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Juliana de Barros Cruz
Estudo Clínico e Molecular de pacientes
com Displasia Septo-Óptica ou
Deficiência Hormonal Hipofisária
(gene HESX1 e PROP1)
Dissertação de mestrado apresentado ao
programa de pós-graduação Fisiopatologia em
Clínica Médica para obtenção do título de
mestre Departamento de Clínica Médica da
Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP
Orientadora: Profa. Dra. Célia Regina Nogueira
Botucatu
2008
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus
Cruz, Juliana de Barros.
Estudo clínico e molecular de pacientes com displasia septo-óptica ou
deficiência hormonal hipofisária (gene HESX1 e PROP1) / Juliana de Barros
Cruz. – Botucatu : [s.n.], 2008
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Medicina de Botucatu, 2008.
Orientadora: Célia Regina Nogueira
Assunto CAPES: 40101002
1. Hipófise 2. Hormônios da hifise Fisiologia 3.
Endocrinologia clínica - Aspectos genéticos
CDD 616.43
Palavras-chave: Deficiência hormonal hipofisária; Displasia septo-óptica;
Gene HESX1; Gene PROP1; Mutação
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Dedicatória
Ao meu noivo, Eduardo, pelo eterno companheirismo.
Aos meus pais, Paulo e Lea, por sempre estarem presentes e me
apoiando na minha trajetória pessoal e profissional.
Agradecimentos
Aos meus pais, Paulo e Lea, pelo exemplo de família, amor incondicional e
apoio constante em todas as etapas da minha vida.
Ao meu irmão, Marcos, à minha cunhada Juliana e à minha linda sobrinha
Júlia, por fazerem parte dessa família maravilhosa que temos.
Ao meu sogro e minha sogra, Edson e Bete, pelo acolhimento e apoio que
me deram todos estes anos.
À minha orientadora, Dra Célia Regina Nogueira, pessoa maravilhosa, que
sempre me estimulou e ajudou, tanto na parte científica, como em
momentos da vida pessoal.
À Dra Denise Perone, pela orientação dada e disponibilidade em me ajudar
sempre que precisei.
À Sueli Ap. Clara, pelo tempo e paciência ao me ajudar a formatar o texto.
À Elza Guedes, que me estimulou em momentos importantes da minha vida.
A toda equipe do laboratório de Biologia Molecular do Departamento de
Clínica Média, pela convivência e amizade.
Às médicas endocrinologistas Adriana Mendes, Bibiana Colenci, Gláucia
Mazeto e Walkíria Pimenta pelo apoio, carinho e convivência durante
todos esses anos.
Aos amigos Flávio Miano, Vânia Nunes, Nancy Bueno, Tricia Nunes e
Larissa Chambô, pelo afeto, companheirismo, amizade sincera e presença
em todos os momentos dessa trajetória.
Sumário
Resumo
Abstract
1. Introdução.............................................................................. 01
1.1. Embriogênese hipofisária................................................. 02
1.2. Gene HESX1........................................................................
05
1.3. Gene PROP1....................................................................... 09
2. Objetivo.................................................................................. 12
3. Pacientes e Métodos............................................................. 14
3.1. Avaliação Clínica................................................................ 15
3.2. Avaliação Hormonal........................................................... 24
3.3. Avaliação Radiológica....................................................... 26
3.4. Análise Molecular............................................................... 26
3.4.1. Extração do DNA............................................................. 26
3.4.2. Reação de Polimerização (PCR).................................... 26
3.4.3. Sequenciamento dos exons amplificados.................... 29
4. Resultados............................................................................. 30
4.1. Estudo molecular............................................................... 31
5. Discussão.............................................................................. 37
6. Conclusão.............................................................................. 46
7. Bibliografia.............................................................................
48
Anexos....................................................................................... 59
Lista de Figuras
Lista de Figuras
Figura 1
Embriogênese Hipofisária......................................
04
Figura 2
Representação gráfica do gene HESX1................
07
Figura 3
Representação gráfica do modelo do efeito do
HESX1 mutante no desenvolvimento hipofisário
dependente do PROP1..........................................
08
Figura 4
Representação gráfica do gene PROP1................
10
Figura 5
Amplificação dos exons 1, 2,3 e 4 do gene HESX1......
31
Figura 6
Amplificação dos exons 1, 2 e 3 do gene PROP1........
32
Figura 7
Representação gráfica do sequenciamento
genético do paciente 2...........................................
33
Figura 8
Representação gráfica do sequenciamento
genético dos pacientes 4 e 5.................................
34
Figura 9
Representação gráfica do sequenciamento
genético do paciente 10.........................................
34
Figura 10
Representação gráfica do sequenciamento
genético dos pacientes 4,5 e 10............................
35
Figura 11
Mutações descritas no gene HESX1.....................
40
Lista de Tabelas
Lista de Tabelas
Tabela 1
Característica clínica, laboratorial e radiológica dos
pacientes estudados.....................................................
22
Tabela 2
Primers intrônicos utilizados – HESX1
.......................
27
Tabela 3
Primers intrônicos utilizados – PROP1
.......................
28
Tabela 4
Resultados encontrados no sequenciamento........
36
Tabela 5
Mutações descritas no gene HESX1.....................
39
Lista de Abreviaturas
Lista de Abreviaturas
ACTH
Hormônio adrenocorticotrófico
BMP2
Bone morphogenetic protein 2
BMP4
Bone morphogenetic protein 4
CPHD
combined pituitary hormone deficiency
DE
Dia embrnico do camundongo
DGH
DHHC
Deficiência de hormônio de crescimento
Deficiência hormonal hipofisária combinada
DNA
Desoxiribonucleotídeo
DP
Desvio padrão
DSO
Displasia Septo óptica
EH
-
1
Engrailed homology domain
FGF
Fibroblast growth factor
FSH
Hormônio foliculo estimulante
GALA 4
Galactosidase 4
GATA 2
Gata binding protein 2
GH
hormônio de crescimento
GHRHR
Receptor do hormônio liberador de GH
Gro
Groucho
Hesx1
Homeobox embryonic stem cell - representação gene
camundongo
HESX1 Homeobox embryonic stem cell representação gene
humano
HHA
Hipoplasia hipofisária anterior
HNO
Hipoplasia nervo óptico
IGFBP3
Insulin like growth factor binding protein 3
IGF1
Insulin like growth factor 1
ITT
Insulin tolerant test
LH
Hormônio luteinizante
LHX3
Lim homeobox gene
LIM
3 homeodomínios de proteínas Lin-11, Islet-1 (ISL1),e Mec-3
Lista de Abreviaturas
MCC
má formação de corpo caloso
NHE
neurohipófise ectópica
NeuroD1
neurogenic differentiation 1
Pax6
Paired Box gene 6
PCR
Polimerase chain reaction
PIT 1
Pituitary specific transcription factor 1
Pitx1 / 2
Paired-like homeodomain transcription factor 1 / 2
PNA
prega neural anterior
PRL
Prolactina
PROP1
prophet of Pit-1
RNM
ressonância nuclear magnética
Rpx
Rathke pouch homeobox
Shh
Sonic hedgehog
SOD
Septo optic dysplasia
TLE1
Transducin-like enhancer of split 1
TSH
Hormônio tireotrófico
Resumo
Resumo
A hipófise anterior compõe-se de cinco tipos celulares que
são definidos pelos hormônios que secretam. A diferenciação desses tipos
celulares resulta de uma cascata temporalmente regulada de fatores
transcricionais expressos no tecido hipofisário. Mutações de um desses
fatores podem resultar tanto em defeitos estruturais da glândula como em
deficiências hormonais, que podem ser isoladas (Déficit de hormônio do
crescimento - DGH) ou combinadas (DHHC), dependendo do papel do fator
transcricional mutado. A Displasia Septo óptica (DSO) caracteriza-se pela
presença de hipoplasia hipofisária, hipoplasia de nervo óptico e/ou má
formações de estruturas da linha média. Foram avaliados 11 pacientes com
quadro clinico de SOD, DGH e DHHC e realizado o sequenciamento
genético do gene HESX1 desses indivíduos. Nos casos de DHHC foi feita
uma análise adicional do gene PROP1. A mutação missense em estado de
heterozigose A1772G levando a substituição N125S foi identificada em um
paciente portador de DSO, no gene HESX1. Essa troca foi previamente
relatada como um polimorfismo na população Afro-Caribenha. Encontramos
três pacientes portadores da variante alélica A9A e N20S no exon 1 do gene
PROP1, já descritos previamente na literatura como polimorfismos.
