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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL
Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais e
Ambiental
CARBONO ORGÂNICO NAS FRAÇÕES
GRANULOMÉTRICAS E HÚMICAS EM SOLOS DE
DIFERENTES TEXTURAS SOB FLORESTA DA REGIÃO
NOROESTE MATOGROSSENSE
GISELE CRISTINA DE CASTRO
C U I A B Á - MT
2008
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FICHA CATALOGRÁFICA
C355c
Castro, Gisele Cristina de
Carbono orgânico nas frações granulométricas e
húmicas em solos de diferentes texturas sob floresta da
região noroeste mato-grossense / Gisele Cristina de
Castro. 2008.
45p. : il. ; color.
Dissertação (mestrado) Universidade Federal de Mato
Grosso, Faculdade de Engenharia Florestal, Pós-graduação
em Ciências Florestais e Ambiental, 2008.
“Orientadora: Profª. DSc. Oscarlina Lúcia dos
Santos Weber”.
CDU 630*114(817.2)
Ficha elaborada por: Rosângela Aparecida Vicente
Söhn CRB 1/931
Índice para Catálogo Sistemático
1.
Solo Fracionamento físico e
químico Floresta
2.
Solo Granulometria Floresta mato-grossense
3.
Solo Frações granulométricas e húmicas Floresta
4.
Solo Carbono orgânico Teor
5.
Solo Nitrogênio Teor
6.
Solo Florestal Mato Grosso
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GISELE CRISTINA DE CASTRO
CARBONO ORGÂNICO NAS FRAÇÕES
GRANULOMÉTRICAS E HÚMICAS EM SOLOS DE
DIFERENTES TEXTURAS SOB FLORESTA DA REGIÃO
NOROESTE MATOGROSSENSE
Orientadora: Prof
a
. DSc. OSCARLINA LÚCIA DOS SANTOS WEBER
Dissertação apresentada à Faculdade de
Engenharia Florestal da Universidade Federal
de Mato Grosso, para obtenção do título de
Mestre em Ciências Florestais e Ambiental
C U I A B Á MT
2008
FACULDADE DE ENGENHARIA FLORESTAL
Programa de Pós-graduação em Ciências Florestais e
Ambiental
CERTIFICADO DE APROVAÇÃO
Título: orgânico nas frações granulométricas e húmicas em solos
de diferentes texturas sob floresta da região noroeste
matogrossense
Autora:Gisele Cristina de Castro
Orientadora : Prof
a
DSc. Oscarlina Lúcia dos Santos Weber
Aprovada em 29 de agosto de 2008.
Comissão Examinadora:
_____________________________ _________________________
Prof
a
DSc Oscarlina L. dos S. Weber Prof. DSc Edgar A. Tzi Tziboy
(FAMEV/UFMT) (Orientadora) (FAMEV/UFMT)
____________________________
Prof. DSc. José F. Scaramuzza
(FAMEV/UFMT)
Aos meus pais, Bento e Aparecida, pelo esforço, dedicação e exemplo de
vida, pois nos méritos de minhas conquistas há muito de suas presenças.
Ao Paulo, que com amor, compreensão e companheirismo me apoiou e me
ajudou para que eu me sentisse confiante para superar momentos de
indecisão.
A toda minha família pelo amor e confiança e apoio, mesmo à distância.
AGRADECIMENTOS
À Deus, que é força de todas as crenças, de todos os povos.
À profa. DSc. Oscarlina Lúcia dos Santos Weber, pela amizade, dedicação e
confiança que em mim depositou, sem contribuindo para transformar-me em
uma profissional cada vez melhor.
Ao Prof. DSc. José Fernando Scaramuzza pela participação da banca
examinadora;
Ao Prof. DSc. Edgar Tzi Tziboy, pela participação da banca examinadora.
Aos Docentes do curso de Pós-Graduação, por me ensinarem a aprender e
pela amizade;
Aos estagiários do laboratório de solo pela amizade e ajuda dispensada.
Ao Vespaziano, pela concessão da área e bolsa para a realização do
trabalho;
Ao Prof. Alicio Pinto pelo apoio e atenção nos momentos difíceis.
Ao amigo Marcelo Luiz Ferreira Cunha, por me ajudar nos momentos de
dificuldade e pelo agradável convívio.
À UFMT, e ao PPG em Ciências Florestais e Ambientais pelo apoio e
facilidades concedidas para o desenvolvimento dos trabalhos experimentais.
vii
CARBONO ORGÂNICO NAS FRAÇÕES
GRANULOMÉTRICAS E HÚMICAS EM SOLOS DE
DIFERENTES TEXTURAS SOB FLORESTA DA REGIÃO
NOROESTE MATOGROSSENSE
Autora: Castro, Gisele Cristina
Orientadora: Profa. DSc. Oscarlina Lúcia dos Santos Weber
RESUMO
Com o objetivo de avaliar o teor de carbono orgânico e do nitrogênio total
das frações granulométricas e húmicas de solos sob floresta foram coletadas
amostras de solo em diferentes pontos amostrais de cinco quadrantes, nas
profundidades de 0-20, 20-40, 40-60 e 60-100 cm. As amostras de solos
foram secas e tamizadas em peneira de 2,0 mm para em seguida serem
submetidas ao fracionamento físico granulométrico e químico. As frações
físicas granulométricas maior e menor que 53 µm foram obtidas ao dispersar
as amostras por meio de ultrasom, enquanto que as frações húmicas (ácido
fúlvico, ácido mico e humina) foram obtidas com base na solubilidade por
meio de extração alcalina. Obtida as frações, o teor de carbono orgânico foi
determinado pela digestão sulfocrômica a quente seguida de titulação com
sulfato ferroso amoniacal enquanto que o nitrogênio foi obtido pela digestão
de uma mistura digestora seguida de destilação em semi-microdestilador e
titulação. Os teores de carbono orgânico (CO) e nitrogênio total (NT) foram
maiores, de forma gera,l na fração < 53 μm para todos os solos
independente da textura. Em relação às substancias húmicas (SHs), a fração
ácido húmico (FAH) teve o maior teor de carbono e a fração humina (FHUM)
teve o menor teor. A relação extrato alcalino (EA/HUM) variou de 22,09 a
24,76 g Kg
-1
indicando predomínio da Fração Humica (FHum) na camada
superficial.
Palavras-chaves: Fracionamento físico e químico, matéria orgânica,
granulometria do solo.
viii
ORGANIC CARBON IN GRANULOMETRIC AND HUMIC
FRACTIONS IN SOILS OF DIFFERENT TEXTURE UNDER
FOREST IN THE MATOGROSSENSE NORTHWESTERN
REGION
Author: Castro, Gisele Cristina
Advisor: Prof. DSc. Oscarlina Lúcia dos Santos Weber
ABSTRACT
Aiming the evaluating of the organic carbon and the total nitrogen of the
granulometric and humic fractions in differents textures of soils under forests,
soil samples were collected in different sampling points in five quadrants, in
the layers of 0-20, 20-40, 40-60 and 60-100 cm. The soil samples were dried
and sifted in a 2,0 mm sieve for then being submitted to the chemical
granulometric and physical fractionation. The physical granulometric fractions
bigger end smaller 53 µm were obtained when the samples were dispersed
by ultrasound, whereas the humic fractions (fulvic acid, humic acid and
humina) were obtained from the solubility through alkaline extraction. When
the fractions were achieved, the organic carbon content was obtained through
hot sulphochromic digestion followed by titration with ammonium ferrous
sulfate while the nitrogen was obtained through the digestion of a digestive
mixture followed by distillation in semi-microdistillator and titration. The
organic carbon content (CO) and total nitrogen (NT) were higher in a general
way in the fraction < 53 μm for all the soils independent of the texture. In
relation to the humic substances (SHs), the humic acid fraction (FAH) had the
highest carbon content and the humine fraction (FHUM) had the lowest. The
relation alkaline extract (EA/HUM) ranged from 22,09 to 24,76 g Kg
-1
indicating predominance of the Humic Fraction (FHum) in the superficial
layer.
