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unesp Universidade Estadual Paulista
Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção
Fabiana Costa Munhoz
Utilização do gesso para fabricação de artefatos
alternativos, no contexto de produção mais limpa
Dissertação de Mestrado
Bauru
Agosto/2008
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Fabiana Costa Munhoz
Utilização do gesso para fabricação de artefatos
alternativos, no contexto de produção mais limpa
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Engenharia de
Produção da Universidade Estadual
Paulista, como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em
Engenharia de Produção.
Orientador: Prof. Dr. Adilson Renófio
Bauru
Agosto/2008
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DIVISÃO TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO
UNESP – BAURU
Munhoz, Fabiana Costa.
Utilização do gesso para fabricação de arte-
fatos alternativos, no contexto de produção mais
limpa / Fabiana Costa Munhoz, 2008.
145 f. il.
Orientador: Adilson Renófio.
Dissertação (Mestrado)– Universidade Estadual
Paulista. Faculdade de Engenharia, Bauru, 2008.
1. Construção civil. 2. Produção mais limpa.
3. Gesso. 4. Resíduos. 5. Desenvolvimento sus-
tentável. I. Universidade Estadual Paulista. Fa-
culdade de Engenharia. II. Título.
Ficha catalográfica elaborada por Maricy Fávaro Braga – CRB-8 1.622
DEDICATÓRIA
Aos meus queridos pais, José Roberto e Regina...
Verdadeiros alicerces para que tudo isso fosse possível. Obrigada, pai e mãe,
por estarem sempre ao meu lado, pelo suporte emocional e por me incentivarem a
lutar pelos meus sonhos. Vocês me ensinaram a seguir os caminhos da
honestidade, do trabalho e eu tenho muito orgulho de ser sua filha. Esta conquista
não seria possível se não fossem vocês!
À minha família...
Ao meu irmão, Frederico, pelo carinho e apoio.
Aos meus avós, Alípio, Onofrina, Marcos e Anésia, pelo amor e incentivo.
Muito obrigada!
AGRADECIMENTOS
À Faculdade de Engenharia de Bauru, na pessoa do diretor Prof. Dr. Alcides
Padilha e do vice-diretor Jair Wagner Souza Manfrinato, por ter-me recebido para
que eu pudesse alcançar meus sonhos. É uma honra fazer parte, ainda que
pequena, dessa casa de ensino à qual sempre procurarei honrar.
À FAPESP, pela concessão da bolsa de mestrado, indispensável para a
realização deste estudo.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Agradeço primeiramente a Deus por ter-me dado força, saúde e sabedoria
para cumprir mais esta etapa da minha vida.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Adilson Renófio, pela sua competência e
compreensão. Por me ensinar a gostar de trabalhar no laboratório e por acreditar em
mim. Espero ter correspondido à sua expectativa.
À querida professora Dra. Rosane Aparecida Gomes Battistelle, pela sua
imensa colaboração e atenção durante toda a pesquisa, além do carinho e da
amizade gerada.
Aos professores do Departamento de Engenharia de Produção, em especial
ao Prof. Dr. Otávio José de Oliveira, Prof. Dr. Renato de Campos, Prof. Dr. José
Alcides Gobbo Junior, Prof. Dr. Manoel Henrique Salgado e Profa. Dra. Rosani de
Castro, por me receberem e pelos ensinamentos compartilhados.
Aos professores do Departamento de Engenharia Civil, em especial ao Prof.
Dr. Jorge Hamada, Prof. Dr. Obede Borges Faria e Prof. Dr. Mário Morio Isa.
Ao técnico do Laboratório de Construção, Israel, pela sua paciência e ajuda
durante toda parte experimental. A sua colaboração foi fundamental para o
desenvolvimento deste trabalho.
Aos professores Dr. Alberto Moreira Jorge Junior, Dr. César Antunes de
Freitas e Dr. Fenelon Martinho Lima Pontes pela pelos ensinamentos transmitidos.
Ao Josival A. Inojosa de Oliveira, da empresa Supergesso, e à empresa
BASF, pela doação de materiais para a execução dos ensaios.
A Célia, secretária da Pós-Graduação, pela paciência e amizade.
À professora Eloísa, pelo seu carinho e pela correção deste trabalho.
Aos amigos do Mestrado, Érica, Cristiano, Simone, Valdenei, Paulo, Ivy,
Walter, Fabiano, Bruna e Vanessa, pelo apoio, amizade e troca de conhecimentos.
Aos alunos da graduação Guilherme Neves Viudes e César Augusto Sitta,
pela amizade, paciência e auxílio imprescindível no laboratório.
Às minhas queridas amigas, Angélica Hannas e Marcela Calabria que,
mesmo não sendo da área, me ajudaram muito neste trabalho com sugestões e
dicas.
Às amigas que fazem parte da minha vida, Valéria, Pamela, Juliana, Suellen,
Carla e Tatiana, pela presença nos momentos em que eu mais precisava.
Às eternas amigas, Cristiane, Roberta, Silvia e Priscila que, mesmo de longe,
sempre me deram força para continuar lutando.
RESUMO
No Brasil, as atividades da construção civil são motivos de preocupação
para os líderes ambientais, principalmente em relação à geração e à gestão dos
resíduos da construção. Diante da necessidade de desenvolvimento sustentável
nesse setor, a inovação tecnológica torna-se uma importante ferramenta para a
minoração do impacto ambiental. Baseado nos princípios da produção mais limpa
(P+L), o objetivo deste trabalho foi colaborar para o desenvolvimento da inovação
tecnológica na construção civil, visando à redução dos resíduos gerados em obra.
Utilizou-se como matéria-prima o gesso, água e polímeros, objetivando a melhoria
nas propriedades deste material, tanto no estado fresco quanto no estado
endurecido, como a redução da absorção e aumento da resistência à compressão,
com conseqüente ampliação de sua utilização como material alternativo na
construção civil na produção de painéis modulares de vedação. Diferentes tipos e
quantidades de polímeros foram adicionados na água de amassamento do gesso
para a realização de ensaios de laboratório que determinaram a trabalhabilidade da
pasta, os tempos de início e fim de pega, a taxa de absorção e a resistência à
compressão axial. Pela microscopia eletrônica de varredura, foi possível analisar a
microestrutura das pastas confeccionadas e confirmar os dados obtidos nos ensaios
de absorção e resistência à compressão axial. Dois traços com presença de aditivos
se destacaram em relação aos objetivos propostos neste trabalho. Os resultados
indicam que a presença de Silicone, que é um produto comercial, proporcionou
redução na taxa de absorção do gesso, de 75%, se comparado com traço branco de
análise. No entanto, sua presença não influenciou significativamente na resistência à
compressão do material. A adição combinada de Silicone e Glenium 3200 HES
possibilitou a redução de 28% na relação água/gesso, aumentando a resistência à
compressão da mistura em aproximadamente 85%, se comparado com o traço
somente com Silicone, sem praticamente alterar a taxa de absorção de água. Pode-
se concluir que a presença de aditivos ao gesso, como o Silicone e o Glenium 3200
HES, provoca alterações positivas nas propriedades mecânicas do gesso, sendo
possível ampliar sua utilização. O objetivo do trabalho foi alcançado com a produção
de painéis de gesso, tendo no seu interior garrafas de politereftalato de etila (PET),
componentes alternativos para os processos construtivos atuais.
Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável. Produção mais Limpa. Construção
Civil. Gesso. Resíduos.
ABSTRACT
In Brazil, the activities of civil construction are an issue of great concern to the
environmental leaders, particularly in relation to the generation and management of
the construction wastes. Given the need for sustainable development in this sector,
technological innovation has become an important tool for the mitigation of
environmental impacts. Based on the principles of cleaner production (P + L), the aim
of this work was to collaborate to the development of technological innovation in civil
construction, aiming to reduce the waste generated in constructions. Plaster, water
and polymers were used as raw materials. In order to improve the properties of the
mixture, both in early age and hardened gypsum pastes, this study assessed whether
an alteration in the mixture proportion would yield a reduction in the absorption rate
and an increase in the compression resistance, with consequent expansion of its use
as an alternative material in civil construction in the production of modular panels to
seal. Different types and quantities of resins were added in the water before mixing
with the plaster. Laboratory tests were carried out to determine the workability of the
gypsum paste, the initial and final setting time values, the absorption rate and
compression resistance. Using the scanning electron microscopy, it was possible to
analyze the microstructure of gypsum paste and confirm the data obtained in
laboratory tests of absorption and compression resistance. Two mixtures with
additives were more relevant to the proposed objectives for this work. The results
indicated that the addition of silicone, which is a commercial product, provided a
decrease in the plaster absorption rate of 75%, when compared to mixture without
silicone. However, their addition reduced the compression resistance of the material.
The combined addition of silicone and Glenium 3200 HES yielded a reduction in
water/plaster ratio of 30%, increasing the compression resistance of the mixture in
85%, when compared with the mixture only with silicone, without changing the rate of
water absorption. It can be concluded that the presence of additives to the plaster,
such as silicone and Glenium 3200 HES, causes positive changes in the mechanical
properties of plaster and it is possible to extend the use of gypsum. The aim of this
work was reached with the production of panels of gypsum, which has PET bottles
inside, alternative materials to the current processes in civil construction.
Keywords: Sustainable Development. Cleaner Production. Civil Construction.
Gypsum. Wastes.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1:
Mineral denominado de gipsita ......................................................... 14
Figura 2:
Área minerada em fase de recuperação ........................................... 16
Figura 3:
Área minerada já recuperada ........................................................... 16
Figura 4:
Vista geral do processo de mineração .............................................. 16
Figura 5:
Detalhe da mineração a céu aberto .................................................. 16
Figura 6:
Local de coleta manual da gipsita em uma empresa, em
Pernambuco.......................................................................................
17
Figura 7:
Ensilamento da gipsita ...................................................................... 17
Figura 8:
Forno de marmita horizontal utilizado na fabricação do gesso
beta....................................................................................................
18
Figura 9:
Instalações utilizadas na fabricação do gesso alfa ........................... 18
Figura 10:
Execução de revestimento projetado com argamassa de gesso ..... 27
Figura 11:
Execução manual de revestimento de gesso ................................... 27
Figura 12:
Placas de gesso para execução de forros ........................................ 28
Figura 13:
Parede curva utilizando-se placas de gesso acartonado ................. 28
Figura 14:
Gesso acartonado utilizado em uma residência ............................... 28
Figura 15:
Container utilizado na coleta dos resíduos ....................................... 38
Figura 16:
Ilustração da deposição dos resíduos no container .......................... 38
Figura 17:
Sistema utilizado para o transporte de resíduos ............................... 38
Figura 18:
Chegada dos resíduos coletados aos armazéns centrais ................ 38
Figura 19:
Unidade móvel de reciclagem ........................................................... 38
Figura 20:
Quadro de controle da unidade de reciclagem ................................. 38
Figura 21:
Armazenagem do pó de gesso reciclado .......................................... 39
Figura 22:
Ensaio de mini-slump com a pasta H
5
, de baixa fluidez.................... 57
Figura 23:
Ensaio de mini-slump com a pasta I
5
, de fluidez elevada ................. 57
Figura 24:
Agulhas de Gillmore .......................................................................... 59
Figura 25:
Amostras em estufa para secagem .................................................. 61
Figura 26:
Recipiente para imersão, completa ou parcial, dos corpos-de-prova
em água.............................................................................................
61
Figura 27:
Corpos-de-prova com do seu volume imerso ............................... 61
Figura 28:
Recipiente com os corpos-de-prova com do seu volume imerso.. 61
Figura 29:
Ebulidor utilizado no ensaio .............................................................. 62
Figura 30:
Detalhe dos corpos-de-prova após término do período de ebulição. 62
Figura 31:
Conjunto da balança para pesagem hidrostática .............................. 62
Figura 32:
Cesto para amostras, no conjunto da balança ................................ 62
Figura 33:
Corpos-de-prova sobre a lâmina d’água ........................................... 65
Figura 34:
Máquina universal de ensaios utilizada ............................................ 67
Figura 35:
Detalhe da máquina de ensaios, com uma amostra sendo
comprimida .......................................................................................
67
Figura 36:
Microscópio eletrônico de varredura utilizado.................................... 68
Figura 37:
Colocação das amostras para análise da MEV................................. 68
Figura 38:
Amostras coladas em suportes de alumínio para serem
observadas na MEV...........................................................................
70
Figura 39:
Esquema das dimensões internas da forma ..................................... 71
Figura 40:
Forma forrada com lona plástica ...................................................... 71
Figura 41:
Vista das garrafas PET e dos tubos de PVC dispostos dentro da
forma .................................................................................................
72
Figura 42:
Vista dos tubos de PVC como parte da instalação hidráulica........... 72
Figura 43:
Fase de mistura dos componentes da pasta de gesso estudada ..... 73
Figura 44:
Vazamento da pasta de gesso na forma.......................................... 73
Figura 45:
Aspecto da superfície das amostras sem aditivo (grupo L) e
aditivadas (grupos G
5
e I
5
), após fervura ..........................................
88
Figura 46:
Aspecto da superfície dos corpos-de-prova traços P, B e L, após
fervura ...............................................................................................
88
Figura 47:
Fotomicrografia da amostra do pó de gesso alfa, com aumento
linear de 200 vezes ...........................................................................
96
Figura 48:
Fotomicrografia da amostra do pó de gesso beta, com aumento
linear de 1.000 vezes ........................................................................
96
Figura 49:
Fotomicrografia da amostra B, com aumento linear de 5.000 vezes. 98
Figura 50:
Fotomicrografia da amostra P, com aumento linear de 5.000 vezes. 98
Figura 51:
Fotomicrografia da amostra D, com aumento linear de 500 vezes... 99
Figura 52:
Fotomicrografia da amostra E
1,
com aumento linear de 500 vezes... 99
Figura 53:
Fotomicrografia da amostra L, com aumento linear de 500 vezes.... 101
Figura 54:
Fotomicrografia da amostra D, com aumento linear de 5.000 vezes 101
Figura 55:
Fotomicrografia da amostra L, com aumento linear de 500 vezes ... 101
Figura 56:
Fotomicrografia da amostra D, com aumento linear de 5.000 vezes 101
Figura 57:
Fotomicrografia da amostra G
5,
com aumento linear de 1.000
vezes .................................................................................................
102
Figura 58:
Fotomicrografia da amostra G
5,
com aumento linear de 5.000
vezes .................................................................................................
102
Figura 59:
Fotomicrografia da amostra I
5,
com aumento linear de 1.000 vezes. 103
Figura 60:
Fotomicrografia da amostra I
5,
com aumento linear de 5.000 vezes. 103
Figura 61:
Fotomicrografia da amostra G
8,
com aumento linear de 1.000
vezes .................................................................................................
104
Figura 62:
Fotomicrografia da amostra G
8,
com aumento linear de 5.000
vezes ................................................................................................
104
Figura 63:
Fotomicrografia da amostra T
2,
com aumento linear de 1.000 vezes 106
Figura 64:
Fotomicrografia da amostra P, com aumento linear de 1.000 vezes. 106
Figura 65:
Fotomicrografia da amostra T
2,
com aumento linear de 5.000 vezes 106
Figura 66:
Fotomicrografia da amostra P, com aumento linear de 5.000 vezes. 106
Figura 67:
Aspecto de um painel de gesso cortado........................................... 108
Figura 68:
Bloco de gesso posicionado para o ensaio de compressão axial .... 109
Figura 69:
Mostrador do índice de carga da máquina universal de ensaio ....... 109
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1:
Composição percentual de resíduos (RCC) em residências nos
EUA................................................................................................
32
Gráfico 2:
Composição percentual de resíduos (RCC) no município de São
Carlos.............................................................................................
32
Gráfico 3:
Variação da taxa de escoamento (mini-slump) em função da
relação água/gesso........................................................................
77
Gráfico 4:
Variação da taxa de escoamento (mini-slump) em função da
quantidade de gesso alfa na pasta ................................................
77
Gráfico 5:
Variação da taxa de escoamento (mini-slump) nas pastas com
Imperwall e Masterfix......................................................................
78
Gráfico 6:
Comparação da taxa de escoamento (mini-slump) nas pastas
com Imperwall na relação a/g de 0,60 e 0,70.................................
79
Gráfico 7:
Comparação da taxa de escoamento (mini-slump) nas pastas
com Masterfix na relação a/g de 0,60 e 0,70..................................
80
Gráfico 8:
Índices de vazios após saturação e fervura dos traços L, G
5
e G
8.
87
Gráfico 9:
Variação da quantidade de água absorvida por capilaridade em
função do tempo ............................................................................
90
Gráfico 10:
Comparação das tensões de compressão entre os traços com
relação a/g de 0,60, nas 2 idades estudadas.................................
93
Gráfico 11:
Comparação das tensões de compressão entre os traços com
relação a/g de 0,70, nas 6 idades estudadas ................................
93
Gráfico 12:
Variação das tensões de compressão médias dos traços B, P e
T
2
com a idade...............................................................................
94
Gráfico 13:
Resistência à compressão média aos 63 dias (MPa)..................... 95
Gráfico 14:
Indicativo de custo de cada mistura estudada, para um quilo de
gesso..............................................................................................
110
LISTA DE TABELAS
Tabela 1:
Composição da gipsita ...................................................................... 14
Tabela 2:
Compostos obtidos a partir da calcinação da gipsita ........................ 18
Tabela 3:
Energia necessária na fabricação de materiais de construção ........ 19
Tabela 4:
Produção entre 1999 e 2004 no Pólo Gesseiro do Araripe (em
1.000 toneladas) ...............................................................................
20
Tabela 5:
Composição teórica dos sulfatos ...................................................... 22
Tabela 6:
Características técnicas do gesso alfa tipo A e tipo B ...................... 25
Tabela 7:
Características técnicas do gesso beta ............................................ 25
Tabela 8:
Características químicas e físicas do gesso lento ............................ 26
Tabela 9:
Valores de resistência à compressão para placas de gesso
acartonado.........................................................................................
30
Tabela 10:
Dados técnicos do produto Masterfix ................................................ 42
Tabela 11:
Propriedades físico-químicas do silicone ......................................... 44
Tabela 12:
Dados técnicos do produto Glenium 3200 HES .............................. 44
Tabela 13:
Custos dos materiais utilizados na pesquisa .................................... 45
Tabela 14:
Descrição dos traços utilizados ........................................................ 53
Tabela 15:
Massas e módulo de finura do gesso alfa e beta obtidas durante o
ensaio de granulometria....................................................................
75
Tabela 16:
Resultados obtidos pelo ensaio de mini-slump ................................. 76
Tabela 17:
Tempos de desforma, início e fim de pega........................................ 81
Tabela 18:
Valores médios das massas dos CP´s em função da idade.............. 83
Tabela 19:
Taxas de absorção e índice de vazios médios obtidos durante
ensaio de absorção por imersão .......................................................
85
Tabela 20:
Valores de massa específica obtidos durante ensaio de absorção
por imersão .......................................................................................
85
Tabela 21:
Valores obtidos durante ensaio de absorção por capilaridade ......... 89
Tabela 22:
Valores obtidos durante ensaio de resistência à compressão em
diversas idades .................................................................................
91
Tabela 23:
Resumo das características das misturas B e P após todos os
ensaios ..............................................................................................
97
Tabela 24:
Resumo das características das misturas D e E
1
após todos os
ensaios ..............................................................................................
99
Tabela 25:
Resumo das características das misturas L e D após todos os
ensaios ..............................................................................................
100
Tabela 26:
Resumo das características das misturas G
5
, G
8
e I
5
após todos os
ensaios...............................................................................................
102
Tabela 27:
Resumo das características das misturas P e T
2
após todos os
ensaios ..............................................................................................
105
Tabela 28:
Características dos blocos de gesso produzidos com garrafas PET
no seu interior ...................................................................................
107
Tabela 29:
Resultados obtidos no ensaio de compressão com blocos
produzidos com garrafas PET no seu interior ...................................
109
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
α
Alfa
β
Beta
a/g
Relação da quantidade de água pela quantidade de gesso
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CaSO
4
Sulfato de cálcio
CaSO
4
.2H
2
O Sulfato de cálcio dihidratado
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CO
2
Dióxido de carbono
CONAMA
Conselho Nacional do Meio Ambiente
CP
Corpo-de-prova
CP’s
Corpos-de-prova
FGV Fundação Getúlio Vargas
H
2
S Gás Sulfídrico
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ISO International Standard Organization
IUCN União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos
Naturais
km Quilômetro
km² Quilômetro quadrado
NBR Norma Brasileira
P+L Produção Mais Limpa
P2 Prevenção à Poluição
PIB Produto Interno Bruto
PNAD Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
RCD Resíduos de construção e demolição
SINDUSCON Sindicato das Indústrias da Construção Civil
SUMÁRIO
1 Introdução........................................................................................................... 01
1.1 Importância e justificativa do estudo............................................................. 02
1.2 Objetivo ........................................................................................................ 04
1.3 Objetivos específicos ................................................................................... 04
1.4 Delimitação da pesquisa .............................................................................. 05
1.5 Estrutura do trabalho .................................................................................... 05
2 Revisão Bibliográfica ......................................................................................... 07
2.1 Desenvolvimento sustentável na construção civil ........................................ 07
2.2 A produção mais limpa ................................................................................. 10
2.3 O gesso como material de construção ......................................................... 12
2.3.1 O potencial de extração e a produção de gesso no Brasil .................. 13
2.3.2 O processo de hidratação e as propriedades do gesso ...................... 21
2.3.3 O emprego do gesso na construção civil ............................................ 27
2.4 Os resíduos do gesso e suas possibilidades de reciclagem ....................... 30
2.5 A utilização de polímeros como aditivos ao gesso ...................................... 39
3 Materiais e Métodos ........................................................................................... 46
3.1 Materiais utilizados ....................................................................................... 46
3.1.1 Gesso tipo alfa (α) ............................................................................... 47
3.1.2 Gesso tipo beta (β) .............................................................................. 47
3.1.3 Masterfix ............................................................................................. 47
3.1.4 Imperwall ............................................................................................. 48
3.1.5 Silicone ................................................................................................ 48
3.1.6 Glenium 3200 HES .............................................................................. 48
3.1.7 Água de amassamento ........................................................................ 49
3.2 Métodos de ensaio ....................................................................................... 49
3.2.1 Ensaios preliminares ............................................................................ 49
3.2.2 Análise granulométrica ........................................................................ 54
3.2.3 Mini-slump............................................................................................ 55
3.2.4 Tempos de início e fim de pega ........................................................... 58
3.2.5 Determinação da massa em relação à idade do corpo-de-prova ........ 60
3.2.6 Absorção por imersão .......................................................................... 60
3.2.7 Absorção por capilaridade ................................................................... 64
3.2.8 Resistência à compressão axial .......................................................... 66
3.2.9 Microscopia eletrônica de varredura (MEV) ......................................... 68
3.2.10 Avaliação da trabalhabilidade das misturas....................................... 70
4 Resultados e discussões ................................................................................... 74
4.1 Análise granulométrica ................................................................................. 74
4.2 Mini-slump..................................................................................................... 75
4.3 Tempos de início e fim de pega ................................................................... 80
4.4 Determinação da massa em relação à idade do corpo-de-prova ................ 83
4.5 Absorção por imersão .................................................................................. 84
4.6 Absorção por capilaridade ............................................................................ 89
4.7 Resistência à compressão axial ................................................................... 90
4.8 Microscopia eletrônica de varredura ........................................................... 96
4.9 Ensaios realizados nos artefatos de gesso produzidos ............................... 106
4.10 Análise dos custos das misturas ................................................................. 109
5 Conclusões ........................................................................................................ 111
Referências Bibliográficas...................................................................................... 116
ANEXO A – Determinação da massa em relação à idade do corpo-de-prova....... 124
ANEXO B – Ensaio de absorção por imersão........................................................ 129
ANEXO C – Ensaio de absorção por capilaridade ................................................ 137
ANEXO D – Relatórios de ensaio de resistência à compressão axial ................... 145
1 INTRODUÇÃO 1
1 INTRODUÇÃO
Enquanto a tecnologia vem transformando a vida da sociedade, os impactos
ambientais decorrentes dessas transformações não podem ser analisados
isoladamente dos contextos sócio-econômicos, políticos e culturais em que estas
mudanças se inserem.
O avanço da civilização industrial levou a demandas crescentes por recursos
naturais. O desenvolvimento e a aplicação de qualquer tecnologia resultam no uso e
na degradação de recursos naturais, com a conseqüente geração de resíduos, o
consumo de certa quantidade de energia e de outros insumos, muitas vezes não
renováveis.
Para proporcionar as condições para o desenvolvimento sustentável, por meio
da inovação tecnológica, a mobilização e a motivação de toda a sociedade são
necessárias, a fim de se definir um estilo de vida alternativo, com padrões de
comportamento, de produção e de consumo que atendam, ao menos, às
necessidades básicas da sociedade.
Assim, a construção civil se insere completamente nesse contexto de avanço
tecnológico aliado ao desenvolvimento social e econômico, estando entre os dez
setores que mais geram emprego por unidade monetária investida. Por razões
estruturais e políticas, o déficit habitacional brasileiro só vem crescendo, bem como
a geração de resíduos nesse setor.
Com essas informações, a Produção mais Limpa (P+L), com propostas de
abordagem preventiva, é uma estratégia que deve ser adotada pela indústria da
construção civil, pois parte da necessidade de ajustes no processo produtivo visando
à redução da emissão/geração de resíduos diversos (UNEP, 1995 apud MELLO,
2002).
E, para se alcançar os objetivos propostos pelo desenvolvimento sustentável,
tecnologias e materiais alternativos podem e devem ser utilizados na construção de
edificações, em substituição ao concreto, ao vidro e à argila, reduzindo o consumo
de matérias-primas naturais e a quantidade de resíduos gerados, com conseqüente
minoração do impacto ambiental. Tais inovações, no entanto, só se tornarão
possíveis com o desenvolvimento tecnológico e com um programa governamental
1 INTRODUÇÃO 2
compromissado aos novos paradigmas que se apresentam. E assim, a parceria de
trabalho entre a universidade, governo e empresas se faz necessária.
Nesse contexto, o desenvolvimento de pesquisas científicas vinculadas aos
estudos de caracterização de novos materiais menos impactantes ao meio ambiente,
se insere diretamente nas primícias do desenvolvimento sustentável e da P+L.
O gesso é um material que se enquadra nessas características, pois permite
racionalizar e agilizar o processo construtivo, reduzindo a quantidade de resíduos
gerados durante a obra, além de proporcionar a criação de um espaço para um novo
conceito construtivo.
O setor de gesso brasileiro, que ainda não tem uma política de gestão
adequada para os seus resíduos, possui perdas significativas de material durante
sua utilização, principalmente devido às limitações quanto ao tempo para
trabalhabilidade da pasta de gesso e pela sua solubilidade em água. A disposição de
gesso em aterros sanitários não é prática recomendada, exceto quando
enclausurado e sem contato com a matéria orgânica e água, uma vez que em
contato com umidade e condições anaeróbicas, pode formar gás sulfídrico (H
2
S),
que é tóxico e inflamável.
Uma inovação tecnológica adequada deve contribuir com a redução
significativa do volume de resíduo gerado, considerando que, com a maior
impermeabilidade do material, ampliam-se as possibilidades e formas de uso do
produto pela indústria da construção civil. Nesse contexto, e em conjunto com a
reciclagem, consiste em uma forma importante de tratamento dos resíduos, pois se
preservam os recursos minerais e energéticos, fatores fundamentais para o
desenvolvimento sustentável, permitindo também o aumento da vida útil do aterro
sanitário.
1.1 Importância e justificativa do estudo
O tema escolhido para esta dissertação parte da necessidade de inovação
tecnológica em processos e produtos no setor da construção civil, principalmente por
estes serem um dos maiores geradores de resíduos no Brasil.
1 INTRODUÇÃO 3
Baseado nos mecanismos de Produção mais Limpa (P+L) e ecoeficiência,
sendo dois conceitos que se inter-relacionam e se complementam, tendo como
objetivo sustentável o de fazer com que os recursos naturais transformem-se
efetivamente em produtos e não gerem resíduos (DIAS, 2006), é necessário o
desenvolvimento de produtos “ecologicamente corretos”, priorizando os materiais
menos impactantes ao ambiente em seu ciclo de vida. Com isso, haverá redução na
quantidade de resíduos gerados e melhoria na qualidade dos resíduos ofertados,
facilitando, assim, o processo de reutilização e reciclagem, com a diminuição da
deposição indiscriminada do gesso no meio ambiente.
Mesmo com as recomendações da resolução do CONAMA n
o
307, é sabido
que o volume de resíduos depositado clandestinamente é muito grande, merecendo
assim, estudos que viabilizem, a princípio, a redução do volume gerado e, em um
segundo momento, novos empregos desse material, possibilitando, entre outros
benefícios, geração de emprego e renda.
No Brasil, o mercado verde para a construção civil ainda é pouco explorado,
sendo enfocado apenas o setor dos aquecedores de água por energia solar, o qual
recebeu isenção fiscal. Os fabricantes de equipamentos hidro-sanitários têm
investido em equipamentos de redução de consumo de água, como o emprego de
torneiras com redutor de vazão e bacias sanitárias de vazão reduzida. Estes dois
exemplos são significativos, porém de ações pontuais dentro do grande mercado da
construção civil.
