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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
CÂMPUS DE JABOTICABAL
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CARACTERIZAÇÃO DE VARIEDADES DE AMENDOIM
CULTIVADAS EM DIFERENTES POPULAÇÕES
Elisangela Maria Bernal Bulgarelli
Bióloga
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
CARACTERIZAÇÃO DE VARIEDADES DE AMENDOIM
CULTIVADAS EM DIFERENTES POPULAÇÕES
Elisangela Maria Bernal Bulgarelli
Orientadora: Profª. Drª. Maria Aparecida Pessôa da Cruz Centurion
Co-orientadora: Profª. Drª. Fabíola Vitti Moro
Dissertação apresentada à Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias Unesp, Câmpus de
Jaboticabal, como parte das exigências para a
obtenção do título de Mestre em Agronomia (Genética
e Melhoramento de Plantas).
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Novembro de 2008
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DADOS CURRICULARES DO AUTOR
ELISANGELA MARIA BERNAL BULGARELLI - nascida em 25 de setembro de
1979, em Jaboticabal SP. Em 1999 ingressou no curso de Ciências Biológicas no
Centro Universitário de Araraquara (UNIARA), Araraquara SP, obtendo-se os títulos
de Licenciatura e Bacharel em Biologia em dezembro de 2002. Durante a graduação
estagiou na Secretaria da Saúde, no Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular
(FCAV/UNESP), Laboratório de Pesquisa do Departamento de Clínica Veterinária
(FCAV/UNESP), Laboratório de Microbiologia (FCAV/UNESP), na COPLANA, como
auxiliar de laboratório para a realização de análises de aflatoxina e teste de transgênico
da soja. Em agosto de 2006 ingressou no Mestrado no curso de Pós-Graduação em
Agronomia - Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Estadual Paulista
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias (FCAV/UNESP), Jaboticabal SP,
com auxílio financeiro da CAPES.
“Assim como uma pequena planta
deve enfrentar muitos obstáculos
antes de se transformar numa árvore,
nós precisamos experimentar
muitas dificuldades
no caminho da felicidade absoluta.”
(Nitiren Daishonin)
Aos meus pais João e Margarida e
ao meu irmão Evandro pelo amor,
carinho, incentivo e ajuda que me
fizeram chegar até aqui.
Amo muito vocês e obrigada
por fazerem parte da minha vida.
OFEREÇO
Ao meu marido,
Renato Bulgarelli,
o anjo que Deus colocou
em minha vida... pela perseverança
em construir uma história ao meu
lado, por tanto amor a mim dedicado,
por cada gesto terno, gentil e
altruísta.
Te amo muito.
DEDICO
AGRADECIMENTOS
À Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias
(FCAV/UNESP), Jaboticabal SP e ao Departamento de Produção Vegetal, pela
oportunidade de realização do curso de Mestrado.
A CAPES, pela concessão da bolsa para realização deste mestrado.
À Profa. Dra. Maria Aparecida Pessôa da Cruz Centurion, pela oportunidade de realizar
mais esta etapa da minha formação profissional, pela paciência, competência,
conhecimento, amizade e confiança que depositou em mim.
Aos meus pais e meu irmão que contribuíram muito para a realização deste trabalho.
À minha irmã Elaine (in memorian), que está presente em tudo que faço.
Ao Renato por tudo que fez, principalmente pela paciência que teve durante todos estes
anos e pelo amor que sempre existiu e existe entre nós.
Ao Vinicius e Renata que contribuíram muito nas minhas avaliações.
À Tatiane, Gê, Cris, Ricardo, Dinho, Lú, Alessandra pela amizade e incentivo e as
minhas sobrinhas Bia, Ana Luíza, pelos abraços, risadas, brincadeiras e claro a Mariana
que acaba de chegar para este novo mundo trazendo mais alegria a todos nós.
Ao Prof. Dr. Dilermando Perecin, pelas correções e ajuda com as análises estatísticas.
Ao Prof. Dr. João Carlos de Oliveira, pelas correções para melhoria da dissertação.
À Dra. Ivana Marino Bárbaro, pelas sugestões e correções para melhoria da
dissertação.
À Profa. Dra. Fabíola Vitti Moro, pela ajuda.
A todos os funcionários do Departamento de Produção Vegetal e da Fazenda
experimental, que ajudaram na realização deste trabalho.
A todos os meus amigos, principalmente a Gisele e Liliam, que me ajudaram muito.
À Deus, por estar presente em todos os momentos da minha vida, ajudando a enfrentar
todas as dificuldades e obstáculos.
A todos aqueles que de alguma forma contribuíram e consideram-se responsáveis pela
realização deste trabalho, meus sinceros agradecimentos.
MUITO OBRIGADA...
vi
SUMÁRIO
Páginas
LISTA DE TABELAS...................................................................................................... .vii
LISTA DE FIGURAS.........................................................................................................ix
RESUMO..........................................................................................................................xi
SUMMARY.......................................................................................................................xii
CAPÍTULO 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS.....................................................................1
1.1. Importância econômica do amendoim.........................................................1
1.2. Classificação botânica e descrição da planta do amendoim.......................3
1.3. Caracterização de cultivares recomendadas...............................................6
1.4. Influência do espaçamento no desenvolvimento e produtividade do
amendoim....................................................................................................9
1.5. Determinação do ponto de colheita...........................................................15
CAPÍTULO 2. Caracterização de variedades de amendoim cultivadas em diferentes
populações......................................................................................................................18
Resumo.................................................................................................................18
Introdução.............................................................................................................19
Material e métodos...............................................................................................21
Resultados e discussão........................................................................................24
3.1. Desenvolvimento das plantas....................................................................24
3.1.1. Altura e número de nós da haste principal.......................................24
3.1.2. Número de ramificações primárias, comprimento e número de nós
das ramificações..............................................................................................................27
3.2. Produtividade e rendimento.......................................................................31
3.2.1. Massa e número de vagens/planta..................................................31
3.2.2. Produtividade...................................................................................33
3.2.3. Rendimento de grão.........................................................................35
Conclusões...........................................................................................................37
REFERÊNCIAS...............................................................................................................39
vii
LISTAS DE TABELAS
CAPÍTULO 1. Páginas
Tabela 1. Principais características morfológicas das cultivares de amendoim
recomendadas...................................................................................................6
CAPÍTULO 2.
Tabela 1. Balanço hídrico climatológico e umidade relativa do ar média mensal e anual
de Jaboticabal nos anos de 2006/2007...........................................................22
Tabela 2. Média
(1)
de altura e número de nós da haste principal de plantas do
amendoim, cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu ST, cultivadas
em diferentes densidades de plantas..............................................................25
Tabela 3. Número médio
(1)
de ramificações de amendoim, cultivares Runner IAC 886,
IAC Caiapó e IAC Tatu ST, cultivadas em diferentes densidades de
plantas.............................................................................................................27
Tabela 4. Média
(1)
do comprimento das ramificações e do número de nós das
ramificações de amendoim, cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC
Tatu ST, cultivadas em diferentes densidades de plantas..............................38
Tabela 5. Média
(1)
da massa total de vagens e do número de vagens por planta de
amendoim, cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu ST, cultivadas
em diferentes densidades de plantas..............................................................31
Tabela 6. Produtividade Média
(1)
de amendoim em casca (kg/ha), cultivares Runner IAC
886, IAC Caiapó e IAC Tatu ST, cultivadas em diferentes densidades de
plantas.
.................................................................................................................................
34
viii
Tabela 7. Rendimento médio
(1)
de grãos do amendoim (em porcentagem e kg de
grãos/saco de 25 kg de amendoim em casca), cultivares Runner IAC 886,
IAC Caiapó e IAC Tatu ST, cultivadas em diferentes densidades de
plantas.............................................................................................................36
ix
LISTAS DE FIGURAS
CAPÍTULO 1. Páginas
Figura 1. Características morfológicas da planta do amendoim.......................................5
CAPÍTULO 2.
Figura 1. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e a altura da
haste principal das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu ST...26
Figura 2. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e o número de
nós da haste principal das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu
ST....................................................................................................................26
Figura 3. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e o número de
ramificações por planta das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC
Tatu ST............................................................................................................29
Figura 4. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e o
comprimento das ramificações por planta das cultivares Runner IAC 886, IAC
Caiapó e IAC Tatu ST.....................................................................................30
Figura 5. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e o número de
nós das ramificações das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu
ST....................................................................................................................30
Figura 6. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e a massa total
de vagens no metro de linha colhido das cultivares Runner IAC 886, IAC
Caiapó e IAC Tatu ST.....................................................................................32
x
Figura 7. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e o número de
vagens por planta no metro de linha colhido das cultivares Runner IAC 886,
IAC Caiapó e IAC Tatu ST..............................................................................33
Figura 8. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e a
produtividade em kg por hectare das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e
IAC Tatu ST.....................................................................................................35
Figura 9. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e o rendimento
das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu ST...........................37
xi
CARACTERIZAÇÃO DE VARIEDADES DE AMENDOIM CULTIVADAS EM
DIFERENTES POPULAÇÕES
RESUMO Para obtenção de bons resultados de produtividade com menor
custo, o uso do espaçamento entrelinhas e densidades de plantas na linha devem ser
adequados, pois, a população de plantas é um dos fatores que se destacam por afetar
diretamente os componentes de produção. Tendo em vista a escassez de informações
relacionadas ao comportamento de variedades de amendoim, principalmente as
rasteiras, cultivadas em diferentes populações, propôs-se no presente trabalho estudar
os efeitos da densidade de plantas no desenvolvimento e produtividade do amendoim.
Foram conduzidos três experimentos envolvendo três cultivares, sendo duas rasteiras
Runner IAC 886 e IAC Caiapó e uma ereta IAC Tatu ST. Foram estudadas quatro
densidades de plantas (22, 18, 12 e 6 plantas/m) mantendo-se o espaçamento
entrelinhas em 0,90 m. Utilizou-se o delineamento em blocos ao acaso com quatro
repetições, sendo a parcela experimental constituída de 7 linhas de 5 m de
comprimento. Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as
médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As
características relacionadas ao crescimento vegetativo foram pouco influenciadas pelas
densidades de plantas. A cultivar Runner IAC 886 apresentou maior número de
ramificações na menor densidade de plantas e a IAC Caiapó, apresentou maior
comprimento de ramificações na maior densidade de plantas. Dentre as características
relacionadas à produtividade, a mais afetada pela densidade de plantas foi o número de
vagens por planta. A cultivar IAC Caiapó apresentou maior número de vagens por
planta na menor densidade testada. As cultivares rasteiras Runner IAC 886 e IAC
Caiapó apresentaram produtividades semelhantes nas diferentes densidades testadas e
a ereta IAC Tatu ST, maiores produtividades nas maiores densidades de plantas.
Palavras-Chave: Arachis hypogaea L., cultivares rasteiras e ereta, densidade de
plantas.
xii
CHARACTERIZATION OF PEANUT VARIETIES IN DIFFERENT POPULATIONS
SUMMARY – The row spacing and plants density must be adequate for obtaining
yield increases with lower costs, since the plants population is one of the main factors
directly affecting the yield components. Once the information related to peanut varieties
behavior in different populations is scarce, the aim of the present work was to study the
effect of plants density on peanut yield and development. Experiments were carried out
using three cultivars, the runner type ones Runner IAC 886 and IAC Caiapó and the
bunch type IAC Tatu ST. Four plants density (22, 18, 12 and 6 plants per meter of row)
were evaluated in 0.90 m row spacing. The randomized block design was used with four
replicates, being the experimental plots composed by 7 rows of 5 m length each. Data
were submitted to the variance analysis by the F test and means were compared by the
Tukey test (5% probability). Traits related to vegetative growth were lightly affected by
the different plants density. The higher plant branching was observed at the lower
density for the Runner IAC 886 cultivar, while the IAC Caiapó showed higher plant
branching at the higher density. Among the yield components, the number of pods per
plant was the most affected trait by the plants density change. The IAC Caiapó cultivar
showed the higher number of pods per plant at the lower tested density. Otherwise, the
runner type cultivars Runner IAC 886 and IAC Caiapó showed similar results for yield at
the different tested densities, whereas the bunch type IAC Tatu ST had higher yield at
higher plants density.
Keywords: Arachis hypogaea L., runner type and bunch type cultivars, plants density.
1
CAPÍTULO 1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
1.1. Importância econômica do amendoim
O amendoim é originário da América e utilizado como planta domesticada em
período remoto, por civilizações indígenas sul-americanas. Achados arqueológicos no
Peru, onde sementes de amendoim foram analisadas pelo método do carbono 14,
permitiram fixar a idade em torno de 3.800 anos. As espécies do gênero Arachis, ao
qual pertence o amendoim cultivado, em número de 50, ocorrem no continente
americano, principalmente no Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai
(HAMMONS, 1973). Segundo o autor, até a época pré-colombiana o amendoim era
cultivado apenas na América do Sul, América Central e parte do México e após o início
da exploração dos portugueses e espanhóis, foi levado para a África e Ásia, onde
apresenta, hoje, grande importância socioeconômica, constituindo, em alguns casos, a
principal fonte protéica e calórica alimentar das populações mais pobres dessas
regiões.
O amendoim é cultivado, sobretudo em regiões tropicais, na faixa entre as
latitudes de 10 e 30º sul. Sua exploração comercial é realizada também em países
temperados, como Estados Unidos, onde a cultura atingiu elevado grau de sofisticação
tecnológica. Apesar de ser uma planta mesófila, é adaptada às condições extremas de
disponibilidade hídrica, sendo cultivada tanto no trópico úmido como no trópico semi-
árido (BELLETINI & ENDO, 2001).
A Ásia é responsável por cerca de 60% da produção mundial de amendoim. Os
principais países produtores nesse continente são China, Índia e Indonésia. Na África,
os principais países produtores são Nigéria e Senegal, na América do Norte os Estados
Unidos é o maior produtor e na América do Sul, destacam-se Argentina e Brasil (FAO,
2002).
A importância econômica do amendoim está relacionada ao fato dos grãos
possuírem sabor agradável e serem ricos em óleo (aproximadamente 50%) e proteína
2
(22 a 30%). Além disso, contém carboidratos, sais minerais e vitaminas E e do
complexo B, constituindo-se num alimento altamente energético (585 calorias/100g). O
sabor agradável torna o amendoim um produto destinado ao consumo “in natura”,
aperitivos salgados, torrados e preparados de diversas formas, e, na indústria de doces,
como grãos inteiros com diversas coberturas ou grãos moídos na forma de paçocas ou
substituindo a castanha de caju em cobertura de sorvetes. Além do consumo “in
natura”, os grãos também podem ser utilizados para a extração do óleo, empregados
diretamente na alimentação humana, na indústria de conservas (enlatados), em
produtos medicinais, na indústria de tintas e tem potencial na produção de biodiesel
(GODOY et al., 1982). A torta, subproduto da extração do óleo é rica em proteínas
(aproximadamente 45%) sendo destinada à alimentação animal (CARNEIRO, 2006).
As partes aéreas das plantas (hastes e folhas) de culturas bem conduzidas
podem ser usadas na alimentação animal na forma de feno (GODOY et al., 1982). As
cascas das vagens, subproduto do processo de beneficiamento são utilizadas no Brasil,
como “cama de frango” para forração das granjas do setor avícola (CENTURION &
CENTURION, 1998).
A produção mundial em 2007/2008 foi de cerca de 32,5 milhões de toneladas em
uma área de aproximadamente 21 milhões de ha. No Brasil a produção, na safra de
2005/2006, foi de 267.716 toneladas, em uma área de 113.098 ha, com produtividade
média de 2.367 kg/ha. No Estado de São Paulo, responsável por aproximadamente
70% da área nacional cultivada com o amendoim, produziu-se 207.806 toneladas de
amendoim em casca, apresentando produtividade média de 2.610 kg/ha (AGRIANUAL,
2008). Os principais municípios produtores do Estado de São Paulo são Ribeirão Preto,
Marília, Tupã, Rio Preto, Guaíra, Jaboticabal e Sertãozinho. Na região de Ribeirão Preto
a cultura assume importância especial, em função de ter ciclo curto, podendo ser uma
opção, junto com a soja, na ocupação das áreas de reforma dos canaviais. Outro fato
importante é a existência, na região, de empresas produtoras de sementes (SANTOS et
al., 2005).
SANTOS et al. (2005) estimaram que 80% das áreas de reforma dos canaviais
são ocupadas pela cultura do amendoim. Uma outra utilização da cultura é a rotação
3
com pastagens, na integração lavoura-pecuária, na Região Oeste do Estado de São
Paulo (CRUSCIOL & SORATTO, 2007).
A cultura de amendoim no Brasil é de grande importância, pois além de atender
as necessidades internas, apresenta boas perspectivas de aumento de participação no
mercado externo, devido à valorização do produto. Desta forma, torna-se importante
intensificar as pesquisas, visando aumentar os conhecimentos técnico-científicos que
possibilitem elevação da produtividade, com a finalidade de propiciar preços
competitivos de mercado e retorno econômico compensador.
1.2. Classificação botânica e descrição da planta do amendoim
O amendoim cultivado, Arachis hypogaea L., é uma dicotiledônea, pertencente à
família Leguminosae, subfamília Faboideae, gênero Arachis. Esta espécie é subdividida
em duas subespécies, Arachis hypogaea L. subespécie hypogaea, cujos genótipos
pertencem ao grupo Virgínia e Arachis hypogaea L. subespécie fastigiata, com os
genótipos pertencentes aos grupos Valência e Spanish (JUDD et al.,1999).
O grupo Virgínia subdivide-se ainda em rasteiros (“runners”) e arbustivos
(“bunch”). É caracterizado por não possuir flores nos nós da haste principal; as
ramificações apresentam nós com gemas reprodutivas; apresentam ciclo de 120 a 150
dias; os frutos são grandes, geralmente com duas sementes que apresentam período
de dormência. Plantas do grupo Spanish possuem nós reprodutivos tanto na haste
principal como nas ramificações; o porte das plantas é sempre ereto; o ciclo é curto (90
a 110 dias); os frutos concentram-se na base da planta devido a maior concentração de
flores nos primeiros nós; os frutos são pequenos e apresentam invariavelmente duas
sementes; as sementes não apresentam dormência. O grupo Valência diferencia-se do
Spanish somente por possuir frutos longos (1 a 6 sementes), sendo mais comum, frutos
com 3 ou 4 sementes (CÂMARA et al., 1983). Esta nomenclatura foi criada,
vulgarmente, para distinguir os tipos de amendoim, seguindo uma classificação
4
botânica de variedades, que fazem parte da diversidade observada no amendoim
domesticado (Arachis hypogaea L.) (GODOY et al., 2005).
Arachis hypogaea L. é uma espécie herbácea, anual, pubescente, ramificada, de
porte ereto ou rasteiro. O sistema radicular é constituído por uma raiz pivotante, com
raízes laterais, formando um conjunto bastante ramificado e profundo, permitindo a
exploração de umidade do solo, normalmente, não disponível a outras culturas anuais.
Embora possa atingir grande profundidade, cerca de 60% das raízes estão distribuídas
nos primeiros 30 cm do solo (KRANS et al., 1980).
A parte aérea da planta apresenta uma haste principal, de onde são emitidos
ramos primários, secundários e terciários. Nas variedades de porte ereto, a haste
principal cresce verticalmente atingindo em torno de 50 a 60 cm de altura. A arquitetura
da planta é constituída basicamente da haste principal, dos ramos primários que
também crescem verticalmente, e poucos ramos secundários ou terciários. Nas
variedades com porte rasteiro, a haste principal também é vertical, porém, curta,
atingindo 20 a 30 cm de comprimento. Os ramos primários crescem horizontalmente e
se espalham pelo solo, emitindo alternadamente gemas reprodutivas ou ramificações
secundárias e terciárias, formando uma arquitetura mais espessa do que a de
variedades de porte ereto (GODOY et al., 2005).
As folhas são alternas, com pecíolos longos, compostas por quatro folíolos
ovalados, dispostos em pares (CENTURION & CENTURION, 1998).
As flores são amarelas, emitidas nas axilas das folhas em inflorescências,
agrupadas em número variável ao longo do ramo principal ou também dos ramos
secundários, conforme a variedade ou o tipo vegetativo. Todas são potencialmente
férteis e hermafroditas, autógamas, com baixa porcentagem de cruzamentos naturais
(CRIAR E PLANTAR, 2006). Normalmente se abre uma flor por vez em cada axila. As
primeiras, geralmente aparecem um mês após a semeadura (CENTURION &
CENTURION, 1998).
O ovário de cada flor é localizado na base de seu “pedúnculo”, próximo ao ramo.
Da flor fecundada, forma uma estrutura denominada botanicamente de ginóforo, mas
popularmente conhecida como “esporão ou peg” que possui geotropismo positivo.
5
Atingindo certa profundidade (5 a 10 cm) no solo, sua extremidade começa a se
espessar dando origem aos frutos e sementes. Esse processo especial de frutificação,
em que uma flor aérea, após ser fecundada, produz um fruto subterrâneo é denominado
geocarpia (GODOY et al., 2005).
Os frutos são vagens ou legumes, estruturalmente deiscente mas funcionalmente
indeiscentes, uniloculadas, estranguladas, de cor palha, com superfície reticulada. A
casca representa de 25 a 30% do peso dos frutos secos, tem como principal
constituinte a celulose e é relativamente pobre em nutrientes (CENTURION &
CENTURION, 1998).
O número e tamanho das sementes variam entre as cultivares. A semente é
constituída de tegumento de cor variável como branco, rosa, vermelho, negro ou
manchado. Comercialmente, o mais comuns as de película vermelha, rosa ou
castanha (GODOY et al., 2005). As sementes, provenientes dos óvulos, constituídas de
dois cotilédones volumosos, constituem a parte de maior interesse econômico, devido
ao seu elevado teor de óleo comestível, ultrapassando 40% em algumas variedades, e
cerca de 20% de proteínas. Entre os cotilédones posiciona-se o eixo embrionário
(CÂMARA et al., 1983). A Figura 1 ilustra a planta de amendoim.
Figura 1. Características morfológicas da planta do amendoim.
Fonte: (IMAGENS GOOGLE, 2008).
FOLHAS ALTERNAS
FRUTO
SEME
NTE
FLOR
GINÓFORO
6
1.3. Caracterização de cultivares recomendadas
No Registro Nacional de Cultivares há, atualmente, treze cultivares registradas,
ou seja, aptas para produção e comercialização de sementes no País, com garantia de
origem, quer sejam: BR 1 e BRS 151-L7, da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (EMBRAPA); IAC 5, IAC 22, IAC 8112, IAC Caiapó, IAC Tatu ST, Runner
IAC 886, Tatu Vermelho, IAC Tupã, IAC Poitara e IAC Oirã, do Instituto Agronômico de
Campinas (IAC) e IAPAR 25-Ticão, do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR). Estas
são da espécie Arachis hypogaea L. e se destinam prioritariamente, ao cultivo para
produção de grãos (SANTOS et al., 2005).
As principais características das cultivares Tatu Vermelho, BR1, BRS 151-L7,
IAC 5, IAC 22, IAC 8112, IAC Tupã, IAC Poitara e IAC Oirã estão relacionadas na
Tabela 1.
Tabela 1. Principais características morfológicas das cultivares de amendoim
recomendadas
Tatu
Vermelho
BR
1
BRS
151-L7
IAC
5
IAC
22
IAC
8112
IAC
Tupã
IAC
Poitara
IAC
Oirã
Grupo Valência Valência
Valência Valência
Valência
Valência
Valência
Valência
Valência
ciclo em dias 90 - 110 89 87 117-120 117-120
110- 120
110 110 110
cor película vermelha vermelha
vermelhas
vermelha
bege castanha
vermelha
vermelha
castanha
teor de óleo 48% 45% 46% 51,7% 50,6%
49 a
50%
48 a
50%
48 a
50%
48 a
50%
sementes/vagem
3 a 4 3 a 4 2 2 2 2 2 2 2
Tamanho/
sementes
pequenas
médias grandes médias médias médias grandes grandes grandes
Dentre as cultivares catalogadas pelo Registro Nacional de Cultivares,
destacam-se no Estado de São Paulo, IAC Tatu-ST, IAC Caiapó e Runner IAC 886, por
serem as mais cultivadas. Segue uma descrição mais detalhada destas cultivares, uma
vez que foram utilizadas nos ensaios efetuados no presente estudo (GODOY et al.,
2003).
A cultivar IAC Tatu-ST foi lançada oficialmente em 2000. A sigla ST significa
seleção por tamanho e refere-se ao tamanho de obtenção das sementes genéticas a
7
fim de produzir grãos de maior granulametria, sem perder as demais características da
cultivar Tatu Comum, melhorada mediante um trabalho de manutenção da pureza
genética. Seu desenvolvimento envolveu 19 ensaios experimentais que avaliaram o
desempenho produtivo em nível de doenças. A partir de 1998 as sementes da cultivar
passaram a ser multiplicadas em parcerias com cooperativas de produtores, visando a
substituição dos antigos estoques de sementes de Tatu Comum (GODOY et al., 1996).
A cultivar IAC Tatu-ST possui características semelhantes às da cultivar Tatu
Vermelho quanto à estrutura das plantas, precocidade, tipo de vagens (Valência), ciclo
de 90-110 dias, aparência e cor da película (vermelha). As vagens tendem a apresentar
diâmetro ligeiramente maior, mas a principal vantagem está na sua melhor granação,
produzindo cerca de 50% de grãos de maior tamanho (peneiras 22 e 24) contra 20 a
30% na cultivar Tatu Vermelho. As plantas da cultivar IAC Tatu-ST apresentam
crescimento mais vigoroso e uniforme, contribuindo para melhor e mais rápido
estabelecimento da cultura. Em função disso, pode-se esperar um acréscimo na
produtividade, da ordem de 4 a 9% em relação a cultivar Tatu Vermelho tradicional.
Em 1996 foi lançada a cultivar IAC Caiapó, sendo que a pesquisa para o seu
desenvolvimento envolveu 23 ensaios experimentais, em que foram avaliadas as
características físicas e químicas e a produtividade alcançada (ZULLO et al., 1993). Em
seguida foi avaliado o desempenho produtivo em três níveis de controle de doenças e
estabilidade da produção (GODOY et al., 1999), e também a avaliação em diversos
níveis de controle da cercosporiose (MARTINS, 2006).
A cultivar IAC Caiapó é do tipo vegetativo, vulgarmente conhecido como Virgínia
“runner”, apresentando hábito de crescimento rasteiro, ciclo longo de 130-135 dias,
recomendada para cultivo no Estado de São Paulo, na época das águas. Apresenta
vagens com duas sementes de tamanho médio, coloração castanha e dormência
fisiológica, prevenindo a germinação precoce na época de maturão. Sua
produtividade supera a da cultivar Tatu Vermelho em 31% e, com relação ao óleo, é
superior em 3% com relação à mesma cultivar. Por ser de hábito rasteiro, é adequada
para colheita mecanizada. De acordo com GODOY et al. (2001), o custo de produção é
menor do que o da cultivar de porte ereto, uma vez que cada planta ocupa uma área
8
maior, reduzindo o número de sementes por hectare. Por outro lado, a cultivar
apresenta resistência parcial e múltipla às doenças mancha castanha, mancha preta,
verrugose, ferrugem e mancha barrenta diminuindo, assim, os custos, com defensivos.
Os grãos da cultivar IAC Caiapó possui boa relação ácido oléico/linoléico (O/L),
próximo de 2,0, ou seja, maior resistência à oxidação (rancificação), e se enquadram no
tipo “runner”, o mais difundido no mercado internacional de confeitaria. Além disso, o
produto também é atraente para a indústria de esmagamento, pois propicia uma oferta
de matéria-prima produzida a um custo menor e com maior rendimento na extração de
óleo comestível.
Para o desenvolvimento da cultivar Runner IAC 886, foram conduzidos 26
ensaios para avaliação do desempenho e potencial produtivo em relação ao controle
químico de doenças comparados com outras cultivares (GODOY et al., 1999). Foram
realizados testes em escala de produção junto as cooperativas de produtores,
verificando seu desempenho em condições convencionais de produção; ao mesmo
tempo iniciou-se a multiplicação das sementes comerciais.
A cultivar Runner IAC 886, possui hábito de crescimento rasteiro e ciclo de 130
dias nas condições do Estado de São Paulo. Apresenta alta produtividade, superando a
cultivar IAC Caiapó em 10%, na produção de vagens, em ambientes onde as doenças
foliares são totalmente controladas. Por ser uma cultivar que requer solos com boa
fertilidade e eficiente controle de doenças é recomendado para cultivo que envolva
sistema de produção com alto nível tecnológico (GODOY et al., 2003). Suas vagens
possuem duas sementes e apresentam alto rendimento de grãos no descascamento,
entre 70 e 80%. Os grãos, bastante conhecidos no mercado de exportação, são do tipo
“runner” (tamanho de 0,5 a 0,7 g/grão e película de cor rosada) e contêm teor de óleo
cerca de 5% menor do que o da cultivar IAC Caiapó, além de boa relação de
ácidos oléico/linoléico (1,5 a 2,0). Assim como a cultivar IAC Caiapó, o cultivo de
Runner IAC 886 pode incorporar esses novos padrões de grãos para a indústria
nacional de doces de amendoim, porém visa preferencialmente ampliar as
possibilidades de produção de amendoim para exportação.
9
1.4. Influência do espaçamento no desenvolvimento e produtividade do
amendoim
O espaçamento de uma cultura é definido pela densidade e pela disposição de
plantas na área cultivada. Entende-se como densidade, o número de plantas por
unidade de área, resultante da combinação entre o espaçamento entrelinhas e o
número de plantas por metro de linha (BERNARDES & VICCARIO, 1986).
O uso do espaçamento adequado de plantas, além de contribuir para maximizar
a produtividade, tem efeitos sobre o controle de plantas daninhas, podendo representar
uma estratégica importante para utilização de alguns fatores de produção como luz,
água e nutrientes. É importante, no entanto, atentar para alguns aspectos que podem
auxiliar nas decisões a serem tomadas, como maior ou menor consumo de sementes e
a realização dos tratos culturais (NAKAGAWA et al.,1994).
A variação na densidade de plantas de amendoim pode ocasionar efeitos na
massa de 100 sementes tendo-se aumento destas com a diminuição do número de
plantas por hectare (GOPALASWAMY et al.,1979).
Dentre os fatores que interferem na produtividade de uma cultura, destaca-se a
população por afetar diretamente os componentes de produção (NAKAGAWA et al.,
1983). Para a cultura do amendoim, segundo o mesmo autor, a fixação desta população
pode variar em função da cultivar, da época de semeadura, da adubação e da região de
cultivo.
Pesquisas científicas relacionadas ao espaçamento do amendoim, foram
realizadas nas últimas décadas. Algumas delas estão relacionadas a seguir:
TELLA et al. (1971), trabalhando com a cultivar Tatu Vermelho-53 em
espaçamento entre fileiras de 0,60 m e distância entre plantas na mesma fileira de 10, 5
e 2,5 cm, combinados com três níveis de adubação e três níveis de pulverização,
concluíram que em média de seis dos sete experimentos realizados, houve aumento
médio de 221 kg/ha na produção, devido à redução dos espaçamentos de 10 para 5 cm
e de 10 para 2,5 cm entre plantas na mesma fileira. Observaram ainda que a adubação
e a redução do espaçamento se beneficiaram mutuamente. Na ausência e na presença
10
de NPK, os aumentos médios de produção devido à redução do espaçamento foram de,
respectivamente, 171 e 246 kg/ha. O aumento devido o uso de NPK correspondeu a
344 kg/ha no espaçamento mais largo e se elevou a 419 kg/ha nos espaçamentos mais
estreitos.
LAURENCE (1974) e NAKAGAWA et al. (1983), trabalhando com a cultivar Tatu
Vermelho-53, constataram que dentre os componentes de produção, o número de
vagens por planta foi o mais afetado pela variação da população de plantas. A
concorrência entre as plantas deve ser a causadora do menor número de vagens por
planta nas populações maiores. A massa de 100 vagens, a percentagem de vagens
chochas, o número de sementes por vagem e peso de 100 sementes não foram
afetados pela densidade de semeadura.
BIÚDES (1977) e SÃO JOSÉ (1977), utilizando as cultivares Tatuí 76 e Tatu
Vermelho-53, com espaçamentos entrelinhas de 0,50 m e densidades de 10, 15 e 20
plantas/m, constataram que a produção individual das plantas diminuiu com o aumento
na densidade de plantas na linha da cultura. Entretanto, a produção final, obtida em
amendoim com casca, aumentou em densidades de maior número de plantas.
NAKAGAWA et al. (1977), trabalhando com a cultivar Tatu Vermelho-53, com
espaçamentos de linhas simples e conjugadas, e três doses de NPK, encontraram
diferenças altamente significativas entre os espaçamentos, obtendo-se maiores
produtividades de amendoim por hectare, no espaçamento de linha simples.
NAKAGAWA et al. (1983), verificaram que no espaçamento de 0,60 m, as
densidades de semeadura estudadas (10, 15, 20 e 25 sementes por metro) não
afetaram significativamente a produção de vagens (kg/ha), em três experimentos,
enquanto que em outro a menor densidade originou a menor produção. A análise
conjunta dos ensaios evidenciou que a densidade de 20 sementes (12 a 15 plantas/m à
colheita) foi superior a de 10 sementes (6 a 7 plantas/m à colheita), porém ambos
semelhantes a de 15 sementes por metro (10 a 12 plantas/m à colheita) para a cultivar
Tatu Vermelho-53.
No Estado de São Paulo, em que por muitos anos foi cultivada a cultivar Tatu
Vermelho-53, hoje mais conhecida como “tatuzinho”, o espaçamento recomendado era
11
de 0,60 m entrelinhas e 15 a 20 sementes por metro (GODOY et al., 1986; LASCA,
1986). Esta recomendação foi estendida de forma generalizada para cultivares de porte
ereto e muitos pesquisadores estudaram diferentes populações de plantas na linha,
dentro do espaçamento entrelinhas recomendado.
ARF et al. (1991), trabalhando em área de renovação de canavial, no município
de Sertãozinho/SP, com duas cultivares de amendoim, Tatu Vermelho-53 e Tatuí-76,
com as densidades de 10, 15 e 20 plantas por metro e espaçamento entrelinha de 0,50
m, não observaram diferenças entre as cultivares e densidades utilizadas em relação à
produção de vagens e de sementes, rendimento de sementes/vagens, peso de 100
sementes e qualidade de sementes avaliada através da germinação e vigor. Entretanto,
a cultivar Tatuí 76 apresentou maior quantidade de matéria seca da parte aérea, no
período de florescimento pleno, em relação a Tatu Vermelho-53 e a Tatu-Vermelho-53
apresentou os maiores valores de produção tanto de vagens quanto de sementes, para
as três densidades.
NAKAGAWA et al. (1994), trabalhando com a cultivar Tatu Vermelho-53, com as
densidades de 7, 10, 13, 16, 19, 22, 25 e 28 sementes/m, com espaçamento entrelinhas
de 0,60 m, verificaram que à medida que se aumentou o número de sementes por
metro, houve uma diminuição na percentagem de emergência de plântulas, bem como
na percentagem de sobrevivência das plantas. O número de vagens por planta foi
afetado pela densidade de semeadura, tendo-se obtido maiores valores para a
densidade de 7 sementes/m (6,49 plantas/m à colheita). Verificou-se que com o
aumento da densidade de semeadura houve diminuição no número de vagens por
planta, observando-se maiores reduções até a densidade de 16 sementes/m (14,3
plantas/m à colheita).
NAKAGAWA et al. (2000), trabalhando com a cultivar Tatu Vermelho-53, no
espaçamento de 0,60 m, com as densidades de 5, 8, 11, 14, 17, 20, 23 e 26 plantas por
metro no município de Pontal/SP, observaram que ocorreu diminuição da produção de
vagens por planta com o aumento da densidade. Nas maiores densidades, a menor
produção de vagens por planta foi compensada pela maior população de plantas,
resultando em melhores produtividades. As produtividades de vagens, sem perdas
12
significativas em relação às maiores densidades, foram obtidas nas densidades de 14
plantas por metro (12,92 e 10,67 plantas/m à colheita) em solo de alta fertilidade e de
11 plantas por metro (10,93 plantas/m à colheita) em solo de média/baixa fertilidade.
GONÇALVES et al. (2004), trabalhando com a cultivar Vagem Lisa, grupo
botânico Valência, no Recôncavo Baiano, BA, com espaçamentos entrelinhas de 0,50
m, 0,65 m e 0,80 m, e três densidades de semeadura de 5, 10 e 15 plantas/m e um
tratamento adicional, como testemunha (covas espaçadas de 0,25 m x 0,30 m),
observaram que independentemente do espaçamento estudado, à medida que se eleva
a densidade de plantas decréscimos nos valores médios encontrados no número
total de vagens e grãos por planta. Para os componentes massa seca de 1000 grãos e
volume de vagens frescas, apenas o fator densidade influenciou de maneira
significativa, sendo o arranjo espacial de 5 plantas/m x 0,80 m na entrelinha (62.500
plantas/ha), o que apresentou os maiores resultados. Para a produção de vagens em
kg/ha, o arranjo de 15 plantas/m x 0,50 m apresentou a maior produtividade
(3.429kg/ha), superando a média regional.
CARNEIRO et al. (2005) estudando a cultivar IAC Tatu ST verificaram que a
altura média de planta e o número de ramificações não foram influenciados pelas
densidades estudadas (8, 11, 14, 17 e 20 plantas por metro) e pela utilização de linhas
simples ou conjugadas, no entanto a massa seca das plantas foi influenciada, sendo
que em linhas simples com 17 plantas por metro, proporcionou os melhores resultados.
GODOY et al. (2005) detalharam a recomendação para espaçamento do
amendoim, indicando que para amendoim de porte ereto e arranquio manual o
espaçamento médio entrelinhas recomendado é de 0,60 m e para lavouras
mecanizadas, é comum a utilização de três linhas espaçadas de 0,50 a 0,55 m,
deixando-se um intervalo de 0,70 m para a entrelinha de trânsito. A densidade de
semeadura recomendada é de 18 a 20 sementes por metro. Para cultivares rasteiras, o
espaçamento é de 0,80 a 0,90 m com 14 a 15 sementes por metro.
LEONEL et al. (2005), em experimento conduzido no município de Ribeirão
Preto, utilizando a cultivar IAC Tatu ST, verificaram que o maior rendimento de grãos foi
obtido no tratamento de linha simples com densidade de 17 plantas por metro, e o
13
menor, no tratamento de linha dupla com densidade de 20 + 20 plantas por metro. Não
observaram diferenças estatísticas significativas para tamanho dos grãos e número de
vagens com 1, 2, 3 e 4 grãos. As diferentes densidades e disposições de plantas
influenciaram na produtividade do amendoim em casca, com destaque para os
tratamentos com linhas duplas e densidades de 11 + 11 e 14 + 14 plantas por metro,
que apresentaram melhores resultados (3.615 e 3.592 kg/ha, respectivamente). Para
massa média das vagens por planta, o tratamento de linha simples com 14 plantas por
metro foi o que apresentou melhores resultado. Para o número médio de vagens por
planta, os tratamentos de linhas simples com 20 e 14 plantas por metro se destacaram
dos demais.
SILVA NETO (2007), estudando o desenvolvimento da cultivar IAC Tatu-ST
(altura de plantas, número de ramos por planta), produtividade (número de vagens por
planta, massa por planta e produtividade em casca), rendimento de grãos e tamanho de
grãos, sob a influência de dois espaçamentos entrelinhas: linhas simples (0,90 m de
distância entrelinhas) e linhas conjugadas (0,17 m entre si e 0,73 m entre cada conjunto
de linhas conjugadas) e cinco densidades de plantas (20, 17, 14, 11 e 8 plantas por
metro, para linha simples e 20+20, 17+17, 14+14, 11+11, 8+8 plantas por metro, para
linha conjugada), observou que para altura de plantas não houve diferenças
estatísticas significativas entre os arranjos espaciais testados, porém, para número de
ramos , obteve-se valores maiores nas densidades maiores. A produção de vagens por
planta foi menor, nas maiores densidades, sendo compensada pelo número maior de
plantas por metro, o que elevou a produtividade/ha. As produtividades e rendimentos
menores foram obtidos na linha simples com menor densidade de plantas e a
classificação efetuada nas peneiras não evidenciaram aumento do tamanho do grão em
relação às variações espaciais.
Na prática, para a cultivar Runner IAC 886, na região norte do Estado de São
Paulo os produtores tem utilizado densidades de semeadura entre 18 a 22 sementes
por metro no espaçamento entrelinhas de 0,90 m e com gasto médio de semente de
aproximadamente 115 a 125 kg por hectare.
14
Existem poucos trabalhos científicos com o objetivo de estudar os efeitos da
densidade de plantas de cultivares rasteiras. Alguns trabalhos desenvolvidos na região
de Jaboticabal, tem demonstrado que a redução na densidade de plantas da cultivar
Runner IAC 886, não reduz significativamente a produtividade (CARNEIRO, 2006).
ROMANINI (2007), avaliou o efeito do espaçamento de plantas sobre o
desenvolvimento, componentes de produção, produtividade e rendimento do amendoim,
cultivar Runner IAC 886, em duas áreas comerciais, sendo uma em Ribeirão Preto/SP
(Latossolo Vermelho eutrófico) e outra em Borborema/SP (Agrissolo Vermelho-Amarelo
eutrófico). As densidades de plantas testadas foram 6, 9, 12, 15 e 18 plantas por metro.
