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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
ADMINISTRAÇÃO INTRAVENOSA DE EMULSÃO LIPÍDICA DE
ISOFLUORANO EM CÃES
Ricardo Miyasaka de Almeida
Orientador: Prof. Dr. Carlos Augusto Araújo Valadão
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como
parte das exigências para a obtenção do título de Doutor
em Cirurgia Veterinária (Cirurgia Veterinária).
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Novembro de 2008
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DADOS CURRICULARES DO AUTOR
RICARDO MIYASAKA DE ALMEIDA. Nascido em Santos, SP, no dia 30 de abril
de 1975, concluiu Graduação em Medicina Veterinária (1998), Residência em Medicina
Veterinária na área de Clínica Cirúrgica e Anestesiologia de Grandes Animais (2001) e
Mestrado em Cirurgia Veterinária (2003) pela Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias de Jaboticabal, SP. Em 2006, obteve o Título de Especialista em
Anestesiologia Veterinária pelo Colégio Brasileiro de Cirurgia e Anestesiologia
Veterinária. Atualmente reside em Brasília, DF, onde é professor da disciplina de
Anestesiologia na Faculdade de Medicina Veterinária da União Pioneira de Integração
Social e conselheiro efetivo do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Distrito
Federal.
ads:
Aos meus pais, Tércio e Joana,
pela dedicação incondicional ao longo de todos esses anos.
Aos meus irmãos, Andréa e Alexandre,
pelo exemplo de pessoas lutadoras que são
Amo vocês.
À Samara, dedico e agradeço de uma forma especial,
pela paciência e compreensão que tiveste nas minhas ausências,
e pelo amor e carinho que tens na minha presença.
Nega, te amo.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos que, de uma forma direta ou indireta, ajudaram-me a concluir essa
fase tão importante de minha vida profissional e pessoal. E entre todos, agradeço
especialmente:
À Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal, principalmente ao
Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, ao Hospital Veterinário e ao Programa
de Pós-graduação em Cirurgia Veterinária, pelas instalações e equipamentos utilizados
na execução do projeto experimental;
Ao grande amigo e professor Carlos Augusto Araújo Valadão, por todos esses anos de
ensinamentos e confiança;
Aos amigos e irmãos André Escobar e Roberto Thiesen, sem os quais este trabalho não
teria sido possível. Valeu pela dedicação e paciência!
Aos amigos e irmãos: Rita Campbell, Anderson Farias, Daniel Gerardi, Sandro
Stefanes, Carlos Henrique Saquetti, Antônio Raphael, Nara Benato, Rodrigo Bazolli,
Gustavo Sabatini, Robson Amaro, Guilherme Sellera, João Cioffi, Rosângela Alves,
Juan Duque, Richard Filgueiras, Carlos Eduardo, José Vanderlei, Marcello Roza, José
Renato e Roberta Godoy;
Aos residentes e funcionários dos Hospitais Veterinários da UPIS e UnB, pela excelente
amizade e ótimo trabalho durante esses 5 anos;
Aos meus queridos tios e tias: Hércio e Vera, Ayrton e Zalmi, Celinho e Sheila, Liana e
Benedito e Antônia, pela força e amparo em Brasília;
À minha avó Lúcia;
Aos irmãos da República “Antro do HV”, pela hospitalidade e risadas durante minhas
passagens por Jaboticabal;
Aos amigos Guilherme, Maria Luiza, Vítor e Maria, pela força nessa reta final;
A vocês, Branca e Preto, pelo amor que sempre demonstraram e pela inspiração que
me dão para exercer minha profissão.
SUMÁRIO
RESUMO.........................................................................................................................vii
SUMMARY......................................................................................................................viii
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 2
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 12
2.1. Histórico ............................................................................................................ 12
2.2. Isofluorano......................................................................................................... 13
2.3. O uso intravenoso de anestésicos inalatórios halogenados .............................. 18
3. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................ 23
3.1. Determinação da taxa de infusão intravenosa de isofluorano em emulsão lipídica
.................................................................................................................................... 23
3.2. Efeitos da infusão intravenosa de isofluorano nas variáveis fisiológicas em cães
.................................................................................................................................... 29
4. RESULTADOS ........................................................................................................ 37
4.1. Determinação da taxa de infusão intravenosa de isofluorano em emulsão lipídica
.................................................................................................................................... 37
4.2. Efeitos da infusão intravenosa de isofluorano nas variáveis fisiológicas em cães
.................................................................................................................................... 40
4.2.1. Variáveis relacionadas à manutenção da anestesia ..................................... 40
4.2.2. Variáveis relacionadas à avaliação cardiovascular ....................................... 44
4.2.3. Variáveis relacionadas à avaliação respiratória ............................................ 59
5. DISCUSSÃO ........................................................................................................... 73
6. CONCLUSÕES ....................................................................................................... 87
7. REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 88
ADMINISTRAÇÃO INTRAVENOSA DE EMULSÃO LIPÍDICA DE ISOFLUORANO EM
CÃES
RESUMO A administração intravenosa de anestésicos voteis halogenados
pode ser considerada uma alternativa à aplicação pela via inalatória, e neste contexto,
as formulações emulsificadas têm mostrado segurança, eficiência e bons planos
anestésicos. Neste estudo, objetivou-se comparar os efeitos hemodinâmicos e
respiratórios das administrações intravenosa e inalatória de isofluorano em cães, após a
determinação da taxa de infusão intravenosa de 6,99 mL/kg/h deste halogenado em
emulsão lipídica. Para tanto, foram utilizados oito cães, os quais formaram três grupos
distintos: grupo IV anestesia intravenosa por infusão de emulsão lipídica com
isofluorano; grupo E - anestesia inalatória com isofluorano, associada à infusão
intravenosa de emulsão lipídica sem o halogenado; e grupo IN - anestesia inalatória
com isofluorano, associada à infusão intravenosa de solução de NaCl 0,9%. Foram
evidenciadas diminuições da contratilidade cardíaca, índice cardíaco e pressão arterial
sistêmica a partir de 10 e 40 minutos de anestesia, respectivamente, nos grupos IV e E.
A hipotensão no grupo IV resultou em acidose metabólica, porém, hipoxemia não foi
observada. O grupo IN apresentou manutenção do índice cardíaco, apesar de reduções
do índice de resistência vascular sistêmica e pressão arterial. A taxa de infusão
intravenosa determinada foi efetiva na manutenção de plano de anestesia cirúrgica em
cães. As infusões intravenosas de isofluorano e emulsão lipídica causaram depressão
cardíaca e hipotensão. Em relação à função respiratória, nenhum dos grupos mostrou
efeitos deletérios.
Palavras-Chave: anestesia geral inalatória, anestesia total intravenosa, cães, emulsão
lipídica, isofluorano
INTRAVENOUS ADMINISTRATION OF EMULSIFIED ISOFLURANE IN DOGS
SUMMARY The intravenous administration of halogenated anesthetics can be
considered an alternative to the application by the inhalation route, moreover, emulsified
formulations have been showing safety, efficiency and appropriated anesthetic depth.
The aim of this study was to compare the effects of isoflurane anesthesia by intravenous
or inhalational route on hemodynamic and respiratory variables, after the determination
of the intravenous infusion rate of 6.99 mL/kg/h of this anesthetic in lipid emulsion, in
dogs. Therefore, eight dogs were distributed in three different protocols: IV group
intravenous anesthesia with emulsified isoflurane; E group – inhalational anesthesia with
isoflurane associated to intravenous infusion of lipid emulsion; and IN group -
inhalational anesthesia with isoflurane associated to intravenous infusion of 0.9% NaCl
solution. The results regarding IV and EM groups revealed decreases of heart
contractility, cardiac index and systemic blood pressure starting from 10 and 40 minutes
of anesthesia, respectively. The hypotension in the IV group resulted in metabolic
acidosis, however, hypoxemia was not observed. The IN group demonstrated
maintenance of cardiac index, despite of reduction of the blood pressure and systemic
vascular resistance index. The intravenous infusion rate determined was effective in the
maintenance of an anesthetic depth of general anesthesia in dogs. The intravenous
infusions of isoflurane and lipid emulsion caused cardiac depression and hypotension. In
relation to respiratory function, the inhalational route and the intravenous infusions of
isoflurane and lipid emulsion did not result in harmful effects.
Keywords: dogs, inhalation anesthesia, intravenous anesthesia, lipid emulsion,
emulsified isoflurane
1. INTRODUÇÃO
A anestesia geral inalatória é uma técnica consagrada tanto na Medicina
Humana quanto na Veterinária, sendo alvo de estudos e aperfeiçoamento contínuo que
envolve a elaboração de aparelhos e fármacos anestésicos mais seguros. A
administração intravenosa de anestésicos rotineiramente aplicados pela via pulmonar
tem sido pouco aceita, desde que a inalação vem mostrando segurança e efetividade
(LUDDERS, 1992), diferentemente dos efeitos relatados para a injeção intravascular de
halogenados líquidos puros (KAWAMOTO et al., 1992).
A injeção intravenosa de agentes halogenados pode apresentar vantagens sobre
sua administração por via inalatória, pois a indução anestésica pode ser mais rápida por
não haver necessidade de equilíbrio entre o circuito anestésico e a capacidade residual
funcional pulmonar. Além disso, a administração de anestésicos voláteis que causam
irritação das vias reas ou que possuam pressão de vapor baixa seria facilitada. Os
custos com a aquisição e manutenção de aparelhos de anestesia inalatória e
vaporizadores calibrados seriam reduzidos, assim como a quantidade do fármaco
utilizado e a poluição ambiental, incorporando-se um circuito respiratório fechado.
Desse modo, o plano anestésico poderia ser aprofundado com a aplicação de bolus
intravenosos ou superficializado pela abertura do circuito (EGER e MACLEOD, 1995).
Os primeiros relatos da injeção intravascular de anestésicos inalatórios puros não
revelaram resultados animadores, em razão da ocorrência de lesões vasculares
pulmonares seguidas de edema pulmonar difuso, hemorragias alveolares e óbito
(BERMAN e TATTERSALL, 1982; DWYER e COPPEL, 1989). Entretanto, a hipótese do
uso destes fármacos na forma de emulsões lipídicas foi testada em modelo
experimental em animais sem acarretar os efeitos deletérios observados anteriormente
(BIBER et al., 1982).
Estudos que abrangeram o uso do isofluorano administrado pela via intravenosa
já foram descritos em camundongos (SILVA, 2006), ratos (ZHOU et al., 2006), es
(YANG et al., 2006) e porcos (MATHIAS et al., 2004), no entanto, a literatura não
reporta a existência do emprego desse halogenado em emulsão lipídica na manutenção
anestésica por infusão connua intravenosa em cães. Portanto, com este trabalho,
visou-se estudar as implicações hemodinâmicas e respiratórias produzidas pela
aplicação intravenosa de isofluorano emulsificado em cães, mediante a comparação da
administração inalatória convencional com a manutenção intravenosa pautada em taxa
de infusão determinada.
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Histórico
A Anestesiologia moderna teve seu início em 1846, quando William Thomas
Green Morton comprovou publicamente que a inalação do vapor do éter sulfúrico
poderia promover a ausência de sinais de dor a um procedimento cirúrgico.
Anteriormente a essa revelação, outros médicos tinham obtido a narcose com o éter,
como Crawford Long e Smilie, em 1842 e 1844, respectivamente, contudo, sem
divulgação para a comunidade científica. Em 1845, Horace Wells descobriu o poder
anestésico do óxido nitroso, porém, sua demonstração blica foi classificada como
farsa depois que o paciente reagiu ao procedimento cirúrgico ao qual estava sendo
submetido (THORWALD, 2001). Desde então, outros anestésicos inalatórios foram
utilizados, como o clorofórmio (a partir de 1847) e o próprio óxido nitroso, entretanto, o
éter e o ciclopropano (introduzido em 1934) permaneceram como referências por várias
décadas (SAKAI et al., 2005).
Os maiores problemas relacionados a estes fármacos eram a alta incidência de
náusea e vômitos causados pelo éter no período s-anestésico e a excessiva ativação
simpática e arritmias cardíacas ocasionadas pelo ciclopropano. Além disso, os dois
anestésicos eram inflamáveis, o que tornava perigoso o uso em cirurgias prolongadas
(SAKAI et al., 2005). Com isso, as pesquisas subseqüentes tiveram enfoque nos
hidrocarbonetos fluoretados ou alcanos, cujo maior representante, o halotano, teve seu
lançamento em 1957 após ter apresentado resultados mais satisfatórios em relação ao
éter sulfúrico e ao ciclopropano, além de não ser inflamável. Após o halotano, o
interesse foi dirigido aos éteres halogenados com a fabricação e liberação do
metoxifluorano (1960) e enflurano (1973). No entanto, em vista das dificuldades de
síntese e purificação, o isofluorano foi produzido somente em 1965 e apenas liberado
para uso em 1979, nos Estados Unidos. Os primeiros estudos com o isofluorano em
animais e no homem indicaram várias vantagens em relação aos seus antecessores,
como menor solubilidade sangüínea, poucos efeitos na pressão intracraniana e fluxo
sangüíneo cerebral, e menor depressão miocárdica in vivo. Ademais, o isofluorano não
predispunha a convulsões e melhorava o efeito dos bloqueadores neuromusculares
(EGER II, 1984; AMARAL, 2001). Nos dias atuais, estão à disposição mais dois éteres
halogenados, o sevofluorano e o desfluorano (STEFFEY, 1992).
2.2. Isofluorano
2.2.1. Características gerais
O isofluorano é um éter halogenado não-inflamável em concentrações clínicas,
com pressão de vapor de 238 mmHg a 20°C e ponto de ebulição de 48,5°C a 1,0 atm
de pressão. Resistente à decomposição por agentes sicos (raios ultravioleta) e
químicos (cal sodada e álcalis fortes), além de não reagir com metais como o cobre,
dispensa a associação com conservantes como o timol (EGER II, 1984; LUDDERS,
1992).
Este halogenado possui a concentração alveolar mínima (CAM) que varia entre
algumas espécies estudadas, com os valores médios de 1,15% no homem (EGER II,
1984; MCKINNEY et al., 1993), 1,31% em cavalos (GROSENBAUGH e MUIR, 1998),
1,14% a 1,64% em cães (MUTOH et al., 1997; GALLOWAY et al., 2004) e 1,61% a
1,63% em gatos (HIKASA et al., 1996; HODGSON et al., 1998), e deste modo,
apresenta potência intermediária entre o halotano (CAM = 0,75% a 1,19%) e o
sevofluorano (CAM = 1,90% a 2,82%) (EGER II, 1984; MCKINNEY et al., 1993; HIKASA
et al., 1996; MUTOH et al., 1997; GROSENBAUGH e MUIR, 1998; HODGSON et al.,
1998; GALLOWAY et al., 2004).
As velocidades de indução e recuperação dos anestésicos inalatórios são
determinadas principalmente pelos seus coeficientes de partição entre o sangue e o gás
alveolar (Cp
s/g
), quando outros fatores o mantidos estáveis, como bito cardíaco,
fração inspirada, ventilação alveolar e circuito anestésico (JOHNSON et al., 1998;
SAKAI et al., 2005). Como a solubilidade sangüínea do isofluorano é muito baixa (Cp
s/g
= 1,4 a 37°C), ele proporciona indução e recuperação anestésicas mais rápidas do que
o halotano (Cp
s/g
= 2,4) e o enflurano (Cp
s/g
= 1,9), entretanto, é relativamente mais
lento que o sevofluorano (Cp
s/g
= 0,6 a 0,69) e que o desfluorano (Cp
s/g
= 0,42)
(STEFFEY, 1992; MUTOH et al., 1995; AMARAL, 2001).
Em geral, quando se compara o isofluorano ao halotano e sevofluorano, ele
possui vantagem por apresentar várias das características desejáveis de um anestésico
geral inalatório ideal, como: rápido controle de planos anestésicos; produção de
amnésia, miorrelaxamento, inconsciência e analgesia; recuperação de boa qualidade;
custo baixo; relativa estabilidade cardiovascular e biotransformação insignificante
(HASKINS, 1992; LUDDERS, 1992; STEFFEY, 1996; NATALINI e PIRES, 2000; SAKAI
et al., 2005).