Key words: Physical and chemical fractionation, organic matter, soil
granulometry.
SUMÁRIO
RESUMO ....................................................................................................... vii
ABSTRACT ................................................................................................... viii
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 10
2 REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 12
2.1 Matéria orgânica do solo (MOS) ............................................................. 12
2.2 Métodos de fracionamento e caracterização da MOS ............................ 14
2.3 Influência da textura do solo na dinâmica do carbono orgânico e do
nitrogênio ...................................................................................................... 17
3 MATERIAL E MÉTODOS .......................................................................... 20
3.1 Caracterização da área de estudo .......................................................... 20
3.2 Amostragem do solo ............................................................................... 21
3.3 Fracionamento físico granulométrico do solo .......................................... 22
3.3.1 Determinação do carbono orgânico ......................................................22
3.3.2 Determinação do nitrogênio (NT) ..........................................................23
3.4 Extração das substâncias húmicas do solo ............................................ 23
3.4.1 Determinação do carbono orgânico nas frações das substâncias ........24
húmicas .........................................................................................................24
3.5 Delineamento e análise estatística ......................................................... 26
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................. 27
4.1 Granulometria e distribuição do carbono orgânico (CO) e do nitrogênio
nas frações granulométricas dos solos estudados ....................................... 27
4.2 Carbono nas frações húmicas dos solos estudados ............................... 33
5 CONCLUSÕES .......................................................................................... 37
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA ............................................................ 39
ANEXO ......................................................................................................... 46
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos trinta anos, marcando a complexa e longa história de
destruição da floresta Amazônica. Sendo essas regiões incluída no arco do
desflorestamento da Amazônia. Esforços por parte dos governos Federal e
Estadual, instituições públicas e privadas e ONG’S não têm sido suficientes
para conter o processo acelerado de desmatamento devido ao molde de
desenvolvimento aplicado. Esse modelo baseia-se na supressão das
florestas e não valoriza a árvore em pé.
A prática do manejo sustentável, tem sido uma das alternativas
mais viáveis de uso dos recursos naturais como tem sido estudados pelo
Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia (INPA), Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA), Instituto do Homem e Meio Ambiente da
Amazônia (IMAZON), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), dentre
outros.
A Floresta Amazônia, uma exuberância, que depende
fundamentalmente da própria vegetação e das condições climática Porém, o
solo nessa região, apresenta aptidão natural, tipicamente florestal. Um dos
fatores limitantes para o uso contínuo com a agricultura ou pastagem
convencional é o solo.
Os solos amazônicos apresentam predomínio de Latossolos
(Oxisols) e Argissolos (Ultisols), que são altamente intemperizados, formados
por minerais de argila de baixa atividade do tipo caulinita e de óxidos e
hidróxidos de ferro e alumínio. Estes fatores indicam que são solos ácidos e
possuem baixa disponibilidade de nutrientes para as plantas, principalmente
o fósforo. Os solos amazônicos têm na ciclagem e na matéria orgânica a
fonte dos nutrientes para a sustentação das florestas.
O estudo da matéria orgânica em agrossistemas brasileiros,
especialmente os amazônicos, é um tema estratégico para que se alcance a
11
sua sustentabilidade, bem como da agricultura e da exploração florestal bem
manejada.
Diversas o as técnicas que têm sido desenvolvidas para
identificar os compartimentos orgânicos da matéria do solo, dentre as quais
estão o fracionamento físico, que permite separar a matéria orgânica (MO)
nas diversas frações, e o fracionamento químico, que separa as substâncias
húmicas por meio da extração alcalina.
algumas evidências de que a argila pode explicar variações no
acúmulo do carbono do solo e do seqüestro de carbono, assim o objetivo
deste trabalho foi avaliar o teor de carbono orgânico e do nitrogênio total nas
frações granulométricas nas substâncias húmicas dos solos sob floresta de
diferentes texturas.
12
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Matéria orgânica do solo (MOS)
A matéria orgânica do solo (MOS) é toda fração orgânica presente
no solo em forma de resíduo fresco ou em diversos estágios de
decomposição, compostos humificados e materiais carbonizados, associados
ou não à fração mineral e outra parte composta por organismos vivos como
raízes e os constituintes da fauna edáfica (ROSCOE e MACHADO, 2002).
A matéria orgânica do solo é fonte primária de nutrientes às
plantas, influenciando na infiltração, na retenção de água e na
susceptibilidade à erosão. Atua também, sobre outros processos como a
ciclagem de nutrientes, a complexação de elementos tóxicos e a
estruturação do solo. O conteúdo de matéria orgânica do solo é considerado
um dos principais indicadores de sustentabilidade e qualidade do solo
(GREGORICH et al., 1994).
Segundo Christensen (2000) uma estreita relação entre a MOS
e os diversos processos químicos, físicos e biológicos nos ecossistemas
terrestres. Muitos autores têm destacado sua importância na qualidade de
solo (Oades, 1984; Castro Filho et al. 2002), na taxa de infiltração e na
retenção de água (Rawls et al. 2003), na atividade biológica (Primavesi,
1984), na CTC (Stevenson,1994), na disponibilidade de nutrientes para as
plantas (Cheng,1997), e na liberação de CO
2
e outros gases (LAL et al.,
1998).
Em sistemas naturais, os fatores de formação do solo são
determinantes primários dos processos de ciclagem do carbono (C), uma vez
que exercem influência sobre o aporte de resíduos e sobre as saídas de
carbono do solo (STEVENSON, 1994).
A matéria orgânica presente nos solos, nas turfas e nos
sedimentos consiste em uma mistura de produtos, em vários estágios de
decomposição, resultantes da degradação química e biológica de resíduos
vegetais e animais, e da atividade sintética de microrganismos. Essa matéria
13
é chamada de húmus, substâncias húmicas (SHs) e substâncias não
húmicas. A base da diferenciação é que as substâncias não húmicas o de
natureza definida, como os aminoácidos, os carboidratos, as proteínas e os
ácidos orgânicos, enquanto as substâncias húmicas são de estrutura química
complexa compondo um grupo de compostos heterogêneos (STEVENSON,
1982).
As SHs compreendem três principais frações: (1) os ácidos
húmicos definidos operacionalmente como a fração solúvel em meio alcalino
diluído e que precipita pela acidificação do extrato alcalino; (2) os ácidos
fúlvicos permanecem em solução quando o extrato alcalino é acidificado; (3)
a humina fração não extraída por ácido diluído (HAYES, 1998).
A MO pode estar presente no solo como partículas orgânicas livres
ou ligadas às superfícies dos agregados ou com substâncias húmicas (SHs)
ou não húmicas, associadas à fração mineral de diferentes tamanhos de
partículas. Os diversos métodos de fracionamento da MOS, segundo Pillon
(2000) o baseados principalmente na sua localização na matriz mineral,
(fracionamento físico por tamanho de partículas), no seu grau de associação
com a fração mineral (fracionamento físico por densidade) ou em
características de solubilidade dos compostos orgânicos (fracionamento
químico).
As variações qualitativas da MOS podem ser avaliadas por meio
da distribuição do carbono entre as frações granulométricas do solo (Feller,
1975), bem como as frações separadas quimicamente (DABIN, 1976).
