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Dedicatória
NELMARA CAMARGO
ESTUDO TRANSVERSAL E LONGITUDINAL DA
ASSOCIAÇÃO ENTRE ASMA E PROTEÍNA C REATIVA.
INTERFERÊNCIA DA OBESIDADE NOS VALORES DA
PROTEÍNA C REATIVA EM ASMÁTICOS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Fisiopatologia em
Clínica Médica, da Faculdade de
Medicina de Botucatu – Unesp, para
obtenção do título de Mestre em
Fisiopatologia em Clínica Médica
Orientador: Profª. Dra. Thaís Helena AbrahãoThomaz Queluz
BOTUCATU
2008
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Dedicatória
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus
Camargo, Nelmara.
Estudo transversal e longitudinal da associação entre asma e proteína c
reativa. Interferência da obesidade nos valores da proteína c reativa em
asmáticos. / Nelmara Camargo. – Botucatu: [s.n.], 2008
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Medicina de Botucatu, 2008.
Orientador: Thaís Helena Abrahão Thomaz Queluz
Assunto CAPES: 40501000
1. Obesidade – Aspectos nutricionais 2. Asma 3. Fisiopatologia
CDD 613.25
Palavras-chave: Asma; Obesidade; Proteína C reativa
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Dedico esta dissertação àquelas
pessoas que me ensinaram a conhecer o
mundo, olhar o futuro e ser feliz!
Agradecimentos
Agradecimentos
Agradecimentos
Primeiramente, agradeço a Deus por iluminar meu caminho e me dar
forças para seguir sempre em frente.
Aos meus pais, que sempre acreditaram e me apoiaram, a Adalberto
Vasconcelos Silva pelo constante incentivo, compreensão e carinho e
a minha grande amiga Vânia Vieira de Mello que me mostrou o
caminho para iniciar um sonho.
A minha orientadora, Profª Dra. Thaís Helena Abrahão
Thomaz Queluz por sua dedicação, paciência e apoio ao longo desta
jornada e também ao meu co-orientador Prof. Dr. Hugo Hyung
Bok Yoo.
Ao Prof. Dr. Luis Cuadrado Martin e ao Prof. Dr. Newton
Key Hokama pela leitura do trabalho e pelos comentários
realizados.
Ao Prof. Dr. Elcio dos Santos Oliveira Vianna, à Dra. Débora
Maciel Cavalcanti Rosa, à Dra. Maria Luiza Cotrim Sartor de
Oliveira, a Fabiane Maria Romão, ao Alexandre Sette, ao
Luciano Barbosa e a todos os pacientes pelo apoio e contribuição na
realização desta pesquisa.
Agradecimentos
À Dra. Adriana Polachini do Valle e a todos os funcionários do
laboratório clínico, em especial à Dra. Nádia dos Reis Carvalho e
aos colegas de trabalho Marcos Montanha Ramos, Vera Lucia
Rodrigues João, Maria Angélica Ribeiro e Marina Marcolino
Botão, do laboratório de sorologia.
Gostaria de agradecer de maneira muito especial e carinhosa, a minha
filha Natalia Camargo Faraldo, pelas inúmeras maneiras como me
ajudou e por sua compreensão dos momentos não partilhados.
E a todos aqueles que, de alguma forma, contribuíram para esta
dissertação se tornasse realidade, o meu muito obrigado.
Sumário
Sumário
Sumário
Lista de quadros
Lista de tabelas
Resumo
Abstract
1 Introdução.......................................................................................................... 24
1.1 Proteína C Reativa...................................................................................... 26
1.2 Asma brônquica.......................................................................................... 27
1.3 Relação entre asma e obesidade............................................................... 30
2 Objetivos............................................................................................................ 32
3 Pacientes e Métodos......................................................................................... 34
3.1 Pacientes..................................................................................................... 35
3.1.1 Critérios de exclusão.......................................................................... 35
3.2 Métodos....................................................................................................... 36
3.2.1 Delineamento do estudo..................................................................... 36
3.2.2 História clínica e exame físico............................................................ 38
3.2.3 Pico de fluxo expiratório..................................................................... 38
3.2.4 Indução do escarro............................................................................. 39
3.2.5 Exame citológico do escarro.............................................................. 39
3.2.6 Dosagem da Proteína C Reativa........................................................ 40
3.2.7 Cálculo do índice de massa corpórea................................................ 41
3.2.8 Análise estatística............................................................................... 41
3.2.9 Parecer do comitê de ética................................................................. 42
4 Resultados......................................................................................................... 43
4.1 Estudo transversal: características dos asmáticos e dos controles
normais......................................................................................................
44
4.2 Estudos longitudinais.................................................................................. 46
4.3 Níveis séricos da PCR em asmáticos obesos e não obesos...................... 48
5 Discussão.......................................................................................................... 50
6 Conclusão.......................................................................................................... 59
7 Referências....................................................................................................... 61
Anexos.................................................................................................................. 69
Lista de Quadros
Lista de Quadros
Lista de Quadros
Quadro 1:
Classificação da gravidade da asma de acordo com o IV
Consenso Brasileiro no Manejo da Asma....................................
30
Quadro 2:
Delineamento do estudo.............................................................. 38
Lista de Tabelas
Lista de Tabelas
Lista de Tabelas
Tabela 1:
Dados demográficos, classificação da asma e medianas
(p25-p75) das variáveis estudadas em asmáticos e em
controles normais.....................................................................
45
Tabela 2:
Médias±DP da PCR, do PFE e da celularidade do escarro
induzido (eosinófilos e neutrófilos) do estudo longitudinal de
três meses realizados em nove asmáticos..............................
47
Tabela 3:
Valores da PCR em asmáticos submetidos a 15 dias de
corticoterapia sistêmica...........................................................
48
Tabela 4:
Dados demográficos, classificação da asma e medianas
(p25-p75) das variáveis estudadas em asmáticos e não
asmáticos.................................................................................
49
Lista de Abreviaturas
Lista de Abreviaturas
Lista de Abreviaturas
PCR = proteína c reativa
PFE = pico de fluxo expiratório
VEF1= velocidade expiratória em um segundo
IMC = índice de massa corpórea
IL = interleucina
DPOC = doença pulmonar obstrutiva crônica
Ig = imunoglobulina
GINA = Global Initiative for Asthma
NR = não realizado
altura² = altura ao quadrado
et al = colaboradores
T0 = tempo zero
T1 = tempo um
T2 = tempo dois
T3 = tempo três
T4 = tempo quatro
mcg = micrograma
L/min = litro por minuto
ml/min = mililitro por minuto
rpm = rotação por minuto
mg/L = miligrama por litro
DP = desvio padrão
Lista de Símbolos
Lista de Símbolos
Lista de Símbolos
- maior ou igual
< - menor
± - mais ou menos
% - porcentagem
ºC – graus centígrados
Resumo
Resumo
Resumo
Considerando que a asma é uma doença inflamatória crônica e sistêmica das vias
aéreas, que a Proteína C Reativa (PCR) é uma proteína de fase aguda marcadora
de inflamação sistêmica e que a obesidade é uma doença inflamatória sistêmica,
foram realizados diversos estudos com os seguintes objetivos: 1) verificar os valores
séricos da PCR em asmáticos e associá-los com o grau de obstrução e de
inflamação das vias aéreas; 2) realizar avaliação seriada da PCR em asmáticos e 3)
verificar a influência do índice massa corpórea (IMC) nos níveis séricos da PCR em
asmáticos. Foi realizado um estudo transversal com 50 asmáticos controlados e 30
indivíduos não asmáticos, no quais foram feitos história clínica, exame físico,
mensuração do pico de fluxo expiratório (PFE), medidas antropométricas, escarro
induzido para estudo citológico e coleta de sangue periférico para dosagem da PCR
ultra-sensível. Os achados mostraram níveis elevados da PCR em asmáticos (3,7
versus 0,5 mg/L), mas não houve correlação entre valores da PCR, do PEF e da
celularidade do escarro. Foram realizados dois estudos longitudinais: o primeiro,
com 32 asmáticos com corticoterapia sistêmica por 15 dias e o segundo com o
acompanhamento de nove pacientes, por três meses. Em ambos os estudos,
observou-se uma redução estatisticamente significante dos valores médios da PCR
(3,6 versus 1,4 e 14,1 versus 6,4 mg/L) e do número da quantidade de eosinófilos no
escarro (1+ versus 0 e 2+ versus 1+), durante o período que os pacientes receberam
corticóide oral, ainda com valores significativamente mais elevados do que em não
asmáticos. Não foi observada correlação entre valores da PCR, do PEF e da
celularidade do escarro. Finalmente, em outro estudo transversal verificou-se a
interferência da obesidade sobre os níveis séricos da PCR em asmáticos,
comparando-se cinco grupos de indivíduos: 1) asmáticos obesos, 2) asmáticos
sobrepesos, 3) asmáticos não obesos, 4) não asmáticos obesos e 5) não asmáticos
Resumo
não obesos (controles normais). Os resultados mostraram que os valores da PCR
são significativamente maiores em asmáticos obesos do que nos asmáticos não
obesos (5,5 versus 0,8), sugerindo que a obesidade interfere com os níveis da PCR
em asmáticos. Os resultados do presente trabalho permitem as seguintes
conclusões: 1) os níveis séricos da PCR estão elevados em asmáticos controlados
em uso de corticóide inalatório, mas não se correlacionam com a citologia do
escarro e com o PFE no estudo transversal; 2) o uso de corticóide sistêmico reduz
significativamente os níveis da PCR dos asmáticos; 3) a obesidade e o sobrepeso
elevam os níveis séricos da PCR em asmáticos; 4) a PCR não se mostrou um
marcador clínico efetivo da asma.
