Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
FATORES INIBIDORES DO USO DE TÉCNICAS AMBIENTAIS
NOS POSTOS DE COMBUSTIVEIS: UM ESTUDO DE CASO EM NATAL/RN
por
ROSÂNGELA DE LIMA ROSÁRIO SANÇA
BACHAREL EM CIENCIAS ECONOMICAS, UNP, 2003.
TESE SUBMITIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM CIENCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
JULHO, 2006.
© 2006 ROSANGELA DE LIMA ROSÁRIO SANÇA
TODOS DIREITOS RESERVADOS
O autor, aqui designado, concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao público,
em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei.
Assinatura do Autor: _______________________________________________
APROVADO POR:
_______________________________________________________________
Prof. Carlos Henrique Catunda Pinto, Dr. – Orientador, Presidente
________________________________________________________________
Prof. Karen Maria da Costa Mattos, Dr. – Membro Examinador
________________________________________________________________
Prof. Patrícia Guimarães, Dr.- Membro Examinador Externo
MEMBRO DA SOCIEDADE:
________________________________________________________________
Prof. Mary Sorage Praxedes da Silva - IDEMA
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte / Biblioteca Central Zila Mamede
Sança, Rosângela de Lima Rosário.
Fatores inibidores do uso de Técnicas ambientais nos Postos de
combustíveis: um estudo de caso em Natal/RN / Rosângela de Lima
Rosário Sança. – Natal, 2006.
100 p. : il.
Orientador: Carlos Henrique Catunda Pinto.
Dissertação (Mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Engenharia de Produção.
1. Combustíveis líquidos Aspectos ambientais – Dissertação. 2.
Tecnologias limpas – Dissertação. 3. Postos de combustíveis –
Dissertação.4. Meio ambiente – Preservação – Dissertação. I. Pinto,
Carlos Henrique Catunda. II. Universidade Federal do Rio Grande do
Norte. III. Título.
RN/UF/BCZM CDU 662.75:504
ii
ads:
CURRICULUM VITAE RESUMIDO
Rosângela de Lima Rosário Sanca, natural de Cabo Verde (África
Ocidental), é graduada em Ciências Econômicas, pela Universidade Potiguar (UNP), de
2000.1 a 2003.2. Foi aluna laureada da turma concluinte. Estagiou durante alguns meses
(Março a Junho de 2003) no IDEMA (Instituto de desenvolvimento económico e meio
ambiente do Rio grande do Norte) no setor da CESE (Coordenadoria de estudos
socioeconómicos, responsável pela elaboração do Anuário estatístico do Rio Grande do
Norte).
iii
Ao meu grandioso, maravilhoso, poderoso e amoroso Deus;
Aos melhores pais do mundo, Edite e Adalberto;
E ao meu esposo, Frank pelo apoio constante.
iv
AGRADECIMENTOS
Antes de agradecer a todas as pessoas que estão no meu coração queria agradecer ao
meu papai do céu, o Deus de Israel, o Grande Eu Sou, meu Senhor. Grata eu sou por essa
oportunidade única que me deste para começar e terminar com sucesso este mestrado, Tu és
realmente maravilhoso, e teus pensamentos maiores que os meus. Antes de eu pensar em algo
ou até dizer algo tu já o sabes. Muito obrigado Pai, por me guardar durante esses anos aqui em
Natal, me sustentando tanto físico, emocional e principalmente espiritualmente.
Ao meu pai Adalberto, por ter aceitado esse desafio de me sustentar economicamente
durante o Mestrado, eu sei que foi um esforço que fizeste e não quero te decepcionar. Eu te
amo muito.
A minha querida mãezinha Edite que sempre quis ver os seus filhos trilhando os
caminhos acadêmicos. Muito obrigado porque desde pequena estiveste acompanhando-me
nos estudos e sempre dando força e estimulo para que conseguíssemos chegar longe. Se hoje
cheguei até aqui podes crer que grande parte do mérito foi tua.
Ao meu abençoado esposo Frank que antes mesmo de eu começar o Mestrado ele já
me via fazendo-o (“sem fé é impossível agradar a Deus”). Teu estímulo para eu estudar para
as provas da seleção foram essenciais. Acreditavas no meu potencial enquanto eu temia
muito. Você é muito especial para mim, desde o momento que nos conhecemos.
Não posso também esquecer dos meus amados irmãos Queila, Walbner e Waner. Que
vocês possam também conseguir chegar aonde cheguei e até ultrapassar.
Agradeço a minha família espiritual da Igreja Refugio da Graça pelas orações e
acompanhamento durante essa fase na minha vida, principalmente ao pastor Brian que me
emprestou seu grande e completo dicionário de Inglês, foi de grande valia para as provas de
seleção.
A minha colega e amiga Carol, que me apoiou e ajudou muito na parte que se refere à
Estatística. Você foi demais.
Ao meu professor e orientador Catunda pelo seu apoio e paciência comigo durante
todo esse tempo. Ao professor Francisco, a professora Isabel, Sancha, Adriano, Miguel,
Elisabete e Johan, vocês foram muito importantes na realização deste trabalho, principalmente
na sua finalização. Ao professor Sérgio, que mesmo não sendo meu orientador me ajudou
muito. Muito obrigado a Cleide que antes mesmo de eu estar no Mestrado me atendia muito
bem dando informações e tendo muita paciência também. E durante este período foi também
muito prestativa. Você é uma bênção.
v
Resumo da Tese apresentada á UFRN/PEP como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção.
FATORES INIBIDORES DO USO DE TÉCNICAS AMBIENTAIS NOS POSTOS DE
COMBUSTÍVEIS: UM ESTUDO DE CASO EM NATAL/RN
ROSÂNGELA DE LIMA ROSÁRIO SANÇA
Julho / 2006
Orientador: Carlos Henrique Catunda Pinto
Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção
Resumo:
O objetivo deste trabalho foi investigar os fatores que inibem o uso de Técnicas Ambientais
nos Postos de Combustíveis da cidade de Natal/RN. Para isso, foi utilizado um procedimento
de pesquisa do tipo Survey (levantamento) com o auxílio de um questionário, identificado
como sendo o instrumento de pesquisa. Utilizou-se a amostra por conveniência, não
probabilístico. Para coleta dos dados, utilizou-se a aplicação do questionário diretamente aos
Gerentes ou Sub-gerentes dos Postos, de acordo com a sua disponibilidade ou presença. Os
dados foram coletados em todas as regiões de Natal (Norte, Sul, Leste e Oeste). A população
de acordo com os dados da ANP de Setembro 2005 é de 111 postos (atualizados) e a amostra
coletada foi de 86. Para realizar a análise dos dados desta pesquisa foram utilizados os
softwares Excel e Statistica versão 5.0, para Windows. A análise de dados é dividida em duas
partes: análise descritiva e análise de agrupamentos (clusters). Os resultados mostraram que
maior parte dos entrevistados têm entre 30 e 39 anos de idade; têm 2º grau completo;
declararam ter entre pouco e razoável conhecimento quanto ao uso de TL em postos de
combustível; e uma pequena parte dos entrevistados informaram ter muito conhecimento
quanto as resoluções do CONAMA estabelecidas para os Postos de combustível. Dos postos
pesquisados, a maioria é nacional (76,7%); as práticas ambientalmente corretas mais usadas
nos postos são: coleta seletiva de óleo usado ou contaminado e tanques ecológicos -
revestidos com fibra de vidro reforçada; grande parte dos entrevistados (33,8%) informou que
nunca fazem planejamento de ação futura referente a TL; cerca de mais da metade dos
entrevistados (84,9%) declararam que os seus funcionários têm de nenhum a um razoável
nível de treinamento para lidarem com problemas que comprometem o meio ambiente; a
maioria dos postos (72,1%) funcionam há mais de 6 anos. Observa-se que quase todos os
entrevistados (96,5%) avaliam como sendo importante ou muito importante a implantação de
TL em Postos de combustível e a grande maioria (82,1%) avalia a dificuldade em se implantar
essas tecnologias em postos como sendo fácil ou muito fácil. Na análise de cluster, verificou-
se a existência de dois agrupamentos (tantos nas variáveis das barreiras e benefícios), sendo
que dentro de cada clusters existe homogeneidade e entre clusters existe heterogeneidade. Na
verdade, tudo é importante ou muito importante na opinião dos entrevistados. Existe apenas
uma pequena diferença significativa que os separa em clusters.
Palavras-chave: Tecnologia Limpa, Posto de combustível, Meio ambiente.
vi
Abstract of Master Thesis presented to UFRN/PEP as fulfillment of requirements to graduate
as Master of Science in Production Engineering.
INHIBITING FACTORS OF USE OF ENVIRONMENTAL TECHNIQUES IN THE
GAS STATION: A STUDY OF THE CASE NATAL/RN.
ROSÂNGELA DE LIMA ROSÁRIO SANÇA
July/ 2006
Thesis Supervisor: Carlos Henrique Catunda Pinto
Program: Master of Science in Production Engineering
Abstract:
The objective of this work was to investigate the factors that inhibit the use of Environmental
Techniques in the Gas Station of the city of Natal/RN. For this, a survey with the aid of a
questionnaire was used like research instrument. It’s used a sample for convenience, not
probabilistic. For collection of the data, it was used directly application of the questionnaire to
the Managers or Assistant managers of the gas station, in accordance with its availability or
presence. The data was collected in all the regions of Natal (North, South, East and West).
The population in accordance with the data of the ANP of September 2005 is of 111 ranks and
the collected sample was of 86. To carry through the analysis of the data of this research had
been used softwares Excel and Statistic version 5.0, for Windows. The analysis of data is
divided in two parts; descriptive analysis and analysis of groupings (clusters). The results
showed that bigger part of the interviewed ones has between 30 and 39 years of age; they
have second grade completed; they had declared to have little between and reasonable
knowledge how much to the use of Clean Technology (CT) in gas station; and a small part of
the interviewed ones had informed to have much knowledge how much the resolutions of the
CONAMA established for the Gas Station. Of the searched ranks, the majority is
national(76.7%); the most accurate practice environmental used in the gas station are: it
collects selective of oil used or contaminated and ecological tanks - coated with strengthened
fibre glass; great part of the interviewed ones (33.8%) informed that never the TL makes
planning of referring future action; about of the half of the interviewed ones (84.9%) they had
more declared that its employees have of none to a reasonable level of training for deal with
problems that compromise the environment; the majority of the ranks (72.1%) functions has
for more then six years. It is observed that almost all the interviewed ones (96.5%) evaluate as
being important or very important the implantation of CT in Gas Station and the great
majority (82.1%) evaluates the difficulty in if implanting these technologies in Gas Station as
being easy or very easy. In the analysis of cluster, it was verified existence of two groupings
(as much in the variable of the barriers and benefits), being that inside of each clusters exists
homogeneity and between clusters exists heterogeneity. In reality, everything is important or
very important in the opinion of the interviewed ones. There only exists a small significant
difference that separates them in clusters.
Keywords: Clean Technology, Gas Station, Environment.
vii
SUMÁRIO
Capítulo 1 – Introdução.................................................................................................. 1
1.1 Contextualização e Definição do Problema ............................................................... 1
1.2 Objetivo....................................................................................................................... 4
1.3 Relevância .................................................................................................................. 4
1.4 Estrutura dos Capítulos .............................................................................................. 5
Capitulo 2 –Meio Ambiente, Setor de Distribuição de Combustíveis e Tecnologias
Ambientais ......................................................................................................................
7
2.1 Evolução da Consciência Ambiental .......................................................................... 7
2.2 Breve Histórico do Setor de Distribuição de Combustíveis no Brasil ....................... 12
2.2.1 O Setor do Petróleo no Brasil............................................................................. 12
2.2.2 Distribuidoras e Postos de Abastecimento......................................................... 14
2.3 As Grandes Empresas Distribuidoras: Caracterização e Ações Ambientais............... 16
2.3.1 Petrobras (BR) ...................................................................................................... 18
2.3.2 Ipiranga ................................................................................................................ 20
2.3.3 Texaco................................................................................................................... 21
2.3.4 Shell ...................................................................................................................... 22
2.3.5 Esso ...................................................................................................................... 23
2.3.6 SAT ...................................................................................................................... 24
2.4 Postos de Combustíveis e o Meio ambiente ............................................................... 25
2.4.1 Surgimento de Tecnologias Limpas ou Ambientais ............................................... 25
2.4.2 Impactos dos Postos de combustíveis ao Meio ambiente ....................................... 30
2.4.3 Técnicas ambientais nos Postos de combustíveis ................................................... 34
2.4.4 Fatores que inibem o uso de Tecnologias Limpas................................................... 39
Capitulo 3- Metodologia da Pesquisa de Campo ......................................................... 43
3.1 Tipologia da Pesquisa ................................................................................................ 43
3.2 Plano e Coleta de Dados ............................................................................................ 45
3.3 Instrumento de Coleta de Dados ................................................................................ 46
3.4 Técnicas de Análise .................................................................................................... 47
Capitulo 4 – Resultados e Discussões ........................................................................... 49
4.1 Validação da Pesquisa ................................................................................................ 51
4.1.1 População e Amostra ………………………………………………...…………… 49
4.2 Análise Descritiva ………………………………………………………………….. 51
viii
4.1.2 Perfil dos Entrevistados…….. ................................................................................. 51
4.2.2 Situação Atual dos Postos de Combustível Pesquisados ………………………… 54
4.3 Análise de Cluster …...……………………………………………………………... 59
4.3.1 Análise das Barreiras à Implantação de Tecnologias Limpas…………..…….…... 59
4.3.2 Análise dos Benefícios à Implantação de Tecnologias Limpas ………………….. 63
Capitulo 5- Conclusões e Recomendações .................................................................... 67
5.1 Conclusões da Pesquisa Bibliográfica ……………………………...…………........ 67
5.2 Conclusões da pesquisa de campo …………………………………………………. 69
5.3 Limitações do Trabalho ……………………...……………………………………... 71
5.4 Direções de Pesquisa …………………………………...………………………….. 72
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 73
APÊNDICE I- Questionário de pesquisa …………………………………...………….. 78
APÊNDICE II- Gráficos da Análise Descritiva ..………………………………..……... 83
APÊNDICE III- Resultados na Análise de clusters ……………..…………………… 93
ANEXO A- Números de Postos de combustíveis por região/ estado no Brasil...………. 97
ANEXO B - Algumas medidas para uma gestão ambientalmente correta nos Postos de
Combustíveis ……………………………………………………………………………
98
ANEXO C- Erros de construção em Postos de combustíveis que comprometem o meio
ambiente ………………………………………………………………………………...
100
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1
Mudanças na Empresa através da Conscientização Ambiental ................. 12
Figura 2.2
Estrutura da Distribuição e comercialização dos derivados do
petróleo........................................................................................................
14
Figura 2.3
Classificação dos Postos ............................................................................. 15
Figura 2.4
Número de Postos de Combustíveis no Brasil, por Região ........................ 16
Figura 2.5
Número de Postos Revendedores do RN, por Bandeira ............................. 17
Figura 2.6
Número de Postos Revendedores em Natal, por Bandeira……………….. 18
Figura 2.7
Posto Petrobras (BR)...………………………………………………...…. 19
Figura 2.8
Tanque de parede dupla …… …………………..………………………... 34
Figura 2.9
Câmara de conteção de descarga ……........................................................ 35
Figura 2.10
Câmaras de conteção de tanques ………………………………………… 36
Figura 2.11
Pista de abastecimento não impermeável ………………………………... 37
Figura 2.12
Canaleta adequada ……………………………………………………….. 37
Figura 4.1
População e amostra por Zonas…………………………………………... 50
Figura 4.2
Idade dos entrevistados .............................................................................. 51
Figura 4.3
Grau de instrução dos entrevistados ........................................................... 52
Figura 4.4
Grau de conhecimento quanto ao uso de Tecnologias Limpas em Postos
de Combustível ...........................................................................................
53
Figura 4.5
Frequência de acesso a informações sobre Tecnologias Limpas ou
Técnicas de proteção ambiental (Produção mais Limpa) ...........................
53
Figura 4.6
Grau de conhecimento quanto as resoluções do CONAMA estabelecidas
para os Postos de Combustíveis .................................................................
54
Figura 4.7
Bandeira dos Postos ……………………………………………………... 55
Figura 4.8
Práticas ambientalmente corretas ……………………………………….. 56
Figura 4.9
Frequência de Planejamento de ação futura referente a TL ……………. 56
Figura 4.10
Nível de treinamento dos funcionários…………………... ……………… 57
Figura 4.11
Tempo de funcionamento dos Postos ……………………………………. 58
Figura 4.12
Grau da dificuldade em se implantar Tecnologias Limpas ou ambientais
em Postos de Combustíveis………………..……………………………...
60
Figura 4.13
Médias de cada Cluster relacionadas às variáveis Barreiras …………...... 61
Figura 4.14
Médias de cada Cluster relacionadas às variáveis Benefícios…….……… 64
Figura 4.15
Importância da implantação de Tecnologias Limpas ou Ambientais em
Postos de Combustível …………………...………...…………………….
66
x
LISTA DE QUADROS
Quadro 2.1
Evolução da mentalidade ambiental …………………...………………... 10
Quadro 2.2
Benefícios da Gestão ambiental ………………………………...……….. 41
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1
Análise de Variância das variáveis Barreiras significantes na formação
dos clusters ……………………………………………………………….
60
Tabela 4.2
Proporção dentro de cada cluster considerando as demais variáveis do
questionário……………………………………………………………….
62
Tabela 4.3
Análise de Variância das variáveis benefício significantes na formação
dos clusters ……………………………………………………………….
63
Tabela 4.4
Proporção dentro de cada cluster considerando as demais variáveis do
questionário ………………………………………………………………
65
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANP Agência Nacional do Petróleo
BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento Económico e Social
CBPI Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga
CETESB Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental
CNTL Centro Nacional de Tecnologias Limpas
CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente
CT Clean Technology
DPPI Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga
EUA Estados Unidos da América
GNV Gás Natural Veicular
GLP Gás Liquefeito de Petróleo
ISO International Organization for Standardization
IUCN União Internacional para Conservação da Natureza
ONU Organização das Nações Unidas
PML Produção mais Limpa
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PL Produção Limpa
SIGEA Sistema de Gestão de Emissões Atmosféricas
TL Tecnologias Limpas
UNIDO Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial
WWF World Wildlife Fund
xi
xii
Capitulo 1
Introdução
Este trabalho trata de uma pesquisa exploratória realizada nos Postos de Combustíveis
em Natal/RN. A finalidade deste estudo é investigar os fatores que inibem o uso de
Tecnologias Limpas em Postos de Combustíveis. Esta pesquisa é sustentada no método
quantitativo, cujos objetivos são do tipo exploratória, e utiliza a técnica de questionários,
tendo como sujeitos da pesquisa os gerentes e/ou sub-gerentes dos Postos.
Este capítulo apresenta inicialmente uma contextualização da temática, o objetivo do
trabalho, a relevância da temática e do objetivo, e finalmente a organização da dissertação em
geral.
1.1 Contextualização e Definição do Problema
Atualmente os países desenvolvidos estão na frente das campanhas ambientais,
enquanto que os países em desenvolvimento ainda estão preocupados com problemas
primários tais como trabalho, pobreza, doenças, entre outros.
Os problemas ambientais por afetarem a vida de todos no planeta são tratados de
forma global. E por isso, existem vários Países Desenvolvidos que têm barreiras à entrada de
produtos ecologicamente incorretos (com processos prejudiciais ao meio ambiente). A
indústria é a maior responsável pelos problemas ambientais.
1
Algumas questões do meio ambiente de suma importância são: o aquecimento da
temperatura da Terra, perda da biodiversidade, destruição da camada de ozônio, contaminação
ou exploração excessiva dos recursos dos oceanos, superpopulação mundial, baixa qualidade
da moradia e ausência de saneamento básico, degradação dos solos agricultáveis, destinação
dos resíduos (lixo), escassez, mau uso e poluição das águas, entre outros.
De acordo com o National Research Council, órgão ligado à National Academy of
Sciences (EUA), os elementos responsáveis pela degradação ambiental podem ser
classificadas da seguinte maneira (Stern et al.,1993, apud Dinato, 1998): crescimento
populacional; crescimento econômico; mudança tecnológica; instituições político-
econômicas; atitudes e convicções.
Todas as atividades econômicas afetam o meio ambiente de duas maneiras: através do
consumo de energia e recursos e pela geração de resíduos (DINATO, 1998).
Toda a produção gera resíduos que precisam de um destino previamente definido,
quanto menos resíduos, melhores são os processos, e menores são os impactos ambientais. Os
resíduos no Brasil não são tratados da melhor forma e nem na totalidade.
Para diminuir a emissão de resíduos e encontrar métodos efetivos de tratamento, são
necessárias inovações tecnológicas que proporcionem mudanças preventivamente, evitando a
ocorrência de impactos ambientais (ROHRICH, 2001).
Os resíduos são classificados em três classes:
Classe 1 - resíduos perigosos: são aqueles que apresentam riscos à saúde
pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em
função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade e patogenicidade. Exemplo destes são os resíduos gerados pelos
Postos de Combustíveis.
Classe 2 - resíduos não-inertes: são os resíduos que não apresentam
periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais como:
combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente
os resíduos com as características do lixo doméstico.
Classe 3 - resíduos inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de
solubilização (Norma 10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes
solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água.
2
Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo.
Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não
se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão
nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias
retirados de escavações (AMBIENTE BRASIL, 17/06/06).
O gerenciamento de resíduos perigosos tem-se transformado, nas últimas décadas, em
um dos temas ambientais mais complexos. Crescem materiais e substâncias perigosas e a
produção desses resíduos em quantidade cada vez maiores exigem soluções mais eficazes e
maiores investimentos (pelos seus geradores e sociedade em geral).
Também com a industrialização crescente dos países em desenvolvimento, esses
resíduos passam a ser gerados em regiões nem sempre preparadas para processá-los ou, pelo
menos, armazená-los adequadamente. Tornam-se necessárias então mudanças adequadas no
processo de produção ou até a redefinição do próprio produto a ser obtido para ajudar a fazer
um melhor uso das matérias-primas e da energia utilizada, compensando eventuais despesas
extras com a preservação do meio ambiente (SOUZA e SILVA, 1997).
A utilização racional dos recursos naturais, a partir da consciência comprometida com
a responsabilidade ambiental é um dos maiores desafios da humanidade na atualidade. Há
algumas décadas as pessoas perceberam que a preservação do planeta Terra significa também
a preservação da própria vida. Inicialmente, a preocupação era pela extinção dos animais,
mais tarde a questão da derrubada das florestas, a poluição do ar, a poluição industrial e
agrícola. E em seguida a preocupação com a poluição gerada nos países em desenvolvimento,
pela falta de infra-estrutura urbana.
Finalmente foram identificados as grandes conseqüências da poluição mundial e seus
riscos, como o efeito estufa e a redução da camada de ozônio. Inicialmente tínhamos alguns
idealistas alertando para problemas que pareciam surreais, depois se passou a contar com
organizações especialistas na questão ambiental, organizações internacionais e alguns poucos
governos comprometidos com a preservação do Planeta. Hoje, milhões de pessoas em todo o
mundo lutam por esta nobre causa, tentando mostrar os perigos eminentes de uma postura
agressiva ao meio em que vivemos, e os riscos concretos que corremos. Esta consciência
coletiva vem crescendo dia-a-dia, transformando culturas, quebrando velhos paradigmas e
obrigando todos a contribuírem para a saúde do nosso Planeta.
3
1.2 Objetivo
O objetivo geral do presente trabalho é investigar os fatores que inibem o uso de
Técnicas ambientais nos Postos de Combustíveis da cidade de Natal-RN. A partir deste
procura-se: descrever a situação atual dos postos de combustíveis quanto a Tecnologias
Limpas; identificar as barreiras de implantação das Tecnologias Limpas ou ambientais nos
Postos de Combustíveis (custos, tecnologias, conhecimento, visão); apresentar os possíveis
benefícios para a implantação de T.L. nos Postos de Combustíveis (a nível social, econômico
e ambiental); identificar a existência de Planejamentos de ação futura para implantação de
T.L. nos Postos de Combustíveis.
1.3 Relevância
A preocupação com a preservação do meio ambiente tem sido de âmbito mundial. Isto
tem causado uma crescente demanda por mudanças de paradigmas ambientais, fazendo as
empresas voltarem à origem de seus problemas. Assim sendo, estão buscando tecnologias
industriais que substituam os tratamentos convencionais de “fim-de-tubo”, por transformações
no processo produtivo focalizadas na prevenção e controle de poluição na fonte. Alcançar um
nível ótimo de produção (tornar mais eficiente o uso dos recursos) e poluição mínima, que
não comprometa as gerações futuras é um desafio para esse século.
Os impactos ambientais causados por um posto de combustível podem ser:
contaminação humana, incêndios, geração de resíduos e contaminação do solo e das águas
subterrâneas. Diante disso, vê-se a importância da utilização de técnicas ambientais que
minimizam os passivos negativos causados pelos postos ao meio ambiente.
Além disso, o CONAMA exige através da resolução 273, de Novembro de 2000, a
emissão de licenças ambientais dos postos de combustíveis desde o planejamento até a
operação (Licença prévia, de instalação e de operação).
Em todo Brasil existem cerca de 49.749 Postos, segundo dados na ANP (Março 2006,
maiores detalhes ver Anexo A), que além de comercializarem combustíveis, também
4
oferecem outros serviços aos motoristas: lavagem de veículos, troca de óleo, borracharia,
restaurantes e comercio de produtos em geral – Lojas de Conveniência.
Este trabalho é importante, visto que ao identificar os fatores que estão impedindo o uso
das técnicas ambientais nos postos de combustíveis, pode-se a partir de então: mostrar aos
Gestores dos Postos de Combustíveis de que é viável e imprescindível a implantação de
Tecnologias Limpas de produção, e demonstrar a importância disto para o meio ambiente e a
sociedade como um todo. É importante ainda citar que a Gestão Ambiental é um dos temas
centrais neste início do século, especialmente no setor de petróleo e gás natural.
Do ponto de vista acadêmico, este trabalho será mais uma contribuição acadêmica na
área ambiental, pois a produção de pesquisa nesta área no País é muito baixa e existe um
grande vazio em termos de livros e outras publicações em Português. E contribuirá para
futuras pesquisas sobre Tecnologias Limpas ou ambientais. A temática é de interesse
acadêmico e empresarial.
1.4 Estrutura dos Capítulos
Esta dissertação é organizada em cinco capítulos. Cada capítulo apresenta seu respectivo
resultado de forma que o conjunto dos capítulos resulta no procedimento utilizado para atingir
o objetivo da pesquisa.
O primeiro capítulo apresenta a introdução da pesquisa, sendo composto pela
contextualização e definição do problema, objetivo do trabalho, relevância da pesquisa e a
organização da dissertação.
O segundo capítulo apresenta a revisão bibliográfica abordando o Meio Ambiente, o
setor de distribuição de combustível no Brasil e Tecnologias Limpas. Neste capítulo
apresenta-se: evolução da consciência ambiental, breve histórico do setor de distribuição de
combustíveis no Brasil, as grandes empresas distribuidoras (caracterização e ações
ambientais) e os Postos de combustíveis e o Meio ambiente. Neste último aborda-se o
surgimento de Tecnologias Limpas ou Ambientais, os impactos dos Postos ao meio ambiente,
5
técnicas ambientais usadas nos Postos de combustível, e finalmente, os fatores que inibem o
uso de Tecnologias Limpas ou Ambientais.
No terceiro capítulo apresentam-se os procedimentos metodológicos utilizados para
atingir o objetivo proposto pela pesquisa. Este capítulo é composto pela tipologia da pesquisa,
plano e coleta de dados, instrumento de coleta de dados, e técnicas de análise.
O quarto capítulo apresenta os resultados encontrados na pesquisa de campo, validação
da pesquisa (população e amostra), análise descritiva dos resultados (perfil dos entrevistados e
situação atual dos postos) e finalmente a análise de cluster (ou de agrupamentos).
Para concluir, o quinto capítulo apresenta conclusões da pesquisa bibliográfica,
conclusões da pesquisa de campo, as limitações do trabalho e algumas direções de pesquisa.
6
Capítulo 2
Meio Ambiente, Setor de Distribuição de Combustíveis no
Brasil e Tecnologias Ambientais
Este capítulo tem o objetivo de apresentar o referencial teórico do estudo utilizado como
base para a investigação proposta.
Neste é abordado os seguintes assuntos: evolução da consciência ambiental; breve
histórico do setor de Distribuição de combustíveis no Brasil (o setor do Petróleo no Brasil,
Distribuidoras e Postos de Abastecimento); as grandes empresas distribuidoras: caracterização
e ações ambientais; os Postos de Combustíveis e o Meio Ambiente: surgimento de
Tecnologias Limpas ou Ambientais, os impactos dos Postos ao meio ambiente, técnicas
ambientais usadas nos Postos de combustível, e os fatores que inibem o uso de Tecnologias
Limpas ou Ambientais.
2.1-Evolução da Consciência Ambiental
Segundo Valle (1995) os primeiros movimentos ambientalistas surgiram na década de
60 (década da Conscientização) devido à contaminação das águas e do ar nos países
industrializados.
Na década de 70 (década da Regulamentação e do Controle Ambiental) começou-se a
estruturar os órgãos ambientais e suas respectivas legislações depois da Conferência de
7
Estocolmo sobre o Meio ambiente, em 1972 (VALLE, 1995). Foi a partir desta conferência
que a questão ambiental tornou-se propriamente global e passou a fazer parte das negociações
internacionais. Em 1972, surgiu o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA), com sede em Nairóbi, Kenya (CASTRO, 1996).
Nesta época, surge a crise energética (aumento do preço do petróleo) que traz à tona
dois temas: meio ambiente e conservação da energia. É neste panorama que surge o conceito
de Desenvolvimento Sustentável definido como “aquele que atende às necessidades do
presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem às suas próprias
necessidades”. A aplicação do desenvolvimento sustentável no dia-a-dia exigirá mudanças na
produção e no consumo, em nossa forma de pensar e de viver, em geral. Além das questões
ambientais, tecnológicas e econômicas, o desenvolvimento sustentável envolve uma dimensão
cultural e política, que vai exigir a participação democrática de todos, na tomada de decisões
para as mudanças indispensáveis (CASTRO, 1996).
Foi em 1978 que surgiu o primeiro selo ecológico – Anjo Azul, na Alemanha, rótulo
para produtos ambientalmente corretos (VALLE, 1995).
Na década de 80, desenvolvem-se empresas especializadas na elaboração de Estudos de
Impactos Ambientais e de Relatórios de Impacto sobre o Meio ambiente (EIA-RIMA).
Devido a alguns acidentes (Seveso-Itália; Basiléia–Suíça; Bhopal-Índia; Chermobyl-União
Soviética; destruição progressiva da camada de ozônio) a discussão dos temas ambientais é
trazido para o dia-a-dia do homem comum (VALLE, 1995).
Durante a década de 1980, evidências científicas sobre a possibilidade de mudanças do
clima em nível mundial despertou um interesse cada vez maior no público. Segundo Castro
(1996), em 1982 entrou em cena uma nova e mais preocupante constatação: o agravamento
das questões ambientais globais indicava que o nível das atividades humanas já excedia, em
algumas áreas, a capacidade de assimilação da natureza.
Nesta década o tema ambiental passa a ser vista de um outro ângulo pelos empresários
como uma necessidade, ou seja, uma forma de reduzir o desperdício de matérias-primas e
assegurar uma boa imagem para a empresa que adere às propostas ambientalistas (VALLE,
1995).
Já no fim da década de 80 há globalização das preocupações com a conservação do meio
ambiente: Protocolo de Montreal em 1987- bane os cloro-fluor-carbonos (CFCs), e o
8
Relatório da Comissão Mundial sobre o meio ambiente e Desenvolvimento ou Relatório
Bruntland, em 1987, produziu o relatório “Nosso futuro comum” (VALLE, 1995).
A década de 90 “o homem está preparado para internalizar os custos da qualidade de
vida em seu orçamento e pagar o preço de manter limpo o ambiente em que vive qualidade
ambiental” (VALLE, 1995).
Nos anos 90, uma série de conferências internacionais apelou para a urgência de um
tratado mundial para enfrentar tal problema. Cerca de 155 países firmaram a Convenção na
Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como
Cúpula da Terra, que foi realizada no Rio de Janeiro em Junho de 1992. Durante este encontro
a comunidade internacional aprovou a Agenda 21, que continha compromissos para mudança
do padrão de desenvolvimento no próximo século. Este documento é um processo de
planejamento participativo que analisa a situação atual de um país, estado, município e/ou
região, e planeja o futuro de forma sustentável (PETROBRAS, 1999).
A Cúpula da Terra ou Rio 92 tratou de cinco temas ambientais globais: preservação da
biodiversidade, controle do aquecimento global, proteção da camada de ozônio, proteção das
florestas e promoção do desenvolvimento sustentável. O relacionamento entre as empresas e
órgãos de fiscalização e as ONGS muda para uma nova postura baseada na responsabilidade
solidária (VALLE, 1995).
Viterbo apud ROCHA, SILVA e MEDEIROS (2004) resume a evolução da consciência
ambiental em quatro fases distintas:
1. Conscientização, que foi marcada com a preocupação sobre os recursos hídricos e o
saneamento básico.
2. Controle da poluição, a questão ambiental foi colocada nas agendas oficiais
internacionais (Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente em 1972), e foi
também nesta fase que surgiram os primeiros organismos oficiais de controle
ambiental.
3. Planejamento ambiental, esta fase foi marcada por grandes desastres ecológicos
(década de 80), e é nesta que os estudos sobre os impactos ambientais (EIA), passaram
a ser uma exigência legal na implementação de unidades industriais e de outros
empreendimentos.
9
4. Gerenciamento ambiental, que mostra que o controle da poluição e o planejamento
ambiental não são suficientes para evitar os impactos ambientais (1990). Junto com o
Gerenciamento ambiental vieram a Globalização da economia e a Universalização dos
conceitos relativos ao meio ambiente.
O Quadro 2.1 resume a Evolução da consciência ambiental, desde 1950 a 1990, segundo
quatro aspectos: finalidade do gerenciamento, responsabilidade empresarial, métodos de
controle e atitude empresarial.
Quadro 2.1- Evolução da mentalidade ambiental
Décadas
de 50 de 60 de 70 de 80 de 90
Finalidade do
Gerenciamento
Conhecimento
das Questões
ambientais
Controle da
poluição
Prevenção da
poluição
Responsabilidade
empresarial
Inexistência de
Responsabilidade
Responsabilidade
em silos
funcionais
Responsabilidade
integrada
Métodos de
Controle
Contaminação
dos recursos
naturais
Controle fim-de-
tubo
Análise do ciclo de
vida dos materiais
Atitude
empresarial
Aumento de
Produtividade
sem preocupação
com poluição
Reativa, em
busca da
adequação às
normas.
Pró-ativa
Fonte: Adaptado do Centro Nacional de Tecnologias Limpas, apud SILVA FILHO e SICSÚ, 2003.
Começou-se a criar símbolos ou rótulos ecológicos (selos verdes) como iniciativa de
identificar e promover produtos que não agridem o Meio Ambiente (Certificados de
Qualidade Ambiental), primeiramente de forma isolada, somente em alguns países (VALLE,
1995).
Segundo Pereira, Cunha e Pereira (1997) existem alguns selos verdes de diferentes
países e com diferentes características e padrões mínimos aceitáveis que não são de âmbito
internacional, são aceitos somente em seus países de origem: Blau Engel/Blue Angel
(Alemanha criado em 1978, o primeiro selo verde); Environmental Choice (Canadá, 1988);
ECOMARK (Japão, 1989); White Swan (Conselho Nórdico, 1989); Green Seal (EUA, 1990);
EEC ECOLABEL (União Européia, 1992).
10
A ISO 14000 foi criada em 1993, com o intuito de uniformizar as ações que deverão ser
adotadas para proteger o Meio Ambiente, é uma série de normas que trata da Gestão
Ambiental. A ISO 14000 como a ISO 9000 se aplica às atividades industriais, extrativas,
agropecuárias e de serviços. Ao contrário da ISO 9000 que apenas prevê a certificação das
instalações das empresas e suas linhas de produção, a ISO 14000 também possibilita a
certificação dos produtos que satisfaçam os padrões de Qualidade Ambiental (VALLE, 1995).
Estas normas são voluntárias e não prevêem a imposição de limites próprios para
medida da poluição, padronização de produtos, níveis de desempenho, etc. É um sistema
orientado para melhorar o desempenho ambiental da empresa através da melhoria contínua de
seu Sistema de Gestão.
De acordo com Pereira at al (1997) a criação dos selos ambientais são Barreiras
Comerciais frente ao atual processo de globalização da economia, o que acaba levando
obrigatoriamente às organizações a reavaliarem seus processos produtivos, incorporando
inovações tecnológicas que levem em conta a dimensão ambiental.
A figura 2.1 a seguir, ilustra de forma esquemática da Abordagem convencional (não
existe o fator ambiental) à Abordagem consciente (em que existe a consciência ambiental).
11
Fonte: VALLE, 1995.
Figura 2.1- Mudanças na Empresa através da Conscientização Ambiental.
2.2- Breve Histórico do Setor de Distribuição de Combustíveis no Brasil
2.2.1- O Setor do Petróleo no Brasil
O petróleo é a principal fonte de energia desde a década de 1950, quando ultrapassou o
carvão. O petróleo é encontrado no subsolo junto com água e gás natural. Na sua composição,
o carbono representa entre 83% e 86% da sua massa e o hidrogênio entre 11% e 13%
(MARTINEZ, 1999, VoI). Os principais derivados do petróleo são:
Combustíveis - gasolina, óleo diesel, óleo combustível, gás liquefeito de petróleo
(GLP), querosene;
CONSCIÊNCIA
AMBIENTAL
ABORDAGEM
CONVENCIONAL
1- Assegurar o lucro
transferindo ineficiências
para o preço do produto.
2- Descartar os resíduos
da maneira mais fácil e
econômica.
3- Protelar investimentos
em proteção ambiental.
4- Cumprir a Lei no que
seja essencial, evitando
manchar a imagem já
conquistada pela
empresa.
5- “Meio ambiente é um
Problema”
ABORGADEM
CONSCIENTE
1-Assegurar o lucro
controlando custos e
eliminando ou reduzindo
perdas, fugas e
ineficiências.
2-Valorizar os resíduos e
maximizar a reciclagem;
destinar corretamente os
resíduos não
recuperáveis.
3- Investir em melhoria do
processo e qualidade total
(incluindo a Qualidade
ambiental).
4- Adiantar-se às Leis
vigentes e antecipar-se ás
Leis vindouras projetando
uma imagem avançada da
empresa.
5- “Meio ambiente é uma
oportunidade”
+ =
Lucros
Resíduos
Investimentos
Legislação
Meio Ambiente
TEMAS:
12
Insumos Petroquímicos – parafina, nafta, propeno;
Outros - óleos lubrificantes, asfalto.
Os primeiros indícios de petróleo no Brasil foram registrados em 1930, em Lobato
(subúrbios de Salvador, BA). Porém só no final daquela década que se perfurou um poço na
região e comprovou-se a existência de petróleo no Brasil. A descoberta do petróleo e sua
importância crescente, levou o Governo Vargas a criar o Conselho Nacional do Petróleo
(CNP) em 1938, pelo Decreto-Lei nº 395, de 29 de Abril, cujo objetivo era regular e fiscalizar
as atividades de exploração, refino, importação, distribuição e comercialização de petróleo e
seus derivados, entre outros (MARTINEZ, 1999, Vol I).
Já em 1941, criou-se a Associação Profissional do Comércio Atacadista de Minérios e
Combustíveis, que por sua vez deu origem em 1960 ao Sindicato do Comércio Atacadista de
Minérios e Combustíveis Minerais do Estado da Guanabara, passando a representação
nacional em 1964 com a denominação de Sindicato Nacional do Comércio Atacadista de
Minérios e Combustíveis Minerais (hoje SINDICOM - Sindicato Nacional das Empresas
Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes).
Em 3 de Outubro de 1953, estabeleceu-se o monopólio da União sobre a lavra, refinação
e transporte marítimo do petróleo e seus derivados, sendo criada a Petróleo Brasileiro S.A –
Petrobrás, para exercê-lo, de acordo com a Lei nº 2004 (SINDICOM, Março 2006).
Na década de 1970, devido à crise do petróleo, houve abertura parcial do mercado
(assinatura de contratos de risco com empresas estrangeiras). A Constituição de 1988
reafirmou o monopólio estatal e eliminou os contratos de risco (MARTINEZ, 1999, Vol I).
Em 1998, com o Decreto nº 2455 de 14 de Janeiro de 1998, criou-se a Agência Nacional
do Petróleo (ANP) e extinguiu-se o Departamento Nacional de Combustíveis (SINDICOM,
Março 2006). Até a promulgação da Lei 9.478/97, quem exercia o monopólio em nome da
União era a Petrobrás (cujo maior acionista é o Governo). Com a esta lei, a ANP passa a ser o
poder concedente e órgão fiscalizador e regulador (MARTINEZ, 1999, Vol I).
A estrutura do setor do petróleo no Brasil envolve duas atividades:
1. Atividades não Operacionais (aquelas que estão relacionadas à política de Governo e
controle)- fiscalização, regulação e concessões;
2. Atividades Operacionais – que subdividi-se em: Atividades Upstream (exploração e
produção. Estas atividades no Brasil foram monopólio da PETROBRAS desde a sua
13
constituição. A emenda constitucional nº9, de Agosto de 1995 e regulamentada em
1997, possibilitou a concessão de áreas para exploração e produção para outras
empresas e a formação de parcerias com a PETROBRAS); e Atividades Downstream
(transporte, refino, distribuição e comercialização. No Brasil, o refino e o transporte
foram monopólio da PETROBRAS desde a sua criação, enquanto a distribuição e
comercialização permaneceram abertas às empresas privadas).
2.2.2- Distribuidoras e Postos de Abastecimento
Os principais agentes da distribuição e comercialização são: distribuidoras, postos de
abastecimento e os transportadores- revendedores- retalhistas (TRRS). A figura 2.2 a seguir
mostra o esquema simplificado de Distribuição e Comercialização dos derivados do petróleo.
Refinaria
Bases de Distribuição
Distribuidoras
Postos
Revendedores
Grandes
consumidores
Consumidores (agrícolas,
peq. Indústrias)
TRR
Fonte: MARTINEZ, 1999, Vol I
Figura 2.2- Estrutura da Distribuição e comercialização dos derivados do petróleo
14
A distribuição de combustíveis automotivos no Brasil é dominada por cinco grandes
distribuidoras: PETROBRAS e IPIRANGA (brasileiras), SHELL (anglo-holandesa),
TEXACO e ESSO (norte-americanas).
