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CHRISTIAN DANIEL TACUSE BEGAZO
AVALIAÇÃO DE UM CICLO DE LIQUEFAÇÃO USANDO A
TECNOLOGIA DE REFRIGERANTE MISTO PARA PLANTAS DE
PEQUENA ESCALA DE GNL
Dissertação apresentada à Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo
para obtenção do titulo de Mestre em
Engenharia
São Paulo
2008
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CHRISTIAN DANIEL TACUSE BEGAZO
AVALIAÇÃO DE UM CICLO DE LIQUEFAÇÃO USANDO A
TECNOLOGIA DE REFRIGERANTE MISTO PARA PLANTAS DE
PEQUENA ESCALA DE GNL
Dissertação apresentada à Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo
para obtenção do titulo de Mestre em
Engenharia
Área de Concentração:
Engenharia Mecânica de Energia de
Fluidos
Orientador:
Prof. Dr. José Roberto Simões Moreira
São Paulo
2008
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Este exemplar foi revisado e alterado em relação à versão original, sob
responsabilidade única do autor e com a anuência de seu orientador.
São Paulo, 19 de Novembro de 2008
Assinatura do autor
Assinatura do orientador
FICHA CATALOGRÁFICA
Begazo, Christian Daniel Tacuse
Avaliação de um ciclo de liquefação usando a tecnologia de
refrigerante misto para plantas de pequena escala de GNL / C.D.
T. Begazo. –Ed. Rev.– São Paulo, 2008.
103 p.
Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo. Departamento de Engenharia Mecânica.
1.Estado líquido 2.Gás natural 3.Refrigeração 3. Termodinâ-
mica I.Universidade de São Paulo. Escola Politécnica. Departa-
mento de Engenharia Mecânica II.t.
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Rómulo e Elsa.
AGRADECIMENTOS
Ao Professor José Roberto Simões Moreira, pelo apoio, orientação e incentivo
pela pesquisa e desenvolvimento de novos projetos.
A meus amigos e colegas do Laboratório SISEA que contribuíram na realização
do meu trabalho de mestrado.
Agradeço também ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) pelo apoio financeiro.
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar a tecnologia do ciclo refrigerante misto para
obtenção de gás natural liquefeito (GNL). Nessa tecnologia, o GNL é obtido por meio
do seu resfriamento através de um ciclo de refrigeração, cujo fluido refrigerante é
formado por uma mistura de diversos componentes. O ciclo de refrigeração é usado
para resfriar a corrente de gás natural até as condições criogênicas por meio de um
trocador de calor. A determinação da composição ótima dessa mistura de
refrigerantes é de suma importância para a correta e eficiente operação da planta. O
modelo termodinâmico para o cálculo de equilíbrio de fases dos componentes da
mistura refrigerante é o baseado na Lei de Raoult, válido para misturas e soluções
ideais. Inicialmente, revisam-se os conceitos de refrigerantes mistos, curvas
compostas e o ponto de pinça (pinch point), utilizados na implementação da solução
computacional. A aplicação dos modelos de gás e solução ideal influencia nos
resultados, mas, não obstante, produz bons resultados como os obtidos no presente
trabalho. A operação eficiente do ciclo depende, sobretudo, de três parâmetros
principais, quais sejam: vazão da mistura refrigerante, razão de pressões alta e
baixa do ciclo de refrigeração e composição da mistura refrigerante. Da análise dos
resultados obtidos conclui-se que a alteração nas proporções da composição do
refrigerante muda significativamente a forma das curvas composta quente e
composta fria, quando comparados à alteração dos níveis de pressão e da vazão do
ciclo refrigerante. Entretanto, a operacionalização do ciclo somente ocorre se um
dado conjunto de valores daqueles parâmetros satisfaça uma determinada diferença
mínima de temperatura, ou ponto de pinça, entre as curvas composta quente e
composta fria dentro do trocador de calor. Assim, a operação eficiente do ciclo de
refrigeração requer a otimização daqueles três parâmetros operacionais.
Palavras-chave: Liquefação, Planta de pequena escala, Refrigerante misto, Gás
Natural Liquefeito, Análise de pinça (Pinch analysis).
ABSTRACT
This work has the objective of analyzing the technology of mixed refrigerant cycle for
obtaining liquefied natural gas (LNG). In that technology, the liquefied natural gas is
obtained by means of cooling through a refrigeration cycle, whose fluid refrigerant is
formed by a mixture of various components. The refrigeration cycle is used to cool
the natural gas stream to cryogenic condition with the use of a heat exchanger. The
determination of the optimal composition of this refrigerant mixture is very important
for the correct and efficient operation of the plant. The thermodynamic model for the
equilibrium phase calculation of the refrigerant mixture is based on the Law of Raoult,
which is valid for ideal mixtures and solutions. Initially, the concepts of refrigerant
mixture, composite curves and pinch point used in the implementation of the
numerical solution were reviewed. The application of ideal-gas and ideal-solution
models has influence on the results. Nevertheless, it produces good results as those
obtained in the present work. The efficient operation of the cycle depends essentially
of three key parameters, which are: refrigerant flow rate, the ratio of high to low
pressures of the refrigerant cycle and the mixed refrigerant composition. The results
indicated that the composition variation of the refrigerant changes significantly the
shape of hot and cold composite curves in comparison to the modification in the
pressure levels and the refrigerant flow rate of the refrigerant cycle. However, the
process will operate only if a given set of values of those parameters satisfies a
minimum temperature difference, or pinch point, between the hot and cold composite
curves within the heat exchanger. Thus, the efficient operation of the refrigerant cycle
requires the optimization of those three operational parameters.
Keywords: Liquefaction, Small scale plants, Mixed refrigerant, Liquefied natural gas,
Pinch analysis.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1.1 - Características da densidade do GN, GNL e GNV. ...............................14
Figura 2.1 - Diagrama de uma unidade de processamento de gás natural - UPGN .22
Figura 2.2 - Cadeia de valor de GNL.........................................................................25
Figura 2.3 - Componentes de uma planta de GNL....................................................28
Figura 2.4 - Trocadores de calor de placas de alumínio. ..........................................31
Figura 2.5 - Trocadores de calor de tubo espiral.......................................................32
Figura 2.6 - Esquema geral de um ciclo de refrigeração...........................................33
Figura 2.7 - Movimento do mercado mundial de GN e GNL em 2006 em bilhões
de metros cúbicos. .................................................................................36
Figura 2.8 - Produção, regaseificação de GNL na América Latina............................37
Figura 2.9 - Aplicabilidade de tecnologias de transporte de energia, em que
múltiplas tecnologias são enfocadas. .....................................................40
Figura 2.10 - Investimento de capital. .......................................................................42
Figura 2.11 - Processo PRICO, ciclo refrigerante misto usado na planta de Paulí-
nia-SP.. ................................................................................................45
Figura 2.12 - Fluxograma da planta de GNL de Maitland..........................................46
Figura 2.13 - Processo Letdown................................................................................47
Figura 2.14 - Planta de liquefação de Paulínia..........................................................49
Figura 2.15 - Unidade de regaseificação de GNL localizada em Andradas, MG.......50
Figura 2.16 - Fluxograma do processo de liquefação ...............................................51
Figura 2.17 - Fluxograma da planta de liquefação de Snurrevarden.........................52
Figura 2.18 - Curvas de resfriamento típicas do gás natural/refrigerante..................53
Figura 2.19 - Diagrama simplificado do processo Prico. (a) corrente GN-GNL; (b)
corrente refrigerante aquecido; (c) corrente refrigerante fria. ..............54
Figura 2.20 - Curvas compostas para o processo PRICO ........................................55
Figura 2.21 - Cruzamento de temperatura entre as curvas compostas.....................56
Figura 3.1 - Fluxograma para o cálculo da temperatura de orvalho. .........................59
Figura 3.2 - Fluxograma para o cálculo do equilíbrio. ...............................................61
Figura 3.3 - Diagrama de identificação dos pontos de avaliação no ciclo PRICO.....63
Figura 4.1 - Caso 1. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, seleção da compo-
sição do refrigerante...............................................................................67
Figura 4.2 - Caso 2. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, seleção da compo-
sição do refrigerante...............................................................................67
Figura 4.3 - Caso 3. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, seleção da compo-
sição do refrigerante...............................................................................68
Figura 4.4 - Caso 4. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, seleção da compo-
sição do refrigerante...............................................................................68
Figura 4.5 - Caso 5. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, seleção da compo-
sição do refrigerante...............................................................................69
Figura 4.6 - Caso 2. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, níveis de pressão
4500/300 (kPa). ......................................................................................72
Figura 4.7 - Caso 2. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, níveis de pressão
5000/270 (kPa). ......................................................................................72
Figura 4.8 - Caso 1. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, vazão de 4,20
(kmol/s)...................................................................................................74
Figura 4.9 - Caso 1. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, vazão de 4,40
(kmol/s)...................................................................................................75
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 - Composição típica do gás natural. ........................................................19
Tabela 2.2 - Composições típicas e características do gás natural no Brasil............20
Tabela 2.3 - Especificações do gás natural...............................................................23
Tabela 2.4 - Capacidades de produção de plantas de GNL......................................27
Tabela 2.5 - Especificações típicas de uma planta de GNL ......................................30
Tabela 2.6 - Plantas de pequena escala, processos, eficiência e capacidade..........43
Tabela 3.1 - Composição do Gás Natural adotada para a simulação. ......................63
Tabela 3.2 - Condições da entrada do GN, saída do GNL e pontos 3 e 4. ...............64
Tabela 4.1 - Seleção da composição do refrigerante. ...............................................66
Tabela 4.2 - Caso 1. Variação dos níveis da pressão...............................................70
Tabela 4.3 - Caso 2. Variação dos níveis da pressão...............................................70
Tabela 4.4 - Caso 3. Variação dos níveis da pressão...............................................70
Tabela 4.5 - Caso 4. Variação dos níveis da pressão...............................................70
Tabela 4.6 - Caso 5. Variação dos níveis da pressão...............................................71
Tabela 4.7 - Caso 1. Variação da vazão do refrigerante. ..........................................73
Tabela 4.8 - Caso 2. Variação da vazão do refrigerante. ..........................................73
Tabela 4.9 - Caso 3. Variação da vazão do refrigerante. ..........................................73
Tabela 4.10 - Caso 4. Variação da vazão do refrigerante. ........................................74
Tabela 4.11 - Caso 5. Variação da vazão do refrigerante. ........................................74
Tabela 4.12 - Melhor composição do refrigerante misto. ..........................................78
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANP
C
EXP
GLP
GN
GNC
GNL
GTI
LGN
MC
Q
RC
RMPR
RM
TC
TCC
TCCP
TCE
TEX
UAGs
UPGN
UFAR
VE
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis
Compressor
Expansão
Gás Liquefeito de Petróleo
Gás Natural
Gás Natural Comprimido
Gás Natural Liquefeito
Gas Tecnology Institute
Líquidos do Gás Natural
Motor de Combustão
Calor Trocado
Ciclo de Refrigeração
Refrigerante Misto com Pré-Resfriamento
Refrigerante Misto
Trocador de Calor
Trocador de Calor do Condensador
Trocador de Calor Criogênico Principal
Trocador de Calor do Evaporador
Turbo-Expansor
Unidades Autônomas de Gás
Unidade de Processamento do Gás Natural
Unidades Flutuantes de Armazenamento e Regaseificação
Válvula de Expansão
LISTA DE SÍMBOLOS
C
1
Metano
C
2
Etano
C
3
Propano
C
3+
Propano + hidrocarbonetos pesados
C
4
Butano
p
c
Calor específico [kJ/kgºC]
HΔ
&
Fluxo de entalpia [kW]
h
Entalpia [kJ/kg]
l
h
Entalpia da fase líquida [kJ/kg]
v
h
Entalpia da fase vapor [kJ/kg]
s
h
Entalpia de saída [kJ/kg]
e
h
Entalpia de entrada [kJ/kg]
K
i
Valor K
m
&
Vazão mássica [kg/s]
N Número de componentes presentes no sistema
P
Pressão do sistema [kPa]
sat
i
P
Pressão de saturação do componente i [kPa]
Q
&
Taxa de transferência de calor [kW]
T Diferença de temperatura [ºC]
T
min
Diferença de temperatura mínima [ºC]
V Moles da fase vapor [mol]
E
W
&
Potência do tubo expansor [kW]
C
W
&
Potência do compressor [kW]
x
Título
i
x Fração molar da fase líquida
i
y
Fração molar da fase vapor
Z
i
Composição global do sistema
μ
Potencial químico [J/mol]
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................14
1.1 OBJETIVO ...................................................................................................16
1.1.1 Objetivos Específicos........................................................................17
1.2 ESTRUTURA
DA DISSERTAÇÃO...............................................................17
2 REVISÃO DA LITERATURA...............................................................................19
2.1 GÁS
NATURAL - GN....................................................................................19
2.1.1 Unidade de Processamento do Gás Natural - UPGN........................20
2.1.2 Propriedades e Características do Gás Natural ................................21
2.2 GÁS NATURAL LIQUEFEITO - GNL............................................................23
2.2.1 Propriedades sicas do GNL ...........................................................24
2.2.2 Cadeia de Valor do GNL ...................................................................25
2.3 PLANTA DE LIQUEFAÇÃO DE GN .............................................................27
2.3.1 Pré-tratamento de GN.......................................................................29
2.3.2 Unidade de Liquefação .....................................................................30
2.3.3 Armazenamento e carregamento de GNL.........................................34
2.4 O GN E GNL NO CONTEXTO MUNDIAL E DA AMÉRICA LATINA..............34
2.4.1 GN e GNL no Brasil...........................................................................38
2.5 DISTRIBUIÇÃO DO GÁS NATURAL LIQUEFEITO COM RELAÇÃO AO
GNV E OS GASODUTOS ............................................................................39
2.6 PROCESSOS DE LIQUEFAÇÃO DE PEQUENA ESCALA..........................41
2.6.1 CICLOS DE LIQUEFAÇÃO...............................................................42
2.6.2 TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE GNL ......................................44
2.6.2.1 Tecnologias com Refrigerante Misto....................................44
2.6.2.2 Tecnologias com Ciclos de Expansão .................................46
2.6.3 EXEMPLOS DE PLANTAS DE LIQUEFAÇÃO .................................48
2.6.3.1 Planta de Pequena Escala em Paulínia...............................49
2.6.3.2 Planta de Pequena Escala em Xin Jiang.............................50
2.6.3.3 Planta de Pequena Escala em Snurrevarden ......................51
2.7 SISTEMAS DE REFRIGERANTE MISTO (RM) ...........................................52
2.8 CURVAS COMPOSTAS E PONTO PINÇA (PINCH POINT)........................54
3 METODOLOGIA..................................................................................................57
3.1 MODELO TERMODINÂMICO - LEI DE RAOULT.........................................57
3.2 PARÂMETROS DE SIMULAÇÃO DO CICLO PRICO ..................................63
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...........................................................................65
4.1 COMPOSIÇÃO DO REFRIGERANTE .........................................................65
4.2 NÍVEIS DE PRESSÃO DO CICLO DE REFRIGERAÇÃO ............................69
4.3 VAZÃO DO REFRIGERANTE......................................................................73
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES..............................................................79
5.1 CONCLUSÕES............................................................................................79
5.2 RECOMENDAÇÕES ...................................................................................80
REFERÊNCIAS.........................................................................................................82
APÊNDICE A – ROTINA DO PROGRAMA DE SIMULAÇÃO REALIZADO NO
EES (ENGINEERING EQUATION SOLVER) ...........................................................86
ANEXO A – ARTIGO PUBLICADO “SMALL-SCALE LNG PLANT
TECHNOLOGIES”....................................................................................................98
14
1 INTRODUÇÃO
Diante da necessidade mundial de energia e, mais especificamente, energia
mais limpa, o gás natural (GN) por suas características e disponibilidade tornou-se
uma fonte de energia importante para diferentes tipos de aplicações industriais e
também residenciais. Dentre as diversas etapas que compõem a cadeia de
processamento do gás natural, a liquefação é de grande importância porque
promove o aumento da densidade energética do gás natural, viabilizando assim, o
seu transporte e armazenamento de forma competitiva com outros energéticos e
processos. O produto da etapa de liquefação é o gás natural liquefeito (GNL) que
possui densidade energética maior do que o gás natural comprimido (GNC) na fase
gasosa. A Figura 1.1 ilustra a comparação das densidades destas duas tecnologias
(GNC e GNL), além da densidade do gás natural em condições ambientais.
1 m
3
156 kg GNC
15 ºC, 200 atm.
0,78 kg GN
15 ºC, 1 atm
.
610 vezes
3,1 vezes
200 vezes
476 kg GNL
-161 ºC, 1 atm.
Figura 1.1 - Características da densidade do GN, GNL e GNV.
A ilustração indica que em um metro cúbico pode-se armazenar 0,78 kg de gás
natural nas condições de temperatura e pressão de 15 ºC e 1 atm respectivamente,
enquanto que com o GNL consegue-se armazenar 476 kg de GN para o mesmo
volume de um metro cúbico. Isto representa um volume reduzido de
aproximadamente 610 vezes. O GNL comparativamente a seu competidor mais
15
direto, o GNC, apresenta uma capacidade de armazenamento de cerca de 3,1
vezes. Portanto, a densidade do GNL torna-se uma vantagem importante para o
transporte do gás natural, seja usando navios metaneiros, trens ou caminhões. O
processo de liquefação do gás natural é, basicamente, um ciclo de refrigeração. A
produção de GNL é realizada em plantas de liquefação classificadas segundo a
capacidade de produção, as quais podem ser de pequena ou grande escala. Devido
ao crescimento de consumo de gás natural como combustível limpo e rentável e por
mercados que não dispõem de uma rede de gasoduto, consideráveis avanços foram
realizados nos projetos de plantas de gás natural liquefeito (GNL) de pequena
escala. Na atualidade, existem diversas plantas de GNL em operação e são vários
os projetos e tecnologias em desenvolvimento dessas plantas.
As plantas de produção de pequena escala em comparação com plantas de
GNL de grande escala, caracterizam-se por ter uma configuração mais simples,
menor quantidade de equipamentos, flexibilidade de operação do processo e por
serem economicamente viáveis.
As tecnologias de produção em plantas de pequena escala provadas são os
ciclos de refrigeração de expansão e os ciclos de refrigeração mista que usam
mistura de hidrocarbonetos mais o nitrogênio como refrigerante. A Seção 2.6.2 trata
de apresentar e discutir estes processos com detalhes.
Podemos citar alguns processos de liquefação comerciais de pequena escala
usando ciclos de refrigeração de expansão: Kryopak EXP e Hamworthy, enquanto
que os processos que utilizam ciclos de refrigeração mista, menciona-se o de Black
e Veatch (PRICO) e Kryopak RMPR.
Como a eficiência termodinâmica e o projeto compacto são importantes nos
critérios de seleção das tecnologias de produção, a otimização de uma planta de
GNL passa, obrigatoriamente, pela busca de otimização daqueles critérios.
Diversos trabalhos foram realizados em processos de liquefação de ciclos de
refrigeração mista. Por exemplo, Mah e Lin (1978) implementaram um modelo
computacional para simular o ciclo de liquefação usando refrigerante misto; Lee e
outros (2002), desenvolveram um modelo não linear aplicando a análise
termodinâmica para selecionar a composição ótima do refrigerante misto; Remeljej
(2005) realizou um estudo comparativo da eficiência de quatro processos de
liquefação de pequena escala, entre eles o ciclo PRICO; e Jensen e Skogestad
(2006) identificaram variáveis de controle para a operação ótima do ciclo PRICO.
16
Para a otimização e análise destes ciclos se utiliza a análise termodinâmica e
programação matemática. Portanto, a finalidade deste trabalho é analisar um ciclo
de refrigeração mista, centrando na análise no Trocador de Calor Criogênico
Principal (TCCP), equipamento central de qualquer ciclo de liquefação. A
metodologia está baseada nos conceitos da análise de pinça que visa a otimização
do processo e melhora o uso eficiente da energia. Dois conceitos da análise de
pinça são considerados para a análise deste processo, as curvas compostas e o
ponto de pinça. As curvas compostas quente e fria são construídas a partir de dados
de correntes derivadas de um balanço de massa e energia do processo. A
transferência de calor é realizada na zona delimitada por duas curvas compostas
(uma quente e uma fria), portanto, deve ser estabelecida uma diferença mínima de
temperatura entre elas, a qual se observa normalmente em um único ponto,
denominado neste trabalho como ponto de pinça (pinch point).
A combinação ótima da mistura dos refrigerantes proporcionará uma
semelhança próxima entre os perfis das curvas compostas quente e fria com uma
diferença mínima de temperatura. Isto será refletido em um aumento da eficiência
termodinâmica, baixo requerimento de potência e equipamentos pequenos, como
indicado por Finn e outros (1999).
Segundo Lee e outros (2002), a otimização do processo se realiza controlando e
ajustando variáveis como os níveis de pressão (alta/baixa) do sistema de
refrigeração, a taxa do fluxo do refrigerante misto e a composição do refrigerante.
