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Foi estudada uma população de 1042 pacientes; sendo 202 (19,3%) isseis
(primeira geração) e 840 (89,7%) nisseis (segunda geração). Eram 561 mulheres
(53,9%) e 481 (46,1%) homens. Entre os isseis 104 eram homens (51,3%) e 98
mulheres (48,7%) e entre os nisseis 373 eram homens (44,4%) e 467 (55,6%)
mulheres, p= 0,086. Nesta população, a idade média foi de 57 (±12,4) anos, sendo que
os isseis obviamente eram mais velhos, 69,7(±9,0) anos, e os nisseis 54 (±11,1) anos,
p= 0,001. Tabela 1.
Foram considerados diabéticos pelos critérios definidos anteriormente 368 (35,3%)
indivíduos; 78 (38,6%) isseis e 290 (34,5%) nisseis, p= 0,312. Utilizando-se os critérios
da NCEP-ATP III modificado para a população japonesa, a SM esteve presente em 540
dos participantes, representando 51,8% do total. Entre os isseis havia 120 (59,4%) com
SM e entre os nisseis 420 (50,0%), p= 0,020.
Analisando-se os eletrocardiogramas dos 1042 participantes pudemos constatar a
presença de ondas “qs” de necrose miocárdica em 54 (5,1%) participantes, sendo 16
(7,9%) entre os isseis e 38 (4,5%) nos nisseis, p= 0,078. Pelo índice de Perugia, a HVE
foi constatada em 110 (10,5%) dos nipo-brasileiros, 25 (12,3%) eram do grupo dos
isseis e 85 (10,1%) eram nisseis, p= 0,359. Tabela 1.
Como afirmado acima as ondas “qs” de necrose estavam presentes em 54
participantes do estudo, 29 (7,8%) eram diabéticos enquanto apenas 25 (3,7%) dos não
diabéticos as apresentavam. p= 0,003. Entre os isseis diabéticos, a necrose ocorreu em
sete pessoas (12,8%) e entre os não diabéticos em nove (7,2%), p= 0,66. Nos nisseis
diabéticos a prevalência de necrose miocárdica era de 7,5%, correspondendo a 22
pacientes, nos não diabéticos era 2,2% (16 pessoas), p=0,0018.
A HVE esteve presente em 48 (13%) diabéticos e em 62 (9,2%) nos não
diabéticos, p= 0,04. Entre os isseis a HVE ocorreu em 12 (15,3%) diabéticos e em 13
(10,4%) não diabéticos, p= 0,30, e nos nisseis em 37 (12,7%) dos diabéticos e em 48
(8,7%) dos não diabéticos, p= 0,06. Tabelas 2 e 3.
No grupo dos 540 portadores de SM constatou-se a ocorrência de ondas “qs” de
necrose em 31 (5,7%) pacientes, em contrapartida entre aqueles sem SM havia 23
(4,6%) pacientes, p= 0,16. Entre os isseis com “qs” no ECG, 11 pacientes (9,1%)
tinham SM contra a presença de cinco pacientes (6,1%) sem síndrome metabólica, p=
0,40. Nos 420 nisseis com SM a necrose miocárdica esteve presente em 21
eletrocardiogramas (5,0%), na ausência da síndrome metabólica isto aconteceu em 17
ECGs (4,0%), p= 0,49.