Apêndice IV:
Plantio e Extração de Óleo de Dendê 139
Tabela 90: Descrição do processo de produção de óleo. Fonte: Suframa/FGV (2003)
Etapa Descrição
Esterilização
Os cachos são esterilizados, por cozimento, através de vapor proveniente de
caldeira com controle de temperatura, pressão e tempo em uma máquina
chamada autoclave. O ciclo completo de esterilização dura em torno de 60
minutos, com pressão de 2,5 a 3,0 atm., e seus objetivos são: eliminar as
enzimas responsáveis pelo aumento da fermentação dos frutos frescos;
soltar os frutos dos cachos; amolecer a polpa para facilitar a extração do
óleo e encolher parcialmente as amêndoas para facilitar a separação de sua
casca. O autoclave gera efluentes residuais líquidos da ordem de 2% do
volume de cachos beneficiados.
Debulhamento
Os cachos esterilizados são derramados no debulhador rotativo, onde os
frutos são desprendidos dos cachos, os quais, agora vazios, saem do
processo como resíduos sólidos para utilização como adubo orgânico e para
alimentar a caldeira e o grupo gerador (adaptado para este fim), num
volume equivalente a 22% da tonelagem de cachos beneficiados.
Digestão
Os frutos são conduzidos por esteira rolante ao digestor, onde são
continuamente umedecidos, amassados e aquecidos a uma temperatura
constante de 95º centígrados. O resultado é uma massa uniforme, à qual o
digestor adicionou um volume de água correspondente a 26% da tonelagem
de cachos beneficiados.
Prensagem
A massa é despejada na prensa eletromecânica, onde é extraído o óleo
bruto. A prensa, além do óleo, produz a torta de prensagem, que é a massa
de frutos prensada sem o óleo bruto da palma, correspondente a 24% da
tonelagem de cachos beneficiados, e que dará início ao processo de
palmisteria.
Clarificação e
secagem
76% do óleo bruto prensado é despejado em um clarificador, máquina para
peneirar e desumidificar o óleo bruto. O óleo clarificado é, a seguir,
transportado para os secadores de óleo a vapor e vácuo.
Armazenagem e
expedição do óleo
de palma
O óleo de palma é bombeado para tanques de armazenagem, onde é
mantido a uma temperatura constante de 50 graus centígrados, pronto para
expedição.
Desfibração
A torta de prensagem é colocada no desfibrador, recipiente metálico no
qual é aquecida por vapor proveniente também da caldeira, com o objetivo
de separar as nozes das fibras. Esta etapa gera como resíduo um volume de
fibras equivalente a 54% do volume da torta desfibrada.
Palmisteria
(a) As nozes são trituradas em uma máquina quebradora de nozes expondo
as amêndoas e peneirando as cascas, as quais constituirão matéria orgânica
para a caldeira e o grupo gerador; (b) As amêndoas são transformadas em
massa pela adição de água e cozimento no digestor e a massa cozida é
prensada, obtendo-se a torta de palmiste e o óleo de palmiste.
Armazenagem e
expedição da torta
e do óleo de
palmiste
A torta de palmiste é embalada em sacos de juta e armazenada em galpão
de estocagem, enquanto o óleo de palmiste é filtrado e bombeado para um
silo de armazenagem. O óleo de palmiste é expedido em caminhões-tanque,
enquanto os sacos com as tortas são expedidos em caminhões-baú.
Tratamento de
efluentes
Os resíduos líquidos e sólidos são depositados por gravidade em um galpão
menor, onde são decantados e formam a “borra do dendê”, co-produto
orgânico utilizado para alimentar tanto a caldeira quanto o grupo gerador e
ser revendido como insumo para fabricar sabões, velas etc.
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