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APLICAÇÃO DE DIFERENTES
CONCENTRAÇÕES DE PACLOBUTRAZOL NO
FLORESCIMENTO E PRODUÇÃO DE
MANGUEIRAS DAS VARIEDADES BOURBON,
PALMER E ROSA
MIGUEL AUGUSTO FERRAZ CHATZIVAGIANNIS
2008
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MIGUEL AUGUSTO FERRAZ CHATZIVAGIANNIS
APLICAÇÃO DE DIFERENTES CONCENTRAÇÕES DE
PACLOBUTRAZOL NO FLORESCIMENTO E PRODUÇÃO DE
MANGUEIRAS DAS VARIEDADES BOURBON, PALMER E ROSA
Dissertação apresentada à Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia, como parte das exigências do
Programa de Pós-Graduação em Agronomia, área
de concentração em Fitotecnia, para a obtenção do
título de Mestre.
Orientador
Prof. Dr. Abel Rebouças São José
Co-Orientadora
Prof
a
. Dra. Tiyoko Nair Hojo Rebouças.
VITÓRIA DA CONQUISTA
BAHIA-BRASIL
2008
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C437a
Chatzivagiannis, Miguel Augusto Ferraz
Aplicação de diferentes concentrações de paclobutrazol no
florescimento e produção de mangueiras das variedades Bourbon,
Palmer e Rosa / Miguel Augusto Ferraz Chatzivagiannis, 2008.
76f.: il. Color
Orientador: Abel Rebouças São José
Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual do Sudoeste
da Bahia, Programa de s-Graduação em Agronomia, Vitória da
Conquista, 2008.
Referências: f. 65-71.
1. Manga - Produtividade. 2. Manga Fitorregulador. 3. PBZ
4. Fitotecnia - Tese. I. São José, Abel Rebouças. II. Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, Programa de Pós-Graduação em
Agronomia. III. T.
CDD: 634.44
Confecção da Ficha Catalográfica: Elinei Carvalho Santana – CRB 5/1026
Ao meu Pai, pelo exemplo de honestidade, coragem e luta;
A minha Mãe, pela dedicação e amor constante e pela grande contribuição para
o início e término deste trabalho;
Aos meus Irmãos pelo afeto e amizade;
DEDICO
A todos os meus Tios e Primos;
E aos Amigos,
OFEREÇO
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida e pela coragem de lutar;
Ao Professor Dr. Abel Rebouças São José pela orientação, dedicação,
ensinamentos e amizade no decorrer deste trabalho;
A Professora Dra. Tiyoko Nair Hojo Rebouças pela paciência, orientação e
grande amizade nos momentos difíceis no decorrer deste trabalho;
Ao Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia, por oferecer as condições para realização deste curso;
À FAPESB (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia) pela
concessão da bolsa de estudo;
Ao colega Ivan Vilas Bôas Souza, pela amizade e auxílio para a realização deste
trabalho;
Ao colega e amigo João Carlos, pelo companheirismo, ajuda e amizade durante
essa caminhada;
Aos colegas da Biofábrica; Paula, Farley, Daniela, Nadjama e Ricardo pela
grande ajuda, sem vocês certamente seria muito mais difícil;
A todos que de alguma forma colaboram para a realização deste trabalho.
RESUMO
Chatzivagiannis, M. A. F. Aplicação de diferentes concentrações de
Paclobutrazol no florescimento e produção de mangueiras das variedades
Bourbon, Palmer e Rosa. Vitória da Conquista BA: UESB, 2008. 76p
(Dissertação – Mestrado em Agronomia, Área de Concentração em Fitotecnia)
.
Este trabalho avaliou a influência de diferentes concentrações de Paclobutrazol
em três variedades de mangueiras (Mangifera indica L) Bourbon, Palmer e
Rosa, sobre o florescimento e produção. O presente estudo foi realizado na
Fazenda Coruja, localizada no município de Caraíbas - Bahia. O delineamento
experimental foi estabelecido em parcelas sub-divididas com quatro blocos onde
as parcelas principais foram as variedades Bourbon, Palmer e Rosa e as sub-
parcelas (concentrações de Paclobutrazol) sendo concentração 1 (C1) -
Testemunha (sem Paclobutrazol), concentração 2 (C2) - 0,4 g.p.a.m
-1
linear de
copa, concentração 3 (C3) - 0,8g.p.a.m
-1
linear de copa e concentração 4 (C4) -
1,2 g.p.a.m
-1
linear de copa. As médias foram analisadas pelo teste Tukey a 5%
de probabilidade. Foram avaliadas a percentagem e antecipação do
florescimento, número de frutos por planta, peso médio dos frutos,
produtividade por hectare e custo de produção com e sem o Paclobutrazol,
conteúdo de acidez total titulável, teor de sólidos solúveis totais, relação
Brix/acidez dos frutos. Nas condições em que foi desenvolvido o presente
trabalho, observou-se que dentre as variedades estudadas, os principais
resultados obtidos permitem concluir que o uso de PBZ, além de não afetar as
qualidades físico-químicas dos frutos das variedades Bourbon, Palmer e Rosa
proporciona melhor floração, produtividade e maior rentabilidade; as variedades
Bourbon e Rosa respondem melhor ao florescimento e produção quando
submetidas ao uso do PBZ, em relação a variedade Palmer; o uso de PBZ
promove melhor resposta à antecipação de florada e colheita e, por conseguinte,
maior rentabilidade, em relação a variedade Palmer. uma tendência de
incremento no florescimento e produtividade para uma concentração de PBZ
entre 0,4 e 0,8 g p.a. m-¹ linear de copa para todas as variedades.
Palavras-chave: Fitorregulador, manga, produtividade, floração, PBZ.
Orientador: Abel Rebouças São José, D. Sc. UESB e Co-Orientadora: Tiyoko Nair
Hojo Rebouças, D. Sc. – UESB.
ABSTRACT
Chatzivagiannis, M. A. F. Application of different Paclobutrazol
concentrations on flowering and production of three mangoes varieties
Bourbon, Palmer and Rosa. Vitória da Conquista BA: UESB, 2008. 76p
(Dissertação – Mestrado em Agronomia, Área de Concentração em Fitotecnia)
.
The present work evaluated the influence of different paclobutrazol
concentrations on three mango (Mangifera indica L.) varieties Bourbon, Palmer
and Rosa flowering and production. The research was carried out at Coruja
Farm, located in the district of Caraíbas town, Bahia State, Brazil. The
experimental design was split-pot, with four blocks. The treatments consisted of
three varieties and four different concentrations of PBZ. T1- test (without PBZ),
T2- 0.4 g a.i. m-¹ of linear canopy, T3- 0.8 g a.i. m-¹ of linear canopy; T4 1.2
g a.i. m-¹ of linear canopy. The obtained results were analyzed using Tukey test
at 5% of probability. It was evaluated the percentage of flowering and
production, including number of fruits per tree, average of fruit weight, yield,
Brix, acidity, relation Brix/acidity and rentability. Under the conditions this
work was carried out it was observed that among the three mangoes varieties the
use of PBZ did not affect fruit quality of the three studied varieties, promoted
better flowering, fruit productivity, and rentability. Bourbon and Rosa varieties
presented higher flowering and production in comparison to Palmer when
treated with PBZ. Besides that, PBZ use, promoted better response to
anticipation of flowering and fruit harvest, what permmited higher rentability in
relation do Palmer variety. There was a tendency of increasing flowering and
yield on the PBZ concentration between 0.4 to 0.8 g a.i. m-¹ of linear canopy to
all varieties.
Keywords: Crop regulator, mango, productivity, PBZ.
Adviser: Abel Rebouças o José, D. Sc. UESB e Co-adviser: Tiyoko Nair Hojo
Rebouças, D. Sc. – UESB.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Temperatura limitante para cultivo da manga. ................................... 22
Figura 2 - Medida de diâmetro de copa da mangueira para determinação
das concentrações de Paclobutrazol(PBZ) Caraíbas-BA, 2006. ...... 39
Figura 3 - Forma de aplicação do Paclobutrazol na mangueira. ........................ 40
Figura 4 - Floração da mangueira variedade Bourbon. Caraíbas-BA,
2007. ................................................................................................ 41
Figura 5 - Floração da mangueira variedade Palmer. Caraíbas-BA, 2007 ...... 42
Figura 6 - Floração da mangueira variedade Rosa. Caraíbas-BA, 2006. ........... 42
Figura 7 - Pesagem dos frutos no Laboratório de Biotecnologia.UESB,
Vitória da Conquista-BA, 2007. ...................................................... 43
Figura 8 - Forma de realização das medidas do diâmetro e comprimento
dos frutos feitas no Laboratório de Biotecnologia da UESB,
Vitória da Conquista-BA, 2007. ...................................................... 44
Figura 9 - Realização das medidas de Brix com refratômetro de campo no
Laboratório de Biotecnologia da UESB, Vitória da Conquista-
BA, 2007. ......................................................................................... 45
Figura 10 - Amostras para realização da titulação. Laboratório de
Biotecnologia da UESB, Vitória da Conquista-BA, 2007. .............. 46
Figura 11- Análise de regressão para porcentagem de floração de
mangueiras submetidas a diferentes concentrações de PBZ.
Caraíbas-BA, 2007. .......................................................................... 50
Figura 12 - Análise de regressão para número médio de frutos por plantas
de mangueiras submetidas a diferentes concentrações de PBZ.
Caraíba-BA, 2007. ........................................................................... 52
Figura 13 - Análise de regressão para produtividade média (kg.ha
-1
) de
mangueiras submetidas a diferentes concentrações de PBZ.
Caraíbas-BA, 2007. .......................................................................... 57
Figura 1 A - Variedade Bourbon. ...................................................................... 73
Figura 2 A - Frutos da variedade Palmer. .......................................................... 73
Figura 3 A - Frutos da variedade Rosa. ............................................................. 74
Figura 4 A - Produção da variedade Palmer. ..................................................... 74
Figura 5 A - Avaliação das características físico-químicas. .............................. 75
Figura 6 A - Diferença de florada entre os tratamentos da Variedade
Palmer. ............................................................................................. 76
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Características químicas do solo da área experimental situada em
Caraíbas-BA, 2006. ........................................................................... 37
Tabela 2 - Análise dos micronutrientes do solo da área experimental
situada em Caraíbas-BA, 2006. ..................................................... 37
Tabela 3 - Porcentagem de floração de variedades de mangueira em função
de diferentes concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA,
2007. .............................................................................................. 49
Tabela 4 - Número médio de frutos por plantas de variedades de manga em
função de diferentes concentrações de Paclobutrazol.