Com o intuito de contribuir para o mercado verde da construção civil no Brasil,
faz-se necessário o estudo de materiais de construção não tradicionais, como por
exemplo, o gesso. Este material merece estudos aprofundados, principalmente pelo
seu potencial de exploração e produção no Brasil, pela baixa quantidade de energia
necessária para sua produção, se comparado com outros materiais de construção, e
pela possibilidade de reciclagem de seus resíduos, como é mostrado neste trabalho
nos tópicos a seguir.
1 INTRODUÇÃO 4
1.2 Objetivo
O objetivo deste trabalho é conferir ao gesso propriedades que o tornem apto
a ser empregado como matéria-prima na produção de artefatos para a construção
civil, com a adição de polímeros. Na construção civil, estas peças poderão ser
utilizadas como painéis modulares para alvenaria e forro, alternativos para os
processos construtivos usuais, representados pela construção com elementos
cerâmicos, de concreto ou gesso acartonado.
1.3 Objetivos específicos
Os objetivos específicos podem ser resumidos de acordo com os seguintes
pontos:
a) Contribuir para o desenvolvimento sustentável no setor da construção civil,
através da adoção de técnicas de Produção Mais Limpa (P+L);
b) Apresentar uma inovação tecnológica no processo produtivo, no intuito de
reduzir o impacto ambiental, através da eliminação total das perdas no
processo de fabricação, minimizando a geração de resíduos;
c) Analisar a influência de aditivos nas propriedades do gesso, visando a
melhorias com a redução da absorção e o aumento do tempo de
trabalhabilidade, reduzindo assim a quantidade de resíduos gerados durante
o processo produtivo e ampliando as possibilidades do seu uso;
d) Ampliar o conhecimento sobre os resíduos do gesso e suas possibilidades
de reciclagem e reutilização.
1 INTRODUÇÃO 5
1.4 Delimitação da pesquisa
O presente trabalho se restringe à exploração do mercado verde no Brasil,
utilizando-se como matéria-prima alternativa o gesso de construção. Para isso
utilizou-se de gesso e aditivos comerciais, determinando a influência desses
produtos nas propriedades físicas e mecânicas na pasta de gesso e nele já
endurecido. Em particular, o maior interesse é o estudo da umidade, absorção e
resistência à compressão. Mesmo não sendo generalizados, os resultados dos
ensaios práticos obtidos, considerando que se referem a produtos comerciais
específicos, são representativos para as condições aplicadas.
1.5 Estrutura do trabalho
Este trabalho é estruturado em cinco capítulos distintos, organizados da forma
descrita a seguir.
Neste primeiro capítulo, foi realizada uma introdução ao assunto,
apresentando a importância e justificativa da pesquisa, seus objetivos e limitações.
A revisão bibliográfica é desenvolvida no Capítulo 2, sendo dividida em sub-
itens, que tratam dos diversos assuntos como o desenvolvimento sustentável na
construção civil e a P+L.
Em um dos sub-itens é realizada uma revisão bibliográfica do gesso, matéria-
prima utilizada neste trabalho, iniciando-se pelo seu processo de produção até seu
emprego no mercado brasileiro. Posteriormente, são analisados os resíduos de
construção e demolição, com ênfase no gesso, e, posteriormente, são apresentados
os processos de reciclagem e reutilização desse material. E, por fim, os polímeros
são apresentados para finalizar essa revisão bibliográfica.
No Capítulo 3 estão descritas as fases desenvolvidas para o estudo
experimental deste projeto, incluindo a metodologia para preparação dos corpos-de-
prova de todos os ensaios desenvolvidos.
Os resultados obtidos nos ensaios e as discussões estão apresentados no
Capítulo 4.
1 INTRODUÇÃO 6
No Capítulo 5 são apresentadas as conclusões, incluindo recomendações
para trabalhos futuros.
Posteriormente estão relacionadas as referências bibliográficas que serviram
de base para este estudo. E, para concluir, estão os ANEXOS que apresentam os
dados obtidos nos ensaios, na íntegra, além dos relatórios de ensaio de resistência
à compressão axial.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 7
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Os tópicos abordados nesta revisão bibliográfica fazem parte do contexto no
qual é inserido o tema desta pesquisa.
De forma mais abrangente, são apresentados os conceitos de
desenvolvimento sustentável, dando ênfase para a vertente ambiental, no qual se
inserem a ecoeficiência e a P+L, princípios base deste trabalho.
Posteriormente é realizada uma revisão bibliográfica da matéria-prima
utilizada, ou seja, o gesso, abrangendo desde o seu processo de produção até as
alternativas existentes para a redução e reciclagem dos seus resíduos.
Para finalizar este tópico, são apresentados os polímeros que são utilizados
como aditivos ao gesso, com o intuito de melhoria nas suas propriedades físicas e
mecânicas.
2.1 Desenvolvimento sustentável na construção civil
De acordo com Isaia (2007), a construção civil é um dos macrossetores da
economia que produz bens de maiores dimensões físicas do planeta, sendo a maior
consumidora de recursos naturais em qualquer país do mundo. Além disso, é uma
atividade-meio para que seja alcançado o desenvolvimento social e econômico das
nações, pois as obras e os serviços por ela elaborados têm como função primordial
satisfazer as necessidades humanas e elevar o padrão de vida da população em
geral.
Possuindo um elevado poder de encadeamento da economia, a construção
civil se torna um setor estratégico da economia para impulsionar e elevar o status de
qualidade de vida da população de um país emergente como o Brasil. Em 2005, o
PIB da indústria da construção civil foi de R$ 126,2 bilhões, participando com 7,3%
do PIB nacional. Além disso, foi responsável, em maio de 2006, por 1,471 milhões
de empregos com carteira assinada no país (FGV/SINDUSCON, 2006).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 8
Apesar da significância da indústria da construção civil na economia
brasileira, o déficit habitacional brasileiro, que mede a carência de moradia avaliando
a sua inadequação estrutural, domicílios improvisados, moradias rústicas e cortiços,
e a coabitação (mais de uma família habitando a mesma residência), só vem
crescendo. Através de estudos elaborados pela GV Consult; Sinduscon-SP (2006),
com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios (PNAD) e
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano de 2004, o déficit
habitacional brasileiro totalizou 7,9 milhões de moradias em 2004, o que
corresponde a 15,2% do total de domicílios do país, evidenciando, assim, a
necessidade de investimento em moradias.
No contexto da sociedade industrial, a função da construção civil é a
transformação do ambiente natural no ambiente construído. De maneira geral o
impacto ambiental da construção civil é proporcional a sua tarefa social, o que a
torna a maior consumidora de recursos naturais e energia, de qualquer economia,
uma das maiores geradoras de resíduos e também colabora significativamente na
poluição ambiental, incluindo o efeito estufa (JOHN, 2000).
Isaia (2007) apresenta dados que confirmam essa afirmação. De acordo com
o autor, a indústria da construção civil consome cerca de 55% da madeira que é
cortada para fins não combustíveis e 40% da energia necessária para a fabricação e
utilização dos materiais de construção.
Ainda de acordo John (2000), os resíduos de construção civil (RCC)
representam cerca de duas a três vezes a massa de resíduos domiciliares.
As propostas de desenvolvimento sustentável estão baseadas na perspectiva
de utilização atual dos recursos naturais desde que sejam preservados para as
gerações futuras (DIAS, 2006). O conceito normativo básico de desenvolvimento
sustentável, de acordo com Maurice Strong, que foi Secretário Geral da Conferência
das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, emergiu na
Conferência de Estocolmo de 1972, e foi designado à época como “abordagem do
ecodesenvolvimento” e, posteriormente, renomeado com a denominação atual.
Maurice Strong, completa dizendo que o desenvolvimento sustentável será
alcançado se três critérios fundamentais forem obedecidos simultaneamente:
eqüidade social, prudência ecológica e eficiência econômica (SACHS, 1993).
O desenvolvimento sustentável não apenas demanda a preservação dos
recursos naturais de maneira a garantir para as gerações futuras iguais condições
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 9
de desenvolvimento, mas também uma maior eqüidade no acesso aos benefícios do
desenvolvimento (LIDDLE, 1994; ONU, 1992 apud JOHN, 2000).
Chen & Chambers (1999) definem desenvolvimento sustentável como aquele
que “permite atender às necessidades básicas de toda a população e garante a
todos a oportunidade de satisfazer suas aspirações para uma vida melhor sem, no
entanto, comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas
próprias necessidades.”
Sachs (1993) considera desenvolvimento sustentável o processo que melhora
as condições de vida das comunidades humanas e, ao mesmo tempo, respeita os
limites de capacidade de carga dos ecossistemas.
Para Hill, Bergman & Bowen (1994), esse conceito é polêmico por se tratar de
uma contradição semântica: sustentável implica em algo que possa ser mantido
indefinidamente; o que contradiz o conceito de desenvolvimento, que implica em
transformação.
Mas independente de seu significado, esse paradigma certamente vai implicar
em uma maior produção de bens, utilizando uma quantidade menor de recursos
naturais, redução na poluição gerada, incluindo a diminuição da produção de
resíduos, e redução do consumo de energia (JOHN, 2000). Para atingir esse
objetivo, será necessário o aperfeiçoamento dos projetos para que o consumo de
materiais seja minimizado e otimizado, substituição dos materiais tradicionais por
outros mais eficientes, redução da geração dos resíduos e sua reutilização através
da reciclagem e até o aumento da durabilidade dos produtos (ISAIA, 2007; BROWN,
MATOS & SULLIVAN, 1998; JOHN, 2000). E isso implicará na substituição do
modelo linear de produção pelo modelo de ciclo fechado (CURWEL & COOPER,
1998 apud JOHN, 2000), onde a utilização de todos os recursos empregados é
otimizada e a geração de resíduos reduzida a um mínimo reciclável.
John (2000) afirma que uma das condições básicas para se atingir o
desenvolvimento sustentável no setor da construção civil é a reciclagem dos
resíduos da construção civil, principalmente porque é o maior gerador de resíduos
finais entre os macrossetores da economia, e assim permite se fechar o ciclo de vida
dos produtos.
Para Aguiar (2004), dentre alguns fatores que estão proporcionando um
crescente aumento dos estudos para a utilização de agregados reciclados na
produção de concreto e argamassas, se destacam além da adoção do conceito de
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 10
desenvolvimento sustentável pela indústria da construção civil, a escassez de
jazidas de agregados naturais, o elevado consumo energético para o beneficiamento
desses agregados e o problema de espaço para a disposição final dos resíduos
sólidos no meio urbano, sendo este último um dos fatores principais, pois causa um
impacto ambiental muito significativo.
Sachs (1993) acredita que devem ser consideradas, simultaneamente, as
cinco dimensões de sustentabilidade: social, econômica, ecológica, espacial e
cultural. Na dimensão da sustentabilidade ecológica, o autor cita algumas medidas a
serem utilizadas. Dentre elas se destaca a redução do volume de resíduos, de
poluição e a intensificação da pesquisa em tecnologias limpas que utilizem, de modo
mais eficiente, os recursos para a promoção do desenvolvimento urbano, rural e
industrial.
Dias (2006) ressalta, ainda, que passar de um modelo de desenvolvimento
predatório a um sustentável, que mantenha a harmonia com a natureza, implica na
modificação da visão da humanidade e sua relação com a natureza, pois esta, além
de ser fonte de matérias-primas, é também o ambiente necessário para a existência
humana. Finaliza resumindo que esse conceito é baseado em três eixos
fundamentais: o crescimento econômico, a preservação ambiental e a eqüidade
social.
Do ponto de vista ambiental, Dias (2006) acredita que “deve a organização
pautar-se pela ecoeficiência dos seus processos produtivos, adotar a produção mais
limpa (P+L), oferecer condições para o desenvolvimento de uma cultura ambiental
organizacional, adotar uma postura de responsabilidade ambiental, buscando a não-
contaminação de qualquer tipo de ambiente natural [...]”.
Uma abordagem mais focalizada das diferentes definições e abrangências da
P+L é apresentada neste trabalho.
2.2 A produção mais limpa
O conceito de P+L foi introduzido, em 1989, pelo Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente, PNUMA (em inglês, United Nations Environmental
Program – UNEP), para definir a aplicação contínua de uma estratégia ambiental
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 11
preventiva e integral que envolve processos, produtos e serviços, de maneira que se
previnam ou reduzam os riscos de curto ou longo prazo tanto para o ser humano
quanto para o meio ambiente (DIAS, 2006).
O autor ainda cita a “Conferência das Américas sobre Produção Mais Limpa”,
realizada em 1998, em São Paulo, Brasil, a qual foi uma iniciativa destinada a apoiar
o processo de consolidação da P+L e da Prevenção à Poluição (P2) no continente
americano. Ao final daquele encontro, os participantes divulgaram a “Carta de São
Paulo sobre Produção Mais Limpa/ Prevenção da Poluição”, onde definem a P+L
como “a aplicação contínua de uma estratégia ambiental preventiva integrada aos
processos, produtos e serviços para aumentar a ecoeficiência e reduzir os riscos ao
homem e ao meio ambiente”.
O mesmo autor, resumidamente, descreve os procedimentos adotados pela
P+L (ou PML):
Quanto aos processos de produção: conservação das matérias-primas e
da energia, eliminando aquelas que são tóxicas e redução da quantidade
e da toxicidade de todas as emissões e resíduos;
Quanto aos produtos: redução dos impactos negativos ao longo do ciclo
de vida do produto, desde a extração das matérias-primas até sua
disposição final, através de um design adequado aos produtos;
Quanto aos serviços: incorporação das preocupações ambientais no
projeto e fornecimento de serviços.
A estratégia de P+L se completa com a adoção da filosofia da ecoeficiência,
que tem como objetivos centrais a redução do consumo de recursos, a redução do
impacto da natureza e a melhoria do valor do produto ou serviços, ou seja, a criação
de valor agregado tanto para os negócios quanto para a sociedade, mantendo os
padrões de competitividade.
Dias (2006) completa afirmando que a P+L se destaca, na gestão ambiental
de processos, como uma tecnologia ambiental que traz melhores resultados
competitivos. Em relação à gestão ambiental de produtos, a análise do ciclo de vida,
a certificação de produtos e o ecodesign são as principais ferramentas.
Fiksel (1996 apud DIAS, 2006) define ecodesign como “[...] um conjunto
específico de práticas de projeto, orientadas para a criação de produtos e processo
ecoeficientes, respeitando-se os objetivos ambientais, de saúde e segurança de todo
o ciclo de vida destes produtos e processos.”
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 12
O relatório Cleaner Production in Latin America and the Caribbean (PNUMA,
2004) identificou como principais barreiras alguns aspectos nas áreas
governamental, industrial e no âmbito geral. Dentre elas destacam-se a falta de
comprometimento governamental na priorização de ações de P+L, em função do
desinteresse da sociedade pelas questões ambientais; a falta de conhecimento, por
parte do governo, sobre a qualidade ambiental, decorrente da inexistência ou
inadequação de rede de monitoramento que permita um diagnóstico ambiental
eficiente; falta de interesse pelas indústrias na implantação de ações de P+L e
dificuldade em realizar novos investimentos. No âmbito geral, se destacam a falta de
conscientização sobre o tema P+L e a dificuldade em manter e desenvolver centros
de pesquisa dedicados ao conhecimento de tecnologias limpas e materiais
alternativos.
No Brasil, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB)
tem desenvolvido trabalhos e projetos por meio do marco institucional denominado
“Câmara Ambiental”, órgão colegiado de caráter consultivo que funciona como canal
institucional de negociação entre o setor produtivo e o órgão ambiental estadual.
Dentre suas atribuições, a câmara avalia normas e procedimentos relativos à gestão
ambiental, propõe inovações para seu aperfeiçoamento e colabora com a adoção de
tecnologias mais limpas, em diversos setores, inclusive no da construção civil
(PNUMA, 2004).
2.3 O gesso como material de construção
A utilização do gesso como material construtivo não é uma descoberta tão
recente. A história mostra que o gesso é um dos mais antigos materiais de
construção fabricados pelo homem, como a cal e a terracota.
De acordo com Le Plâtre (1982), em ruínas na Síria e na Turquia foi verificado
o emprego do gesso por volta do 8º milênio a.C.. Já na África, foi descoberto que os
bárbaros construíram barragens e canais com um gesso de altíssima resistência, os
quais garantiram, por muitos séculos, a irrigação das palmeiras de Mozabe, e que
também utilizaram o gesso junto aos blocos de terra que ergueram suas habitações.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 13
A grande tradição no uso do gesso vem das culturas mesopotâmicas, onde é
muito abundante na natureza, com climas muito secos que favorecem a sua
conservação. Herdeiros de antigas tradições nesta zona como na vizinha Pérsia, os
Sassânidas, que estabeleceram o seu império a par de Roma, entre os séculos I
a.C. e VI d.C., desenvolveram uma cultura importantíssima em alvenaria,
caracterizada pelo uso do gesso. Em persa, denomina-se gatch ao gesso.
Uma carta real de 1292, na França, fala da exploração de 18 jazidas de pedra
de gesso na região parisiense. Naquela época, o gesso era empregado na
fabricação de argamassas, na colocação de placas de madeira, no fechamento de
ambientes e na construção de chaminés monumentais.
A partir do séc. XVIII generaliza-se o uso do gesso em toda a construção
européia, com início do conhecimento científico sobre esse material. É assim que,
em 1768, Lavoisier apresenta na Academia de Ciências, o primeiro estudo científico
sobre os fenômenos que servem de base à preparação do gesso. Pouco tempo
depois, Van t’Hoff e Le Chatelier dão uma explicação científica para a desidratação,
com a qual começa o estudo ininterrupto sobre esse material (LE PLÂTRE, 1982).
Naquele mesmo período, na França, cerca de 75% dos hotéis e a totalidade
dos prédios públicos e populares eram realizados em madeira e argamassa de
gesso, e cerca de 95% das novas construções ou reformas eram feitas com a
utilização do gesso como um dos principais materiais construtivos.
A partir do século XX, em função da evolução industrial, os equipamentos
para a fabricação do gesso deixaram de ter um conceito rudimentar e passaram a
agregar maior tecnologia, assim como a melhoria tecnológica dos produtos passou a
facilitar suas formas de emprego pelo homem.
2.3.1 O potencial de extração e a produção de gesso no Brasil
A gipsita, conforme ilustrado na figura 1, é um material abundante em todo o
planeta. Dados mostram que sua extração mundial é em torno de 97 milhões de
toneladas por ano (SANTOS, 1998; ANTUNES, 1999).
O termo “minério” é definido como uma associação de minerais (rochas) o
qual pode ser explorado economicamente. Já minerais são compostos químicos
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 14
naturais, geralmente no estado sólido, os quais compõem as rochas. E minerais
acessórios são aqueles presentes em menor quantidade nos compostos e tratados
geralmente como impurezas (AGUIAR, 2004).
Figura 1: Mineral denominado de gipsita.
A matéria-prima natural do gesso de construção é o minério chamado gipso,
comercialmente conhecido como “gesso natural” (AGUIAR, 2004). Ele se encontra
na natureza em terrenos sedimentares, depósitos evaporíticos originados de antigos
oceanos, sob a forma de Anidrite (anidrita) (CaSO
4
) ou Pedra de Gesso (gipsita)
(CaSO
4
.2H
2
O) (SAMPAIO, 1978 apud COUTINHO, 2006), sendo constituído,
principalmente, do mineral gipsita e que pode conter anidrita de fórmula CaSO
4
e
minerais acessórios como calcita, dolomita, cloreto de sódio (AGUIAR, 2004).
Oliveira (2000) apresenta a composição química da gipsita, minério do qual se
origina o gesso, sendo originária na região de Araripina/PE, conforme demonstrado
na tabela 1.
Tabela 1: Composição da gipsita.
Determinação Teor (%) Determinação Teor (%)
CaSO
4
.2H
2
O 88,90 MgCO
3
0,42
CaSO
4
7,12 MgO 0,16
CaSO
3
1,54 SiO
2
+Fe
2
O
3
+Al
2
O
3
0,84
Fonte: Oliveira (2000).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 15
A formação geológica desses depósitos é explicada pela ocorrência de
precipitação, seguida de evaporação, e conseqüente concentração dos sais
(JORGENSEN, 1994 apud BALTAR, BASTOS & LUZ, 2004?).
A anidrita, segundo Kebel (1994), tem pouco valor econômico, enquanto a
gipsita apresenta uma grande diversidade de opções de aproveitamento industrial,
podendo ser utilizada na forma natural ou calcinada.
Na sua forma natural, a gipsita é utilizada na fabricação de cimento portland e
na agricultura. Na indústria cimenteira, cerca de 4% a 5% de gipsita é adicionada ao
clínquer durante o processo de moagem para retardar o tempo de pega do cimento
(LE PLÂTRE, 1982). Na agricultura, a gipsita pode atuar como agente corretivo de
solos ácidos, fertilizante em culturas específicas como amendoim, batata, legumes e
algodão, e como condicionador de solos, aumentando a permeabilidade, aeração,
drenagem, penetração e retenção da água (LE PLÂTRE, 1982; VELHO, GOMES &
ROMARIZ, 1998; BALTAR, BASTOS & LUZ, 2004?).
A gipsita é constituída essencialmente for sulfato de sódio dihidratado
(CaSO4.2H2O), podendo conter impurezas como sílica, alumina, óxido de ferro,
carbonatos de cálcio e magnésio (COUTINHO, 2006). Segundo Abreu et al (2003),
alguns depósitos contêm 99% de gesso, porém outros podem conter até 65% com
impurezas de calcário, quartzo e folheio argiloso.
Na Europa, onde a densidade populacional mais elevada requer cuidados
especiais com a preservação dos solos aráveis ou reservas florestais, os
especialistas em meio ambiente das empresas de mineração têm tido pleno êxito na
recuperação do equilíbrio das áreas mineradas, dando-lhes condições de
reconstituição da flora e da fauna ou de reaproveitamento agrícola (Figuras 2 e 3)
(DRYWALL, 2006).
A região Nordeste do Brasil, com uma população de 46 milhões de habitantes
e um PIB de US$ 117,5 bilhões, apresenta pólos dinâmicos de desenvolvimento e
grandes recursos naturais com fantásticas possibilidades de investimento. Integra,
entre outras riquezas do solo nordestino, o Pólo Gesseiro do Nordeste do Brasil, um
dos maiores depósitos exploráveis de gipsita do continente americano, abrangendo
vários Estados da Federação, numa área de 24.000 km² (SINDUSGESSO, 2006).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 16
Figura 2: Área minerada em fase de
recuperação.
Figura 3: Área minerada já recuperada.
Fonte: Drywall (2006) Fonte: Drywall (2006)
O processo de produção do gesso envolve as operações de mineração, pode
ser visualizada na figura 4, britagem, moagem, peneiramento, encilamento,
calcinação, moagem e ensacamento. Abreu et al (2003) exemplifica o processo de
produção com as seguintes etapas: a mineração é realizada a céu aberto (Figura 5);
a moagem da rocha e a calcinação, em caldeirões de ferro denominados
industrialmente como forno de panela ou forno de marmita.
Figura 4: Vista geral do processo de
mineração.
Fonte: Sindusgesso (2006)
Figura 5: Detalhe da mineração a céu
aberto.
Fonte: Sindusgesso (2006)
Peres; Benachour & Santos (2001), completam que a extração é a lavra a céu
aberto (open pit), através de bancadas simples com altura média em torno de 15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 17
metros, utilizando-se equipamentos como rompedores hidráulicos, tratores de
esteira e pás mecânicas.
As atividades da lavra envolvem principalmente as operações de
decapeamento, perfuração, carregamento de explosivos, desmonte, fragmentação
de blocos e carregamento/transporte (LUZ et al, 2001 apud BALTAR, BASTOS &
LUZ, 2004?).
O beneficiamento da gipsita na produção de gesso, na região do Araripe/PE,
envolve as operações de coleta manual (Figura 6), britagem, moagem,
peneiramento, ensilamento (Figura 7), calcinação, estabilização térmica em silos,
moagem, novo ensilamento e ensacamento.
Para a britagem e moagem, são utilizados britadores de mandíbula e moinhos
de martelo. Em alguns casos, a britagem é realizada em dois estágios em circuito
fechado com peneiras vibratórias a seco. A finalidade da britagem é reduzir a gipsita
extraída da mina para um produto mais fino, tornando-se assim transportável em
esteiras, podendo ser transportada para a usina para o tratamento seguinte (LE
PLÂTRE, 1982).
Figura 6: Local de coleta manual da gipsita em uma
empresa, em Pernambuco.
Figura 7: Ensilamento da gipsita.
Fonte: Baltar, Bastos & Luz [2004?] Fonte: Baltar, Bastos & Luz [2004?]
A calcinação é o processo térmico pelo qual a gipsita (CaSO
4
.2H
2
O) é
desidratada. O material é calcinado numa faixa de temperatura que varia de acordo
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 18
com o composto que se deseja originar, com propriedades e hidratações diferentes,
conforme apresentado na tabela 2.
Tabela 2: Compostos obtidos a partir da calcinação da gipsita.
Temperatura de
Calcinação
Composto Originado Características
140
o
C a 160
o
C
Hemidrato
(CaSO
4
. 0,5H
2
O)
Solúvel. Pode resultar no
hemidrato α ou β.
160
o
C a 200
o
C
Anidrita III
(CaSO
4
. εH
2
O)
Tem presa rápida. Pode conter
água de cristalização em baixo
teor. Com a umidade do ar, se
transforma no hemidrato.
250
o
C a 800
o
C Anidrita II (CaSO
4
) Baixa velocidade de hidratação
Acima de 800
o
C Anidrita I (CaSO
4
)
Fonte: Nolhier, 1986; Cincotto, Agopyan & Florindo, 1988; Santos, 1998.
Para a calcinação, os tipos mais utilizados de fornos na região do Araripe/PE
são os tipos panela, marmita vertical, marmita horizontal (Figura 8) e o rotativo de
queima indireta, que proporcionam uma calcinação sob pressão atmosférica, ou
baixa pressão. A partir dessa calcinação é obtido o hemidrato beta - β (gesso β). Já
para a obtenção do hemidrato alfa - α (gesso α), são utilizados fornos do tipo
autoclave, como pode ser visto na figura 9, com controle de umidade, temperatura e
pressão (BALTAR, BASTOS & LUZ, 2004?).
Figura 8: Forno de marmita horizontal
utilizado na fabricação do gesso beta.
Figura 9: Instalações utilizadas na
fabricação do gesso alfa.
Fonte: Baltar, Bastos & Luz [2004?] Fonte: Sindusgesso (2006)
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 19
As denominações, alfa (α) e beta (β), representam apenas uma nomenclatura
comercial utilizada pelo fornecedor dos materiais para esta pesquisa, não implicando
em diferença na estrutura química dos mesmos.
A equação (1) expõe a forma de obtenção do hemidrato.
OHOHCaSOgcalOHCaSO
22424
5,15,0./81,232.
+
+
(1)
De acordo com o Manual...(2001), o processo de calcinação do gesso exige
quantidades menores de energia, se comparado com outros produtos da construção
civil, conforme apresentado na tabela 3.
Segundo Sindusgesso (2006), estão instaladas no Pólo Gesseiro do Nordeste
do Brasil 332 empresas, sendo 26 mineradoras, 72 calcinadoras e 234 fábricas de
pré-moldados.
Tabela 3: Energia necessária na fabricação de materiais de construção.
PRODUTO
ENERGIA NECESSÁRIA
(kWh/ton)
Aço 13.400
Alumínio 84.800
Cimento 2.400
Azulejo cerâmico 1.760
Vidro plano 12.000
Gesso 1.200
Fonte: Manual... (2001)
Desde a década de 1960, Pernambuco assumiu e vem mantendo a posição
de maior produtor nacional de gipsita, abastecendo 95% do mercado nacional. A
principal região produtora recebeu a denominação de Pólo Gesseiro do Araripe,
situa-se no extremo oeste do Estado de Pernambuco, cerca de 700 km da capital
Recife e engloba os municípios de Araripina, Bodocó, Ipubi, Ouricuri e Trindade. A
sua produção em 2004 foi de 3,6 milhões de toneladas, envolvendo cerca de 12.000
empregos diretos e 64.000 empregos indiretos. A reserva medida de gipsita naquele
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 20
pólo é de 168 milhões de toneladas, sendo estimada uma reserva de 1.200 milhões
de toneladas (ANUÁRIO..., 2005). A produção no Pólo Gesseiro do Araripe ao longo
dos anos pode ser vista na tabela 4.
Tabela 4: Produção entre 1999 e 2004 no Pólo Gesseiro do Araripe (em 1.000 toneladas).
TIPO/ ANO 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Gesso 960 1080 1140 1200 1560 1800
Pré-moldado 396 420 420 360 480 600
Gipsita 420 480 600 540 660 1200
Total 1776 1980 2160 2100 2700 3600
Crescimento 11,49 9,09 -2,78 28,57 33,33
Fonte: Sindusgesso (2006)
Baltar, Bastos & Luz (2004?) ainda citam os principais fatores que contribuem
pelo interesse no aproveitamento do minério do Araripe:
Condições favoráveis de mineração (relação estéril/minério e
geomorfologia da jazida);
Elevada pureza do minério;
Melhor localização, se comparado ao minério do estado do Pará.
De acordo com informações citadas em Drywall (2006), as fábricas de chapas
de gesso e outros derivados da gipsita são instalações limpas, que somente liberam
na atmosfera vapor d´água. Ao contrário, as indústrias cimenteiras lançam na
atmosfera considerável quantidade de gás carbônico, cerca de 6% a 8% do total
emitido na atmosfera (CDIAC, 2000), sendo este o principal causador do efeito
estufa.
Publicações da Drywall (2006) apresenta ainda algumas características do
gesso como, por exemplo, possuir baixa densidade; não ser inflamável; ser inodoro
e livre de gases tóxicos; ser eletricamente neutro; não ser agressivo à pele; não
formar fibras nem poeiras e não ter efeito cumulativo no organismo por ser eliminado
na urina.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 21
2.3.2 O processo de hidratação e as propriedades do gesso
Segundo Coutinho (2006), “a família dos gessos é um conjunto de ligantes
simples constituídos basicamente por sulfatos mais ou menos hidratados de cálcio e
sulfatos anidros de cálcio obtidos por desidratação e cozedura da Pedra de Gesso
ou Gesso Bruto”.
O mesmo autor afirma que ligante é um produto que ganha presa (pega) e
endurece, podendo aglomerar outros materiais, tais como brita e areia, ou seja,
possuem propriedades aglomerantes. Os ligantes se classificam em hidrófilos ou
hidrófobos, em função da sua relação com a água.
O gesso é classificado como um ligante hidrófilo. Isso porque é um ligante
que tem afinidade com a água e, misturado com ela, forma uma pasta que endurece,
podendo como qualquer ligante, aglomerar outros materiais. É constituído por
matéria sólida finamente pulverizada.
Os ligantes hidrófilos se classificam, por sua vez, em hidráulicos ou aéreos. O
cimento e a cal hidráulica são exemplos de ligantes hidrófilos hidráulicos, pois são
resistentes à água. Já o gesso, que é o objeto deste estudo, é classificado como
ligante hidrófilo aéreo, pois ao ser misturado com a água forma uma pasta que
endurece ao ar, e a pasta endurecida, com ou sem outros materiais incorporados,
não é resistente à água (COUTINHO, 2006).
Lavoisier (1768 apud LE PLÂTRE, 1982) iniciou o estudo sobre o processo de
hidratação do gesso escrevendo “o endurecimento do gesso com a água não é
senão uma verdadeira cristalização, a pedra especular, privada da sua água pelo
fogo, a retoma avidamente e cristaliza novamente, formando uma massa cuja
dureza excede a da maior parte das pedras”.
Quando o gesso é misturado com quantidade suficiente de água, ele forma
uma pasta homogênea, consistente e trabalhável. Em poucos minutos, apresenta
uma perda de consistência, ganhando viscosidade, porém, com o endurecimento a
pasta passa a ter mais resistência. Esse ganho de viscosidade (tempo de pega
inicial) e o endurecimento, que vem acompanhado do aumento da resistência do
material (tempo de pega final), são fenômenos que podem ser explicados pelo
mecanismo de hidratação do gesso (HINCAPIE & CINCOTTO, 1997).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 22
A reação de hidratação das fases do gesso de construção (hemidrato e
anidrita) é um fenômeno químico que se inicia no momento em que o anidro em pó
entra em contato com a água e reage. Estas fases dissolvem-se em água formando
íons Ca
2+
e SO
4
2-
, formando hidratos que se constituem em núcleos de dihidrato de
baixa solubilidade. Trata-se de um processo exotérmico que libera energia em forma
de calor. Coutinho (2006) completa essa definição como uma reação expansiva, de
reconstituição do sulfato bi-hidratado original, isto é, o gesso bruto (Equação 2).
CALOROHCaSOOHOHCaSO
+
+
24224
2.5,15,0.
(2)
A tabela 5 apresenta a composição teórica dos sulfatos, de acordo com Isaia
(2007).
Tabela 5: Composição teórica dos sulfatos.
Composição (%)
Sulfato Fórmula
Massa molecular
(g)
H
2
O CaO SO
3
Anidrita CaSO
4
136,14 0 41,19 58,81
Hemidrato CaSO
4
.0,5H
2
O 145,15 6,20 38,63 55,15
Dihidrato CaSO
4
.2H
2
O 172,17 20,99 32,57 46,50
Fonte: Isaia (2007)
Ainda de acordo com Isaia (2007), no fenômeno físico os íons se depositam
sobre os núcleos de dihidrato, iniciando-se o crescimento cristalino (grãos em forma
de agulha). Essa reação possibilita o endurecimento da pasta de gesso, conhecido
também como a pega das pastas, que se trata de fenômeno mecânico. Essa pasta
passa a ter mais resistência devido ao entrelaçamento dos grãos que precipitam a
partir de uma solução saturada.
O método utilizado no Brasil para medir o tempo de pega das pastas de gesso
é o proposto pela ABNT NBR 12128 (1991) e também é normatizado pela ADA
(American Dental Association), utilizando as agulhas de Gillmore em gesso
odontológico.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 23
Os grãos cristalinos que compõem o gesso endurecido variam em forma e
tamanho dependendo de alguns parâmetros como, por exemplo, se o hemidrato é
alfa ou beta. Também dependem de parâmetros externos, como presença de
aditivos e condições de hidratação (temperatura, umidade e relação a/g) (MURAT,
PUSZTASZERI & GREMION, 1975 apud HINCAPIE & CINCOTTO, 1997).
Hincapie & Cincotto (1997) completam que para se verificar essa
microestrutura, é muito utilizado o sistema de microscopia eletrônica de varredura
(MEV), pois podem ser observadas a rugosidade, morfologia dos grãos cristalinos e
porosidade. E é a forma desses grãos que vai definir as propriedades mecânicas do
material endurecido, como resistência mecânica e absorção de água.
As propriedades mecânicas das pastas decrescem com o aumento da relação
água/gesso que provoca o aumento das porosidades das pastas. A velocidade de
crescimento dos grãos é outro fator importante a ser analisado.
Uma velocidade de crescimento rápida favorece a formação de grãos
cristalinos bem definidos e maior número por unidade de volume; quando o
crescimento é lento, formam-se grãos cristalinos maiores, com uma estrutura mais
organizada e com menos defeitos. As pesquisas mostram também que, em relação
ao tamanho dos grãos cristalinos, as propriedades mecânicas são piores quando o
arranjo cristalino é formado por grãos cristalinos maiores (MURAT, PUSZTASZERI &
GREMION, 1975 apud HINCAPIE & CINCOTTO, 1997).
Em um material policristalino, cada grão tenta deformar-se homogeneamente
em conformidade com a deformação da amostra como um todo. Entretanto, as
fronteiras entre os grãos agem como barreiras ao escorregamento dos cristais
adjacentes, originando uma heterogeneidade de deformações entre grãos vizinhos e
dentro do próprio grão. Assim, o rendimento da força depende da granulometria,
mantendo uma relação inversa da tensão em relação ao tamanho do grão. À medida
que o tamanho do grão decresce, as fronteiras e grão recebem a sua influência em
seu interior. Logo, o endurecimento por cisalhamento será maior em materiais com
grãos reduzidos (MITCHELL, 2004).
A relação Hall-Petch (Equação 3) estabelece que o limite de resistência à
deformação de um material policristalino está relacionado com o seu tamanho de
grão:
2
1
0
+= kd
y
σσ
(3)
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 24
onde σ
y
e σ
0
representam, respectivamente, a tensão limite e a tensão teórica de
limite ao cisalhamento, “k” é uma constante medidora da extensão de empilhamento
de deslocações junto à fronteira do grão e “d” refere-se ao tamanho do grão
(MITCHELL, 2004).
Os hemidratos alfa e beta possuem a mesma estrutura cristalina, porém
diferentes morfologias (tamanho e superfície) devido ao método de produção. O
hemidrato α caracteriza-se por apresentar seus grãos cristalinos compactos,
regulares e resistentes, conforme mencionado em Baltar, Bastos & Luz [2004?]. Já o
hemidrato β tem as formações cristalinas mais fragmentadas e folgadas (LE
PLÂTRE, 1982). Essas diferenças morfológicas influem tanto nas propriedades da
pasta quanto do gesso endurecido. Para se obter a mesma consistência, é
necessário menos água de amassamento para o hemidrato α do que para o
hemidrato β (NOLHIER, 1986 apud ANTUNES, 1999), possibilitando assim a
trabalhabilidade da mistura com uma menor relação água/gesso.
Sabendo que os hemidratos alfa (α) requerem menos água de amassamento
que os hemidratos beta (β), para se obter uma mesma consistência, e, além disso,
como a resistência mecânica do gesso é inversamente proporcional à relação
água/gesso e, também, à porosidade, as pastas produzidas com o hemidrato α são
mais resistentes que as produzidas com o hemidrato β (NOLHIER, 1986 apud
ANTUNES, 1999).
A produção de gesso tipo alfa está dividida no tipo A (fino) e tipo B (grosso),
sendo suas características descritas na tabela 6.
A tabela 7 apresenta as características técnicas do gesso beta.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 25
Tabela 6: Características técnicas do gesso alfa tipo A e tipo B.
Tipo A Tipo B
Composição 100% hemidrato alfa 100% hemidrato alfa
Água de Cristalização 5,0 a 6,0% 5,0 a 6,0%
Polvilhamento do gesso para
100ml de água
250 a 260 g.
235 a 245g
Do pó
Granulometria
(Dimensão média)
9 a 13 microns 14 a 18 microns
Espraiamento (cm) 0 a 7 0 a 7
Tempo de Pega Inicial (min) 3 a 6 3 a 7
Da pasta
preparada
Tempo de Pega Final (min) 5 a 11 6 a 13
Resistência à Compressão
(MPa)
15,0 a 18,0 15,0 a 18,0
Resistência à Flexão (MPa) 8,0 a 11,0 8,0 a 11,0
Do gesso
endurecido
Densidade (g/cm³) 0,8 a 1,0 0,8 a 1,0
Fonte: Adaptado de Sindusgesso (2006)
Tabela 7: Características técnicas do gesso beta.
Características técnicas gerais:
Densidade após secagem (g/cm³) 0,65 – 0,80
Resistência à compressão (MPa) 6,00
Características técnicas do pó:
Perda ao Fogo 4,5 a 6,2%
Características técnicas da pasta preparada:
Consistência normal (cm) 7,50
Tempo de pega inicial (min) 8 a 12
Tempo de pega inicial (min) 16 a 25
Fonte: Adaptado de Sindusgesso (2006)
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 26
O gesso de construção é constituído de 60% a 70% de CaSO
4
.0,5H
2
O,
essencialmente por hemidrato β, e o restante de anidrita II e III, além das impurezas
e adjuvantes (BAUER, 1992; COUTINHO, 2006).
Hincapie & Cincotto (1997) realizaram um estudo utilizando um tipo de gesso
de construção, que é o gesso lento ou gesso para revestimento, disponível no
mercado nacional, e observaram a caracterização química e física desse gesso sem
aditivos. Como referência a esse estudo, um resumo da caracterização é
apresentado na tabela 8.
Tabela 8: Características químicas e físicas do gesso lento.
Características Químicas Características Físicas
Óxidos % Constituintes % Massa unitária 612kg/m³
Água livre (H
2
O) 1,35 Hemidrato 88,2 Módulo de finura 1,02
Água combinada
(H
2
O)
5,47 Anidrita 8,8
Massa
específica
2,645 g/cm³
Anidrido sulfúrico
(SO
3
)
53,9
Carbonato de
magnésio
(MgCO
3
)
0,52 Finura Blaine 860,5m²/kg
Óxido de cálcio
(CaO)
38,0
Carbonato de
cálcio
(CaCO
3
)
-
Consistência
normal
7,0 cm
Óxido de
magnésio (MgO)
0,25 Impurezas 1,35 Início de pega 8min22s
Anidrido carbônico
(CO
2
)
0,13 Umidade 1,35 Fim de pega 16min14s
Resíduo insolúvel
+ anidrido silícico
(Rl +SiO
2
)
0,81 Total 100,2
Óxido de ferro e
de alumínio
(Fe
2
O
3
+ Al
2
O
3
)
0,60
pH 6,92
Fonte: Hincapie & Cincotto (1997)
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 27
2.3.3 O emprego do gesso na construção civil
A maior aplicação do gesso é na indústria da construção civil (revestimento de
paredes, placas, blocos, painéis, etc), onde pode ser utilizado como alternativa em
relação a outros materiais como a cal, o cimento, a alvenaria e a madeira.
O gesso tipo β é utilizado na indústria da construção civil, indústria cerâmica e
indústria de modelagem. As principais aplicações na indústria da construção civil
são: placas para rebaixamento de teto, placas de gesso acartonado, blocos para
paredes divisórias, argamassa de projetar (Figura 10), gesso para revestimento
manual (Figura 11), gesso para acabamento manual e gesso cola, além dos
elementos pré-moldados utilizados como decoração. É produzido a partir da gipsita
de pureza superior a 90% em processo físico.
Figura 10: Execução de revestimento
projetado com argamassa de gesso.
Figura 11: Execução manual de
revestimento de gesso.
Fonte: Gerolla (2008) Fonte: Gerolla (2008)
John (2000) cita que, na construção civil, o emprego do gesso divide-se em
dois grupos básicos: para fundição e para revestimento. O gesso para revestimento
é empregado para revestir paredes e tetos de ambientes internos e secos. Gesso
para fundição, que é o foco deste trabalho, é o material empregado na fabricação de
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 28
pré-moldados como peças para decoração, placas para forro (Figura 12), blocos de
gesso reforçados ou não com fibras e chapas de gesso acartonado (drywall),
utilizados para fazer paredes divisórias e forro (Figuras 13 e 14).
Figura 12: Placas de gesso para execução
de forros.
Figura 13: Parede curva utilizando-se
placas de gesso acartonado.
Figura 14: Gesso acartonado utilizado
em uma residência.
O gesso tipo α não é utilizado na construção civil, devido principalmente ao
custo desse material ser bem mais alto do que o gesso β, em torno de dez vezes. É
utilizado principalmente na fabricação de bandagens de alta resistência, matrizes
para indústria cerâmica, indústria de modelagem (usado por artistas plástico), e para
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 29
mistura de produtos de gessos especiais (cerâmica, odontologia, automobilística,
ortopedia) (BALTAR, BASTOS & LUZ, 2004?).
As chapas de gesso acartonado, muito utilizadas na construção civil para
confecção de divisórias tipo drywall e forros, são divididas em três tipos:
Placa ST: placa standard para áreas secas;
Placa RU: placa resistente à umidade para ambientes sujeitos à ação da
umidade por tempo limitado (de forma intermitente);
Placa RF: placa resistente ao fogo para áreas com exigências especiais
em relação ao fogo.
De acordo com Li; Li & Yu (2006), a taxa de absorção de água em produtos
de gesso natural é e em torno de 50%, sendo essa uma das maiores barreiras para
o desenvolvimento de produtos com gesso.
Para a ABNT NBR 14715 (2001), que estabelece os requisitos para chapas
de gesso acartonado, o máximo de absorção para placas RU é de 5% e a máxima
absorção de água pela superfície é de 160g/m².
Conforme Gypsum Association (2005), o ensaio de absorção de água
normatizado pela ASTM C 473, em que as placas devem permanecer imersas em
água por um período de 2 horas, permite uma taxa de absorção máxima para placas
de gesso acartonado à prova de umidade para revestimento de paredes externas de
10% e para placas de gesso acartonado à prova d’água de 5%.
Já em relação aos blocos de gesso sem função estrutural, Bloco... (2007) cita
que o projeto de norma 02:103.40-010/2005 limita o valor máximo de absorção de
água para blocos tipo S (standard, para uso geral) para 50%; e para blocos tipo H
(hidrófugo, para uso em ambientes sujeitos à ação da umidade de forma
intermitente) para 5%.
Nota-se, então, que tanto para chapas de gesso acartonado, quanto para
blocos de gesso sem função estrutural, utilizados em ambientes sujeitos à ação da
umidade, o limite de absorção máximo de água é 5%. Esse valor, portanto, é tomado
como referência para este trabalho.
Os dados relativos à resistência à compressão para as placas de gesso
acartonado são apresentados por Gypsum Association (2005), de acordo com a
tabela 9. As placas de gesso tipo MH e X são desconhecidas aqui no Brasil.
Os blocos de gesso tipo S e H têm resistência mínima de 5MPa (BLOCO...,
2007).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 30
Tabela 9: Valores de resistência à compressão para placas de gesso acartonado.
Tipo de Placa Espessura (mm)
Resistência à compressão
mínima (MPa)
Placa de gesso tipo MH 7,90 2,75
Placa de gesso regular 12,70 2,40
Placa de gesso tipo X 15,90 2,75
Fonte: Gypsum Association (2005)
2.4 Os resíduos do gesso e suas possibilidades de reciclagem
A geração de resíduos é inevitável por diversas razões. Primeiramente porque
a vida útil de um produto é sempre limitada, transformando-se depois em resíduo.
Outro fator é a variabilidade dos processos e matérias-primas, que faz com que
alguns produtos sejam produzidos em não-conformidade com o especificado ou que
apresentem deficiência em suas propriedades físicas, químicas e mecânicas, que
restringem o seu uso ou seu desempenho e acabem se tornando resíduos.
A questão da redução e da gestão dos resíduos, a partir de 2002, passou a
ser, além de uma questão de consciência ambiental e de redução de custos, uma
questão legislativa. Isso devido à implantação da Resolução 307/02 do Conselho
Nacional do Meio Ambiente, do Ministério do Meio Ambiente (CONAMA 307, 2002).
O prazo para a implantação dessa resolução para os geradores e para os
municípios terminou em 2005.
De acordo com ABNT NBR 10004 (2004), “[...] resíduos sólidos são definidos
como resíduos nos estados sólidos e semi-sólidos, que resultam de atividades de
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e varrição, e
ainda lodos provenientes de sistemas de tratamento de águas, bem como líquidos
cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgoto
[...]”.
As fontes geradoras dos resíduos sólidos são divididas em urbano, que tem
origem nas residências, comércio e locais públicos; construção civil, que são
resultantes de obras, reformas e demolições; serviços de saúde, resultantes de
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 31
clínicas, farmácias, hospitais e postos de saúde; industrial, que tem origem nas
indústrias; e agrícola, que tem origem em propriedades agrícolas.
A resolução do CONAMA nº 307 define resíduos da construção civil como
aqueles provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de
construção civil e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos.
A ABNT NBR 15112 (2004) classifica os resíduos da construção civil em
quatro classes. Dentre elas, se destaca a CLASSE C, onde se encontram os
resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem e recuperação, tais como
os produtos oriundos do gesso.
Na gestão de resíduos vigora uma hierarquia de objetivos (LEACH, BAUEN &
LUCAS
, 1997; GRÜBL & RÜHL, 1998; EU, 1999; JOHN, 2000):
Reduzir a geração do resíduo na fonte;
Reutilizar o resíduo;
• Reciclar;
Incinerar recuperando a energia;
Depositar em aterros sanitários.
Em tese, essa hierarquia é questionável, pois a melhor alternativa é, por
definição, aquela de menor impacto ambiental global (TUKKER & GIELDEN, 1994
apud JOHN, 2000).
Mundialmente, os resíduos da construção civil se diversificam muito devido às
peculiaridades dos sistemas construtivos de cada país. Nos Estados Unidos, a
produção de resíduos da construção civil (RCC) atinge taxa de geração de 20 kg/m²
a 39 kg/m² de área construída. Essa taxa varia conforme o tipo de construção, seja
ela uma residência ou um edifício de apartamentos. A composição percentual para
uma residência familiar simples é mostrada no gráfico 1 (WORLD WASTE, 1994,
apud NETO, 2005).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 32
Resíduos Misturados
15%
Papelão
5%
Metais
6%
Alvenaria
2%
Madeira
46%
Gesso/Drywall
26%
Gráfico 1: Composição percentual de resíduos (RCC) em residências nos EUA.
Fonte: World Waste (1994)
No Brasil, a situação não é a mesma devido à diferença do sistema
construtivo. Estudos realizados na cidade de São Carlos mostram a composição dos
resíduos da construção civil no Brasil, conforme apresentado no gráfico 2.
Assim, pode-se notar que, no Brasil, os resíduos do gesso são em uma
quantidade bem menor do que nos Estados Unidos. Isso ocorre porque naquele
país, é utilizado o sistema drywall para a construção de paredes, enquanto que no
Brasil utiliza-se alvenaria de blocos cerâmicos, apesar de a construção com sistema
drywall ter aumentado significativamente nos últimos anos.
Cerâmica Polida
15%
Ferro
2%
Plástico
1%
Concret o
20%
Areia/Solo
10%
Fibrocimento
2%
Gesso
1%
Argamassa
9%
Pedra
11%
Madeira
1%
Vidro
1%
Cerami ca
27%
Gráfico 2: Composição percentual de resíduos (RCC) no município de São Carlos.
Fonte: Neto (2005)
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 33
Mesmo sendo em pequena quantidade, conforme pode ser visto nos gráficos
1 e 2, as perdas na construção são significativas. Segundo dados do Sindusgesso
(2006), são geradas 12.000 toneladas por ano de resíduos de gesso na Grande São
Paulo, o que resulta num custo para as prefeituras de R$ 2,5 milhões/ ano. Estima-
se que 5% do gesso acartonado é transformado em resíduos durante a construção.
Já o gesso aplicado como revestimento, diretamente sobre alvenaria, gera uma
quantidade maior de resíduos, em torno de 35%.
A disposição de gesso em aterros sanitários não é prática recomendada,
exceto quando enclausurado e sem contato com matéria orgânica e água, já que em
contato com umidade, condições anaeróbicas, com baixo pH e sob ação de
bactérias redutoras de sulfatos, condições presentes em muitos aterros sanitários e
lixões, pode formar gás sulfídrico (H
2
S), que é tóxico e inflamável. Segundo CIWMB
(2007) esta é a razão pela qual o produto tem sido banido de vários aterros
sanitários nos Estados Unidos. Principalmente quando se trata de gesso acartonado,
material que tem uma composição bem mais complexa do que o gesso comum.
Para o gesso acartonado, a parcela predominante é de gesso natural
hidratado (gipsita), papel (em torno de 4% a 12%), fibras de vidro, vermiculita,
argilas (até 8%), amido, potassa (KOH), agentes espumantes (sabões),
dispersantes, hidro-repelentes nas placas resistentes à água. Sabe-se que algumas
jazidas de vermiculita podem conter amianto e ainda metais pesados como o boro,
sendo este considerado o elemento mais preocupante devido à sua toxidade
(ADDISON, 1995; JOHN & CINCOTTO, 2003).
De acordo com as ações que foram geradas pela aprovação da resolução do
CONAMA nº 167, que estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a Gestão
dos Resíduos da Construção Civil, é necessário que o setor de gesso estabeleça
uma política de gestão adequada para os resíduos de gesso gerados na fabricação,
construção e demolição.
Um primeiro passo seria a redução na geração dos resíduos de gesso. A
grande parte desses resíduos vem principalmente da execução de revestimentos
com gesso, que chega a 45% do volume total desses resíduos (AGOPYAN et al,
1998), seguido da perda no uso de gesso acartonado (5%). Para reduzir a geração
no processo de revestimento, seria necessário aumentar o tempo útil das pastas de
gesso, propiciar um treinamento melhor à mão-de-obra e também melhorar a
qualidade da alvenaria que será revestida. Em relação às perdas no uso de gesso
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 34
acartonado e na fabricação de pré-moldados, o principal é melhorar a tecnologia do
produto, além da melhoria da qualidade da mão-de-obra (JOHN & CINCOTTO,
2003).
O desenvolvimento de técnicas de reciclagem que combinem desempenho
técnico com proteção ao meio ambiente é tarefa complexa e multidisciplinar. Do
ponto de vista da engenharia, ela exige a integração de conceitos como análise do
ciclo de vida, estudo da durabilidade em longo prazo, análise de risco de
contaminação ambiental por ensaios de lixiviação e aplicação de ciências a
materiais novos e de grande complexidade (JOHN, 2000).
As pesquisas de reciclagem de resíduos como materiais de construção têm
apresentado crescimento significativo. Desde 1991 a ISCOWA (The International
Society for the Environmental and Technical Implications of Construction with
Alternative Materials), promove conferências sobre a discussão da reciclagem de
resíduo no âmbito da construção civil.
Uma das contribuições ambientais mais importantes da reciclagem é a
preservação dos recursos naturais, que são substituídos por resíduos, aumentando
assim a vida útil das reservas naturais e reduzindo a destruição da paisagem, da
fauna e da flora (PHILIPPI, ROMÉRO & BRUNA, 2004).
A reciclagem também permite a geração de empregos e aumenta a
competitividade da economia (EPA, 1998), permite a redução do volume de aterros
e a redução dos custos de proteção ambiental (PHILIPPI, ROMERO & BRUNA,
2004).
John (2000) cita que “do ponto de vista da construção civil, a reciclagem ou o
uso de resíduos vai resultar no oferecimento de uma maior quantidade de produtos
alternativos para uma mesma função e, possivelmente, de soluções mais adequadas
para situações específicas, com ganhos de eficiência geral do processo”. Completa
afirmando que a reciclagem dos resíduos de construção e demolição é um desafio
importante a ser enfrentado.
São várias as aplicações possíveis da maioria dos resíduos, sendo importante
analisar principalmente o desempenho técnico, os impactos ambientais, a viabilidade
de mercado e os aspectos sociais.
A maioria dos trabalhos realizados até o ano de 2004 só considera o uso de
agregados reciclados graúdos em concretos para fins não estruturais, mesmo
sabendo que a fração de agregados miúdos, que é naturalmente produzida como
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 35
resíduo no processo de britagem, representa até 50% do montante produzido nas
usinas de reciclagem no Brasil (ANGULO, 2004; AGUIAR, 2004), merecendo
portanto estudos específicos.
A destinação mais comum para os agregados reciclados é o emprego em
sub-base de pavimentação, produção de blocos de vedação e bloquetes (MIRANDA,
2003 apud AGUIAR, 2004).
Do ponto de vista ambiental, a reciclagem deve proporcionar um menor
impacto ambiental, sendo esta análise realizada em termos de berço a berço. De
acordo com John (2000), a reciclagem ideal é aquela onde o resíduo é utilizado
como produto final ou matéria-prima sem qualquer beneficiamento e com mínima
distância de transporte.
É nesse contexto que surge o termo reciclabilidade, que é a garantia da
possibilidade de o novo produto não se converter, ao final da sua vida útil, em um
resíduo (DESIMONE & POPOFF, 1998 apud JOHN, 2000).
Do ponto de vista econômico, é importante que o novo produto possua
vantagem competitiva em relação aos produtos tradicionais, para que ele possa
obter sucesso no mercado. Essa vantagem competitiva é definida por Day &
Wensely (1989 apud JOHN, 2000) como sendo algo que reduza o custo do produto
com relação a um produto de mesmo desempenho ou que resulte em um produto de
desempenho mais elevado e menor relação custo/benefício. Essa realidade ainda é
distante no Brasil, considerando a abundância de matérias-primas naturais, a cultura
do extrativismo e as dificuldades que os órgãos de controle encontram para
fiscalizar, inclusive, ações predatórias.
Na fase de desenvolvimento do produto, a partir do resíduo selecionado, é
importante verificar o conceito da engenharia simultânea, segundo o qual são
analisados simultaneamente o desenvolvimento da tecnologia, o desempenho do
novo produto, aspectos relativos à manutenção, confiabilidade, marketing e aspectos
ambientais, sendo todos do berço ao túmulo (SWINK, 1998; JOHN, 2000).
A reciclagem, de forma geral, possui diversas vantagens, tais como a
preservação dos recursos naturais, geração de emprego e renda e a redução do
volume nos aterros, sendo estimado que para cada tonelada de lixo urbano
recolhido, são coletadas duas toneladas de entulho originado do setor de construção
civil (NETO, 2005).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 36
John & Cincotto (2003) citam, de uma forma genérica, como pode ser dividida
a reciclagem dos resíduos de gesso no Brasil:
a) Gestão dos resíduos;
b) Coleta dos resíduos;
c) Separação dos contaminantes;
d) Processamento;
e) Controle da qualidade;
f) Comercialização.
A gestão dos resíduos fundamenta-se principalmente na segregação do
resíduo no canteiro de obra, na demolição seletiva e na proteção dos resíduos
contra umidade. A reciclagem dos resíduos fica impossibilitada se não houver esta
primeira etapa bem executada.
Já a coleta dos resíduos só pode ser realizada se houver uma parceria com
transportadores capacitados para remoção dos mesmos do canteiro de obra e
posterior transporte a uma empresa de reciclagem.
A separação dos contaminantes é uma fase que ainda requer estudos. São
muitos os contaminantes do gesso, tais como pintura, metais, madeiras, adesivos,
plásticos, dentre outros. Deve-se ter cautela na escolha do processo de
descontaminação, pois uma separação manual dos contaminantes pode acarretar
danos aos trabalhadores.
A ausência de procedimentos adequados na gestão dos resíduos no canteiro
de obras ou na fase de demolição pode aumentar, significativamente, a quantidade
de contaminantes, dificultando ainda mais o processo de separação (JOHN &
CINCOTTO, 2003).
Posteriormente, é iniciado o processamento dos resíduos que varia de acordo
com a capacidade da empresa recicladora. Nesta fase, é de grande importância a
fase do controle da qualidade para garantir, ao consumidor, um padrão de qualidade
do produto reciclado compatível com o produto virgem e, também, facilitar a
comercialização do produto reciclado (GYPSUM, 2006).
Estudos mostraram que existem diversos procedimentos para reutilização e
reciclagem dos resíduos de gesso. Paparotte & Maciel (2006) realizaram um estudo
avaliando a sua utilização em solos agrícolas, de forma sustentável e sem
agressões ao meio ambiente. Os autores concluíram que esse resíduo pode ser
disposto em solos agrícolas como corretivo da acidez e portador de nutrientes como
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 37
cálcio, magnésio e potássio, desde que utilizado nas quantidades recomendadas.
Até a dosagem de dez toneladas por hectare não se constatou nenhuma ação
prejudicial no desenvolvimento vegetativo, permitindo a sua disposição em solos
agrícolas e culturas sensíveis como a alface.
Mundialmente, pode-se citar como exemplo a empresa européia denominada
“Gypsum Recycling International” que, com tecnologia e sistema diferenciados, faz a
reciclagem dos resíduos do gesso e comenta que esse processo de reciclagem tem-
se transformado em uma solução viável, sendo capaz de utilizar todos os tipos de
blocos de gesso e gesso acartonado (GYPSUM, 2006).
Assim, são aceitáveis os resíduos provenientes de reformas, demolições,
novas construções e sobras de produção das fábricas. Podem-se utilizar chapas de
gesso acartonado de paredes ou forros, chapas de gesso com partes quebradas, ou
pedaços de chapas; chapas com pregos, parafusos, ou mesmo com papel de
parede.
O sistema de reciclagem da “Gypsum Recycling International” contém todos
os componentes necessários para assegurar um bom rendimento no sistema de
reciclagem:
Sistema Coletor: onde os resíduos do gesso são depositados e coletados
em containers especialmente desenvolvidos para essa atividade (Figuras
15 e 16);
Sistema de Logística: os materiais são coletados e levados para os
armazéns centrais (Figuras 17 e 18);
Unidade de Reciclagem: nesta etapa os materiais são transformados em
pó de gesso. Essa unidade pode ser móvel, compacta e fechada,
protegendo assim os resíduos do gesso das intempéries (Figuras 19 e 20);
Clientes: os fabricantes de gesso em pó e gesso acartonado podem
utilizar esse pó de gesso reciclado (Figura 21) ao invés de gipsita.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 38
Figura 15: Container utilizado na
coleta dos resíduos.
Fonte: Gypsum (2006)
Figura 16: Ilustração da deposição
dos resíduos no container.
Fonte: Gypsum (2006)
Figura 17: Sistema utilizado para o
transporte dos resíduos.
Fonte: Gypsum (2006)
Figura 18: Chegada dos resíduos
coletados aos armazéns centrais.
Fonte: Gypsum (2006)
Figura 19: Unidade móvel de reciclagem.
Fonte: Gypsum (2006)
Figura 20: Quadro de controle da
unidade de reciclagem.
Fonte: Gypsum (2006)
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 39
Figura 21: Armazenagem do pó de gesso reciclado.
Fonte: Gypsum (2006)
Para os fabricantes de gesso, vários benefícios foram encontrados com a
aplicação da reciclagem, principalmente diante da concepção do desenvolvimento
sustentável. Além disso, pode-se obter com a reciclagem uma fonte adicional estável
(de gesso de boa qualidade) e com preço, muitas vezes, abaixo do material virgem
(GYPSUM, 2006).
2.5 A utilização de polímeros como aditivos ao gesso
São considerados aditivos os produtos que em pequena porcentagem são
inseridos na composição final de um produto para modificar ou acrescentar alguma
propriedade. Eles podem ter a função de retardadores de pega, aceleradores de
pega, espessantes ou redutores de água, fluidificantes e impermeabilizantes
(MANUAL..., 2001).
No gesso, muitas vezes, são utilizados polímeros como aditivos. Como
exemplo, podem-se citar os derivados de silicone, os quais, incorporados na massa
de gesso, produzem determinada impermeabilidade (MANUAL..., 2001).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 40
Os polímeros, macromoléculas orgânicas formadas pela união de substâncias
simples, chamadas monômeros, podem ser de origem natural ou sintética. Os
polímeros naturais são conhecidos desde que o homem primitivo utilizou produtos
de origem animal ou vegetal, como madeira, fibras têxteis (lã), crinas, ossos, couros,
borracha natural e outros produtos da natureza (PADILHA, 1997).
Os polímeros constituem-se em moléculas de cadeia longa com grupos
repetitivos que apresentam ligações covalentes, geralmente muito fortes. O
carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, flúor e alguns elementos não metálicos
constituem os principais elementos dessa cadeia.
De acordo com Isaia (2007), as cadeias poliméricas se unem entre si por
ligações secundárias relativamente fracas, resultando em deslizamentos entre si
quando são aplicadas forças externas, conferindo-lhes resistências mecânicas
baixas.
O termo “polímero” foi criado em 1832 por Jöns Jacob Berzelius, médico e
químico sueco, para designar compostos de pesos moleculares múltiplos. Ele
estudou mais de 2.000 compostos químicos.
Em 1907, Leo Hendrik Baekeland, químico belgo-americano, descobriu o
primeiro polímero sintético, obtido pela mistura sob pressão e temperatura
controladas, aplicadas ao fenol e formaldeído, encontrando uma substância
moldável a que denominou de baquelite (ISAIA, 2007).
Ainda de acordo com esse autor, em 1950 foi dado o grande salto no estudo
dos polímeros, com os trabalhos de Ziegler sobre o uso de catalisadores, que
possibilitaram a produção de polímeros com propriedades pré-determinadas,
iniciando a era da Engenharia Polimérica.
Como vantagens, os polímeros apresentam seu baixo custo, baixa densidade
e facilidade de conformação em formas complexas. Por outro lado, sua resistência
mecânica é relativamente baixa, são de difícil reparação e, em geral, possuem baixa
resistência aos raios UV.
Em contraste com as substâncias químicas comuns, os polímeros não são
produtos homogêneos; contêm mistura de moléculas, de variados pesos
moleculares, apresentando o que se chama de polimolecularidade. Já os
monômeros são compostos químicos que reagem para formar os polímeros.
A reação química que conduz a formação de polímeros é definida como
polimerização. Já o grau de polimerização é o número de meros de uma cadeia
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 41
polimérica. Quando há mais de um tipo de mero na composição do polímero, este é
designado por copolímero, e os monômeros que lhe dão origem comonômeros. Em
reação de polimerização, o encadeamento das unidades monoméricas pode ser
realizado na forma regular, cabeça-cauda, ou na forma cabeça-cabeça, cauda-
cauda, ou mista (MARCZAK, 2004).
Alguns aditivos são classificados em controladores de pega e interferem na
velocidade da reação de hidratação, acelerando-a ou retardando-a, interferindo
também no tempo de pega da pasta.
Hincapie & Cincotto (1997) realizaram um estudo para avaliar a influência dos
retardadores de pega na hidratação e microestrutura do gesso de construção. Para
o estudo, utilizaram bórax, caseína, gelatina e ácido cítrico. Foi observado que em
presença do ácido cítrico e caseína não ocorre uma mudança significativa dos
cristais de gipsita; já com a adição de bórax, os cristais apresentam-se com forma
irregular e hexagonal. Com a adição de gelatina, os cristais que se formam têm
maior espessura, são arredondados e de menor tamanho que os cristais de gipsita
formados quando não é adicionado o retardador. Nesse trabalho não foram
verificadas as propriedades físicas como absorção e resistência à compressão.
De acordo com Padilha (1997), os maiores produtores mundiais de polímeros
são: Estados Unidos (29%), Japão (12%), Alemanha (10%), Ex-URSS (6%) e França
(5%).
No gesso, os aceleradores aumentam a solubilidade do hemidrato acelerando
o processo de hidratação. Já os retardadores, como por exemplo, o bórax e o ácido
cítrico, podem ampliar o período de indução causando o deslocamento da curva de
hidratação, ou outros como a caseína e a gelatina, podem interferir na cinética da
formação da microestrutura do dihidrato (HINCAPIÉ & CINCOTTO 1997).
Li, Li, Yu (2006) citam que a pintura de placas de gesso com aditivos
orgânicos impermeabilizantes promoveu, em seus estudos, apenas um efeito
temporário, não resolvendo o problema de absorção de água pelo gesso. Assim,
optou-se por trabalhar, nesse estudo, somente com os produtos que pudessem ser
adicionados na água de amassamento do gesso.
No presente trabalho, foram utilizados quatro aditivos comerciais, o Masterfix,
o Imperwall, o Glenium 3200 HES e o Silicone.
O Masterfix é um produto comercial da Basf – The Chemical Company. Trata-
se de um adesivo polimérico líquido, à base de resina sintética, que tem como
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 42
função principal auxiliar na adesão do concreto ou argamassa ao substrato. Ele deve
ser misturado junto com a água de amassamento.
No estado fresco, melhora a trabalhabilidade da pasta e aumenta a
adesividade de argamassas. Já no estado endurecido, proporciona boa aderência
sobre diversos substratos, diminui o risco de fissuração e evita a retração (BASF,
2007). A tabela 10 apresenta as características técnicas desse produto.
Tabela 10: Dados técnicos do produto Masterfix.
Função principal Auxiliar na adesão
Base química Resina sintética
Aspecto Líquida
pH 4 a 6
Cor Branca
Densidade 0,980 g/cm³ a 1,020 g/cm³
Sólidos 9% a 11%
Fonte: Basf (2007)
O produto Imperwall da Degussa é um composto químico denominado
acetado de polivinila (PVA) e possui características plastificantes e antiumidificantes.
O acetato de polivinila (PVA) é um polímero termoplástico que pertence à classe dos
polivinil ésteres e é preparado através da polimerização do acetato de vinila. Uma de
suas principais características é a adesividade (ISAIA, 2007).
Os polímeros termoplásticos, ao serem aquecidos, sofrem amolecimento e,
ao resfriarem, retomam a sua rigidez inicial. Eles possuem ligações químicas
intermoleculares fracas, tipo Van der Waals, de maneira que podem ser facilmente
rompidas com a introdução de energia (ISAIA, 2007).
A água é um dissolvente ideal para o PVA, cuja solução tem boa qualidade de
adesão e coagulação em película, porém indissolúvel em muitos dissolventes
orgânicos tais como óleos, lubrificantes e hidrocarbonetos. Ele possui excelente
estabilidade química, boa qualidade de isolamento e coagulação em película e de
poliálcool, podendo realizar reações de esterificação, eterificação e acetal (BASF,
2007).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 43
Na construção civil, o Imperwall possui algumas propriedades específicas tais
como, fácil aplicação, endurecimento de suportes porosos e absorventes antes da
colocação de revestimentos cerâmicos ou outros, proteção antiumidificante para
fachadas, piscinas e áreas sujeitas à exposição de água e proteção dos suportes
absorventes de umidade além do endurecimento superficial, proporcionando uma
melhor capacidade portante e aderência da argamassa colante (BASF, 2007)
Seu campo de aplicação inclui imprimação para suportes de concreto celular,
gesso, rebocos com alta permeabilidade, antes da aplicação do revestimento; além
da imprimação antiumidade e endurecedor para gesso acartonado, concreto celular,
concreto asfalto, emboço e argamassa de revestimento (BASF, 2007).
O silicone utilizado neste trabalho, disponibilizado pela empresa Supergesso,
de Araripina, Pernambuco, é fabricado pela Bluestar Silicones France SAS e é
denominado comercialmente por essa empresa de Rhodorsil H68.
O silicone é um polímero químico que foi descoberto em 1900 por Frederic
Stanley Kipping (SICHIERI et al, 2005). Possui uma cadeia básica formada de
átomos alternados de silício e oxigênio, de modo análogo ao dos compostos
orgânicos. Por serem desprovidos de átomos de carbono em sua cadeia principal,
esses polímeros não são considerados orgânicos, embora o sejam os radicais mais
importantes ligados ao átomo de silício. São eles o grupo metila (-CH
3
) nos metil-
silicones e o fenila (-C
6
H
5
) nos fenil-silicones (OBRA..., 2007).
O silicone (nome comercial do polidimetil-siloxano) é obtido pela hidrólise dos
clorosilados, seguida da condensação do produto instável assim obtido. Esse
polímero apresenta excelente resistência química e suas principais propriedades
são: boa resistência elétrica, antiaderência, resistência ao intemperismo, baixa
tensão superficial e elevada recuperação elástica. Além disso, tem excelente
estabilidade térmica em temperaturas entre (-70
o
C a 20
o
C) e apresentam boa
resistência à oxidação. São bons repelentes de água (sua taxa de absorção de água
é de 0,02%) e proporcionam isolamento térmico. E geralmente é utilizado como
selante. Na construção civil, a aplicação principal está relacionada à proteção contra
umidade em paredes de alvenaria e concreto (ROCHA, 1990 apud SICHIERI et al,
2005; ISAIA, 2007).
A tabela 11 apresenta algumas propriedades físico-químicas do silicone
(CALLISTER JR., 2002; BLUESTAR SILICONES FRANCE SAS, 2008).
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 44
Tabela 11: Propriedades físico-químicas do silicone.
Propriedades Silicone
Massa específica (g/cm³) 1,1 – 1,6
Coeficiente linear de expansão
térmica [10
-6
(
o
C)
-1
]
270
Condutividade térmica
(kcal/m².h.
o
C)
0,19
Perda por secagem (%) 1,4 (limite de 2)
Acidez (mg/kg) Menor que 1 (limite de 5)
Viscosidade em 25ºC (mm²/s) 20 – 25
Quantidade de água (%) 0,0120 (limite de 0,0200)
Fonte: Callister Jr., 2002; Bluestar Silicones France SAS, 2008
O Glenium 3200 HES, baseado na tecnologia dos policarboxilatos, é um
produto comercial da Basf – The Chemical Company e também foi utilizado como
aditivo neste trabalho. Atualmente é conhecido como aditivo superplastificante de 4ª
geração e é utilizado na indústria de pré-moldados em concreto. Como benefícios ao
concreto, reduz a permeabilidade (de 5% a 40%), aumenta as resistências iniciais e
finais, entre outros. A dosagem indicada pode variar entre 0,25% a 1,20% sobre
peso de cimento (BASF, 2007). Os principais dados técnicos podem ser vistos na
tabela 12.
Tabela 12: Dados técnicos do produto Glenium 3200 HES.
Função principal Superplastificante
Base química Policarboxilatos
Aspecto Líquido viscoso
Cor Castanho escuro
Densidade 1,040 g/cm³ a 1,080 g/cm³
Sólidos 31% a 39%
Fonte: Basf (2007)
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 45
Para a análise dos custos das misturas de gesso confeccionadas, foram
levantados, no mês de março de 2008, junto aos fornecedores relacionados a cada
material para a região de Bauru, estado de São Paulo, os valores dos insumos já
com impostos e custos de transporte incluídos, conforme apresentado na tabela 13.
Tabela 13: Custos dos materiais utilizados na pesquisa.
MATERIAL PREÇO
Gesso Beta R$ 0,30/kg
Gesso Alfa R$ 1,30/kg
Masterfix R$ 6,10/kg
Imperwall R$ 10,00/kg
Silicone (Rhodorsil H68) R$ 29,00/kg
Glenium 3200 HES R$ 22,83/kg
3 MATERIAIS E MÉTODOS 46
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Neste estudo experimental, o objetivo foi analisar a influência dos gessos,
denominados na literatura de tipo alfa (α) e beta (β), na pasta, assim como a relação
água/gesso e a adição de polímeros e, conseqüentemente, nos componentes
produzidos com o material obtido. Vale lembrar que, devido ao processo de
fabricação mais elaborado, o custo do gesso alfa é maior que o custo do gesso beta.
Assim, o uso do mesmo deve ser em quantidade que apresente custo final
competitivo e atraente ao consumidor.
Uma das prioridades deste trabalho é reduzir a relação água/gesso da
mistura, para que assim os componentes construtivos produzidos tenham
porosidade menor e, conseqüentemente, se tornem mais impermeáveis, garantia de
melhor desempenho e durabilidade. Outra prioridade é definir o mini-slump, ou seja,
determinar a fluidez da pasta, que caracterizará as condições de boa
trabalhabilidade da mistura. Para isso, a pasta deve fluir de tal forma que se possa
moldar, adequadamente, a peça de gesso a ser produzida.
Também os tempos de início e fim de pega são fundamentais para o
processo, uma vez que caracterizam tanto o tempo que se tem disponível para
mistura, lançamento e adensamento quando no estado fresco, quanto o tempo de
desforma. Caso o tempo de início de pega e o tempo de fim de pega não sejam
compatíveis com o processo de produção, tem-se aumento do volume de resíduos e,
como conseqüência, do desperdício.
As normas técnicas pertinentes para a determinação das propriedades físicas
e mecânicas, no estado fresco e do estado endurecido, estão descritas nos itens
correspondentes aos ensaios realizados.
3.1 Materiais utilizados
Para a seleção dos materiais utilizados nos experimentos deste trabalho,
procurou-se utilizar o critério de selecionar produtos comerciais, presentes no
3 MATERIAIS E MÉTODOS 47
mercado brasileiro, e com características compatíveis com o objetivo proposto pelo
trabalho.
3.1.1 Gesso tipo alfa (α)
Neste projeto, devido à maior resistência encontrada no hemidratos α,
disponibilizados pela empresa Supergesso, situada na cidade de Araripina, em
Pernambuco, foi utilizada certa porcentagem desse tipo de gesso, para verificar se
ele provoca uma melhoria no desempenho da pasta.
A porcentagem adicionada à mistura restringiu-se a 5% e 10%. A
porcentagem máxima de 10% deve-se ao custo do gesso alfa, em torno de cinco
vezes o preço do gesso beta, o que poderia resultar em custos finais que
inviabilizariam a fabricação dos componentes de gesso.
3.1.2 Gesso tipo beta (β)
O gesso beta (β) divide-se em gesso de fundição e gesso para revestimento.
Neste trabalho, foi utilizado o gesso de fundição, disponibilizado também pela
empresa Supergesso, devido a um dos objetivos, deste estudo, que consiste na
confecção de painéis modulares. Neste trabalho não será analisado gesso para
revestimento.
3.1.3 Masterfix
Devido ao seu baixo custo e pelo seu bom desempenho como adesivo
polimérico em argamassas e concretos, utilizou-se este aditivo para verificar a sua
atuação na melhoria da trabalhabilidade das pastas de gesso e na redução da
3 MATERIAIS E MÉTODOS 48
absorção de água. Esse produto foi disponibilizado gratuitamente pela BASF
Construction Chemicals do Brasil.
3.1.4 Imperwall
Por possuir características plastificantes e antiumidificantes, e por ser
utilizada na imprimação antiumidade e como endurecedor em gesso acartonado,
empregou-se esse polímero com o objetivo de avaliar sua influência no gesso, tanto
no estado fresco quanto no estado endurecido. Esse produto foi disponibilizado
gratuitamente pela Degussa.
3.1.5 Silicone
A justificativa para o uso desse polímero é a sua baixa taxa de absorção de
água, conforme visto na literatura. Para o presente trabalho, o silicone, fabricado
pela empresa Bluestar Silicones France SAS, foi disponibilizado pela empresa
Supergesso.
3.1.6 Glenium 3200 HES
Os aditivos superplastificantes, tidos como de 4ª geração, quando
adicionados na produção do concreto contribuem para a redução da permeabilidade
(de 5% a 40%) e o aumento das resistências nas idades iniciais e finais. O material
foi utilizado nas misturas com o gesso, objetivando avaliar se essas características
são potencializadas. Esse produto foi disponibilizado gratuitamente pela BASF
Construction Chemicals do Brasil.
3 MATERIAIS E MÉTODOS 49
3.1.7 Água de amassamento
A água de amassamento é um dos fatores que influenciam no tempo de pega
ou de presa do gesso, além de influenciar no endurecimento e, conseqüentemente,
na resistência e porosidade. Isso ocorre porque a solução leva mais tempo para ficar
saturada e assim a cristalização se faz mais tarde, de acordo com o Manual...
(2001). Neste trabalho, foi utilizada água proveniente da rede pública de distribuição.
Segundo Coutinho (2006), o tempo de pega (ou presa) é mais rápido quanto
mais se reduzir a quantidade de água, aproximando-a da necessária à hidratação de
certa quantidade de gesso, que para o composto CaSO
4
.0,5.H
2
O é cerca de 25%,
em massa. A água para a reidratação é muito inferior à necessária para o
amassamento; o excedente de água utilizada na mistura se evapora aos poucos
durante o tempo de pega e a secagem, deixando uma microestrutura porosa no
hidrato (MANUAL..., 2001).
3.2 Métodos de ensaio
3.2.1 Ensaios preliminares
Inicialmente foi tomada uma relação água/gesso (a/g) de 0,62 kg/kg para a
preparação dos corpos-de-prova utilizando somente gesso β. Entretanto, ao colocar
100 gramas de gesso com 62 gramas de água, notou-se que a quantidade de água
não era suficiente para proporcionar a trabalhabilidade desejada à pasta, avaliada
através de uma inspeção visual. Os ensaios preliminares visaram a definir relação
a/g capaz de conferir às misturas valores de consistências compatíveis com as
condições de trabalhabilidade adequada, não só para se moldar os corpos-de-prova
para realização dos ensaios físicos e mecânicos do material gesso propriamente
dito, mas principalmente para serem adequadas para a produção de componentes –
placas e blocos para alvenaria, divisórias e placas de piso elevado. A partir daí foram
realizados os ensaios, conforme as etapas descritas no decorrer deste trabalho.
3 MATERIAIS E MÉTODOS 50
Os traços produzidos foram identificados por letras e números. As letras
diferem de acordo com a variação da quantidade de gesso α, relação água/gesso, e
adição ou não de polímeros. Já os números estão presentes nos traços aditivados e
diferenciam a porcentagem de aditivos que está sendo utilizada em cada mistura,
que pode ser em relação à massa de gesso ou em relação à massa de água
empregada em cada dosagem.
Foram confeccionadas composições que possibilitaram a moldagem de
corpos-de-prova brancos de análise para todas as condições de mistura. Estes CP´s
permitem comparar a influência das adições nas propriedades, tanto no estado
fresco quanto no estado endurecido.
Para cada traço produzido, foram realizados ensaios preliminares visando a
obter a trabalhabilidade adequada para as condições de uso desejadas.
1
a
Etapa: Variação da relação água/gesso.
Inicialmente, utilizou-se somente gesso tipo β, variando a relação água/gesso,
para se verificar a fluidez dessas misturas, visando a determinar a plasticidade que
resultasse em uma boa fluidez e, conseqüentemente, em trabalhabilidade adequada.
TRAÇO A – a/g 0,68 kg/kg
TRAÇO B – a/g 0,70 kg/kg
TRAÇO C – a/g 0,72 kg/kg
2
a
Etapa: Adição de gesso α e variação da sua quantidade.
A partir dos resultados obtidos com o gesso β, foi adicionado à mistura gesso
α, para estudar a influência do mesmo na composição. Em relação à massa de
gesso, foram adicionados 0%, 5% e 10% de gesso α na mistura, para se analisar a
plasticidade das pastas. O elevado custo desse material não favorece a adição de
maior quantidade, o que poderia implicar numa não-viabilidade econômica do
produto final.
TRAÇO D – 95% gesso β : 5% gesso α : a/g 0,70
TRAÇO L – 95% gesso β : 5% gesso α : a/g 0,60
TRAÇO M – 100% gesso β : 0% gesso α : a/g 0,60
3 MATERIAIS E MÉTODOS 51
TRAÇO N – 90% gesso β : 10% gesso α : a/g 0,60
TRAÇO O – 90% gesso β : 10% gesso α : a/g 0,70
3
a
Etapa: Adição de Masterfix e variação da sua quantidade.
Após a verificação da influência da adição do gesso tipo α na pasta,
observou-se que a adição de 5% do gesso α é a que melhor atendeu às propostas
de uso. Assim, a estas composições, adicionou-se o Masterfix. A quantidade do
polímero adicionada relaciona-se à quantidade de água de amassamento necessária
para casa dosagem.
TRAÇO E
1
– 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,70 : 5% Masterfix
TRAÇO E
4
– 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,70 : 30% Masterfix
TRAÇO E
6
– 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,70 : 50% Masterfix
TRAÇO I
5
– 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,60 : 40% Masterfix
4
a
Etapa: Adição de Imperwall e variação da sua quantidade.
Com a mesma metodologia utilizada para o Masterfix, foi utilizada o Imperwall
para a realização dos ensaios. A quantidade adicionada deste polímero, assim como
para o Masterfix, relaciona-se à quantidade de água de cada traço.
TRAÇO F
1
– 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,70 : 5% Imperwall
TRAÇO F
2
– 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,70 : 10% Imperwall
TRAÇO F
4
– 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,70 : 30% Imperwall
TRAÇO F
6
– 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,70 : 50% Imperwall
TRAÇO G
5
– 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,60 : 40%Imperwall
TRAÇO G
7
– 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,60 : 60%Imperwall
TRAÇO G
8
– 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,60 : 70%Imperwall
TRAÇO H
5
– 100% gesso ß : 0% gesso α : a/g 0,60 : 40%Imperwall
TRAÇO Q – 95% gesso ß : 5% gesso α : a/g 0,50 : 70%Imperwall
3 MATERIAIS E MÉTODOS 52
5
a
Etapa: Adição combinada de silicone e Glenium 3200 HES.
O Glenium 3200 HES é um aditivo superplastificante para concreto,
considerado de 4ª geração, em função de seu desempenho nas misturas. O uso
desses aditivos no concreto possibilita a redução na relação água/cimento em torno
de até 40%, com conseqüente aumento da resistência mecânica e da
impermeabilidade. Mesmo considerando que o custo desse produto é maior em
relação aos demais materiais empregados, optou-se pelo seu emprego associado ao
silicone, para estudar os efeitos dos mesmos nas propriedades do gesso. A
porcentagem de Glenium foi fixada em 0,60%, optou-se por adicionar também o
silicone, devido ao seu bom desempenho em relação à absorção de água, conforme
visto na literatura. A quantidade de água foi sendo reduzida ao mínimo possível de
se trabalhar, até alcançar a dosagem presente no traço T
2
. A porcentagem
adicionada de Glenium e silicone relacionam-se à massa de gesso.
TRAÇO T
2
– 100% gesso ß : 0% gesso α : a/g 0,50 : 0,60% Glenium: 0,60%
silicone
A tabela 14 apresenta um resumo dos traços empregados, com a composição
de cada um deles.
3 MATERIAIS E MÉTODOS 53
Tabela 14: Descrição dos traços utilizados.
Quantidade de
Gesso (%)
Relação
água/gesso
Aditivo utilizado
TRAÇO
Tipo β Tipo α (kg/kg) Tipo
Quantidade
em relação
à massa de
água (%)
Quantidade
em relação
à massa de
gesso (%)
A 100 0 0,68 - - -
B 100 0 0,70 - - -
C 100 0 0,72 - - -
D 95 5 0,70 - - -
E
1
95 5 0,70 Masterfix 5 -
E
4
95 5 0,70 Masterfix 30 -
E
6
95 5 0,70 Masterfix 50 -
F
1
95 5 0,70 Imperwall 5 -
F
2
95 5 0,70 Imperwall 10 -
F
4
95 5 0,70 Imperwall 30 -
F
6
95 5 0,70 Imperwall 50 -
G
5
95 5 0,60 Imperwall 40 -
G
7
95 5 0,60 Imperwall 60 -
G
8
95 5 0,60 Imperwall 70 -
H
5
100 0 0,60 Imperwall 40 -
I
5
95 5 0,60 Masterfix 40 -
L 95 5 0,60 - - -
M 100 0 0,60 - - -
N 90 10 0,60 - - -
O 90 10 0,70 - - -
P 100 0 0,70 Silicone - 0.60
Q 95 5 0,50 Imperwall 70 -
T
2
100 0 0,50 Silicone
Glenium
-
-
0.60
0.60
3 MATERIAIS E MÉTODOS 54
3.2.2 Análise granulométrica
A granulometria do gesso foi determinada de acordo com as prescrições da
ABNT NBR 12127 (1991).
De acordo com o método de ensaio, a amostra foi preparada, passando-a
através da peneira com abertura de 2,0mm e deixando-a secar em estufa em
temperatura de (40 ± 4)
o
C até massa constante, esfriando-a em seguida em
dessecador.
Toma-se (100 ± 1)g da massa inicial para passar pela peneira com abertura
de 0,840mm e, posteriormente, pela peneira de 0,420mm, conforme descrito no
método de ensaio. Desse material passante, toma-se 50g para passar pela peneira
de 0,210mm e, depois, pela peneira de 0,105mm, registrando, para cada peneira, a
média aritmética percentual retida dos valores em duas determinações.
Os resultados de duas determinações não devem diferir de mais de 5% em
relação à média aritmética, ou quando os resíduos forem menores que 2g, a
diferença não deve ser maior que 0,1g, conforme ABNT NBR 12127 (1991).
Assim, deve-se calcular o material retido em cada peneira, utilizando a
equação (4), para as peneiras de 0,840mm e de 0,420mm:
100×=
M
m
R
(4)
Onde:
R = material retido, em porcentagem;
m = resíduo na peneira, em gramas;
M = massa inicial, em gramas.
Para as peneiras com abertura de 0,210mm, 0,105mm e para o fundo,
utilizam-se as equações (5) e (6):
100
1
××= D
M
m
R
(5)
3 MATERIAIS E MÉTODOS 55
Onde:
R = material retido, em porcentagem;
m = resíduo na peneira, em gramas;
M
1
= massa total do material retido no jogo de peneiras (0,210mm, 0,105mm e
fundo), em gramas;
D = diferença obtida entre a massa inicial (M) e os resíduos das peneiras (0,840mm
e 0,420mm) dividido por 100, segundo a equação a seguir.
100
)(
ba
mmM
D
+
=
(6)
Onde:
m
a
= resíduo da peneira de 0,840mm;
m
b
= resíduo da peneira de 0,420mm.
Assim, pode-se calcular também o módulo de finura (MF), utilizando a
equação 7:
100
Ra
MF
=
(7)
Onde:
MF = módulo de finura
Ra= somatório do percentual retido acumulado em cada peneira da série padrão.
3.2.3 Mini-slump
O ensaio de mini-slump é realizado para se verificar a fluidez/plasticidade da
mistura, sendo uma propriedade que normalmente se mede pela consistência da
pasta e que determina as condições de trabalhabilidade.
Petrucci (1983) resume o termo trabalhabilidade como sendo a propriedade
que identifica a maior ou menor aptidão da pasta para ser empregada com
3 MATERIAIS E MÉTODOS 56
determinada finalidade, sem perda de sua homogeneidade. Já o termo consistência,
o autor reserva para o grau de umidade da pasta, intimamente relacionado com o
grau de plasticidade da mesma, isto é, maior ou menor facilidade de deformar-se
sob a ação das cargas.
O mesmo autor ainda cita que, de acordo com estudos efetuados em Madrid,
a trabalhabilidade compreende três propriedades fundamentais: a consistência (ou
fluidez), a compacidade e o travamento (coesão).
A consistência é em função da quantidade de água; a compacidade varia com
os vazios de cada um dos tamanhos de grãos dos agregados e com a existência de
grãos menores para preenchê-los; e o travamento é em função da quantidade de
finos e da continuidade da curva de distribuição granulométrica dos diâmetros de
grãos.
Assim, enquanto a consistência representa a facilidade de deformação, e a
compacidade é a propriedade que torna possível à pasta alcançar o adensamento
necessário, tem-se que o travamento representa a capacidade da pasta de manter
sua homogeneidade (PETRUCCI, 1983).
Para o gesso, a quantidade de água necessária para que a pasta adquira a
consistência desejada é condicionada pelo tipo de produto e pela sua granulometria
(MANUAL..., 2001).
Em função das etapas de preparação da mistura, transporte, lançamento e
adensamento, haverá um índice de consistência que confere à mistura as melhores
condições de trabalhabilidade. Para outras condições, ou mesmo com alteração em
uma das fases, o índice de consistência que confere boas condições de
trabalhabilidade pode ser outro. A fluidez da mistura é determinante para o processo
de lançamento e adensamento. Quanto menor a fluidez, maiores serão as
dificuldades de lançamento e de adensamento; quanto maior a fluidez, maiores
poderão ser as facilidades de lançamento e adensamento.
A princípio, maior fluidez representa necessidade de relação água/gesso mais
elevada, implicando em menor resistência à compressão, maior absorção, menor
resistência a intempéries e menor durabilidade. Portanto, é importante obter maior
fluidez com uma redução da relação água/gesso, uma vez que se potencializam as
propriedades da mistura, conferindo, inclusive, novas possibilidades de uso.
Para a determinação do abatimento das misturas com gesso, empregou-se,
neste trabalho, o ensaio de mini-slump, em função da praticidade de sua execução.
3 MATERIAIS E MÉTODOS 57
A metodologia do ensaio foi estabelecida considerando os resultados obtidos em
determinações preliminares do índice de consistência.
O mini-slump é verificado pelo abatimento (deformação) causado na pasta de
gesso, após a mistura, pelo seu próprio peso. Consiste em uma forma tronco-cônica
com diâmetro superior de 2cm e diâmetro inferior de 4cm, com altura de 6cm, que é
disposta sobre uma placa de vidro que serve de base. Para maior facilidade de
determinação do abatimento, posicionou-se sob a placa de vidro uma folha de papel
milimetrado, indicando o centro, onde deve ser colocado o tronco de cone, no qual é
colocada a pasta de gesso. Logo após a moldagem, retira-se lentamente a forma
com o cuidado de mantê-la na posição vertical. A seguir, através do papel
milimetrado, verifica-se o espalhamento da pasta em relação ao centro, medindo-se
o diâmetro da base em duas direções perpendiculares. O índice de consistência da
mistura é dado pela média (em cm) obtida das duas leituras (Figuras 22 e 23).
Para realizar esse ensaio, tomou-se uma amostra com 50 gramas de gesso
para cada traço, quantidade esta suficiente para preencher o cone.
A homogeneização do gesso com a água deu-se por um tempo de até os 40
segundos, e a retirada da forma tronco-cônica se deu em 1 minuto (valores e
condições estabelecidas em laboratório, adaptadas ao gesso, considerando a
inexistência de normas pertinentes), para que todas as misturas estejam com o
mesmo tempo de reação.
Para cada traço foram realizados dois ensaios de mini-slump, obtendo assim,
a média aritmética das duas determinações.
Figura 22: Ensaio de mini-slump com a pasta
H
5
, de baixa fluidez.
Figura 23: Ensaio de mini-slump com a
pasta I
5
, de fluidez elevada.
3 MATERIAIS E MÉTODOS 58
3.2.4 Tempos de início e fim de pega
A pega (ou presa) é um fenômeno de solidificação que compreende a
evolução das propriedades mecânicas da pasta na fase inicial de seu
endurecimento. É um processo fundamentalmente físico decorrente do processo
químico das reações e que representa uma etapa importante para a utilização do
gesso (SANTOS, VASCONCELOS & PINTO, 1997 apud ABREU et al, 2003).
Quando o gesso é misturado à água, forma-se um gel intermediário a partir do
qual se desenvolvem os cristais de gipsita. A pega é considerada a coagulação
desse gel. Essa reação é acompanhada por uma elevação de temperatura
(SANTOS, VASCONCELOS & PINTO, 1997 apud ABREU et al, 2003) e por uma
expansão de volume. Em geral, a expansão é maior na medida em que a velocidade
de hidratação é mais lenta (MANUAL..., 2001).
Coutinho (2006) cita que essa reação é fortemente exotérmica e expansiva,
formando-se uma fina malha de cristais em forma de longas agulhas que se
interpenetram dando coesão ao conjunto. A autora completa essa informação
comentando que, depois da presa, o gesso continua a endurecer em um processo
que pode durar semanas, dependendo também da finura, da presença de
impurezas, da presença de retardadores de presa e da água de amassamento.
Neste trabalho, para acompanhar a evolução do processo de endurecimento, os
ensaios de resistência à compressão foram realizados em diversas idades.
No processo físico de mudança de estado, parte-se da pasta em estado
líquido, incapaz de resistir a esforços constantes, para ir progressivamente
aumentando a viscosidade, passando por um período plástico onde há uma certa
resistência. Aos poucos, a dureza superficial e a resistência vão aumentando até
que, convencionalmente, o produto é capaz de resistir a uma pressão exercida por
um dedo (5kg/cm²) sem deixar fenda, momento no qual se considera que a pasta
passa para o estado sólido (MANUAL..., 2001). Partindo desse ponto de vista,
denomina-se como tempo de início de pega o ganho de viscosidade; e tempo de
final de pega o endurecimento, onde a pasta passa a ter mais consistência.
(HINCAPIÉ & CINCOTTO, 1997).
3 MATERIAIS E MÉTODOS 59
Portanto, tempo de início de pega e tempo de fim de pega constituem etapas
artificialmente definidas como sendo um tempo em que a pasta se torna imprópria a
um trabalho; ambos indicam a fase inicial do processo de endurecimento.
Em geral, para o gesso de construção, o amassamento é feito com uma
quantidade de água de cerca de 0.60 a 0.75, verificando-se o princípio de presa
entre 2 a 6 minutos e o fim de presa de 15 a 30 minutos (DURIEZ, 1952 apud
COUTINHO, 2006).
Coutinho (2006) ainda cita que é possível retardar o tempo de pega sem
aumentar a quantidade de água, utilizando um retardador de pega, que pode ser
gelatina, cola forte, cal hidratada ou água quente e, portanto, aumentar sua
resistência e diminuir a porosidade.
Utilizou-se a normatização da ADA (American Dental Association), utilizando
as agulhas de Gillmore (Figura 24) para medir o tempo de pega das pastas de
gesso.
E, para o projeto em questão, constatou-se como compatível com as
propostas de uso um tempo de início de pega acima de 25 minutos, considerando o
tempo de mistura, transporte, lançamento e adensamento na confecção de artefatos
para a construção civil.
Figura 24: Agulhas de Gillmore.
3 MATERIAIS E MÉTODOS 60
3.2.5 Determinação da massa em relação à idade do corpo-de-prova
Foram moldados corpos-de-prova cilíndricos, com 2cm de diâmetro por 4cm
de altura, para se verificar a variação da massa com a idade e para cada de traço
desenvolvido. Assim, pôde-se notar até em que idade o gesso sofre alterações em
sua massa, ou seja, perde água de amassamento.
A massa foi obtida com 0, 7, 14, 21, 28 e 35 dias de idade. Em alguns traços,
foi obtida a massa aos 5 dias e, só como ilustração, aos 42 dias de idade.
3.2.6 Absorção por imersão
O ensaio de absorção por imersão foi efetuado tomando-se como base as
especificações da ABNT NBR 9778 (1987) para argamassa e concreto endurecidos,
realizando-se as adaptações pertinentes, considerando as especificidades da
matéria-prima, pois a realização desse ensaio com gesso ainda não foi contemplada
pela ABNT.
Foram ensaiados de três a cinco corpos-de-prova cilíndricos com 5cm de
diâmetro por 10cm de altura, para cada tipo de composição e com idade acima de
50 dias, com exceção do traço G
8
, no qual só foram ensaiados 2 CP’s.
Inicialmente, as amostras são colocadas em estufa para secagem (Figura 25)
em temperatura de (55
± 2)
o
C, apesar de a norma estabelecer a temperatura de (105
± 5)
o
C para argamassa e concreto. Isso foi estabelecido para que não ocorresse
perda acelerada de água, pois esse fato poderia favorecer o aparecimento como a
propagação de fissuras implicando em prejuízo para a sua impermeabilidade. O
tempo de secagem em estufa foi de 72 horas, sendo confirmada por variação de
massa menor que 0,5% da menor massa, entre duas pesagens consecutivas,
intervaladas em 24 horas.
Completada a secagem, as amostras foram colocadas em imersão em água,
na temperatura de (23 ± 2)
o
C durante 72 horas.
Durante as 4 primeiras horas, do volume das amostras ficou imerso
(Figuras 26 e 27). Após essas horas iniciais, as amostras foram pesadas imersas
3 MATERIAIS E MÉTODOS 61
em água (massa da amostra mergulhada em água) e posteriormente enxugadas e
pesadas em uma balança digital com sensibilidade de 0,01g (massa da amostra com
superfície seca). Realizadas as leituras, os CP’s foram novamente colocados em
recipiente com água, porém agora com do seu volume imerso, mantendo-se
assim por mais 4 horas, conforme ilustrado na figura 28. Após esse período, as
massas foram novamente avaliadas. As amostras retornaram ao recipiente com
água e permaneceram completamente imersas durante as 64 horas restantes, sendo
efetuadas as leituras das massas, tanto imersa quanto com superfícies secas,
decorridos os tempos de 24, 48 e 72 horas de saturação.
Figura 25: Amostras em estufa para
secagem.
Figura 26: Recipiente para imersão,
completa ou parcial, dos corpos-de-prova
em água.
Figura 27: Corpos-de-prova com do seu
volume imerso.
Figura 28: Recipiente com os corpos-de-
prova com do seu volume imerso.
Terminado o processo de saturação, as amostras foram colocadas em um
recipiente cheio d’água, progressivamente levado à ebulição, e mantidas sob a ação
3 MATERIAIS E MÉTODOS 62
da água fervente por um período de 5 horas (Figuras 29 e 30). A seguir a água foi
resfriada naturalmente, por mais de 14 horas, conforme estabelecido na norma. As
amostras foram enxugadas e pesadas com a superfície seca e na balança
hidrostática (Figuras 31 e 32), verificando a massa das amostras imersas em água.
Figura 29: Ebulidor utilizado no ensaio. Figura 30: Detalhe dos corpos-de-prova
após término do período de ebulição.
Figura 31: Conjunto da balança para
pesagem hidrostática.
Figura 32: Cesto para amostras, no
conjunto da balança.
Para esse ensaio calculou-se, além da taxa de absorção de água por
imersão, o índice de vazios e a massa específica da amostra.
3 MATERIAIS E MÉTODOS 63
A taxa de absorção de água após imersão é definida pela seguinte expressão:
(%)100
)(
×
=
s
ssat
sat
M
MM
Ab
(8)
Onde:
Ab
sat
= taxa de absorção de água após imersão (em %);
M
sat
= massa do corpo-de-prova saturado após imersão;
M
s
= massa do corpo-de-prova seco em estufa e resfriado no dessecador.
Já a taxa de absorção de água após imersão e fervura é expressa por:
(%)100
)(
_
×
=
s
sfersat
ferv
M
MM
Ab
(9)
Onde:
Ab
ferv
= taxa de absorção de água após imersão e fervura (em %);
M
sat_fer
= massa do corpo-de-prova saturado com superfície seca após fervura;
M
s
= massa do corpo-de-prova seco em estufa e resfriado no dessecador.
De acordo com a ABNT NBR 9778 (1987), índice de vazios consiste na
relação entre os volumes dos poros permeáveis e o volume total. Nesse ensaio, é
possível calcular o índice de vazios após saturação em água (equação 10), e após
saturação e fervura (equação 11).
(%)100
)(
)(
×
=
isat
ssat
sat
MM
MM
I
(10)
(%)100
)(
)(
__
_
×
=
fervifervsat
sfervsat
ferv
MM
MM
I
(11)
Onde:
I
sat
= Índice de vazios após saturação em água (%);
I
ferv
= Índice de vazios após saturação e fervura (%);
3 MATERIAIS E MÉTODOS 64
M
i
= massa do corpo-de-prova saturado, imerso em água;
M
i_ferv
= massa do corpo-de-prova após saturação e fervura, imerso em água.
A partir das massas obtidas, determinaram-se a massa específica da amostra
seca, massa específica após saturação, massa específica após saturação e fervura
e a massa específica real.
A massa específica da amostra seca (γ
o
) é calculada através da equação:
)/(
3
0
cmg
MM
M
isat
s
=
γ
(12)
O cálculo da massa específica da amostra após saturação (γ
sat
) é expresso
pela equação 13, e o cálculo da massa específica após saturação e fervura (γ
ferv
) é
expresso pela equação 14.
)/(
3
cmg
MM
M
isat
sat
sat
=
γ
(13)
)/(
3
cmg
MM
M
isat
sat
ferv
=
γ
(14)
A massa específica real (γ
real
) é dada por:
)/(
3
cmg
MM
M
is
s
real
=
γ
(15)
3.2.7 Absorção por capilaridade
O ensaio de absorção por capilaridade foi realizado pela adaptação da ABNT
NBR 9779 (1995), que prescreve ensaios para argamassa e concreto, uma vez que
a ABNT não apresenta norma que contemple este experimento para gesso.
Foram confeccionados corpos-de-prova cilíndricos com diâmetro de 5cm por
10cm de altura, os quais, inicialmente, foram colocados para secar em estufa em
temperatura de (55 ± 2)
o
C, mesmo a norma estabelecendo a temperatura de (105 ±
3 MATERIAIS E MÉTODOS 65
5)
o
C para argamassa e concreto. Essa medida de precaução foi adotada para que
não houvesse acelerada perda de água, capaz de influir nos resultados a serem
obtidos.
Para análise do ensaio, a ABNT NBR 9779 (1995) exige no mínimo três
amostras. Na realização deste ensaio com o gesso foram utilizadas de três a cinco
amostras para cada tipo de mistura. Só foram ensaiadas as amostras após a
constância de massa, ou seja, após a mistura parar de perder umidade, para que
houvesse um parâmetro de comparação, considerando as especificidades das
misturas preparadas.
A execução desse ensaio é realizada imergindo parcialmente os corpos-de-
prova de gesso em água, com uma temperatura de (23
± 2)
o
C.
A base dos corpos-de-prova deve ser colocada sobre suportes, de modo a
permitir a passagem da água. De acordo com a norma, a lâmina d’água deve ter
altura de (5 ± 1)mm, acima da base inferior dos CP’s, tomando-se cuidado para não
molhar outras superfícies das amostras, conforme ilustrado na figura 33.
Após 3 horas de contato dos CP’s com a água, foram determinadas as
massas dos corpos-de-prova. Repetiu-se esse procedimento depois de 6h, 24h, 48h
e 72h do contato com a água, com o auxílio de uma balança digital com
sensibilidade de 0,01g.
Figura 33: Corpos-de-prova sobre a lâmina
d’água.
3 MATERIAIS E MÉTODOS 66
Para cada ensaio, foi calculada a absorção de água por capilaridade,
conforme equação 16:
S
BA
C
)(
=
(16)
Onde:
C = Absorção de água por capilaridade, em g/cm²;
A = Massa do corpo-de-prova que permanece com uma das faces em contato com a
água durante um período especificado de tempo, em g;
B = massa do corpo-de-prova seco, assim que este atingir a temperatura de (23 ±
2
o
C), em g;
S = área da seção transversal, em cm².
Sendo os corpos-de-prova cilíndricos, com diâmetro de 5cm, a área da seção
é 19,625 cm².
3.2.8 Resistência à compressão axial
De acordo com estudos apresentados no Manual...(2001), a resistência
mecânica do gesso depende da quantidade de água utilizada no amassamento e da
umidade presente no ambiente. Se o gesso, após a presa, for mantido em ambiente
saturado, praticamente não endurece, pois os cristais formados são solúveis em
água. Coutinho (2006) cita que, ao ar livre para uma umidade relativa média, a
resistência do gesso pode duplicar entre o 1º e o 7º dia após o início da pega.
A importância desse ensaio, para este trabalho, está na necessidade de
obtenção de parâmetros que indiquem os traços com melhor desempenho para a
produção de componentes para a indústria da Construção Civil, tais como os painéis
modulares de gesso, um dos objetivos deste estudo.
Esse ensaio foi desenvolvido por meio de uma analogia às especificações da
ABNT NBR 7215 (1996) para o cimento Portland, por constituir-se num dos materiais
mais tradicionais da indústria da construção no Brasil. A adaptação para o gesso foi
3 MATERIAIS E MÉTODOS 67
quanto ao uso de corpos-de-prova cilíndricos com diâmetro de 2 cm e 4 cm de
altura.
Para esse ensaio foram moldados, no mínimo de 3 e até 6 corpos-de-prova
para cada idade de ruptura e para cada traço, considerando a escassez de literatura
científica a respeito do mesmo, sendo que a ABNT NBR 7215 (1996) determina que
se ensaiem, no mínimo, três corpos-de-prova, para cada traço.
O ensaio consiste na aplicação de uma carga a uma velocidade controlada de
(250 ± 50)N/min, utilizando-se assim, a máquina de ensaio EMIC, da linha DL30000
(Figura 34), com capacidade máxima de carga de 300kN, para rompimento de
corpos-de-prova em diferentes idades, conforme ilustra a figura 35.
Figura 34: Máquina universal de ensaio
utilizada.
Figura 35: Detalhe da máquina de ensaios,
com uma amostra sendo comprimida.
3 MATERIAIS E MÉTODOS 68
3.2.9 Microscopia eletrônica de varredura (MEV)
A caracterização microestrutural foi realizada por microscopia eletrônica de
varredura (MEV), equipamento da marca Philips, modelo XL 30 (figura 36), onde são
colocadas as amostras para análise, conforme ilustra a figura 37.
Figura 36: Microscópio eletrônico de
varredura utilizado.
Figura 37: Colocação das amostras para
análise da MEV.
.
A MEV é uma ferramenta-padrão para inspeção e análise em diversas áreas
de pesquisa, desde a área de materiais até a área biológica. Esses métodos são
baseados fundamentalmente na interação da matéria com os elétrons incidentes e a
emissão de ondas ou partículas (fótons, elétrons, íons, átomos, nêutrons)
(BARBAROTO, DAMIANI & TATSH, 2002).
Esse tipo de microscópio possui três partes principais: uma coluna eletro-
óptica que gera e colima o feixe eletrônico. Um sistema de vácuo incluindo a câmara
onde fica a amostra. E a parte de detecção do sinal e o sistema de geração de
imagem. Uma amostra submetida a um feixe de elétrons apresenta diversos tipos de
sinais, propiciando a cada um deles um modo particular de operação.
No caso particular de uma MEV, o princípio de operação baseia-se
fundamentalmente na quantificação dos elétrons secundários emitidos por uma
amostra como resposta a uma excitação eletrônica incidente. Essa medida de
elétrons secundários (ES) permite uma definição qualitativa da morfologia e
topografia da amostra.
Existem modos diferentes para obtenção das imagens pela MEV.
3 MATERIAIS E MÉTODOS 69
No modo de elétrons secundários (ES), estes são retardados com uma tensão
positiva e repelidos com uma tensão negativa aplicada à superfície da amostra,
sendo influenciado pelo campo eletrostático criado entre as regiões com diferentes
tensões. Esse efeito gera o contraste de tensão. Polarizando positivamente, as
áreas aparecem escuras, e polarizando negativamente, claras. A influência do
campo eletrostático é suprimida através da pré-aceleração dos ES em um campo de
algumas centenas de voIts por milímetro na superfície. O potencial local é medido
com alta resolução por meio de um espectrômetro eletrônico. Isso possibilita uma
importante aplicação na tecnologia de circuitos integrados. Devido à sua baixa
energia de saída, os elétrons têm a trajetória afetada pela deformação do campo
magnético causado pelas superfícies ferromagnéticas. Esse efeito possibilita um tipo
de contraste magnético, devido à seleção angular.
Um dos modos mais importantes para obtenção das imagens é o de elétrons
retroespalhados (Backscatered Electrons – BSE). O mais importante mecanismo de
contraste desse modo de funcionamento é a dependência da reflexão com o número
atômico médio do material. O coeficiente de reflexão depende também da orientação
relativa dos elétrons do feixe incidente em relação aos planos cristalinos. Uma onda
plana de elétrons, propagando em um cristal, mostra anomalias na transmissão ou
na absorção, dependendo do ângulo de incidência. O resultado dessa anisotropia de
orientação é a diferença causada no coeficiente de reflexão de 1 a 10 %. A variação
na orientação dos grãos, em materiais policristalinos, permite a observação da
orientação cristalina através do contraste de canalização (BARBAROTO, DAMIANI &
TATSH, 2002). Como os sinais são gerados de partes mais profundas da amostra, é
possível visualizar detalhes logo abaixo da superfície, não observáveis usando
apenas elétrons secundários (KITAJIMA & LEITE, 1999).
Amostras não-metálicas, como insetos, plantas, cerâmica e gesso, devem ser
revestidos com uma camada metálica, para se tornarem condutores, neste caso
foram recobertas com uma fina camada de ouro. As amostras foram então coladas
em suportes de alumínio para serem observadas ao microscópico eletrônico de
varredura (figura 38). Foram utilizados aumentos de 100, 200, 1.000 e 5.000 vezes
para caracterizar o gesso em pó e aumentos de 500, 1.000 e 5.000 vezes para
caracterizar o gesso endurecido.
3 MATERIAIS E MÉTODOS 70
Figura 38: Amostras coladas em suportes de
alumínio para serem observadas na MEV.
3.2.10 Avaliação da trabalhabilidade das misturas
Teve como objetivo o desenvolvimento de componentes, tais como, painéis e
blocos modulares para a execução de alvenarias divisórias, internas e externas, e de
placas para uso em piso elevado modular, como materiais alternativos aos que a
indústria da construção civil tradicionalmente disponibiliza para o mercado.
Cabe esclarecer que, atualmente, a indústria disponibiliza painéis de gesso
acartonado, fixados em montantes metálicos e blocos alveolares com espessuras de
7,0cm e 10,0cm. Para espessuras maiores, há necessidade de sobrepor duas ou
três placas de gesso acartonado em cada face da alvenaria, fato que pode-se tornar
inviável pelo aumento de custos.
Outro material já disponibilizado para o mercado são os blocos, que também
apresentam espessuras de 7,0cm e de 10,0cm, podendo ser vazados ou maciços.
Dessa forma, tanto as espessuras das alvenarias de gesso acartonado
quanto às de blocos, não favorecem o uso em reformas, por exemplo, para substituir
alvenarias cerâmicas existentes, considerando que não haverá compatibilidade
dessas espessuras com as larguras de peças estruturais de concreto, vigas e
pilares, particularmente.
Assim, adotou-se tanto para os painéis quanto para os blocos para alvenaria
a espessura nominal de 15,0cm, tendo sido utilizado no interior dos componentes
3 MATERIAIS E MÉTODOS 71
para painéis divisórias (alvenarias e laje de forro) garrafas PET (Politereftalato de
etila) com capacidade de 2 litros, com suas respectivas tampas, convenientemente
dispostas de modo a favorecer os aspectos de absorção e transmissão das tensões
a eles aplicadas nas fases de produção, deforma, transporte e montagem.
O uso de garrafas PET, além de favorecer a redução no peso próprio dos
painéis, contribui para o desenvolvimento sustentável, considerando que representa
a utilização de um material que seria transformado em resíduo.
Essas condições atendem aos objetivos propostos neste trabalho, que
consiste na produção de painéis ecologicamente corretos com custos e
desempenhos competitivos aos convencionais existentes no mercado, situação essa
que contribuirá com o aumento da demanda do material gesso pela indústria da
construção civil.
Para a produção dos painéis de alvenaria foi confeccionada forma de
madeira, com dimensões nominais de 2,80 metros (pé direito), 1,00 metro de
largura, com espessura de 0,15 metros (figura 39). As peças de madeira foram
convenientemente pregadas, travadas nos cantos e no centro e revestidas com lona
plástica (figura 40) visando a facilitar a operação de deforma da peça produzida e
conferir acabamento superficial compatível com o uso desejado.
Figura 39: Esquema das dimensões da
forma.
Figura 40: Forma forrada com lona
plástica.
Para garantir o posicionamento das garrafas PET no interior do painel, as
mesmas foram amarradas umas às outras, com utilização de arame galvanizado
(com o objetivo de, caso não evite, pelo menos minore a ação deletéria do sulfato de
cálcio – gesso – no material metálico). As garrafas foram dispostas nas laterais,
perpendicularmente à altura do painel, e no centro, paralelas a essa lateral,
3 MATERIAIS E MÉTODOS 72
conforme pode ser visto na figura 41. Para conferir a espessura superficial de 20mm
de gesso ao painel, posicionou-se de 5 a 7 pastilhas por metro quadrado de forma,
produzidas com o próprio gesso.
As características de desempenho físico, mecânico e de durabilidade dos
painéis, mesmo não tendo sido contemplado neste trabalho, merecem estudos, haja
vista o desempenho dos mesmos nessa fase.
As instalações hidro-sanitárias (figura 42) e elétricas devem ser posicionadas,
conforme projetos específicos, na fase de produção dos painéis, fato que
proporcionará redução de re-trabalho e do volume de resíduos gerados no processo
construtivo.
Figura 41: Vista das garrafas PET e dos
tubos de PVC dispostos dentro da forma.
Figura 42: Vista dos tubos de PVC como
parte da instalação hidráulica.
A pasta de gesso utilizada para a confecção do painel foi a do traço T
2
, que
possui na sua composição 100% de gesso ß : a/g 0,50 : 0,60% Glenium : 0,60%
silicone, devido ao seu bom desempenho quanto à resistência à compressão e à
absorção.
Para a preparação da pasta, o gesso beta foi adicionado à água de maneira
gradativa, para evitar torrões e empelotamento. Em seguida foi feita a
homogeneização dos componentes, através de um misturador elétrico de baixa
rotação, conforme ilustrado na figura 43. Com o término da homogeneização, a
mistura foi vazada na forma (figura 44) e vibrada, para um preenchimento uniforme
da mesma.
Foram produzidos também blocos para alvenaria com dimensões nominais de
0,60m de comprimento por 0,45m de largura e espessura de 0,15m, adicionando-se
3 MATERIAIS E MÉTODOS 73
também, no seu interior, garrafas PET de 2 litros ou 2,5 litros, com o objetivo de
reduzir o peso próprio dos mesmos, adequando-os ergonomicamente quando da
execução da alvenaria em obra. As fôrmas utilizadas para sua produção apresentam
características idênticas às dos painéis citados anteriormente. Para esses blocos
foram realizados ensaios de resistência à compressão axial.
Figura 43: Fase de mistura dos
componentes da pasta de gesso estudada.
Figura 44: Vazamento da pasta de gesso
na forma.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 74
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Serão analisados, neste trabalho, além da granulometria dos gessos alfa e
beta, a plasticidade da pasta através do mini-slump e o tempo de início e fim de
pega no estado fresco, também a absorção por capilaridade e imersão, resistência à
compressão e a MEV, no estado endurecido, para os aditivos e respectivos teores
em cada mistura. O objetivo dos ensaios é verificar o efeito dos diferentes teores de
adição, relação água/gesso e idade nas propriedades da mistura, e se tais
diferenças encontradas são significativas para cada propriedade analisada.
4.1 Análise granulométrica
Com as massas obtidas nesse ensaio foi possível calcular o módulo de finura
para o gesso alfa e beta, conforme apresentado na tabela 15.
O gesso alfa apresentou um módulo de finura praticamente 50% menor que o
gesso beta, indicando que ele realmente é mais fino, conforme citado na literatura. A
ABNT NBR 13207/1994 especifica que o módulo de finura para gesso fino para
fundição seja menor que 1,10. Assim, tanto o gesso alfa quanto o gesso beta
utilizados neste trabalho estão de acordo com o estabelecido em norma.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
75
Tabela 15: Massas e módulo de finura do gesso alfa e beta obtidas durante o ensaio de
granulometria.
Gesso Alfa Gesso Beta
Determinações da
massa (g)
Determinações da
massa (g)
Determ.
Determ.
Média
Determ.
Determ.
Média
Massa inicial 100,00 100,00 100,00 100,00
Retido na peneira
0,84mm
0,08 0,08 0,08 0,00 0,00 0,00
Retido na peneira
0,42mm
0,11 0,12 0,115 5,09 4,92 5,005
Retido na peneira
0,210mm
0,20 0,18 0,19 0,69 0,62 0,655
Massa inicial 50,00 50,00 50,00 50,00
Retido na peneira
0,105mm
17,12 16,47 16,795 30,48 31,15 30,815
Fundo 32,16 32,98 32,57 19,33 18,52 18,925
Módulo de Finura
(MF)
0,34 0,67
4.2 Mini-slump
Os resultados obtidos com o ensaio de mini-slump são importantes para o
presente trabalho, pois, além de verificar a compatibilidade dos polímeros com o
gesso, permitiu, a partir dos valores obtidos, descartar aquelas misturas que não
apresentaram a plasticidade e o tempo de pega compatíveis para a produção de
painéis de gesso modulares. As composições, conforme apresentadas na tabela 14,
apresentam os respectivos abatimentos expressos na tabela 16.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
76
Tabela 16: Resultados obtidos pelo ensaio de mini-slump.
MINI – SLUMP (cm)
TRAÇOS
1ª Determinação 2ª Determinação Média
A 8,40 7,80 8,10
B 7,80 8,70 8,25
C 8,20 8,80 8,50
D 9,40 10,00 9,70
E
1
7,60 7,40 7,50
E
4
16,10 15,85 15,98
F
1
6,20 6,05 6,13
F
2
6,60 6,70 6,65
F
4
14,00 13,80 13,90
F
6
18,00 17,60 17,80
G
5
12,00 8,20 10,10
G
7
17,25 17,50 17,37
H
5
5,00 4,50 4,75
I
5
15,10 16,90 16,00
L 5,00 5,20 5,10
M 5,05 4,40 4,72
N 5,55 5,25 5,40
0 8,70 8,28 8,49
P 15,20 14,90 15,05
Q 15,40 15,90 15,65
T
2
13,00 13,40 13,20
De acordo com Sindusgesso (2006), o espalhamento da pasta com gesso alfa
varia de 0 a 7cm, e a consistência normal para o gesso beta é de 7,50cm. Para este
trabalho, essa fluidez não é suficiente para lançar e moldar adequadamente um
artefato de gesso. Por isso, determinou-se que o mínimo espalhamento para este
estudo é de 10cm, sendo este, então, o limite de boa trabalhabilidade.
Como pode ser visto no gráfico 3, com dados dos traços brancos A, B, C e M,
aumentando a relação água/gesso, a fluidez da pasta também aumenta.
Mantendo a relação água/gesso de 0,70 e aumentando a quantidade de
gesso alfa adicionada à pasta, verifica-se que existe uma quantidade ótima, 5%, que
fornece a maior fluidez, conforme ilustrado no gráfico 4. Acima de 5% de gesso alfa,
o valor do mini-slump é reduzido. Já para a relação água/gesso de 0,60, a fluidez
aumenta à medida que se acrescenta mais gesso alfa na composição.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
77
0.00
1.00
2.00
3.00
4.00
5.00
6.00
7.00
8.00
9.00
0.60 0.62 0.64 0.66 0.68 0.70 0.72
Relação água/gesso (g/g)
Mini-slump (cm)
Gráfico 3: Variação da taxa de escoamento (mini-slump) em função da
relação água/gesso.
4
5
6
7
8
9
10
0% 5% 10%
Quantidade de gesso alfa (%)
Mini-slump (cm)
a/g=0.60 a/g=0.70
Gráfico 4: Variação da taxa de escoamento (mini-slump) em função da
quantidade de gesso alfa na pasta.
Analisando o gráfico 5, nota-se que houve uma queda no mini-slump tanto
para as misturas com Imperwall quanto para as misturas com Masterfix, na relação
a/g de 0,70. Adicionando 5% ou 10% destes aditivos na mistura, ocorreu uma
redução na fluidez da pasta, se comparado com o traço branco. A partir desse ponto,
a fluidez começa a aumentar, mas não proporcionalmente à quantidade de aditivo
adicionado à mistura.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
78
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0 102030405060
QUANTIDADE DE ADITIVO (%)
MINI-SLUMP (cm
)
Imperwall - a/g 0.60 Imperwall - a/g 0.70
Masterfix - a/g 0.60 Masterfix - a/g 0.70
Limite de trabalhabilidade adequada
Gráfico 5: Variação da taxa de escoamento (mini-slump) nas pastas
com Imperwall e Masterfix.
Tomando como limite de trabalhabilidade, adequada para este trabalho, um
valor de mini-slump maior que 10 cm, as misturas D, L, E
1
, F
1
, F
2
, não são
adequadas para a confecção de artefatos de gesso, conforme objetivo deste
trabalho.
Ainda observando o gráfico 5, nota-se que as composições com relação a/g
de 0,60 não apresentaram uma queda no mini-slump em relação ao traço branco de
análise. Com 40% de Imperwall, a mistura G
5
apresentou um mini-slump de 10,1 cm,
enquanto que a mistura I
5
, com adição de Masterfix na mesma quantidade,
apresentou um mini-slump de 16 cm. Esses dados mostram a eficácia do produto
Masterfix em relação à trabalhabilidade da pasta, se comparado com o Imperwall. O
aumento da fluidez é uma das condições indicativas da compatibilidade dos
polímeros com o aglomerante gesso.
Para reduzir a quantidade de água na pasta, diminuindo a relação a/g de 0,70
para 0,60, sem alterar a fluidez da mesma, foi necessário aumentar 10% de
Imperwall na mistura, passando de 50% para 60% a quantidade do produto,
conforme ilustrado no gráfico 6.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
79
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
0 10203040506070
QUANTIDADE DE ADITIVO (%)
MINI-SLUMP (cm)
Imperwall - a/g 0.60 Imperwall - a/g 0.70 Limite de trabalhabilidade adequada
Gráfico 6: Comparação da taxa de escoamento (mini-slump) nas
pastas com Imperwall na relação a/g de 0,60 e 0,70.
No caso do Masterfix, para reduzir a relação a/g para 0,60, mantendo a
mesma fluidez, foi necessário aumentar de 30% para 40% a adição do produto na
pasta, conforme gráfico 7.
Essa redução é de grande importância para o presente trabalho, pois um dos
fatores que interferem na porosidade do material endurecido é a quantidade de água
de amassamento. Quanto maior a relação a/g, maior a porosidade do material.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
80
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 10203040506070
QUANTIDADE DE ADITIVO (%)
MINI-SLUMP (cm)
Masterfix - a/g 0.60 Masterfix - a/g 0.70 Limite de trabalhabilidade adequada
Gráfico 7: Comparação da taxa de escoamento (mini-slump) nas
pastas com Masterfix na relação a/g de 0,60 e 0,70.
No traço P (com silicone), constata-se que o valor médio do abatimento obtido
pelo ensaio de mini-slump é aproximadamente 80% maior do obtido no traço B (sem
aditivos), sendo que ambos foram confeccionados com a relação a/g de 0,70,
mostrando a compatibilidade do polímero com o gesso, dado pelo aumento da
plasticidade da pasta.
A adição de Glenium favoreceu a redução da relação água/gesso para 0,50
no traço T
2
. Sem esse aditivo, foi impossível moldar CP´s na relação a/g de 0,50,
enquanto que com a adição do polímero, mesmo com redução em torno de 28% da
relação água/gesso, a pasta adquiriu trabalhabilidade adequada tanto para a
moldagem dos CP´s quanto para a produção dos painéis, compatível com o objetivo
de conferir aos produtos à base de gesso, maior impermeabilidade.
4.3 Tempos de início e fim de pega
Conforme visto no item 2.3.2, os tempos de início e fim de pega são
relacionados com a velocidade de crescimento dos cristais de gesso, ou seja, com o
processo de hidratação do gesso, e têm uma influência importante nas propriedades
mecânicas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
81
Em virtude da quantidade de composições e ensaios realizados e visando a
focar a pesquisa aos objetivos propostos, os tempos de desforma (retirada do
molde), início e fim de pega serviram como parâmetro de seleção das misturas que
apresentaram indicativos em atender a plasticidade requerida ao uso pretendido e,
para os traços brancos, tomados como base de referência. Esses tempos estão
apresentados na tabela 17.
Tabela 17: Tempos de desforma, início e fim de pega.
Traço Desforma Início de pega Fim de pega
B 24min a 26min 25min a 27min 32min a 35min
D 4min 5min30s a 6min30s 11min30s a 12s
E
1
5min15s 8min30s a 9min30s 17min a 18min
E
4
8min30s a 9min30s 13min30s a 14min 19min30s a 20min30s
E
6
10min30s 13min30s a 14min 20min30s a 21min
G
5
19min20s 26min a 27min 32min a 33min
I
5
11min12s 16min a 17min 19min30s a 20min
L 5min30s a 6min30s 7min a 7min30s 14min a 15min
P 22min a 24min 25min a 30min 35min a 40min
Q 45min a 48min 48min a 50min 55min a 59min
T
2
42min a 44min 45min a 50min 55min a 60min
De acordo com Sindusgesso (2006), o tempo de pega inicial para o gesso tipo
alfa é de 3 a 7 minutos, e o tempo de pega final é de 5 a 13 minutos. Já para o
gesso beta, o tempo de início de pega é de 8 a 12 minutos, enquanto que o tempo
de fim de pega é de 16 a 25 minutos.
A ABNT NBR 13207/1994 estabelece que o tempo de início de pega do gesso
para fundição seja em torno de 4 a 10 minutos, e o tempo de fim de pega seja entre
20 e 45 minutos.
O traço branco de análise confeccionado somente com gesso beta, mistura
“B”, apresentou um tempo de início de pega maior do que o estabelecido em norma.
Entretanto, o tempo de fim de pega esteve dentro do intervalo determinado pela
ABNT NBR 13207/1994.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
82
Sendo um dos objetivos deste trabalho ampliar o tempo de início e fim de
pega das misturas, a fim de proporcionar um tempo maior para a trabalhabilidade da
pasta, os valores apresentados na literatura servem como um parâmetro para este
estudo.
Conforme Hincapié & Cincotto (1997), quando a velocidade de crescimento é
rápida, formam-se cristais bem definidos e em forma de agulha, entrelaçados entre
si; quando o crescimento é lento, há formação de cristais arredondados e espessos,
que favorecem a queda nas propriedades mecânicas. Entretanto, também há
formação de cristais pequenos que ajudam a preencher os vazios e,
conseqüentemente, diminuem a porosidade da estrutura.
Baseando-se nessas informações, os traços G
5
, P, Q e T
2
tendem a formar
cristais com maiores espessuras e, portanto, ter reduzidas suas propriedades
mecânicas. Por outro lado, tendem a formar estruturas menos porosas.
Essas afirmações podem ser comprovadas através dos ensaios de resistência
à compressão e absorção, analisados nos itens 4.5, 4.6 e 4.7. Analisando o traço
branco D, com as composições com adição de Masterfix (E
1
, E
4
e E
6
), verifica-se
que o aumento da quantidade de aditivo na pasta provoca uma menor velocidade de
hidratação, aumentando assim o tempo de pega e, conseqüentemente, ampliando o
tempo de trabalho da pasta. Ao diminuir a relação água/gesso de 0,70 para 0,60
(traço I
5
), mesmo diminuindo a quantidade de aditivo se comparado com o traço E
6
,
o momento do início de ganho de viscosidade da pasta aumenta, enquanto que o
tempo de endurecimento das pastas se mantém praticamente o mesmo.
Aparentemente, além de evidenciar a influência da quantidade de água de
amassamento na mistura no processo de hidratação do gesso, indica a
compatibilidade do aditivo com o gesso.
O silicone (traço P) tem grande influência no tempo de hidratação do gesso,
aumentando o tempo de início e fim de pega da pasta, enquanto que a combinação
do silicone e do Glenium proporciona uma velocidade de hidratação do gesso ainda
maior, como pode ser verificado no traço T
2
.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
83
4.4 Determinação da massa em relação à idade do corpo-de-prova
A obtenção dessas massas para o projeto é importante, pois a aplicação de
algum filme de impermeabilização nas placas de gesso só deve ser executada após
a constância da massa, ou seja, após a mistura perder toda água. Caso o filme de
impermeabilização seja aplicado em idade inferior, a pressão negativa poderá vir a
comprometer a sua eficácia ou reduzir sua vida útil. Verificou-se, através desse
ensaio, que a variação da massa no intervalo de 35 dias de idade aos 42 dias de
idade foi desprezível, ou seja, o gesso já havia perdido toda sua água de
amassamento.
Os valores médios das massas obtidas em relação com as idades dos CP´s
são apresentados na tabela 18, juntamente com a redução total da massa após 28
dias de idade. As massas individuais para cada traço encontram-se no ANEXO A.
Tabela 18: Valores médios das massas dos CP´s em função da idade.
IDADE / MASSA (gramas)
TRAÇOS
0 7 14 21 28
REDUÇÃO
TOTAL (%)
A 19,43 14,16 14,84 14,06 13,70 29,49
B 18,72 17,70 17,09 13,91 13,45 28,15
C 18,95 18,20 16,63 13,47 13,14 30,66
D 19,30 18,52 17,85 14,53 13,52 29,95
E
4
19,42 16,34 14,32 14,07 14,09 27,45
G
5
20,01 15,84 15,95 15,90 15,86 20,74
I
5
20,17 15,49 15,48 15,48 15,47 23,30
L 19,83 16,29 14,50 14,53 14,50 26,88
P 18,67 15,75 13,41 13,41 13,39 28,28
T
2
20,95 18,85 16,67 16,65 16,65 20,52
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
84
A redução média da massa verificada nos corpos-de-prova, até os 28 dias, foi
da ordem de 30% para os traços A, C e D, enquanto que para os traços B, E
4
, L e P
essa variação ficou entre 26,5% e 28,5%. Os traços G
5
e T
2
apresentaram as
menores taxas de redução de massa, em torno de 20%, o que, aparentemente,
representa menor porosidade. Entretanto, após o ensaio de absorção, verificou-se
que somente a mistura T
2
obteve uma redução na absorção de água.
Comparando os traços brancos D e L, tendo o primeiro uma relação
água/gesso de 0,60 e o segundo a relação a/g de 0,70, verifica-se que a redução de
15% na relação a/g, proporciona uma redução da massa cerca de 3%, o que tende a
confirmar a teoria de que quanto maior a relação água/gesso, mais poroso fica o
gesso após seu endurecimento final.
4.5 Absorção por imersão
Os ensaios de absorção por imersão realizados em corpos-de-prova das
misturas L e G
8
possibilitaram analisar dois opostos: a ausência de aditivos e a
presença de 70% do mesmo, em relação à quantidade de água da pasta. Nessas
condições, pôde-se verificar a efetiva influência do Imperwall quanto à absorção de
água por imersão.
Realizou-se, então, o ensaio com o branco de análise B que possui a mesma
relação a/g que P (0,70), com o traço T
2
que possui relação a/g reduzida (0,50), e
com os traços G
5
e I
5
para comparar o desempenho dos aditivos Masterfix e
Imperwall.
Para calcular os índices de vazios, absorção e massa específica foram
utilizadas as equações apresentadas no capítulo 3, item 3.2.6, a partir das massas
obtidas, apresentadas no ANEXO B, conforme determinado na ABNT NBR 9778
(1987). Os valores médios encontrados para cada traço estão apresentados nas
tabelas 19 e 20.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
85
Tabela 19: Taxas de absorção e índice de vazios médios obtidos durante ensaio de
absorção por imersão.
Traços
Absorção após
imersão (%)
Absorção após
imersão e fervura
(%)
Índice de vazios
após saturação
(%)
Índice de
vazios após
saturação e
fervura (%)
B
36,42 37,15 40,51 43,27
G
5
33,62 37,78 39,75 45,00
G
8
22,75 26,70 31,00 36,43
I
5
30,84 34,07 37,91 42,30
L
33,71 33,47 39,53 40,12
P
8,98 35,94 9,90 41,56
T
2
7,14 25,32 9,51 34,30
Tabela 20: Valores de massa específica obtidos durante ensaio de absorção por imersão.
Traços
Massa específica
da amostra seca
(g/cm³)
Massa específica
após saturação
(g/cm³)
Massa específica
após saturação e
fervura (g/cm³)
Massa
específica real
(g/cm³)
B
1,10 1,51 1,51 1,87
G
5
1,13 1,51 1,55 1,96
G
8
1,29 1,59 1,64 1,97
I
5
1,18 1,55 1,59 1,98
L
1,18 1,57 1,57 1,94
P
0,86 0,93 1,16 1,23
T
2
1,07 1,15 1,34 1,47
Ao comparar os produtos comerciais Masterfix (traço I
5
) e Imperwall (traço
G
5
), os dados indicam que o traço I
5
obteve uma taxa de absorção após imersão de
30,84%, enquanto que o traço G
5
obteve uma taxa de 33,62%, conforme apresenta
a tabela 19. Estes dados indicam um melhor desempenho do Masterfix, em relação
à absorção, do que os corpos-de-prova com Imperwall.
É perceptível também, pela tabela 19, que os traços sem aditivos (B e L) e o
com 40% de Imperwall (G
5
) não apresentaram diferença significativa na absorção.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
86
Já o traço G
8
, que contém 70% de Imperwall, obteve o melhor desempenho,
absorvendo em torno de 30% menos de água, mostrando que o Imperwall, se
colocado em pequenas porcentagens em relação à massa de água, não provoca
melhoria na impermeabilidade da pasta.
Com a adição de silicone (traço P), a taxa de absorção por imersão declinou
cerca de 75% se comparado com o branco de análise (traço B). Além disso, a massa
específica real foi de 1,23 g/cm³, enquanto que nos traços com Imperwall e
Masterfix, ela ficou em torno de 1,97 g/cm³ , conforme visto na tabela 20. A adição
de Glenium (traço T
2
) resultou em uma queda ainda maior da taxa de absorção, se
apresentando como o traço com menor absorção de água, tanto para imersão
(7,14%), quanto para fervura (25,32%), além do menor índice de vazios dentre todos
os traços estudados (tabela 19).
Conforme observado no item 4.4 a respeito da variação da massa com a
idade do corpo-de-prova, o traço G
5
apresentou menor redução da massa (20%),
indicando assim, num primeiro momento, menor porosidade. Entretanto,
comparando esse traço com seu branco de análise (L), verificou-se que a taxa de
absorção após imersão reduziu menos que 1%, mostrando que a diferença entre as
taxas de variação da massa precisam ser bem maiores para proporcionar uma
melhoria na impermeabilidade do CP.
Pôde-se verificar, ainda, que a absorção dos corpos-de-prova, quando
submetidos à fervura, aumentou. Nesse caso, a fervura causou uma decomposição
dos sólidos presentes no aditivo da mistura. A taxa de absorção, após fervura,
aumentou em torno de 10 a 15% nos traços com Masterfix e Imperwall, e
praticamente quadruplicou nos traços com adição de silicone e Glenium, o que não
ocorreu para o traço branco L, conforme tabela 19.
O mesmo pode-se observar com o índice de vazios, conforme visualizado no
gráfico 8.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
87
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0% 40% 70%
QUATI DADE DE ADITI VO (%)
ÍNDICE DE VAZIOS (%)
Após sat uração Após fervura
Gráfico 8: Índices de vazios após saturação e fervura dos traços L, G
5
e G
8
.
Ao realizar uma inspeção visual e física na superfície dos corpos-de-prova
após imersão em água fervente, verificou-se que a superfície dos CP´s
confeccionados sem aditivos (traço L) permaneceu na cor branca, característica do
gesso, enquanto que a superfície dos CP´s com Imperwall (G
5
) e Masterfix (I
5
)
apresentou-se com uma fina película de cor amarelada, que pôde ser removida com
a utilização de uma espátula, predominando novamente a cor branca característica
do gesso, conforme ilustrado na figura 45.
Além disso, a fervura ressaltou os poros da superfície dos CP’s tornando-os
visíveis a olho nu. Entretanto, constatou-se que os poros superficiais não
apresentam relação com a taxa de absorção do material. O traço P, por exemplo,
conforme ilustrado na figura 46, foi o CP que apresentou maior quantidade de poros
na superfície, se comparado com os CP´s de traços B e L. Entretanto, o traço B foi o
que apresentou maior taxa de absorção após imersão e fervura.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
88
Figura 45: Aspecto da superfície das amostras sem aditivo (grupo L) e
aditivadas (grupos G
5
e I
5
), após fervura.
Figura 46: Aspecto da superfície dos corpos-de-prova traços P, B e L,
após fervura.
Comparando os dados obtidos com as informações presentes na literatura,
pôde-se verificar que, em todas as misturas, a taxa de absorção foi menor que 50%,
valor apresentado por Li; Li & Yu (2006) para produtos em gesso natural.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
89
A taxa de absorção máxima, tanto para placas de gesso acartonado
resistentes à umidade, quanto para os blocos de gesso sem função estrutural tipo H
(hidrófugo), é de 5% (ABNT NBR 14715, 2001; GYPSUM ASSOCIATION, 2005;
BLOCO..., 2007).
Baseando-se nesse valor, nota-se que as misturas P e T
2
resultaram em uma
taxa de absorção em torno de 3% acima deste limite, uma variação pequena,
levando em conta que a comparação está sendo feita entre materiais diferentes e
que foram submetidos a métodos de ensaios diferentes.
4.6 Absorção por capilaridade
Para esse ensaio, foram obtidas as massas dos CP’s depois de 3 horas de
contato com a água, e sucessivamente, 6, 24, 48 e 72 horas de contato com a água.
Essas massas estão apresentadas no ANEXO C. A partir desses valores, foi
possível calcular a taxa de absorção por capilaridade (Tabela 21), utilizando a
equação (16) do item 3.2.7 do capítulo 3.
Tabela 21: Valores obtidos durante ensaio de absorção por capilaridade.
Absorção média por capilaridade após período de contato com a água
Traços
Após 3
horas (g/cm²)
Após 6
horas (g/cm²)
Após 24
horas (g/cm²)
Após 48
horas (g/cm²)
Após 72
horas (g/cm²)
B
4,49 4,50 4,53 4,58 4,61
G
5
2,44 3,83 3,87 3,90 3,93
I
5
1,49 3,78 3,83 3,86 3,89
L
4,01 4,11 4,16 4,21 4,24
P
0,10 0,14 0,27 0,36 0,42
T
2
0,08 0,14 0,37 0,54 0,64
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
90
No gráfico 9, nota-se que a maior absorção de água por capilaridade ocorreu
de forma acentuada nas 6 primeiras horas nas misturas com Imperwall e Masterfix.
Os traços brancos (B e L) mostraram-se praticamente saturados nas primeiras 3
horas, enquanto que os traços P e T
2
, que contêm silicone, apresentaram uma baixa
taxa de absorção durante todo o ensaio. A presença do silicone (traço P) reduziu a
taxa de absorção em 90%, ao se comparar com o traço B (branco).
Essa observação é importante, pois descarta a possibilidade de fabricação
dos painéis de gesso com as misturas B e L para utilização como vedação externa.
No caso de incidência de água de chuva, por exemplo, com menos que 6 horas de
duração, o painel de gesso praticamente ficaria saturado, podendo perder suas
propriedades iniciais, acarretando problemas na vedação.
Gráfico 9: Variação da quantidade de água absorvida por capilaridade em função do
tempo.
4.7 Resistência à compressão axial
O programa computacional TESC, existente junto à máquina universal de
ensaios EMIC DL 30000, fornece os relatórios dos diversos ensaios, inclusive o de
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
91
resistência à compressão axial, incluindo neste relatório um gráfico “Força X
Tempo”. Esses relatórios estão presentes no ANEXO D.
Inicialmente, na tabela 22, são apresentadas as tensões de compressão
médias em função da idade dos CP’s. Não foram feitos ensaios com todas as
misturas, pois algumas foram descartadas após a determinação do mini-slump por
não apresentarem trabalhabilidade suficiente para este trabalho. Só foram feitos
ensaios para todas as idades em algumas misturas para acompanhar a evolução do
processo de endurecimento.
Teve como prioridade obter a resistência à compressão aos 63 dias de idade,
pois, de acordo com Coutinho (2006), o gesso continua a endurecer em um
processo que pode durar semanas. Assim, nessa idade, é obtido o valor máximo de
resistência ou um valor próximo a ele.
Tabela 22: Valores obtidos durante ensaio de resistência à compressão em diversas idades.
Idade / Tensão média de compressão (MPa)
Traços
1 dia 7 dias 14 dias 21 dias 28 dias 63 dias
A
- - - - - 9,02
B
10,33 9,60 8,83 10,31 9,85 6,72
C
- - - - - 8,10
D
- - - - - 8,67
E
1
- - - - - 7,07
F
1
- - - - - 7,55
G
5
- 3,65 - - 7,50 10,92
I
5
3,17 6,15 - - - 10,49
L
- 4,40 - - 10,57 9,21
P
5,54 10,55 10,39 9,94 10,12 8,83
T
2
7,71 19,60 17,84 18,72 18,07 16,07
Algumas misturas, como por exemplo, os traços B, L, P e T
2
, apresentaram
uma tensão média aos 63 dias, menor que a resistência aos 28 dias. Provavelmente
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
92
isso aconteceu devido a possíveis anomalias ocorridas nas fases de preparo da
mistura e/ou na moldagem e/ou quando do rompimento.
Deve-se ressaltar que não é possível criar resistência no material, mas por
falha de moldagem ou na cura, é possível reduzir a resistência característica, o que
deve ter acontecido nestes casos. A resistência aos 63 dias foi reduzida por algum
desses motivos citados, por isso, para efeito de comparação, será considerado como
tensão máxima a maior tensão de ruptura entre as idades de 28 e 63 dias.
De acordo com Hincapie & Cincotto (1997), a relação do tempo de presa ou
tempo de pega com as propriedades mecânicas do material são de extrema
importância. O aumento no tempo de pega proporciona uma redução nas
propriedades mecânicas do gesso. Isso pode ser verificado no gráfico 10.
A mistura G
5
, que apresentou as menores tensões de compressão, também é
a que apresenta maior tempo de pega se comparado com I
5
e L. A mistura L teve um
baixo tempo de pega, implicando, teoricamente, que teria que apresentar as maiores
resistências à compressão. Isso ocorreu na idade de 63 dias, no entanto, com 7
dias, o valor da resistência do traço L foi menor que o valor do traço I
5
. Provelmente
algum fator como a temperatura, umidade ou mesmo a forma de moldagem do
corpo-de-prova influenciou negativamente na resistência aos 7 dias do traço L,
provocando uma redução na sua resistência.
É importante notar que as tensões obtidas com 63 dias de idade duplicaram
em relação aos valores obtidos com idade de 7 dias, para as misturas L, I
5
e G
5
.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
93
Gráfico 10: Comparação das tensões de compressão entre os traços
com relação a/g de 0,60, nas 2 idades estudadas.
Ao analisar as tensões de compressão dos traços B e P (gráfico 11), nota-se
que a presença do silicone reduziu pela metade a resistência inicial da pasta, e não
alterou a resistência final da mistura, permanecendo praticamente igual à do traço
branco. Esse fato indica que o silicone inibe a velocidade inicial das reações,
resultando em menor calor de calor de hidratação e, conseqüentemente, menor
variação de volume.
Gráfico 11: Comparação das tensões de compressão entre os traços
com relação a/g de 0,70, nas 6 idades estudadas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
94
0
5
10
15
20
25
0 7 14 21 28 35 42 49 56 63
Idade (dias)
Tensão de compressão (MPa)
B P T2 Tensão mínima de acordo com a ABNT NBR 13207/1994
Gráfico 12: Variação das tensões de compressão médias dos traços B,
P e T
2
com a idade.
Analisando as misturas B, P e T
2
(gráfico 12), nota-se que a resistência à
compressão de T
2
a partir dos 7 dias de idade, é em torno de 80% maior que a
resistência de P e B. Isso pode ser explicado pela diferença na relação água/gesso,
que foi reduzida de 0,70 (P e B) para 0,50 (T
2
), diminuindo assim a porosidade do
material e, conseqüentemente, aumentando a sua resistência. Além disso, pode-se
notar que as máximas resistências obtidas nas misturas B, P e T
2
estão acima de
8,40 MPa, valor mínimo de resistência à compressão do gesso para construção civil
de acordo com a NBR 13207/1994.
Analisando as tensões médias aos 63 dias de idade (gráfico 13), pode-se
verificar com as misturas B e D, que foram moldados com a mesma relação
água/gesso, com adição de 5% de gesso α no traço D, que resultou em um aumento
na sua resistência à compressão axial, de aproximadamente 20%.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
95
Gráfico 13: Resistência à compressão média aos 63 dias (MPa).
Com a adição de 5% de aditivo nas misturas, tanto para Masterfix quanto para
o Imperwall, houve uma redução na resistência à compressão. Os CP’s com a
presença de Masterfix (traço E
1
) apresentaram uma redução média na resistência à
compressão de 22%, enquanto que os CP’s com Imperwall (F
1
) apresentaram uma
redução menor, em torno de 15%.
Alguns autores, como Cincotto et al (1988), apresentaram alguns valores de
resistência à compressão para gesso de construção brasileiro. Para uma relação a/g
entre 0,65 a 0,45, os valores de resistência à compressão variam no intervalo de
9,93 MPa e 27,29 MPa. Entretanto, os autores não especificam a idade em que
foram obtidos esses valores de resistência, sendo difícil, então, tomá-los como base
de comparação.
Bloco...(2007) cita que a resistência mínima para os blocos de gesso sem
função estrutural é de 5 MPa. Comparando, então, esse valor com as resistências
obtidas neste trabalho, nota-se que, já aos 14 dias, todas as misturas
confeccionadas apresentaram um valor de resistência acima deste citado na
literatura.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
96
4.8 Microscopia eletrônica de varredura
Com a realização dos ensaios de microscopia eletrônica de varredura (MEV)
foi possível observar a morfologia da microestrutura das diferentes misturas de
gesso.
Ao observar o pó de gesso, notou-se que o gesso alfa apresenta uma
morfologia cúbica com pequena dispersão de tamanhos em torno da média,
enquanto que o gesso beta apresenta aglomerados de grãos aciculares (em forma
de agulha), com grande dispersão de tamanhos, conforme pode-se visualizar nas
figuras 47 e 48. A menor dispersão de tamanhos visualizada no gesso alfa faz que
com que a interação dos grãos seja melhor.
Figura 47: Fotomicrografia da amostra do pó
de gesso alfa, com aumento linear de 200
vezes.
Figura 48: Fotomicrografia da amostra do
pó de gesso beta, com aumento linear de
1.000 vezes.
Comparando as misturas B e P (tabela 23), que se diferenciam apenas pela
adição de silicone no traço P, verificou-se que em ambos os casos houve um
crescimento mais lento dos cristais (maior tempo de pega), resultando na formação
de cristais mais espessos e arredondados, o que pode acarretar em uma redução
das propriedades mecânicas, como por exemplo, a resistência à compressão. Além
disso, aparentemente, os cristais, tanto na mistura B quanto na mistura P,
apresentam-se sobrepostos (figuras 49 e 50), com pouca aderência, sendo
responsável pela menor resistência mecânica.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
97
Tabela 23: Resumo das características das misturas B e P após todos os ensaios.
Mistura B Mistura P
Relação a/g 0,70 0,70
Quantidade de gesso α
adicionada à mistura (%)
0 0
Aditivo utilizado Sem aditivos Silicone – 0,6%
Tempo de início de pega 25min a 27min 25min a 30min
Tempo de fim de pega 32min a 35min 35min a 40min
Absorção por imersão (%) 36,42 8,98
Absorção por capilaridade
após 72 horas em contato
com a água (g/cm²)
4,61 0,42
Resistência à compressão
aos 63 dias (MPa)
6,72 8,83
Características dos grãos Grãos aciculares com
extensa formação inicial de
placas.
Grãos aciculares com
extensa formação inicial de
placas.
Distribuição dos grãos Grande dispersão de
tamanhos
Morfologia média
predominante e
homogeneamente distribuída
Por outro lado, esse crescimento lento favoreceu a formação de maior
quantidade de cristais pequenos na mistura P, que contribuiu a preencher os vazios
e reduzir a porosidade. Além disso, a mistura P possui uma distribuição média de
espessuras mais homogênea do que B, fazendo com que a interação entre os grãos
seja melhor, minimizando a formação de poros grandes. A área média superficial de
cada poro em P ficou em torno de 0,47 µm² enquanto que 1/3 dos poros de B
resultaram em áreas médias em torno de 21 µm². As imagens também mostraram
que os cristais de gesso em B apresentam poros na sua superfície (figura 49), o que
não ocorre em P (figura 50). Provavelmente, o silicone encapsulou os grãos em P,
reduzindo a porosidade do cristal. Essa redução da porosidade pôde ser
comprovada com o ensaio de absorção por imersão onde se obteve uma taxa de
absorção de 8,98%.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
98
Figura 49: Fotomicrografia da amostra B,
com aumento linear de 5.000 vezes.
Figura 50: Fotomicrografia da amostra P,
com aumento linear de 5.000 vezes.
Analisando as misturas D e E
1
(tabela 24), que se diferem pela adição de 5%
de Masterfix em E
1
, nota-se que enquanto em E
1
é predominante a presença de
placas, D é composto somente por grãos colunares, tipo agulhas, bem entrelaçados
e embricados. Isso se deve ao menor tempo de pega de D, que favorece a formação
de grãos, não chegando a formar placas. Essa característica da microestrutura de D
é responsável pelo aumento da resistência à compressão. Placas hexagonais e de
tamanho maior provocam a queda da resistência devido à falta de aderência entre
os cristais (HINCAPIE & CINCOTTO, 1997).
A porosidade do material é visível, observando-se nas imagens (figuras 51 e
52) algumas áreas escuras resultantes da perda da água de amassamento durante
a secagem do gesso. Verificou-se que a área de porosidade superficial de D é 22%
menor que a de E
1
. Assim, nota-se que o Masterfix proporcionou um maior tempo
de hidratação, aumentando o tempo de pega e, conseqüente, maior crescimento dos
grãos e maior porosidade.
Esses dados estão de acordo com o que foi observado na literatura. Muitos
autores afirmam que as propriedades mecânicas decrescem com o aumento da
porosidade da pasta (MURAT et al, 1975 apud ANTUNES, 1999).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
99
Tabela 24: Resumo das características das misturas D e E
1
após todos os ensaios.
Mistura D Mistura E
1
Relação a/g 0,70 0,70
Quantidade de gesso α
adicionada à mistura (%)
5 5
Aditivo utilizado Sem aditivos Masterfix – 5%
Tempo de início de pega 5min30s a 6min30s 8min30s a 9min30s
Tempo de fim de pega 11min30s a 12min 17min a 18min
Resistência à compressão
aos 63 dias (MPa)
8,67 7,07
Características dos grãos Grãos aciculares, somente
agulhas.
Presença predominante de
placas extremamente
crescidas, em vez de
agulhas.
Distribuição dos grãos Grande dispersão de
tamanhos
Morfologia média
predominante e
homogeneamente distribuída
Figura 51: Fotomicrografia da amostra D,
com aumento linear de 500 vezes.
Figura 52: Fotomicrografia da amostra E
1
,
com aumento linear de 500 vezes.
Analisando as misturas D e L (tabela 25) onde houve uma redução da relação
água/gesso em L, notou-se um menor crescimento dos grãos em L devido à
hidratação. O comprimento médio dos cristais em L são aproximadamente ¼ do
comprimento médio dos cristais em D.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
100
Hallows (1992 apud SELMO et al, 1997), em seu estudo experimental,
concluiu que a redução da relação água/gesso leva ao encurtamento e
engrossamento das agulhas. Já SELMO et al (1997) não obtiveram diferenças
significativas nos cristais de gipsita em função da relação água/gesso.
De acordo com Murat et al (1975 apud ANTUNES, 1999), microestruturas
formadas por cristais grandes são menos resistentes (mais porosas) que as
formadas por cristais pequenos (mais densas). Isso pôde ser observado nesse caso,
pois a resistência à compressão de L foi, aproximadamente, 6% maior que a
resistência obtida no traço D.
Tabela 25: Resumo das características das misturas L e D após todos os ensaios.
Mistura L Mistura D
Relação a/g 0,60 0,70
Quantidade de gesso α
adicionada à mistura (%)
5 5
Aditivo utilizado Sem aditivos Sem aditivos
Tempo de início de pega 7min a 7min30s 5min30s a 6min30s
Tempo de fim de pega 14min a 15min 11min30s a 12min
Absorção por imersão (%) 33,71 Não determinado
Absorção por capilaridade
após 72 horas em contato
com a água (g/cm²)
4,24 Não determinado
Resistência à compressão
aos 63 dias (MPa)
9,21 8,67
Características dos grãos Grãos aciculares. Grãos aciculares, somente
agulhas.
Distribuição dos grãos Grande dispersão de
tamanhos
Pelas imagens (figuras 53, 54, 55 e 56), também foi possível notar que a
porosidade superficial de D é de aproximadamente 0,84%, enquanto que D possui
aproximadamente 7% em área de porosidade.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
101
Figura 53: Fotomicrografia da amostra L,
com aumento linear de 500 vezes.
Figura 54: Fotomicrografia da amostra D,
com aumento linear de 5.000 vezes.
Figura 55: Fotomicrografia da amostra L,
com aumento linear de 500 vezes.
Figura 56: Fotomicrografia da amostra D,
com aumento linear de 5.000 vezes.
Comparando os traços G
5
, G
8
e I
5
, ambos com relação água/gesso de 0,60,
mas com a utilização de diferentes aditivos em várias porcentagens (tabela 26),
foram constatadas microestruturas morfologicamente idênticas, com a presença
predominante de placas (figuras 57, 58, 59 e 60), em vez de agulhas, como produto
resultante da hidratação. A porcentagem de sólidos presente no Masterfix, de acordo
com Basf (2007), varia de 9 a 11%. Isso significa que a quantidade de água presente
nesses aditivos é grande, o que aumentou ainda mais a hidratação e,
conseqüentemente, o tempo de pega das misturas. A porcentagem de sólidos
presentes no Imperwall não foi divulgada pelo fabricante.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
102
Tabela 26: Resumo das características das misturas G
5
, G
8
e I
5
após todos os ensaios.
Mistura G
5
Mistura G
8
Mistura I
5
Relação a/g 0,60 0,60 0,60
Quantidade de gesso
α adicionada à mistura
(%)
5 5 5
Aditivo utilizado Imperwall – 40% Imperwall – 70% Masterfix – 40%
Tempo de início de
pega
26min a 27min Não determinado 16min a 17min
Tempo de fim de pega 32min a 33min Não determinado 19min30s a 20min
Absorção por imersão
(%)
33,62 22,75 30,84
Absorção por
capilaridade após 72
horas em contato com
a água (g/cm²)
3,93 Não determinado 3,89
Resistência à
compressão aos 63
dias (MPa)
10,92 Não determinado 10,49
Características dos
grãos
Presença
predominante de
placas em vez de
agulhas.
Presença
predominante de
placas em vez de
agulhas.
Presença
predominante de
placas em vez de
agulhas.
Figura 57: Fotomicrografia da amostra G
5
,
com aumento linear de 1.000 vezes.
Figura 58: Fotomicrografia da amostra G
5
,
com aumento linear de 5.000 vezes.
Apesar de constar na literatura que placas hexagonais e de maiores
dimensões são responsáveis pela queda da resistência, devido à falta de aderência
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
103
entre os cristais (HINCAPIE & CINCOTTO, 1997), as misturas G
5
e I
5
apresentaram
valores de resistência mecânica em torno de 15% maior que a mistura L (branco)
formada por cristais menores. O motivo provável dessa ocorrência foi que a
presença dos aditivos promoveu certo embricamento dos grãos, conforme pode ser
visto na figura 57, acarretando no aumento da resistência mecânica.
Figura 59: Fotomicrografia da amostra I
5
,
com aumento linear de 1.000 vezes.
Figura 60: Fotomicrografia da amostra I
5
,
com aumento linear de 5.000 vezes.
Observa-se em G
8
grande presença do aditivo na superfície da amostra,
conforme ilustrado nas figuras 61 e 62. Nos três casos também se observa uma
formação superficial bastante fechada, praticamente sem porosidade superficial.
Apesar dessa constatação, a taxa de absorção de água em G
5
foi a mesma
encontrada no traço branco L, ou seja, a adição de 40% de Imperwall não teve
influência na permeabilidade do material. No caso de I
5
, houve uma redução na
absorção de apenas 8%. Somente a mistura G
8
apresentou uma melhor
impermeabilidade, com absorção em torno de 30% menor que a mistura L.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
104
Figura 61: Fotomicrografia da amostra G
8
,
com aumento linear de 1.000 vezes.
Figura 62: Fotomicrografia da amostra G
8
,
com aumento linear de 5.000 vezes.
Ao analisar as misturas P e T
2
, verifica-se que enquanto T
2
apresenta
somente grãos colunares bastante crescidos em relação ao pó original, P apresenta
uma extensa formação inicial de placas, conforme pode ser visto nas figuras 63 e 64,
apesar de o tempo de pega de P ser menor que o de T
2
, o que diminui o tempo de
hidratação em P.
SELMO et al (1997), em seu estudo experimental, verificaram que as pastas
aditivadas com um incorporador de ar e outra com um superfluidificante obtiveram
uma tendência a uma microestrutura diferenciada, com cristais de maior diâmetro,
estando de acordo com as características observadas de endurecimento mais lento
e maior temperatura na fase de hidratação. Isso pôde ser visualizado na mistura T
2
,
onde as espessuras das agulhas na mistura T
2
variaram entre 1,1 a 5,7 µm,
enquanto que em P essas espessuras variaram de 0,45 a 2,0 µm, resultado do
maior tempo de pega (tabela 27).
Aparentemente, os cristais em P apresentam-se sobrepostos (figura 66)
enquanto que os cristais em T
2
apresentam-se embricados uns aos outros (figura
65). Essa falta de aderência dos cristais em P pode ser responsável pela redução da
resistência mecânica verificado nessa mistura (tabela 27).
Além disso, de acordo com Hincapié & Cincotto (1997), os maiores valores de
resistência à compressão são conseguidos com cristais em forma de agulha e
embricados, de maior comprimento e menor largura. Essa constatação pode ser
observada nas imagens de T
2
(figura 63), que mostram cristais bem mais compridos
do que os cristais em P (figura 64).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
105
Sendo a única diferença entre essas duas misturas, a adição de Glenium em
T
2
, que pode ter provocado um aumento no crescimento dos cristais apesar da baixa
velocidade de hidratação, promoveu maiores valores de resistência à compressão
nesse traço, conforme pode ser visto na tabela 27.
Em relação ao silicone, conforme análise realizada anteriormente entre as
misturas P e B, verificou-se que presença do mesmo proporcionou redução da taxa
de absorção da mistura, provavelmente pelo encapsulamento dos cristais, conforme
visualizado na figura 49 (traço B) e na figura 50 (traço P), pois os cristais de gesso
em B apresentaram poros na superfície, o que não ocorreu nos cristais de P.
Tabela 27: Resumo das características das misturas P e T
2
após todos os ensaios.
Mistura P Mistura T
2
Relação a/g 0,70 0,50
Quantidade de gesso α
adicionada à mistura (%)
0 0
Aditivo utilizado Silicone – 0,60% em relação
à massa de gesso
Silicone – 0,60% em relação
à massa de gesso; Glenium –
0,60% em relação à massa
de gesso.
Tempo de início de pega 25min a 30min 45min a 50min
Tempo de fim de pega 35min a 40min 55min a 60min
Absorção por imersão (%) 8,98 7,14
Absorção por capilaridade
após 72 horas em contato
com a água (g/cm²)
0,42 0,64
Resistência à compressão
aos 63 dias (MPa)
8,83 16,07
Características dos grãos Grãos aciculares bastante
crescidos com relação ao pó
original e uma extensa
formação inicial de placas.
Somente grãos aciculares,
bastante crescidos com
relação ao pó original.
Distribuição dos grãos Morfologia média
predominante e
homogeneamente distribuída.
Morfologia média
predominante e
homogeneamente distribuída.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
106
Figura 63: Fotomicrografia da amostra T
2
,
com aumento linear de 1.000 vezes.
Figura 64: Fotomicrografia da amostra P,
com aumento linear de 1.000 vezes.
Figura 65: Fotomicrografia da amostra T
2
,
com aumento linear de 5.000 vezes.
Figura 66: Fotomicrografia da amostra P,
com aumento linear de 5.000 vezes.
4.9 Ensaios realizados nos artefatos de gesso produzidos
Foram determinadas as características de dois blocos de gesso para
vedação, produzidos conforme descrito no item 3.2.9, as quais estão apresentadas
na tabela 28.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
107
Tabela 28: Características dos blocos de gesso produzidos com garrafas PET no seu
interior.
BLOCO 1 BLOCO 2
Especificação 6 garrafas PET de 2 litros 6 garrafas PET de 2,5 litros
Comprimento 61,90 cm 61,60 cm
Largura 45,20 cm 45,50 cm
Espessura 14,60 cm 14,10 cm
Peso 31,30 kg 29,28 kg
Volume total do bloco 0,0408 m³ 0,0395 m³
Volume das garrafas 0,002 m³ 0,0025 m³
Volume de vazios 0,012 m³ 0,015 m³
Volume de sólidos 0,0288 m³ 0,0245 m³
Densidade 767,20 kg/m³ 741,30 kg/m³
A pasta utilizada para a confecção dos blocos apresentou abatimento de
16,0cm, determinado pelo mini-slump, que conferiu à mesma capacidade de
preencher os vãos entre as garrafas, mas coesa o suficiente para não vazar pela
forma, apesar da precariedade da sua execução, conferindo características de auto-
adensável e de acordo com a proposta do trabalho.
Com a mesma pasta foi produzido um painel e para conferir se a consistência
da pasta resultou em trabalhabilidade adequada, o mesmo foi cortado transversal e
longitudinalmente (figura 67).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
108
Figura 67: Aspecto de um painel de gesso cortado.
Pode-se verificar que houve perfeito espalhamento do gesso pela fôrma,
tendo inclusive formado os alvéolos entre as garrafas, condição que pode ampliar o
uso dos painéis.
A densidade obtida nesses blocos corresponde a 60% da densidade da
alvenaria de blocos cerâmicos, o que resulta, numa edificação, na redução de peso
significando um menor consumo de estrutura e fundação.
Os blocos foram submetidos ao ensaio de resistência à compressão axial, o
qual consiste na aplicação de uma força vertical no bloco para verificar sua
resistência máxima antes de apresentar qualquer sinal de ruína, trinca ou ruptura.
O bloco foi colocado em uma máquina de ensaio universal mecânica,
conforme ilustrado na figura 68, que tem seu acionamento através de uma fonte
estável de energia, de modo a propiciar uma aplicação de carga contínua e isenta de
choques, que é registrada, conforme visto na figura 69.
Para permitir uma distribuição de carga uniforme no bloco, utilizou-se de uma
chapa de aço nas faces inferior e superior do mesmo.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
109
Figura 68: Bloco de gesso posicionado para
o ensaio de compressão axial.
Figura 69: Mostrador do índice de carga da
máquina universal de ensaio.
Os resultados do ensaio à compressão foram satisfatórios e estão
apresentados na tabela 29.
Tabela 29: Resultados obtidos no ensaio de compressão com blocos produzidos com
garrafas PET no seu interior
BLOCO 1 BLOCO 2
Força de ruptura (kgf) 6800 7600
Resistência à
compressão (kgf/cm²)
7,5 8,7
4.10 Análise dos custos das misturas
A partir dos preços dos materiais apresentados na tabela 13, foi calculado um
indicativo de custo de cada mistura confeccionada neste trabalho, conforme se pode
visualizar no gráfico 14.
Nesses custos só estão inclusos os preços dos materiais utilizados neste
trabalho. Não foram considerados os custos com formas, produção e montagem das
placas.
Apesar de contemplar apenas um componente, é possível verificar que o
preço do quilo das misturas com silicone e Glenium (P e T
2
) são baixos se
comparados com o custo das misturas com Imperwall e Masterfix (G
5
, G
8
, H
5
e I
5
).
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
110
A-B-C-M
G5
G8
H5
I5
P
T2
D-L
N-O
R$ -
R$ 0,50
R$ 1,00
R$ 1,50
R$ 2,00
R$ 2,50
R$ 3,00
R$ 3,50
R$ 4,00
R$ 4,50
R$ 5,00
Traços
Custo (R$/ kg)
Gráfico 14: Indicativo de custo de cada mistura estudada, para um quilo de gesso.
Assim, em função da sua eficácia para o objetivo presente neste estudo, é
possível aumentar a porcentagem de silicone e Glenium 3200 HES na mistura até
uma quantidade que resulte em um preço competitivo para o mercado, e assim
analisar, por meio de novos ensaios, maiores melhorias nas propriedades do gesso.
5 CONCLUSÕES
111
5 CONCLUSÕES
Com a realização deste trabalho, foi possível aprofundar o conhecimento
sobre o gesso como material de construção, o qual, além do alto potencial de
exploração e produção no Brasil, é um material que requer baixa quantidade de
energia para sua produção, se comparado com outros materiais de construção, e
pode ser reciclado, conforme estudo bibliográfico realizado.
O processo de reciclagem é comum e viável em diversos países, conforme
mostrado na revisão bibliográfica. No Brasil, algumas empresas fabricantes de gesso
acartonado fazem reciclagem dos resíduos e utilizam 5% de matéria-prima reciclada
na produção de novas chapas.
Este estudo, com o intuito de explorar o mercado verde no país, baseou-se na
necessidade de suprir as limitações do gesso para a produção de painéis
modulares, com precaução em termos ecológicos.
Para suprir essas limitações, foram adicionados alguns produtos comerciais
na água de amassamento do gesso, em diferentes dosagens e, através dos ensaios
realizados, foi possível verificar a influência desses aditivos nas propriedades físicas
e mecânicas do produto final.
A realização da MEV possibilitou comprovar os dados obtidos nos ensaios
físicos e mecânicos através da análise da microestrutura das pastas de gesso, com
as características dos grãos cristalinos e sua distribuição, fatores que influenciam na
redução ou aumento da resistência à compressão e na absorção de água.
Conforme citado em Manual... (2001), com maior quantidade de água de
amassamento há uma maior porosidade, menor compacidade, densidade e
resistência do produto. Dessa forma, diminuir a relação a/g se torna um fator
importante para possibilitar melhoria nas propriedades do gesso, rompendo a
barreira para o desenvolvimento de produtos com gesso devido à alta taxa de
absorção de água em produtos de gesso natural que é em torno de 50%, de acordo
com Li, Li, Yu (2006).
A adição dos polímeros aumentou a fluidez das pastas, melhorando assim a
trabalhabilidade, sem precisar aumentar a relação água/gesso, o que acarretaria em
um maior índice de vazios e, conseqüentemente, menor impermeabilidade. A
5 CONCLUSÕES
112
consistência definida neste estudo confere às misturas características de pasta auto-
adensável, propriedade importante para a produção de artefatos.
O aditivo superplastificante à base de policarboxilatos Glenium 3200 HES
apresentou um desempenho maior ao possibilitar a redução da relação a/g para 0,50
no traço T
2
e conseqüente aumento na resistência à compressão e redução na taxa
de absorção de água. Sem esse aditivo, não foi possível moldar corpos-de-prova
nessa relação, devido à baixa fluidez da pasta.
Neste trabalho, a taxa de absorção, após imersão, variou de 7% a 40%. A
menor taxa foi obtida na composição T
2
(7,14%) que possui relação a/g de 0,50,
adição de Glenium 3200 HES e silicone. A adição somente de silicone, mantendo a
relação a/g de 0,70, provocou uma redução na taxa de absorção da água em 80%,
se comparada com o traço branco de análise.
A presença do silicone proporcionou um crescimento lento dos cristais,
favorecendo a formação de grãos cristalinos pequenos, que contribuíram para o
preenchimento dos vazios e, conseqüentemente, redução da porosidade, conforme
visualizado na MEV. Além disso, acredita-se que o silicone encapsulou os grãos
cristalinos, pois os mesmos deixaram de apresentar poros na sua superfície,
conforme visto pela MEV na mistura B.
Placas cimentícias produzidas em cimento reforçado com fios sintéticos têm
uma taxa de absorção máxima de 30% (BRASIPLAC, 2006), blocos cerâmicos para
alvenaria possuem uma taxa de absorção entre 8% e 25% (ABNT NBR 7171, 1992)
e tijolos maciços de solo-cimento, uma taxa máxima de 20% (ABNT NBR 8491,
1984).
Em relação às placas de gesso acartonado, algumas normas de absorção
estrangeiras referem-se a um período de 2 horas de imersão das placas, limitando a
taxa de absorção máxima para as placas resistentes à umidade em 5% (GYPSUM
ASSOCIATION, 2005). O projeto de norma para os blocos de gesso sem função
estrutural tipo H (hidrófugo) também utiliza esse mesmo limite de absorção, sem
especificar sua metodologia de ensaio.
Comparando esses dados com as taxas obtidas neste trabalho, pode-se
verificar que o traço G
5
, com a presença de Imperwall, e o traço I
5
com a presença
de Masterfix, resultaram numa taxa de absorção acima de 30%; enquanto que as
composições G
8
(com adição de Imperwall), T
2
e P têm impermeabilidade
compatível com os materiais de construção tradicionais utilizados para vedação,
5 CONCLUSÕES
113
como as placas cimentícias, os blocos cerâmicos para alvenaria e os tijolos maciços
de solo-cimento. Por outro lado, apresentam-se ligeiramente acima do limite
estabelecido para as placas de gesso acartonado e blocos de gesso resistentes à
umidade.
Mesmo tratando-se de um material alternativo em relação aos tradicionais,
submetidos a ensaios com metodologias diferentes, essa comparação mostra a
potencialidade dos materiais adicionados ao gesso, principalmente do silicone e do
Glenium 3200 HES, indicando bom desempenho para o uso determinado no
objetivo.
Para futuras normatizações para o material desenvolvido neste trabalho,
recomenda-se tomar como base o limite máximo de absorção por imersão de 8%, e,
posteriormente, realizar novos ensaios aumentando a quantidade de silicone
adicionada à pasta, no intuito de restringir aquele valor para 5%.
Em relação à resistência à compressão dos traços, verificou-se que os valores
variaram conforme a idade do corpo-de-prova. Coutinho (2006) cita que ao ar livre e
com umidade relativa média a resistência do gesso pode duplicar entre o 1
o
e o 7
o
dia após o amassamento. Isso foi observado nos traços com silicone e Glenium
3200 HES. Com os presentes dados, pôde-se notar que a resistência à compressão
aumentou até os 7 dias de idade e depois se manteve praticamente constante. Os
valores máximos obtidos de resistência são da ordem de 19 MPa para a mistura com
adição de Glenium e com a relação a/g de 0,50. Para o traço com silicone e relação
a/g de 0,70, a resistência à compressão foi menor que 11MPa. Em relação a outros
traços, tanto os brancos quanto os com Masterfix e Imperwall, a resistência à
compressão variou entre 6 MPa e 11 MPa, sendo que as misturas com relação a/g
de 0,60 apresentaram valores acima de 9 MPa. Com isso, pôde-se verificar que um
dos fatores de maior influência na taxa de resistência à compressão do gesso,
conforme citado por autores como Nolhier (1986 apud ANTUNES, 1999), é a relação
água/gesso, que foi reduzida na composição com adição do Glenium 3200 HES.
A quantidade de água presente na mistura é responsável pela quantidade de
poros presente no material endurecido e pelas características dos seus grãos
cristalinos que se modificam dependendo do processo de hidratação em que estão
inseridos.
A redução na relação água/gesso promoveu um baixo crescimento dos grãos
cristalinos devido a um tempo de hidratação menor, formando microestruturas mais
5 CONCLUSÕES
114
densas e, conseqüentemente, mais resistentes (MURAT et al 1979 apud ANTUNES,
1999), comprovando assim os resultados obtidos durante o ensaio de compressão
na mistura L.
Hincapié & Cincotto (1997) afirmam que quanto menor o tempo de pega, ou
seja, quanto mais rápida for a velocidade de hidratação, são formados cristais bem
definidos, em maior número por unidade de volume, maior resistência mecânica e
menor porosidade; o tempo de pega maior favorece a formação de cristais
espessos, cuja estrutura é mais organizada, com menos defeitos, menor resistência
mecânica e maior porosidade. Além disso, citam que os maiores valores de
resistência à compressão são conseguidos com cristais em forma de agulha e
embricados, de maior comprimento e menor largura.
A presença do Glenium 3200 HES na mistura T
2
permitiu a formação de grãos
cristalinos em forma de agulha, de maior comprimento e embricados uns aos outros,
características não presentes em casos com maior tempo de pega, que é o caso
dessa mistura.
Assim, acredita-se que o Glenium 3200 HES proporcionou uma mudança na
estrutura cristalina do gesso, pois não permitiu a formação de placas que são
conseqüência de uma baixa velocidade de hidratação, o que resultou em uma
estrutura mais resistente devido ao embricamento dos grãos cristalinos e menos
porosa.
Nos ensaios de resistência à compressão para os traços B, L, P e T
2
,
verificou-se que a tensão média mostrou-se maior aos 28 dias do que aos 63 dias.
Essa constatação serve como um alerta para o uso desse material em um processo
industrial, à medida que sua resistência depende muito da forma de moldagem e da
cura do material. Se a mistura, a moldagem, a cura e os ensaios forem realizados
corretamente, obtêm-se o valor previsto. Um erro ou descuido em qualquer uma
dessas fases inevitavelmente provoca redução do valor da resistência. Essa
variabilidade existente justifica maior rigor de controle dos parâmetros influenciáveis
em trabalhos futuros para descartar hipóteses presentes.
O objetivo deste trabalho foi atingido ao confeccionar os artefatos de gesso
com a utilização de garrafas PET que poderiam virar resíduos. A composição de
gesso T
2
foi utilizada na confecção desses painéis, pois conferiu os melhores
resultados em relação à impermeabilidade, resistência à compressão e em relação
ao seu custo, que foi baixo se comparado com as outras misturas confeccionadas.
5 CONCLUSÕES
115
O traço T
2
foi confeccionado com 100% de gesso beta, relação água/gesso de 0,50
e com a adição de 0,60% de silicone e 0,6% de Glenium 3200 HES, em relação à
massa de gesso.
Assim, em função da sua eficácia para o objetivo presente neste estudo e um
potencial futuro para a produção de painéis modulares de gesso, é possível
aumentar a porcentagem de silicone e Glenium 3200 HES na mistura até uma
quantidade que resulte em um preço competitivo para o mercado, e assim analisar,
por meio de novos ensaios, maiores melhorias nas propriedades do gesso.
Por apresentarem potencial para serem empregados ao uso pretendido,
sugere-se, para trabalhos futuros, a confecção de painéis de gesso com as outras
composições que apresentaram também bons resultados em relação à
impermeabilidade e resistência à compressão, de modo a verificar seu desempenho
físico, mecânico e sua durabilidade, assim como artefatos confeccionados com a
mistura T
2
.
Recomenda-se, ainda, para futuras pesquisas, a realização da MEV em
diversas idades do gesso, para acompanhar as fases de crescimento dos cristais e a
forma de ocorrência ou não do embricamento dos grãos cristalinos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 116
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ANEXO A 124
ANEXO A
DETERMINAÇÃO DA MASSA EM RELAÇÃO À IDADE DO CORPO-DE-PROVA
Tabela 1:
Traço “A”- Determinação da massa com a idade ............................ 125
Tabela 2:
Traço “B”- Determinação da massa com a idade ............................ 125
Tabela 3:
Traço “C”- Determinação da massa com a idade ............................ 125
Tabela 4:
Traço “D”- Determinação da massa com a idade ............................ 126
Tabela 5:
Traço “E
1
”- Determinação da massa com a idade ........................... 126
Tabela 6:
Traço “E
4
”- Determinação da massa com a idade ........................... 126
Tabela 7:
Traço “F
1
”- Determinação da massa com a idade ........................... 126
Tabela 8:
Traço “G
5
”- Determinação da massa com a idade .......................... 127
Tabela 9:
Traço “I
5
”- Determinação da massa com a idade ............................ 127
Tabela 10:
Traço “L”- Determinação da massa com a idade ............................. 127
Tabela 11:
Traço “P”- Determinação da massa com a idade ............................ 128
Tabela 12:
Traço “T
2
”- Determinação da massa com a idade ........................... 128
ANEXO A
125
Tabela 1: Traço “A” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 5 7 14 21 28 35
1 19,20 14,07 13,55 14,64 14,67 13,51 13,64
2 20,19 14,19 14,35 15,28 14,91 14,25 14,22
3 18,88 13,76 14,79 14,80 13,48 13,33 13,34
4 19,33 13,59 13,83 14,26 13,80 13,66 13,60
5 19,69 13,82 14,38 15,74 13,87 13,86 13,86
6 19,27 13,55 14,05 14,32 13,65 13,58 13,59
MÉDIA 19,43 13,83 14,16 14,84 14,06 13,70 13,71
Tabela 2: Traço “B” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 5 7 14 21 28 35
1 18,90 18,44 18,36 16,54 13,74 13,71 13,72
2 18,77 17,73 17,50 17,61 14,05 13,50 13,50
3 18,72 18,02 17,10 16,86 13,65 13,40 13,39
4 18,81 18,10 17,92 18,13 14,58 13,50 13,51
5 18,38 17,86 17,61 16,30 13,51 13,12 13,12
MÉDIA 18,72 18,03 17,70 17,09 13,91 13,45 13,45
Tabela 3: Traço “C” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 5 7 14 21 28 35
1 18,92 18,35 18,16 16,13 13,40 13,22 13,21
2 18,83 18,34 18,33 16,35 13,04 13,03 13,02
3 18,84 18,11 17,67 16,67 13,51 13,15 13,15
4 19,20 18,58 18,63 17,29 13,99 13,20 13,19
5 18,77 18,25 18,15 15,82 13,46 13,10 13,10
6 19,12 18,30 18,25 17,49 13,44 13,12 13,13
MÉDIA 18,95 18,32 18,20 16,63 13,47 13,14 13,13
ANEXO A
126
Tabela 4: Traço “D” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 5 7 14 21 28 35
1 19,22 18,35 18,56 16,96 14,57 13,40 13,40
2 19,10 18,68 18,44 18,15 13,83 13,47 13,46
3 19,17 18,32 18,28 18,20 14,54 13,48 13,49
4 19,69 19,01 19,02 18,63 15,36 13,80 13,78
5 19,30 18,48 18,29 17,33 14,37 13,46 13,47
MÉDIA 19,30 18,57 18,52 17,85 14,53 13,52 13,52
Tabela 5: Traço “E
1
” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 5 7 14 21 28 35
1 18,79 17,81 16,22 13,74 13,50 13,48 13,49
2 18,94 15,97 15,85 13,80 13,60 13,60 13,60
3 18,72 17,66 15,63 13,63 13,50 13,51 13,51
MÉDIA 18,82 17,15 15,90 13,72 13,53 13,53 13,53
Tabela 6: Traço “E
4
” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 5 7 14 21 28 35
1 19,29 18,33 16,34 14,27 13,96 13,97 13,95
2 19,46 17,35 16,82 14,32 14,05 14,08 14,11
3 19,51 17,52 15,86 14,38 14,20 14,22 14,17
MÉDIA 19,42 17,73 16,34 14,32 14,07 14,09 14,08
Tabela 7: Traço “F
1
” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 5 7 14 21 28 35
1 19,29 15,40 13,63 13,63 13,65 13,65 13,65
2 18,99 15,20 13,48 13,43 13,44 13,44 13,42
3 18,86 15,49 13,28 13,31 13,32 13,34 13,29
4 19,06 15,27 13,30 13,30 13,29 13,28 13,28
5 18,99 15,35 13,32 13,31 13,31 13,30 13,28
6 19,43 15,20 13,58 13,59 13,59 13,57 13,56
MÉDIA 19,10 15,32 15,32 13,43 13,43 13,43 13,41
ANEXO A
127
Tabela 8: Traço “G
5
” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 7 14 21 28 35
1 20,01 15,84 15,95 15,90 15,86 15,86
2 19,69 15,61 15,65 15,55 15,84 15,84
3 20,11 15,81 16,00 15,83 15,81 15,81
4 20,74 16,05 16,12 16,02 15,99 15,99
5 20,36 15,76 15,65 15,62 15,58 15,58
6 20,10 15,55 15,55 15,46 15,45 15,45
MÉDIA 19,85 15,73 15,80 15,73 15,85 15,76
Tabela 9: Traço “I
5
” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 5 7 14 21 28
1 20,66 16,57 15,80 15,79 15,80 15,76
2 20,31 16,64 15,49 15,47 15,47 15,45
3 19,96 15,55 15,45 15,42 15,42 15,43
4 19,99 15,80 15,20 15,16 15,18 15,13
5 19,81 15,77 15,31 15,31 15,31 15,31
6 20,30 16,81 15,68 15,74 15,70 15,75
MÉDIA 20,17 16,19 15,49 15,48 15,48 15,47
Tabela 10: Traço “L” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 7 14 21
28
35
1 19,74 16,35 14,50 14,64 14,52 14,51
2 20,10 17,77 14,53 14,54 14,54 14,52
3 19,96 16,55 14,49 14,49 14,47 14,48
4 19,84 15,72 14,54 14,59 14,55 14,55
5 19,67 15,71 14,38 14,54 14,40 14,39
19,64 15,61 14,53 14,40 14,49 14,51
MÉDIA 19,83 16,29 14,50 14,53 14,50 14,49
ANEXO A
128
Tabela 11: Traço “P” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 7 14 21 28
1 19,06 16,15 13,59 13,60 13,60
2 17,70 14,85 13,33 13,33 13,35
3 18,94 16,04 13,37 13,37 13,26
4 18,84 15,78 13,35 13,32 13,34
5 18,81 15,91 13,41 13,41 13,42
MÉDIA 18,67 15,75 13,41 13,41 13,39
Tabela 12: Traço “T
2
” – Determinação da massa com a idade.
IDADE (dias) / MASSA (gramas)
CP's
0 7 14 21 28
1 20,93 18,63 16,73 16,71 16,72
2 20,87 18,54 16,63 16,61 16,58
3 21,17 19,98 16,82 16,81 16,81
4 20,92 18,62 16,55 16,54 16,54
5 20,87 18,47 16,60 16,59 16,59
MÉDIA 20,95 18,85 16,67 16,65 16,65
ANEXO B 129
ANEXO B
ENSAIO DE ABSORÇÃO POR IMERSÃO
Tabela 1:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço B ........ 130
Tabela 2:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço G
5
e
G
8
...........................................................................................................
131
Tabela 3:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço I
5
......... 132
Tabela 4:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço L......... 133
Tabela 5:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço P......... 134
Tabela 6:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço T
2
........ 135
ANEXO B
130
Tabela 1: Massas e índices obtidos durante ensaio de
absorção no traço B.
Índices / CP’s 1B
2B
3B
m
1
(g) 222,23 222,93 220,02
m
2
(g) 42,89 41,24 44,40
m
3-1
(g) 221,82 222,57 219,69
m
3-2
(g) 221,69 222,50 219,58
m
3-3
(g) 221,58 222,39 219,52
m
S
(g) 221,70 222,50 219,63
m
sat-1
(g) 308,01 304,86 304,07
m
sat-2
(g) 304,86 301,98 301,02
m
sat-3
(g) 304,24 301,19 300,18
m
i-1
(g) 103,56 103,02 102,54
m
i-2
(g) 103,20 102,86 101,79
m
i-3
(g) 103,68 103,17 101,95
M
sat_fer
(g) 305,48 301,71 303,20
M
i_ferv
(g) 114,16 113,02 113,43
Ab
sat
(%) 37,23 35,37 36,68
Ab
ferv
(%) 37,79 35,60 38,05
I
sat
(%) 41,15 39,74 40,63
I
ferv
(%) 43,79 41,98 44,04
γ
o
(g/cm³) 1,10 1,12 1,09
γ
sat
(g/cm³) 1,51 1,52 1,49
γ
ferv
(g/cm³) 1,51 1,52 1,1
γ
real
(g/cm³) 1,88 1,86 1,87
ANEXO B
131
Tabela 2: Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço G
5
e G
8
.
Índices / CP’s 1G
5
2G
5
3G
5
4G
5
5G
5
1G
8
2G
8
m
1
(g) 234,79 234,99 243,93 246,11 242,93 274,39 279,03
m
2
(g) 42,65 36,74 37,21 41,57 37,57 77,20 77,65
m
3-1
(g) 234,25 234,19 243,00 245,33 242,23 272,34 277,26
m
3-2
(g) 234,13 234,08 242,87 245,19 242,12 272,05 277,01
m
3-3
(g) 234,07 234,04 242,79 245,13 242,07 271,91 276,87
m
S
(g) 234,15 234,11 242,89 245,21 242,14 272,25 277,23
m
sat-1
(g) 312,80 312,88 323,52 325,75 323,08 333,44 340,72
m
sat-2
(g) 312,94 312,96 323,47 326,07 323,19 333,45 340,80
m
sat-3
(g) 313,24 313,62 324,19 326,57 323,73 333,52 241,00
m
i-1
(g) 114,48 113,81 116,76 120,75 116,93 133,86 136,61
m
i-2
(g) 114,63 113,97 117,03 121,21 117,15 134,20 136,60
m
i-3
(g) 115,07 114,93 118,02 122,00 117,86 134,37 136,80
M
sat_fer
(g) 323,01 323,04 336,19 335,38 333,57 344,70 351,47
M
i_ferv
(g) 126,09 125,73 131,11 132,38 129,91 145,50 147,96
Ab
sat
(%) 33,78 33,96 33,47 33,18 33,70 22,51 23,00
Ab
ferv
(%) 37,95 37,99 38,41 36,77 37,76 26,61 26,78
I
sat
(%) 39,91 40,02 39,43 39,77 39,63 30,77 31,23
I
ferv
(%) 45,12 45,07 45,49 44,42 44,89 36,37 36,48
γ
o
(g/cm³) 1,13 1,12 1,11 1,15 1,12 1,29 1,29
γ
sat
(g/cm³) 1,51 1,51 1,49 1,53 1,50 1,59 1,59
γ
ferv
(g/cm³) 1,55 1,55 1,54 1,57 1,55 1,64 1,64
γ
real
(g/cm³) 1,97 1,96 1,95 1,99 1,95 1,97 1,97
ANEXO B
132
Tabela 3: Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço I
5
.
Índices / CP’s 1I
5
2I
5
3I
5
4I
5
5I
5
m
1
(g) 251,15 252,41 242,92 252,32 250,56
m
2
(g) 47,53 47,30 45,64 47,52 47,28
m
3-1
(g) 250,72 251,96 242,41 251,74 250,06
m
3-2
(g) 250,61 251,85 242,32 251,67 249,96
m
3-3
(g) 250,58 251,81 242,29 251,62 249,93
m
S
(g) 250,68 251,91 242,37 251,72 250,01
m
sat-1
(g) 327,72 330,77 316,99 327,80 324,71
m
sat-2
(g) 327,53 330,70 316,98 327,80 324,62
m
sat-3
(g) 328,47 331,62 317,63 328,24 325,25
m
i-1
(g) 122,62 125,30 119,31 122,80 120,96
m
i-2
(g) 122,95 125,64 119,52 123,06 121,25
m
i-3
(g) 123,87 126,79 120,65 123,81 121,90
M
sat_fer
(g) 336,22 337,34 324,81 337,34 335,68
M
i_ferv
(g) 134,16 134,71 129,66 134,77 133,96
Ab
sat
(%) 31,03 31,64 31,05 30,40 30,09
Ab
ferv
(%) 34,12 33,91 34,01 34,01 34,27
I
sat
(%) 38,02 38,92 38,21 37,43 37,00
I
ferv
(%) 42,33 42,16 42,24 42,27 42,47
γ
o
(g/cm³) 1,18 1,20 1,19 1,18 1,17
γ
sat
(g/cm³) 1,55 1,58 1,56 1,54 1,52
γ
ferv
(g/cm³) 1,58 1,60 1,59 1,58 1,57
γ
real
(g/cm³) 1,98 2,01 1,99 1,97 1,95
ANEXO B
133
Tabela 4: Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço L.
Índices / CP’s 1L
2L 3L 4L
5L
6L
m
1
(g) 236,86 236,22 237,42 236,67 237,86 234,15
m
2
(g) 42,77 47,05 41,37 44,15 42,24 42,88
m
3-1
(g) 236,53 235,92 237,03 236,38 237,54 233,86
m
3-2
(g) 236,43 235,82 236,97 236,29 237,47 233,76
m
3-3
(g) 236,37 235,78 236,91 236,26 237,41 233,71
m
S
(g) 236,59 235,96 237,12 236,46 237,63 233,89
m
sat-1
(g) 315,88 314,88 314,46 314,60 315,35 317,34
m
sat-2
(g) 315,86 314,89 314,60 314,64 315,40 317,43
m
sat-3
(g) 316,23 315,27 315,04 315,17 315,94 317,79
m
i-1
(g) 113,81 113,39 112,66 113,23 113,42 113,81
m
i-2
(g) 114,44 114,19 113,21 113,89 113,83 114,61
m
i-3
(g) 114,79 114,80 113,62 114,41 114,64 114,70
M
sat_fer
(g) 311,37 312,32 312,52 318,33 315,47 322,06
M
i_ferv
(g) 116,69 119,05 113,90 121,42 116,74 122,10
Ab
sat
(%) 33,66 33,61 32,86 33,29 32,95 35,87
Ab
ferv
(%) 31,61 32,36 31,80 34,62 32,76 37,70
I
sat
(%) 39,54 39,56 38,69 39,21 38,90 41,31
I
ferv
(%) 38,41 39,51 37,96 41,58 39,17 44,09
γ
o
(g/cm³) 1,20 1,19 1,19 1,16 1,18 1,13
γ
sat
(g/cm³) 1,61 1,60 1,58 1,55 1,57 1,53
γ
ferv
(g/cm³) 1,58 1,58 1,57 1,56 1,57 1,55
γ
real
(g/cm³) 1,94 1,95 1,92 1,94 1,93 1,96
ANEXO B
134
Tabela 5: Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço P.
Índices / CP’s 1P 2P 3P
m
1
(g) 215,21 210,48 219,52
m
2
(g) 32,28 31,57 32,93
m
3-1
(g) 214,62 209,90 218,92
m
3-2
(g) 214,46 209,78 218,70
m
3-3
(g) 214,35 209,66 218,58
m
S
(g) 214,55 209,86 218,79
m
sat-1
(g) 232,53 229,86 242,12
m
sat-2
(g) 238,89 232,90 244,03
m
sat-3
(g) 238,31 232,27 230,15
m
i-1
(g) 35,66 33,87 38,33
m
i-2
(g) 42,60 37,55 40,52
m
i-3
(g) 43,15 37,87 41,18
M
sat_fer
(g) 289,39 286,66 298,29
M
i_ferv
(g) 106,91 107,22 103,70
Ab
sat
(%) 11,07 10,68 5,19
Ab
ferv
(%) 34,88 36,60 36,34
I
sat
(%) 12,17 11,53 6,01
I
ferv
(%) 41,01 42,80 40,86
γ
o
(g/cm³) 0,87 0,84 0,85
γ
sat
(g/cm³) 0,97 0,93 0,90
γ
ferv
(g/cm³) 1,18 1,15 1,16
γ
real
(g/cm³) 1,25 1,22 1,23
ANEXO B
135
Tabela 6: Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço T
2
.
Índices / CP’s
1T
2
2T
2
3T
2
m
1
(g) 270,60 268,24 274,32
m
2
(g) 65,90 63,47 70,96
m
3-1
(g) 269,73 267,32 273,35
m
3-2
(g) 269,23 267,20 273,23
m
3-3
(g) 269,10 267,08 273,15
m
S
(g) 269,73 267,30 273,32
m
sat-1
(g) 287,78 284,68 289,77
m
sat-2
(g) 290,18 287,35 292,27
m
sat-3
(g) 289,70 286,89 291,57
m
i-1
(g) 83,49 82,62 82,85
m
i-2
(g) 86,80 85,82 86,58
m
i-3
(g) 87,19 86,36 86,35
M
sat_fer
(g) 338,51 335,59 341,45
M
i_ferv
(g) 139,28 138,02 140,02
Ab
sat
(%) 7,40 7,33 6,68
Ab
ferv
(%) 25,50 25,55 24,93
I
sat
(%) 9,86 9,77 8,89
I
ferv
(%) 34,52 34,56 33,82
γ
o
(g/cm³) 1,07 1,07 1,07
γ
sat
(g/cm³) 1,15 1,15 1,14
γ
ferv
(g/cm³) 1,35 1,35 1,34
γ
real
(g/cm³) 1,48 1,48 1,46
ANEXO B
136
Onde:
m
1
– massa natural ao ar, em gramas;
m
2
– massa natural imersa, em gramas;
m
3-1
– massa seca em estufa após permanência de 24 horas, em gramas;
m
3-2
– massa seca em estufa após permanência de 48 horas, em gramas;
m
3-3
– massa seca em estufa após permanência de 72 horas, em gramas;
m
s
– massa seca no dessecador a temperatura de 23 +/- 2
o
C, em gramas;
m
sat-1
– massa saturada com superfície seca após 24 horas de imersão, em gramas;
m
sat-2
– massa saturada com superfície seca após 48 horas de imersão, em gramas;
m
sat-3
– massa saturada com superfície seca após 72 horas de imersão, em gramas;
m
i-1
– massa da amostra imersa em água após 24 horas de imersão, em gramas;
m
i-2
– massa da amostra imersa em água após 48 horas de imersão, em gramas;
m
i-3
– massa da amostra imersa em água após 72 horas de imersão, em gramas;
M
sat_fer
– massa saturada com superfície seca após fervura, em gramas;
M
i_ferv
– massa da amostra imersa em água após saturação e fervura, em gramas.
Ab
sat
= taxa de absorção de água após imersão (%);
Ab
ferv
= taxa de absorção de água após imersão e fervura (%);
I
sat
= Índice de vazios após saturação em água (%);
I
ferv
= Índice de vazios após saturação e fervura (%);
γ
o
= A massa específica da amostra seca (g/cm³);
γ
sat
= massa específica da amostra após saturação (g/cm³);
γ
ferv
= massa específica após saturação e fervura (g/cm³);
γ
real
=massa específica real (g/cm³).
ANEXO 137
ANEXO C
ENSAIO DE ABSORÇÃO POR CAPILARIDADE
Tabela 1:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção por
capilaridade no traço B........................................................................
138
Tabela 2:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção por
capilaridade no traço G
5
......................................................................
139
Tabela 3:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção por
capilaridade no traço I
5
........................................................................
140
Tabela 4:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção por
capilaridade no traço L.........................................................................
141
Tabela 5:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção por
capilaridade no traço P........................................................................
142
Tabela 6:
Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção por
capilaridade no traço T
2
.......................................................................
143
ANEXO C
138
Tabela 1: Massas e índices obtidos durante ensaio de
absorção por capilaridade no traço B.
Índices / CP’s 1B
2B
3B
m
1
(g) 222.26 216.93 220.59
m
2-1
(g) 221.91 216.59 220.26
m
2-2
(g) 221.80 216.49 220.16
B (g) 222.08 216.77 220.41
A
3h
(g) 310.68 304.14 308.78
A
6h
(g) 310.74 304.24 309.00
A
24h
(g) 311.36 304.87 309.71
A
48h
(g) 312.18 305.82 310.66
A
72h
(g) 312.96 306.34 311.52
C
3h
(g/cm²) 4.51 4.45 4.50
C
6h
(g/cm²) 4.52 4.46 4.51
C
24h
(g/cm²) 4.55 4.49 4.55
C
48h
(g/cm²) 4.59 4.54 4.60
C
72h
(g/cm²) 4.63 4.56 4.64
ANEXO C
139
Tabela 2: Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção por capilaridade
no traço G
5
.
Índices /
CP’s
1G
5
2G
5
3G
5
4G
5
5G
5
m
1
(g) 241.12 235.51 235.65 245.50 241.78
m
2-1
(g) 240.73 235.10 235.26 245.08 241.39
m
2-2
(g) 240.55 234.93 235.11 244.91 241.22
B (g) 240.68 235.07 235.27 245.10 241.38
A
3h
(g) 274.73 283.45 273.61 319.88 285.26
A
6h
(g) 312.65 308.00 310.32 323.68 318.65
A
24h
(g) 313.27 309.04 311.08 324.34 319.49
A
48h
(g) 313.81 309.67 311.60 324.90 319.95
A
72h
(g) 314.52 310.27 312.10 325.38 320.50
C
3h
(g/cm²) 1.74 2.47 1.95 3.81 2.24
C
6h
(g/cm²) 3.67 3.72 3.82 4.00 3.94
C
24h
(g/cm²) 3.70 3.77 3.86 4.04 3.98
C
48h
(g/cm²) 3.73 3.80 3.89 4.07 4.00
C
72h
(g/cm²) 3.76 3.83 3.91 4.09 4.03
ANEXO C
140
Tabela 3: Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção por capilaridade
no traço I
5
.
Índices / CP’s 1I
5
2I
5
3I
5
4I
5
5I
5
m
1
(g) 238.04 246.89 249.70 237.59 248.05
m
2-1
(g) 237.69 246.54 249.34 237.26 247.70
m
2-2
(g) 237.55 246.41 249.21 237.13 247.55
B (g) 237.70 246.56 249.35 237.27 247.71
A
3h
(g) 271.23 279.07 284.23 279.96 299.02
A
6h
(g) 310.42 321.92 325.75 309.80 322.07
A
24h
(g) 311.47 322.95 326.88 310.63 322.71
A
48h
(g) 312.11 323.55 327.75 311.27 323.15
A
72h
(g) 312.67 324.21 328.07 311.93 323.70
C
3h
(g/cm²) 1.71 1.66 1.78 2.18 2.61
C
6h
(g/cm²) 3.71 3.84 3.89 3.70 3.79
C
24h
(g/cm²) 3.76 3.89 3.95 3.74 3.82
C
48h
(g/cm²) 3.79 3.92 3.99 3.77 3.84
C
72h
(g/cm²) 3.82 3.96 4.01 3.80 3.87
ANEXO C
141
Tabela 4: Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção por capilaridade
no traço L.
Índices / CP’s 1L
2L 3L 4L
5L
m
1
(g) 236.30 236.75 235.56 236.67 234.91
m
2-1
(g) 235.95 236.41 235.21 236.35 234.57
m
2-2
(g) 235.60 236.04 234.91 236.01 234.22
B (g) 235.69 236.11 235.00 236.08 234.30
A
3h
(g) 315.72 316.09 308.18 316.15 314.84
A
6h
(g) 316.75 316.37 315.41 316.52 315.06
A
24h
(g) 317.87 317.45 316.60 317.68 316.03
A
48h
(g) 318.82 318.37 317.53 318.65 316.99
A
72h
(g) 319.45 319.03 318.19 319.24 317.48
C
3h
(g/cm²) 4.08 4.08 3.73 4.08 4.10
C
6h
(g/cm²) 4.13 4.09 4.10 4.10 4.12
C
24h
(g/cm²) 4.19 4.14 4.16 4.16 4.16
C
48h
(g/cm²) 4.24 4.19 4.21 4.21 4.21
C
72h
(g/cm²) 4.27 4.23 4.24 4.24 4.24
ANEXO C
142
Tabela 5: Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção
por capilaridade no traço P.
Índices / CP’s 1P 2P 3P
m
1
(g) 218.57 210.31 217.52
m
2-1
(g) 217.85 209.72 216.77
m
2-2
(g) 217.58 209.48 216.61
B (g) 217.67 209.56 216.69
A
3h
(g) 219.54 211.29 218.79
A
6h
(g) 220.33 211.98 219.64
A
24h
(g) 222.98 214.34 222.53
A
48h
(g) 224.81 215.95 224.40
A
72h
(g) 222.95 217.06 225.54
C
3h
(g/cm²) 0.11 0.10 0.09
C
6h
(g/cm²) 0.15 0.14 0.12
C
24h
(g/cm²) 0.30 0.27 0.24
C
48h
(g/cm²) 0.39 0.36 0.33
C
72h
(g/cm²) 0.45 0.42 0.38
ANEXO C
143
Tabela 6: Massas e índices obtidos durante ensaio de absorção no traço T
2
.
Índices / CP’s
1T
2
2T
2
3T
2
4T
2
5T
2
6T
2
m
1
(g) 271.62 269.07 268.58 263.36 258.70 269.18
m
2-1
(g) 270.97 268.43 267.99 262.75 257.83 268.29
m
2-2
(g) 270.78 268.25 267.84 262.55 257.68 268.13
B (g) 271.26 268.71 268.33 263.02 257.77 268.22
A
3h
(g) 272.21 270.60 269.56 264.13 259.58 270.11
A
6h
(g) 273.36 272.79 271.30 265.36 260.32 270.79
A
24h
(g) 278.63 278.95 277.26 270.15 263.03 273.32
A
48h
(g) 283.09 282.83 281.36 274.22 264.79 274.91
A
72h
(g) 285.70 284.95 283.67 276.65 265.79 275.75
C
3h
(g/cm²) 0.05 0.10 0.06 0.06 0.09 0.10
C
6h
(g/cm²) 0.11 0.21 0.15 0.12 0.13 0.13
C
24h
(g/cm²) 0.38 0.52 0.46 0.36 0.27 0.26
C
48h
(g/cm²) 0.60 0.72 0.66 0.57 0.36 0.34
C
72h
(g/cm²) 0.74 0.83 0.78 0.69 0.41 0.38
ANEXO C
144
Onde:
m
1
– massa natural ao ar, em gramas;
m
2-1
– massa seca em estufa após permanência de 24 horas, em gramas;
m
2-2
– massa seca em estufa após permanência de 48 horas, em gramas;
B – massa seca no dessecador a temperatura de 23 +/- 2
o
C, em gramas;
A
3h
– massa das amostras em contato com a água após 3 horas, em gramas;
A
6h
– massa das amostras em contato com a água após 6 horas, em gramas;
A
24h
– massa das amostras em contato com a água após 24 horas, em gramas;
A
48h
– massa das amostras em contato com a água após 48 horas, em gramas;
A
72h
– massa das amostras em contato com a água após 72 horas, em gramas;
C
3h
= Absorção de água por capilaridade após 3 horas em contato com a água, em
g/cm²;
C
6h
= Absorção de água por capilaridade após 6 horas em contato com a água, em
g/cm²;
C
24h
= Absorção de água por capilaridade após 24 horas em contato com a água, em
g/cm²;
C
48h
= Absorção de água por capilaridade após 48 horas em contato com a água, em
g/cm²;
C
72h
= Absorção de água por capilaridade após 72 horas em contato com a água, em
g/cm².
ANEXO D 145
ANEXO D
RELATÓRIOS DE ENSAIO DE RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO AXIAL
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo