queixas principais foram dificuldades escolares (19%), problemas no relacionamento
interpessoal (12,4%), comportamento agressivo (10,6%), dificuldades nas relações
familiares (10,3%), e distúrbios relacionados ao sono, alimentação e esfíncteres
(9,5%) (Romaro e Capitão, 2003); em Centro ligado à Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto, haviam 129 sujeitos de 2 a 17 anos, a maioria meninos,
predominantemente com idades entre 6 e 11 anos, com queixas predominantes de
agressividade (32,6%), dificuldades de aprendizagem (30,2%), baixa tolerância à
frustração e/ou dificuldade de controle de impulsos (24,8%) e desinteresse pela escola
(19,4%) (Santos, 2006); de forma semelhante, Rocha e Ferreira (2006), em seu estudo
sobre queixas identificadas em crianças e adolescentes atendidos pelo Serviço de
Psicologia Pediátrica, de um hospital universitário em Belém do Pará, constataram
que a maior parte da demanda correspondia às crianças em idade escolar e do sexo
masculino. Quanto às queixas, os comportamentos opositores (agressividade,
impulsividade, etc.) foram os mais freqüentemente relatados.
No Rio Grande do Sul, Campezatto & Nunes (2007), ao caracterizar a
clientela das Clínicas-Escola de cursos de Psicologia da região metropolitana de Porto
Alegre, encontraram que da clientela total, 33,41% eram crianças e adolescentes (6 a
16 anos); Foi possível verificar uma concentração de crianças de até 10 anos do sexo
masculino (13,52%; 492 sujeitos). Na clientela, em geral, as queixas foram relativas a
processos cognitivos, que remetem a dificuldades de aprendizagem.
Pesquisa realizada em nove Clínicas de Atendimento Psicológicos dos cursos
de Psicologia do Rio Grande do Sul constatou que, do total geral de pacientes que
buscaram atendimento, 34,4% eram crianças de zero a 12 anos, sendo que desse
percentual, existiam quase 3 meninos para cada menina; as queixas mais freqüentes
forma relativas a dificuldades no comportamento afetivo (agressividade, ansiedade,
isolamento social, depressão, choro freqüente, dependência, imaturidade, temores) -
40,85%, e dificuldades em processos cognitivos (de aprendizagem, de atenção, de
compreensão ou de memória) - 26,49% (Savalhia, 2007).
Avaliar problemas psiquiátricos na infância e adolescência é um desafio para
os profissionais, visto ser distinto de identificar transtornos mentais em adultos. A
criança está em desenvolvimento, apresenta limitada capacidade de expressar
desconforto oriundo de uma fonte interna; seus problemas emocionais se expressam,
em geral, através de comportamentos não adaptados, não sendo associados pela
criança a um sofrimento interno (Bird & Duarte, 2002).