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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
CURSO DE MESTRADO EM ENFERMAGEM
RAFAELLA PESSOA MOREIRA
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO - ANÁLISE DOS DIAGNÓSTICOS DE
ENFERMAGEM DA CLASSE ATIVIDADE/EXERCÍCIO
FORTALEZA
2008
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RAFAELLA PESSOA MOREIRA
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO - ANÁLISE DOS DIAGNÓSTICOS DE
ENFERMAGEM DA CLASSE ATIVIDADE/EXERCÍCIO
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-
Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em
Enfermagem.
Área de concentração: Enfermagem na Promoção da Saúde.
Orientadora: Profa. Dra. Thelma Leite de Araujo
FORTALEZA
2008
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M836a Moreira, Rafaella Pessoa
Acidente vascular encefálico-análise dos diagnósticos de enfermagem
da classe atividade/exercício / Rafaela Pessoa Moreira. – Fortaleza, 2008.
169f.: il.
Orientador: Profa. Dra. Thelma Leite de Araujo
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Ceará. Curso de
Pós-Graduação em Enfermagem, Fortaleza-CE, 2008.
1. Acidente cerebral vascular. 2. Enfermagem. 3. Diagnóstico de
enfermagem. I. Araujo, Thelma Leite de (Orient.). II. Título.
CDD 610.73691
RAFAELLA PESSOA MOREIRA
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO- ANÁLISE DOS DIAGNÓSTICOS DE
ENFERMAGEM DA CLASSE ATIVIDADE/EXERCÍCIO
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Pós-Graduação em Enfermagem, da
Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em
Enfermagem. Área de concentração: Enfermagem na Promoção da Saúde.
Aprovada em: ____/____/______
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Profa. Dra. Thelma Leite de Araujo (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará – UFC
________________________________________________________
Profa. Dra. Maira Di Ciero Miranda
Universidade Federal do Ceará – UFC
________________________________________________________
Prof. Dr. Marcos Venicios de Oliveira Lopes
Universidade Federal do Ceará – UFC
________________________________________________________
Profa. Dra. Joselany Áfio Caetano
Universidade Federal do Ceará – UFC
Este estudo contou com o apoio financeiro do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
AGRADECIMETOS
A Deus, sem o Senhor eu não sou nada. Obrigada por me dar forças nas horas mais difíceis.
Aos meus pais, pelo apoio em todos os momentos da minha vida e, mais ainda, durante o
mestrado. Vocês são exemplos de vida.
À minha irmã, por sempre achar que nunca se estuda o bastante e que estudar nunca é demais.
Ao meu marido, por compreender os momentos de ausência.
À professora Thelma, pelas orientações nos momentos mais difíceis. A senhora é o esteio de
todos os seus orientandos.
Ao professor Marcos, pelas valorosas contribuições, sobretudo estatísticas, para a execução
do trabalho.
Às amigas da graduação Hérica, Niciane, Nirla e Tahissa. De modo particular, as duas últimas
com quem tive mais contato durante a elaboração da dissertação. Apreendi muito com todas
vocês.
A todos os componentes do Projeto Ações Integradas em Saúde Cardiovascular, pelo apoio.
Em especial àqueles que ajudaram na coleta de dados: Railka, Alice, Felipe, Daniel, Dennys,
Camilla, Rafaela, Huana e Gabrielle. Esta última em especial pela colaboração no banco de
dados. A ajuda de vocês foi essencial. Menciono ainda, minhas co-orientadoras da graduação:
Emília e Viviane. Vocês foram fundamentais para o meu crescimento. Agradeço, também, à
Allyne, à Rhanna e à Flávia pela troca de aprendizado durante o mestrado, assim como a
todos os alunos da turma de mestrado 2007.1.
Aos membros da banca examinadora, pela contribuição para o aprimoramento deste trabalho.
À bibliotecária Norma e à corretora de português Maria do Céu. Obrigada pela excelente
contribuição ao meu trabalho.
Aos diretores e profissionais da Associação Beneficente de Reabilitação, pela forma cordial
como me receberam e me apoiaram durante toda a coleta de dados.
Aos clientes participantes deste estudo. Sem vocês o trabalho não existiria. Obrigada pela
colaboração. Espero contribuir para uma melhor reabilitação de todos aqueles que
sobreviveram ao AVE.
RESUMO
Determinar diagnósticos de enfermagem é uma atividade de assistência muito necessária, pois
contribui para o melhor planejamento de intervenções em clientes que sobreviveram ao
acidente vascular encefálico (AVE) e que na maioria dos casos apresentam incapacidades.
Diante disso, o estudo teve por objetivo analisar os diagnósticos de enfermagem pertencentes
à classe Atividade/Exercício em clientes com acidente vascular encefálico no período de
reabilitação. Um estudo transversal foi desenvolvido com 121 clientes que freqüentavam uma
das oito unidades da Associação Beneficente Cearense de Reabilitação (ABCR) na cidade de
Fortaleza-Ceará, cuja coleta de dados ocorreu no período de novembro de 2007 a março de
2008. Os critérios de inclusão foram: a) ser cadastrado na ABCR; b) ter apresentado pelo
menos um episódio de acidente vascular encefálico, com diagnóstico confirmado por médico;
c) ter idade acima de 18 anos. Para a coleta de dados utilizou-se um formulário submetido à
validação de conteúdo de duas enfermeiras especialistas no cuidado a clientes com acidente
vascular encefálico. As informações foram coletadas por meio de entrevista e exame físico.
Para nomeação dos diagnósticos de enfermagem seguiu-se como referência a Taxonomia II da
North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), publicada em 2008. Com os
dados compilados no Excel fez-se a análise estatística no programa EpiInfo versão 3.2 e no
SPSS versão 16.0. O nível de significância adotado no estudo foi 5%. Todas as
recomendações éticas foram seguidas durante as etapas da pesquisa. Quanto aos dados
sociodemográficos, a maioria dos participantes era do sexo masculino, idosos, sem
companheiros, aposentados ou pensionistas com baixa escolaridade e baixa renda per capita.
Dos diversos indicadores de risco, o mais freqüente foi a hipertensão arterial, seguida do
sedentarismo, dislipidemias, cardiopatias e diabetes mellitus. Metade dos clientes estudados
teve um episódio de AVE doze meses, com início de reabilitação em uma das unidades da
ABCR de no máximo sete meses. Em média, os participantes apresentaram 6,7 diagnósticos
de enfermagem; 25,1 características definidoras; 4,6 fatores relacionados e 10,1 fatores de
risco. Todos os diagnósticos da classe em estudo foram identificados, mas sete: Risco de
queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada, Estilo de vida sedentário,
Risco de síndrome do desuso, Risco de intolerância à atividade e Capacidade de transferência
prejudicada tiveram freqüência acima de 50% e foram utilizados para análise estatística. De
acordo com os testes, identificou-se associação estatisticamente significante entre os
diagnósticos, com exceção dos seguintes: Risco de queda, Mobilidade física prejudicada,
Deambulação prejudicada e Capacidade de transferência prejudicada com o diagnóstico Risco
de intolerância à atividade. As características definidoras, fatores relacionados e os fatores de
risco estiveram associados estatisticamente com a maior parte dos diagnósticos de
enfermagem analisados. Tal fato pode ser justificado por todos fazerem parte da mesma classe
da NANDA (2008). Conclui-se que a maioria dos diagnósticos de enfermagem mostrou
associação estatística entre eles. Destaca-se que a Força muscular diminuída e Prejuízos
neuromusculares foram os fatores relacionados mais freqüentes, sendo as principais
conseqüências do AVE. O estudo permitiu o conhecimento aprofundado da classe
Atividade/Exercício da NANDA em portadores de AVE.
Palavras-chave: Enfermagem; Diagnóstico de Enfermagem; Acidente Cerebral Vascular.
ABSTRACT
To determine nursing diagnoses is a very necessary task, for it contributes to the better
planning of the interventions in clients who survived after the stroke and who, in most of the
cases, presented incapabilities. Due to this, the study aimed to analyze the nursing diagnoses
shown in the Activity/Exercise branch in clients with stroke during the period of
rehabilitation. A transversal study was done amongst 121 clients who attended one of the
eight units of Cearense Beneficent Association of Rehabilitation (ABCR) in Fortaleza City-
Ceará, whose data collection occurred within the period of November, 2007 and March, 2008.
The including criteria were: a) to be registered in the ABCR; b) to have suffered from stroke
at least once, and presented the diagnosis confirmation by the doctor; c) to be over 18 years
old. A form was used for the data collection, which had undergone content validation by two
nurses expertise in the care of clients with stroke. The information was collected through
interview and physical tests. To name the nursing diagnoses, the Taxonomy II proposed by
the North American Nursing Diagnosis Association (NANDA), published in 2008, was
followed as reference. With the data compiled in the Excel program, the statistic analysis was
done within the EpiInfo and SPSS program. The level of significance adopted in the study
was of 5%. All ethical recommendations were followed during the stages of the research.
Taking the social and demographic data into account, it was verified that the majority of these
participants was from masculine gender, elderly, without a partner, retired or pensioners and
had low education and income per capita. Amongst the various risk indicators, the most
frequent one was the arterial hypertension, followed by the sedentarism, dislipidemy,
cardiopathies and diabetes mellitus. Half of the clients studied had at once suffered from
stroke 12 months before, beginning rehabilitation in one of the units of the ABCR for at
maximum seven months. The participants showed an average of 6.7 nursing diagnoses; 25.1
defining characteristics; 4.6 related factors and 10.1 risky factors. All the diagnoses of the
branch studied were identified, but seven: Falling risk, Impaired physical mobility, Impaired
deambulation, Sedentary lifestyle, Risk for disuse syndrome, Risk for intolerance to the
activity and Impaired transference capability had the frequency of over 50% and were used
for the statistic analysis. According to the tests, there was a statistically significant relation
among the diagnoses, with the exception of the followings: Falling risk, Impaired physical
mobility, Impaired deambulation and Impaired transference capability with the diagnosis Risk
for intolerance to the activity. The defining characteristics, related factors and risky factors
were statistically associated with the major part of the nursing diagnoses analyzed. Such fact
can be justified by the fact that all of them are part of the same branch within the NANDA
(2008). One may conclude that the majority of the nursing diagnoses showed statistically
association amongst them. It is verified that the Impaired muscular force and Neuromuscular
damage were the most frequent related factors found, causing thus, the main consequences for
the stroke. The study permitted a deep knowledge upon the Activity/Exercise branch in clients
with stroke.
Keywords: Nursing; Nursing Diagnosis; Stroke
LISTA DE TABELAS
1. Distribuição dos clientes com acidente vascular encefálico segundo os dados
sociodemográficos. Fortaleza, 2008 ................................................................................
2. Distribuição dos clientes com acidente vascular encefálico segundo os indicadores de
risco para as doenças cerebrovasculares, presença de cuidador, quantidade de AVE,
tempo do último AVE e tempo de freqüência na ABCR. Fortaleza, 2008 ......................
3. Distribuição das medidas de tendência central e de dispersão dos diagnósticos de
enfermagem, características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco.
Fortaleza, 2008 ................................................................................................................
4. Distribuição dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos clientes com
acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008 .................................................................
5. Distribuição das características definidoras encontradas nos clientes com acidente
vascular encefálico. Fortaleza, 2008 ...............................................................................
6. Distribuição dos fatores relacionados identificados nos clientes com acidente vascular
encefálico. Fortaleza, 2008 .............................................................................................
7. Distribuição dos fatores de risco presentes nos pacientes com acidente vascular
encefálico. Fortaleza, 2008 ..............................................................................................
8. Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os dados
sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Risco de queda. Fortaleza, 2008 .................................................................
9. Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os dados
sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Mobilidade física prejudicada. Fortaleza, 2008 ..........................................
10. Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Deambulação prejudicada. Fortaleza, 2008 ................................................
11. Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Estilo de vida sedentário. Fortaleza, 2008 ..................................................
12. Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Risco de síndrome do desuso. Fortaleza, 2008 ...........................................
13. Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Risco de intolerância à atividade. Fortaleza, 2008 .....................................
48
49
50
51
51
54
55
56
58
59
61
63
65
14. Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Capacidade de transferência prejudicada. Fortaleza, 2008 ....................
15. Distribuição das estatísticas de associação entre os diagnósticos de enfermagem
apresentados pelos clientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008 .............
16. Distribuição das estatísticas de associação entre as características definidoras e a
ocorrência dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos clientes com acidente
vascular encefálico. Fortaleza, 2008 ................................................................................
17. Distribuição das estatísticas de associação entre os fatores relacionados e a ocorrência
dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos clientes com acidente vascular
encefálico. Fortaleza, 2008 ..............................................................................................
18. Distribuição das estatísticas de associação entre os fatores de risco e os diagnósticos
de enfermagem apresentados pelos portadores de acidente vascular encefálico.
Fortaleza, 2008 ................................................................................................................
67
69
70
76
78
SUMÁRIO
1
ITRODUÇÃO
....................................................................................................
11
2
OBJETIVOS
.........................................................................................................
17
2.1
Geral
..................................................................................................................... 17
2.2
Específicos
.............................................................................................................
17
3
REFER
E
CIAL TEÓRICO
-
METODOLÓGICO
...........................................
18
3.1
Processo de enfermagem
......................................................................................
18
3.2
Diagnóstico de enfermagem
................................................................................
19
3.3
Classe
tividade/
e
xercício
...................................................................................
21
4
MATERIAIS E MÉTODOS
................................................................................
41
4.1
Tipo de e
studo
......................................................................................................
41
4.2
Local do
e
studo
....................................................................................................
41
4.3
População e a
mostra
d
o e
studo
.........................................................................
41
4.4
Período e operacionalização da coleta de d
ados
...............................................
42
4.5
Organização e análise dos d
ados
.........................................................................
44
4.6
Aspectos é
ticos
e a
dministrativos
.......................................................................
46
4.7
Financiamento da p
esquisa
................................................................................
47
5
RESULTADOS
.....................................................................................................
48
6
DISCUSSÃO
.........................................................................................................
81
7
COCLUSÕES
....................................................................................................
99
REFERÊCIAS
................................................................................................
102
APÊDICES
........................................................................................................
114
AEXOS
............................................................................................................
163
11
1 ITRODUÇÃO
A proposta deste estudo é contribuir para a atenção de enfermagem às pessoas que
apresentaram acidente vascular encefálico (AVE) e estão na fase de reabilitação. Conforme se
acredita, o enfermeiro, como profissional da equipe multidisciplinar de saúde e líder da equipe
de enfermagem, deve desenvolver maneiras seguras e eficazes de cuidar, levando em
consideração a promoção da saúde. Assim, as práticas de formas sistematizadas de cuidar
melhoram a qualidade da assistência, bem como contribuem para o reconhecimento da
importância das ações de enfermagem em qualquer nível de assistência à saúde (LIMA;
PEREIRA; CHIANCA; 2006).
A preocupação em estudar os fenômenos de enfermagem relacionados à
Atividade/Exercício justifica-se em virtude da limitação de movimentos físicos causar
profundas alterações fisiológicas e bioquímicas em praticamente todos os órgãos e sistemas
do corpo e exercer impacto direto sobre as necessidades básicas dos clientes (PEREIRA,
1997).
Inegavelmente, a mobilidade, capacidade de deslocamento do indivíduo pelo
ambiente, é um componente da função física extremamente importante, e constitui pré-
requisito para a execução das atividades de vida diária (AVD) e a manutenção da
independência. Seu prejuízo pode gerar dependência e incapacidades (MACKNIGHT;
ROCKWOOD, 1995). Esse conceito continua a ser adotado nos trabalhos atuais (OLIVEIRA;
GORETTI; PEREIRA, 2006).
De acordo com Ferreira (2005), mobilidade é a qualidade ou propriedade do que é
móvel, ou obedece às leis do movimento; facilidade de mover-se ou de ser movido; facilidade
com que se passa de um estado para outro; facilidade de modificar-se ou variar.
Para Taylor, Lillis e LeMone (2007), a mobilidade é compreendida como a
capacidade de controlar e relaxar grupos musculares que permitam ao indivíduo mover-se
propositadamente no meio ambiente. Depende, pois, do funcionamento coordenado dos
músculos, articulações e ossos, e está ligada muito fortemente ao conceito de saúde para a
maioria dos indivíduos. É indispensável às pessoas, não apenas para a interação com outros
indivíduos como também para ganhar seu sustento e para manter o funcionamento interno do
organismo.
Assim, a mobilidade é o processo pelo qual o corpo utiliza o movimento para
executar atividades da vida diária, auxiliar na manutenção das funções corporais e aperfeiçoar
a capacidade física (PEREIRA, 1997).
12
Em consonância com essas definições, como consta na mesma fonte, o conceito
central de mobilidade é a presença de movimento, ao considerá-lo um fenômeno universal,
essencial para a existência, crescimento, desenvolvimento e sobrevivência humana. Possui um
significado muito importante na sociedade, porquanto o movimento está, social e
culturalmente, associado ao conceito de saúde, e serve para expressar emoções por meio de
sinais não-verbais, autodefesa, satisfação das necessidades básicas do cotidiano e atividade de
lazer, interação e funções sociais.
Freqüentemente o termo mobilidade é encontrado no contexto da saúde como
aquisição de habilidades sensorial e motora que um indivíduo possui em se movimentar
livremente e em interação com o ambiente nos vários estágios de desenvolvimento,
permitindo a descrição desse conceito no campo do domínio físico, cognitivo, emocional e
social. Nele está implícita a noção de ser móvel, adaptável, flexível, versátil e mutável
(OUELLET; RUSH, 1992). Portanto, segundo Figueiredo, Machado e Porto (1996), sempre
que existe uma situação desfavorável à mobilização, será gerada uma complicação.
No campo do domínio físico, a mobilidade traz como característica central a
habilidade do indivíduo em se mover ou ser movido, por meio da liberdade de movimentos
representados pelos inúmeros componentes físicos e mecânicos do corpo, cuja capacidade
para atividade e repouso garante o estabelecimento e a manutenção das suas funções
(PEREIRA, 1997).
Há um consenso na enfermagem segundo o qual a mobilidade compreende a
habilidade em se mover livremente para satisfazer necessidades básicas. Por meio dos
movimentos, o indivíduo é capaz de cuidar de si mesmo, ao preservar sua identidade e
integridade e ao ampliar o conhecimento sobre si mesmo, sobre os outros e o ambiente
(OUELLET; RUSH, 1992).
Embora este conceito possa estar associado à satisfação das necessidades básicas
do indivíduo tanto no nível psicobiológico, como no psicossocial e no psicoespiritual, a
mobilidade torna-se evidente quando é afetada por funções biológicas, e neste contexto é
discutida dentro do domínio físico, quando a integridade do indivíduo está ameaçada ou
afetada.
Nestas circunstâncias, a mobilidade afetada é vista dentro de uma perspectiva
funcional pela inabilidade do indivíduo em se mover livremente. Essa inabilidade pode variar
entre indivíduos em condições semelhantes e, em um mesmo indivíduo, em épocas diferentes.
A limitação física pode ser súbita ou pode se desenvolver lentamente e, conforme sua
13
extensão e duração, pode ser um fator contribuinte para uma série de problemas de saúde,
variáveis desde o déficit do autocuidado à interação social prejudicada.
Uma das doenças que geralmente interferem na mobilidade do cliente é o acidente
vascular encefálico, considerado um dos graves problemas de saúde pública, em razão da sua
magnitude, transcendência e contribuição à letalidade de adultos e capaz de gerar
incapacidades graves e dependência (RAMÍREZ, 2004).
Atualmente, o Brasil é um país em envelhecimento. Este fenômeno traz consigo
alterações próprias do processo de senescência e, como agravante desse quadro, observa-se o
freqüente aparecimento de polipatologias nessa faixa etária, em particular o acidente vascular
encefálico(AVE) (LAVINSKY; VIEIRA, 2004). No entanto, as doenças do aparelho
circulatório atingem também pessoas mais jovens, em idade produtiva.
Como mostram as estatísticas, a doença vascular encefálica é a primeira causa de
incapacidade e a terceira causa de mortalidade nos Estados Unidos, com quase 600 mil casos
e 160 mil mortes ocorrendo anualmente, precedida apenas por doenças cardíacas e câncer
(ANDRÉ, 2006; AMERICAN HEART ASSOCIATION, 2000).
No Brasil, em 1996, a mortalidade por AVE foi de 56,1/100 mil habitantes
(BRASIL, 1999). No Ceará, de acordo com determinados dados, os óbitos por doenças do
aparelho circulatório (incluindo nestas as mortes por AVE) estão presentes em todas as faixas
etárias. Torna-se, então, a primeira causa a partir dos 50 anos e se mantém assim até acima de
80 anos. Em 2004, neste Estado, a taxa de mortalidade por doenças cerebrovasculares foi de
44,8/100 mil habitantes (CEARÁ, 2005). Em Fortaleza, nesse mesmo ano, as doenças do
aparelho circulatório corresponderam a 25,4% do total de internações realizadas no Sistema
Único de Saúde em indivíduos acima de 65 anos (BRASIL, 2004).
De modo geral, a gravidade do problema de saúde manifesta-se ao analisar a
evolução natural dos eventos vasculares cerebrais: a ocorrência do AVE varia de 5% a 15%
durante o primeiro ano a até 4% no quinto ano. Durante o evento agudo a mortalidade é de
25% a 30%, no primeiro ano, e de 15% a 25% e até 60% no quinto ano. Portanto, diminui de
maneira notável a expectativa de vida. Ademais, entre 25% e 40% dos sobreviventes
permanecem com seqüelas que levam à dependência parcial ou total (RAMÍREZ, 2004).
No entanto, nas últimas décadas houve um declínio no risco de óbito por AVE
registrado, o qual se dá de forma diferenciada entre as populações. Isto, porém, pode
colaborar para o aumento da sua prevalência, porquanto não houve declínio de mesma
proporção em sua incidência em todo o mundo (MELLO; COUTINHO; COELI, 2006).
14
Por acidente vascular encefálico entende-se uma lesão do sistema nervoso central,
causada por interferência no fluxo normal de sangue para o cérebro. Pode incluir uma artéria
ou veia, comprometendo a circulação cerebral, como resultado de oclusão ou hemorragia por
ruptura de parede. É conseqüência de um processo patológico, como um trombo ou ateroma,
possíveis de causar um estreitamento crítico, bloquear um vaso ou produzir isquemia com
infarto; ou um vaso pode se romper e dar origem à hemorragia intracraniana ou
subaracnóidea. Como mostra a literatura, a maioria dos casos de AVE apresenta-se como um
déficit neurológico focal de início brusco. Pode estar estável, melhorar rapidamente ou piorar
de forma progressiva (SMELTZER; BARE, 2005a).
O AVE é classificado em dois grandes grupos: o primeiro, denominado de não-
hemorrágico (isquêmico), corresponde a 85% dos casos e caracteriza-se como déficit
neurológico resultante da insuficiência de suprimento sangüíneo cerebral. Pode ser transitório
ou permanente, comumente causado por infarto cerebral. Inclui a oclusão trombótica, a
oclusão embólica e a isquemia. O segundo grupo é o do hemorrágico e corresponde a 15%
dos casos. Destes, cerca de 10% são hemorragias intraparenquimatosas e 5% hemorragias
subaracnóideas. Este último grupo caracteriza-se como resultado do sangramento para dentro
do tecido cerebral ou para dentro de um espaço, como o subaracnóide (SMELTZER; BARE,
2005a; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DOENÇAS CEREBROVASCULARES, 2002).
Na fase aguda do AVE, o tratamento baseia-se em cuidados especializados
médicos e de enfermagem, e requer observação minuciosa para detectar o surgimento de
sinais de alteração da consciência que indiquem necessidade de cirurgia (SMELTZER;
BARE, 2005a). Assim, urge a intervenção das instituições de assistência terciária que contam
com tecnologia adequada nos diferentes países (RAMÍREZ, 2004).
Conforme André (2006), cerca de 40 a 50% dos indivíduos que sofrem um AVE
morrem ao longo dos primeiros meses e a maior parte dos sobreviventes exibem deficiências
neurológicas e incapacidades residuais significativas.
Destarte, além da elevada incidência, também de se considerar as sérias
conseqüências de saúde e sociais passíveis de resultar de um AVE, como as seqüelas de
ordem física, de comunicação, funcionais e emocionais. Essas seqüelas implicam algum grau
de dependência, principalmente no primeiro ano após sua ocorrência, com aproximadamente
de 30 a 40% dos sobreviventes impedidos de voltarem ao trabalho e requerendo algum tipo de
auxílio no desempenho de atividades cotidianas básicas (FALCÃO et al., 2004).
Logo, quando a etapa aguda se conclui, é preciso se iniciar a reabilitação, a
começar quando o cliente com AVE geralmente torna-se hemiplégico e requer cuidados. Estes
15
têm o propósito de prevenir deformidades, exercitar os membros afetados e ajudar o cliente a
obter independência em suas atividades (ANDRÉ, 2006). Porém, grande parte dos clientes
não tem acesso a um serviço especializado de reabilitação e não recebe as orientações dos
profissionais de saúde necessárias para que junto aos seus cuidadores realizem atividades
favoráveis à sua reabilitação.
As seqüelas do acidente vascular encefálico podem limitar de modo significativo o
desempenho funcional dos clientes, ao gerar dependência de outros, tanto no meio hospitalar
quanto no domiciliar. Isto acarreta conseqüências negativas nas relações pessoais, familiares,
sociais e sobretudo na qualidade de vida.
Como afirmado, o enfermeiro não deve se descuidar do seu papel assistencial e
educacional na promoção da saúde. Diante disso, apesar da seqüela já estabelecida, este
profissional deve buscar melhorar a qualidade de vida deste cliente, levando em consideração
suas limitações, em especial nas atividades de reabilitação e de reintegração à sociedade.
Cuidar parece ser um papel específico e definidor de enfermagem, mas, em casos
como este, a família é fator essencial para este cuidado e a enfermagem deve -la como
aliada no tratamento destes clientes, mantendo-a sempre informada e orientada sobre a
evolução do familiar.
Assim, a informação contribuirá para a obtenção do máximo possível do ganho de
saúde, na perspectiva da promoção da saúde, na medida em que, por meio da informação
repassada ao cliente ou cuidador, a doença que o acomete vai sendo contextualizada e
remetida aos processos coletivos de determinação (LEFEVRE; LEFEVRE, 2004). Contudo,
as orientações sobre o cuidado não devem ser impostas, mas construídas junto com o cliente,
considerado sujeito ativo e participativo da sua recuperação (BOCCHI; ANGELO, 2005).
A enfermagem exerce papel decisivo na assistência em todas as fases, incluindo a
de reabilitação. A responsabilidade do cuidar em enfermagem exige que as decisões sobre as
intervenções propostas sejam fundamentadas na avaliação do estado de saúde do indivíduo.
Essa avaliação requer se adotar o diagnóstico de enfermagem como referência, como forma
de expressar as necessidades de cuidados identificadas nas pessoas assistidas.
Quanto à contextualização da trajetória da mestranda no cuidado de pessoas
portadoras de AVE, ressalta-se o seguinte: iniciou-se em 2002 ao ingressar no Curso de
Enfermagem da Universidade Federal do Ceará, logo no primeiro semestre, mediante inserção
no Projeto Ações Primárias em Saúde Cardiovascular, coordenado pela professora Thelma
Leite de Araujo. Os integrantes do projeto discutiam sobre a assistência de enfermagem na
hipertensão arterial e suas complicações. Na disciplina de semiologia no terceiro semestre do
16
curso manteve-se contato pela primeira vez com a sistematização da assistência de
enfermagem. E, durante todo o curso, em estágios curriculares e extracurriculares e como
bolsista de Iniciação Científica do mencionado projeto, desenvolveram-se trabalhos sobre
diagnósticos de enfermagem.
Mais tarde, durante a prática profissional como enfermeira de uma unidade de
emergência de determinado hospital público de Fortaleza, percebeu-se um número muito
elevado de internações por AVE. Na maior parte das vezes, os clientes que sobreviviam, ao
receberem alta hospitalar, iam para suas casas com seqüelas, sobretudo dificuldades de
locomoção.
Diante desta situação, há três anos os integrantes do projeto vêm trabalhando mais
particularmente com clientes acometidos por AVE após a fase aguda. Mas é visível a
dificuldade para localizar esses clientes mesmo quando matriculados em programa de
tratamento em virtude da hipertensão, pois o atual sistema de saúde existente na cidade de
Fortaleza não dispõe de programas específicos de atendimento de reabilitação para as pessoas
que sofreram acidentes vasculares encefálicos. Com base na informação dos próprios clientes,
despertou-se para a atuação da Associação Beneficente Cearense de Reabilitação (ABCR),
entidade responsável por atividades relacionadas à reabilitação física de clientes em geral, e
da qual fazem parte apenas médicos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas. Portanto, o
enfermeiro não se inclui na equipe de atendimento. Desta forma, o estudo ora elaborado pode
contribuir para alertar o enfermeiro para este campo de atividade.
Em face do grande mero de adultos acometidos por AVE e da escassez de
trabalhos realizados no Brasil sobre diagnósticos de enfermagem em clientes que
sobreviveram a esta doença, estudar os diagnósticos de enfermagem, mais especificamente da
classe Atividade/Exercício em sobreviventes de AVE residentes em Fortaleza, reveste-se de
importância para a enfermagem, porquanto diagnosticar e cuidar dos clientes na fase aguda
não significa diagnosticar e cuidar das incapacidades resultantes.
17
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Analisar os diagnósticos de enfermagem da classe Atividade/Exercício apresentados por
clientes com acidente vascular encefálico no período de reabilitação.
2.2 Específicos
Identificar os dados sociodemográficos e os indicadores de risco para as doenças
cerebrovasculares.
Identificar as respostas humanas apresentadas por clientes acometidos por acidente
vascular encefálico pós-agudo que se configurem como diagnósticos de enfermagem da
classe Atividade/Exercício.
Levantar as características definidoras de cada diagnóstico de enfermagem da classe
Atividade/Exercício e os fatores relacionados com cada resposta humana identificada.
Verificar a associação entre os dados sociodemográficos e os indicadores de risco com os
diagnósticos de enfermagem identificados.
Verificar a associação entre as características definidoras, os diagnósticos de enfermagem,
os fatores relacionados e os fatores de risco identificados.
18
3 REFERECIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO
3.1 Processo de enfermagem
A enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser humano nas suas necessidades
básicas, tornando-o independente desta assistência por meio da educação, da manutenção e da
promoção da saúde (HORTA, 1979).
Assim, a enfermagem exerce papel fundamental no cuidar ao assumir uma atitude
ampliada para além de um momento de zelo e de desvelo. Caracteriza-se por ser uma atitude
de ocupação, preocupação, responsabilidade e envolvimento afetivo com o outro, e, dessa
forma, entra na natureza e na constituição de cada ser humano (BOFF, 1999).
Ao longo da sua história como profissão, a enfermagem busca acompanhar as
mudanças ocorridas na sociedade. Isso tem exigido dos profissionais desta área reflexões
sobre o processo de cuidar do cliente, com vistas a um cuidado que expresse o fazer de modo
individualizado e metodologicamente sistematizado. Nessa busca, os enfermeiros têm
construído um corpo teórico específico da enfermagem, cuja aplicabilidade depende do
processo de enfermagem (SILVA, 2006).
Para se concretizar essa implementação do cuidado, a ciência da enfermagem está
baseada em ampla estrutura teórica e o processo de enfermagem é o método por meio do qual
a enfermagem é aplicada à prática. Seu propósito é oferecer estrutura na qual as necessidades
do cliente, seja ele indivíduo, família ou comunidade, possam ser satisfeitas (BRANDALIZE;
KALINOWSKI, 2005; TORRES ESPERÓN; PÉREZ SÁNCHEZ, 2002).
Entende-se, pois, o processo de enfermagem como um instrumento que permite
identificar, compreender, descrever, explicar e predizer como os clientes respondem aos
problemas de saúde ou aos processos vitais, e determinar as intervenções de enfermagem
inerentes às respostas encontradas, proporcionando, assim, melhor qualidade de assistência
(SILVA, 2006; GARCIA; NÓBREGA, 2004).
Desta forma, o processo de enfermagem fornece condições para a tomada de
decisões na assistência, por propiciar uma abordagem deliberativa de soluções de problemas
para os quais se exigem habilidades cognitivas, técnicas e interpessoais, buscando-se a
manutenção, restauração ou promoção da saúde, voltada à satisfação das necessidades do
cliente e da família (SILVA, 2006).
É constituído de um conjunto de cinco etapas: coleta de dados (histórico de
enfermagem), diagnóstico de enfermagem, planejamento (prescrição de enfermagem),
19
implementação e avaliação (SMELTZER; BARE, 2005b). Essas etapas focalizam a
individualização do cuidado mediante uma abordagem de solução de problemas,
fundamentada em teorias e modelos conceituais (GALDEANO et al., 2003). Embora exista
essa divisão, o processo de enfermagem funciona como um todo integrado e com suas etapas
inter-relacionadas, independentes e recorrentes (SMELTZER; BARE, 2005b; PÉREZ
HERNÁNDEZ, 2002).
3.2 Diagnóstico de enfermagem
Entre as etapas do processo de enfermagem, a de diagnóstico de enfermagem
sobressai por se tratar de uma etapa dinâmica, sistemática, organizada e complexa. Isto
significa não apenas uma simples listagem de problemas, mas o resultado de uma avaliação
crítica e tomada de decisão (GALDEANO et al., 2003; JESUS, 2000).
O diagnóstico de enfermagem fornece meios para propor intervenções de
responsabilidade exclusiva do enfermeiro quanto aos problemas de saúde detectados.
Proporciona o uso de linguagem própria do enfermeiro, e, desse modo, facilita a comunicação
com os clientes (LIRA, 2005).
Ademais, propicia ao enfermeiro um foco distinto para estabelecer um resultado
desejável com vistas a tomar decisões sobre quais intervenções são necessárias. Ele permite,
também, um foco para a evolução diária do progresso do cliente e para revisão, caso
necessária, do plano de cuidado (BRANDALIZE; KALINOWSKI, 2005; CARPENITO,
2002).
Como instrumento de trabalho do enfermeiro, o diagnóstico é uma forma de
expressar as necessidades de cuidados identificadas nas pessoas alvo desses cuidados. Ao
avaliar estas pessoas, o diagnóstico de enfermagem nada mais é do que a expressão de uma
situação que, pelo julgamento, requer intervenção de enfermagem (ARAUJO et al., 1998).
Desde quando o conceito diagnóstico foi introduzido na enfermagem, na década de
1950, os enfermeiros tentam defini-lo ampliando seu significado e relacionando-o à prática
profissional. Esse interesse aumentou na década de 1970, com a idéia da criação de um
sistema de classificação das práticas de enfermagem, consolidado na década de 1980, a partir
do movimento dos enfermeiros norte-americanos para a construção de um sistema de
classificação de diagnósticos de enfermagem (PEREIRA, 1997; CROSSETTI, 1995).
Esse movimento está ligado à North American Nursing Diagnosis Association
(NANDA) aceita pela American Nursing Association (ANA) como a classificação oficial de
20
diagnósticos de enfermagem, bem como reconhecida por muitos autores e pesquisadores
como ponto de partida para a elaboração de planos de cuidados coerentes às reais
necessidades do cliente (LIMA; PEREIRA; CHIANCA, 2006; CARPENITO, 2002).
Na IX Conferência realizada em 1990, a NANDA aprovou uma definição para
diagnóstico de enfermagem válida até os dias atuais. Considerou-o, então, um julgamento
clínico sobre as respostas do indivíduo, da família ou da comunidade a problemas de
saúde/processos vitais ou potenciais. Ainda conforme destaca, constitui a base para seleção de
intervenções de enfermagem para atingir resultados pelos quais o enfermeiro é responsável
(NANDA, 2008).
O julgamento clínico consiste em um processo mental norteado pelos princípios da
ciência e determinado pelo conhecimento, experiência, percepção e intuição do enfermeiro
que procura fazer julgamentos com base em evidências. Este julgamento leva ao diagnóstico
de enfermagem (LIMA; PEREIRA; CHIANCA, 2006).
Nesta definição, identificam-se, também, como características: o diagnóstico de
enfermagem é feito pelo enfermeiro; é baseado nas respostas humanas do cliente aos
processos vitais ou problemas de saúde, o que favorece ao enfermeiro amplo campo
abrangência para sua atuação; o enfermeiro é responsável pelo julgamento clínico e pelas
intervenções apropriadas ao diagnóstico identificado; é uma função independente do
enfermeiro (BRANDALIZE; KALINOWSKI, 2005; NÓBREGA, 1991).
Como afirma Carpenito (2002), o uso de Taxonomia da NANDA define o foco do
cuidado de enfermagem e aos enfermeiros exemplos de como a profissão difere de outras
profissões da saúde. Nesse caso, os diagnósticos interpretados como títulos dados pelos
enfermeiros podem ser usados como ilustração do foco da enfermagem.
Mas como tudo que é novo e requer mudanças comumente gera resistência,
segundo alguns acreditam, por ser um sistema ou modelo importado (norte-americano), não
reflete a prática de enfermagem brasileira. Outros defendem que essa Taxonomia aumenta o
trabalho da enfermagem, e não é útil na prática assistencial. Todavia, o objetivo da
Taxonomia não é ditar a assistência de enfermagem. Cabe-lhe uniformizar a linguagem de
enfermagem e seu corpo de conhecimento (GRANDO, 2005; NÓBREGA, 2002).
Ao se referir ao assunto, Carpenito (2002) assim se pronuncia: Taxonomia é um
tipo de classificação sistemática incluindo suas bases, princípios e regras. Até 1998 foi
utilizada a Taxonomia I da NANDA, constituída por nove padrões de respostas humanas:
escolher, comunicar, trocar, sentir, conhecer, mover, perceber, relacionar e valorizar. No
entanto, após o surgimento de novos diagnósticos de enfermagem, os membros da NANDA
21
sentiram dificuldades em categorizar alguns desses diagnósticos. Com isso, o Comitê da
Taxonomia percebeu a necessidade de uma nova estrutura taxonômica. Para tal, em 1998,
foram escolhidos os padrões funcionais de Gordon, modificados, gradativamente, até a
constituição da Taxonomia II da NANDA (NANDA, 2008).
Em 2001, foi publicada a Taxonomia II, a qual trabalha com domínios e classes,
em substituição aos padrões de respostas humanas da Taxonomia anterior. Assim, na
Taxonomia II, cada domínio é composto por classes e cada classe é composta por conceitos
diagnósticos (BRAGA; CRUZ, 2003). Essa Taxonomia se caracterizou por ser multiaxial e
por se organizar a partir de 13 domínios, 46 classes, 93 conceitos diagnósticos e 155
diagnósticos de enfermagem (GARCIA; NÓBREGA, 2004).
A Taxonomia II mais atual foi publicada em 2008, também é multiaxial na sua
forma, e, desse modo, permite flexibilidade da nomenclatura e inclusão de acréscimos e
modificações. Embora a NANDA (2008) seja composta pelo mesmo número de domínios
(13) e 47 classes, inclui 187 diagnósticos de enfermagem. Entre os domínios está o de
Atividade/Repouso com cinco classes. Uma das suas classes é denominada de
Atividade/Exercício, com onze diagnósticos de enfermagem aprovados.
3.3 Classe Atividade/Exercício
De acordo com a NANDA (2008), a classe Atividade/ Exercício tem como
definição mover partes do corpo (mobilidade), realizar trabalho ou desempenhar ações com
freqüência (mas não sempre) contra resistência.
A mencionada classe possui oito diagnósticos de enfermagem reais os quais
descrevem respostas humanas a condições de saúde/ processos vitais que existem em um
indivíduo, família ou comunidade. Os diagnósticos reais são sustentados pelas características
definidoras (manifestações, sinais e sintomas), que se agrupam em padrões de indícios ou
inferências relacionados (NANDA, 2008, p. 377). Estes diagnósticos são: Mobilidade física
prejudicada; Mobilidade no leito prejudicada; Mobilidade com cadeira de rodas prejudicada;
Capacidade de transferência prejudicada; Deambulação prejudicada; Estilo de vida sedentário;
Fadiga e Intolerância à atividade.
