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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
DESCRIÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO ARTERIAL DA VASCULARIZAÇÃO
DA ÁREA DO PÁLEO-PALIO E DAS ARTÉRIAS CEREBELARES DO JAVALI
(SUS SCROFA SCROFA), NO RS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
PATRÍCIA BASTOS DO NASCIMENTO
PORTO ALEGRE
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
DESCRIÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO ARTERIAL DA VASCULARIZAÇÃO
DA ÁREA DO PÁLEO-PALIO E DAS ARTÉRIAS CEREBELARES DO JAVALI
(SUS SCROFA SCROFA), NO RS
PATRÍCIA BASTOS DO NASCIMENTO
PORTO ALEGRE
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS
DESCRIÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO ARTERIAL DA VASCULARIZAÇÃO
DA ÁREA DO PÁLEO-PALIO E DAS ARTÉRIAS CEREBELARES DO JAVALI
(SUS SCROFA SCROFA), NO RS
Autor: Patrícia Bastos do Nascimento
Dissertação apresentada como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre
em Ciências Veterinárias na área de
Morfologia, Cirurgia e Patologia Animal –
Especialidade Anatomia Animal
Orientador: Prof. Dr. Rui Campos
PORTO ALEGRE
2007
4
DESCRIÇÃO E SISTEMATIZAÇÃO ARTERIAL DA VASCULARIZAÇÃO
DA ÁREA DO PÁLEO-PALIO E DAS ARTÉRIAS CEREBELARES DO JAVALI
(SUS SCROFA SCROFA), NO RS
Aprovada em 31 de julho de 2007.
APROVADO POR:
_______________________________________________________
Prof. Dr. Rui Campos
Orientador e Presidente da Comissão
_______________________________________________________
Prof. Dr. Amilton Vallandro Marçal
Membro da Comissão
_______________________________________________________
Prof
ª. Drª. Paulete de Oliveira Vargas Culau
Membro da Comissão
_______________________________________________________
Prof. Dr. João César Dias Oliveira
Membro da Comissão
5
A minha Família,
Fernando pelo seu exemplo
de perseverança e aos meus
filhos
Pedro e Tiago reflexos de
meu amor incondicional pela
vida.
6
AGRADECIMENTOS
A Deus Pai presente em todas as coisas e lugares por onde nos permitimos
percebê-lo nessa Terra, fazendo com que nossa caminhada de aprendizado seja mais
amena.
Ao professor Dr. Rui Campos, meu orientador, pelo seu exemplo de
profissionalismo, competência e sobretudo pela sua compreenção diante de minha
necessidade especial de prolongar o período deste curso.
À Fernando Dornelles dos Santos pelo apoio em todos os momentos desta etapa
compreendendo a necessidade de meu crescimento profissional e aos meus filhos Pedro
e Tiago que incentivam-me simplesmente com seus olhares.
Aos meus Pais Ivon e Gilda e a Sra. Maria de Lourdes, minha segunda mãe,
pelo amor e carinho dedicados sem os quais nada disso seria possível.
Ao professor Dr. João César Oliveira pela permissão e gentileza de conceder-
me os encéfalos de javali por ele estudados e que compuseram grande parte dos
cérebros utilizados também, neste trabalho e sobretudo fundamentais para sua
realização.
Às professoras de anatomia Doutoras Paulete O. V. Culau, Sueli H. Reckziegel,
Jurema Salerno Depedrini e Ana Cristina Pacheco de Araújo pela sincera amizade,
exemplos, troca de experiências e permanente apoio frente ao desafio conjunto de
conciliar a nova maternidade com a continuidade do mestrado.
Aos colegas de Pós-graduação em Anatomia, Rodrigo Azambuja, Lygia,
Amarílis, Francini e Manoel pela amizade, companheirismo, cumplicidade de minhas
dificuldades e conquistas na Anatomia Animal.
7
Ao ex-funcionário do Setor de Anatomia Jorge Corso e aos funcionários da
FAVET-UFRGS, na pessoa do Bibliotecário Ronaldo e da Secretária do Pós-Graduação
Jociane Oliveira da Silva pela disponibilidade e atenção dispensadas durante o período
desta pesquisa.
Aos Médicos Veterinários Edemir Viapiana e Débora Dotti Viapiana,
responsável técnico e proprietários, respectivamente do Frigorífico Viapiana Ltda pelo
apoio demonstrado visando a obtenção de animais para complementação dos encéfalos
necessários para este experimento.
A todos aqueles que de alguma forma colaboraram para realização e sucesso na
conclusão deste trabalho.
8
RESUMO
Utilizou-se 30 encéfalos de javali (Sus scrofa scrofa) , 15 machos e 15 fêmeas, com o
sistema arterial cerebral preenchido com látex 603 e fixado em formaldeído a 20%, com
o objetivo de estudar a vascularização arterial das áreas paleo-paliais e vascularização
cerebelar nessa espécie. A artéria carótida do cérebro originada da rede admirável
epidural rostral emitiu na lateral da hipófise, um ramo rostral e um ramo caudal. O ramo
rostral lançou de uma a três artérias cerebrais médias continuando-se como artéria
cerebral rostral. Essa última emitiu as artérias, estriada, rinal lateral, rinal medial e
interhemisférica rostral ímpar. O ramo caudal da artéria carótida do cérebro originou a
artéria cerebral caudal. O javali sendo um animal macrosmático apresentou áreas páleo-
paliais muito desenvolvidas. Sua extensa área páleo-palial foi nutrida por ramos da
artéria cerebral rostral e seus ramos colaterais: as artérias rinal lateral, rinal medial e
estriada. As artérias cerebrais rostrais e seus ramos colaterais vascularizaram o bulbo
olfatório, o pedúnculo olfatório, os dois terços mais rostrais do trato olfatório lateral, o
trato olfatório medial e todo o trígono e tubérculo olfatório. As artérias cerebrais médias
no interior da fossa lateral do cérebro lançaram ramos centrais superficiais para o páleo-
palio e ramos centrais estriados, além de ramos centrais caudais para a parte mais rostral
do lobo piriforme. A artéria cerebral caudal lançou um ramo central para a parte
caudomedial do lobo piriforme. Os dois terços mais rostrais de uma pequena faixa
medial do lobo piriforme foram vascularizados por ramos originados principalmente
pelo ramo rostral da artéria carótida do cérebro. A artéria cerebelar rostral vascularizou
o colículo caudal, toda a face rostral do cerebelo, indo no vérmis médio do lóbulo
língula até o terço mais dorsal da face caudal, enquanto que nos hemisférios cerebelares
irrigou até os dois terços dorsais da face caudal. A artéria cerebelar caudal com seu
ramo a artéria cerebelar média, além de irrigar o plexo corióide do IV ventrículo,
complementou a vascularização do cerebelo. As áreas páleo-paliais do javali foram
nutridas por ramos das artérias: cerebral rostral, média e caudal, e pelo ramo rostral da
artéria carótida do cérebro, assim como as artérias cerebelares rostral, média e caudal
foram os principais vasos de irrigação cerebelar.
9
ABSTRACT
A total number of 30 brains of wild boar (Sus scrofa scrofa), 15 males and 15 females,
were studied. The arterial system was filled with colored latex 603 and fixed in
formaldehyde at 20%. The aim of this study was to verify the arterial vascularization of
the paleopallia areas and cerebellar vascularization. The brain carotid artery
originated from rostral epidural rete mirabile emitted on the lateral surface of the
hypophysis, a rostral and a caudal branches. The rostral branch gave off one to three
middle cerebral arteries, continuing as rostral cerebral artery. This last artery emitted
the striati, lateral rhinal, internal ethmoidal, medial rhinal and a single rostral inter-
hemispheric arteries. The caudal branch of the brain carotid artery originated the
caudal cerebral artery. The wild boar, being a macrosmatic animal, presented very
developed paleo-paliais areas. Its extensive paleopallium area was supplied by
branches of the rostral cerebral artery and their collateral branches: the lateral rhinal
artery, medial rhinal artery and the striati artery; the rostral cerebral arteries and
their collateral branches vascularized the olfactory bulb, olfactory peduncle, the
medial olfactory tract and all the olfactory trigone and olfactory tubercle. The middle
cerebral arteries inside the lateral cerebral fossa gave off superficial central branches,
to the paleo-pallium and striated central branches, and caudal central branches to the
portions more rostral of the piriform lobe. The caudal cerebral artery gave off a central
branch to the caudomedial portion of the piriform lobe. The 2/3 more rostral of a small
medial region of the piriform lobe were vascularized by branches originated mainly by
the rostral branch of the brain carotid artery. The rostral cerebellar artery vascularized
the caudal coliculli, all the rostral face of the cerebellum, going to the vermis lobe of
the lingula cerebelli until the third more rostral part of the caudal face, meanwhile in
the cerebellar hemispheres supplied until 2/3 of the caudal face. The caudal cerebellar
artery with its branch to the middle cerebellar artery, besides irrigation the choroidal
plexus of the fourth ventricle, its complements the vascularization of the cerebellum.
The paleo-palia areas of the wild boar had been supplied by branches of the arteries:
rostral cerebral, middle cerebral and caudal cerebral, and by the branch of the brain
carotid artery, as well as the rostral, middle and caudal cerebellar arteries were the
main vessels of the cerebellar irrigation.
10
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 – Desenho esquemático da vista ventral do encéfalo de javali
indicando a localização de estruturas ......................................................................
66
FIGURA 2 – Obs. 01 ............................................................................................... 67
FIGURA 3 – Obs. 02 ............................................................................................... 68
FIGURA 4 – Obs. 03 ............................................................................................... 69
FIGURA 5 – Obs. 04 ............................................................................................... 70
FIGURA 6 – Obs. 05 ............................................................................................... 71
FIGURA 7 – Obs. 06 ............................................................................................... 72
FIGURA 8 – Obs. 07 ............................................................................................... 73
FIGURA 9 – Obs. 08 ............................................................................................... 74
FIGURA 10 – Obs. 09 ............................................................................................. 75
FIGURA 11 – Obs. 10 ............................................................................................. 76
FIGURA 12 – Obs. 11 ............................................................................................. 77
FIGURA 13 – Obs. 12 ............................................................................................. 78
FIGURA 14 – Obs. 13 ............................................................................................. 79
FIGURA 15 – Obs. 14 ............................................................................................. 80
FIGURA 16 – Obs. 15 ............................................................................................. 81
FIGURA 17 – Obs. 16 ............................................................................................. 82
FIGURA 18 – Obs. 17 ............................................................................................. 83
FIGURA 19 – Obs. 18 ............................................................................................. 84
FIGURA 20 – Obs. 19 ............................................................................................. 85
FIGURA 21 – Obs. 20 ............................................................................................. 86
FIGURA 22 – Obs. 21 ............................................................................................. 87
FIGURA 23 – Obs. 22 ............................................................................................. 88
FIGURA 24 – Obs. 23 ............................................................................................. 89
FIGURA 25 – Obs. 24 ............................................................................................. 90
FIGURA 26 – Obs. 25 ............................................................................................. 91
FIGURA 27 – Obs. 26 ............................................................................................. 92
FIGURA 28 – Obs. 27 ............................................................................................. 93
FIGURA 29 – Obs. 28 ............................................................................................. 94
FIGURA 30 – Obs. 29 ............................................................................................. 95
11
FIGURA 31 – Obs. 30 ............................................................................................. 96
FIGURA 32 – Desenho esquemático do tronco encefálico com cerebelo em vista
lateral direita (A) e detalhe da base do hemicerebelo direito rebatido em vista
ventral (B) de javali indicando a localização das estruturas ....................................
97
FIGURA 33 – Obs. 01 ............................................................................................. 98
FIGURA 34 – Obs. 02 ............................................................................................. 99
FIGURA 35 – Obs. 03 ............................................................................................. 100
FIGURA 36 – Obs. 04 ............................................................................................. 101
FIGURA 37 – Obs. 05 ............................................................................................. 102
FIGURA 38 – Obs. 06 ............................................................................................. 103
FIGURA 39 – Obs. 07 ............................................................................................. 104
FIGURA 40– Obs. 08 ............................................................................................. 105
FIGURA 41– Obs. 09 ............................................................................................. 106
FIGURA 42– Obs. 10 ............................................................................................. 107
FIGURA 43– Obs. 11 ............................................................................................. 108
FIGURA 44– Obs. 12 ............................................................................................. 109
FIGURA 45– Obs. 13 ............................................................................................. 110
FIGURA 46– Obs. 14 ............................................................................................. 111
FIGURA 47– Obs. 15 ............................................................................................. 112
FIGURA 48– Obs. 16 ............................................................................................. 113
FIGURA 49 – Obs.17 .......................................................................................... 114
FIGURA 50– Obs. 18 ............................................................................................. 115
FIGURA 51– Obs. 19 ............................................................................................. 116
FIGURA 52– Obs. 20 ............................................................................................. 117
FIGURA 53– Obs. 21 ............................................................................................. 118
FIGURA 54 – Obs. 22 ............................................................................................. 119
FIGURA 55– Obs. 23 ............................................................................................. 120
FIGURA 56– Obs. 24 ............................................................................................. 121
FIGURA 57– Obs. 25 ............................................................................................. 122
FIGURA 58– Obs. 26 ............................................................................................. 123
FIGURA 59 – Obs. 27 ............................................................................................ 124
FIGURA 60 – Obs. 28 ............................................................................................. 125
FIGURA 61 – Obs. 29 ............................................................................................. 126
12
FIGURA 62 – Obs. 30 ............................................................................................. 127
FIGURA 63 – Vista ventral das artérias da base do encéfalo do javali (Obs. 26)
sem a hipófise para salientar os vasos principais das fontes de suprimento
sanguíneo para o páleo-palio ...................................................................................
128
FIGURA 64 – Detalhe em vista ventral do encéfalo de javali (Obs. 26) para
salientar os vasos estriados que penetram na substância perfurada rostral e os
ramos superficiais para o páleo-palio desta área.....................................................
129
FIGURA 65– Vista ventral do Rombencéfalo de javali (Obs. 13) mostrando a
origem das artérias cerebelares.................................................................................
130
FIGURA 66 – Vista ventral do Rombencéfalo de javali (Obs. 22) salientando a
assimetria na origem das artérias cerebelares caudais e a duplicidade das artérias
cerebelares médias....................................................................................................
131
FIGURA 67 – Vista lateral direita do Rombencéfalo de javali (Obs. 28)
salientando as artérias cerebelares............................................................................
132
FIGURA 68 – Cerebelo isolado (Obs. 24) em vista caudal (A) e em vista ventral
(B).............................................................................................................................
133
FIGURA 69 – Cerebelo isolado (Obs. 24) em vista rostral (A) e em vista dorsal
(B) ...........................................................................................................................
134
13
SUMÁRIO
1
INTRODUÇÃO........................................................................................... 14
2
REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 16
3
MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................... 41
4
RESULTADOS .......................................................................................... 43
4.1 Artérias Responsáveis pela Vascularização Arterial da Região do
Páleo- Palio (direitas e esquerdas)..............................................................
44
4.2 Artérias Responsáveis pela Vascularização do Cerebelo (direitas e
esquerdas).....................................................................................................
57
5
DISCUSSÃO ................................................................................................ 135
6
CONCLUSÕES ........................................................................................... 146
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 148
14
1 INTRODUÇÃO
A presente pesquisa foi desenvolvida em javali, Sus scrofa scrofa, Suídae, um
animal silvestre, ancestral do porco doméstico, originários do norte da África, sudoeste
da Ásia e parte da Europa, não pertencente à fauna brasileira. No início do século XX,
alguns exemplares foram trazidos da Europa para a Argentina, com o objetivo de serem
soltos em um parque de caça. Neste local, foram feitos algumas experiências, entre elas
o cruzamento com o porco doméstico (javaporco), para aumentar a prolificidade do
javali puro que é baixa. Como resultado, a sua população escapou do controle e tornou-
se uma “praga” agrícola, não só na Argentina como também no Uruguai, onde invadiu
plantações de milho atacando e matando animais domésticos, como cachorros e filhotes
de carneiro. (Nogueira-Filho, 1998).
Existe ainda uma carência de trabalhos sobre a vascularização encefálica dos
animais silvestres e exóticos, esse é o caso do javali. O conhecimento sobre a
vascularização arterial do encéfalo do referido animal, já vem sendo estudado por
alguns autores, como Oliveira e Campos (2004) e Oliveira e Campos (2005) que
fizeram a sistematização da vascularização encefálica desde as redes admiráveis
epidurais rostral e caudal e suas fontes de suprimento sanguíneo em javali, até a
descrição da vascularização da base do cérebro na mesma espécie.
De acordo com as proposições de Tandler (1898) e De Vriese (1905) sobre a
filogenia e a ontogenia do modelo arquitetônico das artérias encefálicas, observa-se
claramente que não apenas o encéfalo encontra-se em processo contínuo de
modificação, como também o arranjo de seus vasos arteriais. Caracterizando a
existência de um paralelismo entre o contínuo processo de evolução do sistema nervoso
central e as constantes modificações na configuração dos vasos responsáveis por sua
irrigação.
Nos animais considerando-se os aspectos filogenéticos, este estudo mostra-se
fascinante, graças aos múltiplos arranjos apresentados pelas artérias formadoras do
círculo arterial cerebral, embora esses diferentes aspectos morfológicos não
representem necessariamente parâmetros evolutivos (De Vriese, 1905).
A sistematização arterial e a descrição das artérias foram realizadas com ênfase
na região páleo-palial do javali, a qual segundo Beccari (1943) descreveu que em um
animal macrosmático, distingue-se rostroventralmente ao pólo frontal do hemisfério,
15
um volumoso bulbo olfatório, o qual é seguido caudalmente de um pedúnculo olfatório
mais ou menos longo, do qual se continua caudalmente num trígono olfatório seguido
de um tubérculo olfatório. Este limita-se caudalmente com uma área plana situada
rostralmente ao trato óptico, o espaço ou área paraolfatória ventral, a fossa lateral do
cérebro. O bulbo e o pedúnculo olfatórios, mais a região mantelar (cortical)
ventrolateral e o tubérculo olfatório, podem ser reunidos em um lobo olfatório rostral.
Dos pedúnculos olfatórios partem caudalmente as vias olfativas que irão se distribuir
no páleo-palio, os trato olfatórios lateral e medial. Caudolateralmente encontra-se o
lobo olfatório caudal ou piriforme, o qual contém a amígdala ou complexo
amigdalóide, conectado ao estriado e do qual aparece como dependência. Esse córtex
do lobo olfatório rostral e do lobo piriforme correspondem ao páleo-palio das classes
inferiores. O páleo-palio que reveste o trígono olfatório, o tubérculo olfatório, a fossa
lateral do cérebro e o lobo piriforme apresenta de quatro a cinco camadas de corpos de
neurônios e é exclusivamente olfativo.
A sistematização da vascularização arterial cerebelar foi o outro enfoque deste
trabalho, identificando e descrevendo as principais artérias responsáveis por esse
componente do metencéfalo, bem como suas origens e sua região de irrigação, em
javali.
Portanto, o presente estudo pretende agregar conhecimento à área de pesquisa
referente à vascularização arterial do encéfalo em javali, como também, tornar-se parte
de uma linha de pesquisa de referência, dentro da anatomia comparada onde trabalhos
anteriormente realizados sistematizaram a irrigação encefálica em animais como o
Gallus gallus (CAMPOS, FERREIRA e MARRONE, 1995), o Didelphis albiventris
(LINDEMANN, RECKZIEGEL e CAMPOS, 2000), a Hydrochoerus hydrochaeris
(RECKZIEGEL, LINDEMANN e CAMPOS, 2001) o Pseudalopex gymnocercus
(DEPEDRINI e CAMPOS, 2003), a Chinchilla lanigera (ARAUJO e CAMPOS,
2005), o Sus scrofa scrofa (OLIVEIRA e CAMPOS, 2004), o Sus scrofa scrofa
(OLIVEIRA e CAMPOS, 2005), o Myocastor coypus (AZAMBUJA, 2006) e o
Pseudalopex gymnocercus (DEPEDRINI, 2006).
Esse trabalho tem como objetivo sistematizar as fontes de vascularização da
área páleo-palial e do cerebelo em javali (Sus scrofa scrofa).
16
2 REVISÃO DE LITERATURA
O presente trabalho instigou a busca pela revisão de literatura desde os trabalhos
clássicos realizados em anatomia até os mais recentes estudos, enfatizando os pontos
principais da pesquisa realizada. Os enfoques foram sobre a vascularização da área do
páleo-palio no javali (Sus scrofa scrofa) e a vascularização do cerebelo, na mesma
espécie.
Tandler (1898) descreve sobre a anatomia comparada e a história do
desenvolvimento dos vasos arteriais da cabeça em mamíferos. Na descrição da artéria
carótida interna, esta é descrita como um vaso primitivo em constante desenvolvimento
em toda a série de mamíferos. Esta oblitera-se em algumas espécies de forma que
apenas um fino cordão fibroso é observado e noutras espécies nem mesmo isto é
visualizado. Bem desenvolvida, a artéria carótida interna é encontrada em
monotremados, marsupiais, edentados, perissodáctilos, pinípedes, insetívoros, macacos
e homem. Ainda persiste assim em carnívoros como o urso e Meles taxus e
medianamente, em Viverra, Canis familiares e Felis domestica; nos roedores é bem
desenvolvida em Pedetes caffer, e Lepus cuniculis; nos quirópteros Pteropus e
Vespertilio, e nos pro-símius Otulicnus e Stenops. Está completamente obliterada, na
maioria dos Artiodactyla, Felis tigris, pardus e Cavia cobaya. O segmento inicial da
artéria carótida encontra-se bem desenvolvido em Rhinolophus, Arctomys, Chiromys e
Lemur e tornam-se rudimentar em seu segmento distal. Pode-se concluir, portanto, que
entre os mamíferos é possível a existência de todas as formas de persistência da artéria
carótida interna, ou seja, de seu desenvolvimento completo até sua total obliteração.
