. Guidelines for community noise. Stockholm: Stockholm
University , Karolinska Institute; 1990.
17
Job RFS. The Influence of subjective reactions to noise on health effects of the noise. Environ Int
1996;22:93-104.
18
Maschke C. Preventive medical limits for chronics traffic noise exposure. Acustica 1999;85:444-8.
19
Babisch W, Ising H, Gallacher JEJ. Health status as a potential effect modifier of the relation
between noise annoyance and incidence of ischaemic heart disease. Occup Environ Med
2003;60:739-45.
20
Stansfeld SA, Matheson MP. Noise pollution: non-auditory effects on health. Br Med Bull
2003;68:243-57.
72
3.5.1 Percepção do ruído e incômodo
Del Carlo (1979) afirma que
[...] a reação humana ao ruído, traz em si uma forte herança do
tempo das cavernas, quando obrigavam o homem a identificar em
meio ao ruído de fundo, os ruídos de aproximação de alguém que
pretenda caçar, ora este alerta contínuo mantendo-o sob tensão,
sem dúvida está bastante ligado a atual problemática da reação
humana ao ruído.
Como o ruído possui características subjetivas, esta reação pode não ser
apenas de incômodo, causada por diversas interpretações que variam de indivíduo
para indivíduo. Embora na maioria dos casos sejam detectadas reações de incômodo,
caracterizada por sentimentos de raiva, ansiedade, dentre outros, todas essas
reações são classificadas como perturbadoras, ampliando a definição deste conceito.
(NUNES, 2000)
O processo de percepção do ruído deve ser considerado nas pesquisas que
estão relacionadas aos seus efeitos, isto porque ele antecede a sensação de
incômodo. Sendo o ruído gerado por diversas fontes, isto não impede a identificação
de sons isolados, ou mesmo a percepção de ruídos mais intensos que se sobressaem
no meio urbano.
De acordo com o tipo de atividade exercida pelo indivíduo uma
determinada sensação e tolerância ao ruído. Pesquisas demonstram que a sensação
de incômodo tem início a partir da captação de um ruído permanente e contínuo na
faixa de 50 dB, mesmo assim, uma parcela reduzida de pessoas é afetada
seriamente por um nível de ruído inferior, (Suter
21
, 1991 apud NUNES, 2000 p. 73).
Carvalho (2005) realizou pesquisa na cidade de Curitiba, com medições em
pontos localizados no centro da cidade e num bairro específico, constatou que “o
ruído oriundo do tráfego de veículos foi indicado como o tipo de ruído que causa
maior incômodo, o que corrobora o resultado dos principais efeitos orgânicos
indicados pela população. Esses efeitos são característicos de exposição contínua a
esse tipo de ruído.” Abaixo apresentamos uma tabela resultante do trabalho de
pesquisa citado.
21
Suter, A.H.. Noise and its effects: [on line] 1991.http:\www.nonoise.org/library/suter/suter.htm#road
73
Gráfico 10: Percepção do ruído mais incômodo, segundo moradores
Fonte: CARVALHO, COELHO e ZANNIN, 2005
3.5.2 Interferência no sono
A exposição ao ruído pode gerar efeitos primários e secundários. Entre os
efeitos primários, são identificadas: dificuldade em iniciar o sono, alteração dos níveis
de estágios do sono e interrupção do sono. Os efeitos secundários ocorrem
posteriormente: durante o período de vigília e também ao longo do dia. Esses efeitos
seriam reconhecidos pela constatação da qualidade do sono, de um aumento do
cansaço, do comprometimento do humor e do bem-estar e, ainda, através de efeitos
adversos posteriores como dores de cabeça e redução da capacidade de ação e de
trabalho. (Berglund et Lindvall, 1995).
O ruído prejudica o curso de sono em níveis diferentes. Em longo prazo a
repetição da exposição do ruído durante o sono causa a ativação do sistema nervoso
endócrino. Ruído intermitente (ruído de vôo) resulta em interrupções no curso do
sono, enquanto que o ruído contínuo (ruído de veículos) dificulta o sono profundo.
Ambos os tipos de ruídos reduzem o sono profundo (estágios de sono 3 e 4) e REM
(Rapid Eyes Moviment). O adormecer é mais difícil e depois que se desperta o humor
é afetado, inclusive durante o dia. As pessoas se sentem cansadas e sofrem dores de
cabeça. (Noise and health – WHO, 2000)
Em relação ao sono, o efeito negativo do ruído tem sido um dos fatores mais
citados nos estudos realizados. O sono é considerado um pré-requisito básico para a
saúde fisiológica e mental. O comprometimento do sono, por exposição ao ruído,
pode gerar efeitos negativos de grande relevância para a saúde. (NUNES, 2000).
Vários estudos vem procurando analisar em detalhe a interferência do ruído
urbano, sobretudo o ruído gerado pelo tráfego de veículos, nas atividades realizadas
pela população, buscando identificar uma relação com a qualidade de vida e reflexos
negativos no organismo.
74
Ohrstrom
22
(1993, apud Nunes 2000)
[...] realizou estudos utilizando uma amostra composta por 841
pessoas e revelou que o ruído do tráfego urbano (entre 61 a 74,7
dB(A) provoca efeitos significativos ao bem-estar psicológico e
social, estando diretamente proporcional à intensidade do nível
sonoro e ao tempo de exposição, a pesquisa inda conclui que é
responsável por distúrbios no sono e consequentemente acarreta um
comprometimento na saúde da população. Relata interferências do
ruído no comportamento da amostra, pois foi constatado que a
maioria (71%) raramente dorme com a janela aberta e que as
pessoas que possuem seus quartos voltados para as ruas
demonstram sensações de mal estar relacionadas.
Ishiyama
23
(1993, apud Nunes 2000)
[...] desenvolveu uma pesquisa em três áreas residenciais em Tokyo,
onde se tinha uma exposição ao ruído entre 77,2 e 79 dB. Ele
buscou evidenciar as reações da comunidade ao ruído do tráfego
urbano. Verificou que o problema do ruído, entre os demais
problemas ambientais (oferta de comércio, proximidade a escolas,
transporte, segurança de pedestre, emissão de poluentes, lixo,
paisagem urbano e relações de vizinhança) foi considerado o mais
sério sendo seguido pela emissão de poluentes. O ruído é visto como
um problema que afeta a qualidade de vida da comunidade em
todas as áreas analisadas. Quanto à interferência do ruído nas
atividades, os distúrbios do sono foram identificados como de maior
comprometimento, sendo seguidos pelas interferências na
conversação e audição de música. Foi ainda constatado que
variáveis, tais como: idade, nível de sensibilidade ao ruído e tempo
de residência interferem no nível de incômodo.
Estudos realizados pela EPA citado por Sutter (1991, apud Nunes 2000)
identificam a necessidade de um nível de ruído de 45 dB(A), como média durante o
dia em ambientes fechados, o que consequentemente define a necessidade de uma
média do nível sonoro em 35 dB(A), considerando a recomendação de redução de 5
a 10 dB(A) durante o período noturno, para que não haja interferência no sono.
22
Ohrstrom E. Long term effects in terms of psychosocial wellbeing, annoyance and sleep
disturbance in areas exposed to high levels of road traffic noise. In: 6th International Congress - Noise
as a Public Health; 1993 Jul 5-9; Nice, France: Michel Vallet; 1993. v 2, p. 209-11.
23
Ishiyama TA. Social survey of community responses to road traffic noise. In: 6th International
Congress - Noise as a Public Health; 1993 Jul 5-9; Nice, France: Michel Vallet; 1993. v 2, p. 375-8.
75
3.6 Conclusões
De acordo com o texto apresentado podemos afirmar que o ruído urbano é
um problema que afeta as grandes cidades. Esta realidade demanda ações para o
seu combate, com previsão e implementação de ações eficazes para o controle do
ruído, seja na fonte ou por outros meios.
Dentre os ruídos presentes no meio urbano, aquele que é gerado pelo
tráfego de veículos pode ser considerado um dos mais predominantes, tendo sido
provada a sua relação com o incômodo da população que reside nos grandes
centros.
Os principais fatores que causam o ruído urbano são: o crescimento
contínuo da frota de veículos e o planejamento inadequado das cidades. Contribuem
para os elevados níveis de ruído verificados nos locais afetados, que são mais
intensos em períodos de pico de trânsito, quando normalmente pode ser considerado
do tipo contínuo.
De acordo com o texto, o incômodo causado pelo ruído de tráfego, pode ser
considerado menor do que se comparado a outros sem as mesmas características.
No entanto, não descarta os malefícios que o ruído contínuo pode causar a saúde
das pessoas, considerando níveis elevados e exposições prolongadas.
São diversos os efeitos do ruído sobre a saúde e bem estar dos indivíduos,
sendo que a interferência no sono pode ser considerado um aspecto alarmante.
Determinando a ênfase que damos a esta questão na pesquisa, fato relacionado a
dependência da pessoa em relação ao sono, para a manutenção de sua saúde.
Sendo importante para pacientes em hospitais, visando o restabelecimento do seu
pleno estado físico e mental.
76
4 CONFORTO ACÚSTICO HOSPITALAR
4.1 Ruído e o hospital
O hospital como local destinado à promoção da saúde tem todas as suas
atividades focadas na recuperação dos seus usuários, isto é, os pacientes. Assim as
exigências quanto ao conforto são elevadas ao máximo, buscando dotar o espaço e
os serviços de condições favoráveis ao objetivo a que se destina.
A OMS (Noise and Health – WHO, 2000) avalia que
Um hospital é um lugar onde muitas atividades estão sendo
realizadas, dia e noite. Pacientes constituem um grupo considerado
vulnerável e que demandam as melhores condições do espaço
visando proporcionar o descanso e a recuperação da saúde. As
qualidades acústicas de tais edifícios deveriam ser as melhores
dentre os edifícios públicos.
Os ruídos que afetam o ambiente hospitalar podem ser gerados externa ou
internamente. Os ruídos gerados no ambiente externo são aqueles decorrentes do
ruído urbano, aí incluído o ruído de aeronaves, veículos, atividades diversas, inclusive
o tráfego de veículos que são destinados aos serviços do hospital, tais como
ambulâncias e carros de transporte de insumos para cozinha e lavanderia, transporte
de gases, dentre outros. Os ruídos gerados no ambiente interno são provenientes
dos equipamentos e instalações de serviço, sendo que o ruído gerado pela
movimentação de pessoas e realização de serviços também se apresenta como fonte
considerável, vale destacar que o ruído gerado no quarto do paciente pode ser fator
de incômodo para usuários de espaços vizinhos.
Os meios de propagação do ruído no hospital podem ser classificados em
dois tipos: por meio de vibração decorrente de impactos ou pela vibração da energia
através do ar. Assim os ruídos externos e internos podem ser classificados
considerando o seu meio de propagação, por impacto ou pelo ar. Podemos dizer que
o ruído proveniente do tráfego de veículos nas vias próximas ao hospital, trânsito de
ambulâncias, ruído gerado pelos serviços da equipe de enfermagem são ruídos
transmitidos pelo ar. o ruído gerado pela movimentação dos elevadores, pelo
impacto de objetos sobre as lajes de piso ou nas paredes divisórias são ruídos
transmitidos por impacto e se propagam normalmente através da estrutura do
edifício ou pelo ar.
A OMS (Noise and Health – WHO, 2000) complementa
Na ausência de precauções para a redução do ruído, equipamentos
mecânicos para ventilação ou sistemas de ar condicionado podem se
constituir como uma fonte de incômodo para pacientes. O
77
isolamento acústico entre quartos e entre corredores e quartos têm
que ser particularmente eficiente. O ruído gerado no corredor
decorrente das atividades do pessoal de enfermagem pode se
constituir como fator de incômodo para os pacientes. Alarmes
noturnos também podem ser uma fonte de incômodo. Devem ser
adotados níveis de ruído adequados em recintos fechados de acordo
com o uso dos espaços. Quartos para cuidado de emergência,
cirurgia, ou de incubadoras para bebês requerem consideração
especial para níveis de ruído.
A maior parte das pesquisas realizadas considera o ruído gerado
internamente em centros cirúrgicos e Unidades de Tratamento Intensivo (UTI),
embora existam pesquisas relacionadas aos espaços do setor de internação onde os
ruídos são gerados pela movimentação de pessoas e realização de serviços nos
corredores, salas, postos de enfermagem e quartos.
Visando uma avaliação dos espaços os pesquisadores utilizam os valores
recomendados em normas ou diretrizes. No texto da OMS (Guidelines Values for
Community Noise) as diretrizes indicam os valores de acordo com o ambiente
específico, efeitos críticos para a saúde, valor de LAeq
24
em dB(A), tempo base para
a constância deste valor (em horas) e o LAmáx
25
em dB(A). Estes valores são
definidos para vários tipos de ambientes, dentre eles citamos: áreas livres,
dormitórios, escolas, indústrias e hospitais. Para o espaço destinado a quarto de
enfermaria em hospitais os efeito crítico para a saúde indicado é o distúrbio no sono,
no período do dia e da tarde, o valor de LAeq é de 30 dB(A), o tempo base é de 16 h
e o limite máximo não é definido, indicando que deve ser o mínimo possível.
Apresentamos a seguir as principais conclusões de uma pesquisa realizada
no Johns Hopkins Hospital, já citada anteriormente (ver Capítulo 1):
1) Não uma publicação que mostra algum hospital dentro dos níveis
exigidos pela OMS;
2) A maioria dos dados recentes mostram um acréscimo de 20 a 40 dB(A)
nos níveis de ruído medidos;
3) Há uma tendência de aumento dos níveis medidos desde a década de 60;
4) As pesquisas mostraram pouca variação dos resultados considerando os
diversos tipos de hospitais;
24
Nível de pressão sonora equivalente em decibéis ponderados em A” [dB(A)], nível obtido a partir
do valor médio quadrático da pressão sonora referente a todo intervalo de medição
25
Representa o maior nível obtido durante o tempo de medição
78
5) A maior parte dos trabalhos esta relacionada a UTI’s e salas de operação,
apresentando valores mais altos, mas não tão maiores do que prescrevem as
normas;
6) O uso de revestimentos próprios visando a absorção sonora significou
resultados melhores comparando-se duas unidades do centro oncológico, uma com
tratamento e outra sem tratamento;
7) A medição na UTI mostrou que não variação de ruído ao longo das
24:00h, que em conjunto com a luz sempre ligada, talvez explique episódios de
ataque psicótico de alguns pacientes que permanecem em tempo prolongado na
unidade.
O texto ainda informa que o ruído provocado pelo sistema HVAC
26
é talvez
um dos principais responsáveis pelo fato de que os espaços pesquisados não se
enquadram no que é exigido pela OMS, mesmo em quartos vazios. Por fim, avalia
que o uso de materiais acústicos indicados para o uso em hospitais não causam
problemas em relação à infecção.
Em pesquisa realizada por Álvares e Pimentel (1992), foram feitas medições
de ruído interno em diferentes andares do Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) em blocos recém construídos e ocupados logo
depois, localizados na zona central da cidade. As medições foram feitas no horário
das 9 às 11 horas, fora do pico do trânsito.
As medições internas realizadas no hospital mostraram Leq variando de 63,2
a 68,4 dB(A), atingindo picos de 79,7 dB(A). As medições feitas no Centro de
Tratamento Intensivo revelaram que o ruído, embora estando a baixo da média
verificada, em momento algum apresentou valores menores do que 50 dB(A), não
proporcionando conforto acústico para os pacientes traumatizados e, nesse caso,
aumentando o estresse de um organismo que já se encontra debilitado.
Tabela 6: Níveis de som em dB(A) medidos no Hospital das Clinicas da UFMG
LOCAL Lmax Lmin Leq(30 min)
PEDIATRIA 2 (8º. andar - extremo do bloco)
78,2 58,5 68,4
PEDIATRIA 1 (8º. andar - meio do bloco) 77,3 59,3 67,6
PEDIATRIA 3 (8º. andar - centro do bloco) 77 56,5 66,6
ENFERMARIA 1 (4º. andar) 78,7 57,5 65
CTI 1 (2º. andar - extremo do bloco) 79,7 54,5 65,8
CTI 2 (2º. andar - centro do bloco) 75,5 53,7 63,2
Fonte: Álvares e Pimentel, 1992
26
Heating, Ventilating, and Air-Conditioning (aquecimento, ventilação e condicionamento do ar)
79
Destacamos os níveis de ruído medidos na enfermaria 1 do quarto andar,
que apresentaram valor mínimo de 57,5 dB(A) e máximo de 78,7 dB(A) com Leq
igual a 65 dB(A), indicando valores que estão muito além dos níveis recomendados
pela Norma NBR 10151
27
da ABNT que prescreve níveis de ruído de 35 a 45 dB(A)
para estes locais. Lembrando que no período de medição foi realizado fora do pico
de trânsito, o hospital ainda não estava em funcionamento, portanto ainda não tinha
o acréscimo do ruído interno gerado por outras fontes, tais como: funcionários,
equipamentos, atividades, dentre outras.
Em pesquisa citada por Miquelin, é apresentado um gráfico pelo autor onde
temos os níveis de ruído medidos durante 24 horas numa unidade de internação de
um hospital alemão em Magdeburg, os níveis de ruído geralmente aceitos como
dentro dos padrões de conforto são representados pela barra cinza. (MIQUELIN,
1992)
Gráfico 11: Medição de níveis de ruído numa unidade de internação
60
50
40
30
20
5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 1 2 3 4 5 6 724
B
S
N
L
B
CORREDOR
ENFERMARIA
d B
Tempo
Fonte: Miquelin, 1992
O ponto (B) indica o período de arrumação do staff para o café, o ponto (S)
indica a pausa do staff para o café, o ponto (N) da linha indica o período de
atendimento e cuidados, o ponto (L) corresponde ao horário de almoço, a linha cheia
representa a medição no corredor e a linha tracejada a medição na enfermaria.
Assim percebemos que o ruído presente no espaço pesquisado esteve na maior parte
do tempo acima do que é prescrito pela norma tomada como base. Pela avaliação do
gráfico verificamos ainda que os níveis mais altos medidos dentro das enfermarias
coincidem com o período de realização das atividades normais no corredor e salas de
serviço do setor de internação.
27
NBR 10151: Acústica – Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade
- Procedimento
80
4.2 Recomendações de projeto
Com intenção de combater e controlar o ruído a bibliografia consultada
informa alguns métodos e procedimentos que podem ser aplicados, tanto na etapa
de planejamento e projeto como nas etapas subseqüentes. Assim propomos neste
texto uma apresentação das diversas estratégias de projeto encontradas na literatura
e observadas na prática que objetivam dotar a edificação de conforto acústico
adequado.
Considerando que na fase de projeto podemos evitar muitas patologias
construtivas e imprimir mais qualidade à construção, damos ênfase às questões
relacionadas à implantação, disposição dos blocos funcionais, especificação de
materiais, todas estas ações como alternativas para projeto.
Góes (2004) afirma que os aspectos a serem considerados sobre conforto
acústico pressupõem: localização e orientação do edifício em relação às fontes
externas de ruído (tráfego, indústrias, oficinas), dimensão e posição das aberturas,
isolamento das paredes, aproveitamento das características acústicas de certos
materiais e redução das fontes internas de produção de ruídos.
O mesmo autor considera que fontes internas de ruído, seja no edifício ou
no seu terreno, são passíveis de um controle mais imediato. Responsabiliza a caótica
urbanização brasileira, as dimensões dos terrenos, cada vez mais difíceis de serem
encontrados nas condições ideais, como agentes da produção de hospitais onde às
áreas livres são cada vez menores ou inexistentes, impedindo que soluções
paisagísticas contribuam com a redução dos ruídos em relação aos edifícios
hospitalares.
Miquelin (1992) afirma haver problemas de conforto acústico nos hospitais,
inclusive em Unidades de Terapia Intensiva e Centros Cirúrgicos. Os aspectos básicos
a serem discutidos sobre conforto acústico incluem: localização às fontes externas de
ruído (tráfego intenso, indústrias), dimensão e posição das janelas, isolamento das
paredes, uso de materiais de construção com características acústicas e
posicionamento das fontes internas de geração de ruído.
As considerações feitas são relacionadas em muitos casos a qualquer
edificação que demande um controle sobre as questões do isolamento sonoro face
ao problema do ruído de tráfego ou ruídos gerados internamente, contudo buscamos
evidenciar soluções que são passíveis de aplicação em edifícios destinados ao
atendimento a saúde.
Para o estudo da prevenção e redução desses ruídos, eles serão agrupados
segundo a sua procedência em ruídos gerados externamente, que afetam o hospital
de fora para dentro (incluindo o ruído refletido por edifícios presentes no entorno) e
ruídos gerados internamente, que são transmitidos de um ponto a outro do edifício,
normalmente por meio de vibração da sua estrutura ou até mesmo pelo ar.
81
4.2.1 Ruídos gerados externamente
Segundo Karman (1957) os “ruídos gerados externamente o os ruídos
mais danosos pela sua dificuldade de supressão e controle”. Sua transmissão
acontece normalmente através do meio aéreo. O tratamento acústico, nesse caso, é
impedir que o som sofra sucessivas reflexões, que aumentam a intensidade e o
tempo de reverberação (tempo necessário para que um som deixe de ser ouvido).
Os ruídos gerados externamente são provenientes do meio urbano, tráfego
de veículos, emissões geradas pelos edifícios vizinhos, obras e construções, dentre
outros. Os fatores mais importantes para o controle dos ruídos gerados
externamente são: implantação, paisagismo, forma, acessos, planta e fachada.
4.2.1.1 Implantação
De acordo com Karman (1957)
O meio mais econômico e seguro de evitar os ruídos externos é a
implantação dos hospitais em áreas acusticamente saneada,
entendidas como regiões residenciais onde os níveis de ruído
produzido pelos edifícios e tráfego de veículos são mais reduzidos.
Em relação à implantação do hospital, a abordagem não se restringe apenas
a sua localização em regiões que não produzem ruídos elevados, mas também está
relacionada com a proximidade de fontes de ruído características do meio urbano.
Desse modo na localização dos hospitais devem ser evitadas as vias movimentadas,
com pontos de ônibus, aclives ou esquinas próximas, onde, geralmente, o ruído se
intensifica pela necessidade de mudança de marcha e repetidas paradas dos
veículos.
Sobre a questão da implantação como alternativa prévia de projeto Baring
(1990) afirma que
[...] a necessidade de ser prévia é porque, muitas vezes, o
simples afastamento do prédio em relação às fontes de ruído,
ou o seu posicionamento, por assim dizer, "de costas" para
elas, pode minimizar o problema. Trata-se de decisões de
motivação acústica que deverão ser tornadas de início no
projeto, ou seja, na fase de escolha da implantação mais
adequada.
82
A OMS indica que “muito aproximadamente, no caso de uma fonte pontual,
tal como um alto falante, cada vez que se dobra a distância de um ponto de
medição, teremos uma atenuação correspondente a 6 dB. no caso de uma fonte
linear, tal como o de uma rodovia, a pressão acústica de um som irá decair em 3dB
cada vez que a distância da fonte é dobrada”. (Acoustic Measurement – WHO, 2000)
Porém Koenigsberger (1977) afirma que quando uma fonte pontual emite
um som uniformemente em todas as direções num campo livre, este som se estende
sobre a superfície de uma esfera de raio crescente. A mesma quantidade de energia
se distribui sobre uma área cada vez maior e por conseqüência a intensidade
decairá. A uma distância “d” metros da fonte temos a equação conhecida como: Lei
da inversa do quadrado:
4
W
I
π
=
(1)
Onde:
I: intensidade
W: potência da fonte em Watts
4πd²: superfície da esfera
Ainda segundo Koenigsberger (1977), esta equação se aplica em campo
aberto, aonde não existem obstruções nem objetos que podem refletir o som. A
condição denominada ao “ar livre” se aproxima de um campo aberto teórico. Ainda
de acordo com esta equação, quando se duplica a distância da fonte a intensidade se
reduz a quarta parte, e assim, devido a relação logarítmica (que determina o índice
decibel) o nível sonoro corresponderá a uma redução de 6 dB a cada duplicação da
distância, não considerando a intensidade.
Assim quando, por força das circunstâncias, um hospital tiver de ser
construído em local ruidoso, o recurso será a observação e a adoção de algumas
medidas atenuadoras, aonde o afastamento do hospital da via ruidosa pode ser
considerado como um meio para solucionar este problema, sendo tão mais efetivo
quanto maior a distância da fonte de ruído.
A ANVISA menciona o distanciamento das fontes externas de ruído como
fator principal no controle de ruído
[...] quanto mais próximo o Estabelecimento Assistencial de Saúde
(EAS) estiver das intersecções de vias urbanas de grande tráfego,
estará mais vulnerável ao problema do ruído, deste modo, faz-se
necessária uma correta implantação, posicionando o prédio em
locais distantes dos focos de ruído.
83
Figura 1: Atenuação do ruído pelo afastamento do hospital da fonte sonora
Fonte: BRASIL, 1995
Embora a recomendação para correta implantação do hospital seja
preponderante, a ANVISA cita outra providência, o remanejamento das fontes
externas de ruído, tais como: pontos de ônibus e semáforos.
Os textos reforçam que não basta apenas abordar o problema do ponto de
vista do conforto acústico, assim, visando uma abordagem global, as questões
relativas à insolação, iluminação natural, ventilação e disposição dos acessos devem
ser tratadas em conjunto.
4.2.1.2 Forma
Considerar apenas a implantação do edifício, em muitos casos, não garante
a isolação sonora necessária, mesmo com a colocação de “fachadas cegas” (planos
de fachada sem abertura) em direção as fontes de ruído podem também não ser
suficiente para evitar o problema do ruído urbano, isto porque o som pode sofrer
reflexões com a proximidade de outros edifícios e alcançar posições distantes da sua
fonte. (BARING, 1990)
Portanto a literatura recomenda evitar a disposição dos edifícios em
tipologias em forma de “H” ou de “U”, buscando evitar desta forma à reflexão do
som pelas fachadas.
4.2.1.3 Paisagismo
A redução de ruído, possibilitada por áreas e jardins, pode ser avaliada
através de medições. Todavia a simples utilização de jardins nem sempre apresenta
resultados significativos, pois o ruído pode ser trazido pelo vento e vir refletido por
superfícies como a dos prédios vizinhos.
84
A OMS informa que a proteção da superfície por obstáculos absorve parte da
energia sonora, no entanto, podem refletir parte dela. Diferenças significativas, da
ordem de 5 dB, podem ser observadas em superfícies cobertas com concreto em
comparação a outras cobertas com vegetação. (Acoustic Measurement – WHO,
2000)
Contudo, tal afirmação é passível de avaliação, o uso do paisagismo,
sobretudo árvores que tem copas compactas são objeto de estudo da acústica
arquitetônica. É possível que a atenuação do ruído seja mais significativa quando se
considera a distância em relação à fonte e não apenas a influência da área recoberta
com vegetação.
4.2.1.4 Acessos
Karman (1957) afirma que
[...] os acessos ao hospital podem constituir séria fonte de ruídos, no
entanto, acessos múltiplos evitam concentração de tráfego e de
ruído. As áreas de internação devem ficar protegidas dos acessos de
serviço, carga e descarga de mercadorias, manobras de veículos,
entrada e saída de pronto socorro e ambulatório.
4.2.1.5 Configuração dos espaços
Considerando os diversos espaços que compõem um hospital, é fato que
para cada espaço é exigido um nível específico de ruído, seja pelo tipo de usuário ou
mesmo pelas atividades que são ali desenvolvidas.
Como conseqüência são feitas recomendações que consideram os diversos
níveis de exigência quanto ao nível de ruído permitido. Segundo Baring (1990) “outra
medida que pode ser adotada é a utilização de corredores e escadas e blocos
funcionais como barreiras sonoras. Estas áreas podem ser dispostas entre os espaços
mais exigentes quanto a isolação sonora e as fontes de ruído externo”.
A ANVISA afirma que a disposição das unidades que compõem um EAS
podem propiciar isolamento sonoro para áreas mais sensíveis ao ruído, pois
funcionam como barreiras acústicas” (BRASIL, 1995). Áreas de servos como
cozinha, lavanderia e almoxarifado, podem ser localizadas entre as fontes geradoras
de ruído e os blocos que abrigam o setor de internação.
85
4.2.1.6 Fachada
As recomendações a respeito do tratamento de fachadas são consideradas
como último recurso, devendo ser utilizadas quando as outras medidas, sobretudo de
implantação, não puderem ser viabilizadas. Segundo o texto da ANVISA “em alguns
casos, torna-se difícil a adoção das medidas citadas anteriormente, seja pelo terreno
ou por outras questões. Sendo assim, os projetistas devem recorrer à utilização de
materiais isolantes acústicos que podem ser usados nas fachadas do EAS”. (BRASIL,
1995). As considerações sobre este fator serão abordadas no item 4.3.
4.2.2 Ruídos gerados internamente
Os ruídos gerados internamente são provenientes da vibração da estrutura
que se origina do impacto sobre pisos, paredes, encanamentos e instalações
diversas, sendo que os impactos podem ser resultantes tanto do uso normal do
edifício (transporte de materiais, queda de equipamentos, trânsito de pessoas) como
inclusive por obras na sua estrutura física e instalações. São também provenientes
da vibração do ar, provocados por vozes, equipamentos, objetos, dentre outros.
Segundo Karman (1957) os sons de impacto são os sons provocados pelas
batidas, quedas, vibrações de motores em geral, elevadores, fechamento de portas,
arrastar de móveis”.
Na maior parte dos casos as estruturas são formadas por concreto e aço,
desse modo esses ruídos são facilmente transmitidos por vibrações estruturais. Como
exemplo podemos citar o arrastar de um móvel no andar superior podendo ser
facilmente ouvido no andar inferior ou até mesmo em qualquer outra dependência.
Isso devido a transmissão do som de impacto pela estrutura do edifício. A eliminação
desse som só é obtida quando se amortece o impacto na origem.
4.2.2.1 Equipamentos
Em relação aos equipamentos a principal recomendação é isolar
acusticamente a fonte do ruído, tais como: motores, geradores, bombas d’água e
compressores, estes devem possuir base anti-vibratória e caixa acústica, impedindo,
assim, os efeitos causados pelos ruídos por eles gerados e pelas trepidações que
chegam a abalar a estrutura dos edifícios. (KARMAN, 1957)
A ANVISA ressalta que o responsável pelo projeto deve estar atento para o
ruído gerado pelo próprio EAS, notadamente as áreas de serviços, mas é válido
destacar a influência das instalações de suporte: caldeiras, geradores, central de
gases e cabines primárias, estes componentes da estrutura física devem ser
corretamente localizados, pois de fato constituem-se como fontes geradoras de
ruído, mesmo em períodos reduzidos de funcionamento. Neste caso, havendo
necessidade, deve-se fazer o controle acústico no espaço ocupado pelo
86
equipamento, através do uso de calços, forração acústica das paredes, dentre outras
medidas.
4.2.2.2 Estrutura
As fundações podem ser projetadas com elementos resilientes e elásticos,
enquanto que as estruturas devem ser isoladas umas das outras. Os forros, sempre
que possível, devem ser falsos. As canalizações de água devem ser isoladas das
paredes por materiais altamente absorventes. (KARMAN, 1957)
4.2.2.3 Instalações
Quando se faz uso de instalações de ar condicionado, o problema é
transferido para a tubulação do ar. Esse som, encontrando superfícies duras e lisas,
vai sofrer uma série de reflexões. A solução mais prática é a aplicação de chapas
acústicos no forro, o que diminuirá consideravelmente o número dessas reflexões.
Karman designa as seguintes recomendações:
Usar aparelhos sanitários pouco ruidosos; os aparelhos sanitários em
paredes não devem se localizar nas zonas de estar e dormir;
Isolar as canalizações, principalmente nas paredes meeiras e internas;
Usar tubulação em paredes espessas.
Reduzir turbulência nas canalizações, por meio de mudanças suaves
nas suas angulações;
Evitar velocidades excessivas de escoamento;
Adotar declives para saídas de ar e vapor.
4.2.2.4 Acabamentos
Para a absorção dos diversos ruídos, são feitas recomendações para o uso
de materiais acústicos, seja no forro, piso, recobrimento de paredes ou aplicação
interna de painéis divisórios. Anteriormente existiam restrições quanto ao uso destes
materiais no ambiente hospitalar pela sua constituição física que dificultava a
assepsia, porém atualmente, existem materiais específicos para o ambiente
hospitalar e que são facilmente laváveis.
87
4.2.2.5 Configuração dos espaços
Em relação à ordenação dos espaços são feitas recomendações a respeito
do uso de longos corredores, pois são considerados os maiores propagadores do
som. Suas superfícies lisas e pisos desprovidos de tapete (condição higiênica) fazem
com que o som sofra sucessivas reflexões aumentando excessivamente o tempo de
reverberação.
4.3 Fachada e desempenho acústico
Em muitos casos, devido a pouca disponibilidade de terrenos com dimensões
satisfatórias para uma implantação que possa favorecer o conforto acústico de um
hospital, estes edifícios são implantados muito próximos às vias de tráfego. Tal
situação, considerando os altos níveis de ruído verificados nas ruas e avenidas das
grandes cidades, provoca uma demanda por isolamento sonoro que recai
normalmente sobre o sistema de fachada, sendo este composto na maior parte das
vezes por um trecho opaco (paredes) e outro transparente (janelas).
Assim podemos dizer que as janelas terminam por serem mais exigidas
quanto ao isolamento sonoro necessário para a garantia de conforto acústico para os
usuários, isso se dá pela composição das paredes, invariavelmente apresentam
“massa” superior a componente janela, garantindo por isso, índices satisfatórios de
isolamento.
Tabela 7: Valor de isolamento acústico de diversos materiais
Material Isolamento acústico*
Alvenaria de tijolo maciço (espessura de 10 cm) 45
Alvenaria de tijolo maciço (espessura de 20 cm) 50
Alvenaria de tijolo maciço (espessura de 30 cm) 53
Alvenaria de tijolo maciço (espessura de 40 cm) 55
Vidro de janela (espessura de 2 a 4 mm) 20 a 24
Vidro grosso (espessura de 4 a 6 mm) 26 a 32
Vidro de fundição (espessura de 3 a 4 mm) uma placa 24
Vidro de fundição (espessura de 4 a 6 mm) duas placas com
camada de ar intermediária
36
Fonte: NBR 12179 (* em dB a 500 Hz)
88
Baring (1990) afirma que
A grande maioria das construções no Brasil é feita com paredes de
alvenaria que possuem mais de 100 Kg/m², resultando em CTSA
28
maiores do que 40 dB, isto torna a transmitância acústica das
paredes insignificante em comparação as das janelas que raramente
excedem CTSA de 25 dB. Assim, podemos afirmar que a fachada
depende sobremaneira da isolação proporcionada pelas janelas,
portanto, esta isolação deve ser condicionada principalmente pela
intensidade do ruído externo. Desta forma, para que haja a isolação
sonora proporcionada pelas janelas, estas deverão estar fechadas
pelo menos no período de existência de ruído externo mais intenso.
Figura 2: Esquema de propagação de ruído gerado pelo tráfego de veículos
Autoria: Pedro Oliveira
No entanto ressaltamos que havendo uma exigência sobre a fachada com
relação ao ruído urbano, isto não pressupõe reduzir ou selar a janela, prejudicando a
iluminação natural e a ventilação, com reflexos no aumento do consumo energético
pela utilização de sistemas de condicionamento do ar. (Baring, 1990)
Controlar a penetração do ruído externo implica em adotar um partido
arquitetônico que privilegia soluções de funcionalidade e racionalidade, considerando
as características do meio externo, código de obras municipais, planejamento físico-
financeiro, demais questões que determinam a satisfação dos usuários e o
desempenho do edifício.
28
CTSA: Classe de Transmissão Sonora Aérea - quantidade de decibéis retirada pelo elemento
construtivo interposto entre dois espaços distintos.
89
Baring (1990) afirma que
[...] elementos como marquises, platibandas, abas de proteção solar
(brises), balcões, dentre outros, podem contribuir positivamente
para o desempenho acústico da fachada, quando o ruído vem de
baixo, caso, por exemplo, de edifícios altos construídos junto às
calçadas ou guardando pequenos recuos em relação às vias. Isto
porque tais elementos contribuem para elevar a rugosidade da
fachada, criando uma superfície que, pelo aumento de sua área de
contato reflete de forma mais eficiente as ondas sonoras e desta
forma funcionam como protetores acústicos para a fachada. No
entanto, é preciso considerar a reflexão do ruído que é causado por
estes elementos, obrigando em muitos casos a utilização de
materiais absorventes no seu recobrimento.
Outra medida seria o posicionamento das aberturas, em especial as das
áreas de internação, deverão estar voltadas para locais menos ruidosos. As aberturas
normalmente são os pontos mais frágeis à penetração do ruído. Se o terreno, objeto
da implantação, estiver localizado entre duas vias, uma de tráfego intenso e a outra
menos movimentada, deve-se priorizar a localização mais afastada da internação em
relação a via mais ruidosa. Não sendo possível esta unidade deverá ter um desenho
onde as aberturas se localizem em oposição às fontes de ruído. (Karman, 1957)
Com relação a composição das janelas Karman (1957) afirma que em zonas
de elevado ruído, há ainda o recurso da provisão de vidraças e caixilhos duplos,
fixos, hermeticamente fechados. A renovação de ar seria dispensada por sistema
individual ou centralizada de ventilação forçada, ou ar condicionado.
O mesmo autor ainda considera, no caso de janelas duplas, o espaçamento
entre as placas como um aspecto importante, pois para cada freqüência,
corresponde uma segurança crítica, determinada pela ressonância. Largura
suficientemente ampla, entre as placas de vidro, faz com que a ressonância ocorra
somente a baixas freqüências.
4.4 Conclusões
Após a exposição e análise das diversas recomendações de projeto,
podemos verificar que as indicações básicas não diferem significativamente na
literatura consultada. A implantação do edifício, notadamente os setores mais
sensíveis ao ruído (internação, unidades de terapia intensiva, centro cirúrgico),
distante das fontes de ruído externo é exposta como a primeira alternativa a ser
considerada pelo projetista, outra solução seria interpor as fontes de ruído externo e
90
os setores que demandam maior isolação sonora com setores menos exigentes
quanto a este aspecto (escadas, corredores, administração, dentre outros), criando
barreiras acústicas
29
.
Ressaltamos que as recomendações apresentadas se referem basicamente à
fase de projeto, mas que tem relação com outras fases do processo construtivo.
Visam, sobretudo, minorar a responsabilidade da fachada sobre o controle acústico
do ruído exterior. No entanto, observando que em muitas situações, seja pela
alteração dos níveis de ruído resultantes do meio urbano relacionada a mudanças
das rotas e características do tráfego, mudanças no sistema viário, locação de
semáforos ou pouca disposição do terreno para uma correta implantação do hospital,
abordamos soluções de fachada que visam dota-la de desempenho acústico
satisfatório.
Assim verificamos que a maior parte da literatura considera a correta
implantação do edifício como a principal estratégia para garantir um bom
desempenho acústico, caso isso não for possível, cabe a fachada a responsabilidade
sobre a isolação sonora, não devendo ignorar outras exigências relacionadas à
ventilação, iluminação, dentre outras.
A fase de projeto aonde vai ser definida a implantação do edifício é a mais
indicada para se tomar decisões que resultarão em condições mais satisfatórias do
ponto de vista do desempenho acústico, isto decorre do fato de que o afastamento
das fontes de ruído, principalmente as de tráfego, apresenta-se como uma das
soluções mais simples e menos onerosas e que podem evitar maiores problemas
quanto a isolação sonora do edifício.
Contudo a OMS alerta para o seguinte problema: quando o isolamento de
edifícios é planejado, os projetistas deveriam pensar cuidadosamente nas soluções
relacionadas ao isolamento sonoro. O isolamento desmedido e exagerado contra o
ruído de tráfego pode produzir outros tipos de problemas. Habitantes de edifícios
recentemente isolados do meio externo podem se achar assistindo um tráfego
silencioso como um peixe em um aquário sem poder abrir as janelas, porque o ruído
do lado externo é insuportável. De outro lado, pode-se descobrir o ruído proveniente
do uso de equipamentos (por exemplo: elevadores, interruptores elétricos,
equipamento de ventilação), ou passar a notar ruídos que antes eram imperceptíveis.
Assim as soluções devem ser consideradas sob todos os aspectos, antes de serem
aplicadas. (Noise and health – WHO, 2000)
Isto pode ser verificado pela avaliação das pesquisas que relacionam ruído e
espaço de internação, estas pesquisas indicam que tanto os ruídos gerados
internamente como os ruídos gerados externamente podem ser causa dos altos
valores encontrados nestes espaços. No entanto devemos considerar a
preponderância de um sobre o outro, bem como a avaliação das duas fontes de
ruído (externas e internas), pois é necessária uma visão global do problema, com
correta identificação e avaliação das diversas fontes. Em muitos casos o ruído interno
29
Obstáculo contraposto è livre propagação dos sons ou ruídos (Fonte: NBR 10830)
91
pode estar mascarado por ação do ruído externo, e na solução deste, é evidenciado
o outro.
A utilização da solução paisagística é explicitada, porém devemos considerá-
la em conjunto com a implantação do edifício, onde existe uma necessidade real de
terreno com dimensões satisfatórias.
Existem recomendações que sugerem, se houver possibilidade, a
recolocação de fontes externas de ruído, é o caso de pontos de ônibus e semáforos.
As fontes internas de ruído também devem ser consideradas, caso dos equipamentos
e instalações de apoio, geradores, casa de máquinas, caldeiras, dentre outros, na
impossibilidade de localização em posições mais distantes do edifício hospitalar,
recomenda-se o tratamento acústico dos espaços que abrigam estes equipamentos.
Em relação aos elementos adicionais da fachada tais como: brises, balcões,
platibandas, a bibliografia indica que os mesmos podem contribuir para um melhor
desempenho acústico, face o aumento da rugosidade e área de reflexão do som,
porém devem ser devidamente estudados seus efeitos, pois os mesmos podem
funcionar como refletores do ruído para o interior do edifício, desta forma, a
consideração a respeito do material de acabamento torna-se imperativo.
Por fim, sendo a fachada o sistema responsável em casos específicos pela
isolação sonora do edifício, as recomendações são direcionadas para a especificação
da composição do sistema de vãos, as janelas passam a ter maior responsabilidade
em barrar o ruído externo de qualquer natureza, pois a composição normal da
alvenaria garante níveis elevados de isolação sonora. Neste caso, os ensaios de
campo e laboratório são fundamentais para a correta especificação dos meterias e
sistemas de composição das janelas. O tipo de vidro, caixilho, eliminação das frestas
e determinação da tipologia da janela, são aspectos a serem observados com rigor.
92
5 COMPONENTE JANELA
A janela como elemento de fachada responde a diversas exigências, tais
como: iluminação, ventilação, segurança, dentre outros. No texto deste capítulo
demos ênfase às exigências relacionadas ao desempenho acústico e como os
diversos materiais que compõem uma janela podem proporcionar um isolamento
sonoro adequado ao conjunto do edifício.
O Manual Técnico de Caixilhos Janelas (1991) em referência ao
funcionamento da janela como dispositivo acústico, afirma que
[...] o tema chama a atenção, principalmente porque, ao fechar-se
uma janela, muitas vezes consegue-se evitar, numa certa medida, a
entrada de sons, vozes e ruídos que vêm de fora e que prejudicam o
sossego ou a comunicação num ambiente qualquer, como um
dormitório, uma sala de aula, um escritório, um quarto de hospital,
uma sala de música, etc. O termo "dispositivo" a entender que a
"certa medida" dessa redução das interferências sonoras externas é
algo programável, ampliando as funções mais evidentes das janelas
e fazendo delas também instrumentos de ajuste entre os ambientes
acústicos, externo e interno em uma edificação.
A principio podemos dizer que, do ponto de vista acústico, a janela como
uma composição de materiais responde à energia sonora de forma característica pra
cada material ou parte que a compõe (caixilhos, vidros, vedações, acessórios), no
entanto, como um conjunto, a janela absorve parte da energia, reflete outra parte
para o meio externo sendo que outra parte é transmitida para o lado interno,
considerando janelas aplicadas em fachadas.
No entanto, a eficiência acústica de uma janela tem relação com o seu tipo
característico, pois como veremos mais adiante, um dos fatores que mais contribuem
para um isolamento sonoro satisfatório é a estanqueidade ao ar, visto que, os ruídos
externos ao edifício são geralmente propagados pelo meio aéreo, Por outro lado, não
devemos desconsiderar outros aspectos, como os elementos componentes da janela
e seu funcionamento adequado, pois se assim não for, poderá ser comprometida a
propriedades de isolamento sonoro do componente.
93
5.1 Tipos de janelas
Os tipos de janelas mais comuns no Brasil são as de abrir, maxim-ar,
guilhotina e de correr. Os principais materiais utilizados são a madeira, o aço, o PVC
(policloreto de vinila) e algumas ligas metálicas com predominância do alumínio.
Não verificamos no levantamento bibliográfico informações que indicam qual
tipo de janela ou material que a compõe, que seja utilizada com mais freqüência nos
edifícios hospitalares, porém com base na observação das janelas de hospitais da
cidade de São Paulo, podemos dizer que temos uma indicação da predominância do
uso da janela de alumínio e vidro, sendo que nos edifícios mais recentes verificamos
a predominância do tipo de janela classificada como projetante-deslizante mais
comumente conhecida como “maxim-ar”.
A eficiência desta janela como dispositivo isolante do ruído, está relacionada
com o seu fechamento característico, funcionando como uma “tampa” ela apresenta
maior capacidade de ser estanque a passagem do ar, resultando em valores de
abatimento sonoro superiores.
A seguir apresentamos os tipos de janelas mais comumente encontradas
com a apresentação das suas respectivas vantagens e desvantagens relacionadas a
outros aspectos. Optamos por esta inclusão pela intenção em informar a resposta de
uma determinada janela a outros requisitos de desempenho, haja visto que a solução
que melhor se ajusta a determinada situação, não é a que privilegia determinado
requisito, mais que propicia equilíbrio entre eles. A fonte das informações
apresentadas é o Manual Técnico de Caixilhos – Janelas, publicado pela Pini.
1. Janela de correr:
Vantagens: Simplicidade na manobra. Ventilação regulada
conforme a abertura das folhas. Não ocupa áreas internas e
possibilita a colocação de telas ou grades no vão total.
Desvantagens: Vão para ventilação quando aberta totalmente
equivale a 50% do vão da janela. Dificuldade de limpeza na face
externa. Vedações necessárias nas juntas abertas.
2. Janela guilhotina:
Vantagens: As mesmas vantagens da janela tipo de correr, caso as
folhas tenham sistemas de contrapeso ou sejam balanceadas. Do
contrário, as folhas devem ter retentores no percurso das guias no
montante do marco.
Desvantagens: Caso as janelas tenham sistema de contrapeso ou
de balanceamento, a quebra dos cabos ou da regulagem do
balanceamento constitui problema.
94
3. Janela projetante:
Vantagens: Não ocupa espaço interno. Possibilita ventilação nas
áreas inferiores do ambiente, mesmo com chuva sem vento. Boa
estanquiedade, pois a pressão do vento sobre a folha ajuda essa
condição.
Desvantagens: Dificuldade de limpeza na face externa. Não
permite o uso de grades ou telas na parte externa. Libera
parcialmente o vão.
4. Janela projetante-deslizante (maxim-ar):
Vantagens: Todas as vantagens da janela projetante. Possibilita a
abertura até 90° (horizontal), devido aos braços de articulação. A
abertura na parte superior facilita a limpeza e melhora a
ventilação.
Desvantagens: Todas as desvantagens da janela tipo projetante,
quando utiliza braço de articulação de abertura até 90°.
5. Janela Pivotante horizontal (reversível):
Vantagens: Facilidade de limpeza na face externa. Ocupa pouco
espaço na área de utilização. Possibilita a movimentação de ar em
todo o ambiente.
Desvantagens: No caso de grandes vãos necessita-se de uso de
fechos perimétricos. Dificulta a utilização de telas, grades e
persianas.
6. Janela de abrir com folha dupla:
Vantagens: Boa estanqueidade ao ar e a água. Libera
completamente o vão na abertura máxima. Fácil limpeza na área
externa. Permite telas, grades ou persianas, quando as folhas
abrem para dentro.
Desvantagens: Ocupa espaço interno caso as folhas abram para
dentro. Não é possível regular a ventilação. As folhas se fixam
apenas na posição máxima de abertura ou no fechamento total.
Dificulta a colocação de tela, grade ou persiana se as folhas
abrirem para fora. Impossibilidade de abertura para ventilação
com chuva oblíqua.
95
5.2 Caixilho
Fazemos referência neste item e aos que se seguem a janela composta de
alumínio e vidro, principalmente pela constatação da predominância do seu uso em
hospitais.
O caixilho
30
deve ser dimensionado pra suportar a colocação de vidros
específicos, além disto, deve estar dimensionado para instalação no vedo (parede)
seja com uso de contramarco
31
ou não.
A necessidade do uso de contramarco esta mais relacionada a condições
específicas de construção ou mesmo de aplicação ao vedo, não encontramos
informações que façam uma relação entre a aplicação do contramarco e uma
melhora no desempenho acústico, no entanto, como a teoria relaciona
estanqueidade ao ar e passagem de ruído, visto que o ar é o principal meio de
propagação do ruído, supomos que a utilização de contramarco, que em muitos
casos determina uma melhor estanqueidade ao ar, pode ser um fator significativo
para que o conjunto formado pela janela apresente melhor desempenho acústico e
conseqüente isolamento sonoro.
A utilização do contramarco se aplica muito ao Brasil, visto que em muitos
países não é utilizado o contramarco, fato verificado pelas diferenças da qualidade da
mão-de-obra, utilização de produtos de vedação diferenciados e diferenças de
condições climáticas. De qualquer maneira, com utilização de contramarco ou não,
deve-se dar atenção à vedação do conjunto, não pelas exigências em relação ao
isolamento sonoro como também a estanqueidade a água de chuva.
Além destes aspectos a leveza dos caixilhos de alumínio pode ser apontado
como um ponto negativo para o desempenho acústico. Com intuito de sanar este
problema são utilizados materiais, tais como de vidro para o preenchimento dos
espaços internos do caixilho aumentando a massa do conjunto.
A avaliação do caixilho aponta para a utilização de perfis robustos, isto
decorrente da exigência de aplicação de vidros laminados, que ao contrário dos
vidros monolíticos apresentam desempenho superior e promovem maior isolamento
sonoro.
Outra questão determinante do isolamento sonoro são as frestas, neste
aspecto os caixilhos desempenham função importante. As frestas podem ocorrer
entre o caixilho e os demais componentes, am disto, podem aparecer ao longo do
uso ou logo que o mesmo é instalado, como resultado de erros de dimensionamento,
fabricação, instalação. O aumento das frestas ao longo da vida útil se relaciona com
falhas na manutenção ou mesmo desgaste prematuro dos demais componentes,
sobretudo os elementos de fechamento e vedações.