O diagnóstico de enfermagem Mobilidade física prejudicada, central neste estudo, é
definido como “Limitação no movimento físico independente e voluntário do corpo ou de
uma ou mais extremidades”. Suas características definidoras são: Amplitude limitada do
movimento; Capacidade limitada para desempenhar as habilidades motoras finas; Capacidade
22
limitada para desempenhar as habilidades motoras grossas; Dificuldade para virar-se;
Dispnéia ao esforço; Engaja-se em substituições de movimentos; Instabilidade postural;
Movimentos descontrolados; Movimentos lentos; Movimentos não-coordenados; Mudanças
na marcha; Tempo de reação diminuído e Tremor induzido pelo movimento (NANDA, 2008,
p. 190).
Além das características definidoras, a NANDA (2008, p.191) inclui os seguintes
fatores relacionados para o diagnóstico de Mobilidade física prejudicada: Ansiedade; Atraso
de desenvolvimento; Conhecimento deficiente quanto ao valor da atividade física;
Contraturas; Controle muscular diminuído; Crenças culturais em relação à atividade
apropriada para a idade; Descondicionamento; Desconforto; Desnutrição; Desuso;
Diminuição da massa muscular; Dor; Enrijecimento das articulações; Estado de espírito
depressivo; Estilo de vida sedentário; Falta de suporte socioambiental (por exemplo: físico ou
social); Índice de massa corporal acima dos 75% apropriados para a idade; Intolerância à
atividade; Medicamentos; Metabolismo celular alterado; Perda de integridade de estruturas
ósseas; Prejuízo cognitivo; Prejuízos musculoesqueléticos; Prejuízos neuromusculares;
Prejuízos sensório-perceptivos; Relutância em iniciar o movimento; Resistência
cardiovascular limitada; Resistência diminuída e Restrições prescritas de movimento.
Ademais, outros diagnósticos, também relacionados ao movimento, estão
presentes. São eles: Mobilidade no leito prejudicada, Mobilidade com cadeira de rodas
prejudicada, Capacidade de transferência prejudicada e Deambulação prejudicada.
O diagnóstico de enfermagem Mobilidade no leito prejudicada é definido como
“limitação para movimentar-se de forma independente de uma posição para outra no leito” e
se caracteriza por: Capacidade prejudicada de: “esquivar-se” ou reposicionar-se na cama;
mover-se da posição prona para a posição supina; mover-se da posição sentada com as pernas
alongadas para a posição supina; mover-se da posição sentada para a posição supina; mover-
se da posição supina para a posição prona; mover-se da posição supina para a posição sentada;
mover-se da posição supina para a posição sentada com as pernas alongadas e de virar-se de
um lado para o outro. Seus fatores relacionados são: Conhecimento deficiente;
Descondicionamento; Dor; Força muscular insuficiente; Limites ambientais; Medicamentos
sedativos; Obesidade; Prejuízo cognitivo; Prejuízo musculoesquelético e Prejuízo
neuromuscular (NANDA, 2008, p. 192-193).
Em relação à Mobilidade com cadeira de rodas prejudicada, este diagnóstico é
definido como “limitação da operação independente com cadeira de rodas pelo ambiente”,
caracterizado por: Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas manual em: aclive;
23
declive; superfície irregular; meio-fio; sobre superfície regular; Capacidade prejudicada de
operar cadeira de rodas motorizada em: aclive; declive; superfície irregular; no meio-fio e
sobre superfície regular. Seus fatores relacionados são: Conhecimento deficiente;
Descondicionamento; Dor; Força muscular insuficiente; Humor depressivo; Limites
ambientais; Obesidade; Prejuízo cognitivo; Prejuízo musculoesquelético; Prejuízo
neuromuscular; Resistência limitada e Visão prejudicada (NANDA, 2008, p. 188-189).
Quanto à Capacidade de transferência prejudicada, apresenta como definição
“limitação ao movimento independente entre duas superfícies próximas”. Possui as seguintes
características definidoras: Incapacidade de transferir-se da cadeira para: cama; posição de pé;
o carro; o chão; Incapacidade de transferir-se da cama para: cadeira e posição de pé;
Incapacidade de transferir-se da posição de para: cadeira; cama e chão; Incapacidade de
transferir-se: do carro para a cadeira; do chão para a posição de pé; entre superfícies de níveis
diferentes; para dentro ou para fora da banheira; para dentro ou para fora do chuveiro; para ou
da cadeira higiênica e para ou do vaso sanitário (NANDA, 2008, p. 263).
Seus fatores relacionados são: Descondicionamento; Dor; Equilíbrio prejudicado;
Falta de conhecimentos; Força muscular insuficiente; Limitações ambientais; Obesidade;
Prejuízo cognitivo; Prejuízo musculoesquelético; Prejuízo neuromuscular e Visão prejudicada
(NANDA, 2008, p. 264).
Enfim, o diagnóstico de enfermagem Deambulação prejudicada tem a seguinte
definição: “limitação à movimentação independente, a pé, pelo ambiente”. As características
definidoras são: Capacidade prejudicada de andar em: aclive; declive e sobre superfícies
irregulares; Capacidade prejudicada de percorrer as distâncias necessárias; Capacidade
prejudicada de subir e descer de calçadas (meio-fio) e Capacidade prejudicada de subir
escadas. Seus fatores relacionados são: Capacidade de resistência limitada;
Descondicionamento; Dor; Equilíbrio prejudicado; Falta de conhecimentos; Força muscular
insuficiente; Humor deprimido; Limitações ambientais; Medo de cair; Obesidade; Prejuízo
cognitivo; Prejuízo musculoesquelético; Prejuízo neuromuscular e Visão prejudicada
(NANDA, 2008, p. 88-89).
As características definidoras destes diagnósticos de enfermagem referem-se aos
indicadores clínicos agrupados como manifestações apresentadas ou referenciadas pelo cliente
para indicar que o problema de mobilidade existe.
Referente à amplitude do movimento, esta indica o movimento da articulação ao
longo de sua plena extensão em um dos três planos do corpo: sagital, frontal e transverso
(SMELTZER; BARE, 2005c; JANA; WEINDEL, 1999). Cada articulação do corpo humano
24
possui uma amplitude potencial de movimentação considerada normal para a articulação e
mantida por meio das partes, como pescoço, ombros, cotovelos, antebraço, punho, dedos das
mãos, polegar, quadril, joelhos, tornozelos, pés e dedos dos pés (JANA; WEINDEL, 1999)
(ANEXO A). Um cliente com AVE normalmente tem amplitude limitada do movimento, em
especial quando fica hemiplégico e com paralisia unilateral (SMELTZER; BARE, 2005c).
O AVE é uma doença dos neurônios motores superiores e resulta na perda do
controle voluntário em relação aos movimentos motores. Como os neurônios motores
superiores decussam (cruzam), um distúrbio do controle motor voluntário em um lado do
corpo pode refletir a lesão dos neurônios motores superiores no lado oposto do cérebro. Neste
caso, a disfunção motora mais comum é a hemiplegia em decorrência da lesão do lado oposto
do cérebro. Outro sinal é a hemiparesia, ou fraqueza de um lado do corpo (SMELTZER;
BARE, 2005a).
Diante disso, o cliente sente dificuldade para desempenhar as atividades motoras
finas de desenhar, recortar, encaixar, fazer a preensão dos objetos, a coordenação motora fina,
assim como desempenhar as atividades motoras grossas, pois custa-lhe manter controle
cefálico (levantar a cabeça) e movimentar-se. Além disso, seus movimentos são lentificados
(SMELTZER; BARE, 2005a).
Outra conseqüência da hemiplegia e da hemiparesia é o prejuízo para mobilidade
no leito, pelo fato do cliente ficar, em alguns casos, muito tempo neste local. A imobilidade
leva à fraqueza progressiva e ao desenvolvimento de atrofia por desuso (SMELTZER; BARE,
2005c).
Consoante se sabe, o cerebelo é responsável pela coordenação, equilíbrio e
regulação temporal de todos os movimentos musculares originados nos centros motores do
córtex cerebral. Portanto, a função cerebelar comprometida resulta na perda do tônus
muscular, fraqueza e fadiga, com conseqüente instabilidade postural e perda de equilíbrio
durante as atividades diárias (SMELTZER; BARE, 2005a).
Como a coordenação resulta da integridade neuromuscular, a falta de integridade
do sistema nervoso e/ou muscular reduz a capacidade de execução dos movimentos
voluntários e produtivos (ANDRIS, 2006).
Assim, os movimentos descontrolados podem ocorrer em virtude da incoordenação
motora quando os movimentos não são realizados regularmente e com perfeição, em contraste
com a integridade da força muscular (SILVA, 2003a). Além disso, em clientes com AVE
podem acontecer reflexos tendinosos profundos hiperativos, diminuição ou ausência dos
25
reflexos superficiais e presença de reflexos patológicos, levando a pessoa a executar
movimentos descontrolados (SMELTZER; BARE, 2005a).
Em relação aos reflexos tendiosos profundos, estes se verificam quando um
estímulo súbito causa o estiramento do músculo. Durante o exame neurológico é importante a
avaliação dos reflexos tendiosos profundos do bíceps, do tríceps, da braquiorradial, do patelar,
do quadríceps e o reflexo do tendão-de-aquiles (ANDRIS, 2006). Tais reflexos, segundo a
mesma fonte, são classificados de acordo com a seguinte escala:
0 – impulsos ausentes
+1 – impulsos diminuídos
+2 – impulsos normais
+3 – impulsos aumentados, mas que podem ser normais
+4 – impulsos hiperativos.
Para se testar os reflexos superficiais usa-se a estimulação da pele ou das
membranas mucosas. Como são reflexos cutâneos, quanto mais tentar induzi-los
sucessivamente, menor será a resposta obtida. Portanto, devem ser observados com cuidado
na primeira estimulação. Para adultos é viável a observação do reflexo de Babinski e o
abdominal.
Em relação ao tremor, este é um estado patológico que consiste na presença de
movimentos rápidos e involuntários, bem visíveis nas extremidades. No AVE, em virtude das
alterações dos neurônios motores e conseqüentemente dos reflexos, como citado, podem-se
perceber tremores induzidos pelo movimento reflexo involuntário (SMELTZER; BARE,
2005a).
No referente à marcha, este termo é utilizado para descrever uma maneira ou estilo
particular de caminhar compassadamente um percurso a pé. Isso constitui um movimento de
propulsão do corpo caracterizado por um ritmo alternado de alongamento e encurtamento dos
membros inferiores aos quais se associam o balanceamento harmônico do tronco e dos
membros superiores (SILVA, 2003b).
Neste movimento, a mobilidade total e sem restrições requer controle motor
voluntário e sensorial completo para todas as regiões do corpo, e qualquer dano ou agressão a
qualquer parte da unidade pode provocar disfunção de toda a unidade (SMELTZER; BARE,
2005a).
Como afirmam Jana e Weindel (1999), a marcha inicia-se quando o calcanhar de
uma das pernas bate no chão e termina quando o calcanhar dessa mesma perna bate no chão
26
novamente. Esse intervalo igual a 100% do ciclo da marcha dura um segundo para uma
caminhada confortável.
Um cliente com AVE pode estar com hemiplegia, hemiparesia, perda de equilíbrio
e conseqüente dificuldade na marcha ou mesmo incapacidade de transferir-se de um local para
outro ou até de uma posição para outra.
Para avaliar uma das características deste diagnóstico poderá ser utilizada a Escala
de Barthel, especificamente o item subir escadas (Anexo C):
0. Incapaz
5. Precisa de ajuda (verbal, física, ajuda de suporte)
10. Independente.
Para avaliar outra destas características definidoras pode-se utilizar o item
transporte (da cama para a cadeira e vice-versa) da Escala de Barthel (Anexo C):
0. Incapaz, não tem equilíbrio para sentar
5. Grande ajuda (uma ou duas pessoas, física), pode sentar
10. Pequena ajuda (verbal ou física)
15. Independente.
No concernente aos fatores relacionados, ou etiológicos, estes indicam o conjunto
de fatores fisiológicos, psicológicos, socioculturais, ambientais ou espirituais possíveis de
ocasionar ou contribuir para uma reação no cliente.
Todo organismo é constituído de estrutura óssea destinada a dar-lhe sustentação e a
desempenhar determinadas funções. Entre estas as anatômicas (mecânicas) e fisiológicas, as
quais protegem os órgãos e tecidos internos; estabilizam e sustentam o corpo; proporcionam
uma superfície para a inserção de músculos, ligamentos e tendões; movimentam-se por meio
da ação de “alavanca” quando contraídos; produzem hemácia na medula óssea; armazenam
sais minerais (ANDRIS, 2006). Desta forma, alterações ósseas interferem na mobilidade
física de um cliente.
Ainda de acordo com a mesma fonte, a articulação é a junção de dois ou mais
ossos. As articulações estabilizam os ossos e possibilitam um tipo específico de movimento.
A mobilidade articular, afirmam Jana e Weindel (1999), está limitada pelos ligamentos,
músculos e estrutura da articulação.
O movimento dos ossos e articulações compreende processos ativos a serem
cuidadosamente integrados para obter a coordenação. Caso haja perda da integridade da
estrutura óssea, o equilíbrio estará prejudicado. Como o osso faz parte do sistema
27
musculoesquelético, qualquer alteração da estrutura óssea acarreta danos a tudo que é
decorrente desse sistema.
Desse modo, um indivíduo com enrijecimento das articulações ou contraturas
poderá sentir dor e ter dificuldade de movimentar o membro do qual a articulação faz parte.
Se o enrijecimento atingir todas as articulações do corpo, poderá comprometer até a marcha.
O sistema musculoesquelético é constituído de músculos, tendões, ligamentos,
ossos, cartilagem, articulações e bursas. Essas estruturas trabalham juntas para produzir
movimentos esqueléticos (SILVA, 2003b). Conforme se percebe, esse sistema é o mais
volumoso do organismo e sujeito à contínua variação de solicitações mecânicas e a
traumatismos decorrentes de atividades habituais. Lesões e doenças crônico-degenerativas são
exemplos de patologias que podem resultar em deformidades e prejuízo na função do corpo,
ao limitar a capacidade do cliente para as atividades da vida diária e, inclusive, para a
locomoção (JANA; WEINDEL, 1999).
Consoante Porto (1996), a lesão ou destruição de qualquer parte do sistema nervoso
ou do sistema musculoesquelético causa alteração na produção de neurotransmissores, sua
transferência pela fenda sináptica ou ativação da atividade muscular, de forma que o
movimento pode ser prejudicado, parcialmente ou totalmente.
Conforme se sabe, o sistema neurológico controla a função corporal e está
relacionado a todos os outros sistemas do organismo (ANDRIS, 2006). Os movimentos e a
postura são regulados pelo sistema nervoso central, mais precisamente pelo giro pré-central
ou córtex motor, principal área motora voluntária localizada no córtex cerebral. Isto é feito
por meio das terminações nervosas aferentes, ao se dirigirem para o núcleo da célula nervosa,
e das terminações eferentes, que se dirigem do núcleo para a periferia, levando estímulos à
medula espinhal e ao sistema nervoso central, e trazendo as respostas até os músculos
(SMELTZER; BARE, 2005a).
Neste caso exige-se força referente à capacidade de trabalho de um músculo ou de
um grupo muscular. Esta é resultado de complexas integrações neuromusculares, mais do que
simplesmente uma função linear do tamanho do músculo, pois depende da capacidade deste
de produzir tensão, e da habilidade do sistema nervoso em ativá-lo (GUYTON; HALL, 2002).
Rotineiramente a força muscular é testada pela avaliação da capacidade do cliente
de flexionar ou estender os membros contra uma resistência. A função de um determinado
músculo ou grupo de músculo é avaliada ao se colocar um músculo em desvantagem
(SMELTZER; BARE, 2005c). Como consta nesta mesma fonte, a força muscular pode ser
classificada em uma escala de cinco pontos, assim especificada:
28
0 – nenhuma contração
1 – força contrátil mínima
2 – capacidade de mover, mas não de superar a força da gravidade
3 – força apenas suficiente para superar a força da gravidade
4 – força adequada, mas não total
5 – força plena de contração.
De modo geral, os clientes com comprometimento do sistema nervoso, ósseo ou
muscular e aumento da fraqueza e da fadiga não conseguem movimentar-se de forma
independente no leito (JANA; WEINDEL, 1999).
Para o tratamento de muitas enfermidades, prescreve-se repouso no leito com vistas
a possibilitar uma gradual recuperação da capacidade funcional do indivíduo (PERERIRA,
1997). Como observado, o efeito do descondicionamento muscular associado à falta de
atividade física pode ser aparente em alguns dias e a pessoa com condições de normalidade
em repouso no leito perde força muscular em níveis basais a uma taxa de 3% ao dia. O
repouso no leito também está associado com alterações cardiovasculares, esqueléticas e em
outros órgãos (JANA; WEINDEL, 1999). Ademais, os estados funcional e
musculoesquelético podem ser ainda mais comprometidos quando se acrescenta a hemiplegia,
dificuldade de mobilidade e confinamento a um leito.
Além disso, um cliente com AVE que está com sua mobilidade prejudicada, com
força muscular diminuída e faz uso de cadeira de rodas tem grande probabilidade de não
conseguir operar essa cadeira de roda independente da ajuda de outras pessoas, tanto em
superfícies regulares ou irregulares, quanto em aclives ou declives e em calçadas.
Como o sistema cardiovascular é responsável pela distribuição de sangue
oxigenado aos tecidos e pela remoção dos produtos residuais (ANDRIS, 2006), um cliente
com resistência cardiovascular limitada poderá se sentir cansado ao menor esforço. Desse
modo, não consegue executar nem mesmo as atividades da vida diária.
Assim, a tolerância à atividade física deve ser observada. A tolerância à atividade é
um tipo e uma quantidade de exercício ou trabalho que a pessoa é capaz de desempenhar e
depende das demandas fisiológicas, emocionais e de desenvolvimento por ela apresentadas.
Pode ser decorrente de desordens sistêmicas cardiovasculares e respiratórias, alterações no
sistema musculoesquelético, com diminuição da massa muscular, alterações emocionais e do
desenvolvimento, comprometendo a marcha.
Em relação ao desenvolvimento, este corresponde à alteração e expansão gradual,
um avanço a partir de estágios mais inferiores para os mais avançados de complexidade. É a
29
capacidade emergente e em expansão do indivíduo por meio do crescimento, maturação e
aprendizado. Um atraso no desenvolvimento pode influenciar o surgimento de doenças ou
mesmo dificuldade para a recuperação de alguma patologia (WONG, 1999).
Para fornecer a energia necessária ao funcionamento dos órgãos e ao movimento
corporal, o corpo precisa de combustível no intuito de manter a temperatura corporal e
proporcionar os materiais básicos indispensáveis à função enzimática, crescimento,
substituição e reparo das células. Então, o metabolismo alterado acarretará prejuízo a todo o
organismo. Qualquer cliente com um distúrbio que interfere na habilidade de ingerir, digerir
ou absorver nutrientes adequados deve ser considerado em risco (JANA; WEINDEL, 1999).
No seu dia-a-dia as pessoas negligenciam as atividades físicas. Estimativas
nacionais apontam para um alto índice de sedentarismo em nossa população: mais da metade
das pessoas exercem pouca ou nenhuma atividade física (BRASIL, 2002). Entre as razões da
inatividade estão o desconhecimento sobre como se exercitar, as finalidades de cada
exercício, as limitações de alguns grupos populacionais e percepções distorcidas em relação
aos benefícios do movimento (DOMINGUES; ARAÚJO; GIGANTE, 2004).
Após um AVE, os indivíduos podem apresentar falta de condicionamento muscular
em virtude de limitação ao leito, sem realização de atividades, assim como resistência
diminuída. Surge, então, a atrofia de desuso. Este termo tem sido utilizado para descrever a
redução patológica no tamanho normal das fibras musculares após uma inatividade
prolongada devido ao repouso no leito, ao trauma, ao aparelho gessado ou à lesão local no
sistema nervoso periférico (JANA; WEINDEL, 1999).
Além do sedentarismo, a obesidade é outro fator relacionado com a mobilidade do
cliente. É considerada um problema de saúde blica e pode ser definida como um distúrbio
do metabolismo energético, caracterizado pelo excesso de peso relativo para a idade, a altura
e o sexo, no qual ocorre um acúmulo excessivo de triglicérides nas células adiposas,
implicando prejuízos para a saúde (OLIVEIRA; ESCRIVÃO, 2001).
Para a avaliação da obesidade utiliza-se o Índice de Massa Corporal (IMC), isto é, a
relação entre peso em quilogramas e a estatura em metros, elevada ao quadrado (kg/m
2
). Para
adultos considera-se o seguinte IMC: Baixo peso < 18,5 ; Normal - 18,5 a 24,9; Sobrepeso -
25 a 29,9; Obesidade grau I - 30 a 34,9; Obesidade grau II - 35 a 39,9; Obesidade grau III
(obesidade extrema) ≥ 40 (BURKE, 2005).
Na sua função normal, o sistema nervoso recebe informação dos órgãos nervosos
sensoriais, passa-a por meio de canais ampliados e integra a informação dentro de uma
resposta significativa. A percepção é um dos três componentes de qualquer experiência
30
sensorial que tem como definição o reconhecimento da reação a estímulos sensoriais; o ato ou
processo mental pelo qual a memória de certas qualidades de um ato, uma experiência ou um
objeto se associam a outras qualidades que impressionam os sentidos, ao tornar possível o
reconhecimento e a interpretação de novos dados sensoriais (JANA; WEINDEL, 1999).
Ainda conforme a mesma fonte, um cliente com privação sensorial cognitiva
apresenta capacidade reduzida para aprender, incapacidade para pensar ou resolver
problemas, desempenho precário da tarefa, desorientação, pensamento bizarro, regressão e
aumento da necessidade de socialização. Portanto, os mecanismos da atenção estão alterados.
Em geral, as pessoas com enfermidades ou distúrbios que comprometem o sistema
nervoso central apresentam comprometimento significativo da capacidade de raciocínio e de
percepção. Desse modo, prejudicam sua capacidade de perceber, compreender e utilizar as
informações, bem como as funções sensoriais para realizar atividades intelectuais, tomar
decisões e comunicar-se com outras pessoas, tendo como resultado a inatividade e o
confinamento no leito (PEREIRA, 1997).
Diante desses comportamentos, podem surgir ansiedade e depressão. A ansiedade
constitui uma reação subjetiva a uma ameaça real ou imaginária, é um sentimento inespecífico
de inquietação e medo. Pode ser leve, moderada ou grave. Enquanto a ansiedade leve causa
pequeno desconforto físico ou psicológico, a grave pode ser incapacitante ou até mesmo
implicar risco de morte. Todos experimentam ansiedade ocasionalmente, como uma resposta
normal ao perigo real, que prepara o corpo, por meio do estímulo dos sistemas nervosos
simpático e parassimpático, para a ação adequada. Também é uma resposta normal ao estresse
físico e emocional, passível de ser produzida por todas as doenças. Quando não justificada, a
ansiedade excessiva pode indicar um problema psicológico subjacente (BAIKIE, 2006).
Quanto à depressão, esta é um distúrbio do humor caracterizado por sentimentos de
tristeza, desespero e perda do interesse ou prazer nas atividades. Esses sentimentos podem
estar associados a queixas somáticas, como alterações do apetite, distúrbios do sono,
inquietude ou letargia e dificuldade de concentrar-se. Também pode haver pensamentos de
automutilação e suicídio (BAIKIE, 2006).
Consoante Valbona (1986), a entrada sensitivo-sensorial limitada, combinada com
uma percepção pessoal de improdutividade, constitui o principal fator contribuinte para a
síndrome ansiedade-depressão tão constante na pessoa imobilizada. Ao mesmo tempo, a
estada prolongada no leito pode significar manifestação de depressão, pois a pessoa deprimida
acredita que ao ficar no leito e dormir durante uma enfermidade crônica, todas as suas
preocupações desaparecerão e a depressão também (VALLBONA, 1986).
31
Em todas estas situações, surge o desconforto, associado a uma condição de mal-
estar do cliente. Tal condição pode ou não se associar à dor, a qual pode ser definida como
uma desagradável experiência sensorial e emocional relacionada a uma lesão tecidual
existente ou potencial, ou relatada como se uma lesão existisse (SMELTZER; BARE, 2005d).
Tipos específicos de danos orgânicos ou perturbações psicológicas produzem tipos
exclusivos de desconforto e/ou de dor, e podem ser traduzidos pelo prejuízo na habilidade
para se movimentar, com respostas diferenciadas em um mesmo cliente ou em clientes
diferentes. De modo geral, as síndromes musculoesqueléticas são as causas mais freqüentes
de desconforto e/ou de dor (HOOD, 1995; TEIXEIRA et al., 1995; PEREIRA, 1997).
Além disso, estas pessoas, em virtude do desequilíbrio, sentem medo de cair. Tal
medo é considerado a maior causa de relutância do cliente em tentar se movimentar, e gerador
de uma séria complicação, pois é o maior fator da perda de confiança e independência. Pode
ainda limitar seus movimentos como um mecanismo de aliviar ou impedir a manifestação de
sinais e sintomas como dor e desconforto, dispnéia, tontura e taquicardia. Estas respostas são
individuais, e refletem de que modo o estado mental, psicológico e emocional do cliente
contribui para a mobilidade ou não (PEREIRA, 1997).
Crenças relacionadas à causa da doença e manutenção da saúde constituem parte
integrante da herança cultural das famílias (WONG, 1999). Conforme sua faixa etária, as
pessoas executam determinadas atividades quer estejam saudáveis ou doentes. No entanto, em
decorrência da cultura, se privam de desempenhar algumas atividades do seu interesse por não
se enquadrarem à sua idade.
Fator fundamental na recuperação do cliente é o ambiente. Quando este é
favorável, seu efeito sobre a saúde é decisivo. Ambientes e saúde são interdependentes e
inseparáveis (BRASIL, 2001). Sabe-se que no Brasil há profunda desigualdade social e
econômica. Desse modo, as pessoas que adoecem e não têm boas condições financeiras ficam
em ambientes completamente desfavoráveis à sua reabilitação. Muitas não têm sequer onde
morar. Além disso, nem as próprias avenidas e nem os espaços públicos são estruturados para
as pessoas idosas, deficientes físicos e doentes de forma geral.
Outro componente na recuperação do portador de AVE são os medicamentos. Após
um AVE o cliente usa alguns medicamentos específicos para tentar evitar ou retardar a
manifestação de outro episódio e melhorar as seqüelas. Medicamento é toda substância
química que modifica uma função do organismo (TIMBY, 2001). Como mostra a literatura, o
AVE está associado a muitas co-morbidades e ocorre com maior freqüência em pessoas
idosas, as quais, geralmente, já tomam muitas medicações. Isto ocorre em virtude, também, do
32
maior número de doenças crônicas nessa faixa etária. A maior parte dessas doenças constitui
fator de risco para o AVE, sobretudo porque grande número de medicações pode levar a
interações medicamentosas e estar relacionado com a mobilidade prejudicada (SMELTZER;
BARE, 2005a).
Outro diagnóstico de enfermagem da classe Atividade/Exercício é o Estilo de vida
sedentário e “refere-se a um hábito de vida que se caracteriza por um baixo nível de atividade
física”. Apresenta como características definidoras: Demonstra falta de condicionamento
físico; Escolhe uma rotina diária sem exercícios físicos e Verbaliza preferência por atividades
com pouco exercício físico. Seus fatores relacionados são: Conhecimento deficiente sobre os
benefícios que a atividade física traz à saúde; Falta de interesse; Falta de motivação; Falta de
recursos e Falta de treino para fazer o exercício físico (NANDA, 2008, p. 134).
Atualmente, conforme está bem estabelecido, uma rotina diária com exercícios
físicos ajuda na prevenção e reabilitação de doenças cardiovasculares, em virtude dos efeitos
benéficos sobre o sistema cardiovascular e sobre o controle dos demais fatores de risco
(NEGRÃO et al., 1996; FORJAZ et al., 2002). Com a idade, o estilo de vida sedentário
aumenta e também se eleva naturalmente a incidência de doenças cardiovasculares. Contudo,
apenas 34% dos homens e 27% das mulheres com mais de 65 anos de idade escolhem uma
rotina diária com exercício físico (DIOGUARDI et al., 2005).
Essa característica pode ser identificada se o cliente demonstrar que exerce somente
as atividades da vida diária (AVD) e as atividades operacionais da vida diária (AOVD) e o
pratica exercícios físicos, no mínimo, três vezes por semana, por pelo menos trinta minutos,
de forma regular. As AVD relacionam-se ao autocuidado, cujas características específicas são
as ações requeridas para manter o desempenho das atividades cotidianas em um dia normal.
Incluem as tarefas básicas, como comer, vestir, tomar banho. As AOVD também são
atividades executadas em um dia normal, como fazer compras, lavar roupa, ir ao banco,
preparar comidas e as atividades do trabalho (MARTINEZ MARCOS et al., 1996; GUIRAO-
GORIS; MORENO PINA; MARTINEZ DEL CAMPO, 2000).
Mencionada característica pode ser avaliada por meio do instrumento
COOP/WONCA, proposto pelos estudiosos que validaram o diagnóstico. Esse instrumento
mensura a qualidade de vida relacionada com a saúde na atenção primária. É composto por
sete tópicos destinados a avaliar o estado funcional do paciente durante as duas últimas
semanas. São eles: forma física, sentimentos, atividades sociais, atividades cotidianas,
mudança no estado de saúde, estado de saúde e dor.
33
Cada tópico avalia determinada dimensão da qualidade de vida. Para a avaliação
dos tópicos adotam-se símbolos reconhecidos internacionalmente e escala de pontos de 1 a 5.
Nestes tópicos, as pontuações mais altas indicam piores capacidades funcionais. O tópico
forma física é avaliado a partir da pergunta: Qual tem sido a máxima atividade física que você
pode realizar, durante pelo menos dois minutos, nas duas últimas semanas? A pessoa
seleciona, entre as figuras ilustrativas, aquela com a qual ela mais se identifica. Várias são as
opções: Muito intensa (1 ponto), Intensa (2 pontos), Moderada (3 pontos), Leve (4 pontos) ou
Muito leve (5 pontos) (TUDELA; FERRER, 2002).
Para os estudiosos que validaram o diagnóstico, pouca atividade física refere-se à
prática das atividades da vida diária, atividades operacionais da vida diária e atividades físicas
realizadas por menos de trinta minutos e menos que três vezes por semana (GUIRAO-GORIS;
MORENO PINA; MARTINEZ DEL CAMPO, 2000).
Ao analisar os fatores relacionados deste diagnóstico, entre as razões da inatividade
está o desconhecimento sobre a importância da atividade física, como se exercitar, as
finalidades de cada exercício, as limitações de alguns grupos populacionais e percepções
distorcidas em relação aos benefícios do movimento (DOMINGUES; ARAÚJO; GIGANTE,
2004).
De modo geral, a maior parte da população não conta com treinamento adequado
para a realização de exercícios físicos. Isso pode ser justificado pelo fato das pessoas não
terem condições financeiras para pagar um educador físico. Ademais, ainda há limitado
incentivo do governo. Como se sabe, são poucos os programas que oferecem
acompanhamento de profissionais de nível superior para coordenarem atividades físicas com a
população mais desfavorecida economicamente.
Destes fatores, um dos principais a influenciar diretamente a participação na prática
de atividades físicas é o nível socioeconômico, sobretudo porque para tal se requer, na maior
parte das vezes, gasto financeiro com a própria atividade e com o transporte. Outro obstáculo
encontrado é o tempo despendido pelas pessoas para realizarem as atividades. Além disso, a
companhia de outra pessoa é muito importante, mas raramente duas pessoas, principalmente
da mesma família, têm condições financeiras para praticarem atividade e a mesma
disponibilidade de tempo (PENDER; MURDAUGH; PARSONS, 2002).
Isso se agrava quando se está doente, porquanto os gastos com medicações são,
às vezes, superiores à real condição financeira. Diante disto, praticar atividade física não é
prioridade. Se a doença levar à dificuldade de mobilidade física, o agravante é maior, pois
34
existem poucos transportes e espaços bem estruturados para práticas dessas atividades, e em
especial para pessoas com incapacidades físicas.
Somado a estas condições, inclui-se a motivação. Esta pode ser definida como
conjunto de fatores que determinam a atividade e a conduta individual (FERREIRA, 2005).
Muitas pessoas não se sentem motivadas a praticar atividades físicas, principalmente quando
estão doentes.
Como consta na mesma fonte, o interesse pode ser definido como grande atenção,
empenho, vantagem, proveito, benefício (FERREIRA, 2005). Muitas vezes, as pessoas não
têm interesse em realizar uma atividade física porque não conseguem perceber vantagens ou
benefícios nessa prática. Isso se deve, quase sempre, à falta de conhecimento dos indivíduos
sobre a importância da prática de atividade física.
A Fadiga (outro diagnóstico de enfermagem da classe Atividade/Exercício) é
considerada como “uma sensação opressiva e sustentada da exaustão e de capacidade
diminuída para realizar trabalho físico e mental no nível habitual”. Suas características
definidoras são: Aumento das necessidades de repouso e das queixas físicas; Cansaço;
Concentração comprometida; Desatento; Desempenho diminuído; Desinteresse quanto ao
ambiente que o cerca; Falta de energia; Incapacidade de: manter as rotinas habituais; o nível
habitual de atividade física e restaurar energias mesmo após o sono; Introspecção; Letárgico;
Libido comprometida; Necessidade percebida de energia adicional para realizar tarefas de
rotina; Sentimentos de culpa por não cumprir suas responsabilidades; Sonolento;
Verbalização de uma constante falta de energia e de uma opressiva falta de energia (NANDA,
2008, p. 139).
Como fatores relacionados para o diagnóstico de Fadiga, a NANDA (2008, p.140),
propõe, entre outros, os seguintes: Ansiedade; Depressão; Estilo de vida sedentário; Estresse;
Barulho; Luzes; Temperatura; Umidade; Eventos negativos na vida; Ocupação; Anemia;
Condição física debilitada; Esforço físico aumentado; Estados de doença; Gravidez;
nutrição e Privação de sono.
Como diagnóstico de enfermagem, a Fadiga ainda tem um conceito imaturo, ou
seja, um conceito sobre o qual existem poucas informações na literatura, em decorrência da
escassez de pesquisas sobre o fenômeno.
Como a fadiga é comum e importante para diversos
cenários de atenção à saúde, são indispensáveis também os estudos geradores de
conhecimentos úteis ao diagnóstico de enfermagem, mensuração e tratamento do fenômeno
(MOTA, 2005).
35
Segundo afirmam Araújo e Bachion (2005), a fadiga pode ser um indicador de
depressão ou sintoma de doença como anemia ou cardiopatia, e rias vezes é caracterizada
por aumento das queixas físicas, falta de energia ou incapacidade de manter o nível habitual
de atividade física.
Entre os antecedentes de fadiga incluem-se os mais diversos como, por
exemplo,
atividade física intensa, esforço prolongado ou excessivo, depressão, gestação e parto,
presença de doenças e distúrbios do sono. Esses inúmeros antecedentes tendem a aumentar
com a realização de novos estudos que resultam em descobertas sobre as causas do fenômeno
(MOTA, 2005).
Quanto os conseqüentes da fadiga, mencionam-se letargia, sonolência, diminuição
da motivação, atenção, paciência e concentração, sofrimento, necessidade extrema de
descanso e mal-estar. Vale mencionar que as implicações destes conseqüentes para o
indivíduo fatigado são evidentes e constituem os principais focos de ação dos profissionais.
Ainda conforme Mota (2005), os conseqüentes produzem sofrimento e devem direcionar o
manejo e controle do fenômeno.
Sobre a influência dos fatores relacionados deste diagnóstico, podem estar
ocasionando reação no cliente com AVE ou contribuindo para seu surgimento.
A Intolerância à atividade é outro diagnóstico real da classe em estudo e tem como
definição “energia fisiológica ou psicológica insuficiente para suportar ou completar as
atividades diárias requeridas ou desejadas”. Possui como características definidoras:
Alterações eletrocardiográficas refletindo arritmias; Alterações eletrocardiográficas refletindo
isquemia; Desconforto aos esforços; Dispnéia aos esforços; Relato verbal de fadiga; Relato
verbal de fadiga ou fraqueza; Relato verbal de fraqueza; Resposta anormal da freqüência
cardíaca à atividade e Resposta anormal da pressão sanguínea à atividade. Seus fatores
relacionados são: Estilo de vida sedentário; Desequilíbrio entre a oferta e a demanda de
oxigênio; Fraqueza generalizada; Imobilidade e Repouso no leito (NANDA, 2008, p. 38).
Atualmente, para o registro gráfico da atividade elétrica do coração, o exame
adequado é a eletrocardiografia (ECG). A propagação do impulso elétrico por meio do
coração produz correntes elétricas fracas ao longo de todo o corpo, as quais podem ser
detectadas e amplificadas pela máquina de ECG e registradas em um papel calibrado
(JACOBSON, 2000a).
Quando distúrbios do ritmo cardíaco, surgem as arritmias, resultantes de
formação de impulso anormal, condução anormal de impulso ou os dois mecanismos juntos.
Entre os principais mecanismos de arritmias constam a automaticidade normal aumentada, a
36
automaticidade anormal, a atividade deflagrada resultante da pós-despolarização, os bloqueios
de condução e a reentrada. Embora todos esses mecanismos tenham mostrado causar arritmias
no laboratório, não é possível provar qual mecanismo é responsável por determinada arritmia
usando apenas a investigação clínica. Por isso a importância do aparelho de ECG no
diagnóstico dessas arritmias (JACOBSON, 2000b).
Outro distúrbio é a isquemia miocárdica. Esta resulta de um desequilíbrio entre
suprimento e demanda de oxigênio miocárdico e é um processo reversível se o fluxo de
sangue for restaurado antes da ocorrência de lesão celular. Pode resultar do aumento da
demanda de oxigênio miocárdico ou da diminuição no suprimento de oxigênio miocárdico. Se
a isquemia for grave e o fluxo sanguíneo não for restaurado logo, resulta em lesão celular e
eventualmente necrose (infarto). Quando ocorre infarto, três “zonas” de envolvimento
tecidual, cada uma produzindo alterações características no ECG (JACOBSON, 2000a).
Outra característica da Intolerância à atividade é a respiração curta, conhecida como
dispnéia, e definida como dificuldade de respirar, respiração difícil, laboriosa. Esse sintoma
geralmente é descrito como falta de ar (BAIKIE, 2006). Pode estar associado a distúrbios
neurológicos ou neuromusculares como no caso do AVE. Isto acontece porque na maior parte
das vezes a movimentação desses clientes está prejudicada e, desse modo, dificulta a
respiração (SMELTZER; BARE, 2005a).
Qualquer pessoa, sem nenhuma doença associada, ao executar qualquer tipo de
atividade apresenta, no momento da realização da atividade leve, moderada ou intensa,
aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial com redução posterior. Se essa atividade
for um exercício físico, por exemplo, no momento há elevação da pressão arterial via aumento
da freqüência cardíaca e do débito cardíaco. Entretanto, o exercício do tipo isotônico com
carga moderada promove alterações hemodinâmicas, autonômicas e neuro-hormonais que
reduzem a pressão arterial no pós-esforço imediato e de maneira sustentada quando sua
prática é regular (LOPES; BARRETO-FILHO; RICCIO, 2003).
No entanto, se a pessoa tiver algum problema cardiovascular ou neurovascular,
como no caso do AVE, pode haver resposta anormal da freqüência cardíaca e da pressão
arterial ao praticar qualquer tipo de atividade.
Assim, os clientes que apresentam arritmias, isquemia, desconforto ou dispnéia ao
esforço, fadiga, fraqueza, resposta anormal da freqüência cardíaca e/ou da pressão sanguínea à
atividade podem manifestar diminuição ou mesmo impossibilidade de realização das
atividades diárias, principalmente se além dessas patologias o cliente tiver tido um AVE.
37
Em relação aos fatores relacionados, a Intolerância à atividade provém muitas vezes
de falta de motivação na seqüência de uma imobilização prolongada, de desordens sistêmicas
cardiovasculares e respiratórias, alterações do sistema musculoesquelético, com diminuição
da massa muscular, alterações emocionais e do desenvolvimento, comprometendo a
deambulação, a realização das atividades da vida diária, de trabalho e exercícios (ARAÚJO;
BACHION, 2005; HUR et al., 2005).
Estas alterações podem reduzir a oxigenação dos tecidos e, por conseguinte, a
tolerância à atividade. Portanto, uma pessoa com intolerância à atividade tem ou poderá vir a
ter modificações na mobilidade e uma pessoa com problema de mobilidade, como aquele
decorrente de seqüelas de AVE, poderá vir a ter intolerância (ARAÚJO; BACHION, 2005).
Como profissionais, os enfermeiros sempre foram responsáveis pela identificação
de indivíduos, famílias e comunidades em situação de risco, protegendo-os em relação a isso.
O diagnóstico de risco “descreve respostas humanas a condições de saúde/ processos vitais
que podem desenvolver-se em indivíduo, família ou comunidade vulnerável. É sustentado por
fatores de risco que contribuem para o aumento da vulnerabilidade” (NANDA, 2008, p. 377).
Como mencionado, a classe Atividade/Exercício possui três diagnósticos de risco.
São eles: Risco de intolerância à atividade; Risco de síndrome do desuso e Risco de queda.
Em relação ao Risco de intolerância à atividade, esse diagnóstico é definido como
“risco de ter energia fisiológica ou psicológica insuficiente para suportar ou completar as
atividades diárias requeridas ou desejadas” (NANDA, 2008, p. 39). Seus fatores de risco são:
Estado de não-condicionamento físico; História prévia de intolerância; Inexperiência com a
atividade; Presença de problemas circulatórios e Presença de problemas respiratórios.
Uma pessoa tem o Risco de intolerância à atividade quando possui um estado de
não condicionamento físico ou manifestou intolerância à atividade que pretende realizar ou
não teve experiência com esta atividade. Também pode estar relacionado com problemas
respiratórios e circulatórios. Por exemplo: um cliente com AVE pode vir a ter Risco de
intolerância à atividade por não ser capaz de executar atividades da vida diária em decorrência
das seqüelas ocasionadas pela patologia.
Outro diagnóstico de risco é Risco de síndrome do desuso. Para esse diagnóstico
está proposta a seguinte definição: “Risco de deterioração de sistemas do corpo como
resultado de inatividade musculoesquelética prescrita ou inevitável” (NANDA, 2008, p. 105).
Na mesma edição, são apresentados seus fatores de risco: Dor intensa; Imobilização
mecânica; Imobilização prescrita; Nível de consciência alterado; Paralisia.
38
Até 80% dos clientes com acidente vascular encefálico sofrem de dor intensa no
ombro associada à hemiplegia. Ela pode resultar do estiramento da articulação do ombro em
virtude da tração gravitacional não-compensada no braço comprometido. Isso pode impedir o
cliente de aprender novas habilidades, pois a função do ombro é essencial para obtenção do
equilíbrio e realização de transferências e atividades de autocuidado (SMELTZER; BARE,
2005d).
De modo geral, as alterações no nível da mobilidade física podem resultar da
restrição física ao movimento por meio de uso de equipamentos externos (por exemplo,
aparelho gessado ou uma tração esquelética). Comumente o termo atrofia do desuso tem sido
utilizado para descrever a redução patológica no tamanho normal das fibras musculares após
uma inatividade prolongada como no caso do uso desses imobilizadores mecânicos (JANA;
WEINDEL, 1999).
Para o tratamento de muitas doenças, adota-se como prescrição o repouso no leito,
cuja duração depende da doença e do estado prévio de saúde do cliente. Muitas vezes, ele fica
acamado durante o restante de sua vida, em decorrência de alguma doença. O repouso no leito
leva à perda da força muscular, além de alterações cardiovasculares, esqueléticas e em outros
órgãos (JANA; WEINDEL, 1999).
Alteração no nível de consciência é o indicador mais precoce e sensível de
existência de alteração em estado neurológico do cliente. Uma das diretrizes para descrever o
nível de consciência, segundo Andris (2006), é: alerta: segue os comandos e responde
completamente e de maneira apropriada aos estímulos; letárgico: sonolento; respostas lentas
aos estímulos verbais; pode adormecer durante o exame; torporoso: exige uma estimulação
vigorosa para resposta, e comatoso: não responde apropriadamente aos estímulos verbais ou
dolorosos; incapaz de obedecer aos comandos ou comunicar-se verbalmente.
Outro fator de risco do diagnóstico de Risco de síndrome do desuso é a paralisia,
definida como a perda total da função motora voluntária, resultante de lesão grave do trato
piramidal ou cortical. Pode ser local ou disseminada, simétrica ou assimétrica, transitória ou
permanente e espástica ou flácida. Costuma ser classificada de acordo com a localização e a
gravidade: paraplegia (algumas vezes, paralisia transitória das pernas), quadriplegia (paralisia
permanente dos braços, das pernas e do corpo abaixo do nível da lesão espinhal) ou
hemiplegia (paralisia unilateral de gravidade e permanência variáveis). A paralisia incompleta
com fraqueza profunda (paresia) pode preceder a paralisia total de alguns clientes (BAIKIE,
2006).
39
Um AVE envolvendo o córtex motor pode produzir paresia ou paralisia
contralateral. Seu início pode ser súbito ou gradativo, e a paralisa pode ser transitória ou
permanente (BAIKIE, 2006).
Como observado, a presença de um ou mais desses fatores de risco pode levar o
indivíduo a apresentar o diagnóstico de enfermagem Risco de síndrome do desuso.
Com Risco de queda finalizam-se os diagnósticos de risco desta classe. Este
diagnóstico de enfermagem é definido como: “Suscetibilidade aumentada para quedas que
podem causar dano físico”. Entre alguns dos fatores de risco deste diagnóstico estão: Histórias
de quedas; Idade acima de 65 anos; Morar sozinho; Uso de cadeira de rodas e de dispositivos
auxiliares; Déficits proprioceptivos; Dificuldades na marcha, auditivas e/ou visuais;
Equilíbrio prejudicado; Falta de sono; Força diminuída nas extremidades inferiores;
Hipotensão ortostática; Incontinência; Mobilidade física prejudicada; Neuropatia; Problemas
nos pés; Vertigem ao estender ou virar o pescoço; Estado mental rebaixado; Medicamentos
como ansiolíticos, anti-hipertensivos, antidepressivos, diuréticos e hipnóticos; Uso de álcool e
riscos ambientais (NANDA, 2008, p. 238-239).
É comum a ocorrência de quedas em idosos. A alta incidência e a prevalência
destas decorrem de alterações intrínsecas e extrínsecas. Entre os fatores intrínsecos, destacam-
se as alterações sensoriomotoras inerentes ao processo de envelhecimento (alterações visuais,
parestesias, paresias, diminuição de flexibilidade e de mobilidade e declínio cognitivo); os
fatores extrínsecos, fortemente associados às dificuldades propiciadas pelo ambiente (buracos,
escadas e terrenos irregulares), constituem também grande risco de quedas
(CHRISTOFOLETTI et al., 2006; MIYASIKE; GOBBI, 2005).
Os clientes com acidente vascular encefálico, além de serem na sua maioria idosos,
o que já constitui fator de risco para queda, têm uma doença que aumenta o risco em
decorrência de suas seqüelas. Como grande parte apresenta hemiplegias, possui como
comprometimento mais evidente a tendência em manter-se em uma posição de assimetria
postural, com distribuição de peso menor sobre o hemicorpo parético. Essa assimetria e a
dificuldade de manter o controle postural, impedindo a orientação e estabilidade para realizar
movimentos com o tronco e membros, podem ocasionar quedas (GOMES et al., 2006; IKAI
et al., 2003).
Além disso, distúrbios do equilíbrio e alterações cognitivas são fatores de risco
adicionais em pessoas com hemiparesias. Sabe-se que o AVE aumenta em até quatro vezes o
risco de fratura de colo de fêmur (ANDRÉ, 2006). Muitos clientes também utilizam prótese
de membros, cadeira de rodas e dispositivos auxiliares. Grande parte tem distúrbio da marcha,
40
força diminuída nas extremidades inferiores, mobilidade física prejudicada, entre outros.
Todas estas situações aumentam o risco de queda.
Em relação aos medicamentos, os agentes ansiolíticos adotados no tratamento de
sintomas de ansiedade e os fármacos hipnóticos indicados no tratamento da insônia, muito
utilizados por idosos, apesar de terem objetivos clínicos diferentes, são freqüentemente
prescritos com a mesma finalidade, pois as drogas que aliviam a ansiedade geralmente
produzem certo grau de sedação e sonolência. Essas drogas reduzem tanto o tônus muscular,
por meio de uma ação central, como a coordenação, com conseqüente risco de quedas
(RANG; DALE; RITTER, 2001a). Tal risco se acentua se o cliente tiver tido um AVE e
apresentar mobilidade prejudicada.
Outra droga bastante utilizada pela população é o álcool, cujos efeitos são
observados no sistema nervoso central, no qual suas ações depressoras assemelham-se às dos
anestésicos voláteis. Nas células, o efeito é puramente depressor. O álcool potencializa a ação
do GABA de maneira semelhante aos benzodiazepínicos. Por isso, reduz a coordenação, e isto
leva a risco de quedas (RANG; DALE; RITTER, 2001b).
Na literatura, os antidepressivos tricíclicos formam um importante grupo de
antidepressivo de uso clínico. Entretanto, estão longe de serem ideais na prática. Em seres
humanos não deprimidos esses antidepressivos causam sedação, confusão e descoordenação
motora. Referidos efeitos também são percebidos em clientes deprimidos nos primeiros dias
do tratamento. É preciso ter cuidado, pois a descoordenação leva a risco aumentado de queda
(RANG; DALE; RITTER, 2001c).
41
4 MATERIAIS E MÉTODOS
4.1 Tipo de estudo
Estudo observacional de natureza transversal. Para Polit, Beck e Hungler (2004),
estudos transversais envolvem a coleta de dados em um ponto do tempo. Os delineamentos
transversais são especialmente aprovados para descrever a situação, o status do fenômeno ou
as relações entre os fenômenos em um ponto fixo do tempo.
4.2 Local do estudo
Para explorar melhor o problema do desenvolvimento de acidentes vasculares
encefálicos, o estudo foi realizado em oito unidades da Associação Beneficente Cearense de
Reabilitação (ABCR) localizadas nos seguintes bairros: Centro, Barra do Ceará, Jacarecanga,
Mucuripe, Conjunto Ceará, Serrinha, Messejana e José Walter, na cidade de Fortaleza.
Estas instituições foram selecionadas por atender clientes acometidos por
incapacidade motora em decorrência de doenças ou acidentes e que necessitam de
reabilitação. Destaca-se entre a clientela pessoas que são portadoras de seqüelas provenientes
do acidente vascular encefálico.
As unidades da ABCR são filantrópicas, mas recebem incentivo financeiro do
governo. Assim, os clientes têm gratuitamente atendimento e acompanhamento das atividades
reabilitativas. Entre a equipe de profissionais que desenvolvem trabalhos nestas unidades
estão: médico, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo.
Para o cliente usufruir dos benefícios da instituição é necessário que ele tenha um
encaminhamento médico. Não atendimento de livre demanda. Dessa forma, quando o
cliente chega à unidade com o encaminhamento, são marcadas as sessões com os especialistas
solicitados e a quantidade de vezes por semana que o cliente será atendido.
4.3 População e amostra do estudo
Para a composição da amostra estabeleceram-se os seguintes critérios: a) ser
cadastrado na ABCR; b) ter apresentado pelo menos um episódio de acidente vascular
encefálico, com diagnóstico confirmado por médico; c) ter idade acima de 18 anos.
42
Contudo, em razão de deficiências nos registros das unidades da ABCR não foi
possível precisar o total de clientes atendidos, de forma a estabelecer um cálculo amostral
fidedigno. Desta maneira, optou-se por não aplicar rmulas estatísticas, mas incluir todos
aqueles em atendimento nas unidades no período da coleta de dados e que satisfizessem aos
critérios de inclusão.
Quanto à coleta, ocorreu no período de novembro de 2007 a março de 2008 e foram
incluídos 121 clientes, isto é, a totalidade dos atendidos. O erro amostral foi de 6,3%. Os
clientes estavam distribuídos nas unidades da seguinte forma: Centro (27), Barra do Ceará
(21), Jacarecanga (18), Mucuripe (16), Conjunto Ceará (15), Serrinha (11), Messejana (8) e
José Walter (5).
4.4 Período e operacionalização da coleta de dados
Os dados foram coletados na sua totalidade com a fonte de tipo primário,
diretamente com o cliente sempre que este estivesse em condições de fornecer todas as
informações necessárias.
Em face dos objetivos traçados para o estudo, e diante da finalidade de subsidiar a
consulta de enfermagem, foram identificadas não apenas as características relativas aos dados
sociodemográficos do cliente que sofreu acidente vascular encefálico e a presença de
indicadores de risco para o desenvolvimento da doença, mas também a presença ou ausência
das características definidoras e fatores relacionados ou fatores de risco dos onze diagnósticos
de enfermagem da classe Atividade/Exercício.
Para isso, utilizou-se um formulário (Apêndice A), submetido à validação de
conteúdo com dois enfermeiros especialistas no cuidado aos clientes com acidente vascular
encefálico e a um pré-teste com uma clientela similar, com vistas a verificar sua adequação
aos objetivos estabelecidos no estudo. O instrumento no pré-teste foi aplicado com dez
clientes.
Parte desse formulário foi construída com base no instrumento de Pereira (1997)
que havia sido submetido à validação de conteúdo. Além deste instrumento, outros foram
acrescentados de forma a se obter informações mais acuradas.
Para a avaliação da dor foi utilizada a Escala de Quantificação da Dor FACES, de
Wong-Baker, pois segundo concluiu o estudo de Gallasch e Alexandre (2007) que testou o
uso de várias escalas para dor, esta é a de mais fácil entendimento dos clientes e ao avaliar a
43
confiabilidade por meio da estabilidade, utilizando o Coeficiente de Correlação Intraclasse,
apresentou r = 0,96.
Também foi utilizada a Escala do Índice de Barthel no levantamento de dados.
Mencionada escala é validada e mede a independência funcional e a mobilidade em doentes
com patologias crônicas, como no acidente vascular encefálico, indicando se estes necessitam
de cuidado (AZEREDO; MATOS, 2003). Em estudo de avaliação da confiabilidade da Escala
de Barthel na versão em português em clientes com AVE, encontrou-se o seguinte: nos
escores totais o Coeficiente de Kappa = 0,65 que indica uma concordância substancial e o
Kappa ponderado= 0, 89 uma concordância excelente. Assim, a confiabilidade para esta
escala foi clinicamente satisfatória. (CANEDA et al., 2006) (Anexo C).
Utilizou-se ainda o instrumento proposto por COOP/WONCA para avaliar a
máxima atividade física que o cliente podia praticar durante pelo menos dois minutos, nas
duas últimas semanas. Além disso, foram adotadas as recomendações de amplitude de
movimento sugeridas por Smeltzer e Bare (2005c) (Anexo A) e as recomendações da
avaliação dos reflexos de Andris (2006) (Anexo B).
Para preenchimento do formulário, cada cliente foi avaliado em entrevista e exame
físico. A entrevista propiciou a obtenção de dados de identificação, história de doenças
anteriores, história familiar e a investigação dos indicadores de risco. Contudo, no caso de
pessoas impossibilitadas ou com dificuldade de se comunicar verbalmente e/ou com
diminuição da capacidade cognitiva, os dados da entrevista foram obtidos com seu
acompanhante na ABCR. Ressalta-se, porém, o seguinte: quando foi necessário obter as
informações dos acompanhantes, todos souberam responder aos questionamentos. Desse
modo, não se excluiu nenhum participante por falta de clareza ou incompletude das
informações.
Da coleta dos dados participaram a autora do estudo e nove estudantes de
graduação em enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC) componentes do Projeto
Ações Integradas em Saúde Cardiovascular (PAISC) do Departamento de Enfermagem da
UFC. Três eram bolsistas de Iniciação Científica do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq), um bolsista de extensão da UFC e cinco bolsistas
voluntários do PAISC.
Todos os alunos que ajudaram na coleta de dados passaram por treinamento na
primeira quinzena do mês de outubro de 2007. Nesse período, foram entregues pela
pesquisadora o formulário de coleta e um roteiro a ser utilizado (Apêndice B). Também foram
explanados os conteúdos constantes do formulário. Ademais, a orientadora da dissertação
44
demonstrou como o instrumento deveria ser aplicado. Depois promoveram-se encontros para
treinamento prático da aplicação do instrumento.
Na segunda quinzena de outubro do mesmo ano, o instrumento foi submetido ao
pré-teste, com vistas a avaliar sua completude na obtenção das informações desejadas e
possibilitar modificações, caso necessário. Também tinha como objetivo testar os estudantes e
a autora da dissertação quanto à prática da aplicação do instrumento. Para tal, foram formadas
cinco duplas e cada uma utilizava o instrumento com dois clientes, devendo preenchê-lo
individualmente. Após, comparavam-se os instrumentos utilizados por cada participante da
dupla verificando se estavam preenchidos de forma similar, assim como se os resultados
encontrados eram semelhantes. Depois de se assegurar não haver problemas de desigualdade
em nenhuma dupla, de forma a comprovar estarem todos capacitados para coletarem os dados
e que estes seriam coletados de maneira mais uniforme possível, iniciou-se a coleta de dados.
Concluído o pré-teste, verificou-se inexistir necessidade de inclusão ou exclusão de
questões. Deveriam, no entanto, ser reorganizadas e melhor apresentadas, especialmente em
relação às figuras. Todas as observações foram incorporadas e compuseram o instrumento
final.
A realização do pré-teste do instrumento de coleta também possibilitou o
conhecimento mais minucioso sobre o funcionamento de todas as unidades da ABCR do
estudo. As duplas foram distribuídas em sete unidades e em uma associação de apoio às
ABCR para procederem ao pré-teste. Como foram aplicados dez pré-testes (dois para cada
dupla), foram sorteadas aquelas unidades que deveriam apresentar dois clientes. Todos
aqueles clientes participantes dos pré-testes foram excluídos do estudo final.
4.5 Organização
e análise dos dados
Como afirma Cyrillo (2005), o raciocínio diagnóstico envolve uma série de
processos cognitivos que levam à elaboração e teste de hipóteses diagnósticas, os quais, por
sua vez, embasam a tomada de decisão. Assim, conforme Jesus (2000) e López (2001), o
enfermeiro, a partir das estratégias de pensamento e com base em suas experiências práticas,
conhecimentos teóricos e valores, avalia o significado das informações sobre seu cliente,
estabelece relações entre os dados e nomeia o fenômeno, fazendo, então, o diagnóstico.
Ao longo do estudo, o processo de elaboração e inferência dos diagnósticos seguiu
as etapas preconizadas por Gordon (1994): coleta, interpretação/ agrupamento das
informações e nomeação das categorias. Porém, foram formulados apenas os diagnósticos da
45
classe Atividade/Exercício. Para nomear os diagnósticos de enfermagem, adotou-se como
referência a Taxonomia II da North American Nursing Diagnosis Association (NANDA,
2008). Esta Taxonomia foi escolhida por ser mundialmente conhecida e utilizada na prática
clínica de enfermagem como uma linguagem padronizada, tendo sido traduzida e adaptada em
vários países (NÓBREGA; GUTIÉRREZ, 2000).
No processo de inferência diagnóstica, as histórias clínicas foram individualmente
avaliadas pela pesquisadora. Depois foram preenchidos dois instrumentos, um referente às
características definidoras e à presença ou ausência dos diagnósticos de enfermagem
(Apêndice C) e outro referente aos fatores relacionados e fatores de risco (Apêndice D). A
seguir, toda a história clínica e os instrumentos eram discutidos com o orientador. Os
diagnósticos de enfermagem que apresentaram concordância entre o pesquisador e a
orientadora foram aceitos imediatamente. Nos casos de discordância, discutia-se a adequação
do diagnóstico, buscando o consenso.
Para o cálculo de massa corporal foi utilizado o Índice de Massa Corporal segundo
Burke (2005), o qual classifica os valores em: Baixo peso < 18,5; Normal - 18,5 a 24,9;
Sobrepeso - 25 a 29,9; Obesidade grau I - 30 a 34,9; Obesidade grau II - 35 a 39,9; Obesidade
grau III (obesidade extrema) ≥ 40.
Como sedentários foram incluídos os indivíduos que praticavam atividade física
menos de três vezes por semana e/ou com duração inferior a trinta minutos (GUIRAO-
GORIS; MORENO PINA; MARTINEZ DEL CAMPO, 2000).
Para a interpretação dos valores da pressão arterial adotou-se como referência as
recomendações das Diretrizes (2006) que classificam os níveis de pressão arterial em: ótima,
quando a pressão arterial sistólica (PAS) < 120 mmHg e a pressão arterial diastólica (PAD) <
80 mmHg; normal: PAS < 130 mmHg e PAD < 85 mmHg; limítrofe: PAS de 130 a 139
mmHg e PAD de 85 a 89 mmHg; hipertensão estágio 1: PAS de 140 a 159 mmHg e PAD de
90 a 99 mmHg; hipertensão estágio 2: PAS de 160 a 179 mmHg e PAD de 100 a 109 mmHg;
hipertensão estágio 3: PAS > 180 mmHg e PAD > 110 mmHg; hipertensão isolada: PAS >
140 mmHg e PAD < 90 mmHg.
Sobre o uso de álcool, fumo e anticoncepcional foi considerado presente quando o
cliente mantinha este hábito no período atual da coleta de dados. Caso fosse informado uso
anterior interrompido, era registrado como ausente atualmente. Se o cliente jamais havia feito
uso de álcool, fumo e anticoncepcional, registrava-se como ausente. Ressalta-se que o uso de
anticoncepcional foi investigado apenas nas mulheres. Alguns itens apresentaram número
total de clientes inferior a 121, pois em alguns casos não se obteve resposta do participante.
46
Para avaliação do consumo do álcool, levaram-se em conta as quantidades descritas como
permitidas pela V Diretrizes Brasileira de Hipertensão Arterial (2006). A quantidade de
cigarros para o cliente ser considerado como tabagista atual ou anterior foi determinada pelo
consumo de mais de dois cigarros por dia (ZÉTOLA et al., 2001).
Determinados indicadores de risco: diabetes mellitus, cardiopatia, dislipidemia, uso
de álcool, drogas ilícitas, tabagismo e de anticoncepcional foram reconhecidos como
presentes quando havia referência explicita do entrevistado. O mesmo adotou-se para a
hipertensão. No entanto, o valor da pressão arterial foi aferido durante a coleta de dados.
Ainda sobre os dados, foram compilados no software Excel, em forma de planilhas,
enquanto a análise estatística foi feita no programa EpiInfo versão 3.2 e no SPSS versão 16.0.
Para análise de associação dos dados foram utilizados testes estatísticos como o
Qui-Quadrado de Pearson, na ocorrência de freqüências esperadas superiores a cinco nas
tabelas 2x2, e o Teste Exato de Fisher, quando as freqüências esperadas eram inferiores a
cinco. Para verificar a força da associação usou-se a Razão de Prevalência (RP).
Na análise de diferença de médias foram utilizados os Testes de Kolmogorov-
Smirnov, para verificação de normalidade dos dados, e o Teste de Levene, para verificação de
homocedasticidade entre os grupos. Com base nos resultados destes testes aplicou-se o Teste
T ou de Mann-Whitney para verificação de diferença de média / mediana entre os grupos.
Foram considerados os seguintes pontos de corte para análise das associações: os
diagnósticos de enfermagem com freqüência acima de 50%; as características definidoras, os
fatores relacionados e os fatores de risco acima do percentil 75. Ilustrativamente, os dados
foram apresentados em forma de tabelas.
4.6 Aspectos éticos e administrativos
Em face dos aspectos administrativos e éticos da pesquisa científica, a pesquisadora
visitou todas as unidades da ABCR. Os objetivos do estudo foram explicados para os
diretores de cada unidade, e em seguida foi encaminhada para cada ABCR uma solicitação
para o desenvolvimento da pesquisa. Após a anuência de todas as diretorias, a proposta do
estudo foi encaminhada para o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do
Ceará (COMEPE). Desse modo, cumpriram-se as recomendações da resolução 196/96
referentes às pesquisas desenvolvidas com seres humanos (BRASIL, 1996), e obteve-se
aprovação (Anexo D).
47
Durante a coleta de dados, após verificar-se se os clientes atendiam aos critérios de
inclusão, estes eram esclarecidos sobre os objetivos do estudo e convidados a participar de
forma voluntária. Aqueles que aceitaram assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (Apêndice E). Contudo, o termo de consentimento dos clientes em situação de
substancial diminuição em suas capacidades de discernimento cognitivo e no aparato motor
da fala foi assinado por seus representantes legais, sem suspensão do direito de informação ao
indivíduo, no limite da sua capacidade (BRASIL, 1996). Como mencionado, todos os clientes
concordaram em participar.
4.7 Financiamento da pesquisa
O financiamento para a execução da pesquisa adveio da autora do estudo e do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico sob forma de bolsa de
Demanda Social e de recursos concedidos ao Projeto Universal Edital MCT/CNPq 15/2007,
intitulado Identificação de diagnósticos de enfermagem em portadores de acidente vascular
encefálico nas fases aguda e pós-hospitalar.
48
5 RESULTADOS
No estudo, foram avaliados 121 clientes que sobreviveram ao acidente vascular
encefálico e realizavam atividades de reabilitação em uma das unidades da Associação
Beneficiente de Reabilitação na cidade de Fortaleza-Ceará.
Com o objetivo de caracterizar a amostra, a seguir é apresentada a Tabela 1, com a
distribuição dos clientes segundo os dados sociodemográficos.
Tabela 1 - Distribuição dos clientes com acidente vascular encefálico segundo os dados
sociodemográficos. Fortaleza, 2008.
Variáveis º % Estatísticas
Sexo
Masculino
Feminino
64
57
52,9
47,1
IC 95%
1
43,6% - 62,0%
38,0% - 56,4%
Estado civil
Com companheiro
Sem companheiro
57
64
47,1
52,9
IC 95%
1
38,0% - 56,4%
43,6% - 62,0%
Situação ocupacional
Aposentado/pensionista
Desempregado
Ativa
80
10
6
83,3
10,4
6,3
IC 95%
1
74,4% - 90,2%
5,1% - 18,3%
2,3% - 13,1%
Idade
Escolaridade
Renda per capita
Média DP
2
61,6 12,4
5,9 4,7
292,8 242,0
Mediana P25
3
63,0 51,0
5,0 2,0
207,0 166,0
P75
4
K-S(valor p)
5
70,0 0,380
9,0 0,012
415,0 0,000
1
IC - Intervalo de Confiança de 95%.
2
DP - Desvio Padrão.
3
P25 - Percentil 25.
4
P75 - Percentil 75.
5
K-S -
Teste de Kolmogorov-Smirnov.
Conforme se observa, pelos dados apresentados na Tabela 1, houve predominância
do sexo masculino (52,9%), a maioria dos clientes vivia sem companheiro (52,9%) e era
aposentado ou pensionista (83,3%).
Ainda como mostram os dados, a média de idade foi de 61,6 anos 12,4), a
maior parte dos clientes tinha até 70 anos e as variáveis escolaridade e renda familiar
evidenciaram distribuição assimétrica (valor p< 0,05). Portanto, metade da amostra do estudo
freqüentou a escola por até cinco anos e possuía renda per capita de até duzentos e sete reais.
Na Tabela 2 consta a distribuição dos clientes com acidente vascular encefálico
segundo os indicadores de risco, presença de cuidador, quantidade de AVE, tempo do último
AVE e tempo de freqüência na ABCR.
49
Tabela 2 Distribuição dos clientes com acidente vascular encefálico segundo os indicadores
de risco para as doenças cerebrovasculares, presença de cuidador, quantidade de AVE, tempo
do último AVE e tempo de freqüência na ABCR. Fortaleza, 2008
Indicadores de risco para as
doenças cerebrovasculares
1
° % Estatísticas Total
de clientes
Hipertensão arterial
103
85,1
IC 95%
2
77,5% - 90,9%
121
Diabetes mellitus
28
23,1
IC 95%
2
16,0% - 31,7%
121
Cardiopatia
28
23,1
IC 95%
2
16,0% - 31,7%
121
Dislipidemia
36
29,8
IC 95%
2
21,8% - 38,7%
121
Sedentarismo
71
58,7
IC 95%
2
49,4% - 67,6%
121
Tabagismo ativo
Sim
Não
Não atualmente
18
56
46
15,0
46,7
38,3
IC 95%
2
9,1% - 22,7%
37,5% - 56,0%
29,6% - 47,6%
120
Tabagismo passivo
Sim
Não
Não atualmente
23
93
3
19,3
78,2
2,5
IC 95%
2
12,7% - 27,6%
69,6% - 85,2%
0,5% - 7,2%
119
Bebida alcoólica
Sim
Não
Não atualmente
17
61
43
14,0
50,4
35,5
IC 95%
2
8,4% - 21,5%
41,2% - 59,6%
27,0% - 44,8%
121
Uso anticoncepcionais
Sim
Não
Não atualmente
8
40
7
14,5
72,7
12,7
IC 95%
2
6,5% - 26,7%
59,0% - 83,9%
5,3% - 24,5%
55
Classificação IMC
3
Baixo peso
Normal
Sobrepeso
Obesidade
5
38
33
34
4,5
34,5
30,0
30,9
IC 95%
2
1,5% - 10,3%
25,7% - 44,2%
21,6% - 39,5%
22,4% - 40,4%
110
Cuidador
103
88,0
IC 95%
2
93,3% -180,7%
117
Quantidade AVE
4
Tempo do último AVE
4
Tempo de freqüência na ABCR
5
Média DP
6
1,4 1,0
38,5 84,7
25,9 58,6
Mediana P25
7
1,0 1,0
12,0 3,0
7,0 1,0
P75
8
2,0
36,0
24,0
K-S(valor p)
9
0,000
0,000
0,000
1
Todos os fatores de risco foram obtidos por meio da informação do cliente e/ou do seu acompanhante.
2
IC - Intervalo de
Confiança de 95%.
3
IMC - Índice de Massa Corporal.
4
AVE - Acidente Vascular Encefáflico.
5
ABCR - Associação
Beneficente Cearence de Reabilitação.
6
DP - Desvio Padrão.
7
P25 - Percentil 25.
8
P75 - Percentil 75.
9
K-S - Teste de
Kolmogorov-Smirnov.
50
Em relação às situações clínicas favoráveis a maior risco para o desenvolvimento
do acidente vascular encefálico, expostos na Tabela 2, a hipertensão arterial foi a doença mais
freqüente entre os clientes (85,1%). Outras morbidades como diabetes mellitus e cardiopatias
estiveram presentes em 23,1% dos participantes. Quanto às dislipidemias, que se caracterizam
pela presença da hipercolesterolemia e da hipertrigliceridemia, foram referidas por 29,8% dos
clientes.
Com referência aos hábitos de vida mantidos pelos portadores de acidente vascular
encefálico que constituem indicadores de risco para o desenvolvimento de um novo AVE e
outras doenças cerebrovasculares e cardiovasculares, o sobrepeso e a obesidade (60,9%)
foram os mais constantes, seguidos de sedentarismo (58,7%), tabagismo passivo (19,3%),
tabagismo ativo (15%), bebida alcóolica (14%) e uso de anticoncepcionais (7,6%).
Determinadas práticas como tabagismo e uso de bebida alcoólica, apesar de não
serem hábitos atuais na maioria dos clientes, são indicadores de risco presentes em fases
anteriores da vida dos participantes, pois 38,3% foram fumantes e 35,5% foram alcoólatras.
Quanto à existência de uma pessoa responsável pelo cuidado do cliente, a maior
parte possuía um cuidador (88%).
Como observado, as variáveis quantidade de AVE, tempo do último AVE e tempo
de freqüência na ABCR mostraram distribuição assimétrica (valor p< 0,05), indicando que
metade da amostra estudada havia sofrido apenas um AVE, doze meses, e freqüentavam
uma das unidades da ABCR há, no máximo, sete meses.
A seguir, na Tabela 3, estão expostas as medidas de tendência central e de
dispersão referentes aos diagnósticos de enfermagem, características definidoras, fatores
relacionados e fatores de risco dos indivíduos avaliados.
Tabela 3 Distribuição das medidas de tendência central e de dispersão dos diagnósticos de
enfermagem, características definidoras, fatores relacionados e fatores de risco. Fortaleza,
2008
Variáveis Média Mediana DP
1
P25
2
P75
3
K-S
4
(valor p)
Diagnósticos de
enfermagem
6,7 7,0 2,2 5,0 8,0 0,010
Características definidoras 25,1 21,0 15,4 14,0 39,0 0,063
Fatores relacionados 4,6 5,0 2,4 3,0 6,0 0,070
Fatores de risco 10,1 10,0 3,2 8,0 12,0 0,292
1
DP - Desvio Padrão.
2
P25 - Percentil 25.
3
P75 - Percentil 75.
4
K-S - Teste de Kolmogorov-Smirnov
Ao avaliar a Tabela 3, o Teste de Kolmogorov- Smirnov evidenciou distribuição
assimétrica na variável diagnóstico de enfermagem (p< 0,05). Entretanto as demais variáveis
mantiveram distribuição normal.
51
Em relação aos diagnósticos de enfermagem, metade da amostra do estudo teve até
sete diagnósticos presentes e a média das características definidoras foi de 25,1 (±15,4). Nos
fatores relacionados, verificou-se a média de 4,6 2,4) fatores por pessoa e os fatores de
risco obtiveram média de 10,1 (± 3,2) ocorrências por indivíduo.
A seguir a Tabela 4 dispõe sobre a distribuição dos diagnósticos de enfermagem
existentes nos clientes com acidente vascular encefálico.
Tabela 4 Distribuição dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos clientes com
acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Diagnósticos de Enfermagem ° %
Risco de queda 116 95,9
Mobilidade física prejudicada 109 90,1
Deambulação prejudicada 103 85,1
Estilo de vida sedentário 101 83,5
Risco de síndrome do desuso 97 80,2
Risco de intolerância à atividade 93 76,9
Capacidade de transferência prejudicada 84 69,4
Mobilidade no leito prejudicada 57 47,1
Mobilidade com cadeira de rodas prejudicada 30 24,8
Fadiga 19 15,7
Intolerância à atividade 12 9,9
No estudo, conforme consta na Tabela 4, os clientes apresentaram a totalidade dos
onze diagnósticos de enfermagem da classe Atividade/Exercício da NANDA. Sete
diagnósticos de enfermagem tiveram freqüência acima de 50%: Risco de queda (95,9%);
Mobilidade física prejudicada (90,1%); Deambulação prejudicada (85,1%); Estilo de vida
sedentário (83,5%); Risco de síndrome do desuso (80,2%); Risco de intolerância à atividade
(76,9%) e Capacidade de transferência prejudicada (69,4%).
Na Tabela 5 consta a distribuição das características definidoras presentes nos
clientes com acidente vascular encefálico.
Tabela 5 Distribuição das características definidoras encontradas nos clientes com acidente
vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Características Definidoras ° %
Verbaliza preferência por atividades com pouco exercício físico 113
93,4%
Capacidade prejudicada de andar em aclive 103
85,1
Capacidade prejudicada de percorrer as distâncias necessárias 101
83,5
Dificuldade para virar-se 97 80,2
Tempo de reação diminuído 95 78,5
Capacidade prejudicada de subir e descer de calçadas (meio-fio) 93 76,9
Escolha de uma rotina diária sem exercícios físicos 92 76,0
Capacidade prejudicada de andar em declive 91 75,2
Capacidade prejudicada de andar sobre superfícies irregulares 91 75,2
Movimentos não-coordenados 91 75,2
Incapacidade de transferir-se da cadeira para a posição de pé 86 71,1
52
Características Definidoras ° %
Incapacidade de transferir-se do chão para a cadeira 85 70,2
Incapacidade de transferir-se da posição de pé para o chão 85 70,2
Incapacidade de transferir-se da posição do chão para a posição de pé 85 70,2
Capacidade prejudicada de virar-se de um lado para outro 84 69,4
Incapacidade de manter o nível habitual de atividade física 82 67,8
Capacidade limitada para desempenhar as habilidades motoras finas 71
58,7
P 75
1
Demonstra falta de condicionamento físico 70 57,9
Tremor induzido pelo movimento 62 51,2
Desempenho diminuído 59 48,8
Capacidade prejudicada de mover-se da posição sentada com as pernas alongadas para
a posição supina
58 47,9
Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas manual sobre superfície regular 58 47,9
Capacidade limitada para desempenhar as habilidades motoras grossas 54 44,6
Dispnéia aos esforços 52 43,0
Incapacidade de transferir-se da cadeira para o carro 52 43,0
Incapacidade de transferir-se da cadeira para o chão 51 42,1
Incapacidade de transferir-se do carro para a cadeira 51 42,1
Incapacidade de transferir-se para ou do vaso sanitário 48 39,7
Capacidade prejudicada de transferir-se para dentro ou para fora do chuveiro 44 36,4
Incapacidade de transferir-se entre superfícies de níveis diferentes 42 34,7
Capacidade prejudicada de subir escadas 42 34,7
Incapacidade de transferir-se da posição de pé para a cama 42 34,7
Incapacidade de transferir-se da cama para a posição de pé 42 34,7
Capacidade prejudicada de transferir-se da posição de pé para a cadeira 41 33,9
Capacidade prejudicada de mover-se da posição supina para a posição sentada com as
pernas alongadas
40 33,1
P 50
2
Capacidade prejudicada de mover-se da posição prona para a posição supina 40 33,1
Incapacidade de transferir-se para ou da cadeira higiênica 40 33,1
Incapacidade de transferir-se para dentro ou para fora da banheira 40 33,1
Movimentos descontrolados 32 26,4
Mudanças na marcha 31 25,6
Capacidade prejudicada de mover-se da posição sentada para a posição supina 30 24,8
Capacidade prejudicada para reposicionar-se na cama 30 24,8
Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas manual em declive 30 24,8
Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas motorizada no meio-fio 30 24,8
Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas motorizada em aclive 28 23,1
Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas motorizada sobre superfície regular 28 23,1
Amplitude limitada de movimento 27 22,3
Necessidade percebida de energia adicional para realizar tarefas de rotina 26 21,5
Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas manual em superfície irregular 23 19,0
Capacidade prejudicada de mover-se da posição supina para a posição sentada 18 14,9
Capacidade prejudicada de mover-se da posição supina para a posição prona 17 14,0
Desconforto aos esforços 17 14,0
P25
3
Engaja-se em substituições de movimentos 16 13,2
Concentração comprometida 13 10,7
Desatento 13 10,7
Letárgico 8 6,6
Relato verbal de fadiga 8 6,6
Introspecção 5 4,1
Cansaço 5 4,1
Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas motorizada em superfície irregular 5 4,1
Movimentos lentos 4 3,3
53
Características Definidoras ° %
Incapacidade de manter as rotinas habituais 4 3,3
Falta de energia 3 2,5
Relato verbal de fraqueza 2 1,7
Incapacidade de restaurar energias mesmo após o sono 2 1,7
Sonolento 2 1,7
Verbalização de uma constante falta de energia 2 1,7
Sentimento de culpa por não cumprir suas responsabilidades 1 0,8
Relato verbal de fadiga ou fraqueza 1 0,8
1
P75 - Percentil 75.
2
P50 - Percentil 50.
3
P25 - Percentil 25.
Nos clientes do estudo, foram identificadas 68 características definidoras. Destas,
dezessete estavam acima do percentil 75 com freqüência acima de 58%. Estas fazem parte de
um dos seguintes diagnósticos de enfermagem do estudo: Deambulação prejudicada,
Capacidade de transferência prejudicada, Mobilidade física prejudicada, Estilo de vida
sedentário e Fadiga.
As características relacionadas ao diagnóstico de enfermagem Deambulação
prejudicada são: Capacidade prejudicada de andar em aclive (85,1%), Capacidade prejudicada
de percorrer as distâncias necessárias (83,5%), Capacidade prejudicada de subir e descer de
calçadas (meio-fio) (76,9%), Capacidade prejudicada de andar em declive (75,2%),
Capacidade prejudicada de andar sobre superfícies irregulares (75,2%).
Quanto às características definidoras do diagnóstico de enfermagem Mobilidade
física prejudicada, foram identificadas as seguintes: Dificuldade para virar-se (80,2%), Tempo
de reação diminuído (78,5%), Movimentos não-coordenados (75,2%) e Capacidade limitada
para desempenhar as habilidades motoras finas (58,7%).
Incapacidade de transferir-se da cadeira para a posição em (71,1%),
Incapacidade de transferir-se do chão para a cadeira (70,2%), Incapacidade de transferir-se do
chão para a posição em (70,2%), Incapacidade de transferir-se da posição em para o
chão (70,2%) constituem características do diagnóstico de enfermagem Capacidade de
transferência prejudicada.
Em relação ao diagnóstico de enfermagem Estilo de vida sedentário, as
características definidoras encontradas foram: Verbaliza preferência por atividades com pouco
exercício físico (93,4%) e Escolhe uma rotina diária sem exercícios físicos (76,0%).
O diagnóstico Mobilidade no leito prejudicada apresentou a seguinte
característica: Capacidade prejudicada de virar-se de um lado para o outro (69,4%) e o
diagnóstico Fadiga, a característica Incapacidade de manter o nível habitual de atividade física
(67,8%).
54
Na Tabela 6 expõe-se a distribuição dos fatores relacionados identificados nos
clientes com acidente vascular encefálico.
Tabela 6 – Distribuição dos fatores relacionados identificados nos clientes com acidente
vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Fatores Relacionados ° %
Força muscular diminuída 112 92,6
Prejuízos neuromusculares 112 92,6
Equilíbrio prejudicado 69 57,0
Prejuízos sensório-perceptivos 53 43,8
Contraturas 22 18,2
P 75
1
Estados de doença 20 16,5
Enrijecimento das articulações 19 15,7
Prejuízo cognitivo 16 13,2
Controle muscular diminuído 12 9,9
Diminuição da massa muscular 8 6,6
P 50
2
Imobilidade 6 5,0
Depressão 5 4,1
Estilo de vida sedentário 3 2,5
Ansiedade 2 1,7
Resistência diminuída 2 1,7
Medo de cair 2 1,7
P 25
3
Repouso no leito 2 1,7
Descondicionamento 1 0,8
Prejuízos musculoesqueléticos 1 0,8
Dor 1 0,8
Índice de massa corporal acima dos 75% apropriados para a idade 1 0,8
1
P75 - Percentil 75.
2
P50 - Percentil 50.
3
P25 - Percentil 25.
No estudo, foram identificados 21 fatores relacionados. A maior parte destes
fatores constava em menos de 40% dos clientes. Força muscular insuficiente e Prejuízos
neuromusculares (92,6%) são fatores relacionados existentes nos diagnósticos de enfermagem
do estudo: Mobilidade física prejudicada, Mobilidade no leito prejudicada, Mobilidade com
cadeira de rodas prejudicada, Capacidade de transferência prejudicada e Deambulação
prejudicada.
O fator relacionado Equilíbrio prejudicado (57%) está presente nos diagnósticos
do estudo: Capacidade de transferência prejudicada e Deambulação prejudicada. Já os fatores
Prejuízos sensório-perceptivos (43,8%) e Contraturas (18,2%) fazem parte do diagnóstico
Mobilidade física prejudicada.
Adiante, segue a Tabela 7 com a distribuição dos fatores de risco identificados nos
clientes do estudo.
55
Tabela 7 Distribuição dos fatores de risco identificados nos clientes com acidente vascular
encefálico. Fortaleza, 2008
Fatores de Risco ° %
Estado de não-condicionamento físico 111 91,7
Mobilidade física prejudicada 109 90,1
Força diminuída nas extremidades inferiores 108 89,3
Presença de problemas circulatórios 100 82,6
Paralisia 99 81,8
Dificuldade na marcha 98 81,0
Agentes anti-hipertensivos 92 76,0
Equilíbrio prejudicado 68 56,0
P 75
1
Inibidores da ECA 62 51,2
Déficits proprioceptivos 47 38,8
Dificuldades visuais 45 37,2
Idade acima de 65 anos 44 36,4
Diuréticos 34 28,1
Uso de cadeira de rodas 31 25,6
Dor intensa 26 21,5
Uso de dispositivos auxiliares 26 21,5
Imobilização 22 18,2
P 50
2
Incontinência 20 16,5
Estado mental rebaixado 19 15,7
Nível de consciência alterado 9 7,4
Morar sozinho 9 7,4
Prótese de membro inferior 7 5,8
Imobilização mecânica 6 5
Artrite 5 4,1
Antidepressivos tricíclicos 5 4,1
Agentes ansiolíticos 4 3,3
P 25
3
Anemias 3 2,5
Condições pós-operatórias 3 2,5
Diarréia 3 2,5
Uso de álcool 3 2,5
Presença de doença aguda 2 1,7
Tranqüilizantes 2 1,7
Problemas nos pés 1 0,8
Vertigem ao estender o pescoço 1 0,8
Vertigem ao virar o pescoço 1 0,8
1
P75 - Percentil 75.
2
P50 - Percentil 50.
3
P25 - Percentil 25.
Foram identificados 35 fatores de risco no estudo. Destes, oito tiveram percentil
acima de 75 e freqüência superior a 55%. Diante disto, foram considerados para análise
estatística.
Como percebeu-se, os indicadores de risco Estado de não condicionamento físico
(91,7%) e Presença de problemas circulatórios (82,6%) fazem parte do diagnóstico de
enfermagem do estudo: Risco de intolerância à atividade. Já o fator de risco paralisia (81,8%)
está presente no diagnóstico Risco de síndrome do desuso.
56
Quanto ao diagnóstico do estudo Risco de quedas, possui determinados riscos
acima do percentil 75: Dificuldade na marcha (81,0%), Equilíbrio prejudicado (56,0%), Força
diminuída nas extremidades inferiores (89,3%), Mobilidade física prejudica (90,1%) e
Agentes anti-hipertensivos (76,0%).
A seguir, nas Tabelas 8 a 14 são expostas as estatísticas de associação entre os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência dos diagnósticos de
enfermagem com freqüência acima de 50%.
Tabela 8 - Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Risco de queda. Fortaleza, 2008
Variáveis
Risco de queda
Total Estatísticas
Presente Ausente
1. Sexo
Masculino 63 1 64 p = 0,187
1
Feminino 53 4 57 RP = 1,059
Total 116 5 121 IC95%: 0,980 – 1,144
2. Estado civil
Com companheiro 61 3 64 p = 1,000
1
Sem companheiro 55 2 57 RP = 0,988
Total 116 5 121 IC95%: 0,918 – 1,063
3. Estado ocupacional
Ativo 4 2 6 P = 0,003
1
Inativo 90 0 90 RP = 1,50
Total 94 2 96 IC95%: 0,852 – 2,64
4. Cuidador
Presente 101 2 103 p = 0,070
1
Ausente 12 2 14 RP = 1,144
Total 113 4 117 IC95%: 0,922 – 1,419
5. Hipertensão arterial
Presente 99 4 103 p = 0,560
1
Ausente 17 1 18 RP = 1,018
Total 116 5 121 IC95%: 0,904 – 1,146
6. Diabetes mellitus
Presente 26 2 28 p = 0,327
1
Ausente 90 3 93 RP = 0,960
Total 116 5 121 IC95%: 0,860 – 1,070
7. Cardiopatia
Presente 26 2 28 p = 0,327
1
Ausente 90 3 93 RP = 0,960
Total 116 5 121 IC95%: 0,860 – 1,070
8. Dislipidemia
Presente 35 1 36 p = 1,000
1
Ausente 81 4 85 RP = 1,020
Total 116 5 121 IC95%: 0,949 – 1,097
9. Sedentarismo
Presente 69 2 71 p = 0,820
1
Ausente 47 3 50 RP = 1,034
Total 116 5 121 IC95%: 0,954 – 1,120
57
Variáveis Risco de queda
Total Estatísticas
Presente Ausente
10. Tabagismo ativo
Presente 18 0 18 p = 1,000
1
Ausente 97 5 102 RP = 1,052
Total 115 5 120 IC95%: 1,006 – 1,099
11. Tabagismo passivo
Presente 22 1 23 p = 1,000
1
Ausente 92 4 96 RP = 1,728
Total 114 5 119 IC95%: 0,186 – 16,024
12. Bebida alcoólica
Presente 15 2 17 p = 0,144
1
Ausente 101 3 104 RP = 0,909
Total 116 5 121 IC95%: 0,761 – 1,084
13. Uso de
anticoncepcionais
Presente 9 0 9 p = 1,000
1
Ausente 107 5 112 RP = 1,047
Total 116 5 121 IC95%: 1,006 – 1,089
14. Idade
Média 62,420 43,800 p = 0,001
3
Desvio padrão ±11,866 ±13,255 Teste de Levene: 0,535
15. IMC
Média 26,106 25,267 p = 0,807
3
Desvio padrão ±5,886 ±2,558 Teste de Levene: 0,407
Média dos Postos
16. Tempo de
escolaridade
54,500 76,400 p = 0,131
4
17. Renda per capita
57,810 39,400 p = 0,217
4
18. Quantidade de AVE
61,200 44,500 p = 0,176
4
19. Tempo do último
AVE
60,430 62,000 p = 0,921
4
20. Tempo de freqüência
na ABCR
54,670 40,300 p = 0,308
4
1
Teste de Fisher.
2
Teste Qui-Quadrado. RP - Razão de Prevalência, com Intervalo de Confiança - IC de 95%.
3
Teste T supondo variâncias iguais.
4
Teste de Mann-Whitney.
Como mostra a Tabela 8, o diagnóstico de enfermagem Risco de queda foi
encontrado em 116 clientes, dos quais 63 do sexo masculino e 53 do feminino. Em relação
aos dados sociodemográficos, houve associação estatística e significante entre idade e o
diagnóstico de enfermagem Risco de queda (p = 0,001).
Entretanto, ao analisar a presença de indicadores de risco com o desenvolvimento
do diagnóstico Risco de queda não houve associação estatística. Mas chama a atenção o fato
de 99 clientes com este diagnóstico presente serem portadores de hipertensão arterial e 69
serem classificados como sedentários.
Ademais, ao se comparar a média dos postos do tempo de escolaridade, renda per
capita, quantidade de AVE, tempo do último AVE e de freqüência na ABCR, não houve
associação com significância estatística.
58
Tabela 9 - Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Mobilidade física prejudicada. Fortaleza, 2008
Variáveis
Mobilidade física prejudicada
Total Estatísticas
Presente Ausente
1. Sexo
Masculino 57 7 64 p = 0,691
1
Feminino 52 5 57 RP = 0,976
Total 109 12 121 IC95%: 0,868 – 1,098
2. Estado civil
Com companheiro 58 6 64 p = 0,832
1
Sem companheiro 51 6 57 RP = 1,013
Total 109 12 121 IC95%: 0,899 – 1,141
3. Estado ocupacional
Ativo 2 4 6 p = 0,000
1
Inativo 85 5 90 RP = 2,830
Total 87 9 96 IC95%: 0,910– 8,790
4. Cuidador
Presente 94 9 103 p = 0,619
2
Ausente 12 2 14 RP = 1,065
Total 106 11 117 IC95%: 0,853 – 1,329
5. Hipertensão arterial
Presente 92 11 103 p = 0,692
2
Ausente 17 1 18 RP = 0,946
Total 109 12 121 IC95%: 0,830 – 1,078
6. Diabetes mellitus
Presente 26 2 28 p = 0,731
2
Ausente 83 10 93 RP = 1,040
Total 109 12 121 IC95%: 0,919 – 1,179
7. Cardiopatia
Presente 24 4 28 p = 0,470
2
Ausente 85 8 93 RP = 0,938
Total 109 12 121 IC95%: 0,796 – 1,104
8. Dislipidemia
Presente 34 2 36 p = 0,507
2
Ausente 75 10 85 RP = 1,070
Total 109 12 121 IC95%: 0,958 – 1,196
9. Sedentarismo
Presente 66 5 71 p = 0,231
2
Ausente 43 7 50 RP = 1,081
Total 109 12 121 IC95%: 0,950 – 1,230
10. Tabagismo ativo
Presente 16 2 18 p = 1,000
2
Ausente 92 10 102 RP = 0,986
Total 108 12 120 IC95%: 0,827 – 1,174
11. Tabagismo passivo
Presente 19 4 23 p = 0,243
2
Ausente 88 8 96 RP = 0,901
Total 107 12 119 IC95%: 0,74 – 1,097
59
Variáveis
Mobilidade física prejudicada
Total Estatísticas
Presente Ausente
12. Bebida alcoólica
Presente 13 4 17 p = 0,065
2
Ausente 96 8 104 RP = 0,828
Total 109 12 121 IC95%: 0,633 – 1,085
13. Uso de
anticoncepcionais
Presente 9 0 9 p = 0,596
2
Ausente 100 12 112 RP = 1,120
Total 109 12 121 IC95%: 1,050 – 1,194
14. Idade
Média 62,20 56,67 p = 0,145
3
Desvio padrão ±11,929 ±16,126 Teste de Levene: 0,283
15. IMC
Média 26,093 25,817 p = 0,911
3
Desvio padrão ±5,736 ±6,471 Teste de Levene: 0,601
Média dos Postos
16. Tempo de
escolaridade
53,820
69,250
p = 0,111
4
17. Renda per capita
56,44 61,710 p = 0,597
4
18. Quantidade de AVE
61,780 48,960 p = 0,118
4
19. Tempo do último
AVE
61,720
49,500
p = 0,247
4
20. Tempo de freqüência
na ABCR
55,300
41,400
p = 0,174
4
1
Teste de Fisher.
2
Teste Qui-Quadrado. RP - Razão de Prevalência, com Intervalo de Confiança - IC de 95%.
3
Teste T supondo variâncias iguais.
4
Teste de Mann-Whitney.
Em relação ao diagnóstico de enfermagem Mobilidade física prejudicada, esteve
presente em 109 clientes: 57 do sexo masculino e 52 do feminino. Não houve associação
estatística e significante entre as vaiáveis e este diagnóstico. No entanto, observam-se muitos
cientes com esse diagnóstico e com outros indicadores de riscos.
Tabela 10 - Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Deambulação prejudicada. Fortaleza, 2008
Variáveis
Deambulação prejudicada
Total Estatísticas
Presente Ausente
1. Sexo
Masculino 54 10 64 p = 0,806
1
Feminino 49 8 57 RP = 0,982
Total 103 18 121 IC95%: 0,846 – 1,139
2. Estado civil
Com companheiro 55 9 64 p = 0,790
1
Sem companheiro 48 9 57 RP = 1,021
Total 103 18 121 IC95%: 0,878 – 1,185
3. Estado ocupacional
Ativo 2 4 6 p = 0,002
1
Inativo 81 9 90 RP = 2,700
Total 83 13 96 IC95%: 0,870 – 8,390
60
Variáveis Deambulação prejudicada
Total Estatísticas
Presente Ausente
4. Cuidador
Presente 90 13 103 p = 0,405
2
Ausente 11 3 14 RP = 1,112
Total 101 16 117 IC95%: 0,838 – 1,476
5. Hipertensão arterial
Presente 87 16 103 p = 1,000
2
Ausente 16 2 18 RP = 0,950
Total 103 18 121 IC95%: 0,791 – 1,141
6. Diabetes mellitus
Presente 26 2 28 p = 0,239
2
Ausente 77 16 93 RP = 1,122
Total 103 18 121 IC95%: 0,977 – 1,288
7. Cardiopatia
Presente 22 6 28 p = 0,362
2
Ausente 81 12 93 RP = 0,902
Total 103 18 121 IC95%: 0,732 – 1,111
8. Dislipidemia
Presente 30 6 36 p = 0,719
2
Ausente 73 12 85 RP = 0,970
Total 103 18 121 IC95%: 0,819 – 1,150
9. Sedentarismo
Presente 61 10 71 p = 0,771
2
Ausente 42 8 50 RP = 1,023
Total 103 18 121 IC95%: 0,877 – 1,192
10. Tabagismo ativo
Presente 17 1 18 p = 0,304
2
Ausente 85 17 102 RP = 1,133
Total 102 18 120 IC95%: 0,984 – 1,306
11. Tabagismo passivo
Presente 18 5 23 p = 0,338
2
Ausente 83 13 96 RP = 0,905
Total 101 18 119 IC95%: 0,720 – 1,139
12. Bebida alcoólica
Presente 12 5 17 p = 0,132
2
Ausente 91 13 104 RP = 0,807
Total 103 18 121 IC95%: 0,589 – 1,106
13. Uso de
anticoncepcionais
Presente 7 2 9 p = 0,621
2
Ausente 96 16 112 RP = 0,907
Total 103 18 121 IC95%: 0,635 – 1,297
14. Idade
Média 62,94 54,33 p = 0,006
3
Desvio padrão ±11,905 ±13,218 Teste de Levene: 0,560
15. IMC
Média 25,996 26,408 p = 0,824
3
Desvio padrão ±5,766 ±5,928 Teste de Levene: 0,388
Média dos Postos
16. Tempo de
escolaridade
54,670
60,060
p = 0,519
4
17. Renda per capita
58,630 48,390 p = 0,222
4
18. Quantidade de AVE
63,320 44,500 p = 0,006
4
61
Média dos Postos
19. Tempo do último
AVE
61,230
56,360
p = 0,583
4
20. Tempo de freqüência
na ABCR
54,990
49,080
p = 0,457
4
1
Teste de Fisher.
2
Teste Qui-Quadrado. RP - Razão de Prevalência, com Intervalo de Confiança - IC de 95%.
3
Teste T supondo variâncias iguais.
4
Teste de Mann-Whitney.
De acordo com os dados, o diagnóstico de enfermagem Deambulação prejudicada
foi identificado em 103 clientes: 54 do sexo masculino e 49 do feminino. Houve associação
estatística e significante entre idade e Deambulação prejudicada (p = 0,006).
Além disso, ao comparar a média dos postos da variável quantidade de AVE com
o diagnóstico Deambulação prejudicada, percebe-se que a quantidade de AVE foi
significativamente maior em quem tinha o diagnóstico presente (p = 0,006).
As outras variáveis não mostraram significância estatística com o diagnóstico
Deambulação prejudicada, apesar de em alguns clientes haver essas variáveis.
Tabela 11 - Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Estilo de vida sedentário. Fortaleza, 2008
Variáveis
Estilo de vida sedentário
Total Estatísticas
Presente Ausente
1. Sexo
Masculino 58 11 64 p = 0,836
1
Feminino 48 9 57 RP = 0,983
Total 101 20 121 IC95%: 0,839 – 1,152
2. Estado civil
Com companheiro 52 12 64 p = 0,486
1
Sem companheiro 49 8 57 RP = 0,945
Total 101 20 121 IC95%: 0,807 – 1,107
3. Estado ocupacional
Ativo 2 4 6 p = 0,010
1
Inativo 76 14 90 RP = 2,530
Total 78 18 96 IC95%: 0,810 – 7,880
4. Cuidador
Presente 91 12 103 p = 0,002
2
Ausente 7 7 14 RP = 1,767
Total 98 19 117 IC95%: 1,042 – 2,997
5. Hipertensão arterial
Presente 86 17 103 p = 1,000
2
Ausente 15 3 18 RP = 1,002
Total 101 20 121 IC95%: 0,801 – 1,253
6. Diabetes mellitus
Presente 25 3 28 p = 0,562
2
Ausente 76 17 93 RP = 1,093
Total 101 20 121 IC95%: 0,931 – 1,283
7. Cardiopatia
Presente 23 5 28 p = 0,779
2
Ausente 78 15 93 RP = 0,979
Total 101 20 121 IC95%: 0,806 – 1,189
62
Variáveis Estilo de vida sedentário
Total Estatísticas
Presente Ausente
8. Dislipidemia
Presente 32 4 36 p = 0,296
1
Ausente 69 16 85 RP = 1,095
Total 101 20 121 IC95%: 0,938 – 1,278
9. Sedentarismo
Presente 64 7 71 p = 0,019
1
Ausente 37 13 50 RP = 1,218
Total 101 20 121 IC95%: 1,016 – 1,460
10. Tabagismo ativo
Presente 17 1 18 p = 0,302
2
Ausente 83 19 102 RP = 1,161
Total 100 20 120 IC95%: 1,003 – 1,342
11. Tabagismo passivo
Presente 19 4 23 p = 1,000
2
Ausente 80 16 96 RP = 0,991
Total 99 20 119 IC95%: 0,805 – 1,220
12. Bebida alcoólica
Presente 13 4 17 p = 0,480
2
Ausente 88 16 104 RP = 0,904
Total 101 20 121 IC95%: 0,686 – 1,191
13. Uso de
anticoncepcionais
Presente 8 1 9 p = 1,000
2
Ausente 93 19 112 RP = 1,070
Total 101 20 121 IC95%: 0,837 – 1,369
14. Idade
Média 62,34 58,15 p = 0,170
3
Desvio padrão ±12,302 ±12,881 Teste de Levene: 0,962
15. IMC
Média 25,996 26,408 p = 0,824
3
Desvio padrão ±5,766 ±5,928 Teste de Levene: 0,977
Média dos Postos
16. Tempo de
escolaridade
53,090
66,350
p = 0,091
4
17. Renda per capita
58,860 47,790 p = 0,177
4
18. Quantidade de AVE
62,320 51,420 p = 0,099
4
19. Tempo do último
AVE
57,500
76,420
p = 0,029
4
20. Tempo de
freqüência na ABCR
52,550
61,680
p = 0,262
4
1
Teste de Fisher.
2
Teste Qui-Quadrado. RP - Razão de Prevalência, com Intervalo de Confiança - IC de 95%.
3
Teste T supondo variâncias iguais.
4
Teste de Mann-Whitney.
No estudo, 101 clientes tiveram o diagnóstico de enfermagem Estilo de vida
sedentário. Destes, 58 eram do sexo masculino e 48 do feminino. Houve associação
significativa entre ter cuidador e este diagnóstico (p = 0,002). Com isso, o fato de o cliente
dispor de cuidador aumentou mais de uma vez a probabilidade de ter Estilo de vida sedentário
(RP = 1,767) em relação àqueles que não possuíam cuidador.
63
Ao analisar as variáveis assimétricas, encontrou-se associação estatística ao
comparar a média dos postos da variável tempo do último AVE e o diagnóstico Estilo de vida
sedentário. Como identificado, o tempo médio do último AVE foi significativamente menor
entre os indivíduos com Estilo de vida sedentário (p = 0,029).
Tabela 12 - Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Risco de síndrome do desuso. Fortaleza, 2008
Variáveis
Risco de síndrome do desuso
Total Estatísticas
Presente Ausente
1. Sexo
Masculino 54 10 64 p = 0,218
1
Feminino 43 14 57 RP = 1,118
Total 97 24 121 IC95%: 0,933 – 1,341
2. Estado civil
Com companheiro 51 13 64 p = 0,889
1
Sem companheiro 46 11 57 RP = 0,87
Total 97 24 121 IC95%: 0,827 – 1,179
3. Estado ocupacional
Ativo 2 4 6 p = 0,004
1
Inativo 76 14 90 RP = 2,530
Total 78 18 96 IC95%: 0,810 – 7,880
4. Cuidador
Presente 87 16 103 p = 0,024
2
Ausente 8 6 14 RP = 1,478
Total 95 22 117 IC95%: 1,032 – 2,344
5. Hipertensão arterial
Presente 82 21 103 p = 1,000
2
Ausente 15 3 18 RP = 0,955
Total 97 24 121 IC95%: 0,760 – 1,201
6. Diabetes mellitus
Presente 25 3 28 p = 0,167
1
Ausente 72 21 93 RP = 1,153
Total 97 24 121 IC95%: 0,974 – 1,365
7. Cardiopatia
Presente 22 6 28 p = 0,809
1
Ausente 75 18 93 RP = 0,974
Total 97 24 121 IC95%: 0,784 – 1,211
8. Dislipidemia
Presente 29 7 36 p = 0,944
1
Ausente 68 17 85 RP = 1,007
Total 97 24 121 IC95%: 0,831 – 1,221
9. Sedentarismo
Presente 60 11 71 p = 0,154
1
Ausente 37 13 50 RP = 1,142
Total 97 24 121 IC95%: 0,942 – 1,384
10. Tabagismo ativo
Presente 15 3 18 p = 1,000
2
Ausente 81 21 102 RP = 1,049
Total 96 24 120 IC95%: 0,835 – 1,319
64
Variáveis Risco de síndrome do desuso
Total Estatísticas
Presente Ausente
11. Tabagismo passivo
Presente 19 4 23 p = 0,563
2
Ausente 80 16 96 RP = 1,113
Total 99 20 119 IC95%: 0,920 – 1,347
12. Bebida alcoólica
Presente 13 4 17 p = 0,744
2
Ausente 84 20 104 RP = 0,947
Total 97 24 121 IC95%: 0,716 – 1,253
13. Uso de
anticoncepcionais
Presente 8 1 9 p = 0,686
2
Ausente 89 23 112 RP = 1,119
Total 97 24 121 IC95%: 0,872 – 1,436
14. Idade
Média 61,830 60,880 p = 0,738
3
Desvio padrão ±12,071 ±14,081 Teste de Levene: 0,361
15. IMC
Média 25,142 29,646 p = 0,105
4
Desvio padrão ±3,916 ±9,522 Teste de Levene: 0,002
16. Tempo de
escolaridade
Média 6,210 5,170 p = 0,357
3
Desvio padrão 4,880 4,260 Teste de Levene: 0,190
Média dos Postos
17. Renda per capita
57,410 55,190 p = 0,778
4
18. Quantidade de AVE
62,460 52,650 p = 0,111
4
19.
Tempo do último AVE
60,810 59,270 p = 0,846
5
20. Tempo de freqüência
na ABCR
56,330
45,50
p = 0,135
5
1
Teste Qui-Quadrado.
2
Teste de Fisher. RP - Razão de Prevalência, com Intervalo de Confiança - IC de 95%.
3
Teste T supondo variâncias iguais.
4
Teste T supondo variâncias desiguais.
5
Teste de Mann-Whitney.
De acordo com a Tabela 12, observa-se a presença de 54 clientes do sexo masculino
e 43 do feminino, no total de 97 participantes com o diagnóstico Risco de síndrome do
desuso.
A presença de cuidador aumentou em mais de uma vez a probabilidade da
ocorrência deste diagnóstico (RP = 1,478) quando comparado à ausência de uma pessoa
responsável pelo cuidado do cliente, pois houve associação estatística e significante entre ter
cuidador e o Risco de síndrome do desuso (p = 0,024).
Como observado, nenhuma outra variável evidenciou relação estatística com este
diagnóstico. No entanto, vários indicadores de risco como a hipertensão e o sedentarismo
foram identificados em grande parte dos clientes.
65
Tabela 13 - Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Risco de intolerância à atividade. Fortaleza, 2008
Variáveis
Risco de intolerância à
atividade
Total
Estatísticas
Presente Ausente
1. Sexo
Masculino 47 17 64 p = 0,344
1
Feminino 46 11 57 RP = 0,910
Total 93 28 121 IC95%: 0,749 – 1,105
2. Estado civil
Com companheiro 49 15 64 p = 1,000
1
Sem companheiro 44 13 57 RP = 0,992
Total 93 28 121 IC95%: 0,816 – 1,206
3. Estado ocupacional
Ativo 2 4 6 p = 0,027
1
Inativo 71 19 90 RP = 2,370
Total 73 23 96 IC95%: 0,760 – 7,380
4. Cuidador
Presente 80 23 103 p = 0,318
2
Ausente 9 5 14 RP = 1,208
Total 89 28 117 IC95%: 0,807 – 1,810
5. Hipertensão arterial
Presente 86 17 103 p = 0,000
2
Ausente 7 11 18 RP = 2,147
Total 93 28 121 IC95%: 1,196 – 3,856
6. Diabetes mellitus
Presente 22 6 28 p = 0,806
1
Ausente 71 22 93 RP = 1,029
Total 93 28 121 IC95%: 0,823 – 1,280
7. Cardiopatia
Presente 24 4 28 p = 0,205
1
Ausente 69 24 93 RP = 1,155
Total 93 28 121 IC95%: 0,953 – 1,401
8. Dislipidemia
Presente 29 7 36 p = 0,153
1
Ausente 64 21 85 RP = 1,070
Total 93 28 121 IC95%: ,875 – 1,309
9. Sedentarismo
Presente 57 14 71 p = 0,287
1
Ausente 36 14 50 RP = 1,115
Total 93 28 121 IC95%: 0,906 – 1,373
10. Tabagismo ativo
Presente 12 6 18 p = 0,363
2
Ausente 80 22 102 RP = ,850
Total 92 28 120 IC95%: 0,604 – 1,197
11. Tabagismo passivo
Presente 21 2 23 p = 0,074
1
Ausente 71 25 96 RP = 1,235
Total 92 27 119 IC95%: 1,038 – 1,468
12. Bebida alcoólica
Presente 14 3 17 p = 0,759
2
Ausente 79 25 104 RP = 1,084
Total 83 28 121 IC95%: 0,848 – 1,385
66
Variáveis Risco de intolerância à
atividade
Total
Estatísticas
Presente Ausente
13. Uso de
anticoncepcionais
Presente 7 2 9 p = 1,000
2
Ausente 86 26 112 RP = 1,013
Total 93 28 121 IC95%: 0,704 – 1,457
14. Idade
Média 62,860 57,480 p = 0,048
3
Desvio padrão ±11,968 ±13,357 Teste de Levene: 0,469
15. IMC
Média 26,159 25,650 p = 0,762
3
Desvio padrão ±5,932 ±5,038 Teste de Levene: 0,969
16. Tempo de
escolaridade
Média 5,980 6,040 p = 0,954
3
Desvio padrão 4,7260 4,9620 Teste de Levene: 0,669
Média dos Postos
17. Renda per capita
56,900 57,380 p = 0,949
4
18. Quantidade de AVE
63,340 51,160 p = 0,036
4
19. Tempo do último
AVE
60,240
61,390
p = 0,880
4
20. Tempo de
freqüência na ABCR
56,860
54,430
p = 0,934
4
1
Teste Qui-Quadrado.
2
Teste de Fisher. RP - Razão de Prevalência, com Intervalo de Confiança - IC de 95%.
3
Teste T supondo variâncias iguais.
4
Teste de Mann-Whitney.
Ao se analisar o diagnóstico de enfermagem Risco de intolerância à atividade,
observa-se a presença deste em 93 clientes, dos quais 49 do sexo masculino e 44 do feminino.
Em relação às variáveis sociodemográficas, a idade revelou associação estatística
com o diagnóstico (p = 0,048).
Quanto aos indicadores de risco, houve associação estatisticamente significante
entre a hipertensão arterial e o Risco de intolerância à atividade (p = 0,000). Como percebeu-
se, os clientes portadores de hipertensão arterial tinham aproximadamente duas vezes mais
probabilidade para este diagnóstico (OR = 2,147) do que os não portadores da doença.
Ao se analisar as variáveis assimétricas, encontrou-se associação estatística na
comparação entre a média dos postos da variável quantidade de AVE e o diagnóstico Risco de
intolerância à atividade (p = 0,036). Conforme mostram os dados, a quantidade de AVE foi
maior em quem tinha o Risco de intolerância à atividade.
Finalmente, na Tabela 14, consta a distribuição dos clientes com acidente vascular
encefálico segundo os dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência da
Capacidade de transferência prejudicada.
67
Tabela 14 - Distribuição dos clientes portadores de acidente vascular encefálico, segundo os
dados sociodemográficos e os indicadores de risco para a ocorrência do diagnóstico de
enfermagem Capacidade de transferência prejudicada. Fortaleza, 2008
Variáveis
Capacidade de transferência
prejudicada
Total Estatísticas
Presente Ausente
1. Sexo
Masculino 40 24 64 p = 0,08
1
Feminino 44 13 57 RP = 0,810
Total 84 37 121 IC95%: 0,639 – 1,026
2. Estado civil
Com companheiro 43 21 64 p = 0,572
1
Sem companheiro 41 16 57 RP = 0,934
Total 84 37 121 IC95%: 0,738 – 1,182
3. Estado ocupacional
Ativo 1 5 6 p = 0,010
1
Inativo 65 25 90 RP = 4,330
Total 66 30 96 IC95%: 0,720 – 26,050
4. Cuidador
Presente 78 25 103 p = 0,001
2
Ausente 4 10 14 RP = 2,650
Total 82 35 117 IC95%: 1,149 – 6,111
5. Hipertensão arterial
Presente 73 30 103 p = 0,407
1
Ausente 11 7 18 RP = 1,160
Total 84 37 121 IC95%: 0,786 – 1,711
6. Diabetes mellitus
Presente 21 7 28 p = 0,465
1
Ausente 63 30 93 RP = 1,107
Total 84 37 121 IC95%: 0,857 – 1,430
7. Cardiopatia
Presente 16 12 28 p = 0,108
1
Ausente 68 25 93 RP = 0,782
Total 84 37 121 IC95%: 0,554 – 1,102
8. Dislipidemia
Presente 24 12 36 p = 0,669
1
Ausente 60 25 85 RP = 0,944
Total 84 37 121 IC95%: 0,722 – 1,236
9. Sedentarismo
Presente 51 20 71 p = 0,493
1
Ausente 33 17 50 RP = 1,088
Total 84 37 121 IC95%: 0,851 – 1,393
10. Tabagismo ativo
Presente 10 8 18 p = 0,147
1
Ausente 74 28 102 RP = 1,619
Total 84 36 120 IC95%: 0,884 – 2,966
11. Tabagismo passivo
Presente 13 10 23 p = 0,127
1
Ausente 71 25 96 RP = 0,670
Total 84 35 119 IC95%: 0,939 – 2,967
12. Bebida alcoólica
Presente 4 13 17 p = 0,000
1
Ausente 80 24 104 RP = 0,306
Total 84 37 121 IC95%: 0,129 – 0,725
68
Variáveis Capacidade de transferência
prejudicada
Total Estatísticas
Presente Ausente
13. Uso de
anticoncepcionais
Presente 6 3 9 p = 1,000
2
Ausente 78 34 112 RP = 0,957
Total 84 37 121 IC95%: 0,394 – 1,544
14. Idade
Média 62,91 58,81 p = 0,096
3
Desvio padrão ±12,036 ±13,030 Teste de Levene: 0,521
15. IMC
Média 25,914 26,393 p = 0,751
3
Desvio padrão ±3,996 ±8,438 Teste de Levene: 0,052
16. Tempo de
escolaridade
Média 5,570 6,860 p = 0,182
3
Desvio padrão 4,469 5,260 Teste de Levene: 0,092
Média dos Postos
17. Renda per capita
54,480 62,610 p = 0,220
4
18. Quantidade de AVE
62,490 56,040 p = 0,227
4
19. Tempo do último
AVE
60,360 60,820 p = 0,947
4
20. Tempo de freqüência
na ABCR
53,770 54,520 p = 0,908
4
1
Teste de Fisher.
2
Teste Qui-Quadrado. RP - Razão de Prevalência, com Intervalo de Confiança - IC de 95%.
3
Teste T supondo variâncias iguais.
4
Teste de Mann-Whitney.
No estudo, identificaram-se 84 clientes com o diagnóstico de enfermagem
Capacidade de transferência prejudicada. Destes, 44 eram do sexo feminino e 40 do
masculino.
Os clientes que possuíam pessoas responsáveis pelo seu cuidado tinham
aproximadamente três vezes mais probabilidade para Capacidade de transferência prejudica
(RP = 2,650) quando comparados aos que não tinham cuidadores, pois houve associação
significativa entre ter cuidador e este diagnóstico de enfermagem (p = 0,001).
Em relação aos indicadores de risco, houve associação entre bebida alcoólica e a
Capacidade de transferência prejudicada (p = 0,000). Mas, Ingerir bebida alcoólica foi fator
protetor para ocorrência deste diagnóstico (RP < 1). Acredita-se ser esta uma relação espúria.
Na Tabela 15 faz-se a distribuição estatística entre os diagnósticos de enfermagem
com freqüência acima de 50% presentes nos clientes portadores de acidente vascular
encefálico.
69
Tabela 15 Distribuição das estatísticas de associação entre os diagnósticos de enfermagem
apresentados pelos clientes com acidente vascular encefálico. Fortaleza, 2008
Diagnósticos de
Enfermagem
CTP
1
RIA
2
RSD
3
EVS
4
DP
5
MFP
6
RQ
7
Valor p
RP
IC (95%)
0,030
*
1,108
(1,004-
1,242)
0,081
*
1,096
(0,961-
1,250)
0,005
*
1,188
(1,037-
1,523)
0,031
*
1,153
(1,058-
1,389)
0,000
*
1,385
(1,040-
1,844)
0,000
*
1,486
(1,022- 2,218)
MFP
6
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
*
1,406
(1,139-
1,736
0,146
*
1,126
(0,938-
1,351)
0,002
*
2,026
(1,032-
3,976
0,028
*
1,241
(1,095-
1,607)
0,000
*
1,730
(1,142-
2,620)
-
DP
5
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
**
1,532
(1,186-
1,979)
0,362
*
1,109
(0,900-
1,366
0,009
*
1,345
(1,006-
1,799)
0,012
*
1,371
(1,087-
1,904)
-
-
EVS
4
Valor p
RP
IC (95%)
0,002
**
1,881
(1,087-
3,255)
0,019
*
1,476
(1,083-
2,218)
0,001
*
1,723
(1,104-
2,689)
-
-
-
RSD
3
Valor p
RP
IC (95%)
0,027
**
1,269
(1,047-
1,612)
0,016
**
1,321
(1,101-
1,764)
-
-
-
-
RIA
2
Valor p
RP
IC (95%)
0,108
**
1,198
(0,937-
1,532)
-
-
-
-
-
RQ
1
Risco de queda. MFP
2
Mobilidade física prejudicada. DP
3
Deambulação prejudicada. EVS
4
Estilo de
vida sedentário. RSD
5
Risco de síndrome do desuso. RIA
6
Risco de intolerância à atividade. CTP
7
Capacidade
de transferência prejudicada.
*
Teste Exato de Fischer.
**
Teste Qui-Quadrado. RP - Razão de Prevalência com
Intervalo de Confiança de 95%.
De acordo com os dados, o diagnóstico Risco de queda mostrou associação
estatisticamente significante com todos os outros diagnósticos de enfermagem analisados,
com exceção do Risco de intolerância à atividade (p = 0,081). Diante disso, os clientes que
tinham Risco de queda apresentaram acima de uma vez mais probabilidade de desenvolver
Capacidade de transferência prejudicada, Risco de síndrome do desuso, Estilo de vida
sedentário e Mobilidade física prejudicada.
Em relação ao diagnóstico Mobilidade física prejudicada, embora também não
tenha evidenciado associação estatística com o Risco de intolerância à atividade (p = 0,146),
70
teve associação com os demais. Diante disso, os clientes portadores de acidente vascular
encefálico com Mobilidade física prejudicada tiveram acima de uma vez mais probabilidade
para a Capacidade de transferência prejudicada, Risco de síndrome do desuso, Estilo de vida
sedentário e Deambulação prejudicada.
Com exceção do diagnóstico Risco de intolerância à atividade, a Deambulação
prejudicada apresentou associação estatisticamente significante com todos os demais
diagnósticos de enfermagem analisados.
Assim, os clientes com Deambulação prejudicada possuíam probabilidade superior
a uma vez de terem Capacidade de transferência prejudicada, Risco de síndrome do desuso e
Estilo de vida sedentário.
Além dos referidos, os diagnósticos de enfermagem Estilo de vida sedentário e
Risco de síndrome do desuso mostraram associação estatisticamente significante com todos
os outros diagnósticos de enfermagem analisados.
Com isso, os clientes portadores de Estilo de vida sedentário tiveram acima de
uma vez mais probabilidade de desenvolverem Capacidade de transferência prejudicada,
Risco de intolerância à atividade e Risco de síndrome do desuso.
Sobre o diagnóstico de enfermagem Risco de síndrome do desuso, os clientes com
este diagnóstico tiveram aproximadamente uma vez mais probabilidade para Capacidade de
transferência prejudicada (RP = 1,269) e Risco de intolerância à atividade (RP = 1,321).
Conforme observado, este último diagnóstico também não apresentou associação
estatística com Capacidade de transferência prejudicada, que revelou associação com todos os
outros diagnósticos de enfermagem analisados e já citados.
Na Tabela 16 constam dados sobre a associação estatística entre as características
definidoras com percentil acima de 75 e os diagnósticos de enfermagem com freqüência
acima de 50%.
Tabela 16 Distribuição das estatísticas de associação entre as características definidoras e a
ocorrência dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos clientes com acidente vascular
encefálico. Fortaleza, 2008
Características
Definidoras
Diagnósticos de Enfermagem
RQ
1
MFP
2
DP
3
EVS
4
RSD
5
RIA
6
CTP
7
VPACPEF
8
Valor p
RP
IC (95%)
0,035
*
1,298
(1,006-
1,939)
0,032
*
1,473
(1,021-
2,526)
0,002
*
2,360
(1,025-
5,787)
0,000
*
7,080
(1,130-
44,336)
0,008
*
2,218
(1,014-
5,448)
0,016
*
2,124
(1,051-
5,221)
0,001
*
5,876
(1,036-
36,878)
71
Características
Definidoras
Diagnósticos de Enfermagem
RQ
1
MFP
2
DP
3
EVS
4
RSD
5
RIA
6
CTP
7
CPAA
9
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
*
1,385
(1,040-
1,844)
0,000
*
1,730
(1,142-
2,620)
0,000
*
17,825
(2,653-
119,756)
0,077*
1,296
(0,927-
1,813)
0,049
*
1,366
(1,065-
1,995)
0,562
*
1,075
(0,793-
1,458)
0,000
**
3,495
(1,464-
8,346)
CPPD
10
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
*
1,333
(1,035-
1,717)
0,000
*
1,601
(1,117-
2,294)
0,000
*
10,000
(2,685-
37,239)
0,005
*
1,469
(1,020-
2,115)
0,027
*
1,403
(1,049-
2,026)
0,243
*
1,219
(0,870-
1,707)
0,000
**
3,960
(1,639-
9,569)
DV
11
Valor p
RP
IC (95%)
0,005
*
1,188
(1,025-
1,422))
0,000
*
2,000
(1,341-
2,984)
0,000
*
1,573
(1,116-
2,217)
0,073
*
1,223
(0,935-
1,599)
0,000
*
1,934
(1,245-
3,006)
0,186
**
1,191
(0,882-
1,608)
0,000
**
2,062
(1,217-
3,495)
TRD
12
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
*
1,238
(1,026-
1,494)
0,000
*
1,715
(1,233-
2,385)
0,000
*
1,895
(1,286-
2,791)
0,136
*
1,181
(0,923-
1,512)
0,001
*
1,496
(1,066-
2,099)
0,606
**
1,066
(0,825-
1,378)
0,001
**
1,816
(1,144-
2,884)
CPSDC
13
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
*
1,217
(1,024-
1,447)
0,000
*
1,629
(1,209-
2,197)
0,000
*
2,800
(1,703-
4,602)
0,019
*
1,299
(1,032-
1,695)
0,003
**
1,417
(1,040-
1,930)
0,437
**
1,099
(0,850-
1,421)
0,000
**
2,509
(1,451-
4,337)
CPSDC
13
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
*
1,217
(1,024-
1,447)
0,000
*
1,629
(1,209-
2,197)
0,000
*
2,800
(1,703-
4,602)
0,019
*
1,299
(1,032-
1,695)
0,003
**
1,417
(1,040-
1,930)
0,437
**
1,099
(0,850-
1,421)
0,000
**
2,509
(1,451-
4,337)
CPAD
15
Valor p
RP
IC (95%)
0,001
*
1,200
(1,023-
1,408)
0,000
*
1,467
(1,137-
1,893)
0,000
*
2,500
(1,613-
3,875)
0,009
*
1,335
(1,026-
1,737)
0,015
**
1,353
(1,018-
1,800)
0,127
**
1,203
(0,916-
1,581)
0,000
**
2,742
(1,577-
4,785)
CPASI
16
Valor p
RP
IC (95%)
0,001
*
1,200
(1,023-
1,408)
0,000
*
1,467
(1,137-
1,893)
0,000
*
2,500
(1,613-
3,875)
0,009
*
1,335
(1,026-
1,737)
0,015
**
1,353
(1,018-
1,800)
0,127
**
1,203
(0,916-
1,581)
0,000
**
2,742
(1,577-
4,785)
MC
17
Valor p
RP
IC (95%)
0,013
*
1,141
(1,065-
1,315)
0,000
*
1,667
(1,244-
2,232)
0,015
*
1,287
(1,009-
1,643)
0,096
*
1,184
(0,940-
1,490)
0,001
**
1,447
(1,069-
1,959)
0,977
**
1,003
(0,799-
1,259)
0,002
**
1,648
(1,106-
2,456)
ITCPP
18
Valor p
RP
IC (95%)
0,024
*
1,116
(1,024-
1,260)
0,000
*
1,441
(1,150-
1,806)
0,000
**
1,589
(1,208-
2,091)
0,005
**
1,306
(1,032-
1,653)
0,011
**
1,309
(1,016-
1,688)
0,064
**
1,239
(1,045-
1,606)
0,000
**
1,125
(1,021-
1,565)
72
Características
Definidoras
Diagnósticos de Enfermagem
RQ
1
MFP
2
DP
3
EVS
4
RSD
5
RIA
6
CTP
7
CPTCC
19
Valor p
RP
IC (95%)
0,027
*
1,112
(1,123-
1,251)
0,000
*
1,423
(1,144-
1,770)
0,000
**
1,559
(1,197-
2,032)
0,001
**
1,359
(1,068-
1,729)
0,015
**
1,288
(1,007-
1,648)
0,084
**
1,218
(0,946-
1,568)
0,000
**
1,482
(1,23-
1,158)
ITPPC
20
Valor p
RP
IC (95%)
0,027
*
1,112
(1,123-
1,251)
0,000
*
1,423
(1,144-
1,770)
0,000
**
1,559
(1,197-
2,032)
0,001
**
1,359
(1,068-
1,729)
0,015
**
1,288
(1,007-
1,648)
0,084
**
1,218
(0,946-
1,568)
0,000
**
1,482
(1,23-
1,158)
ITPCP
21
Valor p
RP
IC (95%)
0,027
*
1,112
(1,123-
1,251)
0,000
*
1,423
(1,144-
1,770)
0,000
**
1,559
(1,197-
2,032)
0,001
**
1,359
(1,068-
1,729)
0,015
**
1,288
(1,007-
1,648)
0,084
**
1,218
(0,946-
1,568)
0,000
**
1,482
(1,23-
1,158)
CPVLO
22
Valor p
RP
IC (95%)
0,030
*
1,108
(1,084-
1,242)
0,000
*
1,480
(1,184-
1,850)
0,000
**
1,374
(1,091-
1,731)
0,039
**
1,207
(1,028-
1,491)
0,005
**
1,340
(1,042-
1,722)
0,501
**
1,077
(0,859-
1,349)
0,045
**
1,321
(1,010-
1,797)
IMHAF
23
Valor p
RP
IC (95%)
0,037
*
1,101
(1,003-
1,227)
0,054
*
1,144
(0,978-
1,339)
0,004
**
1,274
(1,035-
1,568)
0,000
**
1,446
(1,134-
1,843)
0,000
**
1,530
(1,167-
2,007)
0,022
**
1,294
(1,003-
1,669)
0,032
**
1,340
(1,025-
1,813)
CLDHMF
24
Valor p
RP
IC (95%)
0,011
*
1,111
(1,13-
1,219)
0,000
*
1,316
(1,126-
1,538)
0,000
**
1,494
(1,222-
1,826)
0,001
**
1,328
(1,096-
1,610)
0,154
**
1,142
(0,942-
1,384)
0,803
**
0,975
(0,801-
1,187)
0,000
**
1,985
(1,434-
2,747)
RQ
1
Risco de queda. MFP
2
Mobilidade física prejudicada. DP
3
Deambulação prejudicada. EVS
4
Estilo
de vida sedentário. RSD
5
Risco de síndrome do desuso. RIA
6
Risco de intolerância à atividade. CTP
7
Capacidade de transferência prejudicada. VPACPEF
8
Verbaliza preferência por atividades com pouco
exercício físico. CPAA
9
Capacidade prejudicada de andar em aclive. CPPDN
10
Capacidade prejudicada de
percorrer as distâncias necessárias. DV
11
Dificuldade para virar-se. TRD
12
Tempo de reação diminuído.
CPSDC
13
Capacidade prejudicada de subir e descer de calçadas. ERDSEF
14
Escolha de uma rotina diária
sem exercícios físicos. CPAD
15
Capacidade prejudicada de andar em declive. CPASI
16
Capacidade
prejudicada de andar sobre superfícies irregulares. MNC
17
Movimentos não-coordenados. ITCPP
18
Incapacidade de transferir-se da cadeira para a posição de pé. CPTCC
19
Capacidade prejudicada de transferir-
se do chão para a cadeira. ITPPC
20
Incapacidade de transferir-se da posição de para o chão. ITPCP
21
Incapacidade de transferir-se da posição do chão para a posição de pé. CPVLO
22
Capacidade prejudicada de
virar-se de um lado para outro. IMNHAF
23
– Incapacidade de manter o nível habitual de atividade física.
CLDHMF
24
Capacidade limitada para desempenhar as habilidades motoras finas.
*
Teste Exato de Fischer.
**
Teste Qui-Quadrado.
RP - Razão de Prevalência com Intervalo de Confiança de 95%.
Com base na Tabela 16, consoante se observa, apenas as características
definidoras Verbaliza preferência por atividades com pouco exercício físico (p = 0,016) e
Incapacidade de manter o nível habitual de atividade física (p = 0,022) tiveram associação
73
estatisticamente significante com o diagnóstico de enfermagem Risco de intolerância à
atividade.
Assim, quem Verbalizou preferência por atividades com pouco exercício físico
teve duas vezes mais probabilidade (RP = 2,124) de Risco de intolerância à atividade e quem
apresentou a característica Incapacidade de manter o nível habitual de atividade física possuía
aproximadamente uma vez mais probabilidade (RP = 1,294) para este diagnóstico.
Destarte, como se sabe, diagnósticos de risco não possuem características
definidoras. Por isso nenhuma das características analisadas é específica do Risco de
intolerância à atividade, assim como dos diagnósticos Risco de queda e Risco de síndrome do
desuso.
Na continuidade da análise, quatro características definidoras não tiveram
associação estatisticamente significante com o diagnóstico de enfermagem Estilo de vida
sedentário. São elas: Capacidade prejudicada de andar em aclive (p = 0,077); Dificuldade
para virar-se (p = 0,073); Tempo de reação diminuído (p = 0,136) e Movimentos não-
coordenados (p = 0,096). Entretanto estas quatro características não são específicas deste
diagnóstico.
Além disso, a característica definidora Incapacidade de manter o nível habitual de
atividade física não se associou estatisticamente com o diagnóstico de enfermagem
Mobilidade física prejudicada (p = 0,054), assim como a característica Capacidade limitada
para desempenhar as habilidades motoras finas não se associou com o diagnóstico Risco de
síndrome do desuso (p = 0,154). Mais uma vez, ressalta-se: estas características não são
específicas destes diagnósticos de enfermagem.
Ademais, ao excluir estas exceções citadas, houve associação estatisticamente
significante (p < 0,05) entre todas as características definidoras e os diagnósticos de
enfermagem analisados.
Desta maneira, os clientes com a característica Verbaliza preferência por
atividades com pouco exercício físico, além da associação citada com o diagnóstico de
enfermagem Risco de intolerância à atividade, tiveram acima de uma vez mais probabilidade
de Risco de queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada, Estilo de vida
sedentário, Risco de síndrome do desuso e Capacidade de transferência prejudicada.
Verbaliza preferência por atividades com pouco exercício físico é característica
definidora específica do diagnóstico de enfermagem Estilo de vida sedentário. Desse modo,
justifica o encontro de valor de Razão de Prevalência mais elevado (RP = 7,080).
74
Como observado, os clientes com a característica definidora Capacidade
prejudicada de andar em aclive tiveram acima de uma vez mais probabilidade de desenvolver
Risco de queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada, Risco de síndrome
do Desuso e Capacidade de transferência prejudicada.
Ressalta-se, também, o seguinte: o valor da Razão de Prevalência elevado quando
está associada à Capacidade prejudicada de andar em aclive com a Deambulação prejudicada
(RP = 17,825) deve-se provavelmente ao fato desta característica ser específica deste
diagnóstico de enfermagem. Este foi o maior valor de Razão de Prevalência encontrado entre
as características definidoras e a ocorrência dos diagnósticos de enfermagem.
Em relação à Capacidade prejudicada de percorrer as distâncias necessárias, os
clientes com esta característica apresentaram probabilidade superior a uma vez para Risco de
queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada, Estilo de vida sedentário,
Risco de síndrome do desuso e Capacidade de transferência prejudicada.
Ao se analisar a característica definidora Dificuldade para virar-se, segundo
observado, os clientes portadores de AVE que possuíam esta característica tiveram acima de
uma vez mais probabilidade para Risco de queda, Mobilidade física prejudicada,
Deambulação prejudicada, Risco de síndrome do desuso e Capacidade de transferência
prejudicada.
aqueles clientes com a característica definidora Tempo de reação diminuído
mostraram aproximadamente duas vezes mais probabilidade de desenvolver Mobilidade física
prejudicada (RP = 1,715). Destaca-se novamente: a característica definidora é específica deste
diagnóstico. Além disso, ao ter o Tempo de reação diminuído, os clientes apresentaram acima
de uma vez mais probabilidade para Risco de queda, Deambulação prejudicada, Risco de
síndrome do desuso e Capacidade de transferência prejudicada.
Quanto à Capacidade prejudicada de subir e descer de calçadas, os clientes com
esta característica demonstraram acima de uma vez mais probabilidade de desenvolver Risco
de queda, Mobilidade física prejudicada, Estilo de vida sedentário, Risco de síndrome do
desuso e Capacidade de transferência prejudicada.
Contudo as características definidoras Capacidade prejudicada de andar em
declive e Capacidade prejudicada de andar sobre superfícies irregulares evidenciaram as
mesmas associações estatísticas e os mesmos valores de Razão de prevalência para todos os
diagnósticos de enfermagem analisados.
Assim, quem possuía essas características teve acima de uma vez mais
probabilidade de Risco de queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada,
75
Estilo de vida sedentário, Risco de síndrome do desuso e Capacidade de transferência
prejudicada.
Conforme identificado, os participantes que apresentaram como característica
definidora movimentos não-coordenados tiveram acima de uma vez mais probabilidade de
Risco de queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada, Risco de síndrome
do desuso e Capacidade de transferência prejudicada.
Ademais, quando presente a característica Incapacidade de transferir-se da cadeira
para a posição de pé, encontrou-se acima de uma vez mais probabilidade dos clientes terem
Risco de queda, Mobilidade física prejudicada e Deambulação prejudicada, Estilo de vida
sedentário, Risco de síndrome do desuso e Capacidade de transferência prejudicada.
As características definidoras Capacidade prejudicada de transferir-se do chão
para a cadeira, Incapacidade de transferir-se da posição de para o chão e Incapacidade de
transferir-se da posição do chão para a posição de pé revelaram semelhante associação
estatística e assim os mesmos valores de Razão de prevalência para os diagnósticos
analisados.
Dessa forma, os clientes com estas características tiveram acima de uma vez mais
probabilidade de Risco de queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada,
Estilo de vida sedentário, Risco de síndrome do desuso e Capacidade de transferência
prejudicada.
Outra observação foi a seguinte: os clientes com a característica definidora
Capacidade prejudicada de virar-se de um lado para outro apresentaram acima de uma vez
mais probabilidade de Risco de queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação
prejudicada, Estilo de vida sedentário, Risco de síndrome do desuso e Capacidade de
transferência prejudicada.
Aqueles com a característica Incapacidade de manter o nível habitual de atividade
física além de associação estatística com o Risco de intolerância à atividade como citado,
tiveram acima de uma vez mais probabilidade de Risco de queda, Deambulação prejudicada,
Estilo de vida sedentário, Risco de síndrome do desuso e Capacidade de transferência
prejudicada.
Estas duas últimas características definidoras: Capacidade prejudicada de virar-se
de um lado para outro e Incapacidade de manter o nível habitual de atividade física são as
únicas não específicas dos sete diagnósticos de enfermagem analisados, pois a primeira é
específica do diagnóstico de enfermagem Mobilidade no leito prejudicada e a segunda do
diagnóstico Fadiga. Tais diagnósticos não apresentaram percentil acima de 75.
76
Em relação à característica definidora Capacidade limitada para desempenhar as
habilidades motoras finas, os clientes que a manifestaram mostraram acima de uma vez mais
probabilidade de desenvolver Risco de queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação
prejudicada, Estilo de vida sedentário e Capacidade de transferência prejudicada.
Com exceção da Capacidade prejudicada de virar-se de um lado para outro e da
Incapacidade de manter o nível habitual de atividade física, as demais características
definidoras são específicas dos quatro diagnósticos de enfermagem reais e tiveram associação
estatística significante.
Na Tabela 17 será descrita a associação estatística entre os fatores relacionados e
os diagnósticos de enfermagem, acima do percentil 75, nos clientes vítimas acidente vascular
encefálico.
Tabela 17 – Distribuição das estatísticas de associação entre os fatores relacionados e a
ocorrência dos diagnósticos de enfermagem apresentados pelos clientes com acidente vascular
encefálico. Fortaleza, 2008
Fatores
relacionados
Diagnósticos de Enfermagem
RQ
1
MFP
2
DP
3
EVS
4
RSD
5
RIA
6
CTP
7
FMD
8
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
*
1,784
(1,994-
3,201)
0,320
*
0,027
(0,009-
0,082)
0,000
*
8,196
(1,290-
52,064)
0,006
*
1,949
(1,935-
4,060)
0,000
*
3,817
(1,122-
102,257)
0,210
*
1,414
(0,782-
2,557)
0,000
*
2,423
(1,235-
1,843)
P
9
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
*
1,784
(1,994-
3,201)
0,320
*
0,027
(0,009-
0,082)
0,000
*
8,196
(1,290-
52,064)
0,006
*
1,949
(1,935-
4,060)
0,000
*
3,817
(1,122-
102,257)
0,210
*
1,414
(0,782-
2,557)
0,000
*
2,423
(1,235-
1,843)
EP
10
Valor p
RP
IC (95%)
0,013
*
1,106
(1,013-
1,209)
0,000
**
1,002
(1,125-
1,542)
0,000
**
1,403
(1,165-
1,689)
0,008
**
1,249
(1,043-
1,496)
0,090
**
1,170
(0,966-
1,417)
0,392
**
1,091
(0,890-
1,337)
0,000
**
3,467
(2,262-
5,313)
PSP
11
Valor p
RP
IC (95%)
0,067
*
1,079
(1,009-
1,154)
0,009
**
1,170
(1,048-
1,308)
0,000
**
1,308
(1,135-
1,508)
0,708
**
1,031
(0,880-
1,208)
0,001
**
1,365
(1,149-
1,621)
0,083
**
1,203
(0,994-
1,456)
0,000
**
1,553
(1,227-
1,966)
C
12
Valor p
RP
IC (95%)
0,583
*
1,053
(1,006-
1,102)
0,693
1,074
(0,957-
1,204)
0,041
*
1,222
(1,114-
1,341)
0,759
*
0,976
(0,787-
1,210)
1,000
*
0,852
(0,659-
1,203)
0,587
**
0,935
(0,709-
1,233)
0,710
**
1,059
(0,794-
1,413)
RQ
1
Risco de queda. MFP
2
Mobilidade física prejudicada. DP
3
Deambulação prejudicada. EVS
4
Estilo de vida
sedentário. RSD
5
Risco de síndrome do desuso. RIA
6
Risco de intolerância à atividade. CTP
7
Capacidade de
transferência prejudicada. FMD
8
Força muscular diminuída. PN
9
Prejuízos neuromusculares. EP
10
- Equilíbrio
prejudicado. PSP
11
- Prejuízos sensório-perceptivos. C
12
- Contraturas.
*
Teste Exato de Fischer.
**
Teste Qui-
Quadrado.
RP - Razão de Prevalência com Intervalo de Confiança de 95%.
77
Ao se analisar a associação entre os fatores relacionados e os diagnósticos de
enfermagem, como observado na Tabela 17, conforme encontrou-se, os fatores relacionados
Força muscular diminuída e Prejuízos neuromusculares tiveram associação semelhante com
os todos os diagnósticos de enfermagem. Destaca-se que estes fatores relacionados são duas
das principais conseqüências do acidente vascular encefálico. Tais fatores apresentaram
associação estatística significante com todos os diagnósticos analisados, com exceção da
Mobilidade física prejudicada (p = 0,320) e Risco de intolerância à atividade (p = 0,210).
Assim, os clientes com estes fatores mostraram acima de uma vez mais
probabilidade de Risco de queda, Deambulação prejudicada, Estilo de vida sedentário, Risco
de síndrome do desuso e Capacidade de transferência prejudicada.
Importa ressaltar o seguinte: estes fatores relacionados são específicos de alguns
dos diagnósticos com freqüência acima de 50%, como a Deambulação prejudicada, o que
pode justificar o valor mais elevado da Razão de prevalência para esta associação (RP =
8,196).
Em relação ao fator relacionado Equilíbrio prejudicado, houve associação
estatística significante com os diagnósticos de enfermagem, com exceção do Risco de
síndrome do desuso (p = 0,090) e do Risco de intolerância à atividade (p = 0,392).
Como observado, os clientes com este fator tinham acima de uma vez mais
probabilidade de Risco de queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada,
Estilo de vida sedentário e Capacidade de transferência prejudicada.
O fator relacionado Prejuízos sensório-perceptivos esteve associado
significativamente com os diagnósticos de enfermagem Mobilidade física prejudicada (p =
0,009), Deambulação prejudicada (p = 0,000), Risco de síndrome do desuso (p = 0,001) e
Capacidade de transferência prejudica (p = 0,000).
Diante disso, os clientes portadores de acidente vascular encefálico com este fator
relacionado tiveram acima de uma vez mais probabilidade para o desenvolvimento destes
diagnósticos de enfermagem.
Todavia, o fator relacionado Contraturas apresentou associação estatisticamente
significante apenas com Deambulação prejudicada (p = 0,041). Este fator, assim como
Prejuízos sensório-perceptivos, é específico para o diagnóstico de enfermagem Mobilidade
física prejudicada. No entanto, o fator relacionado Contraturas não apresentou associação
significante com o último diagnóstico.
78
Ressalta-se, porém, o seguinte: nenhum fator relacionado era específico do
diagnóstico Estilo de vida sedentário, nem dos três diagnósticos de Risco, porquanto estes
últimos possuem fatores de risco como exposto na Tabela 18. Nesta Tabela consta a
associação dos fatores de risco acima do percentil 75 com os diagnósticos de enfermagem
com freqüência superior a 50% nos clientes portadores de acidente vascular encefálico.
Tabela 18 Distribuição das estatísticas de associação entre os fatores de risco e os
diagnósticos de enfermagem apresentados pelos portadores de acidente vascular encefálico.
Fortaleza, 2008
Fatores de
Risco
Diagnósticos de Enfermagem
RQ
1
MFP
2
DP
3
EVS
4
RSD
5
RIA
6
CTP
7
ECF
8
Valor p
RP
IC (95%)
0,054
*
1,216
(0,891-
1,661)
0,259
*
1,137
(0,830-
1,559)
0,001
*
2,230
(1,041-
4,777)
0,366
*
1,210
(0,800-
1,829)
0,414
*
1,158
(0,764-
1,755)
0,238
*
1,306
(0,780-
2,187)
0,492
*
1,171
(0,696-
1,971)
MFP
9
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
*
1,486
(1,382-
2,218)
0,000
*
2,890
(1,297-
6,438)
0,000
*
2,725
(1,221-
6,078)
0,111
*
1,210
(0,800-
1,829)
0,002
*
2,026
(1,032-
3,976)
0,146
*
1,353
(0,830-
2,203)
0,000
*
4,514
(1,268-
16,068)
FDEI
10
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
*
1,431
(1,231-
2,057)
0,000
*
1,754
(1,058-
2,907)
0,001
*
1,946
(1,078-
3,513)
0,040
*
1,399
(1,025-
2,165)
0,004
*
1,826
(1,009-
3,303)
0,074
*
1,479
(0,866-
2,468)
0,021
*
1,902
(1,247-
3,819)
PPC
11
Valor p
RP
IC (95%)
0,036
*
1,143
(1,273-
1,364)
0,435
*
1,062
(0,882-
1,278)
0,515
*
1,062
(0,851-
1,326)
0,007
*
1,422
(1,009-
2,004)
0,128
*
1,245
(0,908-
1,706)
0,000
*
4,672
(1,930-
11,315)
0,411
**
1,147
(0,802-
1,641)
P
12
Valor p
RP
IC (95%)
0,004
*
1,210
(1,299-
1,475)
0,001
*
1,393
(1,043-
4,859)
0,005
*
1,413
(1,023-
1,951)
0,000
*
1,648
(1,119-
2,427)
0,000
*
2,572
(1,243-
1,354)
0,006
**
1,500
(1,013-
2,221)
0,007
**
1,644
(1,026-
2,636)
DM
13
Valor p
RP
IC (95%)
0,000
*
1,278
(1,030-
1,585)
0,002
*
1,364
(1,037-
1,794)
0,000
*
1,963
(1,277-
3,017)
0,533
*
1,082
(0,859-
1,364)
0,396
*
1,104
(0,851-
1,433)
0,412
**
1,129
(0,846-
1,509)
0,012
**
1,558
(1,001-
2,424)
AA
14
Valor p
RP
IC (95%)
0,089
*
1,091
(0,961-
1,239)
1,000
*
1,006
(0,874-
1,158)
1,000
*
0,983
(0,830-
1,165)
0,252
*
1,132
(0,907-
1,412)
0,230
**
1,141
(0,894-
1,455)
0,000
**
2,128
(1,371-
3,308)
0,148
**
1,242
(0,893-
1,729)
79
Fatores de
Risco
Diagnósticos de Enfermagem
RQ
1
MFP
2
DP
3
EVS
4
RSD
5
RIA
6
CTP
7
EP
15
Valor p
RP
IC (95%)
0,014
*
1,104
(1,012-
1,204)
0,648
**
1,028
(0,911-
1,161)
0,109
**
1,132
(0,965-
1,328)
0,036
**
1,189
(1,040-
1,414))
0,109
**
1,159
(0,959-
1,400)
0,105
**
1,180
(0,958-
1,453)
0,021
**
1,333
(1,028-
1,728)
RQ
1
Risco de queda. MFP
2
Mobilidade física prejudicada. DP
3
Deambulação prejudicada. EVS
4
Estilo de vida sedentário. RSD
5
Risco de síndrome do desuso. RIA
6
Risco de intolerância à atividade.
CTP
7
– Capacidade de transferência prejudicada. ENCF
8
– Estado de não condicionamento físico. MFP
9
Mobiliddae física prejudicada. FDEI
10
– Força diminuída nas extremidades inferiores. PPC
11
– Presença de
problemas circulatórios. P
12
Paralisia. DM
13
Dificuldade na marcha. AA
14
Agentes anti-
hipertensivos. EP
15
Equilíbrio prejudicado.
*
Teste Exato de Fischer.
**
Teste Qui-Quadrado.
RP - Razão
de Prevalência com Intervalo de Confiança de 95%.
Conforme consta na Tabela 18, o fator de risco Estado de não condicionamento
físico não apresentou associação estatística com o diagnóstico do qual é específico: Risco de
intolerância à atividade. No entanto, esteve associado estatisticamente com Deambulação
prejudicada (p = 0,001). Assim, quem possuía este fator de risco tinha duas vezes mais
probabilidade de desenvolver Deambulação prejudicada (RP = 2,230).
Em relação ao fator de risco Mobilidade física prejudicada, este não denotou
associação significante apenas com Estilo de vida sedentário (p = 0,111) com Risco de
intolerância à atividade (p = 0,146).
Desta forma, os clientes com este fator de risco possuíam acima de uma vez mais
probabilidade de Risco de queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada,
Risco de síndrome do desuso e Capacidade de transferência prejudicada.
Quanto ao fator de risco Força diminuída nas extremidades inferiores, denotou
associação estatística significante com todos os diagnósticos de enfermagem, exceto com o
Risco de intolerância à atividade (p = 0,074).
De acordo com os dados, os portadores de AVE com este fator de risco
apresentaram acima de uma vez mais probabilidade de Risco de queda, Mobilidade física
prejudicada, Deambulação prejudicada, Estilo de vida sedentário, Risco de síndrome do
desuso e Capacidade de transferência prejudicada.
Ao se analisar o fator de risco Presença de problemas circulatórios, conforme se
nota, houve associação estatisticamente significante apenas com os diagnósticos de
enfermagem Risco de queda (p = 0,036), Estilo de vida sedentário (p = 0,007) e Risco de
intolerância à atividade (p = 0,000).
80
Assim, os clientes com este fator de risco tiveram acima de uma vez mais
probabilidade de Risco de queda, Estilo de vida sedentário e Risco de intolerância à atividade.
O valor de Razão de prevalência mais elevado entre Presença de problemas circulatórios e
este último diagnóstico (RP = 4,672) pode ser justificado pelo fato deste fator de risco ser
específico do diagnóstico de enfermagem Risco de intolerância à atividade.
Outro fator de risco, Paralisia, apresentou associação estatística significante com
todos os diagnósticos de enfermagem analisados. Com isso, quem portava este fator de risco
teve acima de uma vez mais probabilidade de Risco de queda, Mobilidade física prejudicada,
Deambulação prejudicada, Estilo de vida sedentário, Risco de intolerância à atividade e
Capacidade de transferência prejudicada.
Mais um fator analisado foi Dificuldade na marcha, o qual não mostrou associação
significante com os diagnósticos de enfermagem Estilo de vida sedentário (p = 0,533), Risco
de síndrome do desuso (p = 0,396) e Risco de intolerância à atividade (p = 0,412).
Diante disso, os clientes com este fator de risco tiveram acima de uma vez mais
probabilidade de Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada e Capacidade de
transferência prejudicada.
Outro fator analisado foi a utilização de Agentes anti-hipertensivos. Segundo
evidenciado, observou-se associação estatística significante com o Risco de intolerância à
atividade (p = 0,000). Com isso, o cliente com este fator de risco tinha aproximadamente duas
vezes mais probabilidade de Risco de intolerância à atividade (RP = 2,128). No entanto, esse
fator é específico do diagnóstico de enfermagem Risco de queda.
O último fator de risco analisado foi o Equilíbrio prejudicado. Identificou-se
associação estatística e significante com os diagnósticos de enfermagem Risco de queda (p =
0,014), Estilo de vida sedentário (p = 0,036) e Capacidade de transferência prejudicada (p =
0,021).
Este fator de risco é específico do diagnóstico de enfermagem Risco de queda. Os
clientes com este fator de risco tinham aproximadamente uma vez mais probabilidade de
Risco de queda (RP = 1,104), Estilo de vida sedentário (RP = 1,189) e Capacidade de
transferência prejudicada (RP = 1,333).
81
6 DISCUSSÃO
Desde a década de 1940, o Brasil vem passando por um processo de inversão das
curvas de mortalidade, no qual se observa declínio de mortes por doenças infecciosas e
concomitante aumento por doenças crônicas não-transmissíveis e causas externas. Ao mesmo
tempo tem se ampliado o número de pessoas com doenças e incapacidades crônicas em
virtude do crescente envelhecimento populacional, e isto tem gerado repercussões sociais na
saúde pública (BOCCHI; ANGELO, 2005).
É nesse contexto que as doenças do aparelho circulatório adquirem relevância nos
dados de morbi-mortalidade do país. Destas doenças, sobressaem as cerebrovasculares e,
particularmente, o acidente vascular encefálico, considerado a terceira causa de morte em
países industrializados e a primeira causa de incapacidades entre adultos (ANDRÉ, 2006).
Entre as incapacidades ressaltam-se as relacionadas à mobilidade do indivíduo.
Diante disso, é essencial a realização de estudos com clientes portadores de AVE
na fase de reabilitação, quando as incapacidades estão instaladas. Surge, assim, a
necessidade de trabalhos sobre diagnósticos de enfermagem da classe Atividade/Exercício,
que são diagnósticos mais relacionados à mobilidade do cliente.
No estudo, foram encontrados sete diagnósticos de enfermagem com freqüência
superior a 50% e considerados para as associações estatísticas com outras variáveis. São eles:
Risco de queda, Mobilidade física prejudicada, Deambulação prejudicada, Estilo de vida
sedentário, Risco de síndrome do desuso, Risco de intolerância à atividade e Capacidade de
transferência prejudicada.
Para a devida análise destes diagnósticos, procedeu-se à avaliação de determinados
dados epidemiológicos, sobretudo porque no Brasil a saúde apresenta um perfil
epidemiológico marcado pela heterogeneidade. Esta pode ser explicada pela distribuição
desigual de riqueza, pelo inadequado acesso aos avanços científico e tecnológico, pela
iniqüidade no acesso à assistência à saúde e pelas condições desiguais de desenvolvimento
humano com grandes diferenças inter e intra-regionais e entre as classes sociais (FALCÃO et
al., 2004).
Por ser fundamental a avaliação dos mencionados dados em clientes com acidente
vascular encefálico na fase de reabilitação, estes devem ser identificados e associados com os
diagnósticos de enfermagem detectados.
82
Em relação à variável sexo, no estudo os homens sobressaíram comparativamente
às mulheres, embora com a diferença de apenas sete clientes. Em corroboração aos achados,
outras investigações com portadores de AVE encontraram também discreta predominância do
sexo masculino (CARVALHO; PINTO, 2007; FALCÃO et al., 2004). Já uma pesquisa com
clientes com idades entre 20 e 59 anos encontrou igualdade entre os sexos (ZÉTOLA et al.,
2001).
Como refere André (2006), a incidência de AVE nos homens é discretamente
superior à identificada nas mulheres, em qualquer idade (1,2:1). Entretanto, pela maior
sobrevivência de mulheres acima de 80 anos, ocorre um excesso aparente de AVE em
mulheres neste grupo etário.
Diante disso, o predomínio do sexo masculino no estudo pode ser justificado pelo
fato da média de idade ter sido de 61,6 anos. Para confirmar, porém, os dados de André
(2006), ao analisar aqueles participantes com idade superior a 80 anos, foram identificados
oito clientes e destes cinco eram do sexo feminino. Isto pode comprovar a presença maior de
AVE nas mulheres nesta faixa etária.
O cliente mais jovem avaliado para o estudo tinha 27 anos e o mais velho 85 anos.
Segundo observado, 46 clientes tinham idade inferior a 60 anos, a mostrar o índice elevado de
AVE em faixas etárias mais jovens. Contudo o predomínio foi de clientes idosos, levando em
consideração o critério do Estatuto do Idoso de serem pessoas com idade igual ou superior a
60 anos (BRASIL, 2003).
Em determinado estudo com cuidadores de pessoas portadoras de AVE a idade
média dos clientes com AVE também foi superior a 60 anos (PERLINI; FARO, 2005). Outra
pesquisa com 27 portadores de AVE na fase de reabilitação encontrou dados que confirmaram
a predominância desta faixa etária (55,2%), mas, assim como no estudo ora elaborado, a
porcentagem de pessoas jovens também foi relevante (44,8%) (GOMES; SENNA, 2008).
Ainda que o AVE possa surgir em qualquer idade, inclusive entre crianças e
recém-nascidos, sua incidência cresce com o avanço da idade, e dobra aproximadamente a
cada década (ANDRÉ, 2006). No entanto, existe considerável número de pessoas abaixo de
50 anos acometidas pelo mesmo mal (GOMES; SENNA, 2008).
No estudo, houve associação estatística e significante entre idade e os diagnósticos
de enfermagem Risco de queda, Deambulação prejudicada e Risco de intolerância à atividade.
Portanto, as pessoas mais velhas eram mais propensas a sofrerem quedas, sentirem
dificuldade na deambulação e terem Risco de intolerância à atividade.
83
No estudo de Rebelatto, Castro e Chan (2007) com idosos institucionalizados,
conforme identificaram os autores, as pessoas mais velhas tinham maior risco de sofrerem
quedas. Tal fato pode ser justificado pela perda da força progressiva decorrente da
senescência.
Com o avançar da idade, aumenta o risco de queda, o que constitui um dos graves
problemas de saúde pública, em virtude do aumento expressivo do número de idosos na
população e da sua maior longevidade, com o conseqüente aparecimento das doenças
crônicas. Entre estas, o AVE, passível de ampliar mais ainda o risco de quedas. Desse modo,
acirra-se a competição por recursos já escassos e a demanda por cuidados de longa duração.
Em estudo com 75 idosos, o diagnóstico de enfermagem Deambulação prejudicada
esteve presente em 44% dos participantes (ARAÚJO; BACHION, 2005). Como se sabe, os
idosos são altamente suscetíveis a dificuldade de deambulação, pois no decorrer do processo
de envelhecimento esta clientela sofre modificações significativas na área motora.
De modo geral, idosos podem apresentar diminuição da capacidade de realização
de atividades físicas e atividades da vida diária em decorrência da presença de doenças
degenerativas e/ ou da presença de forte componente psicológico, o que leva à Intolerância à
atividade ou pelo menos ao Risco de intolerância à atividade (HUR et al., 2005).
Pela própria fisiologia, esta faixa etária adquire maior número de incapacidades, as
quais aumentam, e, quando somadas à idade, surge o acidente vascular encefálico. Tal
patologia, como citada, é responsável pela primeira causa de incapacidades nas pessoas.
Diante disso, os idosos têm maior probabilidade de apresentarem diagnósticos de enfermagem
relacionados à dificuldade de mobilidade.
Neste contexto surge um personagem de grande importância para o cuidar com
vistas à reabilitação desses idosos enfermos: o familiar. Assim, é essencial a presença de um
companheiro ou pelo menos um cuidador capaz de ajudar os clientes nas suas atividades
básicas.
No entanto, no estudo, conforme percebeu-se, a maior parte dos clientes não
possuía companheiros (52,9%), mas contava com uma pessoa responsável pelo seu cuidado
(88%). Além disso, encontrou-se uma média de 2,9 pessoas que viviam na mesma residência
do cliente. Ao contrário do detectado quanto ao estado civil em outras pesquisas com
portadores de AVE, o perfil dominante foi de pessoas casadas ou com união estável
(GOMES;
SENNA, 2008; DI CARLO et al., 2006; PERLINI; FARO, 2005; FALCÃO et al., 2004).
A larga utilização de familiares para o cuidado de idosos no domicílio é uma
realidade, sobretudo porque quando estes saem das instituições hospitalares após um AVE
84
continuam necessitados de cuidados especiais, os quais, certamente, serão proporcionados por
familiares, porquanto a maioria da população não dispõe de recursos financeiros para assumir
o custo da contratação de uma empresa ou profissional particular tecnicamente preparado para
a prestação de cuidados ao idoso no domicílio (LAVINSKY; VIEIRA, 2004).
No estudo identificou-se associação estatística significante entre cuidador e os
diagnósticos de enfermagem Estilo de vida sedentário, Risco de síndrome do desuso e
Capacidade de transferência prejudicada. Contudo, os clientes que possuíam cuidador tinham
a probabilidade aumentada de apresentar estes diagnósticos.
Estas associações podem ser justificadas pelo fato do cuidador, muitas vezes,
desempenhar um papel superprotetor e realizar atividades pelo cliente. Assim, o portador de
AVE pode estar deixando de fazer o esforço de que é capaz.
Apesar do idoso com AVE precisar de auxílio para executar suas atividades de
autocuidado em virtude de restrições físico-funcionais características da sua faixa etária, além
daquelas impostas pela doença (CHAGAS; MONTEIRO, 2004), a família deve ser orientada
a estimular o cliente a adquirir o máximo de independência diante da sua condição e a elogiar
seus progressos, ao invés de adotar uma atitude protetora, prejudicando, assim, o processo de
reabilitação (CHAGAS; MONTEIRO, 2004).
É indispensável o incentivo ao cliente para participar do seu autocuidado. Com
esta finalidade, a família deve ser orientada para permitir ao cliente a tentativa de fazer as
atividades, pois os medos e as angústias deste e principalmente a dificuldade em expressá-los
leva-o a assumir uma atitude passiva em face dos cuidados recebidos. Ademais, os cuidadores
subestimam a capacidade do cliente e por isso adotam comportamentos superprotetores
(PERLINI; FARO, 2005).
Inegavelmente a orientação e a educação para os familiares e cuidadores dos
clientes portadores de AVE, assim como para o próprio cliente, constituem papel fundamental
de todos os profissionais de saúde e especialmente do enfermeiro. Cabe-lhe propiciar
orientações básicas sobre como cuidar do portador de seqüelas desta doença e sobre como o
cliente pode ajudar na sua própria reabilitação. Desta forma proporcionará maior
tranqüilidade e apoio técnico-emocional a todos.
Consoante se percebe no estudo, apesar da maior parte dos clientes terem
cuidador, oito moravam sozinhos e exerciam todas as atividades da vida diária sem apoio de
outra pessoa. Segundo outro estudo encontrou, dos 26 clientes com AVE analisados, 15,4%
viviam sozinhos (AZEREDO; MATOS, 2003).
85
É notório, atualmente, um grande número de idosos abandonados pela família. De
modo geral, as situações geradoras de abandono são provocadas pela condição de fragilidade
do idoso, que pode passar a depender de outras pessoas, pela perda da autonomia e da
independência e pelo esfriamento dos vínculos afetivos (HERÉDIA; CORTELLETTI;
CASARA, 2005).
Com vistas à promoção da saúde, é indispensável a presença de um cuidador para
os idosos, preferencialmente membros da família. Portanto, os clientes portadores de seqüelas
de AVE não devem viver sozinhos. No entanto, os cuidadores precisam ser orientados para
intervir adequadamente nas situações de cuidado.
Outro dado sociodemográfico considerado no estudo foi a escolaridade. Conforme
identificado, metade dos participantes freqüentou a escola por até cinco anos. Contudo,
dezesseis jamais foram à escola. Assim, a escolaridade da maioria era elementar. Alguns
estudos, como o de Gomes e Senna (2008), também encontraram baixo índice de escolaridade
em clientes com AVE, e dois destes apresentaram predominância de analfabetos (LIMA et al.,
2006; FALCÃO et al., 2004).
A escolaridade é importante para o ajustamento psicológico na medida em que
faculta oportunidade para o desenvolvimento de mecanismos flexíveis de enfrentamento das
incapacidades decorrentes do AVE (RABELO; NÉRI, 2006). O baixo vel de escolaridade
pode contribuir para o surgimento da doença, pois esse fato, associado aos fatores econômicos
e culturais, pode dificultar a conscientização para as necessidades de cuidado com a saúde ao
longo da vida, adesão ao tratamento e manutenção de estilo de vida saudável que limite a ação
de indicadores de risco (MARQUES; RODRIGUES; KUSUMOTA, 2006)
Diversas razões podem explicar o baixo índice de escolaridade, tal como a baixa
condição econômica destes clientes. Metade da amostra do estudo possuía renda per capita de
até duzentos e sete reais.
São inúmeras as limitações decorrentes da baixa condição econômica. A pobreza
frustra o desejo e os sonhos das pessoas de construírem um futuro melhor. Para muitos, a
educação é inatingível ou insuficiente, ou ainda falha em capacitar e fortalecer as populações
mais pobres. Milhões de pessoas não têm acesso à educação básica e possuem pouca
esperança de um futuro melhor.
No âmbito da promoção da saúde, a renda é um dos pré-requisitos para a saúde. A
pobreza é, acima de tudo, a maior ameaça à saúde (BRASIL, 2001). Determinado estudo
sobre a associação entre renda per capita e mortalidade por doença cardiovascular encontrou
associação entre as duas com um intervalo de vinte anos. Ou seja, a mortalidade por doenças
86
cardiovasculares de 2006 está associada à renda per capita de 1986 (TURA; SILVA;
PEREIRA, 2006).
Conforme evidenciado, as pessoas de classes sociais economicamente
desfavorecidas são, normalmente, acometidas por essas enfermidades. Algumas razões, apesar
de não justificarem, explicam em parte essa relação, como o menor acesso à informação, a
falta de dinheiro para a adoção de uma alimentação adequada e a não realização de práticas de
atividades físicas. Essas dificuldades prejudicam a prevenção de doenças crônicas como o
AVE (CHAGAS; MONTEIRO, 2004).
Quanto à situação profissional, como observado o AVE trouxe modificações, com
redução da condição de trabalho dos clientes. Antes do AVE, 50 participantes eram
funcionários de empresas, 43 autônomos, 23 donas de casa e cinco exerciam atividades de
nível superior. Após a instalação da doença, apenas seis clientes continuaram na ativa, pois 80
se aposentaram ou recebiam auxílio doença e 10 ficaram desempregados. No entanto,
ressalta-se que a maioria dos participantes era de idosos. Assim, independente do AVE, a
grande parte deles já estava na idade exigida para se aposentar.
Semelhante a este estudo, a pesquisa de Falcão et al. (2004) identificou que após o
AVE os clientes deixaram de ser assalariados e autônomos para receberem aposentadoria e
benefício previdenciário. Ainda como revelou outro estudo, aqueles clientes que antes do
AVE exerciam atividade profissional não mais tiveram condições de desempenhá-las. Assim,
como nos estudos anteriores, passaram a receber benefícios (PERLINI; FARO, 2005).
Como consta na literatura, não poder retornar ao trabalho por causa da
incapacidade gerada pelo AVE apareceu como a principal fonte de baixa qualidade de vida
auto-relatada, principalmente entre as pessoas com idade inferior a 65 anos, na pesquisa de
Rabelo e Néri (2006). Como no estudo havia 46 clientes com idade inferior a 60 anos, esta
não condição de retorno ao trabalho é fator preocupante.
De modo geral, as vítimas do AVE são afetadas não apenas pelas incapacidades
que limitam suas atividades, mas também pela impossibilidade de voltar a trabalhar. Tal
impossibilidade determina forte declínio no bem-estar global, dada a importância do trabalho
não apenas para a sobrevivência, como também para o autoconceito, o status social e as
relações sociais (VESTLING; TUFVESSON; IWARSSON, 2003).
No estudo, segundo evidenciado, 88 clientes manifestaram apenas um episódio de
AVE, 19 dois episódios e 14 três ou mais eventos. Destes, um cliente chamou atenção por ter
apresentado nove episódios de acidente vascular encefálico.
87
A ocorrência anterior de AVE é um fator de risco importante para provocar novo
AVE. Em estudo com 14 clientes portadores desta doença, seis relataram não ter apresentado
nenhum outro episódio e oito manifestaram a ocorrência de outro AVE, dos quais dois
estavam no terceiro evento (LIMA et al., 2006).
Outro estudo em 228 prontuários de clientes com doenças cerebrovasculares
encontrou que 71,9% dos doentes não tinham antecedente de AVE, 21,5% haviam
apresentado um episódio anterior, 3,5% tinham dois AVE pregressos e 3,1% haviam sofrido
três ou mais eventos anteriores (RADANOVIC, 2000).
No estudo, percebeu-se relação estatisticamente significante entre quantidade de
AVE e os diagnósticos de enfermagem Deambulação prejudicada e Risco de intolerância à
atividade. Ademais, a quantidade de AVE foi significativamente maior naqueles com estes
diagnósticos.
Atualmente a recorrência de AVE ainda é a maior ameaça a qualquer
sobrevivente, pois contribui para o aumento da morbidade e da ocorrência de demência
vascular (RABELO, NÉRI, 2006; CHAVES, 2000), além de gerar maiores incapacidades e
dependência. Isto pode justificar o fato dos clientes do estudo com quantidades maiores de
AVE terem sentido mais dificuldade de executar atividades diárias pelo risco de ter energia
fisiologia ou psicológica insuficiente.
Mais uma vez, como observado no estudo, metade dos participantes sofreu o
último AVE no máximo doze meses e iniciou a reabilitação em uma das unidades da
ABCR até sete meses. Além disso, encontrou-se associação estatística e significante entre o
tempo do último AVE e o diagnóstico Estilo de vida sedentário. Isto é, o tempo do último
AVE foi menor entre os indivíduos com este diagnóstico.
De acordo com a afirmação de Rabelo e Néri (2006), a curva que representa a
trajetória da recuperação das funções físicas e cognitivas afetadas pelo AVE atinge um platô
aproximadamente seis meses após o episódio. No período de um mês a dois anos após o AVE,
os sobreviventes podem sofrer deterioração da funcionalidade e melhorar ou permanecer
estabilizados na condição inicial. A velocidade da recuperação e o grau da adaptação variam
de indivíduo para indivíduo e dependem da gravidade das lesões e do engajamento em
processos de reabilitação eficientes.
Assim, o programa de reabilitação deve começar logo após a estabilização clínica
do cliente. Portanto, o atraso em iniciá-lo pode ter conseqüências funcionais graves. Já a
entrada precoce no programa de reabilitação tem contribuído significativamente para diminuir
os danos causados pela doença (ANDRÉ, 2006; PERLINI; FARO, 2005).
88
Em um estudo com clientes com AVE quase metade destes começou a participar
do programa de reabilitação no período de dois meses. Ao buscar a justificativa para a
demora, o principal motivo foi o fato de o número de clientes inseridos no programa estar na
capacidade total suportada pela instituição. Desse modo, havia carência de atendimento
(GOMES; SENNA, 2008).
No estudo desenvolvido, o primeiro problema para a não realização da reabilitação
logo em seguida ao AVE foi a demora para conseguir o encaminhamento para as unidades da
ABCR. Muitos profissionais assim como clientes desconhecem o trabalho desta associação.
Até o cliente encontrar um profissional que o encaminhasse a este serviço, decorria, às vezes,
muitos meses.
Nos participantes portadores de AVE menos tempo, maiores foram as
incapacidades encontradas e a probabilidade de desenvolvimento de diagnósticos de
enfermagem da classe Atividade/Exercício, como o Estilo de vida sedentário. No entanto,
quanto mais precocemente se iniciar as atividades reabilitativas, maiores serão as chances de
recuperação da funcionalidade do seu corpo.
Assim, como a recuperação do cliente está diretamente relacionada ao início de
um programa de reabilitação precoce e aos cuidados para prevenir deformidades, a equipe de
enfermagem, sobretudo o enfermeiro, deve estar preparada para promover esses cuidados e
estimular o próprio cliente e os familiares a realizá-los de forma correta (CHAGAS;
MONTEIRO, 2004).
Desta maneira, os familiares devem ser orientados quanto à importância do cliente
participar de grupos de reabilitação e fazer atividades no próprio domicílio, pois o caráter
inesperado do AVE e a possibilidade de recorrência dos episódios deixam a família
constantemente apreensiva. Diante da situação, poderão surgir sentimentos de desesperança
em relação à melhora do cliente, desestimulando o envolvimento nas atividades reabilitativas.
Ao reportar as doenças indicadoras de risco para o AVE, no estudo, observou-se
que a hipertensão arterial foi a mais presente entre os participantes e mostrou associação
estatisticamente significante com o diagnóstico de enfermagem Risco de intolerância à
atividade. Em seguida, vieram as dislipidemias, o diabetes mellitus e as cardiopatias, as duas
últimas com a mesma freqüência.
Vários estudos detectaram a hipertensão arterial como o indicador de risco mais
freqüente entre os clientes portadores de AVE (GOMES; SENNA, 2008; MORENO et al.,
2008
;
PIRES; GAGLIARDI; GORZONI, 2004; ZÉTOLA et al., 2001).
89
A literatura associa diversos indicadores de risco às doenças cerebrovasculares e
entre estes destaca-se a hipertensão arterial como um dos mais importantes e fortemente
correlacionados ao AVE. Como mencionado, a hipertensão arterial eleva em cerca de três a
quatro vezes o risco de acidente vascular encefálico. Em face da sua alta prevalência, a
hipertensão pode ser considerada diretamente responsável por até metade dos casos de AVE
(ANDRÉ, 2006).
No estudo apresentado, ao verificar a pressão arterial dos clientes, encontrou-se
como valor mínimo da pressão arterial sistólica 86 mmHg e o máximo de 222 mmHg, sendo a
média da PAS de 137,45 mmHg. Em relação à pressão arterial diastólica, o valor mínimo foi
de 53 mmHg, o máximo de 113 mmHg, com média de 80,82 mmHg.
De acordo com a literatura, aumento de 20mmHg na PAS ou 10 mmHg na PAD,
em um indivíduo adulto ou idosos, está associado com um aumento na mortalidade por
acidente vascular encefálico (SANTOS-NETO; TOLEDO; SOUZA-MEDEIROS, 2005).
Desta forma, significado especial tem sido atribuído à hipertensão arterial sistólica, mesmo
em clientes idosos, pois esta provavelmente é uma causa direta do AVE, independente dos
seus efeitos aterogênicos (ANDRÉ, 2006).
Ainda de acordo com a literatura, as doenças cardíacas constituem o segundo mais
importante indicador de risco para o AVE, especialmente para os quadros de oclusão
trombótica e oclusão embólica (RADANOVIC, 2000). Segundo este autor encontrou, 24,6%
dos clientes com AVE da sua pesquisa apresentavam cardiopatias. Em trabalho realizado com
356 prontuários de clientes internados com AVE em um hospital de ensino no interior do
Estado de São Paulo, conforme detectou-se, as cardiopatias constaram como principal
indicador de risco modificável nos clientes portadores de hipertensão (CARVALHO; PINTO,
2007). Como descrito pela American Heart Association (2002), a ocorrência de AVE é mais
que o dobro em indivíduos com insuficiência cardíaca do que naqueles com o coração normal.
Ao contrário da hipertensão e das doenças cardíacas, relações diretas entre risco de
AVE e colesterol sérico total, LDL elevados ou HDL baixo não estão ainda bem
estabelecidos. Em geral, as mortes por doenças coronarianas atribuídas a ateromas menores
ocorrem mais cedo do que o AVE, porquanto esse pode advir de ateromas de grandes artérias.
Assim, menos indivíduos com lipoproteínas elevadas chegam à idade de desenvolver AVE
(ANDRÉ, 2006; CHAVES, 2000).
Mas os achados sobre dislipidemia diferem nos estudos. Vão de 15,6% (PIRES;
GAGLIARDI; GORZONI, 2004) a 23,4% (ZÉTOLA et al., 2001). no presente estudo o
nível de dislipidemias foi mais elevado (29,8%), e deve-se destacar a possibilidade desse
90
valor estar subestimado, em virtude de ter sido decorrente da referência do cliente e/ou do seu
familiar, e não da avaliação da presença no sangue de colesterol e triglicérides elevados.
Por acelerar o processo de aterosclerose, o diabetes mellitus é um indicador de
risco independente para as doenças cerebrovasculares e foi encontrado em 20,2% de clientes
com AVE no estudo de Radanovic (2000). Esta doença constitui risco para AVE por
mecanismos aterogênicos diretos e por interagir com outros indicadores de risco como
hipertensão arterial e dislipidemia (PIRES; GAGLIARDI; GORZONI, 2004). O risco para
desenvolver AVE é duas vezes maior em diabéticos de ambos os sexos (ANDRÉ, 2006).
Quanto aos fatores comportamentais, entre os mais freqüentes no estudo
incluíram-se o sobrepeso e a obesidade, seguidos do sedentarismo, tabagismo, etilismo e uso
de anticoncepcional.
Conforme se sabe, a obesidade é uma doença de difícil controle, com altos
percentuais de insucessos terapêuticos e de recidivas, com séries repercussões orgânicas e
psicológicas, especialmente na forma mais grave (OLIVEIRA; ESCRIVÃO, 2001). É preciso
controlá-la, principalmente por sua associação a dislipidemias, diabetes, inatividade física e
hipertensão arterial (ANDRÉ, 2006).
Entre os principais fatores para a obesidade estão o excesso da ingestão calórica e
o sedentarismo. É necessária, portanto, uma atuação educativa no concernente à reeducação
alimentar para a manutenção de um organismo mais saudável, com vistas a prevenir todas as
complicações agudas e crônicas advindas da dislipidemia, entre elas, a hipertensão, tentando
evitar complicações mais graves como um episódio de AVE.
No entanto, no cotidiano é cada vez mais difícil o controle do peso, pois são
freqüentes os hábitos sedentários, como assistir televisão, sobretudo para uma pessoa que foi
acometida pelo AVE, está com incapacidades e tem dificuldade para locomoção. Esses
hábitos contribuem para a diminuição do gasto calórico diário e aumento da obesidade.
Comumente as atividades físicas de obesos são menores do que a de não-obesos.
Contudo, ainda se discute se a tendência ao sedentarismo é causa ou conseqüência da
obesidade (MELLO; LUFT; MEYER, 2004).
No estudo, ao se analisar qual a máxima atividade física que o cliente podia
executar durante pelo menos dois minutos, nas duas últimas semanas, ao utilizar o
instrumento proposto por COOP/WONCA, segundo encontrou-se, 56,2% só conseguiam
desenvolver atividades consideradas muito leves, como caminhar lentamente ou não poder
caminhar, 38% faziam atividades leves como caminhar devagar e apenas 5,8% realizavam
atividades de moderada a muito intensa.
91
Ressalta-se que apesar das dificuldades estes clientes têm a oportunidade de ter um
estilo de vida mais ativo, pois realizam reabilitação na ABCR. Nestas unidades bicicletas
ergométricas, rampas, espaço para caminhadas e uma delas dispõe até de piscinas.
No entanto, este elevado número de clientes que possuem o diagnóstico de
enfermagem Estilo de vida sedentário (101) pode ser justificado pelo fato de alguns
freqüentarem estas unidades menos que três vezes na semana e muitos realizarem apenas
reabilitação específica para alguma parte do corpo. Assim, não fazem propriamente uma
atividade física. Além disso, falta esclarecimento da importância da realização de atividades
físicas fora da ABCR, pois no estudo desenvolvido, 72,7% dos clientes não praticavam outras
atividades, além das proporcionadas pelas unidades da ABCR. Daí a importância do estímulo
dos profissionais de saúde e a orientação sobre como executar atividades não sedentárias de
acordo com suas incapacidades.
Assim, é essencial os enfermeiros estimularem os clientes portadores de AVE a
exercitarem atividades de níveis moderados, pois estas diminuem o risco de eventos
cerebrovasculares sem aumentar o risco de infarto agudo do miocárdio (ANDRÉ, 2006).
Portanto, o cliente com AVE não pode permanecer no sedentarismo. Este talvez tenha sido
uma das causas provocadoras do acidente vascular encefálico e poderá ser a causa de um novo
AVE (COSTA; DUARTE, 2002).
Durante as atividades de reabilitação os exercícios são de manutenção, pois na
maioria das vezes, com a deficiência estabelecida, muito pouco a se fazer, a não ser
evitar o agravamento e o surgimento de deficiências secundárias. No entanto, além das
atividades reabilitativas, os clientes com AVE deveriam fazer parte de programas de atividade
física regular, mas no Brasil, como em muitos outros países, estes programas têm como
objetivo principal o caráter preventivo para evitar o primeiro episódio de AVE (COSTA;
DUARTE, 2002).
Diante disso, os autores então citados resolveram criar um programa de atividade
física e recreativa para portadores de seqüelas de AVE com freqüência mínima de cinco
sessões semanais e duração de trinta a sessenta minutos. Como resultado, obtiveram melhoras
das capacidades funcional e psicológica dos clientes, por meio da elevação da auto-imagem e
auto-estima. Além disso, provou-se que a limitação não significava impossibilidade e que os
clientes com AVE devem tentar a realização de outras atividades físicas, além das oferecidas
pelos programas de reabilitação.
92
Outros indicadores de risco presentes foram o tabagismo tanto passivo quanto
ativo e o etilismo. Muitos clientes, apesar de não fazerem mais uso de cigarro e álcool, foram
fumantes e etilistas em momentos anteriores ao AVE.
Vários estudos com clientes sobreviventes ao AVE encontraram freqüências
superiores às do presente estudo quanto à utilização destas drogas. Segundo observaram
Zétola et al. (2001), 60,3% dos clientes eram tabagistas e 18,85% etilistas. Conforme outra
pesquisa, 31% ainda eram fumantes e 26,2% eram etilistas (PIRES; GAGLIARDI;
GORZONI, 2004). Ademais outra investigação com pessoas hipertensas vítimas de AVE
encontrou o tabagismo como segundo colocado entre todos os indicadores de riscos
modificáveis para o AVE em clientes portadores de hipertensão (CARVALHO; PINTO,
2007).
Consoante André (2006), o tabagismo aumenta entre duas e quatro vezes as
chances de desenvolver um AVE. Este risco amplia-se em proporção direta ao número de
cigarros fumados, mas mesmo o uso de pequeno número de cigarros associa-se a risco para o
AVE. Além disso, fumantes passivos também exibem aumento dos riscos cerebrovascular e
coronariano.
De acordo com a mesma fonte, o consumo excessivo do álcool associa-se ao
grande aumento de incidência do AVE hemorrágico e isquêmico, principalmente em
fumantes. Isto se deve provavelmente ao desenvolvimento de hemoconcentração e
hipertensão arterial.
Contudo, o consumo de diversos tipos de bebidas alcoólicas em doses baixas
diárias associa-se à redução na incidência de doença coronariana e vascular cerebral,
possivelmente pelo aumento do HDL. Conforme as recomendações da V Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão Arterial, deve-se limitar, em adultos, a ingestão de bebida alcoólica
a 30g/dia de etanol para homens e a metade dessa quantidade para mulheres (DIRETRIZES...,
2006). Isso corresponde, aproximadamente, para o homem, a 625 ml de cerveja, 312,5 ml de
vinho e 93,7 ml de bebida destilada. No entanto, em virtude dos graves problemas sociais
acarretados pelo álcool e do potencial para o desenvolvimento de dependência, limitam-se as
recomendações do seu uso preventivo (ANDRÉ, 2006).
No âmbito da promoção da saúde, a Segunda Conferência Internacional sobre
Promoção da Saúde realizada em 1988 alerta para o elevado potencial humano perdido por
doenças e mortes causadas pelo uso do fumo e abuso do álcool. Em face da situação, os
governos deveriam se comprometer em desenvolver uma política pública voltada à saúde,
93
traçando metas nacionais significativas na redução da produção de tabaco e distribuição de
álcool (BRASIL, 2001).
Além desta conferência, a Rede de Megapaíses para a promoção da saúde,
ocorrida em Genebra, na Suíça, em 1998, já estabelecia estilos de vida saudáveis como
prioridade para questões de saúde nas áreas de tabagismo, nutrição e atividade física
(BRASIL, 2001).
Em relação ao uso de anticoncepcional oral, a associação entre pílulas mistas e
AVE era maior quando se usavam aquelas com alto teor de estrogênio. Entretanto, mesmo as
atualmente em voga, com menores teores, podem favorecer o surgimento de doenças,
sobretudo em mulheres fumantes, que padecem por enxaqueca, hipertensão ou que
exibiram qualquer fenômeno trombótico (ANDRÉ, 2006).
Justifica-se, então, a importância dos profissionais de saúde trabalharem com
mulheres em idade fértil e que tiveram acidente vascular encefálico, quanto à utilização de
outros métodos de anticoncepção.
Apesar de só ter havido uma associação estatisticamente significante entre os
indicadores de risco e os diagnósticos de enfermagem analisados, encontraram-se freqüências
elevadas destes indicadores em clientes que sofreram AVE. Diante disso, é necessária a
mudança de estilos de vida desta clientela para tentar evitar novos episódios da doença.
As mudanças nos indicadores de risco podem explicar 71% da queda da
mortalidade por AVE entre os homens e 54% entre as mulheres. Promoção da saúde contínua
e instalação de estilos de vida mais saudáveis, tratamento efetivo da hipertensão arterial e
controle dos demais indicadores de risco são essenciais para manter essa queda da
mortalidade (CHAVES, 2000). Entretanto, depois da doença já instalada, a modificação
destes hábitos é essencial para evitar a recorrência do AVE.
Como citado, o AVE é responsável por uma série de incapacidades geradoras de
dependência, principalmente relacionada à mobilidade física. Daí a importância de estudar os
diagnósticos de enfermagem da classe Atividade/Exercício, com suas características
definidoras, fatores relacionados ou fatores de risco.
Sobre o assunto, este estudo apontou uma média de 6,7 diagnósticos de
enfermagem, 25,1 características definidoras, 4,6 fatores relacionados e 10,1 fatores de risco
para cada cliente avaliado. Em relação aos diagnósticos de enfermagem, todos os desta classe
estiveram presentes. No entanto, sete diagnósticos mostraram freqüência acima de 50% e
foram utilizados para associação estatística. Destes, quatro são considerados pela NANDA
(2008) diagnósticos reais e três de risco.
94
Além disso, houve associações estatística e significante de todos os sete
diagnósticos de enfermagem, com exceção dos diagnósticos Risco de queda, Mobilidade
física prejudicada, Deambulação prejudicada e Capacidade de transferência prejudicada com
o diagnóstico Risco de intolerância à atividade.
Estas associações podem ser justificadas pelo fato de todos os diagnósticos serem
de uma mesma classe e estarem relacionados direta ou indiretamente com a movimentação
das partes do corpo do cliente.
Em Goiânia foi realizado determinado estudo sobre a presença dos diagnósticos de
enfermagem do Padrão Mover em 75 idosos portadores de duas a três patologias, entre elas, e
com reduzida freqüência, o acidente vascular encefálico. Estes idosos eram de uma
comunidade atendida pelo Programa de Saúde da Família. Como mostram os dados, a média
de diagnósticos deste estudo foi de 7,43, e o mais freqüente foi Mobilidade física prejudicada
(92,2%) (ARAÚJO; BACHION, 2005).
Ainda sobre o mencionado estudo, outros diagnósticos da classe
Atividade/Exercício também estiveram presentes, porém nem sempre com a mesma
denominação da NANDA (2008), como: Fadiga (48,0%), Intolerância à atividade (45,3%),
Capacidade diminuída para andar (44,0%), Risco de intolerância à atividade física (25,3%),
Capacidade de transferência prejudicada (20,0%), Mobilidade no leito prejudicada (10,7%),
entre outros não tão freqüentes.
Outra pesquisa foi realizada com quatro clientes portadores de doenças crônicas
assistidos no domicílio, no qual três deles, além de outras patologias, haviam apresentado
AVE. Todos eram idosos e tinham alguma forma de dependência física parcial ou total,
caracterizada por dificuldade de deambulação, relacionada principalmente a subir e descer
escadas ou a fazer caminhadas longas, decorrentes da idade ou da seqüela do AVE. Entre os
diagnósticos de enfermagem mais freqüentes um era da classe Atividade/Exercício:
Mobilidade física prejudicada (MEIRELES et al., 2005).
No estudo de Bachion et al. (2001) sobre validação clínica do diagnóstico de
enfermagem Mobilidade física prejudicada em dez idosos institucionalizados, a diminuição da
capacidade de mover-se significativamente no ambiente esteve presente. Tal achado pode ser
explicado levando-se em conta as mudanças fisiológicas no aparelho musculoesquelético
decorrentes do envelhecimento, ainda mais acentuadas na presença de patologias que tenham
implicações na área motora ou do desuso.
Entre as possíveis causas (fatores relacionados) para Mobilidade física prejudicada
em idosos, destacam-se: redução da capacidade aeróbia máxima da força muscular (redução
95
da força física); diminuição da tolerância ao esforço físico; dores; perdas do domínio
cognitivo; alterações nas funções neuromusculares; enfraquecimento muscular; doenças
crônico-degenerativas (BACHION; ARAÚJO; SANTANA, 2002). Alguns destes fatores
estiveram bastante freqüentes neste estudo, no qual a maioria era idosa e além disso portadora
de AVE.
Como citado, um dos fatores relacionados da Mobilidade física prejudicada é
Força muscular insuficiente, um dos mais constantes no estudo, juntamente com o Prejuízo
neuromuscular. Esta força diminuída pode tornar árduas ou impossíveis tarefas como levantar
o próprio corpo de uma cadeira, sentar-se sobre o vaso sanitário, sair da cama, carregar
compras e até mesmo destampar uma garrafa (BACHION et al., 2001). Desta forma, os
clientes passam a depender de outras pessoas, perdem sua autonomia e qualidade de vida.
Um estudo com idosos institucionalizados encontrou associação estatística entre
força da preensão manual e risco de queda. Assim, a força muscular parece ser um
determinante fundamental do índice de queda (REBELATTO; CASTRO; CHAN, 2007). No
estudo identificou-se associação estatística entre Força muscular diminuída e o diagnóstico
Risco de queda.
A redução da força aliada à instabilidade ou pouco controle postural, e a redução
da amplitude da passada e da velocidade do andar têm sido associadas à queda em idosos. Em
estudo realizado com idosos institucionalizados, encontrou-se um alto índice de queda
naqueles com estilo de vida sedentário (REBELATTO; CASTRO; CHAN, 2007). Houve
também associação entre os dois diagnósticos: Risco de queda e Estilo de vida sedentário.
A força muscular insuficiente também está diretamente relacionada com outros
diagnósticos de enfermagem, como Deambulação prejudicada e Capacidade de transferência
prejudicada. Clientes com AVE sentem profunda dificuldade na deambulação e na capacidade
de transferir-se como, por exemplo, do chão para a cadeira, desta para a posição em pé, do
chão para a posição em pé.
Neste caso, o comprometimento mais evidente é a tendência de manter-se em uma
posição de assimetria postural, com distribuição de peso menor sobre o hemicorpo parético.
Tal assimetria e a dificuldade em transferir o peso para o lado afetado interferem na
capacidade de manter o controle postural, e impedem a orientação e estabilidade para executar
movimentos com o tronco e membros, podendo ocasionar quedas (IKAI et al., 2003).
Conforme ressaltado, a disfunção motora mais evidente do acidente vascular
encefálico é a hemiparesia. Independente da sua causa, é caracterizada pela perda do controle
motor em um lado do corpo. Na hemiparesia há perda extremamente significante da atividade
96
seletiva nos músculos que controlam o tronco, particularmente naqueles responsáveis pela
flexão, rotação e flexão lateral (SMELTZER; BARE, 2005a). No estudo, 54,3% dos clientes
apresentaram hemiplegia e 42,6% hemiparesia. Neles, a paralisia à direita foi a mais
evidenciada (59,1%).
prevalência de déficits posturais em clientes com hemiparesia esquerda em
oposição aos com hemiparesia direita. De acordo com o evidenciado por estudo clínico
experimental, clientes hemiparéticos à esquerda têm menor equilíbrio postural sentados e em
em comparação aos demais. Apesar disso, independente do lado, as hemiplegias limitam
ou atrasam a recuperação da marcha e da independência funcional. Isto torna o controle
postural uma prioridade na reabilitação após o AVE (SEZE et al., 2001).
Ainda como observado, a marcha mais frequente nos clientes do estudo foi a
hemiparesia espástica (71,1%). Este tipo de marcha ocorre em virtude da lesão do neurônio
motor superior, que torna os músculos hipertônicos, com respostas exageradas aos estímulos,
e resulta em perda de coordenação dos movimentos. Ela se faz por movimentos rotatórios do
tronco, os quais se transmitem ao membro inferior parético. Este, em extensão e rígido,
realiza movimentos em semicírculos centrados no quadril (SILVA, 2003b).
Conforme sugerido por estudo morfológico dos músculos de hemiplégicos e
hemiparéticos, a atrofia muscular é conseqüência de desuso, perda dos efeitos tróficos
centrais, atrofia neurogênica, repouso excessivo no leito durante a fase aguda do AVE, perda
das unidades motoras, alteração na ordem de recrutamento e tempo de disparo das unidades
motoras, alteração da condução dos nervos periféricos e sedentarismo (TEIXEIRA-
SALMELA et al., 2000).
A atrofia dos músculos relacionados à articulação comprometida é uma constante.
Ela surge em curto prazo de tempo e acentua-se com a duração do processo. Esta atrofia,
atribuída ao desuso, atinge grupos musculares numa distribuição regular (SILVA, 2003).
Gradativamente, a musculatura flácida, decorrente da ausência do controle motor e
da inatividade do membro na fase inicial do AVE, proporciona sucetíveis graus de lesões,
como o estiramento das suas estruturas. A imobilização de um segmento leva à fraqueza e
hipotrofia muscular por desuso, contraturas musculares, diminuição da massa óssea e
degeneração articular. Em especial o músculo perderá de 10% a 15% de força por semana e
50% de trofismo em três semanas de imobilização (HALAR; DELL, 2000).
Por contratura entende-se a perda da amplitude passiva ou ativa de movimentação.
Sua forma mais comum envolve as articulações, e resulta em dificuldades funcionais, por
exemplo: para se vestir, caminhar, fazer transferências ou a higiene corporal (ANDRÉ, 2006).
97
No estudo, Risco de síndrome do desuso foi um dos sete diagnósticos de
enfermagem mais freqüentes, assim como contraturas foi um dos cinco fatores relacionados
mais presentes. Segundo se observa, visível relação entre os diagnósticos, características
definidoras, fatores relacionados e de risco, pois, como citado, eles fazem parte de uma
mesma classe de diagnósticos.
Em relação à Intolerância à atividade, esta provém, muitas vezes, de falta de
motivação na seqüência de uma imobilização. Um cliente com Risco de intolerância à
atividade pode vir a ter alteração na mobilidade, assim como o inverso é verdadeiro
(ARAÚJO; BACHION, 2005).
Em geral, a perda da capacidade funcional leva à incapacidade para executar tanto
as atividades da vida diária como as atividades operacionais da vida diária. No estudo, a
média da pontuação da Escala de Barthel foi de 68,42, cuja classificação é de dependência
moderada para realização das atividades da vida diária. No referente às atividades
operacionais da vida diária, como percebeu-se, a maioria dos clientes não realizava mais
certas atividades, entre estas: fazer compras, ir ao banco, preparar comidas e atividades do
trabalho, em decorrência das seqüelas do AVE.
De acordo com Silva (2003a), os reflexos constituem uma resposta neurológica
específica a determinado estímulo, sem interferência da vontade. No estudo, conforme
observou-se, a maioria dos clientes apresentou os reflexos tendiosos profundos do lado direito
e esquerdo normais, enquanto alguns denotaram ausência, diminuição ou aumento dos
reflexos. Em clientes com AVE podem ocorrer alterações dos reflexos tendinosos profundos,
levando a pessoa a realizar movimentos descontrolados (SMELTZER; BARE, 2005a).
Outra manifestação do déficit da ativação neural das unidades motoras é a lentidão
dos movimentos e o tempo requerido para o seu início. Segundo tem sido mostrado, após o
AVE, os indivíduos encontram dificuldades de gerar força necessária para se mover em altas
velocidades. Em movimentos alternados, a lentidão do movimento parece estar associada com
a redução da sincronização das unidades motoras (SMELTZER; BARE, 2005a).
Como se sabe, as propriedades dos músculos dependem da função neurológica
intacta. Quando ocorre lesão do neurônio motor superior, o treinamento muscular será
necessário para melhorar a eficiência e a capacidade da geração de força dos músculos fracos
e a função motora. Aumentos da força por meio de programas de treinamentos resistidos nos
membros inferiores são associados com a melhora da velocidade da marcha, das tarefas
funcionais, como sentar e levantar, subir escadas, fazer caminhadas, e atividades manuais,
98
além de ter efeito, também, nas funções psicológicas (GUIMARÃES; PEREIRA; BATISTA,
2007; MORRIS; DODD; MORRIS, 2004).
A exemplo de outras situações, a recuperação completa das seqüelas do AVE está
associada a vários fatores, como área cerebral atingida, idade, tempo entre os sinais de AVE e
atendimento, e, após a fase aguda, o tempo de início das atividades reabilitativas.
interrelação entre vários fatores, alguns de difícil controle, para determinar o que leva alguns
casos a uma total recuperação e outros à severa dependência.
Desta forma, o enfermeiro deve proporcionar a estes clientes assistência, com o
máximo de qualidade possível, porquanto além das incapacidades geradas pelo AVE, estes, na
grande maioria, são idosos sob processos de perdas próprias do envelhecimento. Assim, o
enfermeiro deve estar atento para promover as atividades de prevenção, manutenção e
reabilitação do estado de saúde desta clientela tendo em vista a promoção da saúde.
99
7 COCLUSÕES
No estudo foram avaliados 121 clientes portadores de acidente vascular encefálico
que freqüentavam uma das oito unidades da Associação Beneficente Cearense de Reabilitação
na cidade de Fortaleza-Ceará. Destes clientes, a maioria era do sexo masculino, idosa, sem
companheiro, aposentada ou pensionista, com baixa escolaridade e baixa renda per capita.
Dos indicadores de risco para AVE, os mais constantes foram: hipertensão arterial,
dislipidemia, diabetes mellitus, cardiopatias e sedentarismo. Como observado, estes clientes já
eram portadores de acidente vascular encefálico e ao terem outras patologias associadas,
assim como estilos de vida inadequados, elevam o risco do desenvolvimento de novos
episódios de AVE.
Metade dos clientes estudados teve um episódio de AVE doze meses, com
início de reabilitação em uma das unidades da ABCR de no máximo sete meses. Ainda como
observado, houve demora entre o tempo decorrido do último evento do AVE até o início da
reabilitação na ABCR. Entre outros fatores limitantes para esta demora, sobressai a
dificuldade do encaminhamento por parte dos profissionais de saúde para estas instituições,
muitas vezes, em decorrência do desconhecimento da existência de programas de reabilitação.
Em relação aos diagnósticos de enfermagem, sete tiveram freqüência acima de
50% e foram utilizados para as associações estatísticas. Todos mostraram relação significante
entre si, com exceção dos diagnósticos Risco de queda, Mobilidade física prejudicada,
Deambulação prejudicada e Capacidade de transferência prejudicada com o diagnóstico Risco
de intolerância à atividade.
Ao analisar as dezessete características definidoras acima do percentil 75 e
associá-las com os diagnósticos de enfermagem, todas as características tiveram associação
estatística e significante com os diagnósticos Risco de queda, Deambulação prejudicada e
Capacidade de transferência prejudicada, assim como com os diagnósticos da qual eram
específicas. No entanto, algumas das características não evidenciaram associação com os
demais diagnósticos analisados.
Entre os cinco fatores relacionados acima do percentil 75, destacam-se Força
muscular insuficiente e Prejuízo neuromuscular como os mais freqüentes. Estes não
apresentaram associação estatisticamente significante com os diagnósticos de enfermagem
Mobilidade física prejudicada e Risco de intolerância à atividade, da mesma forma como
nenhum outro fator esteve relacionado com o Risco de intolerância à atividade. Ademais, o
100
diagnóstico Prejuízos sensório-perceptivos também não se associou com os diagnósticos
Risco de queda e Estilo de vida sedentário e o de Equilíbrio prejudicado com o Risco de
síndrome do desuso. Quanto ao fator relacionado Contratura, esteve associado apenas com o
diagnóstico Deambulação prejudicada.
Dos fatores de risco, oito estiveram acima do percentil 75. Paralisia, como fator de
risco, apresentou associação estatística e significante com todos os diagnósticos de
enfermagem analisados. No entanto, Estado de não-condicionamento físico, apesar de ser o
fator de risco mais freqüente, só teve associação significante com o diagnóstico Deambulação
prejudicada, assim como Agentes anti-hipertensivos mostrou associação com Risco de
intolerância à atividade.
Conforme se sabe, mesmo quando não é mortal, o AVE leva na maioria dos casos
a deficiências parciais ou totais do indivíduo, com graves repercussões para ele, sua família e
a sociedade. Diante desta circustância, o enfermeiro, por seu importante papel no cuidado ao
ser humano nas mais diversas situações da vida, deve estar preparado para cuidar dos clientes
que sobreviveram ao AVE na perspectiva da promoção da saúde.
Preparar-se exige conhecimento, mas escassez de produção da enfermagem
sobre este tema. Isto dificultou a discussão dos dados, pois as poucas pesquisas existentes
sobre diagnósticos de enfermagem e menos ainda sobre a mobilidade o feitas com idosos
portadores de diversas patologias e entre estas o acidente vascular encefálico.
Em face desta escassez, percebeu-se a urgência da realização de estudos de
diagnósticos de enfermagem específicos com clientes portadores de AVE, sobretudo diante do
grande acometimento dessa doença na população. Por isso, é indispensável a enfermagem se
apropriar dos diagnósticos mais freqüentes nesses clientes com vistas a implementar
efetivamente as devidas intervenções. Cabe ao enfermeiro planejar e desenvolver um plano de
cuidados que contemple todas as necessidades deste cliente e colabore com sua reabilitação.
No entanto, determinados fatores podem comprometer a atuação deste
profissional. Entre estes fatores sobressai o seguinte: na instituição onde o estudo foi realizado
não enfermeiros. Desta forma, estes clientes estão deixando de ter os cuidados de
enfermagem considerados imprescindíveis em todos os níveis de atenção. Ademais, como
observado, em Fortaleza, existe um grande número de enfermeiros voltados para a atenção
hospitalar ou, quando inseridos na atenção primária, participam somente dos programas
oferecidos pela Estratégia de Saúde da Família, nos quais não nenhuma atividade
específica para clientes portadores de AVE.
101
Diante do exposto, este estudo possibilitou conhecer de forma aprofundada os
diagnósticos de enfermagem, as características definidoras, os fatores relacionados e os
fatores de risco da classe Atividade/Exercício manifestados pelos clientes com acidente
vascular encefálico na fase de reabilitação. Ante a escassez de estudos sobre o tema, acredita-
se ter contribuído para reduzir tal limitação. Ao mesmo tempo, espera-se que outros trabalhos
possam ser elaborados nesta mesma perspectiva, para ampliar o número de pesquisas na área
e subsidiar os enfermeiros assistenciais no cuidado ao cliente que sobreviveu a um acidente
vascular encefálico.
102
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114
APÊDICES
115
APÊDICE A - Instrumento para coleta de dados
Dupla avaliadora: ______________________________________
Dados respondidos pelo ( ) cliente ou ( ) acompanhante
Data: _____/_____/______
ABCR: ____________________________
1. Dados de identificação:
Nome:_________________________________________________________________
Endereço:______________________________________________________________
Tel (fixo):___________________________ Tel (cel):___________________________
Sexo: M F Escolaridade (anos):__________
Data de nascimento: _____/_____/______ Idade:_________
Estado civil: Solteiro Casado ou vive com parceiro Viúvo Divorciado
Profissão: ________________________ Ocupação atual: ______________________
Renda cliente: _____________________ Renda familiar: ______________________
Quem e quantas são as pessoas que moram com o cliente? ________________________
Quem é responsável pelo cuidado do cliente? __________________________________
Há quanto tempo teve o AVE? _____________________
2. História de doenças anteriores:
2.1. Marque com S quando presente, N quando ausente e NS quando não sabe.
( ) Diabetes mellitus. Se S, tempo da doença ________
( ) Hipertensão arterial. Se S, tempo da doença ________ Tratava antes do AVE ____
( ) Cardiopatia. Se S, especificar _____________________ tempo da doença ______
( ) Dislipidemia. Se S, especificar ___________________ tempo da doença _______
( ) AVE. Se S, quantos episódios anteriores ao primeiro AVE ____ quanto tempo cada
_________
Outras__________________________________________________________________
Toma medicações? ( ). Se sim, quais? _______________________________________
3. Avaliação dos indicadores de risco:
3.1. Marque S quando sim, N quando não e NA quando não atualmente, mas já usou/praticou.
Se S,
116
registrar idade de início, quantidade utilizada e o tipo utilizada. Se NA, registrar idade em que
iniciou, idade em que parou, quantidade utilizada e tipo utilizado. Para exercício físico <3Xs e
>3Xs referem-se à semana e <30min e >30min referem-se a minutos.
3.1.1. Fumo, bebida alcoólica, drogas, anticoncepcionais:
VARIÁVEIS S N NA IDADE
INICIOU
IDADE
PAROU
QUANTIDADE
UTILIZADA
dia mês ano
TIPO
FUMO ATIVO
FUMO PASSIVO
BEBIDA ALCÓOLICA
DROGAS ILÍCITAS
ANTICONCEPCIONAIS
3.1.2. Exercício físico na ABCR:
VARIÁVEL S N NA IDADE
INICIOU
IDADE
PAROU
TIPO <3Xs >3Xs
<30min
>30min
EXERCÍCIO
FÍSICO
3.1.3. Exercício físico fora da ABCR:
VARIÁVEL S N NA IDADE
INICIOU
IDADE
PAROU
TIPO <3Xs >3Xs
<30min
>30min
EXERCÍCIO
FÍSICO
3.2. Marque com X item correto. Qual tem sido a máxima atividade física que você pode
praticar durante pelo menos dois minutos, nas duas últimas semanas? (avaliar pelo
instrumento proposto por COOP/WONCA).
Muito intensa (por exemplo,
correr depressa).
1 ( )
Intensa (por exemplo, correr com
suavidade).
2 ( )
Moderada (por exemplo,
caminhar a passo rápido).
3 ( )
117
Leve (por exemplo, caminhar
devagar).
4 ( )
Muito leve (por exemplo,
caminhar lentamente ou não
poder caminhar).
5 ( )
4. Avaliação das atividades da vida diária:
4.1. Realização das atividades da vida diária. Marcar X de acordo com a Escala de Barthel.
ALIMENTAÇÃO 0. Dependente ( ) 5. Precisa de ajuda ( ) 10. Independente ( )
CAPACIDADE DE
VESTIR-SE
0. Dependente ( ) 5. Precisa de ajuda ( ) 10. Independente ( )
BANHO 0. Dependente ( ) 5. Independente ( )
USO DO
BANHEIRO
0. Dependente ( ) 5. Precisa de ajuda ( ) 10. Independente ( )
CUIDADOS
PESSOAIS
0. Precisa de ajuda ( ) 5. Independente ( )
Pontuação Barthel: ___________
4.2. Quantas vezes na semana e quanto tempo você gasta em cada vez para executar as
atividades operacionais da vida diária, caso as realize. Se sim, <3Xs ou >3Xs referem-se a
semana e <30min ou >30min referem-se a minutos.
VARIÁVEIS SIM NÃO
ATUALMENTE
NUNCA
FEZ
<3Xs >3Xs <30min >30min
FAZER COMPRAS
LAVAR ROUPA
IR AO BANCO
PREPARAR COMIDAS
ATIVIDADES DO
TRABALHO
5. Avaliação das eliminações:
5.1. Marcar X de acordo com a Escala de Barthel.
VARÁVEIS 0.INCONTINÊNCIA 5. OCASIONAL
ACIDENTAL
10. CONTINÊNCIA
ELIMINAÇÃO URINÁRIA
ELIMINAÇÃO INTESTINAL
Pontuação Barthel: _________
6. Avaliação da dor:
6.1. Locais da dor __________________________
6.2. Aplicar a Escala de Quantificação da Dor FACES de Wong-Baker, se o cliente referir
presença de dor.
118
7. Cadeira de rodas:
7.1. Verificar se o cliente utiliza cadeira de rodas. Se não usar, pular para o item 9.
VARIÁVEIS SIM NÃO
UTILIZA CADEIRA DE RODAS
CAPACIDADE DE OPERAR CADEIRA DE RODAS SOBRE
SUPERFÍCIES REGULARES
CAPACIDADE DE OPERAR CADEIRA DE RODAS SOBRE
SUPERFÍCIES IRREGULARES
CAPACIDADE DE OPERAR CADEIRA DE RODAS EM ACLIVE
CAPACIDADE DE OPERAR CADEIRA DE RODAS EM DECLIVE
CAPACIDADE DE OPERAR CADEIRA DE RODAS EM CALÇADAS
(MEIO-FIO)
OBS.: Cadeira de rodas: ( ) manual ( ) motorizada
8. Avaliação do comportamento do cliente durante a realização das atividades:
8.1. Há quanto tempo está freqüentando a ABCR? Participa de outros grupos de reabilitação,
além da ABCR? Se sim, quais grupos?
OBS.: Caso o paciente não tenha iniciado a reabilitação logo após AVE, perguntar o motivo.
____________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
8.2. Considera que seu lazer está prejudicado? O que gostaria de fazer para ocupar mais seu
tempo como atividade de lazer?
___________________________________________________________________________
8.3. Caso o cliente tenha limitação de movimentos, investigar se faz atividades para
desviar a atenção da incapacidade de movimentar-se.
____________________________________________________________________________
8.4. Observar e registrar:
- Observa em outra pessoa as atividades que não consegue realizar? ( ) sim ( ) não
- Há esforço em recuperar as atividades que não consegue realizar? ( ) sim ( ) não
119
9. Medidas antropométricas:
OBS.: Peso e estatura são dados fornecidos pelo cliente, cuidador ou verificados no prontuário.
Peso:_______________ Estatura:_______________
Classificação do IMC: ( ) baixo peso; ( ) normal; ( ) sobrepeso; ( ) obesidade
Braço:______________ Manguito: ______________
OBS.: Verificação da pressão arterial no membro direito, de acordo com as recomendações
(DIRETRIZES, 2006).
Medidas da pressão arterial: 1
a
PAS__________ PAD__________
2
a
. PAS__________ PAD__________
3ª PAS _________ PAD _________
Média das duas últimas verificações: PAS _________ PAD __________
Classificação PAS:
( ) ótima ( )normal ( ) limítrofe ( ) hipertensão estágio 1 ( ) hipertensão estágio 2
( ) hipertensão estágio 3 ( ) hipertensão isolada
Classificação PAD:
( ) ótima ( )normal ( ) limítrofe ( ) hipertensão estágio 1 ( ) hipertensão estágio 2
( ) hipertensão estágio 3 ( ) hipertensão isolada
Classificação PA:
( ) ótima ( )normal ( ) limítrofe ( ) hipertensão estágio 1 ( ) hipertensão estágio 2
( ) hipertensão estágio 3 ( ) hipertensão isolada
10. Avaliação do nível de consciência e orientação no tempo e espaço:
10.1. Marque com um X o nível de consciência (ANDRIS, 2006):
( ) alerta ( ) letárgico ( ) torporoso ( ) comatoso
10.2. Orientação no tempo:
- Em que mês nós estamos? ______________________________
- Que idade você tem? __________________________________
10.3. Orientação no espaço:
- Qual o seu endereço? ________________________________________________________
- Em que cidade você mora? ___________________________________________________
- Em que bairro você mora? ___________________________________________________
11. Avaliação da respiração:
120
11.1. Dispnéia induzida pelo movimento: ( ) presente ( ) ausente
Se presente ( ) batimento asa de nariz ( ) utiliza músculos acessórios ( ) olhos
arregalados
Outros: ______________
12. Exame físico do sistema musculoesquelético e neurológico:
12.1. Limitação da mobilidade de alguma parte do corpo:
( ) sim ( ) não. Se sim, qual limitação? ______________________________
12.2. Fraqueza, dificuldade de se mover e movimentação anormal:
( ) sim ( ) não. Se sim, qual? ______________________________________
12.3. Anquilose de alguma articulação:
( ) sim ( ) não. Se sim, qual articulação? _____________________________
12.4. Espasticidade:
( ) sim ( ) não. Se sim, qual a freqüência? ( ) muito ( ) pouco ( )raramente
12.5. Presença de paralisias em seguimentos corporais:
( ) sim ( ) não. Se sim, classificação de acordo com Baiki (2006):
( ) paraplegia ( ) quadriplegia ( ) hemiplegia ( ) paresia
Localização da paralisia: _____________________________
12.6. Imobilização mecânica:
( ) sim ( ) não. Se sim, que tipo? __________________________
12.7. Cefaléias:
( ) sim ( ) não. Se sim, qual a freqüência? ______________________________
12.8. Convulsões:
( ) sim ( ) não. Se sim, qual a freqüência? _______________________________
OBS.: No item amplitude do movimento marcar com um X somente os movimentos que o
cliente conseguir realizar.
12.9. Cabeça e pescoço:
INSPEÇÃO: alinhamento da cabeça e do
pescoço.
Cabeça: ( ) normal ( ) alterado __________
Pescoço: ( ) normal ( ) alterado _________
PALPAÇÃO: processos espinhosos e os
músculos esternomastóideo, trapézio e
paravertebrais
Cabeça:
( ) firme ( ) presença de espasmos
( ) hipersensibilidade muscular
Pescoço:
( ) firme ( ) presença de espasmos
( ) hipersensibilidade muscular
121
AMPLITUDE DO MOVIMENTO
( ) Flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
( ) flexão lateral D força muscular: ________
( ) flexão lateral E força muscular: ________
( ) rotação D força muscular: ___________
( ) rotação E força muscular: ___________
12.10. Ombros:
INSPEÇÃO: musculatura de ombros
anterior e posterior
Direito:
( ) normal ( ) rubor ( ) atrofia muscular
( ) tumefação ( ) deformidade _______________
Esquerdo:
( ) normal ( ) rubor ( ) atrofia muscular
( ) tumefação ( ) deformidade _______________
PALPAÇÃO: ambos os ombros
Direito:
( ) normal ( ) espasmo ( ) calor
( ) atrofia muscular ( ) edema ( ) dor
Esquerdo:
( ) normal ( ) espasmo ( ) calor
( ) atrofia muscular ( ) edema ( ) dor
AMPLITUDE DO MOVIMENTO
Direito:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
( ) abdução força muscular: ___________
( ) adução força muscular: ___________
( ) rotação interna força muscular: _________
( ) rotação externa força muscular: _________
Esquerdo:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
( ) abdução força muscular: ___________
( ) adução força muscular: ___________
( ) rotação interna força muscular: _________
( ) rotação externa força muscular: _________
12.11. Cotovelos:
INSPEÇÃO: tamanho e contorno
Direito:
( ) normais ( ) tumefação ( ) rubor
( ) deformidade _______________________
Esquerdo:
( ) normais ( ) tumefação ( ) rubor
( ) deformidade _______________________
122
PALPAÇÃO: artculações
Direito:
( ) normal ( ) tumefação ( ) nódulos
( )espessamento sinoval ( ) hipersensibilidade
Esquerdo:
( ) normal ( ) tumefação ( ) nódulos
( )espessamento sinoval ( ) hipersensibilidade
AMPLITUDE DO MOVIMENTO
Direito:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
( ) pronação força muscular: ___________
( ) supinação força muscular: ___________
Esquerdo:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
( ) pronação força muscular: ___________
( ) supinação força muscular: ___________
12.12. Punhos, mãos e dedos:
INSPEÇÃO: dorso e palma das mãos,
observando posição, contorno e formato
Direito:
( ) normal
( ) tumefação local______ articulação__________
( ) rubor local________ articulação ___________
( ) nódulos local________ articulação__________
( ) deformidades local ______ articulação_______
Esquerdo:
( ) normal
( ) tumefação local______ articulação__________
( ) rubor local________ articulação ___________
( ) nódulos local________ articulação__________
( ) deformidades local ______ articulação_______
PALPAÇÃO: cada articulação
Direito:
( ) normal
( ) tumefação local_________ articulação_______
( ) depressão local________ articulação________
( ) nódulos local_________ articulação_________
( ) hipersensibilidade local _____
articulação_____
Esquerdo:
( ) normal
( ) tumefação local_________ articulação_______
( ) depressão local________ articulação________
( ) nódulos local_________ articulação_________
( ) hipersensibilidade local _____
articulação_____
123
AMPLITUDE DO MOVIMENTO
Punho e mão direita:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
( ) hiperextensão força muscular: ___________
Punho e mão esquerda:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
( ) hiperextensão força muscular: ___________
Dedos da mão direita:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
( ) abdução força muscular: ___________
( ) adução força muscular: ___________
( ) oposição do polegar aos dedos força muscular: ___
Dedos da mão esquerda:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
( ) abdução força muscular: ___________
( ) adução força muscular: ___________
( ) oposição do polegar aos dedos força muscular: ___
12.13. Quadril (articulação coxofemoral):
INSPEÇÃO: articulação do quadril em conjunto
com a coluna vertebral e articulação coxofemoral
Direito:
( ) normal
( ) nível assimétrico da crista ilíaca
( ) nível assimétrico da prega glútea
( ) nádegas de tamanhos desiguais
( ) comprimento desigual da extremidade inferior
( ) movimentação não funcional do quadril
Esquerdo:
( ) normal
( ) nível assimétrico da crista ilíaca
( ) nível assimétrico da prega glútea
( ) nádegas de tamanhos desiguais
( ) comprimento desigual da extremidade inferior
( ) movimentação não funcional do quadril
PALPAÇÃO: articulações coxofemorais
Direito:
( ) estável e simétrico
( ) crepitação ( ) hipersensibilidade
Esquerdo:
( ) estável e simétrico
( ) crepitação ( ) hipersensibilidade
124
AMPLITUDE DO MOVIMENTO
Direito:
( ) flexão do quadril com o joelho estendido
força muscular: ___________
( ) flexão do quadril com o joelho flexionado
força muscular: ___________
( ) rotação externa da perna força muscular:
_____
( ) rotação interna da perna força muscular:
_____
( ) abdução da perna força muscular:
___________
( ) adução da perna força muscular: ___________
( ) hiperextensão da perna força muscular:
______
Esquerdo:
( ) flexão do quadril com o joelho estendido
força muscular: ___________
( ) flexão do quadril com o joelho flexionado
força muscular: ___________
( ) rotação externa da perna força muscular:
_____
( ) rotação interna da perna força muscular:
_____
( ) abdução da perna força muscular:
___________
( ) adução da perna força muscular: ___________
( ) hiperextensão da perna força muscular
_______
12.14. Joelhos e coxas:
INSPEÇÃO: alinhamento da perna e do formato
e contorno dos joelhos
Direito:
( ) normal ( ) tumefação
( ) atrofia do quadríceps na coxa anterior
Esquerdo:
( ) normal ( ) tumefação
( ) atrofia do quadríceps na coxa anterior
PALPAÇÃO: articulações
Direito:
( ) normais ( ) calor ( ) hipersensibilidade
( ) nódulos ( ) edema
Esquerdo:
( ) normais ( ) calor ( ) hipersensibilidade
( ) nódulos ( ) edema
AMPLITUDE DO MOVIMENTO
Direito:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
Esquerdo:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
125
12.15. Tornozelos, pés e dedos dos pés:
INSPEÇÃO: posição, contorno e formato
Direito:
( ) normal
( ) lesões local ______ articulação: ____________
( ) calos local _______ articulação: ____________
( ) coloração anormal local_____ articulação ____
Esquerdo:
( ) normal
( ) lesões local ______ articulação: ____________
( ) calos local _______ articulação: ____________
( ) coloração anormal local_____ articulação ____
PALPAÇÃO: articulações
Direito:
( ) normal
( ) tumefação local ______ articulação __________
( ) hipersensibilidade local ____ articulação ______
Esquerdo:
( ) normal
( ) tumefação local ______ articulação __________
( ) hipersensibilidade local ____ articulação ______
AMPLITUDE DO MOVIMENTO
Tornozelo e pé direito:
( ) dorsiflexão força muscular: ___________
( ) flexão plantar força muscular: ___________
( ) inversão força muscular: ___________
( ) eversão força muscular: ___________
Tornozelo e pé esquerdo:
( ) dorsiflexão força muscular: ___________
( ) flexão plantar força muscular: ___________
( ) inversão força muscular: ___________
( ) eversão força muscular: ___________
Dedos do pé direito:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
( ) abdução força muscular: ___________
( ) adução força muscular: ___________
Dedos do pé esquerdo:
( ) flexão força muscular: ___________
( ) extensão força muscular: ___________
( ) abdução força muscular: ___________
( ) adução força muscular: ___________
12.16. Movimentação e transferência:
OBS.1: Verificar se o cliente tem capacidade para:
VARIÁVEIS SIM NÃO
VIRAR-SE DE UM LADO PARA OUTRO NA CAMA
MOVER-SE DA POSIÇÃO SUPINA PARA A POSIÇÃO SENTADA
MOVER-SE DA POSIÇÃO SENTADA PARA A POSIÇÃO SUPINA
ESQUIVAR-SE OU REPOSICIONAR-SE NA CAMA
MOVER-SE DA POSIÇÃO SUPINA PARA A PRONA
MOVER-SE DA POSIÇÃO PRONA PARA A SUPINA
126
MOVER-SE DA POSIÇÃO SUPINA PARA A POSIÇÃO SENTADA
COM AS PERNAS ALONGADAS
MOVER-SE DA POSIÇÃO SENTADA PARA A SUPINA COM AS
PERNAS ALONGADAS
OBS.2.: Verificar se o cliente tem capacidade para transferir-se:
DA CAMA PARA A CADEIRA E DA CADEIRA PARA A CAMA (ESCALA DE BARTHEL):
( ) 0. Incapaz, não tem equilíbrio para sentar
( ) 5. Grande ajuda (uma ou duas pessoas, física), pode sentar
( ) 10. Pequena ajuda (verbal ou física)
( ) 15. Independente
Pontuação Barthel: ________
VARIÁVEIS SIM NÃO
PARA OU DO VASO SANITÁRIO
PARA OU DA CADEIRA HIGIÊNICA
PARA DENTRO OU PARA FORA DO CHUVEIRO
PARA DENTRO OU PARA FORA DA BANHEIRA
ENTRE SUPERFÍCIES DE NÍVEIS DIFERENTES
DA CADEIRA PARA O CARRO
DO CARRO PARA A CADEIRA
DA CADEIRA PARA O CHÃO
DO CHÃO PARA A CADEIRA
DA POSIÇÃO EM PÉ PARA O CHÃO
DO CHÃO PARA A POSIÇAO EM PÉ
DA CADEIRA PARA A POSIÇÃO EM PÉ
DA POSIÇÃO EM PÉ PARA A CADEIRA
DA CAMA PARA A POSIÇÃO EM PÉ
DA POSIÇÃO EM PÉ PARA A CAMA
12.17. Marcha, postura e equilíbrio:
OBS.: Se a pessoa não consegue caminhar ou utiliza auxílio para tal, pular para item 14.8.
CONSEGUE FICAR EM PÉ E
CAMINHAR?
( ) sim ( ) não
UTILIZA AUXÍLIO PARA
CAMINHAR?
( ) sim. Tipo:___________________ ( ) não
OBSERVAR CAMINHAR DE 3 A 6
METROS, VIRAR-SE E RETORNAR
ATÉ O PONTO DE PARTIDA
( ) normal ( ) hemiparesia espástica
( ) ataxia cerebelar ( ) parkinsoniana
( ) tesoura ( ) escavante ou com queda do pé
( ) anseriana ( ) perna curta
( ) outros _____________________________
127
ANDAR EM LINHA RETA COM UM
PÉ ATRÁS DO OUTRO
( ) equilíbrio ( ) desequilíbrio
( ) não consegue
REALIZAR TESTE DE ROMBERG
( ) equilíbrio ( ) desequilíbrio
( ) não consegue
SALTAR EM UM PÉ SÓ COM UMA
PERNA E DEPOIS COM A OUTRA
( ) equilíbrio ( ) desequilíbrio
( ) não consegue
TESTE DO DEDO-NARIZ
( ) movimentos regulares
( ) movimentos irregulares
ANDAR EM ACLIVE
( ) independente
( ) consegue andar com auxílio _____________
( ) não consegue
ANDAR EM DECLIVE
( ) independente
( ) consegue andar com auxílio _____________
( ) não consegue
SUBIR ESCADAS (Escala de
Barthel)
( ) 0. Incapaz
( ) 5. Precisa de ajuda: verbal, física, suporte
( ) 10. Independente
Pontuação Barthel: ________
12.18. Sensibilidade:
DOR
Direito: ( ) normal ( ) hipoalgesia
( ) analgesia ( ) hiperalgesia
Localização: ____________________
Esquerdo: ( ) normal ( ) hipoalgesia
( ) analgesia ( ) hiperalgesia
Localização: ____________________
TEMPERATURA
(só testar se a dor estiver anormal)
Direito: ( ) normal ( ) alterada
Localização: _____________________
Esquerdo: ( ) normal ( ) alterada
Localização: _____________________
128
TATO LEVE
Direito: ( ) normal ( ) hipoestesia
( ) anestesia ( ) hiperestesia
Localização: _____________________
Esquerdo: ( ) normal ( ) hipoestesia
( ) anestesia ( ) hiperestesia
Localização: _____________________
VIBRAÇÃO
Direito: ( ) normal
( ) sente pequenas vibrações
( ) incapaz de sentir vibrações
Localização: _____________________
Esquerdo: ( ) normal
( ) sente pequenas vibrações
( ) incapaz de sentir vibrações
Localização: _____________________
CINESTESIA
Direito: ( ) normal
( ) perda do sentido posicional
Localização: _____________________
Esquerdo: ( ) normal
( ) perda do sentido posicional
Localização: _____________________
ESTEREOGNOSIA
Direito: ( ) normal ( ) astereognosia
Esquerdo: ( ) normal ( ) astereognosia
EXTINÇÃO
Direito: ( ) normal
( ) percebe apenas uma sensação
Localização: _____________________
Esquerdo: ( ) normal
( ) percebe apenas uma sensação
Localização: _____________________
LOCALIZAÇÃO DE UM PONTO
Direito: ( ) normal
( ) não consegue localizar de forma precisa
Esquerdo: ( ) normal
( ) não consegue localizar de forma precisa
12.19. Reflexos:
- Testar reflexos tendiosos profundos e anotar pontuação:
(0) – nenhuma resposta (+1) – diminuídos, abaixo do normal (+2) – médio, normal
(+3) – mais rápido que a média, pode indicar doença (+4) – muito rápidos, hiperativos
(5) paciente não cooperou ou tinha alguma incapacidade no local, por isso não foi possível
realizar o teste.
Lado direito: ( ) bicipital ( ) tricipital ( ) patelar ( ) braquiorradial ( ) aquileu
129
( ) clônus ( ) asterix
Lado esquerdo: ( ) bicipital ( ) tricipital ( ) patelar ( ) braquiorradial ( ) aquileu
( ) clônus ( ) asterix
12.20. Habilidades motoras finas:
OBS.1: se não conseguir pegar objeto, segurar e prender, encerrar a coleta.
OBS2.: Anote D para o lado direito e E para o lado esquerdo.
VARIÁVEIS SIM NÃO Lado
PEGAR UM OBJETO PRÓXIMO, SEGURAR E PRENDER O OBJETO
MOVIMENTOS MAIS LENTOS QUE O NORMAL
PRESENÇA DE TREMORES DURANTE MOVIMENTO DE
PEGAR OBJETO
PRESENÇA DE TREMORES MESMO PARADO
DESENHAR EM UM PAPEL
RECORTAR UM PAPEL OU SEU PRÓPRIO DESENHO
ENCAIXAR UMA PEÇA DE UM JOGO
OBS.: Se encaixa uma peça de um jogo ( ) com coordenação ( ) sem coordenação
OBS.: Presença de movimentos descontrolados ( ) sim ( ) não
OBSERVAÇÕES EXTRAS: ________________________________________________
_________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
Marcar item mobilidade de acordo com a Escala de Barthel:
15. Marcha independente ( ) 10. Ajuda mínima ( ) 5. Independente em cadeira de
rodas ( ) 0. Imóvel ( )
Pontuação Barthel: __________
Pontuação total da Escala de Barthel: _______________________________
Classificação Escala de Barthel: ______________________________________
130
APÊDICE B - Treinamento para coleta de dados
1. Dados de identificação:
Observação:
- Registrar endereço corretamente, bairro, ponto de referência.
- Registrar o telefone do cliente ou de amigos e vizinhos, no caso do cliente não possuir
telefone.
- Considerar no estado civil: solteiro, casado, união estável.
2. História de doenças anteriores:
- Considerar as doenças anteriores ao diagnóstico do acidente vascular encefálico.
3. Avaliação dos indicadores de risco:
3.1.1/3.1.2/3.1.3 - Preencher os quadros referentes aos indicadores de risco, conforme
solicitado no instrumento.
3.2. Mostrar o instrumento de COOP/WONCA para o cliente e perguntar qual a máxima
atividade física que ele pode realizar durante pelo menos dois minutos, nas duas últimas
semanas. Marcar no instrumento o correspondente à figura que o cliente apontou.
4. Avaliação das atividades da vida diária:
4.1. Marcar as atividades da vida diária de acordo com a Escala de Barthel.
4.2. Marcar as atividades operacionais da vida diária que o cliente é capaz de realizar. Marcar
também quantas vezes na semana e quanto tempo ele gasta para realizá-las.
5. Avaliação das eliminações:
5.1. Marcar o ritmo urinário e intestinal de acordo com a Escala de Barthel
6. Avaliação da dor:
- Perguntar ao cliente se ele está sentindo dor. Em caso afirmativo, quais os locais dessa dor.
- Mostrar as faces de dor para o cliente e pedir para ele dizer qual ele identifica como a dor
que sente.
7. Cadeira de rodas:
- Se o cliente não utilizar cadeira de rodas, pular para o item 8.
131
- Se o cliente utilizar cadeira de rodas, pedir para que ele opere a cadeira sobre superfícies
regular e irregular, aclive e declive e na calçada.
8. Avaliação do comportamento do cliente durante a realização das atividades:
- Preencher do item 8.1 ao 8.4 de acordo com as respostas do cliente.
9. Medidas antropométricas:
- Peso e altura: vão ser dados fornecidos pelo cliente ou acompanhante.
- A classificação do Índice de Massa Corporal (IMC), que é a relação entre peso em
quilogramas e a estatura em metros, elevada ao quadrado (kg/m
2
), será feita, segundo Burke
(2005): Baixo peso < 18,5; Normal - 18,5 a 24,9; Sobrepeso - 25 a 29,9; Obesidade grau I -
30 a 34,9; Obesidade grau II - 35 a 39,9; Obesidade grau III (obesidade extrema) ≥ 40.
- Pressão arterial: a verificação deve ser realizada no ambiente mais tranqüilo e silencioso
disponível na ABCR, com o cliente sentado, relaxado, com as costas apoiadas, pés pousados
no chão, pernas descruzadas e com o braço direito apoiado sobre uma mesa e à altura do
precórdio. Os clientes devem ser mantidos em repouso antes e durante a verificação, quando
serão orientados a permanecerem em silêncio. Deve certificar-se com o cliente dados como:
ingestão de bebida alcoólica, café, alimentos, ou fumo até trinta minutos antes; esvaziamento
da bexiga e ausência de exercícios físicos nos últimos sessenta a noventa minutos.A pressão
arterial deve ser verificada três vezes com intervalos de um a dois minutos entre cada
verificação e calculada média aritmética das duas últimas verificações. Se houver diferença
maior que 4 mmHg entre os valores da PAS e/ou PAD, deve ser realizada nova verificação.
Deve ser determinada a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som (fase
I de Korotkoff) e a pressão diastólica será definida no momento do desaparecimento do som
(fase V de Korotkoff). Quando os batimentos persistiam até o nível zero, a pressão diastólica
será determinada no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff).
- Para a interpretação dos valores da pressão arterial serão utilizadas como referência as
recomendações das Diretrizes (2006) que classificam os níveis de pressão arterial em: ótima:
PAS < 120 mmHg e PAD < 80 mmHg
normal: PAS < 130 mmHg e PAD < 85 mmHg
limítrofe: PAS de 130 a 139 mmHg e PAD de 85 a 89 mmHg
hipertensão estágio 1: PAS de 140 a 159 mmHg e PAD de 90 a 99 mmHg
hipertensão estágio 2: PAS de 160 a 179 mmHg e PAD de 100 a 109 mmHg
132
hipertensão estágio 3: PAS > 180 mmHg e PAD > 110 mmHg
hipertensão isolada: PAS > 140 mmHg e PAD < 90 mmHg.
10. Avaliação do nível de consciência:
- Observar se há alteração do nível de consciência.
- Classificar de acordo com Andris (2006) que define uma alteração no nível de consciência
do paciente como o indicador mais precoce e sensível de que alteração em seu estado
neurológico. Ele utiliza a seguinte diretriz para descrever o nível de consciência:
Alerta: segue os comandos e responde completamente e de maneira apropriada aos estímulos.
Letárgico: sonolento; respostas lentas aos estímulos verbais; pode adormecer durante o
exame.
Torporoso: exige estimulação vigorosa para resposta.
Comatoso: não responde apropriadamente aos estímulos verbais ou dolorosos; incapaz de
obedecer aos comandos ou comunicar-se verbalmente.
11. Avaliação da respiração:
- Registrar a presença de dispnéia durante o movimento.
12. Exame físico do sistema musculoesquelético:
12.1. Paralisia: perda total da função motora voluntária.
- Observar e perguntar ao cliente ou acompanhante se há presença de paralisias.
- Classificar de acordo com Baikie (2006). Costuma ser classificada conforme a localização e
a gravidade da paraplegia (algumas vezes, paralisia transitória das pernas), quadriplegia
(paralisia permanente dos braços, das pernas e do corpo abaixo do nível da lesão espinhal) ou
hemiplegia (paralisia unilateral de gravidade e permanência variáveis). A paralisia incompleta
com fraqueza profunda (paresia) pode preceder a paralisia total de alguns clientes (BAIKIE,
2006).
- Registrar também a localização da paralisia: face, pernas, braços, lado direito, esquerdo.
12.2. Imobilização mecânica: aparelho gessado ou uma tração esquelética.
- Observar e perguntar se o cliente utiliza alguma imobilização mecânica. As alterações no
nível da mobilidade física podem resultar da restrição física ao movimento por meio de uso de
equipamentos externos (JANA; WEINDEL, 1999).
133
12.3. Inspeção: inpecionar especificamente cada região do corpo e registrar se presença de
normalidade ou anormalidades. Entre as anormalidades podem-se observar:
Rubor: envermelhamento local. Um dos sintomas da inflamação.
Atrofia muscular: diminuição do tecido muscular, evidenciada como ausência de plenitude.
Deformidades: incluem a luxação (um ou mais ossos de uma articulação fora da sua posição),
subluxação (luxação parcial de uma articulação), contratura (encurtamento de um músculo
que resulta em ADM limitada da articulação), anquilose (rigidez ou fixação de uma
articulação).
Tumefação: deve-se a uma quantidade excessiva de líquido articular (derrame), ao
espessamento do revestimento sinovial, à inflamação dos tecidos moles circundantes (bolsas,
tendões) ou ao aumento dos ossos.
Nódulo: massa sólida, palpável, circunscrita, medindo, segundo alguns autores, entre 0,5 cm e
1 cm, e, segundo outros, entre 1 cm e 3 cm. Pode envolver a epiderme e a derme e o
subcutâneo ou apenas o subcutâneo. Pode muitas vezes ser mais palpável que visível.
CABEÇA E PESCOÇO
- Inspecionar o alinhamento da cabeça e do
pescoço. A coluna e a cabeça devem ficar eretas.
- Inspecionar a presença de normalidade ou de
alguma alteração. No caso de alteração
especificar.
OMBROS
- Inspecionar e comparar ambos os ombros
posterior e anteriormente.
- Inspecionar o tamanho e o contorno da
articulação e comparar os ombros quanto à
igualdade dos pontos de referência ósseos.
- Inspecionar a parte anterior da cápsula articular
e a bolsa subacromial, para possível tumefação
anormal.
- Inspecionar durante a movimentação se o cliente
sente alguma dor no ombro. Caso afirmativo
pedir para apontar para o lugar com a mão do
lado não-afetado.
- Inspecionar se está normal ou se apresenta
presença de rubor; atrofia muscular; deformidades
que ao estarem presentes deve-se especificar:
luxação, subluxação, contratura, anquilose;
tumefação; edema.
- Especificar, em caso de presença de alteração, o
lado direito e/ou esquerdo.
134
COTOVELOS
- Inspecionar o tamanho e o contorno do cotovelo
nas posições flexionada e estendida.
- Inspecionar a bolsa olecraniana e os sulcos
normalmente presentes de ambos os lados do
olecrânio para uma possível tumefação anormal.
- Inspecionar a normalidade ou qualquer
deformidade, rubor ou edema. Se presentes
especificar lado direito e/ou esquerdo.
PUNHOS, MÃOS E DEDOS
- Inspecionar as mãos, punhos e dedos pelas faces
dorsal e palmar.
- Observar posição, contorno e formato. A
posição normal da mão mostra o punho em ligeira
extensão. Dessa maneira, os dedos poderão
realizar uma flexão eficiente e o polegar opor-se
aos dedos para preensão e manipulação. Os dedos
ficam retos no mesmo eixo do antebraço.
- Registrar se normalidade ou se presença
de tumefação, rubor, deformidade, nódulos. Se
presente alguma alteração, especificar local:
punho, mão, cotovelo e lado: direito e/ou
esquerdo. No caso da deformidade, especificar
também qual é a deformidade: luxação,
subluxação, contratura, anquilose.
QUADRIL
- Inspecionar a articulação do quadril juntamente
com a coluna vertebral durante o exame com o
cliente em pé. Se este não conseguir se levantar,
observar o que for possível na posição sentada e
deitada.
- Observar os níveis simétricos das cristas ilíacas,
das pregas glúteas e as nádegas de tamanhos
iguais.
- Observar, durante a marcha, se esta é uniforme e
regular, o que reflete comprimentos iguais das
extremidades inferiores e uma movimentação
funcional do quadril.
- Registrar a normalidade ou presença de níveis
assimétricos das cristas ilíacas, níveis
assimétricos das pregas glúteas, nádegas de
tamanhos desiguais, comprimentos desiguais das
extremidades inferiores, movimentação não
funcional do quadril.
135
JOELHOS
- Inspecionar os joelhos com o cliente em
decúbito dorsal com as pernas estendidas.
- Inspecionar o alinhamento da perna. A perna
deve estender-se no mesmo eixo da coxa.
- Inspecionar o formato e o contorno do joelho.
Normalmente concavidades distintas, ou
depressões, estão presentes de ambos os lados da
patela.
- Examinar quanto a possíveis sinais de
tumefação.
- Observar outros locais, como a bolsa pré-patelar
e a bolsa suprapatelar, para qualquer tumefação
anormal.
- Checar o músculo quadríceps na coxa anterior
para qualquer atrofia.
- Registrar normalidade ou presença de
tumefação, edema, atrofia do quadríceps na coxa.
Se presença de anormalidade, especificar lado
direito e/ou esquerdo.
TORNOZELOS, PÉS E DEDOS DOS
PÉS
- Inspecionar com o cliente na posição sentada e
sem apoio do peso corporal, assim como na
posição ereta e caminhando. No caso do cliente
que não consegue caminhar, observar apenas na
primeira posição.
- Comparar ambos os pés, observando a posição
dos pés e dos artelhos, o contorno das articulações
e as características da pele. O deve estar
alinhado com o eixo longitudinal da perna; uma
linha imaginária deveria cair desde a metade da
patela até entre o primeiro e segundo artelhos.
- Observar se o apoio do peso corporal cai sobre a
parte média do pé, a partir do calcanhar, ao longo
do mediopé, até entre o segundo e terceiro
artelhos. A maioria dos pés possui um arco
longitudinal que pode variar normalmente de “pés
planos” a um dorso do pé alto.
- Observar se os artelhos apontam diretamente
para frente e adotam uma posição horizontal
(plana). Os tornozelos (maléolos) são
proeminências ósseas uniformes. Normalmente, a
pele é lisa com coloração uniforme e sem lesões.
- Observar as áreas em que calos ou reações
das bolsas, pois elas revelam áreas de atrito
anormal.
- registrar se presença de normalidade ou
anormalidades: lesões, calos, coloração anormal.
Especificar, em caso de anormalidade, local:
tornozelo, dedo, pé e lado: direito e/ou esquerdo.
136
12.4. Palpação: palpar especificamente cada região do corpo e registrar se presença de
normalidade ou anormalidades. Entre as anormalidades podem-se observar:
Espasmos: contração muscular involuntária devido à hipertonia dos músculos.
Hipersensibilidade: aumento da sensibilidade.
Calor: temperatura elevada.
Atrofia muscular: diminuição do tecido muscular, evidenciado como ausência de plenitude.
Edema: acúmulo de líquido nos tecidos nas cavidades corpóreas, proveniente dos vasos
sanguíneos. Forma-se a partir do aumento da pressão exercida pela água (pressão hidrostática)
no interior dos vasos ou sua diminuição no exterior; diminuição das proteínas no plasma ou
seu aumento no líquido intersticial; aumento da permeabilidade dos capilares.
Tumefação: deve-se a uma quantidade excessiva de líquido articular (derrame), ao
espessamento do revestimento sinovial, à inflamação dos tecidos moles circundantes (bolsas,
tendões) ou ao aumento dos ossos.
Crepitação: é uma trituração ou ranger audível e palpável que acompanha o movimento.
Ocorre quando as superfícies articulares nas articulações são ásperas.
Nódulos: massa sólida, palpável, circunscrita, medindo, segundo alguns autores, entre 0,5 cm
e 1 cm, e segundo outros, entre 1 cm e 3 cm. Pode envolver a epiderme, a derme e o
subcutâneo ou apenas o subcutâneo. Pode muitas vezes ser mais palpável que visível.
CABEÇA E PESCOÇO
- Palpar os processos espinhosos e os músculos
esternomastóideo, trapézio e paravertebrais.
- Registrar se uma sensação de firmeza, sem
espasmos ou hipersensibilidade muscular.
OMBROS
- Palpar ambos os ombros com o cliente em pé, de
frente para o examinador. Se o cliente não puder
ficar em pé, examinar sentado.
- Iniciar a palpação ao nível da clavícula e
explorar metodicamente a articulação
acromioclavicular, a escápula, o tubérculo maior
do úmero, a área da bolsa subacromial, o sulco
bicipital e a superfície anterior da articulação
glenoumeral. Palpar também a axila com formato
de pirâmide.
- Registrar se normalidade ou anormalidades:
espasmos, atrofia muscular, edema, calor dor. Se
presente anormalidades, especificar o lado direito
e/ou esquerdo.
137
COTOVELOS
- Palpar com o cotovelo em cerca de 70 graus de
flexão e o mais relaxado possível.
- Utilizar sua mão esquerda para apoiar o
antebraço esquerdo do cliente e palpar a
superfície extensora do cotovelo, o olecrânio e os
epicôndilos medial e lateral do úmero com seu
polegar e dedos direitos.
- Palpar, com seu polegar no sulco lateral e seus
dedos indicador e médio no sulco medial, ambos
os lados do olecrânio, exercendo uma pressão
variável. Os tecidos e os coxins adiposos
normalmente presentes transmitem uma sensação
razoavelmente sólida.
- Registrar normalidade ou anormalidades:
espessamento sinovial, tumefação, nódulos,
hipersensibilidade. Em caso de anormalidades,
especificar lado direito e/ou esquerdo.
PUNHOS, MÃOS E DEDOS
- Palpar cada articulação no punho e nas mãos.
- Ficar de frente para o cliente, apoiar a mão com
seus dedos debaixo da mão do cliente e palpar o
punho firmemente com seus dois polegares
colocados em seu dorso. Certificar-se de que o
punho do cliente está relaxado e com alinhamento
retilíneo. Movimentar seus polegares que estão
executando a palpação de um lado para o outro, a
fim de identificar as áreas deprimidas normais
existentes acima do espaço articular. Aplicar uma
pressão delicada, porém firme.
- Palpar as articulações metacarpofalangeanas
com seus polegares, imediatamente abaixo e de
ambos os lados do nó dos dedos.
- Utilizar seu polegar e dedo indicador em um
movimento de pinça, para palpar os lados das
articulações interfalangeanas.
- Registrar normalidade ou anormalidades:
tumefação, depressão, nódulos,
hipersensibilidade. Se anormalidades presentes,
especificar local: punho, mão, dedos e lado:
direito ou esquerdo.
QUADRIL
- Palpar as articulações do quadril com o cliente
na posição dorsal.
- Registrar normalidade: estável e simétrica ou
anormalidades: hipersensibilidade, crepitação e
lado direito e/ou esquerdo.
138
JOELHOS
- Palpar o joelho com o cliente em decúbito com
relaxamento completo do músculo do quadríceps.
- Iniciar a palpação na parte alta da superfície
anterior da coxa, cerca de 1cm acima da patela.
- Palpar com seu polegar e dedos esquerdos de
conformidade com uma manobra compressiva.
- Prosseguir na direção do joelho, explorando a
região da bolsa suprapatelar.
- Observar a consistência dos tecidos. Os
músculos e os tecidos moles devem parecer
sólidos e a articulação mostrar-se lisa.
- registrar normalidade ou anormalidades: calor,
hipersensibilidade, nodularidade, edema,
tumefação. Na presença de anormalidades,
especificar lado direito e/ou esquerdo.
TORNOZELOS, PÉS E DEDOS DOS
PÉS
- Apoiar o tornozelo, segurando o calcanhar com
seus dedos, enquanto palpa com seus polegares.
- Explorar os espaços articulares.
- Palpar as articulações metarsofalangeanas entre
seu polegar no dorso e seus dedos na superfície
plantar.
- Registrar normalidade ou anormalidades:
tumefação, hipersensibilidade. Se anormalidades
presentes, especificar lado direito e/ou esquerdo.
12.5. Amplitude do movimento:
Cabeça e pescoço
- Flexão: encostar o queixo no peito.
- Extensão: retornar a cabeça para posição
ereta.
- Flexão lateral: encostar cada orelha na
direção do ombro correspondente. Não
erguer o ombro.
- Rotação: girar o queixo para cada ombro.
- Repetir os movimentos, enquanto aplica
uma força oponente.
139
Ombros:
- Flexão: começar com um braço e erguê-lo
acima da cabeça.
- Extensão: retornar o braço para a posição
inicial no lado do corpo.
Abdução: começar com um braço e movê-lo
lateralmente para uma posição ereta acima da
cabeça.
- Adução: abaixar o braço para a posição
original e movê-lo sobre o corpo até onde for
possível.
Rotação interna e externa: erguer o braço até
que sua parte superior interna esteja alinhada
com o ombro. Flexionar o cotovelo a um
ângulo de 90º e mover o antebraço para cima
e para baixo.
- Testar a força dos músculos dos ombros
pedindo para o cliente encolher os ombros.
Realizar uma flexão para diante e para cima e
uma abdução contra sua resistência.
- Repetir movimentos com o outro ombro.
140
Cotovelos:
- Flexão: dobrar o cotovelo e mover a parte
inferior do braço e a mão para cima em
direção do ombro.
- Extensão: retornar a parte inferior do braço
e a mão para a posição original enquanto
endireita o cotovelo.
- Pedir para o cliente flexionar o cotovelo
contra sua resistência aplicada imediatamente
acima do punho. A seguir, pedir que ele
realize a extensão do cotovelo contra sua
resistência.
- Repetir movimentos com o outro cotovelo.
Punhos e mãos:
- Supinação: rodar a parte inferior do braço e
a mão de modo que a palma esteja virada
para cima.
- Pronação: rodar a parte inferior do braço de
modo que a palma esteja virada para baixo.
- Flexão: mover a mão para baixo em direção
ao aspecto interior do antebraço.
- Extensão: retornar a mão para a posição
neutra, ao nível do antebraço.
- Hiperxtensão: mover a porção dorsal
(superior) da mão para trás até onde for
possível.
Dedos:
- Flexão: dobrar os dedos para cerrar o
punho.
- Extensão: endireitar os dedos.
- Abdução: distender bem os dedos.
141
- Adução: retornar os dedos até que estejam
juntos novamente.
- Oposição do polegar aos dedos: tocar o
polegar com cada dedo da mão.
- Posicionar o antebraço do cliente supinado
(palma para cima) e apoiado sobre uma
mesa. Estabilizar, mantendo sua mão ao nível
da parte média do antebraço do cliente. Pedir
para que ele flexione o punho contra sua
resistência aplicada na palma.
- Repetir movimentos com o outro punho,
mão e dedos.
Quadril:
- Flexão: com as pernas estendidas, levantar
- Extensão: retornar a perna para a posição
original próxima à outra perna.
- Abdução: levantar a perna lateralmente
afastando do corpo.
- Adução: retornar a perna em direção da
outra perna e levantá-la acima desta, se for
possível.
- Rotação interna: virar o e a perna em
direção à outra perna.
- Rotação externa: afastar o e a perna da
outra perna.
Joelhos:
- Flexão: dobrar a perna, aproximando o
calcanhar da parte posterior desta.
- Extensão: retornar a perna para a posição
ereta.
142
- Pedir para o cliente manter a flexão do
joelho enquanto vo se opõe, tentando
empurrar a perna para a frente.
- Repetir movimentos com o outro joelho.
Tornozelos, pés:
- Dorsiflexão: mover o para cima e para
trás, até que os dedos estejam na vertical.
- Flexão plantar: mover o pé para cima e para
trás, até que os dedos estejam na vertical.
- Inversão: girar a planta do pé em direção ao
meio.
- Eversão: girar a planta do pé para fora.
Dedos dos pés:
- Flexão: dobrar os dedos para baixo.
- Extensão: endireitar os dedos.
- Abdução: abrir bem os dedos.
- Adução: juntar os dedos.
- Determinar a força muscular, pedindo ao
cliente que mantenha a dorsiflexão e a flexão
plantar contra sua resistência.
- Repetir os movimentos com o outro
tornozelo, pé e dedos.
- Graduação da força muscular:
0. Nenhuma contração
1. Ligeira contração
2. Amplitude do movimento plena com eliminação da gravidade (movimentação passiva)
3. Amplitude do movimento plena com a gravidade
4. Amplitude do movimento plena contra a gravidade, alguma resistência
5. Amplitude do movimento plena contra a gravidade, resistência plena
OBS.: Anotar a graduação da força muscular para cada parte do corpo.
143
12.6. Movimentação e transferência:
OBS.1.: Pedir para o cliente mover-se de uma posição para outra de acordo com a solicitação
do instrumento.
OBS.2.: Verificar se o cliente tem dificuldade de transferir-se da cama para a cadeira e da
cadeira para a cama, de acordo com a Escla de Barthel.
12.7. Marcha, postura e equilíbrio:
- Se o cliente não conseguir ficar em pé e caminhar, pular para o item 14.8.
- Se o cliente utilizar auxílio para caminhar, registrar tipo de auxílio.
- Observar a caminhada do cliente de 3 a 6 metros. Pedir para ele virar e retornar ao ponto de
partida. Observar se a marcha é anormal:
MARCHAS ANORMAIS:
Hemiparesia espástica: o braço fica imóvel contra o
corpo, com flexão do ombro, cotovelo, pulso, dedos
da mão e adução do ombro. A perna fica rígida e
estendida e faz uma circundação a cada passo (arrasta
os dedos num semicírculo).
Ataxia cerebelar: marcha cambaleante e de base
ampla. Dificuldade de se virar. Movimento
descoordenado com sinal de Romberg positivo.
144
Parkinsoniana: a postura é inclinada para a frente.
Tronco lançado para a frente. Cotovelos, quadris e
joelhos estão flexionados. Os passos são curtos e
arrastados. Hesitação ao começar a andar e
dificuldade de parar subitamente. A pessoa mantém o
corpo rígido. Caminha e gira o corpo como uma
unidade fixa. Dificuldade em qualquer mudança de
direção.
Tesoura: os joelhos se cruzam ou entram em contato,
como ao segurar uma laranja entre as coxas. A pessoa
usa passos curtos e o caminhar exige esforço.
Escavante ou com queda do pé: qualidade de bater os
pés. Parece que a pessoa está subindo uma escada e
não encontra mais nenhum degrau. Levanta o joelho e
o bem alto e bate com ele com força, bem
achatado, para compensar a queda do pé.
Anseriana: músculos do quadril fracos. Quando a
pessoa um passo o quadril oposto cai, o que
acarreta um movimento lateral compensatório da
pelve. Muitas vezes, a pessoa apresenta igualmente
lordose lombar acentuada e protusão do abdome.
145
Perna curta: discrepância no comprimento das
pernas>2,5cm. Movimento vertical em telescópio do
lado afetado, que mergulha quando a pessoas
caminha. A aparência da marcha varia dependendo do
grau da disfunção muscular associada.
- Pedir para o cliente caminhar em linha reta com um atrás do outro. Observar se há
equilíbrio ou desequilíbrio.
- Realizar teste de Romberg: Pedir para o cliente ficar em com os pés juntos e os braços
dos lados. Pedir para fechar os olhos e manter a posição. Esperar cerca de vinte segundos.
Observar se há equilíbrio ou desequilíbrio.
146
- Pedir para o cliente saltar em um pé só com uma perna e depois com a outra.
- Realizar teste do dedo-nariz: pedir para o cliente fechar os olhos e estender os braços. Pedir
para ele tocar a ponta do próprio nariz em cada dedo indicador, alternando as mãos e
aumentando a velocidade.
- Pedir para o cliente andar em aclive e declive. Observar se consegue andar nos dois.
- Pedir para o cliente subir escadas e classificar de acordo com a Escala de Barthel.
147
12.8. Sensibilidade:
Dor: a dor é testada pela capacidade do
cliente perceber uma picada. Aplicar de
leve uma ponta afilada ou a extremidade
romba. Pedir para a pessoa dizer “afilada”
ou “romba”, dependendo da sensação
experimentada.
Temperatura: testar se a sensação de dor
tiver anormal. Testar com água quente e
água fria, revesando. Pedir para o cliente
dizer que temperatura é sentida.
Tato leve: aplicar na pele um chumaço de
algodão, nos braços, antebraços, mão,
coxas, pernas e pés. Pedir para o cliente
falar quando sentir o contato. Comparar
pontos simétricos.
Vibração: testar a capacidade do cliente de
sentir as vibrações de um diapasão sobre
proeminências ósseas. Bater o diapasão na
palma da mão e segurar a base sobre uma
superfície óssea dos dedos e do primeiro
artelho. Pedir ao cliente para indicar
quando a sensação se inicia e cessa.
Cinestesia: testar a capacidade do cliente de
perceber movimentos passivos das
extremidades. Mover o dedo da mão para
cima e para baixo e pedir para o cliente
dizer em que direção ele moveu. Fazer o
teste com os olhos fechados. Segurar o
dedo lateralmente.
Estereognosia: testar a capacidade do
cliente de reconhecer objetos ao sentir sua
forma, tamanho e peso. Com os olhos do
cliente fechados, colocar uma moeda ou
chave na mão dele e pedir para que ele
identifique.
148
Extinção: tocar ambos os lados do corpo
simultaneamente no mesmo ponto. Pedir ao
cliente para dizer quantas sensações são
percebidas e onde elas estão. Normalmente
são percebidas ambas as sensações.
Localização de um ponto: tocar a pele e
retirar prontamente o estímulo. Dizer ao
cliente para colocar o dedo dele onde você
tocou.
12.9. Reflexos:
Bicipital: apoiar o antebraço do cliente no
seu. Colocar seu polegar sobre o tendão do
bíceps e dar uma martelada em seu polegar.
Normal: contração do músculo bíceps e a
flexão do antebraço.
Tricipital: pedir para o cliente deixar o braço
como “morto” enquanto você o suspende,
segurando-o pelo antebraço. Golpear o
tendão do tríceps imediatamente acima do
cotovelo. Normal: extensão do antebraço.
Braquiorradial: segurar os polegares do
cliente e suspender o antebraço relaxado.
Golpear o antebraço diretamente, cerca de 2
a 3 cm acima do processo estilóide radial.
Normal: flexão e supinação do antebraço.
Patelar: deixar a parte inferior das pernas do
cliente pender livremente, para flexionar o
joelho e distender os tendões. Golpear o
tendão diretamente, logo abaixo da patela.
Normal: a extensão da parte inferior da
perna. Você palpará também a contração do
quadríceps.
149
Aquileu: posicionar o cliente com o joelho
flexionado e o quadril em rotação externa.
Manter o em dorsiflexão e golpear o
tendão de aquiles. Normal: planta do se
flexiona contra a sua mão.
Clônus: apoiar a parte inferior da perna com
uma das mãos. Com sua outra mão, mover o
pé para cima e para baixo algumas vezes,
para relaxar o músculo. Distender então o
músculo por uma rápida dorsiflexão do pé.
Manter a extensão. Normal: quando você não
sente nenhum movimento adicional. Clônus:
movimento muscular reflexo repetido.
12.10. Habilidades motoras finas:
- Testar a habilidade motora fina seguindo itens do instrumento.
13. Escala de Barthel
- Contar a pontuação total da Escala de Barthel.
150
APÊDICE C - Dados significativos para os diagnósticos de enfermagem da classe
Atividade/Exercício
Diagnóstico: Intolerância à atividade
Apresenta como características definidoras:
- Alterações eletrocardiográficas refletindo arritmias: ( ) presente ( ) ausente
- Alterações eletrocardiográficas refletindo isquemia: ( ) presente ( ) ausente
- Desconforto aos esforços: ( ) presente ( ) ausente
- Dispnéia aos esforços: ( ) presente ( ) ausente
- Relato verbal de fadiga ou fraqueza: ( ) presente ( ) ausente
- Relato verbal de fraqueza: ( ) presente ( ) ausente
- Resposta anormal da freqüência cardíaca à atividade: ( ) presente ( ) ausente
- Resposta anormal da pressão sanguínea à atividade: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Intolerância à atividade ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Fadiga
Apresenta como características definidoras:
- Aumento das necessidades de repouso: ( ) presente ( ) ausente
- Aumento das queixas físicas: ( ) presente ( ) ausente
- Cansaço: ( ) presente ( ) ausente
- Concentração comprometida: ( ) presente ( ) ausente
- Desatento: ( ) presente ( ) ausente
- Desempenho diminuído: ( ) presente ( ) ausente
- Desinteresse quanto ao ambiente que o cerca: ( ) presente ( ) ausente
- Falta de energia: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de manter o nível habitual de atividade física: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de restaurar energias após o sono: ( ) presente ( ) ausente
- Introspecção: ( ) presente ( ) ausente
- Letárgico: ( ) presente ( ) ausente
- Libido comprometida: ( ) presente ( ) ausente
- Necessidade percebida de energia adicional para realizar tarefas de rotina:
( ) presente ( ) ausente
- Sentimentos de culpa por não cumprir suas responsabilidades:
( ) presente ( ) ausente
151
- Sonolento: ( ) presente ( ) ausente
- Verbalização de uma constante falta de energia: ( ) presente ( ) ausente
- Verbalização de uma opressiva falta de energia: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Fadiga ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Mobilidade no leito prejudicada
Apresenta como características definidoras:
- Capacidade prejudicada de virar-se de um lado para o outro: ( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de mover-se da posição supina para a posição sentada:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de mover-se da posição sentada para a posição supina:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de esquivar-se ou reposicionar-se na cama:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de mover-se da posição supina para a prona:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de mover-se da posição prona para a supina:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de mover-se da posição supina para a posição sentada com as
pernas alongadas: ( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de mover-se da posição sentada com as pernas alongadas para a
posição supina: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Mobilidade no leito prejudicada ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Mobilidade física prejudicada
Apresenta como características definidoras:
- Instabilidade postural: ( ) presente ( ) ausente
- Capacidade limitada para desempenhar as habilidades motoras grossas:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade limitada para desempenhar as habilidades motoras finas:
( ) presente ( ) ausente
- Movimentos não-coordenados: ( ) presente ( ) ausente
- Amplitude limitada de movimento: ( ) presente ( ) ausente
- Dificuldade para virar-se: ( ) presente ( ) ausente
152
- Mudanças na marcha: ( ) presente ( ) ausente
- Tempo de reação diminuído: ( ) presente ( ) ausente
- Dispnéia ao esforço: ( ) presente ( ) ausente
- Engaja-se em substituições de movimentos: ( ) presente ( ) ausente
- Movimentos lentos: ( ) presente ( ) ausente
- Tremor induzido pelo movimento: ( ) presente ( ) ausente
- Movimentos descontrolados: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Mobilidade física prejudicada ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Mobilidade com cadeira de rodas prejudicada
Apresenta como características definidoras:
- Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas manual sobre superfície regular:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas manual sobre superfície irregular:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas manual em um aclive:
( ) presente ( ) ausente
Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas manual em um declive:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas manual em meio-fio:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas motorizada sobre superfície regular:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas motorizada sobre superfície irregular:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas motorizada em um aclive:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas motorizada em um declive:
( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de operar cadeira de rodas motorizada em meio-fio:
( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Mobilidade com cadeira de rodas prejudicada ( ) presente ( ) ausente
153
Diagnóstico: Capacidade de transferência prejudicada
Apresenta como características definidoras:
- Incapacidade de transferir-se da cama para a cadeira: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se da cadeira para a cama: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se para ou do vaso sanitário: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se para ou da cadeira higiênica: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se para dentro ou para fora da banheira:
( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se para dentro ou para fora do chuveiro:
( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se entre superfícies de níveis diferentes:
( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se da cadeira para o carro: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se do carro para a cadeira: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se da cadeira para o chão: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se do chão para a cadeira: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se da posição em pé para o chão: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se do chão para a posição em pé: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se da cadeira para a posição em pé: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se da posição em pé para a cadeira: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se da cama para a posição em pé: ( ) presente ( ) ausente
- Incapacidade de transferir-se da posição em pé para a cama: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Capacidade de transferência prejudicada ( ) presente ( ) ausente
Deambulação prejudicada
Apresenta como características definidoras:
- Capacidade prejudicada de subir escadas: ( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de percorrer as distâncias necessárias: ( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de andar em aclive: ( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de andar em declive: ( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de andar sobre superfícies irregulares: ( ) presente ( ) ausente
- Capacidade prejudicada de subir e descer de calçadas (meio-fio): ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Deambulação prejudicada ( ) presente ( ) ausente
154
Estilo de vida sedentário
Apresenta como características definidoras:
- Escolhe uma rotina diária sem exercícios físicos: ( ) presente ( ) ausente
- Demonstra falta de condicionamento físico: ( ) presente ( ) ausente
- Verbaliza preferência por atividades com pouca atividade física: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Estilo de vida sedentário ( ) presente ( ) ausente
155
APÊDICE D Fatores de risco ou Fatores relacionados dos diagnósticos de
enfermagem da classe Atividade/Exercício
Diagnóstico: Risco de intolerância à atividade
Apresenta como Fatores de risco:
- Estado de não-condicionamento físico: ( ) presente ( ) ausente
- História prévia de intolerância: ( ) presente ( ) ausente
- Inexperiência com a atividade: ( ) presente ( ) ausente
- Presença de problemas circulatórios: ( ) presente ( ) ausente
- Presença de problemas respiratórios: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Risco de intolerância à atividade ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Risco de síndrome do desuso
Apresenta como Fatores de risco:
- Dor intensa: ( ) presente ( ) ausente
- Imobilização mecânica: ( ) presente ( ) ausente
- Nível de consciência alterado: ( ) presente ( ) ausente
- Imobilização prescrita: ( ) presente ( ) ausente
- Paralisia: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Risco de síndrome do desuso ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Risco de quedas
Apresenta como Fatores de risco:
- História de quedas: ( ) presente ( ) ausente
- Idade acima de 65 anos: ( ) presente ( ) ausente
- Morar sozinho: ( ) presente ( ) ausente
- Prótese de membro inferior: ( ) presente ( ) ausente
- Uso de cadeira de rodas: ( ) presente ( ) ausente
- Uso de dispositivos auxiliares: ( ) presente ( ) ausente
- Anemias: ( ) presente ( ) ausente
- Artrite: ( ) presente ( ) ausente
- Condições pós-operatórias: ( ) presente ( ) ausente
- Déficts proprioceptivos: ( ) presente ( ) ausente
- Diarréia: ( ) presente ( ) ausente
156
- Dificuldade na marcha: ( ) presente ( ) ausente
- Dificuldades auditivas: ( ) presente ( ) ausente
- Dificuldades visuais: ( ) presente ( ) ausente
- Doença vascular: ( ) presente ( ) ausente
- Equilíbrio prejudicado: ( ) presente ( ) ausente
- Falta de sono: ( ) presente ( ) ausente
- Força diminuída nas extremidades inferiores: ( ) presente ( ) ausente
- Hipotensão ortostática: ( ) presente ( ) ausente
- Incontinência: ( ) presente ( ) ausente
- Mobilidade física prejudicada: ( ) presente ( ) ausente
- Mudança na taxa de açúcar após as refeições: ( ) presente ( ) ausente
- Neoplasias: ( ) presente ( ) ausente
- Neuropatia: ( ) presente ( ) ausente
- Presença de doença aguda: ( ) presente ( ) ausente
- Problemas nos pés: ( ) presente ( ) ausente
- Urgência: ( ) presente ( ) ausente
- Vertigem ao estender o pescoço: ( ) presente ( ) ausente
- Vertigem ao virar o pescoço: ( ) presente ( ) ausente
- Estado mental rebaixado: ( ) presente ( ) ausente
- Agentes ansiolíticos: ( ) presente ( ) ausente
- Agentes anti-hipertensivos: ( ) presente ( ) ausente
- Antidepressivos tricíclicos: ( ) presente ( ) ausente
- Diuréticos: ( ) presente ( ) ausente
- Hipnóticos: ( ) presente ( ) ausente
- Inibidores da Eca: ( ) presente ( ) ausente
- Narcóticos: ( ) presente ( ) ausente
- Tranqüilizantes: ( ) presente ( ) ausente
- Uso de álcool: ( ) presente ( ) ausente
- Ambiente com móveis e objetos em excesso: ( ) presente ( ) ausente
- Ausência de material antiderrapante na banheira: ( ) presente ( ) ausente
- Ausência de material antiderrapante no box do chuveiro: ( ) presente ( ) ausente
- Condições climáticas (pisos molhados, gelo): ( ) presente ( ) ausente
- Imobilização: ( ) presente ( ) ausente
- Pouca iluminação: ( ) presente ( ) ausente
157
- Quarto não-familiar: ( ) presente ( ) ausente
- Tapetes espalhados pelo chão: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Risco de queda ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Intolerância à atividade
Fatores relacionados:
- Estilo de vida sedentário: ( ) presente ( ) ausente
- Desequilíbrio entre a demanda e a oferta de oxigênio: ( ) presente ( ) ausente
- Fraqueza generalizada: ( ) presente ( ) ausente
- Imobilidade: ( ) presente ( ) ausente
- Repouso no leito: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Fadiga
Fatores relacionados:
- Ansiedade: ( ) presente ( ) ausente
- Depressão: ( ) presente ( ) ausente
- Estilo de vida enfadonho: ( ) presente ( ) ausente
- Estresse: ( ) presente ( ) ausente
- Barulho: ( ) presente ( ) ausente
- Luzes: ( ) presente ( ) ausente
- Temperatura: ( ) presente ( ) ausente
- Umidade: ( ) presente ( ) ausente
- Eventos negativos na vida: ( ) presente ( ) ausente
- Ocupação: ( ) presente ( ) ausente
- Anemia: ( ) presente ( ) ausente
- Condição física debilitada: ( ) presente ( ) ausente
- Esforço físico aumentado: ( ) presente ( ) ausente
- Estados de doença: ( ) presente ( ) ausente
- Gravidez: ( ) presente ( ) ausente
- Má nutrição: ( ) presente ( ) ausente
- Privação de sono: ( ) presente ( ) ausente
158
Diagnóstico: Mobilidade no leito prejudicada
Fatores relacionados:
- Conhecimento deficiente: ( ) presente ( ) ausente
- Descondicionamento: ( ) presente ( ) ausente
- Dor: ( ) presente ( ) ausente
- Força muscular insuficiente: ( ) presente ( ) ausente
- Limites ambientais: ( ) presente ( ) ausente
- Medicamentos sedativos: ( ) presente ( ) ausente
- Obesidade: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo cognitivo: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo musculoesquelético: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo neuromuscular: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Mobilidade física prejudicada
Fatores relacionados:
- Ansiedade: ( ) presente ( ) ausente
- Atraso de desenvolvimento: ( ) presente ( ) ausente
- Conhecimento deficiente quanto ao valor da atividade física: ( ) presente ( ) ausente
- Contraturas: ( ) presente ( ) ausente
- Controle muscular diminuído: ( ) presente ( ) ausente
- Crenças culturais em relação à atividade apropriada para idade: ( ) presente ( ) ausente
- Descondicionamento: ( ) presente ( ) ausente
- Desconforto: ( ) presente ( ) ausente
- Desnutrição: ( ) presente ( ) ausente
- Desuso: ( ) presente ( ) ausente
- Diminuição da massa muscular: ( ) presente ( ) ausente
- Dor: ( ) presente ( ) ausente
- Enrijecimento das articulações: ( ) presente ( ) ausente
- Estado de espírito depressivo: ( ) presente ( ) ausente
- Estilo de vida sedentário: ( ) presente ( ) ausente
- Falta de suporte socioambiental: ( ) presente ( ) ausente
- Força muscular diminuída: ( ) presente ( ) ausente
- Índice de Massa Corporal acima dos 75% apropriados para a idade:
( ) presente ( ) ausente
159
- Intolerância à atividade: ( ) presente ( ) ausente
- Medicamentos: ( ) presente ( ) ausente
- Metabolismo celular alterado: ( ) presente ( ) ausente
- Perda da integridade de estruturas ósseas: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo cognitivo: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízos muscoloesqueléticos: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízos neuromusculares: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízos sensório-perceptivos: ( ) presente ( ) ausente
- Relutância em iniciar o movimento: ( ) presente ( ) ausente
- Resistência cardiovascular limitada: ( ) presente ( ) ausente
- Resistência diminuída: ( ) presente ( ) ausente
- Restrições prescritas de movimento: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Mobilidade com cadeira de rodas prejudicada
Fatores relacionados:
- Conhecimento deficiente: ( ) presente ( ) ausente
- Descondicionamento: ( ) presente ( ) ausente
- Dor: ( ) presente ( ) ausente
- Força muscular insuficiente: ( ) presente ( ) ausente
- Humor depressivo: ( ) presente ( ) ausente
- Limites ambientais: ( ) presente ( ) ausente
- Obesidade: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo cognitivo: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo musculoesquelético: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo neuromuscular: ( ) presente ( ) ausente
- Resistência limitada: ( ) presente ( ) ausente
- Visão prejudicada: ( ) presente ( ) ausente
Diagnóstico: Capacidade de transferência prejudicada
Fatores relacionados:
- Descondicionamento: ( ) presente ( ) ausente
- Dor: ( ) presente ( ) ausente
- Equilíbrio prejudicado: ( ) presente ( ) ausente
- Falta de conhecimento: ( ) presente ( ) ausente
160
- Força muscular insuficiente: ( ) presente ( ) ausente
- Limitações ambientais: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo cognitivo: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo musculoesquelético: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo neuromuscular: ( ) presente ( ) ausente
- Visão prejudicada: ( ) presente ( ) ausente
Deambulação prejudicada
Fatores relacionados:
- Capacidade de resistência limitada: ( ) presente ( ) ausente
- Descondicionamento: ( ) presente ( ) ausente
- Dor: ( ) presente ( ) ausente
- Equilíbrio prejudicado: ( ) presente ( ) ausente
- Falta de conhecimento: ( ) presente ( ) ausente
- Força muscular insuficiente: ( ) presente ( ) ausente
- Humor deprimido: ( ) presente ( ) ausente
- Limitações ambientais: ( ) presente ( ) ausente
- Medo de cair: ( ) presente ( ) ausente
- Obesidade: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo cognitivo: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo musculoesquelético: ( ) presente ( ) ausente
- Prejuízo neuromuscular: ( ) presente ( ) ausente
- Visão prejudicada: ( ) presente ( ) ausente
Estilo de vida sedentário
Fatores relacionados:
- Conhecimento deficiente sobre os benefícios que a atividade física traz à saúde:
( ) presente ( ) ausente
- Falta de interesse: ( ) presente ( ) ausente
- Falta de motivação: ( ) presente ( ) ausente
- Falta de recursos: ( ) presente ( ) ausente
- Falta de treino para fazer o exercício físico: ( ) presente ( ) ausente
161
APÊDICE E - Termo de consentimento livre e esclarecido- para os clientes
O acidente vascular encefálico é uma doença que geralmente leva o indivíduo a ter
incapacidades. A pessoa com essa doença pode ter dificuldade para falar, comer, cuidar de si
mesma e andar, além de outras que também são importantes. Por estes motivos, estamos
interessadas em realizar um estudo com essas pessoas. O título do trabalho será Análise dos
diagnósticos de enfermagem da classe Atividade/Exercício em clientes com acidente vascular
encefálico. Estamos lhe convidando para que possa nos ajudar dando as informações sobre
sua pessoa, sobre a forma com que o derrame aconteceu e se o derrame causou alguma
alteração na sua vida. Caso aceite, alguns alunos de enfermagem e eu que sou mestranda de
enfermagem, sob orientação da professora Thelma Leite de Araujo, faremos uma entrevista. A
nossa conversa durará mais ou menos uma hora. Acreditamos que este trabalho possa
contribuir para que seu atendimento na associação seja feito da melhor maneira possível.
Damos a garantia de que nossa entrevista não tem risco e de que as informações que
estamos obtendo serão usadas apenas para a realização da pesquisa. Também lhe asseguramos
que a qualquer momento poderá ter acesso às informações sobre os procedimentos e
benefícios relacionados ao estudo, inclusive para resolver dúvidas que possam ocorrer. Você
tem liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento, sem que isto traga prejuízo
para suas consultas. Finalmente, lhe informamos que, quando apresentarmos os resultados,
não usaremos seu nome e nem daremos nenhuma informação que possa identificá-lo(a).
O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará poderá ser
consultado sobre o estudo pelo telefone (85) 3366 8438. Caso precise entrar em contato
conosco (eu e minha orientadora), informamos-lhe nosso nome e endereço:
Rafaella Pessoa Moreira
Thelma Leite de Araujo
Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará
Rua Alexandre Baraúna, 1115. Telefone: (85) 3366-8459
CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIMENTO
Declaro que após convenientemente esclarecida pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado,
concordo em participar da pesquisa.
Fortaleza, _______ de ________________________ de ____________.
_____________________________________________________________________Assinatura da participante
______________________________________________________________________Assinatura da testemunha
____________________________________________________________ Assinatura de quem recebeu o Termo
_____________________________________________________________________ Assinatura do pesquisador
Digitais caso não
assine
162
Termo de consentimento livre e esclarecido – cuidadores/familiares
O acidente vascular encefálico é uma doença que geralmente leva o indivíduo a ter
incapacidades. A pessoa com essa doença pode ter dificuldade para falar, comer, cuidar de si
mesma e andar, além de outras que também são importantes. Por estes motivos, estamos
interessadas em realizar um estudo com essas pessoas. O tulo do trabalho será Análise dos
diagnósticos de enfermagem da classe Atividade/Exercício em clientes com acidente vascular
encefálico. Como sabemos que nem todas as pessoas podem falar após o derrame precisamos
conversar com as pessoas que cuidam delas e que conhecem o que lhe aconteceu e como está
neste momento. Estamos lhe convidando para que possa nos ajudar dando as informações
sobre a pessoa de quem você cuida em relação ao acidente vascular encefálico que ele(a) teve.
Caso aceite, alguns alunos de enfermagem e eu que sou mestranda de enfermagem, sob
orientação da professora Thelma Leite de Araujo, faremos uma entrevista. Nossa conversa
durará mais ou menos uma hora. Acreditamos que este trabalho possa contribuir para que o
seu atendimento na associação seja feito da melhor maneira possível.
Damos a garantia de que nossa entrevista não tem risco e de que as informações que
estamos obtendo serão usadas apenas para a realização da pesquisa. Também lhe asseguramos
que a qualquer momento poderá ter acesso às informações sobre os procedimentos e
benefícios relacionados ao estudo, inclusive para resolver dúvidas que possam ocorrer. Você
tem liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento, sem que isto traga prejuízo
para as consultas do cliente. Finalmente, lhe informamos que, quando apresentarmos os
resultados, não usaremos o nome do cliente e nem daremos nenhuma informação que possa
identificá-lo(a).
O Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará poderá ser
consultado sobre o estudo pelo telefone (85) 3366 8438. Caso precise entrar em contato
conosco (eu e minha orientadora), informamos-lhe nosso nome e endereço:
Rafaella Pessoa Moreira
Thelma Leite de Araujo
Departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará
Rua Alexandre Baraúna, 1115. Telefone: (85) 3366-8459
CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIMENTO
Declaro que após convenientemente esclarecida pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado,
concordo em participar da pesquisa.
Fortaleza, _______ de ________________________ de ____________.
_____________________________________________________________________Assinatura da participante
______________________________________________________________________Assinatura da testemunha
____________________________________________________________ Assinatura de quem recebeu o Termo
_____________________________________________________________________ Assinatura do pesquisador
Digitais caso não
assine
163
AEXOS
164
AEXO A - Principais tipos de amplitude de movimento
Fonte: Hood (1995).
165
Definição de termos: amplitude de movimento
Definições (SMELTZER; BARE, 2005c)
Abdução: movimento distanciando-se da linha média do corpo
Adução: movimento em direção à linha média do corpo
Flexão: inclinação de uma articulação tal que o ângulo da articulação diminui
Extensão: o retorno do movimento decorrente da flexão; o ângulo da articulação é
aumentado
Rotação: ato de virar ou movimentar uma parte em torno de seu próprio eixo. Interna: vira
para dentro, em direção ao centro. Externa: vira para fora distante do centro
Dorsiflexão: movimento que flexiona ou inclina a mão para trás, em direção ao corpo, ou
o pé em direção à perna
Flexão palmar: movimento que flete ou inclina a mão em direção à palma
Flexão plantar: movimento que flete ou inclina o pé em direção à sola
Pronação: rotação do antebraço de forma que a palma da mão fica para baixo
Supinação: rotação do antebraço de modo que a palma da mão fica para cima
Oposição: toque do polegar em cada ponta do dedo da mesma mão
Inversão: movimento que vira a sola do pé para dentro
Eversão: movimento que vira a sola do pé para fora
166
AEXO B
Fonte: Andris (2006).
167
AEXO C - Indice de Barthel
ATIVIDADE POTUAÇÃO
Alimentação
:
0 = Incapaz
5 = Precisa de ajuda para cortar os alimentos, espalhar a manteiga,
ou
requer modificação na dieta
Banho:
0 = Dependente
5 = Independente ( ou no chuveiro)
Cuidados pessoais
:
0 = Precisa de ajuda com cuidados pessoais
5 = Independente: face, cabelo, dentes, barba (instrumentos fornecidos)
Capacidade de vestir
-
se
:
0 = Dependente
5 = Precisa de ajuda, mas consegue vestir a metade sem ser ajudado
10 = Independente (incluindo botões, zíperes, laços ,etc.)
Ritmo intestinal:
0 = Incontinente (ou precisa ser dado enemas)
5 = Ocasionalmente há defecação acidental
10 = Continente
Ritmo urinário:
0 = Incontinente, ou cateterizado e incapaz de urinar sozinho
5 = Ocasionalmente há micção acidental
10= Continência
Uso do banheiro:
0 = Dependente
5 = Precisa de alguma ajuda, mas pode fazer alguma coisa sozinho
10 = Independente (entrar e sair, se vestir e limpar-se)
168
Transporte (d
a cama para a cadeira e vice
-
versa)
:
0 = Incapaz, não tem equilíbrio para sentar
5 = Grande ajuda (uma ou duas pessoas, física), pode sentar
10 = Pequena ajuda (verbal ou física)
15 = Independente
Mobilidade:
0 = Imóvel ou < 50 jardas
5 = Cadeira de rodas independente, incluindo cantos > 50 jardas
10 = Anda com ajuda de uma pessoa (verbal ou física) > 50 jardas
15 = Independente (mas pode usar
um auxílio, ex: bengala) > 50 jardas
Subir escadas:
0 = Incapaz
5 = Precisa de ajuda (verbal, física, ajuda de suporte)
10 = Independente
TOTAL (0-100)
A interpretação sugerida é: 0-20: Dependência total; 21-60: Dependência severa; 61-90:
Dependência moderada; 91-99: Dependência escassa; 100: Independência.
169
AEXO D – Aceite do Comitê de Ética
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
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