A artéria carótida interna tem sua involução após seu desenvolvimento
embrionário. Nos artiodáctilos sua obliteração ocorre muito tempo após o parto devido
ao poderoso desenvolvimento da bolha timpânica e dos empecilhos mecânicos
resultantes desse desenvolvimento. Exceção na Phoca vitulina que possui uma bolha
bem desenvolvida, mas a artéria carótida interna encontra-se dentro de um canal ósseo,
seguindo em direção rostral.
O círculo arterial cerebral apresenta-se completamente fechado, em todos os
mamíferos examinados, contudo, grandes diferenças são encontradas na formação
arterial assim como em relação as artérias que o compõem.
17
As fontes de suprimento sangüíneo apresentam-se entre dois extremos, ou seja, o
suprimento do círculo realizado apenas pelas artérias vertebrais como em Rhinolophus,
Chiromys e Lemur ou apenas suprido pela artéria carótida interna, ou ainda pela rede
mirabile formada por esta, como por exemplo, em Artiodactyla.
As diferenças encontradas no suprimento sanguíneo do círculo arterial cerebral,
reflete-se em sua constituição. Nas espécies onde o suprimento é realizado pelas artérias
vertebrais, a artéria basilar divide-se em dois ramos de calibres semelhantes, que
seguem rostralmente na base do encéfalo. Estes vão originar lateralmente a artéria
cerebral caudal e bifurcam-se nas artérias cerebrais média e artéria cerebral rostral,
assumindo antes dessa última divisão o rudimento da artéria carótida interna. Assim
ocorre em todos os roedores como também em Chiromys, Lemur, e Rhinoluphus. A
participação das artérias vertebrais e, carótida interna em iguais proporções na formação
do círculo arterial cerebral, encontra-se a artéria cerebral caudal originando-se da artéria
vertebral e a artéria cerebral média e rostral originando-se da segunda, como em Ursus,
Stenops, no macaco e no homem.
A maior participação da artéria carótida interna no suprimento do cérebro,
mesmo que com o auxílio da artéria maxilar, faz com que esta se torne mais importante
e apresente-se dividida em um ramo rostral e outro caudal, exemplo os pinípedes e a
maioria dos carnívoros.
Nos animais onde finalmente as artérias vertebrais desaparecem, a artéria basilar
é formada pelos ramos caudais das artérias carótidas internas, o fluxo sanguíneo tem
sentido caudal e seu calibre diminui no mesmo sentido, como ocorre na maioria dos
Artiodactyla.
No estudo de Tandler (1898) usando embrião de Sus domesticus com cerca de
5cm de comprimento da ponta do focinho à nuca, após a injeção vascular da cabeça,
relata que a artéria carótida comum divide-se na altura da base da língua, após a saída
da artéria tireóidea, formando um ramo ascendente que representa a sua continuação e
um tronco comum que corre mais medial. O primeiro representa a carótida externa e o
último, a origem comum da carótida interna e da occipital. A artéria carótida interna
dirige-se contra a parede medial da bula e ainda extracranialmente, este vaso começa a
ramificar-se numa rede admirável, que terá sua continuação intracraniana.
18
De Vriese (1905) em seu estudo anatômico comparado sobre a ontogênese e
filogênese das artérias do encéfalo, incluindo o Sus domesticus descreve e classifica as
variações encontradas na irrigação encefálica.
Nos artiodáctilos a autora relata a disposição das artérias cerebrais, com pouca
variação de uma espécie para outra. No Bos taurus, Cervus, Elephas, Cervus capreolus,
Cervus tarandus, Capra hircus, Ovis aries, Sus domesticus, Camelus dromedarius,
Dama communis, Portax pictus, etc., as artérias cerebrais do adulto têm sua origem em
uma rede mirabile (rede admirável) formada por muitas outras artérias. Quanto a artéria
carótida interna ela encontra-se bem desenvolvida no embrião, dando origem a ramos
cerebrais emitidos mais tarde pela rede admirável. A artéria carótida atrofia no curso do
desenvolvimento, durante a vida intra e extra-uterina, não persistindo no adulto se não
como uma arteríola mais ou menos fina, que se perde na rede admirável. Em alguns
exemplos, esta se atrofia completamente restando apenas um fino cordão fibroso.
Na rede admirável originam-se dois ramos: um rostral e outro caudal. O
primeiro mais desenvolvido que o segundo, este forma uma artéria coróidea rostral, uma
artéria cerebral média e uma artéria marginal, a qual fornece dois ramos para o bulbo
olfatório. Sua terminação é a artéria cerebral rostral anastomosada em algumas espécies
com sua homóloga contralateral formando uma comunicante rostral e em outros animais
por uma grande rede vascular de fina malha, fazendo a vez da comunicante rostral,
ainda em outras espécies ela anastomosa-se com sua homóloga para formar uma artéria
mediana ímpar que se bifurca distalmente.
No bovino e em alguns outros animais, a artéria marginal é muito desenvolvida e
ultrapassa ao calibre da artéria cerebral rostral que é muito fina neste caso. O ramo
terminal caudal fornece a artéria cerebral caudal, depois se une àquela do lado oposto
formando a artéria basilar que se afina caudalmente e continua-se pela artéria espinhal
ventral.
São encontrados apenas ramos muitos finos da vertebral que penetram na
cavidade craniana e que perdem-se na artéria basilar. Em Damas communis, Portax
pictus, Sus as artérias vertebrais não atingem a cavidade craniana e não têm nenhuma
relação com a artéria basilar. Existe em Tragulus stanleyanus, onde a carótida do
cérebro persiste no adulto, uma disposição arterial especial, não apresentando rede
admirável. A artéria divide-se em um ramo cranial e outro caudal, os quais comportam-
se como nos outros artiodáctilos. As artérias vertebrais unem-se à artéria basilar.
19
Em seu trabalho a autora, classifica os círculos arteriais cerebrais em três tipos
fundamentais (I, II e III). O tipo I, o suprimento sangüíneo encefálico é feito
exclusivamente pelas artérias carótidas internas, ou seja, o sistema carótico; o tipo II
onde o sistema carótico e o sistema vértebro-basilar participam de forma conjunta na
irrigação cerebral e o tipo III onde o sistema vértebro-basilar participa sozinho da
irrigação encefálica. Apenas o tipo I, que é de interesse nesta pesquisa será descrito.
Em uma série de mamíferos, as artérias carótidas internas intervém quase que,
exclusivamente, na constituição das artérias da base do cérebro. A artéria carótida
interna ou a rede admirável que substitui no adulto, a carótida interna do embrião,
divide-se, após a perfuração da dura-máter, em dois ramos terminais, um rostral e outro
caudal. O ramo cranial emite, entre outros, a artéria cerebral média e termina como
artéria cerebral rostral; o ramo caudal fornece a artéria cerebral caudal, unem-se àquela
do lado oposto para formar a artéria basilar. Na maior parte destes casos, ocorre
anastomose do sistema cerebral carotidiano com o vertebral ao nível da artéria basilar.
Esta resulta do lado cranial da fusão dos ramos caudais das artérias vertebrais, assim a
artéria basilar diminui de calibre em sentido caudal comprovando desta forma que o
sangue vem das artérias carótidas; nestes casos a delgada terminação das artérias
vertebrais une-se na basilar. Em alguns casos, como em alguns artiodáctilos a artéria
vertebral não chega a alcançar a região cefálica. O tipo I é encontrado nos vertebrados
inferiores como também em répteis e aves, monotremas, marsupiais (cangurus),
cetáceos, perissodáctilos e artiodáctilos, em numerosos carnívoros e nos pinípides.
Bourdelle e Bressou (1964), relataram em seu estudo sobre o suíno doméstico:
O lobo límbico é muito desenvolvido no suíno em seus diferentes elementos,
circunvolução do corpo caloso, circunvolução do hipocampo e lobo olfativo, o que
indica uma enorme acuidade a muito conhecida, da olfação nestes animais.
O lobo olfativo possui um lóbulo saliente e volumoso que se projeta para frente
da extremidade frontal do hemisfério sob a forma de uma grossa saliência ovóide presa
por um pedúnculo curto, largo e ligeiramente arqueado, na parte inferior do hemisfério,
ele se prolonga por três raízes. A raiz externa (trato olfatório lateral) forma uma faixa
branca alongada que limita por dentro a circunvolução rinotemporal (lobo piriforme) até
atingir o lobo esfenoidal do hipocampo. A raiz interna (pedúnculo olfatório medial)
mais curta, acinzentada bem menos visível que a externa, desvia-se para dentro para se
ligar a circunvolução do corpo caloso ao nível do cruzamento olfativo (comissura rostral
20
do cérebro e rostro do corpo caloso). A raiz média branca e curta perde-se rapidamente
entre as duas primeiras sob o espaço perfurado anterior (substância perfurada rostral).
A rede admirável rostral do suíno é formada pelas artérias carótidas internas;
muito desenvolvidas e por uma contribuição muito pequena de ramos da artéria maxilar
e oftálmica (externa). Da rede saem a cada lado da hipófise um tronco curto e volumoso
(artéria carótida do cérebro) que se divide rapidamente em dois ramos, um rostral e
outro caudal que por anastomose com seus homólogos contra laterais, formam em torno
da glândula pituitária um círculo arterial cerebral com forma alongada.
As artérias cerebrais rostrais originam-se do ângulo rostral do círculo arterial
cerebral após terem se ligado por uma longa comunicante rostral, na parte inferior
ventral da fissura longitudinal do cérebro.
A artéria cerebral média nasce de cada lado do círculo, ao nível dos ângulos
laterais rostrais, pouco demarcados; elas se projetam transversalmente para fora na
depressão denominada fossa lateral do cérebro em direção a fissura lateral. No antímero
esquerdo, a artéria cerebral média é muito seguidamente dissociada desde sua origem
em dois ramos secundários.
A artéria cerebral caudal se origina do círculo arterial, caudalmente, sem marcar
os ângulos laterais caudais bem evidentes; por um trajeto ligeiramente retrógrado ela se
prolonga para o interior da fissura transversa do cérebro.
Do ângulo caudal do círculo, formado pela convergência de dois ramos emitidos
das artérias cerebrais caudais, os quais representam as verdadeiras comunicantes
caudais, forma-se caudalmente, um tronco basilar que se projeta na face ventral da
medula oblonga e que se continua pela artéria espinhal ventral. Este tronco não
apresenta, normalmente, relação com a artéria occipital.
O tronco basilar emite a cada lado as artérias cerebelares rostrais e caudais muito
notórias e ramificações menores para medula oblonga e ponte.
Gillilan (1974), estudou o suprimento sanguíneo para o cérebro de alguns
artiodáctilos como: suínos, bovinos e ovinos.
Os primeiros ramos da artéria basilar, após sua formação, rostralmente são as
artérias cerebelares rostrais que se originam simetricamente. Elas estendem-se ao redor
do tronco encefálico e distribuem-se nas porções dorsal e rostral do cerebelo.
No suíno, como nos mamíferos inferiores, a artéria cerebelar caudal origina-se
da artéria basilar no bordo caudal da ponte onde ela cruza as fibras das raízes do nervo
21
abducente. Ela continua-se lateralmente para as cercanias dos nervos facial, e
vestibulococlear e então se distribuem para as faces inferior e caudal do cerebelo.
Considerando sua posição e distribuição, estes vasos são comparáveis com a artéria
cerebelar inferior dos mamíferos superiores e primatas.
Nanda (1981), descreveu o suprimento sangüíneo do cérebro suíno desde a
artéria carótida interna até a artéria basilar. A artéria carótida interna deixa o seio
cavernoso ao perfurar a dura-máter. Ela imediatamente emite um ramo caudal, a artéria
comunicante caudal. O principal segmento da artéria carótida interna continua
rostralmente na superfície ventral do trato óptico, onde ela forma uma curvatura para
percorrer numa direção medial. Durante este percurso ela vem a situar-se na superfície
dorsal do quiasma óptico e do nervo óptico. Neste ponto, ela divide-se em dois
conjuntos de ramos, a artéria cerebral média e a artéria cerebral rostral; esta última pode
ser considerada como a continuação da artéria paterna.
A artéria cerebral rostral é a continuação direta da artéria carótida interna. A
artéria corre rostralmente no plano mediano ao longo da superfície ventral do trato
olfatório medial e da fissura longitudinal.
A artéria cerebral rostral, em seu percurso ao longo da superfície ventral do trato
olfatório medial, quase alcança a extremidade caudal do trato olfatório medial do
hemisfério cerebral, por distância muito curta, e une-se à sua homóloga contralateral.
Os ramos centrais são ramos finos emitidos pelos ramos corticais da artéria
cerebral rostral durante seu percurso na superfície ventral do trígono olfatório. Estes
ramos penetram na área acima e suprem as partes rostral e rostromedial do núcleo
caudato, o putamen, o globo pálido e a cápsula interna, e podem ser denominados ramos
centrais (ramos estriados mediais).
A artéria comunicante caudal é o ramo caudal da artéria carótida interna. Ela
estende-se entre a artéria carótida interna e a artéria basilar. Ela emite a artéria caudal do
cérebro rostralmente à origem do nervo oculomotor.
A artéria cerebral caudal é considerada como um dos ramos da artéria
comunicante caudal. A artéria curva-se dorsolateralmente para ascender ao longo do
peduncúlo cerebral, chegando sob a parte caudal do lobo piriforme.
A artéria cerebelar rostral deixa a artéria comunicante caudal próximo à sua
terminação e união com a artéria basilar e corre dorsolateralmente. Ela cruza o
pedúnculo cerebral e alcança o espaço entre o cerebelo e o colículo caudal, onde emite
22
seus ramos terminais. A artéria cerebelar rostral emite alguns ramos perfurantes em seu
percurso; estes ramos suprem a formação reticular, o colículo caudal, o pedúnculo
cerebral, o braço da ponte e o nervo trigêmeo. A artéria termina ao emitir três ramos
terminais: lateral, intermédio e medial; para distribuição nas partes rostral e dorsal do
hemisfério cerebelar e vérmis do cerebelo de seu próprio antímero. Estes ramos
interanastomosam-se uns com os outros e com os ramos da artéria cerebelar caudal;
uma ou duas artérias cerebelares rostrais acessórias podem estar presentes em alguns
casos.
A origem da artéria cerebelar rostral é variável, de tal forma que ela pode surgir
na união das artérias mesencefálicas (ramo caudal da carótida do cérebro) ou
assimetricamente; a artéria direita surge da artéria mesencefálica e a artéria esquerda
surge da união das artérias mesencefálicas. Em muitos poucos casos a artéria cerebelar
rostral pode sair unilateralmente da artéria basilar. Tendo em vista a freqüência e o
padrão de origem, a artéria cerebelar rostral é considerada como um ramo da artéria
mesencefálica. Isto é substanciado pelo fato de que a artéria basilar na região pontina é
de calibre menor do que a artéria cerebelar rostral ou da artéria mesencefálica.
A artéria basilar continua rostralmente até atingir aproximadamente a origem do
nervo abducente onde emite a artéria cerebelar caudal. A artéria cerebelar caudal
transcorre dorsolateralmente e obliquamente. Ela atinge a superfície dorsal da medula
oblonga ao curvar-se medialmente rostral ao nervo glossofaríngeo. Segue em relação
com o hemisfério cerebelar e o plexo corióide do quarto ventrículo e termina ao dividir-
se em três ramos cerebelares: o ramo lateral, o ramo intermédio e o ramo medial.
Durante o percurso da artéria cerebelar caudal, tanto ventrolateral como dorsalmente ao
corpo trapezóide e a medula oblonga, ela envia alguns ramos perfurantes para dentro da
substância das estruturas já citadas. Além do que antecede, ela emite ramos para o plexo
corióide do quarto ventrículo. A artéria cerebelar caudal, durante seu percurso,
anastomosa-se com os ramos colaterais adjacentes. A artéria cerebelar caudal, durante
seu percurso ao longo das raízes nervosas dos nervos facial, e vestibulococlear, emite
um pequeno ramo que transcorre entre as raízes nervosas acima citadas e ascende para
curvar-se na superfície, dorsolateral da ponte, e se distribuir nas partes ventrolaterais do
lóbulo flocular e do lóbulo paraflocular. Anastomosa-se com os ramos da artéria
cerebelar rostral e da artéria cerebelar caudal. Também está unida à ponte rostralmente
ao nervo facial por um ou dois ramos. A artéria acima citada pode ser denominada
artéria cerebelar média.
23
Jablonski, Brudnicki e Wiland (1989) estudaram as artérias da base do cérebro
em javali (Sus scrofa, Linnaeus, 1758). Suas observações foram feitas em 34 cérebros
de javalis, de idade e sexo variados. As artérias cerebrais foram preenchidas com látex
através das artérias carótidas comuns. As cabeças foram fixadas em formalina a 5% e
descalcificadas em ácido clorídrico.
Seus resultados relatam que o aporte sangüíneo para o cérebro do javali, como
em outras espécies de mamíferos, é feito pelas artérias carótida interna e vertebral. A
artéria carótida interna nesta espécie é formada da rete mirabile epidural rostral, e
depois de perfurar a duramáter ela alcança a base do cérebro, imediatamente atrás da
borda posterior do nervo ótico. A artéria carótida interna divide-se na artéria
comunicante caudal que se projeta para trás, e na artéria cerebral rostral, que forma um
arco pequeno passando através da face ventricular do nervo ótico para sua superfície
dorsal.
A artéria cerebral rostral avança sobre a face da estria olfatória medial emitindo
ramos, a artéria cerebral média. Antes de alcançar a borda posterior do bulbo olfatório a
artéria cerebral rostral divide-se na artéria do corpo caloso e na artéria etmoidal interna.
A artéria do corpo caloso curva-se dorsalmente e penetra na fissura longitudinal
ventralmente onde se anastomosa com a artéria contralateral do mesmo nome para
formar um vaso único, o tronco comum da artéria do corpo caloso, fechando o círculo
arterial cerebral, em sua parte rostral. A artéria etmoidal interna corre ao longo da borda
medial do bulbo olfatório para a lâmina cribiforme.
A artéria comunicante caudal projeta-se em um arco e alcança, junto com a
artéria contralateral do mesmo nome, à artéria basilar. As artérias cerebrais caudais
originam-se da artéria comunicante caudal na altura do lobo piriforme. Estas artérias
foram descritas como artérias cerebrais caudais anterior; média e posterior. Dos vasos
acima mencionados as artérias cerebrais caudais são os mais calibrosos.
A artéria vertebral após perfurar a dura percorre a superfície ventral da medula
oblonga, onde ela se une à artéria vertebral contralateral. Estas artérias unem-se à artéria
espinhal. A artéria basilar é formada por estas três artérias e ela corre cefalicamente ao
longo da medula e ponte. Após ultrapassar a borda rostral da ponte ela une-se às artérias
comunicantes caudais. As artérias cerebelares caudais são os ramos originados da artéria
basilar entre a ponte e a medula. As artérias labirínticas são ramos das artérias
24
cerebelares caudais. Após passar a borda rostral da ponte a artéria basilar emite as
artérias cerebelares rostrais.
As artérias da base mostraram algumas variações no local de origem bem como
em seu curso.
A artéria cerebral média foi uma artéria única em um antímero e dupla no outro
em 20,7% dos animais. As artérias cerebrais médias foram duplas na maioria dos casos
em ambos os antímeros. Nos 25,2% dos animais restantes, três ramos foram
encontrados em um antímero e dois no contralateral.
As artérias cerebrais caudais variaram também em seu local de origem. Em
61,8% dos cérebros, elas foram emitidas como dois ramos da artéria comunicante
caudal. O primeiro, muito mais calibroso, era a artéria cerebral caudal anterior. Um vaso
muito mais estreito originando-se a seguir, como um tronco comum dividia-se nas
artérias cerebrais (caudais) média e posterior. Nos restantes 38,2% dos animais as três
artérias cerebrais caudais foram originadas separadamente de cada artéria comunicante
caudal.
As artérias cerebelares caudais originaram-se da artéria basilar simetricamente
em 44,1% dos casos. Em outros 50%, elas originaram-se em vários níveis, em pequenos
intervalos, ou o local de origem de uma artéria foi deslocado cefalicamente. Nestes
casos a artéria cerebelar caudal originou-se sobre a ponte, indo em direção ao nervo
abducente. Em dois animais a artéria cerebelar caudal esquerda surgiu na forma de dois
ramos que se fundiram na superfície ventral da medula. As artérias vertebrais
fusionaram-se com a artéria espinhal ventral formando ilhas de vasos de tamanho
variado. Neste local em 11,7% dos casos uma rede de vasos mais ou menos complexa
estava presente.
Brenowitz e Yonas (1990), relataram sobre o suprimento arterial para região da
substância perfurada em cães e obtiveram modelos de derrame mediante oclusões
seletivas em 25 cães dentre 42 estudados.
O suprimento arterial descrito da substância perfurada rostral, assim como, parte
da base do prosencéfalo, é originada das artérias cerebrais média e rostral. A
contribuição da artéria cerebral rostral foi similar à artéria recorrente de Heubner em
humanos, mas no cão ela provém em grande parte do número total das perfurantes para
o putamén e globo pálido. Geralmente uma ou duas artérias originaram-se da artéria
25
cerebral rostral para o quiasma óptico e corriam lateralmente ao longo da artéria
cerebral média, elas curvavam rostralmente e se aproximavam da substância perfurada
rostral onde elas davam origem aos vasos perfurantes. Quase todos animais (98%)
tinham a artéria cerebral rostral como fontes dos vasos perfurantes.
A artéria cerebral média foi a segunda maior fonte dos perfurantes para a
substância perfurada rostral. Ela estendia-se a vários milímetros lateralmente da
bifurcação da artéria carótida interna antes de dividir-se em um ou mais ramos maiores.
Esses ramos estendiam-se rostralmente e lateralmente da artéria cerebral média antes de
se ramificar de novo e perfurar então a substância cerebral. Os perfurantes da artéria
cerebral média originaram-se proximal à maior bifurcação da artéria cerebral média em
cães em 42% dos espécimes, distal a isto em 33%, e em ambos os casos em 17%. Em
apenas 8% dos espécimes todos os vasos perfurantes foram originados exclusivamente
da porção proximal da artéria cerebral média. Comparando-se a contribuição da artéria
cerebral rostral e artéria cerebral média, concluiu-se que a segunda foi dominante em
apenas 21% dos espécimes examinados.