Para realizar este estudo, se trabalhará com o ciclo Prico (Poly Refrigerant
Integrates Cycle Operations) por ser um processo simples e bem difundido em
comparação aos outros processos de liquefação.
1.1 OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo analisar o ciclo refrigerante misto aplicando a
análise de pinça que permite melhorar a eficiência térmica do ciclo PRICO.
17
1.1.1 Objetivos Específicos
Empregar a Lei de Raoult como modelo termodinâmico para o cálculo de
equilíbrio de fases que resulta do modelo de mistura de gases ideais ou de
solução ideal para o equilíbrio líquido/vapor dos componentes da mistura.
Elaborar o modelo computacional na plataforma EES (Engineering
Equation Solver) aproveitando sua biblioteca que contém propriedades
termodinâmicas para as diferentes substâncias empregadas como mistura
refrigerante.
1.2 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Este trabalho está dividido em 5 Capítulos, 1 apêndice e 1 anexo, os quais
mantêm uma relação coerente sendo que o conteúdo de cada capítulo e do
apêndice está descrito a continuação:
O Capítulo 1 é a introdução ao assunto apresentando a motivação, um pequeno
histórico dos trabalhos realizados na área de ciclos refrigerantes mistos, a
importância de alguns conceitos e a descrição do trabalho a ser realizado para a
compreensão do assunto, bem como os objetivos para a concretização deste
trabalho.
O Capítulo 2 trata da revisão da Literatura apresentando as propriedades e
características do GN e GNL, sobretudo da unidade de liquefação de GN e do
sistema refrigerante misto (RM). Também são apresentados os conceitos da análise
de pinça (Pinch analysis).
O Capítulo 3 apresenta a metodologia desenvolvida com a Lei de Raoult
(modelo ideal), a lógica computacional para realizar o cálculo do equilíbrio como
18
também, os parâmetros adotados para a simulação do ciclo PRICO na plataforma
EES.
O Capítulo 4 apresenta os resultados obtidos das simulações executadas e a
análise das tabelas e dos diagramas temperatura - fluxo de entalpia. Ao final do
capitulo, obtém-se a composição idealizada da mistura de refrigerante, sua vazão
mássica para obter uma dada quantia de gás natural liquefeito, o consumo
energético do compressor e a temperatura de pinça para que o TCCP seja
operacional.
O Capítulo 5 apresenta as conclusões do trabalho e as sugestões para
trabalhos futuros aplicando o modelo de gás real com a técnica da análise de pinça.
No apêndice A encontra-se a rotina do programa de simulação realizado na
plataforma EES.
No anexo A, encontra-se meu artigo publicado “Small-Scale LNG Plant”.
19
2 REVISÃO DA LITERATURA
2.1 GÁS NATURAL - GN
O gás natural (GN) é um combustível fóssil, incolor e inodoro na sua forma pura,
encontrado em reservatórios no subsolo (rochas porosas). É composto por uma
mistura de hidrocarbonetos saturados, predominando o metano (CH
4
) e, com
quantidades menores de etano, propano e hidrocarbonetos superiores, também
estão presentes gases inorgânicos em proporções menores (o nitrogênio, dióxido de
carbono e gás sulfídrico ou sulfeto de hidrogênio, considerados como impurezas).
Quando o gás natural é queimado (combustão) produz uma grande quantidade
de energia térmica e gera níveis inferiores de subprodutos, isento de fuligem e
apresenta a menor formação relativa de gás carbônico, o que, o diferencia de outros
combustíveis como o diesel, carvão e a gasolina. Portanto a vantagem do uso do
gás natural é ter uma combustão mais limpa quando comparado com outros
combustíveis. Uma composição típica do gás natural é mostrada na Tabela 2.1.
Tabela 2.1 - Composição típica do gás natural (NaturalGas.org, 2008).
Elementos Partici
p
a
ç
ão em volume
Metano CH
4
70 - 90%
Etano C
2
H
6
Propano C
3
H
8
Butano C
4
H
10
0 - 20%
Dióxido de Carbono CO
2
0 - 8%
Oxi
g
ênio O
2
0 - 0,2%
Nitro
ênio N
2
0 - 5%
Gás sulfídrico H
2
S 0 - 5%
Gases raros
A
r, He, Ne, Xe traços
A composição do gás natural varia com o lugar de extração “reservatórios de
gás”, os quais podem ser campos de gás associado ou gás não-associado ao
petróleo. Os valores típicos da composição e algumas características do gás natural
no Brasil são mostrados na Tabela 2.2. Também é mostrada a composição do GN
processado ou gás residual que contém maior porcentagem de metano e mínima
20
quantidade dos não hidrocarbonetos. O tratamento do GN é feito nas Unidades de
Processamento do Gás Natural (UPGN), geralmente situadas perto dos campos de
extração.
Tabela 2.2 - Composições típicas e características do gás natural no Brasil
(Conpet, 2008).
Elementos Associado
1
Não Associado
2
Processado ou
Gás residual
3
Metano (C
1
) 78,74 87,12 88,56
Etano (C
2
) 5,66 6,35 9,17
Propano (C
3
) 3,97 2,91 0,42
I-Butano (i-C
4
) 1,44 0,52 -
N-Butano (n-C
4
) 3,06 0,87 -
I-Pentano (i-C
5
) 1,09 0,25 -
N-Pentano (n-C
5
) 1,84 0,23 -
Hexano (C
6
) 1,80 0,18 -
Superiores (C
7+
) 1,70 0,20 -
Nitrogênio (N
2
) 0,28 1,13 1,20
Dióxido de carbono (CO
2
) 0,43 0,24 0,65
Total 100 100 100
Densidade (kg/m
3
) 0,85 0,66 0,61
Riqueza (%mol C
3+
) 14,99 5,16 0,42
Poder Cal. Inf. (kJ/Nm
3
) 48843 38724 36094
Poder Cal. Sup. (kJ/Nm
3
) 53658 42802 39980
1. Gás do campo de Marlin, Bacia de campos, RJ.
2. Gás do campo de Merluza, Bacia de Santos, SP.
3. Saída de UPGN-Candeias, BA.
2.1.1 Unidade de Processamento do Gás Natural - UPGN
O tratamento realizado na UPGN tem o objetivo de desidratar o GN, recuperar
os Líquidos de Gás Natural (LGN) e obter o gás processado ou residual
(Normalmente elementos como o metano e etano, como têm-se na tabela 2.2).
Os Líquidos de gás natural (LGN) são hidrocarbonetos de alto valor comercial,
que podem ser extraídos do GN produzido, em forma líquida. Inclui propano, butano,
pentano, hexano, além de alguns hidrocarbonetos mais pesados.
Nas unidades de processamento, dependendo da composição do GN, também
se extraem impurezas ou contaminantes para evitar problemas durante a operação e
21
o transporte, como a formação de sólidos e corrosão. O resultado da composição do
GN, depois de ser processado, deve satisfazer as especificações técnicas dos
padrões de cada país.
O processo inicial na UPGN é a separação primária da fase líquida da fase
gasosa, a etapa seguinte é a dessulfurização do GN onde é removido o dióxido de
carbono (CO
2
) e o gás sulfídrico (H
2
S), em seguida é realizada a desidratação do
GN por um sistema por glicol a pressão elevada. Após isto, o gás natural úmido ou
rico é resfriado com a finalidade de condensar os componentes mais pesados do
GN, para obter os líquidos do gás natural. A redução da temperatura pode ser
alcançada por um processo de refrigeração simples, turbo expansão ou absorção.
Desta forma, o GN é separado por fracionamento em gás residual (C
1
+C
2
) e
LGN. Os líquidos de gás natural por sua vez são fracionados em (C
3
+C
4
) que
compõem o gás liquefeito de petróleo (GLP) conhecido como gás de cozinha e em
C
5
, C
6
, C
7+
que constitui a gasolina.
Finalmente, os LGN são armazenados e o gás seco ou pobre é comprimido até
a pressão de distribuição. Os produtos da UPGN deverão atender ás exigências do
mercado e do meio ambiente. Na Figura 2.1 é apresentado um diagrama do
processamento de GN.
De acordo com Alonso (2004), o índice de riqueza é muito usado nas plantas de
processamento de GN. Expressada geralmente em termos de porcentagem molar é
definida como a quantidade dos componentes mais pesados (líquidos), obtida ao
final do processo. Portanto, a soma das porcentagens dos componentes pesados a
partir do propano (C
3+
), da composição do GN, indica o índice de riqueza. Se for
superior a 7% o gás é considerado rico. Isto quer dizer, que o gás processado deve
ter baixo índice de riqueza como mostra a Tabela 2.2.
2.1.2 Propriedades e Características do Gás Natural
O gás natural tem características vantajosas do ponto de vista econômico,
segurança e meio ambiente. O poder calorífico inferior para o gás processado
mostrado na Tabela 2.2 é 36094 kJ/Nm
3
, considerado alto. A densidade do GN é
22
mais leve que a densidade do ar, a qual está na faixa de 0,60 a 0,85 kg/m
3
dependendo da composição do gás. Esta propriedade é importante já que em caso
de vazamento, o GN se dispersaria facilmente na atmosfera.
Compressão
Compressão
Tratamento de
Gás Acido
Regeneração
Regeneração
Separação
Criogênica
Desidratação
Tratamento
Absorção de
Hidrocarbo-
netos
Remoção de
Mercúrio
Regenera-
ção
Solvente de
Enxofre
Separação
de Líquidos
Tratamento
de líquidos
Separação
de
condesados
Resfriame-
nto
Poços de
Extração
Hidrocarbonetos
Água
Hidrocarbonetos
Água
Hidrocarbonetos
Para o consumidor
atraves do gasoduto.
Armazenamento ou
liquefação
Gás Sulfídrico
CO
2
Diagrama de fluxo para tratamento de gás doce
Passos adicionais para o tratamento de gás ácido
Início
Figura 2.1 - Diagrama de uma unidade de processamento de gás natural - UPGN (Lubcke e
Kettner, 2002).
Em condições padrão de pressão e temperatura, o GN permanece em estado
gasoso. Esta característica é importante na combustão, que implica em um
rendimento térmico superior.
Segundo a resolução da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Bicombustíveis (ANP) Nº 16 de (17.6.2008), estabelece a especificação do gás
natural de origem nacional ou importado, mostrados na Tabela 2.3.
23
Tabela 2.3 - Especificações do gás natural
(1)
(adaptado da ANP, 2008).
Limite
(2)
(3)
Característica Unidade
Norte Nordeste
Sul, Sudeste,
Centro-Oeste
Poder calorífico superior
(4)
kJ/Nm
3
34000 a 38400 35000 a 43000
Metano, mín. % vol. 68,0 85,0
Etano, máx. % vol. 12,0 12,0
Propano, máx. % vol. 3,0 6,0
Butano e mais pesados, máx. % vol. 1,5 3,0
Inertes (N
2
+ CO
2
), máx. % vol. 18,0 8,0 6,0
CO
2
, máx. % vol. 3,0
Enxofre Total, máx.
(5)
mg/m
3
70
Gás Sulfídrico (H
2
S), máx. mg/m
3
10,0 13,0 10,0
Ponto de orvalho de água a 1
atm, máx.
(6)
ºC -39 -39 -45
Observações:
1. O gás natural não deve conter traços visíveis de partículas sólidas ou líquidas.
2. Os limites especificados são valores referidos a 293,15K (20ºC) e 101,325kPa (1atm) em base seca, exceto os
pontos de orvalho de hidrocarbonetos e de água.
3. Os limites para a região Norte se destinam às diversas aplicações exceto veicular e para esse uso específico devem
ser atendidos os limites equivalentes à região Nordeste.
4. O poder calorífico de referência de substância pura empregado neste Regulamento Técnico encontra-e sob
condições de temperatura e pressão equivalentes a 293,15K, 101,325 kPa, respectivamente em base seca.
5. É o somatório dos compostos de enxofre presentes no gás natural. Admite-se o limite máximo de 150 mg/m³ para o
gás a ser introduzido no início da operação de redes novas ou então a trechos que em razão de manutenção
venham a apresentar rápido decaimento no teor de odorante no início da retomada da operação.
6. Caso a determinação seja em teor de água, a mesma deve ser convertida para (ºC) conforme correlação da ISO
18453. Quando os pontos de recepção e de entrega estiverem em regiões distintas, observar o valor mais crítico
dessa característica na especificação.
As especificações indicadas na Tabela 2.3, correspondem ao tipo de gás
combustível processado que permite reduzir concentrações potencialmente
corrosivas como: o sulfeto de hidrogênio e dióxido de carbono, além de outros
componentes como a água e hidrocarbonetos mais pesados condensáveis.
2.2 GÁS NATURAL LIQUEFEITO - GNL
O Gás Natural Liquefeito, ou GNL, é o resultado do processo de resfriamento do
GN até temperaturas muito baixas - condição criogênica - para condensar o metano,
principal componente do GN. A temperatura de -161 ºC é necessária para produzir e
manter o GN em estado líquido à pressão atmosférica.
24
A liquefação reduz o volume do GN em aproximadamente 610 vezes e pode ser
armazenado a pressão atmosférica em tanques criogênicos. Isto torna interessante
seu transporte do ponto de vista econômico, principalmente para o transporte naval
utilizando navios metaneiros através de longas distâncias entre terminais de GNL.
Também facilita o transporte em caminhões ou trens até lugares onde não chega a
rede de gasodutos. Grandes quantidades de GNL são produzidas em plantas de
grande capacidade geralmente para seu transporte.
Outra aplicação importante do GNL é como estoque para o fornecimento de GN
durante períodos de alta demanda peakshaving (já que, o abastecimento via
gasoduto não atende a demanda) ou períodos de contingência do suprimento do GN
por gasoduto. Segundo Michot (2007), o uso comum de GNL nos Estados Unidos é
em peakshaving, que ocorre durante a estação de inverno e os meses de verão
devido ao uso de aquecedores e ar condicionado respectivamente. Simões-Moreira
e outros (2008) conduziram um estudo de armazenamento de GNL para
termelétricas para aumentar a confiabilidade do sistema.
Nas estações de serviço, o GNL é usado também como alternativa de
combustível no transporte rodoviário de carga.
2.2.1 Propriedades Físicas do GNL
O componente principal do GNL é o metano, o qual tem seu ponto normal de
vaporização de -161 ºC. Não é tóxico, é inodoro, incolor e dependendo do baixo
nível do mercúrio não é corrosivo, mas se o GNL vaporiza em lugares fechados e
não ventilados, pode causar sufocamento. O GNL tem densidade de 476 kg/m
3
e
quando se vaporiza pode atingir a temperatura de -106,7 ºC, o vapor de metano se
dissipa rapidamente na atmosfera porque passa a ser menos denso que o ar
atmosférico a 25 ºC. Quando o GNL é vaporizado seu limite de inflamabilidade está
na faixa de 5% a 10% de concentração do gás em combinação com o ar atmosférico
(Michot, 2007).
25
2.2.2 Cadeia de Valor do GNL
Para dispor do GNL no mercado mundial o negocio do GNL deve passar por
diferentes operações que constituem a “cadeia de valor”, as quais, segundo Michot
(2007), estão constituídas por quatro principais etapas: exploração e produção,
liquefação, transporte e finalmente armazenamento e regaseificação, conforme
Figura 2.2. A cadeia apresentada exclui as operações por gasoduto.
Exploração e
Produção
Liquefação Transporte
Armazenamento e
Regaseificação
Figura 2.2 - Cadeia de valor de GNL.
A cadeia de valor inicia-se com a exploração e produção do gás natural. Na
etapa de exploração são feitos estudos geológicos e de engenharia que permitem
encontrar os chamados reservatórios de gás natural associado ou não-associado ao
petróleo. Na etapa de produção o GN é extraído das jazidas e posteriormente
processado nas UPGNs, após o que está pronto para ser comercializado. No Brasil
a produção de gás natural se concentra em maior porcentagem nos campos
marítimos que requerem maior investimento que os campos terrestres.
A cadeia de valor continua com o processo de liquefação que é realizado em
plantas de liquefação, as quais se classificam segundo a capacidade de produção
em plantas de grande ou pequena escala.
O gás para a planta de liquefação provém das UPGNs ou diretamente dos
campos de produção, logo passa através da unidade de liquefação onde é resfriado
até temperaturas muito baixas para mudar da sua fase gasosa para a fase líquida.
Finalmente o GNL é armazenado em tanques criogênicos a -161 ºC e pressão
atmosférica ou ligeiramente superior. Geralmente os tanques são construídos de
paredes duplas e entre elas é colocado um isolante térmico.
26
Outro componente importante da cadeia de valor sucede com o transporte do
GNL até os consumidores finais. Como meios de transporte são usados navios
metaneiros, caminhões ou trens. O transporte nos navios metaneiros apresenta
melhor rentabilidade frente aos outros, pelo maior volume de GNL transportado entre
continentes. A capacidade típica de transporte é de 125000 – 138000 m
3
de GNL, os
quais são armazenados a -161 ºC e pressão atmosférica em três diferentes tipos de
sistemas de armazenamento, quais sejam, tipo esférico, tipo de membrana e tipo
estrutural prismático; na atualidade o tipo de membrana é o sistema mais usado com
51% em comparação a 44% do tipo esférico, segundo (Michot, 2007).
O armazenamento e regaseificação compõem a parte final da cadeia de valor.
Nos terminais de recepção o GNL é armazenado em tanques criogênicos que têm
uma estrutura similar aos da planta de liquefação. A capacidade dos tanques
geralmente encontra-se na faixa de 130000 m
3
até 480000 m
3
, mas no Japão e
Coréia superam os 2,5 milhões de metros cúbicos.
Neste ponto, dependendo do tipo de mercado, o GNL pode ser comercializado
em seu estado líquido, por exemplo, como combustível ou regaseificado (mudar seu
estado liquido a estado gasoso) para adicionar o GN à rede de gasodutos.
Para regaseificar o GNL pode-se aproveitar o calor da água do mar ou do ar
atmosférico, por exemplo, usando trocadores de calor atmosféricos, mas quando se
requer de uma vaporização com maior taxa de fluxo de GNL é necessário queimar
combustível (podendo ser o mesmo GN) para adicionar calor em forma indireta por
meio de um fluido secundário.
Cada componente da cadeia de valor do GNL está inter-relacionado e o
resultado final depende do desenvolvimento tecnológico do processo em cada
etapa, por exemplo, melhora da eficiência no sistema de produção de GNL. A etapa
que requer o maior investimento dentro da cadeia de valor é o processo de
liquefação, e nos demais componentes o investimento é em proporções próximas.
Só nos equipamentos usados para liquefazer o GN, demandam 30 - 40% do total do
investimento do processo de liquefação (Shukri, 2004).
Em geral, a concepção total de projetos de gás natural liquefeito (GNL) requer a
construção de uma planta de liquefação, um porto para carregar o produto em
navios metaneiros e uma planta de regaseificação no lugar onde o produto será
recebido para logo ser adicionado a uma rede de gasodutos. Para projetos de GNL
de grande escala se precisam investimentos milionários e reservas mínimas de gás
27
de 56 a 85 bilhões de metros cúbicos (dois a três trilhões de pés cúbicos) para que
sejam rentáveis.
2.3 PLANTA DE LIQUEFAÇÃO DE GN
A indústria do GNL tem mais de 40 anos de história. A primeira planta de
liquefação foi construída no continente africano, na Argélia e entrou em operação em
1964. Através dos anos diferentes processos de liquefação foram desenvolvidos e
as plantas de liquefação começaram a produzir vários milhões de toneladas por ano
(10
6
t/ano) de GNL. As primeiras plantas consistiram de processos de liquefação
baseados em ciclos cascata e refrigerante misto simples, as capacidades eram
menos do que 1x10
6
t/ano num trem de produção (Unidades paralelas que tratam,
liquefazem e logo enviam o GNL aos tanques de armazenamento.). Atualmente nas
plantas de grande escala existem novos ciclos de liquefação que permitem
capacidades de trem superior a 7,8x10
6
t/ano.
As plantas de pequena escala tipicamente têm capacidades de 10 – 5000
toneladas por dia (t/d). As mini plantas de GNL usadas, por exemplo, em estações
de combustíveis e as plantas de peakshaving, encontram-se dentro da classificação
de plantas de pequena escala. As capacidades daquelas plantas são em geral de 10
– 500 toneladas, mas as plantas de peakshaving podem chegar a ter capacidades
maiores a 1000 t/d. Segundo a capacidade de produção, os autores Chart Energy
(2007), Price (2003), Finn e outros (1999) e Hamworthy (2006) classificam as plantas
de liquefação, de acordo a literatura, em quatro categorias mostradas na Tabela 2.4.
Tabela 2.4 - Capacidades de produção de plantas de GNL (adaptado de Chart
Energy (2007), Price (2003), Finn e outros (1999), Hamworthy (2006)).