A relação ácido húmico por ácido fúlvico (AH/AF) é a relação entre
os teores de carbono na forma de ácidos húmicos e ácidos fúlvicos que
indicam a mobilidade do carbono no solo. Em geral os solos mais arenosos
apresentam maiores relações AH/AF indicando a perda seletiva da fração
mais solúvel fração ácido fúlvico (FAF). Em relação ao extrato alcalino
(EA/HUM) é a relação (ácido fúlvico + ácido Húmico) e a humina. Este índice
indica iluviação de matéria orgânica e nos horizontes espódicos são
14
encontrados as maiores relações EA/HUM (Benites et al. 2001), enquanto
em horizontes superficiais as relações EA/HUM são em geral menores que 1.
2.2 Métodos de fracionamento e caracterização da MOS
Os todos de fracionamento físico da MOS podem ser
classificados como métodos granulométricos (Cambardella e Elliot, 1992),
densimétrico (Golchin et al. 1994) ou uma mistura de ambos (SIX et al.
1998).
O método de fracionamento físico granulométrico tem como princípio a
separação da MO por peneiramento. Assim, os trabalhos de pesquisa que
utilizam esse método de fracionamento (Diekow, 2003) adotam a separação
dos compartimentos da MOS em carbono orgânico particulado (COP),
carbono orgânico associado aos minerais (COM) e carbono orgânico total
(COT).
O fracionamento físico do solo, de acordo com o tamanho das
partículas ou por densidade, tem se mostrado uma ferramenta útil no estudo
da MOS, revelando diferenças tanto na sua estrutura como na sua dinâmica
quando esta se encontra ligada às partículas de diferentes tamanhos
(NEVES et al., 2005).
O COP é a fração da MOS separada por dispersão e peneiramento
do solo associado à fração areia (CO da MO grosseira > 53 µm). Golchin et
al. (1994), caracterizaram o COP como sendo partículas derivadas de
resíduos de plantas e hifas com estrutura celulares reconhecíveis, cuja
permanência no solo está condicionada à proteção física desempenhada por
agregados. Segundo Roscoe e Machado (2002), o COP resulta da adição de
serrapilheira e dos processos de persistência e decomposição no solo.
Christensen (1996) definiu o CO como a fração da MOS que
interage com a superfície de partículas minerais, formando os complexos
organominerais, estes estando protegidos através do mecanismo de
15
proteção coloidal, fazendo com que esta fração de MOOS apresente um
tempo de permanência particulado, sendo esta proteção maior nos
microagregados do que nos macroagregados (BUYANOVSKY et al., 1994).
A estabilidade da MOS pela associação com a fração mineral do
solo é resultante da formação de ligações estáveis entre MOS e os cátions
metálicos e os minerais do solo (Martin Neto et al., 1996). Com o
fracionamento granulométrico é possível conseguir a máxima dispersão do
solo, a fim de separar as frações areia, silte e argila, com a mínima alteração
da MOS associada a essas frações (BASANTA, 2004).
A matéria orgânica presente no solo nas frações lábeis (constituída
por componentes facilmente oxidáveis) e estáveis, influencia as propriedades
físicas, químicas e biológicas do solo (BAYER et al., 2004).
A fração areia está associada à matéria orgânica livre ou lábil,
desempenhando importante função na ciclagem de nutrientes do solo
(Conceição et al., 2005). As frações silte e argila estão associadas à maior
parte do carbono orgânico dos solos, na fração não lábil, sendo um material
mais transformado e amorfo sem estrutura reconhecível de materiais
vegetais ou da meso e microfauna (ROSCOE e MACHADO, 2002).
A ação dos agentes decompositores da matéria orgânica do solo é
influenciada pelo teor de argila do solo, a qual aumenta a adsorção de
compostos orgânicos e nutrientes e proporciona maior capacidade tampão
do solo. Com isso, os solos com altos teores de argila apresentam maior
imobilização de carbono orgânico e nitrogênio pela ação dos microrganismos
do solo (CARVALHO, 2006).
O nitrogênio total do solo (NT) é controlado, em condições
naturais, por fatores climáticos e pela vegetação. Em solos sob clima tropical,
a concentração de nitrogênio total pode variar entre 0,02 e 0,4%, podendo,
em casos extremos de solos orgânicos, chegarem a2% e cerca de 95%
do nitrogênio total do solo se encontra na forma orgânica, sendo a MOS do
solo um importante reservatório de formas potencialmente disponíveis desse
16
elemento para os vegetais, principalmente na forma nítrica (N-NO3
-
) e
amoniacal (N-NH4
+
). (STEVENSON,1994).
A mineralização da matéria orgânica do solo, que inclui o processo
de aminação e amonificação, é responsável, por ano, pela conversão de 2 a
5% do nitrogênio orgânico a nitrogênio mineral (D´ANDREA et al., 2004;
MOREIRA e SIQUEIRA, 2002).
Tognon et al. (2002) avaliando o teor e distribuição da matéria
orgânica em Latossolos da floresta Amazônica e dos Cerrados do Brasil
Central, observaram que o teor de matéria orgânica da região amazônica
está presente em maior quantidade nos horizontes superficiais. Esses
autores observaram também que à medida que aumenta o teor de argila do
solo, aumenta o teor de matéria orgânica, e que os solos da região
amazônica apresentam maior teor de nitrogênio com relações C/N menores
do que nos solos de Cerrados. Os teores de MO encontrados foram maiores
que 31,9 g Kg
-1
, na faixa de precipitação 1.500 a 2.000 mm, que 36,3 g Kg
-1
na faixa de 2.500 a 3.000 mm.
A extração da MOS com reagentes químicos permite grandes
avanços para a definição da composição e arranjo molecular dos principais
constituintes da MOS sendo as substâncias húmicas (SH) os principais
componentes da MOS.
As SH são constituídas por três frações operacionalmente
definidas: ácido fúlvico (AF), ácido húmico (AH) e humina. São constituintes
orgânicos presentes em solos, turfas, sedimentos e ecossistemas aquáticos
(Guerra e Santos, 1999). Os mesmos autores destacam os ácidos fúlvicos,
húmicos e humina como as três frações principais do carbono total do solo,
sendo a humina representada por cerca de 30 a 80%. Um melhor
entendimento das propriedades funcionais e estruturais das SHs pode
auxiliar, significativamente na compreensão de mecanismos responsáveis
pela complexação, redução, mobilização ou imobilização de metais pesados,
pesticidas, e outros compostos químicos tóxicos, assim como compreender o
ciclo de carbono no solo (BRONICK et al., 2005).
17
Os resíduos vegetais depositados no solo são fracionados num
primeiro momento pela fauna do solo e posteriormente decompostos pelos
microrganismos, sendo a maior parte do C oxidada a CO
2
e o restante se
torna parte da matéria orgânica do solo, passando a interagir com a fração
mineral do solo, e parte do N contido nos resíduos também irá compor a
matéria orgânica do solo (DE BONA, 2005).
2.3 Influência da textura do solo na dinâmica do carbono
orgânico e do nitrogênio
A MOS é responsável pela entrada de aproximadamente 60% do
carbono global terrestre e é especialmente sensível às mudanças no manejo
agrícola (West et al., 2002). A MOS acumula quando a vegetação
estabelecida é perene em campos agrícolas, criando um sumidouro para o
carbono atmosférico (Post et al., 2000; Follet, 2001). Os fatores que
influenciam a taxa, as características e a magnitude desse acúmulo ainda
não são devidamente conhecidos.
De acordo Jenny (1961), os fatores de formação dos solos
(material de origem, clima, relevo e microrganismos), podem afetar o
acúmulo de carbono orgânico do solo (COS). sugestões da pesquisa de
que a variação no fator material de origem leva a diferenças na textura do
solo ou na concentração de argila; e esses fatos podem explicar a variação
na taxa de acúmulo do COS e no seqüestro de carbono (MCLAUCHLAN,
2006).
Há algumas evidências de que a concentração de argila pode
explicar variações nas taxas de acúmulo de COS. Primeiro, os conteúdos
máximo e médio de COS aumentam com o aumento do teor de argila
(Nichols, 1984). Entretanto, esta relação não é genérica, às vezes o COS
correlaciona-se melhor com outros fatores além da argila como o teor de
alumínio e de alofana (Percival, 2000; Krull, 2003). Todavia, a relação entre a
concentração de argila e o teor de COS é suficientemente forte de tal forma
18
que os modelos como o Century e o RothC (Parton, et al., 1987 e Jenkinson,
1990), respectivamente, assumem que a decomposição da MOS diminui à
medida que o teor de argila aumenta, se todos os outros fatores forem iguais,
o COS acumula mais rápido com maior teor de argila.
A predição que com o aumento do teor de argila, aumenta a taxa
de acúmulo do COS ao longo do tempo, este fato não tem sido testado
diretamente ou verificado empiricamente. O teor de argila pode ter diferentes
efeitos na decomposição em diferentes entradas do COS (Wang et al.,
2003). Em estudo de incubação em laboratório, esses autores não
observaram nenhuma influência da argila sobre a mineralização do COS
lábil. No entanto, a mineralização foi diferente quando houve entrada de COS
recalcitrante.
As taxas de mineralização do carbono in situ, geralmente
decrescem com o aumento no teor da argila (Hassink, 1997), embora
ensaios de laboratório demonstrem tendências contrárias (Scott et al., 1996),
essas observações têm levado à conclusão de que as partículas de argila
protegem alguma porção de COS da decomposição.
Os mesmos mecanismos que protegem o COS da decomposição
em solos argilosos podem adicionar COS mais rapidamente que solos
arenosos. A proteção do COS pelas partículas de argila tem sido postulado
por dois mecanismos separados. Primeiro como o COS se humifica, forma
em que se estabiliza quimicamente e é adsorvido na superfície dos minerais
com área especifica alta e carregada negativamente. Segundo, o COS é
protegido quimicamente da mineralização (microbiana) através da formação
dos agregados do solo. O processo de formação dos agregados
freqüentemente ocorre hierarquicamente, e a presença das partículas de
argila realiza esses processos (Six et al., 2000). Além disso, a argila pode
alterar a umidade do solo, afetando a decomposição do COS e a entrada de
C para solos via produtividade da planta (MCLAUCHLAN, 2006).
Tognon et al. (2002) trabalharam com teor e distribuição da matéria
orgânica em Latossolos da região da Floresta Amazônica e dos Cerrados do
19
Brasil Central encontraram maiores acúmulos de MO em solos amazônicos
de textura argilosa. Esses autores afirmam que, o teor de MO nos solos são
influenciados por uma série de fatores, porém o clima atua como um forte
componente (Buol et al., 1973; Birkeland, 1984). Em trabalho pioneiro, Jenny
(1961) constatou que o teor de matéria orgânica e, conseqüentemente, o de
nitrogênio, aumentam logaritmicamente de acordo com o aumento da
umidade e decrescem exponencialmente com o aumento da temperatura.
Vários fatores bióticos e abióticos exercem controle sobre o tempo
de permanência do C no solo. Entende-se como permanência do carbono no
solo o tempo da manutenção do carbono sem que este seja degradado A
textura e a estrutura do solo afetam o microambiente de decomposição, a
proteção dos organismos decompositores da fauna do solo e a estabilização
dos substratos e produtos de decomposição (CHRISTENSEN, 1996;
FELLER e BEARE, 1997).
A maioria desses mecanismos de estabilização não são bem
estudados e suas importâncias relativas não podem ser quantificadas no
solo. Como resultado, os modelos dividem a MO em muitos compartimentos,
com diferentes tempos de permanência no solo. Definindo a sua dinâmica
em função dos fluxos entre esses compartimentos (Parton et al. 1987), sem
levar em conta os mecanismos de estabilização. A estabilização pode ser
definida como o decréscimo do potencial de perda da MO por respiração
microbiana, erosão ou lixiviação (SOLLINS et al., 1996).
A estabilização da MO pode ser determinada pela recalcitrância
química dos compostos orgânicos, pela interação com superfícies minerais e
sua acessibilidade aos microrganismos. Entretanto, esta separação é
puramente didática, pois os mecanismos de estabilização atuam
simultaneamente e afetam os substratos e os produtos em todos os estágios
de decomposição (SCHNITZER, 1986; CHRISTENSEN, 1996).
20
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Caracterização da área de estudo
A área de estudo está localizada na Fazenda São Nicolau,
município de Cotriguaçú, região noroeste do estado de Mato Grosso, cujas
coordenadas são 58°19’38” N e 9°47’51” O.
Segundo a classificação de Köppen (Brasil, 1982) o clima
dominante na região é o tropical chuvoso do tipo Am, com período de seca e
chuvas inferiores a 60 mm no mês mais seco. As temperaturas médias
anuais o elevadas o ano inteiro, compatíveis com a tropicalidade da área,
entre 23º e 25ºC, sendo os meses da primavera-verão os mais quentes, que
coincide com o período mais chuvoso e precipitação pluviométrica
abundante, com curto período seco no inverno (MORAES e SILVA, 2008 ).
Os solos predominantes na área de estudo, segundo Brasil (1982),
são os Argissolos Vermelho-Amarelo distrófico e álico, com textura argilosa,
ocorrendo ainda, em menores proporções, os NEOSSOLOS LITÓLICOS em
relevo mais movimentado e GLEISSOLOS ao longo da rede de drenagem.
A cobertura vegetal nativa na propriedade é a Floresta Ombrófila
Aberta, formação submontana com palmeiras. A região da Floresta Ombrófila
aberta Tropical é caracterizada por um bioclima de período seco pouco
pronunciado (2 a 3 meses) e altas temperaturas (acima de 22°C -Tropical
Equatorial Amazônico) e apresenta dominância de formas biológicas
fanerófitas ombrófilas rosuladas e lianas lenhosas. A fisionomia da Formação
Submontana, subformação com Palmeiras, revela-se pelos adensamentos
de palmeiras intercaladas aos elementos arbóreos, formando um dossel
superior uniforme e contínuo (BRASIL, 1982).
21
3.2 Amostragem do solo
A área do estudo foi dividida em cinco quadrantes, Q1, Q2, Q3, Q4
e Q5 (Figura 1), nos quais foram tomados três pontos amostrais. A divisão da
área em quadrantes foi de acordo com a variação textural do solo de média,
argilosa, muito argilosa.
Nesses pontos coletaram-se amostras de solos nas profundidades
de 0-20, 20-40, 40-60 e 60-100 cm para a determinação do teor de carbono e
de nitrogênio nas frações granulométricas. Para o fracionamento das
substâncias húmicas (ácidos lvicos, húmicos e humina) utilizaram-se
amostras da camada de 0-20 cm. As amostras foram secas em estufa de
circulação forçada de ar a 50ºC, destorroadas e peneiradas em tamiz de
malha de 2 mm, para em seguida serem analisados os teores de C e de N
nas frações granulométricas e substâncias húmicas (SHs).