Palavras chave: Deficiência hormonal hipofisária; Displasia septo-óptica;
Gene HESX1; Gene PROP1; Mutação
Abstract
Abstract
The anterior pituitary is made of five types of cell defined
according to the hormones they secrete. Differentiation among such cell
types derives from a cascade of temporally regulated transcriptional factors
expressed in the pituitary tissue. Mutation in one of these factors may result
in both structural gland defects and hormonal deficiencies, which may be
either isolated (DGH Growth Hormone Deficiency) or combined, depending
on the role of the mutated transcriptional factor. Septo-optic dysplasia (SOD)
is characterized by pituitary hypoplasia, optic nerve hypoplasia and/or
malformation of medium line structures. Eleven patients with a clinical state
of SOD, DGH and CPHD were assessed, and genetically sequenced for the
HESX1 gene. For CPHD cases, an additional analysis for the PROP1 gene
was also conducted. One SOD patient was found to have a missense
mutation in A1772G heterozygosis state, leading to the N125S replacement,
in HESX1 gene. Such replacement has already been reported as a
polymorphism in the Afro-Caribbean population. We found three patients
with the alelic variation A9S and N20A in exon 1 of PROP1 gene, previously
described as polymorphisms.
Key words: Pituitary hormone deficiency, Septo-optic dysplasia, HESX1
gene, PROP1 gene, mutation.
Introdução
Introdução
2
1. INTRODUÇÃO
1.1. Embriogênese Hipofisária
A glândula hipofisária é composta pela adeno-hipófise, a
qual compreende o lobo anterior e intermediário, e pela neuro-hipófise, que
consiste nas projeções dos neurônios magnocelulares hipotalâmicos,
tamm referida como hipófise posterior
1.
O desenvolvimento do lobo anterior se inicia entre a terceira
e a sexta semanas de gestação. Aproximadamente na terceira semana, o
ectoderma oral se invagina para formar o primórdio pituitário rudimentar,
conhecido como bolsa de Rathke. Esta se prolifera em direção ao terceiro
ventrículo, onde se funde com o lobo posterior. A porção da bolsa em
contato com a neuro-hipófise forma o lobo intermedrio, pouco evidente em
seres humanos, já que ocorre sobreposição com as células da hipófise
anterior
2
.
O lobo posterior tem origem neural, derivando de uma
evaginação do hipotálamo ventral e do terceiro ventrículo, sendo composto
pelos axônios e terminações nervosas de neurônios hipotalâmicos
3
.
A análise da embriogênese dos camundongos evidencia que
a parte anterior da placa neural (PNA), originará as estruturas o neurais
tais como hipófise anterior, ectoderma da cavidade nasal e a placa olfatória,
enquanto um tecido da placa neural imediatamente adjacente a PNA, dará
Introdução
3
origem às estruturas neurais anteriores como hipolamo, hipófise posterior,
vesículas ópticas e porção ventral da região anterior do cérebro
4, 5
.
Ao nascimento, a hipófise anterior compõe-se de cinco tipos
celulares que são definidos pelos hormônios que secretam: corticotrofos
(secretam ACTH), tireotrofos (TSH), somatotrofos (GH), gonadotrofos (FSH
e LH) e lactotrofos (PRL).
uma série de fatores transcricionais tais como Pit1
(pituitary specific transcription factor 1), Prop1 (prophet of Pit1),
Hesx1(Homeobox embryonic stem cell), Lhx3 (Lim homeobox gene 3), Lhx4
(Lim homeobox gene 4), Pitx1/2 (Paired-like homeodomain transcription
factor 1/2),Tpit (T Box transcription factor), que atuam de um modo
temporalmente regulado para permitir a diferenciação progressiva desses
tipos celulares
6
(Figura 1).
Introdução
4
Figura 1. Adaptado de Asteria,C.- Embriogênese Hipofisária: fatores transcricionais
envolvidos, cascata temporalmente regulada da expressão desses fatores
7
.
Ptx1: Paired-like homeodomain transcription factor; Alfa-GSU: alfa unidade do hormônio
gonadotrófico; Pit1: pituitary specific transcription factor 1; NeuroD1: neurogenic
differentiation 1; GATA2: gata binding protein 2; Hesx1: homeobox embryonic stem cell; Tpit:
T Box transcription factor; Dax1: dosage-sensitive sex reversal congenital adrenal
hypoplasia critical region on the X chromosome-1; Lhx3/4: Lim homeobox gene; Prop1:
profeta do Pit1; ACTH: Hormônio Corticotrófico; LH: Hormônio Luteinizante; FSH: Hormônio
Folículo estimulante; TSH: Hormônio Tireotrófico; PRL: Prolactina; GH: Hormônio do
crescimento
Bolsa de Ratke
Ptx1
Lhx3
Ptx1
Six3
ACTH
Alfa-GSU
Neuro D1 Tpit
Prop 1
GATA2
Pit1
GH
PRL
TSH
LH/FSH
Dax1
Introdução
5
A falência dessas células em se diferenciarem ou
proliferarem durante a embriogênese hipofisária, resulta em alterações
hipofisárias congênitas, que podem ser estruturais (Displasia Septo óptica -
DSO) ou deficiências hormonais. Esta por sua vez pode ser isolada, como o
déficit de hormônio de crescimento (DGH); ou combinada, dependendo do
fator transcricional mutado.
8, 9,10
.
1.2. Gene HESX1
O gene Hesx1 tamm conhecido como Rpx (Rathke pouch
homeobox gene) regula os estágios iniciais do desenvolvimento hipofisário.
Seus transcritos são detectados inicialmente no 6,5 DE (dia embriônico) no
endoderma visceral anterior, coincidente com o inicio da gastrulação. No 7,5
DE a expressão é observada no ectoderma cerebral e no mesoderma axial
anterior subjacente. No 8,5 DE o Hesx1 se expressa no ectoderma neural
rostral e tamm é detectado no ectoderma oral e na região do intestino
anterior. No 9,5 DE sua expressão está restrita ao diencéfalo ventral e à
bolsa de Rathke. No 10,5 DE os transcritos são detectados apenas na bolsa
de Rathke. O Hesx1 continua a ser expresso no desenvolvimento da hipófise
anterior até o 11,5 DE, quando os transcritos desaparecem em uma
seqüência espaço-temporal que corresponde à diferenciação hipofisária.