2.2.2. Efeitos no sistema circulatório
Os efeitos gerais dos agentes halogenados no sistema circulatório são resultado
da soma e interação de seus efeitos individuais no miocárdio, vasculatura periférica,
barorreceptores e sistema nervoso autônomo (PARK, 2002).
Todos os anestésicos inalatórios diminuem a contratilidade do miocárdio, sendo
o halotano e o enflurano mais depressores do que o isofluorano, sevofluorano ou o
desfluorano em cães, gatos e seres humanos (KLIDE 1976; PAGEL et al., 1991b;
MCKINNEY et al., 1993; HIKASA et al., 1997; MUTOH et al., 1997; HODGSON et al.,
1998; SOUSA et al., 2008). Apesar disso, a diminuição da contratilidade foi similar entre
o halotano, isofluorano e sevofluorano na espécie equina (GROSENBAUGH e MUIR,
1998). O efeito no miocárdio é proveniente do desacoplamento excitação-contração das
miofibrilas, o qual se dá por interferência na dinâmica celular do cálcio em diversas vias,
tais como influxo celular induzido por despolarização, inibição da liberação ou captação
dos sítios de armazenamento (retículo sarcoplasmático), deslocamento do cálcio da
troponina ou liberação de energia para que este cátion promova a contração celular
(EGER II, 1984; AMARAL, 2001; PARK, 2002).
Ainda com relação ao miocárdio, alguns inalatórios podem gerar um aumento de
sua automaticidade e, conseqüentemente, a propagação de impulsos provenientes de
focos ectópicos ventriculares. Eles podem sensibilizar o miocárdio à ação arritmogênica
de catecolaminas endógenas e exógenas, causando extra-sístoles ventriculares em
baixas concentrações, com este efeito mais definido após o emprego dos alcanos,
como o halotano (HIKASA et al., 1997). Em cães, Hayashi et al. (1988) compararam as
doses arritmogênicas da adrenalina do enflurano, sevofluorano e isofluorano, e
concluíram que o último possui a menor capacidade de desencadear arritmias
ventriculares e assim como o desfluorano, proporcionou menos intercorrências quando
confrontado com o sevofluorano (NUNES et al., 2004).
Sobre a vasculatura periférica e sistema nervoso autônomo, o isofluorano, o
sevofluorano e o desfluorano diminuem a pressão arterial de maneira dose-dependente
pelo decréscimo da resistência vascular sistêmica, enquanto o halotano provoca
hipotensão pela diminuição do débito cardíaco. Ainda que a causa da redução da
resistência vascular seja incerta, o efeito direto do fármaco na inervação da musculatura
vascular ou a ampliação da atividade beta-simpática são duas possibilidades prováveis.
A última proposição explicaria a dilatação marcante dos leitos musculares e cardíacos,
mas não elucidaria a dilatação dos vasos renais e cerebrais (EGER II, 1984).
Em pacientes sadios, o isofluorano reduz a pressão arterial e a resistência
periférica, contudo, o débito cardíaco pode permanecer próximo aos valores basais a
a concentração de 2,0 CAM, pois se observa a elevação da freqüência cardíaca em até
20%, o que compensa a diminuição do volume sistólico (PAGEL et al., 1991a;
HODGSON et al., 1998; AMARAL, 2001; PARK, 2002). Entretanto, o débito cardíaco
pode não ser preservado pelo isofluorano em humanos com isquemia de miocárdio
(MERIN, 1988). Duas explicações foram sugeridas em relação a esta resposta da
freqüência cardíaca frente ao isofluorano. A primeira baseia-se no tônus simpático, pois
embora este halogenado deprima tanto a atividade simpática como a parassimpática, o
primeiro sistema tem a sua função mais preservada e evidente. A segunda explicação é
que a diminuição da pressão arterial sistêmica ocasionada pelo isofluorano causa a
estimulação dos barorreceptores e conseqüente aumento da freqüência cardíaca
(EGER II, 1984; HIKASA et al., 1996). Estímulo cardiovascular associado à ativação
simpática também pode ser observado após a indução anestésica rápida com
isofluorano e desfluorano, e em menor magnitude com o sevofluorano, no cão e no
homem. A liberação excessiva de catecolaminas pode acarretar hipertensão arterial e
taquicardia, efeito atribuído à ação irritante destes fármacos sobre as vias reas
(EBERT e MUZI, 1993; YLI-HANKALA et al., 1993; MUTOH et al., 1995).
O sistema de baroreflexo consiste de grupos de receptores de distensão
localizados no arco aórtico e seios carotídeos e é um importante mecanismo de
regulação imediata da pressão arterial, cujo intuito é a manutenção de um fluxo
sangüíneo adequado para os órgãos vitais frente a variações hemodinâmicas
(CUNNINGHAM, 2004). Existem dois componentes principais responsáveis por este
sistema: o mecanismo cardíaco, no qual as alterações pressóricas induzem
modificações na freqüência e débito cardíacos, e o componente vascular, controlado
pelo tônus periférico do sistema nervoso simpático ou pela síntese de óxido nítrico pelo
endotélio vascular (MUZI e EBERT, 1995; PARK, 2002). Esta resposta reflexa dos
barorreceptores está mais suprimida na anestesia com o halotano e enflurano do que
com o isofluorano, sevofluorano e desfluorano, o que explica o fato do halotano causar
mínimas alterações no cronotropismo em resposta à hipotensão. Observa-se ainda
redução progressiva da resposta dos barorreceptores carotídeos a concentrações
crescentes de halotano (a partir de 1,1%), porém, efeitos similares podem surgir na
anestesia com o isofluorano somente em concentrações acima de 2,5% (AMARAL,
2001). Em seres humanos, a sensibilidade dos barorreceptores pode ser reduzida em
50% a 60% com o uso do isofluorano ou sevofluorano e a recuperação pode durar
aproximadamente duas horas durante o período s-anestésico para ambos os
fármacos (MUZI e EBERT, 1995).
O isofluorano também pode exercer efeitos vasodilatadores na circulação
coronariana, todavia, parece que não predispõe a situações de sequestro de fluxo
coronariano e isquemia do miocárdio como se acreditava anteriormente (EGER II, 1984;
PRIEBE, 1989; PAGEL et al., 1991a). O termo “sequestro coronariano” é usado quando
o fluxo sangüíneo é desviado de uma região miocárdica dependente de irrigação
colateral para locais em que a circulação coronariana é considerada normal,
provocando dessa forma o agravamento da hipóxia da rego já prejudicada e levando à
isquemia do músculo cardíaco (PARK, 2002).
Estudos mais recentes indicaram evidências que se opõem ao fenômeno de
sequestro miocárdico. Os halogenados, especialmente o isofluorano, podem exercer o
efeito de pré-condicionamento isquêmico, no qual a ativação ou bloqueio de receptores
ou enzimas miocárdicas, após momentos breves ou prolongados de isquemia, promove
um estado de proteção contra períodos de isquemia e reperfusão subseqüentes
(KERSTEN et al., 1996 e 1997; CHIARI et al., 2004; MINGUET et al., 2007). Este efeito
de pré-condicionamento farmacológico promovido pelo isofluorano foi relatado em
outros órgãos além do coração, como vasos sangüíneos, pulmões, fígado, intestino e
sistema nervoso central (SNC), os quais mostraram maior proteção contra injúrias de
isquemia e reperfusão (MINGUET et al., 2007).
2.2.3. Efeitos no sistema respiratório
Da mesma forma dose-dependente que os agentes inalatórios deprimem o
sistema circulatório, eles o fazem com o sistema respiratório. Em cavalos, cães e seres
humanos, a depressão respiratória induzida pelo isofluorano é comparável à promovida
pelo sevofluorano, as quais são mais pronunciadas que as causadas pelo enflurano ou
pelo halotano (KLIDE 1976; MCKINNEY et al., 1993; MUTOH et al., 1997;
GROSENBAUGH e MUIR, 1998; HODGSON et al., 1998), diferentemente ao que se
nota em gatos, nos quais os graus de hipercapnia e acidose respiratória com o uso do
isofluorano e do sevofluorano são menores do que os causados pelo halotano (HIKASA
et al., 1996 e 1997). Os valores de pH arterial e capnografia podem se manter normais
em cães e gatos submetidos a a 1,5 CAM de isofluorano, porém, hipercapnia e
acidemia surgem em concentrações de 2,0 CAM, especialmente quando a ventilação é
mantida de modo espontâneo. A hipercapnia oriunda da redução da freqüência
respiratória é responsável pela liberação de catecolaminas, que por sua vez, pode estar
relacionada ao estímulo cardiovascular presente na anestesia com este anestésico
(MUTOH et al., 1995 e 1997; HIKASA et al., 1997).
Galloway et al. (2004) definiram o índice anestésico do isofluorano e o
compararam com o alcançado pelo sevofluorano. O índice anestésico é um modo de se
comparar a segurança respiratória dos anestésicos inalatórios e é obtido calculando-se
a relação entre a concentração apnéica (concentração anestésica que cessa a
ventilação espontânea durante 60 segundos) e a CAM. Por conseguinte, estes autores
descreveram que embora os dois fármacos ocasionem depressão respiratória
dependente da dose, o sevofluorano concedeu maior segurança que o isofluorano por
possuir índice anestésico inferior e por levar a menores efeitos deletérios na respiração
em altas concentrações inspiradas.
2.3. O uso intravenoso de anestésicos inalatórios halogenados
2.3.1. Histórico
Os primeiros relatos da aplicação intravenosa de anestésicos inalatórios foram
relacionados a falhas funcionais de vaporizadores, imprudência médica ou suicídios. As
duas primeiras publicações aconteceram em 1965 por Munson, e em 1969 por Kopriva
e Lowenstein, e revelaram que se altos fluxos de oxigênio (O
2
) fossem admitidos em
vaporizadores com o volume máximo de halotano, pequenas gotas do fármaco puro
poderiam adentrar no circuito anestésico e causar sobredose no paciente, sendo
potencialmente fatal (KOPRIVA e LOWENSTEIN, 1969).
O primeiro óbito determinado pela administração intravenosa de halogenado
ocorreu por edema pulmonar induzido pela injeção de halotano puro. Na tentativa de se
limpar a linha de infusão intravenosa, o frasco no qual se retirou o líquido aplicado em
bolus foi erroneamente rotulado como solução fisiológica estéril, enquanto este possuía
o anestésico (SANDISON et al., 1970). Em 1971, Sutton et al. reportaram outro episódio
de erro médico em que a aplicação intravenosa de halotano resultou em hipóxia e
insuficiência respiratória ocasionadas por edema pulmonar e insuficiência cardíaca,
porém, a recuperação sobreveio após terapia intensiva.
Dois casos de suicídio foram tamm descritos entre os acidentes gerados a
partir da aplicação intravenosa de halotano puro. O exame necroscópico revelou que os
óbitos foram causados por edema pulmonar agudo e hemorragia alveolar provenientes
de vasculite provocada pelo halotano (BERMAN e TATTERSALL, 1982; DWYER e
COPPEL, 1989).
A explicação da fisiopatogenia das lesões oriundas da injeção intravascular de
halotano puro foi sugerida por Sandison et al. (1970), após exames histológicos de cães
submetidos a vários volumes do anestésico por via intravenosa. Em decorrência da
solubilidade deste anestésico na água e no sangue ser baixa, quando certa quantidade
é colocada diretamente na corrente circulatória não há a dissolução adequada no
momento da sua primeira passagem pelos capilares pulmonares. Dessa maneira, estes
vasos ficam expostos a altas quantias do halogenado puro em sua forma líquida, o que
causa efeitos tóxicos na membrana endotelial que leva a aumentos de permeabilidade e
destruição celular.
No entanto, controvérsias em torno da fisiopatogenia surgiram em outras
publicações. Stemp (1990) afirmou que o edema pulmonar pode resultar em
vasoconstrição hipóxica seguida de hiperteno pulmonar. Gould (1995) mencionou a
hipótese de que, quando o halotano é injetado no sangue, a temperatura corpórea faz
com que haja a formação abrupta de grande quantidade de halogenado em forma
gasosa, promovendo embolia pulmonar fatal. No entanto, contra esta afirmação, Eger
(1995) afirmou que a embolia gasosa não poderia ser possível, uma vez que o ponto de
ebulição do halotano (50,2°C) é superior à temperatura corporal.
Kawamoto et al. (1992) estudaram os efeitos da aplicação do halotano por esta
via em cães e concluíram que o edema pulmonar foi suscitado por danos diretos à
vasculatura dos pulmões, e que a vasoconstrição pulmonar e o aumento da pré-carga
cardíaca esquerda (disfunção sistólica esquerda) são menos importantes em sua
fisiopatogenia.
2.3.2. Halogenados em emulsão lipídica
Em 1982, Biber e colaboradores demonstraram com sucesso a primeira
administração intravenosa de halotano sem a ocorrência de óbito em gatos
anestesiados com hidrato de cloral. Estes autores, com base na lipossolubilidade do
halotano, idealizaram uma formulação do halogenado em emulsão, por meio da mistura
de 2,0 ml do anestésico puro em 18,0 ml de emulsão lipídica a 20% utilizada para
nutrição parenteral, o Intralipid
®
, cuja formulação consta de óleo de soja, lecitina de ovo,
glicerol e água. Assim, a partir da injeção desta nova apresentação do anestésico,
descreveram que a eliminação do agente acontecia pelos pulmões, contudo, os efeitos
colaterais deste protocolo não foram avaliados.
Pesquisas posteriores foram realizadas com a indução e a manutenção de
anestesia intravenosa com halotano ou isofluorano em emulsão lipídica, no intuito de se
avaliar os efeitos fisiológicos em ratos (JOHANNESSON et al., 1984; EGER e
MACLEOD, 1995; ZHOU et al., 2006), cães (BIBER et al., 1984; YANG et al., 2006),
suínos (MUSSER et al., 1999; MATHIAS et al., 2004) e camundongos (SILVA, 2006),
assim como os efeitos tóxicos (BIBER et al., 1984; JOHANNESSON et al., 1984) e
determinação de doses efetiva e letal (EGER e MACLEOD, 1995; MUSSER et al., 1999;
SILVA, 2006; YANG et al., 2006; ZHOU et al., 2006).
Os resultados dos ensaios que avaliaram os efeitos fisiológicos desta nova forma
de manutenção de anestesia por halogenados em animais revelaram que esses eram
semelhantes aos já relatados após a administração pela via inalatória. Diminuições
dose-dependentes da pressão arterial, débito cardíaco, volume sistólico e contratilidade
cardíaca foram citados em cães, ratos, suínos e camundongos (BIBER et al., 1984;
JOHANNESSON et al., 1984; MUSSER et al., 1999; SILVA, 2006), ao passo que
estabilidade cardiorrespiratória foi reportada em suínos submetidos a procedimento
cirúrgico (MATHIAS et al., 2004). Reações adversas como dor no local de aplicação e
agitação durante a indução anestésica (JOHANNESSON et al., 1984; CASCORBI,
1999), bem como induções suaves sem evincias de dor à injeção ou excitação
(EGER e MACLEOD, 1995; SILVA, 2006; YANG et al., 2006; ZHOU et al., 2006) foram
descritas com o halotano e com o isofluorano em emulsão, respectivamente.
Em relação à determinação da dose efetiva, foi observado que os valores da
CAM foram menores em infusões lipídicas, quando comparadas à administração por via
inalatória, tanto para o halotano a 5% quanto para o isofluorano a 8% (MUSSER et al.,
1999; YANG et al., 2006). Isso foi explicado pelo fato de os lipídeos contidos na
emulsão aumentarem a solubilidade sangüínea dos agentes halogenados,
determinando maior concentração do anestésico no sangue e dificultando sua
eliminação pelos pulmões (MUSSER et al., 1999; YANG et al., 2006; ZHOU et al.,
2006).
Yang et al. (2006) relataram que embora a CAM do isofluorano seja diferente
entre as duas vias de administração, pode haver similaridade das pressões parciais
arteriais e venosas mínimas. Este achado indicou que pressões parciais cerebrais
equivalentes existiram nas concentrações alveolares de 1,0 CAM e, portanto, o mesmo
plano anestésico foi alcançado nas duas modalidades anestésicas. Esses autores
tamm obtiveram boa correlação linear entre as pressões parciais arteriais e a
concentração expirada do isofluorano durante a manutenção intravenosa, e concluíram
que a profundidade da anestesia pode ser controlada pelo ajuste da taxa de infusão do
fármaco.