Foram estudados dois espaçamentos entrelinhas (linhas simples e linhas duplas ou
conjugadas). O autor verificou que no Latossolo Vermelho, o espaçamento com linhas
duplas apresentou maior número de ramos por planta, e a densidade de semeadura
afetou alguns componentes de produção do amendoim da cultivar Runner IAC 886,
porém sem reflexos na produtividade de vagens. Para Agrissolo Vermelho-Amarelo, o
espaçamento com linhas duplas proporcionou maior produtividade de amendoim e a
densidade de plantas, além de ter afetado alguns componentes de produção, afetou
também a produtividade do amendoim, cultivar Runner IAC 886.
Nos parágrafos apresentados a seguir são relacionadas algumas
recomendações de espaçamentos entrelinhas e densidades de plantas na linha.
De acordo com a literatura, existem diversas recomendações de diversos
espaçamentos entrelinhas para a cultura do amendoim (HENRIQUES NETO et al.,
1998 e ATTARDE et al., 1998). Estas variações interferem em diversas características
fenológicas e produtivas.
As recomendações e os resultados de pesquisa em geral referem-se às
cultivares de porte ereto, mais especificamente a cultivar Tatu Vermelho-53, a mais
cultivada no Brasil até meados da década de 90.
GODOY et al. (1998) recomendaram para cultivares de porte ereto, o
espaçamento de 0,60 m entrelinhas, distribuindo-se 15 a 20 sementes por metro de
linha. para cultivares rasteiras recomendam a semeadura em linhas duplas
15
espaçadas de 0,70 a 0,80 m e 1,00 m nos intervalos entrelinhas duplas, distribuindo-se
10 a 12 sementes por metro linear de sulco.
Para a colheita mecanizada FERNANDES (2004), relata que, apesar de não
haver comprovação científica para esses dois espaçamentos (linhas simples e linhas
conjugadas), na prática têm sido mais adequados o espaçamento de linhas conjugadas,
que consiste em um conjunto de duas linhas com distância de 0,17 m entre si, sendo os
conjuntos de linhas distanciadas em 0,73 m, para cultivares eretas e linhas simples
espaçada de 0,90 m para cultivares rasteiras.
1.5. Determinação do ponto de colheita
A maturação da semente é considerada, por BARROS (1986), como o resultado
de todas as alterações morfológicas, físicas e fisiológicas, como o aumento do tamanho
e as variações no grau de umidade, no vigor e no acúmulo de matéria seca. É um
processo que se inicia com a fertilização e se estende até a maturidade fisiológica.
A determinação do ponto de colheita do amendoim requer cuidados especiais,
exigindo visitas freqüentes aos campos de produção, pelo fato da espécie apresentar
geocarpia e crescimento indeterminado. Como o florescimento se estende por um
período relativamente longo, nem todas as vagens tornam-se maduras ao mesmo
tempo. Essa desuniformidade torna-se mais acentuada quando ocorre deficiência
hídrica em uma fase do ciclo (GODOY et al., 1983. SANTOS et al., 1997 e 2006).
SANDERS (1995) sugere para colheita dos três principais tipos comerciais
Runner, Virgínia e Spanish, 70-80%, 60-65% e 75-80% de vagens maduras. O tipo
comercial Valência deve ser tratado de forma semelhante ao do tipo Spanish uma vez
não possuem dormência nas sementes.
A determinação do ponto de colheita é muito importante para o amendoim, pois
seu rendimento é mais elevado quando a maior parte das vagens é colhida plenamente
madura. A antecipação da colheita diminui a produtividade e a qualidade, enquanto que
16
o atraso provoca perda de vagens, germinação das sementes no interior dos frutos e
maior exposição das vagens aos fungos produtores de aflatoxina (GODOY et al., 2005).
Colheitas antecipadas em uma semana em relação ao ponto ótimo ocasionam
menores perdas na produção que o atraso em uma semana (SANDERS, 1995 e
PELEDINI, 1998). Algumas pesquisas, entretanto, mencionam que o atraso no
arranquio pode aumentar o retorno líquido, sendo dependente da cultivar, e que a
colheita precoce também pode ocasionar redução de 15 e 21%, na produção e no valor
do produto, respectivamente (WRIGHT & PORTER, 1991; JORDAN et al., 1998).
Um critério utilizado para se estimar a época da colheita é a contagem dos dias
após a emergência das plantas, embora isto dependa das condições ambientais
durante o ciclo. Normalmente, as cultivares de porte ereto e rasteiro são colhidas,
respectivamente, com 100-110 e 120-135 dias após a semeadura na região Sudeste e
85-100 e 110-120 dias, na região Nordeste (GODOY et al., 1999).
O método mais comum de determinação do ponto de colheita baseia-se na
presença de manchas escuras no interior da casca da vagem para as cultivares eretas
dos grupos botânicos Valência e Spanish. Para amendoins eretos o ponto ideal de
colheita ocorre quando 70% das vagens apresentarem coloração interna escura e para
os rasteiros o percentual de vagens maduras de 60-65% determinam o ponto de
colheita (GODOY et al., 2005).
A maturação das cultivares cultivadas IAC Tatu-ST, IAC Caiapó e Runner IAC
886 ocorre a partir do terceiro mês após a semeadura, estando à maioria das vagens
em ponto de colheita aos 90 110 dias, para a cultivar IAC Tatu-ST; 125 130 dias
para a Runner IAC 886 e 130 – 135 para a IAC Caiapó. É importante a determinação do
ponto de maturação para a colheita. Além de maior peso e melhor secagem,
aumento do teor de óleo, que também é de melhor qualidade. A demora no arranquio
causa elevada perda de vagens no solo, além da germinação de outra parte, quando há
umidade suficiente (GODOY et al., 2005).
Na literatura disponível, não foram encontradas informações sobre a influência
da população de plantas na maturação das vagens do amendoim cultivares
IAC Tatu-ST, IAC Caiapó e Runner IAC 886.
17
Desta forma este trabalho teve por objetivo estudar os efeitos de diferentes
densidades de plantas no desenvolvimento e produtividade das cultivares Runner IAC
886, IAC Caiapó e IAC Tatu-ST.
18
CAPÍTULO 2. CARACTERIZAÇÃO DE VARIEDADES DE AMENDOIM CULTIVADAS
EM DIFERENTES POPULAÇÕES
RESUMO O presente trabalho teve como objetivo estudar os efeitos da
densidade de plantas no desenvolvimento e produtividade do amendoim. Foram
conduzidos três experimentos envolvendo três cultivares, sendo duas rasteiras Runner
IAC 886, IAC Caiapó e uma ereta IAC Tatu ST. Foram estudadas quatro densidades de
plantas (22, 18, 12 e 6 plantas/m) mantendo-se o espaçamento entrelinhas em 0,90 m.
Utilizou-se o delineamento em blocos ao acaso com quatro repetições, sendo a
parcela experimental constituída de 7 linhas de 5 m de comprimento. Os resultados
foram submetidos à análise de variância pelo teste F e as médias foram comparadas
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. As características relacionadas ao
crescimento vegetativo foram pouco influenciadas pelas densidades de plantas. A
cultivar Runner IAC 886 apresentou maior número de ramificações na menor densidade
de plantas e a IAC Caiapó, apresentou maior comprimento de ramificações na maior
densidade de plantas. Dentre as características relacionadas à produtividade, a mais
afetada pela densidade de plantas foi o número de vagens por planta. A cultivar IAC
Caiapó apresentou maior número de vagens por planta na menor densidade testada. As
cultivares Runner IAC 886 e IAC Caiapó apresentaram produtividades semelhantes nas
diferentes densidades testadas e a IAC Tatu ST, maiores produtividades nas maiores
densidades de plantas.
Palavras-Chave: Arachis hypogaea L., cultivares rasteiras e ereta, densidade de
plantas
19
Introdução
O amendoim é originário da América do Sul, com provável centro de origem na
região do Gran Chaco. As espécies do gênero Arachis, ocorrem no continente
americano, em regiões tropicais, na faixa entre as latitudes de 10 e 30º sul,
principalmente no Brasil, Paraguai, Argentina, Bolívia e Uruguai (HAMMONS, 1973).
A importância econômica do amendoim está relacionada ao fato dos grãos
possuírem sabor agradável e serem ricos em óleo (aproximadamente 50%) e proteína
(22 a 30%). Assim torna-se um produto destinado ao consumo “in natura”, na indústria
de doces e na extração do óleo, empregado diretamente na alimentação humana, na
indústria de conservas (enlatados), em produtos medicinais, na indústria de tintas e tem
potencial na produção de biodiesel (GODOY et al., 1982).
No Brasil, a cultura de amendoim é de grande importância, pois além de atender
as necessidades internas, apresenta boas perspectivas de aumento de participação no
mercado externo, devido à valorização do produto. O estado de São Paulo é o principal
produtor dessa oleaginosa, com aproximadamente 70% da área nacional cultivada na
safra de 2005/2006 (AGRIANUAL, 2008). Os principais municípios produtores do
Estado de São Paulo são Ribeirão Preto, Marília, Tupã, São José do Rio Preto, Guaíra,
Jaboticabal e Sertãozinho (SANTOS et al., 2005).
Para obtenção de bons resultados de produtividade com menor custo, o uso do
espaçamento entrelinhas e densidades de plantas na linha devem ser adequados, pois,
a população de plantas é um dos fatores que se destacam por afetar diretamente os
componentes de produção. A fixação desta população pode variar em função da
cultivar, da época de semeadura, da adubação e da região (NAKAGAWA et al., 1983).
A população de plantas de uma cultura é definida teoricamente através da
combinação de diferentes espaçamentos e densidades de semeadura. As cultivares de
amendoim apresentam hábitos de crescimento diferentes, portanto o arranjo espacial
será dependente do tipo botânico. Genótipos de porte ereto frequentemente são
cultivados com altas populações, pois utilizam menor área para desenvolvimento dos
frutos em relação a materiais do tipo ramador, muito embora possam demonstrar
20
resposta na produção de vagens quando a semeadura é adensada (COX & REID,
1965).
ARF et al. (1991), trabalhando em área de renovação de canavial, no município
de Sertãozinho/SP, com duas cultivares de amendoim, Tatu Vermelho-53 e Tatuí-76,
com as densidades de 10, 15 e 20 plantas por metro e espaçamento entrelinha de 0,50
m, não observaram diferenças significativas entre as cultivares e densidades utilizadas
em relação à produção de vagens e de sementes, rendimento de sementes/vagens,
peso de 100 sementes e qualidade de sementes avaliada através da germinação e
vigor. Entretanto, a cultivar Tatuí-76 apresentou maior quantidade de matéria seca da
parte aérea, no período de florescimento pleno, em relação a Tatu Vermelho-53.
De acordo com a literatura, existem diversas recomendações de espaçamentos
entrelinhas para a cultura do amendoim (SANTOS et al., 1997; HENRIQUES NETO et
al., 1998; ATTARDE et al., 1998). Estas variações interferem em diversas
características fenológicas e produtivas.
As recomendações e os resultados de pesquisa em geral referem-se às
cultivares de porte ereto, mais especificamente a cultivar Tatu Vermelho-53, a mais
cultivada no Brasil até meados da década de 90 (CÂMARA et al.,1983).
GODOY et al. (1998) recomendaram para cultivares de porte ereto, o
espaçamento de 0,60 m entrelinhas, distribuindo-se 15 a 20 sementes por metro de
linha. para cultivares rasteiras recomendam a semeadura em linhas duplas
espaçadas de 0,70 a 0,80 m e 1,00 m nos intervalos entrelinhas duplas, distribuindo-se
10 a 12 sementes por metro linear de sulco.
Para a cultivar Runner IAC 886, na região norte do Estado de São Paulo, os
produtores, têm utilizado densidades de semeadura entre 18 a 22 sementes por metro
no espaçamento entrelinhas de 0,90 m e com gasto médio de semente de
aproximadamente 115 a 125 kg por hectare.
Tendo em vista a escassez de informações relacionadas ao comportamento de
variedades de amendoim, principalmente as rasteiras, cultivadas em diferentes
populações, propôs-se no presente trabalho avaliar os efeitos de diferentes densidades
21
de plantas no desenvolvimento, produtividade e rendimento do amendoim, cultivares
Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu ST.
Material e Métodos
Os experimentos foram realizados no ano agrícola 2006/2007, na área
experimental da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade
Estadual Paulista/UNESP, município de Jaboticabal/SP, localizada na latitude 21º14’53”
S, longitude 48º17’20” W e altitude média de 540 m.
O clima da região, segundo classificação de Köeppen, é Aw com transição para
Cwa. Em Jaboticabal, o clima caracteriza-se por ser subtropical-mesotérmico, seco no
inverno e com chuvas no verão, com precipitação pluviométrica média anual de
1.285mm, temperatura média anual de 22ºC e umidade relativa média anual de 70,6%
(Fonte: IBGE - Censo 2000).
O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho
eutróférrico, típico, textura muito argilosa, horizonte A moderado (ANDRIOLI &
CENTURION, 1999).
A calagem e adubação de semeadura foram dimensionadas com base nos
resultados de análise química do solo coletadas na área, na camada superficial de 0-20
cm, seguindo-se as recomendações de QUAGGIO et al. (1997).
O preparo do solo foi realizado da forma convencional, constando de uma aração
com arado de discos e duas gradagens leves de destorroamento-nivelamento do solo.
Antes da última gradagem foi aplicado o herbicida de pré-semeadura incorporado
(trifluralina) e 30 dias após a semeadura, utilizou o herbicida de pós emergência
imazaquim.
O balanço drico climatológico e a umidade relativa média mensal de novembro
de 2006 a abril de 2007, período em que os experimentos foram conduzidos estão
apresentados na Tabela 1, cujos dados foram coletados na
Estação Agroclimatológica,
e fornecidos pelo Departamento de Ciências Exatas da FCAV/UNESP, Jaboticabal.
22
Tabela 1. Balanço hídrico climatológico e umidade relativa do ar média mensal e anual
de Jaboticabal nos anos de 2006/2007.
ANO/2006 ETP* P ARM ETR DEF EXC Tmed UR
--------------------------------mm------------------------------- (ºC) (%)
MÊS
novembro
114 167 100 114 0 31 24,1 69,3
dezembro
128 221 100 128 0 93 24,4 82,2
ANO/2007 ETP* P ARM ETR DEF EXC Tmed UR
------------------------------mm------------------------------ (ºC) (%)
MÊS
janeiro
121 645 100 121 0 524 23,9 88,4
fevereiro
111 155 100 111 0 44
24,4 78,6
março
123 156 100 123 0 33
24,9 73,9
abril
99 54 63 91 8 0
23,6 75,1
ETP: evapotranspiração potencial, estimada pelo método de Thornthwaite; P: precipitação média mensal;
ARM: armazenamento de água no solo; ETR: evapotranpiração real; DEF: deficiência; EXC: excedente.
Tmed: temperatura média; UR: umidade relativa do ar.
Para os três experimentos conduzidos, cada um com uma cultivar, adotou-se o
delineamento experimental em blocos ao acaso. A parcela experimental foi composta
de sete linhas de 5 m, espaçadas de 0,90 m, totalizando, portanto, 31,50 . Foi
considerada como parcela útil as cinco linhas centrais, desprezando-se 1m de ambas
extremidades.
Foram estudadas três cultivares de amendoim, duas de porte rasteiro (Runner
IAC 886 e IAC Caiapó) e uma de porte ereto (IAC Tatu-ST). Os tratamentos testados
constaram de quatro populações: 22 plantas/metro (244.444 plantas/ha),
18 plantas/metro (200.000 plantas/ha), 12 plantas/metro (133.333 plantas/ha) e
6 plantas/metro (66.666 plantas/ha).
Previamente à semeadura, as sementes empregadas foram caracterizadas
quanto à porcentagem de germinação e massa de 100 sementes de acordo com as
Regras para Análise de Sementes RAS (Brasil, 1992). As sementes foram tratadas
com os fungicidas fludioxonil + metalaxyl-m (Maxim XL
®
) e inseticida thiamethoxam
(Cruiser 700 WS
®
).
23
A semeadura das três cultivares foi realizada em 30 de novembro de 2006,
utilizando-se semeadora adubadora de oito linhas espaçadas de 0,90m. A profundidade
de semeadura foi de aproximadamente 5 cm e a quantidade de sementes distribuídas
por metro de sulco foi calculada com base na porcentagem de germinação previamente
determinada para obtenção da maior densidade a ser testada (22 plantas/metro).
Quinze dias após a emergência, as parcelas foram desbastadas para ajustar as
populações de plantas propostas no estudo.
O controle de pragas e doenças foi realizado quinzenalmente com aplicações de
monocrotophos, piraclostrobin + epoxiconazole e chlorotalonil até cerca de 15 dias
próximo da colheita.
A colheita foi realizada aos 110 dias para a cultivar IAC Tatu ST e aos 140 dias
para as cultivares Runner IAC 886 e IAC Caiapó, através do arranquio manual. Foram
contadas as plantas em um metro de linha, sendo separadas aleatoriamente seis
plantas para avaliações dos seguintes parâmetros:
1- Altura da haste principal medição em centímetros da distância entre o nível
do solo e o broto apical;
2- Número de nós da haste principal contagem do número de nós da haste
principal;
3- Número de ramificações primárias – contagem do número de ramos primários;
4- Comprimento das ramificações primárias medição em centímetro dos ramos
por planta, da base até o ápice;
5- Número de nós das ramificações primárias – contagem do número de nós das
ramificações primárias.
6- Massa de vagens – contagem das vagens do metro de linha colhido;
7- Número de vagens por planta – contagem das vagens em seis plantas;
8- Produtividade peso em kg/ha da produção estimada de frutos das plantas
por hectare, corrigidos à umidade de 6%.
9- Rendimento – foram calculadas as porcentagens de grãos e o kg de grãos por
saco de 25 kg de amendoim em casca.
24
Para análise estatística dos dados foi utilizado o Software ESTAT, desenvolvido
pelo Pólo Computacional e Departamento de Ciências Exatas da FCAV/UNESP
(ESTAT, 1995). Os resultados provenientes da resposta quantitativa das características
relacionadas ao crescimento vegetativo e das características relacionadas a
produtividade, quando significativos pelo teste F, foram analisados pelo teste de Tukey
a 5% de probabilidade. Foram efetuadas análises de regressão entre os resultados
obtidos e as densidades de plantas na linha, de acordo com os procedimentos do
Statistical System (SAS Institute, 1999).
Resultados e Discussão
3.1. Desenvolvimento das plantas
3.1.1. Altura e número de nós da haste principal
Os resultados de altura e número de nós da haste principal estão apresentados
na Tabela 2, onde se pode observar que não houve diferenças estatísticas significativas
para ambas características entre as quatro densidades testadas para as três cultivares
estudadas. As cultivares rasteiras Runner IAC 886 e IAC Caiapó apresentaram
menores alturas e mero de nós da haste principal em relação a cultivar ereta IAC
Tatu ST. GODOY et al. (2005) descreveram as plantas de porte rasteiro e ereto,
ressaltando que a altura da haste principal atinge em torno de 20 a 30 cm e 50 a 60 cm
para os dois tipos, respectivamente.
Os resultados obtidos evidenciaram que as cultivares estudadas mantiveram
suas características dentro do padrão descrito por GODOY et al. (2005), porém na
densidade de 22 plantas/m, a altura média das cultivares rasteiras atingiram em torno
de 40 cm. Provavelmente, estes valores maiores da altura, foram resultados da maior
competição por luz, uma vez que não se observou acréscimo no número de nós à
medida que se aumentou a densidade de plantas, principalmente no que se refere a
25
cultivar IAC Caiapó. As análises de regressão apresentadas nas Figuras 1 e 2 ilustram
os resultados da Tabela 2.
Tabela 2. Média
(1)
de altura e número de nós da haste principal de plantas de
amendoim, cultivares
Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu ST, cultivadas
em diferentes densidades.
Densidades Altura de plantas (cm) Número de nós da haste principal
(nº de plantas/m)
Runner IAC 886
IAC Caiapó
IAC Tatu-ST
Runner IAC 886
IAC Caiapó
IAC Tatu-ST
22 36,00 40,50 60,91 18,30 19,25 19,49
18 32,90 32,75 55,41 15,90 20,00 18,99
12 28,30 32,75 56,49 16,80 19,25 20,74
6 30,10 33,50 56,82 21,00 20,00 22,41
F 1,80
NS
1,69
NS
0,22
NS
2,80
NS
0,06
NS
0,40
NS
DMS 10,60 12,81 22,85 5,90 8,09 10,59
C.V.(%) 15,10 16,63 18,01
15,00 18,66 23,48
(1)
Médias de 4 repetições;
NS
Não significativo pelo Teste F;
Os resultados obtidos no presente trabalho estão de acordo com os obtidos por
CARNEIRO (2006), ROMANINI JUNIOR (2007) e PEIXOTO et al. (2008) que, embora
não tenham detectado diferenças estatísticas significativas nos resultados obtidos para
altura da haste principal, também verificaram que com a redução do número de plantas
por metro, houve decréscimo na altura da haste principal, provavelmente devido a
menor competição de luz. HEIFFIG (2000) relatou que a competição intraespecífica das
plantas pelos fatores do ambiente vai determinar o menor ou maior porte de planta, e
dessa forma, sob maiores densidades de plantas na linha, há menor disponibilidade de
produtos da fotossíntese para o crescimento vegetativo, sendo os fotoassimilados
destinados ao crescimento das plantas em altura. De acordo com PEIXOTO et al.
(2002), a densidade de plantas na linha é um fator modificador da arquitetura da planta
permitindo que estas se adaptem a diferentes condições.
26
y = 0,3983x + 26,05
R
2
= 0,6861
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
0 5 10 15 20 25
Densidades de plantas
Altura da haste principal
RUNNER
CAIAPÓ
TATU
Média (TATU)
Média (CAIAPÓ)
Linear (RUNNER)
Figura 1. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e a altura da
haste principal das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu ST.
y = 0,0567x
2
- 1,7696x + 29,644
R
2
= 0,9903
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
0 5 10 15 20 25
Densidades de plantas
Nº de nós da haste
principal
RUNNER
CAIAPÓ
TATU
Polinômio (RUNNER)
Média (TATU)
Média (CAIAPÓ)
Figura 2. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e o número de
nós da haste principal das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu
ST.
27
3.1.2. Número de ramificações primárias, comprimento e número de nós das
ramificações
Dentre as cultivares estudadas, a Runner IAC 886 foi influenciada pelas
densidades testadas, no que se refere ao número de ramificações primárias. Na menor
densidade testada, o número de ramificações foi maior, diferindo estatisticamente das
densidades 12 e 22 plantas/m. O ajuste da equação de regressão linear indica que com
a redução da densidade de plantas houve aumento do número de ramificações das
cultivares rasteiras (Figura 3). Independentemente das densidades de plantas
estudadas, observa-se maiores números de ramificações nas cultivares de porte
rasteiro (Tabela 3). Esta característica, além do porte rasteiro, facilita a inversão das
plantas durante o processo de colheita mecanizada, e, este aumento de ramificações
nas densidades menores de plantas, pode favorecer ainda mais a mecanização da
colheita.
Tabela 3. Número médio
(1)
de ramificações de amendoim, cultivares Runner IAC
886, IAC Caiapó e IAC Tatu ST, cultivadas em diferentes densidades.
Densidades Número de ramificações
(nº de plantas/m) Runner IAC 886 IAC Caiapó IAC Tatu-ST
22 6,00B
(2)
8,75 3,99
18 6,80AB 8,50 4,83
12 5,80B 9,50 4,33
6 10,00A 11,75 5,41
F 6,90* 2,60
NS
0,87
NS
DMS 3,30 4,05 2,92
C.V.(%) 21,10 19,05 28,49
* Significativo pelo Teste F ao nível de 5% de probabilidade;
NS
Não significativo pelo Teste F;
(1)
Médias de 4 repetições;
(2)
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem significativamente entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
Na Tabela 4 pode-se observar que a cultivar IAC Caiapó, cultivada em maiores
densidades, apresenta ramificações mais longas, embora não apresente aumento do
número de nós. Da mesma forma que ocorreu na haste principal (Tabela 2), houve a
28
formação de entrenós mais longos em densidades de plantas mais elevadas. A cultivar
ereta IAC Tatu ST, apresenta haste principal mais longa (Tabela 2), ramificações mais
longas e menores números de ramificações quando comparada às cultivares rasteiras
Runner IAC 886 e IAC Caiapó. Não foram detectadas diferenças estatísticas
significativas para número de nós das ramificações das cultivares semeadas em
diferentes densidades. Os resultados descritos foram submetidos a análise de
regressão, cujas curvas estão apresentadas nas Figuras 4 e 5.
CARNEIRO (2006), em experimento conduzido em Ribeirão Preto/SP, também
não observou diferenças estatísticas significativas para estas características na cultivar
Runner IAC 886 e relatou que as plantas de amendoim tendem a compensar o número
de ramificações em condições de menor competição pelos fatores limitantes como
água, luz e nutrientes.
Tabela 4. Média
(1)
do comprimento das ramificações e do número de nós das
ramificações de amendoim, cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC
Tatu ST, cultivadas em diferentes densidades de plantas
Densidades Comprimento das ramificações (cm) Número de nós das ramificações
(nº de plantas/m)
Runner IAC 886
IAC Caiapó
IAC Tatu-ST
Runner IAC 886
IAC Caiapó
IAC Tatu-ST
22 28,30 39,37 A
(2)
53,80 10,00 13,05 13,14
18 27,50 37,50 AB 49,78 9,10 13,50 13,38
12 26,50 34,25 AB 53,06 11,30 12,45 14,98
6 25,20 30,45 B 48,49 12,50 14,75 16,92
F 0,50
NS
4,25 * 0,26
NS
3,00
NS
1,19
NS
1,02
NS
DMS 8,50 8,39 21,99 3,80 3,94 7,60
C.V.(%) 14,30 10,73 19,40
16,00 13,27 23,57
* Significativo pelo Teste F ao nível de 5% de probabilidade;
NS
Não significativo pelo Teste F;
(1)
Médias de 4 repetições;
(2)
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem significativamente entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade
Os resultados obtidos para comprimento de ramos, estão de acordo com os
obtidos por ROMANINI JUNIOR (2007) e SILVA NETO (2007) que também não
observaram diferenças significativas para a cultivar Runner IAC 886 cultivada em
diferentes densidades de plantas. Esses resultados discordam dos obtidos por
29
BELLETINI e ENDO (2001), que estudando espaçamentos (30, 40, 50 e 60 cm
entrelinhas) e densidades (10, 15, 20 e 25 plantas por metro) verificaram que o
comprimento de ramos laterais, da cultivar ereta IAC Tatu Vermelho-53, obtido aos 100
dias após a emergência, foi influenciado pela densidade de plantas, sendo o efeito
linear decrescente, ou seja, em maiores densidades, menor comprimento de ramos.
Os resultados obtidos no presente trabalho estão de acordo com os obtidos por
ROMANINI JUNIOR (2007) que também não observou diferenças estatísticas
significativas para número de ramos por planta da cultivar Runner IAC 886 cultivada em
diferentes populações na região de Ribeirão Preto/SP (Latossolo Vermelho eutrófico) e
em Borborema/SP (Argissolo Vermelho-Amarelo eutrófico). O mesmo autor verificou
que ocorreu, acréscimo no número de ramos por planta com a redução de plantas por
hectare.
y = -0,1922x + 12,412
R
2
= 0,8273
y = -0,2088x + 10,178
R
2
= 0,5629
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
0 5 10 15 20 25
Densidades de plantas
Ramificações por planta
RUNNER
CAIAPÓ
TATU
Média (TATU)
Linear (CAIAPÓ)
Linear (RUNNER)
Figura 3. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e o número de
ramificações por planta das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC
Tatu ST.
30
y = 0,5583x + 27,297
R
2
= 0,9963
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
0 5 10 15 20 25
Densidades de plantas
Comprimento das
ramificações
RUNNER
CAIAPÓ
TATU
Média (RUNNER)
Média (TATU)
Linear (CAIAPÓ)
Figura 4. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e o
comprimento das ramificações por planta das cultivares Runner IAC 886,
IAC Caiapó e IAC Tatu ST.
y = -0,1881x + 13,452
R
2
= 0,7824
y = -0,2441x + 18,145
R
2
= 0,958
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
18,00
0 5 10 15 20 25
Densidades de plantas
de nós por ramificações
RUNNER
CAIAPÓ
TATU
Média (CAIAPÓ)
Linear (RUNNER)
Linear (TATU)
Figura 5. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e o número de
nós das ramificações das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu
ST.
31
3.2. Produtividade e rendimento
3.2.1. Massa e número de vagens por planta
Observa-se na Tabela 5 que plantas das cultivares testadas em menores
densidades, produzem maior número de vagens. Este número foi significativamente
maior na variedade IAC Caiapó, cultivada em menor densidade. Os menores números
de vagens obtidos nas maiores densidades foram compensados pelo maior número de
plantas nas cultivares Runner IAC 886 e IAC Caiapó, o que pode ser observado nos
valores de massa total de vagens/metro. Para massa de vagens, houve diferença
estatística significativa apenas entre a maior e a menor densidade testadas para a
cultivar IAC Tatu ST.
Tabela 5. Média
(1)
da massa total de vagens e do número de vage
ns por planta de
amendoim, cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu ST,
cultivadas em diferentes densidades de plantas.
Densidades
Massa total de vagens/metro de linha (g) Nº de vagens por planta
(nº de plantas/m)
Runner IAC 886
IAC Caiapó
IAC Tatu-ST
Runner IAC 886
IAC Caiapó
IAC Tatu-ST
22
212,70 362,12 123,42 A
(2)
12,10
24,25 B
(2)
7,63
18
222,10 383,39 112,84 AB 14,80
19,77 B 7,45
12
244,50 298,03 60,21 AB 25,90
24,91 B 8,99
6
187,00 313,35 38,89 B 31,60
56,92 A 11,21
F
0,70
NS
2,32
NS
5,31 * 3,60
NS
7,11 ** 1,83
NS
DMS
125,99 116,64 78,17 21,60
28,37 5,68
C.V.(%)
26,30 15,56 42,19
46,30
40,81 29,14
** Significativo pelo Teste F ao nível de 1% de probabilidade;
* Significativo pelo Teste F ao nível de 5% de probabilidade;
NS
Não significativo pelo Teste F;
(1)
Médias de 4 repetições;
(2)
Médias seguidas pelas mesmas letras, na coluna, não diferem significativamente entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade
NAKAGAWA et al. (1983, 1994, 2000), GONÇALVES et al. (2004), CARNEIRO
(2006), SILVA NETO (2007) obtiveram resultados semelhantes aos do presente
32
trabalho em relação ao número de vagens/planta, sendo que os maiores valores são
obtidos nas menores densidades. Segundo COOLBEAR (1994) e GONÇALVES (2004)
um maior número de vagens em menores populações ocorre devido a menor
competição entre plantas, resultando em maior disponibilidade dos fatores de produção.
ARF et al. (1991) não observaram diferenças significativas em relação à produção de
vagens e de sementes da cultivar Runner IAC 886 entre as densidades de plantas
testadas.