Os Postos de Abastecimento (revendedores) são a parte mais visível de toda cadeia do
petróleo. É através deles que são afetuadas as vendas de combustíveis automotivos (óleo
diesel, gasolina, álcool hidratado e gás natural veicular).
Os Postos podem ser classificados pela bandeira que ostentam e sua propriedade. Os
postos de Bandeira estão vinculados a uma distribuidora (contrato de exclusividade de
fornecimento), ou seja, pertencem às próprias distribuidoras. Já os multi–bandeiras não têm
exclusividade, sendo que seus combustíveis são de diversas procedências. Os de Bandeira
Branca não têm contrato com nenhuma distribuidora e não ostentam nenhuma bandeira. Estes
e os multi-bandeiras são de propriedade independente. Há redes de postos com os mesmos
proprietários, mas nem todos com a mesma bandeira. Algumas dessas redes têm suas próprias
frotas de caminhões-tanques e algumas delas se transformaram em distribuidoras
(MARTINEZ, 1999, Vol I).
A figura 2.3 mostra de forma esquemática a Classificação dos Postos.
Postos de
Bandeira
Pertencentes
às Distribuidoras
Franqueados
Independentes
Multi-bandeiras
Bandeira Branca
Pro
riedade Bandeiras
Le
g
enda
Fonte: MARTINEZ, 1999, Vol I
Figura 2.3- Classificação dos Postos
15
2.3- As Grandes Empresas Distribuidoras: caracterização e ações
ambientais
A abertura do setor de petróleo no Brasil permitiu que as empresas de capital nacional e
estrangeiro pudessem atuar nos diversos segmentos da indústria. Até 1997 as atividades de
exploração e produção (E & P), transporte e refino eram monopólio da Petrobras. No entanto
nunca houve restrição à atividade de empresas privadas nos segmentos de distribuição,
produção de lubrificantes e petroquímica.
Das cinco grandes distribuidoras no Brasil, a Petrobras (BR) é a líder em vendas no
mercado brasileiro. A Ipiranga é a segunda em vendas em postos de abastecimento, porém a
Shell tem um volume maior em vendas totais (incluindo óleo combustível e querosene de
aviação). Em seguida, temos a Texaco, Esso e a Cia. São Paulo de Petróleo
independentemente do critério utilizado (MARTINEZ, 1999, Vol II).
Região Sudeste
43%
Região Sul
21%
Região Nordeste
20%
Região Norte
6%
Região Centro-
Oeste
10%
Fonte: ANP, Março, 2006.
Figura 2.4 - Número de Postos de Combustíveis no Brasil, por Região
De acordo com a figura 2.4 acima, estão cadastrados na ANP (Março, 2006) cerca de
49.749 de Postos de Distribuição de Combustíveis que estão distribuídos da seguinte forma:
43% na Região Sudeste (onde São Paulo tem um grande número de postos, 24,03%, e o maior
número de postos por estado, ver Anexo A), 21% na região Sul, 20% na região Nordeste, 10%
na região Centro-Oeste e 6% na região Norte.
16
No Rio Grande do Norte existem cerca de 762 Postos Revendedores (ANP, Março,
2006). Como mostra a Figura 2.5 a seguir, a empresa líder neste estado é a BR com cerca de
170 postos, seguido pela SAT com uma diferença mínima (167). As restantes empresas
(Ipiranga, Texaco, Shell e Esso) têm uma participação pouco significante. Porém, existe um
número relevante de Postos de Bandeira Branca (234 postos), ou seja, aqueles que não têm
contrato com nenhuma distribuidora e não ostentam nenhuma bandeira.
170
167
48
32 31
26
234
54
0
50
100
150
200
250
Pe
tr
o
b
r
as
-B
R
SAT
IPIRANGA
T
EX
ACO
SHEL
L
/Sabbá
ESSO
Bandeira Branc
a
Ou
tr
os
Distribuidoras
Número de Postos
Fonte: ANP, Março, 2006.
Figura 2.5 – Número de Postos Revendedores do RN, por Bandeira
Os principais grupos presentes em Natal (Rio Grande do Norte) são: as cinco maiores
distribuidoras do Brasil (Petrobras-BR, Ipiranga, Shell, Texaco e Esso) e a SAT (empresa
Nacional). Existem neste mercado outras empresas porém de menor escala.
Baseado nos dados da ANP (Março 2006), a cidade de Natal tem no total cerca de 171
postos. Na figura 2.6 observa-se que a empresa que lidera é a Petrobras (BR) com 45 Postos,
seguido da SAT (29), Ipiranga, Texaco, Shell e Esso. Cerca de 32 postos são de bandeira
branca. E um número insignificante pertence a outras bandeiras menos expressivas.
17
45
29
24
18
8
12
32
3
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
P
e
t
ro
bras
-
BR
SA
T
Ipir
a
n
ga
Sh
el
l
/S
a
bb
á
T
e
xa
c
o
E
s
so
Bandeira Branc
a
Outr
o
s
Distribuidoras
Número de Postos
Fonte: ANP, Março, 2006.
Figura 2.6 - Número de Postos Revendedores em Natal, por Bandeira
Segue uma breve caracterização das seis empresas mais expressivas na cidade de Natal.
2.3.1- Petrobras (BR)
A Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), estatal controlada pelo Governo Federal é a
maior empresa brasileira de derivados de petróleo (com tecnologia de ponta e padrão
internacional de qualidade), criada em 1953 pela Lei 2.004 e a única produtora de nafta
petroquímica no Brasil (PETROBRAS, 24/02/2006).
Está presente em toda cadeia do petróleo, e é a 15
a
empresa no ranking mundial das
empresas petrolíferas de capital aberto (MARTINEZ, 1999, Vol II). Com o término do
monopólio em 1997, a empresa tem se dedicado a formação de parcerias no Brasil para
exploração e produção de Petróleo e Gás natural e ampliação e modernização de suas
refinarias e da sua rede de dutos.
Em 12 de novembro de 1971, dentro de um programa de descentralização técnica e
operacional, foi criada a Petrobras Distribuidora S.A (BR), para exercer a atividade de
distribuição de derivados de petróleo e álcool carburante em caráter estritamente competitivo
e em perfeita igualdade de condições com as demais empresas distribuidoras em
funcionamento no país. Ela é líder no mercado brasileiro desde 1974. A figura 2.7 a seguir
apresenta uma vista dos Postos Petrobras (BR).
18
Fonte: PETROBRAS, 24/02/2006.
Figura 2.7 –Posto Petrobras (BR)
A nova subsidiária da Petrobras deu ainda mais impulso às atividades de distribuição,
consolidando, em pouco tempo, sua presença no setor, apresentando melhores serviços aos
seus usuários, treinando as equipes dos postos para aprimorar o atendimento, instalando novos
postos com projetos padronizados, de alta funcionalidade, e instalando rede de postos em
rodovias (PETROBRAS, 2004). Sua rede constitui-se de cerca de 8.865 Postos de
abastecimento no Brasil (Março, 2006) cadastrados na Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Num cenário cada vez mais competitivo, a Petrobras entende que a imagem das
empresas está relacionada á conscientização de seus empregados de que o aprimoramento da
qualidade, a minimização de impactos ao meio ambiente e a segurança do homem e do
patrimônio são fatores decisivos para o aumento da produtividade. E por isso esta empresa
dedica mesma atenção ao seu desenvolvimento tecnológico e aos aspectos de proteção ao
meio ambiente.
Todas as Unidades de Negócio da Petrobras no Brasil e no exterior estão certificadas de
acordo com as normas ISO 14001 (gestão ambiental) e OHSAS 18001/BS 8800 (gestão de
saúde e segurança), em um total de 57 Unidades certificadas, sendo 33 no país e 24 no
exterior. Além das 100% das Unidades de Negócio brasileiras terem sistemas de
monitoramento dos impactos das atividades da Empresa sobre o meio ambiente (ISO 14001),
também todos os impactos ambientais significativos são avaliados (PETROBRAS, 2004).
19
A Petrobras implantou em suas instalações na América do Sul o SIGEA, desenvolvido
em parceria com uma empresa de consultoria internacional. Este Sistema permite a geração de
inventários de emissões para a atmosfera, incluindo os principais gases de efeito estufa
(dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) e poluentes locais (PETROBRAS, 2004).
A BR emprega tecnologia avançada e rígidos critérios de qualidade, garantindo que o
ciclo do petróleo se complete também com segurança e respeito ao meio ambiente. Esta
garantia é assegurada por produtos de qualidade e pela valorização profissional de seus
empregados, que recebem a formação necessária para tratar com a mesma ênfase a produção,
a qualidade, a segurança e o meio ambiente (ROCHA, 2001).
2.3.2- Ipiranga
Esta empresa é origem da criação da Refinaria de Petróleo Ipiranga em 1937, é um
grupo de capital privado nacional e suas principais empresas são de capital aberto. Além de
ter negócios em outros setores da economia, atua nas atividades de Downstream (refino,
distribuição e petroquímica). No segmento de distribuição de derivados de petróleo atua desde
1938, época em que montou o seu primeiro Posto de Serviços. Em 1957 fez-se a separação
das atividades de distribuição da empresa de refino, criando-se a DPPI.
A Ipiranga atua no segmento de distribuição de combustíveis em operação integrada
entre as empresas CBPI (gerenciadora de grande parte dos seus postos, com representação em
quase todo território nacional) e DPPI (responsável pelas fatias de mercado que envolve todo
o estado do Rio Grande do Sul e o Oeste e o Litoral Sul de Santa Catarina). As duas
distribuidoras são responsáveis pela maior fatia da receita bruta do grupo. Embora
comercializem os mesmos produtos elas operam em áreas diferentes (IPIRANGA,
14/12/2005).
A Ipiranga ocupa o segundo lugar no mercado revendedor de combustíveis, tem a maior
rede privada de Postos de Serviços do Brasil, com 6395 postos de abastecimento
(recadastrados até Março de 2006 na ANP) com as bandeiras Ipiranga.
A área de Distribuição da Ipiranga mantém um rígido controle de suas atividades em
respeito ao meio ambiente, cumprindo todas as regras de preservação. Tudo o que faz é com
20
base em ações criteriosas, desde o armazenamento até a entrega à rede revendedora,
garantindo o atendimento às legislações de segurança e proteção ambiental. Na área de
distribuição, a empresa vem realizando um trabalho constante na rede de postos de serviços,
assegurando a estanqueidade das instalações subterrâneas e demais condições de segurança
ambiental. E, além disso, a Ipiranga continua com o cadastramento ambiental de seus postos,
uma obrigatoriedade definida a partir de 2001 (IPIRANGA, 14/12/2005).
A empresa também investe na ampliação da rede de abastecimento automotivo de gás
natural - combustível que reduz consideravelmente a emissão de poluentes, sobretudo o
monóxido de carbono. A Ipiranga é pioneira na distribuição de GNV. Inaugurou o primeiro
posto do Brasil em novembro de 1991, e continua ampliando os seus esforços para a difusão
do produto, que é considerado o mais limpo dos combustíveis.
Outra iniciativa é o programa de recolhimento dos óleos lubrificantes usados e das
embalagens, iniciado em 2000 e que tem como objetivo principal impedir a disposição
inadequada dos mesmos no meio ambiente.
2.3.3- Texaco
A Texaco Brasil é a subsidiária local da Texaco (terceira maior empresa petrolífera dos
EUA e uma das maiores do mundo). Está presente no Brasil desde 1915, através de decreto
assinado pelo então presidente Wenceslau Brás autorizando a The Texas Company (South
America) Ltd. a se instalar no país. Em outubro de 2002, com a fusão das empresas Chevron
Corporation e Texaco Inc, nascia a Chevron Texaco Corporation, segunda maior empresa de
energia com sede nos Estados Unidos da América. Em maio de 2005, a empresa mudou o
nome para Chevron Corporation, com o objetivo de mostrar ao mundo uma presença clara,
forte e unificada (TEXACO, 13/12/2005).
A Chevron Corporation opera no Brasil nas atividades de Distribuição de combustíveis
e lubrificantes através da Chevron Brasil Ltda e no ramo de Exploração e Produção através da
Chevron Brasileira de Petróleo. Além disso, a empresa tem uma Fábrica de Lubrificantes no
Rio de Janeiro, uma Fábrica de Graxas, em São Paulo e uma de Aditivos, também em São
Paulo (TEXACO, 13/12/2005).
21
Texaco é a terceira empresa no ranking de Distribuição de Combustíveis. Com a
intenção de se firmar como uma empresa de energia e não só de petróleo, a Texaco está
investindo na geração de eletricidade em usinas termoelétricas. Ela foi a primeira empresa a
instalar tanques, bombas e equipamentos de lubrificação nas montadoras instaladas no Brasil.
Sua rede é composta por 3.598 postos (ANP, Março 2006).
Devido às complexas e restritivas exigências legislativas nas instalações de Distribuição
de produtos derivados de petróleo quanto ao gerenciamento de resíduos, a Texaco Brasil
desenvolveu e implantou em todas as suas instalações um Plano de Gerenciamento de
Resíduos (PGR). Este plano auxilia na caracterização dos tipos de resíduos existentes nas
instalações, busca opções de gerenciamento para cada um e determina quais os resíduos
deverão merecer atenção especial a cada semestre (TEXACO, 13/12/2005).
O sistema de qualidade Texaco é totalmente certificado conforme normas ISO 9001/QS
9000, o que abrange o projeto, a fabricação e a assistência técnica de toda a linha de
lubrificantes.
2.3.4- Shell
Este grupo é formado pela holandesa Royal Dutch e pela britânica Shell Transport &
Trading, cujas atividades foram unidas no início do século XX. Era o maior grupo de petróleo
do mundo até a fusão da Exxon com a Mobil. No Brasil, a Shell atua na distribuição de
combustíveis, produção de lubrificantes e petroquímica. Nos últimos anos vem expandindo
suas atividades num novo segmento, a distribuição de GLP, gás canalizado e geração de
energia elétrica.
No Brasil, ela é a terceira maior empresa de capital estrangeira e a quarta no ranking de
Distribuição de Combustíveis, com uma rede de 3480 postos (ANP, Março, 2006). Tem uma
participação equilibrada no Território Nacional, porém destaca-se em alguns estados como
Amazônia (MARTINEZ, 1999, Vol II).
Em 1913 inicia suas atividades no Brasil com o nome The Anglo-Mexican Petroleum
Products Company
. Em 1961, a Shell se nacionaliza, passando a ser uma empresa brasileira
de capital estrangeiro e adquire a razão social de Shell Brasil S.A
.
22
A Distribuição de combustíveis representa um dos principais negócios no Brasil. Entre
os negócios inaugurados mais recentemente, Exploração e Produção e Gás Natural e Geração
de Energia são segmentos econômicos onde a presença da Shell já é das mais robustas. Na
área de Exploração e Produção, a companhia foi a primeira empresa de capital privado a
produzir petróleo em escala comercial na Bacia de Campos, a mais importante do país. Já
quanto ao gás natural, a companhia faz parte de dois dos maiores empreendimentos no Brasil:
da COMGÁS e da TBG. Também foi a primeira empresa privada a produzir gás no Brasil, no
campo de Merluza, na Bacia de Santos (SHELL, 2004).
A área de Exploração e Produção, que vem crescendo continuamente no Brasil, é
reconhecida pela excelência em suas operações
no que se refere à saúde, segurança e meio
ambiente. Primeira operadora estrangeira a produzir petróleo no Brasil em escala comercial, a
companhia é a segunda produtora no país, atrás somente da Petrobras (SHELL, 2003).
Em 2004 obteve a certificação ISO 14.001 para as operações da plataforma FPSO
Fluminense, nos campos de Bijupirá e Salema (RJ). ISO é a certificação do padrão usado com
mais freqüência para aferir a parte ambiental de um sistema de gerenciamento, englobando
um amplo escopo, que inclui o diálogo com as comunidades e o compromisso com a melhoria
contínua (SHELL, 2004).
A Shell Brasil segue o padrão adotado internacionalmente por todas as empresas do
Grupo Shell, baseado em rígidos princípios empresariais, na ética e no comprometimento com
o desenvolvimento sustentável, privilegiando a integração de aspectos econômicos, sociais e
ambientais nas decisões do negócio. Fiel a esses princípios, a Shell assume a responsabilidade
pela recuperação das áreas que eventualmente sofram impacto em conseqüência de suas
operações (SHELL, 2004).
2.3.5- Esso
A Esso Brasileira de Petróleo Ltda. é a subsidiaria local da Exxon (maior empresa norte-
americana de petróleo e a maior do mundo desde 1998 após a fusão com a Mobil) criada em
1912. Ela foi pioneira na distribuição de produtos de petróleo como gasolina e querosene,
vendidos em tambores e latas.
23
A ESSO tem marcado sua trajetória de mais de noventa anos no Brasil, com muitas
outras iniciativas pioneiras, como a instalação das primeiras bombas de rua; a construção do
primeiro vagão-tanque e do primeiro caminhão-tanque do país; o abastecimento das primeiras
aeronaves da aviação comercial brasileira; o patrocínio do noticioso que se tornou padrão no
Brasil, o "Repórter Esso"; a instituição do "Prêmio Esso de Jornalismo" - que se aproxima dos
cinqüenta anos de existência ininterrupta (ESSO, 13/12/2005).
No Brasil, a Exxon atua na Distribuição de combustíveis, petroquímica e fabricação e
comercialização de lubrificantes. E a Mobil, está presente apenas no ramo de lubrificantes. A
Esso é a quinta maior rede de Distribuição de Combustíveis com cerca de 3080 postos (ANP,
Março 2006).
A Esso possui um protocolo ambiental cujo objetivo é avaliar eficazmente os riscos
ambientais de liberações de combustíveis em Postos de Serviço, ativos ou inativos, bem como
desenvolver ação de resposta que possa incluir a decisão de se iniciar as atividades de limpeza
(ROCHA, 2001).
Ela tem implantado programas e instalado equipamentos para prevenir ou, ao menos,
minimizar o potencial de um derramamento ou vazamento. Um exemplo disso são os
mecanismos de proteção contra transbordamento em tanques de estocagem, e o programa de
tanques subterrâneos de estocagem em Postos de Serviço, que devem atender critérios
específicos de projeto (ESSO, 13/12/2005).
A Esso Brasileira apóia hoje o Programa Esso-Mamirauá de Educação Ambiental na
Amazônia Central e, ao longo dos últimos quinze anos, teve participação em vários projetos
da área ambiental, como por exemplo, o projeto Piracena, voltado ao estudo e recuperação da
Bacia do Rio Piracicaba, em São Paulo. Como uma grande fornecedora de energia, procuram
maximizar as suas contribuições para o crescimento econômico, a proteção ambiental e o
bem-estar social em longo prazo. (ESSO, 13/12/2005).
2.3.6- SAT
A Satélite Distribuidora de Combustíveis surgiu com a abertura do setor de
combustíveis em 1996, através da parceria com a Petrobras Distribuidora, que disponibilizou
24
suas bases de armazenamento, possibilitando o registro e credenciamento da primeira
distribuidora de combustíveis do Nordeste brasileiro. Inicialmente, seu objetivo era atender
aos postos de Bandeira Branca e os pequenos e médios consumidores, e também ocupar os
espaços deixados pelas grandes distribuidoras. Iniciou a comercialização de combustíveis no
Rio Grande do Norte, formando uma cadeia de postos com sua bandeira e espalhou-se mais
tarde por outros estados do Nordeste.
A SAT alcançou a posição de sétima maior Distribuidora de Combustível do país, com
cerca de 582 Postos de abastecimento, que estão concentrados em todos os estados da região
Nordeste e com filiais nos estados de Pará, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro.
No final de 2002 e durante o ano de 2003 a empresa ensaiou vôos mais altos e se fez
presente também em alguns Estados do Norte do país, através da filial Belém. Com o objetivo
de manter a estratégia de crescimento, a SAT começou a atuar, em fevereiro de 2004, nas
regiões Sudeste e Centro-Oeste, através de filiais nos Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro
e Goiás, e fechou uma parceria com um fundo de Investimentos Internacional, o Darby, para
manter a linha de expansão traçada para a empresa (SAT, 22/03/2006).
A SAT ocupa uma posição de destaque no cenário nacional de Distribuição de
Combustíveis, sendo uma das empresas mais procuradas por multinacionais que desejam
ingressar no país (ROCHA, 2001).
A marca SAT é reconhecida em todo Nordeste, e com isso propiciou o lançamento de
uma linha de óleo lubrificante da marca SAT –SATLUB, que vem tendo excelente aceitação
pelo mercado.
2.4-Postos de combustíveis e o Meio ambiente
2.4.1 Surgimento de Tecnologias Limpas ou Ambientais
Foi a partir dos anos 30, com o surto de crescimento, agravaram-se os problemas
ambientais: poluição de rios, chuva ácida, efeito estufa, depleção da camada de ozônio, etc.
Em 1972 realizou-se em Estocolmo a Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente
25
humano. Nesta foi explícito os conflitos entre os países desenvolvidos (preocupados com a
poluição industrial, escassez de recursos energéticos) e os não desenvolvidos (pobres).
