já se estava familiarizado: sociedade, identidade, Estado, soberania, legitimidade,
violência e domínio.
1
E – indaga Beck – se vivemos em meio à transfomação, à passagem de uma
Primeira Modernidade, caracterizada por Estados-nação e relações territoriais, a uma
Segunda Modernidade, cosmopolita, como compreender a nova dinâmica mundial?
A resposta do autor passa pela concepção de risco, pela idéia de uma nova política
interior-mundial e de uma nova teoria crítica com intenção cosmopolita. Voltaremos a
Beck mais à frente, em específico à sua noção de sociedade do risco em escala
planetária. Por ora, concentrar-se-á no fenômeno da globalização, utilizando-nos, pela
objetividade e clareza, da exposição de David Held e Anthony MacGrew.
2
3
Oferecem os autores um “conceito básico”, em certa medida operacional, de
globalização, repartindo-o em aspectos materiais, espaço-temporais e cognitivos.
O aspecto material se refere à identificação de fluxos de comércio, de capital e de
pessoas em todo o globo, que são facilitados por infra-estruturas
“física (como os transportes ou sistemas bancários), normativa (como as regras do
comércio) e simbólica (a exemplo do inglês usado como língua franca) – que criam
precondições para formas regularizadas e relativamente duradouras de interligação
global”.
4
Mais do que a ampliação de relações e atividades sociais, asseveram os autores,
tem-se uma magnitude ou intensidade crescente de fluxos globais de tal monta que
1
BECK, Ulrich, Poder y Contra-Poder en La era Glabal: la nueva economia política mundial, p. 13-14:
“En el presente libro se acepatan ambos enfoques, pero al mismo tiempo se da un paso esencial más allá y
se entiende y expone la globalización como una transformación histórica. En consecuencia, la atual
visión del mundo, basada en la distinción entre nacional e internacional, queda disuelta en un espacio de
poder de la política interior mundial todavia difuso. Sin embargo, fue en el horizonte de dicha distinción
donde se acuño la imagen del mundo de la Primeira Modernidade, conceptos (y teorias), clave, como
sociedad, identidad, Estado, soberania, legitimidad, violencia y dominio. De modo que en libro plantea la
siguiente pregunta: ¿como traducir a conceptos un mundo, una dinámica mundial, en que los problemas
causados por una modernización radicalizada suprimen los pilares y lógicas de acción del orden moderno
(el orden del Estado nacional) así como determinadas distinciones fundamentales e instituciones básicas
en la historia? La respusta (...) es: la nueva política interior mundial, que aqui y ahora va más allá de lo
nacional e internacional, se ha convertido en un juego de metapoder de resultado totalmente abierto, un
juego que estipulará de nuevo las fronteras, reglas y distinciones básicas no sólo de lo nacional y lo
internacional, sino también de la economia mundial y el Estado, de los movimentos civiles
transnacionales, de las organizaciones supranacionales y de los gobiernos y sociedades nacionales.”
2
HELD, David, MCGREW, Anthony, Prós e contras da globalização, 2001.
3
Confira-se sobre o tema BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as conseqüências humanas. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 1999; BAUMAN, Zygmunt. Em busca da política. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2000. BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar, 2003. MAUS, Ingeborg. From nation-state to global state, or the decline of democracy. In:
Constellations, v. 13, n.º 4, 2006, p. 465-484.
4
HELD, D.; MCGREW, A., Prós e contras da globalização, p. 12.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0510783/CB