Descrição da planta de GNL t/d 10
6
t/ano
Mini plantas 10 – 200 0,0034 – 0,07
Peakshaving
100 – 500 0,034 – 0,17
Pequena
escala
Base Load
1000 – 4000 0,34 – 1,36
Grande escala 4000 – 23000 1,36 – 7,80
28
Uma planta Base Load, normalmente é operada para tomar a totalidade ou parte
da carga mínima de um sistema, e conseqüentemente, que produz energia
essencialmente a uma taxa constante e opere continuamente. Estas unidades são
operadas para maximizar a eficiência térmica e o sistema mecânico e minimizar os
custos operacionais do sistema (Energy Information Administration, 2008).
As plantas de liquefação típicas estão formadas por diferentes processos: pré-
tratamento de GN, liquefação, armazenamento e carregamento de GNL.
A configuração ou estrutura de uma planta de liquefação depende da qualidade
do GN, especificações do produto final e das condições locais (Shukri, 2004). Na
Figura 2.3 mostra-se o fluxograma de uma planta de liquefação típica.
A operação da planta inicia-se com a recepção do GN, o qual é proveniente ou
do gasoduto ou de uma UPGN. Este chega da rede de gasodutos a uma elevada
pressão, a qual tem que ser ajustada à pressão de operação da planta. Nesta etapa,
também são realizadas medições das propriedades do fluido. Nas subseções que
seguem (2.3.1 a 2.3.3) detalham-se as diferentes etapas de processamento e
liquefação do gás natural, com base no diagrama da Figura 2.3.
Separação de gás e
remoção gás ácido
Desidratação e
remoção de mercúrio
Remoção dos
líquidos do GN.
Fracionamento
(C
3
, C
4
, C
5
, etc.)
Armazenamento de
GNL
Carga de GNL para
o Transporte
Unidade de
Liquefação
Venda de LGN
Recepção de gás e
medição
Gás Natural
Tratamento do gás
ácido
Figura 2.3 - Componentes de uma planta de GNL.
29
2.3.1 Pré-tratamento de GN
O GN requer um pré-tratamento para a remoção de alguns componentes. Com
isto evita-se sua solidificação no sistema de refrigeração na unidade de liquefação
ou riscos de corrosão nos equipamentos.
O processo começa com a remoção do gás ácido que tem como principais
constituintes: o dióxido de carbono (CO
2
) e os compostos de enxofre, tais como o
gás sulfídrico (H
2
S) e sulfeto de carbonila (COS). Segundo Aoki e Kikkawa (1995),
Klinkenbijl e outros (1999) para a remoção do gás ácido são aplicados o processo de
absorção química de amina com soluções aquosas como methyldiethanolamine, o
processo de absorção química de carbonato “Benfield” e o processo de absorção
químico-físico sulfinol que consiste numa mistura de sulfolane
1
, água e di-
isopropanolamina. O processo sulfinol apresenta vantagens frente aos outros porque
remove os compostos orgânicos de enxofre (mercaptanas) e o sulfeto de carbonila.
O nível da concentração do gás ácido no fluxo do gás é uma consideração
importante para a seleção apropriada do sistema de tratamento deste gás ácido.
Depois da remoção de do gás ácido, o fluxo do GN é saturado com água devido
às soluções aquosas usadas no processo anterior. Então é necessária a remoção de
água para evitar o risco de formação de hidratos ou formação de gelo na unidade de
liquefação. Primeiro, deve-se resfriar o fluxo de GN até uma temperatura acima da
formação de hidratos (~20 ºC) para condensar e separar a água, após o fluxo de GN
passa através do sistema de desidratação, que consiste de uma peneira molecular,
reduzindo assim a porcentagem de água.
A peneira molecular tipo 4A é a mais usada neste processo, mas existem outros
tipos de peneira como o 5A e 13X que se diferenciam pelo tipo de compostos que
removem, Aoki e Kikkawa (1995). O sistema usa duas peneiras como mínimo, uma
delas para remoção de água e a outra é regenerada com gás quente seco.
Dependendo da composição do GN de alimentação à planta, também pode ser
necessário remover o mercúrio que pode causar danos a materiais como o alumínio,
neste caso o trocador de calor criogênico seria afetado. O processo da remoção de
mercúrio pode ser posicionado antes da remoção do gás ácido ou depois da
1
Composto orgânico com enxofre, líquido incolor. Solúvel em água, extrai os hidrocarbonetos
aromáticos.
30
desidratação. A remoção de mercúrio numa planta de GNL normalmente é obtida
por uma cama de absorção fixa de carvão ativado impregnado com enxofre, que
reage com o mercúrio para formar sulfeto de mercúrio (HgS). Existem outros
métodos como o catalisador de alumina e a peneira molecular.
As especificações típicas de uma planta de GNL, quanto ás impurezas
admissíveis são mostradas na Tabela 2.5.
Tabela 2.5 - Especificações típicas de uma planta de GNL (Klinkenbijl e outros, 1999).
Compostos Especificações
Gás sulfídrico ex. unidade de tratamento de gás ácido < 3,5 ppmv*
Dióxido de carbono ex. unidade de tratamento de gás ácido < 50 ppmv
Enxofre total (gás sulfídrico + sulfeto de carbonila + compostos) < 20 mg/Nm
3
Enxofre total no combustível < 300 ppmv
Emissões de SO
2
ex. incinerador < 250 mg/Nm
3
Pureza de enxofre (em porcentagem mássica) > 99,9 %
Recuperação de enxofre > 95 – 99,9 %
Água no GNL ex. secadores < 0.5 ppmv
Mercúrio no GNL < 0.01 µg/Nm
3
* Partes por milhão de volume, medida de concentração aplicada a volumeis de líquidos ou gases.
Segundo Klinkenbijl e outros (1999) “os requerimentos da unidade de tratamento
são determinados pelos requerimentos da unidade de liquefação (água, CO
2
),
especificações do produto de GNL (H
2
S, sulfeto de carbonila, compostos orgânicos
de enxofre), proteção de material (mercúrio) e restrições ambientais (dióxido de
enxofre (SO
2
) e emissões de hidrocarbonetos)”.
2.3.2 Unidade de Liquefação
Este é o processo-chave das plantas de liquefação, o qual é baseado no
princípio de operação do ciclo de refrigeração. Os componentes principais que
formam a unidade de liquefação são: os compressores, dispositivos de expansão,
trocadores de calor, bombas e separadores. A capacidade da unidade de liquefação
é determinada pelo tamanho destes componentes, os refrigerantes empregados e o
tipo de processo de liquefação. Segundo Mokhatab e Wood (2007), Finn e outros
31
(1999), três tipos genéricos de ciclos de refrigeração são utilizados: o ciclo cascata,
refrigerante misto e de expansão. Cada um deles pode passar por algumas
modificações no processo de liquefação de acordo aos requerimentos da planta.
Os custos de capital e de operação da unidade de liquefação são elevados, por
exemplo, já se mencionou que os equipamentos demandam de 30 – 40% do
investimento total do processo de liquefação. Também requer uma grande
quantidade de energia para realizar a liquefação. Devido a isto, novas técnicas são
constantemente analisadas com o objetivo de melhorar a eficiência energética,
otimizando os processos.
Por outro lado o avanço tecnológico na fabricação dos equipamentos consegue
reduzir também os custos de produção.
Nos processos de liquefação normalmente se empregam vários trocadores de
calor, mas o processo principal de liquefação ocorre no trocador de calor criogênico
principal (TCCP), em inglês, Main Criogenic Heat Exchanger (MCHE). Os trocadores
de calor de placas de alumínio e trocadores de calor de tubo espiral normalmente
são aplicados para este processo criogênico. Os trocadores de placas são
econômicos e compactos em comparação aos de tubo espiral, mas para plantas de
grande escala requerem-se vários trocadores de placas em paralelo o que torna a
configuração das tubulações complexa. A Figura 2.4 ilustra os trocadores de calor
de placas de alumínio.
Figura 2.4 - Trocadores de calor de placas de alumínio (Chart industries, 2007).
32
“Os trocadores de tubo espiral mostram resistência extrema às fadigas térmicas
encontradas nas seções de baixa temperatura durante o início da liquefação”
(Berger e outros, 2004). Por isto, os trocadores de placas são empregados
geralmente para o pré-resfriamento do GN porque são mais sensíveis às variações
de temperatura e os trocadores de tubo espiral formam parte da seção de sub-
resfriamento. O trocador de calor de tubo espiral é ilustrado na Figura 2.5. Uma
desvantagem dos trocadores de tubo espiral é a possibilidade de ocorrerem
vazamentos nos próprios tubos que conduz à redução da eficiência e pode causar a
parada de operação.
Figura 2.5 - Trocadores de calor de tubo espiral (Brautigam, 2003).
A Figura 2.6 ilustra um ciclo de liquefação de Refrigerante Misto (RM). O
principio de funcionamento se dá pelo resfriamento do GN usando uma mistura de
diferentes fluidos refrigerantes, geralmente formada por o gás nitrogênio mais
hidrocarbonetos leves, tais como o metano, etano, propano e butano em proporções
variadas. A mistura de refrigerantes é comprimida no compressor (C) e logo
resfriada em um trocador de calor (TC), a mistura refrigerante à pressão elevada é
parcialmente condensada naquele trocador de calor. Logo a mistura refrigerante
atravessa o trocador de calor principal (TCCP) vindo a formar a “corrente quente”,
como ilustrada. Depois o fluxo da mistura refrigerante quente alcança um dispositivo
33
de expansão. O dispositivo de expansão pode ser uma válvula de efeito Joule-
Thompson (VE), onde a mistura refrigerante sofre um estrangulamento adiabático,
diminuindo a sua temperatura do refrigerante. Alternativamente, se o dispositivo for
um turbo-expansor (TEX), a energia útil extraída da expansão da mistura
refrigerante como potência de eixo do turbo-expansor ( ), pode ser usada para
acionar um compressor ou gerar eletricidade. No processo de expansão quase-
isoentropico no TEX, a temperatura da mistura de refrigerante diminui
consideravelmente em comparação ao processo de expansão por estrangulamento
adiabático. Depois da expansão, a mistura de refrigerante, agora à temperatura
criogênica e denominada “corrente fria”, retorna ao TCCP resfriando continuamente
o gás natural, bem como a sua própria corrente quente. O refrigerante com baixa
pressão, agora quente e vaporizado sai do TCCP em direção ao compressor para
completar o ciclo. Do lado do gás natural, este ingressa no TCCP com as condições
de entrega geralmente a temperatura ambiente e pressão moderada para alta
(alimentação do gás), e sai do TCCP parcialmente condensado a elevada pressão
para sofrer um processo posterior de expansão, como indicado na figura.
E
W
&
E
W
&
C
W
&
Figura 2.6 - Esquema geral de um ciclo de refrigeração (Tacuse e Simões-Moreira, 2007).
Finalmente, o fluxo do gás natural passa através de um tanque de “flash” onde a
fase vapor é separada da fração liquida (~90% de líquido), se na composição do gás
natural houver gases não condensáveis (nitrogênio), estes ficarão retidos na fase
34
vapor dentro do tanque de “flash”. Essa mistura de gases pobres pode ser utilizada
como gás combustível em outra parte da planta de liquidificação. O vapor tem maior
proporção de nitrogênio (gás não-condensável) que pode ser usado como gás
combustível. O gás natural liquefeito é bombeado até os tanques de
armazenamento.
2.3.3 Armazenamento e carregamento de GNL
O produto que sai da unidade de liquefação encontra-se na fase liquida a
temperatura baixa e elevada pressão, portanto passa através de um dispositivo de
expansão para reduzir a pressão até 100 kPa aproximadamente. Com estes
parâmetros o GNL é armazenado em tanques isolados, nos quais, pequenas
quantidades do líquido vaporizam-se ao longo do tempo. O gás formado permite
controlar a temperatura e a pressão do sistema de armazenamento, conhecido como
“boil-off”.
O sistema de armazenamento é composto por bombas para levar o produto por
meio de tubulações isoladas até os tanques criogênicos de recepção, que podem
ser instalados em: navios, caminhões ou trens.
2.4 O GN E GNL NO CONTEXTO MUNDIAL E DA AMÉRICA LATINA
Segundo a Beyond Petroleum (2007), o consumo mundial do gás natural
cresceu 2,5% em 2006 ligeiramente acima da média dos últimos 10 anos nos quais
os maiores consumidores foram: Estados Unidos, Rússia, Irão, Canadá, Reino
Unido e Japão. Rússia foi responsável aproximadamente do 40% do crescimento
global de consumo.
35
As maiores reservas provadas de gás natural ao final do ano 2006 estão
situadas no Oriente Médio com 40,5%, na Europa com 35,3% e os 24,2% no resto
do mundo. A produção do gás natural incrementou 3% em 2006 ligeiramente acima
da média dos últimos 10 anos, Rússia foi responsável pelo maior desenvolvimento
crescente na produção de GN com 2,5% seguido pelos Estados Unidos, Canadá e
Irão. A produção nos Estados Unidos incrementou-se aproximadamente 2,3%, o
crescimento mais forte desde o 2001.
O comércio de gás natural aumentou cerca de 3,1% em 2006, aproximadamente
a metade da média de 10 anos. As vendas do gás por gasoduto se estancaram nos
países Rússia, Canadá e Argentina devido ao forte crescimento da demanda
doméstica, portanto as exportações diminuíram nestes países.
Segundo a Beyond Petroleum (2007), os embarques de gás natural liquefeito
nos navios metaneiros aumentaram fortemente com 11,8% em 2006, muito acima da
média de 10 anos. A compra de GNL na Ásia, o maior mercado regional do mundo,
cresceu aproximadamente 10%, enquanto as importações Européias elevaram-se
quase 20% e as importações dos Estados Unidos diminuíram ligeiramente. O maior
exportador de GNL foi Qatar seguido por Indonésia, Malásia e Argélia. Egito, Nigéria
e Austrália também tiveram os incrementos em exportações de GNL.
Assim o comércio de GNL no mundo se concentra na demanda de Japão,
Coréia do Sul, Espanha e Estados Unidos (Figura 2.7), e apresenta um
desenvolvimento marginal em nosso continente, onde o único país que o exporta é
Trinidad e Tobago com uma planta de liquefação que é capaz de produzir
14,8x10
6
t/ano de GNL, chamada Atlantic LNG situada em Point Fortin.
No entanto, atualmente na América Latina há projetos de GNL que estão em
andamento e permitirão o desenvolvimento da tecnologia e do comércio de GNL, por
exemplo, no Peru está sendo construída uma planta de liquefação de grande escala
do projeto Peru LNG com 4,4x10
6
t/ano de GNL produzido (PERU LNG, 2003), o qual
será vendido a mercados como os Estados Unidos ou México transportado mediante
navios metaneiros. Venezuela tem como projeto a construção de uma planta de
liquefação de GNL no Estado de Sucre chamado Mariscal Sucre, ainda não
concretizado.
No Brasil foi construída a primeira unidade de GNL na América Latina de
pequena escala com capacidade de 0,1x10
6
t/ano de GNL, produzido na cidade de
Paulínia em São Paulo.
36
O consumo de gás natural em 2007 teve um aumento na América Latina em
relação a 2006, o país com maior consumo foi Argentina, seguido de Venezuela e
Brasil. A crescente demanda de gás dos últimos anos gerou projetos importantes em
diferentes países como o caso de México, Chile, Argentina e Brasil, os quais
atualmente estão investindo em plantas de liquefação ou unidades de regaseificação
que receberão o GNL transportado em navios metaneiros.
Figura 2.7 - Movimento do mercado mundial de GN e GNL em 2006 em bilhões de metros
cúbicos (BP, 2007).
Na atualidade, México tem um terminal de regaseificação em operação
(Altamira), dois terminais em construção, quatro terminais ainda são projetos de
avaliação e duas Unidades Flutuantes de Armazenamento e Regaseificação (UFAR)
como projetos de avaliação. No Chile o terminal de regaseificação na Baía de
Quintero está em fase de construção e em Honduras está em fase de pré-viabilidade
um terminal de regaseificação situado em Puerto Cortes.
No Caribe existem dois terminais de regaseificação de GNL em operação, um
deles na República Dominicana, situado em Andrés, e outro em Porto Rico, situado
em Penuelas. Em fase de projeto avançado há dois terminais de recepção em
37
Bahamas, um situado em Ocean Cay e outro em Freeport, Grand Bahama. Em fase
de pré-viabilidade há o terminal da Jamaica em Port Esquivel, segundo LNG Journal
(2006).
A Figura 2.8 foi concebida pelo autor e refere-se às plantas de produção e
terminais de recepção de GNL na América Latina, tendo sido idealizada a partir de
informações atuais disponíveis. Estes projetos aumentam a participação de nosso
continente no mercado de gás natural e GNL, assim como também no
desenvolvimento da tecnologia.
Figura 2.8 - Produção, regaseificação de GNL na América Latina.
38
2.4.1 GN e GNL no Brasil
O mercado de gás natural está se desenvolvendo rapidamente, já que, a
demanda do gás natural é elevada devido ao grande crescimento da indústria
brasileira, dependendo cada vez mais de fontes de energia alternativa.
Comparando-se o primeiro trimestre de 2007 com 2008, a comercialização de gás
natural teve um aumento de 30%, em razão do elevado consumo no despacho
térmico (Gasbrasil, 2008).
Para evitar a escassez de gás natural e não depender da importação do gás
natural da Bolívia, o Brasil priorizou os investimentos na cadeia do gás natural,
optando pela importação de gás natural liquefeito (GNL).
Atualmente, o Brasil tem o primeiro terminal de regaseificação de GNL do país
no Porto de Pecém localizado no município cearense de São Gonçalo do Amarante.
A Unidade Flutuante de Armazenamento e Regaseificação (UFAR) tem a
capacidade de regaseificar 7 milhões de m
3
/d. O GNL de Pecém representará um
acréscimo de 11% na oferta de gás ao mercado nacional e será usado
prioritariamente para a geração de energia elétrica nas usinas Termoceará e
Termofortaleza, ambas no Ceará, e Jesus Soares Pereira, no Rio Grande do Norte.
Além do terminal de Pecém, o Brasil tem outro projeto de regaseificação de GNL
na baía de Guanabara, no Rio de Janeiro (Figura 2.8). Esta unidade de
regaseificação terá capacidade de regaseificar até 14 milhões de m
3
/d (Agência
Petrobras de Noticias, 2008).
O futuro da matriz energética do Brasil é a descoberta de reservatórios gigantes
de gás natural na camada pré-sal dos campos Tupi e Júpiter, na bacia de Santos,
ainda sem estimativa de reserva, que o levará a auto-suficiência em gás natural.
Segundo a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Maria das Graças Foster, o
gás natural que será produzido na camada pré-sal deverá ser regaseificado em
unidades flutuantes na costa brasileira para atender o mercado interno e, no futuro,
ser exportado (Jornal Estado de São Paulo, 2008).
Se a projeção das reservas se confirmar, o Brasil poderá se tornar exportador
de gás natural liquefeito (GNL) e, portanto, a construção de uma planta de
liquefação de grande capacidade será necessária.
39
2.5 DISTRIBUIÇÃO DO GÁS NATURAL LIQUEFEITO COM RELAÇÃO AO
GNV E OS GASODUTOS
A liquefação do gás natural está convertendo se rapidamente numa alternativa
para o transporte de GN, graças aos recentes avanços tecnológicos. Esta tecnologia
permite armazenar o gás de maneira líquida para depois ser transportado em
grandes distâncias entre o centro de produção e os lugares de consumo atingindo
regiões ainda não abastecidas por gasodutos e assim viabilizar o fornecimento de
gás para indústrias dos ramos alimentício, metalúrgico, cerâmico, químico, postos de
GNV e concessionárias estaduais de gás natural canalizado. Simões-Moreira e
outros (2008) desenvolveram um estudo para expansão da rede de distribuição de
gás natural via GNL dentro da área de concessão da Comgás no estado de São
Paulo.
Outra tecnologia disponível para o transporte de gás é o gás natural comprimido
(GNC) adequada para distâncias curtas, que requerem menores investimentos e
reservas. Segundo Perrut (2005) e Arruda (2002), o GNL é competitivo para
distâncias superiores a 200 quilômetros em comparação ao GNC por sua
característica de densidade energética (podendo armazenar maior volume de GN).
A pesquisa de Perrut considera o transporte do GN em caminhões de 40
toneladas, onde, o caminhão de GNC tem a capacidade de transportar 4500 Nm
3
e o
caminhão de GNL 24000 Nm
3
de GN, supondo uma demanda de 100000 Nm
3
do
consumidor final. Este caso de estudo determina que o GNC seja utilizado para
distâncias mais curtas (menores a 200 km) próximas à rede de gasodutos.
Um estudo realizado por Brendeng e Hetland (2003), apresenta a viabilidade
econômica do GNL em comparação a outras tecnologias existentes usando como
parâmetros a distância da planta até o usuário final e capacidade de transporte. As
tecnologias estão representadas por áreas na Figura 2.9.
40
Figura 2.9 - Aplicabilidade de tecnologias de transporte de
energia, em que múltiplas tecnologias são enfocadas
(Brendeng e Hetland, 2003).
Observa-se que a produção de GNL em pequena escala é viável para distâncias
entre 200 km e 900 km aproximadamente até o consumidor e com capacidade de
transporte abaixo de 5 milhões de metros cúbicos por dia (10
6
m
3
/d), já plantas de
produção de GNL de grande escala são usadas para o transporte acima dos 2800
km em navios metaneiros.