O isofluorano em emulsão lipídica promoveu proteção do miocárdio contra infarto
após oclusão e reperfusão coronária (pré-condicionamento isquêmico farmacogico) da
mesma maneira que a descrita para a administração inalatória, porém, as doses
empregadas foram menores que 1,0 CAM, o que levou à conclusão de que os
halogenados emulsificados produzem cardioproteção sem alterações na consciência ou
na hemodinâmica (CHIARI et al., 2004).
um consenso na importância da composição e estabilidade da formulação
entre todos os trabalhos sobre o uso intravenoso de halogenados emulsificados quando
a discussão tem ênfase na segurança deste tipo de anestesia. Preparações com
emulsões lipídicas não permitem que o halogenado cause danos à vasculatura
pulmonar, pois a emulsificação do agente volátil forma micelas ao redor de micro-bolhas
do fármaco líquido, aumenta sua solubilidade sangüínea e, concomitantemente, reduz a
sua concentração nos locais onde poderia causar danos xicos diretos, como nos
vasos pulmonares (BIBER et al., 1984; JOHANNESSON et al., 1984; KAWAMOTO et
al., 1992; EGER, 1995; EGER e MACLEOD, 1995; MUSSER et al., 1999; SILVA, 2006).
Trabalhos recentes comprovaram a segurança da emulsão lipídica de isofluorano
em ratos, comparando-a à anestesia com propofol (ZHOU et al., 2006) e em
camundongos, com associação ou não do fentanil (SILVA, 2006). A margem de
segurança da emulsão lipídica foi de 3,08 e 3,2 contra 3,16 do propofol, o que ratificou
estudo toxicológico anterior, no qual foi estabelecido o índice terapêutico de 3,2 para a
anestesia com isofluorano emulsificado (EGER e MACLEOD, 1995). A recuperação
anestésica tamm foi comparada entre as emulsões de propofol e isofluorano, e um
retorno melhor e mais rápido foi evidenciado após a anestesia com o isofluorano (ZHOU
et al., 2006).
Enfim, a quantidade de anestésico volátil presente na emulsão lipídica tamm é
importante, como concluíram Zhou et al. (2006). Estes pesquisadores afirmaram que a
concentração máxima de isofluorano em emulsão lipídica a 20% e 30% encontra-se em
torno de 5,64% e 8,24% vol/vol, isto é, o volume máximo de isofluorano puro que
poderia ser dissolvido em 100 mL de lipídeo a 20% e a 30% é de 5,64mL e 8,24 mL,
respectivamente. Quantidades maiores ultrapassam a concentração saturada, que
representa o volume máximo de anestésico que pode ser dissolvido em um solvente
sem a separação do fármaco em sua forma líquida pura. A separação de halogenado
líquido da emulsão pode resultar na injeção da sua forma pura na corrente circulatória e
nos problemas conseqüentes relacionados a esta aplicação equivocada.
3. MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo foi submetido à aprovação da Comissão de Ética e Bem Estar
Animal (CEBEA) da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias de Jaboticabal,
Universidade Estadual Paulista (FCAV/UNESP Jaboticabal), sob protocolo nº 022506-
07.
3.1. Determinação da taxa de infusão intravenosa de isofluorano em emulsão
lipídica
3.1.1. Animais
Inicialmente foi realizada a determinação da taxa de infusão intravenosa que
estabelecesse um plano de anestesia cirúrgica em cães, para posterior avaliação de
seus efeitos hemodinâmicos e respiratórios. Para tanto, foram utilizados seis es,
adultos e castrados, machos (n=3) e fêmeas (n=3), com massa corpórea entre 14,8 e
18,6 kg (16,48 ± 1,56 kg) e considerados gidos após exames físicos, laboratoriais e
eletrocardiográficos. Os animais foram vacinados e vermifugados e permaneceram
durante três meses em regime de alimentação com ração comercializada
1
fornecida
duas vezes ao dia, além de água à vontade, nos canis experimentais da FCAV/UNESP
– Jaboticabal.
3.1.2. Preparo dos animais
O jejum pré-anestésico consistiu em um período de 12 horas para alimentos
sólidos, porém, livre acesso à água foi permitido aos cães. Anteriormente à indução
anestésica, os animais foram tricotomizados em suas regiões frontal e zigomática para
1
Ração Herói Adultos Carne 25 kg – Guabi Nutrição Animal – Campinas, SP
posterior colocação dos eletrodos de mensuração do índice biespectral (BIS)
2
,
conforme descrito por Guerrero e Nunes (2003) (Figura 1). A pele da região sobre a
veia cefálica tamm foi igualmente preparada para a colocação de cateter vascular
22G
3
.
A indução anestésica foi realizada com isofluorano
4
em O
2
a 100% fornecido por
meio de máscara facial, na concentração de 5%, com o auxílio de aparelho de
anestesia inalatória
5
com vaporizador calibrado
6
e monitor multiparamétrico
7
dotado de
analisador de gases expirados. Ato contínuo, procedeu-se a intubação orotraqueal com
sonda de Murphy de diâmetro adequado ao porte de cada animal, a qual foi conectada
ao mesmo aparelho de anestesia inalatória, cujo filtro valvular foi adaptado para a
reinalação mínima de gases, conseguida pela regulagem do fluxo de O
2
em duas vezes
o volume minuto de cada animal e abertura da válvula de escape.
Figura 1. Imagem fotográfica que ilustra o posicionamento dos sensores de
aferição do índice biespectral em cão anestesiado com isofluorano
– FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
2
BIS Quatro – Aspect Medical Systems Inc. – Norwood, MA, EUA
3
Cateter intravascular periférico Jelco 22 G – Johnson e Johnson Ltda. – São José dos Campos, SP
4
Isoforine – Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda. – Itapira, SP
5
Excel 210 SE – Datex OhmedaMiami, FL, EUA
6
Isotec 5 – Datex Ohmeda – Miami, FL, EUA
7
DX 2010 LCD – Dixtal Biomédica Indústria e Comércio Ltda. – São Paulo, SP
3.1.3. Manutenção anestésica
Nesta fase experimental, o plano de anestesia cirúrgica foi definido com o auxílio
do monitor de BIS
8
, cujos valores médios entre 55 e 65 foram estabelecidos como
ideais para a caracterização desse plano anestésico, de acordo com Guerrero (2003).
Os valores do índice foram considerados válidos quando acompanhados de qualidade
de sinal acima de 98, taxa de supressão próxima a zero e eletromiografia abaixo de 35.
A leitura do BIS e dos parâmetros relativos à sua validação foi realizada na tela do
equipamento (Figura 2).
Antes do início da infusão intravenosa do isofluorano, os animais foram mantidos
em anestesia inalatória com o mesmo agente com o intuito de estabilização do plano de
anestesia geral. Desse modo, quando os valores de BIS médio alcançavam a faixa
entre 55 e 65, instituía-se o período de 15 minutos naquela concentração anestésica
expirada, estabelecendo-se assim, o chamado estado de equilíbrio steady-statedo
anestésico inalatório (EGER II et al., 1965; QUASHA et al., 1980).
Constituído o plano anestésico desejado, interrompia-se a manutenção
anestésica pela via inalatória e iniciava-se a administração intravenosa do isofluorano a
10% em emulsão
9
, por meio de bomba de infusão peristáltica circular
10
. A taxa de
infusão (mL/h) foi regulada sempre que necessário, com o objetivo da manutenção do
BIS médio entre os valores pré-definidos. No caso de alteração da taxa, o período de 15
minutos entre os ajustes na bomba de infusão e o estabelecimento dos valores ideais
do BIS foi respeitado.
O isofluorano em emulsão foi cedido pela Cristália Produtos Químicos
Farmacêuticos. A concentração utilizada foi de 10% vol/vol, ou seja, para cada 90 mL
do veículo de emulsão lipídica foram adicionados 10 mL de isofluorano líquido com grau
de pureza de 99,9%. O anestésico foi acondicionado em frascos de 10 mL, os quais
permaneceram sob refrigeração à temperatura média de 4,0°C até o momento da
8
BIS XP – Aspect Medical Systems Inc. – Norwood, MA, EUA
9
Isofluorano Microemulsão Injetável a 10%, lotes 013/08 e 043/08 – Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos
Ltda. – Itapira, SP
10
FARS 600 – Lifemed – São Paulo, SP
administração intravenosa. Anteriormente às infusões, a emulsão do halogenado era
levemente agitada e transferida para um frasco vazio ao qual foi inserido o equipo da
bomba peristáltica. Durante a manutenção anestésica o frasco que continha o
isofluorano em emulsão foi agitado periodicamente.
Figura 2. Imagem fotográfica da tela do monitor de aferição do índice
biespectral de cão anestesiado com isofluorano. Notar os
parâmetros de validação dos valores de BIS (seta)
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
No período de determinação da taxa de infusão, todos os animais foram
submetidos à ventilação mecânica
11
com pressão sustentada de 10 cmH
2
O e pressão
de pico de 20 cmH
2
O. A freqüência respiratória foi mantida entre 10 e 20 mpm e o
volume corrente entre 10 e 20 mL/kg, ajustando-se o ventilador de modo a conservar a
capnografia entre 35 e 45 mmHg, mensurada com monitor de perfil respiratório
12
.
Ademais, os cães permaneceram em decúbito lateral sobre colchão térmico ativo
13
para
a manutenção da temperatura corpórea dentro dos limites fisiológicos.
11
Ventilator 7800Datex Ohmeda – Miami, FL, EUA
12
CO
2
SMO DX 8100 – Dixtal Biomédica Indústria e Comércio Ltda. – São Paulo, SP
13
TP 500 – Gaymar – Londres, Inglaterra
Cada animal permaneceu sob anestesia por aproximadamente 60 minutos, e ao
fim desse período, a manutenção anestésica foi interrompida e os animais foram
observados durante a recuperação quanto a quaisquer alterações comportamentais ou
reações adversas.
3.1.4. Variáveis mensuradas
Durante a manutenção anestésica por infusão intravenosa, as seguintes
variáveis foram registradas em intervalos regulares de dez minutos:
Concentração expirada de isofluorano (ETiso, em %): a concentração do
halogenado ao final da expiração foi medida por meio do analisador de
gases do monitor multiparamétrico, cujo sensor sidestreamfoi adaptado
à extremidade distal da sonda orotraqueal (Figura 3);
Concentração expirada de gás carbônico (ETCO
2
, em mmHg): a
capnografia foi analisada por monitor de perfil respiratório, cujo sensor do
tipo mainstreamfoi acoplado em série com o sensor do analisador de
gases anestésicos (Figura 3);
Taxa de infusão do isofluorano (mL/kg/h): foram anotados os valores, em
mL/h, referentes às taxas que mantiveram o BIS entre 55 e 65. Ao final, a
unidade foi convertida em mL/kg/h, dividindo-se os valores em mL/h pela
massa corpórea do animal, em kg.
3.1.5. Análise estatística
Os dados obtidos pela mensuração das variáveis supracitadas foram submetidos
a análises descritivas, de regressão linear e de correlação de Pearson
14
. Por meio da
relação entre as taxas de infusão e seus respectivos valores de BIS médio, construiu-se
gráfico dose-efeito, e determinou-se a taxa de infusão para a segunda fase
experimental. Análises por regressão linear foram executadas relacionando-se taxa de
14
SPSS version 15.0 for Windows – SPSS – Chicago, IL, EUA
infusão x ETiso e ETiso x BIS médio. As diferenças foram consideradas significativas
quando p ≤ 0,05 (MONTIANI-FERREIRA et al., 2004).
Figura 3. Imagem fotográfica que ilustra o posicionamento dos sensores do
analisador de gases anestésicos (a) e da capnografia (b), além do
colchão térmico (c) em cão anestesiado com isofluorano
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
a
b
c
3.2. Efeitos da infusão intravenosa de isofluorano nas variáveis fisiológicas em
cães
3.2.1. Animais
Posteriormente à determinação da taxa de infusão intravenosa necessária para a
manutenção de plano de anestesia cirúrgica em cães, os seus efeitos nas variáveis
hemodinâmicas e respiratórias foram avaliados. Para isso, mais dois cães (um macho e
uma mea) foram adicionados ao grupo pré-existente, obtendo-se nos oito indivíduos,
a massa corpórea média de 16,12 ± 1,34 kg. Nesta fase, cada animal foi utilizado por
duas vezes, em dois protocolos experimentais distintos. Assim sendo, o intervalo
mínimo de uma semana foi estabelecido entre os procedimentos anestésicos.
3.2.2. Preparo dos animais
Os cães foram colocados em jejum sólido durante as 12 horas que precederam
esta fase experimental. Antes da administração do isofluorano na taxa de infusão pré-
determinada, a região da veia cefálica foi preparada para a introdução e fixação de
cateter intravascular para a indução anestésica com propofol a 1%
15
(10 mg/kg, IV) e
posterior administração de fluidos. Ato contínuo, os animais foram submetidos à
intubação orotraqueal com sonda de Murphy de diâmetro adequado ao porte do animal,
a qual foi conectada ao aparelho de anestesia inalatória para a manutenção com
isofluorano diluído em O
2
a 100%. Empregou-se circuito anestésico com reinalação
parcial de gases, com fluxo de 60 mL/kg/minuto de O
2
, em ventilação espontânea.
A colocação dos eletrodos para aferição do BIS foi executada de modo similar à
primeira fase experimental, e eletrodos de eletrocardiógrafo
16
foram posicionados para
a monitoração da freqüência e ritmo cardíacos na derivação II. Os sensores de
captação das frações expiradas de isofluorano e CO
2
foram conectados em série na
extremidade distal da sonda orotraqueal. Para a aferição da pressão arterial e colheita
15
Propovan 1% – Cristália Produtos Químicos Farmauticos Ltda. – Itapira, SP
16
TEB – C10 – Tecnologia Eletrônica Brasileira Ltda. – São Paulo, SP
de amostras sangüíneas arteriais para análise hemogasométrica, inseriu-se um cateter
intravascular 22G na artéria podal dos cães. Durante esta fase experimental, os animais
tamm permaneceram em decúbito lateral sobre colchão térmico ativo, para a
manutenção da temperatura corpórea dentro dos limites fisiológicos.
A seguir, foi realizada a preparação cirúrgica e dissecção romba da região
inguinal para a localização e isolamento da veia femoral, na qual foi inserido um cateter
de Swan-Ganz
17
, cuja extremidade distal foi introduzida e mantida na luz da artéria
pulmonar, mediante a observação dos valores e formas das ondas de pressão na tela
do monitor multiparamétrico
7
(Figura 4).
Figura 4. Imagem fotográfica da tela do monitor utilizado para a
mensuração das variáveis e auxílio na correta colocação
do cateter de Swan-Ganz. Notar as ondas e os valores
típicos de pressão de artéria pulmonar (seta e círculo)
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
17
Cateter pediátrico Swan-Ganz 132-F5 – Edwards Lifesciences Corp.– Irvine, CA, EUA
3.2.3. Delineamento experimental
Após a preparação do animal, o plano de anestesia cirúrgica foi obtido pela
manutenção dos valores de BIS médio entre 55 e 65 por meio de ajustes no
vaporizador. Assim que o plano anestésico desejado era alcançado, aguardava-se o
tempo de estabilização de 15 minutos, e a partir desse período, executava-se a primeira
mensuração das variáveis fisiológicas (M0). Em seguida ao registro dos valores basais,
para a avaliação dos efeitos da anestesia sobre as variáveis fisiológicas, três grupos
experimentais foram estabelecidos:
Grupo IV isofluorano intravenoso (n=8): infusão intravenosa de isofluorano a
10% em emulsão lipídica por meio de bomba de infusão peristáltica circular. Ao mesmo
tempo em que a administração intravenosa foi iniciada, interrompeu-se a manutenção
por via inalatória.
Grupo E – emulsão intravenosa (n=4): infusão de emulsão lipídica
18
sem o
isofluorano por meio de bomba de infusão peristáltica circular. Nesse grupo, a
manutenção anestésica por via inalatória não foi interrompida.