30
Nome genérico para estruturas de vedação fixas ou móveis. Fonte: MTCJ
31
Conjunto de perfis de alumínio chumbados na argamassa, que referência para o enchimento
posterior dos vãos e serve de apoio à instalação dos caixilhos. Fonte: MTJC
96
5.3 Vidro
O desempenho acústico de uma janela depende sobremaneira do elemento
vidro, devido a ocupar a maior área superficial e possuir pouca massa. Desse modo,
quando existe a exigência quanto ao desempenho acústico, logo é indicada a
utilização de vidros grossos e duplos, contudo, esse expediente não é suficiente,
visto que a sua utilização está vinculada aos outros elementos da janela e sobretudo
a caracterização do ruído externo ao edifício.
Para a especificação dos vidros a serem utilizados cabe consideração sobre
sua resposta às várias faixas de freqüência que compõem o som. Um isolamento
sonoro adequado é conseguido quando o vidro responde satisfatoriamente as
diversas faixas de freqüência do ruído gerado externamente ao edifício onde será
aplicado. No caso de edifícios muito próximos a vias de tráfego de veículos, onde o
ruído é caracterizado por sons em baixa freqüência, indica que o vidro deverá
apresentar melhor resposta nestas faixas de freqüência.
São considerados sons de baixa freqüência àqueles que se situam no
intervalo entre 20 Hz e 200 Hz, no intervalo seguinte até os 2000 Hz, são
considerados sons de média freqüência, acima disso e até os 20.000 Hz, temos os
sons de alta freqüência. (MTCJ, 1991)
No entanto outro aspecto deve ser considerado, diz respeito a “freqüência
crítica” caracterizada como uma faixa de freqüência específica nas qual os painéis de
vidro não absorverão o som, porém, vibrarão coincidentemente com ele.
Segundo o Manual Técnico de Caixilhos – Janelas (1991)
Esse efeito de "coincidência" ocorre quando a onda sonora se
equipara com a onda de vibração do painel. Como resultado, o som
não é absorvido ou dissipado pelo painel, mas transmitido para o
interior do ambiente. No caso dos vidros monolíticos, observa-se que
a faixa de freqüências de coincidência vai de 1.000 a 2.500 Hz, e
depende da massa e rigidez dos painéis. Quanto maior a massa,
mais baixa é a freqüência de coincidência.
Ainda de acordo com o Manual [...] os vidros duplos, com espaço de ar em
seu interior, apresentam baixa isolação acústica para as freqüências altas e baixas,
com desempenho melhor nas freqüências médias”. (MTCJ, 1991).
No entanto é preciso considerar que o som que “passa” é aquele de
freqüência igual à freqüência de vibração do vidro. Por conseguinte, o
envidraçamento duplo deve ser feito com vidros de espessuras diferentes, para
garantir que as freqüências sejam diferentes.
97
Em relação aos vidros laminados, pela utilização da película de polivinil
butiral e sua capacidade de amortecimento, responde melhor a atenuação acústica
em comparação aos vidros monolíticos e duplos, em todas as faixas de freqüência,
com minimização do efeito de coincidência. (MTCJ, 1991)
Os vidros mais indicados para a aplicação quando a exigência de
desempenho acústico são os vidros laminado e insulado ou duplo.
Segundo o Anuário de Tecnologia e Vidro (2003)
O vidro laminado é o conjunto de duas ou mais chapas de vidro que
tenham sido submetidas a um processo de laminação, onde são
unidas por uma película plástica ou resina. A laminação com PVB
(polivinil butiral) é utilizada mais tempo e é adotada pelas
grandes empresas vidreiras para a aplicação nos setores de
construção civil e automobilismo.
O desempenho acústico é alcançado pelo efeito de amortecimento das
vibrações sonoras no vidro e película plástica, associado a utilização de vidros com
espessuras dieferentes.
Sobre o vidro insulado o Anuário de Tecnologia e Vidro(2003) afirma que é
[...] também denominado vidro duplo ou sanduíche de vidro. Trata-
se de um sistema de duplo envidraçamento que permite aliar as
vantagens técnicas e estéticas de pelo menos dois tipos diferentes
de vidro, com o benefício da camada interna de ar desidratado ou
gás. O conjunto é garantido pela dupla selagem: a primeira, para
não haver troca gasosa; a segunda, para garantir a estabilidade do
conjunto.
O conforto acústico é resultante da combinação entre dois vidros de
espessuras diferentes em conjunto com a câmara de ar. A isolação sonora pode ser
incrementada com a utilização de vidros laminados em uma das faces. Os vidros
duplos, dependendo da sua composição, apresentam baixa isolação acústica para as
freqüências altas e baixas, com desempenho melhor nas freqüências médias. (ATV,
2003)
A seguir apresentamos uma tabela com a indicação da Classe de
Transmissão Sonora (CTS) característico de alguns tipos de vidro.
98
Tabela 8: Tipos de vidro e seus respectivos CTS
TIPO CTS
Monolítico - 6,3 mm 31
Monolítico – 12,7 mm 36
Duplos – 9,5 mm 28
Duplos – 12,7 mm 31
Laminado – 6,3 mm 35
Laminado – 9,5 mm 36
Laminado – 12,7 mm 38
Fonte: Manual Técnico de Caixilhos – Janelas (1991)
5.4 Acessórios
Os acessórios podem garantir boa isolação sonora ao passo que mantém as
características de fechamento da janela, isto é, proporcionando um fechamento
adequado e que, mais uma vez, garanta a estanqueidade ao ar. Dessa forma,
braços, rodízios, pinázios e fechos devem proporcionar fechamento adequado e
funcionamento de acordo com o caixilho e vidro utilizado.
Desse modo cada tipo de caixilharia possui seu pacote característico de
acessórios. Por isso, os fabricantes costumam apresentar seus produtos em grupos,
aliando tipos de janelas aos respectivos acessórios existentes no mercado. Os
acessórios mais comumente utilizados são: fechos, roldanas, braços e dobradiças.
Os acessórios podem ser compostos por materiais como o alumínio
extrudado, alumínio fundido, latão, aço inox, dentre outros. A escolha dos materiais
deve se adequar ao processo de fabricação e o desempenho que se espera das
peças. A boa adequação é responsável pela robustez, durabilidade e acabamento. Os
materiais mais comumente utilizados na composição dos acessórios são o aço-inóx e
o náilon. (MTCJ, 1991)
O conjunto de acessórios representa menos de 20 a 30% do custo final de
um caixilho, contribuindo decisivamente para o bom desempenho da janela,
notadamente no que se refere à estanqueidade ao ar e a água, isolação termo-
acústica, ventilação e estabilidade estrutural. (MTCJ, 1991)
Os acessórios mais importantes para a garantia da qualidade astica de
uma janela são os fechos e as guarnições, isto porque são responsáveis pela
99
vedação do conjunto e garantia da estanqueidade ao ar, meio mais comum de
propagação do ruído através do caixilho.
5.5 Vedações
As vedações são normalmente compostas por materiais elásticos e plásticos,
aplicadas para o preenchimento de juntas. Novamente o fator estanqueidade ao ar é
determinante na isolação sonora de uma janela, desse modo as vedações devem
garantir este requisito, devendo ser duráveis para a manutenção das suas
características ao longo da vida-útil, além de estarem adequadas à especificação dos
caixilhos, vidros e demais componentes.
5.6 Manutenção
A manutenção de janelas, como para qualquer outro componente da
construção, é fator decisivo na garantia do funcionamento adequado e de suas
propriedades. Não existindo o mesmo, ou sendo realizado de forma esporádica e
sem planejamento, pode resultar num acelerado processo de deterioração resultando
na diminuição do tempo de vida útil.
De forma geral a manutenção de uma janela de alumínio e vidro pode ser
descrita através das seguintes etapas:
1) Limpeza dos caixilhos
2) Limpeza dos vidros e acessórios
3) Lubrificação
4) Regulagem de braços articulados dotados de freio
Com relação a manutenção das características de isolamento sonoro de uma
janela, podemos dizer que dentre as ações apresentadas acima, as que tem maior
relação são a lubrificação e regulagem. A lubrificação garante o funcionamento
adequado de todas as peças móveis, a regulagem proporciona o fechamento
preciso das partes componentes, resultando num fechamento que proporciona a
garantia da estanqueidade ao ar e isolamento sonoro satisfatório.
100
5.7 Especificação
Além da previsão da proteção acústica da fachada, os projetistas devem
conciliar estas soluções com a proteção térmica e a ventilação. Pois se sabe que o
desempenho acústico de uma janela está intimamente ligado com a vedação e
fechamento proporcionado pela sua estrutura.
Segundo o Manual Técnico de Caixilhos - Janelas (1991) “As janelas
comuns, comercializadas sem quaisquer pretensões de serem janelas acústicas,
resolvem a maiorias dos problemas de controle sonoro de fachadas”, portanto,
apenas situações muito especiais demandam algum tipo de solução mais elaborada.
Segundo Cardoso (2004), são feitas algumas recomendações quanto à
especificação de esquadrias quando se deseja obter desempenho acústico, citamos:
1) Utilizar vidros especificados por especialistas, sejam vidros muito
espessos, vidros duplos isolantes, vidros laminados ou uma combinação deles.
Lembrando que o comportamento do vidro depende da intensidade e da faixa de
freqüência do ruído a ser atenuado, não possibilitando que se use sempre a mesma
solução;
2) Preferir os tipos de esquadrias que funcionam como tampas, como as
janelas maxim-ar ou projetantes, as janelas de abrir. As pivotantes horizontais e
verticais, janelas de correr horizontais ou verticais tendem a apresentar resultados
piores, devido às frestas que são maiores nestes tipos de esquadrias;
3) Utilizar esquadrias com excelente vedação à passagem do ar, quanto
melhor o desempenho nesse sentido, melhor o desempenho em termos de
isolamento acústico, como a vedação ao ar depende de boas guarnições, utilize
somente as de muito boa qualidade, com vida útil prolongada.
4) Utilizar esquadrias com bitolas superiores a 40 mm e com acessórios
adequados, principalmente machos de conexão, roldanas, puxadores e dobradiças,
com bitolas acima de 40 mm, os vidros isolantes, em geral muito espessos, serão
acomodados adequadamente, além disso, vidros muito espessos são mais pesados, o
que exige a utilização de esquadrias robustas e bem construídas, com acessórios
adequadamente dimensionados.
A especificação do componente passa pela averiguação das circunstâncias
de uso dos ambientes a serem atendidos bem como as exigências dos usuários.
Considerando o usuário de hospitais, o nível de exigência é sempre maior, obrigando
a utilização de componentes de comprovada qualidade e eficiência.
101
6 NORMALIZAÇÃO
Neste capítulo apresentamos um levantamento das normas que julgamos
estarem relacionadas ao alcance dos objetivos propostos, com o desempenho
acústico das edificações, ressaltando aquelas aplicáveis nos hospitais, discutindo
parâmetros para a aplicação dos ensaios de campo.
Na seleção das normas abordadas no texto, privilegiamos as normas
nacionais elaboradas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), as
normas norte-americanas elaboradas pela American Society for Testing and Materials
(ASTM) e as normas aceitas internacionalmente e elaboradas pela International
Standards Organization (ISO).
Esta seleção está pautada na verificação de referências mútuas apontadas
nos textos das normas e, além disto, o próprio acesso as normas, fator determinado
tanto pelo custo de aquisição como a disponibilidade oferecida pelas bibliotecas da
USP e do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT).
6.1 Normas ABNT
Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o
órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária
ao desenvolvimento tecnológico brasileiro.
A ABNT é uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como
Fórum Nacional de Normalização, através da Resolução n.º 07 do Conselho Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO), de 24/08/1992. É
membro fundador da ISO, da Comissão Panamericana de Normas Técnicas
(COPANT) e da Associação Mercosul de Normalização (AMN).
6.1.1 NBR 10830
Com título de “Acústica em edificações” e publicada em 01 de novembro de
1988, esta norma objetiva apresentar a terminologia a ser usada em acústica das
edificações e desta forma “... define os termos mais comuns empregados em
acústica de edificações de uso residencial e comercial”. (NBR 10830)
102
Citamos as definições relacionadas com a pesquisa:
1. Absorção sonora: dissipação, condução e transmissão da energia
sonora nas mudanças de meio de propagação, ou simplesmente
dissipação desta energia, em um meio homogêneo e isotrópico;
2. Ensaio acústico: conjunto de procedimentos normalizados, ou
objetivamente organizados, necessários à obtenção, análise e
informação de dados representativos de um fenômeno sonoro;
3. Ensaio acústico de campo: ensaio acústico realizado no próprio local
em que ocorre uma situação cujos dados se deseja apurar;
4. Material acústico: qualquer material considerado em termos de suas
propriedades acústicas;
5. Bandas de freqüência: cada um dos intervalos em que a faixa de
freqüências audíveis costuma ser subdividida para permitir a análise
parcelada de sons e ruídos;
6. Isolamento sonoro de um vedo numa faixa de freqüência: redução do
nível de potência sonora (em dB) numa faixa de freqüências,
proporcionada pelo vedo;
7. Nível sonoro contínuo equivalente: nível sonoro contínuo, que num
certo intervalo de tempo, representa a mesma quantidade de energia
sonora, que a soma das parcelas de energia correspondentes às
flutuações de nível sonoro efetivamente ocorridas naquele período;
8. Razão de decréscimo do nível sonoro em um recinto numa faixa de
freqüências: quociente entre 60 dB e o tempo de reverberação do
recinto, em segundos, nessa faixa de freqüências;
9. Reverberação do som num recinto: reflexão do som, várias e
sucessíveis vezes, no contorno do recinto e nas superfícies de tudo o
que nele estiver contido;
10. Ruído aéreo: ruído produzido e transmitido pelo ar;
11. Ruído de fundo: conjunto de sons e ruídos que ocorre justamente com
o fato sonoro objeto de interesse, ou consideração específica;
12. Ruído rosa: som complexo cuja densidade espectral de energia é
inversamente proporcional à freqüência;
13. Tempo de reverberação: Tempo necessário para que a densidade
média de energia acústica contida num volume dado, caia a 10-6 do
valor inicial (60 dB) a partir do instante em que a fonte de excitação for
extinta.
103
6.1.2 NBR 10152
Com título de “Níveis de ruído para conforto acústico” e publicada em 01 de
dezembro de 1987, refere-se à fixação de níveis aceitáveis de ruído interno em
ambientes específicos em zonas de uso urbano, tais como: hospitais, escolas, hotéis,
residências, auditórios, restaurantes, escritórios, igrejas, templos e locais para
esporte. Assegurando a qualidade ambiental e o conforto acústico desses ambientes.
Para isso, define alguns termos relativos á acústica das edificações, tais
como: pressão sonora; nível de pressão sonora em decibel(s); nível de pressão
sonora ponderado segundo a curva A - [dB(A)] e curva de avaliação de ruído (NC)
que se trata de um método de avaliação de ruído num determinado ambiente.
Níveis superiores aos definidos nas normas são considerados de
desconforto, mesmo que não impliquem em risco ou dano à saúde. Não são
diferenciados os níveis de ruído permissíveis relacionados aos períodos do dia e da
noite, fixam apenas um intervalo considerado aceitável para um desempenho
acústico satisfatório do espaço indicado.
A tabela 9 apresenta os valores estabelecidos para ambientes em hospitais,
sendo que os valores inferiores são relativos ao nível sonoro para conforto e, os
superiores, ao nível sonoro superior aceitável para a finalidade descrita.
Tabela 9: Valores dB(A) e NC
Local: Hospital dB(A) NC
Apartamentos, enfermarias, berçários e centros cirúrgicos 35 - 45 30 - 40
Laboratórios e áreas para uso do público 40 - 50 35 - 45
Serviços 45 - 55 40 - 50
Fonte: NBR 10152
Os valores indicados em “NC” são aplicados para a avaliação considerando
faixas de freqüência. Segundo a norma “[...] a análise de freqüências de um ruído
sempre é importante para objetivos de avaliação e adoção de medidas de correção
ou redução do nível sonoro” (NBR 10152). Esta avaliação é feita através de um
gráfico incluso na norma “[...] através dos quais um espectro sonoro pode ser
comparado, permitindo uma identificação das bandas de freqüências mais
significativas e que necessitam correção” (NBR 10152). Portanto, para a avaliação
através deste gráfico é necessário proceder medições com obtenção de níveis de
ruído nas faixas de freqüência que compõem o gráfico (63 Hz, 125 Hz, 250 Hz, 500
Hz, 1000 Hz, 2000 hz, 4000 Hz e 8000 Hz).
104
6.1.3 NBR 10151
Com título de “Acústica: Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o
conforto da comunidade Procedimento” e publicada em 01 de junho de 2000, tem
como objetivos fixar as condições exigíveis para avaliação da aceitabilidade do ruído
em comunidades, independente de reclamações, além disto, objetiva fornecer um
método específico para a medição de ruído com a aplicação de correções nos níveis
medidos caso o ruído venha a apresentar características especiais e uma comparação
dos níveis corrigidos com um determinado critério. Finalmente pretende fornecer um
método de avaliação que envolva a medição do nível de pressão sonora equivalente
(LAeq), em decibel(s) e ponderação em “A”, dB(A).
Dessa forma, define os termos relacionados ao nível de pressão sonora,
estabelece a adequação dos equipamentos para medição do ruído (medidor de nível
de pressão sonora, calibrador acústico, calibração e ajuste dos instrumentos),
determina os procedimentos de medição (medições no exterior e interior de
edificações e correções para ruídos com características especiais) e por fim,
normaliza a avaliação do ruído e o relatório de ensaio, este referente à avaliação de
ruído. Na Tabela 10 apresentamos os níveis de ruído tolerados para áreas externas,
incluindo hospitais.
Tabela 10: Nível de critério de avaliação NCA para ambientes externos, em dB(A)
Tipos de áreas Diurno Noturno
Área estritamente residencial ou de hospitais ou de escolas 50 45
Área mista, predominantemente residencial 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área mista, com vocação recreacional 65 55
Área predominantemente industrial 70 60
Fonte: NBR 10151
Ainda segundo a Norma e considerando que o nível de critério da avaliação
NCA para ambientes internos é o nível indicado na Tabela 10, deve se fazer a
correção de -10 dB(A) para janela aberta e -15 dB(A) para janela fechada. Desse
modo temos a seguinte tabela:
Tabela 11: NCA para ambientes internos de um hospital, em dB(A)
Período Janela aberta Janela fechada
Diurno 40 35
Noturno 35 30
Fonte: NBR 10151
105
6.1.4 NBR 12179
Com título de “Tratamento acústico em recintos fechados” e publicada em
01 de abril de 1992, fixa critérios fundamentais para execução de tratamentos
acústicos em recintos fechados. Além disto, estabelece várias definições aplicadas ao
processo tratamento acústico, importantes para a pesquisa, pois podem ser
utilizados no processo de avaliação acústica, fase que precede o tratamento e
aplicação de soluções. Citamos as seguintes definições:
1. Tratamento acústico: processo pelo qual se procura dar a um recinto,
pela finalidade a que se destina, condições que permitem boa audição
as pessoas nele presentes;
2. Som: toda e qualquer vibração ou onda mecânica que se propaga num
meio dotado de forças internas (P. Ex.: elástico, viscoso, etc.), capaz
de produzir uma sensação auditiva;
3. Ruído: mistura de sons cujas freqüências não seguem nenhuma lei
precisa e que diferem entre si por valores imperceptíveis ao ouvido
humano;
4. Ruído aéreo e som aéreo: ruído ou som produzido e transmitido
através do ar (P. Ex.: buzinas, vozes, auto-falantes, etc.);
5. Tempo de reverberação: tempo necessário para que um som deixe de
ser ouvido, após a extinção da fonte sonora, é expresso em segundos.
O tempo de reverberação é medido como o tempo necessário para que
o som sofra um decréscimo de intensidade de 60 dB.
Ainda segundo a Norma para o tratamento acústico destinado ao conforto
humano, é necessário o conhecimento de valores das condições locais, em função do
conjunto de condições do recinto, a saber:
a) Nível de som exterior em dB;
b) Nível de som do recinto em dB (em função do gênero de atividade do
recinto);
c) Planta de situação do imóvel onde se acha o recinto a ser tratado;
d) Plantas e cortes longitudinais e transversais do recinto;
e) Especificações dos materiais empregados no recinto: de construções (P.
ex.: pisos e paredes, etc) e de utilização (mesas, poltronas, cortinas, etc.).
106
Embora a norma esteja relacionada ao tratamento acústico, a coleta destas
informações é importante para a composição de uma avaliação de ruído, pois
promove uma caracterização do espaço de medição dando base a formulação de
soluções.
Outro dado que pode ser extraído da norma é a apresentação do valor de
isolamento acústico de diversos materiais. O isolamento acústico é feito através do
uso adequado de materiais capazes de permitir a necessária impermeabilidade
acústica, previamente fixada. Na tabela seguinte apresentamos alguns desses dados:
Tabela 12: Valor do isolamento acústico de diversos materiais
Material Isolamento acústico (500 Hz) dB
Vidro de janela, esp.: 2 a 4 mm 20 a 24
Vidro grosso, esp.: 4 a 6 mm 26 a 32
Vidro de fundição, esp.: 3 a 4 mm (placa) 24
Vidro de fundição, esp.: 4 a 6 mm duas
placas com camada de ar intermediária
36
Fonte: NBR 12179
6.1.5 NBR 10821
Com título de “Caixilho para edificação Janela” e publicada em 30 de
agosto de 2000, fixa as condições exigíveis de desempenho de caixilhos de
edificações para uso residencial e comercial. “Não se aplica aos caixilhos usados em
edificações que, pela sua forma, localização, utilização ou grau de sofisticação,
possam ser considerados especiais e objeto de normas específicas”. (NBR 10821)
Segundo a norma o caixilho a ser utilizado nas prováveis condições de nível
de ruído medido pela pesquisa e de acordo com o tipo, condições de uso do
ambiente e ações sonoras externas, deve ter uma atenuação sonora que apresenta o
valor de Classe de Transmissão Sonora (CTS) dentro dos intervalos indicados na
Tabela 13 em negrito, para as condições de exposição moderadas (10<CTS20) e
acentuadas (30<CTS40).
Este intervalo foi definido pela interpretação das seguintes condições
indicadas pela norma:
Condição baixa de tolerância ao ruído - pode ser admitida nos casos em
que a expectativa dos usuários aos ruídos externos no ambiente é
baixa, por exemplo, dormitórios e salas de estar;
107
Condição moderada de exposição da edificação ao ruído externo
exposição a ruídos com níveis de intensidade moderados, entre 45 dB
(A) e 65 dB (A), com predominância de espectros amplos e sem
freqüências discretas e com baixo conteúdo de informação, como por
exemplo, trânsito de veículos leves;
Condição acentuada de exposição da edificação ao ruído externo -
exposição a ruídos com níveis de intensidade altos, entre 65 dB(A) e 85
dB(A) com predominância de espectros amplos, com eventual
ocorrência de freqüências discretas e moderado conteúdo de
informações, por exemplo, ruído em vias com trânsito intenso de
veículos.
Tabela 13: Tabela de avaliação de Classe de Transmissão Sonora
Condições de tolerância ao ruído
Condições de
exposição ao
ruído
Nível
de
ruído
dB (A)
Alta
Média
Baixa
Nula
Naturais/ocasionais
Incipientes
Moderadas
Acentuadas
Críticas
-
< 45
45 a 65
65 a 85
> 85
CTS 10
CTS 10
CTS 10
10 < CTS 20
20 < CTS 30
CTS 10
CTS 10
10 < CTS 20
20 < CTS 30
30 < CTS 40
CTS 10
CTS 10
10 < CTS 20
30 < CTS 40
40 < CTS
40 < CTS
40 < CTS
40 < CTS
40 < CTS
40 < CTS
Fonte: NBR 10821
6.1.6 NBR 10829
Com título “Caixilho para edificação - Janela - Medição da atenuação
acústica” prescreve o método de medição de campo de isolamento sonoro de
caixilhos, janelas, de fachadas em edificações e o isolamento sonoro entre um
recinto e o meio externo, proporcionado por um vedo de fachada, ou seja, um ou
mais caixilhos.
A norma estabelece definições relacionadas aos termos técnicos, fenômenos
medidos e componentes do espaço. Especifica a aparelhagem a ser utilizada nas
medições. Detalha o processo de execução do ensaio que para a pesquisa objetiva a
determinação do isolamento sonoro entre um recinto e meio externo, quando o seu
108
vedo de fachada for um caixilho (janela), e finalmente, descreve o modelo de
relatório a ser produzido com base nos resultados do ensaio.
O princípio básico de medição proposto pela norma é que:
[...] os valores de isolamento sonoro são determinados por este
método basicamente como uma diferença entre o nível de ruído que
ocorre externamente ao edifício e o concomitante nível deste mesmo
ruído que se estabelece no recinto mediante intrusão através dos
seus vedos de fachada.
6.1.7 NBR 11957
Com título de “Reverberação - Análise do tempo de reverberação em
auditórios” e publicada em 01 de novembro de 1988, “prescreve método de medição
do tempo de reverberação em auditório pela descrição da taxa de ocupação, de
método de medida, do equipamento necessário, e do método de apresentação e
avaliação dos dados obtidos na presente análise”.
Esta norma define dados para a realização do ensaio de tempo de
reverberação, que muito embora seja específica para a aplicação em auditórios, pode
ser utilizada como meio de obtenção de dados em ensaios realizados em quartos ou
enfermarias de hospitais.
6.1.8 Projeto da norma de desempenho
Atualmente está em discussão um conjunto de normas de desempenho para
edificações (edifícios habitacionais) de até 5 pavimentos. Esta discussão é
coordenada pela “Comissão de Estudos Desempenho de Edificações” (CE-
02:136.01) e foi iniciada com financiamento da Caixa Econômica Federal através da
FINEP, possibilitando ao COBRACON a reunião de um conjunto de especialistas para
a produção de uma documentação de referência, contando com a participação de
diversas entidades: SINDUSCON-SP, SECOVI-SP, IPT, ABCP, universidades, dentre
outras. No estágio atual de desenvolvimento a comissão estuda os projetos de
norma de desempenho e recebe sugestões para poder planejar as reuniões plenárias
que irão definir o conjunto de normas que vai descrever qual é o comportamento em
uso esperado para edificações de até 5 pavimentos. (COBRACON, 2005)
Segundo texto do Projeto as normas de desempenho são estabelecidas
buscando atender exigências dos usuários, que, no caso desta norma, referem-se a
sistemas que compõem edifícios habitacionais de até cinco pavimentos,
independentemente dos seus materiais constituintes e do sistema construtivo
utilizado.
109
O foco está nas exigências dos usuários para o edifício habitacional e seus
sistemas, quanto ao seu comportamento em uso e não na prescrição de como os
sistemas são construídos.
A forma de estabelecimento do desempenho é comum e internacionalmnete
pensada por meio da definição de requisitos (qualitativos), critérios (quantitativos ou
premissas) e métodos de avaliação, os quais sempre permitem a mensuração clara
do seu cumprimento.
As normas, assim elaboradas, visam de um lado incentivar e balizar o
desenvolvimento tecnológico e, de outro, orientar a avaliação da eficiência técnica e
econômica das inovações tecnológicas.
Normas de desempenho traduzem as exigências dos usuários em requisitos
e critérios, e não substituem as normas prescritivas, todavia são complementares a
estas últimas. Por sua vez, as normas prescritivas estabelecem requisitos com base
no uso consagrado de produtos ou procedimentos, buscando o atendimento às
exigências dos usuários de forma indireta.
A abordagem desta Norma explora conceitos que muitas vezes não são
considerados em normas prescritivas específicas como, por exemplo, a durabilidade
dos sistemas, a manutenabilidade da edificação, o conforto tátil e antropodinâmico
dos usuários.
A inter-relação entre normas de desempenho e normas prescritivas deve
possibilitar o atendimento às exigências do usuário, com soluções tecnicamente
adequadas e economicamente viáveis. Portanto esta norma de desempenho e as
normas prescritivas são simultaneamente utilizadas, ou melhor, devem ser atendidos
todos os requisitos e critérios desta norma e ao mesmo tempo todas as prescrições
contidas nas normas prescritivas, quando disponíveis.
Todas as disposições contidas nesta Norma são aplicáveis aos sistemas que
compõem edifícios habitacionais de até cinco pavimentos, projetados, construídos,
operados e submetidos a intervenções de manutenção que atendam às instruções
específicas do respectivo manual de operação, uso e manutenção. Requisitos e
critérios particularmente aplicáveis a determinado sistema são tratados
separadamente em cada Parte desta Norma.
Este Projeto de Norma, sob o título geral de Edifícios habitacionais de até
cinco pavimentos – Desempenho, é constituída pelas seguintes partes:
Parte 1: Requisitos gerais
Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais
Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos internos
110
Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas
Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas
Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários
A Parte 1 se refere às exigências dos usuários e aos requisitos gerais
comuns aos diferentes sistemas, estabelecendo as diversas interações e
interferências entre estes. Tem por princípios os seguintes itens:
Esta Norma estabelece os requisitos e critérios de desempenho que se
aplicam ao edifício habitacional de até cinco pavimentos, como um todo
integrado, e que podem ser avaliados de forma isolada para um ou
mais sistemas específicos;
Pode ser utilizada como um procedimento de avaliação do desempenho
de Sistemas Construtivos;
Os requisitos e critérios estabelecidos nesta Norma podem ser
aplicados para edifícios habitacionais ou sistemas, com mais de cinco
pavimentos, excetuados aqueles que dependem diretamente da altura
do edifício habitacional;
Não se aplica a obras concluídas, ou em andamento, até a data da
entrada em vigor desta Norma, nem a projetos protocolados nos
órgãos competentes aseis meses após a data da entrada em vigor
desta Norma. Também não se aplica as obras de reformas, nem “de
retrofit”.
A Parte 4 se refere aos sistemas de vedações verticais internas e externas.
Estes sistemas integram-se, além da volumetria e da compartimentação dos espaços
internos do imóvel, de forma muito estreita aos demais elementos da construção,
recebendo influências e influenciando o desempenho do edifício habitacional.
As vedações verticais exercem ainda importantíssimas funções de
estanqueidade à água, isolação térmica e acústica, capacidade de fixação de peças
suspensas, compartimentação em casos de incêndios, e semelhantes. Os princípios
aplicados a esta parte são:
Estabelece os requisitos para a avaliação de desempenho de sistemas
de vedações verticais externas e internas (SVVIE), de edifícios
habitacionais de até 5 pavimentos ou de sistemas construtivos;
111
Os requisitos e critérios estabelecidos nesta Norma podem ser
aplicados para edifícios habitacionais ou sistemas com mais de 5
pavimentos, excetuados aqueles que dependem diretamente da altura
do edifício habitacional.
6.2 Normas ISO
A International Standards Organization (ISO) é uma rede de trabalho de
institutos de normalização nacionais de 157 países, com um membro por país. Tem
escritório central localizado em Genebra na Suíça aonde são coordenadas às ações.
(ISO, 2006)
A ISO é uma organização não governamental: seus membros não são, como
no caso das Nações Unidas, delegações de governos nacionais. Desse modo a ISO
ocupa uma posição especial em relação aos setores público e privado. Isto é
explicado, por um lado, pela situação em que muitos institutos membros são
constituintes da estrutura governamental dos seus países, ou são mantidos pelo
governo. Por outro lado, outros membros têm suas raízes unicamente no setor
privado, tendo como parceiras associações relacionadas ao setor industrial. (ISO,
2006)
Desse modo a ISO está apta a agir como uma organização de interação em
que um consenso pode abranger soluções encontradas em ambos os setores, do
setor de negócios e das necessidades da sociedade, tais como as relacionadas a
grupos de negócios, consumidores e usuários. (ISO, 2006)
6.2.1 ISO 6241
Com título “Performance Standards in Buildings Principles for their
preparation and factors to be considered” (Normas de desempenho para edifícios
princípios de elaboração e fatores a serem considerados) e publicada em maio de
1984, atualmente está em fase de revisão. Esta norma determina princípios gerais
para a elaboração de normas de desempenho aplicadas a edifícios. Ela complementa
a ISO 6240
32
com uma lista de fatores a serem considerados em normas de
desempenho.
Tem como principal objetivo subsidiar comitês de normalização relacionados
ao desempenho de edifícios e suas partes, além de espaços internos e externos aos
edifícios. A norma visa:
32
Performance standards in building -- Contents and presentation
112
a) Fornecer dados para a elaboração de normas de desempenho;
b) Servir de base de consulta para a elaboração de normas específicas.
Para o propósito desta norma são apresentadas as seguintes definições:
1. Usuário: pessoa, animal ou objeto, ao qual o edifício é designado a
acomodar;
2. Agente: quaisquer ações sobre o edifício ou sobre suas partes;
3. Necessidade do usuário: declaração de requisitos a serem preenchidos
pelo edifício;
4. Performance: desempenho de um produto relacionado ao uso, podendo
ser um edifício, bem como uma de suas partes;
5. Requisitos de desempenho: são os requisitos do usuário expressos em
termos de desempenho do produto;
6. Subsistemas do edifício: parte de um edifício que atende a uma ou
muitas necessidades funcionais para atingir os requisitos dos usuários;
7. Componente: produto manufaturado e/ou com o objetivo de atender
a funções específicas;
8. Elementos: reunião de componentes utilizados em conjunto dentro do
edifício.
Como um dos subsídios à elaboração de normas de desempenho, a ISO
6241 define as exigências dos usuários relacionadas ao uso dos edifícios:
1. Estabilidade;
2. Segurança contra Fogo;
3. Segurança em uso;
4. Estanqueidade;
5. Higrotermia;
6. Pureza do ar e Qualidade;
7. Conforto Acústico;
8. Conforto Visual;
9. Conforto Táctil;
113
10. Conforto antropodinâmico (ergonomia);
11. Higiene;
12. Conveniência de espaços para usos específicos;
13. Durabilidade;
14. Economia (custos).
O item conforto acústico é determinado pelo controle do ruído interno e
externo, inteligibilidade do som e tempo de reverberação admissível. Apresentamos
os outros itens nos anexos.
6.2.2 ISO 140-5
Esta parte da ISO 140 que tem título de “Acoustics - Measurement of sound
insulation in buildings and of building elements - Part 5: field measurements of
airborne sound insulation of façade elements and façades” (Acústica medição de
isolamento sonoro em edifícios e de seus elementos Parte 5: medições de campo
de isolamento de som aéreo de fachadas e seus elementos), publicada em 1998
especifica todos de medição de campo para determinação das propriedades de
isolamento sonoro de fachadas em condições acústicas particulares, objetivando a
determinação da proteção proporcionada pela fachada para seus usuários.
São determinadas duas séries de métodos para a medição de isolamento de
som aéreo proporcionado por elementos de fachada. Os métodos de elemento
objetivam calcular o índice de redução sonoro de um elemento de fachada como, por
exemplo, de uma janela. O método de elemento mais preciso usa um alto-falante
como som de fonte artificial. Outros métodos de elemento menos precisos usam
ruído do tráfego disponível. Por outro lado, os métodos globais objetivam calcular a
diferença de nível de som externo e interno sob condições específicas de tráfego.
(ISO 140-5, 1998)
6.3 Normas ASTM International
Originalmente conhecida como American Society for Testing and Materials a
ASTM International é uma das maiores organizações de desenvolvimento de normas
no mundo. Constituindo-se como fonte de padrões técnicos para materiais, produtos,
sistemas e serviços. Conhecida pela sua qualidade técnica e relevância no mercado,
114
as normas ASTM tem um importante na formação de manuais de projeto,
manufatura e comércio na economia global. (ASTM, 2006)
Normas desenvolvidas pela ASTM o resultantes do trabalho de
aproximadamente 30.000 membros. Estes especialistas técnicos representam
produtores, usuários, consumidores, governos e academias de mais de 100 países. A
participação na ASTM International está aberta à participação, com material de
interesse em qualquer lugar do mundo. (ASTM, 2006)
6.3.1 ASTM E 966
Com título de “Field Measurements of airborne sound insulation of building
facades and facades elements (Medições de campo de isolamento de sons aéreos de
fachadas e elementos de fachada de edifícios)”, a edição corrente foi publicada em
abril de 2004. Esta norma relaciona os procedimentos para medição de nível de
redução sonoro ou perda de transmissão sonora de uma fachada instalada num
edifício ou elemento de fachada especificada em bandas de freqüências específicas.
Estes valores podem ser utilizados separadamente para a predição dos níveis de
ruído interiores, sendo que combinados com outros procedimentos descritos em
outras normas, podem ser estimadas as propriedades de isolamento sonoro de
elementos de teste em campo.
O elemento de fachada pode estar localizado na parede exterior de uma sala
de um edifício ou numa porção de parede tal como uma porta ou janela,
considerando que a composição própria da parede garante um isolamento sonoro
suficientemente maior do que o objeto de teste.
Para abranger uma variedade de geometrias de teste comumente
encontradas, são apresentadas técnicas de medição diferenciadas.
Esta norma pode ser utilizada para a determinação do nível de redução
sonoro externo e interno, resultante da diferença de pressão sonora entre um campo
sonoro externo específico e o nível de pressão sonora no espaço confinado pela
fachada ou elemento de fachada. O campo sonoro externo e sua medição devem ser
descritos. OS valores resultantes da redução sonora ou da perda de transmissão
dependerão da geometria do campo sonoro externo e do ponto em que estas
medições são feitas.
6.3.2 ASTM E 1332
Com título de “Determination of Outdoor-Indoor Transmission Class
(Determinação de Classe de Transmissão Externa-Interna)”, esta edição foi publicada
em outubro de 2003. Esta norma especifica um número único de avaliação que pode
ser usado para a comparação entre projetos de fachadas de edifícios, incluindo
115
paredes, portas, janelas e a combinação deles. Esta avaliação é elaborada em
correlação com impressões subjetivas das habilidades de elementos do edifício na
redução do ruído de fundo e ruído transportado pelo ar.
A norma é parte de um conjunto de avaliações para propriedades de
isolamento sonoro de materiais, elementos de edifícios e estruturas. É baseado na
redução em ponderação em “A” para uma fonte de ruído transportada.
6.3.3 ASTM E 2235
Com título de “Detemination of Decay Rates for Use in Sound Insulation Test
Methods (Determinação da razão de decaimento para uso em métodos de teste de
isolamento sonoro), esta edição foi publicada em abril de 2004 cobre as medições de
razão de decaimento em salas e o cálculo da absorção sonora de uma sala e seu
conteúdo.
Este todo de teste é parte de um conjunto de todos usados para
avaliação das propriedades de isolamento sonoro de elementos de edifícios. É
direcionado para o uso em conjunção com métodos para medição de transmissão do
som através de uma partição ou elemento de partição em laboratório ou em edifício.
Estes métodos incluem medições de laboratório de perda de transmissão de som
aéreo em partes de edifícios e elementos.
116
7 LEGISLAÇÃO
A legislação federal que aborda a questão do controle da poluição sonora e
desempenho acústico de materiais e sistemas construtivos é constituída na sua maior
parte pelo Código de Defesa do Consumidor, pelas resoluções emitidas pelo Conselho
Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e mais especificamente em relação a
Hospitais, pela RDC nº. 50 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Uma das principais atribuições do CONAMA é estabelecer normas, critérios e
padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente, com
vistas ao uso racional dos recursos ambientais. (CONAMA, 2005)
A finalidade institucional da ANVISA é promover a proteção da saúde da
população por intermédio do controle sanitário da produção e da comercialização de
produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária, inclusive dos ambientes, dos
processos, dos insumos e das tecnologias a eles relacionados. (ANVISA, 2005)
A legislação municipal relacionada ao controle de ruído e desempenho do
ambiente, é composta pelo Código de Obras e Edificações do Município de São Paulo
e um conjunto de leis que visam combater o problema da poluição sonora.
Em relação à legislação estadual referente ao assunto, não encontramos
material que aborde as questões relacionadas à poluição sonora, ruído de tráfego de
veículos ou desempenho acústico das edificações.
7.1 Legislação federal
7.1.1 Código de Defesa do Consumidor
Estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e
de interesse social. Foi estabelecido pela Lei nº. 8078, de 11 de setembro de 1990,
afirma no artigo 39 parágrafo VIII que:
É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços colocar no mercado
de consumo, qualquer produto ou serviço em desacordo com as
normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes ou, se normas
específicas não existirem, pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (CONMETRO). (Lei
nº. 8078, 1990)
117
O código define: “[...] produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material
ou imaterial, e serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,
mediante remuneração” (Lei nº. 8078, 1990). Assim, as construções podem ser
definidas como produtos do serviço realizado pela arquitetura e engenharia civil, logo
os profissionais ligados a estas áreas estão sujeitos às condições impostas pelo
Código de Defesa do Consumidor, bem como suas penalidades, no caso da não
observância das Normas da ABNT.
7.1.2 RDC nº. 50 de 21 de fevereiro de 2002 - ANVISA
A RDC n º 50 (Resolução de Diretoria Colegiada) é um “[...] Regulamento
Técnico destinado ao planejamento, programação, elaboração, avaliação e
aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde” (RDC .
50, 2002), desta forma, ainda segundo a resolução:
Todos os projetos de estabelecimentos assistenciais de saúde - EAS
deverão obrigatoriamente ser elaborados em conformidade com as
disposições desta norma. Devem ainda atender a todas outras
prescrições pertinentes ao objeto desta norma estabelecidas em
códigos, leis, decretos, portarias e normas federais, estaduais e
municipais, inclusive normas de concessionárias de serviços públicos.
Devem ser sempre consideradas as últimas edições ou substitutivas
de todas as legislações ou normas utilizadas ou citadas neste
documento.
Embora haja uma hierarquia entre as três esferas, o profissional que
elaborará o projeto de um EAS (Estabelecimento Assistencial de Saúde)
33
deve
considerar a prescrição mais rígida, que pode não ser a do órgão de hierarquia
superior. (RDC nº. 50, 2002)
A Resolução define o hospital como:
[...] o estabelecimento de saúde dotado de internação, meios
diagnósticos e terapêuticos, com o objetivo de prestar assistência
médica curativa e de reabilitação, podendo dispor de atividades de
prevenção, assistência ambulatorial, atendimento de urgência e
emergência e de ensino e pesquisa.
Considerando o controle das condições ambientais por um EAS, são
definidas duas abordagens, a endógena que “[...] considera o edifício em sua
finalidade de criar condições desejáveis de salubridade através do distanciamento
33
[...] denominação dada a qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde à
população, que demande o acesso de pacientes, em regime de internação ou não, qualquer que seja
o seu nível de complexidade. (RDC nº 50, 2002, pág 138)
118
das pessoas das variáveis ambientais externas [...]” (RDC nº. 50, 2002), e a exógena
que “[...] observa os impactos causados pelas construções no meio ambiente externo
alterando, de forma positiva ou negativa, suas condições climáticas naturais”. (RDC
nº. 50, 2002)
Uma análise da abordagem endógena proposta pela resolução esclarece que
o espaço interno de um hospital deva estar isolado das condicionantes climáticas do
sítio do edifício, premissa que pode ser reforçada pela localização comum dos EAS
nas grandes metrópoles, locais que normalmente sofrem com diversos tipos de
poluição, mas precisamente a poluição do ar e a poluição sonora, esta gerada
principalmente pelo tráfego urbano intenso de veículos.
Segundo a resolução As decisões de projeto dos EAS devem preocupar-se
em atender sua dimensão endógena sem acarretar interferências negativas nas
características ambientais de seu entorno.” (RDC nº. 50, 2002) assim, prevê que na
constituição do EAS, o projeto deve buscar o mínimo de impacto ambiental ao sítio
de implantação do edifício, procurando não alterar suas condições climáticas, a
resolução afirma ainda que:
A dimensão endógena dos sistemas de controle ambiental dos
edifícios está amparada por normas cnicas e de higiene e
segurança do trabalho. A dimensão exógena dos referidos sistemas
é contemplada por alguns instrumentos legais, como os Códigos de
Obras e Posturas da maioria dos municípios brasileiros, que
estabelecem limites à implantação de edifícios (atividades permitidas
e proibidas, normas de construção e de aproveitamento do lote,
etc.) e abordam as relações dos prédios com a realidade climática
local. (RDC nº 50, 2002)
Para a caracterização do controle das condições de conforto ambiental dos
EAS, fez-se uma inter-relação entre as condições indicadas de conforto
(higrotérmico, qualidade do ar, acústico e luminoso) e os ambientes com as
atividades específicas que desempenham. (RDC nº. 50, 2002)
Em relação ao conforto acústico a resolução afirma que:
uma série de princípios arquitetônicos gerais para controle
acústico nos ambientes, de sons produzidos externamente. Todos
agem no sentido de isolar as pessoas da fonte de ruído, a partir de
limites de seus níveis estabelecidos por normas brasileiras e
internacionais. As normas para controle acústico a seguir devem ser
observadas por todos EAS. (RDC nº. 50, 2002)
119
Desta forma são indicadas duas Normas da ABNT que devem ser adotadas e
observadas na implantação e construção dos EAS, a NBR 10152 - Níveis de ruído
para conforto acústico e a NBR 12179 - Tratamento acústico em recintos fechados.
Segundo a resolução, se faz necessário identificar os ambientes, as
atividades desenvolvidas, os equipamentos utilizados e os usuários para que se
possa determinar com melhor exatidão as condições mais indicadas de conforto
acústico. (RDC nº. 50, 2002)
Após interpretação da RDC nº. 50 podemos aferir que as enfermarias,
objeto da nossa pesquisa, se enquadram na categoria de “Ambientes funcionais dos
EAS que demandam sistemas comuns de controle das condições ambientais
acústicas” (RDC nº. 50), desta forma esses ambientes não necessitam de condições
especiais de níveis de ruído e também não o produzem de forma considerável,
também não precisam de barreiras e nem de isolamento sonoro especial (por
condições especiais entendemos ambientes que precisam de tratamento acústico
diferenciado para a realização de atividades específicas ou que demandem um
controle sobre o nível de ruído produzido), no entanto, a resolução determina que
seja observado o Código de Obras local, caso venha ser indicada alguma questão
mais específica.
7.1.3 Resolução nº. 001 de 8 de março de 1990
Esta resolução estabelece normas a serem obedecidas, no interesse da
saúde, no tocante à emissão de ruídos em decorrência de quaisquer atividades.
Inclui o problema do ruído como estando sujeito ao Controle da Poluição do Meio
Ambiente e o considera como problema dos grandes centros urbanos pretendendo
estabelecer critérios e padrões no estabelecimento de Normas que possam abranger
todo o território nacional.
A Norma estabelecida como padrão para os níveis aceitáveis de ruído para
áreas habitadas é a NBR 10152. As medições são referenciadas pela Norma NBR
10151. O nível de emissão dos ruídos produzidos por veículos automotores deve
obedecer às normas expedidas pelo Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN).
No entanto, Estados e Municípios, podem fixar limites inferiores aos
estabelecidos pelo CONAMA visando maior conforto acústico. Por outro lado, não
podem estabelecer limites superiores, ou seja, mais flexíveis, do que aqueles
estabelecidos pela norma federal.
Esta resolução também visa outorgar controle de caráter policial as
autoridades competentes sobre a emissão de ruído que possa comprometer a
preservação da saúde.
120
7.1.4 Resolução nº. 272 de 14 de setembro de 2000
Esta resolução visa “[...] Estabelecer, para os veículos automotores
nacionais e importados, fabricados a partir da data da publicação desta Resolução,
exceto motocicletas, motonetas, ciclomotores, bicicletas com motor auxiliar e
veículos assemelhados, limites máximos de ruído com os veículos em aceleração”.
Considera que [...] os veículos rodoviários automotores são uma das
principais fontes de ruído no meio ambiente [...]” e que “[...] a utilização de
tecnologias adequadas e conhecidas permite atender às necessidades de controle da
poluição sonora [...]”. Além disto, estabelece prazos para que todos os veículos
mencionados na legislação se enquadrem nos padrões estabelecidos. Para os
veículos nacionais esta data esta definida para 1º de janeiro de 2006.
7.2 Legislação municipal
7.2.1 Lei nº 13.430, 13 de setembro de 2002
Institui o Plano Diretor Estratégico e o Sistema de Planejamento e Gestão do
Desenvolvimento Urbano do Município de São Paulo. O Plano Diretor Estratégico é
instrumento global e estratégico da política de desenvolvimento urbano,
determinante para todos os agentes públicos e privados que atuam no Município.
(Lei nº 13.430, 2002).
Destacamos como um dos objetivos gerais do plano, proporcionar melhora
na qualidade de vida da população, particularmente no que se refere à saúde, à
educão, à cultura, às condições habitacionais, à infra-estrutura e aos serviços
públicos, de forma a promover a inclusão social, reduzindo as desigualdades que
atingem diferentes camadas da população e regiões da Cidade;
No artigo 35 são propostas ações estratégicas no campo da Saúde, dentre
elas citamos a promoção da melhoria da saúde ambiental da Cidade, no âmbito do
controle da qualidade do ar e dos níveis de ruído nos locais pertinentes.
No artigo 57 são descritas ações estratégicas para a gestão da Política
Ambiental, em relação ao problema do ruído urbano, destacamos: controlar as fontes
de poluição sonora, criar instrumentos para controlar o ruído difuso, desenvolver
campanhas para esclarecer a população quanto à emissão de ruídos.
O artigo 182 afirma que a legislação reguladora básica que disciplina e
ordena o parcelamento, uso e ocupação do solo para todo o Município e os Planos
121
Regionais, tendo em vista o cumprimento da sua função social, estabelecerão, para
todos os imóveis, normas relativas a condições de conforto ambiental.
7.2.2 Lei nº. 13.885, 25 de agosto de 2004
Conhecida como “Lei de uso e ocupação do solo” estabelece normas
complementares ao Plano Diretor Estratégico, institui os Planos Regionais
Estratégicos das Subprefeituras, dispõe sobre o parcelamento, disciplina e ordena o
Uso e Ocupação do Solo do Município de São Paulo. (Lei nº. 13.885, 2004)
No artigo 174 determina que a instalação de usos residenciais e não
residenciais e a construção de edificações no território do Município deverão atender
as disposições quanto à emissão do ruído.
O artigo 177 promove a definição dos parâmetros de incomodidade para
usos nR referidos no inciso I do artigo 174 e para usos, tem como objetivo assegurar
que quanto à emissão de ruído:
a) nas ZER (Zonas Exclusivamente Residenciais), ZCLz - I (Zona de
Centralidade Linear) e ZCLz - II, os níveis de ruído emitidos, durante o período
diurno, não prejudiquem a comunicação falada, não perturbem as atividades
domésticas normais e, durante o período noturno, não provoquem o despertar ou
dificultem o adormecer.
b) na ZM (Zona Mista), os níveis de ruído emitidos, durante o período
diurno, não perturbem as atividades domésticas normais e, durante o período
noturno, não provoquem o despertar ou dificultem o adormecer, de acordo com os
parâmetros estabelecidos nos Quadros anexos.
c) na ZPI (Zona Predominantemente Industrial) e nas ZCP (Zona de
Centralidade Polar) e ZCL, os níveis de desconforto acústico sejam toleráveis em
ambos os períodos, diurno e noturno, de acordo com os parâmetros estabelecidos
nos Quadros anexos.
Para as ZEIS (Zonas especiais de Interesse Social) a Lei determina que
devam ser observados os seguintes parâmetros de ruído: no máximo 65 dB no
período entre 7:00 e 22:00 horas e no máximo 45 dB no período entre 22:00 e 7:00
horas.
Adota-se como norma básica a ser utilizada para a avaliação do ruído a NBR
10.151 - "Acústica - Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da
comunidade - Procedimento", ou outra que vier a substituí-la ou sucedê-la.
122
7.2.3 Lei nº. 11.804
Esta Lei “[...] Dispõe sobre avaliação da aceitabilidade de ruídos na Cidade
de São Paulo, visando o conforto da comunidade, revoga a Lei n. 8.106, de 30 de
agosto de 1974 e seu Decreto Regulamentar nº. 11.467, de 30 de outubro de 1974”.
(Lei nº. 11.804, 1995)
No seu artigo um estabelece a limitação da emissão de sons e ruídos para
assegurar a melhoria da qualidade de vida e do meio ambiente, com a
implementação do controle da poluição sonora.
Alguns artigos fazem referências a NBR 10151. O artigo dois afirma que é
prejudicial a saúde emissões de ruído superiores aos indicados, o parágrafo único
deste artigo declara que o método de medição do ruído é o que está descrito pela
Norma. No artigo cinco são estabelecidas penalidades a não observância do que é
disposto na NBR 10151.
7.2.4 Lei nº. 11.780
Esta Lei “[...] Dispõe sobre as obrigações do Poder Público Municipal e dos
proprietários ou incorporadores de edificações, no controle da poluição sonora do
Município de São Paulo, e dá outras providências”. (Lei nº. 11.780, 1995)
No seu artigo um parágrafo 1º, considera normal o agravamento
permanente da poluição sonora por aumento do número de agentes emissores de
sons e ruídos até os limites de 71 dB(A) para o período diurno (6:00-22:00) e de 59
db(A) para o período noturno (22:00-6:00).
No artigo dois responsabiliza os proprietários ou incorporadores de novas
edificações pela proteção dos usuários contra a poluição sonora do local, isto pode
ser considerado como um reflexo do que foi instituído pelo Código de Defesa do
Consumidor.
O artigo três determina que os parâmetros para condições de proteção dos
usuários contra a poluição sonora são referenciados pela Norma NBR 10152.
O artigo quatro diz que poderá ser exigido laudo técnico para aprovação da
construção da edificação, sendo que no parágrafo temos como obrigatório a
formulação de um laudo técnico para instituições de tratamento de saúde.
A Secretaria Municipal de Habitação, através da Secretaria da Habitação e
Desenvolvimento Urbano (SEHAB) e do seu Departamento de Aprovação de
Edificações (Aprov) que possui cinco divisões, cada uma responsável por um tipo de
edificação, classifica os hospitais como edificações que fazem prestação de serviços
de saúde.
123
Para a aprovação de projetos de edifícios hospitalares o Aprov 2 (divisão
responsável por estes projetos) exige a apresentação do Relatório de Impacto de
Vizinhança (RIV), onde no subitem a do item III, cita a apresentação de dados sobre
a produção e nível de ruído (Secretaria Municipal de Habitação, 2005).
7.2.5 Lei nº. 11.501
Dispõe sobre o controle e a fiscalização das atividades que gerem poluição
sonora; impõe penalidades, e dá outras providências. (Lei nº. 11.501, 1994)
Esta lei regulamenta o controle de ruído em ambientes específicos e no
artigo determina: “Fica proibida a emissão de ruídos, produzidos por quaisquer
meios ou de quaisquer espécies, com níveis superiores aos determinados pela
legislação Federal, Estadual ou Municipal, vigorando a mais restritiva”.
7.3 Conclusões
Na avaliação da legislação federal, mais especificamente o Código de Defesa
do consumidor, verificamos a caracterização do edifício como produto de serviço e
desta forma, sujeito as Normas da ABNT que visam a qualidade dos serviços e
produtos do setor construtivo.
As resoluções do CONAMA estabelecem como padrão regulador da emissão
de ruídos em quaisquer atividades a Normas relativas da ABNT (10151 e 10152).
O Plano Diretor da Cidade de São Paulo define estratégias para a promoção
da melhoria da qualidade de vida da população, buscando garantir o conforto
ambiental. Através da Lei de Uso e Ocupação do Solo são confirmadas as Normas da
ABNT como parâmetros para proteção da população, face o ruído urbano.
Pela análise feita, podemos concluir que as Normas da ABNT, notadamente
as NBR 10151 e 10152 já estão inclusas em peças legais, definindo estas normas
como parâmetro de aceitação de ruído externo e interno. No entanto, questionamos
se estes parâmetros estão sendo realmente exigidos pelo poder público e se na
avaliação do desempenho acústico pretendido por esta pesquisa, encontraremos
níveis condizentes com os que estão descritos nas Normas.
124
8 DESEMPENHO DA EDIFICAÇÃO
O termo “desempenho” é utilizado na construção civil para expressar o
comportamento de um produto quando em utilização. É usado também para
explicitar o fato de que um produto deve apresentar determinadas características
que o capacitem para cumprir os objetivos e funções para os quais foi projetado e
produzido, isto quando submetido a determinadas condições de uso.
Souza (1978) afirma que “[...] o desempenho técnico caracteriza o edifício
como um produto definido que possua requisitos de habitabilidade e economia,
dentre outros, que satisfaçam as necessidades do usuário. A finalidade precípua do
edifício é satisfazer as exigências humanas”.
O conceito de desempenho é aplicado tanto a edificação como um todo,
como também as suas partes, isto é, seus subsistemas (fundações e estruturas,
vedações verticais e horizontais, instalações hidráulicas e elétricas, etc), aos seus
componentes (portas, janelas, divisórias internas, etc) e aos materiais constituintes.
(SOUZA, 1978)
Assim, a abordagem de desempenho é definida como "a aplicação de uma
rigorosa análise e de método científico ao estudo do funcionamento de edifícios e
suas partes" (SILVA, 1996)
A principio, as edificações e suas partes, enquanto produtos estão sujeitas a
uma grande variedade de ações devidas aos fenômenos de origem natural, à
utilização do próprio edifício e mesmo decorrentes de sua concepção. (SOUZA, 1995)
Nas ações de origem natural estão incluídas as ações do vento, da radiação
solar, da chuva, da umidade do ar, do calor, do frio, enfim, ações relacionadas ao
clima da região onde é construído o edifício. Com relação à utilização e concepção do
edifício distinguem-se as ações do fogo, das cargas permanentes, dos esforços de
manuseio, dos ruídos gerados interna e externamente, de impactos de uso, de
ataques químicos por produtos de limpeza dentre outras.
Maria Angélica Covelo Silva (1996) afirma que para o desenvolvimento
dessas formas de aplicação a abordagem de desempenho depende do conhecimento
de:
Necessidades dos usuários quanto a: segurança e uso, habitabilidade,
adequação ao uso, durabilidade e economia;
Contextualização: clima, localização, efeitos de ocupação e
conseqüências de projeto;
Comportamento em uso: propriedades ativas, propriedades estruturais
e mecânicas, propriedades de comportamento ao fogo, efeitos de
125
gases, líquidos e sólidos, propriedades térmicas, propriedades
acústicas, propriedades óticas e propriedades de reação ao uso;
Métodos de avaliação: ensaios de laboratório, ensaios em escala real,
cálculos e verificações e conformidade com o projeto.
Na análise desses fatores, insere-se a definição do programa, a identificação
das características dos sistemas e subsistemas da edificação para atender à
finalidade a que se destina. Para tanto há necessidade das seguintes considerações:
Definir com clareza requisitos de desempenho técnico para atender às
exigências dos usuários;
A aplicação do conceito de desempenho técnico (envolvendo materiais
e técnicas) das edificações, que por sua vez implica na definição de
algumas condições qualitativas dos requisitos de desempenho;
Quando os sistemas construtivos, compostos por componentes e
elementos de um edifício atendem aos requisitos de desempenho, ao
serem submetidos às condições de uso e exposição ao meio ambiente,
pode-se dizer que a edificação atende parcial ou totalmente às
exigências dos usuários e, portanto, apresenta qualidade.
8.1 Avaliação de desempenho
Ao longo dos anos com o desenvolvimento do conhecimento científico e
tecnologia aplicada à construção, foi desenvolvida uma metodologia de avaliação de
desempenho. Esta metodologia vem sendo aplicada no Brasil em diversas
pesquisas, é resumida pelos seguintes itens:
Definição das exigências humanas;
Estudo das condições de exposição;
Caracterização do componente;
Requisitos de desempenho: o que o componente deve possuir tendo
em vista atender as exigências humanas (qualitativas);
Critérios de desempenho: (quantificação dos requisitos) definindo níveis
que o componente deve atingir;
Métodos de ensaio: visando uma avaliação uniforme de desempenho;
126
Diagnóstico: avaliação dos dados e proposições de intervenções.
O primeiro aspecto a observar para o componente é a correta identificação
de sua função dentro do edifício decorrendo daí uma listagem de requisitos. São
requisitos de ordem qualitativa e expressam o que o componente possuir para
atender as exigências funcionais, de segurança, saúde, conforto, higiene,
durabilidade e economia. (SOUZA, 1978)
O passo seguinte corresponde a quantificação dos requisitos, ou seja, a
definição dos critérios de desempenho que expressam os níveis a serem atingidos
pelo componente. Para esta definição é necessário cruzar as exigências do usuário
com as condições de exposição a que está submetido o componente, que são tanto
as naturais (clima, intempéries) como as condições de uso (sobrecarga e cargas de
peso próprio, esforços de manuseio, tipo de circulação e ocupação, ataque químico
de produtos de limpeza, etc.) (SOUZA, 1978)
Para a definição do que e quanto deve o componente atender o
necessárias técnicas uniformizadas de avaliação (métodos de ensaios) para a
verificação do desempenho da componente como fator satisfatório perante os
critérios definidos. (SOUZA, 1978).
Para a pesquisa científica dois aspectos devem ser considerados quanto aos
métodos de ensaio para avaliação do desempenho:
Estabelecimento de um grau confiança e reprodutibilidade dos métodos
de ensaio. Sendo necessário para a posterior verificação por outros
pesquisadores, tornando os resultados da pesquisa passíveis de
comparação e avaliação;
Validade do ensaio, ou seja, a relação entre o desempenho do
componente no teste e seu desempenho na prática. Este fator tem
relação direta com os ensaios de laboratório, aonde são simuladas as
condições de uso do componente ou material.
Com a definição e atendimentos dos requisitos para determinação dos
métodos de ensaio a serem aplicados, passamos a etapa de realização dos ensaios.
Para a realização dos ensaios é necessário ter acesso ao espaço bem como a ciência
das pessoas envolvidas e mesmo a administração responsável pelo local de medição.
Após a conclusão das medições, de acordo com a prescrição das normas,
desenvolve-se a etapa de avaliação dos dados, aonde informações levantadas
durante a etapa dos ensaios são ponderadas.
Como conclusão da avaliação de desempenho temos o produto composto
por um relatório final que “[...] deve apresentar observações conclusivas,
acompanhadas de recomendações sobre as necessidades de reparos, alterações e
adequações do edifício”. (SERRA, 2006).
127
8.2 Exigências humanas
Silva (1996) afirma que “[...] as exigências ou necessidades dos usuários
definem as condições que devem ser atendidas por uma edificação ou produto para
um fim específico, independentemente de sua localização”.
O processo inicial de identificar as necessidades dos usuários inclui: as
necessidades de todos que são afetados pela edificação, incluindo aspectos técnicos,
fisiológicos, psicológicos.
Exigências de conforto: por condições acústicas, por condições visuais,
por disponibilidade de espaço, dentre outras;
Exigências de satisfação: por segurança adicional, na ocupação dos
espaços, por condições de privacidade, por facilidades de uso, por
suplemento de conforto, dentre outras.
Assim as necessidades do usuário dependem da finalidade para a qual o
edifício é projetado e construído, ou seja, do uso a que se destina. Para cada tipo de
edificação (escolas, hospitais, habitações, dentre outras) haverá um conjunto de
necessidades comuns a serem satisfeitas.
Por exigências humanas entende-se o nível de condições que são
necessárias à segurança e saúde do homem, ao seu conforto e à satisfação de suas
preocupações econômicas. Para a OMS a definição se relaciona com saúde mental e
o bem estar social do usuário.
Segundo Blacheré (1972, apud SOUZA, 1978, P. 3) as exigências humanas
são classificadas como:
Exigências de habitabilidade: fisiológicas, psicológicas e sociológicas;
Exigências econômicas: durabilidade e custo.
“As exigências de habitabilidade, por razões metodológicas podem ser
encaradas sob dois aspectos”. (SOUZA, 1978)
Exigências de habitabilidade psico-fisiológicas;
Exigências de habitabilidade sociológicas.
128
“As exigências psico-fisiológicas compreendem as exigências referentes a
acústica, conforto térmico, iluminação, ventilação, segurança, pureza do ar, espaço
interior, percepção do mundo exterior, irradiação, estética, acesso e circulação”.
(SOUZA, 1978)
As exigências sociológicas estão relacionadas ao número de pessoas por m²,
privacidade dos usuários no uso do espaço, existência de um número mínimo de
cômodos para o uso satisfatório do espaço conforme a atividade a que se propõe,
presença dos equipamentos necessários para a realização das atividades necessárias
ao atendimento dos usuários, facilidade de manobra dos usuários, equipamentos,
funcionários e desenvolvimento das atividades de manutenção e limpeza. (SOUZA,
1978)
A exigência de durabilidade consiste em que as exigências anteriores sejam
cumpridas durante uma vida útil, a despeito do uso que se faça do edifício e agentes
naturais ou não de desgaste do mesmo.
Exigências de custo, onde o custo inicial da construção e o custo de
manutenção devem ser compatíveis com previsões expressas e com as possibilidades
do usuário. (SOUZA, 1978)
Souza (1978) afirma que as exigências acústicas limitam os índices de nível
sonoro aceitáveis para várias atividades (sono, repouso diurno, trabalho cerebral e
trabalho doméstico). Outras exigências acústicas que devem ser consideradas são:
relativas aos ruídos de impacto (provenientes de paredes laterais ou do
teto);
relativas aos ruídos de equipamentos;
relativas aos ruídos de tráfego (aéreo e terrestre);
relativas a intimidade (isolamento entre habitações contíguas).
Em relação às exigências de conforto acústico Simões (1994) afirma que
estas
[...] fixam os níveis máximos de pressão sonora nos espaços
interiores dos edifícios, em função da sua utilização. A partir destes
níveis, do conhecimento das fontes de ruído exterior e interior na
construção, dos elementos da envolvente do sistema de
comunicação aos usuários, sepossível fixar os valores mínimos do
índice de isolamento sonoro [...].
129
8.3 Requisitos de desempenho
Os requisitos de desempenho definem em termos qualitativos as condições
que devem ser atendidas pela edificação ou produto para um fim específico numa
situação geográfica específica e de acordo com decisões de projeto particulares para
o caso em questão.
Com relação à situação geográfica e condições de exposição, de acordo com
o capítulo 4, podemos dizer que os locais para a realização dos ensaios se encontram
em zonas afetados de forma intensa pelo ruído de tráfego de veículos. Fato
decorrente da proximidade dos espaços de internação com estas vias, que
apresentam níveis de ruído elevados resultantes das condicionantes já discutidas.
Assim os requisitos de desempenho representam a tradução para termos
técnicos das exigências dos usuários, consolidadas pela International Organization
for Standardization (ISO) em 1984 na forma de Norma Técnica, a ISO 6241 (ver
capítulo 6). As exigências dos usuários são expressas por requisitos de desempenho
que definem condições para serem supridas por uma construção.
A Norma ISO 6241 explicita que os requisitos de desempenho devem
ser atendidos por um produto, expressos em níveis de: segurança, habitabilidade e
durabilidade propondo que a análise do desempenho seja sistêmica e realizada por
meio das ações: identificação da funcionalidade do edifício; definição dos
subsistemas e sistemas e suas funções; definição dos requisitos de desempenho para
atendimento das necessidades dos usuários; definição dos agentes de degradação
mecânicos, eletromagnéticos, térmicos, químicos, biológicos que afetam a
durabilidade do componente e do elemento construído do edifício.
Os 14 requisitos de desempenho a serem adotados nas edificações segundo
a definição da ISO 6241 são:
1. Estabilidade estrutural 8. Conforto visual
2. Resistência ao fogo 9. Conforto acústico
3. Resistência ao uso 10. Conforto tátil
4. Estanqueidade 11. Conforto antropodinâmico
5. Higiene 12. Conforto antropométrico
6. Qualidade do ar 13. Durabilidade
7. Conforto higrotérmico 14. Custos
130
Portanto, dentro da listagem acima podemos identificar que o conforto
acústico faz parte dos requisitos de desempenho que devem ser atendidos por uma
edificação. No caso específico da pesquisa em questão e de acordo com o capítulo 4
Conforto acústico, identificamos diversas fontes de ruído e como este requisito
deve responder a cada situação, no entanto demos ênfase para o conforto acústico
que pode ser obtido pela composição da fachada com reflexos no abatimento de
ruído.
8.4 Critérios de desempenho
Silva (1996) afirma que
Os critérios de desempenho são padrões de comportamento,
segundo os quais os requisitos são julgados para permitir a sua
seleção (CIB, 1982). Os métodos para estabelecimento desses
critérios e, portanto, para a seleção, podem ser vários.
Apresentamos a seguir uma tabela como método para o estabelecimento
dos critérios de desempenho. (CIB, 1982)
1. Levantamento: com possibilidade de elaboração em escala ampla ou
reduzida pode incluir os arquivos ou dados dos próprios fabricantes
de produtos;
2. Julgamento: com observadores habilitados ou especialistas;
3. Reclamações: investigação e análises sistemáticas de problemas
sobre os quais o parecer é requerido;
4. Exposição natural: medida do comportamento em uso sob condições
que são simultaneamente medidas;
5. Capacidade dos usuários: medida do quê os ocupantes da edificação
podem perceber e avaliar;
6. Análise indireta: análise adequada de dados estatísticos existentes e
interpretação dos mesmos em relação ao atributo de ambiente e
desempenho;
7. Análise direta: comparação de situações onde o comportamento dos
produtos em uso é satisfatório com o desempenho medido dos
mesmos produtos em condições de ensaios de laboratório.
131
Destacamos que para os objetivos da pesquisa, privilegiamos os critérios de
desempenho relacionados à exposição natural, ou seja, visando obter a medida do
comportamento em uso (abatimento do ruído de tráfego de veículos) sob condições
que são simultaneamente medidas (medição do ruído externo e interno, dentro e
fora do quarto ou enfermarias de hospital).
Maria Angélica Covelo Silva (1996) afirma que
Em geral, os processos de estabelecimento dos critérios resultam da
combinação de alguns dos métodos descritos, antes do que a
aplicação simples de qualquer um deles. Na previsão do
comportamento das soluções selecionadas pode-se utilizar ensaios,
cálculos analíticos ou julgamento, desenvolvendo-se modelos de
comportamento das edificações. Esses modelos podem ser estáticos,
quando analisa-se a influência de um agente ou ação numa situação
pontual no tempo, ou dinâmicos quando a previsão do
comportamento ocorre esperando-se que a resposta da edificação
ou produto esteja associada a diferentes momentos no tempo e a
variações nos agentes ou ações que definem o comportamento. Os
modelos estáticos são utilizados, em geral, para a previsão de
comportamento de situações limite, como por exemplo, cargas
máximas a que possam estar sujeitos os elementos estruturais [...].
Assim, considerando a especificidade da pesquisa e avaliação das normas
relacionadas à definição dos critérios de desempenho, podemos afirmar que as
normas brasileiras oferecem os subsídios necessários e são encontrados nos textos
da norma NBR 10151 e 10152, para avaliação do ruído ambiente em conformidade
com o espaço ensaiado e seu respectivo usuário e norma NBR 10821 para avaliação
da componente janela com a determinação da Classe de Transmissão Sonora (CTS),
índice que caracteriza o isolamento sonoro do objeto sob ensaio.
À parte isso, e também como resultado da avaliação das normas,
estabelecemos como base de informação e determinação do método de ensaio para
a verificação do isolamento sonoro as normas NBR 10829 e ISO 140-5. Para a
determinação do índice CTS utilizaremos a norma ASTM E 1332.
8.5 Conclusões
Um resumo de todo o processo metodológico é apresentado por meio do
gráfico que segue, com a definição das respectivas normas a serem utilizadas em
cada etapa.
132
Figura 3: Esquema de composição de avaliação de desempenho
EXIGÊNCIAS HUMANAS
(USUÁRIO – PACIENTE)
CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO
(HOSPITAL)
REQUISITOS DE DESEMPENHO
ISO 6
241
MÉTODOS DE ENSAIO
NBR 10829 e ISO 140
-
5
DIAGNÓSTICO
CRITÉRIOS DE DESEMPENHO
NBR 10151, NBR 10152 e NBR 10821
ENSAIOS DE CAMPO
1, 2, 3, ...
PROPOSIÇÕES
COMPONENTE
(JANELA)
133
9 ENTREVISTAS
Para a composição da pesquisa e coleta de informações e opiniões acerca do
desempenho acústico de janelas, elaboramos entrevistas direcionadas a três grupos
distintos:
profissionais que atuam na área de projetos para edifícios de saúde,
empresas que atuam na fabricação de janelas com alto-
desempenho acústico;
profissionais atuantes no setor de engenharia e manutenção
hospitalar.
Em relação ao primeiro grupo, direcionamos as perguntas para a coleta da
opinião do profissional sobre o problema do ruído urbano e sua interferência no
ambiente hospitalar, sobre como o projeto pode ajudar a resolver esse problema e
por fim suas impressões sobre a especificação de janelas que devem apresentar um
elevado isolamento sonoro.
Com relação às empresas, direcionamos a entrevista para coleta de dados
sobre os seguintes aspectos:
A questão da especificação em relação ao isolamento sonoro;
O comportamento dos materiais que compõem a janela em relação ao
ruído;
A tecnologia atual utilizada;
A demanda por janelas de alto-desempenho acústico e sua utilização
em hospitais;
O conflito entre o atendimento dos requisitos de ventilação e conforto
acústico.
o terceiro grupo, dos profissionais que trabalham no setor de engenharia
e manutenção dos hospitais, direcionamos as perguntas para a coleta de suas
impressões sobre a questão do ruído urbano e como o mesmo afeta o espaço
hospitalar, além disso, buscamos saber com esses profissionais como a manutenção
da janela pode contribuir para garantir um desempenho acústico satisfatório ao
longo de sua vida útil.
Assim esperamos ter colhido dados dos diversos profissionais atuantes tanto
no setor de projeto e construção, como os fabricantes de caixilhos e por último
àqueles envolvidos diretamente com a manutenção do componente.
134
9.1 Escritórios de arquitetura
A seleção dos profissionais foi baseada na atuação destacada e
representativa dos seus respectivos escritórios de arquitetura na elaboração de
projetos voltados para edifícios de saúde. Muito embora alguns desses escritórios
elaborem projetos voltados para outras demandas da arquitetura e mesmo do
urbanismo, são definitivamente reconhecidos pela sua atuação na área de saúde.
Desse modo, selecionamos sete profissionais, sendo seis com sede no
município de São Paulo e um com atuação representativa na região nordeste.
Sabemos que existem muito profissionais atuando nesta área específica, inclusive
com projetos e obras igualmente representativas em todo o Brasil e mesmo no
exterior, no entanto, como a intenção inicial sempre foi a realização da entrevista
diretamente com o profissional, a seleção predominante por escritórios de
arquitetura em São Paulo se tornou imperativo.
Ademais, pela característica própria do município de São Paulo e mesmo de
cidades localizadas no interior do estado, fato que resulta em um número mais
elevado de projetos e obras executadas sobre a responsabilidade destes escritórios,
levando a crer que possuam muito a oferecer na coleta de informações sobre o
complexo de um edifício hospitalar, até pela sua atuação não neste município ou
estado, mas inclusive por projetos direcionados a execução em todo o Brasil e
mesmo no exterior.
Como escrevemos anteriormente, a forma de contato preterida foi a
entrevista junto ao profissional. Contudo, ao longo das abordagens, entendemos que
seria impossível em muitos dos casos disporem de tempos para este contato pessoal,
muito importante, quando imaginamos que no decorrer de uma conversa, outros
assuntos podem ser abordados e discutidos, em resumo, a entrevista direta na
maioria dos casos pode resultar em trocas de informações mais ricas e com detalhes.
Mesmo assim, entendendo que os profissionais selecionados estão
constantemente a mercê dos seus cronogramas de trabalho, aplicamos entrevistas
via internet . Para a composição das mesmas elaboramos as seguintes perguntas:
a) Quais as preocupações na elaboração de projetos hospitalares
considerando o problema do ruído urbano?
b) Qual sua opinião a respeito da janela no isolamento sonoro do edifício
face o ruído do tráfego de, veículos?
c) Particularmente no caso das janelas, quais as especificações a serem
atendidas?
Destacamos que além das perguntas citadas acima, requisitamos
informações para a caracterização do profissional e relatos de casos pertinentes ao
assunto abordado.
135
Em relação às respostas percebemos que os objetivos com a aplicação das
entrevistas foram conseguidos. Na maior parte dos casos, mesmo com o envio das
perguntas via e-mail, tivemos certa dificuldade em obter retorno, no entanto,
julgamos que foram satisfatórias, até quando percebemos que a resposta não foi
elaborada pelo titular, mas assim mesmo apresentando coerência. Desse modo
descrevemos o conteúdo das cinco entrevistas que nos retornaram nos itens que se
seguem.
9.1.1 Arquitetura de Hospitais Karman
Titular da empresa citada acima, o arquiteto Jarbas Karman é responsável
juntamente com seu sócio, o médico e também arquiteto Domingos Fiorentini, por
mais de 400 projetos de edifícios de saúde destinados à construção no Brasil e
exterior. Dentre os projetos mais significativos do escritório destacamos a ampliação
e reforma do Hospital Albert Einstein além de outros, realizados desde o ano de
1949.
A entrevista com o arquiteto Jarbas Karman foi a única realizada
pessoalmente ocorrendo na sala do seu escritório localizado no bairro paulistano do
Sumaré. Obviamente a entrevista ocorreu em forma de troca e discussões de
informações que não se limitaram apenas ao assunto e questionamentos da
pesquisa, resultando, como era esperado, no texto a seguir onde evidenciamos as
partes mais importantes da entrevistas e sua relação com o tema da pesquisa.
Ressaltamos que o encontro com o referido arquiteto não se resumiu apenas
em conversas, mas inclusive no apoio irrestrito, caso fossem necessárias respostas a
novas indagações. Além disto, nos foi fornecida bibliografia relacionada a
problemática do ruído no ambiente hospitalar.
A princípio foi destacada a importância do controle e minimização do ruído
no hospital [...] o problema acústico é muito sério, o hospital deve abrigar o
paciente e a diminuição do ruído é importante para a recuperação do mesmo”.
Embora a ênfase da pesquisa seja no problema do ruído gerado pelo tráfego
de veículos e sua intrusão através da janela, o arquiteto destacou o problema do
ruído gerado dentro do hospital “[...] outro problema é o fato de que o hospital
também produz ruído pela movimentação de caminhões e tráfego de veículo no seu
interior e arredores, movimentação de carros que entram e saem poluindo o
ambiente, por outro lado a rua polui o hospital, com a legislação da ABNT que proíbe
ruídos acima de 50 dB(A) nas proximidades de hospitais, temos uma legislação que
leva ao tratamento acústico do prédio”. Aqui o arquiteto cita a NBR 10151 que
determina para áreas que tenham hospitais localizados o nível de 50 dB(A) para o
período diurno e 35 dB(A) para o período noturno.
136
Prosseguindo é destacado o fato de que o desempenho acústico do espaço
de internação não é apenas resultante do isolamento sonoro proporcionado pela
janela, mas sim de toda a composição da fachada, aí inclusos a parede e os
elementos adicionais. “[...] o problema do ruído é algo mais abrangente, não apenas
a questão do ruído de tráfego e isolação de janelas, o que adianta tratar o resto se
não considerar o caixilho, o sistema de junção do caixilho e da parede e a própria
parede”.
No hospital um dos ruídos mais problemáticos é o ruído de baixa frequência
transmitido por vibração, sendo mais difícil de ser minimizado, o arquiteto informa
que “[...] máquinas de lavar sobre a estrutura faz a mesma vibrar e transmitir ruído
para todo o edifício, o elevador também é um problema pois pode transmitir vibração
para a estrutura, como exemplo citamos o Hospital do Servidor Público, o ruído
transmitido influía na calibração do raio-X afetando os exames dos pacientes, todos
doentes”.
Outro problema grave citado pelo arquiteto está relacionado à propagação
do ruído, cita o seguinte exemplo “[...] anteriormente no Hospital Santa Catarina
foram aplicados forros falsos por facilidade de manutenção, no entanto este forro se
tornou um propagador dos ruídos, virou um tubo acústico, levando os ruídos dos
quartos para outros quartos”.
Conclui afirmando que o problema do ruído no hospital é bastante complexo
dizendo que “[...] não se pode tratar a janela se existem outros problemas de
propagação de ruído, deve-se perceber o problema de forma global”.
Sobre a utilização de forros acústicos e sua possível interferência em rotinas
de limpeza, e relação com o problema da infecção hospitalar é dito “[...] para a
questão da infecção o ambiente não importa, cito como exemplo o uso de corredores
duplos nos centros cirúrgicos, corredor sujo e limpo, isto o funciona, não resolve
nada, a própria sala de cirurgia não é um ambiente asséptico livre de germes, ali
temos a contaminação, é o campo cirúrgico, temos a enfermeira que circunda o
procedimento e que em muitos casos não faz a assepsia das mãos”.
Citou como exemplo de solução de problemas relacionados ao ruído por
meio da arquitetura aquela aplicada aos corredores “[...] não fazer corredores com
faces totalmente lineares, sim com rugosidades, um exemplo é o uso dos shafts que
criam nódulos no próprio corredor, devendo-se modular os corredores de acordo
com os comprimentos de onda, evitando a constituição de tubos acústicos”.
Outra questão relacionada à arquitetura é evidenciada pela composição das
fachadas “[...] deve-se ter cuidado com as soluções de fachada, as marquises podem
funcionar como refletores do ruído para dentro do edifício”.
em relação à composição da janela e o sistema de envidraçamento
específico ao controle e minimização do ruído o arquiteto afirma que “[...] quanto
mais denso o material, mais difícil sua vibração, temos o sistema composto por
chapas moles e duras para a dissipação da energia”.
137
Sobre a solução através da utilização de duplo envidraçamento, Karman
afirma “[...] os mesmos podem vibrar na mesma freqüência propagando o ruído para
o interior do recinto. O uso de duplo vidro deve ser com o espaço interno fechado a
vácuo, porém o ruído pode passar pelo caixilho, não é só o vidro, a parede, mais um
conjunto de fatores que levam ao problema”.
No entanto apenas a utilização de vidro duplo não é o suficiente, deve-se
“[...] tratar bem a junção do caixilho com o vidro, propiciando a vedação”. Outra
questão abordada é a utilização de ar-condicionado e sua influência na propagação
do ruído “[...] sugiro o uso de junta elástica para prevenir o ruído por vibração na
estrutura”.
Para Karman a melhor solução para caixilhos é a utilização de triplo
envidraçamento “[...] a colocação do vidro intermediário na posição obliqua aos
outros dois ocasiona uma quebra das ondas sonoras e interrompe a propagação do
som e vibração do conjunto”.
Por fim, avalia que qualquer que seja a solução a ser adotada, ela deve levar
em consideração a resposta específica de cada pessoa ao ruído “[...] existem
pessoas mais sensíveis ao ruído do que outras, devendo-se levar isto em
consideração”.
Como exemplo de projeto e obra de edifício aonde foram levadas em
consideração o problema do isolamento do ruído de tráfego de veículos pela fachada,
Karman cita o “[...] prédio do Hospital da Beneficência Portuguesa, com a mudança
do tráfego na Rubem Berta foi preciso fazer o tratamento acústico da fachada”. Este
hospital é localizado em São Paulo e está implantado ao lado da Avenida 23 de Maio.
9.1.2 Zanettini Arquitetura Planejamento Consultoria
Titular do escritório, Siegbert Zanettini é arquiteto e urbanista formado pela
FAU-USP desde 1959 atuando também como professor de detalhamento de projetos
desde 1964, nas disciplinas de projeto de edificações.
Dentre suas obras mais significativas de edifícios para a saúde, citou:
Maternidade Escola Vila Nova Cachoeirinha - 1968
Hospital Municipal de Ermelino Matarazzo – 1985
Hospital Prof. Edmundo Vasconcelos - intervenções de 1999 a 2006
Hospital e Maternidade São Camilo Pompéia Plano Diretor 2001 e
projetos 2002
Hospital e Maternidade São Luiz – Unidade Anália Franco, 2003
138
Hospitais Bandeirantes – 2005/2006
IBCC - 2006
Com relação à primeira pergunta: quais as preocupações na elaboração de
projetos hospitalares considerando o problema do ruído urbano? O arquiteto
respondeu que a implantação do edifício é fator importante citando os seguintes
aspectos:
Implantação adequada à orientação solar, regime de ventos e fontes
sonoras;
Posicionamento adequado do(s) bloco(os) de hotelaria ou afastando-os
das fontes de ruídos com proteção por barreiras de vegetação
combinando espécies de alto, médio e pequeno porte.
Portanto vemos que para o arquiteto apenas o posicionamento do edifício,
não deve ser fator único a ser considerado, recomenda também a utilização do
paisagismo como forma de abater o ruído externo.
Sobre a segunda pergunta: qual sua opinião a respeito da janela no
isolamento sonoro do edifício face o ruído do tráfego de veículos? O arquiteto avalia
que “[...] quando a fonte de ruído é próxima (caso do bloco 1 de internação do
Hospital São Camilo Pompéia, onde as janelas dos quartos se voltam diretamente
para Av. Pompéia) temos adotado janelas de alumínio com vidro duplo lacrado com
uma camada de ar interna e micro persianas de sombreamento para controle de luz
natural”.
Notamos que a solução de duplo envidraçamento é bastante recorrente, não
só quando se busca o controle do ruído, mas inclusive o conforto térmico e luminoso,
resultante desta composição para o conjunto da janela.
Finalmente a respeito da pergunta: particularmente no caso das janelas,
quais as especificações a serem atendidas? O arquiteto reafirma que as soluções
citadas anteriormente apresentam melhores resultados, pois reduzem os níveis de
ruído significativamente.
Concluindo o arquiteto ressalta que nos exemplos citados acima a
preocupação com os ruídos de tráfego de veículos é ocasionado pela implantação
dos mesmos em zonas urbanas densas.
139
9.1.3 L+M Arquitetura GETS
Titular do escritório, o arquiteto Lauro Carlos Miquelin atua a mais de 25
anos na área de edifícios para a saúde, elaborando projetos, gestão de montagem e
manutenção de ambientes de saúde.
Dentre os seus projetos mais significativos cita:
Centro Medico Ambulatorial do Hospital Prof. Edmundo Vasconcelos
1990;
Centro de Diagnósticos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz;
Projetos para o Hospital Samaritano - entre 1999 e 2006;
Hospital Unimed São Roque – 2000;
Centros Médicos da Rede FOCUS, Dix AMICO em São Paulo - 2004 a
2006.
Com relação à primeira pergunta afirma que “Ruídos causados por fatores
externos a operação do Hospital (tráfego, alarmes, fábricas, obras em edifícios ou
ruas vizinhas, etc) afetam o bem estar possível de clientes (internos e externos) dos
ambientes de saúde. O objetivo principal da especificação é reduzir as interferências
que causem impacto para os clientes”.
Sobre a importância da janela como dispositivo de isolamento sonoro o
arquiteto informa “As aberturas para a iluminação natural são cruciais para o bem
estar e o equilíbrio dos usuários. Mas aberturas sem especificação adequada quanto
ao desempenho acústico podem criar um problema maior do que a solução da
iluminação natural”.
Sobre a especificação da janela considerando o ruído de tráfego de veículos,
é determinado que a solução, independente de qual seja, deva propiciar um nível de
ruído interno entre 40 dB(A) a 50 dB(A), sobretudo nos ambientes de permanência
prolongada.
Como relato de casos Miquelin cita a ampliação da Beneficência Portuguesa
de São José do Rio Preto, na borda da Rodovia Washington Luis e ampliação do
Hospital Samaritano, localizado à Rua Conselheiro Furtado, no bairro de Higienópolis
em São Paulo.
140
9.1.4 Ronald de Góes Arquitetura e Urbanismo
Ronald de es é arquiteto atuante mais de 30 anos, também
desempenhando atividades acadêmicas como professor universitário da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Uma das suas publicações mais conhecidas
é o “Manual prático de arquitetura hospitalar” e dentre os seus projetos na área de
edifícios de saúde destacamos o Hospital Maria Alice Fernandes (Natal – RN), Medical
Center (Mossoró – RN) e o Hospital dos Servidores (Natal – RN).
Na resposta a sua entrevista o arquiteto inicia ressaltando que o problema
do ruído urbano é resultante de condições urbanísticas “O problema do ruído é mais
uma questão urbanística que arquitetônica. A falta de um planejamento urbano
adequado geralmente provoca soluções arquitetônicas onerosas nos mais diversos
aspectos de qualquer edifício”.
Com relação às soluções de projeto destaca que a implantação é um recurso
fundamental quando é visado o conforto acústico “A própria Norma 1884 e RDC 50
do Ministério da Saúde, recomenda a necessidade de se evitar a implantação de
hospitais em locais próximos a fontes de poluição de qualquer natureza”.
Outra solução indicada diz respeito ao uso do paisagismo “De um modo
geral, um bom paisagismo, com a implantação de árvores selecionadas
adequadamente, pode reduzir o ruído no ambiente hospitalar dispensando a adoção
de janelas de configuração mais elaborada”.
Como solução de fachada esclarece que utiliza a solução denominada
“peitoril ventilado” detalhada na publicação citada “A janela fica protegida mesmo
em edifícios de grande altura, podendo permanecer fechada tendo o conforto
acústico e térmico garantidos”.
9.1.5 Bross Consultoria e Arquitetura
O arquiteto João Carlos Bross é formado desde 1956 pela Faculdade de
Arquitetura da atual Universidade Presbiteriana Mackenzie. Define-se como um
“estudioso dos edifícios de saúde”. Cita suas obras mais recentes: novo edifício do
Hospital da Beneficência Portuguesa, Higienópolis Medical Center e o Hospital
Paulistano.
Em relação às questões propostas sobre o problema do ruído de tráfego e o
incômodo gerado aos usuários pela deficiência de isolamento sonoro característico
das fachadas e suas componentes, resumiu sua resposta com a afirmação dos
conceitos, conhecidos, relativos ao paradigma do “Green Building” ou “Edifício
Verde”, aonde as questões relativas ao conforto dos ocupantes são lavadas em
consideração juntamente com as condições ambientais, sejam arquitetônicas ou
141
urbanísticas, expressas pelos conceitos de sustentabilidade e uso de tecnologias
passivas com minimização do consumo energético, racionalização do uso da água e
destinação dos resíduos.
Segundo o arquiteto, dentre os edifícios representativos de soluções
voltadas ao isolamento sonoro de fachadas está o Hospital Nove de Julho, admitindo
ser “[...] o primeiro hospital a adotar janelas com vidro duplo e persianas internas,
como elemento para atenuar o ruído dos veículos e minimizar os efeitos da poluição
química decorrente dos gazes emanados pelos mesmos”.
Assim podemos dizer que temos uma indicação clara da utilização da janela
não como elemento protetor frente o problema dos ruídos, mas inclusive como
componente utilizado contra a poluição do ar, visando assegurar conforto ao usuário.
9.2 Empresas
A seleção das empresas foi baseada na sua atuação na fabricação de
caixilhos e componentes de janelas que primam pelo desempenho acústico, desse
modo foram selecionadas oito empresas que atuam tanto na fabricação de caixilhos
especiais como empresas que atuam na fabricação de vidros. Obtivemos as
informações principalmente pelo meio da internet e por esta enviamos as entrevistas
sem, contudo não dispensando o contato por meio telefônico. Infelizmente apenas
uma empresa selecionada, a Pilkington do Brasil representada por Agatha M. da
Silveira Neto (Departamento de Grandes Obras), nos retornou a entrevista que
descrevemos as seguir.
1. Quais são os fatores levados em consideração para a especificação de
janelas que tem por exigência o isolamento sonoro?
R: Qual o nível de decibéis que precisa estar no ambiente, no caso no quarto
de hospital o nível geralmente é de 35dB(A).
2. De que maneira os diversos materiais e componentes de uma janela, bem
como a sua fabricação e instalação, podem garantir um desempenho acústico
satisfatório?
R: Barrando as ondas sonoras e diminuindo a vibração.
142
3. O que possuímos em termos de tecnologia a disposição do mercado
brasileiro de janelas que atendem a exigências de isolamento sonoro e quais são as
tendências futuras?
R: Temos diversos caixilhos, com vedação acústica, os mais comuns são o
do tipo maxim-ar e de correr, e com relação aos vidros seriam os PVB’s acústicos,
que se diferenciam dos demais por serem mais espessos, além dos vidros insulados,
mais conhecidos como duplos que possuem uma camada de ar entre as camadas de
vidro.
4. Qual a importância dos ensaios de laboratório e de campo para a
determinação do isolamento sonoro propiciado por uma janela?
R: Para verificar se o conjunto caixilho e vidro estão trabalhando com sua
eficiência máxima acústica, ou ainda há falhas no isolamento sonoro.
5. Como se caracteriza a demanda por janelas que privilegiam o
desempenho acústico pelo mercado da construção de edifícios voltados para o
atendimento à saúde (clínicas, ambulatórios, hospitais,...)?
R: A maioria dos vidros voltados para esse mercados, são vidros laminados
insulados, geralmente com a instalação de uma persiana no interior, ou somente
laminado com PVB acústico. Como caso citamos o Hospital da Beneficência
Portuguesa em São Paulo.
6. Existe alguma especificação diferenciada para janelas destinadas a
utilização em hospitais e que visam o isolamento sonoro em relação ao ruído externo
provocado pelo tráfego de veículos?
R: Os mais indicados para esse caso são os vidros laminados insulados.
7. De que forma uma janela pode garantir desempenho acústico e térmico
ao passo que atende à necessidade de ventilação natural?
R: Impedindo a passagem de calor da luz do sol, através de vidros
refletivos, e/ou vidros insulados com persianas.
8. Se for possível gostaria que enviassem folder ou texto digital que
contenha informações técnicas sobre o produto da sua empresa.
Como resposta nos foi enviada a tabela seguinte:
143
Tabela 14: Sound Transmission Class (STC) de vidros aplicados na construção civil
Tipo de vidro Espessura nominal STC
6 mm 31 Vidro monolítico
12 mm 36
3mm-2PVB-3mm 35
3mm-4PVB-3mm 35
3mm-3PVB-3mm 35
5mm-2PVB-5mm 36
6mm-2PVB-3mm 36
6mm-4PVB-3mm 37
6mm-2PVB-6mm 38
6mm-3PVB-6mm 38
6mm-4PVB-6mm 39
10mm-4PVB-6mm 40
Vidro laminado
12mm-4PVB-6mm 41
3mm-6mmAr-3mm 28
3mm-10mmAr-3mm 31
6mm-12mmAr-6mm 35
5mm-25mmAr-5mm 35
6mm-25mmAr-6mm 37
Vidro Controlglass
5mm-100mmAr-5mm 44
3mm-2PVB-3mm-6mmAr-6mm 35
3mm-2PVB-3mm-10mmAr-5mm 37
3mm-2PVB-3mm-12mmAr-5mm 39
3mm-2PVB-3mm-12mmAr-6mm 39
Vidro Controlglass laminado
3mm-2PVB-6mm-12mmAr-6mm 40
Vidro Controlglass duplo laminado 3mm-2PVB-3mm-12mmAr-3mm-2PVB-3mm 42
6mm-12mmAr-6mm-12mmAr-6mm 39
Vidro Controlglass Triplo Laminado
3mm-2PVB-3mm-12mmAr-3mm-2PVB-3mm
-12mmAr-3mm-2PVB-3mm
44
Fonte: Pilkington do Brasil
Assim vemos que a utilização do vidro duplo ou insulado ainda é o mais
recomendado quando existem exigências quanto ao desempenho acústico de uma
janela, sendo que sua eficiência, de acordo com a Pilkington, é maior se for utilizado
o vidro laminado com a película de PVB.
9.2.1 Profissionais da engenharia e manutenção hospitalar
Para o contato com estes profissionais utilizamos um grupo de discussão na
internet do qual o autor faz parte e que se chama “Engehosp2002”,
Fazem parte deste grupo vários profissionais ligados a área de engenharia e
manutenção hospitalar que atuam tanto em São Paulo como em outros locais, em
144
diversas instituições de saúde. O grupo tem por objetivo discutir as mais diversas
questões relacionadas à infra-estrutura hospitalar.
Desse modo elaboramos duas perguntas curtas e bastante objetivas, foram
estas:
1. Qual sua opinião sobre a questão da exigência de isolamento sonoro de
janelas utilizadas em hospitais, face o problema do ruído de tráfego?
2. Como a manutenção pode contribuir para o isolamento sonoro das
janelas?
A primeira pessoa a responder foi a arquiteta Priscilla Domingues,
informando que no hospital no qual trabalha foram realizados testes para o
tratamento acústico de alguns apartamentos, nos quais foram utilizadas janelas com
vidro duplo e persianas internas. Como resultado deste referido estudo, foram
escolhidas janelas de correr com mecanismo manual. Além disto, a arquiteta ressalta
a preocupação com a manutenção, higienização, estética e, sobretudo o custo.
Informa ainda que os usuários estão satisfeitos com o sistema aplicado.
Em seguida a entrevista foi respondida pelo engenheiro Ricardo Tardelli, que
nos informou do funcionamento físico das janelas de duplo envidraçamento. No
entanto o engenheiro destaca a dificuldade com a manutenção das janelas que
utilizam este sistema, principalmente no que diz respeito à limpeza das persianas
internas. Conclui afirmando que as janelas com perfil de PVC também apresentam
desempenho acústico satisfatório.
a arquiteta Lian Segui informa que no hospital onde trabalha, existem
evidências que apontam um desempenho acústico superior apresentado por janelas
de duplo envidraçamento e persianas, mas ressalta o aspecto relacionado ao custo.
Completa informando que foram instaladas recentemente janelas com vidro duplo e
persianas internas seladas, e por isso, não pode afirmar se terá problemas futuros
com a manutenção das mesmas.
Por último, obtivemos resposta do engenheiro Lúcio Flavio Magalhães
Brito, no qual nos foi informada sua experiência num centro de referência no
atendimento a pessoas com doenças sexualmente transmitidas. Neste edifício,
localizado na esquina da Rua Santa Cruz com a Av. Domingos de Moraes em o
Paulo, local que apresenta níveis de ruído elevados, foram utilizadas janelas em PVC
importadas, pois na época ainda não existia oferta deste produto no Brasil. Por este
motivo enfrentaram dificuldades com a reposição de peças.
Ressalta ainda, a utilização de janelas com duplo envidraçamento como
meio de abater o ruído externo. Conclui afirmando a importância do apoio do
fabricante no decorrer do uso, seja com treinamento de manutenção ou mesmo a
reposição de peças, mesmo que a manutenção exigida seja mínima.
145
9.3 Conclusões
Podemos concluir com as entrevistas feitas que a questão do ruído deve ser
considerada de forma abrangente, isto é, com atenção as fontes de ruído internas e
externas.
Sobre o problema do ruído externo, os entrevistados esclarecem que o
mesmo tem muito haver com questões urbanísticas, onde a localização do edifício
hospitalar no tecido urbano é considerada como fator determinante para a
minimização do ruído que porventura possa influenciar nas condições de conforto
acústico.
O projeto do edifício é apontado como fator determinante para a aplicação
de soluções prévias que visam minimizar o problema. Como exemplo, podemos citar
a implantação do edifício com distanciamento em relação às fontes, a composição
das fachadas e a configuração e localização de espaços específicos.
Para o abatimento do ruído externo, as recomendações indicam a
consideração de todos os elementos que compõem a fachada, não devendo ser dada
atenção exclusiva a apenas um componente, pois a composição de todo o conjunto é
que determinará quanto do ruído externo influenciará nos níveis de ruído internos.
Segundo os entrevistados um vel de ruído interno aos hospital variando
entre 40 e 50 dB(A), pode ser considerado satisfatório.
Com relação à especificação de janelas, a indicação é que sejam utilizados
componentes com perfil de alumínio, duplo envidraçamento e persianas internas,
visando não as questões de conforto acústico, mas inclusive o térmico. A
especificação do vidro deve considerar a utilização de vidros laminados e insulados
com película de PVB acústica.
146
10 SELEÇÃO DOS HOSPITAIS
Neste capítulo descrevemos o processo de seleção dos hospitais. Para isso
definimos: os critérios de seleção que serviram de base para todo o processo, os
recursos e restrições que determinaram a forma de abordagem ao espaço, o
procedimento de levantamento de dados cadastrais e por fim o processo para
liberação do acesso aos locais de ensaio.
10.1 Critérios de seleção
Os critérios de seleção adotados são os seguintes:
Proximidade com vias de tráfego intenso de veículos relacionado aos
objetivos da pesquisa e com o problema do ruído urbano;
Existência do setor destinado à internação pela exigência quanto à
realização de ensaios nos espaços determinados de quartos e
enfermarias;
Proximidade e localização do edifício da internação em relação à via;
Tipo de janela utilizada – priorizamos janelas com perfil de alumínio;
Acesso ao espaço de ensaio possibilidade de permissão para
realização dos ensaios nos espaços de internação;
Não ocorrência de obras – podem influir nos resultados.
10.2 Procedimento
A princípio, para a realização do levantamento de dados cadastrais,
necessitamos identificar as vias de tráfego de veículos que apresentavam níveis de
ruído elevado. Esta identificação foi baseada nos resultados da pesquisa elaborada
147
por Carolina Moura de Sousa com título “Ruído urbano: níveis de pressão sonora na
cidade de São Paulo”.
Esta pesquisa objetivou medir os níveis de ruído urbano e a sua
variabilidade, em 75 pontos nas vias urbanas do Município de São Paulo. O método
adotado determinava a seleção de pontos e realização de medições com uso de
medidores de nível de pressão sonora. Foram feitas medições de a feira no
período de 8:00 h às 18:00 h e 20:00h às 24:00h) com determinação dos níveis de
pressão sonora em cada ponto.
Como conclusão da pesquisa citada verificou-se que os níveis de ruído
urbano deste município superam os limites estabelecidos pela Legislação. Além disto,
os resultados desse estudo indicam que a poluição sonora é um problema de saúde
pública, que deve ser controlado urgentemente.
Assim, através dos níveis de pressão sonora descriminados nos resultados
da pesquisa, podemos ter uma indicação dos níveis de ruído característicos de vias
de tráfego no município de São Paulo.
A etapa seguinte constou de levantamento dos hospitais localizados no
município de São Paulo e que atendessem aos critérios de seleção. Além disto, após
a elaboração de uma lista com os respectivos hospitais, cruzamos estes dados com
os dados apresentados na pesquisa citada acima. Desta forma podemos ter uma
indicação mais precisa dos hospitais que poderiam estar sendo afetados pelo
problema do ruído de tráfego de veículos.
A identificação dos hospitais com seus respectivos endereços foi baseada em
sua maior parte na lista contida no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(CNES) acessível pelo site: cnes.datasus.gov.br. Segundo texto contido no referido
site o CNES visa “[...] disponibilizar informações das atuais condições de infra-
estrutura de funcionamento dos Estabelecimentos de Saúde em todas as esferas, ou
seja, Federal, Estadual e Municipal”.
Com a identificação dos hospitais e cruzamento dos dados com os resultados
dos níveis de ruído de vias de tráfego em São Paulo, podemos chegar a uma lista
que continha 21 instituições distribuídas nas 5 regiões do município:
Centro: 8 hospitais;
Norte: 1 hospital;
Sul: 7 hospitais;
Leste: 2 hospitais;
Oeste: 3 hospitais.
148
Com a definição desta seleção, passamos para a etapa de levantamento de
dados cadastrais preliminares. De posse de uma lista com os hospitais realizamos o
reconhecimento do ambiente externo do hospital por meio da percepção do ruído de
tráfego sentido nas vias de trânsito próximas ao corpo do edifício. Procedemos
também a verificação da composição da fachada, tipo das janelas e viabilidade da
realização das medições externas, considerando o movimento dos pedestres,
estacionamento e passagem de veículos, posicionamento de semáforos, pontos de
ônibus, ponto de táxi, presença de “ambulantes” ou qualquer outro elemento ou
situação que possa interferir de forma significativa no ensaio de campo.
Completamos a visita com um levantamento fotográfico do espaço externo do
edifício.
Desse modo podemos atender a todas as exigências definidas pelos critérios
de seleção.
10.3 Acesso aos hospitais
Com o levantamento cadastral realizado passamos a etapa de requisição de
acesso aos hospitais. Para isto elaboramos os textos designados a seguir:
Resumo do Projeto de Pesquisa;
Carta de recomendação redigida pelo orientador;
Carta de recomendação redigida por professor de disciplina (FAU);
Requisição direcionada a pessoa responsável; (ver anexos)
Apresentação do pesquisador, com currículo;
Procedimento de coleta de dados.
De posse dos textos, com o endereçamento aos responsáveis, levamos os
mesmos até cada instituição hospitalar e aguardamos respostas. Dos vinte e um
hospitais contatados, recebemos confirmação positiva de oito, sendo que dois foram
de hospitais públicos e seis de hospitais particulares.
Ressaltamos que o processo não aconteceu de forma facilitada, em alguns
casos precisamos participar de reuniões com pessoas da administração com intuito
de pormenorizar o processo de coleta de dados, sobretudo estabelecendo o
compromisso com a responsabilidade sobre a divulgação dos dados. Para isto, em
um dos casos, foi necessária a assinatura de “Termo de Responsabilidade” elaborado
149
pelo setor jurídico da instituição, com estabelecimento de compromisso tanto pelo
autor como pelo seu orientador.
Destacamos que a questão do sigilo foi algo muito discutido, tornando-se
um aspecto decisivo na liberação dos espaços para a realização dos ensaios. Em
alguns casos obtivemos consentimento total em relação à divulgação dos dados, mas
assim mesmo decidimos por manter toda a identificação dos hospitais sob sigilo,
resumindo a exposição dos dados a uma caracterização do espaço e do objeto de
estudo.
10.4 Conclusões
Após a conclusão dos procedimentos de seleção e acesso aos hospitais,
avaliamos que os critérios de seleção foram eficazes na medida em que obtivemos
respostas positivas por uma parte significativa dos hospitais. Podemos dizer que
quase 40% dos hospitais abordados permitiram a realização da pesquisa nos seus
espaços. No entanto, sabemos que isto não implica em termos uma
representatividade estatística dos hospitais que se encontram numa situação tal, que
justifique ações para a minimização do problema do ruído de tráfego que possa estar
afetando seus usuários.
Outro dado positivo pode ser creditado a importância que estes hospitais
deram as questões levantadas pela pesquisa, pois em alguns casos o acesso não foi
permitido por realizações de obras na estrutura física, o que poderia acarretar em
interferências nos resultados. Isto se torna relevante na medida em que sabemos
que os hospitais são um constante “canteiro de obras”.
Com relação à concentração de hospitais na região central, podemos dizer
que era fato esperado, isto pela quantidade de edifícios destinados a este fim
localizados, bem como as condições de poluição sonora, que nesta região se
constitui como problema perene. Embora que tenhamos percebido níveis de ruído
elevados em todos os locais visitados.
Por fim, avaliamos que as exigências quanto ao sigilo das informações e uso
dos dados, seja algo inevitável, visto que em muitos casos as respostas negativas se
justificaram pela incerteza na divulgação dos resultados. Contudo, enfatizamos em
todos os momentos o objetivo da pesquisa e, sobretudo, os aspectos positivos
resultantes da realização do nosso trabalho.
Lamentamos as oportunidades que nos foram negadas, mas exaltamos os
responsáveis pelo apoio que nos foi dado, principalmente por terem consciência da
sua contribuição no avanço do conhecimento, visando a melhoria das condições
físicas do edifício hospitalar.
150
11 AVALIAÇÃO DO RUÍDO AMBIENTAL
Como parte do trabalho de avaliação do desempenho acústico das janelas,
optamos por realizar uma etapa preliminar destinada a execução de uma avaliação
do ruído ambiental presente na via de tráfego próxima ao edifício hospitalar, bem
como do espaço específico de um quarto ou enfermaria do setor de internação.
Objetivamos com esta primeira abordagem a verificação no local das reais
possibilidades de realização de ensaios de campo no espaço de internação, além
disso, buscamos obter uma indicação por meio dos ensaios, da dimensão do
problema, isto é, a relação entre a proximidade do edifício hospitalar em relação a
via de tráfego e o conseqüente nível de ruído aferido no espaço interno.
Desse modo, este capítulo apresenta resultados preliminares de ensaios de
campo realizados em quatro hospitais localizados na cidade de São Paulo, onde
realizamos medições baseadas na Norma NBR 10151 da ABNT tanto no espaço
externo (via de tráfego) como no espaço interno (quartos ou enfermarias). No
desenvolvimento do texto, explicitamos a metodologia utilizada, o método de ensaio
adaptado da Norma NBR 10151 e os resultados obtidos.
11.1 Critérios de seleção
Os critérios de seleção destes hospitais são os mesmos de todos os outros,
desta forma, optamos por realizar esta avaliação preliminar como forma de justificar
a escolha dos espaços de ensaio selecionados como locais adequados à realização
dos ensaios definitivos. Por outro lado, buscamos identificar particularidades
relacionadas à realização de procedimentos de ensaio que poderiam orientar
aspectos específicos da realização dos ensaios de avaliação de desempenho.
11.2 Recursos e restrições
Para esta etapa da pesquisa contamos com equipamentos próprios e do
LABAUT, estes conseguidos por meio de empréstimo.
Como fatores de restrição, na realização dos ensaios, podemos citar a
ocorrência de chuvas ou ocupação dos quartos e enfermarias no horário dos ensaios.
151
11.3 Metodologia
A metodologia aplicada objetiva uma caracterização do hospital do ponto de
vista acústico, além disto, produzir uma avaliação preliminar do espaço. O processo
de levantamento e análise dos dados para esta primeira etapa está dividido em
quatro fases como descrito a seguir.
a) Visita 1
Primeira abordagem ao espaço de pesquisa, com objetivo de reconhecer o
ambiente externo do hospital por meio da percepção do ruído de tráfego percebido
nas vias de trânsito próximas ao corpo do edifício. Proceder a verificação da
composição da fachada, tipo das janelas e viabilidade da realização das medições
externas, considerando o movimento dos pedestres, estacionamento e passagem de
veículos, posicionamento de semáforos, pontos de ônibus, ponto de táxi, presença
de “ambulantes” ou qualquer outro elemento ou situação que possa interferir de
forma significativa no ensaio de campo. Completamos a visita com um levantamento
fotográfico do espaço externo do edifício.
b) Visita 2
Realização da segunda visita já com o conhecimento e autorização da
direção do hospital. Nesta segunda abordagem objetivamos recolher o maior número
de informações que sirva de base para a elaboração da caracterização do hospital,
considerando os aspectos físicos, históricos, técnicos e funcionais, além disto, coletar
dados referentes do atendimento aos usuários. Nesta ocasião procedemos ao
reconhecimento do setor de internação visando perceber o ruído presente nos
quartos ou enfermarias e definir os pontos internos de medição. Também
localizamos máquinas, equipamentos e movimentação de veículos que pudessem se
apresentar como fontes de ruído. Desta forma, realizamos um segundo levantamento
fotográfico da parte interna do edifício e de áreas de interesse, tais como: acessos
de veículos, entrada de pacientes e staff, hall de entrada, elevadores de acesso,
setor de internação (posto de enfermagem, quartos e enfermarias). Completamos a
visita com a obtenção de plantas de arquitetura e preenchimento do formulário-guia
para coleta de dados.
c) Visita 3
Realização da terceira visita com o objetivo de recolher informações
referentes à etapa anterior que estavam em falta e proceder a realização dos ensaios
de campo, externos e internos conforme a descrição do item 11.4.
152
d) Processamento dos dados
Nesta etapa procedemos à análise dos dados gerados pelos levantamentos e
ensaios de campo realizados anteriormente, isto com base nas Normas ABNT
referentes à avaliação de desempenho acústico e relacionadas ao espaço hospitalar,
conforme o texto do item 11.4.
Assim, podemos resumir a metodologia empregada da seguinte forma:
Realização de visitas de campo para a formação de base de dados que visa a
caracterização física e funcional – plantas, fotos, dados institucionais;
Realização dos ensaios baseados nas normas vigentes nacionais;
Interpretação dos dados considerando níveis de critérios de avaliação
descritos em norma.
11.4 Método de ensaio
De forma geral, o procedimento de medição adotado (baseado na norma
NBR 10151) seguiu a seguinte ordem: no período da manhã realizamos as medições
dos pontos definidos do lado externo do edifício. Ao término destas medições,
procedemos à realização dos ensaios internos, situando a aparelhagem dentro do
quarto ou enfermaria. Repetimos o mesmo processo no período da tarde.
11.4.1 Ensaio externo
1. Colocação do tripé nos pontos de medição previamente marcados ao
longo da calçada e fachada do edifício;
2. Registro fotográfico do equipamento montado: tripé e equipamentos de
medição;
3. Registro fotográfico do ambiente e das condições do trânsito tendo como
referência os pontos de medição;
4. Medição da temperatura e umidade com o uso do termo-higrômetro;
5. Medição do nível de ruído interno com o uso do decibelímetro;
6. Preenchimento da Ficha MODELO, RNR (registro de nível de ruído) -
externo; (ver anexo)
7. Repetição do processo para o próximo ponto.
153
A disposição dos pontos de medição externos seguiu a lógica para obtenção
de uma caracterização do ruído gerado pelo trânsito ao longo da fachada dos
hospitais selecionados. Desta forma optamos pela locação de cinco pontos
distanciados aproximadamente 25 ou 30 m entre si, tendo por base as
recomendações da NBR 10151, buscando uma distribuição uniforme dos pontos ao
longo das fachadas dos hospitais. Em alguns casos, como o do Hospital B, utilizamos
a calçada paralela e oposta, devido à intensa utilização da calçada que margeia o
perímetro do terreno do hospital, o que poderia ocasionar alguma interferência nos
resultados obtidos.
11.4.2 Ensaio interno
1. Levantamento fotográfico do quarto ou enfermaria, detalhando o
mobiliário, os materiais de acabamento, piso, parede, teto e a janela, com foco em
seus componentes: vidro, persianas, estrutura do caixilho e acessórios;
2. Levantamento físico do ambiente com o uso da trena, caso não tenha
obtido as plantas do pavimento da internação;
3. Medição da temperatura e umidade com o uso do termo-higrômetro
(janela na posição fechada);
4. Medição do nível de ruído interno com o uso do decibelímetro (janela na
posição fechada);
5. Preenchimento da ficha MODELO, RNR - interno; (ver anexo)
6. Repetir o processo a partir do item 3 com a janela na posição aberta
A seleção dos espaços (quartos e enfermarias) propícios à realização dos
ensaios foi determinada de acordo com os objetivos da pesquisa, dentre eles,
relacionar o ruído de tráfego com o desempenho acústico da janela, assim os
espaços preteridos foram aqueles, sempre que possível, localizados o mais próximo
das vias de intenso tráfego de veículos presente no perímetro ou entorno do
hospital. Outro fator de seleção foi o distanciamento considerável de fontes de ruído
interno, postos de enfermagem e outros, visamos com isto minimizar os efeitos dos
ruídos gerados dentro do próprio hospital e que pudessem interferir de forma
significativa nos resultados.
154
11.4.3 Adaptações
Para a realização dos ensaios foram necessárias algumas adaptações devido
ao:
1) Tempo disponível: devido a necessidade de ocupação dos espaços de
medição (quartos e enfermarias), em alguns casos o tempo disponível para a
medição foi determinado pela direção do hospital, fato que se apresentou como fator
de restrição, haja visto que mesmo em alguns casos o procedimento de ensaio foi
realizado com a presença do paciente e assim, procuramos realizar as medições no
menor espaço de tempo, mesmo porque não se justifica, em nenhuma hipótese, a
realização de coleta de dados onde perturbação deste tipo específico de usuário.
Deste modo as medições foram realizadas no período da manhã e tarde com
intervalos de 5s ou 10s dependendo de cada caso.
2) Recursos do equipamento: o equipamento (decibelímetro) disponível não
possui dispositivo para armazenamento dos dados, comumente chamado “data-
logger”, ocasionando a impossibilidade de aferição dos dados em três posições
distantes no mínimo 50 cm entre si (NBR 10151). Portanto para o ensaio locamos o
equipamento em posição a mais próxima e centralizada em relação à janela.
11.5 Equipamentos
Para os ensaios de campo utilizamos os seguintes equipamentos:
tripé - Velbon DF 50;
base de apoio - confeccionada em chapa de aço e neoprene;
máquina fotográfica digital - Sony, Cyber-shot DSC-P52 de 3,2 Mpx;
calibrador - AKSUD calibreu, nº de série 18795 de 94 dB em 1.000Hz;
decibelímetro (medidor de pressão sonora) - SL/401 Homis;
termo-higrômetro (medidor de temperatura e umidade) - RS 232 Homis.
155
10
Li
n
li
10
n
1
10logLAeq
=
=
11.6 Avaliação
O método de avaliação de ruído foi baseado na Norma NBR 10151
(Avaliação de ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade
Procedimento).
Adotamos para a pesquisa as seguintes definições:
1. Ensaio acústico: Conjunto de procedimentos Normalizados, ou
objetivamente organizados, necessários à obtenção, análise e informação de dados
representativos de um fenômeno sonoro. (NBR 10830)
2. Ruído: qualquer som indesejável e que produz incômodo (OMS-
Organização Mundial de Saúde)
3. Ruído aéreo: ruído produzido e transmitido através do ar (NBR 10830)
4. Ruído ambiente: superposição de ruídos, Normalmente de natureza
diversa e de origem distinta, próxima ou remota, entre os quais nenhum deles é
objeto de interesse, ou consideração específica. (NBR 10830)
5. Ruído de fundo: conjunto de sons e ruídos que ocorre juntamente com o
fato sonoro objeto de interesse, ou consideração específica. (NBR 10830)
6. Leq: nível sonoro contínuo equivalente que num certo intervalo de tempo,
representa a mesma quantidade de energia sonora, que a soma das parcelas de
energia correspondentes às flutuações de nível sonoro efetivamente ocorridas
naquele período. (NBR 10830)
7. LAeq: nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A” [dB(A)]
obtido a partir do valor médio quadrático da pressão sonora (com ponderação A)
referente a todo o intervalo de medição. (NBR 10151)
É expresso pela fórmula simplificada:
Onde Li é o nível de pressão sonora, em dB(A), lido em resposta (fast) a
cada 5s, durante o tempo de medição do ruído, n é o número total de leituras. Fonte
(NBR 10151)
8. LAmin: nível de pressão sonora mínimo ponderado em “A” [dB(A)] obtido
durante o intervalo de medição.
9. LAmáx: nível de pressão sonora máximo ponderado em “A” [dB(A)]
obtido durante o intervalo de medição.
10. L90: nível de ruído que corresponde à freqüência relativa de 90%. (NBR
13369) Chamado ruído de fundo.
11. L10: nível de ruído que corresponde a freqüência relativa de 10%. (NBR
13369) Chamado clima de ruído.
156
A condição geral para a realização da avaliação é que o período de medição
deve ser definido de forma a permitir a caracterização do ruído em questão, sendo
que as medições podem envolver uma única amostra ou uma seqüência delas.
As medições no exterior da edificação devem ser efetuadas em pontos
afastados aproximadamente 1,20 m do piso e pelo menos 2,00 m de qualquer
superfície. As medições internas devem ser realizadas a uma distância de no mínimo
1,00 m de qualquer superfície, devendo ser efetuadas em condições normais de
utilização do ambiente, isto é, com as janelas abertas ou fechadas.
O método de avaliação do ruído baseia-se em uma comparação entre o nível
de pressão sonora corrigido Lc (que é determinado pelo nível de pressão sonora
equivalente para ruídos sem caráter impulsivo e sem componentes tonais) e o nível
de critério de avaliação NCA, para o caso de hospitais os valores são de 50 dB(A)
para o período diurno e 45 dB(A) para o período noturno. (NBR 10151)
O nível de critério de avaliação NCA para ambientes internos é o nível
indicado na tabela anterior com a correção de -10 dB(A) considerando a janela
aberta e -15 dB(A) considerando a janela fechada, assim, temos a determinação dos
valor de 40 dB(A) para janela aberta e 35 dB(A) para janela na posição fechada.
11.7 Resultados
Para a elaboração dos resultados identificamos inicialmente os tipos de
janelas encontradas nos espaços de medição. Em seguida apresentamos informações
gerais referentes aos hospitais e uma descrição das condições de temperatura e
umidade medidas na data e local dos ensaios. Por fim apresentamos o resumo dos
resultados dos ensaios em forma de tabelas, onde inserimos as informações mais
relevantes.
Desse modo, em relação às medições externas apresentamos os resultados
mais significativos para o período da manhã e da tarde, com identificação dos pontos
de medição. Quanto as medições internas apresentamos todos os dados com a
informação do tipo de janela, vidro e posição no momento do ensaio.
Para efeito de análise são identificados os respectivos NCA (nível de critério
de avaliação) e o valor da diferença entre o LAeq medido e o NCA.
11.7.1 Hospital A
Data do ensaio: 04 de novembro de 2005; gabarito: 5 pavimentos; número
de leitos: 120; área construída: 9.695,25 m²; inauguração: 1978; local das medições
internas: quarto 106 e enfermaria 307; horário de medição: pela manhã entre 08:50
157
e 12:10 h e pela tarde pela tarde entre 13:15 e 16:48 h; variação da temperatura e
umidade durante o ensaio externo: entre 23°C e 24°C e entre 66% e 67%; variação
da temperatura e umidade durante o ensaio interno: entre 24°C e 25° C e entre
62% e 65%; presença de ventos: insignificante; tipologia e composição das janelas:
em alumínio e vidro do tipo projetante, com persianas internas. No quarto 106 a
janela se apresenta com duplo envidraçamento, de 3 e 4mm. Na enfermaria 307 a
janela apresenta vidro simples de 4mm.
Tabela 15 – Quadro resumo das medições do Hospital A
Período Local Horário Janela Vidro Posição LAeq LAmáx LAmín
NCA Diferença
Manhã P 4 09:40-09:50 X X X 79 93 62 50 29
Tarde P 2 13:32-13:42 X X X 80 90 63 50 30
Manhã Ap 106 10:43-10:53 projetante duplo Fechada 58 63 55 35 23
Manhã Ap 106 10:55-11:05 projetante duplo Aberta 64 73 57 40 24
Manhã Enf 307 11:15-11:25 projetante simples
Fechada 59 63 55 35 24
Manhã Enf 307 12:00-12:10 projetante simples
Aberta 64 70 59 40 24
Tarde Ap 106 15:30-15:40 projetante duplo Fechada 57 63 48 35 22
Tarde Ap 106 15:43-15:53 projetante duplo Aberta 63 70 53 40 23
Tarde Enf 307 16:18-16:28 projetante simples
Fechada 61 70 53 35 26
Tarde Enf 307 16:38-16:48 projetante simples
Aberta 66 73 57 40 26
11.7.2 Hospital B
Data do ensaio: 14 de dezembro de 2005; inauguração: 1916; gabarito: 4
pavimentos; internação: 88 leitos; ; janelas em alumínio e vidro de abrir e de correr,
com telas e folhas individuais de veneziana; local das medições internas: quarto 407;
horário pela manhã: entre 08:18 e 10:38 h; horário pela tarde: entre 11:45 e 14:10
h; variação da temperatura durante o ensaio externo: entre 22°C e 25°C; variação
da umidade durante o ensaio externo: entre 47% e 57%; variação da temperatura
durante o ensaio interno: entre 24°C e 28° C; variação da umidade durante o ensaio
interno: entre 43% e 52%; presença de ventos: insignificante.
Tabela 16 – Quadro resumo das medições do Hospital B
Período Local Horário Janela Vidro Posição LAeq LAmáx
LAmín
NCA Diferença
Manhã P 2 08:35-08:45 X X X 80 89 67 50 30
Tarde P 1 11:45-11:55 X X X 83 99 62 50 33
Manhã Ap 407
10:35-10:45 abrir simples Fechada 48 56 40 35 13
Manhã Ap 407
10:50-11:00 abrir simples Aberta 63 70 49 40 23
Tarde Ap 407
14:00-14:10 abrir simples Fechada 47 59 40 35 12
Tarde Ap 407
14:12-14:22 abrir simples Aberta 62 71 49 40 22
158
11.7.3 Hospital C
Data do ensaio: 23 de novembro de 2005; área construída: 6.274,45 m²;
inauguração: 1977; gabarito: 12 pavimentos; internação: 170 leitos; janelas em
alumínio e vidro tipo projetante - deslizante ou de correr, com persianas externas ou
entre vidros; local das medições internas: quarto 304 e 508; horário pela manhã:
entre 07:44 e 12:10 h; horário pela tarde: entre 13:02 e 15:55 h; variação da
temperatura durante o ensaio externo: entre 24°C e 37°C; variação da umidade
durante o ensaio externo: entre 32% e 67%; variação da temperatura durante o
ensaio interno: entre 25°C e 32° C; variação da umidade durante o ensaio interno:
entre 40% e 65%; presença de ventos: insignificante.
Tabela 17 – Quadro resumo das medições do Hospital C
Período Local Horário Janela Vidro Posição LAeq LAmáx
LAmín
NCA Diferença
Manhã P 3 08:20-08:30 X X X 79 90 63 50 29
Tarde P 3 13:32-13:42 X X X 77 90 62 50 27
Manhã Ap 304
10:00-10:05 correr simples Fechada 54 59 47 35 19
Manhã Ap 304
10:08-10:13 correr simples Aberta 60 67 50 40 20
Manhã Ap 508
11:45-11:55 maxim-ar duplo Fechada 49 56 41 35 14
Manhã Ap 508
12:00-12:10 maxim-ar duplo Aberta 65 76 54 40 25
Tarde Ap 304
14:55-15:00 correr simples Aberta 57 63 53 40 17
Tarde Ap 304
15:03-15:08 correr simples Fechada 55 65 50 35 20
Tarde Ap 508
15:32-15:42 maxim-ar duplo Fechada 54 63 52 35 19
Tarde Ap 508
15:45-15:55 maxim-ar duplo Aberta 64 70 56 40 24
11.7.4 Hospital D
Data do ensaio: 16 de dezembro de 2005; inauguração: 1955; gabarito: 13
pavimentos; internação: 250 leitos; janelas em alumínio e vidro tipo pivotante
horizontal com persianas entre vidros; local das medições internas: quarto 415;
horário pela manhã: entre 08:50 e 11:05 h; horário pela tarde: entre 11:30 e 12:10
h; variação da temperatura durante o ensaio externo: entre 23°C e 33°C; variação
da umidade durante o ensaio externo: entre 32% e 58%; variação da temperatura
durante o ensaio interno: entre 26°C e 30° C; variação da umidade durante o ensaio
interno: entre 42% e 52%; presença de ventos: insignificante
159
Tabela 18 – Quadro resumo das medições do Hospital D
Período Local Horário Janela Vidro Posição LAeq LAmáx
LAmín
NCA Diferença
Manhã P 1 08:50-09:00 X X X 82 95 66 50 32
Tarde P 4 12:00-12:10 X X X 80 92 68 50 30
Manhã Ap 415
10:45-10:55 reversível duplo Fechada 59 63 50 35 24
Manhã Ap 415
11:00-11:05 reversível duplo Aberta 69 75 61 40 29
Tarde Ap 415
12:30-12:35 reversível duplo Fechada 60 65 53 35 25
Tarde Ap 415
12:38-12:43 reversível duplo Aberta 69 74 62 40 29
11.8 Conclusões
Após análise dos resultados dos ensaios de campo podemos concluir que os
níveis de ruído medidos estão incompatíveis com o que define o vel de Critério de
Avaliação prescrito pela Norma NBR 10151, isto é, para áreas onde existem hospitais
o nível máximo considerado é de 50 dB(A) para o período diurno. Como foi aferido
chegamos ao LAeq de maior valor igual a 83 dB(A) e LAmáx de 99 dB(A). Com base
nos dados podemos dizer que o nível de pressão medido nas vias de tráfego
próximas aos hospitais chegam a ultrapassar em até 33 dB(A) ao que é estabelecido
pela norma, considerando o LAeq de maior valor aferido.
Em relação ao ruído interno, a análise dos resultados obtidos no ensaio de
campo realizado no setor de internação dos hospitais, pode-se concluir que os níveis
de ruído medidos estão incompatíveis com o que define o Nível de Critério de
Avaliação prescrito pela norma NBR 10151, isto é, para ambientes internos de um
hospital o nível considerado para o período diurno é de 40 dB(A) considerando a
janela na posição aberta e 35 dB(A) considerando a janela na posição fechada. Como
foi aferido os valores de LAeq variaram num intervalo de 48dB(A) até 61 dB(A)
considerando os maiores valores obtidos e a janela na posição fechada. Desta forma,
podemos dizer que o nível de pressão medido nos quartos e enfermarias dos
hospitais chegam a ultrapassar em até 26 dB(A) ao que é estabelecido pela norma.
Dessa forma constatamos a presença de níveis elevados de ruído nas vias
próximas dos hospitais bem como nos quartos e enfermarias, no entanto não
podemos afirmar que o ruído medido internamente é resultado apenas do ruído
gerado pelo tráfego de veículos, ou mesmo que seja o ruído de maior contribuição,
isto porque devemos considerar a influência do ruído gerado dentro do hospital,
transmitido pela estrutura (ruídos de impacto gerados por equipamentos dentre
outros) ou transmitido pelo ar (ruídos aéreos gerados pelas atividades comuns e
próprio uso dos espaços).
160
Os resultados obtidos nos dão uma indicação da relação entre o ruído
interno, presente nos quartos e enfermarias e o ruído externo, gerado pelo tráfego
de veículos, reforçada pela implantação dos hospitais, geralmente muito próxima a
estas vias.
Finalmente, após análise do processo de elaboração e aplicação dos ensaios
preliminares, concluímos que:
1) Os critérios de seleção adotados se mostraram coerentes com os
objetivos da pesquisa, considerando esta primeira etapa de avaliação;
2) Para a abordagem dos espaços (quarto e enfermarias) é importante
considerar alguns fatores, tais como o horário de realização do procedimento (fora
do horário de realização das atividades comuns do staff médico, pessoal da
enfermagem e funcionários da limpeza), buscando minimizar a interferência dos
ruídos gerados internamente;
3) Para a seleção dos locais de medição a maior proximidade com a via de
tráfego de veículos é fator decisivo considerando que em alguns casos, na realização
dos ensaios de avaliação de desempenho acústico da janela, as normas prevêem
casos onde o ruído de tráfego de veículos pode ser utilizado como fonte de ruído
externo (NBR 10829). No entanto, deve ser considerado o fator de restrição
representado pela própria presença do usuário, e assim, verificar a possibilidade da
realização do procedimento de ensaio;
4) No planejamento dos ensaios, ainda devemos considerar que num
mesmo hospital teremos quartos e enfermarias de configurações diferentes
(mobiliários, equipamentos e acabamentos), bem como tipos diversos de janelas,
levando ao questionamento da validade de aplicação do ensaio para determinado
espaço, visto que em alguns casos o hospital está em meio a um processo de
reforma, onde sistemas obsoletos estão sendo trocados por sistemas mais modernos.
5) A composição das fachadas e mais precisamente das janelas deve ser
considerada na etapa de realização dos ensaios definitivos, pois influem no tipo e
localização dos equipamentos, assim como das adaptações ao próprio método
adotado.
161
12 ESTUDO DE CASOS
12.1 Recursos e restrições
Para a realização desta etapa da pesquisa contávamos com a colaboração
do LABAUT (FAU-USP), pois após análise das normas específicas para a realização
das medições, constatamos que os equipamentos necessários para a obtenção dos
resultados faziam parte do acervo do laboratório.
No entanto, após contato com a chefia do laboratório, fomos informados
que os equipamentos não poderiam ser utilizados em trabalhos de campo, devido a
incidentes acontecidos anteriormente com os aparelhos que resultaram em gastos
desnecessários arcados pela própria chefia.
Assim, mesmo com o esclarecimento dos objetivos da pesquisa e
comprovação da necessidade da utilização de equipamentos específicos, o
podemos tê-los disponíveis para a realização dos trabalhos de campo. Contudo, a
chefia do laboratório, se colocou a disposição para eventualmente buscar outra
solução, inclusive com contatos a empresas que tivessem a aparelhagem necessária
a realização da pesquisa.
Lamentamos o fato do laboratório não dispor de uma pessoa responsável
para o acompanhamento dos pesquisadores nos trabalhos de campo, fato que
certamente asseguraria a integridade dos equipamentos. Por outro lado, também
lamentamos as ocorrências anteriores, que de uma forma ou de outra, causam
prejuízos a pesquisas posteriores.
Com isto buscamos o apoio de empresas especializadas em medições
acústicas. Como resultado desse processo encontramos uma empresa que tem sede
na França e representação no Brasil, estando localizada em São Paulo.
Após algumas reuniões foi acertado que teríamos o apoio técnico e
equipamentos necessários e disponíveis para quatro dias de medições, este tempo
foi determinado após avaliação e definição do método de ensaio aonde pretendíamos
realizar medições em dois hospitais por dia.
Portanto, está imposição de tempo sempre nos preocupou por dois motivos:
o primeiro está relacionado à impossibilidade de realizarmos os ensaios num dia de
chuva, o segundo está relacionado na dificuldade em conciliar a realização de
ensaios em dois hospitais no mesmo dia, face à necessidade de ocupação e
interdição dos espaços na internação, seja em hospitais públicos ou privados.
Ressaltamos que o apoio por parte da empresa citada anteriormente se deu
por meio de fixação de convênio com o NUTAU, feito em caráter informal. Este
162
convênio determinava que em troca do apoio necessário a realização da pesquisa
nos quatro dias mencionados, o NUTAU faria a divulgação do logotipo da empresa
em todo o material gráfico do seminário NUTAU’2006 “Inovações Tecnológicas e
Sustentabilidade”, fato que aconteceu.
Contudo, após contatos para a fixação dos dias para a realização dos
ensaios, a referida empresa declinou do acordo feito, alegando poder
disponibilizar os equipamentos por dois dias de medição. Com isto voltamos a
esclarecer que já prevíamos ser difícil conciliar os trabalhos em dois hospitais por dia,
sendo assim mais difícil ainda, fazê-los em quatro hospitais.
Diante deste fato, buscamos uma nova solução que envolvia o contato com
outras empresas que de fato pudessem nos dar o apoio necessário para a realização
da pesquisa. Após novas incursões tivemos a certeza da disponibilidade dos
equipamentos por parte da empresa “dBTronics”, de propriedade do engenheiro
Flávio de Moraes Gugliotti.
Porém, ainda eram necessários equipamentos específicos para a realização
de ensaios para a determinação de “tempo de reverberação”. Para a obtenção
destes, entramos em contato com o Laboratório de Acústica Musical e Informática
(LAMI) da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA) de responsabilidade do
Prof. Dr. Fernando Iazzetta, onde após reunião para esclarecimento do método de
ensaio e determinação da forma de empréstimo, tivemos resposta positiva, e assim
podemos contar com a utilização dos equipamentos pertencentes a este laboratório.
Destacamos o apoio do técnico de áudio Pedro Paulo dos Santos que nos
auxiliou na liberação dos equipamentos sempre que foram solicitados, estando os
mesmos apenas sob nossa responsabilidade, fato determinado pela assinatura de
“Termo de Liberação” elaborado pelo LAMI, nos dando a liberdade necessária para o
manuseio e operação.
Com isto tivemos condições reais de concluir a pesquisa, tendo o apoio
técnico e aparelhagem necessária para a conclusão dos trabalhos. Ressaltamos
ainda, que todo este processo para a obtenção dos equipamentos para a pesquisa
desprendeu tempo considerável, resultando em quase impossibilidade de finalização
dos trabalhos. Assim, asseguramos que qualquer pesquisador que necessite de
equipamentos para a realização de ensaios considere todos estes fatores expostos
para que possa cumprir com o seu cronograma.
Em relação às restrições citamos novamente o impedimento da realização
dos ensaios em caso de ocorrência de chuvas, este fato está relacionado na
imposição de fixação de microfone externo ao espaço de medição, procedimento que
se torna inviável na ocorrência de precipitações, que podem causar dano ao
equipamento.
Outra restrição importante diz respeito à própria disponibilidade dos quartos
e enfermarias, fato relacionado com a ocupação dos hospitais que diferem em cada
caso. Em relação aos hospitais públicos podemos dizer que sempre uma grande
demanda pelos espaços de internação, resultante do público de atendimento e
163
condições específicas deste tipo particular de instituição. Por outro lado, a ocupação
de leitos em hospitais particulares é fator preponderante considerando questões
financeiras. O fato é que estivemos a mercê da ocupação dos quartos ou
enfermarias, espaços necessárias para a realização dos ensaios, visto que havia a
impossibilidade de realização dos mesmos em locais ocupados.
Por fim, citamos a utilização dos equipamentos como fator de restrição, isto
pelo fato da utilização dos mesmos pela empresa dBTronics, pois poderíamos
utilizá-los em dias específicos, quando os mesmos não estivessem a serviço da
empresa. Em relação aos equipamentos do LAMI, a restrição estava vinculada na
assinatura dos papéis para a liberação, pelo diretor da ECA, Prof. Dr. Gil Jardim e
pelo chefe do laboratório.
12.2 Acesso aos hospitais
Devido as considerações anteriores o acesso aos espaços de ensaio nesta
etapa da pesquisa se apresentou como processo determinante no alcance dos
objetivos. Fato que nos obrigou a conciliar a disponibilidade dos equipamentos, tanto
pela dBTronics como pelo LAMI, na data e horário mais conveniente para cada
hospital. A conveniência citada está relacionada com as características próprias de
cada instituição, particular ou pública.
Considerando os hospitais particulares podemos dizer que a disponibilidade
dos quartos e enfermarias foi determinada pelos períodos de menor ocupação, isto é,
normalmente nos dias de feriados e sobretudo nas segundas-feiras, isto porque
nestas datas tínhamos uma menor taxa de ocupação, nos feriados por motivos
óbvios e no começo da semana pela maior quantidade de altas dadas aos pacientes.
De qualquer maneira, a realização dos ensaios nos dias de feriados, poderia
significar alguma alteração nos resultados dos ensaios, fato relacionado a
modificações no tráfego, pois nestes períodos é notória uma diminuição dos veículos
que transitam na cidade de São Paulo. No entanto, após avaliação dos métodos de
ensaio, percebemos que isto poderia ser irrelevante, pois bastariam ser atendidas as
condições impostas pelo método, fato que poderá ser observado na discussão dos
resultados.
em relação aos hospitais blicos, podemos afirmar que a interdição de
um quarto ou enfermaria está vinculada sobremaneira a sua disponibilidade, fator
determinado pela demanda da instituição, costumeiramente alta.
Acrescentamos ainda que para a seleção dos espaços de ensaio, alguns
aspectos são essenciais, dentre eles: o distanciamento de fontes internas de ruído,
proximidade e posição relativa à via de tráfego, tipo de janela aplicada (haja visto
164
que num mesmo hospital podemos ter tipos diferentes de janelas aplicadas) e
sobretudo a composição da fachada e janela (fator determinante na utilização de
equipamentos para a fixação do microfone externo). Estes e outros aspectos
relacionados com as peculiaridades de cada ensaio serão discutidos posteriormente.
Ressaltamos que após a etapa de contato com a administração de cada
hospital, ou mesmo setor responsável por liberações de pesquisas (Comitê de Ética e
Pesquisa), em alguns casos, fomos orientados a estabelecer novos contatos para a
liberação dos espaços, seja por mudanças do pessoal administrativo ou mesmo
redirecionamento para setores distintos daqueles que anteriormente foram
responsáveis pela liberação ou não dos espaços de pesquisa.
12.3 Ensaios de campo
Para a definição do método de ensaio recorremos às normas nacionais
(ABNT) e normas aceitas internacionalmente (ISO e ASTM). Desse modo, o método
de ensaio proposto foi baseado em sua maior parte na norma NBR 10829 específica
para a realização deste tipo de ensaio, visando o alcance dos objetivos propostos.
12.3.1 Objetivo
O objetivo do ensaio é a realização de medições de campo que visam
caracterizar o isolamento sonoro de caixilhos, janelas aplicadas em fachadas de
edificações.
Embora termos feito uso da NBR 10829 como texto-base para a descrição, e
definição do método aplicado a esta pesquisa, deixamos claro que a norma citada
indica o uso do método contido em seu texto apenas para a aplicação em edifícios
comerciais e residenciais.
No entanto, no esforço para a definição de um método para a aplicação em
quartos ou enfermarias de hospitais, buscamos adaptar algumas determinações
desta norma para este caso específico. Considerando que as alterações propostas
não venham provocar discrepâncias significativas, mas em todo caso, indicamos as
mesmas no texto ou mesmo nos resultados caso a caso.
165
Segundo a NBR 10829
“[...] os valores de isolamento sonoro o determinados [...] como
uma diferença entre o nível de ruído que ocorre externamente ao
edifício e o concomitante nível deste mesmo ruído que se estabelece
no recinto mediante intrusão através dos seus vedos de fachada
[...]”.
12.3.2 Grandezas e índices
Segundo a NBR 10829 as grandezas e índices a serem determinadas são os
seguintes:
a) Perda de transmissão sonora de campo de caixilho por faixa de terço
de oitava (PT);
b) Isolamento sonoro Bruto (ISB);
c) Isolamento Sonoro Normalizado (ISN);
d) Absorção sonora de um recinto (A);
e) Classe de Transmissão Sonora Aérea (CTS);
O índice CTS foi desenvolvido como método para “[...] obtenção de um
único número capaz de descrever o grau de atenuação acústica de painéis, foi
desenvolvido pela ASTM [...]” (MTCJ, 1991). Para a determinação do mesmo
recorremos a ASTM E 1332-90.
12.3.3 Equipamentos
Os equipamentos utilizados para as medições foram:
a) Para a determinação de PT:
Svan 948 (Svantek);
Cabos para a ligação entre aparelho e microfones;
Cabo de transposição para a jenaela;
166
Microfones externos e internos;
Tripé;
Equipamento para ligação da corrente;
Dispositivo para Microfone Externo (DME);
Calibrador.
b) Para a medição de tempo de reverberação:
Svan 943 (Svantek);
Svan 949 (Svantek);
Tripé;
Microfone (para o 943);
Equipamento para ligação da corrente;
Calibrador.
c) Para a geração e difusão de ruído-rosa:
Caixa acústica omni-direcional;
Amplificador;
Tripé para apoio da caixa-acústica;
Cabos de ligação;
Aparelho toca CD (reprodução do ruído-rosa);
Caixas acústicas simples;
Transformador.
As especificações técnicas e setup dos equipamentos podem ser consultadas
nos anexos.
167
12.3.4 Fonte de ruído
A fonte de ruído utilizada foi o tráfego de veículos das vias próximas aos
edifícios. Considerando sempre como referência as vias de tráfego que apresentavam
maior volume de veículos, bem como características próprias.
No caso de vias efetivamente paralelas, fronteiriças e de mão dupla,
utilizamos espaços localizados no edifício que estavam posicionados a uma altura
angular não superior a 50º, determinada em relação à via de tráfego.
No caso em que o edifício não estava posicionado de forma paralela a via,
realizamos os ensaios de forma a atender a exigência quanto a altura em relação à
via tomada como referência, estando a amostra localizada no mínimo a 10m do solo.
Por fim, indicamos nas fichas de resultados o atendimento a exigência
relativa à aceitação das medições que determina um nível de ruído intruso superior a
10 dB em comparação ao ruído de fundo do recinto aonde ocorre o ensaio.
12.3.5 Espaço de medição
Na determinação da banda inicial de freqüência, privilegiamos os resultados
obtidos a partir de 80 Hz, isto está relacionado com a composição do índice de CTS,
determinado pela ASTM E 1332. No entanto, em muitos dos casos, após a realização
dos ensaios de medição de tempo de reverberação, não obtivemos valores
correspondentes a esta faixa de freqüência, sendo que em alguns casos podemos
dispor de valores a partir da faixa correspondente a 125 Hz.
Desse modo podemos constatar as informações indicadas na tabela
representada pela figura 2 da NBR 10829, que descreve a correspondência entre o
volume do recinto e o menor valor de freqüência centro-de-banda de terço de oitava,
em que se pode efetuar a medição. Como na maior parte dos casos tínhamos um
volume que não era menor que 40m³, isso implica na utilização de banda inicial de
freqüência de terço de oitava correspondendo a 125 Hz.
12.3.6 Captação do ruído
a) Ruído externo ao espaço de medição
Para a captação do ruído de tráfego de veículos desenvolvemos o Dispositivo
para Microfone Externo (DME). Este dispositivo, cuja descrição e detalhamento se
encontram no anexo, foi concebido diante da exigência quanto ao posicionamento do
microfone externo a uma distância mínima de 2m em relação à superfície da janela
168
objeto de teste ou quaisquer superfícies refletoras, além disso, numa posição
centrada em relação a mesma.
Porém outras especificidades determinaram sua concepção:
Utilização de apenas um quarto ou enfermaria para a instalação dos
equipamentos (pois foi considerada a hipótese de instalar o aparato
através do espaço localizado no espaço imediatamente superior);
Fixação do dispositivo em qualquer pavimento do edifício hospitalar;
Exigência quanto a manutenção da integridade da fachada e seus
componentes;
Localização do microfone na posição determinada pela norma.
b) Ruído interno ao espaço de medição
A localização do microfone no espaço interno foi condicionada pelos
equipamentos disponíveis, por isso, com uso de um equipamento de 4 canais (Svan
948) optamos por utilizar um dos canais para a medição do ruído externo, e outro
para a medição do ruído interno, visto que é imperativo a realização de medições
simultâneas.
Desse modo fixamos cinco pontos de medição no interior do espaço de
ensaio, localizados em torno do leito e distanciados a 1m de qualquer superfície
(salvo quando indicado) e a uma altura superior de 1,20m do piso.
12.3.7 Geração do ruído-rosa
O ruído-rosa utilizado foi obtido pelo site http://www.nch.com.au
/tonegen/index.html (NCH Swift Sound), através dele tivemos acesso ao programa
gerador de tons para testes de áudio. Para sua reprodução utilizamos um
equipamento de som comum para reprodução de discos compact-disc.
a) Equipamento 1
O equipamento para a geração de ruído-rosa foi composto de duas caixas
acústicas comuns e cabos de ligação entre equipamentos (ver anexos). Nos ensaios
onde foi utilizado o locamos sobre a mesa móvel de refeições numa posição centrada
em relação à cama e com as caixas direcionadas para o teto. Com isto pudemos
obter uma distribuição mais homogênea do ruído.
169
b) Equipamento 2
Este equipamento nos foi disponibilizado pela ECA, consistindo de uma caixa
acústica omni-direcional e amplificador. Locamos esta aparelhagem na parte
contraria da cabeceira da cama, guardando sempre que possível a distância de 1m
em relação às paredes e a altura de 1,20m em relação ao piso.
12.3.8 Procedimento
O procedimento de realização dos ensaios foi composto de duas séries
distintas, a primeira era destinada para a realização das medições que determinaram
a grandeza perda de transmissão sonora (PT), a segunda visou a determinação do
tempo de reverberação (TR).
Com o objetivo de ordenar as atividades elaboramos um “roteiro de ensaio”
(ver anexos), consistindo dos seguintes tópicos:
Caracterização do local: informações sobre o espaço do ensaio;
Levantamento fotográfico: dos aspectos relevantes à pesquisa;
Marcação dos pontos de medição no piso: para a localização das
diversas medições;
Realização dos ensaios: medição de PT e TR;
Medições finais: aspectos relevantes à caracterização do componente,
espaço de ensaio e dados para a obtenção dos resultados;
Dados adicionais: croqui com a localização dos pontos de ensaio e da
janela.
Citamos no texto abaixo os pormenores relacionados à realização dos
ensaios de PT e TR.
a) Ensaio de Perda de Transmissão Sonora (PT)
A determinação de PT está condicionada na realização de medições
simultâneas, do ruído externo proveniente do tráfego de veículos e do ruído interno
presente no quarto ou enfermaria.
Assim com a localização dos pontos de medida no espaço interno e fixação
do microfone externo realizamos séries intercaladas de medições com período
determinado de cinco minutos de duração, ininterruptos para o ponto C (localizado
170
em posição próxima a janela sob ensaio) e de forma intercalada (1 min. cada ponto)
para o conjunto dos pontos C,1,2,3 e 4, guardando os eventos na memória do
equipamento.
Durante a realização dos ensaios permanecemos no local e anotamos a
ocorrência de ruídos que pudessem interferir nos resultados, tais como ruídos
externos (aviões, helicópteros, obras, ou quaisquer outros que não fossem
caracterizados como ruídos de tráfego de veículos) e ruídos internos (carros de
transporte, pacientes, atividades, dentre outros). Esta monitoração visou o
tratamento dos dados, aonde seria possível a edição da gravação dos ruídos
medidos.
Outra questão a ser considerada foi a realização de ensaios em quartos e
enfermarias com mais de uma janela. Segundo a NBR 10829 a recomendação é que
“[...] o ensaio seja repetido duas vezes, numa dos quais o vão da amostra deve ser
recoberto com tapume, cujos isolamentos sonoros nas diversas faixas de freqüências
devem ser pelo menos 10 dB maiores do que os correspondentes valores
previamente apurados [...]”, no entanto esclarecemos que, devido a dificuldade em
conceber estes aparatos para cada tipo de janela e seu espaço de ensaio
característico, optamos por não realizar este procedimento, fazendo a devida
ressalva em cada caso.
b) Ensaio para a determinação de Tempo de Reverberação (TR)
O objetivo deste ensaio é a obtenção do tempo de reverberação para as
faixas de freqüências definidas. Os diversos valores de TR serão aplicados na fórmula
de determinação da absorção sonora do espaço de ensaio que por sua vez foi
aplicado na obtenção dos valores de PT.
A NBR 10829 faz algumas recomendações para este ensaio, como a
utilização de ruído branco ou rosa e o mínimo de três medições para cada posição do
microfone após a interrupção da fonte de ruído. No entanto não são feitas
recomendações explícitas sobre a posição dos microfones ou mesmo a posição da
caixa acústica.
Para a realização deste ensaio nos casos descritos na pesquisa, optamos por
utilizar os mesmos pontos de medição do ensaio anterior, sendo que substituímos
um dos pontos de localização do microfone pela caixa-acústica. Assim efetuamos em
cada espaço oito medições sendo duas para cada ponto, outras variantes são
relacionadas na apresentação dos resultados dos ensaios.
Outra questão pertinente é a geração do ruído em níveis suficientes a
obtenção do TR, isto é, havia a necessidade de elevar o nível de ruído ambiente a
valores superiores a 60 dB sobre o nível de ruído de fundo. Contudo, em todos os
casos isto não foi possível, visto que o ruído de fundo aferido nestes espaços variava
entre 55 e 65 dB o que implicava elevar o nível de ruído a valores próximos a 105
dB.
171
No entanto, realizamos medições com um acréscimo de ruído variando entre
20 e 30 dB em períodos de tempo muito curtos, apenas o necessário para a
obtenção dos valores de ensaio. Estes valores, conseguidos com os acréscimos
citados, foram processados pelo software de tratamento de dados do equipamento
de medição (Svantek), aonde são feitas ponderações de cálculo para a determinação
do tempo de reverberação.
Ressaltamos que os equipamentos utilizados nos dois ensaios foram
calibrados no ato da retirada da empresa que os forneceu, sendo que o calibrador
utilizado tem certificação pela CHROMPACK Instrumentos Científicos Ltda. (ver
anexos)
12.3.9 Composição das tabelas
A composição das tabelas utilizadas nesta pesquisa foi baseada na tese de
doutorado de autoria do Prof. Dr. João G. de A. Baring. São em número de quatro:
1. Tabela: Avaliação de desempenho
a) Dados gerais: para a caracterização do espaço de ensaio;
b) Dados do ensaio: com indicadores para a formação dos dados;
c) Variáveis: utilizadas na composição da tabela;
d) Valores: das variáveis relacionadas;
e) Equações: utilizadas para a determinação dos valores;
d) Gráfico – PT: composição em forma de gráfico dos valores obtidos;
e) Indicadores: Valores obtidos para avaliação dos dados;
f) Tipologia: Caracterização da janela;
g) Descrição da janela: caracterização do objeto de ensaio;
i) Descrição do espaço: caracterização do espaço de ensaio;
j) Notas: referentes às informações apresentadas.
2. Tabela “Tempo de reverberação”: apresentação dos valores por faixa de
freqüências.
3. Tabela “Cálculo de CTS”: aplicação dos valores obtidos em PT e
determinação do índice CTS
172
4. Tabela “Cálculo de variáveis e indicadores”: dados tabulados referentes às
medições realizadas.
Para complementação das informações apresentamos o gráfico Avaliação
de Leq” com dados dos níveis aferidos externa e internamente e o texto contido em
“Observações” com informações acerca da realização dos ensaios, estado de
conservação da janela e outros.
Destacamos ainda a apresentação dos dados de dois hospitais com tabelas
específicas (Tabela: Avaliação ambiental) resultado das condições de ensaio
específicas para estes casos.
Para a composição dos dados referentes na determinação das faixas de
freqüência utilizamos o intervalo de 80 Hz a 4000 Hz em bandas de terços-de-oitava
determinado pela composição da tabela “Cálculo de CTS”.
Apresentamos abaixo a codificação para identificação da aparelhagem
utilizada em cada medição.
Tabela 19 : Codificação para aparelhagem
EQUIPAMENTOS
APARELHAGEM
PT TR
1 Svan 948 Svan 943
2 Svan 948 Svan 943
3 Svan 948 Svan 949 1
4 Svan 948 Svan 949 2
5 Svan 948 X X
1: Caixas acústicas simples
2: Caixa acústica omni-direcional e amplificador
Por fim, a determinação da distância da amostra em relação à fonte de
ruído, no caso o tráfego de veículos, foi realizada através da obtenção de plantas de
implantação em formato digital (CAD) ou não, com posterior medição da distância
linear da fachada até a borda da via de tráfego, isto é, até a borda da calçada que
margeia a via.
12.4 Resultados
173
12.4.1 Hospital A
a) Caracterização
Classificado como hospital geral conta com aproximadamente 120 leitos e
pertence à esfera privada. Está localizado na zona oeste do município de São Paulo.
O objeto de ensaio dista aproximadamente 19 m da borda da via de tráfego
de referência. As medições foram realizadas numa sexta-feira no período
compreendido entre as 14:23 h e 16:15 h quando o tráfego não apresentava
movimentação intensa, embora a via que se localiza em frente ao edifício do hospital
apresente tráfego carregado em boa parte do dia, devido inclusive a existência de
um corredor de ônibus. O entorno é caracterizado por edifícios de baixo gabarito
predominando edifícios comerciais ao longo da via e residenciais na região do bairro.
O local de ensaio é localizado próximo ao posto de enfermagem e do hall de
recepção e foi definido de acordo com a disponibilidade no horário proposto para a
realização dos ensaios, no entanto tivemos a oportunidade de selecionar um quarto
que possuía os caixilhos com a mesma configuração, visto que neste hospital existem
janelas com diferenciações resultado da troca de componentes das janelas,
sobretudo os vidros.
Segundo informações do setor de Engenharia e Manutenção do hospital a
parede onde está instalada a janela é composta de concreto armado, sugerindo
níveis elevados de isolamento sonoro se comparado ao caixilho aplicado.
A janela é do tipo projetante composta com perfil de alumínio (40 mm),
vidro laminado recoberto com película refletiva verde e vedações em borracha que já
apresentam desgaste. Não podemos ter a informação precisa da espessura do vidro
por falta de informação do setor de engenharia e manutenção. Notamos que o
fechamento dos caixilhos não se apresentava em boas condições seja pela
manutenção realizada ou mesmo desgaste dos fechos, resultando em frestas. Outro
aspecto a mencionar é a utilização de aparelho de ar-condicionado aplicado ao
caixilho, tomando o espaço de parte de uma das bandeiras fixas localizadas sobre os
caixilhos móveis e que são compostas por vidros duplos com persianas de alumínio
entre elas.
b) Ensaio
No período do ensaio o céu se apresentava nublado com possibilidade de
ocorrência de chuva. Altura angular correspondente à amostra de ensaio e a via de
tráfego de veículos tomada como referência para fonte de ruído não é maior que
20º, condição que satisfaz as exigências da NBR 10829 para a posição paralela do
edifício em relação à via. O ruído de fundo (L 90) resultado das medições foi de 66,8
dB, o valor de Leq para o espaço externo foi aferido em 80,2 dB, desse modo
174
tivemos uma diferença entre os dois valores igual a 13,4 dB. Assim podemos dizer
que as condições para aceitação dos resultados dos ensaios foram satisfeitas.
c) Avaliação
Segundo os dados levantados através dos ensaios realizados podemos dizer
que o quarto e a janela aplicada não apresentam conforto ou desempenho acústico
satisfatório, considerando os níveis exigidos pelas normas.
O nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A” aferido no ensaio
foi de 53 dB(A), 18 dB(A) superior ao nível considerado de conforto (35 dB(A)) e 8
dB(A) superior ao nível considerado aceitável para a finalidade a que se destina o
espaço (45 dB(A)), considerando os níveis determinados pela NBR 10152.
Em comparação aos valores obtidos no ensaio de avaliação de ruído
ambiente, podemos dizer que os valores foram próximos aos deste ensaio (57 e 58
dB(A)), considerando a janela na posição fechada e ensaio realizado em períodos de
pico de tráfego. No entanto devemos considerar os fatores referentes à realização de
cada ensaio bem como aparelhagem, condições ambientais e mesmo o espaço
selecionado para o ensaio.
Com relação ao abatimento de ruído o valor aferido para CTS foi igual a 16,
número menor em 14 unidades do limite inferior definido no item 6.1.5 (NBR 10821),
onde o valor mínimo de CTS para as condições dadas foi fixado em 30.
em relação aos valores de PT aferidos, podemos dizer que a janela
ensaiada apresentou números baixos exatamente na faixa representada pelas baixas
freqüências, variando entre 11 e 14 dB. Considerando que o ruído característico de
trafego de veículos se encontra em sua maioria em baixas freqüências, podemos
dizer que a janela apresenta um abatimento de ruído insatisfatório. No entanto,
segundo os dados aferidos, a janela se mostra mais eficaz nas médias e altas
freqüências.
Com isso, deduzimos que o abatimento insatisfatório do ruído nas baixas
freqüências, pode estar relacionado à existência de frestas na janela ou mesmo a
aplicação do aparelho de ar-condicionado no caixilho, pois percebemos que mesmo
com a vedação de espuma não garantias de vedação quanto à passagem do ar.
Ademais a própria aplicação do aparelho ao caixilho pode ser um fator responsável
pela geração de ruídos, visto que a sua vibração pode ser transmitida para os
caixilhos.
175
Local: Zona Oeste T Data do ensaio
Aparelhagem 4 6,46 27
59,00
Un
Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
s 0,734 0,851 0,781 0,688 0,752 0,759 0,786 0,795 0,760 0,766 0,814 0,754 0,768 0,760 0,778 0,772
dB/s 81,70 70,48 76,80 87,23 79,75 79,08 76,36 75,45 78,92 78,33 73,69 79,58 78,14 78,93 77,13 77,68
m² 12,79 11,03 12,02 13,65 12,48 12,38 11,95 11,81 12,35 12,26 11,53 12,45 12,23 12,35 12,07 12,16
dB 67,0 67,5 67,0 67,0 64,0 62,7 62,5 62,2 61,4 61,1 60,4 59,1 58,5 57,2 55,2 53,0
dB 52,7 51,2 50,8 47,9 47,1 44,5 43,4 41,6 40,0 39,9 41,4 41,8 39,3 36,1 33,9 33,4
dB 14 16 16 19 17 18 19 21 21 21 19 17 19 21 21 20
dB 16 19 18 20 19 20 21 23 23 23 21 19 21 23 23 22
dB 11 14 14 16 14 15 16 18 19 18 16 14 16 18 19 17
Leq externo (dB) 80,2
Leq interno (dBA) 53,0
Leq externo (dBA) 71,1
CTS (OITC)² 16
TABELA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Paredes internas: tijolo furado com esp. = 15cm
Piso: tipo paviflex
Teto: forro de gesso e pintura látex
Paredes externas: em concreto armado
DADOS GERAIS
Quarto ou enfermaria Q - 101 06 / 10 / 2006Tipo da via
Elementos adicionais: cortina em tecido
1: Tempo de Reverberação calculado com acréscimo de 30 dB sobre o ruído ambiente
2: Índice calculado segundo a norma ASTM E 1332-90 considerando valores de PT definidos pela NBR 10829
Dimensões do vão: h=1,90m l=3,40m
Dimensões do caixilho: h=1,50m l=1,05m
Perfil: alumínio de 40mm e barrotes externos
Vidro: duplo laminado com pelícila refetiva verde
Vedações: em borracha
Elementos adicionais: ar-condicionado localizado no caixilho
Estrutura: concreto armado
Estrutural N2
Bandas de terço-de-oitavas
Tempo de reverberação¹
Volume do recinto (m³) Banda inicial de frequência para ensaio (Hz) 125
Área do caixilho - S (m²) Temperatura no ensaio (ºC) Velocidade de propagação do som no ar - c (1) 347,19
Leq externo - Le (4)
Leq interno - Li (4)
Pavimento
Razão de decréscimo - d (2)
Absorção do recinto - A (3)
VARIÁVEIS VALORES
Amostra-sistema (1 abertura, 3 caixilhos)
DADOS DO ENSAIO
Normas de referência NBR 10829 / ISO 140-5 / ASTM E 966 Classificação: Hospital geral
(1) c = 331,2? 1 + t / 273 (dB)
(2) d = 60/T
Isolamento Sonoro Bruto - ISB (5)
Isolamento Sonoro Normalizado-ISN (6)
Perda de Transmissão Sonora - PT (7)
EQUAÇÕES GRÁFICO - Perda de Transmissão Sonora (PT)
Atendimento Privado
Projetante
(6) ISN = ISB + 10 Log T / 0,5
Período do ensaio 14:23 - 16:15
(7) PT = ISB + 10 Log S/A
Ruído de fundo - L90 66,8
INDICADORES
BANDAS DE FREQUÊNCIA EM TERÇO-DE-OITAVA (Hz)
TIPOLOGIA DESCRIÇÃO DA JANELA DESCRIÇÃO DO ESPAÇO
(3) A = 0,9210 V d/c
(4) Leq:
(5) ISB = Le - Li
HOSPITAL A - PLANILHA 1
NOTAS
10
Li
n
li
10
n
1
10logLeq
=
=
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
176
Fonte: ASTM E 1332
Bandas de Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
1/3 oitava Σ e Frequência Espectro Correção de Soma da TL¹ Diferença
(Hz) Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 média Centro de de Refer. Ponderação Coluna 2 do Coluna 4 10^coluna 4
80
0,000
Banda Sonoro em A com a Objeto com
100
0,000
(Hz) (dB) (dB A) Coluna 3 (dB) Coluna 5
125
0,886 0,891 0,763 0,924 0,504 0,518 0,602 0,787 0,734
80
103 -22,5 80,5
160 0,857 0,989 0,764 0,963 0,739 0,673 0,851 0,974 0,851 100 102 -19,1 82,9
200
0,728 0,749 0,898 0,923 0,657 0,742 0,927 0,626 0,781
125
101 -16,1 84,9
11
73,6 309029543,3
250 0,507 0,502 0,709 0,764 0,845 0,596 0,853 0,727 0,688 160 98 -13,4 84,6 14 70,6 288403150,3
315 0,826 0,602 0,827 0,799 0,915 0,552 0,684 0,814 0,752 200 97 -10,9 86,1 14 72,6 407380277,8
400 0,650 0,869 0,513 0,866 0,680 0,899 0,829 0,764 0,759 250 95 -8,6 86,4 16 70,6 436515832,2
500 0,756 0,880 0,776 0,827 0,722 0,863 0,699 0,763 0,786 315 94 -6,6 87,4 14 73,4 549540873,9
630 0,882 0,880 0,836 0,616 0,820 0,647 0,912 0,769 0,795 400 93 -4,8 88,2 15 72,8 660693448
800 0,800 0,847 0,753 0,741 0,617 0,702 0,822 0,800 0,760 500 93 -3,2 89,8 16 73,4 954992586
1000 0,886 0,725 0,820 0,729 0,729 0,699 0,847 0,693 0,766 630 91 -1,9 89,1 18 71,1 812830516,2
1250 0,960 0,758 0,871 0,754 0,798 0,821 0,827 0,725 0,814 800 90 -0,8 89,2 19 70,6 831763771,1
1600 0,807 0,683 0,737 0,763 0,637 0,855 0,811 0,739 0,754 1000 89 0,0 89,0 18 70,6 794328234,7
2000 0,754 0,733 0,730 0,717 0,825 0,877 0,789 0,718 0,768 1250 89 0,6 89,6 16 73,2 912010839,4
2500 0,747 0,719 0,790 0,734 0,832 0,794 0,727 0,738 0,760 1600 88 1,0 89,0 14 74,6 794328234,7
3150 0,723 0,802 0,776 0,739 0,820 0,797 0,803 0,763 0,778 2000 88 1,2 89,2 16 72,8 831763771,1
4000
0,783 0,824 0,757 0,752 0,767 0,781 0,775 0,740 0,772
2500
87 1,3 88,3
18
70,0 676082975,4
3150 85 1,2 86,2 19 67,6 416869383,5
4000
84 1,0 85,0
17
68,1 316227766
Notas:
Total 7
1. Transmission Loss (Perda deTransmissão Sonora) Total 8
2. Outdoor-Indoor Transmission Class (Classe de Transmissão Sonora) OIT
adicional a contribuirpara o baixo isolamento sonoro
Implantação: o hospital está implantado de forma paralela a avenida
Localização dos pontos: foram locados 5 pontos de medição em torno do leito
Localização da fonte: do lado contrário a cabeceira
Duração das medições: 5 min para cada ponto
Estado da janela: bom estado de conservação, embora as vedações em borracha já
apresentam um desgaste considerável, assim como os elementos de fechamento,
implicando em frestas, que no entanto não comprometeram os resultados, porém
se não existissem, poderiam resulta em valores mais elevados de isolamento sonoro
O ar-condicionado, por ser aplicado no próprio caixilho se apresenta como fator
OBSERVAÇÕES
TABELA CÁLCULO DE CTS
HOSPITAL A - PLANILHA 2
GRÁFICO AVALIAÇÃO DE Leq
Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
TABELA TEMPO DE REVERBERAÇÃO
VALORES
Ponto 1
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
BANDAS DE FREQUÊNCIA (Hz)
Leq externo Leq interno
177
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 67,9
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 66,9
Leq externo - Le (4) dB 69,6 68,6 66,5 63,9 64,3 66,6 64,3 61,0 61,1 59,2 58,6 57,7 55,9 55,4 54,0 52,5 53,5 47,0 Leq E (dB) 80,9
Leq interno - Li (4) dB 45,0 52,7 57,3 52,3 50,2 49,0 44,3 42,9 40,8 38,7 36,9 36,8 36,3 37,6 33,7 30,4 29,7 26,6 Leq I (dBA) 49,5
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 70,9
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 65,4
Leq externo - Le (4) dB 75,3 70,6 68,7 68,1 66,5 67,9 62,4 60,7 60,3 61,7 60,4 60,7 63,0 59,9 58,9 56,3 54,8 55,5 Leq E (dB) 81,4
Leq interno - Li (4) dB 51,0 54,4 56,1 52,0 51,4 46,1 46,2 44,6 41,5 39,4 38,8 39,2 42,2 41,9 39 34,2 32,7 33,4 Leq I (dBA) 51,4
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 72,6
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 65,5
Leq externo - Le (4) dB 70,5 72,8 66,7 66,2 72,2 70,9 71,7 68,9 66,5 66,8 66,8 65,1 63,4 62,7 60,9 59,1 56,8 54,2 Leq E (dB) 72,0
Leq interno - Li (4) dB 45,8 61,4 55,6 54,7 55,9 51,1 50,7 47,7 47,6 45,9 44 42,9 43,1 43,3 40,1 36,1 33 31,3 Leq I (dBA) 58,0
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 77,2
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 67,0
Leq externo - Le (4) dB 82,4 79,3 77,9 74,6 71,2 76,1 70,0 67,7 68,3 67,8 67,1 67,2 67,2 65,9 64,7 63,2 61,6 59,9 Leq E (dB) 88,7
Leq interno - Li (4) dB 58,9 58,7 61,6 58,6 58,4 52,8 51,9 48,4 49,6 45,0 45,1 45,9 47,0 47,3 43,4 39,8 38,3 37,1 Leq I (dBA) 57,1
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 72,2
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 66,2
Leq externo - Le (4) dB 74,5 72,8 70,0 68,2 68,6 70,4 67,1 64,6 64,1 63,9 63,2 62,7 62,4 61,0 59,6 57,8 56,7 54,2 Leq E (dB) 80,8
Leq interno - Li (4) dB 50,2 56,8 57,7 54,4 54,0 49,8 48,3 45,9 44,9 42,3 41,2 41,2 42,2 42,5 39,1 35,1 33,4 32,1 Leq I (dBA) 54,0
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 75,0
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 67,6
Leq externo - Le (4) dB 76,5 78,1 68,5 70,9 72,5 68,1 64,9 65,7 64,5 62,5 62,7 63,6 62,7 62,1 64,7 66,7 62,5 60,3 Leq E (dB) 83,7
Leq interno - Li (4) dB 48,6 58,4 54,6 51,6 51,3 49,1 49,8 48,4 45,3 41,9 40,7 42,2 43,6 43,9 43,5 43,0 38,6 37,7 Leq I (dBA) 54,3
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 67,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 66,7
Leq externo - Le (4) dB 70,4 66,1 64,7 66,3 62,9 62,0 59,4 60,2 59,5 60,7 58,7 57,5 56,7 55,4 55,1 53,1 50,8 49,5 Leq E (dB) 78,0
Leq interno - Li (4) dB 43,3 52,8 53,2 46,4 47,1 45,9 47,3 42,0 40,1 38,2 35,4 34,8 37,2 37,4 34,0 29,9 28,5 28,4 Leq I (dBA) 48,4
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 65,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 67,4
Leq externo - Le (4) dB 68,0 65,0 62,7 61,6 62,0 60,5 57,9 57,4 57,9 58,0 57,5 56,3 54,9 53,3 52,2 50,9 48,7 47,2 Leq E (dB) 77,2
Leq interno - Li (4) dB 41,1 52,1 50,2 44,7 44,9 42,9 42,7 39,8 38,8 37,9 35,8 34,5 36,5 36,6 32,5 29,8 30,0 31,6 Leq I (dBA) 46,9
VARIÁVEIS Un Leq E (dBA) 72,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 67,7
Leq externo - Le (4) dB 70,0 68,3 72,0 68,6 64,3 63,5 61,6 60,3 61,6 61,1 59,1 60,5 59,1 58,1 57,2 55,4 52,8 50,7 Leq E (dB) 79,5
Leq interno - Li (4) dB 48,5 52,7 52,9 49,5 47 46,4 44,1 42,3 43,2 45,5 43,1 42,8 45,5 46,5 48,5 45,3 40,3 41,3 Leq I (dBA) 58,0
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 70,1
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 67,4
Leq externo - Le (4) dB 71,2 69,4 67,0 66,9 65,4 63,5 61,0 60,9 60,9 60,6 59,5 59,5 58,4 57,2 57,3 56,5 53,7 51,9 Leq E (dB) 79,6
Leq interno - Li (4) dB 45,4 54,0 52,7 48,1 47,6 46,1 46,0 43,1 41,9 40,9 38,8 38,6 40,7 41,1 39,6 37,0 34,4 34,8 Leq I (dBA) 51,9
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 71,1
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 66,8
Leq externo - Le (4) dB 72,8 71,1 68,5 67,5 67,0 67,0 64,0 62,7 62,5 62,2 61,4 61,1 60,4 59,1 58,5 57,2 55,2 53,0 Leq E (dB) 80,2
Leq interno - Li (4) dB 47,8 55,4 55,2 51,2 50,8 47,9 47,1 44,5 43,4 41,6 40,0 39,9 41,4 41,8 39,3 36,1 33,9 33,4 Leq I (dBA) 53,0
MEDIÇÃO 3MEDIÇÃO 4TOTAL 1
VALORES
VALORES
VALORES
HOSPITAL A - PLANILHA 3
PONTO C
MEDIÇÃO 1MEDIÇÃO 2
VALORES
TABELA CÁLCULO DE VARIÁVEIS E INDICADORES
TOTAL
TOTAL DAS TABELAS: PONTO C e PONTO C1234
VALORES
TOTAL 2
PONTO C1234
MEDIÇÃO 2MEDIÇÃO 4 MEDIÇÃO 3 MEDIÇÃO 1
VALORES
VALORES
VALORES
VALORES
VALORES
SOMATÓRIA E MÉDIA
178
12.4.2 Hospital B
d) Caracterização
Classificado como hospital geral conta com 103 leitos e pertence à esfera
administrativa privada. Está localizado na zona leste do município de São Paulo.
O objeto de ensaio dista aproximadamente 14 m da borda da via de tráfego
de referência. As medições foram realizadas numa sexta-feira no período
compreendido entre as 12:16 h e 14:45 h quando o tráfego não apresentava
movimentação intensa, embora a via que se localiza em frente ao edifício do hospital
apresente tráfego carregado nos períodos de pico de trânsito característico.
O entorno é caracterizado por edifícios de baixo gabarito predominando
edifícios comerciais ao longo da via e residenciais na região do bairro, sendo que a
região já apresenta ocupação de prédios residenciais multi-familiares.
O local de ensaio é localizado distante do posto de enfermagem, sendo que
no período dos ensaios o pavimento se encontrava interditado para reformas. O
espaço foi definido pela inexistência de vegetação em frente a sua janela, fato
verificado em outros locais.
Segundo informações do setor de Engenharia e Manutenção do hospital a
parede onde está instalada a janela é composta de tijolo furado e argamassa,
sugerindo níveis elevados de isolamento sonoro se comparado ao caixilho aplicado.
A janela do tipo de “abrir” com três folhas de alumínio e vidro, com
espessura de 4 mm, no lado interno e 3 folhas de alumínio tipo “veneziana” no lado
externo, sendo que entre estes dois planos temos folhas de correr com telas contra
insetos. Sendo que, na parte externa fixada a sacada do hospital, temos uma
estrutura de alumínio e vidro com caixilhos fixos e um móvel do tipo de abrir, no
entanto, esta estrutura não veda totalmente o perímetro de sua aplicação, apresenta
áreas abertas.
Ressaltamos a impossibilidade de afirmar qual o tipo de vidro é utilizado
nem mesmo confirmar sua espessura, isto pela falta de um instrumento próprio ou
mesmo adaptado para este fim, desse modo dispomos apenas das informações
dadas pelo setor de engenharia e manutenção.
e) Ensaio
No período do ensaio não detectamos possibilidade de ocorrência de chuvas.
Altura angular correspondente a amostra de ensaio e a via de tráfego de veículos
tomada como referência para fonte de ruído não foi maior que 20º, condição que
satisfaz as exigências da NBR 10829 para a posição paralela do edifício em relação à
179
via. O ruído de fundo (L 90) resultado das medições foi de 59,2 dB, já o valor de Leq
para o espaço externo foi aferido em 78,5 dB, desse modo tivemos uma diferença
entre os dois valores igual a 19,3 dB. Assim podemos dizer que as condições para
aceitação dos resultados dos ensaios foram satisfeitas.
f) Avaliação
Segundo os dados levantados através dos ensaios realizados podemos dizer
que o quarto apresentou índices aceitáveis para conforto acústico durante o período
de realização dos ensaios, o mesmo pode ser dito levando-se em consideração o
desempenho acústico da janela.
O nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A” aferido no ensaio
foi de 43,6 dB(A), 8,6 dB(A) superior ao nível considerado de conforto (35 dB(A)).
Porém, inferior ao nível considerado aceitável para a finalidade do espaço (45 dB
(A)). Assim podemos dizer que, embora o valor aferido tenha superado o valor de
nível de conforto, esta margem foi considerada pequena. Intuímos que as janelas,
neste caso, tenham sido menos exigidas em relação ao ruído de tráfego pela
existência de um muro de aproximadamente 5 m de altura e que está localizado no
perímetro do terreno, fazendo margem com a calçada. Por outro lado a composição
da janela, com diversos caixilhos também pode ter auxiliado a obtenção dos valores
citados.
Em comparação aos valores obtidos no ensaio de avaliação de ruído
ambiente, podemos dizer que os valores foram razoavelmente próximos (iguais a 47
e 48 dB(A)), considerando a janela na posição fechada e ensaio realizado em
períodos de pico de trânsito. No entanto, deve-se considerar os fatores referentes à
realização de cada ensaio bem como aparelhagem, condições ambientais e mesmo o
espaço selecionado para o ensaio.
Com relação ao abatimento de ruído o valor aferido para CTS foi igual a 21,
superior ao intervalo definido no item 6.1.5 (NBR 10821), onde o valor máximo de
CTS para as condições dadas foi fixado em 20.
em relação aos valores de PT aferidos, podemos dizer que a janela
ensaiada apresentou números medianos exatamente na faixa representada pelas
baixas freqüências, variando entre 14 e 18 dB. Considerando que o ruído
característico de tráfego de veículos se encontra em sua maioria em baixas
freqüências, podemos dizer que a janela apresenta um abatimento de ruído
relativamente satisfatório. Contudo, ainda destacamos que a utilização de uma
estrutura adicional aplicada na sacada pôde ter contribuído para os números
encontrados.
180
Local: Zona Leste Data do ensaio
Aparelhagem 2 3,57 24
80,30
Un
Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
s 1,546 1,370 1,327 1,252 1,439 1,482 1,511 1,461 1,398 1,458 1,491 1,383 1,344 1,367 1,301 1,304
dB/s 38,82 43,80 45,21 47,93 41,69 40,50 39,71 41,07 42,92 41,16 40,24 43,38 44,64 43,91 46,14 46,01
m² 8,31 9,38 9,68 10,26 8,92 8,67 8,50 8,79 9,19 8,81 8,62 9,29 9,56 9,40 9,88 9,85
dB 64,5 62,0 63,5 63,4 60,1 59,6 60,5 61,1 60,6 60,3 59,4 58,5 56,5 54,4 51,8 49,4
dB 46,5 41,3 41,0 38,7 38,4 37,1 35,0 34,2 33,9 32,3 31,0 29,8 28,2 27,5 25,7 23,5
dB 18 21 22 25 22 23 26 27 27 28 28 29 28 27 26 26
dB 23 25 27 29 26 27 30 32 31 33 33 33 33 31 30 30
dB 14 17 18 20 18 19 22 23 23 24 25 25 24 23 22 22
Leq externo (dB) 78,5
Leq interno (dBA) 43,6
Leq externo (dBA) 69,1
CTS (OITC)² 21
1: Tempo de Reverberação calculado com acréscimo de 30 dB sobre o ruído de fundo
2: Índice calculado segundo a norma ASTM E 1332-90 considerando valores de PT definidos pela NBR 10829
EXTERNA/INTERNA CENTRO
Quarto ou enfermaria Q-405
Tempo de reverberação¹
Leq externo - Le (4)
Leq interno - Li (4)
Razão de decréscimo - d (2)
Absorção do recinto - A (3)
Perfil: alumínio de 30 mm
19 / 09 / 2006
Bandas de terço-de-oitavas
DADOS DO ENSAIO
Normas de referência NBR 10829 / ISO 140-5 / ASTM E 966
Pavimento
VARIÁVEIS VALORES
Tipo da via
Volume do recinto (m³) Banda inicial de frequência para ensaio (Hz) 125
Área do caixilho - S (m²) Temperatura no ensaio (ºC) Velocidade de propagação do som no ar - c (1) 345,45
Período do ensaio 12:16 - 14:45
Isolamento Sonoro Bruto - ISB (5)
Isolamento Sonoro Normalizado-ISN (6)
Perda de Transmissão Sonora - PT (7)
EQUAÇÕES GRÁFICO - Perda de Transmissão Sonora (PT)
(1) c = 331,2?
1 + t / 273
(dB)
BANDAS DE FREQUÊNCIA EM TERÇO-DE-OITAVA (Hz)
(6) ISN = ISB + 10 Log T / 0,5
(7) PT = ISB + 10 Log S/A
Ruído de fundo - L90 59,2
(2) d = 60/T
(4) Leq:
(5) ISB = Le - Li
DADOS GERAIS
HOSPITAL B - PLANILHA 1
NOTAS
(3) A = 0,9210 V d/c
Estrutural N3
Classificação: Hospital geral Atendimento Privado
Amostra-sistema (1 abertura, 6 caixilhos)
Dimensões do vão: h=1,40m l=2,55m
Dimensões do caixilho: h=1,30m l=0,90m
TIPOLOGIA DESCRIÇÃO DA JANELA
Abrir e correr (mista)
INDICADORES
DESCRIÇÃO DO ESPAÇO
TABELA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Vidro: simples
Vedações: em borracha
Elementos adicionais: caixilhos com tela
Estrutura: concreto armado
Paredes externas: tijolo maciço com espessura de 20cm
Paredes internas: tijolo furado com esp. = 15cm
Piso: tipo paviflex
Teto: pintura látex
Elementos adicionais:
10
Li
n
li
10
n
1
10logLeq
=
=
0
5
10
15
20
25
30
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
181
Fonte: ASTM E 1332
Bandas de Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
1/3 oitava Σ e
Frequência Espectro Correção de Soma da TL¹ Diferença
(Hz) Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2
média
Centro de de Refer. Ponderação Coluna 2 do Coluna 4 10^coluna 4
80
0,000 Banda Sonoro em A com a Objeto com
100
0,000 (Hz) (dB) (dB A) Coluna 3 (dB) Coluna 5
125
1,109 1,071 1,900 1,774 1,862 1,645 1,364 1,639 1,546
80
103 -22,5 80,5
160 1,044 1,182 1,653 1,614 0,932 1,444 1,645 1,445 1,370 100 102 -19,1 82,9
200 1,387 0,993 1,220 1,323 1,191 1,250 1,709 1,545 1,327 125 101 -16,1 84,9 14 70,6 309029543,3
250 1,308 1,040 1,170 1,577 1,225 1,307 1,227 1,160 1,252 160 98 -13,4 84,6 17 68,0 288403150,3
315
1,712 1,256 1,206 1,979 1,549 1,340 1,084 1,388 1,439
200
97 -10,9 86,1
18
67,9 407380277,8
400
1,352 1,364 1,515 1,631 1,402 1,362 1,363 1,864 1,482
250
95 -8,6 86,4
20
66,3 436515832,2
500
1,490 1,370 1,770 1,760 1,419 1,511 1,191 1,576 1,511
315
94 -6,6 87,4
18
69,8 549540873,9
630
1,428 1,543 1,167 1,613 1,612 1,625 1,291 1,408 1,461
400
93 -4,8 88,2
19
69,5 660693448
800
1,498 1,613 1,163 1,708 1,142 1,521 1,102 1,437 1,398
500
93 -3,2 89,8
22
68,1 954992586
1000
1,671 1,501 1,399 1,582 1,379 1,417 1,293 1,421 1,458
630
91 -1,9 89,1
23
66,1 812830516,2
1250
1,562 1,501 1,234 1,769 1,520 1,469 1,430 1,442 1,491
800
90 -0,8 89,2
23
66,6 831763771,1
1600
1,473 1,415 1,170 1,585 1,377 1,355 1,291 1,400 1,383
1000
89 0,0 89,0
24
64,9 794328234,7
2000
1,426 1,220 1,330 1,466 1,353 1,291 1,389 1,278 1,344
1250
89 0,6 89,6
25
65,1 912010839,4
2500
1,483 1,487 1,105 1,484 1,307 1,375 1,395 1,296 1,367
1600
88 1,0 89,0
25
64,4 794328234,7
3150
1,320 1,306 1,140 1,432 1,283 1,346 1,211 1,366 1,301
2000
88 1,2 89,2
24
65,2 831763771,1
4000
1,326 1,225 1,229 1,363 1,177 1,473 1,249 1,390 1,304
2500
87 1,3 88,3
23
65,6 676082975,4
3150
85 1,2 86,2
22
64,5 416869383,5
4000
84 1,0 85,0
22
63,5 316227766
Notas:
Total 7
1. Transmission Loss (Perda deTransmissão Sonora) Total 8
2. Outdoor-Indoor Transmission Class (Classe de Transmissão Sonora)
OITC²
(dB)
Implantação: o edifício do bloco aonde ocorreu o ensaio está
implantado de forma paralela a avenida
Localização dos pontos: foram locados 5 pontos de medição em torno do leito
Localização da fonte: do lado contrário a cabeceira
Duração das medições: 5 min para cada ponto
Estado da janela: bom estado de conservação
Ponto 4
OBSERVAÇÕES
GRÁFICO AVALIAÇÃO DE Leq
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3
HOSPITAL B - PLANILHA 2
TABELA CÁLCULO DE CTS
VALORES
TABELA TEMPO DE REVERBERAÇÃO
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
BANDAS DE FREQUÊNCIA (Hz)
Leq externo Leq interno
182
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 66,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 62,8
Leq externo - Le (4) dB 68,3 65,5 59,5 61,5 60,6 60,5 59,5 57,3 59,8 59,1 57,0 58,1 55,8 55,9 53,7 50,8 51,1 49,2 Leq E (dB) 79,4
Leq interno - Li (4) dB 42,0 38,4 43,8 39,2 38,9 35,5 34,9 33,4 31,6 29,3 27,3 25,6 25,2 24,2 22,5 21,5 21,7 19,4 Leq I (dBA) 39,5
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 63,6
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 60,3
Leq externo - Le (4) dB 63,7 62,7 56,7 56,7 58,7 59,1 54,4 52,9 54,8 54,8 53,9 55,0 54,8 55,2 52,8 47,9 44,8 40,7 Leq E (dB) 73,1
Leq interno - Li (4) dB 49,4 33,7 40,5 38,5 38,4 35,7 35,4 35,5 35,1 32,2 30,7 29,9 27,3 25,9 24,2 23,4 22,4 20,9 Leq I (dBA) 40,4
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 71,7
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 61,4
Leq externo - Le (4) dB 74,1 69,3 69,2 64,6 63,2 63,9 65,0 61,1 61,3 62,4 61,5 62,1 61,7 60,8 60,1 60,9 57,9 55,7 Leq E (dB) 79,9
Leq interno - Li (4) dB 49,5 40,9 48,9 42,3 40,3 39,4 40,5 36,2 33,9 33,8 31,3 29,7 29,2 28,2 26,6 26,2 24,3 22,9 Leq I (dBA) 42,3
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 59,3
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 63,0
Leq externo - Le (4) dB 59,0 57,4 57,4 56,9 57,1 58,3 54,1 52,5 51,1 52,9 50,5 49,5 47,7 47,0 45,0 42,8 41,1 39,0 Leq E (dB) 70,2
Leq interno - Li (4) dB 41,7 33,8 42,9 39,9 39,9 34,8 35,0 34,6 31,2 31,1 29,2 27,6 26,9 26,3 26,4 25,2 24,9 24,3 Leq I (dBA) 39,7
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 65,3
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 61,9
Leq externo - Le (4) dB 66,3 63,7 60,7 59,9 59,9 60,5 58,3 56,0 56,8 57,3 55,7 56,2 55,0 54,7 52,9 50,6 48,7 46,2 Leq E (dB) 75,7
Leq interno - Li (4) dB 45,7 36,7 44,0 40,0 39,4 36,4 36,5 34,9 33,0 31,6 29,6 28,2 27,2 26,2 24,9 24,1 23,3 21,9 Leq I (dBA) 40,5
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 89,0
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 56,8
Leq externo - Le (4) dB 75,5 76,1 89,0 75,5 80,7 83,5 73,9 74,2 79,5 82,2 83,1 81,6 78,5 79,1 75,9 74,5 69,9 67,8 Leq E (dB) 93,5
Leq interno - Li (4) dB 45,6 55,0 67,2 51,8 53,1 51,7 48,8 48,0 48,5 50,9 53,6 51,2 46,1 47,0 43,6 40,0 32,6 28,5 Leq I (dBA) 58,8
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 73,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 54,5
Leq externo - Le (4) dB 69,3 74,4 65,3 65,7 73,2 66,0 63,1 66,8 62,9 64,6 65,3 64,3 65,7 61,9 60,5 58,4 55,9 53,8 Leq E (dB) 81,9
Leq interno - Li (4) dB 45,9 38,3 44,0 42,6 45,9 40,7 39,9 41,3 33,3 32,5 34,4 32,3 31,8 29,3 26,3 22,7 18,5 14,8 Leq I (dBA) 43,5
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 68,6
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 59,0
Leq externo - Le (4) dB 63,1 75,8 62,4 59,0 59,1 61,1 58,5 59,7 60,3 60,0 60,6 59,7 59,8 58,4 56,1 54,3 51,5 50,5 Leq E (dB) 78,7
Leq interno - Li (4) dB 41,3 37,3 44,3 39,7 38,1 39,5 39,9 35,6 35,5 34,6 35,2 34,2 35,3 32,3 31,9 36,1 36,7 34,4 Leq I (dBA) 46,1
VARIÁVEIS Un Leq E (dBA) 60,7
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 56,1
Leq externo - Le (4) dB 61,7 61,7 56,4 56,2 55,5 54,7 51,9 52,1 54,1 52,6 52,6 52,4 51,2 49,5 47,8 45,4 42,5 38,7 Leq E (dB) 71,0
Leq interno - Li (4) dB 42,3 37,9 40,7 36,1 33,6 32,4 33,0 31,8 30,6 29,1 29,1 28,0 26,4 24,9 24,3 24,8 24,5 22,7 Leq I (dBA) 38,4
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 72,9
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 56,6
Leq externo - Le (4) dB 67,4 72,0 68,3 64,1 67,1 66,3 61,9 63,2 64,2 64,9 65,4 64,5 63,8 62,2 60,1 58,2 55,0 52,7 Leq E (dB) 81,3
Leq interno - Li (4) dB 43,8 42,1 49,1 42,6 42,7 41,1 40,4 39,2 37,0 36,8 38,1 36,4 34,9 33,4 31,5 30,9 28,1 25,1 Leq I (dBA) 46,7
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 69,1
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 59,2
Leq externo - Le (4) dB 66,8 67,9 64,5 62,0 63,5 63,4 60,1 59,6 60,5 61,1 60,6 60,3 59,4 58,5 56,5 54,4 51,8 49,4 Leq E (dB) 78,5
Leq interno - Li (4) dB 44,7 39,4 46,5 41,3 41,0 38,7 38,4 37,1 35,0 34,2 33,9 32,3 31,0 29,8 28,2 27,5 25,7 23,5 Leq I (dBA) 43,6
VALORES
VALORES
MEDIÇÃO 3MEDIÇÃO 4TOTAL 1
VALORES
VALORES
MÉDIA
HOSPITAL B - PLANILHA 3
PONTO C
MEDIÇÃO 1MEDIÇÃO 2
TABELA CÁLCULO DE VARIÁVEIS E INDICADORES
VALORES
VALORES
TOTAL
TOTAL DAS TABELAS: PONTO C e PONTO C1234
MÉDIA
PONTO C1234
MEDIÇÃO 2MEDIÇÃO 4
VALORES
MEDIÇÃO 3 MEDIÇÃO 1
VALORES
MÉDIA
TOTAL 2
183
12.4.3 Hospital C
a) Caracterização
Classificado como hospital geral, conta com 172 leitos e pertence a esfera
administrativa privada. Está localizado na zona norte do município de São Paulo.
O objeto de ensaio dista aproximadamente 30 m da borda da via de tráfego
de referência. As medições foram realizadas numa sexta-feira no período
compreendido entre as 12:47 h e 14:35 h quando o tráfego apresentava
movimentação intensa característico de períodos de pico.
O entorno é caracterizado por edifícios de baixo gabarito, predominando
edifícios comerciais ao longo da via e residenciais na região do bairro, sendo que a
região já apresenta ocupação de prédios residenciais multi-familiares.
O local de ensaio é localizado distante do posto de enfermagem, sendo que
no período dos ensaios o pavimento se encontrava interditado para reformas. O
espaço foi definido pela inexistência de vegetação em frente a sua janela, fato
verificado em outros locais.
Segundo informações do setor de Engenharia e Manutenção do hospital, a
parede onde está instalada a janela, é composta de tijolo furado e argamassa
sugerindo níveis elevados de isolamento sonoro se comparado ao caixilho aplicado.
A janela utilizada é do tipo projetante deslizante (maxim-ar) apresentando
as seguintes características técnicas: perfil com bitola igual a 30 mm; utilizando
alumínio anodizado de liga 6063; aplicação de contramarco; vidros incolores de 4
mm, espaço entre vidros 2,5 cm; micro persiana de alumínio com 16 mm de largura,
colagem dos vidros com fita e selagem com silicone tipo neutro.
Ressaltamos que as informações relatadas acima, puderam ser obtidas,
pelo contato com o representante da empresa que fabricou as janelas para a
aplicação no pavimento em que realizamos os ensaios.
b) Ensaio
No período do ensaio o céu se apresentava aberto sem possibilidades de
ocorrência de chuva. Devido à posição da implantação do edifício, de forma não
paralela à via de tráfego tomada como referência, cumprimos a exigência quanto à
altura do objeto de ensaio em relação ao solo, isto é, os ensaios foram realizados no
pavimento acima do limite mínimo de 10 m de altura determinado. O ruído de
fundo (L 90) resultado das medições foi de 54,8 dB, o valor de Leq para o espaço
externo foi aferido em 76,9 dB, desse modo tivemos uma diferença entre os dois
184
valores igual a 22,1 dB. Assim podemos dizer que as condições para aceitação dos
resultados dos ensaios foram satisfeitas.
Sobre o ensaio de tempo de reverberação, informamos que realizamos
apenas uma medição em cada ponto, justificamos esta ação pela localização do
espaço de ensaio no pavimento destinado a internação da pediatria onde os quartos
vizinhos estavam ocupados.
Em relação à amostra, para o cálculo da área do caixilho (S), consideramos
apenas a área de um vão de janela, devido a impossibilidade de realizar medições
com os outras duas janelas recobertas com tapume.
Como particularidade do ensaio, realizamos uma medição de 5 min de
duração com um dos microfones localizado no corredor do pavimento em posição
próxima a porta. Aproveitamos a oportunidade para realizar esta medição para
termos uma indicação da possibilidade de futuramente realizarmos medições
simultâneas em três pontos distintos, dentro do quarto, no corredor e na fachada, a
fim de obtermos avaliações mais precisas tanto da influência do ruído externo (via de
tráfego) como ruído interno (corredor do pavimento).
c) Avaliação
Segundo os dados levantados, através dos ensaios realizados, podemos
dizer que o quarto apresentou índices aceitáveis para conforto acústico considerando
o período de realização dos ensaios, o mesmo podendo ser dito para o desempenho
acústico da janela, levando-se em conta os níveis exigidos pelas normas.
O nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A” aferido no ensaio
foi de 47,4 dB(A), 12,4 dB(A) superior ao nível considerado de conforto (35 dB(A)) e
2,4 dB(A) superior ao nível considerado aceitável para a finalidade a que se destina o
espaço (45 dB(A)), níveis determinados pela NBR 10152.
Em comparação aos valores obtidos no ensaio de avaliação de ruído
ambiente, podemos dizer que os valores foram muito próximos (iguais a 49 e 54
dB(A)), considerando a janela na posição fechada, e o ensaio realizado em períodos
de pico de trânsito e mesmo pavimento do ensaio definitivo. No entanto deve-se
considerar os fatores referentes para a realização de cada ensaio bem como
aparelhagem, condições ambientais e mesmo o espaço selecionado para o ensaio.
Com relação ao abatimento de ruído o valor aferido para CTS foi igual a 15,
dentro do intervalo definido no item 6.1.5 (NBR 10821), onde o valor mínimo de CTS
definido para o intervalo para as condições dadas foi fixado em 10.
em relação aos valores de PT aferidos, podemos dizer que a janela
ensaiada apresentou números baixos exatamente na faixa representada pelas baixas
freqüências, variando entre 12 e 17 dB. Considerando que o ruído característico de
tráfego de veículos se encontra em sua maioria em baixas freqüências, podemos
dizer que a janela apresenta um abatimento de ruído insatisfatório.
185
Outro fato que demos atenção está na identificação de valores baixos para a
faixa de freqüências correspondente a 200 Hz e o intervalo entre 800 e 1250 HZ,
considerando a composição da janela (vidros duplos de 4 mm de espessura, perfil 30
mm, vedação feita com silicone, janela tipo projetante deslizante em ótimo estado de
conservação) que em teoria deveria apresentar valores satisfatórios para o
abatimento do ruído.
Os valores aferidos com o microfone no corredor do pavimento
demonstraram, apesar da significância nula do ensaio, níveis elevados de ruído, com
valores muito próximos dos verificados na medição do ruído de tráfego de veículos
com o equipamento fixado na fachada do edifício. No entanto, com a oportunidade
da realização desta medição podemos ter uma indicação, mesmo que mínima, da
influência dos ruídos internos, característicos do setor de internação, no ruído
medido no espaço de ensaio.
186
Local: Zona Norte Data do ensaio
Aparelhagem 3 1,35 25
46,80
Un
Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
s 0,711 0,647 0,276 0,523 0,563 0,557 0,600 0,675 0,715 0,759 0,661 0,651 0,718 0,641 0,638 0,693
dB/s 84,42 92,70 217,2 114,83 106,52 107,77 100,04 88,92 83,89 79,03 90,74 92,20 83,57 93,57 94,12 86,55
10,52 11,55 27,05 14,30 13,27 13,42 12,46 11,08 10,45 9,84 11,30 11,48 10,41 11,65 11,72 10,78
dB 62,7 62,2 63,1 61,4 60,5 60,0 58,7 58,3 58,1 57,5 57,4 56,0 54,8 54,1 51,3 51,2
dB 42,6 39,9 42,0 39,1 38,5 38,6 38,5 38,0 39,8 40,4 38,6 35,9 32,4 29,8 25,6 23,5
dB 20 22 21 22 22 21 20 20 18 17 19 20 22 24 26 28
dB 22 23 19 22 23 22 21 22 20 19 20 21 24 25 27 29
dB 11 13 8 12 12 11 11 11 9 8 10 11 14 15 16 19
Leq externo (dB) 76,9
Leq interno (dBA) 47,4
Leq externo (dBA) 68,0
CTS (OITC)² 11
1: Tempo de Reverberação calculado com acréscimo de 30 dB sobre o ruído de fundo
2: Índice calculado segundo a norma ASTM E 1332-90 considerando valores de PT definidos pela NBR 10829
3. Considerando a área de apenas uma janela
TABELA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
(3) A = 0,9210 V d/c
(5) ISB = Le - Li
Projetante-deslizante
(6) ISN = ISB + 10 Log T / 0,5
(7) PT = ISB + 10 Log S/A
Ruído de fundo - L90
Leq externo - Le (4)
INDICADORES
Tempo de reverberação¹
HOSPITAL C - PLANILHA 1
DADOS GERAIS
(dB)
Isolamento Sonoro Bruto - ISB (5)
Isolamento Sonoro Normalizado-ISN (6)
Perda de Transmissão Sonora - PT (7)
EQUAÇÕES
Amostra-sistema (3 aberturas, 3 caixilhos)
NBR 10829 / ISO 140-5 / ASTM E 966 Privado
Bandas de terço-de-oitavas
DADOS DO ENSAIO
Normas de referência
Volume do recinto (m³) Banda inicial de frequência para ensaio (Hz) 125
Área do caixilho - S (m²)³ Temperatura no ensaio (ºC) Velocidade de propagação do som no ar - c (1) 346,03
Período do ensaio 12:47 - 14:35
Quarto ou enfermaria Q-513 22 / 09 / 2006
GRÁFICO - Perda de Transmissão Sonora (PT)
Pavimento
Razão de decréscimo - d (2)
Absorção do recinto - A (3)
VARIÁVEIS VALORES
DESCRIÇÃO DO ESPAÇO
Leq interno - Li (4)
(2) d = 60/T
(4) Leq:
(1) c = 331,2? 1 + t / 273
BANDAS DE FREQUÊNCIA EM TERÇO-DE-OITAVA (Hz)
TIPOLOGIA DESCRIÇÃO DA JANELA
54,8
Tipo da via Estrutural N3
Classificação: Hospital geral Atendimento
NOTAS
Vedações: em borracha
Elementos adicionais: persianas entre vidros
Teto: forro de gesso e pintura látex
Elementos adicionais:
Piso: manta vinílica
Perfil: alumínio de 30mm
Vidro: duplo incolor com espessura de 4mm
Dimensões do caixilho: h=1,40m l=0,80m
Dimensões do vão: h=1,50m l=0,90m Estrutura: concreto armado
Paredes externas: tijolo maciço com esp. = 30 cm
Paredes internas: tijolo furado com esp. = 15cm
10
Li
n
li
10
n
1
10logLeq
=
=
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
187
Fonte: ASTM E 1332
Bandas de Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
1/3 oitava Σ e Frequência Espectro Correção de Soma da T Diferença
(Hz) Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 média Centro de de Refer. Ponderação Coluna 2 do Coluna 4 10^coluna 4
80 0,000 Banda Sonoro em A com a Objeto com
100 0,000 (Hz) (dB) (dB A) Coluna 3 (dB) Coluna 5
125 0,517 0,363 1,225 0,738 0,711 80 103 -22,5 80,5
160 0,753 0,436 0,949 0,451 0,647 100 102 -19,1 82,9
200 0,302 0,192 0,313 0,298 0,276 125 101 -16,1 84,9 11 73,7 309029543,3
250 0,769 0,667 0,174 0,480 0,523 160 98 -13,4 84,6 13 71,7 288403150,3
315 0,243 0,561 0,992 0,457 0,563 200 97 -10,9 86,1 8 77,9 407380277,8
400 0,237 0,539 0,684 0,767 0,557 250 95 -8,6 86,4 12 74,4 436515832,2
500 0,484 0,419 0,979 0,517 0,600 315 94 -6,6 87,4 12 75,3 549540873,9
630 0,650 0,618 0,954 0,477 0,675 400 93 -4,8 88,2 11 76,8 660693448
800 0,708 0,731 0,935 0,487 0,715 500 93 -3,2 89,8 11 79,2 954992586
1000 0,592 0,817 0,994 0,634 0,759 630 91 -1,9 89,1 11 78,0 812830516,2
1250 0,573 0,493 0,964 0,615 0,661 800 90 -0,8 89,2 9 79,8 831763771,1
1600 0,472 0,677 0,850 0,604 0,651 1000 89 0,0 89,0 8 80,6 794328234,7
2000
0,605 0,681 0,813 0,773 0,718
1250
89 0,6 89,6
10
80,0 912010839,4
2500 0,650 0,596 0,851 0,468 0,641 1600 88 1,0 89,0 11 78,2 794328234,7
3150 0,555 0,645 0,750 0,600 0,638 2000 88 1,2 89,2 14 75,6 831763771,1
4000 0,663 0,654 0,804 0,652 0,693 2500 87 1,3 88,3 15 73,3 676082975,4
3150 85 1,2 86,2 16 69,9 416869383,5
4000 84 1,0 85,0 19 66,3 316227766
Notas:
Total 7
1. Transmission Loss (Perda deTransmissão Sonora) Total 8
2. Outdoor-Indoor Transmission Class (Classe de Transmissão Sonora) OITC²
(dB)
Tabela elaborada com apoio do Núcleo da Luciana com ajuda do Lucas e Rafael, estudantes do IME
Implantação: o hospital está implantado inclinado com uma angulação de 37º
em relação a via
Localização dos pontos: foram locados 5 pontos de medição em torno do leito
Localização da fonte: do lado contrário a cabeceira
Duração das medições: 5 min para cada ponto
Estado da janela: ótimo estado de conservação pois são janelas aplicadas
recentemente
OBSERVAÇÕES
VALORES
TABELA TEMPO DE REVERBERAÇÃO
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
HOSPITAL C - PLANILHA 2
GRÁFICO AVALIAÇÃO DE Leq
TABELA CÁLCULO DE CTSA
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
BANDAS DE FREQUÊNCIA (Hz)
Leq externo Leq interno Leq corredor Leq quarto
188
VARIÁVEIS Un Leq E (dBA) 67,6
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 56,1
Leq externo - Le (4) dB 69,7 67,2 64,7 62,7 63,9 67,7 64,9 63,1 58,2 56,2 57,2 55,9 55,6 55,5 53,8 53,1 51,3 50,3 Leq E (dB) 77,3
Leq interno - Li (4) dB 42,4 44,6 45,8 41,0 41,5 44,6 41,5 40,9 37,9 35,4 38,3 38,9 36,6 36,9 32,5 34,0 28,0 22,9 Leq I (dBA) 46,9
VARIÁVEIS Un Leq E (dBA) 71,1
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 55,2
Leq externo - Le (4) dB 72,3 75,4 60,9 64,5 67,9 63,9 63,5 60,7 60,9 62,2 62,5 62,2 62,8 60,1 59,4 59,4 54,1 51,6 Leq E (dB) 79,6
Leq interno - Li (4) dB 43,8 53,0 41,0 43,5 47,0 41,9 41,4 38,9 40,7 41,9 44,3 45,6 45,4 40,7 38,1 35,5 28,6 25,1 Leq I (dBA) 51,9
VARIÁVEIS Un Leq E (dBA) 67,7
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 54,0
Leq externo - Le (4) dB 64,7 61,5 60,8 58,9 57,7 55,5 55,3 54,2 53,9 54,5 53,7 53,5 53,8 53,5 52,1 51,1 49,8 64,6 Leq E (dB) 75,5
Leq interno - Li (4) dB 45,3 42,2 41,3 34,0 37,7 33,1 36,8 39,1 35,9 36,1 37,3 37,4 37,2 35,5 31,2 29,9 27,4 38,1 Leq I (dBA) 46,2
VARIÁVEIS Un Leq E (dBA) 63,1
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 54,6
Leq externo - Le (4) dB 69,3 65,9 61,3 62,4 59,3 59,0 54,7 55,5 53,5 54,7 53,6 53,0 53,4 52,1 50,9 49,4 46,2 44,7 Leq E (dB) 74,0
Leq interno - Li (4) dB 42,9 45,7 39,1 37,6 39,5 36,4 33,7 33,5 33,3 34,7 34,9 37,2 34,6 32,9 30,5 28,1 26,4 25,1 Leq I (dBA) 43,6
VARIÁVEIS Un Leq E (dBA) 77,3
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 55,1
Leq externo - Le (4) dB 68,7 84,3 72,6 72,2 76,3 69,7 72,0 74,0 70,8 68,1 68,5 68,8 66,5 61,8 61,7 60,3 56,5 52,5 Leq E (dB) 86,8
Leq interno - Li (4) dB 40,3 62,6 50,3 50,1 52,4 47,3 48,2 49,9 49,9 46,8 49,3 50,9 46,6 40,4 37,3 32,8 28,5 21,6 Leq I (dBA) 56,3
VARIÁVEIS Un Leq E (dBA) 62,9
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 54,0
Leq externo - Le (4) dB 62,0 65,3 61,2 57,6 61,5 56,4 56,1 55,3 56,0 53,4 51,4 52,0 53,5 52,7 50,6 50,8 48,5 44,9 Leq E (dB) 73,5
Leq interno - Li (4) dB 34,7 43,5 41,6 37,9 40,2 36,3 33,7 35,0 34,2 33,1 33,5 34,0 32,8 31,1 26,9 22,4 19,9 16,1 Leq I (dBA) 41,8
VARIÁVEIS Un Leq E (dBA) 64,2
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 54,4
Leq externo - Le (4) dB 65,8 60,2 59,0 58,5 56,5 57,5 55,3 54,8 55,8 56,7 57,8 56,0 54,4 52,1 50,7 48,8 47,7 46,5 Leq E (dB) 72,4
Leq interno - Li (4) dB 37,5 41,0 40,0 37,9 38,2 35,9 34,2 33,7 35,3 35,5 38,1 38,4 35,5 31,4 27,0 22,6 19,2 15,9 Leq I (dBA) 44,0
VARIÁVEIS Un Leq E (dBA) 69,8
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 54,7
Leq externo - Le (4) dB 61,1 60,7 60,8 60,6 61,9 61,1 62,1 62,6 60,8 60,6 59,8 58,4 59,3 60,1 59,2 60,0 56,2 54,7 Leq E (dB) 75,9
Leq interno - Li (4) dB 33,3 43,4 41,4 37,5 39,1 37,4 38,5 38,1 40,7 40,7 42,3 41,1 40,1 38,1 35,4 32,9 27,1 23,0 Leq I (dBA) 48,5
VARIÁVEIS Un Leq E (dBA) 68,0
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 54,8
Leq externo - Le (4) dB 66,7 67,6 62,7 62,2 63,1 61,4 60,5 60,0 58,7 58,3 58,1 57,5 57,4 56,0 54,8 54,1 51,3 51,2 Leq E (dB) 76,9
Leq interno - Li (4) dB 40,0 47,0 42,6 39,9 42,0 39,1 38,5 38,6 38,5 38,0 39,8 40,4 38,6 35,9 32,4 29,8 25,6 23,5 Leq I (dBA) 47,4
VARIÁVEIS Un
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 73,1
Leq corredor - Le (4) dB 70,5 60,5 59,2 60,4 58,3 59,3 59,0 56,7 55,5 55,2 54,9 54,6 53,6 52,7 50,1 48,2 45,7 43,8 Leq (dB) 75,2
Leq quarto - Li (4) dB 51,0 50,3 47,9 46,9 42,9 44,8 44,0 44,8 45,0 43,4 44,6 45,1 44,3 44,5 42,9 42,8 40,9 41,2 Leq (dBA) 63,6
TABELA PARA CORREDOR e QUARTO
MEDIÇÃO
VALORES INDICADORES - c
TOTAL
TOTAL DAS TABELAS: PONTO C e PONTO 1C234
VALORES
MEDIÇÃO 2
VALORES
VALORES
VALORES
MEDIÇÃO 4
PONTO C
MEDIÇÃO 1MEDIÇÃO 2MEDIÇÃO 3
VALORES
MEDIÇÃO 3
PONTOS 1C234
VALORES
HOSPITAL C - PLANILHA 3
MEDIÇÃO 4
TABELA CÁLCULO DE VARIÁVEIS E INDICADORES
VALORES
VALORES
VALORES
MEDIÇÃO 1
189
12.4.4 Hospital D
a) Caracterização
Classificado como hospital geral conta com 224 leitos e pertence à esfera
administrativa privada. Está localizado na zona central do município de São Paulo.
O objeto de ensaio dista aproximadamente 30 m da borda da via de tráfego
de referência. As medições foram realizadas numa segunda-feira no período
compreendido entre as 13:15 h e 17:30 h quando o tráfego apresentava
movimentação razoavelmente intensa característico de períodos de pico. O entorno
é caracterizado por edifícios de gabarito alto predominando edifícios residenciais
multi-familiares e comerciais.
O local de ensaio é próximo do posto de enfermagem, sendo definido de
acordo com a disponibilidade no horário e data da realização dos ensaios, contudo
sua seleção esteve condicionada a posição no edifício, isto é, a janela está localizada
na fachada voltada para via de tráfego e o mais próximo possível dela.
Segundo, informações do setor de Engenharia e Manutenção do hospital, a
parede onde está instalada a janela é composta de tijolo furado e argamassa
sugerindo níveis elevados de isolamento sonoro se comparado ao caixilho aplicado.
A janela é composta de perfis curvos, com uma persiana entre vidros
duplos. Sua principal característica é a curvatura dos cantos com um único perfil que
completam as alturas e a largura inferior, tornando a janela monobloco. As borrachas
de vedação acompanham a curvatura do perfil e apresentam desgaste
considerável, sendo difícil sua reposição pela ocasião do fechamento da fábrica da
janela, fato relatado pelo pessoal da manutenção.
b) Ensaio
Realizamos dois ensaios distintos, no primeiro a janela se encontrava no
estágio 1 de fechamento, isto é, com folga considerável que não garantia boa
estanqueidade ao ar. Num outro momento, realizamos medições com a janela no
estágio 2 de fechamento, onde era nítida a pressão exercida no caixilho para o
completo fechamento do conjunto. Estas medições foram realizadas para a
comparação entre os resultados, na medida em que temos dois modos para o
fechamento do componente, sendo que em alguns casos segundo informações de
fontes do próprio hospital, desconhecimento por parte dos usuários destes dois
estágios de fechamento.
No período do ensaio o céu se apresentava nublado com possibilidades de
ocorrência de chuva. Devido a posição da implantação do edifício, de forma não
paralela a via de tráfego tomada como referência, cumprimos a exigência quanto a
altura do objeto de ensaio em relação ao solo, isto é, os ensaios foram realizados no
pavimento acima do limite mínimo de 10m de altura determinado pela norma. O
ruído de fundo (L 90) resultado das medições foi de 65,1 dB (janela no estágio 1) e
190
62,2 (janela no estágio 2), o valor de Leq para o espaço externo foi aferido em
81,3 dB (janela no estágio 1) e 81,7 (janela no estágio 2) , desse modo tivemos uma
diferença entre os dois valores igual a 16,2 e 19,5 dB respectivamente. Assim
podemos dizer que as condições para aceitação dos resultados dos ensaios foram
satisfeitas.
Sobre o ensaio de tempo de reverberação, informamos que realizamos
medições no mesmo dia em que foram feitos os ensaios de PT, no entanto, por falta
de prática na operação dos equipamentos, estes dados foram perdidos por
insuficiência de espaço de armazenamento na memória do equipamento. Assim,
diante deste fato tivemos que repetir o ensaio utilizando o sistema de geração de
ruído cedido pela ECA, diferentemente do ensaio anterior. No entanto, as medições
não puderam ser feitas no mesmo espaço de medição do ensaio referido, mas sim
num quarto localizado no mesmo pavimento e com a composição praticamente
idêntica ao quarto do primeiro ensaio, esperamos com isso ter disponíveis dados
confiáveis e estabelecidos através de ensaios, aonde a confiabilidade pode ser
considerada maior.
c) Avaliação
Segundo, os dados levantados através dos ensaios realizados, podemos
dizer que o quarto apresentou índices aceitáveis para conforto acústico considerando
o período de realização dos ensaios, fato que não se repetiu considerando o
desempenho acústico da janela, levando-se em conta os níveis exigidos pelas
normas.
O nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A” aferido no ensaio
(janela no estágio 1) foi de 54,5 dB(A) e no ensaio (janela no estágio 2) foi de 51,2
dB(A), 19,5 e 16,2 dB(A) respectivamente superior ao nível considerado de conforto
(35 dB(A)) e 9,5 e 6,2 dB(A) respectivamente superior ao nível considerado aceitável
para a finalidade a que se destina o espaço (45 dB(A)).
Em comparação aos valores obtidos no ensaio de avaliação de ruído
ambiente, podemos dizer que os valores foram próximos (59 e 60 dB(A)),
considerando a janela na posição fechada e ensaio realizado em períodos de pico de
trânsito e mesmo pavimento do ensaio definitivo.
Com relação ao abatimento de ruído o valor aferido para CTS foi igual a 14
(janela no estágio 1) e 17 (janela no estágio 2), muito abaixo do intervalo definido
no item 6.1.5 (NBR 10821), onde o valor mínimo de CTS é igual a 30.
em relação aos valores de PT aferidos, podemos dizer que a janela
ensaiada apresentou números baixos, exatamente na faixa representada pelas baixas
freqüências, variando entre 9 e 13 dB (janela no estágio 1), 12 e 15 dB (janela no
estágio 2) . Considerando que o ruído característico de tráfego de veículos se
encontra em sua maioria em baixas freqüências, podemos dizer que a janela
apresenta um abatimento de ruído insatisfatório, nas duas condições de fechamento,
porém, por ser mais estanque ao ar a janela no estágio 2 apresenta valores
melhores.
191
Local: Zona Central Data do ensaio
Aparelhagem 4 3,90 24
52,30
Un
Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
s 0,703 0,596 0,663 0,725 0,652 0,627 0,681 0,793 0,836 0,820 0,756 0,874 0,864 0,849 0,889 0,874
dB/s 85,36 100,69 90,50 82,82 92,01 95,73 88,07 75,69 71,79 73,20 79,42 68,63 69,45 70,68 67,49 68,63
11,90 14,04 12,62 11,55 12,83 13,35 12,28 10,55 10,01 10,21 11,07 9,57 9,68 9,86 9,41 9,57
dB 67,7 67,1 65,8 65,9 66,7 64,5 62,7 62,6 62,2 62,4 61,8 60,6 60,9 60,3 54,7 53,0
dB 48,9 52,9 49,9 47,9 47,4 44,3 42,4 42,4 41,4 45,1 46,6 44,0 42,4 40,9 34,9 30,8
dB 19 14 16 18 19 20 20 20 21 17 15 17 19 19 20 22
dB 20 15 17 20 20 21 22 22 23 19 17 19 21 22 22 25
dB 14 9 11 13 14 15 15 16 17 13 11 13 15 15 16 18
Leq externo (dB) 81,3
Leq interno (dBA) 54,5
Leq externo (dBA) 72,4
CTS (OITC)³ 14
TABELA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
DADOS GERAIS
HOSPITAL D - PLANILHA 1 (JANELA NO ESTÁGIO 1)¹
NOTAS
(3) A = 0,9210 V d/c
(4) Leq:
(5) ISB = Le - Li
BANDAS DE FREQUÊNCIA EM TERÇO-DE-OITAVA (Hz)
TIPOLOGIA DESCRIÇÃO DA JANELA DESCRIÇÃO DO ESPAÇO
(2) d = 60/T
Pivotante horizontal
(6) ISN = ISB + 10 Log T / 0,5
(7) PT = ISB + 10 Log S/A
Ruído de fundo - L90 65,1
INDICADORES
Perda de Transmissão Sonora - PT (7)
EQUAÇÕES GRÁFICO - Perda de Transmissão Sonora (PT)
(1) c = 331,2? 1 + t / 273 (dB)
Pavimento
Razão de decréscimo - d (2)
Absorção do recinto - A (3)
VARIÁVEIS VALORES
Tipo da via Quarto ou enfermaria Q-410
Período do ensaioVolume do recinto (m³) Banda inicial de frequência para ensaio (Hz) 125
Área do caixilho - S (m²) Temperatura no ensaio (ºC) Velocidade de propagação do som no ar - c (1) 345,45
13:15 - 14:02
11 / 09 / 2006
Bandas de terço-de-oitavas
DADOS DO ENSAIO
Normas de referência NBR 10829 / ISO 140-5 / ASTM E 966
Amostra - sistema (1 abertura, 2 caixilhos)
Estrutural N3
Classificação: Hospital geral Atendimento Privado
1: Medição realizada com a janela posta no 1º estágio de fechamento
2: Tempo de Reverberação calculado com acréscimo de 30 dB sobre o ruído ambiente
3: Índice calculado segundo a norma ASTM E 1332-90 considerando valores de PT definidos pela NBR 10829
Dimensões do vão: h=1,70m l=2,30m
Dimensões do caixilho: h=1,48m l=1,00m
Perfil: não usual que permite acesso entre vidros
Vidro: duplo com persiana interna
Vedações: em borracha com aplicação junto com dobra do perfil
Elementos adicionais: persianas entre vidros
Estrutura: concreto armado
Tempo de reverberação²
Leq externo - Le (4)
Elementos adicionais:
Paredes externas: tijolo furado com esp. = 30 cm
Paredes internas: tijolo furado com esp. = 15cm
Piso: tipo paviflex
Teto: forro de gesso e pintura látex
Leq interno - Li (4)
Isolamento Sonoro Bruto - ISB (5)
Isolamento Sonoro Normalizado-ISN (6)
10
Li
n
li
10
n
1
10logLeq
=
=
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
192
Fonte: ASTM E 1332
Bandas de Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
1/3 oitava Σ
e
Frequência Espectro Correção de Soma da TL¹ Diferença
(Hz)
Med 1-x
Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2
média
Centro de de Refer. Ponderação Coluna 2 do Coluna 4 10^coluna 4
80
0,000
Banda Sonoro em A com a Objeto com
100 0,000
(Hz) (dB) (dB A) Coluna 3 (dB) Coluna 5
125
0,742 0,967 0,673 0,982 0,660 0,566 0,453 0,580 0,703
80
103 -22,5 80,5
160
0,692 0,653 0,555 0,736 0,399 0,513 0,596 0,623 0,596
100
102 -19,1 82,9
200
0,625 0,889 0,425 0,522 0,813 0,569 0,809 0,652 0,663
125
101 -16,1 84,9
14
70,9 309029543,3
250
0,496 0,711 0,796 0,628 0,687 0,825 0,764 0,889 0,725
160
98 -13,4 84,6
9
76,0 288403150,3
315
0,608 0,743 0,510 0,636 0,603 0,927 0,642 0,548 0,652
200
97 -10,9 86,1
11
75,3 407380277,8
400
0,711 0,676 0,639 0,648 0,569 0,621 0,525 0,625 0,627
250
95 -8,6 86,4
13
73,1 436515832,2
500
0,925 0,766 0,778 0,511 0,636 0,586 0,615 0,633 0,681
315
94 -6,6 87,4
14
73,3 549540873,9
630
0,776 0,614 0,832 0,846 0,883 0,845 0,836 0,710 0,793
400
93 -4,8 88,2
15
73,3 660693448
800
0,842 0,802 0,966 0,809 0,738 0,850 0,822 0,857 0,836
500
93 -3,2 89,8
15
74,4 954992586
1000
0,727 0,890 0,537 0,779 0,869 0,946 0,836 0,973 0,820
630
91 -1,9 89,1
16
73,2 812830516,2
1250
0,756 0,746 0,602 0,659 0,838 0,759 0,758 0,926 0,756
800
90 -0,8 89,2
17
72,5 831763771,1
1600
0,774 0,746 0,963 0,876 0,895 0,894 0,966 0,880 0,874
1000
89 0,0 89,0
13
75,8 794328234,7
2000
0,831 0,845 0,907 0,868 0,717 0,927 0,841 0,975 0,864
1250
89 0,6 89,6
11
78,9 912010839,4
2500
0,802 0,854 0,960 0,966 0,773 0,912 0,857 0,667 0,849
1600
88 1,0 89,0
13
76,3 794328234,7
3150
0,890 0,936 0,824 0,861 0,841 0,958 0,896 0,906 0,889
2000
88 1,2 89,2
15
74,6 831763771,1
4000
0,966 0,840 0,862 0,857 0,839 0,943 0,828 0,859 0,874
2500
87 1,3 88,3
15
73,0 676082975,4
3150
85 1,2 86,2
16
70,2 416869383,5
4000
84 1,0 85,0
18
66,7 316227766
Notas:
Total 7
1. Transmission Loss (Perda deTransmissão Sonora) Total 8
2. Outdoor-Indoor Transmission Class (Classe de Transmissão Sonora)
OITC²
Implantação: o edifício do bloco aonde ocorreu o ensaio está implantado de forma
quase paralela a avenida, apresentando uma angulação de aproximadamente 11º
Localização dos pontos: foram locados 5 pontos de medição em torno do leito
Localização da fonte: do lado contrário a cabeceira
Duração das medições: 5 min para cada ponto
Estado da janela: bom estado de conservação, embora as vedações em borracha
já apresentem um desgaste considerável, no entanto a janela sob ensaio
aparentemente apresentou fechamento adequadosendo que no estágio 1 de
fechamento a janela apresentou folgas, fato que não aconteceu no estágio de
fechamento 2.
Ponto 4
CÁLCULO DE CTS
OBSERVAÇÕES
HOSPITAL D - PLANILHA 2 (JANELA NO ESTÁGIO 1)
GRÁFICO AVALIAÇÃO DE Leq
VALORES
TABELA TEMPO DE REVERBERAÇÃO
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
BANDAS DE FREQUÊNCIA (Hz)
Leq externo Leq interno
193
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 74,0
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 65,9
Leq externo - Le (4) dB 70,5 74,5 76,9 73,3 67,8 73,5 74,0 70,3 67,1 64,5 63,3 62,9 63,5 62,9 61,1 59,7 58,3 56,7 Leq E (dB) 83,6
Leq interno - Li (4) dB 51,7 56,7 54,4 58,6 51,4 52,5 54,8 48,5 45,7 42,8 41,0 45,1 47,3 45,4 43,2 40,3 38,3 33,9 Leq I (dBA) 56,7
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 70,7
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 66,3
Leq externo - Le (4) dB 70,3 73,6 64,6 66,4 64,3 62,9 61,9 60,7 60,7 62,1 61,4 62,8 62,4 60,4 59,1 57,6 53,9 51,1 Leq E (dB) 80,5
Leq interno - Li (4) dB 53,5 58,5 52,4 52,7 49,4 48,4 44,9 41,6 40,9 41,5 42,1 47,5 49,3 45,8 43,2 39,7 35,2 32,0 Leq I (dBA) 55,0
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 72,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 66,0
Leq externo - Le (4) dB 75,2 71,9 69,3 66,9 66,8 64,5 63,7 63,0 61,6 61,3 61,1 61,9 62,0 61,6 63,1 63,3 59,5 55,3 Leq E (dB) 81,0
Leq interno - Li (4) dB 53,2 53,9 48,1 52,9 50,1 47,8 44,8 42,0 41,7 41,0 39,7 44,3 46,9 44,0 42,4 41,1 35,9 29,5 Leq I (dBA) 53,4
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 75,3
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 66,1
Leq externo - Le (4) dB 72,8 77,3 72,0 69,9 66,6 67,5 73,5 70,1 68,3 67,8 66,0 66,2 64,5 62,7 61,1 59,7 56,3 53,9 Leq E (dB) 84,1
Leq interno - Li (4) dB 59,4 64,3 53,5 57,7 53,9 50,5 54,0 50,9 48,7 51,3 47,0 47,7 49,1 46,4 43,1 40,4 36,9 32,3 Leq I (dBA) 57,8
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 73,1
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 66,1
Leq externo - Le (4) dB 72,2 74,3 70,7 69,1 66,4 67,1 68,3 66,0 64,4 63,9 63,0 63,5 63,1 61,9 61,1 60,1 57,0 54,3 Leq E (dB) 82,3
Leq interno - Li (4) dB 54,5 58,4 52,1 55,5 51,2 49,8 49,6 45,8 44,3 44,2 42,5 46,2 48,2 45,4 43,0 40,4 36,6 31,9 Leq I (dBA) 55,7
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 70,7
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 64,0
Leq externo - Le (4) dB 72,8 67,5 67,4 67,9 66,9 66,0 68,7 63,8 60,8 60,5 60,7 62,3 60,5 60,1 58,3 55,7 52,1 49,7 Leq E (dB) 79,7
Leq interno - Li (4) dB 49,9 49,8 49,7 53,4 51,4 49,2 47,7 44,3 41,3 40,3 40,0 44,9 45,4 43,7 40,2 37,8 33,5 30,4 Leq I (dBA) 53,0
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 68,8
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 65,0
Leq externo - Le (4) dB 68,1 66,9 62,0 62,3 62,2 60,7 61,4 59,7 59,7 60,1 60,8 61,0 60,0 58,9 57,3 53,9 50,4 47,7 Leq E (dB) 78,5
Leq interno - Li (4) dB 49,7 49,7 43,7 48,5 44,8 41,9 42,4 39,7 38,8 39,2 40,4 44,2 45,4 42,6 39,3 34,8 31,0 25,8 Leq I (dBA) 51,4
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 76,3
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 64,6
Leq externo - Le (4) dB 79,2 82,8 69,3 69,7 73,2 70,4 71,5 71,5 66,7 67,3 66,9 64,6 64,2 62,8 64,1 67,2 60,7 56,9 Leq E (dB) 86,1
Leq interno - Li (4) dB 57,8 59,3 51,5 56,0 58,0 52,4 53,3 50,9 45,9 47,5 45,9 47,3 49,3 46,4 44,7 48,6 41,9 33,8 Leq I (dBA) 57,9
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 70,6
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 63,2
Leq externo - Le (4) dB 63,3 62,9 60,4 60,0 58,6 61,3 58,7 57,1 57,0 57,1 57,6 57,8 57,1 55,2 63,4 65,2 46,6 52,6 Leq E (dB) 76,6
Leq interno - Li (4) dB 52,6 48,2 37,8 43,1 40,3 40,2 37,2 36,3 36,2 35,3 35,1 39,8 39,9 37,5 43,1 44,6 26,7 28,3 Leq I (dBA) 50,5
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 71,6
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 64,2
Leq externo - Le (4) dB 70,9 70,0 64,8 65,0 65,2 64,6 65,1 63,0 61,1 61,3 61,5 61,4 60,5 59,3 60,8 60,5 52,5 51,7 Leq E (dB) 80,2
Leq interno - Li (4) dB 52,5 51,8 45,7 50,3 48,6 45,9 45,2 42,8 40,6 40,6 40,4 44,1 45,0 42,6 41,8 41,5 33,3 29,6 Leq I (dBA) 53,2
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 72,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 65,1
Leq externo - Le (4) dB 71,5 72,2 67,7 67,1 65,8 65,9 66,7 64,5 62,7 62,6 62,2 62,4 61,8 60,6 60,9 60,3 54,7 53,0 Leq E (dB) 81,3
Leq interno - Li (4) dB 53,5 55,1 48,9 52,9 49,9 47,9 47,4 44,3 42,4 42,4 41,4 45,1 46,6 44,0 42,4 40,9 34,9 30,8 Leq I (dBA) 54,5
HOSPITAL D - PLANILHA 3 (JANELA NO ESTÁGIO 1)
TABELA PARA PONTO C
MEDIÇÃO 1MEDIÇÃO 2MEDIÇÃO 3
VALORES
TABELA CÁLCULO DE VARIÁVEIS E INDICADORES
TOTAL
TOTAL DAS TABELAS: PONTO C e PONTO C1234
VALORES
TOTAL 2
TABELA PARA PONTO C1234
VALORES
MEDIÇÃO 3MEDIÇÃO 4
VALORES
VALORES
MEDIÇÃO 4MEDIÇÃO 2 TOTAL 1MEDIÇÃO 1
VALORES
MÉDIA
SOMATÓRIA E MÉDIA
VALORES
VALORES
VALORES
194
Local: Zona Central Data do ensaio
Aparelhagem 4 3,90 24
52,30
Un
Hz
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
s 0,703 0,596 0,663 0,725 0,652 0,627 0,681 0,793 0,836 0,820 0,756 0,874 0,864 0,849 0,889 0,874
dB/s 85,36 100,69 90,50 82,82 92,01 95,73 88,07 75,69 71,79 73,20 79,42 68,63 69,45 70,68 67,49 68,63
11,90 14,04 12,62 11,55 12,83 13,35 12,28 10,55 10,01 10,21 11,07 9,57 9,68 9,86 9,41 9,57
dB 67,0 67,3 67,3 65,9 65,2 64,8 63,1 63,7 63,7 64,5 63,9 62,0 60,3 58,7 54,6 51,6
dB 49,6 50,0 46,9 45,8 44,5 43,4 41,0 39,2 39,5 43,2 42,8 41,8 37,8 33,8 28,9 25,1
dB 17 17 20 20 21 21 22 25 24 21 21 20 22 25 26 26
dB 19 18 22 22 22 22 23 27 26 23 23 23 25 27 28 29
dB
13 12 15 15 16 16 17 20 20 17 17 16 19 21 22 23
Leq externo (dB)
81,7
Leq interno (dBA)
51,2
Leq externo (dBA)
72,4
CTS (OITC)³
17
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
DADOS GERAIS
HOSPITAL D - PLANILHA 1 (JANELA NO ESTÁGIO 2)¹
NOTAS
(3) A = 0,9210 V d/c
(4) Leq:
(5) ISB = Le - Li
(1) c = 331,2?
1 + t / 273
(dB)
(2) d = 60/T
Pivotante horizontal
(6) ISN = ISB + 10 Log T / 0,5
(7) PT = ISB + 10 Log S/A
Ruído de fundo - L90
63,4
INDICADORES
Isolamento Sonoro Bruto - ISB (5)
Isolamento Sonoro Normalizado-ISN (6)
Perda de Transmissão Sonora - PT (7)
EQUAÇÕES
Leq externo - Le (4)
Leq interno - Li (4)
Pavimento
Razão de decréscimo - d (2)
Absorção do recinto - A (3)
VARIÁVEIS VALORES
Período do ensaio
Tempo de reverberação²
Volume do recinto (m³) Banda inicial de frequência para ensaio (Hz) 125
Área do caixilho - S (m²) Temperatura no ensaio (ºC) Velocidade de propagação do som no ar - c (1) 345,45
16:25 - 17:30
Bandas de terço-de-oitavas
DADOS DO ENSAIO
Normas de referência NBR 10829 / ISO 140-5 / ASTM E 966
Vidro: duplo com persiana interna
Quarto ou enfermaria Q-410 11 / 09 / 2006
GRÁFICO - Perda de Transmissão Sonora (PT)
BANDAS DE FREQUÊNCIA EM TERÇO-DE-OITAVA (Hz)
TIPOLOGIA DESCRIÇÃO DA JANELA DESCRIÇÃO DO ESPAÇO
Elementos adicionais: persianas entre vidros
Estrutura: concreto armado
Paredes externas: tijolo furado com esp. = 30 cm
Paredes internas: tijolo furado com esp. = 15cm
Piso: tipo paviflex
Teto: forro de gesso e pintura látex
Elementos adicionais:
Dimensões do vão: h=1,60m l=2,10m
Dimensões do caixilho: h=1,48m l=1,00m
Perfil: não usual que permite acesso entre vidros
1: Medição realizada com a janela posta no 2º estágio de fechamento
2: Tempo de Reverberação calculado com acréscimo de 30 dB sobre o ruído ambiente
3: Índice calculado segundo a norma ASTM E 1332-90 considerando valores de PT definidos pela NBR 10829
Tipo da via Estrutural N3
Classificação: Hospital geral Atendimento Privado
Amostra-sistema (1 abertura, 2 cixilhos)
Vedações: em borracha com aplicação junto com dobra do perfil
10
Li
n
li
10
n
1
10logLeq
=
=
0
5
10
15
20
25
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
195
CÁLCULO DE CTS
Fonte: ASTM E 1332
Bandas de Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
1/3 oitava Σ e Frequência Espectro Correção de Soma da TL¹ Diferença
(Hz)
Med 1-x
Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 média Centro de de Refer. Ponderação Coluna 2 do Coluna 4 10^coluna 4
80
0,000
Banda Sonoro em A com a Objeto com
100
0,000
(Hz) (dB) (dB A) Coluna 3 (dB) Coluna 5
125 0,742 0,967 0,673 0,982 0,660 0,566 0,453 0,580 0,703 80 103 -22,5 80,5
160 0,692 0,653 0,555 0,736 0,399 0,513 0,596 0,623 0,596 100 102 -19,1 82,9
200
0,625 0,889 0,425 0,522 0,813 0,569 0,809 0,652 0,663
125
101 -16,1 84,9
13
72,4 309029543,3
250 0,496 0,711 0,796 0,628 0,687 0,825 0,764 0,889 0,725 160 98 -13,4 84,6 12 72,8 288403150,3
315 0,608 0,743 0,510 0,636 0,603 0,927 0,642 0,548 0,652 200 97 -10,9 86,1 15 70,8 407380277,8
400 0,711 0,676 0,639 0,648 0,569 0,621 0,525 0,625 0,627 250 95 -8,6 86,4 15 71,1 436515832,2
500 0,925 0,766 0,778 0,511 0,636 0,586 0,615 0,633 0,681 315 94 -6,6 87,4 16 71,9 549540873,9
630 0,776 0,614 0,832 0,846 0,883 0,845 0,836 0,710 0,793 400 93 -4,8 88,2 16 72,2 660693448
800 0,842 0,802 0,966 0,809 0,738 0,850 0,822 0,857 0,836 500 93 -3,2 89,8 17 72,7 954992586
1000
0,727 0,890 0,537 0,779 0,869 0,946 0,836 0,973 0,820
630
91 -1,9 89,1
20
68,9 812830516,2
1250 0,756 0,746 0,602 0,659 0,838 0,759 0,758 0,926 0,756 800 90 -0,8 89,2 20 69,1 831763771,1
1600 0,774 0,746 0,963 0,876 0,895 0,894 0,966 0,880 0,874 1000 89 0,0 89,0 17 71,9 794328234,7
2000 0,831 0,845 0,907 0,868 0,717 0,927 0,841 0,975 0,864 1250 89 0,6 89,6 17 73,0 912010839,4
2500 0,802 0,854 0,960 0,966 0,773 0,912 0,857 0,667 0,849 1600 88 1,0 89,0 16 72,7 794328234,7
3150 0,890 0,936 0,824 0,861 0,841 0,958 0,896 0,906 0,889 2000 88 1,2 89,2 19 70,7 831763771,1
4000 0,966 0,840 0,862 0,857 0,839 0,943 0,828 0,859 0,874 2500 87 1,3 88,3 21 67,5 676082975,4
3150 85 1,2 86,2 22 64,3 416869383,5
4000 84 1,0 85,0 23 62,4 316227766
Notas:
Total 7
1. Transmission Loss (Perda deTransmissão Sonora) Total 8
2. Outdoor-Indoor Transmission Class (Classe de Transmissão Sonora) OIT
Implantação: o edifício do bloco aonde ocorreu o ensaio está implantado de forma
quase paralela a avenida, apresentando uma angulação de aproximadamente 11º
Localização dos pontos: foram locados 5 pontos de medição em torno do leito
Localização da fonte: do lado contrário a cabeceira
Duração das medições: 5 min para cada ponto
Estado da janela: bom estado de conservação, embora as vedações em borracha
já apresentem umdesgaste considerável, no entanto a janela sob ensaio
aparentemente apresentou fechamento adequadosendo que no estágio 1 de
fechamento a janela apresentou folgas, fato que não aconteceu no estágio de
fechamento 2.
OBSERVAÇÕES
HOSPITAL D - PLANILHA 2 (JANELA NO ESTÁGIO 2)
GRÁFICO AVALIAÇÃO DE Leq
VALORES
TABELA TEMPO DE REVERBERAÇÃO
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
BANDAS DE FREQUÊNCIA (Hz)
Leq externo Leq interno
196
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 75,1
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 63,1
Leq externo - Le (4) dB 74,5 80,9 71,7 69,8 73,7 74,8 70,2 67,3 65,1 64,7 65,5 66,3 65,6 62,9 61,4 60,1 55,8 52,4 Leq E (dB) 85,3
Leq interno - Li (4) dB 51,9 56,8 54,4 51,5 47,9 49,9 50,1 47,4 41,7 40,0 40,4 45,4 44,9 42,6 39,0 34,0 28,0 23,0 Leq I (dBA) 53,1
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 76,5
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 62,4
Leq externo - Le (4) dB 73,8 72,4 69,1 69,7 70,9 67,1 68,3 74,7 67,5 66,9 68,7 67,4 66,3 64,9 63,1 61,3 58,2 58,9 Leq E (dB) 83,2
Leq interno - Li (4) dB 54,9 54,8 49,7 52,3 47,7 47,0 48,7 52,2 44,2 42,6 44,7 46,6 44,8 44,7 40,8 36,1 31,6 32,7 Leq I (dBA) 54,5
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 72,1
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 63,2
Leq externo - Le (4) dB 67,0 66,8 69,7 64,4 62,9 62,9 63,1 61,2 62,2 62,2 63,1 64,2 64,2 62,9 60,8 58,4 55,5 52,5 Leq E (dB) 79,2
Leq interno - Li (4) dB 46,3 48,7 55,2 47,5 42,0 42,1 41,3 39,1 39,3 37,2 38,0 42,2 42,7 42,0 37,2 32,4 27,9 24,5 Leq I (dBA) 49,9
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 73,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 63,0
Leq externo - Le (4) dB 70,1 74,7 70,1 68,5 66,8 67,3 65,9 64,1 63,3 64,3 63,9 66,1 66,0 62,5 60,5 59,6 54,5 50,6 Leq E (dB) 81,6
Leq interno - Li (4) dB 51,9 59,6 50,7 50,3 49,2 48,2 43,6 42,4 40,1 37,9 39,7 43,8 44,2 43,2 38,3 33,5 29,1 27,4 Leq I (dBA) 51,8
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 74,3
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 62,9
Leq externo - Le (4) dB 71,4 73,7 70,2 68,1 68,6 68,0 66,9 66,8 64,5 64,5 65,3 66,0 65,5 63,3 61,5 59,9 56,0 53,6 Leq E (dB) 82,3
Leq interno - Li (4) dB 51,3 55,0 52,5 50,4 46,7 46,8 45,9 45,3 41,3 39,4 40,7 44,5 44,2 43,1 38,8 34,0 29,2 26,9 Leq I (dBA) 52,3
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 69,7
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 61,5
Leq externo - Le (4) dB 71,7 72,9 62,9 65,5 66,3 62,9 64,2 62,4 61,6 65,2 62,6 63,7 64,9 62,7 61,9 59,5 55,1 50,9 Leq E (dB) 81,1
Leq interno - Li (4) dB 49,9 57,3 46,9 49,3 49,2 46,9 47,3 45,9 45,9 43,0 42,0 42,6 43,8 43,3 40,9 39,7 35,3 28,3 Leq I (dBA) 52,9
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 70,9
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 69,7
Leq externo - Le (4) dB 74,3 71,7 63,2 67,5 64,9 65,6 63,7 61,9 61,8 62,8 62,5 63,3 62,0 60,1 58,2 56,4 52,5 49,0 Leq E (dB) 81,5
Leq interno - Li (4) dB 56,4 52,9 46,4 52,2 46,6 44,7 41,9 40,0 39,7 38,6 37,7 41,9 40,9 39,6 35,7 30,8 25,9 20,3 Leq I (dBA) 49,4
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 69,7
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 62,0
Leq externo - Le (4) dB 67,5 72,6 63,9 63,5 63,7 62,3 62,3 62,3 60,7 61,0 60,6 61,7 61,1 59,4 57,5 56,0 51,2 47,5 Leq E (dB) 80,4
Leq interno - Li (4) dB 46,1 55,2 46,4 45,5 45,0 43,3 41,2 39,3 37,1 35,7 35,5 40,9 40,7 39,7 34,7 29,0 23,3 20,6 Leq I (dBA) 48,2
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 71,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 62,2
Leq externo - Le (4) dB 68,8 68,9 65,2 69,5 69,1 64,2 64,2 64,1 62,2 62,7 63,0 63,0 61,4 60,6 58,7 58,0 54,1 50,8 Leq E (dB) 81,0
Leq interno - Li (4) dB 48,8 53,1 47,0 51,2 47,8 44,6 42,2 41,0 39,7 38,3 38,1 41,8 40,6 39,5 35,7 35,0 30,0 24,0 Leq I (dBA) 49,5
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 70,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 63,9
Leq externo - Le (4) dB 70,6 71,5 63,8 66,5 66,0 63,8 63,6 62,7 61,6 62,9 62,2 62,9 62,4 60,7 59,1 57,5 53,2 49,6 Leq E (dB) 81,0
Leq interno - Li (4) dB 50,3 54,6 46,7 49,6 47,2 44,9 43,2 41,6 40,6 38,9 38,3 41,8 41,5 40,5 36,8 33,6 28,6 23,3 Leq I (dBA) 50,0
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 72,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 63,4
Leq externo - Le (4) dB 71,0 72,6 67,0 67,3 67,3 65,9 65,2 64,8 63,1 63,7 63,7 64,5 63,9 62,0 60,3 58,7 54,6 51,6 Leq E (dB) 81,7
Leq interno - Li (4) dB 50,8 54,8 49,6 50,0 46,9 45,8 44,5 43,4 41,0 39,2 39,5 43,2 42,8 41,8 37,8 33,8 28,9 25,1 Leq I (dBA) 51,2
VALORES
VALORES
HOSPITAL D - PLANILHA 3 (JANELA NO ESTÁGIO 2)
PONTO C
MEDIÇÃO 1MEDIÇÃO 2MEDIÇÃO 3
VALORES
MÉDIA
TABELA CÁLCULO DE VARIÁVEIS E INDICADORES
TOTAL
TOTAL DAS TABELAS: PONTO C e PONTO 1C234
VALORES
PONTOS 1C234
VALORES
MEDIÇÃO 3MEDIÇÃO 4
VALORES
TOTAL 1MEDIÇÃO 1
VALORES
VALORES
MÉDIA
MEDIÇÃO 4
MEDIÇÃO 2
VALORES
TOTAL 2
197
12.4.5 Hospital E
a) Caracterização
Classificado como hospital geral conta com 157 leitos e pertence à esfera
administrativa privada. Está localizado na zona sul do município de São Paulo.
O objeto de ensaio dista aproximadamente 50 m da borda da via de tráfego
de referência. As medições foram realizadas numa sexta-feira no período
compreendido entre as 14:05 h e 15:17 h quando o tráfego não apresentava
movimentação intensa característico de períodos de pico. O entorno é caracterizado
por edifícios de gabarito alto predominando edifícios comerciais.
O local de ensaio é distante do posto de enfermagem, sendo definido de
acordo com a disponibilidade no horário e data da realização dos ensaios, contudo
sua seleção esteve condicionada a posição no edifício, isto é, a janela está localizada
na fachada voltada para a via de tráfego considerada como fonte de ruído de tráfego
e o mais próximo possível desta via.
Segundo informações do setor de Engenharia e Manutenção do hospital a
parede onde está instalada a janela é composta de tijolo maciço e argamassa
sugerindo níveis elevados de isolamento sonoro se comparado ao caixilho aplicado.
A janela é composta na parte externa por perfil de alumínio de 35 mm, com
utilização de vidro laminado e borrachas para vedação, na parte interna é composta
por caixilhos sem vidros.
b) Ensaio
No período do ensaio, o céu se apresentava aberto sem possibilidades de
ocorrência de chuva. Devido à posição da implantação do edifício, de forma
perpendicular a via de tráfego tomada como referência, cumprindo a exigência
quanto à altura do objeto de ensaio em relação ao solo, isto é, os ensaios foram
realizados no pavimento localizado acima do limite mínimo de 10m de altura
determinado. O ruído de fundo (L 90) resultado das medições foi de 56 dB, já o valor
de Leq para o espaço externo foi aferido em 73,7 dB, desse modo tivemos uma
diferença entre os dois valores igual a 17,7 dB. Assim, podemos dizer que as
condições para aceitação dos resultados dos ensaios foram satisfeitas.
Sobre o ensaio de tempo de reverberação, informamos que os valores
obtidos na medição 2 no ponto 3 não puderam ser utilizados , justificamos isto pelo
equipamento utilizado e a dificuldade em elevar o nível de ruído ambiente a valores
superiores em 30 dB.
198
c) Avaliação
Segundo, os dados levantados através dos ensaios realizados, podemos
dizer que o quarto apresentou índices aceitáveis para conforto acústico considerando
o período de realização dos ensaios, fato que não se repetiu considerando o
desempenho acústico da janela, levando-se em conta os níveis exigidos pelas
normas.
O nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A” aferido no ensaio
foi de 44,9 dB(A), 9,9 dB(A) superior ao nível considerado de conforto (35 dB(A)) e
0,1 dB(A) inferior ao nível considerado aceitável para a finalidade a que se destina o
espaço (45 dB(A)).
Com relação ao abatimento de ruído o valor aferido para CTS foi igual a 9,
abaixo do intervalo definido no item 6.1.5 (NBR 10821), aonde o valor mínimo de
CTS para as condições dadas foi fixado em 10.
em relação aos valores de PT aferidos, podemos dizer que a janela
ensaiada apresentou números díspares em várias faixas de freqüência, como
exemplo podemos citar a faixa de 80 e 630 dB com valor de PT igual a 12, citamos
também a faixa de 125 Hz que apresentou o menor índice igual a 3 dB, sugerindo
que este seja a faixa de “coincidência” relativa a esta janela, onde o conjunto dos
materiais vibra com mais facilidade exatamente nesta faixa de freqüências. Dessa
forma verificamos um comportamento desigual, porém insatisfatório, da janela
considerando seu abatimento de ruído característico.
Ressaltamos que as janelas deste hospital, segundo informações da
administração, tiveram especificações diferentes, aquelas que se encontram na
porção da fachada mais próxima da via de tráfego tomada como referência de ruído,
foram especificadas com vidros diferentes daqueles utilizados na outra porção da
fachada.
199
Local: Zona Sul 4 Data do ensaio
Aparelhagem 1 4,75 23
56,92
Un
Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
s 0,343 0,404 0,529 0,322 0,340 0,421 0,339 0,373 0,343 0,375 0,367 0,375 0,362 0,356 0,369 0,372 0,362 0,355
dB/s 175,15 148,36 113,48 186,42 176,32 142,52 176,84 161,04 174,78 160,00 163,55 160,00 165,55 168,34 162,41 161,29 165,94 169,15
m² 26,62 22,55 17,25 28,34 26,80 21,66 26,88 24,48 26,57 24,32 24,86 24,32 25,17 25,59 24,69 24,52 25,22 25,71
dB 61,5 61,2 58,7 57,5 57,1 57,0 54,9 53,5 54,1 53,2 52,2 51,2 49,3 47,9 45,7 43,4 39,9 36,8
dB 42,4 44,7 49,7 40,2 41,6 39,6 38,7 39,0 37,1 34,5 34,5 33,8 31,6 30,8 30,0 28,7 25,6 25,1
dB 19 16 9 17 15 17 16 14 17 19 18 17 18 17 16 15 14 12
dB 17 16 9 15 14 17 15 13 15 18 16 16 16 16 14 13 13 10
dB
12 10 3 10 8 11 9 7 10 12 10 10 11 10 8 8 7 4
Leq externo (dB) 73,7
Leq interno (dBA)
44,9
Leq externo (dBA) 60,4
CTS (OITC)² 9
1: Tempo de Reverberação calculado com acréscimo de 30 dB sobre o ruído de fundo
2: Índice calculado segundo a norma ASTM E 1332-90 considerando valores de PT definidos pela NBR 10829
EXTERNA INTERNA
Quarto ou enfermaria
Perfil: alumínio de 35mm
Isolamento Sonoro Bruto - ISB (5)
Isolamento Sonoro Normalizado-ISN (6)
Perda de Transmissão Sonora - PT (7)
EQUAÇÕES
Q-204
Tempo de reverberação¹
Leq externo - Le (4)
Leq interno - Li (4)
Razão de decréscimo - d (2)
Absorção do recinto - A (3)
Estrutural N3
Classificação: Hospital geral Atendimento Privado
08 / 09 / 2006
Bandas de terço-de-oitavas
DADOS DO ENSAIO
Normas de referência NBR 10829 / ISO 140-5 / ASTM E 966
Pavimento
VARIÁVEIS VALORES
Tipo da via
Volume do recinto (m³) Banda inicial de frequência para ensaio (Hz) 80
Área do caixilho - S (m²) Temperatura no ensaio (ºC) Velocidade de propagação do som no ar - c (1) 344,87
Período do ensaio 14:05 - 15:17
GRÁFICO - Perda de Transmissão Sonora (PT)
(1) c = 331,2?
1 + t / 273
(dB)
BANDAS DE FREQUÊNCIA EM TERÇO-DE-OITAVA (Hz)
(6) ISN = ISB + 10 Log T / 0,5
(7) PT = ISB + 10 Log S/A
Ruído de fundo - L90 56,0
(2) d = 60/T
(4) Leq:
(5) ISB = Le - Li
DADOS GERAIS
HOSPITAL E - PLANILHA 1
NOTAS
(3) A = 0,9210 V d/c
Amostra-sistema (1 abertura, 6 caixilhos)
Dimensões do vão: h=1,40m l=3,40m
Dimensões do caixilho: h=1,40m l=3,30m
TIPOLOGIA DESCRIÇÃO DA JANELA
Projetante-deslizante e correr (mista)
INDICADORES
DESCRIÇÃO DO ESPAÇO
TABELA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Vidro: laminado refletivo
Vedações: em borracha
Elementos adicionais: caixilho interno para sombreamento
Estrutura: concreto armado
Paredes externas: em tijolo maciço com 25cm de espessura
Paredes internas: em tijolo maciço com 25cm de espessura
Piso: manta vinílica
Teto: forro de gesso e pintura látex
Elementos adicionais:
10
Li
n
li
10
n
1
10logLeq
=
=
0
2
4
6
8
10
12
14
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
200
CÁLCULO DE CTSA
Fonte: ASTM E 1332
Bandas de Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
1/3 oitava Σ e Frequência Espectro Correção de Soma da TL¹ Diferença
(Hz) Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 média Centro de de Refer. Ponderação Coluna 2 do Coluna 4 10^coluna 4
80 0,408 0,388 0,428 0,135 0,394 0,323 0,322 0,343 Banda Sonoro em A com a Objeto com
100 0,376 0,539 0,330 0,405 0,328 0,465 0,388 0,404 (Hz) (dB) (dB A) Coluna 3 (dB) Coluna 5
125
0,335 0,277 0,939 0,405 0,902 0,576 0,267 0,529
80
103 -22,5 80,5
12
68,9 112201845,4
160 0,504 0,265 0,341 0,235 0,309 0,310 0,289 0,322 100 102 -19,1 82,9 10 73,2 194984460
200
0,317 0,399 0,425 0,374 0,329 0,315 0,223 0,340
125
101 -16,1 84,9
3
81,5 309029543,3
250 0,419 0,735 0,488 0,256 0,451 0,289 0,309 0,421 160 98 -13,4 84,6 10 75,1 288403150,3
315 0,326 0,478 0,325 0,328 0,301 0,313 0,304 0,339 200 97 -10,9 86,1 8 78,1 407380277,8
400 0,355 0,477 0,380 0,302 0,375 0,372 0,347 0,373 250 95 -8,6 86,4 11 75,6 436515832,2
500 0,326 0,324 0,322 0,390 0,409 0,320 0,312 0,343 315 94 -6,6 87,4 9 78,7 549540873,9
630 0,374 0,473 0,432 0,441 0,257 0,297 0,351 0,375 400 93 -4,8 88,2 7 80,9 660693448
800 0,374 0,389 0,367 0,388 0,354 0,350 0,346 0,367 500 93 -3,2 89,8 10 80,3 954992586
1000 0,365 0,356 0,390 0,331 0,408 0,362 0,413 0,375 630 91 -1,9 89,1 12 77,4 812830516,2
1250 0,380 0,330 0,395 0,352 0,336 0,366 0,378 0,362 800 90 -0,8 89,2 10 78,7 831763771,1
1600 0,341 0,367 0,350 0,366 0,334 0,355 0,382 0,356 1000 89 0,0 89,0 10 78,7 794328234,7
2000 0,416 0,349 0,362 0,339 0,402 0,355 0,363 0,369 1250 89 0,6 89,6 11 79,1 912010839,4
2500 0,352 0,389 0,364 0,366 0,388 0,385 0,360 0,372 1600 88 1,0 89,0 10 79,2 794328234,7
3150 0,359 0,362 0,346 0,370 0,395 0,349 0,350 0,362 2000 88 1,2 89,2 8 80,7 831763771,1
4000
0,356 0,345 0,364 0,386 0,386 0,325 0,321 0,355
2500
87 1,3 88,3
8
80,7 676082975,4
3150 85 1,2 86,2 7 79,2 416869383,5
Notas:
Total 7
1. Transmission Loss (Perda deTransmissão Sonora) Total 8
2. Outdoor-Indoor Transmission Class (Classe de Transmissão Sonora) OITC²
Tabela elaborada com apoio do Núcleo da Luciana com ajuda do Lucas e Rafael, estudantes do IME
Implantação: o hospital está implantado de forma perpendicular a avenida
Localização dos pontos: foram locados 5 pontos de medição em torno do leito
Localização da fonte: sobre a cama
Duração das medições: 5 min para cada ponto
Estado da janela: ótimo estado de conservação, pois são janelas relativamente novas
OBSERVAÇÕES
GRÁFICO AVALIAÇÃO DE Leq
4000
HOSPITAL E - PLANILHA 2
VALORES
TABELA TEMPO DE REVERBERAÇÃO
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
BANDAS DE FREQUÊNCIA (Hz)
Leq externo Leq interno
201
VARVEIS Un Leq E (dBA) 58,6
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 56,2
Leq externo - Le (4) dB 59,7 58,6 57,3 56,7 55,2 58,9 54,4 51,9 51,6 51,7 50,7 50,1 48,2 46,1 43,8 41,4 37,7 34,7 Leq E (dB) 70,5
Leq interno - Li (4) dB 38,9 47,7 49,5 37,6 45,3 41,8 44,1 47,9 44,1 35,4 31,3 32,6 31,8 30,0 29,5 33,3 32,1 35,6 Leq I (dBA) 48,4
VARVEIS Un Leq E (dBA) 62,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 55,9
Leq externo - Le (4) dB 62,6 60,5 57,5 58,0 57,1 56,3 54,5 53,7 55,4 54,1 54,4 52,7 50,8 49,9 48,5 45,4 42,3 40,5 Leq E (dB) 75,1
Leq interno - Li (4) dB 39,6 40,5 46,7 37,8 35,7 35,3 33,7 33,5 33,2 31,7 31,5 30,4 27,5 27,1 24,9 20,7 17,6 15,6 Leq I (dBA) 39,8
VARVEIS Un
Leq E (dBA) 59,1
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 55,7
Leq externo - Le (4) dB 59,6 59,1 59,6 55,1 53,8 53,7 53,9 52,5 52,3 51,3 49,6 49,0 47,2 46,6 44,3 43,7 39,3 35,9 Leq E (dB) 73,9
Leq interno - Li (4) dB 38,2 38,9 47,6 35,0 33,3 33,5 32,5 33,1 32,1 29,2 28,2 27,1 25,0 25,9 26,2 23,4 16,8 15,1 Leq I (dBA) 38,6
VARVEIS Un Leq E (dBA) 61,6
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 56,3
Leq externo - Le (4) dB 64,1 66,4 60,4 60,2 62,3 59,1 56,7 55,8 57,2 55,7 53,9 52,9 51,1 48,8 46,0 43,2 40,1 36,1 Leq E (dB) 75,1
Leq interno - Li (4) dB 52,8 51,6 54,9 50,5 52,2 47,8 44,4 41,6 39,1 41,5 46,9 44,9 41,9 40,1 39,4 37,4 36,0 34,1 Leq I (dBA) 52,7
VARVEIS Un
Leq E (dBA) 60,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 56,0
Leq externo - Le (4) dB 61,5 61,2 58,7 57,5 57,1 57,0 54,9 53,5 54,1 53,2 52,2 51,2 49,3 47,9 45,7 43,4 39,9 36,8 Leq E (dB) 73,7
Leq interno - Li (4) dB 42,4 44,7 49,7 40,2 41,6 39,6 38,7 39,0 37,1 34,5 34,5 33,8 31,6 30,8 30,0 28,7 25,6 25,1 Leq I (dBA) 44,9
VALORES
VALORES
VALORES
MÉDIA
TABELA PARA JANELA ABERTA
MEDIÇÃO 4TOTAL 1
TABELA PARA JANELA FECHADA
MEDIÇÃO 1MEDIÇÃO 2MEDIÇÃO 3
VALORES
TABELA CÁLCULO DE VARIÁVEIS E INDICADORES
HOPSITAL E - PLANILHA 3
202
12.4.6 Hospital F
a) Caracterização
Classificado como hospital geral conta com 206 leitos e pertence à esfera
administrativa privada. Está localizado na zona sul do município de São Paulo.
O objeto de ensaio dista aproximadamente 20 m da borda da via de tráfego
de referência. As medições foram realizadas em uma sexta-feira no período
compreendido entre as 15:57 h e 17:59 h quando o tráfego não apresentava
movimentação intensa característico de períodos de pico. O entorno é caracterizado
por edifícios de gabarito alto predominando edifícios comerciais.
O local de ensaio é próximo do posto de enfermagem, sendo definido de
acordo com a disponibilidade no horário e data da realização dos ensaios, contudo
sua seleção esteve condicionada na posição no edifício, isto é, a janela está
localizada na fachada voltada para a via de tráfego considerada como fonte de ruído
de tráfego e o mais próximo possível desta via.
Segundo informações do setor de Engenharia e Manutenção do hospital, a
parede onde está instalada a janela é composta de tijolo furado e argamassa
sugerindo níveis elevados de isolamento sonoro se comparado ao caixilho aplicado.
A janela é do tipo projetante-deslizante (maxim-ar) composta de alumínio
perfil 60 mm e vidro laminado com vedações em borracha.
b) Ensaio
No período do ensaio o céu se apresentava nublado com possibilidades de
ocorrência de chuva. Devido à posição da implantação do edifício, de forma
perpendicular a via de tráfego tomada como referência, cumprindo a exigência
quanto à altura do objeto de ensaio em relação ao solo, isto é, os ensaios foram
realizados no pavimento localizado acima do limite mínimo de 10m de altura
determinado. O ruído de fundo (L 90) resultado das medições foi de 59,3 dB, o
valor de Leq para o espaço externo foi aferido em 78,4 dB, desse modo tivemos uma
diferença entre os dois valores igual a 19,1 dB. Assim, podemos dizer que as
condições para aceitação dos resultados dos ensaios foram satisfeitas.
c) Avaliação
Segundo os dados levantados através dos ensaios realizados, podemos dizer
que o quarto apresentou índices aceitáveis para conforto acústico considerando o
período de realização dos ensaios, fato que se repetiu considerando o desempenho
acústico da janela, levando-se em conta os níveis exigidos pelas normas.
203
O nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A” aferido no ensaio
foi de 41,5 dB(A) apenas 6,5 dB(A) superior ao nível considerado de conforto (35
dB(A)) e 3,5 dB(A) inferior ao nível considerado aceitável para a finalidade a que se
destina o espaço (45 dB(A)).
Com relação ao abatimento de ruído o valor aferido para CTS, foi igual a 17,
dentro do intervalo definido no item 6.1.5 (NBR 10821), no qual o valor mínimo de
CTS para as condições dadas foi fixado em 10.
em relação aos valores de PT aferidos, podemos dizer que a janela
ensaiada apresentou números razoáveis para as diversas faixas de freqüências
consideradas, com ênfase para as baixas freqüências. Estes resultados podem estar
relacionados ao ótimo estado de conservação das janelas visto que são relativamente
novas.
Ressaltamos que as janelas deste hospital, segundo informações da
administração, permanecem fechadas e funcionam como janelas seladas apesar de
terem a possibilidade de serem abertas quando necessário, como no caso de
procedimentos de limpeza.
204
Local: Zona Sul Data do ensaio
Aparelhagem 4 1,23 26
52,00
Un
Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
s 0,805 0,637 0,792 0,745 0,729 0,797 0,825 0,667 0,734 0,816 0,796 0,837 0,831 0,815 0,785 0,792 0,779 0,790
dB/s 74,52 94,15 75,77 80,56 82,33 75,33 72,77 89,97 81,70 73,50 75,40 71,66 72,17 73,63 76,40 75,73 77,02 75,91
m² 10,30 13,01 10,47 11,13 11,38 10,41 10,05 12,43 11,29 10,16 10,42 9,90 9,97 10,17 10,56 10,46 10,64 10,49
dB 68,2 67,1 65,2 63,5 61,5 60,4 60,6 59,1 59,2 58,8 58,5 58,9 58,4 56,8 56,1 54,9 52,2 49,6
dB 40,4 41,7 41,8 40,6 37,8 35,9 35,6 34,2 34,1 33,1 33,1 32,7 28,8 27,0 27,1 25,3 22,4 20,9
dB 28 25 23 23 24 24 25 25 25 26 25 26 30 30 29 30 30 29
dB 30 26 25 25 25 26 27 26 27 28 27 28 32 32 31 32 32 31
dB 19 15 14 13 14 15 16 15 15 16 16 17 21 21 20 20 20 19
Leq externo (dB) 78,4
Leq interno (dBA) 41,5
Leq externo (dBA) 67,4
CTS (OITC)³ 17
AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO
Piso: manta vinílica
1: Considerando a área de apenas uma janela
2: Tempo de Reverberação calculado com acréscimo de 30 dB sobre o ruído ambiente
Paredes externas: tijolo furado com esp. = 30 cm
Paredes internas: tijolo furado com esp. = 15cm
DADOS GERAIS
BANDAS DE FREQUÊNCIA EM TERÇO-DE-OITAVA (Hz)
TIPOLOGIA
3: Índice calculado segundo a norma ASTM E 1332-90 considerando valores de PT definidos pela NBR 10829
Elementos adicionais: persianas internas
Privado
Teto: forro de gesso e pintura látex
Elementos adicionais:
Perfil: alumínio de 60mm
Vidro: laminado
Vedações: em boracha
Estrutura: concreto armado
HOSPITAL F - PLANILHA 1
NOTAS
Amostra-sistema (2 aberturas, 2 caixilhos)
Dimensões do vão: h=1,45m l=0,85m
DESCRIÇÃO DA JANELA DESCRIÇÃO DO ESPAÇO
(3) A = 0,9210 V d/c
(4) Leq:
(5) ISB = Le - Li
Projetante-deslizante
(6) ISN = ISB + 10 Log T / 0,5
Período do ensaio 15:57-17:59
(7) PT = ISB + 10 Log S/A
Ruído de fundo - L90 59,3
INDICADORES
GRÁFICO - Perda de Transmissão Sonora (PT)
(1) c = 331,2? 1 + t / 273 (dB)
(2) d = 60/T
Isolamento Sonoro Bruto - ISB (5)
Isolamento Sonoro Normalizado-ISN (6)
Perda de Transmissão Sonora - PT (7)
EQUAÇÕES
Leq externo - Le (4)
Leq interno - Li (4)
Pavimento
Razão de decréscimo - d (2)
Absorção do recinto - A (3)
VARIÁVEIS VALORES
Tempo de reverberação²
Quarto ou enfermaria
Volume do recinto (m³) Banda inicial de frequência para ensaio (Hz) 80
Área do caixilho - S (m²)¹ Temperatura no ensaio (ºC) Velocidade de propagação do som no ar - c (1) 346,61
Q-721 13 / 10 / 2006
Bandas de terço-de-oitavas
DADOS DO ENSAIO
Normas de referência NBR 10829 / ISO 140-5 / ASTM E 966
Tipo da via Estrutural N3
Classificação: Hospital geral Atendimento
10
Li
n
li
10
n
1
10logLeq
=
=
0
5
10
15
20
25
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
205
Fonte: ASTM E 1332
Bandas de Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7
1/3 oitava Σ
e Frequência Espectro Correção de Soma da TL¹ Diferença
(Hz) Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2 Med 1 Med 2
média
Centro de de Refer. Ponderação Coluna 2 do Coluna 4 10^coluna 4
80
0,605 0,845 0,548 0,992 0,742 0,848 0,975 0,886 0,805 Banda Sonoro em A com a Objeto com
100
0,800 0,831 0,925 0,447 0,709 0,409 0,467 0,510 0,637 (Hz) (dB) (dB A) Coluna 3 (dB) Coluna 5
125
0,794 0,827 0,994 0,532 0,650 0,948 0,774 0,816 0,792
80
103 -22,5 80,5
19
62,0 112201845,4
160
0,859 0,510 0,999 0,677 0,741 0,641 0,642 0,889 0,745
100
102 -19,1 82,9
15
67,8 194984460
200
0,765 0,626 0,776 0,674 0,620 0,778 0,833 0,758 0,729
125
101 -16,1 84,9
14
70,8 309029543,3
250
0,785 0,792 0,981 0,756 0,638 0,701 0,810 0,909 0,797
160
98 -13,4 84,6
13
71,3 288403150,3
315
0,866 0,848 0,792 0,729 0,840 0,745 0,910 0,866 0,825
200
97 -10,9 86,1
14
72,1 407380277,8
400
0,663 0,533 0,558 0,714 0,649 0,731 0,772 0,715 0,667
250
95 -8,6 86,4
15
71,2 436515832,2
500
0,702 0,734 0,702 0,674 0,717 0,843 0,707 0,796 0,734
315
94 -6,6 87,4
16
71,6 549540873,9
630
0,838 0,848 0,915 0,824 0,757 0,773 0,768 0,808 0,816
400
93 -4,8 88,2
15
73,4 660693448
800
0,754 0,766 0,865 0,791 0,837 0,755 0,803 0,795 0,796
500
93 -3,2 89,8
15
74,3 954992586
1000
0,838 0,872 0,927 0,834 0,829 0,709 0,841 0,848 0,837
630
91 -1,9 89,1
16
72,7 812830516,2
1250
0,855 0,873 0,882 0,813 0,832 0,783 0,818 0,795 0,831
800
90 -0,8 89,2
16
73,1 831763771,1
1600
0,739 0,829 0,872 0,765 0,810 0,785 0,831 0,888 0,815
1000
89 0,0 89,0
17
71,8 794328234,7
2000
0,786 0,785 0,831 0,798 0,798 0,762 0,740 0,783 0,785
1250
89 0,6 89,6
21
69,1 912010839,4
2500
0,784 0,822 0,780 0,750 0,807 0,788 0,805 0,802 0,792
1600
88 1,0 89,0
21
68,4 794328234,7
3150
0,750 0,757 0,794 0,769 0,807 0,765 0,777 0,813 0,779
2000
88 1,2 89,2
20
69,6 831763771,1
4000
0,807 0,765 0,838 0,765 0,777 0,786 0,787 0,798 0,790
2500
87 1,3 88,3
20
68,1 676082975,4
3150
85 1,2 86,2
20
65,8 416869383,5
4000
84 1,0 85,0
19
65,6 316227766
Notas:
Total 7
1. Transmission Loss (Perda deTransmissão Sonora) Total 8
2. Outdoor-Indoor Transmission Class (Classe de Transmissão Sonora)
OITC²
Tabela elaborada com apoio do Núcleo da Luciana com ajuda do Lucas e Rafael,
estudantes do IME
Implantação: o edifício do bloco aonde ocorreu o ensaio está implantado de forma
perpendicular a avenida
Localização dos pontos: foram locados 5 pontos de medição em torno do leito
Localização da fonte: do lado contrário a cabeceira
Duração das medições: 5 min para cada ponto
Estado da janela: ótimo estado de conservação, pois são janelas relativamente novas
Posicionamento do equipamento: com utilização do quarto imediatamente acima
e na mesma prumada
As janelas são mantidas fechadas a chave sendo abertas apenas para a realização
de limpeza e manutenção
OBSERVAÇÕES
TABELA CÁLCULO DE CTS
HOSPITAL F - PLANILHA 2
GRÁFICO AVALIAÇÃO DE Leq
VALORES
TABELA TEMPO DE REVERBERAÇÃO
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
BANDAS DE FREQUÊNCIA (Hz)
Leq externo Leq interno
206
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 64,8
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 59,5
Leq externo - Le (4) dB 67,9 66,2 66,4 64,5 62,1 63,0 63,6 58,6 58,5 59,6 59,9 61,2 60,1 57,8 56,3 55,9 51,3 48,6 Leq E (dB) 78,4
Leq interno - Li (4) dB 40,8 39,4 43,5 45,0 40,1 36,3 35,7 33,3 33,1 32,1 33,3 33,6 28,2 23,9 22,1 20,7 16,9 14,4 Leq I (dBA) 40,9
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 67,3
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 60,2
Leq externo - Le (4) dB 68,8 66,9 64,5 63,5 61,4 60,4 61,8 59,4 58,6 58,3 58,0 58,6 57,1 56,5 56,1 54,7 50,9 48,6 Leq E (dB) 78,0
Leq interno - Li (4) dB 40,2 38,0 42,3 43,6 36,7 33,3 35,4 33,7 34,7 33,9 31,9 31,4 27,0 24,5 24,5 24,7 21,1 19,1 Leq I (dBA) 40,6
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 64,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 59,9
Leq externo - Le (4) dB 63,4 67,5 61,3 59,7 60,3 57,8 56,3 56,5 58,3 56,4 55,6 54,7 54,9 52,9 51,3 50,4 48,3 45,3 Leq E (dB) 77,1
Leq interno - Li (4) dB 37,6 38,0 39,4 39,9 38,2 32,9 34,0 33,7 31,6 31,6 30,9 30,7 30,8 31,8 31,2 29,7 29,7 29,5 Leq I (dBA) 42,4
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 71,9
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 60,0
Leq externo - Le (4) dB 71,9 69,0 69,1 67,7 65,2 65,3 64,2 62,8 62,9 61,3 60,2 61,6 62,1 60,6 62,4 61,1 58,7 56,3 Leq E (dB) 81,1
Leq interno - Li (4) dB 42,6 40,0 43,4 42,1 40,8 40,0 39,9 38,2 37,7 36,7 35,8 36,2 31,9 31,2 32,9 30,7 26,3 22,3 Leq I (dBA) 44,8
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 67,1
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 59,9
Leq externo - Le (4) dB 68,0 67,4 65,3 63,9 62,3 61,6 61,5 59,3 59,6 58,9 58,4 59,0 58,6 57,0 56,5 55,5 52,3 49,7 Leq E (dB) 78,7
Leq interno - Li (4) dB 40,3 38,9 42,2 42,7 39,0 35,6 36,3 34,7 34,3 33,6 33,0 33,0 29,5 27,9 27,7 26,5 23,5 21,3 Leq I (dBA) 42,2
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 70,1
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 58,7
Leq externo - Le (4) dB 74,1 66,6 64,9 65,2 64,5 62,0 61,8 61,5 59,6 59,8 60,1 60,8 61,1 59,9 58,9 58,3 56,0 53,0 Leq E (dB) 81,6
Leq interno - Li (4) dB 45,5 46,5 43,5 40,3 38,9 39,7 36,4 35,0 35,7 34,3 36,4 34,0 30,0 28,6 30,8 28,0 22,8 20,5 Leq I (dBA) 42,9
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 62,5
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 58,8
Leq externo - Le (4) dB 63,5 62,6 61,1 57,2 56,2 54,5 54,9 54,5 53,3 55,2 54,4 54,1 52,4 50,3 49,3 46,7 45,1 42,9 Leq E (dB) 74,1
Leq interno - Li (4) dB 37,1 42,0 39,5 36,2 34,7 32,2 31,6 29,6 29,1 29,7 29,0 29,2 23,7 22,3 21,8 19,3 17,7 17,0 Leq I (dBA) 37,1
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 68,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 58,2
Leq externo - Le (4) dB 68,8 68,2 64,6 65,4 59,9 60,2 60,1 60,2 61,8 59,3 59,5 59,7 59,2 57,8 56,4 54,8 52,5 49,6 Leq E (dB) 77,3
Leq interno - Li (4) dB 40,1 44,2 41,3 40,4 37,5 35,8 34,9 36,0 35,4 32,7 33,2 32,8 28,7 26,7 26,3 24,3 22,8 22,5 Leq I (dBA) 41,2
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 69,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 59,0
Leq externo - Le (4) dB 67,1 69,8 69,4 64,6 62,4 60,0 61,8 59,0 60,6 60,1 60,0 60,6 60,2 58,8 57,7 57,1 54,7 52,8 Leq E (dB) 79,9
Leq interno - Li (4) dB 39,6 45,7 41,4 37,5 35,7 37,3 37,0 34,4 35,5 34,1 34,3 33,4 29,8 27,0 27,1 25,3 22,1 21,9 Leq I (dBA) 41,8
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 67,6
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 58,7
Leq externo - Le (4) dB 68,4 66,8 65,0 63,1 60,8 59,2 59,7 58,8 58,8 58,6 58,5 58,8 58,2 56,7 55,6 54,2 52,1 49,6 Leq E (dB) 78,2
Leq interno - Li (4) dB 40,6 44,6 41,4 38,6 36,7 36,3 35,0 33,8 33,9 32,7 33,2 32,4 28,1 26,2 26,5 24,2 21,4 20,5 Leq I (dBA) 40,8
VARIÁVEIS Un
Leq E (dBA) 67,4
Bandas de terço-de-oitavas Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000 L 90 59,3
Leq externo - Le (4) dB 68,2 67,1 65,2 63,5 61,5 60,4 60,6 59,1 59,2 58,8 58,5 58,9 58,4 56,8 56,1 54,9 52,2 49,6 Leq E (dB) 78,4
Leq interno - Li (4) dB 40,4 41,7 41,8 40,6 37,8 35,9 35,6 34,2 34,1 33,1 33,1 32,7 28,8 27,0 27,1 25,3 22,4 20,9 Leq I (dBA) 41,5
TABELA CÁLCULO DE VARIÁVEIS E INDICADORES
TOTAL
TOTAL DAS TABELAS: PONTO C e PONTO 1C234
VALORES
TOTAL 2
TABELA PARA PONTO 1C234
VALORES
MEDIÇÃO 4
TABELA PARA PONTO C
MEDIÇÃO 1MEDIÇÃO 2MEDIÇÃO 3
VALORES
VALORES
MEDIÇÃO 3
VALORES
VALORES
MÉDIA
HOSPITAL F - PLANILHA 3
MEDIÇÃO 2 MEDIÇÃO 4TOTAL 1MEDIÇÃO 1
MÉDIA
VALORES
VALORES
VALORES
207
12.4.7 Hospital G
a) Caracterização
Classificado como hospital geral conta com 243 leitos e pertence à esfera
administrativa estadual. Está localizado na zona sul do município de São Paulo.
O objeto de ensaio dista aproximadamente 15 m da borda da via de tráfego
de referência. As medições foram realizadas em uma sexta-feira no período
compreendido entre as 18:05 h e 19:00 h quando o tráfego apresentava
movimentação intensa característico de períodos de pico. O entorno é caracterizado
por edifícios de gabarito baixo predominando edifícios comerciais.
O local de ensaio é distante do posto de enfermagem, sendo definido de
acordo com a disponibilidade no horário e data da realização dos ensaios, contudo
sua seleção esteve condicionada a posição no edifício, isto é, a janela está localizada
na fachada voltada para a via de tráfego considerada como fonte de ruído de tráfego
e o mais próximo possível desta via.
Segundo informações do setor de Engenharia e Manutenção do hospital, a
parede onde está instalada a janela é composta de tijolo maciço e argamassa,
sugerindo níveis elevados de isolamento sonoro se comparado ao caixilho aplicado.
c) Condicionantes
Esta avaliação esta restrita apenas a determinação do ruído ambiental e
níveis de ruído interno e externo nas condições que caracterizam o ensaio, isto foi
determinado pelas condições adversas que ocasionaram a impossibilidade da
realização dos ensaios de avaliação do desempenho acústico da janela, de acordo
com a descrição abaixo.
A seleção do local de ensaio, um quarto localizado no 4º pavimento que não
estava sendo utilizado, aconteceu numa visita realizada em novembro de 2005. Com
as dificuldades enfrentadas para a obtenção dos equipamentos necessários a
efetivação dos ensaios, a comunicação com pessoas responsáveis no
acompanhamento e liberação do espaço de ensaio e a realização de outros ensaios
nos demais hospitais, ocasionou que o retorno ao hospital pôde ser possível
praticamente oito meses após a definição do local anteriormente citado.
Assim, após tanto tempo e considerando o local de ensaio num hospital
público, se tornou natural a ocupação do espaço, fato que impossibilita a realização
dos ensaios. Desse modo, na data e horário disponíveis para sua efetivação, fomos
acompanhados pelo funcionário responsável pelo setor de manutenção, e depois de
percorrermos o hospital, tivemos que realizar as medições num espaço diferente
daquele anteriormente selecionado.
208
No entanto, o péssimo estado de conservação da janela, com vidros
quebrados e fechamento precário dos caixilhos, deixando espaços entreabertos, foi
fator determinante na impossibilidade de caracterizar o componente em relação ao
seu desempenho acústico.
Com isso, optamos por realizar um ensaio simples para a determinação dos
níveis de ruídos externos e internos, bem como o valor de Leq com ponderação em
“A” nas condições específicas propiciadas pelo espaço disponível.
Localizamos o microfone externo com o “DMEe o microfone interno a 1 m
da janela, numa posição centrada, e a 1,2 m de altura do chão. Com isso realizamos
seis medições de 5 min cada para a obtenção dos resultados.
b) Ensaio
No período do ensaio o céu se apresentava encoberto sem possibilidades de
ocorrência de chuva. O edifício está implantado de forma não paralela à via de
tráfego tomada como referência e os ensaios aconteceram num quarto localizado no
9º pavimento.
d) Avaliação
Segundo os dados levantados através dos ensaios realizados podemos dizer
que o quarto apresentou índices insatisfatórios para conforto acústico considerando
as condicionantes para a realização dos ensaios.
O nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A” aferido no ensaio
foi de 54,1 dB(A), isto é, 19,1 dB(A) superior ao nível considerado de conforto (35
dB(A)) e 9,1 dB(A) superior ao nível considerado aceitável para a finalidade a que se
destina o espaço (45 dB(A)).
O gráfico de avaliação de Leq demonstra que a curva característica do Leq
interno esteve sempre muito próxima a de Leq externo, levando a verificação das
péssimas condições de abatimento do ruído pela fachada e seus componentes.
Podemos inferir dos resultados que o ruído externo característico, medido
pelo ensaio, é intenso (próximo de 80 dB) e determina ações para um melhor
abatimento do ruído pelos elementos do edifício.
209
Local: Zona Sul Data do ensaio
Aparelhagem 5 1,40 24
28,92
Leq externo (dB) 79,4
Leq externo (dBA) 69,1
Leq interno (dBA) 54,1
Implantação: o bloco onde ocorreu o ensaio está 47º inclinado em relação a avenida
Localização dos pontos: foi locado 1 ponto distando 1,00m da janela e 1,20m do piso
Duração das medições: 5 min
Estado da janela: péssimo estado de conservação, com vidros quebrados e fechamento comprometido apresentando várias frestas. Desgaste considerável dos pinos de fechamento
Todos estes fatores relacionados a conservação do objeto impossibilitaram a obtenção de dados que viessem a caracterizar a janela com o seu desempenho acústico
Un
Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
dB 69,9 70,6 67,9 63,5 64,0 62,4 62,4 61,3 60,6 59,4 59,1 59,8 59,8 58,0 56,3 54,1 52,5 50,9
dB 59,0 50,4 55,0 50,7 50,4 48,3 50,2 49,2 46,9 44,4 42,6 41,6 42,5 40,8 39,8 38,1 37,5 35,2
dB 11,0 20,2 12,9 12,8 13,7 14,1 12,2 12,1 13,7 15,1 16,4 18,3 17,3 17,2 16,5 16,0 15,0 15,7
AVALIAÇÃO AMBIENTAL
Teto: forro de gesso e pintura látex
Elementos adicionais:
Vedações: não existem e fixação do vidro com massa de vidraceiro
Elementos adicionais: caixilho externo em alumínio para sombreamento
Estrutura: concreto armado
Paredes externas: em tijolo maciço. Espessura de 30cm
Dimensões do vão: h=1,45m l=1,15m
Dimensões do caixilho: h=1,40m l=1,00m
Perfil: alumínio de 25mm
Vidro: monolítico
Paredes internas: tijolo maciço
Piso: tipo paviflex
OBSERVAÇÕES
DADOS GERAIS
HOSPITAL G
DESCRIÇÃO DO ESPAÇO
TIPOLOGIA
DESCRIÇÃO DA JANELA
Pavimento
Amostra-sistema (2 aberturas, 2 caixilhos)
Ruído de fundo - L90 64,6
INDICADORES
GRÁFICO - Avaliação de Leq
Guilhotina (dB)
Quarto ou enfermaria Q-924 22 / 09 / 2006Tipo da via Estrutural N3
DADOS DO ENSAIO
Normas de referência NBR 10829 / ISO 140-5 / ASTM E 966 Classificação: Hospital geral Atendimento Público
Área do caixilho - S (m²) Temperatura no ensaio (ºC)
Volume do recinto (m³) Período do ensaio 18:05 - 19:00
Leq interno - Li (4)
Isolamento sonoro bruto (ISB): LeqE-LeqI
VALORES
MEDIÇÃO
Leq externo - Le (4)
VARIÁVEIS
Bandas de terço-de-oitavas
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
BANDAS DE FREQUÊNCIA (Hz)
Leq externo Leq interno
210
12.4.8 Hospital H
a) Caracterização
Classificado como hospital geral conta com 314 leitos e pertence à esfera
administrativa municipal. Está localizado na zona leste do município de São Paulo.
O objeto de ensaio dista aproximadamente 40 m da borda da via de tráfego
de referência. As medições foram realizadas numa quarta-feira no período
compreendido entre as 13:39 h e 13:59 h quando o tráfego apresentava
movimentação intensa característico de períodos de pico. O entorno é caracterizado
por edifícios de gabarito baixo predominando edifícios comerciais.
O local de ensaio é distante do posto de enfermagem, sendo definido de
acordo com a disponibilidade no horário e data da realização dos ensaios, contudo
sua seleção esteve condicionada a posição no edifício, isto é, a janela está localizada
na fachada voltada para a via de tráfego considerada como fonte de ruído de tráfego
e o mais próximo possível desta via.
Não conseguimos fazer a identificação da composição das paredes internas
e externas, pois esta informação não pode ser dada pelo setor de engenharia e
manutenção por desconhecimento e falta de registros sobre a “memória” de
construção do edifício. No entanto, a espessura medida sugere que tenhamos níveis
de isolamento sonoro satisfatório.
c) Condicionantes
Da mesma forma que o caso anterior, esta avaliação está restrita apenas a
determinação do ruído ambiental e níveis de ruído interno e externo nas condições
que caracterizam o ensaio.
Iniciamos os contatos com o setor responsável pela liberação dos espaços
requisitados para os ensaios no mês de outubro de 2005. A princípio, enviamos a
documentação necessária para o setor de recursos humanos, situação em que
aguardamos por um tempo considerável a resposta positiva, sem dispensar alguns
contatos para informações sobre o andamento do processo.
Após a aprovação para a realização dos ensaios, estávamos envolvidos no
processo da disponibilização dos equipamentos necessários, que quando obtidos,
voltamos aos contatos com o hospital. Nessa nova abordagem, tivemos
conhecimento da necessidade de encaminhar nova requisição ao setor de ética e
pesquisa, resultando em mais demora na efetivação dos ensaios.
Com mais esta etapa vencida marcamos uma visita ao hospital para
realizarmos uma primeira abordagem visando a seleção do local de ensaio. Com isto,
211
foi identificada uma enfermaria localizada no andar como local mais propício na
realização dos procedimentos, fato ocasionado pela interdição do espaço para a
realização de manutenção na tubulação de esgoto localizada no forro. Este fato se
deu em agosto de 2006.
Assim, com o local de ensaio definido e equipamentos disponíveis, por várias
vezes tentamos marcar a data e horário do ensaio, mas a dificuldade de contato com
o responsável pelo setor de manutenção, podemos marcar a visita para o fim do
mês de setembro, o que resultou na indisponibilidade do espaço anteriormente
selecionado, visto que houve a necessidade de abrigar novos pacientes e o mesmo
foi ocupado sem serem realizadas as devidas reformas.
Percorremos o hospital para a seleção de novo local de medição, sendo este
definido no pavimento destinado à internação pediátrica. Devido o mesmo estar
ocupado por um paciente no pós-operatório da sua mão, por correção de um defeito
em um dos tendões, resolvemos explicar a sua mãe que estava como acompanhante
e ao mesmo, os objetivos da pesquisa, nos comprometendo em não incomodá-los.
No entanto, como percebemos no decorrer das medições, o incômodo aos pacientes
era fato inevitável, sobretudo pela realização do ensaio para a determinação do
tempo de reverberação. Outro aspecto determinante foi a ocorrência de chuva, nos
obrigando a desmontar o “DME”, que caso não fosse feito poderia resultar em dano
do equipamento de medição.
Decidimos por bem abandonar o intento e aguardar uma nova oportunidade
de retorno ao hospital para a realização de novos ensaios. Fato que se tornou
inviável pela proximidade do término do prazo para a entrega do texto da
dissertação, situação ainda agravada pela dificuldade constante de contato com o
setor responsável pelo acompanhamento dos trabalhos.
Com isso, optamos por realizar um ensaio simples para a determinação dos
níveis de ruídos externos e internos, bem como o valor de Leq com ponderação em
“A” nas condições específicas propiciadas pelo espaço disponível.
Localizamos o microfone externo com o “DMEe o microfone interno a 1 m
da janela, numa posição centrada, e a 1,2 m de altura do chão. Com isso realizamos
uma medição de 5 min para a obtenção dos resultados.
b) Ensaio
No período do ensaio o céu se apresentava nublado com possibilidades de
ocorrência de chuva. O edifício está implantado de forma perpendicular a via de
tráfego tomada como referência e os ensaios aconteceram em um quarto não
identificado localizado no 5º pavimento.
212
d) Avaliação
Segundo os dados levantados através dos ensaios realizados podemos dizer
que o quarto apresentou índices insatisfatórios para conforto acústico considerando
as condicionantes de realização dos ensaios.
O nível de pressão sonora equivalente ponderado em “A” aferido no ensaio
foi de 48,7 dB(A), isto é, 13,7 dB(A) superior ao nível considerado de conforto (35
dB(A)) e 3,7 dB(A) superior ao nível considerado aceitável para a finalidade a que se
destina o espaço (45 dB(A)).
O gráfico de avaliação de Leq demonstra que a curva característica do Leq
interno esteve sempre muito próxima a de Leq externo, levando a verificação das
péssimas condições de abatimento do ruído pela fachada e seus componentes.
Podemos inferir dos resultados que o ruído externo característico, medido
pelo ensaio, é intenso (próximo de 70 dB) e determina ações para um melhor
abatimento do ruído pelos elementos do edifício.
213
Local: Zona Leste Data do ensaio
Aparelhagem 5 1,70 25
65,85
Leq externo (dB)
67,7
Leq externo (dBA)
58,0
Leq interno (dBA)
48,7
Implantação: o hospital está implantado de forma perpendicular em relação a avenida
Localização dos pontos: foi locado 1 ponto distando 1,00m da janela e 1,20m do piso
Duração das medições: 5 min
Estado da janela: péssimo estado de conservação, c/ vidros quebrados e fechamento comprometido apresentando várias frestas. Desgaste considerável dos pinos de fechamento
Todos estes fatores relacionados a conservação do objeto impossibilitaram a obtenção de dados que viessem a caracterizar a janela com o seu desempenho acústico
Un
Hz 80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
dB 59,3 55,9 54,6 57,7 55,5 52,4 50,9 51,2 51,6 50,3 49,2 48,6 47,7 46,3 45,6 43,2 39,1 37,9
dB 46,6 41,7 44,8 45,0 45,2 42,6 42,4 43,3 42,4 43,1 39,7 37,1 36,8 36,1 35,9 35,2 31,6 29,1
dB 12,7 14,2 9,8 12,7 10,3 9,8 8,5 7,9 9,2 7,2 9,5 11,5 10,9 10,2 9,7 8,0 7,5 8,8
Elementos adicionais:
Paredes externas: em tijolo maciço. Espessura de 30cm
Paredes internas: tijolo maciço
Piso: concreto liso
Teto: isopor em placas
Tipo da via Estrutural N3
Classificação: Hospital geral Atendimento Público
Amostra-sistema (3 aberturas, 3 caixilhos)
Dimensões do vão: h=1,90m l=0,90m
Dimensões do caixilho: h=1,50m l=0,90m
Perfil: alumínio de 25mm
Normas de referência NBR 10829 / ISO 140-5 / ASTM E 966
Volume do recinto (m³)
Área do caixilho - S (m²) Temperatura no ensaio (ºC)
Isolamento sonoro bruto(ISB): LeqE-LeqI
Pavimento Quarto ou enfermaria S/I 20 / 09 / 2006
Vidro: monolítico
Vedações: não existem e fixação do vidro com massa de vidraceiro
Elementos adicionais: persianas externas em alumínio
Estrutura: concreto armado
MEDIÇÃO
Período do ensaio 13:39 - 13:59
Ruído de fundo - L90
63,9
INDICADORES
GRÁFICO - Avaliação de Leq
Guilhotina (dB)
DADOS GERAIS
HOSPITAL H - AVALIAÇÃO AMBIENTAL
DESCRIÇÃO DO ESPAÇO
OBSERVAÇÕES
TIPOLOGIA
DESCRIÇÃO DA JANELA
DADOS DO ENSAIO
VARIÁVEIS
Bandas de terço-de-oitavas
Leq externo - Le (4)
Leq interno - Li (4)
VALORES
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
BANDAS DE FREQUÊNCIA (Hz)
Leq externo Leq interno
214
12.5 Avaliação dos ensaios
12.5.1 Procedimento
De forma geral o procedimento adotado se mostrou eficaz. A etapa anterior,
de ensaios de avaliação do ruído ambiental, nos deu segurança para a adoção do
procedimento aplicado na etapa seguinte, para obtenção dos dados de determinação
do abatimento do ruído pelo componente e verificação do seu desempenho. Isto está
justificado pelo conhecimento do espaço e suas possibilidades reais para a obtenção
de dados significativos, as condições propícias para a instalação dos equipamentos e
aceitação dos dados pelas condições prescritas em norma, fundamentalmente a
relação entre o ruído de fundo (L 90) e o ruído intruso pela janela (Leq externo dB).
Esta condição preliminar nos levou a condição de realizar ensaios
justamente nos períodos de pico de trânsito, isto por termos uma indicação de que
os níveis de ruído externo estariam superiores aos níveis de ruído de fundo interno.
No entanto, ao abordar os espaços, nem sempre foi possível a realização destes
ensaios nos horários de pico de trânsito. Por motivos diversos, mas sobretudo pelo
acesso aos locais, onde por vezes, foi necessária uma definição do mesmo no
momento da chegada aos hospitais, além disso, citamos fatores relacionados a
dificuldade de instalação do dispositivo para fixação do microfone na fachada do
edifício “DME” (que em alguns casos foi feito apenas pelo pesquisador), a
necessidade de uma tomada de 220V para a conexão do equipamento 2 de geração
do ruído (que resultou em intervenção de funcionários da manutenção), dentre
outros.
Destacamos a avaliação do procedimento de ensaio para a obtenção do
tempo de reverberação. Este ensaio foi particularmente diferenciado pela
necessidade de geração de ruído a níveis necessários a obtenção dos resultados
pretendidos. Em alguns casos tivemos a liberdade de realizar os procedimentos sem
nos preocupar com o possível incômodo que poderia ser ocasionado, caso em que o
setor de internação estava interditado, porém, na maior parte dos ensaios, a
realização do procedimento esteve condicionada a presença de pacientes nos
espaços contíguos, o que determinou as condições específicas de obtenção dos
dados, isto é, geração de ruído num nível aproximado de 30 dB superior ao ruído
ambiente, o que, pela brevidade do ensaio e nenhum relato de incômodo feito pelos
pacientes, podemos julgar que o procedimento para obtenção do tempo de
reverberação esteve adequado ao horário e espaços em que foram realizados.
12.5.2 Equipamentos
Os equipamentos para a realização dos ensaios de perda de transmissão
sonora se mostraram confiáveis. Podemos dizer que o único problema enfrentado foi
215
na realização do primeiro ensaio no Hospital E, quando um dos cabos utilizados não
realizava a conexão eletrônica entre o microfone externo e o equipamento localizado
no quarto, o que nos obrigou a utilizar um cabo de ligação único, dispensando o “flat
cable”, sem, no entanto, ocasionar uma abertura significativa que pudesse interferir
nos resultados dos ensaios.
Já em relação ao ensaio para a obtenção do tempo de reverberação tivemos
alguns problemas relacionados à geração do ruído, por vezes o equipamento
utilizado para a reprodução do “CD” com o ruído-rosa gravado, não apresentava
conexão com as caixas-acústicas por motivos ainda desconhecidos, porém isto não
impediu a realização dos ensaios. Acreditamos que o problema esteja relacionado ao
próprio equipamento de reprodução do ruído, ou mesmo as conexões entre os
cabos.
Com referência ao uso do “DME”, podemos dizer que o equipamento pôde
ser utilizado em todos os locais de medição. Sendo que apenas em um dos hospitais
não foi possível apóia-lo na fachada do edifício, neste caso, utilizamos o quarto
localizado no pavimento superior para a colocação do microfone externo na posição
exigida por norma.
Citamos ainda, outro aspecto positivo, este em relação a possíveis frestas
que poderiam ser causadas pela fixação do “DME” na fachada e seu apoio através do
próprio caixilho, bem como a passagem do cabo. De fato, a utilização de cordões de
“nylon”, um material flexível e a utilização do “flat cable” não ocasionaram frestas ou
folgas que pudessem resultar em alterações nos resultados.
12.5.3 Caracterizações
A maior parte dos hospitais faz parte da esfera administrativa privada (6),
sendo um da esfera municipal e outro da estadual.
Os hospitais pesquisados são todos classificados como hospitais gerais com
uma variação de nº. de leitos entre 103 e 314 leitos, demonstrando a importância
em relação ao número de atendimentos e internações realizados.
A maior concentração dos hospitais pesquisados está na zona sul do
município (3), no entanto tivemos exemplares em todas as regiões podendo sugerir
que o problema do ruído de tráfego, face a proximidade com o hospital, independe
da sua localização no município.
A avaliação da implantação dos hospitais demonstra que houve uma
distribuição equilibrada, três deles estão posicionados de forma perpendicular a via
de tráfego, sendo que outros três estão posicionados de forma paralela, os outros
dois de forma obliqua. Ressaltamos que estas peculiaridades não inviabilizaram a
obtenção dos dados, desde que atendidas as condições específicas em norma para
cada caso.
216
A distância do objeto de ensaio até a fonte variou de 14 a 50 m, o local de
ensaio, considerando os pavimentos, variou do térreo ao pavimento e esteve
condicionada a posição relativa do edifício em relação a via de tráfego (paralelo ou
não).
O volume dos espaços utilizados nos ensaios variou de 28,9 a 80,3 , no
entanto podemos identificar que em média o volume dos espaço foi igual a 55 m³,
assim, pela avaliação dos dados, a maior parte dos hospitais apresentou um volume
do recinto com volume equivalente a média de todos os verificados.
Os três tipos de composição de paredes externas identificados foram:
concreto armado, tijolo maciço e argamassa, tijolo furado e argamassa, sendo que
pela sua composição, espessura e materiais de acabamento, podemos ter a indicação
de que em todos os casos dispomos de níveis elevados de isolamento sonoro em
comparação ao componente janela.
Todas as janelas pesquisadas eram compostas basicamente de alumínio e
vidro, com variações quanto ao tipo, vedações, acessórios e demais elementos de
composição, sendo que a janela projetante-deslizante (maxim-ar) foi a que
apresentou maior ocorrência, em três dos oito casos. As áreas de vãos de janelas
variaram entre 1,2 e 6,5 m², porém ressaltamos que em alguns casos, para efeito de
cálculo da grandeza PT, utilizamos o valor da área de apenas um vão, embora no
espaço de ensaio houvessem dois ou até três vãos preenchidos com caixilharia.
Relatamos que tivemos dificuldades em relação à caracterização precisa do
componente janela, sobretudo na identificação do tipo de vidro aplicado e sua
espessura. Por vezes, dependemos do relato de funcionários do setor de Engenharia
e Manutenção. a determinação da espessura do vidro foi dificultada por não
termos disponível um aparelho necessário para este fim. Contudo, em alguns casos,
sobretudo aqueles em que tínhamos um componente recentemente aplicado,
tivemos facilidade em obter os dados completos do componente, isto porque tivemos
a oportunidade de contato com os fabricantes.
12.5.4 Particularidades
No decorrer da realização dos ensaios tivemos uma preocupação premente
com a interferência dos ruídos gerados no espaço interno dos hospitais (carrinhos de
transporte de refeições, carrinhos de transporte de materiais de limpeza, sirenes de
aviso, toque sonoro de elevadores, choro de crianças, sirene de ambulâncias, dentre
outros), tão significantes quanto aos ruídos provenientes do meio urbano. No
entanto, com a possibilidade de edição das gravações das medições feitas, tivemos a
oportunidade de selecionar os períodos de sons gravados e que não tiveram
influência destes ruídos. Para isso anotamos, na planilha de acompanhamento dos
ensaios (ver anexos), estes eventos e sua provável significação, para que
posteriormente pudessem ser excluídos da totalidade dos dados. Assim, esperamos
ter obtido dados relacionados e específicos ao ruído de tráfego de veículos.
217
Outro aspecto a ser mencionado é a determinação do intervalo de faixas de
freqüências a serem consideradas na determinação do índice “CTS”. Pela avaliação
das normas e definição da ASTM E 1332 o intervalo indicado é de 80 a 4000 Hz,
sendo este utilizado. No entanto, por motivos diversos, quando o próprio volume do
espaço de ensaio impossibilitou a obtenção, em muitos casos, de valores abaixo dos
125 Hz. Desse modo, para a obtenção do índice CTS utilizamos o intervalo de 125 a
4000 Hz, tendo observado que nos casos, onde tivemos a determinação dos valores
de PT também nas faixas de 80 e 100 Hz, com a supressão destes valores não
tivemos modificações significativas do valor do índice CTS.
12.5.5 Avaliação dos resultados
Ao final dos ensaios a avaliação do abatimento característico da janela
pôde ser feita para seis hospitais, no entanto, as avaliações ambientais do ruído dos
hospitais públicos demonstram que o ruído externo é muito intenso e justifica a
adoção de medidas específicas quanto ao abatimento proporcionado pela janela.
Destacamos que as condições péssimas de conservação das janelas utilizadas nos
hospitais públicos podem estar expondo os usuários destes hospitais a condições
relacionadas ao agravo do desconforto acústico, além disso, apresentam
desempenho mínimo quanto à estanqueidade ao ar, a água e mesmo questões de
segurança.
Ressaltamos que os resultados foram obtidos com as janelas na condição
máxima de fechamento, salvo os resultados obtidos no Hospital D, com a janela
ensaiada no estágio de fechamento. Desse modo, avaliamos que, embora os
ensaios tenham demonstrado resultados relativamente satisfatórios quanto ao nível
de Leq dB (A), isto esteve vinculado ao fechamento máximo do componente, isto é,
estando a janela na posição aberta, fatalmente teríamos níveis mais elevados de
ruído interno.
Comparando os resultados da avaliação ambiental do ruído feitos na
primeira e última etapa, podemos dizer que em alguns casos os resultados foram
aproximados. Contudo, os resultados dos ensaios definitivos devem ser considerados
mais próximos da condição de exposição a qual está condicionada o usuário, pois
consideram os valores levantados ao longo do tempo, em intervalos mais curtos,
levando a uma maior precisão, mesmo que tenham sido feitos fora do horário de
pico de trânsito. De qualquer maneira, indicamos a realização de ensaios mais
demorados e em locais distribuídos ao longo do setor de internação, com objetivo de
fornecerem dados mais confiáveis e representativos da exposição ao ruído sofrida
pelo usuário.
Destacamos que os resultados obtidos nos ensaios para determinação do
abatimento do ruído e verificação do desempenho acústico das janelas, estão
condicionados as peculiaridades relativas a cada ensaio, tais como: o componente, o
local, o período, os equipamentos e o método adotado.
218
Assim, quando estivermos nos referindo às conclusões resultantes dos
ensaios, estamos enfatizando que são condicionadas as características específicas e
já mencionadas da realização dos ensaios, caso a caso.
Desse modo, todos os resultados apresentados dizem respeito às janelas
que estiveram sob ensaio, não podendo ser utilizados para a determinação do
abatimento do ruído ou desempenho do conjunto das janelas utilizadas nos
respectivos hospitais. Para isso, esclarecemos que são necessários ensaios que
possam garantir representatividade estatística considerando: as características
próprias de cada edifício e todas as peculiaridades que envolvem o ensaio de campo.
De fato, um procedimento realizado num período maior de tempo apresenta-se como
dificuldade severa face a realidade da ocupação dos espaços de internação, e por
isso, deve-se considerar este aspecto no planejamento de ensaios.
Para uma melhor leitura dos resultados obtidos nos ensaios elaboramos uma
planilha, apresentada ao final do capítulo, com o seguinte conteúdo:
a) Tabela resumo ensaios: apresentando informações gerais da
caracterização dos espaços e objetos de ensaios, bem como os
resultados em forma de números;
b) Gráfico resumo Leq externo (dB): apresentação em forma de gráfico
dos valores obtidos de Leq, medidos em dB no espaço externo ao local
de ensaio, tendo como informação comparativa o limite de 60 dB
estabelecido por Silva (2005) para a indicação da necessidade de
cuidados especiais quanto ao isolamento sonoro de fachadas;
c) Gráfico resumo – Leq externo (dB A): apresentação em forma de
gráfico dos valores obtidos de Leq, medidos em dB (A) no espaço
externo ao local de ensaio, tendo como informação comparativa o
limite de 65 dB (A) para a indicação do limite superior da condição
moderada de ruído. Objetiva indicar o intervalo característico de
avaliação do desempenho da janela sob ensaio; (NBR 10821)
d) Gráfico resumo – Leq interno (dB A): apresentação em forma de
gráfico dos valores obtidos de Leq, medidos em dB (A) no local do
ensaio, tendo como informação comparativa o limite de 45 dB (A) para
a indicação do valor do nível sonoro aceitável para a finalidade do
espaço, isto é, quartos ou enfermarias de hospitais; (NBR 10152)
e) Gráfico resumo CTS: apresentação em forma de gráfico dos valores
obtidos de CTS, tendo como informação comparativa o intervalo de 10
a 20 para a indicação do desempenho da janela que se enquadra, de
acordo com os resultados, na condição proposta;
219
f) Gráfico resumo PT: apresentação em forma de gráfico dos valores de
PT em Hz característicos para cada janela e divididos por banda de
terço-de-oitava.
Uma parte das informações descritas na “Tabela resumo ensaios” foi
discutida no item 12.5.3. Como complementação podemos verificar que os valores
medidos de Leq no espaço externo ao local de ensaio variaram de 67,7 a 81,3 dB.
Silva (2005) afirma que “Se a fachada estiver sobre um ambiente de 60 a 65
dB, as janelas e paredes comuns serão suficientes para isolar o ruído que nela
incide”.
Com base nisto estabelecemos o limite de 60 dB inserido como marca de
referência no “Gráfico resumo Leq externo (dB)” para demonstrar que em nenhum
dos casos temos níveis de ruído externos abaixo do limite proposto, indicando de
forma objetiva, que devem ser tomadas medidas específicas quanto ao abatimento
de ruído proporcionado pelas fachadas dos hospitais pesquisados.
Outra indicação é que mesmo em locais de ensaios localizados no
pavimento em hospital não paralelo a via de tráfego tomada como referência
(Hospital G), o nível de ruído medido fica próximo dos 80 dB, consideravelmente
alto.
Os níveis de Leq externo medidos em dB(A) variaram de 58 a 72,4 dB(A).
A norma NBR 10821 determina que locais expostos a níveis de ruído
variando entre 45 dB(A) e 65 dB(A) são classificados na condição “moderada” de
exposição. De acordo com as avaliações feitas no item 6.1.5, considerando a
condição de tolerância “baixa”, o valor de CTS para a confirmação de desempenho
acústico satisfatório, deve comparar os resultados com o intervalo dos valores de
CTS que variam de 10 a 20.
Caso os níveis de ruído externo variem de 65 a 85 dB(A), a condição de
exposição é classificada como “acentuada” exigindo que o CTS do componente janela
esteja no intervalo de 30 a 40, isto para ter seu desempenho acústico considerado
satisfatório.
Assim na avaliação da “Tabela resumo – Leq externo (dBA)” verificamos que
apenas os níveis aferidos nos hospitais E e H, estão abaixo do limite de 65 DB (A),
sugerindo que para estes hospitais, o intervalo para a determinação do seu
desempenho deve ser de 10 a 20, sendo indicado o intervalo para desempenho
acústico satisfatório de 30 a 40 para os demais hospitais.
Desse modo, com a avaliação do “Gráfico resumo CTS” vemos que em
nenhum dos casos as janelas podem ter seu desempenho acústico considerado
aceitável, pois mesmo a janela ensaiada no hospital E e que se enquadraria no
intervalo de CTS, variando de 10 a 20, se encontra fora desta faixa.
220
No entanto, os valores medidos de Leq interno em dB(A) variaram de 41,5 a
54,5 dB(A), demonstrando, também pela avaliação do “Gráfico resumo Leq interno
(dBA), que os níveis aferidos estão próximos do que é considerado aceitável, 45
dB(A) para quartos ou enfermarias de hospitais. Verificamos inclusive que os níveis
medidos nos hospitais B, E e F estão abaixo deste limite, ou seja, apresentam níveis
de ruído aceitáveis.
Portanto, após as avaliações feitas, considerando as variáveis e valores
expostos, supomos que, embora o intervalo de CTS que vai de 30 a 40, seja aplicado
como referência na quase totalidade dos hospitais, caso as janelas apresentassem
valores de CTS próximos a 20, provavelmente isto resultaria em níveis de Leq interno
medidos em dB(A) aceitáveis para o espaço específico, como podemos verificar no
caso do Hospital B.
Por fim, a avaliação do “Gráfico resumo – PT” indica uma predominância dos
ruídos de baixa freqüência nos ensaios realizados, demonstrando que as janelas dos
hospitais sofrem a influência do tráfego de veículos próximo ao edifício e que
justamente nestas faixas de freqüências o seu desempenho é menos satisfatório.
Contudo podemos dizer que uma avaliação que considera todas as faixas de
freqüências indica a janela utilizada no Hospital D como a mais eficiente em relação
ao abatimento do ruído. se considerarmos as faixas que vão de 125 Hz a 400 Hz,
podemos dizer que um equilíbrio entre a resposta das janelas utilizadas nos
hospitais D, F e A.
Estes resultados podem estar relacionados ao tipo de janela utilizada, no
qual podemos destacar o seu fechamento como “tampa”, referente aos casos citados
acima. Além disso, a utilização de vidros duplos (Hospital D) e vidros laminados
(Hospital A e F). Destacando ainda as questões relacionadas à manutenção (Hospital
D) e estado de conservação dos componentes (Hospital F), sendo que se houvesse
uma preocupação maior em garantir o funcionamento adequado da janela utilizada
no Hospital A, sobretudo na minimização das frestas e melhoria da estanqueidade ao
ar, poderíamos ter obtido níveis de abatimento de ruído superiores para este caso
específico.
Citamos o caso do Hospital B que apresentou os valores mais elevados em
quase todas as faixas de freqüência. No entanto, devemos considerar que, pela
pesquisa feita, isto está relacionado à composição mista da janela e a utilização de
um plano de esquadria localizada na sacada do quarto, mesmo que este plano não
faça a vedação completa do vão, atua como elemento atenuador do ruído.
na avaliação do caso do Hospital E, podemos dizer que os resultados
obtidos, abaixo de todos os outros verificados, não implicou em níveis de ruído
elevados, registrados no espaço de ensaio. Levando a considerar os diversos
componentes da fachada como elementos de abatimento do ruído, bem como o
ambiente acústico do entorno, soluções de paisagismo e implantação do edifício.
221
Hospital
nº de
Zona
Implantação
Distância
Pavimento
Volume do
Parede
Tipo da
Área da
Leq
Leq
Leq
CTS
Leitos
da fonte (m)
recinto (m³)
externa
janela
janela (m²)
externo (dB)
externo (dBA)
interno (dBA)
A
120
oeste
paralelo
19
T
59,0
concreto-armado
projetante
6,5
80,2
71,1
53,0
16
B
103
leste
paralelo
14
80,3
tijolo maciço
abrir e correr
3,6
78,5
69,1
43,6
21
C
172
norte
não paralelo
30
46,8
tijolo maciço
maxim-ar
3,4
76,9
68,0
47,4
15
D*
224
centro
paralelo
30
52,3
tijolo furado
pivotante hor.
3,9
81,7
72,4
51,2
17
E
157
sul
perpendicular
50
56,9
tijolo maciço
maxim-ar e correr
4,6
73,7
60,4
44,9
9
F
206
sul
perpendicular
20
52,0
tijolo furado
maxim-ar
1,2
78,4
67,4
41,5
17
G
243
sul
não paralelo
15
28,9
tijolo maciço
guilhotina
1,4
79,4
69,1
54,1
H
314
leste
perpendicular
40
65,8
tijolo maciço
guilhotina
1,7
67,7
58,0
48,7
HOSPITAIS
hachura=intervalo 10<CTS<20 (NBR 10821)
GRÁFICO RESUMO - CTS
GRÁFICO RESUMO - Leq externo: dB GRÁFICO RESUMO - Leq externo: dB (A)
HOSPITAIS HOSPITAIS
PALNILHA RESUMO - DADOS DOS ENSAIOS
GRÁFICO RESUMO - PT
hachura = limite de 60 dB (SILVA, 2005) hachura = limite de 65 dBA (NBR 10821)
* Medições com a janela no estágio 2
TABELA RESUMO - ENSAIOS
HOSPITAIS
hachura = limite de 45 dBA (NBR 10152)
GRÁFICO RESUMO - Leq interno: dB(A)
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
A B C D* E F G H
Leq - dB (A)
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
A B C D* E F G H
Leq - dB
0
5
10
15
20
25
30
125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
BANDAS DE TERÇO-DE-OITAVA (Hz)
PT (dB)
A
B
C
D
E
F
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
A B C D* E F G H
Leq - dB (A)
0
5
10
15
20
25
A B C D* E F
HOSPITAIS
CTS
222
13 CONCLUSÕES
Existe um problema com o nível de ruído urbano paulistano, o qual se
agrava quando falamos das exigências peculiares a um hospital, onde o conforto do
usuário, no caso o paciente, é considerado como fator decisivo na recuperação do
seu estado de saúde.
A localização próxima destes edifícios em relação às vias de tráfego de
veículos apresenta-se como problema adicional, resultando em considerações a cerca
do desempenho acústico, traduzido no abatimento do ruído, característico das
fachadas e seus componentes.
No entanto, para que os espaços hospitalares apresentem um nível de ruído
adequado, não basta apenas que o edifício, localizado em regiões de intenso ruído
de tráfego, possua a fachada com características tais, que isolem os espaços internos
dos ruídos presentes no meio urbano. O ruído gerado no espaço interno dos
hospitais também se apresenta como aspecto influente, sendo considerado tão
importante quanto os ruídos mencionados anteriormente.
Nesse quadro priorizamos a avaliação do desempenho acústico do
componente janela, fator determinado por suas características próprias relacionadas
ao abatimento do ruído. Esta escolha está baseada na constatação de que este
elemento da fachada é considerado o mais vulnerável a passagem dos ruídos
gerados no meio urbano, sendo de certa forma, responsável pelo controle do nível
de ruído no edifício hospitalar, visto que a composição das paredes externas,
garante níveis consideravelmente satisfatórios de abatimento do ruído.
A avaliação de desempenho é uma técnica usual na tecnologia da
arquitetura atualmente e se caracteriza pela aplicação de um conjunto de critérios a
um edifício, componente ou material para medir o nível de atendimento de cada um
deles. No nosso caso trata-se de aplicar os critérios de conforto acústico decorrentes
das normas relativas ao assunto, aos tipos de janelas selecionadas para os ensaios
de campo, objetivando verificar se as exigências normativas estão sendo atendidas e
se os componentes apresentam desempenho acústico satisfatório.
Podemos dizer que o desempenho acústico de uma janela é uma
propriedade que o componente deve possuir sob determinadas condições de uso e
ambiente que garanta o conforto dos ocupantes do espaço interno. Estas condições
são determinadas pelas exigências do usuário de um espaço específico, assim, no
caso do usuário ser um paciente de um hospital qualquer, um ambiente (quarto ou
enfermaria) deve apresentar níveis adequados de ruído.
Portanto, ao falar em desempenho acústico em relação ao componente
janela e as exigências do usuário de hospitais, o uso do espaço e edifício e as
condições de exposição (ruído intenso de tráfego), estamos nos referindo ao
abatimento sonoro que pode ser obtido através das características próprias da janela
223
sob ensaio, no espaço de seu uso e tendo por objetivo atender as exigências do
usuário.
13.1 Critérios de avaliação
Com base nos levantamento das normas determinamos os parâmetros
necessários para a avaliação de desempenho acústica pretendida. Para a avaliação
do ruído ambiental, o nível de 45 dB(A) é indicado como nível aceitável para espaços
destinados a internação de pacientes em hospitais, ou seja, quartos e enfermarias.
para a determinação do desempenho do componente janela, as normas
indicam a avaliação através da utilização do índice Classe de Transmissão Sonora
(CTS). O intervalos para a avaliação são relacionados às condições de tolerância ao
ruído e condições de exposição ao ruído. Assim, considerando quartos ou
enfermarias, a condição de tolerância ao ruído é determinada como “baixa”. Em
relação às condições de exposição ao ruído, podemos ter condições moderadas” e
“acentuadas”, determinadas de acordo com os níveis de ruído aferidos no espaço
externo do edifício.
Desse modo, para condições de exposição ao ruído
moderadas
(ruído
externo variando de 45 a 65 dB(A)) o índice obtido por meio dos ensaios deve estar
entre 10 e 20. para condições
acentuadas
(ruído externo variando entre 65 e 85
dB(A)) o índice deve se encontrar entre 30 e 40.
Para tanto foram medidos os abatimentos proporcionados pelas janelas de
seis hospitais através de ensaios de campo baseados em normas. Outros dois
hospitais foram avaliados apenas considerando o ruído ambiental, com indicação dos
níveis de ruído externos e internos ao espaço de ensaio.
13.2 Diagnóstico
De acordo com os resultados da pesquisa, o tipo de janela mais recorrente é
a que funciona como “tampa” (projetante), composta de perfil de alumínio e
preenchida com vidros duplos (insulados) ou laminados.
As avaliações dos níveis de ruído externos indicam que em todos os casos é
necessária uma composição diferenciada das janelas com vistas a garantir o seu
desempenho acústico.
A avaliação dos diversos índices de CTS das janelas ensaiadas demonstra
que em nenhum dos casos o componente apresenta desempenho acústico
224
satisfatório. No entanto, as medições de ruído ambiental, demonstram que os níveis
de ruído aferidos estão muito próximos dos padrões de aceitação.
Concluímos que a qualidade das janelas deixa a desejar e que os níveis de
ruído verificados nesses quartos de hospitais estão acima do prescrito pelas normas
na maior parte dos casos, sem, no entanto, estarem muito distantes do que é
considerado aceitável.
Contudo, a avaliação das janelas deve considerar seu desempenho
característico por faixa de freqüências. Esta avaliação demonstrou que todos os
casos apresentam desempenho insatisfatório justamente nas faixas de freqüências
características do ruído de tráfego de veículos. Esta constatação indica que mesmo
as janelas que funcionam como “tampa”, consideradas eficientes face o abatimento
do ruído, não apresentaram desempenho adequado.
No entanto, como citamos anteriormente, o ruído presente em quartos e
enfermarias de hospitais é resultante de variáveis externas e internas. Assim não
podemos afirmar que os níveis de ruído medidos nos espaços de internação são
exclusivamente provenientes do meio externo, ruídos gerados nos corredores,
espaços contíguos, transmitidos através de vibrações na estrutura também
contribuem para os ruídos aferidos nos espaços de internação.
Portanto, de acordo com a pesquisa, podemos dizer que o ruído de tráfego
contribui intensamente para os níveis de ruído aferidos, de outro lado, esta condição
é agravada pelo desempenho acústico insatisfatório das janelas utilizadas nas
fachadas.
Cabe esclarecer que mesmo o componente janela não deve ser o único
elemento responsável pelo abatimento do ruído urbano. A fachada como um todo é
que, de acordo com sua composição, pode isolar os ambientes internos mais ou
menos eficazmente, considerando o problema da poluição sonora.
Esta constatação é resultante das pesquisas de campo aonde verificamos,
nos hospitais, que possuem janelas apresentando baixo desempenho acústico, níveis
de ruído ambientais muito próximos do aceitável. Intuímos que isto pode estar
relacionado com as dimensões e características do componente e composição dos
vedos externos, que em todos os casos indicaram níveis de isolamento sonoro
elevados.
Com relação ao projeto de hospitais, em acordo com os resultados da
pesquisa, deve-se considerar o posicionamento do hospital como medida eficaz
contra a poluição sonora, de fato, os edifícios posicionados de forma menos paralela
possível em relação à via tomada como fonte de ruído apresentaram uma avaliação
do ruído ambiental positiva. Porém não podemos desconsiderar as reflexões que
pode sofrer o ruído de acordo com as características do entorno, desse modo, é
necessária a realização de pesquisas que objetivam prioritariamente esta relação,
implantação do edifício e ruído ambiental.
225
Por fim, destacamos as questões relacionadas à necessidade de selar os
espaços dos edifícios hospitalares face às condições adversas do ambiente externo,
resultantes da poluição urbana.
Como vimos o desempenho de uma janela para as condições dadas,
depende dentre outras coisas, da sua capacidade de ser estanque ao ar. Isto de
certa forma ocasiona a utilização de sistemas de condicionamento de ar para a
climatização dos espaços, o que inviabiliza ou minimiza a aplicação de recursos
passivos, tais como a ventilação natural com vistas ao conforto térmico.
Entretanto, diante dos níveis de poluição urbana característicos da cidade de
São Paulo, a utilização de sistemas de condicionamento do ar torna-se impositivo,
considerando os níveis de poluição e as exigências de conforto e qualidade dos
espaços de um hospital, resultantes do seu tipo de usuário característico.
Assim, podemos dizer que, neste caso específico, o sistema de
condicionamento do ar cumpre funções múltiplas: garantia de conforto térmico,
pureza do ar e conforto acústico associado à composição da fachada, isto
considerando a agressividade do ambiente urbano. Contudo ressaltamos que a
utilização de sistemas inadequados ou mesmo a falta de manutenção, podem
transformar o sistema de condicionamento do ar no responsável pelo desconforto
dos pacientes, na medida em que não cumpre as exigências mínimas para o
funcionamento dentro de padrões aceitáveis.
13.3 Proposições
Para a realização de ensaios de campo com vistas à determinação do
desempenho acústico de fachadas e componentes de fachada, tais como as janelas,
propomos que sejam levados em consideração os aspectos relacionados abaixo.
a) Medições por períodos prolongados:
Sugerimos que sejam realizadas medições por períodos prolongados em
vistas da obtenção de dados mais precisos, inclusive com medições no período
noturno. Isto pelo incômodo que o ruído causa durante a noite, quando o nível de
ruído de fundo está abaixo do verificado durante o período diurno fazendo com que
o ruído ocasional resultante do tráfego de veículos se sobressaia e seja mais
perceptível.
b) Medições em vários níveis:
226
As medições em vários pavimentos do edifício se justificam pela variação do
nível de ruído que encontra a fachada devido as condições de reflexão do ambiente
externo ou mesmo tipo de fonte, além disto, deve-se considerar os vários ângulos de
incidência, resultando em condições diversas a que estão sujeitas as várias partes do
edifício.
c) Medições em espaços diversos:
Para uma melhor caracterização do problema do ruído nos hospitais,
recomendamos a realização de medições simultâneas não nos quartos e fachada,
mas inclusive nos corredores ou hall próximos aos espaços de internação.
d) Medições com representatividade estatística:
Para que os dados obtidos possam ser indicativos do desempenho acústico
do conjunto das janelas de um hospital, é necessário que sejam realizadas medições
considerando a totalidade dos objetos, com vistas a obtenção de uma caracterização
por representatividade estatística.
e) Caracterização do tráfego:
Com objetivo de relacionar as condições de tráfego aos resultados de
ensaios que objetivam a determinação do desempenho acústico, recomendamos que
sejam feitos procedimentos para a contagem dos veículos que trafegam na via de
tráfego tomada como referência de fonte de ruído.
Desse modo, embora saibamos das dificuldades em aplicar as proposições
citadas acima, acreditamos serem importantes na medida em que proporcionam uma
visão mais completa da questão do ruído urbano e desempenho acústico de janelas.
Com relação ao desempenho acústico das janelas, sugerimos que este
requisito seja considerado sempre em conjunto com os outros requisitos que devem
ser atendidos pelo componente, sendo uma questão determinada por vários
aspectos, depende sobremaneira de uma avaliação equilibrada que resulte na
satisfação dos diversos usuários.
Embora os resultados obtidos não possam ser considerados representativos,
podemos dizer que as janelas do tipo “tampa” e que utilizam vidros duplos ou
laminados, apresentaram desempenho superior as outras que foram objeto de
ensaio. No entanto, percebemos que o estado de conservação, resultante de ações
de manutenção, pode ter ocasionado resultados abaixo do esperado. Assim
recomendamos que sejam feitas manutenções periódicas em vista de manter as
características de estanqueidade ao ar, inerentes a composição da janela.
Com relação ao abatimento do ruído resultante da composição da fachada,
recomendamos que seja considerada a relação vedo e vão. Notadamente, a
arquitetura contemporânea observou um predomínio da área de vão sobre a de
vedo, desta forma, é natural que o abatimento do ruído pela fachada exija ainda
mais dos elementos envidraçados bem como das características de estanqueidade ao
ar proporcionadas por estes sistemas de fechamento.
227
13.4 Considerações finais
Assim, ao término da pesquisa apresentamos uma avaliação de desempenho
acústico de janelas utilizadas em hospitais sediados em São Paulo, e selecionados
para estudo de casos, onde esta avaliação se baseou em normas nacionais e
internacionais relativas ao assunto. Pretendemos com isto auxiliar o desenvolvimento
do conhecimento relacionado à tecnologia da arquitetura aplicada no espaço
hospitalar.
Como etapa complementar, temos o compromisso de elaborar relatórios
para cada hospital que cedeu seu espaço para a realização do levantamento de
dados e ensaios, além disso, entregaremos uma cópia da dissertação em arquivo
digital para cada instituição com os devidos agradecimentos.
Sobre a questão da impossibilidade de identificação dos hospitais, avaliamos
o fato como um dado negativo para a caracterização precisa de diversos aspectos,
sobretudo o próprio componente e os procedimentos e condições específicas dos
ensaios. No entanto, esperamos que a forma como foi exposto o texto possa
contribuir para a reprodutibilidade dos ensaios.
Face às dificuldades enfrentadas, sugerimos que outras pesquisas
considerem condições mais adequadas para a realização dos ensaios de campo, com
medições em prédios em fase de entrega, com o mínimo de ruído gerado pela obra,
e considerando um período razoável para a realização de medições, com vistas à
obtenção de dados mais significativos.
No entanto isto não descarta a possibilidade de medições em hospitais nas
condições apresentadas nesta pesquisa ou em outras condições adversas, porém,
sugerimos que as restrições de tempo sejam consideradas como fator decisivo na
abordagem dos espaços, bem como todas as outras condicionantes para a realização
de investigações científicas relacionadas ao tema tratado.
Destacamos ainda as questões relacionadas ao projeto de edifícios. De
acordo com os resultados da pesquisa deve-se considerar o posicionamento do
hospital como medida eficaz contra a poluição sonora, de fato como vimos, os
edifícios posicionados de forma menos paralela possível em relação à via tomada
como fonte de ruído apresentaram uma avaliação do ruído ambiental mais positiva.
Estes aspectos podem levar a uma exigência menor do componente quanto o seu
desempenho acústico, portanto temos uma indicação que o projeto pode influenciar
decisivamente no conforto acústico proporcionado ao usuário de espaços de
internação hospitalar.
Outro aspecto destacado, diz respeito à questão da relação entre o vedo e o
vão. Como verificamos nos resultados, o nível de ruído adequado em espaços
internos específicos são resultantes de variantes diversas que tem influência no
abatimento do ruído externo, seja ele de qualquer natureza. Desse modo, sugerimos
a realização de pesquisas objetivando uma caracterização dessas variáveis em
228
separado, isto para posteriormente, poder-se ter uma base de dados mais extensa e
passível de avaliações mais completas visando a caracterização do desempenho
acústico das várias composições de fachada de acordo com as condicionantes
presentes, ambientais, construtivas, ocupacionais, dentre outras.
Para isso, sabemos que pesquisas de campo são instrumentos eficazes, mas
não desconsideramos outros tipos de abordagens, sobretudo ensaios de laboratório.
Com a aplicação destes, sugerimos a realização de pesquisas que objetivam a
determinação do desempenho acústico dos vidros disponibilizados no mercado
brasileiro nas diversas faixas de freqüências, isto porque acreditamos ser necessária
uma caracterização do desempenho do material não pela utilização de um índice,
tal como o CTS, mas através da sua resposta aos diversos tipos de ruídos aos quais
pode ser exposto.
Por tudo que foi exposto entendemos que é necessária à realização de mais
pesquisas com foco na relação entre a tecnologia da arquitetura e o hospital, pois
acreditamos nos benefícios que estes trabalhos podem reverter para os usuários
deste edifício, sobretudo o conforto mínimo exigido e necessário para o
restabelecimento das condições de saúde dos pacientes.
229
230
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World Health Organization Noise and health (Local authorities, health and
environment) briefing pamphlet series; 35, 2000-B.
237
238
ANEXOS
1. Entrevistas com profissionais;
2. Questionário das empresas;
3. Entrevistas com usuários;
4. Entrevistas com funcionários;
5. Resumo - ISO 6241;
6. Critérios de desempenho;
7. Ficha RNR, externo e interno;
8. Requisição para hospitais;
9. Lista dos equipamentos;
10. Setup dos equipamentos;
11. Certificado de calibração;
12. Dispositivo para Microfone Externo;
13. Roteiro de visitas para a realização dos ensaios de campo;
239
APRESENTAÇÃO
Meu nome é Pedro Oliveira, sou Arquiteto e Urbanista formado desde 2001,
tenho especialização na área de Engenharia e Manutenção Hospitalar pelo IPH e
atualmente concluo mestrado.
O resultado desta entrevista será parte integrante da pesquisa que tem o
título: “Avaliação do desempenho acústico de vãos - janelas, utilizadas nos quartos e
enfermarias de hospitais sediados na cidade de São Paulo”, realizada no programa
de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP na área de
Tecnologia da Arquitetura.
Nosso trabalho tem por objetivo avaliar o desempenho acústico das janelas
utilizadas no setor de internação face o ruído de tráfego de veículos. Sendo assim, é
muito importante contar com sua colaboração e para isso elaboramos a entrevista
abaixo. Havendo qualquer dúvida, favor entrar em contato.
ENTREVISTA
1. Caracterização:
a) Nome do escritório:
b) Nome completo:
c) Formação, local e tempo de formado:
d) Especialização:
e) Citação do trabalhos mais significativos realizados na área hospitalar:
2. Perguntas:
a) Quais as preocupações na elaboração de projetos hospitalares considerando
o problema do ruído urbano?
b) Qual sua opinião a respeito da janela no isolamento sonoro do edifício face o
ruído do tráfego de veículos?
c) Particularmente no caso das janelas, quais as especificações a serem
atendidas?
3. Relato:
Se for possível gostaria que fizesse o relato de alguns casos onde houve
uma preocupação com o ruído de tráfego de veículos na elaboração e execução
de projetos de hospitais.
Obrigado.
240
QUESTIONÁRIO
Em anexo enviamos um resumo dos objetivos da pesquisa.
1. Quais são os fatores levados em consideração para a especificação de
janelas que tem por exigência o isolamento sonoro?
2. De que maneira os diversos materiais e componentes de uma janela, bem
como a sua fabricação e instalação, podem garantir um desempenho acústico
satisfatório?
3. O que possuímos em termos de tecnologia a disposição do mercado
brasileiro de janelas que atendem a exigências de isolamento sonoro e quais
são as tendências futuras?
4. Qual a importância dos ensaios de laboratório e de campo para a
determinação do isolamento sonoro propiciado por uma janela?
5. Como se caracteriza a demanda por janelas que privilegiam o desempenho
acústico pelo mercado da construção de edifícios voltados para o atendimento
à saúde (clínicas, ambulatórios, hospitais,...)?
6. Existe alguma especificação diferenciada para janelas destinadas a
utilização em hospitais e que visam o isolamento sonoro em relação ao ruído
externo provocado pelo tráfego de veículos?
7. De que forma uma janela pode garantir desempenho acústico e térmico ao
passo que atende à necessidade de ventilação natural?
Se for possível gostaria que enviassem folder ou texto digital que contenha
informações técnicas sobre o produto da sua empresa.
241
QUESTIONÁRIO - usuários
Apresentação:
O resultado deste questionário será parte integrante da pesquisa que tem o
título: “Avaliação do desempenho acústico de vãos - janelas, utilizadas nos quartos e
enfermarias de hospitais sediados na cidade de São Paulo”, realizada no programa
de mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP que conta com a
parceria do Hospital _________.
Nosso trabalho tem por objetivo avaliar o desempenho acústico das janelas
utilizadas no setor de internação face o ruído urbano. Sendo assim, é muito
importante contar com a colaboração dos usuários deste hospital.
Desde já agradeço.
Pedro Oliveira
- arquiteto e pesquisador -
Obs: Qualquer dúvida favor entrar em contato com: (pessoa responsável do hospital)
1) Qual é sua data de nascimento e sexo?
____ / ____ / __________ [ ] masculino [ ] feminino
2) Qual é o seu nível de escolaridade?
[ ] 1º grau incompleto [ ] 2º grau incompleto [ ] 3º grau incompleto
[ ] 1º grau completo [ ] 2º grau completo [ ] 3º grau completo
[ ] não se aplica
3) Há quanto tempo aproximadamente o (a) Sr. (a) está no hospital ?
____ dias ____ semanas ____ meses
4) Qual o número do quarto ou enfermaria que o(a) Sr.(a) ocupa?
quarto _____ enfermaria _____
5) O (A) Sr. (a) se incomoda com o ruído interno, isto é, aquele produzido dentro do
hospital, seja pelas rotinas dos funcionários ou outros pacientes?
[ ] sim [ ] não [ ] não sabe ou não se aplica
6) Se sim, o incômodo foi mais intenso em qual período do dia?
[ ] manhã [ ] tarde [ ] noite
7) O (A) Sr. (a) se incomoda com o ruído produzido pelas instalações, isto é,
descarga de sanitários, elevadores, dispositivos de chamada, dentre outros?
[ ] sim [ ] não [ ] não sabe ou não se aplica
242
8) O (A) Sr.(a) já se incômodou com o ruído de tráfego de veículos?
[ ] sim [ ] não [ ] não sabe ou não se aplica
9) Se sim, o período de maior incômodo aconteceu em qual período do dia?
[ ] manhã [ ] tarde [ ] noite
12) O (A) Sr. (a) acordou durante o período de descanso por causa do intenso
ruído do tráfego de veículos?
[ ] sim [ ] não [ ] não sabe ou não se aplica
13) Se sim, isto aconteceu em qual período do dia?
[ ] manhã [ ] tarde [ ] noite
10) O incômodo acontece mesmo com a(s) janela(s) fechada(s)?
[ ] sim [ ] não [ ] não sabe ou não se aplica
11) O ruído do tráfego perturba com mais intensidade qual atividade?
[ ] conversa [ ] assistir televisão [ ] sono [ ] não se aplica
14) Como o (a) Sr. (a) qualifica a janela considerando o isolamento em relação ao
ruído de tráfego de veículos?
[ ] ótimo [ ] muito bom [ ] bom [ ] ruim [ ] muito ruim [ ] péssimo
15) Como o (a) Sr. (a) qualifica a vedação da janela quanto a água de chuva?
[ ] ótimo [ ] muito bom [ ] bom [ ] ruim [ ] muito ruim [ ] péssimo
16) Como o (a) Sr. (a) qualifica a janela quanto a ventilação ao ar externo?
[ ] ótimo [ ] muito bom [ ] bom [ ] ruim [ ] muito ruim [ ] péssimo
17) Como o(a) Sr.(a) qualifica a janela quanto ao estado geral de conservação?
[ ] ótimo [ ] muito bom [ ] bom [ ] ruim [ ] muito ruim [ ] péssimo
MUITO OBRIGADO POR SUA ATENÇÃO
Favor devolver para a enfermeira
243
QUESTIONÁRIO - funcionários
Apresentação:
O resultado deste questionário será parte integrante da pesquisa que tem o
título: “Avaliação do desempenho acústico de vãos - janelas, utilizadas nos quartos e
enfermarias de hospitais sediados na cidade de São Paulo”, realizada no programa
de mestrado da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP que conta com a
parceria do Hospital ________.
Nosso trabalho tem por objetivo avaliar o desempenho acústico das janelas
utilizadas no setor de internação face o ruído urbano. Sendo assim, é muito
importante contar com a colaboração dos funcionários desta instituição.
Desde já agradeço.
Pedro Oliveira
- arquiteto e pesquisador -
Obs: Qualquer dúvida favor entrar em contato com: (pessoa responsável do hospital)
1) Há quanto tempo você trabalha no hospital?
____ anos ____ meses
2) Qual a função que ocupa?
[ ] médico(a) [ ] enfermeiro(a) [ ] técnico(a) em enfermagem
3) O ruído do tráfego de veículos na rua é percebido no setor de internação?
[ ] sim [ ] não [ ] não sabe ou não se aplica
4) Se sim, em qual ambiente é mais perceptível?
[ ] quartos ou enfermarias [ ] corredor de circulação
[ ] posto de enfermagem
[ ] salas de apoio e serviço
5) Você já se incômodou com o ruído de tráfego de veículos?
[ ] sim [ ] não [ ] não sabe ou não se aplica
6) Se sim, o período de maior incômodo aconteceu em qual período do dia?
[ ] manhã [ ] tarde [ ] noite
7) Em qual quarto ou enfermaria o ruído de tráfego é mais perceptível?
244
quarto _____ enfermaria _____
8) Como você qualifica a janela utilizada nos quartos e enfermarias considerando o
isolamento sonoro em relação ao ruído de tráfego de veículos?
[ ] ótimo [ ] muito bom [ ] bom [ ] ruim [ ] muito ruim [ ] péssimo
9) Como você qualifica a vedação da janela quanto a água de chuva?
[ ] ótimo [ ] muito bom [ ] bom [ ] ruim [ ] muito ruim [ ] péssimo
10) Como você qualifica a janela quanto a ventilação?
[ ] ótimo [ ] muito bom [ ] bom [ ] ruim [ ] muito ruim [ ] péssimo
11) Como você qualifica a janela quanto ao estado geral de conservação?
[ ] ótimo [ ] muito bom [ ] bom [ ] ruim [ ] muito ruim [ ] péssimo
MUITO OBRIGADO POR SUA ATENÇÃO!
Favor entregar no Posto de Enfermagem
245
Requisitos do Usuário – (ISO 6241)
Requisitos Funções – Exemplos:
1. Estabilidade
. Resistência mecânica às ações estáticas e dinâmicas (individual e combinadamente).
. Resistência aos impactos de causa intencional ou acidental.
. Efeitos cíclicos (fadiga e/ou).
. Manutenção do seu estado de equilíbrio natural físico-químico, após ações perturbadoras.
2. Segurança
contra Fogo
. Riscos de eclosão de fogo e propagação das chamas.
. Efeitos fisiológicos da fumaça e calor (controle da fumaça e ventilação)
. Tempo de alarme (detecção e sistemas de alarme)
. Tempo de evacuação (rotas de fuga)
. Tempo de sobrevivência (compartimentação do fogo.
3. Segurança
em uso
. Segurança aos agentes agressivos (proteção contra explosões, combustão, pontas agudas e gumes,
mecanismos móveis, eletrocussão, radioatividade, inalação ou contato com substâncias tóxicas, infecção).
. Segurança durante movimentos e circulações (limitação de pisos escorregadios, passagens obstruídas,
protetores, guarda corpo, etc.).
. Segurança contra intrusões (pessoas e animais) nas áreas comuns, especiais, de movimentação /
circulação.
4. Estanqueidade
. Estanqueidade à água de : chuva, lavagem, beber, suja, esgoto, solo (lençol, freático).
. Estanqueidade ao ar, gás, neve, poeira, fumaça, som, luz, etc.
5. Higrotermia
. Controle da temperatura do ar, radiação térmica, velocidade do ar e umidade relativa (limitação da
variação no tempo e no espaço por meio de controladores).
. Controle das condensações.
6. Pureza do ar
qualidade
. Possuir ventilação adequada do ar.
. Controle de odores.
. Cuidados com a pureza do ar.
7. Conforto
Acústico
. Controle dos ruídos externos e internos (contínuos e intermitentes).
. Isolamento acústico dentro de níveis exigidos e necessários.
. Inteligibilidade do som.
. Tempo de reverberação admissível.
8. Conforto
Visual
. Provisão ou controle da luz natural e artificial.
. Possibilidade de escurecimento.
. Insolação (luz solar).
. Iluminação requisitada, liberdade para claridade, contraste de iluminação e estabilidade da luz.
. Aspectos dos espaços e superfícies quanto a: cor, textura, regularidade, homogeneidade.
. Contato visual com o mundo externo e interno (barreiras para a privacidade, liberdade pela distorção
ótica).
9. Conforto
Táctil
. Propriedades das superfícies: aspereza, liso, rugoso, maciez, flexível, umidade, temperatura.
. Possibilidade de dissipação da descarga de eletricidade estática.
10. Conforto
Antropodinâmico
(dinâmica)
. Limitação e aceleração ou vibração de objetos (transitório e contínuo).
. Conforto de uso do espaço em áreas com vento intenso.
. Aspectos do desenho relativo à resistência humana, agilidade, maneabilidade, ergonomia.
. Facilidade de movimentos (inclinação de rampas, escadas).
. Habilidade manual na operação com portas, janelas, controle de equipamentos visando inclusive o
deficiente físico.
11. Higiene
. Facilidade, cuidado com a limpeza do ambiente.
. Cuidado com a higiene pessoal.
. Abastecimento de água compatível.
. Purificação da água, do ar (poluição).
. Limitação de materiais e substâncias contaminantes (fumo e/ou).
12. Conveniência
de espaços
para usos
específicos
. Refere-se ao conforto antropométrico envolvendo: tamanho, quantidade, dimensões, geometria, subdivisão
e inter-relação dos espaços e equipamentos.
. Facilidade de mobiliar, flexibilizar o espaço.
. Previsão de serviços e de condições específicas de utilização.
13. Durabilidade
. Conservação do desempenho do edifício para conservação de suas características ao longo de sua vida útil
para uma manutenção regular, periódica.
. Limitações relativas ao desgaste e degradação dos materiais, equipamentos, sistemas e subsistemas
construtivos.
14. Economia
(custos)
. preocupações com os custos iniciais, de operação e manutenção.
. Capital investido, retorno e evolução dos custos para manter a operação.
. Custos de demolição, reparos, reformas parciais e totais e custo x benefício.
246
SISTEMAS DO EDIFÍCIO
FUNÇÕES SISTEMAS OBRAS TÉCNICAS
IMPLANTAÇÃO
TERRAPLENO
Plataformas, taludes,
drenos
Terraplenagem, consolidação
dos aterros, drenagem,
paisagismo
CONSOLIDAÇÃO
DO TERRENO
FUNDAÇÕES
Estacaria, blocos,
escavações,
baldrames,sapatas,
perfurações
Estaqueamento, reaterro,
alvenaria, concreto
ESTABILIDADE
ESTRUTURA
Pilares, muros, vigas,
lajes, pórticos, arcos,
abobadas, lâminas,
placas, cascas
Sondagens, alvenaria,
concreto armado, carpintaria
estrutural, serralheria
estrutural, concreto misto
PROTEÇÃO
ZENITAL
COBERTURA
Vertentes, telhado,
laje
impermeabilizada,
estrutura, armação
Carpintaria estrutural,
telhamento, concreto armado,
argamassa armada
VEDAÇÃO
VEDOS
Paredes, tabiques,
tetos, cortinas
vasadas
Alvenaria, carpintaria,
marcenaria, rebocos
CIRCULAÇÃO
PAVIMENTOS
Pisos, rampas,
escadas,
concordâncias
Carpintaria, taqueamento,
ladrilhamento, granilites,
marmorista, resinas plásticas
COMUNICAÇÃO E
FLUXOS
VÃOS
Esquadrias, portas,
janelas, lanternins
Serralheria, carpintaria,
vidraçaria
CONFORTO
AMBIENTAL
PARAMENTOS
Revestimentos,
condicionamento
acústico, térmico e
impermeabilização
Retaco, pintura,
azulejamento, marmorista,
marcenaria,
impermeabilização,
tratamento acústico,
isolamento térmico
INSTALAÇÕES
ESPECIAIS
EQUIPAMENTOS
ELETRO-
MECÂNICOS
Rede de força, de
iluminação,
telefônica,
sinalização e
aparelhos
Instalação de alta tensão,
baixa tensão, telefone,
sinalização, dados
INSTALAÇÕES
ORDINÁRIAS
EQUIPAMENTOS
HIDRO-SANITÁRIOS
Rede de água, de
esgoto, de águas
pluviais, de incêndio,
de gás e aparelhos
Instalações de água, esgoto,
águas pluviais, combate a
incêndio, gás
247
RNR nº Dia da semana:
Hospital:
Local:
Marca:
Modelo:
Nº de série:
Calibração:
Funct.: Resp.:
Intervalo de tempo:
Fotografia nº: Hora de início:
Ponto de medição: Hora de término:
Registro Nível de ruído
em dB(A)
outros Pedestre
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Data: Fl nº
01
Pesquisa: Avaliação de desempenho acústico - janelas de hospitais
Responsável: Arq. Esp. Pedro Nunes de Oliveira Júnior
Sentido:Direção:
Observações:
Correções:
Umidade relativa:
Céu:
sim [ ] não [ ]
Passagem de veículos e pedestres
Condições climáticasEquipamento
Temperatura:
Tempo
CARACTERIZAÇÃO DO TRÁFEGO- registros de nível de ruído
Observador:
Identificação
248
RNR nº Dia da semana:
Registro Nível de ruído
em dB(A)
outros Pedestre
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
Passagem de veículos e pedestres
Data: Fl nº
02
249
RNR nº Dia da semana:
Hospital:
Local:
Marca:
Modelo:
Nº de série:
Calibração:
Funct.: Resp.:
Intervalo de tempo:
Fotografia nº: Hora de início:
Ponto de medição: Hora de término:
Registro Nível de ruído
em dB(A)
outros Pedestre
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
Fonte: Projeto PMSP - Túnel Sebastião de Camargo
Data: Fl nº
Pesquisa: Avaliação de desempenho acústico - janelas de hospitais
Responsável: Arq. Esp. Pedro Nunes de Oliveira Júnior
Sentido:Direção:
Observações:
Correções:
Umidade relativa:
Céu:
sim [ ] não [ ]
Passagem de veículos e pedestres
Condições climáticasEquipamento
Temperatura:
Tempo
CARACTERIZAÇÃO DO RUÍDO DE TFEGO- registros de nível de ruído
Observador:
Identificação
250
RNR nº Dia da semana:
Registro Nível de ruído
em dB(A)
outros Pedestre
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
Fonte: Projeto PMSP - Túnel Sebastião de Camargo
Passagem de veículos e pedestres
Data: Fl nº
251
RNR nº Dia da semana:
Hospital:
Local:
Marca:
Modelo:
Nº de série:
Calibração:
Funct.: Resp.:
Intervalo de tempo:
Fotografia nº: Hora de início:
Ponto de medição: Hora de término:
Registro Nível de ruído Registro Nível de ruído
em dB(A) em dB(A)
1 31
2 32
3 33
4 34
5 35
6 36
7 37
8 38
9 39
10 40
11 41
12 42
13 43
14 44
15 45
16 46
17 47
18 48
19 49
20 50
21 51
22 52
23 53
24 54
25 55
26 56
27 57
28 58
29 59
30 60
Fonte: Projeto PMSP - Túnel Sebastião de Camargo
CARACTERIZAÇÃO DO RUÍDO INTERNO- registros de nível de ruído
Observador:
Identificação Tempo
Evento
sim[ ] não[ ]
Condições climáticasEquipamento
Temperatura:
Observações:
Correções:
Umidade relativa:
Céu:
Data: Fl nº
Pesquisa: Avaliação de desempenho acústico - janelas de hospitais
Responsável: Arq. Esp. Pedro Nunes de Oliveira Júnior
Evento
perturbador perturbador
252
REQUISIÇÃO
São Paulo, __ de ______________ de ______
À direção do:
Hospital ____________________
At.
____________________________
Venho através desta, solicitar a V.Sa. permissão para a realização de visita
técnica objetivando levantamento de dados relacionados aos quartos ou enfermarias
da unidade de internação.
O objetivo é a formação de base de dados para pesquisa de mestrado que
desenvolvemos junto a FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo) sob o título “Avaliação de desempenho acústico do
sistema de vãos (janelas) localizados nos quartos e enfermarias de hospitais
sediados na cidade de São Paulo”.
Comprometemos-nos a não influir no bom funcionamento do hospital e
desta forma pretendemos buscar a melhor maneira de realizar nossa pesquisa sem
alterar a rotina dos funcionários ou prejudicar a recuperação dos pacientes. Para isto,
anexamos uma descrição do procedimento de coleta de dados a ser realizado e
aguardamos uma discussão dos meios mais indicados para realizarmos nosso
trabalho, assegurando que os dados obtidos estarão sob sigilo e serão
divulgados com o consentimento da direção do ______________________.
Para uma melhor avaliação desta requisição anexamos, além da
apresentação do requerente, o procedimento de coleta de dados, a síntese do plano
de pesquisa da dissertação de mestrado e carta de recomendação.
Desde já agradecendo, atenciosamente:
Arq. Esp. Pedro Nunes de Oliveira Júnior
Mestrando pela FAU-USP
253
EQUIPAMENTOS
1. LABAUT - USP
Calibrador - AKSUD calibreu, nº de série 18795 de 94 dB em 1.000Hz;
Decibelímetro (medidor de pressão sonora) - SL/401 Homis;
Termo-higrômetro (medidor de temperatura e umidade) - RS 232 Homis.
2. dBTronics
Tripé VF – W311 em alumínio
Bolsa para o transporte do tripé
Bolsa para o transporte do equipamento SVANTEK
Cabo USB SC 16 para a transferência dos dados SVAN 948 e 949
Cabo RS232 para transferência dos dados SVAN 943
Cabo adaptador multi-canal SC 49
Cabo “flat cable” para a conexão entre cabo externo e interno
Cabo externo de 3m para a conexão entre “passa-janela” e microfone externo
(SC 38 TNC/TNC)
Cabo interno de 20 m para conexão entre “passa-janela” e cabo de 3 canais
(dBTronics dB/20, TNC/TNC)
Microfone externo SVANTEK SV 12L nº 10280 com protetor de vento
(50 mm )
Microfone interno SVANTEK SV12L Nº 10622 com protetor de vento
(50 mm )
Conexão em “T” para cabos ou microfones
Carregador para baterias do SVAN 948 e 949
SVAN 949
Tipo 1
DIN EN 60651:1994; DIN EN 60804: 1994; IEC 61672: 2002; IEC 1260: 1994;
ISO/CD 8041:2001
Produzido na Polônia pela SVANTEK
Número serial: 9702
SVAN 948
Tipo 1
ISO 8041: 2005; IEC 61672: 2002; IEC 61260: 1995
Produzido na Polônia pela SVANTEK
Número serial: 9368
SVAN 943
Tipo 2
IEC 651, IEC 804 e IEC 61672-1
Produzido na Polônia pela SVANTEK
254
3. Próprios
Base de apoio - confeccionada em chapa de aço e neoprene;
Máquina fotográfica digital - Sony, Cyber-shot DSC-P52 de 3,2 Mpx;
Trena sônica com termômetro e nível SKIL
Som Portátil Toshiba
Extensão para ligação na força
CD com Ruído-rosa (Programa – NHC)
4. Equipamento 1
Duas caixas acústicas – JBL Media 200WH/230
Cabo para a conexão das caixas acústicas
Fonte para ligação no transformador
Transformador para a ligação da fonte na força
Cabo para a conexão entre caixas acústicas e som Toshiba
Cabo para a conexão entre som Toshiba e a força
5. Equipamento 2 (LAMI – ECA)
Amplificador M700 – 01dB
Caixa acústica ominidirecional (dodecaedro) DO 12 – 01 dB
Cabo para conexão entre caixa acústica e amplificador
Cabo para a conexão entre som Toshiba e amplificador
Tripé para apoio da caixa acústica
255
SETUP DOS EQUIPAMENTOS
SVAN 948 – PEDRO
1. Measure setup
Start delay: 5s
Int. time: 1m
Rep. Cycle: 5
Buf. Step: 1s
2. Channel setup
Channel 1
Mode (1): sound
Range: 105 dB
Mic. Correction
Profile 1: filter: LIN detect: FAST
Profile 2: filter: A detect: FAST
Profile 3: filter: C detect: FAST
Channel 4
Mode (4): sound
Range: 105 dB
Mic. Correction
Profile 1: filter: LIN detect: FAST
Profile 2: filter: A detect: FAST
Profile 3: filter: C detect: FAST
3. Buffers setup
Channel 1 – Prof 1 RMS []
Channel 4 – Prof 1 RMS []
4. 1/3 Octave setup
Channel 1: on
Channel 4: on
5. Trigger setup
Trigger: off
6. Function
Measure function: 1/3 octave
SVAN 949 – REVERBER
1. Measure setup
Start delay: 5s
Int. time: 15s
Rep. Cycle: 1
Buf. Step: 10ms
2. Profiles setup
Profile 1 – filter: LIN detector: FAST
Profile 2 – filter: A detector: FAST
Profile 3 – filter: C detector: FAST
Spectrum: filter: A buffer: RMS band:
áudio
Range: 105 dB
3. Trigger setup
Trigger: off
4. Function
Mode: sound meter
Measure function: 1/3 octave
256
257
258
Dispositivo para Microfone Externo “DME”
Base de apoio
Base de apoio
Base de apoio
Tubulações
Cabos
Travas
259
ROTEIRO DE COLETA DE DADOS
Local do ensaio
Hospital:
Quarto:
Data do ensaio:
Horário de chegada:
Responsável pelo acompanhamento:
Procedimento
1.
Levantamento fotográfico
* porta do quarto a partir do corredor...............................................
* corredor a partir da porta do quarto, dois lados............................
* vista geral do quarto......................................................................
* banheiro.........................................................................................
* vista do quarto do canto 1.............................................................
* vista do quarto do ponto 2.............................................................
* vista do quarto do ponto 3.............................................................
* vista do quarto do ponto 4.............................................................
* vista geral da janela fechada.........................................................
* vista geral da janela aberta...........................................................
* detalhes do perfil...........................................................................
* detalhes da vedação.....................................................................
* detalhes dos acessórios................................................................
* vista para a rua..............................................................................
* vista da rua para o aparelho..........................................................
2.
Marcação dos pontos (distanciando 1m de qualquer superfície)
Obs: Definir centro com trena padrão; marcar pontos da haste do
tripé, fazer a marcação indicativa (X ou 0) para cada conjunto.
* localização do ponto 1 (preencher esboço)..................................
* localização do ponto C (centrado em relação a janela)................
* localização do ponto 2...................................................................
* localização do ponto 3...................................................................
* localização do ponto 4...................................................................
* fotografia dos pontos marcados....................................................
3.
Realização dos ensaios
3.1. Ensaio para medição do isolamento sonoro
* instalar o dispositivo de extensão..................................................
* instalar o equipamento de registro dos dados (testar microfone)
* registro fotográfico dos equipamentos montados.........................
* medição da temperatura (em °C).................................................. _____
* medição nos pontos......................................................................
* desmontagem dos equipamentos.................................................
260
3.2. Ensaio para medição do tempo de reverberação
* instalar o equipamento de geração do ruído.................................
* instalar o equipamento de registro dos dados (testar microfone)
* registro fotográfico dos equipamentos montados.........................
* medição da temperatura (em °C).................................................. _____
* medição nos pontos......................................................................
* desmontagem dos equipamentos.................................................
4.
Medições finais
* medição do perfil........................................................................... _____
* medição da espessura do vidro.....................................................
_____
* medição do conjunto de vidros duplos.......................................... _____
* esboço da caixilharia.....................................................................
* medição do pé-direito.................................................................... _____
* medição e esboço do mobiliário....................................................
* listagem dos equipamentos utilizados...........................................
Dados adicionais
Localização dos pontos:
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
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