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da informalidade e a tendência de relativa desestruturação do mercado de trabalho
nacional (POCHMANN, 1999).
O desemprego e a precarização do trabalho, tendiam a acompanhar
as oscilações do ciclo econômico durante a década e o processo inflacionário daí
resultante, apresentando crescimento com a retração das atividades econômicas
(como no período entre 1981/1983), redução, com a recuperação parcial da
economia nacional (período compreendido entre os anos de 1984/1986) e
estabilização do desemprego, com a estagnação e tendência a hiperinflação da
economia, entre os anos de 1987 e 1989.
O período entre 1981 e 1983, representou um grande ajuste do
mercado de trabalho nacional, expresso na elevação das taxas de desemprego e
nas transformações na estrutura ocupacional, com a retração das atividades e dos
níveis de ocupação nas indústrias de transformação (redução de 10,4% do PIB no
setor, em 1981) e na construção civil (redução de 14% do PIB, em 1983) e um
relativo movimento de desassalariamento (DEDECCA; BRANDÃO, 1993), com a
redução dos empregos formais com carteira de trabalho assinada e com as
garantias estabelecidas pela Legislação Trabalhista em praticamente todos os
setores analisados, podendo ser observada uma queda mais acentuada tanto no
setor industrial quanto na construção civil, como pode ser observado na tabela a
seguir.
Tabela 2: Distribuição da variação da população ocupada não-agrícola Brasil 1979/1983.
Total
Empregados
Posições*
Total
S/carteira
Total não-agrícola 0,0 -2,3 -5,6 3,3 2,3
Indústria de transformação -2,9 -3,1 -3,3 0,2 0,2
Construção civil -0,9 -1,0 -1,4 0,4 0,1
Outras atividades industriais 0,4 0,2 0,0 0,2 0,2
Comércio 0,7 0,1 -0,1 0,2 0,6
Prestação de serviços 0,8 0,1 -0,7 0,8 0,8
Serviços auxiliares -0,2 -0,2 -0,2 0,0 0,1
Transportes e comunicações -0,3 -0,3 -0,3 0,0 0,0
Social 0,9 0,7 -0,1 0,8 0,2
Administração pública 0,7 0,7 0,1 0,6 0,0
Outras atividades 0,6 0,6 0,5 0,1 0,1
Fonte: IBGE-PNAD, 1993.
* Empregadores, trabalhadores por conta própria e autônomos.