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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
Denise Pereira Martínez Honczar
AVALIAÇÃO IN VITRO DA INFLUÊNCIA DE DOIS SELANTES DE SUPERFÍCIE
NA MICROINFILTRAÇÃO, RUGOSIDADE E DUREZA SUPERFICIAL DE UM
COMPÓSITO.
Rio de Janeiro
2006
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
CENTRO BIOMÉDICO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
Denise Pereira Martínez Honczar
AVALIAÇÃO IN VITRO DA INFLUÊNCIA DE DOIS SELANTES DE SUPERFÍCIE
NA MICROINFILTRAÇÃO, RUGOSIDADE E DUREZA SUPERFICIAL DE UM
COMPÓSITO.
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, como parte do
requisito para obtenção do título de Mestre em
Odontologia, na área de Dentística.
Orientadores: Prof. Dr. Mauro Sayão de Miranda
Prof. Dr. Luís Cláudio Mendes
Rio de Janeiro
2006
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FOLHA DE APROVAÇÃO
Denise Pereira Martínez Honczar
AVALIAÇÃO IN VITRO DA INFLUÊNCIA DE DOIS SELANTES DE SUPERFÍCIE
NA MICROINFILTRAÇÃO, RUGOSIDADE E DUREZA SUPERFICIAL DE UM
COMPÓSITO.
Rio de Janeiro, 09 de fevereiro de 2006.
Banca Examinadora
Titulares
Profª. Drª. Kátia Regina Hostílio Cervantes Dias
Julgamento: _______________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________________
Profª. Drª. Hilda Maria Montes Ribeiro de Souza
Julgamento: _______________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________________
Prof. Dr. Márcio Antônio Paraízo Borges
Julgamento: _______________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________________
Suplentes:
Prof. Dr. Rogério Luiz de Oliveira Mussel
Julgamento: _______________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________________
Prof. Dr. Tiago Braga Rabello
Julgamento: _______________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________________
DEDICATÓRIA
A Deus.
À minha mãe Eliana, por seu amor, sua dedicação e seu exemplo de vida.
Ao meu pai Francisco, por me apoiar e incentivar.
Ao meu marido Alan, por estar sempre ao meu lado, me apoiando em todos os
momentos. Dedico não só este trabalho, mas toda a minha vida.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Prof. Dr. Mauro Sayão de Miranda pela confiança, incentivo e amizade.
Serei eternamente grata.
Ao meu orientador Prof. Dr. Luís Cláudio Mendes por sua participação e dedicação à
orientação deste trabalho.
À Profª. Drª. Kátia Regina Hostílio Cervantes Dias por sua dedicação e por me acolher com
carinho e confiança. Muito obrigada.
À querida amiga Andrea Damas Tedesco pelo apoio constante, incentivo e amizade.
Aos queridos amigos João Miguel de Barros Abrahão e Isabel Cristina Ribeiro. Sei que
torceram por mim. Sinto saudades.
Ao Dr. Carlos Magno do Laboratório de Ensaios Metalográficos da Synesis - Tecnologia da
Qualidade Ltda, por viabilizar a realização dos ensaios de dureza Barcol.
Aos meus colegas de turma por todos os momentos de alegria vividos durante o curso.
À UERJ.
Ao IMA/UFRJ.
À minha família.
A todos que de alguma forma contribuíram para a realização deste trabalho.
RESUMO
HONCZAR, Denise Pereira Martínez. Avaliação in vitro da influência de dois selantes de superfície
na microinfiltração, rugosidade e dureza superficial de um compósito. Orientadores: Prof. Dr.
Mauro Sayão de Miranda (FO/UERJ) e Prof. Dr. Luís Cláudio Mendes (IMA/UFRJ), 2006.
Dissertação (Mestrado em Odontologia – Dentística).
Este estudo teve por objetivos avaliar in vitro a influência de dois selantes de superfície na:
microinfiltração de restaurações classe V com compósito nas margens em esmalte e em
dentina/cemento, rugosidade superficial de um compósito após acabamento com ponta diamantada e
dureza superficial de um compósito, e, caracterizar os selantes quanto à presença ou ausência de carga
inorgânica, à composição monomérica (análise qualitativa) e à porcentagem dos monômeros (análise
quantitativa). Na análise da microinfiltração, foram utilizados 12 terceiros molares humanos, cada um
com 4 cavidades classe V, divididos em 3 grupos com 16 cavidades cada. As cavidades foram
restauradas com adesivo Adper Single Bond 2 (3M) e compósito Filtek Z250 (3M). O grupo 1
(controle) não recebeu tratamento posterior ao polimento com discos Sof-Lex (3M). No grupo 2, foi
aplicado o BisCover (Bisco), e, no grupo 3, foi aplicado o Fill Glaze (Vigodent). Após 7 dias, os
dentes foram impermeabilizados, imersos em nitrato de prata 50% por 24h, em revelador (Kodak) por
30 min e seccionados. As duas metades foram avaliadas por 3 avaliadores calibrados com lupa de
40X, atribuindo escores de 0 a 3. Na análise da rugosidade, foram confeccionados 40 discos do
compósito Filtek Z250 (3M) com 10mm de diâmetro e 2mm de profundidade cobertos por uma matriz
de poliéster, fotopolimerizados por 40 segundos e divididos em 4 grupos com 10 corpos-de-prova
cada. O grupo 1 (controle) não recebeu tratamento. O grupo 2 foi asperizado com ponta diamantada
3195 F (KG Sorensen), em sentidos opostos. Nos grupos 3 e 4, após asperização com a mesma ponta
diamantada, foram aplicados o BisCover (Bisco) e o Fill Glaze (Vigodent), respectivamente. A
avaliação da rugosidade foi feita com um rugosímetro Surftest SJ 201P (Mitutoyo) com parâmetro Ra.
Nos 4 grupos, foram feitas 6 leituras de forma radial. Na análise da dureza superficial, os corpos-de-
prova foram confeccionados da mesma forma que na análise da rugosidade. O grupo 1 (controle) o
recebeu tratamento. O grupo 2 foi asperizado com ponta diamantada 3195 F (KG Sorensen), em
sentidos opostos. Nos grupos 3 e 4, após asperização, foram aplicados o BisCover e o Fill Glaze,
respectivamente. A avaliação da dureza foi realizada com auxílio de um durômetro Barcol. Foram
feitas 5 medidas em cada corpo de prova. Para a caracterização dos selantes estudados, foram
realizadas as análises: Termogravimétrica (TGA), Espectrometria no Infravermelho (IR) e
Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear (NMR). Os dados foram tratados estatisticamente
por “Kruskal-Wallis” e “Mann-Whitney” (p-valor 0,05). Na análise da microinfiltração, a avaliação
dos escores nos grupos de materiais por região em porcentagem foram: região oclusal - G1: escore 0 =
18,5%; escore 1 = 77,8%; escore 2 = 3,7% / G2: escore 0 = 92,6%; escore 1 = 7,4% / G3: escore 0 =
100%. Região cervical - G1: escore 1 = 18,5%; escore 2 = 14,8%; escore 3 = 66,7% / G2: escore 0 =
14,8%; escore 1 = 59,3%; escore 2 = 14,8%; escore 3 = 11,1% / G3: escore 0 = 3,75%; escore 1 =
96,3%. Na análise da rugosidade, as respectivas médias e DP foram: G1: 0,07 ± 0,02; G2: 2,02 ± 0,25;
G3: 0,31 ± 0,07 e G4: 0,29 ± 0,08. Na análise da dureza superficial as respectivas médias e DP foram:
G1: 83.8 ± 1.0; G2: 78,9 ± 1,5; G3: 69,8 ± 3,5 e G4: 77,0 ± 2,5. Com base nos resultados e na análise
estatística, pôde-se concluir que os selantes testados reduziram a infiltração marginal nas restaurações
classe V com compósito, tanto nas margens em esmalte, quanto em dentina/cemento, não existindo
diferença significante entre eles; reduziram a rugosidade superficial do compósito acabado com ponta
diamantada, não existindo diferença significante entre eles e reduziram a dureza superficial do
compósito. Porém, o BisCover apresentou menores valores de dureza que o Fill Glaze, sendo esta
diferença estatisticamente significante. Caracterização dos selantes: não apresentaram carga
inorgânica. Análise qualitativa: BisCover BISEDA, PEGDA e UDMA. Fill Glaze Epóxi-acrilato,
EA e MMA. Análise quantitativa: BisCover – BISEDA 51,05%; PEGDA 41,26% e UDMA 7, 68%.
Fill Glaze - Epóxi-acrilato 78, 03%; EA 9,32% e MMA 12,64%.
Palavras-chave: selante de superfície; microinfiltração; rugosidade; dureza.
ABSTRACT
HONCZAR, Denise Pereira Martínez. In vitro assessment of the influence of two surface sealants in
microleakage, roughness and superficial hardness of a composite. Tutors: Prof. Dr. Mauro Sayão de
Miranda (FO/UERJ) and Prof. Dr. Luís Cláudio Mendes (IMA/UFRJ), 2006. Paper – (Master in
Odontology– Dentistry).
The aim of this study was to assess in vitro the influence of two surface sealants in: defining
microleakage class V restorations with composite at enamel margins and in dentine/cementum,
superficial roughness of a composite after finishing with a diamond bur and superficial hardness of a
composite, defining sealants regarding presence or absence of inorganic filler to monomeric
composition (qualitative analysis) and to monomers percentage (quantitative analysis). For the
microleakage analysis 12 third human molars were used, each with 4 class V cavities; they were
assigned into 3 groups with 16 cavities each. The cavities were restored with Adper Single Bond 2
(3M) adhesive and Filtek Z250 (3M) composite. Group 1 (control) did not undergo any treatment after
polishing with Sof-Lex (3M) discs, whereas BisCover (Bisco) was applied to group 2 and Fill Glaze
(Vigodent) was applied to group 3. After 7 days, teeth underwent a leak-proof sealing treatment, were
immersed in silver nitrate at 50% for 24h and, developed (Kodak) for 30 min and then sectioned.
Three qualified professionals assessed the two halves by means of a 40X magnifying glass, giving
scores form 0 to 3. For the roughness analysis 40 discs were constructed with Filtek Z250 (3M)
composite, having a 10mm diameter and were 2mm deep, they were covered with a polyester matrix,
photopolymerized for 40 seconds and assigned into 4 groups, each with 10 test specimens. Group 1
(control) did not undergo any treatment, whereas a diamond bur 3195 - F (KG Sorensen) was used in
opposite senses for group 2 to obtain a rough surface. The same diamond bur was used for groups 3
and 4 to obtain a rough surface; BisCover (Bisco) and Fill Glaze (Vigodent) were then applied to such
groups respectively. The roughness assessment was performed with a Surface Roughness Tester,
Surftest SJ 201P (Mitutoyo) using the Ra Parameter value. Six measurements were taken in the 4
groups in a radial way. In the superficial hardness analysis, the test specimens were constructed using
the same procedure as the one used in the roughness analysis. Group 1 (control) did not undergo any
treatment at all. A 3195 F (KG Sorensen) diamond bur was used for group 2, in opposite senses, to
obtain a rough surface. The same procedure to obtain a rough surface in groups 3 and 4 was also
applied; BisCover and Fill Glaze were applied to each group respectively. The hardness assessment
was performed by means of a Barcol durometer. Five measurements were performed on each test
specimen. In order to define the studied sealants, the Thermogravimetric (TGA) method was applied,
as well as the Infrared Spectometry (IR) and Nuclear Magnetic Ressonance Spectroscopy (NMR).
Data was statistically treated by means of the “Kruskal-Wallis” and “Mann-Whitney” (p-value 0,05)
tests. In the microleakage analysis, the assessment of scores of leakage in the groups by regions in
percentage were: occlusal region - G1: score 0 = 18,5%; score 1 = 77,8%; score 2 = 3,7% / G2: score 0
= 92,6%; score 1 = 7,4% / G3: score 0 = 100%. Cervical region - G1: score 1 = 18,5%; score 2 =
14,8%; score 3 = 66,7% / G2: score 0 = 14,8%; score 1 = 59,3%; score 2 = 14,8%; score 3 = 11,1% /
G3: score 0 = 3,75%; score 1 = 96,3%. In the roughness analysis the respective measurements and DP
were: Gr 1: 0,07 ± 0,02; Gr 2: 2,02 ± 0,25; Gr 3: 0,31 ± 0,07 and Gr 4: 0,29 ± 0,08. In the superficial
hardness analysis the respective measurements and DP were: Gr 1: 83.8 ± 1.0; Gr 2: 78,9 ± 1,5; Gr3:
69,8 ± 3,5 and Gr 4: 77,0 ± 2,5. Based on the results and statistical analysis, it can be concluded that
the tested sealants reduced the marginal leakage in class V restorations with composite, in the enamel
margins, as well as in the dentine/cementum; no significant difference was found between them; they
reduced the superficial roughness of the composite that had undergone finishing with the diamond bur,
thus, no significant difference was found between them and reduced the superficial hardness of the
composite. However, BisCover presented lower hardness values than the ones presented by Fill Glaze,
this difference was statistically significant. Defining the sealants: they did not present inorganic filling.
Qualitative Analysis: BisCover BISEDA, PEGDA and UDMA. Fill Glaze Epoxy-acrilate, EA and
MMA. Quantitative Analysis: BisCover BISEDA 51,05%; PEGDA 41,26% and UDMA 7, 68%.
Fill Glaze - Epóxi-acrilato 78, 03%; EA 9,32% and MMA 12,64%.
Key words: surface sealant; microleakage; roughness; hardness.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................18
2. REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................22
2.1. Selantes de Superfície...............................................................................................22
2.2. Metodologias ............................................................................................................30
2.2.1. Microinfiltração....................................................................................................30
2.2.2. Rugosidade Superficial.........................................................................................36
2.2.3. Dureza Superficial................................................................................................47
2.2.4. Caracterização dos selantes ..................................................................................56
3. PROPOSIÇÕES ...............................................................................................................60
4. MATERIAIS E MÉTODOS.............................................................................................61
4.1. Análise da Microinfiltração......................................................................................61
4.1.1. Materiais...............................................................................................................61
4.1.2. Métodos ................................................................................................................64
4.2. Análise da Rugosidade Superficial...........................................................................73
4.2.1. Materiais...............................................................................................................73
4.2.2. Métodos ................................................................................................................74
4.3. Análise da Dureza Superficial..................................................................................78
4.3.1. Materiais...............................................................................................................78
4.3.2. Métodos ................................................................................................................79
4.4. Caracterização dos Selantes......................................................................................82
4.4.1. Materiais...............................................................................................................82
4.4.2. Métodos ................................................................................................................83
4.4.2.1. Análise Termogravimétrica (TGA) ......................................................................83
4.4.2.2. Espectrometria no Infravermelho (IR) .................................................................83
4.4.2.3. Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear (NMR)................................84
5. RESULTADOS ................................................................................................................86
5.1. Microinfiltração........................................................................................................86
5.2. Rugosidade Superficial.............................................................................................91
5.3. Dureza Superficial....................................................................................................96
5.4. Caracterização dos Selantes....................................................................................103
5.4.1. Análise Termogravimétrica (TGA) ....................................................................103
5.4.2. Espectrometria no Infravermelho (IR) ...............................................................103
5.4.3. Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear (NMR)..............................104
6. DISCUSSÃO..................................................................................................................107
6.1. Fotoativação dos Selantes de Superfície ................................................................107
6.2. Microinfiltração......................................................................................................110
6.3. Rugosidade Superficial...........................................................................................113
6.4. Dureza Superficial..................................................................................................117
6.5. Considerações Finais..............................................................................................124
7. CONCLUSÕES..............................................................................................................126
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................127
APÊNDICE A – Avaliação dos escores de microinfiltração nos grupos de materiais por
região, segundo o avaliador 2.................................................................................................133
APÊNDICE B – Avaliação dos escores de microinfiltração nos grupos de materiais por
região, segundo o avaliador 3.................................................................................................134
APÊNDICE C – Aprovação do Comitê de Ética ...................................................................135
APÊNDICE D – Análise Termogravimétrica BisCover ........................................................136
APÊNDICE E – Análise Termogravimétrica Fill Glaze........................................................137
APÊNDICE F – Espectrometria no Infravermelho BisCover................................................138
APÊNDICE G – Espectrometria no Infravermelho Fill Glaze...............................................139
APÊNDICE H – Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear BisCover...................140
APÊNDICE I – Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear Fill Glaze....................141
ANEXO A – Perfil Técnico BisCover -Bisco (parte 1) .........................................................142
ANEXO B – Perfil Técnico BisCover -Bisco (parte 2) .........................................................143
ANEXO C – Perfil Técnico BisCover -Bisco (parte 3) .........................................................144
ANEXO D – Perfil Técnico Fill Glaze - Vigodent ................................................................145
ANEXO E – Perfil Técnico Filtek Z250 - 3M (parte 1).........................................................146
ANEXO F – Perfil Técnico Filtek Z250 - 3M (parte 2).........................................................147
ANEXO G – Perfil Técnico Magic Acid - Vigodent .............................................................148
ANEXO H – Perfil Técnico Adper Single Bond 2 - 3M (parte 1) .........................................149
ANEXO I – Perfil Técnico Adper Single Bond 2 - 3M (parte 2)...........................................150
ANEXO J – Tabela de Conversão de Dureza.........................................................................151
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Preparos Classe V .....................................................................................................65
Figura 2 - Condicionamento ácido ...........................................................................................65
Figura 3 - Restaurações concluídas ..........................................................................................66
Figura 4 - Polimento com disco Sof-Lex .................................................................................67
Figura 5 - Condicionamento ácido sobre as restaurações.........................................................68
Figura 6 - Selante de superfície BisCover................................................................................68
Figura 7 - Restaurações após aplicação e fotoativação do selante ...........................................69
Figura 8 - Selante de superfície Fill Glaze ...............................................................................70
Figura 9 - Espécime isolado com esmalte vermelho................................................................71
Figura 10 - Espécime imerso em nitrato de prata 50%.............................................................71
Figura 11 – Lupa ......................................................................................................................72
Figura 12 - Avaliação da microinfiltração em escores.............................................................73
Figura 13 - Confecção dos discos de compósito ......................................................................75
Figura 14 - Rugosímetro + análise da rugosidade....................................................................75
Figura 15 - Esquema da análise da rugosidade.........................................................................78
Figura 16 – Durômetro Barcol com vista aproximada do corpo-de-prova e do visor indicador
do valor de dureza ............................................................................................................79
Figura 17 - Grupo 1: Filtek Z250 + matriz de poliéster (O compósito não fratura).................99
Figura 18 - Grupo 2: Filtek Z250 + ponta diamantada (O compósito fratura em lascas) ........99
Figura 19 - Grupo 3: Filtek Z250 + ponta diamantada + BisCover (O selante se deforma e não
se desprende do compósito)..............................................................................................99
Figura 20 - Grupo 4: Filtek Z250 + ponta diamantada + Fill Glaze (O selante fratura se
desprendendo do compósito)............................................................................................99
Figura 21 - Grupo 3: Filtek Z250 + ponta diamantada + BisCover .......................................100
Figura 22 - Grupo 4: Filtek Z250 + ponta diamantada + Fill Glaze.......................................100
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Especificações fornecidas pelo fabricante do sistema adesivo utilizado ...............62
Quadro 2 - Especificações fornecidas pelo fabricante do compósito utilizado........................63
Quadro 3 - Especificações fornecidas pelo fabricante do selante de superfície BisCover.......63
Quadro 4 - Especificações fornecidas pelo fabricante do selante de superfície Fill Glaze......63
Quadro 5 - Escores e seus significados ....................................................................................73
Quadro 6 - Composição das amostras de acordo com os fabricantes.......................................85
Quadro 7 - Principais grupamentos químicos dos espectros no infravermelho das amostras 104
Quadro 8 - Grupamento químico selecionado, deslocamento químico e área correspondente
........................................................................................................................................105
Quadro 9 - Composição em mol% das amostras....................................................................106
Quadro 10 - Tempo necessário para polimerização do BisCover ..........................................109
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Avaliação da infiltração do nitrato de prata na interface dente/restauração em
escores ..............................................................................................................................87
Tabela 2 - Coeficiente Kappa ponderado (Kp) para a concordância do grau de infiltração entre
pares de observadores, segundo região e grupo de materiais...........................................88
Tabela 3 - Avaliação dos escores de microinfiltração nos grupos de materiais por região,
segundo o avaliador 1.......................................................................................................89
Tabela 4 - Teste de Mann-Whitney..........................................................................................91
Tabela 5 - Leituras de rugosidade do grupo 1 ..........................................................................92
Tabela 6 - Leituras de rugosidade do grupo 2 ..........................................................................92
Tabela 7 - Leituras de rugosidade do grupo 3 ..........................................................................93
Tabela 8 - Leituras de rugosidade do grupo 4 ..........................................................................93
Tabela 9 - Avaliação da rugosidade superficial nos grupos de materiais.................................94
Tabela 10 - Teste de Mann-Whitney........................................................................................96
Tabela 11 - Leituras de dureza do grupo 1...............................................................................97
Tabela 12 - Leituras de dureza do grupo 2...............................................................................97
Tabela 13 - Leituras de dureza do grupo 3...............................................................................98
Tabela 14 - Leituras de dureza do grupo 4...............................................................................98
Tabela 15 : Avaliação da dureza superficial nos grupos de materiais....................................101
Tabela 16 - Teste de Mann-Whitney......................................................................................102
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Avaliação dos escores de microinfiltração em % ..................................................90
Gráfico 2 - Avaliação das médias e desvios-padrão da rugosidade superficial........................95
Gráfico 3 - Avaliação das médias e desvios-padrão da dureza superficial ............................101
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
atm atmosfera
ASTM “American National Standard”
BISEDA “Ethoxylated Bisphenol A Diacrylate”
Bis-GMA bisfenol A glicidil metacrilato
Bis-EMA bisfenol A polietilenoglicol dieter dimetacrilato
ºC grau Celsius
cm centímetro
cm² centímetro quadrado
des/re desmineralização/remineralização
DP desvio-padrão
EA acrilato de etila
EOP energia para optimização de polimerização
G grupo
h hora
IR Espectrometria no Infravermelho
KBr brometo de potássio
LED “light-emitting diode”
MEV microscopia eletrônica de varredura
mg miligrama
min minuto
mJ/cm² miliJoule por centímetro quadrado
ml mililitro
mm milímetro
MMA “methyl methacrylate” - metacrilato de metila
mW miliWatts
mW/cm
2
miliWatts por centímetro quadrado
nm nanometro
NMR Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear
PEGDA polietilenoglicoldiacrilato
ppm partes por milhão
Ra parâmetro que registra a média entre os picos e vales da rugosidade
seg segundos
TEGDMA dimetacrilato de trietileno glicol
TGA Análise Termogravimétrica
µm micrometro
UDMA uretano dimetacrilato
UV ultravioleta
W Watts
% porcentagem
~ aproximadamente
Denise Pereira Martínez Honczar 18
1. INTRODUÇÃO
A valorização do sorriso vem crescendo atualmente, influenciada pelos meios de
comunicação, fazendo com que pacientes e dentistas optem cada vez mais por restaurações
estéticas. Atenta aos novos padrões, a Odontologia, graças aos pesquisadores, vem
desenvolvendo e aprimorando recursos estéticos, dentre eles, as restaurações em resina
composta fotopolimerizável.
A introdução das resinas compostas por BOWEN
10
(1961), a inequívoca eficácia da
técnica do condicionamento ácido em esmalte comprovada por BUONOCORE
12
(1955), e dos
sistemas adesivos resinosos atuais, associada à expressiva melhora obtida no campo dos
polímeros odontológicos, torna o uso das resinas compostas uma prática cada vez mais
freqüente, simples, segura e eficaz.
Atualmente, as resinas compostas são utilizadas como materiais restauradores devido
às vantagens, que incluem excelentes características estéticas, insolubilidade nos fluidos orais
e baixa condutibilidade térmica
2.
Apesar dos avanços nas pesquisas nesta área, ainda é necessário melhorar as
propriedades físicas das resinas, diminuir a contração de polimerização, aumentar a
resistência à abrasão, diminuir os micro-defeitos nas superfícies dos compósitos, entre outras
medidas. Isto porque estas deficiências dos materiais resultam no aparecimento de fendas na
interface dente/restauração, um fenômeno conhecido como microinfiltração, permitindo a
penetração de fluidos e bactérias, levando à ocorrência de manchamento marginal, cárie
secundária, hipersensibilidade pós-operatória, e até mesmo inflamação pulpar
17
.
Segundo AKYÜZ, MENTES e OKTAY
2
(1992), a microinfiltração pode ser causada
por diversos fatores, incluindo ainda fratura marginal e mudanças de temperatura, alternando
contração e expansão do material restaurador. Outro fator importante que deve ser levado em
Denise Pereira Martínez Honczar 19
consideração é a resistência da resina ao desgaste. Segundo LEINFELDER
40
(1988), a
superfície dos compósitos pode sofrer danos, quando submetidos à ação de instrumentos
rotatórios, como micro-rachaduras na sub-superfície e superfície da resina, e pequenas
depressões e elevações, tornando esta irregular. Dessa forma, as concentrações de tensão são
distribuídas de forma desigual, contribuindo para um aumento do desgaste da restauração.
RATANAPRIDAKUL, LEINFELDER e THOMAS
61
(1989) acrescentam que a ação
de instrumentos rotatórios como pedras, pontas diamantadas, brocas multi-laminadas gera
grande quantidade de energia na superfície. É possível que esta energia seja suficiente para
gerar micro-rachaduras sobre e sob a superfície da restauração, podendo alcançar 50m ou
mais a partir desta. Este material enfraquecido torna-se menos resistente à abrasão e
conseqüentemente mais suscetível ao desgaste.
De acordo com WISNIEWSKI, LEINFELDER e BRADLEY
76
(1990), os compósitos
submetidos ao processo de acabamento apresentam desgaste 46% maior do que os não
submetidos a este procedimento, fenômeno atribuído à rugosidade superficial deixada pelos
instrumentos rotatórios.
Uma forma de amenizar os efeitos negativos do acabamento é o selamento marginal e
superficial da restauração com uma resina fluida de baixa viscosidade, especialmente
desenvolvida para resselamento. Tal resina deve possuir baixa viscosidade e baixa tensão
superficial o que aumenta sua capacidade de molhamento (escoamento), conseguindo penetrar
efetivamente nas trincas e/ou fissuras que porventura existam, diminuindo, assim, a
possibilidade de microinfiltração e o desgaste da superfície
62, 70
.
A utilização de resinas sem carga para selamento de resinas compostas é indicada
desde 1977. Na época, eram resinas auto-ativadas com matriz de Bis-GMA, chamadas de
“glazes”, e foram recomendadas para melhorar as qualidades ópticas das restaurações de
resina composta em dentes anteriores. Um exemplo deste tipo de “glaze” foi uma resina fluida
Denise Pereira Martínez Honczar 20
denominada Adaptic Glaze (Johnson & Johnson Dental Products Co.); contudo, não era muito
resistente, sendo facilmente removida pela escovação ou pela abrasão fisiológica, e, por estas
razões, logo foi abandonada
27
.
Um exemplo de selante de superfície especialmente formulado para penetrar nas
micro-fraturas e irregularidades é o Fortify Composite Surface Sealant (Bisco), uma resina de
baixa viscosidade, polimerizada por luz e sem carga
9
. Esta consiste em uma resina de Bis-
GMA na qual o polímero foi modificado, adicionando-se monômeros de baixo peso
molecular, com a função específica de controlar a viscosidade e o escoamento
20
. Este selante,
porém, ao ser polimerizado, permite que uma camada pegajosa de resina não polimerizada se
forme na superfície, devido à inibição provocada pela presença de oxigênio
9
.
No estudo de DICKINSON et al.
20
(1990), o uso do selante de superfície Fortify
(Bisco) sobre a superfície de restaurações com resina composta recém-acabadas elevou em
50% a resistência ao desgaste das superfícies após um ano. Esta maior resistência está
associada à possibilidade de a resina fluida preencher as fendas produzidas pelo procedimento
de acabamento num nível superficial e sub-superficial.
MIRANDA
47
(1994) concluiu que o mesmo selante reduziu a infiltração marginal e os
defeitos superficiais da resina composta testada em seu estudo.
Posteriormente ao lançamento do Fortify (Bisco), foi introduzido no mercado o Fortify
Plus (Bisco), que também é uma resina de baixa viscosidade, polimerizada por luz e que tem
como diferencial a inclusão de carga na sua composição.
Recentemente, um novo selante de superfície para polimento de resinas compostas foi
formulado. “BisCover Liquid Polish”(Bisco) é uma resina de baixa viscosidade, polimerizada
por luz, sem carga, utilizada para selar e polir restaurações em resina composta
9
. Este novo
material dispensa os vários passos operatórios tradicionais para se obter um adequado
polimento aliado ao fato de poder ser aplicado na mesma sessão clínica em que foi realizada a
Denise Pereira Martínez Honczar 21
restauração em resina composta. Apresenta ainda a vantagem de ser polimerizado sem formar
uma camada superficial pegajosa devido à presença de oxigênio
9
.
Após o lançamento do polidor líquido BisCover (Bisco), surgiu no mercado outro
selante resinoso fotopolimerizável, o Fill Glaze (Vigodent), indicado para ser usado como
agente de selamento e polimento superficial de restaurações diretas e indiretas de resina
composta ou resina acrílica. Segundo o fabricante, este novo selante também apresenta a
vantagem de ser polimerizado sem formar uma camada superficial pegajosa inibida pelo
oxigênio. Um estudo realizado por HONCZAR et al.
30
(2005) concluiu que a aplicação deste
selante reduziu significativamente a rugosidade superficial de um compósito após acabamento
com ponta diamantada.
Diante do reduzido número de estudos sobre estes dois novos selantes de superfície,
esse trabalho foi elaborado para pesquisar e comparar a influência destes na microinfiltração
marginal, rugosidade e dureza superficial de um compósito.
Denise Pereira Martínez Honczar 22
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Selantes de Superfície
GARMAN et al.
77
(1977) compararam in vivo a durabilidade de duas resinas utilizadas
como “glazes”: Adaptic Glaze (Johnson & Johnson Dental Products Co.) e Nuva-Seal (L. D.
Caulk Co.), sobre duas resinas compostas: Adaptic Dental Restorative (Johnson & Johnson
Dental Products Co.) e Nuva-Fil (L. D. Caulk Co.), respectivamente. Os resultados mostraram
que as restaurações que foram glazeadas com uma camada de resina logo após a restauração
mantiveram o brilho, a cor e a rugosidade superficial melhores após doze meses do que as
restaurações que não receberam o “glaze”, e que não houve diferença estatística em relação ao
manchamento marginal entre as resinas glazeadas e as não glazeadas.
WILLIAMS et al.
75
(1978) avaliaram, também in vivo, as características superficiais e
o desgaste de restaurações de resina composta glazeadas e não glazeadas, utilizando como
“glazes”: Adaptic Glaze (Johnson & Johnson Dental Products Co.) e Nuva-Seal (L. D. Caulk
Co.). Após vinte e três meses, as restaurações glazeadas apresentaram superfícies mais lisas
quando comparadas com as não glazeadas. Porém, defeitos foram encontrados já na primeira
avaliação, incluindo áreas isoladas de resina ou esmalte condicionado que não foram
totalmente recobertos pela resina de recobrimento. Exames posteriores mostraram perda
localizada ou generalizada da camada de glaze”, demonstrando que estas resinas de baixa
viscosidade permaneciam somente na superfície e que cedo ou tarde seriam parcialmente ou
totalmente perdidas.
LAMBRECHTS e VANHERLE
38
(1982), investigaram in vitro a retenção de “glazes”
em superfícies polidas de resina composta e concluíram que a diferença entre as propriedades
físicas dos dois materiais, como contração de polimerização e expansão térmica, poderia
Denise Pereira Martínez Honczar 23
explicar a soltura do selante e que a utilização de “glazes” parecia ser inapropriada para
obtenção de brilho permanente da superfície dos compósitos.
DICKINSON et al.
20
(1990) avaliaram o efeito de um selante penetrante de superfície
sobre a resistência ao desgaste de compósitos posteriores in vivo e concluíram que ao final de
um ano o desgaste das superfícies tratadas com o selante de superfície Fortify (Bisco) era, em
média, a metade das superfícies não tratadas. Concluíram ainda que a técnica de selamento da
superfície é simples e requer pouco tempo adicional na clínica e sugere que a aplicação anual
deste selante pode aumentar a longevidade de restaurações posteriores em resina composta.
DICKINSON, MAZER e LEINFELDER
21
(1990) avaliaram, por meio de um estudo
clínico de dois anos, a capacidade de um selante de superfície em reduzir a taxa de desgaste
de uma resina composta. As restaurações de resina composta Bis-Fil seladas mostraram uma
diminuição de 50% da taxa de desgaste em relação às não seladas após doze meses. Entre o
primeiro e segundo anos, a taxa de desgaste das restaurações seladas começou a aumentar,
pois a superfície selada havia sido desgastada. De qualquer modo, as restaurações seladas
logo após a inserção continuaram a exibir uma taxa de desgaste consideravelmente menor.
Acrescentaram ainda que a integridade marginal das restaurações seladas foi
significativamente superior às não seladas. Concluíram, baseados neste estudo clínico de dois
anos, que o selante penetrante de superfície aumentou a longevidade de tais restaurações.
REID, SAUNDERS e CHEN
62
(1991) compararam a capacidade de selamento de um
adesivo dentinário e um selante de fissuras nas margens de cavidades Classe V restauradas
com resina composta. Concluíram que não houve diferença estatística significante entre os
dois grupos experimentais e que não ocorreu infiltração nas margens em esmalte em nenhum
dente. Analisando os resultados, os autores relataram que a capacidade do adesivo dentinário
e do selante de fissuras em reduzir a microinfiltração dependeram de como eles penetraram e
selaram os gaps”. Acrescentaram que o grau de penetração depende da viscosidade dos
Denise Pereira Martínez Honczar 24
materiais e da habilidade em molhar as superfícies do dente e das restaurações em resina
composta. Os autores sugerem a formulação específica de um sistema para resselamento com
o objetivo de melhorar a profundidade de penetração e garantir um completo molhamento e,
conseqüentemente, um selamento adequado.
TJAN e TAN
70
(1991) avaliaram e compararam in vitro a efetividade de vários
sistemas adesivos resinosos de baixa viscosidade utilizados como resseladores na prevenção
da microinfiltração nas margens cervicais (dentina e cemento) não condicionadas de
restaurações Classe V em resina composta. O estudo demonstrou que a infiltração marginal
foi reduzida, porém nenhum dos sistemas testados a eliminou completamente. Segundo os
autores, nem todos os sistemas resinosos de baixa viscosidade podem ser usados como
agentes resseladores; alguns não proporcionam completo molhamento e podem não ser
eficazes em selar os micro-defeitos, isto devido à fluidez imprópria, e às disparidades na
formulação, agentes diluentes (álcool e água ou acetona), modificadores de viscosidade
(partículas de carga) e mecanismos de polimerização.
AKYÜZ, MENTES e OKTAY
2
(1992) realizaram um estudo in vivo com o objetivo
de determinar a efetividade do selante Helioseal (Vivadent) em prevenir a microinfiltração em
restaurações de resina composta tendo, como material de base, o cimento de ionômero de
vidro. O estudo demonstrou que, no grupo que recebeu o selamento, a infiltração marginal foi
significativamente menor que no grupo onde as restaurações não foram resseladas.
DICKINSON e LEINFELDER
19
(1993), baseados na informação da existência de
micro-defeitos na superfície das resinas compostas, testaram o selante de superfície Fortify
(Bisco) e concluíram que o selante reduziu o desgaste oclusal da superfície de compósitos
posteriores, após um período de cinco anos de utilização clínica. Acrescentaram que a ténica é
simples, requer pouco tempo adicional e sugeriram a reaplicação do selante a cada dois anos.
Denise Pereira Martínez Honczar 25
KAWAI e LEINFELDER
36
(1993) relataram que a efetividade do selante penetrante
de superfície Fortify (Bisco) depende do tamanho das partículas encontradas nas resinas.
Afirmaram, baseados em seu estudo, que, nas resinas compostas onde a média dos tamanhos
das partículas é maior que 1 micrometro, a aplicação do selante reduziu o desgaste em 40-
50%. Porém, o desgaste de resinas compostas contendo micropartículas não foi afetado pelo
selante. Contudo, não levando em consideração o tamanho das partículas da resina, o selante
penetrante de superfície melhorou a integridade marginal.
MIRANDA e DIAS
48
(1994) avaliaram a influência do selante de superfície Fortify
(Bisco) no controle da infiltração marginal de restaurações classe V com margens em esmalte
e cemento em resina composta e concluíram que ele auxilia na redução da infiltração marginal
tanto em esmalte como em cemento. A infiltração na região de esmalte foi totalmente
eliminada, o mesmo não ocorrendo nas regiões de cemento.
MIRANDA JR e SANTOS
46
(1994) avaliaram a infiltração em restaurações classe II
de resina composta. Um dos grupos testados recebeu o selante de superfície Fortify (Bisco)
nas áreas de cemento das caixas proximais. Concluíram que a aplicação da resina fluida após
a restauração reduziu significativamente a infiltração nas interfaces dente/restauração, na
região cervical das restaurações para as duas resinas testadas.
MUNRO, HILTON e HERMESCH
52
(1996) propuseram-se a estudar o efeito do
resselamento com Universal Bond 3 em restaurações classe V de resina composta, com e sem
o condicionamento ácido das margens das restaurações, através da avaliação da
microinfiltração. Observaram que, nas margens em esmalte, não houve diferença estatística na
microinfiltração quando o resselamento foi aplicado com ou sem condicionamento com ácido
fosfórico 37%. Nas margens gengivais houve redução da microinfiltração para o grupo que
foi resselado, porém não condicionado.
Denise Pereira Martínez Honczar 26
MAY Jr. et al.
45
(1996) realizaram um estudo sobre microinfiltração, onde
restaurações classe V de resina composta modificada por poliácido, ionômero de vidro
modificado por resina e resina composta seladas e não-seladas com o selante de superfície
Fortify (Bisco) foram comparadas. Os autores concluíram que a utilização do selante
penetrante de superfície Fortify (Bisco) não melhorou o selamento marginal dos sistemas
resinosos utilizados, com exceção da resina composta modificada por poliácido.
Acrescentaram ainda que os resultados deste estudo in vitro podem não prever a performance
dos selantes de superfície. No entanto, sugerem que alguns sistemas adesivos selam tão bem
as margens das restaurações, que a aplicação de uma resina de baixa viscosidade se torna
desnecessária.
RAMOS et al.
59
(2000) analisaram a capacidade de três selantes de superfície (Fortify
(Bisco), Protect-It (Jeneric-Pentron) e Optiguard (Kerr)) em prevenir ou reduzir a
microinfiltração de restaurações classe V. Para avaliar a microinfiltração, utilizaram o nitrato
de prata 50%. Os resultados deste estudo in vitro mostraram que a aplicação de um selante de
superfície de baixa viscosidade sobre uma resina composta fotopolimerizada reduziu a
infiltração marginal, ressaltando que a região oclusal em esmalte apresentou melhor
selamento marginal que a região cervical em dentina. Concluíram que os selantes de
superfície oferecem ao clínico uma técnica simples, rápida e que melhora significativamente a
integridade marginal, prolongando a longevidade das restaurações.
BERTRAND et al.
8
(2000) propuseram-se a observar, com auxílio da microscopia
eletrônica de varredura, a textura, a espessura e a regularidade da superfície de amostras de
resina composta cobertas com o selante de superfície Fortify (Bisco). Mediram também a
dureza destas amostras. Os autores concluíram que o selante testado foi capaz de preencher os
defeitos da superfície de resinas compostas após acabamento e polimento, porém, apresentou
Denise Pereira Martínez Honczar 27
uma camada irregular ao ser aplicado. Afirmaram também que a aplicação deste produto
diminuiu a microdureza da superfície da resina composta testada.
CRAIG, POWERS e WATAHA
18
(2002) definiram capacidade de molhamento como
uma medida da afinidade de um líquido por um sólido, indicada pelo espalhamento de uma
gota. O grau de molhamento depende da energia de superfície relativa dos sólidos e dos
líquidos e de sua atração intermolecular. Sólidos com alta energia e líquidos com baixa
energia favorecem o bom molhamento; portanto, líquidos geralmente molham bem os sólidos
com alta energia. Por outro lado, os líquidos formam gotas em sólidos com baixa energia.
Para diminuir a tensão superficial ou energia de superfície, um agente umectante torna-se
necessário.
RAMOS et al.
60
(2002) realizaram um estudo comparativo entre três sistemas
resinosos de baixa viscosidade (dois sistemas adesivos: Unibond (Vigodent) e Single Bond
(3M) e um selante de fóssulas e fissuras: Fluorseal (Vigodent) e um selante penetrante de
superfície: Fortify (Bisco), na capacidade de prevenir infiltração marginal em restaurações
classe V restauradas com resina composta. Para avaliar a microinfiltração, utilizaram o nitrato
de prata 50%. Ao final do estudo, os autores chegaram à conclusão de que a técnica de
resselamento reduziu substancialmente a microinfiltração nas margens de dentina e cemento e
que a utilização de um agente adesivo resinoso com suficiente baixa viscosidade e apropriadas
características e formulação, embora não sendo especificamente desenvolvido para tal
propósito, poderiam ser utilizados como selante de superfície com sucesso.
SUH
69
(2003) relatou o desenvolvimento de um novo produto resinoso que pode ser
utilizado intra e extra-oralmente como um selante e polidor quido fotopolimerizável sem
formar uma camada superficial pegajosa não polimerizada devido à presença de oxigênio.
Diferentemente do Fortify (Bisco), que, ao ser polimerizado, permite que uma camada
pegajosa de resina não polimerizada se forme. BisCover Liquid Polish (Bisco) possui em sua
Denise Pereira Martínez Honczar 28
composição monômeros altamente reativos, os acrilatos, no lugar dos metacrilatos presentes
na composição do Fortify (Bisco). O autor ressalta a importância de se calcular o tempo de
polimerização do BisCover (Bisco), e afirma que a energia liberada na sua superfície depende
da densidade de energia da luz, espectro de luz, tempo de exposição e da distância entre a
fonte de luz e o selante. A Energia para Optimização de Polimerização (EOP) do BisCover
(Bisco) é 7.500mJ/cm². A energia de densidade da luz halógena da unidade
fotopolimerizadora deve ser determinada primeiramente utilizando-se um radiômetro. Então,
para se calcular o tempo de polimerização, deve-se dividir a EOP do BisCover (Bisco) pela
energia de densidade da luz halógena da unidade fotopolimerizadora. O autor também relata
que o valor de dureza encontrado deste material foi de 40 Barcol, o que na escala Vickers
corresponderia a aproximadamente a 25 Vickers.
BARGHI e ALEXANDER
7
(2003) também apresentaram este novo material. Segundo
os autores, BisCover Liquid Polish (Bisco) é um selante de superfície multifuncional,
altamente reativo, fotopolimerizável e composto por acrilatos, desenvolvido para selar e polir
resinas compostas. Segundo os autores, ele promove uma superfície lisa e polida eliminando
assim a necessidade de polimento adicional. Quando polimerizado, BisCover (Bisco) não
produz uma camada espessa e não afeta a dureza de superfície da resina composta
microparticulada. Os autores também ressaltaram que este selante também pode ser usado
para glazear restaurações provisórias em resina acrílica.
LOWE
41
(2004) lembra que o objetivo do selamento e polimento com BisCover
(Bisco) não é fechar margens abertas, e sim preencher alguma irregularidade que possa existir
como conseqüência do acabamento e polimento. Ele indica a reaplicação deste selante de
superfície nas visitas de revisão para manter a integridade marginal da restauração.
MIRANDA et al.
50
(2004) avaliaram in vitro a influência do polidor líquido resinoso
BisCover (Bisco) na rugosidade superficial de um compósito de alta densidade após
Denise Pereira Martínez Honczar 29
acabamento com ponta diamantada. Como conclusão, relataram que o material testado
reduziu significativamente a rugosidade superficial do compósito, apresentando resultados
semelhantes aos do grupo controle (matriz de poliéster) e que uma segunda camada reduziu
ainda mais a rugosidade.
MIRANDA et al.
49
(2004), seguindo a mesma linha de pesquisa, avaliaram a
influência do polidor líquido resinoso BisCover (Bisco) na microinfiltração de restaurações
em resina composta. Os autores concluíram que no estudo realizado in vitro o polidor líquido
resinoso foi eficaz em reduzir a microinfiltração tanto em esmalte quanto em
cemento/dentina.
HONCZAR et al.
30
(2005) realizaram in vitro um estudo comparativo da influência de
um polidor líquido: BisCover (Bisco), e um selante resinoso: Fill Glaze (Vigodent) na
rugosidade superficial de um compósito após acabamento com ponta diamantada. Concluíram
que ambos os materiais reduziram a rugosidade do compósito e que o polidor líquido
apresentou resultados semelhantes ao grupo controle (matriz de poliéster), o que não ocorreu
com o selante resinoso.
LEE, LU e POWERS
39
(2005) examinaram in vitro a influência do selante de
superfície e polidor líquido BisCover (Bisco), na fluorescência de resinas compostas. Os
autores concluíram que a aplicação do selante diminuiu ou bloqueou a fluorescência das
resinas testadas. Afirmaram ainda que, clinicamente, esta característica impede a combinação
de cor entre a resina e o dente, especialmente sob a luz ultravioleta.
Denise Pereira Martínez Honczar 30
2.2. Metodologias
2.2.1. Microinfiltração
COX et al.
17
(1987) propuseram-se a estudar o efeito direto dos materiais restauradores
mais utilizados sobre a polpa dental, e chegaram à conclusão de que as bactérias têm um papel
mais importante no desenvolvimento da inflamação pulpar do que o tipo de material utilizado
para restauração. Os autores relataram que materiais como o cimento silicato, cimento fosfato
de zinco, amálgama e resinas, quando tiveram suas superfícies seladas com óxido de zinco e
eugenol, foram bem aceitos pelo tecido pulpar. Porém, na presença de colonização de
bactérias na interface da restauração, severa inflamação pulpar foi observada.
Segundo PASHLEY
55
(1990), a maioria dos materiais odontológicos permite que
bactérias e seus produtos presentes nos fluidos orais alcancem a dentina, devido a
microinfiltração. O autor relata que:
Quanto mais superfície dentinária é exposta durante o preparo cavitário, maior
é o potencial de microinfiltração;
Quanto mais espessa a camada de dentina, menos permeável ela é;
A dentina localizada sobre os cornos pulpares é mais permeável;
A dentina coronária é mais permeável que a dentina presente nas raízes;
“Smear layers” constituem uma proteção natural, reduzindo a permeabilidade
dentinária, melhor que qualquer verniz cavitário.
No entanto, a presença de “smear layer” limita a força de adesão dentinária. O autor concluiu
que, se esta for removida, a força de adesão dentinária aumenta, mas também aumenta o
potencial de inflamação pulpar caso esta adesão não seja uniformemente perfeita.
Denise Pereira Martínez Honczar 31
KANCA III
33
(1992) fez uma análise in vitro comparando a capacidade de adesão de
um sistema adesivo a um substrato dentinário úmido ou seco; e concluiu que as superfícies
dentinárias úmidas apresentaram maiores forças de adesão que as secas.
MIRANDA
47
(1994) avaliou a influência do selante de superfície Fortify (Bisco), na
infiltração marginal, relacionando com a localização das margens da cavidade e o tipo de
adesivo dentinário utilizado, e sobre os defeitos estruturais superficiais, de restaurações classe
V com resina composta, por meio de infiltração de nitrato de prata 50% e de microscopia
eletrônica de varredura (MEV). Foram utilizados 40 dentes humanos. Todos os dentes
receberam duas cavidades classe V, uma na face vestibular e outra na face lingual ou palatina,
com margens em esmalte e cemento. Os dentes foram separados em quatro grupos e
restaurados com:
Grupo 1 Adesivo dentinário Scotchbond Multi-Purpose (3M) + resina
composta Durafil (Kulzer).
Grupo 2 – Igual ao grupo 1 + Fortify (Bisco).
Grupo 3 Adesivo dentinário Scotchbond 2 (3M) + resina composta Durafil
(Kulzer).
Grupo 4 – Igual ao grupo 3 + Fortify (Bisco).
Após restaurados, os dentes foram termociclados, imersos em solução de nitrato de prata a
50%, incluídos em resina epóxi e seccionados. Dois avaliadores calibrados avaliaram a
infiltração marginal com uma lupa. As irregularidades superficiais e as interfaces
dente/restauração foram observadas em MEV. Os resultados foram tratados estatisticamente
por ANOVA, pelos testes Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Baseado nos resultados o autor
concluiu que: o selante de superfície reduziu a infiltração marginal; a infiltração foi menor nas
margens em esmalte do que nas em dentina/cemento; o adesivo Scotchbond Multi-Purpose
Denise Pereira Martínez Honczar 32
apresentou menor infiltração que o Scotchbond 2 e que o selante de superfície Fortify (Bisco)
reduziu os defeitos superficiais da resina composta.
DOERR, HILTON e HERMESCH
22
(1996) compararam o efeito da termociclagem na
microinfiltração de restaurações de ionômeros convencional e modificado por resina. Para
este estudo foram preparadas restaurações classe V, localizadas na junção cemento-esmalte
das faces vestibulares e linguais de terceiros molares humanos. Após as restaurações, metade
dos espécimes foram termociclados. Todos os dentes foram secos superficialmente e isolados
com duas camadas de esmalte para unhas vermelho. Em seguida foram imersos em solução de
5% de azul de metileno. A análise estatística mostrou que a termociclagem e o tipo de
material utilizado não afetaram significativamente a penetração do corante.