Sua expressão se torna indetectável no 15,5 DE
6
.
Introdução
6
Em 1998 Dattani et al. publicaram o resultado de um modelo
com nocaute para o gene HESX1 em camundongos. Os homozigotos
apresentaram redução do tecido prosencefálico, anoftalmia ou microftalmia e
anormalidades do corpo caloso e septo pelúcido, a hipófise anterior pequena
e o conectada ao lobo posterior. Os defeitos de linha média cerebral no
mutante, caracterizado pela ausência de septo pelúcido e ausência de corpo
caloso e morfogênese anormal da hipófise anterior apresentam uma
semelhança fenotípica com a síndrome da displasia septo-óptica (DSO) no
homem
11
.
A Displasia Septo-óptica (DSO) é uma condição bastante
heterogênica, definida pela presença de pelo menos dois dos seguintes
critérios: hipoplasia do nervo óptico, anormalidades de linha média (como
agenesia de corpo caloso e ausência de septo pelúcido) e hipoplasia
hipofisária com deficiências hormonais. O fenótipo é bastante variável com
aproximadamente 30% dos casos apresentando a manifestação completa
12
.
Essa doença ocorre com maior freqüência em crianças que nascem de
mães muito jovens, e recentemente casos de hipoplasia de nervo óptico
isolada ou DSO tem sido descritos em áreas geográficas com alta taxa de
gravidez em adolescentes
13
.
Baseado nessa associação entre o fenótipo apresentado
pelos camundongos nocautedos para o gene Hesx1 e a DSO no homem,
Dattani et al. clonaram, sequenciaram e mapearam o gene HESX1
homólogo no ser humano a partir de uma biblioteca genômica, a fim de
analisar esse gene em pacientes com defeitos de linha média cerebral,
Introdução
7
malformação do sistema nervoso central, associado ou não às deficiências
hormonais hipofisárias. O gene foi mapeado, seqüenciado e localizado no
braço curto do cromossomo 3 na região 3p21.1-21.2. O lócus do gene
HESX1 tem 1.7Kb distribuídos em 4 exons que codificam uma proteína de
185 aminoácidos (aa) que possui na sua porção N-terminal um domínio com
7 aa (resíduos 21-27) altamente conservado nas espécies denominado eh-1
(engrailed homology domain), a região implicada na repressão da
transcrição, assim como um homeodomínio com 3 hélices, que se liga ao
DNA, onde foi mapeado um outro domínio repressor
6
(figura 2).
Figura 2. Representação gráfica do gene HESX1. O gene contém 4 exons, e seu
transcrito, uma proteína de 185 aa, que contém o donio repressor na região eh-1
e o domínio paired (Prd) que contém 3 hélices de ligação ao DNA. Adaptado Parks,
JS
8.
A proteína Hesx1 e um segundo fator prd –like (Prop1) são
expressos em domínios temporalmente e espacialmente distintos. A
1
2
3
4
Exons
1
185
Repressor
Introdução
8
atenuação da expressão do Hesx1 na glândula hipofisária coincide com a
progressão da diferenciação celular dependente do Prop1
14
.
Figura 3: Modelo pelo qual o HESX1 mutante interfere no desenvolvimento
hipofisário PROP1 dependente. Adaptado Cohen, RN
15.
A proteína hesx1 age como repressora que pode suprimir a
ação de um ativador ao se ligar ao mesmo tio de reconhecimento do DNA,
em um processo conhecido como repressão heterodimérica.
Conseqüentemente a proteína hesx1 pode agir no contexto do complexo
Hesx1/Prop1 para suprimir a atividade do PROP1. Alguns fatores adicionais
são necessários para essa repressão: receptor nuclear correpressor (Ncor),
mSin3A/B, deacetilases de histona (recrutados pelo homeodomínio) e
correpressores da família Groucho, como o TLE1 (recrutado pelo domínio
eh1)
15
.
Expressão HESX1
Expressão
PPROP1
HESX1
HESX1
HESX1
PROP1
PROP1
PROP1
PROP1
PROP1
Mut
HESX1
Mut
HESX1
Mut
HESX1
Mut
HESX1
Estimulação da expressão
gênica
Linhagens
celulares
dependentes do PROP1
Alteração no tempo do
programa celular dependente
do PROP1
Desenvolvimento hipofisário
anormal
Padrão de ex
pressão do
HESX1 e PROP1
durante o
desenvolvimento
hipofisário
Introdução
9
Atualmente são descritas onze mutações no gene HESX1
que podem levar a fenótipos variados, incluindo deficiência hormonal
hipofisária combinada, DSO e DGH
13
.
1.3. Gene PROP1
A proteína Prop1 é um fator transcricional paired-like,
expresso exclusivamente na glândula hipofisária embriônica. Sua expressão
é inicialmente detectada na porção dorsal da bolsa de Rathke murina, em
uma região que se sobrepõe à expressão do domínio do Hesx1. A
expressão máxima do Prop1 ocorre no 12 DE, tornando-se indetectável no
15,5 DE. O camundongo Ames dwarf abriga uma substituição natural da
serina por prolina (S83P) no homeodomínio do Prop1, resultando em uma
proteína anômala com afinidade oito vezes menor ao se unir no sitio de
ligação do DNA do que a proteína wild-type. Quando essa mutação ocorre
em homozigose, o camundongo se apresenta com grave nanismo,
hipotireoidismo e infertilidade, e apesar de o desenvolvimento hipofisário
inicial ser semelhante ao camundongo wild-type, a glândula hipofisária é
hipoplásica na vida adulta apresentando uma redução de aproximadamente
50% do seu tamanho com deficiência de GH, TSH e prolactina, além de
expressão reduzida dos gonadotrofos.
Após a identificação do Prop1 como o gene responsável
pelo fenótipo do camundongo ames dwarf , Wu et.al. descreveram a primeira
Introdução
10
mutação no gene PROP1 em pacientes humanos com déficit de GH, TSH,
PRL, LH e FSH
16
.
O gene foi mapeado, seqüenciado e localizado no braço
longo do cromossomo 5. O lócus do gene PROP1 tem 3 Kb distribuídos em
3 exons que codificam uma proteína de 223 aminoácidos (aa) cuja porção N-
terminal apresenta um domínio de ativação da transcrição gênica, assim
como um homeodomínio com 3 hélices, que se liga ao DNA
17.
(Figura 4).
Figura 4. Representação gráfica do gene PROP1. O gene contém 3 exons, e seu
transcrito, uma proteína de 223 aminoácidos, que contém o domínio ativador e o
domínio paired (Prd) com 3 hélices de ligação ao DNA. Adaptado Parks, JS
8
.
Até a atualidade, existem 22 mutações descritas no gene
PROP1, identificadas em mais de 170 pacientes com deficiência hormonal
hipofisária combinada. Mutações neste gene o responsáveis por
aproximadamente 50% dos casos familiares desta patologia.
16
Ativador
transcricional
Exons
1
223
Domínio
Protéico
Introdução
11
Considerando-se a escassez na literatura de estudos do
gene HESX1 e PROP1 em casos esporádicos, nosso trabalho tem por
finalidade avaliar a presença de mutação nesse perfil de paciente. Portanto,
indivíduos com deficiência hormonal hipofisária combinada são candidatos
para o rastreamento genético do gene HESX1 e PROP1, enquanto que
pacientes com DSO e DGH devem ser rastreados para mutações no
HESX1.
Objetivos
Objetivos
13
O objetivo deste trabalho foi estudar aspectos clínicos, de
propedêutica armada e molecular de indivíduos com Displasia Septo óptica
(gene HESX1), déficit de GH (gene HESX1) e deficiência hormonal
hipofisária combinada (gene HESX1 e gene PROP1).
Pacientes e Métodos
Pacientes e Métodos
15
3. PACIENTES E MÉTODOS
Estudamos 11 pacientes acompanhados no ambulatório de
crescimento, da disciplina de Endocrinologia e Metabologia do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP, no período de
2005 e 2006. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética médica.
Após a assinatura do termo de consentimento informado livre e esclarecido,
os membros foram incluídos no estudo.
3.1. Avaliação clínica
Os dados clínicos dos pacientes foram obtidos
retrospectivamente do prontuário médico, e incluiu história de
consangüinidade, história familiar, parâmetros auxológicos e avaliação
hormonal.
Os critérios de inclusão foram:
Déficit de hormônio de crescimento: Pacientes com altura menor que dois
desvios-padrão, com dois testes de estímulo confirmando a deficiência
de hormônio de crescimento. Em crianças com valores subnormais de
IGF-1 e IGFBP-3 associados à baixa velocidade de crescimento e
deficiência de outros hormônios hipofisários, os testes de estímulo não
foram realizados. Utilizamos como critérios de diagnóstico de deficiência
de GH, níveis de pico de GH após estímulo < 7.0 ng/mL no método de
radioimunoensaio.
Pacientes e Métodos
16
Deficiência hormonal hipofisária combinada: déficit de dois ou mais
hormônios do eixo hipofisário comprovada laboratorialmente por exames
endocrinológicos específicos.
Displasia Septo-óptica: duas ou mais das seguintes características:
1)hipoplasia do nervo óptico, 2) anormalidades de linha média (como
agenesia de corpo caloso e ausência de septo pelúcido, 3) hipoplasia
hipofisária com deficiências hormonais.
Foram estudados três pacientes com DSO (pacientes 1, 2 e
3), três pacientes com DGH (pacientes 6,7 e 8 tabela 1) e cinco pacientes
com deficiência hormonal hipofisária combinada (pacientes 4,5,9, 10 e 11
tabela 1).
Paciente 1:
Deu entrada no ambulatório da disciplina de Endocrinologia
e Metabologia da FMUNESP aos 3 anos e 3 meses de idade. Apresentava
história de astenia, fraqueza, constipação intestinal e episódios de
hipoglicemia de repetição. Durante a avaliação endocrinológica, foram
observados déficit de cortisol, de IGF1 e de IGFBP3, bem como níveis
baixos de hormônio tireoidiano com níveis inapropriadamente normais de
tireotrofina. Com esses parâmetros foi diagnosticada insuficiência adrenal
secundária, hipotireoidismo central e déficit de GH. Apresentava hipoplasia
de nervo óptico esquerdo avaliado pela fundoscopia, e ressonância nuclear
magnética evidenciando hipoplasia de hipófise anterior e neuro-hipófise
Pacientes e Métodos
17
ectópica. Não tinha antecedente de consangüinidade ou casos semelhantes
na família.
Paciente 2:
Iniciou acompanhamento em nosso serviço com 1ano e 3
meses de idade. Apresentava quadro de convulsões desde o nascimento,
além de astenia e fraqueza. Durante a avaliação endocrinológica foram
observados déficit de cortisol, níveis diminuídos de IGF1 e IGFBP3 bem
como déficit de hormônio tireoidiano. Com esses parâmetros foi
diagnosticada insuficiência adrenal secundária, hipotireoidismo central e
déficit de GH. Apresentava hipoplasia de nervo óptico esquerdo avaliado
pela fundoscopia, e ressonância nuclear magnética evidenciando hipoplasia
de hifise anterior e neuro-hipófise ectópica. Não tinha antecedente de
consangüinidade ou casos semelhantes na família.
Paciente 3:
Iniciou acompanhamento em nosso serviço aos 3 anos e 5
meses de idade. Apresentava quadro de baixa estatura, com parâmetros
auxológicos expressivos (desvio padrão para altura de 5,8). Além disso,
queixava-se de astenia e, durante o acompanhamento ambulatorial, foi
observado ausência de desenvolvimento puberal, foi diagnosticado déficit de
GH, hipotireoidismo e hipogonadismo central. Diagnosticou-se coloboma em
olho esquerdo, e a ressonância nuclear magnética evidenciou hipoplasia de
Pacientes e Métodos
18
hipófise anterior e má formação de corpo caloso. Não tinha antecedente de
consangüinidade ou casos semelhantes na família.
Paciente 4:
Iniciou acompanhamento em nosso serviço aos 3 anos e 5
meses de idade. Apresentava quadro de baixa estatura, com desvio padrão
para altura de -3,48. Queixava-se tamm astenia, fraqueza, poliúria e
polidispsia. Após investigação endocrinológica específica, foram detectados
s déficits de GH, de hormônio tireoidiano, de cortisol e de hormônio
antidiurético. Com esses parâmetros foi feito o diagnóstico de ficit de GH,
hipotireoidismo central, insuficiência adrenal secundária e diabetes insípido
central. A ressonância nuclear magnética evidenciou hipoplasia hipofisária
anterior e neuro-hipófise ectópica. Não tinha antecedente de
consangüinidade ou casos semelhantes na família.
Paciente 5:
Iniciou acompanhamento em nosso serviço aos 13 anos e
10 meses de idade. Apresentava quadro de baixa estatura significante
(desvio padrão para altura de –5,7), infantilismo sexual (estádio M1P1 de
Tanner), hipoglicemia de repetição, fadiga, desânimo, astenia. Após
investigação endocrinológica específica, foram detectados déficit de GH, de
hormônio tireoidiano, de cortisol e de gonadotrofinas. Com esses parâmetros
foi feito o diagnóstico de ficit de GH, hipotireoidismo central, insuficiência
adrenal secundária e hipogonadismo hipogonadotrófico. A ressonância
Pacientes e Métodos
19
nuclear magnética evidenciou hipoplasia hipofisária anterior. o tinha
antecedente de consangüinidade ou casos semelhantes na família.
Paciente 6:
Iniciou acompanhamento em nosso serviço aos 14 anos e 3
meses de idade. Apresentava quadro de baixa estatura (desvio padrão para
altura de –2,6), sem outras características relevantes. Após investigação
endocrinológica específica, foi detectado déficit isolado de GH, com os
demais eixos hipofisários preservados. Não apresentava alterações à
ressonância nuclear magnética. Não tinha antecedente de consangüinidade
ou casos semelhantes na família.
Paciente 7:
Iniciou acompanhamento em nosso serviço aos 18 anos e 5
meses de idade. Apresentava quadro de baixa estatura significante (desvio
padrão para altura de –6,4), sem outras características relevantes. Após
investigação endocrinológica específica, foi detectado déficit isolado de GH,
com os demais eixos hipofisários preservados. Não apresentava alterações
à ressonância nuclear magnética. Não tinha antecedente de
consangüinidade ou casos semelhantes na família.
Paciente 8:
Iniciou acompanhamento em nosso serviço aos 14 anos e
10 meses de idade. Apresentava quadro de baixa estatura significante
Pacientes e Métodos
20
(desvio padrão para altura de 3,0), sem outras características relevantes.