A partir de então sugiram novos conceitos como: Desenvolvimento sustentável (1980,
no documento World Conservation Strategy produzido pela IUCN e WWF, Produção mais
limpa (procura remediar os prejuízos ambientais, mas não combate às causas que os
produziram), Tecnologias de produção mais limpa ou Tecnologias ambientais (minimizam a
geração de poluição na fonte, resultando em redução do uso de insumos).
Atualmente, segundo Furtado (2001) o termo “fim-de-tubo” (tecnologias de remediação
e destinação de resíduos) está ultrapassado, é sinônimo de alto custo e forma das empresas
cumprirem obrigações legais. Segundo Hilson
b
(2000) as indústrias mais sustentáveis têm
identificado que muitos sistemas convencionais de “fim-de-tubo” são custosos para operar e
manter, e ineficiente para remediar os danos ambientais. Neste contexto, elas têm concluído
que a solução para esses problemas é a substituição dos equipamentos “fim-de-tubo” para
Tecnologias mais Limpas.
Foi criado o novo slogan “produção mais limpa” ou P+L, pelo PNUMA em 1989. Este
termo refere-se à um conjunto de medidas que tornam o processo produtivo mais racional,
com uso inteligente e econômico de utilidades e matérias-primas e principalmente com
mínima ou, se possível, nenhuma geração de contaminantes. A PNUMA defende aplicação de
uma estratégia ambiental integrada e preventiva a processos, produtos e serviços, para
aumentar a eficiência e reduzir os riscos aos seres humanos e ao meio ambiente.
Embora o conceito já existisse desde 1989 no mundo, o início da preocupação com
produção mais limpa no Brasil se deu apenas na metade da década de 90. Foi mais exatamente
em 1995, quando a CETESB, em São Paulo, começou a organizar uma divisão de prevenção à
poluição, que um ano depois seria de fato implementada para dar origem a vários projetos, e
também quando foi inaugurado o CNTL (em Porto Alegre-RS). A criação do CNTL, que
desde então funciona no Senai-RS, tem especial importância por ter sido instalado pelo
próprio PNUMA, em parceria com a UNIDO. Essa iniciativa dos órgãos da ONU fez o Brasil
ser um dos 22 países a ter escritório semelhante, cujo propósito é o de prestar consultoria para
estimular sistemas de gerenciamento ambiental e de implantação de programas de P+L
(FURTADO, 2001).
26
De acordo com Valle (1995), para que uma Gestão Ambiental seja eficaz, deve cobrir
desde a fase da concepção do projeto até a eliminação efetiva dos resíduos gerados pelo
empreendimento depois de implantado, durante toda sua vida útil.
Valle (1995), enumera uma escala de prioridades no Gerenciamento de Resíduos:
1) Prevenir a geração - modificar processo (tecnologias limpas); substituir matérias-
primas; e substituir insumos;
2) Minimizar a geração - Otimizar processo e otimizar operação;
3) Reaproveitar - Reciclar (matérias-primas); recuperar (substâncias); reutilizar
(materiais, produtos);
4) Tratar - processos físicos; químicos; físico-químicos; biológicos; e térmicos;
5) Dispor - aterros, minas, poços, armazéns.
As Tecnologias ambientais existentes inicialmente trabalhavam, principalmente, no
tratamento dos resíduos, efluentes e emissões existentes (ex: tecnologia de incineração de
resíduos, tratamento de águas residuais, tratamento de emissões atmosféricas, etc.). Essas
tecnologias são chamadas de Técnicas de fim-de-tubo, ou seja, estudam os resíduos no final
do processo de produção. São caracterizadas pelas despesas adicionais para a empresa e
diversos problemas, como por exemplo, a produção de lodo de esgoto através do tratamento
de águas residuais (ELIAS, PRATA e MAGALHÃES, 2004).
Diferentemente da Produção Mais Limpa, que atua na prevenção da poluição, as
Tecnologias Fim-de-Tubo atuam visando remediar os efeitos da produção, ou seja, depois que
a poluição foi gerada no processo produtivo (MELLO e NASCIMENTO, 2002).
A Tecnologia mais Limpa (Cleaner Technology) é um conjunto de soluções cujos
objetivos são: proteger e resolver problemas ambientais, evitar o desperdício de recursos e a
degradação ambiental, almejar o desenvolvimento sustentável. Ela depende de novas
maneiras de pensar e agir sobre os processos, produtos, serviços e formas gerenciais em uma
abordagem mais holística (MELLO e NASCIMENTO, 2002).
Já a Tecnologia Limpa (Clean Technology) é a adoção de qualquer medida de mudança
ou transformação de métodos utilizados para reduzir, ou melhor, eliminar, já na fonte, a
produção de qualquer tipo de poluição - sonora, atmosférica, hidrosférica, etc -
evidentemente, que ajude de alguma forma a economizar matéria-prima e energia, em suma
todos os recursos, naturais ou não (PEREIRA, CUNHA e PEREIRA, 1997).
27
Valle (1995) define Tecnologias Limpas como sendo o conceito desenvolvido pela
PNUMA, em que aplica de forma continua a estratégia ambiental aos processos e produtos de
uma indústria a fim de reduzir riscos ao Meio Ambiente e ao ser humano. Essa estratégia visa
prevenir a geração de resíduos, em primeiro lugar, e ainda minimizar o uso de matérias-
primas e energia (eficiência da produção).
Os autores Mello e Nascimento (2002) resumem Tecnologia Limpa como aquela que
não polui o meio ambiente. Segundo Pereira, Cunha e Pereira (1997) existem três palavras
principais atrás do conceito de Tecnologia Limpa:
Redução constante de todo e qualquer recurso utilizado para produção de um bem ou
serviço. Ou seja, produção cada vez mais com menos matérias-primas;
Reutilizar sempre que possível.
Reciclar sempre. A maioria dos produtos que estão hoje no mercado é possível ser
reciclagem.
As soluções dos processos de reaproveitamento (reciclagem, recuperação, reutilização
ou re-uso) podem ser classificadas em três grupos: Tecnologias Limpas, Tratamentos
convencionais e Tecnologias novas (VALLE, 1995).
Existem dois tipos de Tecnologias Limpas, segundo os autores acima:
1. Tecnologias de Controle - caso clássico de uma tecnologia limpa de controle são as
Estações de Tratamento de Efluentes.
2. Tecnologias de Prevenção – a aquisição dessas tecnologias além de serem mais caras
são mais difíceis de serem implementadas. Mesmo assim, parece ser comum o processo de
primeiro implantar tecnologias limpas de controle para depois tentar alcançar a ideal: a de
prevenção.
Enfim, “Tecnologia Limpa” é uma meta que deve ser perseguida, mas difícil de ser
atingida na prática, pois sempre haverá algum tipo de impacto ambiental (não existe produção
com poluição zero). As “Tecnologias mais Limpas” são aquelas que causam menos impacto
ambiental do que outras tecnologias com as quais se está comparando (MELLO e
NASCIMENTO, 2002).
Segundo Young (10/01/2005) “as oportunidades para difusão de Tecnologias Limpas,
variam enormemente”. Isto se deve à grande disparidade tecnológica do país, pois as
estruturas produtivas brasileiras são muito heterogêneas. Para melhorar esse panorama ele
28
propõe a criação de mecanismos de financiamentos outros incentivos tecnológicos. O autor
ainda afirma que “nem sempre a melhoria da qualidade ambiental poderá ser redutora de
custos”. Nos setores onde as possibilidades de “ganho-ganho” são muito reduzidas, ou então,
em setores onde o capital instalado é relativamente recente, a adoção de tecnologias
“redutoras de custos” exigiria investimentos pesados sobre um parque instalado que ainda não
foi financeiramente depreciado.
Já Barbieri (1997) simplifica as fases para implantação de tecnologias ambientais:
1. Natureza corretiva - decorrente de exigências legais. Nesta fase a empresa atua
sobre os efeitos do processo produtivo encara o cuidado ambiental como elevação
dos custos de produção.
2. Substituição de máquinas, materiais e recursos energéticos - equipamentos
para uma produção mais eficiente e que polui menos. Ou seja, implantação de
tecnologia ou produção mais limpa.
3. O meio ambiente está entre as prioridades máximas da empresa - envolve
todas as suas áreas funcionais. E nesta fase ela procura diferenciação baseada no
oferecimento de produtos e embalagens de baixo impacto ambiental.
Barbieri (1997) ainda mostra que o Governo utiliza alguns instrumentos de Política
Ambiental para alcançar efeitos nas empresas:
Instrumentos econômicos - induz o comportamento das pessoas e das
organizações em relação ao meio ambiente através de medidas que
representem benefícios ou custos adicionais para elas;
Instrumentos de comando e controle – normas legais que estabelecem
padrões de emissão.
Os instrumentos acima descritos são necessários para impedir a degradação ambiental
emergente em curto prazo. E em longo prazo é eficiente a educação ambiental (BARBIERI,
1997).
As Tecnologias Limpas são importantes ferramentas do Desenvolvimento Sustentável e
parte integrante do mercado das Tecnologias de futuro (MARQUES, BRÁSIO e PINTO,
2004).
29
2.4.2 Impactos dos Postos de Combustíveis ao Meio Ambiente
Segundo Resolução CONAMA n. 001, de 23 de janeiro de 1986, art. 1° (apud ROCHA,
SILVA e MEDEIROS, 2004), Impacto ambiental é:
“Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: a saúde, a segurança e o
bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições
estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais”.
Pode-se observar também que fenômenos naturais (terremotos, erupções vulcânicas)
também causam impactos ambientais importantes. E as ações humanas não conseguem
reparar os danos causados por muitos desses fenômenos (VALLE, 1995).
Não há qualquer atividade humana que não cause algum tipo de impacto ambiental.
Algumas podem causar mais do que outras, mas não existe uma que cause impacto zero no
meio ambiente. Por isso é importante que qualquer que for a atividade humana tenha-se a
preocupação em proteger o meio ambiente.
Segundo Strang (1976) um dos problemas fundamentais é que a sociedade técnico-
industrial acha-se dirigida para atividades especializadas de objetivos limitados. Ou seja,
tende-se em vista sempre atender a um fim específico, do momento, sem considerar o
problema em seu conjunto e a longo prazo. Com isso resultam poluição da água e ar, erosão e
deterioração dos solos, etc.
Baseado no cenário atual de desenvolvimento e de mudanças na consciência ecológica, o
governo e a sociedade como um todo, estão cada vez mais exigindo atitudes ambientais mais
conscientes por parte das indústrias, comércio, prestadores de serviços, etc. São através das
leis, normas e resoluções na área ambiental que os órgãos ambientais estão fiscalizando e
orientando para tentar minimizar e/ou eliminar os impactos ambientais causados pelas
atividades diversas das empresas (ROCHA, SILVA e MEDEIROS, 2004).
A maioria dos combustíveis utilizados mundialmente é derivada do petróleo. Este é
composto no seu estado natural de uma mistura complexa de diversos compostos diferentes,
no qual a maioria deles é formada por Carbono e Hidrogênio, que são os chamados
Hidrocarbonetos. Encontram-se ainda, pequenas quantidades de outras substâncias:
nitrogênio, enxofre, oxigênio e alguns metais (DUARTE, 2003).
30
A composição química dos principais produtos comercializados dos Postos de
Distribuição de combustível, conforme o Manual de Operações de HSSE (saúde, segurança e
meio ambiente) para Postos de Serviços (SHELL BRASIL LTDA, 2003):
Gasolina comum tipo “C” (sem chumbo) - Natureza Química: mistura completa de
hidrocarbonetos, contendo tipicamente de 29 a 39% (m/m) de aromáticos, 19 a 2%
(m/m) de olefinas, 32 a 52% (m/m) de saturados e < 1,0% (m/m) de benzeno, com
número de carbono predominantemente na faixa de C4 a C12. Contém também álcool
etílico anidro, com teor e especificação conforme a legislação em vigor.
Óleo Diesel automotivo tipos B, C, D e marítimo - Natureza química: É um produto
preparado composto de uma mistura complexa de hidrocarbonetos contendo
parafinas, cicloparafinas, aromáticos, naftênicos e olefinas, como número de carbono
predominantemente na faixa de C9 a C22. Pode conter óleos craqueados
cataliticamente, nos quais compostos aromáticos policíclicos, principalmente das
espécies de 3 anéis e alguns de 4 a 6 anéis estão presentes. Contém enxofre e pode
conter compostos de nitrogênio e oxigênio. Também pode conter um ou mais dos
seguintes aditivos: antioxidante, detergente, inibidores de corrosão e de espuma,
desemulsificador e aumentador de cetano.
De acordo com as mudanças no mundo e no Brasil, os Postos de Abastecimentos estão
evoluindo do simples e antigo “Posto de Gasolina” para o novo conceito de Postos de
Serviços, que além de oferecer a atividade de abastecimento, também se encontra as modernas
trocas de óleo, lavagem automatizada de veículos e as lojas de conveniência. A possibilidade
de vazamentos, derrames, poluição hídrica e resíduos gerados das atividades nos postos, faz
com que sejam poluidor em potencial (ROCHA, 2001).
Devido às atividades, processos e produtos dos postos de combustíveis causarem
severos danos sobre o meio ambiente, é estritamente necessária a determinação dos seus
impactos ambientais mais significativos.
Os impactos ambientais estão presentes em todas as fases da industria do petróleo, e
quanto mais próximos estiverem da etapa final, (refino e distribuição) mais significativo são
os danos sobre o meio ambiente (BARCELLOS apud ROCHA, 2001).
Segundo Rocha, Silva e Medeiros (2004), de uma forma geral os impactos ambientais
causados pelas atividades dos Postos de Combustíveis são:
31
Contaminação humana: pode ocorrer pela via dermal, via respiratória e via oral. Os
funcionários desses lugares de trabalho são susceptíveis a adquirir doenças na pele
(que podem até ser carcinogênicos). Alguns postos oferecem o serviço de oficina
mecânica, onde são usados vários produtos químicos tais como os componentes das
tintas utilizadas nos veículos. Como os veículos são pintados em local aberto, as
pessoas que transitam na área próxima à oficina são diretamente afetadas pela
aspiração dos produtos químicos encontrados na tinta.
Contaminação do solo e das águas subterrâneas: através de derramamentos de
combustíveis e mais grave quando ocorrem vazamentos dos tanques de
armazenamento de combustível enterrados no solo, que dependendo da gravidade e da
característica do solo podem atingir os lençóis freáticos ocasionando a contaminação
da vizinhança através dos poços, que na maioria das vezes são usados como fonte de
abastecimento de água das pessoas. Devido à elevada e permanente umidade, os
tanques são corroídos, provocando erosões no material, facilitando o vazamento de
combustível. Também as atividades de troca de óleo, lavagem de veículos e o serviço
de oficina mecânica causam a contaminação do solo e sistemas de esgotos. Um
aspecto importante, é que muitos postos estão localizados em áreas próximas aos
lençóis subterrâneos, quando não estão sobre as dunas.
Incêndio: os efeitos causados pelos incêndios, quando ocorrem, são bastante
prejudiciais aos funcionários, clientes, proprietários, e vizinhança e podem causar
vítimas fatais. Diante destes perigos, alguns cuidados devem ser tomados no manuseio
dos produtos de petróleo, visando evitar incêndios e riscos às pessoas.
Resíduos: os principais tipos de resíduos perigosos gerados são: óleo usado ou
contaminado, areia contaminada com combustível, mantas e cordões absorventes,
filtros de óleo lubrificantes, de combustíveis de veículos e de ar, borra e combustível
proveniente da caixa separadora de água e óleo, vasilhame de óleo usado e estopas
usadas.
Além da atividade em si ter impactos negativos ao ambiente, infelizmente, também são
cometidos alguns erros de contrução em Postos de Combustível que comprometem o meio
ambiente. Por exemplo: a saída da caixa separadora do posto junto com a saída de óleo,
construção de um posto em cima de um rio, instalação életrica irregular em área de alto risco,
entre outros. Esses e outros exemplos disso podem ser observados nas figuras do Anexo C.
32
A análise dos impactos ambientais (reais ou potenciais) das atividades dos Postos de
Combustíveis é de suma importância, pois é através dela que o proprietário deste terá
conhecimento suficiente sobre os impactos causados pelas suas atividades e operações, as
ações de mitigação para reduzir e/ou eliminar estes impactos, os aspectos legais, a tecnologia
desenvolvida para dar suporte as ações de mitigação, etc. Depois que estes conhecimentos
estejam sedimentados, a alta administração do posto pode assim dar início a implementação
dos requisitos da norma ISO 14001, ou seja, poderá seguir os requisitos do Sistema de Gestão
Ambiental desenvolvendo sua política ambiental, traçar seus objetivos, metas, ações de
melhoria contínua, enfim iniciar o importante caminho na busca pela certificação da ISO
14001 (ROCHA, SILVA e MEDEIROS, 2004).
VALLE (1995) afirma que “para as empresas que não vêm na Qualidade Ambiental um
empecilho, mas um fator de sucesso para se posicionarem no mercado, tem nas normas
ISO14000 a oportunidade para se valorizarem internacionalmente”. .
Em Novembro de 2000, o CONAMA aprovou a Resolução nº 273 na qual todos os
postos de combustíveis são obrigados a ter licença ambiental, cuja maior preocupação é com o
vazamento de combustíveis para o lençol freático e redes de esgoto (Tribuna do Norte apud
ROCHA, 2001). As novas regras estabelecidas para os postos de serviço são:
Ter licença ambiental dos órgãos ambientais do Município ou do Estado onde estiver
instalado para funcionar;
Estar localizado em áreas previamente aprovadas pelo plano diretor da cidade;
Informar ao órgão ambiental as condições e espessura dos tanques para estoque dos
combustíveis;
Dispor de mão-de-obra treinada para evitar vazamentos dos produtos;
Indicar o local de despejo dos resíduos de óleo.
33
2.4.3 Técnicas ambientais nos Postos de combustível
Existem alguns recursos tecnológicos que permitem uma gestão ambientalmente correta
(ou que evitam vazamentos) nos Postos de Combustível (TEXACO BRASIL, 17/06/2006).
São eles:
1. Tanques de parede dupla - são tanques cilíndricos horizontais construídos de aço
carbono, envoltos em um outro tanque de material não metálico, com um interstício
entre os dois tanques, permitindo assim que, se houver um furo por corrosão no
tanque de aço, o produto fique contido no tanque externo evitando o escoamento do
produto para o solo. Esses tanques novos possuem grandes câmaras de calçada, as
quais possibilitam o acesso à boca de visita e a visualização das suas tubulações, as
quais, preferencialmente, devem ser de material impermeável para evitar rupturas por
torções. Qualquer vazamento, ocorrido nessas tubulações, será contido no interior da
câmara, sem qualquer prejuízo para o meio ambiente. Convém esclarecer, que devem
ser realizados testes para averiguar a estanqueidade dos mesmos, imediatamente após
a sua instalação e antes de serem colocados em uso (MEIO AMBIENTE,
17/06/2006). Na figura 2.8, pode-se vizualizar um exemplo de tanque de parede
dupla.
Fonte: TEXACO BRASIL, 17/06/2006
Figura 2.8– Tanque de parede dupla
2. Tubulações de polietileno de alta densidade- devido a sua alta resistência e por não
sofrer processo de corrosão, não permitem o vazamento de produtos para o solo.
Contudo, são flexíveis para absorver os impactos e adaptar-se à movimentação do
piso e do solo.
3. Válvula de retenção junto á bomba de abastecimento- válvula de retenção instalada
junto á sucção de cada bomba da unidade de abastecimento ou do filtro prensa. Em
34
caso de qq perfuração na tubulação que interliga o tanque do posto até a bomba de
abastecimento ou filtro prensa, o produto escoa diretamente para o tanque, não
permitindo assim contaminação do solo.
4. Descarga selada- vita qualquer derrame do produto durante a descarga dos
caminhões-tanques para os tanques dos postos. A mangueira do caminhão-tanque é
conectada diretamente no bocal do tanque do posto.
5. Câmaras de contenção de descarga (spill container)- São caixas impermeáveis
instaladas no bocal de descarga do tanque. Evitam eventuais vazamentos que possam
ocorrer durante a descarga de produto para o tanque do posto. A figura 2.9 mostra um
exemplo de câmara de contenção de descarga.
Fonte: MEIO AMBIENTE, 17/06/2006
Figura 2.9 – Câmara de conteção de descarga
6. Câmaras de contenção sob as bombas de abastecimento (SUMP)- são caixas de
contenções impermeáveis instaladas sob as bombas para conter eventuais vazamentos
que possam ocorrer nas manutenções das bombas de abastecimento.
7. Câmaras de contenção de tanques (SUMP)- são equipamentos instalados junto á boca
de visita dos tanques subterrâneos para conter eventuais vazamentos que venham a
ocorrer na tubulação conectada ao tanque do posto. Na figura 2.10, observa-se um
exemplo de câmaras de contenção de tanques.
35
Fonte: TEXACO BRASIL, 17/12/2006
Figura 2.10– Câmaras de conteção de tanques
8. Sistemas de monitoramento de tanque - são equipamentos instalados junto á boca de
visita dos tanques subterrâneos para conter eventuais vazamentos que venham a
ocorrer na tubulação conectada ao tanque do posto.São eles: sensor intersticial para
tanques de parede dupla, display remoto, sensor de sump de bomba ou tanque, sondas
magnetostrictivas.
