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um novo paradigma, em que a competição passa pelo potencial desenvolvido por toda a
cadeia.
Assim, o objetivo de formar um relacionamento de cooperação entre os membros da
cadeia de suprimentos busca o aumento da competitividade do canal como um todo. Isso
ocorre a partir de dois princípios básicos (BOWERSOX; CLOSS, 2001): primeiro a convicção
de que a cooperação irá reduzir custos, riscos e aprimorar a eficiência dos processos e segundo a
busca na redução da formação de estoques na cadeia, eliminando o trabalho inútil e duplicado.
A cooperação aumentaria as informações compartilhadas (tanto comerciais, quanto
estratégicas), permitindo que as empresas fizessem o certo de uma maneira mais rápida e
eficiente. Em relação aos estoques, com as trocas de informações e planejamento, as empresas
podem eliminar ou reduzir significamente o risco de estocagem dos seus produtos. A
determinação do estoque passa a ser por motivos econômicos e de serviço e não mais por
formas preventivas e tradicionais (BOWERSOX; CLOSS, 2001).
Na busca de compreender o funcionamento desses acordos entre as empresas
Bowersox e Closs (2001) citam três conceitos importantes: risco, poder e liderança. O risco é
variável dentro da cadeia, pois algumas empresas dependem mais do sucesso do canal do que
outras. Isso faz com que essas empresas tenham um maior risco e assumam papéis mais ativos
e responsáveis pela viabilização do canal. As empresas com maior poder relativo possuem a
prerrogativa de serem pró-ativas nas iniciativas de cooperação e, ao mesmo tempo, serem
receptivas a mudanças. As cadeias de suprimento, tanto quanto as organizações, precisam de
líderes. O papel de líder pode variar bastante ao longo da cadeia, podendo ser da empresa
maior em tamanho, da empresa que iniciou o relacionamento, da que possui o maior poder
econômico, da que possui a preferência do consumidor, entre outros. O papel da liderança na
cadeia é assegurar que as funções essenciais à integração sejam executadas e que sejam
criados acordos de absorção e eliminação de funções entre as empresas membros do canal.
Contudo, o sucesso de relacionamentos dentro da cadeia de suprimentos depende da
superação de diversos obstáculos como, por exemplo, a falta de comunicação, o baixo nível
de confiança, a resistência a mudanças, as diferenças nas culturas organizacionais, sistemas
incompatíveis, formatos de dados incompatíveis, produtos de baixo giro, entre outros.
Por isso, foram determinados oito critérios que, quando satisfeitos, criam
relacionamentos de sucesso entre as organizações na cadeia de suprimentos (BOWERSOX;
CLOSS 2001): excelência individual (parceiros fortes e com capacidade para contribuir),
importância (metas a longo prazo em que o relacionamento desempenha um papel-chave),
interdependência (empresas com ativos e habilidades complementares), investimento