O GNL ao lado do GNC fazem parte de projetos chamados “gasodutos virtuais”,
já que, o transporte de gás natural é realizado através de carretas para distâncias
curtas. Em contraste às duas tecnologias de GNL e GNC, os gasodutos se
apresentam como uma alternativa custosa e inflexível, porque os requerimentos de
capital e os custos de operação são muito altos, sem contar com o impacto que
ocasiona sua construção, devido à compra de terras e as permissões ambientais
necessárias. Mais ainda, para sua viabilidade requer mercados suficientemente
grandes e estáveis que permitam sustentar contratos de longo prazo, o que
naturalmente não é necessário no caso do GNL. Por isso, os países que possuem
as reservas de gás sem desenvolver, estão em franca concorrência por atrair aos
grandes investidores que possuam não só o capital, como também a tecnologia e o
acesso aos mercados.
41
2.6 PROCESSOS DE LIQUEFAÇÃO DE PEQUENA ESCALA
O ponto de partida lógico para novos sistemas de produção de GNL com custos
e capacidades pequenas, deveriam ser os processos e indústrias existentes.
Portanto, algumas tecnologias de liquefação de pequena escala têm sido adaptadas
a partir de tecnologias de grande escala como, por exemplo, produção de GNL em
plantas de peakshaving para o fornecimento de GNL em períodos de alta demanda,
plantas para a distribuição do GNL em regiões afastadas, plantas de GNL para o
fornecimento de combustível a veículos, em processos offshore evitando a queima
ou a re-injeção do gás associado e plantas pequenas para a exploração de campos
gasíferos isolados, onde a construção do gasoduto resulta ser economicamente
inviável.
Os investimentos globais em projetos de GNL de grande escala são elevados e
o desenvolvimento leva anos, mas nos projetos de pequena escala, evidentemente
os custos capitais e de operação seriam baixos, portanto, são facilmente promovidos
e implementados. Além disso, por meio de uma economia de escala e contínua
utilização de capital de investimento, as companhias poderiam incrementar a
capacidade de produção das plantas de pequena escala.
Várias plantas de pequena escala comerciais estão disponíveis em “containers”
ou módulos prontos para ser embarcados e imediatamente iniciar sua operação,
também chamados no mercado de “turn key”. A faixa do custo destes sistemas de
liquefação é estimado entre US$ 1500/MMbtu e US$ 2500/MMbtu. Segundo
Cascone (2005), considerável investimento é gasto no sistema de tratamento do gás
e no TCCP. A Figura 2.10 mostra a distribuição dos custos de investimento, de
acordo a diferentes processos numa planta de pequena.
Nota-se na Figura 2.10 que parte considerável dos investimentos se dá no
tratamento do gás natural, seguido pelo motor de acionamento.
42
Figura 2.10 - Investimento de capital (Adaptado de GTI, 2003).
2.6.1 CICLOS DE LIQUEFAÇÃO
De um ponto de vista geral, os processos de liquefação para pequena escala
podem ser agrupados em dois grandes grupos: os processos de ciclo aberto (em
inglês, open-loop), nos quais, o gás de alimentação, forma parte do fluido
refrigerante e os processos de ciclo fechado (em inglês, closed-loop) em que, a
liquefação do GN é obtida por um fluido refrigerante auxiliar (mistura de
hidrocarbonetos mais nitrogênio) que recircula continuamente num circuito
separado.
Os sistemas de ciclo aberto são baseados principalmente num processo
sucessivo de compressão, resfriamento e expansão do GN. Usualmente a última
etapa de expansão é realizada num turbo-expansor (TEX) para a obtenção de GNL.
Sistemas de ciclo fechado usam como fluido refrigerante o nitrogênio ou uma
mistura de hidrocarbonetos para resfriar o GN. Mistura de nitrogênio, metano e
outros hidrocarbonetos (C
2
, C
3
, C
4
, etc.), são aplicados nos ciclos de refrigerante
misto (RM). A Tabela 2.6 resume alguns ciclos comerciais de acordo com a
classificação apresentada acima e proporciona informação relevante com relação às
tecnologias, eficiências e capacidades (Tacuse e Simões-Moreira, 2007).
43
Tabela 2.6 - Plantas de pequena escala, processos, eficiência e capacidade (Tacuse
e Simões-Moreira, 2007).
Classificação
Ciclo de
Refrigeração
Processo de
Liquefação
Eficiência
Global
kW-dia/ton
Capacidade Referência
Black and Veatch
PRICO
16,8 1,3 10
6
t/ano Salof, 2006
GTI * 1880 kg/d GTI, 2003
Refrigerante
Misto
(RM)
Kryopak RMPR 13,0 210 t/d Salof, 2006
TEX (N
2
) Hamworthy * 30 a 500 t/d
Hamworthy
, 2006
Ciclo fechado
(Closed-loop)
TEX (N
2
&
C
1
)
Pré-resfriado
Dual TEX
+
13,0 0,5 10
6
t/ano
Foglietta,
2004
Dual TEX
+
16,5 0,5 10
6
t/ano
Foglietta,
2004
Kryopak EXP 15,5 147 t/d Salof, 2006
Idaho (Letdown) * 17790 kg/d
Cascone,
2005
TEX
Stirling *
1200 kg/d –
10000 kg/d
Kirillov,
2004
Ciclo aberto
(Open-loop)
Tubo de
Vórtices
- * 12000 kg/d
Kirillov,
2004
* Dados não disponíveis;
+
Simulação (Foglietta, 2004).
O ciclo refrigerante misto (RM) é baseado na idéia de resfriamento contínuo do
fluxo de GN usando uma mistura de refrigerantes adequadamente selecionados que
possam imitar a curva composta quente, de tal modo, que o uso de energia e o
tamanho dos trocadores de calor sejam otimizados.
A curva composta quente é a combinação da curva de resfriamento da corrente
GN-GNL e a curva da corrente quente do RM. Detalhes da definição e construção
das curvas compostas obtêm-se na Seção 2.8.
A mistura de refrigerantes usualmente inclui hidrocarbonetos leves (C
1
, C
2
, C
3
,
C
4
) junto com um gás não-condensável, normalmente nitrogênio. Como produto do
resfriamento do GN, os hidrocarbonetos mais pesados a C
3
, podem ser removidos,
para formar os líquidos de gás natural (LGN). A quantidade produzida dos LGN
depende da composição do GN.
A partir de uma análise termodinâmica, os ciclos de TEX são teoricamente tão
eficientes como os mais avançados ciclos usados em plantas convencionais de larga
escala. A eficiência dos primeiros turbo-expansores foi pequena (60 a 70%), mas
44
atualmente a eficiência de expansão dos turbo-expansores supera 85% (Cascone,
2005). Evidentemente, o turbo-expansor é a chave do processo e determina da
eficiência global do ciclo em plantas de pequena escala. Em teoria, dois turbo-
expansores podem oferecer o potencial para aumentar a eficiência do ciclo
melhorando a semelhança das curvas compostas de resfriamento do gás natural.
(Barclay e Denton, 2005).
2.6.2 TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DE GNL
Cada um dos processos de liquefação da Tabela 2.6, de acordo com suas
características, é aplicada a diferentes operações da indústria do GNL. Alguns
processos apresentam eficiência mais elevada que outros, devido à configuração do
sistema, otimização e aos equipamentos utilizados. Porém, a eficiência não é o
único fator de importância, o processo também há de ser confiável, flexível a
diferentes mudanças de operação, de fácil manutenção e compactos, no caso de
aplicações offshore. Na seqüência descrevem-se algumas das tecnologias de
produção de gás natural liquefeito que classificamos em tecnologias com
refrigerantes mistos e tecnologias com ciclos de expansão.
2.6.2.1 Tecnologias com Refrigerante Misto
¾ Sistema Black and Veatch PRICO
Esse processo, como descrito por Shukri (2004), utiliza como fluido refrigerante
uma mistura de nitrogênio e hidrocarbonetos (metano, etano, propano e iso-
pentano), que passa por um único ciclo de compressão. A refrigeração à baixa
temperatura e alta pressão do fluido permite regular a refrigeração do GN em etapas
45
sucessivas para retirar os condensados antes de liquefazer o GN por expansão
rápida.
O esquema da Figura 2.11 representa a configuração do processo PRICO
utilizado na planta de liquefação de Paulínia (São Paulo). Algumas características da
planta de Paulínia são descritas na seção 2.6.3.1.
Figura 2.11 - Processo PRICO, ciclo refrigerante misto usado na planta de
Paulínia-SP, (Price, 2007).
¾ Sistema Kryopak RMPR
Conforme Salof (2006), o processo Kryopak de Refrigerantes Mistos com Pré-
Resfriamento (RMPR) utiliza uma mistura de refrigerantes, composto de nitrogênio,
metano, etano, propano, butano e pentano. O refrigerante é parcialmente
condensado por pré-resfriamento (amônia ou propano) e sofre um processo de
expansão antes de entrar aos trocadores de calor de placas finas de alumínio que
conformam a chamada caixa preta, em inglês Cold Box.
Esta tecnologia foi aplicada à planta de liquefação de Maitland, a ilustração da
Figura 2.12, representa o fluxograma simplificado do processo desde que o gás
natural é pré-tratado até o seu armazenamento.
46
Figura 2.12 - Fluxograma da planta de GNL de Maitland (Kryopak, 2008).
2.6.2.2 Tecnologias com Ciclos de Expansão
¾ Sistema Hamworthy (Ciclo de Nitrogênio)
É um ciclo que utiliza ciclo fechado de nitrogênio. O nitrogênio é comprimido em
três estágios com trocadores de calor intermediários, onde ele perde calor para o
meio, para depois ser expandido em um estágio simples obtendo uma temperatura
criogênica. O fluido refrigerante é mantido gasoso durante todo o processo. Na
seção 2.6.3.3 há um exemplo da planta de GNL de Snurrevarden (Hamworthy,
2006).
47
¾ Sistema Letdown
Este processo aproveita a elevada pressão do gasoduto para realizar uma
expansão e produzir energia útil para acionar uma planta pequena de liquefação
(Shen, 2006 e Shen e outros, 2006). A ilustração deste processo é mostrada na
Figura 2.13. Uma destas plantas foi desenvolvida pelo Idaho National Engineering
and Environmental Laboratory (INL, 2006). O projeto Idaho utiliza novas tecnologias
para a remoção de água e CO
2
do gás natural.
Figura 2.13 - Processo Letdown (Shen, 2006 e Shen
e outros, 2006).
A nomenclatura mostrada na Figura 2.13 é a seguinte: C é o compressor; TEX o
turbo-expansor; MC o motor de combustão; VE a válvula de expansão; CR o ciclo de
refrigeração; Q o calor trocado e TCE e TCC seria o trocador de calor criogênico,
onde TCE troca calor da corrente do evaporador e TCC troca calor da corrente de
condensação.
¾ Sistema Stirling
O sistema usa máquinas criogênicas a gás que operam no ciclo Stirling, cujo
principal aspecto é combinar, em um simples dispositivo o processo de compressão
e expansão, calor trocado entre o refrigerante que entra e sai desse equipamento e
48
calor trocado entre o gás que está sendo liquefeito e a vizinhança, permitindo que
seja um equipamento compacto e com elevada eficiência térmica. Na faixa de
temperatura entre 100 e 160 K, o ciclo Stirling tem eficiência energética maior que
50%. Segundo Kirillov (2004), o processo liquefaz 100% do gás de alimentação.
¾ Sistema Tubo de vórtices
Sistema baseado no tubo de Ranque-Hilsh. Conforme informa Kirillov (2004), o
sistema desenvolvido possui as seguintes especificações técnicas: pressão mínima
de trabalho de 3,5 MPa; vazão de gás na faixa de 2000 – 7000 m
3
/h e a massa total
da pequena planta é 3700 kg.
Suas vantagens são: energia a custo zero (usa a pressão do gasoduto),
simplicidade e baixo investimento de capital. Entre as desvantagens, pode-se citar
um baixo rendimento de produção de GNL (2 a 4%); requer manutenção constante e
tempos de parada freqüentes.
2.6.3 EXEMPLOS DE PLANTAS DE LIQUEFAÇÃO
As tecnologias mencionadas na seção 2.6.2, são utilizadas em plantas de
liquefação de pequena escala para fornecer GNL geralmente a regiões que estão
afastadas de uma rede de gasodutos e, que abastece a alguma cidade grande ou
indústria de alto consumo de gás natural. Logo, o GNL produzido é transportado em
caminhões até plantas simples que estão conformadas por um tanque e trocadores
de calor, mudando sua fase ao estado gasoso. Finalmente o gás e distribuído
através de uma rede local. Nas seções seguintes, descrevem-se três plantas de
liquefação de gás natural atualmente em operação.
49
2.6.3.1 Planta de Pequena Escala em Paulínia
A planta entrou em operação em agosto de 2006 e os investimentos para a
construção desta planta de liquefação foram aproximadamente US$ 50 milhões.
Paulínia foi a primeira unidade de produção de GNL do Brasil (Revista Petrobras,
2007).
Na etapa de produção de GNL é empregado o processo PRICO SMR “Single
Mixed Refrigerant” que é muito usado nas plantas de média e pequena escala, e tem
a capacidade de liquefazer 380000 Nm
3
/d (aproximadamente, 290 t/d). Na Figura
2.11 é mostrado o esquema simplificado do processo Prico e na Figura 2.14 é
apresentada a foto panorâmica da planta de liquefação de Paulínia.
Para produzir GNL o gás natural passa primeiramente por um processo de
eliminação de contaminantes que torna sua composição estável e depois é resfriado
à temperatura de -161 ºC.
Figura 2.14 - Planta de liquefação de Paulínia (Gáslocal, 2008).
Uma vez liquefeito é armazenado a uma pressão relativa de 10 kPa
aproximadamente num tanque criogênico de 4500 m
3
de GNL que corresponde a
oito dias de produção. A distribuição do GNL é feito em carretas criogênicas com
capacidade de até 30000 m
3
a pressão atmosférica transportando o produto até as
unidades autônomas de regaseificação (Unidades Autônomas de Gás, “UAGs”)
50
onde e descarregado em tanques criogênicos para logo ser regaseificado através de
vaporizadores atmosféricos e, finalmente, odorizado pronto para a distribuição por
gasoduto. A Figura 2.15 mostra uma foto da unidade de regaseificação localizada no
município de Andradas do estado de Minas Gerais.
Figura 2.15 - Unidade de regaseificação de GNL localizada em Andradas, MG.
2.6.3.2 Planta de Pequena Escala em Xin Jiang
Planta de liquefação Based Load de pequena escala, situada ao noroeste da
China a uma altitude de 800 metros. Esta planta produz 65500 Nm
3
/h equivalente a
1200 t/d de GNL. Ciclo de refrigerante misto simples é a tecnologia que utiliza o
processo de liquefação com três trocadores de calor de tubo espiral que conformam
as seções de pré-tratamento, liquefação e sub-resfriamento. Usa-se uma turbina a
gás para acionar o compressor de três estágios. A capacidade do tanque de
armazenamento é de 30000 m
3
de GNL que correspondem a doze dias de
produção. O fluxograma do processo de liquefação é mostrado na Figura 2.16. A
51
distribuição do GNL é realizada em caminhões até as diferentes regiões da costa
leste da China, distância aproximada de 3300 km.
Separador de
refrigerante
Ciclo do compressor
de 3 estágios
Seção de
Sub-resfriamento
Seção de
Liquefação
Seção de
Pré-resfriamento
Turbina a Gás
GNL para o Tanque
Combustível
Ar
Trocador de calor
de tubo espiral
GN do
Pré-tratamento
Figura 2.16 - Fluxograma do processo de liquefação (Brautigam, 2004).
2.6.3.3 Planta de Pequena Escala em Snurrevarden
Planta situada ao sul oeste de Noruega com uma capacidade de produção de
60 t/d de GNL. Começou a produzir GNL em março de 2003. O processo usa como
tecnologia de liquefação o ciclo fechado de nitrogênio o qual tem uma eficiência de
0,80 kWh/kg de GNL com um custo estimado 370 US$/t GNL. A capacidade de
armazenamento é de 250 m
3
com uma pressão de operação de 125 kPa.
O tipo de trocador de calor é de placas de alumínio, o compressor é de 3
estágios montado numa caixa de engrenagem comum com o turbo-expansor. A
planta de liquefação esta conformada pelas etapas de desidratação do gás, remoção
do gás ácido, pré-resfriamento, remoção do GLP e liquefação do gás natural.
Na Figura 2.17 representa-se o processo da planta com as diferentes etapas
citadas. A distribuição do GNL é feita por meio de caminhões de GNL com
capacidade de 74000 m
3
de gás.
52
Figura 2.17 - Fluxograma da planta de liquefação de Snurrevarden (Hamworthy, 2006).
2.7 SISTEMAS DE REFRIGERANTE MISTO (RM)
O princípio básico para resfriar e liquefazer o gás natural usando uma mistura
de refrigerantes, implica na semelhança das curvas de resfriamento/aquecimento do
gás natural e da mistura de refrigerantes deslocadas de uma diferença de
temperatura. Estas duas curvas deverão ser as mais próximas possíveis, mantida
uma diferença mínima de temperatura (T
min
) entre elas, para que se obtenha a
maior eficiência do processo termodinâmico e, com isso, um menor consumo de
potência de acionamento dos compressores por unidade de massa de GNL
produzido (Shukri, 2004). As curvas típicas do gás natural e refrigerante podem-se
visualizadas com o auxílio do diagrama temperatura-entalpia como se mostra na
Figura 2.18. Nesta figura, uma curva típica de resfriamento do gás natural é indicada
(linha espessa).
53
Refrigerante
Puro
Refrigerante
Misto
Curva de resfriamento
do Refrigerante
Curva de resfriamento
do gás natural
Entalpia
T
min
Figura 2.18 - Curvas de resfriamento típicas do gás
natural/refrigerante (adaptado de Shukri, 2004).
Observando a curva de resfriamento do refrigerante da Figura 2.18, nota-se que
com refrigerantes puros não se consegue uma curva semelhante à curva de
resfriamento do gás natural, devido à ocorrência de patamares isotérmicos de
mudança de fase. Mas, usando refrigerantes mistos ou multicomponentes, pode-se
conseguir o objetivo, devido ao fato de que a mistura não possui patamares de
temperaturas constantes e a curva de resfriamento do gás natural pode, em
principio, ser obtida num trocador de calor em contracorrente.
Normalmente, se usam como refrigerantes uma mistura de hidrocarbonetos, os
quais podem ser C
1
, C
2
, C
3
e C
4
, e um gás não-condensável, tipicamente o
nitrogênio, para a faixa completa de temperatura e para uma demanda especifica de
refrigeração e composição de gás natural. O ciclo Prico ou RMPR da Kryopak,
tratados anteriormente (Seção 2.6.2.1), são exemplos de processos que empregam
refrigerantes mistos.
O sistema de refrigeração no processo de liquefação determina, em grande
medida, o consumo específico de energia e os custos de capital. O trocador de calor
tipicamente representa 25-50% do custo total do investimento no processo de
liquefação. Portanto, se requer de um projeto de operação otimizado do processo de
liquefação (Lee e outros, 2002).
Para minimizar o consumo de energia e os investimentos de capital, a técnica
que será empregada está baseada nos conceitos da análise de pinça ou, em inglês,
pinch analysis. A análise de pinça visa a otimização de um determinado processo e
melhora o uso eficiente da energia. A análise se inicia a partir dos dados dos fluxos
54
e dos balanços de massa e energia do processo. Os objetivos para a recuperação
térmica podem ser determinados antes de realizar o projeto detalhado do trocador
de calor.
A Seção 2.8 detalha dois conceitos da análise de pinça, os quais são baseados
nos trabalhos de Linnhoff (1998) e Canmet Energy Technology Center (2003).
2.8 CURVAS COMPOSTAS E PONTO PINÇA (PINCH POINT)
Em primeiro lugar é preciso definir o que são as curvas compostas quente e fria.
Para isso, explicaremos como se formam as curvas compostas para um ciclo de
liquefação PRICO de estágio simples, representado de forma simplificada na Figura
2.19. O centro da análise será realizado no trocador de calor criogênico principal
(TCCP), onde as correntes do processo darão lugar às curvas compostas.
Figura 2.19 - Diagrama simplificado do processo Prico. (a)
corrente GN-GNL; (b) corrente refrigerante aquecido; (c) corrente
refrigerante fria.
Com relação à Figura 2.19, no trocador de calor se observam três correntes e as
nomearemos de: (a) corrente GN – GNL, (b) corrente do refrigerante aquecido
(situada antes da válvula), e (c) corrente do refrigerante fria (situada depois da
válvula). Agora, determinam-se quais são as correntes quentes e frias no processo.
A corrente GN – GNL e a corrente do refrigerante aquecido são correntes quentes,
porque elas precisam ser resfriadas. Portanto, elas são combinadas formando a
curva composta quente. Enquanto que a corrente do refrigerante fria constituirá a
55
curva composta fria. Os perfis destas curvas estão representados na Figura 2.20 em
um diagrama de temperatura-entalpia.
Figura 2.20 - Curvas compostas para o processo
PRICO (Lee e outros, 2002).
As curvas compostas são construídas a partir de dados de correntes derivadas
de um balanço de massa e energia do processo. Em uma curva composta, os
incrementos de entalpia são a soma dos incrementos de cada corrente. Na
construção da curva composta quente, as entalpias da corrente GN – GNL
(tracejado na figura) e da corrente do refrigerante aquecido (curva pontilhada na
figura) são somadas e conseqüentemente dará lugar a uma curva composta quente
(Linha espessa continua) com entalpias totais a uma dada temperatura, mudando o
perfil (inclinação da curva). Na Figura 2.20, também esta indicada a curva composta
fria (linha fina continua).
A inclinação das curvas é uma propriedade de cada corrente. Cada uma delas
tem temperaturas determinadas e o fluxo de calor (entalpia) que precisa. Portanto, a
inclinação da corrente não se pode mudar, sem modificar as condições de operação
(Tabernero, 2001).
Na Figura 2.20 observa-se que a transferência de calor é realizada na zona
delimitada pelas duas curvas compostas (fria e quente). Evidentemente, para que
ocorra transferência de calor, a temperatura da curva quente deverá sempre ser
maior que a temperatura da curva composta fria numa dada seção do trocador de
calor em que ambos estão em contato. Isto nos leva a dizer, que as curvas
compostas não podem cruzar-se ou igualar-se (temperatura de cruzamento) porque,
56
do contrário, não haverá troca de calor. Portanto, deve ser estabelecida uma
diferença mínima de temperaturas (T
min
) entre as duas curvas compostas. A
diferença de temperatura mínima entre as curvas compostas quente e fria se
observa normalmente em um único ponto, denominado ponto pinça.
Para evitar o cruzamento de temperaturas dentro do trocador de calor no
processo de refrigerantes mistos, é requerida uma elevada taxa do fluxo do
refrigerante. Na Figura 2.21 se mostra o cruzamento indesejável de temperatura.
Temperatura
Figura 2.21 - Cruzamento de temperatura
entre as curvas compostas.
Segundo Linnhoff (1998), os valores típicos de T
min
para processos
criogênicos, vão desde 3 até 5 ºC. Remeljej e Hoadley (2006), na simulação de
quatro diferentes processos de liquefação emprega uma diferença mínima de
temperatura de 2 ºC.
Uma grande diferença de temperatura reduz a eficiência do sistema de
refrigeração, porque leva à maiores irreversibilidades e, por isso, é necessário
trabalhar com valores mínimos para melhorar a eficiência termodinâmica e ter um
baixo requerimento de potência de acionamento.
Já mencionamos, que quando a diferença de temperatura é nula (T
min
=0), não
existe transferência de calor, portanto, a área de troca térmica dos trocadores de
calor tende a ser infinita. Ao contrário, quando a diferença de temperatura aumenta,
a área dos trocadores diminui, mas se requer fluxos de refrigerantes mais elevados,
assim os custos de operação aumentam. Então é necessário fazer uma otimização
para se encontrar a melhor solução.
57
3 METODOLOGIA
No capítulo anterior, revisaram-se conceitos de refrigerantes mistos, curvas
compostas e o ponto de pinça. Estes conceitos são utilizados na implementação do
modelo computacional junto às equações de equilíbrio vapor/líquido e das
propriedades termodinâmicas. O modelo termodinâmico utilizado é a Lei de Raoult
que aplica o modelo de gás ideal e modelo de solução ideal para o equilíbrio
vapor/líquido.
A implementação do modelo computacional foi realizada na plataforma EES, a
lógica do programa está desenvolvida em uma serie de procedimentos e
subprogramas junto a equações de balanço de massa e energia que permitem
calcular a entalpia e entropia da mistura. Com estes resultados é possível construir
as curvas de resfriamento do gás natural, curvas das correntes quente e fria do
sistema de refrigeração em um diagrama temperatura-fluxo de entalpia.
Condições de simulação são adotadas como padrão como base de comparação
das diversas simulações do ciclo PRICO.
3.1 MODELO TERMODINÂMICO - LEI DE RAOULT
As propriedades termodinâmicas dos sistemas multicomponentes ou
refrigerantes mistos dependem da composição como também da temperatura e da
pressão. O critério para o equilíbrio líquido/vapor multicomponente é proporcionado
pelo potencial químico, eq. (3.1):
N)1,2,...,(i μμ
l
i
v
i
==
(3.1)
Onde N é o número de espécies presentes no sistema. Os potenciais químicos
são funções da temperatura, pressão e da composição.
58
Aplicando o modelo de gás ideal à fase vapor e o modelo de solução ideal à
fase liquida, se obtém uma expressão simples e útil para o equilíbrio vapor/líquido,
conhecida como a Lei de Raoult, eq. (3.2), (Smith e outros, 1996).
N)1,2,...,(i PxPy
sat
iii
==
(3.2)
Onde, y
i
é a fração molar da fase vapor do componente i, P a pressão do
sistema, x
i
é a fração molar da fase líquida e é a pressão de saturação daquele
componente i.
sat
i
P
O conceito dos modelos de gases ideais e da solução ideal é um conceito limite
bastante simplificado que falha em fornecer uma representação realista do
comportamento real, mas permite estabelecer um marco de comparação.
A programação foi feita no programa EES empregando a Lei de Raoult para o
equilíbrio. O cálculo das propriedades termodinâmicas, entalpia e entropia, da
mistura têm o seguinte procedimento:
Cálculo da Temperatura de orvalho do sistema, ver Figura 3.1,
Cálculo do equilíbrio usando a eq. (3.2),
Cálculo da entalpia da mistura usando a eq. (3.8).
A rotina do programa que calcula a temperatura de orvalho, o equilíbrio e a
entalpia da mistura encontra-se no anexo.
De acordo com o diagrama da Figura 3.1, para efetuar o cálculo da temperatura
de orvalho é necessária uma temperatura estimada (T
estimada
), a pressão do sistema
e a composição da fase vapor. O programa, então, calcula a temperatura de orvalho
final através de um processo iterativo. Na Figura 3.1, é mostrado o fluxograma do
cálculo da temperatura de orvalho.
A nomenclatura do fluxograma mostrado na Figura 3.1 denota o seguinte: T é
o diferencial de temperatura, T
1
e T
2
são as temperaturas de aproximação, IC é um
indicativo de condensação, igual a 1 se houver condensação, E é a tolerância e T
ORV
é a temperatura de orvalho que se deseja calcular.
59
Figura 3.1 - Fluxograma para o cálculo
da temperatura de orvalho.
Para o balanço de massa e da composição de uma corrente de duas fases
considera-se que o sistema contém 1 mol de espécies químicas (L+V=1), onde L
representa os moles da fase liquida e V os moles da fase vapor, portanto as
composições são relacionadas pelas seguintes equações:
Z
i
=x
i
L+y
i
V (3.3)
K
i
=y
i
/x
i
= (3.4)
/PP
sat
i
Onde Z
i
é a composição global do sistema. Atendendo à lei da conservação de
massa, as frações molares de todos os componentes da mistura devem somar 1
tanto na fase vapor como a fase líquida, assim:
N)1,...,(i 1y
i
i
==
(3.5)
N)1,...,(i 1x
i
i
==
(3.6)
60
A mudança de fase ocorre em uma faixa de temperatura determinada, desde a
temperatura de orvalho até a temperatura de bolha. Se a temperatura indica que a
corrente está na fase vapor, então: V=1, y
i
=Z
i
e x
i
=0 mas, se indica que está na fase
líquida, então: V=0, x
i
= Z
i
e y
i
=0.
Segundo Smith e outros (1996), o cálculo do equilíbrio empregando a Lei de
Raoult é realizado pela equação:
=
+
1
1)V(K1
KZ
i
ii
(3.7)
O programa efetua o cálculo do equilíbrio para cada componente utilizando a
temperatura de orvalho (condensação) da mistura. Este cálculo determina a fração
molar do líquido, fração molar do vapor e o título na mudança de fase.
No fluxograma da Figura 3.2, observa-se como e realizado o cálculo do
equilíbrio. A nomenclatura do fluxograma denota o seguinte: TM é a temperatura da
mistura, TC a temperatura critica, ICC é o indicativo de condensação na mudança de
fase, I é o contador que conta a quantidade de vezes que se realiza o ciclo, N o
número de componentes, TL a temperatura limite do Programa, PM a pressão da
mistura, P
parc
a pressão parcial do componente i e P
sat
a pressão de saturação de
componente i respectivamente.
Neste sistema de duas fases (liquido/vapor) em equilíbrio, o valor total da
entalpia da mistura (função da temperatura, pressão e da composição da mistura), é
a soma da entalpia total das fases, é obtida conforme à expressão seguinte:
vl
xhx)h(1h +=
(3.8)
A entalpia é calculada em base mássica onde, x é o título.
Para o propósito da análise do ciclo de refrigerante misto, assume-se que a
transferência de calor com a vizinhança do trocador de calor em contracorrente é
desprezível, a entalpia de cada fluxo depende só da temperatura dada uma
composição, as trocas de energia cinética e potencial são desprezíveis.
61
I=0
IN
TM<TC[i]
Ajustar
P
parc
Fim
P
parc
[i]=Z[i]*PM
No
Si
Si
No
I=1+i
TM<TL[i]
P
parc
<PC[i]
P
parc
P
sat
[i]
Condensou
ICC[i]=1
Não Condensou
ICC[i]=0
Si
No
Si
No
=
+
i
i
ii
1
1)V(K1
KZ
ICC[i]=0
TMT
ORV
No
Si
Si
No
Figura 3.2 - Fluxograma para o cálculo do equilíbrio.
A técnica empregada para análise do ciclo está baseada no conceito da análise
de pinça, exposta na revisão bibliográfica (Seção 2.8).
Os diagramas de temperatura e variação de entalpia são importantes na análise
do trocador de calor porque representam a relação entre as curvas composta
quente, composta fria e a diferença mínima de temperatura desejada (ponto de
pinça).
Os dados básicos das correntes de processo para a aplicação da análise de
pinça são: temperatura, vazão mássica, calor específico. Portanto, a taxa de
62
transferência de calor é dada pela eq. 3.9, valida para a corrente quente e corrente
fria:
)H(Δ)h(hmQ
es
&
&
&
=
(3.9)
Onde, denotam vazão, entalpia de saída e entalpia de entrada
respectivamente.
es
h e h ,m
&
No trocador de calor do processo PRICO existem três correntes, duas quentes e
uma corrente fria. A técnica da análise de pinça consiste em associar as
características de temperaturas das duas correntes quentes para a construção de
uma curva composta quente.
Para o caso de mudança de fase, a entalpia de vaporização é usada para o
cálculo da taxa de variação de entalpia das correntes do processo, eq. 3.10:
)h(mHΔ
vap
Δ=
&
&
(3.10)
No caso onde não existe mudança de fase, a taxa da variação de entalpia para
um determinado intervalo de temperatura é dada pela eq. 3.11.
ΔTcmHΔ
p
&
&
=
(3.11)
Cada perfil das correntes quentes apresenta uma taxa de capacidade calorífica
diferente ( ) num determinado intervalo de temperatura, por isto, a taxa da
variação de entalpia para a construção da curva composta quente é dada pela eq.
3.12:
p
cm
&
T)cmcm(HΔ
p22p11cq
Δ+=
&&
&
(3.12)
Finalmente, obtêm-se as curvas compostas no diagrama temperatura – variação
de entalpia considerando que, para o menor valor de temperatura da curva
composta quente ou fria, a entalpia é zero. Assim, consegue-se achar a taxa da
variação de entalpia total de cada curva composta.
63
3.2 PARÂMETROS DE SIMULAÇÃO DO CICLO PRICO
No diagrama do ciclo PRICO da Figura 3.3, mostra-se a identificação dos pontos
de avaliação das propriedades termodinâmicas. As correntes que atravessam o
trocador de calor são três, duas correntes quentes (GN-GNL e 3-4) em
contracorrente com uma corrente fria (5-1).
C
W
&
Figura 3.3 - Diagrama de identificação dos pontos de avaliação no ciclo PRICO.
O gás natural que entra no TCCP é um gás processado, livre de água e gases
ácidos (CO
2
). Deste modo considera-se a composição do gás processado ou
residual da Tabela 2.2 colocada na seção 2.1, que corresponde à unidade de
processamento de gás natural localizada no município de Candeias na Bahia.
A Tabela 3.1 mostra a composição do gás natural normalizada, isento de
propano e dióxido de carbono, adotada para a simulação (Conpet, 2008).
Tabela 3.1 - Composição do Gás
Natural adotada para a simulação.
Elemento Fração Molar
Metano 0,8952
Etano 0,0927
Nitrogênio 0,0121
A concentração do nitrogênio na composição do GN é de aproximadamente 1%,
por isto, a remoção de nitrogênio à temperatura da obtenção de GNL antes de ser
armazenado não é necessária, Remeljej (2005) também afirma que o fato de
64
considerar um estágio de remoção de nitrogênio em qualquer processo conduziria à
diminuição da eficiência global do processo em aproximadamente 1%.
As condições de entrada do gás natural, saída do GNL e a temperatura dos
pontos 3 e 4, são apresentados na Tabela 3.2.
Tabela 3.2 - Condições da entrada do GN, saída do GNL e pontos 3 e 4.
Vazão
Temperatura (°C) Pressão (kPa)
(kg/s) (kmol/s)
Gás natural 25 5000 Corrente
GN-GNL
GNL -163 5000
17,49 1
3 25 - - - Circuito
Refrigerante misto 4 -163 - - -
A taxa de produção do GNL é de 1511,4 t/d que corresponde a 17,5 kg/s (vazão
da corrente GN-GNL). Portanto é requerido um volume de 2 064 516 m
3
/d de gás
natural a condições padrão de temperatura e pressão.
As seguintes condições e suposições são feitas:
Os componentes do sistema de refrigeração usados no ciclo PRICO segundo os
trabalhos de Lee e outros (2002) e Remeljej (2005) são: metano, etano, propano,
butano e um gás não-condensável, nitrogênio.
A eficiência isoentrópica do compressor é de 0,75.
Expansão através da válvula é isoentalpica.
Queda de pressão no trocador de calor criogênico principal e no trocador
intermediário considera-se desprezível.
A simulação inicia-se com o cálculo das propriedades da corrente do gás
natural, com estes resultados gera-se a curva de resfriamento do gás natural. A
curva do gás natural será utilizada para construir a curva composta quente para
diferentes simulações realizadas no ciclo de refrigeração.
65
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
No Capítulo 3 foi exposta a metodologia para realizar as simulações e a análise
do ciclo de liquefação de refrigerante misto (Prico). A avaliação do ciclo de
refrigeração realiza-se controlando e ajustando parâmetros, como, os níveis de
pressão, vazão e a composição da mistura de refrigerante no ciclo de refrigeração.
Neste capítulo apresentam-se os resultados das simulações executadas na
plataforma EES (Engineering Equation Solver). A seqüência dos resultados e
discussões inicia-se com a seleção da composição do refrigerante, mantendo fixas
as variáveis da vazão e dos níveis de pressão no sistema de refrigeração. Após
encontrar a melhor seleção da composição do refrigerante, mostram-se os
resultados variando os níveis de pressão à vazão constante e, na parte final dos
resultados, apresenta-se o efeito da variação da vazão do refrigerante.
4.1 COMPOSIÇÃO DO REFRIGERANTE
Para a análise do sistema de refrigeração, valores da composição do
refrigerante, vazão do refrigerante e níveis de pressão foram adotados da literatura
técnica como pontos de partida. Segundo Lee e outros (2002), os parâmetros de
simulação para processo PRICO são:
Vazão do sistema de refrigeração de 3 a 4 vezes a vazão do gás natural.
Pressão de condensação na faixa de 4000 – 5000 kPa.
Pressão de evaporação na faixa de 400 – 500 kPa.
Segundo Kim e outros (2002), a maior dificuldade na formulação do problema
para a seleção da composição do refrigerante é a elevada ligação de interatividade
entre as variáveis e a pequena separação entre as curvas compostas. É por esta
razão que se optou por fixar primeiro os valores da pressão e vazão do sistema de
refrigeração para encontrar a melhor seleção da composição do refrigerante.
66
Na seleção da composição dos refrigerantes, foram fixados os níveis de pressão
e vazão do ciclo de refrigeração. Efetuaram-se uma serie de simulações com
diferentes valores de pressão e vazão para obter resultados que garantissem a
transferência de calor estabelecendo uma diferença mínima de temperatura.
Escolheram-se 5 resultados com aproximadamente 1 grau de diferença mínima de
temperatura, mostrados na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 - Seleção da composição do refrigerante.
Componentes Vazão
Caso
C
1
C
2
C
3
C
4
N
2
kmol /
s
kg /
s
Pressão
alta
(kPa)
Pressão
baixa
(kPa)
Potência do
compressor
(kW)
T
min
(ºC)
1
0,400 0,290 0,005 0,200 0,105 4,3 128,7 4900 300 46105 0,98
2
0,420 0,260 0,030 0,200 0,090 4,3 129,1 4900 300 46040 1,03
3
0,410 0,270 0,030 0,200 0,090 4,3 129,7 4900 300 45973 1,00
4
0,405 0,270 0,015 0,210 0,100 4,3 130,2 4900 300 45406 0,97
5
0,420 0,270 0,020 0,215 0,075 4,3 130,4 4900 300 44852 0,98
Os valores da pressão de alta, pressão de baixa e vazão do refrigerante
observados na Tabela 4.1 são maiores que os parâmetros de simulação citados
anteriormente por Lee e outros (2002). Isto se reflete no aumento da potência do
compressor. Nota-se também que cada composição dos refrigerantes resulta em
valores de potência de compressão diferentes, pois trocando a composição é
possível alterar a forma da curva composta fria.
Dos resultados mostrados, para uma vazão de 4,3 kmol/s e para uma pressão
de condensação/evaporação de 4900/300 kPa respectivamente, a melhor seleção
dos componentes do fluido refrigerante se dá no caso número 5. Com estes valores
da composição obtém-se o menor requerimento de potência do compressor para
uma diferença mínima de temperatura de 1 ºC, que é considerado muito pequeno
para o projeto de trocadores de calor.
Através de modelos termodinâmicos obtiveram-se os resultados das curvas de
cada caso representados em diagramas de temperatura-fluxo de entalpia, da Figura
4.1 até a Figura 4.5. As curvas indicadas são do resfriamento do gás natural, curva
da corrente quente. As duas curvas, composta quente e composta fria, são
resultados da combinação de interação entre as variáveis.
67
Figura 4.1 - Caso 1. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, seleção da composição do
refrigerante.
Figura 4.2 - Caso 2. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, seleção da composição do
refrigerante.
68
Figura 4.3 - Caso 3. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, seleção da composição do
refrigerante.
Figura 4.4 - Caso 4. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, seleção da composição do
refrigerante.
69
Figura 4.5 - Caso 5. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, seleção da composição do
refrigerante.
Os resultados obtidos apontam a influência da composição do refrigerante nas
curvas compostas para cada caso. Isto repercute na diferença de temperatura
mínima em um ponto específico denominado ponto de pinça que permite prever a
mínima área do trocador de calor.
Observa-se em cada figura que a soma da energia necessária para resfriar a
corrente do gás natural e a corrente quente é igual à energia da curva composta fria.
4.2 NÍVEIS DE PRESSÃO DO CICLO DE REFRIGERAÇÃO
Para a análise do efeito da pressão no sistema de refrigeração usando
refrigerante misto mantiveram-se constante as variáveis de vazão e composição do
refrigerante. Nas três primeiras simulações as pressões de condensação e
evaporação foram modificadas mantendo constante a razão de pressão, após isto a
razão de pressão foi aumentada.
70
Para efeito de comparação foram estudados cinco casos. Em cada caso adotou-
se a correspondente composição do refrigerante da Tabela 4.1. Nos cinco casos
estudados mantiveram-se fixa a vazão do refrigerante (4,3 kmol/s) usado também
nas simulações para achar a composição do refrigerante, Tabela 4.1.
Tabela 4.2 - Caso 1. Variação dos níveis da pressão.
Pressão
Alta
(kPa)
Pressão
Baixa
(kPa)
Razão
de
pressão
Potência do
Compressor
(kW)
Interseção
das curvas
T
min
(ºC)
Localização do
ponto de pinça
(ºC)
4500 300 15 44716 Não 0,43 -110,00/-110,43
4900 326,5 15 44561 Não 0,69 -106,40/-107,09
4800 320 15 44591 Não 0,61 -108,12/-108,73
4800 310 15,48 45169 Não 0,73 -108,02/-108,75
5000 270 18,52 48379 Não 1,91 -159,12/-161,03
Tabela 4.3 - Caso 2. Variação dos níveis da pressão.
Pressão
Alta
(kPa)
Pressão
Baixa
(kPa)
Razão
de
pressão
Potência do
Compressor
(kW)
Interseção
das curvas
T
min
(ºC)
Localização do
ponto de pinça
(ºC)
4500 300 15 44640 Superior --- ---
4900 326,5 15 44474 Superior --- ---
4800 320 15 44506 Superior --- ---
4800 310 15,48 45096 Superior --- ---
5000 270 18,52 48346 Não 1,65 -159,40/-161,05
Tabela 4.4 - Caso 3. Variação dos níveis da pressão.
Pressão
Alta
(kPa)
Pressão
Baixa
(kPa)
Razão
de
pressão
Potência do
Compressor
(kW)
Interseção
das curvas
T
min
(ºC)
Localização do
ponto de pinça
(ºC)
4500 300 15 44578 Superior --- ---
4900 326,5 15 44409 Não 0,37 -22,00/-22,37
4800 320 15 44443 Não 0,03 -23,00/-23,03
4800 310 15,48 45028 Não 0,56 -22,98/-23,54
5000 270 18,52 48275 Não 1,64 -159,60/-161,24
Tabela 4.5 - Caso 4. Variação dos níveis da pressão.
Pressão
Alta
(kPa)
Pressão
Baixa
(kPa)
Razão
de
pressão
Potência do
Compressor
(kW)
Interseção
das curvas
T
min
(ºC)
Localização do
ponto de pinça
(ºC)
4500 300 15 44032 Superior --- ---
4900 326,5 15 43875 Não 0,19 -21,90/-22,09
4800 320 15 43906 Superior --- ---
4800 310 15,48 44479 Não 0,32 -22,92/-23,24
5000 270 18,52 47660 Não 1,62 -106,00/-107,62
71
Tabela 4.6 - Caso 5. Variação dos níveis da pressão.
Pressão
Alta
(kPa)
Pressão
Baixa
(kPa)
Razão
de
pressão
Potência do
Compressor
(kW)
Interseção
das curvas
T
min
(ºC)
Localização do
ponto de pinça
(ºC)
4500 300 15 43498 Superior --- ---
4900 326,5 15 43296 Não 0,88 -157,50/-158,40
4800 320 15 43337 Superior --- ---
4800 310 15,48 43920 Não 0,30 -22,96/-23,26
5000 270 18,52 47134 Não 1,22 -159,79/-161,01
Analisando os resultados das três primeiras simulações para os cinco casos
apresentados, onde a razão de pressão foi mantida fixa, observa-se que alterando a
pressão do condensador e evaporador, obtêm-se diferentes valores da diferença
mínima de temperatura variando, por sua vez, a localização do ponto de pinça com
relação à temperatura devido ao afastamento das curvas composta quente e
composta fria.
O afastamento entre as curvas composta quente e fria é diretamente
proporcional ao incremento ou diminuição da diferença entre os dois níveis de
pressão. A variação da pressão, seja no condensador ou evaporador, pode causar a
interseção das curvas compostas. O aumento da razão de pressão evita a
interseção das curvas composta quente e composta fria como mostra a Figura 4.6 e
Figura 4.7.
Outro ponto a analisar é a forma das curvas compostas. Na Figura 4.6, os níveis
de pressão são 4500/300 kPa e, na Figura 4.7, correspondem a 5000/270 kPa.
Existe entre as duas simulações uma grande diferença de pressão e os resultados
mostram que a forma das curvas compostas não tem mudança significativa, mas
sim, o afastamento das curvas compostas (com relação à diferença de temperatura).
Os resultados das Tabelas 4.2 à 4.6 mostram que os requerimentos da energia
para a produção do gás natural liquefeito são sensíveis à diferença entre os dois
níveis de pressão. Quanto maior for a razão de pressão maior será o requerimento
de potência do compressor.
Segundo Lee e outros (2002), a alteração da pressão em qualquer um dos
extremos do trocador de calor, frio ou quente, provoca aumento da diferença de
temperatura entre as curvas composta quente e composta fria daquele extremo.
72
Figura 4.6 - Caso 2. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, níveis de pressão 4500/300 (kPa).
Figura 4.7 - Caso 2. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, níveis de pressão 5000/270 (kPa).
73
4.3 VAZÃO DO REFRIGERANTE
As variáveis até agora estudadas foram a composição do refrigerante e os
níveis de pressão do condensador e do evaporador. Outra variável importante na
otimização do ciclo refrigerante misto é a vazão do refrigerante.
Nesta seção, as simulações são realizadas fixando a composição do
refrigerante que é mostrada na Tabela 4.1, mantendo constantes os níveis de
pressão em 5000 kPa para a pressão de condensação e 270 kPa para a pressão de
evaporação. Estes valores dos níveis de pressão foram selecionados por serem os
melhores resultados na variação da diferença dos níveis de pressão do sistema de
refrigeração, já que, apresentam uma diferença mínima de temperatura aceitável
para processos criogênicos, como mostra o resultado da Figura 4.7.
Tem-se no total cinco estudos de caso para avaliação da vazão do refrigerante,
mostrados nas Tabelas 4.7 a 4.11.
Tabela 4.7 - Caso 1. Variação da vazão do refrigerante.
Vazão Pressão
Alta
(kPa)
Pressão
Baixa
(kPa)
kmol /
s
kg /
s
Potência do
Compressor
(kW)
Transfe-
rência de
calor (kW)
T
min
(ºC)
Localização do
ponto de pinça
(ºC)
5000 270 4,20 125,7 47487 95007 1,85 -106,97/-108,82
5000 270 4,40 131,7 49272 98821 1,94 -159,11/-161,05
Tabela 4.8 - Caso 2. Variação da vazão do refrigerante.
Vazão Pressão
Alta
(kPa)
Pressão
Baixa
(kPa)
kmol /
s
kg /
s
Potência do
Compressor
(kW)
Transfe-
rência de
calor (kW)
T
min
(ºC)
Localização do
ponto de pinça
(ºC)
5000 270 4,20 126,1 47451 96860 1,60 -159,40/-161,00
5000 270 4,40 132,1 49241 100341 1,68 -159,40/-161,08
Tabela 4.9 - Caso 3. Variação da vazão do refrigerante.
Vazão Pressão
Alta
(kPa)
Pressão
Baixa
(kPa)
kmol /
s
kg /
s
Potência do
Compressor
(kW)
Transfe-
rência de
calor (kW)
T
min
(ºC)
Localização do
ponto de pinça
(ºC)
5000 270 4,20 126,7 47380 96860 1,50 -105,98/-107,48
5000 270 4,40 132,7 49168 100762 1,61 -159,41/-161,02
74
Tabela 4.10 - Caso 4. Variação da vazão do refrigerante.
Vazão Pressão
Alta
(kPa)
Pressão
Baixa
(kPa)
kmol /
s
kg /
s
Potência do
Compressor
(kW)
Transfe-
rência de
calor (kW)
T
min
(ºC)
Localização do
ponto de pinça
(ºC)
5000 270 4,20 127,5 46783 95574 1,40 -106,00/-107,40
5000 270 4,40 133,3 48537 99415 1,83 -159,22/-161,05
Tabela 4.11 - Caso 5. Variação da vazão do refrigerante.
Vazão Pressão
Alta
(kPa)
Pressão
Baixa
(kPa)
kmol /
s
kg /
s
Potência do
Compressor
(kW)
Transfe-
rência de
calor (kW)
T
min
(ºC)
Localização do
ponto de pinça
(ºC)
5000 270 4,20 127,4 46267 97039 1,22 -159,83/-161,05
5000 270 4,40 133,5 48000 100950 1,27 -159,80/-161,07
Pelos resultados mostrados para os cinco casos, nota-se que o incremento da
vazão do refrigerante provoca aumento da potência para o acionamento do
compressor e aumento da taxa de transferência de calor necessária para resfriar o
gás natural. O efeito do aumento da taxa de transferência de calor provoca
deslocamento horizontal positivo nas curvas composta quente e composta fria.
Pode-se notar este efeito comparando os diagramas temperatura - fluxo de entalpia
da Figura 4.8 (vazão de 4,20 kmol/s) e Figura 4.9 (vazão de 4,40 kmol/s).
Figura 4.8 - Caso 1. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, vazão de 4,20 (kmol/s).
75
Figura 4.9 - Caso 1. Diagrama temperatura-fluxo de entalpia, vazão de 4,40 (kmol/s).
Observa-se na Figura 4.9 que o incremento da vazão do refrigerante afasta as
curvas composta quente e fria, portanto, a diferença de temperatura mínima também
aumentará, porém o incremento da vazão não altera significativamente a forma das
curvas compostas. Isto acontece também com o incremento da diferença entre os
níveis de pressão do sistema de refrigeração, tratado na secção 4.2.
No trabalho de Remeljej e Hoadley (2006), analisa-se um estudo de caso do
ciclo Prico realizado por Lee, 2001, o qual apresenta três pontos de pinça com
diferença mínima de temperatura de 0,5 ºC existente entre as curvas composta
quente e fria. Os autores consideram esse valor de 0,5 ºC muito pequeno para o
projeto de trocadores de calor. Para eliminar os três pontos de pinça, Remeljej e
Hoadley (2006) incrementaram a vazão do refrigerante até conseguir um único ponto
de pinça, que ocorre no extremo frio do trocador de calor. O valor de incremento
para a vazão foi de 30% com aumento do requerimento da potência de 20%.
Os resultados obtidos em cada estudo de caso aumentando a vazão do
refrigerante, mostram que é possível obter o afastamento das curvas compostas
76
como Remeljej e Hoadley (2006) afirmam. Este afastamento pode ser visto no
diagrama temperatura-fluxo de entalpia da Figura 4.9.
Para os processos de liquefação que usam refrigerante misto, como o caso do
ciclo PRICO estudado neste trabalho, os parâmetros analisados dados pela
composição do refrigerante, os níveis de pressão do condensador/evaporador e a
vazão do refrigerante são determinantes para a otimização do ciclo de liquefação
aplicando a análise de pinça.
A aplicação dos modelos de gás e solução ideal influenciam nos resultados
mostrados na Tabela 4.1, já que ambos não consideram a interação entre as
moléculas da solução ou do gás. De acordo com a literatura, a equação de estado
que tem sido utilizada com boas aproximações no campo da predição de
propriedades de hidrocarbonetos é a equão de Peng-Robinson que descreve com
precisão o estado líquido.
Com os resultados apresentados se faz a seguinte análise: se for considerado o
menor consumo energético do compressor na avaliação do ciclo de liquefação, os
valores da diferença entre os níveis de pressão e a vazão do refrigerante devem ter
o menor valor possível para uma determinada composição de refrigerantes, como os
valores apresentados na Tabela 4.1. Já foi visto que, para conseguir semelhança
entre as curvas compostas quente e fria, a alteração nas proporções da composição
do refrigerante muda de modo significante a forma destas curvas, quando
comparados à alteração dos níveis de pressão e da vazão do refrigerante. Estas
condições devem satisfazer uma determinada diferença mínima de temperatura ou
ponto de pinça, entre as curvas composta quente e composta fria.
Os valores da diferença mínima de temperatura usados em processos de
refrigeração são em torno de 3 a 5 ºC (Linnhoff, 1998).
Por outro lado, se não for considerado o consumo energético do compressor, o
ponto de pinça entre as curvas composta quente e composta fria pode ser maior,
incrementando a diferença entre os níveis de pressão ou a vazão do ciclo de
refrigeração para uma determinada composição do refrigerante. Este aumento na
diferença mínima de temperatura diminui a área de troca térmica do trocador de
calor, portanto, o custo do trocador de calor é menor. Por outro lado, os custos
operacionais aumentam, como por exemplo, maior demanda da vazão do
refrigerante ou maior requerimento de potência especifica de compressão. Então, é
necessário otimizar o sistema de refrigeração para encontrar a melhor combinação
77
da composição do fluido refrigerante misto (forma das curvas compostas), vazão do
refrigerante e níveis de pressão, dado um valor mínimo aceitável de ponto de pinça,
para melhorar a eficiência térmica do ciclo PRICO.
Na Seção 4.1, composição do refrigerante, apresentam-se as 5 melhores
composições do fluido refrigerante para uma vazão de 4,3 kmol/s e para uma
pressão de condensação/evaporação de 4900/300 kPa respectivamente. A melhor
combinação da composição do refrigerante se dá no estudo de caso 5, porque o
requerimento da potência para o acionamento do compressor é a menor dos 5
estudos de caso para 1 ºC de diferença mínima de temperatura. Este valor de ponto
de pinça é considerado muito pequeno para o projeto de trocadores de calor em
aplicações de processos criogênicos.
Na análise da variação dos níveis de pressão, tem-se também 5 estudos de
caso, cada um deles mantém a composição do refrigerante correspondente a cada
estudo de caso da Tabela 4.1. O aumento da diferença dos níveis de pressão de
4900/300 kPa para 5000/270 kPa aplicado a cada estudo de caso, mantendo
constante a vazão do refrigerante (4,3 kmol/s), provoca o incremento da diferença
mínima de temperatura e da potência do compressor. Os valores obtidos de
diferença de temperatura mínima de 1,22 ºC e 1,91 ºC do estudo de caso 5 e 1
respectivamente, referentes aos valores de pressão de 5000/270 kPa, são maiores
que os valores obtidos na seleção da composição do refrigerante e, portanto, foram
considerados como os melhores resultados.
Neste ponto, pelos resultados obtidos nas Tabelas 4.2 até a Tabela 4.6, se for
considerado o menor consumo energético do compressor, a melhor seleção da
composição do refrigerante seria do estudo de caso 5 (Tabela 4.1), mas se não for
considerado o menor consumo energético do compressor e sim a maior diferença
mínima de temperatura, a melhor seleção da composição do refrigerante seria o
estudo de caso 1 (Tabela 4.1).
Na análise da variação do refrigerante, da mesma forma que na variação dos
níveis de pressão, trabalha-se com 5 estudos de caso para cada composição do
refrigerante da Tabela 4.1. Os níveis de pressão de trabalho do ciclo de refrigeração
são 5000/270 kPa no condensador e no evaporador respectivamente. O incremento
da vazão do refrigerante ocasiona também o incremento da potência do compressor
e da diferença mínima de temperatura. O aumento da vazão do refrigerante foi de
4,3 a 4,4 kmol/s.
78
Finalmente, realizaram-se alterações na diferença dos níveis de pressão do
ciclo de refrigeração e na vazão do fluido refrigerante. Valores da diferença dos
níveis de pressão menores a 5000/270 kPa, podem causar o cruzamento das curvas
compostas. Com o aumento da vazão do refrigerante tem-se o aumento do
requerimento da potência para o acionamento do compressor e da diferença mínima
de temperatura, mas consegue-se um valor mínimo aceitável do ponto de pinça.
Portanto, se for considerado o menor consumo energético do compressor, a
seleção da melhor composição do refrigerante é do estudo de caso 5, mostrada na
Tabela 4.12. Se não for considerado o menor consumo energético do compressor e
sim a maior diferença mínima de temperatura visando um valor aceitável para o
projeto de trocadores de calor aplicado ao processo criogênico, a melhor seleção da
composição do refrigerante é do estudo de caso 1. A Tabela 4.12 apresenta a
melhor combinação dos fluidos refrigerantes para uma dada condição operacional.
Tabela 4.12 - Melhor composição do refrigerante misto.
Componentes Vazão
Caso
C
1
C
2
C
3
C
4
N
2
Kmol /
s
Kg /
s
Pressão
alta
(kPa)
Pressão
baixa
(kPa)
Potência do
compressor
(kW)
T
min
(ºC)
1
0,400 0,290 0,005 0,200 0,105 4,4 131,7 5000 270 49 272 1,94
5
0,420 0,270 0,020 0,215 0,075 4,4 133,5 5000 270 48 000 1,27
79
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Neste trabalho foi realizada uma análise do ciclo de liquefação de gás natural
que usa a tecnologia de refrigerante misto (RM). Para o cálculo do equilíbrio da fase
vapor-líquido usou-se o modelo de gás ideal e modelo da solução ideal, conhecido
como a Lei de Raoult.
5.1 CONCLUSÕES
A análise dos resultados obtidos conduziu às seguintes conclusões principais:
o A aplicação do modelo de mistura e solução ideal usados para o cálculo das
propriedades termodinâmicas, apesar das suas limitações, apresenta uma
boa aproximação do comportamento real, já que os componentes da mistura
são formados por hidrocarbonetos e gás nitrogênio a baixa pressão. O
modelo ideal permite, portanto, estabelecer um marco de comparação e um
procedimento de análise.
o Os requerimentos de potência para o acionamento do compressor são
sensíveis à diferença dos níveis de pressão (condensador/evaporador) do
ciclo de refrigeração e à alteração da vazão do refrigerante.
o Os três parâmetros fundamentais para a otimização do ciclo de refrigerante
misto são: composição da mistura refrigerante, níveis de pressão de
condensação e evaporação, além da vazão da mistura refrigerante. A
modificação da composição do refrigerante misto (RM) muda mais
significativamente a forma das curvas composta quente e composta fria em
comparação à alteração dos níveis de pressão e da vazão do ciclo
refrigerante.
80
o Existem diferentes proporções da composição do refrigerante para uma
mesma diferença de temperatura mínima, mantendo constantes os níveis de
pressão e vazão do ciclo de refrigeração. Cada composição do refrigerante
provoca diferentes resultados do requerimento de potência de compressão,
segundo a forma das curvas composta quente e composta fria.
o O aumento dos níveis de pressão (condensador/evaporador) e da vazão do
ciclo refrigerante, mantendo constante a composição do refrigerante, causa o
incremento na diferença de temperatura mínima. Uma grande diferença de
temperatura reduz a eficiência do ciclo de refrigeração porque leva a maiores
irreversibilidades.
o Partindo de dados de literatura (Lee e outros, 2002) e para a composição de
GN adotada (Tabela 3.1), foram obtidas as seguintes condições operacionais
otimizadas: (a) composição da mistura refrigerante: 40,0% de metano; 29,0%
de etano; 0,5% de propano; 20,0% de butano e 10,5% de nitrogênio; (b)
Pressão de condensação de 5000 kPa e pressão de evaporação de 270 kPa;
(c) vazão mássica da mistura refrigerante de 131,7 kg/s. Essa combinação de
valores resultou em uma potência de compressão de 49 272 kW, temperatura
de pinça de 1,9
o
C para produzir 1 511,4 t/d de GNL, a partir de um fluxo de
gás natural (1 kmol/s) com a composição dada na Tabela 3.1.
5.2 RECOMENDAÇÕES
Como sugestões para futuros trabalhos têm-se:
o Implementar na plataforma EES (Engineering Equation Solver) um modelo de
gás real para o cálculo do equilíbrio de fases (vapor/líquido) da mistura do
refrigerante. De acordo com Smith e outros (1996), as equações de estado
com boas aproximações no campo da predição das propriedades de
hidrocarbonetos são: Peng-Robinson (PR) e Soave/Redlich/Kwong (SRK).
81
o Variar a proporção do nitrogênio na composição do gás natural para avaliar
sua influência nos resultados, já que, o gás natural no Brasil pode apresentar,
segundo a Tabela 2.3, diferentes valores limites de nitrogênio de acordo com
a região do país: Norte 18% Nordeste 8% e Sul, Sudeste e Centro-Oeste 6%.
o Comparar a eficiência térmica do processo de liquefação empregando o
modelo de gás real com os dados da literatura.
o Usar um método de otimização para obter a composição ótima da mistura
refrigerante, minimização do consumo energético do compressor e maiores
diferenças de temperatura de pinça.
82
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86
APÊNDICE A – Rotina do Programa de simulação realizado no EES
(Engineering Equation Solver)
87
PROCEDURE ORV(TCH;N;N$[1..N];Z[1..N];PM:IC[1..N];PSAT[1..N];TORV)
$COMMON TL[1..5]
I=0
REPEAT
I=I+1
IC[I]=0
TC[I]=T_crit(N$[I])
UNTIL (I=N)
DELTAT=5
T1=TCH
TORV=T1-DELTAT
10:
I=0
REPEAT
I=I+1
IF(TORV<TC[I]) THEN
IF(TORV<TL[I]) THEN
P1=P_sat(N$[I];T=TL[I])
P2=P_sat(N$[I];T=TL[I]+10)
PSAT[I]=((TORV-TL[I])/10)*(P2-P1)+P1
ELSE
PSAT[I]=P_sat(N$[I];T=TORV)
ENDIF
IC[I]=1
ELSE
PSAT[I]=1E-8
ENDIF
IF(PSAT[I]>Z[I]*PM) THEN
PSAT[I]=1E-8
IC[I]=0
ENDIF
UNTIL (I=N)
I=0
s=0
REPEAT
I=I+1
s=s+IC[I]
SOMA=s
UNTIL(I=N)
IF (SOMA=0) THEN
20: T1=TORV
TORV=TORV-DELTAT
goto 10
ENDIF
I=0
40:
REPEAT
I=I+1
IF (IC[I]=1) OR (IC[I+1]=1) THEN
IF (abs(DELTAT)>abs(0,00001)) THEN
TORV=T1
DELTAT=DELTAT/2
goto 20
ELSE
TORV=(TORV+T1)/2
ENDIF
GOTO 30
ELSE
GOTO 40
88
ENDIF
UNTIL(I=N)
30:
END
PROCEDURE EQUI(TM;TORV;N;N$[1..N];PM;Z[1..N];V:K[1..N];ICC[1..N];S)
$COMMON TL[1..5]
IF (TM<=TORV) THEN
I=0
S=0
REPEAT
I=I+1
TC[I]=T_crit(N$[I])
PC[I]=P_crit(N$[I])
IF (TM<TC[I]) THEN
IF (TM<TL[I]) THEN
P1=P_sat(N$[I];T=TL[I])
P2=P_sat(N$[I];T=TL[I]+10)
PSAT[I]=((TM-TL[I])/10)*(P2-P1)+P1
K[I]=PSAT[I]/PM
ICC[I]=1
ELSE
Pparc[I]=Z[I]*PM
IF (Pparc[I]<PC[I]) THEN
PSAT[I]=P_sat(N$[I];T=TM)
IF (Pparc[I]>=PSAT[I]) THEN
K[I]=PSAT[I]/PM
ICC[I]=1
ELSE
10: K[I]=1
ICC[I]=0
ENDIF
ELSE
GOTO 10
ENDIF
ENDIF
ELSE
GOTO 10
ENDIF
S=S+Z[I]*K[I]/(ICC[I]+V*(K[I]-ICC[I]))
UNTIL (I=N)
ELSE
I=0
REPEAT
I=I+1
K[I]=1
ICC[I]=0
S=V
UNTIL (I=N)
ENDIF
END
PROCEDURE ENT(PM;TORV;TM;N;N$[1..N];Y[1..N]:hvapor[1..N];hliq[1..N];ICH[1..N])
COND=1
I=0
$COMMON TL[1..5]
IF (TM<TORV) THEN
COND=1 "Condensação de algum componente"
89
ELSE
COND=0 "Vapor superaquecido"
ENDIF
REPEAT
I=I+1
SUPER[I]=0
TC[I]=T_crit(N$[I])
IF(TM<TC[I]) THEN
IF(TM<TL[I]) THEN
P1=P_sat(N$[I];T=TL[I])
P2=P_sat(N$[I];T=TL[I]+10)
PSAT[I]=((TM-TL[I])/10)*(P2-P1)+P1
c_pL=(Enthalpy(N$[I];x=0;T=(TL[I]+10))-Enthalpy(N$[I];x=0;T=TL[I]))/10
hliq[I]=Enthalpy(N$[I];x=0;T=TL[I])+c_pL*(TM-TL[I])
c_pV=(Enthalpy(N$[I];x=1;T=(TL[I]+10))-Enthalpy(N$[I];x=1;T=TL[I]))/10
hvapor[I]=Enthalpy(N$[I];x=1;T=TL[I])+c_pV*(TM-TL[I])
ICH[I]=1
ELSE
PSAT[I]=P_sat(N$[I];T=TM)
hliq[I]=Enthalpy(N$[I];x=0;T=TM)
hvapor[I]=Enthalpy(N$[I];x=1;T=TM)
ICH[I]=1
ENDIF
IF(Y[I]*PM<=PSAT[I]) THEN
SUPER[I]=1
ELSE
IF(COND=0) THEN
SUPER[I]=1
ENDIF
ENDIF
ELSE
SUPER[I]=1
ENDIF
IF(SUPER[I]=1) THEN
Pparc[I]=Y[I]*PM
IF(Pparc[I]<P_sat(N$[I];T=TL[I])) THEN
Pparc[I]=0,99*P_sat(N$[I];T=TL[I])
ENDIF
IF(TM<TL[I]) THEN
c_pV=(Enthalpy(N$[I];P=Pparc[I];T=(TL[I]+10))-Enthalpy(N$[I];P=Pparc[I];T=TL[I]))/10
hvapor[I]=Enthalpy(N$[I];P=Pparc[I];T=TL[I])+c_pV*(TM-TL[I])
ELSE
hvapor[I]=Enthalpy(N$[I];P=Pparc[I];T=TM)
ENDIF
hliq[I]=0
ICH[I]=0
ENDIF
UNTIL(I=N)
END
PROCEDURE ENTR(PM;TORV;TM;N;N$[1..N];Y[1..N]:Svapor[1..N];Sliq[1..N];ICS[1..N])
I=0
$COMMON TL[1..5]
IF (TM<TORV) THEN
COND=1
ELSE
COND=0
ENDIF
REPEAT
90
I=I+1
SUPER[I]=0
TC[I]=T_crit(N$[I])
IF(TM<TC[I]) THEN
IF(TM<TL[I]) THEN
P1=P_sat(N$[I];T=TL[I])
P2=P_sat(N$[I];T=TL[I]+10)
PSAT[I]=((TM-TL[I])/10)*(P2-P1)+P1
ds_L=(Entropy(N$[I];x=0;T=(TL[I]+10))-Entropy(N$[I];x=0;T=TL[I]))/10
Sliq[I]=Entropy(N$[I];x=0;T=TL[I])+ds_L*(TM-TL[I])
ds_V=(Entropy(N$[I];x=1;T=(TL[I]+10))-Entropy(N$[I];x=1;T=TL[I]))/10
Svapor[I]=Entropy(N$[I];x=1;T=TL[I])+ds_V*(TM-TL[I])
ICS[I]=1
ELSE
PSAT[I]=P_sat(N$[I];T=TM)
Sliq[I]=Entropy(N$[I];x=0;T=TM)
Svapor[I]=Entropy(N$[I];x=1;T=TM)
ICS[I]=1
ENDIF
IF(Y[I]*PM<=PSAT[I]) THEN
SUPER[I]=1
ELSE
IF(COND=0) THEN
SUPER[I]=1
ENDIF
ENDIF
ELSE
SUPER[I]=1
ENDIF
IF(SUPER[I]=1) THEN
Pparc[I]=Y[I]*PM
IF(Pparc[I]<P_sat(N$[I];T=TL[I])) THEN
Pparc[I]=0,99*P_sat(N$[I];T=TL[I])
ENDIF
IF(TM<TL[I]) THEN
ds_V=(Entropy(N$[I];P=Pparc[I];T=(TL[I]+10))-Entropy(N$[I];P=Pparc[I];T=TL[I]))/10
Svapor[I]=Entropy(N$[I];P=Pparc[I];T=TL[I])+ds_V*(TM-TL[I])
ELSE
Svapor[I]=Entropy(N$[I];P=Pparc[I];T=TM)
ENDIF
Sliq[I]=0
ICS[I]=0
ENDIF
UNTIL(I=N)
END
SUBPROGRAM CALCORV(PM;Z[1..5]:TORV)
$COMMON TCH;N;N$[1..5]
CALL ORV(TCH;N;N$[1..N];Z[1..N];PM:IC[1..N];PSAT[1..N];TORV)
duplicate j=1;N
x[j]=z[j]*PM*IC[J]/PSAT[j]
end
Soma_x=sum(x[I];I=1;N)
END
SUBPROGRAM REFRIGA(PM;TM;Z[1..5];M_m;TORV:h_MIST;s_MIST)
$COMMON N;N$[1..5];M[1..5]
"Calcula o Equilibrio"
CALL EQUI(TM;TORV;N;N$[1..N];PM;Z[1..N];V:K[1..N];ICC[1..N];S)
S=1
duplicate i=1;N
YE[I]=(Z[I]*k[I])/(ICC[I]+V*(k[I]-ICC[I]))
XE[I]=YE[I]*ICC[I]/k[I]
end
91
Soma_YE=sum(YE[I];I=1;N)
Soma_XE=sum(XE[I];I=1;N)
"Calcula a massa molecular total da fase vapor e líquida"
M_v=sum(YE[I]*M[I];I=1;N)
M_l=sum(XE[I]*M[I];I=1;N)+1E-15
"Calcula o título na fase de equilibrio"
q_molar=(M_m-M_l)/(M_v-M_l)
q=q_molar*M_v/M_m
"Calcula a fração de massa"
duplicate i=1;N
YEm[I]=(YE[I]*M[I])/M_v
XEm[I]=(XE[I]*M[I]*ICC[I])/(M_l+1E-15)
end
Soma_YEm=sum(YEm[I];I=1;N)
Soma_XEm=sum(XEm[I];I=1;N)
"Calcula a Entalpia"
CALL ENT(PM;TORV;TM;N;N$[1..N];Z[1..N]:hvapor[1..N];hliq[1..N];ICH[1..N])
h_MIST=q*SUM((hvapor[I]*YEm[I]);I=1;N)+(1-q)*SUM((hliq[I]*XEm[I]);I=1;N)
"Calcula a Entropia"
CALL ENTR(PM;TORV;TM;N;N$[1..N];Z[1..N]:Svapor[1..N];Sliq[1..N];ICS[1..N])
s_MIST=q*SUM((Svapor[I]*YEm[I]);I=1;N)+(1-q)*SUM((Sliq[I]*XEm[I]);I=1;N)
END
SUBPROGRAM REFRIGB(PM;TM;Z[1..5];M_m;TORV:h_MIST;s_MIST)
$COMMON N;N$[1..5];M[1..5]
"Calcula o Equilibrio"
CALL EQUI(TM;TORV;N;N$[1..N];PM;Z[1..N];V:K[1..N];ICC[1..N];S)
S=1
duplicate i=1;N
YE[I]=(Z[I]*k[I])/(ICC[I]+V*(k[I]-ICC[I]))
XE[I]=YE[I]*ICC[I]/k[I]
end
Soma_YE=sum(YE[I];I=1;N)
Soma_XE=sum(XE[I];I=1;N)
"Calcula a massa molecular total da fase vapor e líquida"
M_v=sum(YE[I]*M[I];I=1;N)
M_l=sum(XE[I]*M[I];I=1;N)+1E-15
"Calcula o título na fase de equilibrio"
q_molar=(M_m-M_l)/(M_v-M_l)
q=q_molar*M_v/M_m
"Calcula a fração de massa"
duplicate i=1;N
YEm[I]=(YE[I]*M[I])/M_v
XEm[I]=(XE[I]*M[I]*ICC[I])/(M_l+1E-15)
end
Soma_YEm=sum(YEm[I];I=1;N)
Soma_XEm=sum(XEm[I];I=1;N)
"Calcula a Entalpia"
CALL ENT(PM;TORV;TM;N;N$[1..N];Z[1..N]:hvapor[1..N];hliq[1..N];ICH[1..N])
h_MIST=q*SUM((hvapor[I]*YEm[I]);I=1;N)+(1-q)*SUM((hliq[I]*XEm[I]);I=1;N)
92
"Calcula a Entropia"
CALL ENTR(PM;TORV;TM;N;N$[1..N];Z[1..N]:Svapor[1..N];Sliq[1..N];ICS[1..N])
s_MIST=q*SUM((Svapor[I]*YEm[I]);I=1;N)+(1-q)*SUM((Sliq[I]*XEm[I]);I=1;N)
END
SUBPROGRAM CALCORVGN(PM;Zgn[1..3]:TORVgn)
$COMMON TCH;Ngn;Ngn$[1..3]
CALL ORV(TCH;Ngn;Ngn$[1..Ngn];Zgn[1..Ngn];PM:IC[1..Ngn];PSAT[1..Ngn];TORVgn)
duplicate j=1;Ngn
x[j]=Zgn[j]*PM*IC[J]/PSAT[j]
end
Soma_x=sum(x[I];I=1;Ngn)
END
SUBPROGRAM GN(PM;TM;Zgn[1..3];M_m_gn;TORVgn:h_MISTgn;s_MISTgn)
$COMMON Ngn;Ngn$[1..3];M_gn[1..3]
"Calcula o Equilibrio"
CALL EQUI(TM;TORVgn;Ngn;Ngn$[1..Ngn];PM;Zgn[1..Ngn];V:K[1..Ngn];ICC[1..Ngn];S)
S=1
duplicate I=1;Ngn
YE[I]=(Zgn[I]*k[I])/(ICC[I]+V*(k[I]-ICC[I]))
XE[I]=YE[I]*ICC[I]/k[I]
end
Soma_YE=sum(YE[I];I=1;Ngn)
Soma_XE=sum(XE[I];I=1;Ngn)
"Calcula a massa molecular total da fase vapor e líquida"
M_v=sum(YE[I]*M_gn[I];I=1;Ngn)
M_l=sum(XE[I]*M_gn[I];I=1;Ngn)+1E-15
"Calcula o título na fase de equilibrio"
q_molar=(M_m_gn-M_l)/(M_v-M_l)
q=q_molar*M_v/M_m_gn
"Calcula a fração de massa"
duplicate I=1;Ngn
YEm[I]=(YE[I]*M_gn[I])/M_v
XEm[I]=(XE[I]*M_gn[I]*ICC[I])/(M_l+1E-15)
end
Soma_YEm=sum(YEm[I];I=1;Ngn)
Soma_XEm=sum(XEm[I];I=1;Ngn)
"Calcula a Entalpia"
CALL ENT(PM;TORVgn;TM;Ngn;Ngn$[1..Ngn];Zgn[1..Ngn]:hvapor[1..Ngn];hliq[1..Ngn];ICH[1..Ngn])
h_MISTgn=q*SUM((hvapor[I]*YEm[I]);I=1;Ngn)+(1-q)*SUM((hliq[I]*XEm[I]);I=1;Ngn)
"Calcula a Entropia"
CALL ENTR(PM;TORVgn;TM;Ngn;Ngn$[1..Ngn];Zgn[1..Ngn]:Svapor[1..Ngn];Sliq[1..Ngn];ICS[1..Ngn])
s_MISTgn=q*SUM((Svapor[I]*YEm[I]);I=1;Ngn)+(1-q)*SUM((Sliq[I]*XEm[I]);I=1;Ngn)
END
PROCEDURE GNGNL(Na;Nb;h_MISTgn[1..189];m_dot_gn:H_dot_gn[1..189];CP_gn[1..188])
i=0
repeat
i=i+1
93
DELTAhgn[i]=h_MISTgn[i+1]-h_MISTgn[i]
DELTAH[i]=DELTAhgn[i]*m_dot_gn
CP_gn[i]=abs((DELTAhgn[i]/1)*m_dot_gn)
until (i=Nb)
H_dot_gn[1]=0
J=1
REPEAT
J=1+J
H_dot_gn[j]=H_dot_gn[j-1]+DELTAH[j-1]
UNTIL (J=Na)
END
PROCEDURE CURVAQUENTE(Na;Nb;h_MISTQ[1..189];m_dot_refrig:H_dot_q[1..189];CP_q[1..188])
i=0
repeat
i=i+1
DELTAhq[i]=h_MISTQ[i+1]-h_MISTQ[i]
DELTAH[i]=DELTAhq[i]*m_dot_refrig
CP_q[i]=abs((DELTAhq[i]/1)*m_dot_refrig)
until (i=Nb)
H_dot_q[1]=0
J=1
REPEAT
J=1+J
H_dot_q[j]=H_dot_q[j-1]+DELTAH[j-1]
UNTIL (J=Na)
END
PROCEDURE CURVACOMPQUENTE(Na;Nb;CP_gn[1..188];CP_q[1..188]:H_dot_cq[1..189])
i=0
repeat
i=i+1
DELTAH_cq[i]=(CP_gn[i]+CP_q[i])*1
until (i=Nb)
H_dot_cq[1]=0
J=1
REPEAT
J=1+J
H_dot_cq[j]=H_dot_cq[j-1]+DELTAH_cq[j-1]
UNTIL (J=Na)
END
PROCEDURE
ACHATMF(h_1;h_5;h_MISTF[1..250];s_MISTF[1..250];TMF[1..250];m_dot_refrig:T_1;T_5;s_1;TMFr[1..250];H_do
t_f[1..250])
J=0
10:
REPEAT
J=1+J
IF(h_MISTF[J]>=h_1) THEN
Ta=TMF[J-1]
hf=h_MISTF[J]
T_1=((TMF[J]-TMF[J-1])/(h_MISTF[J]-h_MISTF[J-1]))*(h_1-h_MISTF[J-1])+TMF[J-1]
s_1=((s_MISTF[J]-s_MISTF[J-1])/(h_MISTF[J]-h_MISTF[J-1]))*(h_1-h_MISTF[J-1])+s_MISTF[J-1]
Nc=abs(TMF[1]-TMF[j])
94
ELSE
GOTO 10
UNTIL(J=1)
ENDIF
I=0
20:
REPEAT
I=1+I
IF(h_MISTF[I]>=h_5) THEN
Tb=TMF[I]
hd=h_MISTF[I]
T_5=((TMF[I]-TMF[I-1])/(h_MISTF[I]-h_MISTF[I-1]))*(h_5-h_MISTF[I-1])+TMF[I-1]
Nd=abs(TMF[1]-TMF[I])
ELSE
GOTO 20
UNTIL(I=10)
ENDIF
i=Nd
repeat
i=i+1
DELTAhf[i]=h_MISTF[i+1]-h_MISTF[i]
until (i=Nc-1)
Ne=(Nc-Nd)+1
TMFr[1]=T_5
TMFr[2]=Tb
j=2
repeat
j=j+1
TMFr[j]=TMFr[j-1]+1
until(j=Ne)
TMFr[Ne+1]=T_1
j=Ne+1
repeat
j=j+1
TMFr[j]=T_1
until(j=250)
DELTAhfr[1]=hd-h_5
i=1
repeat
i=i+1
DELTAhfr[i]=DELTAhf[Nd+i-1]
until(i=Ne-1)
DELTAhfr[Ne]=h_1-h_MISTF[Nc]
i=0
repeat
i=i+1
DELTAH[i]=DELTAhfr[i]*m_dot_refrig
until(i=Ne)
H_dot_f[1]=0
J=1
REPEAT
J=1+J
H_dot_f[j]=H_dot_f[j-1]+DELTAH[j-1]
hh=H_dot_f[j]
UNTIL (J=Ne+1)
95
j=Ne+1
repeat
j=j+1
H_dot_f[j]=hh
until(j=250)
END
PROCEDURE ACHASDOIS(h_1;s_2_id;TMQ[1..390];h_MISTQ[1..390];s_MISTQ[1..390]:h_2_id;h_2;T_2)
J=0
10:
REPEAT
J=1+J
IF(s_MISTQ[J]>=s_2_id) THEN
Taa=TMQ[J-1]
sq=s_MISTQ[J]
h_2_id=((h_MISTQ[J]-h_MISTQ[J-1])/(s_MISTQ[J]-s_MISTQ[J-1]))*(s_2_id-s_MISTQ[J-1])+h_MISTQ[J-1]
ELSE
GOTO 10
UNTIL(J=1)
ENDIF
Eff=0,75
DELTAH_id=h_2_id-h_1
DELTAH=DELTAH_id/Eff
h_2=h_1+DELTAH
J=0
20:
REPEAT
J=1+J
IF(h_MISTQ[J]>=h_2) THEN
Tbb=TMQ[J-1]
T_2=((TMQ[J]-TMQ[J-1])/(h_MISTQ[J]-h_MISTQ[J-1]))*(h_2-h_MISTQ[J-1])+TMQ[J-1]
ELSE
GOTO 20
UNTIL(J=1)
ENDIF
END
"###################################################################"
"PROGRAMA PRINCIPAL"
"CICLO DE REFRIGERAÇÃO"
N=5 "Número de componentes do sistema de refrigeração"
N$[1]='Methane' "N$[I] - Componentes da mistura"
N$[2]='Ethane'
N$[3]='Propane'
N$[4]='n-Butane'
N$[5]='Nitrogen'
Z[1]=0,400 "Z[I] - Fração molar da composição global do sistema de refrigeração"
Z[2]=0,290
Z[3]=0,005
Z[4]=0,200
Z[5]=0,105
TL[1]=-182 "TL[I] - Temperatura limite de validade para as equações"
TL[2]=-182
96
TL[3]=-187
TL[4]=-138
TL[5]=-200
TCH=100 "°C" "Temperatura estimada para o cálculo da temperatura de orvalho"
m_dot_refrig=F_refrig*M_m "kg/s" "Vazão do sistema de refrigeração"
F_refrig=4,20 "kmol/seg"
PMA=5000 "kPa" "Pressão do sistema de refrigeração de elevada pressão"
PMB=270,0 "kPa" "Pressão do sistema de refrigeração de baixa pressão"
"FLUXO GN-GNL"
Ngn=3 "Número de componentes do gás natural"
Ngn$[1]='Methane' "N$[I] - Componentes da mistura"
Ngn$[2]='Ethane'
Ngn$[3]='Nitrogen'
Zgn[1]=0,8952 "Zgn[I] - Fração molar da composição do GN que ingressa ao TCCP"
Zgn[2]=0,0927
Zgn[3]=0,0121
TLgn[1]=-182 "TL[I] - Temperatura limite de validade para as equações"
TLgn[2]=-182
TLgn[3]=-200
m_dot_gn=F_gn* M_m_gn "kg/s" "Vazão do gás natural"
F_gn=1 "kmol/seg"
PMgn=5000 "kPa" "Pressão do fluxo gás natural - GNL"
"Massa Molecular de cada componente do ciclo de refrigeração"
DUPLICATE J=1;N
M[J]=MolarMass(N$[J])
END
"Massa Molecular da mistura do ciclo de refrigeração"
M_m=sum(Z[J]*M[J];J=1;N)
"Massa Molecular de cada componente do gás natural"
DUPLICATE J=1;Ngn
M_gn[J]=MolarMass(Ngn$[J])
END
"Massa Molecular da mistura do gás natural"
M_m_gn=sum(Zgn[J]*M_gn[J];J=1;Ngn)
"###########################################################################"
"Calcula a Temperatura de Orvalho do GN-GNL"
CALL CALCORVGN(PMgn;Zgn[1..Ngn]:TORVgn)
Na=189
Nb=188
TMgn[0]=-164
duplicate i=1;Na
TMgn[I]=TMgn[I-1]+1
CALL GN(PMgn;TMgn[i];Zgn[1..Ngn];M_m_gn;TORVgn:h_MISTgn[i];s_MISTgn[i])
end
Q1_dot=(h_MISTgn[1]-h_MISTgn[Na])*m_dot_gn
"Cálculo da curva do gás natural"
CALL GNGNL(Na;Nb;h_MISTgn[1..189];m_dot_gn:H_dot_gn[1..189];CP_gn[1..188])
"Calcula a Temperatura de Orvalho do sistema de refrigeração"
CALL CALCORV(PMA;Z[1..N]:TORVA)
97
Naa=390
TMQ[0]=-164
duplicate i=1;Naa
TMQ[I]=TMQ[I-1]+1
CALL REFRIGA(PMA;TMQ[I];Z[1..N];M_m;TORVA:h_MISTQ[I];s_MISTQ[I])
end
Q2_dot=(h_MISTQ[1]-h_MISTQ[Na])*m_dot_refrig
"Cálculo da curva quente"
CALL CURVAQUENTE(Na;Nb;h_MISTQ[1..189];m_dot_refrig:H_dot_q[1..189];CP_q[1..188])
"Cálculo da curva composta quente"
CALL CURVACOMPQUENTE(Na;Nb;CP_gn[1..188];CP_q[1..188]:H_dot_cq[1..189])
Q3_dot=abs(Q1_dot+Q2_dot)
h_5=h_MISTQ[1]
Q3_dot=m_dot_refrig*(h_1-h_5)
"Cálculo da curva composta fria"
CALL CALCORV(PMB;Z[1..N]:TORVB)
Ng=250
TMF[0]=-181
duplicate i=1;Ng
TMF[I]=TMF[I-1]+1
CALL REFRIGB(PMB;TMF[I];Z[1..N];M_m;TORVB:h_MISTF[I];s_MISTF[I])
end
CALL
ACHATMF(h_1;h_5;h_MISTF[1..250];s_MISTF[1..250];TMF[1..250];m_dot_refrig:T_1;T_5;s_1;TMFr[1..250];H_do
t_f[1..250])
s_2_id=s_1
h_3=h_MISTQ[189]
CALL ACHASDOIS(h_1;s_2_id;TMQ[1..390];h_MISTQ[1..390];s_MISTQ[1..390]:h_2_id;h_2;T_2)
-W_dot_comp=m_dot_refrig*(h_2-h_1)
Q_dot_cond=m_dot_refrig*(h_3-h_2)
98
ANEXO A – Artigo Publicado “Small-scale LNG Plant Technologies”
a report by
Christian D T Begazo, Erica C Carvalho and José R Simões-Moreira
SISEA – Alternative Energy Systems Laboratory, Mechanical Engineering Department,
Escola Politécnica, Universidade de São Paulo
Natural gas has grown to be an important energy in
the international scenario. The world demand is
steadily increasing and the last figures show that from
2004 to 2005 there was a 2.3% utilisation raise.
1
As
part of the natural gas world market, liquefied natural
gas (LNG) has played an important role. Historically,
LNG came onto the scene when conventional
natural gas gas transport through pipelines was not
possible for reasons such as technical and political
issues, i.e. crossing international and state borders,
forests and seas or even oceans. Within that
framework only large LNG plants have been built
that achieve the remarkable train capacity above
7.5MMtpy.
LNG has been produced in small scale plants lique-
faction (SSL) plants to supply peak shaving demands, as
well as to make available natural gas to regions that
need it but where it is not economically or technically
feasible to build new pipelines. In many countries
natural gas has also been used as fuel for city buses,
trucks, boats, locomotives, or even for automobiles.
Along with the economical advantage comes the
environmental benefit as natural gas emission factors
are usually superior to those from other hydrocarbon
fuels. Today there are many companies manufacturing
SSL turnkey plants in the world market. This paper
succinctly reviews the main technologies available for
natural gas liquefaction in SSL plants.
LNG Process
LNG is the result of cooling natural gas to a cryogenic
condition to condensate methane, the natural gas main
component. A -161.5ºC temperature is required to
produce and keep natural gas in a liquid state at
standard atmospheric pressure. Preceding the
liquefaction process, it is necessary to treat the natural
gas in order to remove humidity, CO
2
, and heavier
hydrocarbon components C3+. Depending on the
natural gas origin it may also be required to remove
acid gases, mercury and sulphur.
A typical LNG plant is built in the following main
stages: natural gas pre-treating, liquefaction, storage and
LNG shipment. Usually, the liquefaction machinery is
the element that demands the most investment,
accounting for 30–40% of the overall capital.
2
Considering that the specific energy consumption is
a non-negligible factor in the LNG industry, new
processes and conventional processes technology
improvements comprise the main goal pursued by
the companies. Overall, thermal efficiency, safety,
and operational costs are some of the other issues one
should also take into consideration in selecting a SSL
plant technology.
Evidently most SSL plant technologies derive from
the large capacity technology that were designed to
produce millions of tons per year (tpy) of LNG. The
first plants used natural gas liquefaction by cooling
the gas using either the refrigerant cascade principle
or a simple mixture of refrigerants. A typical train of
liquefaction capacity was less than 1Mtpy, orders of
magnitude lower than those nowadays. SSL plant
capacity for supplying vehicular stations and peak
shaving systems are in general around 10–500 tons
per day (tpd).
Large LNG plants are long-term capital-intensive
investments, which contrasts with SSL plants. Many
SSL plants are available in containers or modules
ready to be shipped anywhere and for immediate
start-off operation. It is estimated an overall
liquefaction system costs between US$1,500/MMbtu
and US$2,500/MMbtu. According to Cascone,
3
a
considerable amount of the investment cost is spent
on the gas treating system and the main heat
exchanger. Figure 1 gives an idea of the investments
costs distributed according to the several processes in
a SSL plant adapted from GTI’s analysis.
SSL Plant Classification
From a general point of view, the SSL processes can
be grouped into two major groups, namely open-
loop, in which the refrigerant fluid is part of the feed
gas, and closed-loop, where the natural gas cooling
and liquefaction is attained by a auxiliary refrigerant
that flows continuously in a separated circuit. Open-
loop systems are based mainly on a successive
Small-scale LNG Plant Technologies
LNG
28
HYDROCARBON WORLD 2007
Erica C Carvalho is an
undergraduate student in the
Mechanical Engineering Department
at Escola Politécnica of University
of São Paulo.
Christian D T Begazo is a graduate
student in the Mechanical
Engineering Department at Escola
Politécnica of University of São
Paulo, Brazil, where he is
developing a thesis on liquefaction
process simulation. He worked for
four years on lubricating
engineering. He graduated in 2000,
from Universidade Catolica de Sta.
Maria, Arequipa, Peru.
José R Simões-Moreira is Professor
of Mechanical Engineering in the
Mechanical Engineering Department
at Escola Politécnica of University
of São Paulo. He has authored a
book on Psychrometry and several
technical and scientific papers on
flashing mechanisms in phase
change processes as well as on gas
and alternative energy system
studies. He has also undertaken
consulting projects for electrical and
oil and gas companies in Brazil.
Moriera_edit.qxp 16/12/06 12:13 pm Page 28
LNG
30
HYDROCARBON WORLD 2007
compression-cooling-expansion process of the natural
gas. The last expansion stage is usually carried out in
a turbo expander (TEX) to obtain LNG. Closed-loop
systems operate using a single cryogenic refrigerant or
a selected blend of refrigerants to cool the natural gas
stream. Nitrogen, methane and a mix of these with
other hydrocarbons are also used. In the latter case it
is said a mixed refrigerant (MR) cycle. Table 1
summarises some commercial cycles according to the
two classifications presented above and other relevant
information regarding technologies, efficiencies and
capacity. The technologies presented are by no means
exhaustive, but rather a sample of some of them.
The MR cycle is based on the idea of a continuous
cooling of a natural gas stream by using a well
selected and designed blend of refrigerants that can
mimic the cooling curve of natural gas from room to
cryogenic temperatures, so that energy usage and
heat exchangers size can be optimised. The blend
usually includes light hydrocarbons (methane itself)
and less volatile ones along with a non-condensable
gas, usually nitrogen. As the natural gas cooling
proceeds, C3+ may be removed to form the liquids
of natural gas to be commercialised.
From a thermodynamic analysis the TEX cycles are
theoretically as efficient as the most advanced cycles
used in large conventional plants that are based on
MR technology. Early TEX had low efficiencies
(60–70%), but nowadays they have an expansion
efficiency as high as 85%.
3
The expansion machine is
the heart of the process and the one that makes the
mosst difference to the overall cycle efficiency. In
theory, dual TEX are thought to increase the cycle
efficiency, since the natural gas cooling curve is
better reproduced than that with just one machine.
6
MR plants are usually more complex, as several gas
supply and storage facilities are necessary; this also
makes operation and control of those plants more
complex. Also, high rate of refrigerants flows through
the plant causing a potential hazardous environment.
A General Description of
Liquefaction Cycles
The working principle of closed-loop liquefaction
cycles relies on cooling the natural gas using one or
more refrigeration cycles that can be quite simple or
very complex, depending on the technology. Figure 2
displays an elementary liquefaction cycle and its most
fundamental components necessary to operate a
liquefaction plant. First, the refrigerant is compressed
in the compressor (CP) to undergo a cooling process
to reach room temperature in the heat exchanger
(HE). Next the refrigerant flows into the main
Figure 1: Capital investments (adapted from reference 5)
0
1,880 k
g
/da
y
8,930 k
g
/da
y
100
200
300
400
500
600
700
800
Cost x 1,000 (US$)
Others
Gas clean-up
Main HX
Engine
Compressor
Table 1: SSL Plants, Process, Efficiency and Capacity
Classification Refrigeration Liquefaction Overall efficiency Capacity Reference
cycle process kW-day/ton
Closed-loop Mixed Refrigerant Black and Veatch 16.8 1.3MMtpy Salof, 2006
4
(MR) PRICO
GTI * 1,000gpd GTI, 2003
5
Kryopak PCMR 13.0 210tpd Salof, 2006
4
Turbo-Expander Hamworthy 33.3 30 to 500tpd Hamworthy,
TEX (N
2
) 2006
6
Turbo-Expander Pre-cooled Dual 13.0 0.5MMtpy Foglietta, 2004
7
TEX (N
2
& C1) TEX+
Open-loop Turbo-Expander Dual TEX+ 16.5 0.5MMtpy Foglietta, 2004
7
(TEX)
Kryopak EXP 15.5 147tpd Salof, 2006
4
Idaho (Letdown) * 10,000gpd Cascone, 2005
3
Stirling * 50kg/h – 10tpd Kirillov, 2004
8
Vortex tube - * 500kg/h Kirillov, 2004
8
* Data not available;
+ Simulated.
4
Moriera_edit.qxp 16/12/06 12:14 pm Page 30
Small-scale LNG Plant Technologies
cryogenic heat exchanger (MCHE) where by
transferring heat it cools off. Note that, depending on
the composition, the refrigerant may also partially
condensate. The refrigerant stream now reaches an
expansion device. The expansion device may be a
simple throttling valve (T-V) where the refrigerant
will undergo a Joule-Thompson (J-T) expansion,
bringing its temperature to a low value, or if the
expansion device is a TEX a useful shaft work (in
dotted lines) may be produced that may be used to
totally or in part drive the compressor shaft. The
nearly isentropic expansion process in a TEX will
bring the fluid to a very low temperature, lessen than
that obtained by the J-T process. After the expansion
by either process the refrigerant returns to the MCHE
to continuously cool the natural gas gas from a feeding
line (feed gas). Finally, the refrigerant leaves the
MCHE to go again to the compressor, concluding the
refrigerant cycle. On the natural gas side, it enters the
at delivering condition (feed gas) and exits the MCHE
partially condensed due its heavier components (C3+)
to undergo an expansion (LNG expansion) to finally
be driven into a flash tank to separate the vapour from
the liquid phase. The vapour (flash gas) is rich of the
non-condensable gas (nitrogen) and can be used
elsewhere. The LNG is pumped to a storage tank for
a subsequent distribution. Usual processes yield about
90% of LNG.
Figure 3 shows a schematics of an open-loop cycle.
The working principle of an open-loop cycle is
based on compression-cooling-expansion processes
so that a high pressure at room or moderate low
temperature natural gas stream is obtained. Next, the
compressed natural gas undergoes an expansion
process in a TEX to obtain LNG in a flash tank. The
figure is merely illustrative, as more than one CP
and HE can be used. Also, liquids of natural gas can
be extracted along the cycle. Some useful work can
be obtained in the TEX that can be used to drive
fully or partially the compressor. Depending on the
cycle configuration, additional cooling may also be
necessary (booster cooling). If the natural gas (feed
gas) is already compressed, such as it occurs in
transmission to distribution pipelines transference of
custody or city gates, useful shaft work may be
obtained using a TEX,
7
which may be used to
obtain a fraction of LNG from the natural gas –
letdown system.
Finally, a system that is less familiar is based on a
vortex or Ranque-Hilsh (R-H) tube. An R-H tube
is a quite simple, moving-parts-free device that can
produce cold natural gas from a compressed natural
gas source and its application to obtain LNG has
been mentioned by Kirillov.
8
This paper revises some
of the available technologies in next section.
Specialist LNG solutions
Arup Energy provides a wide range of engineering consultancy services to the LNG industry,
including design, construction management and specialist technical expertise for LNG production
and export facilities and receival terminals. Arup Energy has also led the development of All
Concrete LNG (ACLNG) Tank solutions and solutions for offshore storage of LNG.
Our experience encompasses onshore, offshore and nearshore solutions, from concept studies
and feasibility studies through to site selection, construction management and commissioning.
Additionally, we can undertake fit-out and commissioning and assist with operation and
maintenance. A coordinated approach to metocean analysis, marine operations and offshore
engineering enables significant capital cost savings for terminal facilities.
We encompass various liquid receiving and storage options for hazardous cargoes into our designs. These include LNG,
ethylene, butane, propane, crude oil and condensate liquids. We effectively combine the design and construction processes
to provide cost effective engineering solutions.
Receival Terminals
Nearshore LNG receival terminals
are often attractive because they
avoid many of the issues
confronting conventional onshore
solutions. Arup Energy has adopted
a performance-based approach for
the design of nearshore terminals,
ensuring least cost design and
efficient construction processes.
Innovative tank solutions
Our ACLNG tank solutions
eliminate the need for a liner in the
primary container and utilise a
simple and cost-effective water
vapour barrier on the secondary
wall. Construction relies on well-
established civil engineering
technology that is available
anywhere in the world.
[email protected] • www.arup.com/energy
Moriera_edit.qxp 16/12/06 2:38 pm Page 31
Black and Veatch PRICO
In this MR process, a blend of nitrogen and
hydrocarbons (methane, ethane, propane, and iso-
penthane) is used as refrigerant. By controlling the
composition of the refrigerant and its temperature
and pressure, the cooling curve of natural gas can be
followed very closely and the condensing liquids
along the process can be extracted (liquids on natural
gas) before the final throttling to expand the natural
gas in a flash tank.
Kryopak PCMR System
According to Salof,
9
the Kryopak PCMR system uses
a refrigerant composed of nitrogen, methane, ethane,
propane, butane and penthane. Plate heat exchanger
is used.
Hamworthy (Nitrogen Cycle)
This is a closed-loop cycle that uses nitrogen as the
refrigerant. A three-stage compression with inter-
mediate cooling is used to obtain nitrogen at high
pressure to undergo a throttling process to obtain
cryogenic temperature. Nitrogen remains in the
vapour phase state all the time. LNG production
capacity 60tpd, train annual production ~21,000 tons,
estimated US$370/ton LNG and efficiency of 0.80
kWh/kg LNG of Snurrevarden LNG plant, Norway.
10
Letdown System
This process is based on taking advantage of the high
pressure in natural gas transmission pipelines to
expand it to produce useful shaft work to drive a
small liquefaction plant.
7
One of these small plants
was developed by Idaho National Engineering and
Environmental Laboratory,
11
which also introduced
new technologies to remove water vapour and CO
2
from the natural gas.
Stirling System
This system is based on cryogenic gas machines
(CGMs) that operate according to the Stirling cycle.
This simple machine combines in a single device both
compression and expansion processes of a working
medium, heat exchange between the forward and
reverse streams of that working medium and external
heat exchange with the object being cooled and the
surrounding medium; this allows these machines to
be compact and have high thermodynamic efficiency.
At cryogenic temperatures between 100K and 160K,
the Stirling cycle has better efficiencies than 50%.
According to (Kirillov,
8
the cycle can liquefy 100% of
the feeding natural gas.
Vortex Tube System
This system operates based on the R-H or vortex
tube. According to Kirillov,
8
an operational system
has the following technical operations: natural gas
working pressure 3.5MPa; natural gas flow rate
between 2,000 and 7,000m
3
/h; overall plant weight
3,700kg. The main advantages are zero energy
consumption, as the system operates at the
transmission gasline pressure (letdown system), is
mechanically quite simple and it requires a low
capital investment. On the other hand, it can
produce a small amount of LNG (2–4%) and needs
frequent stops for cleaning and unclogging.
Conclusion
SSL plants have been built and are available in the
international market based on a series of
technologies. Dominating technologies are based on
either a blend of refrigerants to mimic the natural gas
cooling curve or a compression-cooling-expanding
process to bring the natural gas to cryogenic
Figure 2: A General Scheme of a SSL plant (Closed-loop)
MCHE
HE
W
CP
W
E
Feed gas
Flash gas
LNG
CP
TEX or E-V
LNG
expansion
Figure 3: A General Scheme of a SSL plant (Open-loop)
Air HE
HE
Cooling
booster
W
CP
W
E
Feed gas
Flash gas
LNG
CP TEX
HYDROCARBON WORLD 2007
32
LNG
Moriera_edit.qxp 16/12/06 12:18 pm Page 32
Small-scale LNG Plant Technologies
conditions. The former case is a closed-loop type
where a refrigerant flows continuously in a cryogenic
refrigeration cycle and latter one is an open-loop
type where the natural gas itself is also the refrigerant.
Turbo-expanders may also be used to produce a
useful shaft work in some technologies, replacing
throttling valves. Other technologies take advantage
of a compressed gas line (transmission pipeline) to use
the high pressure to produce small amounts of LNG
as the natural gas expands in a turbo-expander. The
field is still growing and new technologies at
competitive costs are constantly developed.
References
1. BP, BP Statistical Review of World Energy June 2006, BP plc (2006).
2. Shukri T, “LNG Technology Selection”, Hydrocarbon Engineering (2004);Feb.
3. Cascone R, “Advances in Small Scale LNG Technology Provide User Options”, Oil & Gas Journal (2005);April–June,
Vol. 2: p. 15.
4. Foglietta J H, “Consider Dual Independent Expander Refrigeration for LNG Production”, Hydrocarbon Processing,
(2004);Jan: pp. 39–44.
5. GTI, 2003, Development of a Small-Scale Natural Gas Liquefier, final report GTI project 65943, Gas Technology
Institute.
6. Barclay M, Denton N, “Selecting Offshore LNG Processes”, LNG Journal (2005);Oct. pp. 34–36.
7. Shen D M, Fernandez F, Simıes-Moreira J R, “Using Gas Pipeline Pressure to Liquefy Natural Gas or Generate
Electricity”, Hydrocarbon Processing (2006);Jan, pp. 47–50.
8. Kirillov N G, “Analysis of Modern Natural Gas Liquefaction Technologies”, Chemical and Petroleum Engineering
(2004);40: pp. 7–8.
9. Salof Companies, 2006, LNG Processes, Available in http://www.kryopak.com/kryopak_refrigeration_processes.php –
Accessed in 10 Nov 2006.
10. Hamworthy Gas Systems, 2006, Small Scale & Mini LNG Liquefaction System, available at:
http://www.hamworthy.com/products/products.asp?strareano=27 (accessed in Nov 2006).
11. INL, 2006, Natural Gas Technologies – Small-Scale Methane Liquefaction Plant. Idaho National Lab. Available at
http://www.inl.gov/lng/projects/liquefactionplant.shtml. Accessed in Nov 2006.
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continuously the expected evolution of stratifications (if
any). If it foresees a certain stratification, in any of the tanks
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automatically generates an alarm, leaving sufficient time for
operators to take corrective action.
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