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ANDRÉ LUIZ BECKER
ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DE PROGRAMAS
DE MELHORIA DO PROCESSO DE SOFTWARE
EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
PORTO ALEGRE, 2007
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ANDRÉ LUIZ BECKER
ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DE PROGRAMAS
DE MELHORIA DO PROCESSO DE SOFTWARE
EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Dissertação apresentada como requisito parcial
à obtenção do grau de Mestre em Ciência da
Computação, pelo Programa de Pós-
Graduação em Ciência da Computação, da
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul.
Orientador: Prof. Dr. Jorge Luis Nicolas Audy
PORTO ALEGRE, 2007
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
B395a Becker, André Luiz
Alinhamento estratégico de programas de melhoria do processo de
software em micro e pequenas empresas / André Luiz Becker. Porto
Alegre, 2007.
241 f.
Diss. (Mestrado) Fac. de Informática, PUCRS
Orientador: Prof. Dr. Jorge Luis Nicolas Audy
1. Informática. 2. Engenharia de Software. 3. Planejamento
Estratégico. 4. Microempresas Informática. 5. Pequenas Empresas
Informática. I. Título.
CDD 005.1
Ficha Catalográfica elaborada pelo
Setor de Tratamento da Informação da BC-PUCRS
Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul
BIBLIOTECA CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO
Campus Central
Av. Ipiranga, 6681 prédio 16 CEP 90619-900
Porto Alegre RS Brasil
Fone: +55 (51) 3320-3544 Fax: +55 (51) 3320-3548
Email: bceadm@pucrs.br
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Aos meus pais, por me ensinarem que para todos os
nossos sonhos, devemos ter empenho e comprometimento:
uma síntese deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Para chegar até aqui, contei com a ajuda de diversas pessoas. Sinceramente, eu as
agradeço neste espaço.
À minha família, que são os principais responsáveis pelo que sou e pelas coisas que
acontecem na minha vida.
Ao meu orientador Jorge L. N. Audy, que ao conduzir este trabalho, me ajudou a
amadurecer como profissional e pesquisador.
Aos professores Rafael Prikladnicki e Sabrina Marczak, pelo acompanhamento do
trabalho com detalhadas críticas e sugestões e, principalmente, pela grande amizade.
Aos professores Bernardo Copstein, Marcelo Yamaguti, Ricardo Melo Bastos e
Rodrigo Espíndola, pelas importantes contribuições.
A todos os colaboradores da Faculdade de Informática da PUCRS, por serem os
responsáveis pela qualidade dos cursos desta faculdade.
Aos diretores da Conectt, por reconhecerem a importância deste trabalho e apoiarem
em todos os momentos.
Aos participantes do estudo de caso, por trabalharem nas atividades propostas com
interesse, dedicação e competência.
A todos que me ajudaram a vencer uma importante etapa da minha carreira, me
qualificando como um pesquisador ciente de suas obrigações e compromissos.
O conhecimento é o processo de acumular dados; a
sabedoria reside na sua simplificação.
(Martin H. Fischer)
Que ningm se engane, se consegue a simplicidade
através de muito trabalho.
(Clarice Lispector)
RESUMO
Considerando o elevado índice de mortalidade das Micro e Pequenas Empresas (MPEs), a
implantação de programas de melhoria do processo de software pode ser uma alternativa para
aumentar a competitividade destas empresas. Entretanto, o investimento necessário é a
principal dificuldade das MPEs. Assim, estas empresas precisam realizar programas de
melhoria que possam iniciar com pouco investimento, que produzam resultados rápidos e que
possam ser incrementados à medida que o tempo e os recursos permitam. O alinhamento entre
a estratégia de um programa de melhoria de processos e a estratégia de negócio das
organizações é uma alternativa para priorizar as melhorias de processo mais importantes para
a organização e implantá-las na organização gradativamente. Neste sentido, esta dissertação
de mestrado tem como objetivo apresentar uma proposta para a condução de programas de
melhoria de processo alinhado com os objetivos organizacionais em MPEs. O principal
método de pesquisa utilizado foi o estudo de caso e a base empírica envolveu uma empresa de
desenvolvimento de software de pequeno porte. A pesquisa contribui no sentido de propor um
modelo iterativo e incremental para a condução de programas de MPS, um processo de
alinhamento estratégico de programas de MPS e uma ferramenta de apoio, além de apresentar
dados empíricos e sistematizar parte da teoria recente da área.
Palavras-chave: melhoria do processo de software, engenharia de software, micro e pequenas
empresas, alinhamento estratégico, planejamento estratégico.
ABSTRACT
Considering the high mortality rate of the Micro and Small Companies (MSCs), the
implementation of software process improvement programs may be responsible for increasing
the competitiveness of these companies. However, the investment required is the main
difficulty of the MSCs. Thus, these companies need to carry out improvement programs that
can be started with little investment, produce results quickly, and be incremented according to
time and resource availability. The alignment between the strategy of a process improvement
program and the organizations‟ business strategies is one alternative to prioritize the most
important process improvements for the organization and implement them in the organization
gradually. In this sense, this dissertation is intended to present a proposal to lead process
improvement programs aligned with the organization‟s goals. The research method is case
study and the empirical base involves a small software development company. The research
contributions are an iterative and incremental model to lead process improvement programs, a
process to strategic alignment of software improvements programs and a support tool.
Moreover, empirical data is presented, systemizing part of the theory in this recent area.
Keywords: software process improvement, software engineering, micro and small companies,
strategic alignment, strategic planning.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1- Diagrama conceitual da abordagem ABC Model. .................................................. 35
Figura 2.2- Componentes do MPS.BR. .................................................................................... 40
Figura 2.3- Estrutura do MR-MPS. .......................................................................................... 41
Figura 2.4- Comparativo das KPA‟s no SW-CMM e XS-CMM. ............................................ 43
Figura 2.5- Comparativo dos papéis no SW-CMM e XS-CMM. ............................................. 44
Figura 2.6- Compartilhamento de Funções no XS-CMM. ....................................................... 44
Figura 2.7- Atividades do Método de Avaliação MARES. ...................................................... 47
Figura 2.8 - Abordagem IMPACT. .......................................................................................... 51
Figura 2.9 - Visão Geral da Abordagem ASPE/MSC. ............................................................. 52
Figura 2.10 - Fases do Planejamento Estratégico. .................................................................... 55
Figura 2.11 - Posturas Estratégicas de uma Empresa. .............................................................. 57
Figura 2.12 - Exemplo de um Padrão no Repositório VASIE.................................................. 63
Figura 2.13 - Matriz House of Quality. .................................................................................... 65
Figura 2.14 - Fases da Técnica Aplicação da QFD na MPS. ................................................... 66
Figura 2.15 - Planilha para Priorização de Objetivos Estratégicos a partir de Diferentes
Perspectivas. ..................................................................................................................... 67
Figura 2.16 - Planilha para Relacionar os Objetivos Estratégicos aos Objetivos das KPA do
SW-CMM. ........................................................................................................................ 68
Figura 2.17 - Planilha para Priorizar as Key Practices das KPAs do SW-CMM. .................... 68
Figura 3.1 Desenho de Pesquisa. ........................................................................................... 74
Figura 4.1 Modelo Iterativo e Incremental para a Condução de Programas de MPS. .......... 83
Figura 4.2 Fase 1 Diagnóstico. ........................................................................................... 85
Figura 4.3 Fase 2 Análise. .................................................................................................. 86
Figura 4.4 Fase 3 Definição. ............................................................................................... 87
Figura 4.5 Fase 4 Implantação. ........................................................................................... 88
Figura 4.6 Processo AE-MPS.BR contextualizado no Modelo Iterativo e Incremental para
Condução de Programas de MPS. .................................................................................... 90
Figura 4.7 Estrutura do Processo AE-MPS.BR. .................................................................... 91
Figura 4.8 Participantes Envolvidos na Aplicação do Processo AE-MPS.BR. ...................... 92
Figura 4.9 Matriz Objetivos Estratégicos Objetivos Táticos. ............................................. 97
Figura 4.10 Matriz Problemas de Processo Causas de Problemas de Processo. ................. 99
Figura 4.11 Matriz Objetivos Táticos Causas de Problemas de Processo. ....................... 100
Figura 4.12 Ajuste da Prioridade dos Objetivos Táticos a partir do Relacionamento com os
Objetivos Estratégicos. ................................................................................................... 103
Figura 4.13 Ajuste da Prioridade dos Objetivos Táticos a partir do Relacionamento com as
Causas de Problemas de Processo. ................................................................................. 104
Figura 4.14 House of Quality Prioridade Processos MR-MPS. ........................................... 107
Figura 4.15 House of Quality Prioridade Resultados Esperados MR-MPS. ....................... 110
Figura 4.16 Composição da House of Quality - Prioridade Processos MR-MPS. .............. 112
Figura 4.17 Planejamento de Ciclos de Melhoria em um Programa de MPS. .................... 113
Figura 5.1. Matriz Objetivos Estratégicos Objetivos Táticos. ............................................. 120
Figura 5.2. Matriz Objetivos Táticos Causas. ..................................................................... 123
Figura 5.3. Prioridade Ajustada dos Objetivos Táticos. ......................................................... 127
Figura 5.4. Prioridade Ajustada 2 dos Objetivos Táticos. ...................................................... 129
Figura 5.5. House of Quality Prioridade Processos MR-MPS. ........................................... 130
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Níveis de Maturidade do MR-MPS: ...................................................................... 42
Quadro 2 Alinhamento entre PE e MPS: ............................................................................... 61
Quadro 3 FCS Comuns entre PE e MPS e as Propostas que abordam o Alinhamento
Estratégico de Programas de MPS: .................................................................................. 71
Quadro 4 Elementos da Macro-Atividade Diagnóstico Estratégico-Tático: ......................... 95
Quadro 5 Elementos da Macro-Atividade Diagnóstico Operacional: ................................... 98
Quadro 6 Elementos da Macro-Atividade Priorização Organizacional: ............................. 101
Quadro 7 Elementos da Macro-Atividade Priorização MR-MPS: ...................................... 105
Quadro 8 - Situação atual ....................................................................................................... 118
Quadro 9 Objetivos táticos .................................................................................................. 118
Quadro 10 - Problemas ........................................................................................................... 121
Quadro 11 - Causas ................................................................................................................ 122
Quadro 12 Possibilidade e dificuldade de implantação ....................................................... 124
Quadro 13 Prioridade dos objetivos estratégicos com o programa de melhoria de processos
........................................................................................................................................ 125
Quadro 14 Prioridade dos objetivos táticos ......................................................................... 126
Quadro 15 Prioridade das causas ......................................................................................... 128
Quadro 16 Situação atual dos processos MR-MPS ............................................................. 131
Quadro 17 Taxa de melhoria dos processos MR-MPS........................................................ 131
Quadro 18 Prioridade ajustada dos processos MR-MPS ..................................................... 132
Quadro 19 Freqüência de uso dos processos MR-MPS ...................................................... 133
Quadro 20 Prioridade ajustada final e percentual de importância dos processos MR-MPS133
Quadro 21 Expectativa dos objetivos estratégicos com o programa de melhoria de processos
........................................................................................................................................ 134
Quadro 22 Resultados do Projeto 1 ..................................................................................... 134
Quadro 23 Resultados do Projeto 2 ..................................................................................... 135
Quadro 24 Resultados do Projeto 3 ..................................................................................... 135
Quadro 25 Resultados do Projeto 4 ..................................................................................... 136
Quadro 26 Mudanças/ajustes no processo AE-MPS.BR ..................................................... 143
Quadro 27 Mudanças/ajustes na ferramenta FAE-MPS.BR ............................................... 146
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Situação Atual como Valor Numérico:................................................................. 109
Tabela 2 Freqüência de Uso como Valor Numérico: .......................................................... 109
Tabela 3 Dificuldade de Implantação como Valor Numérico: ............................................ 110
Tabela 4 Informações obtidas com a matriz House of Quality Prioridade Processos MR-
MPS: ............................................................................................................................... 112
Tabela 5 Informações obtidas com a matriz House of Quality Prioridade Resultados
Esperados MR-MPS: ...................................................................................................... 113
LISTA DE SIGLAS
ABC Activity-based Costing
AE-MPS.BR Processo de Alinhamento Estratégico de Programas de MPS
ARC Appraisal Requirements for CMMI
ASPE/MSC Approach for Software Process Establishment in Micro and Small Companies
BSC Balanced Scorecard
CBA IPI CMM-Based Appraisal for Internal Process Improvement
CMMI Capability Maturity Model Integration
FAE-MPS.BR Ferramenta de Apoio ao Processo AE-MPS.BR
FCS Fatores Críticos de Sucesso
IEC International Electrotechnical Commission
ISO International Organization for Standardization
MA-MPS Método de Avaliação para Melhoria de Processo de Software
MARES Método de Avaliação para Melhoria de Processos de Software em MPEs
MN-MPS Modelo de Negócio para Melhoria de Processo de Software
MPEs Micro e Pequenas Empresas
MPS Melhoria do Processo de Software
MR-MPS Modelo de Referência para Melhoria de Processo de Software
PE Planejamento Estratégico
QFD Quality Function Deployment
RAPID Rapid Assessments for Process Improvement for Software Development
RUP Rational Unified Process
SCAMPI Standard CMMI Appraisal Method for Process Improvement
SCE Software Capability Evaluation
SEI Software Engineering Institute
SOFTEX Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro
SW-CMM Capability Maturity Model for Software
UML Unified Modeling Language
XS-CMM eXtra Small CMM
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 13
1.1 OBJETIVOS ............................................................................................................................................... 15
1.2 ORGANIZAÇÃO DO VOLUME .................................................................................................................... 15
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................................................... 17
2.1 QUALIDADE DE SOFTWARE ...................................................................................................................... 17
2.1.1 Modelos de Qualidade de Software ............................................................................................. 20
2.1.2 Métodos de Avaliação do Processo de Software ......................................................................... 26
2.1.3 Abordagens para Guiar a Execução de Programas de MPS ...................................................... 29
2.2 QUALIDADE DE SOFTWARE PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS .......................................................... 38
2.2.1 Modelos de Qualidade de Software para MPEs ......................................................................... 38
2.2.2 Métodos de Avaliação do Processo de Software para MPEs ...................................................... 45
2.2.3 Abordagens para Guiar a Execução de Programas de MPS em MPEs ...................................... 50
2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E ALINHAMENTO ESTRATÉGICO NA MPS ............................................... 53
2.3.1 Planejamento Estratégico ........................................................................................................... 53
2.3.2 Planejamento Estratégico em Micro e Pequenas Empresas ....................................................... 59
2.3.3 Alinhamento Estratégico na MPS ............................................................................................... 60
2.4 CONSOLIDAÇÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 69
3 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................................................... 73
3.1 DESENHO E ETAPAS DE PESQUISA ............................................................................................................ 74
3.1.1 Etapa Revisão Teórica ................................................................................................................ 75
3.1.2 Etapa Desenvolvimento ............................................................................................................... 76
3.1.3 Etapa Avaliação .......................................................................................................................... 77
3.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 78
4 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DE PROGRAMAS DE MPS ....................................................... 81
4.1 MODELO ITERATIVO E INCREMENTAL PARA CONDUÇÃO DE PROGRAMAS DE MPS ................................. 82
4.2 PROCESSO DE ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DE PROGRAMAS DE MPS (AE -MPS.BR) .......................... 89
4.2.1 Estrutura do Processo ................................................................................................................. 91
4.2.2 Participantes Envolvidos ............................................................................................................. 92
4.2.3 Diagnóstico Estratégico-Tático .................................................................................................. 95
4.2.4 Diagnóstico Operacional ............................................................................................................ 97
4.2.5 Priorização Organizacional ...................................................................................................... 100
4.2.6 Priorização MR-MPS ................................................................................................................ 105
4.2.7 Resultados Gerados .................................................................................................................. 111
4.3 FERRAMENTA DE APOIO AO PROCESSO AE-MPS.BR (FAE-MPS.BR) .................................................. 114
5 RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO.............................................................................................. 115
5.1 EXECUÇÃO DO ESTUDO DE CASO ........................................................................................................... 115
5.1.1 Aplicação do Processo AE-MPS.BR ......................................................................................... 116
5.1.2 Consequências Práticas com a Aplicação do Processo ............................................................ 133
5.2 LIÇÕES APRENDIDAS ............................................................................................................................. 139
5.3 MUDANÇAS DECORRENTES ................................................................................................................... 142
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................. 149
6.1 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA ............................................................................................................... 149
6.2 LIMITAÇÕES ........................................................................................................................................... 151
6.3 ESTUDOS FUTUROS ................................................................................................................................ 151
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................ 152
APÊNDICE I AVALIAÇÃO POR ESPECIALISTAS ............................................................................... 160
APÊNDICE II PROTOCOLO PARA ESTUDO DE CASO ...................................................................... 169
APÊNDICE III VALIDAÇÃO DE FACE E CONTEÚDO E PRÉ-TESTE ............................................. 181
APÊNDICE IV TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS ESTRUTURADAS .......................................... 187
APÊNDICE V FERRAMENTA FAE-MPS.BR ........................................................................................... 207
APÊNDICE VI ANÁLISE DE DADOS DO ESTUDO DE CASO ............................................................. 219
13
1 INTRODUÇÃO
As organizações de desenvolvimento de software modernas encontram-se
inseridas em um mercado dinâmico e competitivo. Cada vez mais, as empresas devem
desenvolver seus softwares com maior produtividade, qualidade e menor custo. Na área de
Engenharia de Software, a Melhoria do Processo de Software (MPS) é abordada como o
agente que eleva a qualidade dos produtos de software, reduz os custos e o tempo dos projetos
de desenvolvimento, e aumenta a produtividade das empresas (PITTERMAN, 2000;
YAMAMURA, 1999).
Em países como Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, Finlândia, Hungria, Índia
e Irlanda, 85% das organizações de desenvolvimento de software são caracterizadas como
Micro e Pequenas Empresas
1
(MPEs) (RICHARDSON, 2007). No mercado brasileiro, a
competitividade atual determina a falência de mais de 30% das MPEs nos seus três primeiros
anos de existência (SEBRAE, 2007b).
Assim, a implantação de programas de Melhoria do Processo de Software em
MPEs pode ser uma alternativa para o aumento da competitividade dessas empresas nos
mercados nacional e internacional (WEBER, 2004b; DYBÅ, 2003). Entretanto, a principal
1
Segundo o Sebrae (SEBRAE, 2007), se caracteriza por MPEs as empresas com menos de cem colaboradores.
14
dificuldade para a realização desses programas de melhoria em MPEs é o investimento
necessário (DYBÅ, 2003; NIAZI, 2003; SERRANO, 2003).
Um programa de MPS deve ser baseado em objetivos organizacionais,
explicitando razões para a realização destas iniciativas (DYBÅ, 2005). Entretanto, em
modelos de qualidade de software como SW-CMM, CMMI e MR-MPS, esses objetivos
organizacionais não são facilmente relacionados aos processos do desenvolvimento de
software a serem implantados por uma organização (DEBOU, 2000; LIU, 2005; PETERSON,
1995).
Em paralelo, para obtenção de maior retorno sobre o investimento com uma
iniciativa de MPS, cada vez mais se confirma que a estratégia de um programa de melhoria
deve estar alinhada com a estratégia de negócio da organização. McCoy (1998) afirma que
existe uma sinergia natural entre planejamento estratégico e a melhoria de processos, que
quando compatibilizada adequadamente, pode gerar vantagens competitivas.
Esta pesquisa abordou o alinhamento estratégico de programas de MPS no
contexto de Micro e Pequenas Empresas, tendo em vista os desafios e lacunas a serem
preenchidas em relação a este tema. Definiu-se o modelo MR-MPS (MPS.BR, 2007), como
base para o estudo, por este se tratar do principal modelo de qualidade de software para MPEs
desenvolvido e utilizado no país.
Desta forma, a questão de pesquisa que norteou este estudo foi:
Como alinhar a condução de programas de melhoria de processo com os
objetivos organizacionais em MPEs no contexto do MR-MPS?
15
1.1 OBJETIVOS
O objetivo geral foi apresentar uma proposta, compatível ao MR-MPS, para
condução de programas de melhoria de processo alinhado com os objetivos organizacionais
em MPEs. De forma a complementar o objetivo geral proposto, apresentam-se os seguintes
objetivos específicos:
Aprofundar o estudo teórico sobre melhoria de processo de software,
planejamento estratégico, alinhamento estratégico, o modelo MR-MPS e
Micro e Pequenas Empresas;
Propor um modelo para guiar a execução de programas de MPS em Micro
e Pequenas Empresas;
Propor um processo de alinhamento estratégico de programas de MPS;
Especificar e desenvolver uma ferramenta para apoiar o uso do processo
de alinhamento estratégico de programas de MPS;
Realizar um estudo de caso para testar o processo de alinhamento
estratégico de programas de MPS e a ferramenta de apoio.
1.2 ORGANIZAÇÃO DO VOLUME
Este volume está organizado em 6 capítulos. No capítulo 2 apresenta-se o
referencial teórico, descrevendo os principais conceitos das áreas de estudo: qualidade de
software, melhoria do processo de software, planejamento estratégico, alinhamento
estratégico e, Micro e Pequenas Empresas. Considerando a natureza exploratória desta
pesquisa e a necessidade de uma consistente fundamentação teórica (YIN, 2001), a
apresentação deste referencial teórico é feita de forma abrangente.
16
A metodologia de pesquisa está descrita no capítulo 3, detalhando cada uma das
etapas realizadas e a operacionalização do estudo de caso. No capítulo 4, o modelo para guiar
a execução de programas de MPS em Micro e Pequenas Empresas, o processo de alinhamento
estratégico de programas de MPS e a ferramenta de apoio são apresentados. No capítulo 5,
relata-se o estudo de caso desenvolvido em uma MPE. Neste capítulo, os resultados com a
aplicação da proposta são descritos. Finalmente, no capítulo 6 apresentam-se as considerações
finais e enfocam-se as contribuições e limitações deste estudo.
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O desenvolvimento de uma base teórica de referência é uma importante etapa de
uma pesquisa qualitativa (YIN, 2001). Nas seções 2.1 e 2.2 apresenta-se o estado da arte da
qualidade de software e da qualidade de software para MPEs, respectivamente. Na seção 2.3
apresenta-se o planejamento estratégico, o planejamento estratégico em MPEs e o
alinhamento estratégico em programas de MPS.
2.1 QUALIDADE DE SOFTWARE
A norma ISO8402 (ISO, 1994) define Qualidade como a totalidade de
características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades
explícitas e implícitas. Necessidades explícitas são aquelas expressas na definição de
requisitos propostos pelo produtor. Esses requisitos definem as condições em que o produto
deve ser utilizado; seus objetivos, funções e o desempenho esperado. As necessidades
implícitas são aquelas que, embora não expressas nos documentos do produtor, são
necessárias para o usuário.
18
As avaliações de qualidade são modificadas baseadas nas variantes de localidade,
tempo e avaliador. Desta maneira, busca-se estabelecer padrões e sistemas de medição para
evitar o subjetivismo inerente destes processos. Segundo Cortês (2001):
A ponderação da qualidade de um produto é subjetiva e varia com o local e a
época, além disso, o mesmo produto pode ser considerado com maior ou menor
qualidade se avaliado por pessoas diferentes. Por esses motivos, a produção em série
exige que haja uma medição da qualidade através de atributos do produto de maneira
que seja possível avaliar se diferentes cópias do produto possuem a mesma
qualidade.
A importância da computação na sociedade moderna tem aumentado,
significativamente, nos últimos anos. Dessa forma, o desenvolvimento de softwares é hoje
uma tarefa fundamental e, em muitos casos, de missão crítica. Apesar disso, os resultados
obtidos com a execução de projetos de software têm gerado alguns desastres comercias.
Atualmente, a busca por soluções tem crescido, e desta maneira, o conceito Qualidade de
Software se expandiu consideravelmente nas empresas de desenvolvimento de software
(NIAZI, 2003).
Os conceitos de qualidade foram, na sua maioria, desenvolvidos com base em
sistemas de manufatura. Portanto, quando estes conceitos são utilizados para produtos de
software, as diferenças existentes devem ser consideradas (CÔRTES, 2001). A Qualidade de
Software é uma área da Engenharia de Software que estuda as propriedades da qualidade de
produtos e processos de desenvolvimento de software
2
. Conforme Pressman (2004):
Qualidade de Software é a conformidade com os requisitos funcionais e de
desempenho definidos, padrões de desenvolvimento, explicitamente documentados,
e características implícitas que são esperadas de todo software profissionalmente
desenvolvido.
Conforme citado por Cortês, diferentes interesses das pessoas em um produto, em
específico, determinam conceitos de qualidade diferentes. Assim, para os clientes, software
com qualidade é aquele que atende às suas necessidades de negócio, enquanto os usuários
2
Um processo é uma seqüência de passos realizados para atingir um determinado objetivo. Aquilo que as
pessoas fazem, usando procedimentos, métodos, ferramentas e equipamentos para transformar matéria-prima
em produto representa um processo. Um processo de software é o mesmo conceito aplicado ao
desenvolvimento e manutenção do software e aos seus produtos associados.
19
visualizam a qualidade de um sistema através da capacidade deste em agregar valor em sua
rotina de trabalho. Os desenvolvedores de software analisam a qualidade através da clareza e
eficiência dos códigos-fonte. a gerência, considera os custos relativos ao retrabalho durante
e após o desenvolvimento de um produto.
Sommerville (2006) conclui que a melhoria da qualidade do software produzido é
um dos principais objetivos das empresas que fabricam software, em contrapartida, todas elas
também estão preocupadas com a redução dos custos, implicando a diminuição da qualidade
esperada pelo cliente na maioria das vezes. Dentro desse contexto, a evolução da Qualidade
de Software se procedeu através de duas áreas de estudos: a qualidade do produto de software
e a qualidade do processo de desenvolvimento. A qualidade do processo propõe a melhoria da
qualidade da forma como o software é produzido e mantido, por outro lado, a qualidade do
produto de software foca o sistema final, e é verificada através de testes e revisões (por pares,
tais como inspeções ou walkthroughs).
A qualidade do produto é largamente determinada pela qualidade dos processos
utilizados para o seu desenvolvimento e/ou manutenção (TSUKUMO, 1997). Assim, os
programas de MPS nas organizações, geralmente, baseiam-se em modelos de processos pré-
estabelecidos. As pesquisas científicas revelam que os esforços despendidos na utilização
destes modelos têm elevado a qualidade dos produtos de software desenvolvidos, reduzido os
custos e tempo dos projetos de desenvolvimento de software e, aumentado a produtividade
das atividades realizadas (PITTERMAN, 2000; YAMAMURA, 1999).
20
2.1.1 MODELOS DE QUALIDADE DE SOFTWARE
Os modelos de qualidade de software são utilizados como guias de definição de
processos evolutivos através de níveis de potencialidade
3
, que ajudam as empresas na
melhoria de seus processos. Estes níveis são os responsáveis por conduzirem a organização ao
atendimento da qualidade em relação ao produto de software produzido, e como interesse de
longo prazo, direcionar a empresa à qualidade de produtibilidade. As principais instituições a
proporem modelos de qualidade de software são a International Organization for
Standardization (ISO) e o Software Engineering Institute (SEI).
A ISO é uma entidade, não governamental, criada oficialmente em 1946, em uma
reunião em Londres, entre representantes de 25 países. Juntamente com a International
Electrotechnical Comission (IEC), formam uma rede mundial composta por diversas
entidades membros com o objetivo de promover o desenvolvimento da normalização e
atividades relacionadas a padrões. A intenção é facilitar o intercâmbio internacional de bens e
de serviços para desenvolver a cooperação nas esferas intelectual, científica, tecnológica e
econômica.
A ISO possui normas para os mais diferentes setores de atuação, como financeiro,
recursos humanos e produção, abordando desde critérios de classificação e seleção de
materiais até a terminologia a ser adotada. As normas que se referem ao controle de
processos, à qualidade de software e ao gerenciamento da qualidade de software é a Família
ISO/IEC 9000 (Gerência da Qualidade e Garantia da Qualidade), ISO/IEC 12207 (Ciclo de
Vida de Processos de Software) e a ISO/IEC 15504 (SPICE). A ISO/IEC 9126 não será
abordada por este trabalho, por referir-se, especificamente, à qualidade de produto.
3
A potencialidade de um processo de software são os possíveis resultados de um processo representado através
de uma faixa de resultados esperados em uma margem de probabilidade.
21
Com relação ao SEI, este foi fundado em 1984, através do patrocínio do
departamento de defesa norte-americano insatisfeito com os resultados de seus fornecedores
em seus contratos de desenvolvimento de software. Administrado pela Universidade de
Carnegie-Mellon em Pittsburg, nos Estados Unidos, o instituto tem o objetivo principal de
disseminar e evoluir as boas práticas da engenharia de software (PETERS, 2001).
Com alguns anos de experimentação e a aplicação de quase dois mil questionários
de maturidade, o SEI concluiu o desenvolvimento de um modelo de maturidade de processos
de software e o denominou Capability Maturity Model for Software (SW-CMM). Baseado na
experiência prática das empresas de software, o SW-CMM refletia o melhor das práticas
adotadas naquele momento. Após, o Capability Maturity Model Integration (CMMI) seria
lançado.
2.1.1.1 ISO 9000
A ISO série 9000 é um conjunto de normas que especificam os requisitos
mínimos para que as empresas possam assegurar qualidade, não definindo modelos ou
impondo sistemas de qualidade a serem implantados nas organizações. As empresas definem
seus próprios modelos de gestão da qualidade, dependendo do seu tipo de negócio e suas
características.
As normas da ISO série 9000 objetivam apenas considerar o sistema de gestão da
qualidade de uma empresa, e não as especificações dos produtos fabricados por estas. Desta
maneira, o fato de um produto ser fabricado por um processo certificado, segundo as normas
ISO 9000, não significa que este produto terá maior ou menor qualidade, e sim, que todos os
produtos fabricados segundo os processos definidos apresentarão as mesmas características e
o mesmo padrão de qualidade.
22
As normas desta série podem ser utilizadas por qualquer tipo de empresa, seja ela
grande ou pequena, de caráter industrial, prestador de serviços ou mesmo uma entidade
governamental. Obviamente, o setor de manufatura teve um peso importante na definição da
norma. Para facilitar a sua aplicação em desenvolvimento de software, em junho de 1993 a
ISO desenvolveu a norma ISO 9000-3. Esta norma possui diretrizes para a aplicação da norma
ISO 9001 ao desenvolvimento, fornecimento e manutenção de software. Esta norma se
espelha nos itens da ISO 9001, fazendo a adaptação necessária. Para cada item da ISO 9001
existe um correspondente na norma ISO 9000-3, que o adapta ao contexto de software.
2.1.1.2 ISO 12207
A norma ISO 12207, aprovada em agosto de 1995, estabelece uma estrutura
comum para o ciclo de vida de software, contendo os processos, atividades e tarefas a serem
aplicados durante a aquisição, fornecimento, desenvolvimento, operação e manutenção de
software (TSUKUMO, 1997). Esta norma deve auxiliar os envolvidos na produção de
software a obter um melhor entendimento das atividades que devem ser executadas e do papel
de cada participante no processo.
Baseada em processos-chave, a norma ISO 12207 propõe uma arquitetura de alto
nível para o ciclo de vida de software, que abrange desde a concepção até a descontinuidade
de um software. Os processos que constituem este ciclo de vida do software são agrupados em
três classes e cada um deles é definido em termos de suas próprias atividades e,
conseqüentemente, em termos de suas tarefas:
a) processos fundamentais: compreendem os processos envolvidos na execução
do desenvolvimento, operação e manutenção do software durante o ciclo de
vida, além da contratação entre cliente e fornecedor. Esses processos são:
aquisição, fornecimento, desenvolvimento, operação e manutenção;
b) processos de apoio: são os processos que auxiliam o sucesso e a qualidade do
projeto de software. Compreendem os seguintes processos: documentação,
gerência de configuração, garantia da qualidade, verificação, validação,
revisão conjunta, auditoria e resolução de problemas; e,
23
c) processos organizacionais: são os processos empregados por uma organização
para estabelecer e implementar uma estrutura constituída pelos processos do
ciclo de vida e pelo pessoal envolvido no desenvolvimento de software. São
eles: gerência, infra-estrutura, melhoria e treinamento.
2.1.1.3 SW-CMM
O SW-CMM é um guia para promover a excelência das organizações em
engenharia e gerenciamento de software através do controle dos seus processos de
desenvolvimento e manutenção de software. O modelo SW-CMM classifica e descreve a
maturidade dos processos de software em cinco diferentes níveis, que através de sucessivas
etapas, conduzem a organização à melhoria contínua de processos.
Os níveis de maturidade definem uma escala ordinal para medir e avaliar a
maturidade de um processo de desenvolvimento de software na organização, ajudando a
priorizar esforços na melhoria do processo. Alcançando cada nível de maturidade, diferentes
componentes no processo de desenvolvimento de software são estabelecidos, resultando em
um crescimento de potencialidade dos processos da organização. Os objetivos dos cinco
níveis de maturidade do CMM são descritos a seguir:
a) Nível 1 - Inicial: o processo de desenvolvimento de software é caracterizado
como ad hoc por não existirem processos definidos e formalizados.
Circunstancialmente, o desenvolvimento de software da organização pode ser
considerado caótico, onde o sucesso depende, exclusivamente, do esforço
individual dos recursos. A potencialidade dos processos de software, desta
maneira, em uma organização nível 1 é imprevisível. Os processos de software
estão sempre mudando de acordo com o progresso do trabalho e a experiência
dos envolvidos;
b) Nível 2 - Repetível: os processos básicos de gerenciamento de projeto são
estabelecidos para acompanhar custo, cronograma e escopo. Os custos e
prazos podem ser apresentados de forma mais coerente aos seus clientes e o
acompanhamento da situação dos projetos é mais bem estabelecida. Este nível
é denominado Repetível, pois a disciplina na execução do processo existe para
repetir sucessos anteriores em projetos com aplicações similares, apesar de
não estabelecer nada em nível organizacional. Nesse momento, não existe a
preocupação com processos técnicos, somente os gerenciais são afetados;
c) Nível 3 - Definido: as atividades de gerenciamento e engenharia no processo
de desenvolvimento de software são documentadas, padronizadas e integradas
em um processo de software único para a organização. Todos os projetos
utilizam uma versão aprovada do processo de desenvolvimento e manutenção
24
de software. Esse é o momento em que as empresas criam o Software
Engineering Process Group (SEPG), um grupo responsável pelas iniciativas
de implantação e melhoria de processos na organização. No nível 3, a
potencialidade dos processos de software pode ser definida como padronizada
e consistente, pois tanto as atividades de engenharia de software, como as
atividades de gerenciamento de projetos, são estáveis e repetíveis em nível
organizacional.
d) Nível 4 - Gerenciado: as organizações, nesse nível, têm além de um processo
bem definido, métricas estabelecidas e um programa formal de coletas de
dados quantitativos. As métricas coletadas fornecem uma base quantitativa
para avaliação dos projetos de software, bem como os processos e produtos. A
partir desse momento, os projetos, processos e produtos de software passam a
ser quantitativamente entendidos e estatisticamente controlados. Desta forma
se consegue analisar e diminuir a variância das medidas coletadas, obtendo
assim uma melhora no controle dos produtos e processos. Nas organizações
nível 4, a potencialidade dos processos de software pode ser definida como
previsível, pois como o processo é medido, um grande esforço é efetuado para
mantê-lo na margem de resultados esperados (JACOBS, 2002); e,
e) Nível 5 - Em Otimização: nesse nível, as organizações efetuam a melhoria
contínua de seus processos e são capazes de agir de forma preventiva. Este se
caracteriza pela análise dos dados coletados verificando o custo/benefício da
implantação de melhorias de processo ou a implantação de novas tecnologias.
As lições aprendidas e o conhecimento adquirido são compartilhados com
toda a organização Nas organizações de nível 5, a potencialidade dos
processos de software é sucessivamente melhorada, pois as organizações estão
continuamente trabalhando para melhorar a variação da potencialidade de seus
processos. As melhorias são empregadas, tanto em processos existentes, como
na utilização de novas tecnologias ou processos de software (JACOBS, 2002).
2.1.1.4 CMMI
Na década de 90, diversos modelos de qualidade foram desenvolvidos para serem
utilizados em disciplinas distintas. Porém, o surgimento de outros modelos, inclusive a partir
do SW-CMM, trouxe problemas como: a) dificuldade de integração destes modelos em um
único programa de melhoria; b) dificuldade de integração de empresas nas relações de
contratante e fornecedor; c) dificuldade de utilização de mais de um modelo em uma
organização e; d) diferentes padrões, nomenclaturas e medidas.
Com o objetivo de eliminar estas dificuldades, o SEI desenvolveu o CMMI com
uma estrutura genérica estendível para novas áreas de conhecimento. O CMMI é composto
por diferentes áreas de conhecimento listadas a seguir:
25
a) Engenharia de Sistemas;
b) Engenharia de Software;
c) Desenvolvimento Integrado de Produtos e Processos;
d) Fornecedores; e,
e) Aquisição.
O conceito central do modelo baseia-se em áreas de processo. Uma área de
processo é definida como sendo um conjunto de práticas relacionadas em uma determinada
área que, quando executadas coletivamente, satisfaz um conjunto de objetivos considerados
importantes para efetuar uma melhoria significativa no processo de desenvolvimento de
software.
O CMMI suporta a visualização de um mesmo conjunto de áreas de processo,
porém através de duas dimensões: a dimensão de potencialidade dos processos e a dimensão
da maturidade organizacional. Estas diferentes formas de visualização identificam as duas
representações existentes no modelo, a representação contínua e a representação por estágios.
A representação contínua usa níveis de potencialidade para medir a potencialidade
de um processo. Desta maneira, o modelo permite que uma organização efetue a melhoria em
um único processo, ou em um conjunto de processos que possuam relacionamento,
caracterizando a melhoria organizacional em uma ou mais áreas de processo.
A representação por estágio organiza as áreas de processo em cinco níveis de
maturidade. Para obter um nível da maturidade, a organização deve se capacitar nas áreas de
processo relativas àquele nível. Esta maturidade é alcançada, somente se, todo conjunto
predefinido de processos está em um determinado nível da maturidade.
26
2.1.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE SOFTWARE
Os modelos de qualidade de software fornecem para a organização um conjunto
de definições, a partir dos quais a organização desenvolverá seus processos. Após estes serem
desenvolvidos e estarem sendo utilizados pela organização, a mesma pode ser submetida a
avaliações que verificam se os processos definidos e utilizados pela empresa estão aderentes
ao modelo de qualidade de software escolhido. O resultado destas verificações concede
subsídios para a criação ou alteração de planos para os programas de melhoria de processos
(SEI, 1993).
Nas próximas seções, descreve-se quatro métodos de avaliação do processo de
software. Destes, o CBA IPI e o SCE aplicam-se, especificamente, ao modelo SW-CMM. O
SCAMPI foi desenvolvido a partir do modelo CMMI, mas é flexível para conduzir avaliações
do processo de software em outros modelos de qualidade de software.
Com relação à norma ISO 15504, esta permite avaliações do processo de software
em diferentes modelos, incluindo o SW-CMM e o Trillium. Além disso, esta norma contém
um modelo de qualidade de software definido em sua estrutura. Entretanto, o projeto SPICE,
responsável pelo desenvolvimento desta norma, teve como objetivo principal prover um
método de avaliação do processo de software.
2.1.2.1 CBA IPI
O método CMM-Based Appraisal for Internal Process Improvement (CBA IPI)
foi criado para ser um método oficial de avaliação do processo de software baseado no SW-
CMM. Desta maneira, o principal objetivo do CBA IPI incide em estabilizar a consistência
entre diferentes avaliações baseadas no SW-CMM, de forma que os resultados obtidos com a
avaliação em uma organização possam ser comparados com o de outra.
27
O método é aplicado por um grupo treinado de profissionais, que trabalham em
equipe, para obter resultados e índices de adoção sobre os processos que estão no escopo da
avaliação baseado nas áreas de processo do SW-CMM. Os resultados e conclusões são
obtidos a partir de questionários, revisão de documentos, apresentações e entrevistas com
gerentes, líderes de projeto e desenvolvedores. A aplicação do CBA IPI proporciona:
a) suportar, permitir e encorajar o comprometimento de uma organização na
melhoria do processo de software; e,
b) fornecer uma “foto” das forças e fraquezas dos processos de software da
organização, utilizando o SW-CMM como modelo de qualidade de software, e
identificar as principais áreas de processo para a melhoria organizacional.
2.1.2.2 SCE
O Software Capability Evaluation (SCE) é um método utilizado na aquisição de
software para a seleção de fornecedores e o monitoramento de processos dos fornecedores
contratados. Este método possibilita que uma equipe externa analise a potencialidade dos
processos de desenvolvimento de software de um possível fornecedor. Esta validação abrange
os projetos finalizados, as atividades que estão sendo executadas e o potencial dos futuros
projetos desta organização (BYRNES, 1996). Em uma aplicação, o SCE disponibiliza
ferramentas para a alta administração:
a) comunicar resultados que apóiam a tomada de decisão; e,
b) comunicar resultados da análise dos processos de desenvolvimento da
organização em relação a um modelo de qualidade de software.
2.1.2.3 ISO 15504
Em 1993, a ISO lançou o projeto SPICE, com o objetivo de gerar normas para a
avaliação do processo de software visando a melhoria contínua do processo e a determinação
de sua potencialidade. Compatível com os modelos SW-CMM, Trillium, Software
Technology Diagnostic (STD) e Bootstrap (TSUKUMO, 1997), a diferenciação do projeto foi
permitir avaliações em diferentes modelos, possibilitando que estes sejam comparados através
dos resultados das avaliações
28
Como resultado, a norma ISO 15504 foi desenvolvida para ser utilizada por
organizações envolvidas em planejar, gerenciar, monitorar, controlar e melhorar a aquisição,
fornecimento, desenvolvimento, operação, evolução e suporte de software. Caso o objetivo
principal de uma empresa seja a melhoria dos seus processos, esta pode realizar uma
avaliação do processo de software e elaborar um plano de melhorias baseado no resultado
formalizado. Caso o objetivo principal da empresa seja avaliar a potencialidade de processos
de um possível fornecedor, a norma também permite ao contratante estimar o risco associado
à contratação deste fornecedor.
A norma 15504 tem uma arquitetura bi-dimensional, onde a primeira dimensão
consiste nos processos que são avaliados (Dimensão de Processos), e a segunda é utilizada
para avaliar a potencialidade dos processos (Dimensão de Potencialidade). Cada processo é
descrito em termos de um propósito que exprime um único objetivo funcional. As tarefas,
atividades e práticas, e as características dos artefatos produzidos são utilizados como
indicadores que estabelecem determinado nível de potencialidade de um processo. Estes
indicadores são classificados de acordo com uma escala que expressa, exatamente, o seu nível
de potencialidade.
2.1.2.4 SCAMPI
O Standard CMMI Appraisal Method for Process Improvement (SCAMPI) é um
método que objetiva analisar o grau de adoção dos modelos CMMI nas organizações.
Flexível, o SCAMPI possibilita conduzir, por exemplo, avaliações ISO 15504. O principal
objetivo é prover um método de avaliação do processo de software comum, integrado e que
seja capaz de conduzir análises para a melhoria de processos de software, seleção de
fornecedores e monitoramento de processos. De forma geral, o SCAMPI é utilizado para
diferentes finalidades (SEI, 2001):
29
a) apresentar o potencial em engenharia de software de uma organização, através
da identificação de forças e fraquezas de seus processos de desenvolvimento
de software;
b) apresentar as forças e fraquezas dos processos de desenvolvimento de
software de uma organização em relação ao modelo CMMI;
c) priorizar planos de melhoria;
d) enfocar em melhorias que são mais benéficas para uma organização baseado
em seu nível de maturidade ou na potencialidade dos seus processos;
e) determinar o grau de potencialidade dos processos de software, assim como o
nível de maturidade organizacional; e,
f) identificar riscos de desenvolvimento ou aquisição baseado na atual
maturidade.
O SCAMPI atende a todos os requisitos do Appraisal Requirements for CMMI
Version 1.1 (ARC). O ARC define os requisitos considerados essenciais para os métodos de
avaliação de processo que têm como base os modelos do CMMI. A partir do ARC, os
métodos de avaliação podem ser declarados como sendo um método ARC Classe A, B ou C.
Deste modo, através do SCAMPI, pode-se realizar avaliações nas classes ARC A,
B ou C. Basicamente, para diferenciar estas classes de avaliação, considera-se: (i) grau de
confiança nas saídas da avaliação; (ii) geração de graduações e (iii) custo e duração da
avaliação.
2.1.3 ABORDAGENS PARA GUIAR A EXECUÇÃO DE PROGRAMAS DE MPS
A principal dificuldade das empresas atuais está em como implementar programas
de MPS, e não em quais atividades devem ser implementadas no desenvolvimento de
software pelas organizações (NIAZI, 2003). Conforme Herbsleb (1996):
67% dos gerentes de MPS querem um guia de como implementar atividades do
programa MPS, ao invés das atividades que devem ser institucionalizadas pela
empresa.
Diferentes argumentações têm sido dadas explicando o índice de falhas nos
programas de MPS, porém a maioria dos estudos identifica que os principais problemas
30
encontram-se na condução de programas de melhoria. Dificuldades em definir quais
melhorias são necessárias em um contexto organizacional, como efetivamente realizar a
mudança, e como obter o comprometimento das pessoas de uma organização, são exemplos
de problemas citados.
Deste modo, o SEI propôs o IDEAL
MD
, como a primeira abordagem para servir de
guia na implantação de modelos de qualidade de software nas organizações. Atualmente,
existem outras abordagens para guiar a execução de programas de MPS, geralmente
estruturados sobre um ciclo de vida Plan-Do-Check-Act (PDCA) específico para programas
de implantação da qualidade. Estes tratam um programa de qualidade de software como
projeto, gerenciando, desta maneira, as variáveis de tempo, prazo e custo. Basicamente, estas
abordagens são constituídas por etapas de avaliação do processo de software, de planejamento
de processos, de definição de processos e de institucionalização.
2.1.3.1 IDEAL
MD
O IDEAL
MD
é uma abordagem para desenvolvimento, planejamento integrado e
gerência de programas de MPS. Seu objetivo principal consiste em fornecer aos gerentes de
qualidade uma descrição genérica dos passos recomendados para a implantação de um
programa de melhoria. O IDEAL
MD
é executado através de um ciclo de vida de projeto com
as seguintes fases: Iniciação, Diagnóstico, Estabilização, Ação e Aprendizagem (SEI, 1996).
Na fase Iniciação, uma infra-estrutura que suporte o programa de melhoria é
estabelecida, os papéis e responsabilidades em relação à infra-estrutura definidos, e os
primeiros recursos do projeto alocados. Além disso, um plano do programa de melhoria deve
ser criado para a efetiva condução das demais fases. A alta administração deve aprovar este
plano e garantir os recursos necessários para o andamento do projeto (SEI, 1996).
31
Na fase Diagnóstico, os métodos de avaliação do processo de software, citados
anteriormente, são aplicados na organização para estabelecer uma baseline da situação atual
dos processos da organização. Os resultados e recomendações das análises organizacionais
devem ser considerados no planejamento dos esforços de melhoria e inclusos no plano do
programa de melhoria (SEI, 1996).
Durante a fase Estabilização, objetivos mensuráveis são desenvolvidos e
priorizados a partir dos objetivos genéricos definidos na fase Iniciação. A versão final do
plano do programa de melhoria contém os objetivos mensuráveis e os seus respectivos planos
de execução. Além disso, métricas são definidas para monitorar o progresso do programa e
recursos são alocados e treinados para compor os grupos técnicos de trabalho (SEI, 1996).
Na fase Ação, as soluções de melhoria de processos são criadas, testadas através
de pilotos e implantadas na organização. Nesta etapa, planos complementares, como os para
executar testes de soluções piloto e validar os novos processos, são desenvolvidos. Após,
planos de implantação e institucionalização são desenvolvidos e executados (SEI, 1996).
A última fase Aprendizagem, tem por objetivo tornar a próxima execução do ciclo
de vida do IDEAL
MD
mais efetiva. Neste momento, soluções foram desenvolvidas, lições
foram aprendidas e métricas de desempenho e objetivos coletados. Estes artefatos devem ser
armazenados em uma base de dados de melhoria de processos, consolidando estas
informações para a equipe envolvida na próxima execução de um ciclo de vida de um
programa de MPS (SEI, 1996).
32
2.1.3.2 Abordagem para a Implantação de Programas de MPS em 6 fases
Desenvolvido na University of Technology Sydney, a abordagem de implantação
de programas de MPS em 6 fases, estruturou-se a partir da análise dos principais impactos
positivos e negativos na implantação de programas de melhoria de software. Para a obtenção
destas informações, os pesquisadores desenvolveram entrevistas estruturadas com
participantes de empresas australianas e uma análise na literatura existente (NIAZI, 2003).
Na primeira fase, denominada Awareness, o principal objetivo é o entendimento
completo dos benefícios da implantação de um programa de melhoria de processos. A seguir,
a fase Learning define e aplica os treinamentos que devem capacitar os responsáveis pelo
programa de MPS nas tecnologias que serão utilizadas nas fases posteriores (NIAZI, 2003).
Na fase seguinte, denominada Pilot implementation, os novos processos são
aplicados, pela primeira vez, propiciando uma análise do potencial da equipe em implantar as
melhorias. A seguir, na fase SPI implementation action plan, os resultados e experiências da
fase anterior determinam a criação dos planos do programa de melhoria. Recomenda-se que a
equipe conduza a implementação de SPI como um projeto real, sendo gerenciado como
qualquer outro dentro da organização (NIAZI, 2003).
A fase SPI Implementation across the organization tem por objetivo padronizar o
desenvolvimento de software definido em toda organização. A última fase do projeto,
denominada Maintenance busca manter as melhorias implantadas, motivando, guiando e
provendo feedback para garantia da execução de melhorias no futuro.
33
2.1.3.3 Agregação de Pontos de Vista para a Estratégica Melhoria do Processo de
Software
As decisões tomadas para a melhoria dos processos de desenvolvimento de
software em um programa de MPS são, em muitos casos, tomadas por um grupo específico de
pessoas que possuem seus pontos de vista, em particular, sobre os processos organizacionais.
Se diferentes pontos de vista não são considerados na implantação de programas de melhoria,
existe um risco desta iniciativa não ser suficientemente aceita pela organização
(KARLSTROM, 2002).
Assim que a organização compreende e aceita a necessidade da implantação de
um programa de melhoria, o comprometimento é garantido durante toda a iniciativa. Deste
modo, uma abordagem que apóia a tomada de decisão de um programa de melhoria, a partir
de diferentes interpretações, que cada pessoa possui do estado atual da organização e seu
próprio papel na execução dos processos é proposto. Denominado Agregação de Pontos de
Vista, esta abordagem é dividida em cinco fases principais (KARLSTROM, 2002):
a) Etapa Inicial: determinar objetivos;
b) Etapa A: identificar os principais fatores que influenciam os objetivos;
c) Etapa B: permitir que a organização, como um todo, priorize os fatores
anonimamente baseados no seu ponto de vista pessoal;
d) Etapa C: analisar os dados. Agregar e analisar os resultados classificados e
identificar discrepâncias; e,
e) Etapa D: estabelecer decisões estratégicas para o MPS. Esta abordagem provê
as informações de suporte à tomada de decisão para a equipe responsável,
através da identificação de fatores de melhoria mais efetivos e da análise de
discrepâncias entre os diferentes pontos de vista existentes na organização.
A principal vantagem desta abordagem é fornecer informações obtidas,
sistematicamente, para a equipe responsável pelo programa de melhoria decidir “o que fazer
e “como fazer para aumentar a maturidade da organização. A utilização de modelos de
qualidade de software, como o SW-CMM, apóia da mesma forma este processo, porém
34
existem fatores inerentes em cada organização, individualmente, que não são considerados
por nenhum destes modelos (KARLSTROM, 2002).
2.1.3.4 ABC Model para a Melhoria do Processo de Software
A abordagem ABC Model é estruturada através da combinação entre o Activity-
based Costing (ABC), o Balanced Scorecard (BSC) e o SW-CMM. Seu principal objetivo é
prover “o como” efetuar a melhoria dos processos de software através de uma perspectiva
balanceada, ou seja, aumentar qualidade e reduzir custo (TUAN, 2006).
Assim, esta abordagem utiliza o BSC para implementar ações voltadas à visão de
negócios, aplica o ABC para entender a estrutura de custos dos processos de desenvolvimento
de software e valida a potencialidade destes processos através do SW-CMM (TUAN, 2006).
Para a definição do ABC Model, desenvolveu-se um diagrama conceitual (conforme Figura
2.1) que descreve as relações existentes entre as tecnologias ABC, BSC, SW-CMM.
No nível estratégico, a ferramenta adotada para o gerenciamento estratégico é o
BSC. Com a aplicação desta tecnologia, é possível analisar os objetivos de uma organização
nas visões financeira, processual, de aprendizagem e crescimento, e voltada ao cliente
(TUAN, 2006).
35
Figura 2.1- Diagrama conceitual da abordagem ABC Model.
Fonte: Tuan (2006)
No nível gerencial, a finalidade é vincular objetivos de longo prazo com ações de
curto prazo. Em outras palavras, este nível traduz a visão organizacional e suas estratégias em
ação, através das quatro visões citadas anteriormente: financeira, processual, de
aprendizagem e crescimento, e de cliente. Neste momento, o SW-CMM é aplicado para validar
asões relacionadas às visões processual e de aprendizagem e crescimento (TUAN, 2006).
No nível operacional, implementa-se a tecnologia ABC através de quatro
processos. O primeiro processo identifica os produtos que são objetos de custo. O segundo
processo analisa as atividades e identifica os custos diretos e indiretos de um produto em
específico. O terceiro seleciona os dados da alocação de custos para pesquisar custos
indiretos, identificar e computá-los. E o último processo, efetua o monitoramento da
implementação da abordagem ABC Model (TUAN, 2006).
36
2.1.3.5 Aprendendo com o Sucesso
As abordagens tradicionais para a MPS propõem programas de melhoria através
do refinamento contínuo dos processos de desenvolvimento. A maioria das organizações foca
em suas falhas, acreditando que devem melhorar através dos seus próprios erros. A proposta
Aprendendo com o Sucesso entende que as organizações devam aprender com seus erros, mas
acredita que os atuais programas de melhoria desconsideram a aprendizagem a partir do
sucesso das organizações (NOLAN, 1999).
Falhas e sucesso provêem perspectivas diferentes para a melhoria. As falhas
apresentam o quê não se quer fazer no futuro, enquanto o sucesso apresenta, exatamente, o
quê se deve fazer novamente. Além disso, as evidências obtidas dos projetos que obtiveram
sucesso podem ser utilizadas para a identificação dos processos que aumentam o índice de
sucesso nos próximos projetos da organização (NOLAN, 1999).
Através do entendimento e avaliação dos projetos de maior sucesso da organização,
pode-se observar a potencialidade de cada ponto específico dos processos de desenvolvimento de
software. Cada um destes pontos espeficos representa os processos e resultados do projeto
avaliado. Através da seleção e da engenharia reversa dos processos, deve-se obter as melhores
práticas utilizadas por aqueles projetos que apresentaram melhores resultados. A seguir, as quatro
etapas da abordagem Aprendendo com o Sucesso e seus respectivos passos são apresentados:
a) Etapa Definição estabelece o escopo e a finalidade da execução de um
programa de melhoria e identifica, objetivamente, quais são os melhores
projetos e times para a aprendizagem;
i. Passo 1 Definir o escopo do programa de melhoria e os aspectos dos
projetos ao qual se objetiva melhorar;
ii. Passo 2 Definir os objetivos estratégicos e a expectativa da
organização com o programa de melhoria; e,
iii. Passo 3 Criartricas que meçam os objetivos estratégicos, avaliar cada
projeto em função destas tricas e identificar os melhores projetos.
b) Etapa Avaliação revela os processos usados nos projetos de sucesso. Um
passo de testes valida se os processos analisados estão completos;
37
i. Passo 4 Estabelecer uma estratégia para a avaliação do processo de
software nos projetos que obtiveram sucesso e nos projetos que não
obtiveram sucesso (grupo de projetos de controle);
ii. Passo 5 Analisar os processos, utilizando a mesma estratégia de
avaliação, nos projetos de sucesso e no grupo de projetos de controle; e,
iii. Passe 6 Testar os processos analisados para verificar se geram os
mesmos resultados. Caso não, deve-se voltar ao passo 5.
c) Etapa Redução simplifica os processos avaliados para a descoberta de quais
deles são mais importantes para o sucesso, ou simplesmente, os fatores
críticos para o sucesso; e,
i. Passo 7 Identificar os fatores e os processos comuns dos projetos de
sucesso. Identificar os fatores e os processos comuns do grupo de
projetos de controle;
ii. Passo 8 Efetuar uma análise de contraste para identificar os fatores e
processos existentes apenas nos projetos de sucesso e não nos projetos
do grupo de controle; e,
iii. Passo 9 Estabelecer os fatores críticos de sucesso a partir dos projetos
de sucesso. Para isso, deve-se remover todos os fatores e processos
comuns entre os projetos de sucesso, porém desnecessários.
d) Etapa Concretização integra os fatores críticos de sucesso identificados na
organização. Uma atividade de validação garante que a integração dos
processos obteve sucesso.
i. Passo 10 Utilizar os fatores críticos de sucesso para estabelecer
mudanças organizacionais e nos futuros projetos;
ii. Passo 11 Desenvolver material de apoio e treinar os participantes da
organização nas mudanças estabelecidas; e,
iii. Passo 12 Validar o sucesso das mudanças e do treinamento a partir da
análise dos novos projetos. Esta atividade pode ser otimizada com a
utilização de projetos piloto. Caso seja necessário, repita a etapa
Concretização.
38
2.2 QUALIDADE DE SOFTWARE PARA MICRO E PEQUENAS
EMPRESAS
Conforme pesquisa do Norwegian Institute of Technology (DYBÅ, 2003), as
pequenas organizações são capazes de fazer os programas de MPS serem tão efetivos quanto
às grandes, e conseqüentemente, obter altos índices de desempenho organizacional. Desta
maneira, conclui-se que programas de melhoria podem ser utilizados como um elemento de
aumento de competitividade para organizações de qualquer porte.
A seguir, os modelos de qualidade de software, os métodos de avaliação do
processo de software e as abordagens para guiar a execução de programas de MPS, aplicáveis
para as MPEs são apresentados.
2.2.1 MODELOS DE QUALIDADE DE SOFTWARE PARA MPES
2.2.1.1 MPS.BR
Com o objetivo de capacitar o Brasil como sendo um pólo qualificado de
desenvolvimento e exportação de software, a Associação para Promoção da Excelência do
Software Brasileiro (SOFTEX) criou o MPS.BR. Este programa iniciou em dezembro de
2003, quando a organização criou o projeto com o apoio financeiro proveniente das
instituições parceiras da iniciativa: Coppe/UFRJ, C.E.S.A.R., CenPRA, Companhia de
Informática do Paraná, Riosoft, SOFTEX Campinas e a Universidade Católica de Brasília.
Atualmente, o projeto já conta com o apoio financeiro do Ministério da Ciência e Tecnologia.
A maioria das empresas de software brasileiras atua no mercado atual através de
processos de desenvolvimento que não se baseiam em um programa de melhoria contínuo. A
ausência de modelos de qualidade certificando a qualificação destas organizações prejudica a
competitividade do software nacional em relação ao importado. Segundo dados do Ministério
39
da Ciência e Tecnologia, as empresas brasileiras adotaram, primordialmente, a utilização da
ISO 9000, ao invés da adoção de normas específicas para a qualificação do processo de
desenvolvimento de software (MPS.BR, 2007).
As organizações de desenvolvimento de software no Brasil caracterizam-se por
empresas de pequeno e médio porte, com exceção das multinacionais instaladas no país. Deste
modo, a adoção de um modelo de qualidade de software como o SW-CMM ou o CMMI,
caracteriza-se por um investimento inviável à realidade brasileira. O programa MPS.BR visa
suprir esta necessidade, objetivando melhorar o processo de software brasileiro através de um
custo compatível. O programa possui duas metas principais (WEBER, 2004):
a) desenvolvimento e aprimoramento do modelo MPS, compatível com o CMMI
e em conformidade com as normas ISO/IEC 12207 e ISO/IEC 15504; e,
b) a implementação e avaliação do modelo MPS, a um custo acessível em todas
as regiões do país, com foco em grupos de pequenas e médias empresas.
O programa MPS.BR é definido através da utilização de três componentes:
Modelo de Referência para Melhoria de Processo de Software (MR-MPS), Método de
Avaliação para Melhoria de Processo de Software (MA-MPS) e Modelo de Negócio para
Melhoria de Processo de Software (MN-MPS). Estes três elementos são responsáveis por
normalizar as regras de implementação e avaliação do modelo. Na Figura 2.2, podemos ver os
componentes que formam o modelo, as influências adquiridas por cada um destes e os
respectivos guias descritivos.
40
Figura 2.2- Componentes do MPS.BR.
Fonte: MPS.BR (2007)
O MR-MPS apresenta as normas a serem implantadas em empresas que objetivam
adequar-se ao modelo MPS, para o desenvolvimento de software. A especificação deste
modelo contempla os níveis de maturidade e os processos necessários para sua aplicação.
Baseado nas normas ISO/IEC 12207 e ISO/IEC 15504 e adequado ao CMMI, a descrição
completa do modelo MR-MPS é apresentada no Guia Geral (MPS.BR, 2007).
O Guia de Aquisição é um documento complementar ao MR-MPS que define
normas para as empresas que objetivam realizar a aquisição de software e serviços. O MA-
MPS, descrito no Guia de Avaliação, fundamenta o processo de avaliação, as habilidades dos
avaliadores e os requisitos necessários para o atendimento do MR-MPS. O MN-MPS descreve
o objetivo de negócio do domínio do MPS.BR, o domínio das instituições implementadoras e
avaliadoras do modelo MPS e o domínio das empresas e organizações que objetivam utilizar
o modelo.
O MR-MPS define níveis de maturidade, que são uma combinação entre
processos e potencialidade. Para a definição dos processos, o modelo define propósitos e
resultados esperados. As atividades e tarefas específicas, para atender os propósitos e os
resultados de um processo, o responsabilidade da instituição que implanta o modelo. A
potencialidade de processo pode ser definida como a habilidade de alcance dos objetivos de
41
negócio, estando relacionada com o atendimento dos atributos de cada nível de maturidade. A
estrutura do MR-MPS é apresenta na Figura 2.3.
Figura 2.3- Estrutura do MR-MPS.
Fonte: MPS.BR (2007)
Os níveis de maturidade estabelecem patamares de evolução de processos,
caracterizando estágios de melhoria de implementação de processos na organização. O nível
de maturidade de uma organização permite prever seu desempenho futuro em uma ou mais
disciplinas. O MR-MPS define sete níveis de maturidade: A (Em Otimização), B (Gerenciado
Quantitativamente), C (Definido), D (Largamente Definido), E (Parcialmente Definido), F
(Gerenciado) e G (Parcialmente Gerenciado), conforme o Quadro 1. A escala de maturidade
se inicia no nível G e progride até o nível A. Para cada um destes sete veis de maturidade
foi atribuído um perfil de processos e de potencialidade de processos, que indicam onde a
organização tem que colocar esforço para melhoria, de forma a atender os objetivos de
negócio (MPS.BR, 2007).
42
Quadro 1 Níveis de Maturidade do MR-MPS:
Nível
Processo
Potencialidade
A
Análise de Causas de Problemas e
Resolução
AP 1.1, AP 2.1, AP 2.2, AP 3.1, AP
3.2, AP 4.1, AP 4.2 , AP 5.1 e AP 5.2
B
Gerência de Projetos (evolução)
AP 1.1, AP 2.1, AP 2.2, AP 3.1 e AP
3.2, AP 4.1 e AP 4.2
C
Gerência de Riscos
AP 1.1, AP 2.1, AP 2.2, AP 3.1 e AP
3.2
Desenvolvimento para Reutilização
Análise de Decisão e Resolução
Gerência de Reutilização (evolução)
D
Verificação
AP 1.1, AP 2.1, AP 2.2, AP 3.1 e AP
3.2
Validação
Projeto e Construção do Produto
Integração do Produto
Desenvolvimento de Requisitos
E
Gerência de Projetos (evolução)
AP 1.1, AP 2.1, AP 2.2, AP 3.1 e AP
3.2
Gerência de Reutilização
Gerência de Recursos Humanos
Definição do Processo Organizacional
Avaliação e Melhoria do Processo
Organizacional
F
Medição
AP 1.1, AP 2.1 e AP 2.2
Gerência de Configuração
Aquisição
Garantia da Qualidade
G
Gerência de Requisitos
AP 1.1 e AP 2.1
Gerência de Projeto
Fonte: Guia Geral Versão 1.2 (MPS.BR, 2007)
Cada nível de maturidade possui processos e potencialidades que devem ser
atendidos, para que uma organização possa progredir na escala evolutiva do modelo. Os
níveis superiores só podem ser obtidos a partir do momento que todos os processos e
potencialidades dos níveis anteriores tenham sido atendidos.
A potencialidade de um processo define o grau de institucionalização da sua
execução em uma organização. Constitui-se de atributos que são obtidos através de resultados
esperados definidos pelo modelo. O progresso de uma instituição, nos níveis de maturidade,
determina uma melhor execução dos processos por parte da organização. O modelo define
nove atributos de processo (AP): AP 1.1, AP 2.1, AP 2.2, AP 3.1, AP 3.2, AP 4.1, AP 4.2 ,
AP 5.1 e AP 5.2.
43
2.2.1.2 CMM Dinâmico para Pequenas Empresas
O CMM Dinâmico para Pequenas Empresas, desenvolvido a partir do modelo
SW-CMM, estrutura-se através do número de funcionários de uma empresa (LARYD, 2000).
O modelo contempla três instâncias: o XSS-CMM para empresas com até dois funcionários; o
XS-CMM para empresas muito pequenas de 3 a 15 funcionários e o S-CMM para pequenas
empresas com mais de 15 funcionários (SILVA, 2004). Para exemplificar as adaptações no
SW-CMM, a instância XS-CMM (eXtra Small CMM) é apresentada em relação ao SW-CMM
(SILVA, 2004):
a) Adaptação das KPA‟s do SW-CMM conforme a Figura 2.4, a KPA
Gerenciamento de Subcontratação de Software foi exclusa e uma redução nas
práticas chaves das KPA‟s Acompanhamento e Supervisão de Projeto e
Garantia de Qualidade de Software foi efetuada;
Figura 2.4- Comparativo das KPA‟s no SW-CMM e XS-CMM.
Fonte: Laryd (2000)
b) Acúmulo de Papéis do SW-CMM alguns papéis do SW-CMM foram
absorvidos por outros. Conforme apresentado na Figura 2.5, as atividades que
eram realizadas, por um determinado papel do SW-CMM, agora são efetuadas
por um papel correspondente no XS-CMM. Como exemplo, podemos
verificar que no novo modelo não existe o Grupo Gerenciamento de Contratos
(GGC), absorvido pelo papel Vendas e Marketing (VM);
44
Figura 2.5- Comparativo dos papéis no SW-CMM e XS-CMM.
Fonte: Laryd (2000)
c) Compartilhamento de funções entre os papéis em decorrência do acúmulo de
papéis, quando estes são assumidos por um único funcionário, pode haver uma
sobrecarga de funções. Conforme apresentado pela Figura 2.6, o modelo XS-
CMM se propõe a evitar que existam estas sobrecargas. Nesta Figura, os
círculos representam os papéis, as linhas que conectam os círculos indicam os
papéis que podem ser compartilhados por um mesmo funcionário, enquanto o
círculo tracejado representa o grupo de Garantia da Qualidade de Software,
caso exista. Como exemplo, podemos verificar que o Gerente Sênior (GS)
pode compartilhar suas funções com o Grupo de Engenharia de Software ou
com Vendas e Marketing; e,
Figura 2.6- Compartilhamento de Funções no XS-CMM.
Fonte: Laryd (2000)
d) Outros Recursos para auxiliar a implantação do modelo XS-CMM em
microempresas, este projeto desenvolveu outros recursos, como a adaptação
de documentos, questionários para a auto-avaliação e checklists para medições
e acompanhamento do projeto de implantação.
45
2.2.2 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE SOFTWARE PARA MPES
Os métodos RAPID e MARES, apresentados nas subseções a seguir, verificam se
os processos definidos e institucionalizados pelas MPEs estão aderentes a um modelo de
qualidade de software. Estes dois métodos são baseados na norma ISO 15504, possuindo a
mesma flexibilidade desta última para a avaliação do processo de software em diferentes
modelos de qualidade de software.
2.2.2.1 RAPID
O Rapid Assessments for Process Improvement for Software Development
(RAPID) é um método para a avaliação do processo de software baseada na norma ISO
15504. O objetivo principal é possibilitar que uma avaliação seja desenvolvida em apenas um
dia (CATER-STEEL, 2001).
O método RAPID propôs a redução do escopo da norma ISO 15504. Desta
maneira, ao invés de uma avaliação sobre os 40 processos exigidos pela norma, apenas 8 deles
foram selecionados para uma avaliação RAPID. São eles: Gerência de Requisitos,
Desenvolvimento de Software, Gerência de Projeto, Gerência de Configuração, Garantia da
Qualidade, Resolução de Problemas, Gerenciamento de Risco e Padronização de Processo.
Cada avaliação é efetuada por dois avaliadores SPICE treinados, um líder de
equipe e um avaliador colaborador. Para a obtenção de informações de uma organização,
apenas a técnica de entrevistas é efetuada com a finalidade de identificar evidências de
processo. Apesar disso, os participantes podem ilustrar características desses processos
referenciando documentos. Apesar da norma ISO 15504 considerar a potencialidade dos
processos de 0 (incompleto) a 5 (otimizado), apenas as questões relativas aos níveis 1, 2 e 3
o inclusas nas avaliações RAPID (CATER-STEEL, 2001).
46
A avaliação inicia com o líder de equipe entrando em contato com o responsável
da organização e lhe enviando um questionário demográfico. A partir da resposta deste
questionário, um plano de avaliação é desenvolvido a partir da colaboração entre o líder de
equipe e o avaliador colaborador, e deve ser validado e aceite pela organização.
Com a equipe de avaliação alocada dentro da organização, esta conduz entrevistas
com as pessoas envolvidas no desenvolvimento de software. Para cada um dos oito processos
que devem ser examinados, os avaliadores seguem um roteiro para identificar a extensão de
execução desses processos. A partir desses dados, a equipe de avaliação determina a
conformidade de um processo em relação ao modelo de qualidade de software em quatro
dimensões: não executado, parcialmente executado, largamente executado e completamente
executado. Assim, identifica-se cada processo em um nível 0, 1, 2 ou 3 da norma ISO 15504,
respectivamente (CATER-STEEL, 2001).
Ao final da avaliação, um relatório parcial é preparado pela equipe de avaliação e
submetido para o responsável da organização, que deve confirmar a validade das informações
descritas nesse documento. Esse relatório é verificado e validado por ambas as partes
envolvidas. Posteriormente, solicita-se que o responsável da organização comente a condução
e o valor agregado da execução dessa avaliação. Após seis meses, uma reunião deve ser
planejada e conduzida para o desenvolvimento de um relatório final.
2.2.2.2 MARES
O MARES (Método de Avaliação para Melhoria de Processos de Software em
Micro e Pequenas Empresas) é um método para a avaliação do processo de software, baseada
na norma ISO 15504, que busca considerar as metas de negócio, características e limitações
das MPEs (ANACLETO, 2005). O MARES atende a todos os requisitos exigidos de um
processo de avaliação SPICE, e possui guias e documentos padrões desenvolvidos,
especificamente, para facilitar a sua aplicação.
47
A realização de uma avaliação MARES necessita de uma equipe externa à
organização, composta por, no mínimo, um líder de equipe e um avaliador colaborador. Na
organização, os envolvidos são um responsável e colaboradores convidados que participam da
execução dos processos de desenvolvimento de software.
O método define a avaliação através de três processos principais: gerenciamento,
contextualização e execução. A Figura 2.7 apresenta as principais atividades estabelecidas no
método, com os principais resultados gerados por estas.
Figura 2.7- Atividades do Método de Avaliação MARES.
Fonte: Anacleto (2005)
48
O método de avaliação é iniciado através da atividade planejamento da
contextualização. Como uma das atividades do processo gerenciamento, seu objetivo é
estabelecer o contato com o responsável pela organização e confeccionar o plano de
contextualização.
O processo contextualização tem o objetivo de obter informações sobre os
processos de software da empresa. Este busca conceder subsídios para o início de um
programa de melhoria na organização, obtendo dados que possibilitem enquadrar essa
organização em um perfil alvo de melhoria de processos. Durante a contextualização, os
processos que devem ser avaliados pela equipe de avaliação são determinados.
A obtenção de informações da organização inicia-se através do preenchimento de
um questionário demográfico que aborda questões como, o tamanho da empresa, suas metas e
seus principais produtos e/ou serviços. Como forma de melhor compreender o contexto e
validar as informações preenchidas, entrevistas devem ser realizadas com funcionário de
diferentes papéis na organização. Busca-se, com estas entrevistas, obter diferentes pontos de
vista da organização avaliada. Ao final, as metas de negócio e de melhoria da organização
devem estar claras para os avaliadores, assim como o processo geral de software e seus pontos
fortes e fracos.
Com o objetivo de manter o custo baixo, o método MARES sugere que apenas
dois a quatro processos sejam selecionados para avaliação. Estes são selecionados a partir de
uma avaliação SWOT (Strenghts/Weaknesses/Opportunities/Threats), que explora os pontos
fortes e fracos internos da organização e suas oportunidades e ameaças. Após esta etapa, os
processos em potencial para serem avaliados são aqueles com maiores pontuações. Para cada
um destes processos selecionados, uma análise de custo/benefício, em relação às metas de
negócio da organização e o custo de melhoria, são estimados.
49
Assim que a contextualização como um todo ocorre, informações adicionais
referentes à organização são obtidas. As informações determinam o desenvolvimento de um
plano de execução, que é gerado na atividade planejamento da execução do processo
gerenciamento.
O processo execução ocorre após a contextualização da empresa, focalizando
apenas os processos selecionados pelas atividades anteriores. Inicia-se através da preparação
da avaliação, onde se define um roteiro que estabelece indicadores para serem cumpridos na
avaliação. A coleta de dados é efetuada através de entrevistas estruturadas e análise de
documentos por amostra. A equipe de avaliação deve, então, mapear suas observações
identificadas aos atributos dos processos selecionados e validar estes com representantes da
organização. Deve-se definir os níveis de potencialidade dos processos analisados em: não
executado, parcialmente executado, largamente executado e completamente executado.
Com base nas potencialidades de cada processo selecionado para avaliação, a
equipe deve identificar as principais diferenças do estado atual para o perfil alvo. A partir
disto, os avaliadores apresentam os riscos associados da continuidade dos processos nesse
nível e sugerem melhorias. Um acompanhamento em relação aos esforços, duração e prazos
do programa é realizado durante todo o programa. Esses dados são coletados e discutidos em
uma reunião de fechamento do projeto, identificada como a última atividade do método,
denominada finalização.
50
2.2.3 ABORDAGENS PARA GUIAR A EXECUÇÃO DE PROGRAMAS DE MPS
EM MPES
2.2.3.1 IMPACT
A proposta do projeto IMPACT é apresentar um novo paradigma, para a melhoria
de processos de software, que se adapte melhor à cultura das MPEs, compatível com os
principais modelos de qualidade de software como SW-CMM e ISO 12207. Desta maneira, o
projeto IMPACT desenvolveu uma abordagem que pudesse ser iniciada com poucos recursos
financeiros, produzisse resultados rapidamente e pudesse ser implementada à medida que o
tempo e os recursos permitissem.
A IMPACT possui uma abordagem cíclica, aplicável através da estrutura
“entender-melhorar-aplicar-medir”. Sua principal proposta é focar em uma área específica de
melhoria em cada iteração, não exigindo, desta maneira, grandes despesas, e
conseqüentemente, gerando melhorias aplicáveis a todos os projetos da organização. A
utilização de pequenas iterações proporciona que os resultados sejam apresentáveis,
rapidamente, e que estes sejam validados, facilmente, no projeto em que ocorreu. A proposta
para a melhoria de processos de software do projeto IMPACT, estrutura-se, basicamente,
através da diferenciação do nível de projeto para o nível de processos, conforme Figura a 2.8.
51
Figura 2.8 - Abordagem IMPACT.
Fonte: Scott (2001)
Em nível de projeto, o Ciclo de Projeto determina as boas práticas de
gerenciamento de projetos para serem seguidas. Este é apresentado através do ciclo menor na
Figura 2.8. Em nível de processos, a experiência e o entendimento de alguns projetos,
realizados na organização, contribuem para a melhoria de um processo genérico para os
projetos futuros. O ciclo maior na Figura 2.8 representa o Ciclo de Processo. Os dois ciclos
atuam em conjunto, onde o Ciclo de Projeto conduz a execução dos projetos, enquanto o
Ciclo de Processo, suporta a melhoria dos processos organizacionais.
2.2.3.2 ASPE/MSC
O Approach for Software Process Establishment in Micro and Small Companies
(ASPE/MSC) é uma abordagem para a realização de programas de MPEs em Micro e
Pequenas Empresas. Sua estrutura, em fases, permite que melhorias sejam implantadas em
uma organização de forma incremental.
A flexibilidade desta abordagem fica evidenciada na possibilidade de uma
empresa efetuar a melhoria de um processo, em específico, a cada execução de um ciclo da
ASPE/MSC, ou ainda, estabelecer um único processo através da execução de vários ciclos da
52
abordagem. Seu principal objetivo é conduzir a aplicação de um programa de melhoria e
avaliar os resultados obtidos.
Figura 2.9 - Visão Geral da Abordagem ASPE/MSC.
Fonte: Weber (2004b)
A Figura 2.9 apresenta uma visão geral da abordagem e suas quatro fases,
detalhadas a seguir:
a) Diagnóstico do Processo de Software Atual compreender o processo de
software da organização e estabelecer uma visão geral da situação atual. Os
principais processos em relação aos objetivos da organização e as
oportunidades de melhorias devem ser identificados;
b) Análise Estratégica definir e priorizar as ações de um programa de MPS,
tendo como objetivo atender as metas da organização. Deve-se desenvolver
um plano de ação para identificar, analisar e selecionar os processos que
devem ser melhorados;
c) Definição do(s) Processo(s): especificar os processos através de
representações descritivas. A partir de um modelo de qualidade de software,
pontos de melhoria nos processos devem ser identificados. Um guia
complementar deve ser desenvolvido para facilitar o entendimento dos novos
processos pela organização; e,
d) Implantação do(s) Processo(s): institucionalizar e avaliar os processos
definidos para a organização. Treinamentos devem ser realizados para que os
colaboradores sejam capazes de desempenhar suas atividades.
53
2.3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E ALINHAMENTO
ESTRATÉGICO NA MPS
Em empresas de desenvolvimento de software, um programa de MPS pode gerar
processos que, quando institucionalizados, buscam atender aos objetivos definidos em um
Planejamento Estratégico (PE) (MCCOY, 1998). Como a MPS gera altos custos para as
organizações, é desejável que existam técnicas que possibilitem clarificar a razão para a
realização destes programas, através do atendimento de objetivos organizacionais em nível
estratégico.
2.3.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
O PE é um esforço disciplinado para produzir decisões e ações fundamentais para
formar e guiar a organização com o foco no futuro (SUPPORT, 1994). De forma geral, o PE é
uma ferramenta gerencial utilizada para ajudar uma organização a trabalhar, eficientemente,
focando energia, e responder às mudanças do meio ambiente.
Conforme (MIGLIORE, 2000), PE é dividido em processo e produto. O produto
é, basicamente, o plano gerado, composto de objetivos organizacionais, estratégia e atividades
de curto prazo. Este define onde a organização pretende estar em longo prazo, tipicamente de
três a cinco anos. Por outro lado, o processo é a interação realizada no desenvolvimento de
um plano, onde os responsáveis pela execução devem estar envolvidos. Segundo Meirelles
(1995):
“O PE fornece um referencial comum aos participantes das organizações,
explicitando caminhos a serem trilhados e, com isso, um melhor aproveitamento dos
recursos. No âmbito externo, o planejamento cumpre a função de orientar as ações e
esforços da organização na busca por oportunidades, mercado e a própria
sobrevivência. O nível de complexidade e importância de um processo de PE está
associado ao grau de turbulência do ambiente no qual uma organização atua e a sua
correspondente complexidade interna”.
54
O PE baseia-se na crença de que o futuro pode ser melhorado através da
intervenção ativa no momento atual. Desta maneira, este é um processo decisório realizado
antes da ação propriamente dita e, assim, é uma tomada de decisão antecipada. A citação
identificada na literatura afirma:
Um PE visa antecipar o ambiente futuro, mas as decisões somente são tomadas no
presente. Isto significa que, com o passar do tempo, a organização deve ficar atenta
às mudanças que venham a surgir, para tomar as melhores decisões que surjam em
um dado momento. Isto significa administrar e planejar estrategicamente
(SUPPORT, 1994).
De acordo com Mintzberg (2000), existem inúmeras metodologias de
planejamento, mas a maior parte se reduz às seguintes idéias básicas: análise das forças e
fraquezas, oportunidades e ameaças (SWOT) divididas em etapas articuladas, com a fixação
de objetivos e a elaboração de orçamentos e planos operacionais.
Não uma metodologia universal de PE, uma vez que as empresas diferem em
tamanho, em tipos de operações, em forma de organização, em filosofia e estilo
administrativo (LORANGE, 1976). A proposta de Oliveira (1998) contempla todos os tópicos
necessários para a realização do PE. Assim, a próxima subseção apresenta esta proposta para
a execução de um PE.
2.3.1.1 Metodologia de Planejamento Estratégico através de Fases
Conforme Oliveira (1998), o PE deve seguir quatro princípios específicos que são:
a) participativo, porque deve contar com a participação das áreas envolvidas no processo; b)
coordenado, pois todos os aspectos envolvidos devem ser projetados para que atuem de forma
interdependente; c) integrado entre os planos dos vários escalões da empresa; e d) revisado
permanentemente, pois os planos não mantêm seu valor com o passar do tempo, uma vez que
o ambiente de negócios muda constantemente.
55
Assim, Oliveira (1998) define uma metodologia para a formulação do PE
composta das seguintes fases: a) diagnóstico estratégico, fase na qual se determina como a
empresa está, realizada por pessoas relevantes dentro da organização que avaliam a realidade
interna e externa; b) missão da empresa, determina a razão de ser da empresa, bem como seu
posicionamento estratégico dentro da indústria, ou seja, é o motivo central do planejamento;
c) instrumentos prescritivos e qualitativos, utilizados para dizer como se chega à situação
desejada; e d) controle e avaliação, que serve para avaliar como a empresa está indo para a
posição desejada, ou seja, ação necessária para garantir o alcance dos resultados. Estas podem
ser visualizadas esquematicamente na Figura 2.10.
Figura 2.10 - Fases do Planejamento Estratégico.
Fonte: Oliveira (1998)
Para Ansoff (1993), o diagnóstico estratégico, basicamente, deve analisar os desafios
ambientais futuros com os quais a organizão deverá se deparar. Oliveira (1998) afirma que
nesta fase deve-se verificarcomo a empresa es”, atras da realização de quatro etapas:
a) Identificação da visão nesta etapa identificam-se quais as expectativas e os
desejos dos acionistas, conselheiros e elementos da alta administração da
empresa, tendo em vista que esses aspectos proporcionam o grande
delineamento do PE a ser desenvolvido e implementado;
b) Análise externa contempla as ameaças e oportunidades que estão no
ambiente da empresa, e as melhores maneiras de evitar ou usufruir dessas
situações. Para se obter estas informações, deve-se analisar a organização
externamente e sua relação com este ambiente;
c) Análise interna é uma verificação dos pontos fortes, fracos e neutros da
empresa. Assume-se que um ponto neutro é uma atividade ou aspecto da
Missão da
Empresa
Diagnóstico
Estratégico
Controle e
Avaliação
Instrumentos
Prescritivos e
Quantitativos
56
empresa que não se consegue definir como benéfica ou prejudicial. Ainda
nesta etapa, busca-se analisar os principais concorrentes, baseado na relação
produtos versus mercado, para facilitar o estabelecimento de estratégias da
empresa no mercado; e,
d) Análise dos concorrentes com esta etapa pretende-se identificar as vantagens
competitivas da própria empresa e dos concorrentes. Através de um processo
de empatia, a analise interna e externa dos principais concorrentes é realizada.
Com relação à missão da empresa, Kotler (1980) afirma que esta deve ser definida
com o intuito de satisfazer alguma necessidade do ambiente externo, e não em oferecer algum
produto ou serviço ao mercado. Representa a razão de ser da empresa, em um horizonte de
tempo dentro do qual a empresa atua ou poderá atuar (OLIVEIRA, 1998).
Posicionando estrategicamente a organização, a missão é o motivo central do PE,
uma vez que define “onde a empresa quer ir”. É nesta fase que a alta administração deve
estabelecer os propósitos da empresa. Estes correspondem à explicitação dos setores de
atuação dentro da missão que a empresa atua, ou que esteja analisando a possibilidade de
entrada no setor (OLIVEIRA, 1998).
Segundo Oliveira (1998), os critérios de medida para a preparação do futuro da
empresa são denominados cenários. Estes podem retratar determinado momento no futuro ou
detalhar a evolução e a seqüência de eventos desde o momento atual até determinado
momento no futuro. Outro aspecto considerado é a postura estratégica da empresa, ou seja, a
maneira mais adequada para a empresa alcançar seus propósitos, respeitando sua situação
interna e externa atual, estabelecida no diagnóstico estratégico.
Na fase de missão da empresa, devem-se estabelecer as macro estratégias e macro
políticas da empresa. Macro estratégias correspondem a grandes ações ou caminhos que a
empresa deverá adotar para melhor interagir, usufruir e gerar vantagem competitiva a partir
do ambiente. Macro políticas correspondem às grandes orientações que servirão como base de
57
sustentação para as decisões, de caráter geral, que a empresa deverá tomar para melhor
interagir com o ambiente. Estas devem estar de acordo com a postura estratégica.
Conforme Oliveira (1998), a postura estratégica da empresa é estabelecida por
uma escolha consciente de uma das alternativas de caminho e ação para cumprir sua missão.
Objetiva orientar o estabelecimento de todas as estratégias e políticas, principalmente as de
médio e longo prazo. Uma postura estratégica é composta de três aspectos:
a) Missão da Empresa;
b) Relação positiva ou negativa: entre oportunidades e ameaças que a empresa
enfrenta atualmente; e,
c) Relação positiva ou negativa: entre pontos fortes e fracos que a empresa
possui para confrontar com as oportunidades e ameaças do ambiente. Os
recursos da empresa também devem ser especificados para aproveitar
oportunidades ambientais.
Conforme a Figura 2.11, uma empresa pode escolher um tipo de postura
estratégica ou uma combinação destes tipos, de acordo com a necessidade da empresa.
Figura 2.11 - Posturas Estratégicas de uma Empresa.
Fonte: Oliveira (1998)
58
A terceira fase proposta por Oliveira (1998) é composta de instrumentos
prescritivos e quantitativos. Nesta fase, a análise básica é a de “como chegar à situação que se
deseja”. Para isto, utilizam-se dois instrumentos: prescritivos e quantitativos.
Os instrumentos prescritivos do processo de PE proporcionam a explicitação do
que deve ser feito na empresa, para que esta se direcione ao alcance dos propósitos
estabelecidos em sua missão, de acordo com sua postura estratégica; respeitando as macro
políticas, assim como as ações estabelecidas pelas macro estratégias; e voltando-se para a
visão estabelecida. Devem-se estabelecer os seguintes instrumentos prescritivos:
a) Objetivo: é o alvo ou situação que se pretende atingir. Determina-se para onde
a empresa deve dirigir seus esforços;
b) Objetivo Funcional: objetivo intermediário, relacionado às áreas funcionais,
que deve ser atingido para alcançar os objetivos da empresa;
c) Desafio: é uma realização quantificável que deve ser, continuamente,
perseguida com um prazo estabelecido para modificar alguma situação na
empresa;
d) Meta: são os passos que devem ser realizados para alcançar os objetivos e
desafios;
e) Estratégias: é a ação ou caminho mais adequado a ser executado para alcançar
o objetivo, o desafio e a meta;
f) Política: é a definição de níveis de delegação, faixas de valores e/ou
consecução de objetivos. Basicamente, fornece parâmetros e orientações para
o PE; e,
g) Diretrizes: é o conjunto estruturado e interativo dos objetivos, estratégias e
políticas da empresa.
Os instrumentos quantitativos são projeções econômico-financeiras do
planejamento orçamentário, devidamente associadas à estrutura organizacional da empresa.
Ainda nesta fase, deve-se estabelecer, a partir das estratégias e respeitando as políticas, os
projetos, os programas (conjunto de projetos homogêneos com um objetivo maior) e os planos
de ação (conjunto de projetos com um objetivo maior).
59
A fase Controle e Avaliação, última proposta por Oliveira (1998), tem por
objetivo verificar como a empresa está indo” para a situação desejada. Em sentido amplo,
esta envolve:
a) Avaliação de desempenho;
b) Comparação do desempenho real com os objetivos, desafios, metas e projetos
estabelecidos;
c) Análise dos desvios dos objetivos, desafios, metas e projetos estabelecidos;
d) Tomada de ações corretivas baseadas nas análises realizadas;
e) Acompanhamento para verificação da eficiência das ações corretivas; e,
f) Adição de informações ao processo de planejamento, para o desenvolvimento
de ciclos futuros da atividade administrativa.
2.3.2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
No contexto das MPEs, um PE serve para possibilitar o crescimento e garantir a
sobrevivência destas organizações. Entretanto, a grande maioria destas organizações tende a
ignorar a necessidade e os benefícios de apoiarem seus processos decisórios através do PE,
essencialmente por julgarem-se incapazes de absorver mais esta atividade (SOUZA, 2007).
Conforme Melo (2003), as práticas de PE nas MPEs são raras. Contudo, quando
as práticas estão presentes, estas são desestruturadas, irregulares e incompreensíveis. Além
disso, a aplicação de um PE ocorre reativamente, ao invés de uma orientação pró-ativa. Nestas
empresas, o processo de PE é, geralmente, não formalizado, mal comunicado e a alternativa
escolhida para guiar este processo é a primeira opção. Basicamente, a situação atual do PE nas
MPEs pode ser explicada por quatro razões:
60
a) Tempo os gerentes costumam alegar que os problemas decorrentes do dia-a-
dia impossibilitam a realização de PE;
b) Conhecimento os gerentes e/ou proprietários de MPEs possuem um
conhecimento mínimo do processo de PE. Os componentes e a seqüência de
um PE são desconhecidos;
c) Ausência de especialização um processo de PE exige um alto nível de
especialização por parte do responsável. Entretanto, a falta de profissionais
especialistas em PE dificulta o processo de planejamento nas MPEs; e,
d) Falta de confiança e abertura geralmente, os gerentes e/ou proprietários de
MPEs hesitam em compartilhar o PE com seus funcionários ou consultores
externos.
Apesar de existir pouca evincia do impacto positivo da realização de PE nas MPEs,
muitos pesquisadores parecem aceitar esta circunstância como fato. Como resultado, o interesse
destes pesquisadores tem se concentrado em como definir um melhor PE para estas empresas.
Considerando que o PE pode melhorar a efetividade dessas empresas, mas é muito
complexo, sofisticado e consome muito tempo para ser aplicado, uma necessidade de
propostas que abordem as necessidades das MPEs neste processo fica explicita. A partir disso,
quatro recomendações para estruturar o PE em MPEs devem ser consideradas:
a) O horizonte de tempo do planejamento é menor, em torno de dois anos;
b) O processo deve ser informal;
c) A sistemática inclusão de participantes (incluindo consultores externos à
organização) aumenta a criatividade e o desempenho da organização; e,
d) Iniciar um processo de PE com uma extensa lista de objetivos é prejudicial.
2.3.3 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO NA MPS
No contexto das empresas de desenvolvimento de software, o produto do PE pode
ser visto como a MPS que irá, provavelmente, realizar mudanças importantes em resposta a
eventos no meio ambiente. Conforme McCoy (1998), existe uma sinergia natural entre PE e a
MPS, que quando compatibilizadas, adequadamente, podem gerar vantagens competitivas.
61
No Quadro 2, a análise da sobreposição entre PE e a MPS identifica, em maiores
detalhes, a entrada requerida e a saída produzida por cada um destes programas. Quando o PE
é iniciado, este se concentra no diagnóstico atual da organização e na definição de objetivos
organizacionais. Como resultado, estratégias viáveis são definidas para atender aos objetivos
identificados.
Em relação à MPS, as entradas básicas o objetivos específicos, ações
estratégicas e recursos disponíveis. O resultado deste processo de modelagem é um conjunto
de processos otimizados que, quando institucionalizados, facilitam a comunicação, o
entendimento e a execução de atividades necessárias para atender os objetivos
organizacionais.
Quadro 2 Alinhamento entre PE e MPS:
Programa
Entrada
Saída
Planejamento
Estratégico
- Objetivos Organizacionais
- Alternativas
- Julgamentos
- Feedback de Desempenho
- Missão
- Avaliações Necessárias
- Objetivos Específicos
- Ações Estratégicas
- Medidas de Resultados
Melhoria do Processo
de Software
- Missão
- Objetivos Específicos
- Ações Estratégicas
- Recursos Disponíveis
- Processos Otimizados com:
papel, pessoas, objetivo e recurso
- Descrição Gráfica do Processo
- Métricas de Processo
Fonte: McCoy (1998)
Nas subseções a seguir, as técnicas Aplicação da QFD na MPS (LIU, 2005) e
VASIE (BLANCO, 2001), que propõem o alinhamento de um programa de MPS com os
objetivos das organizações, são apresentadas.
62
2.3.3.1 Projeto VASIE
O projeto VASIE é uma iniciativa que busca coletar, validar e disseminar
resultados referentes a experimentos da MPS nas organizações. Com o intuito de realizar com
sucesso esta disseminação, o European Software Institute desenvolveu um repositório público
contento resultados dos experimentos da MPS. Desde 1995, o projeto VASIE tem recebido
dados e até o início de 2001, este repositório continha experimentos de 273 organizações.
Este projeto tem a finalidade de instruir as organizações em programas de MPS
através do entendimento deste processo em outras empresas. Assim, este repositório permite
que os problemas encontrados, as soluções geradas e contexto da aplicação destes
experimentos possam ser compartilhados junto às empresas interessadas.
A análise de dados no repositório VASIE revela que soluções padrões o,
freentemente, utilizadas por diversas organizões. No contexto do projeto VASIE, um pado
representa uma solução, realizada por um conjunto de empresas, para um objetivo com a MPS.
Os padrões identificados no projeto VASIE possuem três componentes: um
objetivo organizacional, o contexto onde esta solução foi aplicada e a solução desenvolvida,
representada pela melhoria de um conjunto de processos de software. Além disso, ainda existe
um quarto componente que informa o número de organizações onde o padrão foi identificado.
O projeto VASIE foi estruturado sobre o modelo de qualidade de software SW-
CMM. Desta maneira, quando um padrão é identificado no repositório, a solução
desenvolvida pelas organizações é apresenta através das KPAs deste modelo. As soluções
representam os objetivos organizacionais já abordados por outras organizações.
Para exemplificar um padrão do repositório VASIE, pode-se analisar a Figura
2.12. Um objetivo organizacional, potencialmente extraído de um PE, é representado através
de um círculo no topo da Figura. Na parte de baixo desta mesma Figura, os polígonos
63
representam um conjunto de organizações onde o padrão foi identificado (quanto maior for o
polígono de uma Figura, maior será o número de organizações naquele grupo).
Figura 2.12 - Exemplo de um Padrão no Repositório VASIE.
Fonte: Blanco (2001)
As linhas tracejadas representam as diferentes estragias utilizadas pelas empresas com
o intuito de solucionar o mesmo objetivo. Quanto mais larga for esta linha, maior será a quantidade
de organizações que seguiram esta estratégia, para atender a um objetivo organizacional,
apresentado atras do círculo na parte superior da Figura. As circunferências em preto, sobre as
linhas tracejadas, representam as KPAs utilizadas pelas empresas em uma estragia.
É importante ressaltar que um padrão representa uma tentativa, aplicada por um
grupo de empresas, de atender a um objetivo organizacional. Estes padrões ainda não são
soluções, efetivamente, garantidas. Assim, o projeto VASIE desenvolveu um questionário de
análise de impacto para identificar se as estratégias adotadas, realmente ajudaram, ou não, as
organizações a atingirem um objetivo.
Este questionário coleta informações das organizações, no mínimo, um ano após
estas terem finalizado um programa de MPS. Desta maneira, o sucesso ou não das estratégias
propostas para atender aos objetivos organizacionais podem ser validadas. Como as
64
organizações implantam diferentes estratégias para um mesmo objetivo organizacional, pode-
se identificar quais destas estratégias tiveram mais sucesso.
2.3.3.2 Aplicação da QFD na MPS
A Aplicação da QFD na MPS apresenta uma técnica usando QFD para definir e
priorizar ações de programas de MPS baseado nos objetivos estratégicos organizacionais.
Quality Function Deployment QFD
QFD é um sistema de qualidade que busca entregar soluções (produtos e/ou
serviços) que satisfaçam seus clientes (MAZUR, 1994). Esta técnica busca definir os
objetivos dos clientes e transformá-los em planos específicos para produzir soluções que
atendam a estes objetivos. Segundo o responsável da QFD, Akao (1990), esta técnica garante
a qualidade da solução no momento da definição dos planos técnicos para a construção desta
solução.
Com a finalidade de coletar, analisar e gerenciar a voz do cliente durante a
construção de uma solução, a técnica de QDF utiliza uma série de matrizes que convertem a
voz do cliente em um produto final. Entretanto, mais de 95% das aplicações de QFD (COX,
1992) utilizam apenas a primeira matriz, denominada House of Quality.
Na aplicação da matriz House of Quality, elemento principal da técnica QFD,
deve-se alinhar “o quê” objetivos do cliente em um nível de abstração alto com “o como”
características técnicas em baixo nível (ZAIJUN, 2005). A matriz House of Quality possui
seis componentes, conforme Figura 2.13:
65
Figura 2.13 - Matriz House of Quality.
Fonte: Zaijun (2005)
a) Objetivos do Cliente os objetivos do cliente são listados na parte esquerda
da matriz. Devem ser obtidos a partir de diferentes perspectivas e representar
“o quê” o cliente quer.
b) Características Técnicas esta parte da matriz apresenta o “como” a
organização pode fazer, tecnicamente, para atender os objetivos do cliente.
Estas características técnicas devem servir como base na definição de planos
para a construção de uma solução. Deve-se garantir que estas características
técnicas sejam mensuráveis.
c) Relacionamento entre Características Técnicas existem três tipos de
relacionamento entre as características cnicas que podem ser especificadas
nesta parte da matriz: positiva, negativa e irrelevante. Exemplificando, duas
características técnicas apresentam um relacionamento negativo quando o
aumento no valor de uma, conseqüentemente, diminui o valor da outra.
d) Relacionamento entre Objetivos do Cliente e Características Técnicas esta é
a principal parte da matriz House of Quality. Tem por finalidade relacionar “o
quê” o cliente quer de uma solução com o “como” a organização pode atender
estes objetivos. Geralmente, estes relacionamentos são definidos em quatro
níveis: forte, médio, fraco e nenhum. Os valores considerados para estes
relacionamentos são 9, 3, 1, e 0, respectivamente.
e) Importância dos Objetivos do Cliente na parte direita da matriz, a
importância de cada um dos objetivos do cliente é determinada em grau de
prioridade, taxa de melhoria, prioridade ajustada e prioridade normalizada; e
a. grau de prioridade = priorização do objetivo pelo próprio cliente * totalização
dos relacionamentos deste objetivo com as características técnicas
Relacionamento
entre Objetivos do
Cliente e
Características
Técnicas
Importância das
Características
Técnicas
Objetivos
do Cliente
Importância
dos
Objetivos do
Cliente
Relacionamento
entre
Características
Técnicas
Características
Técnicas
66
b. taxa de melhoria = nível planejado com o objetivo / situação atual do objetivo
na organização
c. prioridade ajustada = grau de prioridade * taxa de melhoria * sales-point
4
d. prioridade normalizada = normalizar a prioridade ajustada do conjunto dos
objetivos do cliente
f) Importância das Características Técnicas na parte inferior da matriz, o grau
de prioridade, a viabilidade cnica e a análise técnica-competitiva de cada
característica técnica são avaliados.
A Aplicação da QFD na MPS (LIU, 2005) usa a técnica QFD para conectar os
objetivos estratégicos de uma organização aos veis de maturidade do modelo SW-CMM.
Além de apoiar este mapeamento, esta técnica ajuda no desenvolvimento de planos de ação
para a implantação do SW-CMM na organização. Conforme a Figura 2.14, a proposta é
composta de quatro fases. Cada uma destas fases está detalhada a seguir:
Figura 2.14 - Fases da Técnica Aplicação da QFD na MPS.
Fonte: Liu (2005)
4
Sales point é determinado para os objetivos do cliente que podem gerar uma vantagem competitiva sobre os
concorrentes. Nem todos os objetivos do cliente são sales points. Geralmente, sales point são características
técnicas não explícitas pelo cliente, mas que podem impressioná-lo. Os sales point principais podem gerar
uma grande vantagem competitiva (por exemplo, em um fator de 1.5), enquanto sales point inferiores geram
pequena vantagem competitiva (por exemplo, em um fator de 1.1). O fator 1 é aplicado para os objetivos dos
clientes que não geram nenhuma vantagem competitiva.
67
Fase 1 Identificação e Integração dos Objetivos Estratégicos
Nesta primeira fase, os objetivos estratégicos devem ser obtidos a partir de todos
os setores/departamentos de uma organização. Conforme a Figura 2.15, várias perspectivas
dentro de uma organização são identificadas, e cada uma possui um conjunto de objetivos
estratégicos. Estas perspectivas são, então, priorizadas, segundo a sua importância para a
organização e depois integradas em um único conjunto de objetivos estratégicos.
Figura 2.15 - Planilha para Priorização de Objetivos Estratégicos a partir de Diferentes
Perspectivas.
Fonte: Liu (2005)
Fase 2 Priorização dos Objetivos do SW-CMM
Na segunda fase, os objetivos descritos na especificação das KPAs referentes a
um nível de maturidade do SW-CMM, em específico, são priorizados considerando os
objetivos estratégicos da fase anterior. Utilizando a planilha apresentada na Figura 2.16, as
relações entre os objetivos estratégicos da organização e os objetivos de cada KPA do SW-
CMM são analisadas.
68
Figura 2.16 - Planilha para Relacionar os Objetivos Estratégicos aos Objetivos das KPA do
SW-CMM.
Fonte: Liu (2005)
Fase 3 Priorização das Key Practices do SW-CMM
A terceira fase é responsável por priorizar as Key Practices (KP) de cada uma das
KPAs de um vel maturidade do SW-CMM. Com o intuito de incorporar os objetivos estragicos
no plano de ação final, estas KPs devem ser priorizadas baseado nos objetivos das KPAs que, neste
momento, refletem as prioridades dos objetivos estratégicos. A planilha utilizada para priorizar as
KPs, de cada uma das KPAs de um vel do SW-CMM, es apresentada na Figura 2.17.
Figura 2.17 - Planilha para Priorizar as Key Practices das KPAs do SW-CMM.
Fonte: Liu (2005)
69
Fase 4 Confecção de Plano de Ação
Na quarta fase, um conjunto de ações é obtido a partir da priorização das KPs
realizada na fase anterior. Estas atividades refletem os objetivos estratégicos integrados na
primeira fase. Além disso, estas atividades também apresentam as exigências para uma
empresa obter um nível de maturidade do SW-CMM. Estes planos de ação representam um
guia para um programa MPS na organização. Deste modo, devem-se disponibilizar mais
recursos para aquelas atividades que possuem maiores prioridades.
2.4 CONSOLIDAÇÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO
A MPS proe a implantação de modelos de qualidade de software para que processos
definidos, sisteticos e repeveis sejam institucionalizados. Deste modo, busca-se melhorar a
qualidade dos produtos de software, reduzir os custos e o tempo dos projetos de desenvolvimento, e
aumentar a produtividade das empresas (PITTERMAN, 2000; YAMAMURA, 1999).
Apesar disto, a aplicabilidade destes modelos apresenta-se bastante diferente em
pequenas e grandes organizações. A média de esforços e recursos que as pequenas
organizações devem investir em um programa de MPS é bastante considerável relacionado ao
investimento das grandes empresas (SERRANO, 2003). Ou seja, a relação de esforço
necessária para implementar um programa de MPS em uma organização de 1.500
desenvolvedores e outra de 150 não é de 10 para 1. Segundo Kelly (1999):
“As atividades principais de um programa de melhoria, com exceção do treinamento
e do suporte, e os esforços necessários não são, significativamente, diferentes em
pequenas e grandes organizações. Logicamente, o investimento que uma grande
empresa pode aplicar em um programa de MPS é bastante maior do que em uma
pequena organização. Desta maneira, os recursos em um programa de melhoria, em
pequenas empresas, devem ser mais eficientemente utilizados, caso contrário, os
custos envolvidos inviabilizam a iniciativa”.
70
O investimento necessário para a implantação de um modelo de qualidade de
software é a principal dificuldade das MPEs (DYBÅ, 2003; NIAZI, 2003). Geralmente, os
diretores de pequenas empresas costumam concordar sobre as vantagens associadas a um
programa de melhoria, porém estes não podem comprometer-se com iniciativas de MPS que
possuem altos custos e geram respostas em longo prazo. Assim, o desafio das MPEs é iniciar
um programa de melhoria com pouco investimento, produzir resultados rápidos e incrementá-
lo à medida que o tempo e os recursos permitirem (SCOTT, 2001).
Em paralelo, para obtenção de maior retorno sobre o investimento com uma
iniciativa de MPS, aborda-se o alinhamento entre a estratégia de um programa de melhoria
com a estratégia de negócio da organização como um fator crítico de sucesso (BIRO, 1999;
BRODMAN, 1995; GRADY, 1997; HUMPHREY, 1989; PULFORD, 1996; ZAHRAN,
1998). Segundo McCoy (1998) um programa de MPS pode gerar processos que, quando
institucionalizados, buscam atender aos objetivos definidos em um planejamento estratégico.
Neste sentido, um programa de melhoria pode ser baseado em objetivos organizacionais e
explicitar razões para a realização destas iniciativas (DYBÅ, 2005).
Entretanto, este tema ainda é uma lacuna a ser preenchida na literatura. Conforme
verificado atras da revisão teórica, nenhum modelo de qualidade de software analisado
apresenta elementos de alinhamento estratégico na sua estrutura. Como conseência, as
organizações realizam programas de melhoria, em geral, sem identificar o que a maturidade de
seus processos pode proporcionar em função dos objetivos estragicos de negócios (LIU, 2005).
Deste modo, este trabalho identificou, a partir da revisão da literatura, as propostas que
abordaram o alinhamento estratégico de programas de MPS, buscando complementar os modelos
de qualidade de software: ABC Model (TUAN, 2006), Aplicação da QFD na MPS (LIU, 2005),
ASPE/MSC (WEBER, 2004b), MARES (ANACLETO, 2005), e VASIE (BLANCO, 2001).
71
Complementarmente, os fatores críticos de sucesso (FCS) para PE e os fatores
cticos de sucesso para MPS foram analisados. Com o cruzamento destas informações
identificou-se que alguns FCS são comuns entre PE e MPS. Após, as propostas que abordam o
alinhamento estratégico de programas de MPS foram relacionadas com estes FCS comuns.
Verificou-se na estrutura das propostas se estas atendiam ou o cada um dos FCS. O Quadro 3
apresenta este relacionamento e es disposta atras de: a) nome do FCS, b) estudos na área de
PE que citam o FCS, c) estudos na área de MPS que citam o FCS e, d) o atendimento dos FCS
pelas propostas.
Quadro 3 FCS Comuns entre PE e MPS e as Propostas que abordam o Alinhamento
Estratégico de Programas de MPS:
Atendimento dos
FCS
VASIE
ABC Model
QFD na MPS
MARES
ASPE/MSC
Nome do FCS
Citações em PE
Citações na MPS
Implantação de um
Ambiente de
Aprendizagem
Organizacional
(AUDY, 2001;
REPONEN, 1998;
BAETS, 1998;
HENDERSON, 1993)
(NIAZI, 2003;
STELZER, 1998;
DYBÅ, 2000)
Comprometimento
da Alta
Administração
(GALLIERS, 1991;
PRENKUMAR, 1994;
BETHLEN, 1998)
(NIAZI, 2003;
STELZER, 1998; EL
EMAM, 1999;
GOLDENSON,
1996; DYBÅ, 2000;
ABRAHAMSSON,
2001)
X
X
X
X
Diagnóstico
Organizacional
(MARTIN, 1991;
PRENKUMAR, 1994;
OLIVEIRA, 1998;
BETHLEN, 1998)
(ANACLETO, 2005;
RICHARDSON,
2002; GUERRERO,
1994; GRAY, 1997)
X
X
X
Otimização de
Recursos
(MEIRELLES, 1995;
SYNNOTT, 1987;
HENDERSON, 1993)
(PITTERMAN,
2000;
YAMAMURA,
1999)
X
Fonte: O autor (2007)
Apesar de não existirem elementos de alinhamento estratégico na estrutura dos
modelos de qualidade de software analisados, o SW-CMM, em exclusivo, tem tido sua
72
estrutura complementada por propostas que abordam o alinhamento estratégico. A Aplicação
da QFD na MPS (LIU, 2005) e VASIE (BLANCO, 2001) foram propostas com o objetivo de
determinar quais áreas de processo do SW-CMM devem ser institucionalizadas em uma
organização para atender, especificamente, cada um dos seus objetivos.
Estas foram as duas únicas técnicas, específicas, para o alinhamento estratégico de
programas de MPS encontradas a partir da base teórica. Entretanto, o método de avaliação do
processo de software MARES (ANACLETO, 2005) e as abordagens para guiar a execução de
programas de MPS ABC Model (TUAN, 2006) e ASPE/MSC (WEBER, 2004b), também,
propõem, indiretamente, o alinhamento estratégico em suas estruturas.
73
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
Neste capítulo apresenta-se a metodologia de pesquisa utilizada no estudo. Na
seção 3.1 apresenta-se o desenho de pesquisa e as suas etapas. Na seção 3.2 identificam-se os
aspectos metodológicos do estudo. Na seção 3.3 apresenta-se a operacionalização das
variáveis. Por último, é apresentada a base metodológica do estudo de caso.
Este trabalho caracteriza-se como uma pesquisa aplicada na área de Sistemas de
Informação. Como o tema desta pesquisa é uma área emergente, definiu-se a utilizão da estragia
qualitativa. O tipo de pesquisa foi o explorario, por este ser, particularmente, adequado para o
desenvolvimento de novas teorias, em áreas ou abordagens ainda não consolidadas (OATES, 2005).
Com relação ao todo de pesquisa, realizou-se um estudo empírico, não experimental,
atras de estudo de caso, adotado conforme proposto por Yin (2001). Este método possibilita a
investigão de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real (OATES, 2005).
Neste estudo de caso, analisou-se a adequação da proposta deste trabalho em
alinhar a condução de programas de MPS com os objetivos organizacionais. Para a coleta de
dados realizou-se um processo de triangulação (YIN, 2001), sendo utilizadas as seguintes
técnicas: entrevista estruturada, com questões abertas e fechadas, observação direta e
74
documentação. Por tratar-se de uma pesquisa qualitativa, as limitações deste tipo de pesquisa,
restringindo a generalização dos resultados obtidos, devem estar claras.
3.1 DESENHO E ETAPAS DE PESQUISA
O desenho de pesquisa contempla os componentes básicos de uma pesquisa
qualitativa, quais sejam: questão de pesquisa, unidade de análise e estudo de caso. O desenho
de pesquisa determina três etapas: revisão teórica, desenvolvimento e avaliação. O objetivo
principal foi apresentar uma proposta, compatível ao MR-MPS, para condução de programas
de melhoria de processo alinhado com os objetivos organizacionais em MPEs. A seguir,
apresenta-se o desenho de pesquisa (Figura 3.1)
Revisão Teórica
Desenvolvimento
Avaliação
Revisão da Base
Teórica
Proposta Preliminar
Ferramenta de Apoio
Estudo de Caso
Consolidação da Proposta
Preliminar
Modelo Teórico de
Referência
Avaliação da
Proposta Preliminar
por Especialistas
Figura 3.1 Desenho de Pesquisa.
Fonte: O autor (2007)
75
A seguir, são descritas as três etapas:
3.1.1 ETAPA REVISÃO TEÓRICA
A primeira atividade desta etapa propôs o estudo da base teórica da área. Fazem
parte da base teórica a qualidade de software, a melhoria do processo de software, o
planejamento estratégico, o planejamento estratégico de sistemas de informação e o
alinhamento estratégico da melhoria do processo de software. Para cada um destes, estudou-se o
conceito de forma geral, para todas as empresas, e abordando, especificamente, o contexto das
MPEs.
Como resultado, caracterizou-se o estado da arte da MPS com a análise e
classificação de vinte e uma propostas em Modelos de Qualidade de Software, Métodos de
Avaliação do Processo de Software e Abordagens para Guiar a Execução de Programas de
MPS (capítulo 3). Além disso, identificou-se as propostas que abordam o alinhamento
estratégico de programas de MPS.
A Aplicação da QFD na MPS (LIU, 2005) e VASIE (BLANCO, 2001) foram as
únicas técnicas, especificamente, para o alinhamento estratégico de programas de MPS
encontradas a partir da base teórica. Entretanto, o método de avaliação do processo de software
MARES (ANACLETO, 2005) e as abordagens para guiar a execução de programas de MPS
ABC Model (TUAN, 2006) e ASPE/MSC (WEBER, 2004b), também, propõem, indiretamente,
o alinhamento estratégico em suas estruturas.
Complementarmente, os fatores críticos de sucesso comuns entre MPS e PE foram
identificados. Com isto, realizou-se um estudo comparativo, a partir destes fatores críticos,
entre as cinco propostas de MPS que propuseram o alinhamento estratégico.
76
3.1.2 ETAPA DESENVOLVIMENTO
Considerando que o repositório VASIE (BLANCO, 2001) encontra-se
descontinuado, a Aplicação da QFD na MPS (LIU, 2005) apresentou-se como a única
proposta, especificamente, gerada para o alinhamento estratégico de programas de MPS
disponível. Assim, esta pesquisa propôs um processo de alinhamento estratégico de
programas de MPS compatível com o modelo MR-MPS para as Micro e Pequenas Empresas,
denominado AE-MPS.BR, definido a partir da técnica Aplicação da QFD na MPS (LIU,
2005). O processo AE-MPS.BR também incorpora lições aprendidas de outras aplicações da
técnica QFD, como em (RICHARDSON, 2001; HIERHOLZER, 1998; HU, 2005).
Para a aplicação do processo AE-MPS.BR nas organizações, identificou-se a
necessidade de introduzir o conceito de ciclos de melhoria. Assim, um modelo iterativo e
incremental para condução de programas de MPS foi definido a partir das abordagens
ASPE/MSC (WEBER, 2004b) e o IMPACT (SCOTT, 2001). Estas duas abordagens foram
referenciadas por serem as únicas, identificadas na revisão de base teórica, que guiam a
execução de programas de melhoria de processos em MPEs.
Considerando o contexto nacional deste trabalho, o processo AE-MPS.BR foi
definido em compatibilidade com o modelo MR-MPS, por este se tratar do principal modelo
de qualidade de software no país para MPEs. Em torno de 200 empresas iniciaram a
implantação do modelo MR-MPS, sendo que 56 foram avaliadas oficialmente (MPS.BR,
2007).
A seguir, o modelo e o processo propostos foram apresentados para especialistas
em Qualidade de Software. Os avaliadores responsáveis por analisar a proposta foram:
pesquisadores especialistas no tema, indicados pelo professor orientador desta pesquisa, um
77
avaliador, indicado pelo PPGCC da PUCRS, e a banca do WTDQS Workshop de Teses e
Dissertações em Qualidade de Software, realizado durante o SBQS 2007.
Para a análise das avaliações, as considerações de cada um dos avaliadores
foram dispostas em quatro diferentes categorias: Adequação das Referências Teóricas
Utilizadas; Estrutura da Proposta; Testes da Proposta e; Considerações Adicionais. Ao total,
foram 27 (vinte e sete) considerações, sendo que quatro foram referentes à Adequação das
Referências Teóricas Utilizadas, onze referentes à Estrutura da Proposta, quatro referentes aos
Testes da Proposta e oito foram Considerações Adicionais. As avaliações estão detalhadas no
Apêndice I.
Com as considerações dos avaliadores analisadas em conjunto com o professor
orientador desta pesquisa, alterações foram realizadas na proposta. Após, desenvolveu-se uma
ferramenta de apoio ao processo AE-MPS.BR.
3.1.3 ETAPA AVALIAÇÃO
Verificou-se a adequação do processo AE-MPS.BR e da ferramenta de apoio
desenvolvida através de um estudo de caso em uma organização implantando o modelo MR-
MPS, nível F. Foram realizadas análises críticas sobre os dados coletados (teórica e empírica).
Nesta fase gerou-se um relato do estudo de caso, avaliando os aspectos
encontrados. Um conjunto de mudanças necessárias no processo AE-MPS.BR e na ferramenta
de apoio FAE-MPS.BR foram identificadas. Na seção 5.3, todas estas mudanças necessárias
estão detalhadas.
A partir dessas mudanças necessárias, o processo AE-MPS.BR foi alterado, em
relação àquele aplicado no estudo de caso, e está apresentado na seção 4.2. As mudanças na
78
ferramenta de apoio FAE-MPS.BR devem ser implementadas em trabalhos futuros. A seção
4.3 descreve a versão da ferramenta utilizada no estudo de caso.
3.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Com o objetivo de sistematizar a tarefa de coleta e análise de dados provenientes
do estudo de caso e, conseqüentemente, aumentar a confiabilidade, um protocolo para o
desenvolvimento e formalização do estudo foi definido e utilizado. O protocolo para o estudo
de caso está detalhado no Apêndice II. O estudo de caso foi desenvolvido na Conectt
Marketing Interativo S/A. Sendo este estudo autorizado pela diretoria da organização,
garantiu-se um acesso completo às informações correntes e históricas.
Esta empresa desenvolve portais corporativos e soluções web relacionadas à
gestão da informação e do conhecimento, focando, principalmente, o aumento de
produtividade dos seus clientes. Além de implementar as principais ferramentas de mercado,
presta serviços de manutenção evolutiva para os projetos. Caracterizada como MPE, a
empresa atua dez anos no mercado e possui em torno de 70 (setenta) profissionais na
unidade organizacional de Porto Alegre.
Considerando que o pesquisador atua como profissional nesta empresa, o contato
inicial com o diretor responsável pelo programa de MPS serviu para obter a aprovação para
realizar o estudo e apresentar o protocolo de estudo de caso. Para a formalização da
aprovação, o protocolo foi enviado por e-mail e sua resposta de aprovação também.
Para o desenvolvimento do instrumento de pesquisa (questionário estruturado),
definiu-se questões a partir da revisão teoria, da estrutura do processo AE-MPS.BR e do
padrão IEEE Std 830-1993 (IEEE Recommended Practice for Software Requirements
Specifications). Considerando que o padrão IEEE Std 830-1993 descreve as características
79
que um produto de software deve possuir, este foi utilizado como guia para questões
referentes à avaliação da ferramenta de apoio. Este instrumento de pesquisa encontra-se
detalhado no Apêndice II.
Foram desenvolvidos dois questionários como instrumento de pesquisa. O
primeiro questionário explorou a dimensão de informações Situação Prévia da Organização:
propondo a análise da situação da empresa em momento anterior à aplicação do processo AE-
MPS.BR. O segundo questionário abordou as dimensões de informação Aplicação do
Processo AE-MPS.BR: analisando a adequação deste processo em relação a sua finalidade;
Uso da Ferramenta de FAE-MPS.BR: analisando a eficiência desta ferramenta em apoiar o
uso do processo AE-MPS.BR e; Situação Posterior da Organização: constatando a situação da
empresa em momento posterior à aplicação do processo AE-MPS.BR.
Os questionários foram refinados, sucessivamente, entre pesquisador e orientador
da pesquisa, estabelecendo a versão parcial do roteiro. Após, realizou-se a validação de face e
conteúdo por parte de um pesquisador doutor e outro pesquisador mestre, ambos professores
da PUCRS, determinando alterações nos questionários. Por último, realizou-se uma simulação
de entrevista com um membro da equipe de qualidade da organização. Esta atividade
propiciou novas alterações no questionário, com o objetivo de facilitar o vocabulário e,
conseqüentemente, o entendimento. O resultado das atividades de validação de face e
conteúdo e pré-teste está detalhado no Apêndice III.
Com o instrumento de pesquisa consolidado, foram definidas dez entrevistas com
cinco profissionais da organização. Para cada profissional, os dois questionários definidos
foram aplicados. Todas as entrevistas foram agendadas previamente, com os recursos
planejados, e transcritas logo após a sua realização. A transcrição das entrevistas realizadas
encontra-se no Apêndice IV. Representantes dos níveis estratégico, tático e operacional, os
profissionais foram selecionados em função de seu papel na organização.
80
A coleta dos dados iniciou com a aplicação do primeiro questionário e revisão dos
documentos existentes na organização. Assim, foram realizadas cinco entrevistas em um
espaço de tempo de três dias úteis. A seguir, aplicou-se o processo AE-MPS.BR através do
uso da ferramenta de apoio. Para a aplicação deste processo, sete sessões de trabalho, com
duração em torno de uma hora, foram realizadas. Cada sessão contou com a participação de
dois ou três profissionais.
Em cada uma dessas sessões, o pesquisador analisou detalhes da aplicação do
processo e a utilização da ferramenta através de observação direta. Ao final, foram realizadas
mais cinco entrevistas em um espaço de tempo de três dias úteis. Além disso, efetuou-se a
revisão de documentos de quatro projetos da organização, que tiveram início após a aplicação
do processo AE-MPS.BR.
A partir das transcrições das entrevistas, da revisão de documentos e a observação
direta, desenvolveu-se a análise qualitativa dos dados. Com as entrevistas, em específico,
realizou-se uma análise de conteúdo e identificação de categorias, representando tópicos
significativos em função dos quais o conteúdo foi classificado. A revisão de documentos
propiciou a corroboração e valorização das evidências oriundas das entrevistas, fornecendo
maiores detalhes em relação às respostas do entrevistados. As provas observacionais
disponibilizaram informações adicionais sobre a aplicação do processo AE-MPS.BR e da
ferramenta de apoio.
81
4 ALINHAMENTO ESTRAGICO DE PROGRAMAS DE
MPS
Neste capítulo apresenta-se a proposta para o alinhamento estratégico de
programas de MPS nas organizações. Na seção 4.1 descreve-se o modelo iterativo e
incremental para condução de programas de MPS. Na seção 4.2 apresenta-se o processo de
alinhamento estratégico de programas de MPS AE.MPS.BR. Por último, na seção 4.3 a
ferramenta de apoio desenvolvida é descrita.
Esta pesquisa propõe um modelo iterativo e incremental para a condução de
programas de MPS que define o conceito de ciclos de melhoria. Como algumas melhorias de
processo devem ser priorizadas, por estarem relacionadas aos principais objetivos estratégicos
da organização, um programa de MPS estruturado através de ciclos de melhoria facilita que
resultados sejam obtidos mais rapidamente. Além disso, este programa pode ser incrementado
à medida que o tempo e os recursos permitam (SCOTT, 2001).
Para priorizar as melhorias de processo considerando os objetivos estratégicos de
uma organização, o processo de alinhamento estratégico de programas de MPS AE.MPS.BR
foi proposto. Este identifica os processos e resultados esperados do modelo MR-MPS mais
importantes para a organização a partir de seus objetivos estratégicos. Assim, um programa de
82
MPS pode ser estruturado para atender os principais objetivos estratégicos da organização
com pouco investimento inicial.
A aplicação do processo AE-MPS.BR envolve as perspectivas estratégica, tática e
operacional de uma organização. A alta administração deve definir e priorizar os objetivos
estratégicos da organização com o programa de MPS a partir do planejamento estratégico,
enquanto o nível operacional analisa e prioriza os problemas com o processo de
desenvolvimento de software e suas respectivas causas. A partir disso, o nível tático relaciona
os objetivos estratégicos com os problemas relativos ao processo de desenvolvimento de
software e com o modelo MR-MPS.
Como a motivação desta pesquisa foi a dificuldade das MPEs em realizar
programas de melhoria, esta proposta foi gerada, especificamente, para empresas deste porte.
Deste modo, a proposta sugere que a maior abrangência possível de colaboradores da
organização esteja envolvida durante a aplicação do processo AE-MPS.BR. A participação
dos colaboradores, em conjunto com o comprometimento da alta administração, são os dois
principais FCS de programas de melhoria nas MPEs (DYBÅ, 2003).
4.1 MODELO ITERATIVO E INCREMENTAL PARA CONDUÇÃO DE
PROGRAMAS DE MPS
A abordagem iterativa e incremental é uma proposta de ciclo de vida de projetos
que permite que uma solução evolua a partir de sucessivas iterações. No caso do processo de
desenvolvimento de software Rational Unified Process (RUP), esta abordagem sugere que os
projetos considerem os principais riscos nas primeiras iterações. Como resultado, busca-se
aumentar a participação dos envolvidos, produzir com foco em resultados, aumentar o
83
feedback com relação aos produtos desenvolvidos e reduzir riscos (BOEHM, 1996;
KRUCHTEN, 2000).
Para a realização de um programa de MPS, também se recomenda o
estabelecimento de um ciclo de vida de projetos. Alguns programas de melhoria têm sido
conduzidos através de uma abordagem em cascata. Ou seja, em apenas um ciclo de iteração,
todas as melhorias de processo, referentes a um nível de maturidade de um modelo de
qualidade de software, por exemplo, devem ser definidas e implantadas. Entretanto, esta
abordagem de ciclo de vida não aborda as necessidades das MPEs resultados rápidos com
um reduzido investimento inicial (SCOTT, 2001).
Assim, tendo como base as abordagens ASPE/MSC (WEBER, 2004b) e IMPACT
(SCOTT, 2001), esta pesquisa propõe o Modelo Iterativo e Incremental para a Condução de
Programas de MPS. Conforme apresentado na Figura 4.1, este modelo determina que um
programa de MPS seja realizado através de iterações, denominadas ciclos de melhoria.
Fase 1
Diagnóstico
Fase 2
Análise
Fase 4
Implantação
Fase 3
Definição
2
3
1
N ciclos de melhoria
4
...
Figura 4.1 Modelo Iterativo e Incremental para a Condução de Programas de MPS.
Fonte: O autor (2007)
84
Este modelo propõe quatro fases: Diagnóstico, Análise, Definição e Implantação.
Como a abordagem é iterativa e incremental, a cada ciclo de melhoria estabelecido, algumas
melhorias de processo são abordadas. Um ciclo de melhoria só é considerado encerrado
quando todas as melhorias de processo definidas para àquele ciclo estiverem
institucionalizadas na organização. A seguir, as fases realizadas em cada ciclo de melhoria
são apresentadas.
A Fase 1 Diagnóstico tem a finalidade de analisar o processo de
desenvolvimento de software atual da organização a partir do MR-MPS. Além disso, busca
se identificar os problemas deste processo de desenvolvimento e suas causas, e determinar os
objetivos estratégicos da organização com o programa de MPS. Conforme apresentado na
Figura 4.2, três macro-atividades são estabelecidas para esta fase:
a) 1.1 Diagnóstico do Processo de Software Atual: compreender o processo de
software da organização em relação ao modelo MR-MPS. O grau de
atendimento
5
atual dos processos e resultados esperados do MR-MPS, a
identificação de pontos fortes e fracos e a análise de oportunidades de
melhoria devem ser determinados;
b) 1.2 Diagnóstico Estratégico-Tático: definir e analisar os objetivos estratégicos
da organização com o programa de MPS. Derivar ações a partir dos objetivos
estratégicos da MPS; e,
c) 1.3 Diagnóstico Operacional: identificar os problemas existentes no processo
de desenvolvimento de software atual da organização. Analisar possíveis
causas para os problemas atuais. Analisar a dificuldade de implantação do
MR-MPS na organização.
5
O grau de atendimento representa a potencialidade de uma empresa em realizar os processos e resultados
esperados de um modelo de referência. No caso do MR-MPS, este grau de atendimento é determinado em
quatro níveis: T Totalmente Atendido; L Largamente Atendido, P Parcialmente Atendido e N Não
Atendido.
85
Figura 4.2 Fase 1 Diagnóstico.
Fonte: O autor (2007)
A Fase 2 Análise foi estabelecida para que o planejamento do programa de
melhoria seja realizado a partir dos objetivos estratégicos da organização. É nesta fase que os
ciclos de melhoria são determinados. Para isso, os processos e resultados esperados do
modelo MR-MPS devem ser priorizados a partir dos objetivos estratégicos da organização
com o programa de MPS. Conforme apresentado na Figura 4.3, três macro-atividades são
estabelecidas para esta fase:
a) 2.1 Priorização Organizacional: os objetivos estratégicos com o programa de
MPS, as ações derivadas, os problemas existentes no processo de
desenvolvimento de software atual da organização e as respectivas causas
devem ser priorizados;
b) 2.2 Priorização MR-MPS: determinar a prioridade dos processos e resultados
esperados MR-MPS. Após, estas prioridades devem ser ajustadas a partir de
fatores como a dificuldade de implementação e freqüência de uso de cada um
dos processos e resultados esperados do MR-MPS; e,
c) 2.3 Planejamento do Programa de MPS: planejar o programa de MPS a partir
dos processos e resultados esperados do MR-MPS, priorizados na macro-
atividade 2.2. Os ciclos de melhoria, o cronograma, a alocação de recursos, o
orçamento, os riscos e os indicadores de melhoria devem ser estabelecidos
nesta macro-atividade.
86
Figura 4.3 Fase 2 Análise.
Fonte: O autor (2007)
O objetivo da Fase 3 Definição é estabelecer um processo para a organização
seguindo o modelo MR-MPS. Assim, deve-se definir este processo através de uma descrição
formal, construir os documentos templates necessários e disponibilizar as ferramentas de
apoio. Conforme apresentado na Figura 4.4, três macro-atividades são estabelecidas para esta
fase:
a) 3.1 Modelagem de Processo: definir, formalmente, os processos da
organização utilizando como base o modelo MR-MPS. As atividades, o fluxo
de execução, os papéis e responsabilidades, os documentos, os critérios de
entrada e saída e os métodos e ferramentas devem ser estabelecidos;
b) 3.2 Construção de Documentos Templates: todo documento consumido ou
produzido pelo processo definido deve possuir um template respectivo. Estes
templates devem ser elaborados e disponibilizados junto ao processo
formalizado; e,
c) 3.3 Customização de Ferramentas: a(s) ferramenta(s) necessária(s) para a
execução do processo deve(m) ser customizada(s), se necessário, em função
do processo definido. Essas ferramentas devem estar disponíveis para os
colaboradores da organização.
87
Figura 4.4 Fase 3 Definição.
Fonte: O autor (2007)
A Fase 4 Implantação aborda a institucionalização do processo definido na
organização. Desta maneira, deve-se disponibilizar um guia de processos, treinar os
colaboradores, realizar projeto(s) pilotos(s), disseminar este processo e avaliar o ciclo de
melhoria realizado na organização. Conforme apresentado na Figura 4.5, quatro macro-
atividades são estabelecidas para essa fase:
a) 4.1 Disponibilização do Guia de Processos: além do processo formalizado na
macro-atividade 3.1, a organização deve elaborar um guia de processos
complementar para instruir os colaboradores. Geralmente, esse guia de
processos é disponibilizado na intranet da organização;
b) 4.2 Treinamento e Projeto Piloto: os colaboradores da organização devem ser
treinados e motivados para desempenhar suas atividades no processo definido.
Um ou mais projetos pilotos devem ser realizados para que este processo seja
avaliado. As considerações obtidas devem ser registradas e analisadas na
macro-atividade 4.4 Avaliação do Ciclo de Melhoria;
c) 4.3 Disseminação de Processo: deve-se estabelecer uma estratégia para
disseminação do processo na organização. Define-se, por exemplo, se o
processo será inicialmente aplicado em todos os projetos da organização ou
apenas nos projetos que estejam iniciando; e
d) 4.4 Avaliação do Ciclo de Melhoria: analisar o ciclo de melhoria realizado sob
o ponto de vista de cada macro-atividade e identificar as lições aprendidas. A
partir do(s) projeto(s) piloto(s), avaliar quais considerações observadas devem
ser encaminhadas no próximo ciclo de melhoria. Determinar quais macro-
atividades devem ser realizadas no próximo ciclo.
88
Figura 4.5 Fase 4 Implantação.
Fonte: O autor (2007)
Conforme citado anteriormente, apenas algumas melhorias de processo devem ser
abordadas em cada ciclo de melhoria. Assim, busca-se que o investimento inicial necessário
para os programas de MPS seja reduzido. Entretanto, estas melhorias de processo podem ser
implantadas nos projetos da organização mais rapidamente. A utilização de pequenas
iterações proporciona maior efetividade, uma vez que os benefícios oriundos da implantação
de uma melhoria são rapidamente validados em um projeto piloto e disseminados para a
organização como um todo (SCOTT, 2001; NIAZI, 2003; WEBER, 2004b).
A quantidade de ciclos de melhoria, que a organização irá estabelecer em seu
programa de MPS, dependerá da disponibilidade de investimentos. Quanto menor for o
investimento inicial disponível para um programa de MPS, menos melhorias de processo
devem ser abordadas a cada ciclo de melhoria. Como conseqüência, maior será o número de
ciclos de melhoria a serem estabelecidos. A organização deve realizar ciclos de melhoria
enquanto existirem melhorias de processo, relacionadas ao nível de maturidade de um modelo
de qualidade de software que a empresa busca, não institucionalizadas.
89
4.2 PROCESSO DE ALINHAMENTO ESTRATÉGICO DE
PROGRAMAS DE MPS (AE -MPS.BR)
O processo AE-MPS.BR propõe o alinhamento estratégico de programas de MPS
compatível com o modelo MR-MPS. Este processo identifica os processos e resultados
esperados do modelo MR-MPS que devem ser priorizados a partir do planejamento
estratégico e dos problemas com o processo de desenvolvimento de software de uma
organização.
Quando integrado ao Modelo Iterativo e Incremental para Condução de
Programas de MPS, o processo AE-MPS.BR facilita a identificação de quais melhorias de
processo devem ser determinadas em cada ciclo de melhoria. Recomenda-se que ambos sejam
aplicados em paralelo em uma organização, mas esta não é uma exigência. A Figura 4.6
contextualiza a sobreposição do processo AE-MPS.BR no Modelo Iterativo e Incremental
para Condução de Programas de MPS.
90
Diagnóstico
1.1 Diagnóstico
do Processo de
SW Atual
1.3
Diagnóstico
Operacional
1.2
Diagnóstico
Estratégico-
Tático
3.1 Modelagem
de Processo
3.2 Construção de
Documentos
Templates
4.1 Disponibilização
do Guia de
Processos
4.2 Treinamento
e Projeto Piloto
4.3 Disseminação
de Processo
3.3 Customização
de Ferramenta(s)
2.1 Priorização
Organizacional
2.3 Planejamento
do Programa de
MPS
2.2
Priorização
MR-MPS
Processo
AE-MPS.BR
Análise
Definição
Implantação
4.4 Avaliação do
Ciclo de Melhoria
Figura 4.6 Processo AE-MPS.BR contextualizado no Modelo Iterativo e Incremental para
Condução de Programas de MPS.
Fonte: O autor (2007)
Com a aplicação do processo AE-MPS.BR, o planejamento de um programa de
MPS deve ser baseado em informações provenientes do processo. A identificação de
prioridades, em relação aos objetivos estratégicos com um programa de MPS e dos processos
e resultados esperados do MR-MPS, devem servir como insumo para a criação do plano de
um programa de MPS.
Considerando a abordagem iterativa e incremental, a cada ciclo de melhoria, o
processo AE-MPS.BR deve ser revisto. Assim, os artefatos gerados na execução anterior
devem ser utilizados para absorção de lições aprendidas. Nas próximas subseções, apresenta-
se a estrutura do processo AE-MPS.BR, os participantes envolvidos na aplicação deste
processo e um detalhamento de cada uma das macro-atividades.
91
4.2.1 ESTRUTURA DO PROCESSO
O processo AE-MPS.BR é estruturado em quatro macro-atividades, conforme a
Figura 4.7. As macro-atividades são:
a) Diagnóstico Estratégico-Tático;
b) Diagnóstico Operacional;
c) Priorização Organizacional; e,
d) Priorização MR-MPS.
Diagnóstico
Estratégico-Tático
Diagnóstico
Operacional
Priorização
Organizacional
Priorização
MR-MPS
[2 níveis de priorização]
[1 nível de priorização]
Planejamento
Estratégico
Diagnóstico do Processo
de Software Atual
Figura 4.7 Estrutura do Processo AE-MPS.BR.
Fonte: O autor (2007)
Na estrutura do processo AE-MPS.BR, a macro-atividade Priorização MR-MPS
pode ser realizada uma vez determinado apenas a priorização dos processos MR-MPS, ou
duas vezes abrangendo, também, a priorização dos resultados esperados MR-MPS. A
decisão de qual nível abordar depende da informação necessária para a organização definir os
ciclos de melhoria em um programa de MPS.
O processo AE-MPS.BR determina dois artefatos obrigatórios da organização:
planejamento estratégico e diagnóstico do processo de software atual. A partir do planejamento
estratégico obtêm-se os objetivos estratégicos da organização com o programa de MPS. A
utilização deste artefato ocorre na macro-atividade Diagnóstico Estratégico-Tático. Como esta
proposta é específica para MPEs, quando a organização o possuir planejamento estratégico,
permite-se que apenas a etapa de definição de objetivos organizacionais de um PE ocorra antes
da aplicação do processo.
92
O diagstico do processo de software atual é o artefato obrigatório utilizado nas
macro-atividades Diagstico Operacional e Priorização MR-MPS. Caso este artefato o esteja
disponível na organização, uma opção é a aplicação dos questionários de auto-avaliação
(BLANCHETTE, 2005). Esses questionários possibilitam que o desempenho atual da organização
nas áreas de processo do modelo CMMI, compavel com o MR-MPS, seja caracterizado.
4.2.2 PARTICIPANTES ENVOLVIDOS
Os participantes envolvidos na aplicação do processo AE-MPS.BR devem representar
as perspectivas estratégica, tática e operacional de uma organização, conforme a Figura 4.8. Sugere-
se que a maior abrangência possível de colaboradores esteja envolvida na aplicação do processo.
Figura 4.8 Participantes Envolvidos na Aplicação do Processo AE-MPS.BR.
Fonte: O autor (2007)
Para garantir o envolvimento da alta administração com o programa de MPS, os
representantes da perspectiva estratégica possuem responsabilidades, como a definição dos
objetivos estratégicos com o programa de MPS. Com relação à participação dos colaboradores, a
determinão de problemas com o processo de desenvolvimento de software atual e suas
respectivas causas deve ser realizada por representantes da perspectiva operacional.
Perspectiva
Tática
Perspectiva
Operacional
Perspectiva
Estratégica
alta administração e/ou
patrocinador do programa de MPS
gerentes de projetos, gerentes de
operações, gerentes administrativos, etc.
analistas de sistemas, desenvolvedores,
testadores, etc.
93
A aplicação do processo AE-MPS.BR em uma organização inicia-se a partir da
identificação dos responsáveis pela perspectiva estratégica. Com relação à definição dos
responsáveis pela perspectiva tática e perspectiva operacional, esta ocorre durante a realização
do processo, pela perspectiva, imediatamente, superior. A seguir, segue o detalhamento de
cada uma das perspectivas envolvidas no processo:
a) Perspectiva Estratégica:
a. Descrição: representa a alta administração da empresa, diretamente interessada
com os resultados do programa de melhoria.
b. Posveis Responsáveis: alta administrão e/ou patrocinador do programa de MPS.
c. Conhecimento Prévio: planejamento estratégico.
d. Responsabilidades (descritas através de macro-atividades e atividades do
processo):
i. Diagnóstico Estratégico-Tático
1. Analisar visão e missão organizacional;
2. Determinar objetivos estratégicos para a MPS;
3. Determinar participantes de nível tático.
ii. Priorização Organizacional
1. Priorizar os objetivos estratégicos;
2. Determinar um fator (0.1 a 1.0) de importância das causas de
problemas de processo.
b) Perspectiva Tática:
a. Descrição: representa a gerência da organização que possui uma visão geral do
processo de desenvolvimento de software da organização.
b. Possíveis Responsáveis: gerentes de projetos, gerentes de operações, gerentes
administrativos, etc.
c. Conhecimento Prévio: MR-MPS.
d. Responsabilidades:
i. Diagnóstico Estratégico-Tático
1. Analisar a situação atual dos objetivos estratégicos da MPS;
2. Determinar objetivos táticos;
3. Relacionar objetivos táticos com os objetivos estratégicos.
ii. Diagnóstico Operacional
1. Determinar os participantes de nível operacional;
2. Relacionar as causas de problemas de processo com os
objetivos táticos;
94
3. Analisar a possibilidade de implantar os processos e resultados
esperados do MR-MPS;
4. Analisar a dificuldade de implantar os processos e resultados
esperados do MR-MPS.
iii. Priorização Organizacional
1. Determinar relacionamento de cada par de objetivos táticos;
2. Priorizar os objetivos táticos;
3. Ajustar prioridade dos objetivos táticos em função dos objetivos
estratégicos;
4. Ajustar a prioridade dos objetivos táticos em função das causas
de problemas de processo.
iv. Priorização MR-MPS
1. Determinar o relacionamento dos processos ou resultados
esperados MR-MPS;
2. Coletar a situação atual dos processos ou resultados esperados
MR-MPS;
3. Determinar a taxa de melhoria dos processos ou resultados
esperados MR-MPS;
4. Ajustar a prioridade dos processos ou resultados esperados MR-
MPS;
5. Determinar a freqüência de uso de processos ou resultados
esperados MR-MPS;
6. Determinar um fator (0.1 a 1.0) de importância da freqüência de uso;
7. Ajustar a prioridade dos processos ou resultados esperados MR-
MPS.
c) Perspectiva Operacional:
a. Descrição: representa os colaboradores de operação no programa de MPS que
possuem um conhecimento detalhado do processo de desenvolvimento de
software da organização.
b. Possíveis Responsáveis: analistas de sistemas, desenvolvedores, testadores, etc.
c. Conhecimento Prévio: nenhuma exigência.
d. Responsabilidades:
i. Diagnóstico Operacional
1. Determinar os problemas com o processo de desenvolvimento
de SW atual;
2. Determinar as causas a partir dos problemas de processo.
ii. Priorização Organizacional
1. Priorizar as causas de problemas de processo.
95
4.2.3 DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO-TÁTICO
A seguir, a macro-atividade Diagnóstico Estratégico-Tático é apresentada através
do Quadro 4, estabelecendo propósito, fluxograma de atividades, artefatos de entrada,
artefatos de saída e perspectivas envolvidas.
Quadro 4 Elementos da Macro-Atividade Diagnóstico Estratégico-Tático:
Propósito
- Definir e analisar a situação atual dos objetivos estratégicos da MPS
- Derivar objetivos táticos a partir dos objetivos estratégicos da MPS
- Relacionar os objetivos estratégicos da MPS com os objetivos táticos
Determinar objetivos
estratégicos para a MPS
Determinar participantes
de nível tático
Analisar situação atual dos
objetivos estratégicos da MPS
Determinar objetivos
táticos
Relacionar objetivos táticos
com os objetivos estratégicos
Perspectiva
Estratégica
Perspectiva
Tática
Objetivos
Estratégicos da MPS
Situação Atual dos
Objetivos Estratégicos da
MPS
Objetivos Táticos
Objetivos Estratégicos -
Objetivos Táticos
Artefatos de Entrada
Planejamento Estratégico
Artefatos de Saída
Objetivos Estratégicos da MPS: um objetivo estratégico da MPS pode ser a
necessidade de projetos da organização com custo e prazo mais corretos em relação ao
que foi estimado.
Situação Atual dos Objetivos Estratégicos da MPS: a situação atual de um objetivo
estratégico da MPS pode ser, por exemplo: 80% dos projetos excedem, mais do que
25%, em custo e prazo estimados.
96
Objetivos Táticos: um objetivo tático pode ser melhorar os projetos da organização
para que 80% de todos os projetos da organização variem em, no máximo, 10% do
estimado.
Objetivos Estratégicos Objetivos Táticos: exemplificado na Figura 4.9, este
artefato determina o nível de relacionamento de um objetivo tático com cada objetivo
estratégico da MPS. Representado através de uma matriz, os níveis de relacionamento
considerados são: alto, médio, baixo e nenhum.
Perspectivas Envolvidas
Perspectiva Estratégica
Perspectiva Tática
Fonte: O autor (2007)
Esta macro-atividade tem início com a definição de um conjunto de objetivos
estratégicos com o programa de MPS. Para isso, a perspectiva estratégica deve basear-se no
Planejamento Estratégico. Na continuidade desta macro-atividade, a perspectiva estratégica
identifica os participantes da perspectiva tática que devem ser envolvidos no processo.
Com os representantes da perspectiva tática definidos, estes devem analisar os
objetivos estratégicos com o programa de MPS para identificar a situação atual de cada um
destes. Para cada objetivo estratégico com o programa de MPS, deve-se definir, no mínimo,
uma métrica. Após a coleta dos dados, esta métrica deve caracterizar a situação atual do
objetivo estratégico com o programa de MPS. Ao final, deve-se estabelecer a expectativa
quantitativa da organização, através das métricas, para cada um dos objetivos.
Na continuação, a perspectiva tática deve determinar um conjunto de objetivos
táticos, rastreáveis para os objetivos estratégicos com o programa de MPS. Preenchendo a
matriz Objetivos Estratégicos Objetivos Táticos, apresentada na Figura 4.9, a perspectiva
tática determina o nível de relacionamento entre cada objetivo tático e objetivo estratégico
com o programa de MPS.
97
Figura 4.9 Matriz Objetivos Estratégicos Objetivos Táticos.
Fonte: O autor (2007)
A finalidade desta matriz é identificar o nível de relacionamento de cada objetivo
tático com todos os objetivos estratégicos com o programa de MPS. Como N objetivos táticos
são derivados a partir de um objetivo estratégico, esta matriz permite analisar o nível de
relacionamento de um objetivo tático com os objetivos estratégicos, incluindo aqueles, do
qual, ele não foi originado.
4.2.4 DIAGNÓSTICO OPERACIONAL
A seguir, a macro-atividade Diagnóstico Operacional é apresentada através do
Quadro 5, estabelecendo propósito, fluxograma de atividades, artefatos de entrada, artefatos
de saída e perspectivas envolvidas.
98
Quadro 5 Elementos da Macro-Atividade Diagnóstico Operacional:
Propósito
- Definir os problemas existentes no processo de desenvolvimento de
software atual da organização
- Definir as causas para os problemas com o processo de desenvolvimento de
software organização existentes
- Relacionar os objetivos táticos com as causas de problemas de processo
- Analisar a dificuldade para implantar o MR-MPS
Determinar os
participantes de nível
operacional
Relacionar as causas de
problemas de processo
com os objetivos táticos
Determinar os problemas
com o processo de
desenvolvimento de SW
atual
Determinar as causas a
partir dos problemas de
processo
Perspectiva
Tática
Perspectiva
Operacional
Problemas de
Processo
Problemas de
Processo - Causas
Analisar a dificuldade de
implantar os processos e
resultados esperados do
MR-MPS
Dificuldade de
Implantação do MR-MPS
Objetivos Táticos
Causas de Problemas
de Processos
Objetivos Táticos -
Causas
Artefatos de Entrada
Diagnóstico do Processo de Software Atual
Artefatos de Saída
Problemas de Processo: Falha no entendimento dos requisitos e baixa qualidade nos
produtos entregues, são exemplos de problemas de processo.
Causas de Problemas de Processo: Poucas reuniões com clientes e desenvolvedores,
pouca capacitação dos analistas de sistema; muito overhead na criação de planos de
testes; pouco investimento na área de testes, são exemplos de causas de problemas de
processo.
Problemas de Processos Causas: exemplificado na Figura 4.10, busca-se com este
artefato identificar a relação existente entre problemas de processo e as causas de
problemas de processo na organização. Representado através de uma matriz, deve-se
determinar, através deste artefato, quais causas são responsáveis por produzir cada
problema de processo.
Objetivos Táticos Causas: exemplificado na Figura 4.11, este artefato determina o
nível de relacionamento de uma causa de problema de processo com cada objetivo tático.
Representado através de uma matriz, os níveis de relacionamento considerados são: alto,
99
médio, baixo e nenhum.
Dificuldade de Implantação do MR-MPS: A implantação de um processo MR-MPS
pode ser dificultada por razões, como: alto investimento necessário, mudanças
organizacionais substanciais e/ou alto resistência dos colaboradores. A dificuldade de
implantar cada processo resultado esperado MR-MPS (do nível de maturidade pretendido)
deve ser definido: nenhuma dificuldade; pouca dificuldade; razoável dificuldade e; muita
dificuldade.
Perspectivas Envolvidas
Perspectiva Tática
Perspectiva Operacional
Fonte: O autor (2007)
Esta macro-atividade inicia com a perspectiva tática determinando os participantes
da perspectiva operacional da organização que devem ser envolvidos no processo. Com essa
definição, a perspectiva operacional deve analisar o Diagnóstico do Processo de Software
Atual para verificar o resultado deste diagnóstico em relação ao MR-MPS e determinar todos
os problemas existentes com o processo de desenvolvimento de software.
A partir disto, a perspectiva operacional deve estabelecer também um conjunto de
causas para os problemas existentes. Os representantes desta perspectiva devem preencher a
matriz Problemas de Processos Causas, apresentada na Figura 4.10, assinalando as causas
para cada problema de processo existente.
Figura 4.10 Matriz Problemas de Processo Causas de Problemas de Processo.
Fonte: O autor (2007)
Assim que existirem causas assinaladas para todos os problemas com o processo
de desenvolvimento de software, a perspectiva tática deve preencher a matriz Objetivos
Táticos Causas, apresentada na Figura 4.11. Busca-se que o nível de relacionamento entre
cada causa de problemas de processo e objetivo tático seja identificado.
100
Figura 4.11 Matriz Objetivos Táticos Causas de Problemas de Processo.
Fonte: O autor (2007)
Na continuidade, a perspectiva tática verifica quais são os processos e
resultados esperados, associados ao nível de maturidade, que se pretende implantar. Com o
auxílio do Diagnóstico do Processo de Software Atual, a perspectiva tática determina a
dificuldade de implantar cada processo e resultado esperado do MR-MRS na organização.
Caso apenas uma execução da macro-atividade Priorização MR-MPS esteja planejada, esta
análise deve abordar apenas os processos MR-MPS.
4.2.5 PRIORIZAÇÃO ORGANIZACIONAL
A seguir, a macro-atividade Priorização Organizacional é apresentada através do q
Quadro 6, estabelecendo propósito, fluxograma de atividades, artefatos de entrada, artefatos
de saída e perspectivas envolvidas.
101
Quadro 6 Elementos da Macro-Atividade Priorização Organizacional:
Propósito
- Priorizar os objetivos estratégicos da MPS
- Priorizar os objetivos táticos
- Ajustar a prioridade dos objetivos táticos baseados nos objetivos
estratégicos da MPS
- Priorizar as causas de problemas de processo
- Ajustar a prioridade dos objetivos táticos baseada nas causas de
problemas de processo
Priorizar os objetivos
estratégicos
Perspectiva
Estratégica
Determinar um fator (0.1 a 1.0)
de importância das causas de
problemas de processo
Priorizar as causas de
problemas de processo
Perspectiva
Operacional
Priorizar os objetivos
táticos
Perspectiva
Tática
Ajustar prioridade dos
objetivos táticos em função
dos objetivos estratégicos
Ajustar a prioridade dos objetivos
táticos em função das causas de
problemas de processo
Objetivos Estratégicos
Objetivos Táticos
Objetivos Estratégicos -
Objetivos Táticos
Priorização de Objetivos
Táticos
Causas de Problemas de
Processos
Fator de Importância das
Causas
Priorização de Causas de
Problemas de Processos
Objetivos Táticos -
Causas
Priorização de
Objetivos Estratégicos
Priorização de Objetivos
Táticos a partir de
Objetivos Estratégicos
Priorização de Objetivos
Táticos a partir de Causas
de Problemas de Processo
Artefatos de Entrada
Objetivos Estratégicos da MPS
Objetivos Táticos
Objetivos Estratégicos Objetivos Táticos
Causas de Problemas de Processo
Objetivos Táticos Causas
102
Artefatos de Saída
Priorização de Objetivos Estratégicos: Para a priorização de objetivos estratégicos da
MPS, diferentes técnicas de priorização podem ser utilizadas, como: Priorização
Absoluta, AHP proposto por Saaty (1990) e RPT proposto por Moisiadis (1999).
Priorização de Objetivos Táticos: O primeiro momento da priorização de objetivos
táticos é a utilização de técnicas de priorização como: Priorização Absoluta, AHP
proposto por Saaty (1990) e RPT proposto por Moisiadis (1999).
Priorização de Objetivos Táticos a partir de Objetivos Estratégicos: o primeiro
momento de ajuste da prioridade dos objetivos táticos é a partir de seu relacionamento
com os objetivos estratégicos da MPS. A matriz Objetivos Estratégicos Objetivos
Táticos, gerada na macro-atividade Diagnóstico Estratégico-Tático (apresentada na
Figura 4.9), deve ser complementada com a prioridade dos objetivos estratégicos e com
a prioridade dos objetivos táticos.
Priorização de Causas de Problemas de Processo: Para a priorização de causas de
problemas de processo, diferentes técnicas de priorização podem ser utilizadas, como:
Priorização Absoluta, AHP proposto por Saaty (1990) e RPT proposto por Moisiadis
(1999).
Fator de Importância das Causas: O fator de importância de causas de problemas de
processo deve variar entre 0.1 a 1.0, onde: 0.1 menor fator de importância e; 1.0
maior fator de importância.
Priorização de Objetivos Táticos a partir de Causas de Problemas de Processo: o
segundo momento de priorização dos objetivos táticos é ajustá-lo a partir de seu
relacionamento com as causas de problemas de processo. A matriz Objetivos Táticos
Causas de Problemas de Processo, gerada na macro-atividade Diagnóstico Operacional
(apresentada na Figura 4.11), deve ser complementada com a prioridade das causas de
problemas de processo, com a prioridade dos objetivos táticos e o fator de importância
das causas.
Perspectivas Envolvidas
Perspectiva Estratégica
Perspectiva Tática
Perspectiva Operacional
Fonte: O autor (2007)
O processo AE-MPS.BR permite que diferentes técnicas de priorização sejam
utilizadas, como: Priorização Absoluta, AHP (SAATY, 1990) e RPT (MOISIADIS, 1999).
Assim, esta macro-atividade inicia com a perspectiva estratégica aplicando uma cnica de
priorização e estabelecendo um valor de prioridade para cada objetivo estratégico da MPS.
Em seguida, a perspectiva tática deve aplicar uma técnica de priorização e estabelecer um
valor de prioridade para cada objetivo tático.
A prioridade de cada objetivo tático deve ser ajustada pela perspectiva tática a
partir do nível de relacionamento entre objetivos estratégicos da MPS e objetivos táticos
103
estabelecido na matriz Objetivos Estratégicos - Objetivos Táticos. Para cada objetivo tático, a
seguinte expressão deve ser calculada:
k
TA
j
= TI
j *
EI
i
* R (E
i
, T
j
)
i = 1
(1)
onde,
TAj é a prioridade ajustada do objetivo tático j;
TIj é a prioridade inicial do objetivo tático j;
EIi é a prioridade do objetivo estratégico i;
R (Ei, Tj) é o valor do relacionamento entre o objetivo estragico i e o objetivo tico j;
k é a quantidade de objetivos estratégicos.
A Figura 4.12 apresenta a matriz Objetivos Estratégicos - Objetivos Táticos com a
expressão 1 sendo aplicada.
Figura 4.12 Ajuste da Prioridade dos Objetivos Táticos a partir do Relacionamento com os
Objetivos Estratégicos.
Fonte: O autor (2007)
Na continuidade, a perspectiva operacional deve priorizar as causas de problemas
de processo. A perspectiva estratégica deve determinar um fator de importância dessas causas
de problemas de processo. A prioridade de cada objetivo tático deve ser ajustada, novamente,
a partir do nível de relacionamento entre objetivos táticos e causas de problemas de processos,
104
estabelecido na Matriz Objetivos Táticos Causas de Problemas de Processo. Para cada
objetivo tático, a seguinte expressão deve ser calculada:
k
TA2
j
= TA
j *
CI
i
* R (C
i
, T
j
) * F
i = 1
(2)
onde,
TA2j é a prioridade ajustada 2 do objetivo tático j;
TAj é a prioridade ajustada do objetivo tático j;
CIi é a prioridade da causa de problema de processo i;
R (Ci, Tj) é o valor do relacionamento entre a causa de problema de processo i e o objetivo tático j;
F é o fator de importância das causas de problemas de processo;
k é a quantidade de causas de problemas de processo.
A Figura 4.13 apresenta a matriz Objetivos Táticos Causas com a expressão 2
sendo aplicada.
Figura 4.13 Ajuste da Prioridade dos Objetivos Táticos a partir do Relacionamento com as
Causas de Problemas de Processo.
Fonte: O autor (2007)
Após dois ajustes, todos os objetivos táticos estão com as suas prioridades finais
determinadas. Assim, este valor será utilizado para determinar a prioridade de cada processo
MR-MPS na macro-atividade Priorização MR-MPS.
105
4.2.6 PRIORIZAÇÃO MR-MPS
A seguir, a macro-atividade Priorização MR-MPS é apresentada através do
Quadro 7, estabelecendo propósito, fluxograma de atividades, artefatos de entrada, artefatos
de saída e perspectivas envolvidas.
Quadro 7 Elementos da Macro-Atividade Priorização MR-MPS:
Propósito
- Relacionar os objetivos táticos com os processos MR-MPS e determinar a
prioridade desses processos;
- Ajustar a prioridade dos processos MR-MPS, a partir da taxa de melhoria e
dificuldade de implementação.
Caso o processo proposto seja aplicado com 2 (dois) níveis de priorização, têm-
se também os seguintes propósitos:
- Relacionar os objetivos táticos com os resultados esperados MR-MPS e
determinar a prioridade desses resultados esperados;
- Ajustar a prioridade dos resultados esperados MR-MPS a partir da taxa de
melhoria e dificuldade de implementação.
Determinar o
relacionamento dos
processos ou resultados
esperados MR-MPS
Coletar a situação
atual dos processos ou
resultados esperados
MR-MPS
Determinar a taxa de melhoria
dos processos ou resultados
esperados MR-MPS
Perspectiva
Tática
Objetivos Táticos
Priorização de
Objetivos Táticos
Taxa de Melhoria de Processos/
Resultados Esperados MR-MPS
Prioridade Processos/
Resultados Esperados MR-MPS
2
1
2
1
Determinar a prioridade dos
processos ou resultados
esperados MR-MPS
Determinar a freqüência
de uso de processos ou
resultados esperados
MR-MPS
Determinar um fator (0.1 a
1.0) de importância da
freqüência de uso
Dificuldade de
Implantação do MR-MPS
Fator de Importância
da Frequência de Uso
Frequência de Uso de Processos/
Resultados Esperados MR-MPS
Situação Atual de Processos/
Resultados Esperados MR-MPS
106
Artefatos de Entrada
Objetivos Táticos
Priorização dos Objetivos Táticos a partir de Causas de Problemas de Processo
Diagnóstico do Processo de Software Atual
Dificuldade de Implantação do MR-MPS
Artefatos de Saída
Freqüência de Uso de Processos MR-MPS: A freqüência de uso de cada processo MR-MPS
deve ser determinada em uma escala com quatro valores, onde: nenhum uso; pouco uso;
razoável uso e; muito uso.
Fator de Importância da Freqüência de Uso: O fator de importância da freqüência de uso
de cada processo MR-MPS deve variar entre 0.1 a 1.0, onde: 0.1 menor fator de importância
e; 1.0 maior fator de importância.
Taxa de Melhoria de Processos MR-MPS: a partir da Situação Atual dos Processos MR-
MPS, Freqüência de Uso de Processos do MR-MPS e Fator de Importância da Freqüência de
Uso, a taxa de melhoria de processo MR-MPS é determinada a partir de uma expressão
matemática.
House of Quality Prioridade Processos MR-MPS: Estruturada a partir da definição de
House of Quality (AKAO, 1990), a matriz House of Quality Prioridade Processos MR-MPS
apresenta os objetivos táticos na parte esquerda representando o quê” se quer com o
programa de MPS e os processos MR-MPS como colunas representando o “como” a
organização pode fazer, tecnicamente, para atender aos objetivos táticos. Caso apenas 1 (um)
nível de priorização MR-MPS seja aplicada, esta matriz House of Quality representa o artefato
final no processo proposto.
Para 2 (dois) níveis de priorização, os seguintes artefatos também são gerados:
Freqüência de Uso de Resultados Esperados MR-MPS: A freqüência de uso dos resultados
esperados MR-MPS deve ser determinada em uma escala com quatro valores, onde: nenhum
uso; pouco uso; razoável uso e; muito uso.
Fator de Importância da Freqüência de Uso: O fator de importância da freqüência de uso
dos resultados esperados MR-MPS deve variar entre 0.1 a 1.0, onde: 0.1 menor fator de
importância e; 1.0 maior fator de importância.
Taxa de Melhoria de Resultados Esperados MR-MPS: a partir da Situação Atual dos
Resultados Esperados MR-MPS, Freqüência de Uso de Resultados Esperados do MR-MPS e
Fator de Importância da Freqüência de Uso, a taxa de melhoria de resultados esperados MR-
MPS é determinada a partir de uma expressão matemática.
House of Quality Prioridade Resultados Esperados MR-MPS: Estruturada a partir da
definição de House of Quality (AKAO, 1990), a matriz House of Quality Prioridade
Resultados Esperados MR-MPS apresenta os objetivos táticos na parte esquerda
representando “o quê” se quer com o programa de MPS e os resultados esperados MR-MPS
como colunas representando o “como” a organização pode fazer, tecnicamente, para atender
aos objetivos táticos. Caso 2 (dois) níveis de priorização MR-MPS seja aplicado, esta matriz
House of Quality representa o segundo artefato final no processo proposto.
Perspectivas Envolvidas
Perspectiva Tática
Fonte: O autor (2007)
Esta macro-atividade pode ocorrer uma ou duas vezes na aplicação do processo,
dependendo do nível de priorização em relação ao modelo MR-MPS desejado pela
organização. Caso apenas a priorização dos processos MR-MPS atenda a necessidade da
107
organização, em estabelecer os ciclos de melhoria do programa de MPS, apenas uma
execução desta macro-atividade deve ser realizada. Caso contrário, os resultados esperados do
MR-MPS também devem ser priorizados, estabelecendo a segunda execução desta macro-
atividade.
Ao início desta macro-atividade, a perspectiva tática deve determinar o
relacionamento entre os objetivos táticos e os processos MR-MPS. Este relacionamento é
estabelecido no artefato de saída House of Quality Prioridade Processos MR-MPS,
conforme Figura 4.14.
Figura 4.14 House of Quality Prioridade Processos MR-MPS.
Fonte: O autor (2007)
A prioridade de cada processo MR-MPS deve ser determinada a partir do nível de
relacionamento entre objetivos táticos e processos MR-MPS já estabelecido na House of
Quality Prioridade Processos MR-MPS. Para cada processo MR-MPS, a seguinte expressão
deve ser calculada:
108
k
PI
j
= ∑ TA2
i
* R (T
i
, P
j
)
i = 1
(3)
onde,
PIj é a prioridade inicial do processo j;
TA2i é a prioridade ajustada 2 do objetivo tático i;
R (Ti, Pj) é o valor do relacionamento entre o objetivo tico i e o processo j;
k é a quantidade de objetivos táticos.
Na continuidade, a perspectiva tática deve verificar o resultado do Diagnóstico do
Processo de Software Atual da organização em relação ao MR-MPS e determinar a situação
atual de cada processo MR-MPS. Caso este diagnóstico não esteja em conformidade com o
Guia de Avaliação MPS.BR (MPS.BR, 2007b), a perspectiva tática deve adaptar a situação
atual de cada processo MR-MPS em quatro níveis: T Totalmente Atendido; L Largamente
Atendido, P Parcialmente Atendido e N Não Atendido.
Após, a perspectiva tática deve determinar a freqüência de uso de cada processo
MR-MPS na organização em uma escala com quatro valores: nenhum uso; pouco uso;
razoável uso e; muito uso. Em seguida, a perspectiva tática deve determinar um fator de
importância da freqüência de uso de cada processo MR-MPS, variando entre 0.1 a 1.0, onde:
0.1 menor fator de importância e; 1.0 maior fator de importância.
Com isto, a perspectiva tática deve estabelecer a Taxa de Melhoria dos Processos
MR-MPS. Para cada processo MR-MPS, a seguinte expressão deve ser calculada:
T
j
= SA
j
* (F
j
* FI
j
)
(4)
onde,
Tj é a taxa de melhoria do processo j;
SAj é a situação atual do processo j;
Fj é a freqüência de uso do processo j;
109
FIj é a fator de importância da freqüência de uso.
Para o cálculo da expressão 4, os níveis caracterizando a situação atual da
organização em cada processo MR-MPS devem ser adequados para um valor numérico,
conforme a Tabela 1:
Tabela 1 Situação Atual como Valor Numérico:
Situação Atual
Valor
N Não Atendido
1
P Parcialmente Atendido
0,66
L Largamente Atendido
0,33
T Totalmente Atendido
0
Fonte: O autor (2007)
Para o cálculo da expressão 4, os níveis caracterizando a freqüência de uso de
cada processo MR-MPS devem ser adequados para um valor numérico, conforme a Tabela 2:
Tabela 2 Freqüência de Uso como Valor Numérico:
Freqüência de Uso
Valor
Nenhum Uso
0
Pouco Uso
0,33
Razoável Uso
0,66
Muito Uso
1
Fonte: O autor (2007)
A próxima atividade, nesta macro-atividade, é a perspectiva tática ajustar a
prioridade dos processos MR-MPS. Para cada processo MR-MPS, a seguinte expressão deve
ser calculada:
PA
j
= (PI
i
* T
j
) * DI
j
(5)
onde,
PAj é a prioridade ajustada do processo j;
PIj é a prioridade inicial do processo j;
Tj é a taxa de melhoria do processo j;
DIj é a dificuldade de implantação do processo j.
110
Para o cálculo da expressão 5, os níveis caracterizando a dificuldade de
implantação da organização em cada processo MR-MPS devem ser adequados para um valor
numérico, conforme a Tabela 3:
Tabela 3 Dificuldade de Implantação como Valor Numérico:
Dificuldade de Implantação
Valor Numérico de Dificuldade de Implantação
Nenhuma Dificuldade
1
Pouca Dificuldade
0,75
Razoável Dificuldade
0,5
Muita Dificuldade
0,25
Fonte: O autor (2007)
Ao final, todos os processos MR-MPS estão com as suas prioridades finais
determinadas. Assim, deve-se permitir que o percentual de prioridade de cada processo MR-
MPS possa ser analisado para o planejamento dos ciclos de melhoria de um programa de
MPS.
Caso uma segunda execução da macro-atividade Priorização MR-MPS fosse
necessária, a House of Quality Prioridade Resultados Esperados MR-MPS, apresentada na
Figura 4.15, seria aplicada no processo proposto.
Figura 4.15 House of Quality Prioridade Resultados Esperados MR-MPS.
Fonte: O autor (2007)
111
Ao final desta nova execução da macro-atividade Priorização MR-MPS, todos os
resultados esperados MR-MPS estariam com as suas prioridades finais determinadas. Assim,
o percentual de prioridade de cada resultado esperado MR-MPS deveria ser analisado para o
planejamento dos ciclos de melhoria de um programa de MPS.
4.2.7 RESULTADOS GERADOS
Com a aplicação do processo AE-MPS.BR, as matrizes House of Quality
Prioridade Processos MR-MPS e Prioridade Resultados Esperados MR-MPS são
estabelecidas. A partir destas matrizes, uma organização pode identificar quais processos e
resultados esperados do modelo MR-MPS devem ser priorizados em um programa de MPS e
estabelecer os ciclos de melhoria.
Conforme a descrição das macro-atividades, as matrizes House of Quality são
elaboradas a partir de uma composição de outros artefatos. Na Figura 4.16, os artefatos que
compõem a matriz House of Quality Prioridade Processos MR-MPS são apresentados. A
matriz House of Quality Prioridade Resultados Esperados MR-MPS possui a mesma
estrutura, entretanto os artefatos associados têm o foco nos resultados esperados MR-MPS.
112
Figura 4.16 Composição da House of Quality - Prioridade Processos MR-MPS.
Fonte: O autor (2007)
Seguindo o processo AE-MPS.BR, ao término do preenchimento da matriz House
of Quality Prioridade Processos MR-MPS, cada processo do MR-MPS, associado ao nível
de maturidade que a empresa busca, fica representado por um percentual de prioridade. A
Tabela 4 apresenta um exemplo do resultado obtido com esta matriz House of Quality caso
uma empresa estivesse implantando o nível G do modelo MR-MPS:
Tabela 4 Informações obtidas com a matriz House of Quality Prioridade Processos
MR-MPS:
Processo MR-MPS
Prioridade Percentual
Gerência de Requisitos
63%
Gerência de Projetos
37%
Fonte: O autor (2007)
Caso a empresa aborde dois níveis de priorização na macro-atividade Priorização
MR-MPS, a matriz House of Quality Prioridade Resultados Esperados MR-MPS também é
elaborada. Assim, cada resultado esperado do MR-MPS, associado ao nível de maturidade
que a empresa busca, fica representado por um percentual de prioridade. A Tabela 5 apresenta
um exemplo, com apenas alguns resultados esperados, da informação obtida com esta matriz
House of Quality:
Priorização de Objetivos Táticos
Priorização de Objetivos Táticos a partir de Objetivos Estratégicos
Priorização de Objetivos Táticos a partir de Causas de Problemas de Processo
Dificuldade de Implantação do
MR-MPS
Diagnóstico do Processo
de Software Atual
Freqüência de Uso de
Processos MR-MPS
Fator de Importância da
Freqüência de Uso
Taxa de Melhoria de
Processos MR-MPS
113
Tabela 5 Informações obtidas com a matriz House of Quality Prioridade Resultados
Esperados MR-MPS:
Resultados Esperados MR-MPS
Prioridade Percentual
GRE 1
12%
GRE 2
8%
GRE 3
13%
GRE 4
2%
...
Fonte: O autor (2007)
Com a aplicação do processo AE-MPS.BR, cada elemento do modelo MR-MPS
tem uma prioridade determinada a partir de considerações das perspectivas estratégica, tática
e operacional. Considerando que essa priorização baseia-se nos objetivos estratégicos da
organização com um programa de MPS, os ciclos de melhoria de processos devem ser
determinados de forma a abordarem, primeiramente, os elementos com uma maior prioridade.
1. Diagnóstico
2. Análise
4. Implantação
3. Definição
As melhoria de processo que devem ser abordadas
neste ciclo são todos os resultados esperados do
processo GRE.
Ciclo de Melhoria 1
As melhoria de processo que devem ser abordadas
neste ciclo são todos os resultados esperados do
processo GPR.
Ciclo de Melhoria 2
1. Diagnóstico
2. Análise
4. Implantação
3. Definição
Figura 4.17 Planejamento de Ciclos de Melhoria em um Programa de MPS.
Fonte: O autor (2007)
Considerando a prioridade dos processos MR-MPS da Tabela 4, uma
possibilidade nesse caso seria estabelecer um programa de melhoria com dois ciclos de
melhoria. Conforme a Figura 4.17, o Ciclo de Melhoria 1 deveria abordar o processo GRE e o
Ciclo de Melhoria 2 abordar o processo GPR. Assim, o planejamento de um programa de
114
MPS estaria sendo estruturado para que os principais objetivos estratégicos com a MPS
fossem atendidos com pouco investimento inicial e em um curto espaço de tempo.
4.3 FERRAMENTA DE APOIO AO PROCESSO AE-MPS.BR (FAE-
MPS.BR)
A ferramenta de apoio FAE-MPS.BR foi desenvolvida para facilitar a aplicação
do processo AE-MPS.BR e permitir que as experiências de alinhamento estratégico de
programas de MPS nas organizações, através deste processo, possam ser armazenadas em um
repositório de dados. Desenvolvida com a tecnologia ASP.NET e banco de dados Microsoft
SQL Server 2000, a ferramenta pode ser disponibilizada através da Internet.
A ferramenta interage com quatro diferentes atores: Representante(s) da
Perspectiva Estratégica, Representante(s) da Perspectiva Tática, Representante(s) da
Perspectiva Operacional e Administrador. Os três primeiros atores representam os
participantes do processo AE-MPS.BR. Com relação ao Administrador, este ator se mostrou
necessário para garantir que os participantes das organizações ao utilizar a ferramenta tenham
permissão de acesso. A modelagem foi realizada utilizando a notação da UML (Unified
Modeling Language) (FOWLER, 1999). No apêndice V, apresenta-se esta modelagem,
incluindo diagrama de casos de uso e diagramas de atividade, as telas da ferramenta FAE-
MPS.BR e o modelo relacional.
115
5 RESULTADOS DO ESTUDO DE CASO
Neste capítulo apresenta-se os resultados do estudo de caso. O objetivo foi testar
empiricamente o processo AE-MPS.BR e a ferramenta de apoio e identificar possíveis
revisões e alterações, a partir da verificação de sua adequação para alinhar a condução de
programas de melhoria de processos com os objetivos organizacionais.
A seção 5.1 refere-se à execução do estudo de caso. Na seção 5.2, as lições
aprendidas identificadas a partir do estudo de caso são descritas. A seção 5.3 relata as
alterações estabelecidas para o processo proposto e ferramenta de apoio.
5.1 EXECUÇÃO DO ESTUDO DE CASO
Unidade de Estudo
Como unidade de estudo, determinou-se a necessidade de uma organização
caracterizada como MPE em implantação do modelo MR-MPS. A empresa escolhida foi a
Conectt Marketing Interativo S/A, que encontra-se em processo de implantação do MR-MPS
Nível F.
116
Caracterização dos Respondentes
O estudo de caso foi realizado de acordo com o planejamento definido no
Protocolo para Estudo de Caso. Assim, realizou-se entrevistas estruturadas com cinco
profissionais, representantes dos níveis estratégico, tático e operacional da organização. Estes
mesmos profissionais aplicaram o processo AE-MPS.BR e utilizaram a ferramenta FAE-
MPS.BR, sendo observados diretamente pelo pesquisador.
Os participantes foram selecionados em função de seu papel na organização. Os
profissionais que desempenham os seguintes papéis foram entrevistados: Diretor de
Tecnologia, Gerente de Operações, Gerente de Projetos, Analista de Qualidade e Projetista.
Todos os participantes entrevistados possuem pelo menos 6 anos de experiência na área de
Informática, sendo o tempo médio de experiência de 12,8 anos. Dos cinco entrevistados, dois
possuem curso de pós-graduação completo, dois possuem curso superior completo e um
encontra-se com curso superior em andamento. Os entrevistados possuem um tempo de médio
de atuação na organização de 4,2 anos. Alem disso, os entrevistados já atuam em suas
respectivas funções em um tempo médio de 1,5 anos. As entrevistas contaram com total
disponibilidade e atenção dos participantes.
5.1.1 APLICAÇÃO DO PROCESSO AE-MPS.BR
Apresenta-se a aplicação do processo proposto através do detalhamento das quatro
macro-atividades: Diagnóstico Estratégico-Tático, Diagnóstico Operacional, Priorização
Organizacional e Priorização MR-MPS.
117
Diagnóstico Estratégico-tico
Para que o processo AE-MPS.BR possa ser aplicado em uma organização, é
exigido que esta possua um Planejamento Estratégico. No estudo de caso, o Planejamento
Estratégico disponibilizado foi através da técnica Balanced Scorecard (BSC), referente ao
planejamento do ano de 2007 da organização. Assim, caracterizou-se a missão e visão da
organização:
Missão
Desenvolver soluções baseadas em softwares e serviços que visam, de
forma criativa e inovadora, dar velocidade e competitividade às
empresas.
Visão
Ser uma empresa admirada por sua excelência nos mercados em que
atua, pelo sucesso dos seus projetos, pela motivação dos seus
colaboradores e pelos resultados que apresenta.
Na atividade seguinte, definiu-se os objetivos estratégicos da organização com o
programa de melhoria de processos. Os seguintes objetivos foram definidos: aumentar lucro,
aumentar satisfação dos clientes, melhorar qualidade dos produtos, prospectar e produzir
projetos de maior porte.
Após, analisou-se a situação atual de cada um dos objetivos estratégicos com o
programa de melhoria de processos. No estudo de caso, os participantes definiram,
primeiramente, a métrica para se analisar a situação atual e após coletaram os dados. Para
alguns objetivos estratégicos com o programa de melhoria de processos, os participantes
definiram, também, a expectativa da organização após a realização do programa de melhoria.
No Quadro 8, a situação atual de cada um dos objetivos estratégicos com o programa de
melhoria de processos é apresentada:
118
Quadro 8 - Situação atual
Objetivos estratégicos
com o programa de MPS
Situação atual
aumentar lucro
métrica: margem de lucro, valor: 9,25% e expectativa:
20%
aumentar satisfação dos
clientes
métrica: avaliação cliente ao fornecedor: escala 1 à 5,
onde 1 é muito ruim e 5 é excelente, valor: 3,6 e
expectativa: >4
melhorar qualidade dos
produtos
métricas: número de bugs e horas gastas com retrabalho,
valor: 21 bugs por projeto (depois da entrega) e 9% do
total de horas realizadas em um projeto gastas com
retrabalho
prospectar e produzir
projetos de maior porte
métrica: valor médio de venda projetos, valor: 80 mil
reais e expectativa >= 200 mil
Fonte: O autor (2007)
Na continuação da macro-atividade Diagnóstico Estratégico-Tático, para cada um
dos objetivos estratégicos com o programa de melhoria de processos, os participantes
definiram objetivos táticos associados. No Quadro 9, os objetivos táticos estabelecidos a partir
dos objetivos estratégicos com o programa de melhoria de processos são apresentados:
Quadro 9 Objetivos táticos
Objetivos estratégicos com o
programa de MPS
Objetivos táticos
aumentar lucro
reduzir retrabalho
melhorar negociação comercial
melhorar equipe de gestão de projetos
aumentar produtividade da equipe de produção
aumentar satisfação dos clientes
reduzir quantidade de bugs entregues para o cliente
melhorar nível de acerto nos prazos de entrega
melhorar atendimento comercial e gerencial
melhorar qualidade dos produtos
criar equipe de testes
implantar uma ferramenta de bugtracking
detalhar melhor o escopo dos projetos
garantir o entendimento do escopo junto ao cliente
prospectar e produzir projetos de
maior porte
aumentar a equipe comercial
aumentar a equipe produção
capacitar a área de produção
dar escalabilidade e aumentar a organização da
equipe de produção
Fonte: O autor (2007)
119
Em seguida, os participantes preencheram a Matriz Objetivos Estratégicos
Objetivos Táticos, baseada na matriz House of Quality da técnica QFD. O preenchimento se
procedeu através de uma sessão de trabalho, onde os representantes da perspectiva tática
analisavam, em conjunto, os relacionamentos e consolidavam na matriz.
A finalidade foi alinhar todos os objetivos táticos com os objetivos estratégicos
com o programa de melhoria de processos. Assim, permitiu-se analisar o nível de
relacionamento de um objetivo tático, inclusive, com os objetivos estratégicos do qual ele não
foi originado. Na Figura 5.1, segue a Matriz Objetivos Estratégicos Objetivos Táticos,
preenchida no estudo de caso.
120
Figura 5.1. Matriz Objetivos Estratégicos Objetivos Táticos.
Fonte: O autor (2007)
121
Diagnóstico Operacional
Na macro-atividade Diagnóstico Operacional, os participantes iniciam
identificando os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de SW da organização.
Para isso, o diagnóstico do processo de software atual é exigido pelo processo AE-MPS.BR.
Apesar desse artefato estar disponível na organização, este não foi utilizado pelos
participantes no momento de identificação dos problemas atuais. Os seguintes problemas
atuais com o processo de desenvolvimento de software da organização ficaram definidos
(Quadro 10):
Quadro 10 - Problemas
Problemas com o processo de
desenvolvimento de software
falha na definição do escopo no
processo de venda
tempo de alocação do recurso
superestimada
falha no controle do escopo durante o
desenvolvimento
especificação incompleta e
ineficiente, sem validação do cliente
falta de padronização no processo de
desenvolvimento
ausência de biblioteca de código fonte
para reutilização
Fonte: O autor (2007)
Após, os participantes analisaram causas para cada um dos problemas atuais com
o processo de desenvolvimento de software definidos. No Quadro 11, as causas identificadas
para cada um dos problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software estão
apresentadas:
122
Quadro 11 - Causas
Problemas com o processo de
desenvolvimento de software
Causas
falha na definição do escopo no
processo de venda
falta de conhecimento de negócio e técnico
da pessoa que realizou a pré-venda
tempo de alocação do recurso
superestimada
conflito de atividades de outros projetos que
não finalizaram na data planejada
troca de equipe durante o desenvolvimento
falta de p&d
falha no controle do escopo
durante o desenvolvimento
alterações no escopo, sem renegociação de
prazo e custo
falta de aprovação do escopo pelo cliente
antes do início do projeto
especificação incompleta e
ineficiente, sem validação do
cliente
falta de analistas
falta de revisão das análises produzidas
falta de ferramentas de apoio a análise -
ferramentas case, metodologia de
modelagem
falta de padronização no
processo de desenvolvimento
falta de manual do desenvolvedor da
empresa
falta de um líder técnico para definir o
direcionamento da parte técnica da empresa
ausência de biblioteca de código
fonte para reutilização
falta de iniciativa das pessoas em procurar
códigos reutilizáveis.
falta de divulgação de códigos que podem
ser reutilizáveis.
falta de apoio da diretoria para que este
processo seja implantado
Fonte: O autor (2007)
Em seguida, os participantes preencheram a Matriz Objetivos Táticos Causas,
baseada na matriz House of Quality da técnica QFD. O preenchimento se procedeu através de
uma sessão de trabalho, onde os representantes da perspectiva tática analisavam, em conjunto,
os relacionamentos e consolidavam na matriz.
O objetivo foi alinhar todas as causas de problemas de processo com todos os
objetivos táticos. Assim, permitiu-se analisar o nível de relacionamento entre cada causa de
problemas de processo e cada objetivo tático. Na Figura 5.2, segue a Matriz Objetivos Táticos
Causas, preenchida no estudo de caso.
123
Figura 5.2. Matriz Objetivos Táticos Causas.
Fonte: O autor (2007)
124
Na continuação da macro-atividade, os participantes analisaram a possibilidade e
a dificuldade de implantar cada processo do MR-MPS referente ao nível F. A implantação de
um processo MR-MPS pode ser impossibilitada por razões como, o processo ser terceirizado
para outra empresa ou a área da empresa que executa este processo estiver fora do escopo do
programa de MPS.
Com relação à dificuldade de implantação de um processo MR-MPS, alguns
fatores que determinam esta dificuldade são: alto investimento necessário, mudanças
organizacionais substanciais e alta resistência dos colaboradores. Os níveis de possibilidade
de implantação e de dificuldade de implantação de cada processo MR-MPS, determinados
pela organização, estão definidos no Quadro 12:
Quadro 12 Possibilidade e dificuldade de implantação
Processos MR-MPS
Possibilidade de
Implantação do MR-MPS
Dificuldade de
Implantação do MR-MPS
Gerência de Projetos GPR
Muita possibilidade
Pouca dificuldade
Gerência de Requisitos GRE
Muita possibilidade
Razoável dificuldade
Aquisição AQU
Pouca possibilidade
Muita dificuldade
Gerência de Configuração GCO
Muita possibilidade
Razoável dificuldade
Garantia da Qualidade GQA
Muita possibilidade
Muita dificuldade
Medição MED
Muita possibilidade
Razoável dificuldade
Fonte: O autor (2007)
Priorização Organizacional
Iniciou-se a macro-atividade Priorização Organizacional analisando o
relacionamento existente entre cada par de objetivos táticos e determinando este
relacionamento em cooperativo, conflituoso, ou mutuamente exclusivo. Todos os
relacionamentos entre os objetivos táticos foram caracterizados como cooperativos.
Em seguida, os objetivos estratégicos e táticos com o programa de melhoria de
processos e as causas de problemas de processo foram priorizados. O processo AE-MPS.BR
permite que diferentes técnicas de priorização sejam utilizadas, como: Priorização Absoluta,
125
AHP (SAATY, 1990) e RPT (MOISIADIS, 1999). No estudo de caso, utilizou-se a técnica de
priorização absoluta, alternando entre valores inteiros e decimais. Além disso, utilizou-se uma
escala de valores diferente para cada priorização.
A primeira priorização determinou um valor para representar a prioridade de cada
objetivo estratégico com o programa de melhoria de processos. Para estabelecer esta
prioridade, foram utilizados valores decimais em uma escala iniciando em 1 prioridade mais
baixa até 4 prioridade mais alta. No Quadro 13, as prioridades dos objetivos estratégicos
com o programa de melhoria de processos são apresentadas:
Quadro 13 Prioridade dos objetivos estratégicos com o programa de melhoria de
processos
Objetivos estratégicos com o programa de melhoria de processos
Prioridade
aumentar lucro
4
aumentar satisfação dos clientes
2
melhorar qualidade dos produtos
1,5
prospectar e produzir projetos de maior porte
3
Fonte: O autor (2007)
Na continuidade, os participantes estabeleceram um valor para representar a
prioridade de cada objetivo tático. Para determinar essa prioridade, foram utilizados valores
inteiros em uma escala iniciando em 10 prioridade mais baixa até 40 prioridade mais alta.
No Quadro 14, as prioridades dos objetivos táticos são apresentadas:
126
Quadro 14 Prioridade dos objetivos táticos
Objetivos táticos
Prioridade
reduzir retrabalho
40
melhorar negociação comercial
15
melhorar equipe de gestão de projetos
10
aumentar produtividade da equipe de produção
30
reduzir quantidade de bugs entregues para o cliente
20
melhorar nível de acerto nos prazos de entrega
20
melhorar atendimento comercial e gerencial
10
criar equipe de testes
10
implantar uma ferramenta de bugtracking
10
detalhar melhor o escopo dos projetos
30
garantir o entendimento do escopo junto ao cliente
20
aumentar a equipe comercial
10
aumentar a equipe produção
10
capacitar a área de produção
40
dar escalabilidade e aumentar a organização da equipe de produção
20
Fonte: O autor (2007)
Com a prioridade dos objetivos estratégicos com o programa de melhoria de
processos e a prioridade dos objetivos táticos determinadas, aplicou-se a expressão 1
(estabelecida em 4.2.5 Priorização Organizacional ) para determinar a prioridade ajustada dos
objetivos táticos. Na Figura 5.3, segue a Matriz Objetivos Estratégicos Objetivos Táticos,
acrescida das prioridades determinadas.
127
Figura 5.3. Prioridade Ajustada dos Objetivos Táticos.
Fonte: O autor (2007)
128
Assim que a prioridade ajustada dos objetivos táticos foi determinada, os
participantes estabeleceram um valor para representar a prioridade de cada causa de
problemas com o processo de desenvolvimento de software. Para determinar essa prioridade,
foram utilizados valores inteiros em uma escala iniciando em 7 prioridade mais baixa, até
30 prioridade mais alta. No Quadro 15, as prioridades das causas de problemas com o
processo de desenvolvimento de software são apresentadas:
Quadro 15 Prioridade das causas
Causas
Prioridade
falta de conhecimento de negócio e técnico da pessoa que realizou a pré-venda
30
conflito de atividades de outros projetos que não finalizaram na data planejada
20
troca de equipe durante o desenvolvimento
25
falta de p&d
18
alterações no escopo, sem renegociação de prazo e custo
25
falta de aprovação do escopo pelo cliente antes do início do projeto
30
falta de analistas
25
falta de revisão das análises produzidas
7
falta de ferramentas de apoio a análise - ferramentas case, metodologia de
modelagem
7
falta de manual do desenvolvedor da empresa
7
falta de um líder técnico para definir o direcionamento da parte técnica da
empresa
10
falta de iniciativa das pessoas em procurar códigos reutilizáveis.
15
falta de divulgação de códigos que podem ser reutilizáveis.
15
falta de apoio da diretoria para que este processo seja implantado
15
Fonte: O autor (2007)
A seguir, os participantes determinaram o valor 1 para o fator de importância das
causas de problemas de processo, em uma escala de 0,1 menor importância, até 1 maior
importância. Conforme proposto no processo AE-MPS.BR, este fator é utilizado no cálculo de
um novo ajuste na prioridade dos objetivos táticos.
Com a prioridade das causas de problemas e o fator de importância destas causas
determinadas, aplicou-se a expressão 2 (estabelecida em 4.2.5 Priorização Organizacional ),
para determinar um novo ajuste na prioridade dos objetivos táticos. Na Figura 5.4, segue a
Matriz Objetivos Táticos Causas, acrescida das prioridades determinadas.
129
Figura 5.4. Prioridade Ajustada 2 dos Objetivos Táticos.
Fonte: O autor (2007)
130
Priorização MR-MPS
No estudo de caso, a macro-atividade Priorização MR-MPS foi realizada apenas
uma vez, identificando apenas os processos do MR-MPS mais importantes para a
organização. Como primeira atividade, os participantes determinaram o nível de
relacionamento entre os objetivos táticos e os processos MR-MPS, referente ao nível F,
conforme apresentado na Figura 5.5.
Figura 5.5. House of Quality Prioridade Processos MR-MPS.
Fonte: O autor (2007)
O preenchimento da matriz House of Quality Prioridade Processos MR-MPS
procedeu-se através de uma sessão de trabalho, onde os representantes da perspectiva tática
analisaram, em conjunto, os relacionamentos e consolidaram na matriz. Com estes
relacionamentos determinados, aplicou-se a expressão 3 (estabelecida em 4.2.6 Priorização
MR-MPS ) para determinar a prioridade parcial dos processos
Na continuação, os participantes obtiveram do diagnóstico do processo de
software atual, a situação atual de cada processo MR-MPS, caracterizada nos seguintes níveis:
T Totalmente Atendido; L Largamente Atendido, P Parcialmente Atendido e N Não
Atendido. No Quadro 16, a situação atual de cada processo MR-MPS é apresentada:
131
Quadro 16 Situação atual dos processos MR-MPS
Processos MR-MPS
Situação Atual
Gerência de Projetos GPR
P Parcialmente Atendido
Gerência de Requisitos GRE
P Parcialmente Atendido
Aquisição AQU
P Parcialmente Atendido
Gerência de Configuração GCO
N Não Atendido
Garantia da Qualidade GQA
N Não Atendido
Medição MED
P Parcialmente Atendido
Fonte: O autor (2007)
Como o capítulo 4 apresenta o processo AE-MPS.BR consolidado, considerando
as mudanças decorrentes do estudo de caso, a expressão apresentada para o cálculo da taxa de
melhoria dos processos MR-MPS está diferente. A seguir, a expressão utilizada para o cálculo
da taxa de melhoria dos processos MR-MPS no estudo de caso é apresentada:
T
j
= SA
j
* PI
j
(6)
onde,
Tj é a taxa de melhoria do processo j;
SAj é a situação atual do processo j;
PI é a possibilidade de implantação do processo j;
Considerando a possibilidade de implantação do MR-MPS (Quadro 12) e a
situação atual do MR-MPS (Quadro 16), a taxa de melhoria de cada processo MR-MPS pode
ser determinada a partir da expressão 6. No Quadro 17, essa taxa de melhoria é apresentada:
Quadro 17 Taxa de melhoria dos processos MR-MPS
Processos MR-MPS
Taxa de Melhoria
Gerência de Projetos GPR
0,666
Gerência de Requisitos GRE
0,666
Aquisição AQU
0,221778
Gerência de Configuração GCO
1
Garantia da Qualidade GQA
1
Medição MED
0,666
Fonte: O autor (2007)
132
Após, a prioridade parcial dos processos MR-MPS foi ajustada. Considerando a
dificuldade de implantação do MR-MPS (Quadro 12) e a taxa de melhoria (Quadro 17),
aplicou-se a expressão 5 (estabelecida em 4.2.6 Priorização MR-MPS ) para determinar a
prioridade ajustada dos processos MR-MPS (Quadro 18):
Quadro 18 Prioridade ajustada dos processos MR-MPS
Processos MR-MPS
Prioridade Ajustada
Gerência de Projetos GPR
11.590.970
Gerência de Requisitos GRE
18.579.480
Aquisição AQU
86.734
Gerência de Configuração GCO
3.046.150
Garantia da Qualidade GQA
3.616.095
Medição MED
3.188.532
Fonte: O autor (2007)
Novamente, como o processo AE-MPS.BR apresentado no capítulo 4 está
consolidado, a expressão utilizada para um novo ajuste na prioridade dos processos MR-MPS
não está estabelecida na descrição deste processo. A seguir, a expressão utilizada no estudo de
caso para o cálculo do novo ajuste na prioridade dos processos MR-MPS é apresentada:
PNA
j
= PA
j
* (F
j
* FI
j
)
(7)
onde,
PNAj é a nova prioridade ajustada do processo j
PAj é a prioridade ajustada do processo j;
Fj é a freqüência de uso do processo j;
FIj é a fator de importância da freqüência de uso.
Os participantes estabeleceram o valor 0,5 para o fator de importância da
freqüência de uso, em uma escala de 0,1 menor importância, até 1 maior importância.
Além disso, para cada processo MR-MPS, os participantes determinaram a freqüência de uso
em uma escala com quatro opções: nenhum uso, pouco uso, razoável uso e muito uso (Quadro
19):
133
Quadro 19 Freqüência de uso dos processos MR-MPS
Processos MR-MPS
Freqüência de Uso
Gerência de Projetos GPR
Muito uso
Gerência de Requisitos GRE
Muito uso
Aquisição AQU
Pouco uso
Gerência de Configuração GCO
Muito uso
Garantia da Qualidade GQA
Razoável uso
Medição MED
Razoável uso
Fonte: O autor (2007)
Com estes dados, o ajuste final na prioridade dos processos MR-MPS pode ser
determinado a partir da aplicação da expressão 7. Assim, o percentual de prioridade de cada
processo MR-MPS foi estabelecido (Quadro 20):
Quadro 20 Prioridade ajustada final e percentual de importância dos processos MR-
MPS
Processos MR-MPS
Prioridade Ajustada Final
Percentual de Importância
Gerência de Projetos GPR
5.795.485
% 30,2
Gerência de Requisitos GRE
9.289.740
% 48,4
Aquisição AQU
21.683
% 0,1
Gerência de Configuração GCO
1.523.075
% 7,9
Garantia da Qualidade GQA
1.356.036
% 7,0
Medição MED
1.195.700
% 6,2
Fonte: O autor (2007)
5.1.2 CONSEQUÊNCIAS PRÁTICAS COM A APLICAÇÃO DO PROCESSO
A partir dos percentuais de importância de cada um dos processos MR-MPS
(Quadro 20), a organização planejou o programa de MPS através de dois ciclos de melhoria: o
primeiro abordando, especificamente, os processos Gerência de Requisitos e Gerência de
Projetos e; o segundo abordando os processos Gerência de Configuração, Garantia da
Qualidade e Medição. O processo Aquisição foi retirado do escopo do programa de MPS por
apresentar um baixo percentual de importância para a organização.
A organização encerrou o primeiro ciclo de melhoria e, atualmente, o segundo
ciclo de melhoria está em andamento. Durante a fase Implantação do primeiro ciclo de
134
melhoria, uma equipe de profissionais foi treinada nos processos MR-MPS definidos e
planejou-se quatro projetos pilotos: dois encontram-se finalizados e dois em andamento. A
partir dos dados destes projetos pilotos, as conseqüências práticas da aplicação do AE-
MPS.BR na organização puderam ser verificadas.
Analisando os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria
de processos, definidos a partir da aplicação do AE-MPS.BR, três deles tiveram expectativa
definida em termos quantitativos (Quadro 21):
Quadro 21 Expectativa dos objetivos estratégicos com o programa de melhoria de
processos
Objetivos estratégicos com o
programa de melhoria de processos
Expectativa
aumentar lucro
métrica: margem de lucro, expectativa: 20%
aumentar satisfação dos clientes
métrica: escala 1 à 5, onde 1 é muito ruim e
5 é excelente, expectativa: >4
melhorar qualidade dos produtos
Expectativa não definida.
prospectar e produzir projetos de maior
porte
métrica: valor médio de venda projetos,
expectativa >= 200 mil
Fonte: O autor (2007)
O primeiro projeto piloto, finalizado, atendeu dois dos objetivos estratégicos da
organização com o programa de melhoria de processos: aumentar lucro e aumentar satisfação
dos clientes (Quadro 22). Apesar disso, o objetivo prospectar e produzir projetos de maior
porte não atingiu a expectativa.
Quadro 22 Resultados do Projeto 1
Objetivos estratégicos com o
programa de melhoria de processos
Resultados
aumentar lucro
margem de lucro: 23,04%
aumentar satisfação dos clientes
satisfação dos clientes: 5
melhorar qualidade dos produtos
número de bugs: 5 depois da entrega
horas gastas com re-trabalho: 40 horas
prospectar e produzir projetos de
maior porte
valor de venda: R$ 42.880,00
135
Fonte: O autor (2007)
O segundo projeto piloto, finalizado, atendeu apenas um dos objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos: aumentar satisfação
dos clientes (Quadro 23). Os objetivos aumentar lucro e prospectar e produzir projetos de
maior porte não atingiram as expectativas respectivas.
Quadro 23 Resultados do Projeto 2
Objetivos estratégicos com o
programa de melhoria de processos
Resultados
aumentar lucro
margem de lucro: 17,29%
aumentar satisfação dos clientes
satisfação dos clientes: 5
melhorar qualidade dos produtos
número de bugs: 3 depois da entrega
horas gastas com re-trabalho: 34 horas
prospectar e produzir projetos de
maior porte
valor de venda: R$ 37.600,00
Fonte: O autor (2007)
O terceiro projeto piloto ainda encontra-se em andamento. Assim, as métricas
aumentar lucro e aumentar satisfação dos clientes são referentes aos dados coletadas na última
monitoração do projeto. O valor referente ao objetivo melhorar a qualidade dos produtos não
pode ser coletado, por este ser um dado obtido apenas com o término do projeto.
Conforme apresentados no Quadro 24, apenas o objetivo aumentar lucro está sendo
atendido. Os objetivos aumentar satisfação dos clientes e prospectar e produzir projetos de
maior porte não atendem as expectativas respectivas. Apesar disso, o vel satisfação do cliente
pode ser alterado ao final do projeto, da mesma forma que o objetivo aumentar lucro.
Quadro 24 Resultados do Projeto 3
Objetivos estratégicos com o programa de
melhoria de processos
Resultados
aumentar lucro
margem de lucro: 20,05%
aumentar satisfação dos clientes
satisfação dos clientes: 3,5
prospectar e produzir projetos de maior porte
valor de venda: R$ 40.150,00
Fonte: O autor (2007)
136
O quarto projeto piloto foi o último a iniciar e ainda encontra-se em andamento.
Assim, as métricas aumentar lucro e aumentar satisfação dos clientes são referentes aos dados
coletadas na última monitoração do projeto. O valor referente ao objetivo melhorar a
qualidade dos produtos não pode ser coletado, por este ser um dado obtido, apenas, com o
término do projeto.
No momento, este projeto atende todas as expectativas da organização em relação
aos objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos. Apesar
disso, os objetivos aumentar lucro e satisfação do cliente podem variar até o final do projeto.
Quadro 25 Resultados do Projeto 4
Objetivos estratégicos com o programa de
melhoria de processos
Resultados
aumentar lucro
margem de lucro: 29,90%
aumentar satisfação dos clientes
satisfação dos clientes: 5
prospectar e produzir projetos de maior porte
valor de venda: R$ 215.200,00
Fonte: O autor (2007)
Analisando os projetos pilotos, a partir dos objetivos estratégicos da organização
com a melhoria de processos, verifica-se que alguns benefícios foram obtidos com a aplicação
do processo proposto. A seguir, uma análise das conseqüências práticas com a aplicação do
processo, relacionando os objetivos estratégicos, é descrita.
137
Aumento de Lucro e Porte dos Projetos
A expectativa da organização, para o objetivo estratégico aumentar lucro, é que a
melhoria de processos garanta uma margem de lucro de 20% nos projetos. Analisando as
margens de lucro dos quarto projetos apresentados, verifica-se que, apenas um deles ficou
abaixo desta expectativa.
O projeto 2, com a margem de lucro inferior a 20%, foi, justamente, aquele que
teve um menor valor de venda. Assim, percebe-se que o estabelecimento de uma margem de
lucro depende, basicamente, de um processo comercial. Entretanto, a implementação dos
processos Gerencia de Projeto e Gerencia de Requisito garantiu que as margens estabelecidas
durante este processo comercial pudessem ser garantidas até o final do projeto (ou no
momento da coleta, para os projetos em andamento), incluindo a margem de 17% do projeto
2, apesar de ser inferior à expectativa.
Por outro lado, a definição de processos utilizando como base um modelo de
qualidade de software, propiciou que os projetos pequenos passassem a possuir um custo
maior. Além disso, verificou-se que, à medida que o valor dos projetos é menor,
proporcionalmente, a margem de lucro destes projetos também é menor.
Assim, a melhoria de processos, tanto não facilitou o atendimento do objetivo
estratégico relacionado a prospectar e produzir projetos de maior porte, como dificultou a
execução de projetos menores. A visão da diretoria é que a melhoria de processos determine a
necessidade da empresa em trabalhar com projetos maiores. Isto fica claro quando um dos
objetivos estratégicos da organização é prospectar e produzir projetos maiores de R$ 80 mil.
O valor de venda médio dos quatro projetos foi de R$ 84 mil, mas os projetos 1, 2,
e 3 são caracterizados pela organização como projetos pequenos, com exceção do projeto 4,
que levantou o valor da média. De forma geral, a perspectiva da organização é que a melhoria
138
de processos garanta que as margens de lucro dos projetos médios e grandes sejam
estabelecidas e mantidas acima de 20%.
Aumento da Satisfação dos Clientes e Melhoria da Qualidade dos Produtos
A implantação de Gerência de Projetos e Gerência de Requisitos garantiu que os
prazos dos projetos pilotos pudessem ser melhor determinados e mantidos. Assim, no projeto
4, o cliente atribui o valor 5 (nota máxima) para sua satisfação com o projeto e relatou: “Está
indo muito bem. Os prazos estão sendo cumpridos e isso era um requisito para este projeto.”
Apesar disso, a definição de melhorias de processo gerou a necessidade de mais
documentação e aprovações por parte do cliente. Por este motivo, o projeto 3 recebeu o valor
3,5 com relação à satisfação do cliente. O cliente relatou o seguinte motivo para esta nota:
“Acho que existe um excesso de envio de controle, por exemplo, tem semana que chegam 3, 4
documentos de controle, esse excesso acaba confundindo um pouco”.
Os projetos 3 e 4, relatos anteriormente, ainda encontra-se em andamento. Assim,
a satisfação do cliente foi bastante relacionada ao cumprimento dos prazos de entrega. Como
os processos Gerência de Projetos e Gerencia de Requisitos abordam melhorias neste sentido,
verificou-se que as definições de processos impactaram, diretamente, na satisfação dos
clientes.
Com relação ao fato do projeto 3 receber um valor baixo devido ao excesso de
controle, identificou-se esta situação como normal. Em um programa de melhoria, os
primeiros processos definidos tendem a exigir um excesso de burocracia, mas com a evolução
do processo, este problema é abordado.
A satisfação dos clientes em projetos concluídos, como os projetos 1 e 2,
aborda outras questões, além do cumprimentos dos prazos. Neste momento, o cliente
139
analisa a qualidade do produto entregue. Como pode ser verificado, existe uma relação direta
entre o aumento da satisfação dos clientes e melhoria da qualidade dos produtos
Neste sentido, verifica-se que ambos projetos pilotos tiveram o valor 5 de
satisfação, justamente por possuírem pouco número de bugs e baixo índice de retrabalho.
Apesar disso, não se verificou, explicitamente, uma relação direta entre a melhoria da
qualidade dos produtos e as melhorias de processo realizadas. De forma geral, as alterações de
Gerência de Requisitos e de Gerência de Projetos pouco afetaram o trabalho dos
desenvolvedores e testadores, por exemplo.
A expectativa da organização com a melhoria de processos é elevar sua média de
satisfação dos clientes atual de 3,6 para, no mínimo, 4. Com a melhoria de processos que foi
realizada, verifica-se que esta expectativa pode ser garantida em pesquisas de satisfação do
cliente durante o projeto, quando o principal ponto analisado é o cumprimento dos prazos de
entrega. Com relação à pesquisa de satisfação, ao final do projeto, pouco será determinado
pela melhoria de processos que foi realizada.
No apêndice VI, apresenta-se a coleta de dados e a análise de conteúdo referente
às quatro dimensões pesquisadas durante o estudo de caso, incluindo Situação Prévia,
Aplicação do Processo AE-MPS.BR, Aplicação da Ferramenta FAE-MPS.BR e Situação
Posterior .
5.2 LIÇÕES APRENDIDAS
Com a realização do estudo de caso e a análise crítica dos resultados obtidos,
identificou-se um conjunto de lições aprendidas. Apresentadas a seguir, estas lições apoiaram
o estabelecimento de mudanças/ajustes no processo proposto:
140
#1 alinhamento estratégico de programas de melhoria de processos de
software: Em geral, planeja-se e executa-se melhorias de processo sem levar em conta os
objetivos estratégicos das organizações. Verificou-se que os programas têm sido estruturados
para atender as exigências de um modelo de qualidade de software e, não, os objetivos
estratégicos das organizações. Caso o processo proposto não fosse aplicado na organização
estudada, pouco esforço seria despendido neste sentido. Além disso, a possibilidade de definir
processos orientados aos objetivos estratégicos das organizações é desconhecida pelos
envolvidos com um programa de melhoria.
Entretanto, o alinhamento entre a estratégia de um programa de melhoria de
processos e a estratégia de negócio das organizações tem sido citado como um fator crítico de
sucesso de programas de melhoria (BIRO, 1999; BRODMAN, 1995; GRADY, 1997;
HUMPHREY, 1989; PULFORD, 1996; ZAHRAN, 1998). Este alinhamento deve garantir
que os processos institucionalizados por uma organização estejam orientados aos objetivos
estratégicos, ao invés de apenas abordar as boas práticas de engenharia de software
estabelecidas nos modelos de qualidade.
Considerando a importância de existirem objetivos estratégicos com o programa
de melhoria definidos (LIU, 2005), a análise do planejamento estratégico das organizações,
em uma etapa inicial, é fundamental. Conforme McCoy (1998), a melhoria de processos pode
resultar em processos que, quando institucionalizados, buscam atender aos objetivos definidos
em um planejamento estratégico.
#2 monitoramento dos programas de melhoria: Definir objetivos estratégicos
para um programa de melhoria de processos, a partir do planejamento estratégico das
organizações, facilita a avaliação destas iniciativas. Em geral, um planejamento estratégico
analisa a situação atual da organização através de métricas. Assim, quando um objetivo
141
estratégico é estabelecido para um programa de melhoria de processos, este pode estar
associado a metas claras, gerando expectativas.
A definição destas metas permite avaliar se um programa de melhoria está tendo
sucesso ou não e, conseqüentemente, envolver a alta administração. Como um dos principais
fatores críticos de sucesso dos programas de melhoria de processos é o comprometimento da
alta administração (NIAZI, 2003; STELZER, 1998; EL EMAM, 1999; GOLDENSON, 1996;
DYBÅ, 2000; ABRAHAMSSON, 2001), estas metas são imprescindíveis em um processo de
alinhamento estratégico de programas de melhoria.
#3 problemas existentes no processo de desenvolvimento de software: É
fundamental que um programa de melhoria de processos aborde os problemas existentes no
processo de desenvolvimento de software e proponha soluções (HIERHOLZER, 1998). A
resolução de problemas do dia-a-dia das organizações produz comprometimento e interesse
daqueles que executam os processos definidos.
A partir do estudo empírico, verificou-se que os problemas do processo de
desenvolvimento de software da organização identificados são diferentes dependendo do
papel do colaborador que analisou. Além disso, não é comum existir uma consolidação destes
problemas em nível organizacional. De forma geral, o estudo de caso mostrou que os
programas de melhoria de processos não atuam em função da resolução dos problemas
existentes.
#4 envolvimento dos colaboradores: No início de um programa de melhoria,
as primeiras versões dos processos definidos são bastante difíceis de serem implantadas.
Geralmente, estes processos iniciais tendem a possuir um excesso de burocracia, modificar a
forma como o trabalho era, anteriormente, realizado e exigir mais capacidades dos
colaboradores. A partir do estudo de caso, verificou-se que os colaboradores que superam
142
estas dificuldades e executam os processos definidos são, justamente, aqueles que estão
envolvidos com as decisões e atividades do programa de melhoria.
Segundo Niazi (2003), o envolvimento dos colaboradores de uma organização em
um programa de melhoria de processos é um dos principais fatores críticos de sucesso destas
iniciativas. De forma prática, o processo de alinhamento estratégico pode envolver diferentes
níveis hierárquicos e garantir o comprometimento dos que foram envolvidos.
#5 investimento necessário: Uma das principais dificuldades para a realização
de programas de melhoria é o investimento necessário (DYBÅ, 2003; NIAZI, 2003;
SERRANO, 2003). Assim, busca-se que estes programas gerem resultados o mais rápido
possível. Neste sentido, a identificação dos elementos de um modelo de qualidade de
software, mais importantes para uma organização, permite que os primeiros esforços sejam
despendidos sobre estes elementos.
Conforme verificado através do estudo de caso, o processo proposto identifica os
elementos do modelo MR-MPS a serem priorizados pela organização a partir de uma
consolidação dos objetivos provenientes dos níveis estratégico, tático e operacional. Com isto,
facilita-se que resultados efetivos sejam obtidos no início de programas de melhoria.
5.3 MUDANÇAS DECORRENTES
A partir da realização do estudo de caso, mudanças/ajustes no processo AE-
MPS.BR e na ferramenta FAE-MPS.BR foram identificadas. As evidências que determinaram
essas mudanças foram provenientes da análise dos resultados do estudo de caso e das lições
aprendidas apresentadas. Os motivos para as mudanças/ajustes no processo AE-MPS.BR e as
ações tomadas estão apresentadas no Quadro 26:
143
Quadro 26 Mudanças/ajustes no processo AE-MPS.BR
Mudança
Motivo
Ação Decorrente
1
Durante o estudo de caso, o PE
serviu como um artefato de entrada
em todas as atividades da macro-
atividade Diagnóstico Estratégico-
Tático
Alterou-se a estrutura do processo AE-
MPS.BR para considerar o PE como
um artefato de entrada para a macro-
atividade Diagnóstico-Estratégico
Tático e, conseqüentemente, suas
respectivas atividades
2
No estudo de caso, durante a análise
da situação atual dos objetivos
estratégicos da MPS, os
participantes definiram métricas para
cada um destes objetivos. Após, os
dados associados às métricas foram
coletados e a expectativa
quantitativa da organização para
cada um dos objetivos definida
A definição de métricas para a análise
da situação atual de cada um dos
objetivos estratégicos da MPS passou
a ser obrigatória. Além disso, exige-se,
também, a definição da expectativa
para cada um destes objetivos
3
Durante o estudo de caso, verificou-
se que os conceitos possibilidade
de implantação dos processos MR-
MPS e freqüência de uso dos
processos MR-MPS estavam
sobrepostos. Conseqüentemente, a
prioridade dos processos MR-MPS
era ajustada, em dois momentos,
considerando a quantidade que estes
processos seriam executados na
organização
A análise da possibilidade de
implantação dos processos MR-MRS
foi removida do processo AE-MPS.BR
e manteve-se a análise da freqüência
de uso dos processos MR-MPS
4
No estudo de caso, os objetivos
táticos foram relacionados entre si e
analisou-se cada um destes
relacionamentos para defini-los em
conflituoso, cooperativo ou
mutuamente exclusivo. Entretanto,
todos os relacionamentos entre os
objetivos táticos foram
caracterizados como cooperativo.
Segundo os participantes, a análise
dos relacionamentos entre os
objetivos táticos não mostrou-se útil
Removeu-se a análise do
relacionamento entre os objetivos
táticos e a definição deste
relacionamento em conflituoso,
cooperativo ou mutuamente exclusivo
Fonte: O autor (2007)
144
Mudança/ajuste 1: Na proposta preliminar do processo AE-MPS.BR (versão
aplicada no estudo de caso), o PE era um artefato de entrada apenas para uma atividade
denominada Analisar visão e missão organizacional. A pressuposição era que, uma vez
identificada a visão e missão da organização a partir do PE, as demais atividades da macro-
atividade Diagnóstico Estratégico-Tático poderiam ser realizadas sem a necessidade de
consulta a este artefato.
Durante o estudo de caso, utilizou-se o PE em todas as atividades da macro-atividade
Diagnóstico Estragico-Tático. A alise do PE concentrou-se, principalmente, na seção de
objetivos, transcendendo a proposta de consultar apenas a vio e missão da organização.
Conforme citado na lição aprendida #1 (seção 5.2), é fundamental uma análise
detalhada do planejamento estratégico das organizações em uma etapa inicial dos programas
de melhoria. Assim, alterou-se o processo AE-MPS.BR para ampliar a utilização do PE como
artefato de entrada para todas as atividades da macro-atividade Diagnóstico Estratégico-
Tático. Conseqüentemente, removeu-se a atividade Analisar visão e missão organizacional.
Mudança/ajuste 2: No estudo de caso, durante a análise da situação atual dos
objetivos estratégicos da MPS, os participantes definiram, espontaneamente, métricas para
cada um destes objetivos. Após, dados foram coletados, a partir destas métricas, e a situação
atual dos objetivos estratégicos da MPS foi caracterizada. Complementarmente, os
participantes definiram, através das próprias métricas, a expectativa da organização para cada
um dos objetivos estratégicos da MPS.
Considerando esta observação, o processo AE-MPS.BR foi alterado para que a
atividade Analisar situação atual dos objetivos estratégicos da MPS exija, no mínimo, uma
trica para cada objetivo estratégico da MPS. Além disso, obrigou-se a definição da expectativa
quantitativa da organização para cada objetivo estratégico da MPS a partir das métricas.
145
Com esta mudança, busca-se que a alta administração possa monitorar, mais
facilmente, um programa de melhoria. Como relatado na lição aprendida #2 (seção 5.2), o
comprometimento da alta administração é um dos principais fatores críticos de sucesso, e
pode ser determinado com o envolvimento da alta administração.
Mudança/ajuste 3: Conforme o relato do estudo de caso, mensurou-se o quanto
cada processo MR-MPS seria executado na organização por duas vezes. Os conceitos de
freqüência de uso dos processos MR-MPS e possibilidade de implantação dos processos MR-
MPS estavam sobrepostos. Ambos os conceitos foram analisados a partir das mesmas
informações disponíveis na organização.
Conseqüentemente, a prioridade dos processos MR-MPS foi ajustada por duas
vezes, estabelecendo um valor incorreto. No estudo de caso, o processo MR-MPS Aquisição
teve um percentual de prioridade inferior a 0,01%. Como este processo seria pouco executado
na organização, sua prioridade foi reduzida duas vezes por causa do conceito duplicado.
Para ajustar o processo AE-MPS.BR, removeu-se a atividade Analisar a
possibilidade para implantar os processos MR-MPS, e manteve-se apenas a atividade
Determinar a freqüência de uso dos processos MR-MPS. Conseqüentemente, os processos
MR-MPS deixaram de ser ajustados em dois momentos, considerando apenas um conceito.
Mudança/ajuste 4: No estudo de caso, todos os relacionamento existentes entre
os objetivos táticos foram caracterizados como cooperativo. As outras duas opções para
classificar o relacionamento entre os objetivos táticos conflituoso e mutuamente exclusivo
não foram utilizadas.
Além disso, os participantes do estudo de caso determinaram o relacionamento
como cooperativo, por identificarem através da descrição do processo AE-MPS.BR, que este
era o único tipo de relacionamento que não determinava um ajuste negativo na prioridade dos
146
objetivos táticos. A intenção dos participantes era definir um relacionamento de coexistência
entre os objetivos táticos, que não determinasse ajustes positivos ou negativos.
Assim, removeu-se a atividade Determinar o relacionamento entre cada par de
objetivos táticos. Conseqüentemente, a prioridade final de um objetivo tático passa a ser
determinada, apenas, a partir do relacionamento deste objetivo com os objetivos estratégicos
da MPS e as causas de problemas com o processo de desenvolvimento de software.
Os motivos para as mudanças na ferramenta FAE-MPS.BR, identificadas a partir
do estudo de caso, estão apresentadas no Quadro 27. Considerando que a ferramenta FAE-
MPS.BR foi desenvolvida como apoio a um processo de alinhamento estratégico de
programas de MPS foco desta pesquisa, as ações de mudança nesta ferramenta não foram
desenvolvidas.
Quadro 27 Mudanças/ajustes na ferramenta FAE-MPS.BR
Mudança
Motivo
Ação Decorrente
1
Durante o estudo de caso, houve a
necessidade de esclarecimento de alguns
conceitos apresentados na ferramenta
Apresentar textos explicativos para
todos os conceitos citados na
ferramenta
2
Em algumas atividades do processo AE-
MPS.BR, o pesquisador teve que
esclarecer o que deveria ser feito através
da ferramenta de apoio.
Apresentar exemplos das ações a
serem tomadas na ferramenta
associadas às atividades do processo
AE-MPS.BR
3
A usabilidade da ferramenta de apoio foi
o principal ponto fraco do estudo de
caso, segundo os próprios participantes
Aprimorar a usabilidade da ferramenta
4
O tempo de resposta na execução da
funcionalidade de priorização dos
objetivos táticos foi inadequado
Otimizar o tempo de resposta da
funcionalidade priorização dos
objetivos táticos
5
Durante o estudo de caso, o pesquisador
teve que esclarecer de quem era a
responsabilidade por determinadas ações
na ferramenta.
Criar permissões de acesso na
ferramenta, baseado no tipo dos
usuários Perspectiva Estratégica,
Perspectiva Tática e Perspectiva
Operacional.
Fonte: O autor (2007)
147
Mudanças/ajustes 1 e 2: Conforme verificado durante o estudo de caso, os
participantes tiveram vidas com relação a alguns conceitos apresentados na ferramenta de
apoio. Em alguns momentos, o pesquisador teve de intervir e esclarecer estes conceitos. Da
mesma maneira, o pesquisador teve que explicar aos participantes as ações que deveriam ser
tomadas na ferramenta para que as atividades propostas pelo processo AE-MPS.BR fossem
realizadas com êxito.
Assim, indicou-se duas mudanças, relacionadas a entendimento, necessárias na
ferramenta FAE-MPS.BR: explicação de todos os conceitos utilizados e exemplos das ações a
serem tomadas pelos usuários. Busca-se facilitar o uso da ferramenta e, conseqüentemente, a
aplicação do processo AE-MPS.BR.
Mudança/ajuste 3: A usabilidade da ferramenta FAE-MPS.BR foi um ponto
fraco citado pela maioria dos participantes do estudo de caso. Além disso, as matrizes
propostas pelo processo AE-MPS.BR crescem em grande proporção à medida que objetivos
estratégicos com a MPS, objetivos táticos e causas de problemas de processo vão sendo
definidos. Assim, propõe-se que a navegabilidade, interatividade, facilidade de aprendizado e
memorização, e eficiência de utilização da ferramenta sejam aprimoradas.
Mudança/ajuste 4: Conforme evidenciado nas entrevistas realizadas e pela
observação direta do pesquisador, a funcionalidade de priorização de objetivos táticos
apresentou um tempo de resposta inadequado. Por ser um problema específico, sugere-se que
o código desenvolvido para esta funcionalidade seja otimizado.
Mudança/ajuste 5: Durante o estudo de caso, definiu-se apenas uma senha de
acesso à ferramenta FAE-MPS.BR para todos os participantes. Como a ferramenta não aborda
níveis de permissão de acesso, todas as funcionalidades estavam acessíveis por qualquer
participante. Deste modo, em alguns momentos, o pesquisador teve que esclarecer de quem
era a responsabilidade por determinada ação na ferramenta.
148
Sugere-se que níveis de permissão sejam inclusos na ferramenta baseado nos
usuários Perspectiva Estratégica, Perspectiva Tática ou Perspectiva Operacional. Por
conseguinte, será necessário incluir uma funcionalidade de cadastro dos participantes e suas
perspectivas, como forma de garantir suas permissões de acesso.
149
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um programa de Melhoria de Processos de Software pode gerar processos que,
quando institucionalizados, buscam atender aos objetivos definidos em um Planejamento
Estratégico (MCCOY, 1998). Entretanto, as ações de mudança organizacional, como o PE e a
MPS, são realizadas, em alguns casos, de forma desconexa.
Neste sentido, esta pesquisa busca contribuir para o alinhamento de programas de
MPS a partir dos objetivos estratégicos das organizações. Um modelo iterativo e incremental
para a condução de programas de MPS, um processo de alinhamento estratégico de programas
de MPS e uma ferramenta de apoio a este processo foram propostos.
6.1 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA
A principal contribuição desta pesquisa foi apresentar uma proposta, compatível
ao MR-MPS, para a condução de programas de melhoria de processo em MPEs alinhado com
os objetivos organizacionais. No capítulo 4, o Modelo Iterativo e Incremental para Condução
de Programas de MPS e o Processo de Alinhamento Estratégico de Programas de MPS (AE-
MPS.BR) foram propostos.
150
Definiu-se, através do Modelo Iterativo e Incremental para Condução de
Programas de MPS (seção 4.1), o conceito de ciclos de melhoria. Busca-se facilitar que
resultados mais rápidos sejam obtidos com um programa de melhoria. Com relação ao
Processo de Alinhamento Estratégico de Programas de MPS (seção 4.2), este caracteriza-se
como uma contribuição inédita para a área, por ser específico para o modelo MR-MPS. Além
disso, este processo aborda o envolvimento da alta administração, o PE e os principais FCS de
programas de melhoria em MPEs.
Com relação ao objetivo específico referente ao estudo teórico, este foi
completado e encontra-se descrito no capítulo 2. Basicamente, aprofundou-se o estudo teórico
sobre melhoria de processo de software, planejamento estratégico, alinhamento estratégico, o
modelo MR-MPS e Micro e Pequenas Empresas.
Como resultado, caracterizou-se o estado da arte da MPS com a análise e
classificação de vinte e uma propostas em Modelos de Qualidade de Software, Métodos de
Avaliação do Processo de Software e Abordagens para Guiar a Execução de Programas de
MPS. Além disso, na seção 2.3.3, os fatores críticos de sucesso comuns entre MPS e PE
foram identificados. Adicionalmente, realizou-se um estudo comparativo, a partir destes
fatores críticos, entre as propostas de MPS que propuseram o alinhamento estratégico.
Apresentado na seção 4.3, o objetivo específico que estabelece a especificação e o
desenvolvimento de uma ferramenta de apoio também foi contemplado. A ferramenta de
apoio à aplicação do processo AE-MPS.BR foi construída para ser disponibilizada através da
Internet, permitindo que as experiências de alinhamento estratégico de programas de MPS nas
organizações possam ser armazenadas em um repositório de dados único.
Por último, contemplou-se o objetivo Realizar um estudo de caso. Como
relatado no capítulo 5, este estudo de caso contribuiu para testar a adequação do processo e da
ferramenta de apoio para o alinhamento estratégico de programas de MPS.
151
6.2 LIMITAÇÕES
A principal limitação desta pesquisa refere-se à parte empírica do estudo. Como
realizou-se apenas um estudo de caso, a generalização dos resultados obtidos é restrita.
Entretanto, esta situação é típica de pesquisas qualitativas de natureza exploratória.
Com relação às limitações do Processo de Alinhamento Estratégico de Programas
de MPS proposto, verificou-se que: a) é aplicável apenas em programas de melhoria baseados
no modelo MR-MPS e; b) demanda a disponibilidade de um elevado número de envolvidos
por parte da organização.
A ferramenta de apoio desenvolvida à aplicação do processo AE-MPS.BR
encontra-se em versão inicial. Deste modo, problemas de usabilidade, principalmente em
aspectos como navegabilidade, interatividade e eficiência no uso estão presentes. Além disso,
a ferramenta não apresenta textos explicativos nem um manual para facilitar a utilização.
6.3 ESTUDOS FUTUROS
Como estudo futuros, sugere-se:
A aplicação da proposta em outras empresas através de estudo de caso,
estendendo a possibilidade de generalização dos resultados;
Consolidar um repositório de dados referente ao alinhamento estratégico
de programas de MPS, a partir da aplicação do processo AE-MPS.BR em
outras empresas; e,
Evoluir a ferramenta de apoio FAE-MPS.BR, principalmente em aspectos
de usabilidade e facilidade de entendimento.
152
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160
APÊNDICE I AVALIAÇÃO POR ESPECIALISTAS
Conforme o Plano de Estudos e Pesquisa, a proposta foi apresentada para
especialistas em Qualidade de Software. Os avaliadores responsáveis por analisar a proposta
foram: pesquisadores especialistas no tema indicados pelo professor orientador desta
pesquisa, um avaliador indicado pelo PPGCC da PUCRS e a banca do WTDQS Workshop
de Teses e Dissertações em Qualidade de Software, realizado durante o SBQS 2007.
Para a análise das avaliações, as considerações de cada um dos avaliadores foram
dispostas em quatro diferentes categorias: Adequação das Referências Teóricas Utilizadas;
Estrutura da Proposta; Testes da Proposta e; Considerações Adicionais. A seguir, cada uma
destas avaliações e as ações decorrentes tomadas pelo pesquisador são apresentadas.
161
Especialista 1
Qualificações:
Mestre em Ciência da Computação
Implementador e Avaliador MPS.BR
Pesquisador em Qualidade de Software
Considerações do Especialista 1
Ações Decorrentes
Adequação das
Referências Teóricas
Utilizadas
De acordo, sem modificação.
Estrutura da
Proposta
- Número alto de artefatos
necessários para a aplicação do
processo AE-MPS.BR.
Uma ferramenta de apoio
será desenvolvida para
evitar que o número alto de
artefatos possa se tornar um
problema na aplicação do
processo AE-MPS.BR.
- Não obrigatoriedade na
utilização de informação
proveniente do planejamento
estratégico das empresas. Caso
uma empresa não possua
planejamento estratégico, este
pode ser um possível ponto
fraco.
O processo AE-MPS.BR foi
alterado para exigir o
planejamento estratégico das
empresas. Desta maneira,
caso uma empresa não
possua um planejamento
estratégico, este deve ser
gerado para a aplicação do
processo possa ser iniciada.
- Verificar a possibilidade de
desvincular a proposta do
modelo MR-MPS. Torná-lo
genérico para outros modelos de
qualidade de software.
Nesse primeiro momento, o
objetivo é explicitamente
com relação ao MPS.BR.
Em estudos futuros, se
analisará esta possibilidade.
Testes da Proposta
De acordo, sem modificação.
Considerações
Adicionais
- Gerar um exemplo prático de
uso do processo AE-MPS.BR,
utilizando o modelo MR-MPS.
Será obtido com a realização
do estudo de caso na
Conectt Marketing
Interativo S/A.
- Apresentar uma versão do
processo AE-MPS.BR de forma
facilitada para as empresas.
Um artigo será
disponibilizado para as
empresas com esta
finalidade.
162
Especialista 2
Qualificações:
Doutor em Ciência da Computação
Implementador e Avaliador MPS.BR
Pesquisador em Qualidade de Software
Considerações do Especialista 2
Ações Decorrentes
Adequação das
Referências Teóricas
Utilizadas
- O processo AE-MPS.BR deve
indicar, a partir de referências na
literatura, o relacionamento entre
os objetivos táticos e os
processos MR-MPS.
O artigo SPI Patterns:
Learning from Experience
(BLANCO, 2001) aborda o
relacionamento citado.
Entretanto, o endereço
eletrônico do projeto,
denominado VASIE
www.esi.es/vasie e o
website da instituição
responsável pelo projeto,
European Software
Institute, não apresentam as
informações citadas.
Realizou-se contato por e-
mail com os autores,
também sem sucesso. A
seguir, segue trecho da
resposta de Giuseppe
SATRIANI:
Desafortunatamente sobre
el proyecto VASIE no puedo
ayudarte porque es un
proyecto cerrado desde
hace muchos años y el sitio
web ha sido cancelado. Era
un repositorio de
experiencias de mejoras
hechas por empresas
Europeas cuando al
Comunidad Europea
finanziaba este tipo de
proyecto.
Estrutura da
Proposta
- Habilidades necessárias para
cada uma das perspectivas
envolvidas não caracterizadas.
O processo AE-MPS.BR foi
alterado para exigir o
conhecimento prévio dos
responsáveis por cada uma
das perspectivas.
163
Testes da Proposta
- Coletar a situação atual da
organização. Executar o
processo AE-MPS.BR. Coletar
novamente a situação atual da
organização. Analisar os dados.
O estudo de caso na Conectt
Marketing Interativo S/A
será realizado nessa
estrutura.
- Executar o processo AE-
MPS.BR com um grupo da
empresa. Executar o processo
AE-MPS.BR com outro grupo
da empresa. Analisar os
resultados obtidos em cada
grupo e identificar possíveis
variações que processo apresenta
para grupos diferentes em um
mesmo ambiente.
Nesse primeiro momento,
apenas um estudo de caso
será realizado. Em estudos
futuros, se analisará esta
possibilidade.
Considerações
Adicionais
- Apresentar o(s) responsável
(is) (de uma perspectiva) para
cada atividade do processo AE-
MPS.BR.
A descrição do processo
AE-MPS.BR foi estendida
para identificar quais o as
responsabilidades, através
das atividades do processo,
de cada perspectiva.
164
Especialista 3
Qualificações:
Doutor em Ciência da Computação
Pesquisador em Testes de Software
Considerações do Especialista 3
Ações Decorrentes
Adequação das
Referências Teóricas
Utilizadas
De acordo, sem modificação.
Estrutura da
Proposta
- Considerando a
interdependência existente entre
os processos MR-MPS, deve-se
garantir que quando um
processo, em específico, seja a
opção da empresa para um ciclo
de melhoria, as devidas
dependências deste processo
estejam implantadas ou sejam
também consideradas;
A proposta determina a
prioridade dos processos
MR-MPS a partir dos níveis
de maturidade do modelo.
Deste modo, garante-se que
quando uma empresa
prioriza um processo, em
específico, as devidas
dependências deste processo
já estão sendo consideradas.
- Apesar da proposta ter sido
originada a partir das
necessidades das MPEs, este
processo pode ser aplicado para
empresas de qualquer porte;
Nesse primeiro momento, o
objetivo é explicitamente as
MPEs. Em estudos futuros,
se analisará esta
possibilidade.
- Caso mantenha-se a
especificidade para MPEs, deve-
se considerar as características
dos programas de melhoria
nessas empresas.
Explicitou-se os principais
fatores críticos de sucesso
(FCS) de programas de
melhoria em MPEs e como
estes determinaram a
estrutura do processo
proposto.
Testes da Proposta
De acordo, sem modificação.
Considerações
Adicionais
De acordo, sem modificação.
165
Especialista 4
Qualificações:
Mestre em Ciência da Computação
Pesquisador em Qualidade de Software
Experiência como Analista de Qualidade de Software em empresa de
software de grande porte
Considerações do Especialista 4
Ações Decorrentes
Adequação das
Referências Teóricas
Utilizadas
- Apresentar, claramente, como
os modelos mencionados na
seção Base Teórica de
Referência se classificam como
"referenciais" ou mesmo
contribuem para a proposta.
A seção Base Teórica de
Referência foi reescrita e as
considerações observadas.
Estrutura da
Proposta
- Algumas atividades não são
triviais de serem executadas sem
um conhecimento prévio de
técnicas ou metodologias.
O processo AE-MPS.BR foi
alterado para exigir o
conhecimento prévio dos
responsáveis por cada uma
das perspectivas.
Testes da Proposta
- Realizar um estudo de caso
para demonstrar a aplicação do
processo AE-MPS.BR seria de
grande contribuição, permitindo
que ajustes nas atividades ou
mesmo insights para os artefatos
sejam propostos. O estudo
também poderia avaliar a
complexidade/ facilidade de uso
do processo AE-MPS.BR pela
organização sem um treinamento
prévio, identificando o quanto a
ausência de um "guia de
execução" é crítico ou pode
colaborar para a adoção do
processo.
Um estudo de caso na
Conectt Marketing
Interativo S/A está
planejado.
Considerações
Adicionais
- Alterar a notação dos artefatos
de entrada e saída, buscando
uma diferenciação não por cores
e sim por diferentes elementos.
A apresentação dos artefatos
externos (nomenclatura
adotada para os artefatos de
entrada ao processo) foi
alterada para o diagrama
que a apresenta a visão geral
do processo AE-MPS.BR. O
objetivo foi destacar quais
166
são os artefatos obrigatórios
para a aplicação do
processo. Assim, esta
consideração não se aplica
mais.
- Revisar a seção Considerações
Finais. O trabalho ficará
enriquecido se acrescentado e
destacado: contribuição do
trabalho, restrições, pontos
fortes e fracos, diferencial em
relação a propostas similares, e
eventuais dificuldades no uso.
A seção Considerações
Finais foi reescrita e as
sugestões foram
acrescentadas, com exceção
de “diferencial em relação a
propostas similares”, por
não ser aplicável neste
trabalho.
167
Avaliador indicado pelo PPGCC
Qualificações:
Doutor em Ciência da Computação
Mestre em Ciência da Computação
Considerações do Avaliador
Ações Decorrentes
Adequação das
Referências Teóricas
Utilizadas
Destacar a referência de MPE
utilizada.
Destacou-se no texto a
referência do Sebrae (2007)
utilizada para caracterizar
MPEs.
Estrutura da
Proposta
Destacar os artefatos que são
obrigatórios para a aplicação do
processo AE-MPS.BR.
O diagrama com a estrutura
do processo AE-MPS.BR
foi alterada para explicitar
os artefatos de entrada,
obrigatórios para a aplicação
do processo.
A abordagem iterativa e
incremental para condução de
programas de MPS deve possuir
uma atividade de avaliação
antes do início de um novo ciclo
de melhoria.
A abordagem iterativa e
incremental para condução
de programas de MPS foi
alterada com a inclusão da
macro-atividade Avaliação
do Ciclo de Melhoria na
Fase 4 Implantação.
Testes da Proposta
De acordo, sem modificação.
Considerações
Adicionais
Alterar a questão de pesquisa
para que fique explícita a
compatibilidade do processo
AE-MPS.BR com o modelo de
qualidade de software MR-
MPS.
A questão de pesquisa foi
alterada a partir da
consideração: “Como
alinhar a condução de
programas de melhoria de
processo com os objetivos
organizacionais em MPEs
com compatibilidade ao
MR-MPS?
Estabelecer limitações do
estudo de caso, como: viés de
ser funcionário da organização
onde o estudo de caso será
realizado e a impossibilidade de
generalização dos resultados
obtidos, devido à realização de
apenas um estudo de caso.
A observação será
considerada na apresentação
do estudo de caso.
168
WTDQS Workshop de Teses e Dissertações em Qualidade de Software,
realizado durante o SBQS 2007.
Considerações da Banca
Ações Decorrentes
Adequação
das
Referências
Teóricas
Utilizadas
De acordo, sem modificação.
Estrutura da
Proposta
Verificar a possibilidade de abordar o
processo Medição do MR-MPS no AE-
MPS.BR.
Para que o AE-MPS.BR
aborde o processo Medição,
este deveria estar
implantado na organização.
Como a aplicação do
processo AE-MPS.BR busca
conduzir programas de MPS
em MPEs, é provável que o
processo Medição ainda não
esteja implantado.
Testes da
Proposta
Alterar desenho de pesquisa, alterando
o nome da etapa “Testes da
Ferramenta” para “Estudo de Caso”
O desenho de pesquisa foi
alterado conforme a
consideração.
Considerações
Adicionais
Enviar trabalho para Clênio Salviano,
responsável por trabalhos de pesquisa
sobre o mesmo tema.
Um artigo será
disponibilizado para o
pesquisador ao término
dessa pesquisa.
169
APÊNDICE II PROTOCOLO PARA ESTUDO DE CASO
Objetivo
Verificar a adequação do processo AE-MPS.BR e da ferramenta de apoio FAE-
MPS.BR para alinhar a condução de programas de melhoria de processos com os objetivos
organizacionais, e identificar possíveis revisões e alterações.
Questão de Pesquisa
A questão de pesquisa definida para direcionar este projeto é a seguinte:
Como alinhar a condução de programas de melhoria de processo com os objetivos
organizacionais em MPEs no contexto do MR-MPS?
Unidade de Estudo
Organização caracterizada como MPE
6
em implantação do modelo de maturidade
MR-MPS.
Organização desse Protocolo
O protocolo será organizado como segue:
1. Procedimentos
A. Reuniões para levantamento das questões e estruturação do guia para a
entrevista
Participantes
Jorge Luis Nicolas Audy
Data
01/09/2007
Local
PUCRS
B. Reuniões para revisão do guia da entrevista
Participantes
Jorge Luis Nicolas Audy
Data
06/09/2007 e 21/09/2007
Local
PUCRS
6
Segundo a caracterização por número de funcionários do Sebrae (SEBRAE, 2007), Micro e Pequenas Empresas
(MPEs) são empresas com menos de cem funcionários.
170
C. Autorização da empresa participante
Participantes
Sérgio Larentis
Data
24/09/2007
Local
Conectt Marketing S/A
D. Validação de Face e Conteúdo
Participantes
Rafael Prikladnicki e Ricardo Melo Bastos
Data
22/09/2007 à 25/09/2007
Local
PUCRS
E. Pré-Teste
Participantes
Raquel Alves
Data
27/09/2007
Local
Conectt Marketing S/A
F. Aplicação das entrevistas Instrumento 1
Participantes
Alessandra Paniz, Altamir Júnior, Leonardo Bopp, Paulo Freitas e
Sérgio Larentis
Data
28/09/2007 à 02/10/2007
Local
Conectt Marketing S/A
G. Observação direta da aplicação do processo AE-MPS.BR e ferramenta
FAE-MPS.BR
Participantes
Alessandra Paniz, Altamir Júnior, Leonardo Bopp, Paulo Freitas e
Sérgio Larentis
Data
03/10/2007 à 09/10/2007
Local
Conectt Marketing S/A
H. Aplicação das entrevistas Instrumento 2
Participantes
Alessandra Paniz, Altamir Júnior, Leonardo Bopp, Paulo Freitas
e Sérgio Larentis
Data
10/10/2007 à 13/10/2007
Local
Conectt Marketing S/A
171
1. Outros Recursos Utilizados
Sistema computacional
o Browser
o Ferramenta FAE-MPS.BR
Recursos Materiais
o Sala de Reunião
o Gravador Analógico
o Papel e Caneta
2. Modelo de Estudo e Dimensões da Pesquisa
O esquema a seguir representa, graficamente, os principais aspectos enfocados no
desenvolvimento deste trabalho.
Figura 1. Modelo de Estudo de Caso
172
3. Coleta de Dados
A coleta de dados deve ser realizada através de um processo de triangulação (YIN,
2001), sendo utilizadas as seguintes técnicas:
a) Entrevistas Estruturadas: entrevistar seguindo um roteiro previamente
estabelecido, com perguntas predeterminadas (LAKATOS, 2002).
b) Documentação: corroborar e valorizar as evidências oriundas das entrevistas
estruturadas.
c) Observação Direta: observar alguns comportamentos ou condições ambientais
relevantes.
4. Análise de Dados
A análise dos dados deste estudo de caso será realizada através das seguintes técnicas
analíticas (MILES, 1984):
Criar uma matriz de categorias e dispor as evidências dentro dessas categorias;
Classificar em tabelas a freqüência de eventos diferentes.
5. Dimensões e questões do guia para entrevista estruturada
QUESTÕES
Tipo de Questão
DADOS DEMOGRÁFICOS
Nome:
Aberta
Escolaridade:
Fechada
Curso:
Aberta
Instituição:
Aberta
Ano de Conclusão:
Aberta
Tempo de Experiência Profissional na área de Informática:
Aberta
Tempo na empresa atual:
Aberta
Vínculo Empregatício:
Fechada
Função:
Aberta
Tempo nesta Função na Empresa:
Aberta
173
QUESTÕES
Tipo de
Questão
Referência
SITUAÇÃO PRÉVIA
Os objetivos estratégicos da organização com o programa de
melhoria de processos estão claramente definidos?
Fechada
(DEBOU, 1994;
HU, 2005; LIU,
2005)
Se sim, quais são os objetivos estratégicos da organização com o
programa de melhoria de processos?
Aberta
Se sim, durante a elaboração do planejamento do programa de
melhoria de processos, os objetivos estratégicos da organização
com o programa de melhoria de processos são considerados?
Fechada
Os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de SW
da organização estão identificados?
Fechada
(HIERHOLZER,
1998)
Se sim, quais são os problemas atuais com o processo de
desenvolvimento de SW da organização?
Aberta
Se sim, as causas para os problemas com o processo de
desenvolvimento de SW são conhecidas?
Fechada
Se sim, durante a elaboração do planejamento do programa de
melhoria de processos, os problemas com o processo de
desenvolvimento de SW e suas respectivas causas são
considerados?
Fechada
Como você participa das atividades e decisões do programa de
melhoria de processos?
Aberta
(NIAZI, 2003)
Você sabe quais são os processos do modelo de referência do
MPS.BR que a empresa está implantando?
Fechada
Se sim, quais são os processos do modelo de referência do
MPS.BR que a empresa está implantando?
Aberta
Se sim, os processos do modelo de referência do MPS.BR mais
importantes foram identificados considerando os objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos?
Fechada
(HU, 2005;
LIU, 2005;
SCOTT, 2001;
WEBER,
2004b)
Se sim, quais são os processos do modelo de referência do
MPS.BR mais importantes considerando os objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos?
Aberta
Se sim, os processos do modelo de referência do MPS.BR mais
importantes são os primeiros a serem implantados na
organização?
Fechada
174
QUESTÕES
Tipo de
Questão
Referência
PROCESSO AE- MPS.BR
Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR (Processo
de Alinhamento Estratégico de Programas de MPS compatível
com o MPS.BR) auxiliou a análise dos objetivos estratégicos da
organização com o programa de melhoria de processos?
Fechada
(HU, 2005;
LIU, 2005)
Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR auxiliou a
análise dos problemas atuais com o processo de
desenvolvimento de SW da organização e suas respectivas
causas?
Fechada
(HIERHOLZER,
1998)
O processo AE-MPS.BR permite que diferentes técnicas de
priorização sejam utilizadas?
Fechada
Se sim, qual é a sua opinião a respeito do processo AE-MPS.BR
permitir que diferentes técnicas de priorização sejam utilizadas?
Aberta
(HIERHOLZER,
1998; HU,
2005; LIU,
2005)
Ao aplicar o processo AE-MPS.BR, você identificou os processos
do modelo de referência do MPS.BR que devem ser priorizados
pela organização?
Fechada
(HU, 2005;
LIU, 2005;
SCOTT, 2001;
WEBER,
2004b)
Se sim, esses processos do modelo de referência do MPS.BR são,
realmente, os mais importantes para a organização?
Fechada
QUESTÕES
Tipo de
Questão
Referência
FERRAMENTA FAE-MPS.BR
Qual browser você utilizou para acessar a ferramenta FAE-
MPS.BR (Ferramenta de Alinhamento Estratégico de Programas
de MPS compatível com o MPS.BR)?
Aberta
(KOTONYA,
1998)
A ferramenta FAE-MPS.BR apresentou alguma
incompatibilidade com este browser?
Fechada
Se sim, quais foram as incompatibilidades?
Aberta
Em que nível você classifica a dificuldade de uso da ferramenta
FAE-MPS.BR?
Fechada
(KOTONYA,
1998)
O tempo de resposta da ferramenta FAE-MPS.BR foi adequado?
Fechada
(KOTONYA,
1998)
Se não, em quais funcionalidades o tempo de resposta não foi
adequado?
Aberta
Em que nível de qualidade você classifica a usabilidade da
ferramenta FAE-MPS.BR?
Fechada
(KOTONYA,
1998)
175
QUESTÕES
Tipo de
Questão
Referência
SITUAÇÃO POSTERIOR
Quais foram as principais vantagens na aplicação do processo
AE-MPS.BR?
Aberta
Quais foram as principais dificuldades/problemas na aplicação
do processo AE-MPS.BR?
Aberta
Em que nível a ferramenta FAE-MPS.BR ajudou na aplicação do
processo AE-MPS.BR?
Fechada
Por quê?
Aberta
Quais foram as principais dificuldades/problemas no uso da
ferramenta FAE-MPS.BR?
Aberta
Em que nível a aplicação do processo AE-MPS.BR ajudou para
que os objetivos estratégicos da organização com o programa de
melhoria de processos fossem atendidos?
Fechada
(MCCOY,
1998)
176
6. Roteiro das Entrevistas
Instrumento 1 Questões a serem aplicadas antes da realização do processo AE-MPS.BR e
aplicação da ferramenta FAE-MPS.BR
Dados Demográficos
Identificação Pessoal
Nome: _________________________________________________
Escolaridade (informe somente o maior grau)
1º Grau
2º Grau
Superior Incompleto
Especialização
Superior Completo
Mestrado / MBA Incompleto
Mestrado / MBA Completo
Identifique as informações solicitadas abaixo conforme a escolaridade assinalada acima:
Curso: __________________________________________________
Instituição: ______________________________________________
Ano de Conclusão: ________________________________________
Tempo de experiência profissional na área de informática: ________ Meses
Tempo na empresa atual: ________ Meses
Vínculo:
Contratado
Terceirizado
Cooperado
Estagiário
Função: _________________________________________
(conforme terminologia utilizada na empresa)
Tempo nesta Função na Empresa: ________ Meses
Situação Prévia
Os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos
estão claramente definidos?
Sim
Não
Se sim, quais são os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria
de processos?
Se sim, durante a elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos,
os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos são
considerados?
Sim
Não
Fontes de Dados Documentação:
- Planejamento Estratégico
- Plano do Programa de Melhoria
177
Os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de SW da organização estão
identificados?
Sim
Não
Se sim, quais são os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de SW da
organização?
Se sim, as causas para os problemas com o processo de desenvolvimento de SW são
conhecidas?
Sim
Não
Se sim, durante a elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos,
os problemas com o processo de desenvolvimento de SW e suas respectivas causas são
considerados?
Sim
Não
Fontes de Dados Documentação:
- Diagnóstico do Processo de Software Atual
- Plano do Programa de Melhoria
Como você participa das atividades e decisões do programa de melhoria de processos?
Fontes de Dados Documentação:
- Plano do Programa de Melhoria
Você sabe quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR que a empresa
está implantando?
Sim
Não
Se sim, quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR que a empresa es
implantando?
Se sim, os processos do modelo de referência do MPS.BR mais importantes foram
identificados considerando os objetivos estratégicos da organização com o programa de
melhoria de processos?
Sim
Não
Se sim, quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR mais importantes
considerando os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos?
Se sim, os processos do modelo de referência do MPS.BR mais importantes são os
primeiros a serem implantados na organização?
Sim
Não
Fontes de Dados Documentação:
- Plano do Programa de Melhoria
178
Instrumento 2 Questões a serem aplicadas após a realização do processo AE-MPS.BR e
aplicação da ferramenta FAE-MPS.BR
Dados Demográficos
Identificação Pessoal
Nome: _________________________________________________
Escolaridade (informe somente o maior grau)
1º Grau
2º Grau
Superior Incompleto
Especialização
Superior Completo
Mestrado / MBA Incompleto
Mestrado / MBA Completo
Identifique as informações solicitadas abaixo conforme a escolaridade assinalada acima:
Curso: __________________________________________________
Instituição: ______________________________________________
Ano de Conclusão: ________________________________________
Tempo de experiência profissional na área de informática: ________ Meses
Tempo na empresa atual: ________ Meses
Vínculo:
Contratado
Terceirizado
Cooperado
Estagiário
Função: _________________________________________
(conforme terminologia utilizada na empresa)
Tempo nesta Função na Empresa: ________ Meses
Processo AE-MPS.BR
Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR (Processo de Alinhamento
Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR) auxiliou a análise dos
objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos?
Nenhum
Pouco
Médio
Muito
Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR auxiliou a análise dos problemas
atuais com o processo de desenvolvimento de SW da organização e suas respectivas
causas?
Nenhum
Pouco
Médio
Muito
O processo AE-MPS.BR permite que diferentes técnicas de priorização sejam
utilizadas?
Sim
Não
Se sim, qual é a sua opinião a respeito do processo AE-MPS.BR permitir que diferentes
técnicas de priorização sejam utilizadas?
Ao aplicar o processo AE-MPS.BR, você identificou os processos do modelo de
referência do MPS.BR que devem ser priorizados pela organização?
179
Sim
Não
Se sim, esses processos do modelo de referência do MPS.BR são, realmente, os mais
importantes para a organização?
Sim
Não
Ferramenta FAE-MPS.BR
Qual browser você utilizou para acessar a ferramenta FAE-MPS.BR (Ferramenta de
Alinhamento Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR)?
A ferramenta FAE-MPS.BR apresentou alguma incompatibilidade com este browser?
Sim
Não
Se sim, quais foram as incompatibilidades?
Em que nível você classifica a dificuldade de uso da ferramenta FAE-MPS.BR?
Baixa
Média
Alta
O tempo de resposta da ferramenta FAE-MPS.BR foi adequado?
Sim
Não
Se não, em quais funcionalidades o tempo de resposta não foi adequado?
Em que nível de qualidade você classifica a usabilidade da ferramenta FAE-MPS.BR?
Ruim
Médio
Bom
Situação Posterior
Quais foram as principais vantagens na aplicação do processo AE-MPS.BR?
Quais foram as principais dificuldades/problemas na aplicação do processo AE-
MPS.BR?
Em que nível a ferramenta FAE-MPS.BR ajudou na aplicação do processo AE-
MPS.BR?
Nenhum
Pouco
Médio
Muito
Por quê?
Quais foram as principais dificuldades/problemas no uso da ferramenta FAE-MPS.BR?
180
Em que nível a aplicação do processo AE-MPS.BR ajudou para que os objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos fossem
atendidos?
Nenhum
Pouco
Médio
Muito
Fontes de Dados Documentação:
- Planejamento Estratégico
- Plano do Programa de Melhoria
181
APÊNDICE III VALIDAÇÃO DE FACE E CONTEÚDO E
PRÉ-TESTE
Validação de Face e Conteúdo
Considerações do Avaliador 1
Ações Decorrentes
Na seção Unidade de Estudo do Protocolo de Estudo
de Caso, mostrar que a caracterização de MPE
utilizada baseia-se no número de funcionários,
conforme definição do SEBRAE.
Alterado.
Na seção 5. Análise de Dados do Protocolo de Estudo
de Caso, detalhar as técnicas de análise de dados,
caracterizando o nome da técnica, se é quantitativa ou
qualitativa, etc.
Não alterado. Manteve-se a
expressão técnicas analíticas
de análise de dados”. Incluiu-
se a referência para a técnica
de análise de dados e as
atividades a serem realizadas.
Na seção 6. Dimensões e questões do guia para
entrevista estruturada do Protocolo de Estudo de
Caso, acrescentar mais uma coluna com o tipo de
questão, aberta ou fechada.
Alterado.
No instrumento de pesquisa, utiliza-se a palavra
“facilitou”. Entretanto, esta palavra pode ser
tendenciosa na obtenção de respostas dos
entrevistados.
Alterado. Trocou-se a palavra
“facilitou” por “auxiliou”.
Além disso, utilizou-se uma
escala de intensidade ao invés
de respostas sim/não como
forma de minimizar respostas
tendenciosas.
A pergunta O tempo de resposta da ferramenta FAE-
MPS.BR foi adequado? não permite identificar em
qual funcionalidade específica o tempo de resposta foi
ou não adequado.
Alterado. Inseriu-se uma outra
questão que busca identificar
em qual funcionalidade o
tempo de resposta o foi
adequado.
182
A pergunta “Em que nível você classifica a dificuldade
de uso da ferramenta FAE-MPS.BR? não permite
identificar qual é o possível tipo de dificuldade, como
dificuldade técnica ou em aplicar os conceitos
propostos.
Não alterado. O objetivo com
essa questão é avaliar a
dificuldade de uso da
ferramenta FAE-MPS.BR de
maneira geral.
A pergunta “Em que nível de qualidade você classifica
a usabilidade da ferramenta FAE-MPS.BR? não
permite avaliar a usabilidade da ferramenta FAE-
MPS.BR em cada funcionalidade, em específico.
Não alterado. Como todas as
funcionalidades seguem um
mesmo padrão de usabilidade,
basta analisar o nível de
qualidade da usabilidade de
forma geral.
Na dimensão Situação Posterior, as questões devem
avaliar o que o uso do processo AE-MPS.BR e da
ferramenta FAE-MPS.BR ajudaram a empresa.
Não alterado.
Validação de Face e Conteúdo
Considerações do Avaliador 2
Ações Decorrentes
No instrumento de pesquisa, ora é utilizada a sigla
MPS, ora é utilizada a expressão “programa de
melhoria”. Para facilitar o entendimento do
instrumento de pesquisa, sugiro cuidar o uso destas
expressões.
Alterado. Padronizou-se a
utilização da expressão
programa de melhoria de
processos”.
Analisar se as perguntas fechadas, com respostas
sim/não”, permitem uma avaliação adequada. Talvez
em alguns casos fosse interessante utilizar uma escala
de intensidade.
Alterado. Analisou-se cada
uma das questões fechadas e
identificou-se três questões
onde é mais interessante
utilizar uma escala de
intensidade ao invés de
respostas sim/não.
No instrumento de pesquisa, utiliza-se a expressão
objetivos estratégicos com a MPS”. Entretanto, não
se esclarece qual é a área da organização que possui
estes objetivos estratégicos com a MPS.
Alterado. A expressão
objetivos estratégicos com a
MPS foi modificada para
objetivos estratégicos da
organização com o programa
de melhoria de processos
como forma de caracterizar
que estes objetivos são
referentes a organização como
um todo, e não de uma área
em específico.
Considerando as perguntas:
Se sim, os objetivos estratégicos com a MPS
são considerados durante o planejamento do
programa de melhoria?
Se sim, os problemas com o processo de SW e
suas respectivas causas são considerados
Alterado.
183
durante o planejamento do programa de
melhoria?
Alterar o texto durante o planejamento do programa
de melhoriapara “na elaboração do planejamento do
programa de melhoria”.
No instrumento de pesquisa, utiliza-se a expressão
“processo de SW”. Para facilitar o entendimento do
instrumento de pesquisa, sugiro alterar para “processo
de desenvolvimento de SW”.
Alterado.
Alterar a pergunta Se sim, são analisadas as causas
para os problemas com o processo de SW?para Se
sim, as causas para os problemas com o processo de
SW são conhecidas?”.
Alterado.
Identificar na pergunta Considerando os objetivos da
organização com a MPS, os processos MR-MPS mais
importantes foram identificados? que os objetivos
citados são os “objetivos estratégicos com a MPS”.
Alterado. A pergunta foi
modificada para:
Considerando os objetivos
estratégicos da organização
com o programa de melhoria
de processos, os processos
MR-MPS mais importantes
foram identificados?”.
A pergunta Se sim, os processos MR-MPS mais
importantes são priorizados durante a implantação do
modelo MR-MPS na organização?não deixa claro o
que uma resposta sim/não pode representar.
Alterado. A pergunta foi
modificada para: “Se sim, os
processos MR-MPS mais
importantes são os primeiros
a serem implantados na
organização?”.
O uso da palavra “identificação” deixa vaga as
perguntas a seguir:
Em sua análise, o processo AE-MPS.BR
facilitou a identificação dos objetivos da
organização com a MPS em nível estratégico e
tático?
“Em sua análise, o processo AE-MPS.BR
facilitou a identificação dos problemas atuais
com o processo de SW da organização e suas
respectivas causas?”
Alterado. Modificou-se a
palavra “identificação” por
“análise”.
A pergunta A aplicação do processo AE-MPS.BR
determinou os processos MR-MPS que devem ser
priorizados pela organização. Em sua análise, esses
processos MR-MPS são, realmente, os mais
importantes para a organização?pressupõe que a
aplicação do processo AE-MPS.BR foi realizada com
sucesso. Deve-se considerar que esta situação pode
não ocorrer.
Alterado. Dividiu-se esta
pergunta em duas para,
primeiramente, avaliar se a
aplicação do processo AE-
MPS.BR foi realizada com
sucesso:
1. A aplicação do processo
AE-MPS.BR determinou os
processos MR-MPS que
devem ser priorizados pela
184
organização?
2. Se sim, esses processos
MR-MPS são, realmente, os
mais importantes para a
organização?
A pergunta Quais foram as principais vantagens na
aplicação do processo AE-MPS.BR?” não esclarece
em que aspectos as vantagens devem ser analisadas.
Não alterado.
A pergunta Quais foram as principais vantagens no
uso da ferramenta FAE-MPS.BR? deveria estar
associada a aplicação do processo AE-MPS.BR.
Alterado. Verificou-se que
existia uma pergunta A
ferramenta FAE-MPS.BR
auxiliou na aplicação do
processo AE-MPS.BR? Por
quê? na dimensão
Ferramenta FAE-MPS.BR.
Assim, moveu-se esta
pergunta para a dimensão
Situação Posterior.
A pergunta A aplicação do processo AE-MPS.BR
facilitou que os objetivos estratégicos com a MPS
fossem atendidos?deveria ser respondida com níveis
de intensidade, eliminando a necessidade da pergunta
Se sim, em que nível?”.
Alterado.
185
Pré-Teste
Considerações do Participante
Ações Decorrentes
O tempo de experiência profissional na área de
informática deve ser obtido em meses, pois o
entrevistado pode estar a menos de um ano na
empresa.
Alterado.
Alterar a pergunta “Tempo de empresa”, deixando
claro que se quer analisar o tempo de trabalho na
empresa atual.
Alterado. Utilizou-se a
expressão Tempo na empresa
atual”.
Inserir o vínculo de contratação cooperado.
Alterado.
Alterar a pergunta Se sim, os objetivos estratégicos
da organização com o programa de melhoria de
processos são considerados na elaboração do
planejamento do programa de melhoria de
processos?” para facilitar o entendimento.
Alterado. Estabeleceu-se a
seguinte pergunta: Se sim,
durante a elaboração do
planejamento do programa de
melhoria de processos, os
objetivos estratégicos da
organização com o programa
de melhoria de processos são
considerados?
Alterar a pergunta Se sim, os problemas com o
processo de desenvolvimento de SW e suas respectivas
causas são considerados na elaboração do
planejamento do programa de melhoria de
processos?” para facilitar o entendimento.
Alterado. Estabeleceu-se a
seguinte pergunta: Se sim,
durante a elaboração do
planejamento do programa de
melhoria de processos, os
problemas com o processo de
desenvolvimento de SW e suas
respectivas causas são
considerados?
Antes da pergunta Considerando os objetivos
estratégicos da organização com o programa de
melhoria de processos, os processos MR-MPS mais
importantes foram identificados? garantir que o
entrevistado sabe quais são os processos MR-MPS que
a empresa está implantando.
Alterado. Estabeleceu-se as
seguintes perguntas:
1. Você sabe quais são os
processos do modelo de
referência do MPS.BR que a
empresa está implantando?
2. Se sim, quais são os
processos do modelo de
referência do MPS.BR que a
empresa está implantando?
Explicar que a expressão “processos MR-MPS” refere-
se aos processos do modelo de referência do programa
MPS.BR
Alterado. Utilizou-se a
expressão “os processos do
modelo de referência do
MPS.BR”.
Alterar a pergunta Considerando os objetivos
estratégicos da organização com o programa de
melhoria de processos, os processos MR-MPS mais
importantes foram identificados? para facilitar o
entendimento.
Alterado. Estabeleceu-se as
seguintes perguntas:
1. Se sim, os processos do
modelo de referência do
MPS.BR mais importantes
foram identificados
considerando os objetivos
186
estratégicos da organização
com o programa de melhoria
de processos?
2. Se sim, quais são os
processos do modelo de
referência do MPS.BR mais
importantes considerando os
objetivos estratégicos da
organização com o programa
de melhoria de processos?
Explicar o significado das siglas AE-MPS.BR e FAE-
MPS.BR.
Alterado.
Alterar a pergunta Em sua opinião, em que nível o
processo AE-MPS.BR auxiliou a análise dos objetivos
da organização, em nível estratégico e tático, com o
programa de melhoria de processos?para facilitar o
entendimento.
Alterado. Estabeleceu-se a
seguinte pergunta: Em sua
opinião, em que nível o
processo AE-MPS.BR auxiliou
a análise dos objetivos
estratégicos da organização
com o programa de melhoria
de processos?
Antes da pergunta Qual é a sua opinião a respeito do
processo AE-MPS.BR permitir que diferentes técnicas
de priorização sejam utilizadas? garantir que o
entrevistado entendeu que o processo AE-MPS.BR
permite que diferentes técnicas de priorização sejam
utilizadas.
Alterado. Inclui-se a seguinte
pergunta:
O processo AE-MPS.BR
permite que diferentes
técnicas de priorização sejam
utilizadas?
Alterar a pergunta A aplicação do processo AE-
MPS.BR determinou os processos MR-MPS que devem
ser priorizados pela organização? para facilitar o
entendimento.
Alterado. Estabeleceu-se a
seguinte pergunta: Ao aplicar
o processo AE-MPS.BR, você
identificou os processos do
modelo de referência do
MPS.BR que devem ser
priorizados pela
organização?
Alterar o verbo auxiliou” na pergunta Em que nível
a ferramenta FAE-MPS.BR auxiliou na aplicação do
processo AE-MPS.BR?” para facilitar o entendimento.
Alterado. Estabeleceu-se a
seguinte pergunta: Em que
nível a ferramenta FAE-
MPS.BR ajudou na aplicação
do processo AE-MPS.BR?
Alterar a pergunta Em que vel a aplicação do
processo AE-MPS.BR auxiliou que os objetivos
estratégicos da organização com o programa de
melhoria de processos fossem atendidos? para
facilitar o entendimento.
Alterado. Estabeleceu-se a
seguinte pergunta: Em que
nível a aplicação do processo
AE-MPS.BR ajudou para que
os objetivos estratégicos da
organização com o programa
de melhoria de processos
fossem atendidos?
187
APÊNDICE IV TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS
ESTRUTURADAS
01.10.07, entrevista com Altamir Júnior - aplicação do instrumento 1
Dados demográficos e identificação pessoal:
Altamir Júnior Dias, superior incompleto, curso de Matemática, Unisinos, RS
P: Qual o tempo de experiência profissional na área de informática? R: São 14 anos.
P: O tempo na empresa atual? R: 10 meses.
P: O seu vínculo? R: Cooperado.
P: Qual a função, conforme a terminologia utilizada na empresa? R: Projetista.
P: E o tempo nesta função? R: 10 meses.
Situação prévia:
P: Os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos estão
claramente definidos? R: Sim.
P: Se sim, quais são os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos? R: Implantação do MPS.BR e do CMMI.
P: Durante a elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos, os objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos são considerados? R:
Acredito que sim.
P: Os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software da organização estão
identificados? R: Sim.
188
P: Se sim, quais são os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software da
organização? R: Re-trabalho, falta de versionamento de documentação. O re-trabalho ali
quando fala é quando tem muita coisa errada e tem que resolver, mas tem aquela questão do
re-trabalho quando tu tem um processo pronto e tu desconhece e tu acaba fazendo tudo de
novo. Esses dois re-trabalhos e o versionamento de documentação.
P: As causas para os problemas com processo de desenvolvimento de software são
conhecidas? R: Sim.
P: Durante a elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos, os
problemas com o processo de desenvolvimento de software e suas respectivas causas são
considerados? R: Deveriam. Acredito que sim.
P: Como você participa das atividades e decisões do programa de melhoria processos? R: Não
participo. Eu não faço parte da equipe, a princípio.
P: Você sabe quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR que a empresa está
implantando? R: Superficialmente, não aprofundadamente.
P: Sim ou não? R: Não, completamente não.
189
02.10.07, entrevista com Paulo Ricardo Freitas Silva - aplicação do instrumento 1
Dados demográficos e identificação pessoal:
Paulo Ricardo Freitas Silva, superior completo, administração com ênfase em análises de
sistemas na PUCRS, formado em 2006.
P: Qual o tempo de experiência profissional na área de informática? R: 23 anos.
P: E o tempo na empresa atual? R: 6 meses e meio.
P: Qual o seu vínculo de contratação? R: Cooperado.
P: Qual a sua função conforme a terminologia utilizada na empresa? R: Gerente de
Operações.
P: Tempo nesta função na empresa? R: O mesmo tempo de casa, 6 meses.
Situação prévia:
P: Os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos estão
claramente definidos? R: Na minha visão, sim.
P: Quais são os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos? R: Objetivos é melhoria de qualidade, que é um objetivo estratégico que pode
alcançar clientes de vários portes e fundamentalmente poder agregar valor no processo em si.
P: Durante a elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos, os objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos o considerados? R:
Sim, são considerados.
P: Os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software da organização estão
identificados? R: Os problemas, eu diria que na sua totalidade, provavelmente, sim. Talvez
uma coisa ou outra a gente não tenha ainda identificado, mas na grande maioria sim.
P: Seria sim ou não? R: Seria sim.
P: Quais são os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software da
organização? R: Os principais problemas é qualidade, como falei antes, estrategicamente na
qualidade, custos. A qualidade no re-trabalho, isso gera custo. Outro problema em função do
re-trabalho são atrasos. E outro problema que eu posso falar também é a parte de imagem da
empresa. O atraso em si já gera uma visão ruim da empresa no mercado.
P: As causas para os problemas com o processo de desenvolvimento de software são
conhecidas? R: Sim, são.
P: Durante a elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos, os
problemas com o processo de desenvolvimento de software e suas respectivas causas são
190
considerados? R: Como são duas causas, quer dizer, têm causas de processos e têm causas
de pessoas. Eu diria que de processos sim. De pessoas é qualificação, daí tem a parte de RH,
então eu diria que está um pouquinho fora do processo de desenvolvimento e sim processo de
contratação.
P: E se fossemos abordar de forma geral, seria sim ou não? R: Seria sim.
P: Como você participa das atividades e decisões do programa de melhoria de processos? R:
Eu participo na parte operacional implementando, executando elas e gerenciando elas, e na
parte, digamos assim, de colaboração, definindo processo em conjunto com a área de
processos.
P: Você sabe quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR que a empresa está
implantando? R: Modelo de referência, eu sei quais são sim.
P: Quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR que a empresa está
implantando? R: Gerência de projetos, gerência de configuração..., deixa eu me lembrar dos
outros. Eu sei mas é..., só refrescando a memória, deixa eu ver aqui... . Bem, retomando ali os
processos são gerência de projetos, gerência de requisitos, garantia da qualidade, gerência de
configuração, medição e aquisição.
P: Os processos do modelo de referência do MPS.BR mais importantes foram identificados,
considerando os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos? R: Sim, foram.
P: Quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR mais importantes
considerando os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos? R: Gerência de projetos, um deles. O outro é a garantia da qualidade e gerência de
requisitos, são, acho que os principais, eu diria assim dentro desse processo estratégico.
P: Os processos do modelo de referência do MPS.BR mais importantes são os primeiros a
serem implantados na organização? R: Sim, foram. Se foram os primeiros? São os primeiros?
P: Isso. R: Sim, são os primeiro.
191
02.10.07, entrevista com Alessandra Paniz - aplicação do instrumento 1
Dados demográficos e identificação pessoal:
Alessandra Paniz, MBA completo, curso MBA em gerenciamento de projetos, na Fundação
Getúlio Vargas, formada em 2006.
P: Qual o seu tempo de experiência profissional na área de informática? R: 6 anos.
P: E o tempo na empresa atual? R: 3 anos e meio.
P: O vínculo? R: Cooperado.
P: Sua função conforme terminologia utilizada na empresa? R: Gerente de projetos.
P: E o tempo nesta função na empresa? R: 3 anos e meio.
Situação prévia:
P: Os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos estão
claramente definidos? R: Não.
P: Os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software da organização estão
identificados? R: Sim.
P: Quais são os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software da
organização? R: Eu acho que é falta de uma metodologia de desenvolvimento, falta de papéis
profissionais, mesmo, exercendo papéis, com qualificação, treinamento para isso. A falta de
documentos padronizados, que toda a organização utilizem os mesmos templates, siga a
mesma linha, para que quando passe de uma equipe para outra, que tenha uma uniformidade,
isso também eu acho que é bem deficiente. A falta de ferramentas, também, para auxiliar na
agilidade do processo, enfim, acho que falta também ferramenta. Falta o aproveitamento, a
gente reinventa a roda, seguidamente. Então da falta de ter, não sei exatamente o quê, um
repositório, ou a transferência de conhecimento de um para o outro. Então várias vezes a
gente faz a mesma coisa, para clientes diferentes, o que poderia ser reaproveitado. Creio que
basicamente é isso.
P: As causas para os problemas com o processo de desenvolvimento de software são
conhecidas? R: As causas, eu acho que sim. Acho que são conhecidas.
P: Durante a elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos, os
problemas com o processo de desenvolvimento de software e suas respectivas causas, são
considerados? R: Sim. Acho que sim.
P: Como você participa das atividades e decisões do programa de melhoria de processos? R:
Eu comecei a participar pouco tempo, participando das reuniões do grupo de melhoria, e
também entrevistas durante a elaboração de um dos processos.
192
P: Você sabe quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR que a empresa está
implantando? R: Sim.
P: Quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR que a empresa está
implantando? R: Gerência de projetos, de requisitos, garantia de qualidade, gerência de
configuração, medição e aquisição.
P: Os processos do modelo de referência do MPS.BR mais importantes foram identificados,
considerando os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos? R: Que só se eles foram identificados? Sim.
P: Quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR mais importantes
considerando os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos? R: É gerência de projetos, gerência de requisitos e medição.
P: Os processos do modelo de referência do MPS.BR mais importantes são os primeiros a
serem implantados na organização? R: Não.
193
02.10.07, entrevista com Leonardo Bopp - aplicação do instrumento 1
Dados demográficos e identificação pessoal:
Leonardo Bopp, superior completo, administração de empresas com ênfase em análises de
sistemas, na PUCRS, formado em 2003.
P: Qual o tempo de experiência profissional na área de informática? R: 8 anos.
P: O tempo na empresa atual? R: 7 anos.
P: Vínculo? R: Cooperado.
P: Qual a sua função conforme a terminologia utilizada na empresa? R: Atualmente, analista
de qualidade.
P: Tempo nesta função na empresa? R: Cerca de 7 meses.
Situação prévia:
P: Os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos estão
claramente definidos? R: Claramente definidos não. Eu sei que existem objetivos vinculados à
qualidade de processos de produto, mas não sei identificá-los.
P: Os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software da organização estão
identificados? R: Sim.
P: Quais são os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software da
organização? R: Falta de documentação, principalmente no que se refere a mudanças. Falta de
padronização, desenvolvimento, alguma falta de controle na comunicação com o cliente, na
definição de escopo, no acerto do tamanho do escopo. Basicamente o os problemas que
mais interferem no desenvolvimento do sistema.
P: Mais algum? R: Basicamente são esses, documentação, tamanho do escopo, gerência de
mudança, padronização de diretórios, como configuração. Hoje é tudo muito aberto em
versões, basicamente são esses problemas.
P: As causas para os problemas com o processo de desenvolvimento de software são
conhecidas? R: Sim. Até então as ações para tentar padronizar não foram adiante, se teve
algumas tentativas como o Pronectt, que está quarta versão, mas embora ele tenha sido
criado nem sempre ele é seguido à risca e nem sempre levando em conta limitação de escopo,
a gerência da mudança, as configurações de diretórios, local onde cada uma tem que ficar,
versão de documentos e disponibilização disso para a equipe. Teve esforços, mas nunca se
deu um apoio tão grande para que esses processos sejam seguidos.
P: Durante a elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos, os
problemas com o processo de desenvolvimento de software e suas respectivas causas são
considerados? R: Acho que sim. A pergunta é só sim ou não?
194
P: Isso. R: Sim, então.
P: Como você participa das atividades e decisões do programa de melhoria de processos? R:
Hoje, dentro do núcleo, da área de processos, três pessoas, participo apoiando na definição de
processos e como gerente de configurações dos projetos que são executados.
P: Você sabe quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR que a empresa está
implantando? R: Sim.
P: Quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR que a empresa está
implantando? R: Gerência de projetos, gerência de requisitos, gerência de configuração,
gerência de aquisição, medição e... lembrei, garantia da qualidade.
P: Os processos do modelo de referência do MPS.BR mais importantes foram identificados,
considerando os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos? R: Não foi levado assim em conta... dentro desses objetivos... Não, não foi levado
em conta os objetivos estratégicos da organização, claramente. Porque de alguma forma a
gente acaba atingindo alguns objetivos, mas não foram...
P: Sim ou não? R: Não.
195
11.10.07, entrevista com Sérgio Larentis Júnior - aplicação do instrumento 1
Dados demográficos e identificação pessoal:
Sergio Larentis Júnior, mestrado incompleto, curso de Computação Aplicada, Unisinos, RS.
P: Qual o tempo de experiência profissional na área de informática? R: 13 anos.
P: O tempo na empresa atual? R: 8 anos.
P: Qual o seu vínculo? R: Sócio.
P: Qual a função, conforme a terminologia utilizada na empresa? R: Diretor de tecnologia.
P: E o tempo nesta função, na empresa? R: 2 anos.
Situação prévia:
P: Os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos estão
claramente definidos? R: Sim.
P: Quais são os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos? R: Aumentar a produtividade, diminuir o re-trabalho e conseguir pegar projetos
maiores. Aumentar a lucratividade.
P: Durante a elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos, os objetivos
estratégicos da organização com programa de melhoria de processos são considerados? R:
Sim.
P: Os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software da organização estão
identificados? R: Sim, parcialmente.
P: Sim ou não? R: Sim.
P: Quais são os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software da
organização? R: Falta de documentação dos requisitos junto ao fornecedor de requisitos. Falta
de uma formalização de todas as etapas da especificação. A falta de um teste formal e
obrigatório em todos os processos.
P: As causas para os problemas com processo de desenvolvimento de software são
conhecidas? R: Sim.
P: Durante a elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos, os
problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software e suas respectivas causas
são considerados? R: Sim.
P: Como você participa das atividades e decisões do programa de melhoria de processos? R:
Eu sou sponsor do projeto de melhoria de processos da empresa. Eu dou a palavra final num
caso de decisões que necessitem de alguma coisa de mais alto nível.
196
P: Você sabe quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR que a empresa está
implantando? R: Sim.
P: Quais são os processos do modelo de referência do MPS.BR que a empresa está
implantando? R: Gerência de projetos, gerência de requisitos, aquisição, medição, garantia da
qualidade e gerência de configuração.
P: Os processos do modelo de referência do MPS.BR mais importantes foram identificados
considerando os objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos? R: Não.
197
11.10.07, entrevista com Sérgio Larentis Júnior - aplicação do instrumento 2
Processo AE-MPS.BR:
P: Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR (Processo de Alinhamento
Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR) auxiliou a análise dos
objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos? R: Médio.
P: Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR auxiliou a análise dos problemas
atuais com o processo de desenvolvimento de SW da organização e suas respectivas causas?
R: Muito.
P: O processo AE-MPS.BR permite que diferentes técnicas de priorização sejam utilizadas?
R: Sim.
P: Qual é a sua opinião a respeito do processo AE-MPS.BR permitir que diferentes técnicas
de priorização sejam utilizadas? R: Acho importante por permitir o cruzamento de diferentes
pontos de vista de diferentes pessoas da organização.
P: Ao aplicar o processo AE-MPS.BR, você identificou os processos do modelo de referência
do MPS.BR que devem ser priorizados pela organização? R: Sim.
P: Esses processos do modelo de referência do MPS.BR são, realmente, os mais importantes
para a organização? R: Sim.
Ferramenta FAE-MPS.BR:
P: Qual browser você utilizou para acessar a ferramenta FAE-MPS.BR (Ferramenta de
Alinhamento Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR)? R: IE 7.
P: A ferramenta FAE-MPS.BR apresentou alguma incompatibilidade com este browser? R:
Não.
P: Em que nível você classifica a dificuldade de uso da ferramenta FAE-MPS.BR?
R: Médio.
P: O tempo de resposta da ferramenta FAE-MPS.BR foi adequado? R: Sim.
P: Em que nível de qualidade você classifica a usabilidade da ferramenta FAE-MPS.BR? R:
Médio.
198
Situação posterior:
P: Quais foram as principais vantagens na aplicação do processo AE-MPS.BR? R: A
identificação dos maiores gaps entre o processo do modelo e os processos atuais.
P: Quais foram as principais dificuldades/problemas na aplicação do processo AE-MPS.BR?
R: Alocação de muitas pessoas para o diagnóstico.
P: Em que nível a ferramenta FAE-MPS.BR ajudou na aplicação do processo AE-MPS.BR?
R: Muito.
P: Por quê? R: Porque ela consolidou todos os dados e ordenou a prioridade dos processos.
P: Quais foram as principais dificuldades/problemas no uso da ferramenta FAE-MPS.BR? R:
Nenhum, talvez só muitos dados para preencher.
P: Em que nível a aplicação do processo AE-MPS.BR ajudou para que os objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos fossem atendidos? R:
Muito.
199
15.10.07, entrevista com Alessandra Paniz - aplicação do instrumento 2
Processo AE.MPS.BR:
P: Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR (Processo de Alinhamento
Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR) auxiliou a análise dos
objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos? R: Muito.
P: Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR auxiliou a análise dos problemas
atuais com o processo de desenvolvimento de SW da organização e suas respectivas causas?
R: Muito.
P: O processo AE-MPS.BR permite que diferentes técnicas de priorização sejam utilizadas?
R: Sim.
P: Qual é a sua opinião a respeito do processo AE-MPS.BR permitir que diferentes técnicas
de priorização sejam utilizadas? R: Permite, no caso, a equipe discutir, não é uma coisa
pronta, definida. Ele permite que a própria equipe discuta e chegue num consenso de como
priorizar, no caso, os itens a serem discutidos, os processos, na verdade, os problemas, as
causas, enfim.
P: Ao aplicar o processo AE-MPS.BR, você identificou os processos do modelo de referência
do MPS.BR que devem ser priorizados pela organização? R: Sim.
P: Esses processos do modelo de referência do MPS.BR são, realmente, os mais importantes
para a organização? R: Acho que sim.
Ferramenta FAE-MPS.BR:
P: Qual browser você utilizou para acessar a ferramenta FAE-MPS.BR (Ferramenta de
Alinhamento Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR)? R: Internet
Explorer 7.
P: A ferramenta FAE-MPS.BR apresentou alguma incompatibilidade com este browser? R:
Não.
P: Em que nível você classifica a dificuldade de uso da ferramenta FAE-MPS.BR? R: Médio.
P: O tempo de resposta da ferramenta FAE-MPS.BR foi adequado? R: Acho que não.
P: Em quais funcionalidades o tempo de resposta não foi adequado? R: Ele demorava bastante
para fazer o cálculo quando nós estávamos atribuindo pesos às prioridades, então ali eu achei
que o tempo de resposta, ele demora, foi um pouco mais demorado.
P: Em que nível de qualidade você classifica a usabilidade da ferramenta FAE-MPS.BR? R:
Ruim.
200
Situação posterior:
P: Quais foram as principais vantagens na aplicação do processo AE-MPS.BR? R: Acho que a
principal vantagem foi elencar as prioridades estratégicas primeiro, com as táticas, e a gente
verificar causas para esses problemas. E discutir com todos os níveis da organização, desde o
nível estratégico, o tático e o mais operacional. Então cada um pode dar a sua visão, e eu acho
que foram visões complementares. Acho que essa é a grande vantagem.
P: Quais foram as principais dificuldades/problemas na aplicação do processo AE-MPS.BR?
R: Eu acho que é a dificuldade de agendas do pessoal. A gente ter pouco tempo disponível,
que eu acho que seria um assunto que a gente poderia discutir um pouco mais. Então, até
mesmo discutir outros níveis, eu não sei se isso está dentro do processo, mas daqui a pouco
trocar uma idéia, ter uma reunião para discutir, ter mais tempo para se dedicar a fazer isso,
essas avaliações. Acho que esse é o principal problema.
P: Em que nível a ferramenta FAE-MPS.BR ajudou na aplicação do processo AE-MPS.BR?
R: Acho que ela ajudou bastante, muito.
P: Por quê? R: Porque ela tem o passo a passo. Ela é um guia. Então primeiro eu faço isso,
depois aquilo. Então ela ajuda, tendo bem passo a passo o que tem que ser feito.
P: Quais foram as principais dificuldades/problemas no uso da ferramenta FAE-MPS.BR? R:
Acho que mais usabilidade mesmo. Usabilidade no preenchimento. Então ela não tem uma
lógica comum assim, “clico aqui”, “adiciono”. Então, mais questão de usabilidade.
P: Em que nível a aplicação do processo AE-MPS.BR ajudou para que os objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos fossem atendidos? R:
Acho que médio.
201
16.10.07, entrevista com Paulo Ricardo de Freitas Silva - aplicação do instrumento 2
Processo AE-MPS.BR:
P: Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR (Processo de Alinhamento
Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR) auxiliou a análise dos
objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos? R: Eu diria
que muito.
P: Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR auxiliou a análise dos problemas
atuais com o processo de desenvolvimento de SW da organização e suas respectivas causas?
R: Também muito.
P: O processo AE-MPS.BR permite que diferentes técnicas de priorização sejam utilizadas?
R: Sim.
P: Qual é a sua opinião a respeito do processo AE-MPS.BR permitir que diferentes técnicas
de priorização sejam utilizadas? R: É grandeza dos números. É poder pontuar conforme a
minha necessidade. Eu acho que é bem flexível.
P: Ao aplicar o processo AE-MPS.BR, você identificou os processos do modelo de referência
do MPS.BR que devem ser priorizados pela organização? R: Sim.
P: Esses processos do modelo de referência do MPS.BR são, realmente, os mais importantes
para a organização? R: Sim.
Ferramenta FAE-MPS.BR:
P: Qual browser você utilizou para acessar a ferramenta FAE-MPS.BR (Ferramenta de
Alinhamento Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR)? R: IE 7.
P: A ferramenta FAE-MPS.BR apresentou alguma incompatibilidade com este browser? R:
Não.
P: Em que nível você classifica a dificuldade de uso da ferramenta FAE-MPS.BR?
R: Médio.
P: O tempo de resposta da ferramenta FAE-MPS.BR foi adequado? R: Sim.
P: Em que nível de qualidade você classifica a usabilidade da ferramenta FAE-MPS.BR? R:
Ruim.
202
Situação posterior:
P: Quais foram as principais vantagens da aplicação do processo AE-MPS.BR? R: A principal
vantagem é ir direto no ponto, ou seja, identifica qual é o processo que tu precisa atacar com
mais urgência, diria assim. Essa é a principal vantagem dele. Ele prioriza quais os passos que
tu deve seguir para atender ao MPS.
P: Quais foram as principais dificuldades/problemas na aplicação do processo AE-MPS.BR?
R: Eu não tenho problema/dificuldade, basicamente é, depois, é relacionar uma coisa, um
problema estratégico com tático, operacional. Não é um problema, mais é..., quanto mais
variado eles colocarem, mais volume fica, então não é um problema. Basicamente é isso que é
a dificuldade.
P: Em que nível a ferramenta FAE-MPS.BR ajudou na aplicação do processo AE-MPS.BR?
R: Diria que muito. Sem ela, nunca ia fazer isso aí.
P: Por quê? R: Porque têm várias combinações, imagina tu planilhar isso aí, as variáveis e
depois quantificar e depois dizer o que tu acha que é prioritário. Ou seja, não dá para fazer.
P: Quais foram as principais dificuldades/problemas no uso da ferramenta FAE-MPS.BR? R:
A principal é a usabilidade. Acho que no resto não tem problema. A usabilidade dela que é a
maior dificuldade.
P: Em que nível a aplicação do processo AE-MPS.BR ajudou para que os objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos fossem atendidos? R:
Acho que é muito, aí nesse caso, porque ele atacou os problemas principais.
203
16.10.07, entrevista com Altamir Júnior Dias - aplicação do instrumento 2
Processo AE-MPS.BR:
P: Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR (Processo de Alinhamento
Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR) auxiliou a análise dos
objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos? R: Muito.
P: Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR auxiliou a análise dos problemas
atuais com o processo de desenvolvimento de SW da organização e suas respectivas causas?
R: Muito.
P: O processo AE-MPS.BR permite que diferentes técnicas de priorização sejam utilizadas?
R: Sim.
P: Qual é a sua opinião a respeito do processo AE-MPS.BR permitir que diferentes técnicas
de priorização sejam utilizadas? R: Primeiro que não fica engessado o processo, fica mais
fácil de tu montar uma análise mais personalizada. Basicamente é isso.
P: Ao aplicar o processo AE-MPS.BR, você identificou os processos do modelo de referência
do MPS.BR que devem ser priorizados pela organização? R: Sim.
P: Esses processos do modelo de referência do MPS.BR são, realmente, os mais importantes
para a organização? R: Visão técnica, não.
Ferramenta FAE-MPS.BR:
P: Qual browser você utilizou para acessar a ferramenta FAE-MPS.BR (Ferramenta de
Alinhamento Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR)? R: Internet
Explorer.
P: A ferramenta FAE-MPS.BR apresentou alguma incompatibilidade com este browser? R:
Não. Aparentemente, não.
P: Em que nível você classifica a dificuldade de uso da ferramenta FAE-MPS.BR?
R: Médio.
P: O tempo de resposta da ferramenta FAE-MPS.BR foi adequado? R: Sim.
P: Em que nível de qualidade você classifica a usabilidade da ferramenta FAE-MPS.BR? R:
Médio.
204
Situação posterior:
P: Quais foram as principais vantagens da aplicação do processo AE-MPS.BR? R: Enxergar
uma visão mais abrangente da situação da empresa conflitando com os problemas, com as
metas propostas. Para mim que não tive muito acesso ao MPS.BR serviu para isso.
P: Quais foram as principais dificuldades/problemas na aplicação do processo AE-MPS.BR?
R: O vocabulário. O entendimento do processo.
P: Em que nível a ferramenta FAE-MPS.BR ajudou na aplicação do processo AE-MPS.BR?
R: Muito.
P: Por quê? R: Bom, não tem que fazer nenhum cálculo. Conseguiu apontar tudo
pontualmente, sem se preocupar com a lógica por trás disso. Para mim foi isso.
P: Quais foram as principais dificuldades/problemas no uso da ferramenta FAE-MPS.BR? R:
A mesma situação da anterior, é o vocabulário, o entendimento do processo.
P: Em que nível a aplicação do processo AE-MPS.BR ajudou para que os objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos fossem atendidos? R:
Muito.
205
16.10.07, entrevista com Leonardo Bopp - aplicação do instrumento 2
Processo AE-MPS.BR:
P: Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR (Processo de Alinhamento
Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR) auxiliou a análise dos
objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos? R: Muito.
P: Em sua opinião, em que nível o processo AE-MPS.BR auxiliou a análise dos problemas
atuais com o processo de desenvolvimento de SW da organização e suas respectivas causas?
R: Médio.
P: O processo AE-MPS.BR permite que diferentes técnicas de priorização sejam utilizadas?
R: Sim.
P: Qual é a sua opinião a respeito do processo AE-MPS.BR permitir que diferentes técnicas
de priorização sejam utilizadas? R: A opinião é que isso é uma característica interessante. É
um fato que não te limita a técnicas do próprio alinhamento.
P: Ao aplicar o processo AE-MPS.BR, você identificou os processos do modelo de referência
do MPS.BR que devem ser priorizados pela organização? R: Sim.
P: Esses processos do modelo de referência do MPS.BR são, realmente, os mais importantes
para a organização? R: Sim.
Ferramenta FAE-MPS.BR:
P: Qual browser você utilizou para acessar a ferramenta FAE-MPS.BR (Ferramenta de
Alinhamento Estratégico de Programas de MPS compatível com o MPS.BR)? R: IE 7.
P: A ferramenta FAE-MPS.BR apresentou alguma incompatibilidade com este browser? R:
Não.
P: Em que nível você classifica a dificuldade de uso da ferramenta FAE-MPS.BR? R:
Dificuldade de uso, baixa.
P: O tempo de resposta da ferramenta FAE-MPS.BR foi adequado? R: Sim.
P: Em que nível de qualidade você classifica a usabilidade da ferramenta FAE-MPS.BR? R:
Médio.
206
Situação posterior:
P: Quais foram as principais vantagens da aplicação do processo AE-MPS.BR? R: Detectar as
causas para o processo, hoje em dia, não funcionar na Conectt. Alinhar isso junto com o
planejamento estratégico da empresa e dentro disso verificar quais são os processos que são
mais importantes, que a gente tem que priorizar mais para atingir, para trabalhar em cima das
causas e com isso atingir as metas da empresa.
P: Quais foram as principais dificuldades/problemas na aplicação do processo AE-MPS.BR?
R: Na verdade não encontrei muita dificuldade de aplicar. Mais questão de tempo, mesmo.
Quando é uma coisa que toma um certo tempo, mas não teve grandes dificuldades. Um
pouquinho de problema de usabilidade da ferramenta. No caso agora não é da ferramenta que
a gente está falando.
P: Em que nível a ferramenta FAE-MPS.BR ajudou na aplicação do processo AE-MPS.BR?
R: Muito.
P: Por quê? R: Porque ela contempla todo o alinhamento estratégico que foi planejado. Sem a
ferramenta seria meio inviável fazer todo esse cruzamento de informações que foi feito.
P: Quais foram as principais dificuldades/problemas no uso da ferramenta FAE-MPS.BR? R:
A usabilidade, alguns cruzamentos, numas coisas que eram grandes para trabalhar e
dificultava um pouco usabilidade da ferramenta, mas funcionalmente não tem reclamações,
mais questão de usabilidade mesmo.
P: Em que nível a aplicação do processo AE-MPS.BR ajudou para que os objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos fossem atendidos? R:
Muito.
207
APÊNDICE V FERRAMENTA FAE-MPS.BR
O atores da ferramenta FAE-MPS.BR são: Representante(s) da Perspectiva
Estratégica, Representante(s) da Perspectiva Tática, Representante(s) da Perspectiva
Operacional e Administrador. A seguir, na Figura 1, o diagrama de casos de uso apresenta
estes atores e os casos de uso do sistema.
208
Figura 1 Diagrama de Casos de Uso da Ferramenta FAE-MPS.BR
Para especificar a interatividade da ferramenta FAE-MPS.BR com os atores
envolvidos, diagramas de atividades foram definidos. Na Figura 2, o diagrama de atividades
Cadastrar Objetivos com a MPS aborda a execução dos Casos de Uso Cadastrar Objetivos
Estratégicos, Cadastrar Objetivos Táticos e Relacionar Objetivos Estratégicos e Objetivos
Táticos.
209
Figura 2 Diagrama de Atividades Cadastrar Objetivos com a MPS
Este cadastro inicia com Representante(s) da Perspectiva Estratégica
determinando os objetivos estratégicos da organização com a MPS. Para cada um destes
objetivos estratégicos com a MPS, Representante(s) da Perspectiva Tática devem analisar a
situação atual. A Figura 3 apresenta a tela da ferramenta FAE-MPS.BR para o cadastro de
objetivos estratégicos com a MPS e a situação atual destes objetivos.
210
Figura 3 Tela de Cadastro de Objetivos Estratégicos
Na continuidade do fluxo Cadastrar Objetivos com a MPS, Representante(s) da
Perspectiva Tática deve definir um ou mais objetivos táticos para cada um dos objetivos
estratégicos com a MPS. Esta atividade representa o Caso de Uso Cadastrar Objetivos
Táticos. Após, o mesmo Representante(s) da Perspectiva Tática deve determinar o
relacionamento entre objetivos estratégicos com a MPS e objetivos táticos. Na Figura 4, a tela
da ferramenta FAE-MPS.BR que possui estas funcionalidades é apresentada.
Figura 4 Tela de Cadastro de Objetivos Táticos
211
Ainda na execução do diagrama de atividades Cadastrar Objetivos com a MPS,
Representante(s) da Perspectiva Estratégica deve determinar a prioridade de cada Objetivo
Estratégico com a MPS. Ao final, a ferramenta tem a função de determinar uma prioridade
ajustada dos objetivos táticos.
Na Figura 5, o diagrama de atividades Cadastrar Objetivos Táticos detalha a
execução do Caso de Uso Cadastrar Objetivos Táticos. Os Casos de Uso Cadastrar Problemas
no Processo de SW e Causas e Relacionar Objetivos Táticos e Causas são também abordados
neste diagrama. Como se pode verificar anteriormente, o Caso de Uso Cadastrar Objetivos
Táticos está contido no diagrama Cadastrar Objetivos com a MPS e sua execução é iniciado
por este fluxo.
Figura 5 Diagrama de Atividades Cadastrar Objetivos Táticos
O fluxo de Cadastrar Objetivos Táticos inicia com Representante(s) da
Perspectiva Tática informando cada um destes objetivos. Após, Representante(s) da
Perspectiva Operacional estão aptos a iniciar a definição dos problemas com o processo de
212
software da organização e suas respectivas causas. O nível de relacionamento entre os
objetivos táticos e as causas de problemas de processo é determinado por Representante(s) da
Perspectiva Tática. Na continuidade, Representante(s) da Perspectiva Tática estabelece o tipo
de relacionamento entre cada par de objetivos táticos em cooperativo, conflituoso ou
mutuamente exclusivo, conforme Figura 6. Ao final, Representante(s) da Perspectiva Tática
determina o valor de prioridade de cada objetivo tático e o sistema tem a função de ajustar
uma nova prioridade para estes objetivos.
Figura 6 Tela de Relacionamento de cada Par de Objetivos Táticos
Conforme apresentado nos fluxos Cadastrar Objetivos com a MPS e Cadastrar
Objetivos Táticos, os objetivos estratégicos com a MPS e os objetivos táticos recebem um
valor de prioridade dos atores da ferramenta FAE-MPS.BR. A Figura 7 apresenta a tela que
possibilita que as prioridades sejam informadas.
213
Figura 7 Tela de Prioridade de Objetivos Estratégicos com a MPS e Objetivos Táticos
Na Figura 8, o diagrama de atividades detalha o Caso de Uso Cadastrar Problemas
com o Processo de software e Causas. O Caso de Uso Relacionar Problemas no Processo e
Causas é também abordado neste diagrama. Como se pode verificar anteriormente, o Caso de
Uso Cadastrar Problemas com o Processo de Software e Causas está contido no diagrama
Cadastrar Objetivos Táticos e sua execução é disparada por este fluxo.
Figura 8 Diagrama de Atividades Cadastrar Problemas com o Processo de
Software e Causas
214
O fluxo Cadastrar Problemas com o Processo de Software e Causas inicia com
Representante(s) da Perspectiva Operacional determinando os problemas com o processo de
desenvolvimento de software atual da organização. Para cada problema estabelecido,
Representante(s) da Perspectiva Operacional deve determinar uma ou mais causas. Assim que
todos os problemas forem estabelecidos, Representante(s) da Perspectiva Tática deve analisar
a existência de relacionamento entre cada problema e causa. Na Figura 9, a tela da ferramenta
FAE-MPS.BR que possui estas funcionalidades é apresentada.
Figura 9 Tela de Cadastro de Problemas com o Processo de Software e Causas
Na continuidade do diagrama de atividades Cadastrar Problemas com o Processo
de Software e Causas, Representante(s) da Perspectiva Estratégica determina um fator de
importância para as causas de problemas com o processo de software. A partir disto,
Representante(s) da Perspectiva Operacional pode determinar a prioridade de cada causa de
problemas. Na Figura 10, a tela da ferramenta FAE-MPS.BR que possui estas funcionalidades
é apresentada.
215
Figura 10 Tela de Prioridade de Causas de Problemas com o Processo de
Software
Na Figura 11, o diagrama de atividades detalha o Caso de Uso Priorizar Processos
MR-MPS. A execução deste fluxo é iniciada quando os fluxos Cadastrar Objetivos com a
MPS, Cadastrar Objetivos Táticos e Cadastrar Problemas com o Processo de SW e Causas são
finalizados.
216
Figura 11 Diagrama de Atividades Priorizar Processos MR-MPS
O fluxo Priorizar Processos MR-MPS inicia com Representante(s) da Perspectiva
Tática determinando a dificuldade e a possibilidade de implantação de cada um dos processos
MR-MPS relativos ao vel de maturidade do modelo MR-MPS que a organização pretende
alcançar. O nível de relacionamento entre os objetivos táticos e os processos MR-MPS é
determinado pelo Representante(s) da Perspectiva Tática em um passo seguinte.
Após, o Representante(s) da Perspectiva Tática deve informar a situação atual de
cada um dos processos MR-MPS na organização. Neste momento, o sistema calcula a taxa de
melhoria e a prioridade inicial para cada processo MR-MPS. Em seguida, Representante(s) da
Perspectiva Tática deve determinar a freqüência de uso que cada processo MR-MPS na
organização e estabelecer um fator de importância para esta freqüência de uso. Com estas
217
informações, o sistema calcula a prioridade final para cada processo MR-MPS. Na Figura 12,
a tela da ferramenta FAE-MPS.BR mostra as funcionalidades citadas durante a apresentação
do diagrama Priorizar Processos MR-MPS.
Figura 12 Tela com a matriz House of Quality Prioridade Processos MR-MPS
Com o objetivo de estabelecer um repositório de dados consistente para armazenar
informações da aplicação do processo AE-MPS.BR em diferentes organizações, o modelo
relacional da ferramenta foi estabelecido. Este repositório deve possibilitar que futuras
análises sejam realizadas sobre os dados armazenados. Na Figura 13, o modelo relacional é
apresentado.
218
Figura 13 Modelo Relacional da ferramenta FAE-MPS.BR
As tabelas ObjetivosEstrategicos, ObjetivosTaticos, ProblemasAtuais,
CausasProblemas, Processos e ResultadosEsperados possuem uma chave estrangeira para a
tabela Organização. Com esta relação, os dados cadastrados através da ferramenta FAE-
MPS.BR estão vinculados a uma organização. Assim, permite-se que diferentes organizações
utilizem a ferramenta e a privacidade de informações seja garantida.
219
APÊNDICE VI ANÁLISE DE DADOS DO ESTUDO DE CASO
Na seção 1, apresentam-se os resultados encontrados caracterizando a situação
anterior da organização à aplicação do processo AE-MPS.BR. Nas seções 2 e 3, relata-se a
coleta e a análise dos dados provenientes da aplicação do processo AE-MPS.BR e a utilização
da ferramenta FAE-MPS.BR, respectivamente. A seção 4 consolida a situação posterior da
organização, apresentando os resultados encontrados.
1 SITUAÇÃO PRÉVIA
Esta seção apresenta os resultados obtidos com o estudo de caso caracterizando a
situação anterior da organização à aplicação do processo AE-MPS.BR e utilização da
ferramenta FAE-MPS.BR. Para coletar os dados apresentados nesta seção, utilizou-se as
técnicas de entrevistas estruturadas e revisão de documentação. A seguir, apresentam-se os
dados coletados e a análise das seguintes questões:
objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos;
problemas com o processo de desenvolvimento de software e causas;
participação no programa de melhoria de processos e;
220
alinhamento do MR-MPS com os objetivos estratégicos da organização
com o programa de melhoria de processos.
1.1 OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA ORGANIZAÇÃO COM O PROGRAMA DE
MELHORIA DE PROCESSOS
Esta questão buscava analisar o conhecimento dos respondentes em relação aos
objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos. Três
respondentes citaram que os objetivos estratégicos da organização com o programa de
melhoria de processos estavam claramente definidos, enquanto dois citaram que não.
Para aqueles que responderam positivamente, questionou-se quais eram os objetivos
estratégicos da organização com o programa de melhoria de processos. Foram citados os
seguintes objetivos: aumentar a produtividade, aumentar a lucratividade, diminuir o re-trabalho,
agregar valor no processo, melhorar a qualidade, conseguir clientes de vários portes, conseguir
projetos maiores, implantar o MPS.BR e implantar o CMMI. Após a análise das respostas
obtidas nas entrevistas estruturadas, ficaram definidas as seguintes categorias (Quadro 1):
Quadro 1 - Objetivos encontrados
Objetivos Estratégicos com o
Programa de Melhoria de Processos
Aumentar lucro
Melhorar a qualidade dos produtos
Captar projetos de maior porte
Implantar modelos de maturidade
Todos os respondentes que citaram que os objetivos estratégicos da organização
com o programa de melhoria de processos estavam claramente definidos, também afirmaram
221
que esses objetivos foram considerados durante a elaboração do planejamento do programa de
melhoria de processos.
Análise
Apesar da importância de existirem objetivos estratégicos com o programa de
melhoria definidos e analisados (LIU, 2005), pode-se verificar que esses objetivos não
estavam claramente definidos na organização. Apesar de três respostas afirmarem que estes
objetivos estavam claramente definidos, nenhum respondente citou os objetivos conforme
estabelecidos no Plano do Programa de Melhoria.
O trecho a seguir, transcrito das entrevistas realizadas, apresenta a dificuldade do
Analista de Qualidade em identificar se os objetivos estratégicos da organização com o
programa de melhoria de processos estavam claramente definidos:
Claramente definidos não. Eu sei que existem objetivos vinculados à
qualidade de processos de produto, mas não sei identificá-los.
Além disso, foi identificado que os objetivos estratégicos da organização com o
programa de melhoria de processos apresentados no website do Programa de Melhoria,
diferiam do Plano do Programa de Melhoria. Essa situação potencializou a dificuldade dos
respondentes em identificar os objetivos estratégicos com o programa de melhoria de
processos.
1.2 PROBLEMAS COM O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE
E CAUSAS
Esta questão buscava analisar o conhecimento dos respondentes em relação aos
problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software da organização. De forma
unânime, os cinco respondentes afirmaram que esses problemas estavam identificados.
222
Foram citados os seguintes problemas: re-trabalho, problemas de versionamento de
arquivos, falta de documentação, falta de uma metodologia de desenvolvimento, falta de
documentos padronizados, falta de ferramentas, falta de profissionais com qualificação e
treinamento apropriados, falta de um repositório para transfencia de conhecimento, falta de
controle na comunicação com o cliente, problemas na definição de escopo, falta de um processo de
especificação de software formalizado, e falta de um processo de teste de software formalizado.
Considerando que os cinco respondentes analisaram os problemas atuais com o
processo de desenvolvimento de software da organização, estabeleceu-se uma categoria
quando esta foi citada por, no mínimo, dois respondentes. O Quadro 2 apresenta as categorias
identificadas a partir das entrevistas estruturadas, ressaltando a falta de um processo de
desenvolvimento de software único e formalizado:
Quadro 2 - Problemas encontrados
Problemas com o Processo de
Desenvolvimento de Software
Re-trabalho
Especificação de software
Testes de software
Definição de escopo
Gerência de configuração
Gestão do conhecimento
Todos os respondentes afirmaram que as causas para os problemas com processo
de desenvolvimento de software são conhecidas. Além disso, os cinco respondentes também
relataram que esses problemas, e suas respectivas causas, foram considerados durante a
elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos.
223
Análise
Os cinco respondentes afirmaram que os problemas atuais com o processo de
desenvolvimento de software da organização e suas respectivas causas estavam identificados.
Entretanto, nenhum deles citou todas as categorias de problemas definidas no Quadro 2.
Analisou-se que os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software e suas
respectivas causas estavam identificados, porém não consolidados em nível organizacional.
Segundo Hierholzer (1998), é fundamental que um programa de melhoria de
processos aborde os problemas existentes no processo de desenvolvimento de software e
proponha soluções. Apesar dos respondentes relatarem que os problemas com processo de
desenvolvimento de software e suas respectivas causas eram considerados durante a
elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos, o Plano do Programa de
Melhoria não apresentou nenhuma informação relacionada a isto.
O trecho a seguir, transcrito das entrevistas realizadas, apresenta a dificuldade do
Projetista para analisar se estes problemas e suas causas foram considerados durante a
elaboração do planejamento do programa de melhoria de processos:
Durante a elaboração do planejamento do programa de melhoria de
processos, os problemas com o processo de desenvolvimento de
software e suas respectivas causas são considerados? Deveriam.
Acredito que sim.
1.3 PARTICIPAÇÃO NO PROGRAMA DE MELHORIA DE PROCESSOS
Esta questão buscava analisar a participação dos respondentes nas atividades e
decisões do programa de melhoria de processos. Dos cincos respondentes, apenas um afirmou
que não participava das atividades e decisões do programa de melhoria processos. Os demais
respondentes citaram que participavam.
224
A forma como os respondentes participam do programa de melhoria de processos
foi identificada por definição de processos, execução de processos, participação em reuniões
do grupo de melhoria e tomada de decisão. Após a análise das respostas obtidas nas
entrevistas estruturadas, ficaram definidas as seguintes categorias (Quadro 3):
Quadro 3 - Atividades encontradas
Atividades e decisões no programa
de melhoria processos
Definição de processos
Execução de processos
Planejamento
Tomada de decisão
Análise
Apesar do envolvimento dos profissionais de uma organização com um programa
de melhoria de processos ser um dos principais FCS (NIAZI, 2003), identificou-se através do
Plano do Programa de Melhoria que a organização estabelecia a participação de apenas uma
pessoa de nível operacional na equipe do programa de melhoria. O Projetista, representante do
nível operacional da organização, afirmou não participar das atividades e decisões do
programa de melhoria de processos.
Com relação às categorias identificadas no Quadro 3, não se verificou nenhuma
ação relacionada à consideração dos objetivos estratégicos da organização com o programa de
melhoria de processos e a resolução dos problemas atuais com o processo de desenvolvimento
de software da organização.
225
1.4 ALINHAMENTO DO MR-MPS COM OS OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DA
ORGANIZAÇÃO COM O PROGRAMA DE MELHORIA DE PROCESSOS
Para a análise do alinhamento do MR-MPS com os objetivos estratégicos da
organização com o programa de melhoria de processos, iniciou-se perguntando se os
respondentes sabiam quais são os processos do MR-MPS que a empresa está implantando.
Dos cincos respondentes, um afirmou que desconhece quais são os processos do MR-MPS
que a empresa está implantando. Os demais respondentes afirmaram que sabiam.
Para aqueles quatro respondentes que conheciam os processos MR-MPS que estão
sendo implantados, dois respondentes afirmaram que os processos do MR-MPS mais
importantes, considerando os objetivos estratégicos da organização com o programa de
melhoria de processos, não estão identificados. Em contrapartida, o Gerente de Operações
citou os processos gerência de projetos, gerência de requisitos e garantia da qualidade como
os mais importantes, e o Gerente de Projetos citou os processos gerência de projetos, gerência
de requisitos e medição.
Para o Gerente de Operações e o Gerente de Projetos, questionou-se se estes
processos foram os primeiros a serem implantados na organização. O Gerente de Operações
afirmou que sim, enquanto o Gerente de Projetos respondeu que não.
Análise
O respondente que afirmou desconhecer os processos do MR-MPS que a empresa
está implantando foi o Projetista, representante do nível operacional da organização.
Novamente, destaca-se o baixo conhecimento do nível operacional da organização pelo
programa de melhoria.
Segundo McCoy (1998), um programa de melhoria de processos pode estar
relacionado com os objetivos estratégicos das organizações. Apesar disso, na organização
226
estudada, os processos do MR-MPS mais importantes, considerando seus objetivos
estratégicos com o programa de melhoria de processos, não estavam identificados. O Diretor e
o Analista de Qualidade afirmaram que estes processos não estavam identificados, e nenhuma
evidência definindo os processos MR-MPS mais importantes para a organização foi
identificada através da revisão da documentação.
A partir das respostas do Gerente de Operações e do Gerente de Projetos
identificando os processos MR-MPS mais importante, verificou-se que, nesse caso, estes
destacaram os processos mais importantes a partir de suas visões pessoais. O trecho a seguir,
transcrito das entrevistas realizadas, descreve o Analista de Qualidade afirmando que os
processos do MR-MPS mais importantes, considerando os objetivos estratégicos da
organização com o programa de melhoria de processos, não foram identificados:
Não foi levado assim em conta... dentro desses objetivos... Não, não
foi levado em conta os objetivos estratégicos da organização,
claramente. Porque de alguma forma a gente acaba atingindo alguns
objetivos, mas não foram...
2 APLICAÇÃO DO PROCESSO AE-MPS.BR
Esta seção apresenta uma análise a partir dos dados coletados durante a aplicação
do AE-MPS.BR. Para coletar os dados apresentados nesta seção, as seguintes técnicas foram
utilizadas: observação direta, entrevistas estruturadas e revisão de documentação. As
subseções estão organizadas conforme as macro-atividades do processo AE-MPS.BR.
227
2.1 DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO-TÁTICO
Durante o estudo de caso, os objetivos estratégicos com o programa de melhoria
de processos foram definidos a partir do Planejamento Estratégico. Entretanto, antes da
aplicação do estudo de caso, a organização possuía objetivos com o programa de melhoria
estabelecidos no Plano do Programa de Melhoria e no website do programa de melhoria.
Conforme verificado, a análise do Planejamento Estratégico determinou a identificação de
objetivos diferentes daqueles já estabelecidos.
O objetivo estratégico com o programa de melhoria de processos aumentar
satisfação dos clientes foi identificado, essencialmente, pela análise do Planejamento
Estratégico, não tendo sido referenciado em nenhum outro local. Os demais objetivos
estratégicos com o programa de melhoria de processos tinham sido citados no Plano do
Programa de Melhoria e no website do programa de melhoria.
Os participantes foram questionados sobre em que nível o processo AE-MPS.BR
auxiliou a análise dos objetivos estratégicos da organização com o programa de melhoria de
processos. A partir de uma escala com quatro opções Nenhum, Pouco, Médio e Muito , dos
cincos respondentes, quatro responderam que o processo AE-MPS.BR auxiliou Muito e um
respondeu Médio.
2.2 DIAGNÓSTICO OPERACIONAL
O processo AE-MPS.BR propôs a análise e a definição dos problemas com o
processo de desenvolvimento de software da organização. Conforme verificado, esta atividade
não abordou alguns problemas com o processo citados pelos respondentes durante as
entrevistas relatadas na seção 1.2 (Quadro 2 Problemas encontrados): Re-trabalho, Testes de
software, Qualificação profissional e Gerência de configuração. Por outro lado, com a
realização do processo AE-MPS.BR, identificou-se dois novos problemas, também não
228
citados pelos respondentes - Tempo de alocação do recurso superestimada e Falta de
padronização no processo de desenvolvimento.
Esta situação evidência que a atividade determinar problemas com o processo de
desenvolvimento de software da organização, do processo AE-MPS.BR, apresentou-se falha.
Uma possível causa pode ter sido a desconsideração do artefato diagnóstico do processo de
software atual pelos participantes, apesar de exigido pelo processo AE-MPS.BR.
Entretanto, os participantes foram questionados sobre em que nível o processo
AE-MPS.BR auxiliou a análise dos problemas atuais com o processo de desenvolvimento de
software da organização e suas respectivas causas. A partir de uma escala com quatro opções
Nenhum, Pouco, Médio e Muito , dos cincos respondentes, quatro responderam que o
processo AE-MPS.BR auxiliou Muito e um respondeu Médio.
Acredita-se que o nível de satisfação atribuído pelos participantes, para a pergunta
anterior, tenha sido satisfatório por o processo AE-MPS.BR exigir a análise e formalização
dos problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software. Além disso, a
derivação de causas para cada um dos problemas foi um ponto forte destacado pelos
respondentes.
Durante o preenchimento da Matriz Objetivos Táticos Causas, houve a
necessidade de esclarecer o quê significava relacionar dois elementos nesta matriz. Da mesma
forma, os participantes tiveram problemas no entendimento dos conceitos: possibilidade e
dificuldade de implantação dos processos MR-MPS. Novamente, o pesquisador interviu para
o esclarecimento.
Neste estudo de caso, verificou-se que os conceitos possibilidade de
implantação dos processos MR-MPS e freqüência de uso dos processos MR-MPS estavam
229
sobrepostos. Ambos foram analisados a partir das mesmas informações disponíveis na
organização.
2.3 PRIORIZAÇÃO ORGANIZACIONAL
Nesta macro-atividade, os participantes do estudo de caso tiveram que analisar o
relacionamento existente entre cada par de objetivos táticos e determinar este relacionamento
em cooperativo, conflituoso, ou mutuamente exclusivo. Ocorrem dificuldade de
entendimento, neste momento, e houve a necessidade de esclarecimento do significado de
cada um tipos de relacionamento.
Além disso, os participantes sugeriram a criação de um relacionamento, onde os
objetivos táticos apenas coexistissem, ou seja, sem influência positiva ou negativa. Neste
estudo de caso, verificou-se que a atividade de relacionar os objetivos táticos não agregou
valor conforme esperado, uma vez que todos os relacionamentos foram caracterizados como
cooperativos.
Na continuidade desta macro-atividade, os objetivos estratégicos e táticos com o
programa de melhoria de processos e as causas de problemas de processo foram priorizados.
Considerando que o AE-MPS.BR permite que diferentes técnicas de priorização sejam
utilizadas para se determinar a prioridade de cada objetivo estratégico e tático com o
programa de melhoria de processos e as causas de problemas de processo, os participantes
foram questionados sobre suas opiniões a respeito desta flexibilidade.
Todas as respostas consideraram esta flexibilidade útil. O trecho a seguir,
transcrito das entrevistas realizadas, apresenta a avaliação do Gerente de Operações:
É grandeza dos números. É poder pontuar conforme a minha
necessidade. Eu acho que é bem flexível.
230
Apesar das vantagens em relação ao processo AE-MPS.BR permitir diferentes
técnicas de priorização, esta flexibilidade teve de ser esclarecida aos participantes.
Basicamente, os participantes tiveram dúvidas em relação a como determinar um elemento
mais prioritário, ou seja, se esse elemento deveria possuir o maior valor dentro da escala de
priorização determinada ou o valor mais baixo. Além disso, explicou-se que, não
necessariamente, os elementos priorizados precisem ficar em fila ordenada, podendo existir
elementos com a mesma prioridade.
2.4 PRIORIZAÇÃO MR-MPS
Perguntou-se aos participantes do estudo de caso se os processos do MR-MPS
priorizados através da aplicação do AE-MPS.BR são, realmente, os mais importantes para a
organização. Dos cincos respondentes, quatro responderam que os processos MR-MPS
priorizados são realmente os mais importantes, enquanto um respondeu que não.
O respondente que afirmou não considerar os processos MR-MPS priorizados
pelo processo AE-MPS.BR como, realmente, os mais importantes, foi o Projetista,
representante do nível operacional da organização. Este respondente afirmou, também,
desconhecer os processos do MR-MPS que a empresa está implantando em entrevista descrita
na seção 1 Situação Prévia.
Na mesma entrevista descrita na seção 1, perguntou-se quais eram os processos
MR-MPS mais importantes para a organização a todos os envolvidos. Em todas as respostas,
os processos gerência de projetos, gerência de requisitos, priorizados através da aplicação do
processo AE-MPS.BR, foram citados.
231
3 APLICAÇÃO DA FERRAMENTA FAE-MPS.BR
Esta seção relata a utilização da ferramenta FAE-MPS.BR no estudo de caso. Para
coletar os dados apresentados nesta seção, as seguintes técnicas foram utilizadas: observação
direta e entrevistas estruturadas. Os elementos analisados da ferramenta foram:
compatibilidade com o browser utilizado, dificuldade de uso, tempo de resposta e usabilidade.
No estudo de caso, o único browser utilizado pelos participantes foi o Internet
Explorer 7. Assim, a compatibilidade da ferramenta FAE-MPS.BR foi avaliada apenas com
este browser. Segundo os cinco respondentes, a ferramenta não apresentou incompatibilidades
com este browser.
As respostas referentes ao nível de qualidade da usabilidade e nível de dificuldade
de uso foram determinadas através das seguintes escalas, respectivamente: Ruim, Médio,
Bom e; Pouco, Médio e Muito. Com relação à adequação do tempo de resposta da ferramenta
durante a sua utilização, obteve-se respostas de Sim ou Não. Estas respostas são apresentadas
no Quadro 4.
Quadro 4 Dificuldade de uso, tempo de resposta e usabilidade
Respondentes
Nível de Dificuldade
de Uso
Tempo de resposta
adequado?
Nível de Qualidade
da Usabilidade
Respondente 1
Médio
Sim
Médio
Respondente 2
Médio
Não
Ruim
Respondente 3
Médio
Sim
Ruim
Respondente 4
Médio
Sim
Médio
Respondente 5
Pouco
Sim
Médio
Conforme apresentado no Quadro 4, a maioria dos respondentes classificou o
nível de dificuldade de uso da ferramenta FAE-MPS.BR em Médio. Constatou-se através de
observação direta da utilização da ferramenta, que os participantes tiveram, freqüentemente,
dúvidas de entendimento do uso da ferramenta.
232
Dos cincos respondentes, quatro afirmaram que o tempo de resposta da ferramenta
FAE-MPS.BR foi adequado. Um dos respondentes considerou o tempo de resposta
inadequado. Conforme verificado através de observação direta, a ferramenta apresentou um
tempo de resposta inadequado, especificamente, durante a funcionalidade de priorização dos
objetivos táticos.
Com relação ao nível de qualidade da usabilidade da ferramenta FAE-MPS.BR,
dois respondentes classificaram como Ruim. Os outros três respondentes classificaram como
Médio. Pela observação direta da utilização da ferramenta, constatou-se que a usabilidade da
ferramenta foi o principal ponto fraco no estudo de caso.
Conforme observado durante o estudo de caso, a ferramenta de apoio
desenvolvida foi imprescindível para a aplicação do processo AE-MPS.BR. Apesar disso, o
desenvolvimento desta ferramenta não foi o foco do trabalho de pesquisa. Conseqüentemente,
a atividade de desenvolvimento não abordou os requisitos de interface e usabilidade para a
ferramenta FAE-MPS.BR.
4 SITUAÇÃO POSTERIOR
Esta seção caracteriza a situação posterior da organização, apresentando os
resultados obtidos com a aplicação do processo AE-MPS.BR e a utilização da ferramenta
FAE-MPS.BR. Para coletar os dados apresentados nesta seção, utilizou-se as técnicas de
entrevistas estruturadas e revisão de documentação. A seguir, apresentam-se os dados
coletados e a análise das seguintes questões:
vantagens e dificuldades/problemas na aplicação do processo AE-
MPS.BR e;
233
vantagens e dificuldades/problemas na utilização da ferramenta FAE-
MPS.BR.
4.1 VANTAGENS E DIFICULDADES/PROBLEMAS NA APLICAÇÃO DO
PROCESSO AE-MPS.BR
Esta questão buscava, primeiramente, analisar as vantagens da aplicação do
processo AE-MPS.BR. A partir da participação dos respondentes no estudo de caso, as
seguintes vantagens foram citadas: identificar os gaps entre os processos do MR-MPS e os
processos atuais da organização, priorizar as estratégias da organização, definir objetivos
táticos a partir do relacionamento com as estratégias da organização, analisar causas para os
problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software, garantir a participação de
todos os níveis da organização, considerar as visões complementares dos diferentes níveis da
organização, identificar o processo do MR-MPS que deve ser priorizado, identificar os
processos do MR-MPS que mais impactam sobre as causas de problemas e estratégias da
empresa, identificar a seqüencialidade dos passos para atender determinado nível do MR-
MPS, elucidar a situação da empresa a partir dos problemas atuais e a estratégias propostas e
alinhar as causas para os problemas atuais com o processo de desenvolvimento de software
com o Planejamento Estratégico da empresa.
Após a análise das respostas obtidas nas entrevistas estruturadas, ficaram
definidas as seguintes categorias (Quadro 5):
234
Quadro 5 Vantagens
Vantagens com a aplicação do processo AE-MPS.BR
Analisar as estratégias
Analisar situação atual
Analisar causas para os problemas
Priorizar os processos MR-MPS
Envolver todos os níveis da organização
Esta questão buscava analisar, também, as dificuldades/problemas identificadas
pelos respondentes, a partir de suas participações na aplicação do processo AE-MPS.BR.
Foram citadas as seguintes dificuldades/problemas: a quantidade de pessoas envolvidas,
disponibilidade das pessoas envolvidas, pouco tempo para as pessoas envolvidas, crescimento
das matrizes de relacionamento, dificuldade de entendimento e dificuldade com relação ao
vocabulário.
Após a análise das respostas obtidas nas entrevistas estruturadas, ficaram
definidas as seguintes categorias (Quadro 6):
Quadro 6 Dificuldades/Problemas
Dificuldades/Problemas com a aplicação do processo AE-
MPS.BR
Quantidade de envolvidos
Pouca disponibilidade dos envolvidos
Entendimento
235
Análise
A aplicação do AE-MPS.BR proporcionou que as estratégias da organização com
o programa de melhoria de processos fossem analisadas a partir do Planejamento Estratégico,
sendo estabelecidas, mensuradas, relacionadas com os problemas atuais e processos MR-MPS
e priorizadas. Conforme apresentado no Quadro 5, os participantes destacaram essa vantagem
a partir da aplicação do processo AE-MPS.BR.
Identificou-se, também, outras duas vantagens com a aplicação do processo AE-
MPS.BR Analisar situação atual e Analisar causas para os problemas. O processo propôs a
análise da situação atual dos objetivos estratégicos com o programa de melhoria de processos
através de métricas, clarificando as expectativas quantitativas da empresa, Além disso,
identificou-se os problemas atuais com o processo, suas respectivas causas e o estado da
implantação do MR-MPS na empresa.
Conforme descrito na seção 1.2, os problemas com o processo de
desenvolvimento de software e as causas não se encontravam formalizados e consolidados em
nível organizacional antes da aplicação do processo. O trecho a seguir, transcrito das
entrevistas realizadas, apresenta o Analista de Qualidade ressaltando a importância da análise
da situação atual:
Detectar as causas para o processo, hoje em dia, não funcionar na
Conectt. Alinhar isso junto com o planejamento estratégico da
empresa e, dentro disso, verificar quais são os processos que são mais
importantes, que a gente tem que priorizar mais para atingir, para
trabalhar em cima das causas e com isso atingir as metas da empresa.
Outra vantagem destacada pelos respondentes, a partir da aplicação do processo
AE-MPS.BR, foi a identificação dos processos MR-MPS que devem ser priorizados pela
organização. Considerando que essa priorização baseia-se nos objetivos estratégicos da
organização com o programa de melhoria de processos e nos problemas atuais com o processo
de desenvolvimento de software, garantiu-se que estes processos MR-MPS priorizados
236
representam as necessidades da organização como um todo e não em visões pessoais. O
trecho a seguir, transcrito das entrevistas realizadas, apresenta o Gerente de Operações
ressaltando a importância do processo AE-MPS.BR em priorizar os processos MR-MPS:
A principal vantagem é ir direto no ponto, ou seja, identifica qual é o
processo que tu precisa atacar com mais urgência, diria assim. Essa é
a principal vantagem dele. Ele prioriza quais os passos que tu deve
seguir para atender ao MPS.
Conforme descrito na seção 1.3, a participação atual do nível operacional da
organização no programa de melhoria de processos é restrita. Assim, os respondentes
destacaram que o processo AE-MPS.BR proporciona o envolvimento de todos os níveis da
organização com o programa. O trecho a seguir, transcrito das entrevistas realizadas,
apresenta o Gerente de Projetos ressaltando a vantagem do processo AE-MPS.BR em
envolver diferentes níveis hierárquicos:
cada um pode dar a sua visão, e eu acho que foram visões
complementares. Acho que essa é a grande vantagem.
As principais dificuldades/problemas na aplicação do processo AE-MPS.BR
destacadas pelos respondentes foram: a quantidade necessária de pessoas, a pouca
disponibilidade dos envolvidos para as atividades realizadas e o entendimento do processo.
Com relação à quantidade necessária de pessoas, verificou-se que esta
dificuldade/problema, ao mesmo tempo, determina uma vantagem para o processo AE-
MPS.BR, que é envolver todos os níveis da organização. Conforme proposto, o processo AE-
MPS.BR tem por objetivo garantir a participação dos colaboradores no programa de melhoria
de processos, buscando envolver o maior número de pessoas possível.
A pouca disponibilidade dos envolvidos para as atividades realizadas na aplicação
do processo AE-MPS.BR foi ressaltada pelos respondentes. Conforme citado no trecho a
seguir, transcrito das entrevistas realizadas, o Gerente de Projeto esperava dedicar-se mais
tempo às atividades do processo AE-MPS.BR:
237
A gente ter pouco tempo disponível, que eu acho que seria um assunto
que a gente poderia discutir um pouco mais. Então, até mesmo
discutir outros níveis, eu não sei se isso está dentro do processo, mas
daqui a pouco trocar uma idéia, ter uma reunião para discutir, ter
mais tempo para se dedicar a fazer isso, essas avaliações.
Outra dificuldade/problema citada pelos respondentes e corroborada através da
observação direta foi o entendimento do processo AE-MPS.BR. Alguns conceitos utilizados
na aplicação do processo AE-MPS.BR tiveram que ser detalhados, para os participantes, para
a realização das atividades.
4.2 VANTAGENS E DIFICULDADES/PROBLEMAS NA UTILIZAÇÃO DA
FERRAMENTA FAE-MPS.BR
Os participantes foram questionados sobre o quanto a ferramenta FAE-MPS.BR
ajudou na aplicação do processo AE-MPS.BR. A partir de uma escala com quatro opções
Nenhum, Pouco, Médio e Muito , os cincos participantes responderam, de forma unânime,
que a ferramenta FAE-MPS.BR auxiliou Muito.
Após, os participantes foram questionados das razões que os levaram a avaliar o
nível de auxílio da ferramenta FAE-MPS.BR na aplicação do processo AE-MPS.BR como
Muito. As seguintes razões foram citadas: definir um passo-a-passo, consolidar todos os
dados, fazer todos os cálculos automaticamente e cruzar todas as informações
automaticamente. Após a análise das respostas obtidas nas entrevistas estruturadas, ficaram
definidas as seguintes categorias (Quadro 7):
Quadro 7 Razões
Razões para o nível de auxílio da ferramenta FAE-
MPS.BR
Automatização
Consolidação dos dados
238
Esta questão buscava analisar, também, as dificuldades/problemas na utilização da
ferramenta FAE-MPS.BR. Os respondentes citaram as seguintes dificuldades/problemas:
usabilidade, número elevado de dados a serem preenchidos e o vocabulário apresentado na
ferramenta. A usabilidade foi citada por três dos cinco respondentes.
Com relação às dificuldades/problemas na utilização da ferramenta FAE-
MPS.BR, estabeleceu-se uma categoria quando esta foi citada por, no mínimo, três
respondentes. Após a análise das respostas obtidas nas entrevistas estruturadas, ficaram
definidas as seguintes categorias (Quadro 8):
Quadro 8 Dificuldades/Problemas
Dificuldades/problemas na utilização da ferramenta
FAE-MPS.BR
Usabilidade
Elevado número de dados
Análise
A automatização do processo AE-MPS.BR, através da ferramenta FAE-MPS.BR,
mostrou-se essencial para a realização do estudo de caso. O trecho a seguir, transcrito das
entrevistas realizadas, apresenta o Gerente de Operações citando a importância da utilização
da ferramenta:
Sem ela, nunca ia fazer isso aí. Porque têm várias combinações,
imagina tu planilhar isso aí, as variáveis e depois quantificar e depois
dizer o que tu acha que é prioritário. Ou seja, não dá para fazer.
Além disso, a ferramenta FAE-MPS.BR consolidou dados da organização que não
tinha sido formalizados até a aplicação do processo AE-MPS.BR. A situação atual dos
239
objetivos estratégicos com o programa de melhoria de processos, os problemas atuais com o
processo de desenvolvimento de software e suas respectivas causas, e a prioridade dos
processos MR-MPS, são exemplos de dados consolidados na ferramenta.
Por outro lado, a usabilidade da ferramenta FAE-MPS.BR foi um ponto fraco na
realização do estudo de caso. Esta dificuldade/problema foi, seguidamente, citada pelos
participantes durante a utilização da ferramenta. Da mesma forma, a maioria dos respondentes
relatou essa dificuldade/problema durante as entrevistas.
O elevado número de dados na ferramenta FAE-MPS.BR foi, também, uma
dificuldade/problema citada pelos respondentes. Entretanto, isto ocorre devido à utilização
das matrizes House of Quality provenientes da técnica de QFD.
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