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US$ 21 bilhões em 2001. A venda desses produtos ainda representa uma pequena parcela do
total de alimentos vendidos, não mais de 4%, evidenciando que há um bom espaço para o
crescimento das vendas de produtos orgânicos (NAKAZONE, 2003).
No Brasil, a produção de alimentos orgânicos tem registrado crescimento médio de
50% ao ano. A maior parte da produção nacional está localizada nos Estados do Sudeste
(60,2%) e Sul (25,2%), seguido pelo Nordeste (8,6%), Centro-Oeste (3,3%) e Norte (2,6%)
(OKUDA, 2002). A produção orgânica brasileira ocupa atualmente uma área de 6,5 milhões
de hectares de terras, colocando o país na segunda posição dentre os maiores produtores
mundiais de orgânicos (INSTITUTO BIODINÂMICO, 2006).
Entre as culturas brasileiras com maior número de produtores orgânicos encontra-se as
hortaliças, que se destacam em decorrência da adequação do sistema da produção orgânica às
características da agricultura familiar, pela diversidade de produtos cultivados em uma mesma
área, com maior uso de mão-de-obra e uma dependência menor de recursos externos
(ORMOND et al., 2002). Nesse mercado, quase toda a comercialização de produtos orgânicos
é realizada através da venda direta ou em feiras, que em geral tem como clientes
consumidores mais informados sobre a qualidade do produto. Contudo, um novo cenário
formou-se com a entrada das grandes redes de supermercados que vêm se destacando como
um forte canal de comercialização desses produtos (SCHMIDT, 2001).
No Rio Grande do Norte, os produtores de hortaliças orgânicas comercializam seus
produtos em locais variados. No Estado, o produtor rural e sua família, sobretudo o pequeno,
conta com o apoio de Órgãos Governamentais como o Instituto de Assistência Técnica e
Extensão Rural do Rio Grande do Norte – EMATER/ RN, que está voltado para o
fortalecimento dos agricultores familiares e suas organizações buscando garantir a segurança
alimentar e a inclusão social através da transferência de tecnologias auto-sustentáveis e
inovadoras (EMATER, 2006). Essa apropriação de tecnologia torna-se importante porque
através da capacitação, os produtores podem por si só, conquistar as condições de que
necessitam para produzir e comercializar seus produtos gerando renda e, conseqüentemente,
melhor qualidade de vida. O mercado de orgânicos oferece aos agricultores, quer familiares ou
não, a possibilidade de assegurar a rentabilidade adequada a sua atividade e a segurança e a
satisfação de produzir um alimento que não agride sua propriedade, nem a saúde dos
trabalhadores, além de ser ecologicamente correto.
Contudo, um grande número de produtores rurais, principalmente os pequenos e
médios agricultores familiares, encontra-se em posição desconfortável para atingir muito dos