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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ASPECTOS COGNITIVOS EM RÓTULOS: AVALIAÇÃO DOS TEXTOS
INFORMATIVOS EM TRÊS EMBALAGENS DE CAFÉ
por
VÂNIA MARISA NIEDERAUER FLORES SEVERO
LICENCIADA PLENA EM LETRAS, FIC-UFSM, 1986
TESE SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
NOVEMBRO, 2005
© 2005 VÂNIA MARISA NIEDERAUER FLORES SEVERO
TODOS DIREITOS RESERVADOS.
O autor aqui designado concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao público,
em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei.
Assinatura do Autor: ___________________________________________
APROVADO POR:
___________________________________________________________
Prof. Reidson Pereira Gouvinhas, D Sc., Orientador, Presidente
________________________________________________________________
Prof. Miguel Eduardo Moreno Añez, D.Sc., Membro Examinador
_______________________________________________________________
Profª Teresa de Souza, D. Sc., Membro Examinador Externo
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SEVERO, VÂNIA MARISA NIEDERAUER FLORES
ASPECTOS COGNITIVOS EM RÓTULOS: AVALIAÇÃO DOS
TEXTOS INFORMATIVOS EM TRÊS EMBALAGENS DE CAFÉ
[Rio Grande do Norte] 2005
xvii, 157 p. 29,7 cm (UFRN/PEP, Mestrado, Engenharia de Produção,
2005)
Tese de Mestrado - Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
Programa de Engenharia de Produção
1. Embalagem. 2. Rótulo. 3. Café. 4. Informação
I. UFRN/PEP II. Título (série )
ii
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CURRICULUM VITAE RESUMIDO
Vânia Marisa Niederauer Flores Severo é graduada em Letras - Português Licenciatura
Plena pela FIC/UFSM, 1986, tem curso de Especialização em Literatura Brasileira pela
FIC/UFSM, 1987. Em 1988 começou a lecionar Língua Portuguesa e Literatura Brasileira, na
rede federal Macapá-AP, também em 1988, ingressou como professora na Prefeitura
Municipal de Macapá-AP, assumiu o cargo de diretora adjunta da escola nos anos de 1989 e
1990, entre os anos de 1988 e 1990, lecionou a disciplina de Teoria Literária no Curso de
Letras como Professora substituta na UFPA. Desde 1991 é professora do atual Centro Federal
de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte, onde leciona as disciplinas de Língua
Portuguesa e Literatura Brasileira. No CEFET-RN desempenhou várias atividades docentes e
participou de grupos de trabalho como o Comitê de Qualidade e Produtividade e a Comissão
de Revisão e Correção de Provas de Concursos.
iii
Dedico este trabalho a pessoas especiais:
Meus pais, Bolívar Augusto Niederauer e Evani de Jesus Niederauer,
Meu esposo, Ricardo Nascimento Flores Severo,
Meus Filhos, Giulliana e Ricardo Augusto.
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pela vida, saúde, pela perseverança, e as condições que permitiram a
conclusão deste trabalho.
Agradeço ao CEFET-RN, Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do
Norte, por ter proporcionado através de convênio com a UFRN e o Programa de Engenharia
de Produção, a oportunidade de avançar nos estudos e concluir o mestrado.
À UFRN, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, por ter oferecido mais esta
oportunidade de aperfeiçoamento.
Ao meu orientador, Prof. Reidson Pereira Gouvinhas, pela compreensão e atenção, que
sempre dispensou durante toda a pesquisa, sem as quais não seria possível para conclusão
deste trabalho.
Ao Coordenador do Programa de Engenharia de Produção da UFRN, Prof. Rubens
Eugênio Barreto Ramos, pelas orientações, apoio, amizade, zelo e pela dedicação que oferece
a pesquisa e a Pós-Graduação na UFRN.
A todos os docentes do Programa de Engenharia de Produção, por ter contribuído com
seus conhecimentos para o desenvolvimento deste trabalho; especialmente os Prof. Anatália
Saraiva Martins Ramos, Sergio Marques Junior e Miguel Eduardo Moreno Añez, pela
orientação e amizade.
Aos funcionários da coordenação de Pós-Graduação de Engenharia de Produção, pela
presteza, carinho e simpatia que sempre atenderam às minhas solicitações em especial à
Cleide.
Ao Prof Dante Henrique Moura e a Prof.ª Ana Lúcia Sarmento Henrique do CEFET-RN
pelas orientações, incentivo e amizade.
Ao Prof Arthur Mattos da UFRN pelas orientações na elaboração da pesquisa, apoio e
amizade.
Aos colegas de turma, pelo espírito de cooperação e companheirismo demonstrado.
Aos colegas do CEFET-RN, que me incentivaram para continuidade dos estudos e
apoiaram a conclusão deste trabalho.
Aos familiares e amigos próximos ou distantes que sempre nos incentivaram e apoiaram.
A todos que contribuíram para o engrandecimento pessoal e profissional, através de
sugestões e críticas.
v
Resumo da Tese apresentada à UFRN/PEP como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção.
ASPECTOS COGNITIVOS EM RÓTULOS: AVALIAÇÃO DOS TEXTOS
INFORMATIVOS EM TRÊS EMBALAGENS DE CAFÉ
VÂNIA MARISA NIEDERAUER FLORES SEVERO
Novembro/2005
Orientador: Reidson Pereira Gouvinhas
Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção
O presente trabalho tem o objetivo de apresentar uma investigação sobre o nível de
clareza dos textos informativos dos rótulos de embalagens de café torrado e moído,
considerando os aspectos lingüísticos e ergonômicos presentes nos rótulos do produto.
Lingüisticamente analisar se a linguagem utilizada nos rótulos é adequada para a
compreensão das informações pelo consumidor, ainda expor como a lingüística preconiza a
organização e estruturação dos textos a partir da classificação do gênero textual. Do ponto de
vista da ergonomia a pesquisa pretende identificar a conformidade ergonômica presente nas
informações dos rótulos das embalagens de café. Devido à evolução das atividades
comerciais, a embalagem passou ao longo do tempo a acumular funções, transformando-se
em um considerável veículo de comunicação, informação e sedução do seu público
consumidor, por isso, a adoção de normas adequadas relativas às informações pode evitar que
o consumidor desenvolva conceitos inadequados ou até mesmo empregue erroneamente um
produto alimentício em sua dieta. A engenharia de produção considera importante a inserção
de melhores práticas de produção e gestão do produto nas empresas, com vistas ao aumento
de sua competitividade, compatibilizando as características ergonômicas do produto
embalagem, com as necessidades do consumidor enquanto parte integrante do processo de
desenvolvimento do produto. A pesquisa propõe, então, um roteiro para avaliação dos rótulos
de embalagens, utilizando para isso um questionário com questões fechadas e uma aberta,
aplicados em consumidores de café torrado e moído no momento da compra em quatro
supermercados de Natal. Os principais resultados da investigação demonstram que os
aspectos lingüísticos dos textos informativos foram considerados bons, enquanto os aspectos
ergonômicos informacionais analisados podem vir a contribuir para uma melhoria visual das
informações contidas nos rótulos das embalagens das marcas de café investigadas.
vi
Abstract of Master Thesis presented to UFRN/PEP as fulfillments of requirements to the
degree of Master of Science in Production Engineering
COGNITIVE ASPECTS IN LABELS: EVALUATION OF THE INFORMATIVE
TEXTS IN THREE PACKINGS OF COFFEE
VÂNIA MARISA NIEDERAUER FLORES SEVERO
November/2005
Thesis Supervisor : Reidson Pereira Gouvinhas
Program: Master of Science in Production Engineering
The present work has the objective of presenting an investigation on the level of
clarity of the informative texts of the labels of packings of toasted coffee and crushed,
considering the linguistic aspects and ergonomic presents in the labels of the product.
Linguistically to analyze the language used in the labels it is adapted for the understanding of
the information by the consumer, to expose as the linguistics still extol the organization and
structuring of the texts starting from the classification of the textual gender. Of the point of
view of the ergonomics the research intends to identify the present ergonomic conformity in
the information of the labels of the packings of coffee. Due to the evolution of the commercial
activities, the packing started along the time to accumulate functions, becoming a
considerable communication vehicle, information and your consuming public's seduction, for
that, the adoption of relative norms to the information can avoid that the consumer develops
inadequate concepts or even it uses a nutritious product erroneously in your diet. The
production engineering considers important the insert of best production practices and
administration of the product in the companies, with views to the increase of your
competitiveness, making compatible the ergonomic characteristics of the product packing,
with the consumer's needs while it leaves integral of the process of development of the
product. The research proposes, then, a route for evaluation of the labels of packings, using
for that a questionnaire with closed subjects and an open one, applied in consumers of toasted
coffee and crushed in the moment of the purchase in four supermarkets of Natal. The
principal results of the investigation demonstrate that the linguistic aspects of the informative
texts were considered good, while the aspects ergonomic analyzed informed can come to
contribute for a visual improvement of the information contained in the labels of the packings
of the marks of coffee investigated.
vii
SUMÁRIO
Capítulo 1 Introdução.................................................................................................................1
1.1 Contextualização ..................................................................................................................1
1.2 Dados Econômicos Para Importância da Embalagem..........................................................4
1.3 Importância da Informação nas Embalagens de Alimentos .................................................5
1.4 Embalagens em Alimentos - Café ........................................................................................8
1.5 Objetivo ................................................................................................................................9
1.6 Objetivos Específicos .........................................................................................................10
1.7 Relevância da Pesquisa.......................................................................................................10
1.8 Estrutura da Dissertação.....................................................................................................12
Capítulo 2 Pesquisa Bibliográfica ............................................................................................13
2.1 Embalagem.........................................................................................................................13
2.1.1 Origem da Embalagem............................................................................................13
2.1.2 Produto embalagem: conceito, funções e tipos .......................................................14
2.1.3 Embalagem de consumo..........................................................................................17
2.1.4 Embalagens flexíveis...............................................................................................20
2.1.5 A Embalagem e o futuro..........................................................................................22
2.2 Design de Embalagem........................................................................................................23
2.3 Rótulos, a Identidade do Produto .......................................................................................26
2.4 A Ergonomia Aplicada aos Rótulos ...................................................................................31
2.5 A Lingüística Aplicada aos Rótulos...................................................................................38
2.6 O Consumidor e o Processo de Decisão de Compra ..........................................................45
2.7 Considerações Acerca do Consumo de Café......................................................................47
2.7.1 História e origem do café ........................................................................................47
2.7 2 O café no Brasil.......................................................................................................48
2.8 Conclusão da Pesquisa Bibliográfica .................................................................................52
viii
Capítulo 3 Metodologia da Pesquisa de Campo ......................................................................54
3.1 Produto e Mercado..............................................................................................................54
3.2 Metodologia da Pesquisa....................................................................................................55
3.3 População Alvo ..................................................................................................................55
3.4 Instrumento de Coleta de Dados.........................................................................................56
3.5 Coleta de Dados..................................................................................................................57
3.6 Técnicas de Análise............................................................................................................58
3.7 Conclusão da Metodologia da Pesquisa .............................................................................59
Capítulo 4 Resultados da Pesquisa de Campo..........................................................................60
4.1 Validação da Pesquisa ........................................................................................................60
4.2 Análise Descritiva ..............................................................................................................61
4.2.1 Perfil dos entrevistados............................................................................................61
4.2.2 Avaliação dos entrevistados ....................................................................................64
4.3 Análise de Cruzamento.......................................................................................................73
4.3.1 Análise de cruzamento com variável do grupo marca de café avaliado..................73
4.3.2 Análise de cruzamento com variável do grupo segundo o sexo..............................74
4.3.3 Análise de cruzamento com variável do grupo segundo a faixa etária ...................75
4.3.4 Análise de cruzamento com variável do grupo segundo a escolaridade .................76
4.3.5 Análise de cruzamento com variável do grupo segundo a renda familiar...............77
4.4 Sugestões dos Entrevistados...............................................................................................78
4.5 Conclusão da Análise Estatística........................................................................................80
Capítulo 5 Conclusões e Recomendações ................................................................................83
5.1 Conclusões da Pesquisa Bibliográfica................................................................................83
5.2 Metodologia da Pesquisa....................................................................................................84
5.3 Conclusões da Pesquisa de Campo.....................................................................................85
5.4 Limitações do Trabalho......................................................................................................86
ix
5.5 Direções de Pesquisa ..........................................................................................................86
5.6 Recomendações de Ordem Prática .....................................................................................87
5.7 Conclusão ...........................................................................................................................87
Referências Bibliográficas........................................................................................................89
Apêndice...................................................................................................................................93
Apêndice I Questionário...........................................................................................................93
Apêndice II Tabelas da Análise de Cruzamento ......................................................................95
Anexos....................................................................................................................................118
Anexo I Portaria ANVISA nº42 .............................................................................................118
Anexo II Portaria ANVISA nº41............................................................................................130
Anexo III Resolução RDC nº40 (ANVISA)...........................................................................147
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1-1 Relação das 10 maiores Indústrias de café associadas da ABIC (ABIC, 2004) ....11
Tabela 2-1 Amplitude da embalagem (modificada de Mestriner, 2001)..................................16
Tabela 2-2 Categorias de embalagem (Revista Embanews 1996) ...........................................18
Tabela 2-3 Tipos de embalagens e suas aplicações (Modificado de Mestriner, 2001) ............19
Tabela 2-4 Modelo de tabela de informações nutricionais (ANVISA, 2001)..........................29
Tabela 2-5 Dimensões das letras em relação à distância de leitura (Iida, 1998)......................32
Tabela 2-6 Proporção das letras e números (Iida, 1998)..........................................................33
Tabela 2-7 Legibilidade das cores (Giovannetti, 2000) ...........................................................34
Tabela 2-8 Ordem decrescente das cores (Iida,1998)...............................................................34
Tabela 4-1 Sugestões dos entrevistados ...................................................................................79
TABELAS DO APÊNDICE...................................................................................................95
Tabela 1 Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “O que é o produto”,
segundo a marca de café avaliado. ...................................................................................95
Tabela 2 Opinião dos entrevistados quanto a clareza na explicação de “Como usar o produto”,
segundo a marca de café avaliado. ...................................................................................95
Tabela 3 Opinião dos entrevistados quanto ao tamanho das letras utilizadas para transmitir
todas as explicações, segundo a marca de café avaliado..................................................96
Tabela 4 Opinião dos entrevistados quanto ao tipo das letras utilizadas para transmitir as
informações sobre o produto, segundo a marca de café avaliado. ...................................96
Tabela 5 Opinião dos entrevistados quanto ao contraste entre a cor do fundo da embalagem
com as cores das letras das informações, segundo a marca de café avaliado...................97
Tabela 6 Opinião dos entrevistados quanto a compreensão da tabela de informações
nutricionais contida no rótulo, segundo a marca de café avaliado. ..................................97
Tabela 7 Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a data de fabricação
do produto, segundo a marca de café avaliado.................................................................98
xi
Tabela 8 Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a validade do
produto, segundo a marca de café avaliado......................................................................98
Tabela 9 Opinião dos entrevistados quanto à compreensão das palavras utilizadas para
transmitir as informações do produto, segundo a marca de café avaliado. ......................99
Tabela 10 Opinião dos entrevistados quanto a clareza na explicação de “O que é o produto”,
segundo o sexo. ................................................................................................................99
Tabela 11 Opinião dos entrevistados quanto a clareza na explicação de “Como usar o
produto”, segundo o sexo ...............................................................................................100
Tabela 12 Opinião dos entrevistados quanto ao tamanho das letras utilizadas para transmitir
todas as explicações, segundo o sexo.............................................................................100
Tabela 13 Opinião dos entrevistados quanto ao tipo das letras utilizadas para transmitir as
informações sobre o produto, segundo o sexo................................................................101
Tabela 14 Opinião dos entrevistados quanto ao contraste entre a cor do fundo da embalagem
com as cores das letras das informações, segundo o sexo..............................................101
Tabela 15 Opinião dos entrevistados quanto a compreensão da tabela de informações
nutricionais contida no rótulo, segundo o sexo. .............................................................102
Tabela 16 Opinião dos entrevistados quanto à clareza da informação sobre a data de
fabricação do produto, segundo o sexo. .........................................................................102
Tabela 17 Opinião dos entrevistados quanto à clareza da informação sobre a validade do
produto, segundo o sexo.................................................................................................103
Tabela 18 Opinião dos entrevistados quanto a compreensão das palavras utilizadas para
transmitir as informações do produto, segundo o sexo ..................................................103
Tabela 19 Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “O que é o produto”,
segundo a faixa etária. ....................................................................................................104
Tabela 20 Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “Como usar o
produto”, segundo a faixa etária.....................................................................................104
Tabela 21 Opinião dos entrevistados quanto ao tamanho das letras utilizadas para transmitir
todas as explicações, segundo a faixa etária...................................................................105
Tabela 22 Opinião dos entrevistados quanto ao tipo das letras utilizadas para transmitir as
informações sobre o produto, segundo a faixa etária .....................................................105
xii
Tabela 23 Opinião dos entrevistados quanto ao contraste entre a cor do fundo da embalagem
com as cores das letras das informações, segundo a faixa etária ...................................106
Tabela 24 Opinião dos entrevistados quanto à compreensão da tabela de informações
nutricionais contida no rótulo, segundo a faixa etária....................................................106
Tabela 25 Opinião dos entrevistados quanto à clareza da informação sobre a data de
fabricação do produto, segundo a faixa etária................................................................107
Tabela 26 Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a validade do
produto, segundo a faixa etária.......................................................................................107
Tabela 27 Opinião dos entrevistados quanto a compreensão das palavras utilizadas para
transmitir as informações do produto, segundo a faixa etária ........................................108
Tabela 28 Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “O que é o produto”,
segundo a escolaridade...................................................................................................108
Tabela 29 Opinião dos entrevistados quanto a clareza na explicação de “Como usar o
produto", segundo a escolaridade...................................................................................109
Tabela 30 Opinião dos entrevistados quanto ao tamanho das letras utilizadas para transmitir
todas as explicações, segundo a escolaridade.................................................................109
Tabela 31 Opinião dos entrevistados quanto ao tipo das letras utilizadas para transmitir as
informações sobre o produto, segundo a escolaridade. ..................................................110
Tabela 32 Opinião dos entrevistados quanto ao contraste entre a cor do fundo da embalagem
com as cores das letras das informações, segundo a escolaridade. ................................110
Tabela 33 Opinião dos entrevistados quanto à compreensão da tabela de informações
nutricionais contida no rótulo, segundo a escolaridade..................................................111
Tabela 34 Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a data de
fabricação do produto, segundo a escolaridade..............................................................111
Tabela 35 Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a validade do
produto, segundo a escolaridade.....................................................................................112
Tabela 36 Opinião dos entrevistados quanto a compreensão das palavras utilizadas para
transmitir as informações do produto, segundo a escolaridade......................................112
Tabela 37 Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “O que é o produto”,
segundo a renda familiar. ...............................................................................................113
xiii
Tabela 38 Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “Como usar o
produto", segundo a renda familiar. ...............................................................................113
Tabela 39 Opinião dos entrevistados quanto ao tamanho das letras utilizadas para transmitir
todas as explicações, segundo a renda familiar..............................................................114
Tabela 40 Opinião dos entrevistados quanto ao tipo das letras utilizadas para transmitir as
informações sobre o produto, segundo a renda familiar.................................................114
Tabela 41 Opinião dos entrevistados quanto ao contraste entre a cor do fundo da embalagem
com as cores das letras das informações, segundo a renda familiar...............................115
Tabela 42 Opinião dos entrevistados quanto a compreensão da tabela de informações
nutricionais contida no rótulo, segundo a renda familiar ...............................................115
Tabela 43 Opinião dos entrevistados quanto à clareza da informação sobre a data de
fabricação do produto, segundo a renda familiar ...........................................................116
Tabela 44 Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a validade do
produto, segundo a renda familiar..................................................................................116
Tabela 45 Opinião dos entrevistados quanto à compreensão das palavras utilizadas para
transmitir as informações do produto, segundo a renda familiar. ..................................117
xiv
LISTA DE FIGURAS
Figura 2-1 Funções de uso do produto .....................................................................................15
Figura 2-2 Materiais de embalagem.........................................................................................17
Figura 2-3 Áreas de atuação do design.....................................................................................25
Figura 2-4 Famílias de letras ....................................................................................................36
Figura 2-5 Tipos simples de letras............................................................................................36
Figura 2-6 Contraste entre figura e fundo ................................................................................37
Figura 2-7 Circuito da comunicação ........................................................................................39
Figura 2-8 Evolução do consumo interno de café no Brasil.....................................................51
Figura 4-1 Gráfico – Sexo dos entrevistados ...........................................................................61
Figura 4
-2 Gráfico – Faixa etária dos entrevistados.................................................................62
Figura 4-3 Gráfico – Escolaridade dos entrevistados...............................................................62
Figura 4-4 Gráfico – Renda familiar dos entrevistados............................................................63
Figura 4-5 Gráfico - Marca de café avaliado............................................................................64
Figura 4-6 Gráfico – A freqüência de compra do café moído..................................................64
Figura 4-7 Gráfico - A clareza na explicação de “O que é o produto”.....................................65
Figura 4-8 Gráfico - A clareza na explicação de “como usar o produto” ................................66
Figura 4-9 Gráfico - O tamanho das letras utilizadas para transmitir todas as explicações.....66
Figura 4-10 Gráfico - O tipo das letras utilizadas para transmitir as informações sobre o
produto .............................................................................................................................67
Figura 4-11 Gráfico - O contraste entre a cor do fundo da embalagem com as cores das letras
das informações................................................................................................................68
Figura 4-12 Gráfico-A compreensão da tabela de informações nutricionais contida no rótulo
da embalagem de café ......................................................................................................69
Figura 4-13 Gráfico - A clareza da informação sobre a data de fabricação do produto ..........70
Figura 4-14 Gráfico - A clareza da informação sobre a validade do produto ..........................71
Figura 4-15 Gráfico - A compreensão das palavras utilizadas para transmitir as informações
do produto.........................................................................................................................72
Figura 4-16 Gráfico - Distribuição dos entrevistados segundo o local da pesquisa.................73
xv
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABIC Associação Brasileira da Indústria de Café
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
CDC Código de Defesa do Consumidor
CNI Confederação Nacional da Indústria
CONSULEST Consultoria Estatística do Departamento de Estatística/UFRN
IEA International Ergonomics Association
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
PROCON Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor
RDC Resolução de Diretoria Colegiada
SAC Serviço de Atendimento ao Consumidor
SIF Serviço de Inspeção Federal
xvi
Capítulo 1
Introdução
Este trabalho apresenta uma avaliação dos textos contidos nos rótulos das
embalagens de café, verificando se e o quanto o consumidor compreende essas
informações.
1.1 Contextualização
O ser humano, desde os seus primórdios, depara-se com a necessidade de buscar
soluções para transportar e armazenar seus produtos. As primeiras embalagens eram
simples recipientes feitos de peles de animais, folhas, argila, cera e outros materiais
encontrados na natureza. Hoje em dia, a embalagem exerce uma função técnico-econômica
com o objetivo de proteger e distribuir produtos, ao menor custo possível, além de servir
como um excelente instrumento de comunicação entre o produto e o consumidor. Segundo
Mestriner (2002), o mercado brasileiro de embalagens corresponde a 1,3% do PIB, e está
entre os dez maiores do mundo.
Em face do surgimento de novos competidores, crescimento da concorrência e
aumento das exigências do cliente, a adoção de tecnologias e práticas modernas tornaram-
se essenciais às empresas que atuam no setor de embalagens. Para Seragini (1999), a
embalagem representa uma exposição permanente do produto que precisa ser embalado.
“Não existe produto de consumo sem embalagem”.
Neto (2001), registra que a ergonomia seria um instrumento indispensável para a
melhoria da atratividade e aperfeiçoamento dos dispositivos de fornecimento de
informações nas embalagens, favorecendo assim um acesso maior ao seu consumo.
1
Lautenschläger (2001), também sustenta estes aspectos, enfatizando a embalagem
de consumo como um componente essencial para a vida moderna, além de contribuir para
a preservação, distribuição e comercialização dos produtos, sendo, portanto, um importante
veículo de informação.
O processo de decisão de compra é um dos campos mais importantes no estudo do
comportamento do consumidor. Na verdade, o processo de decisão de compra do
consumidor vem abraçar todo um campo teórico, o qual inclui atitudes, estilo de vida,
percepção, informação, e todo um leque de fatores motivacionais que influenciam, direta
ou indiretamente, na correta tomada de decisão por parte do consumidor.
Como influenciadores destaca-se o desenvolvimento de estratégias de comunicação
que levam o consumidor a aprender sobre os atributos do produto. A empresa precisa
identificar as características do produto no rótulo da embalagem e utilizar uma mensagem
clara, com informações que descrevam os benefícios do produto, influenciando na sua
escolha.
Desta forma, observa-se que existe um cenário de constante atenção para uma nova
realidade de mercado com vistas ao sucesso e a aceitação do produto. Com isso, as
empresas necessitam cada vez mais poder atender o consumidor onde, quando e como ele
quiser; portanto o papel da embalagem pode ser fundamental justamente como um
elemento único de diferenciação, surpreendendo o cliente com novidades que atendam às
suas necessidades, expectativas e colaborando decisivamente no processo de decisão de
compra do consumidor.
Nesse contexto, a embalagem e o rótulo são os responsáveis pelo primeiro contato
do consumidor com o produto, eles podem tanto gerar uma rejeição como despertar um
desejo.
Romano (1998), diz que em geral, todos os produtos vendidos são embalados, seja
na sua forma final, seja nas fases intermediárias de fabricação e transporte. A embalagem
contribui tanto para a diminuição das perdas de produtos primários, quanto para a
preservação e distribuição de produtos industrializados. Moura & Banzato (1990),
descrevem que a embalagem é essencial para a manutenção do padrão de vida do homem.
Apresentam uma ampla variedade de formas, modelos e materiais, exibindo-se de diversas
maneiras, proporcionando benefícios que justificam a sua existência. Assim sendo,
percebe-se que o produto e a embalagem estão tão inter-relacionados que já não se
2
considera um sem o outro. A partir dessa afirmativa, conclui-se que o produto não pode ser
projetado separado da embalagem, que por sua vez, deve ser definida baseada num sistema
complexo de materiais, funções, formas e processos de engenharia, mercadologia,
comunicação, legislação e economia.
De acordo com Gruenwald (1993), para muitos produtos a embalagem é o símbolo
do produto, ou seja, o desenho, a forma e a função da embalagem podem ser quase tão
importantes quanto seu conteúdo. Seragini (1994), destaca que dos cerca de 10 mil
produtos expostos nas prateleiras dos supermercados, estima-se que apenas 5%possuam
propaganda massiva na mídia. Daí a necessidade dos atrativos visuais da embalagem, a
qual acaba tornando-se uma espécie de "vendedor silencioso".
A embalagem é, muitas vezes, o meio de comunicação entre produtos e
consumidores, podendo servir de estratégia mercadológica para diferenciação de produtos,
ao utilizar seus atributos estético-formais expressivos (forma/cor) para atrair o consumidor
no ato da compra.
A tendência à maior globalização, a concorrência mercadológica cada vez maior em
uma competição acirrada exigirá das unidades de negócios cada vez mais agilidade,
qualidade e eficiência no fornecimento do produto ou serviço para um mercado que, entre
outras mudanças exigirá produtos diferenciados. O conceito de competitividade está
associado à capacidade de uma empresa formular e programar estratégias que possibilitem
ampliar ou conservar sua posição no mercado. A competitividade surge como uma
característica relacionada ao padrão de concorrência vigente em cada mercado.
Para Campos (1999), atualmente, a importância da embalagem para a indústria de
produtos de consumo é de tal forma vital e insubstituível já que se admite uma fusão de
conceitos, onde a embalagem assume o papel de representar o produto. Isto está ocorrendo
porque as empresas ao perceberem que as embalagens podem representar a diferença entre
os produtos, estão investindo fortemente nos elementos de design (forma, cores, materiais,
etc...) procurando através das embalagens, uma identidade própria para seus produtos.
É neste cenário de transformações do mercado que os rótulos das embalagens
constituíram-se em um meio de diferenciação de produtos, dessa forma o rótulo passa a ser
mais do que um sistema de decoração, constitui o formador de uma relação emocional com
o consumidor, através de estímulos visuais e táteis.
3
1.2 Dados Econômicos Para Importância da Embalagem
Segundo o Dicionário Novo Aurélio Século XXI (1999), rótulo é uma “etiqueta
colocada nas embalagens, com marca e indicações sobre o conteúdo e prazo de validade”.
Mas, nos dias de hoje, com tantos produtos diferentes disputando espaço nos pontos de
venda, o rótulo passou a ser mais do que isso. Ele é uma forma de identificação do produto,
dando vida à embalagem e influenciando na decisão de compra.
De acordo com o IPEA (2005), cerca de 90 milhões de brasileiros são
economicamente ativos. Perto de 50% dessa população está concentrada no grupo etário
entre 25 e 64 anos, criando uma situação em que um maior número de pessoas está
gerando riquezas para um menor número de dependentes.
O crescimento do mercado de terceira idade terá um peso decisivo no
desenvolvimento dos produtos e embalagens. As empresas buscarão adequar seus produtos
a essa classe, produzindo embalagens mais leves, fáceis de abrir e fechar e rótulos com
letras e cores que facilitem a leitura, enfim, embalagens que valorizem o conceito
ergonômico, facilitando o uso do produto.
As projeções do IPEA (2005) apontam que a mulher brasileira deve representar
41% da população economicamente ativa e responde por 70% das decisões de compras.
Nenhum produto ou embalagem terá, provavelmente, sucesso no mercado, sem estar de
acordo com os interesses femininos (PETERS, 1998). Percebe-se claramente que a
importância da embalagem cresce como fator de venda do produto, agregando-lhe valor ou
através de diferenciais que o distingam dos concorrentes.
Muitas das exigências determinadas pelo mercado consumidor, têm sido atendidas
por alterações no conceito das embalagens. Para isto, durante o processo de
desenvolvimento das embalagens, é essencial combinar conveniência e praticidade com
impacto visual atraente e integrado ao cenário do ponto de venda.
De acordo com Costa Santos e Ferraz de Castro (1998), a embalagem posiciona o
produto para enfrentar a concorrência, cria e reforça a imagem e contribui decisivamente
para aumentar o lucro. A embalagem e o rótulo podem representar, portanto, o fator de
diferenciação entre vários produtos da mesma categoria, oferecendo importante vantagem
competitiva. Seragini (1995), destaca a importância das embalagens no sentido de gerar a
4
identidade do produto, ao mesmo tempo em que funciona como um poderoso instrumento
de comunicação e venda.
A estratégia correta a ser adotada, consiste em associar o uso de tecnologia com a
demanda do mercado. Ao mesmo tempo em que é necessário utilizar toda tecnologia
disponível, é preciso também estar receptivo às necessidades do público consumidor, pois
é o mercado que define as tendências dos produtos, determinando o sucesso ou o fracasso
dos mesmos. Dessa forma, os bons resultados estão diretamente relacionados à capacidade
de compreender e atender adequadamente as necessidades dos clientes e consumidores
finais (COSTA SANTOS e FERRAZ DE CASTRO, 1998).
O papel da comunicação é fundamental não só na divulgação de um produto, mas
também como agente ativo na criação de demandas. No caso específico dos produtos
alimentares, cada vez mais o seu consumo está associado à quantidade e qualidade de
informações presentes na mente dos consumidores, fazendo com que as pessoas consumam
não apenas por necessidade, mas por valores e identificação. O setor de alimentos se utiliza
com muita desenvoltura de estratégias de comunicação eficientes, destinando de forma
crescente um volume considerável de recursos.
1.3 Importância da Informação nas Embalagens de Alimentos
Neste contexto, vem crescendo de forma significativa a preocupação deste
consumidor com relação à procedência dos alimentos e seus reflexos sobre a saúde e sobre
o meio-ambiente. Cada vez mais produtos que exploram atributos ligados a estas
preocupações vem ganhando espaço no mercado e a preferência dos consumidores.
O consumidor tem se mostrado receptivo às estratégias de segmentação e
diferenciação de produtos. Estimulados pela mídia, os consumidores vêm buscando,
continuamente, produtos diferenciados. Entretanto, paralelamente a esta receptividade aos
produtos diferenciados, este mesmo consumidor tem demonstrado levar cada vez mais em
consideração a origem dos alimentos, desde sua concepção genética, seu processo
produtivo até as condições finais de sua distribuição. Também passa a ter importância cada
vez maior a composição nutricional dos alimentos (MEGIDO, 2000).
Neste cenário, onde o consumidor está se posicionando como agente receptivo às
informações referentes aos alimentos que irá consumir, as empresas que pretendem atendê-
5
lo, devem se concentrar na tarefa de oferecer estas informações de forma rápida, clara e
acessível. Neste contexto, a estratégia de comunicação é um fator decisivo para o sucesso e
aceitação do produto. No entanto, para que a estratégia de comunicação seja eficiente é
preciso que haja um dimensionamento das percepções, valores, sentimentos, linguagem,
bloqueios, preconceitos, predisposições, do agente receptor, no caso o consumidor. Porém,
quando o produto a ser divulgado contempla atributos específicos, é preciso que se tenha a
real noção do grau de conhecimento e familiaridade do receptor com o tema relacionado,
para estruturar de forma eficiente a estratégia de comunicação mais adequada, seja no
conteúdo e na forma da mensagem, seja no veículo mais eficaz.
Cada vez mais consumidores em todo o mundo possuem acesso a novos produtos
alimentícios e informações sobre alimentos. Embora seja em geral positivo, isso levanta
preocupações de que os consumidores podem ser confundidos pelos rótulos alimentícios.
Esse é um tópico importante, devido ao potencial de rótulos alimentícios confusos
prejudicarem tanto a saúde dos consumidores quanto o comércio de alimentos.
Comunicações verdadeiras, mas confusas podem levar os consumidores a fazer inferências
incorretas. Tanto a presença como a ausência de informações são relevantes para verificar
se a rotulagem é obscura.
As diferenças culturais influenciam o tipo de inferências feito pelos consumidores,
se houver, ao processarem uma declaração, símbolo ou imagem de rótulo. A comunicação
pode resultar, portanto, em inferências confusas em uma cultura, mas não em outra.
Consumidores de uma cultura poderão perceber, por exemplo, termos como extra e melhor
como significando qualidade superior, enquanto consumidores de outra cultura poderão
desconsiderar esses termos por acharem essas menções típicos exageros promocionais.
Comunicações confusas freqüentemente envolvem declarações, símbolos ou
imagens que são literalmente verdadeiros, mas levam os consumidores a inferências falsas.
Rótulos podem ser confusos devido à omissão de um fato material, uso de símbolos ou
linguagem obscura. Representações confusas em rótulos alimentícios podem ser evitadas,
por exemplo, ao exigirem-se informações adicionais, através do estabelecimento de
padrões ou proibindo-se representações que sejam consideradas inerentemente confusas.
A informação é um dos direitos básicos do consumidor. É através da rotulagem
adequada que ele pode ficar mais consciente do que na verdade está ingerindo. O
PROCON (2005), visando orientar os consumidores a escolher produtos que proporcionem
6
uma alimentação saudável, ressalta a importância da verificação da rotulagem dos
alimentos.
A rotulagem é a maneira utilizada pelo fabricante para informar quais são os itens
que integram os alimentos que serão consumidos. Segundo o Código de Defesa do
Consumidor todo o produto deve trazer informações claras, precisas e em língua
portuguesa, sendo que os rótulos de alimentos devem indicar: prazo de validade,
quantidade, ingredientes, nome e endereço do fabricante entre outros dados como número
do Serviço de Inspeção Federal (SIF), órgão de inspeção do Ministério da agricultura e
Abastecimento, se for de origem animal ou do Ministério da Saúde, se for de origem
vegetal.
As embalagens, além das informações básicas exigidas pelo CDC (Código de
Defesa do Consumidor), devem observar outras exigências definidas em lei para que o
consumidor consiga um melhor aproveitamento do produto. Alimentos e bebidas
produzidos, embalados e comercializados prontos para o consumo como: bolachas, bolos,
cereais matinais, achocolatados, refrigerantes, geléias, etc., deverão trazer a tabela de
informações com dez itens: valor calórico, carboidratos, proteínas, gorduras totais,
gorduras saturadas, colesterol, ferro, fibra alimentar, cálcio e sódio. A quantidade será
indicada para porção padrão individual expressa em gramas ou mililitros.
Verificar sempre o que diz a rotulagem é uma atitude saudável, isto faz o
consumidor escolher melhor o tipo de alimento para ter uma dieta adequada. Se ele quiser
limitar o consumo de gorduras e colesterol, poderá consultar o rótulo e escolher alimentos
com menores teores desses componentes. Da mesma forma quem quiser reforçar as
quantidades de cálcio, ferro ou fibra poderá consultar as tabelas impressas nos rótulos.
Estas devem estar apresentadas com letras legíveis e em lugar visível ao consumidor.
Não obstante a exigência legal, a padronização das embalagens continua não sendo
respeitada, os códigos não são uniformes, a leitura é difícil, quando não impossível, e ainda
obrigam o cliente a fazer cálculos complexos.
Educação nutricional é ensinar a população a comer adequadamente, é algo
necessário em qualquer país que deseja a evolução de sua qualidade de vida. Alimentação,
nunca é demais salientar, é antes de tudo um problema de saúde pública. Além disso, é um
direito do consumidor saber exatamente o que está comendo. E a rotulagem, se bem
utilizada, poderá contribuir para aumentar o grau de educação nutricional da população, o
7
que também é positivo para a indústria, pelo menos para as empresas que encaram a
questão de forma séria.
1.4 Embalagens em Alimentos – Café
O café é reconhecidamente um produto tradicional e de hábito de consumo bastante
antigo, existindo assim, os mais diversos tipos de consumidores; além disso, o café é uma
bebida com características muito específicas relacionadas ao sabor e às formas de
consumo. No aspecto mercadológico, o café é um produto com mercado próprio que não
reconhece um produto substituto direto, o que faz com que a rivalidade comercial se
evidencie claramente quando as empresas buscam manter os seus mercados locais e, ao
mesmo tempo procuram entrar em mercados de outras empresas.
Diante dessas observações, pode-se dizer que os atributos de um produto, marcas,
embalagens e rótulos são fatores decisivos na decisão de compra. Verifica-se que, no caso
específico da compra de café, os consumidores, inicialmente, valorizam mais os itens
relacionados aos atributos físicos do café: o sabor, o aroma, o rendimento e a cor, que
fazem parte da qualidade intrínseca do produto. A marca e o selo de pureza (que são
extrínsecos) também são atributos valorizados pelo comprador, pelo menos, enquanto a
marca, atender aos pré-requisitos preferidos nos produtos.
As razões que explicam a análise em embalagens de café se dão por ser este um
alimento muito comum na mesa do brasileiro e também pelo crescente aumento do
consumo de café no país. Segundo pesquisa da Associação Brasileira da Indústria de Café
(ABIC), houve um crescimento de 8,97% na produção e consumo de café, no período
compreendido entre novembro de 2003 e outubro de 2004. Este crescimento assume
especial significado quando comparado ao crescimento médio anual do consumo em todo o
mundo, estimado em apenas 1,5%. Dessa forma, o consumo interno de café no Brasil
cresceu quase seis vezes mais que a média mundial nesse período.
InterScience (2004), em pesquisa qualitativa de entrevistas pessoais e questionários
estruturados junto a consumidores de café ,de ambos os sexos, em idade acima de quinze
anos, pertencentes as classes sociais A, B, C e D (critério Brasil) e residentes nas principais
capitais das cinco regiões do país, constata alguns dados em relação ao produto e seu
consumo. Os principais itens observados na pesquisa foram:
8
a) tipo de café – Os resultados obtidos mostram que o café coado (torrado e moído)
é o mais presente no consumo;
b) modo de preparo – A preferência é a do café da forma tradicional, preparado
com coador de pano ou filtro de papel;
c) embalagem – Os compradores de café preferem o produto acondicionado em
embalagens tipo almofada, produzida com material laminado do tipo pouches;
d) tamanho da embalagem – Os resultados mostraram que os compradores têm
preferência por embalagens com conteúdo de quinhentas gramas;
e) o que mais presta atenção na embalagem – O item mais observado nos rótulos
das embalagens de café é a data de validade, e em segundo lugar, o selo de pureza do
produto;
f) local da compra – Para o público pesquisado os hipermercados e os
supermercados são os canais preferenciais de compra;
g) tendência de consumo – Com base nos dados levantados, constatou-se que os
consumidores continuam se vendo consumindo mais café no futuro;
h) recomendações feitas pelos entrevistados – Os consumidores de café apontam
como necessidades a serem atendidas pela indústria a manutenção de datas de validade e
informações sobre o fabricante visíveis e claras e, que ao abrir a embalagem o consumidor
sinta o aroma do café, como um aspecto importante para o despertar da vontade.
A conclusão obtida por essa pesquisa é que os consumidores acreditam que os selos
informativos que estão nas embalagens de café refletem: pureza, qualidade, fiscalização,
seleção, confiabilidade, origem e padronização.
Constatou-se ainda que os compradores de café quando encontram uma marca que
supre as suas necessidades, permanecem fiéis por período mais longo. A marca que é
definida pelo consumidor como marca boa é lembrada facilmente.
1.5 Objetivo
O presente trabalho tem como objetivo geral investigar o nível de clareza dos textos
informativos em rótulos de três embalagens de café torrado e moído.
9
1.6 Objetivos Específicos
Os principais objetivos específicos deste trabalho são os seguintes:
realizar um levantamento bibliográfico sobre as diversas abordagens com
respeito ao design de embalagens de produtos alimentícios;
analisar a qualidade ergonômica dos rótulos das três embalagens de café;
estudar os aspectos lingüísticos ligados à compreensão dos textos informativos
dos rótulos selecionados para a análise;
elaborar e aplicar uma lista de verificação para avaliação dos textos informativos
em embalagens de três marcas de café;
relacionar o entendimento de um dado perfil de consumidor com as informações
oriundas de embalagens das marcas de cafés analisadas.
1.7 Relevância da Pesquisa
Desde as suas origens, o homem trava uma luta constante pela sobrevivência
passando pela conquista de seus direitos como principal agente das atividades comerciais.
O entendimento das necessidades e desejos dos consumidores é uma tarefa fundamental e
árdua para as empresas; principalmente no segmento alimentício. Desta forma, percebe-se
a embalagem e o rótulo cada vez mais presente no dia-a-dia do consumidor, não só
superando as necessidades iniciais de transporte e conservação dos produtos, mas também
como um excelente canal de comunicação entre as empresas e os consumidores,
especialmente os rótulos que além das informações, adicionam valores de diferenciação em
produtos.
Para Mattielo (2002), a mudança de perfil do consumidor ocorrida em virtude do
avanço dos mecanismos de comunicação e níveis de informação disponibilizados incentiva
o estudo sobre a transformação desse canal de contato com os consumidores em
instrumento de pesquisa. Nesse caso, a embalagem e o rótulo são os responsáveis pelo
primeiro contato do consumidor com o produto, eles podem tanto gerar uma rejeição como
despertar um desejo. Isto se aplica a uma gama muito grande de embalagens, inclusive às
embalagens de café torrado e moído. Sendo assim, percebe-se a necessidade de um estudo
avaliativo das condições atuais dos rótulos presentes em algumas embalagens de café.
10
Para tanto, o foco desta pesquisa é verificar o nível de clareza das informações
contidas nos rótulos das embalagens das três principais marcas de café oferecidas em
Natal-RN, os cafés X, Y e Z, constantes da Tabela 1-1 que traz o ranking das dez maiores
indústrias de café associadas da ABIC por ordem de produção.
Tabela 1-1
Relação das 10 maiores Indústrias de café associadas da ABIC - dezembro/2004 (Fonte
ABIC)
Classificação atual UF Empresa
SP Sara Lee Cafés do Brasil Ltda
2º RN
Santa Clara Indústria e Comércio de
Alimentos Ltda.
SP Melitta do Brasil Indústria e Comércio Ltda.
PR Café Damasco S/A.
SP Cia Cacique de Café Solúvel
SP Mitsui Alimentos Ltda.
MG Café Bom Dia Ltda.
MG Café Três Corações S/A
9º PB
São Braz S/A Indústria e Comércio de
Alimentos
10º SP Moka Trading Company Ltda.
A relevância deste estudo está em desenvolver uma pesquisa sobre um tema ainda
pouco explorado no meio acadêmico e com isso oferecer contribuição para traçar um
panorama, ainda que parcial, do assunto discutido. No intuito de despertar algumas
questões como ponto de partida para uma reflexão acerca da eficiência ou ineficiência das
informações contidas nos rótulos e tão necessárias ao consumidor.
Do ponto de vista acadêmico, este estudo visa contribuir na avaliação e
aprimoramento de textos técnicos utilizados nos rótulos das embalagens de café e fomentar
11
uma contribuição no processo de desenvolvimento de produtos, como meio de agregar
valor aos rótulos de embalagens.
Do ponto de vista prático, este estudo visa auxiliar os consumidores na tomada de
decisão de compra a partir da compreensão e utilização das informações contidas nos
rótulos dos produtos e sob o ponto de vista empresarial melhorar o processo de
comunicação entre as indústrias e o consumidor.
1.8 Estrutura da Dissertação
Este trabalho está estruturado em cinco capítulos. No capítulo 1 é realizada uma
contextualização acerca do tema escolhido, apresentando generalidades sobre embalagens,
rótulos, consumidor e dados econômicos sobre embalagens e café, assim como também são
apresentados os objetivos da pesquisa, a relevância e a organização do trabalho.
No capítulo 2 é apresentado uma fundamentação teórica sobre embalagem, sua
origem, conceito, funções e tipos; design de embalagens e rótulos; aspectos ergonômicos e
aspectos lingüísticos textuais; aplicados aos rótulos; o processo de decisão de compra, bem
como são feitas considerações sobre comportamento do consumidor frente a um mercado
competitivo e acerca do café, história, origem e consumo no Brasil.
No capítulo 3 são descritos e apresentados os passos para o desenvolvimento do
trabalho, o procedimento metodológico da pesquisa, o instrumento utilizado para coleta de
dados, justificativa do método e apresentação dos elementos metodológicos básicos para a
execução da pesquisa de campo, considerações sobre a amostra e período histórico de
coleta de dados utilizados para estudo, instrumento da pesquisa e uma descrição do
procedimento utilizado para análise dos dados coletados.
No capítulo 4 são apresentados os resultados da pesquisa de campo, nesta fase são
levantados os aspectos lingüísticos dos textos presentes nos rótulos pesquisados e, ainda
análise dos aspectos ergonômicos desses mesmos textos, como forma, tamanho e cor das
letras, através de tabelas e gráficos e análise entre variáveis dos dados coletados.
No capítulo 5 é apresentado uma síntese geral do trabalho, as conclusões e
recomendações. Enfatizando uma análise em relação ao objetivo e a metodologia
empregada para o desenvolvimento do estudo, além de expor as limitações do trabalho e
sugestões para o direcionamento de pesquisas futuras nessa área.
12
Capítulo 2
Pesquisa Bibliográfica
Este capítulo apresenta a revisão bibliográfica utilizada para a discussão do
trabalho.
São apresentadas a fundamentação teórica acerca do tema, aspectos legais e demais
informações referentes aos rótulos de embalagem, aspectos ergonômicos e lingüísticos que
envolvem a orgasnização dos rótulos e estudos sobre o consumo de café no Brasil e no
mundo.
2.1 Embalagem
É inegável que as embalagens existem desde os primórdios da civilização e que
percorreram um longo caminho desde as primeiras, feitas com materiais da natureza, até as
mais modernas, como uma embalagem de corn-flake ou um saco com zíper para
fertilizantes, de qualquer forma elas estão cada vez mais presentes em nosso dia-a-dia.
2.1.1 Origem da embalagem
Para Moura e Banzato (1997), também referenciado por Lautenschläger (2001), a
evolução da embalagem passa por três fases distintas: a primeira fase, data do surgimento
do homem até aproximadamente 4000 a.C. e caracteriza-se pelas embalagens provenientes
da natureza, como conchas, cuias, folhas e troncos. A segunda fase data de 4000 a.C. a
aproximadamente 1760 d.C. caracteriza-se pelas embalagens artesanais, surgidas da
necessidade de recipientes adequados às atividades comerciais da época; eram artigos de
vidro, argila, tecido de fibras naturais, sacos de couro entre muitos outros desenvolvidos
13
aos poucos, conforme surgimento de novas técnicas e materiais. Na Inglaterra durante o
século XVII as técnicas de fabricação de embalagens de vidro e a impressão dos rótulos de
papel ganharam destaque nessa área; até meados do século XVIII poucas inovações foram
verificadas, mas no ano de 1760 inúmeras invenções e aperfeiçoamentos contribuíram para
o advento da Revolução Industrial na Inglaterra. A terceira fase após 1760 d.C. até a
atualidade é caracterizada pelas embalagens industriais. A partir de então, uma série de
acontecimentos, tais como desenvolvimento de inovações e inventos, registros de patentes,
fundações e fusões de fábricas, inicialmente na Inglaterra e depois nos Estados Unidos,
contribuíram para os avanços da tecnologia alimentícia.
É importante ressaltar que a embalagem, com o decorrer do tempo, passou a ter
outras finalidades, além de proteção e acondicionamento do produto; também foi
reconhecida como uma grande auxiliar em todas as fases da comercialização do produto,
desde o marketing, passando à distribuição, ao manuseio, a comunicação e a identificação
do produto.
2.1.2 Produto embalagem: conceito, funções e tipos
Segundo o Dicionário Novo Aurélio Século XXI, a etimologia da palavra
embalagem é do Francês emballage e significa um invólucro ou recipiente usado para
embalar, acondicionar (mercadorias ou objetos) em pacotes, fardos, caixas, etc., para
protegê-los de riscos ou facilitar seu transporte.
No entanto, o conceito de embalagem é muito complexo e pode variar conforme a
finalidade. Para o consumidor é um meio de satisfazer o desejo de consumo; para o
marketing é um meio de atrair o consumidor e vender o produto; para o design é o meio de
proteger o produto até ser consumido, garantindo a sua apresentação e a conservação; para
a engenharia industrial é o meio de proteger os produtos durante sua movimentação,
transporte e armazenagem (MOURA e BANZATO, 1997).
Assim, o produto embalagem além de ser o resultado de um processo de produção,
deve objetivar a necessidade ou desejo de alguém. Por produto entende-se também a soma
de ações, que resultam em prestações de serviço às pessoas (PUERTO, 1999). Além disso,
estudos afirmam que a função é que determina o papel exercido pelo produto, a ação. A
função do produto é, então, a primeira resposta de uma demanda gerada por uma
necessidade expressa pela sua finalidade.
14
Nesse contexto, Lautenschläger (2001), enfatiza que as funções, ilustradas na
Figura 2-1, possibilitam a satisfação das necessidades de uso do produto e são
estabelecidas durante o processo de utilização.
Função
Estética
Função
Simbólica
Função
Prática
Produto
Industrial
Funções
Uso
Comprador
Usuário
Figura 2–1 Funções de uso do produto (modificada de Lautenschläger,2001)
Lautenschläger (2001), mostra que, segundo Giovannetti (2000), a função prática,
estética e simbólica estarão sempre presentes no objeto e sua ordem depende do tipo de
produto. A função de comunicação e´ acrescentada às funções básicas (conter, proteger,
conservar e transportar) e segue tendências mercadológicas, pois é desenvolvida através da
embalagem, que deve ser vista, decifrada, integrada, memorizada e acima de tudo,
desejada pelo consumidor.
Segundo Mestriner (2002), produtos têm implicações econômicas, culturais e
ambientais, exercem influência nos hábitos e atitudes dos consumidores, e ainda; um
produto é uma entidade complexa e a embalagem, um componente fundamental dessa
entidade.
A embalagem, além de desempenhar algumas funções básicas, de acordo com
Mestriner (2002), também exerce uma série de funções e papéis nas empresas e na
sociedade. Conforme apresentado na Tabela 2-1.
Para Stein (1997), as embalagens estão subdivididas, em um grau mais geral, em
embalagens de transporte e embalagens de consumo; podendo ser esta do tipo primária
(contem o produto) ou secundária (acondicionamento que protege a embalagem primária).
As de transporte são embalagens que protegem o produto durante vários modos de
15
transporte, facilitando operações, seja da fábrica até o destinatário, ou da fábrica até um
centro de distribuição.
Tabela 2–1
Amplitude da embalagem (modificada de Mestriner, 2002)
Funções Primárias Conter / Proteger / Transportar.
Econômicas Componentes do valor e do custo de produção;
Matérias Primas
Tecnológicas Sistemas de acondicionamento;
Novos materiais;
Conservação de produtos.
Mercadológicas Chamar a atenção;
Transmitir informações;
Despertar desejo de compra;
Vencer a barreira do preço.
Conceituais Construir a marca do produto;
Formar conceito sobre o fabricante;
Agregar valor significativo ao produto.
Comunicação e Marketing Principal oportunidade de comunicação do
produto;
Suporte de ações promocionais.
Sócio Cultural Expressão da cultura e do estágio de
desenvolvimento de empresas e países.
Meio Ambiente Importante componente do lixo urbano
Reciclagem / Tendência Mundial
As embalagens ainda variam quanto a sua constituição, forma, cor, etc.,
características estas decorrentes da finalidade de cada uma delas. Neste contexto, torna-se
necessário explicitar alguns tipos de embalagem que podem ser classificadas a partir do
material utilizado para sua fabricação, tais como: embalagens plásticas, embalagens de
16
filmes flexíveis e laminadas, embalagens em papel e cartão/cartonadas, embalagens de
vidro, embalagens de madeira e embalagens metálicas. A Figura 2-2 apresenta os materiais
mais utilizados em embalagens.
25%
6%
5%
5%
33%
26%
0
5
10
15
20
25
30
35
Metal Vidro Outros Equipamentos
de Embalagens
Celulose Plástico
Figura 2-2 Materiais de embalagem (modificada de Mestriner, 2002)
Para a escolha dos materiais utilizados na fabricação das embalagens é importante
considerar o tipo de produto, o destino, a validade do produto, a aceitação e os fatores
econômicos e técnicos que envolvem o sistema de embalagens.
2.1.3 Embalagem de consumo
Conforme exposto anteriormente as embalagens podem ser subdivididas de modo
geral em embalagens de transporte e embalagens de consumo. Considera-se embalagem de
consumo o recipiente que, além de estar em contato direto com o produto, também o leva
ao consumidor, podendo ser primária (embalagens de vidro, lata, plástico etc.) e secundária
(embalagem que protege a primária).
Para Mestriner (2002), a embalagem dos produtos de consumo é ao mesmo tempo
expressão e atributo do produto, uma vez que tem a função de protegê-lo e transporta-lo,
além de ser ferramenta de marketing. Portanto, a embalagem de consumo faz com que o
produto seja percebido de uma certa maneira, dando a ele novos valores e significados.
17
Segundo Seragini (1999), “não existe produto de consumo sem embalagem, ela faz
parte do produto” e afirma ainda: “sem embalagem não existe consumo”.
As embalagens de consumo, por sua vez, podem ser subdivididas em duas
categorias: as embalagens alimentícias e as embalagens não alimentícias, conforme
apresentado na Tabela 2-2.
Tabela 2-2
Categorias de embalagem (Revista Embanews 2000)
Alimentícias Não Alimentícias
Bebidas Elétrico
Carnes e Vegetais Higiene e Beleza
Cereais e Farinhas Lazer e Pessoal
Confeitaria e Doces Limpeza Doméstica
Laticínios e Gorduras Química e Agricultura
De acordo com Seragini (1999), nos últimos anos, com a introdução de novos
materiais como: Pet (resina plástica), alumínio e Tetrapack (embalagem cartonada), a
concorrência no mercado brasileiro de embalagens para comida e bebida tornou-se cada
vez mais acirrada, o que beneficiou os consumidores a partir dos primeiros anos do século.
Segundo Moura e Banzato (1997), uma embalagem de consumo precisa preencher
certos requisitos, tais como:
a) preço compatível ao custo do produto e/ ou mercado alvo;
b) apresentação agradável e personalizada;
c) resistência a impacto e à vibração;
d) leveza e resistência;
e) transparência;
f) limitações de peso, forma e tamanho;
g) identificação fácil do produto;
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h) utilização de material biologicamente inerte (atóxico, inodoro, imputrescível) e
compatível com o produto;
i) facilidade de descarte após utilização;
j) disponibilidade no mercado;
k) facilidade de abertura e fechamento nos locais de uso;
l) facilidade de reposição na linha de produção ou no estoque etc.
A Tabela 2-3 mostra os principais tipos de embalagem e suas aplicações.
Tabela 2-3.
Tipos de embalagens e suas aplicações (Modificado de Mestriner, 2001)
Matéria Prima Embalagens
Principais Tipos
de Produtos
Vidro
Garrafas
Frascos
Potes
Ampolas
Copos
Bebidas Alcoólicas
Perfumes
Conservas
Medicamentos
Geléias
Cartão (Semi-
Rígido)
Cartuchos
Caixas
Envelopes
Flakes
Calçados
Papelaria
Papelão e Papelão
Microondulado
Cartonados
Caixas
Sucos
Alimentos
Celulose
Papel
Sacos Farinhas
Plásticos Rígidos
Frascos
Potes
Garrafas
Cosméticos
Sorvetes
Refrigerantes
Plástico
Plásticos Flexíveis
Sacos
Flow Packs
Envoltórios
Café
Salgadinhos
Balas
Alumínio
Latas
Blisters
Selos
Cervejas
Cartelas
Tampas
Metal
Folha de Flandres
Latas Conservas
Madeiras
Caixas
Barris
Charutos e Frutas
Destilados
Embalagem
Composta
Combinam dois
ou mais materiais
Blister e
Laminados
Tecido
Sacos de Estopa
Sacos de Ráfia
Açúcar e Cereais
No setor de alimentação, por exemplo, uma embalagem além de conter um produto,
deverá promover um meio adequado para servi-lo. Segundo Camargo et al (1984), são
finalidades das embalagens de alimentos:
19
a) proteger o produto de possíveis contaminações ou perdas, danos ou degradações;
b) facilitar e assegurar o transporte e distribuição dos produtos;
c) identificar o conteúdo quanto a espécie e quantidade;
d) identificar o fabricante e o padrão de qualidade do produto;
e) chamar a atenção e induzir o consumidor a adquirir o produto;
f) instruir o consumidor na utilização do produto.
Da seleção desses requisitos e das características do produto e do mercado a que se
destina depende o projeto de uma embalagem e do seu rótulo.
Não restam dúvidas que o segmento de alimentos continua sendo o maior mercado
de consumo de embalagens, com destaque para as embalagens flexíveis, que devido a sua
versatilidade e ampla gama de aplicações, aliado ao baixo custo, conquistou grande fatia
do mercado antes voltado para outros materiais como vidro e lata.
2.1.4 Embalagens flexíveis
As embalagens flexíveis podem ser tubulares, lisas ou dobradas, metalizadas,
encolhíveis e infláveis, ou seja, de todos os tipos e para todas as necessidades, desde
molhos até frutas secas. São projetadas com o objetivo específico de satisfazer as
necessidades dos consumidores, de ser fácil de abrir e fechar, de possuir tamanhos
adequados e de possibilitar maior vida de prateleira, além de serem mais seguras e
econômicas que os recipientes rígidos.
As embalagens flexíveis têm uma longa história e já passaram por muitos avanços,
principalmente nas últimas décadas. Segundo texto publicado na revista Packaging Digest
Lauren (1999), mostra o caminho percorrido pelas embalagens flexíveis, caracterizado a
seguir:
Anos 20, era dos sacos de papel encerado para lojas de venda a granel; em 1926 era
da mantenha fresco; invenção da primeira embalagem de batata chips.
Anos 30, os primeiros filmes transparentes; os plásticos dominam o cenário da
embalagem; introdução do celofane (embalagens à prova de umidade); a impressão
flexográfica ganhou força na decoração das embalagens flexíveis.
20
Anos 40, o domínio do papel encerado; primeira embalagem encerada pré-
impressa; produtos permanecem frescos por mais tempo; desenvolvimento de novas tintas,
resistentes ao escorrimento e ao desbotamento; surgimento de vários tipos de
termoplásticos; aumento da vida útil do produto para cinco dias; pacotes de papel encerado
proporcionaram uma melhor proteção ao aroma e sabor do café.
Anos 50, o boom de novos materiais; surgimento das refeições pré-prontas; uso de
bandejas de alumínio, cobertas com folhas do mesmo material; sacos metalizados para ir
ao forno; laminados de papel encerado mantinham o alimento fresco por mais tempo; uso
de tecnologia para embalamento a vácuo; novas técnicas de impressão em filmes
encolhíveis.
Anos 60, era das máquinas automáticas e dos alimentos industrializados;
embalagens descartáveis; tigelas e outros componentes de plástico tinham uma grande
demanda com o surgimento dos alimentos fast food; em 1960 primeira máquina de
formar/encher/selar, tornando o mercado amplamente competitivo; lançamento de pacotes
para sopa, leite e condimentos desidratados.
Anos 70, introdução de códigos de barras e outros avanços; uso de flexíveis
laminado para substituir os materiais tradicionais; grande demanda de copos e bandejas
descartáveis de poliestireno; lançamento de recipientes com isolamento térmico para
manter os alimentos congelados ou aquecidos; as embalagens de materiais rígidos como
lata ou vidro perdem seu espaço; impressão de códigos de barra nas embalagens para
permitir a leitura automática nos caixas de supermercados; a ecologia e os resíduos
tornaram-se uma preocupação e, consequentemente, novos materiais foram desenvolvidos
como substituto aqueles mais agressivos; em 1970 também houve o lançamento dos rótulos
plásticos para garrafas de PET.
Anos 80, Era do microondas; a halografia torna-se uma tendência; desenvolvimento
de materiais para abertura fácil, e perfurados foram concebidos para atender a demanda
crescente por embalagens que pudessem ser levadas ao forno de microondas; período de
maior introdução de novos produtos e embalagens de todos os tempos.
Anos 90, foi o período de reduzir, reutilizar e reciclar; a reciclagem e o meio
ambiente foram os fatores predominantes nessa década, substituição de materiais virgens
pelos recicláveis e reciclados; grande velocidade para embalar os produtos.
21
Um futuro promissor é o que se espera com o início do novo século, as embalagens
flexíveis continuam sendo altamente bem sucedidas e inovadoras; o desenvolvimento de
tecnologias novas no mundo todo, tanto para facilitar o processo produtivo, como para dar
ao produto uma imagem mais atraente é uma tendência no setor; a atenção às mudanças
nas regulamentações governamentais e nas exigências de mercado são itens importantes no
desenvolvimento de embalagens, aliados à uma maior preocupação em atender as
necessidades e expectativas dos consumidores.
2.1.5 A embalagem e o futuro
Há alguns anos, as necessidades dos consumidores podiam ser satisfeitas apenas
com os tradicionais armazéns ou através das feiras. Porém, a evolução dessas necessidades
e dos próprios consumidores tornou-os mais exigentes conferiu-lhes o poder de manter ou
não determinado produto no mercado.
O aumento considerável da competitividade nas indústrias, a exigência de um
consumidor atento e informado, impulsionaram o desenvolvimento de produtos e também
das embalagens e sistemas de distribuição, que tiveram que se adequar à diversidade e aos
requisitos destes produtos desenvolvidos.
Além disso, a tendência à globalização exigirá das unidades de negócio cada vez
mais agilidade, qualidade e eficiência no fornecimento do produto para um mercado que,
entre outras mudanças exigirá produtos diferenciados.
No contexto da produção de alimentos, pelas rigorosas exigências próprias do
processo e do produto, questões sobre a qualidade, a segurança, a proteção ao consumidor
são fundamentais. A qualidade desse desempenho estará diretamente relacionada com o
grau de adaptabilidade da embalagem ao produto, ao consumidor e à cultura.
Para Madi (1983), uma tendência atual é o crescimento das embalagens
descartáveis, que segundo os estudos, apresentam benefícios ao meio ambiente por sua
reciclabilidade, pois os custos de lavagem das embalagens são altos, além de poluidores e,
em termos de energia, o produto descartável mostrou-se mais econômico. O fato vem
valorizando o conceito de reciclagem, com o nível de informação crescendo sobre o
assunto.
22
Segundo texto publicado na revista Embanews (1992); Heitzman, estudioso do
assunto e editor chefe da revista Packaging Digest, ressalta que o consumidor,
principalmente o americano, passa a analisar as vantagens que a embalagem pode trazer a
ele, como cupons, maior quantidade por menor preço, além de buscar praticidade e
oportunidade de reutilização da embalagem após o término do produto.
Campos (1999), enfatiza que as chamadas embalagens convenientes apresentam um
potencial de crescimento muito grande, por serem práticas, seguras e econômicas, pois
evitam desperdício dos produtos; ainda acrescenta que as empresas de alimentos e as
indústrias de embalagens estão se aproveitando dessa oportunidade como estratégia de
diferenciação de seus produtos, percebendo que não basta a embalagem ser bonita,
inviolável ou simplesmente preservar o sabor e o frescor dos alimentos. Hoje o conceito de
embalagem se ampliou; ela ganhou status de produto, sendo capaz de comunicar a mesma
linguagem de conveniência onde quer que vá.
No Brasil, o mercado de embalagens não se encontra muito desatualizado em
relação ao que existe no exterior, mas o que falta é a concorrência por motivos como as
poucas alternativas, onde não se encontram itens como embalagens sofisticadas, de última
geração, nas gôndolas dos supermercados. No entanto o consumidor brasileiro continua
pouco exigente para os padrões europeus, e as tendências encontram-se na direção do
barateamento de processo e consequentemente no custo da embalagem e do produto final.
Entretanto se as empresas continuarem a atender as necessidades e expectativas dos
clientes, as embalagens certamente terão uma presença ainda maior no futuro.
2.2 Design de Embalagem
A globalização econômica vem provocando significativas mudanças no
comportamento dos mercados, exigindo das empresas profundos ajustes para tornarem-se
mais competitivas em um mercado crescentemente integrado, aberto e exigente. Aumentar
a competitividade é hoje fator de sobrevivência (CNI, 1996).
Não basta, porém, que os produtos tenham qualidade assegurada e preço
competitivo. Para manter e conquistar mercados é imprescindível, acrescentar elementos e
características que identifiquem e diferenciem os produtos e serviços em relação aos seus
competidores. As estratégias empresariais, além da qualidade e produtividade, passaram a
23
incluir também a inovação tecnológica, com destaque para o design, como fator diferencial
decisivo para a manutenção e a conquista de mercados nacionais e internacionais (CNI,
1996).
Desde o seu nascimento, o design compreende a atividade de desenhar para a
indústria seguindo uma metodologia de projeto que leva em consideração a função que o
produto final irá realizar as características técnicas da matéria prima e do sistema produtivo
utilizado em sua confecção, as características e necessidades do mercado e do destinatário
final do produto, ou seja: o consumidor (CNI, 1996).
Contudo, a concepção mais básica de design associa-se a valores estéticos. Amplia-
se progressivamente tal concepção para abranger outros aspectos, que permitam entender o
design como processo criativo, inovador e provedor de soluções a problemas, de
importância fundamental, não apenas para as esferas produtiva, tecnológica e econômica,
mas também, social, ambiental e cultural (CNI, 1996).
Ressalta-se o fato de o design ser uma atividade multidisciplinar e influenciar
diversas atividades dentro das organizações. Dado esse caráter multidisciplinar, o processo
de design demanda conhecimentos que vão desde a etapa de concepção de novos produtos,
desenvolvimento, produção, marketing até seu descarte. Adicionalmente, ao se analisar um
determinado produto ou serviço, pode-se perceber a presença do design não só em sua
forma de apresentação e utilização, como também na embalagem, no rótulo, no manual de
uso, nos impressos e materiais promocionais, na forma de venda do produto, na marca e na
logomarca. A Figura 2-3 apresenta algumas áreas de atuação do design.
No Brasil, já existe a consciência da real importância do design de embalagens,
especialmente os empresários, que vêem em seus negócios a embalagem como um fator
estratégico com sérias implicações na constituição dos produtos de consumo, visto que o
consumidor não separa o que é embalagem do que é conteúdo, para ele, ambos constituem
uma única entidade (CNI, 1996).
O bom design de embalagens desencadeia uma seqüência de impulsos positivos que
tem grande impacto sobre o produto contribuindo decisivamente para o seu sucesso.
Investir para que os produtos tenham a melhor embalagem possível é o melhor que se pode
fazer hoje em dia, porque o design é um valor genuíno que se incorpora ao produto
constituindo parte integrante de seu caráter e não apenas acessório adicional agradável.
24
DESIGN
Embalagens
Gráfico
Serviços
Interiores
Exteriores
Moda
Engenharia
Produto
Figura 2-3 Áreas de atuação do design (adaptado de CNI, 1996)
Porém, segundo Mestriner (1999), não basta uma embalagem perfeita do ponto de
vista tecnológico se ela não respeitar as particularidades de cada mercado e o regionalismo
de cada consumidor. Assim como não basta uma embalagem graficamente maravilhosa se
suas propriedades técnicas não mantiverem a integridade do produto e não interagirem com
ele em perfeita harmonia.
No caso do design de embalagem, entra também como fator decisivo no projeto a
compreensão da linguagem visual da categoria à que o produto pertence. A linguagem
visual da embalagem constitui um vocabulário que os designers precisam conhecer para
poder se comunicar com os consumidores.
A partir do design de embalagens, é possível empreender uma série de ações
comunicativas que reforçam o apelo de venda e a ligação do consumidor com o produto.
Nos rótulos de embalagens, a inclusão de receitas, informações, brindes, prêmios e
concursos, potencializam o produto, tornando-o mais atraente e competitivo.
Quanto a reação do mercado consumidor, recentes estudos realizados nos Estados
Unidos da América apontam que os consumidores estão dispostos a pagar mais por um
produto ou serviço diferenciado, com modificações que lhes propiciem uma melhor relação
com o produto ou serviço. (CNI, 1996).
25
2.3 Rótulos, a Identidade do Produto.
Segundo o dicionário, Novo Aurélio Século XXI, a palavra rótulo vem do latim
rotulu e designa um pequeno impresso que se cola em embalagens e recipientes para
indicar-lhes o conteúdo. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, rótulo é toda
inscrição legenda e imagem ou, toda matéria descritiva ou gráfica que esteja escrita,
impressa, estampada, gravada ou colada sobre a embalagem do alimento. Contudo, nos
dias de hoje, com uma gama enorme de produtos diferentes disputando espaço nos pontos
de venda o rótulo passou a ser uma forma de identificação do produto, dando vida a
embalagem e influenciando na decisão de compra.
Mestriner (2002), argumenta que as primeiras embalagens eram identificadas
exclusivamente por sua forma, uma vez que não existiam recursos técnicos para a inclusão
de imagens ou códigos visuais mais elaborados; nessa época a identificação do produto era
feita pela forma de seu envoltório ou recipiente; a forma da ânfora ou do jarro indicava se
o conteúdo era de vinho ou azeite.O formato do saco e a amarração do fardo indicavam aos
comerciantes antigos o que o transportavam.Assim, a função conter juntou-se a função
identificar, e essas duas funções com suas implicações foram sendo ampliadas e adequadas
à medida que o comércio e o trânsito de mercadorias cresciam.
A história da identificação dos produtos veio com as navegações e com o
surgimento das primeiras empresas dedicadas ao comércio de mercadorias em escala
mundial, dando um grande impulso à construção da linguagem, pois além de se discriminar
produtos, a identificação de sua origem passou a ser necessária: as peças de tecidos
comercializadas pelos mercadores italianos no final do século XV já traziam rótulos com
desenhos elaborados, impressos em prensas de madeira sobre papel feito à mão
(MESTRINER, 2002).
No ano de 1798, duas invenções levaram à popularização dos rótulos: a invenção da
máquina de fazer papel, por Nicolas-Lois Robert, na França; e o princípio da litografia,
descoberto por Alois Senefelder, na Bavária (MESTRINER, 2002).
Em 1830, os rótulos já eram usados largamente em todas as formas de embalagens
e para os mais variados produtos, no entanto, não eram rótulos impressos em cores. Os
primeiros rótulos coloridos foram patenteados por George Baxter em 1835. Essa técnica de
impressão, que utilizava até doze cores, gerou rótulos de grande beleza e qualidade
artística (MESTRINER, 2002).
26
Desde essa época, a função principal dos rótulos era identificar o conteúdo da
embalagem. Seu teor informativo foi incrementado com o desenvolvimento da indústria
farmacêutica, cujos remédios e instruções de uso precisavam ser comunicados com
precisão.
O surgimento de novos rótulos tornaram os produtos mais desejáveis, e os
fabricantes logo perceberam que rótulos decorados, vendiam mais produtos, e assim
começaram a buscar maneiras de torná-los cada vez mais atraentes.
No campo artístico, a utilização de letras decorativas levou a tipologia a alcançar
um alto nível de beleza. Arranjos elaborado de letras desenhadas com sofisticação eram o
must dessa época e se afirmaram, definitivamente, como um dos pilares da linguagem
visual característica das embalagens (MESTRINER, 2002).
Hoje com a venda de produtos no sistema de auto-serviço, a função da embalagem
e do rótulo é ainda maior, pois agora não há mais o vendedor atrás do balcão para
apresentar o produto, explicar suas características, ensinar a usar, dizer a validade e quem
fabricou o produto e, sobretudo, estimular as vendas convencendo o consumidor a levá-lo
(MESTRINER, 2002).
A informação é um direito básico do consumidor. É através da rotulagem adequada
que ele pode ficar mais consciente do que na verdade está comprando. Para as empresas, a
rotulagem é a maneira mais conveniente para informar ao consumidor quais são os itens
que integram os alimentos que serão consumidos. Segundo o CDC (Código de Defesa do
Consumidor) vigente em nosso país, todo o produto deve trazer informações claras,
precisas e em língua portuguesa.
O papel da comunicação é fundamental não só na divulgação de um produto como
também como agente ativo na criação de demandas. No caso específico dos produtos
alimentares, cada vez mais o seu consumo está associado à quantidade e a qualidade das
informações presentes na mente dos consumidores, fazendo com que as pessoas
consumam, não apenas por necessidade , mas por valores e identificação.
Cada vez mais consumidores em todo mundo possuem acesso a novos produtos
alimentícios e informações sobre alimentos. Embora seja em geral positivo isso levantou
preocupações de que os consumidores poderiam ser confundidos pelos rótulos
alimentícios. Comunicações verdadeiras, mas confusas podem levar os consumidores a
27
fazer inferências incorretas. Tanto a presença como a ausência de informações são
relevantes para verificar se a rotulagem é confusa.
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) preocupada com as
informações contidas nos rótulos das embalagens editou portarias que visam a
regulamentar a rotulagem dos alimentos (ANEXOS 1, 2 e 3).
A Portaria nº 41, de 14 de janeiro de 1998, visa fixar a identidade, diretrizes gerais
de forma, as características mínimas de qualidade a que devem obedecer os alimentos que
utilizem a rotulagem nutricional dos alimentos embalados, declaração de nutrientes e as
informações nutricionais particulares.
A Portaria nº 42, de 14 de janeiro de 1998, é responsável por toda a descrição dos
rótulos. Essa Portaria determina o que deve e o que não deve conter na rotulagem, idioma,
e também é responsável pela parte visual dos rótulos.
A Resolução RDC (Resolução de Diretoria Colegiada) nº 40, de 21 de março de
2001, define o regulamento técnico para rotulagem nutricional obrigatória de alimentos e
bebidas embalados.
Com base nessas regulamentações da ANVISA, as principais informações que
devem estar presentes obrigatoriamente nos rótulos das embalagens de alimentos são as
seguintes:
a) Denominação de venda do alimento – é o nome específico que indica a origem e
as características do alimento. Por exemplo: óleo de soja, gordura vegetal hidrogenada,
biscoito recheado sabor morango, café torrado e moído.
b) Peso líquido – deve constar a quantidade de alimento presente na embalagem,
sendo expressa normalmente em mililitro (ml), litro (l), grama (g), quilograma (kg) ou por
unidade.
c) Identificação da origem – indicado o nome e o endereço do fabricante.
Atualmente, a maioria das indústrias oferece aos clientes, o serviço de atendimento ao
consumidor (SAC), disponibilizando também no rótulo, o telefone e o e-mail para facilitar
o contato em caso de dúvidas, críticas ou sugestões.
d) Identificação do lote – impresso uma indicação em código que permita
identificar o lote a que pertence o alimento.
28
e) Prazo de validade – presente de forma visível e clara. No caso de alimentos que
exijam condições especiais para sua conservação, deve ser indicado o melhor local de
armazenamento (freezer, congelador, geladeira) e o vencimento correspondente.
O mesmo se aplica a alimentos que podem se alterar depois de abertas suas
embalagens. Na data de validade do alimento deve constar: DIA e o MÊS para produtos
com duração mínima menor que três meses e MÊS e ANO para produtos com duração
superior a três meses.
f) Instruções sobre o preparo e uso do alimento – quando necessário, o rótulo deve
conter as instruções necessárias sobre o modo apropriado de uso, incluídos a reconstituição
e o descongelamento.
g) Informações nutricionais – de acordo com a resolução nº 40, de 21/03/01, todos
os alimentos e bebidas produzidos, comercializados e embalados na ausência do cliente e
prontos para oferta ao consumidor devem ter as informações nutricionais presentes no
rótulo. Excluem-se deste regulamento, as águas minerais e as bebidas alcoólicas.
As empresas tiveram 180 dias, a partir da data da resolução, para se adequarem. O
modelo de rotulagem nutricional, proposto pela ANVISA, encontra-se na Tabela 2-4.
Obrigatoriamente a informação nutricional deve estar por porção (fatia, copo, unidade) e os
nutrientes devem estar dispostos na ordem apresentada na referida Tabela.
Tabela 2-4
Modelo de tabela de informações nutricionais (ANVISA, 2001)
Informação Nutricional
Porção de g/ml (medida caseira)
Quantidade por porção % V/D (*)
Valor Calórico g %
Carboidratos g %
Proteínas g %
Gorduras Totais g %
Gorduras Saturadas g %
Colesterol mg %
Fibra Alimentar g %
Cálcio mg %
Ferro mg %
Sódio mg %
* Valores diários de referência com base em uma dieta de 2500 calorias
29
A omissão dessas informações essenciais ao produto é considerada pelo CDC,
publicidade enganosa ou crime contra as relações de consumo, ficando o fabricante ou
fornecedor do produto sujeito às sanções administrativas, conforme o caso.
Com o mesmo objetivo de auxiliar o consumidor na escolha de seus alimentos,
evitando que ele possa se enganar na hora da compra, foram regulamentadas algumas
informações que os rótulos de alimentos “NÃO” podem declarar, são elas:
a) Palavras, sinais ou desenhos que possam tornar a informação do rótulo falsa,
insuficiente, incompreensível ou que possam levar a um erro do consumidor.
b) Atribuir ao produto qualidades que não possam ser demonstradas.
c) Destacar a presença ou ausência de componentes que são próprios dos alimentos.
d) Ressaltar em certos produtos a presença de alguma substância que é adicionada
como ingrediente em todos os alimentos de fabricação semelhante.
e) Realçar qualidades que possam induzir o engano do consumidor com relação às
propriedades terapêuticas verdadeiras ou supostas, que algum nutriente possa ter quando
consumido em quantidades diferentes daquelas presentes nos produtos.
f) Indicar que o alimento possui propriedades terapêuticas ou medicinais.
g) Aconselhar o uso do produto para melhorar a saúde, para evitar doenças ou como
ação curativa.
Neste cenário, onde o consumidor está se posicionando como agente receptivo às
informações referentes aos alimentos que irá consumir, as empresas que pretendem atendê-
lo, devem se concentrar na tarefa de oferecer estas informações de forma rápida e
acessível. Neste contexto, a estratégia de comunicação é um fator decisivo para o sucesso e
aceitação do produto.
Portanto, além de um sistema de informação, o rótulo institui uma relação
emocional com o consumidor, convergindo no estímulo dos sentidos de visão e tato. A
prova disso está nas inúmeras vezes, que diante de uma prateleira, o consumidor é
seduzido por uma embalagem diferente ou um rótulo bonito.
30
2.4 A Ergonomia Aplicada aos Rótulos
O significado epistemológico sugere que esta é uma disciplina científica que estuda
as leis do trabalho. No entanto, pode-se definir a ergonomia como a ciência que estuda a
adaptação do trabalho ao homem.
Para Wisner (1987), a ergonomia é o conjunto de conhecimentos científicos sobre o
homem, voltados à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos, que visam o
máximo de conforto, segurança e eficiência.
Lautenschläger (2001), enfatiza que em uma definição mais atualizada, a
International Ergonomics Association (IEA), considera que a ergonomia baseia-se no
conhecimento das ciências humanas para adequar sistemas, trabalhos, produtos e
ambientes às habilidades e limitações físicas e mentais dos indivíduos.
Para Iida (1998), os objetivos práticos da ergonomia colocam em primeiro plano,
segurança, satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas
produtivos. E, em segundo como resultado, vem a eficiência.
No caso específico dos rótulos, a ergonomia é um instrumento indispensável para o
aperfeiçoamento dos dispositivos de fornecimento de informações nos rótulos de
embalagem de consumo. A qualidade ergonômica dos rótulos relaciona-se,
especificamente, ao fornecimento claro e preciso de informações. Portanto na concepção
dos rótulos das embalagens, deve-se considerar não só os limites técnicos, econômicos e
comerciais, mas, inclusive, os limites ergonômicos que envolvem a sua fabricação.
A qualidade ergonômica dos rótulos e sua segurança podem ser otimizados pela
ergonomia como tecnologia. Assim, o atendimento aos requisitos ergonômicos pode
facilitar a vida do usuário, dando-lhe conforto e satisfação, uma vez que hoje em dia os
consumidores já não se satisfazem com produtos que preencham apenas requisitos
tecnológicos. Isso ocorre porque as qualidades, sentidas pelo usuário através de seus cinco
sentidos, especialmente a visão, que pode perceber ao mesmo tempo grande número de
informações podem influir na escolha (IIDA,1998).
Na ergonomia aplicada ao rótulo, o dispositivo de informação constitui o conjunto
de elementos da mensagem visual dos rótulos das embalagens que, dispostos de maneira
planejada e peculiar, fornecem as informações ao consumidor. Portanto, a percepção das
informações dependerá de fatores cognitivos e motivacionais do consumidor, além dos
31
fatores externos como os tipos de códigos utilizados, a forma de como a informação é
apresentada no rótulo, e dos elementos que contribuem para legibilidade dos símbolos,
como a coloração, a forma e o tamanho (IIDA,1998).
Para a ergonomia a legibilidade é a qualidade do que se pode ler ou do que está
escrito em caracteres nítidos. A legibilidade desempenha papel decisivo na qualidade das
mensagens visuais. Assim sendo, a visibilidade também é a propriedade de todos os sinais
que podem ser facilmente perceptíveis ou visíveis.
Conforme Neto (2001), as letras isoladas, geralmente, são meros sinais e só
adquiriram significação quando reunidas entre si para formarem sílabas, que, também
reunidas, comporão as palavras e as frases. No rótulo, o leitor vê rapidamente a imagem da
palavra inteira, sem necessitar reconhecer letra por letra, numa reação global de percepção
das palavras, não cabendo a discriminação individualizada das letras.
A legibilidade das letras, números, símbolos e expressões dependem de elementos
como tamanho, proporção, coloração e forma, harmonia, entre outros.
a) Dimensão – Iida (1998), orienta que as dimensões das letras, números e símbolos
devem estar de acordo com a esperada distância entre o olho e a informação oferecida, e
sejam no mínimo, de 1/200 (mm) para diferentes distâncias de leitura conforme
apresentado na Tabela 2-5.
Tabela 2-5
Dimensões das letras em relação à distância de leitura (Iida, 1998)
Distância de Leitura (mm) Altura de Letra (mm)
Até 500 2,5
500 – 900 4,5
900 – 1800 9,0
1800 – 3600 18,0
3600 – 6000 30,0
b) Proporção – Para uma legibilidade adequada das letras e números, é
recomendado por Iida (1998), as proporções em função da altura são apresentadas na
Tabela 2-6.
32
Tabela 2-6
Proporção das letras e números (Iida, 1998)
Proporções
Largura da letra 2/3 da altura
Espessura do traço 1/6 da altura
Distância entre letras 1/5 da altura
Distância entre palavras 2/3 da altura
Intervalo entre linhas 1/5 da altura
Altura da Minúscula 2/3 da altura maiúscula
Segundo Neto (2001), em relação ao tamanho das ilustrações, suas dimensões bem
como suas localizações, estão condicionadas às suas funções na embalagem, como também
a seus relacionamentos com os textos. As ilustrações podem ser classificadas, quanto à
função, nas categorias: de atenção, de compreensão, de memorização e credibilidade. As
ilustrações de atenção devem ser grandes e localizarem-se na face principal da embalagem;
as de compreensão devem estar junto ao texto e com dimensões mínimas possíveis para
proporcionar a clareza da informação e, as de memorização deverão localizar-se unidas ao
nome do produto, à marca e ao logotipo, de forma proporcional.
c) Cor – Para Lautenschläger (2001), a cor é uma resposta subjetiva a estímulos
luminosos simultâneos e complexos, que formam a imagem captada pelos olhos. Para Iida
(1998), a sensação de luz e cor, associada com a forma dos objetos é um dos elementos
mais importantes na transmissão de informações. A cor de um objeto caracterizada pela
absorção e reflexão seletiva das ondas luminosas incidentes, pode aumentar com a adição
do preto: em letreiros, por exemplo, devem-se usar cores puras nos títulos principais, sobre
um fundo mais claro.
Para Giovannetti (2000), o uso da cor constitui um excelente recurso para melhorar
a legibilidade das palavras, marcas ou logotipos, conforme apresentado na Tabela 2-7.
33
Tabela 2-7
Legibilidade das cores (Giovannetti, 2000)
01 – Negro sobre amarelo 16 – Negro sobre roxo
02 – Amarelo sobre negro 17 – Azul sobre laranja
03 – Verde sobre branco 18 – Amarelo sobre verde
04 – Roxo sobre branco 19 – Azul sobre roxo
05 – Negro sobre branco 20 – Amarelo sobre roxo
06 – Branco sobre azul 21 – Branco sobre roxo
07 – Azul sobre amarelo 22 – Roxo sobre negro
08 – Azul sobre branco 23 – Branco sobre laranja
09 – Branco sobre negro 24 – Negro sobre verde
10 – Verde sobre amarelo 25 – Laranja sobre branco
11 – Negro sobre laranja 26 – Laranja sobre azul
12 – Roxo sobre laranja 27 – Amarelo sobre laranja
13 – Laranja sobre negro 28 – Roxo sobre laranja
14 – Amarelo sobre azul 29 – Roxo sobre verde
15 – Branco sobre verde 30 – Verde sobre laranja
Para Iida (1998), quanto à visibilidade, conforme apresentado na Tabela 2-8, as
cores apresentam o seguinte resultado em ordem decrescente.
Tabela 2-8
Ordem decrescente das cores (Iida,1998)
01 – Azul sobre branco 06 – Vermelho sobre amarelo
02 – Preto sobre amarelo 07 – Vermelho sobre o branco
03 – Verde sobre branco 08 – Laranja sobre preto
04 – Preto sobre branco 09 – Preto sobre magenta
05 – Verde sobre vermelho 10 – Laranja sobre branco
Segundo Lautenschläger (2001), as características psicológicas e simbólicas das
cores têm sido amplamente estudadas devido à grande influência que exercem sobre o
estado emocional das pessoas, interferindo desde a escolha até o uso dos produtos.
Mestriner (2002), argumenta que a cor é o principal elemento da comunicação e
também da personalidade do produto. Combinar as cores que se complementam e exaltam
umas as outras é a forma mais eficiente de fazer uma embalagem comunicar-se com o
34
consumidor; pois se o consumidor não vir o produto, as outras funções nem sequer serão
acionadas.
O trabalho com as cores que irão compor a embalagem e o rótulo é de fundamental
importância, pois as cores têm personalidade, expressam estados de espírito, evocam uma
série enorme de sensações, e tanto podem trabalhar contra como a favor daquilo que um
produto deve transmitir.
Na área comercial, Giovannetti (2000), diz que uma das funções da cor é atrair a
atenção para despertar o interesse do consumidor. No mercado de rótulos e embalagens, é
possível determinar que as cores correspondam às categorias específicas do produto; a
identificação por meio da cor é usada para marcar e determinar matérias primas na
indústria. Alguns aspectos influem na seleção da cor, como a identidade do produto, a
imagem e os requisitos de venda. No caso da identidade, corresponde à natureza, à
aparência e à propriedade física do produto; por isso, a função da cor é informar e definir o
tipo de mercadoria; na imagem, traduz como o consumidor interage com o produto e a
função da cor é seguir as diversas qualidades deste; já nos requisitos de venda, a
visibilidade, a legibilidade e unidade gráfica são recursos utilizados para garantir a
identificação, facilitar a venda e localização do produto.
Para despertar o interesse do consumidor, atraí-lo a compra e, conseqüentemente,
deixá-lo satisfeito, a produção do rótulo da embalagem precisa conter recursos e artifícios
visuais, em particular os textos, ou ilustrações com textura e principalmente cores que,
aliada às nuances de luz e sombra, possibilita a discriminação clara e precisa das
informações.
d) Harmonia – É proporcionada pelo estilo das famílias de letras e caracterizado
pela forma inicial e final de seus desenhos. De acordo com Mestriner (2002), as letras
precisam trabalhar juntas e harmonizarem-se na composição, exaltando o que o produto
tem de melhor e transmitindo com clareza as informações de que o consumidor precisa
para decidir sua compra. Para Neto (1999), todas as famílias e subfamílias de letras
procedem das famílias de letras denominadas: antiga, romano didot, egípcia e romano
elzevir; as quais encontram-se ilustradas na Figura 2-4. Quanto ao uso de letras deve-se
observar a harmonia ao destacar os caracteres das palavras ou grupo de palavras em
relação a diferença de tamanho (corpo), de espessura (negrito) ou de orientação (itálico).
Para Moraes et al (1996), textos compostos exclusivamente em letras itálicas podem
diminuir de forma significativa o ritmo da leitura.
35
Figura 2-4 Famílias de letras (Hass, citada por Neto, 1999)
Segundo Mestriner (2002), a escolha do tipo de letra ou fonte utilizado nos rótulos
constitui parte importante da personalidade e ajudam a criar uma imagem e valor para o
produto. Segundo Neto (1999), a escolha das famílias das letras influi nas sensações
psicológicas, de acordo com seu desenho, força, orientação e, principalmente, com a cor,
transmitindo os sentimentos desejados ou realçando o texto.
Conforme Dul e Weerdmeester (1998), letras com caracteres mais simples, sem
enfeites ou serifas, são as mais legíveis, conforme mostra a Figura 2-5.
Figura 2-5 Tipos simples de letras (Dul e Weerdmeester, 1998)
Mestriner (2002), ainda reforça que, se o produto tem um nome, esta é a
informação número um e a mais importante a ser trabalhada. O nome precisa ser
valorizado e merece um logotipo desenhado e não digitado em uma letra ainda que
diferente. O produto é uma entidade complexa, é única e precisa ter sua personalidade
expressa também de maneira única.
e) Letras minúsculas e maiúsculas – em um texto contínuo, em caixa alta e baixa, a
leitura é facilitada quando a primeira letra é maiúscula e as demais minúsculas. As letras
com hastes ascendentes (b, d, f, h, k, l, t) e as letras com hastes descendentes (g, j, p, y)
36
destacam-se, permitindo ao leitor melhor visibilidade, evitando que a leitura seja feita letra
por letra. As letras maiúsculas devem ser preferencialmente utilizadas para títulos e nomes
próprios e para abreviações familiares ao usuário, com traços simples e uniformes e
algarismos de formas semelhantes. (DUL e WEERDMEESTER, 1998).
f) Contrastes e cores das letras – a legibilidade é facilitada com o aumento do
contraste que é definido pela diferença entre figura e fundo, ou seja, quanto maior o
contraste maior a legibilidade; conforme exemplifica a Figura 2-6.
1
CONTRASTE CONTRASTE
6
2
CONTRASTE CONTRASTE
7
3
CONTRASTE CONTRASTE
8
4
CONTRASTE CONTRASTE
9
5
CONTRASTE CONTRASTE
10
Figura 2-6 Contraste entre figura e fundo (Dul e Weerdmeester, 1998)
Segundo Mestriner (2002), entende-se por fundo o elemento expresso para compor
um painel sobre o qual as informações são reunidas. O fundo modula o contraste dos
elementos colocados à sua frente, e pode-se dizer que o contraste é o principal responsável
pela leitura e a definição da imagem que está sendo apresentada. Já se foi o tempo em que
o fundo da embalagem era apenas uma área chapada de cor, um degradê ou quadriculê
simples somente para cumprir a função. O fundo do rótulo hoje em dia, é tão importante
quanto a frente, e precisa compor um ambiente que harmonize e exalte a informação e a
composição dos demais elementos.
No mundo moderno, um número cada vez maior de pessoas usa produtos e sistemas
complexos. Isso exige interações que consistem em receber informações, processá-las e
agir em função dessas e de outras informações. (DUL e WEERDMEESTER, 1998).
Esse fato determina, para o projetista, a necessidade de considerar os princípios
ergonômicos indispensáveis ao processo de concepção de rótulos, para transmitir uma
comunicação eficaz que seja graficamente correta, clara, atraente e que, principalmente,
facilite a leitura e a compreensão das informações pelos consumidores.
37
2.5 A Lingüística Aplicada aos Rótulos
Segundo o Dicionário Novo Aurélio Século XXI, a palavra lingüística origina-se do
Francês linguistique, e designa a ciência da linguagem; o estudo da linguagem. A partir
daí, entende-se a Lingüística como a ciência que preconiza o uso da linguagem em todas as
suas manifestações.
Na origem de toda atividade comunicativa do ser humano está a linguagem, que é a
capacidade de se comunicar por meio de uma língua. A linguagem constitui um sistema de
sinais devidamente organizados e convencionados que permitem a composição de textos.
Inúmeras linguagens como a verbal, que utiliza a língua oral ou escrita; não-verbal, que
utiliza qualquer código que não seja a palavra; podem ser utilizados nos atos de
comunicação. De todos os códigos utilizados pelo homem para expressar suas impressões,
para representar coisas, seres, idéias, sem dúvida a mais importante é a língua; um sistema
de representação constituído por palavras e por regras que as combinam em unidades
portadoras de sentido, comum a todos os membros de uma determinada sociedade. Isso
significa que a língua pertence a toda uma comunidade, como é o caso da língua
portuguesa no Brasil; e os falantes de uma língua adquirem natural e gradativamente o
conhecimento necessário para usá-la. (TERRA e NICOLA, 2002).
Signo lingüístico é uma representação da realidade por meio da palavra. A palavra é
criação humana. Palavra e objeto não se confundem como uma coisa só, mas são
realidades diferentes em que uma (a palavra) representa outra (objeto).
Ao empregar os símbolos que formam a língua o falante deve obedecer a padrões
determinados de organização. O conhecimento de uma língua engloba não apenas a
identificação de seus signos, mas também o uso adequado de suas regras combinatórias.
Para Infante (1998), na construção de um texto, considerado como qualquer
material organizado que esteja veiculando sentidos; além da linguagem verbal (palavra) a
linguagem não-verbal, constituída de outros sinais comunicativos como os de trânsito, os
dos surdos-mudos, do código Morse, entre outros; representa o ato comunicativo e, como
tal, concretiza as diversas manifestações cotidianas e culturais por meio da interação. Nos
rótulos das embalagens a linguagem não-verbal se faz presente através de elementos
semióticos com a forma e a cor.
38
Para que aconteça o ato da comunicação, é preciso que se organize o texto. Sem o
texto não há comunicação. Diversos elementos vão determinar sua significação; ou seja, os
textos por si sós não constituem textos. Precisam estar inseridos em uma situação de
comunicação.
Portanto, todo texto encerra uma mensagem e necessita de elementos para compor
o circuito da comunicação. Quem constrói o texto é o emissor; e quem lê/recebe é o
receptor. O que o emissor escreve é mensagem. O elemento que conduz a mensagem do
emissor para o receptor é o canal. Os fatos, os objetos ou imagens, as informações ou
raciocínios que o emissor expõe ou sobre os quais discorre constitui o referente. A língua
que o emissor utiliza (no caso do Brasil, obrigatoriamente, a língua portuguesa) constitui o
código. Assim, através de um canal, o emissor transmite ao receptor, em código comum,
uma mensagem que pode reportar-se a um referente.
Segundo Geraldi (1991), tomado estes princípios como condições necessárias à
produção de um texto, poderia ser traçado o esquema apresentado na Figura 2-7.
ESCOLHER ESTRATÉGIAS
PARA DIZER
(e)
implica
supõe
RELAÇÃO INTERLOCUTIVA
RAZÕES PARA DIZER
(b)
supõe
TER O QUE DIZER
(a)
implica
ASSUMIR-SE COMO LOCUTOR
(d)
exige
INTERLOCUTORES
A QUEM SE DIZ
(c)
Figura 2-7 Circuito da comunicação (Geraldi, 1991)
A leitura do Quadro da Figura 2-7, com flechas em dois sentidos, representa as
seguintes condições fundamentais para construção da comunicação:
a) que se tenha o que dizer (mensagem);
39
b) que se tenha uma razão para dizer o que se tem a dizer (informar);
c) que se tenha para quem dizer o que se tem a dizer (receptor/consumidor);
d) o locutor (emissor) se constitui como tal, enquanto sujeito que diz o que diz para
quem diz (que implica responsabilizar-se no processo, por suas falas);
e) que se escolham as estratégias para realizar (a), (b), (c) e (d).
Nessa perspectiva, assumir-se como locutor implica estar numa relação
interlocutiva.
Mediante a constatação de que a comunicação é o maior e mais poderoso contrato
entre os vários agentes de um sistema, que a lingüística busca explicar aos projetistas de
embalagens e rótulos, princípios fundamentais para uma comunicação eficiente entre
consumidor e produto. O rótulo da embalagem pode ser considerado como um meio de
comunicação de massa dirigida a uma ampla faixa de público, anônimo, disperso e
heterogêneo. As mensagens contidas nos rótulos das embalagens têm como objetivo o
direcionamento do comportamento e a alteração dos hábitos dos consumidores. Também
considerado como um vendedor mudo, o rótulo transmite mensagens verbais e não-verbais
que são utilizadas para despertar, no consumidor, o desejo de compra do produto.
Para Mestriner (2002), a embalagem é o principal instrumento de comunicação de
um produto. Ela é uma mídia permanente, comunicando o produto mesmo quando o
consumidor não o compra e, na maioria das vezes, é o único recurso que um produto
dispõe para competir no mercado.
Nesse contexto, essa influência nos consumidores, age através de mensagens
baseadas nos princípios da comunicação constituída de três elementos básicos
fundamentais:
1º) O emissor da mensagem – O produtor.
2º) O meio de comunicação – embalagem/Rótulo.
3º) O receptor da mensagem – O consumidor.
No momento em que o consumidor está se posicionando como agente receptivo às
informações referentes aos produtos que irá consumir que as estratégias de comunicação,
através dos princípios lingüísticos textuais, precisam ser eficientes para que haja um
40
dimensionamento das percepções, valores, sentimentos, linguagens, bloqueios,
preconceitos, do agente receptor, no caso o consumidor.
A lingüística aplicada aos rótulos, trata num primeiro momento, das condições de
organicidade e princípios gerais de produção e leitura de textos; em essência, trata do
evento comunicativo em que aspectos lingüísticos estão envolvidos de maneira geral e
integrados; como por exemplo, os gêneros textuais, a coesão textual, a coerência textual, as
qualidades e os defeitos do texto; ou seja, questões fundamentais para a organização do
texto como agente comunicador.
a) Gêneros textuais – Segundo Marcuschi (2003), os gêneros textuais tratam de
textos orais ou escritos materializados em situações comunicativas recorrentes; são textos
encontrados na vida cotidiana com padrões sócio-comunicativos característicos definidos
por sua finalidade, composição, estilo e propriedades funcionais, realizados por forças
históricas, sociais, comerciais, institucionais e tecnológicas. Dessa forma, os gêneros
podem também ser caracterizados pelo conteúdo temático e pela intenção comunicativa do
produtor.
Segundo Koch (2002), os gêneros surgem em função de situações comunicativas
distintas, cada situação exige um gênero específico, e cabe ao produtor do texto conhecê-lo
suficientemente para que possa imprimir as características no texto produzido. Alguns
exemplos de gêneros textuais são: telefonema, bilhete, carta pessoal, carta comercial,
romance, bula de remédio, lista de compras, e-mail, horóscopo, notícia jornalística,
outdoor, resenha, panfleto, piada, edital de concurso, aulas virtuais, rótulos de embalagens
e assim por diante.
Bakhtin (1997), reforçando esses conceitos enumera cinco características
constitutivas do enunciado: é limitado pela mudança de interlocutores; tem um acabamento
interior específico; tem um propósito comunicativo que se revela na totalidade expressiva
do falante; tem relações com enunciados do passado e é sempre dirigido a alguém.
O gênero textual “rótulo” tem a intenção comunicativa de informar ao consumidor
quais são os itens que integram o produto, como o prazo de validade, a data de fabricação,
entre outros; além de constituir um excelente recurso comunicativo entre o consumidor e o
produto.
O conhecimento sobre os gêneros é necessário para a prática de leitura e de
produção de textos, uma vez que os textos corporificam-se em gêneros. O acesso a esse
41
conhecimento, no entanto, deve ser mais prático do que teórico, pois, tanto para o
leitor/consumidor, quanto para o produtor/projetista é importante reconhecer no gênero
rótulo, suas características, como a função, a composição e o estilo.
b) Coerência textual – Para Koch e Travaglia (1992), a coerência diz respeito ao
encadeamento organizado e lógico das idéias do texto. Ela decorre da harmonia
estabelecida entre as significações, evitando assim, as contradições e a falta de clareza. A
coerência de um texto é considerada o fator fundamental de textualidade, por ser
responsável pelo sentido do texto, envolvendo não apenas aspectos lógicos e semânticos,
mas também, cognitivos e pragmáticos, na medida em que depende do partilhar de
conhecimento entre os interlocutores. Koch e Travaglia (1992), afirmam ainda que a
coerência está diretamente ligada à possibilidade de se estabelecer um sentido para o texto,
ou seja, ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, portanto,
ser entendida como um princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do texto
numa situação de comunicação e à capacidade que o receptor tem para calcular o sentido
do texto.
No caso dos textos dos rótulos das embalagens, a coerência se dá pela apresentação
concatenada das informações relativas ao produto; como modo de preparo e uso do
produto, forma de conservação, composição; pela adequação da linguagem ao tipo de texto
e ao leitor/consumidor e a organização como um todo, em que devem estar asseguradas
todas as partes que compõe o texto; visto que o rótulo é o bilhete de identidade do produto
e, portanto, traz informações essenciais ao consumidor, devendo ser concebido em
linguagem clara e objetiva.
c) Coesão – Koch (1992), sustenta que a coesão é a conexão lingüística que permite
a amarração das idéias do texto. A coerência, ainda que transcenda a superfície do texto,
está diretamente ligada à coesão, uma vez que esta, quando presente e bem articulada,
torna-se decisiva para a recuperação do sentido do texto.
No caso dos textos dos rótulos das embalagens, a coesão textual é presente não só
nos conectivos que permitem a ligação das partes do texto; mas também, com a própria
seleção vocabular, ou seja, a escolha de termos adequados aos textos informativos que
garantam a não ocorrência de problemas lingüísticos interpretativos que possam tornar as
informações sobre os produtos confusas ou redundantes, podendo levar assim,
consumidores a fazer inferências incorretas.
42
A coesão nos rótulos das embalagens ocorre de forma muito especial, na
localização das informações, na organização do texto informativo e nos aspectos
ergonômicos já citados no item 2.4, como tamanho das letras, cores e outros.
d) As qualidades do texto – Os textos são produtos da atividade humana e, como
tal, estão articulados às necessidades do homem, aos interesses e as condições de
funcionamento das formações sociais no seio das quais são produzidos. Assim, pode-se
reconhecer em uma mesma comunidade verbal vários níveis e “modos de fazer textos”. O
padrão culto, por sua vez, é a modalidade de linguagem que deve ser utilizada em situações
que exigem maior formalidade, sempre tendo em conta o contexto e o público-alvo; é o
caso dos textos informativos dos rótulos de embalagens, cuja especificidade é fazer saber,
é levar as informações ao consumidor sobre: o quê? (o que é o produto), quem? (quem é o
fabricante/produtor), como? (modo de uso/de preparo), quando? (data de fabricação/de
validade), onde? (local de fabricação); entre outros, nestes textos o caráter explicativo é
característica básica desse gênero, primando pela objetividade, correção, clareza, concisão
e elegância. (MOIRAND, 1999).
1) Objetividade – Ao escrever um texto, é preciso tomar o cuidado para não fugir
do objetivo proposto, ou seja, transmitir estritamente a informação adequada às
circunstâncias da comunicação.
2) Correção - Um bom texto deve utilizar uma linguagem que esteja de acordo com
as normas gramaticais vigentes. Os desvios da linguagem padrão poderão dificultar a
compreensão do conteúdo do texto.
3) Clareza - Ser claro significa ser facilmente compreendido. Escrever bem não
significa escrever difícil; portanto é necessário expor as informações de maneira que sejam
facilmente entendidas pelo leitor/consumidor, para tanto, é necessário evitar períodos
longos e vocabulário rebuscado. É comum ocorrer de o produto ser compreendido pelo
consumidor de forma equivocada devido a deficiências de informações no rótulo da
embalagem.
4) Concisão - Num texto, o emissor/produtor deverá usar o número estritamente
necessário de palavras para expressar as informações necessárias ao receptor/consumidor;
mas se utilizar mais palavras do que o necessário terá um texto prolixo; e ainda, se utilizar
menos palavras do que é preciso, terá um texto obscuro, isto é, pouco claro.
43
5) Elegância - Consiste na harmonia, na simplicidade e na exposição bem ordenada
das informações. Todo emissor/produtor escreve para um receptor/consumidor e, por isso,
deverá produzir um texto que seja agradável. A elegância está relacionada a aspectos da
apresentação do texto, principalmente, com letras legíveis. O fundamental é o que o estilo
seja elegante e, que tenha a capacidade de seduzir o leitor, para que ele compreenda
corretamente a linguagem e o conteúdo.
e) Os defeitos do texto – Para Terra e Nicola (2002), os textos são unidades de
produção de linguagem que veiculam uma mensagem lingüisticamente organizada e que
tende a produzir um efeito de coerência sobre o receptor/consumidor. Diante disso, o
emissor/produtor, deve evitar defeitos que possam prejudicar a compreensão do texto; os
defeitos mais comuns nos textos informativos são: a ambigüidade, a obscuridade e a
prolixidade.
1) Ambigüidade – Segundo Terra e Nicola (2002), ambigüidade ou anfibologia,
significa duplicidade de sentido. Uma informação com duplo sentido é imprecisa, o que
atenta contra a clareza, uma vez que pode levar o leitor/consumidor a atribuir-lhe um
sentido diferente daquele que o emissor/produtor procurou lhe dar.
No contexto das informações contidas nos rótulos, esse tópico é muito importante;
especificamente quando são informações descritas nos rótulos de alimentos, pois se não
compreendidos corretamente, podem colocar a saúde do consumidor em risco.
2) Obscuridade – Conforme Terra e Nicola (2002), a obscuridade significa “falta de
clareza”. Vários motivos podem determiná-la em um texto: períodos excessivamente
longos, linguagem rebuscada, má pontuação, ausência de coesão, falta de coerência, entre
outros.
Nas informações expressas nos rótulos dos produtos, mensagens confusas podem
levar o consumidor a inferências falsas; ocasionando má utilização do produto e riscos à
saúde.
3) Prolixidade – Ser prolixo é utilizar mais palavras do que o necessário para
transmitir as informações; é não ir direto ao assunto, é não ser objetivo. Prolixidade é o
antônimo de concisão.
Um texto prolixo é, em conseqüência, um texto enfadonho, deselegante. A
prolixidade deve ser evitada para que os leitores/consumidores não desistam de fazer a
leitura das informações sobre o produto.
44
Em alguns casos, expressões como, “enriquecido com ferro”, “não contém
colesterol”, “contém glútem”, ou “bebida de baixa caloria”, são consideradas para a
lingüística, recursos prolixos ou um excesso, pois já fazem parte da tabela de informações
nutricionais; mas para o produtor/fabricante a intenção é chamar a atenção do consumidor
para as características e benefícios do alimento, e atraí-lo à compra, cumprindo uma função
mercadológica.
2.6 O Consumidor e o Processo de Decisão de Compra
Entende-se por consumidor, o indivíduo ou grupo de indivíduos que tem uma
necessidade e realizam uma compra recebendo um produto (ou serviço) em retorno ao
pagamento. Consumidor e usuário são palavras usadas como sinônimas, mas na verdade,
define-se como consumidor aquele que compra um produto e usuário como aquele que
efetivamente usa o produto.
Num mercado de consumo competitivo, o usuário tem a opção de escolha de
diversas versões de um mesmo produto, isto faz com que ele faça sua escolha através de
um processo de adequação do produto às suas necessidades; este processo é uma forma de
processamento de informação do usuário e é influenciado por diversos fatores baseados
principalmente nas habilidades pessoais do usuário para diferenciar, discriminar e integrar
informações.
Para Mestriner (2002), agregar informações ao produto mostra que a empresa e o
produto têm o que dizer: receitas, dicas e informações são itens sempre bem-vindos e
valorizados.
No mundo moderno, um número cada vez maior de pessoas usa produtos e sistemas
complexos. Isso exige interações que consistem em receber informações, processá-las e
agir em função dessas e de outras informações (DUL e WEERDMEESTER, 1998). A
decisão é considerada por Neto (1999), uma das atividades mais vulgares no cotidiano dos
seres humanos, pois, a cada dia de suas vidas são tomadas centenas de deliberações que
podem ser decisões simples ou complexas, mas sempre revertendo em um resultado.
Iida (1995), considera que a decisão é a escolha de uma alternativa entre diversas
alternativas, cursos de ação ou opções possíveis, e cada resultado é associado a um valor
subjetivo de utilidade.
45
Semenik e Bamossey (1996), deixam claro em seus estudos que existem dois
fatores fundamentais que afetam os indivíduos sobre a decisão de compra: a busca pela
informação que se refere ao tempo e energia despendidos no processo de coleta de fatos
antes da decisão; e o envolvimento, que está ligado ao ego pessoal, a imagem desejada. Os
dois fatores quando combinados entre si geram quatro categorias de decisão de compras:
a) Busca da informação extensa e de alto envolvimento – Consiste na busca de um
produto de baixa freqüência de compra, mas de alto valor, provocando a procura por várias
alternativas disponíveis; como exemplo, o automóvel.
b) Busca de informação escassa e com alto envolvimento – geralmente muito ligado
à linha de produtos pessoais e à aquisição de produtos de marca que já conquistaram a
lealdade do consumidor, como por exemplo, os perfumes e as bebidas.
c) Busca de informação mediana e baixo envolvimento – Nessa categoria
encontramos as compras que ocorrem com freqüência, sem fidelidade às marcas em muitas
oportunidades e baixo risco. Normalmente são produtos que requerem decisões rápidas,
tais como: combustíveis, café, biscoito, salgados, entre outros.
d) Busca de informação escassa e de baixo envolvimento – Pouca relevância de
escolha entre marcas. O consumidor pode até comprar uma mesma marca por longos
períodos, mas não pelo aspecto de lealdade à marca, mas sim por não querer investir seu
tempo na escolha de outras marcas. Como exemplo, papel toalha.
Mowen (1995), destaca dois tipos de busca de informação: interna e externa. Na
busca interna, o consumidor tenta recuperar de sua própria memória informações sobre
diferentes alternativas de um produto ou serviço. A busca externa refere-se ao rastreamento
de informações no ambiente de compra, através, por exemplo, dos rótulos das embalagens,
da observação, da propaganda ou da sugestão de amigos ou de vendedores.
Os rótulos das embalagens além de serem fortes mecanismos de estratégia para
aceitação do produto, constituem grandes influenciadores no processo de decisão de
compra. O consumidor engloba em sua decisão um grande campo teórico, o qual inclui
atitudes, estilo de vida, percepção e todo um leque de fatores motivacionais que
influenciam, direta ou indiretamente, na correta tomada de decisão. Portanto, a mensagem
contida nos rótulos deve possuir um número suficiente de informações relevantes sobre o
produto e suas características, a fim de facilitar a longa busca de informações, típica do
comportamento de compra do consumidor (MENDES, 2000).
46
Um dos fatores que tem colaborado para a decisão de compra pelo consumidor é a
presença bem visível e clara das informações do produto nos rótulos das embalagens.
Segundo pesquisas de comportamento do consumidor, a data de fabricação e a validade são
os itens mais consultados pelo consumidor atualmente, na hora de decidir pela compra. A
ausência deles ou a difícil identificação inibem a decisão de compra. Não obstante, a tabela
de valores nutricionais também é uma informação importante a constar nas embalagens
(ANVISA/UNB, 2001).
Ao trabalho de comunicação dos rótulos das embalagens, caberá facilitar o processo
informativo, através da ampla organização dos textos, dando relevância não só às
características do produto, quanto às vantagens do produto aos consumidores; uma vez que
qualquer um desses fatores pode ter um peso importante na decisão final de adquirir ou não
o produto.
2.7 Considerações Acerca do Consumo de Café
Procurando entender o papel desempenhado pelos alimentos na vida do homem,
percebe-se que ele não é apenas uma fonte de nutrientes para a sobrevivência, mas também
uma fonte de gratificações emocionais e um meio de expressar seus valores e relações
sociais. De acordo com Ackerman (1992), a comida é grande fonte de prazer, um mundo
complexo de satisfação tanto fisiológica quanto emocional, que guarda grande parte das
lembranças da infância.
Nesse contexto, onde o alimento é visto como fonte de prazer; o café é um típico
exemplo. Um hábito de consumo que vem desde a infância, quando a mãe iniciou a criança
no consumo; também é associado a um sinalizador social, pois serve como motivação para
reunir pessoas, em um intervalo, descanso ou relaxamento; além de atuar como um
disparador de ação de estímulo pessoal (InterScience, 2004).
2.7.1
História e origem do café
Conforme informações obtidas no site do Café Santa Clara (2005), o uso da bebida
do café teve origem em
Kaffa, na Abissínia, hoje Etiópia, quando um pastor chamado
Kaldi observou que suas cabras ficavam mais espertas e saltitantes ao comer as folhas e
frutos do cafeeiro. Ele experimentou os frutos e se sentiu mais alegre e com maior
47
vivacidade. Um monge da região informado sobre o fato, começou a utilizar uma infusão
de frutos para resistir ao sono enquanto orava.
O conhecimento dos efeitos da bebida disseminou-se e no século XVI o café era
utilizado no oriente, sendo torrado pela primeira vez na Pérsia.
O café teve inimigos mesmo entre os árabes que consideravam as propriedades da
bebida do café contrárias às leis do Profeta Maomé. No entanto logo o café venceu essas
resistências e até os doutores maometanos aderiram à bebida para favorecer a digestão,
alegrar o espírito e afastar o sono, segundo os escritores da época.
Na Arábia, a infusão do café recebeu o nome de
Kahwah ou Cahue, que significa
em árabe força. A classificação –
Coffea arábica foi dada pelo sábio Lineu.
Em 1675, o café foi levado para a Turquia e para a Itália, mas a bebida considerada
maometana era proibida aos cristãos e somente foi liberado após o Papa Clemente VIII
provar o café.
Na sua peregrinação pelo mundo o café chegou a Java, alcançando posteriormente a
Holanda e, graças ao dinamismo do comércio marítimo holandês executado pela
companhia das Índias Ocidentais, o café foi introduzido no novo mundo, espalhando-se
pelas Guianas, Martinica, São Domingos, Porto Rico e Cuba.
Os estabelecimentos comerciais na Europa solidificaram o uso da bebida do café, e
diversas casas de café ficaram mundialmente conhecidas, como Virgínia Coffea House, em
Londres, e o Café de La Régence em Paris, onde se reuniam nomes famosos como
Rousseau, Voltaire, Richelieu e Diderot.
2.7.2 O Café no Brasil
De acordo com dados históricos constantes no site do Café Santa Clara (2005), o
café foi introduzido na Guiana Francesa através do Governador de Caiena que conseguiu,
de um francês chamado Morgues um punhado de sementes de café, colhidas dos cafeeiros
que os holandeses haviam plantado em Suriname, e as semeou no pomar de sua residência.
Em 1727, o Governador do Maranhão e Grão Pará, João da Maia da Gama,
encomendou ao Sargento-mor uma missão oficial, este iria a Guiana Francesa para resolver
alguns problemas de fronteiras, mas, além disso, havia para ele uma missão secreta:
48
conseguir algumas sementes do fruto que, segundo informações transmitidas ao
governador Maia, possuía grande valor comercial.
Não faltaram à estória lances românticos. Por exemplo: conta-se que a esposa do
Governador de Caiena apaixonou-se pelo galante brasileiro e o presenteou com algumas
sementes e cinco mudas de café. No Brasil essas sementes e mudas foram plantadas em
Belém do Pará e no ano seguinte o café foi introduzido no Maranhão e daí, irradiou em
pequenas plantações, aos estados vizinhos, tendo atingido a Bahia em 1770.
Em 1773, o Desembargador João Alberto Castelo Branco trouxe, do Maranhão,
para o Rio de Janeiro, algumas sementes de café, que foram plantadas no convento dos
barbadinhos. O Vice-rei e o Bispo do Rio de Janeiro fomentaram a ampliação da cultura,
havendo este último, inclusive cultivado um viveiro na Fazenda Capão.
Do Rio de Janeiro o café expandiu-se pelos contrafortes da Serra do Mar, atingindo
em 1825 o Vale do Paraíba, tendo alcançado daí os Estados de São Paulo e Minas Gerais.
O café estendeu-se, derrubando a mata, abrindo estradas, fixando povoações e criando
riquezas, com a exploração do solo virgem, rico em nutrientes, e da mão de obra escrava a
baixo custo.
Iniciava-se o ciclo do café, após o do ouro e da cana, com o café implantando - se
solidamente. No centro - sul, em condições ecológicas altamente favoráveis, o café atingiu
o oeste paulista, em 1840, o noroeste de São Paulo, em 1920; a Alta Sorocabana, a Alta
Paulista e o Estado do Paraná, entre
1928-1930. O norte do Estado do Rio de Janeiro e o
Espírito Santo já cultivam o café desde 1920.
O Brasil não era considerado como exportador de café até 1820, embora em 1800 o
café tenha sido exportado pela primeira vez, quando apenas 13 sacos foram embarcados no
Porto do Rio de Janeiro. Antes da independência, consta que algumas outras partidas de
café foram realizadas, tendo como destino Lisboa e sendo cafés principalmente dos
Estados do Norte, mas em pequenas quantidades que nem sequer foram anotadas. Com a
libertação do país iniciou-se realmente a era do café e, em 1845, o Brasil já colhia 45% da
produção mundial, destacando-se como o maior produtor.
O café foi implantado com o mínimo de conhecimento da cultura. A mata era
derrubada, queimada e o café semeado, procurando-se apenas implantar a lavoura em
terrenos férteis; era o início da ação predatória do meio ambiente virgem. O
desconhecimento não tardou em trazer à incipiente cafeicultura grandes impactos e, já em
49
1870, uma grande geada atingia drasticamente as magníficas plantações das férteis regiões
do Oeste Paulista, seguindo-se intensiva seca e incêndios que se propagaram de Atibaia ao
Paraná. No entanto, o café continuou o seu desenvolvimento com o avanço das estradas de
ferro e abertura de novas áreas.
A cultura do café no Brasil, após a sua implantação, apresentou ciclos de expansão
e crises, de acordo com as variações da economia mundial.
O café brasileiro representa hoje cerca de 15% da nossa receita cambial, mas no
passado já chegou a ser responsável por cerca de 80%. A receita com as exportações de
café atingem atualmente mais de
2 bilhões de dólares por ano (Café Santa Clara, 2005).
Internamente, cerca de
3,5 bilhões de cafeeiros são cultivados em 350 mil
propriedades agrícolas, ocupando diretamente 1,5 milhões de trabalhadores e mais 2,5
milhões de pessoas dependentes. Isto sem contar aqueles que trabalham no transporte,
comércio e industrialização do café. Pode-se dizer que um em cada grupo de dez
brasileiros trabalha ou vive em função do café (Café Santa Clara, 2005).
Os principais Estados produtores são Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Espírito
Santo. Em 1996 o Brasil ocupou o primeiro lugar no mundo na produção de café, com 26
milhões de sacas ao ano (25% do mercado mundial), em segundo a Colômbia, com uma
produção de 14 milhões de sacas (Café Santa Clara, 2005).
Em 2004, o consumo e a produção do café torrado e moído encontraram um novo e
surpreendente ritmo de crescimento; segundo levantamento semestral que a ABIC realiza,
revelou que houve um crescimento de 8,97% na produção e consumo do café, no período
compreendido entre novembro de2003 e outubro de 2004; conforme observa-se na Figura
2-8.
Para 2005, a ABIC projeta o consumo de 15,8 milhões de sacas, um número
conservador (+5,7%) quando comparado ao obtido em 2004 (12,4 milhões de sacas). A
meta leva em conta a hipótese de que fatores como melhora do poder aquisitivo da
população, recuperação pelo interesse do café – o brasileiro está redescobrindo o café
como bebida e como hábito - melhora da qualidade do produto; ambiente favorável ao café
- gerado pelo programa de qualidade do café da ABIC; ampla repercussão junto à imprensa
e ao público, dos assuntos relacionados ao tema; são fatores que continuarão a produzir
efeitos positivos em 2005; e o consumo será ainda mais estimulado em conseqüência da
50
campanha “Café: o ritmo do Brasil”. A Figura 2-8 apresenta a evolução do consumo
interno de café no Brasil.
8,2
8,5
8,9
9,1
9,3
10,1
11,0
11,5
12,2
12,7
13,2
13,6
14,0
13,7
14,9
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
(milhões de sacas)
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Figura 2-8 Evolução do consumo interno de café no Brasil (ABIC, 2005)
O café foi símbolo de toda uma era, na economia brasileira responsável direto por
uma grande parcela do desenvolvimento nacional, pela industrialização do país e pelo
crescimento e riqueza de muitas cidades; até hoje sua imagem está mundialmente
associada ao nome da nação. A economia brasileira deve um reconhecimento especial a
cultura do café, pois é bem provável que não haveria o desenvolvimento atual se o café não
tivesse sido implantado no país.
Por essas razões, empresas do setor investem em campanhas voltadas para o
público em geral com o objetivo de elevar o conhecimento do produto e estimular o
consumo. E é neste cenário, que as informações contidas nos rótulos das embalagens, não
só informam sobre as características do produto, mas também, constituem um excelente
recurso de marketing, entretanto, é fundamental que essas mensagens atinjam
satisfatoriamente o elemento principal da cadeia, o consumidor; levando uma informação
segura, clara e elegante.
Segundo pesquisa realizada pela InterScience (2004), o consumidor brasileiro
continua se vendo consumindo mais café no futuro.
51
2.8 Conclusão da Pesquisa Bibliográfica
Pode-se concluir que a pesquisa bibliográfica realizada para a fundamentação
teórica foi indispensável para o processamento de informações cientificas sobre o tema em
questão. Alimenta essa análise, a convicção de que neste capítulo se oferece um conjunto
de teorias essenciais para uma melhor compreensão da concepção de design de
embalagem, pois o design abrange não só esse setor como todos os campos e atividades
necessárias ao desenvolvimento de um produto, primando, sobretudo pela satisfação das
necessidades do cliente.
Para isso, tomou-se como base considerações de livros, teses, dissertações, artigos
de congressos, periódicos e estudiosos que abordam questões relevantes sobre embalagem,
como é levada em consideração e qual o seu real valor de importância como suporte de
comunicação entre produtor e consumidor; visto que na maioria das vezes ela é a única
forma de interação que o produtor dispõe.
Entende-se aqui, a importância dos rótulos e sua concepção adequada, enfatizando
que estes devem conter textos que obedeçam a legislação específica de cada categoria e o
Código de Defesa do Consumidor e, ressalta-se ainda, que os textos precisam levar
informações claras e precisas ao consumidor.
Com respeito aos aspectos ergonômicos, vários autores foram referenciados e todos
mencionam que os requisitos ergonômicos informacionais podem vir a contribuir para a
melhoria visual dos textos informativos em rótulos. Como exemplo, cita-se o aspecto cor,
que constitui um elemento essencial na concepção do rótulo, não só para a discriminação
das figuras e das mensagens, mas também associada a valores estéticos e culturais. Outros
aspectos como tamanho, proporção, forma e harmonia das letras é que definem a
legibilidade correta para os textos informativos dos rótulos; lembrando que a legibilidade
desempenha papel decisivo na qualidade das mensagens visuais e, consequentemente na
decisão de compra do consumidor.
Para tanto, acredita-se que, a conformidade ergonômica informacional de
embalagens de consumo passou a ser um grande desafio para os profissionais do setor, pois
além de considerar os aspectos estéticos, ergonômicos e legislativos, ainda procuram o
menor custo possível.
52
Outro aspecto a ser considerado é o que diz respeito ao gênero textual do ponto de
vista de sua constituição comunicativa. É interessante observar que a embalagem pode ser
tida como um suporte dos gêneros textuais, na medida em que nas embalagens podem estar
presentes vários gêneros. Por exemplo, embalagens de produtos alimentícios muitas vezes
trazem não só o gênero rótulo, mas outros gêneros, como uma receita e/ou uma campanha
publicitária.
Como última consideração, é importante observar que se dispõe neste estudo
bibliográfico de uma gama de elementos teóricos e empíricos para comprovar a validade
das posições defendidas. Contudo, a comprovação não se dá somente na observação, mas
também na investigação científica. Assim, este trabalho visa fornecer precisamente alguns
resultados da pesquisa proposta, para análise e sugestões que constituam um convite a
discussões futuras.
53
Capítulo 3
Metodologia da Pesquisa de Campo
Este capítulo apresenta uma descrição da metodologia utilizada na pesquisa de
campo, para avaliar os textos informativos em três embalagens de café, considerando o
produto e o mercado, a população alvo, descrição do processo de coleta de dados e a
técnica utilizada para analisar os dados.
Neste capítulo há sete seções: produto e mercado, metodologia da pesquisa,
população alvo, instrumento de coleta de dados, coleta de dados, técnicas de análises e
conclusão.
3.1 Produto e Mercado
Para realização deste trabalho, foram escolhidos os cafés torrados e moídos a partir
de uma avaliação preliminar dos principais supermercados da cidade do Natal, que indicou
as marcas de café mais comumente oferecidas ao mercado consumidor. São elas; Café X,
Café Y e Café Z, que constam da Tabela 1-1 das dez maiores indústrias de café da ABIC,
página 11 desta dissertação.
As marcas de café torrado e moído analisadas neste estudo foram nomeadas pelas
letras X,Y e Z, devido a falta de autorização dos respectivos fabricantes para execução
desta pesquisa. É interessante ressaltar, que a ordem de produção brasileira apresentada na
Tabela 1-1, não é a mesma ordem dos cafés torrados e moídos oferecidos em Natal – RN.
54
3.2 Metodologia da Pesquisa
A metodologia utilizada para a realização desta pesquisa é composta de quatro
etapas, seguindo um roteiro de atividades descrito abaixo:
1ª etapa – Revisão bibliográfica; fundamentação e caracterização de conceitos
abordados por diversos autores e estudiosos do assunto, possibilitando assim, a utilização
de definição dos dados a serem coletados e discutidos no corpo desta dissertação.
2ª etapa – Pesquisa de campo nos supermercados junto aos consumidores dos
produtos analisados.
3ª etapa – Apresentação dos resultados coletados na etapa anterior através de
análise estatística com tabulação organizada em forma de gráficos, permitindo a
visualização e interpretação fácil e rápida das características analisadas.
4ª etapa – Conclusão e avaliação dos resultados obtidos, identificando
oportunidades de aperfeiçoamento.
Segundo Vergara (1998), a classificação de uma pesquisa pode ser abordada quanto
aos fins e quanto aos meios. Esta pesquisa é classificada, quanto aos fins, como uma
pesquisa descritiva, e quanto aos meios como bibliográfica e de campo.
A pesquisa de campo é considerada do tipo quantitativa, quando é realizada através
da aplicação de questionários com uma estrutura predeterminada, objetivando detalhar
estatisticamente seus resultados.
De acordo com o objetivo deste estudo, a metodologia seguida nesta pesquisa foi do
tipo descritiva, de natureza aplicada e com abordagem quantitativa.
3.3 População Alvo
Chama-se população alvo um conjunto de elementos passíveis de serem
mensurados, com respeito às variáveis que se pretende levantar. É o conjunto de entes
portadores de, pelo menos, uma característica comum. A população alvo pode ser formada
por pessoas, famílias, estabelecimentos industriais, ou qualquer outro tipo de elementos,
dependendo basicamente dos objetivos da pesquisa.
55
Para o objeto deste estudo, foi estabelecido uma população alvo reunindo pessoas
com características relacionadas ao produto. Para a definição do planejamento amostral dos
consumidores dos produtos, foi utilizada a técnica de amostragem aleatória simples sem
reposição, ou seja, as pessoas foram escolhidas ao acaso e cada uma respondeu o
questionário apenas sobre uma marca de café.
Foi feita a tabulação com os questionários em um plano amostral inicial de 120
entrevistados, onde se procurou identificar para uma variável pré-selecionada, a proporção
de respostas para uma categoria boa da questão: “o tamanho das letras utilizadas para
transmitir todas as explicações”. Com base na proporção encontrada foi calculado a priori
erro amostral e em seguida foi definido o tamanho da amostra total, desta forma, a amostra
total desta pesquisa foi definida em 180 consumidores de café torrado e moído. Nesta
amostra o erro amostral foi de 5,14% para uma confiabilidade de 92%.
3.4 Instrumento de Coleta de Dados
Esta pesquisa desenvolveu-se na forma de coleta de dados, apoiada pelo método de
entrevista estruturada, a partir da aplicação de questionário, definido por Faria (1982),
como um veículo de pesquisa que utiliza impressos preparados para receber respostas a
todas as perguntas necessárias a um levantamento, as quais foram previamente elaboradas
e dispostas na melhor seqüência, de forma mais agradável para facilitar o preenchimento e
a interpretação.
O questionário é a técnica de investigação composta por um número mais ou menos
elevado de questões, apresentadas por escrito às pessoas, tendo por objetivo o
conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, expectativas, situações
vivenciadas, etc... (GIL, 1991).
Portanto, acredita-se que, para uma comprovação científica o questionário
apresenta-se como uma excelente fonte de fidedignidade, por não se discutir o que
formalmente foi registrado, evitando, assim, a velha crítica da validade dos resultados de
uma pesquisa.
O questionário elaborado para este trabalho foi composto por questões fechadas e
uma questão aberta (Anexo I), e estruturado seqüencialmente (questões seguidas).
56
As questões de números 1 a 3.9 objetivam coletar a opinião dos consumidores
quanto à clareza das informações dos textos nas embalagens dos cafés analisados, é
importante ressaltar que, essas questões analisam tanto aspectos lingüísticos, quanto
aspectos ergonômico dessas informações.
A questão 4, abriu espaço para que os consumidores fizessem sugestões visando a
melhoria da apresentação dos textos informativos da embalagem analisada por cada
entrevistado.
O bloco de questões de números 5 a 8, tem o objetivo de caracterizar o perfil sócio-
econômico-intelectual da população entrevistada, composto pelas variáveis: sexo, faixa
etária, grau de instrução/escolaridade e renda familiar..
A questão de número 9, visa identificar o local da pesquisa, ou seja, em qual dos
quatro supermercados foi realizada a entrevista.
O questionário foi pré-testado em uma pesquisa piloto realizada com 12
consumidores. Em função da avaliação feita no pré-teste foram efetuadas algumas
modificações necessárias no questionário com o intuito de tornar as questões mais claras e
objetivas.
O questionário final foi composto por 18 questões, sendo que 10 questões eram
especificas sobre os aspectos citados acima. As questões foram transformadas em variáveis
categóricas e foram mensuradas segundo: a clareza do que é e como usar o produto, o
tamanho das letras, o tipo de letras, o contraste entre a cor do fundo da embalagem e a cor
das letras, a compreensão das tabelas de informações nutricionais, a clareza sobre a data de
fabricação e a validade do produto e a compreensão das palavras utilizadas para transmitir
as informações do produto.
3.5 Coleta de Dados
A pesquisa foi realizada utilizando a técnica de entrevista pessoal. Através da
técnica de observação extensiva, com entrevistas diretas e individualizada, junto a
população alvo da pesquisa, nas quatro principais redes de supermercados “estratos” de
Natal.
57
A amostra foi dividida em função dos estratos resultando em divisão da seguinte
forma: supermercado Nordestão (A) com 45 entrevistas, supermercado Hiper Bompreço
(B) com 42 entrevistas, supermercado Carrefour (C) com 45 entrevistas e Rede Mais (D)
com 48 entrevistas.
Em função de aspectos técnicos do oferecimento nos locais onde foram expostos os
produtos, ocorreu um pequeno desequilíbrio no tamanho da amostra de cada estrato. Este
fato não prejudica na análise final da pesquisa.
Para obtenção das respostas, o entrevistador se posicionou na seção de exposição de
café e aplicava o questionário com os consumidores que estavam escolhendo café moído
naquele momento.
3.6 Técnicas de Análise
A palavra estatística tem dois significados básicos. No primeiro sentido, o termo é
usado em relação a números específicos obtidos de dados e o segundo se refere à estatística
como método de análise. A palavra estatística provém do latim status, que significa estado.
A primitiva utilização da estatística envolvia compilações de dados e figuras que
descreviam vários aspectos de um estado ou país e seus resultados eram e (ainda são)
utilizados por empresários para tomarem decisões que afetem à futura contratação de
empregados, níveis de produção e expansão para novos mercados.
Enfim, estatística é uma coleção de métodos para planejar experimentos, obter
dados e organizá-los, resumi-los, analisá-los, interpretá-los e deles extrair conclusões.
O resultado da análise da estatística descritiva e exploratória consiste na produção
de tabelas, figuras e medidas que possibilitem uma melhor compreensão dos dados.
Neste trabalho, a estatística descritiva e exploratória foi utilizada para descrever o
perfil dos entrevistados em função dos resultados da tabulação das variáveis analisadas
incluindo a freqüência de acesso aos meios de comunicação.
58
3.7 Conclusão da Metodologia da Pesquisa
Os métodos utilizados para realização desta pesquisa foram considerados
adequados aos objetivos propostos, levando em consideração os cuidados na obtenção,
organização, resumo, análise e interpretação dos dados para deles extrair as devidas
conclusões. O próprio pesquisador procurou entrevistar os consumidores e contou com a
ajuda e apoio técnico de consultoria estatística da equipe de pesquisa da CONSULEST do
Departamento de Estatística da UFRN.
A escolha das unidades amostrais (consumidores), a serem pesquisadas foi feita de
forma aleatória, isto é, em função da demanda que se apresentava no momento da pesquisa
,os consumidores eram escolhido de forma voluntária. Os mesmos confirmavam que
desejavam fazer parte da amostra e assim respondiam as questões. Portanto um fato
positivo é que não houve influência na escolha dos entrevistados.
59
Capítulo 4
Resultados da Pesquisa de Campo
Neste capítulo são apresentados os resultados obtidos na pesquisa de campo
comparados aos objetivos iniciais e à pesquisa bibliográfica, contendo uma análise
descritiva e exploratória através de tabelas e gráficos, visando uma melhor compreensão
dos dados e perfil dos consumidores de café torrado e moído entrevistados. Também são
descritos os resultados das análises de cruzamentos.
Este capítulo apresenta cinco seções: validação da pesquisa, análise descritiva,
análise de cruzamentos, sugestões dos entrevistados e conclusão da análise estatística.
4.1 Validação da Pesquisa
A tabulação e análise dos dados foram realizadas através do software Statistica
versão 5.0 e Excel. Através do software Harvard Graphics 3.0 foram gerados gráficos, para
melhor visualização dos dados e também como subsídio da análise desenvolvida pelo
pesquisador, possibilitando a classificação das informações levantadas.
Como foi citado anteriormente, a amostra total da pesquisa correspondeu ao
universo de 180 consumidores de café torrado e moído. A margem de erro máximo
resultante na pesquisa foi de 5,14% para uma confiabilidade de 92%.
60
4.2 Análise Descritiva
Através dos dados coletados foram feitas duas análises descritivas, inicialmente
apresenta-se o perfil dos entrevistados e no segundo momento a avaliação dos
entrevistados.
4.2.1 Perfil dos entrevistados
A Figura 4-1 apresenta a distribuição dos entrevistados segundo o sexo.
28,89%
71,11%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Masculino Feminino
Figura 4-1 Gráfico – Sexo dos entrevistados (Pesquisa de campo, junho/2005)
Pelos dados apresentados na Figura 4-1 observa-se que a grande maioria dos
entrevistados, mais de 70% são mulheres, pois procurou-se trabalhar a coleta de dados nos
horários entre 9:00 às 11:00 horas e das 15:00 às 19:00 horas, por serem horários em que
geralmente as mulheres que freqüentam o supermercado têm um estilo de vida mais
domiciliar, cuidam da casa e das questões ligadas a família. No entanto, ainda deve-se
acrescentar que alguns homens que responderam o questionário estavam acompanhados de
suas companheiras, que também poderiam emitir uma opinião, influenciando no momento
da resposta e também na decisão de compra.
A Figura 4-2 apresenta a distribuição dos entrevistados segundo a faixa etária.
61
17,78%
27,22%
35,00%
11,67%
8,33%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Até 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
51 a 60
anos
Acima de
60 anos
Figura 4-2 Gráfico – Faixa etária dos entrevistados (Pesquisa de campo, junho/2005)
No aspecto faixa etária, observa-se pelo gráfico da Figura 4-2 que mais de 60% dos
entrevistados possuíam entre 31 e 50 anos de idade, sendo que a maior parcela está entre
41 e 50 anos.
A Figura 4-3 apresenta a distribuição dos entrevistados segundo a escolaridade.
5,00%
42,22%
33,33%
19,44%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Ensino
Fundamental
Ensino Médio Graduação Pós-
Graduação
Figura 4-3 Gráfico – Escolaridade dos entrevistados (Pesquisa de campo, junho/2005)
62
Através dos dados apresentados na Figura 4-3, pode-se observar a existência de
mais de 50% de entrevistados com nível superior, quase 20% possuindo pós-graduação.
A Figura 4-4 apresenta a distribuição dos entrevistados segundo a renda familiar.
28,89%
34,44%
23,89%
12,22%
0,56%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Até
1.500,00
1.501,00 a
3.000,00
3.001,00 a
6.000,00
Mais de R$
6.000,00
Não
informou
Figura 4-4 Gráfico – Renda familiar dos entrevistados (Pesquisa de campo, junho/2005)
Apesar da variabilidade das respostas apresentadas na Figura 4-4, observa-se que a
maioria dos entrevistados apresenta uma renda familiar que os coloca na classe média
brasileira, estando quase 60% com renda entre R$ 1.501,00 e R$ 6.000,00.
Os resultados obtidos nas tabelas descritas no item 4.2.1, referente ao perfil dos
entrevistados, mostram determinadas características das pessoas entrevistadas para o
propósito desta pesquisa e, que posteriormente poderiam ser relacionados com outros
aspectos discutidos no corpo desta dissertação.
É importante ressaltar que o perfil do consumidor apresentado, não se resume ao
consumidor na sua totalidade, sendo assim, os resultados encontrados estão muito
associados ao perfil do consumidor de café torrado e moído.
Portanto, acredita-se que, outros consumidores de outros produtos poderiam
apresentar outros perfis, diferentes do consumidor de café aqui analisado.
63
4.2.2 Avaliação dos entrevistados
A Figura 4-5 apresenta a distribuição dos entrevistados segundo a marca de café.
33,33% 33,33% 33,33%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Café X Café Y Café Z
Figura 4-5 Gráfico - Marca de café avaliado (Pesquisa de campo, junho/2005)
Conforme descrito na Metodologia da Pesquisa de Campo procurou-se aplicar o
mesmo número de questionários para cada marca de café pesquisado, no intuito de
possibilitar posteriormente uma comparação entre as três marcas de café analisadas.
A Figura 4-6 apresenta a distribuição dos entrevistados segundo a freqüência que
compram café moído.
45,56%
17,22%
34,44%
2,78%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Toda semana 2 vezes por mês 1 vez por mês Não tem
freqüência certa
Figura 4-6 Gráfico – A freqüência de compra do café moído (Pesquisa de campo,
junho/2005)
64
Observa-se pelos dados apresentados na Figura 4-6 que quase 50% dos
entrevistados compram café toda semana, ou seja, o consumo de café moído da metade das
famílias natalenses é de aproximadamente 250 gramas semanais.
Fato esse referenciado no item 2.7.2 desta dissertação, que mostra um crescimento
na produção e consumo de café torrado e moído. O café é consumido tanto como bebida
quanto como hábito alimentar das famílias brasileiras.
A Figura 4-7 apresenta a distribuição dos entrevistados segundo a clareza do que é
o produto.
26,67%
66,66%
6,11%
0,56%
0
10
20
30
40
50
60
70
Ótima Boa Ruim Péssima
Figura 4-7 Gráfico - A clareza na explicação de “O que é o produto” (Pesquisa de campo,
junho/2005)
De acordo com o Gráfico 4-7 verifica-se que está claro para quase 94% dos
entrevistados do que trata o produto, ou seja, sabem exatamente o que é o produto.
A Figura 4-8 apresenta a distribuição dos entrevistados segundo a clareza na
explicação de como usar o produto.
65
25,00%
67,23%
6,10%
1,67%
0
10
20
30
40
50
60
70
Ótima Boa Ruim Péssima
Figura 4-8 Gráfico - A clareza na explicação de “como usar o produto”(Pesquisa de
campo, junho/2005)
Pelos dados apresentados na Figura 4-8, observa-se que quase 93% dos
entrevistados acham as informações contidas no produto suficientes para o seu uso correto.
Os resultados observados nos gráficos das Figuras 4-7 e 4-8, mostram que os
consumidores de café torrado e moído possuem uma significativa compreensão sobre o que
é e como usar o produto, essa questão pode ser explicada pelo fato do café fazer parte da
mesa do brasileiro há muitas décadas, considerado até como símbolo da cultura do país.
A Figura 4-9 apresenta a distribuição dos entrevistados quanto ao tamanho das
letras para transmitir as informações sobre o produto.
5,56%
24,44%
35,56%
34,44%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Ótima Boa Ruim Péssima
Figura 4-9 Gráfico - O tamanho das letras utilizadas para transmitir todas as explicações
(Pesquisa de campo, junho/2005)
66
Através dos dados apresentados na Figura 4-9, pode-se observar que 70% dos
entrevistados acham as letras muito pequenas, dificultando a compreensão das
informações. Há de se ressaltar que alguns supermercados da cidade de Natal já
começaram a disponibilizar lupas para que os consumidores possam ler as informações dos
rótulos das embalagens mais confortavelmente.
Esse resultado confirma as teorias apresentadas no capítulo 2 por Mestriner (2002)
e Neto (1999), que fundamentam a importância da escolha das famílias e do tamanho das
letras para o fiel entendimento da mensagem informativa do rótulo, é essa escolha que vai
determinar a legibilidade do texto e consequentemente a devida compreensão.
A Figura 4-10 apresenta a distribuição dos entrevistados quanto ao tipo das letras
para transmitir as informações sobre o produto.
10,00%
61,11%
16,11%
12,78%
0
10
20
30
40
50
60
70
Ótima Boa Ruim Péssima
Figura 4-10 Gráfico - O tipo das letras utilizadas para transmitir as informações sobre o
produto (Pesquisa de campo, junho/2005)
Conforme os dados apresentados na Figura 4-10 observa-se que 71,1% dos
entrevistados acham o tipo de letra impresso no rótulo suficientemente bom para transmitir
as informações necessárias sobre o produto.
A Figura 4-11 apresenta a distribuição dos entrevistados quanto ao contraste entre a
cor do fundo da embalagem com as cores das letras das informações sobre o produto.
67
13,33%
33,33%
25,00%
28,33%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Ótima Boa Ruim Péssima
Figura 4-11 Gráfico - O contraste entre a cor do fundo da embalagem com as cores das
letras das informações (Pesquisa de campo, junho/2005)
Verifica-se na Figura 4-11, que a maior parte dos entrevistados, cerca de 53,3%
acha o contraste entre a cor do fundo e a cor das letras das informações um fator que
dificulta o acesso à leitura e compreensão dos dados sobre o produto.
O contraste, conforme teoria apresentada no capítulo 2, página 37, é definido pela
diferença entre figura e fundo, ou seja, quanto maior o contraste maior a legibilidade.
Portanto, fica evidente a importância do planejamento do uso adequado das cores nos
rótulos das embalagens de produtos de consumo.
68
A Figura 4-12 apresenta a distribuição dos entrevistados quanto a compreensão das
tabelas de informações nutricionais contidas no rótulo do produto.
10,00%
43,33%
21,67%
22,22%
2,78%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Ótima Boa Ruim Péssima Indiferente
Figura 4-12 Gráfico - A compreensão da tabela de informações nutricionais contida no
rótulo da embalagem de café (Pesquisa de campo, junho/2005)
Apesar da variabilidade das respostas, pelos dados apresentados na Figura 4-12,
observa-se que 53,3% dos entrevistados compreendem as informações contidas nas tabelas
nutricionais dos rótulos das embalagens dos cafés.
O Ministério da saúde tornou obrigatório, através de portarias, apresentadas no item
2.3, páginas 28 e 29 desta dissertação, a padronização de tabelas contendo a informação
nutricional sobre todos os alimentos, com exceção das águas minerais e bebidas alcoólicas.
69
A Figura 4-13 apresenta a distribuição dos entrevistados quanto a clareza da
informação sobre a data de fabricação do produto.
26,67%
70,55%
2,78%
0
10
20
30
40
50
60
70
Ruim Péssima Indiferente
Figura 4-13 Gráfico - A clareza da informação sobre a data de fabricação do produto
(Pesquisa de campo, junho/2005)
Conforme a Portaria nº 41 e 42 da ANVISA, constantes do anexo I e II, páginas
118 e 130, a data de fabricação do produto pode ser indicada claramente na embalagem,
com pelo menos o dia e o mês (nesta ordem) com a finalidade de definir o lote.
Neste caso, apresentado pelo Gráfico da Figura 4-13, observa-se que não foram
identificadas respostas boa ou ótima, sendo que quase a totalidade dos entrevistados acham
essa informação péssima ou ruim, ou seja, praticamente todos tiveram dificuldades em
encontrar essa informação, pois na realidade nenhuma marca de café analisado informa na
embalagem a data de fabricação. Geralmente a data de fabricação e de validade do produto
vêm juntas.
70
A Figura 4-14 apresenta a distribuição dos entrevistados quanto à clareza da
informação sobre a validade do produto.
19,44%
38,89%
16,67%
25,00%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Ótima Boa Ruim Péssima
Figura 4-14 Gráfico - A clareza da informação sobre a validade do produto (Pesquisa de
campo, junho/2005)
Observa-se pela Figura 4-14, que grande parte dos entrevistados, quase 59%,
considera a informação sobre a validade do produto suficientemente clara.
Os especialistas em defesa do consumidor alertam sobre a importância da data de
validade do produto, devendo ser observada atentamente pelo consumidor de qualquer
produto, principalmente o alimentício.
A informação clara da data de validade do produto é a responsável por evitar danos
à saúde, causados por alimentos com prazo de validade vencidos.
71
A Figura 4-15 apresenta a distribuição dos entrevistados quanto à compreensão das
palavras para transmitir as informações sobre o produto.
16,11%
73,33%
8,89%
1,11%
0,56%
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Ótima Boa Ruim Péssima Indiferente
Figura 4-15 Gráfico - A compreensão das palavras utilizadas para transmitir as
informações do produto (Pesquisa de campo, junho/2005)
De acordo com os dados da Figura 4-15, observa-se que praticamente 90% dos
entrevistados consideram as palavras utilizadas para transmitir as informações nos rótulos
das embalagens dos cafés suficientemente claras e inteligíveis.
Estes resultados obtidos em relação a compreensão das informações sobre o que é o
produto e como usá-lo, mostram que a linguagem utilizada é satisfatória nos textos
contidos nos rótulos analisados.
Essa facilidade de compreensão também pode estar ligada diretamente ao elevado
grau de familiaridade que os consumidores têm com o produto café, conforme já exposto
na pesquisa bibliográfica.
72
4.3 Análise de Cruzamentos
A partir da análise descritiva, partiu-se para a análise de cruzamentos para verificar-
se a existência de discrepâncias significativas e também as similaridades entre as diferentes
variáveis consideradas como marca de café, sexo, faixa etária, escolaridade e renda
familiar.
Ressalta-se que nessa análise de cruzamento, a classificação péssima ou ruim é
apresentada como dificuldade de entendimento, enquanto a classificação boa ou ótima é
considerada como facilidade de compreensão das informações.
A Figura 4-16 apresenta a distribuição dos entrevistados segundo o local em que foi
realizada a pesquisa sobre o produto. Procurou-se manter um número de entrevistas
aproximadamente igual nos diversos supermercados.
25,00%
23,33%
25,00%
26,67%
0
5
10
15
20
25
30
A B C D
Figura 4-16 Gráfico – Distribuição dos entrevistados segundo o local da pesquisa
(Pesquisa de campo, junho/2005)
4.3.1 Análise de cruzamento com variável do grupo marca de café avaliado
As Tabelas 1 a 9 do apêndice II apresentam a distribuição das opiniões dos
entrevistados segundo a marca de café avaliado, relativas aos mesmos critérios gerais
apresentados no item 4.2.2, página 64.
73
A partir da análise segundo a marca de café avaliado, considerando a avaliação dos
entrevistados, observou-se que, quanto às informações nos rótulos do produto, não houve
variabilidade significativa entre as três marcas de café. Quase 95% tem perfeita clareza do
que é o produto e quase 95% tem perfeita clareza de como o produto é usado. Para as três
marcas de café, 70% consideram o tamanho das letras ruim ou péssima, sendo que o café
União apresenta a maior dificuldade na leitura passando dos 80%. Ainda, mais de 70% dos
entrevistados considera o tipo de letra adequado para fornecer as informações, sendo o café
União o que apresenta o pior desempenho. Mais de 50% dos entrevistados considera o
contraste entre a cor do fundo e a cor da letra um fator que dificulta sobremaneira a
compreensão das informações. Neste caso, novamente o café Y apresenta o pior
desempenho, representando mais de 70% dos entrevistados. Ainda, mais de 70% dos
entrevistados entende com clareza as tabelas nutricionais apresentadas nos rótulos dos
cafés X e Y, enquanto que o café Z apresenta quase 90% de avaliação ruim ou péssima.
Quase a totalidade dos entrevistados tem grande dificuldade em encontrar a data de
fabricação do produto, enquanto que mais de 80% encontra facilmente a data de validade
do produto no X e Z, mais de 80% considera a clareza dessa informação ruim ou péssima
para o café Y e finalmente quase 90% dos entrevistados compreende satisfatoriamente as
palavras utilizadas nos rótulos das embalagens do produto.
Portanto, o café que apresentou o pior desempenho foi o café Y, devendo melhorar
significativamente o tamanho das letras, o contraste entre a cor do fundo e a cor das letras,
a clareza sobre a validade do produto, sendo que o café Z deve melhorar a tabela de
informações nutricionais, e finalmente todas as marcas devem apresentar de forma mais
clara a data de fabricação do produto.
4.3.2 Análise de cruzamento com variável do grupo segundo o sexo
As Tabelas 10 a 18 do apêndice apresentam a distribuição das opiniões dos
entrevistados segundo o sexo, relativas aos mesmos critérios gerais apresentados no item
4.2.2.
A partir da análise segundo o sexo, considerando a avaliação dos entrevistados,
observou-se que não houve variabilidade entre os sexos, uma vez que mais de 95% das
mulheres e quase 90% dos homens tem perfeita clareza do que é o produto e como usa-lo.
Como aspectos negativos, observou-se que mais de 72% das mulheres e 63% dos homens
74
considera o tamanho das letras ruim ou péssima, dificultando a leitura, quase 70% das
mulheres e quase 80% dos homens considera o tipo de letra adequado para fornecer as
informações, mais de 55% das mulheres e quase 50% dos homens considera o contraste
entre a cor do fundo e a cor da letra um fator que dificulta sobremaneira a compreensão das
informações, mais de 50% das mulheres e quase 50% dos homens entende com clareza as
tabelas nutricionais apresentadas nos rótulos, quase 100% de ambos os sexos tem grande
dificuldade em encontrar a data de fabricação do produto, enquanto que quase 60% de
ambos os sexos encontra facilmente a data de validade do produto e finalmente quase 90%
de ambos os sexos dos entrevistados compreende satisfatoriamente as palavras utilizadas
nos rótulos das embalagens do produto.
Portanto, percebe-se nitidamente que não há variabilidade significativa entre os
sexos, porém, as mulheres compreendem melhor as informações e são mais observadoras e
exigentes que os homens. Sendo as mulheres o maior número de compradoras, conforme
dados do IPEA, citados no capítulo 1, página 4; é necessário melhorar, significativamente,
nas embalagens de café torrado e moído os seguintes itens: tamanho das letras, o contraste
entre a cor do fundo e a cor das letras e apresentar de forma clara a data de fabricação do
produto.
4.3.3 Análise de cruzamento com variável do grupo segundo a faixa etária
As Tabelas 19 a 27 do apêndice apresentam a distribuição das opiniões dos
entrevistados segundo a faixa etária, relativas aos mesmos critérios gerais apresentados no
item 4.2.2.
A partir da análise segundo a faixa etária, considerando a avaliação dos
entrevistados sobre as informações nos rótulos do produto, observou-se que não houve
variabilidade entre as diversas faixas. Em torno de 95% em todas as faixas tem perfeita
clareza do que é o produto, mais de 90% em todas as faixas tem perfeita clareza de como o
produto é usado. Em torno de 70% em todas as faixas consideram o tamanho das letras
ruim ou péssima, dificultando a sua leitura, apenas na faixa até 30 anos, esse índice gira em
torno de 50%. Mais de 70% considera o tipo de letra adequado para fornecer as
informações, sendo que na faixa até os trinta anos esse índice atinge 85%. Mais de 50% em
todas as faixas etárias consideram o contraste entre a cor do fundo e a cor da letra um fator
que dificulta sobremaneira a compreensão das informações. Exceção feita a faixa até 30
75
anos na qual esse índice está em torno de 40%. Mais de 50% na faixa etária de 31 a 60
anos, entende com clareza as tabelas nutricionais apresentadas nos rótulos, apenas as faixas
até 30 anos e acima de 60 anos tem um índice em torno de 40% de entendimento das
tabelas nutricionais. Quase 100% têm grande dificuldade em encontrar a data de fabricação
do produto em todas as faixas, em contrapartida, a faixa acima de 60 anos observa muito
menos esse detalhe. Em torno de 60% encontra facilmente a data de validade do produto,
enquanto que na faixa acima de 60 anos quase 50% tem dificuldade para encontrar essa
informação. Finalmente em torno de 90% dos entrevistados compreende satisfatoriamente
as palavras utilizadas nos rótulos das embalagens do produto e novamente quase 30% da
faixa acima de 60 anos têm dificuldade para decodificar essa informação.
Observou-se que as pessoas acima de 60 anos tem mais dificuldade para encontrar
as informações, acredita-se pela razão de problemas inerentes a idade avançada. Enquanto
que os da faixa até 30 anos não apresentam essa dificuldade na maioria dos casos
analisados. Os itens que devem ser levados em conta para melhorar os rótulos de café
torrado e moído são: o tamanho das letras, o contraste entre a cor do fundo e a cor das
letras e apresentar de forma mais clara a data de fabricação do produto.
4.3.4 Análise de cruzamento com variável do grupo segundo a escolaridade
As Tabelas 28 a 36 do apêndice apresentam a distribuição das opiniões dos
entrevistados segundo a escolaridade, relativas aos mesmos critérios gerais apresentados
no item 4.2.2.
A partir da análise segundo a escolaridade, considerando a avaliação dos
entrevistados sobre as informações nos rótulos do produto, observou-se que houve
variabilidade entre os entrevistados que possuem apenas o ensino fundamental e os demais
entrevistados com graus de escolaridade mais elevados. Os entrevistados com menor grau
de escolaridade, no caso ensino fundamental e médio, acreditam que compreendem com
mais clareza o que é o produto e como o produto é usado, com quase 100% de
compreensão, sendo que os entrevistados que possuem pós-graduação esse nível de clareza
não chega nem a 90% para o que é o produto e nem a 80% em como usar o produto. Mais
de 80% dos entrevistados considera o tamanho das letras ruim ou péssima. Destes, apenas
os que possuem ensino médio esse índice gira em torno de 55%, dificultando a sua leitura,
enquanto que mais de 80% dos que possuem ensino médio e graduação considera o tipo de
76
letra adequado para fornecer as informações. Já os que possuem ensino fundamental e pós-
graduação, quase 50% consideram o tipo de letra ruim ou péssimo. Mais de 50% em todos
os graus de escolaridade consideram o contraste entre a cor do fundo e a cor da letra um
fator que dificulta sobremaneira a compreensão das informações. Mais de 50% entende
com clareza as tabelas nutricionais apresentadas nos rótulos, apenas os que possuem o
ensino fundamental esse índice não chega a 45%. Quase 100% em todos os níveis de
escolaridade têm grande dificuldade em encontrar a data de fabricação do produto,
enquanto que mais de 50% encontra facilmente a data de validade do produto, novamente
com exceção dos que possuem apenas o ensino fundamental e finalmente mais de 90% dos
entrevistados compreende satisfatoriamente as palavras utilizadas nos rótulos das
embalagens do produto, sendo que esse índice não chega nem a 75% para os entrevistados
com o ensino fundamental.
Portanto, os itens que devem ser melhorados significativamente nas embalagens de
café torrado e moído são o tamanho das letras, o contraste entre a cor do fundo e a cor das
letras e apresentação clara da data de fabricação do produto.
Observa-se também que as pessoas com menor escolaridade pensam que
compreendem melhor as informações, provavelmente, por ser o café um produto popular,
tradicional, ao passo que se fosse um produto mais sofisticado, com uma nova tecnologia,
o entendimento, seria menor para esse nível de escolaridade. Já as pessoas com pós-
graduação geralmente apresentam um maior entendimento, mas com um olhar mais crítico
sobre a maneira como as informações são apresentadas nos rótulos.
4.3.5 Análise de cruzamento com variável do grupo segundo a renda familiar
As Tabelas 37 a 45 do apêndice apresentam a distribuição das opiniões dos
entrevistados segundo a renda familiar, relativas aos mesmos critérios gerais apresentados
no item 4.2.2.
A partir da análise segundo a renda familiar, considerando a avaliação dos
entrevistados sobre as informações nos rótulos do produto, observou-se que não houve
variabilidade significativa entre os entrevistados com diferentes níveis de renda. Mais de
90% tem perfeita clareza do que é o produto e como usá-lo, apenas para os entrevistados
com renda até R$ 1.500,00 esse índice passa dos 95%. Em torno de 70% dos entrevistados
para todas as faixas de renda consideram o tamanho das letras ruim ou péssima,
77
dificultando a leitura, no entanto, mais de 70% considera o tipo de letra adequado para
fornecer as informações, até a renda de R$ 3.000,00, a partir daí o índice de insatisfação
com o tipo de letra aumenta, chegando a menos de 60% para a faixa acima dos R$
6.000,00.
Mais de 50% em todas as faixas de renda consideram o contraste entre a cor do
fundo da embalagem e a cor da letra um fator que dificulta sobremaneira a compreensão
das informações. Mais de 50% entende com clareza as tabelas nutricionais, exceto a faixa
de renda até R$ 1.500,00 na qual esse índice não chega a 40%.
Quase 100% em todas as faixas de renda têm grande dificuldade em encontrar a
data de fabricação do produto, enquanto que quase 60% em todas as faixas encontra
facilmente a data de validade do produto e finalmente mais de 90% dos entrevistados
compreende satisfatoriamente as palavras utilizadas nos rótulos das embalagens do
produto, exceto na faixa de renda até R$ 1.500,00 que esse índice não atinge 85%, portanto
percebe-se claramente que há uma compreensão generalizada das informações contidas nos
rótulos das embalagens de café torrado e moído em todas as faixas de renda familiar.
No entanto, os itens que devem ser melhorados nas embalagens de café torrado e
moído são o tamanho das letras, o contraste entre a cor do fundo e a cor das letras e
apresentar a data de fabricação do produto. Não houve variação significativa entre as faixas
de renda, mas observou-se ainda, maior dificuldade de compreensão para os entrevistados
de menor renda familiar.
4.4 Sugestões dos Entrevistados
Neste item é apresentada uma análise crítica, na visão dos entrevistados, dos
diversos tipos de embalagens pesquisadas.
As sugestões que os entrevistados apontaram para que as empresas melhorassem os
textos informativos nos rótulos das embalagens de café torrado e moído estão sintetizadas
na Tabela 4-1, página 79; e foram coletadas na questão de número 4 do questionário
aplicado (Apêndice I).
A maioria da população entrevistada julgou importante a manifestação de
sugestões, este dado pode ser observado pelo número total de propostas, 336 sugestões em
78
180 entrevistas, sendo que cada consumidor entrevistado pôde fazer tantas observações
quantas achasse pertinente.
As observações contidas na Tabela 4-1 confirmam os resultados obtidos através da
entrevista direcionada; pode-se concluir que o requisito ergonômico referente ao tamanho
das letras foi o mais proposto pelos entrevistados para uma melhor visualização das
informações contidas nos rótulos dos cafés analisados.
O segundo aspecto mais observado foi a melhora do contraste entre as letras e a cor
do fundo, o terceiro foi a inobservância da colocação da data de fabricação, em seguida
aparecem nesta ordem, a data de validade mais legível e melhorar as informações da
tabelas nutricional.
Tabela 4-1
Sugestões dos entrevistados (pesquisa de campo, junho/2005)
Sugestões dos Entrevistados
Café X
Café Y
Café Z
Total
Aumentar o tamanho das letras 21 42 30
93
Mudar o tipo de letras 1 1 3
5
Mudar a cor da letra para preta 12 1 3
16
Melhorar o contraste entre cores e letras 21 33 10
64
Colocar a data de fabricação 15 22 26
63
Data de validade destacada e mais legível 4 18 12
34
As palavras Torrado e Moído devem ser maiores 1 0 2
3
Melhorar as informações na tabela nutricional 4 1 12
16
Apresentar informações em forma de figuras 1 0 0
1
Mais clareza e objetividade nas informações (vocabulário popular) 3 3 8
14
Ter informações sobre os danos à saúde 0 1 1
2
O excesso de brilho na embalagem dificulta a visualização 0 14 2
16
Embalagem aprimorada, mais resistência e facilidade de abrir 1 1 3
5
Embalagem ter uma parte transparente para ver o produto 0 0 1
1
Conter nas embalagens fotos de crianças desaparecidas 0 0 1
1
Todas as embalagens de café deveriam ter a bandeira do Brasil 0 0 1
1
Número total de sugestões 84 137 115 336
79
4.5 Conclusão da Análise Estatística
Com o desenvolvimento da industrialização, o crescimento do mercado consumidor
e o aumento das exigências dos clientes; que está se posicionando como agente receptivo
às informações referentes aos alimentos que irá consumir; as empresas devem se
concentrar na tarefa de oferecer essas informações de forma rápida e acessível, daí a
necessidade de conhecerem os diferentes perfis dos seus clientes para transmitir uma
comunicação graficamente correta, limpa, atraente e que a diferencie da concorrência.
Portanto, esta pesquisa apresentou na análise descritiva a identificação de
resultados em que 70% dos compradores de café torrado e moído são mulheres, mais de
60% possuem entre 31 a 50 anos, mais de 50% têm nível superior e quase 60% estão na
classe média com renda entre R$ 1501,00 e R$ 6.000,00, o que leva a concluir que a maior
parcela das famílias que consome o café torrado e moído adquirido mos supermercados de
Natal possuem um padrão cultural, intelectual e econômico bem acima da média da
população brasileira.
Ainda, dentro da análise descritiva considerando a avaliação dos entrevistados,
observou-se que quase 50% destes compram café torrado e moído toda semana. Quase
95% tem perfeita clareza do que é o produto e de como o produto é usado, 70% considera
o tamanho das letras ruim ou péssima, dificultando a leitura, mais de 70% considera o tipo
de letra adequado para fornecer as informações, mais de 50% considera o contraste entre a
cor do fundo da embalagem e a cor da letra um fator que dificulta sobremaneira a
compreensão das informações, mais de 50% entende com clareza as tabelas nutricionais
apresentadas nos rótulos, quase 100% tem grande dificuldade em encontrar a data de
fabricação do produto, enquanto que quase 60% encontra facilmente a data de validade do
produto e finalmente quase 90% dos entrevistados compreende satisfatoriamente as
palavras utilizadas nos rótulos da embalagens do produto.
Com estes resultados procurou-se, nos aspectos lingüísticos e ergonômicos,
identificar os pontos de satisfação e insatisfação dos consumidores em relação aos textos
analisados.
Portanto, os itens que devem ser melhorados significativamente nas embalagens de
café torrado e moído são o tamanho das letras, o contraste entre a cor do fundo e a cor das
letras e apresentar de forma mais clara a data de fabricação do produto.
80
Considerando os resultados da análise de cruzamento, verifica-se que não há
variabilidade significativa quando se considera os resultados da análise estatística
descritiva. Baseado na análise de cruzamento quando se considera a marca do café torrado
e moído, o café que apresentou o pior desempenho foi o café Y e deve melhorar
significativamente o tamanho das letras, o contraste entre a cor do fundo e a cor das letras,
a clareza sobre a validade do produto, sendo que o café Z deve melhorar a tabela de
informações nutricionais, e finalmente todas as marcas devem apresentar de forma mais
clara a data de fabricação do produto.
Ao considerar o sexo dos entrevistados observou-se que não há variabilidade
significativa entre os sexos, no que tange a compreensão das informações dos rótulos dos
cafés torrados e moídos, sendo válidas as observações feitas anteriormente para melhoria
dos rótulos, porém as mulheres compreendem um pouco melhor as informações e são mais
observadoras e exigentes que os homens.
Quando se considera as faixas etárias dos entrevistados observa-se que as pessoas
acima de 60 anos tem mais dificuldade para encontrar as informações, enquanto que os da
faixa até 30 anos não apresentam essa dificuldade na maioria dos casos analisados. Os
itens que devem ser levados em conta para melhorar os rótulos de café torrado e moído são
os já citados anteriormente, devendo dar um tratamento ergonômico aos rótulos para levar
as informações às faixas etárias mais altas.
Avaliando sob o ponto de vista do grau de escolaridade, os itens que devem ser
melhorados são os mesmos citados anteriormente. Observou-se também que as pessoas
com menor renda familiar foram aquelas que apresentaram menor escolaridade e, por
conseguinte maior dificuldade de compreensão das informações. Naturalmente as pessoas
com graduação e pós-graduação apresentaram um olhar mais crítico sobre a maneira como
as informações são apresentadas nos rótulos.
Na questão aberta do questionário aplicado os entrevistados fizeram sugestões para
melhoria de alguns aspectos dos textos informativos, sugestões estas que confirmam os
resultados obtidos na pesquisa de campo. Aumentar o tamanho das letras, melhorar o
contraste entre a cor do fundo da embalagem e a cor das letras impressas e colocar a data
de fabricação do produto, foram pontos cruciais para uma leitura e compreensão adequada
das informações obrigatórias nos rótulos de produtos de consumo. Isso tudo evidencia que
os consumidores de café torrado e moído estão bastante informados e atentos ao produto
que estão consumindo.
81
O resultado deste trabalho permitirá a inserção de novos questionamentos para
busca do aperfeiçoamento no desenvolvimento detulos de embalagens de alimentos.
Que tipo de informação os consumidores estão prontos para receber? Qual deve ser a
interferência dos órgãos oficiais? O que se deve fazer para que as informações nutricionais
não se tornem uma “Torre de Babel” para os consumidores?
Certamente todas as respostas a essas perguntas serão de fundamental importância
para o planejamento estratégico da comunicação a ser veiculada com intuito de promover
um desempenho satisfatório das informações; e ainda deverão levar em consideração os
avanços tecnológicos e a constante necessidade das empresas em atender as exigências dos
clientes.
82
Capítulo 5
Conclusões e Recomendações
Este capítulo apresenta uma síntese geral da Dissertação, com base na pesquisa
bibliográfica e pesquisa de campo, apresentando as conclusões e recomendações gerais do
trabalho.
O conteúdo deste capítulo é composto de sete seções: conclusões da pesquisa
bibliográfica, metodologia da pesquisa, conclusões da pesquisa de campo, limitações do
trabalho, direções da pesquisa, recomendações e conclusão final.
5.1 Conclusões da Pesquisa Bibliográfica
A literatura consultada para fundamentação teórica foi essencial para o
processamento das informações científicas necessárias sobre o tema em questão. Através
de conceitos, argumentações e pesquisas, os autores citados evidenciaram a importância do
produto embalagem como suporte para as informações que devem acompanhar o produto,
também como ferramenta de marketing e como um poderoso instrumento de comunicação,
pois na maioria dos casos ela é a única forma de comunicação que o produtor dispõe.
Dentre os principais aspectos, fundamentou-se a importância dos rótulos e sua
concepção adequada, ressaltando que estes devem conter textos que obedeçam a legislação
específica de cada categoria e que os textos precisam levar informações claras e precisas ao
consumidor.
Neste contexto, enfatizou-se o design de embalagens como fator positivo com
grande impacto sobre o produto contribuindo decisivamente para o seu sucesso, ressaltou-
se ainda, o fato do design ser uma atividade multidisciplinar e influenciar diversas áreas
83
dentro das organizações, portanto o processo de design demanda conhecimentos que vão
desde a etapa de concepção de novos produtos, desenvolvimento, produção, marketing até
seu descarte.
Outro ponto importante da pesquisa teórica foi o estudo sobre a ergonomia
considerada como instrumento indispensável para o aperfeiçoamento dos dispositivos de
fornecimento de informações nos rótulos das embalagens.
Os autores chamam atenção, no entanto, para alguns cuidados que devem ser
observados na construção dessas informações, como por exemplo, o uso adequado das
cores e a cautela com o tipo e o tamanho das letras. É importante observar que a chegada
da globalização fará com que o setor de embalagens adote estratégias que demonstre a
preocupação com os desejos dos clientes e com as tendências do mercado. É neste cenário
que os requisitos ergonômicos informacionais são fundamentais como estratégia de
diferenciação do produto, pois representam uma ferramenta valiosa no atendimento das
exigências mercadológicas atuais.
Os aspectos lingüísticos aplicados aos rótulos foram referenciados por vários
autores enfatizando estratégias de comunicação através de princípios lingüísticos textuais e
organicidade de produção e leitura de textos em rótulos de embalagens, constatando-se que
os textos informativos necessitam ser claros, concisos e precisos.
Ainda levou-se em consideração o entendimento do processo de decisão de compra
e, sobretudo a necessidade de se estabelecer uma comunicação eficaz entre o produto e o
consumidor, pois o processo de educação do consumidor em relação a sua dieta alimentar
passa, certamente, pelo fluxo das informações que chegam ao consumidor.
5.2 Metodologia da Pesquisa
Com o objetivo de investigar a clareza dos textos informativos contidos nos rótulos
de embalagens de três marcas de café consumidas em Natal (café X, Y e Z) foi
desenvolvida como ferramenta de avaliação uma lista de verificação composta de questões
fechadas e uma questão aberta para sugestões.
Mediante a necessidade da pesquisa de campo foi estabelecida como população
alvo para as entrevistas cento e oitenta consumidores de café torrado e moído que
adquirem o produto em quatro redes de supermercados da cidade do Natal.
84
Conclui-se que o processo metodológico para essa avaliação demonstrou ser
eficiente, uma vez que, a partir da sua aplicação foi possível identificar, sob o ponto de
vista lingüístico e ergonômico, as qualidades e deficiências dos textos informativos dos
rótulos analisados.
Os métodos aplicados para o alcance dos objetivos desta pesquisa foram
considerados satisfatórios, levando em consideração os cuidados na coleta de dados, sua
organização, a análise, a interpretação e a extração das conclusões.
5.3 Conclusões da Pesquisa de Campo
Após o detalhamento dos resultados obtidos na pesquisa de campo apresentados no
capítulo 4, página 60, verificou-se que no aspecto lingüístico clareza, a maioria dos
consumidores entrevistados conceituaram os textos informativos como sendo bons, nesse
aspecto foram analisados os principais itens; o que é e como usar o produto.
Em relação aos principais aspectos ergonômicos analisados, cerca de setenta por
cento dos entrevistados consideraram as letras dos textos informativos muito pequenas,
dificultando assim a leitura e compreensão das informações. Quanto ao contraste entre a
cor do fundo da embalagem e a cor das letras impressas, mais de cinqüenta por cento dos
entrevistados considera um fator de dificuldade da leitura.
Portanto, o estudo, além de ter observado os aspectos lingüísticos que são
diretamente ligados a correta compreensão das informações, concluiu que os requisitos
ergonômicos que compõem a comunicação visual dos rótulos, constituem aspectos
cognitivos, ou seja, de percepção e de entendimento dos textos, destacando-se como
condição fundamental no funcionamento e exatidão das informações.
É importante ressaltar que quase a totalidade dos consumidores entrevistados
considerou altamente deficiente ou péssima a informação sobre a data de fabricação do
produto, até porque, essa informação não foi encontrada pelos entrevistados, pois na
realidade ela não é informada ao consumidor nas embalagens de café analisadas.
Com esta pesquisa de campo foi possível apresentar os principais itens que
precisam de atenção especial dos profissionais que projetam os rótulos de embalagens. Os
resultados mostram que o tamanho das letras, o contraste entre a cor do fundo da
85
embalagem e a cor das letras impressas e a data de fabricação do produto necessitam de
mais clareza para facilitar a compreensão exata das informações sobre os produtos.
Além disso, a pesquisa também demonstrou que as empresas que querem competir
em um mercado globalizado, característica da contemporaneidade, precisam agregar em
suas estratégias a preocupação de emitir uma comunicação adequada de seus produtos a
seus clientes por meio de seus rótulos.
5.4 Limitações do Trabalho
Algumas limitações desta pesquisa podem ser consideradas. A principal se refere ao
tamanho da amostra utilizada, embora representativa para esse estudo, visto que o número
de consumidores de café torrado e moído, em Natal, é bastante significativo. Outra
limitação é o tempo disponível para a aplicação das entrevistas aos consumidores, bem
como limitações orçamentárias.
As limitações citadas acima não retiram a importância ao estudo realizado,
constituem, pelo contrário, informações fundamentais às empresas do setor e apontam
sugestões de melhoria a serem implementadas pelas empresas.
5.5 Direções de Pesquisa
Partindo do estudo realizado sugere-se futuras pesquisas que possam complementar
este estudo e contribuir com o aperfeiçoamento no setor de rótulos de embalagens, tais
como:
aplicar esta ferramenta de avaliação não só com consumidores de café torrado e
moído, mas com consumidores de outras espécies de produtos.
desenvolver uma lista de verificação, como ferramenta metodológica, para captar
dados mais precisos sobre as necessidades do consumidor em relação aos textos
informativos dos rótulos.
86
5.6 Recomendações de Ordem Prática
Considerando as sugestões e recomendações apontadas pelos consumidores
entrevistados e os resultados da pesquisa de campo, torna-se importante destacar os
principais itens para a melhoria das informações contidas nos rótulos; são os seguintes:
Aumentar o tamanho das letras;
Melhorar o contraste entre a cor do fundo da embalagem e a cor da letra impressa;
Informar a data de fabricação do produto.
5.7 Conclusão
Considerando a pesquisa bibliográfica realizada para a fundamentação teórica e a
pesquisa de opinião colhida por meio de questionário aplicado a consumidores de café
torrado e moído, adquirido em quatro supermercados da cidade do Natal; verifica-se que os
resultados alcançados foram satisfatórios em relação aos objetivos propostos.
A investigação sobre os aspectos cognitivos em rótulos de embalagens de café,
demonstrou que no campo da lingüística, o gênero textual rótulo apresentou os elementos
da comunicação de maneira adequada. Isso significa dizer que os elementos lingüísticos
como coerência, coesão, correção, concisão, objetividade e elegância presentes nas
mensagens informativas dos rótulos analisados estão em conformidade com os princípios
fundamentais para uma comunicação eficiente entre produtor e consumidor.
No entanto, os resultados apontam que em relação aos aspectos ergonômicos, os
rótulos pesquisados necessitam de um maior cuidado por parte dos profissionais de design
de embalagem, visto que, neste setor, a ergonomia é um instrumento indispensável para o
aperfeiçoamento dos dispositivos de fornecimento de informações.
Conforme referenciado no item 2.4, página 31, os dispositivos de informação
constituem o conjunto de elementos da mensagem visual dos rótulos das embalagens que,
dispostos de maneira planejada e peculiar, fornecem as informações ao consumidor;
portanto, como verificado nesta pesquisa, os aspectos ergonômicos como tamanho das
letras e contraste entre a cor do fundo da embalagem e a cor das letras impressas nos
87
rótulos de café torrado e moído tiveram os maiores índices de inadequação, podendo, por
conseguinte, comprometer a devida compreensão das informações.
Para isto, portanto, não basta somente a realização de estudos e pesquisas sobre
essa temática, é preciso encontrar os canais adequados para divulgar o resultado das
análises às empresas e consumidores. Neste setor de alimentos, em particular, o resultado
de análises tem sido divulgado em alguns jornais de grande circulação nacional, e através
de programas de grande índice de audiência na televisão, onde são apresentadas matérias
relacionadas ao fornecimento de informação para os consumidores brasileiros, com o
objetivo de melhorar o processo de escolha de bens e serviços e torná-los mais conscientes
de seus direitos de consumidores.
Acredita-se que, à medida que a população estiver sendo cada vez mais esclarecida
quanto à forma adequada de se alimentar, procurará adquirir alimentos cujos rótulos
apresentem um maior número de informações, o que fará com que o próprio mercado
direcione as empresas a atenderem essa demanda.
88
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92
Apêndice
Apêndice I – Questionário
AVALIAÇÃO DOS TEXTOS INFORMATIVOS EM EMBALAGENS DE CAFÉ
Entrevistadora:____________________
1) Produto: (1) Café X (2) Café Y (3) Café Z
___/___/___/___/___
2) Com que freqüência você compra café moído?
___/___/___/___/___
(1)Toda semana (2) 2 vezes por mês (3) 1 vez por mês
(4) Não tem freqüência certa
3) Como você avalia as embalagens de café, quanto a:
(1) Ótimo (2) Boa (3) Ruim (4) Péssima (5) Indiferente
3.1) A clareza na explicação de “O que é o produto”? ___/___/___/___/___
3.2) A clareza na explicação de “Como usar o produto”? (modo de preparo)
___/___/___/___/___
3.3) O tamanho das letras utilizadas para transmitir todas as explicações?
___/___/___/___/___
3.4) O tipo das letras utilizadas para transmitir as informações sobre o produto?
___/___/___/___/___
3.5) O contraste entre a cor do fundo da embalagem com as cores das letras das
informações? ___/___/___/___/___
3.6) A compreensão da tabela de informações nutricionais contida no rótulo?
___/___/___/___/___
93
3.7) A clareza da informação sobre a data de fabricação do produto?
___/___/___/___/___
3.8) A clareza da informação sobre a validade do produto?
___/___/___/___/___
3.9) A compreensão das palavras utilizadas para transmitir as informações do
produto? ___/___/___/___/___
4) Que sugestões, você daria para que as empresas melhorassem os textos
informativos nas embalagens de café?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
PERFIL DO ENTREVISTADO
5) Sexo: (1) Masculino (2) Feminino ___/___/___/___/___
6) Faixa Etária: (1) Até 30 anos (2) 31 a 40 anos (3) 41 a 50 anos
(4) 51 a 60 anos (5) Acima de 60 anos (6) Não informou
___/___/___/___/___
7) Escolaridade: (1) Fundamental (2) Ensino Médio (3) Graduação
(4) Pós-graduação
___/___/___/___/___
8) Renda Familiar: (1) Até 5 SM (R$ 1.500,00)
(2) De 5 a 10 SM (R$ 1.501,00 a 3.000,00)
(3) De 10 a 20 SM (R$ 3.001,00 a 6.000,00)
(4) Acima de 20 SM (Mais de R$ 6.000,00)
___/___/___/___/___
9) Local da Pesquisa:
(1) Nordestão (2) Hiperbompreço (3) Carrefour (4) Rede Mais
___/___/___/___/___
94
Apêndice II – Tabelas da Análise de Cruzamento
Tabela 1
Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “O que é o produto”, segundo a
marca de café avaliado.
MARCA DE CAFÉ AVALIADO
Opinião
Café X Café Y Café Z
Total
Ótima 16 15 17 48
% 26,67 25,00 28,33
Boa 40 42 38 120
% 66,67 70,00 63,33
Ruim 3 3 5 11
% 5,00 5,00 8,33
Péssima 1 0 0 1
% 1,67 0,00 0,00
Total 60 60 60 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 2
Opinião dos entrevistados quanto a clareza na explicação de “Como usar o produto”, segundo
a marca de café avaliado.
MARCA DE CAFÉ AVALIADO
Opinião
Café X Café Y Café Z
Total
Ótima 16 9 20 45
% 26,67 15,00 33,33
Boa 41 44 36 121
% 68,33 73,33 60,00
Ruim 3 6 2 11
% 5,00 10,00 3,33
Péssima 0 1 2 3
% 0,00 1,67 3,33
Total 60 60 60 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
95
Tabela 3
Opinião dos entrevistados quanto ao tamanho das letras utilizadas para transmitir todas as
explicações, segundo a marca de café avaliado.
MARCA DE CAFÉ AVALIADO
Opinião
Café X Café Y Café Z
Total
Ótima 4 0 6 10
% 6,67 0,00 10,00
Boa 23 7 14 44
% 38,33 11,67 23,33
Ruim 22 21 21 64
% 36,67 35,00 35,00
Péssima 11 32 19 62
% 18,33 53,33 31,67
Total 60 60 60 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 4
Opinião dos entrevistados quanto ao tipo das letras utilizadas para transmitir as informações
sobre o produto, segundo a marca de café avaliado.
MARCA DE CAFÉ AVALIADO
Opinião
Café X Café Y Café Z
Total
Ótima 4 3 11 18
% 6,67 5,00 18,33
Boa 40 31 39 110
% 66,67 51,67 65,00
Ruim 9 14 6 29
% 15,00 23,33 10,00
Péssima 7 12 4 23
% 11,67 20,00 6,67
Total 60 60 60 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
96
Tabela 5
Opinião dos entrevistados quanto ao contraste entre a cor do fundo da embalagem com as
cores das letras das informações, segundo a marca de café avaliado.
MARCA DE CAFÉ AVALIADO
Opinião
Café X Café Y Café Z
Total
Ótima 3 4 17 24
% 5,00 6,67 28,33
Boa 22 9 29 60
% 36,67 15,00 48,33
Ruim 22 14 9 45
% 36,67 23,33 15,00
Péssima 13 33 5 51
% 21,67 55,00 8,33
Total 60 60 60 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 6
Opinião dos entrevistados quanto a compreensão da tabela de informações nutricionais
contida no rótulo, segundo a marca de café avaliado.
MARCA DE CAFÉ AVALIADO
Opinião
Café X Café Y Café Z
Total
Ótima 7 11 0 18
% 11,67 18,33 0,00
Boa 36 38 4 78
% 60,00 63,33 6,67
Ruim 8 10 21 39
% 13,33 16,67 35,00
Péssima 7 1 32 40
% 11,67 1,67 53,33
Indiferente 2 0 3 5
% 3,33 0,00 5,00
Total 60 60 60 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
97
Tabela 7
Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a data de fabricação do
produto, segundo a marca de café avaliado.
MARCA DE CAFÉ AVALIADO
Opinião
Café X Café Y Café Z
Total
Ruim 18 8 22 48
% 30,00 13,33 36,67
Péssima 41 51 35 127
% 68,33 85,00 58,33
Indiferente 1 1 3 5
% 1,67 1,67 5,00
Total 60 60 60 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 8
Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a validade do produto,
segundo a marca de café avaliado.
MARCA DE CAFÉ AVALIADO
Opinião
Café X Café Y Café Z
Total
Ótima 16 1 18 35
% 26,67 1,67 30,00
Boa 33 9 28 70
% 55,00 15,00 46,67
Ruim 10 12 8 30
% 16,67 20,00 13,33
Péssima 1 38 6 45
% 1,67 63,33 10,00
Total 60 60 60 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
98
Tabela 9
Opinião dos entrevistados quanto à compreensão das palavras utilizadas para transmitir as
informações do produto, segundo a marca de café avaliado.
MARCA DE CAFÉ AVALIADO
Opinião
Café X Café Y Café Z
Total
Ótima 10 8 11 29
% 16,67 13,33 18,33
Boa 43 50 39 132
% 71,67 83,33 65,00
Ruim 6 1 9 16
% 10,00 1,67 15,00
Péssima 0 1 1 2
% 0,00 1,67 1,67
Indiferente 1 0 0 1
% 1,67 0,00 0,00
Total 60 60 60 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 10
Opinião dos entrevistados quanto a clareza na explicação de “O que é o produto”, segundo o
sexo.
SEXO
Opinião
Masculino Feminino
Total
Ótima 10 38 48
% 19,23 29,69
Boa 36 84 120
% 69,23 65,63
Ruim 5 6 11
% 9,62 4,69
Péssima 1 0 1
% 1,92 0,00
Total 52 128 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
99
Tabela 11
Opinião dos entrevistados quanto a clareza na explicação de “Como usar o produto”, segundo
o sexo
SEXO
Opinião
Masculino Feminino
Total
Ótima 16 29 45
% 30,77 22,66
Boa 31 90 121
% 59,62 70,31
Ruim 4 7 11
% 7,69 5,47
Péssima 1 2 3
% 1,92 1,56
Total 52 128 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 12
Opinião dos entrevistados quanto ao tamanho das letras utilizadas para transmitir todas as
explicações, segundo o sexo
SEXO
Opinião
Masculino Feminino
Total
Ótima 4 6 10
% 7,69 4,69
Boa 15 29 44
% 28,85 22,66
Ruim 24 40 64
% 46,15 31,25
Péssima 9 53 62
% 17,31 41,41
Total 52 128 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
100
Tabela 13
Opinião dos entrevistados quanto ao tipo das letras utilizadas para transmitir as informações
sobre o produto, segundo o sexo
SEXO
Opinião
Masculino Feminino
Total
Ótima 7 11 18
% 13,46 8,59
Boa 34 76 110
% 65,38 59,38
Ruim 8 21 29
% 15,38 16,41
Péssima 3 20 23
% 5,77 15,63
Total 52 128 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 14
Opinião dos entrevistados quanto ao contraste entre a cor do fundo da embalagem com as
cores das letras das informações, segundo o sexo
SEXO
Opinião
Masculino Feminino
Total
Ótima 7 17 24
% 13,46 13,28
Boa 21 39 60
% 40,38 30,47
Ruim 16 29 45
% 30,77 22,66
Péssima 8 43 51
% 15,38 33,59
Total 52 128 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
101
Tabela 15
Opinião dos entrevistados quanto a compreensão da tabela de informações nutricionais
contida no rótulo, segundo o sexo.
SEXO
Opinião
Masculino Feminino
Total
Ótima 3 15 18
% 5,77 11,72
Boa 22 56 78
% 42,31 43,75
Ruim 16 23 39
% 30,77 17,97
Péssima 11 29 40
% 21,15 22,66
Indiferente 0 5 5
% 0,00 3,91
Total 52 128 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 16
Opinião dos entrevistados quanto à clareza da informação sobre a data de fabricação do
produto, segundo o sexo.
SEXO
Opinião
Masculino Feminino
Total
Ruim 19 29 48
% 36,54 22,66
Péssima 31 96 127
% 59,62 75,00
Indiferente 2 3 5
% 3,85 2,34
Total 52 128 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
102
Tabela 17
Opinião dos entrevistados quanto à clareza da informação sobre a validade do produto,
segundo o sexo.
SEXO
Opinião
Masculino Feminino
Total
Ótima 10 25 35
% 19,23 19,53
Boa 25 45 70
% 48,08 35,16
Ruim 8 22 30
% 15,38 17,19
Péssima 9 36 45
% 17,31 28,13
Total 52 128 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 18
Opinião dos entrevistados quanto a compreensão das palavras utilizadas para transmitir as
informações do produto, segundo o sexo
SEXO
Opinião
Masculino Feminino
Total
Ótima 14 15 29
% 26,92 11,72
Boa 32 100 132
% 61,54 78,13
Ruim 5 11 16
% 9,62 8,59
Péssima 1 1 2
% 1,92 ,78
Indiferente 0 1 1
% 0,00 ,78
Total 52 128 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
103
Tabela 19
Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “O que é o produto”, segundo a
faixa etária.
FAIXA ETÁRIA
Opinião
Até 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
51 a 60
anos
Acima de
60 anos
Total
Ótima 7 13 17 6 5 48
% 21,88 26,53 26,98 28,57 33,33
Boa 24 32 40 15 9 120
% 75,00 65,31 63,49 71,43 60,00
Ruim 1 4 5 0 1 11
% 3,13 8,16 7,94 0,00 6,67
Péssima 0 0 1 0 0 1
% 0,00 0,00 1,59 0,00 0,00
Total 32 49 63 21 15 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 20
Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “Como usar o produto”, segundo
a faixa etária.
FAIXA ETÁRIA
Opinião
Até 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
51 a 60
anos
Acima de
60 anos
Total
Ótima 7 17 16 2 3 45
% 21,88 34,69 25,40 9,52 20,00
Boa 23 29 41 18 10 121
% 71,88 59,18 65,08 85,71 66,67
Ruim 2 2 4 1 2 11
% 6,25 4,08 6,35 4,76 13,33
Péssima 0 1 2 0 0 3
% 0,00 2,04 3,17 0,00 0,00
Total 32 49 63 21 15 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
104
Tabela 21
Opinião dos entrevistados quanto ao tamanho das letras utilizadas para transmitir todas as
explicações, segundo a faixa etária
FAIXA ETÁRIA
Opinião
Até 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
51 a 60
anos
Acima de
60 anos
Total
Ótima 2 4 2 2 0 10
% 6,25 8,16 3,17 9,52 0,00
Boa 14 10 11 5 4 44
% 43,75 20,41 17,46 23,81 26,67
Ruim 11 21 19 6 7 64
% 34,38 42,86 30,16 28,57 46,67
Péssima 5 14 31 8 4 62
% 15,63 28,57 49,21 38,10 26,67
Total 32 49 63 21 15 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 22
Opinião dos entrevistados quanto ao tipo das letras utilizadas para transmitir as informações
sobre o produto, segundo a faixa etária
FAIXA ETÁRIA
Opinião
Até 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
51 a 60
anos
Acima de
60 anos
Total
Ótima 5 5 5 2 1 18
% 15,63 10,20 7,94 9,52 6,67
Boa 22 29 38 11 10 110
% 68,75 59,18 60,32 52,38 66,67
Ruim 2 10 12 2 3 29
% 6,25 20,41 19,05 9,52 20,00
Péssima 3 5 8 6 1 23
% 9,38 10,20 12,70 28,57 6,67
Total 32 49 63 21 15 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
105
Tabela 23
Opinião dos entrevistados quanto ao contraste entre a cor do fundo da embalagem com as
cores das letras das informações, segundo a faixa etária
FAIXA ETÁRIA
Opinião
Até 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
51 a 60
anos
Acima de
60 anos
Total
Ótima 5 5 8 5 1 24
% 15,63 10,20 12,70 23,81 6,67
Boa 14 13 22 4 7 60
% 43,75 26,53 34,92 19,05 46,67
Ruim 4 17 11 7 6 45
% 12,50 34,69 17,46 33,33 40,00
Péssima 9 14 22 5 1 51
% 28,13 28,57 34,92 23,81 6,67
Total 32 49 63 21 15 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 24
Opinião dos entrevistados quanto à compreensão da tabela de informações nutricionais
contida no rótulo, segundo a faixa etária.
FAIXA ETÁRIA
Opinião
Até 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
51 a 60
anos
Acima de
60 anos
Total
Ótima 3 5 6 4 0 18
% 9,38 10,20 9,52 19,05 0,00
Boa 10 25 26 10 7 78
% 31,25 51,02 41,27 47,62 46,67
Ruim 5 8 17 5 4 39
% 15,63 16,33 26,98 23,81 26,67
Péssima 13 9 14 2 2 40
% 40,63 18,37 22,22 9,52 13,33
Indiferente 1 2 0 0 2 5
% 3,13 4,08 0,00 0,00 13,33
Total 32 49 63 21 15 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
106
Tabela 25
Opinião dos entrevistados quanto à clareza da informação sobre a data de fabricação do
produto, segundo a faixa etária.
FAIXA ETÁRIA
Opinião
Até 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
51 a 60
anos
Acima de
60 anos
Total
Ruim 9 14 15 5 5 48
% 28,13 28,57 23,81 23,81 33,33
Péssima 23 34 46 16 8 127
% 71,88 69,39 73,02 76,19 53,33
Indiferente 0 1 2 0 2 5
% 0,00 2,04 3,17 0,00 13,33
Total 32 49 63 21 15 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 26
Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a validade do produto,
segundo a faixa etária
FAIXA ETÁRIA
Opinião
Até 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
51 a 60
anos
Acima de
60 anos
Total
Ótima 5 12 10 6 2 35
% 15,63 24,49 15,87 28,57 13,33
Boa 17 21 21 5 6 70
% 53,13 42,86 33,33 23,81 40,00
Ruim 8 7 9 5 1 30
% 25,00 14,29 14,29 23,81 6,67
Péssima 2 9 23 5 6 45
% 6,25 18,37 36,51 23,81 40,00
Total 32 49 63 21 15 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
107
Tabela 27
Opinião dos entrevistados quanto a compreensão das palavras utilizadas para transmitir as
informações do produto, segundo a faixa etária
FAIXA ETÁRIA
Opinião
Até 30
anos
31 a 40
anos
41 a 50
anos
51 a 60
anos
Acima de
60 anos
Total
Ótima 4 7 13 3 2 29
% 12,50 14,29 20,63 14,29 13,33
Boa 24 35 46 18 9 132
% 75,00 71,43 73,02 85,71 60,00
Ruim 4 6 3 0 3 16
% 12,50 12,24 4,76 0,00 20,00
Péssima 0 1 1 0 0 2
% 0,00 2,04 1,59 0,00 0,00
Indiferente 0 0 0 0 1 1
% 0,00 0,00 0,00 0,00 6,67
Total 32 49 63 21 15 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 28
Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “O que é o produto”, segundo a
escolaridade.
ESCOLARIDADE
Opinião
Ensino
Fundamental
Ensino Médio Graduação
Pós-
Graduação
Total
Ótima 4 18 15 11 48
% 44,44 23,68 25,00 31,43
Boa 5 56 39 20 120
% 55,56 73,68 65,00 57,14
Ruim 0 2 6 3 11
% 0,00 2,63 10,00 8,57
Péssima 0 0 0 1 1
% 0,00 0,00 0,00 2,86
Total 9 76 60 35 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
108
Tabela 29
Opinião dos entrevistados quanto a clareza na explicação de “Como usar o produto", segundo
a escolaridade
ESCOLARIDADE
Opinião
Ensino
Fundamental
Ensino Médio Graduação
Pós-
Graduação
Total
Ótima 3 17 18 7 45
% 33,33 22,37 30,00 20,00
Boa 6 56 38 21 121
% 66,67 73,68 63,33 60,00
Ruim 0 2 3 6 11
% 0,00 2,63 5,00 17,14
Péssima 0 1 1 1 3
% 0,00 1,32 1,67 2,86
Total 9 76 60 35 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 30
Opinião dos entrevistados quanto ao tamanho das letras utilizadas para transmitir todas as
explicações, segundo a escolaridade.
ESCOLARIDADE
Opinião
Ensino
Fundamental
Ensino Médio Graduação
Pós-
Graduação
Total
Ótima 0 6 1 3 10
% 0,00 7,89 1,67 8,57
Boa 0 28 11 5 44
% 0,00 36,84 18,33 14,29
Ruim 6 21 24 13 64
% 66,67 27,63 40,00 37,14
Péssima 3 21 24 14 62
% 33,33 27,63 40,00 40,00
Total 9 76 60 35 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
109
Tabela 31
Opinião dos entrevistados quanto ao tipo das letras utilizadas para transmitir as informações
sobre o produto, segundo a escolaridade.
ESCOLARIDADE
Opinião
Ensino
Fundamental Ensino Médio
Graduação
Pós-
Graduação
Total
Ótima 0 4 11 3 18
% 0,00 5,26 18,33 8,57
Boa 4 56 35 15 110
% 44,44 73,68 58,33 42,86
Ruim 4 10 5 10 29
% 44,44 13,16 8,33 28,57
Péssima 1 6 9 7 23
% 11,11 7,89 15,00 20,00
Total 9 76 60 35 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 32
Opinião dos entrevistados quanto ao contraste entre a cor do fundo da embalagem com as
cores das letras das informações, segundo a escolaridade.
ESCOLARIDADE
Opinião
Ensino
Fundamental
Ensino Médio
Graduação
Pós-
Graduação
Total
Ótima 1 11 7 5 24
% 11,11 14,47 11,67 14,29
Boa 2 26 21 11 60
% 22,22 34,21 35,00 31,43
Ruim 2 21 11 11 45
% 22,22 27,63 18,33 31,43
Péssima 4 18 21 8 51
% 44,44 23,68 35,00 22,86
Total 9 76 60 35 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
110
Tabela 33
Opinião dos entrevistados quanto à compreensão da tabela de informações nutricionais
contida no rótulo, segundo a escolaridade.
ESCOLARIDADE
Opinião
Ensino
Fundamental Ensino Médio
Graduação
Pós-
Graduação
Total
Ótima 1 6 6 5 18
% 11,11 7,89 10,00 14,29
Boa 3 35 25 15 78
% 33,33 46,05 41,67 42,86
Ruim 4 16 11 8 39
% 44,44 21,05 18,33 22,86
Péssima 1 17 15 7 40
% 11,11 22,37 25,00 20,00
Indiferente 0 2 3 0 5
% 0,00 2,63 5,00 0,00
Total 9 76 60 35 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 34
Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a data de fabricação do
produto, segundo a escolaridade
ESCOLARIDADE
Opinião
Ensino
Fundamental
Ensino Médio
Graduação
Pós-
Graduação
Total
Ruim 4 25 10 9 48
% 44,44 32,89 16,67 25,71
Péssima 5 49 48 25 127
% 55,56 64,47 80,00 71,43
Indiferente 0 2 2 1 5
% 0,00 2,63 3,33 2,86
Total 9 76 60 35 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
111
Tabela 35 - Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a validade do
produto, segundo a escolaridade
ESCOLARIDADE
Opinião
Ensino
Fundamental
Ensino Médio
Graduação
Pós-
Graduação
Total
Ótima 1 14 13 7 35
% 11,11 18,42 21,67 20,00
Boa 1 38 18 13 70
% 11,11 50,00 30,00 37,14
Ruim 2 9 15 4 30
% 22,22 11,84 25,00 11,43
Péssima 5 15 14 11 45
% 55,56 19,74 23,33 31,43
Total 9 76 60 35 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 36
Opinião dos entrevistados quanto a compreensão das palavras utilizadas para transmitir as
informações do produto, segundo a escolaridade
ESCOLARIDADE
Opinião
Ensino
Fundamental Ensino Médio
Graduação
Pós-
Graduação
Total
Ótima 1 11 8 9 29
% 11,11 14,47 13,33 25,71
Boa 5 57 49 21 132
% 55,56 75,00 81,67 60,00
Ruim 1 8 3 4 16
% 11,11 10,53 5,00 11,43
Péssima 1 0 0 1 2
% 11,11 0,00 0,00 2,86
Indiferente 1 0 0 0 1
% 11,11 0,00 0,00 0,00
Total 9 76 60 35 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
112
Tabela 37
Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “O que é o produto”, segundo a
renda familiar.
RENDA FAMILIAR
Opinião
Até R$
1.500,00
R$1.501,00
a 3.000,00
R$ 3.001,00
a 6.000,00
Mais de R$
6.000,00
Não
informou
Total
Ótima 14 17 10 7 0 48
% 26,92 27,42 23,26 31,82 0,00
Boa 33 43 30 13 1 120
% 63,46 69,35 69,77 59,09 100,00
Ruim 4 2 3 2 0 11
% 7,69 3,23 6,98 9,09 0,00
Péssima 1 0 0 0 0 1
% 1,92 0,00 0,00 0,00 0,00
Total 52 62 43 22 1 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 38
Opinião dos entrevistados quanto à clareza na explicação de “Como usar o produto", segundo a
renda familiar.
RENDA FAMILIAR
Opinião
Até R$
1.500,00
R$ 1.501,00
a 3.000,00
R$ 3.001,00
a 6.000,00
Mais de R$
6.000,00
Não
informou
Total
Ótima 16 14 9 6 0 45
% 30,77 22,58 20,93 27,27 0,00
Boa 34 43 30 13 1 121
% 65,38 69,35 69,77 59,09 100,00
Ruim 2 4 3 2 0 11
% 3,85 6,45 6,98 9,09 0,00
Péssima 0 1 1 1 0 3
% 0,00 1,61 2,33 4,55 0,00
Total 52 62 43 22 1 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
113
Tabela 39
Opinião dos entrevistados quanto ao tamanho das letras utilizadas para transmitir todas as
explicações, segundo a renda familiar
RENDA FAMILIAR
Opinião
Até R$
1.500,00
R$ 1.501,00
a 3.000,00
R$ 3.001,00
a 6.000,00
Mais de R$
6.000,00
Não
informou
Total
Ótima 3 3 4 0 0 10
% 5,77 4,84 9,30 0,00 0,00
Boa 12 15 10 6 1 44
% 23,08 24,19 23,26 27,27 100,00
Ruim 16 25 13 10 0 64
% 30,77 40,32 30,23 45,45 0,00
Péssima 21 19 16 6 0 62
% 40,38 30,65 37,21 27,27 0,00
Total 52 62 43 22 1 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 40
Opinião dos entrevistados quanto ao tipo das letras utilizadas para transmitir as informações
sobre o produto, segundo a renda familiar
RENDA FAMILIAR
Opinião
Até R$
1.500,00
R$ 1.501,00
a 3.000,00
R$ 3.001,00
a 6.000,00
Mais de R$
6.000,00
Não
informou
Total
Ótima 4 8 3 3 0 18
% 7,69 12,90 6,98 13,64 0,00
Boa 34 40 25 10 1 110
% 65,38 64,52 58,14 45,45 100,00
Ruim 7 10 6 6 0 29
% 13,46 16,13 13,95 27,27 0,00
Péssima 7 4 9 3 0 23
% 13,46 6,45 20,93 13,64 0,00
Total 52 62 43 22 1 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
114
Tabela 41
Opinião dos entrevistados quanto ao contraste entre a cor do fundo da embalagem com as cores
das letras das informações, segundo a renda familiar
RENDA FAMILIAR
Opinião
Até R$
1.500,00
R$ 1.501,00
a 3.000,00
R$ 3.001,00
a 6.000,00
Mais de R$
6.000,00
Não
informou
Total
Ótima 3 10 9 1 1 24
% 5,77 16,13 20,93 4,55 100,00
Boa 20 18 14 8 0 60
% 38,46 29,03 32,56 36,36 0,00
Ruim 11 16 9 9 0 45
% 21,15 25,81 20,93 40,91 0,00
Péssima 18 18 11 4 0 51
% 34,62 29,03 25,58 18,18 0,00
Total 52 62 43 22 1 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 42
Opinião dos entrevistados quanto a compreensão da tabela de informações nutricionais contida
no rótulo, segundo a renda familiar
RENDA FAMILIAR
Opinião
Até R$
1.500,00
R$ 1.501,00
a 3.000,00
R$ 3.001,00
a 6.000,00
Mais de R$
6.000,00
Não
informou
Total
Ótima 4 6 2 5 1 18
% 7,69 9,68 4,65 22,73 100,00
Boa 17 33 20 8 0 78
% 32,69 53,23 46,51 36,36 0,00
Ruim 14 13 9 3 0 39
% 26,92 20,97 20,93 13,64 0,00
Péssima 16 9 10 5 0 40
% 30,77 14,52 23,26 22,73 0,00
Indiferente 1 1 2 1 0 5
% 1,92 1,61 4,65 4,55 0,00
Total 52 62 43 22 1 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
115
Tabela 43
Opinião dos entrevistados quanto à clareza da informação sobre a data de fabricação do produto,
segundo a renda familiar.
RENDA FAMILIAR
Opinião
Até R$
1.500,00
R$ 1.501,00
a 3.000,00
R$ 3.001,00
a 6.000,00
Mais de R$
6.000,00
Não
informou
Total
Ruim 15 17 11 4 1 48
% 28,85 27,42 25,58 18,18 100,00
Péssima 37 44 30 16 0 127
% 71,15 70,97 69,77 72,73 0,00
Indiferente 0 1 2 2 0 5
% 0,00 1,61 4,65 9,09 0,00
Total 52 62 43 22 1 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
Tabela 44
Opinião dos entrevistados quanto a clareza da informação sobre a validade do produto, segundo
a renda familiar
RENDA FAMILIAR
Opinião
Até R$
1.500,00
R$ 1.501,00
a 3.000,00
R$ 3.001,00
a 6.000,00
Mais de R$
6.000,00
Não
informou
Total
Ótima 9 10 9 7 0 35
% 17,31 16,13 20,93 31,82 0,00
Boa 23 21 18 8 0 70
% 44,23 33,87 41,86 36,36 0,00
Ruim 11 10 4 4 1 30
% 21,15 16,13 9,30 18,18 100,00
Péssima 9 21 12 3 0 45
% 17,31 33,87 27,91 13,64 0,00
Total 52 62 43 22 1 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
116
Tabela 45
Opinião dos entrevistados quanto à compreensão das palavras utilizadas para transmitir as
informações do produto, segundo a renda familiar.
RENDA FAMILIAR
Opinião
Até R$
1.500,00
R$ 1.501,00
a 3.000,00
R$ 3.001,00
a 6.000,00
Mais de R$
6.000,00
Não
informou
Total
Ótima 6 11 8 4 0 29
% 11,54 17,74 18,60 18,18 0,00
Boa 38 46 31 16 1 132
% 73,08 74,19 72,09 72,73 100,00
Ruim 7 3 4 2 0 16
% 13,46 4,84 9,30 9,09 0,00
Péssima 0 2 0 0 0 2
% 0,00 3,23 0,00 0,00 0,00
Indiferente 1 0 0 0 0 1
% 1,92 0,00 0,00 0,00 0,00
Total 52 62 43 22 1 180
Fonte: Pesquisa de campo, junho/2005.
117
Anexos
Anexo I - PORTARIA Nº 42, DE 14 DE JANEIRO DE 1998
A Secretária de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde, no uso de suas atribuições
legais e considerando a necessidade de constante aperfeiçoamento das ações de controle
sanitário na área de alimentos, visando à saúde da população, a importância de
compatibilizar a legislação nacional, com base nos instrumentos harmonizados no
MERCOSUL relacionados a rotulagem de alimentos embalados (Res. GMC nº 36/93,
06/94 e 21/94) e a necessidade de fixar a identidade e as características mínimas que a
devem obedecer a ROTULAGEM DE ALIMENTOS EMBALADOS, resolve:
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para ROTULAGEM DE ALIMENTOS
EMBALADOS, constante do anexo desta Portaria.
Art. 2º As empresas têm um prazo de 1 (um) ano, a contar da data de publicação desta
Portaria, para se adequarem ao mesmo.
Art. 3º Em virtude deste ato não ter sido submetido ao processo de consulta pública, fica
estabelecido um prazo de 120 (cento e vinte) dias para os interessados se manifestarem
quanto à aplicabilidade deste Regulamento, por escrito, para o seguinte endereço:
Ministério da Saúde/ SECRETARIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, Esplanada dos
Ministérios, Bloco "G", 9º andar, CEP: 70.058-900 Brasília-DF. E-mail: SVS @
saúde.gov. br.
Art. 4º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário, em especial a Resolução nº 12/78 CTA.
MARTA NOBREGA MARTINEZ
ANEXO
REGULAMENTO TÉCNICO REFERENTE À ROTULAGEM DE ALIMENTOS
EMBALADOS
1. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
O presente Regulamento Técnico se aplica a rotulagem de todo alimento que seja
produzido, comercializado e embalado na ausência do cliente e pronto para oferta ao
consumidor.
2. DEFlNlÇÕES
118
2.1. Rótulo: É toda inscrição, legenda, imagem ou toda matéria descritiva ou gráfica que
esteja escrita, impressa, estampada, gravada, gravada em relevo ou litografada ou colada
sobre a embalagem do alimento.
2.2. Embalagem : É o recipiente, o pacote ou o envoltório destinado a garantir a
conservação e facilitar o transporte e manuseio dos alimentos.
2.2.1.Embalagem primária ou envoltório primário: É a embalagem que está em contato
direto com os alimentos.
2.2.2. Embalagem secundária: É a embalagem destinada a conter a(s) embalagem(ns)
primária(s).
2.2.3. Embalagem terciária : É a embalagem destinada a conter uma ou várias embalagens
secundárias.
2.3. Alimento embalado: É todo o alimento que está contido em uma embalagem pronta
para ser oferecida ao consumidor.
2.4. Consumidor: É toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza alimentos.
2.5. Ingrediente: É toda substância, incluídos os aditivos alimentares, que se emprega na
fabricação ou preparo de alimentos, e que está presente no produto final em sua forma
original ou modificada.
2.6. Componente: É toda substância que faz parte de um ingrediente.
2.7. Matéria prima: É toda substância que para ser utilizada como alimento necessita sofrer
tratamento e/ou transformação de natureza física, química ou biológica.
2.8. Aditivo Alimentar: É qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos,
sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas,
biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento,
embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento.
Isto poderá direta ou indiretamente fazer com que o próprio aditivo ou seus produtos se
tornem componentes do alimento. Esta definição não inclui os contaminantes ou
substâncias nutritivas que sejam incorporadas ao alimento para manter ou melhorar suas
propriedades nutricionais.
2.9. Alimento: É toda substância que se ingere no estado natural, semi-elaborada ou
elaborada, destinada ao consumo humano, incluídas as bebidas e qualquer outra substância
utilizada em sua elaboração, preparo ou tratamento, excluídos os cosméticos, o tabaco e as
substâncias utilizadas unicamente como medicamentos.
2.10. Denominação de venda do alimento: É o nome específico e não genérico que indica a
verdadeira natureza e as características do alimento. Será fixado no Regulamento Técnico
que estabelecer os padrões de identidade e qualidade inerentes ao produto.
2.11. Natureza: É o termo (ou termos) que identifica a origem do alimento.
119
2.12. Fracionamento de alimento: É a operação pela qual o alimento é dividido e
acondicionado, para atender a sua distribuição, comercialização e disponibilização ao
consumidor.
2.13. Classificação: É o critério científico ou comercialmente adotado para estabelecer a
classe do alimento, como tal indicado no respectivo padrão de identidade e qualidade.
2.14. Tipo: É o termo (ou termos) indicativo da forma de apresentação do alimento, em
função de suas características peculiares.
2.15. Marca: É o elemento que identifica um ou vários produtos do mesmo fabricante e que
os distingue de produtos de outros fabricantes, segundo a legislação de propriedade
industrial.
2.16. Lote: É o conjunto de produtos de um mesmo tipo, processados pelo mesmo
fabricante ou fracionador, em um espaço de tempo determinado, sob condições
essencialmente iguais.
2.17. País de origem: É aquele onde o alimento foi produzido ou, tendo sido elaborado em
mais de um país, onde sofreu o último processo substancial de transformação.
2.18. Painel principal: É a parte do rótulo onde se apresenta, de forma mais relevante, a
denominação de venda e a marca ou desenhos informativos, caso existam.
2.18.1. Painel frontal: É a parte do painel principal imediatamente colocada ou mais
facilmente visível ao comprador, em condições habituais de exposição à venda.
Consideram-se, ainda, parte do painel frontal as tampas metálicas que vedam as garrafas e
os filmes plásticos ou laminados utilizados na vedação de vasilhames em forma de garrafa
ou de copo.
2.18.2. Painel lateral: É a parte do painel principal, contíguo ao painel frontal, onde
deverão estar dispostas as informações de natureza obrigatória.
2.19. Painel secundário: É a parte do rótulo, não habitualmente visível ao comprador, nas
condições comuns de exposição à venda, onde deverão estar expressas as informações
facultativas ou obrigatórias, a critério da autoridade competente, bem como as etiquetas ou
outras informações escritas que constam da embalagem.
3. PRINCÍPIOS GERAIS
3.1. Os alimentos embalados não devem ser descritos ou apresentar rótulo que:
a) utilize vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras
representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente,
ilegível ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão ou engano, em
relação à verdadeira natureza, composição, procedência, tipo, qualidade, quantidade,
validade, rendimento ou forma de uso do alimento.
b) atribua efeitos ou propriedades que não possuam ou não possam ser demonstradas;
120
c) destaque a presença ou ausência de componentes que sejam intrínsecos ou próprios de
alimentos de igual natureza;
d) ressalte, em certos tipos de alimentos elaborados, a presença de substâncias que sejam
adicionadas como ingredientes em todos os alimentos com tecnologia de fabricação
semelhante;
e) realce qualidades que possam induzir a engano com relação a propriedades terapêuticas,
verdadeiras ou supostas, que alguns ou ingredientes tenham ou possam ter quando
consumidos em quantidades diferentes daquelas que se encontram no alimento ou quando
consumidos sob forma farmacêutica;
f) indique que o alimento possui propriedades medicinais ou terapêuticas;
g) aconselhe seu consumo como estimulante, para melhorar a saúde, para evitar doenças ou
como ação curativa.
3.2. As denominações geográficas de um país, de uma região ou de uma população,
reconhecidos como lugares onde são fabricados alimentos com determinadas
características, não podem ser usadas na rotulagem ou na propaganda de alimentos
fabricados em outros lugares, quando possam induzir o consumidor a erro, equívoco ou
engano.
3.3. Quando os alimentos são fabricados segundo tecnologias características de diferentes
lugares geográficos, para obter alimentos com propriedades sensoriais semelhantes ou
parecidas as dos que são típicos de certas zonas reconhecidas, na denominação do alimento
deve figurar a expressão "tipo", com letras de igual tamanho, realce e visibilidade que as
correspondentes à denominação aprovada no regulamento técnico vigente no país de
consumo.
3.4. A rotulagem dos alimentos será feita exclusivamente nos estabelecimentos que os
processam ou fracionam, habilitados pela autoridade competente do país de procedência.
4. IDIOMA
4.1. A informação obrigatória deve estar escrita no idioma oficial do país de consumo com
caracteres de tamanho adequado, com realce e visibilidade, sem prejuízo da existência de
textos em outros idiomas.
4.2. Quando a rotulagem for em mais de um idioma, nenhuma informação obrigatória de
significado equivalente pode figurar em caracteres de tamanho, realce ou visibilidade
diferentes.
5. INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA
Caso o presente regulamento técnico ou um regulamento técnico específico não determine
algo em contrário, a rotulagem de alimentos embalados deve apresentar, obrigatoriamente,
as seguintes informações:
- Denominação de venda do alimento
121
- Lista de ingredientes
- Conteúdo líquido
- Identificação da origem
- Identificação do lote
- prazo de validade
- Instruções sobre o preparo e uso do alimento, quando necessário.
6. APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA
6.1. Denominação de venda do alimento:
A denominação ou a denominação e a marca do alimento deve(m) estar de acordo com os
seguintes itens :
a) quando o regulamento técnico tiver estabelecido uma ou mais denominações para um
alimento deve ser utilizado pelo menos uma dessas denominações;
b) pode ser empregada uma denominação adequada, de fantasia, de fábrica ou uma marca
registrada, sempre que seja acompanhada de uma das denominações indicadas no item
anterior;
c) podem constar palavras ou frases adicionais, necessárias para evitar que o consumidor
seja induzido a erro ou engano com respeito a natureza e condições físicas próprias do
alimento, as quais devem estar junto ou próximas da denominação do alimento. Por
exemplo: tipo de cobertura, forma de apresentação, condição ou tipo de tratamento a que
tenha sido submetido.
6.2. Lista de ingredientes
6.2.1. Com exceção de alimentos com um único ingrediente (por exemplo: açúcar, farinha,
erva-mate, vinho etc) deve constar no rótulo uma lista de ingredientes.
6.2.2. A lista de ingredientes deve constar no rótulo precedida da expressão "ingredientes:"
ou "ingr.:", de acordo com o abaixo especificado:
a) todos ingredientes devem constar em ordem decrescente, da respectiva proporção;
b) quando um ingrediente for um alimento elaborado com dois ou mais componentes, este
ingrediente composto, definido em regulamento técnico específico, deve ser declarado
como tal na lista de ingredientes, sempre que venha acompanhado imediatamente de uma
lista, entre parênteses, de seus componentes em ordem decrescente de proporção;
c) quando um ingrediente composto tenha recebido um nome em uma norma do CODEX
ALIMENTARIUS FAO/OMS ou do MERCOSUL, e represente menos que 25% do
122
alimento, não será necessário declarar seus componentes, com exceção dos aditivos
alimentares que desempenhem uma função tecnológica no produto acabado;
d) a água deverá ser declarada na lista de ingredientes, exceto quando faça parte de
salmora, xaropes, molhos, caldos ou outros similares, e estes ingredientes compostos sejam
declarados como tais na lista de ingredientes. Não será necessário declarar a água e outros
componentes voláteis que se evaporem durante a fabricação;
e) quando se trata de alimentos desidratados, concentrados, condensados ou evaporados,
que têm de ser reconstituídos para seu consumo, os ingredientes podem ser enumerados em
ordem de proporção no alimento reconstituído. Nestes casos, deve ser incluída a seguinte
expressão: "Ingredientes do produto preparado segundo as indicações do rótulo" ;
f) no caso de misturas de frutas, de hortaliças, de especiarias ou de plantas aromáticas em
que nenhuma predomine (em peso) de maneira significativa, estas podem ser enumeradas
segundo uma ordem diferente, sempre que a lista desses ingredientes venha acompanhada
da expressão:" em proporção variável".
6.3. Declaração de Ingredientes de Rotulagem de Alimentos Embalados
Podem ser empregados os nomes genéricos para os ingredientes que pertencem à classe
correspondente, de acordo com a Tabela 1.
Tabela1
CLASSE DE INGREDIENTES NOME GENÉRICO
Óleos refinados diferentes do azeite de oliva Óleo de...
- Qualificar de "vegetal" ou animal", de
acordo com o caso
- indicação da origem específica vegetal ou
animal
A qualificação hidrogenado ou
parcialmente hidrogenado, de acordo com
o caso, deve acompanhar a denominação
de óleo cuja origem vegetal ou origem
específica vegetal ou animal, venha
indicado.
Gorduras refinadas, exceto a manteiga "Gorduras" juntamente com o termo
"vegetal" ou "animal" de acordo com o
caso.
Amidos e amidos modificados por via
enzimática ou física
"Amido"
Amidos modificados quimicamente "Amido modificado"
Todas as espécies de pescado quando o
pescado constitua um ingrediente de outro
"Pescado"
123
alimento e sempre que no rótulo e na
apresentação deste alimento não faça
referência a uma determinada espécie de
pescado
Todos os tipos de carne de aves quando
constitua um ingrediente de outro alimento e
sempre que no rótulo e na apresentação não
faça referência a nenhum tipo específico de
carne de aves
"Carne de ave"
Todos os tipos de queijo, Quando o queijo ou
uma mistura de queijos constitua um
ingrediente de outro ou sempre que no rótulo
e na apresentação não faça referência a um
tipo específico de queijo
"Queijo"
Todas as espécies e extratos de espécies
isoladas ou misturadas no alimento
"Espécie", "espécies", ou "mistura de
espécies", ou "especiarias" de acordo com
o caso.
Todas as ervas aromáticas ou partes de ervas
aromáticas isoladas ou misturadas no
alimento
"Ervas aromáticas" ou "misturas de ervas
aromáticas", de acordo com o caso.
Todos os tipos de preparos de goma utilizados
na fabricação da goma base para a goma de
mascar.
"Goma base"
Todos os tipos de sacarose "Açúcar"
Dextrose anidra e dextrose monohidratada "Dextrose ou glicose"
Todos os tipos de caseinatos "Caseinato"
Manteiga de cacau obtida por pressão,
extração ou refinada
"Manteiga de cacau"
Todas as frutas confeitadas, sem exceder 30%
do peso do alimento
"Frutas confeitadas"
6.4. Declaração dos aditivos alimentares na lista de ingredientes
6.4.1. Os aditivos alimentares devem fazer parte da lista de ingredientes.
Esta lista deve constar de:
a) a função principal ou fundamento do aditivo no alimento e
b) seu nome completo ou seu número INS ( Sistema Internacional de Numeração, Códex
Alimentarius FAO/OMS), ou ambos.
6.4.2. Quando entre os aditivos alimentares houver mais de um com a mesma função, pode
mencionar-se um em continuação ao outro, agrupando-os por função.
6.4.3. Os aditivos alimentares devem ser declarados depois dos ingredientes.
124
6.4.4. Para o caso dos aromas, declara-se somente a função e optativamente sua
classificação, da seguinte forma: - aroma natural - aroma sintético idêntico ao natural -
aroma sintético artificial - aroma de reação ou transformação - aroma de fumaça
6.4.5. As funções de aditivos aprovadas são:
agente de massa, antiespumante, antiumectante, antioxidante, corante, conservador,
edulcorante, espessante, geleificante, estabilizante, aromatizante, umectante, regulador de
acidez, acidulante, emulsionante/emulsificante, melhorador de farinha, realçador de sabor,
fermento químico, glaceante, agente de firmeza, seqüestrante, estabilizante de cor e
espumante.
6.4.6. Alguns alimentos devem mencionar em sua lista de ingredientes o nome completo
do aditivo utilizado. Esta situação deve ser indicada em regulamentos específicos.
6.5 . Conteúdo Líquido
6.5.1. Na rotulagem deve constar a quantidade nominal (conteúdo líquido), em unidades do
Sistema Internacional (SI), conforme especificado a seguir:
a) Os produtos alimentícios que se apresentam na forma sólida ou granulada devem ser
comercializados em unidades de massa;
b) Os produtos alimentícios que se apresentem na forma líquida devem ser comercializados
em unidades de volume;
c) Os produtos alimentícios que se apresentem na forma semi - sólida ou semi - líquida
podem ser comercializados em unidades de massa ou volume, conforme os regulamentos
técnicos específicos;
d) Os produtos alimentícios que se apresentarem acondicionados em forma de aerosol,
devem ser comercializados em unidades de massa e de volume;
e) Os produtos alimentícios que, devido suas características principais são comercializados
em quantidade de unidades, devem ter a indicação quantitativa referente ao número de
unidades que contém a embalagem.
6.5.2. As unidades legais de quantidade nominal quando escritas por extenso ou
representadas com símbolos de uso obrigatório, serão precedidos das expressões:
a) para massa: "Conteúdo Líquido", "Cont. Líquido", "Peso Líquido"
b) para volume: "Conteúdo Líquido", "Cont. Líquido", "Volume Líquido"
c) para número de unidades: "Quantidade de unidades", "Contém".
6.5.3. Quando o alimento se apresenta em duas fases (uma sólida e uma líquida, separáveis
por filtração simples, além do "peso líquido" deve ser indicado o peso escorrido ou
drenado, expresso como tal. Para efeito desta exigência, se entende por fase líquida: água,
soluções de açúcar ou sal, suco de frutas e hortaliças, vinagres e óleos. O tamanho, realce e
125
visibilidade com que se expressa o peso líquido não devem ser diferentes aos que
correspondam ao peso escorrido ou drenado.
6.5.4. Não será obrigatória a declaração do conteúdo líquido para os alimentos pesados à
vista do consumidor. Neste caso, o rótulo deve ter uma legenda que indique: "'venda por
peso" ou "deve ser pesada à vista do consumidor".
6.5.5. Quando a embalagem contiver dois ou mais produtos do mesmo tipo, embalados,
com igual conteúdo individual, o conteúdo líquido será indicado em função do número de
unidades e do conteúdo líquido individual de cada embalagem.
6.6. Identificação da Origem
6.6.1. Deve ser indicado o nome e o endereço do fabricante, produtor e fracionador,
quando for o caso, assim como o país de origem e a cidade, identificando-se a razão social
e o número de registro do estabelecimento junto à autoridade competente.
6.6.2. Para identificar a origem deve ser utilizada uma das seguintes expressões: "fabricado
em... ", "produto...", "indústria ...".
6.6.3. Deve ser indicado de forma obrigatória os dados de identificação do importador no
rótulo de alimentos embalados. Estes dados compreendem o nome ou razão social e o
endereço do importador.
6.6.4. Os dados mencionados no artigo anterior, podem ser incluídos no país de
procedência ou no de destino.
6.7. Identificação do Lote
6.7.1. Todo rótulo deve ter impresso, gravado ou marcado de qualquer outro modo, uma
indicação em código ou linguagem clara, que permita identificar o Iote a que pertence o
alimento.
6.7.2. A indicação a que se refere o parágrafo 6.7.1 deve figurar de forma facilmente
visível, legível e indelével.
6.7.3. 0 lote é determinado em cada caso pelo fabricante, produtor ou fracionador do
alimento, segundo seus critérios.
6.7.4. Para indicação do lote, pode ser utilizado:
a) um código chave precedido da letra "L". Este código deve estar à disposição da
autoridade competente e constar da documentação comercial quando ocorrer o intercâmbio
entre os países; ou
b) a data de fabricação, embalagem ou de prazo de validade, sempre que seja(m)
indicado(s) claramente pelo menos o dia e o mês (nesta ordem).
6.8. Prazo de Validade
126
6.8.1. Caso não esteja previsto de outra maneira em um regulamento específico, vigora a
seguinte indicação do prazo de validade:
a) deve ser declarado o prazo de validade;
b) deve constar, pelo menos: - o dia, o mês e para produtos que tenham duração mínima
não superior a três meses; - o mês e o ano para produtos que tenham duração mínima
superior a três meses. Se o mês de vencimento for dezembro, bastará indicar o ano com a
expressão "fim do ano";
c) o prazo de validade deve ser declarado através de uma das seguintes expressões: -
consumir antes de..." - "válido até..." - "validade..." -"Vence(em)..." -"vencimento..." -
"venc...." - "consumir preferencialmente antes de..." -"val....."
d) as expressões mencionadas no item "c" devem ser acompanhadas de:
- a própria data, ou indicação clara do local onde consta a data; indicação através de
perfurações ou marcas indeléveis do dia, do mês e do ano, ou do mês e do ano, conforme
os critérios especificados em 6.8.1 (b);
e) o dia, o mês e o ano devem ser expressos em algarismos, não codificados, com a
ressalva de que o mês pode ser indicado com letras nos países onde este uso não induza o
consumidor a erro. Neste último caso, é permitido abreviar o nome do mês através das três
primeiras letras do mesmo;
f) apesar do disposto no item 6.8.l (a), não é exigida a indicação do prazo de validade
mínima para:
- frutas e hortaliças frescas, incluídas as batatas não descascadas, cortadas ou tratadas de
outra forma análoga;
- vinhos, vinhos licorosos, vinhos espumantes, vinhos aromatizados, vinhos de frutas e
vinhos espumantes de frutas;
- bebidas alcoólicas que contenham 10% (v/v) ou mais de álcool;
- produtos de panificação e confeitaria que, pela natureza de conteúdo, sejam em geral
consumidos dentro de 24 horas seguintes à sua fabricação;
- vinagre; - açúcar; - balas, caramelos, confeitos, pastilhas e similares; - goma de mascar; -
sal (NaCl); - alimentos isentos por regulamentos técnicos específicos.
6.8.2. Nos rótulos das embalagens de alimentos que exijam condições especiais para sua
conservação deve ser incluída uma legenda em caracteres bem legíveis, indicando as
precauções necessárias para manter suas características normais, devendo ser indicadas as
temperaturas máxima e mínima para a conservação do alimento e o tempo que o fabricante
produtor ou fracionador garante sua durabilidade nessas condições. 0 mesmo dispositivo se
aplica a alimentos que podem se alterar depois de abertas suas embalagens e, em particular,
para os alimentos congelados, cuja data de validade mínima varia conforme a temperatura
de conservação. Nestes casos, pode ser indicada a data de validade mínima para cada
127
temperatura, em função dos critérios já mencionados, ou então o prazo de validade para
cada temperatura, devendo indicar-se neste caso, o dia, o mês e o ano da fabricação. Para
declarar a validade mínima, podem ser utilizadas as seguintes expressões:
"validade a menos (-) 18º C (freezer): ..."
"validade a menos (-) 4º C (congelador): ..."
"validade a 4º C (refrigerador): ..."
6.9. Preparo e instruções sobre o Produto
6.9.1. Quando pertinente, o rótulo deve conter as instruções necessárias sobre o modo
apropriado de uso, incluídos a reconstituição, o descongelamento ou o tratamento que deve
ser dado pelo consumidor para o uso correto do produto.
6.9.2. Estas instruções não devem ser ambíguas, nem dar margem a falsas interpretações, a
fim de garantir a utilização correta do alimento.
7. ROTULAGEM FACULTATIVA
7.1. Na rotulagem pode constar qualquer informação ou representação gráfica, assim como
matéria escrita, impressa ou gravada, sempre que não estejam em contradição com os
requisitos obrigatórios da presente norma, incluídos os referentes a declaração de
propriedades e as informações enganosas, estabelecidos no item 3 - Princípios Gerais.
7.2. Designação de Qualidade
7.2.1. Somente se pode empregar designações de qualidade quando tenham sido
estabelecidas as especificações correspondentes para um determinado alimento, através de
um regulamento específico.
7.2.2. Essas designações devem ser facilmente compreensíveis e não devem de forma
alguma levar o consumidor a equívocos ou enganos, devendo cumprir com a totalidade dos
parâmetros que identificam a qualidade do alimento.
7.3. lnformação Nutricional
Pode ser dada informação nutricional sempre que não entre em contradição com o disposto
no item 3 - Princípios Gerais, nem com os regulamentos técnicos específicos.
8. APRESENTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA
8.1. Deve figurar no painel principal das embalagens ou do rótulo, a denominação ou a
denominação e a marca do alimento, nome do país de origem, sua qualidade, pureza ou
mistura, a quantidade nominal do conteúdo do produto,, na sua forma mais relevante em
conjunto com o desenho-ilustração, se houver, e em contraste de cores que assegure sua
perfeita visibilidade.
128
8.2. A quantidade nominal do produto deve respeitar as proporções entre a altura das letras
e dos números e a área do painel principal de acordo com a Tabela .
TABELA
Superfície do painel principal em cm2 Altura mínima dos números em mm
Maior que 10 e menor que 40 2.0
Entre 40 e 170 3.0
Entre 170 e 650 4.5
Entre 650 e 2.600 6.0
Maior que 2.600 10.0
8.3. Quando uma embalagem secundária estiver constituída por duas (2) ou mais unidades
individuais, que não estejam destinadas a ser vendidas separadamente, os valores da Tabela
I são aplicados à embalagem secundária.
8.4. Quando uma embalagem secundária estiver constituída por duas (2) ou mais unidades
individuais, que possam ser vendidas separadamente, os valores da Tabela I são aplicados
a ambas as embalagens.
8.5. Os símbolos ou denominações metrológicas das unidades de medida (SI) devem
figurar com uma relação mínima de dois terços (2/3) da altura do número.
8.6. 0 tamanho de letra e número para o resto dos itens da rotulagem obrigatória não pode
ser inferior a 1mm.
9. EXCEÇÕES AO REGULAMENTO
9.1. A presente norma não se aplica em sua totalidade para os casos particulares de
alimentos modificados, enriquecidos, para fins especiais, de uso medicinal, alimentos
irradiados e bebidas os quais devem ser rotulados de acordo com regulamento específico.
9.2. A menos que se trate de especiarias e de ervas aromáticas, as unidades pequenas, cuja
superfície do painel principal para rotulagem, depois de embaladas, for inferior a 10 cm2,
podem ficar isentas dos requisitos estabelecidos no item 6, exceto do que deve constar
como mínimo quanto a denominação e marca do produto.
9.3. Em todos os casos estabelecidos no item 9.2., a embalagem que contiver as unidades
pequenas deve apresentar a totalidade da informação obrigatória exigida.
129
Anexo II - PORTARIA Nº 41, DE 14 DE JANEIRO DE 1998
A Secretária de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde, no uso de suas atribuições
legais, considerando a necessidade de constante aperfeiçoamento das ações de controle
sanitário na área de alimentos, visando à saúde da população, a importância de
compatibilizar a legislação nacional, com base nos instrumentos harmonizados no
MERCOSUL relacionados a rotulagem de alimentos (Res. GMC nº 18/94) e a necessidade
de fixar a identidade e as características mínimas de qualidade a que devem obedecer os
alimentos que utilizarem a Rotulagem Nutricional de Alimentos Embalados, resolve:
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para ROTULAGEM NUTRICIONAL DE
ALIMENTOS EMBALADOS, constante do anexo desta Portaria.
Art. 2º As empresas têm o prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da
publicação deste Regulamento, para se adequarem ao mesmo.
Art. 3º Em virtude deste ato não ter sido submetido ao processo de consulta pública, fica
estabelecido um prazo de 120 (cento e vinte) dias para os interessados se manifestarem
quanto a aplicabilidade deste Regulamento, por escrito, para o seguinte endereço:
Ministério da Saúde / SECRETÁRIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, Esplanada dos
Ministérios, Bloco "G", 9º andar, CEP: 70.058-900 Brasília-DF. E-mail: SVS @
saúde.gov.br.
Art. 4º Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário.
Em 14 de janeiro de 1998.
MARTA NOBREGA MARTINEZ
ANEXO
REGULAMENTO TÉCNICO REFERENTE À ROTULAGEM NUTRICIONAL DE
ALIMENTOS EMBALADOS
1. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
O presente Regulamento Técnico se aplica à Rotulagem Nutricional dos alimentos
produzidos, comercializados e embalados na ausência do cliente e prontos para oferta ao
consumidor. Podem ser elaborados diretrizes mais detalhadas para alimentos para fins
especiais ou de outro uso específico. O presente Regulamento Técnico se aplica sem
prejuízo das disposições estabelecidas na legislação de rotulagem de alimentos.
O presente Regulamento Técnico não se aplica às águas minerais nem às demais águas
destinadas ao consumo humano, que terão sua própria regulamentação que permitirá a
indicação no rótulo de suas características minero-nutricionais.
130
A declaração de nutrientes é obrigatória para aqueles alimentos que façam declarações de
propriedades nutricionais.
A rotulagem nutricional é opcional para todos os demais alimentos. A rotulagem
nutricional não deve dar a entender deliberadamente que os alimentos apresentados com tal
rotulagem tenham necessariamente alguma vantagem nutricional com relação aos que não
apresentem tal declaração.
2. DEFINIÇÕES
Rotulagem nutricional é toda descrição destinada a informar ao consumidor sobre as
propriedades nutricionais de um alimento.
A rotulagem nutricional compreende dois componentes:
a) a declaração de nutrientes
b) a informação nutricional complementar
2.2. Declaração de nutriente é uma relação ou listagem ordenada dos nutrientes de um
alimento.
2.3. Informação nutricional complementar (declaração de propriedades nutricionais) é
qualquer representação que afirme, sugira ou implique que um produto possui propriedades
nutricionais particulares, especialmente, mas não somente, em relação ao seu valor
energético e seu conteúdo de proteínas, lipídios, glicídios e fibras alimentares, bem como
seu conteúdo de vitaminas e minerais.
Não se considera declaração de propriedades nutricionais:
a) a menção de substâncias na lista de ingredientes;
b) a menção de nutrientes como parte obrigatória da rotulagem nutricional;
c) a declaração quantitativa ou qualitativa de alguns nutrientes ou ingredientes ou do valor
energético na rotulagem, quando exigida por legislação nacional, até que se elabore um
regulamento técnico específico.
2.4. Nutriente é qualquer substância química consumida normalmente como componente
de um alimento, que:
a) proporcione energia, e/ou:
b) seja necessária para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde e da vida,
e/ou
c) cuja carência faz com que se produza mudanças químicas ou fisiológicas características.
2.5. Açucares são todos os monossacarídeos e dissacarídeos presentes em um alimento.
Não se incluem os polióis.
131
2.6. Fibra alimentar é qualquer material comestível de origem vegetal que não seja
hidrolisado pelas enzimas endógenas do trato digestivo humano, determinado segundo o
método 985.29 da AOAC 15a ed. 1990 (método enzimático-gravimétrico) ou edição mais
atual.
2.7. Lipídios ou gordura são todos os lipídios, incluídos os fosfolipídios.
2.8. Glicídeos ou carboidratos ou hidratos de carbono são todos os glicídios metabolizados
pelo ser humano, incluindo os polióis.
2.9. Proteínas corresponde ao conteúdo de nitrogênio total (Kjeldahl) multiplicado pelo
fator correspondente, segundo o tipo de alimento.
2.10. Ácidos graxos saturados são os ácidos graxos sem duplas ligações, expressos em
ácidos graxos livres.
2.11. Ácidos graxos monoinsaturados são os ácidos graxos com uma dupla ligação cis,
expressos em ácidos graxos livres.
2.12. Ácidos graxos polinsaturados são os ácidos graxos com duplas ligações cis-cis
separados por grupo metileno, expressos em ácidos graxos livres.
3. DECLARAÇÃO DE NUTRIENTES
3.1. Nutrientes que devem ser declarados
3.1.1. Quando se fizer a declaração de nutrientes, é obrigatório declarar a informação
quantitativa que se segue:
3.1.1.1 Valor energético
3.1.1.2. Os seguintes nutrientes: - proteínas - glicídios - lipídios - fibra alimentar
3.1.1.3. A quantidade de qualquer outro nutriente sobre o qual se faça uma declaração de
propriedades.
3.1.1.4. A quantidade de qualquer outro nutriente que se considere importante para manter
um bom estado nutricional, segundo exigência dos regulamentos técnicos específicos.
3.1.1.5. Opcionalmente podem ser declarados outros nutrientes.
3.1.2. Quando for permitido em um regulamento técnico específico a menção da
informação nutricional complementar com relação à quantidade ou o tipo de glicídio, deve
ser incluída a quantidade total de açúcares, além do previsto no item 3.1.1. Podem ser
indicados também as quantidades de amido e/ou outros constituintes dos glicídios
3.1.3 Quando for permitido em um regulamento técnico específico, a menção da
informação nutricional complementar com relação à quantidade ou o tipo de ácidos graxos,
devem ser indicadas as quantidades de ácidos graxos saturados e de ácido graxos
monoinsaturados e polinsaturados, em conformidade com o estabelecido no item 3.3.6.
132
3.1.4. Além da declaração obrigatória indicada no itens 3.1.1, 3.1.2 e 3.1.3, podem ser
listadas as vitaminas e os minerais que figurem no anexo A.
3.1.5. Quando se aplicar a declaração de nutrientes, somente serão indicados as vitaminas e
minerais que se encontram presentes em pelo menos 5% da IDR, por 100g ou 100ml, do
produto pronto para o consumo.
3.2. Cálculo de Nutrientes
3.2.1. Cálculo de Energia
O valor energético a ser declarado deve ser calculado utilizando-se os seguintes fatores de
conversão:
glicídios (exceto polióis) 4 kcal 17 kJ/g
proteínas 4 kcal 17 kJ/g
lipídios 9 kcal 37 kJ/g
álcool (etanol) 7 kcal 29 kJ/g
ácidos orgânico 3 kcal 13 kJ/g
polióis 2,4 kcal 10 kJ/g
polidextrose 1 kcal 4 kJ/g
Podem ser usados fatores adequados para outros itens, não previstos acima, que serão
indicados em regulamento técnico específico.
3.2.2. Cálculo de proteínas
A quantidade de proteínas que é indicada deve ser calculada utilizando a seguinte fórmula:
Proteína = conteúdo total de nitrogênio (KJELDAHL) x fator
Serão utilizados os seguintes fatores:
5,75 - proteínas vegetais
6,25 - proteínas da carne ou mistura de proteínas
6,38 - proteínas lácteas
Poderá ser usado um fator diferente quando indicado em um regulamento técnico
específico
Cálculo de Glicídios
É calculado como a diferença entre 100 e a soma do conteúdo de proteínas, lipídios, fibra
alimentar, umidade e cinzas.
3.3. Apresentação do conteúdo de nutrientes.
133
3.3.1. A declaração do conteúdo de nutrientes ou seus componentes deve ser feita em
forma numérica. Não obstante, não se exclui o uso de outras formas de apresentação
complementar.
As unidades que devem ser utilizadas são as seguintes:
Energia :kcal e kJ (optativo)
Proteínas (N x Fator) :gramas (g) e optativo: % IDR
Glicídios :gramas (g)
Lipídios :gramas (g)
Fibra alimentar :gramas(g)
Sódio :miligramas (mg)
Colesterol :miligramas (mg)
Vitaminas :miligramas (mg), microgramas (g),UI, %,
IDR ou outra forma adequada de expressão
Minerais :miligramas (mg) microgramas ((g),% IDR
3.3.2. As informações (declaração do conteúdo de nutrientes) devem ser expressas por 100
gramas ou por 100 mililitros. Optativamente, as informações podem ser indicadas por
porção ou dose quantificada no rotulo, sendo que neste caso deve ser indicado por número
de porções contidas na embalagem.
3.3.3. As quantidades mencionadas devem ser correspondentes ao alimento tal e qual o
mesmo é exposto à venda. Pode-se também dar informação a respeito do alimento
preparado, sempre que se indiquem as instruções específicas de preparo, suficientemente
detalhadas e a informação se referir ao alimento pronto para o consumo.
3.3.4 Para a declaração de nutrientes em função das IDRs deve ser utilizada a informação
indicada no Anexo A
3.3.5. Sempre que se declarar o conteúdo de açucares e/ou polióis e/ou polidextroses e/ou
outros glicídios, esta declaração será seguida imediatamente do conteúdo de glicídios, da
seguinte maneira: glicídios.g, dos quais: açúcares g polióisg amidog polidextrosesg
outros glicídiosg.
A declaração "outros glicídios" se refere a qualquer outro glicídio, o qual deve ser
claramente identificado. O conteúdo de açúcares, polióis, amido, polidextroses, e outros
glicídios pode também ser indicado como % total dos glicídios.
3.3.6. Sempre que se declarar a quantidade e/ou o tipo de ácidos graxos e/ou a quantidade
de colesterol, esta declaração será seguida imediatamente do conteúdo total de lipídios, da
seguinte maneira: lipídios.g, dos quais: ácidos graxos saturadosg ácidos graxos
monoinsaturadosg ácidos graxos poliinsaturados g colesterol mg . O conteúdo de ácidos
graxos saturados, ácidos graxos monoinsaturados e ácidos graxos poliinsaturados pode
também ser indicado como % total de lipídios.
3.4 Tolerâncias e Cumprimento
134
3.4.1. Se estabelecerá limites de tolerância relacionadas com as exigências de Saúde
Pública, estabilidade no armazenamento, a precisão das análises, os diversos graus de
elaboração e a instabilidade e variabilidade próprias do nutriente no produto, e se o
nutriente foi adicionado no produto ou se encontra naturalmente presente no mesmo.
3.4.2. Transitoriamente se adota uma tolerância de +/- 10% para macronutrientes e de +/-
20% para micronutrientes, em referência aos valores declarados no rótulo.
3.4.3. Os valores constantes na declaração de nutrientes devem ser os valores médios de
dados especificamente obtidos de analises de amostras representativas do produto a ser
rotulado.
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL COMPLEMENTAR
4.1. A informação nutricional complementar deve ter por objetivo facilitar a compreensão
do consumidor quanto ao valor nutritivo do alimento e ajudá-lo a interpretar a declaração
sobre o nutriente.
4.2. A informação nutricional complementar somente pode ser usada quando for
estabelecida por regulamento técnico específico.
4.3. O uso da informação nutricional complementar na rotulagem dos alimentos é
facultativa e não deve substituir, mas sim ser adicional à declaração de nutrientes.
APRESENTAÇÃO
5.1. A informação nutricional deve ser agrupada em um mesmo local, estruturada em
forma de quadro (tabela) e, se o espaço não for suficiente pode ser utilizada a forma linear
.
5.2. A informação deve ser em lugar visível, com caracteres legíveis e indeléveis.
ANEXO A
INGESTÃO DIÁRIA RECOMENDADA (IDR) 1,2
Proteína g 50
Vitamina A mg 800
Vitamina D mg 5
Vitamina C mg 60
Vitamina E mg 10
Tiamina mg 1,4
Riboflavina mg 1,6
2.9. Alimento: É toda substância que se ingere no estado natural, semi-elaborada ou
elaborada, destinada ao consumo humano, incluída as bebidas e qualquer outra substância
utilizada em sua elaboração, preparo ou tratamento, excluído os cosméticos, o tabaco e as
substâncias utilizadas unicamente como medicamentos.
135
2.10. Denominação de venda do alimento: É o nome especifico e não genérico que indica a
verdadeira natureza e as características do alimento. Será fixado no Regulamento Técnico
que estabelecer os padrões de identidade e qualidade inerentes ao produto.
2.11. Natureza: É o termo (ou termos) que identifica a origem do alimento.
2.12. Fracionamento de alimento: É a operação pela qual o alimento é dividido e
acondicionado, para atender a sua distribuição, comercialização e disponibilização ao
consumidor.
2.13. Classificação: É o critério cientifico ou comercialmente adotado para estabelecer a
classe do alimento, como tal indicado no respectivo padrão de identidade e qualidade.
2.14. Tipo: É o termo (ou termos) indicativo da forma de apresentação do alimento, em
função de suas características peculiares.
2.15. Marca: É o elemento que identifica um ou vários produtos do mesmo fabricante e que
os distingue de produtos de outros fabricantes, segundo a legislação de propriedade
industrial.
2.16. Lote: É o conjunto de produtos de um mesmo tipo, processados pelo mesmo
fabricante ou fracionador, em um espaço de tempo determinado, sob condições
essencialmente iguais.
2.17. País de origem: É aquele onde o alimento foi produzido ou, tendo sido elaborado em
mais de um país, onde sofreu o último processo substancial de transformação.
2.18. Painel principal: É a parte do rótulo onde se apresenta, de forma mais relevante, a
denominação de venda e a marca ou desenhos informativos, caso existam.
2.18.1. Painel frontal: É a parte do painel principal imediatamente colocado ou mais
facilmente visível ao comprador, em condições habituais de exposição à venda.
Consideram-se, ainda, parte do painel frontal as tampas metálicas que vedam as garrafas e
os filmes plásticos ou laminados utilizados na vedação de vasilhames em forma de garrafa
ou de copo.
2.18.2. Painel lateral: É a parte do painel principal, contíguo ao painel frontal, onde
deverão estar dispostas as informações de natureza obrigatória.
2.19. Painel secundário: É a parte do rótulo, não habitualmente visível ao comprador, nas
condições comuns de exposição à venda, onde deverão estar expressas as informações
facultativas ou obrigatórias, a critério da autoridade competente, bem como as etiquetas ou
outras informações escritas que constam da embalagem.
3. PRINCÍPIOS GERAIS
3.1 Os alimentos embalados não devem ser descritos ou apresentar rótulo que:
a) utilize vocábulos, sinais, denominações, símbolos, emblemas, ilustrações ou outras
representações gráficas que possam tornar a informação falsa, incorreta, insuficiente,
136
ilegível ou que possa induzir o consumidor a equívoco, erro, confusão ou engano, em
relação á verdadeira natureza, composição, procedência, tipo, qualidade, quantidade,
validade, rendimento ou forma de uso de alimento.
b) atribua efeitos ou propriedade que não possuam ou não possam ser demonstradas;
c) destaque a presença ou ausências de componentes que sejam intrínsecos ou próprios de
alimentos de igual natureza;
d) ressalte, em certos tipos de alimentos elaborados, a presença de substâncias que sejam
adicionadas como ingredientes em todos os alimentos com tecnologia de fabricação
semelhante;
e) realce qualidades que possam induzir a engano com relação a propriedades terapêuticas,
verdadeiras ou supostas, que alguns ou ingredientes tenham ou possam ter quando
consumidos em quantidades diferentes daquelas que se encontram no alimento ou quando
consumidos sob forma farmacêutica;
f) indique que o alimento possui propriedades medicinais ou terapêuticas;
g) aconselhe seu consumo como estimulante, para melhorar a saúde, para evitar doenças ou
como ação curativa.
3.2. As denominações geográficas de um país, de uma região ou de uma população,
reconhecidos como lugares onde são fabricados alimentos com determinadas
características, não podem ser usadas rotulagem ou na propaganda de alimentos fabricados
em outros lugares, quando possam induzir o consumidor a erro, equívoco ou engano.
3.3. Quando os alimentos são fabricados segundo tecnologias características de diferentes
lugares geográficos, para obter alimentos com propriedades sensoriais semelhantes ou
parecidas as dos que são típicos de certas zonas reconhecidas, na denominação do alimento
deve figurar a expressão "tipo", com letras de igual tamanho, realce e visibilidade que as
correspondentes à denominação aprovada no regulamento técnico vigente no país de
consumo.
3.4. A rotulagem dos alimentos será feita exclusivamente nos estabelecimentos que os
processam ou fracionam, habilitados pela autoridade competente do país de procedência.
4. IDIOMA
4.1. A informação obrigatória deve estar escrita no idioma oficial do país de consumo com
caracteres de tamanho adequado, com realce e visibilidade, sem prejuízo da existência de
textos em outros idiomas.
4.2. Quando a rotulagem for em mais de um idioma, nenhuma informação obrigatória de
significado equivalente pode figurar em caracteres de tamanho, realce ou visibilidade
diferente.
5. INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA
137
Caso o presente regulamento técnico ou um regulamento técnico específico não determine
algo em contrário, a rotulagem de alimentos embalados deve apresentar, obrigatoriamente,
as seguintes informações:
Denominação de venda do alimento
Lista de ingredientes
Conteúdo líquido
Identificação da origem
Identificação do lote
prazo de validade
Instruções sobre o preparo e uso do alimento, quando necessário.
6. APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA
6.1. Denominação de venda do alimento:
A denominação ou a denominação e a marca do alimento deve(m) estar de acordo com os
seguintes itens:
quando o regulamento técnico tiver estabelecido uma ou mais denominações para um
alimento deve ser utilizado pelo menos uma dessas denominações;
pode ser empregada uma denominação adequada, de fantasia, de fábrica ou uma marca
registrada, sempre que seja acompanhada de uma das denominações indicadas no item
anterior;
podem constar palavras ou frases adicionais, necessárias para evitar que o consumidor seja
induzido a erro ou engano com respeito a natureza e condições físicas próprias do
alimento, as quais devem estar junto ou próximas da denominação do alimento. Por
exemplo: tipo de cobertura, forma de apresentação, condição ou tipo de tratamento a que
tenha sido submetido.
6.2. Lista de ingredientes
6.2.1 Com exceção de alimentos com um único ingrediente (por exemplo: açúcar, farinha,
erva-mate, vinho etc.) deve constar no rótulo uma lista de ingredientes.
6.2.2 A lista de ingredientes deve constar no rótulo precedida da expressão "ingredientes:"
ou "ingr.:", de acordo com o abaixo especificado:
todos ingredientes devem constar em ordem decrescente, da respectiva proporção;
quando um ingrediente for um alimento elaborado com dois ou mais componentes, este
ingrediente composto, definido em regulamento técnico específico, deve ser declarado
138
como tal na lista de ingredientes, sempre que venha acompanhado imediatamente de uma
lista, entre parênteses, de seus componentes em ordem decrescente de proporção;
quando um ingrediente composto tenha recebido um nome em uma norma do CODEX
ALIMENTARIUS FAO/OMS ou do MERCOSUL, e represente menos que 25% do
alimento, não será necessário declarar seus componentes, com exceção dos aditivos
alimentares que desempenhem uma função tecnológica no produto acabado;
a água deverá ser declarada na lista de ingredientes, exceto quando faça parte de salmora,
xaropes, molhos, caldos ou outros similares, e estes ingredientes compostos sejam
declarados como tais na lista de ingredientes. Não será necessário declarar a água e outros
componentes voláteis que se evaporem durante a fabricação;
quando se trata de alimentos desidratados, concentrados, condensados ou evaporados, que
têm de ser reconstituídos para seu consumo, os ingredientes podem ser enumerados em
ordem de proporção no alimento reconstituído. Nestes casos, deve ser incluída a seguinte
expressão:
"Ingredientes do produto preparado segundo as indicações do rótulo";
no caso de misturas de frutas, de hortaliças, de especiarias ou de plantas aromáticas em que
nenhuma predomine (em peso) de maneira significativa, estas podem ser enumeradas
segundo uma ordem diferente, sempre que a lista desses ingredientes venha acompanhada
da expressão: "em proporção variável."
6.3. Declaração de Ingredientes de Rotulagem de Alimentos Embalados
Podem ser empregados os nomes genéricos para os ingredientes que pertencem à classe
correspondente, de acordo com a Tabela 1
Tabela 1
Classe De Ingredientes Nome Genérico
Óleos refinados diferentes do azeite de oliva Óleo de ...
Qualificar de "vegetal" ou animal", de
acordo com o caso
Indicação da origem específica vegetal ou
animal
A qualificação hidrogenado ou
parcialmente hidrogenado, de acordo com o
caso, deve acompanhar a denominação de
óleo cuja origem vegetal ou origem
específica vegetal ou animal, venha
indicado.
Gorduras refinadas, exceto a manteiga "Gorduras" juntamente com o termo
"vegetal ou "animal" de acordo com o
139
caso.
Amidos e amidos modificados por via
enzimática ou física
"Amido"
Amidos modificados quimicamente "Amido modificado"
Todas as espécies de pescado quando o
pescado constitua um ingrediente de outro
alimento e sempre que no rótulo e na
apresentação deste alimento não faça
referência a uma determinada espécie de
pescado
"Pescado"
Todos os tipos de carne de aves quando
constitua um ingrediente de outro alimento e
sempre que no rótulo e na apresentação não
faça referência a nenhum tipo específico de
carne de aves
"Carne de ave"
Todos os tipos de queijo, quando o queijo ou
uma mistura de queijos constitua um
ingrediente de outro ou sempre que no rótulo
e na apresentação não faça referência a um
tipo específico de queijo
"Queijo"
Todas as espécies e extratos de espécies
isoladas ou misturadas no alimento
"Espécies", "espécies", ou "mistura de
espécies", ou "especiarias" de acordo com o
caso.
Todas as ervas aromáticas ou partes de ervas
aromáticas isoladas ou misturadas no
alimento
"Ervas aromáticas" ou "misturas de ervas
aromáticas", de acordo com o caso.
Todos os tipos de preparos de goma
utilizados na fabricação da goma base para a
goma de mascar.
"Goma base"
Todos os tipos de sacarose "Açúcar"
Dextrose anidra e dextrose monohidratada "Dextrose ou glicose"
Todos os tipos de caseinatos "Caseinato"
Manteiga de cacau obtida por pressão,
extração ou refinada
"Manteiga de cacau"
Todas as frutas confeitadas, sem exceder
30% do peso do alimento
"Frutas confeitadas"
6.4. Declaração dos aditivos alimentares na lista de ingredientes
6.4.1. Os aditivos alimentares devem fazer parte da lista de ingredientes.
Esta lista deve constar de:
a função principal ou fundamento do aditivo no alimento e
seu nome completo ou seu número INS (Sistema Internacional de Numeração, Códex
Alimentarius FAO/OMS), ou ambos.
140
6.4.2. Quando entre os aditivos alimentares houver mais de um com a mesma função, pode
mencionar-se um em continuação ao outro, agrupando-os por função.
6.4.3. Os aditivos alimentares devem ser declarados depois dos ingredientes.
6.4.4. Para o caso dos aromas, declara-se somente a função e optativamente sua
classificação, da seguinte forma:
aroma natural
aroma sintético idêntico ao natural
aroma sintético artificial
aroma de reação ou transformação
aroma de fumaça
6.4.5. As funções de aditivos aprovadas são:
agente de massa, antiespumante, antiumectante, antioxidante, corante, conservador,
edulcorante, espessante, geleificante, estabilizante, aromatizante, umectante, regulador de
acidez, acidulante, emulsionante/emulsificante, melhorador de farinha, realçador de sabor,
fermento químico, glaceante, agente de firmeza, seqüestrante, estabilizante de cor e
espumante.
6.4.6. Alguns alimentos devem mencionar em sua lista de ingredientes o nome completo
do aditivo utilizado. Esta situação deve ser indicada em regulamentos específicos.
6.5. Conteúdo Líquido
6.5.1. Na rotulagem deve constar a quantidade nominal (conteúdo líquido), em unidades do
Sistema Internacional (SI), conforme especificado a seguir:
Os produtos alimentícios que se apresentam na forma sólida ou granulada devem ser
comercializados em unidades de massa;
Os produtos alimentícios que se apresentem na forma líquida devem ser comercializados
em unidades de volume;
Os produtos alimentícios que se apresentem na forma semi-sólida ou semi-líquida podem
ser comercializados em unidades de massa ou volume, conforme os regulamentos técnicos
específicos;
Os produtos alimentícios que se apresentarem acondicionados em forma de aerosol, devem
ser comercializados em unidades de massa e de volume;
Os produtos alimentícios que, devido suas características principais são comercializados
em quantidade de unidades, devem ter a indicação quantitativa referente ao número de
unidades que contém a embalagem.
141
6.5.2. As unidades legais de quantidade nominal quando escritas por extenso ou
representadas com símbolos de uso obrigatório, serão precedidos das expressões:
para massa: "Conteúdo Líquido", Cont. Líquido" "Peso Líquido"
para volume: Conteúdo Líquido", Cont. Líquido", "Volume Líquido"
para número de unidades: "Quantidade de unidades", "Contém"
6.5.3. Quando o alimento se apresenta em duas fases (uma sólida e uma líquida, separáveis
por filtração simples, além do "peso líquido" deve ser indicado o peso escorrido ou
drenado, expresso como tal. Para efeito desta exigência, se entende por fase líquida: água,
soluções de açúcar ou sal, suco de frutas e hortaliças, vinagres e óleos. O tamanho, realce e
visibilidade com que se expressa o peso líquido não devem ser diferentes aos que
correspondam ao peso escorrido ou drenado.
6.5.4. Não será obrigatória a declaração do conteúdo líquido para os alimentos pesados à
vista do consumidor. Neste caso, o rótulo deve ter uma legenda que indique: "venda por
peso" ou "deve ser pesada à vista do consumidor".
6.5.5. Quando a embalagem contiver dois ou mais produtos do mesmo tipo, embalados,
com igual conteúdo individual, o conteúdo líquido será indicado em função do número de
unidades e do conteúdo líquido individual de cada embalagem.
6.6. Identificação da Origem
6.6.1. Deve ser indicado o nome e o endereço do fabricante, produtor e fracionador ,
quando for o caso, assim como o país de origem e a cidade, identificando-se a razão social
e o número de registro do estabelecimento junto à autoridade competente.
6.6.2. Para identificar a origem deve ser utilizada uma das seguintes expressões: "fabricado
em...", "produto...", "industria..."
6.6.3. Deve ser indicado de forma obrigatória os dados de identificação do importador no
rótulo de alimentos embalados. Estes dados compreendem o nome ou razão social e o
endereço do importador.
6.6.4. Os dados mencionados no artigo anterior, podem ser incluídos no pais de
procedência ou no de destino.
6.7. Identificação do Lote
6.7.1. Todo rótulo deve ter impresso, gravado ou marcado de qualquer outro modo, uma
indicação em código ou linguagem clara, que permita identificar o lote a que pertence o
alimento.
6.7.2. A indicação a que se refere o parágrafo 6.7.1 deve figurar de forma facilmente
visível legível e indelével.
142
6.7.3 O lote é determinado em cada caso pelo fabricante, produtor ou fracionador do
alimento, segundo seus critérios.
6.7.4. Para indicação do lote, pode ser utilizado:
um código chave precedido da letra "L". Este código deve estar à disposição da autoridade
competente e constar da documentação comercial quando ocorrer o intercâmbio entre os
países; ou
a data de fabricação, embalagem ou de prazo de validade, sempre que seja(m) indicado(s)
claramente pelo menos o dia e o mês (nesta ordem).
6.8. Prazo de Validade
6.8.1 Caso não esteja previsto de outra maneira em um regulamento específico, vigora a
seguinte indicação do prazo de validade:
deve ser declarado o prazo de validade;
deve constar, pelo menos:
o dia, o mês e para produtos que tenham duração mínima não superior a três meses;
o mês e o ano para produtos que tenham duração mínima superior a três meses. Se o mês
de vencimento for dezembro, bastará indicar o ano com a expressão "fim do ano";
o prazo de validade deve ser declarado através de uma das seguintes expressões:
- "consumir antes de..."
"válido até..."
"validade..."
"Vence(em)..."
"vencimento..."
"venc..."
"consumir preferencialmente antes de..."
"val..."
as expressões mencionadas no item "c" devem ser acompanhadas de:
a própria data, ou indicação clara do local onde consta a data; indicação através de
perfurações ou marcas indeléveis do dia, do mês e do ano, ou do mês e do ano, conforme
os critérios especificados em 6.8.1(b);
143
o dia, o mês e o ano devem ser expressos em algarismos, não codificados, com a ressalva
de que o mês pode ser indicado com letras nos países onde este uso não induza o
consumidor a erro. Neste último caso, é permitido abreviar o nome do mês através das três
primeiras letras do mesmo:
apesar do disposto no item 6.8.1 (a), não é exigida a indicação do prazo de validade
mínima para:
frutas e hortaliças frescas, incluídas as batatas não descascadas, cortadas ou tratadas de
outra forma análoga;
vinhos, vinhos licorosos, vinhos espumantes, vinhos aromatizados, vinhos de frutas e
vinhos espumantes de frutas;
bebidas alcoólicas que contenham 10% (v/v) ou mais de álcool;
produtos de panificação e confeitaria que, pela natureza de conteúdo, sejam em geral
consumidos dentro de 24 horas seguintes à sua fabricação;
vinagre; açúcar; balas, caramelos, confeitos, pastilhas e similares; goma de mascar; sal
(NaCI); alimentos isentos por regulamentos técnicos específicos.
6.8.2. Nós rótulos das embalagens de alimentos que exijam condições especiais para sua
conservação deve ser incluída uma legenda em caracteres bem legíveis, indicando as
precauções necessárias para manter suas características normais, devendo ser indicadas as
temperaturas máxima e mínima para a conservação do alimento e o tempo que o
fabricante
produtor ou fracionador garante sua durabilidade nessas condições. O mesmo dispositivo
se aplica a alimentos que podem se alterar depois de abertas suas embalagens e, em
particular, para os alimentos congelados, cuja data de validade mínima varia conforme a
temperatura de conservação. Nestes casos, pode ser indicada a data de validade mínima
para cada temperatura, em função dos critérios já mencionados, ou então o prazo de
validade para cada temperatura, devendo indicar-se neste caso, o dia, o mês e o ano da
fabricação. Para declarar a validade mínima, podem ser utilizadas as seguintes expressões:
"validade a menos (-) 18º C (freezer):..."
"validade a menos (-) 4º C (congelador):..."
"validade a 4º C (refrigerador):..."
6.9. Preparo e instruções sobre o Produto
6.9.1. Quando pertinente, o rótulo deve conter as instruções necessárias sobre o modo
apropriado de uso, incluídos a reconstituição, o descongelamento ou o tratamento que deve
ser dado pelo consumidor para o uso correto do produto.
6.9.2. estas instruções não devem ser ambíguas, nem dar margem a falsas interpretações, a
fim de garantir a utilização correta do alimento.
144
7. ROTULAGEM FACULTATIVA
7.1. Na rotulagem pode constar qualquer informação ou representação gráfica, assim com
matéria escrita, impressa ou gravada, sempre que não estejam em contradição com os
requisitos obrigatórios da presente norma, incluídos os referentes a declaração de
propriedades e as informações enganosas, estabelecidos no item 3 - Princípios Gerais.
7.2. Designação de Qualidade
7.2.1. Somente se pode empregar designações de qualidade quando tenham sido
estabelecidas as especificações correspondentes para um determinados alimento, através de
um regulamento específico.
7.2.2. Essas designações devem ser facilmente compreensíveis e não devem de forma
alguma levar o consumidor a equívocos ou enganos, defendo cumprir com a totalidade dos
parâmetros que identificam a qualidade do alimento.
7.3. Informação Nutricional
Pode ser dada informação nutricional sempre que não entre em contradição com o disposto
no item 3 - Princípios Gerais, nem com os regulamentos técnicos específicos.
8. APRESENTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA
8.1. Deve figurar no painel principal das embalagens ou do rótulo, a denominação ou a
denominação e a marca do alimento, nome do país de origem, sua qualidade, pureza ou
mistura, a quantidade nominal do conteúdo do produto, na sua forma mais relevante em
conjunto com o desenho-ilustracão, se houver, e em contraste de cores que assegure sua
perfeita visibilidade.
8.2. A quantidade nominal do produto deve respeitar as proporções entre a altura das letras
e dos números e a área do painel principal de acordo com a Tabela.
Superfície do painel principal em cm2 Altura mínima dos números em mm
Maior que 10 e menor que 40 2.0
Entre 40 e 170 3.0
Entre 170 e 650 4.5
Entre 650 e 2.600 6.0
Maior que 2.600 10.0
8.3. Quando uma embalagem secundária estiver constituída por duas (2) ou mais unidades
individuais, que não estejam destinadas a ser vendidas separadamente, os valores da Tabela
I são aplicados à embalagem secundária.
8.4. Quando uma embalagem secundária estiver constituída por duas (2) ou mais unidades
individuais, que possam ser vendidas separadamente, os valores da Tabela I são aplicados
a ambas as embalagens.
145
8.5. Os símbolos ou denominações metrológicas das unidades de medida (Sl) devem
figurar com uma relação mínima de dois terços (2/3) da altura do número.
8.6. O tamanho de letra e número para o resto dos itens da rotulagem obrigatória não pode
ser inferior a 1mm.
9. EXCEÇÕES AO REGULAMENTO
9.1. A presente norma não se aplica em sua totalidade para os casos particulares de
alimentos modificados, enriquecidos, para fins especiais, de uso medicinal, alimentos
irradiados e bebidas os quais devem ser rotulados de acordo com regulamento específico.
9.2. A menos que se trate de especiarias e de ervas aromáticas, as unidades pequenas, cuja
superfície do painel principal para rotulagem, depois de embaladas, for inferior a 10 cm2,
podem ficar isentas dos requisitos estabelecidos no item 6, exceto do que deve constar
como mínimo quanto a denominação e marca do produto.
9.3. Em todos os casos estabelecidos no item 9.2., a embalagem que contiver as unidades
pequenas deve apresentar a totalidade da informação obrigatória exigida.
146
Anexo III - RESOLUÇÃO-RDC Nº 40, DE 21 DE MARÇO DE 2001
A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária no uso da atribuição
que lhe confere o art. 11 inciso IV do Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto n.º
3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o § 1º do art. 111 do Regimento Interno aprovado pela
Portaria n.º 593, de 25 de agosto de 2000, republicada no DOU de 22 de dezembro de
2000, em reunião realizada em 20 de março de 2001, considerando a necessidade de
constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área de alimentos, visando à
saúde da população; considerando a prevalência de doenças nutricionais na população
brasileira; considerando as diretrizes estabelecidas na Política Nacional de Alimentação e
Nutrição; considerando a necessidade de estabelecer ações para orientar o consumo de
alimentos com vistas a uma alimentação saudável; considerando a necessidade de
padronizar a declaração de nutrientes para a Rotulagem Nutricional Obrigatória de
Alimentos e Bebidas Embalados, adotou a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu,
Diretor-Presidente, determino a sua publicação:
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para ROTULAGEM NUTRICIONAL
OBRIGATÓRIA DE ALIMENTOS E BEBIDAS EMBALADOS, constante do anexo
desta Resolução.
Art. 2º As empresas têm o prazo de 180 (cento e oitenta) dias a contar da data de
publicação deste Regulamento para se adequarem ao mesmo.
Art. 3º O descumprimento aos termos desta Resolução constitui infração sanitária sujeita
aos dispositivos da Lei n.º 6.437, de 20 de agosto de 1977 e demais disposições aplicáveis.
Art. 4º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 5º Ficam revogadas a Portaria SVS/MS n.º 41, de 14 de janeiro de 1998, publicada no
DOU de 21 de janeiro de 1998, a Resolução RDC n.º 94, de 1º de novembro de 2000,
publicada no DOU de 3 de novembro de 2001 e o item 7.3. da Portaria SVS/MS n.º 42, de
14 de janeiro de 1998, publicada no DOU de 16 de janeiro de 1998.
GONZALO VECINA NETO
ANEXO
REGULAMENTO TÉCNICO PARA ROTULAGEM NUTRICIONAL OBRIGATÓRIA
DE ALIMENTOS E BEBIDAS EMBALADOS
1. ALCANCE
1.1. Objetivo
Padronizar a declaração de nutrientes na Rotulagem Nutricional Obrigatória de Alimentos
e Bebidas Embalados.
1.2. Âmbito de Aplicação
147
O presente Regulamento Técnico se aplica à Rotulagem Nutricional Obrigatória dos
Alimentos e Bebidas produzidos, comercializados e embalados na ausência do cliente e
prontos para oferta ao consumidor, sem prejuízo das disposições estabelecidas na
legislação de Rotulagem de Alimentos Embalados.
Excluem-se deste Regulamento as águas minerais e as demais águas destinadas ao
consumo humano, que por regulamentação própria permite a indicação no rótulo de suas
características mínero-nutricionais e as bebidas alcoólicas.
2. DEFINIÇÕES
2.1. Rotulagem Nutricional: é toda descrição destinada a informar ao consumidor sobre as
propriedades nutricionais de um alimento. A Rotulagem Nutricional compreende dois
componentes:
a) Declaração de Nutrientes; e
b) Informação Nutricional Complementar.
2.1.1. Declaração de Nutrientes: é a relação ou listagem ordenada dos nutrientes de um
alimento.
2.1.2. Informação Nutricional Complementar (declaração de propriedades nutricionais): é
qualquer representação que afirme, sugira ou implique que um produto possui propriedades
nutricionais particulares, especialmente, mas não somente, em relação ao seu valor calórico
e ao seu conteúdo de carboidratos, proteínas, gorduras e fibras alimentares, bem como seu
conteúdo de vitaminas e minerais.
Não se considera Informação Nutricional Complementar:
a) a menção de substâncias na lista de ingredientes;
b) a menção de nutrientes como parte obrigatória da rotulagem nutricional; e
c) a declaração quantitativa ou qualitativa de alguns nutrientes ou ingredientes ou do valor
calórico na rotulagem, quando exigida por legislação nacional, até que se elabore um
regulamento técnico específico.
2.2. Declaração Simplificada de Nutrientes: é a relação ou listagem ordenada de um grupo
de nutrientes de um alimento, quando ummero determinado de nutrientes aparece em
quantidade insignificante no alimento.
2.3. Nutriente: é qualquer substância química consumida normalmente como componente
de um alimento, que:
a) proporcione energia, e ou:
b) seja necessário para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde e da vida, e
ou
148
c) cuja carência faz com que se produza mudanças químicas ou fisiológicas características.
2.4. Proteínas: compostos formados por aminoácidos.
2.5. Gorduras: são todos os lipídeos, incluídos os fosfolipídeos.
2.6. Gorduras saturadas: são os ácidos graxos sem duplas ligações.
2.7. Gorduras monoinsaturadas: são os ácidos graxos com uma dupla ligação cis.
2.8. Gorduras poliinsaturadas: são os ácidos graxos com duplas ligações cis-cis, separadas
por radical metileno.
2.9. Carboidratos: são todos os glicídeos metabolizados pelo ser humano, incluindo os
polióis.
2.10. Açúcares: são todos os monossacarídeos e dissacarídeos metabolizados pelo
organismo humano. Não se incluem os polióis.
2.11. Fibra alimentar: é qualquer material comestível que não seja hidrolisado pelas
enzimas endógenas do trato digestivo humano, determinado segundo os métodos
publicados pela AOAC em sua edição mais atual.
3. PRINCÍPIOS GERAIS
3.1. Declaração Obrigatória de Valor Calórico, Nutrientes e Componentes
3.1.1. Na declaração obrigatória de valor calórico, nutrientes e componentes é obrigatório
constar as informações quantitativas na seguinte ordem:
3.1.1.1. Valor Calórico
3.1.1.2. Os seguintes nutrientes e componentes:
Carboidratos
Proteínas
Gorduras totais
Gorduras saturadas
Colesterol
Fibra alimentar
Cálcio
Ferro
Sódio
3.1.1.3. A quantidade de qualquer outro nutriente que se considere importante para manter
um bom estado nutricional, segundo exigência de regulamentos técnicos específicos.
149
3.1.1.4. A quantidade de qualquer outro nutriente sobre o qual se faça uma declaração de
propriedades.
3.1.2. Opcionalmente, podem ser declarados outros nutrientes ou componentes. A
declaração de vitaminas e minerais deve atender o item 3.1.5.
3.1.3. Quando for utilizada a Informação Nutricional Complementar com relação à
quantidade ou o tipo de carboidrato, deve ser declarada a quantidade total de açúcares,
além do previsto no item 3.1.1. Podem ser indicadas também as quantidades de amido e ou
outros constituintes dos carboidratos.
3.1.4. Quando for utilizada a Informação Nutricional Complementar com relação à
quantidade ou tipo de ácidos graxos, devem ser indicadas as quantidades de gorduras
(ácidos graxos) monoinsaturados e poliinsaturados, em conformidade com o estabelecido
no item 4.12.
3.1.5. Além da declaração obrigatória indicada no item 3.1.1, somente são declaradas as
vitaminas e os minerais que constam no Regulamento Técnico específico sobre Ingestão
Diária Recomendada (IDR), quando estes nutrientes se encontrarem presentes em pelo
menos 5% da IDR, por porção.
3.1.6. Nos regulamentos técnicos específicos que exijam a declaração do teor de lipídeos e
ou hidratos de carbono, a mudança de terminologia para gorduras e carboidratos pode ser
feita gradativamente.
3.2. Cálculos
3.2.1. Cálculo de Valor Calórico
O valor calórico a ser declarado deve ser calculado utilizando-se os seguintes fatores de
conversão:
Carboidratos (exceto polióis) 4,0 kcal /g
Proteínas 4,0 kcal /g
Gorduras 9,0 kcal /g
Álcool (etanol) 7,0 kcal /g
Ácidos orgânicos 3,0 kcal /g
Polióis 2,4 kcal /g
Polidextrose 1,0 kcal /g
Podem ser usados fatores adequados para outros itens, não previstos acima, que serão
indicados em regulamento técnico específico.
3.2.2. Cálculo de Nutrientes
3.2.2.1. Carboidratos
150
É calculado como a diferença entre 100 e a soma do conteúdo de proteínas, gorduras, fibra
alimentar, umidade e cinzas.
3.2.2.2. Proteínas
A quantidade de proteínas indicada deve ser calculada utilizando a seguinte fórmula:
Proteína = conteúdo total de nitrogênio (KJELDAHL) x fator correspondente, segundo o
tipo de alimento. Serão utilizados os seguintes fatores:
5,75 proteínas vegetais
6,25 proteínas da carne ou misturas de proteínas
6,38 proteínas lácteas
Pode ser usado um fator diferente quando indicado em um regulamento técnico específico.
4. DECLARAÇÃO DO VALOR CALÓRICO, NUTRIENTES E COMPONENTES
4.1. A declaração no rótulo do valor calórico, do conteúdo de nutrientes e componentes
deve ser feita em forma numérica. Esta informação nutricional deve ser declarada também
em % dos Valores Diários. Para estabelecimento dos Valores Diários foram utilizados os
Valores Diários de Referência (VDRs) com base na Ingestão Diária Recomendada (IDR),
conforme o caso, utilizando a padronização apresentada no item 4.2.
4.2. Para fins de apresentação da informação nutricional em percentuais de Valores Diários
, os seguintes Valores Diários de Referência são estabelecidos, com base numa dieta de
2.500 calorias:
Carboidratos 375 gramas
Gorduras Totais 80 gramas
Gorduras Saturadas 25 gramas
Colesterol 300 miligramas
Fibra alimentar 30 gramas
Sódio 2.400 miligramas
No caso de proteínas, vitaminas e minerais devem ser utilizados os valores das Tabelas
anexas ao Regulamento Técnico específico sobre Ingestão Diária Recomendada.
4.3. As unidades que devem ser utilizadas para se declarar valor calórico, nutrientes e
componentes são as seguintes:
151
Valor Calórico Kcal
Carboidratos gramas (g)
Proteínas gramas (g)
Gorduras Totais gramas (g)
Gorduras Saturadas gramas (g)
Colesterol miligramas (mg)
Fibra alimentar gramas (g)
Cálcio miligramas (mg)
Ferro miligramas (mg)
Sódio miligramas (mg)
Vitaminas miligramas (mg) ou microgramas (mcg)
Minerais miligramas (mg) ou microgramas (mcg)
4.4. Obrigatoriamente a informação nutricional (declaração do conteúdo do valor calórico,
de fibras alimentares e de nutrientes no rótulo) deve ser expressa por porção e por
percentual (%) dos Valores Diários. Adicionalmente, as informações nutricionais podem
ser expressas por 100 gramas ou 100 mililitros.
4.5. As porções a serem adotadas são aquelas estabelecidas no Regulamento Técnico
específico de Valores de Referência para Porções de Alimentos e Bebidas Embalados para
Fins de Rotulagem Nutricional.
4.6. O Ministério da Saúde pode estabelecer, em Regulamento Técnico específico, os
critérios de classificação dos alimentos segundo seu teor de gordura.
4.7. As quantidades mencionadas devem ser correspondentes ao alimento na forma como
está exposto à venda. Complementarmente, pode-se também, informar a respeito do
alimento preparado, sempre que se indiquem as instruções específicas de preparo,
suficientemente detalhadas e a informação se referir ao alimento pronto para o consumo.
4.8. Quando o Regulamento Técnico específico do alimento exigir a declaração de
nutrientes em 100g ou 100 ml no produto exposto à venda e ou no produto pronto para
consumo, esta deve ser apresentada por porção, sem prejuízo do estabelecido no item 4.4.
Exclui-se da declaração por porção os alimentos para nutrição enteral.
4.9. As embalagens de até 80 cm2 de área total disponível para rotulagem estão
dispensadas da obrigatoriedade da informação nutricional. O rótulo deve conter uma
chamada impressa "PARA INFORMAÇÃO NUTRICIONAL: _______ ", especificando o
número de telefone ou endereço completo da empresa completando a frase. Em ambos os
casos pode ser informado também o endereço eletrônico da empresa. Esta dispensa não se
aplica quando for declarada informação nutricional complementar ou quando a rotulagem
nutricional for exigida em regulamento técnico específico.
4.10. A Declaração Simplificada de Nutrientes pode ser utilizada quando o alimento
apresentar quantidades insignificantes, segundo a Tabela 1A "Arredondamento de
Nutrientes", de pelo menos 5 dos seguintes itens: Valor Calórico, Carboidratos, Proteínas,
Gorduras Totais, Gorduras Saturadas, Colesterol, Fibra Alimentar, Cálcio, Ferro, Sódio. A
152
declaração de Valor Calórico, Carboidratos, Proteínas, Gorduras Totais e Sódio é
obrigatória independente da quantidade destes nutrientes ser insignificante.
4.11. Na Declaração Simplificada de Nutrientes deve constar a informação nutricional
referente à Gorduras Saturadas e Colesterol, quando a gordura for responsável por 30% ou
mais do Valor Calórico do alimento.
4.12. Sempre que se declarar a quantidade e ou o tipo de gorduras (ácidos graxos), esta
declaração será seguida imediatamente ao conteúdo total de gorduras, da seguinte maneira:
gorduras totais g, dos quais:
saturadas g
monoinsaturadas g
poliinsaturadas g
colesterol mg
4.13. Sempre que se declarar o conteúdo de açúcares e ou polióis e ou amido e ou
polidextroses e ou outros carboidratos, esta declaração é seguida imediatamente ao
conteúdo de carboidratos, da seguinte maneira:
carboidratos g, dos quais:
açúcares g
polióis g
amido g
polidextroses g
outros carboidratos g
A declaração "outros carboidratos" refere-se a qualquer outro carboidrato, o qual deve ser
claramente identificado.
4.14. Os valores de nutrientes e componentes declarados devem obedecer os parâmetros de
arredondamento estabelecidos na Tabela 1 deste regulamento. Esta regra não se aplica aos
adoçantes dietéticos.
4.15. Os valores diários devem ser declarados com números inteiros, arredondando-se as
casas decimais da seguinte forma: de um a cinco para zero e acima de cinco para o numeral
inteiro seguinte.
5. OBTENÇÃO DE DADOS
5.1. Os valores constantes na informação nutricional, de responsabilidade da empresa,
podem ser obtidos por meio de:
5.1.1. Valores médios de dados especificamente obtidos de análises físico-químicas de
amostras representativas do produto a ser rotulado.
153
5.1.2. Tabelas de Composição de Alimentos e Banco de Dados de Composição de
Alimentos nacionais. Na ausência dos dados em tabelas e em bancos de dados nacionais de
composição de alimentos, podem ser utilizadas as tabelas e bancos de dados internacionais.
5.2. É permitida a tolerância de até 20% para mais ou para menos, nos valores constantes
na informação nutricional declarada no rótulo.
5.2.1. Para os nutrientes cujo percentual de variabilidade, em função da espécie e do tipo
de manejo agrícola, seja superior a tolerância estabelecida no item 5.2. é permitida à
empresa informar o percentual de variação, abaixo da tabela de informação nutricional.
5.2.2. No caso do item 5.2.1. a empresa deve manter à disposição os estudos que
justifiquem o percentual de variabilidade do(s) nutriente(s) informado(s) no rótulo.
6. INFORMAÇÃO NUTRICIONAL COMPLEMENTAR
6.1. A Informação Nutricional Complementar deve ter por objetivo facilitar a compreensão
do consumidor quanto ao valor nutritivo do alimento e ajudá-lo a interpretar a declaração
sobre o nutriente.
6.2. A Informação Nutricional Complementar somente pode ser usada quando for
estabelecida por regulamento técnico específico.
6.3. O uso da Informação Nutricional Complementar na rotulagem dos alimentos e bebidas
embalados é facultativa e não deve substituir, mas sim ser adicional à declaração de
nutrientes.
7.APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
7.1. A informação nutricional deve ser apresentada em um mesmo local, estruturada em
forma de tabela (quadro em formato vertical ou horizontal conforme o tamanho do rótulo)
e, se o espaço não for suficiente pode ser utilizada a forma linear, conforme modelo em
anexo.
7.2. A informação deve ser em lugar visível, com caracteres legíveis e indeléveis.
7.3. A informação nutricional deve ser apresentada na seguinte disposição e destaque:
a) A expressão "Informação Nutricional" deve estar escrita em negrito e tamanho de fonte
maior do que as das demais informações constantes na tabela.
b) A expressão "Porção de____ ", deve estar escrita abaixo da expressão "Informação
Nutricional" no mesmo tamanho de fonte das demais informações contidas na tabela.
c) Caso o fabricante informe a medida caseira correspondente a porção estabelecida para o
alimento, esta deve estar escrita entre parênteses ao lado do valor indicado para porção.
154
d) A expressão " Valor Calórico" deve estar escrita no mesmo tamanho de fonte das
demais informações contidas na tabela. O valor calórico, expresso em kcal, deve ser
informado ao lado.
e) As expressões: "Carboidratos", "Proteínas" e "Gorduras Totais", devem estar escritas no
mesmo tamanho de fonte das demais informações contidas na tabela. As quantidades de
carboidratos, proteínas e gorduras totais, expressas em gramas (g), devem ser informadas
ao lado.
f) A expressão "Gorduras Saturadas" deve estar escrita no mesmo tamanho de fonte das
demais informações contidas na tabela. A quantidade de gordura saturada, expressa em
gramas (g), deve ser informada ao lado.
g) As expressões "Saturadas", "Monoinsaturadas", "Poliinsaturadas", sempre que forem
declaradas, devem estar dispostas, uma abaixo da outra, devendo estar escritas no mesmo
tamanho de fonte das demais informações contidas na tabela. A quantidade , expressa em
gramas (g), deve ser informada ao lado.
h) A expressão "Colesterol" deve estar escrita no mesmo tamanho de fonte das demais
informações contidas na tabela. A quantidade de colesterol, expressa em miligramas (mg),
deve ser informada ao lado.
i) As expressões "Açúcares", "Polióis", "Amido", "Polidextroses" e outros carboidratos ,
sempre que declaradas, devem estar dispostas, logo abaixo da expressão "Carboidrato"
uma abaixo da outra, devendo estar escritas no mesmo tamanho de fonte das demais
informações contidas na tabela. A quantidade, expressa em gramas (g), deve ser informada
ao lado.
j) A expressão "Fibra alimentar" deve estar escrita no mesmo tamanho de fonte das demais
informações contidas na tabela. A quantidade de fibra alimentar, expressa em gramas (g),
deve ser informada ao lado.
k) A expressão "Cálcio" deve estar no mesmo tamanho de fonte das demais informações
contidas na tabela. A quantidade de cálcio, expressa em miligramas (mg) ou microgramas
(mcg), deve ser informada ao lado.
l) A expressão "Ferro" deve estar escrita no mesmo tamanho de fonte das demais
informações contidas na tabela. A quantidade de ferro, expressa em miligramas (mg) ou
microgramas (mcg), deve ser informada ao lado, no mesmo tamanho de fonte das demais
informações contidas no painel.
m) A expressão "Sódio" deve estar escrita no mesmo tamanho de fonte das demais
informações contidas na tabela. A quantidade de sódio, expressa em miligramas (mg), deve
ser informada ao lado.
7.4. Os percentuais dos Valores Diários devem estar dispostos ao lado direito das
quantidades indicadas para valor calórico, nutrientes e componentes.
7.5. As expressões devem estar dispostas em seqüência e separadas por linhas, conforme
Modelo anexo deste Regulamento.
155
7.6. Os demais nutrientes ou componentes declarados devem seguir a mesma disposição da
Informação Nutricional Obrigatória.
8. REFERÊNCIAS
8.1. BRASIL. Decreto-Lei n.º 986, de 21 de outubro de 1969. Institui normas básicas sobre
alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, 21 de outubro de 1996. Seção I, pt.1.
8.2. MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA. Portaria n.º 1628, de 4 de dezembro 1984.
Institui as características básicas dos rótulos nas embalagens de águas minerais e potáveis
de mesa. Diário Oficial da União, Brasília, 5 dez. 1984. Seção 1, pt.1, p. 18083.
8.3. BRASIL. Lei n.o 8.543, de 23 de dezembro de 1992. Determina a impressão de
advertência em rótulos e embalagens de alimentos industrializados que contenham glúten.
Diário Oficial da União, Brasília, 24 de dezembro de 1992. Seção 1, pt.1.
8.4.BRASIL. Portaria SVS/MS no 27, de 14 de janeiro de 1998. Regulamento Técnico
referente à Informação Nutricional Complementar. Diário Oficial da União, Brasília, 16 de
janeiro de 1998. Seção 1, pt.1.
8.5. BRASIL. Portaria SVS/MS n.º 33, de 13 de janeiro de 1998. Tabelas de Ingestão
Diária Recomendada IDR. Diário Oficial da União de 16 de janeiro de 1998. Seção 1, pt 1.
8.6. BRASIL. Portaria SVS/MS no 42, de 14 de janeiro de 1998. Regulamento Técnico
para Rotulagem de Alimentos Embalados. Diário Oficial da União, Brasília, 16 de janeiro
de 1998. Seção 1, pt.1.
8.7. BRASIL. Lei n.o 9.782, de 26 de janeiro de 1999. Define o Sistema Nacional de
Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, 27 de janeiro de 1999.
8.8. BRASIL. Resolução ANVS n.º 309, de 16 de julho de 1999. Regulamento Técnico
para Fixação de Padrões de Identidade e Qualidade para Água Purificada Adicionada de
Sais. Diário Oficial da União, Brasília, 19 de julho de 1999, Seção n.º 136-E,pág.26.
8.9. BRASIL. Resolução n.º 23, de 15 de março de 2000. Regulamento Técnico sobre o
Manual de Procedimentos Básicos para o Registro e Dispensa da Obrigatoriedade de
Registro de Produtos Pertinentes à Área de Alimentos. Diário Oficial da União, Brasília,
16 de março de 2000. Seção 1, pt.1.
8.10. BRASIL. Resolução-RDC n.º 54, de 15 de junho de 2000. Regulamento Técnico para
Fixação de Identidade e Qualidade de Água Mineral Natural e Água Natural. Diário Oficial
da União, Brasília, 19 de junho de 2000, Seção 1, pt.1.
8.11. FOOD AND DRUG ADMINISTRATION, Department of Health and Human
Services. Food Labeling. Code of Federal Regulations, Title 21, Parts 100 to 169.
21CFR101.9.
9. DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
156
9.1. As pequenas e micro empresas podem utilizar-se dos Laboratórios Oficiais de Saúde
Pública para a realização de determinações analíticas complementares para alimentos cujos
nutrientes não estejam disponíveis em Tabelas ou Banco de Dados de Composição de
Alimentos, ficando isentas do pagamento das taxas correspondentes aos serviços
realizados.
9.2. Fica facultado aos estabelecimentos comerciais, onde é permitido a comercialização de
gêneros alimentícios à granel, a declaração de calorias, nutrientes e fibra alimentar dos
alimentos em cartazes, folhetos, etiquetas ou outro formato apropriado.
TABELA 1 - ARREDONDAMENTO DE NUTRIENTES
A)DECLARAÇÃO DA ROTULAGEM NUTRICIONAL OBRIGATÓRIA
Valor calórico/
Nutrientes/
Componentes
Unidade Arredondamento (**) Quantidade
Insignificante
Valor Calórico kcal Menor que 5 kcal
expressar como zero
Menor que 5 kcal
Maior ou igual a 5 kcal
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 5
kcal
Maior que 50 kcal
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 10
kcal.
Carboidratos g Menor que 0,5 g
expressar como zero
Menor que 0,5 g
Menor que 1,0 g
expressar como:
Contém menos que 1,0 g
ou menor que 1,0 g
Maior ou igual a 1,0 g
arredondar para o mais
próximo de 1,0 g
Proteínas g Menor que 0,5 g
expressar como zero
Menor que 0,5 g
Menor que 1,0 g
expressar como:
Contém menos que 1,0 g
157
ou menor que 1,0 g
Maior ou igual a 1,0 g
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 1,0
g
Gorduras Totais g Menor que 0,5 g
expressar como zero
Menor que 0,5 g
Menor que 5,0 g
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 0,5
g
Maior ou igual a 5,0 g
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 1,0g
Gorduras Saturadas g Menor que 0,5 g
expressar como zero
Menor que 0,5 g
Menor que 5,0 g
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 0,5
g
Maior ou igual a 5,0 g
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 1,0g
Colesterol mg Menor que 2,0 mg
expressar como zero
Menor que 2,0 mg
2 a 5 mg expressar como
menor que 5 mg
Maior que 5,0 mg
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 5
mg
Fibras Alimentares g Menor que 0,5 g
expressar como zero
Menor que 0,5 g
Menor que 1,0 g
expressar como:
Contém menos que 1,0 g
ou menor que 1,0 g
158
Maior ou igual a 1,0 g
arredondar para o mais
próximo de 1,0 g
Sódio mg Menor que 25 mg
expressar como zero
Menor que 25mg
De 25 a 140 mg
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 5
mg
Maior que 140 mg
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 10
mg
Cálcio mg Menor que 08 mg
expressar como
quantidade não
significativa
Menor que 08 mg
Ferro mg Menor que 0,14 mg
expressar como
quantidade não
significativa
Menor que 0,14 mg
(**) Exemplo de arredondamento (para o mais próximo múltiplo de 1 g):
de 2,01 até 2,49 g arredondar para o valor inferior correspondente (2,0g)
de 2, 50 g até 2,99 g arredondar para o valor superior correspondente (3,0g)
B)DECLARAÇÃO DA ROTULAGEM NUTRICIONAL OPCIONAL
Nutrientes/Porção Unidade Arredondamento (**) Quantidade
Insignificante
Calorias provenientes de
gorduras
kcal Menor que 5 kcal -
expressar como zero
Maior ou igual 50 kcal
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 5
kcal
Maior que 50 kcal
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 10
kcal
Menor que 5 kcal
Calorias provenientes de
gorduras saturadas
kcal Menor que 5 kcal Menor que 5 kcal
159
expressar como zero
Maior ou igual 50 kcal
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 5
kcal
Maior que 50 kcal
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 10
kcal
Gordura
Monoinsaturadas e
Poliinsaturadas
g Menor que 0,5 g
expressar como zero
Menor que 5 g
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 0,5
g
Menor ou igual 5 g
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 1 g
Menor que 0,5 g
Potássio mg Menor que 5 mg
expressar como zero
Entre 5 a 140 mg
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 5
mg
Maior que 140 mg
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 10
mg
Menor que 5 mg
Açúcares g Menor que 0,5 g
expressar como zero
Menor que 1 g expressar
como:
Contém menos que 1 g
ou menor que 1 g
Menor ou igual 1 g
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 1g
Menor que 0,5 g
Álcool de açúcar
(Polióis)
g Menor que 0,5 g Menor que 0,5 g
160
expressar como zero
Menor que 1 g expressar
como:
contém menos que 1 g
ou menor que 1 g
menor ou igual 1 g
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 1g
Outros carboidratos g Menor que 0,5 g
expressar como zero
Menor que 1 g expressar
como:
contém menos que 1 g
ou menor que 1 g
menor ou igual 1 g
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 1g
Menor que 0,5 g
Fibras Solúveis e
Insolúveis
g Menor que 0,5 g
expressar como zero
Menor que 1 g expressar
como:
contém menos que 1 g
ou menor que 1 g
Menor ou igual 1 g
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 1g
Menor que 0,5 g
Vitaminas e Minerais mg ou mcg Menor que 5% da IDR
expressar como :
a) Zero
b
) colocar asterisco com
obs.: Contém menos que
5 % da IDR dos
seguintes nutrientes ......
c) Para Vitaminas A,C,
cálcio e ferro: colocar
"Fonte não significativa
Menor que 5 % IDR
161
de ....Listar as vitaminas
e minerais"(***)
menor ou igual 10 %
IDR arredondar para o
mais próximo múltiplo
de 2 %
Entre 10 % e 50 % IDR
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 5
%
Maior que 50 % IDR
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 10
%
Beta-caroteno % Vit. A Menor ou igual 10 %
Vit. A arredondar para o
mais próximo múltiplo
de 5 % Entre 10 % e 50
% de Vit. A arredondar
para o mais próximo
múltiplo de 5 % Maior
50 % de Vit. A
arredondar para o mais
próximo múltiplo de 10
%
Menor que 5 % IDR
(**) Para outras vitaminas e minerais, que não cálcio, ferro e sódio, declarar como
obrigatório se forem adicionadas como nutrientes, suplemento ou se for feita alguma
alegação de propriedade.
MODELO DA INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
A) Modelo Vertical
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL Porção de ___ g/ml (medida caseira)(1)
Quantidade por porção
Valor Calórico kcal % VD (*)
Carboidratos g
Proteínas g
Gorduras Totais g
Gorduras Saturadas g
Colesterol mg
Fibra Alimentar g
Cálcio mg ou mcg
162
Ferro mg ou mcg
Sódio mg
Outros Minerais (1) mg ou mcg
Vitaminas (1) mg ou mcg
* Valores Diários de referência com base
em uma dieta de 2.500 calorias.
(1)quando for declarado
B)Modelo Horizontal
Quantidade/porção % VD
(*)
Quantidade/porção % VD
(*)
INFORMAÇÃO
NUTRICIONAL
Porção de ___ g/ml
(medida caseira) (1)
Valor Calórico ...... kcal
Colesterol mg
Carboidratos .......g
Fibra Alimentar g
Proteínas .......g
Cálcio mg ou mcg
Gorduras Totais ....... g
Ferro mg ou mcg
Gorduras Saturadas mg
Sódio mg
Outros Minerais (1)
Vitaminas (1)
* Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.500 calorias.
(1) quando for declarado
C) Modelo Linear
Informação Nutricional: Porção de ___ g/ml (medida caseira) (1) Valor Calórico.... kcal (
%VD*); Carboidratos ...g (%VD); Proteínas ...g(%VD); Gorduras Totais ...g (%VD);
Gorduras Saturadas ...g (%VD); Colesterol ...mg (%VD); Fibra Alimentar ...g (%VD);
Cálcio ...mg (%VD); Ferro ...mg(%VD); Sódio ..mg (%VD). Outros Minerais e Vitaminas
(1)
*Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.500 calorias.
(1) quando for declarado
D) Declaração Simplificada de Nutrientes
163
INFORMAÇÃO NUTRICIONAL
Porção de ______ g/ml (medida caseira) (1)
Quantidade por porção % VD (*)
Valor Calórico Kcal
Carboidratos g
Proteínas g
Gorduras totais g
Sódio mg
* Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.500 calorias.
164
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