9. Piso impermeável- toda área de abastecimento de veículos embaixo da projeção da
cobertura é construída de concreto, bem como sobre a área onde os tanques são
instalados. As trincas ou afundamentos existentes no piso das pistas de abastecimento
do estabelecimento, quase sempre, são reflexos do esforço mecânico imposto pela
circulação de veículos no local, principalmente, caminhões e carretas. Nestas
condições, as tubulações e tanques subterrâneos estão sujeitos aos efeitos da vibração
e da movimentação do solo, podendo gerar rupturas, principalmente nas conexões,
sendo que este fato ocorre, com maior freqüência, em postos localizados em rodovias.
Sinais de reformas existentes no piso, quase sempre, indicam que tenham sido
realizados reparos em linhas ou tanques, em razão da ocorrência de vazamentos
passados. O material constituinte do piso, também é um fator importante, pois,
embora não seja tão freqüente, ainda são encontrados postos e sistemas retalhistas de
combustíveis não pavimentados ou mesmo construídos com blocos de concreto,
asfalto ou paralelepípedos, os quais permitem que, durante as operações de
descarregamento ou de abastecimento dos produtos, qualquer vazamento superficial
de combustível, se infiltre no solo. Observa-se um exemplo de pista de abastecimento
não impermeável na figura 2.11.
36
Fonte: MEIO AMBIENTE, 17/06/2006
Figura 2.11- Pista de abastecimento não impermeável
10. Canaleta de conteção na projeção da cobertura- as canaletas ao redor da pista de
abastecimento e/ou do estabelecimento têm a finalidade de conter os eventuais
derramamentos ocorridos durante as operações de abastecimento ou de descarga dos
combustíveis, bem como receber os eventuais efluentes da lavagem de veículos, e
direcioná-los por tubulação até a caixa separadora de água e óleo individual e
segregado dos demais separadores existentes. Os postos de revenda, em sua grande
maioria, não atendem a esse critério técnico e direcionam as canaletas para a via
pública. Desta forma, os produtos extravasados acumulam-se nas calçadas e ao longo
das sarjetas e atingem, rapidamente, as galerias de águas pluviais ou de esgotos,
gerando atmosferas inflamáveis em seu interior (MEIO AMBIENTE, 17/06/2006). A
figura 2.12 mostra um exemplo de posto com canaleta adequada.
Fonte: MEIO AMBIENTE, 17/06/2066.
Figura 2.12– Canaleta adequada
11. Caixa separadora água/óleo- utilizada para separar produtos imiscíveis em água.. são
caixas subterrâneas com dois compartimentos, sendo um de decantação da água e
37
outro de flutuação dos óleos, divididos por uma parede intermediária aberta na sua
parte inferior, normalmente construídas em alvenaria, as quais localizam-se em frente
ou nas proximidades dos locais onde é realizada a lavagem completa de veículos. Tais
caixas são sujeitas à ocorrência de trincas em sua estrutura ou mesmo ao
extravazamento por excessivo acúmulo de resíduos. Atualmente, já existem
separadores de água e óleo confeccionados em fibra de Poliéster, Polietileno ou
outros produtos similares, os quais impedem as infiltrações de óleo ou água
contaminada no solo. Uma boa maneira para aumentar a eficiência dos separadores de
água e óleo, é a instalação de mais de um compartimento de decantação e separação
das fases líquidas da água e dos óleos, depurando, ao máximo, a mistura. Os
separadores devem ser esvaziados e limpos com freqüência, evitando-se o excessivo
acúmulo de sólidos em suspensão e borras na caixa de sedimentação ou que o mesmo
seja utilizado como reservatório de estocagem desses resíduos (MEIO AMBIENTE,
17/06/2006).
12. Câmara de contenção sob o filtro- são caixas e bandejas de contenções impermeáveis
instaladas sob os filtros para conter eventuais vazamentos que possam ocorrer nas
manutenções.
No Anexo B segue figuras de algumas medidas para uma gestão ambientalmente correta
nos Postos de Combustíveis.
Segundo a Resolução 273 de 29 de Novembro de 2000 (CONAMA), artigo 1°: a
localização, construção, instalação, modificação, ampliação e operação de postos de
combustíveis (e outras atividades que envolvem derivados de petróleo e outros combustíveis)
dependem de um prévio licenciamento do órgão ambiental competente. O órgão ambiental
competente exigirá as seguintes licenças ambientais:
1. Licença Prévia (LP), é concedida na fase preliminar do planejamento do
empreendimento aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade
ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos
nas próximas fases de sua implementação;
2. Licença de Instalação (LI), autoriza a instalação do empreendimento com as
especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo
medidas de controle ambiental e demais condicionantes da qual constituem motivo
determinante;
38
3. Licença de Operação (LO), autoriza a operação da atividade, após a verificação do
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de
controle ambiental e condicionantes determinados para a operação.
E o artigo 7º dessa Resolução, diz ainda que “Caberá ao órgão ambiental licenciador,
exercer as atividades de fiscalização dos empreendimentos de acordo com sua competência
estabelecida na legislação em vigor” (CONAMA, 2000).
2.4.4 - Fatores que inibem o uso de Tecnologias Limpas ou Ambientais
Segundo VALLE (1995), os mecanismos (Econômico e Fiscal) para estimular e punir as
organizações e indivíduos a alterarem seu comportamento e sua postura face ao Meio
Ambiente são:
a) Taxação ou Imposição de multas ao gerador da poluição pela emissão de poluentes;
b) Benefícios e isenção de taxas para aqueles que não utilizarem determinados agentes
nocivos (Sistemas de depósito/reembolso);
c) Incentivos concedidos pela não emissão de poluentes;
d) Bolsa de “permissões de emissão”, em que podem ser negociados direitos entre
instalações que superam as normas e aqueles que não conseguem.
A motivação das empresas a aceitarem a responsabilidade pela proteção do meio
ambiente é demonstrada por pesquisa realizada pelo Internacional Network for Environmental
Management (VIARDOT, 1994, apud DINATO, 1998). São elas:
Senso de responsabilidade ecológica;
Exigências legais;
Proteção dos interesses da empresa;
Imagem;
Proteção dos funcionários;
39
Pressão do mercado;
Qualidade de vida;
Lucro.
De acordo com Hilson
b
(2000), no Brasil desde 1986 o BNDES (do governo nacional),
tem oferecido linhas de crédito para apoiar o controle da poluição industrial. Entre os projetos
para financiamento, incluem tecnologias fim-de-tubo, mudanças no processo e reciclagem/
recuperação de projetos.
Embora existam incentivos para que as empresas tenham uma postura ecológica,
existem barreiras que as impedem de assim agir. O autor Maimon (apud CAIGN, 2000)
enumera algumas barreiras:
Organizacionais: Ênfase na sobrevivência, poder de decisão, alta rotatividade da
equipe técnica, e falta de envolvimento dos empregados da própria empresa;
Sistêmicas: Falta de informações, sistema de gestão inadequado, falta de capacitação
dos empregados;
Comportamentais: Falta de cultura organizacional, resistência a mudanças, falta de
lideranças, ausência de uma efetiva supervisão, e insegurança no trabalho;
Técnicas e Econômicas: Falta de infra-estrutura, treinamento limitado ou não
disponível, acesso limitado de informações técnicas, defasagem tecnológica,
disponibilidade de recursos e custo de financiamento, exclusão de custos ambientais
da tomada de decisão e das análises de custo/benefício;
Governamentais e outras: Política industrial, ausência de políticas de preços reais
para recursos naturais, falta de incentivos e de suporte institucional para minimizar os
impactos ambientais, e falta de espaço físico para implantação dos projetos.
Barros, Paiva e Sisinno (2003), identificaram algumas barreiras que impedem o sucesso
da Produção mais Limpa nas pequenas e médias empresas brasileiras:
Pouca participação dos funcionários - no Brasil as grandes empresas geralmente têm
maior aceitação das sugestões vindas dos seus funcionários do que as pequenas e
médias empresas;
40
Barreiras técnicas e financeiras - a maior alocação de recursos financeiros precisa
constituir um grande incentivo para a implantação e manutenção de programas de
Produção mais limpa nestas empresas;
Falta de informação quanto à Gestão Ambiental no Brasil - faz com que os
empresários muitas vezes adotem técnicas de “fim-de-tubo” para resolver problemas
em vez de prevení-los;
Resistência dos empresários para distribuir informações das suas empresas e para
revisar os processos operacionais.
O autor Reijnders (2003) afirma que uma regulação de licença, baseada numa lei
adequada e relacionado a acordos negociados podem fazer emergir o instrumento mais
específico à promoção da Produção mais Limpa.
A seguir no quadro 2.2 pode-se observar alguns Benefícios (Econômicos e Estratégicos)
que a Gestão Ambiental traz para as empresas.
Quadro 2.2- Benefícios da Gestão Ambiental
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS
Economia de Custos:
Devido à redução do consumo de água, energia e outros insumos;
Devido à reciclagem, venda e aproveitamento de resíduos e diminuição
de efluentes;
Redução de multas e penalidades por poluição.
Incremento de Receitas:
Aumento da contribuição marginal de “produtos verdes” que podem ser
vendidos a preços mais altos;
Aumento da participação no mercado devido a inovação dos produtos e
menos concorrência;
Linhas de novos produtos que contribuam para diminuição da poluição.
BENEFÍCIOS ESTRATÉGICOS
Melhoria da imagem institucional;
Renovação do “portfólio” de produtos;
Aumento da produtividade;
Alto comprometimento do pessoal;
Melhorias nas relações de trabalho;
Melhoria da criatividade para novos desafios;
Melhoria das relações com os órgãos Governamentais, comunidade e
grupos ambientalistas;
Acesso assegurado ao mercado externo;
Melhor adequação aos padrões ambientais.
Fonte: Donaire apud Cagnin, 2000
41
O autor Kjaerheim (2005) tem uma visão mais ampla quanto ao uso de Produção mais
Limpa. Ele defende que as empresas precisam acreditar de que as atividades de Produção
mais Limpa no final irão contribuir para o desenvolvimento de um país, das seguintes
formas:
Hoje: eco-eficiência; baixos consumos de energia e redução da produção de
gases na atmosfera; redução de emissões no ar, água e solo; redução do uso de
materiais tóxicos na produção e nos produtos; entre outros.
Amanhã: criação de atitudes positivas para mudanças e melhoras; melhora da
saúde ocupacional e segurança; aumento da competitividade das empresas;
desenvolvimento de incentivos; melhor entendimento do processo natural e
desenvolvimento do respeito á Natureza; melhora da comunicação entre as
empresas e seus fornecedores e entre as empresas e seus consumidores; entre
outros.
Futuro não tão distante: aumento da dignidade humana e respeito próprio; justo
comércio; desenvolvimento democrático; mudança nos padrões de consumo;
erradicação da pobreza.
Um benefício apontado por Hilson
a
(2000), é que a adoção da prevenção e estratégias de
Produção mais Limpa tem salvado empresas de enormes quantias de dinheiro sendo gastos na
limpeza do meio ambiente, que poderiam ter outro uso.
42
Capítulo 3
Metodologia da Pesquisa de Campo
Este capítulo tem como finalidade apresentar os procedimentos metodológicos
utilizados neste trabalho para se atingir o objetivo proposto pela pesquisa.
As etapas que compõe a metodologia empregada são compostas pela: tipologia da
pesquisa, plano e coleta de dados, instrumento de coleta de dados e técnicas estatísticas
utilizadas para analisar os dados.
3.1 Tipologia da Pesquisa
A pesquisa científica se distingue de outra modalidade qualquer de pesquisa pelo
método, pelas técnicas, por estar voltada para a realidade empírica e pela forma de comunicar
o conhecimento obtido (RUDIO apud GOMES, 2004).
Para Gil (1999) a pesquisa tem um carácter pragmático, é um processo formal e
sistemático de desenvolvimento do método científico. E o objetivo fundamental da pesquisa é
descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos.
Método em pesquisa signifíca a escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição
e explicação de fenômenos. Assim, o trabalho de pesquisa deve ser planejado e executado de
acordo com as normas requeridas por cada método de investigação (RICHARDSON apud
GOMES, 2004).
43
Esta pesquisa é um Estudo de Caso, quanto á natureza é Aplicada, quanto á abordagem
do problema é Quantitativa e do ponto de vista dos objetivos é Exploratória, e utilizou-se a
técnica de questionários. Nos procedimentos de coleta de dados optou-se pelo tipo
levantamento ou survey que buscam diretamente no grupo de interesse os dados desejados
(GIL, 1999).
O método quantitativo caracteriza-se pelo emprego da quantificação tanto nas
modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas
estatísticas. Este método representa a intenção de garantir a precisão dos resultados, evitar
distorções de análise e interpretação, possibilitando uma margem de segurança quanto às
inferências. Através da quantificação aparecem resultados que se impõem como evidência
empírica imediata (RICHARDSON apud GOMES, 2004).
Este método considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em
números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer assim, o uso de
recursos e de técnicas estatísticas tais como percentagem, média, moda, mediana, desvio-
padrão, etc (SILVA e MENEZES, 2001).
A pesquisa exploratória é desenvolvida como objetivo de proporcionar visão geral, de
tipo aproximativo, acerca de determinado fato. Este tipo de pesquisa é realizado
especialmente quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil sobre ele
formular hipóteses precisas e operacionalizáveis (Gil, 1999).
De acordo com Silva e Menezes (2001), a pesquisa exploratória proporciona maior
familiaridade com o problema com vistas a torná-lo explicito ou a construir hipóteses.
Assume em geral, as formas de Pesquisas Bibliográficas e Estudos de Casos.
Os métodos exploratórios empregados nesta pesquisa são o levantamento bibliográfico
em livros, periódicos nacionais e internacionais e visitas a websites.
Para Gil (1999) a pesquisa descritiva tem como objetivo principal a descrição das
características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações
entre variáveis.
Este tipo de pesquisa observa, registra, analisa e também pode estabelecer correlações
entre variáveis sem manipulá-las. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que
descreve, embora sirva de base para tal explicação. Ela é interessada em descobrir e observar
fenômenos, procurando descrevê-los, classificá-los e interpretá-los (CERVO e BERVIAN
apud GOMES, 2004).
44
Esta pesquisa investiga quais são os fatores que inibem o uso de Tecnologias Limpas em
Postos de Combustíveis em Natal - RN.
3.2 Plano e Coleta de Dados
Os dados obtidos para realização deste trabalho foram coletados com o auxílio de um
questionário, identificado como sendo o instrumento de pesquisa.
Para Gil (1999) universo ou população é um conjunto definido de elementos que
possuem determinadas características. A população pode ser formada por pessoas, famílias,
estabelecimentos industriais, ou qualquer outro tipo de elementos, dependendo basicamente
dos objetivos da pesquisa. Ele define como sendo amostra o subconjunto do universo ou
população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo
ou população.
O período de coleta de dados compreendeu os meses de Outubro, Novembro e início de
Dezembro de 2005.
Na capital do estado do Rio grande do Norte, Natal, de acordo com o registro da ANP
(Setembro, 2005) existem cerca de 158 Postos de combustíveis, e a cada dia é alterado esse
número pela ANP. Porém somente 111 estão atualizados e os restantes (47) estão com
atividade revogada, em análise ou com cadastro pendente por falta de documentação. Na
prática quando se vai ao campo, encontra-se um número ainda inferior, porque alguns dos
registros são do mesmo Posto, com razão social (ou nome de fantasia) diferente e mesmo
endereço, ou seja, o número de postos que se encontram na ANP é irreal.
No entanto, por não se saber qual o número exato de postos existentes, vai ser usado o
número fornecido pela ANP como sendo a população alvo, deste só os que estão com
atividade regularizadas (111 Postos).
Para coleta dos dados, utilizou-se a aplicação do questionário diretamente aos gerentes
ou sub-gerentes dos Postos, de acordo com a sua disponiblidade e/ou presença. A amostra foi
por conveniência, do tipo não probabilístico, porém estratificada de acordo com a região.
45
Foram aplicados os questionários em todas as regiões de Natal (Norte, Sul, Leste e
Oeste), no entanto na zona Sul encontraram-se maior número de Postos de Combustível, e
conseqüentemente onde foi aplicado mais questionários.
Depois de coletados os dados, foram analisados através de métodos estatísticos com
vista a alcançar os objetivos pretendidos.
3.3 Instrumento de Coleta de Dados
Nesta pesquisa o instrumento utilizado para a obtenção de dados foi à aplicação de
Questionário (Apêndice I). Para Gil (1999), o questionário é a técnica de investigação
composta por um número mais ou menos elevado de questões apresentadas por escrito às
pessoas, tendo por objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses,
expectativas, situações vivenciadas, etc.
Embora esta técnica apresente vantagens e desvantagens, ela é muito utilizada, pois
nela encontram-se traduzidos os objetivos da pesquisa em questões especificas. São as
respostas a essas questões que irão proporcionar os dados requeridos para testar hipóteses ou
esclarecer o problema da pesquisa. Os elementos fundamentais do questionário são as
questões (GIL, 1999).
Neste trabalho elaborou-se um questionário composto por questões fechadas (em que
apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas e preestabelecidas) e uma aberta.
Antes da aplicação definitiva, o questionário passou por uma prova preliminar. A
finalidade desta prova, conhecida como pré-teste, é evidenciar possíveis falhas na redação do
questionário tais como: complexidade das questões, imprecisão na redação, constrangimentos
ao informante, exaustão, entre outras. O pré-teste é realizado através da aplicação de alguns
questionários a elementos que pertencem à população pesquisada.
A escala adotada no questionário foi de 1 a 5, onde 1 tem menos valor e 5 mais valor
significativo nas questões.
46
O questionário elaborado é constituído por 13 questões, em que as questões-chave
para alcançar os objetivos principais deste trabalho são a questão 6 (onde está listada algumas
barreiras da implantação de Tecnologias Limpas ou Ambientais em Postos de Combustíveis)
e a questão 8 (onde está listados alguns benefícios da implantação de Tecnologias Limpas ou
Ambientais em Postos de Combustíveis). As restantes questões servem para traçar o perfil do
entrevistado e a situação atual dos Postos de Combustíveis em Natal - RN.
3.4 Técnicas de Análise
Para a realização da análise de dados desta pesquisa foram utilizados os softwares Excel
e Statistica versão 5.0, para Windows. As técnicas estatísticas utilizadas para análise dos
dados coletados foram a Análise Descritiva e Análise de Cluster (ou de agrupamento).
A análise descritiva funciona como uma ferramenta útil para identificar o
comportamento das principais variáveis do estudo, pode ser considerada como uma análise
exploratória de dados.
Segundo Gil (1999), a descrição dos dados obtidos numa pesquisa é feita geralmente
para atender a um destes quatro objetivos: caracterizar o que é típico no grupo; indicar a
variabilidade dos indivíduos do grupo; verificar como os indivíduos se distribuem em relação
a determinadas variáveis; e mostrar a força e a direção da relação entre as variáveis estudadas.
A Análise de Agrupamentos (Clusters), também denominada Análise de
Conglomerados, segundo Cooper e Schindler (2003) é “um conjunto de técnicas para agrupar
objetos ou pessoas similares”. Esta é uma técnica estatística que objetiva agrupar os
indivíduos (casos) que possuem características semelhantes em função de um conjunto de
variáveis selecionadas. Assim, a análise de Cluster classifica os indivíduos (casos) em grupos
homogêneos, denominados agrupamentos ou conglomerados.
Esta técnica permite uma forma consistente de classificar os entrevistados (gerentes/sub-
gerentes) possibilitando sintetizar as informações colhidas, fazendo com que as informações
obtidas por eles sejam reduzidas de forma conveniente à informação sobre apenas k grupos.
47
Hair et all (1998, apud GOMES, 2004) definem a Análise de Agrupamentos (Clusters),
como um conjunto de técnicas que possuem o objetivo de agrupar indivíduos ou objetos
baseados nas características que eles possuem. Os grupos de objetos resultantes devem então
exibir alta homogeneidade interna e alta heterogeneidade externa. Ou seja, os grupos obtidos
pela análise de Cluster são semelhantes entre si e diferentes de outros Clusters.
48
Capítulo 4
Resultados e Discussões
Para Gil (1999), a análise dos resultados “tem como objetivo organizar e sumariar os
dados de forma tal que possibilitem o fornecimento de respostas ao problema proposto para
investigação”. Assim sendo, o objetivo deste capítulo é analisar os resultados e abordar as
discussões obtidas na pesquisa de campo.
Este capítulo apresenta inicialmente as características técnicas do processo de execução
deste trabalho, por meio da validação da pesquisa (população e amostra). Em seguida, é
realizada a análise descritiva dos resultados através de figuras (o perfil dos entrevistados e a
situação atual dos postos), e finalmente a análise de cluster ou de agrupamentos.
4.1 Validação da pesquisa
A Validação da pesquisa significa identificar as características técnicas do trabalho e
destacar as diferenças do que foi planejado na definição da metodologia e os resultados
obtidos com a pesquisa de campo (GOMES, 2004).
4.1.1 População e Amostra
Do total de 111 Postos de Combustível que estão atualizados (dados da ANP de
Setembro de 2005) foram pesquisados 86 postos. Tentou-se o maior número possível mas
devido à recusa pela parte dos Gerentes/sub-gerentes em colaborar com a pesquisa e a
desativação de alguns postos, não se conseguiu todos. Porém, o maior motivo por não ter sido
possível alcançar a amostra proposta foi que ao decorrer da pesquisa notou-se que num
49
mesmo endereço estava cadastrado mais do que um posto com nomes diferentes. Então, na
realidade a população de 158 Postos fornecida pela ANP está além do verdadeiro número
existente.