Q1Q2
Q3
Q4
Q5
Figura 1 Localização das unidades amostrais. Fonte: Imagem CBERS-2(2005)
22
3.3 Fracionamento físico granulométrico do solo
O fracionamento físico da MOS foi feito pelo método de
Cambardella e Elliott (1992) e envolveu dois processos: a dispersão em
meio aquoso de 20 g de TFSA em ultrasom (240 Watts) durante seis minutos
em temperatura controlada. A suspensão foi passada em peneira de malha
de 53 µm, obtendo-se a fração areia (53 > 200 µm) e a fração silte/argila (<
53 µm), respectivamente.
As frações granulométricas foram levadas a secar em estufa de
ventilação forçada de ar à temperatura de 50ºC, apeso constante, para
obtenção do percentual de cada fração em relação à massa total da amostra.
As frações de cada repetição e de cada fração foram maceradas em gral,
para posterior determinação do teor do carbono e de nitrogênio.
3.3.1 Determinação do carbono orgânico
O CO foi determinado pelo método descrito em Yeomans &
Bremner (1988), que consistiu em digerir 0,5 g de TFSA passado em tamiz
0,297 mm em 5 mL de K
2
Cr
2
O
7
0,167 mol L
-1
e 7,5 mL de H
2
SO
4
concentrado, por 30 minutos a 170ºC, em bloco digestor. Após o
resfriamento em temperatura ambiente, os extratos foram transferidos para
erlenmeyers de 250 mL, utilizando-se água destilada suficiente para um
volume final de até 80 mL. Em seguida adicionou-se 0,3 mL de solução
indicadora de ferroin em cada erlenmeyer, procedendo-se a titulação com
solução de Fe(NH
4
)
2
(SO
4
)
2
.6H
2
0 0,20 mol L
-1
(sal de Mohr). Paralelamente,
foram realizadas provas em branco, com e sem aquecimento. O teor de CO
no solo nas frações foram obtidas pela equação 1.
CO =
Ms
MVamVbaVbnVbaVbnVamVba )100()3(][)(]/)()[(
(eq. 1)
23
onde: CO = carbono orgânico (dag kg
-1
); Vba = volume gasto na titulação do
branco aquecido; Vbn = volume gasto na titulação do branco sem
aquecimento; Vam = volume gasto na titulação da amostra; [M] = molaridade
do sulfato ferroso; M s = massa da amostra de solo em miligrama.
3.3.2 Determinação do nitrogênio (NT)
Utilizou-se o método Kjedehl descrito por Bremner e Mulvaney
(1982), que envolveu o uso de uma solução digestora à base de Na
2
SO
4
,
CuSO
4
.5H
2
O, Na
2
SeO
3
e H
2
SO
4
concentrado. O teor de N no solo e nas
frações foram obtidas pela eq. (2).
N =
Ms
xxHClMxVam 100014,0][
(2)
onde: N = nitrogênio (em dag kg
-1
); Vam = volume gasto na titulação; [HCl] =
concentração da solução de ácido clorídrico; MS = massa da amostra de
solo, em gramas.
3.4 Extração das substâncias húmicas do solo
A extração das substâncias húmicas nas amostras de solos foi
feita por meio do método de Kononova-Belchikova (1966), que consistiu em
pesar 5 g de TFSA em tubo de centrífuga de 50 mL e adicionar 25 mL de
H
3
PO
4
2M. Em seguida levou-se a agitar por 30 minutos em agitador orbital,
depois centrifugou-se a 3.000 rpm por 10 minutos para obtenção da fração
ácido lvico livre AFL. Esta operação foi repetida mais duas vezes. Logo
após, lavou-se o precipitado com 25 mL de água destilada, centrifugou-se a
3.000 rpm por 10 minutos, em seguida filtrou-se o sobrenadante em papel
filtro, descartando o sobrenadante, repetiu-se este procedimento 3 vezes. Os
restos vegetais (RV) retidos no papel filtro serviram para determinar o teor de
matéria orgânica livre.
24
A extração da fração do ácido fúlvico mais ácido húmico
(FAF+FAH), foi por meio alcalino. Após as lavagens anteriores com água
destilada, juntou-se ao precipitado retido ao tubo de centrifuga, 25 mL de
solução de pirofosfato de sódio + hidróxido de sódio, e agitou-se por 5
minutos em agitador horizontal e deixou-se a mistura em repouso por 12
horas. Após o repouso centrifugou-se a mistura a 3.000 rpm por 10 minutos
guardando o sobrenadante em frascos, repetiu-se esta operação por 3
vezes, esta é a fração ácido fúlvico + fração ácido húmico (FAV+FAH) e o
precipitado é a fração Humina.
A separação do ácido húmico ocorreu em um tubo de centrifuga de
50 mL onde pipetou-se 25 mL da solução FAV+FAH e adicionou-se H
2
SO
4
concentrado até atingir o pH ± 1,0 e deixou-se decantar em geladeira por 12
horas. Depois se centrifugou a 4.500 rpm por 15 minutos descartando o
sobrenadante, em seguida re-dissolveu-se o precipitado com 25 mL de
NaOH 0,1 M para a obtenção da fração ácido húmico (AH). Obtidas as
separações procede-se à determinação do carbono orgânico nas frações
Húmicas.
3.4.1 Determinação do carbono orgânico nas frações das substâncias
húmicas
Para a determinação do CO das frações, Fração Ácido Fúlvico
Livre (FAFL), Fração Ácido Fúlvico (FAF) e Fração Ácido Húmico (FAH) foi
usado o método de Kononova-Belchikova (1966). Pipetou-se 5 mL do extrato
para tubos de digestão de 100 mL, adicionou-se 10 mL da solução 0,033
K
2
Cr
2
O
7
com pipeta volumétrica e acrescentou-se 10 mL de H
2
SO
4
. Os tubos
foram colocados no bloco digestor e pré aquecido a 170°C por 30 minutos.
Em seguida, deixou-se esfriar por 15 minutos, Logo após, o conteúdo de
cada tubo foi transferido para erlenmeyers de 250 mL, completando com
água destilada suficiente para completar um volume final de 80 mL. A
25
solução foi deixada em repouso até atingir a temperatura ambiente e
adicionou-se três gotas de difenilamina (solução indicadora) e titulou-se com
solução de sulfato ferroso amoniacal 0,03 mol L
-1
.
Para a determinação do carbono orgânico na fração humina,
pesou-se ± 0,5 g do precipitado do fundo do tubo de centrifuga 50 mL, para
tubos de digestão de 100 mL, adicionou-se 5 mL da solução 0,167 mol L
-1
K
2
Cr
2
O
7
e acrescentou-se 7,5 mL de H
2
SO
4
. Os procedimentos seguintes
foram semelhantes aos descritos para as frações húmicas anteriores com
diferença na titulação em que utilizou-se sulfato ferroso amoniacal 0,2 mol L
-1
.
26
3.5 Delineamento e análise estatística
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados
(DBC), contendo cinco tratamentos e três repetições. Foi utilizado o aplicativo
computacional Sisvar em que se fez a análise de variância e o teste de médias de
Tukey a 5% de probabilidade. Foi feito também teste de correlação entre as
variáveis estudadas.
