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De acordo com a coordenadora, após a aplicação dos testes o professor
então era chamado e o Serviço:
lhe dava alimento, situava o aluno, mas não dizia o que ele fazia, o
resultado do teste. Eu não ia dar aquela arma em suas mãos, iam ter
peninha do aluno que tem problema, proteger e não era educativo.
Não provocar a criança nas potencialidades, mesmo diante dos seus
limites? Isso era claro para mim, eu nunca tive dúvidas disso. Na
medida em que via os professores cada vez mais
8
.
Em seu entendimento, os testes “não iam ajudar em nada”
9
os professores,
pois estes poderiam, além de forjar uma visão particularizada do aluno, se isentar
de suas funções diante de tais resultados. Verificou-se então que o “simples
levantamento dos dados psicológicos e a formulação do diagnóstico” psicológico
deveriam vir “acompanhados de um trabalho específico com os professores”
10
.
Como a própria direção esperava do antigo Gabinete a aplicação dos
mesmos, então foram mantidos, sem serem divulgados na íntegra pela equipe de
psicologia:
Continuou a aplicação dos testes, mas ficavam para mim. O Gabinete
surgiu para fazer o teste, é algo assim. Eu tinha que ter um jogo de
cintura e também uma clareza
11
.
A partir deste momento passaram a atribuir um grau menor de importância
aos testes
12
, apenas o aplicavam a pedido da direção, que solicitava com
freqüência para análise do experimento pedagógico.
No decorrer dos anos de 1955 e 1956, o Gabinete ainda atendia aos alunos e
professores de forma precária, possuía apenas uma sala muito pequena para a
mensuração intelectual do aluno.
8
Trecho entrevista concedida pela Profa. Terezinha Lins de Albuquerque, Outubro de 2006.
9
id
10
Serviço de Orientação Psico-Pedagógico da Escola Guatemala (1955 a 1965) Revisão do
trabalho de 10 anos (Arquivo Pessoal Profa. Terezinha Lins de Albuquerque)
11
Trecho entrevista concedida pela Profa. Terezinha Lins de Albuquerque, Outubro de 2006.
12 Segundo a coordenadora, para a avariguação do nível mental do aluno foram realizadas
experiências com o teste Mosaico de Gille, a escala de Wachsler, Cubos de Kohs, testes de
Goodenough, testes de grafismo, de nível perceptivo – ABC, Bender, sendo aplicados individual
ou coletivamente, conforme o tipo de teste. Para aqueles alunos com dificuldade de
comportamento e problemas de personalidade ulizava-se testes projetivos como o Rorschach,
CAT, Madeleine Thomas, Fábulas de Duss, Koch, de desenho e outro. Para os que apresentavam
dificuldades de aprendizagem escolar procuravam aplicar testes de inteligência, de atenção,
concentração, de lateralidade, de organização perceptiva, de ritmo, de memória, objetivando situar
as áreas que comprometiam o seu rendimento escolar (Serviço de Orientação Psico-Pedagógico da
Escola Guatemala (1955 a 1965) Revisão do trabalho de 10 anos - Arquivo Pessoal Profa.
Terezinha Lins de Albuquerque).
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