A oclusão das artérias que entram na substância perfurada rostral produziu
enfartes na base do prosencéfalo em todos os animais estudados. O alto grau de
reprodutibilidade comparada com outros meios de indução focal de isquemia está no
resultado da organização anatômica das artérias em cães e no método de oclusão. Nos
humanos e outros primatas, as artérias estriadas suprem a base do prosencéfalo em
locais específicos pelos ramos perfurantes da artéria cerebral rostral e artéria cerebral
média. Os ramos laterais da artéria cerebral média, chamadas artérias estriadas laterais,
originaram-se e cursaram lateral ao ramo da artéria cerebral rostral e medial à artéria
cerebral média, as quais no curso formam as artérias estriadas mediais. As artérias
estriadas laterais supriam de sangue as estruturas ganglionares ventrolaterais em vez das
artérias estriadas mediais. Nos cães, artérias que penetravam numa região específica da
substância perfurada rostral também supriam todas as outras estruturas profundas do
prosencéfalo, ao contrário do ocorrido em primatas. Em cães, existe uma tendência clara
de dominância das fontes da artéria cerebral média, contudo na maioria dos animais,
incluindo primatas, ambas as fontes, artéria cerebral rostral e artéria cerebral média
estão presentes. Em situação diferente nos primatas, os dois grupos de artérias
perfurantes sobrepõem-se logo que elas, alcançam a substância perfurada rostral e
freqüentemente estão interconectadas pelas anastomoses leptomeníngeas. Baseado,
nessa sobreposição, parece desaconselhável transferir os termos artérias estriadas
26
laterais e mediais para a vascularização do cão. É mais aconselhável chamar as artérias
perfurantes; coletivamente, de artérias estriadas.
Esses achados sugerem que a oclusão da artéria cerebral rostral ou de alguns de
seus ramos, constitui apenas a remoção parcial do suprimento arterial para a região.
As características dos modelos de derrame descritas aqui são que ocluindo os
vasos estriados causavam oclusão de todas as fontes corticais de suprimento sanguíneos
arteriais perfurantes. Esse procedimento produzia lesões altamente consistentes em
tamanho e local. Em quase todos os animais, a parte rostral da cápsula interna e porções
do encéfalo do núcleo caudado estavam enfartados; incluindo o putamén e comissura
anterior. Esses enfartes anatomicamente parecem com os produzidos pela oclusão da
artéria estriada lateral em primatas, embora os danos para o putamén e globo pálido
fossem mais extensos nessa espécie.
A oclusão unilateral da artéria estriada geralmente resultou em déficits
neurológicos limitados, primariamente na função locomotora. Não houve relação
aparente entre o volume de tecido enfartado e o grau de diminuição da capacidade
neurológica.
Machado (1993) em sua descrição da vascularização arterial do encéfalo
humano afirma que esse é irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais,
originadas no pescoço. Na base do crânio estas artérias formam um polígono
anastomótico, o polígono de Willis, de onde saem as principais artérias para a
vascularização cerebral. Ramo de bifurcação da carótida comum, a artéria carótida
interna, após um trajeto mais ou menos longo no pescoço, penetra na cavidade craniana
pelo canal carotídeo do osso temporal, atravessa o seio cavernoso, no interior do qual
descreve em um plano vertical uma dupla curva, formando um S (sifão carotídeo).
Perfura a dura-máter e a aracnóide e, no início do sulco lateral, próximo à substância
perfurada anterior, divide-se em seus dois ramos terminais: as artérias cerebrais média e
anterior.
O círculo arterial do cérebro ou polígono de Willis é formado pelas porções
proximais das artérias cerebrais anterior, média e posterior, pela artéria comunicante
anterior e pelas artérias comunicantes posteriores direita e esquerda. A artéria
comunicante anterior é pequena e anastomosa as duas artérias cerebrais anteriores
adiante do quiasma óptico. As artérias comunicantes posteriores unem de cada lado as
artérias carótidas internas com as cerebrais posteriores correspondentes. Deste modo
27
elas anastomosam o sistema carotídeo interno ao sistema vertebral. Entretanto, esta
anastomose é apenas potencial, pois em condições normais, não há passagem
significativa de sangue do sistema vertebral para o carotídeo interno ou vice-versa. As
artérias cerebrais anterior, média e posterior dão ramos corticais e ramos centrais. Os
ramos corticais destinam-se à vascularização do córtex e substância branca subjacente.
Os ramos centrais emergem do círculo arterial do cérebro, ou seja, da porção proximal
de cada umas das artérias cerebrais e das artérias comunicantes. Eles penetram
perpendicularmente na base do cérebro e vascularizam o diencéfalo, os núcleos da base
e a cápsula interna. Quando se retira a pia-máter, permanecem os orifícios de penetração
destes ramos centrais, o que valeram às áreas, onde eles penetram a denominação de
substância perfurada anterior e, posterior. São especialmente importantes, e recebem a
denominação de artérias estriadas, os ramos centrais que se destacam da artéria cerebral
média e penetram na substância perfurada anterior, vascularizando a maior parte do
corpo estriado e da cápsula interna. Contribuem ainda para a vascularização da cápsula
interna e do corpo estriado, a artéria corióidea anterior e a artéria estriada medial
(recorrente de Heubner), ramo da artéria cerebral anterior que existe em 80% dos casos.
Classicamente admitia-se que os ramos centrais do polígono de Willis não se
anastomosavam. Estas anastomoses sabidamente existem, mas são escassas, de tal modo
que estas artérias comportam-se funcionalmente como artérias terminais.
Sztamska e Goetzen (1997) em seus estudos investigaram anatomicamente as
fontes de vascularizações arteriais, a estrutura e o curso das artérias que suprem o
rinencéfalo, bem como a topografia das arteríolas correndo através da substância
perfurada rostral no homem, gato e ovino. Foram injetados 27 cérebros humanos adultos
através das carótidas internas, ou através dos principais troncos do círculo arterial do
cérebro. Nos animais o látex foi injetado através das artérias carótidas comuns dos doze
gatos e nos quinze ovinos in situ, e a seguir os cérebros foram removidos. O rinencéfalo
humano, pobremente desenvolvido em comparação com os cérebros animais, é suprido
pelos ramos colaterais corticais da artéria cerebral rostral, principalmente pelo seu ramo
frontobasal. A substância perfurada anterior no homem é vascularizada por arteríolas
internas da artéria cerebral média e da artéria cerebral rostral, corriam para o corpo
estriado e estruturas relacionadas.
Contrariamente ao cérebro humano, a parte rostral do rinencéfalo no gato e no
ovino, formou um robusto desenvolvido lobo olfatório, possuindo todo seu sistema
28
arterial separado, fontes do qual são a artéria cerebral rostral e a artéria cerebral média.
Nos cérebros de gatos a artéria cerebral média supriu grande parte do lobo olfatório,
principalmente no lado esquerdo pela artéria rinofrontal que percorria ao longo do sulco
olfatório rostral. Nos cérebros de ovinos a fonte dominante para suprimento do lobo
olfatório é a artéria cerebral rostral. A parte caudal do rinencéfalo dos animais
estudados, isto é, o lobo piriforme, é vascularizado por ramos corticais da artéria
cerebral média, e minúsculas arteríolas terminais dos ramos corticais da artéria cerebral
caudal.
Em todos cérebros humanos estudados os ramos profundos da artéria cerebral
média, emitiam a maioria de arteríolas, que penetravam a substância perfurada anterior.
Essas arteríolas internas originaram-se do tronco principal em um ângulo quase reto,
usualmente para a parede superior ou lateral do segmento proximal, 0,5 a 2,5cm de
comprimento. Elas geralmente estavam unidas em dois grupos de vasos (61% dos
hemisférios estudados), raramente em três grupos (26% dos espécimes), ou em um
grupo (13% dos espécimes), estas entram usualmente na parte lateral da substância
perfurada rostral. Dadas considerações sobre suas origens estas arteríolas foram
chamadas como grupo medial, intermediário e lateral. Entretanto seus cursos dentro da
substância perfurada rostral e todos os pontos de perfuração no cérebro são altamente
variáveis e fora de suas relações topográficas. As arteríolas derivadas de diferentes
segmentos da artéria cerebral média correm juntas alternando e cruzando mutuamente.
Arteríolas do chamado grupo lateral, isto é aquelas que chegam dos segmentos distais
da artéria cerebral média, da sua bifurcação ou segmentos proximais de seu principal
ramo cortical geralmente correm cruzando a substância perfurada rostral em direção
medial e entram no forame medial junto com ramos do chamado grupo medial.
Ao contrário do cérebro humano, o bulbo olfatório, bem como o pedúnculo e o
trato olfatório nos cérebros animais são vascularizados por ramos rinencefálicos
separados das artérias cerebrais rostral e média.
No gato um ramo especial da artéria cerebral rostral supre o bulbo olfatório
originado do segmento proximal do tronco materno situado ao longo da fissura
longitudinal do cérebro. Sua região de vascularização compreende a parte medial da
superfície rostral do lobo olfatório, bem como o giro reto e o sulco olfatório. Além
disso, 1-2 ramos corticais derivados também do segmento proximal da artéria cerebral
rostral supriam a parte medial do bulbo olfatório e a superfície caudal do pedúnculo
olfatório. Ramos da artéria cerebral média supriam o bulbo olfatório do gato do seu lado
29
lateral, e também o trato olfatório lateral, o pedúnculo olfatório e circundava o giro
frontal, originando-se do tronco materno na região lateral do tubérculo olfatório
correndo adiante ao longo do sulco olfatório.
No cérebro de ovino o bulbo olfatório e outras estruturas do lobo olfatório são
vascularizadas principalmente pela artéria cerebral rostral. Esta artéria dá origem à
arteríolas arborescentes na região da lâmina terminal fortemente desenvolvidas que
correm lateralmente flexionadas para a superfície caudal do tubérculo olfatório, giro e
trato olfatório medial, bem como para o pedúnculo olfatório lateral. Seus ramos
terminais alcançam a superfície caudal do bulbo olfatório. Além disso, a artéria cerebral
rostral dá origem na região do bulbo olfatório a um ramo cortical único que fica no giro
reto e circunda a superfície frontal do giro. Essa arteríola em 100% dos casos dividiu-se
também em pequenos ramos arborescentes que penetram o bulbo olfatório em direção
ao seu ventrículo. No ovino o bulbo, a superfície lateral do trato olfatório e o pedúnculo
olfatório foram supridos adicionalmente por ramificações superficiais da artéria cerebral
média correndo na superfície do lobo frontal.
Os estudos comparativos realizados têm mostrado que a região de penetração,
das arteríolas profundas, da artéria cerebral rostral e artéria cerebral média, nos cérebros
de gatos e ovinos são análogos com o da substância perfurada rostral do homem,
compreendendo uma área extensa do rinencéfalo, consideravelmente mais vasta que a
do homem. A região cerebral desses animais incluem um bem desenvolvido tubérculo
olfatório e sulco entre os lobos piriforme e olfatório, situados justamente sobre o tronco
da artéria cerebral média. Além disso, a origem, a estrutura, a forma e a topografia das
arteríolas perfurantes do rinencéfalo dos animais estudados são diferentes daquelas do
homem. No gato e ovino ramos da artéria cerebral rostral e a maioria dos ramos
profundos da artéria cerebral média iniciam em um tronco comum como um pedículo
contendo também ramificações superficiais para o lobo olfatório. Elas entram no
tubérculo olfatório após um pequeno curso na leptomeninge. Apenas poucas arteríolas
internas originam-se em um tronco único da artéria cerebral média, exatamente como
no homem.
Ferreira (1998) estudou o comportamento das artérias da base do encéfalo de 40
suínos, natimortos, 20 machos e 20 fêmeas sem raça definida, sendo que 30 foram
injetados com látex e dez com vínilite, com subseqüente corrosão. Para esse autor, as
30
artérias da base do encéfalo estão na dependência da artéria carótida do encéfalo de
ambos os antímeros e da artéria basilar.
A artéria carótida do encéfalo provém da rede admirável epidural rostral, por sua
vez constituída com a participação das artérias, carótida interna e maxilar interna com
seus ramos, as artérias meníngea média e oftálmica externa caracterizando participação
tanto do sistema da artéria carótida interna, quando do sistema da artéria carótida
externa, na vascularização do encéfalo.
A artéria carótida do encéfalo, de cada antímero, divide-se em seus ramos
terminais rostral e caudal; o ramo rostral, por sua vez, antes de dividir-se em seus dois
ramos terminais, as artérias, cerebral média e cerebral rostral dá origem à artéria
corioidea rostral, além de variável números de artérias hipofisárias.
A artéria cerebral média apresenta-se á esquerda representada por três ou duas
artérias e á direita de duas a quatro artérias.
As artérias cerebrais rostrais (esquerda e direita) seguindo rostromedialmente,
emitindo a artéria etmoidal interna que segue em direção à parte rostral do bulbo
olfatório atingindo a lâmina crivosa; em seguida uniram-se por convergência, formando
um tronco único.
O ramo caudal da artéria carótida do encéfalo, de ambos os antímeros, acaba por
unir-se ao ramo terminal correspondente da artéria basilar.
A artéria cerebral caudal, cuja origem foi considerada o limite, entre o ramo
caudal da artéria carótida do encéfalo e o correspondente ramo terminal da artéria
basilar, mostra-se única em cada antímero, em todas as peças estudadas.
A artéria cerebelar caudal apresenta-se sempre como vaso único, mostrando
raramente, no antímero direito, origem dupla.
A artéria cerebelar rostral, única em ambos os antímeros, pode originar-se nos
antímeros, esquerdo e direito, da artéria basilar, de seu ramo terminal ou do local de
transição entre eles.
A particular disposição dos ramos das artérias carótidas do encéfalo esquerda e
direita e dos ramos terminais da artéria basilar, determina a formação do circuito arterial
do encéfalo, que contorna o quiasma óptico e hipófise. O círculo encontrou-se fechado
rostralmente pela presença constante da artéria comunicante rostral e caudalmente pela
presença dos ramos terminais esquerdo e direito da artéria basilar.
31
Ferreira e Prada (1999) estudaram o comportamento da artéria basilar em 40
suínos SRD (sem raça definida), natimortos. Em 30 suínos, sendo 15 fêmeas e 15
machos, foi injetada pela artéria carótida comum um a solução de Neoprene Látex
“450” corada. As peças foram fixadas em solução de formol a 15%. Utilizaram ainda
dez peças, sendo cinco de fêmeas e cinco de machos, nas quais injetaram solução de
acetato de vinil corado seguido de corrosão em solução de ácido sulfúrico a 30%.
Segundo esses autores a artéria basilar dispõe-se longitudinalmente na face
ventral do bulbo e ponte, continuando-se ao nível da porção rostral da ponte em seus
dois ramos terminais, assim considerados até a origem em ambos os antímeros da artéria
cerebral caudal. Durante seu percurso a artéria basilar apresenta redução do seu calibre
no sentido caudo-rostral (96,7%). Em apenas uma preparação (3,3%) seu calibre, em
toda sua extensão, mantém-se inalterado. Em 40% dos casos, a redução de calibre faz-se
progressivamente, mas nos outros 56,6% ela é abrupta rostralmente à origem da artéria
cerebelar caudal.
A artéria basilar apresenta-se retilínea em 33,3% das peças e mostra
sinuosidades discretas em 60,0% dos casos. Nos restantes 6,6% a origem da artéria
cerebelar caudal considerada em ambos os antímeros, é assimétrica, sendo que em um
dos casos é mais rostral à esquerda e, no outro, á direita. Nestes dois casos o segmento
compreendido entre a origem da artéria cerebelar caudal esquerda e direita dispõe-se
obliquamente em relação á fissura mediana ventral.
A artéria cerebelar caudal origina-se no terço médio da artéria basilar na face
ventral do bulbo, próximo à origem do nervo abducente sendo que no antímero
esquerdo em 100% dos casos possui origem única, enquanto no antímero direito em
93,3% das peças mostra origem única e, nos restantes 6,7% origem dupla. A artéria
cerebelar rostral que tem origem em relação à porção rostral da ponte, sendo única em
ambos os antímeros; considerados os antímeros, esquerdo e direito, origina-se
respectivamente, na própria artéria basilar (20,0% - 13,3%), no ponto de transição entre
a artéria basilar e sua bifurcação em seus ramos terminais (33,3% - 46,7%) ou em seu
ramo terminal (46,7% - 40,0%). Finalmente, a artéria basilar continua-se ao nível dos
pedúnculos cerebrais, em seus dois ramos terminais, esquerdo e direito, assim
considerados até a origem da artéria cerebral caudal, em ambos os antímeros.
A artéria basilar é um vaso ímpar, resultante da união das artérias occipitais á
esquerda e à direita, no terço caudal do bulbo. A artéria basilar uma vez constituída,
apresenta-se geralmente (96,7%) diminuição de calibre no sentido caudorostral.
32
Skoczylas e Wiland (1999) estudaram os ramos corticais da artéria cerebral
média do javali em 46 cérebros. Os hemisférios foram examinados separadamente e
seus resultados expressam, portanto 92 casos pela soma dos dois hemisférios. As
artérias foram injetadas com látex sintético através da artéria carótida comum. As
preparações foram fixadas em formalina a 5% seguida de descalcificação em ácido
hidroclorídrico 5%.
De acordo com esses autores no javali, a rede admirável epidural (rostral)
engloba a hipófise, e as artérias carótidas internas correm em direção a base do cérebro.
A artéria carótida interna, após perfurar a dura-máter, divide-se na artéria cerebral
rostral e artéria comunicante caudal que formam uma parte do círculo arterial do
cérebro.
A artéria cerebral rostral corre primeiramente ao longo da face ventral do nervo
óptico, e após ultrapassa-lo, forma um arco em direção mediana do cérebro. Na face do
nervo óptico ele origina a artéria coroidéia rostral e então a artéria cerebral média. Em
12 hemisférios a artéria cerebral média originou-se da artéria cerebral rostral como um
tronco simples, em 45 casos como dois troncos (dupla), e em 35 amostras como três
ramos (tripla). A artéria etmoidal rostral, após ter sido originada, penetra na parte nasal
(rostral) do sulco rinal lateral. Seus ramos terminais suprem a área do pálio localizada
acima deste sulco.
Skoczylas (2000) em seu estudo sobre os ramos corticais da artéria cerebral
média no porco doméstico (Sus scrofa f. domestica) definiu sua estrutura usando 44
cérebros, perfazendo o total de 88 hemisférios cerebrais. As artérias foram injetadas
com látex líquido através da artéria carótida comum. As preparações foram fixadas com
formalina a 5%. A artéria cerebral rostral foi observada primeiramente na área ventral
do nervo óptico e estas correm para a fissura longitudinal do cérebro. Na superfície do
nervo óptico, esta originou a artéria coroidéia rostral e então a artéria cerebral média.
Observou-se, neste trabalho que a artéria cerebral média ramificou-se em dez
ramos colaterais. Duas artérias rinais supriram a área do cérebro no bordo entre o
arquipálio e neopálio. Os ramos da artéria rinal rostral corriam para área rostral do sulco
rinal lateral e seus ramos marginais apareciam ocasionalmente do sulco rinal lateral e
supriam o córtex acima do sulco, assim como a artéria rinal caudal corria para a parte
caudal do sulco rinal lateral e seus ramos marginais supriam a parte do córtex
33
imediatamente abaixo do sulco. Os outros oito supriam o neopálio. No porco, mais
freqüentemente em 38,7% a artéria cerebral rostral emitiu dois ramos e, em 59,1% três
ramos independentes. Em um hemisfério (1,1%) a artéria cerebral rostral originou um
único tronco de artéria cerebral média. Semelhante em um único indivíduo foi
observado seis ramos independentes da artéria cerebral média.
Nachman e Topol (2002), estudaram o suprimento arterial do trígono olfatório e
substância perfurada rostral em animais macrosmáticos e microsmáticos. O cérebro de
gatos foi tomado como exemplo de macrosmático e o de babuínos como, microsmático.
Os cérebros de 30 gatos e 11 babuínos foram injetados com látex e após, fixados com
álcool ácido e observados em microscópio. Os ramos corticais e os principais ramos da
artéria cerebral rostral e, média foram dissecados. Descobriu-se que havia diferenças
entre estes dois grupos de animais nos locais onde os principais ramos originavam-se e
em seus cursos. No gato os principais ramos corriam através desta área emitidos da
parte inicial da artéria cerebral média em número de 5-10 e perfuravam o cérebro no
tubérculo olfatório. A maior artéria deste grupo deu superficialmente ramos que corriam
para o córtex cerebral. Em 6% dos espécimes, investigados o ramo profundo saía do
tronco principal da artéria cerebral média, sem anastomoses de 70 µm de diâmetro em
seu segmento extracerebral.
Nos babuínos os ramos profundos originavam-se de dois locais, da artéria
cerebral média e da artéria cerebral rostral. Os ramos profundos da artéria cerebral
média penetravam na substância perfurada rostral, formando dois grupos de ramos, um
lateral e um medial. Usualmente um ou dois grandes troncos eram lançados pela artéria
cerebral rostral a 0,2-1,0mm de sua origem. Este tronco, de diâmetro 110-170µm,
projetou-se caudalmente e após 5mm, este dividiu-se em aproximadamente 6-8 ramos.
Eles se projetavam em direção a parte medial da substância perfurada rostral e do
trígono olfatório.
Um ramo de 180-240µm de diâmetro era originado da parte inicial da artéria
cerebral média. Este ramo apresentava um maior diâmetro que o ramo emitido pela
artéria cerebral rostral. Esta ramificação da artéria cerebral média corria medialmente e
após 5mm esta dividia-se em 8-14 ramos que perfuravam a substância perfurada rostral.
Dois ou três destes ramos maiores atingiram superficialmente para a parte mais lateral
do trígono olfatório, perfurando no córtex cerebral. Ao contrário dos segmentos
34
extracerebral dos ramos profundos da artéria cerebral média em cérebro de gato, não
foram encontradas anastomoses nestes segmentos nos babuínos.
Câmara Filho et al, (2004) em seu trabalho sobre as características morfológicas
da distribuição vascular cerebral de javali (Sus scrofa Linnaeus; Mammalia,
Artiodactila) utilizando cinco machos e cinco fêmeas. Descreveram o suprimento
arterial do encéfalo e acompanhado de análises morfológicas.
As artérias carótidas internas foram originadas em ambos os lados das artérias
carótidas comuns. São vasos pares que ascendem pelo canal carotídeo na base do
encéfalo, perfuram a dura-máter, dão origem aos ramos comunicantes caudais,
continuam rostralmente, passam ventralmente ao trato óptico, direcionam-se para o
plano mediano dorsal ao nervo óptico e caudal ao tubérculo olfatório emitem as artérias
cerebrais médias (um a três ramos) e continuam rostralmente como artérias cerebrais
rostrais.
Artéria cerebral média possui um a três segmentos, que surgem do ramo rostral
da artéria carótida interna, percorrendo dorsolateralmente, rostral ao lobo piriforme e a
superfície ventral da substância perfurada rostral, atingindo o sulco rinal lateral,
distribuindo-se dorso-lateral e rostro-lateral no hemisfério cerebral.
Artéria cerebral rostral é uma continuação rostral da artéria carótida interna após
emitir as artérias cerebrais médias, margeando a fissura longitudinal, emite um número
de um a quatro ramos corticais que seguem em direção à superfície lateral do trato
olfatório lateral, para se distribuírem nesse trato e em partes do lobo frontal dos
hemisférios cerebrais. Após a emergência dos ramos corticais, caudalmente ao bulbo
olfatório, a artéria cerebral rostral emite a artéria etmoidal interna e entra na fissura
mediana unindo-se a uma curta distância com a artéria contra lateral para formar a
artéria comum do corpo caloso.
Artéria comunicante caudal após emergir da artéria carótida interna segue
caudalmente e ventral aos pedúnculos cerebrais, próximo ao corpo mamilar emite a
artéria cerebral caudal que percorre a face lateral do pedúnculo cerebral, e continua-se
sobre a superfície ventral do pedúnculo cerebral em direção ao plano mediano onde
emite a artéria do tecto do mesencéfalo e a seguir anastomosa-se com a artéria contra
lateral e basilar.
Artéria basilar é formada após anastomose das artérias vertebrais na altura do
forame magno próximo a emergência do primeiro par de nervos cervical espinhal,
35
percorre pela fissura mediana ventral e pelo sulco basilar na ponte até realizar
anastomose com as artérias comunicantes caudais na transição ponte mesencéfalo. No
bulbo emite variáveis ramos bulbares pequenos e caudal na altura do corpo trapezóide
emite as artérias cerebelares caudais, continuando seu trajeto, na ponte emite cerca de
três a quatro artérias pontinas, na emergência do nervo trigêmio emite a artéria cerebelar
média e antes de sua anastomose com as artérias comunicantes caudais, emite 76,92%
das artérias cerebelares rostrais direita, pois 23,08% são emitidos no ponto de
anastomose com a artéria comunicante caudal, já as artérias cerebelares rostrais
esquerda 69,23% são emitido pela artéria basilar e 23,07% do ponto de anastomose
entre a artéria basilar e artéria comunicante caudal e; 7,7% sendo ramo direto da artéria
comunicante caudal.
Lima et al. (2005) no trabalho sobre artérias da base do encéfalo em suínos da
linhagem Camborough 22 estudou 40 suínos desta linhagem, natimortos, de ambos os
sexos. Destes dez espécimes tiveram as artérias da cabeça preenchidas com solução
corada de Acetato de vinyl e, por conseguinte submetidos ao processo de corrosão em
solução aquosa, a 25%, de Ácido sulfúrico. Em outros, 30 animais, injetaram-se solução
aquosa, a 50%, de Neoprene Látex “450” corada com pigmento específico e após
fixados em solução aquosa, a 10% de formaldeído. As artérias da base do encéfalo
estiveram na dependência das redes admiráveis epidurais rostral e caudal. A artéria
carótida do encéfalo após sua emergência na rede admirável epidural rostral forneceu os
ramos rostral e, caudal. A rede admirável epidural caudal e ainda a artéria espinhal
ventral foram responsáveis pela formação da artéria basilar, que se estendeu
caudorostralmente diminuindo o seu calibre até anastomosar-se através de seus ramos
terminais com os ramos caudais das artérias carótidas do encéfalo.
O ramo rostral da artéria carótida do encéfalo foi considerada a terminação da
artéria carótida do encéfalo (100%). Em seu trajeto rostral, ao cruzar o trato óptico, o
referido ramo curvou-se medialmente e dirigiu-se rostralmente cedendo as artérias
cerebrais rostrais, cerebrais médias, coroideas rostrais e comunicantes rostrais.
A artéria cerebral rostral (100%) foi considerada como a continuação direta do
ramo rostral da artéria carótida do encéfalo. Já a artéria cerebral média, que se dirigiu
laterodorsalmente à região do trígono olfatório.
36
Após sua origem a artéria basilar estendeu-se até a face ventral dos pedúnculos
cerebrais, através de seus ramos terminais, onde anastomosou-se com os ramos caudais
das artérias carótidas do encéfalo em cada antímero.
Ao longo do percurso caudorostral da artéria basilar, originaram-se ramos para o
bulbo, a artéria cerebelar caudal, ramos para a ponte, a artéria cerebelar média, ramos
para o mesencéfalo, e a artéria cerebelar rostral, além de seus ramos terminais.
Com sua origem na artéria basilar, a artéria cerebelar caudal (100%) dirigiu-se
em sentido laterocaudal e distribuiu-se na porção caudal do hemisfério cerebelar. A
artéria cerebelar média esteve presente na face ventral da ponte, e seguiu para o
cerebelo após ter emergido da artéria basilar (100%). Apresentando um trajeto
laterodorsal após sua origem na artéria basilar, a artéria cerebelar rostral dirigiu-se à
correspondente porção rostral do cerebelo. No antímero direito, foi observada a artéria
cerebelar rostral surgindo a partir da artéria basilar e de seu ramo terminal (6,67%).
No antímero direito, observou-se a artéria cerebelar rostral apresentando uma
origem composta, ou seja, emergindo a partir da artéria basilar e de seu ramo terminal
(6,67%).
Ferreira e Prada (2005) em seus estudos sobre o comportamento da artéria
cerebral média em suínos (Sus scrofa domesticus Linnaeus, 1758) estudaram em 40
suínos neonatos sem raça definida, 20 machos e 20 fêmeas, a formação, o trajeto e
ramificações da artéria cerebral média. Nos resultados concluiu-se que a artéria cerebral
média possui origem a partir do ramo rostral da artéria carótida do encéfalo.
Considerando apenas o número de vasos a partir de sua origem encontra-se representada
por duas a quatro artérias assim observadas: no antímero esquerdo três vasos – 50%,
dois vasos – 30% e quatro vasos – 20%; no antímero direito três vasos – 50%, dois
vasos – 43,5% e quatro vasos – 6,5%. As artérias cerebrais médias distribuem-se nos
hemisférios cerebrais: na face convexa em toda face lateral e na face ventral
parcialmente no trígono olfatório, e em todo o lobo piriforme.
Oliveira e Campos (2005) em seus estudos sobre sistematização das artérias da
base do cérebro do javali descreveram que, o javali apresentou uma rede admirável
epidural rostral formada principalmente pela ramificação da artéria carótida interna na
entrada do forame lácero, com mínima contribuição das artérias meníngea média,
37
oftálmica externa e maxilar. As redes direita e esquerda interligaram-se através de um
plexo reticular, caudalmente à hipófise, adquirindo a forma de um “H”.
Rostrodorsomedialmente os vasos de cada rede convergiram na formação da artéria
carótida do cérebro.
A artéria carótida do cérebro, em todas as peças nos dois antímeros, era um curto
vaso calibroso que se ramificou na face lateral da hipófise em seus dois ramos
terminais, um calibroso ramo rostral e outro ramo caudal de médio calibre.
O ramo rostral projetou-se laterorostromedialmente formando um arco,
mantendo um calibre semelhante, em todas as preparações, entre os dois antímeros. O
ramo rostral emitiu, como ramos colaterais, uma artéria coróidea rostral e de uma a três
artérias cerebrais médias, as quais dirigiram-se para o interior da fossa lateral. A partir
da emissão da última artéria cerebral média o ramo passou a formar a artéria cerebral
rostral, seu ramo terminal.
As artérias cerebrais médias foram lançadas do ramo rostral da artéria carótida
do cérebro em um ângulo obtuso, projetando-se lateralmente através da fossa lateral,
ramificando-se rostralmente ao lobo piriforme, indo distribuir-se no próprio e na face
dorsolateral do hemisfério cerebral, após ultrapassar o sulco rinal. A artéria cerebral
média esteve presente e ímpar em 50% das preparações à direita e 40% à esquerda,
dupla em 37% à direita e 53%, à esquerda e tripla em 13% à direita e7% à esquerda.
A artéria cerebral rostral, continuação natural do ramo rostral a partir da origem
da última artéria cerebral média, lançou como primeiro ramo colateral importante a
artéria rinal lateral e antes de alcançar a base de inserção do bulbo olfatório emitiu um
segundo ramo colateral, a artéria etmoidal interna que se projetou rostralmente,
mergulhando a seguir na fissura longitudinal emitindo a artéria rinal medial,
rostralmente, e por fim anastomosando-se com sua homóloga contralateral formando
uma artéria inter-hemisférica rostral ímpar.
A artéria rinal lateral, sobrepassou o trato olfatório medial, o trígono olfatório e a
trato olfatório lateral, ramificando-se no córtex frontal e bulbo olfatório lateralmente.
Essa artéria esteve presente e ímpar em 80% das amostras e dupla em 20%, tanto à
direita como à esquerda. A artéria rinal lateral avançou caudalmente no território rostral
das artérias cerebrais médias com maior ou menor apropriação territorial em 70% das
preparações à direita e 60% à esquerda. Essa apropriação foi grande em dez amostras à
direita e nove à esquerda, média em sete observações, à direita e quatro à esquerda e foi
pequena em quatro casos à direita e cinco à esquerda.
38
A artéria rinal medial distribuiu-se medialmente no bulbo olfatório e no neopálio
da face medial do pólo rostral do hemisfério cerebral. Originou-se da artéria cerebral
rostral em 97% das observações à direita e em 100% à esquerda.
Poucos milímetros distais à origem da artéria rinal medial, as artérias cerebrais
rostrais, de ambos os antímeros, anastomosaram-se em uma única artéria inter-
hemisférica rostral ímpar em 100% das peças.
O ramo caudal da artéria carótida do cérebro, projetou-se caudalmente na lateral
do corpo mamilar curvando-se medialmente, após emitir seu principal ramo colateral, a
artéria cerebral caudal indo se anastomosar com seu homólogo contralateral na união
com a artéria basilar, junto ao sulco rostral da ponte.
A artéria cerebral caudal, principal ramo colateral do ramo caudal da artéria
carótida do cérebro, projetou-se laterodorsalmente contornando o pedúnculo cerebral,
sobrepassando o corpo geniculado medial rostralmente, e emitindo uma seqüência de
ramos hemisféricos para a face tentorial e pólo caudal dos hemisférios cerebrais e
estruturas diencefálicas. Alguns ramos alcançaram o colículo rostral e seu eixo terminal,
a artéria inter-hemisférica caudal, projetou-se na face medial do hemisfério cerebral
após contornar o esplênio do corpo caloso caudalmente, alcançando um terço caudal
dessa face. A artéria cerebral caudal esteve presente e ímpar em 93% das observações e
dupla em 7%, tanto á direita como à esquerda.
Após a origem da artéria cerebral caudal, o ramo caudal emitiu uma seqüência
de um a quatro ramos colaterais bem mais finos, as artérias tectais rostrais, que
contornaram lateralmente o pedúnculo cerebral indo irrigar o tecto mesencefálico.
No ponto de confluência dos ramos caudais da artéria carótida do cérebro com a
artéria basilar surgiu bilateralmente um importante ramo colateral, a artéria cerebelar
rostral. Essa última contornou o sulco rostral da ponte laterodorsalmente penetrando na
fissura transversa até atingir o cerebelo, indo ramificar-se nos lobos mais rostrais e
hemisfério cerebelar lateral, rostralmente. Antes de atingir o cerebelo emitiu uma artéria
tectal caudal que irrigou a maior parte caudal do colículo caudal.
A artéria cerebelar rostral esteve presente e ímpar em 100% dos casos à direita e
em 97% à esquerda, sendo que em uma amostra, à direita, apresentou dupla origem.
Ainda em 3% das peças, à esquerda, era dupla. Das artérias cerebelares rostrais ímpares
em 27 observações, à direita, e em 20 à esquerda, estas foram originadas na altura da
confluência entre os ramos caudais da artéria carótida do cérebro com a artéria basilar.
Em dois espécimes à direita e sete à esquerda foram emitidas pelo ramo caudal. Já em
39
uma preparação à direita e duas à esquerda originaram-se da artéria basilar. Na
observação ímpar, à direita, com dupla origem, ambos os vasos originaram-se nas
dependências da confluência, sendo uma das partes do ramo caudal e a outra da artéria
basilar, anastomosando-se logo a seguir. No caso de duplicidade da artéria cerebelar
rostral esquerda, o segundo vaso originou-se da artéria basilar, era de menor calibre e
teve origem caudal ao vaso principal emitido na altura da confluência.
A rede admirável epidural caudal, localizou-se ventrolateralmente à dura-máter,
nas laterais da medula espinhal cervical próximo ao forame magno, com aspecto
semelhante a uma pequena rede plexiforme, com poucos vasos. A sua principal fonte de
formação correspondeu a dois ramos provenientes da artéria occipital, que penetraram
pelo forame vertebral lateral do atlas. Cooperaram também em sua formação dois ramos
da artéria condilar que chegaram, rostralmente, através do forame magno e,
caudalmente, um ramo da artéria vertebral que penetrou através do forame vertebral
lateral do áxis. Tanto a artéria occipital como a artéria condilar originava-se a partir da
artéria carótida interna medialmente ao processo paracondilar do occipital.
Cada rede admirável epidural caudal emitiu uma artéria que após perfurar a
dura-máter na altura do primeiro nervo cervical, convergiu rostromedialmente na face
ventral da medula oblonga, anastomosando-se na linha mediana com a sua homóloga
contralateral, formando a artéria basilar.
A artéria basilar projetou-se rostralmente acompanhando a fissura mediana
ventral alcançando a ponte, onde apresentou, em todas as preparações, uma considerável
diminuição de calibre (estrangulamento) voltando a engrossar gradativamente até se
anastomosar com os ramos caudais das artérias carótidas do cérebro. Seu ramo colateral
principal, a artéria cerebelar caudal, originou-se na altura do corpo trapezóide.
A artéria basilar mostrou-se um vaso com leve sinuosidade em 87% dos casos e
em 13% sinuosa, com calibre constante até a origem das artérias cerebelares caudais.
As artérias cerebelares caudais, direita e esquerda foram emitidas simetricamente
da artéria basilar em 44% dos casos, na altura do corpo trapezóide. A artéria cerebelar
caudal direita apresentou-se milímetros rostral da esquerda em 23% das observações e
um pouco mais rostral, na altura da ponte, em 10%. Já a artéria cerebelar caudal
esquerda situou-se milímetros rostral da direita em 10% das preparações e mais rostral,
na altura da ponte, em 13% dos achados. A artéria cerebelar caudal projetou-se
laterodorsalmente indo alcançar os hemisférios cerebelares e parte dos lobos mais
40
caudais e médios do cerebelo, bem como o plexo coróide do quarto ventrículo, em
ambos os antímeros.
A artéria cerebelar caudal apresentou uma ramificação colateral importante a
artéria cerebelar média em todas as preparações. Em 3% das amostras, tanto à direita
como a esquerda, a artéria cerebelar média era dupla e o vaso mais rostral originou-se
diretamente da artéria basilar, na altura da ponte, rostral à artéria cerebelar caudal e
caudal à artéria trigeminal. Da artéria cerebelar média, originada da artéria cerebelar
caudal, nasceu uma fina artéria labiríntica em 100% das preparações nos dois antímeros.
O suprimento sanguíneo do encéfalo esteve quase que totalmente na
dependência das artérias carótidas internas e seus ramos, as artérias occipitais e
condilares. Entretanto existiu uma pequena participação no suprimento sanguíneo
através de ramos da artéria vertebral via artéria espinal ventral.
41
3 MATERIAL E MÉTODO
O seguinte trabalho foi desenvolvido no Setor de Anatomia Animal da
Faculdade de Veterinária na Universidade Federal do Rio Grande do Sul em Porto
Alegre.
Para a realização desta pesquisa, foram utilizados 30 cabeças com segmento de
pescoço de Sus scrofa scrofa (javali), com aproximadamente 6 meses de idade, 15
machos (Obs. 2, 4, 5, 7, 10, 12, 13, 14, 15, 18, 20, 21, 22, 24, 30) e 15 fêmeas (Obs. 1,
3, 6, 8, 9, 11, 16, 17, 19, 23, 25, 26, 27, 28, 29) provenientes de criatórios e abatidos nos
Frigoríficos Bassanense de Nova Bassano – RS e Viapiana de Antônio Prado – RS. A
criação e o abate estiveram sob autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e
dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) do Estado do Rio Grande do Sul.
O material do estudo foi colhido no momento em que os animais estavam sendo
abatidos com fins comerciais no frigorífico. Os animais foram dessensibilizados por
eletro-choque, seguido de sangria das veias jugulares e artérias carótidas comuns,
próximos a entrada do tórax seguindo a rotina normal de abate, ao final da linha de
abate foram decapitados na articulação do áxis com a terceira vértebra cervical.
No abatedouro, as carótidas comuns foram canuladas e o sistema lavado, com
solução salina resfriada
1
(± 15 º C) associada a 2500 UI de heparina
2
por animal, com
drenagem pelas veias jugulares. As cabeças foram transportadas resfriadas para o
laboratório.
No laboratório de Anatomia, nova lavagem
3
foi realizada com a mesma solução,
o sistema arterial foi preenchido com látex 603
4
corado de vermelho com corante
específico
5
.
1 Quantidade aproximada de 600ml
2 Heparin – Cristália Produtos Químicos Farmacêuticos Ltda, Itapira, SP.
3 Aproximadamente 100ml
4 Cola 603 – Bertoncini Ltda, São Paulo – SP.
5 Suvinil Corante – Basf SA. São Bernardo do Campo, SP.
42
As peças, então permaneceram durante no mínimo uma hora submersas em água
corrente para polimerização do látex. A pele foi removida, em seguida, uma janela óssea
aberta na abóbada craniana seguida da abertura da dura-máter e cada cabeça foi
submersa em formaldeído a 20% onde permaneceu no mínimo por sete dias para
fixação.
Nas 30 peças injetadas com látex procedeu-se a dissecação dos ramos das
artérias carótidas comuns com ênfase especial para as artérias que se dirigiam até as
redes admiráveis epidurais craniais e caudais e por conseqüência ao encéfalo. Para esse
procedimento foi necessária a remoção da língua e da mandíbula.
Após a retirada mecânica de partes dos ossos da abóbada craniana, atlas e áxis
com saca-bocado (fórceps odontológico) e pinças, o encéfalo foi removido com o
segmento da medula espinhal cervical sem a dura-máter, que permaneceu aderida as
porções ósseas, sendo realizadas as incisões necessárias dos vasos e nervos que o
prendiam as adjacências. Para descrição dos resultados referentes às artérias
responsáveis pela irrigação da região do páleo-palio e cerebelo, foram dissecadas as
peças e elaborados os desenhos esquemáticos da vista ventral de todas as preparações e
das vistas ventral e lateral, direita e esquerda do cerebelo. Algumas peças foram
fotografadas para registro documental.
A descrição das artérias e suas designações basearam-se na Nomina Anatomica
Veterinaria (2005) com algumas denominações, a nosso critério, com base na literatura.
A análise estatística dos resultados constou da aplicação de cálculo de
porcentagem.
43
4 RESULTADOS
Nossos resultados obtidos da observação da vascularização da região do páleo-
palio e o estudo da vascularização arterial do cerebelo em Sus scrofa scrofa (Javali),
seguem apresentados através dos esquemas (02 a 31 região páleo-palial e 33 a 63 de
vascularização do cerebelo), estes serão discriminados conforme os itens abaixo :
4.1 Artérias Responsáveis pela Vascularização Arterial da Região do Páleo-Palio
(direitas e esquerdas)
4.1.1 Ramos do Ramo Rostral da Artéria Carótida do Cérebro para o Lobo Piriforme
(direitos e esquerdos)
4.1.2 Artéria Cerebral Média, seus Ramos Colaterais e suas Ramificações para a Área
Páleo-Palial. (direita e esquerda)
4.1.2.1 Artéria Cerebral Média (direita e esquerda)
4.1.2.1.1 Ramos Centrais Caudais da Artéria Cerebral Média (direitos e esquerdos)
4.1.2.1.2 Ramos Centrais Estriados da Artéria Cerebral Média (direitos e esquerdos)
4.1.2.1.3 Ramos Centrais Rostrais da Artéria Cerebral Média (direitos e esquerdos)
4.1.3 Artéria cerebral rostral, seus Ramos Colaterais e suas Ramificações para a Área
Páleo-Palial (direita e esquerda)
4.1.3.1 Artéria cerebral rostral (direita e esquerda)
4.1.3.1.1 Artéria estriada (direita e esquerda)
4.1.3.1.2 Artéria Rinal Lateral (direita e esquerda)
4.1.3.1.2.1 Ramos Centrais da Artéria Rinal Lateral (direitos e esquerdos)
4.1.3.1.3 Artéria Etmoidal Interna (direita e esquerda)
4.1.3.1.4 Artéria Rinal Medial (direita e esquerda)
4.1.4 Artéria Cerebral Caudal e seu ramo colateral para o Lobo Piriforme
4.2 Artérias Responsáveis pela Vascularização do Cerebelo (direitas e esquerdas)
4.2.1 Artéria Cerebelar Rostral (direita e esquerda)
4.2.2 Artéria Cerebelar Caudal (direita e esquerda)
4.2.3 Artéria Cerebelar Média (direita e esquerda)
44
A seguir descreveremos os vasos principais que originam as artérias que fazem o
suprimento sanguíneo das áreas páleo-paliais de base do encéfalo, em Sus scrofa scrofa,
Javali, ou seja, as artérias cerebral rostral, cerebral média e cerebral caudal.