Caraíbas-BA, 2007. ....................................................................... 51
Tabela 5 - Comprimento médio de frutos (cm) de variedades de mangueiras
em função de diferentes concentrações de Paclobutrazol.
Caraíbas-BA, 2007. ....................................................................... 53
Tabela 6 - Diâmetro médio de frutos (cm) de variedades de mangueiras em
função de diferentes concentrações de Paclobutrazol.
Caraíbas-BA, 2007. ....................................................................... 54
Tabela 7 - Peso médio de frutos (g) de variedades de mangueiras em
função de concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA,
2007. .............................................................................................. 55
Tabela 8 - Produtividade média (kg.ha
-1
) de variedades de mangueiras em
função de concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA,
2007. .............................................................................................. 56
Tabela 9 - Médias de SST de frutos das variedades de mangueiras em
função de diferentes concentrações de Paclobutrazol.
Caraíbas-BA, 2007. ....................................................................... 58
Tabela 10 - Médias de Acidez Total Titulável (ATT) de frutos das
variedades de mangueiras em função de diferentes
concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA, 2007. ................... 59
Tabela 11 - Médias da relação Sólidos Solúveis Totais/ Acidez Total
Titulável de frutos das variedades de mangueiras em função
de diferentes concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA,
2007. .............................................................................................. 60
Tabela 12 - Produção por planta e por hectare (kg), receita bruta/ha, custo
do PBZ e receita bruta - custo PBZ (R$) para mangueiras var.
Bourbon, submetidas à diferentes concentrações de PBZ (g
i.a./m linear de copa). Caraíbas-BA, 2007. ................................... 61
Tabela 13 - Produção por planta e por hectare(kg), receita bruta/ha, custo
do PBZ e receita bruta - custo PBZ (R$) para mangueiras var.
Palmer, submetidas a diferentes concentrações de PBZ (g
i.a./m linear de copa). Caraíbas-BA, 2007. ................................... 62
Tabela 14 - Produção por planta e por hectare(kg), receita bruta/ha, custo
do PBZ e receita bruta - custo PBZ (R$) para mangueiras var.
Rosa, submetidas a diferentes concentrações de PBZ (g p.a./m
-
1
linear de copa). Caraíbas-BA, 2007. ........................................... 63
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14
2 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................ 17
2.1 Origem e produção ........................................................................................ 17
2.2 Ecofisiologia ................................................................................................. 18
2.3 Características das variedades: ..................................................................... 19
2.3.1 Bourbon ..................................................................................................... 19
2.3.2 Palmer ........................................................................................................ 20
2.3.3 Rosa ........................................................................................................... 20
2.4 Clima ............................................................................................................. 21
2.5 Precipitação ................................................................................................... 23
2.6 Poda .............................................................................................................. 24
2.7 Iniciação Floral ............................................................................................. 24
2.8 Frutificação ................................................................................................... 27
2.9 Efeito do comprimento do dia sobre o florescimento ................................... 27
2.10 Efeito do nível de luz .................................................................................. 28
2.11 Uso de reguladores vegetais........................................................................ 28
2.11.1 Paclobutrazol ........................................................................................... 29
2.11.2 Nitratos .................................................................................................... 33
3 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................. 36
3.1 Características e localização ......................................................................... 36
3.1.1 Caracteristicas químicas do solo na área do experimento ........................ 36
3.2 Execução do experimento ............................................................................. 37
3.2.1 Tratos culturais .......................................................................................... 37
3.2.2 Delineamento experimental ....................................................................... 38
3.2.3 Forma de aplicação do Paclobutrazol ...................................................... 39
3.2.4 Características estudadas .......................................................................... 41
3.2.4.1 Avaliações físicas dos frutos ................................................................... 43
3.2.4.2 Sólido Solúveis Totais (SST) .................................................................. 44
3.2.4.3 Acidez Total Titulável ............................................................................ 45
3.3 Analises estatísticas ...................................................................................... 47
3.4 Dose econômica ............................................................................................ 47
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 48
5 CONCLUSÕES ............................................................................................... 64
REFERÊNCIAS.................................................................................................. 65
APÊNDICES ...................................................................................................... 72
14
1 INTRODUÇÃO
A manga é originária da Ásia e foi rapidamente difundida por mais de
100 países, sendo em sua maioria países em desenvolvimento como Brasil,
México, Índia e China (PEROSA; PIERRE, 2002).
A produção mundial de manga em 2004 foi de 27,1 milhões de
toneladas em uma área de 3,7 milhões de hectares, com uma produtividade de,
aproximadamente, 7 t/ha
-1
, sendo a Índia o maior produtor mundial com 10,8
milhões de toneladas. A participação do Brasil em 2004 foi 949 mil toneladas
em uma área de 69,6 mil hectares (FAO, 2004).
Dentre os estados do Brasil produtores de manga se destacam São Paulo
e Bahia, com cerca de 55% da área plantada e produzindo 58% do total (IBGE,
2006).
A mangueira é uma espécie pertencente à família Anacardiaceae, gênero
Mangifera. Das 41 espécies desse gênero apenas a Mangifera indica L. é
cultivada comercialmente. É uma árvore perene de grande porte e com densa
folhagem. Essa espécie se difundiu para muitas regiões com clima tropical. No
Brasil, São Paulo e Minas Gerais são os maiores produtores seguidos pelos
estados do Nordeste como Bahia, Pernambuco, Piauí e Ceará e com destaque
para as regiões às margens do Rio São Francisco. O Estado da Bahia é o maior
produtor do Nordeste (GENÚ; PINTO, 2002).
O cultivo da mangueira em regiões tropicais semi-áridas permite a
produção de frutas durante todo o ano, facilitando a colocação do produto em
período onde a oferta é escassa, tanto no mercado interno como no externo,
desde que utilizem técnicas de indução floral.
A irregularidade de produção faz com que o cultivo da mangueira seja
suscetível às variações de mercado e clima, tornando assim um fator limitante,
15
caso não se utilize técnicas que favoreçam as condições de produção em
períodos mais vantajosos para o produtor.
A mangueira pertence ao grupo de plantas onde se observa um
antagonismo entre o vigor vegetativo e a intensidade de floração, e todo fator
que reduz o vigor vegetativo, sem alterar a atividade metabólica, favorece a
floração. (AVILAN; ALVAREZ, 1990, citados por GENÚ; PINTO, 2002).
A técnica da indução floral vem contribuir para que o produtor venha a
ter uma opção de produção na entressafra, obtendo assim uma rentabilidade
melhor. Produtividades mais elevadas e qualidade do fruto são algumas das
vantagens dessa técnica, bem como uma programação por parte dos produtores
da época melhor de colheita, no que diz respeito a comercialização do seu
produto.
O Paclobutrazol (PBZ) tem sido usado como mais um mecanismo para
propiciar a floração através da promoção da paralisação do crescimento
vegetativo e reduzindo o alongamento da brotação. Sua ação é em função da
inibição da biossíntese das giberelinas. (GENÚ; PINTO, 2002).
Na maioria das variedades da mangueira, o maior problema é a
irregularidade na produção. A utilização de técnicas avançadas de cultivo como
a aplicação do Paclobutrazol em diferentes concentrações, permite o
atendimento mais racional da demanda por novas alternativas de produção,
considerando épocas mais favoráveis de produção do ponto de vista comercial e
fitossanitário, podendo também contribuir para controlar a alternância de
produção. Para melhor orientar o produtor, fazem necessárias pesquisas que
visam entender melhor o mecanismo de indução floral por meio do
Paclobutrazol e suas diferentes concentrações.
O presente estudo objetivou avaliar as diferentes concentrações de
paclobutrazol aplicadas em mangueiras das variedades Bourbon, Palmer e Rosa
no que diz respeito a antecipação da florada e conseqüentemente uma
16
antecipação de produção, fazendo com que possa programar e estabelecer
estratégia de produção e comercialização.
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Origem e produção
A mangueira (Mangifera indica L) tem sua origem na Ásia, sendo
atualmente cultivada em mais de 100 países. É uma das frutas mais procuradas
do mundo, e esta demanda tem se mostrado crescente. A procura tem aumentado
bastante tanto no mercado interno quanto no externo, o que tem refletido em
preços compensadores (ROSANE e outros, 2004).
Estão situadas no hemisfério norte as principais regiões produtoras de
manga, concentrando assim a sua produção no período de abril-agosto.
Privilegiadamente, o semi-árido nordestino do Brasil, pela sua posição
geográfica pode ter colheitas justamente na época em que essas regiões não
oferecem o produto, abastecendo o mercado internacional ou produzindo a fruta
de abril a setembro, período em que a produção e a produtividade são menores,
mas compensadas pelo alto nível dos preços no mercado nacional (BARROS,
1997).
A curta sazonalidade de produção de manga é apontada por Rodrigues
(1989) como um problema para a cultura, cuja solução está na obtenção de
novas variedades mais precoces ou mais tardias, principalmente as variedades
Keitt e Palmer como variedades tardias com grande aceitação no mercado e com
boas produções em condições tropicais.
18
2.2 Ecofisiologia
A mangueira pertence a classe Dicotiledônea e a família Anacardiaceae,
sendo suas variedades geralmente divididas em dois grupos: Indiano
(monoembriônicas, fortemente aromáticas, de coloração atraente e suscetíveis à
antracnose) e Indochinês (poliembriônica, caroços longos e achatados, pouco
aromáticas, geralmente amareladas e medianamente resistente à antracnose)
(CAMPBELL; MALO, 1974 citados por GENÚ; PINTO, 2002).
O crescimento da mangueira apresenta diferentes estádios em uma
mesma planta, o que é bastante comum. A ocorrência desses estádios varia com
as condições de clima, solo e manejo da cultura. Como se sabe, o crescimento
vegetativo é muito importante para a produção, pois quanto mais abundante a
vegetação, maior a frutificação em condições naturais de produção. O
florescimento ocorre em ramos com, no mínimo, quatro meses de idade, sob
condições tropicais ou com três meses, sob regime de temperaturas mais amenas
(SIMÃO, 1971).
A cultura da mangueira tem sua vida útil relativamente longa. Dessa
forma, se for adequadamente instalada e mantida, continua a produzir
lucrativamente durante um período consideravelmente longo. Seu plantio requer,
portanto, um bom planejamento por meio de cuidadosa escolha do local
adequado, preparo do solo e criteriosa seleção do material, a fim de proporcionar
produção uniforme, fruto de boa qualidade, rápida comercialização da safra e
retorno econômico seguro.
Atualmente, em função da exigência dos mercados externo e interno, e
graças ao grande esforço das pesquisas e do setor produtivo na geração e
adaptação de novas técnicas, têm sido obtidos como resultados: produção de
frutos de melhor qualidade, possibilidade de produção de frutos o ano todo em
19
determinadas regiões e aumento da exportação dos frutos (ROSANE e outros,
2004).
2.3 Características das variedades:
2.3.1 Bourbon
Essa variedade forma uma árvore de porte médio e apresenta uma
vegetação densa. É muito produtiva e com pouco alternância entre os anos. As
folhas são de base arredondada, o ápice é agudo e, quando ainda novas, são de
cor avermelhada. A panícula tem a cor verde-avermelhada, com um regular
número de pêlos, apresentando-se eretas, com um comprimento médio total de
34 cm, e a largura na sua base é de 31 cm. A planta e os frutos são considerados
tolerantes à antracnose, mas é uma variedade suscetível à seca-da-mangueira.
Em plantas adultas, com 5 anos de produção, uma árvore gera média anual de
423 frutos (MANICA, 2001).
Em algumas regiões brasileiras a variedade Bourbon é denominada
erroneamente de Espada. Atualmente, é uma variedade bastante aceita no
mercado de São Paulo, sendo produzida, extensivamente, nos Estados de Mato
Grosso e Mato Grosso do Sul (GENÚ; PINTO, 2002)
Segundo Genú e Pinto (2002) a variedade Bourbon possui casca lisa, de
coloração verde com laivos amarelos, espessa e facilmente destacada e
representa 21% do fruto, estando de acordo com Manica (2001), que descreve a
variedade como de casca grossa, uma superfície lisa, de cor verde-amarelada,
uma polpa sucosa, com fibras medias à longas, largas e moles.
20
Possui um sabor muito agradável, levemente acidulado, com sabor de
terebentina, com uma cor amarela pouco intensa, a percentagem de polpa é de
54,2 a 83,5%, da casca de 8,43 a 33,3%, da semente de 8,65 a 12,5%, a acidez
total com 0,43%, o pH de 3,65 a 4,75, com uma porcentagem de Sólidos
Solúveis Totais (SST) de 11,60 a 20,20 (MANICA, 2001).
2.3.2 Palmer
A mangueira Palmer possui uma copa aberta, originada de parentais
desconhecidos na Flórida, em 1945. Na Austrália participa de 5% da área
plantada de manga, e no Brasil experimenta aumento significante na área
cultivada. Os frutos são verde-arroxiados quando imaturos e torna-se corados de
vermelho escuro quando maduros. A polpa é amarelada, firme, com pouca ou
nenhuma fibra. As sementes são monoembriônicas e compridas. A Palmer é
susceptível à antracnose, porém, com pouco colapso interno. Teor de SST de 19
0
Brix é superior ao da Tommy Atkins, o que deve concorrer para o seu sabor
superior (GENÚ; PINTO, 2002). O período entre a floração e colheita é cerca de
seis meses, sendo assim considerada uma variedade tardia.
2.3.3 Rosa
A mangueira Rosa possui porte de médio a baixo, de crescimento lento,
copa arredondada e susceptível à antracnose. O fruto varia de amarelo a rosa-
avermelhado, de forma oblonga-cordiforme, peso médio em torno de 350 g. A
21
casca é espessa e lisa; a polpa é amarelo-ouro com teor de SST de 14 a 16
0
Brix
e moderadamente suculenta, fibrosa e de sabor médio com odor terebentinoso. A
semente é, predominantemente, poliembriônica. É uma das variedades mais
importantes no Nordeste e muito conhecida no Brasil, muito comercializada nos
mercados de Fortaleza, Recife, Distrito Federal e Goiás, sendo usada tanto para
suco, mas principalmente para consumo ao natural (GENÚ; PINTO, 2002).
2.4 Clima
Embora a mangueira tolere ampla variação de condições climáticas, o
êxito de seu plantio em escala comercial somente é possível em certos limites
específicos e bem definidos de temperatura (Figura 1) e precipitação
pluviométrica, pois as condições atmosféricas exercem notável influência sobre
a produtividade e qualidade dos frutos (MEDINA e outros, 1981).
Muitos estudos têm demonstrado o efeito da temperatura no
florescimento. Por exemplo, Shu e Sheen (1987) observaram que as gemas
axiliares da variedade Haden, sob temperaturas diurnas/noturnas de 19/13
o
C e
25/19
o
C tiveram 87 e 60 % de desenvolvimento floral, respectivamente, e
31/25
o
C apenas ramos vegetativos foram formados das gemas e, ainda,
verificaram um aumento de 18 a 100% de gemas floríferas quando as plantas
foram transferidas para 31/25
o
C seguidas de 1-3 semanas a 19/13
o
C.
Temperaturas abaixo de 2 °C podem matar plantas jovens e provocar
sérios danos às adultas (SIMÃO, 1971).
22
Temperatura ºC
50 Limite extremo de tolerância ao calor
40 Temperatura a partir da qual podem ocorrer danos para a manga
33 Ótima floração
26.5
Ótimo crescimento vegetativo
24.5
15 Problemas na germinação do pólen, redução do tubo polínico,
inibição do crescimento vegetativo e aborto do embrião.
Temperaturas ideais para indução floral
10
Inibição da fotossíntese e outros processos metabólicos
0 Danos aos brotos tenros e morte de plantas jovens
- 6 Limite extremo de tolerância ao frio
Figura 1 - Temperatura limitante para cultivo da manga.
Fonte: Saúco (1999).
Na variedade Haden, segundo Popenoe (1971), o grão de pólen não
germina à temperatura de 15
0
C.
A temperatura ótima, indicada para a mangueira, encontra-se entre 24
e 30 °C. Embora a mangueira possa tolerar temperaturas ambientais acima da 48
°C, o frio limita a produção dessa cultura. Segundo relato de Nuñez-Elisea e
23
outros (1991), a iniciação floral da mangueira ocorre durante a sua exposição a
temperatura abaixo de 15 °C, ou após um período seco de 2 a 3 meses.
2.5 Precipitação
A mangueira é uma planta relativamente bem adaptada às condições de
precipitações, variando desde 250 mm a 5000 mm (SAÚCO, 1999).
Nas áreas de chuvas intensas, a mangueira apresenta prejuízo no
florescimento e vigoroso desenvolvimento vegetativo (REIS, 1999).
A mangueira é planta essencialmente adequada para cultivo em região
de acentuada estação seca (BERWICK, 1940). Em regiões muito chuvosas, a
planta tem desenvolvimento vegetativo prolongado, à custa da frutificação
(SIMÃO, 1971).
De todos os fatores climáticos o estresse hídrico assume uma
importância maior. O estresse hídrico promove a indução floral não somente na
mangueira como, por exemplo, na cultura do cafeeiro e do limoeiro.
O excesso de chuvas é prejudicial ao florescimento da mangueira, uma
vez que retira o grão de pólen depositado no estigma e dilui o fluido estigmático,
condicionando a perda de viscosidade e a não retenção do pólen, derruba as
flores e frutos e prejudica a polinização por insetos. Entretanto, a chuva é
importante na fase de frutificação da mangueira (ALVARENGA, 1982).
Simão (1958), estudando os fatores adversos à produtividade da
mangueira no Estado de São Paulo, também observou que o excesso de chuvas
durante a floração prejudicou a formação e desenvolvimento dos frutos,
comprometendo a frutificação ou até mesmo anulando a produção, devido a
proliferação de doenças como oídio e antracnose.
24
2.6 Poda
Técnicas de manejo bem conduzidas podem melhorar a quantidade e a
qualidade dos brotos vegetativos. A poda estimula rapidamente a brotação em
gemas axilares, conseguindo assim multiplicar o número de brotos.
Posteriormente, com técnicas adicionais como manejo nutricional, uso de
reguladores e estresse hídrico, é possível amadurecer os brotos gerados da poda.
Os estudos anatômicos dos brotos da manga demonstraram que as gemas
terminais são misturadas de gemas, contendo primórdios foliares e florais
(TONGUMPAI e outros, 1996).
2.7 Iniciação Floral
A iniciação floral da mangueira vai depender do processo de propagação
que a planta foi originada. A maioria das variedades propagadas pelo método de
enxertia iniciam o florescimento a partir do terceiro ano de plantio, enquanto que
em plantas propagadas por sementes, o início da produção pode ocorrer somente
a partir do sexto ou oitavo ano de plantio (ALVARENGA, 1982).
Conforme Ben-tal (1986), para que ocorra floração, tem que haver uma
interrupção do crescimento vegetativo; caso contrário, as árvores continuam a
crescer e nunca florescem, como as oliveiras ou árvores caducifólias nos
trópicos. Este autor cita algumas culturas que florescem após interferência em
seu desenvolvimento vegetativo, como as árvores caducifólias que florescem
após o inverno rigoroso, árvores de citros após o estresse hídrico, árvores
doentes ou famintas que florescem profusamente.
25
O bloqueio da distribuição da seiva elaborada e o conseqüente acúmulo
de carboidratos na extremidade da copa da planta, causados pela incisão de
ramos, foram muito utilizados em tempos passados para provocar o
florescimento e a frutificação na mangueira (ALVARENGA, 1982).
Qualquer bloqueio feito no ramo da mangueira provocará um acúmulo
de hidratos de carbono na parte superior e diminuirá o crescimento vegetativo
induzindo uma tendência para o florescimento (ALVARENGA, 1982).
A irregularidade de produção, também conhecida como bienalismo de
produção ou alternância de safra, vem sendo um dos problemas para a maioria
dos produtores de manga do Brasil. Segundo Hillier e Rudge (1991), essa é uma
característica da mangueira na maioria das áreas cultivadas em todo o mundo. A
floração da mangueira nas condições do Estado de São Paulo ocorre durante um
longo período, variando de cinco a seis meses, iniciando a partir de maio e se
prolongando até fins de setembro e início de outubro (SIMÃO, 1971).
Em algumas plantas, o início do florescimento é determinado mediante o
genótipo; em outras, o genótipo pode interagir em condições ambientais
específicas, como a baixa temperatura e o comprimento do dia; nos dois casos a
planta precisa atingir uma fase fisiológica para a diferenciação floral
(ALVARENGA, 1982).
Hoad (1984) relata que a floração pode ser reprimida pela ação da
giberelina produzida principalmente pelo fruto e promovida pela citocinina.
