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1. Quod home, in vita praesenti,
tantum et talem perfectionis
gradum potest acquirere quod
reddetur penitus iimpeccabilis et
amplius in gratia proficere, posset
aliquis Christo perfectior inveniri.
(1) O homem na vida presente
adquirir tal grau de perfeição que se
torne absolutamente impecável e nem
mais possa progredir na graça. Do
contrário, dizem, se alguém pudesse
sempre progredir, poder-se-ia
encontrar um mais perfeito que Cristo.
2. Quod jejunare non oportet
hominem nec orare, postquam
grandum perfectionis hujusmodi
fuerit assecutus, quia tunc
senssualitas est ita perfecte
spiritui et rationi subjecta quod
homo potest libere corpori
concedere quidquid placet.
(2) Conseguindo tal grau de perfeição
o homem não tem mais necessidade
nem de jejuar, nem de rezar, pois
agora os sentidos estão sujeitos tão
perfeitamente ao espírito e à razão
que o homem pode conceder
livremente ao corpo aquilo que lhe
agrada.
3. Quod illi, Qui sunt in praedicto
gradu perfectionis et spiritu
libertatis, non sunt humanae
subjecti obedientiae, nec ad
aliqua praecepta Eccle siae
obligantur quia, ut asserunt, ub
spiritus Domini ib libertas.
(3) Aqueles que se encontram nesse
grau de perfeição nesse espírito de
liberdade não são sujeitos a nenhuma
autoridade humana, nem obrigados a
algum preceito da Igreja, porque,
como afirmam, “onde há o espírito do
Senhor, há a liberdade”.
4 Quod homo potest ita finalem
beatitudinem, secundum omnem
gradum perfectionis, in praesenti,
assequi sicut eam in vita obtinebit
beata.
(4) O homem pode receber na vida
presente a beatitude definitiva
segundo todos os graus de perfeição,
como a obterá na vida bem-
aventurada.
5.Quod quaelibet intellectualis
natura in seipsa naturaliter est
beata, quodque anima nom
indiget lumine gloriae ipsam
elevante ad Deum videndum et
eo beate fruendum.
(5) Cada natureza intelectiva é bem-
aventurada naturalmente em si
mesma, e para ver Deus e para gozá-
lo na beatitude da alma não tem
necessidade da lua da glória que a
eleve.
6. Quod se in actibus exercere
virtutum est hominis imperpecti, et
perfecta anima licentiat a se
virtutes.
(6) Exercitar-se na virtude é próprio do
homem imperfeito, e a alma perfeita
não tem necessidade disso.
7. Quod mulieribus osculum, cum
ad hoc natura non inclinet, est
mortale peccatum; actus autem
carnalis, cum ad hoc inclinet,
peccatum nom est, maxime cum
tentatur exercens
(7) Beijar uma mulher é pecado
mortal, já que a natureza não inclina
para isso, mas o ato carnal, já que a
isso a natureza se inclina, não é
pecado, especialmente quando quem
o exerce é tentado.