4.1 Artérias Responsáveis pela Vascularização Arterial da Região do Páleo-Palio
(direita e esquerda)
A artéria carótida interna ao penetrar na incisura carotídea, rostromedialmente,
no forame lácero emitiu inúmeros ramículos interligados conformando a rede admirável
epidural rostral, localizada caudolateralmente à hipófise, constituindo sua fonte
principal de suprimento sanguíneo. Essa rede recebeu ramos colaterais das artérias
maxilar, meníngea média e oftálmica externa que constituíram uma fonte de suprimento
complementar.
As redes admiráveis de cada antímero uniam-se na linha mediana, caudalmente à
hipófise por uma trama de vasos criando aspecto de uma malha única.
Os vasos da rede de cada antímero convergiam, rostrolateralmente na formação
da artéria carótida do cérebro. Esse curto e calibroso vaso ramificou-se na face lateral da
hipófise em seus dois ramos terminais, um calibroso ramo rostral e um outro ramo
caudal de médio calibre.
O ramo rostral projetou-se rostro-latero-medialmente, ventralmente ao trato
óptico, emitindo no interior da fossa lateral do cérebro de uma a três artérias cerebrais
médias, continuando-se rostralmente margeando a fissura longitudinal do cérebro como
artéria cerebral rostral. No trajeto entre sua origem e a emissão da artéria cerebral
média, o ramo rostral lançou de um a três vasos para os dois terços mais rostrais de uma
pequena faixa medial do páleo-palio do lobo piriforme.
A artéria cerebral rostral lançou ventralmente a superfície do trígono olfatório a
artéria rinal lateral, pouco antes de alcançar a base de inserção do bulbo olfatório, emitiu
um segundo ramo colateral, a artéria etmoidal interna, que se projetou rostralmente. A
seguir, mergulhou na fissura longitudinal do cérebro, lançando a artéria rinal medial
rostralmente, anastomosando-se com sua homóloga contralateral formando a artéria
inter-hemisférica rostral ímpar.
45
O ramo caudal da artéria carótida do cérebro projetou-se caudalmente na
superfície ventral dos pedúnculos cerebrais, onde na altura da origem aparente do III par
de nervos cranianos (Oculomotor), lançou lateralmente para o interior da fissura
transversa do cérebro, a artéria cerebral caudal. O ramo caudal projetou-se
caudomedialmente alcançando o interior da fossa interpeduncular, junto ao sulco rostral
da ponte, onde se anastomosou com seu homólogo contralateral e com a artéria basilar.
4.1.1 Ramos do Ramo Rostral da Artéria Carótida do Cérebro para o Lobo Piriforme
(direitos e esquerdos)
a. Ramos do Ramo Rostral da Artéria Carótida do Cérebro Direita
a.1 Em 24 das 30 preparações (80% ± 7,3 – Obs. 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08,
09, 11, 14, 15, 16, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 26, 28, 29 e 30) a artéria carótida do
cérebro à direita, emitiu de um a três ramos para os dois terços rostrais de uma faixa
medial do lobo piriforme.
a.1.1 Em 12 das 24 peças (Obs. 03, 04, 05, 06, 08, 09, 18, 20, 23, 26, 28 e 29)
esses ramos cobriram uma pequena área territorial medial dos dois terços rostrais do
lobo piriforme.
a.1.2 Em dez das 24 amostras (Obs. 01, 02, 07, 14, 15, 16, 19, 21, 22 e 24) a
faixa territorial medial vascularizada por esses ramos, estendeu-se até a metade medial
do lobo piriforme.
a.1.3 Em um dos 24 cérebros (Obs. 30) esses ramos do ramo rostral da artéria
carótida do cérebro, avançaram até cobrir quase todo os dois terços rostrais do lobo
piriforme.
a.1.4 Em um dos 24 casos (Obs. 11) esses ramos do ramo rostral da artéria
carótida do cérebro, vascularizaram todo os dois terços rostrais do lobo piriforme.
46
a.2 Em seis dos 30 encéfalos (20% ± 7,3 – Obs. 10, 12, 13, 17, 25 e 27) não
houve a presença de ramos importantes provenientes do ramo rostral da artéria carótida
do cérebro, para os dois terços rostrais medial do lobo piriforme, os quais foram
vascularizados por ramos provenientes da artéria cerebral média.
b. Ramos do Ramo Rostral da Artéria Carótida do Cérebro Esquerda
b.1 Em 29 das 30 preparações (96,7% ± 3,3 – Obs. 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07,
08, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 30) o
ramo rostral da artéria carótida do cérebro lançou de um a dois ramos para os dois terços
rostrais de uma faixa medial do lobo piriforme.
b.1.1 Em 18 das 29 peças (Obs. 02, 03, 05, 06, 11, 12, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 23,
26, 27, 28, 29 e 30), esses ramos cobriram uma pequena área territorial medial dos dois
terços rostrais do lobo piriforme.
b.1.2 Em oito das 29 amostras (Obs. 01, 04, 07, 08, 21, 22, 24 e 25) a faixa
territorial medial vascularizadas por esses ramos estendeu-se até a metade medial do
lobo piriforme.
b.1.3 Em um dos 29 cérebros (Obs. 20) esses ramos do ramo rostral da artéria
carótida do cérebro, avançaram até atingir quase todo os dois terços rostrais do lobo
piriforme.
b.1.4 Em dois dos 29 casos (Obs. 10 e 13) esses ramos do ramo rostral da artéria
carótida do cérebro, vascularizaram todo os dois terços rostrais do lobo piriforme.
b.2 Em um dos 30 encéfalos (3,3% ± 3,3 – Obs. 09 ) não foram registrados
ramos de importância, provenientes do ramo rostral da artéria carótida do cérebro, para
os dois terços rostrais medial do lobo piriforme, o qual foi vascularizado por ramos
emitidos pela artéria cerebral média.
47
4.1.2 Artéria Cerebral Média, seus Ramos Colaterais e suas Ramificações para a Área
Páleo-Palial. (direita e esquerda)
4.1.2.1 Artéria Cerebral Média (direita e esquerda)
A artéria cerebral média, ramo colateral do ramo rostral da artéria carótida do
cérebro, de um a três vasos, projetou-se em ângulo obtuso no interior da fossa lateral do
cérebro, lançando ramos centrais rostrais, centrais caudais e ramos estriados,
atravessando a superfície páleo-palial indo ramificar-se com seus ramos corticais no
neopálio da face convexa do hemisfério cerebral, após ultrapassar o sulco rinal lateral.
a. Artéria Cerebral Média Direita
Em 13 das 30 preparações a artéria cerebral média direita esteve presente e dupla
(43,3% ± 9,0 – Obs. 01, 04, 05, 06, 07, 12, 13, 15, 17, 21, 24, 28 e 30), em 13 da 30
amostras foi ímpar (43,3% ± 9,0 – Obs. 02, 09, 10, 11, 14, 16, 18, 20, 23, 25, 26, 27 e
29) e em quatro das 30 amostras foi tripla (13,3% ± 6,2 – Obs. 03, 08, 19 e 22).
b. Artéria Cerebral Média Esquerda
Em 15 das 30 peças a artéria cerebral média esquerda esteve presente e dupla
(50% ± 9,1 – Obs. 01, 04, 07, 10, 11, 15, 16, 17, 19, 20, 24, 26, 27, 28 e 29), em 13 dos
30 casos foi ímpar (43,3 % ± 9,0 – Obs. 02, 03, 05, 06, 09, 12, 13, 18, 21, 22, 23, 25 e
30), e em 2 das 30 amostras foi tripla (6,7% ± 4,5 – Obs. 08 e 14).
4.1.2.1.1 Ramos Centrais Caudais da Artéria Cerebral Média (direitos e esquerdos)
Do eixo principal da artéria cerebral média, quando única ou do vaso mais
caudal, quando dupla ou tripla, originavam-se de zero a quatro ramos centrais caudais
que se projetavam caudalmente, indo irrigar a superfície páleo-palial dos dois terços
rostrais do lobo piriforme, exceto a parte mais medial e o terço caudal deste.
48
a. Ramos Centrais Caudais da Artéria Cerebral Média Direita
a.1 Em 12 das 30 preparações (40% ± 8,9 – Obs. 02, 04, 05, 06, 07, 08, 10, 18,
21, 24, 26 e 28), a artéria cerebral média direita emitiu dois ramos centrais caudais, que
se projetavam caudalmente, indo irrigar a superfície páleo-palial dos dois terços rostrais
do lobo piriforme.
a.2 Em 10 dos 30 casos (33,3% ± 8,6 – Obs. 01, 03, 14, 15, 16, 22, 23, 27, 29 e
30), a artéria cerebral média direita lançou um ramo central caudal que se direcionou
caudalmente, vascularizando a superfície páleo-palial dos dois terços rostrais do lobo
piriforme.
a.3 Em cinco das 30 peças (16,6% ± 6,8 – Obs. 09, 13, 17, 19 e 25), a artéria
cerebral média direita projetou três ramos centrais caudais que percorriam caudalmente,
irrigando a superfície páleo-palial dos dois terços rostrais do lobo piriforme.
a.4 Em dois dos 30 achados (6,7% ± 4,5 – Obs. 12 e 20), a artéria cerebral média
direita originou quatro ramos centrais caudais que projetavam-se caudalmente
vascularizando a superfície páleo-palial dos dois terços rostrais do lobo piriforme.
a.5 Em uma das 30 amostras (3,3% ± 3,3 – Obs. 11), não houve a participação
dos ramos centrais caudais, na vascularização do lobo piriforme, que foi realizada
unicamente, por ramos colaterais do ramo rostral da artéria carótida do cérebro direita.
b. Ramos Centrais Caudais da Artéria Cerebral Média Esquerda
b.1 Em 15 das 30 preparações (50% ± 9,1 – Obs. 01, 03, 04, 05, 06, 07, 12, 15,
19, 20, 21, 22, 25, 28 e 30), a artéria cerebral média esquerda emitiu um ramo central
caudal que se lançou caudalmente, irrigando a superfície páleo-palial dos dois terços
rostrais do lobo piriforme.
b.2 Em 10 das 30 amostras (33,3% ± 8,6 – Obs. 02, 08, 11, 16, 17, 18, 23, 24, 26
e 29), a artéria cerebral média esquerda lançou dois ramos centrais caudais que
49
avançaram caudalmente vascularizando a superfície páleo-palial dos dois terços rostrais
do lobo piriforme.
b.3 Em três das 30 observações (10% ± 5,5 – Obs. 09, 14 e 27), a artéria cerebral
média esquerda originou três ramos centrais caudais que se projetavam caudalmente,
indo irrigar a superfície páleo-palial dos dois terços rostrais do lobo piriforme.
b.4 Em dois dos 30 casos (6,7% ± 4,5 – Obs. 10 e 13), não houve a participação
dos ramos centrais caudais na vascularização do lobo piriforme, a qual foi realizada
unicamente, por ramos colaterais do ramo rostral da artéria carótida do cérebro.
4.1.2.1.2 Ramos Centrais Estriados da Artéria Cerebral Média (direitos e esquerdos)
A artéria cerebral média emitiu ramos centrais estriados que mergulhavam no
tecido nervoso da fossa lateral do cérebro e na parte mais caudal do trígono olfatório.
Ambas as estruturas citadas compõem a substância perfurada rostral. Os vasos
perfurantes, vascularizavam o corpo estriado subjacente ao páleo-palio dessa região,
provenientes das artérias cerebrais médias de seus componentes rostral, médio e caudal.
a. Ramos Centrais Estriados (Perfurantes) da Artéria Cerebral Média Direita
a.1 Em 13 das 30 preparações (43,3% ± 9,0 – Obs. 02, 09, 10, 11, 14, 16, 18, 20,
23, 25, 26, 27 e 29), a artéria cerebral média direita apresentou-se ímpar emitindo de seu
eixo principal de dois a seis ramos centrais estriados (perfurantes).
a.2 Em 13 dos 30 achados (43,3% ± 9,0 – Obs. 01, 04, 05, 06, 07, 12, 13, 15,
17, 21, 24, 28 e 30) a artéria cerebral média direita mostrou-se dupla, com um
componente rostral e outro caudal. O vaso rostral lançou de seu eixo principal de dois a
cinco ramos centrais estriados. O vaso caudal emitiu de dois a cinco ramos centrais
estriados, que mergulharam na fossa lateral do cérebro e na parte mais caudal do trígono
olfatório.
50
a.3 Em quatro dos 30 casos (13,3% ± 6,2 – Obs. 03, 08, 19 e 22), a artéria
cerebral média direita apresentou-se tripla com um componente rostral, um médio e
outro caudal. Do vaso rostral foram lançados de seu eixo principal de três a quatro
ramos centrais estriados. O vaso médio emitiu de dois a três ramos centrais estriados. O
vaso caudal por sua vez originou de dois a três ramos centrais estriados que adentravam
ao tecido nervoso da fossa lateral do cérebro e na parte caudal do trígono olfatório.
b. Ramos Centrais Estriados (Perfurantes) da Artéria Cerebral Média Esquerda
b.1 Em 15 das 30 preparações (50% ± 9,1 – Obs. 01, 04, 07, 10, 11, 15, 16, 17,
19, 20, 24, 26, 27, 28 e 29), a artéria cerebral média esquerda apresentou-se dupla, com
um componente rostral e outro caudal. O vaso rostral lançou de seu eixo principal de
dois a cinco ramos centrais estriados. O vaso caudal emitiu de dois a cinco ramos
centrais estriados, que mergulharam na fossa lateral do cérebro e na parte mais caudal
do trígono olfatório.
b.2 Em 13 dos 30 achados (43,3% ± 9,0 – Obs. 02, 03, 05, 06, 09, 12, 13, 18, 21,
22, 23, 25 e 30) a artéria cerebral média esquerda mostrou-se ímpar, emitindo de seu
eixo principal de dois a seis ramos centrais estriados.
b.3 Em dois dos 30 casos (6,7% ± 4,5 – Obs. 08 e 14) a artéria cerebral média
esquerda apresentou-se tripla com um componente rostral, um médio e outro caudal. Do
vaso rostral foram lançados de seu eixo principal de três a quatro ramos centrais
estriados. O vaso médio emitiu de três a quatro ramos centrais estriados. O vaso caudal
por sua vez originou de dois a três ramos centrais estriados que adentravam ao tecido
nervoso da fossa lateral do cérebro e na parte caudal do trígono olfatório.
4.1.2.1.3 Ramos Centrais Rostrais da Artéria Cerebral Média (direitos e esquerdos)
Como no Javali, a artéria cerebral média ocorreu ímpar, dupla ou tripla os ramos
centrais rostrais sempre de pequeno calibre foram emitidos do componente mais rostral
51
ou único e vascularizavam uma pequena área de páleo-palio rostral ao eixo do vaso
emissor. Os dois terços mais rostrais do trígono olfatório eram vascularizados por ramos
centrais da artéria rinal lateral muito desenvolvida.
4.1.3 Artéria Cerebral Rostral, seus Ramos Colaterais e suas Ramificações para a Área
Páleo-Palial (direita e esquerda).
4.1.3.1 Artéria Cerebral Rostral (direita e esquerda)
A artéria cerebral rostral presente e única em todas as preparações nos dois
antímeros, continuação natural do ramo rostral da artéria carótida do cérebro,
considerada à partir da origem da última ou única artéria cerebral média, projetou-se
rostralmente lançando como ramos colaterias uma a duas artérias estriadas, uma a duas
artérias rinais laterais, uma artéria etmoidal interna e uma artéria rinal medial.
4.1.3.1.1 Artéria Estriada (direita e esquerda)
Ressaltou-se a presença da artéria estriada, geralmente ramo colateral da artéria
cerebral rostral, que se projetava lateralmente sob o trígono olfatório, perfurando-o em
sua parte central. Esse vaso assemelhou-se a descrita artéria estriada (recorrente de
Heubner) dos humanos.
a. Artéria Estriada Direita
a.1 Em 14 dos 30 encéfalos (46,7% ± 9,1 – Obs. 02, 06, 09, 10, 11, 14, 15, 16,
18, 24, 25, 26, 27 e 29) a artéria estriada direita, apresentou-se como ramo colateral da
artéria cerebral rostral penetrando na parte central do trígono olfatório de forma típica.
Sendo que na observação de número dois, essa mostrou-se dupla.
52
a.2 Em sete das 30 peças (23,3% ± 7,7 – Obs. 01, 03, 05, 07, 08, 22 e 28) a
artéria estriada direita originou-se da artéria cerebral média projetando-se rostralmente e
perfurando a parte central do trígono olfatório.
a.3 Em cinco dos 30 casos (16,7% ± 6,8 – Obs. 04, 13, 20, 23 e 30) a artéria
estriada direita apresentou-se como ramo do vaso rinal lateral lançando-se caudalmente
e perfurando a parte central do trígono olfatório.
a.4 Em quatro das 30 amostras (13,3% ± 6,2 – Obs. 12, 17, 19 e 21) a artéria
estriada direita originou-se do ramo rostral da artéria carótida do cérebro entre os
componentes rostral e médio ou caudal da artéria cerebral média, quando dupla ou
tripla.
b. Artéria Estriada Esquerda
b.1 Em 14 das 30 preparações (46,7% ± 9,1 – Obs. 01, 02, 03, 05, 06, 07, 09, 12,
15, 16, 18, 20, 22 e 25) a artéria estriada esquerda originou-se como ramo colateral da
artéria cerebral rostral, penetrando na parte central do trígono olfatório, de maneira
típica. Em duas amostras à esquerda, (Obs. 03 e 09), essas apresentaram-se duplas.
b.2 Em seis das 30 amostras (20% ± 7,3 – Obs. 08, 10, 13, 14, 17 e 29) a artéria
estriada esquerda originou-se da artéria cerebral média, lançando-se rostralmente e
perfurando a parte central do trígono olfatório.
b.3 Em seis dos 30 casos (20% ± 7,3 – Obs. 19, 23, 24, 26, 27 e 28) a artéria
estriada esquerda apresentou-se com dupla origem, sendo um vaso proveniente da
artéria cerebral média e outro da artéria rinal lateral, os quais direcionavam-se para parte
central do trígono olfatório.
b.4 Em três das 30 preparações (10% ± 5,5 – Obs. 11, 21 e 30) a artéria estriada
esquerda originou-se da artéria rinal lateral projetando-se caudalmente e perfurando a
parte central do trígono olfatório.
53
b.5 Em uma das 30 peças (3,3 % ± 3,3 – Obs. 04) a artéria estriada esquerda foi
uma ramificação do ramo rostral da artéria carótida do cérebro entre os componentes
rostral e caudal da artéria cerebral média.
4.1.3.1.2 Artéria Rinal Lateral (direita e esquerda)
A artéria rinal lateral presente e geralmente única, projetou-se da artéria cerebral
rostral lateralmente sob a superfície ventral do terço rostral do trígono olfatório,
ramificando-se e emitindo vasos centrais superficiais e estriados para o páleo-palio que
reveste essa superfície. Seus ramos maiores cruzaram o trato olfatório lateral e o sulco
rinal lateral indo distribuir-se no neopálio, como ramo cortical, na face convexa rostral
do hemisfério cerebral. Suas ramificações mais rostrais, ou o componente rostral,
quando da presença de duplicidade, distribuía-se no trato olfatório medial, no pedúnculo
olfatório e na parte mais lateral do bulbo olfatório.
a. Artéria Rinal Lateral Direita
a.1 Em 21 das 30 peças (70% ± 8,4 – Obs. 01, 02, 03, 06, 07, 08, 09, 10, 11, 12,
14, 15, 16, 17, 18, 22, 23, 25, 26, 27 e 29) a artéria rinal lateral direita mostrou-se única.
a.2 Em nove dos 30 casos (30% ± 8,4 – Obs. 04, 05, 13, 19, 20, 21, 24, 28 e 30),
a artéria rinal lateral direita apresentou-se dupla, com um componente caudal e outro
rostral. O vaso mais rostral era sempre de menor calibre.
b. Artéria Rinal Lateral Esquerda
b.1 Em 24 dos 30 encéfalos (80% ± 7,3 – Obs. 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08, 09,
10, 11, 12, 14, 15, 18, 20, 21, 23, 24, 25, 26, 28, 29 e 30) a artéria rinal lateral esquerda
era única.
b.2 Em seis das 30 amostras (20% ± 7,3 – Obs. 13, 16, 17, 19, 22 e 27) a artéria
rinal lateral esquerda era dupla, com um componente caudal de maior calibre e outro
rostral sempre de menor calibre.
54
4.1.3.1.2.1 Ramos Centrais da Artéria Rinal Lateral (direitos e esquerdos)
A artéria rinal lateral lançou ramos centrais superficiais e estriados, que
vascularizavam o páleo-palio dos dois terços rostrais do trígono olfatório, o trato
olfatório medial, o pedúnculo olfatório e os dois terços mais rostrais do trato olfatório
lateral.
a. Ramos Centrais Estriados da Artéria Rinal Lateral Direita
a.1 Em onze dos 30 encéfalos (36,7 % ± 8,8 – Obs. 02, 03, 07, 11, 15, 16, 19, 23,
26, 27 e 28) artéria rinal lateral direita única ou dupla, lançou três vasos centrais
estriados.
a.2 Em oito dos 30 casos (26,7% ± 8,1 – Obs. 06, 08, 09, 12, 14, 17, 22 e 29) a
artéria rinal lateral direita única emitiu de suas ramificações principais dois vasos
estriados que penetravam nos dois terços rostrais do trígono olfatório.
a.3 Em cinco das 30 amostras (16,7% ± 6,8 – Obs. 01, 13, 20, 24 e 30) a artéria
rinal lateral direita dupla ou única lançou cinco vasos estriados.
a.4 Em quatro das 30 peças (13,3% ± 6,2 – Obs. 04, 10, 18 e 25) a artéria rinal
lateral direita única ou dupla originou quatro vasos estriados.
a.5 Em um dos 30 achados (3,3% ± 3,3 – Obs. 21) a artéria rinal lateral dupla
lançou seis vasos estriados.
a.6 Em um dos 30 encéfalos (3,3% ± 3,3 – Obs. 05) a artéria rinal lateral dupla
lançou nove vasos estriados.
b. Ramos Centrais Estriados da Artéria Rinal Lateral Esquerda.
b.1 Em 13 dos 30 casos (43,3% ± 9,0 – Obs. 02, 09, 10, 11, 12, 14, 18, 20, 21,
23, 26, 27 e 30) a artéria rinal lateral esquerda quando única ou dupla emitiu três ramos
estriados.
55
b.2 Em seis dos 30 encéfalos (20% ± 7,3 – Obs. 06, 07, 16, 17, 25 e 28) a artéria
rinal lateral esquerda, quando única ou dupla, lançou quatro ramos estriados.
b.3 Em cinco das 30 peças (16,7% ± 6,8 – Obs. 01, 05, 13, 19 e 24) a artéria
rinal lateral esquerda única ou dupla originou cinco ramos estriados.
b.4 Em cinco dos 30 achados (16,7% ± 6,8 – Obs. 03, 04, 08, 15 e 29) a artéria
rinal lateral esquerda única lançou dois ramos estriados.
.
b.5 Em um dos 30 encéfalos (3,3% ± 3,3 – Obs. 22) a artéria rinal lateral
esquerda dupla apresentou seis ramos estriados.
4.1.3.1.3 Artéria Etmoidal Interna (direita e esquerda)
A artéria etmoidal interna foi a continuação do eixo principal da artéria cerebral
rostral, acompanhando a fissura longitudinal ventralmente, até alcançar a lâmina crivosa
do osso etmóide, onde se anastomosou com a artéria etmoidal externa, que penetrou
pelo forame etmoidal proveniente da artéria maxilar.
a. Artéria Etmoidal Interna Direita
a.1 Em 100% das preparações (Obs. 01 a 30) a artéria etmoidal interna direita,
esteve presente e única.
b. Artéria Etmoidal Interna Esquerda
b.1 Em 29 dos 30 encéfalos (96,7% ± 3,3 – Obs. 01, 02, 04, 05, 06, 07, 08, 09,
10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 30), a
artéria etmoidal interna esquerda, esteve presente e única.
b.2 Em um dos 30 casos (3,3% ± 3,3Obs. 03) a artéria etmoidal interna
esquerda esteve ausente.
56
4.1.3.1.4 Artéria Rinal Medial (direita e esquerda)
Após lançar a artéria etmoidal interna a artéria cerebral rostral mergulhou na
fissura longitudinal do cérebro, anastomosando-se com sua homóloga contralateral,
formando a artéria inter-hemisférica rostral ímpar. Pouco antes dessa anastomose a
artéria cerebral rostral, de cada antímero, lançou rostralmente uma artéria rinal medial.
Essa vascularizou a parte mais medial do bulbo olfatório e a parte mais rostral do
neopálio da face medial do hemisfério cerebral.
a. Artéria Rinal Medial Direita
a.1 Em 100% dos encéfalos (Obs. 01 a 30) a artéria rinal medial direita esteve
presente e única.
a.1.1 Em 29 das 30 amostras (96,7% ± 3,3 – Obs. 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08,
10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 30) a artéria
rinal medial direita originou-se da artéria cerebral rostral.
a.1.2 Em uma das 30 amostras (3,3% ± 3,3 – Obs. 09) a artéria rinal medial
direita era ramo da artéria etmoidal interna direita.
b. Artéria Rinal Medial Esquerda
b.1 Em 100% das peças (Obs. 01 a 30) a artéria rinal medial esquerda esteve
presente e única e apresentou-se como ramo colateral da artéria cerebral rostral
esquerda.
4.1.4 Artéria Cerebral Caudal e seu Ramo Colateral para o Lobo Piriforme
Do ramo caudal da artéria carótida do cérebro foi emitido lateralmente, na altura
da origem aparente do III par de nervos cranianos (Oculomotor) normalmente uma
artéria cerebral caudal. Essa projetando-se lateralmente mergulhou na fissura transversa
do cérebro originando ramos para o tecto mesencefálico, diencéfalo e pólo caudal do
57
hemisfério cerebral. Pouco antes de penetrar na fissura, ou logo ao penetrar, emitiu um
ramo central que se distribuiu no terço caudal do lobo piriforme, vascularizando o
páleo-palio local.
a. Artéria Cerebral Caudal Direita
a.1 Em 29 das 30 amostras (96,7% ± 3,3 – Obs. 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08,
09, 10, 11, 12, 13, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 30) a artéria
cerebral caudal direita esteve presente e ímpar.
a.2 Em uma das 30 preparações (3,3% ± 3,3 – Obs. 14) a artéria cerebral caudal
direita apresentou-se dupla. O ramo rostral apresentou menor calibre, com um
componente rostral e outro caudal.
b. Artéria Cerebral Caudal Esquerda
b.1 Em 28 das 30 observações (93,3% ± 4,5 – Obs. 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08,
09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28 e 30), a artéria
cerebral caudal esquerda esteve presente e ímpar.
b.2 Em duas das 30 amostras (6,7% ± 4,5 – Obs. 16 e 29), a artéria cerebral
caudal esquerda foi dupla. Quando da duplicidade, o vaso mais rostral foi sempre mais
fino que o componente caudal.
4.2 Artérias Responsáveis pela Vascularização Arterial do cerebelo (direitas e
esquerdas)
O cerebelo foi vascularizado pelas artérias cerebelares rostrais e cerebelares
caudais; desta última foi originado a artéria cerebelar média.
A artéria cerebelar rostral foi ramo da confluência da anastomose entre os ramos
caudais das artérias carótidas do cérebro com a artéria basilar, ou próximo em um
desses vasos.
58
A artéria cerebelar caudal foi sempre ramo da artéria basilar, originada nos dois
antímero na altura do corpo trapezóide. A artéria basilar originou-se de um ramo
proveniente da rede epidural caudal direita e esquerda, que ao se anastomosarem, na
altura do forame magno, formaram rostralmente a artéria basilar e caudalmente uniram-
se a artéria espinhal ventral. A artéria basilar projetou-se à partir do forame magno,
acompanhando a fissura mediana ventral no rombencéfalo até alcançar o sulco rostral da
ponte, apresentando um estrangulamento parcial na altura da ponte, pouco antes de se
anastomosar com o ramo caudal da artéria carótida do cérebro direita e esquerda.
Observou-se que o comportamento das ramificações das artérias cerebelares
tanto da rostral como da caudal, apresentou uma constância incomum para os padrões
normais de vascularização arterial.
4.2.1 Artéria Cerebelar Rostral (direita e esquerda)
A artéria cerebelar rostral foi um vaso geralmente ímpar, originado da
confluência da anastomose entre o ramo caudal de cada artéria carótida do cérebro, com
a artéria basilar. Projetou-se lateralmente acompanhando o sulco rostral da ponte,
mergulhando na fissura transversa do cérebro, acompanhando o trajeto inverso do nervo
troclear (IV par craniano), que por aí descia, caudalmente ao colículo caudal. Antes de
alcançar o cerebelo, emitiu um primeiro ramo colateral, a artéria tectal caudal para a
metade rostral do colículo caudal. Ao aproximar-se do vérmis cerebelar lançou um
segundo ramo tectal caudal, de menor calibre, para a parte caudal do colículo caudal. A
artéria cerebelar rostral ao atingir o vérmis cerebelar, passando rostralmente ao
pedúnculo cerebelar rostral, bifurcou-se emitindo ramos rostrais que vascularizavam a
face rostral (tentorial) do cerebelo e ramos caudais para o primeiro lóbulo a língula. Os
ramos rostrais ascenderam pela face rostral do cerebelo, tanto nos lóbulos rostrais do
vérmis como no hemisfério cerebelar lateral, projetando-se inclusive na face caudal do
cerebelo. No vérmis ele atingiu o terço mais dorsal da face caudal, enquanto que nos
hemisférios cerebelares ele vascularizou até os dois terços mais dorsais da face caudal
do cerebelo. As ramificações terminais das artérias cerebelares rostrais penetravam nas
inúmeras fissuras do cerebelo.
59
a. Artéria Cerebelar Rostral Direita
a.1 Em todas preparações (Obs. 01 a 30), a artéria cerebelar rostral direita esteve
presente e ímpar.
a.1.1 Em 26 das 30 peças (86,7% ± 6,2 – Obs. 01, 02, 05, 06, 07, 08, 09, 10, 11,
12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 24, 25, 26, 27, 29 e 30) a artéria cerebelar
rostral direita originou-se da confluência dos ramos caudais das artérias carótidas do
cérebro com a artéria basilar. Na observação 25 a artéria cerebelar rostral apresentou
dupla origem, nas dependências da confluência entre os ramos caudais da artéria
carótida do cérebro e da artéria basilar.
a.1.2 Em três das 30 amostras (10% ± 5,5 – Obs. 04, 23 e 28) a artéria cerebelar
rostral direita foi emitida do ramo caudal da artéria carótida do cérebro.
a.1.3 Em um dos 30 encéfalos (3,3% ± 3,3 – Obs. 03) a artéria cerebelar rostral
direita foi ramo da artéria basilar, muito próximo a anastomose dessa com os ramos
caudais da artéria carótida do cérebro.
b. Artéria Cerebelar Rostral Esquerda
b.1 Em 29 das 30 preparações (96,7% ± 3,3 – Obs. 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08,
09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28 e 29) a
artéria cerebelar rostral esquerda mostrou-se presente e ímpar.
b.1.1 Em 18 das 30 peças (60% ± 8,9 – Obs. 01, 03, 05, 06, 07, 09, 10, 11, 13,
16, 18, 19, 21, 23, 25, 26, 28 e 29) a artéria cerebelar rostral esquerda foi emitida da
confluência da anastomose entre os ramos caudais da artéria carótida do cérebro com a
artéria basilar.
b.1.2 Em nove dos 30 casos (30% ± 8,4 – Obs. 02, 04, 08, 15, 17, 20, 22, 24 e
27) a artéria cerebelar rostral esquerda foi emitida do ramo caudal da artéria carótida do
cérebro.
60
b.1.3 Em duas das 30 amostras (6,7% ± 4,5 – Obs. 12 e 14) a artéria cerebelar
rostral esquerda era ramo da artéria basilar.
b.2 Em um dos 30 encéfalos (3,3% ± 3,3 – Obs. 30) a artéria cerebelar rostral
esquerda mostrou-se dupla, sendo o vaso mais rostral de maior calibre e originado da
confluência, enquanto o vaso caudal de menor calibre foi lançado da artéria basilar. O
vaso caudal foi responsável pela irrigação do paraflóculo.
4.2.2 Artéria Cerebelar Caudal (direita e esquerda)
A artéria cerebelar caudal ramo principal da artéria basilar, foi emitida
normalmente na altura do corpo trapezóide. Projetou-se lateralmente contornando a
medula oblonga até atingir a origem aparente do VIII par de nervos cranianos
(vestibulococlear), onde originou a artéria cerebelar média, que se projetava,
dorsorostralmente. Seu eixo principal curvou-se caudomedialmente indo alcançar o
plexo corióide do IV ventrículo, avançando medialmente sob este, vascularizando-o. A
seguir, passou caudalmente ao pedúnculo cerebelar caudal até atingir o vérmis
cerebelar, indo ramificar-se no último lóbulo, o nódulo. Durante este último trajeto
emitiu ramos colaterais que ascenderam na face caudal do cerebelo. Nos hemisférios
cerebelares laterais esses vasos alcançaram o terço mais ventral da face caudal,
enquanto que no vérmis médio, atingiu os dois terços mais ventrais dessa face. Logo
após irrigar com uma seqüência de vasos o plexo corióide do IV ventrículo, a artéria
cerebelar caudal lançou um ramo para a face dorsal do corpo restiforme (pedúnculo
cerebelar caudal).
a. Artéria Cerebelar Caudal Direita
a.1 Em todas as preparações (Obs. 01 a 30) a artéria cerebelar caudal esteve
presente e ímpar.
61
a.2 Em 12 dos 30 casos (40% ± 8,9 – Obs. 04, 05, 09, 13, 15, 18, 20, 23, 25, 27,
28 e 30) a artéria cerebelar caudal direita originou-se simetricamente, a sua homóloga
contralateral, da artéria basilar, na altura do corpo trapezóide.
a.3 Em oito das 30 amostras (26,7% ± 8,1 – Obs. 02, 03, 06, 07, 08, 10, 24 e 26)
a artéria cerebelar caudal direita apresentou-se milímetros mais rostral que à esquerda,
na altura no corpo trapezóide.
a.4 Em quatro dos 30 encéfalos (13,3% ± 6,2 – Obs. 12, 14, 21 e 29) a artéria
cerebelar caudal direita originou-se no corpo trapezóide, caudalmente à sua homóloga
do lado esquerdo.
a.5 Em três das 30 peças (10% ± 5,5 – Obs. 11, 19, 22) a artéria cerebelar caudal
direita originou-se mais rostral que à esquerda, na altura da ponte.
a.6 Em três das 30 preparações (10% ± 5,5 – Obs. 01, 16 e 17) a artéria cerebelar
caudal direita apresentou-se milímetros mais caudal que sua homóloga contralateral na
altura do corpo trapezóide.
b. Artéria Cerebelar Caudal Esquerda
b.1 Em 100% das peças (Obs. 01 a 30) a artéria cerebelar caudal esquerda esteve
presente e ímpar.
b.2 Em 12 dos 30 casos (40% ± 8,9 – Obs. 04, 05, 09, 13, 15, 18, 20, 23, 25,
27, 28 e 30) a artéria cerebelar caudal esquerda originou-se simetricamente, a sua
homóloga contralateral, da artéria basilar, na altura do corpo trapezóide.
b.3 Em oito das 30 amostras (26,7% ± 8,1 – Obs. 02, 03, 06, 07, 08, 10, 24 e
26) a artéria cerebelar caudal esquerda apresentou-se milímetros mais caudal que à
direita, na altura no corpo trapezóide.
62
b.4 Em quatro dos 30 achados (13,3% ± 6,2 – Obs. 12, 14, 21 e 29) a artéria
cerebelar caudal esquerda foi mais rostral que à direita, originando-se na altura da
ponte.
b.5 Em três das 30 preparações (10% ± 5,5 – Obs. 01, 16 e 17) a artéria
cerebelar caudal esquerda apresentou-se milímetros mais rostral que à direita, na altura
no corpo trapezóide.
b.6 Em três das 30 peças (10% ± 5,5 – Obs. 11, 19 e 22) a artéria cerebelar
caudal esquerda originou-se no corpo trapezóide, caudalmente à sua homóloga do lado
direito.
4.2.3 Artéria Cerebelar Média (direita e esquerda)
A artéria cerebelar caudal emitiu seu principal ramo colateral a artéria cerebelar
média, na altura da origem aparente do nervo vestíbulococlear (VIII par craniano). Essa
lançou uma artéria labiríntica para o ouvido interno, continuando-se dorsalmente indo
vascularizar o pedúnculo cerebelar médio, o paraflóculo e o flóculo do cerebelo.
a. Artéria Cerebelar Média Direita
a.1 Em 29 das 30 preparações (96,7% ± 3,3 – Obs. 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08,
09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 30) a artéria
cerebelar média direita esteve presente e ímpar.
a.2 Em uma das 30 peças (3,3% ± 3,3 – Obs. 22) a artéria cerebelar média direita
foi dupla e o vaso mais rostral originou-se diretamente da artéria basilar, na altura da
ponte, caudal à artéria trigeminal e rostral à artéria cerebelar caudal.
b. Artéria Cerebelar Média Esquerda
63
b.1 Em 29 das 30 amostras (96,7% ± 3,3 – Obs. 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07, 08,
09, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24, 25, 26, 27, 28, 29 e 30) a artéria
cerebelar média esquerda esteve presente e ímpar.
b.2 Em um dos 30 casos (3,3% ± 3,3 – Obs. 22) a artéria cerebelar média
esquerda foi dupla e o vaso mais rostral originou-se diretamente da artéria basilar, na
altura da ponte, caudal à artéria trigeminal e rostral à artéria cerebelar caudal.
64
LEGENDA 1
Desenhos esquemáticos (Figuras 02 a 32) em vista ventral, das artérias da região
do páleo-palio do encéfalo em javali (Sus scrofa scrofa).
a- artéria carótida do cérebro
b- ramo rostral da artéria carótida do cérebro
c- ramo caudal da artéria carótida do cérebro
d- artéria cerebral média
e- artéria central caudal
f- artéria central rostral
g- artéria estriada (recorrente de Heubner)
h- artéria cerebral rostral
i- artéria rinal lateral
j- artéria etmoidal
k- artéria rinal medial
l- artéria interhemisférica rostral ímpar
m- artéria cerebral caudal
n- artéria tectal
o- artéria basilar
p- artéria cerebelar rostral
q- artéria cerebelar caudal
r- artéria cerebelar média
s- artéria da rede admirável epidural caudal
t- artéria espinhal ventral
65
LEGENDA 2
Desenhos esquemáticos (Figuras 34 a 64) do tronco encefálico em vista
lateral direita (A), lateral esquerda (B); e do hemicerebelo isolado em vista
ventral direita (D) e vista ventral esquerda (E).
a- artéria carótida do cérebro
b- ramo rostral da artéria carótida do cérebro
c- ramo caudal da artéria carótida do cérebro
m- artéria cerebral caudal
n- artéria tectal
o- artéria basilar
p- artéria cerebelar rostral
q- artéria cerebelar caudal
r- artéria cerebelar média
s- artéria da rede admirável epidural caudal
t- artéria espinhal ventral
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Figura 01 – Desenho esquemático da vista ventral do encéfalo de javali
indicando a localização das estruturas: bo – bulbo olfatório; pe – pedúnculo
olfatório; hc – hemisfério cerebral; tl – trato olfatório lateral; tm – trato olfatório
medial; tr – trígono olfatório; fl – fossa lateral do cérebro; sl – sulco rinal lateral;
lp – lobo piriforme; qo – quiasma óptico; to – trato óptico; cm – corpo mamilar;
hi – hipófise pontilhada; pc – pedúnculo cerebral; po – ponte; pi – pirâmide; ct –
corpo trapezóide; mo – medula oblonga; ce – cerebelo; me – medula espinhal.
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Figura 02 – Obs. 01 (fêmea)
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Figura 03 – Obs.02 (macho)
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Figura 04 – Obs. 03 (fêmea)
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Figura 05 – Obs. 04 (macho)
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Figura 06 – Obs. 05 (macho)
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Figura 07 – Obs. 06 (fêmea)
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Figura 08 – Obs.07 (macho)
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Figura 09 – Obs. 08 (fêmea)
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Figura 10 – Obs. 09 (fêmea)
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Figura 11 – Obs. 10 (macho)
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Figura 12 – Obs. 11 (fêmea)
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Figura 13 – Obs. 12 (macho)
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Figura 14 – Obs. 13 (macho)
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Figura 15 – Obs. 14 (macho)
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Figura 16 – Obs. 15 (macho)
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Figura 17 – Obs. 16 (fêmea)
83
a
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b
b
c
c
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d
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e
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Figura 18 – Obs. 17 (fêmea)
84
a
a
b
b
c
c
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Figura 19 – Obs. 18 (macho)
85
a
a
b
b
c
c
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e
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g
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g
Figura 20 – Obs. 19 (fêmea)
86
a
a
b
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c
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e
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g
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Figura 21 – Obs. 20 (macho)
87
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a
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c
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Figura 22 – Obs. 21 (macho)
88
a
a
b
b
c
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Figura 23 – Obs. 22 (macho)
89
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Figura 24 – Obs. 23 (fêmea)
g
90
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Figura 25 – Obs. 24 (macho)
91
a
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Figura 26 – Obs. 25 (fêmea)
92
a
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b
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Figura 27 – Obs. 26 (fêmea)
g
93
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Figura 28 – Obs. 27 (fêmea)
94
a
a
b
b
c
c
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d
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g
g
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h
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n
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b
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t
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Figura 29 – Obs. 28 (fêmea)
95
a
a
b
b
c
c
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e
e
g
g
h
h
i
i
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s
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m
Figura 30 – Obs. 29 (fêmea)
96
a
a
b
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c
c
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d
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e
g
h
h
i
i
j
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k
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k
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p
t
g
Figura 31 – Obs. 30 (macho)
97
Figura 32 – Desenho esquemático do tronco encefálico com
cerebelo em vista lateral direita (A) e detalhe da base do hemi-
cerebelo direito rebatido em vista ventral (B): 1 – Medula
Oblonga; 2 – Ponte; 3 – Plexo corióide do IV Ventrículo; 4 –
Cerebelo; 5 – Nervo Trigêmio (V par craniano); 6 – Pedúnculo
Cerebral; 7 – Colículo Rostral; 8 – Tálamo Cortado; 9 - Nervo
óptico (II par craniano); 10 – Lóbulo Língula; 11 – Lóbulo
Nódulo; 12 – Lóbulo Flóculo; 13 – Paraflóculo; 14 – Braço
Conjuntivo (Pedúnculo Cerebral Rostral); 15 – Braço da Ponte
(Pedúnculo Cerebral Médio); 16 – Corpo Restiforme (Pedúnculo
Cerebral Caudal)
(
A)
(
D)
1
2
3
4
5
6
7
8
9
1
0
11
1
2
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0
1
4
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5
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c
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b
b
Figura 33 – Obs. 01 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
99
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b
b
Figura 34 – Obs. 02 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
100
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c
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n
p
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c
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b
b
Figura 35 – Obs. 03 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
101
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c
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q
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c
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n
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p
b
b
Figura 36 – Obs. 04 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
102
a
c
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n
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c
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p
b
b
Figura 37 – Obs. 05 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
103
a
c
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b
Figura 38 – Obs. 06 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
104
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c
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p
a
c
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n
o
s
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p
b
b
Figura 39 – Obs. 07 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
105
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b
b
Figura 40 – Obs. 08 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
106
a
c
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n
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c
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b
b
Figura 41 – Obs. 09 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
107
a
c
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n
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a
c
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b
b
Figura 42 – Obs. 10 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
108
a
c
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n
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t
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b
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a
b
Figura 43 – Obs. 11 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
109
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c
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p
a
c
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n
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s
t
p
b
Figura 44 – Obs. 12 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
110
a
c
m
n
p
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p
a
c
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n
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b
b
Figura 45 – Obs. 13 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
111
a
c
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n
p
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p
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a
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n
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s
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p
m
b
b
Figura 46 – Obs. 14 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
112
a
c
m
n
p
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p
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p
a
c
m
n
o
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p
b
b
Figura 47 – Obs. 15 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
113
a
c
m
n
p
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p
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p
r
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q
r
r
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q
p
p
a
c
m
n
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s
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p
m
b
b
Figura 48 – Obs. 16 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
114
a
c
m
n
p
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p
q
p
r
q
q
r
r
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p
a
c
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n
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p
b
b
Figura 49 – Obs. 17 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
115
a
c
m
n
p
o
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r
s
t
p
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p
r
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r
r
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p
p
a
c
m
n
o
s
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p
b
b
Figura 50 – Obs.18 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
116
a
c
m
n
p
o
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r
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p
r
q
q
r
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p
a
c
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n
o
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p
b
b
Figura 51 – Obs. 19 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
117
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c
m
n
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r
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q
r
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p
a
c
m
n
o
s
t
p
b
b
Figura 52 – Obs. 20 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
118
a
c
m
n
p
o
q
r
s
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r
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q
r
r
q
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p
a
c
m
n
o
s
t
p
b
b
Figura 53 – Obs.21 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
119
a
c
m
n
p
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r
s
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q
p
r
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q
r
r
q
q
p
p
a
c
m
n
o
s
t
p
r
r
r
r
b
b
Figura 54 – Obs. 22 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
120
a
c
m
n
p
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r
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p
r
q
q
r
r
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q
p
p
a
c
m
n
o
s
t
p
b
b
Figura 55 – Obs. 23 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
121
a
c
m
n
p
o
q
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p
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p
q
q
r
r
q
q
p
p
a
c
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n
o
s
t
p
r
b
b
Figura 56 – Obs. 24 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
122
a
c
m
n
p
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p
r
q
q
r
r
q
q
p
p
a
c
m
n
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t
p
b
b
Figura 57 – Obs. 25 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
123
a
c
m
n
p
o
q
r
s
t
p
q
p
r
q
q
r
r
q
q
p
p
a
c
m
n
o
s
t
p
b
b
Figura 58 – Obs. 26 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
124
a
c
m
n
p
o
q
r
s
t
p
q
p
r
q
q
r
r
q
q
p
p
a
c
m
n
o
s
t
p
b
b
Figura 59 – Obs. 27 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
125
a
c
m
n
p
o
q
r
s
t
p
q
p
r
q
q
r
r
q
q
p
p
a
c
m
n
o
s
t
p
b
b
Figura 60 – Obs. 28 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
126
a
c
m
n
p
o
q
r
s
t
p
q
p
r
q
q
r
r
q
q
p
p
a
c
m
n
o
s
t
p
m
b
b
Figura 61 – Obs. 29 (fêmea)
(D)
(B)
(A)
(C)
127
a
c
m
n
p
o
q
r
s
t
p
q
p
r
q
q
r
r
q
q
p
p
a
c
m
n
o
s
t
p
p
p
p
b
b
Figura 62 – Obs.30 (macho)
(D)
(B)
(A)
(C)
128
Figura 63 – Vista ventral das artérias da base do encéfalo do javali (Obs. 26)
sem a hipófise para salientar os vasos principais das fontes de suprimento
sanguíneo para o páleo-palio: a – artéria carótida do cérebro; b – ramo rostral
de a; c – ramo caudal de a; d – artéria cerebral média; e – artéria cerebral
rostral; f – artéria estriada; g – artéria rinal lateral; h – artéria etmoidal interna;
i – artéria rinal medial; j – artéria cerebral caudal; k – artéria basilar; l – ramos
centrais de b; m – ramos centrais caudais de d; n – ramos centrais de j; bo –
bulbo olfatório; sl – sulco rinal lateral; po – pedúnculo olfatório; tl – trato
olfatório lateral; tm – trato olfatório medial; to – trígono olfatório; fl – fossa
lateral do cérebro; lp – lobo piriforme; qo – quiasma óptico; cm – corpo
mamilar; pc – pedúnculo cerebral; pt – ponte. Barra = 11mm.
bo
a
a
b
b
c
c
d
d
d
e
f
g
g
h
h
i
i
j
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l
l
m
m
n
n
sl
sl
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t
m
po
tl
t
f
l
fl
lp
lp
m
l
q
o
c
m
pcpc
pt
j
129
Figura 64 – Detalhe em vista ventral do encéfalo de javali (Obs. 26) para
salientar os vasos estriados que penetram na substância perfurada rostral
e os ramos superficiais para o páleo-palio desta área: a – ramo rostral da
artéria carótida do cérebro; b – ramos páleo-paliais de a para o lobo
piriforme; c – artéria cerebral média; d – ramo central caudal de c para o
lobo piriforme; e – ramo central rostral; f – artéria cerebral rostral; g –
artéria estriada típica; h – artéria rinal lateral; i – artéria central estriada
ramo de h; j – artéria etmoidal interna; k – artéria rinal medial; bo –
bulbo olfatório; po – pedúnculo olfatório; tm – trato olfatório medial; tl –
trato olfatório lateral; to – trígono olfatório; sl – sulco rinal lateral; fl –
fossa lateral do cérebro; qo – quiasma óptico. Barra = 6mm.
bo
po
t
m
t
l
s
l
t
o
t
l
qo
a
b
d
d
f
l
c
c
c
e
f
f
g
h
i
j
j
k
k
s
l
130
Figura 65 – Vista ventral do Rombencéfalo de javali (Obs. 13)
mostrando a origem das artérias cerebelares: a – ramo proveniente da
Rede Admirável Epidural Caudal; b – artéria espinhal ventral; c –
artéria basilar; d – ramos para medula oblonga; e – artéria cerebelar
caudal; f – artéria cerebelar média; g – artérias pontinas; h – artéria
cerebelar rostral; i – ramo caudal da artéria carótida do cérebro; j –
artéria cerebral caudal; pc – pedúnculo cerebral; po – ponte; ct –
corpo trapezóide; mo – medula oblonga. Barra = 7mm.
a
a
b
c
d
d
d
d
e
e
f
f
g
g
g
g
h
h
i
i
j
j
pc
po
c
t
ct
mo
c
131
Figura 66 – Vista ventral do Rombencéfalo de javali (Obs. 22)
salientando a assimetria na origem das artérias cerebelares caudais e a
duplicidade das artérias cerebelares médias: a – ramo proveniente das
Rede Admirável Epidural Caudal; b- artéria espinhal ventral; c –
artéria basilar; d – ramos para medula oblonga; e – artéria cerebelar
caudal; f – artéria cerebelar média; g – artéria trigeminal; h – artéria
cerebelar rostral; i – ramo caudal da artéria carótida do cérebro; j –
artéria cerebral caudal; pc – pedúnculo cerebral; cm – corpo mamilar;
po – ponte; ct – corpo trapezóide; pi – pirâmide; mo – medula oblonga.
Barra= 9mm.
a
a
b
c
d
d
d
e
e
f
f
f
f
f
f
g
g
c
h
h
i
i
j
j
pc
po
c
m
ct
c
t
pi
mo
132
Figura 67 – Vista lateral direita do Rombencéfalo de javali (Obs. 28)
salientando as artérias cerebelares: a – ramo proveniente Rede
Admirável Epidural Caudal; b – artéria espinhal ventral; c – artéria
basilar; d – ramos para a medula oblonga; e – artéria cerebelar
caudal; f – artéria cerebelar média; g – artéria cerebelar rostral; h –
artéria tectal caudal; i – ramo caudal da artéria carótida do cérebro; j
– artéria tectal rostral; k – artéria cerebral caudal; lp – lobo piriforme;
ft – fissura transversa do cérebro; IV – nervo troclear; po – ponte; ce
– cerebelo; pc – plexo corióide do IV ventrículo; mo – medula
oblonga. Barra = 8,5mm.
a
pc
b
c
d
d
d
e
e
e
f
f
g
h
i
j
k
f
t
l
p
IV
po
c
e
mo
133
Figura 68 – Cerebelo isolado em vista caudal (A) e em vista
ventral (B) (Obs.24): a – artéria cerebelar caudal e suas
ramificações; b – artéria cerebelar rostral e suas ramificações;
c – artéria cerebelar média; no – lóbulo nódulo; li – lóbulo
língula; pc – plexo corióide do IV ventrículo; pe – pedúnculos
cerebelares; fo – lóbulo flóculo. Barra = 9mm.
a
a
a
b
b
b
b
b
b
c
c
c
c
f
o
pc
pc
p
pe
pc
l
i
n
o
n
o
pc
l
i
pc
pc
pe
pe
a
a
a
a
bb
c
c
a
a a
B
A
134
v
e
v
e
h
l
v
e
a
a
a
h
l
a
b
b
b
a
a
a
a
a
a
pe
pe
l
i
Figura 69 – Cerebelo isolado em vista rostral (A) e em
vista dorsal (B) (Obs. 24): a – artéria cerebelar rostral e
suas ramificações; b – artéria cerebelar caudal e suas
ramificações; pe – pedúnculos cerebelares; li – lóbulo
língula; ve – vérmis médio; hl – hemisfério cerebelar
lateral. Barra
=
9,5mm.
B
A
135
5 DISCUSSÃO
Em relação à revisão de literatura não foi encontrado nenhum relato ou citação
sobre a vascularização da região do páleo-palio em Sus scrofa scrofa (javali) nos
tratados clássicos de anatomia. Enquanto que na bibliografia especializada achou-se
apenas um artigo tratando especificamente das fontes de vascularização arterial para o
rinencéfalo, mas em espécies diferentes.
No javali observou-se, conforme descrito nos resultados, que as artérias
responsáveis pela vascularização da região do páleo-palio (direitas e esquerdas), foram
os ramos colaterais das artérias cerebrais rostral, média e caudal, bem como ramos
colaterais do ramo rostral da artéria carótida do cérebro. Alguns trabalhos citados na
revisão de literatura descreveram a distribuição dos ramos colaterais das artérias
cerebrais rostral, média e caudal, porém, não citaram especificamente a região do páleo-
palio.
Com relação a artéria carótida interna Tandler (1898) descreveu que a mesma é
um vaso em constante desenvolvimento em toda a série de mamíferos, podendo ser um
vaso de grosso calibre ou até mesmo não ser visualizada em algumas espécies (DE
VRIESE, 1905; BOURDELLE e BRESSOU, 1964). No javali a artéria carótida interna,
constituiu a fonte principal de suprimento sanguíneo para o encéfalo e desta partiram
inúmeros ramículos interligados que formaram a rede admirável epidural rostral
(RAER), com pequena colaboração de ramos colaterais das artérias maxilar, meníngea
média e oftálmica externa (FERREIRA, 1998; OLIVEIRA e CAMPOS, 2005). Ainda
no javali a partir da RAER, houve a formação da artéria carótida do cérebro, sendo um
vaso curto e calibroso que dividiu-se em seus dois ramos terminais, um ramo rostral e
outro ramo caudal (FERREIRA, 1998; LIMA et al, 2005; OLIVEIRA e CAMPOS,
2005). Já para Câmara Filho et al (2004), em seu trabalho sobre as características
morfológicas da distribuição vascular cerebral em javali, utilizando cinco machos e
cinco fêmeas, descreveram que a artéria carótida interna provém da artéria carótida
comum, não sendo citado, em suas pesquisas a presença da RAER, e que a mesma,
dividiu-se em dois ramos comunicantes, um rostral e outro caudal. Ainda para
Jablonski, Brudnicki e Wiland (1989) em javali, a artéria carótida interna provinha da
RAER e após dividiu-se em um ramo comunicante caudal e na artéria cerebral rostral,
136
contrariando nossos resultados uma vez que dá RAER originou-se a artéria carótida do
cérebro e esta se dividiu em um ramo rostral e outro caudal.
Alguns autores por falta de referência e designações na Nomina Anatomica
Veterinária, basearam seus resultados comparando-os com a vascularização arterial em
humanos, que denominam o ramo caudal de artéria comunicante caudal e a continuação
da própria carótida interna de artéria cerebral rostral (MACHADO, 1993). Tomando-se
como base os estudos filogenéticos acha-se inadequado chamar o ramo rostral de artéria
cerebral rostral, a qual originaria a artéria cerebral média. Baseados na filogênese o
ramo rostral da artéria carótida interna (do cérebro) tem como ramo colateral à artéria
cerebral média e como ramo terminal a artéria cerebral rostral (DE VRIESE, 1905).
No javali o ramo rostral da artéria carótida do cérebro emitiu de um a três ramos
colaterais, as artérias cerebrais médias, continuando-se rostralmente na fissura
longitudinal como seu ramo terminal, a artéria cerebral rostral (DE VRIESE, 1905;
NANDA, 1981; CÂMARA FILHO et al, 2004; LIMA et al, 2005; OLIVEIRA e
CAMPOS, 2005). Em discordância com o estudo realizado, por Jablonski, Brudnicki e
Wiland (1989), em javali, a artéria cerebral média foi um ramo colateral da artéria
cerebral rostral e sua continuação natural foi à artéria etmoidal interna e a artéria do
corpo caloso; e para Ferreira (1998) o ramo rostral da artéria carótida do encéfalo
dividiu-se em dois ramos terminais a artéria cerebral rostral e a artéria cerebral média. O
ramo rostral da artéria carótida do cérebro, no trajeto entre sua origem e a emissão da
artéria cerebral média, lançou de um a três ramos para os dois terços mais rostrais de
uma pequena faixa medial do páleo-palio no lobo piriforme. Não foram encontrados nos
tratados clássicos de anatomia, até o momento, citações referentes a vascularização da
região medial do lobo piriforme por ramos do ramo rostral da artéria carótida do
cérebro.
No javali, foi observado que o ramo caudal da artéria carótida do cérebro
projetou-se caudalmente na superfície ventral dos pedúnculos cerebrais, lançando
lateralmente, para o interior da fissura transversa do cérebro, a artéria cerebral caudal
(TANDLER, 1898; DE VRIESE, 1905; BOURDELLE e BRESSOU, 1964; NANDA,
1981; JABLONSKI, BRUDNICKI e WILAND, 1989; CÂMARA FILHO et al, 2004;
OLIVEIRA e CAMPOS, 2005). Para Ferreira (1998), estudando o comportamento das
artérias da base do encéfalo de 40 suínos natimortos, a artéria cerebral caudal foi
originada, no limite entre a anastomose do ramo caudal da artéria carótida do encéfalo
com os ramos terminais da artéria basilar, na altura da origem aparente do nervo
137
oculomotor (III par craniano), correspondendo anatomicamente ao encontrado no javali.
Entretanto, as designações para esses vasos foram diferentes das do autor, já que o ramo
caudal da artéria carótida do cérebro originava a artéria cerebral caudal e continuou até
anastomosar-se com seu homólogo contralateral e com a artéria basilar na altura do
sulco rostral da ponte (OLIVEIRA e CAMPOS, 2005).
No que se refere à artéria cerebral média no javali, observou-se que esta se
apresentou com a variação de um a três ramos colaterais do ramo rostral da artéria
carótida do cérebro, emitidos lateralmente ao quiasma óptico, para o interior da fossa
lateral do cérebro. Na maioria das preparações nos dois antímeros estas foram duplas
(JABLONSKI, BRUDNICKI e WILAND, 1989; SKOCZYLAS, 2000; OLIVEIRA e
CAMPOS, 2005). Mas para Ferreira (1998) e Ferreira e Prada (2005) em suas
observações em suínos natimortos, a artéria cerebral média apresentou-se dupla, tripla e
até mesmo quadrúpla. Esses autores consideraram a artéria rinal lateral única ou dupla
como artéria cerebral média.
No javali, a artéria cerebral média lançou ramos centrais rostrais, centrais
caudais e centrais estriados (perfurantes) para a superfície páleo-palial e para o corpo
estriado, seu eixo principal progrediu como ramos corticais que após ultrapassar o sulco
rinal lateral, ramificavam-se na face convexa do hemisfério cerebral. Os ramos centrais
caudais irrigaram os dois terços rostrais do lobo piriforme podendo apresentar-se em
número de zero a quatro ramos. À direita, na maioria das peças observaram-se dois
ramos centrais caudais irrigando a superfície páleo-palial do lobo piriforme; já à
esquerda, na maioria das amostras, a artéria cerebral média emitiu apenas um ramo
central caudal para a mesma região. A área territorial de páleo-pálio suprareferida,
quando não vascularizada pelos ramos centrais caudais, em parte ou até totalmente, foi
suprida por ramos provenientes do ramo rostral da artéria carótida do cérebro.
Para Sztamska e Goetzen (1997) em seus estudos comparativos sobre a origem
da vascularização do rinencéfalo no homem, gato e ovelha, citaram que os vasos
responsáveis pela vascularização desta região foram às artérias cerebrais rostral, média e
caudal, bem como seus ramos colaterais, sendo o mesmo encontrado no javali. Contudo
esses autores descreveram o rinencéfalo humano como sendo pobremente desenvolvido
em comparação com os cérebros animais e que este era suprido pelos ramos colaterais
corticais da artéria cerebral anterior. A substância perfurada anterior no homem era
vascularizada por arteríolas internas ramos da artéria cerebral média e da artéria cerebral
anterior, que corriam para o corpo estriado e estruturas correlatas, classificadas por estes
138
autores em três grupos, um medial, um intermediário e outro lateral de acordo com sua
origem. Essas arteríolas internas se originaram do tronco principal da artéria cerebral
média em um ângulo quase reto, usualmente em direção a parede superior ou lateral do
seu segmento proximal. Geralmente essas apresentavam-se unidas em dois grupos de
vasos, raramente em três grupos, ou em um grupo que direcionava-se para a parte lateral
da substância perfurada anterior. Tomando, portanto, em consideração suas origens
estas foram então denominados como grupo medial, intermediário e lateral. Contudo,
seus cursos, dentro da substância perfurada anterior, assim como o ponto de perfuração
no cérebro foi bastante variável. As arteríolas originadas dos diferentes segmentos da
artéria cerebral média corriam juntas, alternando-se e cruzando-se mutuamente.
Contrariamente ao descrito no encéfalo humano, a parte anterior (rostral) do rinencéfalo
no gato e no ovino, formava um desenvolvido lobo olfatório, possuindo todo seu
sistema arterial separado cujas, fontes foram às artérias cerebral anterior e cerebral
média. Nos cérebros de gatos a artéria cerebral média supriu grande parte do lobo
olfatório enquanto, nos ovinos a fonte dominante do suprimento para o lobo olfatório
era a artéria cerebral anterior. Como nos ovinos, o mesmo foi observado em javali. A
parte posterior do rinencéfalo, dos animais estudados era vascularizada por ramos
corticais da artéria cerebral média e, minúsculas arteríolas terminais dos ramos corticais
da artéria cerebral caudal.
Segundo a Nomina Anatomica Veterinaria (2005) a artéria cerebral média
apresenta ramos centrais e corticais. Esses últimos devem se distribuir no neopálio após
ultrapassar o sulco rinal lateral. Ramos centrais distribuem-se no território páleo-palial.
Vale ressaltar que no javali, em uma peça à direita e duas, à esquerda, os vasos
responsáveis pela vascularização dos dois terços rostrais do lobo piriforme foram
originados do ramo rostral da artéria carótida do cérebro, não havendo participação dos
ramos centrais caudais da artéria cerebral média.
Ainda com relação aos ramos centrais da artéria cerebral média para a
vascularização da região páleo-palial foram observados ramos centrais estriados que
mergulharam no tecido nervoso da fossa lateral do cérebro e na parte mais caudal do
trígono olfatório (BRENOWITZ e YONAS, 1990). Estes ramos poderiam ser de dois a
seis, com variação também na origem dos componentes da artéria cerebral média
(rostral, média e caudal). Para Nachman e Topol (2002) estudando animais
microsmáticos (11 babuínos) e macrosmáticos (30 gatos) relataram que para o
suprimento arterial do trígono olfatório e da substância perfurada rostral foram
139
encontrados de cinco a dez ramos perfurantes provenientes da artéria cerebral média em
felinos, sendo semelhante ao observado no javali. Ainda para estes mesmos autores, em
babuínos, a origem do suprimento arterial teve procedência tanto da artéria cerebral
média como da artéria cerebral rostral. Os ramos provenientes da artéria cerebral média
dirigiam-se medialmente e perfuravam a substância perfurada rostral, podendo ser
encontrados de oito a quatorze ramos. Já da artéria cerebral rostral, foram originados de
um a dois grandes troncos que deles eram emitidos de seis a oito ramos estriados. Esses
vasos projetaram-se caudalmente para a parte medial do trígono olfatório e substância
perfurada rostral. No javali podemos comparar os vasos descritos acima com os ramos
estriados da artéria rinal lateral, que por sua vez era um ramo colateral da artéria
cerebral rostral, que vascularizava o páleo-palio dos dois terços rostrais do trígono
olfatório, o trato olfatório medial, o pedúnculo olfatório e os dois terços mais rostrais do
trato olfatório lateral.
Para Skoczylas (2000) em seu trabalho utilizando 44 cérebros de Sus scrofa f.
domestica observou que da artéria cerebral média foram emitidos dez ramos colaterais,
mas o autor não descreveu claramente seus trajetos e nem a área que estes ramos
irrigavam ou supriam. Da mesma maneira o autor relatou que a artéria cerebral rostral
originou de duas a três artérias cerebrais médias sendo estas denominadas de anterior,
média e posterior. Ainda para Skoczylas (2000) a artéria cerebral média anterior dava
origem a uma artéria rinal anterior e outra posterior. A artéria rinal anterior dirigia-se
para a área rostral do sulco rinal lateral e seus ramos colaterais supriam o córtex acima
do sulco; e a artéria rinal posterior dirigia-se para a parte caudal do sulco rinal lateral e
seus ramos colaterais também supriam o córtex acima do sulco. O que para este autor
foi considerado como artéria cerebral média anterior em nossos resultados foram
descritos como artérias rinais laterais. Esses vasos no javali foram únicos ou duplos
(tanto à direita, como à esquerda), e quando dessa duplicidade esses ramos eram
denominados de artérias rinais laterais, com um componente rostral e outro caudal. A
artéria cerebral média, no javali foi ramo colateral do ramo rostral da artéria carótida do
cérebro, apresentando de um a três componentes, enquanto a artéria cerebral rostral foi
seu ramo terminal. A artéria cerebral rostral emitiu como primeiro ramo colateral a
artéria rinal lateral. Esse vaso foi assim designado devido a sua topografia de origem e
sua distribuição territorial. Como no javali a área páleo-palial era muito extensa e o lobo
frontal era bastante desenvolvido, as artérias que realizavam, o suprimento sanguíneo a
princípio, na filogênese o bulbo olfatório, acrescentaram para si esse território neopalial
140
e baseando-se na literatura esses vasos foram designados de artérias rinais lateral e
medial, por vascularizarem a área do páleo-pálio e o isocórtex frontal (OLIVEIRA e
CAMPOS, 2005). Ao sistematizarmos a artéria cerebral média no javali, levou-se em
conta o ângulo de origem e seu percurso dentro da fossa lateral, por isso que o vaso
mais rostral, próximo ao pedúnculo do bulbo olfatório, não foi denominado como uma
artéria cerebral média e sim como uma artéria rinal lateral.
Com relação à artéria cerebral média, no javali, ainda foram observados ramos
centrais rostrais que eram sempre de pequeno calibre e emitidos do componente mais
rostral ou único da mesma. Esses ramos vascularizaram uma pequena parte de páleo-
palio rostral ao vaso de origem. Na Nomina Anatomica Veterinaria (2005) são citados
ramos centrais e dentre esses, ramos estriados. Os ramos centrais ramificam-se no
páleo-palio superficialmente na base do encéfalo, enquanto que os ramos estriados
perfuram o tecido nervoso da sustância perfurada rostral (fossa lateral do cérebro e
trígono olfatório) indo vascularizar o corpo estriado subjacente e interno a esta área.
Segundo Beccari (1943) animais macrosmáticos como o Sus apresentam uma
enorme extensão de córtex exclusivamente olfatório. Assim as artérias que o suprem são
em maior número. Já animais microsmáticos tiveram uma redução extrema na área
páleo-palial como o já citado símio (babuíno) e humanos. Assim os vasos que
vascularizam essas áreas estão concentrados em uma pequena região restrita da base do
encéfalo e por isso foram designados de ramos centrais. Desta maneira fica muito difícil
comparar-se animais microsmáticos com macrosmáticos.
No que se refere à artéria cerebral rostral, no javali, esta esteve presente e única
em todos as amostras, nos dois antímeros, sendo ramo terminal do ramo rostral da
artéria carótida do cérebro, considerada a partir da origem da última ou única artéria
cerebral média (OLIVEIRA e CAMPOS, 2005). No javali, foi sistematizado geralmente
como ramo colateral da artéria cerebral rostral, a artéria estriada (direita e esquerda) que
se projetava lateralmente sob o trígono olfatório, perfurando-o, sendo semelhante a
artéria estriada recorrente de Heubner dos humanos (BRENOWITS e YONAS, 1990;
MACHADO, 1993). Para Nanda (1981) em seu estudo sobre o suprimento sanguíneo
para o cérebro de suínos, a artéria cerebral rostral, durante seu percurso na superfície
ventral do trígono olfatório, lançou ramos corticais e destes foram emitidos ramos
centrais (finos) que penetravam e supriam as partes rostral e rostromedial do núcleo
caudato, o putame, o globo pálido e a cápsula interna. No javali a artéria estriada,
primeiro ramo colateral da artéria cerebral rostral, foi o vaso que apresentou
141
características topográficas semelhantes a artéria estriada recorrente de Heubner dos
humanos. Em 80% dos cérebros humanos esta artéria estriada (recorrente de Heubner)
esteve presente e vascularizou a maior parte do estriado e a cápsula interna
(MACHADO, 1993).
Foi descrito no javali, ainda como ramo colateral da artéria cerebral rostral, a
artéria rinal lateral, sendo na maioria das peças um ramo único que se projetava
lateralmente, na superfície ventral dos dois terços rostrais do trígono olfatório, trato
olfatório lateral e seus ramos terminais distribuiram-se no neopálio, na face convexa, do
hemisfério cerebral rostralmente (OLIVEIRA e CAMPOS, 2005). Contrariando os
achados Skoczylas (2000) que relata a presença de uma artéria rinal lateral anterior e
posterior, que segundo o autor teve origem de uma artéria cerebral média.
Em nossa pesquisa observamos que a artéria rinal lateral emitiu vasos centrais
superficiais e estriados, que vascularizaram o páleo-palio dos dois terços rostrais do
trígono olfatório, o trato olfatório medial, o pedúnculo olfatório e os dois terços mais
rostrais do trato olfatório lateral. Os ramos centrais estriados da artéria rinal lateral
variaram de dois a nove vasos à direita e de dois a seis ramos à esquerda. Câmara Filho
et al (2004) em javali (Sus scrofa) observou que a artéria cerebral rostral emitiu de um a
quatro ramos corticais, que seguiam em direção à superfície lateral do trato olfatório
lateral e distribuíam-se neste e em partes do lobo frontal dos hemisférios cerebrais.
Estes ramos citados pelos autores podem ser comparados no javali, com a artéria rinal
lateral, como foi citado anteriormente, sendo um ramo colateral da artéria cerebral
rostral, pois a mesma emitiu vasos centrais superficiais e estriados para o páleo-palio e
seus ramos maiores cruzaram o trato olfatório lateral e o sulco rinal lateral indo se
distribuir no neopálio no lobo frontal do hemisfério cerebral.
Outro ramo colateral da artéria cerebral rostral sistematizado no cérebro de javali
foi à artéria etmoidal interna. Esta foi considerada como a continuação do eixo principal
da artéria cerebral rostral, acompanhando a fissura longitudinal ventralmente, indo
alcançar a lâmina crivosa do osso etmóide, onde se anastomosou com a artéria etmoidal
externa que penetrou pelo forame etmoidal, proveniente da artéria maxilar
(JABLONSKI, BRUDNICKI e WILAND, 1989; FERREIRA, 1998; CÂMARA FILHO
et al, 2004; OLIVEIRA e CAMPOS, 2005).
Além da sistematização das artérias estriada, rinal lateral e etmoidal interna, foi
estudada no javali, como último ramo colateral da artéria cerebral rostral, após seu
mergulho na fissura longitudinal do cérebro, a artéria rinal medial. A artéria rinal medial
142
vascularizou a parte mais medial do bulbo olfatório e a parte mais rostral do neopálio da
face medial do hemisfério cerebral, e sua origem da artéria cerebral rostral foi um pouco
antes da anastomose com a artéria homóloga contralateral, formando a artéria inter-
hemisférica rostral ímpar (OLIVEIRA e CAMPOS, 2005). Segundo Sztamska e
Goetzen (1997) no gato a artéria cerebral rostral lançou um ramo especial que supria o
bulbo olfatório, a parte medial da superfície rostral do lobo olfatório, bem como o giro
reto e o sulco olfatório. Já na ovelha para os mesmos autores a artéria cerebral rostral
deu origem à arteríolas que se distribuíam na superfície caudal do tubérculo olfatório,
giro e trato olfatório medial, bem como para o pedúnculo olfatório lateral.
Em relação ao ramo caudal da artéria carótida do cérebro foi observado, no
javali, que o mesmo se projetou caudalmente na superfície ventral dos pedúnculos
cerebrais onde, na altura da origem aparente do III par de nervos cranianos
(Oculomotor), lançou lateralmente, para o interior da fissura transversa do cérebro, a
artéria cerebral caudal. (TANDLER, 1898; DE VRIESE, 1905; FERREIRA, 1998;
SKOCZYLAS e WILAND, 1999; CÂMARA FILHO et al, 2004; LIMA et al, 2005;
OLIVEIRA e CAMPOS, 2005). Ainda no javali o ramo caudal da artéria carótida do
cérebro projetou-se caudomedialmente alcançando o interior da fossa interpeduncular,
junto ao sulco rostral da ponte, onde se anastomosou com seu homólogo contralateral e
com a artéria basilar (OLIVEIRA e CAMPOS, 2005).
Para Ferreira (1998) e Ferreira e Prada (1999), em seus estudos com 40 suínos
natimortos, sem raça definida, o ramo caudal da artéria carótida do cérebro deu origem a
artéria cerebral caudal, mas após sua emissão o ramo caudal uniu-se aos ramos
terminais da artéria basilar, projetados rostralmente ao sulco rostral da ponte. Em nossas
observações no javali, e também segundo Oliveira e Campos (2005) na mesma espécie,
a artéria basilar sofreu um estrangulamento na altura da ponte, não havendo, portanto a
possibilidade de um vaso, após uma diminuição de seu calibre, originar ramos terminais
de maior diâmetro. Por isso não se considerou como ramos terminais da artéria basilar.
No javali a artéria cerebral caudal projetou-se lateralmente, mergulhando na
fissura transversa do cérebro, originando ramos para o tecto mesencefálico, diencéfalo e
pólo caudal do hemisfério cerebral (OLIVEIRA e CAMPOS, 2005). Pouco antes de
penetrar na fissura transversa do cérebro, ou logo ao penetrar, emitiu um ramo central
que se distribuiu no terço caudal do lobo piriforme, vascularizando o páleo-palio local.
No javali a artéria cerebral caudal apresentou-se única na maioria das peças tanto à
direita como à esquerda. Nos casos de duplicidade, um caso à direita e em duas
143
amostras à esquerda o componente rostral foi sempre um vaso de menor calibre. Em
nossa revisão de literatura apenas em um artigo foi citado a presença de ramos colaterais
da artéria cerebral caudal, que vascularizavam a parte caudal do lobo piriforme.
Segundo Sztamska e Goetzen (1997), em gatos e ovinos, a artéria cerebral caudal emitiu
minúsculas arteríolas terminais para o lobo piriforme.
Outro importante enfoque em nossa pesquisa foi a irrigação do cerebelo no
javali (Sus scrofa scrofa). Esta região do metencéfalo foi vascularizada, pelas artérias
cerebelares rostrais e caudais, sendo que desta última foi originada a artéria cerebelar
média. Em relação à literatura pesquisada encontraram-se poucos relatos sobre a
vascularização cerebelar especificamente. Alguns autores fizeram apenas citações
destas artérias cerebelares, bem como suas áreas de vascularização, não havendo
nenhum, dentre os trabalhos encontrados, que relatasse sobre a sistematização arterial
cerebelar em javali.
Com relação à artéria cerebelar rostral, observou-se que esse vaso foi geralmente
ímpar, originado da confluência da anastomose entre o ramo caudal de cada artéria
carótida do cérebro, com a artéria basilar. Projetou-se lateralmente acompanhando o
sulco rostral da ponte, mergulhando na fissura transversa do cérebro, acompanhando o
trajeto inverso do nervo troclear (IV par craniano).
A artéria cerebelar rostral no javali, emitiu ramos colaterais que se distribuíram
no colículo caudal, seu eixo principal vascularizou toda a face rostral (tentorial) do
cerebelo, sendo que no vérmis médio alcançou desde o lóbulo língula até o terço mais
dorsal da face caudal, enquanto que nos hemisférios cerebelares irrigou até os dois
terços mais rostrais da face caudal do cerebelo, ou seja, essa artéria vascularizou a maior
parte do cerebelo.
Na grande maioria de nossos achados, tanto à direita como, à esquerda, a artéria
cerebelar rostral foi um vaso único originado da confluência dos ramos caudais das
artérias carótidas do cérebro com a artéria basilar (OLIVEIRA e CAMPOS, 2005). Mas
para Câmara Filho et al (2004), estudando javali, a artéria cerebelar rostral originou-se
do ponto de confluência, em apenas dois casos entre dez animais. Em poucos casos,
também à direita e à esquerda, a artéria cerebelar rostral foi originada do ramo caudal
das artérias carótidas do cérebro ou da artéria basilar. O que vale destacar foi que em
apenas uma peça, a artéria cerebelar rostral esquerda apresentou-se dupla, sendo o vaso
mais rostral de maior calibre e originado da confluência, enquanto o vaso caudal de
144
menor calibre foi lançado da artéria basilar. O vaso caudal, nesse caso, foi responsável
pela irrigação do paraflóculo.
Bourdelle e Bressou (1964); Gillilan (1974); Jablonski, Brudnicki e Wiland
(1989); Câmara Filho et al, (2004) e Lima et al (2005) relataram em suas pesquisas que
do tronco basilar (artéria basilar) foram emitidos as artérias cerebelares rostrais, sendo
isso semelhante a apenas um caso á direita e dois casos, à esquerda no javali. Para
Ferreira (1998) e Ferreira e Prada (1999) a artéria cerebelar rostral teve origem, na
maioria das suas preparações, da artéria basilar ou dos ramos terminais desta artéria.
Como já discutido, anteriormente, a artéria basilar sofre um estrangulamento na altura
da ponte, não podendo emitir ramos terminais mais calibrosos, observou-se que quando
a artéria basilar originava a artéria cerebelar rostral, o fluxo sanguíneo para este vaso era
proveniente dos ramos caudais das artérias carótidas do cérebro. Para Nanda (1981) e
Câmara Filho et al (2004), a artéria cerebelar rostral foi ramo colateral do ramo caudal
(artéria comunicante caudal, da artéria carótida do cérebro), sendo que para os últimos
autores foram observados apenas poucos casos à esquerda. Em nossa pesquisa no javali,
encontrou-se três casos à direita e nove à esquerda, com esta mesma origem da artéria
cerebelar rostral.
A artéria cerebelar caudal no javali foi um ramo colateral principal da artéria
basilar, emitida normalmente na altura do corpo trapezóide. Projetou-se lateralmente
contornando a medula oblonga até atingir a origem aparente do VIII par de nervos
cranianos (vestibulococlear), onde originou a artéria cerebelar média, que se projetava,
dorsorostralmente. Seu eixo principal curvou-se caudomedialmente indo alcançar o
plexo corióide do IV ventrículo, avançando medialmente sob este, vascularizando-o. A
seguir, passou caudalmente ao pedúnculo cerebelar caudal, até atingir o vérmis
cerebelar, indo ramificar-se desde o último lóbulo, o nódulo até os dois terços mais
ventrais da face caudal, enquanto que, nos hemisférios cerebelares vascularizou o terço
ventral da face caudal do cerebelo. Logo após irrigar com uma seqüência de vasos o
plexo corióide do IV ventrículo, a artéria cerebelar caudal lançou um ramo para a face
dorsal do corpo restiforme (pedúnculo cerebelar caudal). Para Bourdelle e Bressou
(1964), Gillilan (1974), Nanda (1981), Jablonski, Brudniki, Wiland (1989), Ferreira e
Prada (1999), Câmara Filho et al (2004), e Lima et al (2005), a artéria cerebelar caudal
foi originada da artéria basilar, na altura do corpo trapezóide, direcionando-se para o
cerebelo e plexo corióide do IV ventrículo, concordando com o encontrado em javali.
No javali as artérias cerebelares caudais estiveram sempre presentes e únicas, tanto à
145
direita quanto à esquerda, havendo uma diferença na altura da origem destas artérias. Na
maioria das peças, em ambos os antímeros, estas tiveram uma assimetria de origem, na
altura do corpo trapezóide ou da ponte (JABLONSKI, BRUDNIKI, WILAND,1989;
OLIVEIRA e CAMPOS, 2005). Jablonski, Brudniki, Wiland (1989) também
obsevaram a assimetria de origem das artérias cerebelares caudais, em 34 javalis,
citando também que as artérias cerebelares caudais apresentaram origem dupla em dois
animais no antímero esquerdo. Já para Ferreira (1998) e Ferreira e Prada (1999) em 40
suínos natimortos, as artérias cerebelares caudais também tiveram dupla origem, porém
apenas em duas amostras no antímero direito.
Da artéria cerebelar caudal foi emitida, no javali, como seu ramo colateral
principal a artéria cerebelar média, na altura da origem aparente do nervo
vestibulococlear (VIII par craniano). Essa lançou um artéria labiríntica para o ouvido
interno, continuando-se dorsalmente indo vascularizar o pedúnculo cerebelar médio, o
paraflóculo e o flóculo do cerebelo (OLIVEIRA e CAMPOS, 2005). Para Nanda (1981)
a artéria cerebelar caudal, durante seu percurso ao longo das raízes nervosas dos nervos
facial (VII par craniano) e vestibulococlear (VIII par craniano), emitiu um pequeno
ramo que transcorreu entre as raízes nervosas acima citadas e que ascendeu na
superfície dorsolateral da ponte, distribuíndo-se nas partes ventrolaterais do lóbulo
flocular e, paraflócular. Esta artéria foi denominada pela autora como artéria cerebelar
média, sendo semelhante ao encontrado no javali.
Segundo Jablonski, Brudniki, Wiland (1989), as artérias labirínticas tiveram
origem das artérias cerebelares caudais enquanto que em nossos resultados, eram ramo
da artéria cerebelar média. No que se refere à origem das artérias cerebelares médias
Câmara Filho et al (2004) e Lima et al (2005) divergiram de nossos achados, pois
descreveram que a origem da artéria cerebelar média foi proveniente da artéria basilar,
na altura da ponte. Ainda no javali observamos que a artéria cerebelar média, em apenas
um caso e em ambos os antímeros, foi dupla e o vaso mais rostral originou-se
diretamente da artéria basilar na altura da ponte (OLIVEIRA e CAMPOS, 2005).
146
6 CONCLUSÕES
Referente ao comportamento e distribuição territorial das artérias cerebrais
rostral, média e caudal na superfície páleo-palial do encéfalo e artérias cerebelares em
javali, fundamentado nas observações de 30 cérebros, 15 machos e 15 fêmeas foram
estabelecidas as seguintes conclusões:
1 – As fontes de suprimento arterial para a região do páleo-palio são
provenientes das três artérias cerebrais: rostral, média e caudal; sendo as duas primeiras,
respectivamente, ramo terminal e colateral do ramo rostral da artéria carótida do cérebro
e a última, é ramo colateral do ramo caudal da artéria carótida do cérebro. As artérias
carótidas do cérebro são formadas a partir da Rede Admirável Epidural Rostral, a qual é
proveniente das artérias carótidas internas com pequena cooperação das artérias:
maxilar, meníngea média e oftálmica externa.
2 – A artéria rinal medial, ramo colateral da artéria cerebral rostral, emitida no
interior da fissura longitudinal do cérebro, pouco antes da formação da artéria inter-
hemisférica rostral ímpar, vasculariza a parte mais medial do bulbo olfatório e a parte
rostral do córtex do lobo frontal.
3 – A artéria rinal lateral ramo da artéria cerebral rostral, vasculariza o trato
olfatório medial, os dois terços rostrais do páleo-palio do trígono olfatório, os dois
terços rostrais do trato olfatório lateral, o pedúnculo olfatório, a maior parte lateral do
bulbo olfatório e a parte rostral da face convexa do hemisfério cerebral no lobo frontal.
Seus ramos centrais estriados penetram na parte mais rostral do corpo estriado.
4 – A artéria estriada apresenta-se no javali como um ramo isolado da artéria
cerebral rostral, entre as origens da última artéria cerebral média e da artéria rinal
lateral, perfurando a parte central do terço caudal do trígono olfatório.
5 – As artérias cerebrais médias geralmente duplas vascularizam, com seus
ramos centrais superficiais rostrais a fossa lateral do cérebro e o terço caudal do trato
olfatório lateral. Seus ramos centrais estriados vascularizam a parte caudal do corpo
147
estriado, enquanto seus ramos centrais caudais vascularizam os dois terços rostrais e
mais laterais do páleo-palio do lobo piriforme. A artéria cerebral média emite ramos
corticais que se dirigem para a face convexa do hemisfério cerebral.
6- Ramos do ramo rostral da artéria carótida do cérebro vascularizam uma
pequena faixa medial dos dois terços rostrais do páleo-palio do lobo piriforme.
7- O ramo central da artéria cerebral caudal vasculariza o terço mais
caudomedial do lobo piriforme.
8 – A artéria cerebelar rostral, geralmente um vaso ímpar é originado da
confluência e anastomose entre o ramo caudal da artéria carótida do cérebro, direito e
esquerdo, com a artéria basilar. Essa emite duas artérias tectais caudais para irrigar o
colículo caudal e seu eixo principal ramifica-se no cerebelo, distribuindo-se no vermis
médio, desde o lóbulo língula até o terço mais dorsal deste, na face caudal. Nos
hemisférios cerebelares laterais essa vasculariza toda a face rostral indo até os dois
terços mais dorsais da face caudal do cerebelo.
9 – A artéria cerebelar caudal originada da artéria basilar, tanto à direita como à
esquerda, como um vaso ímpar, emite uma artéria cerebelar média que vasculariza o
flóculo e o paraflóculo; e ao atingir o cerebelo lança uma série de vasos para o plexo
corióide do IV ventrículo, indo se distribuir no vérmis médio, desde o lóbulo nódulo até
os dois terços ventrais na face caudal, enquanto nos hemisférios cerebelares laterais
irrigou até o terço ventral da face caudal.
148
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