Nesse sentido, Tomer (1984) mostrou que a aplicação exógena de giberelina, em
muitos casos, tem inibido o florescimento da mangueira. Também, Voon e Tan
(1991) trabalhando com mangueiras, associaram o reduzido crescimento
vegetativo, induzido pela menor giberelica, com início do florescimento. De
acordo com esse resultado, Tongumpai e outros (1991) estudando a análise
química em árvores floradas da Cv. Khiew Sawoey, concluíram que o total de
giberelinas foi significativamente maior em árvores que não floresceram.
26
Trabalhos realizados por Tongumpai e outros (1989) mostraram que o
nível de substâncias do grupo das giberelinas decresceu quando aproximou-se a
época da floração, não sendo detectados seis semanas antes do florescimento até
a floração, indicando que a floração da mangueira está relacionada com níveis
reduzidos de giberelinas nos brotos; portanto, altos níveis acentuam o
crescimento vegetativo.
Alvarenga (1982) e Simão (1971) citam alguns fatores considerados
relevantes para a alternância de safra em mangueiras tais como: 1) fatores
biológicos - que envolvem a vegetação, estrutura da flor, polinização e
florescimento; 2) fatores fisiológicos - que compreendem a exaustão da planta,
estado nutricional da planta, nível de umidade do solo, níveis de hormônios na
planta e bloqueamento vasculares; 3) fatores fitosanitários - que compreendem o
nível de danos das pragas e doenças; 4) fatores climáticos - que envolvem a
radiação solar, temperatura, umidade relativa do ar, chuvas e ventos.
Nas condições tropicais, o estímulo à indução floral inicia-se em folhas
maduras, sendo que as folhas imaturas apresentam grandes quantidades de
inibidores florais (CHEN, 1987). Na mangueira, a baixa concentração de
estímulo floral em cada folha é parcialmente compensada pelo aumento
proporcional de folhas maduras. Sob condição de estresse hídrico, a desidratação
do meristema apical pode tornar-se mais sensível a baixos veis de estímulo
floral. Enfim, o aumento da sensibilidade para a indução floral somado ao
aumento da área foliar madura, pode compensar a falta de temperaturas mais
baixas ideais para a indução nas regiões tropicais (SCHAFFER e outros, 1994).
Singh (1990), citado por Avilan e Alvarez (1990), revela que as auxinas
influenciam na indução floral da mangueira e que sua aplicação em época de
baixa produtividade é favorável, porém, as giberelinas agem como antagônicos à
floração da mangueira.
27
2.8 Frutificação
Segundo Simão e outros (1996), no estudo da frutificação da mangueira,
a fixação e a queda dos frutos adquirem importância fundamental, uma vez que
determinam a colheita final.
A mangueira é caracterizada pela produção copiosa de panículas, porém,
com desproporcional produção de frutos. Uma das principais causas deste fato é
que esse período coincide com baixa temperatura (KHRADER e outros, 1988).
2.9 Efeito do comprimento do dia sobre o florescimento
A iniciação floral refere-se ao começo do desenvolvimento de uma gema
indiferenciada a qual se tornará uma gema floral após receber indução. A
indução floral refere-se ao período quando uma gema indiferenciada recebe o
estímulo fisiológico para tornar-se uma gema floral. Na maioria das áreas
produtoras de manga a iniciação floral ocorre no outono e início do inverno
quando o comprimento do dia vai diminuindo. Entretanto, a iniciação floral é
controlada também por outros fatores. Nuñez e Elisea (1993), citados por
Schaffer e outros (1994) expuseram plantas da variedade Tommy Atkins em
períodos de 10, 12 ou 14 horas sob temperaturas favoráveis para indução (18
o
C
dia/10
o
C noite) e não-indução (30
o
C dia/ 25
o
C noite) e concluíram que as
respostas foram similares entre os fotoperíodos sob temperaturas favoráveis para
a indução, enquanto que nenhum período floresceu sob regime de temperatura
não favorável a indução. De maneira geral, em função deste fato, a mangueira
pode ser considerada como uma planta neutra em relação ao fotoperíodismo.
28
2.10 Efeito do nível de luz
A radiação solar também é um fator importante para a floração da
mangueira; plantas sombreadas ou não florescem ou florescem mal
(ALVARENGA, 1982).
A interceptação solar das folhas maduras é essencial para a indução do
primórdio floral em gemas de mangueiras. Segundo Schaffer e outros (1994),
tem sido observado na Índia que um significante número de flores perfeitas
(hermafroditas) ocorre no lado da planta que recebe mais luz diretamente.
Quando as plantas estão desfolhadas ou se as folhas o mantidas sob
sombra no período de iniciação de desenvolvimento da gema, um ramo
vegetativo será formado no lugar de um primórdio floral.
A relação entre luz e indução floral na manga ainda não está claramente
elucidada, devido, provavelmente a influência de outros fatores como a
temperatura e estresse hídrico.
2.11 Uso de reguladores vegetais
O primeiro relato sobre a experiência de induzir a floração é proveniente
das Filipinas, onde, para isso, os agricultores utilizaram a fumaça produzida
quando ateavam fogo em capim, serragem ou casca de arroz debaixo das
mangueiras (SILVA, 2000).
A utilização de reguladores vegetais na cultura da mangueira permite o
atendimento mais racional da demanda, considerando-se épocas mais favoráveis
do ponto de vista comercial e fitossanitário, podendo também contribuir para
29
controlar a alternância de produção, sendo que, os produtos mais usados são os
nitratos de potássio, amônio e cálcio, em concentrações que variam de 1 a 8%,
dependendo da variedade e da região. Deve-se tomar cuidado com as altas
concentrações que podem causar desfolha além da queima das gemas, por outro
lado, baixas concentrações não promovem a eficiência desejada. Em geral, os
fitorreguladores são pulverizados nas plantas a partir do ano de idade, entre o
final da estação chuvosa e início da seca, nas horas menos quentes do dia,
preferencialmente à noite e em ramos com aproximadamente 7 meses.
Segundo Avilan e Alvarez (1990), nos últimos anos tem sido utilizados
alguns compostos orgânicos que promovem, inibem ou modificam o processo
fisiológico vegetal, tais como as auxinas, giberelinas, citocininas e etileno, no
sentido de viabilizar a indução floral da mangueira.
2.11.1 Paclobutrazol
A floração da mangueira é um dos processos fisiológicos que podem ser
induzidos através de reguladores de crescimento, sendo, no entanto, necessário
que as plantas estejam aptas a receber tal estímulo. Para que haja a indução
floral é necessário que o ramo tenha cessado seu crescimento e que tenha
ocorrido, nas gemas apicais, a diferenciação do meristema em primórdios
florais, visto que existe uma relação inversa entre o crescimento vegetativo e a
floração (BEN-TAL, 1986; FIERRO; ULLOA, 1991).
A época que antecede e durante o florescimento, nos ramos, nas folhas e
nas gemas, encontram-se altas quantidades de substâncias hormonais, tais como
as auxinas, citocininas, etileno e ácido abscísico, em comparação com plantas
que estão fora da época de florescimento (FONSECA, 2002). Avilan e Alvarez
30
(1990) revelam que as auxinas, giberelinas, citocininas e etileno influenciam na
indução floral da mangueira.
O Paclobutrazol é um retardante de crescimento de plantas de amplo
espectro, que apresenta um potencial de utilização bastante grande
(TONGUMPAI e outros, 1991). Assim, como citado por Manica (1996), esse
produto apresenta a fórmula empírica C
15
H
20
CIN
3
O, e o nome químico (2RS,
3RS) 1(4 clofenil) 4,4 dimetil-2-2(1H-1,2,4 triazol-1y1) pentam-3-o1.
O Paclobutrazol (PBZ) tem sido usado para estimular a floração,
promovendo a paralisação do crescimento vegetativo e reduzindo o alongamento
da brotação. Sua ação é em função da inibição da biossíntese das giberelinas.
As giberelinas são fitohormônios conhecidos por intensificarem as
divisões celulares que levariam a formação do eixo floral (SILVA, 2000).
Segundo Fonseca (2002), o aumento do conteúdo endógeno de giberelina está
diretamente relacionado com a diferenciação das gemas vegetativas (formação
de brotações longas) e o inverso em florais (brotações curtas).
O Paclobutrazol é absorvido por meio das raízes, tecidos dos ramos e
folhagem (TONGUMPAI e outros, 1991; BURONDKAR; GUNJANTE, 1993).
Segundo Ferrari e Sergent (1996), o Paclobutrazol tem movimento acropétalo,
circulando pelo xilema até as folhas apicais, não tendo mobilidade do floema. O
movimento no interior da planta flui com certa lentidão, desde o ponto onde
tenha sido aplicado até as gemas meristemáticas subapicais, onde intervém na
divisão celular. Compostos ativos no meristema subapical comprometem a
produção de giberelina pela inibição da oxidação de caurene para ácido
caurenóico, reduzindo o nível de divisão celular sem causar fitotoxicidade
(DAZIEL; LAWRENCE, 1984); as conseqüências fisiológicas são a redução do
crescimento vegetativo e uma maior disponibilidade de substâncias assimiláveis
para a planta (GENÚ; PINTO, 2002).
31
O Paclobutrazol inibe a biosíntese de giberelina através do bloqueio da
oxidação do caurene em ácido caurenóico (TONGUMPAI e outros, 1991). É
possível que o Paclobutrazol induza a formação do botão floral quando restringe
o nível de giberelina (TONGUNPAI e outros, 1989) deixando a planta apta ao
florescimento, bastando para que isso aconteça, um estimulo, como a ação do
nitrato de potássio, capaz de quebrar a dormência das gemas florais. Esta
característica pode ser utilizada para induzir o florescimento da mangueira na
entressafra.
O Paclobutrazol aparentemente pode ser absorvido através das folhas,
caule e raiz, sendo translocado através do xilema (COUTORE, 1982; MILLER
1982).
O produto químico Paclobutrazol, quando aplicado via solo, na projeção
da copa nas árvores de algumas variedades de mangueira, resultou na
paralisação do crescimento das gemas apicais e induziu a floração fora da época
normal. Esse produto inibe a síntese da giberelina (HILLIER; RUDGE, 1991).
Kohne e Kremer-Kohne (1990), estudando o efeito do Paclobutrazol em
abacateiros, observaram que a aplicação via foliar do paclobutrazol isolado
resultou no controle do crescimento num curto período de tempo, enquanto que
com a aplicação no solo houve uma longa duração do controle de crescimento.
