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Nem sempre os indicadores existentes são suficientes para apoiar a decisão das
agências regionais de fomento à pesquisa, exigindo a obtenção de novos
indicadores ou outras formas de conhecimentos úteis à gestão de C&T regional
(ROMÃO, 2002).
QUADRO 04
Aspectos de indicadores de resultados de C&T
Dimensão Característica
Validade Capacidade de identificação dos resultados de acordo com aqueles aspectos
esperados (científicos, tecnológicos, econômicos, sociais e ambientais), ou
seja, garantia de que o indicador é valido, pertinente e coerente para o que se
deseja medir.
Confiabilidade O indicador deve ser precisamente definido para que no momento de sua
aplicação não haja dúvidas em relação ao dado que se deseja obter. Este
aspecto se refere à clareza do indicador, ao grau em que diferentes leituras do
indicador são feitas no decorrer do tempo e se mantêm num intervalo aceitável.
Relevância Refere-se ao grau em que a medida a que se propõe é de interesse da
Fundação. Deve-se medir somente aquilo que revela aspectos de interesse no
sistema analisado, ou seja, o indicador deve ser útil na análise e na tomada de
decisão.
Abrangência O indicador proposto deverá ser útil para a análise de projetos de diferente
natureza, pertencentes a diferentes áreas do conhecimento, dentro de um
espectro abrangente de possíveis resultados.
Mensuralidade Para facilitar a agregação, cálculo e comparação, avaliação deve ser baseada,
o tanto quanto possível, em dados objetivos e numéricos. A partir daí, poderão
ser feitas análises subjetivas, porém a base deve ser objetiva.
Viabilidade Os indicadores deverão ser de simples obtenção, não agregando custos
adicionais ao processo de desenvolvimento da pesquisa, ou seja, o custo de
obtenção de um dado não pode ser superior aos benefícios decorrentes de sua
identificação.
Invariância de
Escala
Refere-se a manutenção da validade do indicador mesmo quando as
dimensões do processo ou sistema em análise sejam acentuadamente
diferentes, ou seja, em contextos diferentes, uma relação numérica, ou mesmo
uma grandeza simples pode significar estados distintos. Por exemplo, uma
relação de 5 publicações / 10 pesquisadores em um projeto de 12 meses de
duração, não tem o mesmo significado que em um projeto de 24 meses de
duração.
Fonte: Francisco (2002), Herrlein (2001) e Geisler (2000).
São várias as classificações e denominações encontradas para diferentes
conjuntos de indicadores, no entanto, segundo Francisco (2002) a que define a
melhor classificação ou o melhor conjunto são as características dos projetos a
serem avaliados, o propósito da avaliação, e também o tipo de órgão que financia
o projeto. Como muitos dos resultados obtidos em C&T não são passíveis de
mensuração, um processo de avaliação deve também permitir a indicação de
resultados intangíveis, por meio de demonstrativos qualitativos.