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VIABILIDADE DA ANÁLISE DE PROPAGAÇÃO DE
TRINCAS DE FADIGA POR EXTENSOMETRIA
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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS – GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
VIABILIDADE DA ANÁLISE DE PROPAGAÇÃO DE TRINCAS DE FADIGA POR
EXTENSOMETRIA
Dissertação submetida à Universidade Federal de Santa Catarina como parte dos requisitos para a
obtenção do grau de Mestre em Engenharia Mecânica
ENILDO MATOS DE OLIVEIRA
Florianópolis
Março 2007
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iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
VIABILIDADE DA ANÁLISE DE PROPAGAÇÃO DE TRINCAS DE FADIGA POR
EXTENSOMETRIA
Enildo Matos de Oliveira
Esta dissertação foi julgada adequada para a obtenção do título de
Mestre em Engenharia Mecânica
Sendo aprovada em sua forma final pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica
Prof. Edison da Rosa, Dr. Eng.
Orientador
Prof. Fernando Cabral, Ph. D.
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica
BANCA EXAMINADORA
Prof. Lauro Cesar Nicolazzi, Dr. Eng.
Prof. Arcanjo Lenzi, Ph.D.
Prof. Marco Antonio Martins Cavaco, Ph.D.
v
Dedicatória
Aos meus pais, que sempre me incentivaram a estudar; a minha irmã por ser uma grande mulher;
ao meu grande irmão que sem ele, não teria galgado este degrau da minha vida; a minha
namorada pela compreensão e paciência, aos meus eternos amigos de mestrado que nunca me
negaram a ajuda necessária; e aos demais eternos amigos feitos fora do mestrado e que sempre
torceram por mim.
vi
AGRADECIMENTOS
Aos professores Túlio e Sérgio do Curso de Engenharia Mecânica da Unileste MG, que confiaram
em minha capacidade.
Ao Grupo de Análise e Projeto Mecânico – GRANTE, que me deu a oportunidade de complementar
outra etapa de estudo.
Ao Prof. Edison da Rosa que me acompanhou com paciência e disposição na elaboração deste
trabalho.
E ao meu irmão que me livrou nos momentos de dificuldade.
vii
“Se a vida te dá um limão, faça dele uma limonada.”
Domínio Popular
viii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS...................................................................................................................................................... X
LISTA DE TABELAS.................................................................................................................................................. XII
LISTA DE SÍMBOLOS ..............................................................................................................................................XIII
RESUMO......................................................................................................................................................................XVI
TITLE &ABSTRACT............................................................................................................................................... XVII
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................1
1.1. O PROBLEMA DA TRINCA POR FADIGA .............................................................................................................1
1.2. TRINCA POR FADIGA NAS MÁQUINAS INJETORAS DE PLÁSTICO ....................................................................... 1
1.3. MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO DA TRINCA POR FADIGA ..................................................................................... 2
1.4. JUSTIFICATIVA E PROPOSTA DE TRABALHO...................................................................................................... 2
CAPÍTULO 2 - REVIO BIBLIOGRÁFICA.............................................................................................................3
2.1. FADIGA............................................................................................................................................................. 3
2.1.1. Histórico ..................................................................................................................................................... 3
2.1.2. Cargas de Fadiga ....................................................................................................................................... 4
2.1.3. Estágio de Propagação de Trinca .............................................................................................................. 6
2.1.4. Propagação por Corrosão.......................................................................................................................... 8
2.2. MECÂNICA DA FRATURA APLICADA À FADIGA ..............................................................................................10
2.2.1. Breve Histórico......................................................................................................................................... 10
2.2.2. Concentração de Tensão........................................................................................................................... 10
2.2.3. Fator de Intensidade de Tensão................................................................................................................ 11
2.2.4. Relação do Fator de Intensidade de Tensão com a Energia Liberada..................................................... 12
2.2.5. Geometria de Trinca................................................................................................................................. 13
2.2.6. Propagação Crítica ou Fratura Frágil..................................................................................................... 15
2.2.7. Propagação Subcrítica ............................................................................................................................. 15
2.2.8. Fratura Dúctil........................................................................................................................................... 16
2.3. PROPAGAÇÃO DE ONDAS................................................................................................................................18
2.3.1. Introdução................................................................................................................................................. 18
2.3.2. Propagação de Ondas Elásticas em Meios Sólidos Infinitos.................................................................... 19
2.3.3. Propagação de Ondas Elásticas em Meios Sólidos Finitos...................................................................... 21
2.3.4. Ondas Longitudinais................................................................................................................................. 23
2.3.5. Características da Onda........................................................................................................................... 24
2.4. IMPACTO LONGITUDINAL DE UMA ESFERA ELÁSTICA NA EXTREMIDADE DE UMA BARRA UNIFORME ...........26
2.5. PÊNDULO BALÍSTICO......................................................................................................................................27
2.6. EXTENSOMETRIA ............................................................................................................................................ 28
2.6.1. Histórico ................................................................................................................................................... 28
2.6.2. Tipos ......................................................................................................................................................... 28
2.6.3. O Extensômetro de Grade Metálica (Metal Foil Strain Gauge)............................................................... 29
2.6.4. O Extensômetro Semicondutor (Silício).................................................................................................... 29
2.6.5. Ponte de Wheatstone................................................................................................................................. 30
2.7. EMISSÃO ACÚSTICA ....................................................................................................................................... 31
CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE TRABALHO...........................................................................................................33
3.1. MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO.................................................................................................................... 33
3.2. MONTAGEM DA BANCADA EXPERIMENTAL.................................................................................................... 33
3.2.1. Barras Cilíndricas .................................................................................................................................... 34
3.2.2. Pêndulo Simples........................................................................................................................................ 35
3.2.3. Dispositivo Externo Para Captar a Onda de Tensão ............................................................................... 36
3.2.4. Aquisição de Sinais................................................................................................................................... 39
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS......................................................................................41
4.1. AQUISIÇÃO DO SINAL ..................................................................................................................................... 41
4.2. ANÁLISE DO SINAL DE IMPACTO .................................................................................................................... 42
ix
4.3. DETERMINAÇÃO DA DEFORMAÇÃO EXPERIMENTAL NA SUPERFÍCIE DA BARRA ............................................ 44
4.4. COLETA DAS AMOSTRAS DE DEFORMAÇÃO ................................................................................................... 44
4.5. DETERMINAÇÃO DA DEFORMAÇÃO EXPERIMENTAL CAPTADA PELO DISPOSITIVO EXTERNO........................ 47
4.6. FORÇA DE AJUSTE .......................................................................................................................................... 48
4.6.1. Resultados................................................................................................................................................. 49
4.7. ANALISE DE PROPAGAÇÃO DA TRINCA POR FADIGA ......................................................................................56
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES ...................................................................................................................................61
5.1. CONCLUSÕES GERAIS.....................................................................................................................................61
5.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS.......................................................................................................62
REFERÊNCIAS..............................................................................................................................................................63
LEITURAS COMPLEMENTARES............................................................................................................................. 65
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1: Máquina injetora de plástico. Fonte: ROMI (2004). .........................................................1
Figura 1.2: Guias da máquina injetora de plástico...............................................................................1
Figura 2.1: Cargas de fadiga. Fonte: NORTON (2004).......................................................................5
Figura 2.2: Evolução da trinca devido à fadiga. Fonte: NCODE (2006)............................................6
Figura 2.3: Características da curva de taxa de crescimento de trinca de fadiga.................................7
Figura 2.4: Gráfico de propagação de trincas de CST. Fonte: FILHO (2004). ..................................9
Figura 2.5: Variação do valor de K e estágio de CST. Fonte: FILHO (2004).....................................9
Figura 2.6: Entalhe elíptico numa placa plana...................................................................................11
Figura 2.7: Modos de fratura. ............................................................................................................12
Figura 2.8: Situações de geometria para uma trinca elíptica, modo I. Fonte: Da Rosa (2002). ........13
Figura 2.9: Circunferência circunscrita à elipse. Fonte: Da ROSA (2002). ......................................14
Figura 2.10: Crescimento subcrítico de descontinuidade até um valor crítico. Fonte: FILHO (2004).
....................................................................................................................................................16
Figura 2.11: J x a para o AISI 304. Fonte; FILHO (2004). ...........................................................17
Figura 2.12: Gráfico da curva R. Fonte: FILHO (2004)....................................................................18
Figura 2.13: Coordenadas cartesianas: Coordenadas cilíndricas. Fonte: MALAVOLTA (2003).....19
Figura 2.14: Coordenada para o sólido cilíndrico. Fonte: MALAVOLTA (2003)............................22
Figura 2.15: Barra cilíndrica com seu respectivo elemento diferencial. Fonte: KAISER (1998). ....23
Figura 2.16: Elemento diferencial em compressão. Fonte: KAISER (1998).....................................23
Figura 2.17: Forças de compressão no elemento diferencial. Fonte: KAISER (1998)......................24
Figura 2.18: Efeito de poisson na barra. Fonte: GRAFF (1975)........................................................25
Figura 2.19: Reflexão da onda. Fonte: GRAFF (1975) .....................................................................25
Figura 2.20: A resposta em três pontos distintos na barra sujeita ao impacto. Fonte: GRAFF (1975).
....................................................................................................................................................26
Figura 2.21: Impacto longitudinal numa barra uniforme. Fonte: GOLDSMITH (1960). .................26
Figura 2.22: Pêndulo balístico. ..........................................................................................................27
Figura 2.23: Extensômetro de grade metálica. Fonte: OMEGA (2005). ...........................................29
Figura 2.24: Extensômetro semicondutor..........................................................................................30
Figura 2.25: Ponte de wheatstone. .....................................................................................................30
Figura 2.26: Emissão acústica............................................................................................................31
Figura 3.1: Barra usada para o ensaio experimental. .........................................................................34
Figura 3.2: Pêndulo simples...............................................................................................................35
Figura 3.3: Sistema de guia usado no direcionamento do pêndulo....................................................35
Figura 3.4: Bloco utilizado para o controle da energia imposta à barra. ...........................................36
Figura 3.5: Dimensões do dispositivo externo...................................................................................37
Figura 3.6: Dispositivo montado na barra..........................................................................................37
Figura 3.7: Dispositivo e conjunto parafuso-mola.............................................................................37
Figura 3.8: Extensômetros montados nas lâminas do dispositivo. ....................................................38
Figura 3.9: Extensômetro de silício. ..................................................................................................38
Figura 3.10: Extensômetro de grade metálica....................................................................................39
Figura 3.11: Sistema de aquisição......................................................................................................39
Figura 4.1: Local de montagem do extensômetro de silício (¼ de ponte).........................................41
Figura 4.2: Extensômetro de silício colado na barra..........................................................................41
Figura 4.3: Sinal.................................................................................................................................42
Figura 4.4: Sinal após a filtragem......................................................................................................42
Figura 4.5: Tempo de impacto...........................................................................................................43
Figura 4.6: Período da onda de impacto. ...........................................................................................43
Figura 4.7: Pulsos de tensão na tração e compressão. .......................................................................45
Figura 4.8: Relação energia x deformação.........................................................................................47
Figura 4.9: Interface entre a superfície da barra e a lâmina do dispositivo. ......................................48
xi
Figura 4.10: Deformação experimental na lâmina devido à força de ajuste......................................49
Figura 4.11: Energia x deformação no dispositivo externo, força de ajuste: 11,23 N.......................51
Figura 4.12: Energia x deformação no dispositivo externo, força de ajuste: 16,84 N.......................53
Figura 4.13: Energia x deformação no dispositivo externo, força de ajuste: 22,46 N.......................55
Figura 4.14: Comparação entre as curvas energia x deformação no dispositivo externo e a curva
energia x deformação experimental na superfície da barra........................................................56
Figura 4.15a à 4.15l: Relação a/c x ciclos..........................................................................................58
Figura 1.16: Energia x número de ciclos............................................................................................59
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1: Relação entre a/c e
φ
. Fonte: DA ROSA (2002)............................................................14
Tabela 2.2: Algumas relações fundamentais da elasticidade. Fonte: MALAVOLTA (2003)...........20
Tabela 4.1: Energia liberada pelo tamanho de trinca em
2
mm . .........................................................44
Tabela 4.2.a: Deformação experimental ............................................................................................45
Tabela 4.2.b: Deformação experimental.............................................................................................46
Tabela 4.3: Comparação: deformação teórica x experimental...........................................................47
Tabela 4.4: Deslocamento da mola x carga imposta pela mola.........................................................49
Tabela 4.5: Deformação experimental no dispositivo, força de ajuste: 11,23 N...............................50
Tabela 4.6: Deformação experimental: superfície da barra x deformação experimental do
dispositivo, força de ajuste: 11,23N...........................................................................................51
Tabela 4.7: Deformação experimental no dispositivo, força de ajuste: 16,84 N...............................52
Tabela 4.8: Deformação experimental: superfície da barra x deformação experimental do
dispositivo, força de ajuste: 16,94N...........................................................................................53
Tabela 4.9: Deformação experimental no dispositivo, força de ajuste: 22,46 N...............................54
Tabela 4.10: Deformação experimental: superfície da barra x deformação experimental do
dispositivo, força de ajuste: 22,46N...........................................................................................55
Tabela 4.11: Energia x ciclos.............................................................................................................58
xiii
LISTA DE SÍMBOLOS
a = comprimento de trinca
A = constante para cálculo de fadiga
0
A = área inicial
a/c = relação entre semi-eixos da elipse
0
C = velocidade de propagação do som
da/dN = taxa de crescimento de trinca de fadiga
E = módulo de elasticidade
=
1
E módulo de elasticidade da barra
=
2
E módulo de elasticidade da esfera
y
F = força na direção do eixo y
)(
β
f = função que caracteriza a variação do fator geométrico
g = aceleração da gravidade
GF = gauge factor
I
G = módulo de cisalhamento
G
= taxa de liberação de energia elástica mais plástica
h = altura
k = a constante de proporcionalidade entre a variação da resistividade e a deformação
K
= fator intensidade de tensões
I
K = fator intensidade de tensões (modo I)
ICST
K = fator intensidade de tensões para corrosão sob tensão (modo I)
IC
K = tenacidade à fratura (modo I, crítica) para estado plano de deformação
II
K = fator intensidade de tensões (modo II)
III
K = fator intensidade de tensões (modo III)
L = comprimento
m = constante para cálculo de fadiga
Y = fator geométrico
J = valor da integrak J
J
total
=
el
J +
pl
J
el
J = parcela elástica do J
pl
J = parcela plástica do J
xiv
R = razão de tensão de fadiga
1
R = resistor 1
2
R = resistor 2
3
R = resistor 3
g
R
= extensômetro
=
r
raio da esfera
t = tempo
r
u = deslocamento em r
θ
u = deslocamento em
θ
z
u = deslocamento em z
x
u = deslocamento em x
y
u = deslocamento em y
z
u = deslocamento em z
1
υ
= coeficiente de poisson da barra
2
= coeficiente de poisson da esfera
= velocidade
out
V = tensão de saída em Volts
in
V = tensão de entrada em Volts
ξ
= número de onda
Λ = comprimento de onda
θ = ângulo de rotação
φ
= integral elíptica do segundo tipo dependente da relação entre semi-eixos da elipse
= coeficiente de poisson
ρ
= densidade
σ
= tensão nominal aplicada
min
σ
= tensão mínima
max
σ
= tensão máxima
2
= operador laplaciano
a = incremento de trinca
0
k = variação mínima do fator de intensidade de tensões
xv
k = variação do fator de intensidade de tensões
R
= variação de resistividade
xvi
RESUMO
O objetivo deste trabalho consiste em estudar a viabilidade de uma nova técnica, na
identificação da propagação de trincas de fadiga. No instante de propagação de uma trinca no
interior de um material, há liberação de energia, gerando uma onda de tensão. O enfoque está na
identificação e análise, através da extensometria, do pulso de tensão gerado devido a
esta propagação. Com a utilização de uma massa em pêndulo, é imposta a energia à uma barra
cilíndrica equivalente àquela liberada no momento da propagação. A obtenção deste sinal de
energia é realizada pela fixação direta de extensômetros de silício na superfície da barra e pelo
desenvolvimento de um dispositivo acoplado a sua superfície. Desta forma pode-se avaliar a
suscetibilidade deste sinal de baixa intensidade e alta freqüência às interferências eletromagnéticas,
comparar a aplicação dos métodos experimentais utilizados e estabelecer uma avaliação teórica e
experimental do ensaio. O desenvolvimento teórico faz uso da teoria de impacto, da teoria de
propagação de ondas longitudinais em barras cilíndricas, teoria de fadiga e da teoria da mecânica da
fratura. Assim, partindo da energia liberada pela propagação da trinca, juntamente com a teoria de
impacto e do estudo de propagação de ondas, é possível obter os resultados analiticamente. Através
do aparato experimental desenvolvido, foram obtidos os resultados experimentais pela aplicação da
extensometria e assim comparados aos teóricos. As conclusões do trabalho estão relacionadas à
análise de aplicabilidade da técnica empregada na inspeção de propagação de trincas em
equipamentos mecânicos.
Palavras chave: 1. Fadiga, 2. Extensometria, 3. Impacto, 4. Mecânica da Fratura, 5. Propagação de
Ondas
xvii
TITLE &ABSTRACT
Analysis Viability of Fatigue Crack Propagation Through Strain Gauge
The objective of this work consists in studying the viability of a new technique, in the
identification of fatigue cracks propagation. By the moment, the cracks propagation inside of
material, there is some energy release which generates a wave tension. The focus is the
identification and analysis, through the strain gauge, of the pulse tension generated due to this
propagation. With the use of a mass in a pendulum, the equivalent energy is imposed on cylindrical
bar that liberated in the moment of the propagation. The energy signal acquisition is accomplished
by the direct fixation of silicon strain gauge in the surface of the bar and through the development
of a device coupled in the surface. This way, it is possible to evaluate the low-intensity high
frequency signal propagation, its susceptibility of electromagnetic interferences, to compare the
application of the used experimental methods and to establish a theoretical and experimental
evaluation of the rehearsal. The theoretical development makes use of the impact theory, the
longitudinal waves theory in cylindrical bars, the fatigue theory and the fracture mechanics theory.
This way, using the energy liberated by the propagation of the crack, together with the impact
theory and the study of waves propagation, it is possible to obtain the results analytically. Through
the developed experimental apparatus, the results were obtained through the use of the strain gauge
and compared with the theoretical ones. The conclusions of the work are related to the analysis of
applicability of the employed technique in the inspection of propagation of cracks in mechanical
equipments.
Key Words: 1. Fatigue, 2. Strain Gauge, 3. Impact, 4. Fracture Mechanics, 5. Waves Propagation
CAPÍTULO 1 -INTRODUÇÃO
1
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
1.1. O PROBLEMA DA TRINCA POR FADIGA
No campo industrial, há uma infinidade de peças mecânicas em que o modo de falha é a
fadiga. A falha por fadiga ocorre devido às cargas variáveis impostas em tais peças, resultando na
ruptura das mesmas. A fadiga é uma redução gradativa da capacidade de carga das peças
mecânicas, conseqüência do avanço de micro-trincas que acumulam com o tempo até a ruptura
final, segundo as deformações cíclicas em que o material é submetido. Portanto, em todos os ramos
da engenharia, há uma grande preocupação com a fadiga, resultando na constante busca por técnicas
de monitoramento de trincas provenientes de tal fenômeno.
A maioria das estruturas de engenharia está sujeita à cargas variáveis no tempo. Uma falha
por fadiga ocorre dentro de uma sucessão de ciclos de carga, desde valores da ordem de 10 ciclos
até mais de
7
10 ,
8
10 ciclos, DA ROSA (2002). O número de ciclos que uma peça há de resistir
dependerá do nível de solicitação a qual está sujeita.
1.2. TRINCA POR FADIGA NAS MÁQUINAS INJETORAS DE PLÁSTICO
Em máquinas injetoras de plástico conforme Figura 1.1, há uma grande ocorrência de quebra
das guias durante o seu funcionamento causado pela fadiga. Estas guias são submetidas à força de
fechamento da máquina durante o processo de moldagem por injeção, Figura 1.2.
Figura 1.1: Máquina injetora de plástico. Fonte: ROMI (2004).
Figura 1.2: Guias da máquina injetora de plástico.
Na quebra dessas guias durante o funcionamento da máquina, há desperdício de matéria
prima, perda de produtividade e perigo de danos corporais ao operador. Por isso a importância da
CAPÍTULO 1 -INTRODUÇÃO
2
identificação inicial da trinca de fadiga antes da quebra, permitindo assim o monitoramento
evitando tais perdas.
1.3. MÉTODO DE IDENTIFICAÇÃO DA TRINCA POR FADIGA
Por isso, a identificação e o acompanhamento dinâmico da propagação da trinca são
fundamentais para evitar conseqüências ocasionadas pela fadiga. Possibilitando uma inspeção
eficaz do equipamento, e possibilitando um melhor gerenciamento por parte da manutenção, como
por exemplo, uma parada planejada do equipamento, que evitariam paradas inesperadas na
produção.
Uma técnica bastante eficaz para a identificação da propagação da trinca é a Emissão
Acústica, que permite o monitoramento do equipamento em plena operação. Porém apresenta um
custo elevado decorrente da construção do equipamento empregado e da qualificação técnica do
pessoal envolvido.
1.4. JUSTIFICATIVA E PROPOSTA DE TRABALHO
O objetivo principal deste trabalho é elaborar uma nova técnica eficiente de identificação da
propagação da trinca, porém com um custo menor comparado à emissão acústica. A intenção
principal é provar que o método é viável, justificando estudos mais avançados no futuro sobre o
assunto. Esse passo inicial simplesmente consiste em identificar a energia necessária para a
propagação da trinca no material. Teoricamente, quando ocorre a propagação da trinca, ela libera
um pulso de energia a ser identificado pela aplicação da extensometria. Sabe-se que esse pulso de
tensão é de baixa intensidade, uma vez que a energia também é baixa, tornando difícil identificá-la.
Portanto a identificação desse pulso é fundamental para a continuação de estudos futuros. Assim o
foco do trabalho está no reconhecimento do pulso de energia necessária para a propagação da trinca
no material.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. FADIGA
A maioria das falhas em máquinas acontece devido a cargas que variam no tempo, e não a
esforços estáticos. Estas falhas ocorrem, tipicamente, em níveis de tensão significativamente
inferiores aos valores de resistência ao escoamento dos materiais. Fadiga é o termo utilizado para
expressar a falha de um material submetido a um carregamento cíclico ou flutuante, mesmo se os
níveis de tensões aplicados forem menores que o limite de escoamento. Os materiais solicitados
dinamicamente, podem apresentar falhas em níveis de tensão bem abaixo da tensão de fratura sob
carregamento estático. Estima-se que cerca de 90% das falhas de componentes de automóveis,
aviões, pontes, turbinas, bombas, máquinas e equipamentos em geral, sujeitos aos carregamentos
repetidos e/ou vibrações, deve-se ao fenômeno da fadiga. DA ROSA (2002).
2.1.1. Histórico
No início das construções das ferrovias, vagões ferroviários começaram a falhar após um
pequeno período em serviço. Apesar de serem feitos de aço dúctil, os mesmos exibiam
características de fraturas frágeis e repentinas. Rankine publicou um artigo em 1843,
“On the
causes of the accidental breaking of the journals of originally sound railway axles and on the
means of preventing it by observing the law of continuity in their construction”
o qual dizia que o
material havia “cristalizado” e se tornado frágil devido as tensões flutuantes. Os eixos haviam sido
projetados com toda a perícia da engenharia disponível na época, a qual se baseava em experiências
decorrentes de estudos com estruturas carregadas estaticamente.
Cargas dinâmicas eram, portanto, um fenômeno novo, resultantes da introdução das
máquinas movidas a vapor. Esses eixos eram fixos às rodas e girava em conjunto com as mesmas.
Desse modo, a tensão de flexão em qualquer ponto da superfície do eixo varia ciclicamente entre
valores positivos e negativos. Esse carregamento é denominado alternado. August Wöhler,
engenheiro alemão, realizou a primeira investigação científica sobre o que estava sendo chamado de
falha por fadiga, testando eixos até a falha, sob carregamento alternado. Ele publicou suas
descobertas em 1870, as quais identificavam o número de ciclos de tensão como os causadores do
colapso e a descoberta da existência de uma tensão limite de resistência à fadiga para aços, isto é,
um nível de tensão que toleraria milhões de ciclos de uma tensão alternada. O diagrama
S-N ou
Curva de Wöhler tornou a forma padrão para caracterizar o comportamento dos materiais
submetidos a solicitações alternadas utilizado atualmente, apesar de outras medidas sobre
resistência dos materiais, sob cargas dinâmicas, estarem disponíveis hoje. O termo “fadiga” foi
aplicado à situação recém descrita pela primeira vez por Poncelet em 1839. O mecanismo de falha
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4
até então incompreendido, e a aparência de uma fratura frágil na superfície de um material dúctil
gerou especulações, que o material, de alguma maneira, apresentou “cansaço” e fragilizou-se
devido às oscilações da carga aplicada. Wöhler, mais tarde, mostrou que cada uma das metades dos
eixos quebrados ainda continuava tão resistente e dúctil, em ensaios de tração, quanto ao material
original. De qualquer maneira, o termo falha por fadiga permaneceu e ainda é usado para descrever
qualquer falha devido a cargas variáveis no tempo.
As falhas por fadiga constituem um custo significativo para a economia. O custo pode
envolver também vidas humanas, como por exemplo, o primeiro avião a jato comercial de
passageiros, o inglês
Comet, que se despedaçou duas vezes em 1954 por causa de falhas por fadiga
em sua fuselagem, conseqüência dos ciclos de pressurização e despressurização da cabine.
Suponha que o material é um metal dúctil e, sendo manufaturado, não apresenta trincas, mas
possui partículas, inclusões, etc. E em seguida, que existam algumas regiões de concentração
geométrica de tensão (entalhes) em locais com tensões variantes no tempo. Conforme as tensões no
entalhe oscilam, pode ocorrer escoamento local quanto à concentração de tensão, mesmo que a
tensão nominal na seção esteja bem abaixo do valor de tensão de escoamento do material.
A deformação plástica localizada, causa distorções e cria bandas de deslizamento (região de
intensa deformação causado por tensões cisalhantes nos cristais do material. À medida que os ciclos
de tensão ocorrem, novas bandas de deslizamento aparecem, formando-se as trincas. Mesmo na
ausência de um entalhe, este mecanismo ainda ocorre desde que se exceda o limite de escoamento
em alguma região do material. Vazios ou inclusões serve como intensificadores de tensão para
iniciar a trinca.
Materiais menos dúcteis não apresentam a mesma habilidade para escoar, e tendem a
desenvolver trincas mais rapidamente. Eles são mais sensíveis ao entalhe.
Materiais frágeis (especialmente os fundidos), que não escoam podem anular esse estágio
inicia, indo diretamente para a propagação da trinca em locais de existência de vazios ou inclusões,
que atuam como trincas microscópicas.
2.1.2. Cargas de Fadiga
Qualquer carga que potencialmente varie no tempo, pode provocar uma falha por fadiga. O
comportamento desse tipo de carga varia substancialmente de uma aplicação a outra. Em máquinas
rotativas, as cargas tendem a ser consistentes na amplitude ao longo do tempo e repetem-se com
alguma freqüência. Em equipamentos de serviço (veículos de todos os tipos), as cargas tendem a
mudar completamente a sua amplitude e freqüência no decorrer do tempo, podendo até mesmo
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5
assumir uma natureza aleatória. A forma da onda da carga em função do tempo parece não ter
nenhum efeito significativo na falha por fadiga na ausência de corrosão FILHO (2004).
Assim, geralmente descreve-se a função, esquematicamente, como uma onda senoidal ou em
forma de dente de serra. A forma da onda tensão x tempo ou deformação x tempo, terá a mesma
aparência geral e freqüência que a onda carga x tempo. Os fatores significativos são a amplitude e o
valor médio da onda de tensão-tempo (ou deformação-tempo) e o número total de ciclos a que a
peça é submetida.
Figura 2.1: Cargas de fadiga. Fonte: NORTON (2004).
As funções típicas de tensão-tempo, experimentadas por máquinas rotativas, podem ser
modeladas conforme a Figura 2.1, que ilustra as mesmas, como ondas senoidais. A Figura 2.1a
representa o caso da tensão alternada, em que o valor médio é zero. A Figura 2.1b representa o caso
da tensão pulsante, onde a forma da onda varia de zero a um máximo com um valor médio igual à
componente alternada. A Figura 2.1c ilustra uma versão do caso mais geral, chamado de tensão
variada, em que todas as componentes tem valor diferente de zero. Qualquer um dos tipos de ondas
citados pode ser caracterizado através do parâmetro calculado da equação 2.1:
min
max
R
σ
σ
=
, (2.1)
sendo,
R é a razão de tensão e
min
σ
e
max
σ
são, respectivamente, a tensão nominal máxima e
mínima. Quando a tensão é alternada, Figura 2.1a,
R = -1, quando a tensão é pulsante, Figura 2.1b,
R = 0 e quando a tensões máxima e mínima tem o mesmo sinal, Figura 2.1c,
10 R
.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
6
2.1.3. Estágio de Propagação de Trinca
Quando uma trinca microscópica surge, o mecanismo da fratura entra em ação, criando
concentração de tensões, desenvolvendo, uma zona plástica na ponta da trinca. Cada vez que uma
tensão de tração alonga a mesma, a trinca cresce um pouco. Quando a tensão de fadiga (ciclo de
tensão) passa para um regime de tensão de compressão ou para uma tensão de tração
suficientemente baixa, a trinca se fecha.
O escoamento momentaneamente cessa e a trinca torna-se novamente pontiaguda, agora
com um comprimento maior. Este processo continua enquanto a tensão local estiver mudando de
valores abaixo da tensão de escoamento para outros acima desta, na ponta da trinca. Então, o
crescimento de trinca se deve a tensões de tração e se propaga ao longo de planos normais aos de
tensão máxima de tração. Tensões cíclicas quando são sempre de compressão, não irão contribuir
para o crescimento da trinca, visto que as mesmas tendem a fechá-la, conforme Figura 2.2.
Figura 2.2: Evolução da trinca devido à fadiga. Fonte: NCODE (2006).
A propagação subcrítica na fadiga ocorre sob tensões nominais inferiores aos limites de
escoamento, porém, sob tensões extremamente localizadas superiores a este limite. Duas etapas se
distinguem: nucleação e propagação. Entretanto, é possível ainda distinguir três diferentes fases,
que são funções da velocidade de propagação, Figura 2.3:
1)
Fase inicial, que representa o comportamento não contínuo, considerando uma estabilização
da velocidade de propagação em função do mecanismo de encruamento. Esta fase mostra
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
7
um ponto inicial mínimo de fator de intensidade de tensão,
0
K
, abaixo do qual não
ocorrerá a propagação;
2)
Fase intermediária, que representa a velocidade de propagação constante;
3)
Fase final de propagação, que representa a aceleração final e ruptura.
Cada uma destas fases é influenciada principalmente por fatores como microestrutura,
tensão média, corrosão, freqüência, etc. EWALDS (1985).
Figura 2.3: Características da curva de taxa de crescimento de trinca de fadiga.
Fonte: FILHO (2004).
A equação de Paris é uma das mais utilizadas nos cálculos de fadiga, e representa a
propagação na fase 2:
()
m
da
A
K
dN
=∆
, (2.2)
Sendo
a
o comprimento de trinca,
dN
da
representa a taxa de crescimento de trinca de fadiga, A e m
são constantes materiais. E
K
representa a variação do fator de intensidade de tensões. Em aços
ferríticos, os valores das constantes
A e m são 6,9x10 e 3, respectivamente, PARIS (1963).
k
i
c
logk
da/dN
k
0
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
8
2.1.4. Propagação por Corrosão
A propagação de trincas por corrosão-sob-tensão (CST) ocorre em valores constantes de
tensão. Algumas referências bibliográficas indicam que valores tão baixos quanto 10% da tensão de
escoamento são suficientes para deflagrar o processo sob certas condições, METALS HANDBOOK
(2003). Isto porque, associado à tensão mecânica aplicada ou residual, existe o fenômeno
eletroquímico que impede a estabilização do crescimento de uma descontinuidade. A CST é um
fenômeno que geram falhas “retardadas”, isto é, a falha do componente não ocorre no início do
processo. Três fases distintas do mecanismo de CST podem ser citadas, METAL HANDBOOK
(2003).
1)
Nucleação e estágio 1 de propagação, período em que o material perde a passivação e
aparecem os primeiros entalhes em escala microscópica. Está mais associada aos fenômenos
eletroquímicos que mecânicos. As tensões, neste estágio, agem no sentido de facilitar a
ruptura de filmes protetores (pintura).
2)
No estágio 2, a velocidade de propagação pode ser facilmente medida por equações que
relacionam crescimento de trinca a tenacidade. É estabelecido o conceito do
ICST
K , valor de
intensidade de tensões a partir do qual dar-se-á a propagação subcrítica da trinca de CST.
3)
Estágio final, caracterizado pelo aumento da velocidade de propagação pela aproximação do
I
K do valor crítico.
As características de cada um desses estágios estão representados pela Figura 2.4.
Tensões aplicadas inferiores à tensão limite inferior não levarão ao desenvolvimento da
CST. Tensões aplicadas entre a tensão limite inferior e a tensão de fratura, levarão à deflagração do
processo e propagação subcrítica das trincas. Neste intervalo, quanto maior a tensão aplicada,
menor o tempo para a fratura final. Entre a tensão limite inferior e a tensão de fratura, ocorrerá a
propagação subcrítica, pelo crescimento do
I
K a partir do
ICST
K . Já para tensões maiores que a
tensão de fratura, haverá ruptura instantânea sem que haja o desenvolvimento da CST. Enquanto o
I
K não superar o
IC
K , haverá crescimento subcrítico, conforme Figura 2.5.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
9
Figura 2.4: Gráfico de propagação de trincas de CST. Fonte: FILHO (2004).
Log
da
dt
ISCT
K
I
K
IC
K
Figura 2.5: Variação do valor de
K e estágio de CST. Fonte: FILHO (2004).
No momento em que a trinca atingir o valor crítico, a tenacidade do material será superada e
haverá uma ruptura final crítica, que determinará a falha do componente. Alguns meios corrosivos
podem agir no sentido de reduzir a tenacidade dos materiais, como é o caso dos aços carbono
quando sujeitos à penetração de hidrogênio, ao mesmo tempo em que ocorre o crescimento
subcrítico. Os valores de
ICST
K são menores, quanto maior for o limite de resistência em aços
ferríticos, METALS HANDBOOK (2003).
A velocidade de propagação da/dt, é uma função de
I
K , ENGELHARDT (1999).
Considera-se que as pontas das trincas são as zonas de dissolução anódica, enquanto as suas bordas
são áreas catódicas onde ocorre a redução de hidrogênio. Materiais ferríticos são grandemente
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
10
afetados pela penetração de hidrogênio atômico originado nas reações catódicas. Teores crescentes
de hidrogênio são responsáveis pelo aumento da velocidade de propagação das trincas, também em
aços ferríticos.
Aços inoxidáveis austeníticos geralmente são resistentes à fragilização pelo hidrogênio, nas
condições de recozido ou levemente trabalhado a frio. Entretanto, são bastante afetados pelo
hidrogênio quando possuem baixo limite de resistência, METALS HANDBOOK (2003).
2.2. MECÂNICA DA FRATURA APLICADA À FADIGA
2.2.1. Breve Histórico
Falhas em navios construídos durante a 2ª Guerra Mundial chamou a atenção de
pesquisadores como Irwin, Orowan e Mott, que aprimoraram os trabalhos já desenvolvidos por
Griffith, que em 1920 publicou um importante trabalho, associando a tensão de fratura ao tamanho
de trinca, ANDERSON (1995). No final dos anos 50, os fundamentos da Mecânica da Fratura
Elástica Linear foram consolidados, quando também Paris e outros pesquisadores lançaram os
conceitos da aplicação da Mecânica da Fratura à fadiga. Entretanto, a plastificação na ponta da
trinca e a não aplicabilidade da Mecânica da Fratura Elástica Linear neste caso, levaram os
pesquisadores a buscar alternativas de análise.
Irwin (1948) propôs uma extensão da Mecânica da Fratura Elástica Linear, enquanto
Dugdale (1954) e outros propuseram modelos baseados na plastificação na extremidade da trinca.
Rice (1968) desenvolveu o parâmetro que caracteriza o comportamento não linear na ponta da
trinca: a
integral J, fundando a partir daí a Mecânica da Fratura Elastoplástica. Ainda nos anos 60,
no Reino Unido, Wells (1961) desenvolveu o parâmetro CTOD (
Crack Tip Opening Displacement),
que começou a ser utilizado na análise de fraturas em estruturas soldadas.
O desenvolvimento da Mecânica da Fratura avançou rapidamente nos EUA por força das
demandas da área nuclear, enquanto no Reino Unido, por demandas da área
offshore. SHIN (1996)
demonstrou a relação entre a integral
J, utilizada nos EUA, com o CTOD, mais utilizado no Reino
Unido, unindo os conceitos existentes e fundando a Mecânica da Fratura nos moldes de hoje.
2.2.2. Concentração de Tensão
INGLIS (1913) foi o primeiro a quantificar os efeitos da concentração de tensão ao analisar
os entalhes elípticos em placas planas. Nesta análise obteve uma expressão que determina a tensão
na extremidade do maior eixo da elipse Figura 2.6. Considerou que as tensões no entalhe não eram
influenciadas pelo contorno da placa, ou seja, a largura muito maior que
2a e o comprimento muito
maior que
2b. A equação de tensão no ponto A é dada por:
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
11
12
A
a
σσ
ρ
⎛⎞
=+
⎜⎟
⎜⎟
⎝⎠
, (2.3)
sendo,
2
/ba
ρ
= o raio de curvatura da ponta da elipse.
De acordo com a equação 2.3, o efeito de concentração de tensões é maior quanto mais afiado
for o entalhe, ou seja, quanto menor for o raio de curvatura da elipse.
Figura 2.6: Entalhe elíptico numa placa plana.
2.2.3. Fator de Intensidade de Tensão
Na Figura 2.7 define-se os três tipos de movimentos relativos das duas superfícies das
trincas. Cada um desses modos está associado a um tipo básico de campo de tensões na vizinhança
da ponta da trinca, e qualquer problema de deformação na ponta desta, pode ser tratado como uma
combinação desses modos de deslocamento. Dessa forma, o campo de tensões pode ser também
tratado como a combinação dos três tipos básicos de campo de tensão. Em projeto, o modo I é o
mais importante, pois corresponde ao modo de falha por ruptura da maioria das peças trincadas, DA
ROSA (2002).
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
12
Figura 2.7: Modos de fratura.
Na Mecânica da Fratura Elástica Linear, a trinca pode ser caracterizada em termos de um
parâmetro simples
K, chamado fator de intensidade de tensão, para quantificar o campo de tensões
em torno de uma trinca numa peça predominante elástica, IRWIN (1957).
Cada modo está associado a um fator de intensidade de tensões:
I
K
para o modo I;
II
K
para
o modo II e
III
K para o modo III, Figura 2.7. O valor crítico de
I
K , chamado
IC
K , é uma
propriedade do material e é chamado de tenacidade à fratura.
Num certo ponto, o tamanho da trinca torna-se grande o bastante para aumentar o fator de
intensidade de tensão
I
K na extremidade da trinca, até o nível da tenacidade à fratura do material
IC
K , quando ocorre uma falha repentina no próximo ciclo de tensão de tração. Esse mecanismo de
falha é o mesmo tanto se a condição
I
K =
IC
K for alcançada pelo motivo de a trinca atingir um
tamanho suficiente.
2.2.4. Relação do Fator de Intensidade de Tensão com a Energia Liberada
A taxa de liberação de energia
G e os fatores de intensidade de tensão
I
K ,
II
K e
III
K nos
três modos de fratura são exclusivamente relacionados IRWIN (1957), sendo:
2
I
I
I
K
G
E
= ,
2
II
II
I
K
G
E
= ,
I
III
III
G
K
G
2
2
= (2.4)
em que, )1/(
2
ν
= EE
I
em estado plano de deformação e
E
E
I
=
em estado plano de tensão. E é
o módulo de elasticidade e
é o coeficiente de Poisson. No caso geral,
22 2
2
IIIIII
II I
KK K
G
EE G
=+ + , (2.5)
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
13
em que,
I
G
é o módulo de cisalhamento dado por
2(1 )
I
E
G
ν
=
+
(2.6)
2.2.5. Geometria de Trinca
Uma geometria de defeito que se apresenta com bastante freqüência em problemas práticos
tridimensionais é o de uma trinca com projeção elíptica, ou semi-elíptica. Neste caso o fator de
intensidade de tensão varia ao longo da frente da trinca. A solução para o fator geométrico para
trincas de projeção elíptica, em um plano perpendicular à direção de carregamento, modo I, Figura
2.8, é fornecida pelas expressões 2.7 a 2.10, DA ROSA (2002).
Figura 2.8: Situações de geometria para uma trinca elíptica, modo I. Fonte: Da Rosa (2002).
Trinca elíptica interna:
1
()Yf
β
φ
= (2.7)
Trinca circular interna:
2
Y
π
=
(2.8)
Trinca semi-elíptica na face:
1
1,12 ( )Yf
β
φ
= (2.9)
Trinca de um quarto de elipse, na aresta:
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
14
2
1
1,12 ( )Yf
β
φ
= . (2.10)
Estas expressões fazem uso da integral elíptica do segundo tipo,
φ
, que depende da relação entre os
semi-eixos da elipse, conforme a tabela 2.1:
Tabela 2.1: Relação entre a/c e
φ
. Fonte: DA ROSA (2002)
a/c 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0
φ
1,00 1,02 1,05 1,10 1,15 1,21 1,28 1,35 1,42 1,49 1,57
Quanto à função
)(
β
f , esta caracteriza a variação do fator geométrico, portanto do fator de
intensidade de tensão, ao longo da borda da trinca, isto é, a solicitação da frente da trinca é variável
ponto a ponto, ao contrário dos casos vistos até agora, onde a solicitação na borda da trinca era
independente do ponto considerado.
[
]
4
1
222
cos)/()(
βββ
casenf += (2.11)
O cálculo da função depende do ângulo
β
, que é obtido com o uso de uma circunferência
auxiliar, circunscrita à elipse, conforme indicado na Figura 2.9.
Pela expressão da função )(
β
f , vê-se que esta assume um máximo, igual à unidade, para
pontos sobre o semi-eixo menor da elipse, ou seja, º90
=
β
, atingindo um mínimo para os pontos
sobre o semi-eixo maior,
β
= 0
0
. Desta forma os pontos mais propensos para iniciar a propagação
da trinca são os pontos próximos aos extremos do semi-eixo menor, aumentando-o, fazendo com
que a trinca elíptica, tenda assim, a uma trinca circular, onde )(
β
f é constante ao longo de todo o
perímetro da mesma, fazendo a = c na expressão de )(
β
f . Uma geometria de trinca semi-elíptica é
bastante comum em peças onde a trinca tem origem a partir de um defeito superficial, que nucleia a
trinca, por sua vez, penetrando no material.
Figura 2.9: Circunferência circunscrita à elipse. Fonte: Da ROSA (2002).
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
15
2.2.6. Propagação Crítica ou Fratura Frágil
Propagação crítica ou fratura frágil é aquela caracterizada por rápida propagação, levando ao
rompimento e separação de seções de um componente ou equipamento, com baixa liberação de
energia e sem que haja deformação plástica apreciável. As superfícies de fratura são brilhantes, sem
estricção, planas (normalmente na direção perpendicular da máxima tensão normal). Dá-se pela
ocorrência de baixa tenacidade do material, por estado plano de deformação ou devido a condições
transientes como, por exemplo, choques térmicos. Microscopicamente em aços ferríticos, uma
fratura frágil apresenta relevos e arestas que caracterizam o fenômeno da clivagem, com orientação
radial que aponta para a direção de nucleação (METALS HANDBOOK (2003)).
A propagação frágil ocorre sem que haja deformação plástica significativa, que é uma
característica do estado plano de deformação. Utiliza-se para esta condição a Mecânica da Fratura
Elástica Linear, podendo ser traduzida pela equação:
I
KY a
σ
π
=
, (2.12)
sendo,
I
K é o fator intensificador de tensão do modo I de carregamento (modo I);
σ
é a tensão
nominal;
a é o tamanho da trinca e
)/( WafY
=
é o fator de forma que depende da geometria do
corpo de prova.
Pela Mecânica da Fratura Elástica Linear, haverá propagação de uma trinca no momento em
que o valor de
I
K
, calculado pela equação acima descrita, superar o valor da tenacidade do material
mat
K (crítico), obtido a partir de ensaios de tenacidade. Então, a condição de falha será definida por:
mat
KY a
σ
π
(2.13)
A Mecânica da Fratura Elástica Linear está limitada a situações onde a plastificação na
ponta da trinca é pequena quando comparada às dimensões da mesma. Materiais que apresentam
elevada tenacidade terão uma plastificação maior que os materiais frágeis ou de elevada resistência.
E resistirão mais a propagação de defeitos, reduzindo a precisão da Mecânica da Fratura Elástica
Linear e dificultando sua aplicação.
A partir deste ponto utiliza-se a Mecânica da Fratura Elastoplástica, que possui ferramentas
adequadas para calcular a estabilidade de defeitos em materiais que apresentam elevada plasticidade
e tenacidade. A utilização de um dos métodos da mecânica da fratura deve ser avaliada em função
destas características dos materiais e da geometria da peça ou equipamento.
2.2.7. Propagação Subcrítica
A propagação subcrítica de uma descontinuidade dá-se em pequenos incrementos (saltos),
pela elevação das cargas aplicadas ou por mecanismos de danos como fadiga, fluência ou corrosão
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
16
sob-tensão, que incorporam conceitos relacionados à variação do fator intensificador de tensões
(
K
). Torna-se possível, em função das características do componente e do carregamento, projetar
sua vida útil.
A fratura dúctil ocorre com apreciável deformação plástica final, ao mesmo tempo
perpendicularmente às maiores tensões normais ou a 45º das mesmas, pelo efeito de cisalhamento.
O cálculo da vida residual do componente se torna possível, partindo de equações dos
mecanismos de propagação, geralmente função do número de ciclos ou do tempo (da/dN ou da/dt
respectivamente). O limite de crescimento alcançado será o tamanho crítico da trinca, quando
haverá ruptura frágil instantânea do componente, conforme visto na Figura 2.10.
Figura 2.10: Crescimento subcrítico de descontinuidade até um valor crítico. Fonte: FILHO (2004).
2.2.8. Fratura Dúctil
A ocorrência de propagação depende das características relacionadas ao tipo de
carregamento, ao tamanho da descontinuidade e ao material, podendo ser indiretamente medida
através do conceito da integral J. A integral J é um valor de energia absorvido através do campo
elastoplástico de tensão/deformação que se obtém sobre um caminho em volta da ponta de uma
trinca (BARSOM, 1987).
Este conceito foi desenvolvido por Rice (1968), e possibilita caracterizar se haverá ou não
propagação dúctil e permite o cálculo do valor de
a (incremento sobre uma descontinuidade
conhecida). A Figura 2.11 representa uma curva característica de J-R (curva de resistência à
aplicação de um carregamento):
Tempo
a
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
17
Figura 2.11: J x
a para o AISI 304. Fonte; FILHO (2004).
O parâmetro J, ou J
total
é composto de duas parcelas distintas, que se somam
algebricamente:
el
J (elástico) e
pl
J
( plástico). O
el
J é calculado em função da parcela do
comportamento elástico do material, e pode ser obtido através de relações com o fator de
intensidade de tensões
I
K :
2
(1 )
I
el
K
J
E
υ
=
, (2.14)
para um estado plano de deformação, ou
2
I
el
K
J
E
= (2.15)
para um estado plano de tensão, sendo que E e ν são, respectivamente, o módulo de elasticidade e o
coeficiente de Poisson.
O valor de
pl
J é obtido através de soluções e cálculos que relacionam tensão de
escoamento, carregamento e geometria. Quando ao valor de J
total
, ultrapassa um valor crítico de
IC
J , que é uma propriedade do material (determinada por ensaio do ASTM E1820 e representa a
tenacidade do material no início da propagação de uma trinca), poderá haver propagação instável da
trinca. Caso
IC
J não seja ultrapassado, será verificado o arredondamento da ponta da trinca com
uma pequena propagação, FILHO (2004).
Outra maneira de verificar se haverá propagação subcrítica, é através da curva R, também
chamada de curva de resistência à propagação de trincas. Uma derivação da Mecânica da Fratura
Elástica Linear que considera a situação de um componente não estar sujeito ao estado plano de
deformação. Através das curvas R é possível prever se haverá propagação crítica ou subcrítica para
um dado material e configuração do estado de tensões do componente. As curvas R consideram a
comparação da solicitação x resistência de um componente (R), tendo a forma geral da Figura 2.12.,
J
-
R
a
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
18
em que,
123
,,
σ
σ
σ
são valores de tensões aplicadas ao material. E os valores de R (curva de
resistência) são obtidos através de ensaios pelo ASTM E561, enquanto os valores da curva de
solicitação são obtidos através da equação 2.16.
Figura 2.12: Gráfico da curva R. Fonte: FILHO (2004).
22
()Ya
G
E
σ
π
= , (2.16)
Sendo, G a taxa de liberação da soma das energias elástica e plástica.
Para cada valor de tensão, haverá um valor de G diretamente relacionado a um tamanho de
trinca. Por este motivo, as curvas de solicitação são lineares. Conforme mostrado na Figura 2.12, os
valores muito baixos de tensão (
1
σ
) provocarão nenhum ou pequeno incremento no tamanho da
trinca (
a
), pois estarão interceptando a curva de resistência no trecho vertical. Uma tensão maior
poderá interceptar a curva de resistência no trecho inclinado, caracterizando o aumento de trinca
1
a , por crescimento subcrítico. Para um valor maior de tensão (
3
σ
, por exemplo), a curva de
solicitação não mais interceptará a curva de resistência, indicando a região de instabilidade da
trinca. O momento exato da falha, caracterizado pela intersecção das duas curvas está representado
pelo ponto vermelho, ocorrendo uma tensão entre
3
σ
e
2
σ
. A taxa de energia de fratura (G) para
aço dúctil é na ordem de 300
2
/ mJ , BURG & HOSSON (1995).
2.3. PROPAGAÇÃO DE ONDAS
2.3.1. Introdução
A teoria de propagação de ondas elásticas em meios sólidos começou a ser desenvolvida no
século XIX com Stokes, Poisson, Rayleigh e Kelvin, entre outros, a partir da teoria da elasticidade.
1
σ
2
σ
3
σ
0
a
1
a
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
19
A determinação da resposta de sistemas mecânicos submetidos a cargas de impacto pode ser
obtida por meio da teoria de propagação de ondas. Conforme GRAFF (1975) o fenômeno pode,
basicamente, ser dividido em três categorias:
- Ondas Elásticas: quando as tensões do material estão em regime elástico.
- Ondas Viscoelásticas: quando os efeitos viscoelásticos estão presentes.
- Ondas plásticas: quando o limite de escoamento do material é ultrapassado.
A seguir serão discutidos alguns aspectos básicos da teoria de propagação de ondas elásticas
em meios sólidos, visando um melhor entendimento do fenômeno e de suas simplificações para a
obtenção de expressões que determinam as tensões geradas no impacto.
2.3.2. Propagação de Ondas Elásticas em Meios Sólidos Infinitos
Considere as tensões atuantes nos elementos das Figuras 2.13a e 2.13b. Os sub-índices das
componentes de cisalhamento representam, o 1º, o plano em que está atuando e o 2º a sua direção.
As componentes de tensão das outras faces dos elementos foram omitidas por simplificação.
Figura 2.13: Coordenadas cartesianas: Coordenadas cilíndricas. Fonte: MALAVOLTA (2003).
Na ausência de forças de campo, o balanço de forças fornece em coordenadas cartesianas:
2
2
xy
xx xz
u
txyz
τ
σ
τ
ρ
∂∂
=++
∂∂
(2.17)
2
2
yyxyyz
u
txyz
τ
στ
ρ
∂∂
=++
∂∂
(2.18)
2
2
xy
zx
zz
u
txyz
τ
τ
σ
ρ
∂∂
=++
∂∂
, (2.19)
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
20
Sendo,
x
u ,
y
u
e
z
u , respectivamente, os deslocamentos nas direções x, y e z. Em coordenadas
cilíndricas, têm-se:
2
2
1
rr
rr rz
u
trr zr
θ
θ
τ
σσ
στ
ρ
θ
∂−
∂∂
=+ ++
∂∂
(2.20)
2
2
2
1
rzr
u
trr zr
θ
θθθθ
τ
στ τ
ρ
θ
∂∂
=+ ++
∂∂
(2.21)
2
2
1
z
zrz zrz
u
trr zr
θ
τ
τ
στ
ρ
θ
∂∂
=+ ++
∂∂
, (2.22)
Onde,
r
u ,
θ
u e
z
u são, respectivamente, os deslocamentos nas direções: radial, circunferencial e
axial. A tabela 2.2 ilustra nos sistemas de coordenadas cartesianas e cilíndricas, algumas relações
fundamentais da teoria da elasticidade.
Tabela 2.2: Algumas relações fundamentais da elasticidade. Fonte: MALAVOLTA (2003).
Sistema zy
x
,, Sistema zr ,,
θ
x
u
x
x
=
ε
r
u
r
r
=
ε
y
u
y
y
=
ε
θ
θ
ε
θ
+=
rr
u
r
1
z
u
z
z
=
ε
z
u
z
z
=
ε
y
u
x
u
x
y
xy
+
=
γ
z
u
u
r
z
z
+
=
θ
θ
θ
γ
1
z
u
y
u
y
z
yz
+
=
γ
r
u
z
u
zr
zr
+
=
γ
x
u
z
u
z
x
zx
+
=
γ
θ
θ
θ
γ
θ
θ
+
=
r
r
u
r
r
r
u
1
z
u
y
u
x
u
z
y
x
+
+
=
z
u
u
r
r
u
r
u
zrr
+
++
=
θ
θ
1
z
u
y
u
y
z
x
=
ω
2
z
u
u
r
z
r
=
θ
θ
ω
1
2
x
u
z
u
z
x
y
=
ω
2
r
u
z
u
zr
=
θ
ω
2
y
u
x
u
x
y
z
=
ω
2
=
θ
ω
θ
r
z
u
ru
rr
)(
1
2
ii
µε
λ
σ
2+=
ii
µε
λ
σ
2
+
=
jiijjiij
µγ
µγ
τ
τ
===
jiijjiij
µγ
µγ
τ
τ
=
=
=
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
21
Substituindo-se essas expressões, em coordenadas cartesianas, nas equações (2.17) à (2.19)
obtêm-se
x
x
u
x
t
u
2
2
2
)( +
+=
µµλρ
(2.23)
y
y
u
y
t
u
2
2
2
)( +
+=
µµλρ
(2.24)
z
z
u
z
t
u
2
2
2
)( +
+=
µµλρ
, (2.25)
em que,
2
é operador Laplaciano dado por:
2
22
2
222
xyz
⎛⎞
∂∂
∇= + +
⎜⎟
∂∂∂
⎝⎠
.
e
λ
e
µ
são as constantes de Lamé:
)21)(1(
νν
ν
λ
+
=
E
;
)1(2
ν
µ
+
=
E
O mesmo para sistema de coordenadas cilíndricas fornece:
zrr
t
u
zr
+
+=
θ
ω
µ
θ
ω
µ
µλρ
2
2
)2(
2
2
(2.26)
rzr
t
u
zr
+
+=
ω
µ
ω
µ
θ
µλρ
θ
22
1
)2(
2
2
(2.27)
θ
ω
µ
ω
µ
µλρ
θ
+
+=
rz
r
r
rrz
t
u
2
][
2
)2(
2
2
. (2.28)
A solução das equações 2.23 a 2.25 ou 2.26 a 2.28 para determinadas condições de contorno,
determina a trajetória de um ponto do meio em coordenadas cartesianas ou cilíndricas
respectivamente.
2.3.3. Propagação de Ondas Elásticas em Meios Sólidos Finitos
Quando um pulso de tensão se propaga pelo meio, um número infinito de componentes de
freqüência pode estar presente. Cada uma destas componentes viaja com velocidade e comprimento
de ondas próprias. Essa velocidade de propagação é denominada velocidade de fase c.
Na maioria dos casos a propagação é um fenômeno dispersivo, ou seja, a velocidade de fase
das ondas c, é função de sua freqüência angular
ω
ou do comprimento de onda Λ. A análise dos
efeitos de dispersão é necessária para determinar a variação da velocidade de fase com o
comprimento de onda ou com o número de onda
ξ
. Essa investigação pode ser representada na
forma de curvas denominadas curvas de dispersão.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
22
Uma aproximação para a solução do problema em vigas infinitas de secção circular
uniforme, conforme GOLDSMITH (1960), foi dada por Pochhammer and Chree cujas equações
consideram a propagação de infinitas ondas senoidais ao longo do eixo z da viga, tal que o
deslocamento de cada ponto é uma função harmônica simples da coordenada z e do tempo, Figura
2.14, conforme equações 2.29 à 2.31.
Figura 2.14: Coordenada para o sólido cilíndrico. Fonte: MALAVOLTA (2003).
()iz t
r
uUe
ξ
ω
+
=
(2.29)
()iz t
uVe
ξ
ω
θ
+
=
(2.30)
()iz t
z
uZe
ξ
ω
+
=
, (2.31)
Sendo, U, V e W funções de r e
θ
,
ξ
é o número de onda e
ω
a freqüência angular.
Substituindo os deslocamentos
r
u ,
θ
u e
z
u nas equações 2.17 a 2.19 aplicando-se às
condições de contorno na superfície da barra, r = b, onde 0
=
=
=
rzrr
τ
τ
σ
θ
, expressões podem ser
desenvolvidas para os deslocamentos e para a velocidade de fase das ondas. Três diferentes tipos de
onda podem ser considerados em vigas: longitudinais, flexionais e torcionais. O 1º caso será
discutido posteriormente.
Para cada tipo é possível obter uma equação envolvendo os parâmetros adimensionais
0
/ cc ,
Λ/r e
em termos da função de Bessel, onde
ρ
/
0
Ec = . As raízes reais da equação freqüencial
podem ser determinadas numericamente e plotadas em curvas de dispersão com diferentes ramos.
Cada ramo representa um modo de propagação da onda e está associado a um modo de vibrar e à
sua freqüência natural. Maiores detalhes da obtenção da equação freqüencial e das curvas de
dispersão podem ser demonstradas em DAVIES (1948), KOLSKY (1963), GRAFF (1975) e
ACHENBACH (1975).
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
23
No caso de vigas de secção não circular, o problema torna-se mais complicado. E sua
solução tem sido proposta por vários autores. Em MORSE (1950) são obtidas curvas de dispersão e
valores experimentais para curvas longitudinais em vigas retangulares, com diferentes valores de
coeficientes de Poisson, e os valores calculados mostraram boa concordância com os valores
medidos para grandes comprimentos de onda. MINDLIN & FOX (1960) desenvolvem uma
formulação a partir de soluções de propagação de ondas em placas infinitas para vigas de secção
retangular. NIGRO (1996) desenvolve soluções aproximadas pelo método de Ritz para as curvas de
dispersão dos modos: longitudinal, flexional e torcional de vigas retangulares. AALAMI (1973)
apresenta uma formulação baseada em métodos de discretização e no método de Rayleigh-Ritz para
a propagação de ondas em vigas ortotrópicas com secção arbitrária. FRASER (1969) aplica o
método da colocação para obter curvas de dispersão em vigas retangulares infinitas. NAYFEH &
ABDELRAHMAN (2000) propõem um modelo aproximado para a obtenção de curvas de dispersão
em vigas retangulares simplificando as condições de contorno. LIU & LI (2000) estudam a
propagação de ondas torcionais e vigas retangulares ortotrópicas aplicando o método da bi-
característica para resolver as equações diferenciais do problema.
2.3.4. Ondas Longitudinais
O elemento diferencial tem comprimento dy e secção transversal Ao. Inicialmente a barra
está em equilíbrio estático, Figura 2.15. Após o impacto em uma das extremidades da barra,
partículas no elemento diferencial estão em compressão devido às forças
1
F e
2
F , conforme
mostrado na Figura 2.16.
Figura 2.15: Barra cilíndrica com seu respectivo elemento diferencial. Fonte: KAISER (1998).
Figura 2.16: Elemento diferencial em compressão. Fonte: KAISER (1998).
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
24
As forças de compressão no elemento diferencial estão relacionadas com as tensões
impostas na seção transversal do mesmo. Para barras elásticas, as tensões estão relacionadas com as
deformações pelo módulo de elasticidade. As deformações podem ser expressas em termos de
deslocamentos. Portanto, as forças de compressão podem ser expressas em termos de
deslocamentos, u:
yo
u
FAE
y
=
. (2.32)
Considerando um estado uniaxial de tensão, a força atua na direção normal às faces do
elemento diferencial como mostrado na figura 2.17.
Figura 2.17: Forças de compressão no elemento diferencial. Fonte: KAISER (1998).
Somando as forças atuantes no elemento diferencial aplicando a segunda Lei de Newton, F =
m y’’, obtém-se a seguinte equação, que descreve o movimento dos pulsos de tensão.
2
1
2
0
2
0
1
0
t
u
dyA
y
u
EA
y
u
EA
=
ρ
(2.33)
Essa equação supõe que a aceleração da partícula é constante no elemento diferencial.
Simplificando a equação 2.32, chega-se à equação do movimento da barra.
2
2
12 1
2
o
uu u
Cdy
yy t
⎛⎞
∂∂
−=
⎜⎟
∂∂
⎝⎠
(2.34)
Na equação 2.27,
o
C é a velocidade do som, calculada de:
o
E
C
ρ
=
, (2.35)
Sendo, E o módulo de elasticidade e
ρ
a densidade. Para o aço,
13
0
101,5
× msC , GRAFF
(1975).
2.3.5. Características da Onda
Após o impacto imposto na extremidade da barra, a onda de tensão ao viajar no interior da
mesma e provoca expansões e contrações laterais devido ao efeito de Poisson conforme Figura 2.18.
y
u
EA
1
0
y
u
EA
2
0
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
25
Figura 2.18: Efeito de poisson na barra. Fonte: GRAFF (1975).
A onda ao chegar à extremidade oposta da barra, é refletida na outra extremidade com sinal
contrário. Tal fenômeno é ilustrado pelos passos a, b, c e d na Figura 2.19.
Informações complementares sobre as características da onda em barras engastadas, onde o
comportamento da reflexão será diferente, são apresentadas em GRAFF (1975).
Quanto à resposta do sinal imposto pelo impacto, este será diferente em cada ponto ao longo
da barra, devido ao amortecimento do material e a dispersão desse sinal. A Figura 2.20 faz a
comparação desta resposta em três pontos distintos na barra. Nota-se que no ponto intermediário da
barra (ponto B) haverá menor dispersão do sinal da onda de tensão. Portanto esse ponto é o ideal
para análise experimental, e assim pode-se comparar teoricamente a resposta da onda com a
resposta experimental, devido à ausência de vibrações internas neste ponto. GRAFF (1975).
Figura 2.19: Reflexão da onda. Fonte: GRAFF (1975)
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
26
Figura 2.20: A resposta em três pontos distintos na barra sujeita ao impacto. Fonte: GRAFF (1975).
2.4. IMPACTO LONGITUDINAL DE UMA ESFERA ELÁSTICA NA EXTREMIDADE DE UMA
BARRA UNIFORME
Considera-se uma esfera colidindo com uma velocidade
0
v sobre uma superfície plana em
uma das extremidades de uma barra cilíndrica uniforme com densidade
ρ
. O diâmetro da esfera é
menor que o raio
da barra, podendo assim o deslocamento u da barra ser negligenciado
GOLDSMITH (1960). O tipo de impacto é demonstrado na Figura 2.21.
Figura 2.21: Impacto longitudinal numa barra uniforme. Fonte: GOLDSMITH (1960).
A força de impacto imposta pela esfera sobre a extremidade da barra será:
2
l
x
o
c
l
t
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
27
2
00
0
0
1,14 1,068
, se 0
1,068
0, se
1,068
vvt
Fsen t
Kv
Ft
v
π
α
αα
πα
⎛⎞
=≤
⎜⎟
⎝⎠
=>
, (2.36)
em que,
3
3
4
K
r
π
ρ
= (2.37)
e
2
2
5
01 2
15 ( )
16
vm
r
πδδ
α
+
=
, (2.38)
sendo que
π
υ
δ
1
2
1
1
1
E
= e
π
υ
δ
2
2
2
2
1
E
= .
Nas Equações 2.36 a 2.38,
0
v ,
2
υ
,
2
E e r é respectivamente, a velocidade de impacto da esfera,
coeficiente de Poisson, módulo de elasticidade e raio da esfera e
1
υ
e
1
E é respectivamente, o
coeficiente de Poisson e módulo de elasticidade do material da barra.
2.5. PÊNDULO BALÍSTICO
O pêndulo balístico é usado para medir a velocidade de um projétil pela observação do
ângulo máximo de inclinação
max
θ
do corpo atingido pelo projétil. Considere uma caixa de massa
M
pendurado por um cabo de tamanho
L
, conforme Figura 2.22.
Figura 2.22: Pêndulo balístico.
θ
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
28
Considerando a conservação da energia do movimento ao longo da direção horizontal, a
quantidade de movimento inicial do projétil é
0
mv e na caixa pendurada, a quantidade de
movimento é zero. Após o projétil penetrar na caixa, no impacto, a velocidade da caixa e do projétil
será a mesma, no caso
1
v .
(
)
01
mv M m v=+
(2.39)
Após o impacto, o problema se reduz a umndulo simples. A única força que está atuando
é a força da gravidade e, assim, pode se aplicar o princípio da conservação de trabalho e energia
Quando
θ
é máximo, a velocidade também é zero. Da conservação de energia, finalmente obtemos:
()()
2
1max
1
2
M
mv M mgh+=+
. (2.40)
Como
()
θ
cos1= Lh , obtém:
2
2
1
0
max
cos 1
2
v
m
M
mLg
θ
⎛⎞
⎛⎞
=−
⎜⎟
⎜⎟
⎜⎟
+
⎝⎠
⎝⎠
(2.41)
2.6. EXTENSOMETRIA
2.6.1. Histórico
Em 1856 o professor da Royal Society of London,William Thomson, notou que a resistência
elétrica de um condutor aumentava, quando este era submetido a uma força de tração. E diminuía
quando esta força também diminuía. Tal descoberta só teve sua aplicação prática para a realização
de medidas, com as experiências levadas a efeito pelo norte-americano P.W. Bridgman em 1923.
Mas somente em 1930 a 1940 que Roy Carlson realmente aplicou o princípio, na construção do
extensômetro de fio livre, que é utilizado até hoje em transdutores de pressão, aceleração, torção e
outros, devido à sua excelente estabilidade. Em 1937, Edward Simmons (Califórnia Institute of
Technology, Pasadena, CA, USA) e Arthur Ruge (Massachusetts Institute of Technology -
Cambridge, MA, USA) trabalhando independentemente um do outro, utilizaram pela primeira vez
fios metálicos colados à superfície de um corpo de prova para a medida de deformações. Essas
experiências deram origem aos extensômetros que são utilizados atualmente.
2.6.2. Tipos
Basicamente, existem dois tipos de extensômetros: os extensômetros metálicos (grade
metálica) onde variação de resistência é devida às variações dimensionais, e os semicondutores
onde a variação é mais atribuída ao efeito piezo-resistivo. A característica comum entre ambos é o
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
29
fator do extensômetro K ou comumente conhecido na engenharia como “gauge factor” (GF), o qual
relaciona a deformação (
ε
) à variação de resistência (
R
), dado por:
R
K
R
ε
= . (2.42)
Nessa relação o fator K é a constante de proporcionalidade entre a variação da resistividade e a
deformação. O fabricante normalmente calibra e fornece o fator de medição do extensômetro.
2.6.3. O Extensômetro de Grade Metálica (Metal Foil Strain Gauge)
O primeiro extensômetro de grade metálica, Figura 2.23, foi produzido na Inglaterra em
1952 por Saunders e Roe. Atualmente se fabricam extensômetros para as mais variadas finalidades,
e com os mais diversos tipos de grades. São mais usados devido a sua ampla variedade de
configurações, facilidade na aplicação e pelo custo mais baixo.
No processo de fabricação, usa-se uma finíssima lâmina de uma liga resistiva, recortada por
processo de máscara fotosensitiva corroída com ácido. As vantagens destes tipos de extensômetros
são a sua versatilidade de fabricação e o fato de possuírem uma área maior de colagem, o que,
consequentemente, diminui a tensão no adesivo. Uma outra vantagem é o da dissipação térmica,
possibilitando desta maneira circuitos mais sensíveis, uma vez que o nível de excitação do
extensômetro depende da sua taxa de dissipação térmica.
Estas lâminas são montadas em suporte (base) de epóxi, resina fenólica, poliamida e outros,
tornando-se bastante flexíveis e permitindo assim uma colagem perfeita nas diversas superfícies.
As ligas resistivas utilizadas para fabricação de extensômetros são: Constantan, Isoelastic,
K-alloy, Karma e outros. O fator K, em torno de 2,0 requer uma maior amplificação do sinal de
saída da ponte. Consequentemente o ruído eletrônico também será amplificado.
Figura 2.23: Extensômetro de grade metálica. Fonte: OMEGA (2005).
2.6.4. O Extensômetro Semicondutor (Silício)
O extensômetro semicondutor, Figura 2.24, consiste basicamente de um pequeno e finíssimo
filamento de cristal de silício que é geralmente montado em um suporte epóxico ou fenólico. As
características principais dos extensômetros elétricos de semicondutores são: sua grande capacidade
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
30
de variação de resistência em função da deformação e seu alto valor do fator de extensômetro, K,
que é de aproximadamente 150, podendo ser positivo ou negativo. O tipo semicondutor também
existe em uma grande variedade de configurações. No entanto, são mais difíceis na aplicação e
apresentam um custo maior, quando comparados aos extensômetros de lâminas. O alto fator de
medição aumenta a resolução, permitindo um alto sinal com baixo nível de ruído. Uma
desvantagem do semicondutor é a sua grande variação de resistividade causada pela mudança de
temperatura, o que requer um sistema de balanceamento da ponte. Devido ao fato do sinal
produzido pela propagação da trinca ser de baixa amplitude, o extensômetro semicondutor foi
escolhido para ser empregado neste trabalho.
Figura 2.24: Extensômetro semicondutor.
2.6.5. Ponte de Wheatstone
Pela sua excelente sensibilidade, a ponte de Wheatstone, Figura 2.25, é extensamente usada
em instrumentação. A ponte é alimentada por uma tensão de entrada (Vin) e quando a tensão de
saída (Vout) for zero, é dito que a ponte está equilibrada. Quando ocorre uma variação de
resistividade do extensômetro, devida a deformação imposta no mesmo, haverá um desequilíbrio,
fazendo aparecer um certo valor tensão na saída da ponte (Vout). Esse valor do desequilíbrio será
medido e convertido, para obter as unidades de deformação usual em engenharia.
Figura 2.25: Ponte de wheatstone.
A equação que mede esse desequilíbrio é:
1
12 3
gage
out in
gage
R
R
VV
R
RR R
⎛⎞
=−
⎜⎟
⎜⎟
++
⎝⎠
EFUNDA (2005) (2.43)
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
31
2.7. EMISSÃO ACÚSTICA
O princípio desse método, Figura 2.26, consiste na detecção de ondas acústicas emitidas por
um material em função de uma força ou deformação imposta a ele. Caso esse material possua uma
trinca, descontinuidade ou defeito, a sua propagação irá gerar ondas acústicas detectadas pelo
sistema. A emissão acústica é a técnica mais adequada na detecção de trincas internas numa
estrutura.
A emissão acústica é um fenômeno que ocorre naturalmente nos materiais, principalmente
como resultados de processos de fratura ou transformação de fase. Quando em grande escala, esse
fenômeno se manifesta de maneira audível, como na ruptura de rochas.
Diversos estudos foram realizados e concluíram que a emissão acústica é a classe de fenômenos
onde ondas elásticas transientes são geradas pela própria liberação de energia de fontes localizadas
internamente nos materiais. Nos metais, tais fontes são constituídas por mecanismos de deformação
e fratura, tais como, nucleação e propagação de trincas, e movimento de discordâncias. A aplicação
da emissão acústica como técnica não destrutiva, na avaliação da presença de defeitos em materiais,
veio com o desenvolvimento da instrumentação capaz de detectar e amplificar os sinais emitidos
por estas fontes, possibilitando a sua localização e identificação.
Figura 2.26: Emissão acústica.
A energia detectada é gerada pelo próprio defeito. O método de emissão acústica é capaz de
detectar os processos dinâmicos associados com a degradação da integridade estrutural do objeto. O
método é não direcional, sendo independente do conhecimento prévio da localização provável e da
orientação da descontinuidade.
CAPÍTULO 2 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
32
A detecção dos sinais é o fator mais importante no ensaio por emissão acústica. Qualquer
problema nesta fase irá afetar as medições subseqüentes e, consequentemente, todos os resultados
do teste. Os principais tipos de sensores utilizados são os piezoelétricos, eletromagnéticos,
capacitivos e óticos, sendo os mais freqüentes os piezoelétricos. A seleção do sensor dependerá das
condições de ensaio, como por exemplo, a propriedade do material, espessura, etc. DUNEGAN
(1970) discutiu alguns dos fatores a serem considerados na análise de emissão acústica, e enfatizou
quais são os mais problemáticos, que comprometem a emissão acústica:
- Baixa taxa de tensão;
- Alta temperatura;
- Isotropia;
- Homogeneidade do material;
- Seção fina;
- Fratura dúctil;
- Material isento de defeitos;
- Deformação plástica;
- Estrutura forjada;
- Pequeno tamanho de grão.
CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE TRABALHO
33
CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE TRABALHO
3.1. MOTIVAÇÃO PARA O TRABALHO
Comentou-se no Capítulo 1, o surgimento de trincas por fadiga presentes nos equipamentos
mecânicos. A engenharia mecânica sempre se preocupou na pesquisa de técnicas para o controle
deste fenômeno, uma vez que uma quebra repentina do equipamento em operação pode acarretar
danos financeiros com a perda de produtividade e principalmente com a segurança das pessoas em
torno deste equipamento.
O Capítulo anterior mostrou que, atualmente, a técnica mais adequada para o controle da
propagação da trinca por fadiga, é a emissão acústica. Tal técnica é de elevado custo tanto na
construção como na aplicação. Vale ressaltar que o fator custo é uma preocupação sempre presente
na tomada de decisões, como por exemplo, a escolha das técnicas de monitoramento da trinca.
Em virtude dos altos custos envolvidos no emprego da emissão acústica, tomou-se a
iniciativa de pesquisar de uma nova técnica para a monitoração da trinca por fadiga com menor
custo, porém com o mesmo grau de confiabilidade conseguida com a Emissão Acústica. Portanto a
idéia principal deste trabalho é viabilizar uma técnica de monitoração de trinca utilizando o recurso
da extensometria.
O presente trabalho consiste em simular uma trinca no interior da barra, e esta trinca ao
propagar libera certa quantidade de energia dentro do material. Esta energia gera um pulso de
tensão gerando uma onda, que por sua vez, poderá ser captado pelo extensômetro de silício. Então o
ponto chave é simular essa energia de trinca. Para isto, usaremos um pêndulo simples que ao
impactar-se com a extremidade da barra gerará o pulso de tensão, podendo assim finalmente ser
identificado pelo extensômetro.
3.2. MONTAGEM DA BANCADA EXPERIMENTAL
O aparato experimental é basicamente constituído de uma barra cilíndrica e de um pêndulo
simples. Para a coleta dos dados experimentais foi utilizado um módulo de aquisição de sinais.
A análise baseia-se na simulação experimental da energia de uma trinca, a comparação
analítica e experimental dos valores. Para a simulação da energia de trinca, utiliza-se o pêndulo
simples, composto basicamente de uma esfera suspensa por um fio de cobre. Ao ocorrer o impacto
do pêndulo na extremidade da barra, a energia imposta pelo pêndulo será identificada por um
extensômetro de silício em configuração de 1/4 de ponte montado de duas maneiras: um na
superfície do ponto médio da barra e outro montado no dispositivo projetado e desenvolvido que
será mais bem detalhado posteriormente.
CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE TRABALHO
34
Durante a fase inicial dos experimentos, por ser a amplitude do sinal de energia, na ordem
de micro-volts e a alta frequência de aquisição, tornaram-se susceptíveis a interferências
eletromagnéticas. Depois de várias tentativas para contornar o problema, foi necessário de fazer os
ensaios experimentais no período entre 00h00min hora e 06h00min horas da manhã. Uma vez que,
durante este intervalo de horário, notou que a incidência de ruído no sinal medido é praticamente
inexistente.
Após a aquisição do sinal na fase experimental, o mesmo foi analisado e comparado
matematicamente com a teoria de impacto.
3.2.1. Barras Cilíndricas
As medidas de comprimento e diâmetro da barra foram estipuladas baseando-se na medida
das guias de uma máquina injetora de plásticos. Ela é suspensa em dois pontos próximos às suas
extremidades. Utiliza-se para a suspensão da mesma, cabos de aço cujo diâmetro é de 0,7mm,
podendo assim, ser desprezada a baixíssima taxa de energia transportada da barra aos cabos. São
utilizados dois tirantes, um para cada cabo para permitirem a boa nivelação da barra.
Figura 3.1: Barra usada para o ensaio experimental.
Medidas nominais da barra:
Comprimento: 3500 mm
Diâmetro: 50 mm
Material: Aço SAE 1040
CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE TRABALHO
35
3.2.2. Pêndulo Simples
Na montagem do pêndulo foi utilizada uma esfera de aço de alta dureza com 19 mm de
diâmetro, especificação DIN100Cr6 (própria para rolamentos), que não possibilitasse deformação
por parte da esfera, que foi suspensa por um fio de cobre de 0,3 mm de diâmetro, atuando como um
pêndulo, que foi fixado numa base que possibilitou o deslocamento angular no plano longitudinal
da barra, permitindo uma regulagem adequada do ponto de impacto na extremidade da barra.
Também foi montado um sistema auxiliar de guias, para impedir que o pêndulo saísse da trajetória
desejada. Essas guias eram do mesmo material utilizado na suspensão da esfera, porém lubrificadas
para diminuir o atrito, conforme Figuras 3.2 e 3.3.
Figura 3.2: Pêndulo simples.
Figura 3.3: Sistema de guia usado no direcionamento do pêndulo.
Para um melhor controle da energia imposta pelo pêndulo, foram construídos blocos de
madeira de vários comprimentos, a fim de serem utilizados entre a esfera e a extremidade da barra.
Assim pode-se controlar a posição inicial do pêndulo e, consequentemente controlar a energia
imposta pelo pêndulo à barra, Figuras 3.4.
Tirante
Guia
CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE TRABALHO
36
Figura 3.4: Bloco utilizado para o controle da energia imposta à barra.
3.2.3. Dispositivo Externo Para Captar a Onda de Tensão
Na indústria não é possível colar um extensômetro para a inspeção de propagação de trincas
nos equipamentos, uma vez que teria que parar a linha de produção para tal procedimento. Outra
razão óbvia é o custo, uma vez que sempre iria sacrificar um extensômetro para cada inspeção em
um determinado equipamento. Então há a necessidade de projetar um dispositivo que permita fazer
a inspeção com a mesma eficácia de um extensômetro colado na própria superfície do equipamento.
Com esse intuito projetou-se o dispositivo externo para captar o pulso de deformação proveniente
do momento da propagação da trinca, Figura 3.5. Tal dispositivo tem o objetivo de verificar a
possibilidade da passagem do pulso de deformação na interface entre a superfície da barra e a
lâmina do próprio dispositivo. No decorrer do trabalho, o dispositivo permitiu identificar o mesmo
sinal captado anteriormente pelo extensômetro colado no ponto médio da superfície da barra. A
construção do dispositivo consistia basicamente de duas lâminas metálicas, nas quais foram fixados
os extensômetros. E estas lâminas são pressionadas contra a superfície externa do ponto médio da
barra, conforme Figuras 3.6. Para o controle adequado do ajuste do dispositivo na barra, foi usado
um sistema parafuso-mola, Figura 3.7.
CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE TRABALHO
37
Figura 3.5: Dimensões do dispositivo externo.
Figura 3.6: Dispositivo montado na barra.
Figura 3.7: Dispositivo e conjunto parafuso-mola.
CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE TRABALHO
38
O dispositivo foi montado na seguinte forma: numa lâmina foi fixado um extensômetro de
silício para captar o sinal da energia de trinca imposta na barra. Na outra lâmina é fixado um
extensômetro de grade metálica, Figura 3.9, para captar a deformação imposta, no momento em que
foi o ajuste do dispositivo, ver Figuras 3.8 a 3.10.
Figura 3.8: Extensômetros montados nas lâminas do dispositivo.
Figura 3.9: Extensômetro de silício.
Extensômetro
de silício
Extensômetro de
grade metálica
CAPÍTULO 3 - PROPOSTA DE TRABALHO
39
Figura 3.10: Extensômetro de grade metálica.
3.2.4. Aquisição de Sinais
O módulo de aquisição de sinais usado para a coleta dos dados é da marca Lynx modelo
ADS 2000, 8 canais e taxa de aquisição de 37khz. Os softwares utilizados (AQ-Dados e AQD-
Análises) para a análise dos resultados foram fornecidos pela Lynx. Para a comunicação entre o
módulo e o software foi utilizado um computador PC Pentium 2.67 Ghz com 1Gb de RAM, Figuras
3.11 e 3.12.
Figura 3.11: Sistema de aquisição.
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
41
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
4.1. AQUISIÇÃO DO SINAL
Por razões descritas no capítulo 2, o extensômetro de silício (1/4 de ponte) foi montado no
ponto intermediário na superfície da barra, conforme Figuras 4.1 e 4.2:
Figura 4.1: Local de montagem do extensômetro de silício (¼ de ponte).
Figura 4.2: Extensômetro de silício colado na barra.
Conforme descrito no capítulo anterior, houve a necessidade da aquisição no período
noturno. Após esse cuidado, restou estabelecer a freqüência teórica do sinal (onda), para que
pudesse ser feita uma filtragem, eliminando os sinais de freqüência indesejados. A freqüência do
sinal de onda é aproximadamente 800Hz, HOFFMANN (1987), portanto houve a filtragem do sinal
adquirido nesta faixa de freqüência. Esta filtragem foi feita utilizando o próprio software do módulo
de aquisição, restringindo um intervalo de freqüência de 750 a 800Hz, e utilizando um filtro de
passa-alta, conforme mostra Figuras 4.3 e 4.4. Após a filtragem é feito um zoom no sinal, e assim o
mesmo pode ser analisado.
Extensômetro de silício
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
42
Figura 4.3: Sinal.
Figura 4.4: Sinal após a filtragem.
4.2. ANÁLISE DO SINAL DE IMPACTO
Uma vez montado o extensômetro, houve a preocupação de que o sinal adquirido
descrevesse realmente o que ocorreu na barra após o impacto. Após a aquisição desse sinal,
concluiu-se que:
- O tempo de impacto é de 134 s
µ
conforme apresenta a Figura 4.5.
- O período entre os picos positivos de onda corresponde a 1,294 ms e sua freqüência
772,247 Hz, ver Figura 4.6.
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
43
A onda percorre uma distância de 7000mm no interior da barra, assim a velocidade de
propagação da onda
0
C é aproximadamente de sm /104,5
3
× , a mesma velocidade descrita no item
2.3.4.
A diferença entre a velocidade obtida experimentalmente, a descrita no Capítulo 2 é de
apenas 6%. Considerando os valores tabelados para E,
e possíveis imprecisões na gravação do
sinal durante a aquisição, pode-se considerar que o erro é pequeno.
Figura 4.5: Tempo de impacto.
Figura 4.6: Período da onda de impacto.
Período = 1,294 ms
Freqüência = 772,247 Hz
Tempo Impacto = 134 s
µ
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
44
4.3. DETERMINAÇÃO DA DEFORMAÇÃO EXPERIMENTAL NA SUPERFÍCIE DA BARRA
Após a aquisição do sinal, partiu-se para a análise das deformações impostas na barra pela
energia liberado por um dado tamanho de trinca. Conforme BURG & HOSSON (1995), a energia
necessária para iniciar uma fratura frágil no aço dúctil é na ordem de 300
2
/ mJ
. Portanto baseando
em tal parâmetro, determinou-se a energia necessária para a propagação de um certo tamanho de
trinca, Tabela 4.1. E, assim simular essa energia experimentalmente na extremidade da barra
utilizando o pêndulo simples.
Tabela 4.1: Energia liberada pelo tamanho de trinca em
2
mm .
Tamanho de Trinca (
2
mm )
Energia (Joules)
01 0,0003
02 0,0006
03 0,0009
04 0,0012
05 0,0015
06 0,0018
07 0,0021
08 0,0024
09 0,0027
10 0,0030
Uma vez simulado a energia de trinca no pêndulo, o impacto deste na extremidade da barra,
provocará uma deformação interna no material, identificado pelo extensômetro. A deformação se
caracteriza por duas fases: na 1ª fase ocorre uma tensão de tração e na 2ª fase uma tensão de
compressão, Figura 4.7. Assim, a deformação total será:
()
Tt c
ε
εε
=
−− (4.1)
Ttc
ε
εε
=
+ , (4.2)
Sendo
T
ε
,
t
ε
e
c
ε
são, respectivamente, as deformações total, de tração e de compressão.
4.4. COLETA DAS AMOSTRAS DE DEFORMAÇÃO
Para a obtenção dos dados experimentais, foram simulados 10 diferentes tamanhos de trinca.
Para cada tamanho de trinca, 10 amostras, perfazendo um total de 100 amostras. Destas amostras
obteve-se a média e o desvio padrão para cada tamanho de trinca, Tabelas 4.2a e 4.2b.
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
45
Figura 4.7: Pulsos de tensão na tração e compressão.
Tabela 4.2a Deformação experimental.
Tamanho Simulado de trinca
10
2
mm 09
2
mm 08
2
mm 07
2
mm 06
2
mm
Amostra
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
0,099014 0,061006 0,090097 0,066818 0,088082 0,059534 0,080711 0,057822 0,074495 0,045705
0,100039 0,075278 0,092757 0,059862 0,088336 0,057729 0,082074 0,051102 0,075966 0,053857
0,098615 0,063254 0,085759 0,054406 0,084293 0,053123 0,084895 0,058405 0,074265 0,047877
0,099879 0,066656 0,092158 0,052887 0,08458 0,050376 0,078212 0,048473 0,075614 0,045199
0,097698 0,06604 0,093668 0,060874 0,088892 0,059753 0,086029 0,05755 0,076466 0,049513
0,095733 0,064296 0,094869 0,059149 0,093396 0,06087 0,083159 0,05391 0,08081 0,052908
0,096246 0,071651 0,08906 0,055856 0,088598 0,06064 0,08778 0,055398 0,080148 0,053535
0,093345 0,062104 0,088466 0,06177 0,096845 0,06534 0,085111 0,054186 0,086095 0,048139
0,094664 0,063321 0,092236 0,061134 0,086496 0,056034 0,080605 0,050959 0,07956 0,056297
10ª
0,102281 0,061293 0,092162 0,06181 0,09025 0,053231 0,085345 0,053625 0,080963 0,051087
Média
0,097751 0,065489 0,091123 0,059456 0,088976 0,057663 0,083392 0,054143 0,078438 0,050411
Def.Total
()
mm
µ
0,1632413
0,1505798
0,1466398
0,1375351
0,1288499
Incerteza
na
medição
± 0,009865
± 0,00939
±
0,013721
±
0,009706
± 0,010514
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
46
Tabela 4.2b: Deformação experimental.
Com os valores experimentais de deformação levantados, tornou-se possível fazer uma
comparação com os valores teóricos de deformação, calculados a partir do item 2.4. E assim
levantar a diferença entre as duas curvas de deformação, Figura 4.8 e Tabela 4.3.
Tamanho Simulado de trinca
05
2
mm 04
2
mm 03
2
mm 02
2
mm 01
2
mm
Amostra
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
0,068163 0,046546 0,068075 0,049482 0,05864 0,038801 0,046429 0,032641 0,031277 0,006525
0,06995 0,040528 0,066828 0,038347 0,056017 0,034696 0,056165 0,041119 0,032687 0,010907
0,06764 0,0444 0,071186 0,038106 0,055049 0,032561 0,044907 0,02676 0,037709 0,020609
0,070091 0,039106 0,064251 0,039269 0,054892 0,025924 0,055616 0,034982 0,037612 0,020254
0,066958 0,04212 0,063174 0,042991 0,054231 0,036656 0,048511 0,032389 0,032832 0,021233
0,074777 0,048959 0,069033 0,040352 0,05532 0,037368 0,04429 0,027039 0,033313 0,0119
0,074517 0,042208 0,062210 0,039379 0,054505 0,030905 0,049976 0,029306 0,033628 0,015028
0,073854 0,045662 0,063576 0,039699 0,056584 0,043912 0,055363 0,032989 0,030863 0,015489
0,070034 0,0534 0,069878 0,037996 0,0562 0,039787 0,046218 0,027518 0,034441 0,013509
10ª
0,074517 0,043239 0,060341 0,037208 0,056115 0,033811 0,044037 0,030671 0,037128 0,022506
Média
0,071050 0,044616 0,065855 0,040283 0,055755 0,035442 0,049151 0,031541 0,034149 0,015796
Def.Total
()
mm
µ
0,1156669
0,10613815
0,0911974
0,08069264
0,049945
Incerteza
na
medição
± 0,00956
± 0,009424
±
0,010151
±
0,015227
± 0,012599
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
47
0
0,0005
0,001
0,0015
0,002
0,0025
0,003
0,0035
0 0,00000005 0,0000001 0,00000015 0,0000002
Deformão
Energia (Joule)
Experimental
Teórico
Figura 4.8: Relação energia x deformação.
Tabela 4.3: Comparação: deformação teórica x experimental.
Energia
(Joules)
Def. Teórica
Def. Experimental
Diferença
(%)
0,0030
1,90E-07 1,63E-07 -14,10
0,0027
1,77E-07 1,51E-07 -14,70
0,0024
1,63E-07 1,47E-07 -09,82
0,0021
1,48E-07 1,38E-07 -06,76
0,0018
1,33E-07 1,29E-07 -03,01
0,0015
1,17E-07 1,16E-07 -00,85
0,0012
1,00E-07 1,06E-07 +06,00
0,0009
8,20E-08 8,20E-08 00,00
0,0006
6,17E-08 8,07E-08 +30,79
0,0003
3,80E-08 4,99E-08 +31,30
A freqüência de aquisição recomendada para o sinal analisado é da ordem de
5 mhz
KAISER (1998). Para o aparelho utilizado para a aquisição, o valor da freqüência é de
37 khz, fator
que pode ter influenciado consideravelmente na diferença do valor experimental em relação ao
teórico, principalmente nos valores menores de tamanho de trinca.
4.5. DETERMINAÇÃO DA DEFORMAÇÃO EXPERIMENTAL CAPTADA PELO DISPOSITIVO
EXTERNO
Conforme descrito no capítulo anterior, foi construído um dispositivo com o objetivo de
medir a deformação na barra. A idéia consiste em verificar a possibilidade da medição da energia de
propagação de trinca na barra, sem a necessidade de montar extensômetros na mesma, resultando
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
48
em praticidade. Antes de iniciar as medições, houve a preocupação quanto à passagem do pulso de
deformação entre a lâmina do dispositivo e a superfície da barra. Em outras palavras, preocupou-se
em evitar uma perda significativa do sinal de deformação imposta à barra. A fim de evitar essas
perdas, a maneira encontrada para minimizar o problema, foi utilizar uma camada de lubrificante
pastoso (graxa, vaselina) na interface das superfícies, Figura 4.9. Este procedimento permite a
passagem do pulso de deformação de uma superfície à outra sem grande dissipação de energia
(GRAFF, 1975).
Figura 4.9: Interface entre a superfície da barra e a lâmina do dispositivo.
O objetivo deste experimento em particular foi verificar a possibilidade da passagem do
pulso de deformação na interface entre a superfície da barra e a lâmina do dispositivo. A idéia era
que o pulso de deformação fosse identificado pelo extensômetro de silício montado nesta lâmina, a
qual estivesse em contato com a superfície da barra. Foi ensaiada a energia de cinco tamanhos
diferentes de trincas, sendo 20 amostras para cada tamanho de trinca.
4.6. FORÇA DE AJUSTE
O dispositivo foi fixado à barra com o auxílio de um conjunto parafuso-mola. O objetivo era
permitir o controle do ajuste da lâmina do dispositivo sobre a barra, possibilitando assim,
determinar a influência da intensidade do contato da lâmina na superfície da barra nos resultados de
deformação medidos. Uma vez medido o deslocamento da mola, pôde-se então calcular a força de
ajuste no parafuso, e assim relacionar essa força com a deformação da barra captada pelo
dispositivo. As características da mola são:
Dados da mola:
Aço Inox
Módulo de Cisalhamento: 73 GPa
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
49
Diâmetro do fio: 02 mm
Diâmetro médio da espira: 10 mm
Número de espiras ativas: 13 espiras
Comprimento: 53 mm
Tabela 4.4: Deslocamento da mola x carga imposta pela mola.
Deslocamento da mola (milímetros) Carga imposta pela mola (Newtons)
1,0 11,23
1,5 16,84
2,0 22,46
Conforme comentado no capítulo anterior monta-se um extensômetro de grade metálica em
uma das lâminas do dispositivo. O intuito do dispositivo é obter a deformação experimental da
lâmina, quando ocorrer o ajuste do dispositivo externo, Figura 4.10.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,00E+00 1,00E-04 2,00E-04 3,00E-04 4,00E-04 5,00E-04
Deformação
Força de Ajuste (N
)
Figura 4.10: Deformação experimental na lâmina devido à força de ajuste.
4.6.1. Resultados
Para os três tipos de carga de mola, Tabela 4.4, foram feitos os ensaios para cada tamanho
de trinca. Possibilitando a comparação da influência dessas forças de ajuste do dispositivo, nos
resultados e verificar a esperada perda de amplitude do pulso, na passagem pela interface, entre a
barra e a lâmina. A carga de 11,23 N é a carga mínima de ajuste necessário para que o dispositivo
desempenhe seu papel satisfatoriamente, sem o risco do mesmo se desprender da barra, o que
inviabilizaria o ensaio. Os resultados estão descritos na Tabela 4.5. Em seguida, obtém-se a curva
energia x deformação, conforme Figura 4.11.
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
50
Tabela 4.5: Deformação experimental no dispositivo, força de ajuste: 11,23 N.
Tamanho simulado de trinca
09
2
mm 07
2
mm 05
2
mm 03
2
mm 01
2
mm
Amostra
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
01ª
0,064213 0,036973 0,05994 0,03332 0,05206 0,023328 0,047835 0,019756 0,03258 0,019028
02ª
0,06894 0,037741 0,058883 0,036088 0,054355 0,025056 0,045412 0,026107 0,0275 0,014269
03ª
0,065708 0,037361 0,06151 0,034157 0,056515 0,024172 0,04093 0,017493 0,028693 0,013727
04ª
0,06985 0,044672 0,058925 0,028203 0,054874 0,026934 0,047473 0,024642 0,028936 0,009516
05ª
0,067492 0,038118 0,060192 0,030453 0,053801 0,028291 0,041587 0,02031 0,029118 0,011952
06ª
0,064051 0,03389 0,060452 0,025771 0,051502 0,025365 0,043349 0,021689 0,027841 0,019571
07ª
0,063828 0,037956 0,059801 0,032569 0,055703 0,032352 0,04541 0,021608 0,03105 0,014732
08ª
0,07196 0,048167 0,05945 0,044632 0,056204 0,03137 0,042639 0,023995 0,026254 0,015103
09ª
0,071123 0,04719 0,060022 0,038207 0,05504 0,034952 0,04249 0,018916 0,032296 0,020631
10ª
0,066682 0,04419 0,059876 0,031577 0,050355 0,034988 0,043438 0,026871 0,02578 0,021324
11ª
0,062453 0,033521 0,060763 0,031562 0,055539 0,030312 0,044879 0,025455 0,033124 0,01738
12ª
0,067448 0,042198 0,060795 0,027881 0,052813 0,026261 0,042292 0,027578 0,030339 0,020434
13ª
0,066421 0,035456 0,062987 0,03709 0,05774 0,031074 0,043411 0,014867 0,030928 0,014594
14ª
0,075507 0,041046 0,062933 0,028097 0,054267 0,036735 0,042182 0,016214 0,027575 0,005403
15ª
0,070221 0,044407 0,059925 0,038141 0,049437 0,03514 0,041331 0,019718 0,028442 0,016674
16ª
0,064585 0,039474 0,058631 0,035008 0,052635 0,029724 0,03942 0,024318 0,031596 0,015024
17ª
0,067176 0,04345 0,061058 0,036621 0,054605 0,027775 0,043329 0,02409 0,030095 0,013096
18ª
0,068719 0,041959 0,061252 0,037619 0,052372 0,036658 0,04741 0,031893 0,02831 0,01881
19ª
0,06691 0,047031 0,058189 0,03695 0,056915 0,026669 0,040925 0,01976 0,026844 0,01361
20ª
0,065658 0,045387 0,058191 0,030586 0,050299 0,022108 0,041975 0,030922 0,033615 0,017684
Média
0,067447
0,041009
0,060188 0,033726 0,053851 0,029463 0,043385 0,022810 0,029545 0,015628
Def.Total
()
mm
µ
0,1084566
0,09391535
0,08331475
0,06619595
0,0451739
Incerteza
na
medição
± 0,011561
± 0,00784
±
0,008545
±
0,009639
± 0,008511
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
51
0
0,0005
0,001
0,0015
0,002
0,0025
0,003
0,0035
0,00E+00 2,00E-08 4,00E-08 6,00E-08 8,00E-08 1,00E-07 1,20E-07
Deformão
Ener
g
ia
(
Joule
)
Figura 4.11: Energia x deformação no dispositivo externo, força de ajuste: 11,23 N.
Na Tabela 4.6, são comparados os resultados obtidos no dispositivo com os resultados
experimentais obtidos na superfície da barra.
Tabela 4.6: Deformação experimental: superfície da barra x deformação experimental do
dispositivo, força de ajuste: 11,23N.
Energia
de trinca
(Joule)
Deformação
Experimental
Superfície
Barra
Deformação
Experimental
Lâmina
Dispositivo
Diferença
(%)
0,0027 1,51E-07
1,08E-07 -28,50
0,0021 1,38E-07
9,39E-08 -32,00
0,0015 1,16E-07
8,33E-08 -28.20
0,0009 8,20E-08
6,62E-08 -19,30
0,0003 4,99E-08
4,52E-08 -09,42
Após a aplicar carga de 11,23N, houve um novo implemento de carga na mola. Isso foi feito
impondo o deslocamento de 1,5 mm na mola, equivalente a 16,84 N de força de ajuste, obteve-se os
seguintes resultados mostrados na Tabela 4.7 e Figura 4.12.
Conforme esperado, o aumento da carga de ajuste acarretou uma melhor aproximação entre
os valores obtidos com o dispositivo e os valores adquiridos na superfície da barra, ver Tabela 4.8.
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
52
Tabela 4.7: Deformação experimental no dispositivo, força de ajuste: 16,84 N.
Tamanho simulado de trinca
09
2
mm 07
2
mm 05
2
mm 03
2
mm 01
2
mm
Amostra
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
01ª
0,07297 0,051173 0,0474 0,107877 0,05629 0,032267 0,044841 0,020154 0,030257 0,011859
02ª
0,069397 0,049004 0,044001 0,108499 0,052551 0,03007 0,046299 0,030998 0,026952 0,018274
03ª
0,065506 0,031885 0,03258 0,100855 0,05128 0,037957 0,043441 0,028367 0,027194 0,020462
04ª
0,068964 0,046837 0,031505 0,094526 0,055252 0,03521 0,044948 0,022136 0,029826 0,017734
05ª
0,069451 0,039131 0,025197 0,081668 0,055789 0,027666 0,04335 0,023176 0,029347 0,007947
06ª
0,068971 0,043097 0,028332 0,093798 0,058156 0,030324 0,041673 0,021613 0,032234 0,025727
07ª
0,071618 0,046761 0,041304 0,106388 0,052217 0,029973 0,043768 0,024202 0,031171 0,013693
08ª
0,074469 0,033501 0,044925 0,10685 0,054487 0,037779 0,045246 0,019182 0,03128 0,023643
09ª
0,07578 0,048647 0,037331 0,100597 0,055446 0,033547 0,04526 0,021842 0,032393 0,009595
10ª
0,066363 0,040853 0,036126 0,098377 0,053499 0,040545 0,041435 0,027629 0,028863 0,015653
11ª
0,07535 0,045837 0,039445 0,106664 0,055173 0,027213 0,04444 0,024153 0,03103 0,01355
12ª
0,068355 0,039238 0,031429 0,095976 0,057233 0,039286 0,041176 0,029166 0,029627 0,01382
13ª
0,070019 0,052455 0,034103 0,098837 0,049537 0,037377 0,044405 0,029283 0,033574 0,023729
14ª
0,065732 0,037437 0,050211 0,115124 0,052166 0,025806 0,040359 0,019968 0,029077 0,013186
15ª
0,074376 0,042772 0,037132 0,102458 0,05742 0,028055 0,041898 0,019323 0,030315 0,023662
16ª
0,069716 0,0362 0,039186 0,102427 0,057873 0,030855 0,044268 0,026299 0,028136 0,014277
17ª
0,069458 0,044061 0,04398 0,105838 0,057727 0,033027 0,041791 0,027522 0,027842 0,015622
18ª
0,071981 0,041147 0,041501 0,101098 0,054219 0,034611 0,043473 0,025259 0,028794 0,014447
19ª
0,070708 0,041084 0,042906 0,102784 0,05148 0,038623 0,043502 0,019628 0,026894 0,014466
20ª
0,076381 0,044207 0,036958 0,097946 0,053815 0,033587 0,042835 0,027327 0,027766 0,018103
Média
0,070778 0,042766 0,063151 0,038277 0,054580 0,033188 0,043420 0,024361 0,029628 0,016472
Def.Total
()
mm
µ
0,1135446
0,10142935
0,0877694
0,06778175
0,04610105
Incerteza
na
medição
± 0,012509
± 0,011849
±
0,007456
±
0,007015
± 0,009479
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
53
0
0,0005
0,001
0,0015
0,002
0,0025
0,003
0,00E+00 2,00E-08 4,00E-08 6,00E-08 8,00E-08 1,00E-07 1,20E-07
Deformação
Ener
g
ia
(
Joule
)
Figura 4.12: Energia x deformação no dispositivo externo, força de ajuste: 16,84 N.
Tabela 4.8: Deformação experimental: superfície da barra x deformação experimental do
dispositivo, força de ajuste: 16,94N.
Energia
de trinca
(Joule)
Deformação
Experimental
Superfície
Barra
Deformação
Experimental
Lâmina
Dispositivo
Diferença
(%)
0,0027 1,51E-07
1,14E-07 -24,50
0,0021 1,38E-07
1,01E-07 -26,80
0,0015 1,16E-07
8,78E-08 -24,30
0,0009 8,20E-08
6,78E-08 -17,30
0,0003 4,99E-08
4,61E-08 -07,62
Finalmente, após impor a carga de 22,46N , aumenta-se o deslocamento da mola para 2 mm,
equivalente a 22,46 N de força de ajuste. Obtiveram-se, então, os seguintes resultados, mostrados
na Tabela 4.9 e Figura 4.13:
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
54
Tabela 4.9: Deformação experimental no dispositivo, força de ajuste: 22,46 N.
Tamanho simulado de trinca
09
2
mm 07
2
mm 05
2
mm 03
2
mm 01
2
mm
Amostra
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
Deformação
Máxima.
Com
p
ressão
Deformação
Mínima
Tra
ç
ão
01ª
0,070565 0,038624 0,064764 0,035599 0,059175 0,036105 0,045454 0,028987 0,028098 0,014462
02ª
0,070091 0,038732 0,063547 0,039741 0,053365 0,031928 0,043788 0,01947 0,027784 0,015176
03ª
0,068247 0,035849 0,061967 0,037265 0,058564 0,035407 0,043407 0,022985 0,034379 0,01186
04ª
0,06376 0,040918 0,065454 0,036914 0,05745 0,032268 0,050199 0,025941 0,027792 0,017264
05ª
0,064624 0,038581 0,062063 0,040161 0,054012 0,034316 0,045137 0,032299 0,029333 0,01006
06ª
0,067915 0,047014 0,061498 0,044879 0,058858 0,040292 0,04894 0,020037 0,031862 0,018105
07ª
0,067667 0,040891 0,062491 0,038137 0,051988 0,029068 0,046498 0,028134 0,028968 0,018073
08ª
0,064854 0,033907 0,062316 0,043852 0,060179 0,030904 0,044453 0,026298 0,031357 0,017968
09ª
0,067685 0,040885 0,06535 0,04002 0,060823 0,030157 0,043357 0,029204 0,030191 0,013571
10ª
0,069303 0,046093 0,064559 0,037396 0,057333 0,02747 0,042933 0,020379 0,029718 0,011322
11ª
0,072889 0,047851 0,064266 0,048743 0,060732 0,04592 0,044669 0,022928 0,029516 0,016005
12ª
0,068873 0,043418 0,063935 0,040972 0,054618 0,028578 0,050385 0,025536 0,039742 0,018867
13ª
0,070005 0,041841 0,066406 0,039433 0,056047 0,030363 0,053953 0,032756 0,024808 0,01681
14ª
0,071479 0,04616 0,063965 0,038628 0,055273 0,038334 0,048393 0,033287 0,033882 0,016426
15ª
0,075288 0,043807 0,060282 0,038039 0,055876 0,032756 0,049393 0,021328 0,027711 0,012754
16ª
0,068647 0,040782 0,061688 0,039323 0,053736 0,035364 0,045913 0,028381 0,032887 0,011004
17ª
0,066951 0,046568 0,063805 0,039789 0,057968 0,03283 0,045747 0,02847 0,032438 0,01279
18ª
0,072517 0,03892 0,061863 0,03879 0,056556 0,036084 0,047393 0,025653 0,029698 0,014997
19ª
0,073264 0,044856 0,061736 0,042919 0,054283 0,035427 0,046641 0,037564 0,027799 0,011703
20ª
0,070516 0,043689 0,063228 0,040024 0,054999 0,028847 0,042398 0,030212 0,028224 0,01559
Média
0,069257 0,041969 0,063259 0,040031 0,056591 0,033620 0,046452 0,026992 0,030309 0,014740
Def.Total
()
mm
µ
0,1112263
0,10329035
0,09021265
0,073445
0,0450497
Incerteza
na
medição
± 0,009694
± 0,005480
±
0,009920
±
0,010369
± 0,00760
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
55
0
0,0005
0,001
0,0015
0,002
0,0025
0,003
0,00E+00 2,00E-08 4,00E-08 6,00E-08 8,00E-08 1,00E-07 1,20E-07
Deformão
Energia (Joule)
Figura 4.13: Energia x deformação no dispositivo externo, força de ajuste: 22,46 N.
Tabela 4.10: Deformação experimental: superfície da barra x deformação experimental do
dispositivo, força de ajuste: 22,46N.
Energia
de trinca
(Joule)
Deformação
experimental
superfície
barra
Deformação
experimental
lâmina
dispositivo
Diferença
(%)
0,0027 1,51E-07
1,11E-07 -26,50
0,0021 1,38E-07
1,03E-07 -25.40
0,0015 1,16E-07
9,02E-08 -22,20
0,0009 8,20E-08
7,34E-08 -10,50
0,0003 4,99E-08
4,50E-08 -09,82
Dos dados experimentais notou-se que apesar do aumento considerável da força de ajuste no
dispositivo, a melhora dos resultados foi insignificante, ou seja, o sistema tende a se estabilizar. Em
outras palavras, mesmo que a força de ajuste fosse aumentada, a curva experimental do dispositivo
não se aproximou significativamente da curva experimental da superfície da barra. Este fato que
pôde ser observado mais facilmente na Figura 4.14, o que compara as três curvas experimentais
obtidas no dispositivo, com a curva experimental dos valores adquiridos na superfície da barra.
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
56
0
0,0005
0,001
0,0015
0,002
0,0025
0,003
0,0035
0,00E+00 2,00E-08 4,00E-08 6,00E-08 8,00E-08 1,00E-07 1,20E-07 1,40E-07 1,60E-07
Deformão
Energia (Joule)
Superfície da barra
Força de ajuste: 11,23 N
Força de ajuste: 16,84 N
Força de ajuste: 22,46 N
Figura 4.14: Comparação entre as curvas energia x deformação no dispositivo externo e a curva
energia x deformação experimental na superfície da barra.
4.7. ANALISE DE PROPAGAÇÃO DA TRINCA POR FADIGA
Após a simulação da passagem de energia de propagação na barra, houve a necessidade de
verificar se a mesma correspondia à energia liberada na propagação de uma trinca de fadiga, isto é,
verificar a ocorrência de propagação. Para isto, aplicou-se a Teoria de fadiga descrita no Capítulo 2.
Uma vez que cada valor de energia, corresponde a uma determinada área de trinca, através
desta, podemos, enfim, supor uma determinada geometria de trinca. Pelo fato de o método
pesquisado apresentar maior dificuldade de identificação, foi escolhida a geometria de uma trinca
elíptica, Figura 2.8. Conforme Tabela 2.1, o valor de a/c, relação entre os semi-eixos da elipse, varia
para cada valor de Φ. Então foi calculado o número de ciclos para cada valor de a/c para uma
determinada área de trinca. Observou-se que em todas as áreas de trinca, a vida foi menor em
a/c=0,2. Figuras 4.15a à 4.15l.
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
57
(a/c) x Ciclos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10000 20000 30000
Ciclos
(a/c)
(a/c) x Ciclos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10000 20000 30000
C
i
c
l
os
(a/c)
(a/c) x Ciclo
s
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10000 20000 30000
Ciclos
(a/c)
(a/c) x Ciclos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10000 20000 30000
Ciclos
(a/c)
(a/c) x Ciclos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10000 20000 30000 40000
Ciclos
(a/c)
(a/c) x Ciclos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10000 20000 30000
Ciclos
(a/c)
Área: 1
2
mm Área: 2
2
mm
Área: 3
2
mm Área: 4
2
mm
Área: 5
2
mm Área: 6
2
mm
(a/c) x Ciclos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 5000 10000 15000 20000
Ciclos
(a/c)
(a/c) x Ciclos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 5000 10000 15000 20000
Ciclos
(a/c)
Área: 7
2
mm Área: 8
2
mm
a) b)
c)
d)
e) f)
g)
i)
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
58
Figura 4.15a à 4.15l: Relação a/c x ciclos.
Baseando-se nesta observação, foi calculada a vida de fadiga para cada área utilizando
a/c=0,2 que é o valor crítico, Tabela 4.11. Conforme Norton (2004), o fator mínimo intensificador
de tensão,
0
k , para o material da barra é da ordem de 6 Mpa m para uma razão de tensão R igual
a 0,2. Para valores de R diferentes de 0,2 o valor de
0
k
é menor, e para que uma trinca se
propague, é necessário que
k >
0
k . Portanto, há propagação de trincas para qualquer que seja o
valor de R, em conjunto com os determinados valores de energia as quais a barra foi submetida no
decorrer do trabalho.
Tabela 4.11: Energia x ciclos.
Energia
(Joules)
Área
(
2
mm )
Tamanho
inicial de
trinca
1
a
Ciclos - N
Fator
intensificador
de tensão
k
0,0003
1
0,000252337 26753 7,381
0,0006
2
0,000356858 22253 6,206
0,0009
3
0,000437061 19960 7,381
0,0012
4
0,000504674 18469 8,168
0,0015
5
0,000564243 17383 8,777
0,0018
6
0,000618097 16500 9,281
0,0021
7
0,000667621 15857 9,714
0,0024
8
0,000713717 15286 10,095
0,0027
9
0,000757011 14798 10,438
0,0030
10
0,00079796 14374 10,750
(a/c) x Ciclos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 5000 10000 15000 20000
Ciclos
(a/c)
(a/c) x Ciclos
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 5000 10000 15000 20000
Ciclos
(a/c)
Área: 9
2
mm
Área: 10
2
mm
j)
l)
CAPÍTULO 4 - DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS
59
0
0,0005
0,001
0,0015
0,002
0,0025
0,003
0,0035
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000
Ciclos
Energia (Joule)
Figura 4.16: Energia x número de ciclos.
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES
61
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES
5.1. CONCLUSÕES GERAIS
1-
As interferências eletromagnéticas influenciam de forma significativa na aquisição do
sinal, levando os valores distantes do real. O ideal seria projetar uma blindagem
eficiente, para que essas interferências não atrapalhem nos resultados. Já que num
ambiente industrial há uma infinidade de equipamentos eletroeletrônicos que podem
causar essas interferências;
2-
Mesmo usando uma taxa de aquisição de 37kHz, abaixo do indicado ( 5mHz) para a
identificação da onda de tensão, houve êxito na identificação da mesma. O que mostra
que utilizando uma taxa maior de aquisição, diminuirá o erro entre os valores teóricos
e experimentais;
3-
A diferença entre o sinal teórico e o experimental na superfície da barra é esperado,
uma vez que haja sempre perda de energia da onda quando esta se desloca ao longo da
barra;
4-
Houve sucesso na experimentação do dispositivo externo. O que comprovou que pode
identificar o sinal externamente à barra. A diferença entre o sinal do dispositivo e o
sinal na superfície da barra é esperada, visto que haverá perda de energia na interface;
5-
Era esperado que, com o aumento gradativo da força de ajuste do dispositivo, o que
aumenta o contato da lâmina à superfície da barra, melhorasse na captação do sinal do
pulso de tensão. Essa melhoria foi comprovada porém, foi constatado que há um limite
de ajuste do dispositivo, que quando for ultrapassado, não haverá melhora significativa
da captação do sinal;
6-
Baseado nas considerações descritas anteriormente, observou-se que empenhando
mais profundamente na parte de filtragem de ruídos eletromagnéticos, e utilizando
uma maior taxa de aquisição, haverá melhoria significativa dos resultados e assim
melhorará a aplicação do método na identificação de trincas de fadiga mecânica.
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES
62
7- Após a determinação da vida de fadiga, comprovou-se que a energia simulada na
barra, realmente corresponde a propagação de um determinado tamanho de trinca, o
que comprova o método de identificação de trincas por extensometria.
8-
Os resultados foram satisfatórios, de modo que possibilitará pesquisas futuras na
tentativa de monitorar em campo, os efeitos da fadiga de componentes mecânicos.
Como por exemplo, o problema mencionado no trabalho, fadiga nas guias de máquinas
injetoras.
5.2. SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Baseando na experiência adquirida durante a elaboração do trabalho, sugere-se desenvolver
uma maneira eficaz de blindagem do sistema às interferências eletromagnéticas na aquisição do
sinal. Desde que feita uma blindagem eficiente, pode-se então partir para os testes de campo, ou
seja, simular um problema real aplicando o método diretamente no equipamento, que são as guias
de uma máquina injetora de plástico.
REFERÊNCIAS
63
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