27
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Granulometria e distribuição do carbono orgânico (CO) e do
nitrogênio nas frações granulométricas dos solos estudados
Os resultados da análise granulométrica dos solos estudados, assim
como a classificação textural, média do perfil encontram-se na Tabela 1. Observou-
se que o teor de argila aumentou com a profundidade para todos os quadrantes
com exceção do Q4 que diminuiu o teor na profundidade de 60-100 cm, o inverso
ocorreu com a fração areia. O Q3 foi o quadrante que teve maior teor de argila e o
Q1 teve o maior teor de areia. Assim, o grupamento textural de acordo com a
Embrapa (1999) para os respectivos quadrantes na profundidade de 0 -100 cm é:
Q1 média, Q3 muito argilosa, Q2, Q4 e Q5 argilosa.
TABELA 1- GRANULOMETRIA E GRUPAMENTO TEXTURAL DOS SOLOS
ESTUDADOS
Quadrante/Classificação
Textura
Profundidade
Argila
Silte
Areia
Textura
Cm
...............g kg-1
...............
Q1
0-20
153
68
778
Média
Média
20-40
225
85
690
Média
40-60
342
74
584
Média
60-100
470
52
478
Argilosa
Q2
0-20
284
14
702
Média
Argilosa
20-40
406
30
564
Argilosa
40-60
573
23
405
Argilosa
60-100
589
14
397
Argilosa
Q3
0-20
361
20
619
Argilosa
Muito argilosa
20-40
487
34
479
Argilosa
40-60
611
33
356
muito argilosa
60-00
665
27
308
muito argilosa
Q4
0-20
309
63
628
Média
Argilosa
20-40
413
76
511
Argilosa
40-60
505
55
440
Argilosa
60-100
322
76
602
Média
Q5
0-20
368
153
479
Argilosa
Argilosa
20-40
401
148
451
Argilosa
40-60
562
48
390
Argilosa
60-100
606
59
335
muito argilosa
28
A percentagem de massa do solo, os teores de carbono orgânico (CO) e
de nitrogênio (N) nas frações granulométricas > e < 53 μm em diferentes
profundidades encontram-se na Tabela 2.
Na camada de 0-20 cm, para a fração > 53 μm, o teor de CO foi maior
nos quadrantes Q2 e Q5 com diferenças entre a primeira e a segunda camada de
4,0 a 5,0 g kg
-1
desse atributo. Para os quadrantes Q1 e Q4 o teor de CO foi maior
na segunda camada. Enquanto no Q3 o maior teor de CO encontrado foi na
profundidade de 60-100 cm e as duas primeiras camadas tiveram praticamente os
mesmos teores de CO (18,87 e 17,31 g Kg
-1
).
O maior teor de CO na camada de 0-20 cm nos Q2 e Q5 na fração > 53
μm ligado à areia, é resultante da adição de serrapilheira e dos processos de
permanência e decomposição no solo (Roscoe e Machado, 2002), aliado ao teor
de argila que variou de 153 a 361 g Kg
-1
. Ademais, o desenvolvimento de
vegetação promove um microclima estável propício à manutenção de umidade e da
temperatura do solo, assim reduz à atividade microbiana e mantem a matéria
orgânica (CAMPOS, 2006).
Nos demais quadrantes, os menores teores de CO foram na camada de
0-20 cm e se deve, segundo Neves et. al. (2005), à perda do material orgânico da
fração areia dado à maior labilidade, à suscetibilidade, à oxidação e à
desintegração dos resíduos vegetais e hifas de fungos presentes nessa fração.
29
TABELA 2- PERCENTAGEM DE MASSA DO SOLO, TEORESDE CO, E NT NAS
FRAÇÕES GRANULOMÉTRICAS > E < 53 µm EM SOLOS SOB
FLORESTA DE DIFERENTES TEXTURAS
Fração > 53 µm
Fração < 53 µm
Quad
Textura
Prof.
Massa de
solo
CO
NT
C/N
Massa de
solo
CO
NT
C/N
Cm
% solo
g Kg
-1
% solo
g Kg
-1
0-20
70,76
14,40
32,20
0,45
27,88
20,56
2,80
7,34
1
Média
20-40
65,33
17,53
39,55
0,44
34,45
20,56
3,15
6,53
40-60
51,99
16,22
39,55
0,41
48,50
20,49
3,15
6,51
60-100
40,46
17,42
31,15
0,56
57,01
20,49
2,80
7,32
Média do
Perfil
0-100
57,13
16,39
35,61
0,46
41,96
20,52
2,98
6,92
0-20
71,35
21,02
32,90
0,64
26,40
23,80
3,15
7,56
2
Argiloso
20-40
60,93
17,26
60,55
0,29
38,39
23,80
2,80
8,50
40-60
47,36
16,38
23,45
0,70
51,38
18,84
3,15
5,98
60-100
43,60
15,80
40,25
0,39
55,50
18,84
3,50
5,38
Média do
perfil
0-100
55,81
17,62
39,29
0,50
42,92
21,32
3,15
6,85
0-20
64,11
18,87
42,35
0,45
34,06
25,65
3,85
6,66
3
Muito Arg.
20-40
50,88
17,31
45,85
0,38
47,90
25,65
2,80
9,16
40-60
43,10
16,03
61,25
0,26
55,64
20,87
3,15
6,63
60-100
40,99
21,04
32,20
0,65
60,09
20,87
3,50
5,96
Média do
perfil
0-100
49,77
18,31
45,41
0,43
49,42
23,26
3,33
7,10
0-20
69,73
11,59
24,50
0,47
29,95
27,62
3,50
7,89
4
Argiloso
20-40
65,76
21,84
39,20
0,56
31,98
27,62
3,50
7,89
40-60
61,14
19,78
20,65
0,96
36,05
22,15
3,15
7,03
60-100
57,63
17,86
47,95
0,37
39,29
22,15
3,15
7,03
Média do
perfil
0-100
63,56
17,77
33,08
0,59
34,32
24,88
3,33
7,46
0-20
69,21
22,12
35,70
0,62
27,04
24,76
3,85
6,43
5
Argiloso
20-40
58,80
17,54
29,75
0,59
37,34
24,76
2,45
10,10
40-60
44,50
15,48
47,25
0,33
51,73
21,57
3,15
6,85
60-100
37,49
17,54
37,10
0,47
61,39
21,57
3,15
6,85
Média do
perfil
0-100
52,50
18,17
37,45
0,50
44,37
23,16
3,15
7,56
30
Observou-se que o teor de carbono orgânico foi maior de forma geral na
fração < 53 μm para todos os solos independentes da textura com tendência de
diminuição com a profundidade. Segundo Stevenson (1982) isto é indicativo de
maior estabilidade da matéria orgânica pela formação de complexo organo-mineral.
Taxas de mineralização do carbono, geralmente decrescem com o aumento do teor
da argila (HASSINK, 1997).
Na camada de 0-20 cm observou-se que, todos os quadrantes tiveram
maior teor de CO na fração < 53 μm. Isto demonstra o grande potencial do solo em
armazenar carbono nas frações mais finas, os quais retêm a MO, impedindo sua
saída. Além disso, a argila pode alterar a umidade do solo, afetando a
decomposição do COS e a entrada de C para solos via produtividade da planta
(MCLAUCHLAN, 2006).
Os valores de CO na maioria dos quadrantes tiveram maiores teores nas
duas primeiras camadas para a fração < 53 μm. Na superfície, os teores de CO
podem ter sido causados devido à alta produção de biomassa, isto foi evidenciado
por Tognon et al. (2002) e Santos (2008) que encontraram maiores acúmulos de
MO em solos amazônicos de mesma textura. Esses autores afirmam que, o teor de
MO nos solos são influenciados por uma série de fatores, porém o clima atua como
um forte componente onde o teor de MO e de N aumentam de acordo com o
aumento da umidade e decresce com o aumento da temperatura. Sendo assim
segundo a classificação de Köppen (Brasil, 1992), a região estudada de
Cotriguaçu-MT domina clima tropical chuvoso com período de seca e chuva
inferiores a 60 mm no mês mais seco. As temperaturas médias anuais são
elevadas o ano inteiro entre 23° e 25°C, sendo os meses da primavera-verão os
mais quentes, que coincidem com o período chuvoso. Assim, de forma geral estes
fatores, provavelmente influenciaram nos teores de CO e NT encontrados na
fração > 53 µm.