Grupo IN isofluorano inalatório (n=4): infusão de solução fisiológica a 0,9%
19
por meio de bomba de infusão peristáltica circular. Nesse grupo, a manutenção
anestésica por via inalatória não foi interrompida.
Os animais utilizados no grupo IV foram divididos entre os grupos E e IN, de
forma que os procedimentos anestésicos em um mesmo cão foram realizados após
uma semana de intervalo.
A taxa de infusão utilizada nos três grupos foi de 6,99 mL/kg/h, e
independentemente do grupo avaliado, o plano anestésico sempre foi conservado de
maneira a se obter valores do BIS médio entre 55 e 65, o que foi conseguido por
ajustes no vaporizador ou bomba de infusão conforme necessidade.
Nos três grupos, as variáveis de interesse foram continuamente monitoradas,
porém, registradas a cada dez minutos após o início das infusões intravenosas, durante
18
Microemulsão Lipídica Placebo, lote 015/08 – Cristália Produtos Químicos Farmauticos Ltda. – Itapira, SP
19
Solução fisiológica a 0,9% – Laboratório Sanobiol Ltda. – São Paulo, SP
um intervalo de 60 minutos (Figura 5). Ao final do período de avaliação, a infusão
intravenosa e a manutenção anestésica foram descontinuadas e a recuperação de cada
animal foi observada até o reaparecimento do reflexo de deglutição, anotando-se
qualquer reação adversa.
Figura 5. Representação esquemática dos momentos de preparação prévia e mensuração
das variáveis após infusões intravenosas de isofluorano, emulsão ou solução fisiológica
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
3.2.4. Variáveis mensuradas e calculadas
3.2.4.1. Variáveis relacionadas à manutenção da anestesia
Concentração expirada de isofluorano (ETiso, em %): esta variável foi
monitorada durante toda manutenção anestésica de maneira similar à
descrita na primeira fase experimental;
Concentração inspirada de isofluorano (INSiso, em %): para esta
avaliação, usou-se o mesmo equipamento e técnica de colheita descritos
para a ETiso;
Taxas de infusão (mL/kg/h): os valores foram registrados e convertidos da
mesma forma ao descrito na primeira fase experimental.
M30
M 45:
indução
anestésica
estabilização do
plano de anestesia
preparo dos
animais
período de mensuração, com registros das varveis a cada 10 minutos
M
15
M0:
início
das
infusões
M10
M20
M40
M50
M60:
fim das
infusões
3.2.4.2. Variáveis relacionadas à avaliação hemodinâmica
Freqüência cardíaca (FC, em bat/min): variável obtida com o uso de
aparelho de eletrocardiografia, em derivação bipolar II, à velocidade de 50
mm/s;
Pressões arteriais sistólica, média e diastólica (PAS, PAM e PAD, em
mmHg): aferidas continuamente por método invasivo com o uso de
monitor multiparamétrico, cujo transdutor foi posicionado e calibrado à
altura estimada do coração dos animais e conectado ao cateter intra-
arterial;
Pressão venosa central (PVC, em cmH
2
O): registrada com o monitor
multiparamétrico, cujo transdutor de pressão foi adaptado à via proximal
do cateter de Swan-Ganz destinada à administração de solução fisiológica
resfriada na veia cava caudal ou átrio direito. Os valores, em mmHg, foram
convertidos em cmH
2
O pelo cálculo:
PVC (cmH
2
O) = PVC (mmHg) x 1,36 (MASSONE, 2008);
Pressão média da artéria pulmonar (PAPm, em mmHg) e pressão de
capilar pulmonar (PCP, em mmHg): A PAPm foi mensurada por meio do
cateter de Swan-Ganz, cuja via da abertura distal foi encaixada no
transdutor de pressão do aparelho multiparamétrico. Esta via também foi
empregada para a obtenção da PCP, após a insuflação do balão do
cateter com 0,7 mL de ar;
Débito cardíaco (DC, em L/min): variável mensurada pela técnica de
termodiluição, por meio da injeção de 3,0 mL de solução fisiológica
resfriada (0 a 3,0°C) na via proximal do cateter de Swan-Ganz, cuja
abertura estava situada na veia cava caudal ou átrio direito. A extremidade
interna da via do termistor do cateter foi alojada na luz da artéria pulmonar
e a externa foi ligada ao monitor multiparamétrico, que forneceu o valor
médio das medições calculadas após três injeções sucessivas.
Índice cardíaco (IC, em L/min/m
2
): variável calculada pela divisão do valor
de DC (L/min) pela área de superfície corpórea (ASC), em m
2
, a qual foi
estimada em função da massa corporal dos cães (HASKINS et al., 2005):
ASC = (10,1 x kg
0,67
) / 100
IC = DC / ASC
Índice sistólico (IS, em mL/min/m
2
): calculado a partir da relação entre IC e
FC (HASKINS et al., 2005):
IS = IC / FC
Índice da resistência vascular sistêmica (IRVS, em dina.seg/cm
5
.m
2
):
calculado pela relação entre PAM, PVC e IC (HASKINS et al., 2005):
IRVS = (PAM - PVC) x 79,92 / IC
Índice da resistência vascular pulmonar (IRVP, em dina.seg/cm
5
.m
2
):
definida por meio da relação entre PAPm, PCP e IC (HASKINS et al.,
2005):
IRVP = (PAPm - PCP) x 79,92 / IC
Índices dos trabalhos sistólicos ventriculares direito e esquerdo (ITVD e
ITVE, em g.min/m
2
): resultado da relação entre PAM, PAPm e IS
(HASKINS et al., 2005):
ITVD = IS x PAPm x 0,0144
ITVE = IS x PAM x 0,0144
Temperatura corpórea (T, em
o
C): variável mensurada por aparelho
multiparamétrico, ao qual foi conectada a via do termistor do cateter de
Swan-Ganz.
3.2.4.3. Variáveis relacionadas à avaliação respiratória
Freqüência respiratória (f, em mov/min): obtida com o auxílio de monitor
de perfil respiratório, o qual teve seu sensor encaixado ao do analisador
de gases, como já descrito;
Volume minuto (Vm, em L): mensurado pela mesma técnica utilizada para
a f;
Parâmetros hemogasométricos: para análise dessas variáveis, o cateter
de artéria pulmonar e o cateter arterial periférico foram usados para
colheitas simultâneas de amostras heparinizadas de sangue venoso misto
e arterial, respectivamente, com os seguintes cuidados: retirada de
qualquer bolha de ar do interior das seringas, as quais foram seladas com
material apropriado, conservação das seringas sob refrigeração (0 a
3,0°C) por no máximo 30 minutos e ajuste das temperaturas das amostras
no hemogasômetro
20
de acordo com a temperatura corpórea central no
momento da colheita. Analisou-se: pH arterial, saturações arterial e
venosa mista da oxihemoglobina (SaO
2
e SvO
2
, em %), pressões parciais
arterial e venosa mista de O
2
(PaO
2
e PvO
2
, em mmHg), pressão parcial
arterial de CO
2
(PaCO
2
, em mmHg) e concentração arterial de bicarbonato
(HCO
3
-
, em mmol/L);
Pressão parcial alveolar de O
2
(P
A
O
2
, em mmHg): a P
A
O
2
foi calculada
pela equação do gás alveolar (HASKINS et al., 2005):
P
A
O
2
= [FiO
2
x (Pb - 50)] - (PaCO
2
/ 0,9), em que FiO
2
é a fração inspirada
de O
2
, e Pb é a pressão barométrica ambiente.
Mistura arteriovenosa (Qs/Qt, em %): calculada a partir dos seguintes
parâmetros e fórmulas (HASKINS et al., 2005):
(CcO
2
- CaO
2
) / (CcO
2
- CvO
2
) x 100, em que:
CaO
2
= (1,34 x Hba x SaO
2
) + (0,003 x PaO
2
)
CvO
2
= (1,34 x Hbv x SvO
2
) + (0,003 x PvO
2
)
CcO
2
= (1,34 x Hba x SaO
2
) + (0,003 x P
A
O
2
)
20
OMNI C – Roche Diagnostics GmbH – Mannhein, Alemanha
3.2.5. Análise estatística
Os dados obtidos pela mensuração e cálculo das variáveis foram submetidos a
análises estatísticas, sendo as diferenças consideradas significativas quando p 0,05
(MONTIANI-FERREIRA et al., 2004).
Na detecção de diferenças entre os grupos, utilizou-se análise de variância
unidirecional seguida de teste de comparação de médias de Tukey para os dados com
distribuição normal e análise de escores de Kruskal-Wallis para os dados sem
distribuição normal. Dentro dos diferentes grupos, para a comparação entre os
momentos ao longo do tempo, empregou-se a análise de variância unidirecional para
medidas repetidas seguida de teste de comparação de médias de Tukey, quando os
dados tinham distribuição normal e análise de variância bidirecional de Friedman
seguida de teste de Dunn, quando não possuíam distribuição normal.
4. RESULTADOS
4.1. Determinação da taxa de infusão intravenosa de isofluorano em emulsão
lipídica
Os dados relativos às variáveis mensuradas estão representados na forma de
médias e desvios-padrão (Tabela 1).
Todos os animais mostraram plano estável de anestesia com valores de BIS
médio na faixa de 55,26 ± 2,30 e, com isso, poucas alterações foram necessárias na
bomba de infusão durante o período de observação.
Tabela 1. Valores das médias, desvios padrão e coeficientes de variação das variáveis mensuradas
em seis cães durante anestesia para a determinação de taxa de infusão intravenosa de
isofluorano. FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Variáveis Médias Desvios-padrão Coeficiente de variação
Taxa (ml/kg/h) 6,99 0,02 0,34
BIS 55,26 2,30 4,16
ETiso (%) 1,81 0,21 11,60
ETCO
2
(mmHg) 40,75 2,47 6,06
Com base nas análises descritivas e de regressão linear entre as taxas de
infusão intravenosa e os valores de BIS médio, foi estabelecida a linha de tendência e
um gráfico dose-efeito, além de determinada a taxa de infusão de 6,99 ± 0,02 mL/kg/h
(6,96 a 7,02 mL/kg/h), a qual foi utilizada para a segunda parte experimental (Figura 6 e
Tabela 1).
A taxa de infusão revelou correlações negativa com o BIS e positiva com o
ETiso. Portanto, o plano anestésico aprofundou e a fração expirada de isofluorano
aumentou com a elevação da taxa de infusão (Figuras 6 e 7 e Tabela 2). Ademais, as
análises de regressão e correlação indicaram que o BIS e o ETiso o inversamente
relacionados, ou seja, maiores concentrações expiradas de isofluorano proporcionaram
planos de anestesia mais profundos (Figura 8 e Tabela 2). Os coeficientes de
correlação estão dispostos na Tabela 2.
taxa de infusão (ml/kg/h)
0,00 6,96 6,97 6,98 6,99 7,00 7,01 7,02 7,03
BIS
0
30
40
50
60
70
80
90
100
y = - 86,2247x + 658,2896
R² = 0,8145
Figura 6. Representação gráfica da regressão linear obtida a partir das taxas
de infusão intravenosa de isofluorano e valores correspondentes de
índice biespectral médio (BIS) característicos de plano de anestesia
cirúrgica em cães. FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
taxa de infusão (ml/kg/h)
0,00 6,96 6,97 6,98 6,99 7,00 7,01 7,02 7,03
ETiso (%)
0,0
1,2
1,4
1,6
1,8
2,0
2,2
2,4
2,6
2,8
y = 8,2849x - 56,1271
R² = 0,8639
Figura 7. Representação gráfica da regressão linear obtida a partir das taxas
de infusão intravenosa de isofluorano e valores correspondentes da
fração expirada de isofluorano (ETiso) em cães. FCAV/UNESP
Jaboticabal, 2008.
ETiso (%)
0,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0 2,2 2,4 2,6 2,8
BIS
0
30
40
50
60
70
80
90
100
y = - 10,2202x + 73,8071
R² = 0,9092
Figura 8. Representação gráfica da regressão linear obtida a partir da
fração expirada de isofluorano (ETiso) e valores
correspondentes de índice biespectral médio (BIS) em cães.
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Tabela 2. Valores dos coeficientes de correlação entre as variáveis mensuradas em seis
cães durante anestesia para a determinação de taxa de infusão intravenosa
de isofluorano. FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008.
Variáveis Taxa
BIS
ETiso
ETCO
2
Taxa (ml/kg/h) 1
-0,903*
0,929*
0,719*
BIS -0,903*
1
-0,954*
-0,827*
ETiso (%) 0,929*
-0,954*
1
0,891*
ETCO
2
(mmHg) 0,719*
-0,827*
0,891*
1
* Correlação de Pearson é significativa em nível de 0,01%.
No período de recuperação anestésica todos os animais readquiriram o reflexo
de deglutição em tempo inferior a dez minutos.
Dois cães apresentaram mito durante a fase de retorno da anestesia,
aproximadamente cinco minutos após a extubação.
4.2. Efeitos da infusão intravenosa de isofluorano nas variáveis fisiológicas em
cães
4.2.1. Variáveis relacionadas à manutenção da anestesia
Concentração expirada de isofluorano (ETiso)
As análises desta variável evidenciaram que o grupo IV apresentou menores
valores de ETiso a partir de M10, quando comparado ao M0. Não houve diferenças
entre os grupos quando confrontados entre si (Tabela 3 e Figura 9).
Concentração inspirada de isofluorano (INSiso)
Os achados relativos ao INSiso mostraram diferenças significativas no grupo IV
em relação ao M0 a partir de M10, e em relação aos outros grupos em todos os
momentos de aferição a partir de M10 (Tabela 4 e Figura 10).
Taxa de infusão intravenosa
Os grupos E e IN não revelaram alterações na taxa de infusão intravenosa
durante o período experimental, fato que não ocorreu no grupo IV, no qual se
observaram diferenças significativas em todos os momentos quando comparados à taxa
inicial (Tabela 5 e Figura 11).
Tabela 3. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da concentração expirada de isofluorano (%)
observada em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano
intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP
Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
1,81
1,39* 1,29* 1,38* 1,43* 1,30* 1,35*
(n=8)
s 0,37 0,29 0,24 0,40 0,24 0,20 0,13
E
X
1,95 2,03 2,00 2,15 2,23 2,13 1,95
(n=4)
s 0,37 0,29 0,22 0,19 0,48 0,69 0,84
IN
X
1,83 1,90 1,78 1,90 1,93 2,00 2,08
(n=4)
s 0,43 0,32 0,24 0,48 0,60 0,62 0,69
* - diferença significativa quando comparado ao M0. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
ETiso (%)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
*
*
*
*
Figura 9. Representação gráfica dos valores das médias da concentração
expirada de isofluorano (ETiso) observada em cães submetidos à
anestesia geral com isofluorano, nos três diferentes grupos
experimentais. FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença
significativa quando comparado ao M0. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tabela 4. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da concentração inspirada de isofluorano (%)
observada em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano
intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP
Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
2,11
0,73*
+#
0,74*
+#
0,73*
+#
0,74*
+#
0,73*
+#
0,76*
+#
(n=8)
s 0,63 0,20 0,10 0,13 0,14 0,11 0,05
E
X
2,48 2,43 2,45 2,55 2,53 2,40 2,18
(n=4)
s 0,46 0,30 0,24 0,34 0,76 0,99 1,22
IN
X
2,28 2,38 2,13 2,40 2,43 2,53 2,65
(n=4)
s 0,67 0,57 0,26 0,69 0,81 0,85 0,89
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
INSiso (%)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
* *
*
*
*
#
#
#
#
#
+
+
+
+
#
+
+
Figura 10. Representação gráfica dos valores das médias da concentração
inspirada de isofluorano (INSiso) observada em cães submetidos à
anestesia geral com isofluorano, nos três diferentes grupos
experimentais. FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença
significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando
comparado ao grupo E;
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN.
