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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO
FACULDADE DE ENGENHARIA – CAMPUS DE ILHA SOLTEIRA
PÓS GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA
AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE E LEITURA INDIRETA DE
CLOROFILA EM FUNÇÃO DE DOSES DE COMPOSTO ORGÂNICO E
NITROGÊNIO EM DIFERENTES TIPOS DE ALFACE.
Luana Bertholdo Guimarães
Orientador: Prof. Dr. Shizuo Seno
Ilha Solteira
Estado de São Paulo- Brasil
Agosto de 2005
Dissertação apresentada à Faculdade
de Engenharia do Campus de Ilha
Solteira - UNESP, como parte dos
requisitos para obtenção do título de
Mestre em Agronomia, área de
concentração em Sistema de
Produção.
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iii
BIOGRAFIA DO AUTOR
LUANA BERTHOLDO GUIMARÃES, filha de Ailton Guimarães e Marleyde
Bertholdo Guimarães, nasceu em Ilha Solteira-SP, no dia 10 de setembro de 1979.
Cursou o Ensino Fundamental na Escola Anglo Americano em Foz do Iguaçu-PR e
o Ensino Médio na Escola de Primeiro e Segundo Grau de Urubupungá em Ilha Solteira-SP.
Em 1998 ingressou no Curso de Ciências Biológicas - Licenciatura Plena pela
Universidade Federal do Mato Grosso de Sul - UFMS, Campus de Três Lagoas, recebendo o
diploma acadêmico em 2002.
No ano de 2003, iniciou o curso de Mestrado em Agronomia – Área de
Concentração em Sistema de Produção pela Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, concluindo-o em Agosto de 2005.
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iv
Aos meus queridos pais Ailton Guimarães e Marleyde Bertholdo Guimarães.
Por terem trabalhado incansavelmente, para me oferecer o melhor..
Por encher de alegria, meu coração..
Por me ensinar que o amor reparte, mas sobre tudo acrescenta..
Pelo companheirismo, educação e amizade..
E sobre tudo me proporcionar uma vida digna e cheia de felicidade.
Agradeço-os eternamente com muito amor !!
E ao meu querido irmão Thiago, pelo amor e carinho.
DEDICO
Ao meu namorado Esi Batista de Morais Junior.
Pelo amor, carinho, dedicação, estimulo e compreensão.
“Por ser o sonho mais lindo que a vida pode me conceber em forma de realidade.”
OFEREÇO
v
AGRADECIMENTOS
Á Deus por tudo que me concebeu na vida.
À Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- Faculdade de
Engenharia de Ilha Solteira-SP, pela oportunidade concedida para a realização deste curso.
Ao Prof. Dr. Shizuo Seno por ter me acolhido e pela oportunidade na realização
deste trabalho e, principalmente, pela amizade e atenção que me foi dispensada em todo este
período de convivência.
Ao Prof. Dr. Pedro César Santos pelo inicio desta caminhada.
Ao Prof. Dr. Enes Furlani Junior pela atenção, pelas valiosas sugestões durante o
Exame de Qualificação e Defesa de Dissertação, pelo empréstimo do laboratório e do
aparelho clorofilômetro.
Ao Prof. Dr. Salattier Buzeeti pela ajuda e valiosa contribuição no Exame de
Qualificação.
Ao Prof. Dr. João Carlos Athanázio (UEL-PR), pelas contribuições durante a
Defesa de Dissertação.
Aos docentes do curso de Mestrado, pelos ensinamentos recebidos, pelo
relacionamento e amizade.
Aos funcionários Edson Alves da Rocha, Auceniro Pereira de Sousa Senna,
Francisco Magalhães Pereira e Cláudio pelo auxílio durante a condução do experimento.
Ao Bibliotecário (FEIS/UNESP) João Josué Barbosa e a seção de Pós-Graduação
pela atenção que sempre me foi dada.
Aos colegas do Curso de Pós-Graduação: Flávia Leite Yamaki, Lílian Candido,
Larissa Cardoso de Lima, Fabiana Queiroz Garcia, Ludmila T.D.M.Martins, Katiuscia
vi
Hasegawa, Janete Mota, Alex Seleguini, Cid Tacaoca, Francisco Quilhien Gomes Jr. pelo
convívio e pela amizade nesta jornada.
Aos meus grandes amigos Manoel e Elcy Mendes e as pequenas Katiucy e Melissa
pela paciência, estimulo, amizade e por todos os momentos agradáveis que passamos juntos e
pelos que ainda estão por vir.
A minha grande amiga Karen Bardelli pela caminhada tempestiva e sinuosa, pelos
bate-papos e fofocas da graduação, e pelos instantes de plena amizade. E a lindíssima Vitória
sua filha, pela graça de seu sorriso.
Ao amigo Gilberto Costa Justino pela enorme amizade e pelo exemplo de vida.
Aos amigos Marcos Vieira e Fabiana Vieira pela alegria e amizade de todos os dias,
pelos churrascos de todos os fins de semanas estafantes.
Aos meus familiares, em especial minhas avós Cida Preiano e Zoraide Guimarães
pelo apoio, incentivo e compreensão.
Aos meus sogros, Esi Batista de Morais e Matilde de Morais A., e meu cunhado
Fábio de Morais a compreensão e apoio.
A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realização deste trabalho.
vii
Á todos:
Se eu tivesse um desejo
que pudesse ser realizado de verdade
Eu desejaria á vocês
muitas coisas maravilhosas.
Desejaria que as pessoas que cruzem seus
caminhos
Nunca lhes fizessem mal
Que não tivesse problemas
Nem coisas ruins nem um dia.
Eu desejaria que seus corações se abrissem
E vocês conseguissem enxergar
o que existe de bom nas pessoas
e tivesse carinho por elas.
Que lembrassem de pessoas que te amaram
E daquelas que te amam sempre.
Desejaria que vocês não julgassem os outros
Não condenassem ninguém..
Porque mesmo quem erra,
Pode ter errado por ser gente.
Pediria a Deus...
....que todos fossem muito felizes
como EU!!
viii
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ...............................................................................................................x
LISTA DE FIGURAS ..............................................................................................................xii
RESUMO ................................................................................................................................xiv
SUMMARY ............................................................................................................................xvi
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................................1
2. REVISÃO DE LITERATURA ..............................................................................................4
2.1 Histórico e situação atual da cultura.................................................................................4
2.2 Características Botânicas e cultivares de alface ...............................................................6
2.3 Influência das condições ambientais e época de plantio na produção de alface ..............8
2.4 Adubação orgânica ...........................................................................................................9
2.4.1 Importância dos Adubos Orgânicos ........................................................................10
2.4.2 Adubação orgânica como fonte de nutrientes..........................................................15
2.5 Interações entre adubação orgânica e mineral................................................................18
2.6 Fontes e doses de nitrogênio...........................................................................................20
2.7 Leitura SPAD .................................................................................................................25
3. MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................................31
3.1 Localização do experimento...........................................................................................31
3.2 Caracterização do experimento ......................................................................................32
3.3 Caracterização das cultivares..........................................................................................33
3.4 Implantação e condução do experimento .......................................................................34
ix
3.5 Avaliações realizadas .....................................................................................................35
3.6 Delineamento experimental e análise estatística ............................................................36
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................................38
4.1 Análise de variância .......................................................................................................39
4.2 Massa Média...................................................................................................................41
4.3 Rendimento/dia...............................................................................................................44
4.4 Produtividade..................................................................................................................46
4.5 Teor de nitrogênio foliar (29 d.a.t) .................................................................................48
4.6 Leituras SPAD................................................................................................................51
4.6.1 Primeira leitura (15 d.a.t).........................................................................................51
4.6.2 Segunda leitura (20 d.a.t).........................................................................................52
4.6.3 Terceira leitura (26 d.a.t).........................................................................................54
4.6.4 Quarta leitura (35 d.a.t)............................................................................................57
4.7 Correlação.......................................................................................................................58
5. CONCLUSÕES....................................................................................................................61
6. REFERÊNCIAS ...................................................................................................................62
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Resultados da análise química do solo para fins de fertilidade da área experimental
na camada de 0 a 0,2 m. Ilha Solteira (SP), 2004...........................................................32
Tabela 2. Esquema de análise de variância proposto para o experimento. ...................................37
Tabela 3. Análises de variância (valores em Q.M) dos efeitos doses de composto orgânico,
doses de nitrogênio, cultivares e suas interações nos parâmetros: massa média,
rendimento por dia e produtividade na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004........40
Tabela 4. Análises de variância (valores em Q.M) dos efeitos doses de composto orgânico,
doses de nitrogênio, cultivares e suas interações nos parâmetros: teor de nitrogênio
foliar (N. Foliar) aos 29 dias após o transplante (d.a.t) e leitura SPAD aos 15; 20; 26
e 35 dias após o transplante (d.a.t) na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004..........41
Tabela 5. Massa média de planta (g) em função das doses de composto orgânico (l/m
2
) em
cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004................................................43
Tabela 6. Rendimento/dia (g) em função de cultivar dentro de doses de composto orgânico
(l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004................................45
Tabela 7. Produção (g/m
2
) em função das doses de composto orgânico (l/m
2
) em cobertura,
na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004. ................................................................47
Tabela 8. Teores de nitrogênio foliar aos 29 d.a.t (g/kg) em cultivares de alface. Ilha Solteira
(SP), 2004.......................................................................................................................49
Tabela 9. Valores da primeira leitura SPAD aos 15 d.a.t em função das doses de composto
orgânico (l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.................52
Tabela 10. Valores da segunda leitura SPAD aos 20 d.a.t em função das doses de composto
orgânico (l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.................53
xi
Tabela 11. Valores da terceira leitura SPAD aos 26 d.a.t em função das cultivares de alface.
Ilha Solteira (SP), 2004. .................................................................................................56
Tabela 12. Valores da quarta leitura SPAD aos 35 d.a.t em função das cultivares de alface.
Ilha Solteira (SP), 2004. .................................................................................................58
Tabela 13. Correlação entre produtividade, rendimento/dia, leitura SPAD aos 15 e 20 dias
após o transplante (d.a.t) e teor de nitrogênio foliar aos 29 dias após o transplante
(d.a.t) de três cultivares de alface. Ilha Solteira (SP), 2004. ..........................................60
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Cultivares de alface estudadas no experimento. Ilha Solteira (SP), 2004......................34
Figura 2. Visão geral das cultivares de alface nos canteiros. Ilha Solteira (SP), 2004. ................35
Figura 3. Leitura SPAD realizada na folha de alface através do aparelho Minolta SPAD-502.
Ilha Solteira (SP), 2004. .................................................................................................36
Figura 4. Temperatura média diária (mínima, média e máxima) em ºC, registrada na região
de Ilha Solteira-SP, no período de 29 de julho a 08 de setembro de 2004. Ilha
Solteira (SP), 2004..........................................................................................................38
Figura 5. Massa média de planta (g) em função de doses de nitrogênio (kg/ha) em cobertura,
na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004. ................................................................42
Figura 6. Massa média de planta (g) em função de doses de composto orgânico (l/m
2
) em
cobertura, nas cultivares de alface. Ilha Solteira (SP), 2004..........................................44
Figura 7. Rendimento/dia de planta (g) em função de doses de nitrogênio (kg/ha) em
cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.................................................44
Figura 8. Rendimento/dia (g) em função de doses de composto orgânico (l/m
2
) em cobertura
e cultivares de alface. Ilha Solteira (SP), 2004...............................................................45
Figura 9. Produção (g/m
2
) em função de doses de nitrogênio (kg/ha) em cobertura, na cultura
de alface. Ilha Solteira (SP), 2004. .................................................................................46
Figura 10. Produção (g/m
2
) em função de doses de composto orgânico (l/m
2
) em cobertura e
cultivares de alface. Ilha Solteira (SP), 2004..................................................................48
Figura 11. Teores de nitrogênio foliar aos 29 d.a.t (g/kg) em função das doses de nitrogênio
(kg/ha) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004..............................49
xiii
Figura 12. Teores de nitrogênio foliar aos 29 d.a.t (g/kg) em função das doses de composto
orgânico (l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.................50
Figura 13. Teores de nitrogênio foliar aos 29 d.a.t (g/kg) em função das doses de nitrogênio
(kg/ha) dentro das doses de composto orgânico (l/m
2
), na cultura de alface. Ilha
Solteira (SP), 2004..........................................................................................................51
Figura 14. Valores da primeira leitura SPAD (15 d.a.t) em folhas de diferentes cultivares de
alface em função das doses de composto orgânico (l/m
2
), em cobertura. Ilha Solteira
(SP), 2004.......................................................................................................................52
Figura 15. Valores da segunda leitura SPAD (20 d.a.t) em folhas de diferentes cultivares de
alface em função das doses de composto orgânico (l/m
2
), em cobertura. Ilha Solteira
(SP), 2004.......................................................................................................................53
Figura 16. Valores da segunda leitura SPAD (20 d.a.t) em folhas de diferentes cultivares de
alface em função das doses de nitrogênio (kg/ha), em cobertura. Ilha Solteira (SP),
2004. ...............................................................................................................................54
Figura 17. Valores da terceira leitura SPAD (26 d.a.t) em função das doses de composto
orgânico (l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.................54
Figura 18. Valores da terceira leitura SPAD (26 d.a.t) em função das doses de nitrogênio
(kg/ha) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004..............................55
Figura 19. Valores da terceira leitura SPAD (26 d.a.t) em folhas de diferentes cultivares de
alface em função das doses de nitrogênio (kg/ha) em cobertura. Ilha Solteira (SP),
2004. ...............................................................................................................................56
Figura 20. Valores da quarta leitura SPAD (35 d.a.t) em função das doses de composto
orgânico (l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.................57
Figura 21. Valores da quarta leitura (35 d.a.t) em função das doses de nitrogênio (kg/ha) em
cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004................................................58
xiv
AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE E LEITURA INDIRETA DE
CLOROFILA EM FUNÇÃO DE DOSES DE COMPOSTO ORGÂNICO E
NITROGÊNIO EM DIFERENTES TIPOS DE ALFACE.
Autor: Luana Bertholdo Guimarães
Orientador: Prof. Dr. Shizuo Seno
RESUMO
A alface, por ser uma hortaliça composta basicamente por folhas, requer um
manejo especial quanto às doses de composto orgânico e mineral a serem aplicadas no seu
cultivo, devido, entre outros fatores, ao nitrogênio exercer papel fundamental na
produtividade. As recomendações para adubação nitrogenada podem ser baseadas em
métodos tradicionais ou pelo uso de outros parâmetros, como teor de clorofila ou de
nitrogênio na folha, o que pode se tornar uma importante ferramenta para aumentar a precisão
no processo de recomendação de adubação. O presente trabalho teve por objetivo avaliar os
efeitos de quatro doses de composto orgânico (0; 4,0; 8,0 e 12,0 l/m
2
), quatro doses de
nitrogênio em cobertura na forma de uréia (0; 5,0; 10,0 e 20,0 g/m
2
) e três cultivares de alface
(Lucy Brown, Regina e Vera) na produtividade, teor de nitrogênio foliar e leitura SPAD aos
15, 20, 26 e 35 dias após o transplante (d.a.t). O experimento foi conduzido de julho a
setembro de 2004, na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNESP, Campus de Ilha
Solteira-SP. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com esquema
fatorial 4 x 4 x 3 com 4 repetições. Verificou-se que as doses de composto orgânico
proporcionaram um aumento linear na massa média de planta, rendimento/dia, produtividade
e leitura SPAD avaliadas aos 15 dias após o transplante somente para a cultivar Lucy Brown.