Na camada de 0-20 cm o Q4 em que a classe textural é argilosa teve
menor teor de CO na fração > 53 µm, o que pode ser explicado pela intensidade
dos processos de adição de resíduos vegetais com baixas taxas de decomposição
na superfície do solo, e aumentando seu teor com a profundidade, que segundo
31
Schenato et al. (2007), o fato de Q4 apresentar menor teor é, provavelmente
devido à dificuldade de se realizar complexos organominerais que passam a
manter os ácidos orgânicos provenientes da decomposição dos resíduos vegetais
no solo. Assim, solos argilosos têm menores taxas de decomposição da matéria
orgânica e conseqüentemente maior estabilidade química.
Entre todos os quadrantes, em ambas as frações, o Q5 teve maior teor
de carbono na fração > 53 µm (22,12 g Kg
-1
), enquanto que no Q4 o maior teor de
carbono foi obtido na fração < 53 µm (27,62 g Kg
-1
). Isto possivelmente indica que
os solos do Q4 provavelmente tenham agentes complexantes em sua constituição
por ter maior teor conteúdo de argila, e maior poder de conservação e estabilização
da MO.
O CO na fração > 53 µm no Q1 e Q4 tiveram o menor teor de CO na
profundidade de 0-20 cm. O Q2 teve um decréscimo nos teores em profundidade,
diferente do que ocorreu com Q3 e Q5 que tiveram decréscimo em profundidade
até 40-60 cm e em seguida na profundidade de 60-100 cm ocorreu um aumento no
teor. Esta variação de teores de CO indica que o mecanismo de proteção do N é
pela sua interação com a fração mineral (PILLON, 2000).
Os teores de NT da fração > 53 µm foram mais altos do que os da fração
< 53 µm. Os resultados indicaram que na frão argilosa a proteção física ao N foi
maior do que na fração arenosa, e que o mecanismo de proteção física foi diferente.
Ou seja, a proteção do N ocorreu devido a sua interação com a fração mineral
(PILLON, 2000).
Neves et al. (2005) encontraram teores de Nitronio Total (NT) entre 2,32
a 3,61 mg
g
-1
, na frão < 53 µm, teores menores do que os encontrados neste
trabalho. Os teores encontrados nesta fração indicam que a maior parte do N está
ligado a compostos orgânicos. Os teores de NT dos quadrantes analisados eso
relativamente homogêneos indicando que, essas áreas m acúmulos semelhantes
desse elemento. Aparentemente, em solos argilosos, os compostos orgânicos o
protegidos fisicamente da decomposão, devido a sua localizão em pequenos poros
(PILLON, 2000).
32
A relação C/N está relacionada ao grau de decomposição da MO no
solo. Entre as camadas (Tabela 2), observou-se que os maiores valores
encontrados foram nas duas primeiras profundidades, na fração < 53 µm para
quase todos os quadrantes, com exceção do Q5. Segundo Tognon et al. (2002)
este fato se deve à fração > 53 µm apresentar maior teor de nitrogênio. Em todos
os quadrantes para ambas as frações a relação C/N seguiu a tendência natural dos
teores de C e N, e todos os quadrantes estiveram abaixo de 20, indícios que
segundo Moreira e Siqueira (2002) houve predomínio do processo de
mineralização, razão pela qual favoreceu a decomposição e disponibilidade de
nutrientes para o solo.
A fração > 53 µm teve, no Q1 de textura média e no Q3 de textura muito
argilosa ambos na profundidade de 60-100 cm, os maiores valores da relação C/N.
O Q2 e Q4 ambos de textura argilosa, tiveram maior relação C/N na profundidade
de 40-60 cm, diferente do Q5 de textura argilosa que teve o maior valor da relação
C/N na profundidade de 0-20 cm. Que segundo Neves, (2005) isto é indicio que a
MO associada a esta fração encontra-se em diferentes estágios de decomposição.
Ao material orgânico presente na fração areia é atribuído, principalmente por
resíduos vegetais em estágios iniciais de decomposição e a hifas de fungos e,
portanto, são mais lábeis, suscetíveis à oxidação e à desintegração (DALAL e
MAYER, 1986).
Na fração < 53 µm, os quadrantes Q2, Q3 e Q5, tiveram um aumento no
valor da relação C/N na profundidade de 20-40 cm. No Q4 essa relação diminuiu
em profundidade, mas no Q1 esse decréscimo ocorreu na profundidade de 40-60
cm aumentando em seguida na profundidade de 60-100 cm. Nas frações argila e
silte, a matéria orgânica é relativamente mais estável e a perda de carbono ocorre
na massa microbiana e seus resíduos (Dalal e Mayer, 1986). Este fato pode ser
devido ao aporte de carbono proveniente da vegetação o que permite maior adição
de substâncias orgânicas, aumentando rapidamente a atividade microbiana, o que
promove a mineralização da MOS e conseqüentemente a liberação de nutrientes
para o solo (RIBEIRO, 2007).
33
Os valores elevados da relação C/N é uma característica dos solos
tropicais, podendo ser atribuídos à forte acidez do solo, que limita a decomposição
da MO com elevada relação C/N (Freitas et. al., 2000). Assim, a baixa relação C/N
observada na fração > 53 µm, pode estar relacionada ao maior acúmulo de NT
nessa fração, que segundo Pillon (2000) se deve à proteção do N ser dado a
interação com a fração de mineral
A relação C/N teve valor menor que 21 em ambas as frações analisadas,
demonstrando que estas frações não apresentaram equilíbrio nos processos de
mineralização e imobilização (Souza et. al., 2007). Para Giacomini et al. (2003) o
valor ideal para o equilíbrio desse processo seria entre 25 e 30. Entretanto,
considerando que as relações C/N na fração < 53 µm indicam maior estabilidade
da matéria orgânica (Tognon, 2002), isto explica o fato dos valores terem maiores
na fração < 53 µm.
4.2 Carbono nas frações húmicas dos solos estudados
Os resultados do teor de carbono nas frações húmicas dos solos
estudados encontram-se na Figura 3. O resíduo vegetal (RV) teve maior teor de
carbono orgânico no Q2 (0,49 g kg
-1
) e o menor no Q4 (0,16 g kg
-1
), (Tabela 2). O
RV que permanece na superfície do solo é uma fonte importante de carbono,
nitrogênio, e outros elementos que contribuem na manutenção dos níveis de
matéria orgânica do solo e na ciclagem de nutrientes (Campos, 2006). Os resíduos
vegetais são inicialmente colonizados por microrganismos e ao mesmo tempo se
adsorvem aos minerais.
34
0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6
Q1 Média
Q2 Argiloso
Q3 Muito Argiloso
Q4 Argiloso
Q5 Argiloso
Quadrantes e Classificação textural
Teores de CO (g Kg
-1
)
RV
FIGURA 3 TEOR DE CO NA FRAÇÃO RESÍDUO VEGETAL
Entre as frações húmicas, a fração ácido húmico (FAH), fração ácido
fúlvico (FAF) e a fração Húmina (FHum), houve predomínio da fração FAH seguida
pelas FAF e FHum, que tiveram maiores valores de carbono orgânico nos
quadrantes Q3, Q4 e Q5 (Figura 4). Isto, provavelmente deveu-se à textura
argilosa nesses quadrantes. Os valores variaram de 1,05 a 23,65%, sendo os
menores valores observados no Q1, verificou-se ainda que não houve diferença
entre os quadrantes na FHum.