O uso de Paclobutrazol pode melhorar a qualidade do fruto diretamente
(influindo nos níveis de cálcio em maçãs, levando a uma redução de problemas
no armazenamento) ou indiretamente, por uma maior penetração da luz no
interior da copa, melhorando, por exemplo, a cor do fruto (LEVER;
SHERMAN, 1986).
Com o estudo do efeito do Paclobutrazol no controle da dimensão da
copa e florescimento em mangueira Cv. Nam Dok Mai Twai, depois de uma
poda drástica, na Tailândia, Charnvichit e outros (1991) concluíram que as
plantas tratadas com o paclobutrazol desenvolveram cinco fluxos vegetativos e
32
floresceram 49 dias mais cedo numa percentagem de 91,5%, enquanto as plantas
não tratadas desenvolveram seis fluxos vegetativos e floresceram apenas 15,7%.
Segundo Lever e Sherman (1986), o Paclobutrazol tem sido utilizado de
forma eficiente em aplicações diretamente no solo e em pulverizações foliares.
Miller (1982) acrescenta ainda, a injeção no tronco como uma outra forma de
aplicação.
Tongumpai e outros (1989) analisando a aplicação do Paclobutrazol (1 g
do i.a./m do diâmetro da copa) na regulação do florescimento em manga na
Índia, verificaram que o PBZ possibilitou a produção na entressafra além de
aumentar substancialmente a produtividade de todas as variedades testadas.
Entretanto, a aplicação conjunta desse produto com o nitrato também tem se
mostrado benéfica. Couto e outros (1996) estudando o efeito de pulverizações de
ethefon e nitrato de potássio na diferenciação floral de gemas em mangueira
verificaram que, quanto maior o número de pulverizações de ethefon, mais
demarcadamente se percebeu a presença dos primeiros sinais de diferenciação
floral.
Tongumpai e outros (1991) testando o efeito do Paclobutrazol isolado e
em combinação com o nitrato de potássio em mangueiras da Cv. Khiew –
Sawoey, relataram que o paclobutrazol pode ter induzido a formação da gema
floral pelo menor conteúdo de giberelina na extremidade do broto, enquanto o
nitrato de potássio acelerou a quebra de dormência da gema floral, embora ela
estivesse formada.
33
2.11.2 Nitratos
De maneira geral os nitratos têm sido mais utilizados para a quebra de
dormência das gemas e consequentemente aceleração do florescimento,
enquanto que, outros produtos tem sido indicados para favorecer a indução floral
como por exemplo o ethefon (Ethrel). o cloreto de mepiquat (CCC) e o
Paclobutrazol (PBZ) além da indução são indicados para parar o crescimento,
sendo que, o PBZ pode reduzir a incidência da mal formação floral (SINGH;
DHILLON, 1992).
A forma mais comum de indução floral atualmente utilizada é a
pulverização com nitratos, tanto o de potássio como o de cálcio nas dosagens de
2 a 5% e 2 a 4%, respectivamente, em intervalos de 5 a 10 dias entre as
aplicações (SÃO JOSÉ, 1996).
Para que ocorra a diferenciação floral na mangueira é necessário que as
folhas tenham cessado seu crescimento (SERGENT; LEAL, 1989). Esses
autores verificam que a medida que aumentavam a idade dos ramos terminais da
mangueira, variedade Hadem até dez meses, o florescimento em resposta a
aplicação de nitrato de potássio foi cada vez maior. Embora Bondad e Apostol
(1979) tenham induzido o florescimento em ramos de mangueiras, variedades
Carabal e Pahutan, com 38 dias de idade, por meio de pulverizações com KNO
3
.
Tome e Bondad (1991) comentaram que nem todos os experimentos de indução
de florescimento em mangueira tem sido bem sucedidos em razão da
imaturidade dos ramos terminais na época da aplicação dos produtos químicos.
Ataíde (1996) estudando a influência do número de aplicações de nitrato
de potássio na indução floral da mangueira variedade Tommy Atkins, no
município de Livramento do Brumado-BA, concluiu que o uso do nitrato de
potássio a 3% acelerou o processo de florescimento na mangueira e as
34
aplicações de nitrato de potássio em número de três, num intervalo de sete dias
apresentaram os melhores resultados (71- 87% de florescimento). Entretanto,
Valente (1996) estudando a indução de floração em mangueira Bourbon na
baixada cuiabana com nitrato de potássio não obtiveram resposta positiva,
provavelmente, devido a precipitação pluviométrica ocorrida por um período
prolongado. Na Venezuela, Rojas (1996) estudou o efeito do nitrato de cálcio em
(0-18%) e verificou que de maneira similar as concentrações de 6, 9, 12 e 18 %
promoveram os maiores acréscimos na florada e essa ocorreu oito semanas antes
do florescimento natural.
Segundo os autores Adams e Attwill (1982) e Sergent e Leal (1991), a
eficiência do nitrato de potássio está ligada ao íon nitrato, o que indica
possibilidade da utilização de diversos nitratos (NH4NO
3
, Ca ( NO
3
)
2
, etc. Para
Nuñez-Elisea e Caldeira ( 1987) e Albuquerque e Medina ( 1991), o nitrato de
amônio apresentou-se tão eficiente quanto o nitrato de potássio, no entanto,
somente o nitrato de potássio tem se apresentado inócuo para a folhagem quando
utilizado nas concentrações fisiológicas ativas. A descoberta de que o nitrato
de potássio pode modificar a condução no florescimento da mangueira
tornou possível a produção de manga todos os anos, quebrando a
irregularidade ou alternância de produção nas Filipinas. De acordo com
observação de Bondad e Linsangan (1979), o KNO
3
pode antecipar os períodos
de floração e frutificação da mangueira em vários meses e induzir o
florescimento das plantas que persistem em seu ciclo vegetativo, mas estão
além da idade produtiva.
O nitrato de potássio pode modificar o comportamento da floração em
manga, conforme estudos de Bondad e Linsangan (1979). Com a utilização do
nitrato a produção de mangas na Filipinas tornou-se possível durante todo o ano,
eliminando o hábito irregular de produção nas plantas.
35
O principal efeito do KNO
3
foi demonstrado por Rojas e Leal (1996),
que relataram o incremento significativo na atividade de florescimento da
mangueira Haden. Os autores mostraram que o KNO
3
, aplicado na concentração
de 6% antecipou o florescimento em até nove semanas, na Venezuela. Vários
outros pesquisadores têm reportado o mesmo tipo de resposta em mangueira
utilizando nitrato de cálcio e amônio (NUÑEZ-ELISEA; CALDEIRA, 1992).
Segundo Mosqueda-Vazquez e Santos de La Rosa (1981), resultados de
pesquisas realizadas no México tem mostrado que ramos com sete meses de
idade tem dado uma boa resposta à indução de floração com KNO
3
.
36
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Características e localização
A presente pesquisa foi conduzida na Fazenda Coruja, município de
Caraíbas, no Sudoeste do Estado da Bahia, no período de dezembro de 2006 a
dezembro de 2007. O pomar tinha mangueiras com aproximadamente dois anos
e oito meses de idade com espaçamento de 8x6 m sendo a sua primeira
produção. A propriedade localiza-se a 14° 43’ S e 41° 14’ W , com altitude de
420m. A precipitação média é de 707 mm por ano, concentrada no período de
novembro a março. Apresenta uma temperatura média de 22,2°C sendo a
mínima não inferior a 18°C e a máxima passando dos 30°C.
3.1.1 Caracteristicas químicas do solo na área do experimento
As amostras de solo foram coletadas a uma profundidade entre 0-20 cm
sob a projeção da copa da mangueira, de tal forma que fosse feita uma
representação total da área a ser estudada e enviadas para o Laboratório de Solos
da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Os resultados das análises
químicas e físicas estão representados nas tabelas 1 e 2.
37
Tabela 1 - Características químicas do solo da área experimental situada
em Caraíbas-BA, 2006.
Identificação
pH mg/dm
cmol
c/
dm
3
de solo % g/dcm
H
2
O
P K
+
Ca
2+
Mg
3+
Al
3+
H
+
Na
+
S.B
t T
V
m
PST
M.O
00 - 20 cm 6,9 6 0,27
1,8
1,3 0,2
1,3
- 3,4
3,6
4,9
69
6
- 36
Tabela 2 - Análise dos micronutrientes do solo da área experimental situada
em Caraíbas-BA, 2006.
Identificação
mg/dm
Cu
++
Mn
++
Zn
++
Fe
++
00 – 20 cm 0,80 20,20 2,5 8,7
3.2 Execução do experimento
A aplicação do Paclobutrazol (PBZ) foi realizada no dia 10 de dezembro
de 2006 nas três variedades Bourbon, Palmer e Rosa. O nitrato de potássio
(KNO
3
) foi pulverizado aos 75 dias após a aplicação do PBZ, repetindo as
pulverizações a cada sete dias. Foram aplicadas cinco pulverizações de nitrato de
potássio a 3% até o florescimento.
3.2.1 Tratos culturais
Foi realizado um coroamento químico nas plantas utilizando os
herbicidas paraquat e glifosate, bem como uma aferição no sistema de irrigação
38
do setor. Foi utilizado o sistema de irrigação por microaspersão com vazão de 60
L.h
-1
, sendo o turno de rega diário correspondente a 2 horas no período noturno.
Para o controle de enfermidades foram feitas quatro aplicações de mancozeb na
dosagem de 800 g.400 L
-1
de água, no período da floração.
Após a floração foram realizadas adubações corretivas de potássio e
nitrogênio, sendo estas fontes fornecidas por meio de cloreto de potássio e uréia,
respectivamente, totalizando 300 g de cloreto de potássio e 200 g de uréia com
três aplicações em intervalos mensais. Foi efetuada uma adubação orgânica com
esterco de ovinos na quantidade de 20 litros por planta. Os demais tratos foram
realizados seguindo as técnicas de cultivo comercial da mangueira.
3.2.2 Delineamento experimental
O delineamento experimental foi estabelecido em parcelas sub-divididas
com 4 blocos onde a parcela principal eram as variedades Bourbon, Palmer e
Rosa e as sub-parcelas concentrações de paclobutrazol. As médias foram
analisadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Os tratamentos constituíram das seguintes concentrações de PBZ:
T1 - Testemunha (sem paclobutrazol) - controle
T2 - 0,4 g i.a./m linear de copa
T3 - 0,8 g i.a./m linear de copa
T4 - 1,2 g i.a./m linear de copa
39
3.2.3 Forma de aplicação do Paclobutrazol
Para a aplicação do Paclobutrazol, as plantas selecionadas tiveram seus
diâmetros de copa medidos com o auxílio de uma trena no sentido da linha e
entre ruas (Figura 2), tomando-se como referência a altura mediana da copa. Em
seguida, as médias foram calculadas e seus valores foram multiplicados pelas
respectivas concentrações propostas de PBZ nos tratamentos para obter-se a
quantidade do produto a ser utilizada por planta. O PBZ foi diluído em dois
litros de água e aplicado ao redor do tronco próximo ao solo, atingindo
levemente a sua casca (Figura 3). Esse método de aplicação do produto no solo
foi adotado, levando-se em consideração sua facilidade e eficácia em
comparação a outros métodos conforme preconiza BURONDKAR e outros,
1996; SILVA, 2000.
Figura 2 - Medida de diâmetro de copa da mangueira para determinação
das concentrações de Paclobutrazol(PBZ) Caraíbas-BA, 2006.
40
Figura 3 - Forma de aplicação do Paclobutrazol na mangueira.
Decorridos 75 dias após a aplicação do PBZ, período em que as plantas
apresentavam ramos maduros, foram realizadas cinco pulverizações foliares com
nitrato de potássio (KNO
3
) a 3%, iniciando-se no dia 22.02.07, com intervalos
de sete dias. As aplicações foram feitas com um pulverizador de 400 litros, na
rotação de 1.600 rpm por minuto e pressão de serviço de 2 kgf/cm
2
. As
aplicações foram feitas a partir das 18:00 h e utilizando-se aproximadamente 1,5
litros de calda por planta.
SILVA, M. G. C. (2006)
41
3.2.4 Características estudadas
A partir dessas aplicações analisou-se a resposta da planta ao
florescimento e frutificação. Foram realizadas, também, análises físicas e
químicas dos frutos da mangueira.
Foram avaliadas a percentagem e antecipação do florescimento (Figuras
4, 5 e 6), número e produção de frutos por planta, peso médio dos frutos,
conteúdo de acidez total titulável, teor de sólidos solúveis totais e relação
Brix/acidez dos frutos.
Para a avaliação da variável percentagem de florescimento, foram
atribuídas notas de (0 a 10) em cada quadrante da planta (Norte, Sul, Leste e
Oeste), onde zero significava plantas sem florescimento (0%) e nota 10,
representava 100%, obtendo uma média de notas do florescimento em cada
avaliação. Essas avaliações visuais foram feitas quinzenalmente.
Figura 4 - Floração da mangueira variedade Bourbon. Caraíbas-BA, 2007.
42
Figura 5 – Floração da mangueira variedade Palmer. Caraíbas-BA, 2007.
Figura 6 - Floração da mangueira variedade Rosa. Caraíbas-BA, 2006.
Os frutos foram colhidos e pesados no campo com uma balança digital
com precisão de 0,25 g, após esse procedimento coletou-se cinco frutos ao acaso
de cada tratamento que foram acondicionados em sacos plástico e levados para o
Laboratório de Biotecnologia na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(Figura 7).
43
Figura 7 - Pesagem dos frutos no Laboratório de Biotecnologia.UESB,
Vitória da Conquista-BA, 2007.
3.2.4.1 Avaliações físicas dos frutos
As análises das características avaliadas foram feitas da seguinte forma:
comprimento do fruto foi medido da base junto ao pedúnculo até a parte apical
do fruto no sentido longitudinal com um paquímetro digital e expresso em
centímetro e o diâmetro medido na parte equatorial do fruto sendo feita a medida
da parte maior do fruto. (Figura 8).
44
Figura 8 - Forma de realização das medidas do diâmetro e comprimento
dos frutos feitas no Laboratório de Biotecnologia da UESB, Vitória da
Conquista-BA, 2007.
A massa média dos frutos foi calculada com a pesagem da produção
total de cada planta no dia da sua colheita (maturação fisiológica) e dividido
pelo número total de frutos, utilizando-se de uma balança de precisão (0,1 g).
3.2.4.2 Sólido Solúveis Totais (SST)
O teor de sólidos solúveis totais foi obtido por meio de um refratômetro
de campo com escala de 0-30° (Figura 9).
45
Figura 9 - Realização das medidas de Brix com refratômetro de campo no
Laboratório de Biotecnologia da UESB, Vitória da Conquista-BA, 2007.
3.2.4.3 Acidez Total Titulável
Para a determinação da acidez total titulável, foi utilizada 20g da polpa
dos frutos, balança de precisão 0,01g, solução de hidróxido de sódio (NaOH) a
0,1N e solução alcoólica de fenolftalaína a 0,5% (Figura 10). Após a preparação
da amostra, esta foi titulada em uma bureta até o ponto de viragem (coloração
rósea). Os resultados foram expressos em percentual de ácido cítrico por 100 g
de polpa fresca. E finalmente foi obtida a relação sólidos solúveis/acidez. O teste
de médias utilizado foi o Tukey a 5% de probabilidade.
46
Figura 10 - Amostras para realização da titulação. Laboratório de
Biotecnologia da UESB, Vitória da Conquista-BA, 2007.
Para o cálculo da acidez, foi utilizada a seguinte fórmula:
APVTMeqNGAcidez ./100....
=
Onde:
G – ml de NaOH gasto na titulação
N – Normalidade do NaOH utilizado (0,1 N)
Meq – Miliequivalente de ácido (para ácido cítrico 0,064)
VT – Volume total da amostra
P – Peso da amostra utilizada (20g)
A – Alíquota da amostra utilizada para titulação (10 ml)
47
3.3 Analises estatísticas
As analises estatísticas foram feitas pelo programa ESTAT versão 2.0
em parcelas sub-divididas com 4 blocos onde a parcela principal eram as
variedades Bourbon, Palmer e Rosa e as sub-parcelas (concentrações de
Paclobutrazol) e as médias foram analisadas pelo teste Tukey a 5% de
probabilidade.
3.4 Dose econômica
Para o estudo da dose econômica foi estimado o valor por hectare da
utilização do PBZ mais a mão-de-obra de aplicação, para cada concentração,
menos a receita bruta obtida com o valor do produto.
48
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No que diz respeito a floração, observou-se em condições de campo, um
estimulo floral atribuído apenas às aplicações do PBZ para as mangueiras das
variedades Bourbon e Rosa (Tabela 3), uma vez que antes da primeira aplicação
com nitrato de potássio, as mesmas apresentaram início de florescimento.
Entretanto, nas plantas da variedade Palmer, não foi observada nenhuma
floração antes das pulverizações de nitrato de potássio, visto que o pico de
floração ocorreu após a quinta avaliação. Provavelmente essa floração
antecipada das variedades Bourbon e Rosa, deve-se ao fato dos ramos terem
atingido sua maturidade em menor tempo em comparação a variedade Palmer,
ocorrendo dessa forma a diferenciação da gema floral. Essa afirmativa está de
acordo com as citações de Núnez-Elisea e Davenport (1995), os quais afirmam
que a maturidade do ramo ou a idade da gema é importante para que ocorra
tempo suficiente para a diferenciação da gema vegetativa em gema floral. As
variedades Rosa e Bourbon estão classificadas como de meia estação, o que
justifica sua resposta à indução com maior facilidade em comparação com a
variedade Palmer a qual é semi-tardia com produção de fevereiro a início de
março (GENÚ; PINTO, 2002; MANICA e outros, 2001).
Observando-se a análise de regressão para a porcentagem de
florescimento (Figura 11) observou-se que ocorreu uma tendência de acréscimo
de florada à medida em que se aumentava as concentrações de PBZ,
especialmente na concentração 0,8 g i.a./m linear de copa para as variedades
Bourbon e Rosa e 0,4 g i.a./m linear de copa para a variedade Palmer. As
concentrações superiores a 0,8 g i.a./m linear de copa houve uma tendência de
decréscimo da floração. Tongumpai e outros (1989) analisando a aplicação do
Paclobutrazol (1g do i.a./m do diâmetro da copa) na regulação do florescimento
49
em manga na Índia, verificaram que o PBZ possibilitou a produção na
entressafra além de aumentar substancialmente a produtividade de todas as
variedades testadas. Entretanto, a aplicação conjunta destes produtos com o
nitrato também se tem mostrado benéfica.
Tabela 3 - Porcentagem de floração de variedades de mangueira em função
de diferentes concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA, 2007.
Variedade
Concentrações de Paclobutrazol
(g p.a..m
-1
linear de copa)
Média
0,00 0,40 0,80 1,20
Bourbon 24,31 Ad 61,39 Aa 51,06 Ac 52,29 Ab 47,26 A*
Palmer 16,90 Bd 28,58 Ca 20,51 Bb 18,61 Cc 21,15 C
Rosa 23,60 Ad 58,61 Ba 50,79 Ab 49,13 Bc 45,53 B
Média
21,60 d 49,53 a 40,79 b 40,01 c
CV Variedades = 27,82% CV Concentrações = 23,56%
*Médias seguidas de mesma letra maiúsculas na coluna e minúscula na linha não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05%).
50
y = -56,234x
2
+ 84,279x + 26,371 R
2
= 0,8121
y = -21,484x
2
+ 25,154x + 18,191 R
2
= 0,5804
y = -55,609x
2
+ 85,234x + 27,343 R
2
= 0,7708
0
10
20
30
40
50
60
70
0 0,4 0,8 1,2
(Concentrações)
(% de Floração)
Bourbon
Palmer
Rosa
Figura 11-Análise de regressão para porcentagem de floração de
mangueiras submetidas a diferentes concentrações de PBZ. Caraíbas-BA,
2007.
Aplicando-se o teste de média (Tabela 4) e a análise de regressão
(Figura 12) observou-se que para as três variedades estudadas, houve uma
tendência de aumento do número médio de frutos por planta, à medida que se
aumentava as concentrações para 0,4 até 0,8 g i.a./m linear de copa de PBZ,
tendo a variedade Rosa apresentado o maior número médio de frutos.
Reis (1999) trabalhando com a variedade Tommy Atkins para diferentes
concentrações de PBZ não observou diferença significativa para número de
frutos por planta, confirmado por Silva (2000) que trabalhando com a mesma
variedade de manga e diferentes doses e formas de aplicação do PBZ, não
observou diferença significativa para esse parâmetro.
51
Em trabalho realizado com a variedade Rosa observou-se que a
produção de frutos por planta do T3 (0,80 g i.a./m linear de copa) foi maior em
relação a testemunha (sem Paclobutrazol), não apresentando diferença
significativa do T3 (0,80 g i.a./m linear de copa) para o T2 (0,40 g i.a./m linear
de copa) e T4 (1,20 g i.a./m linear de copa) e dos dois últimos tratamentos em
relação a testemunha, SILVA (2006).
Tabela 4 - Número médio de frutos por plantas de variedades de manga em
função de diferentes concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA, 2007.
Variedade
Concentrações de Paclobutrazol
(g p.a./m linear de copa)
Média
0,00 0,40 0,80 1,20
Bourbon 11,00 Ba 14,75 Ba 16,25 Ba 16,75 Ba 14,69 B*
Palmer 2,50 Bb 17,25 Ba 10,75 Ba 12,00 Ba 10,63 B
Rosa 21,25 Ab 35,75 Aa 36,25 Aa 32,75 Aab 31,50 A
Média
11,58 b 22,58 a 21,08 a 20,50 a
CV Variedades = 31,13% CV Concentrações = 24,77%
*Médias seguidas de mesma letra maiúsculas na coluna e minúscula na linha não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05%).
52
y = -28,125x
2
+ 42,5x + 21,75 R
2
= 0,966
y = -5,0937x
2
+ 10,803x + 11,061 R
2
= 0,9963
y = -21,094x
2
+ 30,813x + 3,95 R
2
= 0,6239
0
10
20
30
40
0 0,4 0,8 1,2
(Concentrações)
(N
o
de frutos)
Bourbon
Palmer
Rosa
Figura 12 - Análise de regressão para número médio de frutos por plantas
de mangueiras submetidas a diferentes concentrações de PBZ. Caraíba-BA,
2007.
Conforme se observa na Tabela 5, a variedade Rosa apresentou menor
comprimento de frutos (101,36 mm) em relação as variedades Bourbon (115,51
mm) e Palmer (122,40 mm) que apresentaram maior comprimento, que por sua
vez não diferiram entre si. No estudo das diferentes concentrações de
Paclobutrazol não foram observadas diferenças significativas entre as médias
gerais nem no desdobramento entre as concentrações em cada variedade
avaliada.
53
Tabela 5 - Comprimento médio de frutos (cm) de variedades de mangueiras
em função de diferentes concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA,
2007.
Variedade
Concentrações de Paclobutrazol
(g p.a..m
-1
linear de copa)
Média
0,00 0,40 0,80 1,20
Bourbon 113,16 Aa 117,28 Aa 116,49 Aa 115,10 Aa 115,51 A*
Palmer 122,33 Aa 124,75 Aa 120,06 Aa 122,47 Aa 122,40 A
Rosa 97,67 Ba 102,33 Ba 102,88 Ba 102,57 Ba 101,36 B
Média
111,05 a 114,79 a 113,14 a 113,38 a
CV Variedades = 6,43% CV Concentrações = 4,71%
*Médias seguidas de mesma letra maiúsculas na coluna e minúscula na linha não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05%).
Avaliando o diâmetro dos frutos das variedades Bourbon, Palmer e Rosa
(Tabela 6), nota-se que a variedade Bourbon apresentou frutos com menor
diâmetro em todas as concentrações (74,14 cm) em relação as outras variedades,
Rosa (81,48 cm) e Palmer (83,16 cm) que apresentaram maiores valores, sem
diferirem entre si. Ao analisar os resultados de utilização de diferentes
concentrações de Paclobutrazol, observa-se resultado semelhante ao de
comprimento de frutos, não apresentando diferenças significativas entre as
médias gerais nem no desdobramento entre as concentrações em cada variedade
avaliada.
54
Tabela 6 - Diâmetro médio de frutos (cm) de variedades de mangueiras em
função de diferentes concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA, 2007.
Variedade
Concentração de Paclobutrazol
(g p.a./m linear de copa)
Média
0,00 0,40 0,80 1,20
Bourbon 74,38 Ba 73,97 Ba 74,06 Ba 74,15 Ba 74,14 B*
Palmer 84,33 Aa 80,73 Aa 82,58 Aa 85,02 Aa 83,16 A
Rosa 80,04 Aa 82,66 Aa 82,62 Aa 80,59 Aa 81,48 A
Média
79,59 a 79,12 a 79,75 a 79,92 a
CV Variedades = 4,08% CV Concentrações = 3,61%
*Médias seguidas de mesma letra maiúsculas na coluna e minúscula na linha não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05%).
Analisando-se a massa média dos frutos (Tabela 7) de três variedades de
manga (Bourbon, Palmer e Rosa) sob a aplicação de diferentes concentrações de
PBZ, observa-se que a variedade Palmer apresentou maior peso médio dos frutos
(390 g) diferindo estatisticamente das variedades, Bourbon (290 g) e Rosa (280
g) as quais não diferiram entre si. Já a utilização das diferentes concentrações de
paclobutrazol não apresentou efeitos significativos dentro das variedades
estudadas. Os resultados obtidos no presente trabalho estão de acordo com Reis
(1999), que avaliando a variedade Tommy Atkins não encontrou diferença
significativa na quantidade de frutos por planta utilizando doses de PBZ.
Segundo Silva (2000) o uso do paclobutrazol aplicado ao redor do tronco, na
dose de 1,0g, produziu os menores frutos (412 g) não diferindo estatisticamente
dos demais tratamentos à exceção da testemunha, cujos frutos produzidos foram
os maiores (552 g) para a variedade Tommy Atkins. Silva (2006) encontrou
diferença significativa no tratamento 0,8 g i.a./m linear de copa de PBZ para
número de frutos por planta para a variedade Rosa.
55
Tabela 7 - Peso médio de frutos (g) de variedades de mangueiras em função
de concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA, 2007.
Variedade
Concentrações de Paclobutrazol
(g p.a./m linear de copa)
Média
0,00 0,40 0,80 1,20
Bourbon 260 Ba 310 Ba 310 Ba 290 Ba 290 B*
Palmer 450 Aa 400 Aa 360 Aa 350 Aa 390 A
Rosa 270 Ba 280 Ba 290 Ba 300 Ba 280 B
Média
320 a 330 a 320 a 310 a
CV Variedades = 18,88% CV Concentrações = 19,02%
*Médias seguidas de mesma letra maiúsculas na coluna e minúscula na linha não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05%).
Na análise da produtividade (Tabela 8) observou-se que a variedade
mais produtiva, foi a Rosa, em todas as concentrações (1.851,99 kg.ha
-1
) a qual
diferiu estatisticamente das variedades Bourbon e Palmer, sendo que estas não
diferiram entre si. De um modo geral observou-se uma maior produtividade
quando se utilizou PBZ, em comparação com a testemunha para todas as
variedades.
Na análise individual de cada variedade com as respectivas
concentrações notou-se para a variedade Palmer a concentração de 0,40 g p.a./m
linear de copa foi a que apresentou maior produtividade (1.372,01 kg.ha
-1
),
diferindo das demais concentrações. A testemunha apresentou menor produção
de frutos (234,38 kg.ha
1
), tendo diferido de todas as concentrações. Dentro da
variedade Bourbon não houve diferença de produtividade entre as concentrações
de 0,4, 0,8 e 1,2 g i.a./m linear de copa, entretanto, através da análise de
regressão (Figura 13) observou-se uma tendência de maiores respostas entre as
concentrações de 0,8 a 1,2 g i.a./m linear de copa. Já dentro da variedade Rosa,
as maiores produtividades foram observadas nos tratamentos utilizando-se PBZ,
que não diferiram entre si, mas apenas em relação a testemunha; através da
56
análise de regressão, pode-se observar uma tendência de melhor resposta de
produtividade com o aumento da concentração de PBZ até 0.8 g i.a./m linear de
copa. O que concorda com Reis (1999) que não encontrou diferença
significativa para produtividade utilizando as concentrações 1,5ppm (5.920
kg.ha
-1
)e 2,0 ppm (7480 kg.ha
-1
) de PBZ na variedade Tommy Atkins.
Tabela 8 - Produtividade média (kg.ha
-1
) de variedades de mangueiras em
função de concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA, 2007.
Variedade
Concentrações de Paclobutrazol
(g p.a./m linear de copa)
Média*
0,00 0,40 0,80 1,20
Bourbon 555,73 Bb
896,49 Ba
1.004,69 Ba 1.002,22 Ba
864,78 B
Palmer 234,38 Bc
1.372,01 Ba
757,03 Bb 843,36 Bb
801,69 B
Rosa 1.147,79 Ab
2.043,88 Aa
2.200,66 Aa 2.015,63 Aa
1.851,99 A
Média
645,96 b 1.437,46 a 1.320,79 a 1.287,07 a
CV Variedades = 32,71% CV Concentrações = 21,04%
*Médias seguidas de mesma letra maiúsculas na coluna e minúscula na linha não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05%).
57
y = -1689,3x
2
+ 2717,2x + 1167,7 R
2
= 0,9884
y = -536,3x
2
+ 1005,5x + 561,82 R
2
= 0,9945
y = -1642,7x
2
+ 2274,2x + 357,08 R
2
= 0,5374
200
800
1400
2000
2600
0 0,4 0,8 1,2
(Concentrações)
(Kg.ha
-1
)
Bourbon
Palmer
Rosa
Figura 13 - Análise de regressão para produtividade média (kg.ha
-1
) de
mangueiras submetidas a diferentes concentrações de PBZ. Caraíbas-BA,
2007.
Quanto a qualidade dos frutos das três variedades e nas concentrações
de PBZ estudadas, observou-se para o teor Sólidos Solúveis Totais (SST)
(Tabela 9), que os frutos da variedade Bourbon apresentaram maior teor de SST
(12,16 ºBrix) diferindo estatisticamente da variedade Palmer (7,56 ºBrix) e Rosa
(8,32 ºBrix). Em trabalho realizado por (RIBEIRO; SABAA-SRUR, 2008)
observou-se dados semelhantes de SST para a variedade Rosa (7,0 ºBrix).
Guedes (2007) encontrou valores semelhantes de SST entre 5,0 e 8,0 ºBrix
em
variedades de Rosa, concordando com Silva (2006) que encontrou valores
próximos para mangas no ponto de colheita.
58
O uso de Paclobutrazol não afetou o teor de Brix nas três variedades
estudadas Bourbon, Palmer e Rosa.
Tabela 9 - Médias de SST de frutos das variedades de mangueiras em
função de diferentes concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA, 2007.
Variedade
Concentrações de Paclobutrazol
(g p.a./m linear de copa)
Média
0,00 0,40 0,80 1,20
Bourbon 12,35 Aa 12,30 Aa 12,35 Aa 11,63 Aa 12,16 A*
Palmer 7,85 Ba 7,65 Ba 7,85 Ba 6,90 Ba 7,56 B
Rosa 9,78 Ba 7,75 Ba 8,23 Ba 7,53 Ba 8,32 B
Média
9,99 a 9,23 a 9,48 a 8,68 a
CV Variedades = 23,90% CV Concentrações = 13,95%
*Médias seguidas de mesma letra maiúsculas na coluna e minúscula na linha não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05%).
No aspecto de Acidez Total Titulável (ATT), notou-se que os frutos da
variedade Rosa apresentaram maior acidez em relação aos da variedades Palmer
(0,25%) e Bourbon (0,29%) (Tabela 10). O uso do PBZ, independente da sua
concentração não afetou a ATT dos frutos, coincidindo com a mesma
observação feita para o teor de SST. Em trabalho semelhante realizado no
município de Tanhaçu-BA, com a variedade Rosa, também não foram
encontradas diferenças entre as concentrações de PBZ para ATT nos frutos
(SILVA, 2006).
59
Tabela 10 - Médias de Acidez Total Titulável (ATT) de frutos das
variedades de mangueiras em função de diferentes concentrações de
Paclobutrazol. Caraíbas-BA, 2007.
Variedade
Concentrações de Paclobutrazol
(g p.a./m linear de copa)
Média
0,000 0,400 0,800 1,200
Bourbon 0,32 Ba 0,31 Ba 0,26 Ba 0,27 Ba 0,29 B*
Palmer 0,28 Ba 0,30 Ba 0,25 Ba 0,17 Ba 0,25 B
Rosa 0,64 Aa 0,49 Aa 0,55 Aa 0,53 Aa 0,55 A
Média
0,41 a 0,37 a 0,35 a 0,33 a
CV Variedades = 32,65% CV Concentrações = 22,71%
*Médias seguidas de mesma letra maiúsculas na coluna e minúscula na linha não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05%).
A relação SST / ATT (Tabela 11), não foi afetada pelo uso de PBZ
semelhante ao observado para SST e ATT em relação às diferentes
concentrações de PBZ em cada variedade individualmente. Quando se
comparou as variedades entre si, observou-se que a variedade Bourbon (43,0)
apresentou maior relação, seguida da Palmer (34,0) e Rosa (15,1) com menor
valor.
60
Tabela 11 - Médias da relação Sólidos Solúveis Totais/ Acidez Total
Titulável de frutos das variedades de mangueiras em função de diferentes
concentrações de Paclobutrazol. Caraíbas-BA, 2007.
Variedade
Concentrações de Paclobutrazol
(g p.a./m linear de copa)
Média
0,000 0,400 0,800 1,200
Bourbon 40,7 Aa 40,3 Aa 47,2 Aa 43,7 Aa 43,0 A*
Palmer 29,6 Ba 31,1 Ba 32,5 Ba 43,0 Aa 34,0 B
Rosa 15,5 Ca 15,6 Ca 15,0 Ca 14,1 Ba 15,1 C
Média
28,6 a 29,0 a 31,6 a 33,6 a
CV Variedades = 25,65% CV Concentrações = 27,07%
*Médias seguidas de mesma letra maiúsculas na coluna e minúscula na linha não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05%).
Dessa forma pode-se afirmar que as características físico-químicas dos
frutos de mangueiras, medidas através do tamanho dos frutos (comprimento,
diâmetro e peso médio) e teores de SST, acidez e relação SST/ATT,
independentemente das variedades, não foram afetadas pelo uso de PBZ,
independentemente da concentração utilizada (0, 0,4, 0,8 e 1,2 g i.a./m linear de
copa). Os resultados estão de acordo com Silva (2006) que analisando SST/ATT
na variedade Rosa não encontrou diferença entre as concentrações 0,4, 0,8 e 1,2
g i.a. por metro linear de copa.
Conforme a (Tabela 12), observa-se que a concentração 0,8 foi quem
melhor remunerou o produtor, visto que o mesmo obteve preços ótimos do seu
produto em um período de entressafra, associado a maior quantidade produzida
em função do Paclobutrazol utilizado. Os resultados obtidos no presente trabalho
estão de acordo com as observações de Barros (1997) ao relatar que no Semi-
Árido nordestino a entressafra ocorre de abril a setembro.
61
Tabela 12 - Produção por planta e por hectare (kg), receita bruta/ha, custo
do PBZ e receita bruta - custo PBZ (R$) para mangueiras var. Bourbon,
submetidas à diferentes concentrações de PBZ (g i.a./m linear de copa).
Caraíbas-BA, 2007.
Concentrações
Prod./ha
(kg)
Valor
de
venda
(R$/kg)
Custo
do
PBZ
(R$/kg)
Receita
bruta
total (R$)
(A)
Custo
Total
PBZ (R$)
(B)
Receita
bruta
(R$)
(A – B)
T1- 0,0 555,73 1,50 0,00 833,59 0,0 833,59
T2- 0,4 896,49 1,50 0,12 1.344,74 110,00 1.234,74
T3- 0,8 1.004,69 1,50 0,17 1. 507,03 170,00 1.337,03
T4- 1,2 1.002,22 1,50 0,23 1. 503,30 230,00 1.273,03
A variedade Palmer obteve uma maior remuneração na concentração
0,4, divergindo das demais variedades que obteve essa maior remuneração
quando utilizou-se 0,8 g i.a. por metro linear de copa, porém, devida a
característica tardia da variedade Palmer, o valor obtido pelo produtor na hora da
comercialização foi bastante inferior que as demais variedades, visto que essa
comercialização se deu em plena safra, que no caso estudado foi em dezembro
de 2007 (Tabela 13).
Observando ainda os dados da (Tabela 13) e a característica tardia da
variedade Palmer, pode-se afirmar que o Paclobutrazol aplicado em dezembro
não promoveu uma antecipação desejada na produção, causando uma
remuneração bastante inferior as demais variedades estudadas.
A curta sazonalidade de produção de manga é apontada por Rodrigues
(1989) como um problema para a cultura, cuja solução está na obtenção de
novas variedades mais precoces e mais tardias, principalmente as variedades
Keitt e Palmer como variedades tardias com grande aceitação no mercado e com
boas produções em condições tropicais.
62
Tabela 13 - Produção por planta e por hectare(kg), receita bruta/ha, custo
do PBZ e receita bruta - custo PBZ (R$) para mangueiras var. Palmer,
submetidas a diferentes concentrações de PBZ (g i.a./m linear de copa).
Caraíbas-BA, 2007.
Concentrações
Prod./ha
(kg)
Valor
de
venda
(R$/kg)
Custo
do
PBZ
(R$/kg)
Receita
bruta
total (R$)
(A)
Custo
Total
PBZ (R$)
(B)
Receita
bruta
(R$)
(A – B)
T1- 0,0 234,38 0,40 0,00 93,75 0,00 93,75
T2- 0,4 1372,01 0,40 0,08 548,80 110,00 438,08
T3- 0,8 757,03 0,40 0,22 302,81 170,00 132,81
T4- 1,2 843,36 0,40 0,27 337,35 230,00 107,35
Para a variedade Rosa ocorreu o mesmo que a Bourbon, uma maior
remuneração para a concentração 0,8, visto que a sua produção foi colhida no
mesmo período. Portanto, na entressafra, cujos preços recebidos pelo produtor
foi elevado, obtendo as mesmas remunerações (Tabela 14).
É uma das variedades mais importantes no Nordeste e muito conhecida
no Brasil, muito comercializada nos mercados de Fortaleza, Recife, Distrito
Federal e Goiás, sendo usada tanto para suco mas, principalmente para consumo
ao natural (GENÚ; PINTO, 2002).
63
Tabela 14 - Produção por planta e por hectare(kg), receita bruta/ha, custo
do PBZ e receita bruta - custo PBZ (R$) para mangueiras var. Rosa,
submetidas a diferentes concentrações de PBZ (g p.a./m
-1
linear de copa).
Caraíbas-BA, 2007.
Concentrações
Prod./ha
(kg)
Valor
de
venda
(R$/kg)
Custo
do
PBZ
(R$/kg)
Receita
bruta
total (R$)
(A)
Custo
Total
PBZ (R$)
(B)
Receita
bruta
(R$)
(A – B)
T1- 0,0 1.147,79 1,50 0,00 1.721,68 0,00 1.721,68
T2- 0,4 2.043,88 1,50 0,05 3.065,82 110,00 2.955,82
T3- 0,8 2200,66 1,50 0,08 3.300,99 170,00 3.130,99
T4- 1,2 2015,63 1,50 0,11 3.023,45 230,00 2.793,45
Em atendimento a demanda crescente, não pelo crescimento
populacional, mas, sobretudo, pela conscientização do consumidor do valor
nutricional do produto, a oferta da manga, a partir de 1996, tem aumentado
anualmente, observando-se o diferencial acumulado de 51,07%.
Os preços praticados no mercado variam em fuão da qualidade, da
variedade da fruta, da embalagem e da quantidade comercializada. Por serem produtos
de época, somente as variedades Espada Bourbon e Tommy estão presentes no
mercado atacadista do Rio de Janeiro em todos os meses do ano, em quantidades
suficientes para formar preço de comercializão (CUNHA e outros, 2005).
64
5 CONCLUSÕES
O uso do PBZ nas variedades Bourbon, Palmer e Rosa promove melhor
floração, produtividade e maior rentabilidade.
O PBZ não afeta as qualidades físico-químicas dos frutos de mangueiras
das variedades, Bourbon, Palmer e Rosa.
As variedades Bourbon e Rosa apresentam maior resposta ao
florescimento e produção quando submetidas aos efeitos do PBZ em
comparação a variedade Palmer.
As concentrações de PBZ entre 0,4 e 0,8 g i.a./m linear de copa tendem
aumentar o florescimento e produtividade nas variedades Bourbon,
Palmer e Rosa.
Com o uso do PBZ a variedade Bourbon e Rosa apresentam melhor
resposta à antecipação de floração e colheita e, por conseguinte, maior
rentabilidade em comparação a variedade Palmer.
65
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72
APÊNDICES
73
Figura 1 A - Variedade Bourbon.
Figura 2 A - Frutos da variedade Palmer.
74
Figura 3 A - Frutos da variedade Rosa.
Figura 4 A - Produção da variedade Palmer.
75
Figura 5 A - Avaliação das características físico-químicas.
76
Figura 6 A - Diferença de florada entre os tratamentos da Variedade
Palmer.
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