RESUMO
FERRAZ, V. C. M. Avaliação radiográfica, histomorfométrica e de função de vôo após
fixação de osteotomias distais de úmero em pombas (Columba lívia), com modelo
inédito de fixador externo articulado. [Estudo comparativo de fixador transarticular
dinâmico e estático. Radiographic, histomorphometric and of flight function evaluations
after distal humeral osteotomies in pigeons (Columba livia), with inedit articulated external
fixator. Comparative study of dynamic and static transarticular fixators]. 2008. 124 f.
Dissertação (Mestrado de Medicina Veterinária) – Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.
O tratamento de fraturas umerais distais em aves impõe grande dificuldade, devido a
córtices muito finas dos ossos A artrodese com fixador externo da articulação úmero-rádio-
ulnar é inviável para aves que se pretende reintroduzir ao meio ambiente. Doze animais
foram divididos em dois grupos: cirurgias bilaterais com anquilose de uma asa (asa estática)
e manutenção da articulação da outra (asa dinâmica) (grupo 1), e cirurgia unilateral, com
manutenção da função da articulação (asa dinâmica), sendo a outra controle (asa intacta)
(grupo 2). Foram feitas avaliações clínicas, radiológicas, morfológicas do osso,
histomorfométricas (de ambos os grupos) e de capacidade de vôo (grupo 2),. A 6 semanas,
todos os animais apresentavam fraturas consolidadas, com excessão de dois animais do
grupo 1, que somente apresentaram consolidação das asas dinâmicas às 9 semanas e das
estáticas às 12 semanas. Todos os animais do grupo 2 apresentaram capacidade de vôo
adequada, antes de 13 semanas após a cirurgia. No grupo 1 o úmero da asa dinâmica
representava 99,1% do comprimento do da asa estática, e no grupo 2, estes eram 99,5% em
relação à asa intacta. A amplitude da asa, no grupo 2, demonstrou que a relação da asa
dinâmica/intacta foi de 93%, e no grupo 1 a relação asa dinâmica/estática foi de 105%. O
volume do osso intacto foi de aproximadamente 29% da área estudada, enquanto o da asa
estática foi de 19% e das asas dinâmicas, de 22%. Houve diferença entre o número de
osteoblástos das asas intactas e dinâmicas, porém não houve diferença entre as asas
estáticas e intactas e entre as dinâmicas e as estáticas, e também não houve diferença do
número de osteoclástos entre nenhum tipo de asa. A razão da superfície óssea pelo volume
ósseo indica a quantidade de áreas de reabsorção. Não houve diferença entre as asas estática
e dinâmica, porém houve diferença entre estas e os controles. O método proposto de técnica
para fixação de fraturas umerais distais, sem a anquilose da articulação úmero-rádio-ulnar,
demonstrou ser efetivo em manter o comprimento ósseo, a amplitude da asa e assim,
garantindo a capacidade de vôo das aves tratadas, além de demonstrar ser equivalente
histológicamente à técnica tradicional e mais estável de anquilose da articulação, para este
tipo de fratura, e até mesmo, no período estudado, ser equivalente ao osso são, sendo um
método adequado para a reparação de fraturas distais de úmero em aves quando se pretende
a reabilitação destes animais.
Palavras–chave: Pombos. Ortopedia. Fraturas Umerais. Fixador Articulado.