Os teores de carbono na fração ácido fúlvico (FAF), (Figura 4) tiveram
aumento gradativo entre os quadrantes, variando de 3,28 a 7,04%, sendo a
percentagem de CO menores que na forma de ácidos húmicos; isto é um dos
fatores que podem colaborar para uma menor lixiviação ou translocação de
elementos no perfil do solo (Greenland, 1965). Júnior, M. et al. (2000) encontraram
percentagem entre 5,5 e 6,5% em solo sob floresta nativa.
35
0 10 20 30 40 50 60 70
Q1 Média
Q2 Argiloso
Q3 Muito Argiloso
Q4 Argiloso
Q5 Argiloso
Quadrantes e Classificação Textural
TEOR DE CO (%)
FAF
FAH
FHUM
FIGURA 4 TEOR DE CO NAS FRAÇOES HÚMICAS EM RELAÇÃO AO
COT.
A fração ácido húmico (FAH) teve maiores teores em todos os
quadrantes em comparação ao ácido fúlvico. Estudando a composição das SH de
solos da Amazônia, Lima (2001) e Cunha et al. (2007) também verificaram
predominância da fração AH.
O Q 5 teve o maior teor de FAH (23,65 g kg
-1
) (Figura 5). De acordo com
Leite et al. (2003) em florestas naturais, sem perturbação do solo, maior
polimerização de compostos micos, aumentando a proporção da FAH em
relação a FAF. Além disso, o maior acúmulo de matéria orgânica do solo nesses
sistemas pode contribuir para o aumento dos estoques de ácidos húmicos, por
meio de processo de herança de compostos da matéria orgânica fresca, de modo
semelhante ao que ocorreria com a humina herdada, particularmente, da lignina
(STEVENSON, 1994).
Cunha et. al. (2007) que também trabalharam com solos Amazônicos
sob floresta encontraram valores da fração AH maiores que a fração AF. Segundo
os autores este fato pode ser atribuído à formação de complexos matéria orgânica-
calcio de alta estabilidade.
36
O somatório das frações húmicas representou, em média, 65 % do COT,
produzindo uma correlação linear positiva (r = 0,99). Os teores de carbono na
FHum (Figura 4) foram menores que as demais frações, variando de 1,05 a 1,16 g
kg
-1
, não tendo diferença entre os quadrantes, este fato pode ser devido à textura
média na camada superficial, que provavelmente está retardando a formação da
humina. Em estudos com áreas de floresta Lima (2001) encontrou o inverso. Esse
autor ao estudar a composição das SHs de solos da Amazônia, verificou que solos
houve predominância das frações mais estáveis (AH e Hum), com menor
contribuição das frações mais solúveis e móveis (AF). Segundo o autor este fato
pode ser pela intensa humificação e rápida mineralização de MO.
0 10 20 30 40 50
Q1 Média
Q2 Argiloso
Q3 Muito Argiloso
Q4 Argiloso
Q5 Argiloso
Quadrantes e Classificação Textural
Teor de CO (g Kg
-1
)
FAF
FAH
FHUM
COT
FIGURA 5 RELAÇÃO entre as frações húmicas e COT (g Kg
-1
).
Nos quadrantes Q4 e Q5 como o solo é de textura argilosa, não
observou-se e não teve diferença significativa entre as médias dos quadrantes para
todas as frações (FAF, FAH, FHum, FAFL, RV). Em relação à AH/AF (Figura 6) os
quadrantes variaram entre 8,37 a 18,02. Para Fontana et al. (2005) valores acima
de 1 são explicados por condições de solo e clima, onde os processos de
polimerização e condensação são favoráveis. Segundo Pasqualoto, (2005) em
geral os solos mais arenosos apresentam maiores relações AH/AF indicando a
perda seletiva da fração mais solúvel (FAF). Lima (2001) encontrou valores para a
37
relação AH/AF na ordem de 14 no horizonte A de um CAMBISSOLO antrópico e na
ordem de 4 em um ARGISSOLO antrópico, estes valores o próximos ao
encontrados neste trabalho. O predomínio da fração AH pode ser o resultado de
intensa humificação e rápida mineralização de grandes quantidades de material
orgânico rico em N, P e Ca incorporado ao solo (Zech et al., 1990).
A relação EA/HUM variou de 22,09 a 24,76 g Kg
-1
indicando predomínio
do extrato alcalino-solúveis. Este fato pode ter sido causado pelo grande volume de
restos vegetais na camada superficial. Nesta camada divido ao elevado teor de
fibras, há predomínio de matéria orgânica pouco decomposta na fração Hum, tendo
relação EA/HUM maior que 1, indicando predomínio na TFSA de compostos
orgânicos alcalino-solúveis (VALLADARES et al., 2008).
A fração ácido húmico constituiu-se de cerca de 26 a 59% do COT em
todos os quadrantes, o que pode estar relacionado a interação da sua estrutura
com a fração mineral do solo (Pasqualato, 2005). Por outro lado, as FAF, por
apresentarem menor estabilidade, e a FHum sofreram processos de movimentação
no perfil, polimerização, ou mineralização, que diminuiu sua composição percentual
no solo.
0 5 10 15 20 25 30
Q1 Média
Q2 Argiloso
Q3 Muito
Argiloso
Q4 Argiloso
Q5 Argiloso
Quadrantes e Classificão Textural
AH/AF e EA/HUM (g Kg-1)
AH/AF
EA/HUM
Figura 6 TEOR DE CO NA RELAÇÃO AH/AF E EA/HUM
5 CONCLUSÕES
1.O teor de carbono para a fração < 53 µm foram maiores;
38
2. O NT foi maior para a fração > 53 µm em todos os quadrantes;
3. A maior relação C/N foi obtida na fração < 53 µm;
4. O ácido húmico foi à fração húmica de maior participação nos
quadrantes de textura argilosa e muito argilosa;
5. A fração humina teve o menor teor de carbono orgânico,
independente da textura;
6. Nas frações > 53 e < 53 µm os solos de textura argilosa e muita
argilosa em relação ao CO e o NT tiveram maiores teores.
7. Os valores das relações AH/AF e EA/Hum foram maiores que 1.
39
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46
ANEXO
TABELA1- TEORES DE CARBONO NAS SUBSTÂNCIAS HÚMICAS E
SOMATÓRIA
Q
.
FAF
FAH
FH
Σ
COT
FAF
FAH
FH
Σ
AH/A
F
EA/H
UM
g Kg
-1
%COT
1
1,26 a
22,71 a
1,09 a
25,10
35,00
3,60
65,00
3,12
71,10
18,00
21,10
2
1,47 ab
22,91 ab
1,06 a
15,40
44,80
3,30
51,10
2,36
56,80
15,60
23,00
3
2,58 c
23,24 ab
1,06 a
26,90
44,50
5,80
52,20
2,38
60,40
9,01
24,40
4
2,76 ab
23,10 ab
1,05 a
26,90
39,20
7,00
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2,68
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8,37
24,60
5
2,73 c
23,65 b
1,16 a
27,50
42,00
6,50
56,40
2,76
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8,66
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x
2,16
27,74
1,08
26,40
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5,20
47,20
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64,60
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23,20
Letras iguais não diferem estatisticamente, letras diferentes diferem estatisticamente ao teste de
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