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teológicas como o fundamentalismo
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e o evangelicalismo que, a partir de 1930, fizeram
parte do protestantismo histórico no Brasil. Os dois movimentos surgiram quase que
simultaneamente no Brasil.
Para Velasques (1990b, p. 150), o fundamentalismo é acima de tudo ideológico,
enquanto o evangelicalismo é espiritualista e moralista. O primeiro é herdeiro do
calvinismo puritano, enquanto o segundo é arminiano-pietista, na linha dos
avivamentos. De novo, calvinismo e arminianismo mesclam-se no protestantismo
histórico, agora, na década de 20, em novas formas religiosas. Nos Estados Unidos,
pietismo e puritanismo influenciaram-se, e a versão encontrada no Brasil seguiu a
mesma tendência. Fundamentalismo e evangelicalismo compartilham de elementos
tanto puritanos quanto pietistas. Assim, houve uma espécie de sincretismo entre essa
duas versões, e é possível falar em denominações que partilham de ambas as tendências,
quer de forma a confrontá-las, quer de modo a conviver pacificamente com ambas. Esse
dois movimentos geraram um resultado único para o protestantismo histórico:
reforçaram um protestantismo baseado no individualismo e alienado socialmente.
Assim, as tendências pietistas e puritanas estabeleceram-se no protestantismo
missionário no Brasil. No início do século 20, o protestantismo viu uma avalanche de
teologias que priorizavam o conversionismo individualista e a separação do mundo
social e cultural. A força desses movimentos teológicos estava nas estratégias das
organizações missionárias e posteriormente, nas décadas de 1950 e 1960, nas
organizações paraeclesiásticas
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. Ambas norte-americanas, com profundo sentimento
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O fundamentalismo teve como marco referencial, no Brasil, a obra de Alfredo Borges Teixeira
Maranata, em 1921, sendo intensificado, em 1940, com a presença do fundamentalista Carl MacIntyre.
Dentre as várias conseqüências desse movimento, destacamos: fé passiva, voltada para o a-histórico e em
busca de sinais, dogmatismo escolástico, autoritário e conservador sem diálogo com o mundo social.
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As organizações ou instituições paraeclesiásticas são organizações evangelísticas e trabalham com a
tendência do interdenominacionalismo. Este, por sua vez, pressupõe o convívio, para estudos e práticas
cúlticas, de várias denominações protestantes. As paraeclesiásticas contam com o trabalho de
missionários enviados por diversas denominações e com uma estrutura interna baseada na divisão de
ministérios. A parceria entre as denominações e as paraeclesiásticas ainda é muito forte no protestantismo
histórico do país. Congressos, seminários, acampamentos e projetos missionários são algumas das
atividades desenvolvidas por esta parceria. Das paraeclesiásticas que chegaram ao Brasil nos anos 50 e
60, destacamos as três principais. A primeira é a Organização Palavra da Vida, que chegou ao país em
1957 com os missionários Ari Bolback e Haroldo Heimer, que iniciaram seus trabalhos com a formação
do acampamento em Atibaia, SP. Desde 1965, conta com um instituto bíblico transformado em seminário
teológico. Atualmente, tem sede em Atibaia, São Paulo, e filiais nos outros estados brasileiros.
Informações pelo site:
www.opv.org.br
. A segunda é a Mocidade Para Cristo (MPC), integrante do
ministério Youth for Christ International. Estabeleceu-se definitivamente no Brasil, na cidade de
Campinas, São Paulo, em 1952, com o pastor Donald Philis, evangelista e avivalista. Atualmente, sua
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