sua duração e intensidade podem ser definitivos no ganho de carbono para as plantas que
vivem neste ambiente (Pearcy, 1987; Chazdon & Pearcy, 1991). Além disso, a arquitetura do
dossel também contribui na quantidade de luz que chega ao sub-bosque (Kabakoff &
Chazdon, 1996), portanto, esta heterogeneidade luminosa pode afetar as plantas de diferentes
maneiras (Chazdon & Fetcher, 1984; Chazdon, 1986).
Alguns autores mencionam a luminosidade como o fator mais importante a influenciar
e/ou limitar o crescimento e sobrevivência das plantas (Denslow, 1987; Chazdon, 1988;
Denslow et al., 1990), principalmente em ambientes sombreados (Fredeen & Field, 1996).
Alguns trabalhos dedicados à compreensão da dinâmica de plantas de sub-bosque mostraram
que aumentos na quantidade de luz foram a causa de aumento da abundância (Smith, 1987;
Costa & Magnusson, 2002), crescimento, reprodução, longevidade foliar e alocação de
biomassa (Bentley, 1979; Chazdon, 1986; Smith, 1987; Elemans, 2004) de espécies
herbáceas. O aumento da incidência luminosa pode também aumentar a taxa fotossintética e,
conseqüentemente, aumento no ganho de carbono (Chazdon, 1986, Mulkey, 1986), além de
alterar o padrão de alocação de biomassa em plantas de diferentes requerimentos luminosos
(Elemans, 2004). Em ambientes de clareiras já foram constatadas maior produção e troca de
folhas em herbáceas de sub-bosque (Bentley, 1979; Mulkey et al., 1991) e maior biomassa de
folhas em plântulas de espécies arbóreas (Montgomery & Chazdon, 2002). Quando expostas
às condições de clareiras, plantas de sub-bosque podem apresentar um rápido crescimento
(Mulkey, 1986) e colonização devido a indivíduos pouco desenvolvidos que já estavam no
local e que crescem sob a nova condição de luz (Smith, 1987).
No entanto, os requerimentos de luz de cada espécie variam, de acordo com sua
história de vida (Crawley, 1986), o que pode provocar diferentes efeitos da luz sobre as
plantas. Quando a intensidade e a duração da luz excedem a quantidade requerida por uma
planta, esta atinge seu ponto de saturação, onde não há mais aumento da taxa fotossintética,
que passa a ser constante (Marenco & Lopes, 2005). Portanto, o aumento da intensidade
luminosa pode aumentar o estresse fisiológico em plantas com baixos níveis de saturação.
Plantas tolerantes à sombra crescendo em clareiras podem apresentar maior grau de
fotoinibição (Araus & Hogan, 1994), também observado durante um experimento em uma
floresta tropical, onde houve um rápido decréscimo no rendimento da fotossíntese (F
v
/F
m
) em
poucas horas de exposição a altos níveis de luz (Lovelock et al., 1994). Este efeito também
pôde ser observado em outros tipos de florestas (Lemos-Filho, 2000). Em geral, existe uma
relação entre um ponto alto de saturação e um ponto baixo de compensação: uma planta capaz