A figura 4.1 a seguir mostra o número de amostras conseguidas por Zona, e o número da
população em cada Zona. A Zona em que se encontram maior número de postos é a Sul e a
que tem menos número é a Norte, tanto na população como na amostra recolhida.
16%
32%
28%
23%
15%
38%
22%
24%
Norte Sul Leste Oeste
Zonas de Natal
População
Amostra
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.1- População e amostra por Zonas
Pode-se observar de que o tamanho da amostra se mostra bastante representativa. Os
dados obtidos para compor a amostra corroboram com os dados da população de forma
estratificada, assim torna-se evidente a validação da pesquisa.
A aplicação do questionário foi no contato direto com os entrevistados (gerentes/sub-
gerentes) nos próprios Postos de Combustíveis, de segunda a sexta, nos horários normais de
trabalho.
50
4.2- Análise Descritiva
Através dos dados coletados foram feitas análises descritivas: o perfil da amostra
entrevistada e a descrição da situação atual dos Postos de Combustível pesquisados.
4.2.1 Perfil dos Entrevistados
Neste item apresenta-se um perfil dos gerentes/ sub-gerentes dos Postos de Combustível
entrevistados caracterizando-os quanto à idade, grau de instrução, grau de conhecimento
quanto ao uso de Tecnologias Limpas ou Ambientais em Postos de Combustíveis, freqüência
de acesso a informações sobre Tecnologias Limpas ou Técnicas de proteção ambiental
(Produção mais Limpa) e grau do seu conhecimento quanto às Resoluções do CONAMA
(Conselho Nacional do Meio Ambiente) estabelecidas para os Postos de Combustíveis.
Na figura 4.2 pode-se observar a Idade dos participantes na pesquisa. A maior parte dos
entrevistados (Gerentes/Sub-Gerentes), 34,9 %, têm entre 30 a 39 anos. Enquanto uma
pequena quantidade (11,6%) dos entrevistados estão na faixa etária acima de 50 anos.
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 86 * 1 * normal (x; 2,23256; 0,978287)
Idade dos entrevistados
No de observações
26,7%
34,9%
26,7%
11,6%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
Menos de 30 30 a 39 40 a 49 Mais de 50
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.2 – Idade dos entrevistados
51
Na figura 4.3, observa-se o grau de instrução dos entrevistados. Cerca de 59,3% (mais
do que a metade) têm 2º grau completo. Ao passo que 4,7% dos entrevistados têm primeiro
grau completo e 7,0% não completaram o segundo grau. Ou seja, a maioria tem o nível médio
completo.
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 86 * 1 * normal (x; 5,32558; 1,02259)
Escolaridade dos entrevistados
No de observações
4,7%
7,0%
59,3%
9,3%
19,8%
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
1 grau completo
2 grau incompleto
2 grau completo
3 grau incompleto
3 grau completo
Fonte: Dados da pesquisa.
Figura 4.3 - Grau de instrução dos entrevistados
A figura 4.4 mostra o grau de conhecimento dos entrevistados quanto ao uso de
Tecnologias Limpas em Postos de Combustível. Pode-se observar que 76,8% dos
entrevistados têm pouco conhecimento ou um conhecimento razoável. Enquanto a menor
quantidade dos entrevistados (2,3%) tem muito conhecimento e 8,1%, não tem nenhum
conhecimento quanto ao uso de Tecnologias Limpas em Postos de Combustível.
52
y = 86 * 1 * normal (x; 2,627907; 0,895039)
Grau de conhecimento quanto ao uso de TL em Postos de combustível
8,1%
38,4% 38,4%
12,8%
2,3%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
Nenhum Pouco Razoável Algum Muito
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.4 – Grau de conhecimento quanto ao uso de Tecnologias Limpas em Postos de
Combustível
A figura 4.5 a seguir retrata a frequência que os Gerentes e/ou Sub-Gerentes têm acesso
a informações sobre Tecnologias Limpas (TL). A grande maioria dos entrevistados (64,0%),
mais da metade, têm pouca e média frequência quanto ao acesso a informações sobre TL,
enquanto um número reduzido (3,5%) tem muita frequência de acesso a essas informações.
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 86 * 1 * normal (x; 2,65116; 1,049004)
Frequência de acesso a informações sobre TL
No de observações
14,0%
32,6%
31,4%
18,6%
3,5%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
Nunca
Pouca frequencia
ás vezes
Frequentemente
Muita frequencia
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.5 - Frequência de acesso a informações sobre Tecnologias Limpas ou Técnicas de
proteção ambiental (Produção mais Limpa)
53
De acordo com a figura 4.6, 32,9% dos entrevistados não têm nenhum conhecimento
quanto as resoluções do CONAMA, e somente 3,5% dos entrevistados informaram ter muito
conhecimento sobre essas resoluções.
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 85 * 1 * normal (x; 2,32941; 1,179065)
Grau de conhecimento quanto ás resoluções da CONAMA
No de observações
32,9%
22,4%
27,1%
14,1%
3,5%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
Nenhum conhecimento
Pouco conhecimento
Razoavel conheciment
Algum conhecimento
Muito conhecimento
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.6 – Grau de conhecimento quanto as resoluções do CONAMA estabelecidas para os
Postos de Combustíveis
4.2.2 Situação Atual dos Postos de Combustível pesquisados
Na Análise Descritiva dos resultados desta pesquisa pode-se visualizar a situação atual
dos Postos de Combustível em Natal sob os seguintes aspectos: bandeiras dos postos, práticas
ambientalmente corretas existentes nos Postos, nível de treinamento dos seus funcionários e
tempo de funcionamento dos Postos.
Na figura 4.7 observa-se que da amostra recolhida, cerca de 76,7% dos postos foram
nacional e 23,3% multinacional. Dessa forma, conclui-se que existe grande participação dos
postos nacionais na cidade de Natal.
54
BANDEIRA
No of obs
76,7%
23,3%
0
6
12
18
24
30
36
42
48
54
60
66
72
78
84
Nacional Multinacional
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.7- Bandeira dos Postos
A figura 4.8 mostra quais as práticas que os Gerentes/ Sub-Gerentes identificaram como
sendo ambientalmente correto existente nos seus Postos de combustível. Das práticas citadas,
40,0% dos postos têm a coleta seletiva de óleo usado ou contaminado, 14,7% tanques
ecológicos (revestidos com fibra de vidro reforçado), 6,7% executam a coleta seletiva de
resíduos, utilizam caixa separadora água/óleo e fazem testes de vazamento (filtros para
controle de vazamento). Cerca de 25,3% citaram outras práticas tais como: cuidado na
lavagem do carro, pista isolada para impedir infiltração de combustível no subsolo, existência
de reservatório para controle de vazamento, armazenamento de lubrificantes, cuidado no
manejo de combustível, na distribuição do gás (GLP) e na troca de óleo, entre outros.
55
Práticas ambientalmente correto
No de observações
40,0%
14,7%
6,7% 6,7% 6,7%
25,3%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
Coleta seletiva de ó
Tanques ecológicos
Coleta sel de resídu
Caixa separadora águ
Testes de vazamentos
Outros
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.8 – Práticas ambientalmente corretas
A figura 4.9 mostra a frequência com que os Postos fazem planejamento de ação futura
referente a TL. Grande parte dos postos nunca fazem planejamento (33,8%) e 29,9% fazem
com pouca frequência, e somente 3,9% fazem com muita frequência. Ou seja, mais da metade
(63,7%) dos postos estão entre nunca e pouca frequência de fazer planejamentos referentes a
TL.
Dos postos que responderam que fazem planejamento, independentemente da
frequência, afirmaram que é a empresa distribuidora que faz este tipo de planejamento (anual)
e não o próprio posto.
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 77 * 1 * normal (x; 2,272727; 1,210006)
Frequência de Planejamento de ação futura referente a TL
No de observações
33,8%
29,9%
15,6%
16,9%
3,9%
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
22
24
26
28
Nunca
Pouca frequência
Ás vezes
Frequentemente
Muita frequência
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.9- Frequência de Planejamento de ação futura referente a TL
56
A figura 4.10 mostra o nível de treinamento dos funcionários para lideram com
problemas que comprometem o meio ambiente. De acordo com a figura a seguir, na maior
parte dos postos (84,9%) os funcionários estão entre nenhum e razoável treinamento.
Enquanto somente 8,1% tem muito treinamento e 7,0% tem algum treinamento. De uma
forma geral, isso quer dizer que na maior parte dos postos pesquisados (84,9%), os
funcionários não estão aptos para lidarem com problemas que comprometem o meio
ambiente.
Isto torna-se algo preocupante, visto que um posto de combustível tem sérios impactos
ambientais tais como a contaminação humana, do solo e das àguas subterrâneas, incêndios e
resíduos (ROCHA, SILVA e MEDEIROS, 2004). Por isso, além de se usar técnicas que
impedem ou minimizam esses impactos, os funcionários têm que estar altamente treinados
para que quando houver algum acidente que comprometa o meio ambiente, tenha menores
prejuízos possíveis ao ambiente.
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 86 * 1 * normal (x; 2,476744; 1,12435)
Nível de treinamento dos funcionários
No de observações
18,6%
38,4%
27,9%
7,0%
8,1%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
Nenhum treinamento
Pouco treinamento
Treinamento razoavel
Algum treinamento
Muito treinamento
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.10- Nível de treinamento dos funcionários
É interessante ressaltar que na Resolução 273 de 29 de Novembro 2000 (CONAMA), no
artigo 8°, parágrafo 3° diz que: em caso de acidentes ou vazamentos que representem
situações de perigo ao meio ambiente ou a pessoas, bem como na ocorrência de passivos
ambientais, os proprietários dos estabelecimentos e dos equipamentos e sistemas deverão
promover o treinamento, de seus respectivos funcionários, visando orientar as medidas de
57
prevenção de acidentes e ações cabíveis imediatas para controle de situações de emergência e
risco.
Na figura 4.11 a seguir observa-se o tempo de funcionamento dos postos pesquisados.
De acordo com esta figura, a maior parte dos postos (72,1%) funciona há mais de 6 anos, e
somente 2,3% a menos de 1 ano. Ou seja, maior parte dos postos funcionam há mais de 6
anos, tempo que permite adquirir certa maturidade e experiência nesta área (por exemplo
algum conhecimento do setor e suas implicações no meio ambiente).
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 86 * 1 * normal (x; 3,60465; 0,724026)
Tempo de funcionamento do Posto
No de observações
2,3%
7,0%
18,6%
72,1%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
Menos de 1 ano 1 a 3 anos 3 a 6 anos Mais de 6 anos
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.11- Tempo de funcionamento dos Postos
É importante frisar de que com o decorrer do tempo, quanto mais antigo for o posto, os
tanques de armazenamento de combustíveis (gasolina, diesel, álcool) ficam mais propensos a
vazamento.
Este vazamento é facilitado pela elevada corrosividade do solo local, fazendo com que
os tanques sejam corroídos provocando vazamentos de combustível dos mesmos. Dependendo
da gravidade e da característica do solo podem atingir os lençóis freáticos ocasionando a
contaminação da vizinhança através dos poços de abastecimento de água, que na maioria das
vezes são usados como fonte de abastecimento de água das pessoas (ROCHA, SILVA e
MEDEIROS, 2004).
58
4.3 Análise de Cluster
A análise de cluster foi realizada com o objetivo de detectar a existência de grupos
distintos de respondentes com relação às respostas dos itens nas barreiras à implantação de
TL assim como os benefícios. Observando os gráficos contidos no Apêndice 3, observa-se que
a maioria dos respondentes dá sempre importância ou muita importância a todos os itens
mencionados. Interessa então saber se existem 2 grupos distintos (heterogêneos) onde um
mais importância aos itens mencionados e outro menos importância. Isso é possível ser
detectado quando grupos de respondentes possuem mesma opinião (homogeneidade interna) a
respeito do primeiro item até o último.
Os questionários não respondidos (casas em branco) foram desconsiderados, por isso, o
número reduzido de questionários que fizeram parte da análise.
4.3.1 – Análise das Barreiras à Implantação de Tecnologias Limpas
Na figura 4.12, pode-se observar de que a grande maioria (82,1%) dos entrevistados
avalia o grau da dificuldade em se implantar Tecnologias Limpas ou Ambientais em Postos de
Combustíveis como sendo fácil ou muito fácil. Enquanto que somente 4,8% afirma que é
muito difícil a implantação de TL nos postos. Porém existem barreiras que tornam essa
realidade difícil de ser alcançada. É o que pode ser observado na análise a seguir.
59
y = 84 * 1 * normal (x; 4,011904; 1,06978)
No of obs
4,8%
7,1%
6,0%
46,4%
35,7%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
Muito difícil Difícil Pode ser difícil ou Fácil Muito fácil
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.12 – Grau da dificuldade em se implantar Tecnologias Limpas ou Ambientais em Postos de
Combustíveis
Mesmo a grande maioria tendo considerado o grau de dificuldade em se implantar
Tecnologias Limpas como sendo fácil ou muito fácil, alguns itens em forma de barreiras na
implantação são considerados importantes ou muito importantes. Na análise de cluster
visualizam-se dois grupos distintos.
As variáveis significantes na separação dos clusters considerando as barreiras estão
descritas na tabela 4.1. Apenas a variável BA_CUSTO (custo elevado) não foi significante,
sugerindo que a maioria dos entrevistados acha a questão do custo elevado importante ou
muito importante como barreira à implantação, ou seja, suas respostas não diferem muito uma
da outra (respostas parecidas).
Os resultados mais detalhados encontram-se no Apêndice III.
Tabela 4.1 – Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters
Variáveis Barreiras p - valor
BA_RECUR Falta de recursos financeiros 0,0000
BA_INFRA Falta de infra-estrutura 0,0000
BA_ENVOL Falta de envolvimento dos funcionários 0,0000
BA_INFOR Falta de informação 0,0000
BA_CAPAC Falta de capacitação dos funcionários 0,0010
BA_MUDAN Resistencia às mudanças 0,0000
60
BA_PML Complexidade da PML na avaliação e identificação das oportunidades 0,0104
BA_TECNO Difícil acesso a tecnología 0,0001
BA_SUPER Ausência de supervisão efetiva 0,0001
BA_L_AMB Legislação ambiental 0,0047
BA_INCEN Falta de incentivos 0,0397
Fonte: Dados da pesquisa
Aceitando a divisão de dois grupos, tem-se que o cluster 2 corresponde a 51,0% da
amostra e apresenta médias mais altas, para todas as variáveis com exceção de BA_INCEN
(falta de incentivo). Isso significa que esse cluster considera todos os itens como importante
ou muito importante. O Cluster 1, com 49,0% da amostra e médias menores, apresenta
dúvidas quanto à importância ou acha menos importante que o cluster 2. A Figura 4.13 mostra
os resultados obtidos.
Cluster
No. 1
Cluster
No. 2
Variáveis
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
BA_INFRA BA_INFOR BA_MUDAN BA_TECNO BA_L_AMB
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.13- Médias de cada Cluster relacionadas às variáveis Barreiras
De acordo com os resultados desta pesquisa, os entrevistados consideraram como sendo
importante ou muito importante todas barreiras. E algumas das barreiras enumeradas por
Maimon (apud CAGNIN, 2000), foram confirmadas nestas pesquisa: organizacional (falta de
envolvimento dos empregados da própria empresa), comportamental (resistência às
mudanças), sistêmicas (falta de informação, falta de capacitação dos empregados), técnica e
61
econômica (falta de infra-estrutura, falta de recursos financeiros) e governamental (falta de
incentivos).
Ao realizar o cruzamento dos clusters com as demais variáveis do questionário,
observou-se que cada cluster caracteriza-se pela mesma proporção de: bandeiras, grau de
conhecimento quanto a tecnologias limpas, freqüência no acesso de informações, freqüência
em planejamento de ação futura, dificuldade e importância de se implantar TL nos postos,
nível de treinamento dos funcionários, perfis (idades e escolaridade) e tempo de
funcionamento dos postos. Ou seja, cada cluster é homogêneo. A tabela 4.2 descreve os
resultados com mais detalhes.
Tabela 4.2 – Proporção dentro de cada cluster considerando as demais variáveis do questionário
Barreiras
Variáveis
Cl 2
(51%)
Cl 1
(49%)
Bandeira do Posto de combustível: nacional (75%) 50% 50%
Grau de conhecimento quanto ao uso de Tecnologias Limpas ou ambientais em
Postos de combustíveis: pouco ou razoável (81%)
52% 48%
Freqüência de acesso a informações sobre Tecnologias Limpas ou Técnicas de
proteção ambiental (Produção mais Limpa): às vezes ou freqüentemente
(65%).
51% 49%
Grau de conhecimento quanto às resoluções do CONAMA: algum
conhecimento (20%).
71%
28%
Grau de conhecimento quanto às resoluções do CONAMA: nenhum
conhecimento (30%).
43%
57%
Existência de alguma prática ambientalmente correta: sim (90%)
55%
45%
Freqüência com que o empreendimento faz Planejamento de ação futura
referente às Tecnologias limpas ou Ambientais: nenhuma ou pouca (58%).
52% 48%
Avaliação (no geral) da DIFICULDADE em se implantar Tecnologias Limpas ou
Ambientais em Postos de Combustíveis: fácil ou muito fácil (84%)
49% 49%
Avaliação (no geral) da IMPORTÂNCIA da implantação de Tecnologias Limpas
ou Ambientais em Postos de Combustível: importante ou muito importante
(61%).
50% 50%
Nível de treinamento dos Funcionários do estabelecimento para lidar com
problemas que comprometem o meio ambiente: pouco ou razoável (65%).
47% 53%
Idade dos respondentes: menos de 40 anos (61%). 45% 43%
Escolaridade dos respondentes: Ensino Médio (62%). 51% 49%
Tempo de funcionamento do Posto: mais de 6 anos (72%) 48% 52%
Fonte: Dados da pesquisa
62
Porém, a variável em que houve maiores diferenças nos clusters foi o Grau de
conhecimento quanto às resoluções do CONAMA. Foi encontrado o seguinte resultado: 71%
dos que possui algum conhecimento estão no cluster 2 (médias maiores) e somente 28% estão
no cluster 1 (médias menores). Também, dos sete que disserem não existir prática
consideradas ambientalmente correto, seis estão no cluster 1 (médias menores).
4.3.2 – Análise dos Benefícios à Implantação de Tecnologias Limpas
As variáveis, relacionadas aos benefícios que a implantação de TL pode trazer aos
postos, que não foram significantes foram: o diferencial (vantagem competitiva), a não
geração, minimização ou reciclagem dos resíduos, a melhora da qualidade dos serviços, a
melhoria da imagem da empresa, o aprimoramento das condições de trabalho, a satisfação dos
consumidores e melhor adequação aos padrões ambientais. Isto significa que a maioria dos
entrevistados tem a mesma opinião com relação a essas variáveis, ou seja, não existe grupos
distintos quanto ao grau de importância.
As variáveis significantes na separação dos clusters considerando os benefícios estão
descritas na tabela 4.3. Os resultados mais detalhados encontram-se no Apêndice III.
Tabela 4.3 – Análise de Variância das variáveis significantes na formação dos clusters
Variáveis Benefícios p- valor
BE_CUSTO Redução dos custos 0,0000
BE_RECUR Maior eficiência dos recursos 0,0128
BE_PROT Proteção ambiental 0,0000
BE_AT_CO Atitudes e comportamentos ambientais 0,0004
BE_CONSC Conscientização ambiental 0,0155
Fonte: Dados da pesquisa
Aceitando a divisão de dois grupos, tem-se que o cluster 2 corresponde a 75% da
amostra e apresenta médias mais altas, para todas as variáveis. Isso significa que esse cluster
considera todos os itens como importante ou muito importante. O Cluster 1, com 25% da
63
amostra e médias menores, apresenta dúvidas quanto à importância ou acha menos importante
que o cluster 2. A Figura 4.14 mostra os resultados obtidos.
Cluster
No. 1
Cluster
No. 2
Variáveis
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
BE_CUSTO BE_RECUR BE_PROT BE_AT_CO BE_CONSC
Fonte. Dados da pesquisa
Figura 4.14- Médias de cada Cluster relacionadas às variáveis Benefícios
Segundo os resultados desta pesquisa, todos os benefícios foram considerados pelos
entrevistados como importante ou muito importante. Donaire (apud Cagnin, 2000) sugeriu
alguns benefícios que a gestão ambiental traz às empresas. Desses, alguns foram confirmados
nesta pesquisa: estratégicos (melhoria da imagem da empresa, melhor adequação aos padrões
ambientais) e econômicos (redução dos custos, maior eficiência dos recursos). Já dos
benefícios decorrentes da implementação de um SGA (Sistema de Gestão Ambiental) citados
por Cagnin (2000) confirmados nesta pesquisa foram: conscientização ambiental,
aprimoramento das condições de trabalho, maior eficiência dos recursos, atitudes e
comportamentos ambientais e redução dos custos.
Ao realizar o cruzamento dos clusters com as demais variáveis do questionário,
observou-se que em cada cluster existe a mesma proporção em todas as perguntas. Significa
que eles diferem apenas no grau de importância, dado por cada cluster, das variáveis
relacionadas aos Benefícios que a implantação de TL pode trazer ao Posto de Combustível (o
cluster 2 dá mais importância às variáveis do que o cluster 1).
64
Porém, quanto ao grau de conhecimento às resoluções do CONAMA foi encontrado o
seguinte resultado: 86% dos que possui algum conhecimento ou muito conhecimento, estão
no cluster 2 (médias maiores). Ou seja, cada cluster é homogêneo. A Tabela 4.4 mostra os
resultados mais detalhadamente.
Tabela 4.4 – Proporção dentro de cada cluster considerando as demais variáveis do questionário
Benefícios
Variáveis
Cl 2
(75%)
Cl 1
(25%)
Bandeira do Posto de combustível: nacional (76%) 74% 25%
Grau de conhecimento quanto ao uso de Tecnologias Limpas ou ambientais
em Postos de combustíveis: pouco ou razoável (81%)
74% 26%
Freqüência de acesso a informações sobre Tecnologias limpas ou Técnicas
de proteção ambiental (Produção mais limpa): às vezes ou freqüentemente
(66%).
70% 30%
Grau de conhecimento quanto às regras do CONAMA: algum conhecimento
(21%).
86%
14%
Grau de conhecimento quanto às regras do CONAMA: nenhum
conhecimento (31%).
67%
33%
Existência de alguma prática ambientalmente correta: sim (90%) 73% 27%
Freqüência com que o empreendimento faz Planejamento de ação futura
referente às Tecnologias limpas ou ambientais: nenhuma ou pouca (57%).
74% 26%
Avaliação (no geral) da DIFICULDADE em se implantar Tecnologias Limpas
ou ambientais em Postos de Combustíveis: fácil ou muito fácil (84%)
71% 29%
Avaliação (no geral) da IMPORTÂNCIA da implantação de Tecnologias
Limpas ou ambientais em Postos de combustível: importante ou muito
importante (61%).
69% 32%
Nível de treinamento dos Funcionários do estabelecimento para lidar com
problemas que comprometem o meio ambiente: pouco ou razoável (64%).
79% 21%
Idade dos respondentes: menos de 40 anos (60%). 83% 18%
Escolaridade dos respondentes: Ensino Médio (64%). 70% 30%
Tempo de funcionamento do Posto: mais de 6 anos (72%) 71% 29%
Fonte: Dados da pesquisa
Na figura 4.15, observa-se que quase todos os entrevistados (96,5%) avaliam como
sendo importante ou muito importante a implantação de Tecnologias Limpas ou Ambientais
em Postos de Combustível. Isso foi confirmado na análise acima em que todos os benefícios
foram considerados importante ou muito importantes.
65
y = 85 * 1 * normal (x; 4,57647; 0,564347)
No of obs
3,5%
35,3%
61,2%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
Pode ser ou não Importante Muito importante
Fonte: Dados da pesquisa
Figura 4.15 - Importância da implantação de Tecnologias Limpas ou Ambientais em Postos de
Combustível
Pode-se concluir que tanto nas barreiras como em benefícios da implantação de TL em
Postos, observa-se a existência de dois clusters. Nos dois casos pode-se afirmar que dentro de
cada clusters existe homogeneidade e entre os clusters existe heterogeneidade.
Na verdade, todas as barreiras e benefícios foram considerados importante ou muito
importante pelos entrevistados. Existe apenas uma pequena diferença significativa que os
separa em clusters (médias).
66
Capítulo 5
Conclusões e Recomendações
Este capítulo apresenta as conclusões do trabalho fundamentadas no resultado das
análises realizadas de forma descritiva e através da análise de Clusters. Apresentam-se
também algumas limitações do trabalho e recomendações para trabalhos futuros.
5.1 Conclusões da Pesquisa Bibliográfica
O planeta Terra é o habitat de todos os seres vivos. Mas não está recebendo o cuidado
que merece, e o homem é infelizmente o maior causador da sua transformação, deteriorização
e poluição. O autor Strang (1976) define esta situação da seguinte forma: enquanto o homem
viveu como caçador pescador ou coletor, integrado em um ecossistema, não houve problemas
em suas relações com a natureza; estes passaram a surgir na medida em que se tornou pastor,
e depois agricultor, libertando-se das leis naturais e, crescendo em seus aglomerados,
nascedouros da vida civilizada.
O petróleo é um recurso natural escasso que se tornou a principal fonte de energia desde
a década de 1950. Sua descoberta no Brasil foi em 1930, e a partir de então com sua
importância crescente criou-se o Conselho Nacional do Petróleo (1938). Em 3 de Outubro de
1953, a União tornou-se monopólio sobre a lavra, refinação e transporte marítimo do petróleo
e seus derivados, e criou-se a Petróleo Brasileiro S.A – Petrobrás, para exercê-lo, de acordo
com a Lei nº 2004 (SINDICOM, Março 2006).
67
Com a abertura do setor de petróleo no Brasil, permitiu-se que as empresas de capital
nacional e estrangeiro pudessem atuar nos diversos segmentos da indústria.
O total de números de postos de combustível existente no país é de 49.749, segundo
dados da ANP de Março 2006 (Anexo A).
De acordo com Barcellos (apud ROCHA, 2001), em todas as fases da indústria do
petróleo ocorrem impactos ambientais, e quanto mais próximos da etapa final mais
significativo serão os danos ambientais.
Os impactos ambientais causados pelos postos de combustível são: contaminação
humana, do solo e das águas subterrâneas, incêndios e resíduos (ROCHA, SILVA e
MEDEIROS, 2004). E por isso se faz necessário o uso de técnicas ambientais.
Por causa de impactos ambientais causados não só pelos Postos de Combustível, mas
por todos processos de produção, tem se buscado:
Padrões de produção mais elevados a fim de aumentar a ecoeficiência e reduzir
os riscos para o homem e para meio ambiente (Produção mais Limpa). Aplica-se
a processos produtivos, a produtos e a serviços;
Um sistema de produção que não causa impacto ambiental (Produção Limpa).
Para alcançar esses objetivos, surgiram novas tecnologias ambientais porque as
Tecnologias Ambientais existentes inicialmente (técnicas de fim-de-tubo) trabalhavam,
principalmente, no tratamento da poluição (resíduos, efluentes e emissões), ou seja, tratam os
resíduos no final do processo de produção. São elas:
Tecnologia mais Limpa (Cleaner Technology) é um conjunto de soluções cujos
objetivos são: proteger e resolver problemas ambientais, evitar o desperdício de
recursos e a degradação ambiental, almejar o desenvolvimento sustentável
(MELLO e NASCIMENTO, 2002).
Tecnologia Limpa (Clean Technology) é a adoção de qualquer medida de
mudança ou transformação de métodos utilizados para reduzir, ou melhor,
eliminar, já na fonte, a produção de qualquer tipo de poluição - sonora,
atmosférica, hidrosférica, etc - evidentemente, que ajude de alguma forma a
economizar matéria-prima e energia, em suma todos os recursos, naturais ou não
(PEREIRA, CUNHA e PEREIRA, 1997).
68
Existem alguns recursos tecnológicos que contribuem para uma gestão ambientalmente
correta: tanques de parede dupla, tubulações de polietileno de alta densidade, válvula de
retenção junto à bomba de abastecimento, descarga selada, câmaras de contenção de descarga,
câmaras de contenção sob bombas de abastecimento, câmaras de contenção de tanques,
sistemas de monitoramento de tanque, piso impermeável, canaleta de contenção de projeção
da cobertura, caixa separadora água/óleo, e câmara de contenção sobre filtro.
Alguns benefícios identificados por Donaire (apud CAGNIN 2000) trazidos pela gestão
ambiental às empresas são: econômicos (economia de custos e incrementos de receitas) e
estratégicos (tais como melhoria da imagem institucional, aumento da produtividade,
melhorias das condições de trabalho, etc).
Porém, existem barreiras que impedem as empresas de terem uma postura ecológica: do
tipo organizacionais, sistémicos, comportamentais, técnicas, econômicas, governamentais e
outros (MAIMON apud CAGNIN, 2000)
Já as barreiras que impedem o sucesso da Produção mais Limpa nas pequenas e médias
empresas brasileiras são: pouca participação dos funcionários, barreiras técnicas e financeiras,
falta de informação quanto à Gestão Ambiental no Brasil, resistência dos empresários para
distribuir informações das suas empresas e para revisar os processos operacionais (BARROS,
PAIVA E SISINNO, 2003).
Por outro lado, alguns fatores levam as empresas a aceitarem a responsabilidade pela
proteção ambiental: senso de responsabilidade ecológica, exigências legais, proteção dos
interesses das empresas, a sua imagem, proteção dos funcionários, a pressão do mercado,
qualidade de vida e o lucro (VIARDOT apud DINATO, 1998).
5.2 Conclusões da Pesquisa de Campo
Baseando-se nos resultados encontrados, algumas conclusões podem ser obtidas do
estudo:
- Perfil dos entrevistados: a maior parte dos entrevistados estão compreendidos na faixa
etária que vai de 30 a 39 anos de idade; têm o ensino médio completo; declararam ter
69
entre pouco e razoável conhecimento quanto ao uso de TL em postos de combustível;
possuem pouco acesso a informações referentes a TL; não tem muito conhecimento
quanto as resoluções do CONAMA estabelecidas para os Postos de combustível. Esta
última informação é preocupante visto que desde o nascimento do posto até a sua
operação o CONAMA exige licenças ambientais (prévia, de instalação e de operação).
A partir disso, surge a questão: que critérios estão sendo utilizados para a ocupação do
cargo de Gerente/ Sub- Gerente de um posto aqui na cidade de Natal?
- Situação atual dos Postos de combustíveis em Natal: a maioria é nacional; a prática
ambientalmente correta mais citada pelos entrevistados foi a coleta seletiva de óleo
usado ou contaminado; a maioria funciona há mais de 6 anos (acreditando-se que
existe certa maturidade e experiência nesta área, por exemplo, algum conhecimento do
setor e suas implicações no meio ambiente, porém ao que parece isto não ocorre de
acordo com os dados do perfil; esse período, acima de 6 anos, também tem seus
impactos negativos, pois os tanques subterrâneos de armazenamento de combustíveis
podem ocasionar a contaminação do solo devido a problemas de vazamento na sua
estrutura o que pode ocasionar um passivo ambiental de solo contaminado por
hidrocarbonetos, que são produtos tóxicos e cancerígenos); Grande parte dos
entrevistados nunca fazem planejamento de ação futura referente a TL ou fazem com
pouca freqüência (algo de se esperar visto que não têm muito conhecimento quanto
este assunto, de acordo com os resultados contidos no perfil; dos que responderam que
fazem planejamento, independentemente da freqüência, alguns afirmaram de que é
exigência da distribuidora e não deles); os seus funcionários têm de nenhum a um
razoável nível de treinamento para lidar com problemas que comprometem o meio
ambiente, isso quer dizer que na maior parte dos postos pesquisados, os funcionários
não estão aptos ou treinados para lidar com problemas que comprometem o meio
ambiente; embora a grande parte não tenha muito conhecimento quanto as técnicas
ambientais, declararam ser fácil ou muito fácil a implantação de TL nos postos.
- Quase todas as barreiras e benefícios foram consideradas importante ou muito
importante na opinião dos entrevistados.
- Tanto nas barreiras como em benefícios da implantação de TL em Postos, pode-se
observar a existência de dois clusters. Nos dois casos pode-se afirmar que dentro de
cada cluster existe homogeneidade (opiniões semelhantes) e entre clusters existe
heterogeneidade (grupos distintos). Na verdade, todas as barreiras foram consideradas
70
importante ou muito importante na opinião dos entrevistados. Existe apenas uma
pequena diferença significativa que os separa em clusters (médias).
- Quase todos os entrevistados (96,5%) avaliam como sendo importante ou muito
importante a implantação de Tecnologias Limpas ou ambientais em Postos de
combustível.
- De uma forma geral, existem algumas técnicas ambientais que são utilizadas nos
Postos de combustíveis em Natal, dentre as quais a mais utilizada é a coleta seletiva do
óleo usado ou contaminado (que segundo a alta gerência, é recolhida por uma empresa
regularizada da ANP, e o destino do óleo é a reciclagem). Embora muitos
gerentes/sub-gerentes não tenham conhecimento sobre este assunto, acreditam ser fácil
ou muito fácil a implantação de TL nos postos e também afirmam ser importante ou
muito importante a implantação dessas técnicas. Também existem poucos
planejamentos de ação futura referente a TL, porém a grande parte não é iniciativa da
alta gerência e sim da Distribuidora. Aliado ao pouco conhecimento dos entrevistados
quanto a TL, a grande parte dos seus funcionários não estão aptos para lidarem com
problemas ambientais, algo que agrava ainda mais a situação dos postos com relação
ao meio ambiente.
5.3 Limitações do Trabalho
Um dos fatores limitadores desta pesquisa consiste no reduzido número de publicações
encontradas sobre o assunto, sendo as Tecnologias Limpas bastante recente e ainda pouco
explorada.
A carência ou divulgação limitada de estudos anteriores sobre as tecnologias ambientais,
bem como os fatores limitadores da sua implantação, o processo de sua implantação e seus
benefícios, limita a disponibilidade de dados existentes sobre o tema. A bibliografia recente
sobre o assunto é bastante escassa.
Soma-se a isso, a falta de disponibilidade de alguns Gerentes/Sub-gerentes para
responder o questionário e a desconfiança por partes de outros.
71
Outra limitação, foi de ordem financeiro que fez com que a coleta de dados estendesse
por mais tempo do que previsto. A coleta de dados foi feita exclusivamente pela pesquisadora
e alguns postos eram por vezes de difícil acesso de localização.
Porém embora tenha tido algumas limitações, elas não retiram a importância do estudo
realizado.
5.4 Direções de Pesquisa
Embora se acredite que o objetivo a que se propôs este trabalho foi alcançado, deve-se
ressaltar que o assunto não tenha sido esgotado. Ao contrário, o sentimento que surge com a
finalização da pesquisa é de que este foi apenas o início de grandes passos que estão por vir.
Ou seja, a partir dos resultados e da conclusão percebe-se outros caminhos a serem explorados
em pesquisas futuras.
Nesse sentido, são aqui sugeridos direções de pesquisa para a realização de futuros
trabalhos científicos que, sem dúvida, auxiliarão para a construção de uma sociedade mais
justa e consciente da sua responsabilidade para com as gerações futuras:
Verificar quais variáveis interferem na decisão de uso ou não de TL nos Postos
de combustíveis;
Identificar as Tecnologias Limpas (ou Ambientais) que são mais eficazes e de
baixo custo para se utilizar nos Postos de Combustível;
Estudar a percepção ambiental dos clientes dos Postos de Combustíveis;
Explorar a eficácia de programas de educação ambiental nas empresas de
revenda de combustível, tanto para alta gerência como para funcionários;
Averiguar até que ponto os Postos de combustíveis estão atendendo as normas
e resoluções ambientais para estarem funcionando;
Estudar como está sendo feito a fiscalização nos Postos de Combustíveís;
Avaliar o nível de contaminação do subsolo dos postos de combustíveis, como
também do lençol freático na cidade de Natal/RN.
72
Referências Bibliográficas
ANP. Posto revendedor. Disponível em: <http:www.anp.gov.br/postos/consulta.asp>.
Acesso em Março 2006.
AMBIENTE BRASIL. Resíduos. Disponível em:
<http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=residuos/index.php3&conteudo=./r
esiduos/residuos.html#classificacao> . Acesso em 17/06/2006.
BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e meio ambiente: as estratégias de mudanças
da Agenda 21. Petrópolis, RJ: Vozes, 1997.
BARROS, Ricardo L. P; PAIVA, Maria de Fátima F. de e SISINNO, Cristina L. S. Cleaner
production challenges in Brazilian SMEs. UNEP Industry and Environment, Big challenge
for small business: sustainability and SMEs. Volume 26 No. 4, October - December 2003.
Disponível em: <http://www.uneptie.org/media/review/vol26no4/IE26_4-SMEs.pdf>. Acesso
em Maio 2005.
CAGNIN, Cristiano Hugo. Fatores relevantes na implementação de um Sistema de
Gestão Ambiental com base na norma ISO 14001. 2000. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis/ SC.
CASTRO, Newton de (coordenador). SETTI, Arnaldo Augusto; FARIA, Sueli Correa de
(Consultores). A questão ambiental: o que todo empresário precisa saber. Editora
SEBRAE, Brasília-1996.
CONAMA. Resolução no 273 de 29 de Novembro 2000. Disponível em:
<
http://www.mma.gov.br/port/conama/res/res00/res27300.html>. Acesso em 23/07/2005.
COOPER, Donald R.; SCHINDLER, Pamela S. Métodos de Pesquisa em Administração.
Tradução: Luciana de Oliveira da Rocha. 7ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.
DINATO, Monique Revillion. O meio ambiente e o setor petroquímico do Rio Grande do
Sul: um estudo exploratório. 1998. Dissertação (Mestrado em Administração)- Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre/RS.
73
DUARTE, Kátia da Silva. Avaliação do risco relacionado à contaminação dos solos por
hidrocarbonetos no Distrito Federal. 2003. Tese (Doutorado em Engenharia Civil e
Ambiental) - Universidade de Brasília. Brasília / DF.
ESSO. História da Esso no Brasil. Disponível em: <http://www4.esso.com/Brazil-
Portuguese/PA/Responsibility/BR_CR_Environment.asp >. Acesso em 13/12/2005.
ELIAS, Sérgio José Barbosa; PRATA, Auricélio Barros; MAGALHÃES, Liciane Carneiro.
Experiência de implantação da Produção mais Limpa. Estudo de múltiplos casos. In:
Encontro nacional de Engenharia de Produção - ENEGEP, 2004, Florianópolis – SC.
FURTADO, João S. Produção Limpa. Novembro 2001. Disponível em:
<http://www.teclim.ufba.br/jsfurtado/producaol.asp >. Acesso em 7/01/2005.
GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
GOMES, Andréa do Nascimento. Gestão ambiental na indústria do petróleo: um estudo
sobre as práticas de gestão baseadas na perspectiva da aprendizagem organizacional.
2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Natal/RN
a
HILSON, G. Pollution prevention and cleaner production in the mining industry: an
analysis of current issues. Journal of Cleaner Production, Vol. 8 (2000), Pages 119–126.
Disponível em: < www.sciencedirect.com >. Acesso em Maio 2005.
b
HILSON, G. Barriers to implementing cleaner technologies and Cleaner Production
(CP) practices in the mining industry: a case study of the Americas. Minerals
Engineering. Vol. 13, no. 7, pp. 699-717. 2000. Disponível em: <www.sciencedirect.com>.
Acesso em: Maio de 2005.
IPIRANGA. Ipiranga e o meio ambiente. Disponível em; <
http://www.ipiranga.com.br/institucional/conteudo_meio_ambiente_ipiranga_meio_ambiente.
htm
>. Acesso em 14/12/2005.
KJAERHEIM, Gudolf. Cleaner production and sustainability. Article, Journal of Cleaner
Production, Volume 13, Issue 4, March 2005, Pages 329-339. Disponível em:
<www.sciencedirect.com>. Acesso em Maio de 2005.
MARQUES, Bruno José; BRÁSIO, Marco Alves; PINTO, Paulo Norte. O ambiente e as
tecnologias limpas: introdução à Engenharia do ambiente. Faculdade de Ciências e
Tecnologias da Universidade de Coimbra, FCTUC, 2004.
74
MARTINEZ, Maurício L. Análise Setorial: a indústria do petróleo. Volume I e II: Gazeta
mercantil, Abril de 1999.
MEIO AMBIENTE. Disponível em:
<http://www.portaldepostos.com.br/paginas/dica.ambiental.materia5.html>. Acesso em
17/06/2006.
MELLO, Maria Celina Abreu de NASCIMENTO, Luiz Felipe. Produção mais limpa: um
impulso para a inovação e a obtenção de vantagens competitivas. Encontro nacional de
Engenharia de Produção – ENEGEP, 2002, Curitiba/PR.
PEREIRA, Maurício Fernandes; CUNHA, Myriam Siqueira da; PEREIRA, Luciana
Fernandes. Tecnologias Limpas: uma nova postura empresarial. In: Encontro Nacional de
Engenharia de Produção – ENEGEP, 1997, Gramado/RS.
PETROBRAS. Desenvolvimento sustentável Rio 92. 1999. Disponível em:
<http//:www2.petrobras.com.br/portal/meio_ambiente.htm>. Acesso em 18/10/2004.
PETROBRAS. Evolução da rede. Disponível em: <http//:www.br-petrobras.com.br>.
Acesso em 24/02/2006.
PETROBRAS. Relatório Petrobras: Balanço social e ambiental 2004. Disponível em:
<www2.petrobras.com.br/ri/ing/ConhecaPetrobras/RelatorioAnual/pdf/petrobras_balanco_so
cial_final_port.pdf >. Acesso em 23/03/2006.
REIJNDERS, L. Policies influencing cleaner production: the role of prices and
regulation. Journal of Cleaner Production, Volume 11, no 3, pp 333-338, May 2003.
ROCHA, Sayonara Sonnaly. Eco-atitudes e Eco-comportamentos no varejo de
combustíveis: um estudo de caso na cidade de Natal/RN. 2001. Dissertação (Mestrado em
Engenharia de Produção) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal/RN.
ROCHA, Sandra Patrícia Bezerra; SILVA, Gisele Cristina Sena da MEDEIROS, Denise
Dumke de. Análise dos impactos ambientais causados pelos Postos de distribuição de
combustíveis: uma visão integrada. In: Encontro nacional de Engenharia de Produção –
ENEGEP 2004, Florianópolis-SC.