(teste de Tukey; p≤0,05)
Tabela 5. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da taxa de infusão (mL/kg/h) observada em cães
submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso (IV), emulsão
intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
6,99
6,23* 5,87* 5,59*
+#
5,55*
+#
5,80
+#
6,33*
(n=8)
s
0,02 0,60 0,74 0,71 1,03 0,98 0,93
E
X
6,99 6,77 6,77 6,77 6,77 6,77 6,77
(n=4)
s
0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02 0,02
IN
X
6,99 6,78 6,78 6,78 6,78 6,78 6,78
(n=4)
s
0,02 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
Taxa de infusão (mL/kg/h)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
*
*
*
*
#
#
#
+
+
Figura 11. Representação gráfica dos valores das médias da taxa de infusão
observada em cães submetidos à anestesia geral com
isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais.
FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando
comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
-
diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
4.2.2. Variáveis relacionadas à avaliação cardiovascular
Freqüência cardíaca (FC)
A FC manteve-se estável nos três grupos durante todo o período de anestesia,
não havendo diferenças significativas em relação ao M0. Houve diferença apenas entre
os grupos IV e E, em M10 e M20 (Tabela 6 e Figura 12).
Pressões arteriais sistólica, média e diastólica (PAS, PAM e PAD)
As análises estatísticas destas variáveis revelaram que a partir de M10, todos os
momentos apresentaram médias menores que M0 no grupo IV. No grupo E, estas
diferenças ocorreram a partir de M30 para a PAD e M40 para a PAS e PAM, persistindo
até o final das aferições. Não houve diferenças significativas ao longo do tempo no
grupo IN.
Quando comparados os três grupos, as médias de PAS, PAM e PAD do grupo IV
foram menores que as do grupo E em M10 e M20, e as médias de PAS do grupo IV
foram menores que as do grupo IN em M10, M40, M50 e M60 (Tabelas 7, 8 e 9 e
Figuras 13, 14 e 15).
Pressão venosa central (PVC)
As médias dos valores de PVC não variaram estatisticamente entre os grupos ou
entre os momentos, com exceção no grupo IV, onde M10 foi menor que M0. (Tabela 10
e Figura 16).
Índice cardíaco (IC)
A análise desta variável apontou que no grupo IV, as médias de todos os
momentos de mensuração foram menores que M0. No grupo E, essa diferença ocorreu
em M40 e M50. O grupo IN não apresentou variações significativas ao longo do tempo.
Ademais, o IC dos animais do grupo IV foi menor do que o observado nos grupos
IN e E, a partir de M10 até o fim das aferições, e entre M10 e M30, respectivamente. No
grupo E, o IC foi menor em M40 e M50, quando comparado ao grupo IN (Tabela 11 e
Figura 17).
Índice sistólico (IS)
No grupo IV, o IS foi menor de M10 até M60, quando comparado ao M0 e aos
mesmos momentos do grupo IN, e em M10 e M30, quando comparado ao grupo E.
No grupo E, os valores de IS entre M30 e M50 foram menores que os mesmos
momentos no grupo IN, assim como M40 e M50 foram menores que M0 (Tabela 12 e
Figura 18).
Índice da resistência vascular sistêmica (IRVS)
A comparação entre os grupos indicou que o IRVS foi maior no grupo IV do que
no grupo IN, entre M10 e M60. Outras diferenças significativas não foram observadas
(Tabela 13 e Figura 19).
Índice da resistência vascular pulmonar (IRVP)
A estatística apontou que dentro do grupo IV, as médias a partir de M10 foram
maiores que a média em M0. Quando o grupo IV foi comparado ao grupo E, evidenciou-
se que o primeiro teve valores mais elevados em M10, M30, M50 e M60, e quando
comparado ao grupo IN, apresentou maiores médias em todos os momentos, com
exceção de M40 (Tabela 14 e Figura 20).
Índices dos trabalhos sistólicos ventriculares direito e esquerdo (ITVD e
ITVE)
O comportamento destas duas variáveis foi semelhante dentro dos grupos IV e
E, com diminuição significativa das médias entre M10 e M60 no primeiro grupo e em
M40 e M50 no segundo grupo, quando comparadas a M0.
Em ITVD, as médias em M10 do grupo IV e M40 do grupo E foram inferiores aos
mesmos momentos dentro do grupo IN. Da mesma forma, em ITVE, as médias em
M10, M40 e M50 no grupo IV e M40 e M50 no grupo E foram mais baixas que as
observadas no grupo IN.
Na comparação do ITVE entre os grupos IV e E, foi evidenciada diferença em
M10, no qual os valores do último grupo foram maiores que os do primeiro (Tabelas 15
e 16 e Figuras 21 e 22).
Temperatura central (TEMP)
Os achados relacionados a esta variável não indicaram variações significativas
ao longo do tempo ou entre os grupos (Tabela 17 e Figura 23).
Tabela 6. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da freqüência cardíaca (bat/min) observada em
cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso (IV),
emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
98
102
+
97
+
97 100 100 101
(n=8)
s 12 16 13 12 11 11 12
E
X
110 112 116 103 96 96 99
(n=4)
s 15 11 10 12 9 9 10
IN
X
98 96 97 97 95 94 92
(n=4)
s 13 12 9 7 5 6 5
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
FC (bat/min)
0
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
+
+
Figura 12. Representação gráfica dos valores das médias da freqüência
cardíaca (FC) observada em cães submetidos à anestesia geral
com isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais.
FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008.
+
- diferença significativa quando
comparado ao grupo E. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tabela 7. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da pressão arterial sistólica (mmHg) observada
em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso
(IV), emulo intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
91,00
46,63*
+#
49,63*
+
41,63* 35,63*
#
35,00*
#
37,75*
#
(n=8)
s 23,62 17,96 21,10 17,13 10,36 10,65 10,90
E
X
86,75 89,75 82,50 53,75
40,50* 40,00* 42,50*
(n=4)
s 16,15 8,66 14,27 20,48 7,05 7,70 11,00
IN
X
81,00 75,25 67,00 64,00 60,50 63,00 64,00
(n=4)
s 18,85 11,98 7,87 10,36 8,58 7,26 12,19
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
PAS (mmHg)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
+
+
*
*
#
**
#
#
#
*
*
*
*
*
Figura 13. Representação gráfica dos valores das médias da pressão arterial
sistólica (PAS) observada em cães submetidos à anestesia geral com
isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais. FCAV/UNESP
Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
-
diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença significativa quando
comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tabela 8. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da pressão arterial média (mmHg) observada em
cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso (IV),
emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
74,75
41,75*
+
42,38*
+
35,50* 31,63* 31,38* 33,13*
(n=8)
s 14,12 16,17 17,01 13,75 8,57 8,14 8,94
E
X
71,75 75,25 69,00 45,75
33,50* 32,75* 35,50*
(n=4)
s 12,76 9,29 13,04 14,93 4,20 5,56 8,70
IN
X
64,50 58,25 51,00 47,25 44,75 47,50 48,00
(n=4)
s 9,68 7,97 7,12 11,15 10,01 7,05 10,49
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E. (teste de Tukey;
p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
PAM (mmHg)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
*
*
*
*
*
*
*
+
+
Figura 14. Representação gráfica dos valores das médias da pressão arterial
média (PAM) observada em cães submetidos à anestesia geral com
isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais. FCAV/UNESP
Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
-
diferença significativa quando comparado ao grupo E. (teste de Tukey; p0,05)
Tabela 9. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da pressão arterial diastólica (mmHg) observada
em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso (IV),
emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
64,63
36,63*
+
38,50* 30,75* 27,13* 27,13* 28,25*
(n=8)
s 12,79 14,55 17,20 12,37 7,36 6,96 7,69
E
X
62,00 66,75 60,25
40,00* 28,25* 27,50* 29,75*
(n=4)
s 10,80 9,91 13,20 11,97 3,10 4,80 7,59
IN
X
54,50 49,50 40,75 36,75 34,00 37,25 38,00
(n=4)
s 9,11 7,85 5,91 11,35 10,39 6,75 10,39
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E. (teste de Tukey;
p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
PAD (mmHg)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
*
* *
*
*
*
*
*
+
Figura 15. Representação gráfica dos valores das médias da pressão arterial
diastólica (PAD) observada em cães submetidos à anestesia geral
com isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais.
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando
comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E. (teste
de Tukey; p≤0,05)
Tabela 10. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da pressão venosa central (cmH
2
O) observada
em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso
(IV), emulo intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
0,72
-1,45*
-0,68 -1,45 -0,63 -1,18 -1,83
(n=8)
s 2,34 3,37 2,91 4,27 3,48 3,98 4,60
E
X
1,36 2,38 1,36 -0,68 -1,36 -1,36 0,00
(n=4)
s 2,94 4,21 4,71 4,65 5,21 5,33 5,33
IN
X
0,84 0,86 -0,34 0,00 0,00 0,00 0,34
(n=4)
s 4,27 5,36 5,81 4,71 4,00 3,33 4,76
* - diferença significativa quando comparado ao M0. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
PVC (cmH
2
O)
-10
-8
-6
-4
-2
0
2
4
6
8
10
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
Figura 16. Representação gráfica dos valores das médias da pressão venosa
central (PVC) observada em cães submetidos à anestesia geral com
isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais. FCAV/UNESP
Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando comparado ao M0. (teste
de Tukey; p≤0,05)
Tabela 11. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) do índice cardíaco (L/min/m
2
) observado em
cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso (IV),
emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
4,83
2,23*
+#
2,21*
+#
1,91*
+#
2,01*
#
1,91*
#
2,01*
#
(n=8)
s 0,68 0,44 0,67 0,29 0,22 0,16 0,40
E
X
4,92 4,50 4,44 3,61
2,34*
#
2,47*
#
2,82
(n=4)
s 1,10 1,05 1,10 1,50 0,63 0,50 0,85
IN
X
4,30 5,04 4,85 5,08 5,04 4,86 4,59
(n=4)
s 0,89 1,13 0,52 0,86 0,82 0,98 0,80
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IC (L/min/m
2
)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
+
#
+
+ #
#
#
#
*
*
*
*
*
*
#
#
#
Figura 17. Representação gráfica dos valores das médias do índice cardíaco
(IC) observado em cães submetidos à anestesia geral com
isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais.
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando
comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
-
diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tabela 12. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) do índice sistólico (mL/bat/m
2
) observado em
cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso (IV),
emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
49,41
22,17*
+#
23,67*
#
19,88*
+#
20,29*
#
19,31*
#
19,86*
#
(n=8)
s 6,29 4,39 9,59 3,72 1,86 2,44 3,05
E
X
44,39 39,93 38,62
34,79
#
24,95*
#
26,19*
#
28,08
(n=4)
s 4,27 7,67 7,77 12,05 8,20 7,44 11,03
IN
X
43,66 52,54 50,32 52,82 53,44 51,85 49,47
(n=4)
s 6,04 10,85 3,17 9,82 9,00 8,93 5,62
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IS (mL/bat/m
2
)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
*
*
*
*
*
+
#
*
#
# #
#
#
+
#
#
#
Figura 18. Representação gráfica dos valores das médias do índice sistólico
(IS) observado em cães submetidos à anestesia geral com
isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais. FCAV/UNESP
Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
-
diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença significativa
quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tabela 13. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) do índice da resistência vascular sistêmica
(dina.seg/cm
5
.m
2
) observado em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos
grupos isofluorano intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN).
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
1235,93
1522,78
#
1581,29
#
1553,86
#
1281,74
#
1354,52
#
1398,25
#
(n=8)
s 223,94 342,08 491,04 456,90 217,28 186,16 246,55
E
X
1159,34 1318,61 1262,41 1052,92 1202,41 1118,42 1044,34
(n=4)
s 159,44 157,19 9,12 135,57 69,92 197,77 164,87
IN
X
1239,62 954,84 849,14 772,02 725,70 794,49 846,54
(n=4)
s 406,14 288,99 149,37 244,70 168,33 125,74 19,61
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IRVS (dina.seg/cm
5
.m
2
)
0
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2200
2400
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
#
#
#
#
#
#
Figura 19. Representação gráfica dos valores das médias do índice da
resistência vascular sistêmica (IRVS) observado em cães
submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos três diferentes
grupos experimentais. FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008.
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tabela 14. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) do índice da resistência vascular pulmonar
(dina.seg/cm
5
.m
2
) observado em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos
grupos isofluorano intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN).
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
132,06
454,15*
+#
412,11*
#
418,80*
+#
441,42* 461,69*
+#
424,17*
+#
(n=8)
s 18,13 55,32 74,15 58,23 89,79 42,00 75,48
E
X
147,68 146,62 170,31 149,53 207,99 205,43 144,60
(n=4)
s 13,37 43,14 0,00 44,04 97,62 68,49 14,50
IN
X
171,52 154,90 157,52 189,54 206,75 213,14 174,47
(n=4)
s 34,58 34,56 31,80 71,31 56,92 76,95 9,73
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IRVP (dina.seg/cm
5
.m
2
)
0
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
#
#
#
#
#
*
*
*
*
*
*
+
+
+
+
Figura 20. Representação gráfica dos valores das médias do índice da
resistência vascular pulmonar (IRVP) observado em cães
submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos três diferentes
grupos experimentais. FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença
significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado
ao grupo E;
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de
Tukey; p≤0,05)
Tabela 15. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) do índice do trabalho sistólico ventricular direito
(g.min/m
2
) observado em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos
isofluorano intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN).
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
7,86
3,59*
#
3,91* 3,17* 3,58* 3,13* 3,34*
(n=8)
s 2,42 1,07 1,28 1,03 1,16 0,91 1,07
E
X
5,27 4,57 3,49 2,82
1,64*
#
1,91*
2,78
(n=4)
s 2,32 1,17 0,93 0,65 0,84 1,10 0,55
IN
X
6,82 7,24 7,36 7,19 7,59 7,19 8,78
(n=4)
s 1,56 1,69 2,31 3,50 3,81 4,31 4,07
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey;
p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
ITVD (g.min/m
2
)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
#
#
*
*
*
*
*
*
*
*
Figura 21. Representação gráfica dos valores das médias do índice do trabalho
sistólico ventricular direito (ITVD) observado em cães submetidos à
anestesia geral com isofluorano, nos três diferentes grupos
experimentais. FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença
significativa quando comparado ao M0;
#
- diferença significativa quando comparado
ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tabela 16. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) do índice do trabalho sistólico ventricular
esquerdo (g.min/m
2
) observado em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos
grupos isofluorano intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN).
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
53,90
13,90*
+#
15,11* 10,27* 9,33*
#
8,86*
#
9,77*
(n=8)
s 15,26 6,98 8,59 4,09 2,96 3,05 4,30
E
X
46,43 43,55 40,89 24,62
12,27*
#
12,37*
#
16,18
(n=4)
s 12,52 11,28 15,99 17,12 4,98 4,49 9,63
IN
X
40,11 44,30 36,90 35,15 34,28 35,62 36,86
(n=4)
s 3,90 12,30 4,97 7,33 9,88 8,99 11,35
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
ITVE (g.min/m
2
)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
*
*
*
*
#
*
#
#
*
+
#
#
Figura 22. Representação gráfica dos valores das médias do índice do trabalho
sistólico ventricular esquerdo (ITVE) observado em es submetidos
à anestesia geral com isofluorano, nos três diferentes grupos
experimentais. FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença
significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado
ao grupo E;
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de
Tukey; p≤0,05)
Tabela 17. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da temperatura central (°C) observada em cães
submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso (IV),
emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
36,96 36,86 36,70 36,64 36,64 36,60 36,65
(n=8)
s 0,85 0,92 0,86 0,80 0,72 0,70 0,68
E
X
37,65 37,23 37,08 36,90 36,93 36,90 36,73
(n=4)
s 0,34 0,38 0,32 0,35 0,46 0,41 0,67
IN
X
37,30 36,90 36,75 36,63 36,53 36,50 36,40
(n=4)
s 0,81 0,59 0,61 0,57 0,57 0,59 0,59
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
Temp (°C)
0,0
35,0
35,5
36,0
36,5
37,0
37,5
38,0
38,5
39,0
39,5
40,0
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
Figura 23. Representação gráfica dos valores das médias da temperatura
central (T°C) observada em cães submetidos à anestesia geral com
isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais. FCAV/UNESP
– Jaboticabal, 2008.