Observa-se na Figura 6, que a massa de vagens por metro colhido de linha
apresenta aumento linear a medida que se aumentam as densidades de plantas nas
cultivares IAC Tatu ST e IAC Caiapó. Houve redução linear do número de vagens por
planta a medida que as três cultivares testadas foram cultivadas em maiores
densidades de plantas (Figura 7).
y = 5,7109x + 1,0322
R
2
= 0,9615
y = 4,4164x + 275,18
R
2
= 0,5922
0,00
50,00
100,00
150,00
200,00
250,00
300,00
350,00
400,00
450,00
0 5 10 15 20 25
Densidades de plantas
Massa total de vagens
RUNNER
CAIAPÓ
TATU
Linear (TATU)
Média (RUNNER)
Linear (CAIAPÓ)
Figura 6. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e a massa total
de vagens no metro de linha colhido das cultivares Runner IAC 886, IAC
Caiapó e IAC Tatu ST.
33
y = -0,2344x + 12,219
R
2
= 0,8942
y = -2,007x + 60,564
R
2
= 0,673
y = -1,298x + 39,92
R
2
= 0,9751
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
0 5 10 15 20 25
Densidades de plantas
Vagens por planta
RUNNER
CAIAPÓ
TATU
Linear (TATU)
Linear (CAIAPÓ)
Linear (RUNNER)
Figura 7. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e o número de
vagens por planta no metro de linha colhido das cultivares Runner IAC 886,
IAC Caiapó e IAC Tatu ST.
3.2.2. Produtividade
Observa-se na Tabela 6 que houve diferenças estatísticas significativas para
produtividade da cultivar IAC Tatu ST. Embora a produção de vagens por planta tenha
sido maior na menor densidade, as maiores produtividades são obtidas nas maiores
populações. A cultivar ereta apresentou a menor produtividade entre as três estudadas,
provavelmente devido ao seu menor potencial produtivo, ciclo mais curto que coincidiu
com o período chuvoso e alta suscetibilidade as doenças foliares. A equação de
regressão indica aumento linear na produtividade das cultivares IAC Tatu ST e IAC
Caiapó quando cultivadas em maiores densidades (Figura 8).
NAKAGAWA et al. (1977), trabalhando com a cultivar Tatu Vermelho-53,
com espaçamentos de linhas simples e conjugadas, e três doses de NPK, encontraram
diferenças altamente significativas entre os espaçamentos, obtendo-se maiores
produtividades de amendoim por hectare, no espaçamento de linhas simples.
34
Tabela 6. Produtividade Média
(1)
de amendoim em casca (kg/ha), cultivares
Runner
IAC 886, IAC Caiapó e IAC Tatu ST, cultivadas em diferentes densidades
de plantas.
Densidades Produtividade em kg por hectare
(nº de plantas/m) Runner IAC 886 IAC Caiapó IAC Tatu-ST
22 2363,90 4023,96 1371,33 A
(2)
18 2467,20 4259,88 1253,85 AB
12 2716,40 3311,52 669,02 AB
6 2077,80 3481,74 432,16 B
F 0,70
NS
2,32
NS
5,31 *
DMS 1399,90 1296,04 868,66
C.V.(%) 26,30 15,56 42,19
* Significativo pelo Teste F ao nível de 5% de probabilidade;
NS
Não significativo pelo Teste F;
(1)
Médias de 4 repetições;
(2)
Médias seguidas pelas mesmas letras, na coluna, não diferem significativamente entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade
Os resultados obtidos no presente trabalho estão de acordo com os obtidos por
CARNEIRO (2006), que também o observou diferenças estatísticas significativas em
relação à produtividade de amendoim em casca (kg/ha) por espaçamento, número de
plantas por metro na linha e para a interação entre espaçamento e número de plantas
por metro da cultivar Runner IAC 886.
ROMANINI JUNIOR (2007) observou que a produtividade de vagens da cultivar
Runner IAC 886 foi influenciada pelo espaçamento, onde as linhas duplas obtiveram
produtividade de 2912 kg/ha, enquanto que as linhas simples obtiveram produtividade
de 2621 kg/ ha, portanto as linhas duplas proporcionaram produtividade 11,1% superior
ao espaçamento linha simples.
Os resultados obtidos no presente trabalho estão de acordo com os obtidos por
SILVA NETO (2007), que também observou diferenças estatísticas significativas entre
os tratamentos testados para produtividade do amendoim em casca da cultivar IAC Tatu
ST, onde os tratamentos linhas conjugadas (17+17) e (14+14) na safra de 2004/05 e,
(11+11) e (20+20) na safra de 2005/06 apresentaram maiores produtividades.
As produtividades obtidas no presente trabalho, independente das populações
testadas foram baixas para as três cultivares. Estas apresentam um potencial produtivo
maior (4.000kg/ha para IAC Tatu ST e 6.000 kg/ha para Runner IAC 886 e IAC Caiapó),
35
GODOY et al. (1999). As baixas produtividades, provavelmente ocorreram em virtude
de altas precipitações ocorridas nos meses de verão do ano agrícola 2006/2007,
conforme dados meteorológicos apresentados na Tabela 1. No período que
compreendeu meados de dezembro a meados de fevereiro (cerca de 60 dias) choveu
todos os dias, permanecendo o dia nublado. Essa condição climática não favorece boas
produtividades, favorece a ocorrência de verrugose e cercosporioses e dificulta a
realização das pulverizações visando o controle de pragas e doenças. A desfolha
observada no experimento, decorrente da alta incidência de cercosporioses observada,
pode ter sido um dos principais fatores que interferiu na produtividade.
y = 63,453x + 11,527
R
2
= 0,9614
y = 49,086x + 3057,5
R
2
= 0,5925
0,00
500,00
1000,00
1500,00
2000,00
2500,00
3000,00
3500,00
4000,00
4500,00
0 5 10 15 20 25
Densidades de plantas
Produtividade
RUNNER
CAIAPÓ
TATU
Média (RUNNER)
Linear (TATU)
Linear (CAIAPÓ)
Figura 8. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e a
produtividade em kg por hectare das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó
e IAC Tatu ST.
3.2.3. Rendimento de grão
Na Tabela 7, pode-se observar que o rendimento das cultivares rasteiras não foi
influenciado pelas densidades de plantas testadas. A cultivar IAC Tatu ST apresentou
baixos rendimentos nas diferentes densidades de plantas testadas, além de baixa
produtividade de amendoim em casca (Tabela 6), decorrentes das condições climáticas
36
desfavoráveis que ocorreram no período de cultivo. A cultivar Runner IAC 886
apresentou maior rendimento na densidade de 12 plantas/m, não diferindo das
densidades de 6 plantas/m e 22 plantas/m. Os resultados descritos foram submetidos a
análise de regressão, cujas equações estão apresentadas na Figura 9.
CARNEIRO (2006) não observou diferenças estatísticas significativas na cultivar
Runner IAC 886 quanto ao rendimento percentual de grãos, apresentando 21,38% de
casca em média, que corresponde a 19,65kg de grãos por saco de 25 kg de amendoim
em casca.
ROMANINI JUNIOR (2007) observou que o rendimento em relação da cultivar
Runner IAC 886, entre a produção de grãos e produção de vagens, não foi influenciado
pelas diferentes populações estudadas, apresentando média de 78,23%.
Tabela 7. Rendimento médio
(1)
de grãos do amendoim (em porcentagem e k
g de
grãos/saco de 25 kg de amendoim em casca), cultivares
Runner IAC 886,
IAC Caiapó e IAC Tatu ST, cultivadas em diferentes densidades de
plantas.
Densidades Rendimento (%) Rendimento (kg/saco de 25 kg)
(nº de plantas/m)
Runner IAC 886
IAC Caiapó
IAC Tatu-ST
Runner IAC 886
IAC Caiapó
IAC Tatu-ST
22 74,90 AB
(2)
70,88 59,40 18,70 AB
(2)
17,72 14,85
18 73,90 B 74,75 57,51 18,50 B 18,69 14,38
12 77,60 A 71,66 48,32 19,40 A 17,91 12,07
6 74,90 AB 70,97 44,26 18,70 AB 17,74 11,06
F 5,10* 1,04
NS
2,52
NS
5,10* 1,04
NS
2,53
NS
DMS 3,10 7,89 20,22 0,80 1,97 5,05
C.V.(%) 1,90 4,95 17,48
1,90 4,95 17,48
* Significativo pelo Teste F ao nível de 5% de probabilidade;
NS
Não significativo pelo Teste F;
(1)
Médias de 4 repetições;
(2)
Médias seguidas pelas mesmas letras, na coluna, não diferem significativamente entre si pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade
37
y = -1,3748x
2
+ 38,765x - 184,65
R
2
= 0,9872
y = 1,0189x + 37,599
R
2
= 0,9657
-10,00
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
100,00
0 5 10 15 20 25
Densidades de plantas
Rendimento
RUNNER
CAIAPÓ
TATU
Média (CAIAPÓ)
Polinômio (RUNNER)
Linear (TATU)
Figura 9. Análise de regressão entre as densidades de plantas testadas e a
porcentagem de rendimento das cultivares Runner IAC 886, IAC Caiapó e
IAC Tatu ST.
Conclusão
Os resultados obtidos permitem concluir que:
as características relacionadas ao crescimento vegetativo foram pouco
influenciadas pelas densidades de plantas. A cultivar Runner IAC 886
apresentou maior número de ramificações na menor densidade de plantas e a
IAC Caiapó, apresentou maior comprimento de ramificações na maior densidade
de plantas.
dentre as características relacionadas à produtividade, a mais afetada pela
densidade de plantas foi o número de vagens por planta. A cultivar IAC Caia
apresentou maior número de vagens por planta na menor densidade testada. A
cultivar Runner IAC 886 e a IAC Caiapó apresentaram produtividades
semelhantes nas diferentes densidades testadas e a IAC Tatu ST, maiores
produtividades nas maiores densidades de plantas.
38
a melhor densidade de plantas a ser utilizada para as cultivares rasteiras Runner
IAC 886 e a IAC Caiapó foi a de 18 plantas/metro, em que se obtiveram as
melhores produtividades. Para a cultivar ereta IAC Tatu-ST a melhor
produtividade ocorreu na densidade de 22 plantas/metro.
39
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48
D
I
S
S.
/
B
U
L
G
A
R
E
L
L
I
E.
M.
B.
2
0
0
8
Bulgarelli, Elisangela Maria Bernal
B933c Caracterização de variedades de amendoim cultivadas em
diferentes populações / Elisangela Maria Bernal Bulgarelli.
Jaboticabal, 2008
xii, 47 f. : il. ; 28 cm
Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, 2008
Orientadora: Maria Aparecida Pessôa da Cruz Centurion
Banca examinadora: João Carlos de Oliveira, Ivana Marino
Bárbaro
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Densidade de plantas. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências
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CDU 633.368
Ficha catalográfica elaborada pela Seção Técnica de Aquisição e Tratamento da Informação – Serviço
Técnico de Biblioteca e Documentação - UNESP, Câmpus de Jaboticabal.
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