Após investigação endocrinológica específica foi detectado ficit isolado de
GH, com os demais eixos hipofisários preservados. Não apresentava
alterações à ressonância nuclear magnética. Não tinha antecedente de
consangüinidade ou casos semelhantes na família.
Paciente 9:
Iniciou acompanhamento em nosso serviço aos 16 anos e 9
meses de idade. apresentava diagnóstico de déficit de GH. Apresentava
quadro de baixa estatura significante (desvio padrão para altura de –6,0),
mesmo tendo feito uso prévio de hormônio de crescimento em outro serviço.
Apresentava infantilismo sexual (estádio M1P1 de Tanner), fadiga,
desânimo, astenia. Após investigação endocrinológica específica, além do
diagnóstico prévio de DGH, apresentava diminuição de hormônio tireoidiano,
cortisol e gonadotrofinas. Com esses parâmetros foi feito o diagnóstico de
déficit de GH, hipotireoidismo central, insuficiência adrenal secundária e
hipogonadismo hipogonadotrófico.
A ressonância nuclear magnética evidenciou hipoplasia
hipofisária anterior. Não tinha antecedente de consangüinidade ou casos
semelhantes na família.
Paciente 10:
Iniciou acompanhamento em nosso serviço aos 9 anos e 3
meses de idade. Apresentava quadro de baixa estatura significante (desvio
Pacientes e Métodos
21
padrão para altura de –4,49), infantilismo sexual (estádio M1P1 de Tanner),
fadiga, desânimo, astenia. Após investigação endocrinológica específica, foi
detectado déficit de GH, de hormônio tireoidiano, de cortisol e de
gonadotrofinas. A ressonância nuclear magnética evidenciou hipoplasia
hipofisária anterior e neuro-hipófise ectópica. Não tinha antecedente de
consangüinidade ou casos semelhantes na família.
Paciente 11:
Iniciou seguimento em nosso serviço aos 14 anos.
Apresentava história de criptorquidia bilateral e hipospádia, com correção
cirúrgica previamente. Apresentava também baixa estatura, com desvio
padrão para altura de 2, 91, infantilismo sexual (estádio G1P1 de Tanner),
com micropênis (pênis tracionado menor que 2,5 desvio-padrão). Após
investigação endocrinológica específica, foram confirmados os déficits de
GH, hormônio tireoidiano e gonadotrofinas. A ressonância nuclear magnética
evidenciou hipoplasia hipofisária anterior. Não tinha antecedente de
consangüinidade ou casos semelhantes na família.
Pacientes e Métodos
22
Tabela 1. Características clínica, laboratorial e radiológica dos pacientes
estudados
Paciente Sexo Idade
Score Z
(altura)
T
4
Livre
(ng/dL)
(0,8-1,9)
TSH
(uU/mL)
(0,4-4)
PRL
(ng/mL)
M:2,5-17
F:1,9-25
1 M
3 anos e
3 meses
-0,4 0,77 6,05 24,2
2 F
1 ano e 3
meses
-0,85 0,55 6,47 6,5
3 M
3 anos e
5 meses
-5,8 1,00 2,69 64,5
4 M
3 anos e
5 meses
-3,48 0,7 1,9 15,9
5 F
13 anos e
10 meses
-5,7 0,535 6,5 13,3
6 M
14 anos e
3 meses
-2,6 1,3 2,6 4,13
7 M
18 anos e
5 meses
-6,4 1,13 2,88 6,7
8 M
14 anos e
3 meses
-3,0 1,65 3,74 18,1
9 F
16 anos e
9 meses
-6,0 0,71 3,02 #
10 F
9 anos e
3 meses
-4,49 0,63 0,005 22
11 M 14 anos -2,9 0,71 1,33 8,77
Pacientes e Métodos
23
Paciente
FSH/LH
(mUi/mL)
Cortisol
(ug/dL)
Testosterona
livre
(pg/mL)
IGF1/
IGFBP3
(ng/mL)
Pico do
GH no
ITT
(ng/mL)
RNM
1
0,52/0,17
3,52 15,07
27/1610
#
HHA/NH
E/HNO
2 # 5,8 #
8,8/1086
#
HHA/NH
E/HNO
3 <0,1/0,1 7,74 0,01 # #
HHA/MC
C/Colobo
ma
4
<1,0/0,6
3,9 0,7 # 0,5
HHA
5
0,32/0,1
1,89 # # 0,54
Normal
6
4,13
10,98 0,34 # 6,5 Normal
7 6,7 18,6 9,74 # 0,33 Normal
8 18,1 14,5 0,96 # 0,73 Normal
9 # 2,57 # # #
HHA
10 22 <1 # # <0,25
HHA/NH
E
11 8,77 15,5 0,84 # 5,6
HHA
# : Dados não disponíveis no prontuário médico
M: sexo masculino
F: sexo feminino
HHA: hipoplasia de hipófise anterior
NHE: neuro hipófise ectópica
HNO: hipoplasia de nervo óptico
MCC: Má formação de corpo caloso
Parâmetros de Normalidade: LH: M: 0,8-7,6 mUi/mL, F: 1,1-11 mUi/mL, FSH: M: 0,7-11,1 mUi/mL, F: 2,8-11,3
mUi/mL, Cortisol: 5-25 ug/dL, Testosterona livre: 8,8-27 pg/mL, IGF1: 20-200, IGFBP3: 1400-4250ng/ml, pico do
GH no ITT<7ng/ml.
Pacientes e Métodos
24
3.2. Avaliação Hormonal
Os seguintes exames e testes endocrinológicos foram
usados para confirmar o diagnóstico clinico dos pacientes:
Para acessar a função da hipófise anterior, dosagens hormonais basais
foram realizadas (TSH, T4 livre, PRL, LH, FSH, GH, IGF-1, IGFBP3,
Cortisol, Testosterona).
Dosagem de TSH, T4 livre, PRL, LH, FSH, Cortisol
Quimioluminescência, aparelho Immolite 2000 (Kits DPC, Los Angeles,
CA).
Os valores de referência utilizados foram:
TSH 0,4 – 4 uUI/mL
T4 livre 0,8-1,9 ng/dL
Prolactina
Sexo feminino: 1,9-25 ng/mL
Sexo masculino: 2,5-17 ng/mL
LH
Sexo feminino: 1,1-11,6 mUI/mL
Sexo masculino: 0,8-7,6 mUI/mL
FSH
Sexo feminino: 2,8-11,3 mUI/mL
Sexo masculino: 0,7-11,1 mUI/mL
Cortisol 5-25 ug/dL
Pacientes e Métodos
25
Dosagem de IGF-I: Ensaio imunorradiométrico após extração do etanol
utilizando anticorpos monoclonais específicos (kit da Diagnostic Systems
Laboratories Inc (DSL), Webster, TX, EUA).
O seguinte valor de referência foi utilizado para crianças até 6 anos: 20-
200 ng/mL.
Dosagem de IGFBP3 Ensaio imunorradiométrico (Kit da DSL, Webster,
TX, EUA).
O seguinte valor de referência foi usado para crianças de 3-4 anos: 1400-
4250 ng/mL.
Dosagem de GH e testosterona livre - Radioimunoensaio (RIE).
Para a dosagem de GH no teste de estímulo, foi considerado um valor
menor do que 7 ng/mL como não responsivo.
Para a testosterona livre o valor de referência utilizado foi: 8,8-27 pg/nL
(20-39 anos).
Teste da clonidina: (administrado 100 ug/m
2
de superfície corporal, vo)
com coletas de sangue para dosagem de GH no tempo basal, e nos
tempos 30, 60, 90 e 120 minutos após administração da clonidina.
Teste combinado para avaliar função hipofisária: inclui a hipoglicemia
induzida pela administração iv de 0,1U/Kg de peso de insulina (ITT) +
200ug de TRH + 100 ug de GnRH com coletas de sangue periférico para
dosagem de glicemia, GH, cortisol, TSH, PRL, LH e FSH nos tempos -15,
0, 15, 30, 45, 60, 90 e 120 minutos após a administração da medicação.
Pacientes e Métodos
26
3.3. Avaliação Radiológica
A região hipotálamo-hipofisária foi avaliada por ressonância
magnética obtendo-se cortes coronais e sagitais em T1 com TR 350 ms e
TE=20 ms utilizando-se um aparelho Tesla 0,5 (Sigma GE, Milwaukee,
Wiscosin, USA).
3.4. Análise Molecular
3.4.1. Extração de DNA
A extração, amplificação, sequenciamento do DNA e análise
dos resultados foram realizados no laboratório Experimental da Clinica
Médica da Faculdade de Medicina de Botucatu, UNESP.
O DNA foi extraído pelo método de Salting out
18
.
3.4.2. Reação de Polimerização (PCR)
O exon 1 do HESX1 dos onze pacientes em estudo, foi
amplificado por PCR utilizando-se primers intrônicos previamente descritos
11
enquanto que o exon 2, exon 3 e exon 4 foram amplificados utilizando-se
primers intrônicos desenhados em nosso laboratório, após padronização da
reação com DNA controle (tabela 2).
Pacientes e Métodos
27
Tabela 2: Primers intrônicos utilizados – HESX1
Exon
Seqüência 5´-3´
Exon 1
1F 5´-AGCTGTTGCTCTGTGCAGACCACGAGA-
1R 5´-ACAAAGAATTGAAACAATTAAGCTGTGGCA-3´
Exon 2
2F 5´-TTGACCATCTAAGACAGGGC-3´
2R 5´-AAGTGAGTGGGCTTTTGCTC-3´
Exon 3/4
3F 5´-GAGCAAAAGCCCACTCACTT-3´
4R 5´-CCACTGATTCTTCATGCTCT-3´
Exon 1 (primer sense -1F e anti sense -1R); Exon 2 (primer sense -2F e anti sense -
2R); Exon 3 e 4 (primer sense -3F e anti sense -4R)
A reação foi realizada utilizando-se 300ng do DNA genômico
em um volume final de 50 µLcontendo: 20mmol/L Tris-HCL (ph 8,3);
50mmol/L KCL; 0,2 mmol/L de deoxy-NTP; 1,5mmol/L MgCl
2
; 1,75 U Taq
DNA polimerase e 20 pmol/L de cada primer específico (Invitrogen, São
Paulo, Brasil).
As condições da PCR usadas para amplificação do HESX1
foram: 94 C° por 5 minutos, seguido de 30 ciclos a 94C° por 30 segundos,
55 por 30 segundos, 72C° por 30 segundos com extensão final de 72C° por
10 minutos. Os produtos de PCR foram inicialmente purificados utilizando-se
o Kit Rapid PCR Purification Systems (Marligen Bioscience).
Pacientes e Métodos
28
Os exons 1,2 e 3 do gene PROP1 dos cinco pacientes com
deficiência hormonal hipofisária combinada foram amplificados utilizando-se
primers intrônicos previamente descritos (tabela 3)
17
.
Tabela 3. Primers intrônicos utilizados – PROP1
Exon
Seqüência 5´-3´
Exon 1
1F 5´-ACCTACACACACATTCAGAGACAG -3´
1R 5´-TGGAGCCTATGCTTTCAGC -3´
Exon 2
2F 5´-AAAGACTGGAGCAGCACAGGACGCA- 3´
2R 5´-CTCAATGCAGTTGCTCTGATG -3´
Exon 3
3F 5´-GCCTTGTGGAAGAGCTTTACTCC 3´
4R 5´-ATTTCTAATCGCTGAGCTGACCC -3´
Exon 1 (primer sense -1F e anti sense -1R); Exon 2 (primer sense -2F e anti sense -
2R); Exon 3 (primer sense -3F e anti sense -3R)
A reação foi realizada utilizando-se 300ng do DNA genômico
em um volume final de 50 µL contendo: 20mmol/L Tris-HCL (ph 8,3);
50mmol/L KCL; 0,2 mmol/L de deoxy-NTP; 1,5mmol/L MgCl
2
; 1,75 U Taq
DNA polimerase e 15 pmol/L de cada primer específico (Invitrogen, São
Paulo, Brasil).
As condições da PCR usadas para amplificação do PROP1
foram: 95C° por 3 minutos, seguido de 30 ciclos de 30 segundos a 95C°, 30
segundos a 60C°, 2 minutos a 72C, ° e cinco minutos a 72C°. Os produtos
Pacientes e Métodos
29
de PCR foram inicialmente purificados utilizando-se o Kit Rapid PCR
Purification Systems (Marligen Bioscience).
3.4.3. Seqüenciamentos dos Exons Amplificados
Para a reação de sequenciamento foi utilizado o seguinte
protocolo: 1µL de sense primer a 1,6 pmol/µL, 2 µL de Big Dye TM
Terminator Cycle Sequencing v 3.1 (Applied Biosystems Foster City, CA,
EUA), 1 µL de tampão Save Money, 1,5 µL de amostra, 4,5 µL de água.
O termociclador foi programado da seguinte forma: um ciclo
de 10 segundos à temperatura de 96˚C, um ciclo de 5 segundos à
temperatura de 50˚C e um ciclo de 4 segundos à temperatura de 60˚C;
repetido 25 vezes todas as etapas anteriores, terminando com a temperatura
de 4˚C. Para atingir as várias temperaturas desejadas, foi realizado um
escalonamento de 1˚C por 1 segundo.
Após a reação de sequenciamento, os produtos foram
submetidos à precipitação alcoólica e lidos no seqüenciador ABI Prism 3100
Genetic Analyzer (Applied Biosystems, Foster City, Califórnia, EUA).
As seqüências de DNA obtidas dos pacientes foram
comparadas com as dos indivíduos normais (PROP1 geneID: 5626 e HESX1
geneID: 8820).
Resultados
Resultados
31
4. Resultados
Os 11 pacientes portadores de deficiência de GH
isolada, deficiência hormonal hipofisária combinada ou displasia septo-óptica
foram divididos em 3 grupos de acordo com o quadro clinico.
1. Displasia septo-óptica (pacientes 1,2,3)
2. Deficiência isolada de GH (pacientes 6,7,8)
3. Deficiência hormonal hipofisária combinada (pacientes 4,5,9,10,11)
4.1. Estudo molecular
Todos os exons do gene HESX1 dos 11 pacientes
estudados foram adequadamente amplificados nos tamanhos esperados.
A B
Figura 5. A: Amplificação dos exons 2 e 3 - 4 do gene HESX1
B: Amplificação do exon 1 do gene HESX1
pb: pares de base
Exon 2 e Exon 3 - 4 gene
HESX1
Exon 1 gene
HESX1
Exon 2
(315 pb)
Exon ¾
(556 pb)
Exon 1
(219 pb)
Resultados
32
Todos os exons do gene PROP1 dos cinco pacientes
estudados foram adequadamente amplificados nos tamanhos esperados.
Figura 6. Amplificação dos exons 1, 2 e 3 do gene PROP1
pb: pares de base
Grupo 1. Pacientes com DSO
No estudo molecular dos três pacientes com DSO
estudados, encontramos a mutação missense A1772G com a substituição
de uma asparagina por uma serina na posição 125 (N125S) em estado de
heterozigose no paciente 2 (figura 7).
Exon 1, 2, 3 gene PROP1
Exon 1
(369 pb)
Exon 2
(492 pb)
Exon 3
(605 pb)
Resultados
33
Figura 7: Resultado do sequenciamento da fita antisense do Exon 3 do gene
HESX1 do paciente 2. A seta assinala a troca do nucleotídeo T pelo C em
heterozigose, levando a substituição de uma asparigina por serina no códon 125
(tabela 4)
Grupo 2. Pacientes com DGH
Não encontramos alterações no estudo molecular do gene
HESX1 dos três pacientes estudados.
Grupo 3. Pacientes com Deficiência hormonal hipofisária combinada
Nos cinco pacientes com deficiência hormonal hipofisária
combinada estudados, não encontramos mutações do gene HESX1.
No estudo genético do PROP1, encontramos a variante
alélica T27C em heterozigose nos pacientes 4 e 5 (figura 7) e em
homozigose no paciente 10 (figura 8). Essa troca de nucleotídeos pode ser
Resultados
34
considerada uma mutação silenciosa, que não leva alteração do
aminoácido codificado, que se mantém como alanina (A9A).
Figura 8: Resultado do sequenciamento da fita sense do Exon 1 do gene PROP1
dos paciente 4 e 5. A seta assinala a troca do nucleotídeo T pelo C em
heterozigose, sem promover alteração do aminoácido alanina no códon 9 (tabela 4).
Figura 9: Resultado do sequenciamento da fita sense do Exon 1 do gene PROP1
do paciente 10. A seta assinala a troca do nucleotídeo T pelo C em homozigose,
sem promover alteração do aminoácido alanina no códon 9 (tabela 4).
Resultados
35
Encontramos a variante alélica A59G em homozigose no
códon 20 do exon 1 , caracterizada pela substituição de uma asparagina por
serina, tamm nos pacientes 4,5 e 10 (figura 8).
Figura 10: Resultado do sequenciamento da fita sense do Exon 1 do gene PROP1
dos pacientes 4, 5 e 10. A seta assinala a troca do nucleotídeo A pelo G em
homozigose, levando a substituição de uma asparagina por serina no códon 20
(tabela 4).
Resultados
36
Tabela 4. Resultados encontrados no sequenciamento
DSO: Displasia septo-óptica, DHHC: deficiência hormonal hipofisária combinada, N:
asparagina, S: serina, A: alanina.
Paciente Quadro Clínico Gene Estudo Molecular
2
DSO HESX1 N125S
4
DHHC PROP1 A9A/N20S
5
DHHC PROP1 A9A/N20S
10
DHHC PROP1 A9A/N20S
Discussão
Discussão
38
5. Discussão
Devido a grande variabilidade fenotípica relacionada às
mutações no gene HESX1, estudamos pacientes com DGH isolado,
deficiência hormonal hipofisária combinada e DSO.
A incidência descrita de DSO é 1/10. 000 nascidos vivos, e é
igualmente prevalente no sexo feminino e masculino. Apesar de a condição
ser geralmente esporádica, casos familiares m sido descritos. Até a
atualidade, Dattani et al., rastrearam mais de 800 pacientes com DSO e
deficiência hormonal hipofisária e identificaram mutações em menos de 1%
dos indivíduos, confirmando a raridade de mutações no HESX1
19
.
Atualmente o descritas onze mutações do gene, que
podem levar a fenótipos variados, incluindo defeitos de linha média,
hipoplasia do nervo óptico, neuro-hipófise ectópica e hipoplasia hipofisária
associada a deficiências hormonais
13
(tabela 5 e figura 4). Indivíduos
homozigotos para mutação recessiva Arg160Cys apresentam displasia
septo-óptica (DSO/síndrome de Morsier) com agenesia do corpo caloso e
deficiência hormonal hipofisária combinada
12
. Já indivíduos com mutação
heterozigótica dominante exibem fenótipos mais brandos, consistentes com
haploinsuficiência da proteína hesx1
20
.
Discussão
39
Tabela 5. Mutações descritas no gene HESX1
Mutação Fenótipo RNM Referência
Arg160Cys DHHC/HNO MCC/HHA 11
Gln6His DHHC HHA/NHE 21
Ser170Leu DGH/HNO Normal ou HHA
e NHE
21
Thr181Ala DGH HHA 21
Ile26Thr DHHC HHA/NHE 14
306/307 ins AG DHHC/HNO HHA/NHE 20
1684delG DHHC MCC 15
Alu insertion exon 3 DHHC/coloboma HHA 22
C.449_450delAC
DHHC/Hipoglicemia
e insuficiência
respiratória grave
Aplasia
Hipofisária
23
C, 357 + 2Tb>C
DHHC/Hipoglicemia
e insuficiência
respiratória grave
Aplasia
Hipofisária
23
Glu149Lys
DHHC/ Dedos
supranumerários
HHA 13
HHA: Hipoplasia Hipofisária Anterior, NHE: Neurohipófise Ectópica.
HNO: Hipoplasia Nervo Óptico, MCC: Má Formação de Corpo Caloso
DHHC: Deficiência hormonal hipofisária combinada, DGH: ficit de hormônio de
crescimento, DSO: displasia septo óptica.
Discussão
40
Figura 11. Adaptado Kelberman, D. Mutações descritas no gene HESX1
19
A freqüência de mutações no gene HESX1 é baixa,
sugerindo que mutações em outros genes, tais como SOX3 e SOX2
19
,
associados a fatores ambientais tais como crianças que nascem de mães
muito jovens, contribuem para o surgimento da DSO. Além disso, mutações
em outros fatores transcricionais, como o PROP1
24,
contribuem para o
fenótipo de deficiência hormonal hipofisária combinada familiar enquanto
que mutações no gene GH-1 ou no gene que codifica o receptor GHRH
(GHRHR) são responsáveis pela maioria dos casos de DGH
25
.
Até a atualidade, existem 22 mutações descritas no gene
PROP1, identificadas em mais de 170 pacientes, sugerindo que mutações
neste gene sejam as causas mais comuns de deficiência hormonal
hipofisária combinada, contribuindo com aproximadamente 50% dos casos
familiares. A incidência de mutações em casos esporádicos é muito menor
16
.
Mutações dominantes
Mutações
Polimorfismos
Q6H
I26T
c.449_450delCA
C.306_307insAG
C.357+2T>C
E149K
Alu insertion
R160C
S170L
T181
A
g.1684delG
c.183T>C
H61H
c.219C>T
S73S
N125S c.525G>A
A175A
Domínio
engrailed homology
Homeodomínio
paired
-
Discussão
41
Em 2005, Dattani et al., realizaram um screening mutacional em uma coorte
de pacientes com deficiência hormonal hipofiria combinada, incluindo 189
casos esporádicos e 44 casos familiares. A prevalência de mutação no gene
PROP1 nos casos esporádicos foi muito baixa (1,1%), quando comparados
aos casos familiares (29,5%)
26
. No mesmo ano, Kirk et.al., estudaram o
gene PROP1 em 27 crianças de 26 famílias com deficiência hormonal
hipofisária combinada (apenas 3 famílias com mais de 1 membro afetado), e
encontraram apenas um aumento da incidência do polimorfismo A9A, e não
detectaram mutação no gene. Os autores atribuem esse achado às
diferenças étnicas dos grupos estudados, e pela provável presença de efeito
fundador em determinadas regiões com grande número de pacientes
afetados
27
.
Nos casos familiares, todos os indivíduos afetados
apresentam herança recessiva, e a maioria das mutações descritas até o
momento ocorre no sitio de ligação do DNA, no homeodominio, que é uma
região altamente conservada nos camundongos e seres humanos,
apresentando em torno de 91% de homologia entre os nucleotídeos. Como
conseqüência dessas mutações, ocorre a perda da função da proteína,
decorrente da incapacidade de ligação ao DNA e ativação da transcrição
gênica. A mutação mais comum no gene PROP1, e que corresponde a 50-
72% de todos os casos familiares, é a deleção de 2 pares de base no exon
2, resultando em uma mutação frameshift no códon 101 e introdução de um
códon de parada na posição 109
16
.
Discussão
42
Em 2005 Reynaud et al. descreveram a primeira mutação no
gene PROP1 downstream ao homeodominio, levando a substituição de um
resíduo de triptofano e introdução de um códon de parada na posição 194 no
domínio de transativação, dando origem a uma proteína mutada
apresentando apenas 34% da atividade quando comparada com a wild-
type
28
.
O modo de herança recessivo das mutações no gene se
associa a deficiências hormonais combinadas, de GH, TSH, PRL e
gonadotrofinas, apesar de serem variáveis o grau de severidade e o
momento de aparecimento das deficiências. A maioria dos pacientes
apresenta um quadro precoce de déficit de GH com atraso do crescimento,
entretanto crescimento normal na infância já foi descrito em um paciente que
atingiu estatura normal sem a reposição hormonal
29
.
O déficit de TSH também é bastante variável, e em alguns
casos foi descrito como manifestação inicial, enquanto que em outros,
como uma manifestação tardia
30, 31,32
.
Indivíduos com mutação no PROP1 apresentam o eixo
ACTH/cortisol preservado na infância, mas geralmente evoluem com
deficiência do cortisol no decorrer da vida, se correlacionando positivamente
com o aumento da idade
32-36
.
Apesar de o fator Prop1 ser essencial para a diferenciação
dos gonadotrofos na vida fetal, o espectro da deficiência de gonadotrofinas é
Discussão
43
bastante variável, podendo variar de hipogonadismo com ausência completa
do desenvolvimento puberal até casos com início puberal tardio e incompleto
evoluindo com deficiência hormonal posterior com necessidade de reposição
hormonal
30, 31, 37,38
.
A morfologia hipofisária nos pacientes com mutação no
PROP1 tamm é bastante variável, a maioria dos pacientes apresenta
haste hipofisária e lobo posterior com desenvolvimento normal, e o lobo
anterior hipoplásico
16
.
Entretanto, foi descrito em alguns pacientes o
aumento hipofisário detectado por ressonância nuclear magnética, com
posterior regressão e involução desse aumento glandular
32, 35, 38, 39,40
.
O aumento hipofisário descrito consiste de uma massa que
se interpõe entre o lobo anterior e posterior, originando-se possivelmente do
lobo intermediário
40
.
A a atualidade o mecanismo de involução dessa
massa permanece incerto, existe apenas um caso descrito de biópsia dessa
massa, e a histologia evidenciou a presença de material amorfo sem sinais
de apoptose
41, 42
.
Conseqüentemente a esta grande variabilidade fenotípica
associada às mutações no gene PROP1, o pode ser identificada
correlação genótipo-fenótipo nos pacientes afetados
16
.
Não encontramos mutação no gene PROP1 nos 5 pacientes
com deficiência hormonal hipofisária combinada estudados. Nosso
resultado está de acordo com a literatura, já que a incidência de mutação em
casos esporádicos é muito baixa. Verificamos três pacientes portadores da
Discussão
44
variante alélica A9A e N20S, descritos previamente na literatura como
polimorfismos
43
.
Nos pacientes com DSO, encontramos um paciente portador
da variante alélica N125S em heterozigose, descrita previamente como
polimorfismo Afro-Caribenho. Brickman et al. analisando o DNA de 461
pacientes encontraram 5 pacientes com quadros variáveis de SOD
portadores dessa variante alélica, todos de descendência Afro-caribenha
12
.
Nesse mesmo estudo, analisando o DNA de 42 indivíduos normais de
ascendência Afro-caribenha encontraram 5 indivíduos homozigotos para o
alelo normal, 17 indivíduos homozigotos e 20 heterozigotos para a variante
alélica. Embora seja considerada um polimorfismo, Brickman et al. sugerem
que essa variação pode não ser inteiramente silenciosa, que a
substituição de uma serina por prolina na posição 18 análoga no
homeodomínio do Prop1 tem sido implicada no fenótipo de camundongos
Ames dwarf
44
.
A ausência de mutação nos pacientes com DSO está de
acordo com as outras séries de screening mutacional no gene HESX1,
sugerindo que os fatores ambientais possam contribuir de forma importante
para a patogênese da DSO, e que provavelmente outros genes ainda não
descritos, estejam envolvidos nessa patogênese.
Os polimorfismos podem atuar como marcadores genéticos,
já que o transmitidos associados a outros genes localizados na região
cromossômica próxima a eles (linkage). Desta forma, se um gene próximo a
Discussão
45
um marcador causa uma doença, todos os indivíduos afetados na família
recebem tanto o marcador como o gene causador da doença. Embora o
determinante genético para uma determinada patologia seja identificado
através de uma mutação com herança mendeliana simples, os
determinantes para a idade de início da doença e a variabilidade clínica
existente entre indivíduos com a mesma mutação ainda são ignorados. Uma
explicação possível seria que fatores ambientais, ou uma segunda mutação
ou polimorfismo estaria interferindo na evolução da doença. Existe uma
hipótese de que a troca de base na molécula do DNA cause a criação de um
splicing alternativo levando a uma proteína alterada, ou então que o
nucleotídeo modificado esteja em desequilíbrio de ligação com uma variante
funcional ainda não conhecida
45
.
Conclusões
Conclusões
47
6. Conclusão
Na análise do gene HESX1 em 11 pacientes portadores de
deficiência de GH, deficiência hormonal hipofisária combinada e DSO,
encontramos em 1 paciente a variante alélica N125S, já descrita
previamente como polimorfismo em pacientes Afro-Caribenhos.
Não verificamos mutação no gene PROP1 nos 5 pacientes
com deficiência hormonal hipofisária combinada estudados. Nosso resultado
está de acordo com a literatura, que a incidência de mutação em casos
esporádicos é muito baixa. Encontramos três pacientes portadores da
variante alélica A9A e N20S, descritos previamente na literatura como
polimorfismos.
A teoria de que o nucleotídeo modificado no polimorfismo
esteja em desequilíbrio de ligação com uma variante funcional ainda não
conhecida, favorece a hipótese de que essa alteração possa interferir na
evolução da doença.
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