HILTON
28
(1998) realizou uma extensa revisão da literatura sobre investigações in
vitro, dentre elas, pesquisas sobre microinfiltração. Relatou que a detecção da microinfiltração
pode ser realizada por meio de várias técnicas, utilizando: bactérias, pressão a ar, condução
elétrica, microscopia eletrônica de varredura, permeabilidade de fluidos, agentes traçadores
químicos ou radioativos e tinturas, que são as mais utilizadas. Uma crítica relacionada aos
testes in vitro para avaliar a microinfiltração que utilizam agentes traçadores ou tinturas seria
a relevância clínica do tamanho das moléculas destas substâncias. Alguns pesquisadores
acreditam que existem estudos in vitro que superestimam a quantidade de infiltração que
poderia ocorrer clinicamente. O autor constatou que a maioria dos tamanhos e pesos
moleculares das moléculas dos agentes e/ou dos corantes utilizados nas pesquisas são
menores que os das bactérias, vírus e endotoxinas. Em contrapartida, a maioria das moléculas
das tinturas são do mesmo tamanho ou até mesmo maiores que as moléculas de glicose, o que
permitiria que as bactérias presentes na “smear layer” ou dentina afetada por cárie pudessem
ser mantidas por meio da difusão deste nutriente. HILTON também relata que, na maioria dos
estudos, os dentes são seccionados no centro das restaurações, possibilitando a visualização,
Denise Pereira Martínez Honczar 33
por meio de lupas, da penetração do corante tanto na interface dente/restauração como nos
túbulos dentinários. Porém, ele questiona se a avaliação bidimensional refletiria com precisão
um fenômeno tridimensional. Dentre as conclusões do autor, vale ressaltar:
A adesão em esmalte é confiável, porém em dentina continua sendo um desafio
para a profissão;
A escolha entre a tintura ou agente traçador nos estudos de microinfiltração
parece não influenciar os resultados das pesquisas;
O tempo de imersão dos espécimes na tintura, que varia de uma hora a duas
semanas, mostrou não ter influência nos resultados de microinfiltração.
MANHART et al.
44
(2000) realizaram um estudo in vitro para determinar a integridade
marginal e microinfiltração de restaurações classe V restauradas com nove tipos diferentes de
sistemas restauradores. Os autores concluíram que nenhum dos sistemas restauradores
testados atingiu um selamento perfeito tanto em dentina quanto em esmalte. Ressaltaram que
o selamento nas margens em dentina, mesmo utilizando a técnica adesiva úmida, ainda é bem
inferior comparada com o selamento nas margens em esmalte. Neste estudo, as margens em
dentina não foram bizeladas, pois, in vivo, o bizel se estenderia até o sulco gengival,
dificultando o acabamento e polimento da restauração.
WILDER Jr. et al.
74
(2000) utilizaram em sua metodologia para avaliar a
microinfiltração restaurações classe V preparadas na junção cemento-esmalte nas faces
vestibular e lingual de molares humanos utilizando brocas carbide em alta velocidade e sob
refrigeração. As brocas foram trocadas a cada cinco preparos e nenhuma retenção mecânica
ou bizel foi realizado. Para avaliar a microinfiltração, os espécimes foram submersos em
solução de nitrato de prata 50% por duas horas e então lavados com água destilada corrente
por cinco minutos e colocados em uma solução reveladora para filmes fotográficos sob luz
fluorescente por seis horas para ocorrer a precipitação dos íons. Cada dente foi seccionado
Denise Pereira Martínez Honczar 34
vestíbulo-lingualmente pelo centro da restauração e cada secção foi avaliada com o auxílio de
um microscópio com aumento de 40 vezes. Para avaliação foi utilizado um sistema de
escores.
Segundo BARATIERI et al.
6
(2001), em restaurações classe V, a realização do bizel
na margem cervical deve ser menor para evitar a remoção de todo o esmalte disponível.
Muitas vezes é preferível não executá-lo nessa região para evitar o risco da total remoção do
esmalte. Ele acrescenta que a execução do bizel tem apenas a vantagem de auxiliar na
obtenção de melhor estética, uma vez que ele geralmente possibilita a obtenção de uma fusão
entre a resina e a estrutura dental. Em relação à inserção, as resinas compostas devem ser
inseridas nessas cavidades de forma incremental devido à inexistência de esmalte em uma das
margens.
SETIEN et al.
65
(2001) avaliaram a influência de vários mecanismos de preparo de
cavidade na microinfiltração de restaurações classe V de resina composta. Neste estudo as
restaurações foram realizadas na junção cemento-esmalte nas faces vestibulares e linguais de
molares humanos. O adesivo escolhido foi o Single Bond (3M). A metodologia utilizada para
avaliar a microinfiltração foi a que utiliza o nitrato de prata. Observou-se que não ocorreu
microinfiltração em esmalte, independentemente do mecanismo utilizado para o preparo das
cavidades, sendo este condicionado anteriormente à aplicação do adesivo.
PAZZINATTO et al.
56
(2003) realizaram um estudo com o objetivo de avaliar a
relação da ciclagem térmica e o número de ciclos na infiltração marginal de restaurações de
resina composta. Para este estudo foram preparadas cavidades classe V, restauradas com o
sistema adesivo Single Bond/Filtek Z250 (3M). Os dentes foram divididos em cinco grupos
de dez dentes cada um: grupo1 (controle) sem ciclagem; grupos 2, 3, 4, e 5 com 500, 1.000,
2.500 e 5.000 ciclos, respectivamente (5˚-55˚± 2˚C, 15 segundos por banho). Os autores
Denise Pereira Martínez Honczar 35
concluíram que não existe relação entre o aumento do número de ciclos e o aumento da
infiltração marginal.
IRIE, TJANDRAWINATA e SUZUKI
32
(2003), avaliaram in vitro o efeito do
polimento realizado 30 minutos, 3 horas, 12 horas, 24 horas e 1 semana após confecção de
restaurações classe V. Três ionômeros de vidro modificados por resina, um compômero, um
ionômero de vidro convencional e uma resina microparticulada foram utilizados no estudo.
Concluíram que todos os materiais testados, com exceção do compômero, mostraram redução
significante da formação de “gaps” quando o polimento foi realizado 24 horas após a
restauração.
AMARAL et al.
3
(2004) realizaram um estudo comparativo com o objetivo de avaliar
o efeito de diferentes técnicas de fotopolimerização: Soft-start I - 10 segundos a 75mW/cm² +
30 segundos a 560mW/cm²; Soft-start II - 10 segundos a 190mW/cm² + 30 segundos a 560
mW/cm²; Pulse-delay - 3 segundos a 300mW/cm² + 5 minutos de intervalo + 30 segundos a
560mW/cm²; Arco de Plasma - 3 segundos a 1.500mW/cm²; Alta intensidade - 40 segundos a
810 mW/cm² e Convencional (controle) - 40 segundos a 560mW/cm², na microinfiltração e
formação de “gaps” em restaurações de resina composta. Foram selecionados para este estudo
a resina Filtek Z250 (3M) e o adesivo Single Bond (3M). Concluíram que não houve
diferença estatística entre as técnicas de fotopolimerização em relação à microinfiltração. O
tipo de fotopolimerização também não alterou a formação de “gaps” antes ou após
termociclagem.
KUBO et al.
37
(2004) realizaram outro estudo avaliando o efeito de diferentes tipos de
fotopolimerização (Convencional, Two-step, Ramping e Wave Light) na microinfiltração de
restaurações classe V de resina composta, e concluíram que:
Não houve diferença estatística na infiltração marginal destas restaurações;
Denise Pereira Martínez Honczar 36
Um bom selamento marginal foi obtido, independentemente do tipo de
fotopolimerização utilizada, quando as restaurações não foram submetidas à
termociclagem;
As restaurações tenderam a apresentar maiores escores de microinfiltração quando submetidas
à termociclagem, mas as diferenças não foram estatisticamente significativas.
2.2.2. Rugosidade Superficial
Segundo LEINFELDER
40
(1988), a superfície dos compósitos pode sofrer danos,
quando submetidos à ação de instrumentos rotatórios, como micro-rachaduras na sub-
superfície e superfície da resina e pequenas depressões e elevações, tornando-a irregular.
Dessa forma, as concentrações de stress são distribuídas de forma desigual, contribuindo para
um aumento do desgaste da restauração. Ele acrescenta que pequenos defeitos na interface
dente/restauração podem rapidamente levar ao desenvolvimento de cárie secundária.
RATANAPRIDAKUL, LEINFELDER e THOMAS
61
(1989) realizaram um estudo in
vivo onde testaram a hipótese de que o processo de acabamento de resinas compostas poderia
influenciar a taxa de desgaste, durante a vida clínica da restauração. Foram confeccionadas 54
restaurações em pacientes pediátricos com a resina Ful-Fil (Dentsply), sendo 29 e 25
restaurações classe I e classe II, respectivamente. As margens cavo-superficiais não
receberam bizéis. Após aplicação de hidróxido de cálcio como proteção dentinária, foi
realizado o condicionamento ácido em esmalte com ácido fosfórico a 37% durante 60
segundos. Os preparos foram lavados com água, secos, e receberam a aplicação do sistema
adesivo Prisma Universal Bond (Dentsply) e as devidas restaurações. Foram testadas duas
técnicas de acabamento neste estudo:
Grupo 1: as restaurações foram fotopolimerizadas e receberam acabamento
com broca carbide de 12 lâminas e pedra branca sob refrigeração.
Denise Pereira Martínez Honczar 37
Grupo 2: a resina composta foi inserida nos preparos e a forma anatômica foi
obtida com auxílio de instrumentos manuais, antes da fotopolimerização. Este
grupo não recebeu nenhum tipo de acabamento após fotopolimerização.
Nos casos onde houve interferência oclusal, as restaurações receberam acabamento e foram
classificadas como sendo do grupo 1. As restaurações foram moldadas com polivinilsiloxano
(Express - 3M) imediatamente e uma vez por mês até completarem seis meses, e após um ano.
Houve diferença estatística significativa entre os dois grupos. O grupo 2 apresentou os
melhores resultados e, após um ano, a diferença média de desgaste entre os grupos foi de
60m. Apenas durante o primeiro mês não houve diferença estatística entre os grupos. Os
autores concluíram que a eliminação dos procedimentos convencionais de acabamento
resultou em uma redução substancial da taxa de desgaste.
WISNIEWSKI, LEINFELDER e BRADLEY
76
(1990) realizaram um estudo in vitro
com o objetivo de determinar o efeito de três métodos de acabamento na taxa de desgaste de
restaurações de resina em dentes posteriores. Um total de 67 restaurações classe I de resina
Occlusion (ICI/COE) foram confeccionadas em molares. As técnicas de acabamento testadas
foram:
A- matriz anatomicamente adaptada, ocorrendo a fotopolimerização através
dela.
B- fotopolimerização seguida de brocas de acabamento sem refrigeração.
C- fotopolimerização seguida de brocas de acabamento e pontas diamantadas
finas sob refrigeração.
As avaliações clínicas diretas foram determinadas de acordo com o método USPHS (Ryge), e
as indiretas, com auxílio de moldagens feitas dos dentes com elastômero e confecção de
modelos de gesso. Após um ano foram observadas as seguintes taxas de desgaste: A: 18,2 m,
B: 18,8
m e C: 26,5 m. Os autores concluíram que a técnica de acabamento tem efeito
Denise Pereira Martínez Honczar 38
significativo nas taxas de desgaste de restaurações de resina composta. Houve aumento de
46% nesta taxa quando o acabamento foi realizado com pontas diamantadas finas em
comparação ao grupo controle (A). Eles sugerem um aperfeiçoamento das técnicas de
acabamento.
FERRACANE, CONDON e MITCHEM
23
(1992) testaram a hipótese de que uma
camada sub-superficial degradada é produzida nas resinas compostas como resultado dos
procedimentos de acabamento e polimento com broca carbide de 12 lâminas ou ponta
diamantada de granulação fina (30m), utilizando, para tal, a técnica de infiltração com
solução de nitrato de prata. Os resultados mostraram que somente uma limitada camada sub-
superficial danificada pôde ser criada em certos compósitos durante o contorno inicial da
restauração. A técnica de tingimento utilizada neste estudo, em conjunto com a microscopia
eletrônica de varredura, não foi capaz de evidenciar rachaduras nas resinas compostas
provenientes dos procedimentos de acabamento e polimento.
CHUNG
16
(1994) investigou os efeitos dos procedimentos de acabamento e polimento
na rugosidade superficial de resinas compostas. As resinas compostas testadas foram: Prisma
AP.H (L.D. Caulk Co), P-50 (3M Dental Products), Herculite XR (Kerr Mfg. Co.) e
Heliomolar (Vivadent, A.G.); e as seqüências de polimento testadas foram: matriz de poliéster
(grupo controle), sistema de polimento Enhance (L.D.Caulk Co.), sistema de polimento
Premier Two Striper MPS (ESPE-Premier) e sistema de discos Sof-Lex (3M Dental
Products). As resinas compostas microparticuladas demonstraram menor rugosidade que as
híbridas. Os procedimentos de polimento reduziram a rugosidade em 26-74%. A matriz de
poliéster produziu a superfície mais lisa comparada aos outros sistemas de polimento testados.
O autor relatou que o acabamento e polimento de resinas compostas é sempre um problema
que a matriz resinosa e a carga inorgânica possuem durezas diferentes, portanto, não
desgastam uniformemente. Neste estudo, a preparação dos corpos-de-prova e o acabamento e
Denise Pereira Martínez Honczar 39
o polimento foram realizados pelo mesmo investigador com o objetivo de diminuir a
variabilidade.
Segundo ANUSAVICE
5
(1996), restaurações bem acabadas e polidas promovem
saúde oral, função e estética. Superfícies lisas possuem áreas menos retentivas e são de mais
fácil limpeza, porém, as resinas compostas representam um dos materiais mais difíceis de se
obter acabamento e polimento adequados, devido à diferença de dureza entre a matriz
resinosa e as partículas de carga. Esta característica resulta em uma abrasão seletiva, onde as
partículas de carga criam picos e vales, dificultando a obtenção de brilho. Este problema é
especialmente observado nos compósitos bridos. O autor acrescenta que os instrumentos
necessários para o acabamento e polimento devem seguir uma seqüência própria. Ele sugere
três passos essenciais, sendo o primeiro deles realizar o contorno da restauração com broca
carbide 12 lâminas, pontas diamantadas de 30-100m, ou discos abrasivos, dependendo da
preferência do dentista. Após, realizar o acabamento com brocas carbide 16-30 lâminas,
pontas diamantadas finas e extrafinas, pedras brancas (óxido de alumínio), pedras brancas de
Arkansas ou discos abrasivos de granulação média ou fina. Finalmente, realizar o polimento
com pastas para polimento de granulação fina e extrafina (óxido de alumínio ou diamante),
discos abrasivos de granulação extrafina, escovas impregnadas com silicone ou discos de
borracha impregnados com diamante, taças ou pontas.
KAPLAN et al.35 (1996) realizaram um estudo para avaliar a rugosidade superficial
de quatro compósitos híbridos (APH (L. D. Caulk), Herculite (Kerr), Pertac (ESPE) e Z-100
(3M)) após acabamento e polimento com 3 sistemas diferentes: Enhance (L. D. Caulk), Kerr
(Kerr) e MFS/MPS (ESPE), e para avaliação utilizaram o rugosímetro Surftest 4 (Mitutoyo
Manufacturing Ltd., Tokyo, Japan). Os autores concluíram que o sistema de polimento
Enhance proporcionou o pior polimento nas quatro resinas testadas.
Denise Pereira Martínez Honczar 40
HONDRUM e FERNÁNDEZ
31
(1997) realizaram um estudo onde três materiais
restauradores - uma resina composta fotopolimerizável Prisma AP.H (Caulk/ Dentsply), um
ionômero de vidro Fuji II (G. C. Corp.), e um ionômero de vidro modificado por resina
Vitremer (3M) - receberam acabamento e polimento utilizando sete métodos diferentes:
matriz de poliéster, sistema Sof-Lex (3M), sistema MFS/ MPS (Abrasive Technology, Inc.),
sistema para acabamento de compósitos (Kerr), sistema Enhance (Caulk/ Dentsply), sistema
MPS (Abrasive Technology, Inc.) e brocas carbide de 12 e 18 lâminas (Brasseler). Os
resultados foram quantificados pela análise de rugosidade superficial com auxílio do
rugosímetro Surfanalyzer System 4000 (Federal Products Corp. Providence RI 02905) com
padrão Ra e reflectância com auxílio de um medidor de brilho Model GM-060 (Minolta
Corp., Ramsey, NJ 07446). Como resultado, foi observado que o ionômero de vidro
apresentou maior valor de rugosidade e menor valor de reflectância comparado à resina
composta e a lisura e o brilho do ionômero de vidro modificado por resina ficou entre estes
dois extremos. A lisura e brilho originais obtidos a partir da matriz de poliéster não puderam
ser reproduzidos com nenhum dos sistemas de acabamento e polimento testados. Os autores
ressaltaram que uma vez que o instrumento para acabamento e polimento encosta no material
restaurador, torna-se difícil retornar à lisura superficial e reflectância originais (matriz).
BOLLEN, LAMBRECHTS e QUIRYNEN
11
(1997), sabendo que a rugosidade
superficial pode influenciar a retenção de placa bacteriana, realizaram um estudo por meio de
uma revisão de literatura com o objetivo de avaliar a rugosidade superficial de vários
materiais restauradores e as mudanças na rugosidade como conseqüência de diferentes
tratamentos superficiais. Concluíram que a rugosidade superficial tem um impacto importante
na retenção de microorganismos. Supra e subgengivalmente, o aumento da rugosidade
superficial resultou na rápida colonização das superfícies e rápida maturação da placa
bacteriana, aumentando o risco de cárie e inflamação periodontal. Portanto, a rugosidade
Denise Pereira Martínez Honczar 41
superficial deveria se aproximar de um valor Ra de 0,2m ou menos. Acrescentaram que o
melhor método para se obter uma superfície lisa de resina composta é pressioná-la contra uma
matriz de poliéster.
ROEDER, TATE e POWERS
64
(2000) examinaram, entre outros objetivos, a
capacidade do selante de superfície Protect-It Surface Sealant (Jeneric/Pentron) em diminuir a
rugosidade superficial (Ra, m) de resinas compostas após acabamento e polimento com os
seguintes sistemas: Diacomp Intra-Oral Composite Polishers (Brasseller USA), Enhance
Composite Finishing & Polishing System (Dentsply/Caulk), Jiffy Composite Polishing Cups
(Ultradent Products, Inc.), Jiffy Composite Polishing Brush (Ultradent Products, Inc.) e Sof-
Lex Contouring and Polishing Disks (3M Dental Products). Concluíram neste estudo que o
selamento da superfície com Protect-It Surface Sealant (Jeneric/Pentron) após acabamento e
polimento apresentou pouco efeito na rugosidade superficial. O selante não compensou
adequadamente as irregularidades superficiais produzidas pelos instrumentos utilizados no
acabamento e polimento. Além disso, o selante não penetrou rapidamente nas superfícies de
resina composta tratadas com as pontas Jiff Cups, formando gotas ao invés de penetrar. Os
autores sugeriram que as pontas de borracha podem degradar e alterar as propriedades
superficiais das resinas afetando a capacidade de molhamento da superfície; e que pode haver,
também, a formação de uma “smear-layer de borracha” inibindo a penetração da resina de
baixa viscosidade. Eles ressaltam o potencial iatrogênico destes procedimentos de acabamento
e polimento em alterar partes hígidas do dente.
MITCHELL, PINTADO e DOUGLAS
51
(2002), após verificarem que os
procedimentos de acabamento e polimento causam abrasão iatrogênica na superfície do dente,
resolveram testar in vitro qual seria a técnica menos prejudicial. Foram preparadas cavidades
classe V com margens em cemento/dentina e esmalte em trinta e seis molares humanos,
Denise Pereira Martínez Honczar 42
restauradas com as resinas compostas Revolution (Kerr) e Prodigy Condensable (Kerr). Os
sistemas de acabamento avaliados foram: discos de óxido de alumínio Sof-Lex (3M), brocas
carbide de tungstênio 12 e 30 lâminas (Jet Brand FF 9714, Kerr) e pontas diamantadas ultra-
finas 40 e15m (BluWhite Diamond, yellow-banded, Kerr). Os resultados mostraram que os
discos de óxido de alumínio removeram significativamente menos esmalte que as brocas
carbide e as pontas diamantadas ultrafinas, porém, removeram mais dentina. Os autores
concluíram que os três sistemas de acabamento e polimento testados resultaram em abrasão
iatrogênica de esmalte e dentina.
NEME et al.
53
(2003) realizaram um estudo que demonstrou um aumento da
rugosidade superficial de restaurações de resina composta após escovação simulada e
cuidados domésticos. Este aumento da rugosidade não foi somente estatisticamente, mas
também clinicamente significante, que os valores de rugosidade passaram de 0,2m, o que,
de acordo com BOLLEN, LAMBRECHTS e QUIRYNEN
11
(1997), seria um valor de
rugosidade que propiciaria a retenção de bactérias.
ÖZGÜNALTAY, YAZICI e GÖRÜCÜ
54
(2003) relataram a existência de vários
instrumentos de acabamento que têm como objetivo produzir superfícies lisas em materiais
restauradores odontológicos. Entre os principais estão as brocas carbide multilaminadas
(8,12,16 e 30 lâminas), pontas diamantadas de 25-50 m, pontas de borracha impregnadas
com abrasivos, discos abrasivos, tiras e pastas de polimento. Porém, o polimento é
complicado devido à natureza heterogênea das resinas, onde partículas de carga de alta dureza
estão embebidas em uma matriz resinosa macia. Diante disto, os autores realizaram um estudo
com o objetivo de avaliar a efetividade de vários procedimentos de acabamento e polimento
sobre um compósito híbrido (Filtek Z250), uma resina condensável (Filtek P60) e um ormocer
(Definite). Para tal propósito foram confeccionados 32 espécimes fabricados a partir de uma
Denise Pereira Martínez Honczar 43
matriz de 5mm de diâmetro e 2mm de espessura, cobertos com uma matriz de poliéster e
pressionados com uma lamínula de vidro (controle). Após a fotopolimerização, os espécimes
foram armazenados em água destilada a 37˚C durante 24 horas. Os corpos-de-prova foram
divididos em 4 grupos de 8 espécimes que receberam os seguintes acabamentos e polimentos:
Ponta diamantada extrafina + pontas de silicone (Comprepol e Composhine);
Ponta diamantada extrafina + discos de óxido de alumínio (Sof-Lex);
Broca carbide de 30 lâminas + pontas de silicone (Comprepol e Composhine);
Broca carbide de 30 lâminas + discos de óxido de alumínio (Sof-Lex).
A preparação dos espécimes foi realizada pelo mesmo investigador para evitar variabilidade.
A média de rugosidade superficial (Ra) do grupo controle e dos espécimes tratados foram
medidas com o auxílio de um rugosímetro Mitutoyo Surftest - 402. Os autores concluíram que
o grupo que utilizou a matriz de poliéster apresentou os menores valores de rugosidade
seguido do grupo que utilizou a broca carbide de 30 lâminas + discos de óxido de alumínio
(Sof-Lex). Segundo os autores, embora a matriz de poliéster seja um instrumento versátil, ela
não atende a todos os critérios que dizem respeito à forma e ao contorno; então, clinicamente,
geralmente se torna necessário o acabamento das restaurações. Em relação aos discos de
alumínio, devido à sua geometria, seu uso é limitado, especialmente em regiões posteriores da
boca.
LU, ROEDER e POWERS
42
(2003) examinaram o efeito de 3 sistemas de polimento
diferentes: Brocas carbide 16 lâminas (Axis Dental), Astropol (Ivoclar Vivadent), Diagloss
(Axis Dental) e Sof-Lex Fine e Superfine (3M ESPE) na rugosidade superficial de 5 resinas
compostas: FZB (Ivoclar Vivadent), Renamel Microfill (Cosmedent), Point 4 (Kerr), Esthet-X
(Dentsply Caulk) e Vitalescence (Ultradent). Para avaliação da rugosidade foi utilizado o
rugosímetro Form Talysurf Plus (Taylor Hobson) com padrão Ra. Dentre os sistemas
Denise Pereira Martínez Honczar 44
testados, os discos Sof-Lex produziram o menor valor de rugosidade em todas as resinas
testadas. As resinas microparticuladas apresentaram os menores valores de rugosidade. Os
autores concluíram que os sistemas de polimento têm um papel mais importante em produzir
a rugosidade superficial em resinas compostas que as estruturas do compósito, embora estas
influenciem os resultados.
REIS et al.
63
(2003) investigaram a influência de vários sistemas de acabamento e
polimento na rugosidade superficial e manchamento de três resinas compostas condensáveis:
Solitaire (Heraeus-Kulzer), ALERT (Jeneric-Pentron) e SureFil (Dentsply) e uma micro-
híbrida convencional, Filtek Z250 (3M ESPE). Os autores concluíram que a rugosidade
superficial e a susceptibilidade ao manchamento são diretamente influenciadas pela
composição dos compósitos e o agente polidor utilizado, e que cada resina composta necessita
de um acabamento e polimento específicos dependendo do tamanho, dureza e quantidade das
partículas de carga inseridas no compósito. A resina Filtek Z250 (3M ESPE) apresentou
superfície mais lisa após o polimento que as resinas condensáveis e baixa susceptibilidade ao
manchamento.
