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atrações devem crescer rapidamente conforme a distância é diminuída; e, assim, a
resposta sugere que a distância entre moléculas vizinhas é diminuída. É verdade, a
distância média deve permanecer quase a mesma, mas se as distâncias que tinham
previamente sido quase iguais forem tornadas desiguais, as atrações entre as moléculas
que são aproximadas serão muito mais aumentadas do mesmo modo que aquelas entre
as que são afastadas umas das outras serão diminuídas. Nós somos, assim, levados à
suposição de que, em seu estado comum de substância, suas partículas estão se
movendo principalmente em sistemas orbitais complicados ou quase-orbitais, ao invés
de em moléculas químicas ou sistemas de átomos mais definidos de substâncias menos
complexas, estas partículas assim se movendo em órbitas não sendo, entretanto, átomos,
mas moléculas químicas. Mas nós devemos supor que as forças entre estas partículas
são apenas suficientes para mantê-las em suas órbitas, e que, de fato, enquanto o
protoplasma está numa condição ativa, elas não são todas assim mantidas, mas que uma
e outra são, vez por outra, atiradas fora de suas órbitas e vagam por aí até que sejam
atraídas para outro sistema. Devemos supor que estes sistemas têm alguma composição
aproximada, certos tipos de partículas e tantas outras de outro tipo, etc., entrando nelas.
Isto é necessário para dar conta da quase constante composição química do todo. Por
outro lado, nós não podemos supor que o número de tipos diferentes é rigidamente
exato; pois nesse caso nós não poderíamos saber como dar conta do poder de
assimilação. Devemos supor, então, que há um considerável espectro no número de
partículas que vão formar um sistema orbital, e que a composição mais ou menos exata
do todo é a exatidão de uma média estatística; exatamente como há uma igualdade
próxima entre as proporções dos dois sexos em qualquer nação ou estado, embora haja
desigualdades consideráveis em cada um dos lares. Devido /269/ à complexidade desta
classificação, no momento em que há qualquer distúrbio molecular, produzindo
distúrbios, grandes números de partículas são atiradas para fora de suas órbitas, os
sistemas ficam mais ou menos desarrumados na vizinhança imediata do distúrbio, e as
relações harmônicas entre as diferentes revoluções são um tanto quebradas. Em
conseqüência disto, as distâncias entre as partículas vizinhas, que tinham apresentado
uma regularidade sistemática, agora se tornam extremamente iguais, e suas atrações
médias, sobre as quais a coesão depende, é aumentada. Ao mesmo tempo, as partículas
atiradas para fora de seus sistemas atiram-se para dentro de outros sistemas e
desorganizam-nos por sua vez, e assim, o distúrbio é propagado através de toda a massa.
A fonte do distúrbio, no entanto, tendo sido removida, trocas de energia ocorrem, nas
quais há uma tendência a equalizar a vis viva das diferentes partículas, e elas,
conseqüentemente, tendem a afundar para dentro de movimentos orbitais de novo, e
gradualmente algo muito parecido com o estado original das coisas é restabelecido, os
sistemas orbitais originais permanecendo, em sua grande parte, e as partículas
perambulantes, em grande proporção, encontrando lugar nestes sistemas ou formando
novos sistemas. Algumas destas partículas não encontrarão lugar algum e, assim, haverá
certa perda de quantidade de massa protoplasmática. Se o mesmo distúrbio se repetir, na
medida em que os sistemas orbitais permaneçam os mesmos que eram antes, haverá
uma repetição quase idêntica dos mesmos eventos. Os mesmos tipos de partículas (com
os mesmos quero dizer em massa, velocidade, direção de movimento, atração, etc.) que
foram atirados para fora dos diferentes sistemas anteriormente geralmente serão atirados
para fora novamente, até que, se o distúrbio for repetido várias vezes, pode ocorrer certa
deficiência daqueles tipos de partículas nos sistemas diferentes, quando alguns tipos
novos começarão a ser jogados fora. Estes novos tipos haverão de perturbar
diferentemente os sistemas para os quais voam, tendendo a causar classes de partículas
como elas mesmas, para ser jogadas fora e, desse modo, a direção de propagação do