Download PDF
ads:
















!"#$
())*
Dissertação de Mestrado ap
resentada ao
Programa de Pós-
Graduação Bases Gerais da
Cirurgia, da Faculdade de Medicina de
Botucatu, UNESP, para obtenção do título de
Mestre.
&+,-./
.$
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.












Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de
Pós-Graduação Bases Gerais da Cirurgia, da Faculdade
de Medicina de Botucatu, UNESP, para obtenção do
título de Mestre.


!
!!
!"
""
"#$
#$#$
#$
$%&'%&
$%&'%&$%&'%&
$%&'%&
())*
())*())*
())*
ads:
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO
DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - CAMPUS DE BOTUCATU - UNESP
BIBLIOTECÁRIA RESPONSÁVEL: Selma Maria de Jesus
Pinheiro, Rafael Martins.
Avaliação do equilíbrio de idosos vivendo na comunidade usando testes
práticos de equilíbrio e de sensibilidade cutânea plantar / Rafael Martins
Pinheiro. – Botucatu : [s.n.], 2008
Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Medicina de Botucatu, 2008.
Orientador: Onivaldo Bretan
Assunto CAPES: 40602001
1. Idoso 2. Saúde do idoso 3. Equilíbrio
CDD 618.97
Palavras-chave: Idoso; Sensibilidade do pé; Teste de equilibrio
#0
#0#0
#0
#0
#0#0
#0
#        123 
4563,!/3

#72

$8.--7.
2
22
2
2
22
2
#9
$
:;21!
<$1=
%> ?
  -7 + '  #  $  

:2@4
   #  23 22  '2 
'       ' 1 '  A  
1
   1  0"4 2 '7 13 A 
1-@A1B



Resumo
A avaliação do equilíbrio do idoso morador da comunidade pode ser realizada usando testes
práticos do equilíbrio e da sensibilidade cutânea plantar. Objetivo: verificar a ocorrência de
desequilíbrio e perda da sensibilidade táctil plantar, observar se ocorre associação entre estas
alterações e se a realização conjunta dos testes de equilíbrio e da sensibilidade plantar
aumenta a precisão da avaliação. Casuística e Métodos: serie de casos compreendendo 45
idosos testados através da escala de equilíbrio de Berg e do teste da sensibilidade cutânea
plantar com monofilamentos de nylon. Foram utilizados os testes do qui quadrado, e exato de
Fisher e elaboradas curvas ROC para estudo da sensibilidade e especificidade do teste de
Berg. Resultados: idosos com alteração do equilíbrio e da sensibilidade plantar foram em
número de 2 e de 4, respectivamente. Houve associação significante entre queixa de
desequilíbrio e sensibilidade (p = 0,047) e houve concordância razoável (Kappa = 0,6457)
entre a escala de Berg e o teste da sensibilidade, assim como verificou-se associação
significativa entre 6 das 14 tarefas da escala e o teste da sensibilidade plantar. Conclusão:
idosos com vida independente na comunidade, em sua grande maioria, apresentam equilíbrio
e sensibilidade cutânea plantar normais, havendo indícios de que as alterações destas funções
estão associadas. A realização de testes práticos do equilíbrio e da sensibilidade cutânea
plantar aumenta a precisão da avaliação do estado do equilíbrio do idoso.
Palavras-chave: teste de equilíbrio, sensibilidade do pé, idoso.






Balance assessment in community-dwelling elderly can be performed by using clinical
balance and plantar cutaneous sensation tests. Objective: To evaluate the occurrence of
inbalance and loss of plantar tactile sensitivity as well as to observe the occurence of
association between such alterations and whether the consoint performing of these tests
increase the accuracy of the evaluation. Subjects and Methods: A series of cases comprising
45 elderly individuals tested by the Berg balance scale and the plantar cutaneous sensation
test with nylon monofilaments. Chi-square and Fisher’s Exact tests were used and ROC
curves were designed to study the sensitivity and specificity of the Berg test. Results: Two
and 4 individuals showed alteration in balance and plantar sensation, respectively. There was
a significant association between inbalance complaints and sensitivity (p = 0.047), and there
was reasonable agreement (Kappa = 0.6457) between the Berg scale and the sensitivity test. A
significant association was also found among 6 of the 14 tasks in the Berg scale and the
plantar sensitivity test. Conclusion: Most of the elderly individuals leading an independent
life in the community showed normal balance and plantar cutaneous sensation, and there was
evidence that alterations in these functions are associated. The performance of practical
balance and plantar cutaneous sensations tests increases accuracy in the evaluation of elderly
individuals’ balance conditions.
Key words: balance test, foot sensitivity, elderly.
C
CC
C
Índice
Introdução...................................................................................................... 11
Objetivo ......................................................................................................... 16
Casuística e Métodos..................................................................................... 17
Participantes.............................................................................................
18
Avaliação funcional do equilíbrio........................................................... 19
Teste de sensibilidade cutânea plantar dos pés........................................
19
Análise estatística.................................................................................... 20
Resultados...................................................................................................... 21
Tabela 1................................................................................................... 22
Tabela 2................................................................................................... 24
Tabela 3...................................................................................................
25
Tabela 4...................................................................................................
26
Tabela 5...................................................................................................
27
Tabela 6...................................................................................................
28
Discussão........................................................................................................ 30
Conclusões...................................................................................................... 36
Referências Bibliográficas............................................................................
38
D
DD
D
D
DD
D
A população mundial de idosos vem aumentando rapidamente graças, entre
outras causas, à melhora das condições de vida e de saúde (Ruwer et al., 2005). O Índice de
Envelhecimento revela o Brasil entre os países com o ritmo mais acentuado de crescimento
desta população (Wong & Carvalho, 2006). O envelhecimento é um processo em que estão
envolvidas variáveis genéticas, estilo de vida, e doenças crônicas degenerativas (Prudham e
Evans, 1981; Tinetti, 1986, Tinetti et al., 1988; Lipsitz et al., 1991; Duncan et al., 1992;
Herndon et al., 1997; Ourania et al., 2003). Com a idade, ocorrem modificações nas funções
musculoesqueléticas, neurológicas, fisiológicas e nos sistemas periféricos sensoriais tais como
a visão, o vestíbulo e a função somatosensorial, levando à redução do controle postural, do
equilíbrio e da marcha, favorecendo desequilíbrio e queda (Lord & Ward, 1994; King et al.,
1994; Richardson e Ashton-Miller, 1996; Ge Wu, 1998; Suominen et al., 2006; Perry, 2006).
Além disso, doenças sistêmicas, neurológicas, uso de medicações sistêmicas, redução
cognitiva e problemas musculares, entre outros, também estão associados à desequilíbrio e à
queda (Richardson e Ashton-Miller, 1996; Menz & Lord, 2001a,b; Conner kerr &
Templeton, 2002; Suominen et al., 2006; Lord et al., 2003; Menz et al., 2005).
Queda é um evento que afeta parte importante da população idosa, provoca
medo de novas quedas, limitação das atividades, causa elevada morbidade e mortalidade,
hospitalização, altos custos e decorrentes problemas sócioeconômicos (Prudham e Evans,
1981; Tinetti et al., 1988; Tinetti et al., 1990; Hill et al., 1996; Shumway-Cook et al., 1997,
Tinetti e Williams, 1997; Tinetti e Williams, 1998; Baloh et al., 2003; Chiu et al., 2003). O
grau de habilidade de um indivíduo manter a postura vai ser responsável por sua capacidade
maior ou menor de executar com independência as várias atividades físicas da vida diária
(Berg et al., 1989; King et al., 1994; Tinetti e Williams, 1998). O fato de que distúrbios do
equilíbrio provocam limitações das atividades, quedas e lesões devidas à queda, levou ao
desenvolvimento de testes para avaliação do equilíbrio e da marcha, para identificação de
pessoas com desequilíbrio e risco de queda (Tinetti, 1986; Podsiadlo e Richardson, 1991;
Duncan et al., 1990; Berg et al., 1992; Duncan et al., 1992; Simoneau et al., 1995; Shumway-
Cook et al., 1997; Feld et al., 2001; Chiu et al., 2003). Os testes de equilíbrio ou fazem
avaliação clínica funcional ou usam equipamentos e aparelhos de laboratório, tais como
plataformas de força ou medidores de inclinação (Berg et al., 1989; Tinetti, 1986; Duncan et
al., 1990; Podsiadlo e Richardson, 1991; Berg et al., 1992a,b; Lord e Ward, 1994; Shumway-
Cook et al., 2000; Lynch et al., 2007). Entretanto, testes laboratoriais não são utilizáveis nos
locais de atendimento médico básico e, além disso, eles não avaliam movimentos rotineiros
do dia a dia (Duncan et al., 1990; Podsiadlo e Richard, 1991). Os testes funcionais mais
utilizados são a escala de equilíbrio de Berg, a escala de mobilidade de Tinetti, e o “TUGT”
(“Timed up and go test”) (Podsiadlo e Richardson, 1991; Berg, 1994; Shumway-Cook et al.,
2000; Chiu et al., 2003; Boulgarides et al., 2003; Harris et al., 2005). Eles são de fácil
realização em qualquer local, tem baixo custo e permitem interpretação mais direta da
relevância funcional da alteração (Berg et al., 1989; O’Brien et al., 1998). Dentre eles, a
escala de equilíbrio de Berg mostrou ser a que apresenta maior sensibilidade e especificidade,
sendo amplamente utilizada e estando fortemente correlacionada com os outros testes
funcionais do equilíbrio (Podsiadlo e Richardson, 1991; Berg et al., 1992; Berg et al., 1996;
Shumway-cook et al., 1997; O’Brien et al., 1998; Feld et al., 2001; Chiu et al., 2003;
Boulgarides et al., 2003; Harris et al., 2005; Gazzola et al., 2006). Embora a escala de Berg
não seja um instrumento que mostre distúrbios em várias condições de postura e de
mobilidade, ele é confiável e válido para avaliação quantitativa do equilíbrio do idoso vivendo
na comunidade (Berg et al., 1989, Berg et al., 1992; Shumway-Cook et al., 1997; Chiu et al.,
2003; Harris et al., 2005; Lynch et al., 2007). A escala de equilíbrio de Berg foi validada para
as condições brasileiras (Miyamoto et al., 2004).
Paralelamente, estudos têm mostrado que a alteração da sensibilidade cutânea
do gerada por muitas doenças e por problemas do , tem papel importante nos distúrbios
do equilíbrio (Simoneau et al., 1995; Simmons et al., 1997; Kavounoudias et al., 1998; Maki
et al., 1999; Menz e Lord, 2001a,b; Lord et al., 2003; Pratorius et al., 2003; Ducic et al., 2004;
Meyer et al., 2004; Menz et al., 2005; Perry, 2006; Ducic et al., 2006; Wilson & Kirwan,
2006; Lynch et al., 2007, Richerson e Rosendale, 2007). Correlação significativa entre
alteração da sensibilidade cutânea da planta do e alterações do equilíbrio usando
equipamentos de laboratório foi observada em doenças tais como hipotireoidismo, escoliose,
doença de Parkinson, vestibulopatias, neuropatia periférica secundária à alcoolismo, doença
renal crônica, antiarritmicos, deficiência de vitamina B12, acidente vascular encefálico, em
indivíduos com queixa mas sem etiologia identificada e principalmente, no diabetes, em
indivíduos idosos ou não (Simoneau et al., 1995; Richardson e Ashton Miller, 1996; Byl et
al., 1997; Simmons et al., 1997; Kavounoudias et al., 1998; Menz e Lord, 2001 a,b; Conner-
Kerr e Templeton, 2002; Roll et al., 2002; Prätorius et al., 2003; Ducic et al., 2004; Meyer et
al., 2004; Menz et al., 2005; Ducic et al., 2006; Lynch et al., 2007; Richerson e Rosendale,
2007). As investigações sobre a sensibilidade táctil da planta do foram realizadas,
inicialmente, por clínicos interessados em verificar a perda da sensibilidade protetora do
devido à presença de neuropatia periférica em diabéticos e na hanseníase, para prevenção de
úlceras cutâneas (Birke e Sims, 1986; Holewski et al., 1988; Sosenko et al., 1990; Kumar et
al., 1991; Valk et al., 1997; Armstrong & Lavery, 1998; Armstrong et al., 1998; Leonard et
al., 2004). O teste de sensibilidade mais usado utiliza-se de monofilamentos de nylon de
vários calibres, desenvolvidos por Semmes-Weinstein (Holewski et al., 1998). Ele tem boa
sensibilidade e especificidade o que o torna um teste “screening” de baixo custo, de curta
duração e facilmente aplicável em qualquer local (Birke e Sims, 1986; Mueller et al., 1989;
Sosenko et al., 1990; Kumar et al., 1991; Valk et al., 1997; Simmons et al., 1997; Armstrong
e Lavery, 1998; Prätorius et al., 1998; Lorde t al., 2003; Wilson e Kirwan, 2006; Perry, 2006).
Em idosos saudáveis, autores encontraram diferenças significativas de sensibilidade cutânea
plantar e da base funcional de suporte do pé quando comparado com jovens saudáveis (King
et al., 1994; Richardson e Ashton-Miller, 1996; Maki et al., 1999; Priplata et al., 2003; Perry,
2006). Também foi encontrada associação entre a redução da sensibilidade plantar e
desequilíbrio, em idosos sem queixas (Lord e Ward, 1994; Ge Wu, 1998; Priplata et al., 2003;
Menz et al., 2005). Estes trabalhos avaliaram equilíbrio e sensibilidade cutânea plantar usando
plataformas de força e outros equipamentos de laboratório e monofilamentos. Estudos
mostraram ainda que a perda da sensibilidade cutânea do pé é um preditor de queda (Conner-
Kerr e Templeton, 2002; Meyer et al., 2004; Menz et al., 2005).
Testes laboratoriais de equilíbrio e de sensibilidade cutânea do pé usando
monofilamento mostraram associação de resultados quando foram aplicados em indivíduos
diabéticos ou com outras doenças sistêmicas, em sujeitos com perda sensorial previamente
identificada e em sujeitos com queixa (Simoneau et al., 1995; Simmons et al., 1997; Maki et
al., 1999; Menz e Lord, 2001 a,b; Ducic et al., 2004; Menz et al., 2005). Apenas um estudo
usou teste funcional do equilíbrio e da sensibilidade táctil plantar com monofilamento para
observar associação entre as alterações encontradas. Conner-Kerr e Templeton (2002)
verificaram que diabéticos de várias faixas etárias com redução acentuada da sensibilidade
protetora do apresentavam elevado risco de queda. Não há relato, na literatura, de estudo
sobre o equilíbrio e a sensibilidade táctil da planta do em idosos moradores da
comunidade, sem queixas prévias de alteração do equilíbrio e de perda da sensibilidade
plantar e sem doenças selecionadas previamente e que tenha usado teste funcional do
equilíbrio e teste da sensibilidade cutânea da planta do pé. O objetivo deste estudo foi
observar a ocorrência de desequilíbrio e de perda da sensibilidade táctil da planta do em
idosos vivendo na comunidade, usando a escala de equilíbrio de Berg e o teste da
sensibilidade cutânea do com monofilamentos. Pretendeu-se, verificar também, se ocorre
associação entre os dados de ambos os testes e se o uso conjunto dos mesmos aumenta a
precisão na identificação de indivíduos com risco de desequilíbrio e queda.
'7
'7'7
'7
'7
'7'7
'7
Participantes: A partir de um estudo clínico populacional envolvendo 355 idosos que
compareceram voluntariamente à convocação de uma unidade de saúde de um bairro da
cidade de Botucatu, estado de São Paulo, foi avaliada uma amostra 45 indivíduos que se
submeteram à investigação dirigida para avaliação do equilíbrio postural. Os 355 indivíduos
passaram por avaliações que incluiu história clínica, exame físico geral, exame visual, exame
dos membros inferiores, teste de sensibilidade cutânea plantar, questionário sobre atividades
da vida diária e questionário sobre qualidade de vida. Os idosos do estudo populacional e
aqueles da investigação dirigida foram examinados aleatoriamente por ordem de chegada e
segundo a disponibilidade dos examinadores. À história clínica inicial foram incluídas
perguntas sobre vertigem, desequilíbrio e queda nos últimos 12 meses. Os critérios de
inclusão e exclusão foram uso de aparelho de apoio para caminhar que não bengala,
problemas ortopédicos de extremidade inferior, patologia músculoesquelética que impedia
deambulação, infecção aguda em qualquer localização, doença sistêmica descompensada,
incapacidade de entender as instruções transmitidas e ou atender a comandos, dificuldade
visual séria, doenças neurológicas como acidente vascular encefálico recente e ataque
isquêmico transitório. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Medicina do Campus de Botucatu, Universidade Estadual paulista. Os
indivíduos assinaram termo de consentimento livre e esclarecido.
Avaliação funcional do equilíbrio: Foi utilizada a escala de equilíbrio de Berg. Ela consiste
de 14 tarefas semelhantes às várias atividades da vida diária, inicialmente aquelas mais
simples, estáticas, progredindo para movimentos mais dinâmicos. Atribuem-se escores que
variam de 0 para incapacidade de exercer atividades sem auxílio até 4 para habilidade rm
realizar tarefas com independências em tempos mínimos determinados. O escore máximo
corresponde a 56 pontos e elegeu-se, inicialmente, o valor de corte de 45 (Berg et al., 1992).
O escore de 45 pontos permite separar indivíduos propenso ou não à quedas (Boulgarides et
al., 2003).
Teste de sensibilidade cutânea plantar dos pés: a sensibilidade cutânea foi avaliada usando
monofilamento de Semmes-Weinstein de número 5.07, que gera 10-g de pressão quando
aplicado sobre a superfície do pé. O monofilamento foi aplicado em 10 diferentes pontos que
incluíram o face plantar do , e dedos, o face plantar da , e 5º cabeças metatarsal,
os lados medial e lateral plantar do meio do pé, a área plantar do calcanhar e o lado dorsal da
parte dia do pé. O teste foi realizado posicionando-se o filamento perpendicularmente à
pele e pressionando-se até que se curvasse. Para que o teste fosse considerado realizado, o
examinador inquiria sobre a sensibilidade e o local do toque. A técnica de avaliação utilizada
mostrou-se com sensibilidade de 97% e 83% de especificidade para ausência de percepção em
4 ou mais pontos, para identificação de perda da sensibilidade protetora (Armstrong &
Lavery, 1998a,b). Foi considerado como alterado o teste onde 4 ou mais pontos não
mostraram sensibilidade e como normal onde 7 ou mais pontos estavam sensíveis. Houve o
cuidado de não ultrapassar 10 indivíduos testados com o mesmo filamento, sem que houvesse
um intervalo de 24 horas (Booth & Long, 2000). Foram seguidas as diretrizes da Sociedade
Brasileira de Diabetes (SBD, 2006).
Análise estatística: A associação entre as variáveis para o teste de sensibilidade cutânea da
planta dos pés, questionário e os valores do teste de Berg foram realizadas utilizando-se o
teste qui quadrado ou o teste exato de Fischer, quando conveniente. O nível de significância
adaptado foi o de 5% de probabilidade ou o p-valor correspondente. Foram elaboradas curvas
“ROC” considerando o escore da escala de Berg e as variáveis referentes às questões
“desequilíbrio” e queda no ano passado”, de modo a obter os pontos de corte com maior
sensibilidade. O número de indivíduos que relataram desequilíbrio” e “queda” no ano
passado foram considerados “gold standard” para os cálculos.






Tabela 1. Dados sóciodemográficos e clínicos (n=45).
Masculino 21 (47%)
Feminino 24 (53%)
Idade (média) 73 ± 8,05
Ponto de corte da escala de Berg (média) 48,89 ± 3,51
Indivíduos com uma ou mais doenças sistêmicas 1 (16)
2 (24)
Indivíduos com alteração da sensibilidade cutânea plantar 4
SIM %
Tem pressão alta? 26 58
Tem diabetes? 6 13
Tem colesterol alto? 13 23
Tem doença do coração? 10 22
Teve infarto? 3 7
Teve derrame? 0 0
Tem doença no rim? 3 7
Usa remédios? 34 75
Tem ou teve depressão? 8 18
Tem doença no pulmão? 7 15
Tem problema de vista? 32 71
Teve infecção grave no passado? 2 14
Tem vertigem? 17 38
Tem desequilíbrio? 14 31
Caiu alguma vez no ano passado? 19 42
A análise dos dados sóciodemográficos expostos na tabela 1 mostra que houve
leve predomínio do sexo feminino sobre o sexo masculino. A idade média dos participantes
foi de 73 ± 8,05, e a média dos escores do teste de Berg foi de 48,89 ± 3,51, acima, portanto,
40
do ponto de corte adotado para discriminar aqueles com risco de desequilíbrio e risco de
queda. Os idosos com alteração da sensibilidade cutânea plantar somaram 4. Quarenta
indivíduos eram portadores de uma ou mais doenças sistêmicas, ou seja, a maioria absoluta
dos idosos. As doenças mais freqüentes foram hipertensão arterial, relatada por 58% dos
suspeitos, seguida por “doença do coração”, infecção grave no passado, diabetes e infarto,
com porcentagens respectivas de 22%, 15%, 14%, 13% e 7%. Não houve relato de “derrame”.
Queixas de problemas de visão, queda no ano passado, vertigem e desequilíbrio foram
queixas respectivas de 71%, 42%, 38% e 31% dos idosos. Entre os indivíduos, medicação
sistêmica era usada por 71% e depressão prévia ou atual, foi queixa de 18% deles.
Tabela 2. Associação entre numero de indivíduos com queixas de desequilíbrio e queda e o
teste de sensibilidade cutânea plantar.
SENSIBILIDADE PLANTAR
N A TOTAL p-valor
Sim 11 3 14 (31%)*
Não 30 1 31
Tem desequilíbrio?
Total 41 4 45
0,047
Sim 18 1 19 (42%)*
Não 23 3 26
Caiu alguma vez no ano
passado?
Total 41 4 45
0,47
*Porcentagem de indivíduos com alteração.
N = normal
A = alterada
O estudo da associação entre o número de indivíduos com queixa de
desequilíbrio e de queda no ano passado e o teste de sensibilidade plantar, exposto na tabela 2,
somente mostrou significância estatística na questão “desequilíbrio” (p = 0,047). Entre os 45
sujeitos, quatorze relataram desequilíbrio e destes, quatro mostraram alteração sensorial
plantar.
Tabela 3. Distribuição dos indivíduos segundo o escore da escala de Berg e a sensibilidade
cutânea plantar (ponto de corte: 45).
Escala de Berg Sensibilidade plantar Total
N A
45
41 2 43
< 45
0 2 2
Total
41 4 45
N = normal
A = alterada
Coeficiente Kappa = 0,6457 (IC: 0,1968 – 1,000)
A nota de corte para o teste de Berg, revelou que 43 indivíduos (95,56%)
apresentaram pontuação 45 enquanto 2 (8,89%) pontuaram < 45. O coeficiente Kappa =
0,6457 (intervalo de confiança de 95%: 0,1968 1,000) mostrou haver concordância razoável
entre a escala de Berg e o teste de sensibilidade plantar (tabela 3).
Tabela 4. Distribuição dos indivíduos que relataram desequilíbrio segundo o escore da escala
de Berg e a sensibilidade cutânea plantar (ponto de corte: 48).
Escala de Berg Sensibilidade plantar Total
N A
48
35 2 37
< 48
6 2 8
Total
41 4 45
N = normal
A = alterada
Coeficiente Kappa = 0,2437 (IC: 0 – 0,6058)
A tabela 4 mostra distribuição dos indivíduos que relatam desequilíbrio
segundo o escore da escala de Berg e a sensibilidade cutânea plantar. Foi obtida curva ROC
que levou em conta os escores de Berg e os indivíduos que relataram “desequilíbrio” na
história clínica, tendo-se obtido ponto de corte de 48 para o teste de Berg como o de melhor
relevância para a determinação de especificidade de 0,677 e de sensibilidade de 0,714. Trinta
e sete indivíduos (82,22%) apresentaram escores 48 e 8 sujeitos (17,7%) scores < 48
(tabela 4). O coeficiente Kappa foi de 0,2437 (intervalo de confiança de 95%: 0 0,6058)
mostrando baixa concordância entre os testes de equilíbrio e de sensibilidade plantar.
Tabela 5. Distribuição dos indivíduos que relataram queda segundo escore da escala de Berg
e a sensibilidade cutânea plantar (ponto de corte: 49).
Escala de Berg Sensibilidade plantar Total
N A
49
35 2 37
< 49
6 2 8
Total
41 4 45
N = normal
A = alterada
Coeficiente Kappa = 0,2437 (IC: 0 – 0,6058)
Pode-se ver, na tabela 5, a distribuição dos indivíduos que relataram queda no
ano passado segundo escore da escala de Berg e a sensibilidade cutânea plantar. A curva ROC
para estudo de sensibilidade e especificidade da escala de Berg em relação aos indivíduos que
relataram queda no ano passado” mostrou que o ponto de corte 49 foi o mais adequado para
sensibilidade e especificidade de, respectivamente, 0,654 e 0,579. Trinta e sete idosos
(82,22%) apresentaram pontuação 49 enquanto que 8 (17,78%) mostraram pontuação < 49
(tabela 5). O coeficiente Kappa = 0,2437 (intervalo de confiança de 95%: 0 – 0,6058) mostrou
haver baixa concordância entre os testes. No geral, a sensibilidade plantar estava alterada
tanto em indivíduos com escores acima quanto com escores abaixo das notas de corte 45, 48 e
49.
Tabela 6. Associação entre a escala de equilíbrio de Berg e o teste de sensibilidade plantar (n = 45).
Nº indivíduos Nº indivíduos Escala de
Berg
Escore
Sensibilidade
Normal
Sensibilidade
Alterada
Total
p-valor
Escala de
Berg
Escore
Sensibilidade
Normal
Sensibilidade
Alterada
Total
p-valor
0 0 0 0 0 0 0 0 0,7943
1 0 0 0 1 0 0 0
2 0 0 0 2 1 0 1
3 3 1 4 3 14 2 16
4 38 3 41 4 26 2 28
Sentado para
em pé
total 41 4 45
0,2355 Reclinar à
frente com os
braços
estendidos
total 41 4 45
0 0 0 0 0 0 1 1 <,0001
1 0 0 0 1 1 0 1
2 0 0 0 2 0 1 1
3 0 0 0 3 2 1 3
4 41 4 45 4 38 1 39
Em sem
apoio
total 41 4 45
(-) Apanhar um
objeto no chão
total 41 4 45
0 0 0 0 0 1 0 1 0,4072
1 0 0 0 1 0 0 0
2 0 0 0 2 2 1 3
3 0 0 0 3 6 0 6
4 41 4 45 4 32 3 35
Sentado sem
suporte para
as costas
total 41 4 45
(-) Em , virar e
olhar para trás
sobre os
ombros direito
e esquerdo
total 41 4 45
0 0 0 0 0 0 0 0 0,0178
1 0 0 0 1 1 0 1
2 0 0 0 2 2 2 4
3 8 3 11 3 6 1 7
4 33 1 34 4 32 1 33
Em para
sentado
total 41 4 45
0,0137 Girar 360
graus
total 41 4 45
0 0 0 0 0 0 1 1 0,0016
1 0 0 0 1 0 0 0
2 0 0 0 2 0 0 0
3 3 2 5 3 9 2 11
4 38 2 40 4 32 1 33
Transferências
total 41 4 45
0,0095 Colocar pés
alternadamente
sobre um
banco
total 41 4 45
0 0 0 0 0 1 1 2 0,2068
1 0 0 0 1 3 0 3
2 0 0 0 2 1 0 1
3 3 0 3 3 12 0 12
4 38 4 42 4 24 3 27
Em com
olhos
fechados
total 41 4 45
0,5755 Em pé com um
frente ao
outro
total 41 4 45
0 0 0 0 0 0 0 0 0,7075
1 1 0 1 1 5 1 6
2 0 1 1 2 9 0 9
3 2 0 2 3 8 1 9
4 38 3 41 4 19 2 21
Em com os
pés juntos
total 41 4 45
0,0137 Em apoiado
em uma das
pernas
total 41 4 45
O estudo da associação entre a escala de Berg e a sensibilidade plantar
foi realizado confrontando-se os escores de cada uma das 14 tarefas e o número de
pontos obtidos no teste da sensibilidade. A tabela 6 mostra que houve resultados
estatisticamente significantes em 6 das 14 tarefas de escala de Berg. Isto significa
que 40% das tarefas apresentaram associação positiva com o teste da sensibilidade
plantar.
29
#
##
#
#
##
#
O número de idosos que relataram doenças sistêmicas, vertigem,
problemas visuais e uso de medicamentos sistêmicos na avaliação clínica foi elevado
e está próximo dos resultados de vários autores (Lipsitz et al., 1991; Tinetti et al.,
1994; LuuKinen et al., 1995; Conner-Kerr e Templeton, 2002; Boulgarides et al.,
2003). Cada um destes distúrbios é um preditor independente de risco de queda
(Lipsitz et al., 1991; Herndon et al., 1997; Tinetti e Williams, 1997; Shumway-Cook
et al., 1997; Heasley et al., 2005). Na presente investigação, o número de indivíduos
que apresentou escore do teste de Berg abaixo de 45 foi mínimo e a média foi de
cerca de 49, próxima de escores de idosos usados como grupo controle em estudos
sobre risco de queda (Shumway-Cook et al., 1997; Chiu et al., 2003). Esta pontuação
apresenta certa discordância em relação às porcentagens de respostas sobre
desequilíbrio e queda, embora os valores encontrados sejam próximos aos de outros
relatos (Tinetti e Powell, 1993; Powell e Myers, 1995; Tinetti e Williams, 1997;
Shumway-Cook et al., 1997; Boulgarides et al., 2003). A diferença entre os correntes
resultados e os da literatura pode ser devida, entre outros fatores, à idade média mais
elevada dos idosos nestes estudos. Este trabalho avaliou indivíduos a partir de 60
anos, idade estabelecida pela legislação do Brasil para classificar alguém como idoso
e menor que a idade mínima de 65 anos, adotada em países desenvolvidos
(O’Loughlin et al., 1993; Herndon et al., 1997; Baloh et al., 2003). Outra diferença
pode ser devida à seleção de idosos da comunidade com faixa etária mais elevada,
para finalidades específicas de alguns estudos (Tinetti et al., 1988; Tinetti &
Williams, 1998; O’Brien et al., 1998; Baloh et al., 2003). Trabalhos mostraram que
quanto mais velho o idoso maior o número de doenças e de quedas (Prudham &
Evans et al., 1981; Tinetti et al., 1988; Nevitt et al., 1991; O’Loughlin et al., 1993;
Tinetti e Williams, 1997; Baloh et al., 2003; Heasley et al., 2005; Bulgarides et al.,
2005). Chama a atenção a grande heterogeneidade dos estudos que investigam
equilíbrio e risco de queda no idoso na comunidade. Eles variam quanto à faixa
etária, condições físicas e de saúde, atividade sica rotineira e uso de medicamentos
com ação no sistema nervoso central e usam diferentes critérios de inclusão e
exclusão, dificultando comparações (Berg et al., 1992; O’Brien et al., 1998;
Boulgarides et al., 2003). Este estudo não teve como objetivo estudar com detalhe
risco de queda e o foi obtida informação detalhada sobre número e condições de
ocorrência de queda, não sendo possível comparações. Entretanto, a literatura
mostrou que, embora haja variação nos escores de Berg entre os distintos trabalhos
realizados com idosos vivendo na comunidade e mesmo correndo risco de queda,
tendo sofrido queda e ou tenham medo de queda, estes não parecem ser fatores
inibitórios para idosos com escores acima de 45, geralmente próximos à 49, e que
tem vida independente na comunidade, como os da presente investigação (Tinetti et
al., 1990; Hill et al., 1996; Lachman et al., 1998). Aliás, para alguns autores, a escala
de Berg não é satisfatória para avaliar equilíbrio de idosos independentes e ativos na
comunidade (O’Brien et al., 1998; Boulgarides et al., 2003).
A perda da sensibilidade cutânea plantar verificada por teste com
monofilamento foi apontada como preditor de risco de queda em indivíduos idosos
ou não (Conner-Kerr & Templeton, 2002; Meyer et al., 2004; Menz et al., 2005;
Perry, 2006). O diabetes é a causa mais freqüente de perda de sensibilidade por
neuropatia periférica e cerca de 50% de diabéticos com mais de 60 anos tem
neuropatia periférica (Richardson e Ashton-Miller, 1996; Simmons et al., 1997;
Ducic et al., 2004). Os dados clínicos de base disponíveis neste trabalho permitem
apontar o diabetes, presente em 13% dos sujeitos, por um lado, e a idade média baixa
dos idosos, por outro, como os fatores mais importantes e como possíveis
responsáveis pelo número de sujeitos com alterações sensitivas. Foi demonstrado que
a perda sensitiva plantar em idosos sem queixas e aparentemente saudáveis, pode ser
devida a neuropatia periférica subclínica (Thomson et al., 1993; Richardson e
Ashton-Miller, 1996).
O presente estudo sobre sensibilidade e especificidade da escala de
Berg, usando como “gold standard” o número de indivíduos que relataram
desequilíbrio e ou queda no ano passado, pretendeu encontrar pontos de corte com
maior sensibilidade para avaliar a relação destes com o resultado do teste de
sensibilidade cutânea plantar. Entretanto, a concordância entre ambos testes foi baixa
para pontos de corte mais elevado, mostrando que a nota previamente estabelecida
serviu melhor ao estudo. Particularmente, a baixa concordância observada no estudo
com o número de indivíduos que relataram desequilíbrio conflita de certa forma com
a associação significativa observada entre o número de indivíduos com relato de
desequilíbrio e o número de indivíduos com alteração de sensibilidade. Esta
diferença pode ser explicada tanto pelo pequeno número de idosos avaliados e de
sujeitos com alterações, não permitindo obtenção de resultados tidos, quanto pelo
fato de a pergunta sobre desequilíbrio ter sido dicotômica, sim ou não, enquanto a
escala de Berg fornece valores quantitativos, ainda que mediante escores.
Nesta investigação, a perda da sensibilidade cutânea plantar esteve
significantemente associada à queixa de desequilíbrio e o estudo da associação entre
os resultados da escala de Berg e os da sensibilidade táctil plantar, confrontando os
escores de cada uma das 14 tarefas com o resultado do teste sensorial e não apenas o
escore médio, mostrou que várias posturas estáticas e dinâmicas da escala de Berg se
associaram ao teste de sensibilidade. Esta investigação revelou uma relação estreita
não descrita previamente. Assim, indícios de que o teste da sensibilidade com
monofilamentos é um instrumento útil na investigação de indivíduos com queixa de
desequilíbrio e ou com alteração em teste funcional do equilíbrio. Ele é útil, também,
na investigação de idosos sem queixa de desequilíbrio e sem alteração ao teste
clínico funcional, tenham ou não queixa de perda da sensibilidade. Para comparação,
merece ser relatado estudo com indivíduos de várias faixas etárias da comunidade,
onde foram usados o escore de mobilidade de Tinetti como teste clínico e o teste de
sensibilidade com monofilamentos. Conner-Kerr e Templeton (2002) investigaram
diferenças de equilíbrio e de sensibilidade plantar em diabéticos de uma comunidade
urbana e de outra rural e encontraram alteração de equilíbrio e de sensibilidade em
respectivamente 40% e 100% dos moradores urbanos e em 29% e 67% dos
moradores rurais e um total de 50% de relatos de queda. Outro estudo, de Duvic et al.
(2004), usando plataforma de força e teste de sensibilidade por pressão, também
revelou diferenças entre indivíduos com neuropatia diabética e hipotireoidismo e um
grupo controle, os primeiros mostrando média de escore de sensibilidade de 248% e
medida de superfície de apoio de 52mm
2
, os controles revelando média de escore de
sensibilidade de 31% e medida de superfície de apoio de 27,3mm
2
. A diferença de
resultados entre estes dois trabalhos e a corrente investigação mostra a necessidade
de estudos que o façam nenhuma seleção prévia, para que se obtenha a situação
real de problemas de equilíbrio da população idosa.
O propósito desta investigação foi estudar a ocorrência de alteração da
sensibilidade plantar e do desequilíbrio em idosos da comunidade usando testes
práticos e acessíveis. Independente dos números encontrados, é oportuno alertar aos
clínicos que investigam sensibilidade plantar em pacientes diabéticos, com doenças
neurológicas diversas e outras, que é necessário encaminhar indivíduos, idosos ou
não, com alteração sensorial mas sem queixa de desequilíbrio, vertigem ou história
de quedas, para investigação por especialistas em equilíbrio, para que estes possam
avaliar, e, se necessário, implantar medidas preventivas e reabilitativas relativas a
perda da sensibilidade e do equilíbrio. Da mesma forma, é necessário alertar os
profissionais especialistas em distúrbios do desequilíbrio para a importância da
investigação da sensibilidade do pé, e se for o caso, encaminhamento para o clínico,
mesmo não havendo queixa.
Este trabalho tem algumas limitações, a principal sendo o pequeno
número de indivíduos da amostra. Outra limitação tem a ver com a maneira como os
idosos foram abordados, isto é, uma convocação a qual atenderam voluntários.
Provavelmente, os idosos que compareceram eram indivíduos com vida
independente, talvez mais jovens e com melhor estado de saúde. Seria necessário
visita domiciliar para avaliar idosos possivelmente mais velhos ou pouco dispostos a
se deslocar por limitações físicas, estado psicológico desfavorável ou outras causas.
O corrente trabalho é um estudo de uma série de casos e seus resultados não podem,
portanto, ser generalizados para toda a população idosa. Estudo com amostra maior
poderá, eventualmente, magnificar os presentes resultados.
'
''
'
'
''
'
Idosos com vida independente na comunidade, em sua grande
maioria, apresentam equilíbrio e sensibilidade cutânea plantar normais, havendo
indícios de que a alteração destas funções estão associadas. Esta associação, mostra,
por sua vez, que a realização conjunta de testes práticos do equilíbrio e da
sensibilidade cutânea plantar aumenta a precisão das informações obtidas sobre o
equilíbrio e o risco de queda em idosos e por isto deve ser considerada a
possibilidade de ser executada rotineiramente nesta população.
E$2
E$2E$2
E$2
E$2
E$2E$2
E$2
1. Ruwer SC, Rossi AG, Simon LF. O equilíbrio no idoso. Rev Bras
Otorrinolaringol. 2005;71(3):298-303.
2. Wong LLR, Carvalho JA. Opido processo de envelhecimento populacional
do Brasil: sérios desafios para as políticas públicas. Rev Bras Est Pop.
2006;23(1):5-26.
3. Prudham D, Evans JG. Factors associated with falls in the elderly: a
community study. Age ageing 1981;10:141-6.
4. Tinetti ME. Performance oriented assessment of mobility problems in elderly
patients. J Am Geriatr Soc. 1986;34:119-26.
5. Tinetti ME, Speechley M, Ginter SF. Risk factors for falls among elderly
persons living in the community. N Engl J Med. 1988;319:1701-7.
6. Lipsitz LA, Jonsson PU, Kelley MM, Koestner JS. Causes and correlates of
recorrent falls in ambulatory frail elderly. J Gerontol Med Sci.1991;46:M114-
2.
7. Duncan PW, Studenski S, Chandler J, Prescott B. functional reach: predictive
validity in a sample of elderly male veterans. J Gerontol Med Sci.
1992;47:M93-8.
8. Herndon JG, Helmich CG, Sattin RW, Stevens JA, Devito C, Wingo PA.
Chronic medical conditions and risk of fall injury events at home in older
adults. J Am Geriatr Soc. 1997;45:739-43.
9. Ourania M, Harahousou G, Trogonis L. Effects of a physical activity
program. The study of selected physical abilities among elderly women. J
Gerontol Nurs. 2003;29:50-5.
10. Lord SR, Ward JA. Age associated differences in sensorymotor function and
balance in community dwelling women. Age ageing 1994;23:452-60.
11. King MB, Judge JO, Wolfson L. Functional base of support decrease with
age. J Gerontol Med Sci. 1994;49:M258-63.
12. Richardson JK, Ashton-Miller JA. Peripheral neuropathy. An Often
Overlooked cause of falls in the elderly. Post Grad Med. 1996;99:161-72.
13. Ge Wu. The relation between age related changes in neuromusculoskeletal
system and dynamic postural responses to balance disturbance. J Gerontol
Med Sci. 1998;53:M320-6.
14. Suominen V, Salenius J, Heikkinen E, Heikkinen M, Ratanen T. Absent
pedal pulse and impaired balance in older people: a cross sectional and
longitudinal study. Aging Clin Exper Res. 2006;8:388-93.
15. Perry SD. Evaluation of age related plantar surface insensitivity and onset of
advanced insensitivity in olders adults using vibratory and touch sensation
tests. Neurosci Lett. 2006;392:62-7.
16. Menz HB, Lord SR. The contribution of foot problems to mobility
impairment and falls in community-dwelling older people. J Am Geriatr Soc.
2001a;49:1651-6.
17. Menz HB, Lord RS. Foot pain impairs balance and functional ability in
community-dwelling older people. JAPMA. 2001b;91:222-9.
18. Conner-Kerr T, Templeton MS. Chronic falls risk among aged individuals
with type 2 diabetes. Ostomy Wound Manag. 2002;48:28-35.
19. Lord SR, Menz HB, Tiedemann A. A physiological profile approach to fall
risk assessment and prevention. Phys Ther. 2003;83:237-52.
20. Menz HB, Morris ME, Lord RS. Foot and ankle characteristics associated
with impaired balance and functional ability in older people. J Gerontol Med
Sci. 2005;60:1546-52.
21. Tinetti ME, Richman D, Powell L. Falls afficacy as a measure of fear of
falling. J Gerontol Psy Sci. 1990;45:239-43.
22. Hill KD, Schwarz JA, Kalegeropoulos AS, Gibson JS. Fear of falling
revisited. Arch Phys Med Rehabil. 1996;77:1025-29.
23. Shumway-Cook A, Baldwin M, Polissar NL, Gruber W. Predicting the
probability for falls in a community-dewelling older adults. Phys Ther.
1997;77:812-8.
24. Tinetti ME, Williams CS. Falls, injuries due to falls and the risk of admission
to a nursing home. N Engl J Med. 1997;337:1279-84.
25. Tinetti ME, Williams CS. The effect of falls and falls injuries on functioning
in community-dwelling older persons. J Gerontol Med Sci. 1998;53:M112-9.
26. Baloh W, Ying SM, Jacobson KM. A longitudinal study of gait and balance
dysfunction in normal older people. Arch Neurol. 2003;60:835-9.
27. Chiu AYY, Au-Ye Ung SSY, LO SK. A comparison of four functional tests
in discriminating fallers from non-fallers in older people. Disabil Rehabil.
2003;25:45-50.
28. Berg KD, Wood-Dauphinee S, Williams JI, Gayton D. Measuring balance in
the elderly. Preliminary development of an instrument. Physiother Can.
1989;41:304-10.
29. Podsiadlo D, Richardson S. A test of basic functional mobility for frail
elderly persons. J Am Geriatr Soc. 1991;39:142-8.
30. Duncan PW, Weiner DK, Chandler J, Studenski S. Functional reach. A new
clinical measure of balance. J Gerontol Med Sci. 1990;45:4192-7.
31. Berg KO, Wood-Dauphinee S, Williams JI, Maki B. Measuring balance in
the elderly: validation of an instrument. Can J Pub Health 1992a;83(S2):S7-
11.
32. Simoneau GG, Ulbrech FJS, Der JA, Cavanagh PR. Role of somatosensory
input in the control of human posture. Gait & Posture. 1995;3:115-22.
33. Feld JA, Rabadi MH, Blau AD, Jordan BD. Berg balance scale and outcome
measures in acquired brain injury. Neurorehabil Neural Rep. 2001;15:239-44.
34. Berg KO, Maki B, Williams JI, Holliday PJ, Wood-Dauphinee S. Clinical
laboratory measures of postural balance in an elderly population. Arch Phys
Med Rehabil. 1992b;73:1073-80.
35. Lord SR, Ward JA. Age-associated differences in community dweeling
women. Age Ageing 1994;23:452-60.
36. Shumway-Cook A, Brauer S, Woollacot M. Predicting the probability of falls
in community-dwelling older adults using the timed up and go test. Phys
Ther. 2000;80:896-903.
37. Lynch EA, Hillier SC, Stiller K, Campanella RR, Fisher PM. Sensory
retraining of the lower limb after acute stroke: a randomized controlled pilot
trial. Arch Phys Med Rehabil. 2007;88:1101-7.
38. Berg KO, Norman KE. Functional assessment of balance and gait. Gait Bal
Disorders. 1996;12:705-21.
39. Boulgarides LK, McGinty SM, Willett JA, Barnes CW. Use of clinical and
impairment based tests to predict falls by community-dwelling olders adults.
Phys Ther. 2003;83:328-39.
40. Harris JE, Eng JJ, Marigold DS, Tokuno DC, Louis CL. Relationship of
balance and mobility to fall incidence in people with chronic stroke. Phys
Ther. 2005;85:150-8.
41. O’Brien K, Pickles B, Culmam E. Clinical measures of balance in
community-dwelling elderly female fallers and non-fallers. Physiother Can.
1998;50:212-7.
42. Gazzola JM, Perracini MR, Ganança MM, Ganança FF. Fatores associados
ao equilíbrio funcional em idosos com disfunção vestibular crônica. Rev Bras
Otorrinolaringol. 2006;72:683-90.
43. Myamoto ST, Lombard Jr I, Berg KO, Ramos LR, Natour J. Brazilian version
of the Berg balance scale. Braz J Med Biol Res. 2004;37:1411-21.
44. Simmons RW, Richardson C, Pozos R. Postural stability of diabetics patients
with and without cutaneous sensory deficit in the foot. Diabetes Res Clin
Pract. 1997;36:153-60.
45. Kavounoudias A, Roll R, Roll JP. The plantar sole is a dynamometric “map”
for human balance control. Neuroreport. 1998;9:3247-52.
46. Maki BE, Perry SD, Norrie RG, Mc Ilroy WE. Effect of facilitation of
sensation from plantar foot-surface boundaries in postural stabilization in
young and olders adults. J Gerontol Med Sci. 1999;54:M281-7.
47. Prätorius B, Kimmeskan PS, Milani TL. The sensivity of the sole of the foot
in patients with morbus Parkinson. Neurosc Lett. 2003;343:173-6.
48. Ducic I, Short KW, Dellon AC. Relationship between loss of pedal
sensibility, balance and falls in patients with peripheral neuropathy. Ann Plast
Surg. 2004;52:535-40.
49. Meyer PF, Oddsson LI, De Luca CJ. Reduced plantar sensitivity alters
postural responses to lateral perturbations of balance. Exp Brain Res.
2004;157:526-36.
50. Ducic I, Taylor NS, Dellon AC. Relation between peripheral nerve
descompression and gain of pedal sensibility and balance in patients with
peripheral neuropathy. Ann Plast Surg. 2006;56:145-50.
51. Wilson O, Kirwan JR. Measuring sensation in the feet of patients with
rheumatoid arthritis. Musculoskelet Care 2006;4:12-23.
52. Richerson S, Rosendale K. Does tai chi improve plantar sensory ability? A
pilot study. Diabetes tech Ther. 2007;9:276-86.
53. Byl NN, Holland S, Jurek A, Hus S. postural imbalance and vibratory
sensitivity in patients with idiopatic scoliosis: implications for treatment. J
Orthoped Sport Phys Ther. 1997;26:60-8.
54. Roll R, Kavounoudias A, Roll JP. Cutaneous afferents from human plantar
sole contribute to body posture awareness. Neurorep. 2002;13:1957-61.
55. Birke JA, Sims DS. Plantar sensory threshold in the ulcerative foot. Lepr
Rev. 1986;57:261-7.
56. Holewski JJ, Stess RM, Graf PM, Grunfeld C. Aesthesiometry: quantification
of cutaneous pressure sensation in diabetic peripheral neuropathy. J Rehabil
Res. 1988;25:1-10.
57. Sosenko JM, Kato M, Soto R, Bild DE. Comparision of quantitative sensory
threshold measures for their association with foot ulceration in diabetics
patients. Diabetes Care 1990;13:1057-61.
58. Kumar S, Fernando DYS, Veves A, Knowles EA, Young MJ, BOULton
AJM. Semmes-Weinstein monofilaments: a simple, effective and inexpensive
screening device for identifying diabetic patients at risk of foot ulceration.
Diabetes Res Clin Pract. 1991;13:63-8.
59. Valk GD, Sonnaville JJDE, Houtum W, Heine RJ, Eijk JTM, Bouter LM,
Bertelsmann F. The Assessment of diabetic polyneuropathy in daily clinical
practice: reproducibility and validity of Semmes-Weinstein monofilaments
examination and clinical and neurological examination. Muscle & Nerve
1997;20:116-8.
60. Armstrong DG, Lavery LA. Diabetic foot ulcers: prevention, diagnosis and
classification. Am Fam Physician 1998;57:1325-30.
61. Armstrong DG, Lavery LA, Vela SA, Quebedeaux TL, Fleishli JG. Chosing a
practical screening instrument to identify patients at risk for diabetic foot
ulceration. Arch Intern Med. 1998;158:289-92.
62. Leonard DR, Farooqui MH, Myers S. Restoration of sensation, reduced pain
and improved balance in subject with diabetic peripheral neuropathy.
Diabetes Care 2004;27:168-72.
63. Mueller MJ, Diamond JE, Delitto A, Sinacore DR, Sims DS. Insensivity
limited joint mobility and plantar ulcers in patients with diabetes mellitus.
Phys Ther. 1989;69:453-62.
64. Priplata AA, Niemi JB, Harry J, Lipsitz LA, Collins JJ. Vibrating insoles
balance control in elderly people. Lancet 2003;362(9390):1123-4.
65. Booth J, Young MJ. Differences in the performance of commercially
available 10-g monofilaments. Diabetes Care 2000;23:984-8.
66. Sociedade Brasileira de diabetes. Tratamento e acompanhamento do diabetes
mellitus. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes. Rio de janeiro:
Diagraphic, 2006, 153p.
67. Luukinen M, Koski K, Laippala P, Kivelä S-L. predictors for recurrent falls
among the home-dwelling elderly. Scand J Prim Health Care 1995;137:294-9.
68. Heasley K, Buckley JG, Scally A, Twigg P, delliott DB. Falls in older people:
effects of age and blurring vision on the dynamics of stepping. Invest Ophthal
Vis Sci. 2005;46:3584-8.
69. Tinetti ME, Powell L. Fear Falling and low-efficacy: a cause of dependence
in elderly persons. J Gerontol. 1993;48(special issue):35-8.
70. Powell LE, Myers AM. The activities-specific Balance Confidence (ABC)
scale. J Gerontol Med Sci. 1995;50:M28-34.
71. Nevitt MC, Cummings SR, Hudes ES. Risk factors for injuries falls: a
prospective study. J Gerontol Med Sci. 1991;46:M164-70.
72. O’Loughlin JL, Robitaille Y, Boivin JF, Suissa S. Incidence of and risk
factors for falls and injuries falls among the community-dwelling elderly. Am
J Epidemiol. 1993;137:342-54.
73. Lachman ME, Howland J, Tennstedt S, Jette A, Assmann S, Peterson EW.
Fear of falling and activity restriction: the survery of activities and fear of
falling in the elderly (SAFE). J Gerontol Psy Sci. 1998;53:P43-50.
74. Thomson FJ, Masson EA, Boulton AJ. The clinical diagnosis of sensory
neuropathy in elderly people. Diabetes Med 1993;10:843-6.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo