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fonemas [h] por [
], seguidos de [g] por [k] e [b] por [p]. Já nas atividades
individuais a incidência maior foi a troca de [b] por [p], com 26 ocorrências; em
seguida aparecem as trocas de [h] por [
], 17 casos, de [g] por [k], 08, de [∫] por
[], 05, de [d] por [t], 04, de [] por [∫], 03, de [
] por [h], 02, de [k] por [g], 02, de
[ã
υ
] por [õn], 02, e de [t] por [d], 01 ocorrência.
Na troca dos sons [h] por [
], nossa conclusão foi a de que houve uma
supergeneralização quanto à pronúncia do fonema /
/, do dialeto alemão. Além
da questão da escrita, que pode confundir os iniciantes no aprendizado, em
português existe uma variação muito grande de pronúncias dos sons de ‘r’. No
idioma alemão, a predominância do fonema [
], constitui uma característica do
dialeto em todas as posições da palavra, ex. der Reis (arroz); lernen (aprender,
estudar); lehren (ensinar, dar aula). São poucos os casos de pronúncia do ‘r’ forte,
mas mesmo neste caso, o fonema representativo é [
]. Exemplo: überreichen
(entregar; presentear): [y:b
ə
'
aiç
ə
n]. Já na língua portuguesa, há contraste no
sistema fonológico da língua, ex. aranha/arranha; caro/carro. A transferência de
fonemas realizada da L1 (idioma alemão) para a L2 (idioma português) pode ser
caracterizada como uma transferência negativa, uma subprodução de estrutura,
ou seja, o falante evita a estrutura da L2 que não efetua na L1
9
. Da mesma forma,
um aluno monolíngüe em português optou pelo som [h] para falar uma palavra da
língua alemã em que a pronúncia seria [
]. Embora em sua L1 existam os dois
fonemas, [h] e [
], empregou [h] tomando por base a posição do fonema na L2. A
pronúncia de palavras inicadas com a letra [r], na língua portuguesa, na maioria
das vezes, será como [h] e não [
]. Daí a transferência: Reis: ['ra:is] por ['ha:is].
Já a ocorrência de uma transferência fonêmica de [
] por [h], feita por um aluno
bilíngüe, pode ser considerada como uma supercorreção, segundo o mesmo
autor. A tentativa de produção foi realizada, possivelmente na tentativa de
9
“[...] avoidance of L2 structures which do not exist in the L1 of a learner or are very rare in the mother
tongue” (ARABSKI, 2007, p. 14).