4.2.3. Variáveis relacionadas à avaliação respiratória
Freqüência respiratória (f)
As médias dos valores de f apresentaram aumento progressivo desde o início
das observações, o que determinou diferenças significativas a partir de M20 nos grupos
IV e E em relação ao M0. As médias do grupo IV entre M20 e M60 foram
significativamente maiores que as médias do grupo IN nos mesmos momentos. A f dos
animais do grupo IN não mostrou variações (Tabela 18 e Figura 24).
Volume minuto (Vm)
Dentro dos grupos, as médias de Vm aumentaram ao longo do tempo, com
diferenças significativas em relação a M0 a partir de M20 e M30, nos grupos IV e E,
respectivamente. Na comparação entre os grupos, observou-se valores mais altos de
Vm no grupo IV em relação ao IN (Tabela 19 e Figura 25).
Saturações arterial e venosa mista da oxihemoglobina (SaO
2
e SvO
2
)
Os três grupos não indicaram diferenças entre si ou durante todo o período
experimental para a variável SaO
2
, ao passo que os grupos IV e E tiveram médias de
SvO2 significativamente inferiores ao grupo IN e ao seus M0 a partir de M10 e M40,
respectivamente. Em M10 e M20, as médias do grupo IV foram menores que as do
grupo E (Tabelas 20 e 21 e Figuras 26 e 27).
Pressão parcial arterial de O
2
(PaO
2
)
Esta variável o apresentou diferenças estatísticas ao longo do tempo ou entre
os grupos testados (Tabela 22 e Figura 28).
Pressão parcial venosa mista de O
2
(PvO
2
)
A PvO
2
diminuiu de maneira significativa a partir de M10 aM60 no grupo IV, e
entre M30 e M60 no grupo E, enquanto que a variável não mostrou alterações no grupo
IN.
Entre os grupos, as médias de IV foram menores que as de E e IN durante todos
os momentos a partir de M10, enquanto que as médias de E foram inferiores quando
confrontadas com IN, entre M30 e M60 (Tabela 23 e Figura 29).
Pressão parcial alveolar de O
2
(P
A
O
2
)
As análises indicaram que esta variável teve maiores médias no grupo IV,
quando comparado aos grupos E ou IN, a partir de M20 ou entre M20 e M30,
respectivamente. Além disso, dentro do grupo IV, foram produzidas maiores médias nos
dois momentos finais quando comparados ao M0 (Tabela 24 e Figura 30).
Pressão parcial arterial de CO
2
(PaCO
2
)
As médias de PaCO
2
não variaram significativamente nos grupos E e IN, porém,
no grupo IV seus valores foram menores que os dos grupos E ou IN, a partir de M20 e
em M20 e M30, respectivamente, além de menores que M0 em M50 e M60 (Tabela 25
e Figura 31).
Mistura arteriovenosa (Qs/Qt)
A variável Qs/Qt não apresentou diferenças estatísticas durante o período de
aferição dentro dos grupos ou entre eles (Tabela 26 e Figura 32).
pH arterial (pH)
A comparação entre os momentos no grupo IV mostrou que as médias
diminuíram significativamente durante a manutenção anestésica. Quando os grupos
foram comparados entre si, não se notou variação estatística significante (Tabela 27 e
Figura 33).
Concentração arterial de HCO
3
-
(HCO
3
-
)
Não foram obtidas diferenças nos grupos E e IN ao longo do tempo, no entanto,
as médias de HCO
3
-
dentro do grupo IV diminuíram após M10. A comparação entre os
grupos revelou que os valores de HCO
3
-
foram menores no grupo IV do que em E e IN,
de M20 ao final do período de observação (Tabela 28 e Figura 34).
Tabela 18. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da freqüência respiratória (mov/min) observada
em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso
(IV), emulo intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
8 13
17*
#
17*
#
17*
#
18*
#
17*
#
(n=8)
s 3 4 6 5 4 7 7
E
X
6 7
10* 14* 14* 14* 13*
(n=4)
s 2 2 2 5 8 5 5
IN
X
8 7 7 7 7 7 6
(n=4)
s 4 4 3 2 2 1 2
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey;
p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
f (mov/min)
0
5
10
15
20
25
30
35
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
# #
#
#
#
*
*
*
*
*
*
*
*
Figura 24. Representação gráfica dos valores das médias da freqüência
respiratória (f) observada em cães submetidos à anestesia geral
com isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais.
FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando
comparado ao M0;
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste
de Tukey; p≤0,05)
Tabela 19. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) do volume minuto (L) observado em cães
submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso (IV),
emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
2,49 3,24
3,70* 4,18*
#
4,41*
#
4,78*
#
4,51*
#
(n=8)
s 0,76 1,24 0,83 0,51 1,28 1,04 1,17
E
X
2,33 2,33 3,10
3,18* 3,35* 3,80* 3,75*
(n=4)
s 0,69 0,38 0,48 0,52 0,83 1,15 1,18
IN
X
2,25 2,10 2,25 2,33 2,23 2,20 2,03
(n=4)
s 0,69 0,96 0,52 0,32 0,10 0,08 0,19
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey;
p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
Vm (L)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
*
*
*
*
#
#
#
#
*
*
*
Figura 25. Representação gráfica dos valores das médias do volume minuto
(Vm) observado em cães submetidos à anestesia geral com
isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais.
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando
comparado ao M0;
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste
de Tukey; p≤0,05)
Tabela 20. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da saturação arterial da oxihemoglobina (%)
observada em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano
intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP –
Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
99,93 99,92 99,79 99,79 99,86 99,79 99,73
(n=8)
s
0,05 0,04 0,25 0,22 0,11 0,25 0,35
E
X
99,97 99,95 99,98 99,95 99,93 99,93 99,95
(n=4)
s
0,06 0,06 0,05 0,10 0,05 0,06 0,06
IN
X
99,93 99,93 99,93 99,93 99,93 99,93 99,93
(n=4)
s
0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06 0,06
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
SaO
2
(%)
0
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
Figura 26. Representação gráfica dos valores das médias da saturação arterial
da oxihemoglobina (SaO
2
) observada em cães submetidos à
anestesia geral com isofluorano, nos três diferentes grupos
experimentais. FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Tabela 21. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da saturação venosa mista da oxihemoglobina
(%) observada em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano
intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP
Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
92,96
71,20*
+#
70,00*
+#
68,89*
#
66,27*
#
67,49*
#
70,19*
#
(n=8)
s
2,62 13,03 10,05 7,58 6,15 7,38 5,83
E
X
93,20 90,90 90,58 81,50
78,00*
#
76,53*
#
77,70*
#
(n=4)
s
3,92 5,45 5,49 8,76 7,72 6,71 7,25
IN
X
93,30 94,30 94,60 94,50 94,60 94,63 96,00
(n=4)
s
1,65 1,64 0,56 0,46 0,98 0,67 1,21
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
SvO
2
(%)
0
50
60
70
80
90
100
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
*
*
*
*
*
*
*
#
#
#
#
#
#
#
+
+
#
#
Figura 27. Representação gráfica dos valores das médias da saturação venosa
mista da oxihemoglobina (SvO
2
) observada em cães submetidos à
anestesia geral com isofluorano, nos três diferentes grupos
experimentais. FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença
significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado
ao grupo E;
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de
Tukey; p≤0,05)
Tabela 22. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da pressão parcial arterial de O
2
(mmHg)
observada em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano
intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP –
Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
413,94 426,80 405,38 415,10 418,55 407,60 403,86
(n=8)
s 48,14 32,67 26,37 24,23 35,17 38,24 39,73
E
X
454,38 449,98 471,73 435,95 425,13 450,93 433,43
(n=4)
s 14,16 16,04 25,40 67,60 67,08 16,16 72,57
IN
X
437,07 435,37 433,70 444,80 444,43 421,30 448,13
(n=4)
s 50,52 6,57 12,04 9,28 11,55 2,85 24,74
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
PaO
2
(mmHg)
0
250
300
350
400
450
500
550
600
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
Figura 28. Representação gráfica dos valores das médias da pressão parcial
arterial de O
2
(PaO
2
) observada em cães submetidos à anestesia
geral com isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais.
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Tabela 23. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da pressão parcial venosa mista de O
2
(mmHg)
observada em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano
intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP
Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
81,51
52,49*
+#
49,34*
+#
47,94*
+#
45,94*
+#
46,76*
+#
49,18*
+#
(n=8)
s
11,43 12,99 8,55 7,53 6,03 5,92 4,94
E
X
82,98 77,90 76,83
60,53*
#
55,65*
#
53,10*
#
54,73*
#
(n=4)
s
12,97 12,86 14,15 14,70 7,62 5,89 5,89
IN
X
82,90 87,20 86,63 86,07 86,07 85,80 87,45
(n=4)
s
14,44 12,82 5,00 8,81 2,61 2,88 1,34
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
PvO
2
(mmHg)
0
40
50
60
70
80
90
100
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
#
+
*
#
+
*
#
+
*
#
+
*
#
+
*
#
+
*
#
*
#
*
#
*
#
Figura 29. Representação gráfica dos valores das médias da pressão parcial
venosa mista de O
2
(PvO
2
) observada em cães submetidos à
anestesia geral com isofluorano, nos três diferentes grupos
experimentais. FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença
significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado
ao grupo E;
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de
Tukey; p≤0,05)
Tabela 24. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da pressão parcial alveolar de O
2
(mmHg)
observada em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano
intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP –
Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
614,24 616,39
617,98
#+
618,88
#+
617,58
+
621,21*
+
620,53*
+
(n=8)
s 7,96 4,60 4,72 6,64 6,29 6,12 4,63
E
X
605,84 605,64 605,48 602,84 598,78 602,53 597,26
(n=4)
s 4,26 3,72 5,13 7,11 7,99 8,39 15,76
IN
X
604,64 603,35 603,46 602,61 605,50 606,09 607,57
(n=4)
s 10,77 9,87 10,60 9,91 6,62 9,82 4,20
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
P
A
O
2
(mmHg)
0
500
550
600
650
700
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
#
#
+
+
+
+
+
Figura 30. Representação gráfica dos valores das médias da pressão parcial
alveolar de O
2
(P
A
O
2
) observada em cães submetidos à anestesia
geral com isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais.
FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando
comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
-
diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tabela 25. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da pressão parcial arterial de CO
2
(mmHg)
observada em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano
intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP –
Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
42,26 40,33
38,90
+#
38,09
+#
39,26
+
35,99*
+
36,60*
+
(n=8)
s 7,17 4,14 4,25 5,98 5,66 5,51 4,17
E
X
49,83 50,00 50,15 52,53 56,18 52,80 57,55
(n=4)
s 3,83 3,35 4,62 6,40 7,19 7,55 14,18
IN
X
50,90 52,07 51,97 52,73 50,13 49,60 48,27
(n=4)
s 9,70 8,88 9,54 8,92 5,96 8,84 3,78
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
PaCO
2
(mmHg)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
#
+
#
+
+
+
+
Figura 31. Representação gráfica dos valores das médias da pressão parcial
arterial de CO
2
(PaCO
2
) observada em cães submetidos à anestesia
geral com isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais.
FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando
comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
-
diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tabela 26. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da mistura arteriovenosa (%) observada em
cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso (IV),
emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
8,85 7,67 6,94 7,63 5,98 7,67 8,17
(n=8)
s
1,22 0,60 0,66 1,54 0,79 1,82 1,25
E
X
8,18 8,31 6,75 7,63 7,57 6,72 5,57
(n=4)
s
0,54 1,28 1,73 1,98 2,02 0,60 2,36
IN
X
7,97 7,38 7,96 6,97 7,13 8,53 7,45
(n=4)
s
1,17 2,23 2,09 1,77 2,51 2,56 3,94
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
Qs/Qt (%)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
Figura 32. Representação gráfica dos valores das médias da mistura
arteriovenosa (Qs/Qt) observada em cães submetidos à anestesia
geral com isofluorano, nos três diferentes grupos experimentais.
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Tabela 27. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) do pH arterial observado em cães submetidos
à anestesia geral com isofluorano, nos grupos isofluorano intravenoso (IV), emulsão
intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN). FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
7,29
7,22* 7,22* 7,23* 7,22* 7,22* 7,21*
(n=8)
s 0,05 0,05 0,05 0,04 0,04 0,05 0,05
E
X
7,27 7,27 7,28 7,24 7,21 7,22 7,21
(n=4)
s 0,05 0,03 0,04 0,05 0,03 0,05 0,08
IN
X
7,27 7,25 7,26 7,26 7,27 7,27 7,28
(n=4)
s 0,10 0,09 0,07 0,07 0,06 0,06 0,05
* - diferença significativa quando comparado ao M0. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
pH arterial
0,00
7,20
7,25
7,30
7,35
7,40
7,45
7,50
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
*
*
*
*
Figura 33. Representação gráfica dos valores das médias do pH arterial
observado em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano,
nos três diferentes grupos experimentais. FCAV/UNESP
Jaboticabal, 2008. * - diferença significativa quando comparado ao M0. (teste de
Tukey; p≤0,05)
Tabela 28. Valores das médias (
X
) e desvios-padrão (s) da concentração arterial de bicarbonato
(mmol/L) observada em cães submetidos à anestesia geral com isofluorano, nos grupos
isofluorano intravenoso (IV), emulsão intravenosa (E) e isofluorano inalatório (IN).
FCAV/UNESP – Jaboticabal, 2008.
Grupos
(n)
Momentos (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
IV
X
22,55
16,03* 15,71*
+#
15,39*
+#
15,49*
+#
14,50*
+#
14,41*
+#
(n=8)
s 2,58 1,62 0,72 1,32 1,08 1,55 1,44
E
X
22,53 22,48 22,83 21,90 21,88 21,20 22,40
(n=4)
s 2,10 0,78 1,22 0,62 1,84 0,69 1,50
IN
X
23,50 23,70 22,80 23,27 22,83 22,37 22,47
(n=4)
s 0,95 1,32 0,56 0,47 1,19 1,35 1,11
* - diferença significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado ao grupo E;
#
- diferença
significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de Tukey; p≤0,05)
Tempo (minutos)
0 10 20 30 40 50 60
HCO
3
-
(mmol/l)
0
10
15
20
25
30
Isofluorano intravenoso
Emulsão intravenosa
Isofluorano inalatório
*
*
* *
*
*
#
#
#
#
#
+
+
+
+
+
Figura 34. Representação gráfica dos valores das médias da concentração
arterial de bicarbonato (HCO
3
-
) observada em cães submetidos à
anestesia geral com isofluorano, nos três diferentes grupos
experimentais. FCAV/UNESP Jaboticabal, 2008. * - diferença
significativa quando comparado ao M0;
+
- diferença significativa quando comparado
ao grupo E;
#
- diferença significativa quando comparado ao grupo IN. (teste de
Tukey; p≤0,05)
5. DISCUSSÃO
Após a primeira anestesia intravenosa ter sido descrita empregando-se o
halotano emulsificado (BIBER et al., 1982), vários pesquisadores têm investigado esta
alternativa de administração com o intuito de provar suas eficácia, segurança e
possíveis vantagens sobre a via usual (EGER e MACLEOD, 1995; MUSSER et al.,
1999; MATHIAS et al., 2004; SILVA, 2006; YANG et al., 2006; ZHOU et al., 2006).
Neste particular, a obtenção de anestesia geral mediante a infusão intravenosa
contínua com isofluorano emulsificado ainda não havia sido praticada emes segundo
a literatura consultada.
Por conseguinte, dúvidas surgiram inicialmente em relação à taxa de infusão
intravenosa de isofluorano que promovesse planos apropriados de anestesia geral, em
face da inexistência de estudos sobre o emprego deste fármaco nesta modalidade
anestésica em cães. Com isso, primariamente, houve a necessidade de delinear e
validar um protocolo experimental para se instituir a taxa de infusão anestésica ideal,
tendo-se como objetivo posterior a avaliação de seus efeitos nas varveis fisiológicas
desta espécie. Assim sendo, foram definidos os elementos balizadores para a
mensuração da anestesia promovida pela modalidade intravenosa, que a exemplo da
administração de isofluorano por via pulmonar, causa a depressão do SNC de maneira
dependente da concentração aplicada, o que é determinante para a produção de
hipnose (THURMON et al., 1996). Dentre as técnicas de avaliação da profundidade
anestésica, encontram-se a perda do reflexo postural, grau de hipnose e respostas
motoras ou autonômicas frente a estímulos nocivos (MARCH e MUIR, 2005).
Uma das técnicas que abrange a resposta motora é a concentração alveolar
mínima em que 50% dos pacientes testados respondem ou o a um estímulo nocivo
(CAM). Contudo, ainda que para a comparação da potência entre os anestésicos
inalatórios a CAM seja efetiva, em termos de monitoração do nível de hipnose ela pode
ser imprecisa. A interpretação da ausência ou presença de uma resposta motora para
avaliar adequadamente a profundidade anestésica supra-espinhal pode ser equivocada,
pois sabe-se que a falta da resposta reflexa a um estímulo doloroso está principalmente
associada à inibição de transmissões motoras espinhais. Neste contexto, o isofluorano
é capaz de deprimir movimentos motores reflexos mesmo em concentrações ineficazes
de suprimir a transmissão nociceptiva ascendente e a subseqüente ativação do córtex
cerebral (ZANG et al., 2001a e 2001b; CAMPAGNA et al., 2003; WHITE, 2003). Além
disso, apesar da determinação da CAM ser um teste padrão para a estimativa do efeito
anestésico na metade dos pacientes testados, ela pode ser subestimada dependendo
do estímulo álgico (VALVERDE et al., 2003) e ainda, embora não sejam consideradas
positivas algumas respostas eliciadas, movimentos de mastigação, reflexos de tosse e
deglutição e mudanças do padrão respiratório podem indicar atividade do SNC ou
planos superficiais de anestesia (MARCH e MUIR, 2005).
Quando se faz o uso do agente inalatório pela via intravenosa após sua
emulsificação, ocorre a eliminação do fármaco pelos pulmões (BIBER et al., 1984;
JOHANNESSON et al., 1984; EGER e MACLEOD, 1995). No entanto, dois estudos de
determinação da CAM de halogenados emulsificados revelaram que a fração alveolar
após administração intravenosa foi menor que a encontrada pela via inalatória, embora
as pressões parciais arteriais tenham sido muito próximas (MUSSER et al., 1999;
YANG et al., 2006). Assim, ao correlacionar-se a CAM do isofluorano inalado como
indicador de profundidade anestésica após aplicação pela via intravenosa, poder-se-ia
superestimar os planos promovidos pela última via. Portanto, ao considerar este
aspecto, não se empregou a CAM ou a fração expirada como parâmetros de
profundidade anestésica neste estudo, pois as vias inalatória e intravenosa seriam
comparadas entre si.
A monitoração do plano anestésico por meio da atividade autonômica é
fundamentada nas alterações das freqüências cardíaca e respiratória, pressão arterial e
diâmetro pupilar (THURMON et al., 1996). Entretanto, estas respostas autonômicas são
primariamente originadas em reges subcorticais e não dependem da atividade do
córtex cerebral e, conseqüentemente, podem ser consideradas como reflexos naturais
similares às respostas reflexas motoras, indicando ou o a percepção consciente de
nocicepção (MARCH e MUIR, 2005). Em adição, os reflexos autonômicos podem ser
suprimidos por vários fármacos, são afetados pela duração da anestesia e, ainda,
podem ser preservados em concentrações anestésicas que bloqueiam respostas
motoras (ROIZEN et al., 1981; ZBINDEN et al., 1994). Portanto, com base nestas
informações e associado ao fato de que os efeitos hemodinâmicos da infusão de
isofluorano seriam posteriormente avaliados, as respostas autonômicas também o
foram usadas como referência de profundidade anestésica.
Por conseguinte, outros meios foram necessários para se definir com segurança
o plano anestésico promovido por esta via não-usual de administração de um
anestésico inalatório. O índice biespectral (BIS) foi recentemente introduzido na prática
clínica como uma medida direta da atividade do córtex cerebral inversamente
relacionada ao grau de hipnose (MARCH e MUIR, 2005). O BIS foi inicialmente
idealizado para avaliar o nível de hipnose em humanos, sendo representado por um
número sem unidade, de 0 a 100, em que o zero representa silêncio ou supressão
cortical (EEG isoelétrico) e 100 indica a consciência plena (EEG com características de
paciente acordado) (SIGL e CHAMOUN, 1994; JOHANSEN e SEBEL, 2000). Em es,
admite-se que valores de BIS médio entre 55 a 65 o consistentes com plano de
anestesia cirúrgica (GUERRERO, 2003) e, por isso, considerou-se neste estudo que a
taxa de infusão do isofluorano foi condizente com um plano anestésico ideal quando
tais valores foram obtidos.
A validação do BIS na monitoração da profundidade anestésica em animais e
seres humanos ainda é controversa, desde que alguns autores reportaram correlação
inversa entre os valores de BIS e a concentração anestésica expirada de anestésicos
inalatórios (HAGA et al., 1999; ANTOGNINI et al., 2000; GREENE et al., 2002;
GUERRERO, 2003; CARRASCO-JIMÉNEZ et al., 2004; WHYTE e BOOKER, 2004;
LAMONT et al., 2005; GRANADOS et al., 2007), enquanto outros relataram fraca ou
nenhuma correlação ou, ainda, revelaram aumentos dos valores de BIS
concomitantemente às elevações nas concentrações expiradas de halogenados
(DETSCH et al., 2000; HAGA e DOLVIK, 2002; CAMPAGNOL et al., 2007). Ao se
examinar os dados obtidos nas análises de correlação e regressão linear, evidenciou-se
que o aumento da taxa de infusão diminuiu diretamente o BIS. Assim, a redução do BIS
refletiu a profundidade anestésica, que se apresentou inversamente proporcional aos
valores de ETiso, corroborando os relatos de Greene et al. (2002), Guerrero (2003) e
Granados et al. (2007). Este fato pôde ser comprovado pelo controle imediato do plano
anestésico quando do ajuste da velocidade de administração intravenosa do isofluorano
emulsificado, conforme também reportado por outros autores (MATHIAS et al., 2004;
SILVA, 2006; YANG et al., 2006).
Ademais, foi descrito que a concentração alveolar e o plano anestésico são
dependentes da dose após halotano em bolus intravenosos em cães e ratos e por meio
da infusão contínua de isofluorano em camundongos (BIBER et al., 1984;
JOHANNESSON et al., 1984; SILVA, 2006). Em suínos, as maiores taxas de infusão
intravenosa do isofluorano foram determinantes para planos anestésicos mais
profundos (BIS < 40), estabelecendo-se relação direta entre a velocidade de
administração e fração expirada de isofluorano, apoiando o que foi observado neste
estudo (MATHIAS et al., 2004).
Um fator importante que diferencia os trabalhos citados, relacionados ao uso do
BIS, é a presença ou não de estímulo cirúrgico. Alguns grupos de pesquisa concluíram
que o aumento do BIS após um estímulo álgico pode ser mais importante e preciso na
avaliação da inconsciência do que apenas os valores antes do estímulo (ANTOGNINI et
al., 2000; HAGA e DOLVIK, 2002; MARCH e MUIR, 2003). Assim, o consenso que se
atingiu foi que na ausência de estímulo nociceptivo o BIS é confiável para mensurar a
hipnose, porém, como não possui relação direta com a condição analgésica, pode ser
um indicador fraco de superficialização de plano anestésico depois de um estímulo
álgico intenso (MARCH e MUIR, 2005). Como nenhum estímulo nocivo foi aplicado aos
animais, no estudo em discussão, concluiu-se que o BIS foi confiável na estimativa da
profundidade anestésica promovida pela infusão de isofluorano.
Além da ausência de estímulo cirúrgico, outro aspecto relevante a ser
considerado foi o período decorrido para a estabilização dos valores de BIS e ETiso
subseqüente aos ajustes da taxa de infusão. Investigações que envolveram agentes
halogenados aplicados por via inalatória ou intravenosa relataram períodos de 10
minutos (CAMPAGNOL et al., 2007), 15 minutos (BIBER et al., 1984; JOHANNESSON
et al., 1984; MUSSER et al., 1999; MATHIAS et al., 2004), 20 minutos (WHYTE e
BOOKER, 2004; YANG et al., 2006) ou 30 minutos (HAGA e DOLVIK, 2002). Neste
estudo, o intervalo de 15 minutos foi proposto para assumir que as pressões parciais
arteriais e cerebrais estariam em equibrio antes do registro da correspondência entre
os valores das taxas de infusão e BIS. O período foi pautado no estipulado por Eger II
et al. (1965) e corroborado por Quasha et al. (1980), na ocasião em que idealizaram a
CAM. Com base no fluxo sangüíneo cerebral e no coeficiente de partição do halotano
entre o cérebro e o sangue, estes pesquisadores consideraram que 15 minutos seriam
suficientes para a aquisição de 95% de estado de equilíbrio, sendo que períodos mais
curtos poderiam ser instituídos para os outros anestésicos de menor solubilidade
sangüínea, como o isofluorano.
Durante o período de manutenção anestésica com isofluorano, as taxas de
infusão permaneceram constantes nos grupos submetidos à anestesia inalatória
(grupos IN e E), no entanto, no grupo IV, observou-se uma tendência à diminuição que
pode ser justificada pela manutenção dos animais em circuito anestésico com
reinalação parcial de gases, diferentemente da fase de determinação da taxa de
infusão, na qual foi empregado o circuito sem reinalação. Deve-se ressaltar que,
mesmo quando o isofluorano é aplicado pela via intravenosa, sua eliminação ocorre
pelos pulmões, portanto, a subseqüente reinalação interferiria na determinação da taxa
de infusão realizada na primeira fase experimental (BIBER et al., 1984;
JOHANNESSON et al., 1984; MATHIAS et al., 2004). Dessa forma, evidenciou-se que
depois de cessada a administração inalatória, detectou-se concentração expirada de
isofluorano proveniente da infusão intravenosa, indicando eliminação pela via pulmonar
(SILVA, 2006; YANG et al., 2006).
Neste particular, pode-se afirmar que a reinalação do halogenado aplicado por
via intravenosa reduziu a taxa de infusão no grupo IV. Isso favoreceu a conservação de
um plano anestésico estável e constante e, por conseguinte, os ajustes na bomba de
infusão foram realizados sempre com o intuito da manutenção dos valores de BIS
médio dentro do intervalo proposto (55-65). Esta é uma das vantagens da anestesia
intravenosa com halogenados sobre a via inalatória, corroborando Eger e Macleod
(1995), os quais defenderam que aplicação intravenosa destes agentes associada ao
uso de um sistema fechado ou semi-fechado para a reinalação reduziria doses, custos
e a poluição ambiental.
As afirmações de que a fração expirada de isofluorano (ETiso) é diretamente
dependente da dose injetada, como mostrado por vários autores (BIBER et al., 1982;
BIBER et al., 1984; JOHANNESSON et al., 1984; EGER e MACLEOD, 1995; MATHIAS
et al., 2004; YANG et al., 2006), foram corroboradas pela relação diretamente
proporcional entre as menores taxas de infusão requeridas pelo grupo IV e os valores
de ETiso mais baixos em relação aos outros grupos. Uma hipótese que poderia
justificar o ETiso menor neste grupo seria que as emulsões lipídicas aumentam a
solubilidade sangüínea do anestésico, uma vez que Yang et al. (2006) reportaram que o
Cp sangue/gás do isofluorano emulsificado atingiu o valor máximo de 5,23 contra 1,4
para a modalidade inalatória, o que dificulta sua eliminação pulmonar.
Por outro lado, ainda que a taxa de infusão e o ETiso do grupo IV tenham sido
menores, a mesma profundidade anestésica foi obtida nos três grupos. Isso pôde ser
assegurado porque as taxas de infusão foram ajustadas com o objetivo da
padronização do plano de anestesia monitorado pelo BIS, para que desse modo os
efeitos hemodinâmicos e respiratórios pudessem ser comparados entre as vias
intravenosa e inalatória. Além disso, a diferença do ETiso entre as duas modalidades
não alterou o plano de anestesia, pois as pressões parciais arteriais podem ter sido as
mesmas, garantindo pressões parciais cerebrais compatíveis com a profundidade
anestésica atingida. Tal condição foi exposta e comprovada por Musser et al. (1999) e
Yang et al. (2006).
O emprego de novos compostos como alternativa às substâncias conhecidas
tem que se mostrar seguro e de aplicabilidade clínica. Os principais balizadores dos
efeitos dos anestésicos são os parâmetros hemodinâmicos, e em relação ao achados
relativos ao grupo IN, foram confirmadas as respostas reportadas na literatura. O
isofluorano causou depressão cardiovascular de maneira dose-dependente, diminuindo
a pressão arterial sistêmica, sobretudo pela redução da resistência peririca. Sabe-se
que o decréscimo do IRVS gera a diminuição da s-carga e, portanto, foi considerado
uma das razões pela qual o IC de ser mantido satisfatoriamente nas concentrações
alveolares utilizadas deste fármaco (HODGSON et al., 1998). Em adição, o isofluorano
pode ainda causar elevação da FC, com tendência à conservação do IC próximo aos
valores basais (EGER II, 1984; PARK, 2002). Assim sendo, as respostas
hemodinâmicas do grupo IN foram características e mostraram estabilidade de IS, IC,
PVC, IRVP, ITVD e ITVE, com tendência à redução de PAS, PAM e PAD,
simultaneamente ao decréscimo do IRVS.
O fato da FC ter permanecido constante, mesmo na vincia de hipotensão,
poderia ser explicada pela inibição ou supressão da resposta dos barorreceptores às
alterações da pressão arterial, que pode ser provocada pelo agente anestésico (MUZI e
EBERT, 1995; AMARAL, 2001). No entanto, esta hipótese da manutenção da FC frente
à hipotensão pode não ser responsável pelo observado no grupo sob anestesia
inalatória, uma vez que o isofluorano causaria a supressão da resposta
barorreceptora a partir de concentrações expiradas acima de 2,5% (AMARAL, 2001), as
quais não foram alcançadas em nenhum dos grupos. Por sua vez, deve ser
considerado ainda que a necessidade da execução de técnicas invasivas de
monitoração cardiovascular dificulta a obtenção de valores confiáveis no o acordado,
em razão dos estímulos nocivos causarem liberação de catecolaminas endógenas.
Assim, a FC já poderia ter aumentado no período de preparação em relação aos
valores que poderiam ter sido aferidos nos animais conscientes, sem efeito de qualquer
fármaco. No entanto, como a FC e a PAM dos cães não foram registradas antes da
anestesia, esta hipótese não pode ser confirmada, apenas sugerida. Por outro lado,
como todos os grupos foram submetidos ao mesmo delineamento experimental, a
manutenção das médias de PAS, PAM, PAD, IC, IS, ITVD e ITVE próximas aos valores
basais após o início da infusão de solução de NaCl a 0,9% foi considerada como
indicador de que a anestesia não interferiu na hemodimica dos animais do grupo IN.
A manutenção dos parâmetros hemodinâmicos o foi obtida no grupo IV a partir
do início da infusão do isofluorano emulsificado, e no grupo E após aproximadamente
30 a 40 minutos de anestesia. Dessa forma, diminuições de PAS, PAM, PAD, IS, IC,
ITVD e ITVE foram evidenciadas em ambos os grupos, associadas às elevações dos
valores de IRVS e IRVP no grupo IV. Assim sendo, a redução da pressão arterial foi
proveniente do decréscimo do IC, pois não houve diminuição no IRVS no grupo IV, ao
contrário, foram registrados aumentos desta variável. A diminuição do IC foi resultante
dos IS baixos observados nos cães destes grupos, que a FC conservou-se estável
durante toda a anestesia (HASKINS et al., 2005).
No grupo IV, a redução do IC também pode ter relação com o maior IRVS, desde
que elevações da pós-carga cardíaca representam maior tensão a ser desenvolvida
pelos ventrículos para a ejeção do sangue, restringindo o encurtamento sistólico
ventricular e diminuindo o IS em face da contratilidade cardíaca prejudicada pela ação
dos anestésicos (BONAGURA e MUIR III, 1991; CUNNINGHAM, 2004). A ativação do
sistema simtico em resposta à anestesia originando vasoconstrição periférica e
elevação da pós-carga pode ter tido um papel importante na diminuição do IC no
presente estudo, hipótese igualmente sugerida por Sousa et al. (2008), os quais
observaram restrição da função ventricular em cães anestesiados com apenas 1,0 CAM
de isofluorano. Apesar desta provável participação adrenérgica e da hipotensão severa,
o aumento da FC tamm o foi evidenciado neste grupo, o que pode indicar falta do
componente cardíaco da resposta barorreflexa.
Após a análise dos indicadores indiretos da função inotrópica ventricular (ITVD e
ITVE) e das pressões de enchimento ventricular (PVC e PCP), pode-se sugerir que as
reduções dos IS e IC tamm foram oriundas da disfunção sistólica e da menor pré-
carga, evidenciadas pelos valores baixos destes índices (PAGEL et al., 1991a e 1991b).
Geralmente, o comprometimento do inotropismo aumenta os valores de PVC e PCP
(MONACHINI et al., 2008), contudo, em algumas condições isquêmicas os decréscimos
do IC, IS e PAM podem ocorrer concomitantemente à manutenção ou diminuição das
pressões de enchimento, assim como da FC e do IRVS (MERIN, 1988). A contração do
volume plasmático, a vasodilatação e a redução do retorno venoso podem ser causas
importantes de diminuição da pré-carga durante um procedimento anestésico
(BONAGURA e MUIR III, 1991), por isso, deve-se considerar que a baixa reposição
parenteral de fluidos, as perdas metabólicas durante o período experimental e um
possível sequestro sangüíneo em órgãos abdominais podem ter contribuído para o
decréscimo do retorno venoso nos três grupos estudados.
Os dados da literatura descrevem respostas hemodinâmicas distintas depois de
injeções em bolus ou infusões intravenosas de halogenados em animais. Na
comparação das anestesias intravenosa e inalatória com halotano em suínos, ainda que
tenham acontecido reduções na PAM e na contratilidade cardíaca de acordo com a
dose e por ambas as vias, estes parâmetros foram melhores na modalidade injetável,
mantidas as mesmas concentrações sangüíneas do halogenado e planos anestésicos
similares (MUSSER et al., 1999), diferentemente do que evidenciado neste estudo em
cães. Não obstante, estudo com isofluorano em infusão intravenosa mostrou
estabilidade cardiovascular, sem reduções da PAM e do DC, em suínos (MATHIAS et
al., 2004). Entretanto, cabe ressaltar que estes autores utilizaram conjuntamente o
óxido nitroso e anotaram baixa correlação entre ETiso x PAM e ETiso x DC (R
2
ETiso x PAM
= 0,038 e R
2
ETiso x DC
= 0,0009), apontando a interferência de outros fatores, além do
ETiso, na manutenção da PAM e DC.
A infusão de isofluorano em camundongos induziu plano anestésico com
depressão cardiovascular conforme a dose empregada (SILVA, 2006). De maneira
análoga, em ensaios com bolus de halotano em emulsão, Biber et al. (1982) e
Johannesson et al. (1984) reportaram diminuições severas da PAM, que atingiu valores
de 48 mmHg em gatos e ratos. Para infusões com o mesmo agente, Biber et al. (1984)
descreveram reduções da ordem de 62% na PAM, 39% no DC e 50% na contratilidade
cardíaca. Dessa forma, a magnitude das variações da pressão arterial observada neste
estudo apresenta-se de acordo com as alterações dose-dependentes já descritas após
o uso de halogenados pela via intravenosa.
A ação do isofluorano sobre a função respiratória e equilíbrio ácido-básico
mostrou respostas distintas entre as duas vias de administração, cujas alterações foram
diretamente associadas ao estado hemodinâmico durante a manutenção anestésica. O
isofluorano é um depressor central da função respiratória que de forma dose-
dependente é capaz de provocar hipoventilação, causando acúmulo de CO
2
no sangue
arterial (MUTOH et al., 1997; GROSENBAUGH e MUIR, 1998). Desse modo, o grupo IN
proporcionou valores menores de f e Vm desde o início das aferições, os quais foram
responsáveis pelos níveis de PaCO
2
característicos da hipercapnia que resultou na
acidemia (HACKETT, 2002; DIBARTOLA, 2006). Normalmente, a elevação do CO
2
sangüíneo estimula os centros respiratórios por intermédio dos quimiorreceptores
situados nas artérias carótidas e arco aórtico, entretanto, a anestesia pode abolir este
mecanismo (POWELL, 2002). Portanto, no grupo IN, a resposta ventilatória à
hipercapnia o foi observada, o que confirmou o efeito supressor do isofluorano
(EGER II, 1984; MUTOH et al., 1997).
Nos grupos E e IV, os valores basais de f e Vm foram menores nos momentos
iniciais, evidenciando-se o aumento destas variáveis após 20 minutos. No grupo E, a
elevação do Vm o foi capaz de diminuir significativamente a PaCO
2
e a acidemia
tamm esteve presente, constituindo um quadro clássico de acidose respiratória,
similar ao descrito para o grupo IN. Hipercapnia com acidemia também foi reportada em
anestesias por infusão de halotano e isofluorano em cães, porcos e camundongos, nas
quais não foi ressaltada resposta ventilatória satisfatória dependendo do plano
anestésico alcançado, apoiando o presente estudo (BIBER et al., 1984; MUSSER et al.,
1999; MATHIAS et al., 2004).
No entanto, no grupo IV, a acidemia não foi proveniente da hipercapnia, pois ao
contrário do ocorrido nos outros grupos, os valores de PaCO
2
foram mantidos dentro
dos limites fisiológicos pelo aumento de f e Vm. Sabe-se que a elevação da ventilação
alveolar é uma das respostas compensatórias da acidose respiratória por acúmulo do
CO
2
(EGER II, 1984; ROBINSON, 1991; ÉVORA et al., 1999), contudo, a redução da
concentração de HCO
3
-
aponta que a acidemia não foi oriunda do componente
respiratório. Neste caso, a tentativa de compensação por incremento da f e redução da
PaCO
2
ocorreu em resposta à acidose de origem metabólica.
Conforme Day (2002) e Dibartola (2006), o evento primário da acidose
metabólica é o decréscimo de HCO
3
-
, que desencadeia a hiperventilação e a diminuição
compensatória do CO
2
, podendo haver a redução de aproximadamente 0,7 mmHg na
PaCO
2
para cada 1,0 mEq/L de decréscimo no HCO
3
-
. No grupo IV, para valores
fisiológicos normais de 24 mmol/L e 45 mmHg para o HCO
3
-
e PaCO
2
, respectivamente,
o valor esperado para a resposta compensatória do PaCO
2
seria em torno de 38,70
mmHg, muito próximo ao registrado (35,99 a 40,33 mmHg).
A acidose metabólica observada no grupo IV pode ser principalmente atribuída à
hipotensão, que promoveu hipoperfusão tecidual e conseqüentemente, favoreceu o
metabolismo celular anaeróbio, caracterizando acidose hipóxica (ÉVORA et al., 1999;
MANNING, 2002; DIBARTOLA, 2006). Nessas condições em que a oferta de O
2
para
os tecidos é inadequada, os músculos esqueléticos e os intestinos tornam-se
produtores de lactato, e o fígado e os rins, os principais consumidores. No entanto, a
hipóxia faz com que a captação hepática de lactato seja prejudicada, e o fígado
eventualmente passa a produzir lactato. Quando a ntese do lactato excede a sua
utilização, ocorre o acúmulo dos prótons (H
+
) provenientes da hidrólise do ATP e
redução do NAD
+
durante a glicólise anaeróbia, os quais são tamponados pelo HCO
3
-
(ROBERGS et al., 2004; DIBARTOLA, 2006; MORRIS e LOW, 2008).
A análise global da perfusão tecidual requer a avaliação do sangue venoso
misto, e para tanto, a PvO
2
e a SvO
2
são as variáveis mais importantes. É possível a
existência de valores normais ou acima dos normais de PaO
2
e níveis de PvO
2
comprometidos severamente em cães com função pulmonar normal e perfusão tecidual
inadequada (DAY, 2002). Portanto, a hipoperfusão procedente da hipotensão pôde ser
comprovada na análise dos dados referentes à PvO
2
e SvO
2
no grupo IV, cujas médias
menores que as do grupo IN expressaram que grandes quantidades de O
2
foram
extraídas pelos tecidos em decorrência da hipóxia (VAN DER LINDEN et al., 1995;
DAY, 2002).
As mensurações da PaO
2
e SaO
2
são as bases da avaliação da oxigenação, e
para a sua análise, outras variáveis podem ser aferidas para a descrição correta de
uma condição de hipoxemia ou hipóxia (DAY, 2002; MANNING, 2002; POWELL, 2002).
Isto posto, nas situações em que altas frações de O
2
são administradas, como neste
estudo (FiO
2
= 1), os valores de PaO
2
devem permanecer acima de 300 mmHg,
similarmente ao encontrado em todos os grupos. Comprovou-se que durante um
procedimento anestésico, desequilíbrios entre a ventilação e a perfusão pulmonar (V-Q)
resultam em hipoxemia (ROBINSON, 1991). Dessa forma, o cálculo do Qs/Qt pode ser
realizado para apontar se algum grau de desequilíbrio V-Q esteve presente (DAY, 2002;
MANNING, 2002). Nos três grupos em que o Qs/Qt foi analisado, não se observou
valores acima de 10%, os quais refletem o acesso de sangue venoso ao sistema arterial
sem a passagem pelos capilares pulmonares (ROBINSON, 1991). Alterações bitas e
intensas na PaO
2
/FiO
2
e Qs/Qt podem indicar aumento de regiões pulmonares de baixo
V-Q, isto é, a maior perfusão de regiões pulmonares mal ventiladas. Portanto, neste
estudo, pode-se afirmar que as trocas gasosas não foram influenciadas por nenhuma
das modalidades de anestesia, pois o foram observadas alterações de PaO
2
, P
A
O
2
,
SaO
2
e Qs/Qt, ratificando a segurança da emulsificação de fármacos halogenados
descrita em outras pesquisas envolvendo modelos experimentais (BIBER et al., 1984;
MUSSER et al., 1999; MATHIAS et al., 2004; SILVA, 2006; YANG et al., 2006).
Os tempos de recuperação o foram submetidos à análise estatística, porém,
clinicamente, observou-se que os tempos de extubação foram similares em todos os
grupos, com a sonda orotraqueal sendo retirada antes de dez minutos. A recuperação
anestésica após anestesia por infusão com isofluorano emulsificado foi avaliada em
ratos e camundongos, os quais apresentaram aproximadamente nove e 18 minutos
para o retorno do reflexo de endireitamento ou ambulação espontânea (EGER e
MACLEOD, 1995; SILVA, 2006). Em estudo com isofluorano em cães, Yang et al.
(2006) observaram recuperação anestésica pida (inferior a oito minutos) e de boa
qualidade, não evidenciando diferenças significativas entre as pressões parciais
arteriais, venosas ou alveolares entre as modalidades injetável e inalatória no momento
de despertar dos animais. De acordo com esses autores, as mesmas pressões parciais
sangüíneas ao acordar sugerem que as diferentes vias de administração do isofluorano
não influenciam a eliminação desse fármaco do sangue, apesar da elevação do
coeficiente de partição sangue/gás. Em adição, o curto período de recuperação
subseqüente a aplicação intravenosa de isofluorano pode ser explicado pela rápida
redistribuição e imediata eliminação pulmonar desse anestésico (ZHOU et al., 2006).
Em relação às respostas hemodinâmicas evidenciadas no grupo IV, deve-se
ressaltar que houve a separação do anestésico da emulsão após sua produção.
Dependendo do tipo de lipídeo que come a emulsão, concentrações muito elevadas
de halogenado podem ultrapassar a capacidade de contenção da emulsificação, e
assim, resultar na separação do anestésico e a sua injeção na forma pura. Para o
sevofluorano, polímeros fluoretados possibilitaram que altas concentrações (até 20%)
fossem desenvolvidas com estabilidade e segurança (FAST et al., 2008). No entanto,
no caso do isofluorano, as concentrações máximas de 5,64% e 8,24% em fosfolidios
a 20% e a 30% foram descritas (ZHOU et al., 2006). De qualquer forma, a emulsão
deve ser examinada para a observação da ocorrência da separação dos componentes
ao longo do tempo. Halogenados emulsificados foram considerados estáveis depois de
um a seis meses sem a observação da coexistência de duas fases após a conservação
em temperatura ambiente (EGER e MACLEOD, 1995; YANG et al., 2006).
A emulsão de isofluorano empregada neste ensaio, entretanto, não apresentou
estabilidade adequada, e teve que ser submetida à agitação contínua durante a infusão
intravenosa, pois a separação de fases era visível após alguns minutos de repouso à
temperatura ambiente. Infelizmente, como a composição da formulação investigada não
foi revelada pelo laboratório, não se pode assegurar qual a concentração utilizada de
lipídeos em emulsão para a preparação da apresentação a 10% que foi disponibilizada.
Talvez esta separação em fases possa ser a responsável pelo maior comprometimento
hemodinâmico observado no grupo IV, pois a separação do isofluorano leva à presença
do agente anestésico puro na circulação, aumentando a biodisponibilidade e os efeitos
deletérios em relação ao anestésico em sua forma gasosa dissolvida no sangue.
Quanto ao grupo E, por meio da análise cuidadosa do comportamento das
variáveis hemodinâmicas, pode-se sugerir que a infusão da emulsão sem o halogenado
causou algum tipo de interferência. Por conseguinte, é de se afirmar que os efeitos
clínicos provenientes do uso de formulações lipídicas podem ocorrer não apenas pela
ação do fármaco, mas também pela própria emulsão, que pode modificar a
farmacocinética e farmacodinâmica da substância nela dissolvida. Um exemplo para
corroborar esta afirmação é a existência de diferentes CAM’s entre as vias inalatória e
intravenosa em virtude da alteração do coeficiente de partição (MUSSER et al., 1999;
YANG et al., 2006). Desde que a cinética desta modalidade de anestesia ainda o foi
estudada, esta explicação é difícil de ser garantida, mas pode ser corroborada com
base nas pesquisas com outros anestésicos lipossolúveis.
Diversas mudanças na composição do veículo de emulsão lipídica já foram
testadas com o propofol, outro anestésico geral que possui baixa hidrossolubilidade.
Vários trabalhos indicaram que suas propriedades farmacocinéticas e
farmacodinâmicas podem permanecer inalteradas (DOENICKE et al., 1997; COX et al.,
1998; WARD et al., 2002; EGAN et al., 2003; RAVENELLE et al., 2008a e 2008b) ou
serem modificadas (DUTTA e EBLING, 1997 e 1998; CALVO et al., 2004; FECHNER et
al., 2004). Quando se elevou a concentração do componente lipídico na emulsão de
propofol, a incidência de dor à injeção foi diminuída pela menor disponibilidade da
fração livre do anestésico (SONG et al., 2004). Em adição, a emulsificação do propofol
reduziu três vezes o seu volume de distribuição, o que resultou em menor captação do
fármaco pelos tecidos, maior segurança e potência anestésica inferior que a formulação
livre de lipídeos (DUTTA e EBLING, 1998).
Por fim, o relacionado ao fator veículo-solvente, mas pertinente à dissolução
do anestésico no sangue, a idade avançada e a hipotermia corpórea podem levar ao
aumento da solubilidade sangüínea e tecidual dos anestésicos inalatórios (LERMAN et
al., 1986; ZHOU e LIU, 2001). Entretanto, como foram usados es da mesma faixa
etária e a temperatura corpórea foi mantida dentro dos limites fisiológicos, estes últimos
fatores pouco devem ter influenciado as respostas hemodimicas e respiratórias
verificadas.
6. CONCLUSÕES
Com base na avaliação dos efeitos fisiológicos promovidos pelas administrações
intravenosa e inalatória do isofluorano, concluiu-se que:
A taxa de infusão intravenosa de 6,99 mL/kg/h de isofluorano em emulsão
lipídica é efetiva na manutenção de plano de anestesia cirúrgica em cães;
O isofluorano em emulsão lipídica causa depressão cardíaca e hipotensão
acentuada;
O isofluorano em emulsão lipídica não altera de forma deletéria a função
respiratória;
A emulsão per se induz depressão cardiovascular.
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