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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
PÓS-GRADUAÇÃO EM IMUNOLOGIA BÁSICA E APLICADA
CONTRIBUIÇÕES AO ESTUDO DA
HISTOPLASMOSE
EXPERIMENTAL MURINA
Anderson de Sá Nunes
Ribeirão Preto – SP
-2004-
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Anderson de Sá Nunes
CONTRIBUIÇÕES AO ESTUDO DA
HISTOPLASMOSE EXPERIMENTAL
MURINA
Tese Apresentada à Faculdade de Medicina
de Ribeirão Preto, Universidade de São
Paulo, para Obtenção do Grau de Doutor em
Imunologia Básica e Aplicada.
Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Helena Faccioli
Ribeirão Preto – SP
- 2004-
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FICHA CATALOGRÁFICA
Nunes, Anderson de Sá
Contribuições ao
estudo da
histoplasmose
experimental murina.
Ribeirão Preto, 2004.
161 p. : il. ; 30cm
Tese de doutorado,
apresentada à Faculdade
de Medicina de Ribeirão
Preto/USP – Área de
Concentração: Imunologia
Básica e Aplicada.
Orientadora: Faccioli, Lúcia Helena.
1. Histoplasma capsulatum. 2. vacina. 3. neutrófilos. 4.
eosinófilos.
Não sou insensível à beleza natural,
mas minhas alegrias emocionais estão
centradas nas obras improváveis e
todavia às vezes maravilhosas, desse
minúsculo e acidental ramo evolutivo
chamado Homo sapiens
Stephen Jay Gould
em “Viva o Brontossauro”
Agradecimentos
“Uma pequena história na imunologia”
Minha relação com a ciência mantém uma íntima associação com os desenhos
animados e com os quadrinhos. Lembro que meu primeiro contato com a ciência, embora
empírico, foi após ter assistido um antigo desenho do Homem de Ferro da Marvel Comics.
Em um dos episódios, esse herói enfrentou um vilão capaz de congelar pessoas, animais e
objetos. Durante uma de suas experiências, o vilão congelou um gato e ao descongelá-lo,
percebeu que não somente o animal estava vivo, como não havia envelhecido. Mas como todos
os vilões, resolveu usar esse conhecimento para o “mal”. A partir daí, resolvi eu mesmo
fazer meus “experimentos”, congelando moscas vivas no congelador da geladeira de casa.
Até hoje lembro a surpresa de minha mãe quando, ao limpar essa mesma geladeira semanas
depois, encontrou um cemitério de moscas no congelador. Graças à sua compreensão
materna e a uma boa conversa, ela soube entender os motivos de uma criança de 6 anos e,
pacientemente, explicou-me que nem tudo que aparecia na televisão poderia e/ou deveria ser
reproduzido na vida real. E é claro, as moscas estavam mortas, para minha frustração! Meu
ímpeto pseudocientífico ficou latente até que descobri que a cera de uma vela derretida
poderia ser um bom conservante de insetos (havia criado meu próprio âmbar!), se não fosse
o pequeno inconveniente de matá-las também. Porém essa é uma outra história.
Anos depois, após uma tentativa frustrada no vestibular para medicina, resolvi
prestar a prova da VUNESP para o curso de Ciências Biológicas – Modalidade Médica da
UNESP de Botucatu, mesmo sem saber exatamente do que tratava tal curso e sequer onde
ficava essa cidade do interior (um mal de muitos paulistanos). Durante a matrícula, descobri
uma série de “rituais” pelos quais os calouros passam ao entrarem na universidade. Primeiro,
o “batizado” onde recebi de meu padrinho TG o nome de Homer Simpson, por meio do qual
muitas pessoas me conhecem. Segundo, ganhei o corte de cabelo característico do
personagem (corte este que está voltando naturalmente com a idade) e isso acabou sendo o
meu retorno aos quadrinhos e desenhos animados. Esse retorno foi tão intenso, que durante
o tempo em que participei do Centro Acadêmico “V de Junho” (CAVJ) criei os “Cavaleiros
Dionisíacos”, juntamente com os inesquecíveis amigos Magal, Rapel, Meleka e Prendado,
uma paródia ao desenho “Cavaleiros do Zodíaco”, televisionado nessa época. Nossos
personagens lutavam contra as “injustiças” dos departamentos do Instituto de Biociências
de Botucatu e renderam mais de dois anos de quadrinhos no Biossíntese o jornal do nosso
curso. Nos quatro anos de graduação, após uma fase inicial de difícil adaptação e pouco
dinheiro, não posso esquecer as grandes amizades que fiz tanto em minha turma, a XXX,
quanto em outras turmas. Puta, Flato, Baratox, Paula, Carol, Púbis, Traíra, Xenga,
Kanabis, Ploft e Baffo, Monócito, Sem-Noção, Boca, Sucrilhos, Xipoca, Trolho, Tança,
Simprão, Babão, Fosseta, Bozó, Broto, Suspiro, Dandão e Cipó, dentre outros, fizeram
parte do meu dia-a-dia, seja nas reuniões do “Centro Acadêmico V de Junho” (CAVJ) ou
da Congregação, seja nas comissões organizadoras da Semana da Bio ou nas Interbios,
seja na comissão de formatura ou nas festas. Nunca vou esquecer os momentos que
passamos juntos, estudando de madrugada, no Bar do Bigode, ou mesmo amanhecendo na
igrejinha de Rubião Jr., tomando café no Restaurante Universitário (Lessefer) e
almoçando com o mestre das sinapomorfias, Prof. Bernardi e com Seu Alônsio (
in
memorian
), após uma noitada de bebedeira. Também não posso esquecer as experiências
pessoais que tive durante esses anos de graduação, as conversas salvadoras com a Profa.
Irani, o estágio no Departamento de Educação como bolsista do Programa de Apoio ao
Estudante (PAE) e no Departamento de Física e Biofísica, as aulas que ministrei à noite
nas Escolas Estaduais “Sophia Grabiel” da COHAB e “Angelino de Oliveira” do Bairro e as
atividades do Programa Especial de Treinamento (PET) sob tutoria da Profa. Yuriko. Mas
meu despertar para a imunologia só aconteceu no final do segundo ano, após as aulas do
Prof. José Maurício Sforcin, que acabou se tornando meu orientador e amigo. Durante o
ano em que fiz minha monografia no Departamento de Microbiologia e Imunologia, tive o
prazer de conhecer os técnicos Lourdes, Luiz, e, os alunos de pós-graduação Sueli,
Cristiane, Renata e alguns professores que muito me ensinaram e incentivaram a decidir
pela carreira acadêmica: Profs. Ângela, Silvão, Ramon, Teresinha, Ary, Eduardo Bagagli
e em especial, Profa. Alexandrina Sartori que me apresentou à Prof. Lúcia Helena
Faccioli, durante o congresso da Sociedade Brasileira de Imunologia no final de 1997, que
mais tarde viria a se tornar minha orientadora de mestrado e doutorado.
A transição de Botucatu para Ribeirão Preto, onde fiz minha pós-graduação, teve
altos e baixos. A incerteza inicial sobre a bolsa e a distância dos amigos pesou muito. Mas
felizmente nessa fase conheci as moradoras da república da grande amiga Andréia: Giziane,
Alessandra de Barretos, Carol e Luciana, minhas primeiras amigas nessa cidade. Mais
tarde, conheci a Alessandra Cecchini, Alessandra Herling e Tatiane Vargaftig, que
também se tornaram grandes amigas e que juntamente comigo, com a Giziane e com a
Andréia formamos o sexyteto, que mais tarde tornou-se o septyteto com a chegada da
Silvia. A recepção no laboratório também foi um fator decisivo à minha adaptação. A
compreensão, incentivo e respeito de minha orientadora, Profa. Lúcia Helena Faccioli, o
apoio da Adriana que conseguiu um lugar para eu morar, a Fernanda com seu jeito
descontraído de aproveitar a vida e a Lucinha com a qual até hoje discordo em quase tudo,
representaram um ótimo começo no laboratório. Nesses 6 anos e meio, muitas pessoas
chegaram e se foram no laboratório: Tito, Alexandre, Juliana, Márcia, Liandra, Gustavo,
Gláucia e Jorge. Outras chegaram e ficaram: Eleuza, Alexandre, Camila, Mix, Dani
Carlos, Rosane, Beto, Walter, Dani de Franca, Érica e Carlos. Com a transferência do
laboratório para a Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto conheci o
professor e amigo Auro Nomizo, com quem as discussões imunológicas e os elogios ao meu
desempenho como aluno e professor, nunca irei esquecer. E finalmente Alexandra Ivo de
Medeiros (Xan), uma pessoa que me acolheu em seu coração desde que nos conhecemos em
Mangaratiba no Congresso da SBI (quando você se “interessou” pelo meu pôster a pedido
da Lúcia). O tempo passa e continuo não encontrando palavras para descrever seu carinho,
amizade, conforto, compreensão e companhia em tudo que passamos juntos seja nos
momentos alegres, nos difíceis e é claro, na bancada quando trabalhamos a “4 mãos”. Você é
insubstituível minha segunda irmã!!! Do meu segundo laboratório, o Centro de Pesquisas em
Tuberculose, também tenho a agradecer o Prof. Célio Lopes Silva pela confiança, por me
acolher com carinho e permitir o uso da sala de biosegurança NSB3 (P3) onde se realizaram
os experimentos com o
Histoplasma capsulatum
. A todos que conheci nesse laboratório e no
laboratório da Profa. Vânia: Iza, Ana Paula Masson, Ana Paula Trombone, Sandra,
Eduardo, Rubinho, Rogério (Winby), Maristela, Carlos Rodrigo (Cacá), Ana Olívia,
Karla, Beraba e Zelão agradeço pela convivência.
A pós-graduação também se mostrou um lugar de muito aprendizado. A convivência
em meus primeiros anos com amigos que hoje são pós-doutorandos ou mesmo professores;
Marcelo Baruffi, Ademilson, Arlete, Vânia, Jeanne e Jane; foi essencial para a
consolidação do meu conhecimento científico e senso crítico. Tenho saudade das disciplinas
com Marquinhos, Diane, Tasso, Weber, Glauce, Marta, Bia, Fabiana e Homero, dos
“happy hour” com a Gabi, Ana Paula Campanelli e Laci e dos “Journal Club” com Trança,
Gustavo, Ita, Sérgio e outros. Tenho que agradecer duplamente aos professores Maria
Cristina Roque Antunes Barreira, José Elpídio Barbosa, Eduardo Antonio Donadi, Luisa
Karla de Paula Arruda, Vanderlei Rodrigues, Yara Maria Luciano Valim, Eurico Arruda
Neto, Francisco Juarez Ramalho Pinto e todos aqueles que convivi e participei das
disciplinas. A alguns de vocês, por serem um exemplo de humildade e de como ser e agir de
forma digna, correta e ética, me inspiram e me tornam uma pessoa melhor. Aos outros, por
me mostrarem que quanto mais intelectualizado um ser humano se torna, mais suscetível a
arrogância, a intransigência e a luta desenfreada pelo poder ele pode se tornar,
características das quais procuro me afastar. À área de Pós-graduação em Imunologia
Básica e Aplicada, gostaria de agradecer a oportunidade de ter sido aluno desse curso tão
respeitado. Particularmente, ao seu coordenador, Prof. João Santana da Silva agradeço
pela presença inspiradora em nossa pós-graduação, confiança em minha pessoa e auxílio
fundamental na busca por laboratórios para realização de meu pós-doutoramento no
exterior. Talvez para sua carreira minha defesa represente apenas 20 pontos, mas para
minha carreira que começa agora, sua pessoa representa muito mais do que uma publicação
na Nature Immunology (quem sabe um dia?). Em especial, gostaria de agradecer a querida
secretária Ana Cristine S. Ferreira pela competência e dedicação à nossa pós-graduação.
(quem sabe agora que estou me tornando doutor você me deixa namorar sua filha!!!).
Mas não somente de trabalho e estudo se vive. Pude desfrutar de muitas coisas boas
que a vida oferece e da companhia de muitos colegas e amigos. Os retornos a Botucatu,
primeiro para as iniciações dos bixos e outras festas e mais tarde como ministrante de
cursos na Semana da Bio, foram oportunidades de conhecer as novas gerações dos meus “bixos”,
dentre eles Sabão, Sula, Zero, Truta e outros, que de uma forma ou de outra, continuam nosso
trabalho com o mesmo entusiasmo e idealismo. Grandes amizades de infância se mantiveram em
São Paulo, como o Anselmo, Zuê, Juninho, Gustavo e Brito. Outras surgiram no ambiente da
Filô: Doidinho, Saulo, Winby, Peludo, Brunão, Fernandex, Leandrão e Carol, são
exemplos vivos de que há sempre um grupo de afinidade (e bebedeira) por onde quer que
passamos. E quando alguém de fora de Ribeirão me perguntar sobre o Pingüim, vou sempre
responder que você pelo preço de dois chopps, você pode tomar uma garrafa de Skol gelada
acompanhada de um
espetinho com farofa, mandioca e vinagrete no Bar do Silvão (e ainda
sobra umas moedas para tomar de pinga). E quando meus amigos contemporâneos (leia-se 30
anos) quiserem sair, vou dizer que no Geórgia pessoas animadas da nossa idade e às
sextas sempre toca Pb Messias. Os companheiros da primeira república em Ribeirão,
André, Ricardo, Marcão, Nelsinho, Givanildo e Capiau serão sempre lembrados. Os anos
agradáveis dividindo apartamento, conversas científicas, não-científicas, bifes com
shoyu, feijão com linguiça, arroz queimado no fundo e um pouquinho de alface com o grande
amigo Sandro também nunca serão esquecidos. A forma como você, o amigo e companheiro
da noite Fábio Galetti e o mais novo amigo Matheus (Xuxa) me acolheram sua nova casa, me
mostra a cada dia que podemos realmente contar com os amigos (fiz uma média, hein
miguinhos?). Os apetitosos jantares temáticos com o septyteto, Gustavo e Alice, seu filho
João e nossos acompanhantes, também sempre me mostram o valor da amizade que dura ao
tempo. E esses “bares da vida” foram ocasiões onde tive o prazer de conhecer muitas
pessoas: Suzana (Med), Sirlei (RP), Carol (RP), Simone (FEA), Fabiana (JS), Isabela
(São Carlos), Juliana (Farma-71), Priscila (Farma-72), Karina (Farma-74), Daniela
(Farma-75), Denise (Chapinha), Camile (PG-Farma), Corinna, Drous (Filô), Loreal (Btu),
Calota (Btu), Thais (Psico), Érica (UNAERP), Shirlei (FeSBE), Pateta (Btu), Q (Btu),
Xakota (Btu), Ih-Fudeu (Btu), Christiane (Farmaco), Voltinha (Btu), Fabíola (Floripa),
Kelly (Btu).; e passar alguns momentos inesquecíveis com outras pessoas muito especiais:
Ana Luisa, Fabiani, Sueli, Jane, Karime, Célia, Elayne, Roberta (CCAA), Roberta (RJ),
Babete, Joana, Fernanda, Luciane, Fabíola, Luciana, Traíra, Carol, Andresa
(Piracicaba), Denise (Med), Paula, Valéria, Ana Lúcia, Alessandra (LT), Alessandra
(BT), Daniela e Giana.
Em alguns momentos da vida, o coração nos chama para uma conversa em particular.
Paula Carolina, eu lhe sou grato por mostrar que, independentemente do que passamos na
vida, é sempre possível gostar novamente. Desejo que você seja muito feliz. Daniele Aguiar,
você tem sido a surpresa boa e inesperada que me apóia nessa fase de tantas incertezas e
definições.
Minha família é o pilar que tem sustentado todo o peso do meu idealismo,
intransigências e das escolhas que fiz até o momento. Agradeço aos meus pais Adelino
Correia Nunes e Vera Lúcia de Sá Nunes pelo amor incondicional, por tudo que fizeram
por mim e pelos valores morais que aprendi (ou herdei) de vocês e que incorporei em minha
personalidade. Aos meus irmãos, Viviane Cristine de Sá Nunes e Alisson de Sá Nunes pela
união que a maturidade nos trouxe e por serem esses irmãos tão queridos que sempre me
perguntam “mas você gosta tanto de estudar, quando é que vai trabalhar?”. Minha sobrinha
Victória Cristina Nunes Gallindo, a coisa mais linda que existe, que me faz otimista e
acreditar num futuro melhor para esse mundo, apesar de todas as guerras e desigualdades.
Aos padrinhos, tios, tias, primos, primas e outros familiares, que são tantos que eu
necessitaria de outro volume somente para agradecer-lhes. E finalmente dedico essa tese
de doutorado que é a primeira de toda minha família, às minhas avós Máxima Correia Nunes
(
in memorian
) e Maria Gomes de Brito.
Este trabalho não poderia ter sido realizado sem o isolado clínico de
Histoplasma
capsulatum
cedido gentilmente pela Profa. Cláudia Maria Leite Maffei, sem a manutenção
da fase miceliana do fungo, realizado pela Marly de Castro, e sem os animais de altíssima
qualidade fornecidos pelo Júlio (Biotério do Depto de Genética da FMRP) e pelo biotério da
Faculdade de Ciências Farmacêuticas, organizado pelo Irapuã. Devo o preparo dos cortes
histopatológicos a Ana Maria Rocha do laboratório do Prof. Édson Garcia Soares do
Depto de Patologia da FMRP e a análise do material ao amigo e Prof. Deilson Elgui de
Oliveira do Depto de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu. Muitos funcionários
também tornaram meu trabalho mais simples e menos cansativo; às técnicas Toninha e a
Tita (FCFRP) limpando os materiais usados, e os bioteristas dos biotérios de manutenção
da Imuno e da Farmácia, cuidando dos animais dos meus experimentos. Também foi
fundamental para minha manutenção a bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
de São Paulo - FAPESP (processo 00/01079-0) e a reserva técnica vinculada a bolsa, tão
preciosa para a compra de reagentes, materiais e financiamento das viagens aos congressos,
além dos auxílios da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Assistência do Hospital
das Clínicas (FAEPA).
Essa tese, com exceção dos anexos, foi impressa em papel RECICLATO gramatura 75
g/m
2
, da Companhia Suzano de Papel e Celulose. Esse papel é o primeiro offset 100%
reciclado produzido em escala industrial no Brasil e pode ser comprado através do
telefone (16) 628-3038 ou em grandes papelarias.
SUMÁRIO
ABREVIATURAS
01
RESUMO
03
ABSTRACT
06
CAPÍTULO 1:LINFÓCITOS, MACRÓFAGOS, CITOCINAS E ÓXIDO NÍTRICO NA
PROTEÇÃO CONTRA Histoplasma capsulatum - REVISÃO DA LITERATURA
1. Aspectos Gerais
2. Células e Proteção
3. Modulação da Resposta pelas Citocinas
4. Papel do Óxido Nítrico
Referências Bibliográficas
08
09
10
12
17
19
CAPÍTULO 2: USO DE EXOANTÍGENOS DE Histoplasma capsulatum NA INDUÇÃO
DE REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE DO TIPO TARDIA E NA
IMUNOPROTEÇÃO CONTRA A HISTOPLASMOSE
1. Introdução
2. Materiais e Métodos
3. Resultados
4. Discussão
5. Conclusões
Referências Bibliográficas
27
28
30
36
51
55
56
CAPÍTULO 3: PAPEL DOS EOSINÓFILOS NA HISTOPLASMOSE EXPERIMENTAL
MURINA
1. Introdução
2. Materiais e Métodos
3. Resultados
4. Discussão
5. Conclusões
Referências Bibliográficas
62
63
65
69
78
80
82
CAPÍTULO 4: PAPEL DOS NEUTRÓFILOS NA HISTOPLASMOSE EXPERIMENTAL
MURINA
1. Introdução
2. Materiais e Métodos
3. Resultados
4. Discussão
5. Conclusões
Referências Bibliográficas
86
87
90
97
124
129
130
ANEXOS
138
ABREVIATURAS
animal “knockout”: animal com disrupção em algum gene
ANOVA: análise de variância
BHI: infusão de coração e cérebro
BSA: albunina sérica bovina
Con A: concanavalina A
Con A: concanavalina A
CSF: fator estimulador de colônia
CW/M: extrato de parede e membrana celular de Histoplasma capsulatum
DL
50
: inóculo do fungo letal para 50% dos animais
ELISA: “enzyme-linked immunosorbent assay” (ensaio imuno-enzimático)
EPM: erro padrão da média
F1: fração polissacarídica da parede celular de H. capsulatum
FCFRP: Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto
FIOCRUZ: Fundação Oswaldo Cruz
FMRP: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
GM-CSF: fator estimulador de colônia de granulócitos e macrófagos
GMS:”Grocott’s Methanemine Silver” (prata de Grocott)
HE: hematoxilina-eosina
HT: hipersensibilidade do tipo tardia
i.p.: intraperitonealmente
i.v.: intravenosamente
IFN-α, ...-β, ...-γ: interferon alfa, interferon beta, interferon gama
iNOS: óxido nítrico sintase induzível
interleucina-2, -4, -5, etc: IL-2; IL-4, IL-5, etc.
L-Arg: L-arginina
M-CSF: fator estimulador de colônia de macrófagos
N-MMA: NG-monometil L-Arg
nu/nu: camundongos congenitamente atímicos
PBS: salina tamponada com fosfato
RB6-8C5: anticorpo monoclonal anti-granulócitos
rHuIFN-γ: IFN-γ humano recombinante
rHuIL-2: IL-2 humana recombinante
RPMI-C: meio RPMI-completo
RPMI-I: meio RPMI-incompleto
Th1, Th2: T”helper” 1, T”helper” 2
TNF-α: fator de necrose tumoral alfa
TNFR1
-/-
e TNFR2
-/-
: animais “knockout” para os genes dos receptores 1 e 2 do
TNF-α
TRFK-5: anticorpo monoclonal anti-IL-5
UFC: unidades formadoras de colônia
“A arte de concluir a partir da experiência e
observação consiste em avaliar probabilidades e
em estimar se elas são suficientemente elevadas
ou numerosas para constituírem prova. Esse tipo
de cálculo é mais complicado e mais difícil do
que se poderia pensar. Exige uma grande
sagacidade geralmente acima do poder das
pessoas comuns. O sucesso de charlatães,
feiticeiros e alquimistas - e de todos aqueles que
abusam da credulidade pública - está
fundamentado em erros nesse tipo de cálculo”.
Antoine Lavoisier
Resumo
RESUMO
A histoplasmose é uma doença crônica e granulomatosa, cujo
agente etiológico é o fungo dimórfico e zoopatogênico, Histoplasma
capsulatum. As vias aéreas superiores são sua porta de entrada nos mamíferos
e a inalação de microconídios leva a intensa reação inflamatória nos
bronquíolos e alvéolos pulmonares. Em pacientes imunocompetentes a
infecção é autolimitada e assintomática, mas em indivíduos
imunocomprometidos o fungo pode ou não se disseminar atingindo outros
órgãos, levando o paciente à morte.
A imunidade celular do hospedeiro determina o grau das
manifestações clínicas na histoplasmose, sendo a interação entre células T e
macrófagos, fundamental para o controle da infecção e erradicação do H.
capsulatum. Embora o papel efetor destas células na histoplasmose murina já
esteja bem determinado, ainda são escassas e contraditórias as evidências
quanto à participação das células polimorfonucleares, neutrófilos e eosinófilos,
nesta infecção. Outro aspecto relevante que vem sendo estudado é o
desenvolvimento de vacinas para o controle dessa doença. Embora diversos
estudos mostrem a viabilidade dessa abordagem, até o momento não existem
vacinas licenciadas contra a histoplasmose.
Nesse trabalho, inicialmente demonstramos que uma preparação
de exoantígenos de H. capsulatum é capaz de induzir intensa reação de
hipersensibilidade do tipo tardia em camundongos infectados. Esses antígenos
são capazes de avaliar o “status” imunológico desses animais tanto in vitro
quanto in vivo e quando usados como vacina, conferiram proteção total aos
animais infectados com inóculo letal do fungo. A participação de eosinófilos no
curso da infecção foi investigada através da neutralização da interleucina-5,
com o anticorpo monoclonal TRFK-5. Apesar desse anticorpo ser capaz de
inibir a migração de eosinófilos para a cavidade peritoneal induzida pela fração
polissacarídica da parede do H. capsulatum, a neutralização dessa citocina não
interferiu na sobrevivência nem na ativação da resposta imune celular dos
camundongos infectados. Finalmente, investigamos o papel dos neutrófilos
nessa infecção através da depleção dessas células pelo tratamento com o
anticorpo monoclonal RB6-8C5. Demonstramos que a ausência de neutrófilos
no início da infecção não muda o padrão de citocinas nem a polarização da
resposta, mas permite a exacerbação da infecção, com maior disseminação do
fungo e excessiva produção de IFN-γ, TNF-α e óxido nítrico.
Dessa forma, com esse trabalho, além de apresentarmos uma
ampla revisão da literatura sobre o papel dos linfócitos T CD4
+
, CD8
+
, células
NK, citocinas e do óxido nítrico nessa infecção, trazemos também importantes
contribuições quanto ao papel dos eosinófilos e neutrófilos na histoplasmose
experimental murina. Também descrevemos resultados empregando antígenos
com potencial para o desenvolvimento de vacinas contra essa infecção fúngica.
ABSTRACT
Histoplasmosis is a chronic and granulomatous disease caused by
the dimorphic and zoopathogenic fungus Histoplasma capsulatum. Infection
occurrs by upper airways and microconidia inhalation induces intense
inflammatory reaction into the bronquioles and lung alveoles. In
immunocompetent hosts the infection is autolimited and asymptomatic, but in
imunocompromised hosts the fungus can disseminate it or not, affecting other
organs and causing death.
The host cellular immunity determines the degree of clinical
manifestations of histoplasmose and the interaction between T cells and
macrophages is crucial for the control of infection and eradication of H.
capsulatum. If in one hand the effetor role of these cells in murine
histoplasmosis is determined, on the other hand the evidences for the role of
polymorphonuclear cells, neutrophils and eosinophils, in this infection are rare
and contradictory. Another relevant aspect studied is the vaccine development
to control this disease. Some works show the efficacy of this strategy but, until
the moment, it does not exist licensed vaccines against histoplasmosis.
In this work, we firstly demonstrated that a preparation of
exoantigens from H. capsulatum was able to induce intense delayed-type
hipersensitivity reaction in infected mice. These antigens were able to evaluate
the immunological status from these animals in both, in vitro and in vivo and to
confer protection against lethal inoculum of fungus in infected mice when used
as a vaccine. The participation of eosinophils was investigated by neutralization
of interleukin-5 with monoclonal antibody TRFK-5. Although this antibody has
been able to inhibit eosinophil migration to the peritoneal cavity induced by
polisacharidic fraction of cell wall from H. capsulatum, the neutralization of this
cytokine did interfere neither in survival nor in activation of cellular immune
response of infected mice. Finally, we also investigated the role of neutrophils in
histoplasmosis by neutrophil depletion using the monoclonal antibody RB6-8C5.
We demonstrated that the absence of neutrophils at the beginning of infection
did change neither the cytokine profile nor polarization of immune response, but
it permited exacerbation of infection, with fungal dissemination and over
production of IFN-γ, TNF-α and nitric oxide.
Thus, in the present work we presented a review showing the role
of CD4
+
and CD8
+
T cells, NK cells, cytokines and nitric oxide in histoplasmosis.
Addictionally, we demonstrated important contributions about the role of
eosinophils and neutrophils in murine experimental histoplasmosis. Also, we
described results using antigens with perspective to the development of
vaccines against this fungal infection.
“Antes de mais nada, aperfeiçoa a arte de
escutar, de prestar atenção, com o coração
quieto, com a alma receptiva, aberta, sem paixão,
sem desejo, sem preconceito, sem opinião”.
Herman Hesse
Capítulo 1
Linfócitos, macrófagos, citocinas e óxido nítrico na
proteção contra Histoplasma capsulatum:
Revisão da Literatura
1. ASPECTOS GERAIS
O patologista Samuel Darling foi o primeiro a descrever uma observação
microscópica do Histoplasma capsulatum há quase um século no Panamá
(DARLING, 1906). O nome foi baseado em sua presença no interior de
histiócitos (“Histo”), termo arcaico para macrófagos, sua semelhança a um
protozoário (“plasma”) e a presença aparente de uma cápsula (“capsulatum”).
Entretanto, apenas uma das três designações se mostrou verdadeira; de fato é
um patógeno intracelular de macrófagos, mas é um fungo e não é encapsulado.
O H. capsulatum é agente etiológico da histoplasmose, uma doença
crônica e granulomatosa de ampla distribuição pelo mundo. Este fungo possui
dimorfismo térmico, caracterizado pela forma miceliana quando à temperatura
ambiente (25
o
) e pela leveduriforme quando à temperatura corporal de seus
hospedeiros (37
o
) (SILVERMAN et al., 1955). A forma miceliana é composta por
conídios que são produzidos a partir das hifas do septo vegetativo. Os
macroconídeos possuem 8 a 9 μm, são esféricos e possuem uma extensa
parede celular revestida com finas protusões. Os microconídeos, de 2 a 5 μm,
são ovais e apresentam-se lisos quando analisados pela microscopia óptica
(GARRISON et al., 1970; GARRISON et al., 1971). A infecção é adquirida pela
inalação de fragmentos micelianos ou conidiais do fungo, encontrados no solo e
em fezes de aves e morcegos, que se alojam nos bronquíolos e alvéolos
pulmonares (ZHOU, 1997). Nestes locais, ocorre a conversão da forma
miceliana para a leveduriforme que induz uma série de eventos
imunopatológicos que se manifestam clinicamente como histoplasmose
(DEEPE, 1994). Uma vez estabelecida a infecção, ocorre um infiltrado de
células inflamatórias no local, constituído inicialmente de células
polimorfonucleares, seguido de células mononucleares e formação de
granulomas (DEEPE; BULLOCK, 1992, MEDEIROS et al., 1999). Na maioria
dos casos, a fase aguda da infecção resolve-se espontaneamente sem
sintomas ou com um quadro semelhante ao de uma gripe, demonstrando que
os mecanismos de defesa dos hospedeiros imunocompetentes controlam a
infecção (DEEPE, 1994). Entretanto, indivíduos imunocomprometidos e/ou com
a imunidade celular debilitada, desenvolvem uma doença crônica que pode ou
não se disseminar pela via hematogênica, atingindo outros órgãos como baço,
fígado, glândulas adrenais e sistema nervoso central (ZHOU, 1997).
2. CÉLULAS E PROTEÇÃO
O mecanismo de proteção do hospedeiro contra o H. capsulatum é
dependente da imunidade celular, modulada pelas citocinas produzidas durante
a resposta imune contra o fungo. Macrófagos e linfócitos T parecem ser
essenciais para o controle e erradicação da infecção pelo H. capsulatum. De
fato, há pelo menos duas décadas já se conhece a importância dos linfócitos na
histoplasmose murina. Camundongos congenitamente atímicos (nu/nu)
infectados com inóculo subletal de H. capsulatum desenvolvem uma infecção
disseminada e fatal, parcialmente contida quando esses animais recebem um
enxerto de tecido tímico (WILLIAMS et al., 1978). A transferência adotiva de
células totais de baço e de populações enriquecidas de linfócitos T derivados do
timo e de macrófagos da cavidade peritoneal de camundongos heterozigotos
(nu/+) imunizados com H. capsulatum, para camundongos nu/nu, confere
proteção a estes animais (WILLIAMS et al., 1981). Esses e outros estudos
levaram ao desenvolvimento e investigação de linhagens e clones de células T
antígeno-específicas, capazes de reconhecer antígenos de H. capsulatum, com
o objetivo de analisar as propriedades imunorregulatórias dessas células
(DEEPE et al., 1986a). Assim, demonstrou-se que essas células possuem um
fenótipo característico (Thy-1.2
+
Lyt-1
+
L3T4
+
Lyt-2
-
) de células T auxiliares (Th
– “T helper”), sendo capazes de proliferar e produzir citocinas como
interleucina-2 (IL-2) e interferon na presença do antígeno histoplasmina, além
de conferir resposta de hipersensibilidade do tipo tardia localmente quando
inoculadas com antígeno. Finalmente, o sobrenadante de cultura dessas células
estimuladas com antígeno também foi capaz de ativar macrófagos, inibindo o
crescimento intracelular de leveduras (DEEPE et al., 1986a). Estudos de
transferência adotiva dessas linhagens e de clones de células T antígeno-
específicas falhou em induzir proteção aos animais infectados, mas a
transferência de células CD4
+
provenientes de animais imunizados com H.
capsulatum para animais infectados, foi capaz de reduzir o número de unidades
formadoras de colônia (UFC) nos baços desses animais e transferir resposta de
hipersensibilidade do tipo tardia (DEEPE, 1988). A função das células CD4
+
(L3T4
+
) na histoplasmose também foi investigada através do tratamento de
animais infectados com anticorpos monoclonais contra essas células (anti-
L3T4
+
). Com esse tratamento a carga fúngica do baço aumentou e provocou a
morte de animais infectados com inóculo subletal do fungo, o que não ocorreu
com animais que não receberam esse anticorpo (GOMEZ et al., 1988).
Posteriormente, outros trabalhos mostraram que dentro da subpopulação de
células CD4
+
, células com rearranjos específicos do receptor de células T eram
as responsáveis pela proteção de camundongos infectados. Assim, identificou-
se que células CD4
+
com rearranjo Vβ4 eram as principais envolvidas na
imunidade protetora contra o fungo (GOMEZ et al., 1998) e que células com
rearranjo Vβ6 cooperam com essa função (GOMEZ et al., 2001).
Além das células CD4
+
, o papel das células CD8
+
na histoplasmose
também foi extensivamente estudado. DEEPE (1994), usando anticorpos
monoclonais contra essas células e também animais deficientes de β
2
-
microglobulina (e, portanto deficientes de células CD8
+
), demonstrou que essas
células são importantes para a contenção ótima do crescimento do fungo, mas
não são essenciais para a sobrevivência dos animais infectados. Entretanto, em
animais deficientes da molécula co-estimulatória ligante de CD40, a depleção
de células CD8
+
provocou a morte de camundongos infectados, o que não
ocorreu em animais deficientes que possuíam esse tipo de célula (ZHOU;
SEDER, 1998). O mesmo ocorreu quando as células CD8
+
foram depletadas de
animais deficientes de perforina, demonstrando que essas células podem
mediar a imunidade protetora contra o H. capsulatum através de mecanismos
dependentes e independentes de perforina (ZHOU et al., 2001). Finalmente,
também foi demonstrado que animais deficientes de células T CD4
+
são
capazes de desenvolver imunidade após infecção subletal com H. capsulatum,
mas nesse caso as células CD8
+
são necessárias tanto na fase de indução da
imunidade quanto na fase efetora da mesma (WÜTHRICH et al., 2003).
Embora seja atribuído importante papel na imunidade inata às células
matadoras naturais (NK), principalmente através de sua atividade citotóxica e
produção de citocinas como o interferon gama (IFN-γ), seu papel na
histoplasmose ainda é duvidoso. Animais que carregam a mutação “beige”
possuem atividade citotóxica de NK prejudicada e apresentam aumento da
susceptibilidade ao H. capsulatum em comparação com animais selvagens.
Entretanto, os macrófagos desses animais também têm sua função alterada,
não sendo possível atribuir às células NK um papel protetor nesse modelo
(PATINO et al., 1987). De fato, a depleção das células NK com anticorpo
monoclonal anti-asialo GM1 (ASGM1) em animais infectados com H.
capsulatum não alterou significativamente a recuperação de UFC nos diferentes
órgãos nem a mortalidade desses animais em comparação com animais que
não receberam esse anticorpo, sugerindo que as células NK não possuem
atividade relevante nesse tipo de infecção (SUCHYTA et al., 1988). Mas outros
trabalhos mostram que essa questão ainda não está completamente elucidada.
Células NK são encontradas no sítio inflamatório dos pulmões de animais
infectados intranasalmente com H. capsulatum e participam da produção de
IFN-γ, embora com participação menor do que as células CD4
+
e CD8
+
presentes nesse local (CAIN; DEEPE, 1998). Além disso, animais deficientes de
perforina são mais susceptíveis a infecção por H. capsulatum do que animais
selvagens (ZHOU et al., 2001). Esses trabalhos sugerem, portanto, que embora
não essenciais, as células NK podem participar de alguma forma da resposta
imune na histoplasmose.
3. MODULAÇÃO DA RESPOSTA PELAS CITOCINAS
A imunidade protetora na histoplasmose é um fenômeno complexo, uma
vez que além da participação de células, há ainda o papel dos mediadores
produzidos por elas durante a infecção. O desenvolvimento e regulação da
resposta imune são realizados por mediadores solúveis conhecidos como
citocinas. Citocinas são moléculas protéicas produzidas e secretadas por várias
células do hospedeiro, que podem agir de forma endócrina, parácrina ou
autócrina. Algumas citocinas também participam da resposta inflamatória e
granulomatosa, sendo sua liberação indiretamente responsável pela eliminação
dos microorganismos ou pela limitação de sua presença em um tecido
específico. Estudos sobre a liberação de citocinas em doenças micóticas vêm
sendo extensivamente explorados no sentido de avaliar as funções das
mesmas no recrutamento de células para o foco inflamatório, assim como seu
papel nos mecanismos de defesa do hospedeiro contra o H. capsulatum
(DEEPE, 1990; MURPHY, 1994). Neste contexto, os estudos mais consistentes
sobre o papel de citocinas na resposta imunológica contra o H. capsulatum
iniciaram-se na década de 80 do século passado. Inicialmente, demonstrou-se
que células de baço de camundongos infectados com H. capsulatum
apresentaram capacidade reduzida de produzir IL-1 e IL-2 quando estimuladas
com concanavalina A (Con A) nas 3 primeiras semanas de infecção, em
comparação com células de baço de animais controles (não infectados)
(WATSON et al., 1985). Como a supressão da resposta proliferativa e,
consequentemente, da imunidade celular nesse período de infecção era
atribuída a diminuição na produção de IL-2, DEEPE et al. (1986) tentaram
reestabelecer a resposta imune celular através do uso de IL-2 humana
recombinante (rHuIL-2) nesse modelo. Células de baço de camundongos
infectados, incubadas com Con A recuperaram a capacidade proliferativa na
presença de rHuIL-2 na terceira semana de infecção. Entretanto, o tratamento
dos animais infectados com essa citocina não alterou a recuperação de UFC no
baço nem afetou a resposta de hipersensibilidade tardia em relação aos
animais infectados que não receberam rHuIL-2. Assim, a despeito da atividade
imunoestimuladora in vitro, a IL-2 recombinante falhou em exercer efeitos
similares in vivo (DEEPE et al., 1986b). O IFN-γ foi a citocina que mudou
definitivamente o entendimento de como funciona a resposta imune protetora
durante a histoplasmose experimental murina. Paralelamente aos estudos
sobre o papel da IL-1 e IL-2, demonstrou-se que o sobrenadante de cultura de
hibridomas de células T estimulados com Con A continham uma linfocina capaz
de inibir o crescimento intracelular do H. capsulatum através da ativação de
macrófagos (WU-HSIEH et al., 1984). A mesma atividade foi observada quando
a linfocina era proveniente da cultura de células do baço de animais imunes
estimulados com antígeno de H. capsulatum (WU-HSIEH; HOWARD, 1984).
Em ambos os casos, os sobrenadantes possuíam atividade de interferon, sendo
pH ácido-sensíveis e resistentes ao calor, sugerindo tratar-se de IFN-γ, uma vez
que nem o IFN-α nem o IFN-β reproduziram tal fenômeno. Essa hipótese se
confirmou quando se demonstrou que anticorpos de coelho anti-IFN-γ murino
foram capazes de neutralizar a capacidade desses sobrenadantes em ativar
macrófagos para inibir o crescimento intracelular do fungo (WU-HSIEH;
HOWARD, 1987). Essa importante atividade do IFN-γ encontrada no modelo
murino foi questionada quando as células em questão eram humanas.
Macrófagos alveolares e peritoneais expostos in vitro ao IFN-γ recombinante
humano (rHuIFN-γ) em diferentes concentrações e por diferentes períodos de
tempo não foram capazes de inibir a multiplicação intracelular de leveduras de
H. capsulatum, indicando que rHuIFN-γ sozinho não é capaz de ativar
eficientemente macrófagos humanos contra o fungo (FLEISCHMANN et al.,
1990). Posteriormente demonstrou-se que para completa ativação de
macrófagos esplênicos murinos, os quais são mais exigentes nesse aspecto, foi
necessária a participação de LPS, sugerindo que células humanas talvez
também necessitem de um segundo fator para sua completa ativação (LANE et
al., 1993). Mas o grande salto na pesquisa sobre o papel das citocinas na
histoplasmose veio com o desenvolvimento e uso de anticorpos monoclonais
contra essas citocinas e também de animais que possuíam uma disrupção nos
genes (“knockout”) que codificam essas citocinas. Nesse sentido, demonstrou-
se que camundongos infectados com H. capsulatum tratados com anticorpos
monoclonais contra IFN-γ apresentaram maior susceptibilidade à infecção do
que animais que receberam anticorpo irrelevante. O mesmo fenômeno foi
observado após administração de anticorpos monoclonais contra IL-12 e nesse
caso, o papel dessa citocina na proteção dos animais infectados também foi
mediado pelo IFN-γ (ZHOU et al., 1995). Posteriormente esses achados foram
confirmados em animais “knockout” para o gene do IFN-γ (ALLENDOERFER;
DEEPE, 1997; CLEMONS et al., 2000).
Outra citocina que apresenta importante função durante a resposta
imunológica contra o H. capsulatum é o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α).
Inicialmente demonstrou-se que o sobrenadante de cultura de macrófagos
peritoneais incubados com H. capsulatum apresentaram altos níveis de TNF-α.
O perfil tempo-dependente da produção dessa citocina in vitro reproduziu-se in
vivo no fluido do lavado broncoalveolar de animais infectados intranasalmente
com H. capsulatum (SMITH et al., 1990). Além disso, diversos trabalhos
demonstraram que animais infectados com o fungo e tratados com anticorpo
anti-TNF-α apresentaram mortalidade acelerada e aumento da carga fúngica
recuperada dos órgãos (SMITH et al., 1990; WU-HSIEH et al., 1992; WU-
HSIEH, 1993). O papel do TNF-α foi expandido ainda mais quando se
descobriu que esta citocina também era importante na resposta imune
secundária contra o H. capsulatum (ALLENDOERFER; DEEPE, 1998). No
mesmo ano mostrou-se que, mais do que importante, o TNF-α é essencial
durante a resposta imune secundária na histoplasmose, principalmente na
ausência de IFN-γ (ZHOU et al., 1998). Animais “knockout” para os genes dos
receptores 1 e 2 do TNF-α (TNFR1
-/-
e TNFR2
-/-
) infectados com H. capsulatum
também apresentaram aumento de mortalidade em relação a animais
selvagens, reforçando a importância dessa citocina. Além disso, animais
TNFR1
-/-
foram mais susceptíveis a infecção do que animais TNFR2
-/-
, além de
mostrarem-se também susceptíveis à infecção secundária, sugerindo ser este o
receptor de TNF-α responsável pela maior parte dos efeitos protetores dessa
citocina (ALLENDOERFER; DEEPE, 2000).
O papel de outras citocinas na histoplasmose também foi estudado.
Fatores estimuladores de colônia (CSFs) foram capazes de estimular atividade
fungistática, mas não fungicida, de monócitos humanos in vitro contra leveduras
de H. capsulatum (NEWMAN; GOOTEE, 1992). Contraditoriamente, o fator
estimulador de colônia de macrófagos (M-CSF) foi capaz de estimular a
atividade fungicida de macrófagos residentes contra leveduras de H.
capsulatum (BRUMMER; STEVENS, 1994). Macrófagos broncoalveolares
provenientes de animais tratados in vivo com M-CSF também apresentaram
atividade fungicida ex-vivo, embora essa atividade não tenha sido verificada nos
macrófagos peritoneais provenientes dos mesmos animais (KHEMANI et al.,
1995). A questão foi definitivamente fechada, pelo menos no modelo murino
quando se demonstrou que o tratamento de camundongos infectados com
anticorpo monoclonal anti-fator estimulador de colônias de granulócitos e
macrófagos (anti-GM-CSF) aumenta a mortalidade dos mesmos comparados
aos animais que não receberam esse anticorpo. Entretando o GM-CSF foi
importante somente para a imunidade protetora na infecção primária, não
exercendo nenhum papel na infecção secundária (DEEPE et al., 1999).
Algumas citocinas do padrão T”helper” 2 (Th2) também participam da
resposta imune contra o H. capsulatum, inibindo os efeitos das citocinas do
padrão Th1. Assim, um efeito protetor semelhante ao descrito após
administração de IL-12 recombinante também foi observado em animais
infectados com H. capsulatum que receberam anticorpos monoclonais contra
IL-4 (ZHOU et al., 1995). O aumento da mortalidade observado durante a
infecção em animais depletados de GM-CSF foi revertido quando esses animais
receberam simultaneamente anticorpos contra IL-4, ou contra IL-10 ou ambos
os anticorpos (DEEPE et al., 1999). Recentemente também se demonstrou que
animais transgênicos, apresentando expressão aumentada de IL-4 tiveram
maior dificuldade em conter a multiplicação do fungo, mas ainda assim foram
capazes de montar resposta imune protetora (GILDEA et al., 2003). Também,
animais “knockout” para a IL-10, apresentaram diminuição na carga fúngica
recuperada dos órgãos em comparação com os animais selvagens e esse
efeito protetor foi mediado por IFN-γ e TNF-α (DEEPE; GIBBONS, 2003).
4. PAPEL DO ÓXIDO NÍTRICO
Embora as citocinas participem da geração e da manutenção da
imunidade na histoplasmose, aparentemente o mecanismo pelo qual as
mesmas atuam é convergente e parece estar relacionado com a produção de
espécies reativas de oxigênio e nitrogênio, sendo o óxido nítrico o mais
importante. Quando se demonstrou que macrófagos da linhagem RAW 264.7
pré-tratados com IFN-γ recombinante foram capazes de inibir o crescimento
intracelular de H. capsulatum, verificou-se que essa atividade fungicida era
dependente do metabolismo de L-arginina (L-Arg) e que durante esse processo
houve aumento nos níveis de NO
2
-
. Na ausência desse aminoácido ou na
presença de NG-monometil L-Arg (N-MMA), um inibidor competitivo do
metabolismo da L-Arg, a atividade fungicida dessas células não ocorreu e os
níveis de NO
2
-
mantiveram-se basais (NAKAMURA et al., 1994). No mesmo
ano, demonstrou-se que após a estimulação das células dessa mesma
linhagem com IFN-γ recombinante, houve geração de óxido nítrico e também
aumento da expressão da enzima óxido nítrico sintase induzível (iNOS) e que a
linhagem de macrófagos P388D1 tratada com IFN-γ, não produziu óxido nítrico,
não apresentou expressão de iNOS nem foi capaz de conter o crescimento de
H. capsulatum (LANE et al., 1994). Resultados semelhantes foram encontrados
quando foram utilizados macrófagos broncoalveolares e peritoneais, onde a
atividade fungicida in vitro dessas células, quando estimuladas por IFN-γ + LPS,
foi bloqueada pelo N-MMA, mas não pelas enzimas catalase ou superóxido
dismutase (BRUMMER; STEVENS, 1995).
O mesmo N-MMA, capaz de inibir a atividade fungicida de macrófagos
broncoalveolares ativados por IFN-γ ou LPS, não foi eficiente quando essas
células foram ativadas por M-CSF, sugerindo um mecanismo adicional e
alternativo através do qual os macrófagos são capazes de matar o H.
capsulatum (KHEMANI et al., 1995). No mesmo ano demonstrou-se que a
enzima superóxido dismutase foi capaz de inibir a atividade fungicida de
macrófagos humanos ativados com M-CSF, sugerindo que o ânion superóxido
poderia ser essa molécula alternativa (DESAI et al., 1995).
O óxido nítrico também possui outras atividades sobre o sistema imune,
nem sempre positivas. A supressão da atividade linfoproliferativa de células do
baço de animais infectados nas primeiras semanas de infecção por H.
capsulatum (WATSON et al., 1985; DEEPE, et al., 1986) é uma conseqüência
da produção de óxido nítrico. A adição de um inibidor de óxido nítrico às
culturas de células de baço reverteu por completo a inibição da proliferação
induzida por mitógeno (ZHOU et al., 1995). Macrófagos do baço de
camundongos infectados com H. capsulatum expressam iNOS em grandes
quantidades e essa expressão se correlaciona com a severidade da infecção.
Além da atividade anti-linfoproliferativa do óxido nítrico, foi demonstrado que
essa molécula também é capaz de induzir apoptose em linfócitos do baço em
animais infectados com H. capsulatum. A responsividade dessas células a
mitógenos ou antígenos do fungo foi restaurada in vitro pela adição de N-MMA,
ou pela depleção de macrófagos ou ainda pela substituição dos macrófagos dos
animais infectados por outros provenientes de camundongos normais. Esses
dados confirmam o papel dos macrófagos e do óxido nítrico não somente na
proteção dos animais infectados, mas também na patologia estabelecida pelo
excesso de produção dessa molécula (WU-HSIEH et al., 1998).
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required for primary immunity to Histoplasma capsulatum. The Journal of
Immunology, v. 166, p. 1968-74, 2001.
“Mas como encontrar o equilíbrio? O compositor
não sabe tocar todos os instrumentos que usa.
Quem toca os instrumentos não necessariamente
compõe. Mas para compor uma música (letra,
melodia, acompanhamento, arranjos) é
necessário que se conheça a essência das partes,
suas potencialidades e funções”.
“É essa visão holística de ciência que a
sociedade moderna perdeu. Hoje temos a
formação maciça de técnicos especializados que,
com suas visões estreitas e poderes crescentes,
comprometem a sobrevivência de nossa espécie.
E o culpado não é a ciência, mas a prática
científica inadequada”.
Gilson Luiz Volpato
em “Ciência: da Filosofia à Publicação”
Capítulo 2
Uso de exoantígenos de Histoplasma capsulatum
na indução de reações de hipersensibilidade do tipo
tardia e na imunoproteção contra a histoplasmose
1. INTRODUÇÃO
A infecção com o fungo dimórfico Histoplasma capsulatum varia de um
quadro assintomático leve até uma doença progressiva e disseminada. A
resistência ao H. capsulatum em mamíferos é dependente da resposta imune
celular, mediada por células T CD4
+
e CD8
+
e fagócitos mononucleares (WU-
HSIEH; HOWARD, 1984; DEEPE, 1994; GOMEZ et al., 1988; GOMEZ et al.,
2001; WÜTHRICH et al., 2003). As células T em particular possuem um
importante papel no controle da doença que se correlaciona com a produção de
citocinas, especialmente interferon gama (IFN-γ), uma citocina chave envolvida
na resposta imune protetora contra o H. capsulatum em camundongos (ZHOU
et al., 1995; ALLENDOERFER & DEEPE, 1997; ZHOU et al., 1998).
A reação de hipersensibilidade do tipo tardia (HT) é importante parâmetro
da exposição prévia a um microorganismo e é usada para avaliar a intensidade
da resposta imune celular do hospedeiro contra uma grande variedade de
patógenos. Já foi demonstrado que células T CD4
+
reativas contra H.
capsulatum participam da reação de HT induzidas em camundongos (DEEPE et
al., 1986). Há alguns anos, STANDARD e KAUFMAN (1976 e 1977) produziram
extratos de H. capsulatum e Coccidioidis immitis, em solução aquosa de
mertiolate, diretamente a partir de culturas em ágar. Reações desses extratos
contendo antígenos livres de células (exoantígenos) com soro-padrão foram
capazes de diagnosticar essas micoses. Além disso, CAMARGO et al. (1991)
usaram uma preparação semelhante em testes sorológicos para o
imunodiagnóstico da paracoccidioidomicose. Desde então, alguns antígenos
foram testados com o mesmo propósito (FAVA et al., 1997; HAMILTON, 1998),
mas seu preparo e padronização envolvem fases demoradas e muitas vezes
caras. Os exoantígenos, entretanto, preparados de forma simples e rápida
nunca foram testados para a avaliação da resposta imune celular na
histoplasmose.
Muitas vacinas contra doenças humanas bacterianas e virais foram
licenciadas, mas até o presente momento não há vacinas licenciadas para
prevenção ou tratamento de infecções fúngicas humanas. A vacinação é capaz
de proteger contra uma série de fungos em modelos experimentais de Candida
albicans (HAN et al., 1999), Cryptococcus neoformans (MANDEL et al., 2000;
LEVITZ et al., 2001), Aspergillus fumigatus (RICHARD et al., 1982),
Blastomyces dermatitides (WÜTHRICH et al., 1998) e Coccidioides immitis
(KIRKLAND et al., 1998; LI et al., 2001). O grupo do pesquisador George Deepe
(University of Cincinnati College of Medicine, Cincinnati, Ohio) conduziu uma
série de estudos para identificar imunógenos protetores de H. capsulatum para
o desenvolvimento de vacinas. Estes estudos apresentaram alguns antígenos
promissores como o extrato de parede e membrana celular (CW/M) da fase
leveduriforme, assim como proteínas isoladas da mesma, HIS-62 e HIS-80 que
são homólogas às proteínas de choque térmico (HSP) 60 e 70, respectivamente
(GOMEZ et al., 1991a; GOMEZ et al., 1991b; GOMEZ et al., 1992) e antígeno H
recombinante (DEEPE 1995 e 2001).
Assim, no presente trabalho, tivemos como objetivos:
- padronizar a produção dos exoantígenos de H. capsulatum para a
indução de reações de HT em camundongos infectados com esse fungo;
- comparar a reação de HT induzida pelos exoantígenos com a reação
induzida pela histoplasmina, verificando se há indução de reação
inespecífica em animais controles;
- determinar a capacidade dos exoantígenos de estimular a produção de
IFN-γ por células totais de baço in vitro
- desenvolver um protocolo de vacinação com os exoantígenos, capaz de
induzir resposta imune protetora contra o H. capsulatum em
camundongos.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. Animais
Foram utilizados camundongos da linhagem C57BL/6 machos, pesando
entre 15-21 gramas, provenientes do Biotério de Camundongos Isogênicos do
Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(FMRP) e do Biotério II da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão
Preto (FCFRP). Esses animais foram mantidos no biotério do Departamento de
Bioquímica e Imunologia da FMRP, com livre acesso a água e alimento.
2.2. Cultivo e obtenção das leveduras de H. capsulatum
A cepa de H. capsulatum usada nesse trabalho foi isolada a partir do
sangue de um paciente com diagnóstico de histoplasmose, acompanhado
clinicamente no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo. Para obtenção de leveduras, os fungos
foram convertidos a partir da forma miceliana através do cultivo a 37
o
C em meio
sólido Müeller-Hinton-gema de ovo contendo, Caldo Müeller-Hinton (2,1%), ágar
(1,3%), dextrose (2%), L-cisteína (solução 1%) e 15 mL de gema de ovo para
cada 100 mL do meio. Após 10-14 dias de cultivo nesse meio, alíquotas do
fungo foram transferidas para um erlenmeyer contendo 50 mL de meio líquido
F-12 (Gibco BRL, Grand Island, N.Y.) e incubadas por 3-5 dias sob agitação
(agitador orbital a 150 rpm) a 37°C (KLIMPEL; GOLDMAN, 1987). Alíquotas
desta amostra foram submetidas ao teste de viabilidade com diacetato de
fluoresceína e brometo de etídio (CORRÊA et al., 1990). Para efeito de
infecção, somente as culturas cuja viabilidade foi igual ou superior a 90% foram
utilizadas.
Para determinar a dose letal 50% (DL
50
), camundongos foram infectados
intravenosamente (i.v.) com 5 diferentes inóculos de H. capsulatum (variando
de 2.5×10
5
a 4×10
6
leveduras viáveis em um volume de 100 μL de PBS) e a
mortalidade de cada um dos grupos foi acompanhada diariamente por um
período de 90 dias. Animais controles, inoculados com o mesmo volume de
PBS foram incluídos em cada experimento. DL
50
dos períodos de 30, 45 e 60
dias de infecção foram calculadas através do Programa “Moving Average
Interpolation” (WELKOS; O’BRIEN, 1994).
Baseados nesses dados foram realizadas dois tipos de infecções para os
experimentos seguintes. A primeira, subletal, para gerar camundongos imunes
através da infecção i.v. com 5 × 10
4
leveduras. Com esse inóculo, não são
detectadas leveduras no baço ou no pulmão desses animais 60 dias após a
infecção. Na segunda, letal, camundongos foram infectados i.v. com 10
6
leveduras e a mortalidade foi avaliada em outros ensaios descritos a seguir.
2.3. Produção de exoantígenos
Os exoantígenos de H. capsulatum foram produzidos adaptando-se uma
metodologia já utilizada para Paracoccidioides brasiliensis (CAMARGO et al.,
1991). O H. capsulatum foi cultivado durante 10-15 dias e então 300 mg de
massa do fungo foram adicionados em 1mL de PBS. Essa suspensão foi
agitada em vórtex por 30 segundos e imediatamente centrifugada a 10.000 g. O
sobrenadante resultante, contendo os exoantígenos, foi coletado e armazenado
para dosagem de proteínas através do kit “Coomassie Protein Assay Reagent”
(Pierce, Rockford, Illinois).
2.4. Avaliação da reação de hipersensibilidade tardia em
camundongos infectados com H. capsulatum
Animais imunes, infectados subletalmente (5×10
4
leveduras i.v.),
receberam 0,2; 1 e 5 μg de exoantígeno em 50 μL no coxim plantar da pata
traseira esquerda. O resultado foi avaliado através da diferença entre a medida
da espessura da pata antes do desafio e 24 horas após o mesmo. Animais
controles (não-imunizados) receberam somente o inóculo de 5 μg/pata para
avaliar uma possível reação inespecífica do exoantígeno. A mensuração foi
realizada com um paquímetro para patas (Mitutoyo, Kawasaki, Japão).
A resposta de HT de animais imunes, infectados subletalmente, ao
exoantígeno foi comparada com a resposta induzida pela histoplasmina, o
antígeno clássico obtido de filtrado de cultura. Esse antígeno foi doado pela
Dra. Rosely Zancopé de Oliveira do Serviço de Micologia do “Instituto de
Pesquisa Clínica Evandro Chagas” – FIOCRUZ – RJ. Animais imunes
receberam 50 μL de histoplasmina numa diluição ótima de 1:50 e a
mensuração da reação de HT foi realizada como descrito acima.
Para avaliar a aquisição de reatividade aos exoantígenos (5μg/pata)
durante a infecção, grupos de 5 camundongos foram infectados i.v. com 5×10
4
,
5×10
5
e 10
6
leveduras de H. capsulatum e o desenvolvimento da imunidade
celular in vivo foi acompanhada através da reação de HT após 7, 15 e 30 dias
de infecção. Animais controles (não-infectados) receberam o mesmo inóculo
para avaliar reações inespecíficas produzida pelo inóculo.
Animais vacinados com exoantígenos (conforme descrito no item 2.6)
também foram desafiados com 5 μg dos exoantígenos em 50 μL no coxim
plantar da pata esquerda e com o mesmo volume de histoplasmina (1:50) no
coxim plantar da pata direita. O resultado foi avaliado como descrito acima.
2.5. SDS-PAGE do exoantígeno
Dez microgramas de exoantígeno foram submetidos a eletroforese em
gel de poliacrilamida 12% e corados por 5 minutos com Coomassie brilliant blue
0,15% (Sigma, St Louis, Mo.).
2.6. Imunização com exoantígenos de H. capsulatum e ensaio de
sobrevivência
Animais foram imunizados com os exoantígenos de acordo com o
seguinte protocolo: 50 μg de exoantígeno emulsificado em adjuvante completo
de Freund (v/v) subcutaneamente na primeira semana e 50 μg de exoantígeno
emulsificado em adjuvante incompleto de Freund (v/v) subcutaneamente na
segunda semana. Após 15 dias da segunda imunização, receberam um reforço
i.v. de 5 μg de exoantígeno em 100 μL de PBS estéril. Após 3 dias foram
infectados com 10
6
leveduras de H. capsulatum (inoculo letal). Um grupo foi
submetido ao mesmo procedimento, recebendo a mesma quantidade de
albumina sérica bovina (BSA) e como controle da infecção, outro grupo foi
apenas infectado com H. capsulatum. A sobrevivência foi acompanhada
diariamente durante 60 dias.
2.7. Recuperação de unidades formadores de colônia (UFC) do baço
e dos pulmões de animais infectados ou vacinados e infectados com H.
capsulatum
Animais infectados (não-imunizados, imunizados com exoantígeno ou
que receberam BSA) foram sacrificados após 7, 15 e 30 dias de infecção e
tiveram o baço e os pulmões retirados e pesados. A suspensão de células dos
baços foi obtida através de homogeneização do órgão em 5 mL de RPMI-
completo (RPMI-C: meio RPMI 1640 suplementado com 10% de soro fetal
bovino, 2 mM de L-glutamina, 40 μg/mL de gentamicina, 20mM Hepes, 2,5x10
-5
M de 2-mercaptoetanol) em peneiras de nylon. Essas suspensões foram
diluídas (1:100 e 1:500) e, para recuperação das UFC, 200 μL foram
distribuídos em placas de Petri contendo meio BHI-agar suplementado com 5%
de hemácias de carneiro, em duplicata para cada baço. Após 15 dias de cultivo
a 37
o
C, o número de colônias foi contado e o valor corrigido para UFC por
grama de tecido.
Os pulmões foram cortados em pequenos fragmentos, colocados em
tubo cônico de 50 mL contendo 15 mL de meio RPMI incompleto (RPMI-I)
acrescido de solução de liberase (0,5 μg/mL) e incubados a 37
o
C, durante 30
minutos, sob agitação. Decorrido o tempo de incubação, a dispersão das
células pulmonares foi realizada com o auxílio de uma seringa de 10 mL. A
suspensão contendo as células e os fragmentos de pulmão foi centrifugada a
400 g, durante 5 minutos, e o precipitado foi ressuspendido em 5 mL de meio
RPMI-C para bloquear a ação da liberase. Diluições apropriadas foram feitas
(1:100 e 1:500) e a recuperação de UFC foi realizada de maneira semelhante à
descrita para o baço. Alíquotas de 200 μl foram retiradas para o ensaio de
recuperação de UFC, em duplicata para cada pulmão. Após 15 dias de cultivo a
37
o
C, o número de colônias foi contado e o valor corrigido para UFC por grama
de tecido.
2.8. Detecção de IFN-γ produzido por células totais de baço de
animais imunes, após seis meses de infecção
Células totais de baço de animais imunes, infectados subletalmente
(5×10
4
leveduras i.v.) seis meses antes e que não apresentavam mais UFC
detectáveis em seu organismo, foram utilizadas em ensaio de estímulo de in
vitro com exoantígenos e concanavalina A (Con A). Células de baço de animais
não infectados de mesma idade foram usadas como controle. Os baços dos
animais foram coletados e homogeneizados em 5 mL de RPMI-C. Após a lise das
hemácias, as células foram lavadas 3 vezes em RPMI-C e ressuspendidas em 1
mL do mesmo meio. A suspensão celular foi acertada para 5x10
6
células/mL e
distribuída em placas de 96 poços, em volume de 100 μL/poço, em duplicata. As
células foram incubadas in vitro com 100 μL/poço de RPMI-C somente e
exoantígenos (50 μg/mL) ou Con A (4 μg/mL) diluídos em RPMI-C. Após 72 horas,
as placas foram centrifugadas, os sobrenadantes de cultura coletados e estocados
a -70
o
C até o momento do ensaio.
Os níveis de IFN-γ foram quantificados através de Ensaio Imuno-
enzimático (ELISA). Anticorpos de captura foram diluídos em tampão carbonato
(100 µL/poço) e após incubação das placas durante uma noite à 4°C, as
mesmas foram lavadas 3 vezes com solução tamponada com fosfato contendo
0,05% de Tween (tampão de lavagem). Após as sucessivas lavagens e
secagem da placa, foi realizada a reação de bloqueio adicionando 300 µL/poço
de uma solução tamponada com fosfato contendo 1% de soro fetal bovino,
seguido de incubação à temperatura ambiente pelo período mínimo de 1 hora.
Após o bloqueio, os poços foram novamente lavados 3 vezes com o tampão de
lavagem, e então adicionados 100 μL das amostras para a quantificação da
citocina. A curva-padrão realizada com IFN-γ recombinante (Pharmingen, San
Diego, CA) variou de 9,6 a 2500 pg/mL. Após nova incubação de uma noite à
4°C, foi repetido o procedimento de lavagem e adicionado 100 μL/poço dos
anticorpos de detecção anti-IFN-γ biotinilados, diluídos em tampão de bloqueio
com 0,05 % de Tween durante 2 horas. Após a incubação foi repetido novo
ciclo de lavagem, e em seguida feita a amplificação da reação pela adição de
100 µL/poço de estreptoavidina/biotina, diluída em tampão de bloqueio com
0,05% de Tween, na concentração de 1,25 mg/mL. Após incubação por 60
minutos à temperatura ambiente foi adicionado 100 μL/poço da solução de
substrato (OPD), seguido de 20-30 minutos de incubação à temperatura
ambiente. A reação foi bloqueada adicionando 50 µl/poço de ácido sulfúrico
(1M) e a densidade óptica dos poços determinada em leitor de placas, usando
filtro de 490 nm.
2.9. Análise estatística dos resultados
A análise estatística das diferenças entre as médias dos grupos
experimentais foi feita utilizando-se análise de variância (ANOVA) e teste t de
Student, com significância mínima estabelecida em P<0,05. Os dados estão
apresentados como média ± erro padrão da média (EPM). Dados de
sobrevivência foram analisados usando o teste log-rank.
3. RESULTADOS
3.1. DL
50
da cepa de H. capsulatum
Como a cepa de H. capsulatum usada nesse trabalho foi isolada de
paciente e ainda não está caracterizada, nós determinamos sua DL
50
de 30, 45
e 60 dias para a infecção intravenosa. A sobrevivência dos camundongos
infectados com diferentes inóculos de H. capsulatum (de 2.5×10
5
a 4×10
6
leveduras) está apresentada na Figura 1. Animais infectados com 2×10
6
e
4×10
6
leveduras apresentaram uma curva de mortalidade progressiva à partir
do 18
O
dia de infecção, atingindo 100% de morte após 42 e 32 dias
respectivamente. Parte dos animais do grupo infectado com 1x10
6
leveduras
morreu no 22
0
dia de infecção (20%). Outra parte morreu entre o 52
0
e o 59
0
dia
de infecção (60%) e somente 20% dos animais sobreviveu até o final do
período de avaliação (90 dias). Não foram observadas mortes no grupo
infectado com 5x10
5
leveduras até o 48
0
dia de infecção, quando 40% dos
animais morreram. Os demais (60%) sobreviveram até o final do período
observado. No grupo infectado com 1×10
5
leveduras todos os animais
sobreviveram. Partindo desses dados, calculamos a DL50 teórica de 30, 45 e
60 dias de infecção (×10
6
leveduras): 1,68±0,14; 1,23±0,06 e 0,62±0,09,
respectivamente. Os experimentos subseqüentes usaram inóculos baseados
nesses resultados.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
20
40
60
80
100
2.5 x 10
5
5 x 10
5
1 x 10
6
2 x 10
6
4 x 10
6
Dias após infecção
Sobrevivência (%)
Figura 1. Perfis de sobrevivência de camundongos C57BL/6 infectados i.v. com
diferentes inóculos de leveduras viáveis de H. capsulatum. Camundongos com
18-20 gramas receberam inóculos de 2.5×10
5
a 4×10
6
leveduras e tiveram sua
sobrevivência acompanhada diariamente por 90 dias. (n=5)
3.2. Padronização da reação de HT e caracterização eletroforética
dos exoantígenos de H. capsulatum
Os exoantígenos foram produzidos a partir de culturas de H. capsulatum,
conforme descrito em materiais e métodos. Realizamos um estudo para
determinar a quantidade ideal dos exoantígenos capaz de induzir uma resposta
adequada nos ensaios de HT em animais imunes. Animais infectados
intravenosamente com uma dose subletal de H. capsulatum (5×10
4
leveduras)
foram utilizados para os ensaios, após 60 dias de infecção. Animais controles
não-infectados foram utilizados para avaliação de reações inespecíficas aos
exoantígenos.
O aumento da espessura da pata observado 24 horas após o inóculo é
demonstrado na Figura 2. Os exoantígenos induziram aumento dose-
dependente na espessura da pata. Nesses animais, o inóculo de 0,2 μg/pata
não produziu resposta significativa (0,03 ± 0,01 mm). Já nos animais que
receberam 1 μg/pata, houve aumento significativo (P < 0,01) da espessura da
pata após 24 horas (0,25 ± 0,05 mm). Os animais que receberam 5 μg/pata
apresentaram um aumento ainda maior na espessura da pata (0,44 ± 0,18 mm).
Em animais controles (não-infectados/não imunes), o inóculo de 5 μg/pata de
exoantígeno não induziu aumento expressivo na espessura da pata após 24
horas (0,02 ± 0,02 mm). Valores menores do que 0,05 mm foram considerados
negativos na avaliação da reação de HT. Comparamos a reação de HT induzida
pelos exoantígenos com a reação induzida pela histoplasmina, utilizada em
uma diluição ótima de 1:50. Esse inóculo de histoplasmina induziu aumento
significativo (P < 0,01) na espessura da pata (0,23 ± 0,03 mm), embora esse
valor represente aproximadamente metade do valor encontrado nos animais
que receberam 5 μg/pata de exoantígeno (P < 0,01).
Uma vez determinada a quantidade ideal dos exoantígenos para indução
de reação de HT, utilizamos essa preparação para acompanhar o
desenvolvimento da imunidade celular in vivo, dos camundongos infectados
com diversos inóculos de H. capsulatum (Figura 3). Em todos os grupos
infectados, os resultados da reação de HT foram bastante semelhantes no 7
O
e
15
O
dias após a infecção. Entretanto, no 30
O
dia de infecção, os grupos
infectados com 5×10
4
e 5×10
5
leveduras apresentaram reação de HT
significativamente superior (0,24±0,19 e 0,25±0,1 mm, respectivamente - P <
0,05) a reação dos outros grupos. O grupo infectado com 10
6
leveduras
apresentou resposta semelhante aos dos controles (0,04±0,03 versus 0,02 ±
0,01 mm, respectivamente). Isso provavelmente deve-se ao fato desses
animais estarem com a imunidade suprimida nessa fase da infecção e coincide
com o período de maior mortalidade nesse grupo (80%).
Surpreendentemente, os exoantígenos também foram capazes de
discriminar o status imunológico individual dos animais infectados, antecipando
quais animais iriam morrer ou sobreviver à infecção. A Tabela 1 apresenta os
resultados individuais da reação de HT de animais infectados i.v. com 10
6
leveduras de H. capsulatum. Todos os 5 animais infectados cuja reação de HT
foi inferior a 0,1 mm morreram, enquanto os animais que apresentaram uma
reação superior a 0,1 mm sobreviveram até o final do período de observação.
Para comprovar que a diferença entre a reação de HT induzida pelos
exoantígenos e pela histoplasmina não foi um fenômeno decorrente da
quantidade insuficiente de histoplasmina utilizada, utilizamos um protocolo de
imunização com os exoantígenos (descrito em materiais e métodos) e testamos
a capacidade de ambos os antígenos induzirem reação de HT nesses animais.
A Figura 4 mostra que não houve diferença entre as reações induzidas pelos
exoantígenos em comparação com a histoplasmina (0,198±0.032 versus
0,18±0,033 mm, respectivamente) nesses animais.
Para caracterizar o perfil eletroforético do exoantígeno fizemos um SDS-
PAGE (12%). Pudemos perceber que a composição do exoantígeno é simples,
apresentando 5 bandas coradas mais fortemente com massas moleculares
aparentes de 80, 70, 57, 31 e 9-12 kDa (Figura 5).
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
Exoantígeno 0.2 μg
Exoantígeno 1 μg
Exoantígeno 5 μg
Histoplasmina 1:50
Controle Imune
*
#
*
*
Grupos
Aumento de espessura da
pata (mm)
Figura 2. Reação de HT induzida pelos exoantígenos (0,2, 1 e 5 μg μg/pata) e
histoplasmina (diluição ótima de 1:50) em animais controles e imunes (60 dias
após infecção subletal com 5 × 10
4
leveduras de H. capsulatum). O resultado foi
avaliado através da diferença entre a espessura da pata antes do inóculo e 24
horas após o mesmo. *P < 0.001 versus respectivo controle (Exoantígeno 5μg
ou Histoplasmina 1:50);
#
P < 0.01 versus Exoantígeno 5 μg (n=5-8).
0 7 14 21 28
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
Controle
5x10
4
5x10
5
1x10
6
*
*
#
Dias após infecção
Aumento de espessura
da pata (mm)
Figura 3. Cinética da reação de HT induzida pelos exoantígenos durante a
infecção com H. capsulatum. Animais não infectados (Controle) e infectados i.v.
com diferentes inóculos de leveduras H. capsulatum receberam 5 μg/50μL de
exoantígenos na pata após 7, 15 e 30 dias de infecção. O resultado foi avaliado
através da diferença entre a espessura da pata antes do inóculo e 24 horas
após o mesmo. *P < 0.01 versus Controle;
#
P < 0.05 versus 5×10
4
e 5×10
5
(n=5-
8)
Tabela 1. Reação de HT individual, induzida pelos exoantígenos em
camundongos controles e infectados i.v. com 5×10
5
leveduras de H.
capsulatum.
Grupos Dias após infecção
7 15 28 60
Controle
1
0,05 0,00 0,06 0,00
2
0,05 0,00 0,03 0,05
3
0,00 0,04 0,05 0,00
4
0,02 0,06 0,00 0,03
5
0,03 0,05 0,06 0,01
Média ± EPM 0,018 ± 0,012 0,025 ± 0,015 0,040 ± 0,010 0,018±0,010
Infectados
1
0,12 0,12 0,37 0,58
2
0,02 0,09 0,06
Morreu
3
0,13 0,12 0,35 0,64
4
0,08 0,18 0,47 0,62
5
0,00
Morreu Morreu Morreu
6
0,11 0,08 0,26 0,60
7
0,08 0,03
Morreu Morreu
8
0,08 0,19 0,26 0,49
9
0,16 0,14 0,08
Morreu
10
0,09 0,06 0,09
Morreu
Média ± EPM 0,08 ± 0,02 0,11 ± 0,02 0,24 ± 0,05 0,59 ± 0,03
Camundongos receberam 5 μg/50 μL de exoantígenos por pata. O resultado foi
avaliado através da diferença entre a espessura da antes do inóculo e 24 horas após o
mesmo.
exoantígenos histoplasmina
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
.
Aumento de espessura da
pata (mm)
Figura 4. Reação de HT induzida pelos exoantígenos ou histoplasmina em
animais imunizados com exoantígenos (conforme descrito em Materiais e
Métodos). Os animais receberam exoantígenos (5 μg) ou histoplasmina (1:50)
em 50μL por pata. O resultado foi avaliado através da diferença entre a
espessura da pata antes do inóculo e 24 horas após o mesmo. (n=5)
Figura 5. SDS-PAGE dos exoantígenos de H. capsulatum. As proteínas de uma
preparação de exoantígenos reduzidas com 2-mercaptoetanol foram separadas
em SDS-PAGE (12%). O gel foi corado pelo azul de Coomassie.
3.3. Proteção mediada pelos exoantígenos de H. capsulatum
Como os exoantígenos mostraram-se promissores durante as avaliações
das reações de HT, investigamos o potencial protetor dos mesmos em animais
infectados. Desenvolvemos um protocolo de vacinação empregando os
exoantígenos e infectamos os camundongos com 10
6
leveduras i.v., uma dose
superior a DL
50
de 60 dias. A sobrevivência dos animais foi acompanhada
durante 60 dias (Figura 6). Como houve 100% de proteção, não sendo
observadas mortes no grupo imunizado com os exoantígenos e infectado com
H. capsulatum, determinamos outros parâmetros imunológicos associados à
proteção. Realizamos a recuperação de unidades formadoras de colônia (UFC)
do baço e pulmões de animais infectados com H. capsulatum, imunizados ou
não com exoantígenos e avaliamos a produção de IFN-γ por células totais do
baço durante o período de infecção.
A vacinação com os exoantígenos foi eficiente na indução de imunidade
protetora, resultando na diminuição da carga fúngica tanto no baço (Figura 7A)
quanto nos pulmões (Figura 7B) dos animais infectados, em comparação com
aqueles que receberam BSA ou que não receberam nada antes da infecção. No
baço dos animais vacinados, o número de UFC recuperadas foi
estatisticamente menor (P < 0,01) desde o 7
o
dia de infecção, sendo a maior
diferença (P < 0,001) observada no 30
o
após infecção, em comparação com os
dois outros grupos infectados. Nos pulmões dos animais vacinados, a
recuperação foi significativamente menor (P < 0,01) somente a partir do 15
o
dia
de infecção, sendo mantido o mesmo padrão até o final do período analisado.
No 30
o
dia de infecção, não determinamos a UFC no grupo infectado que não
recebeu nenhum tratamento prévio, pois a recuperação de UFC desse grupo foi
semelhante ao grupo que recebeu BSA no 7
o
e 15
o
dia de infecção.
Avaliamos também a produção de IFN-γ por células totais de baço
estimuladas com meio somente, com Con A (ativação policlonal) ou com
exoantígenos (ativação específica), após 7, 15 e 30 dias de infecção (Figura 8).
Na primeira semana de infecção, a produção de IFN-γ por células de baço de
animais infectados, incubadas com exoantígenos ou com Con A, esteve
suprimida em comparação com a produção dessa citocina por células de baço
provenientes de animais controles incubadas com Con A. No 15
o
dia após a
infecção, as células do baço dos animais infectados responderam ao estímulo
não específico (Con A) da mesma forma que o controle, demonstrando que
houve reversão da imunossupressão causada pela infecção. Somente as
células de baço de animais imunizados com exoantígenos foram capazes de
produzir quantidades significativas de IFN-γ quando estimuladas in vitro com
esses mesmos antígenos. No 30
o
dia de infecção, a produção de IFN-γ pelas
células do grupo infectado que recebeu BSA estimuladas com Con A, diminuiu
em relação ao 15
o
dia. Essa supressão coincidiu com o período de maior
mortalidade dos animais desse grupo. Nessa fase da infecção, as células de
baço de animais imunizados com exoantígeno não somente mantiveram a
produção de IFN-γ induzida pela Con A, como também foram capazes de
responder ao exoantígeno in vitro na mesma intensidade, produzindo níveis
semelhantes dessa citocina. Estes resultados possuem correlação direta com
os ensaios de sobrevivência apresentados na Figura 1.
Também avaliamos a produção de IFN-γ em células de baço de animais
imunes, após 6 meses de infecção, como uma forma de avaliar a resposta de
células de memória (Figura 9). Esses animais não apresentavam UFC
detectáveis no baço e no pulmão, indicando completa cura da infecção (dados
não mostrados). Mesmo após esse tempo, os exoantígenos foram capazes de
estimular células específicas de longa vida a produzirem IFN-γ em quantidades
equivalentes ao estímulo policlonal (Con A).
0 10 20 30 40 50 60
0
20
40
60
80
100
Hc
BSA + Hc
EXO + Hc
Dias após infecção
Sobrevincia (%)
Figura 6. Proteção contra inóculo letal de H. capsulatum mediada pelos
exoantígenos do fungo. Animais foram imunizados com EXO (Ο) ou receberam
BSA ( ) conforme descrito em Materiais e Métodos e desafiados i.v. com 10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum. Um grupo não imunizado e que não
recebeu BSA (g) foi infectado com o mesmo inóculo do fungo. A sobrevivência
foi acompanhada diariamente por 60 dias. (n=6)
71530
0
2
4
6
8
**
##
##
*
###
A
UFC/grama tecido (log
10
)
71530
0
2
4
6
8
Hc
BSA + Hc
EXO + Hc
*
##
#
B
Dias após infecção
UFC/grama tecido (log
10
)
Figura 7. Carga fúngica nos baços (A) e pulmões (B) de animais não-
imunizados (Hc), imunizados com exoantígeno (EXO+Hc) ou que receberam
BSA (BSA+Hc), desafiados com 10
6
leveduras de H. capsulatum. Nos períodos
indicados, os baços foram removidos, pesados e as UFC recuperadas. O
procedimento de imunização e recuperação foi realizado como descrito em
Materiais e Métodos. *P<0,05 e **P<0,01 versus Hc;
#
P < 0,05;
##
P < 0,01 e
###
P <
0,001 versus BSA + Hc. (n=4-5)
71530
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Controle (Con A)
BSA + Hc (Con A)
BSA + Hc (EXO)
EXO + Hc (Con A)
EXO + Hc (EXO)
*
*
*
*
*
*
#
#
*
Dias as infecção
IFN-
γ
(pg/mL)
Figura 8. Produção de IFN-γ por células totais de baço de camundongos não-
imunizados e não-infectados (controle) e de animais imunizados com BSA (BSA +
Hc) ou com exoantígenos (EXO + Hc), infectados i.v. com 10
6
leveduras de H.
capsulatum. Nos períodos indicados, 5x10
5
células em 100 μL de RPMI-C foram
incubadas in vitro com o mesmo volume de meio contendo 0,4 μg de
Concanavalina A (Con A) ou 5 μg de exoantígenos (EXO). Após 72 horas de
incubação, os sobrenadantes foram coletados e a produção de IFN-γ determinada
por ELISA. *P<0,05 versus Controle;
#
P < 0,05 versus respectivo grupo estimulado
com Con A (n=3-5)
RPMI-C EXO Con A
0
25000
50000
75000
Controle
Imune
*
*
*
#
#
.
IFN-
γ
(pg/mL)
Figura 9. Produção de IFN-γ por células totais de baço de camundongos não-
infectados (controle) e imunes (180 dias após infecção subletal com 5x10
4
leveduras de H. capsulatum). Baços dos animais foram retirados e 5x10
5
células
em 100 μL de RPMI-C foram incubadas in vitro com o mesmo volume de meio
contendo 0,4 μg de Concanavalina A (Con A) ou 5 μg de exoantígenos (EXO).
Após 72 horas de incubação, os sobrenadantes foram coletados e a produção de
IFN-γ determinada por ELISA. *P<0,001 versus respectivo RPMI-C;
#
P < 0,001
versus respectivo Controle. (n=3-5)
4. DISCUSSÃO
Testes intradérmicos usando histoplasmina, um antígeno filtrado de
natureza polissacarídica, são utilizados na clínica e a padronização de seu
preparo foi feito em 1945 (EMMONS et al., 1945). Entretanto, até hoje ninguém
havia testado exoantígenos de H. capsulatum, preparados de forma simples e
rápida, em reações de HT. A reação de HT é um importante parâmetro para
avaliação da exposição prévia de um indivíduo a uma série de infecções, sendo
também utilizada para avaliar a intensidade da resposta imune celular do
hospedeiro. No presente trabalho, inicialmente nós produzimos os exoantígenos
e o utilizamos para a padronização da reação de HT em camundongos
infectados com H. capsulatum. Além disso, comparamos a resposta desses
animais aos exoantígenos com a resposta induzida pela histoplasmina, nosso
controle positivo de reação de HT na histoplasmose. Assim, inicialmente nós
demonstramos a antigenicidade e imunogenicidade do exoantígeno no modelo
de histoplasmose sistêmica. Os resultados foram muito satisfatórios, sendo os
exoantígenos capazes de induzir intensa reação de HT em animais imunes,
aproximadamente duas vezes superior a da histoplasmina. Esse aumento foi
considerado extremamente significativo, superando inclusive resultados
descritos na literatura utilizando outras preparações para avaliação da reação
de HT (DEEPE, 1994; ALLENDOERFER; DEEPE, 1997). Outra vantagem
relevante do uso dos exoantígenos é que não foram observadas reações
inespecíficas nos animais controles (não-infectados). Adicionalmente, a reação
de HT induzida pelos exoantígenos foi capaz de indicar a cinética de
aumento/diminuição do “status” imunológico dos animais infectados. Quando
analisados individualmente, camundongos infectados que apresentaram
respostas negativas ou baixas (até 0,1 mm), morreram poucos dias após as
avaliações terem sido efetuadas. Por outro lado, camundongos infectados que
apresentaram respostas médias e altas (superiores a 0,1 mm) sobreviveram a
infecção. Dessa forma, os exoantígenos parecem ser mais eficientes do que a
histoplasmina na avaliação da resposta imune celular in vivo de animais
infectados com H. capsulatum.
A análise do perfil eletroforético dos exoantígenos revelados por análise
em SDS-PAGE revelaram a presença de pelo menos 5 bandas. A banda de
aproximadamente 80 kDa parece ser semelhante à isolada do extrato de
membrana e parece cellular (CW/M) de H. capsulatum. Esse antígeno, que
possui homologia com hsp 70, foi capaz de induzir resposta humoral e celular
em camundongos infectados com H. capsulatum (GOMEZ et al., 1992). A
banda de aproximadamente 70 kDa parece ser semelhante àquela detectada
no soro de pacientes com histoplasmose através de ELISA e Western blotting
(GOMEZ et al., 1997; GOMEZ et al., 1999). As outras três bandas possuem
massas moleculares aparentes de 57, 31 e 9-12 kDa. A natureza dos antígenos
do H. capsulatum que induzem resposta humoral ou mediada por células não
está totalmente esclarecida até o momento. O antígeno H, presente na
histoplasmina é reconhecido pelo soro de pacientes com histoplasmose
(HEINER, 1958) e deve ser um dos constituintes ativos no filtrado de cultura
capaz de induzir reação de HT em indivíduos expostos ao H. capsulatum
(REEVES et al., 1972; REEVES et al., 1974; PINE, 1977). É provável que haja
uma semelhança parcial nas bandas da histoplasmina e dos exoantígenos que
contribuem para a indução da reação de HT em animais infectados. Essa
possibilidade se confirma quando analisadas as reações de HT contra esses
antígenos em animais que foram imunizados com os exoantígenos. Nesses
animais, ao contrário dos animais infectados, a histoplasmina e os
exoantígenos foram capazes de induzir uma reação de HT de mesma
amplitude. Isso sugere que existem bandas compartilhadas entre as duas
preparações e que a diferença na reação de HT induzida em animais
imunizados pela infecção não são decorrentes da falta de antígenos na
preparação de histoplasmina. A maior ou menor amplitude da reação nesse
caso pode ser decorrente da diferença na geração dos epítopos reconhecidos
pelas células T em cada tipo de imunização.
A intensa resposta de HT induzida pelos exoantígenos nos estimulou a
avaliar a capacidade desses antígenos em gerar proteção nos animais
infectados, quando administrados na forma de vacina. Após sucessivos testes,
chegamos ao protocolo de vacinação descrito em Materiais e Métodos. Embora
diversas vacinas tenham sido licenciadas para uso contra doenças humanas
virais e bacterianas, até o momento nenhuma foi liberada para o tratamento ou
a prevenção de infecções fúngicas, embora as mesmas tenham se mostrado
eficientes contra uma série de modelos experimentais de doenças fúngicas
(RICHARD et al., 1982; KIRKLAND et al., 1998; WUTHRICH et al., 1998; HAN
et al., 1999; MANDEL et al., 2000; LEVITZ et al., 2001; LI et al., 2001). A
despeito do fato de as leveduras representarem a forma patogênica do H.
capsulatum, até 15 anos atrás a maioria dos trabalhos envolvendo resposta de
células T contra esse fungo tiveram como foco a histoplasmina, que é um
antígeno produzido pela fase miceliana do mesmo (DEEPE et al., 1986;
HARRIS et al., 1988; HARRIS et al., 1989). Mais recentemente, foram
conduzidos uma série de estudos para identificar imunógenos protetores
presentes em leveduras do H. capsulatum para o desenvolvimento de vacinas
contra a histoplasmose. Estes estudos apresentaram muitos antígenos
promissores, como CW/M de leveduras (GOMEZ et al., 1991a), as proteínas
isoladas desse antígeno HIS-62 and HIS-80 que são homólogas às hsp 60 and
70, respectivamente (GOMEZ et al., 1991b; GOMEZ et al., 1992) e antígeno H
recombinante (DEEPE, 1995 e 2001). Embora alguns destes tenham
apresentado resultados interessantes, sua completa eficácia depende da
linhagem de camundongos usada, da via de infecção e em alguns casos,
nenhum estudo de sobrevivência foi conduzido. Nós utilizamos o desafio
intravenoso por se tratar da via de infecção mais agressiva (DEEPE, 1993) e a
linhagem C57BL/6 por ser uma das linhagens susceptíveis a histoplasmose
(CHICK; ROBERTS, 1979; WU-HSIEH, 1989). Interessantemente, a imunização
com exoantígenos foi capaz de induzir uma imunidade protetora, reduzindo a
carga fúngica presente nos pulmões e nos baços e protegendo os
camundongos contra o inóculo letal de H. capsulatum. Também, camundongos
imunizados através de infecção subletal (que não apresentaram leveduras
detectáveis em seus órgãos após 60 dias), apresentaram potente reação de HT
aos exoantígenos. Além disso, as células de baço desses animais foram
capazes de produzir IFN-γ quando incubadas in vitro com exoantígenos,
mostrando que esses antígenos são capazes de estimular células específicas
de longa vida, provavelmente de memória. Essa citocina é fundamental durante
o curso da histoplasmose, sendo responsável pela ativação de macrófagos e
consequentemente pela imunidade protetora nessa infecção fúngica (ZHOU et
al., 1995; ALLENDOERFER; DEEPE, 1997; ZHOU et al., 1998).
Nessa primeira parte do trabalho, portanto, produzimos exoantígenos
para avaliação a reação de HT em camundongos infectados com H.
capsulatum. Estes antígenos não induziram reações inespecíficas nos testes
intradérmicos. Posteriormente, nós demonstramos a capacidade desses
antígenos em induzir a produção de IFN-γ por células de baço in vitro e a
proteção de camundongos infectados com o fungo. Isso sugere o potencial
desse antígeno na avaliação da resposta imune celular durante o curso da
infecção e como fonte de antígenos para o desenvolvimento de uma vacina
contra a histoplasmose.
5. CONCLUSÕES
Concluímos com esse trabalho que os exoantígenos produzidos a partir de
leveduras de H. capsulatum:
- são capazes de induzir intensa reação de HT em camundongos
infectados com o fungo, superior à reação induzida pela histoplasmina;
- são capazes de avaliar o “status” imunológico dos animais infectados;
- não induzem reações inespecíficas em animais não infectados;
- estimulam células totais de baço de camundongos infectados a
produzirem IFN-γ in vitro;
- induzem proteção em animais infectados com dose letal do fungo,
quando administrados na forma de vacina.
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Immunology, v. 160, p. 1359-68, 1998.
“Toda vez que um trabalho científico apresenta
um conjunto de dados, ele é acompanhado por
uma barra de erro – uma lembrança silenciosa,
porém insistente de que nenhum conhecimento é
completo ou perfeito”.
Carl Sagan
Capítulo 3
Papel dos eosinófilos na
histoplasmose experimental murina
1. INTRODUÇÃO
Eosinófilos são células que foram observadas pela primeira vez por
Warton Jones em 1846 em preparações não coradas de sangue periférico, mas
somente em 1879 foram nomeadas por Paul Erlich pela intensa marcação de
seus grânulos com o corante ácido eosina (GLEICH; ADOLPHSON, 1986).
Desde então, eosinófilos são objetos de extensiva investigação e sua
ocorrência é observada principalmente em infecções parasitárias e na fase
tardia de reações de hipersensibilidade imediata (FINKELMAN et al., 1991;
CALHOUN et al., 1991). Durante anos nosso grupo tem investigado os
mecanismos envolvidos no recrutamento de eosinófilos, tendo desenvolvido e
estudado um sistema para medir o acúmulo de eosinófilos radiomarcados com
111
In em pele de cobaias in vivo (FACCIOLI et al., 1991). Usando este método,
foram demonstrados a atividade quimioatraente da IL-8 (COLLINS et al., 1993)
e o acúmulo de eosinófilos induzida pelo LPS (WEG et al., 1995). Mais
recentemente foram investigados os fatores envolvidos na migração de
eosinófilos em diferentes modelos experimentais indutores de eosinofilia.
Usando um modelo murino de toxocaríase, uma infecção nematódea, foi
demonstrado o papel da IL-5 no direcionamento de eosinófilos da medula óssea
para o sangue e para os tecidos, tão bem como a modulação da IL-5 sobre a
produção de IL-8 durante a inflamação eosinofílica (FACCIOLI et al., 1996;
FACCIOLI et al., 1998). Dados recentes de nosso laboratório mostraram que
tanto micélio e levedura de H. capsulatum, um fungo dimórfico e patogênico,
quanto a fração polissacarídica álcali-insolúvel (F1) de sua parede, rica em
quitina e β-glucana promoveram o recrutamento de neutrófilos e eosinófilos
quando injetados na cavidade peritoneal, fenômeno este parcialmente
dependente de leucotrienos (MEDEIROS et al., 1999).
Até o presente não foi descrita a função dos eosinófilos na
histoplasmose. No entanto, aumento do número de eosinófilos tem sido descrito
na infecção humana e experimental. Em um paciente com fungemia massiva,
observou-se que 59% dos eosinófilos do sangue periférico continham leveduras
de H. capsulatum (BRYAN; DISALVO, 1979). Estudos em cães com
histoplasmose disseminada demonstraram a presença de leveduras em
neutrófilos e eosinófilos circulantes (VANSTEENHOUSE; DENOVO, 1986;
CLINKENBEARD et al., 1988). Além disso, BULLOCK et al. (1979)
descreveram intensa eosinofilia em pacientes com a forma disseminada da
histoplasmose, onde estas células representavam de 15 a 20% do total de
leucócitos. Estes autores sugeriram que funcionalmente, os eosinófilos atuariam
como células efetoras, uma vez que eles possuem em sua superfície,
receptores para a porção Fc de imunoglobulinas. As imunoglobulinas, quando
presentes recobrindo as leveduras do fungo, facilitariam o processo de
fagocitose e destruição do fungo pelos eosinófilos. Também, eosinófilos e
neutrófilos foram encontrados ao redor de leveduras em glândulas adrenais de
pacientes com histoplasmose disseminada (REEDY et al., 1970).
LIVRAMENTO et al. (1993) observaram número elevado de neutrófilos e
eosinófilos no líquido céfalo-raquidiano de pacientes com histoplasmose aguda.
Assim, tivemos como objetivos nesse trabalho, avaliar o papel dos
eosinófilos na resposta imune na histoplasmose murina. Para tanto iremos:
- confirmar atividade do anticorpo monoclonal anti-IL-5 (TRFK-5) no
modelo de eosinofilia aguda induzida pela inoculação de F1 na cavidade
peritoneal de camundongos;
- determinar o efeito da neutralização de IL-5 sobre a sobrevivência dos
animais infectados com H. capsulatum;
- avaliar o efeito da neutralização da IL-5 sobre a resposta imune celular in
vivo dos animais infectados com H. capsulatum, através da reação de
hipersensibilidade do tipo tardio (HT).
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. Animais
Foram utilizados camundongos da linhagem C57BL/6 machos, pesando
entre 15-21 gramas, provenientes do Biotério de Camundongos Isogênicos do
Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(FMRP) e do Biotério II da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão
Preto (FCFRP). Esses animais foram mantidos no biotério do Departamento de
Bioquímica e Imunologia da FMRP, com livre acesso a água e alimento.
2.2. Purificação do anticorpo monoclonal anti-IL-5
O anticorpo monoclonal TRFK-5 (IgG1) foi purificado a partir do
sobrenadante de cultura do respectivo hibridoma, doado pela Dra. Ises A.
Abrahamsohn do Departamento de Imunologia, Instituto de Ciências
Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo. Este hibridoma foi
cultivado em RPMI-completo (RPMI-C: meio RPMI 1640 suplementado com
10% de soro fetal bovino, 2 mM de L-glutamina, 40 μg/mL de gentamicina,
20mM Hepes, 2,5x10
-5
M de 2-mercaptoetanol), com troca de meio a cada 3
dias. O meio coletado a cada troca foi centrifugado e os sobrenadantes
ultrafiltrados e concentrados para 1/10 do volume inicial, em AMICON utilizando
membrana YM-30. O conteúdo protéico desse concentrado foi precipitado em
solução de sulfato de amônio saturado na proporção de 55% da amostra para
45% da solução saturada. O precipitado foi centrifugado a 5000 g por 30
minutos. O resíduo foi ressuspendido em PBS e dialisado por 4 dias em PBS,
com trocas a cada 24 horas. Antes da purificação, amostras foram dialisadas
contra tampão fosfato 0,02M por 24 horas, com trocas a cada 12 horas. Após a
diálise, os anticorpos foram purificados através de cromatografia de troca
iônica, onde o pico correspondente às imunoglobulinas foi isolado a partir de
leitura das frações coletadas por espectrofotometria com filtro de 280nm. A
quantificação dos anticorpos foi realizada através do kit “Coomassie Protein
Assay Reagent” (Pierce, Rockford, Illinois). Os anticorpos foram aliquotados e
armazenados -70
º
C até o momento do uso.
2.3. Cultivo e obtenção das leveduras de H. capsulatum
A cepa de H. capsulatum usada nesse trabalho foi isolada a partir do
sangue de um paciente com diagnóstico de histoplasmose, acompanhado
clinicamente no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo. Para obtenção de leveduras, os fungos
foram convertidos à partir da forma miceliana através do cultivo a 37
o
C em meio
sólido Müeller-Hinton-gema de ovo contendo, Caldo Müeller-Hinton (2,1%), ágar
(1,3%), dextrose (2%), L-cisteína (solução 1%) e 15 mL de gema de ovo para
cada 100 mL do meio. Após 10-14 dias de cultivo nesse meio, alíquotas do
fungo foram transferidas para um erlenmeyer contendo 50 ml de meio líquido F-
12 (Gibco BRL, Grand Island, N.Y.) e incubadas por 3-5 dias sob agitação
(agitador orbital a 150 rpm) a 37°C (KLIMPEL; GOLDMAN, 1987). Alíquotas
desta amostra foram submetidas ao teste de viabilidade com diacetato de
fluoresceína e brometo de etídio (CORRÊA et al., 1990). Para efeito de
infecção, somente as culturas cuja viabilidade foi igual ou superior a 90% foram
utilizadas.
2.4. Obtenção de F1 da parede celular de H. capsulatum
Leveduras de H. capsulatum foram mortas por autoclavagem e a massa
celular lavada diversas vezes em água destilada para retirada de resíduos.
Posteriormente essa massa foi seca a 37
o
C em estufa e macerada em
almofariz até obtenção de massa celular do fungo. Após a secagem dessa
massa em temperatura ambiente, o resíduo (massa seca) foi tratado com
clorofórmio/metanol (1:1) para retirada dos lipídios da parede celular. O resíduo
livre de lipídeos foi tratado quatro vezes com hidróxido de sódio (NaOH) 1N sob
leve agitação durante duas horas e posteriormente centrifugado à 5000 g por 5
minutos. Os resíduos álcali-insolúveis de cada centrifugação foram reunidos e
lavados com água destilada até neutralização do pH. A seguir, o resíduo celular
total foi lavado sucessivamente com etanol absoluto, acetona, éter etílico e
posteriormente seco à temperatura ambiente. Este resíduo, composto
principalmente por quitina e β-glucanas foi denominado de fração álcali-
insolúvel ou F1 (SILVA; FAZZIOLI, 1985; CARARETO-ALVES et al.¸1987).
Esse material foi ressuspendido em PBS até obtenção de uma solução
homogênea. Após duas autoclavagens para garantir esterilidade do material, o
mesmo foi armazenado à 2-8
o
C até o momento do uso.
2.5. Avaliação da atividade do anticorpo monoclonal anti-IL-5 (TRFK-5)
A eficiência do anticorpo monoclonal anti-IL-5 (TRFK-5) foi testada em um
modelo de eosinofilia aguda induzida pela inoculação da fração F1 da parede de
H. capsulatum (MEDEIROS et al., 1999). Essa fração é capaz de recrutar
eosinófilos quando inoculada na cavidade peritoneal de camundongos. Os
animais foram tratados i.p. com 100 μg de TRFK-5 ou IgG de rato e após 24
horas, receberam i.p. 300 μg da fração F1 em 1 mL de PBS. Animais controles
receberam PBS i.p. no dia do tratamento e no dia do estímulo. Após 48 horas, as
células foram obtidas pela lavagem da cavidade peritoneal com 3 mL de PBS-
citrato. As amostras dos lavados foram diluídas em solução de Turk (diluição 1:20)
e a contagem do número total de células presentes nos lavados foi realizada em
câmara de Neubauer. A contagem diferencial das células presentes nos lavados
foi feita em esfregaços preparados em citocentrífuga e corados com Rosenfeld
(FACCIOLI et al., 1996).
2.6. Avaliação da sobrevivência de animais infectados com H.
capsulatum e tratados com anticorpos monoclonais anti-IL-5 (TRFK-5)
Para avaliar a participação da IL-5 e, conseqüentemente dos eosinófilos,
na infecção com H. capsulatum, dois protocolos de tratamento foram conduzidos.
No primeiro, grupos de camundongos receberam i.p. 100 μg de TRFK-5 ou IgG de
rato e após 24 horas foram infectados i.v. com 10
6
leveduras de H. capsulatum.
No segundo protocolo, os animais receberam 500 μg dos anticorpos (TRFK-5 ou
IgG de rato), foram infectados com 10
6
leveduras após 24 horas e receberam
reforços quinzenais de 100 μg dos respectivos anticorpos, no primeiro mês após a
infecção. A sobrevivência dos animais de ambos os experimentos foi
acompanhada diariamente durante 90 dias.
2.7. Avaliação da reação de HT em camundongos infectados com H.
capsulatum depletados ou não de IL-5
Os exoantígenos de H. capsulatum foram produzidos adaptando-se uma
metodologia já utilizada para Paracoccidioides brasiliensis (CAMARGO et al.,
1991). O H. capsulatum foi cultivado durante 10-15 dias e então 300 mg de
massa do fungo foram adicionados em 1mL de PBS. Essa suspensão foi
agitada em vórtex por 30 segundos e imediatamente centrifugada à 10.000 g.
O sobrenadante resultante, contendo os exoantígenos, foi coletado e
armazenado para dosagem de proteínas através do kit “Coomassie Protein
Assay Reagent” (Pierce). A resposta imune celular in vivo de animais controles
e infectados com H. capsulatum, depletados ou não de IL-5 foi acompanhada
através da reação de HT, utilizando os exoantígenos. Após 7, 15 e 30 dias de
infecção, os animais receberam 5 μg/50 μL de exoantígenos no coxim plantar
da pata traseira esquerda. O resultado foi avaliado através da diferença entre a
espessura da pata antes do inóculo e 24 horas após o mesmo. Animais
controles (não-infectados) receberam somente o inóculo de 5 μg/pata para
avaliar reações inespecíficas aos exoantígenos. A mensuração foi realizada
com um paquímetro para patas (Mitutoyo, Kawasaki, Japão).
2.8. Análise estatística dos resultados
A análise estatística das diferenças entre as médias dos grupos
experimentais foi feita utilizando-se análise de variância (ANOVA) e teste t de
Student, com significância mínima estabelecida em P < 0,05. Os dados estão
apresentados como média ± erro padrão da média (EPM). Dados de
sobrevivência foram analisados usando o teste log-rank.
3. RESULTADOS
3.1. Efeito da neutralização de IL-5 sobre a migração de eosinófilos
para a cavidade peritoneal induzida por F1 de H. capsulatum
Como a citocina IL-5 é o principal mediador envolvido na maturação final,
sobrevivência e saída de eosinófilos da medula óssea (FACCIOLI et al., 1996),
utilizamos o modelo de inoculação i.p. de F1 da parede de H. capsulatum para
avaliar a efeito do anticorpo monoclonal anti-IL-5 (TRFK-5) sobre a migração de
eosinófilos. Nesse modelo há uma cinética de migração característica de
neutrófilos e células mononucleares e um pico na migração de eosinófilos 48
horas após a inoculação dessa fração (MEDEIROS et al., 1999). Reproduzindo
resultados prévios do nosso laboratório, 48 horas após a inoculação i.p. de 300
μg de F1 induziu um significativo (P < 0,001) recrutamento celular (8,3 ± 0,8 x
10
6
células/mL) em comparação com os controles (5,5 ± 0,3 x 10
6
células/mL). A
Figura 1 mostra que o pré-tratamento dos animais com TRFK-5 não afetou
significativamente o recrutamento celular total para a cavidade peritoneal
induzido por F1 nesse período (7,5 ± 0,7 x 10
6
células/ml). Entretanto, quando
as populações celulares presentes na cavidade peritoneal são analisadas
separadamente, observa-se que o pré-tratamento de animais com TRFK-5
inibiu seletivamente a migração de eosinófilos, sem alterar o recrutamento dos
outros tipos celulares (Figura 2).
PBS/PBS IgG/F1 TRFK-5/F1
0
2
4
6
8
10
12
*
*
Tratamento/Estímulo
lulas totais (x 10
6
/mL)
Figura 1: Efeito da neutralização de IL-5 sobre o recrutamento celular total para
a cavidade peritoneal de camundongos induzido pela inoculação de F1 da
parede celular de H. capsulatum. Os animais receberam i.p. 100 μg dos
anticorpos anti-IL-5 (TRFK-5) ou IgG de rato (IgG) e após 24 horas, receberam
i.p. 300 μg de F1. Após 48 horas foi realizado o lavado da cavidade peritoneal.
Animais controles receberam PBS i.p. durante o tratamento e no estímulo. *P <
0,001 em relação a PBS/PBS. (n=6)
PBS/PBS IgG/F1 TRFK-5/F1
0
4
8
12
16
20
*
#
A
Eosinófilos X 10
5
/ml
PBS/PBS IgG/F1 TRFK-5/F1
0
4
8
12
16
20
*
*
B
Neutrófilos X 10
5
/ml
PBS/PBS IgG/F1 TRFK-5/F1
0
4
8
12
16
20
C
Tratamento/Estímulo
Células mononucleares x 10
6
/ml
Figura 2: Efeito da neutralização de IL-5 sobre o recrutamento de eosinófilos
(A), neutrófilos (B) e células mononucleares (C) para a cavidade peritoneal de
camundongos, induzido pela inoculação de F1 da parede celular de H.
capsulatum. Os animais receberam i.p. 100 μg dos anticorpos anti-IL-5 (TRFK-
5) ou IgG de rato (IgG) e após 24 horas, receberam i.p. 300 μg de F1. Após 48
horas foi realizado o lavado da cavidade peritoneal. Animais controles
receberam PBS i.p. durante o tratamento e no estímulo. *P < 0,01 em relação a
PBS/PBS;
#
P < 0,05 em relação a IgG/F1 (n=6).
3.2. Efeito da neutralização de IL-5 na sobrevivência de
camundongos infectados com H. capsulatum
Para avaliar o papel da IL-5 e dos eosinófilos no curso da histoplasmose
experimental murina, acompanhamos a sobrevivência de animais infectados e
previamente tratados com TRFK-5 ou IgG de rato, utilizando dois protocolos
diferentes. No primeiro protocolo, os animais receberam i.p. 100 μg de TRFK-5
ou IgG de rato e após 24 horas foram infectados i.v. com 10
6
leveduras viáveis
de H. capsulatum. Com esse regime de tratamento, a curva de sobrevivência de
ambos os grupos foi semelhante e no final do período de observação (90 dias)
apenas 17% (1/6) dos animais haviam sobrevivido em ambos os grupos (Figura
3). No segundo protocolo, os animais receberam i.p. 500 μg dos anticorpos e
após 24 horas foram infectados com 10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum.
Os animais receberam reforços quinzenais i.p. de 100 μg dos respectivos
anticorpos no primeiro mês após a infecção. Esse protocolo também não
alterou significativamente a curva de sobrevivência dos animais que receberam
TRFK-5 em relação aos animais que receberam isotipo controle (Figura 4).
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
20
40
60
80
100
TRFK-5 + Hc
IgG + Hc
Dias após infecção
Sobrevivência (%)
Figura 3. Efeito da neutralização de IL-5 sobre a sobrevivência de
camundongos infectados com H. capsulatum. Os animais receberam i.p. 100 μg
dos anticorpos anti-IL-5 (TRFK-5) ou IgG de rato (IgG) e após 24 horas foram
infectados com 10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum (Hc). Sobrevivência foi
acompanhada diariamente por 90 dias. (n=6)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
20
40
60
80
100
IgG + Hc
TRFK-5 + Hc
Dias após infecção
Sobrevivência (%)
Figura 4. Efeito da manutenção da neutralização de IL-5 sobre a sobrevivência
de camundongos infectados com H. capsulatum. Os animais receberam i.p. 500
μg dos anticorpos anti-IL-5 (TRFK-5) ou IgG de rato (IgG) e após 24 horas
foram infectados com 10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum (Hc), recebendo
reforços quinzenais i.p. de 100 μg dos respectivos anticorpos no primeiro mês
após a infecção. Sobrevivência foi acompanhada por 90 dias. (n=6-7).
3.3. Efeito da neutralização de IL-5 sobre a resposta imune celular in
vivo de animais infectados com H. capsulatum
Para descartar a possibilidade de que o ensaio de mortalidade não
estivesse refletindo o papel da IL-5 e dos eosinófilos no curso da infecção,
induzimos a reação de HT durante a infecção, nos animais do segundo
protocolo de tratamento. Os resultados da Tabela 1 demonstram que não houve
diferenças significativas entre a espessura das patas dos grupos controles
(animais não-infectados) e dos animais infectados que receberam TRFK-5 ou
IgG de rato, em todos os períodos analisados. Adicionalmente realizamos uma
infecção com um inóculo subletal (5x10
5
leveduras), mantendo o mesmo regime
de tratamento com os anticorpos e observamos o desenvolvimento de
imunidade nesses animais, também através da reação de HT. Os resultados
descritos na Tabela 2 mostram que nesse caso, os animais de ambos os
grupos infectados (tratados com TRFK-5 e IgG de rato) desenvolveram reação
de HT significativamente maior do que os controles já a partir do 15
0
dia de
infecção, reação essa que foi mais intensa aos 30 dias de infecção. Entretanto
não houve diferença significativa entre a reação de HT do grupo infectado e
pré-tratado com TRFK-5 e do grupo infectado e pré-tratado com IgG de rato.
Tabela 1. Efeito da neutralização de IL-5 sobre a reação de HT após infecção
letal com H. capsulatum.
Dias após
infecção
Aumento da espessura
da pata em mm (média ± EPM)
Controle
IgG + Hc
TRFK-5 + Hc
7
0,013 ± 0.001
0,026 ± 0,006
0,022 ± 0,008
15
0,035 ± 0,007
0,060 ± 0,007
0,085 ± 0,015
30
0,008 ± 0,005
0,038 ± 0,012
0,012 ± 0,006
Os animais receberam i.p. 100 μg dos anticorpos anti-IL-5 (TRFK-5) ou IgG de rato (IgG) e após
24 horas foram infectados com 10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum (Hc), recebendo reforços
quinzenais i.p. de 100 μg dos respectivos anticorpos no primeiro mês após a infecção. Animais que
não receberam anticorpos e não foram infectados (Controle) foram incluídos no experimento. A
reação de HT foi avaliada após 7, 15 e 30 dias de infecção através da administração de 5 μg/50
μl de exoantígenos por pata. O resultado foi avaliado através da diferença entre a espessura da
pata antes do inóculo e 24 horas após o mesmo. (n=5-6)
Tabela 2. Efeito da neutralização de IL-5 sobre a reação de HT após infecção
subletal com H. capsulatum.
Dias após
infecção
Aumento da espessura
da pata em mm (média ± EPM)
Controle
IgG + Hc
TRFK-5 + Hc
7
0,002 ± 0.002
0,046 ± 0,012
0,024 ± 0,015
15
0,018 ± 0,009
0,068 ± 0,013 *
0,095 ± 0,012 **
30
0,012 ± 0,007
0,353 ± 0,036 **
0,438 ± 0,060 ***
Os animais receberam i.p. 500 μg dos anticorpos anti-IL-5 (TRFK-5) ou IgG de rato (IgG) e após
24 horas foram infectados com 10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum (Hc), recebendo reforços
quinzenais i.p. de 100 μg dos respectivos anticorpos no primeiro mês após a infecção. Animais que
não receberam anticorpos e não foram infectados (Controle) foram incluídos no experimento. A
reação de HT foi avaliada após 7, 15 e 30 dias de infecção através da administração de 5 μg/50
μl de exoantígenos por pata. O resultado foi avaliado através da diferença entre a espessura da
pata antes do inóculo e 24 horas após o mesmo. *P < 0,05; **P < 0,01; ***P < 0,001. (n=5-7)
4. DISCUSSÃO
Eosinófilos vêm sendo alvo de extensiva investigação, principalmente por
sua ocorrência associada a infecções parasitárias e na fase tardia das reações
de hipersensibilidade imediata (FINKELMAN et al., 1991; CALHOUN et al.,
1991). Nosso grupo demonstrou previamente que eosinófilos participam da
resposta inflamatória induzida na cavidade peritoneal pela inoculação de H.
capsulatum ou da fração álcali-insolúvel (F1) isolada da parede celular desse
fungo (MEDEIROS et al., 1999). Verificamos então o efeito da neutralização da
IL-5 com o anticorpo monoclonal TRFK-5, utilizando o modelo de inflamação
eosinofílica induzida por F1 na cavidade peritoneal. Observamos que o
tratamento prévio com TRFK-5 de animais que receberam F1 inibiu
completamente o recrutamento de eosinófilos para a cavidade peritoneal. A
citocina IL-5 dirige especificamente a diferenciação terminal e proliferação de
precursores de eosinófilos, assim como ativa essas células após seu
amadurecimento (SANDERSON et al., 1985; YAMAGUCHI et al., 1988;
COEFFIER et al., 1991). Além disso, IL-5 mobiliza eosinófilos da medula óssea
para o sangue periférico e é capaz de primá-los a responder mais rapidamente
a outros estímulos quimiotáticos como quimiocinas e mediadores lipídicos
(COLLINS et al., 1995; FACCIOLI et al., 1996). Diversos quimioatraentes estão
envolvidos na migração de eosinófilos in vivo e in vitro, dentre eles eotaxina,
PAF e leucotrieno B
4
(LTB
4
) (COLLINS et al., 1995; OKADA et al., 1996). Muitos
investigadores já haviam demonstrado uma correlação direta entre eosinofilia
crônica e IL-5 em infecções helmínticas humanas e em modelos experimentais
com Toxocara canis, Nippostrongylus brasiliensis e Schistosoma mansoni
(COFFMAN et al., 1989; SHER et al., 1990; PARSONS et al., 1993; FACCIOLI
et al., 1996). Nosso grupo já havia demonstrado que o recrutamento de
eosinófilos para a cavidade peritoneal induzido por F1 é parcialmente
dependente de leucotrienos, utilizando MK-886, um inibidor da síntese dessas
moléculas (MEDEIROS et al., 1999). Esse trabalho foi o primeiro a demonstrar
a participação da IL-5 em um modelo de inflamação eosinofílica aguda e, em
conjunto com os resultados prévios, sugere que há uma associação entre
leucotrienos e IL-5 na migração de eosinófilos. Esses resultados mostram a
eficácia do anticorpo TRFK-5 e foram publicados no Brazilian Journal of Medical
and Biological Research (Sá-Nunes et al., 2004).
Investigamos também o papel dos eosinófilos durante a infecção por H.
capsulatum, uma vez que alguns autores apresentaram uma associação entre
estas células e o fungo (BULLOCK et al.,1979; CLINKENBEARD et al., 1988).
O mesmo não se pode dizer da participação da IL-5 e consequentemente dos
eosinófilos na histoplasmose experimental murina. Nenhum dos dois regimes
de tratamento com TRFK-5 foi capaz de alterar a curva de sobrevivência dos
animais. Procuramos por outros parâmetros que pudessem demonstrar a
participação desses elementos da resposta imunológica contra o H.
capsulatum. Através de reações de HT induzidas por exoantígenos do fungo,
observamos o desenvolvimento da resposta imune celular in vivo após infecção
letal e subletal. Entretanto, novamente não observamos quaisquer diferenças
entre o grupo que recebeu TRFK-5 e IgG de rato. Após esses experimentos,
podemos afirmar que nem a citocina IL-5, nem os eosinófilos são relevantes na
resposta imunológica contra o H. capsulatum. Dois pontos principais fortalecem
essa conclusão. Primeiramente, utilizamos doses suficientemente altas de
TRFK-5 para neutralizar a IL-5 endógena dos animais. Isso se confirma pelo
fato de que 100 μg desse anticorpo por animal foram suficientes para bloquear
a eosinofilia peritoneal aguda induzida por F1 da parede do H. capsulatum.
Essa dose é de 5 a 40 vezes maior do que a usada em outros modelos de
neutralização da IL-5 e bloqueio de eosinofilia (KUNG et al., 1995; EGAN et al.,
1997; MENEZES-DE-LIMA-JUNIOR et al., 1997). Em segundo lugar, utilizamos
um outro protocolo com 500 μg de TRFK-5 mais reforços quinzenais, que
também não alterou a sobrevivência dos animais. Esse protocolo foi realizado
apenas para uma confirmação final dos resultados obtidos, visto que uma única
dose de TRFK-5 é capaz de inibir a eosinofilia no lavado broncoalveolar de
macacos e camundongos por pelo menos três meses (MAUSER et al., 1995;
EGAN et al., 1997).
5. CONCLUSÕES
Concluímos que a neutralização da IL-5 com o anticorpo monoclonal TRFK-
5:
- bloqueia a eosinofilia aguda induzida na cavidade peritoneal pela
inoculação de F1 de H. capsulatum
- não afeta a sobrevida dos animais infectados
- não altera o perfil de desenvolvimento da imunidade celular in vivo após
infecção letal ou subletal
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vitro survival. IL-5 as an eosinophil chemotactic factor. The Journal of
Experimental Medicine, v. 167, p. 1737-42, 1988.
“Não subestime seus ouvintes. Tente inspirá-los
com a poesia da ciência, faça com que suas
explicações sejam simples e não negligencie o
difícil. Dedique esforços extras às explicações a
leitores atentos, que estão preparados para
esforçar-se para entendê-las”.
Richard Dawkins
em “A escalada do Monte Improvável”
Capítulo 4
Papel dos neutrófilos na
histoplasmose experimental murina
1. INTRODUÇÃO
Neutrófilos são conhecidos como células predominantes durante a
inflamação aguda e em resposta a muitos tipos de infecção. Eles contribuem
para a proteção do hospedeiro através de atividades como fagocitose,
mecanismos oxidativos e produção de citocinas e quimiocinas
imunorreguladoras durante o início de infecções microbianas. Estudos sobre a
atividade funcional dos neutrófilos na patogênese dessas infecções ganharam
impulso após a disponibilização do anticorpo monoclonal RB6-8C5, o qual é
altamente eficiente na depleção de granulócitos (TEPPER et al., 1992). A
depleção de neutrófilos com RB6-8C5 tem sido associada com aumento da
susceptibilidade de camundongos a uma ampla gama de microorganismos
como vírus herpes simplex (TUMPEY et al., 1996), vírus Junin (GONZALEZ et
al., 1987); as bactérias Mycobacterium tuberculosis (PEDROSA et al., 2000;
SEILER et al., 2000), M. bovis (FULTON et al., 2002), Legionella pneumophila
(TATEDA et al., 2001), Listeria monocytogenes (CZUPRYNKSI et al., 1994); os
parasitas Entamoeba hystolytica (SEYDEL et al., 1997), Leishmania major
(TACCHINI-COTTIER et al., 2000), Toxoplasma gondii (SAYLES et al., 1996) e
outros.
Nas doenças fúngicas, a contribuição dos neutrófilos é controversa. Por
um lado, neutrófilos são importantes para a defesa do hospedeiro contra
Candida albicans (JENSEN et al., 1994; ROMANI et al., 1997a; ROMANI et al.,
1997b) e Aspergillus fumigatus (MEHRAD et al. 2000). Por outro, neutropenia
reduz a susceptibilidade de camundongos infectados com Cryptococcus
neoformans (MEDNICK et al., 2003). Histoplasmose é uma doença fúngica
altamente prevalente, principalmente na América do Norte e Central (CANO;
HAJJEH, 2001), causada pelo fungo dimófico Histoplasma capsulatum. A
infecção inicia-se com a inalação de fragmentos micelianos e conidiais que se
convertem em leveduras, a forma patogênica, quando à temperatura dos
hospedeiros mamíferos (37
o
C). A magnitude da exposição e o “status” imune do
hospedeiro influenciam as manifestações clínicas da histoplasmose, sendo que
a manifestação sintomática, severa e disseminada ocorre comumente em
pacientes imunodeficientes principalmente como resultado da infecção pelo
HIV, quimioterapia contra o câncer e transplante de órgãos (WOODS, 2002). A
resposta imune protetora contra H. capsulatum é a imunidade celular, mediada
por macrófagos e células T CD4
+
e CD8
+
(NEWMAN et al., 1992;
ALLENDOERFER et al., 1993; DEEPE, 1994; ZHOU et al., 1995; ZHOU et al.,
2001). Embora seja atribuído aos neutrófilos importante papel na fagocitose e
destruição inicial de microorganismos, os estudos referentes a sua participação
na histoplasmose ainda não são claros. Diversos estudos in vitro têm sugerido
que neutrófilos apresentam atividade fungicida contra leveduras de H.
capsulatum. HOWARD et al. (1965), demonstraram que em presença de soro,
neutrófilos peritoneais de cobaia são capazes de destruir leveduras de H.
capsulatum após 3 horas de incubação. Estudos in vitro têm estabelecido que
neutrófilos são capazes de englobar e matar fragmentos micelianos, mas não
leveduras (SCHAFFNER et al., 1986). Mais recentemente demonstrou-se que
neutrófilos humanos e murinos exibem atividade fungistática contra leveduras
de H. capsulatum (BRUMMER et al., 1991; KURITA et al., 1991).
Posteriormente, NEWMAN et al. (1993) também demonstraram que neutrófilos
humanos possuem potente atividade fungicida sobre leveduras in vitro, sendo
que esta atividade foi evidenciada nas primeiras 24 horas de incubação. Um
estudo prévio demonstrou aumento da mortalidade em camundongos
depletados de neutrófilos quando infectados com H. capsulatum em
comparação com camundongos não-depletados (ZHOU et al., 1998).
Assim, tivemos como objetivos nesse trabalho avaliar o papel dos
neutrófilos na resposta imune na histoplasmose murina. Para tanto iremos:
- confirmar a capacidade de depletar granulócitos do anticorpo monoclonal
RB6-8C5 no sangue de animais normais (não-infectados);
- determinar o efeito da depleção de granulócitos sobre a sobrevivência de
animais infectados com H. capsulatum;
- avaliar o efeito da depleção de granulócitos sobre a resposta imune
celular in vitro e in vivo dos animais infectados com H. capsulatum,
através de linfoproliferação, e reação de hipersensibilidade do tipo tardia
(HT);
- determinar o perfil de citocinas e óxido nítrico em sobrenadante de
cultura de células totais de baço, homogeneizado pulmonar e soro de
animais controles e infectados, depletados ou não depletados de
neutrófilos.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. Animais
Foram utilizados camundongos da linhagem C57BL/6 machos, pesando
entre 15-21g, provenientes do Biotério de Camundongos Isogênicos do
Departamento de Genética da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
(FMRP) e do Biotério II da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão
Preto (FCFRP). Esses animais foram mantidos no biotério do Departamento de
Bioquímica e Imunologia da FMRP, com livre acesso a água e alimento.
2.2. Cultivo e obtenção das leveduras de H. capsulatum
A cepa de H. capsulatum usada nesse trabalho foi isolada a partir do
sangue de um paciente com diagnóstico de histoplasmose, acompanhado
clinicamente no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto da Universidade de São Paulo. Para obtenção de leveduras, os fungos
foram convertidos à partir da forma miceliana através do cultivo a 37
o
C em meio
sólido Müeller-Hinton-gema de ovo contendo, Caldo Müeller-Hinton (2,1%), ágar
(1,3%), dextrose (2%), L-cisteína (solução 1%) e 15 mL de gema de ovo para
cada 100 mL do meio. Após 10-14 dias de cultivo nesse meio, alíquotas do
fungo foram transferidas para um erlenmeyer contendo 50 ml de meio líquido F-
12 (Gibco BRL, Grand Island, N.Y.) e incubadas por 3-5 dias sob agitação
(agitador orbital a 150 rpm) a 37°C (KLIMPEL & GOLDMAN, 1987). Alíquotas
desta amostra foram submetidas ao teste de viabilidade com diacetato de
fluoresceína e brometo de etídio (CORRÊA et al., 1990). Para efeito de
infecção, somente as culturas cuja viabilidade foi igual ou superior a 90% foram
utilizadas.
2.3. Purificação do anticorpo monoclonal anti-granulócitos (RB6-
8C5)
O anticorpo monoclonal RB6-8C5 (IgG2a) foi purificado a partir do
sobrenadante de cultura do respectivo hibridoma, doado pelo Dr. Mário Mariano
(Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, Universidade
Federal de São Paulo, São Paulo, Brazil). Este hibridoma foi cultivado em
RPMI-completo (RPMI-C: meio RPMI 1640 suplementado com 10% de soro
fetal bovino, 2 mM de L-glutamina, 40 μg/mL de gentamicina, 20mM Hepes,
2,5x10
-5
M de 2-mercaptoetanol) com troca de meio a cada 3 dias. O meio
coletado a cada troca foi centrifugado e os sobrenadantes ultrafiltrados e
concentrados para 1/10 do volume inicial, em AMICON utilizando membrana
YM-30. O conteúdo protéico desse concentrado foi precipitado em solução de
sulfato de amônio saturado na proporção de 55% da amostra para 45% da
solução saturada. O precipitado foi centrifugado a 5000 g por 30 minutos. O
resíduo foi ressuspendido em PBS e dialisado por 4 dias em PBS, com trocas a
cada 24 horas. Antes da purificação, amostras foram dialisadas contra tampão
fosfato 0,02M por 24 horas, com trocas a cada 12 horas. Após a diálise, os
anticorpos foram purificados através de cromatografia de troca iônica, onde o
pico correspondente às imunoglobulinas foi isolado partir de leitura das frações
coletadas por espectofotometria com filtro de 280nm. A quantificação dos
anticorpos foi realizada através do kit “Coomassie Protein Assay Reagent”
(Pierce, Rockford, Illinois). Os anticorpos foram aliquotados e armazenados -70
º
C até o momento do uso.
2.4. Avaliação da atividade do anticorpo monoclonal anti-
granulócitos (RB6-8C5) no sangue de camundongos controles (não-
infectados)
A eficiência do anticorpo monoclonal anti-granulócitos (RB6-8C5) foi
determinada através da cinética de depleção de neutrófilos e eosinófilos
presentes no sangue periférico de camundongos normais. Os animais
receberam i.p. 250 μg de RB6-8C5 ou IgG de rato e após 1, 3, 5 e 10 dias
tiveram alíquotas de sangue retiradas. As amostras de sangue foram diluídas
em solução de Turk (diluição 1:100) e a contagem do número total de células
presentes foi realizada em câmara de Neubauer. A contagem diferencial das
células presentes no sangue foi feita em esfregaços preparados em lâminas e
corados com Rosenfeld (FACCIOLI et al., 1996).
2.5. Efeito da depleção de granulócitos sobre a sobrevivência de
animais infectados com H. capsulatum
Para avaliar a participação da neutrófilos durante a infecção com H.
capsulatum, grupos de camundongos receberam i.p. uma única dose de 250 μg/1
mL de RB6-8C5 ou IgG de rato e após 24 horas foram infectados i.v. com 10
6
leveduras de H. capsulatum. A sobrevivência dos animais foi acompanhada
durante 60 dias.
2.6. Efeito da depleção de granulócitos sobre a reação de
hipersensibilidade tardia (HT) durante a infecção com H. capsulatum
A resposta imune celular in vivo de animais controles e infectados com
H. capsulatum, depletados ou não de granulócitos, foi monitorada através da
reação de hipersensibilidade do tipo tardia (HT), utilizando exoantígenos do
fungo. Após 7, 15 e 30 dias de infecção, os animais receberam 5 μg/50 μL dos
exoantígenos no coxim plantar da pata traseira esquerda. O resultado foi
avaliado através da diferença entre a espessura da pata antes do inóculo e 24
horas após o mesmo. Animais controles (não-infectados) também receberam o
inóculo de 5 μg/pata para avaliar reações inespecíficas aos exoantígenos. A
mensuração foi realizada com um paquímetro para patas (Mitutoyo, Kawasaki,
Japão).
2.7. Efeito da depleção de granulócitos sobre a recuperação de
unidades formadoras de colônia (UFC) do baço e dos pulmões de animais
infectados com H. capsulatum
Camundongos infectados, depletados ou não de granulócitos foram
sacrificados após 7 e 15 dias de infecção e tiveram o baço e os pulmões
retirados e pesados. A suspensão de células dos baços foi obtida após
homogeneização em 5 mL de RPMI-C. Após a lise das hemácias, as células
foram lavadas 3 vezes em RPMI-C e ressuspendidas em 1 mL do mesmo meio.
Essas suspensões foram diluídas (1:100 e 1:500) e, para recuperação das
UFC, 200 μL foram distribuídos em placas de Petri contendo BHI-agar
suplementado com 5% de hemácias de carneiro, em duplicata para cada baço.
Após 21 dias de cultivo a 37
o
C, o número de UFC nas placas foi determinado e
os valores de UFC por órgão, transformado para escala logarítmica.
O lóbulo superior (maior) do pulmão esquerdo de cada animal foi cortado
em pequenos fragmentos colocados em tubo cônico de 50 mL contendo 15 mL
de meio RPMI incompleto acrescido de solução de liberase (0,5 μg/mL) e
incubados a 37
o
C, durante 30 minutos, sob agitação. Decorrido o tempo de
incubação, a dispersão das células pulmonares foi realizada com o auxílio de
uma seringa de 10 mL. A suspensão contendo as células e os fragmentos de
pulmão foi centrifugada a 400 g, durante 5 minutos, e o precipitado foi
ressuspendido em 5 mL de meio RPMI-C para bloquear a ação da liberase.
Diluições apropriadas foram feitas (1:100 ou 1:500) e a recuperação de UFC foi
realizada de maneira semelhante à descrita para o baço. Alíquotas de 200 μl
foram retiradas para o ensaio de recuperação de UFC, em duplicata para cada
pulmão. Após 21 dias de cultivo a 37
o
C, o número de UFC nas placas foi
determinado e os valores de UFC por grama de órgão, transformados para
escala logarítmica.
2.8. Linfoproliferação de células totais de baço estimuladas in vitro
A resposta imune celular in vitro foi avaliada através da resposta
linfoproliferativa de células esplênicas de animais controles e infectados com H.
capsulatum, depletados ou não de granulócitos. Baços de animais controles e
infectados com H. capsulatum, tratados com RB6-8C5 ou IgG de rato, foram
retirados após 7 e 15 dias de infecção. A suspensão de células dos baços foi
obtida através de homogeneização do órgão em peneiras de nylon, com 5 mL
de RPMI-C. Após a lise das hemácias, as células foram lavadas 3 vezes em
RPMI-C e ressuspendidas em 1 mL do mesmo meio. As suspensões foram
acertadas para 5x10
6
células/mL e cultivadas em placas de 96 poços de fundo
chato, em volume de 100 μL/poço, em triplicata. As células foram estimuladas in
vitro com 100 μL/poço de concanavalina A (Con A - 4 μg/mL) ou exoantígenos de
H. capsulatum (50 μg/mL) em RPMI-C. Células incubadas com RPMI-C somente
foram usadas como controle (linfoproliferação basal). As culturas foram
incubadas a 37
o
C em estufa com tensão de 5% de CO
2
, por 72 horas. Dezoito
horas antes do término da incubação foi adicionado 1μCi de
3
H-timidina (6,7
μCi/mol), em cada poço. Após esse período, as culturas foram recuperadas
através de um coletor de células (Cell Harvester, Cambridge Technology, UK)
em papéis de fibra de vidro e a incorporação de
3
H-timidina nas células
determinada em contador de cintilação beta, sendo os resultados expressos
em contagem por minuto (cpm). Os dados foram expressos na forma de índice
de estimulação que é o resultado da divisão da média da cpm das células
estimuladas in vitro com o exoantígeno ou com a Con A, pela média da cpm
das células que ficaram apenas em presença de RPMI-C.
2.9. Quantificação de citocinas através de ELISA
Semelhantemente a metodologia descrita no item anterior, foi realizada a
cultura de células totais do baço provenientes de animais controles e de animais
infectados, depletados ou não depletados de neutrófilos, mas sem a adição de
3
H-
timidina, durante 72 horas. As placas foram centrifugadas e os sobrenadantes
de cultura armazenados em freezer –70
o
C até o momento do uso.
No 7
0
e 15
0
dia de infecção, o lóbulo inferior (menor) do pulmão esquerdo
e os dois primeiros lóbulos superiores do pulmão direito de animais controles e
infectados, depletados ou não depletados de granulócitos, foram retirados e
homogeneizados em 2 mL de RPMI-C. Esse material foi centrifugado e os
sobrenadantes armazenados em freezer –70
o
C até o momento do uso.
O sangue de animais controles e infectados, depletados ou não
depletados de neutrófilos, foi retirado após 1, 3, 5 e 7 dias de infecção. O soro
foi separado e armazenado em freezer –70
o
C até o momento do uso.
O material produzido nesses três procedimentos foi utilizado para a
quantificação das citocinas IL-4, IL-10, IFN-γ e TNF-α através de Ensaio Imuno-
Enzimático (ELISA). Anticorpos de captura foram diluídos em tampão carbonato
(100 µL/poço) e após incubação das placas durante uma noite à 4°C, as
mesmas foram lavadas 3 vezes com solução tamponada com fosfato contendo
0,05% de Tween (tampão de lavagem). Após as sucessivas lavagens e
secagem da placa, foi realizada a reação de bloqueio adicionando 300 µL/poço
de uma solução tamponada com fosfato contendo 1% de BSA, seguido de
incubação à temperatura ambiente pelo período mínimo de 1 hora. Após o
bloqueio, os poços foram novamente lavados 3 vezes com o tampão de
lavagem, e então adicionado 100 μL das amostras para a quantificação da
citocina. A curva-padrão realizada com citocinas recombinantes (Pharmingen,
San Diego, CA) variaram de 9,6 a 2500 pg/mL. Após nova incubação de uma
noite à 4°C, foi repetido o procedimento de lavagem e adicionado 100 μL/poço
dos anticorpos de detecção anti-citocinas biotinilados, diluídos em tampão de
bloqueio com 0,05 % de Tween durante 2 horas. Após a incubação foi repetido
novo ciclo de lavagem, e em seguida feita a amplificação da reação pela adição
de 100 µL/poço de estreptoavidina/biotina, diluída em tampão de bloqueio com
0,05% de Tween, na concentração de 1,25 mg/mL. Após incubação por 60
minutos à temperatura ambiente foi adicionado 100 μL/poço da solução de
substrato (OPD), seguido de 20-30 minutos de incubação à temperatura
ambiente. A reação foi bloqueada adicionando 50 µl/poço de ácido sulfúrico (1
M) e a densidade óptica dos poços determinada em leitor de placas, usando
filtro de 490 nm.
2.10. Quantificação de nitrito (NO
2
-
) pela reação de Griess
A produção de nitrito (NO
2
-
) nos mesmos sobrenadantes de cultura de
células totais de baço e de homogeneizado pulmonar, descritos no item
anterior, foi determinada através da reação de Griess, descrita previamente
(LANE et al., 1994). Cem microlitros dos sobrenadantes foram incubados com o
mesmo volume do reagente de Griess (mistura 1:1 de uma solução de NEED
0,1% em água destilada e de uma solução de sulfanilamida 1% em H
3
PO
4
5%)
a temperatura ambiente. A concentração de NO
2
-
foi determinada usando uma
curva-padrão de 1 a 200 µM NaNO
2
. Os dados estão apresentados como
micromoles de NO
2
-
por mL.
2.11. Histopatologia dos pulmões e dos fígados
O processamento histopatológico dos órgãos foi feito em colaboração
com o Dr. Édson Garcia Soares do Departamento de Patologia da FMRP-USP.
Para tanto, lóbulos de pulmões dos diferentes grupos experimentais foram
removidos após 7 e 15 dias de infecção. Os tecidos foram fixados em tampão
de Millonig (10% de formaldeído-Sigma St. Louis, MO, USA) 1,86% de fosfato
de potássio monobásico e 0,42% de hidróxido de sódio (MERCK, Montreal,
Canadá, pH=7.4) e inclusos em parafina. Cortes histológicos, com 5 μm de
espessura, foram corados com hematoxilina-eosina (HE) ou prata (prata de
Grocott, GMS) e analisados comparativamente os componentes celulares,
organização tecidual (granulomas) e leveduras de H. capsulatum no
parênquima pulmonar dos animais dos diferentes grupos experimentais.
2.12. Análise estatística dos resultados
A análise estatística das diferenças entre as médias dos grupos
experimentais foi feita utilizando-se análise de variância (ANOVA) e teste t de
Student, com significância mínima estabelecida em P<0,05. Os dados estão
apresentados como média ± erro padrão da média (EPM). Dados de
sobrevivência foram analisados usando o teste log-rank.
3. RESULTADOS
3.1. Depleção de leucócitos circulantes pelo anticorpo monoclonal
anti-granulócitos (RB6-8C5)
Estudamos o efeito do anticorpo monoclonal RB6-8C5, caracterizado na
literatura para a depleção de granulócitos, verificando seu efeito diretamente no
sangue de animais controles. Os animais foram tratados com RB6-8C5 ou IgG
de rato e, em diferentes dias após o tratamento, coletamos alíquotas de sangue
e determinamos o número total e diferencial dos leucócitos.
A administração i.p. de RB6-8C5 (250 μg/animal) diminuiu
significativamente (P < 0,01) o número de células totais do sangue após 24
horas (Figura 1). A redução no número total de células sanguíneas refletiu
principalmente a depleção de mais de 80% dos neutrófilos (Figura 2A) e dos
eosinófilos (Figura 2B). Houve também uma diminuição não significativa no
número de células mononucleares nesse período (Figura 2C). O número de
células totais do sangue dos animais que receberam RB6-8C5 manteve-se
significativamente menor até o 3
o
dia após a administração do anticorpo em
comparação com os animais que receberam isotipo controle. A partir do quinto
dia após a administração do anticorpo, todos os tipos celulares retornaram aos
níveis normais, semelhantes aos dos animais que receberam IgG de rato.
Embora o número total de células estivesse restabelecido no 7
o
dia após a
administração de RB6-8C5, nesse ponto houve uma pequena redução no
número de células mononucleares (P < 0,05) que coincidiu com o aumento de
neutrófilos, em relação aos animais que receberam IgG de rato. No entanto,
todos os tipos celulares no sangue estavam semelhantes no 10
o
dia após a
administração dos anticorpos.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
3
6
9
12
15
18
21
24
IgG
RB6-8C5
*
*
Dias após administração
Células totais (x10
6
ml)
Figura 1. Células totais no sangue de camundongos normais, após
administração i.p. de 250 μg do anticorpo monoclonal anti-granulócitos (RB6-
8C5) ou IgG de rato (IgG). Nos períodos indicados, uma alíquota de sangue foi
retirada e o número de células determinado. *P < 0,01. (n=6)
0 2 4 6 8 10
0
4
8
12
16
IgG
RB6-8C5
A
*
*
ns
Neutrófilos (x10
6
ml)
0 2 4 6 8 10
0
4
8
12
16
IgG
RB6-8C5
B
*
ns
Eosinófilos (x10
6
ml)
0 2 4 6 8 10
0
4
8
12
16
IgG
RB6-8C5
C
*
Dias após administração
Células mononucleares (x10
6
ml)
Figura 2. Neutrófilos (A), eosinófilos (B) e células mononucleares (C) no
sangue de camundongos normais, após administração i.p. de 250 μg do
anticorpo monoclonal anti-granulócitos (RB6-8C5) ou IgG de rato (IgG). Nos
períodos indicados, uma alíquota de sangue foi retirada e o número de células
determinado. * P < 0,01, ns= não significativo. (n=6)
3.2. Efeito da depleção de granulócitos sobre a sobrevivência de
animais infectados com H. capsulatum
Após confirmar a eficiência do anticorpo monoclonal RB6-8C5 em
animais normais, realizamos a depleção de granulócitos em animais infectados
com 10
6
leveduras de H. capsulatum e avaliamos a sobrevivência dos animais
em comparação com animais infectados que receberam IgG de rato. A Figura 3
mostra que animais infectados e depletados de granulócitos começaram a
morrer à partir do 13
o
dia de infecção, sendo que todos os animais morreram
até o 23
o
dia após a infecção. No grupo que recebeu IgG de rato, apenas 1
camundongo morreu no 22
o
dia e outro no 23
o
dias de infecção. O restante dos
animais sobreviveu até 60 dias após a infecção, período final de observação.
Grupos semelhantes aos do experimento anterior, mas mantidos
separadamente, foram sacrificados durante o curso da infecção e foram
recuperadas UFC dos baços e pulmões desses animais. No 7
0
dia após a
infecção, foram recuperadas mais UFC (P < 0,05) nos baços de animais
depletados de granulócitos do que daqueles de animais que receberam IgG de
rato (Figura 4). No 15
0
dia após a infecção, a carga fúngica recuperada dos
baços e dos pulmões do grupo infectado e depletado de granulócitos foi
significativamente maior (P < 0,05) do que a carga fúngica recuperada do grupo
infectado que recebeu IgG de rato (Figura 4A e B).
0 10 20 30 40 50 60
0
20
40
60
80
100
IgG + Hc
RB6-8C5 + Hc
Dias após infecção
Sobrevincia (%)
Figura 3. Efeito da depleção de granulócitos sobre a sobrevivência de
camundongos infectados i.v. com inóculo letal de H. capsulatum. Os animais
receberam i.p. 250 μg do anticorpo anti-granulócitos (RB6-8C5 + Hc) ou IgG de
rato (IgG + Hc) e após 24 horas foram infectados com 10
6
leveduras viáveis de
H. capsulatum. A sobrevivência foi acompanhada diariamente por 60 dias.
(n=10).
7
15
0
2
4
6
8
IgG + Hc
RB6-8C5 + Hc
*
*
A
UFC/bo (log
10
)
715
0
2
4
6
8
*
B
Dias após infecção
UFC/ grama pulmão (log
10
)
Figura 4. Carga fúngica do baço (A) e pulmões (B) de animais infectados com
10
6
leveduras de H. capsulatum, depletados ou não de granulócitos. Os animais
receberam i.p. 250 μg do anticorpo anti-granulócitos (RB6-8C5 + Hc) ou IgG de
rato (IgG + Hc) e após 24 horas foram infectados com 10
6
leveduras viáveis de
H. capsulatum. Nos períodos indicados, os baços e os pulmões foram
removidos e as UFC recuperadas. *P < 0,05 (n=4-5)
3.3. Efeito da depleção de granulócitos sobre a resposta imune
celular in vivo e in vitro
Avaliamos a resposta celular dos animais in vivo acompanhando o
desenvolvimento da reação de HT induzida pelos exoantígenos (Tabela 1). No
7
0
dia após a infecção, animais de ambos os grupos infectados (depletados ou
não de granulócitos) apresentaram reação de HT significativamente maior (P <
0,05) do que a reação apresentada pelo grupo controle (animais não-
infectados) que também receberam os exoantígenos. No 15
0
dia após a
infecção, o grupo infectado com H. capsulatum que recebeu IgG de rato,
apresentou reação significativamente maior (P < 0,001) nesse período de
infecção (0,114 ± 0.009 mm) do que o grupo infectado e depletado de
granulócitos (0,034 ± 0,011 mm), que por sua vez, não foi estatisticamente
diferente da reação apresentada pelos animais controles (0,010 ± 0,006 mm).
No 30
0
dia após a infecção, todos os animais infectados e depletados de
granulócitos haviam morrido, enquanto somente 20% dos animais do grupo
infectado que recebeu IgG de rato morreram. Nos 80% dos animais que
sobreviveram, houve desenvolvimento de reação de HT bastante significativa (P
< 0,001) em relação ao controle (Tabela 1).
A resposta linfoproliferativa in vitro das células de baço dos animais
infectados foi avaliada no 7
0
e 15
0
dias após a infecção, mediante estímulo com
mitógeno (ativação policlonal) ou exoantígenos (ativação específica). Na Figura
5 apresentamos os resultados da linfoproliferação, representados na forma de
índice de proliferação (conforme descrito em materiais e métodos). Em ambos
os períodos, células de animais controles não-infectados foram também
estimuladas com Con A e o índice de estimulação das mesmas, usado como
parâmetro de proliferação para as células do baço dos animais infectados. No
7
0
dia após a infecção, as células dos animais depletados de granulócitos
apresentaram um índice de estimulação significativamente menor (P < 0,05) do
que as células dos animais que receberam IgG de rato (1,52 ± 0,26 versus 0,67
± 0,20 respectivamente) quando estimuladas com Con A. Porém, células do
baço de ambos os grupos infectados apresentaram proliferação muito abaixo da
observada em células de animais controles estimuladas com esse mitógeno
(15,42 ± 5,55). As células dos animais de nenhum grupo responderam à
estimulação in vitro com os exoantígenos nessa fase da infecção (dado não
apresentado). No 15
0
dia após a infecção, a supressão da proliferação celular
observada no período anterior nas células dos animais infectados foi
parcialmente revertida, sendo que nas células dos animais que receberam RB6-
8C5, essa reversão foi menos evidente (3,88 ± 0,30) do que nos animais que
receberam IgG de rato (11,54 ± 1,71). Porém, esses valores ainda foram
significativamente menores (P < 0,001 e P < 0,05, respectivamente) do que o
índice de estimulação das células provenientes dos animais controles,
estimulados in vitro com Con A (17,56 ± 1,93). Nessa fase da infecção, também
não foi possível detectar proliferação significativa induzida pelos exoantígenos
in vitro em nenhum dos três grupos (dado não apresentado).
Tabela 1. Efeito da depleção de granulócitos sobre a reação de HT em animais
infectados com H. capsulatum.
Dias após
infecção
Aumento da espessura
da pata em mm (média ± EPM)
Controle
IgG + Hc
RB6-8C5 + Hc
7
0,018 ± 0.012
0,083 ± 0,016 *
0,087 ± 0,021 *
15
0,025 ± 0,015
0,114 ± 0,009 **
0,034 ± 0,011
#
30
0,040 ± 0,010
0,360 ± 0,050 **
-
Os animais receberam i.p. 250 μg dos anticorpos anti-granulócitos (RB6-8C5) ou IgG de rato
(IgG) e após 24 horas foram infectados i.v. com 10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum (Hc).
Animais que não receberam anticorpos e não foram infectados (Controle) foram incluídos no
experimento. A reação de HT foi avaliada após 7, 15 e 30 dias de infecção através da
administração de 5 μg/50 μl de exoantígenos por pata. O resultado foi avaliado através da
diferença entre a espessura da pata antes do inóculo e 24 horas após o mesmo. *P<0,05 e
**P<0,001 versus Controle;
#
P < 0,05 versus IgG + Hc. (n=4-6)
715
0
5
10
15
20
25
Controle
IgG + Hc
RB6-8C5 + Hc
*
*
*
*
#
#
Dias após infecção
Indice de estimulação
Figura 5. Proliferação de células totais de baço, obtidas de animais não
infectados (Controle) e de animais infectados com H. capsulatum, depletados
de granulócitos (RB6-8C5 + Hc) ou não depletados (IgG + Hc). Os animais
receberam i.p. 250 μg dos anticorpos e 24 horas após, foram infectados com
10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum. Após 7 e 15 dias de infecção os baços
foram retirados e uma suspensão de 5x10
5
células/100 μL foi incubada com o
mesmo volume de RPMI-C, Con A (4 μg/mL) ou exoantígenos (50 μg/mL).
Dezoito horas antes do término da incubação foi adicionado 1μCi/poço de
3
H-
timidina. A proliferação está apresentada como índice de estimulação das
triplicatas estimuladas com Con A versus RPMI-C. Nessa fase da infecção não
houve diferença significativa na proliferação induzida pelos exoantígenos versus
RPMI-C. *P < 0,01 versus Controle;
#
P < 0,05 versus IgG + Hc. (n=5)
3.4. Histopatologia de fígados e pulmões
As Figuras 6 e 7 apresentam, respectivamente, a histopatologia geral do
fígado após 7 e 15 dias de infecção dos animais depletados ou não de
granulócitos. Na primeira semana de infecção o fígado dos animais infectados e
tratados com IgG de rato apresentou áreas focais de infiltrados inflamatórios,
com presença de neutrófilos e de alguns macrófagos e linfócitos. Notamos a
presença poucas áreas necróticas. Os fígados dos animais infectados que
receberam RB6-8C5 apresentaram lesões mais numerosas, mas ainda assim
esparsas e sem confluência. Em ambos os grupos, esses infiltrados estão
dispersos pelos lóbulos hepáticos, e também aparecem próximos à veia centro
lobular. A coloração por prata, que identifica o fungo, mostrou que há presença
de leveduras no interior desses infiltrados (Figura 6G e H). Após 15 dias de
infecção, no fígado do grupo infectado e que recebeu IgG de rato os infiltrados
celulares confluíram, mas ainda apresentam aspecto circular e delimitado. Não
há presença de neutrófilos nos infiltrados, mas há uma grande quantidade de
linfócitos e macrófagos. Alguns desses macrófagos já apresentam
características de células epitelióides, sugerindo o início da formação de
granulomas. Também há inflamação intersticial (entre os cordões de
hepatócitos), mas poucas áreas de necrose foram observadas. Outras áreas
apresentam fibrose e há presença do fungo tanto nos infiltrados celulares em
organização quanto nas áreas fibróticas. Já o fígado dos animais infectados que
receberam RB6-8C5 apresentam lesões numerosas, confluentes e
disseminadas, com grande inflamação intersticial. Tanto a veia centro-lobular
quando o espaço porta, formado pela artéria hepática e pelos dutos hepáticos,
apresentam-se comprometidos, o que não aconteceu com tanta intensidade no
fígado do grupo infectado que recebeu IgG de rato. Algumas áreas apresentam
necrose caseosa e o fungo está presente em virtualmente todo o órgão. (Figura
7E e F), o que está de acordo com os dados de recuperação de UFC nessa
fase da infecção.
As Figuras 8 e 9 apresentam, respectivamente, a histopatologia geral do
pulmão após 7 e 15 dias de infecção dos animais depletados ou não de
granulócitos. A análise dos pulmões no 7
0
dia após a infecção mostrou uma
inflamação intersticial difusa, com espessamento dos septos alveolares e sem
exsudação, nos animais que receberam IgG de rato. Há também áreas sólidas
constituídas de linfócitos e macrófagos, alguns dos quais assumindo aspecto de
células epitelióides, mas a distribuição dessas áreas é aleatória e não há
necrose. Alguns vasos apresentam-se congestos. O grupo infectado que
recebeu RB6-8C5 também apresenta espessamento dos septos, sem
exsudação e todo o infiltrado inflamatório intersticial é constituído
principalmente de linfócitos. Também há áreas sólidas, com predominância de
macrófagos, mas pouca necrose. Há também presença de regiões
hemorrágicas. Em ambos os grupos, há fungos presentes tanto nas lesões
sólidas, quanto esparsos pelo parênquima (Figura 8G e H). Após 15 dias de
infecção, a inflamação nos pulmões se intensificou e os infiltrados
disseminaram-se deixando poucas áreas preservadas. Entretanto, nos pulmões
dos animais infectados que receberam IgG de rato, as lesões estavam mais
estruturadas, com muitos macrófagos, alguns dos quais assumindo aspecto
epitelióide e há também um infiltrado linfocitário intersticial exuberante. Os
pulmões dos animais infectados que receberam RB6-8C5, apresentaram lesões
sólidas confluentes sem áreas preservadas, com muitas células epitelióides nas
lesões, além de um infiltrado intersticial disseminado. Não foram observadas
áreas necróticas ou com exsudação, mas há presença de hemorragia extensa
em várias regiões do parênquima. A coloração por prata revelou que os
pulmões de ambos os grupos infectados estavam repletos de leveduras nessa
fase da infecção, embora nos animais que receberam anticorpo RB6-8C5, a
disseminação do fungo pelo pulmão tenha sido maior (Figura 9E e F),
observação esta confirmada pela recuperação de UFC desses órgãos.
Figura 6. Fotomicrografia de cortes de fígado de camundongos não infectados ou após 7
dias de infecção com H. capsulatum, tratados com anticorpo monoclonal RB6-8C5 ou
isotipo controle. A e B: não infectado; C, E e G: infectado, tratado com isotipo; D, F e H:
infectado, tratado com RB6-8C5. Coloração: Hematoxilina-eosina (HE) e Prata de Grocott
(GMS). Aumentos: 100 x (A, B, C e D); 400 X (E, F, G e H). Leveduras presentes no corte
estão indicadas por setas.
A
DC
B
G
FE
H
HE
HE HE
HE HE
GMSGMS
GMS
Figura 7. Fotomicrografia de cortes de fígado de camundongos não infectados ou após 15
dias de infecção com H. capsulatum, tratados com anticorpo monoclonal RB6-8C5 ou
isotipo controle. A, C e E: infectado, tratado com isotipo; B, D e F: infectado, tratado com
RB6-8C5. Coloração: Hematoxilina-eosina (HE) e Prata de Grocott (GMS). Aumentos: 100
x (A e B); 400 X (C, D, E e F). Leveduras presentes no corte estão indicadas por setas.
AB
C
FE
D
HE HE
HE HE
GMS
GMS
Figura 8. Fotomicrografia de cortes de pulmões de camundongos não infectados ou após
7 dias de infecção com H. capsulatum, tratados com anticorpo monoclonal RB6-8C5 ou
isotipo controle. A e B: não infectado; C, E e G: infectado, tratado com isotipo; D, F e H:
infectado, tratado com RB6-8C5. Coloração: Hematoxilina-eosina (HE) e Prata de Grocott
(GMS). Aumentos: 100 x (A, B, C e D); 400 X (E, F, G e H). Leveduras presentes no corte
estão indicadas por setas.
AB
CD
HG
F
E
HE HE
HE
HE
HEHE
GMS
GMS
Figura 9. Fotomicrografia de cortes de pulmões de camundongos não infectados ou após
15 dias de infecção com H. capsulatum, tratados com anticorpo monoclonal RB6-8C5 ou
isotipo controle. A, C e E: infectado, tratado com isotipo; B, D e F: infectado, tratado com
RB6-8C5. Coloração: Hematoxilina-eosina (HE) e Prata de Grocott (GMS). Aumentos: 100
x (A e B); 400 X (C, D, E e F). Leveduras presentes no corte estão indicadas por setas.
A
C
B
D
EF
HE HE
HEHE
GMS GMS
3.5. Produção de citocinas e NO
2
-
por células totais de baço e em
sobrenadante de homogeneizado pulmonar
Analisamos também alguns parâmetros imunológicos que pudessem
explicar as diferenças descritas entre os grupos infectados. O perfil de produção
de citocinas e NO
2
-
foi avaliado após 7 e 15 dias de infecção. Na Figura 10,
estão apresentadas as dosagens das citocinas IL-4 e IL-10 (padrão Th2) em
sobrenadantes de cultura de células totais do baço. Tanto no 7
0
quanto no 15
0
dia após a infecção, não foram observadas diferenças na produção de IL-4
entre as células de animais não-infectados (controle) e as células dos grupos
infectados, depletados ou não depletados de granulócitos, quando estas células
foram incubadas com meio somente (Figura 10A e B). Por outro lado, quando
células do baço de animais infectados que receberam IgG de rato, foram
incubadas com exoantígenos no 7
0
dia após a infecção, as mesmas produziram
significativamente mais IL-4 (P < 0,05) do que as células do grupo controle
incubadas com o mesmo antígeno. Porém, essa diferença não foi significativa
em comparação com a produção de IL-4 pelas células do grupo infectado e
depletado de granulócitos. (Figura 10A).
Quanto a produção de IL-10, no 7
0
dia após a infecção as células de
ambos os grupos infectados (que receberam IgG de rato ou RB6-8C5)
incubadas com meio somente, produziram mais IL-10 do que as células do
grupo controle também incubadas com meio, embora somente no grupo que
recebeu IgG de rato essa diferença tenha sido significativa (P < 0,01). Por outro
lado, somente as células do grupo infectado e depletado de neutrófilos
produziram significativamente mais IL-10 (P < 0,01) quando incubadas com
exoantígenos do que quando incubadas com meio somente e em comparação
com as células dos animais do grupo controle (Figura 10C). No 15
0
dia após a
infecção somente as células do grupo infectado e depletado de neutrófilos
produziram níveis consideráveis de IL-10. Mesmo assim, essa diferença foi
significativa somente entre as células desse grupo incubadas com meio e entre
as células do grupo controle e do grupo infectado que recebeu IgG de rato
também incubadas com meio (Figura 10D).
Determinamos também a produção de IFN-γ (padrão Th1) e de NO
2
-
nos
sobrenadantes de cultura de células do baço (Figura 11). No 7
0
dia após a
infecção, as células de ambos os grupos infectados (que receberam IgG de rato
ou RB6-8C5) produziram níveis significativamente maiores (P < 0,01) de IFN-γ
do que as células do grupo controle, quando incubadas com meio somente ou
quando incubadas com exoantígenos. Entretanto, somente as células do grupo
infectado que recebeu IgG de rato responderam aos exoantígenos produzindo
maiores níveis de IFN-γ (P < 0,01). Células do baço dos animais infectados e
depletados de neutrófilos liberaram quantidades semelhantes dessa citocina
quando estimuladas com meio somente ou com exoantígenos (Figura 11A). No
15
0
dia após a infecção, novamente as células dos animais de ambos os grupos
infectados incubadas somente com meio ou com exoantígenos foram capazes
de produzir níveis significativamente maiores de IFN-γ (P < 0,05) do que as
células dos animais controles. Além disso, somente as células dos animais
infectados que receberam IgG de rato produziram mais IFN-γ (P < 0,05) quando
incubadas com exoantígenos do que quando incubadas com meio (Figura 11B).
A produção de NO
2
-
no 7
0
dia após a infecção refletiu a produção de IFN-
γ no mesmo período, sendo significativamente maior nos sobrenadantes de
células provenientes de ambos os grupos infectados (que receberam IgG de
rato ou RB6-8C5) incubadas tanto com meio quanto com exoantígenos.
Semelhantemente ao que foi descrito para a produção de IFN-γ, as células dos
animais infectados que receberam IgG de rato foram as únicas a produzirem
maiores níveis de NO
2
-
em resposta ao estímulo com exoantígenos em
comparação com essas mesmas células incubadas com meio somente.
Aparentemente as células do grupo infectado e depletado de neutrófilos
alcançam sua produção máxima de óxido nítrico quando incubadas com meio,
pois não houve alteração na produção desse mediador na presença de
exoantígenos (Figura 11C). Após 15 dias de infecção, o mesmo fenômeno foi
observado quanto a produção de NO
2
-
, embora de forma mais intensa. As
células dos animais de ambos os grupos infectados incubadas somente com
meio produziram três vezes mais NO
2
-
nessa fase do que no 7
0
dia de infecção.
Entretanto, somente as células dos animais infectados que receberam IgG de
rato produziram mais óxido nítrico quando incubadas com exoantígenos do que
quando incubadas com meio. Novamente, as células dos animais infectados e
depletados de neutrófilos responderam com máxima produção de NO
2
-
durante
a incubação com meio, não alterando sua produção quando estimuladas pelos
exoantígenos (Figura 11D).
Determinamos também a produção das citocinas IFN-γ, TNF-α, IL-4 e IL-
10, assim como de NO
2
-
nos sobrenadantes do homogeneizado pulmonar dos
mesmos animais. O perfil de IFN-γ e de TNF-α nesses sobrenadantes foi
exatamente o mesmo no 7
0
e no 15
0
dias após a infecção. Nos sobrenadantes
do homogeneizado pulmonar do grupo controle, níveis muitos baixos (quase
indetectáveis) de ambas as citocinas foram encontrados. No 7
0
dia após a
infecção, os sobrenadantes do homogeneizado pulmonar de ambos os grupos
infectados (que receberam IgG e rato ou RB6-8C5) apresentaram níveis
semelhantes das duas citocinas (Figura 12A e B). No 15
0
dia de infecção, os
sobrenadantes do homogeneizado pulmonar do grupo infectado que recebeu
IgG de rato apresentaram níveis semelhantes de IFN-γ e de TNF-α aos
apresentados no 7
0
dia após a infecção. Entretanto, os sobrenadantes do
homogeneizado pulmonar do grupo infectado e depletado de granulócitos
apresentaram níveis 2,2 e 3,6 vezes maiores de IFN-γ e de TNF-α,
respectivamente, do que os sobrenadantes do homogeneizado pulmonar do
grupo infectado que recebeu IgG de rato (Figura 12A e B).
Não foram encontradas diferenças significativas nos níveis de IL-4
presentes nos sobrenadantes do homogeneizado pulmonar dos três grupos nos
períodos analisados (Figura 12C). Quanto a citocina IL-10, os sobrenadantes do
homogeneizado pulmonar do grupo infectado que recebeu IgG de rato
apresentou quantidades significativamente maiores dessa citocina em relação
ao grupo controle (11 vezes) e em relação ao grupo infectado e depletado de
neutrófilos (5 vezes) após 7 dias de infecção. No 15
0
dia após a infecção, os
sobrenadantes do homogeneizado do grupo infectado que recebeu IgG de rato
apresentaram diminuição de IL-10, mas que foi significativa somente quando
comparada com o grupo infectado e depletado de neutrófilos (P < 0,05 – Figura
12D).
Não foram observadas diferenças entre os níveis de NO
2
-
presentes
nesses sobrenadantes no 7
0
dia após a infecção. No 15
0
dia após a infecção,
entretanto, os sobrenadantes do homogeneizado pulmonar do grupo infectado e
depletado de neutrófilos apresentou aproximadamente três vezes mais NO
2
-
do
que os sobrenadantes do homogeneizado pulmonar do grupo controle e do
grupo infectado que recebeu IgG de rato (Figura 13).
7 dias após a infecção
Controle IgG + Hc RB6-8C5 + Hc
0
10
20
30
40
50
Meio
Exoantígenos
A
#
IL-4 (pg/mL)
15 dias após a infecção
Controle IgG + Hc RB6-8C5 + Hc
0
10
20
30
40
50
ND
B
IL-4 (pg/mL)
Controle IgG + Hc RB6-8C5 + Hc
0
500
1000
1500
2000
*
C
#
#
IL-10 (pg/mL)
Controle IgG + Hc RB6-8C5 + Hc
0
500
1000
1500
2000
ND
D
#
&
IL-10 (pg/mL)
Figura 10. Produção de IL-4 e IL-10 por células totais de baço, obtidas de
animais não infectados (Controle) e animais infectados com H. capsulatum
depletados de granulócitos (RB6-8C5 + Hc) ou não depletados (IgG + Hc). Os
animais receberam i.p. 250 μg dos anticorpos e 24 horas após, foram
infectados com 10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum. Após 7 (A, C) e 15 (B,
D) dias de infecção, 5x10
5
células/100 μL foram incubadas com o mesmo
volume de meio ou de exoantígenos (50 μg/mL). Após 72 horas, os
sobrenadantes de cultura foram retirados e as citocinas determinadas através
de ELISA. *P < 0,01 versus mesmo grupo incubado com meio;
#
P < 0,01 versus
Controle;
&
P < 0,05 versus grupo indicado. (n=5)
7 dias após a infecção
Controle IgG + Hc RB6-8C5 + Hc
0
2000
4000
6000
8000
10000
Meio
Exoantígenos
*
#
#
#
#
A
30
20
IFN-
γ
(pg/mL)
15 dias após a infecção
Controle IgG + Hc RB6-8C5 + Hc
0
2000
4000
6000
8000
10000
#
#
#
#
*
ND
B
&
30
20
IFN-
γ
(pg/mL)
Controle IgG + Hc RB6-8C5 + Hc
0
6
12
18
24
30
36
*
#
#
#
#
C
&
NO
2
-
(
μ
M/mL)
Controle IgG + Hc RB6-8C5 + Hc
0
6
12
18
24
30
36
*
#
#
#
#
D
&
NO
2
-
(
μ
M/mL)
Figura 11. Produção de de IFN-γ e NO
2
-
por células totais de baço, obtidas de
animais não infectados (Controle) e animais infectados com H. capsulatum
depletados de granulócitos (RB6-8C5 + Hc) ou não depletados (IgG + Hc). Os
animais receberam i.p. 250 μg dos anticorpos e 24 horas após, foram
infectados com 10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum. Após 7 (A, C) e 15 (B,
D) dias de infecção, 5x10
5
células/100 μL foram incubadas com o mesmo
volume de meio ou de exoantígenos (50 μg/mL). Após 72 horas, os
sobrenadantes de cultura foram retirados, sendo o IFN-γ determinado através
de ELISA e o NO
2
-
determinado através da reação de Griess. * P < 0,01 versus
mesmo grupo incubado com meio;
#
P < 0,01 versus Controle;
&
P < 0,01 versus
grupo indicado. (n=5)
715
0
400
800
1200
1600
2000
*
*
*
*
#
A
IFN-
γ
(pg/mL)
715
0
400
800
1200
1600
2000
*
*
*
*
#
B
TNF-
α
(pg/mL)
715
0
10
20
30
40
50
60
70
Controle
IgG + Hc
RB6-8C5 + Hc
C
Dias após infecção
IL-4 (pg/mL)
715
0
150
300
450
600
750
*
#
#
D
Dias após infecção
IL-10 (pg/mL)
Figura 12. Determinação de IFN-γ, TNF-α, IL-4 e IL-10 nos sobrenadantes do
homogeneizado pulmonar de animais não-infectados (Controle) e animais
infectados com H. capsulatum depletados de granulócitos (RB6-8C5 + Hc) ou
não depletados (IgG + Hc). Os animais receberam i.p. 250 μg dos anticorpos e
24 horas após, foram infectados com 10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum.
Após 7 e 15 dias de infecção os pulmões foram retirados, homogeneizados em
2 mL de RPMI-C e centrifugados. As citocinas foram determinadas no
sobrenadante através de ELISA. *P < 0,01 versus Controle;
#
P < 0,05 versus
IgG + Hc. (n=5)
715
0
50
100
150
Controle
IgG + Hc
RB6-8C5 + Hc
Dias após infecção
NO
2
-
(
μ
M/mL)
*
#
Figura 13. Determinação de NO
2
-
nos sobrenadantes do homogeneizado
pulmonar de animais não-infectados (Controle) e animais infectados com H.
capsulatum depletados de granulócitos (RB6-8C5 + Hc) ou não depletados (IgG
+ Hc). Os animais receberam i.p. 250 μg dos anticorpos e 24 horas após, foram
infectados com 10
6
leveduras viáveis de H. capsulatum. Após 7 e 15 dias de
infecção os pulmões foram retirados, homogeneizados em 2 mL de RPMI-C e
centrifugados. O NO
2
-
foi determinado nos sobrenadantes através da reação de
Griess. * P < 0,01 versus Controle;
#
P < 0,01 versus IgG + Hc (n=5)
3.6. Efeito da depleção de granulócitos sobre a produção de
citocinas na fase inicial da infecção
Para verificar se a depleção de granulócitos afetou a produção de
citocinas na fase inicial da infecção, determinamos os níveis de IFN-γ, IL-4 e IL-
10 durante os primeiros 7 dias de infecção, no soro dos animais não infectados
(controle) e dos animais infectados que receberam IgG de rato ou RB6-8C5
(Figura 14). No 1
0
e 3
0
dias após a infecção não foram observadas diferenças
nos níveis de IFN-γ detectados no soro dos três grupos. No 5
0
dia após a
infecção, os soros de ambos os grupos infectados (depletados ou não de
granulócitos) apresentaram níveis significativamente maiores de IFN-γ (P <
0,001) do que o soro do grupo controle. Esse aumento foi de aproximadamente
7 vezes no grupo infectado que recebeu IgG de rato e de 5 vezes no grupo
infectado e depletado de neutrófilos em comparação ao grupo controle, embora
não tenha sido observada diferença significativa entre esses dois grupos. No 7
0
dia após a infecção, houve um aumento ainda maior nos níveis dessa citocina
detectada nos soros dos grupos infectados, de aproximadamente 10 vezes no
grupo que recebeu IgG de rato e de 12 vezes no grupo depletado de neutrófilos,
em comparação com o grupo controle (Figura 14A).
De forma geral os três grupos apresentaram níveis semelhantes de IL-10
em todo o período analisado, com algumas exceções. No 1
0
dia após a
infecção, o soro do grupo infectado que recebeu IgG de rato apresentou níveis
aproximadamente 80% maiores de IL-10 do que o soro do grupo controle e 55%
maiores do que o soro do grupo infectado e depletado de neutrófilos (P < 0,05).
No 5
0
dia após a infecção, o soro dos animais infectados e depletados de
neutrófilos apresentou níveis 50% maiores de IL-10 do que o soro do grupo
controle 77% maiores do que o soro do grupo infectado que recebeu IgG de
rato (P < 0,05). No 7
0
dia após a infecção, o soro do grupo infectado que
recebeu IgG de rato apresentou uma diminuição de 60% no nível de IL-10 em
comparação com o soro do grupo controle (P < 0,05) e de 67% em relação ao
soro do grupo infectado e depletado de neutrófilos (P < 0,05 – Figura 14B).
O perfil de IL-4 presente no soro dos três grupos também foi, no geral,
semelhante. As diferenças foram observadas somente no 1
0
dia após a
infecção onde o soro do grupo infectado e depletado de neutrófilos apresentou
aproximadamente 2 vezes mais IL-4 do que o soro dos demais grupos (P <
0,05) e no 7
0
dia após a infecção, onde o soro de ambos os grupos infectados
apresentaram aproximadamente 2 vezes mais IL-4 do que o soro do grupo
controle (P < 0,05 – Figura 14C).
1357
0
250
500
750
1000
1250
1500
*
*
*
*
A
IFN-
γ
(pg/mL)
1357
0
100
200
300
400
500
600
Controle
IgG + Hc
RB6-8C5 + Hc
*
*
#
*
#
B
IL-10 (pg/mL)
1357
0
20
40
60
80
100
*
*
*
C
Dias após infecção
IL-4 (pg/mL)
Figura 14. Níveis de IFN-γ, TNF-α, IL-4 e IL-10 no soro de animais não-infectados
(Controle) e animais infectados com H. capsulatum depletados de granulócitos (RB6-
8C5 + Hc) ou não depletados (IgG + Hc). Os animais receberam i.p. 250 μg dos
anticorpos e 24 horas após, foram infectados com 10
6
leveduras viáveis de H.
capsulatum. Após 1, 3,
5 e 7 dias de infecção, alíquotas de sangue foram retiradas
dos animais e as citocinas foram determinadas no soro através de ELISA. *
P <
0,05 versus Controle;
#
P 0,05 versus IgG + Hc. (n=5)
44. DISCUSSÃO
Em um estudo prévio, foi demonstrado que a depleção de granulócitos
no momento da infecção, com uma simples dose de RB6-8C5, resultou em
aumento da mortalidade de camundongos infectados com H. capsulatum
(ZHOU et al., 1998). O mesmo foi observado por nós quando uma dose única
de RB6-8C5 foi administrada a camundongos um dia antes da infecção. Assim,
nós apresentamos que a depleção de granulócitos na fase inicial da
histoplasmose aumenta a gravidade dessa doença. A discussão de nossos
resultados será realizada exclusivamente sobre os neutrófilos por três motivos.
Primeiro, porque das três populações de granulócitos presentes no sangue, os
basófilos estão em uma quantidade muito pequena (0-0,2%), não chegam ao
tecido e existem poucos trabalhos mostrando o seu papel em infecções outras
que não as helmínticas. Segundo porque, os eosinófilos, que compõem a outra
população de granulócitos do sangue, foram estudados no capítulo anterior e
não participam, pelo menos de forma mensurável, da resposta imune na
histoplasmose. Em terceiro lugar, porque a discussão de todos os trabalhos que
usaram o anticorpo RB6-8C5 nos mais diferentes modelos experimentais de
infecção por patógenos foi feita levando em consideração apenas os neutrófilos
(CZUPRYNKSI et al., 1994; JENSEN et al., 1994; TUMPEY et al., 1996;
SAYLES et al., 1996; ROMANI et al., 1997a; ROMANI et al., 1997b; SEYDEL et
al., 1997; MEHRAD et al. 2000; PEDROSA et al., 2000; SEILER et al., 2000;
TACCHINI-COTTIER et al., 2000; TATEDA et al., 2001; FULTON et al., 2002;
MEDNICK et al., 2003).
Neutrófilos são células capazes de secretar grandes quantidades de IL-
12 e TNF-α em diferentes infecções (ROMANI et al., 1997; BLISS et al., 1999),
além de produzir IFN-γ em resposta ao estímulo com LPS, IL-12 e TNF-α
(YEAMAN et al., 1998) e serem ativados por esta última citocina, apresentando
aumento de sua capacidade fagocítica e da liberação de óxido nítrico,
estimulando dessa forma suas funções antimicrobianas (MURRAY, 1996).
Estes dados sugerem que essas células possuem, potencialmente, um
importante papel nas infecções de origem fúngica, como a histoplasmose,
pressupondo sua participação como células efetoras na fase inicial da infecção
e na liberação de citocinas responsáveis pelo direcionamento do padrão da
resposta imune desenvolvida subsequentemente. Contudo, o exato papel
dessas células na imunopatologia da histoplasmose ainda precisa ser
investigado. Embora neutrófilos sejam encontrados na resposta inflamatória
induzida pela infecção i.p. e i.v. com H. capsulatum (MEDEIROS et al., 1999;
MEDEIROS et al., 2004), não há um consenso sobre o papel protetor dos
neutrófilos in vivo nesses modelos até o momento. Resultados publicados
anteriormente por SCHAFFNER et al. (1986) mostraram que a forma miceliana
do H. capsulatum é susceptível à morte pelos neutrófilos in vitro, mas leveduras
são resistentes. Esses autores propuseram que a susceptibilidade à morte
pelos neutrófilos é um fator determinante, capaz de discriminar se um fungo é
patogênico ou oportunista. Resultados semelhantes foram encontrados em
estudos utilizando leveduras de Paracoccidioides brasiliensis que apresentam
dimorfismo similar ao H. capsulatum (SCHAFFNER et al., 1986). Neutrófilos
humanos fagocitam eficientemente o P. brasiliensis, mas apresentam um
defeito na capacidade de digerí-lo (GOIHMAN-YAHR et al., 1980; GOIHMAN-
YAHR et al., 1989). Além disso, estes dados são consistentes com outros
estudos mostrando a resistência do H. capsulatum à morte pelos neutrófilos, os
quais possuem apenas atividade fungistática contra leveduras (BRUMMER et
al., 1991; KURITA et al., 1991; NEWMAN et al., 1993). Analisados em conjunto
nossos resultados e os resultados da literatura, nós aventamos a hipótese de
que os neutrófilos participam da resposta immune protetora contra o H.
capsulatum, não através de alterações significativas na produção de citocinas e
óxido nítrico, mas através da capacidade de restringir o crescimento do fungo
nos primeiros dias de infecção, diminuindo sua disseminação para outros
órgãos. Isso poderia explicar a diferença de 40 vezes na carga fúngica
encontrada no baço e de 20 vezes na carga fúngica dos pulmões após 15 dias
de infecção.
A despeito de sua incapacidade de matar leveduras, os neutrófilos
provavelmente conseguem conter a proliferação do H. capsulatum e isso deve
ser suficiente até a ativação e migração dos linfócitos para os locais de infecção
e conseqüentemente, ativação dos macrófagos nesses sítios inflamatórios. A
produção exacerbada de óxido nítrico pelas células do baço parece ser
decorrente do aumento na carga fúngica nesse órgão, uma vez que as células
totais do baço de animais que receberam IgG de rato produziram menos óxido
nítrico e reverteram parcialmente a capacidade proliferativa após 15
0
dia de
infecção. Isso não ocorreu com as células dos animais que receberam o
anticorpo RB6-8C5, onde a inibição da capacidade proliferativa das células do
baço após 15
0
dia de infecção coincidiu com os altos níveis de óxido nítrico
produzidos basalmente por essas células. A supressão da resposta
linfoproliferativa observada no início da infecção já está bem documentada na
literatura (WATSON et al., 1985; DEEPE et al., 1986; ISLAS-RODRIGUEZ et
al., 1991) e provavelmente reflete a produção de óxido nítrico pelas células da
cultura. Essa supressão, demonstrada in vitro durante a infecção pelo H.
capsulatum, foi revertida pelo o uso de aminoguanidina (inibidor de óxido
nítrico) ou de anticorpos anti-IFN-γ na cultura, restaurando a capacidade
proliferativa das células que foram estimuladas com Con A ou com o próprio
fungo morto pelo calor (ZHOU et al., 1995). O óxido nítrico é responsável pela
inibição da síntese de DNA em diversos tipos celulares (DRAPIER et al., 1986),
promove citostase em células tumorais (STUEHR; NATHAN, 1989; KWON et
al., 1991; PERVIN et al., 2001) e suprime proliferação de células T em
diferentes modelos experimentais, inclusive de infecções fúngicas (HOFFMAN
et al., 1990; ZHOU et al., 1995; BOCCA et al., 1998). Além disso, o IFN-γ
provoca aumento da produção de óxido nítrico (DING et al.¸1988; GREEN et al.,
1990; MELLOUK et al., 1991) que, se por um lado promova a morte do H.
capsulatum intracelular através da ativação de macrófagos, por outro afeta a
proliferação celular. Além da atividade anti-linfoproliferativa do óxido nítrico, foi
demonstrado que essa molécula também é capaz de induzir apoptose em
linfócitos do baço em animais infectados com H. capsulatum (WU-HSIEH et al.,
1998). Embora não tenhamos avaliado se houve ou não maior apoptose das
células do baço dos animais infectados e depletados de neutrófilos, nossos
dados sugerem o papel do óxido nítrico não somente na proteção dos animais
infectados, mas também na patologia estabelecida pelo excesso de produção
dessa molécula, aspecto esse confirmado em outros trabalhos (WU-HSIEH et
al., 1998; HIRUNPETCHARAT et al., 1999).
Os altos níveis de IFN-γ, TNF-α e óxido nítrico também presentes nos
sobrenadantes de homogeneizado pulmonar dos animais infectados e
depletados de neutrófilos, provavelmente é uma conseqüência da ativação
excessiva do sistema imune em decorrência da excessiva carga fúngica nesse
órgão e não necessariamente da ausência de neutrófilos. Como já foi dito,
alguns trabalhos apresentam uma estreita relação entre a produção exagerada
desses mediadores com o dano tecidual e morte, em modelos experimentais de
algumas doenças e mesmo na histoplasmose (WU-HSIEH et al., 1998;
HIRUNPETCHARAT et al., 1999). O mecanismo pelo qual os neutrófilos
participam da resposta immune protetora durante a infecção pelo H. capsulatum
parece não ser através do desvio imunológico de uma resposta Th1 para uma
resposta Th2 ou mesmo através da exacerbação da resposta Th1 no início da
infecção, uma vez que o perfil de produção de IL-4, IL-10 e IFN-γ encontrado no
soro dos animais infectados, depletados ou não de granulócitos, foi semelhante
na primeira semana de infecção. Este fato é reforçado pela análise da aquisição
de reatividade aos exoantígenos na reação de HT, a qual se apresentou muito
semelhante na primeira semana de infecção em ambos os grupos infectados.
O impacto da depleção de neutrófilos na infecção secundária não foi
investigado nesse trabalho, uma vez que ZHOU et al. (1998) já haviam
demonstrado que após o desenvolvimento de uma resposta adquirida efetiva,
os neutrófilos não são essenciais para a manutenção da imunidade. Mas
adicionalmente, a investigação do papel dos eosinófilos na sobrevivência de
camundongos infectados com H. capsulatum, apresentada no Capítulo 3 dessa
tese, comprova que os efeitos da administração de RB6-8C5 apresentados aqui
são exclusivamente decorrentes da ausência de neutrófilos e não de
eosinófilos. Vale ressaltar que alguns trabalhos demonstraram que outras
células são também afetadas por esse anticorpo. Nesse aspecto, HESTDAL et
al. (1991) descreveram que, embora pouco frequentes, linfócitos (<5%) e
macrófagos (<1%) fazem parte da população RB6
+
, embora a marcação de
linfócitos pelo mAb RB6-8C5 não tenha sido confirmada em todos os estudos
publicados (CONLAN; NORTH, 1994). De fato, nós observamos uma pequena
diminuição não-significativa das células mononucleares do sangue no dia
seguinte à administração do anticorpo. A necessidade de se rever a
interpretação dos estudos que utilizaram o anticorpo RB6-8C5 para a depleção
de neutrófilos, levou a produção de uma dissertação de mestrado avaliando o
papel imunomodulador das células RB6
+
na inflamação crônica induzida pelo
BCG (ALONSO, 2002). Entretanto até o momento, a discussão de todos os
trabalhos da literatura usando o anticorpo RB6-8C5 centraliza-se basicamente
nos granulócitos, particularmente nos neutrófilos. Adicionalmente, como nossa
depleção é realizada uma única vez e no estágio inicial da histoplasmose, isso
descarta a possibilidade de ausência dessas células estarem influenciando nos
resultados observados a partir do 7
0
dia de infecção, quando o número de
células no sangue já está restabelecido.
5. CONCLUSÕES
Concluímos que a depleção de granulócitos com o anticorpo monoclonal
RB6-8C5 no início da infecção com H. capsulatum,:
- aumenta a susceptibilidade dos animais infectados;
- não influencia na aquisição de reatividade aos exoantígenos durante a
reação de HT;
- facilita a proliferação e disseminação do fungo, que por sua vez promove
a exacerbação da resposta imune;
- não provoca desvio da resposta imunológica nem influencia na
polarização da mesma para o padrão Th1.
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“Não basta ensinar ao homem uma especialidade,
porque se tornará assim uma máquina utilizável e
não uma personalidade. É necessário que adquira
um sentimento, um senso prático daquilo que vale
a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do
que é moralmente correto”.
Albert Einstein
Anexos
343
Braz J Med Biol Res 37(3) 2004
F1-induced peritoneal eosinophilia is IL-5 dependent
Interleukin-5 mediates peritoneal
eosinophilia induced by the F1 cell wall
fraction of Histoplasma capsulatum
Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas,
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP, Brasil
A. Sá-Nunes,
A.I. Medeiros and
L.H. Faccioli
Abstract
An alkali-insoluble fraction 1 (F1), which contains mainly ß-glucan
isolated from the cell wall of Histoplasma capsulatum, induces eosin-
ophil recruitment into the peritoneal cavity of mice. The present study
was carried out to determine the participation of interleukin-5 (IL-5) in
this process. Inbred C57BL/6 male mice weighing 15-20 g were
treated ip with 100 µg of anti-IL-5 monoclonal antibody (TRFK-5, N
= 7) or an isotype-matched antibody (N = 7), followed by 300 µg F1 in
1 ml PBS ip 24 h later. Controls (N = 5) received only 1 ml PBS. Two
days later, cells from the peritoneal cavity were harvested by injection
of 3 ml PBS and total cell counts were determined using diluting fluid
in a Neubauer chamber. Differential counts were performed using
Rosenfeld-stained cytospin preparations. The F1 injection induced
significant (P < 0.01) leukocyte recruitment into the peritoneal cavity
(8.4 x 10
6
cells/ml) when compared with PBS alone (5.5 x 10
6
cells/
ml). Moreover, F1 selectively (P < 0.01) induced eosinophil recruit-
ment (1 x 10
6
cells/ml) when compared to the control group (0.07 x 10
6
cells/ml). Treatment with TRFK-5 significantly (P < 0.01) inhibited
eosinophil recruitment (0.18 x 10
6
cells/ml) by F1 without affecting
recruitment of mononuclear cells or neutrophils. We conclude that the
F1 fraction of the cell wall of H. capsulatum induces peritoneal
eosinophilia by an IL-5-dependent mechanism. Depletion of this
cytokine does not have effect on the recruitment of other cell types
induced by F1.
Correspondence
L.H. Faccioli
Departamento de Análises Clínicas,
Toxicológicas e Bromatológicas
FCFRP, USP
Av. do Café, s/n
14040-903 Ribeirão Preto, SP
Brasil
Fax: +55-16-633-1936
Presented at the XVIII Annual
Meeting of the Federação de
Sociedades de Biologia Experimental,
Curitiba, PR, Brazil, August 27-30,
2003.
Research supported by FAPESP
(No. 95/9691-6), CNPq and FAEPA.
Received May 8, 2003
Accepted November 13, 2003
Key words
Eosinophils
Histoplasma capsulatum
Inflammation
Interleukin-5
Anti-IL-5 monoclonal
antibody
The eosinophil granulocyte, although
probably first observed by Warton Jones in
1846 in unstained preparations of peripheral
blood, was so named by Paul Erlich in 1879
because of the intense staining of its granules
with the acidic dye eosin (1). Eosinophils
have been the subject of extensive investiga-
tion since then and their occurrence is ob-
served mainly in parasite infections and in
the late phase of immediate hypersensitivity
reactions (2,3). For several years we have
investigated the mechanisms involved in eo-
sinophil recruitment. We have developed and
studied a system to measure the accumula-
tion of radiolabeled
111
In-eosinophils in guin-
ea pig skin in vivo (4). Using this same
method, we have demonstrated the eosino-
phil chemoattractant activity of interleukin-
8 (IL-8) (5) and eosinophil accumulation
induced by LPS (6). More recently we have
Brazilian Journal of Medical and Biological Research (2004) 37: 343-346
ISSN 0100-879X Short Communication
344
Braz J Med Biol Res 37(3) 2004
A. Sá-Nunes et al.
investigated the factors involved in eosino-
phil migration in different experimental mod-
els of eosinophilia. Using a murine model of
toxocariasis, a nematode infection, we dem-
onstrated the role of IL-5 in driving eosino-
phils from bone marrow to blood and tissues
and in modulating IL-8 production in eosi-
nophilic inflammation (7,8). In addition, we
demonstrated that leukotrienes play a role in
the leukocyte recruitment to the peritoneal
cavity induced by the alkali-insoluble frac-
tion 1 (F1), which contains mainly ß-glucan,
from the cell wall of Histoplasma capsula-
tum, a dimorphic pathogenic fungus (9). In
the present study we investigated the partici-
pation of IL-5 in eosinophil recruitment to
the peritoneal cavity induced by the F1 cell
wall fraction of H. capsulatum.
All experiments were approved and con-
ducted in accordance with the guidelines of
the Animal Care Committee of the Univer-
sity.
Inbred C57BL/6 male mice weighing 15-
20 g were purchased from the animal house
of the Faculdade de Ciências Farmacêuticas
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo,
Ribeirão Preto, SP, Brasil, and were main-
tained under standard laboratory conditions.
The F1 polysaccharide of H. capsulatum
was prepared as described (10). Briefly, yeast
forms of the fungus were cultured at 37ºC in
BHI-agar medium (Difco Laboratories,
Sparks, MD, USA) and supplemented with
5% sheep blood for 15 days. Yeasts were
harvested, formalin-killed and washed sev-
eral times with distilled water. The cell walls
of the dead yeast were disrupted by ultra-
sonic vibration and washed three times with
distilled water by centrifugation at 5000 g
for 5 min. Lipids were extracted by repeated
soaking of the walls in chloroform/methanol
(2:1, v/v) at room temperature for 2 h with
shaking. The extracts were separated by cen-
trifugation at 5000 g for 5 min and the in-
soluble residue was extracted three more
times as described above. The resulting in-
soluble cell wall residue was suspended in 1
N NaOH and gently stirred at room temper-
ature for 1 h. After centrifugation at 5000 g
for 10 min, the supernatants were collected
and the procedure was repeated four times.
The alkali-insoluble sediment was washed
with ethanol followed by acetone and di-
ethyl ether. After drying, the resulting white
powder was designated as F1 from the dead
yeast form of H. capsulatum.
In order to induce leukocyte recruitment
into the peritoneal cavity, 300 µg F1 was
suspended in 1 ml PBS and was injected ip in
mice (N = 14). Control mice received only 1
ml PBS (N = 5). This protocol induces time-
dependent leukocyte migration with charac-
teristic kinetics among neutrophils, eosino-
phils, and mononuclear cells (9). Twenty-
four hours prior to F1 injection, one group of
mice (N = 7) received an ip injection of 100
µg TRFK-5, an anti-IL-5 monoclonal anti-
body (mAb), and the other group (N = 7)
received an isotype-matched mAb. This treat-
ment was given in order to determine the
participation of IL-5 in eosinophil recruit-
ment. Forty-eight hours after F1 injection
the animals were sacrificed by excess anes-
thesia because 48 h corresponds to the peak
of eosinophil recruitment in this model (9).
Cells from the peritoneal cavities were har-
vested by injection of 3 ml PBS containing 5
U/ml heparin. The abdomens were gently
massaged and a blood-free cell suspension
was carefully withdrawn with a syringe.
Abdominal washings were placed in plastic
tubes and total cell counts were performed
immediately in a Neubauer chamber. Differ-
ential counts were obtained using Rosenfeld-
stained cytospin preparations (7). Statistical
differences were analyzed by the Student t-
test. Two-way ANOVA was used to calcu-
late the differences of significance among
the groups. A P < 0.05 value was considered
to be statistically significant.
The response of mice to ip administra-
tion of F1 after 48 h was the recruitment of
8.4 ± 1.25 x 10
6
cells/ml compared to 5.5 ±
0.31 x 10
6
cells/ml obtained with PBS (P <
345
Braz J Med Biol Res 37(3) 2004
F1-induced peritoneal eosinophilia is IL-5 dependent
0.01). The numbers of neutrophils, eosino-
phils, and mononuclear cells after F1 injec-
tion were also determined and the effect of
TRFK-5 on the recruitment of these cells is
shown in Figure 1. No differences in mono-
nuclear cell counts were observed between
control mice and mice injected with F1, who
were treated with either TRFK-5 or with the
isotype antibody (Figure 1C). However, F1
induced significantly greater (P < 0.01) neu-
trophil recruitment (4.4 x 10
5
cells/ml) when
compared to PBS (0.6 x 10
5
cells/ml). Treat-
ment of mice with TRFK-5 increased neu-
trophil recruitment induced by F1 (Figure
1B). In addition, eosinophil recruitment by
F1 (1 x 10
6
cells/ml) was 14-fold higher (P <
0.01) compared to the PBS control group
(0.07 x 10
6
cells/ml). Treatment with TRFK-
5 significantly (P < 0.01) inhibited eosino-
phil recruitment into the peritoneal cavity by
more than 80% (Figure 1A).
Both granulocyte-macrophage colony-
stimulation factor and IL-3 stimulate the re-
cruitment of eosinophils as well as other
leukocytes, whereas IL-5 specifically sup-
ports the terminal differentiation and prolif-
eration of eosinophil precursors as well as
the eosinophil activation effect (11-13). Sev-
eral chemoattractants are involved in both in
vitro and in vivo eosinophil migration. Many
investigators have demonstrated a direct cor-
relation between eosinophilia and IL-5 in
human helminth infection and in experimen-
tal animal models. It has also been demon-
strated that anti-IL-5 mAb treatment inhibits
eosinophilia in mice infected with Toxocara
canis,
Nippostrongylus brasiliensis and
Schistosoma mansoni (14-16). In addition,
IL-5 plays an important role in mobilizing
eosinophils from bone marrow to peripheral
blood and in priming eosinophils to respond
easily to other chemotactic stimuli such as
chemokines and lipid mediators (7,17). When
a low dose of IL-5 is administered intrave-
nously, it rapidly and dramatically enhances
the eosinophil accumulation induced by in-
tradermally injected eotaxin and leukotriene
B
4
(17), suggesting a link between chemoat-
tractant factors and IL-5. It has been demon-
strated that the chemotactic activity of eosino-
phils in bronchoalveolar lavage fluid ob-
tained from rats infected with T. canis was
significantly reduced after treatment with
either a specific leukotriene B
4
receptor an-
tagonist (ONO-4057), a platelet aggregating
factor receptor antagonist (TCV-309), and
an anti-IL-5 mAb (TB13) (18). This suggests
that these three factors contribute to the ac-
cumulation of eosinophils in the lungs of rats
infected with T. canis. More recently, it was
shown that antigen-induced eosinophilia in
the lung is indirectly dependent on cysteinyl
leukotrienes through IL-5 production in a
model of late asthmatic response (19). We
Eosinophils x 10
6
/ml
2.0
1.6
1.2
0.8
0.4
0.0
PBS/PBS Isotype/F1 TRFK-5/F1
Neutrophils x 10
6
/ml
2.0
1.6
1.2
0.8
0.4
0.0
Mononuclear cells x 10
6
/ml
20
16
12
8
4
0
PBS/PBS Isotype/F1 TRFK-5/F1
PBS/PBS Isotype/F1 TRFK-5/F1
Treatment/stimuli
A
B
C
Figure 1. Effect of pretreatment
with TRFK-5 on mononuclear
cell, neutrophil, and eosinophil
recruitment. C57BL/6 mice re-
ceived 300 µg polysaccharide
fraction 1 (F1) isolated from the
cell wall of Histoplasma capsu-
latum, ip. Cell numbers are re-
ported as the mean ± SEM for
5-7 mice per group. *P < 0.01
and **P < 0.001 vs PBS/PBS
group;
+
P < 0.01 vs isotype/F1
group (two-way ANOVA).
*
**
*
+
346
Braz J Med Biol Res 37(3) 2004
A. Sá-Nunes et al.
demonstrated that leukotrienes are involved
in leukocyte recruitment induced by F1 of H.
capsulatum. Treatment of mice with the MK-
886 compound, an inhibitor of leukotriene
synthesis, partially blocked neutrophil, eo-
sinophil, and mononuclear cell recruitment
(9).
Interestingly, there was an increase in
neutrophil recruitment to the peritoneal cav-
ity induced by F1 in the group treated with
TRFK-5. We have demonstrated that TRFK-
5 suppressed eosinophilia and increased IL-
8 levels in guinea pigs infected with T. canis,
a nematode parasite (8). Probably the same
phenomena occurred in F1 TRFK-5-treated
mice. The decrease in IL-5 by TRFK-5 treat-
ment should up-regulate the KC chemokine
(murine IL-8) levels, and F1 should recruit
more neutrophils to the peritoneal cavity,
since this molecule is chemotactic for neu-
trophils (20).
Finally, in the present study we demon-
strated that F1-induced eosinophil recruit-
ment, but not the recruitment of other cell
types, is IL-5-dependent within a specific
time window, i.e., 48 h after F1 injection.
We suggest that the eosinophil recruitment
induced by ip injection of F1 is mediated by
an interaction between at least two eosino-
philic mediators, leukotrienes and IL-5.
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Anderson Sá-Nunes et al., 2004
i
Trabalho submetido a Microbes and Infection
Efficacy of cell-free antigens to evaluate cell immunity and
to induce protection in a murine model of histoplasmosis
Anderson Sá-Nunes
a
, Alexandra I. Medeiros
a
, Roberto Nicolete
a
, Fabiani G. Frantz
a
,
Ademilson Panunto-Castelo
b
, Célio L. Silva
c
, and Lúcia H. Faccioli
a,
*
a
Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas, Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo, Av. do Café s/no., Ribeirão Preto, São Paulo 14040-903, Brazil
b
Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênicos, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto,
Universidade de São Paulo, Av. Bandeirantes 3900, Ribeirão Preto, São Paulo 14049-900, Brazil
c
Centro de Pesquisas em Tuberculose, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Instituto do Milênio Rede-TB,
Universidade de São Paulo, Av. Bandeirantes 3900, Ribeirão Preto, São Paulo 14049-900, Brazil
Abstract
Histoplasma capsulatum is a dimorphic pathogenic fungus that causes a wide spectrum of disease when
mycelial fragments are inhaled. Resistance to H. capsulatum is dependent on a cellular immunity mediated by T cells and
macrophages. Here we standardized the production of extracts containing cell-free antigens (CFAgs) and observed their
efficacy in evaluating cell-immunity during murine histoplasmosis. CFAgs induced a more potent DTH response in H.
capsulatum-infected mice than did histoplasmin - a classical antigen. This DTH response to CFAgs is able to determine
the immune status of infected mice and to predict their death. Moreover, CFAgs stimulated in vitro splenocytes from
immune mice to produce high amounts of gamma interferon (IFN-γ). Finally, the immunization with CFAgs protected
against a lethal inoculum of H. capsulatum. These results demonstrate that CFAgs may be useful for the evaluation of
cellular immune response and as a potential source for the development of a vaccine against histoplasmosis.
Keywords: Histoplasma capsulatum, cell-free antigens, vaccine, interferon-γ
1. Introduction
Infection with the dimorphic fungus Histoplasma
capsulatum ranges from a mild asymptomatic illness to
a progressive and disseminated disease. Resistance to H.
capsulatum in mammals is dependent on a cellular
immune response mediated by CD4
+
and CD8
+
T cells
and mononuclear phagocytes [1-5]. Particularly, T cells
play a key role in controlling the disease that correlates
with the production of cytokines, especially gamma
interferon (IFN-γ) a critical cytokine involved in the
protective immune response in mice against H.
capsulatum [6-8].
Delayed-type hypersensivity (DTH) response is an
important determinant of prior exposure and is often
used to evaluate the degree of host cellular immune
response to a wide range of pathogens. It has been
demonstrated that H. capsulatum-reactive CD4
+
T cells
can induce DTH responses in mice [9]. Several years
ago, Standard & Kaufman [10, 11] produced extracts
directly from agar-slanted cultures of H. capsulatum
_____________________________________________
* Corresponding author. Tel: +55-16-602-4303, Fax: +55-16-
633-1936.
E-mail address: [email protected] (L.H. Faccioli)
and Coccidioidis immitis in aqueous solutions of
merthiolate. Reactions of these extracts containing cell-
free antigens (CFAgs) with standard sera were able to
identify clinical isolates of those fungi. Also, Camargo
et al. [12] used a similar preparation in serological tests
for the immunodiagnosis of paracoccidioidomycosis.
Since these years, some antigens were tested with the
same purpose [13, 14] but their preparation and
standardization are time-consuming phases.
Nevertheless, CFAgs, which are prepared by a simple
and rapid method from H. capsulatum yeast cultures
were never tested to evaluate cellular immunity in
histoplasmosis.
Many vaccines have been licensed for viral and
bacterial human diseases but at the present time, there
are no licensed vaccines for the prevention or treatment
of human fungal infections. Vaccination is able to
protect against several fungal pathogens in experimental
models of Candida albicans [15], Cryptococcus
neoformans [16, 17], Aspergillus fumigatus [18],
Blastomyces dermatitides [19] and Coccidioides immitis
[20, 21]. Deepe et al. carried out a series of studies to
identify protective immunogens from H. capsulatum for
the vaccine development. These studies have show
several promising antigens such as the extract of the
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
ii
cell wall and cell membrane (CW/M) of the yeast
phase and its isolated proteins, HIS-62 and HIS-80 that
are homologous to heat shock proteins 60 and 70,
respectively [22-24] and recombinant H antigen [25,
26].
In the present work we produced CFAgs to elicit
DTH responses in H. capsulatum-infected mice and
compared these responses to that induced by
histoplasmin. We also tested the CFAgs ability to
induce IFN-γ production by spleen cells in vitro and to
elicit a protective immune response in H. capsulatum-
infected mice when used as a vaccine.
2. Materials and methods
2.1. Mice
Male C57BL/6 mice, 6-8 weeks old, were purchased
from the Faculdade de Ciências Farmacêuticas de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brazil. All
experiments were approved and conducted in
accordance with the guidelines of the Animal Care
Committee of the University. Infected animals were
kept in biohazard facilities and housed in cages within a
laminar flow safety enclosure under standard
conditions.
2.2. Preparation of H. capsulatum and infection of mice
The H. capsulatum strain was isolated from a patient
at the Hospital Universitário, Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Preparation
of H. capsulatum yeast cells was performed as
previously described [27]. Yeast cells were used when
fluorescein diacetate and ethidium bromide staining
revealed their viability to be 90% [28].
To determine the lethal dose 50% (LD
50
) animals
were intravenously (i.v.) infected with five different
doses of H. capsulatum (ranging 2.5 × 10
5
to 4 × 10
6
viable yeast cells in a volume of 100 μl) and mortality
was scored daily over a 60-day period. A control group,
inoculated with PBS, was included in each experiment.
LD
50
was calculated using the Moving Average
Interpolation Program [29]. Immune mice were
obtained after 60-day of infection with i.v. inoculation
of 5 × 10
4
yeast cells (sublethal inoculum). Lethal
challenge (10
6
yeasts, i.v.) was used to evaluate
mortality rates and cellular immunity in subsequent
experiments (described later).
2.3. Preparation of CFAgs
CFAgs were produced according to Camargo et al.
[12] with minor modifications. Briefly, about 300 mg of
H. capsulatum yeasts growth on BHI-agar-blood slants
was collected and suspended in 1 ml of PBS, mixed for
60 s on a Vortex-mixer and centrifuged at 10,000 g for
60 s. The supernatant fluid was collected and the
procedure was repeated. This material was filtrated and
its protein content estimated using Coomassie Protein
Assay Reagent Kit (Pierce, Rockford, Illinois), using
albumin standard curves prepared according
manufacturer’s instructions.
2.4. Sodium dodecyl sulfate-polyacrylamide gel
electrophoresis (SDS-PAGE) of CFAgs
Two hundred micrograms of CFAgs were
electrophoresed in 12% polyacrylamide gel and stained
for 5 min with 0.15% Coomassie brilliant blue (Sigma,
St Louis, Mo.).
2.5. Induction and measurement of DTH response to
histoplasmin and CFAgs
The optimal protein concentration of CFAgs to DTH
reactions was obtained in experiments using immune
mice infected i.v. with 5 × 10
4
yeasts (sublethal
inoculum) of H. capsulatum. Sixty days post infection,
groups of mice received 0.2, 1 and 5 μg of CFAgs in a
volume of 50 μl into the left hind footpad. Uninfected
mice submitted to the footpad test with 5 μg of CFAgs
were used as control for unspecific reactions. DTH
response was evaluated during the course of infection
with the optimal concentration of CFAgs (5 μg/footpad).
Also, DTH response to cell-free antigens was compared
with that induced by histoplasmin, a classical culture
filtrate antigen which was a gift from Dr. Rosely
Zancopé-Oliveira from Serviço de Micologia, Instituto
de Pesquisa Clínica “Evandro Chagas” – FIOCRUZ –
Rio de Janeiro. DTH reactions to histoplasmin were
induced with 50 μl of the antigen in an optimal dilution
of 1:50. The footpad thickness was measured using a
calliper (Mitutoyo, Kawasaki, Japan) immediately before
and 24h after antigen inoculation, and the results are
expressed as the mean of difference between the
measures.
2.6. Splenocyte preparation and cytokine determination
Spleens from the survival-infected mice (6 months
post infection) and aged-matched uninfected control
were aseptically removed and minced, and the released
cells were washed three times in RPMI 1640 (Gibco
BRL, Grand Island, N.Y.). Cells were suspended at 5 ×
10
6
cells/ml in RPMI supplemented with 10% fetal
bovine serum (Gibco BRL), penicilin (100 U/ml – Gibco
BRL), streptomycin (100 μg/ml – Gibco BRL) and
dispensed into 96-well flat bottom microtiter plates in a
volume of 0.1 ml. Concanavalin A (2 μg/ml – Sigma, St.
Louis, Mo.) and CFAgs (50 μg/ml) were added to
triplicate wells (0.1 ml) and cultured for 72 h at 37
o
C.
Commercially available ELISA antibodies were used to
measure IFN-γ (PharMingen, San Diego, CA).
Sensitivities were > 10 pg/ml.
2.7. Immunization with CFAgs
The first immunization was performed with CFAgs
emulsified in complete Freund’s adjuvant (v/v) at a
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
iii
st cells) and survival was scored
r 60 days (n = 5 per group).
ng
e immunizations and 0.1 ml of PBS in the booster.
.8. Organ culture for H. capsulatum
was assessed as
ean CFUs per gram of tissue ± SEM.
.9. Statitics
nk test was used to analyze differences in survival.
. Results
.1. LD of H. capsulatum
t experiments used doses chosen
ased on these results.
Fig. 2. DTH response to CFAgs and histoplasmin in
uninfected controls and immune mice. Immune mice were
obtained after 60-day of infection with i.v. inoculation of 5
× 10
4
yeast cells (sublethal inoculum). The footpad
thickness was measured immediately before and 24h after
antigens inoculation, and the results are expressed as the
mean of difference between the measures. *P < 0.001
versus respective control;
#
P < 0.01 versus CFAgs 5 μg (n
= 5-8 per group).
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
20
40
60
80
100
2.5 x 10
5
5 x 10
5
1 x 10
6
2 x 10
6
4 x 10
6
Days post infection
Percent Survival
viable H. capsulatum) were challenged
intradermally with 0.2, 1 and 5 μg of cell-free
antigens. Fig. 2 shows a dose-dependent increase in
footpad swelling and the inoculum of 5 μg induced
the strongest response (0.47 ± 0.054 mm) that
represented an increase of approximately 30% in
the footpad thickness. CFAgs are able to elicit a
potent DTH response in immune mice (P < 0.01),
approximately 2-times greater than histamine (0.23
± 0.031 mm).
Fig. 1. Survival profiles of mice infected with different H.
capsulatum inoculi. Mice were infected i.v. with H. capsulatum
(from 2.5 × 10
5
to 4 × 10
6
yea
fo
final concentration of 250 μg/ml. Mice were injected
subcutaneously with 0.2 ml of emulsion (50 μg of
protein). One week later, mice received the same
amount of cell-free antigens emulsified in incomplete
Freund’s adjuvant. After two weeks, mice received a i.v.
booster of 5 μg of cell-free antigens in 0.1 ml. Control
group received an equal amount of bovine serum
albumin (BSA) suspended in the same adjuvants duri
3.3. Electrophoretic analysis of CFAgs
CFAgs were separated by SDS-PAGE under
reducing conditions by using a 12% gel. Separation
of CFAgs by electrophoresis produced a pattern
with 5 bands with molecular mass of 9-12, 31, 57,
70 and 80 kDa (Fig. 3).
th
2
Recovery of H. capsulatum was performed as
previously described [6]. Fungal burden
m
2
Two-way analyses of variance (ANOVA) and
Student’s t test were employed to analyze differences in
DTH responses and cytokine production and the log
ra
3
3
50
Once the H. capsulatum strain used in this work was
isolated from a patient and it is not characterized, we
have determined its LD
50
after i.v. inoculation. Survival
of mice infected with H. capsulatum (ranging from 2.5
× 10
5
to 4 × 10
6
) is shown in Fig. 1. LD
50
calculated to 3
periods of infection was (× 10
6
): 1.68 ± 0.14, 1.23 ±
0.06 and 0.62 ± 0.09 for 30, 45 and 60 days,
respectively. Subsequen
Fig. 3. SDS-PAGE analysis of CFAgs with a 12%
polyacrylamide gel stained with Coomassie brilliant blue.
Molecular weight markers (10
3
) are depicted on the left of
he gel. t
b
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
CFAgs 0.2 μ g
CFAgs 1 μg
CFAgs 5 μg
Histoplasmin 1:50
Control Immune
*
#
*
*
Groups
Footpad swelling (mm)
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
iv
I DTH response to CFAgs in mice infected with 5 × 10
5
yeas m
roups tion
Table 1
ndividual t cells of H. capsulatu
G Days post infec
7 1 28 60
infected
5
Un
1
0.
0.
0.
ean ± SEM
0.018 012 0.025 015 0.040 010 0.018 009
ected
0.
05 0 0.06 0
2
0 0 0.03 05
3
0 0.04 05 0
4
0.02 0.06 0 0.03
5
0.03 0.05 0.06 0.01
M
± 0. ± 0. ± 0. ± 0.
Inf
1
0.12 0.12 0.37 0.58
2
0.02 0.09 0.06
Died
3
0.13 0.12 0.35 0.64
4
08 0.18 0.47 0.62
5
0
Died Died Died
6
0.11 0.08 0.26 0.60
7
0.08 0.03
Died Died
8
0.08 0.19 0.26 0.49
9
0.16 0.14 0.08
Died
10
0.09 0.06 0.09
Died
Mean ± SEM
0.08 ± 0.02 0.11 ± 0.02 0.24 ± 0.05 0.59 ± 0.03
Mice received 5 μg of CFAgs in 50 μl per footpad. The footpad thickness was measured immediately before and 24h after antigen
oculation.
sponse in H. capsulatum-
fected mice using CFAgs
action (higher than 0.1 mm) and these mice survived.
able to stimulate last-long specific cells in
mune mice
ter 6 months of infection. CFAgs stimulated spleen
IFN-γ similar to those
stimulated with Con A (Fig. 5).
the measures. *P < 0.01 versus control
= 5-8 per group).
gs confers protection in
. capsulatum-infected mice
whereas 100% of those immunized with CFAgs
in
3.4. Evaluating cellular re
in
CFAgs were also used to accompany the degree of
cellular immunity using different inoculi of H.
capsulatum. On the first 2 weeks post infection, there
was no significant DTH response observed in any
infected group. However, at 30 days post infection,
there was a supression in the DTH response from mice
infected with 10
6
yeast cells in association with
mortality induced by this inoculum. Mice infected with
5 × 10
4
and 5 × 10
5
yeast cells showed significant DTH
reaction (P < 0.01) when compared to uninfected
control animals (Fig. 4). Moreover, CFAgs are able to
discriminate individually the immunological status of an
animal during infection, predicting which mouse will
die or will survive. Table 1 shows the individual results
of DTH response of mice infected with 5 × 10
5
yeast
cells of H. capsulatum. In five infected mice, DTH
response to CFAgs appeared lower than 0.1 mm and
these mice died as soon as the reaction was determined.
The other five infected mice showed strong DTH
re
3.5. CFAgs are
im
Splenocytes from immune mice (previously infected
with H. capsulatum sublethal inoculum) and from
uninfected control animals were tested for their capacity
to respond in vitro to CFAgs (specific stimulation) or
Con A (polyclonal stimulation). IFN-γ production by
spleen cells from these immune mice was determined
af
cells produced high amounts of
0 7 14 21 28
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
Control
5x10
4
5x10
5
1x10
6
*
*
#
Footpad swelling (mm)
Days post infection
Fig. 4. Kinetics of DTH response to CFAgs during H.
capsulatum infection. Mice were infected i.v. with different
doses of H. capsulatum and after 7, 15 and 30 days post
infection received 5 μg of CFAgs in the footpad. The footpad
thickness was measured immediately before and 24h after
antigen inoculation, and the results are expressed as the mean
of difference between
(n
3.6. Immunization with CFA
H
Mice were immunized with CFAgs or BSA and i.v.
challenged with 10
6
H. capsulatum yeasts two weeks
later and we determined whether the immunization
with CFAgs is protective in mice infected with H.
capsulatum. All mice that were immunized with BSA
succumbed to infection until 45 days post infection,
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
v
from control
roup incubated with the same stimuli (CFAgs or Con A).
m
from control
roup incubated with the same stimuli (CFAgs or Con A).
m
Fig. 5. IFN-γ production by splenocytes from immune and uninfected
control mice. The data represent the mean ± SEM of cytokines
produced by splenocytes from five or six mice per group. *P < 0.01
versus cells incubated with medium;
#
P < 0.05 versus cells cells
gg
survived until the end of observation period of 60 days post
infection (Fig. 6A). On the 7
th
, 15
th
and 30
th
days post infection,
mice were sacrificed and fungal recovery from lungs and
spleens was determined. Organs from mice immunized with
CFAgs contained significantl wer CFU than those from mice
decreased yeast CFU in 0.45, 1.00 and 1.87
log
10
(P < 0.01) on the 7
th
, 15
th
and 30
th
days
post infection, respectively, in comparison with
BSA immunization (Fig. 6B). In lungs, CFAgs
immunization decreased yeast CFU in 4.13 and
4.21 log
10
(P < 0.01) on the 15
th
and 30
th
days
post infection, respectively, in comparison with
BSA immunization (Fig. 6C).
survived until the end of observation period of 60 days post
infection (Fig. 6A). On the 7
th
, 15
th
and 30
th
days post infection,
mice were sacrificed and fungal recovery from lungs and
spleens was determined. Organs from mice immunized with
CFAgs contained significantly fewer CFU than those from mice
decreased yeast CFU in 0.45, 1.00 and 1.87
log
10
(P < 0.01) on the 7
th
, 15
th
and 30
th
days
post infection, respectively, in comparison with
BSA immunization (Fig. 6B). In lungs, CFAgs
immunization decreased yeast CFU in 4.13 and
4.21 log
10
(P < 0.01) on the 15
th
and 30
th
days
post infection, respectively, in comparison with
BSA immunization (Fig. 6C).
Medium CFAgs Con A
0
20000
40000
60000
80000
Control
Immune
*
*
*
#
#
Stimuli
IFN-
γ
(pg/ml)
y fe
unized with BSA. In spleens, CFAgs immunization unized with BSA. In spleens, CFAgs immunization imim
4. Discussion 4. Discussion
The nature of antigens that induces cell-
mediated or humoral responses by H.
capsulatum is not totally clear until the moment.
Intradermal tests using a filtrate antigen,
histoplasmin, are carried out all over the world
and its preparation and standardization were set
up in 1945 [30]. The H antigen, present in
histoplasmin (used here as a control of DTH
reaction) is recognized in sera of patients with
histoplasmosis [31] and may be one of the
active constituents in the culture filtrate able to
elicit DTH response in individuals exposed to
H. capsulatum
The nature of antigens that induces cell-
mediated or humoral responses by H.
capsulatum is not totally clear until the moment.
Intradermal tests using a filtrate antigen,
histoplasmin, are carried out all over the world
and its preparation and standardization were set
up in 1945 [30]. The H antigen, present in
histoplasmin (used here as a control of DTH
reaction) is recognized in sera of patients with
histoplasmosis [31] and may be one of the
active constituents in the culture filtrate able to
elicit DTH response in individuals exposed to
H. capsulatum
0 10 20 30 40 50 60
0
20
40
60
80
100
Hc
PBS + Hc
EXO + Hc
A
Days post infection
Percent survival
71530
0
2
4
6
8
10
BSA
CFAgs
*
*
**
B
Days post infection
CFU/g spleen (log
10
)
71530
0
2
4
6
8
10
*
*
C
CFU/g lung (log
10
)
Days post infection
Fig. 6. Protective efficacy of CFAgs in H. capsulatum-infected mice. Mice immunized with CFAgs or BSA were challenged 2
weeks later with 10
6
H. capsulatum yeast cells. (A) The survival of immunized mice was monitored during 60 days. Lung (A)
and spleen (B) CFU were recovered at 7, 15 and 30 days post infection. The data represent the mean ± SEM log
10
CFU. (n = 5
er group in each point) *P < 0.001
Fig. 6. Protective efficacy of CFAgs in H. capsulatum-infected mice. Mice immunized with CFAgs or BSA were challenged 2
weeks later with 10
6
H. capsulatum yeast cells. (A) The survival of immunized mice was monitored during 60 days. Lung (A)
and spleen (B) CFU were recovered at 7, 15 and 30 days post infection. The data represent the mean ± SEM log
10
CFU. (n = 5
er group in each point) *P < 0.001 pp
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
vi
[32-34]. In this study we have reported the antigenicity
and immunogenicity of CFAgs from H. capsulatum in a
model of systemic histoplasmosis. These antigens
elicited a potent DTH response in immune mice and did
not show nonspecific reactions in control mice. The
footpad increase induced by histoplasmin showed here
is in agreement with a previous work using this same
antigen [9]. However, we observed that CFAgs induced
a stronger response than histoplasmin. Additionally,
CFAgs were able to accompany the kinetics of
increase/decrease in immune status of infected mice.
When individually analyzed, infected mice that present
low-to-no responses died few days after evaluations
while mice presenting medium-to-high responses
survived to the infection. SDS-PAGE analysis of CFAgs
revealed the presence of ~70-kDa and ~80-kDa bands.
The band of 70 kDa seems to be similar to that detected
in serum of histoplasmosis patients by ELISA and
Western blotting [35, 36]. The band of 80 kDa seems to
be similar to that isolated from the extract of the cell
wall and cell membrane (CW/M) of H. capsulatum,
which showed homology with hsp70, it was able to
induce cellular and humoral immune response in H.
capsulatum-infected mice [24]. In addition, CFAgs
showed three bands on gels with masses of 57, 31 and
9-12 kDa. Therefore, the biological activities presented
here can be related to one or more bands and future
investigations will be carry out to elucidate this point.
In spite of the fact that yeast cells of H. capsulatum
represent the tissue phase of the fungus, until 15 years
ago most papers concerning T cell responses against the
fungus were focused on histoplasmin, a filtrate antigen
produced in mycelial phase [9, 37, 38]. More recently,
results showing several antigens secreted or present in
the yeast phase of H. capsulatum have been tested for
the development of a vaccine against histoplasmosis.
Potential candidates are CW/M [22], HIS-62 and HIS-
80 that are homologous to heat shock proteins 60 and
70, respectively [23, 24] and recombinants HSP60 [39]
and H antigen [25, 26]. Although some of them can be
promising, the use of isolated active components as
described seems not to be as efficient as administration
of antigen total extracts. Moreover, their complete
efficacy depends upon the strain of mice used, the route
of infection and in some cases, there were no mortality
studies conducted. We used intravenous challenge
because it seems to be the most aggressive route of
infection [40] and C57BL/6 mice because it is a
susceptible strain to histoplasmosis [41]. Recent results
obtained in our laboratory demonstrated that the same
vaccination protocol is also able to mediate protection to
lethal intratracheal infection with H. capsulatum (data
not shown). Immune mice (without detectable yeasts
after 60-day post infection) presented a strong DTH
response to CFAgs after 6 months of infection.
Splenocytes from these mice presented IFN-γ
production to CFAgs. The potent in vitro and in vivo
responses of infected mice to cell-free antigens
stimulate us to investigate the possibility that these
antigens could confer protection when used as a possible
vaccine. Interestingly, immunization with CFAgs was
able to induce a protective immunity reducing fungal
burden in lung and spleen and protecting infected mice
from a H. capsulatum lethal inoculum. Thus, CFAgs
contain molecules recognized by T cells that can
stimulate both in vivo and in vitro responses and
protective immunity.
The major points of this work are the aspects
concerning about the ability of the CFAgs to stimulate a
cell-mediated response in mice infected with H.
capsulatum. First, CFAgs induce a potent DTH reaction
in infected mice and this response reflects the degree of
immunity developed by individual mouse. Second,
CFAgs activate in vitro long-lasting H. capsulatum-
specific cells to produce IFN-γ, an essential cytokine for
a protective immunity. Third, CFAgs immunization is
able to protect mice against a lethal inoculum of H.
capsulatum and significantly reduce fungal burden in the
lungs and spleens from infected mice. In conclusion,
these findings support the potential protective efficacy of
CFAgs and further studies exploring the
proteins/fragments involved in this response are under
ay in our laboratory. w
cknowledgements A
This study was supported by grants from the Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP
- 95/9691-6 and 00/01079-0), the Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico, and the
Fundação de Amparo ao Ensino, Pesquisa e Assistência
do Hospital das Clínicas da FMRP-USP, Brazil. The
authors thank Dr. Claudia M.L. Maffei from
Departmento de Biologia Celular e Molecular e
Bioagentes Patogênicos – FMRP for graciously
providing the H. capsulatum strain and Dr. Rosely
Zancopé-Oliveira from Serviço de Micologia, Instituto
de Pesquisa Clínica “Evandro Chagas” – FIOCRUZ for
istoplasmin aliquot. h
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i; cu
aeroso
of Blastomyces dermatitidis
v
mycosis in
, from the cell
protein 70 induces cell-mediated immune
unobiological activity of
atum in a murine model of
i, Blockade of endogenous leukotrienes
to study the viability of
rien, Determination of median lethal and
of the
.
on of a new soluble antigen from the yeast phase of
ion of a new soluble antigen complex prepared from
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om Histoplasma
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Anderson Sá-Nunes et al., 2004
i
Manuscrito em preparação
The Role of Granulocytes in Histoplasma capsulatum Infection
1
Anderson Sá-Nunes,* Alexandra I. Medeiros,* Edson G. Soares,† Cláudia M. Maffei,‡
Célio L. Silva,§ and Lúcia H. Faccioli
2
*
Recent studies have improved the understanding of granulocyte participation in many types of infection. Although
granulocyte-depletion has been associated with increased susceptibility of mice to a wide range of microbes, the
role of neutrophils and eosinophils in immune response against fungal pathogens is controversial. In this work we
investigated the neutrophil and eosinophil contribution in protective immune response against H. capsulatum.
Granulocyte depletion increased the severity of disseminated experimental histoplasmosis in mice and lately
affected the development of protective immune response. Moreover, lung and spleen fungal recovery was higher in
granulocyte-depleted mice than in non-depleted mice and, associated with this increased fungal burden, there was
an exacerbation of Th1 response in these mice. However, no differences in polarization or intensity of immune
response were observed at the beginning of infection. Nevertheless, IL-5 depletion did not alter the mortality of
infected mice or the acquisition of cellular immunity, suggesting that eosinophils did not participate in the changes
observed in granulocyte-depleted mice. Taken together, these results showed that neutrophil depletion at the
beginning of infection allows yeast multiplication and increases mortality of infected mice apparently by
exacerbation of Th1 response. A fungistatic mechanism more than production of cytokines seems to be responsible
for the protective immunity mediated by neutrophils in H. capsulatum-infected mice. This study improves the
understanding of innate immune response contribution on the protective immunity in histoplasmosis.
Neutrophils are well known as predominant cells
during acute inflammation and in many types of
infection. They contribute to host protection through
activities such as phagocytosis, oxidative mechanisms
and production of immunoregulatory cytokines and
chemokines during microbial infection. Studies on the
functional activities of neutrophils during microbial
pathogenic infections were improved by the
availability of the mAb RB6-8C5 which is highly
efficient at granulocyte depletion (1). Granulocyte-
depletion with RB6-8C5 has been associated to
increased susceptibility of mice to a wide range of
microbes, such as herpes simplex virus (2), Junin virus
(3); the
bacteria____________________________________
* Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e
Bromatológicas,
Faculdade de Ciências Farmacêuticas de
Ribeirão Preto, †Departamento de Patologia, and
‡Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes
Patogênicos and §Departamento de Bioquímica e Imunologia,
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de
São Paulo, São Paulo, Brazil
1
This work was supported by Grants 95/09691-6 from
Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP) and Grants from Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Anderson Sá-Nunes is recipient of a fellowship from
FAPESP (00/01079-0).
2
Address correspondence: Dr. Lúcia H. Faccioli, Depto.
Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas, FCFRP-
USP, Av. do Café s/no., Ribeirão Preto, SP 14040-903,
Brazil. Tel: +55-16-602-4303, Fax: +55-16-633-1936, E-mail
Mycobacterium tuberculosis (4, 5), M. bovis (6),
Legionella pneumophila (7), Listeria monocytogenes (8);
the parasites Entamoeba hystolytica (9), Leishmania
major (10), Toxoplasma gondii (11) and others. The
contribution of neutrophils in immune response against
fungal pathogens is controversial. In the one hand
neutrophils are important for host defense against
Candida albicans (12-14) and Aspergillus fumigatus
(15). On the other hand, neutropenia reduces
susceptibility of mice to Cryptococcus neoformans
infection (16). One previous publication had reported an
increased mortality in neutrophil-depleted mice infected
with Histoplasma capsulatum in comparison with non-
depleted mice (17).
Eosinophils have been the subject of extensive
investigation and its occurrence is observed mainly in
parasite infections and late phase of immediate
hypersensitivity diseases (18, 19). Many investigators
have demonstrated a direct correlation between
eosinophilia and IL-5 in human infections and
experimental animal models. It has been demonstrated
that neutralization of IL-5 using the treatment with mAb
TRFK-5 (anti-IL-5) inhibits eosinophilia in mice
infected with Toxocara canis,
Nippostrongylus
brasiliensis and Schistosoma mansoni (20-22). In
addition, IL-5 plays an important role in mobilizing
eosinophils from bone marrow to the peripheral blood
and for priming eosinophils to easier respond to other
chemotactic stimuli such as chemokines and lipidic
factors (23, 24). Eosinophils have been associated with
some human fungal infections, such as
coccidioidomycosis (25), aspergillosis (26),
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
ii
paracoccidioidomycosis (27). We have demonstrated
eosinophil recruitment to the peritoneal cavity
induced by the dead or live H. capsulatum and by the
alkali-insoluble fraction (F1) from the cell wall of
the fungus (28). The eosinophil migration was
partially dependent of leukotrienes and blocked by
TRFK-5 administration (28, 29).
Histoplasmosis is a highly prevalent fungal
disease, mainly in Central and North America (30).
The disease caused by H. capsulatum initiates with
inhalation of the conidial or mycelial fragments that
convert into the pathogenic yeast form at the body
temperature of hosts (37
o
C). The magnitude of
exposure and the immune status of the host influence
the clinical manifestations of histoplasmosis and the
severe symptomatic disseminated histoplasmosis
occurs mostly in immunodeficient patients mainly as
the result of HIV infection, cancer chemotherapy and
transplantation (31). The protective response against
H. capsulatum is the cellular immunity mediated by
macrophages, CD4
+
and CD8
+
T cells (32-38).
However, the role of neutrophils and eosinophils in
host defense against H. capsulatum is not well
understood. In vitro studies have established that
neutrophils are able to engulf and kill mycelial
fragments, but not yeast cells (39). Also, it was
identified H. capsulatum organisms in circulating
eosinophils of a dog (40). Nevertheless, there is no
information concerning the granulocyte functions in
this fungal infection.
Based on these evidences, we investigated here
the role of granulocytes in protective immune
response against H. capsulatum. To determine their
contribution in this fungal infection we have
analyzed the effect of a single dose of mAb RB6-
8C5 and two treatment protocols with mAb TRFK-5
in a model of experimental disseminated
histoplasmosis.
Materials and Methods
Mice and infection
Male 6-week-old C57BL/6 mice were obtained from the
animal facilities of the Faculdade de Ciências
Farmacêuticas de Ribeirão Preto, campus of the
Universidade de São Paulo. Infected animals were kept in
biohazard facilities and housed in cages within a laminar
flow safety enclosure under standard condition. Mice were
inoculated i.v. with 10
6
H. capsulatum yeast cells in 0.1 ml
of sterile PBS. Control mice were inoculated i.v. with PBS
only. All experiments were approved and conducted in
accordance with guidelines of the Animal Care Committee
of the University.
Preparation of H. capsulatum
The H. capsulatum strain was isolated from a patient at the
Hospital Universitário, Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto, Universidade de São Paulo. The live mycelial phase
was obtained by culturing fungi at 25
0
C on Sabouraud
dextrose agar (Difco, Detroit, MI). H. capsulatum yeast cells
were grown at 37
0
C in Ham’s F12 medium (Gibco-BRL,
Grand Island, N.Y.) for 36 h. Yeast cells were washed three
times and suspended in balanced salt solution. Yeast cells were
used when fluorescein diacetate and ethidium bromide staining
revealed their viability to be over 95% (41).
Treatment of mice with mAb RB6-8C5 and TRFK-5
The hybridoma that secretes the anti-granulocyte mAb RB6-
8C5 was a gift from Dr. M. Mariano (Departamento de
Microbiologia, Imunologia e Parasitologia, Universidade
Federal de São Paulo, São Paulo, Brazil). The hybridoma that
secretes the anti-IL-5 mAb TRFK-5 was a gift from Dr. I. A.
Abrahamsohn (Departamento de Imunologia, Instituto de
Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo, São Paulo,
Brazil). Antibodies were obtained from the culture supernatant
of respective hybridomas and purified by using a protein G-
agarose column (Gibco). Mice were injected i.p. with a single
dose of 300 μg of RB6-8C5 or rat IgG (Sigma, St Louis, MO) in
0.5 ml of PBS, 24 h before H. capsulatum infection. In control
mice, the same concentration of rat IgG was administered.
To exclude the participation of eosinophils in the effects
observed by the administration of RB6-8C5, the anti-IL-5 mAb
TRFK-5 was used. Two treatments were used. First, mice were
i.p. injected with a single dose of 100 μg of TRFK-5 in 0.5 ml
of PBS 24 h before H. capsulatum infection. In the second
protocol mice were i.p. injected with 500 μg of TRFK-5 24 h
before infection and received i.p. boosters of 100 μg after 7 and
15 days post infection.
Induction and measurement of delayed-type
hypersensitivity (DTH) reaction
Infected mice depleted or non-depleted of neutrophils were
challenged intradermally with an optimal inoculum of 5 μg cell-
free antigens of H. capsulatum in a volume of 0.05 ml at 7, 15
and 30 days post infection. Footpad swelling was measured with
a micrometer (Mitutoyo Sul Americana, Suzano, Brazil). The
DTH response was expressed as the mean ± SEM of the
difference in footpad thickness immediately before antigen
challenge and 24 h later in millimeters. As a control, DTH to
cell-free antigens was measured in uninfected mice at the same
periods.
Organ culture for H. capsulatum
Recovery of H. capsulatum was performed as described
previously (42) with minor modifications. Briefly, spleens from
infected mice were homogenized in 1ml of complete medium
(RPMI 1640 supplemented with 10% fetal bovine serum,
penicilin (100 U/ml), streptomycin (100 μg/ml), L-glutamine (2
mM), and 2-ME (0.05 mM)- Gibco), and appropriately diluted.
Two hundred-microliters were plated in BHI-agar-blood
medium (Difco) in duplicates and after 21 days, fungal burden
was assessed as mean CFUs per whole organ ± SEM. The left
lungs from infected mice were weight and homogenized in 2 ml
of complete medium and appropriately diluted as previously
described (43). Two hundred-microliters were plated in BHI-
agar-blood medium in duplicates and after 21 days, fungal
burden was assessed as mean CFUs per organ grams ± SEM.
The limit of detection was 5x10
2
CFU.
Cytokine measurement
Splenocytes from depleted or non-depleted infected mice at 7
and 15 days post infection were suspended at a concentration of
5×10
5
cells in 0.1 ml of complete medium in 96-well plates.
Cells were incubated with the same volume of medium or 5
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
iii
μg/well of cell-free antigens of H. capsulatum in medium.
Cells were incubated at 37
0
C for 72 h and the culture
supernatants were collected and stored at – 70
0
. The left lungs
from uninfected and infected mice, depleted or non-depleted
of neutrophils were removed at 7 and 15 days post infection
and homogenized in 2 ml of complete medium, centrifuged at
1500 × g, filter sterilized, and stored at –70
0
C. At various
times post infection different groups of uninfected and
infected mice were bled and serum was collected and stored
at –70
0
C. The spleen cells culture supernatants, lung
homogenates and serum concentrations of IL-4, IL-10, TNF-
α and IFN-γ were determined by commercially available
ELISA kits using references standards curves (Pharmingen,
San Diego, CA). Sensitivities were >10 pg/ml.
Measurement of nitrite concentration
The concentration of nitrite (NO
2
-
) in spleen cells
supernatants and lung homogenates was measured at 7 and 15
days post infection by Griess reaction as previously described
(44). Briefly, 100 µl of the supernatants
were incubated with
an equal volume of the Griess reagent at
room temperature.
The NO
2
-
concentration
was determined using a standard
curve of 1 to 200 µM NaNO
2
. The data are presented as
micromoles of NO
2
-
per ml (mean ± SEM).
Histology
The right lungs and livers were removed on days 7 and 15
post infection and tissues fixed in 10% formalin and
embedded in paraffin blocks. For fungal elements, 5 μm
sections were stained with hematoxylin and eosin (HE) or
Grocott’s methanemine silver (GMS). Analysis of the
sections was performed in a “blinded” fashion.
Statistics
Each experiment was repeated twice with similar results.
Statistical variations were determined by analyses of variance
and Student’s t test. The log-rank was used for statistical
analysis of mortality. A value of p < 0.05 was considered to
be significant.
Results
Neutrophils, but not eosinophils, are the essential
granulocytes in immune response against H.
capsulatum
As RB6-8C5 mAb depletes all blood granulocytes, we
separately investigated the participation of neutrophils
and eosinophils in murine histoplasmosis. All H.
capsulatum-infected mice treated with a single dose of
anti-granulocyte RB6-8C5 mAb died (17.6 ± 3.2 days
post infection) while in infected group that received rat
IgG only 20% (p < 0.01) of mice died during the
period of observation (Fig. 1A). To deplete
eosinophils, two protocols of treatment with TRFK-5
mAb were used, as described in Material and methods.
In both of them, no differences in mortality between
IL-5-depleted or non-depleted infected mice were
observed (Fig. 1B and 1C).
To evaluate if granulocyte depletion could affect
the development of a cellular immune response in
vivo, acquisition of DTH reactivity was evaluated in
H. capsulatum-infected mice at 7, 15 and 30 days post
infection. In infected group received only rat IgG, there
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
20
40
60
80
100
Rat IgG+Hc
RB6-8C5+Hc
A
Survival (%)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
20
40
60
80
100
Rat IgG+Hc
TRFK-5+Hc
B
Survival (%)
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
0
20
40
60
80
100
Rat IgG+Hc
TRFK-5+Hc
C
Days post infection
Survival (%)
FIGURE 1. Effect of granulocyte depletion and IL-5
neutralization on survival of naïve C57BL/6 mice after
i.v. infection with 10
6
H. capsulatum yeast cells. Mice
received i.p.: 250 μg of mAb RB6-8C5 (anti-
granulocytes) or rat IgG (A); 100 μg of mAb TRFK-5
(anti-IL-5) or rat IgG (B); 500 μg of mAb TRFK-5 (anti-
IL-5) or rat IgG (C). After 24 h, mice were infected i.v.
with 10
6
yeast cells of H. capsulatum and survival was
monitorated. Mice from (C) received a booster of
antibodies at each 15 days in the first month of infection.
(n = 6-10)
was a significant increase in DTH response during the
course of infection when compared with uninfected
mice. Granulocyte-depleted infected group had a similar
increase of DTH response at the 7 days post infection.
Nevertheless, at 15 days post infection, infected group
depleted of granulocytes showed an inhibition of DTH
response to cell-free antigens (p < 0.05) when compared
with non-depleted group and did not show differences
when compared with uninfected control mice. At 30 days
post infection, DTH response was not evaluated in
granulocyte-depleted group since there was no mice
survival in this group (Table I). We also analyzed the
acquisition of DTH response to cell-
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
iv
Table I. Neutrophil and eosinophil participation on acquisition of DTH response in experimental disseminated
histoplasmosis
Footpad swelling (mm)
c
Experiment 1
a
7 days p.i.
15 days p.i.
30 days p.i.
Control
0,018 ± 0.012
0,025 ± 0,015
0,040 ± 0,010
Rat IgG+Hc
0,083 ± 0,016*
0,114 ± 0,009**
0,360 ± 0,050**
RB6-8C5+Hc
0,087 ± 0,021*
0,034 ± 0,011†
-
Experiment 2
b
Control
0,002 ± 0.002
0,018 ± 0,009
0,012 ± 0,007
Rat IgG+Hc
0,046 ± 0,012
0,068 ± 0,013*
0,353 ± 0,036**
TRFK-5+Hc
0,024 ± 0,015
0,095 ± 0,012**
0.438 ± 0.060**
a
Mice i.p. received 250 μg of RB6-8C5 or rat IgG and 24 h before were i.v. infected with 10
6
viable yeasts of H. capsulatum.
b
Mice i.p. received 500 μg of TRFK-5 or rat IgG and 24 h before were i.v. infected with 5×10
5
viable yeasts of H. capsulatum. At 7
and 15 days post infection (p.i.) they received a booster of 100 μg of respectives mAb.
c
Mice were i.d. challenged with 5 μg of cell-free antigens of H. capsulatum in a volume of 0.05 ml. DTH response was expressed as
mean ± SEM of the difference in footpad thickness immediately before antigen challenge and 24 h later (n = 4-8).
*, p < 0,05 and ** p < 0,001 vs Control
†, p < 0,05 vs Rat IgG+Hc
free antigens in IL-5-depleted mice. Similarly to
mortality studies, no differences were observed in
DTH response of both infected groups, IL-5-depleted
or non-depleted (Table I).
In addition, fungal burden in the lungs and spleen
was assessed at 7 and 15 days post infection. On day
7, CFU in lungs of granulocyte-depleted mice did not
differ (p > 0.05) from those of non-depleted mice. At
the same period, CFU was increased 0.63 log
10
(p <
0.05) in livers of granulocyte-depleted mice in
comparison with non-depleted mice (Fig. 2A). On day
15, lungs and spleens of granulocyte-depleted mice
respectively contained 2.59 and 1.72 log
10
more CFU
(p < 0.05 and p < 0.01) compared with non-depleted
mice (Fig. 2A and 2B). No statistical significant
differences were observed in fungal burden in the
lungs and spleens between IL-5-depleted or non-
depleted mice at 7 and 15 days post infection (data not
shown).
Cytokines and NO
2
-
production in lung homogenates
and supernatants of spleen cells
Since eosinophils did not play any important role in
murine histoplasmosis, we examined only the effect
of neutrophil depletion on immunity development
during H. capsulatum infection. Spleen cells from
mice at 7 and 15 days post infection were in vitro
incubated with medium or cell-free antigens of H.
capsulatum for 72 h. Production of IL-4, IL-10, IFN-γ
and NO
2
-
was determined. Lung homogenates from the
same mice had their cytokines and nitric oxide content
also determined in the same periods of infection.
No significant differences were observed in IL-4
production by spleen cells incubated with medium at 7
or 15 days post infection between non-infected group
and both infected groups, depleted or non-depleted of
granulocytes (Fig. 3A and 3B). Stimulation of these cells
with cell-free antigens induced a slight increase of IL-4
production but only in infected non-depleted group (p <
0.05) at 7 days post infection (Fig. 3A). Spleen cells
from both infected groups incubated with medium
produced similar increased levels of IL-10 in
comparison with spleen cells from non-infected group at
7 days post infection, but only in the infected group
depleted of granulocytes these cells produced
significantly more IL-10 (p < 0.05) when stimulated
with cell-free antigens (Fig. 3C). At 15 days post
infection, spleen cells from granulocyte-depleted
infected group produced more IL-10 than the other
groups, which showed almost undetectable levels of this
cytokine (Fig. 3D). Spleen cells from non-infected mice
showed almost undetectable levels of IFN-γ and NO
2
-
.
On the other hand, spleen cells from both infected mice
produced high amounts of IFN-γ at 7 and 15 days post
infection (p < 0.01). However, only spleen cells from
infected group non-depleted of granulocytes produced
more IFN-γ (p < 0.05) when stimulated with
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
v
715
0
2
4
6
8
Rat IgG+Hc
RB6-8C5+Hc
A
*
**
Days post infection
UFC/spleen (log
10
)
715
0
2
4
6
8
B
*
Days post infection
UFC/ lung g (log
10
)
FIGURE 2. Recovery of H. capsulatum CFU from spleens and lungs of granulocyte-depleted or non-depleted
infected mice. Mice received 250 μg of mAb RB6-8C5 (anti-granulocytes) or rat IgG and 24 h later, were infected
i.v. with 10
6
yeast cells of H. capsulatum. Organs were removed and cultured at 7 and 15 days post infection. One
representative experiment of two is shown. * p < 0.05 and ** p < 0.01 (n = 4-5).
cell-free antigens (Fig. 3E and F). In the same way, spleen cells
from both infected group produced nitric oxide when incubated
only with medium at 7 and 15 days post infection, but spleen
cells from granulocyte-depleted infected mice produced
significantly more NO
2
-
in this condition than did spleen cells
from non-depleted infected mice. On the other hand, spleen
cells from granulocyte-depleted infected mice were able to
increase the nitric oxide production when stimulated with cell-
free antigens, but this did not occur with spleen cells from non-
depleted infected group in the same condition (Fig. 3G and H).
No differences were observed in IL-4 content in lung
homogenates from non-infected and both infected groups at 7
and 15 days post infection (Fig. 4A). At 7 days post infection,
granulocyte-depleted infected group showed significantly more
IL-10 in lung homogenate than non-infected and non-depleted
infected mice (p < 0.05). At 15 days post infection, lung
homogenate from infected mice showed more IL-10 than did
non-depleted infected group (p < 0.05), but this content were
not different from that observed in non-infected group (Fig.
4B). Similar kinetic of IFN-γ and TNF-α content was observed
in lung homogenates from both infected groups, which showed
similar and significant levels of IFN-γ and TNF-α in
comparison with non-infected group. However, at 15 days post
infection, lung homogenates from granulocyte-depleted
infected group showed increased levels of these cytokines in
comparison with non-depleted infected group (Fig. 4C and D).
Related to this increase of IFN-γ and TNF-α levels in lung
homogenates from granulocyte-depleted infected mice, NO
2
-
content was 2-fold increased in this group, in comparison with
non-infected and non-depleted infected mice (p < 0.01) at 15
days post infection (Fig. 4E).
Histopathological analyses of livers and lungs
At 7 days post infection, livers of non-depleted infected mice
showed focal inflammatory infiltrates without necrotic areas
(Fig. 5B). Livers of granulocyte-depleted
infected mice showed an increased number of
these focal lesions (Fig. 5D). In both infected
groups, these inflammatory infiltrates are
present in all hepatic lobule and also associated
with centrilobular vein. The silver stain showed
yeasts presence inside of these infiltrates (Fig.
5C and E). At 15 days post infection there are
more, but focal cellular infiltrates in livers of
non-depleted infected group, with the presence
of lymphocytes and macrophages. The yeasts
are present in these lesions (Fig. 4F and G).
However, liver of infected mice depleted of
granulocytes showed disseminated and
confluent lesions with interstitial inflammation,
compromising both, the centrilobular vein and
the portal areas (Fig. 5H).
Histopathological lung analyses of both
infected groups at 7 days post infection showed
a similar non-exsudative diffuse interstitial
inflammation, with swelling of interalveolar
septa and presence of solid lesions with
macrophage predominance (Fig. 6C and E).
Yeasts are present in the lesions and in
parenchyma (Fig. 6D and F). At 15 days post
infection, there was dissemination of
inflammatory infiltrates but there were solid and
structured lesions with macrophages assuming
epithelioid cells aspect in infected group non-
depleted of granulocytes (Fig. 6G). The lung of
granulocyte-depleted infected group showed
confluent solid lesions with presence of
epithelioid cells. No necrotic areas were
observed, but there were extensive hemorrhagic
areas in parenchyma (Fig. 6I). Yeasts are
present in all organs, but there was increased
dissemination in lung of granulocyte-depleted
infected mice in comparison with non-depleted
infected group (Fig. 6H and 6J).
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
vi
7 days post infection
Control Rat IgG+Hc RB6-8C5+Hc
0
10
20
30
40
50
Medium
ExoAgs
A
IL-4 (pg/ml)
#
15 days post infection
Control Rat IgG+Hc RB6-8C5+Hc
0
10
20
30
40
50
ND
B
IL-4 (pg/ml)
Control Rat IgG+Hc RB6-8C5+Hc
0
500
1000
1500
2000
**
C
IL-10 (pg/ml)
#
#
Control Rat IgG+Hc RB6-8C5+Hc
0
500
1000
1500
2000
IL-10 (pg/ml)
ND
D
#
&
Control Rat IgG+Hc RB6-8C5+Hc
0
6000
12000
18000
24000
30000
**
##
##
##
##
E
IFN-
γ
(pg/ml)
Control Rat IgG+Hc RB6-8C5+Hc
0
6000
12000
18000
24000
30000
#
#
#
#
*
ND
F
IFN-
γ
(pg/ml)
Control Rat IgG+Hc RB6-8C5+Hc
0
6
12
18
24
30
36
***
#
##
##
##
G
&
Groups
NO
2
-
(
μ
M/ml)
Control Rat IgG+Hc RB6-8C5+Hc
0
6
12
18
24
30
36
***
##
##
##
##
H
&
Groups
NO
2− (μ
M/ml)
FIGURE 3. IL-4, IL-10, IFN-γ, and NO
2
-
production by spleen cells of non-infected (Control) and H. capsulatum-
infected mice, depleted (RB6-8C5+Hc) or non-depleted (Rat IgG+Hc) of granulocytes. Mice received 250 μg of mAb
RB6-8C5 (anti-granulocytes) or rat IgG and 24 h later, were infected i.v. with 10
6
yeast cells of H. capsulatum. Spleen
cells were obtained at 7 and 15 days post infection and incubated with medium or 50 μg/ml of cell-free antigens for 72
h. . Cytokine levels were determined by ELISA and NO
2
-
was determined by Griess reaction. One representative
experiment of two is shown. * p < 0.05 and ** p < 0.01 versus same group incubated with medium;
#
p < 0.05 and
##
p <
0.01 versus Control;
&
p < 0.05 versus indicated group (n = 4-5)
FIGURE 3. IL-4, IL-10, IFN-γ, and NO
2
-
production by spleen cells of non-infected (Control) and H. capsulatum-
infected mice, depleted (RB6-8C5+Hc) or non-depleted (Rat IgG+Hc) of granulocytes. Mice received 250 μg of mAb
RB6-8C5 (anti-granulocytes) or rat IgG and 24 h later, were infected i.v. with 10
6
yeast cells of H. capsulatum. Spleen
cells were obtained at 7 and 15 days post infection and incubated with medium or 50 μg/ml of cell-free antigens for 72
h. . Cytokine levels were determined by ELISA and NO
2
-
was determined by Griess reaction. One representative
experiment of two is shown. * p < 0.05 and ** p < 0.01 versus same group incubated with medium;
#
p < 0.05 and
##
p <
0.01 versus Control;
&
p < 0.05 versus indicated group (n = 4-5)
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
vii
715
0
10
20
30
40
50
60
70
IL-4 (pg/ml)
A
715
0
150
300
450
600
750
*
#
#
B
IL-10 (pg/ml)
715
0
400
800
1200
1600
2000
*
***
**
***
#
C
IFN-
γ
(pg/ml)
715
0
400
800
1200
1600
2000
*
*
**
***
##
Days post infection
TNF-
α
(pg/ml)
D
715
0
25
50
75
100
125
150
control
Rat IgG+Hc
RB6-8C5+Hc
**
##
E
Days post infection
NO
2
-
(
μ
M/ml)
FIGURE 4. IL-4, IL-4, IL-10, IFN-γ, TNF-α and NO
2
-
production in lung tissue of non-infected (Control) and H.
capsulatum-infected mice, depleted (RB6-8C5+Hc) or non-depleted (Rat IgG+Hc) of granulocytes. Mice received
250 μg of mAb RB6-8C5 (anti-granulocytes) or rat IgG and 24 h later, were infected i.v. with 10
6
yeast cells of H.
capsulatum. Lungs were removed at 7 and 15 days post infection and homogenized in RPMI-C. Cytokine levels
were determined by ELISA and NO
2
-
was determined by Griess reaction. One representative experiment of two is
shown. * p < 0.05; ** p < 0.01 and *** p < 0.001 versus Control;
#
p < 0.05 and
##
p < 0.01 versus Rat IgG+Hc (n
= 4-5)
Absence of neutrophils did not alter serum cytokine
polarization during early stages of H. capsulatum infection
The determine whether neutrophil depletion is associated with
changes in Th1 and Th2 cytokine profile during histoplasmosis,
IFN-γ, IL-4 and IL-10 were determined in serum of infected
mice at 1, 3, 5 and 7 days post infection (Fig. 7). No significant
changes were observed in cytokine profile except for IL-4 and
IL-10 in the first day post infection. On this day IL-4 was 2-fold
higher in depleted group (p < 0.05), but did not differ from the
uninfected mice values (Fig. 7A). On the other
hand, IL-10 was 2-fold higher (p < 0.05) in non-
depleted group at the same day but, newly, it
did not differ from the uninfected group (Fig.
7B). No differences were observed for IFN-γ
during the period in which it was observed an
increased production of this cytokine at 5 and 7
days in both infected groups (Fig. 7C).
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
viii
A B
HE GMS
C
HE
D
HE
FIGURE 5. Photomicrographs of liver from uninfected mice (A, B) and H. capsulatum-infected mice, depleted (C, E, G)
or non-depleted (D, F, H) of granulocytes. Mice received 250 μg of mAb RB6-8C5 (anti-granulocytes) or rat IgG and 24
h later, were infected i.v. with 10
6
yeast cells of H. capsulatum. Livers were removed at 15 days post infection, fixed in
10% formalin and embedded in paraffin blocks.Sections were stained with hematoxylin and eosin (HE) or Grocott’s
methanemine silver (GMS). H. capsulatum yeast cells are indicated by the arrows.
HG
GMS
GMS
E F
HE HE
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
ix
FIGURE 6. Photomicrographs of lungs from uninfected mice (A, B) and H. capsulatum-infected mice, depleted
(C, E, G) or non-depleted (D, F, H) of granulocytes. Mice received 250 μg of mAb RB6-8C5 (anti-granulocytes)
or rat IgG and 24 h later, were infected i.v. with 10
6
yeast cells of H. capsulatum. Lungs were removed at 15 days
post infection, fixed in 10% formalin and embedded in paraffin blocks. Sections were stained with hematoxylin
and eosin (HE) or Grocott’s methanemine silver (GMS). H. capsulatum yeast cells are indicated by the arrows and
interstitial haemorrhagic areas are indicated by arrows head.
C
D
HE HE
E F
HE HE
A
HE
HE
B
GMS GMS
G H
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
x
FIGURE 7. Time course of IL-4, IL-10 and IFN-γ
production in serum of uninfected (Control) and H.
capsulatum-infected mice, depleted (RB6-8C5+Hc) or
non-depleted (Rat IgG+Hc) of granulocytes. Mice
received 250 μg of mAb RB6-8C5 (anti-granulocytes) or
rat IgG and 24 h later, were infected i.v. with 10
6
yeast
cells of H. capsulatum. Blood were collected in the
indicated periods and sera was extracted. Cytokine levels
were determined by ELISA. One representative
experiment of two is shown. * p < 0.05; and ** p <
0.001 versus Control;
#
p < 0.05 versus Rat IgG+Hc (n =
4-5)
Discussion
In a previous study, it was demonstrated that depletion
of granulocytes with a single dose of mAb RB6-8C5 at
the time of infection resulted in accelerated mortality of
H. capsulatum-infected mice, but the mechanisms
involved in this increased susceptibility was not
investigated (17). The same was observed for us when a
single dose of mAb RB6-8C5 was administered to mice
one day before infection. Additionally, we investigated a
possible role of eosinophils in survival of H.
capsulatum-infected mice because some works have
shown an association between these cells and
histoplasmosis (40, 45). Moreover, eosinophils
participate of inflammatory response after i.p. injection
of H. capsulatum or an alkali-insoluble fraction (F1)
isolated from its cell wall (28) and TRFK-5 is able to
block this peritoneal eosinophilia (29). Despite of these
evidences eosinophils did not participate in the
immunological features observed in mice treated with
RB6-8C5 mAb since mortality of mice received TRFK-
5 mAb or rat IgG was similar.
1357
0
250
500
750
1000
1250
1500
**
**
**
**
C
Days post infection
IFN-
γ
(pg/ml)
1357
0
100
200
300
400
500
600
*
*
#
*
#
B
IL-10 (pg/ml)
1357
0
20
40
60
80
100
control
Rat IgG+Hc
RB6-8C5+Hc
*
*
*
A
IL-4 (pg/ml)
Thus, we showed that early depletion of neutrophils
increases the severity of disseminated experimental
histoplasmosis in mice. Although granulocyte-depleted
mice has produced more IL-4 than control and non-
depleted mice in the first day of infection, the
mechanism by which neutrophils participate of H.
capsulatum infection seems not to be by immune
deviation from Th1 to Th2 pattern since the same
profile of IL-4, IL-10 and IFN-γ production was found
in serum of depleted and non-depleted H. capsulatum-
infected mice at the first week of infection. This fact is
reinforced by analysis of acquisition of DTH reactivity,
used to access the cellular immune response in vivo.
The results presented here demonstrated that cellular
immunity is lately affected by granulocyte depletion
since both infected groups, granulocyte-depleted and
non-depleted showed similar footpad swelling during
the first week of infection and, once more IL-5 (and
consequently, eosinophil) depletion did not influence
the acquisition of immunity in histoplasmosis.
Earlier results showed that H. capsulatum mycelia
are susceptible to killing by human neutrophils in vitro,
but H. capsulatum yeasts are not (39). The authors
proposed that the in vitro susceptibility to killing by
neutrophils is the determinant factor with discriminates
if a fungus is pathogenic or opportunistic. Similar
results are found using yeasts from Paracoccidioides
brasiliensis that presents similar dimorphism to H.
capsulatum (39). Human neutrophils efficiently ingest
P. brasiliensis, but show a deffect of digestive ability
(46 ,47). Furthermore, these data are consistent with
other studies showing that H. capsulatum shows
resistance to killing by neutrophils, which have only a
fungistatic activity against yeast cells (48-50). Taken
together the literature and our results, we hypothesized
that neutrophils participate in protective immune
response against H. capsulatum not by significant
changes in cytokine or nitric oxide production, but by
the ability to restrain growth of fungus at the first week
of infection. These results suggest that in absence of
neutrophils, immunocompetent hosts are susceptible to
histoplasmosis and maybe could explain some human
H. capsulatum infections in apparently
immunocompetent hosts (51-54).
Despite of their incapacity to kill yeast cells,
neutrophils can be found in the inflammatory response
induced by i.p. and i.t. H. capsulatum infection (28,
55). Although there is no evidence concerning a
protective role of neutrophils on these infection models
until the moment, neutrophils probably contain the H.
capsulatum proliferation and this is sufficient until
activation of lymphocyte and macrophage mediated
Anderson Sá-Nunes et al., 2004
xi
immune response. This in turn could explain the increase
of 50- and 380-fold in fungal recovery of spleens and
lungs respectively, from neutrophil-depleted mice at 15
days post infection. As a consequence, the excessive
fungal burden in organs led to an enhanced
inflammatory response and consequently to an over
activation of immune system and exacerbation of Th1
response, demonstrated by IFN-γ, TNF-α and nitric
oxide production in lung homogenates of neutrophil-
depleted mice. Several works had shown the relationship
between over production of these cytokines and nitric
oxide with tissue damage and death in experimental
models of infection (56, 57). Further studies using
neutrophil-depletion in iNOS knockout mice will carried
out in our laboratory to test this hypothesis. The impact
of neutrophil depletion in secondary infection was not
investigated for us, since Zhou et al. (17) had already
demonstrated that after the development of an effective
acquired response, neutrophils are not essential for the
maintenance of immunity.
We showed here that administration of granulocyte-
depleting RB6-8C5 mAb during experimental
disseminated histoplasmosis enhanced the multiplication
of yeasts and the mortality of infected mice apparently
by exacerbation of Th1 response. Maybe a fungistatic
mechanism more than production of cytokines seems to
mediate this protective immunity of neutrophils during
histoplasmosis. Eosinophils are not involved in this
phenomenum. In conclusion, this study is useful to
improve our understanding of the immune response in
histoplasmosis and providing further evidences about
the role of neutrophils on the fungal diseases,
particularly on disseminated histoplasmosis.
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