TÜRKUN e TÜRKUN
71
(2004) descreveram quatro passos necessários para os
procedimentos de acabamento e polimento de restaurações de resina:
Acabamento grosseiro ou redução dos excessos: instrumentos com alto poder
de corte são preferidos, e, devido à alta abrasividade, deveriam ser usados
somente sobre as restaurações;
Contorno: o objetivo é atingir a forma final da restauração atendendo os
aspectos funcionais e estéticos;
Acabamento fino: ajuste final das margens da restauração e melhoramento da
lisura superficial;
Denise Pereira Martínez Honczar 45
Polimento: o objetivo é obter uma superfície lisa e polida.
Cabe aos clínicos escolher, diante da grande variedade, os instrumentos adequados para o
acabamento e polimento. Dentre os mais usados, estão as brocas carbide multilaminadas, as
pontas diamantadas, pedras, taças e pontas de borracha, discos, tiras e pastas. Os autores
realizaram um estudo in vitro investigando a rugosidade superficial de três resinas compostas
acabadas e polidas com: matriz de poliéster, sistema PoGo (Dentsply/Caulk), sistema Enhance
(Dentsply/Caulk) e sistema Sof-Lex (3M). Concluíram que as superfícies mais lisas, em todas
as resinas, foram obtidas utilizando-se uma matriz de poliéster, seguido do sistema PoGo
(Dentsply/Caulk). Os autores lembram que é necessário atenção ao interpretar os resultados
de estudos sobre rugosidade in vitro, pois a maioria dos novos sistemas de polimento são em
formato de disco, o que, clinicamente, limitaria o acesso nos casos onde as superfícies das
restaurações não são planas.
FERREIRA, LOPES e BARATIERI
24
(2004), preocupados com as desvantagens
resultantes dos procedimentos de acabamento e polimento das restaurações de resina
composta, apresentaram casos clínicos utilizando uma técnica restauradora que previne ou
reduz a necessidade de instrumentação da restauração. A técnica indicada foi a de inserção
incremental da resina composta em forma de esfera durante a inserção e transformada em um
“cone”, assim que a mesma for colocada na cavidade, construindo, assim, sucessivamente, as
cúspides da restauração. Os autores acreditam que os procedimentos de acabamento e
polimento, quando possível, podem ser omitidos, que estes não apresentam duração
clinicamente significante e são capazes de produzir efeitos deletérios na restauração. Eles
indicam, nos casos onde os procedimentos de acabamento e polimento forem realizados, a
aplicação de um selante de superfície nas margens e sobre a restauração.
Denise Pereira Martínez Honczar 46
MIRANDA et al.
50
(2004) avaliaram in vitro a influência de um polidor quido resinoso
na rugosidade superficial de um compósito de alta densidade após acabamento com ponta
diamantada. Para este estudo foram confeccionados 10 corpos-de-prova em forma de disco de
compósito SureFill (Dentsply). Os discos foram obtidos a partir de uma matriz de aço com
uma perfuração de 10,0 mm de diâmetro e 2,0 mm de profundidade, onde a resina foi inserida
em umincremento, com o auxílio de um condensador de Ward número 2 (Duflex), coberta
com uma matriz de poliéster entre duas lâminas de vidro e fotoativada durante 40 segundos.
Os tratamentos superficiais foram feitos sucessivamente nos 10 corpos-de-prova e a
rugosidade foi medida logo após cada procedimento, a saber:
Grupo 1: grupo controle. Discos de compósito + matriz de poliéster.
Grupo 2: Discos de compósito + ponta diamantada.
Grupo 3: Discos de compósito + ponta diamantada + 1 camada de BisCover.
Grupo 4: Discos de compósito + ponta diamantada + 2 camadas de BisCover.
A avaliação da rugosidade das superfícies foi feita com o auxílio de um rugosímetro Surftest
SJ 201 P Mitutoyo. Nos 4 grupos foram feitas 6 leituras, em cada corpo-de-prova, de 8 mm e
de forma radial. O parâmetro utilizado foi o Ra que registra a média entre os picos e vales de
rugosidade em micrometros. Os autores concluíram que o polidor líquido resinoso reduziu a
rugosidade do compósito acabado com ponta diamantada, deixando-o semelhante ao grupo
controle; e que uma segunda camada reduziu ainda mais a rugosidade.
HONCZAR et al.
30
(2005) avaliaram e compararam a capacidade de um polidor
líquido e um selante resinoso em reduzir a rugosidade superficial de um compósito após
acabamento com ponta diamantada. Para este estudo foram confeccionados 20 discos em
compósito Filtek Z250 (3M), em uma matriz de aço com 10,0 mm de diâmetro e 2,0 mm de
profundidade cobertos por uma matriz de poliéster entre 2 lâminas de vidro, fotoativados por
40 segundos e divididos em 2 grupos com 10 corpos-de-prova cada (G1 e G2). Os CP foram
Denise Pereira Martínez Honczar 47
submetidos à análise inicial de rugosidade em um rugosímetro Surftest SJ 201P Mitutoyo,
parâmetro Ra, apenas com o acabamento da matriz, Grupo 1A e 2A (controle). Em seguida,
os mesmos receberam acabamento com ponta diamantada 3071 (KG Sorensen) paralela à
superfície em um sentido, Grupo1B e 2B e submetidos a nova análise de rugosidade. Os
Grupo 1C e 2C receberam respectivamente uma camada de BisCover polidor líquido (Bisco)
e uma camada de Fill Glaze selante resinoso (Vigodent), sendo submetidos novamente ao
teste de rugosidade. Os materiais foram utilizados conforme instrução dos fabricantes. Nos 6
grupos foram feitas 6 leituras em cada corpo-de-prova de 8 mm transversalmente às ranhuras
da broca. Os autores concluíram que ambos os materiais reduziram significativamente a
rugosidade do compósito. O grupo do polidor líquido BisCover (Bisco) foi semelhante ao
grupo controle; o do selante resinoso Fill Glaze (Vigodent) não mostrou semelhança com o
grupo controle.
2.2.3. Dureza Superficial
HODGE
29
(1936) iniciou estudos para determinação da dureza por micro-identação
em dentina e esmalte. Aentão, o método de resistência à penetração era descartado para
substâncias friáveis e duras. Comentou que havia dois princípios básicos para determinação
da dureza:
1. Resistência à penetração por outra substância dura, a qual deriva sua
importância para os metais e suas propriedades;
2. Resistência ao risco, desenvolvido por Mohs, para uso mineralógico.
Em dentes, a metodologia empregada era baseada no princípio da resistência ao corte.
Segundo o autor, para encontrar instrumento disponível para a pesquisa de dureza do esmalte
e dentina, vários equipamentos foram testados: Brinell, Rockwell, Monotron, Scleroscope,
Herbert, Pendulum e Microcharacter. Porém, causavam destruição dos materiais testados. O
Denise Pereira Martínez Honczar 48
equipamento Rockwell também foi testado e incorporava o mesmo princípio, mas utilizava
carga menor e oferecia alternativa de uma ponta cônica de diamante ou esfera de aço para
impressão com 150 kg e 100 kg, respectivamente.
VIEIRA
72
(1965) definiu termos importantes para facilitar a compreensão da
significância das propriedades físicas e mecânicas, dentre elas a Dureza e a Tenacidade ou
resiliência. A Dureza pode ser interpretada como resistência à deformação permanente, ou
resistência à penetração; menos precisamente, como resistência ao corte ou ao risco, ou ainda,
resistência ao desgaste. Não existe uma relação definida entre dureza e resistência ao corte ou
ao desgaste devido à falta de homogeneidade dos materiais, os quais podem ter constituintes
diversos. A tenacidade ou resiliência é a capacidade de um material absorver energia sem que
ocorra fratura. É uma propriedade oposta à fragilidade.
SOUZA
68
(1982) define a dureza de um material como medida da resistência à
deformação plástica ou permanente na superfície. Existem três tipos gerais de dureza,
conforme o método aplicado: por riscagem, ressalto e penetração. Em metalurgia, o meio
mais usado é a medida da resistência do material à penetração. O penetrador é usualmente
uma esfera, cone ou pirâmide, feitos geralmente de um material mais duro do que aquele em
exame. três tipos principais de ensaio por penetração: Brinell, Rockwell e Vickers. O
método Vickers é comumente usado para trabalhos de pesquisa, fornecendo uma escala
contínua de dureza para uma dada carga, porém não é muito adequado para trabalhos de
rotina, pois requer uma cuidadosa penetração na superfície e é muito lento em razão da
medida microscópica do tamanho da diagonal.
KANCA III
34
(1985) avaliou a dureza superficial Barcol de resinas compostas
polimerizadas expostas a diferentes tempos e distâncias da fonte de luz do fotopolimerizador.
Concluiu que a dureza da superfície praticamente não sofreu interferência do método de
polimerização, enquanto que a dureza da base do corpo-de-prova teve diminuição de valores
Denise Pereira Martínez Honczar 49
quando se utilizou o menor tempo de exposição, a maior distância e os dois ao mesmo tempo,
indicando que as resinas devem ser polimerizadas sempre pelo tempo determinado e com a
fonte de luz mais próxima possível.
PEARSON e LONGMAN
57
(1989) estudaram a sorção de água, a solubilidade e a
dureza superficial de resinas compostas, que sofreram inadequada polimerização. A dureza
Barcol foi medida na parte superior e na de fundo dos corpos-de-prova. Os valores de dureza
Barcol dos corpos-de-prova com polimerização completa foi de 90 na parte superior e 87 na
de fundo para o Command e 94 e 90, respectivamente, para o Silux, contra 89 e 68
(Command) e 91 e 57 (Silux) respectivamente, quando da polimerização incompleta.
Concluíram que a polimerização incompleta afeta as propriedades das resinas compostas, com
sérias interferências na durabilidade das restaurações, pois aumenta a sorção de água, a
solubilidade e diminui a dureza do material.
CHUNG
14
(1989) avaliou a dureza de sete resinas compostas fotoativáveis utilizando
três testes de dureza diferentes: dureza Knoop, Barcol e Rockwell 15T. Os espécimes foram
avaliados após fotopolimerização e após vinte e quatro horas imersos em água a 37˚C. Os
valores de dureza Barcol variaram de 79.2 a 85.0. Os valores de dureza Rockwell 15T
variaram de 73.3 a 80.3 e os valores de dureza Knoop variaram de 39.9 a 79.0. Foram
observadas pequenas variações nos valores de dureza Barcol e Rockwell 15T e grandes
variações nos valores de dureza Knoop.
ZAIMOGLU, DALAT e SAKLAR
77
(1989) investigaram o efeito do tempo de
exposição de luz na dureza de resinas compostas fotoativadas, e para tal propósito utilizaram
o teste de dureza Barcol.
CHUNG (1990)
15
estudou a relação entre composição e propriedades de resinas
compostas posteriores realizando dentre os testes a determinação da dureza pelo método
Barcol.
Denise Pereira Martínez Honczar 50
DICKINSON et al. (1990)
20
avaliaram o efeito de um selante de penetração superficial
clinicamente e in vitro. Segundo os autores, a superfície da resina composta polida apresenta
microporosidades e bolhas. Um selante que ocupe esses espaços reforçaria a superfície destas
restaurações, podendo aumentar a sua durabilidade. A avaliação in vitro consistiu de um teste
de dureza Knoop, realizado com corpos-de-prova cilíndricos confeccionados segundo as
normas do fabricante. O polimento foi realizado com lixa siliconada 600 em polidora
automática, e, então, metade deles recebeu a aplicação do selante de superfície. A dureza
superficial Knoop dos corpos-de-prova que receberam a camada de selante foi
substancialmente mais alta que os não tratados, com aumento médio de 20%, provavelmente
provocado pelo preenchimento das irregularidades superficiais da resina composta pelo
selante, aumentando sua dureza. Concluíram que a aplicação anual de uma camada deste
selante poderia aumentar a longevidade das restaurações de resina composta em dentes
posteriores.
WASSELL, Mc CABE e WALLS
73
(1992) argumentaram que a dureza Vickers,
comumente utilizada para compósitos, não é o método mais confiável de medição e
propuseram a utilização da dureza Barcol, um teste desenvolvido por uma indústria
americana, no qual se empregava um dispositivo manual (constituído por uma carga fixa de
10 kg através de um penetrador de aço, de ponta plana) e que era extensivamente utilizado na
indústria de plásticos. Usando ambos os métodos, testaram preliminarmente as resinas
compostas híbridas Occlusin, Brilliant Dentin, P-50, Heliomolar, Isosit e Silux Plus, e
selecionaram 4, indicadas para uso em dentes posteriores, para o estudo principal (Occlusin,
Brilliant Dentin, Heliomolar e Isosit). Foram feitos corpos-de-prova de 3mm de largura, 2mm
de espessura e 9mm de comprimento, em blocos de acrílico. A resina foi coberta com uma tira
matriz e fotoativada; os corpos-de-prova foram armazenados em água destilada, à temperatura
ambiente, por uma semana. Realizaram a leitura Vickers com carga de 200g, por 30 segundos
Denise Pereira Martínez Honczar 51
e a Barcol, com ponta de 1,7mm de diâmetro, após o que, os espécimes foram armazenados
em água destilada, por mais 24 horas, e seccionados perpendicularmente, através do uso de
serra diamantada, sob refrigeração. As identações (Vickers e Barcol) foram analisadas ao
microscópio. Os espécimes foram limpos por 10 segundos, em banho aquoso ultra-sônico e
imersos em solução de nitrato de prata 50% por três dias, expostos à luz fluorescente e
imersos em revelador fotográfico, por 8 horas. A análise foi realizada com um
fotomicroscópio Zeiss, com aumento de 82 vezes, obtendo-se fotografias preto-e-branco. O
contorno das manchas foi demarcado na fotografia e as áreas calculadas por um sistema
óptico digital, computadorizado. Um espécime não banhado de cada resina foi analisado, com
aumento de 20.000 vezes, por M. E. V.. Os autores relataram pequenas variações para os
testes de dureza Barcol e grandes para o de Vickers, mostrando uma maior confiabilidade do
primeiro, e que as resinas híbridas mostraram maior irregularidade de comportamento nos
testes Vickers que as de micropartículas.
FOWLER, SWARTZ e MOORE
25
(1994) estudaram a influência da intensidade de luz
e tempo de fotopolimerização na profundidade de polimerização e dureza superficial em
resinas compostas. Utilizaram o ensaio de dureza Barcol, imediatamente e após 1 hora da
polimerização de cada corpo-de-prova, medindo-se a superfície superior, em contato com a
luz e a superfície inferior do corpo-de-prova. A dureza da superfície superior não apresentou
diferença estatística entre as resinas estudadas. A dureza da superfície inferior foi menor para
todas as resinas compostas quando polimerizadas por 30 segundos e não apresentou diferença
quando a polimerização foi realizada por 60 segundos.
ANUSAVICE
5
(1996) relatou que a dureza estava sendo usada como índice da
habilidade de um material resistir à abrasão ou ao desgaste. Todavia, a abrasão, no ambiente
bucal, era um complexo mecanismo que envolvia a interação de numerosos fatores. Por essa
razão, a segurança da dureza como previsão da resistência à abrasão era limitada. Segundo o
Denise Pereira Martínez Honczar 52
autor, na metalurgia e em outras áreas, a dureza é mais bem definida como a resistência à
penetração sob determinada carga. As propriedades relacionadas à dureza de um material
seriam resistência, limite proporcional e ductilidade. Comentou que os testes mais
freqüentemente usados na determinação da dureza de materiais odontológicos são conhecidos
pelos nomes Barcol, Brinell, Rockell, Shore, Vickers e Knoop. A seleção do teste seria
determinada pelo material a ser medido. O teste de dureza Brinell é um dos mais antigos
testes empregados para determinação da dureza dos metais. É baseado na penetração de uma
bola de aço quando prensada na superfície do material, sob determinada carga que, quando
dividida pela área projetada da superfície da identação, resulta no quociente referido como
número de dureza Brinell. O teste de dureza Rockwell, empregando uma bola de aço ou ponta
cônica de diamante, seria semelhante ao Brinell. A conveniência do teste Rockwell é a leitura
direta da depressão. No entanto, segundo os autores, nenhum dos dois testes citados pode ser
usado para materiais friáveis. O teste de dureza Vickers também emprega os mesmos
princípios do teste de dureza Brinell; em vez da bola de aço, uma pirâmide de diamante de
base quadrada é usada. Neste caso, as medidas das diagonais seriam determinadas e a média
obtida. De acordo com o autor, conforme especificação da American Dental Association, o
teste Vickers é empregado para ligas de ouro e é conveniente para determinação da dureza em
materiais friáveis. Tem, também, sido usado para medida de dureza em estruturas do dente. O
teste de dureza Knopp emprega uma identação de diamante e a medida se pelo
comprimento da diagonal maior dividida pela carga, que pode variar de 1g a 1kg,
caracterizando o número de dureza Knoop. Quando essa mesma carga é empregada para o
teste de dureza Vickers, esses dois últimos testes são classificados como microdureza, sendo
capazes de medir dureza de regiões pequenas, quando comparados com os testes Brinell e
Rockell, os quais são classificados, por fornecer medidas de áreas maiores, como
macrodureza. Outros métodos de obtenção de dureza tais como teste Barcol e Shore seriam,
Denise Pereira Martínez Honczar 53
algumas vezes, empregados para medidas de materiais odontológicos como plásticos e
borrachas, seguindo o princípio da resistência a identação.
CARVALHO JUNIOR e FREITAS
13
(1998) analisaram in vitro a influência de um
selante de superfície na dureza Rockwell 30T de 5 resinas compostas. As resinas selecionadas
foram Charisma (Kulzer), Durafil (Kulzer), Tetric (Vivadent), TPH (Dentsply/Caulk) e Z-100
(3M) e para cada material confeccionaram 10 corpos-de-prova e armazenaram em água
deionizada a 37˚C por 24 horas. Após este período foi efetuada uma primeira medição da
dureza e em seguida, metade dos corpos-de-prova recebeu a aplicação do selante de superfície
Fortify (Bisco). Os espécimes foram novamente armazenados, nas mesmas condições, até
completarem 30 dias, sendo que aos 14˚ e 28˚ dias, sofreram um processo de ciclagem
térmica, com 300 ciclos variando-se a temperatura de 5 a 55˚C. Ao final deste período nova
leitura da dureza superficial foi efetuada. Concluíram que todas as resinas estudadas
aumentaram de dureza de 24 para 30 dias; que na idade de 24 horas apresentaram a seguinte
relação de dureza: Z-100 > Tetric > Charisma = TPH > Durafil; que na idade de 30 dias
apresentaram a seguinte relação de dureza: Z-100 > Charisma > TPH = Tetric > Durafil; e que
a camada de selante de superfície fez com que todas as resinas apresentassem maiores valores
de dureza.
FRUITS et al.
26
(2000) estudaram a freqüência de formação de fendas e defeitos
estruturais em resinas compostas, produzidos pelas leituras de ensaio de dureza. Utilizaram 3
resinas compostas, 1 de micropartículas (Silux Plus), 1 híbrida (Herculite) e 1 compactável
(Pyramid), com as quais confeccionaram 54 corpos-de-prova, 18 com cada material. Foram
preparados em matrizes com 6,25 mm de diâmetro e 3 diferentes espessuras (0,38 mm, 0,80
mm e1,58mm). Os ensaios foram efetuados em máquina de testes universal (Instron
Universal), com penetrador esférico de 2,38 mm de diâmetro a uma velocidade de 0,25
mm/min. A carga aplicada variou de acordo com a espessura de amostra, de 222 a 445 N para
Denise Pereira Martínez Honczar 54
as de 0,38 mm, de 445 a 890 N para as de 0,80mm e de 890 a 1335 N para as de 1,58 mm e
em metade das amostras a carga foi aplicada no centro do corpo-de-prova e na outra metade a
1 mm de seu perímetro. A freqüência da formação de defeitos e fendas foi obtida através de
microscopia óptica. Concluíram que a espessura do corpo-de-prova interfere na formação de
defeitos e fendas na resina composta durante os testes de dureza, sendo maior esta ocorrência
nos de menor espessura. Quanto ao local de leitura, houve um maior número de fendas e
defeitos nas realizadas a 1 mm do perímetro da amostra. Os melhores resultados foram
observados com os corpos-de-prova de 1,58 mm de espessura com as leituras sendo efetuadas
na sua área central.
BERTRAND et al.
8
(2000) realizaram um estudo in vitro para avaliar a textura de
superfície, a espessura e a regularidade da camada de selante aplicada e a dureza de superfície
de amostras de resina composta cobertas com o selante de superfície Fortify (Bisco). Para tais
propósitos foram utilizadas a microscopia eletrônica de varredura (M.E.V.) e a dureza
Vickers. A resina selecionada foi a Pekafill (Bayer Dental) e para cada material foram
confeccionados 10 corpos-de-prova de 10mm de diâmetro e 1mm de espessura, fotoativados
por 40 segundos. Em seguida receberam acabamento com pontas diamantadas finas e extra-
finas (15m e 8m) durante 20 segundos cada. O polimento foi realizado em baixa velocidade
com discos Sof-Lex (3M) de granulação fina (24m) e extra-fina (8m) durante mais 20
segundos cada. As superfícies dos corpos-de-prova foram, então, condicionadas com ácido
fosfórico a 37% durante 15 segundos, lavadas com água corrente por 30 segundos e secas
com ar. Uma fina camada do selante de superfície Fortify (Bisco) foi aplicada com um pincel
e leves jatos de ar foram aplicados com o objetivo de espalhar o material. O selante foi
fotopolimerizado por 20 segundos seguindo as recomendações do fabricante. Após a
polimerização, as superfícies foram novamente lavadas em água corrente e secas com ar
comprimido. Para medir a espessura, os 10 corpos-de-prova utilizados para o estudo foram
Denise Pereira Martínez Honczar 55
cortados ao meio com um disco de diamante em baixa velocidade e examinados em M.E.V.
As medidas de dureza foram obtidas da seguinte forma:
12 medidas de dureza Vickers (100g por 15 segundos) em 3 corpos-de-prova
de resina Pekafill polidas com discos de granulação extra-fina (1m);
12 medidas de dureza Vickers (50g por 15 segundos) em 3 corpos-de-prova de
selante puro fotoativado por 20 segundos. O selante foi fotoativado sob uma
lâmina de vidro para evitar a inibição de polimerização causada pela presença
de oxigênio;
12 medidas de dureza Vickers (100g por 15 segundos) em 6 corpos-de-prova
de resina Pekafill (Bayer Dental) coberta com selante de superfície Fortify
(Bisco). A camada de selante foi polimerizada sob uma lâmina de vidro.
A microscopia eletrônica de varredura mostrou a capacidade do selante de superfície Fortify
(Bisco) de preencher os defeitos da resina composta após acabamento. As medidas de
espessura mostraram a dificuldade ou até mesmo a impossibilidade de se obter uma superfície
regular utilizando um pincel como aplicador. As espessuras variaram de 0-70m. Os autores
relataram ser impossível aumentar a dureza da resina composta através da simples aplicação
deste produto. Acrescentaram que quanto mais espessa a camada do selante, menores os
valores de dureza.
ABATE, ZAHRA e MACCHI
1
(2001) propuseram-se a estudar a relação entre a
energia total de luz e a dureza de quatro resinas compostas fotopolimerizáveis utilizando o
método Barcol, e concluíram que a dureza das resinas analisadas estava relacionada com o
total de energia usada na fotoativação.
CRAIG, POWERS e WATAHA
18
(2002) definiram que um material é considerado
duro quando resiste fortemente à penetração por um outro material duro. Os autores relatam
que poderia se esperar que a dureza estivesse relacionada ao limite convencional de
Denise Pereira Martínez Honczar 56
escoamento ou à resistência ao desgaste; entretanto, a propriedade é complexa e, em geral,
não existe relação direta entre a dureza e essas duas propriedades.
2.2.4. Caracterização dos selantes
SILVERSTEIN, BASSLER e MORRILL
66
(1979) relataram que a radiação
infravermelha corresponde à região do espectro eletromagnético situada entre as regiões do
visível e das microondas. Embora o espectro no infravermelho seja característico da molécula
como um todo, certos grupos de átomos dão origem a bandas que ocorrem mais ou menos na
mesma freqüência, independentemente da estrutura da molécula. A presença de bandas
características de grupamentos químicos permite obter informações sobre a estrutura dos
compostos químicos. A radiação infravermelha quando absorvida por uma molécula orgânica
pode converter-se em energia de rotação ou de vibração molecular, dependendo da
freqüência. Cada mudança de energia vibracional corresponde a uma série de mudanças de
energia rotacional. As bandas de vibração-rotação que ocorrem entre 4000-600cm
-1
são
normalmente utilizadas na avaliação dos compostos orgânicos. A freqüência (1/λ) ou
comprimento de onda (cm
-1
) de uma absorção depende das massas relativas dos átomos, das
constantes de forças das ligações químicas e da geometria dos átomos. Existem dois tipos de
vibrações moleculares: as deformações axiais e angulares. A vibração de deformação axial é
um movimento dos átomos ao longo do eixo da ligação química de tal forma que a distância
interatômica aumenta ou diminui, alternadamente. A vibração de deformação angular está
relacionada à variação de ângulo de ligação. Somente as vibrações que resultam em alteração
rítmica do momento dipolar da molécula são observadas no infravermelho e são denominadas
de bandas de absorção. A intensidade da banda pode ser expressa como transmitância (T) ou
absorbância (A). A transmitância é razão entre a energia radiante transmitida por uma amostra
e a energia radiante incidente. As freqüências onde ocorrem as principais deformações bem
Denise Pereira Martínez Honczar 57
como as atribuições dos grupamentos químicos presentes nas moléculas orgânicas encontram-
se tabeladas na literatura. A aplicação da técnica de Transformada de Fourier nos
equipamentos modernos permite a obtenção de espectros com maior resolução. Análises
qualitativa e quantitativa de compostos orgânicos podem ser obtidas através da espectrometria
no infravermelho.
SILVERSTEIN e WEBSTER
67
(2000) relataram que a espectrometria de ressonância
magnética nuclear (NMR) é uma outra forma de espectrometria de absorção, semelhante à
espectrometria no infravermelho. Em condições apropriadas, uma amostra pode absorver
radiação eletromagnética na região de radiofreqüência em uma determinada freqüência
característica da estrutura da amostra. A absorção é função de determinados núcleos da
molécula. O registro gráfico das freqüências dos picos de absorção contra as intensidades
resulta em um espectro de NMR. O núcleo do átomo é constituído por prótons (partícula com
carga elétrica positiva) e nêutrons (partícula com carga elétrica nula). Em alguns casos, a
carga gira em torno do eixo nuclear gerando um dipolo magnético e conseqüentemente um
momento angular, o qual pode ser descrito em termos de número de spin (I) do núcleo. A
soma do número de prótons e nêutrons pode ser relacionada ao número de spin do núcleo. Se
a soma for um número ímpar, I tem um valor fracionário e poderá assumir orientação quando
submetido à ação de um campo magnético externo, uniforme. O nível de energia assumido é
função da magnitude do dipolo magnético e da força do campo magnético externo. A
freqüência eletromagnética está diretamente relacionada com a força do campo. Sob ação do
campo, o próton executa um movimento de rotação ao redor do campo magnético externo. A
velocidade angular é quantizada, gerando uma diferença de velocidade entre o estado
fundamental e o estado excitado que corresponde a uma certa energia. Com a introdução de
uma radiação de freqüência eletromagnética apropriada ocorre absorção da energia que resulta
na excitação do spin do núcleo para um nível de energia mais alto. Esta energia é detectada e
Denise Pereira Martínez Honczar 58
registrada como um pico de absorção e pode ser avaliado qualitativamente ou
quantitativamente. Isto ocorre quando o componente magnético da freqüência eletromagnética
entra em ressonância com o campo magnético gerado pelo imã do equipamento. Quanto
maior o campo magnético externo maior é a resolução dos espectros, pois permite o aumento
da separação dos sinais de NMR da amostra. Normalmente, a análise é feita utilizando-se uma
substância de referência. A diferença de absorção entre o carbono ou próton da substância a
ser identificada e o da amostra de referência é chamado de deslocamento químico, medido em
partes por milhão (ppm).
LUCAS, SOARES e MONTEIRO
43
(2001) relataram que a análise termogravimétrica
(TGA) é definida como um processo contínuo que envolve a medida da variação de massa de
uma amostra em função da temperatura, processo dinâmico, ou em função do tempo a uma
temperatura constante, sendo nesse caso um processo isotérmico. Nesta técnica, pode-se
aquecer ou resfriar a amostra na qual a velocidade de aquecimento (
o
C/min) é mantida
constante ao longo do ensaio. O registro da análise é um gráfico bidimensional onde a abcissa
representa a temperatura ou o tempo, enquanto a ordenada indica o percentual em massa,
perdido ou ganho. Ao sofrer degradação, o material perde massa sob a forma de produtos
voláteis, e o sensor registra a perda. Na curva de degradação são identificadas as temperaturas
de início e término de degradação, representadas como T
i
e T
f
, respectivamente. A T
i
indica a
menor temperatura onde é detectado o início da variação de massa, enquanto a T
f
é a menor
temperatura na qual o processo de variação de massa é concluído, considerando uma
determinada condição experimental. Instrumentos equipados com sistemas de aquisição de
dados permitem acompanhar as alterações na amostra durante a análise. Na atualidade, os
instrumentos permitem determinar a derivada da curva, sendo possível avaliar a velocidade de
variação de massa em função da temperatura e do tempo, dm/dT e dm/dt, respectivamente.
Este recurso é denominado termogravimetria derivativa (DTG). A curva de DTG é importante
Denise Pereira Martínez Honczar 59
quando o registro de TGA apresenta sobreposições decorrentes do processo de degradação da
amostra ou de condições experimentais.
Denise Pereira Martínez Honczar 60
3. PROPOSIÇÕES
Este estudo tem por objetivos:
3.1- Avaliar in vitro a influência de dois selantes de superfície na:
3.1.1- Microinfiltração de restaurações classe V com compósito, nas margens
localizadas em esmalte e em dentina/cemento.
3.1.2- Rugosidade superficial de um compósito após acabamento com ponta
diamantada.
3.1.3- Dureza superficial de um compósito.
Para tanto foram testadas as seguintes hipóteses:
3.1.1- H
0
: os materiais testados não alteram a microinfiltração.
H
1
: os materiais testados alteram a microinfiltração.
3.1.2- H
0
: os materiais testados não alteram a rugosidade superficial de um compósito
após acabamento com ponta diamantada.
H
1
: os materiais testados alteram a rugosidade superficial de um compósito após
acabamento com ponta diamantada.
3.1.3- H
0
: os materiais testados não alteram a dureza superficial de um compósito.
H
1
: os materiais testados alteram a dureza superficial de um compósito.
3.2- Caracterizar os selantes testados quanto:
3.2.1- À presença ou ausência de carga inorgânica.
3.2.2- À composição monomérica (análise qualitativa).
3.2.3- À porcentagem dos monômeros (análise quantitativa).
Denise Pereira Martínez Honczar 61
4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. Análise da Microinfiltração
4.1.1. Materiais
- Adesivo dentinário Adper Single Bond 2 - 3M ESPE.
- Adesivo Epóxi – ARALDITE.
- Água destilada - HEMAFARMA.
- Aparelho fotopolimerizador Optilight 600 - GNATUS.
- Aplicadores descartáveis – MICROBRUSH.
- Brocas carbide número 330 – MEISSINGER.
- Caneta de alta rotação Extra Torque 605 C - KAVO.
- Condicionador dental gel à base de ácido fosfórico 37 % Magic Acid -
VIGODENT.
- Cureta Mc Call número 17/18 - DUFLEX.
- Dentes humanos extraídos, molares.
- Disco de diamante 273-D Superflex - INTENSIV.
- Discos para polimento Sof-Lex - 3M ESPE.
- Escova de Robinson para profilaxia - VIKING.
- Escova para unha - FLEXA CARIOCA.
- Esculpidor Hollenback 3S – DUFLEX.
- Esmalte para unha vermelho - COLORAMA.
- Fita matriz 7 mm – FAVA.
- Lápis HB – FABER CASTELL.
- Lixa d’água número 600 - NORTON.
- Lupa - NIKON.
Denise Pereira Martínez Honczar 62
- Mandril para contra-ângulo - VIKING.
- Micromotor 181 DBN - KAVO.
- Papel absorvente – SOFTY’S.
- Paquímetro.
- Pedra-pomes fina - HERPO.
- Polidor líquido resinoso BisCover - BISCO.
- Politriz horizontal APL 4 – AROTEC.
- Ponta diamantada 3071 - KG SORENSEN.
- Radiômetro – DEMETRON RESEARCH CORP.
- Resina composta Filtek Z250 - 3M.
- Revelador para películas radiográficas - KODAK.
- Solução aquosa de Nitrato de Prata a 50% .
- Selante resinoso Fill Glaze – VIGODENT.
- Taça de borracha para profilaxia - VIKING.
Quadro 1 - Especificações fornecidas pelo fabricante do sistema adesivo utilizado
(Anexos H e I)
Nome comercial Fabricante Composição Lote Validade
Adper Single Bond 2 3M ESPE
Dental Products
Etanol,
Bis-GMA,
silano tratado com “filler” de sílica
(10%), 2-hidróxietilmetacrilato,
gicerol 1, 3-dimetacrilato,
copolímero de ácido acrílico e
ácido itocônico e diuretano
dimetacrilato
5CP 04/2008
Denise Pereira Martínez Honczar 63
Quadro 2 - Especificações fornecidas pelo fabricante do compósito utilizado
(Anexos E e F)
Nome
comercial
Cor Fabricante Lote Validade
Filtek Z250 A 3,5 3M ESPE Dental
Products
4 BC 10/2008
Carga inorgânica
% em volume Tamanho
médio
Tipo
Matriz orgânica
60 0,19 a 3,3 m Zircônia/Sílica Bis-GMA
UDMA
Bis-EMA
Quadro 3 - Especificações fornecidas pelo fabricante do selante de superfície BisCover
(Anexos A, B e C)
Nome
comercial
Fabricante Composição Concentração
(%)
Lote Validade
“Ethoxylated
Bisphenol A
Diacrylate” (BISEDA)
20 -50
“Urethane acrylate
Ester” (UDMA)
20 - 40
BisCover
Liquid Polish
Bisco, Inc.
“Polyethyleneglycol
Diacrylate” (PEGDA)
20 - 40
030001
0711
08/2005
Quadro 4 - Especificações fornecidas pelo fabricante do selante de superfície Fill Glaze
(Anexo D)
Nome
comercial
Fabricante Composição Concentração
(%)
Lote Validade
Fill Glaze Vigodent S/A
Ind. e Com.
Metacrilato de Metila
(MMA)
Éster de acrilato alifático
(EA)
Fotoiniciador
Acrilato Epoxioligômero
Não informa 250/05 04/2008
Denise Pereira Martínez Honczar 64
4.1.2. Métodos
O projeto para a realização deste trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Apêndice C).
Preparação dos corpos-de-prova
Para este estudo foram selecionados 12 terceiros molares humanos recém-extraídos
(aproximadamente 15 dias), que foram limpos com cureta periodontal e uma pasta, feita com
pedra pomes e água, com o auxílio de uma escova para profilaxia em baixa rotação, e
armazenados em água destilada à temperatura ambiente.
Em cada dente foram preparadas 4 cavidades padronizadas classe V (Figura 1),
perfazendo um total de 48 cavidades, com margens oclusal em esmalte e cervical em região
de dentina/cemento nas faces vestibular e lingual ou palatina, com broca carbide 330 em
turbina de alta velocidade, refrigerada com spray ar/ água. Cada broca foi empregada na
realização de quatro preparos e então substituída. A profundidade das cavidades, foi limitada
pelo comprimento da parte ativa da broca utilizada, 2mm. As dimensões cérvico-oclusal e
mésio-distal foram de 4mm e 3mm respectivamente. Para a delimitação das dimensões da
cavidade foi utilizada uma “máscara” vazada em uma matriz de aço e, com o auxílio de um
lápis, os limites da cavidade foram demarcados. Os preparos foram aferidos com auxílio de
um paquímetro. Antes da execução das restaurações os dentes foram lavados com água e
receberam uma profilaxia com pasta de pedra-pomes e água em uma taça de borracha, em
baixa rotação. Foram novamente lavados com “sprayde ar/ água para remoção dos resíduos
e secos com papel absorvente evitando o ressecamento dos tecidos dentários.
Denise Pereira Martínez Honczar 65
Figura 1: Preparos Classe V
Os dentes foram separados em 3 grupos de 4 dentes, com 16 cavidades em cada grupo.
Os procedimentos foram executados seguindo as recomendações dos fabricantes dos
materiais (Anexos A, B, C, D, E, F, G, H e I), a saber:
GRUPO 1
Grupo controle: sistema adesivo Adper Single Bond 2 + resina Filtek Z250 +
polimento.
1- Condicionamento com ácido fosfórico a 37% em toda cavidade e externamente 2mm
em toda sua volta, durante 15 segundos (Figura 2).
Figura 2 - Condicionamento ácido
Denise Pereira Martínez Honczar 66
2- Remoção do ácido com jato de água durante 15 segundos.
3- Secagem da dentina com papel absorvente durante 5 segundos, evitando o
ressecamento, enquanto o esmalte adjacente é seco com jato de ar pelo mesmo tempo
e a 10 cm de distância, até apresentar um aspecto branco-opaco.
4- Aplicação do adesivo com aplicador descartável, em esmalte e em dentina/ cemento.
5- Fotoativação por 10 segundos com 400-450 mW/cm².
6- Aplicação do material restaurador em 3 incrementos, fotoativados durante 40
segundos cada um (Figura 3).
Figura 3 - Restaurações concluídas
7- Armazenagem em água destilada à temperatura ambiente durante 24 horas.
8- Polimento com discos Sof-Lex de granulação fina (azul claro) durante 20 segundos
(Figura 4).
Denise Pereira Martínez Honczar 67
Figura 4 - Polimento com disco Sof-Lex
9- Armazenagem em água destilada à temperatura ambiente durante 24 horas.
10- Escovação da restauração com escova de Robinson e pasta de pedra-pomes com água,
em baixa rotação, fazendo 10 aplicações de 5 segundos cada, com intervalos também
de 5 segundos.
11- Armazenagem em água destilada à temperatura ambiente durante 7 dias.
(MIRANDA
47
, 1994)
GRUPO 2
Sistema adesivo Adper Single Bond 2 + Resina Filtek Z250 + polimento + BisCover.
1- Execução da mesma seqüência de restauração do grupo 1 até o passo número 8.
2- Condicionamento ácido durante 15 segundos, em toda superfície da restauração e em
uma margem de 2mm à sua volta (Figura 5).
Denise Pereira Martínez Honczar 68
Figura 5 - Condicionamento ácido sobre as restaurações
3- Remoção do ácido com jato de água durante 15 segundos.
4- Secagem com jato de ar durante 5 segundos a 10 cm de distância, até o esmalte
adjacente apresentar um aspecto branco-opaco.
5- Aplicação de uma camada de BisCover com pincel fornecido pelo fabricante em toda
superfície condicionada pelo ácido (Figura 6).
Figura 6 - Selante de superfície BisCover
6- Aplicação de suave jato de ar durante 5 segundos a 10 cm de distância para garantir
uma distribuição homogênea do selante.
7- Fotoativação por 20 segundos com 400-450 mW/cm² (Figura 7).
Denise Pereira Martínez Honczar 69
Figura 7 - Restaurações após aplicação e fotoativação do selante
8- Armazenagem em água destilada à temperatura ambiente durante 24 horas.
9- Escovação da restauração com escova de Robinson e pasta de pedra-pomes com água,
em baixa rotação, fazendo 10 aplicações de 5 segundos cada, com intervalos também
de 5 segundos.
10- Armazenagem em água destilada à temperatura ambiente durante 7 dias.
GRUPO 3
Sistema adesivo Adper Single Bond 2 + Resina Filtek Z250 + polimento + Fill Glaze.
1- Execução da mesma seqüência de restauração do grupo 2 até o passo número 4.
2- Aplicação de uma camada de Fill Glaze com pincel fornecido pelo fabricante em toda
superfície condicionada pelo ácido (Figura 8).
Denise Pereira Martínez Honczar 70
Figura 8 - Selante de superfície Fill Glaze
3- Aplicação de suave jato de ar durante 5 segundos a 10 cm de distância para garantir
uma distribuição homogênea do selante.
4- Fotoativação por 20 segundos com 400-450 mW/cm².
5- Armazenagem em água destilada à temperatura ambiente durante 24 horas.
6- Escovação da restauração com escova de Robinson e pasta de pedra-pomes com água,
em baixa rotação, fazendo 10 aplicações de 5 segundos cada, com intervalos também
de 5 segundos.
7- Armazenagem em água destilada à temperatura ambiente durante 7 dias.
Após os procedimentos descritos acima, todos os dentes foram secos superficialmente
com papel absorvente, e isolados com duas camadas de esmalte vermelho, desde a raiz até a
coroa, deixando exposta a restauração e uma margem de 2mm ao seu redor (Figura 9). Os
ápices radiculares receberam um selamento complementar com adesivo epóxi.
Denise Pereira Martínez Honczar 71
Figura 9 - Espécime isolado com esmalte vermelho
Após 1 hora, quando o esmalte vermelho se encontrava totalmente seco, os
espécimes foram imersos em solução de nitrato de prata a 50%, à temperatura ambiente,
durante 24 horas (Figura 10). Em seguida, foram lavados e imersos em solução reveladora
para películas radiográficas durante 30 minutos.
Figura 10 - Espécime imerso em nitrato de prata 50% (foto ilustrativa)
Os espécimes foram então lavados e escovados em água corrente e secos com papel
absorvente. O esmalte vermelho foi removido com o auxílio de uma espátula Hollemback 3S.
Em seguida foram seccionados longitudinalmente, no sentido vestíbulo-lingual, com um disco
diamantado em baixa rotação, refrigerado com água, passando pelo centro das restaurações.
Denise Pereira Martínez Honczar 72
As superfícies cortadas dos espécimes foram, então, polidas com lixa d’água número
600, utilizando-se uma politriz horizontal.
Avaliação da penetração do corante
A análise da microinfiltração foi realizada por 3 avaliadores, previamente calibrados,
com o auxílio de uma lupa com aumento de 40 vezes (Figura 11), em “estudo cego”, ou seja:
os avaliadores não sabiam de que grupo era o espécime que estavam observando. As duas
metades das restaurações foram avaliadas.
Figura 11 – Lupa
Denise Pereira Martínez Honczar 73
Para a avaliação foi utilizado um sistema de escores de 0 a 3 (Figura 12), conforme
descrito por MIRANDA
47
(1994) e representado no quadro abaixo:
Quadro 5 - Escores e seus significados
ESCORE
SIGNIFICADO
0 Ausência total de penetração do corante na interface dente/restauração.
1 Penetração do corante em parede oclusal ou cervical sem atingir a parede axial.
2 Penetração do corante em parede oclusal ou cervical atingindo a parede axial.
3 Penetração do corante além da parede axial em direção à polpa.
Figura 12 - Avaliação da microinfiltração em escores
4.2. Análise da Rugosidade Superficial
4.2.1. Materiais
- Aparelho fotopolimerizador Optilight 600 - GNATUS.
- Caneta de alta rotação Extra Torque 605 C - KAVO.
Denise Pereira Martínez Honczar 74
- Condensador de Ward número 2 – DUFLEX.
- Condicionador dental gel à base de ácido fosfórico 37 % Magic Acid -
VIGODENT.
- Lâmina de vidro de 1,2mm – L. M. WIQUEL.
- Placa de vidro.
- Polidor líquido resinoso BisCover - BISCO.
- Ponta diamantada 3195 F - KG SORENSEN.
- Radiômetro – DEMETRON RESEARCH CORP.
- Resina Filtek Z250 – 3M.
- Rugosímetro Surftest SJ201P – MITUTOYO.
- Selante resinoso Fill Glaze – VIGODENT.
- Tira de poliéster – FAVA.
4.2.2. Métodos
Preparação dos corpos-de-prova
Para este estudo foram confeccionados 40 discos de compósito Filtek Z250 divididos
em quatro grupos. Os procedimentos foram executados seguindo as recomendações dos
fabricantes dos materiais, a saber:
Denise Pereira Martínez Honczar 75
GRUPO 1
Grupo controle: Discos de compósito + matriz de poliéster
1- Obtenção de 10 discos de compósito a partir de uma matriz de aço com uma
perfuração de 10,0 mm de diâmetro e 2,0 mm de profundidade onde a resina foi
inserida em um incremento com o auxílio de um condensador de Ward número 2,
coberta por uma matriz de poliéster entre 2 lâminas de vidro e fotoativada durante 40
segundos com 400-450 mW/cm² (Figura 13).
Figura 13 - Confecção dos discos de compósito
2- Análise da rugosidade (Figura 14).
Figura 14 - Rugosímetro + análise da rugosidade
2
1
3
4
Denise Pereira Martínez Honczar 76
GRUPO 2
Discos de compósito + ponta diamantada dourada 3195 F.
1- Execução da mesma seqüência de confecção dos corpos-de-prova do grupo 1 (passo
1).
2- Asperização dos discos de compósito com uma ponta diamantada número 3195 F, sob
refrigeração ar/água, apoiada paralelamente à superfície e passada em sentidos opostos
durante 20 segundos.
3- Limpeza dos corpos-de-prova com jatos de ar/água e banho de ultrassom com água
destilada durante 10 minutos.
4- Secagem com jatos de ar.
5- Análise da rugosidade.
GRUPO 3
Discos de compósito + ponta diamantada dourada 3195 F + BisCover.
1- Execução da mesma seqüência de confecção dos corpos-de-prova do grupo 2 até o
passo número 4.
2- Condicionamento ácido durante 15 segundos, em toda superfície do disco.
3- Remoção do ácido com jato de água durante 15 segundos.
4- Secagem com jato de ar durante 10 segundos a 5 cm de distância.
5- Aplicação de uma camada de BisCover com pincel fornecido pelo fabricante em toda
superfície condicionada pelo ácido.
Denise Pereira Martínez Honczar 77
6- Aplicação de suave jato de ar durante 5 segundos a 10 cm de distância para garantir
uma distribuição homogênea do selante.
7- Fotoativação por 20 segundos com 400-450 mW/cm².
8- Análise da rugosidade.
GRUPO 4
Discos de compósito + ponta diamantada dourada 3195 F + Fill Glaze.
1- Execução da mesma seqüência de confecção dos corpos-de-prova do grupo 3 até o
passo número 4.
2- Aplicação de uma camada de Fill Glaze com pincel fornecido pelo fabricante em toda
a superfície condicionada pelo ácido.
3- Aplicação de suave jato de ar durante 5 segundos a 10 cm de distância para garantir
uma distribuição homogênea do selante.
4- Fotoativação por 20 segundos com 400-450 mW/cm².
5- Análise da rugosidade.
A avaliação da rugosidade das superfícies foi feita com auxílio de um rugosímetro
Surftest SJ 201 P Mitutoyo (Figura 14). Este aparelho possui uma ponta apalpadora com
tamanho de 0,005 mm de raio que se desloca a uma velocidade de 0,5 mm/min, conectada a
uma unidade que possui um visor de cristal líquido que registra digitalmente a leitura da
superfície. O rugosímetro foi devidamente calibrado segundo o manual de instruções que
padroniza a leitura inicial sobre uma superfície padrão fornecida pelo fabricante, para então
proceder à posterior leitura das amostras. Nos 4 grupos foram feitas 6 leituras percorrendo
uma distância de 8mm em cada corpo de prova de forma radial (Figura 15). O parâmetro
Denise Pereira Martínez Honczar 78
utilizado foi o Ra que registra a média entre os picos e vales de rugosidade em micrometros
(m).
Figura 15 - Esquema da análise da rugosidade
4.3. Análise da Dureza Superficial
4.3.1. Materiais
- Aparelho fotopolimerizador Optilight 600 - GNATUS.
- Caneta de alta rotação Extra Torque 605 C - KAVO.
- Condensador de Ward número 2 – DUFLEX.
- Condicionador dental gel à base de ácido fosfórico 37 % Magic Acid -
VIGODENT.
- Durômetro Barcol GYZJ 934.1 – BARBER COLMAN COMPANY.
- Lâmina de vidro de 1,2mm – L. M. WIQUEL.
- Polidor líquido resinoso BisCover - BISCO .
- Ponta diamantada 3195 F - KG SORENSEN.
- Resina Filtek Z 250 – 3M.
- Radiômetro – DEMETRON RESEARCH CORP.
- Selante resinoso Fill Glaze – VIGODENT.
Denise Pereira Martínez Honczar 79
- Tira de poliéster – FAVA.
4.3.2. Métodos
Preparação dos corpos-de-prova
Para este estudo foram confeccionados 40 discos de compósito Filtek Z250 divididos
em quatro grupos. Os procedimentos foram executados seguindo as recomendações dos
fabricantes dos materiais, a saber:
GRUPO 1
Controle: Discos de compósito + matriz de poliéster.
1- Obtenção de 10 discos de compósito Filtek Z250 confeccionados da mesma forma
que os da análise da rugosidade.
2- Armazenagem em água destilada à temperatura ambiente durante 7 dias.
3- Secagem com papel absorvente.
4- Obtenção de 5 medidas de dureza Barcol em cada corpo de prova (Figura 16).
Figura 16 – Durômetro Barcol com vista aproximada do corpo-de-prova e do visor indicador
do valor de dureza
Denise Pereira Martínez Honczar 80
GRUPO 2
Discos de compósito + ponta diamantada 3195 F.
1. Execução da mesma seqüência de confecção dos corpos-de-prova do grupo 1 (passo
1).
2. Asperização dos discos de compósito com uma ponta diamantada 3195 F, sob
refrigeração ar/água, apoiada paralelamente à superfície e passada em sentidos
opostos durante 20 segundos.
3. Limpeza dos corpos-de-prova com jatos de ar/ água e banho de ultra-som com água
destilada durante 10 minutos.
4. Armazenagem em água destilada à temperatura ambiente durante 7 dias.
5. Secagem com papel absorvente.
6. Obtenção de 5 medidas de dureza Barcol em cada corpo de prova.
GRUPO 3
Discos de compósito + ponta diamantada 3195 F + BisCover.
1- Execução da mesma seqüência de confecção dos corpos-de-prova do grupo 2 até o
passo número 3.
2- Secagem com jatos de ar.
3- Condicionamento ácido durante 15 segundos, em toda a superfície do disco.
4- Remoção do ácido com jato de água durante 15 segundos.
5- Secagem com jato de ar durante 10 segundos a 5 cm de distância.
Denise Pereira Martínez Honczar 81
6- Aplicação de uma camada de BisCover com pincel fornecido pelo fabricante em toda
superfície condicionada pelo ácido.
7- Aplicação de suave jato de ar durante 5 segundos a 10 cm de distância para garantir
uma distribuição homogênea do selante.
8- Fotoativação por 20 segundos com 400-450mW/cm².
9- Armazenagem por 7 dias em água destilada à temperatura ambiente.
10- Secagem com papel absorvente.
11- Obtenção de 5 medidas de dureza Barcol em cada corpo de prova.
GRUPO 4
Discos de compósito + ponta diamantada 3195 F + Fill Glaze.
1- Execução da mesma seqüência de confecção dos corpos-de-prova do grupo 3 até o
passo número 5.
2- Aplicação de uma camada de Fill Glaze com pincel fornecido pelo fabricante em toda
a superfície condicionada pelo ácido.
3- Aplicação de suave jato de ar durante 5 segundos a 10 cm de distância para garantir
uma distribuição homogênea do selante.
4- Fotoativação por 20 segundos com 400-450 mW/cm².
5- Armazenagem por 7 dias em água destilada à temperatura ambiente.
6- Secagem com papel absorvente.
7- Obtenção de 5 medidas de dureza Barcol em cada corpo de prova.
Denise Pereira Martínez Honczar 82
A avaliação da dureza das superfícies foi realizada com auxílio de um durômetro
Barcol GYZJ 934-1. A leitura da dureza é indicada imediatamente no visor, que é dividido em
100 graduações (Figura 16).
4.4. Caracterização dos Selantes
4.4.1.
Materiais
Equipamentos e dispositivos
- Balança Analítica HR-120 – AND.
- Computador DECstation 320 sx.
- Espectrofotômetro de infravermelho modelo 1720X - PERKIN-ELMER.
- Impressora – OKIDATA.
- RNM Mercury 300 – VARIAN.
- Sistema de aquisição de dados – IRDM- Infrared Data Manager – PERKIN-ELMER.
- TGA modelo TGA-51 – SHIMADZU.
Materiais e Instrumentos
- Célula de KBr - PERKIN-ELMER.
- Clorofórmio deuterado.
- Clorofórmio – Grau Espectrométrico UV/HPLC – VETEC.
- Pipeta volumétrica 10 ml – PIREX.
- Tetrahidofurano (THF) grau espectromérico.
- Suporte para célula - PERKIN-ELMER.
Denise Pereira Martínez Honczar 83
- Termômetro de mercúrio – INCOTERM.
- Tubo de vidro 10 mm para NMR.
4.4.2. Métodos
Com o objetivo de caracterizar os selantes quanto às características térmicas e
estruturais, foram realizadas as análises de termogravimetria (TGA), espectrometria no
infravermelho (IR) e espectrometria de ressonância magnética nuclear (NMR).
4.4.2.1.Análise Termogravimétrica (TGA)
A análise TGA foi realizada com o objetivo de comparar os selantes em relação ao
perfil de degradação e à presença ou ausência de carga inorgânica. Esta análise é definida
como um processo contínuo que envolve a medida da variação de massa de uma amostra em
função da temperatura. Com o aquecimento ocorre a queima dos componentes orgânicos do
material por faixa de temperatura
43
.
Nesta dissertação a análise termogravimétrica das amostras foi conduzida em
equipamento Perkin Elmer, modelo TGA 7, com varredura de temperatura de 30-700˚C, a
20˚C/min, sob atmosfera de nitrogênio.
4.4.2.2.Espectrometria no Infravermelho (IR)
A análise qualitativa dos espectros das amostras foi realizada com o objetivo de
comparar os materiais em relação às estruturas químicas.
Denise Pereira Martínez Honczar 84
Neste trabalho, os espectros no infravermelho das amostras foram obtidos por filme
vazado em célula de KBr, utilizando-se equipamento Perkin Elmer modelo 1720 X. Em
ambiente isento de luz, uma pequena porção da amostra não-polimerizada foi espalhada sobre
a célula de KBr, posicionada no suporte de células sendo o conjunto levado ao interior do
espectrofotômetro. O aparelho foi regulado para emitir uma luz infravermelha em um
comprimento de onda na faixa de 4000 600 cm
-1
e correr 40 varreduras com 2 cm
-1
de
resolução. Como resultado, foi obtido um gráfico denominado de espectro no infravermelho.
4.4.2.3.Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear (NMR)
A análise de ressonância magnética nuclear de carbono (
13
C NMR) foi realizada com o
objetivo de quantificar e qualificar os monômeros constituintes dos selantes.
Neste estudo, a análise quantitativa de
13
C NMR das amostras foi conduzida em
equipamento Varian, modelo Mercury 300, na freqüência de 75,4 MHz. As amostras foram
dissolvidas em clorofórmio deuterado, analisadas a temperatura de 25
o
C, obtendo-se espectros
quantitativos.
Segundo o perfil técnico fornecido pelos fabricantes (Anexos A, B, C e D), as
composições contêm monômeros especiais e monômeros convencionais, do tipo ésteres
aromáticos e alifáticos, cujos nomes comuns e porcentagens encontram-se listados no Quadro
6.
Denise Pereira Martínez Honczar 85
Quadro 6 - Composição das amostras de acordo com os fabricantes
Amostra Componente Mol %
BISEDA 20-50
UDMA 20-40
BisCover
PEGDA 20-40
Metacrilato de metila Não informado
Éster de acrilato alifático Não informado
Fill Glaze
Acrilato epoxioligômero Não informado
Considerando as informações dos fabricantes e com auxílio da literatura sobre o
assunto
66, 58, 67
foram selecionados para o cálculo quantitativo das composições alguns
deslocamentos químicos característicos de cada um dos componentes, a partir do espectro de
13
C NMR de cada amostra.
Denise Pereira Martínez Honczar 86
5. RESULTADOS
5.1. Microinfiltração
A metodologia utilizada, conforme descrita no capítulo Materiais e Métodos, permitiu
obter os resultados apresentados nas tabelas a seguir. Foram comparadas as infiltrações em
relação aos três grupos.
Para a análise estatística das leituras, foi utilizado o programa para computador “SPSS
for Windows release 10.0.7”. Foram realizados os testes não paramétricos Kruskall-Wallis e
Mann-Whitney. Neste estudo a hipótese nula deve ser rejeitada com um nível de significância
de 5% quando o p-valor 0,05.
Os resultados encontrados pelos avaliadores, conforme escores atribuídos para a
mensuração do grau de penetração do nitrato de prata na interface dente/restauração, estão
expostos na tabela 1.
Denise Pereira Martínez Honczar 87
Tabela 1 – Avaliação da infiltração do nitrato de prata na interface dente/restauração em
escores
Região OCLUSAL CERVICAL
Grupo 1 2 3 1 2 3
Avaliador 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3 1 2 3
1 0 0 0 1 1 1 0 0 0 1 1 1 2 2 2 1 1 1
2 1 0 1 0 0 0 0 0 0 3 3 3 1 2 1 1 1 1
3 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 1 3 2 2 2 1 1 1
4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 3 3 1 1 1 1 1 1
5 1 0 0 0 0 0 0 0 0 3 3 3 0 1 0 1 1 1
6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 3 3 3 3 3 1 1 1
7 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 3 3 3 3 3 1 1 1
8 1 1 1 0 0 0 0 0 0 2 2 1 1 3 1 1 1 1
9 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 3 2 0 0 0 1 1 1
10 1 1 1 0 0 0 0 0 0 2 2 2 0 0 0 1 1 1
11 1 0 1 0 0 0 0 0 0 2 1 2 1 1 1 1 1 1
12 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 3 3 1 1 1 1 1 1
13 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 3 3 3 3 3 1 1 1
14 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 3 3 1 1 3 1 1 1
15 2 2 2 0 1 0 0 0 0 3 3 3 1 2 3 1 1 1
16 1 1 1 0 0 0 0 0 0 2 2 2 2 2 3 1 1 1
17 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 2 2 1 1 1 1 1 1
18 1 0 1 0 0 0 0 0 0 3 3 3 0 0 0 1 2 2
19 1 1 1 0 1 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1
20 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 2 1 1 1 1 1 1 1
21 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 0 1 1
22 1 1 1 1 1 1 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1
23 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 3 3 2 2 2 1 1 1
24 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 3 3 1 1 1 1 1 1
25 1 0 1 0 0 0 0 0 0 3 1 3 1 1 1 1 1 1
26 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1
ESPÉCIMES
27 1 1 1 0 0 0 0 0 0 3 3 3 1 1 1 1 1 1
Denise Pereira Martínez Honczar 88
Na tabela 2 foi realizado o teste estatístico Coeficiente Kappa ponderado (Kp) para
avaliar a concordância entre pares de observadores, segundo a região e o grupo de materiais.
Este teste constatou concordância alta quando Kp > 0,75 e moderada quando 0,4 < Kp < 0,75.
Tabela 2 - Coeficiente Kappa ponderado (Kp) para a concordância do grau de infiltração entre
pares de observadores, segundo região e grupo de materiais
Avaliadores Região Grupo Avaliadores
Avaliador 2 Avaliador 3
Avaliador 1 0,62 0,91
Grupo 1
Avaliador 2 - 0,70
Avaliador 1 0,63 1,00
Grupo 2
Avaliador 2 - 0,63
Avaliador 1 x x
Oclusal
Grupo 3
Avaliador 2 - x
Avaliador 1 0,70 0,78
Grupo 1
Avaliador 2 - 0,67
Avaliador 1 0,79 0,81
Grupo 2
Avaliador 2 - 0,70
Avaliador 1 * *
Cervical
Grupo 3
Avaliador 2 - 1,00
Concordância:
Kp >0,75 (alta); 0,4 < Kp < 0,75 (moderada); Kp < 0,40 (baixa).
(x) Não houve variação da distribuição dos escores concordantes e discordantes entre
os avaliadores.
(*) O cálculo do coeficiente Kappa é inapropriado, pois ocorreram escores de
infiltração que só foram mensurados por um dos avaliadores.
OBS: O valor do coeficiente Kappa depende da prevalência dos escores de infiltração
e da freqüência de casos discordantes, podendo ser influenciado quando tais
características não estão equilibradas entre os avaliadores.
Denise Pereira Martínez Honczar 89
O teste Kruskall-Wallis foi realizado para determinar se existia diferença entre os
grupos. Este teste detectou diferenças estatisticamente significativas (p-valor 0,05) entre os
grupos estudados, com um nível de significância de 5% tanto na região oclusal como na
região cervical.
Tabela 3 - Avaliação dos escores de microinfiltração nos grupos de materiais por região,
segundo o avaliador 1
Região Oclusal Região Cervical
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Escores
n % n % n % n % n % n %
0
5
18,5
25
92,6
27
100
4 14,8
1 3,7
1
21
77,8
2
7,4
5 18,5
16 59,3
26 96,3
2
1
3,7
4 14,8
4 14,8
3
18 66,7
3 11,1
Total
27
100
27
100
27
100
27 100 27 100 27 100
Mediana
1 0 0 3 1 1
Intervalo interquartil
(1; 1) (0; 0) (0; 0) (2; 3) (1; 2) (1; 1)
Região Oclusal Região Cervical
Teste de Kuskal-Wallis: p-valor<0,001 Teste de Kuskal-Wallis: p-valor<0,001
A tabela 3 mostra que:
Os selantes testados reduziram a infiltração marginal nas restaurações classe V
com compósito, tanto nas margens em esmalte quanto em dentina/cemento.
A infiltração marginal apresentou-se mais severa na região cervical que na
região oclusal.
No gráfico 1 observa-se a avaliação dos escores de microinfiltração nos grupos de
materiais por região em porcentagem.
Denise Pereira Martínez Honczar 90
Avaliação dos escores de microinfiltração nos grupos
de materiais por região, segundo o avaliador 1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Região Oclusal Região Cervical
Escore 0
Escore 1
Escore 2
Escore 3
Gráfico 1 - Avaliação dos escores de microinfiltração em %
Para compreender como se comportam estas diferenças foram realizadas múltiplas
comparações entre pares, ou seja, em cada um dos três pares de grupos independentes (G1 e
G2; G1 e G3; G2 e G3) foi realizado o teste não paramétrico de Mann-Whitney. Nesta fase da
análise foi necessário controlar o efeito que as múltiplas comparações exercem no nível de
significância de 5% adotado inicialmente para testar os três grupos sem distinção de pares,
pois, ao aceitarmos o nível de significância de 5% em cada uma das três análises separadas,
haveria uma probabilidade de 15% (3 x 5%) de encontrar, por acaso, uma diferença
estatisticamente significativa. Tal controle foi feito dividindo o nível de significância de 5%
pelo número de pares de grupos que foram analisados (três pares) obtendo o nível de
significância em torno de 0,017 para cada um dos pares, ou seja, para que um par de grupos
tivesse uma diferença estatisticamente significativa, seu p-valor teria que ser menor ou igual a
0,017. Este teste de comparações múltiplas indicou existir diferença estatisticamente
significante entre os grupos G1 e G2; G1 e G3 e não existir diferença estatisticamente
significante entre os grupos G2 e G3, tanto na região oclusal como na região cervical.
Denise Pereira Martínez Honczar 91
Tabela 4 - Teste de Mann-Whitney
Região Oclusal
Região Cervical
Grupo 1 X Grupo 2: p-valor< 0,001 Grupo 1 X Grupo 2: p-valor<0,001
Grupo 1 X Grupo 3: p-valorr< 0,001 Grupo 1 X Grupo 3: p-valorr< 0,001
Grupo 2 X Grupo 3: p-valor= 0,153 Grupo 2 X Grupo 3: p-valor= 0,229
Os resultados encontrados neste estudo rejeitam a hipótese nula, pois os materiais
testados alteraram a microinfiltração.
As análises estatísticas das leituras, segundo os avaliadores 2 e 3, encontram-se nos
apêndices A e B respectivamente.
5.2. Rugosidade Superficial
A metodologia utilizada, conforme descrita no capítulo Materiais e Métodos, permitiu
obter os resultados apresentados nas tabelas a seguir. Foi comparada a rugosidade superficial
em relação aos quatro grupos.
Para a análise estatística das leituras, foi utilizado o programa para computador “SPSS
for Windows release 10.0.7”. Foram realizados os testes não paramétricos Kruskall-Wallis e
Mann-Whitney. Neste estudo a hipótese nula deve ser rejeitada com um nível de significância
de 5% quando o p-valor 0,05.
As leituras de rugosidade em micrometros (m) de cada grupo estão expostas nas
tabelas 5, 6, 7 e 8.
Denise Pereira Martínez Honczar 92
Tabela 5 - Leituras de rugosidade do grupo 1
GRUPO 1 (CONTROLE) – FILTEK Z250 + MATRIZ DE POLIÉSTER
Corpo de
prova
1ª leitura
m
2ª leitura
m
3ª leitura
m
4ª leitura
m
5ª leitura
m
6ª leitura
m
1 0,04 0,05 0,05 0,04 0,18 0,16
2 0,06 0,16 0,05 0,05 0,04 0,05
3 0,08 0,06 0,07 0,08 0,09 0,07
4 0,11 0,08 0,07 0,15 0,06 0,09
5 0,09 0,05 0,06 0,07 0,08 0,07
6 0,08 0,07 0,06 0,07 0,06 0,05
7 0,06 0,09 0,07 0,10 0,09 0,14
8 0,06 0,07 0,08 0,09 0,06 0,07
9 0,07 0,09 0,08 0,09 0,06 0,08
10 0,02 0,03 0,02 0,03 0,02 0,02
Tabela 6 - Leituras de rugosidade do grupo 2
GRUPO 2 – FILTEK Z250 + PONTA DIAMANTADA 3195 F
Corpo de
prova
1ª leitura
m
2ª leitura
m
3ª leitura
m
4ª leitura
m
5ª leitura
m
6ª leitura
m
1 2,32 2,11 1,29 2,48 2,28 2,35
2 2,82 1,44 2,46 2,65 2,28 2,68
3 1,81 1,12 2,46 2,28 2,08 2,32
4 2,37 2,32 2,24 2,21 2,24 2,30
5 2,16 1,53 1,98 2,05 1,16 2,06
6 1,27 1,57 1,74 1,89 1,81 1,96
7 1,61 1,89 1,90 2,03 2,08 2,01
8 1,87 1,80 1,70 1,39 1,55 1,63
9 2,34 2,18 2,51 1,94 2,46 2,21
10 1,96 1,51 2,17 2,23 1,90 2,16
Denise Pereira Martínez Honczar 93
Tabela 7 - Leituras de rugosidade do grupo 3
GRUPO 3 – FILTEK Z250 + PONTA DIAMANTADA 3195 F + BISCOVER
Corpo de
prova
1ª leitura
m
2ª leitura
m
3ª leitura
m
4ª leitura
m
5ª leitura
m
6ª leitura
m
1 0,20 0,28 0,18 0,26 0,26 0,28
2 0,25 0,35 0,22 0,23 0,25 0,24
3 0,34 0,40 0,39 0,73 0,27 0,31
4 0,10 0,21 0,27 0,20 0,24 0,20
5 0,42 0,37 0,29 0,12 0,14 0,43
6 0,29 0,27 0,28 0,27 0,30 0,31
7 0,20 0,37 0,30 0,44 0,36 0,23
8 0,44 0,25 0,25 0,50 0,44 0,39
9 0,38 0,40 0,25 0,29 0,47 0,33
10 0,38 0,36 0,41 0,37 0,38 0,44
Tabela 8 - Leituras de rugosidade do grupo 4
GRUPO 4 – FILTEK Z250 + PONTA DIAMANTADA 3195 F + FILL GLAZE
Corpo de
prova
1ª leitura
m
2ª leitura
m
3ª leitura
m
4ª leitura
m
5ª leitura
m
6ª leitura
m
1 0,46 0,31 0,52 0,21 0,14 0,25
2 0,28 0,38 0,20 0,16 0,11 0,19
3 0,18 0,25 0,12 0,40 0,26 0,19
4 0,38 0,61 0,49 0,40 0,40 0,43
5 0,20 0,25 0,19 0,21 0,20 0,16
6 0,36 0,31 0,27 0,15 0,21 0,30
7 0,42 0,30 0,24 0,16 0,36 0,20
8 0,36 0,13 0,18 0,16 0,22 0,14
9 0,53 0,43 0,37 0,25 0,26 0,37
10 0,23 0,52 0,27 0,30 0,38 0,20
O teste Kruskall-Wallis foi realizado para determinar se existia diferença entre os
grupos. Este teste detectou diferenças estatisticamente significativas (p-valor 0,05) na
rugosidade superficial entre os grupos estudados, com um nível de significância de 5%.
Denise Pereira Martínez Honczar 94
Tabela 9 - Avaliação da rugosidade superficial nos grupos de materiais
Grupos Rugosidade
superficial em
m
(Média ± SD) (0.07 ± 0.02)
Mediana 0,07
Grupo1
Intervalo interquartil (0,07; 0,09)
(Média ± SD) (2.02 ± 0.25)
Mediana 2,00
Grupo2
Intervalo interquartil (1,79; 2,28)
(Média ± SD) (0.31 ± 0.07)
Mediana 0,31
Grupo3
Intervalo interquartil (0,25; 0,38)
(Média ± SD) (0.29 ± 0.08)
Mediana 0,27
Grupo4
Intervalo interquartil (0,22; 0,33)
P-valor <
<<
< 0.01 (Teste de Kruskal-Wallis)
A tabela 9 mostra que:
Os selantes testados reduziram a rugosidade superficial do compósito acabado
com ponta diamantada.
Denise Pereira Martínez Honczar 95
No gráfico observam-se as médias e desvios-padrão dos resultados da análise da rugosidade.
Avaliação da média e dispersão (Média ± DP) de
rugosidade superficial nos grupos de materiais
0
0,5
1
1,5
2
2,5
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4
Gráfico 2 - Avaliação das médias e desvios-padrão da rugosidade superficial
Para compreender como se comportam estas diferenças foram realizadas múltiplas
comparações entre pares, ou seja, em cada um dos seis pares de grupos independentes (G1 e
G2; G1 e G3; G1 e G4; G2 e G3; G2 e G4; G3 e G4) foi realizado o teste não paramétrico de
Mann-Whitney. Nesta fase da análise foi necessário controlar o efeito que as múltiplas
comparações exercem no nível de significância de 5% adotado inicialmente para testar os
quatro grupos sem distinção de pares, pois, ao aceitarmos o nível de significância de 5% em
cada uma das seis análises separadas, haveria uma probabilidade de 30% (6 x 5%) de
encontrar, por acaso, uma diferença estatisticamente significativa. Tal controle foi feito
dividindo o nível de significância de 5% pelo número de pares de grupos que foram
analisados (seis pares) obtendo o nível de significância em torno de 0,008 para cada um dos
pares, ou seja, para que um par de grupos tenha uma diferença estatisticamente significativa,
OBS:
As linhas horizontais vermelhas representam as médias e os extremos
das linhas verticais vermelhas representam os valores: média – desvio-padrão
e média + desvio-padrão. Desta forma, quanto maior for a linha vertical,
maior será a dispersão dos dados.
Denise Pereira Martínez Honczar 96
seu p-valor terá que ser menor ou igual a 0,008. Este teste de comparações múltiplas forneceu
a tabela 10 e indicou existir diferença estatisticamente significante entre os grupos G1 e G2;
G1 e G3; G1 e G4; G2 e G3; G2 e G4 e não existir diferença estatisticamente significante
entre os grupos G3 e G4.
Tabela 10 - Teste de Mann-Whitney
Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Grupo 4
Grupo 1
-
X X X
Grupo 2
- -
X X
Grupo 3
- - -
O
Grupo 4
- - - -
Teste de Mann-Whitney: (x) P-valor 0,008; (O) P-valor > 0,008
Os resultados encontrados neste estudo rejeitam a hipótese nula, pois os materiais
testados alteraram a rugosidade superficial.
5.3. Dureza Superficial
A metodologia utilizada, conforme descrita no capítulo Materiais e Métodos, permitiu
obter os resultados apresentados nas tabelas a seguir. Foi comparada a dureza superficial em
relação aos quatro grupos.
Para a análise estatística das leituras, foi utilizado o programa para computador “SPSS
for Windows release 10.0.7”. Foram realizados os testes não paramétricos Kruskall-Wallis e
Mann-Whitney. Neste estudo a hipótese nula deve ser rejeitada com um nível de significância
de 5% quando o p-valor 0,05.
As leituras de dureza Barcol de cada grupo estão expostas nas tabelas 11, 12, 13 e 14.
Denise Pereira Martínez Honczar 97
Tabela 11 - Leituras de dureza do grupo 1
GRUPO 1 (CONTROLE) – FILTEK Z250 + MATRIZ DE POLIÉSTER
1ª leitura leitura 3ª leitura 4ª leitura leitura Corpo de
prova
Barcol Barcol Barcol Barcol Barcol
1 85 83 86 86 86
2 84 83 86 84 85
3 84 82 85 85 84
4 82 84 82 82 82
5 83 84 82 82 82
6 83 84 83 82 84
7 84 84 82 85 83
8 84 85 85 85 86
9 85 85 84 84 84
10 83 84 84 82 82
Tabela 12 - Leituras de dureza do grupo 2
GRUPO 2 – FILTEK Z250 + PONTA DIAMANTADA 3195 F
1ª leitura leitura 3ª leitura 4ª leitura leitura Corpo de
prova
Barcol Barcol Barcol Barcol Barcol
1 78 77 78 75 84
2 75 78 70 76 79
3 75 78 78 77 77
4 78 79 79 82 82
5 79 78 83 77 81
6 82 78 80 78 78
7 79 78 80 81 80
8 80 78 82 80 78
9 81 80 81 78 81
10 81 78 80 79 83
Denise Pereira Martínez Honczar 98
Tabela 13 - Leituras de dureza do grupo 3
GRUPO 3 – FILTEK Z250 + PONTA DIAMANTADA 3195 F + BISCOVER
1ª leitura 2ª leitura 3ª leitura 4ª leitura 5ª leitura Corpo de
prova
Barcol Barcol Barcol Barcol Barcol
1 67 63 68 68 68
2 66 66 67 66 67
3 78 77 74 73 77
4 75 72 74 77 74
5 70 71 68 68 70
6 69 68 67 72 68
7 67 66 66 66 67
8 69 65 69 66 70
9 76 69 78 78 66
10 73 69 66 66 68
Tabela 14 - Leituras de dureza do grupo 4
GRUPO 4 – FILTEK Z250 + PONTA DIAMANTADA 3195 F + FILL GLAZE
1ª leitura 2ª leitura 3ª leitura 4ª leitura 5ª leitura Corpo de
prova
Barcol Barcol Barcol Barcol Barcol
1 78 69 75 70 77
2 71 71 73 71 75
3 79 75 77 76 76
4 80 78 78 77 78
5 79 68 77 80 74
6 82 77 80 79 78
7 80 76 80 76 76
8 80 82 79 80 80
9 78 80 73 80 77
10 79 78 77 81 78
Denise Pereira Martínez Honczar 99
Fotomicrografias das identações realizadas no teste de dureza Barcol
As imagens em microscopia óptica foram capturadas digitalmente.
Barra 100 m Barra 100 m Barra 100 m
Figura 17 - Grupo 1: Filtek Z250 + matriz de poliéster (O compósito não fratura)
Barra 100 m Barra 100 m Barra 100 m
Figura 18 - Grupo 2: Filtek Z250 + ponta diamantada (O compósito fratura em lascas)
Barra 100 m Barra 100 m Barra 100 m
Figura 19 - Grupo 3: Filtek Z250 + ponta diamantada + BisCover (O selante se deforma e
não se desprende do compósito)
Barra 100 m Barra 100 m Barra 100 m
Figura 20 - Grupo 4: Filtek Z250 + ponta diamantada + Fill Glaze (O selante fratura se
desprendendo do compósito)
Denise Pereira Martínez Honczar 100
Barra 200m Barra 100m
Figura 21 - Grupo 3: Filtek Z250 + ponta diamantada + BisCover
O selante se deforma abrindo fendas (setas) e não fratura nem se desprende do
compósito.
Barra 500m Barra 500m
Figura 22 - Grupo 4: Filtek Z250 + ponta diamantada + Fill Glaze
As setas indicam partes do selante que não se desprenderam do compósito.
O teste Kruskall-Wallis foi realizado para determinar se existia diferença entre os
grupos. Este teste detectou diferenças estatisticamente significativas (p-valor 0,05) na
dureza superficial entre os grupos estudados, com um nível de significância de 5%.
Denise Pereira Martínez Honczar 101
Tabela 15 : Avaliação da dureza superficial nos grupos de materiais
Grupos Dureza
superficial
(Média ± SD)
(83.8 ± 1.0)
Mediana
83,80
Grupo1
Intervalo interquartil
(82,9; 84,55)
(Média ± SD)
(78.9 ± 1.5)
Mediana
79,60
Grupo2
Intervalo interquartil
(78,05; 80,05)
(Média ± SD)
(69.8 ± 3.5)
Mediana
68,6
Grupo3
Intervalo interquartil
(66,7; 73,5)
(Média ± SD)
(77.0 ± 2.5)
Mediana
77,6
Grupo4
Intervalo interquartil
(75,15; 78,75)
P-valor <
<<
< 0.01 (Teste de Kruskal-Wallis)
A tabela 15 mostra que:
Os selantes testados reduziram a dureza superficial do compósito.
No gráfico observam-se as médias e desvios-padrão nos resultados de dureza.
Avaliação da média e dispersão (Média ± DP) de
dureza superficial nos grupos de materiais
65
67
69
71
73
75
77
79
81
83
85
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4
Gráfico 3 - Avaliação das médias e desvios-padrão da dureza superficial
OBS: As linhas horizontais vermelhas representam as médias e
os extremos das linhas verticais vermelhas representam os
valores: média – desvio-padrão e média + desvio-padrão. Desta
forma, quanto maior for a linha vertical, maior será a dispersão
Denise Pereira Martínez Honczar 102
Para compreender como se comportam estas diferenças foram realizadas múltiplas
comparações entre pares, ou seja, em cada um dos seis pares de grupos (G1 e G2; G1 e G3;
G1 e G4; G2 e G3; G2 e G4; G3 e G4) foi realizado o teste não paramétrico de Mann-
Whitney. Nesta fase da análise foi necessário controlar o efeito que as múltiplas comparações
exercem no nível de significância de 5% adotado inicialmente para testar os quatro grupos
sem distinção de pares, pois, ao aceitarmos o nível de significância de 5% em cada uma das
seis análises separadas, haveria uma probabilidade de 30% (6 x 5%) de encontrar, por acaso,
uma diferença estatisticamente significativa. Tal controle foi feito dividindo o nível de
significância de 5% pelo número de pares de grupos que foram analisados (seis pares)
obtendo o nível de significância em torno de 0,008 para cada um dos pares, ou seja, para que
um par de grupos tenha uma diferença estatisticamente significativa, seu p-valor terá que ser
menor ou igual a 0,008. Este teste de comparações múltiplas forneceu a tabela 16 e indicou
existir diferença estatisticamente significante entre os grupos G1 e G2; G1 e G3; G1 e G4; G2
e G3; G3 e G4 e não existir diferença estatisticamente significante entre os grupos G2 e G4.
Tabela 16 - Teste de Mann-Whitney
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4
Grupo 1 -
X X X
Grupo 2 - -
X O
Grupo 3 - - -
X
Grupo 4 - - - -
Teste de Mann-Whitney: (x) P-valor 0,008; (O) P-valor > 0,008
Os resultados encontrados neste estudo rejeitam a hipótese nula, pois os materiais
testados alteraram a dureza superficial.
Denise Pereira Martínez Honczar 103
5.4. Caracterização dos Selantes
5.4.1. Análise Termogravimétrica (TGA)
A termogravimetria das amostras resultou nas curvas térmicas especificadas nos
apêndices D e E.
A curva térmica da amostra do BisCover apresentou dois decaimentos. O primeiro
decaimento ocorreu aproximadamente entre 140-320˚C e o segundo entre 320-530˚C. Esta
análise determinou a ausência de carga inorgânica. O resíduo remanescente, cerca de 3%,
pode ser atribuído ao resíduo de amostra não queimado completamente devido à atmosfera de
nitrogênio.
A curva térmica da amostra do Fill Glaze apresentou dois decaimentos. O primeiro
decaimento ocorreu abaixo de 120˚C e o segundo entre 370-580˚C. Esta análise determinou a
ausência de carga inorgânica. O resíduo remanescente, cerca de 10%, pode ser atribuído ao
resíduo de amostra não queimado completamente devido à atmosfera de nitrogênio.
As curvas térmicas dos dois materiais são diferentes, indicando composições
diferentes.
5.4.2. Espectrometria no Infravermelho (IR)
Nos apêndices F e G estão representados os espectros de IR das amostras do BisCover
e Fill Glaze, respectivamente.
A análise qualitativa dos espectros das amostras revelou que são similares. As
principais absorções o referentes aos mesmos tipos de grupamentos químicos, o que
significa que têm função química similares, porém não necessariamente os mesmos
encadeamentos de átomos. Os principais grupamentos químicos observados indicam tratar-se
Denise Pereira Martínez Honczar 104
essencialmente de ésteres, de natureza alifática e aromática. No Quadro 7 é apresentado o
assinalamento e a atribuição das bandas comuns aos espectros das amostras.
Quadro 7 - Principais grupamentos químicos dos espectros no infravermelho das amostras
Assinalamento (cm
-1
) Atribuição
3038 (CH) deformação axial C-H (aromático)
2963 (CH
3
) deformação axial C-H (alifático)
1729 (C=O) deformação axial C=O (alifático)
1635 (C=O) ; (C=C) deformação axial C=O ; C=C (alifático)
1511 (C=C) deformação axial C=C (aromático)
1469 (CH
2
) deformação angular C-H (alifático)
1270/1062 (C-O) deformação axial C-O (alifático/aromático)
1187 (C-O) deformação axial C-O (aromático)
1116 (C-O) deformação axial C-O (alifático)
985 (CH) deformação angular C-H (alifático)
809/737 (CH) deformação angular C-H (aromático)
698 (C=C) deformação angular C=C (aromático)
5.4.3. Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear (NMR)
Nos apêndices H e I estão representados os espectros de NMR das amostras do
BisCover e Fill Glaze, respectivamente.
No Quadro 8 são apresentados os grupamentos selecionados com os seus respectivos
deslocamentos químicos e as áreas correspondentes, considerando para o cálculo em cada
caso apenas um átomo de carbono.
Denise Pereira Martínez Honczar 105
Quadro 8 - Grupamento químico selecionado, deslocamento químico e área correspondente
Amostra Grupamento
químico e
atribuição
Deslocamento
químico (ppm)
Área do pico
CH
2
-O-C=O
(metileno do
PEGDA)
65,6 4,89
C=O (carbonila do
UDMA)
156,0 0,91
BisCover
C=C (C=C do anel
aromático do
BISEDA)
127-132 6,05
Soma das áreas dos
picos
11,85
Amostra Grupamento
químico e
atribuição
Deslocamento
químico (ppm)
Área do pico
O-CH
3
(metila do
metacrilato de
metila)
51,69 1,45
C=C (C=C do anel
aromático do epóxi-
acrilato)
125-136 8,95
Fill Glaze
CH
3
(metila do
acrilato de etila)
18,18 1,07
Soma das áreas dos
picos
11,47
No composto BisCover, a soma das áreas dos carbonos da região do anel aromático é
36,05 e dividindo-se por 6 (número de carbonos do anel aromático) encontra-se que a área
relativa a um carbono é 6,05. No composto Fill Glaze, a soma da área é 53,73 e dividindo-se
por 6 encontra-se que área representativa para um carbono é 8,95. O cálculo da composição
de cada amostra em mol% foi feito dividindo-se a área do respectivo pico pela área total.
Denise Pereira Martínez Honczar 106
A composição quantitativa de cada amostra encontra-se no Quadro 9.
Quadro 9 - Composição em mol% das amostras
Amostra Componente Mol%
BISEDA 51,05
PEGDA 41,26
BisCover
UDMA 7,68
MMA 12,64
EA 9,32
Fill Glaze
Epóxi-acrilato 78,03
A análise NMR determinou que as amostras são diferentes.
Denise Pereira Martínez Honczar 107
6. DISCUSSÃO
Este capítulo foi didaticamente dividido em quatro partes: uma sobre a fotoativação
dos materiais (BisCover e Fill Glaze) e uma para cada ensaio realizado (microinfiltração,
rugosidade e dureza superficial). Procurou-se discutir, com base na literatura existente, as
razões da escolha dos materiais e dos métodos empregados, assim como os resultados obtidos,
comparando-os com os de outros autores.
6.1. Fotoativação dos Selantes de Superfície
BisCover
O polidor líquido resinoso BisCover faz parte de uma nova categoria de produtos para
polimento. Segundo SUH
69
(2003), a tecnologia utilizada no desenvolvimento deste material
permite que ele polimerize sem a formação de uma camada não polimerizada inibida pela
presença do oxigênio.
SUH
69
(2003), em seu artigo, cita quatro estratégias do fabricante (Bisco) com o
objetivo de prevenir a formação desta camada não polimerizada inibida pela presença do
oxigênio:
liberação de grande quantidade de radicais livres em um curto período de
tempo;
seleção de radicais oxigênio-resistentes;
aumento da taxa de polimerização;
diminuição da taxa de difusão do oxigênio.
Para implementá-las, o fabricante utilizou:
Denise Pereira Martínez Honczar 108
alta concentração de fotoiniciadores;
alta intensidade de luz e
monômeros de rápida polimerização (acrilatos no lugar de metacrilatos).
O autor ressalta a importância de se calcular o tempo de polimerização do BisCover, e
afirma que a energia liberada na superfície deste depende da densidade de energia da luz,
espectro de luz, tempo de exposição e da distância entre a fonte de luz e o selante. A Energia
para Optimização de Polimerização (EOP) do BisCover é de 7.500 mJ/cm², isto é, a mínima
densidade de energia necessária para alcançar uma polimerização clinicamente aceitável. O
BisCover absorve de 380-440nm, e, dessa forma, alguns fotopolimerizadores do tipo LED que
apresentam comprimento de onda menor que 380nm podem não ativar a polimerização do
BisCover.
Segundo o fabricante (Anexos A, B e C), para calcular o tempo de polimerização do
BisCover, a energia de densidade da luz halógena da unidade fotopolimerizadora deve ser
determinada primeiramente utilizando-se um radiômetro. Então, para se calcular o tempo de
polimerização, deve-se dividir a EOP do BisCover pela energia de densidade da luz halógena
da unidade fotopolimerizadora.
O quadro 10 indica o tempo necessário para polimerização de acordo com a distância
da ponta da unidade fotopolimerizadora, baseado na EOP do BisCover.
Denise Pereira Martínez Honczar 109
Quadro 10 - Tempo necessário para polimerização do BisCover
Energia em mW/cm² Tempo em segundos
Distância: 0-2mm
Tempo em segundos
Distância: 10mm
750 10 20
500 15 30
375 20 > 40
250 30 > 60
125 > 60 > 120
100 > 75 > 150
75 > 100 > 200 (3,3 minutos)
32,5 > 200 > 400 (6,7 minutos)
18,75 > 400 > 800 (13,3 minutos)
7,5 > 1000 > 2000 (33,3 minutos)
Dividindo-se a EOP do BisCover, que é de 7.500 mJ/cm², por 400 mW/cm², encontra-
se um tempo de 18, 75 segundos mínimos necessários para a polimerização. Neste estudo, a
fotoativação foi realizada com fotopolimerizador Optilight 600 (Gnatus) de luz halógena com
400-450 mW/cm² durante 20 segundos, seguindo as recomendações do fabricante.
Fill Glaze
De acordo com o fabricante (Anexo D), este selante resinoso requer um aparelho
fotopolimerizador convencional de luz halógena com emissão luminosa entre 400 e 500 nm,
capaz de sensibilizar o sistema de iniciação da polimerização. Portanto, alguns
fotopolimerizadores do tipo LED podem não ativar a polimerização do Fill Glaze. O
fabricante recomenda um tempo de fotopolimerização de 20 segundos.
Neste estudo, a fotoativação foi realizada com aparelho fotopolimerizador Optilight
600 (Gnatus) de luz halógena, por 20 segundos com 400-450 mW/cm², seguindo as
recomendações do fabricante.
Denise Pereira Martínez Honczar 110
6.2. Microinfiltração
Materiais e Métodos
A metodologia utilizada na realização deste experimento foi semelhante à
desenvolvida por MIRANDA
47
(1994).
Para avaliação da microinfiltração, optou-se pela realização de preparos classe V em
molares humanos, assim como TJAN e TAN
70
(1991); MIRANDA
47
(1994); MUNRO,
HILTON e HERMESCH
52
(1996); MAY Jr. et al.
45
(1996); DOERR, HILTON e
HERMESCH
22
(1996); MANHART et al.
44
(2000); SETIEN et al.
65
(2001) e WILDER Jr. et
al.
74
(2000). Os preparos foram realizados na junção cemento-esmalte nas faces vestibular e
lingual de molares utilizando-se brocas carbide em alta velocidade e sob refrigeração.
Após o preparo e o condicionamento ácido, manteve-se a dentina úmida previamente à
aplicação do sistema adesivo, pois, de acordo com KANCA III
33
(1992), superfícies
dentinárias úmidas apresentam maiores forças de adesão que as secas. O sistema adesivo
escolhido para realização deste experimento foi o Adper Single Bond 2 (3M/ESPE), assim
como SETIEN et al.
65
(2001); PAZZINATTO et al.
56
(2003); MIRANDA et al.
49
(2004) e
AMARAL et al.
3
(2004).
O compósito utilizado, Filtek Z250 (3M/ESPE), foi inserido na cavidade seguindo a
técnica incremental de inserção e polimerização da resina para minimizar a contração de
polimerização
6
. O polimento das restaurações em resina composta foi realizado 24 horas após
as restaurações terem sido realizadas, pois, segundo o estudo de IRIE, TJANDRAWINATA e
SUZUKI
32
(2003), após este período houve uma redução significativa na formação de “gaps”,
entre o material restaurador e o dente.
Denise Pereira Martínez Honczar 111
Neste estudo, foi utilizado o aparelho fotopolimerizador Optilight 600 (Gnatus) de
forma convencional (40 segundos a 400-450 mW/cm² por incremento). De acordo com os
trabalhos de AMARAL et al.
3
(2004) e KUBO et al.
37
(2004), não houve diferença estatística
quando se avaliaram diferentes técnicas de fotoativação em relação a microinfiltração.
Simulou-se uma abrasão provocada pela escovação feita pelo paciente, utilizando-se
uma pasta de pedra pomes e água e escovas para polimento em baixa rotação
47
. Com isso,
tentou-se submeter o material às condições, o mais próximo possível, das condições clínicas.
Um grande número de pesquisadores utiliza a termociclagem em seus estudos in vitro;
porém, neste estudo optou-se por não realizá-la, com base nos estudos de DOERR, HILTON e
HERMESCH
22
(1996) e PAZZINATTO et al.
56
(2003), que concluíram que a termociclagem
não afetou significativamente a penetração do corante e que não existiu relação entre o
aumento do número de ciclos e o aumento da infiltração marginal.
Neste estudo, optou-se por utilizar o nitrato de prata a 50%, com base na metodologia
utilizada por MIRANDA
47
(1994) e de acordo com os trabalhos de MAY Jr. et al.
45
(1996);
RAMOS et al.
59
(2000); WILDER Jr. et al.
74
(2000); SETIEN et al.
65
(2001); RAMOS et al.
60
(2002) e MIRANDA et al.
49
(2004). Segundo HILTON
28
(1998), a escolha entre uma tintura
ou agente traçador nos estudos de microinfiltração parece não influenciar os resultados das
pesquisas. Antes de serem imersos no nitrato de prata 50%, os dentes foram isolados com
duas camadas de esmalte para unhas, assim como MIRANDA
47
(1994) e DOERR, HILTON e
HERMESCH
22
(1996), deixando exposta a restauração além de uma margem de 2mm ao seu
redor. HILTON
28
(1998) acrescenta que o tempo de imersão dos espécimes na tintura, que
varia de uma hora a duas semanas, pareceu não ter influência nos resultados de
microinfiltração encontrados em seu estudo, o que justifica o tempo de imersão de 24 horas
adotado neste estudo.
Denise Pereira Martínez Honczar 112
O sistema de escores é o mais utilizado pelos pesquisadores para a avaliação da
penetração do corante na interface dente/restauração
62, 70, 2, 48, 47, 45, 74, 44, 59, 60, 37, 49
. O sistema
de escores utilizado nesta pesquisa foi o idealizado por MIRANDA
47
(1994), que varia de
zero a três, portanto, com quatro níveis, o que ofereceu uma melhor definição.
A utilização de três avaliadores em estudo cego” foi importante para que não
houvesse a possibilidade de um resultado tendencioso, fato que poderia ocorrer se os
avaliadores soubessem que tipo de restauração estavam observando, podendo deixar-se
influenciar pelo conhecimento das características dos materiais e pelos resultados de
pesquisas anteriores.
Por meio do teste estatístico Coeficiente Kappa ponderado, obteve-se um grau de
concordância alta entre os três avaliadores. Isto pode ser explicado pela prévia calibragem,
pela utilização de escores bem definidos e pelo uso de uma lupa com aumento de 40 vezes,
grande o suficiente para identificar com precisão o escore correspondente à penetração do
nitrato de prata.
Resultados
A comparação dos valores obtidos neste estudo com os de outros autores confirmou,
em sua maioria, os dados observados, apesar de se ter encontrado, na literatura, uma
pesquisa
49
que tenha analisado o mesmo material, no caso o polidor líquido resinoso
BisCover.
Neste estudo, observou-se a redução significativa da infiltração marginal nas
restaurações que foram seladas superficialmente com os selantes de superfície, assim como
nos trabalhos de AKYÜZ, MENTES e OKTAY
2
(1992); MIRANDA e DIAS
48
(1994);
Denise Pereira Martínez Honczar 113
MIRANDA
47
(1994); MIRANDA Jr. et al.
46
(1994); RAMOS et al.
59
(2000); RAMOS et al.
60
(2002); MIRANDA et al.
49
(2004).
Se o polidor líquido resinoso e o selante resinoso conseguissem uma melhor adesão
sobre a superfície de dentina/cemento, a infiltração nesta região poderia ter uma maior
redução, ou até mesmo ser eliminada. Isto ocorre também com os adesivos dentinários, que
oferecem ótimos resultados na região de esmalte, deixando ainda a desejar, porém, quando se
trata de áreas localizadas em dentina/cemento.
Neste trabalho, após a aplicação tanto do BisCover como do Fill Glaze, a infiltração
do nitrato de prata foi reduzida significativamente nas margens em esmalte e nas em
dentina/cemento, sendo que, nas margens localizadas em esmalte, a infiltração foi quase
totalmente eliminada. Nas margens localizadas em dentina/cemento, a infiltração foi
significativamente reduzida, embora não tenha sido totalmente eliminada. Não houve
diferença estatisticamente significante entre os dois materiais. Estes resultados são
semelhantes aos de MIRANDA
47
(1994), que avaliou o selante de superfície Fortify (Bisco)
associado ao sistema adesivo Scotchbond Multi-Purpose (3M).
Os testes e resultados desta pesquisa mostraram coerência com os de outros trabalhos,
mesmo considerando terem sido realizados com diferentes materiais, parecendo segura e
confiável quanto aos seus resultados, desde que todas as especificações sejam seguidas.
6.3. Rugosidade Superficial
Materiais e métodos
Segundo ANUSAVICE
5
(1996), restaurações bem acabadas e polidas promovem
saúde oral, função e estética. Superfícies lisas possuem áreas menos retentivas e são de mais
Denise Pereira Martínez Honczar 114
fácil limpeza. No entanto, os compósitos representam um dos materiais mais difíceis para que
se obtenham acabamento e polimento adequados, devido à diferença de dureza entre a matriz
resinosa e as partículas de carga. Esta característica resulta em uma abrasão seletiva, onde as
partículas de carga criam picos e vales, dificultando a obtenção do brilho. Este problema é
especialmente observado nos compósitos bridos, como o utilizado nesta dissertação.
CHUNG
16
(1994) e ÖZGÜNALTAY, YAZICI e GÖRÜCÜ
54
(2003) também confirmaram
estas afirmações.
BOLLEN, LAMBRECHTS e QUIRYNEN
11
(1997) também acreditam que superfícies
lisas são de mais fácil limpeza e relataram que a rugosidade tem um impacto importante na
retenção de microorganismos. Em seu trabalho, o aumento da rugosidade resultou na rápida
colonização das superfícies e rápida maturação da placa bacteriana, aumentando o risco de
cárie e inflamação periodontal. Os autores estabeleceram que a rugosidade deveria se
aproximar de um valor Ra de 0,2 m ou menos. NEME et al.
53
(2003), de acordo com os
autores citados, demonstrou aumento da rugosidade de restaurações de compósito após
escovação simulada e cuidados domésticos clinicamente significantes, que os valores
ultrapassaram 0,2m, que seria um valor de rugosidade que propiciaria a retenção de
bactérias. Este fato mostra a importância de se manterem as restaurações em compósito
sempre polidas.
LEINFELDER
40
(1988) relatou que a superfície dos compósitos pode sofrer danos
quando submetidos à ação de instrumentos rotatórios, como micro-rachaduras na sub-
superfície e superfície da resina e pequenas depressões e elevações, tornando-a irregular.
Dessa forma, as concentrações de stress são distribuídas de forma desigual, contribuindo para
um aumento do desgaste da restauração. RATANAPRIDAKUL, LEINFELDER e
THOMAS
61
(1989) concordam com estas afirmações e concluíram, em seu trabalho, que a
eliminação dos procedimentos convencionais de acabamento resultou em uma redução
Denise Pereira Martínez Honczar 115
substancial da taxa de desgaste. Compartilhando de tal opinião, WISNIEWSKI,
LEINFELDER e BRADLEY
76
(1990) relataram que houve um aumento de 46% na taxa de
desgaste quando o acabamento foi realizado com pontas diamantadas finas e sugeriram,
portanto, um aperfeiçoamento das técnicas de acabamento. FERRACANE, CONDON e
MITCHEN
23
(1992), porém, mostraram que somente uma limitada camada sub-superficial
danificada pôde ser criada em certos compósitos durante o contorno inicial da restauração,
mas os próprios autores justificaram esta conclusão, levantando a hipótese de que talvez a
técnica de tingimento utilizada neste estudo não tenha sido capaz de evidenciar as rachaduras
nas resinas compostas provenientes dos procedimentos de acabamento e polimento.
DICKINSON et al.
21
(1990), DICKINSON e LEINFELDER (1993)
19
e DICKINSON,
MAZER e LEINFELDER
21
(1990) mostraram, por meio de avaliações clínicas, que a
eliminação das irregularidades produzidas durante o acabamento, através da aplicação de um
selante de superfície, diminuiu a taxa de desgaste e aumentou a longevidade das restaurações.
Os autores acrescentaram que a técnica é simples e requer pouco tempo adicional.
A metodologia utilizada nesta dissertação foi semelhante à utilizada nos trabalhos de
MIRANDA et al.
50
(2004) e HONCZAR et al.
30
(2005), que também avaliaram o polidor
líquido resinoso BisCover e o selante resinoso Fill Glaze, apresentando resultados coerentes
aos trabalhos descritos acima. Neste estudo, a preparação dos corpos-de-prova e o
acabamento e a aplicação dos selantes foram realizados pelo mesmo investigador com o
objetivo de diminuir a variabilidade, assim como CHUNG
16
(1994); ÖZGÜNALTAY,
YAZICI e GÖRÜCÜ
54
(2003); MIRANDA et al.
50
(2004) e HONCZAR et al.
30
(2005).
Denise Pereira Martínez Honczar 116
Resultados
A comparação dos valores obtidos neste estudo com os de outros autores confirmou,
em sua maioria, os dados observados, apesar de terem sido encontradas, na literatura, duas
pesquisas
50, 30
que analisassem os mesmos materiais.
Neste trabalho, observou-se uma redução significativa da rugosidade do compósito
acabado com ponta diamantada dourada 3195 F após a aplicação do BisCover e do Fill Glaze;
contudo, não houve diferença estatisticamente significativa entre os dois materiais.
Vários trabalhos utilizaram o sistema Sof-Lex para polir as amostras e determinar a
rugosidade dos materiais testados. Este sistema de polimento é, sem dúvida, o que apresenta
melhores resultados até então
64,54, 42
; porém, segundo ÖZGÜNALTAY, YAZICI e
GÖRÜCÜ
54
(2003) e TÜRKUN e TÜRKUN
71
(2004), sistemas de polimento em forma de
disco limitam o acesso nos casos onde as superfícies das restaurações não são planas,
especialmente em regiões posteriores da boca. Vale ressaltar que nenhum sistema de
polimento produziu superfícies mais lisas e brilhantes quando comparados com a matriz de
poliéster
16, 31, 11, 54, 71
. HONDRUM e FERNÁNDEZ
31
(1997) ressaltaram que, uma vez que o
instrumento para acabamento e polimento toca o material restaurador, torna-se difícil retornar
à lisura superficial e reflectância original produzida pela matriz de poliéster.
LU, ROEDER e POWERS
42
(2003) concordam e acrescentam que os sistemas de
polimento têm um papel importante em produzir rugosidade superficial em compósitos.
FERREIRA, LOPES e BARATIERI
24
(2004) vão ainda mais longe e acreditam que os
procedimentos de acabamento e polimento, quando possível, podem ser omitidos, que não
apresentam duração clinicamente significante e são capazes de produzir efeitos deletérios na
restauração. Eles indicam, nos casos onde os procedimentos de acabamento e polimento
forem realizados, a aplicação de um selante de superfície nas margens e sobre a restauração,
Denise Pereira Martínez Honczar 117
concordando com este trabalho e com MIRANDA et al.
50
(2004) e HONCZAR et al.
30
(2005)
e discordando de ROEDER, TATE e POWER
64
(2000), que concluíram que o selamento da
superfície com Protect-It Surface Sealant (Jeneric/Pentron), após acabamento e polimento,
apresentou pouco efeito na rugosidade superficial. Vale lembrar o comprovado potencial
iatrogênico que os procedimentos de acabamento e polimento promovem nas superfícies dos
dentes
64, 51
.
Entretanto, de acordo com ÖZGÜNALTAY, YAZICI e GÖRÜCÜ
54
(2003), apesar de
a matriz de poliéster ser um instrumento versátil, ela não atende a todos os critérios que dizem
respeito à forma e ao contorno, fato que, clinicamente, torna necessários o acabamento e o
polimento das restaurações.
Os testes e resultados desta pesquisa mostraram coerência com os de outros trabalhos,
mesmo considerando terem sido realizados com diferentes materiais, parecendo segura e
confiável quanto aos seus resultados, desde que todas as especificações sejam seguidas.
6.4. Dureza Superficial
Materiais e métodos
Existem diferentes tipos de instrumentos utilizados para medir a dureza de polímeros;
porém, todos operam através da medida da resistência à penetração. O instrumento utilizado
nesta dissertação foi o durômetro Barcol modelo GYZJ 934-1 baseado na norma ASTM D
2583-92
4
. Este durômetro é um instrumento conveniente para testar a dureza de plásticos
rígidos reforçados e não reforçados. A leitura da dureza é indicada imediatamente no visor,
que é dividido em 100 graduações.
Denise Pereira Martínez Honczar 118
Os testes mais comuns para avaliação da dureza de resinas compostas são os testes de
dureza Knoop e Vickers, que utilizam penetradores pontiagudos de diamante, ambos
piramidais. Entretanto, segundo SOUZA
68
(1982), o método Vickers não é muito adequado
para trabalhos de rotina, pois requer uma cuidadosa penetração na superfície e é muito lento
em razão da medida microscópica do tamanho da diagonal. ANUSAVICE
5
(1996) relata que
a seleção do teste deve ser determinada pelo material a ser medido e, de acordo com o autor,
conforme especificação da American Dental Association, o teste Vickers é empregado para
ligas de ouro e é conveniente para determinação da dureza em materiais friáveis. Este teste
também tem sido usado para medir a dureza de estruturas do dente. Segundo o autor, outros
métodos de obtenção de dureza como os testes Barcol e Shore seriam empregados para
medidas de materiais odontológicos como plásticos e borrachas, seguindo o principio da
resistência à penetração.
WASSEL; Mc CABE; WALLS
73
(1992) compararam testes de dureza Barcol e
Vickers e relataram pequenas variações nos valores de dureza Barcol e grandes para os de
Vickers, mostrando uma maior confiabilidade do primeiro, e que as resinas híbridas
mostraram maior irregularidade de comportamento nos testes Vickers que as de
micropartículas. CHUNG
14
(1989), em seu estudo, também observou pequenas variações nos
valores de dureza Barcol e Rockwell 15T e grandes nos de dureza Knoop. Neste trabalho
também foram observadas pequenas variações nos valores de dureza Barcol em todos os
grupos testados.
Apesar de pouco difundida em Odontologia até há alguns anos, a dureza Barcol
ultimamente tem sido mais utilizada, fundamentada nos trabalhos acima e também em
pesquisas de outros autores como KANCA III
34
(1985), PEARSON e LONGMAN
57
(1989),
CHUNG
14,15
(1989 e 1990), ZAIMOGLU, DALAT e SAKLAR
77
(1989), FOWLER,
SWARTZ e MOORE
25
(1994) e ABATE, ZAHRA e MACCHI
1
(2001).
Denise Pereira Martínez Honczar 119
Os corpos-de-prova foram confeccionados em uma matriz metálica que atende as
normas da ASTM D 2583-92
4
, mantendo a superfície plana e lisa, com área suficiente para
que as identações fossem realizadas e com a espessura do espécime de 2mm, concordando
com FRUITS
26
et al. (2000) que, em seu estudo, observaram que amostras com espessura
menor que 1,58mm apresentaram um maior número de defeitos e fendas durante os testes de
dureza. As leituras foram efetuadas mantendo-se a distância mínima de 3mm entre elas,
segundo as normas da ASTM
4
, próximas ao centro da amostra e, portanto distantes das
margens, porque, segundo FRUITS et al.
26
(2000), impressões próximas da margem da
amostra produzem fendas e defeitos em maior quantidade e estas podem alterar o resultado
das leituras seguintes. Foram realizadas cinco medidas de dureza Barcol em cada corpo de
prova de acordo com as recomendações da ASTM 2583-92
4
.
Resultados
Embora não se tenha encontrado outro trabalho que tivesse estudado ao mesmo tempo
estes dois novos materiais nas condições deste estudo, encontram-se, na literatura, alguns
trabalhos que avaliaram o selante de superfície Fortify (Bisco), que, diferentemente do
BisCover e do Fill Glaze, permite que uma camada pegajosa de resina não polimerizada se
forme na superfície, devido à inibição provocada pela presença de oxigênio.
Apesar de alguns autores terem encontrado resultados diferentes em seus trabalhos
observando o aumento dos valores de dureza após aplicação do selante de superfície, como
DICKINSON et al.
20
(1990) e CARVALHO JUNIOR e FREITAS
13
(1998), este trabalho está
de acordo com BERTRAND et al.
8
(2000), que relataram diminuição da dureza da resina
composta testada após aplicação do selante de superfície. Segundo DICKINSON et al.
20
(1990), a dureza superficial dos corpos-de-prova que receberam a camada de selante foi
Denise Pereira Martínez Honczar 120
substancialmente mais alta que a dos não tratados, com aumento médio de 20%,
provavelmente provocado pelo preenchimento das irregularidades superficiais da resina
composta pelo selante. Discordando dos autores acima e de acordo com este trabalho,
BERTRAND et al.
8
(2000) relataram ser impossível aumentar a dureza da resina composta
através da simples aplicação do selante. Acrescentaram que, quanto mais espessa a camada do
selante, menores os valores de dureza. Ainda segundo BERTRAND et al.
8
(2000), o selante
de superfície Fortify (Bisco) mostrou, por meio da microscopia eletrônica de varredura, a
capacidade de preencher os defeitos da resina composta após acabamento. As medidas de
espessura mostraram dificuldade ou até mesmo a impossibilidade de se obter uma superfície
regular utilizando um pincel como aplicador. As espessuras variaram de 0-70 m.
MIRANDA
47
(1994), que, em seu estudo, avaliou o mesmo selante, concluiu também, que
este selante foi eficaz em reduzir os defeitos estruturais superficiais da resina composta
testada em seu trabalho.
Neste estudo, foi observada uma diminuição significante dos valores de dureza
superficial nos corpos-de-prova de resina composta após a aplicação dos selantes de
superfície BisCover e Fill Glaze. Acredita-se que tal fato tenha ocorrido devido à possível
perda de energia ocorrida durante a penetração do identador através dos selantes até chegar à
resina composta propriamente dita. Dessa forma, entende-se que os selantes funcionam como
uma barreira superficial de resina sem carga que absorve energia ao ser atravessada pelo
identador. Analisando os resultados deste trabalho, entende-se que os selantes não são capazes
de aumentar ou diminuir a dureza de uma resina composta, que estes se localizam apenas
na sua superfície. Seria interessante avaliar a dureza somente do selante, como realizou
BERTRAND et al.
8
(2000), que testaram amostras do Fortify (Bisco) e obtiveram valores
muito baixos de dureza Vickers (7,3), onde se verifica que uma resina sem carga apresenta
valores de dureza mais baixos que uma resina com carga. SUH
69
(2003), em seu artigo que
Denise Pereira Martínez Honczar 121
descreve as estratégias por trás do desenvolvimento do BisCover, relatou que o valor de
dureza encontrado deste material foi de 40 Barcol, o que na escala Vickers corresponderia,
aproximadamente, a 25 Vickers (Anexo J).
Neste trabalho, observou-se uma diminuição dos valores de dureza Barcol no grupo
onde os corpos-de-prova foram asperizados com a ponta diamantada dourada (Grupo 2). Este
fato talvez esteja relacionado com a polimerização do compósito, pois, segundo os estudos de
KANCA III
34
(1985); PEARSON e LONGMAN
57
(1989) e FOWLER, SWARTZ e
MOORE
25
(1994), os maiores valores de dureza são encontrados na camada superficial das
resinas fotopolimerizadas. Como neste estudo a camada superficial da resina foi removida,
expôs-se uma camada que talvez estivesse menos polimerizada e conseqüentemente menos
dura. Outra hipótese seria o fato de a superfície asperizada tornar-se mais fragilizada.
O grupo que recebeu o selante Fill Glaze apresentou maiores valores de dureza Barcol
que o grupo que recebeu o BisCover. Isto pode ser explicado pelo fato de o Fill Glaze ter
fraturado ao ser penetrado pelo identador Barcol, atingindo assim a camada superficial de
resina e registrando os maiores valores de dureza. Para um melhor entendimento dos
resultados obtidos, foram realizadas as análises Termogravimétrica, Espectrometria no
Infravermelho e Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear. Segundo os resultados
desta última, a amostra BisCover contém um componente de resistência (BISEDA,
51mol%), um diluente/plastificante (PEGDA, 41mol%) e um componente que confere
brilho e resistência à abrasão (UDMA, 8mol%). A amostra Fill Glaze é constituída por um
componente de resistência (epóxi-acrilato, 78mol%) que corresponde ao acrilato
epoxioligômero; um diluente/plastificante (EA, 9mol%) que corresponde ao éster de
acrilato alifático e um componente que confere brilho e resistência à abrasão (MMA,
13mol%). Portanto, observa-se na composição do Fill Glaze a presença de uma grande
quantidade de componente de resistência e pouca quantidade de diluente, o que torna o
Denise Pereira Martínez Honczar 122
material mais rígido e friável quando comparado ao BisCover, onde se encontrou grande
quantidade de diluente, o que torna o material menos rígido e, conseqüentemente, menos
friável. Esta observação pode explicar o fato de o selante Fill Glaze quebrar ao ser penetrado
pelo identador do durômetro, não ocorrendo tal fato com o selante BisCover. (Figuras 19, 20,
21 e 22).
Segundo o perfil técnico fornecido pelos fabricantes as composições monoméricas dos
selantes e suas respectivas porcentagens são:
Amostra Componente Mol %
BISEDA 20-50
UDMA 20-40
BisCover
PEGDA 20-40
Metacrilato de metila Não informa
Éster de acrilato alifático Não informa
Fill Glaze
Acrilato epoxioligômero Não informa
Porém, após a caracterização dos selantes constatou-se que:
Amostra Componente Mol %
BISEDA 51,05
UDMA 7,68
BisCover
PEGDA 41,26
Metacrilato de metila 12,64
Éster de acrilato alifático 9,32
Fill Glaze
Acrilato epoxioligômero 78,03
Verificou-se uma diferença considerável na porcentagem de UDMA na composição do
BisCover e conseguiu-se quantificar os monômeros constituintes do Fill Glaze. Essas
observações, somadas às citadas, mostram a importância de se realizar a caracterização dos
materiais ao iniciar uma pesquisa, pois não é incomum, encontrar em lotes diferentes,
variações consideráveis na formulação. As análises realizadas neste estudo auxiliaram no
entendimento e na discussão dos resultados.
Denise Pereira Martínez Honczar 123
De acordo com a literatura, os selantes de superfície são, sim, eficazes em preencher
os defeitos estruturais da resina composta
47, 8, 20
. Isto se torna necessário que os
procedimentos clínicos de escultura, ajuste oclusal e polimento, associados às forças
mastigatórias, provocam trincas grosseiras e microscópicas na superfície da resina composta,
as quais facilitam a penetração de água e, conseqüentemente, aumentam a quantidade de
degradação hidrolítica
61, 76
. A aplicação de um selante de superfície logo após o polimento
visa diminuir justamente este efeito, pois o selante penetraria nas fendas, vedando-as e
diminuindo a penetração de água
20, 36, 47
.
Baseados nas informações acima, CARVALHO JUNIOR e FREITAS
13
(1998)
explicaram seus resultados mostrando que, na realidade, a maior dureza das amostras que
receberam o selante seria conseqüência de uma não diminuição desta, em função da menor
penetração de água. Em seu estudo, os espécimes em resina composta foram divididos em
dois grupos, em que a metade recebeu a aplicação do selante de superfície Fortify (Bisco). Os
espécimes foram armazenados em água deionizada a 37˚C até completarem 30 dias, sendo
que, nas idades de 14 e 28 dias, sofreram um processo de ciclagem térmica com 300 ciclos
variando a temperatura de 5˚-55˚C. As leituras de dureza foram realizadas após 24 horas e
após 30 dias. Os autores concluíram, então, que o selante retardou a diminuição da dureza das
resinas compostas, provavelmente por diminuir a degradação hidrolítica, na interface
carga/matriz.
Os resultados do teste de dureza Barcol mostraram relação com outros trabalhos
realizados com diferentes testes de dureza, podendo ser traçado um paralelo entre eles (Anexo
J). Sendo, portanto, seguro e confiável quanto aos seus resultados, desde que todas as
especificações sejam seguidas.
Denise Pereira Martínez Honczar 124
6.5. Considerações Finais
As restaurações diretas em compósito freqüentemente necessitam de ajustes após sua
inserção e polimerização para conferir texturas e contornos mais adequados. Para recriar o
polimento e o brilho perdidos durante estes ajustes, são utilizados instrumentos rotatórios
como brocas carbide multilaminadas, taças e pontas de borracha, discos, tiras e pastas
abrasivas.
Porém, os procedimentos de acabamento e polimento das restaurações podem gerar
micro-rachaduras sobre e sob a superfície da restauração, prejudicando seu desempenho
clínico
61
. Uma alternativa para minimizar este problema seria o selamento marginal e
superficial da restauração com um selante de superfície.
O BisCover e o Fill Glaze são materiais que possibilitam a diminuição dos passos
clínicos no que diz respeito ao polimento de compósitos e de restaurações provisórias de
resina acrílica, que a técnica é simples, rápida e de acordo com os resultados deste estudo,
eficaz, não como polidores, mas também em reduzir a infiltração nas interfaces
dente/restauração. Estes selantes viabilizam o polimento nas faces oclusais dos dentes
posteriores, região de difícil acesso aos discos e pontas para polimento. Possibilitam também
o selamento e o polimento de restaurações de compósito em faces vestibulares de dentes
anteriores, sem que estas percam as características anatômicas e texturas criadas para torná-las
mais naturais, o que geralmente ocorre com o uso de discos e pontas de borracha. No entanto,
vale ressaltar que, de acordo com o trabalho de LEE; LU e POWERS
39
(2005), a aplicação do
selante BisCover diminuiu a fluorescência das resinas compostas testadas, o que clinicamente,
pode comprometer a combinação de cor entre o dente e a restauração, especialmente sob a luz
ultra-violeta. Caso esta característica seja de fundamental importância, levando-se em conta a
Denise Pereira Martínez Honczar 125
localização da restauração e necessidade do paciente, a aplicação destes materiais deve ser
avaliada.
Os selantes possuem ainda a vantagem de não possuírem o potencial iatrogênico dos
procedimentos comuns de acabamento e polimento
64, 51
, além de prolongarem a longevidade
das restaurações
20
.
As características descritas acima somadas aos resultados encontrados neste estudo
tornam interessante a utilização de um selante de superfície como último passo operatório da
confecção de restaurações em compósito. Vale lembrar que trabalhos realizados in vitro não
correspondem exatamente à realidade clínica, porém, podem mostrar as características dos
materiais para que o clínico opte pela sua utilização ou não, com maior compreensão sobre
suas características, e conhecimento das suas vantagens e desvantagens.
Uma sugestão de aprofundamento do tema desenvolvido nesta dissertação seria a
realização do teste de abrasão por escovação para verificar a taxa de desgaste dos selantes e
estabelecer o tempo ideal para reaplicação destes. Outra sugestão seria realizar o teste de
resistência ao desgaste sob atividade mastigatória, além de avaliar se a incorporação de
partículas de carga inorgânica traria alguma vantagem neste sentido sem, contudo, prejudicar
a capacidade de polimento e penetração dos selantes. Seria interessante também, avaliar até
que ponto estes materiais protegem os compósitos da degradação em ambiente de alto desafio
cariogênico, atividade “des-re”. E finalmente, reavaliar a característica negativa destes
selantes de atuarem como uma barreira à fluorescência de compósitos que têm essa
característica, avaliando também a possibilidade de torná-los fluorescentes.
Denise Pereira Martínez Honczar 126
7. CONCLUSÕES
7.1- Com base nos resultados obtidos e na análise estatística realizada, pôde-se concluir que:
7.1.1- Os selantes testados reduziram a microinfiltração nas restaurações classe V com
compósito, tanto nas margens em esmalte quanto em dentina/cemento, não
existindo diferença estatisticamente significante entre eles.
7.1.2- Os selantes testados reduziram a rugosidade superficial do compósito acabado
com ponta diamantada, não existindo diferença estatisticamente significante
entre eles.
7.1.3- Os selantes testados reduziram a dureza superficial do compósito. Porém o
BisCover apresentou menores valores de dureza que o Fill Glaze, sendo esta
diferença estatisticamente significante.
7.2- Com base na caracterização dos selantes, pôde-se concluir que:
7.2.1- Os selantes não apresentaram carga inorgânica.
7.2.2- Os selantes apresentaram a seguinte composição monomérica (análise
qualitativa):
BisCover – BISEDA, PEGDA e UDMA.
Fill Glaze – Epóxi-acrilato, EA e MMA.
7.2.3- Os selantes apresentaram a seguinte porcentagem de monômeros (análise
quantitativa):
BisCover – BISEDA 51,05%, PEGDA 41,26% e UDMA 7,68%.
Fill Glaze – Epóxi-acrilato 78,03%, EA 9,32% e MMA 12,64%.
Denise Pereira Martínez Honczar 127
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Denise Pereira Martínez Honczar 133
APÊNDICE A
Avaliação dos escores de microinfiltração nos grupos de
materiais por região, segundo o avaliador 2.
Região Oclusal Região Cervical
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Escores
n % n % n % n % n % n %
0
10 37,04 23 85,19 27 100 3 11,11
1
16 59,26 4 14,81 8 29,63 14 51,85 26 96,3
2
1 3,704 5 18,52 6 22,22 1 3,704
3
14 51,85 4 14,81
Total
27 100 27 100 27 100 27 100 27 100 27 100
Mediana
1 0 0 3 1 1
Intervalo interquartil
(0; 1) (0; 0) (0; 0) (1; 3) (1; 2) (1; 1)
Região Oclusal Região Cervical
Teste de Kuskal-Wallis: p-valor<0,001 Teste de Kuskal-Wallis: p-valor<0,001
Teste de Mann-Whitney: Teste de Mann-Whitney:
Grupo 1 X Grupo 2: p-valor<0,001 Grupo 1 X Grupo 2: p-valor = 0,002
Grupo 1 X Grupo 3: p-valorr< 0,001 Grupo 1 X Grupo 3: p-valorr< 0,001
Grupo 2 X Grupo 3: p-valor = 0,039 Grupo 2 X Grupo 3: p-valor = 0,057
Avaliação dos escores de microinfiltração nos grupos
de materiais por rego, segundo o avaliador 2
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Região Oclusal Região Cervical
Escore 0
Escore 1
Escore 2
Escore 3
Denise Pereira Martínez Honczar 134
APÊNDICE B –
Avaliação dos escores de microinfiltração nos grupos de
materiais por região, segundo o avaliador 3.
Região Oclusal Região Cervical
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Escores
n % n % n % n % n % n %
0
6 22,22 25 92,59 27 100 4 14,81
1
20 74,07 2 7,407 7 25,93 14 51,85 26 96,3
2
1 3,704 5 18,52 3 11,11 1 3,704
3
15 55,56 6 22,22
Total
27 100 27 100 27 100 27 100 27 100 27 100
Mediana
1 0 0 3 1 1
Intervalo
interquartil
(1; 1) (0; 0) (0; 0) (1; 3) (1; 2) (1; 1)
Região Oclusal Região Cervical
Teste de Kuskal-Wallis: p-valor<0,001 Teste de Kuskal-Wallis: p-valor<0,001
Teste de Mann-Whitney: Teste de Mann-Whitney:
Grupo 1 X Grupo 2: p-valor<0,001 Grupo 1 X Grupo 2: p-valor = 0,002
Grupo 1 X Grupo 3: p-valorr< 0,001 Grupo 1 X Grupo 3: p-valorr< 0,001
Grupo 2 X Grupo 3: p-valor = 0,153 Gupo 2 X Grupo 3: p-valor = 0,184
Avaliação dos escores de microinfiltração nos grupos
de materiais por rego, segundo o avaliador 3
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3
Região Oclusal Região Cervical
Escore 0
Escore 1
Escore 2
Escore 3
Denise Pereira Martínez Honczar 135
APÊNDICE C –
Aprovação do Comitê de Ética
Denise Pereira Martínez Honczar 136
APÊNDICE D –
Análise Termogravimétrica BisCover
Denise Pereira Martínez Honczar 137
APÊNDICE E –
Análise Termogravimétrica Fill Glaze
Denise Pereira Martínez Honczar 138
APÊNDICE F –
Espectrometria no Infravermelho BisCover
Denise Pereira Martínez Honczar 139
APÊNDICE G –
Espectrometria no Infravermelho Fill Glaze
Denise Pereira Martínez Honczar 140
APÊNDICE H –
Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear BisCover
Denise Pereira Martínez Honczar 141
APÊNDICE I –
Espectrometria de Ressonância Magnética Nuclear Fill Glaze
Denise Pereira Martínez Honczar 142
ANEXO A
Perfil Técnico BisCover -Bisco (parte 1)
Denise Pereira Martínez Honczar 143
ANEXO B –
Perfil Técnico BisCover -Bisco (parte 2)
Denise Pereira Martínez Honczar 144
ANEXO C –
Perfil Técnico BisCover -Bisco (parte 3)
Denise Pereira Martínez Honczar 145
ANEXO D –
Perfil Técnico Fill Glaze - Vigodent
Denise Pereira Martínez Honczar 146
ANEXO E –
Perfil Técnico Filtek Z250 - 3M (parte 1)
Denise Pereira Martínez Honczar 147
ANEXO F –
Perfil Técnico Filtek Z250 - 3M (parte 2)
Denise Pereira Martínez Honczar 148
ANEXO G –
Perfil Técnico Magic Acid - Vigodent
Denise Pereira Martínez Honczar 149
ANEXO H –
Perfil Técnico Adper Single Bond 2 - 3M (parte 1)
Denise Pereira Martínez Honczar 150
ANEXO I –
Perfil Técnico Adper Single Bond 2 - 3M (parte 2)
Denise Pereira Martínez Honczar 151
ANEXO J –
Tabela de Conversão de Dureza
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