Palavras-chave: asma, proteína c reativa, obesidade
Abstract
Abstract
Abstract
Considering that asthma is a chronic inflammatory and systemic disease of the
airways, that C Reactive Protein (CRP) is an acute phase marker protein of systemic
inflammation, and that obesity is an inflammatory system disease, studies were made
with the following objectives: 1) evaluate serum CRP values in asthmatics and
associate them with airway obstruction and inflammation levels; 2) perform serum
CRP evaluation in asthmatics; and 3) analyse the influence of body mass index (BMI)
on serum CRP levels in asthmatics. A transverse study was performed with 50
controlled asthmatics and 30 non-asthmatic individuals, with clinical history, physical
examination, peak expiration flow (PEF) and anthropometric measurements, mucus
induced for cytological study, and peripheral blood sample for ultra sensitive CRP
levels. Findings showed elevated CRP levels is asthmatics (3.7 vs 0.5mg/L), but no
correlation between CRP and PEF values and mucus cellularity. Two longitudinal
studies were performed: the first with 32 asthmatics on systemic corticoid treatment
for 15 days, and the second accompanying nine patients for three months. Both
studies showed statistically significant reductions in mean CRP values (3.6 vs 1.4
and 14.1 vs 6.4mg/L) and in number of mucus eosinophils (1+ vs 0, and 2+ vs 1+)
during the period when patients received oral corticoids, but still with significantly
higher values than non-asthmatics. There was also no correlation between CRP and
PEF values and mucus cellularity. Finally another transverse study showed
interference from obesity on serum CRP levels in asthmatics, comparing five groups:
1) obese asthmatics, 2) overweight asthmatics, 3) non-obese asthmatics, 4) non
asthmatic obese individuals, e 5) non asthmatic non-obese individuals (normal
controls). Results showed that CRP values are significantly higher in obese than non-
obese asthmatics (5.5 vs 0.8), suggesting that obesity interferes with CRP levels in
asthmatics. These results allow the following conclusions: 1) Serum CRP levels are
Abstract
elevated in controlled asthmatics using inhaled corticoids, but do correlate with
mucus cytology or PEF in a transverse study; 2) systemic corticoid use significantly
reduces CRP levels in asthmatics; 3) obesity and overweight elevate serum CRP
levels in asthmatics; 4) CRP is not an effective clinical marker for asthma.
Keywords: asthma, C reactive protein, obesity
Introdução
24
1. Introdução
Introdução
25
A inflamação está sempre presente nos locais que sofreram alguma forma
de agressão, podendo ser definida como uma resposta local do tecido agredido,
caracterizada por alterações do sistema vascular, dos componentes líquidos e
celulares. Essas alterações são resultantes de modificações que ocorrem nas
células agredidas, as quais adquirem comportamentos diferentes.
1
A inflamação pode também ser considerada como parte do sistema
imunitário, o chamado sistema imune inato, assim denominado por sua capacidade
para deflagrar uma resposta inespecífica contra padrões de agressão prévia e
geneticamente definidos pelo organismo. Esta definição se contrapõe à da
imunidade adquirida, ou àquela onde o sistema imune identifica agentes agressores
específicos segundo seu potencial antigênico. Neste último caso o organismo
precisa entrar em contato com o agressor, identificá-lo como estranho e
potencialmente nocivo e, só então, produzir uma resposta
1
.
A inflamação pode ser classificada, conforme a velocidade de instalação, em
aguda e crônica. A aguda surge como uma resposta inflamatória imediata e
inespecífica do organismo diante da agressão, podendo ter quatro tipos de evolução:
resolução, cicatrização, formação de abscesso e progressão para inflamação
crônica. A crônica é a soma das reações do organismo como conseqüência da
persistência do agente agressor, que não foi eliminado pelos mecanismos da
inflamação aguda
2
Nas inflamações crônicas não se observam os sinais cardinais (tumor, calor,
rubor, dor e perda da função), característicos das reações agudas. Porém, todas as
alterações vasculares que originam esses sinais clínicos continuam acontecendo,
culminando na fase produtiva-reparativa, traduzida pela formação de vasos
sanguíneos e pela substituição da parte funcional do órgão por fibrose
1
.
Introdução
26
Assim, as reações vasculares e celulares da inflamação aguda e da crônica
são mediadas por fatores químicos derivados de proteínas ou células plasmáticas
produzidas ou ativadas pelo estímulo inflamatório.
Um dos fatores derivados que será descrito a seguir é uma proteína de fase
aguda da inflamação, a Proteína C Reativa (PCR), cuja presença tem sido relatada
em diversas doenças.
1.1 Proteína C Reativa (PCR)
A primeira reação inflamatória consiste na liberação de citocinas que são
liberadas ativando a produção das proteínas de fase aguda, sendo a interleucina-6
(IL-6) a principal citocina estimuladora.
As proteínas de fase aguda são divididas em dois tipos: as do tipo I, cuja
produção é estimulada pelas citocinas mais precoces da resposta inflamatória,
incluindo a glicoproteína ácida, PCR e amilóide A do soro; e as do tipo II, como
fibrinogênio, haptoglobina, alfa 1 antitripsina, produzidas em resposta à família IL-6
de citocinas
3
.
Elas aumentam rapidamente na corrente circulatória, atingindo picos
máximos, em poucas horas após o estímulo. Além de serem marcadores da
inflamação, muitas destas proteínas desempenham papéis específicos no
diagnóstico, controle e tratamento de condições patológicas
4
.
A PCR foi a primeira proteína de fase aguda a ser descrita como um
marcador sistêmico sensível de inflamação e dano tecidual. Foi identificada no soro
de pacientes com pneumonia pneumocócica em reação de precipitação do
polissacarídeo C da parede do pneumococo, agente etiológico da doença.
Introdução
2
7
Sintetizada no fígado é liberada na corrente sanguínea de acordo com a intensidade
do processo inflamatório, agindo na defesa das células
4
.
É usada rotineiramente para monitorar a resposta de fase aguda e apresenta
algumas características como meia-vida curta (entre 8 a 12 horas), valores normais
muito baixos que aumentam rapidamente, às vezes em até 100 vezes nas primeiras
24 horas. E na ausência de estímulo crônico, normaliza-se em três a quatro dias
5
.
Os níveis da PCR no soro podem aumentar durante respostas não
específicas a condições inflamatórias infecciosas e não infecciosas, tais como artrite
reumatóide, doença cardiovascular e doença vascular
6
.
A dosagem dos níveis séricos da PCR, atualmente, é realizada por meio de
ensaios quantitativos de alta sensibilidade capazes de detectar baixas
concentrações da PCR na amostra trazendo, assim, uma melhor acurácia dos
resultados. Já os métodos padrão de dosagem da PCR, por possuírem sensibilidade
reduzida, não conseguem detectar essas concentrações ínfimas.
Atualmente, tem sido mostrada associação dos níveis séricos da PCR a
doenças reumatológicas, doenças cardiovasculares e doenças vasculares, para as
quais esses níveis têm significado clínico e prognóstico
6
.
Mais recentemente, níveis elevados da PCR têm sido descritos em doenças
pulmonares como: DPOC, asma, pneumonia, e também têm sido propostas
implicações clínicas para esses valores.
7, 8,9
1.2 Asma brônquica
A asma é uma doença inflamatória crônica caracterizada pela
hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo
aéreo, reversível espontaneamente ou com tratamento, manifestando-se
Introdução
28
clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispnéia, aperto no peito e
tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar
10
.
Resulta de uma interação entre genética, exposição ambiental a alérgenos e
irritantes e outros fatores específicos que levam ao desenvolvimento e manutenção
dos sintomas
10
.
A hiperresponsividade das vias aéreas é uma característica importante da
asma e representa uma resposta exagerada dos brônquios a uma variedade de
estímulos
11
.
A limitação ao fluxo nas vias aéreas é recidivante e causada pelas seguintes
alterações:
a) Broncoconstrição aguda: induzida de modo IgE dependente ou IgE
não-depentente;
b) Edema das vias aéreas: conseqüente ao aumento da permeabilidade
micro vascular e da exsudação causada pela liberação de mediadores inflamatórios;
c) Formação crônica de rolhas de muco: especialmente viscosas, as
rolhas de muco contribuem para a limitação ao fluxo aéreo, principalmente em
pacientes com formas mais graves e persistentes de asma;
d) Remodelamento das vias aéreas
: alterações estruturais na matriz das
vias aéreas acompanham a inflamação intensa e de longa duração e são
responsáveis pela limitação ao fluxo aéreo que pode ser parcialmente reversível
11
.
A inflamação brônquica constitui o mais importante fator fisiopatogênico da
asma. É resultante de interações complexas entre células e mediadores
inflamatórios e células estruturais das vias aéreas
12
.
Introdução
29
A resposta inflamatória tem características especiais que inclui infiltração
eosinofílica, degranulação de mastócitos, lesão intersticial das paredes das vias
aéreas e ativação de linfócitos.
Os mediadores inflamatórios são liberados pelos mastócitos brônquicos,
macrófagos, linfócitos T, eosinófilos, neutrófilos e células epiteliais, causando lesões
e alterações na integridade epitelial, anormalidades no controle neural autonômico
do tônus da via aérea, hipersecreção de muco, mudanças na função muco-ciliar e
aumento da reatividade do músculo liso da via aérea
12, 13
.
O diagnóstico da asma é fundamentado pela presença de sintomas
característicos e pela limitação variável ao fluxo do ar. As medidas da função
pulmonar fornecem uma avaliação da gravidade da limitação ao fluxo aéreo, como o
pico de fluxo expiratório (PFE), importante para o diagnóstico, monitoração e
controle da asma
11
.
A doença tem diferentes graus de gravidade, sendo classificada de acordo
com o IV Consenso Brasileiro no Manejo da Asma, como intermitente ou persistente
e com os graus de severidade leve, moderada e grave. A avaliação usual da
gravidade da asma pode ser feita pela análise da freqüência e intensidade dos
sintomas e pela função pulmonar
10
. O quadro 1 apresenta os principais parâmetros
para classificação da gravidade da asma.
Introdução
30
Quadro 1: Classificação da gravidade da asma de acordo com o IV Consenso Brasileiro no Manejo
da Asma*
INTERMITENTE
PERSISTENTE
LEVE MODERADA GRAVE
SINTOMAS Raros Semanais Diários Contínuos
DESPERTAR NOTURNOS Raros Mensais Semanais Quase diários
NECESSIDADE DE BETA-2
PARA ALÍVIO
Rara Eventual Diária Diária
LIMITAÇÃO DE
ATIVIDADES
Nenhuma
Presente nas
exacerbações
Presente nas
exacerbações
Contínua
EXACERBAÇÕES Raras
Afeta atividades
e o sono
Afeta atividades
e o sono
Freqüentes
PFE OU VEF1 80% predito 80% predito 60-80% predito <60% predito
* Referência
10
Recentemente, a asma foi classificada pelo Global Initiative for Asthma (GINA)
14
em:
controlada, parcialmente controlada e não controlada, ficando a classificação da
asma por severidade (intermitente e persistente leve, moderada ou grave), como
mostrado acima, destinada apenas com o propósito de pesquisa.
De acordo com este último relatório do GINA
14
, a asma vem aumentando no
mundo todo em crianças e adultos jovens, ressaltando-se o aumento da prevalência
da associação entre asma e obesidade.
1.3 Relação entre asma e obesidade
Asma e obesidade são problemas clínicos comuns, frequentemente
coexistindo no mesmo paciente.
15, 16
Estudos recentes mostram associação entre o aumento do Índice de Massa
Corpórea (IMC) e a prevalência de asma
16-24
, e esta associação parece estar
relacionada às alterações inflamatórias sistêmicas observadas em obesos.
Introdução
31
Está comprovado o aumento dos níveis séricos da PCR em obesos,
17, 25-27
e
alguns estudos mostram elevação da PCR em obesos asmáticos
17, 21-23, 28
.
Entretanto, há poucos estudos sobre o valor da PCR em asmáticos não obesos.
Fujita et al
29
, em 2007, concluíram que a PCR está aumentada em não obesos com
asma não controlada e Takemura et al
30
, em 2005, mostraram elevação da PCR em
não obesos asmáticos sem uso de corticóide.
Portanto, não está ainda definido se o aumento da PCR em obesos
asmáticos é devido à obesidade ou à asma ou mesmo, eventualmente, a uma
associação desses fatores.
Objetivos
32
2 . Objetivo
Objetivos
33
Considerando que:
1. A asma é uma doença inflamatória local e sistêmica;
2. A PCR é uma proteína de fase aguda marcadora de inflamação
sistêmica;
3. A obesidade é considerada uma doença inflamatória sistêmica;
4. Há associação entre asma e obesidade.
Foram objetivos do presente trabalho:
Verificar os níveis séricos da PCR em asmáticos e associá-los com o
grau de obstrução e de inflamação das vias aéreas;
Fazer avaliação longitudinal dos níveis séricos da PCR em asmáticos
controlados,
Verificar a influência do IMC nos níveis séricos da PCR em asmáticos.
Pacientes e Métodos
34
3. Pacientes e Métodos
Pacientes e Métodos
35
3.1 Pacientes
O estudo foi realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de
Botucatu – UNESP, com pacientes residentes na cidade de Botucatu, e no Hospital
Estadual de Bauru - UNESP, com pacientes residentes na cidade de Bauru. Todos
os pacientes eram adultos, maiores de 18 anos, portadores de asma diagnosticada e
classificada conforme definido pelo IV Consenso Brasileiro no Manejo da Asma,
10
todos acompanhados por pneumologistas responsáveis pelos ambulatórios da
especialidade.
Para controle, foram estudados indivíduos normais, isto é, indivíduos não
asmáticos e não obesos (IMC <25) sem história de doenças de outros aparelhos e
indivíduos não asmáticos e obesos (IMC 30) também sem história de doenças de
outros aparelhos e sistemas. O primeiro grupo controle foi denominado não asmático
não obeso e o segundo não asmático obeso. Os componentes destes dois grupos
foram voluntários recrutados entre funcionários, alunos e médicos do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP.
3.1.1 Critérios de exclusão
Pacientes asmáticos: foram excluídos indivíduos menores de 18 anos,
usuários de substâncias ilícitas, grávidas, asmáticos com exacerbação no
último mês, usuários crônicos de corticosteróide sistêmico, tabagistas
ativos ou abstinentes por menos de um ano e presença das seguintes
comorbidades: insuficiência cardíaca congestiva, diabetes mellitus,
doenças difusas do tecido conjuntivo, neoplasias, DPOC, infecção
respiratória aguda.
Pacientes e Métodos
36
Pacientes não asmáticos não obesos: foram excluídos menores de 18
anos, obesos (IMC30) e sobrepesos (IMC25), usuários de substâncias
ilícitas, grávidas, usuários crônicos de corticosteróide sistêmico, tabagistas
ativos ou abstinentes por menos de um ano e presença das seguintes
comorbidades: asma, insuficiência cardíaca congestiva, diabetes mellitus,
doenças difusas do tecido conjuntivo, neoplasias, DPOC, infecção
respiratória aguda.
Pacientes não asmáticos obesos: foram excluídos indivíduos menores
de 18 anos, com IMC < 30, usuários de substâncias ilícitas, grávidas,
usuários crônicos de corticosteróide sistêmico, tabagistas ativos ou
abstinentes por menos de um ano e presença das seguintes
comorbidades: asma, insuficiência cardíaca congestiva, diabetes mellitus,
doenças difusas do tecido conjuntivo, neoplasias, DPOC, infecção
respiratória aguda.
3.2 Métodos
3.2.1 Delineamento do estudo
No quadro 2, está esquematizado o delineamento do estudo. Nos pacientes
asmáticos selecionados foram realizados, na primeira consulta (T0), história clínica,
exame físico, mensuração do PFE, medidas antropométricas para o cálculo do IMC,
coleta do escarro induzido para exame citológico e de sangue venoso periférico para
dosagem da PCR.
Pacientes e Métodos
3
7
Imediatamente após a seleção, para uniformizar o tratamento, os pacientes
foram tratados por 15 dias com prednisona, 40mg/dia, por via oral. Além disso, os
pacientes com asma persistente receberam o tratamento padrão, que é a
associação de budesonida e formoterol por via inalatória
10
. O tratamento prescrito é
acessível aos pacientes, uma vez que faz parte da lista de medicamentos fornecidos
pelo Programa de Alto Custo do Ministério da Saúde. O uso do veículo inalatório foi
ensinado para os pacientes.
Após 15 dias da primeira consulta (T1), foram realizados história clínica,
exame físico, mensuração do PFE, coleta do escarro induzido para exame citológico
e de sangue venoso periférico para dosagem da PCR. A prednisona foi suspensa e
foram mantidos os medicamentos por via inalatória dos asmáticos persistentes
(budesonida e formoterol), com reforço para a técnica adequada de uso do veículo
inalatório.
Nos tempos T2 e T3, foram realizadas história clínica, exame físico,
mensuração do PFE e coleta do sangue venoso periférico para dosagem da PCR;
no T4, foram realizados esses mesmos procedimentos mais a coleta do escarro
induzido para exame citológico, com intervalos de 30 dias entre eles.
O grupo controle não asmático não obeso foi submetido, no início do estudo
(T0), às seguintes intervenções: história clínica, exame físico, mensuração do PFE,
medidas antropométricas para o cálculo do IMC, coleta do escarro induzido para
exame citológico e de sangue venoso periférico para dosagem da PCR.
O grupo controle não asmático obeso foi submetido, no início do estudo (T0),
às seguintes intervenções: história clínica, exame físico, medidas antropométricas
para o cálculo do IMC e coleta do sangue venoso periférico para dosagem da PCR.
Pacientes e Métodos
38
Quadro 2: Delineamento do estudo
Intervenções Tempo
T0 T1 T2 T3 T4
História clínica e exame físico
X X X X X
PFE
X X X X X
Peso e altura
X
Exame citológico do escarro
X X X
Dosagem da PCR (sangue)
X X X X X
Prednisona 40mg/dia via oral por 15 dias
X
Budesonida
X X X X X
Formoterol
X X X X X
Veículo inalatório foi ensinado aos pacientes
X
Reforço e teste do uso adequado do veículo
inalatório
X X X X
3.2.2 História clínica e exame físico
Foram realizados pelos médicos especialistas responsáveis pelo ambulatório
para diagnóstico, classificação da asma e orientação terapêutica.
3.2.3 Pico de fluxo expiratório (PFE)
O PFE foi feito com o paciente sentado, utilizando-se o aparelho portátil
PEAK FLOW DIGITAL PIKO-I (Pulmonary Data Services, Inc., Louisville, USA) com
a realização de três manobras expiratórias consecutivas, registrando-se a de maior
valor em L/min.
Pacientes e Métodos
39
3.2.4 Indução do escarro
Antes da indução, foi realizado medida do PFE e administração de salbutamol
(spray, 100-400mcg). A medida do PFE foi repetida a cada cinco minutos durante a
indução do escarro, constituída de inalação de solução salina hipertônica (4%), com
20 minutos de duração. Foi utilizado um inalador ultra-sônico (Respira Max, NS, São
Paulo, Brasil) gentilmente cedido pela empresa NS Indústria de Aparelhos Médicos,
São Paulo, SP, que gera partículas com tamanho 0,5 a 10 mícrons de 1ml/min.
Mesmo que tivesse que interromper a inalação, os pacientes foram orientados a
tossir quando necessário e a escarrar em um frasco plástico. Se ocorressem
sintomas intensos (chiado, tosse ou dispnéia), o procedimento era interrompido e
cancelado, assim como se houvesse queda no PFE maior que ou igual a 10%
31
.
3.2.5 Exame citológico do escarro
As amostras de escarro foram coletadas e levadas imediatamente ao
laboratório de citologia do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina de
Botucatu. Três lâminas foram confeccionadas utilizando-se da parte mais
representativa (partes sólidas ou espessas), colocando-se uma porção do material
em cima de uma lâmina e, sobre esta, uma outra lâmina , comprimindo e deslizando
o material para que o esfregaço ficasse fino e homogêneo. Duas lâminas foram
fixadas em metano para serem coradas pelos métodos de Papanicolaou e Hansel e
a outra lâmina, seca ao ar para a coloração de Giemsa. A coloração de
Papanicolaou é indicada para observar as células epiteliais cilíndricas e escamosas,
bem como outros elementos celulares como histiócitos, neutrófilos, linfócitos e
eosinófilos; a coloração de Hansel é indicada para pesquisar eosinófilos e
mastócitos e a coloração de Giemsa hemácias e eosinófilos
32
.
Pacientes e Métodos
40
Valores de referência para o escarro foram determinados em cruzes, para os
quais: uma cruz significa eosinofilia/neutrofilia leve, duas cruzes eosinofilia/neutrofilia
moderada, três cruzes eosinofilia/neutrofilia forte e quatro cruzes
eosinofilia/neutrofilia intensa.
3.2.6 Dosagem da Proteína C Reativa (PCR)
Para dosagem da PCR, foram colhidos 5 ml de sangue venoso de veia
periférica e após retração do coágulo, centrifugado a 2.000 rpm, por 10 minutos. As
amostras foram estocadas em freezer a -20ºC. Os níveis PCR no soro foram
medidos pelo Kit Proteína C Reativa de alta sensibilidade (High Sensitivity CRP,
IMMULITE 2000, DPC, Los Angeles, USA) que é um ensaio imunométrico em fase
sólida quimioluminescente. A fase sólida está revestida com um antiligante e a fase
líquida consiste de um anticorpo monoclonal murino anti-PCR marcado com ligante
e uma fosfatase alcalina conjugada ao anticorpo policlonal de coelho anti-PCR em
tampão.
O soro automaticamente pré-diluído e o reagente são incubados juntos com
a pérola revestida, por 30 minutos. Durante este período, a PCR da amostra forma
um complexo tipo sanduíche com o anti-ligante da pérola e o anticorpo monoclonal
murino anti-PCR marcado com ligante do reagente. O conjugado enzimático do
anticorpo policlonal anti-PCR liga-se a PCR imobilizada. O soro não ligado e o
conjugado enzimático são removidos por uma lavagem por centrifugação.
Finalmente, o substrato quimioluminescente é adicionado ao tubo de reação que
contém a pérola e o sinal gerado é proporcional à enzima ligada.
Valores esperados para PCR de alta sensibilidade em indivíduos saudáveis
foram estabelecidos pela literatura em < 3mg/L
33
.
Pacientes e Métodos
41
3.2.7 Cálculo do índice de massa corpórea (IMC)
Em todos os pacientes foram realizadas medidas antropométricas para o
cálculo do IMC, de acordo com a fórmula: IMC=peso/altura². Os tipos de obesidade
foram classificados conforme os valores obtidos em: não obeso (IMC<25),
sobrepeso (IMC 25), obeso (IMC 30)
34
.
3.2.8 Análise estatística
Os dados relacionados às idades foram apresentados como média±desvio
padrão. A correlação de Pearson foi utilizada para verificar a correlação entre as
variáveis PCR, PFE e celularidade do escarro (eosinófilos e neutrófilos) nos tempos
dos pacientes asmáticos.
O teste de Kruskal-Wallis foi utilizado para comparar a mediana da PCR, do
PFE e da celularidade do escarro (eosinófilos e neutrófilos) na evolução temporal de
todos os pacientes asmáticos, bem como na comparação da PCR e IMC entre os
pacientes asmáticos e não asmáticos.
Para análise das variáveis PCR, PFE e celularidade do escarro (eosinófilos
e neutrófilos) nos nove pacientes, foi utilizada a análise de variância de medidas
repetidas e para os 32 pacientes o teste de Wilcoxon. Para a análise da PCR entre
os pacientes asmáticos no tempo zero e controles normais (não asmático não
obeso), foi utilizado o teste de Mann-Whitney.
A análise estatística foi realizada usando o pacote estatístico SAS v 9.1.3 e
foram consideradas significativas quando p<0,05.
Pacientes e Métodos
42
3.2.9 Parecer do comitê de ética
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP, em 04/12/2006, conforme anexo A. O
termo de consentimento livre e esclarecido está no anexo B.
Resultados
43
4. Resultados
Resultados
44
Foram selecionados 50 pacientes asmáticos e 30 indivíduos não asmáticos,
sendo 15 deles obesos e 15 não obesos.
Os 15 controles normais (não asmático não obeso), 11 mulheres e quatro
homens, tinham idade média de 35±16 anos (variação de 18 a 69 anos).
4.1 Estudo transversal: características dos asmáticos e dos controles normais
Os 50 asmáticos, 35 mulheres e 15 homens, tinham idade média de 51±15
anos (variação de 22 a 77 anos). Destes, seis tinham asma intermitente, cinco
tinham asma persistente leve, 12 tinham asma persistente moderada e 27 tinham
asma persistente grave.
Por razões pessoais diversas, vários pacientes abandonaram o estudo, de
modo que, dos 50 selecionados inicialmente, 32 foram analisados após 15 dias, 17
após 30 dias, 13 após 60 dias e nove após 90 dias. Portanto, apresentaremos os
resultados das variáveis estudadas (PCR, PFE, celularidade do escarro) no início do
estudo e, a seguir, a evolução temporal dos nove pacientes que finalizaram o
estudo.
Na tabela 1, são mostradas os dados demográficos e as respectivas
medianas da PCR, PFE e da celularidade do escarro (eosinófilos e neutrófilos) dos
pacientes asmáticos e dos controles normais.
Os dados individuais dos asmáticos e dos grupos controles estão mostrados
nos anexos de C a I deste trabalho.
Resultados
45
TABELA 1: Dados demográficos, classificação da asma e medianas (p25-p75) das
variáveis estudadas em asmáticos e em controles normais
*Medianas em negrito diferem entre si
A correlação de Pearson para verificar se as variáveis se correlacionavam não
mostrou significância em nenhum tempo do estudo. No tempo zero, os resultados
foram PCR e PFE (r=0,191 e p=0,184), PCR e quantidade de eosinófilos (r=0,015 e
p=0,915), PCR e quantidade de neutrófilos (r=0,024 e p=0,870), PFE e quantidade
de eosinófilos (r=0,207 e p=0,150), PFE e quantidade de neutrófilos (r=0,275 e
p=0,053), quantidade de eosinófilos e neutrófilos (r= 0,099 e p=0,495). No tempo 15
dias, PCR e PFE (r=0,329 e p=0,068), PCR e quantidade de eosinófilos (r=0,078 e
p=0,670), PCR e quantidade de neutrófilos (r=0,291 e p=0,106), PFE e quantidade
de eosinófilos (r=0,179 e p=0,327), PFE e quantidade de neutrófilos (r=0,342 e
p=0,055), quantidade de eosinófilos e neutrófilos (r=0,155 e p=0,396). No tempo 30
ASMÁTICOS
n=50
NORMAIS
n=15
P
IDADE±DP (anos)
51±15
(22 a 77)
35±16
(18 a 69)
-
SEXO (M/F) 15/35 4/11 -
TIPO DE ASMA
Intermitente
Persistente
6
44
-
-
-
PCR (mg/L)* 3,7(1,7-6,8) 0,5(0,4-1,4) p=<0,001
PFE (L/min)* 285(208-342) 407(332-475) p=<0,001
EOSINÓFILOS
0(0/2+) 0(0/1+) p=0,927
NEUTRÓFILOS*
1+(1+/2+) 0(0/0) p=<0,001
Resultados
46
dias, PCR e PFE (r=0,385 e p=0,127). No tempo 60 dias, PCR e PFE (r=0,258 e
p=0,394). No tempo 90 dias, PCR e PFE (r=0,417 e p=0,268), PCR e quantidade de
eosinófilos (r=0,244 e p=0,526), PCR e quantidade de neutrófilos (r=0,101 e
p=0,797), PFE e quantidade de eosinófilos (r=0,516 e p=0,155), PFE e quantidade
de neutrófilos (r=0,118 e p= 0,762), quantidade de eosinófilos e neutrófilos (r=0,135
e p=0,729).
As medianas das variáveis estudadas nos controles normais foram: PCR=
0,5 mg/L, PFE= 407 L/min e a celularidade foi zero para as quantidades de
eosinófilos e neutrófilos. Quando comparados com os resultados obtidos nos
pacientes asmáticos no tempo zero foram observadas diferenças estatisticamente
significantes nos valores de PCR (p=<0,001).
4.2 Estudos longitudinais
: Durante três meses nove pacientes asmáticos com idade média de 51±16
anos (variação 25 a 72 anos), três homens e seis mulheres, sendo oito portadores
de asma persistente e um de asma intermitente, foram acompanhados conforme
mostrado na tabela 2.
Resultados
4
7
Tabela 2: Médias±DP da PCR, do PFE e da celularidade do escarro induzido
(eosinófilos e neutrófilos) do estudo longitudinal de três meses realizados
em nove asmáticos
TEMPO
VARIÁVEIS
ZERO
n=9
15 dias
n=9
30 dias
n=9
60 dias
n=9
90 dias
n=9
P
PCR (mg/L) 14,1±32,3 6,4±14,9 3,4±4,5 2,7±3,8 2,0±2,0 p=0,501
PFE (L/min) * 278±104a 295±92 310±100 319±122 365±144a p=0,034
EOSINÓFILOS*
2+ (±2)ab 1+ (±1+)a NR NR 1+ (±1+)b p=0,009
NEUTRÓFILOS
2+ (±1+) 2+ (±1+) NR NR 2+ (±1+) p=0,540
*Médias com letras iguais diferem entre si
NR=não realizado
Não foi observada diferença estatisticamente significante nos valores
médios da PCR e na quantidade de neutrófilos nos tempos do estudo. Observou-se
diferença estatisticamente significante entre os valores médios do PFE, nos tempos
zero e 90 dias. Na quantidade de eosinófilos, foi observada diferença
estatisticamente significante nos tempos zero/15dias e nos tempos zero/90 dias.
Não houve correlação entre as variáveis nos diferentes tempos do estudo.
Outro estudo longitudinal foi realizado com 32 pacientes asmáticos sob
corticoterapia sistêmica por 15 dias. Os pacientes deste grupo tinham idade média
de 53±15 anos (variação 25 a 77 anos), eram 12 homens e 20 mulheres, 28
portadores de asma persistente e quatro de asma intermitente.
Como observado na tabela 3, houve redução estatisticamente significante
dos valores da PCR e da quantidade de eosinófilos no escarro entre os tempos zero
e 15 dias. A correlação de Pearson não mostrou significância em nenhum tempo
deste estudo.
Estes resultados são similares aos observados no estudo longitudinal de três
meses.
Resultados
48
Tabela 3: Valores da PCR em asmáticos submetidos a 15 dias de corticoterapia
sistêmica
TEMPO
VARIÁVEIS
ZERO
n=32
15 DIAS
n=32
P
PCR (mg/L)* 3,6 (1,8-10,0)
1,4 (0,5-3,3)
p=0,004
PFE (L/min) 301 (194-338) 299 (214-347) p=0,175
EOSINÓFILOS*
1+ (0/2+) 0 (0/1+) p=0,006
NEUTRÓFILOS
1+ (1+/2+) 1+ (1+/2+) p=0,636
*Medianas em negrito diferem entre si
4.3 Níveis séricos da PCR em asmáticos obesos e não obesos
A determinação do IMC dos 50 pacientes asmáticos selecionados permitiu
subdividi-los em três grupos (obeso, sobrepeso e não obeso) conforme mostrado na
tabela 4.
Para a comparação dos valores da PCR nestes pacientes, foi constituído um
segundo grupo controle de pacientes denominado não asmáticos obesos. Portanto,
nesta parte do trabalho, conforme mostra a tabela 4, foram comparados cinco
grupos de indivíduos: 1) asmáticos obesos, 2) asmáticos sobrepesos, 3) asmáticos
não obesos, 4) não asmáticos obesos e 5) não asmáticos não obesos (controles
normais).
Na tabela 4, são mostrados os dados demográficos, classificação da asma e
as medianas dos IMC e dos valores da PCR nestes grupos de estudo.
Resultados
49
TABELA 4: Dados demográficos, classificação da asma e medianas (p25-p75) das
variáveis estudadas em asmáticos e não asmáticos
*Medianas com letras iguais diferem entre si
**Medianas em negrito não diferem entre si
Observa-se que os valores da PCR são significantemente maiores nos
asmáticos obesos do que nos asmáticos não obesos e nos controles normais (não
asmático não obeso). Os pacientes asmáticos com sobrepeso (IMC25) têm valores
medianos da PCR significantemente maiores do que os controles normais.
Os pacientes não asmáticos obesos tiveram valores medianos da PCR
significantemente maiores do que os controles normais.
ASMÁTICOS
n=50
NÃO ASMÁTICO
n=30
OBESO
n=18
SOBREPESO
n=23
NÃO OBESO
n=09
OBESO
n=15
NÃO OBESO
n=15
P
IDADE±DP(anos)
51±15
(28 a 76)
53±15
(25 a 77)
49±19
(22 a 75)
45±12
(21 a 75)
35±16
(18 a 69)
-
SEXO (M/F) 4/14 9/14 2/7 3/12 4/11 -
TIPO DE ASMA
Intermitente
Persistente
5
13
1
22
0
9
-
-
-
-
-
-
PCR (mg/L) 5,5 (3,3-7,4)ab 3,4 (1,7-6,6)c 0,8 (0,3-3,0)a 2,3 (1,6-6,1)d 0,5 (0,4-1,4)bcd p=<0,001
IMC (Kg/m²) 33 (31-35) 28 (26-28) 22 (19-24) 36 (31-36) 23 (21-24) p=<0,001
Discussão
50
5. Discussão
Discussão
51
Os resultados do presente trabalho mostram que a PCR está elevada na
asma, conforme relatado previamente por Takemura et al
30
, em 2006, e por Fujita et
al
29
, em 2007.
Entretanto, os respectivos desenhos dos estudos desses autores diferem do
presente estudo. O primeiro comparou os valores da PCR entre dois grupos de
asmáticos, virgens de corticóide e em uso de corticóide inalatório e observou
aumento da PCR apenas no grupo de pacientes virgens de corticóide
30
. O segundo
comparou os valores da PCR entre asmáticos controlados e não controlados e
observou elevação da PCR apenas no grupo de asmáticos não controlados
29
.
Foram encontrados níveis elevados da PCR em uma série de 50 asmáticos
controlados, 44 deles em uso de corticóide inalatório. Por outro lado, houve uma
diminuição estatisticamente significante destes níveis em 32 asmáticos que
utilizaram corticóide sistêmico por duas semanas. No entanto, nestes pacientes os
valores medianos da PCR ainda foram elevados e significativamente maiores do que
os de indivíduos normais. Os resultados mostram, portanto, que a PCR está elevada
em asmáticos controlados em uso de corticóide inalatório ou sistêmico.
Atribuiu-se a redução dos valores medianos da PCR em asmáticos após 15
dias de corticoterapia oral, muito mais à ação do fármaco sobre o metabolismo
próprio da PCR,
35
do que sobre a inflamação local da doença. Embora neste tempo
do estudo (15 dias) tenha havido concomitante redução do número de eosinófilos no
escarro, esta diminuição da inflamação não se traduziu por aumento do PFE, isto é,
melhora da obstrução.
Além dos níveis da PCR, também foram estudados a celularidade do
escarro, que é o melhor indicador da inflamação das vias aéreas na asma
36
, e o PFE
que mostra o grau de obstrução das vias aéreas
37
, com a finalidade de verificar uma
Discussão
52
eventual correlação entre estas variáveis. Diferentemente de Takemura et al
30
, não
foi observada uma correlação entre níveis da PCR, PFE e celularidade do escarro.
Estes resultados sugerem que a PCR não é um marcador da inflamação local em
asmáticos controlados em uso ou não de corticóide. Aqueles autores observaram
correlação positiva entre os valores da PCR e o número de eosinófilos no escarro
em asmáticos virgens de corticoterapia, mas esta discrepância com os achados do
estudo provavelmente é decorrente da diferença entre as séries. No grupo de
asmáticos em uso de corticóide inalatório daquele estudo, cujos pacientes são
semelhantes aos deste estudo, não houve correlação entre estas variáveis. Esses
dados sugerem que a corticoterapia, inalatória ou sistêmica, interfere com a
correlação entre níveis da PCR, valores do PFE e celularidade do escarro.
Corroborando esta afirmação, recentemente foi mostrado que o tratamento com
corticóide inalatório reduz os valores séricos de PCR em asmáticos
38
.
Um possível viés desta parte do nosso trabalho foi o método utilizado para o
estudo citológico do escarro - a técnica de esfregaço - que permite somente a
contagem qualitativa das células
32
. Outros autores utilizam a metodologia descrita
por Efthimiadis et al
39
que permite a contagem total das células com resultado em
percentagem, o que poderia eventualmente refinar os resultados do presente
trabalho.
O escarro induzido tem sido utilizado em diversas condições como na asma,
DPOC, tuberculose, fibrose cística, câncer de pulmão e pneumonia por
Pneumocystis Carinii
40
. No presente trabalho, dos 91 exames realizados, houve
apenas dois pacientes que tiveram crise leve de broncoespasmo as quais
reverteram, espontaneamente, após a suspensão do exame, mostrando que o
Discussão
53
escarro induzido é uma técnica segura para a obtenção de boa quantidade de
material para diferentes tipos de exames de escarro.
Outra limitação do estudo foi a impossibilidade de se correlacionar os valores
da PCR com o tipo e a severidade da asma, devido à distribuição muito heterogênea
desses grupos de pacientes. Qian et al
41
observaram em um estudo com 281
pacientes chineses que níveis elevados de PCR estão associados com asma
persistente severa, mas não com asma intermitente ou persistente leve ou
moderada. Entretanto, este é um único estudo e sem exclusão de tabagistas,
necessitando, portanto, de melhor comprovação.
O principal ineditismo do presente trabalho está na realização dos estudos
longitudinais de 15 dias e de três meses, uma vez que todos os outros trabalhos da
literatura são transversais. Primeiramente, foram estudados 32 pacientes que
utilizaram corticóide sistêmico por duas semanas e, depois, nove pacientes
asmáticos controlados foram acompanhados por três meses.
Os achados do estudo confirmam que não há correlação entre níveis séricos
de PCR, PFE e celularidade do escarro. Mostram também, que os valores da PCR e
o número de eosinófilos do escarro têm uma diminuição estatisticamente significante
após 15 dias de corticoterapia sistêmica, embora sem nenhuma repercussão nas
medidas do PFE. Os níveis séricos médios da PCR dos pacientes acompanhados
por três meses decaíram gradativamente até atingir valores normais após 60 dias,
fenômeno este acompanhado por elevação do PFE. Entretanto, estes achados não
foram estatisticamente significantes, provavelmente devido à amostra pequena e à
acentuada dispersão dos valores de PCR. Tentando eliminar este último fator, foi
realizada uma análise estatística colocando os valores da PCR em base logarítmica
(dados não mostrados), mas a não significância estatística se manteve.
Discussão
54
Essa parte do nosso estudo apresenta, portanto, limitações decorrentes do
número reduzido de pacientes e também da presença de um único paciente portador
de asma intermitente, que não fazia uso de corticóide. Estas limitações se devem ao
fato de que, no decorrer do estudo, dos 50 pacientes selecionados, apenas nove
finalizaram as avaliações previstas. A grande perda de amostragem deveu-se à
dificuldade dos pacientes em virem ao hospital, seja por problemas econômicos,
seja por ausência ao trabalho/escola ou pelo desconforto causado pela técnica de
indução de escarro. Prevendo estas dificuldades, foram selecionados apenas
pacientes residentes nas cidades de Botucatu ou de Bauru mas, mesmo assim, a
resistência à realização do escarro induzido foi muito forte.
Apesar das dificuldades e limitações, consideram-se importantes os
resultados dos estudos longitudinais por ser um estudo inédito que mostra que a
PCR está elevada na asma, embora possa reduzir significativamente com a
corticoterapia sistêmica, mas não é um marcador da inflamação local.
Panaszek et al
42
, afirmam que a PCR não é um bom marcador da
hiperreatividade brônquica, pois, estudando 42 pacientes com hiperreatividade
brônquica, 33 deles asmáticos virgens de corticoterapia, não observaram diferença
entre os valores médios de PCR sérica nos três grupos: nove pacientes com
hiperreatividade brônquica, 33 asmáticos virgens de corticoterapia e 60 indivíduos
normais. Ao contrário, Kony et al
43
, em um estudo populacional, revelaram
associação entre níveis séricos elevados de PCR e hiperreatividade brônquica, mas
não eliminaram do estudo pacientes com fatores de confusão, como doenças
cardiovasculares. Outro estudo populacional conduzido por Jousilahti et al
44
,
concluíram que a PCR não é um marcador sensível da inflamação sistêmica da
asma, enquanto Ólafsdottir et al
28
mostraram que níveis elevados de PCR estão
Discussão
55
significantemente associados com sintomas respiratórios e asma não alérgica, mas
não com asma alérgica. Arif et al
9
em um estudo populacional mostraram elevação
da PCR em adultos asmáticos sintomáticos. Todos esses estudos mostram, assim
como os resultados deste trabalho sugerem, que a PCR é um marcador da
inflamação sistêmica da asma e não da inflamação local.
Outro ponto de interesse é que, até o momento, não tem sido demonstrado
que a PCR tenha qualquer valor preditor de eventos adversos ou de prognóstico na
asma. Portanto, esta proteína, provavelmente, não tem nenhum valor clínico no
diagnóstico, no tratamento ou no prognóstico da asma.
Teoricamente, a PCR, que é a manifestação da fase aguda de inflamação,
deveria estar ausente em indivíduos normais. Entretanto, desencadeadores de
processos inflamatórios mínimos, como idade, sexo, IMC elevado, hipertensão
arterial, etc, podem provocar traços de PCR sérica, de modo que o valor normal de
PCR ultra-sensível tem sido estabelecido em menor que 3 mg/L
33
. Nas doenças
cardiovasculares, níveis maiores que o valor de referência são fortemente preditores
de eventos adversos
46
, porém na asma, devido à provável ausência de significado
clínico da PCR, não há necessidade de se estabelecer um valor de referência
específico para ela. O estudo utilizou o valor de referência de 3 mg/L. Na tentativa
de verificar as eventuais especificidade e sensibilidade da PCR em asmáticos
construímos uma curva ROC - que evidenciou apenas a sensibilidade da PCR nessa
doença - e para os pacientes do estudo a análise mostrou um valor de corte de 2,3
mg/L (dados não mostrados).
A elevação dos níveis séricos de PCR em diversas alterações mínimas de
indivíduos normais tem sido descrita como fator de confusão em estudos clínicos
sobre níveis de PCR
47
. No presente estudo, foram excluídos os pacientes com
Discussão
56
insuficiência cardíaca, diabetes, doenças do tecido conjuntivo, neoplasias, DPOC,
infecção respiratória, crianças, usuários de substâncias ilícitas, grávidas, asmáticos
com exacerbação, usuários de corticosteróide sistêmico e tabagistas. Entretanto,
não foi possível a exclusão de pacientes com idade avançada e/ou com IMC
elevado, porque a maioria dos pacientes era de obesos e a exclusão dos pacientes
com IMC 25 reduziria muito a amostra, impedindo a realização do trabalho.
Apesar de evidências clínicas e epidemiológicas sugerirem uma importante
ligação entre asma e obesidade, na literatura há apenas um estudo, semelhante ao
nosso, relacionando estas duas doenças e a PCR. O estudo de Sutherland et al
21
,
publicado em 2008, teve como objetivo identificar se ocorre uma associação entre a
inflamação local e a sistêmica em asmáticos obesos e concluiu que não há uma
clara interação entre a inflamação da obesidade e a da asma.
Foi decidido, portanto, verificar a influência do IMC nos níveis séricos da
PCR em asmáticos, comparando os valores da PCR em asmáticos obesos, com
asmáticos sobrepesos e asmáticos não obesos, com os não asmáticos obesos e
não asmáticos não obesos.
Os resultados mostram que os valores de PCR são significativamente
maiores em asmáticos obesos do que nos asmáticos não obesos, sugerindo que a
obesidade interfere nos níveis da PCR em asmáticos. Entretanto, estes resultados
não significam, com certeza, um maior grau de inflamação local nas vias aéreas de
asmáticos obesos, uma vez que o estudo de Sutherland et al
21
, que é muito mais
sofisticado do que o nosso, com dosagem de diversos biomarcadores de inflamação
no sangue e no escarro de pacientes asmáticos obesos e não obesos (IL-1ß, IL-2,
IL-4, IL-5, IL-6, IL-8, IL-10, IL-13, TNF-alfa, IFN-gama, MCP-1, PCR, Leptina) não
mostrou uma definitiva interação entre a inflamação da obesidade e a da asma.
Discussão
5
7
Estes autores acreditam que seus resultados negativos são devido ao pequeno
tamanho da amostra (20 asmáticos obesos e 19 asmáticos não obesos) e acham
que a ligação entre asma e obesidade não pode ser explicada pelo aumento das
formas clássicas de inflamação local das vias aéreas resultantes dos efeitos
sistêmicos da inflamação da obesidade. Provavelmente, outros mecanismos
relacionados com a imunidade inata possam explicar a relação entre asma e
obesidade.
A única constatação possível desta parte do nosso estudo é que a obesidade
e o sobrepeso elevam os níveis séricos da PCR em asmáticos, porém, este é um
dado muito importante para estudos futuros com biomarcadores em asma, pois
indica a necessidade de que, tanto o sobrepeso, quanto a obesidade são critérios de
exclusão para estes estudos.
Também, do ponto de vista prático, deve-se salientar que a maioria dos
pacientes asmáticos recrutados em nossos ambulatórios designado para o estudo é
constituída por indivíduos com IMC elevado. Está bem documentado em modelos
experimentais
47
, em estudos in vitro
48
e em estudos clínicos
49, 50
, que a obesidade
aumenta a resistência à corticoterapia inalatória e sistêmica, provavelmente pelo
aumento de citocinas pró-inflamatórias sistêmicas
47
. Embora todos os pacientes do
estudo estivessem bem controlados e não apresentassem descompensação no
decorrer do estudo, estes achados levam a uma reflexão de que no tratamento dos
asmáticos é necessária a instituição de medidas para redução de peso para melhor
resposta ao corticóide e controle da doença.
Em resumo, os níveis de PCR estão elevados em asmáticos controlados em
uso de corticóide inalatório, mas não se correlacionam com a citologia do escarro e
com o PFE, em nenhum momento do estudo. O uso de corticóide sistêmico reduz
Discussão
58
significativamente os níveis de PCR nestes pacientes - embora mantenham níveis
mais elevados do que indivíduos normais – este achado parece dever-se à ação do
corticóide sobre o metabolismo da PCR e não sobre a redução da inflamação local
das vias aéreas. Portanto, a PCR não parece ser um marcador clínico efetivo da
asma.
Finalmente, a obesidade e o sobrepeso elevam os níveis séricos de PCR em
asmáticos, o que deve ser motivo de cuidado especial em trabalhos futuros sobre
biomarcadores em asma.
Conclusões
59
6. Conclusões
Conclusões
60
Os resultados do presente trabalho permitem as seguintes conclusões:
1. Os níveis séricos da PCR estão elevados em asmáticos controlados em
uso de corticóide inalatório, mas não se correlacionam com a citologia do
escarro e com o PFE, no estudo transversal;
2. O uso de corticóide sistêmico reduz significativamente os níveis da PCR
dos asmáticos;
3. A obesidade e o sobrepeso elevam os níveis séricos da PCR em
asmáticos,
4. A PCR não se mostrou um marcador clínico efetivo da asma.
Referências
61
7. Referências
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Anexos
69
Anexos
Anexos
70
Anexo A – Parecer do Comitê de Ética e Pesquisa
Anexos
71
Anexos
72
B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
DEPARTAMENTO DE CLÍNICA MÉDICA - DISCIPLINA DE PNEUMOLOGIA –FMB-UNESP
I. Identificação do paciente ou representante legal
Nome
RG: Sexo:
Endereço
Cidade Bairro
CEP: Estado: Fone:
II. Título da Pesquisa:
Estudo dos níveis séricos da proteína c reativa em pacientes com asma persistente e sua correlação com o controle clínico da doença
Pesquisadores Responsáveis: Thais Helena Abrahão Thomaz Queluz e Hugo Hyung Bok Yoo, médicos, professores do
Departamento de Clínica Médica da FMB-UNESP e Nelmara Camargo, farmacêutica, aluna do Programa de Pós-Graduação
em Fisiopatologia em Clínica Médica.
III. Explicações dos pesquisadores ao paciente ou representante legal:
1) Objetivo da pesquisa: avaliar se uma substância do sangue pode ajudar a reconhecer melhor os pacientes com asma
persistente e seu controle
2) Procedimentos utilizados: consulta médica, coleta de 5 ml de sangue e inalação de cloreto de sódio a 4% para colher
escarro por 3 vezes (1º dia ,após 15 dias e após 90 dias).
3) Complicações e riscos: pode apresentar dor leve e vermelhidão no local da picada por agulha e eventual crise de chiado
no peito pela indução do escarro, que serão tratados imediatamente.
4) Fui esclarecido que não receberei qualquer remuneração financeira para participar da pesquisa. ( ) sim ( ) não
5) Fui esclarecido que minha identidade será preservada, mantendo-se em caráter confidencial todas as informações
obtidas. ( ) sim ( ) não
6) Fui esclarecido que terei total liberdade de retirar meu consentimento e sair desta pesquisa a qualquer momento, sem que
isto traga prejuízo à continuidade do meu tratamento ( ) sim ( ) não.
7) Fui informado que receberei resposta a qualquer pergunta, esclarecimento do procedimento, riscos, benefícios ou
qualquer outro assunto relacionado à pesquisa. ( ) sim ( ) não
8) Fui informado que os médicos e pesquisadores que participam deste projeto de pesquisa estarão à minha disposição
para esclarecimento de qualquer questão relacionado à pesquisa. ( ) sim ( ) não
9) Autorizo a apresentação dos resultados deste trabalho em reuniões científicas e revistas da especialidade. ( ) sim (
) não
IV. Consentimento pós-informado:
Eu, ______________________________________________________________ abaixo assinado, declaro que fui esclarecido
sobre o objetivo do presente estudo, assim como sobre os benefícios que podem resultar do estudo. Concordo, portanto, em
participar, na qualidade de voluntário, do referido projeto de pesquisa, sob livre e espontânea vontade.
Botucatu, ______de_____________________de________
Paciente Pesquisador
Pesquisadora:
Nelmara Camargo; Tel: (14)3882-4414; celular: (14) 9708-7793;
Rua Joaquim Pedro de Matos, 264, Bairro Alto, Botucatu, CEP 18601-033
Orientadores:
Thais Helena Abrahão Thomaz Queluz; Tel:(14) 3882-2969;
Hugo Hyung Bok Yoo; Tel (14)3882-2969;
Disciplina de Pneumologia-Departamento de Clínica Médica-FMB-UNESP
Anexos
73
C – 50 PACIENTES ASMÁTICOS (T0)
PACIENTE IDADE SEXO PCR PFE PESO ALTURA IMC EOSINÓFILO NEUTRÓFILO CLASSIFICÇÃO
1 52 F 2,73 327 64 1,63 24 2+ 2+ MODERADO
2 62 M 1,78 241 78 1,67 28 1+ 2+ GRAVE
3 76 M 5,93 154 86 1,70 30 2+ 1+ GRAVE
4 34 F 0,32 319 50 1,60 20 3+ 1+ MODERADA
5 22 F 0,20 239 45 1,70 16 0 1+ MODERADA
6 34 F 7,14 298 75 1,62 29 1+ 2+ GRAVE
7 36 F 7,04 440 87 1,58 35 2+ 0 GRAVE
8 58 F 3,87 201 60 1,50 27 2+ 2+ INTERMITENTE
9 28 F 5,46 278 68 1,50 30 1+ 1+ GRAVE
10 69 F 4,56 242 50 1,40 26 0 0 GRAVE
11 28 F 4,13 399 96 1,65 35 0 1+ MODERADO
12 36 M 3,41 432 90 1,71 31 1+ 1+ MODERADO
13 51 F 3,72 204 93 1,67 33 3+ 2+ GRAVE
14 54 F 5,71 157 72 1,53 31 0 3+ GRAVE
15 38 F 1,79 355 76 1,55 32 3+ 1+ INTERMITENTE
16 33 F 0,75 330 50 1,50 22 3+ 1+ GRAVE
17 34 M 4,78 287 76 1,72 26 1+ 0 GRAVE
18 53 F 2,30 338 88 1,59 35 1+ 1+ INTERMITENTE
19 43 F 0,63 218 63 1,57 26 0 2+ GRAVE
20 66 M 1,62 338 73 1,70 25 2+ 1+ MODERADO
21 64 F 11,00 224 87 1,68 31 0 1+ INTERMITENTE
22 58 F 0,36 251 68 1,56 28 0 2+ LEVE
23 52 F 2,55 273 73 1,51 32 0 1+ MODERADO
24 55 F 10,50 231 95 1,64 35 1+ 2+ INTERMITENTE
25 68 M 9,21 426 80 1,70 28 0 0 LEVE
26 73 F 8,56 142 82 1,52 35 0 0 GRAVE
27 63 F 3,72 76 55 1,51 24 0 1+ GRAVE
28 77 M 6,85 477 71 1,63 27 2+ 2+ LEVE
29 72 M 100 433 90 1,70 31 2+ 1+ MODERADA
30 75 F 59,9 246 58 1,60 23 0 2+ GRAVE
31 72 F 1,08 96 54 1,50 24 0 1+ GRAVE
32 59 M 0,72 433 56 1,76 18 0 0 GRAVE
33 51 F 7,57 151 70 1,58 28 0 1+ GRAVE
34 35 M 4,86 314 110 1,78 35 2+ 1+ GRAVE
35 37 M 3,39 339 74 1,70 26 2+ 2+ GRAVE
36 35 M 0,17 286 56 1,69 20 0 0 GRAVE
37 25 F 0,20 188 73 1,65 27 1+ 1+ GRAVE
38 40 F 3,27 200 65 1,59 26 3+ 2+ GRAVE
39 51 F 2,33 309 74 1,60 29 2+ 1+ GRAVE
40 50 F 19,5 333 146 1,60 57 0 1+ GRAVE
41 74 M 1,69 194 75 1,65 28 2+ 1+ GRAVE
42 69 F 3,15 256 80 1,57 32 0 0 INTERMITENTE
43 49 F 1,51 205 77 1,67 28 0 1+ LEVE
44 63 M 8,04 147 88 1,74 29 0 3+ GRAVE
45 50 F 2,4 305 77 1,65 28 0 3+ MODERADA
46 45 F 6,24 447 78 1,55 32 0 1+ LEVE
47 50 M 1,73 159 69 1,56 28 0 2+ MODERADO
48 29 F 5,77 364 72 1,60 28 0 0 MODERADA
49 57 F 4,34 296 69 1,56 28 0 2+ GRAVE
50 66 F 11,3 302 57 1,48 26 0 2+ MODERADA
Anexos
74
D – 32 PACIENTES ASMÁTICOS (T15)
PACIENTE IDADE SEXO PCR PFE PESO ALTURA IMC EOSINÓFILO NEUTRÓFILO CLASSIFICAÇÃO
1 52 F 0,57 333 64 1,63 24 0 1+ INTERMITENTE
2 62 M 1,66 196 78 1,67 28 1+ 1+ GRAVE
3 76 M 0,73 252 86 1,70 30 0 1+ GRAVE
4 34 F 0,29 300 50 1,60 20 3+ 1+ MODERADA
6 34 F 0,73 260 75 1,62 29 0 1+ GRAVE
13 51 F 45,9 228 93 1,67 33 0 1+ GRAVE
14 54 F 2,62 157 72 1,53 31 1+ 2+ GRAVE
15 38 F 0,82 301 76 1,55 32 0 1+ INTERMITENTE
16 33 F 0,38 318 50 1,50 22 1+ 0 GRAVE
17 34 M 7,02 314 76 1,72 26 0 2+ GRAVE
18 53 F 0,69 321 88 1,59 35 0 1+ INTERMITENTE
19 43 F 0,20 288 63 1,57 26 0 1+ GRAVE
20 66 M 0,24 399 73 1,70 25 0 2+ MODERADO
25 68 M 0,50 388 80 1,70 28 0 1+ LEVE
26 73 F 1,62 132 82 1,52 35 0 2+ GRAVE
27 63 F 4,27 127 55 1,51 24 0 2+ GRAVE
28 77 M 0,32 311 71 1,63 27 0 2+ LEVE
29 72 M 3,32 448 90 1,70 31 0 2+ MODERADA
30 75 F 59,9 146 58 1,60 23 0 2+ GRAVE
32 59 M 1,32 399 56 1,76 18 0 0 GRAVE
33 51 F 42,20 200 70 1,58 28 0 3+ GRAVE
34 35 M 3,21 361 110 1,78 35 0 0 GRAVE
35 37 M 0,44 391 74 1,70 26 0 0 GRAVE
37 25 F 0,20 289 73 1,65 27 0 2+ GRAVE
38 40 F 2,45 297 65 1,59 26 2+ 2+ GRAVE
39 51 F 2,20 332 74 1,60 29 0 3+ GRAVE
40 50 F 18,10 269 146 1,60 57 2+ 1+ GRAVE
42 69 F 1,71 298 80 1,57 32 0 0 INTERMITENTE
44 63 M 0,77 147 88 1,74 29 0 0 GRAVE
45 50 F 0,40 403 77 1,65 28 1+ 0 MODERADA
46 45 F 5,40 573 78 1,55 32 2+ 0 LEVE
47 50 M 1,54 187 69 1,56 28 0 1+ MODERADA
Anexos
75
E – 17 PACIENTES ASMÁTICOS (T30)
PACIENTE IDADE SEXO PCR PFE PESO ALTURA IMC CLASSIFICAÇÃO
1 52 F 1,91 357 64 1,63 24 INTERMITENTE
2 62 M 15,0 218 78 1,67 28 GRAVE
3 76 M 12,2 132 86 1,70 30 GRAVE
13 51 F 3,07 228 93 1,67 33 GRAVE
14 54 F 3,57 178 72 1,53 31 GRAVE
16 33 F 0,65 301 50 1,50 22 GRAVE
18 53 F 2,19 298 88 1,59 35 INTERMITENTE
19 43 F 1,10 165 63 1,57 26 GRAVE
20 68 M 1,32 396 80 1,70 28 LEVE
28 77 M 3,59 345 71 1,63 27 LEVE
29 72 M 3,92 403 90 1,70 31 MODERADA
30 75 F 59,9 183 58 1,60 23 GRAVE
34 35 M 3,45 336 110 1,78 35 GRAVE
35 37 M 0,89 333 74 1,70 26 GRAVE
37 25 F 0,56 464 73 1,65 27 GRAVE
38 40 F 0,72 242 65 1,59 26 GRAVE
39 51 F 3,19 233 74 1,60 29 GRAVE
Anexos
76
F – 13 PACIENTES ASMÁTICOS (T60)
PACIENTE IDADE SEXO PCR PFE PESO ALTURA IMC CLASSIFICAÇÃO
1 52 F 2,03 351 64 1,63 24 INTERMITENTE
2 62 M 2,07 218 78 1,67 28 GRAVE
13 51 F 1,35 222 93 1,67 33 GRAVE
14 54 F 12,7 148 72 1,53 31 GRAVE
16 33 F 2,25 284 50 1,50 22 GRAVE
18 53 F 1,88 252 88 1,59 35 INTERMITENTE
25 68 M 1,26 418 80 1,70 28 LEVE
28 77 M 8,35 464 71 1,63 27 LEVE
29 72 M 1,98 560 90 1,70 31 MODERADA
35 37 M 1,01 513 74 1,70 26 GRAVE
37 25 F 0,20 316 73 1,65 27 GRAVE
38 40 F 0,73 351 65 1,59 26 GRAVE
39 51 F 3,21 478 74 1,60 29 GRAVE
Anexos
7
7
G – 9 PACIENTES ASMÁTICOS (T90)
PACIENTE IDADE SEXO PCR PFE PESO ALTURA IMC EOSINÓFILO NEUTRÓFILO CLASSIFICAÇÃO
1 52 F 2,02 315 64 1,63 24 0 0 INTERMITENTE
2 62 M 1,94 226 78 1,67 28 1+ 2+ GRAVE
13 51 F 2,23 228 93 1,67 33 0 1+ GRAVE
14 54 F 4,65 146 72 1,53 31 0 1+ GRAVE
16 33 F 0,86 394 50 1,50 22 1+ 1+ GRAVE
25 68 M 0,48 457 80 1,70 28 0 2+ LEVE
29 72 M 3,10 583 90 1,70 31 1+ 2+ MODERADA
37 25 F 0,28 458 73 1,65 27 1+ 1+ GRAVE
38 40 F 2,37 479 65 1,59 26 1+ 0 GRAVE
Anexos
78
H – CONTROLES NORMAIS
PACIENTE IDADE SEXO PCR PFE ALTURA PESO IMC NEUTRÓFILO EOSINÓFILO
1 37 F 2,73 407 1,70 70 24 1+ 0
2 45 F 0,47 328 1,72 71 24 1+ 0
3 33 F 1,97 344 1,55 53 22 0 1+
4 29 M 0,32 474 1,60 60 23 0 0
5 21 F 7,68 314 1,62 64 24 0 0
6 26 F 0,89 438 1,68 50 18 0 0
7 27 M 0,49 636 1,78 77 24 0 0
8 22 F 0,45 466 1,68 55 19 0 0
9 18 F 1,49 266 1,75 70 23 1+ 0
10 26 M 0,47 369 1,69 67 23 3+ 0
11 69 F 0,58 475 1,67 57 20 1+ 1+
12 68 M 0,20 628 1,77 76 24 2+ 0
13 24 F 0,95 250 1,58 46 18 0 0
14 28 F 0,37 599 1,70 62 21 1+ 0
15 49 F 0,29 400 1,60 62 24 0 0
Anexos
79
I – CONTROLES OBESOS NÃO ASMÁTICOS
PACIENTE IDADE SEXO PCR ALTURA PESO IMC
1 43 M 26,7 1,79 116 36
2 44 F 1,2 1,70 88 30
3 54 F 3,6 1,73 108 36
4 21 F 1,9 1,61 78 30
5 40 F 16,3 1,56 98 40
6 39 F 1,8 1,52 83 36
7 44 F 6,5 1,58 101 40
8 56 F 8,0 1,53 84 36
9 75 M 1,7 1,73 95 32
10 42 M 1,6 1,76 113 36
11 54 F 2,3 1,60 84 33
12 34 F 1,5 1,65 85 31
13 52 F 4,7 1,55 87 36
14 41 F 2,6 1,59 100 40
15 40 F 1,2 1,63 81 30
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