As cultivares Regina e Vera não foram influenciadas pelas doses de composto. As doses de
xv
nitrogênio em cobertura promoveram um aumento linear na massa média de plantas,
rendimento/dia, produtividade, teor de N foliar e leitura SPAD avaliada aos 26 e 35 dias após
o transplante para todas as cultivares. Em relação as leituras SPAD, os valores de leitura
variaram de 30,5 a 39,9 para a cultivar Lucy Brown; 14,8 a 18,8 para a cultivar Vera e 17,1 a
26,2 para a cultivar Regina. Entretanto, somente a cultivar Lucy Brown apresentou uma
correlação significativa do valor SPAD analisado aos 15 d.a.t (momento da cobertura
nitrogenada) com a produtividade e rendimento/dia. Verificou-se que as maiores massas
médias de plantas, rendimento/dia e produtividade foram obtidas pela cultivar Lucy Brown,
seguida da cultivar Regina e Vera.
Palavras-chave: Lactuca sativa L., leitura SPAD, clorofilômetro, rendimento/dia, massa
média de planta, teor de N foliar.
xvi
EVALUATION OF THE PRODUCTIVITY AND INDIRECT READING
OF CHLOROPHYLL METER AS A FUNCTION OF DOSES ORGANIC
COMPOST AND NITROGEN IN DIFFERENT TYPES OF LETTUCE
Author: Luana Bertholdo Guimarães
Adviser: Prof. Dr. Shizuo Seno
SUMMARY
The lettuce, for being basically a composed vegetable for leaves, requests a special
management related to doses applied of organic compost and mineral, due to among other
factors, nitrogen to be fundamental in productivity. The recommendations for nitrogen
fertilizer can be set in traditional methods or by use of another parameters, as chlorophyll
content or nitrogen in the leaf, what can become an important tool to increase the precision in
the process of fertilizer recommendation. The present work had as objective to evaluate the
effects of four doses of organic compost (0, 4.0, 8.0 and 12.0 l/m
2
), four doses of nitrogen in
covering (0, 5.0, 10.0 and 20.0 g/m
2
) as urea and three cultivars of lettuce (Lucy Brown,
Regina and Vera) in productivity, nitrogen leaf content and reading SPAD at 15, 20, 26 and
35 days after transplant (d.a.t). The experiment was conducted of July to September of 2004,
in the Experimental Station Farm Universidade Estadual Paulista, Campus of Ilha Solteira-SP.
The used experimental design was a randomized blocks in a factorial scheme 4 x 4 x 3 with 4
repetitions. It was verified that the doses of organic compost provided a lineal increase in the
medium mass of plant, yield/day, productivity and reading SPAD only evaluated to 15 days
after the transplant to cultivar Lucy Brown. The cultivars Regina and Vera were not
influenced by the compost doses. The doses of nitrogen in covering promoted a lineal increase
in the medium mass of plants, yield/day, productivity, nitrogen leaf content and reading
xvii
SPAD appraised to 26 and 35 days after the transplant for all the cultivars. In relationship to
readings SPAD, the reading values varied from 30.5 to 39.9 to cultivar Lucy Brown; 14.8 to
18.8 to cultivar Vera and 17.1 to 26.2 to cultivar Regina. However, only the cultivar Lucy
Brown presented a significant correlation of the value SPAD analyzed 15 d.a.t (moment
nitrogen application in covering) with the productivity and yield/day. It was verified that the
highest medium mass of plants, yield/day and productivity were obtained by cultivar Lucy
Brown, followed by cultivar Regina and Vera.
Keywords: Lactuca sativa L., reading SPAD, chlorophyll meter, yield/day, medium mass of
plant, nitrogen leaf content.
1
1. INTRODUÇÃO
A cultura de alface (Lactuca sativa, L.) tem grande importância como fonte
alimentar, de vitaminas e sais minerais, como também pelo seu valor nutracêutico,
constituindo uma das hortaliças mais consumidas no mundo.
A alface encontra-se entre as cinco hortaliças de maior movimento financeiro,
sendo somente menor do que o tomate, batata, cebola e cenoura. É a segunda maior em
termos de volume comercializado dentre as folhosas, apresentando um montante de 7,72 mil
toneladas comercializadas em 2001 (CEASA, 2004). O Brasil tem demonstrado um
crescimento significativo desta cultura ao longo dos anos. No Estado de São Paulo, além das
extensas áreas de cultivo vizinhas a capital, as cidades do interior ainda produzem em hortas
domiciliares e em chácaras, colaborando para o abastecimento dos mercados de centros
menores (MURAYAMA, 1983a, p.147-153).
Os adubos orgânicos são amplamente utilizados nos sistemas de produção de
alface, agindo como melhoradores das propriedades químicas, físicas e biológicas do solo,
além de contribuir substancialmente para o crescimento, desenvolvimento das plantas e
resultar em aumentos expressivos na produtividade das culturas (KIEHL 1985, 492p.).
2
A cultura de alface tem sido a utilizada como planta teste pela grande sensibilidade
que tem apresentado aos adubos orgânicos, possibilitando, desta forma, diferenciar
quantitativamente e qualitativamente um produto de outro (NAKAGAWA et al., 1992, p.173-
180).
A matéria orgânica é uma fonte de nutrientes para as plantas, pois, durante o seu
processo de decomposição, vários elementos vão sendo liberados, principalmente o
nitrogênio, fósforo e potássio (KIEHL 1985, 492p.).
A alface, por ser uma hortaliça folhosa, responde preferencialmente ao
fornecimento de nitrogênio (SANTOS, R. 1993, 114p.), que é um nutriente essencial para as
plantas e pode ser encontrado tanto nos adubos orgânicos (MALAVOLTA, 1985, p.97-114)
como também é obtido através de fertilizantes nitrogenados minerais produzidos pelo homem
(COUTINHO et al., 1990, p.85-101).
A aplicação de nitrogênio em forma de cobertura é altamente benéfica para a
cultura de alface, e deverá ser feito no crescimento das primeiras folhas externas, pois quanto
melhor condições estas receberem no inicio, teremos plantas com melhor desempenho no
crescimento vegetativo, conseqüentemente, na massa média e na produtividade das plantas
(KNOTT, 1951 citado por GOTO, 1998, p.137-159). Entretanto, não há concordância quanto
à melhor fonte e dose de N para a cultura de alface (COUTO & BRANCO, 1963, p.5-11;
ADAMS citado por PEREIRA et al., 1989, p.647-654).
As recomendações para adubação nitrogenada baseiam-se em curvas de absorção
do nutriente e acúmulo de matéria seca da planta (COBRA NETO et al., 1971, p.257-274). O
uso de outros parâmetros, como teor de clorofila ou de nitrogênio na folha, pode tornar-se
importante ferramenta para aumentar a precisão no processo de recomendação de adubação
nitrogenada.
3
Vários experimentos têm demonstrado a existência de uma relação entre o teor de
N foliar e o conteúdo de clorofila na planta. O teor de clorofila na folha pode ser utilizado
para predizer o nível nutricional de nitrogênio em plantas, devido ao fato de a quantidade
desse pigmento correlacionar-se positivamente com teor de N na planta. Essa relação é
atribuída, principalmente, ao fato de que 50 a 70% do N total das folhas ser integrante de
enzimas que estão associadas aos cloroplastos (ARGENTA et al., 2001a, p.158-167).
O desenvolvimento recente do medidor portátil de clorofila – “clorofilômetro”-
além de realizar leituras instantâneas estimando com boa precisão o teor relativo de clorofila
nas folhas, possibilita assim detectar níveis de nitrogênio, também tendo a vantagem de maior
rapidez, menor custo e de não implicar em destruição de folhas (ARGENTA et al., 2001b,
p.715-722).
Diante do exposto, objetivou-se, estudar diferentes doses de composto orgânico e
nitrogênio em diferentes tipos de alface na avaliação da produtividade e leitura indireta de
clorofila- SPAD.
4
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Histórico e situação atual da cultura
Velha conhecida do homem, a alface (Lactuca sativa) deriva do árabe alhaç. Foi
comprovado o seu uso no Egito antigo, pelos persas e romanos. Na mitologia grega, a alface é
citada quando a deusa Vênus esconde o belo e jovem Adônis, filho de Mirra, num pé de
alface. Entre os Romanos a alface era consagrada a Vênus e seu consumo era considerado
uma profanação. Macer Floridus, livro de plantas dos antigos romanos, citava as virtudes
desta planta, sendo a principal a de evitar a embriaguez. Desde este tempo foi adotado o
costume de comer a salada no fim da refeição e, diz Virgilio, que esta erva deliciosa
finalizava os jantares dos nobres (PECKOLT, 1874, 53p.).
Originária das regiões frias da Bacia do Mediterrâneo (Sul da Europa e Oeste da
Ásia) é uma das espécies mais antigas, citadas desde 4500 a.C., como uma planta medicinal.
Como hortaliça é registrada desde 2500 a.C. Percorreu muitos locais, difundindo-se
rapidamente para a França, Inglaterra e o resto da Europa (GOTO, 1998, p.137-159).
Com a descoberta do Novo Mundo, foi introduzida nas Américas e trazida para o
Brasil pelos imigrantes portugueses, no século XVI, tornando-se desde então, a folhosa mais
consumida pelos brasileiros (RYDER & WHITAKER, 1976, p.39-41).
5
Nos Estados Unidos a alface é um dos vegetais mais consumidos em forma de
salada. Atualmente, mais de 95% da produção de alface estão concentrados nos Estados da
Califórnia e Arizona, sendo cultivados aproximadamente 80.000 ha, produzindo cerca de
3.480.000 toneladas/ano, com produtividade média de 43,5 t/ha e movimentando uma receita
de mais de 1,18 bilhões de dólares (RHODES, 2004).
No Brasil, a alface é bastante consumida, sendo considerada como uma das
principais espécies, tanto do ponto de vista econômico, ocupando a quinta posição dentro das
hortaliças, como de consumo, pois em volume de comercialização é a segunda maior folhosa
(CEASA, 2004).
De acordo com dados da CEAGESP-SP, esse volume de comercialização de alface
no ano de 1997 ficou em torno de 21.879 toneladas (NEHMI et al., 2001, p.150-152), em
1999 em torno de 14.101 toneladas (FNP CONSULTORIA E COMERCIO, 2000, 140p.), e
no ano de 2001 foram comercializadas aproximadamente 25.558 toneladas (NEHMI et al.,
2005, p.178-180), o que demonstra um crescimento significativo desta cultura ao longo dos
anos no país. Já em 2004, o volume de comercialização foi fechado pela CEAGESP-SP no
mês de março com 7.107 toneladas (NEHMI et al., 2005, p.178-180).
O Estado de São Paulo produziu 5.062.862 engr. 9dz em uma área de 7.538 ha no
ano de 2004 (Instituto de Economia Agrícola, 2005). Os principais municípios fornecedores
são: Piedade (18%), Mogi das Cruzes (14%) e Suzano (11%).
O sul de Minas Gerais tem se sobressaído na produção de alface americana
destinada à rede de “fast-foods”, tornando-se pólo produtor dessa hortaliça, produzindo
atualmente cerca de 1000 toneladas brutas por mês (YURI et al., 2004, p.249-252).
O cultivo da alface vem se expandindo rapidamente nos estados do Brasil, por ser
uma cultura de ciclo rápido, realizado durante todo o ano, facilitando a comercialização, com
6
bom retorno de capital, além do hábito adquirido pela população no consumo na forma de
salada e no preparo de sanduíches, o que acarretou na necessidade de expansão da produção.
2.2 Características Botânicas e cultivares de alface
A alface, botanicamente Lactuca sativa L., pertence à família Cichoriaceae
(Compositae) a mesma das chicórias e almeirões (GOTO, 1998, p.137-159).
A planta é herbácea, delicada, com caule diminuto, ao qual se prendem as folhas
que são relativamente grandes de onde crescem em rosetas, podendo ser lisa ou crespas,
formando ou não cabeça, com coloração em vários tons de verde, ou roxa, conforme a cultivar
(FILGUEIRA, 2000a, p.289-295). Segundo Murayama (1983a, p.147-153) as folhas foram
modificadas e aumentadas progressivamente, através dos séculos, constituindo, hoje a
hortaliça mais popular para consumo como salada, sendo levemente laxantes, diuréticas,
antiácidas e contra reumatismos. O suco cru e o chá das folhas, talos e raízes, são soníferos,
calmantes do estômago, do sistema nervoso e para icterícia.
É uma hortaliça mundialmente conhecida e consumida em forma de saladas. Fonte
razoável de vitaminas A e C e também dos minerais: cálcio, fósforo e ferro. A vitamina A é
um elemento importante para o bom funcionamento dos órgãos da visão, conserva a saúde da
pele e das mucosas; a vitamina Niacina evita problemas de pele, do aparelho digestivo e do
sistema nervoso; e a vitamina C dá resistência aos vasos sanguíneos, evita a fragilidade dos
ossos e má formação dos dentes, agem contra infecções e ajuda a cicatrizar os ferimentos. O
Cálcio e o Fósforo participam da formação dos ossos e dentes, ajudam na coagulação do
sangue e na construção muscular, e o Ferro contribui para a formação do sangue. Quanto mais
escuras as folhas, maior a riqueza nutritiva (AEEJATAK, 2005).
7
Planta de ciclo curto, com grande área foliar e sistema radicular pouco profundo -
muito ramificado e superficial, explorando apenas os primeiros 25 cm de solo, quando a
cultura é transplantada, sendo que, em semeadura direta, a raiz pivotante pode atingir 60 cm
de profundidade (FILGUEIRA, 2000a, p.289-295), a alface exige solos areno-argilosos, bem
soltos, ricos em matéria orgânica, com boa quantidade de nutrientes prontamente disponíveis,
bem preparados, propícios ao desenvolvimento de seu sistema radicular muito delicado e
superficial e com teor de água útil mantido acima de 90% (FILGUEIRA, 1987, 164 p.).
Rodrigues (1990, 60p.) observou que o cultivo da alface obteve resultados
favoráveis quando realizado em solo argilo-arenoso, apresentando maior peso da parte aérea,
menor peso de raízes e maiores concentrações de N-total, P, K, Ca, Mg e Na na parte aérea
das plantas, do que quando cultivada em solo de argila pesada.
De acordo com Filgueira (2000a, p.289-295), as cultivares comercialmente
utilizadas podem ser didaticamente agrupadas, considerando-se as características das folhas,
bem como o fato de estas se reunirem ou não formando uma cabeça repolhuda. Assim, obtêm-
se seis tipos de alface: repolhuda-manteiga (White Boston, Brasil 303, Carolina AG-576 e
Elisa); repolhuda-crespa ou americana (Great Lakes, Tainá, Iara, Madona AG-605, Lucy
Brown e Lorca); solta-lisa (Babá de Verão, Monalisa AG-819 e Regina); solta-crespa (Grand
Rapids, Verônica, Vera, Vanessa e Marisa AG-216); mimosa (Salad Bowl e Greenbowl) e
romana (Romana Branca de Paris).
De acordo com Murayama (1983a, p.147-153) embora a maneira de cultivar
qualquer um dos tipos de cultivares seja a mesma, estes diferem bastante entre si quanto à sua
adaptação às condições ambientais, resultando um produto comercial inteiramente distinto
para cada tipo.
8
2.3 Influência das condições ambientais e época de plantio na
produção de alface
A alface é uma planta muito sensível às condições ambientais, as quais em
condições desfavoráveis poderão afetar sobremaneira o comportamento da planta quando
adulta.
A planta é anual, florescendo sob dias longos e temperaturas elevadas. Dias curtos
e temperaturas amenas ou baixas favorecem a etapa vegetativa do ciclo, constatando-se que
todas as cultivares produzem melhor sob tais condições. A planta, inclusive, resiste a baixas
temperaturas e a geadas leves. Contrariamente, a etapa reprodutiva (florescimento), que se
inicia com o pendoamento, é favorecida por dias longos e temperaturas elevadas
(FILGUEIRA, 2000a, p.289-295).
O desenvolvimento vegetativo da alface requer uma temperatura amena, tendo em
vista a sua origem (Europa e Ásia), sendo bem cultivada nas temperaturas noturnas inferiores
a 15ºC, mas não abaixo de 7ºC, temperaturas acima de 25ºC aceleram o ciclo cultural,
resultando em plantas menores e com início de pendoamento, ou seja, passando para a fase
reprodutiva. Para tanto, a fase vegetativa de seu ciclo se encerra quando atinge o maior
desenvolvimento de suas folhas, momento em que deve ser colhida para consumo
(FILGUEIRA, 1982, p.77-86).
As sementes de alface germinam na faixa de 11 a 25ºC, tendo melhor resultado na
faixa de 18 a 25ºC. Acima e abaixo deste valor a germinação começa a ser inibida,
dependendo da cultivar (GOTO, 1998, p.137-159).
A cultura também é altamente exigente em água, portanto, as irrigações devem ser
freqüentes e abundantes, devido à ampla área foliar e a evapotranspiração intensa, bem como
9
ao sistema radicular delicado e superficial e à elevada capacidade de produção (FILGUEIRA,
2000a, p.289-295).
2.4 Adubação orgânica
Antes mesmo do uso de fertilizantes químicos, há cerca de 130 anos, o esterco e o
composto constituíam, praticamente, a única fonte de nutrientes do solo à disposição das
plantas. Com a modernização da agricultura e com o aumento do preço dos fertilizantes
minerais, está havendo interesse pelo aproveitamento mais racional de resíduos agrícolas e
mesmo dos urbanos e industriais, inclusive, de adubos verdes (FUNDAÇÃO CARGILL,
1984, 138p.).
O adubo orgânico é definido como todo o material utilizado para fins agrícolas que
possui em sua composição teor considerável de matéria orgânica, seja de origem vegetal ou
animal. Segundo Kiehl (1985, 492p.), a legislação sobre fertilizantes orgânicos classifica-os
em:
Simples - estercos animais, restos vegetais, resíduos agroindustriais, turfas, etc.
Organo-mineral - mistura de adubos minerais e orgânicos. Normalmente é mais
eficiente que a aplicação exclusiva de qualquer um dos dois tipos de material.
Composto orgânico - obtido por processo bioquímico, natural ou controlado, com
mistura de resíduos de origem vegetal ou animal, a fim de promover a decomposição
microbiológica de matérias-primas até um estado parcial ou total de humificação. De acordo
com o material de origem, o composto pode ser de resíduos rurais, agroindustriais, de lixo
urbano ou de lodo de esgoto e segundo a metodologia de fabricação, aeróbico, anaeróbico,
vermicomposto e biofertilizante, dentre outros.
10
Estes compostos orgânicos, incorporados ou deixados no solo, quando submetidos
a condições aeróbicas, produz CO
2
, H
2
O e energia e um resíduo de natureza complexa,
estável que se chama matéria orgânica do solo, ou húmus (FUNDAÇÃO CARGILL, 1984,
138p.).
2.4.1 Importância dos Adubos Orgânicos
A importância da matéria orgânica na agricultura vem sendo destacada desde
meados de 1974, quando foi promovido um Seminário denominado “Use of Organic Matter in
Agriculture”, do qual resultou como recomendação final, a intensificação de pesquisas no
sentido de investigar os efeitos de adubos químicos na presença de adubos orgânicos, o Dr.
Anson R. Bertand destacou o seguinte: “Um dos maiores desafios para a agricultura nesta
década será o de desenvolver sistemas agrícolas que possam produzir alimentos e fibras em
quantidade e qualidade suficiente, sem afetar adversamente os recursos do solo e o meio
ambiente” (FUNDAÇÃO CARGILL, 1984, 138p.).
A produção agrícola e a qualidade ambiental nas regiões brasileiras dependem
diretamente da manutenção e melhoramento dos atributos do solo, onde a construção e a
preservação da matéria orgânica se destaca como elemento-chave. A aplicação de matéria
orgânica é uma prática que tem apresentado resultados favoráveis no manejo e manutenção
das características físicas, químicas e biológicas do solo (KIEHL, 1985, 492p.), além de
contribuir substancialmente para o crescimento e desenvolvimento das plantas.
A matéria orgânica contém nutrientes em concentrações mais baixas que os adubos
químicos; entretanto, a somatória dos benefícios químicos, físicos e biológicos
proporcionados ao solo, fato que, é peculiar à matéria orgânica, pode resultar em aumentos
expressivos na produtividade das culturas (ANJOS et al., 1994, p.139-145).
11
Santos, R. et al. (1994, p.29-32) relatam que a adubação orgânica não só
incrementa a produtividade de alface, mas também proporciona a obtenção de plantas com
características qualitativas distintivas daquelas cultivadas exclusivamente com adubos
minerais.
Conforme Santos, R. et al. (2001, p.521-525) a adubação orgânica não só está se
destacando em produzir alimentos saudáveis e seguros, mas também os mantém em ótima
conservação por um período mais elevado de tempo, proporcionando uma venda mais
tranqüila para o produtor.
A matéria orgânica é uma das principais fontes de nutrientes para as plantas, desde
que isenta de contaminantes químicos ou biológicos. Pode ser oriunda de: estercos de animais,
cama de currais, estercos líquidos, biofertilizantes, adubos verdes, tortas e farinhas vegetais,
vinhaça, húmus de minhocas, restos vegetais e animais, compostos orgânicos, etc. Sendo que,
o composto orgânico é um fertilizante obtido através do lixo orgânico, de restos de vegetais e
dejetos animais, através da decomposição pela ação de microrganismos (UPNMOOR, 2003,
62p.).
Segundo Kiehl (1985, 492p.) a matéria orgânica utilizada para as culturas tem
efeitos dependentes da matéria-prima formadora, do grau de decomposição dos resíduos e do
processo utilizado para conduzir a decomposição.
Para Filgueira (2000a, p.289-295) a adubação orgânica especialmente com esterco
animal, é altamente benéfica á cultura de alface.
A composição do esterco das diferentes espécies animais depende do tipo de
alimentação. Quando exclusivamente de pastos, o conteúdo de nitrogênio desses estercos é
menor do que com suplementação com concentrados (PENTEADO, 2000, 113p.).
12
Vidigal et al. (1997, p.35-39) avaliando-se os efeitos de dez tratamentos de
adubação orgânica na cultura de alface cv. Carolina puderam observar que o tratamento com
dejeto suíno seco (90 m
3
/ha) superou os demais em termos de produtividade (54,42 t/ha) com
um ganho da ordem de 33,25% no primeiro cultivo e 39,41% no segundo. Dentre os
compostos orgânicos utilizados, o que promoveu melhor desempenho da cultura foi aquele
constituído por capim napier, palha de café e dejeto suíno líquido (180 m
3
/ha), aumentando
em 10,80% e 17,59% a produtividade no primeiro e segundo cultivo, respectivamente.
Acredita-se que os compostos, principalmente aqueles contendo bagaço de cana-de-açúcar,
não tenham mineralizado o suficiente para promover maior fornecimento de nutrientes às
plantas, como ocorreu com os compostos que continham palha de café em sua constituição.
Villas Bôas et al. (2004, p.28-34) quando avaliaram o efeito de três compostos
originados a partir de casca de eucalipto, serragem de madeira e palha de feijão, misturado
com esterco de aves, observaram que o composto de palha de feijão aumentou a massa fresca
(145,5 g/pl) e seca (10,6 g/pl) da parte aérea e a quantidade de N, K, Ca, Mg, B, Cu, Fe e Zn
nas plantas de alface cv. Elisa.
Koga (1999, 59p.) avaliando a influência de onze compostos orgânicos em oito
cultivos de alface (cv. Verônica) pode concluir que os materiais além de promover alterações
benéficas nas propriedades químicas e físicas do solo, também promoveram aumentos na
produtividade, sendo que os tratamentos de torta de mamona, composto de casca de café,
esterco de curral e esterco de galinha foram os que proporcionaram as maiores produções
comerciais e massa média, que foram respectivamente de: 2240g/m
2
e 172,8g; 2184g/m
2
e
165,7g; 2080g/m
2
e 162,1g; 1928g/m
2
e 164,3g.
De acordo com estudos realizados por Zarate et al. (1997, p.65-67) a interação
entre doses e forma de aplicação da cama-de-aviário semi-decomposta na produtividade de
13
alface cv. Grand Rapids foi significativa, sendo, a dose de 7 t/ha de cama-de-aviário em
cobertura foi a que proporcionou a maior produtividade (20,0 t/ha), significativamente
superior às demais doses, que não diferiram entre si.
Resíduos orgânicos como a torta de mamona e esterco de galinha são usados há
muito tempo na produção agrícola, sem risco para as plantas e para o meio ambiente
(BATAGLIA et al., 1983, p.277-283).
Yuri et al. (2005) avaliando doses de composto orgânico na produtividade e
qualidade de alface em Três Pontas (MG) observaram uma produtividade máxima de 914,2
g/pl quando da aplicação de 59,4 t/ha do composto e para massa fresca comercial, a máxima
produtividade de 634,3 g/pl obtida com a dose de 56,1 t/ha, concluindo que o uso de 56,0 t/ha
de composto aplicado em pré-plantio, proporciona aumento de rendimento e qualidade
comercial de alface tipo americana. Entretanto, quando estes (YURI et al., 2004, p.249-252)
avaliaram oito cultivares de alface em Santana da Vargem (MG), obtiveram uma
produtividade de 1075 g/pl da cv. Raider, porém a média das cultivares analisadas foi de
897,9 g/pl. E quando avaliou a cv. Lucy Brown nas condições do município de Boa Esperança
(MG) obteve uma produtividade de massa de 972,5 g/pl (YURI, 2000, 51p.).
O húmus de minhoca por ser um composto orgânico de decomposição avançada,
ou seja, de rápida liberação de nutrientes, proporcionou um aumento significativo na
produção de alface cv. Regina-440 nas doses 15, 30 e 45 t/ha, sendo que, a maior dosagem do
material ainda não foi suficiente para obter o máximo de produtividade da cultura (SENO &
KOGA, 1993, p.135-139).
Ricci et al. (1994, p.56-58) verificaram que a utilização do vermicomposto
proporcionou um ganho adicional na produtividade de 3,4 t/ha em relação ao composto
tradicional em duas cultivares de alface.
14
Morselli et al. (2002, p.281) ao estudar á influência da adubação orgânica na
precocidade de alface concluiram que as respostas de alface foram satisfatórias à aplicação de
vermicomposto na forma sólida como adubo e que o vermicomposto bovino sólido promoveu
a precocidade da cultivar.
Trani et al. (2000, p.762-764) analisando o efeito de diferentes tipos de adubos
orgânicos na produtividade e qualidade comercial de alface de verão cultivares de folha lisa e
de folha crespa, puderam observar que independente dos tipos e doses de fertilizantes
aplicados, a cultivar de folha lisa mostrou um número significativamente maior de folhas em
relação a cultivar de folha crespa. Em relação ao adubo aplicado, de maneira geral, o
“bokashi” e o esterco de frango foram superiores aos demais adubos orgânicos.
Nas últimas décadas, o uso agrícola de resíduos urbanos e industriais tem sido
muito utilizado. A matéria orgânica e os nutrientes presentes nesses resíduos podem
incrementar a produção agrícola, além de ser um meio de consumi-los. Porém, várias
pesquisas revelam técnicas de tratamento com vantagens e desvantagens.
Santos, I. et al. (1998, p.157-161) observaram o comportamento de dez cultivares
de alface quando adubadas com composto orgânico de lixo urbano (35 t/ha), obtendo-se uma
variação entre as cultivares quanto a massa fresca (122 a 225 g/pl) e seca das folhas (16 a 23
g/pl) e massa da matéria seca da raiz (4 a 6 g/pl). Em relação á concentração de nutrientes,
houve um efeito significativo sobre a Zn, Mn, K e Na, na matéria seca das folhas.
Costa et al. (2001, p.10-16) obtiveram a máxima produtividade de matéria fresca
com a aplicação de 30 t/ha de composto de lixo nas cultivares Regina (333,82 g/pl), Vitória
(337,81 g/pl) e Brasil-303 (303,60 g/pl).
Alguns autores recomendam maiores precauções com a utilização de resíduos
industriais, do lodo de esgoto e de lixo urbano, que podem veicular concentrações altas de
15
metais pesados ou conter agentes patogênicos, que contaminam solos e plantas (SANTOS, I.
et al., 1998, p.157-161; CASTRO & FERRAZ JR. 1998, p.65-68).
2.4.2 Adubação orgânica como fonte de nutrientes
O solo é à base do trabalho orgânico. Vários resíduos são reintegrados ao solo:
esterco, restos de hortaliças, folhas, aparas, etc., sendo devolvido a terra para que sejam
decompostos e transformados em nutrientes para as plantas. Essa fertilização ativará a vida no
solo, onde os microorganismos, além de transformar a matéria orgânica em alimento para as
plantas, tornarão o solo poroso, solto, permeável à água e ao ar. Ao invés de mero suporte
para as plantas, o solo será sua fonte de nutrição (UPNMOOR, 2003, 62p.).
Segundo Kiehl (1985, 492p.) a matéria orgânica é ela própria, uma fonte de
nutrientes para as plantas, pois, durante o processo de decomposição, vários elementos vão
sendo liberados, principalmente o nitrogênio, fósforo e potássio.
Rodrigues (1990, 60p.) observou que a dose de 38 t/ha de composto orgânico
veiculou N insuficiente, P suficiente e excessos de K e Na, e diminuição nas concentrações de
Ca, enquanto as concentrações de Mg não foram influenciadas, porém doses maiores
reduziram a produtividade de alface.
Nakagawa et al. (1992, p.173-180) verificaram os efeitos de 15 compostos
orgânicos na cv. Brasil-48, observaram que a massa verde e seca e os teores de N, K, Mg, S,
Cu, Fe e Zn das folhas não sofreram influência dos tratamentos e que houve efeitos positivos
isolados sobre a massa de caule quando tratadas com a mistura de bagaço de cana e esterco de
porco, além da ação interativa positiva sobre os teores de P, Ca e Mn das folhas, observaram
ainda, que os materiais estimuladores da decomposição proporcionaram mais qualidade aos
compostos orgânicos do que aqueles utilizados para decompor.
16
Rodrigues & Casali (1998, p.437-449) avaliando onze cultivares de alface,
observaram que o composto orgânico promoveu teores maiores dos nutrientes que o adubo
mineral, sendo o K e Na proporcionalmente maiores que o Ca, Mg e P. Porém, as cultivares
apresentaram maiores respostas à adubação orgânica com maior eficiência na utilização do N.
Para tanto, houve uma variação da massa fresca das cultivares em torno de 52,0 a 91,0 g/pl.
Segundo Shear (1975) citado por Martinez (1988, p.112-136) o nitrogênio pode
afetar a nutrição cálcica, pelo efeito acidificante dos sais que propiciam a lixiviação de cálcio
e reduz a disponibilidade deste, além disso o NH
+4
tem efeito competitivo na absorção do
Ca
+2
e, uma vez absorvido, reduz a atividade da nitrato redutase, impedindo a absorção de
NO
-3
fazendo o NH
+4
a principal fonte de nitrogênio.
O efeito residual de doses de composto orgânico na cultura de alface também é
significativo. Os teores foliares de nitrogênio, fósforo e potássio aumentaram e o de cálcio
diminuiu, com a elevação das doses aplicadas- 0 a 20 l/m
2
(VIDIGAL et al. 1995a, p.80-88).
Sendo que, o mesmo foi comprovado novamente por Vidigal et al. (1995b, p.89-97) desta vez
num ensaio em casa de vegetação.
É de capital importância para um programa de adubação, seja orgânica ou mineral,
o conhecimento da curva de crescimento e as quantidades de nutrientes extraídos pela planta
durante o seu ciclo.
O crescimento de alface, e como conseqüência o acúmulo de nutrientes, é lento até
cerca de 30 dias após a emergência, aumentando rapidamente após este período. Observa-se
uma marcha de acúmulo de matéria seca na cultura de alface aos 30 dias de 17,1 kg/ha, sendo
que aos 41 dias este acúmulo já é observado em 130,2 kg/ha e ao final do ciclo com 1.211,2
kg/ha (70 dias), concluindo-se que mesmo absorvendo quantidades relativamente pequenas de
nutrientes quando comparadas com outras culturas, devido ao seu ciclo curto, a alface pode
17
ser considerada como exigente em nutrientes, principalmente na fase final do ciclo
(KATAYAMA, 1990, p.141-147).
De acordo com Lorenz & Minges (1942) citados por Fernandes et al. (1981, p.143-
151), a cultura de alface extrae por hectare: 106,4 kg de N, 30,2 kg de P, 23,3 kg de Ca e 13,5
kg de Mg.
Fernandes et al. (1981, p.143-151) observaram que o aumento de massa é lento até
os 40 dias, acentuando-se até a época da colheita (65 dias) e concluem que a extração dos
nutrientes acompanha o crescimento, sendo que, uma planta de alface aos 65 dias contém:
536,5 mg de K, 224,4 mg de N, 140,8 mg de Ca, 46,9 mg de P, 34,7 mg de Mg e 32,6 mg de
S.
O nitrogênio costuma ser o segundo macronutriente, quanto à quantidade extraída
pelas plantas, sendo que esta deve ser bem analisada para um fornecimento adequado,
evitando que não haja excessos ou carências (KIEHL, 1985, 492p.).
Castro & Ferraz Jr. (1998, p.65-68) verificaram que a cv. Aurélia proporcionou
teores mais elevados de N nas folhas (31,4 g/kg) quando da aplicação do composto lodo de
esgoto (10 g/dm
3
) diferindo significativamente dos demais tratamentos. Os baixos teores de N
nas folhas (14,0 e 19,0 g/kg) observadas com a aplicação dos adubos minerais sulfato de
amônia e uréia (50 mg/ dm
3
) podem ter ocorrido pela aplicação em dose única, na fase inicial
do crescimento da planta.
Nakagawa et al. (1992, p.173-180) verificou que o efeito da aplicação de 15
compostos orgânicos na cultura de alface cv. Brasil-48, não influenciou significativamente o
teor de N foliar (19,0 a 21,0 g/kg) e a massa verde e seca das plantas. Observaram efeito
significativo apenas para massa do caule.
18
Entretanto, Vidigal et al. (1995a, p.80-88) avaliando a cv. Vitória de Verão com a
aplicação de seis doses de composto orgânico (0; 40; 80; 120; 160 e 200 m
3
/ha) verificaram
que os teores de N foliar aumentaram (25,0 a 30,0 g/kg) com a elevação das doses de
composto, no entanto, os valores não atingiram os de plantas bem nutridas. Obtendo-se
também aumentos lineares de massa média da matéria fresca e seca e no diâmetro da planta.
2.5 Interações entre adubação orgânica e mineral
A aplicação de compostos orgânicos ao solo continua sendo uma prática comum
em pequenas propriedades rurais. Entretanto, pouco se conhece a respeito das quantidades a
aplicar, isoladas ou associadas a elementos minerais, que permitam a obtenção de
rendimentos satisfatórios. Essas quantidades variam, provavelmente, dentre outros fatores,
com as propriedades físico-químicas do solo, natureza do material orgânico, condições de
mineralização e espécie vegetal.
No cultivo de alface é comum a aplicação de doses altas de adubos orgânicos e
minerais para atender a demanda de nutrientes disponível no curto período entre o transplante
e a colheita. Por isso, pesquisas que estudem a interação entre doses e fontes (orgânicas e
minerais) podem eliminar desperdícios e evitar efeitos fitotóxicos, pois se sabe que doses
muito altas de adubos desbalanceiam as relações entre nutrientes e salinizam o solo
(RODRIGUES, 1995, 164p.).
Segundo Rodrigues (1995, 164p.) o enriquecimento da pilha de compostagem com
N e P é uma alternativa para diminuir doses e adequar relações entre nutrientes. Pode observar
que o enriquecimento do composto tornou possível a utilização de doses três vezes menores
com a manutenção, no solo, de teores de amônio, nitrato e fósforo estatisticamente iguais aos
veiculados pelo composto orgânico, bem como teores de potássio iguais aos veiculados pela
19
adubação mineral, evitando teores muito altos de potássio trocável no solo. Os teores baixos
de P limitaram a produtividade das plantas com a fonte mineral e os teores baixos de N, a
produtividade das plantas com as fontes orgânicas. Verificando-se que o enriquecimento do
composto orgânico permite viabilizar reduções de doses e otimizar teores de nutrientes para a
nutrição de alface.
Rodrigues (1990, 60p.) avaliando os efeitos da aplicação de composto orgânico
associado à adubação mineral no crescimento de alface, pode observar um aumento na
produtividade com as doses de composto orgânico em 38,84; 17,46 e 11,08 t/ha nos três
níveis de adubo mineral, sendo que acima destes níveis ocorreram diminuições nas massas
das plantas. O composto orgânico promoveu no tecido das plantas aumentos menores de N do
que o adubo mineral.
Santos, R. (1993, 114p.) ao avaliar o efeito de doses de composto orgânico na
presença e na ausência de adubo mineral, observou-se que a aplicação de doses crescentes de
composto orgânico produziu plantas com maior massa da matéria fresca e seca e com
menores perdas de peso pós-colheita; entretanto, reduziu os teores de matéria seca, de
carboidratos solúveis e de vitamina C na matéria fresca, além de as plantas apresentarem
sabor menos típico. A aplicação de adubo mineral não incrementou a produção das plantas,
apresentando maiores teores de água e menores teores de carboidratos solúveis nos tecidos,
além de aumentarem a pungência e reduzir a turgidez das plantas. O que foi novamente
comprovado por Santos, R. (1994, p.29-32).
Em função de uma adubação organo-mineral, observou-se que doses de composto
orgânico promoveram aumentos menos acentuados que a adubação mineral nas concentrações
foliares de N, elevaram as concentrações de P, K e Na e diminuíram as de Ca, demonstrando
20
que doses altas de adubos orgânicos provocam excesso de cátions monovalentes,
prejudicando a absorção do Ca (RODRIGUES & CASALI, 1999, p.125-128).
A cultura de alface situa-se entre as hortaliças de grande exigência nas
características químicas e físicas do solo, e, sendo assim, a fertilização constitui uma das
práticas agrícolas mais exigidas, de maior retorno, mas, sem dúvida um das mais caras. Nesse
sentido a utilização de adubos orgânicos vem-se tornando uma opção para reduzir as
quantidades de fertilizantes minerais a serem aplicadas.
2.6 Fontes e doses de nitrogênio
Da quantidade total de nitrogênio encontrado no solo, 95% está na forma orgânica,
geralmente protéica, praticamente não assimilável pelas plantas, sendo necessário que ocorra
a mineralização pelos microrganismos (MURAYAMA, 1983b, p.29-34). Deste processo
resulta a liberação de NH
4
+
(amônia) que é oxidado por bactérias autotróficas dando primeiro
nitrito e depois nitrato, sendo que, o N nítrico é a forma predominantemente absorvida pela
planta nas condições naturais. Os 5% restantes encontram-se na forma amoniacal (NH
4
) e
nítrica (NO
3
) podendo ser aproveitados pelas plantas (MALAVOLTA, 1985, p.97-114).
A pequena quantidade ou a variabilidade do nitrogênio mineral no solo é devido às
condições de drenagem, topografia, textura do solo, praticas culturais e estações do ano; ou
seja, o nitrogênio mineral- amoniacal (NH
4
+
) e nítrica (NO
3
) não permanecem no solo por
longo tempo, pois, logo é absorvido, lavado ou perdido na atmosfera por desnitrificação, por
isso quando aplicado é recomendada a aplicação parcelada (KIEHL, 1985, 492p.). Portanto,
não há outra maneira de se armazenar no solo este nutriente a não ser na forma orgânica.
O nitrogênio como um nutriente essencial para as plantas é encontrado nos adubos
orgânicos, como: esterco de galinha, esterco de curral, dejetos suínos, tortas, em adubos
21
verdes (preferencialmente as leguminosas), lodo de esgoto, azola e leucena (MALAVOLTA,
1985, p.97-114). Para tanto, na montagem da pilha de compostagem, a quantidade dos
materiais é dosada para proporcionar a relação C/N de 30/1 (MIYASHITA et al., 2001, 48p.).
É o nitrogênio que regula a velocidade de decomposição e a atividade microbiana; se o
material energético, na forma de matéria orgânica ativa e capaz de estimular a atividade
microbiana, contiver menos de 1,2% de nitrogênio e uma relação C/N alta, pode-se esperar
que a imobilização do nitrogênio mineral do solo será maior que a mineralização, e o processo
de decomposição será lento. Quando o nitrogênio é insuficiente os microrganismos usam o
nitrato ou o amônio do solo para formar proteínas; a produção de húmus será menor nesse
caso (KIEHL, 1985, 492p.).
O nitrogênio também pode ser obtido como fertilizante nitrogenado mineral
produzido pelo homem, tendo como intermediário chave no processo a amônia, que resultará
em várias fontes minerais de nitrogênio, como: nitrato de amônio, nitrato de sódio,
nitrofosfato, nitrocálcio, uréia, sulfato de amônio, fosfato de amônio e adubos nitrogenados
líquidos (COUTINHO et al., 1990, p.85-101).
Outros adubos nitrogenados são tão bons quantos os demais, mas são menos
citados didaticamente devido ser utilizado em menor escala pelos agricultores, são eles: salitre
da Noruega, salitre de Leuna, calciocianamida (MURAYAMA, 1983b, p.29-34).
Um dos grandes méritos dos fertilizantes orgânicos é o de possuírem seu
nitrogênio em forma orgânica, não sujeita a perdas intensas por lixiviação, como acontece
com o nitrogênio dos fertilizantes minerais. Aplicado no solo, o nitrogênio vai sendo liberado
aos poucos à medida que o material completa sua decomposição, garantindo um suprimento
mais uniforme e prolongado do nutriente às plantas (KIEHL, 1985, 492p.).
22
Rodrigues & Wielemaker (2000, p.812-813) avaliaram três fontes de adubação
orgânica (cama de frango semi decomposta, composto convencional e composto enriquecido
com fosfato de Gafsa e uréia) no suprimento de N e no desenvolvimento da cultura de alface
nas condições de clima e solo de Dourados-MS. Concluíram que, as três fontes de adubação
elevaram as concentrações e os conteúdos de N nos tecidos das plantas, indicando que os
adubos orgânicos podem suprir a exigência dessa cultura quanto ao nutriente.
De acordo com Santos, M. et al. (2004, p.422) na cultura de alface a maior dose de
nitrogênio (130 kg/ha) resultou nas maiores concentrações de N, Zn e Mn e para menor dose
(100 kg/ha) o melhor resultado foi para o Ca, Mg e Cu. Entretanto, a maior concentração de N
foi obtida com a fonte de sulfato de amônio.
Entretanto, não há concordância quanto à melhor fonte e dose de N para a cultura
de alface. Couto & Branco (1963, p.5-11) afirmam que as melhores fontes de N são, em
ordem de importância: salitre do Chile, uréia e sulfato de amônio, aplicado em 100 kg/ha.
Adams citado por Pereira et al. (1989, p.647-654) obteve melhores resultados com a aplicação
de uréia (23 a 35 g/m
2
) quando comparado com nitrocálcio (20 a 30 g/m
2
). Filgueira (2000a,
p.289-295) relata que a alface por ser uma hortaliça cujas folhas constituem a parte utilizável,
a aplicação de 70 a 90 kg/ha de N parcelados em três coberturas quinzenalmente, proporciona
uma boa produtividade.
Segundo Filgueira (2000b, p.40-62) o fornecimento de doses adequadas de N
favorece o crescimento vegetativo, expande a área fotossinteticamente ativa e eleva o
potencial produtivo da cultura. Já em excesso, pode ocasionar a queima das folhas, em plantas
novas; aumentar a suscetibilidade da planta a certas doenças fúngicas e bacterianas; promover
crescimento vegetativo exagerado; tornar os tecidos mais frágeis e sujeitos a danos
mecânicos; dificultar a absorção de outros nutrientes; prolongar o ciclo cultural, retardando a
23
colheita; e prejudicar a qualidade de certos produtos. E a carência é manifestada pela
coloração verde-clara da planta ou pela clorose nas folhas baixeiras. Quando da sua falta, as
folhas mais velhas tornam-se amareladas e desprendem-se facilmente. Quando em excesso, ou
aplicado tardiamente, prejudica a formação da “cabeça” (GOTO, 1998, p.137-159).
Para Malavolta et al. (1974, p.488-492) quando aplicado coerentemente, o
nitrogênio é o nutriente que promove maior aumento na produtividade e na massa média da
cabeça.
Albuquerque Neto et al. (2005) avaliando doses de nitrogênio (100, 150 e 250
kg/ha) na produtividade de linhagens experimentais de alface, pode observar que a massa
verde da planta aumentou significativamente (300 a 600g) nas maiores doses aplicadas. Sendo
que, algumas linhagens responderam de forma quadrática e outras lineares.
Santos, F. et al. (2005) puderam observar o desenvolvimento e a produtividade de
alface em São Luís (MA) quando da aplicação de 120 kg/ha de N utilizando-se o salitre do
Chile, uréia e sulfato de amônio em dosagens única e fracionada em duas e três partes iguais.
Concluindo que a utilização de nitrogênio no cultivo de alface promoveu e resultou maior
rendimento, sendo que, o sulfato de amônio e a uréia parcelada em três vezes, proporcionaram
as maiores massas e produtividades, que foram de 85,12; 81,68g/pl e 13,62; 13,07 t/ha,
respectivamente. Enquanto que a uréia em dose única promoveu 60,30g/pl e 9,65 t/ha.
Além de o nitrogênio ser o fator nutricional que mais afeta o crescimento
vegetativo, este causa uma desordem na nutrição cálcica, pois, o estimulo ao crescimento
dado pelo nitrogênio cria uma demanda por cálcio que não pode ser suprida pelo cálcio da
solução do solo. Além do mais, há evidencias de que o nitrogênio reduz o crescimento
radicular ao mesmo tempo em que acelera o da parte aérea, podendo restringir a absorção de
24
cálcio, que está confinada à ponta das raízes e depende da existência de raízes jovens não
suberizadas (SHEAR, 1975 citado por MARTINEZ, 1988, p.112-136).
Para tanto, os níveis adequados de nitrogênio para alface estão entre 30 a 50 g/kg
(GARCIA et al., 1982, p.349-362; TRANI & RAIJ, 1997, p.155-185).
Rodrigues & Casali (1998, p.437-449) observaram teores de N em onze cultivares
de alface entre 17,0 e 32,0 g/kg quando adubadas com composto orgânico (35,6 t/ha) e 38,0 a
54,0 g/kg quando da utilização de adubo mineral.
Alvarenga et al. (2003, p.1569-1575) observam que aumentos de produção podem
ser alcançados com doses de nitrogênio superiores a 240 kg/ha parceladas em quantidades
menores no início e maiores no final do ciclo de alface, entretanto, o teor desse nutriente nas
folhas aumentou de maneira uniforme até aos 21 dias após o transplante (46,4 g/kg) com
decréscimo uniforme até o final do ciclo, aos 56 dias após o transplante (33,4 g/kg).
Outro aspecto a considerar é que o fornecimento excessivo de nitrogênio -
independente de a fonte ser mineral ou orgânica, embora possa promover bom
desenvolvimento vegetativo, poderá ser prejudicial à qualidade nutricional de alface, devido
ao acúmulo de nitrato nas folhas, o que pode causar problemas à saúde humana se ingerido
em excesso (MAYNARD et al., 1976 citado por KATAYAMA, 1990, p.141-147).
Rodrigues (1990, 60p.) revela que a elevação dos níveis de nitrato em folhas de
alface está relacionada, principalmente, com a diminuição da intensidade luminosa e
aumentos na disponibilidade de nitrogênio solúvel no solo. Temperli et al. (1983) citado por
este autor, concluíram que plantas de alface adubadas pelo sistema convencional e orgânico,
obtiveram concentrações menores de nitrato no verão e maiores no outono e inverno.
25
Por fim, a alface é uma hortaliça folhosa muito consumida no país, e apresenta
grande resposta à adubação nitrogenada e a altos teores de água no solo, além de possuir
grande potencial de produção quando associados a adubos orgânicos.
2.7 Leitura SPAD
Sofisticadas usinas de energia, com o poder de sintetizar alimento a partir do sol,
as folhas alimentam toda forma de vida em nosso planeta. Sua cor verde vem da clorofila, que
através da fotossíntese produz glicose, absorve o gás carbônico da atmosfera e libera o
oxigênio, fundamental para a sobrevivência de todas as espécies. A presença de clorofila nas
folhas lhes dá sua característica cor verde. É o poder de nutrir do vegetal, no entanto, que
determina a intensidade da cor (WHATLEY & WHATLEY, 1982, 101p.).
Quanto mais escuro e vibrante o tom de verde, mais elevado será o teor de
betacaroteno, vitamina C, cálcio, ferro, magnésio e potássio que a folha contém. A alface
romana, por exemplo, apresenta oito vezes mais betacaroteno e seis vezes mais vitamina C do
que a alface comum, de folhas mais claras (LUBICZ, 2005).
É do conhecimento da literatura e da prática, a importância do nitrogênio na
produtividade da alface, sendo o segundo macronutriente quanto á quantidade extraída. A
observação de certos sintomas quanto sua aplicação adequada, seu excesso ou sua carência é
de suma importância, como por exemplo, na avaliação pratica a observação de coloração
verde-clara da planta ou pela clorose nas folhas baixeiras que é caracterizada pela sua
carência no solo. Tal fato está relacionado à função estrutural do nitrogênio na molécula de
clorofila. Dessa forma, na falta do nitrogênio fornecida via solo, a planta degrada a molécula
de clorofila, retranslocando o N para regiões de crescimento ativo (FILGUEIRA, 2000b, p.40-
62).
26
Segundo Malavolta (1985, p.97-114) o nitrogênio em nível adequado para cada
cultura produz uma cor verde escura nas folhas, devido a uma alta concentração de clorofila.
A deficiência de nitrogênio provoca uma diminuição da clorofila causando clorose
(amarelecimento) das folhas, que começa primeiro nas folhas mais velhas, e então aparecem
nas folhas jovens, a medida que a deficiência torna-se mais severa.
Argenta (2001a, p.158-167) relata que o teor de clorofila na folha é utilizado para
predizer o nível nutricional de nitrogênio em plantas, devido ao fato de a quantidade desse
pigmento correlacionar-se positivamente com teor de N na planta. Essa relação é atribuída,
principalmente, ao fato de que 50 a 70% do N total das folhas ser integrante de enzimas que
estão associadas aos cloroplastos.
Silveira et al. (2003, p.1083-1087) avaliaram o uso do clorofilômetro como
indicador da necessidade de adubação nitrogenada em cobertura no feijoeiro, observaram que
a produtividade e as leituras aumentaram com o aumento da dose de N, demonstrando a
eficácia do instrumento como indicador da necessidade de adubação nitrogenada em cobertura
no feijoeiro.
Carvalho et al. (2003, p.445-450) também pode comprovar que a concentração de
clorofila correlacionou-se positivamente com o teor de N nas folhas e com a produtividade de
grãos, e a utilização de um medidor portátil de clorofila mostrou-se promissor para avaliar o
estado nutricional do nitrogênio no feijoeiro.
A relação entre o teor de N e o conteúdo de clorofila tem sido demonstrada em
vários experimentos, para tanto é necessário métodos eficazes de análise.
Tradicionalmente, a determinação do teor de clorofila é realizada pela extração dos
solutos foliares e posterior determinação espectrofotométrica, utilizando comprimentos de
onda na região do vermelho do espectro de luz visível. A atividade fotossintética, o conteúdo
27
de proteínas solúveis, de N, macronutrientes e micronutrientes existentes nas folhas são
variáveis e podem ser correlacionadas com o conteúdo de clorofila no tecido foliar
(ARGENTA et al., 2001a, p.158-167).
Recentemente foi necessário o desenvolvimento do medidor portátil de clorofila da
marca Minolta SPAD-502 (clorofilômetro), desenvolvido pela Minolta no Japão, que fornece
leituras instantâneas, surgindo como nova ferramenta para avaliar o nível de N na planta. As
leituras efetuadas por este equipamento indicam valores proporcionais de clorofila na folha e
são calculadas com base na quantidade de luz transmitida pela folha em dois comprimentos de
ondas com distintas absorbâncias de clorofila, situam-se na faixa do vermelho, em que a
absorbância pela clorofila é alta - com pico em 650 nm - e não é afetada pelos carotenóides, e
na do infravermelho, em que a absorbância é extremamente baixa - com pico em 940 nm
(ARGENTA, 2001a, p.158-167).
As medidas são processadas e, no visor do clorofilômetro, é mostrado um valor
denominado pela empresa fabricante do aparelho como SPAD (Soil Plant Analysis
Development). No Brasil, este valor tem sido denominado como medida indireta de clorofila
ou índice relativo de clorofila – IRC, que pode ser um indicativo da aplicação do N, desde que
se conheça o IRC crítico abaixo do qual a planta estaria deficiente em N. (MALAVOLTA et
al., 1997, 319p.).
Argenta et al. (2001b, p.715-722) citam vários autores que já avaliaram o medidor
portátil de clorofila em diversas culturas, como: maçã (KAAKEH et al., 1992), algodão
(EDMISTEN et al., 1992), pimentão (HARTZ et al., 1993), tomate (TENGA et al., 1989),
sorgo (MARQUARDT & TIPTON, 1987), arroz (PENG et al., 1993; TURNER & JUND,
1991), trigo (BREDEMEIER, 1999; FOX et al., 1994; REEVES et al., 1993; FOLLET et al.,
1992), aveia (BREDEMEIER, 1999), e em milho (ARGENTA et al., 1999; VARVEL et a.l.,
28
1997; WASKOM et al., 1996; BLACKEMER & SCHEPERS, 1995; SMEAL & ZHANG,
1994; PIEKIELEK & FOX, 1992).
Furlani, Jr. et al. (1996, p.171-175) concluíram que a correlações positivas entre as
leituras e os níveis de N fornecidos e entre as leituras e os teores de N nas folhas o que
indicavam, perspectivas favoráveis quanto ao uso do clorofilômetro (Minolta SPAD-501) para
detectar deficiências de nitrogênio em feijoeiro.
Como o N é constituinte da molécula de clorofila, geralmente existe alta
correlação entre o seu teor e a clorofila nas folhas do feijoeiro. Dessa forma, vários autores
têm relatado a viabilidade de se utilizar a avaliação indireta de clorofila como indicativo do
estado nutricional em relação ao N (FURLANI JR. et al., 1996, p.171-175; CARVALHO et
al., 2003, p.445-450; SILVEIRA et al., 2003, p.1083-1087).
Guimarães et al. (1999, p.209-216) determinaram os teores de clorofila no limbo
foliar de tomateiros submetidos a doses crescentes de nitrogênio. As concentrações de
clorofila, avaliadas por meio de medidor portátil de clorofila SPAD-502 e por método
convencional de laboratório aumentaram significativamente com o acréscimo nas doses de N,
sendo que o método do medidor SPAD apresentou correlações maiores que as obtidas para o
de laboratório, seja com a produção de matéria seca da parte aérea, seja com as formas de N
analisadas. A estimativa das concentrações de clorofila nas folhas do tomateiro, expressas na
forma padrão (CP), a partir das leituras obtidas no medidor SPAD, permitiu o ajuste de uma
equação linear (CP = -77,233 + 3,54725** SPAD R
2
= 0,766).
Villas Bôas et al. (2004, p.28-34) avaliaram o efeito de doses e tipos de compostos
orgânicos na produção de alface cv. Elisa, puderam comprovar através do clorofilômetro
(unidade SPAD) diferenças significativas entre os tipos de compostos orgânicos, sendo que o
de casca de eucalipto proporcionou menor valor (19,8) em relação à palha de feijão (21,6) e,
29
ambos, não diferiram da serragem de madeira (20,5). As plantas desenvolvidas com composto
de palha de feijão apresentaram coloração verde mais intensa, o que reflete melhor o estado
nutricional, principalmente, quanto ao nitrogênio. Sendo que, o uso de palha de feijão aos 35 e
56 d.a.t revelou o valor de 33 e 23 unidades SPAD, respectivamente, o que demonstra um
decréscimo dos teores de clorofila na planta, significando que este composto não conseguiu
manter o mesmo conteúdo nutricional ao longo do ciclo.
Segundo Argenta et al. (2001a, p.158-167) em plantas de milho, a concentração de
N, de clorofila e as leituras fornecidas pelo SPAD-502 estão positivamente correlacionadas,
exceto nos estádios iniciais de desenvolvimento em que a leitura realizada com o SPAD tem
sua precisão reduzida. Em situações em que a disponibilidade de N é grande, as leituras do
SPAD-502 e o conteúdo de clorofila são pouco correlacionados, porque o potencial do
sistema fotossintético já se encontra estabelecido e atuante na conversão de energia luminosa
em energia química, e o excedente de N se encontra na forma de outros compostos de reserva.
Blackmer et al. (1993, p.2507-2516) observaram que fatores como disponibilidade
de N, idade e teor de água na planta, densidade de planta, cultivar, disponibilidade de outros
nutrientes, estresse ambiental ou fatores biótipos, podem afetar as medições de intensidade da
cor verde da folha pelo medidor portátil.
Segundo Argenta et al., (1999, p.44-49) para se utilizar o aparelho exige-se
algumas condições, como: a única variável influenciando o teor de clorofila deve ser o N
foliar, já a cultivar, tipo e idade da folha também podem influenciar a tonalidade e, portanto,
as leituras devem ser padronizadas usando-se folhas com concentrações conhecidas de N.
Por se tratar de uma técnica nova, o clorofilômetro apresenta limitações, tais
como: pouca amplitude entre as leituras, influência sobre as leituras de outros fatores além do
N e, especificamente para o milho, apresentação de baixa correlação com rendimento de grãos
30
nos estádios iniciais de desenvolvimento da planta. Estas limitações estão sendo corrigidas ou
minimizadas através da utilização de fatores de correção como o uso de faixa de referência, o
peso específico da folha, a área foliar e de massa seca da planta. Apesar das limitações
apresentadas, a utilização do parâmetro teor de clorofila da folha apresenta grande potencial
como indicador para a recomendação de adubação nitrogenada em cereais, principalmente se
associado a indicadores de solo (ARGENTA et al., 2001b, p.715-722).
As leituras realizadas através do clorofilômetro, além de estimar com boa precisão
o teor indireto de clorofila nas folhas, também têm a vantagem de maior rapidez, menor custo
e de não implicar em destruição das folhas.
31
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização do experimento
A pesquisa foi desenvolvida em área experimental da Fazenda de Ensino, Pesquisa
e Extensão da Faculdade de Engenharia, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”-UNESP, Campus de Ilha Solteira-SP. Localizada geograficamente, a 20º22’
de latitude sul e 51º22’ de longitude oeste e numa altitude média de 326 m.
Segundo a classificação de Köeppen, a região possui um clima do tipo Aw,
definido como tropical úmido, com estação chuvosa no verão e seca no inverno, apresentando
temperatura média anual de 24,5ºC, precipitação média anual de 1.232 mm e umidade relativa
média anual de 64,8% (HERNANDEZ et al., 1995, 45p.).
O solo no local de instalação do experimento é classificado como Argissolo
Vermelho, eutrófico, abrúptico, A Chernozênico, de textura média/argilosa (segundo relatório
do IPT (sd), citado por CARVALHO (1989, 46p.).
Na Tabela 1 são apresentados os resultados da análise química do solo da área
experimental para fins de fertilidade, efetuados antes do início do experimento, em julho de
2004, realizada pelo Laboratório de Fertilidade do Solo do Departamento de Ciências do Solo
e Engenharia Rural da FEIS/UNESP de Ilha Solteira (SP).
32
Tabela 1. Resultados da análise química do solo para fins de fertilidade da área experimental
na camada de 0 a 0,2 m. Ilha Solteira (SP), 2004.
P
resina
M.O. pH
K Ca Mg H + Al Al SB CTC
V
(mg.dm
-3
) (g.dm
-3
) (CaCl
2
) mmol
c
.dm
-3
(%)
90 20 5,7 3,5 81 11 22 0 95,7 117,7 81
3.2 Caracterização do experimento
Os tratamentos foram composto por quatro doses de composto orgânico (0- 4,0-
8,0 e 12,0 l/m
2
); quatro doses de nitrogênio (0- 22,5- 45,0- 90,0 kg/ha) e três cultivares de
alface (Lucy Brown, Regina e Vera), com quatro repetições, totalizando 192 parcelas, sendo
cada unidade experimental composta por uma área útil de 6 plantas (centrais).
O composto orgânico foi preparado obedecendo à proporção de cinco partes do
material a ser decomposto (bagaço de cana e serragem de madeira) para uma parte do material
estimulador da decomposição (esterco de curral). A preparação da pilha foi realizada segundo
as recomendações de Fernandes (1994, 23p.). Este material foi aplicado a lanço no solo
previamente preparado 9 dias antes (20/07/04) das mudas serem transplantadas para o
canteiro.
Após a compostagem, o material foi previamente amostrado para fins de
fertilidade e os resultados das análises químicas, realizadas no Laboratório de Fertilidade do
Solo da FEIS/UNESP de Ilha Solteira, tendo os seguintes resultados: P resina= 850 mg/dm
3
;
M.O.= 214 g/dm
3
; pH CaCl
2
= 6,8; K= 151 mmolc/dm
3
; Ca= 218 mmolc/dm
3
; Mg= 94
mmolc/dm
3
; H + Al= 16 mmolc/dm
3
; Al= 0 mmolc/dm
3
; SB=327,1 mmolc/dm
3
; CTC= 343,1
mmolc/dm
3
e V= 95%; Cu (DTPA)= 2,8 mg/dm
3
; Fe (DTPA)= 54 mg/dm
3
; Mn (DTPA)=
33
25,2 mg/dm
3
; Zn (DTPA)= 12,5 mg/dm
3
; B (água quente)= 4,15 mg/dm
3
; S-SO
4
–2
(Ca
(H
2
PO
4
))= 76 mg/dm
3
.
Para adubação nitrogenada utilizou-se como fonte de nitrogênio a uréia (0- 5,0-
10,0 e 20,0 g/m
2
) aplicada a lanço após 15 dias do transplante das mudas para o canteiro.
3.3 Caracterização das cultivares
As principais características das cultivares utilizadas no experimento, são:
- Lucy Brown: cultivar tipo americana, planta grande com folhas grossas dando ótima
proteção à cabeça. Boa resistência ao pendoamento e excelente desempenho em cultivos de
verão. Coração pequeno de coloração verde-clara com excelente compacidade e peso. Boa
tolerância ao apodrecimento de cabeças, provocada por Erwinia spp. Possui características
desejáveis tanto para a industrialização quanto para o consumo “in natura”. Ciclo de 60 dias
após semeadura. Empresa produtora: Asgrow Vegetable Seeds (ASGROW, s.d.).
- Regina: cultivar tipo lisa, apresenta folhas lisas e espessas de coloração verde-clara,
não forma cabeça. A colheita se inicia aos 60 a 65 dias após a semeadura. As plantas são
tolerantes ao vírus do Mosaico Comum da Alface e o pendoamento precoce. Indicada para
regiões quentes. Empresa produtora: Topseed Sementes Ltda (TOPSEED, s.d. p.17).
- Vera: cultivar tipo crespa, derivada da cultivar Verônica, porém apresentando maior
resistência ao pendoamento precoce no cultivo de verão, do tipo solta crespa, apresentando
folhas com coloração verde claro. Alto rendimento e uniformidade na produção. Empresa
produtora: Agroflora Sakata (SAKATA AGROFLORA, 1997, p.3).
34
Lucy Brown Regina
Vera
Figura 1. Cultivares de alface estudadas no experimento. Ilha Solteira (SP), 2004.
3.4 Implantação e condução do experimento
As mudas foram previamente preparadas em bandejas de poliestireno expandido
(isopor) constituída de 288 células cada, com o substrato comercial – Plantmax. A semeadura
das cultivares foi realizada em 06/07/04 e o transplantio em 29/07/04 (23 dias após a
semeadura) no espaçamento entre linhas de 0,25 m e entre plantas de 0,20 m.
O solo da área experimental foi preparado através de enxada rotativa e procedeu-se
a adubação preliminar com aplicação de 100 g/m
2
de Superfosfato Simples de acordo com
recomendação do Boletim Técnico 100 (RAIJ, 1997, 285p.). Foram realizadas capinas
manuais das plantas invasoras nos canteiros, para evitar a concorrência com a cultura e os
tratos fitossanitários foram os recomendados à cultura.
35
O sistema de irrigação utilizado no experimento foi o de micro-aspersor, ligados
quatro vezes ao dia (0,9 l/min).
A colheita das cultivares Regina e Vera foi efetuada 36 dias após o transplante
(03/09/04) e da cultivar Lucy Brown 41 dias após o transplante (08/09/04), quando se
observou, para cada cultivar, o estádio adequado para o consumo.
Figura 2. Visão geral das cultivares de alface nos canteiros. Ilha Solteira (SP), 2004.
3.5 Avaliações realizadas
Massa média de planta (g): obtida através do quociente entre a massa total e
número de plantas.
Rendimento por dia (g): obtido pela produção da área experimental dividida pelo
número de dias entre o transplante e a colheita.
Produtividade: quantificado através da massa total de plantas comerciais na
parcela.
Teor de nitrogênio foliar: aos 29 dias após o transplante, foi coletada uma folha
de cada planta da área útil (4), sendo as mais novas totalmente desenvolvidas a partir do
ápice. Estas foram submetidas à estufa por um período de 48 horas, a aproximadamente 65ºC,
36
para a obtenção da massa seca das folhas. Em laboratório, o material foi previamente
preparado realizando-se a determinação de nitrogênio foliar pelo método Semi-micro-
Kjeldahl (MALAVOLTA et al., 1997, 319p.).
Leituras SPAD: utilizou-se o medidor portátil de clorofila (clorofilômetro) da
marca Minolta SPAD-502, que faz leituras instantâneas. Os resultados estão apresentados em
unidade SPAD. Foi amostrada a folha mais nova totalmente desenvolvida, média de quatro
plantas úteis de cada parcela. Foram realizadas quatro leituras, a primeira em 13/08/04, antes
da aplicação das doses de nitrogênio, e as demais em 18/08, 23/08 e 28/08; ou seja, aos 15,
20, 26 e 35 dias após o transplante (d.a.t), respectivamente, sempre efetuadas no período da
tarde.
Figura 3. Leitura SPAD realizada na folha de alface através do aparelho Minolta SPAD-502.
Ilha Solteira (SP), 2004.
3.6 Delineamento experimental e análise estatística
Foi adotado o delineamento de blocos casualizados, seguindo o esquema de
parcelas sub-subdivididas, em esquema fatorial 4 x 4 x 3 com 4 repetições, como apresentado
na Tabela 2.
37
A análise estatística foi realizada pelo programa SANEST- Sistema de Análise
Estatística para Microcomputadores (Autores: Elio Paulo Zonta e Amauri Almeida Machado).
Os dados foram submetidos à análise de variância (Teste F), e os efeitos dos tratamentos
submetidos à regressão polinomial.
Tabela 2. Esquema de análise de variância proposto para o experimento.
FONTE DE VARIAÇÃO G.L
Blocos 3
Composto (C) 3
Parcelas 15
Nitrogênio (N) 3
Interação (C) x (N) 9
Subparcelas 63
Variedade (V) 2
Interação (C) x (V) 6
Interação (N) x (V) 6
Interação (C) x (N) x (V) 18
TOTAL 191
38
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados meteorológicos de temperatura média, temperatura mínima e máxima
média (ºC), relativas à época de condução do experimento estão apresentados na Figura 4. As
temperaturas ocorridas durante a condução do ensaio, situaram-se dentro da faixa considerada
por Filgueira (1982, p.77-86) como favorável ao cultivo de alface.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Jul
Ago
Se
t
Temperatura (ºC)
T. mínima T. média T. máxima
Fonte: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA, Estação Agrometeorológica Automática (2005).
Figura 4. Temperatura média diária (mínima, média e máxima) em ºC, registrada na região
de Ilha Solteira-SP, no período de 29 de julho a 08 de setembro de 2004. Ilha
Solteira (SP), 2004.
39
4.1 Análise de variância
Na Tabela 3 encontram-se os dados referentes aos parâmetros massa média,
rendimento/dia e produtividade de alface em decorrência dos efeitos: doses de composto,
doses de nitrogênio, cultivares e suas interações.
Verifica-se que para massa média, não houve efeito significativo para o composto,
para as interações composto e nitrogênio (C x N), nitrogênio nas cultivares (N x V) e para
interação tripla entre composto, nitrogênio nas cultivares (C x N x V). Entretanto, houve
efeito significativo para nitrogênio, cultivares e para a interação das doses de composto nas
cultivares (C x V).
Para o parâmetro rendimento/dia, observa-se que não houve efeito significativo,
para o efeito de composto, como para as interações entre composto e nitrogênio (C x N);
nitrogênio nas cultivares (N x V) e os efeitos da interação tripla entre composto e nitrogênio
nas cultivares (C x N x V). Porém, houve efeito significativo, para nitrogênio e cultivares, e
para a interação composto nas cultivares (C x V).
Com relação à produtividade, não houve efeito significativo, para composto, bem
como, para sua interação com nitrogênio (C x N), para a interação nitrogênio nas cultivares
(N x V) e para a interação tripla entre composto e nitrogênio nas cultivares (C x N x V).
Entretanto, verifica-se efeito significativo para nitrogênio, cultivares e para a interação
composto versos cultivares (C x V).
40
Tabela 3. Análises de variância (valores em Q.M) dos efeitos doses de composto orgânico,
doses de nitrogênio, cultivares e suas interações nos parâmetros: massa média,
rendimento por dia e produtividade na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
Causas de
Variação
G.L. Q.M
Massa Média Rendimento/dia Produtividade
Composto (C) 3 59341,6
NS
16229,54
NS
24013781,75
NS
Resíduo (A) 9 20771,33 5880,00 8347307,74
Nitrogênio (N) 3 8241,30* 2401,45** 3416657,68**
C x N 9 1246,82
NS
301,45
NS
470002,89
NS
Resíduo (B) 36 1221,83 333,94 476617,50
Variedade (V) 2 408234,41** 71544,36** 162860748,36**
C x V 6 5862,74** 1216,26* 2403782,27**
N x V 6 541,95
NS
166,49
NS
235825,58
NS
C x N x V 18 884,55
NS
223,84
NS
359099,11
NS
Resíduo (C) 96 1046,54 294,44 423374,03
C.V % (A) 20,56 20,94 20,63
C.V % (B) 9,97 9,98 9,86
C.V % (C) 15,99 16,23 16,09
*, ** significativo ao nível de 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo Teste de F.
ns- não significativo ao nível de 5% de probabilidade, pelo Teste de F.
Verifica-se na Tabela 4 as análises de variância para teor de nitrogênio foliar aos
29 dias após o transplante (d.a.t) e leitura SPAD aos 15, 20, 26 e 35 dias após o transplante
(d.a.t). O parâmetro teor de nitrogênio foliar aos 29 d.a.t foi significativo somente para o fator
nitrogênio.
Com relação à leitura SPAD, observa-se que não houve efeito significativo aos 15,
20, 26 e 35 d.a.t (respectivamente, 1º, 2º, 3º e 4º leitura) para composto e para as interações de
composto e nitrogênio (C x N); nitrogênio nas cultivares (N x V) e para a interação tripla
entre composto e nitrogênio nas cultivares (C x N x V), o que também se observa para
nitrogênio nas duas primeiras leituras (15 e 20 d.a.t), após este período, aos 26 e 35 d.a.t,
houve efeito significativo para tal fator. Porém, houve efeito significativo, para as cultivares
aos 15, 20, 26 e 35 d.a.t (1º, 2º, 3º e 4º leitura). Sendo que, a interação de composto nas
41
cultivares (C x V) aos 15 e 20 d.a.t teve efeito significativo, já aos 26 e 35 d.a.t, não se
observa efeito significativo.
Tabela 4. Análises de variância (valores em Q.M) dos efeitos doses de composto orgânico,
doses de nitrogênio, cultivares e suas interações nos parâmetros: teor de nitrogênio
foliar (N. Foliar) aos 29 dias após o transplante (d.a.t) e leitura SPAD aos 15; 20;
26 e 35 dias após o transplante (d.a.t) na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
*, ** significativo ao nível de 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo Teste de F.
ns- não significativo ao nível de 5% de probabilidade, pelo Teste de F.
4.2 Massa Média
Na Figura 5, observa-se que as massas médias das cultivares ajustaram-se a uma
regressão linear crescente com o aumento nas doses de nitrogênio aplicadas em cobertura, ou
seja, quanto maior as doses aplicadas maior a massa média de plantas, entretanto as doses
Q.M
Causas de
Variação
G.L
N. Foliar
Leitura SPAD
(29 d.a.t)
15 d.a.t 20 d.a.t 26 d.a.t 35 d.a.t
Composto (C) 3 0,760
NS
16,62
NS
0,78
NS
2,49
NS
7,53
NS
Resíduo (A) 9 1,077 5,87 11,95 10,58 20,84
Nitrogênio (N) 3 6,836** 3,50
NS
18,46
NS
91,74** 30,20**
C x N 9 0,559
NS
2,14
NS
4,80
NS
13,97
NS
3,700
NS
Resíduo (B) 36 0,777 3,58 9,24 11,91 5,99
Variedade (V) 2 0,505
NS
5934,94** 6568,58** 7573,88** 6315,59**
C x V 6 0,190
NS
11,16** 18,95* 6,79
NS
12,08
NS
N x V 6 0,641
NS
1,38
NS
4,65
NS
10,78
NS
4,62
NS
C x N x V 18 0,505
NS
5,36
NS
4,03
NS
4,30
NS
4,91
NS
Resíduo (C) 96 0,423 3,37 6,82 8,36 7,52
C.V % (A) 4,97 3,22 4,14 3,33 5,35
C.V % (B) 8,44 5,04 7,28 7,07 5,74
C.V % (C) 10,80 8,47 10,84 10,26 11,14
42
utilizadas neste experimento não foram suficientes para propiciar o ponto de máxima massa
de planta, provavelmente, estas doses estão dentro das indicadas por Adams citado por Pereira
et al. (1989, p.647-654) e Albuquerque Neto et al. (2005) que são de 150 e 250 kg N/ha.
Entretanto, Santos et al. (2005) verificaram que a aplicação de 120 kg/ha de N utilizando-se a
uréia parcelada em três vezes proporcionou a maior massa (81,68 g) em relação a massa
(60,30 g) quando da uréia em dose única.
Goto (1998, p.137-159) e Couto & Branco (1963, p.5-11) relatam que a aplicação
de nitrogênio em forma de cobertura é altamente benéfica a cultura de alface por esta ser
composta por folhas, o que promove maior incremento no crescimento vegetativo,
conseqüentemente, na massa média das plantas.
y = 1,5023x + 189,16
r
2
= 0,9584
185
190
195
200
205
210
215
220
225
0 22,5 45 67,5 90
Doses de N (kg/ha)
Massa média de planta (g)
Figura 5. Massa média de planta (g) em função de doses de nitrogênio (kg/ha) em cobertura,
na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
Na Tabela 5, observa-se que a cv. Lucy Brown foi a que proporcionou maior
massa média de planta dentro de cada dose de composto, seguida da cv. Regina e com menor
massa a cv. Vera. Vidigal et al., (1995a, p.80-88) utilizando a cv. Vitória de Verão obtiveram
massas de 202,2; 216,3; 230,3; 244,4; 258,4 e 272,4 g/pl. quando utilizaram as doses de 0;
4,0; 8,0; 12,0; 16,0 e 20,0 l/m
2
de composto.
43
Castro & Ferraz Jr. (1998, p.65-68) relatam que aumentos de 35% nas produções
de massa fresca foram obtidas com composto orgânico de lodo de esgoto e leucena
correspondente a 10 g/dm
3
, provavelmente devido aos teores de N elevado, com conseqüente
menores relações C/N, o que favorece a mineralização do nitrogênio tornando-o mais
disponível para a planta.
Tabela 5. Massa média de planta (g) em função das doses de composto orgânico (l/m
2
) em
cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
Cultivares Doses de composto (l/m
2
)
0 4,0 8,0 12,0
Lucy Brown 216,19 a 282,08 a 333,06 a 334,21 a
Vera 104,42 c 132,21 c 153,75 c 158,03 c
Regina 142,65 b 180,82 b 181,60 b 208,59 b
DMS 5% - 27,20
Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
As médias de massa (Figura 6) adequaram-se a uma regressão linear crescente em
função do aumento das doses de composto somente para a cv. Lucy Brown, provavelmente
devido seu maior ciclo, o que resultou em maior tempo de aproveitamento nutricional advindo
do composto orgânico. Resultados semelhantes ao obtido com as cultivares Regina e Vera
foram verificados por Santos, I. et al. (1998, p.157-161) e Koga (1999, 59p.) quando
avaliaram diferentes tipos de composto, obtendo-se uma massa média de 203,5 e 151,4 g/pl.,
respectivamente, entretanto a cv. Regina quando da aplicação de 30,0 t/ha de composto de
lixo urbano proporcionou valores superiores a 330,0 g/pl. (COSTA et al., 2001, p.10-16) e
quando utilizou-se 35,6 t/ha de composto de palha de milho seca e esterco bovino
proporcionou valores inferiores a 74,0 g/pl. (RODRIGUES & CASALI, 1998, p.437-449).
A cultivar americana Lucy Brown proporcionou neste trabalho massas inferiores
às obtidas por cultivares do mesmo grupo para as condições dos municípios de Minas Gerais
que foram de 899,9 a 1075,5 g/pl. (YURI, 2000, 51p.; YURI et al., 2004, p.249-252; YURI et
44
al., 2005). Variações entre as massas das cultivares também foram observadas por Santos, I. et
al. (1998, p.157-161) quando da aplicação de 35,0 t/ha de composto de lixo urbano no
comportamento de dez cultivares de alface (122,6 a 225,8 g/pl.) e Rodrigues & Casali (1998,
p.437-449) aplicando-se 35,6 t/ha de composto preparado de palha de milho seca e esterco
bovino em onze cultivares de alface (52,0 a 91,0 g/pl.).
Lucy Brown = 10,126x + 230,63
R
2
= 0,881
50
100
150
200
250
300
350
400
04812
Doses de composto (l/m
2
)
Massa média de planta (g)
Lucy Brown Regina Vera
Figura 6. Massa média de planta (g) em função de doses de composto orgânico (l/m
2
) em
cobertura, nas cultivares de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
4.3 Rendimento/dia
As médias de rendimento/dia das cultivares (Figura 7) ajustaram-se a uma
regressão linear crescente com o aumento nas doses de nitrogênio.
y = 0,8085x + 98,62
r
2
= 0,9527
95
100
105
110
115
120
0 22,5 45 67,5 90
Doses de N (kg/ha)
Rendimento/dia (g)
Figura 7. Rendimento/dia de planta (g) em função de doses de nitrogênio (kg/ha) em
cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
45
Na comparação das cultivares dentro de doses de composto (Tabela 6) nota-se que
o rendimento/dia foi maior para a cv. Lucy Brown em todas as doses de composto, seguida da
cv. Regina e com menor rendimento/dia a cv. Vera.
Tabela 6. Rendimento/dia (g) em função de cultivar dentro de doses de composto orgânico
(l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
Cultivares Doses de composto (l/m
2
)
0 4,0 8,0 12,0
Lucy Brown 104,84 a 137,59 a 162,47 a 163,03 a
Vera 58,02 c 73,34 c 85,42 c 87,78 c
Regina 79,24 b 99,78 b 100,89 b 115,89 b
DMS 5% -14,43 g
Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Pela Figura 8, observa-se que somente as médias de rendimento/dia da cv. Lucy
Brown adequaram-se a uma regressão linear crescente em função das doses de composto,
demonstrando ter esta cultivar maior resposta de ganho de massa com o aumento nas doses de
composto.
Lucy Brown = 4,9861x + 112,07
R
2
= 0,8794
50
100
150
200
04812
Doses de composto (l/m
2
)
Rendimento/dia (g)
Lucy Brown Regina Vera
Figura 8. Rendimento/dia (g) em função de doses de composto orgânico (l/m
2
) em cobertura
e cultivares de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
46
4.4 Produtividade
As médias de produtividade das cultivares ajustaram-se a uma regressão linear
crescente com as doses de nitrogênio (Figura 9), demonstrando que a dose adequada deve ser
superior às recomendadas por Filgueira (2000a, p.289-295) de 70-90 kg N/ha e
provavelmente dentro das indicadas por Couto & Branco (1963, p.5-11) de 80-160 kg N/ha.
Entretanto, Alvarenga et al. (2003, p.1569-1575) afirmam que o nitrogênio pode ser aplicado
em doses até 240 kg/ha que proporcionará respostas positivas de aumento na produção. Para
tanto, Santos, F. et.al. (2005) relatam que a utilização de nitrogênio promove um aumento de
até 54,33% na produtividade, quando a uréia é parcelada em três vezes.
A maior resposta encontrada neste trabalho pode ter sido efeito da ação do
nitrogênio na relação C/N, sendo que, a utilização de 90 kg/ha de N neste, promoveu uma
produtividade (4041 g/m
2
) semelhante ao encontrado por Vidigal et al. (1997, p.35-39)
quando utilizaram 60 kg de N na forma de uréia e uma maior produtividade em relação ao
encontrado por Santos, F. et al. (2005) que foi de 965 g/m
2
e 1307 g/m
2
com aplicação de 120
kg/ha de N utilizando-se a uréia em dose única e parcelada em três vezes, respectivamente.
y = 30,564x + 3774,2
r
2
= 0,957
3600
3700
3800
3900
4000
4100
4200
4300
4400
4500
0 22,5 45 67,5 90
Doses de N (kg/ha)
Produção (g/m
2
)
Figura 9. Produção (g/m
2
) em função de doses de nitrogênio (kg/ha) em cobertura, na cultura
de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
47
Na interação das cultivares dentro de doses de composto orgânico (Tabela 7) nota-
se que a cv. Lucy Brown proporciona valores superiores na produtividade, seguida da cv.
Regina e com menor produtividade a cv. Vera. Essa produtividade variou de 4298 a 6684
g/m
2
semelhante às obtidas por Vidigal et al. (1995a, p.80-88) que foi de 6720 g/m
2
. A cv.
Regina teve uma variação na produtividade (2853 a 4171 g/m
2
) que se assemelha aos obtidos
por Vidigal et al. (1997, p.35-39) com cultivar do mesmo grupo (folhas lisas) que foi de 3397
a 4525 g/m
2
.
Tabela 7. Produção (g/m
2
) em função das doses de composto orgânico (l/m
2
) em cobertura,
na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
Cultivares Doses de composto (l/m
2
)
0 4,0 8,0 12,0
Lucy Brown 4298,9 a 5641,6 a 6661,4 a 6684,3 a
Vera 2088,5 c 2640,5 c 3075,0 c 3160,4 c
Regina 2853,1 b 3591,6 b 3632,3 b 4171,8 b
DMS 5% - 547,2
Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Pela Figura 10, observa-se que somente as médias da cv. Lucy Brown adequaram a
uma regressão linear crescente em função das doses de composto, o que pode ser justificado
pelo maior ciclo, maior massa média de planta e maior rendimento/dia. As cultivares Regina e
Vera não tiveram a produção afetada pelas doses de composto, entretanto, a cv. Regina
quando cultivada com composto preparado de húmus de minhoca (45 t/ha) apresentou um
rendimento linear positivo (SENO & KOGA, 1993, p.135-139).
48
Lucy Brow = 204,4x + 4595,2
R
2
= 0,8794
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
04812
Doses de composto (l/m2)
Produção (g/m
2
)
Lucy Brown Regina Vera
Figura 10. Produção (g/m
2
) em função de doses de composto orgânico (l/m
2
) em cobertura e
cultivares de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
4.5 Teor de nitrogênio foliar (29 d.a.t)
As médias dos teores de nitrogênio foliar das cultivares aos 29 d.a.t ajustaram-se a
uma regressão linear crescente (Figura 11) com as doses de nitrogênio. Apesar deste
comportamento, verifica-se que os teores de nitrogênio encontram-se dentro do nível
considerado adequado para alface que é de 30-50 g/kg (GARCIA et al., 1982, p.349-362;
TRANI & RAIJ, 1997, p.155-185) e estão de acordo com os encontrados por Rodrigues &
Casali (1998, p.437-449) e Alvarenga et al. (2003, p.1569-1575) que relatam um aumento
uniforme no teor de N até os 21 d.a.t e posteriormente um decréscimo até o final do ciclo,
porém são superiores aos verificados por Castro & Ferraz Jr. (1998, p.65-68) que foi de 19,0
g/kg.
Também se pode verificar que os níveis existentes no solo já eram altos, pois na
dose zero, a concentração foi satisfatória (38,7 g/kg). Todavia, a resposta linear à aplicação de
N significa que a planta ainda poderia responder ao incremento desse nutriente.
49
y = 0,0405x + 5,6746
r
2
= 0,8407
38
39,5
41
42,5
44
45,5
47
0 22,5 45 67,5 90
Doses de N (kg/ha)
Teores de N foliar (g/kg)
Figura 11. Teores de nitrogênio foliar aos 29 d.a.t (g/kg) em função das doses de nitrogênio
(kg/ha) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
Pela Tabela 8, observa-se que os teores de nitrogênio nas folhas das cultivares
Lucy Brown, Regina e Vera não diferiram entre si. Entretanto, a cultivar americana – Lucy
Brown proporcionou valores semelhantes a uma cultivar do mesmo grupo (Great Lakes) nas
condições de clima e solo de Dourados- MS (RODRIGUES & WIELEMAKER, 2000, p.812-
813) e valores superiores aos encontrados por Rodrigues & Casali (1998, p.437-449) em
cultivares do mesmo grupo.
A cv. Regina proporcionou teores superiores ao encontrado por Rodrigues &
Casali (1998, p.437-449) que verificou um teor de 34 g/kg.
Tabela 8. Teores de nitrogênio foliar aos 29 d.a.t (g/kg) em cultivares de alface. Ilha Solteira
(SP), 2004.
Cultivares Teores de N-total (g/kg)
Lucy Brown 41,50 a
Vera 42,61 a
Regina 42,44 a
DMS 5%= 0,27380
Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo Teste de Tuckey, a 5% de probabilidade.
Quanto ao teor de nitrogênio foliar das cultivares em decorrência da aplicação de
doses de composto (Figura 12), as médias não se ajustaram a qualquer equação. Este fato
50
pode ser explicado devido ao curto ciclo da cultura, não havendo tempo suficiente para o
aproveitamento do composto ou pode ser indício de que o N liberado pelo composto foi
insuficiente para o atendimento da demanda nutricional de alface durante o curto período
entre o transplante e a colheita. Entretanto, os teores de N foliar estão dentro dos considerados
adequados para alface (TRANI & RAIJ, 1997, p.155-185), o que se pressupõe uma boa
condição do solo. Resultados semelhantes a estes, foram também observados por Nakagawa
et al. (1992, p.173-180) e Rodrigues & Casali (1998, p.437-449; 1999, p.125-128).
Entretanto, vários autores verificaram aumentos nas concentrações e nos
conteúdos de N foliar de alface quando utilizaram fontes de adubação orgânica, como cama
de frango semi decomposta, composto convencional e composto enriquecido com uréia
(RODRIGUES & WIELEMAKER, 2000, p.812-813) e com a aplicação dos adubos orgânicos
lodo de esgoto, leucena, azola e esterco de galinha (CASTRO & FERRAZ JR., 1998, p.65-68)
e com a aplicação de doses de composto convencional até 20 l/m
2
(VIDIGAL et al. 1995a,
p.80-88), porém estes valores não atingiram os de plantas bem nutridas.
40,5
41
41,5
42
42,5
43
04812
Doses de composto (l/m
2
)
Teores de N foliar (g/kg)
Figura 12. Teores de nitrogênio foliar aos 29 d.a.t (g/kg) em função das doses de composto
orgânico (l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
51
Apesar de não ter havido interação significativa de doses de nitrogênio e composto
orgânico no teor de N foliar aos 29 d.a.t, podemos observar pela Figura 13 o comportamento
deste dentro das doses de composto. Verifica-se que houve uma tendência de maior teor de N
foliar em função do aumento nas doses de N em cobertura, quanto maior a dose de composto
aplicado no plantio.
30
35
40
45
50
22,5 45 67,5 90
Doses de N (kg/ha)
Teores de N foliar (g/kg)
0 4 8 12 l/m2
Figura 13. Teores de nitrogênio foliar aos 29 d.a.t (g/kg) em função das doses de nitrogênio
(kg/ha) dentro das doses de composto orgânico (l/m
2
), na cultura de alface. Ilha
Solteira (SP), 2004.
4.6 Leituras SPAD
4.6.1 Primeira leitura (15 d.a.t)
As médias obtidas pelas Leituras SPAD aos 15 d.a.t (antes da aplicação de
nitrogênio) dentro de cada dose de composto (Tabela 9), foram superiores para a cv. Lucy
Brown, seguida da cv. Regina e Vera, ou seja, apresentam tonalidades específicas de cada
cultivar. Argenta et al. (1999, p.44-49) esclarecem que a tonalidade e, portanto, as leituras,
são influenciadas pelas características das próprias cultivares como, tipo da cultivar e idade da
folha.
52
Tabela 9. Valores da primeira leitura SPAD aos 15 d.a.t em função das doses de composto
orgânico (l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
Cultivares Doses de composto (l/m
2
)
0 4,0 8,0 12,0
Lucy Brown 30,56 a 32,76 a 33,65 a 33,86 a
Vera 14,80 c 15,15 c 14,78 c 15,01 c
Regina 17,11 b 17,80 b 17,06 b 17,61 b
DMS 5% - 1.54
Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Somente as médias da cultivar Lucy Brown adequaram-se a uma regressão linear
crescente em função das doses de composto (Figura 14), provavelmente devido as
características desta cultivar manifestarem-se com maior diferença na coloração (verde) em
função do aumento nas doses de composto.
Lucy Brown= 0,2691x + 31,098
R2 = 0,8517
10
15
20
25
30
35
40
04812
Doses de composto (l/m2)
Leitura SPAD (15 d.a.t)
Lucy Brown Regina Vera
Figura 14. Valores da primeira leitura SPAD (15 d.a.t) em folhas de diferentes cultivares de
alface em função das doses de composto orgânico (l/m
2
), em cobertura. Ilha
Solteira (SP), 2004.
4.6.2 Segunda leitura (20 d.a.t)
Pela Tabela 10, observa-se que os valores médios das leituras SPAD aos 20 d.a.t
(cinco dias após a aplicação de nitrogênio) foram novamente superiores em todas as doses de
53
composto para a cv. Lucy Brown, seguida da cv. Regina e Vera, sendo que, dentro da dose 8,0
l/m
2
as cultivares Vera e Regina não diferiram entre si.
Tabela 10. Valores da segunda leitura SPAD aos 20 d.a.t em função das doses de composto
orgânico (l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
Cultivares Doses de composto (l/m
2
)
0 4,0 8,0 12,0
Lucy Brown 35,63 a 36,36 a 35,81 a 35,07 a
Vera 16,50 c 16,45 c 18,80 b 16,95 c
Regina 20,23 b 19,56 b 18,01 b 19,70 b
DMS 5%= 2,19674
Médias seguidas de letras distintas nas colunas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Pela figura 15 verifica-se que as médias das leituras de todas as cultivares não se
ajustaram a qualquer equação de regressão, porém observa-se novamente que a cv. Lucy
Brown apresenta um valor bastante superior às demais cultivares testadas.
10
15
20
25
30
35
40
04812
Doses de composto (l/m2)
Leitura SPAD (20 d.a.t)
Lucy Brown Regina Vera
Figura 15. Valores da segunda leitura SPAD (20 d.a.t) em folhas de diferentes cultivares de
alface em função das doses de composto orgânico (l/m
2
), em cobertura. Ilha
Solteira (SP), 2004.
As leituras SPAD (20 d.a.t) em função das doses de nitrogênio não se enquadraram
a nenhuma regressão, porém observa-se (Figura 16) que os valores das leituras foram sempre
superiores para a cv. Lucy Brown. Tal efeito pode ser elucidado, provavelmente, devido às
54
doses de nitrogênio terem sido aplicadas em cobertura apenas cinco dias antes desta leitura
(15 d.a.t).
10
15
20
25
30
35
40
0 22,5 45 67,5 90
Doses de N (kg/ha)
Leitura SPAD (20 d.a.t)
Lucy Brown Regina Vera
Figura 16. Valores da segunda leitura SPAD (20 d.a.t) em folhas de diferentes cultivares de
alface em função das doses de nitrogênio (kg/ha), em cobertura. Ilha Solteira
(SP), 2004.
4.6.3 Terceira leitura (26 d.a.t)
Os efeitos das doses de composto nas leituras SPAD (26 d.a.t) não se ajustaram a
uma regressão, porém observa-se (Figura 17) que à medida que se aumentou as doses houve
uma tendência de aumento nos valores das leituras.
27
28
29
04812
Doses de composto (l/m2)
Leitura SPAD (26 d.a.t)
Figura 17. Valores da terceira leitura SPAD (26 d.a.t) em função das doses de composto
orgânico (l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
55
Os valores das leituras SPAD (26 d.a.t) em função das doses de nitrogênio
(Figura 18) ajustaram-se a uma regressão linear crescente, ou seja, a aplicação de doses
crescentes de nitrogênio em cobertura, propicia um aumento no valor das leituras aos 26 d.a.t,
resultado este provavelmente pelo maior período entre a aplicação do N e a avaliação, em
relação às avaliações anteriores. Isto demonstra que mudanças significativas nas leituras
SPAD em alface somente ocorrem após um determinado período da aplicação. Alvarenga et
al. (2003, p.1569-1575) relata que situações parecidas com as encontradas neste trabalho
podem ser um indicativo da necessidade de parcelamento do nitrogênio em quantidades
menores no início e maiores no final do ciclo.
Dessa forma, vários autores têm relatado a viabilidade de se utilizar a avaliação
indireta de clorofila como indicativo do estado nutricional em relação ao N (FURLANI JR. et
al., 1996, p.171-175; CARVALHO et al., 2003, p.445-450; SILVEIRA et al., 2003, p.1083-
1087), entretanto, essa avaliação para a cultura de alface com o objetivo de quantificação do
nitrogênio em cobertura, pode ser tardia.
y = 0,1474x + 26,902
r
2
= 0,8285
25
27
29
31
0 22,5 45 67,5 90
Doses de N (kg/ha)
Leitura SPAD (26 d.a.t)
Figura 18. Valores da terceira leitura SPAD (26 d.a.t) em função das doses de nitrogênio
(kg/ha) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
56
Verifica-se pela Figura 19, que a cv. Lucy Brown proporcionou valores da leitura
superiores as demais cultivares, apesar destes valores não diferirem significativamente entre
as doses de nitrogênio. Já as cultivares Vera e Regina não tiveram seus valores afetados.
15
20
25
30
35
40
45
0 22,5 45 90
Doses de N (kg/ha)
Leitura SPAD (26 d.a.t)
Lucy Brown Regina Vera
Figura 19. Valores da terceira leitura SPAD (26 d.a.t) em folhas de diferentes cultivares de
alface em função das doses de nitrogênio (kg/ha) em cobertura. Ilha Solteira
(SP), 2004.
Os valores das leituras SPAD aos 26 d.a.t em função das cultivares de alface
(Tabela 11) demonstram que a cv. Lucy Brown proporcionou novamente leituras superiores,
seguida pela cv. Regina e com menor valor a cv. Vera.
Tabela 11. Valores da terceira leitura SPAD aos 26 d.a.t em função das cultivares de alface.
Ilha Solteira (SP), 2004.
Cultivares Leitura SPAD
Lucy Brown 39,92 a
Vera 18,44 c
Regina 26,20 b
D.M.S. 5% = 1,21646
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
57
4.6.4 Quarta leitura (35 d.a.t)
Aos 35 d.a.t (dias antes da colheita) os valores das leituras SPAD em função das
doses de composto (Figura 20) não se ajustaram a uma regressão, porém, observa-se um
aumento nos valores à medida que se aumentou as doses. Resultados estes inferiores ao obtido
por Villas Bôas et al. (2004, p.28-34) quanto ao valor do teor de clorofila aos 35 d.a.t
(33,0 SPAD), entretanto, são superiores aos obtidos aos 56 d.a.t (na colheita) que variaram de
19,8 a 21,6 unidade SPAD.
23
24
25
26
04812
Doses de composto (l/m2)
Leitura SPAD (35 d.a.t)
Figura 20. Valores da quarta leitura SPAD (35 d.a.t) em função das doses de composto
orgânico (l/m
2
) em cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
Os valores da leitura SPAD em função das doses de nitrogênio (Figura 21)
ajustaram-se a uma regressão linear crescente, verificando-se que até o final do ciclo (1 dia
antes da colheita das cv. Regina e Vera e 6 dias da colheita da cv. Lucy Brown) a planta ainda
possui uma demanda por nutrientes, principalmente o nitrogênio. Resultados semelhantes
foram obtidos por Silveira et al. (2003, p.1083-1087) e Carvalho et al. (2003, p.445-450) em
feijoeiro.
58
y = 0,0871x + 23,858
r
2
= 0,8782
23
24
25
26
0 22,5 45 67,5 90
Doses de N (kg/ha)
Leitura SPAD (35 d.a.t)
Figura 21. Valores da quarta leitura (35 d.a.t) em função das doses de nitrogênio (kg/ha) em
cobertura, na cultura de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
Pela Tabela 12, verifica-se que a cv. Lucy Brown proporcionou leituras superiores,
seguida da cv. Regina e com menor valor a cv. Vera.
Tabela 12. Valores da quarta leitura SPAD aos 35 d.a.t em função das cultivares de alface.
Ilha Solteira (SP), 2004.
Cultivares Leitura SPAD
Lucy Brown 35,59 a
Vera 16,25 c
Regina 22,00 b
D.M.S. 5% = 1,15381
Médias seguidas de letras distintas diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
4.7 Correlação
Os dados referentes à correlação entre produtividade, rendimento/dia, leitura
SPAD aos 15 e 20 d.a.t e teor de nitrogênio foliar aos 29 d.a.t encontram-se na Tabela 13.
Observa-se que houve uma correlação do rendimento/dia das três cultivares
analisadas em função da produtividade.
59
Os valores das leituras SPAD aos 15 d.a.t. correlacioram-se positivamente com a
produtividade e rendimento/dia apenas para a cv. Lucy Brown, sendo neste momento
influenciada somente pelo composto orgânico. Já aos 20 d.a.t a correlação não se mostrou
significativa para a produtividade, bem como para o rendimento/dia. Silveira et al. (2003,
p.1083-1087) verificaram que a produtividade e as leituras SPAD aumentaram com o
aumento de doses de nitrogênio, demonstrando que o medidor portátil é eficaz como
instrumento indicador da necessidade de adubação nitrogenada.
O teor de N foliar aos 29 d.a.t, apresentou uma correlação positiva para as três
cultivares estudadas em função da produtividade, bem como para o rendimento/dia, ou seja,
quanto maior o N foliar maior o rendimento/dia e a produtividade da cultura de alface.
Não houve correlação significativa entre N foliar e os valores das leituras SPAD
aos 15 e 20 d.a.t nas cultivares analisadas. Isto pode ser elucidado pelo fato de que aos 29 d.a.t
o crescimento de alface e como conseqüência, o acúmulo de nutrientes é lento, aumentando
rapidamente após este período. Segundo Katayama (1990, p.141-147) o nitrogênio é o
nutriente absorvido em maior quantidade nas últimas quatro semanas do ciclo, o que
provavelmente inviabilizou o valor das leituras no inicio do ciclo (15 e 20 d.a.t). Para tanto,
Argenta et al. (2001a, p.158-167) relatam que as leituras SPAD, o conteúdo de clorofila e a
concentração de N são pouco correlacionados nos estádios iniciais de desenvolvimento em
que a leitura realizada com o SPAD tem sua precisão reduzida. Entretanto, Furlani Jr. et al.
(1996, p.171-175) e Carvalho et al. (2003, p.445-450) comprovaram que à correlações
positivas entre as leituras e os níveis de N fornecidos e entre as leituras e os teores de N nas
folhas, o que indica que há perspectivas favoráveis quanto ao uso do medidor portátil de
clorofila-“clorofilômetro” para detectar deficiências de nitrogênio.
60
Tabela 13. Correlação entre produtividade, rendimento/dia, leitura SPAD aos 15 e 20 dias
após o transplante (d.a.t) e teor de nitrogênio foliar aos 29 dias após o transplante
(d.a.t) de três cultivares de alface. Ilha Solteira (SP), 2004.
Produtividade Rendimento/dia Leitura SPAD
15 d.a.t
Leitura SPAD
20 d.a.t
Teor de N foliar
29 d.a.t
Produtividade
_
L.Brown: 0,999 **
Regina : 0,999
**
Vera: 0,999
**
L.Brown: 0,378
**
Regina : 0,104 ns
Vera: 0,040 ns
L.Brown: 0,064 ns
Regina :0,024 ns
Vera: 0,126 ns
L.Brown: 0,285
*
Regina : 0,288
*
Vera: 0,266
*
Rendimento /
dia
_
L.Brown: 0,378 **
Regina : 0,104 ns
Vera: 0,040 ns
L.Brown: 0,064 ns
Regina : 0,024 ns
Vera: 0,126 ns
L.Brown: 0,285
*
Regina : 0,288
*
Vera: 0,266
*
Leitura SPAD
15 d.a.t
_
L.Brown: 0,310 *
Regina: 0,340
**
Vera: 0,002 ns
L.Brown: -0,036 ns
Regina: 0,0009 ns
Vera: -0,021 ns
Leitura SPAD
20 d.a.t
_
L.Brown: -0,083 ns
Regina : 0,012 ns
Vera: 0,054 ns
Teor de N
foliar
29 d.a.t
_
61
5. CONCLUSÕES
Após análise e interpretação dos resultados obtidos, e considerando-se as
condições em que se desenvolveu a pesquisa, pode se concluir que:
1- As doses de composto orgânico proporcionaram um aumento linear na massa
média de planta, rendimento/dia, produtividade e leitura SPAD avaliadas aos 15 dias após o
transplante somente para a cv. Lucy Brown. As cultivares Regina e Vera não foram
influenciadas pelas doses de composto.
2- As doses de nitrogênio em cobertura promoveram um aumento linear na massa
média de plantas, rendimento/dia, produtividade, teor de N foliar e leitura SPAD avaliada aos
26 e 35 dias após o transplante para todas as cultivares.
3- Os valores de leitura SPAD variaram de 30,5 a 39,9 para a cv. Lucy Brown;
14,8 a 18,8 para a cv. Vera e 17,1 a 26,2 para a cv. Regina.
4- Somente a cv. Lucy Brown apresentou uma correlação significativa do valor
SPAD analisado aos 15 d.a.t (momento da cobertura nitrogenada) com a produtividade e
rendimento/dia.
5- As maiores massas médias de plantas, rendimento/dia e produtividade foram
obtidas pela cv. Lucy Brown, seguida da cv. Regina e Vera, apesar destas serem de tipos
diferentes.
62
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