ROHRICH, Sandra Simm. A adoção de inovações tecnológicas para redução dos impactos
ambientais gerados por meio de produtos e processos industriais: um estudo de caso na
75
empresa ELECTROLUX do Brasil S.A. In: Encontro Nacional de Programas de Pós
Graduação em Administração - ENANPAD, 2001, Curitiba/PR.
SAT. Perfil corporativo: a realidade adiante dos sonhos. Disponível em:
<http://www.satdist.com.br/site/index1.asp?id=empresa>. Acesso em 22/03/2006.
SALAZAR FILHO, Homero de Oliveira. A aplicação da metodologia de Produção mais
limpa através dos círculos de controle da qualidade – CCQ em uma indústria do setor
metal mecânico – estudo de caso. 2002. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção)
– Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis/SC. Disponível em:
<www.teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/6335.pdf>. Acesso em 11/07/2005.
SINDICOM. História do mercado de combustível no Brasil. Disponível em:
<http://www.sindicom.com.br/logistica/fm_endereco_gnv.htm>. Acesso em Março 2006.
SILVA FILHO, Júlio César Gomes; SICSÚ, Abraham Benzaquem. Produção Mais Limpa:
uma ferramenta da Gestão Ambiental aplicada às empresas nacionais. In: Encontro
Nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP, 2003, Ouro Preto-MG.
SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da pesquisa e elaboração
de dissertação. 3 ed. Florianópolis: Laboratório de Ensino a Distancia da UFSC. 2001. 121 p.
SHELL. Relatório Shell na Sociedade Brasileira 2004/2005. Disponível em:
<www.shell.com/home/Framework?siteId=br-pt>. Acesso em 23/03/2006.
SHELL BRASIL LTDA. Manual de operações de HSSE para Postos de Serviços. Junho
de 2003.
SOUZA, Mônica Regina de SILVA, Rogério José da. A geração de resíduos industriais e
sua destinação final. In Encontro Nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP, 1997,
Gramado/RS.
STRANG, Harold Edgard. Conservação do meio ambiente. Rio de Janeiro, IBGE, 1976.
Coleção Paulo de Assis Ribeiro-3.
TEXACO. A marca Texaco no Brasil. Disponível em:
<http://www.texaco.com.br/ambiente/politica/tepolitica.shtml>. Acesso em 13/12/2005.
TEXACO BRASIL. Proteção ambiental. Disponível em:
<http://www.texaco.com.br/postos_texaco/protecao_ambiental/protecao_ambiental.shtml>.
Acesso em 17/06/2006.
76
VALLE, Cyro Eyer do. Como se preparar para as normas ISSO 14000: Qualidade
ambiental. São Paulo: Pioneira, 1995. 137 p.
YOUNG, Carlos Eduardo Frickmann. Competitividade e Tecnologias Limpas. Disponível
em: < http://www.niead.ufrj.br/artigocadu5.htm>. Acesso em 10/01/2005.
77
APÊNDICE I
Questionário de Pesquisa
78
Esta pesquisa tem como objetivo obter dados referentes á Fatores que inibem o uso de
Tecnologias Limpas em Postos de Combustíveis. Seus resultados serão utilizados para
estudos de casos no PEP/UFRN e não haverá referência não autorizada á empresa
pesquisada.
0-Bandeira do Posto de combustível
a) Nacional ( ) b)Multinacional ( )
1-Qual o seu Grau de conhecimento quanto ao uso de Tecnologias Limpas ou ambientais
em Postos de combustíveis?
Nenhum
conhecimento
Pouco
Conhecimento
Razoável
Conhecimento
Algum
Conhecimento
Muito
Conhecimento
Sem
Opinião
2- Com que freqüência tem acesso a informações sobre Tecnologias limpas ou Técnicas
de proteção ambiental (Produção mais limpa)?
Nunca Pouca
Freqüência
Ás vezes Freqüentemente Muita
Freqüência
Sem
Opinião
3- Qual o grau do seu conhecimento quanto às resoluções do CONAMA (Conselho
Nacional do Meio Ambiente) estabelecidas para os Postos de Combustíveis?
Nenhum
conhecimento
Pouco
Conhecimento
Razoável
Conhecimento
Algum
Conhecimento
Muito
Conhecimento
Sem
Opinião
4- Neste Posto de combustível existe alguma prática que o Senhor(a) considera ser
ambientalmente correta?
a) Sim ( ) Especificar_______________________________________________________
c) Não ( )________________________________________________________________
d)Sem resposta ( )
5- Com que freqüência este empreendimento faz Planejamento de ação futura referente
às Tecnologias limpas ou ambientais?
Nunca Pouca
Freqüência
Ás vezes Freqüentemente Muita
Freqüência
Sem
Opinião
79
6- Na sua opinião, qual a importância dos seguintes itens como BARREIRAS à
Implantação de Tecnologias Limpas ou ambientais em Postos de Combustíveis?
BARREIRAS
Sem
importância
Pouco
importante
Pode ser
importante
ou não
Importante Muito
importante
Sem
Opinião
Custo elevado
Falta de Recurso
financeiro
Falta de infra-
estrutura
Falta de
envolvimento dos
Funcionários
Falta de
Informação
Falta de
capacitação dos
Funcionários
Resistência ás
mudanças
Complexidade da
PML
*
na
avaliação e
identificação das
oportunidades
Difícil acesso a
Tecnologia
Ausência de
supervisão efetiva
Legislação
ambiental
Falta de
incentivos
*Produção mais Limpa
7- De uma maneira geral, como o Senhor (a) avalia a dificuldade em se implantar
Tecnologias Limpas ou ambientais em Postos de Combustíveis?
Muito difícil Difícil Pode ser
Difícil ou não
Fácil Muito fácil Sem opinião
80
8- Na sua opinião, qual a importância dos seguintes itens como BENEFICIOS à
Implantação de Tecnologias Limpas ou ambientais em Postos de Combustíveis?
BENEFICIOS
Sem
importância
Pouco
importante
Pode ser
importante
ou não
Importante Muito
importante
Sem
opinião
Redução dos
custos
Maior
Eficiência dos
recursos
Proteção
ambiental
(Decréscimo da
poluição global)
Atitudes e
comportamentos
ambientais
Conscientização
ambiental
Diferencial
(Vantagem
competitiva)
Não geração,
minimização ou
reciclagem dos
resíduos
Melhora da
qualidade do
serviço
Melhoria da
imagem da
Empresa
Aprimoramento
das condições
de trabalho
Satisfação dos
consumidores
Melhor
adequação aos
padrões
ambientais
81
9- De uma maneira Geral, como o Senhor(a) avalia a importância da implantação de
Tecnologias Limpas ou ambientais em Postos de combustível?
Sem
importância
Pouco
importante
Pode ser
importante ou
não
Importante Muito
importante
Sem opinião
10-Qual o nível de treinamento dos Funcionários deste estabelecimento para lidar com
problemas que comprometem o meio ambiente?
Nenhum
Treinamento
Pouco
Treinamento
Treinamento
Razoável
Algum
Treinamento
Muito
Treinamento
Sem Opinião
11- Qual a sua idade?
a) Menos de 30 ( ) b) 30-39 ( ) c) 40-49 ( ) d) Mais de 50 ( )
12- Qual o seu grau de instrução?
a) Sem escolaridade ( )
b) 1º grau (Ensino Fundamental) incompleto ( )
c)1º grau (Ensino fundamental) Completo ( )
d)2º Grau (Ensino médio) Incompleto ( )
e)2º Grau (Ensino Médio) completo ( )
f)3º Grau (Ensino Superior) incompleto ( )
g)3º Grau (Ensino Superior) Completo ( )
h)Pós-graduação / Mestrado Incompleto ( )
i) Pós-graduação / Mestrado Completo ( )
13- Há quanto tempo este Posto de Combustível funciona?
a) Menos que 1 ano ( ) b) 1 – 3 anos ( ) c) 3- 6 Anos ( ) d) Mais de 6 anos ( )
82
APÊNDICE II
Gráficos da Análise Descritiva
83
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 86 * 1 * normal (x; 1,17442; 0,489702)
Existência de prática ambientalmente correta
No. de observações
75
7
4
0
6
12
18
24
30
36
42
48
54
60
66
72
78
Sim Não Sem resposta
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 83 * 1 * normal (x; 4,108433; 0,937199)
Importância do Custo elevado como Barreira para implantar TL
No de observações
3,6%
2,4%
9,6%
48,2%
36,1%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não Impo
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 85 * 1 * normal (x; 3,988235; 1,149473)
Importância da Falta de Recursos como Barreira a implantação de TL
No de observações
3,5%
11,8%
9,4%
32,9%
42,4%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
Sem importãncia
Pouco importante
Pode ser ou não Imp
Importante
Muito importante
84
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 85 * 1 * normal (x; 4,04706; 1,010726)
Importância da Falta de Infra-estrura como Barraeira á implantação de TL
No de observações
3,5%
7,1%
5,9%
48,2%
35,3%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
Sem importância
Pouco Importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 83 * 1 * normal (x; 3,80723; 1,244086)
Importância da Falta de envolvimento dos Funcionários como Barreira á implantaçã
No de observações
8,4%
9,6%
8,4%
39,8%
33,7%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não Imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 85 * 1 * normal (x; 4,10588; 1,00028)
Importância da Falta de informção como Barreia á implantação de TL
No de observações
2,4%
8,2%
5,9%
43,5%
40,0%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
85
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 84 * 1 * normal (x; 4,17857; 0,92046)
Importância da Falta de capacitação dos funcionários como Barreira á implat de T
No de observações
2,4%
4,8%
6,0%
46,4%
40,5%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 84 * 1 * normal (x; 3,57143; 1,23489)
Importância da Resistência ás mudanças como Barreira á impl de TL
No de observações
9,5%
13,1%
9,5%
46,4%
21,4%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 74 * 1 * normal (x; 4,18919; 0,870768)
Importância da complexidade da PML como Barreira à impl de TL
No de observações
2,7%
4,1%
1,4%
55,4%
36,5%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
86
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 83 * 1 * normal (x; 3,78313; 1,082546)
Importância de dificil acesso a tecnologia como Barreia a impl de TL
No de observações
3,6%
14,5%
6,0%
51,8%
24,1%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
45
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 82 * 1 * normal (x; 4,085365; 0,863545)
Importância da ausência de supervisão efetiva como Barreira a impl de TL
No de observações
1,2%
7,3%
3,7%
57,3%
30,5%
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 83 * 1 * normal (x; 4,289156; 0,724655)
Importância da Legislação ambiental como Barreira á impl de TL
No de observações
1,2%
2,4%
1,2%
56,6%
38,6%
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
87
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 85 * 1 * normal (x; 4,10588; 1,03537)
Importância da Falta de incentivos como Barreira á impl de TL
No de observações
2,4%
9,4%
5,9%
40,0%
42,4%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 84 * 1 * normal (x; 4,011904; 1,06978)
Avaliação da Dificuldade para impl TL
No de observações
4,8%
7,1%
6,0%
46,4%
35,7%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
Muito dificil Dificil Pode ser ou não Dif Fácil Muito fácil
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 84 * 1 * normal (x; 3,666666; 1,235355)
Importância da redução dos custos como Beneficio á impl de TL
No de observações
9,5%
10,7%
8,3%
46,4%
25,0%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
88
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 74 * 1 * normal (x; 4,216216; 0,832067)
Importância de Maior eficiência dos recursos como Benefício a imp de TL
No de observações
2,7% 2,7%
1,4%
56,8%
36,5%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
45
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 83 * 1 * normal (x; 3,85542; 1,094693)
Importância da Proteção ambiental como Beneficio a imp de TL
No de observações
3,6%
13,3%
6,0%
48,2%
28,9%
0
3
6
9
12
15
18
21
24
27
30
33
36
39
42
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 82 * 1 * normal (x; 4,14634; 0,833288)
Importância de Atitudes e comportamentos ambientais como Beneficio a imp de TL
No de observações
1,2%
6,1%
2,4%
57,3%
32,9%
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
89
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 84 * 1 * normal (x; 4,261904; 0,713367)
Importância da Conscientização ambiental como Beneficio a imp de TL
No de observações
1,2%
2,4%
1,2%
59,5%
35,7%
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 85 * 1 * normal (x; 4,364706; 0,704527)
Importância de Diferencial como Beneficio a implantação de TL
No de observações
2,4%
5,9%
44,7%
47,1%
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
52
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 82 * 1 * normal (x; 4,317073; 0,700583)
Importância da Não geração,minimização ou reciclagem de residuos como Beneficio
No de observações
1,2% 1,2%
2,4%
54,9%
40,2%
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
40
44
48
Sem importância
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
90
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 85 * 1 * normal (x; 4,517647; 0,502654)
Importância da Melhora da qualidade do serviço como Beneficio a imp de TL
No de observações
48,2%
51,8%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
Importante Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 85 * 1 * normal (x; 4,64706; 0,480721)
Importância da melhoria da imagem da empresa como Beneficio a imp de TL
No de observações
35,3%
64,7%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
Importante Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 85 * 1 * normal (x; 4,517647; 0,502654)
Importância do Aprimoramento das condições de trab como Beneficio a imp de TL
No de observações
48,2%
51,8%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
Importante Muito importante
91
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 85 * 1 * normal (x; 4,658823; 0,568057)
Importância da Satisfação dos consumidores como Beneficio a imp de TL
No de observações
1,2% 1,2%
28,2%
69,4%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
Pouco importante
Pode ser ou não imp
Importante
Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 84 * 1 * normal (x; 4,416666; 0,495968)
Importância da Melhor adequação aos padrões ambientais como Beneficio a imp de T
No de observações
58,3%
41,7%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
Importante Muito importante
Histogram (dados_2.STA 40v*86c)
y = 85 * 1 * normal (x; 4,57647; 0,564347)
Importância da implantação de TL em Postos de combustivel
No de observações
3,5%
35,3%
61,2%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
Pode ser ou não imp Importante Muito importante
92
APÊNDICE III
Resultados da Análise de Cluster
93
Barreiras à Implantação de Tecnologias Limpas
Analysis of Variance
Between Within signif.
SS
df
SS
df F
p
BA_CUSTO 0,51 1 66,97 67 0,51 0,4789
BA_RECUR 29,49 1 62,8 67 31,46 0
BA_INFRA 18,82 1 59,13 67 21,32 0
BA_ENVOL 47,46 1 62,28 67 51,05 0
BA_INFOR 18,7 1 56,78 67 22,06 0
BA_CAPAC 8,25 1 46,3 67 11,94 0,001
BA_MUDAN 21,41 1 75,54 67 18,99 0
BA_PML 5,13 1 49,42 67 6,95 0,0104
BA_TECNO 18,04 1 67,73 67 17,84 0,0001
BA_SUPER 11,29 1 42,18 67 17,94 0,0001
BA_L_AMB 4,55 1 35,66 67 8,54 0,0047
BA_INCEN 4,27 1 64,98 67 4,4 0,0397
Analysis of Variance
Between Within signif.
SS
df
SS
df F
p
BA_RECUR 29,49 1 62,8 67 31,46 0
BA_INFRA 18,82 1 59,13 67 21,32 0
BA_ENVOL 47,46 1 62,28 67 51,05 0
BA_INFOR 18,7 1 56,78 67 22,06 0
BA_CAPAC 8,25 1 46,3 67 11,94 0,001
BA_MUDAN 21,41 1 75,54 67 18,99 0
BA_PML 5,13 1 49,42 67 6,95 0,0104
BA_TECNO 18,04 1 67,73 67 17,84 0,0001
BA_SUPER 11,29 1 42,18 67 17,94 0,0001
BA_L_AMB 4,55 1 35,66 67 8,54 0,0047
BA_INCEN 4,27 1 64,98 67 4,4 0,0397
94
Descriptive Statistics for Cluster 2 (dados 3 barreiras.sta)
Cluster Contains 35 cases
Mean Standard Deviatn. Variance
BA_RECUR 4,54 0,66 0,43
BA_INFRA 4,49 0,56 0,32
BA_ENVOL 4,6 0,55 0,31
BA_INFOR 4,6 0,55 0,31
BA_CAPAC 4,49 0,66 0,43
BA_MUDAN 4,11 0,83 0,69
BA_PML 4,46 0,78 0,61
BA_TECNO 4,23 0,73 0,53
BA_SUPER 4,49 0,51 0,26
BA_L_AMB 4,54 0,51 0,26
BA_INCEN 3,91 1,2 1,43
Descriptive Statistics for Cluster 1 (dados 3 barreiras.sta)
Cluster constains 34 cases
Mean Standard Deviatn. Variance
BA_RECUR 3,24 1,21 1,46
BA_INFRA 3,44 1,21 1,47
BA_ENVOL 2,94 1,25 1,57
BA_INFOR 3,56 1,19 1,41
BA_CAPAC 3,79 0,98 0,96
BA_MUDAN 3 1,26 1,58
BA_PML 3,91 0,93 0,87
BA_TECNO 3,21 1,23 1,5
BA_SUPER 3,68 1,01 1,01
BA_L_AMB 4,03 0,9 0,82
BA_INCEN 4,41 0,7 0,49
95
Benefícios à Implantação de Tecnologias Limpas
Analysis of Variance (dados 3 beneficios.sta)
Between Within signif.
SS
df
SS
df F
p
BE_CUSTO 39,67 1 57,5 65 44,84 0
BE_RECUR 4,5 1 44,58 65 6,56 0,0128
BE_PROT 53,1 1 34,75 65 99,33 0
BE_AT_CO 8,34 1 39,46 65 13,73 0,0004
BE_CONSC 3,4 1 35,76 65 6,18 0,0155
BE_DIFER 0,27 1 31,85 65 0,55 0,4606
BE_RESID 0,22 1 23,46 65 0,6 0,4416
BE_SERVI 0,1 1 16,62 65 0,39 0,5364
BE_IMAG 0,34 1 15,06 65 1,49 0,2273
BE_TRAB 0,06 1 16,6 65 0,23 0,6322
BE_SATIS 0,2 1 22,58 65 0,57 0,4538
Analysis of Variance (dados 3 beneficios.sta)
Between Within signif.
SS
df
SS
df F
p
BE_CUSTO 39,67 1 57,5 65 44,84 0
BE_RECUR 4,5 1 44,58 65 6,56 0,0128
BE_PROT 53,1 1 34,75 65 99,33 0
BE_AT_CO 8,34 1 39,46 65 13,73 0,0004
BE_CONSC 3,4 1 35,76 65 6,18 0,0155
Descriptive Statistics for Cluster 1 (dados
3 beneficios.sta) Clusters contains 17
cases
Descriptive Statistics for Cluster 2
(dados 3 beneficios.sta) Cluster Contains
50 cases
Standard
Standard
Mean
Deviatn.
Variance
Mean
Deviatn.
Variance
BE_CUSTO 2,41 1,28 1,63
BE_CUSTO 4,18 0,8 0,64
BE_RECUR 3,76 1,09 1,19
BE_RECUR 4,36 0,72 0,52
BE_PROT 2,29 0,99 0,97
BE_PROT 4,34 0,63 0,39
BE_AT_CO 3,53 1,12 1,26
BE_AT_CO 4,34 0,63 0,39
BE_CONSC 3,88 1,22 1,49 BE_CONSC 4,4 0,49 0,24
96
ANEXO A
Número de Postos de Combustíveis por Região/ Estado no Brasil
Descrição Total %
Região Norte 3059 6,15
Pará 1084 2,18
Amazonas 632 1,27
Rondônia 552 1,11
Tocantins 418 0,84
Roraima 122 0,25
Acre 143 0,29
Amapá 108 0,22
Região Nordeste 9787 19,67
Bahia 2513 5,05
Pernambuco 1804 3,63
Ceará 1468 2,95
Maranhão 861 1,73
Alagoas 560 1,13
Paraíba 879 1,77
Rio Grande do Norte 762
1,53
Piauí 648 1,30
Sergipe 292 0,59
Região Sudeste 21443 43,10
São Paulo 11954 24,03
Minas Gerais 5816 11,69
Rio de Janeiro 2825 5,68
Espírito Santo 848 1,70
Região Sul 10659 21,43
Paraná 4115 8,27
Santa Catarina 2532 5,09
Rio Grande do Sul 4012 8,06
Região Centro-Oeste 4801 9,65
Goiás 2086 4,19
Mato Grosso 1347 2,71
Mato Grosso do Sul 969 1,95
Distrito Federal 399 0,80
Brasil 49749 100,00
Fonte: ANP, Março 2006. Elaborado por Sança, 2006.
97
ANEXO B
Algumas medidas para uma gestão ambientalmente correta nos Postos de Combustíveis
Área de descarga concretada Exemplo de câmara de calçada
Descarga selada pintada nas cores correspondentes aos
produtos
Exemplo de sump de descarga selada
98
Sinalização correta de segurança Canaleta em volta da ilha de abastecimento
Piso limpo e impermeável
Bacia de contenção de filtro de diesel
Sump de tanque e conexões flexíveis Exemplo de sump, spill container em bocas de
descarga
Fonte. Instituto Posto Ecológico
99
ANEXO C
Erros de construção em Postos de combustíveis que comprometem o meio ambiente.
A saída da caixa separadora deste posto esta junta com a
saída de óleo
Um posto nunca poderia ter sido construído em cima
de um rio
Instalação életrica irregular em área de alto risco Caixas separadoras mau construídas
Caixas Separadoras mau construídas Caixas separadoras mau construídas
Fonte: Instituto Posto Ecológico
100
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo