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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
AVALIAÇÃO DA USABILIDADE DE INTERFACES WEB SEGUNDO
CRITÉRIOS ERGONÔMICOS DE BASTIEN E SCAPIN: PESQUISA COM OS
AMBIENTES VIRTUAIS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA AULANET, E-
PROINFO E TELEDUC
por
THIAGO ALVES ELIAS DA SILVA
TECNÓLOGO EM PROCESSAMENTO DE DADOS, AESPI, 2000
ENGENHEIRO CIVIL, UFPI, 2005
TESE SUBMETIDA AO PROGRAMA DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE
MESTRE EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
AGOSTO, 2007
© 2007 THIAGO ALVES ELIAS DA SILVA
TODOS DIREITOS RESERVADOS.
O autor aqui designado concede ao Programa de Engenharia de Produção da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte permissão para reproduzir, distribuir, comunicar ao
público, em papel ou meio eletrônico, esta obra, no todo ou em parte, nos termos da Lei.
Assinatura do Autor: ___________________________________________
APROVADO POR:
___________________________________________________________
Prof
a
. Anatália Saraiva Martins Ramos, D.Sc. – Orientadora, Presidente
________________________________________________________________
Prof. Rubens Eugênio Barreto Ramos, D.Sc., Membro Examinador
_______________________________________________________________
Prof. Aarão Lyra, D.Sc., Membro Examinador Externo
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ii
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central
Zila Mamede
Silva, Thiago Alves Elias da.
Avaliação da Usabilidade de Interfaces Web segundo
Critérios Ergonômicos de Bastien e Scapin: Pesquisa com os
Ambientes Virtuais de Educação à Distância Aulanet, E-Proinfo
e Teleduc / Thiago Alves Elias da Silva – Natal, RN, 2007.
124f.
Orientadora: Anatália Saraiva Martins Ramos
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio
Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós-
graduação em Engenharia da Produção.
1. Usabilidade. 2. Ambiente virtual de aprendizagem. 3. Interfaces de
usuário. 4. Critérios ergonômicos. I. Ramos, Anatália Saraiva
Martins.II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 65.015.11(043.3)
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iii
CURRICULUM VITAE RESUMIDO
Thiago Alves Elias da Silva é formado em Tecnologia em Processamento de Dados pela
Faculdade Piauiense de Processamento de Dados no ano de 2000 e em Engenharia Civil
pela Universidade Federal do Piauí no ano de 2005. Participou do curso de Especialização
em Análise de Sistemas pela Universidade Estadual do Piauí no ano de 2002. Trabalha
desde 2001 no Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí como professor dos
cursos da área de Informática, sendo os dois primeiros anos como professor substituto e, a
partir de abril de 2003, como professor efetivo desta instituição. Atualmente ministra as
disciplinas Introdução a Banco de Dados, Projeto de Banco de Dados e Interação Humano-
computador para os cursos de Tecnologia em Sistemas de Informação e Tecnologia em
Análise e Desenvolvimento de Software.
iv
Aos meus pais,
Edvaldo Elias da Silva e Maria Lúcia Alves da Silva
e às minhas queridas irmãs, Thaline e Thaís.
v
AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, pela minha família, meus amigos, pelo meu dia-a-dia e pelas
oportunidades que proporcionaram minha realização pessoal e profissional.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ao Programa de Engenharia de
Produção, pela oportunidade de concretização deste trabalho.
À professora Dra. Anatália Saraiva Martins Ramos, pela sua enorme dedicação na
orientação deste trabalho e ao professor Dr. Rubens Eugênio Barreto Ramos, pela grande
ajuda prestada desde os primeiros dias desta jornada.
Ao Centro Federal de Educação Tecnológica do Piauí por ter proporcionado a
oportunidade de galgarmos mais esta etapa na nossa carreira profissional.
Aos colegas de mestrado que se mostraram guerreiros nesta dura caminhada, em
especial, Márcio, Rogério, Edílson, Marcos Teixeira, Socorrinha, Francisco José e Ana
Maria.
Aos alunos e professores do CEFET-PI que participaram e colaboraram com a
pesquisa.
Em especial, aos meus amados pais, pelo incondicional apoio nos momentos mais
difíceis e pelo incentivo nas horas de desânimo e minhas queridas irmãs, Thaline e Thaís,
pelas orações e pela torcida.
vi
Resumo da Tese apresentada à UFRN/PEP como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do grau de Mestre em Ciências em Engenharia de Produção
AVALIAÇÃO DA USABILIDADE DE INTERFACES WEB SEGUNDO
CRITÉRIOS ERGONÔMICOS DE BASTIEN E SCAPIN: PESQUISA COM OS
AMBIENTES VIRTUAIS DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA AULANET, E-
PROINFO E TELEDUC
THIAGO ALVES ELIAS DA SILVA
Agosto/2007
Orientadora: Dr
a
. Anatália Saraiva Martins Ramos
Curso: Mestrado em Ciências em Engenharia de Produção
Este trabalho tem dois objetivos: avaliar a usabilidade de três interfaces de ambientes
virtuais de educação à distância através de duas técnicas avaliativas e identificar os fatores
influenciadores da percepção de usabilidade dos ambientes avaliados. Os sistemas de
educação à distância escolhidos foram o AulaNet, o E-Proinfo e o Teleduc, por serem
desenvolvidos no Brasil e terem distribuição gratuita. A avaliação da usabilidade foi
realizada através de duas técnicas documentadas na literatura. A primeira técnica de
avaliação, do tipo preditiva ou diagnóstica, foi realizada pelo autor e um concluinte do
curso de Sistemas de Informação do Centro Federal de Educação Tecnológica do estado do
Piauí (CEFET-PI), mediante a observação de um checklist denominado Ergolist. A
segunda avaliação, do tipo prospectivo, foi efetivada com o usuário sendo o próprio
avaliador das interfaces, através de um questionário. A amostra foi composta de 15
professores e 15 alunos do CEFET-PI. Os resultados colhidos foram analisados a partir da
estatística descritiva e testes de chi-quadrado. Os resultados mostraram que os ambientes
apresentarem problemas de adaptabilidade, pois não possuem flexibilidade e nem levam
em consideração a experiência do usuário. Na análise inferencial, foi constatado que o
‘tempo de uso da Internet’ não afetou significativamente sua avaliação da usabilidade dos
três ambientes, assim como na maior parte das variáveis de ‘usabilidade’ não foram
influenciadas pelo ‘tipo de usuário’, ‘sexo’ e ‘escolaridade’. Por outro lado, em vários dos
critérios ergonômicos avaliados, as variáveis de sistema ‘tipo de ambiente’ e ‘experiência
com computador’ e a variável demográfica ‘faixa etária afetaram a percepção de
usabilidade dos ambientes virtuais de educação à distância.
vii
Abstract of Master Thesis presented to UFRN/PEP as fullfilment of requirements to the
degree of Master of Science in Production Engineering
EVALUATING USABILITY OF WEB INTERFACES USING BASTIEN AND
SCAPIN ERGONOMIC CRITERIA: A STUDY ON THE OPEN SOURCE E-
LEARNING PLATFORMS AULANET, E-PROINFO AND TELEDUC
THIAGO ALVES ELIAS DA SILVA
Agosto/2006
Thesis Supervisor : Dr
a
. Anatália Saraiva Martins Ramos
Program : Master of Science in Production Engineering
This work has two aims: to evaluate the usability of three virtual environment interfaces of
distance education through two evaluation techniques and to identify to the factors
influencing the perception of systems usability. The chosen e-learning systems were
AulaNet, E-Proinfo and Teleduc, because its Brazilian development and free distribution.
The research was conducted through two usability techniques based in literature. The first
technique of evaluation was predictive and was carried through by the author and
Information Systems veteran student of the Federal Center of Technological Education of
the state of Piauí (CEFET-PI), using a checklist called Ergolist. The second evaluation was
prospective type and was accomplished with the user having been the proper appraiser of
the interfaces, through a questionnaire. The sample was composed of 15 teachers and 15
students of the CEFET-PI. The data had been analyzed from the descriptive statistics and
chi-square test. Findings are that the systems have adaptability problems, therefore the
flexibility is poor and nor take in consideration the experience of the user. In the
inferencial analysis, it was evidenced that `time of use of the Internet' did not affect
significantly its evaluation of the usability of three e-learning systems, as well as the most
variable of `usability' seems not been influenced by `type of user', `sex' and `education
level. On the other hand, in several of the evaluated ergonomic criteria, the `type of
environment' system variables and `experience with computer' and the `age' demographic
variable affected the perception of usability of virtual environments of distance education.
viii
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO.....................................................................................1
1.1 Contextualização....................................................................................................1
1.2 Objetivos.................................................................................................................3
1.3 Relevância ..............................................................................................................4
1.4 Estrutura da Dissertação .......................................................................................4
CAPÍTULO 2 - - REFERENCIAL TEÓRICO ..............................................................6
2.1 Educação à Distância .............................................................................................6
2.1.1 Ambientes Virtuais de Aprendizagem .............................................................11
2.1.1.1 Aulanet .................................................................................................................... 12
2.1.1.2 E-Proinfo ................................................................................................................. 14
2.1.1.3 Teleduc.................................................................................................................... 17
2.2 Interface humano-computador............................................................................19
2.3 Ergonomia e Usabilidade.....................................................................................21
2.3.1 Critérios Ergonômicos.....................................................................................23
2.3.1.1 Condução................................................................................................................. 24
2.3.1.2 Carga de Trabalho ................................................................................................... 26
2.3.1.3 Controle Explícito ................................................................................................... 28
2.3.1.4 Adaptabilidade......................................................................................................... 28
2.3.1.5 Gestão de Erros ....................................................................................................... 29
2.3.1.6 Consistência............................................................................................................. 30
2.3.1.7 Significado dos Códigos e Denominações .............................................................. 31
2.3.1.8 Compatibilidade ...................................................................................................... 31
2.3.2 Avaliação de Usabilidade de interfaces............................................................32
2.3.2.1 Técnicas Preditivas ou Diagnósticas ....................................................................... 35
2.3.2.2 Técnicas Prospectivas.............................................................................................. 39
2. 3.2.3 Técnicas Empíricas................................................................................................. 40
2.3.3 A questão da escolha da técnica de avaliação...................................................42
2.4 Pesquisas relacionadas.........................................................................................44
CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA DA PESQUISA.....................................................49
3.1 Classificação da pesquisa.....................................................................................49
3.2 Universo e Amostra..............................................................................................49
3.3 Coleta de dados ....................................................................................................51
ix
Fase 1: Pesquisa com o Ergolist ...............................................................................51
Fase 2: Pesquisa com os usuários .............................................................................52
3.4 Análise dos dados .................................................................................................56
CAPÍTULO 4 - ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..............................58
4.1 Avaliação diagnóstica pelo Ergolist.....................................................................58
4.2 Avaliação da usabilidade segundo os usuários....................................................63
4.2.1 Perfil da amostra .............................................................................................63
4.2.2 Análise descritiva da usabilidade dos ambientes ..............................................66
4.2.3 Fatores influenciadores da avaliação de usabilidade.........................................73
4.2.3.1 Efeito do tipo de ambiente virtual avaliado na percepção de usabilidade............... 73
4.2.3.2 Efeito do gênero na percepção de usabilidade......................................................... 74
4.2.3.3 Efeito da faixa etária na percepção de usabilidade.................................................. 74
4.2.3.4 Efeito da escolaridade na percepção de usabilidade................................................ 75
4.2.3.5 Efeito da experiência com computador na percepção de usabilidade ..................... 76
4.2.3.6 Efeito do tempo de uso da internet na percepção de usabilidade ............................ 77
4.2.3.7 Efeito do tipo de usuário na percepção de usabilidade............................................ 78
4.3 Comparação qualitativa entre as técnicas de avaliação utilizadas.....................80
CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...........................................83
5.1 Principais conclusões ...........................................................................................83
5.2 Implicações teóricas e gerenciais .........................................................................84
5.3 Limitações do Trabalho .......................................................................................85
5.4 Direções da Pesquisa............................................................................................85
REFERÊNCIAS ............................................................................................................86
ANEXOS........................................................................................................................95
Ergolist .......................................................................................................................96
Atividades do Aluno.................................................................................................105
Atividades do Professor ...........................................................................................106
Questionário.............................................................................................................108
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Tela inicial do ambiente Aulanet.......................................................................14
Figura 2: Tela Inicial do Ambiente e-Proinfo ...................................................................16
Figura 3: Arquitetura básica do ambiente TelEduc...........................................................17
Figura 4: Tela Inicial do Ambiente Teleduc .....................................................................18
Figura 5: Modelo Estrela desenvolvido por Hix e Hartson (1993) ....................................32
Figura 6: Análise das conformidades de usabilidade do ambiente Aulanet .......................58
Figura 7: Análise das conformidades de usabilidade do ambiente eProinfo ......................60
Figura 8: Análise das conformidades de usabilidade do ambiente Teleduc .......................61
Figura 9: Comparativo de conformidade de todos os critérios do Ergolist em relação aos
três ambientes ..........................................................................................................61
Figura 10: Comparativo de conformidade das variáveis agrupadas em relação aos três
ambientes.................................................................................................................63
Figura 11: Perfil da amostra por gênero ...........................................................................64
Figura 12: Perfil da amostra a partir da faixa etária ..........................................................64
Figura 13: Perfil da amostra a partir da escolaridade ........................................................65
Figura 14: Perfil da amostra a partir da experiência com computador...............................65
Figura 15: Perfil da amostra a partir do tempo de uso da internet .....................................66
Figura 16: Grau de concordância das variáveis de usabilidade em relação ao ambiente
AulaNet ...................................................................................................................67
Figura 17: Grau de concordância das variáveis de usabilidade em relação ao ambiente
eProinfo ...................................................................................................................68
Figura 18: Grau de concordância das variáveis de usabilidade em relação ao ambiente
TelEduc ...................................................................................................................69
Figura 19: Comparativo entre os graus de concordância das variáveis de usabilidade para
os três ambientes......................................................................................................70
Figura 20: Comparativo entre os graus de concordância das variáveis de usabilidade
agrupadas para os três ambientes..............................................................................71
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Critérios Ergonômicos de Bastien e Scapin.......................................................24
Tabela 2: Classificação das Técnicas de Avaliação de Usabilidade (Cybis, 2003) ............42
Tabela 3: Vantagens e desvantagens das técnicas de avaliação de usabilidade..................43
Tabela 4: Comparação entre métodos de avaliação de Usabilidade...................................44
Tabela 5: Afirmações do questionário referente a cada um dos critérios ergonômicos de
Bastien e Scapin.......................................................................................................55
Tabela 6: Variáveis de agrupamento e de usabilidade.......................................................56
Tabela 7: Efeitos da variável Ambiente sobre as variáveis de usabilidade ........................73
Tabela 8: Efeitos da variável Sexo sobre as variáveis de usabilidade................................74
Tabela 9: Efeitos da variável Faixa etária sobre as variáveis de usabilidade .....................75
Tabela 10: Efeitos da variável Escolaridade sobre as variáveis de usabilidade..................76
Tabela 11: Efeitos da variável Experiência computacional sobre variáveis de usabilidade77
Tabela 12: Efeitos da variável Tempo de uso da Internet sobre variáveis de usabilidade ..78
Tabela 13: Efeitos da variável Tipo de usuário sobre as variáveis de usabilidade .............78
Tabela 14: Resumo do efeito das variáveis moderadoras sobre variáveis de usabilidade...79
Tabela 15: Alinhamento entre as avaliações com e sem a participação do usuário............81
1
Capítulo 1 - Introdução
Este capítulo apresenta uma contextualização sobre o tema da educação à distância,
o surgimento dos ambientes virtuais de apoio à educação à distância baseados na Internet e
a preocupação de propor uma metodologia para avaliar as interfaces de tais ambientes.
Aborda os objetivos da pesquisa e a relevância do trabalho, sob os pontos de vista teórico e
prático. Mostra, ainda, a forma como está organizada a dissertação.
1.1 Contextualização
A educação à distância (EAD) surgiu para solucionar o problema de pessoas que
não podiam acompanhar cursos regulares ou presenciais por motivos geográficos ou de
tempo. Segundo Ramal (2001, p.12), com a EAD, são vencidos muitos fatores da exclusão
educacional, pois, “em vez de ser necessário construir edifícios e contratar professores para
os novos alunos, bastam alguns equipamentos em telepostos para ampliar o acesso ao
conhecimento, e pessoas de qualquer ponto do país poderem ingressar nos cursos que mais
lhes interessarem”. A educação a distância veio, assim, para proporcionar a disseminação
do conhecimento, mesmo para aqueles que não se encontravam próximos dos
educadores/professores ou não possuíam tempo para freqüentar uma sala de aula
convencional com datas e horários pré-estabelecidos.
No Brasil, a Educação à distância engloba aulas pela internet, televisão, rádio, CD,
DVD, videoconferência, correspondência, entre outros. Segundo dados do Anuário
Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (Abraead/2007), publicado pela
ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância) e pelo Instituto Monitor e lançado
em abril de 2007, 125 instituições que oferecem aulas à distância. Esse levantamento
mostrou que um em cada 80 brasileiros estudou por EAD no ano passado, seja em cursos
de graduação, de pós-graduação lato sensu, educação corporativa ou nos inúmeros projetos
existentes voltados para a capacitação de pequenos e médios empresários. O Brasil bateu a
marca de 2,279 milhões de estudantes matriculados neste universo (Porto, 2007). Em todo
o Brasil, são 889 os cursos à distância autorizados pelo Ministério da Educação e pelos
conselhos estaduais de educação. Entre alunos só de graduação e pós-graduação o aumento
2
foi de 91%, segundo o anuário. Em 2005, eram 300.826 alunos em cursos desse tipo e em
2006, 575.709 (Brito, 2007).
Quanto ao meio de estudo durante as aulas de EAD, os materiais impressos são o
principal meio de estudo de alunos de cursos à distância no Brasil durante as aulas. As
tradicionais apostilas são o recurso mais utilizado por 40% das escolas de ensino à
distância credenciadas no Ministério da Educação (MEC) ou nos conselhos estaduais de
educação. O e-learning (ensino pela internet) fica em segundo lugar, e é usado como
principal método por 29% das instituições (Bassete, 2007). Outro dado que chama a
atenção no anuário 2007 é que apesar de o papel ainda ser o principal meio de ensino de
educação à distância no país, o e-mail é o instrumento mais utilizado para tirar dúvidas dos
estudantes.
A educação à distância que, antes era o somente através do envio de apostilas e
manuais pelo correio, hoje possui a internet como mais uma ferramenta facilitadora. A
Internet propicia a troca de experiências, de dúvidas, de materiais, tanto de quem está perto
como longe geograficamente.
Para Porto (2007), as empresas também descobriram o e-learning e hoje levam 1,5
milhão de profissionais de volta às salas de aula desta vez, virtuais –, provocando um
crescimento nas atividades de EAD, favorecidas pela alta informatização do ambiente
corporativo: aproximadamente 1.200%, desde 1999.
A conseqüência natural de todo esse avanço é o surgimento, cada vez maior, de
ambientes virtuais dedicados exclusivamente ao apoio à educação à distância. Diversas
empresas/Instituições brasileiras, ao longo dos últimos anos, têm desenvolvido ambientes
virtuais com o objetivo de reunir o maior número de ferramentas que auxilie no processo
de ensino-aprendizagem.
Apesar desse grande avanço no desenvolvimento de ambientes virtuais de educação
à distância no Brasil, pouco se tem feito para avaliá-los no tocante à qualidade de suas
interfaces. É necessário analisar ou criar interfaces mais amigáveis que permitam ao
usuário uma melhor navegabilidade no sistema, bem como uma melhor comunicação entre
software e usuário.
A preocupação com o desenvolvimento de software não deveria ser apenas técnica,
ou seja, focar-se apenas na construção de procedimentos que realizem as tarefas propostas,
mas também incluir fatores humanos no desenvolvimento e melhoria do software. Por
exemplo, observar a forma com que os dados manipulados são apresentados para os
usuários, de que maneira a estrutura do software ajuda na realização de uma tarefa por
3
parte do usuário, dentre tantas outras preocupações que colocam o usuário do sistema
como centro das atenções. A disciplina Interação humano-computador (IHC) é uma área
multidisciplinar que envolve disciplinas como Ciência da Computação, Psicologia
Cognitiva, Engenharia, Design, Ergonomia, Psicologia Social e Organizacional, entre
outras, e tem contribuído para a eficácia desta tarefa.
Para se conseguir atingir esse grau de qualidade de software, é necessário realizar
testes de usabilidade. Nesses testes, serão levados em consideração também os anseios dos
usuários e as impressões causadas pelo sistema. Serão colhidas informações que servirão
de base para o desenvolvimento ou melhoramento das interfaces dos softwares em questão.
Contudo, grande parte dos desenvolvedores de software ainda dá pouca importância
ao processo de avaliação de usabilidade das interfaces. O custo é uma das principais causas
desta falta de interesse. As avaliações, muitas vezes, consomem muito tempo e altos custos
para a sua realização. Além do custo, o alto grau de complexidade do processo também
desmotiva a sua realização. Muitas vezes, é necessária a participação de profissionais
especialistas em usabilidade para conduzirem a avaliação.
Assim, faz-se necessária a aplicação de métodos capazes de reduzir os entraves que
impedem a popularização da avaliação de usabilidade das interfaces. Por isso, à luz desse
contexto, a presente pesquisa busca avaliar a usabilidade de interfaces, levando em
consideração a adoção de ferramentas mais simples e baratas de avaliação. Uma vez
melhorando a usabilidade de ambientes de ensino-aprendizagem, é possível ser melhorada
a qualidade do software.
1.2 Objetivos
O presente trabalho objetiva:
a) Avaliar a usabilidade de interfaces dos ambientes virtuais de educação à
distância desenvolvidos no Brasil e com distribuição gratuita, segundo os critérios
ergonômicos de Bastien e Scapin.
b) Identificar se as variáveis de controle tipo de ambiente (Aulanet, E-proinfo,
Teleduc), tipo de usuário (professor ou aluno), sexo, faixa etária, escolaridade,
experiência (com computador e Internet) influenciam na avaliação da usabilidade.
4
1.3 Relevância
O trabalho está inserido, na Engenharia de Produção, na área de Ergonomia e
Higiene e Segurança do Trabalho. Dentro desta área, a pesquisa se enquadra mais
especificamente na sub-área Ergonomia Cognitiva
(Software). No Programa de Pós-
graduação em Engenharia de Produção, está associada à área de concentração Gestão e
Inovação, na linha de pesquisa Ergonomia.
A pesquisa bibliográfica mostrou que escassez de trabalhos sobre avaliação das
interfaces dos ambientes virtuais de educação à distância no Brasil. Esse estudo pretende
preencher esta lacuna, particularmente quanto à avaliação da usabilidade dos ambientes
virtuais gratuitos
de educação à distância atualmente existentes no país. Essa avaliação está
diretamente relacionada com a qualidade do software, uma vez que a interação usuário-
sistema influencia diretamente no aproveitamento do usuário durante a sua imersão no
ambiente. Academicamente, o trabalha colabora para o avanço do conhecimento em
Interação Humano-computador (IHC), especificamente em usabilidade de interfaces web.
Em termos de relevância prática, o estudo poderá contribuir para o aprimoramento
de novos ambientes virtuais de educação à distância, bem como o melhoramento das
interfaces daqueles que se encontram em utilização no país. Além disso, servirá como
ferramenta de comparação, no tocante à usabilidade, entre os ambientes gratuitos
desenvolvidos e em uso no Brasil.
Outro ponto importante está no campo social. Sabe-se que o grande objetivo do
programa de educação à distância é levar o ensino àquelas pessoas impossibilitadas de
freqüentar uma sala de aula convencional, seja por motivo de tempo ou espaço. A partir
deste trabalho, com o melhoramento das interfaces dos ambientes que hoje se encontram
disponíveis, poderá haver um maior aproveitamento do processo de ensino-aprendizagem,
uma vez que o software/ambiente deixará de ser um entrave no processo e passará a ser um
facilitador. Assim, mais pessoas de diferentes realidades sociais, poderão ser incluídas no
processo de educação à distância, desde que equacionados os problemas da exclusão
digital.
1.4 Estrutura da Dissertação
O trabalho está dividido em cinco capítulos. O primeiro apresenta esta introdução;
o segundo capítulo é formado pelo embasamento teórico, no qual se fundamenta através da
5
literatura, os conceitos e histórico da educação à distância, ambientes virtuais de educação
à distância, os conceitos de usabilidade e ergonomia de software, avaliação de usabilidade
e as técnicas utilizadas para a avaliação de usabilidade de interfaces. O terceiro capítulo
apresenta a metodologia utilizada durante a execução da pesquisa, o que inclui a
classificação da pesquisa, o universo e amostra da pesquisa e a técnica de coleta e análise
dos dados. O quarto capítulo mostra os resultados com as análises e interpretação das duas
pesquisas de campo: a avaliação preditiva e a pesquisa com os usuários. O quinto capítulo
é composto pelas conclusões finais, as recomendações relacionadas ao trabalho, as
limitações da pesquisa e as indicações para estudos futuros.
6
Capítulo 2 - - Referencial Teórico
Este capítulo apresenta a fundamentação teórica que discute o conceito e o histórico
da educação à distância, define ambientes virtuais de educação à distância e descreve as
plataformas AulaNet, E-ProInfo e o Teleduc, objetos de investigação do presente trabalho.
No segundo bloco, expõe os conceitos de interface, ergonomia de software, critérios
ergonômicos, usabilidade e técnicas de avaliação de usabilidade com suas respectivas
classificações. Finaliza com a revisão da literatura, destacando os principais trabalhos
acadêmicos nesta área.
2.1 Educação à Distância
Existe uma divergência entre os autores quanto à data de surgimento da educação à
distância (EAD). Relatos remontam a origem da EaD deste as cartas e transcrições escritas
dos ensinamentos proferidos oralmente por Platão, na Grécia Antiga, passando pelas
experiências de ensino por correspondência, que começaram a se formalizar no século
XVIII, nos Estados Unidos (Schneider, 1999). Conforme Alves (2003), a EAD começou
no século XV quando Johannes Guttenberg inventou a imprensa, com composição de
palavras com caracteres móveis. Com a criação, tornou-se desnecessário ir às escolas para
assistir o venerando mestre ler, na frente de seus discípulos, o raro livro copiado. para
Loyolla e Prates (1998), o primeiro curso por correspondência ocorrera no final do século
XIX. Segundo Alves (2003), tem-se notícias das primeiras experiências pioneira de EAD
na Inglaterra, em 1840; na Alemanha, foi implementado em 1856; nos Estados Unidos,
notou-se o ensino por correspondência em 1874 e a Suécia registra a primeira experiência
no campo da EAD, em 1883.
O quadro 1 apresenta os principais acontecimentos que caracterizam a história da
EaD, segundo os estudos de Aretio (1994, citado por Barcia, Rodrigues Filho e Baraúna,
2000).
7
Q
UADRO
1 H
ISTÓRIA DA
E
DUCAÇÃO A
D
ISTÂNCIA
D
ATA
A
CONTECIMENTO
1728 Gazeta de Boston material de ensino e tutoria a distância
1833 Suécia ensino por correspondência
1840 Issac Pitman, um sistema de taquigrafia
1843 Fundação da Phonografic Correspondence Society
1856 Patrocínio da Sociedade de Línguas Modernas Ensino de francês por
Correspondência
1858 Universidade de Londres ensino por correspondência
1873 Boston Sociedade para promover o estudo em casa
1883 Nova Iorque Universidade por correspondência
1891 Chicago, França e Estados Unidos ensino por correspondência
1894 Inglaterra e Berlim cursos por correspondência
1897 EUA surge escola com ensino a distância, a Escola Americana
1898 Suécia Instituto de Correspondência
1903 Espanha Escola de Engenheiros
1905 Clavert de Baltimore escolas primárias a distância
1910 Austrália temas de educação secundária a distância
1911 Austrália Universidade de Queensland
1914 Noruega e Alemanha aulas a distância
1920 Antiga URSS sistema por correspondência
1922 Escola de Correspondência na Nova Zelândia
1938 CanaPrimeira Conferência Internacional sobre Educação por Correspondência
1939 França Centro Nacional de Ensino a Distância
1940 Europa diversos centros de ensino por correspondência
1946 Universidade do Sul da África
1947 Paris utilização da Radio Sorbone para aulas
1951 Universidade do Sul da África maior dedicação aos cursos a distância
1960 China aulas a distância
1962 Espanha utilização do rádio para ensino a distância
1963 Espanha criação de ensino a distância por rádio e televisão
França- ensino a distância por rádio
1968 Espanha Centro Nacional de Ensino Médio a Distância por rádio
1969 Open University Britânica pioneira no ensino a distância superior
Fonte: Aretio (1994 apud Barcia et al. (2000).
No entanto, o que vale ressaltar é que a educação à distância já existia muito antes
dos avanços tecnológicos encontrados atualmente. Daquela época em diante, a Educação à
Distância foi sendo desenvolvida utilizando-se dos mais variados ferramentais pedagógicos
possíveis, dependendo de fatores tais como: as características da escola e dos professores,
o tipo de curso ministrado, da distribuição geográfica entre escola e alunos e,
8
principalmente, a tecnologia disponível e a relação custo/benefício para o uso da mesma
(Loyolla e Prates, 1998).
Baseando-se em vários autores, Oliveira (2001b) caracteriza a história da educação
à distância em três gerações:
a) A invenção da escrita possibilitou que as pessoas escrevessem o que antes só
podiam dizer e, com isso, a educação à distância foi possível através das cartas e dos
livros. Assim, verifica-se o surgimento da primeira geração de EaD: a educação por
correspondência;
b) No começo dos anos 70, a educação à distância foi caracterizada pelo uso de novas
tecnologias, tais como, a televisão, vídeo-aulas, audiocassetes e sistemas de telefonia, além
do uso do próprio material impresso, com isso caracterizando a segunda geração de EaD.
Os meios tecnológicos disponíveis nessa época são usados apenas para passar a informação
aos aprendizes e não pressupõe nenhum tipo de interação do aluno com os meios que
transmitem a informação;
c) A terceira geração de EaD, na década de 90, é caracterizada pelo uso do
computador, da Internet e dos sistemas de videoconferência, além de incorporar as mídias
anteriores. O surgimento das redes de comunicação, em larga escala, tem permitido a
criação de diversos tipos de ambientes interativos e colaborativos.
A Internet tem se tornado gradativamente um meio comum de troca de
informações, tanto pela sociedade, informalmente, como pelas empresas, pela educação e
para a educação. Pode-se dizer que está em gestação uma mudança de paradigmas no que
se refere à educação à distância.
Antes da Internet, a EaD utilizava apenas tecnologias de comunicação de um-para-
muitos (rádio, TV) ou de um-para-um (educação por correspondência). A Internet oferece
as três possibilidades de comunicação: um-para-muitos, um-para-um e, sobretudo, muitos-
para-muitos. É essa interação ampla que confere à EaD uma maior versatilidade.
A interatividade propiciada pelo uso da Internet permite maior individualização do
processo educativo, propiciando uma educação à distância com qualidade, mesmo em
regiões remotas. Além disso, tem facilitado o compartilhamento de recursos de ensino
entre instituições com interesses e quadros complementares. Com a disseminação do uso
da Internet, tem sido possível ampliar as possibilidades de educação continuada, ao
permitir o estudo em casa ou no trabalho, em qualquer lugar, independente do horário
(Oliveira, 2001b).
9
Landim (1997), citado por Cordeiro (2000), analisando 21 conceitos e definições
sobre educação à distância, formuladas entre 1967 e 1994, pelos mais influentes estudiosos
do assunto, destaca suas principais características:
Separação física professor-aluno: O docente não está mais presente, mas através
de seu planejamento transmite saberes ao aluno.
Utilização de meios técnicos: possibilita romper as fronteiras e as distâncias;
Organização de apoio e tutoria: Tem a finalidade de motivar, apoiar e avaliar
continuamente a aprendizagem da educação;
Aprendizagem independente e flexível: O aluno tem a autonomia de escolher o
seu tipo de estudo, seu ritmo, estilo e método de aprendizagem;
Comunicação bidirecional: Possibilidade de um feedback entre docente e
discente;
Enfoque tecnológico: A educação é otimizada pela tecnologia;
Comunicação massiva: Possibilita a transmissão das mensagens para grande
número de pessoas eliminando fronteiras, espaços-temporais;
Procedimentos industriais: Acompanhamento de um grande número de pessoas
dispersas geograficamente com produção e distribuição massiva de materiais e
recursos didáticos.
Para a presente pesquisa, serão considerados elementos fundamentais dos conceitos
de Ensino a Distância a definição de Keegan (1991 apud ANTUNES et al., p.50):
"Separação física entre professor e aluno, que o distingue do presencial;
influência da organização educacional (planejamento, sistematização,
plano, projeto, organização dirigida, etc.) que a diferencia da educação
individual; utilização de meios técnicos de comunicação, usualmente
impressos, para unir o professor ao aluno e transmitir os conteúdos
educativos; previsão de uma comunicação-diálogo, e da possibilidade de
iniciativas de dupla via; possibilidade de encontros ocasionais com
propósitos didáticos e de socialização; e participação de uma forma
industrializada de educação".
No Brasil, não registros históricos do surgimento das entidades de EAD
brasileiras, o que dificulta um relato preciso para os estudiosos dessa área (Alves, 2003).
Tentando fazer um resgate da história da educação à distância no Brasil, Nunes (1994)
relata várias experiências inovadoras no campo da educação. Uma das primeiras
experiências universitárias de educação a distância no Brasil foi iniciada pela Universidade
de Brasília-UnB em meados da década de 1970, motivada pelo sucesso da iniciativa da
10
Open University britânica. A iniciativa inovadora da UnB não logrou sucesso, e pode
ser retomada a partir de 1985, sendo reconhecida como uma instituição inovadora neste
campo de atuação.
Outro marco histórico foi o surgimento, na segunda metade da década de 90, da
Universidade Virtual, entendida como ensino superior a distância com uso de Novas
Tecnologias de Comunicação e Informação (NTIC), em especial a Internet e a
videoconferência.
Uma das instituições pioneiras no EaD no Brasil, a UFSC, através do Laboratório
de Educação a Distância (LED) vem desenvolvendo estratégias e metodologias de EAD
em ambientes multimídias integrados por redes de comunicação, desde 1995 (Martins et al,
2002).
Nos anos de 1999 a 2001, ocorre o surgimento de grandes redes no cenário
nacional. A UNIREDE - Universidade Virtual Pública Brasileira, uma associação de
universidades públicas federais, estaduais e municipais; O CEDERJ, consórcio de
universidades públicas do estado do Rio de Janeiro; A Rede Brasileira de Educação a
Distância (RBED), composta por 10 instituições privadas; O Projeto VEREDAS, em
Minas Gerais, liderado pelo governo estadual e integrado por 18 instituições públicas,
particulares, comunitárias e confessionais; e, a RICESU, formada por instituições católicas
de ensino superior (Portal IG, 2003).
A formação dessas redes foi um passo importante para a integração das variadas
instituições que desenvolvem ações no campo da educação a distância e na divulgação de
inovações desenvolvidas no Brasil e exterior.
Em termos de políticas educacionais governamentais, o Programa Nacional de
Informática na Educação ProInfo caracteriza-se pela ação conjunta dos três níveis de
governo (federal, estaduais e municipais) para introdução e consolidação das tecnologias
da informação e da comunicação (TICs) no processo educacional público brasileiro. O
ProInfo foi criado em 1996, marcando uma nova fase da EaD no Brasil.
As bases legais para a modalidade de educação a distância só foram estabelecidas
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional na última década, através da Lei n.º
9.394, de 20 de dezembro de 1996, que foi regulamentada pelo Decreto n.º 5.622,
publicado no D.O.U. de 20/12/05 (que revogou o Decreto n.º 2.494, de 10 de fevereiro de
1998, e o Decreto n.º 2.561, de 27 de abril de 1998). Sua normatização foi definida pela
Portaria Ministerial n.º 4.361, de 2004 (que revogou a Portaria Ministerial n.º 301, de 07
de abril de 1998).
11
A regulamentação da EaD no Brasil tem evoluído desde então. Em 3 de abril de
2001, a Resolução n.º 1, do Conselho Nacional de Educação, estabeleceu as normas para a
pós-graduação lato e stricto sensu à distância. Em abril de 2003, a Secretaria de Educação
a Distância (SEED) do Ministério da Educação (MEC) divulga os “Referenciais de
Qualidade para Cursos a Distância”, dando um caráter mais amplo a indicadores que
norteiam a ação de credenciamento e recredenciamento de cursos à distância. Isso permitiu
uma base importante para avaliação da qualidade dos cursos a distância oferecidos.
2.1.1 Ambientes Virtuais de Aprendizagem
O uso da internet como ferramenta no processo de educação à distância tem
revolucionado as técnicas de interação entre professor e aluno até então conhecidas. Os
ambientes informáticos que permitem a gestão e a operacionalização de cursos à distância
com ênfase na interatividade são chamados de Ambientes Virtuais de Aprendizagem
(AVA). Para Moraes e Barros (2005), os AVA são sistemas compostos por recursos
tecnológicos - computadores, modem, servidores Web, software etc. - e elementos
humanos (associados, membros, colaboradores, mediadores e programadores). Esses tipos
de ambientes oferecem aos gestores todos os recursos necessários para a confecção e
implementação de cursos.
Na definição de Lopes, um Ambiente Virtual de Educação à Distância é um lugar,
no ciberespaço, acessado por meio de um computador conectado à Internet, que é
previamente desenvolvido e construído para disponibilizar os mais diversos recursos que
promovem o processo de ensino e aprendizagem. Assim, as pessoas podem aprender com o
auxílio de professores, monitores, especialistas e colegas de classe, espalhados em lugares
distintos, e construir novos conhecimentos. Esse espaço permite que as pessoas se
programem e estudem em dias e horários que acharem mais convenientes (Lopes, 2001).
Segundo Santos e Okada (2005, p.5), "os ambientes virtuais de aprendizagem
correspondem ao conjunto de elementos técnicos e principalmente humanos e seu feixe de
relações contido no ciberespaço (Internet) com uma identidade e um contexto específico
criados com a intenção clara do aprendizado”.
Os AVA agregam interfaces que permitem a produção de conteúdos e canais
variados de comunicação, permitem também o gerenciamento de banco de dados e
controle total das informações circuladas no e pelo ambiente. Essas características vêm
12
permitindo que um grande número de sujeitos geograficamente dispersos pelo mundo
possa interagir em tempos e espaços variados. Entretanto alguns AVA ainda assumem
estéticas que tentam simular as clássicas práticas presenciais, utilizando signos e símbolos
comumente utilizados em experiências tradicionais de aprendizagem (Santos e Okada,
2005).
Os ambientes devem ser construídos de forma que possibilitem, por meio de uma
interface, o acesso às diversas áreas existentes, que são responsáveis pelo convívio do
aluno dentro do ambiente, e ainda, permitir que o professor insira novas informações,
alimente determinadas áreas, publique notas, conceitos e apoio individualizado e
coletivo aos alunos (Lopes, 2001).
Para maior eficácia de uma ferramenta educativa baseada na web, deve-se, segundo
Lopes (2001), buscar oferecer ao máximo um ambiente que seja familiar ao usuário. É
importante que se desenvolva um ambiente que seja identificado pelos seus propósitos
educacionais e, além disso, exija pouco desdobramento do aluno e do professor para
dominar seu uso e suas ferramentas. Esses ambientes são formados por:
a)
Ferramentas de navegação que auxiliarão a movimentação do aluno nas páginas do
curso, bem como a visualização dos conteúdos;
b) Ferramentas de interatividade que permitirão aos alunos acessarem áreas como e-
mail, fórum, lista de discussão, chats, dentre outras;
c) Ferramentas de aprendizagem que possibilitarão o acesso a diferentes tipos de
arquivos e programas necessários à aprendizagem.
Existem diferentes tipos de AVA no ciberespaço. Cada um tem suas vantagens e
diferentes características de uso. Alguns ambientes geram custos elevados de aquisição e
outros são de domínio público, ou seja, são gratuitos. Durante a pesquisa, três ambientes
gratuitos se enquadraram aos objetivos do trabalho. São eles: Aulanet, e-Porinfo e Teleduc,
descritos a seguir.
2.1.1.1 Aulanet
O AulaNet é uma ferramenta de ensino à distância e um ambiente de software
baseado na Web, que foi desenvolvido inicialmente no Laboratório de Engenharia de
Software (LES) do Departamento de Informática da PUC-Rio, a partir de julho de 1997,
sob a coordenação dos professores Carlos Lucena e Hugo Fuks.
13
O AulaNet tem a filosofia de aplicar a tecnologia da informação (Internet, Intranets,
WWW etc) para a área de educação e treinamento, proporcionando um ambiente de
aprendizagem cooperativo, enfatizando a cooperação entre alunos e entre aluno e
professor.
A concepção do AulaNet é a de utilizar metáforas físicas da escola tradicional:
corredores, quadros negros, salas de aula e bibliotecas. Desta forma, os criadores do
AulaNet propõem uma abordagem cooperativa baseada na idéia de que, para cooperarem,
as pessoas têm que se coordenar, e, para se coordenar, é preciso se comunicar. Conforme
descrição de Yonezawa, Morgado e Reinhard (2001), o ambiente do AULANET faz uso de
uma série de mecanismos para tratar essas dimensões de comunicação, colaboração e
coordenação, descritos a seguir.
O mecanismo de comunicação oferece meios para a comunicação entre professor e
alunos e entre alunos. Os principais mecanismos de comunicação são: o contato com o
professor, o grupo de discussão, o grupo de interesse e o debate.
A coordenação é trabalhada por meio dos mecanismos de coordenação. Tais
mecanismos auxiliam no planejamento de tarefas e na avaliação. Agenda, notícias do
curso, prova, trabalho e exercício são exemplos de mecanismos de coordenação utilizados
pelo Aulanet.
Os mecanismos de cooperação oferecem os meios para a cooperação entre o
professor, alunos e entre os alunos. A cooperação aqui é entendida como a preparação do
material que os alunos consumirão e também, numa visão construtivista, como a permissão
para que outras pessoas possam preparar materiais que poderão ser incorporados ao curso.
Os mecanismos de cooperação o transparência (consiste na utilização de arquivos de
apresentação gerados por programas aplicativos com o Microsoft PowerPoint),
apresentações gravadas (conteúdo em mídia digital de vídeo e/ou áudio), textos de aula,
livro texto, bibliografia, demonstrações, co-autoria de professor (permite que o professor
convide outros professores para serem co-autores do seu curso), co-autoria de aluno
(permite que o professor escolha alunos para prepararem materiais para o curso).
Conforme informações obtidas no próprio site, o AulaNet possui a seguinte
premissa: os cursos criados devem possuir grande capacidade de interatividade, de forma a
atrair a participação intensa do aluno no processo de aprendizagem. O AulaNet está
disponível em
http://www.portalevoluir.com.br.
Lira, Nobreza e Lira (2000) observam que o Aulanet é uma ferramenta tecnológica
que trouxe um dos grandes avanços para a educação, possibilitando aos alunos organizar
14
suas atividades formativas em ritmo conveniente para eles, facilitando o acesso ou
distribuição do material didático a todos os participantes, assim como a interação entre
professor e aluno no momento mais conveniente para eles.
A figura
1 apresenta a tela de acesso para o Aulanet.
Figura 1: Tela inicial do ambiente Aulanet
Várias disciplinas de graduação e de pós-graduação da PUC-Rio utilizam o
AulaNet como complemento às suas atividades, assim como professores e alunos de
universidades de todo o país, por ser um projeto acadêmico não comercial. O AulaNet
também vem sendo utilizado por empresas interessadas em modernizar, agilizar e baratear
o treinamento.
2.1.1.2 E-Proinfo
O E-proinfo foi concebido e construído pela Secretaria de Educação a Distância
(SEED) e pelo Departamento de Infra-estrutura Tecnológica (DITEC) do MEC. O
desenvolvimento e a melhoria vêm sendo realizados em parceria com algumas instituições
15
de ensino, como UFRGS e PUC-SP. Seu uso é permitido de forma gratuita para as
instituições públicas.
O conceito do E-Proinfo pode ser entendido como um Ambiente Colaborativo de
Aprendizagem que utiliza a Tecnologia de Internet e permite a concepção, administração e
desenvolvimento de diversos tipos de ações, como cursos a distância, complemento a
cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativos e diversas outras formas de
apoio a distância e ao processo ensino-aprendizagem.
O ambiente foi desenvolvido para complementar o programa educacional ProInfo,
que visa introduzir Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas escolas públicas
do Brasil, como ferramenta de apoio ao processo ensino-aprendizagem. O ambiente do
MEC não necessita de infra-estrutura para sua instalação, pois o sistema fica instalado no
servidor do próprio MEC. As instituições públicas cadastradas podem acessar o ambiente
usando os computadores que têm disponíveis. Atualmente está sendo implantado em todos
os Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets) espalhados pelo Brasil.
Apesar da adoção desta plataforma ter recebido atenção no ensino superior, há
poucos registros de pesquisas acadêmicas que descrevam a experiência da utilização do E-
Proinfo (Testa, 2006; Pithon; Brochado, 2006). O trabalho de Pithon e Brochado (2006)
relata a sua utilização em disciplinas do curso de Engenharia de Produção do CEFET/RJ.
Os autores mostraram que essa plataforma tem permitido o desenvolvimento da capacidade
do aluno de trabalhar em grupo e à distância em ambientes virtuais.
A estrutura do E-ProInfo está composta de dois ambientes: o site do Participante e o
site do Administrador, que estão disponíveis em:
http://www.eproinfo.mec.gov.br e
http://www.eproinfo.mec.gov.br/adm, respectivamente.
O site do Participante permite que pessoas interessadas se inscrevam e participem
dos cursos e diversas outras ações oferecidas por várias entidades conveniadas. Nesse site,
os participantes têm acesso a conteúdos, informações e atividades organizadas por módulos
e temas, além de poderem interagir com coordenadores, instrutores, orientadores,
professores, monitores e com outros colegas participantes.
No Ambiente Colaborativo do e-ProInfo, um conjunto de recursos disponíveis
para apoio às atividades dos participantes, entre eles, Tira-dúvidas, Notícias, Avisos,
Agenda, Diário e Biblioteca. Um conjunto de ferramentas está disponível para apoio a
interação entre os participantes, entre eles, e-mail, chat, fórum de discussões e banco de
projetos; e um outro conjunto de ferramentas para avaliação de desempenho, como
questionários e estatísticas de atividades.
16
O site do Administrador permite que pessoas credenciadas pelas entidades
conveniadas desenvolvam, ofereçam, administrem e ministrem cursos a distância e
diversas outras ações de apoio a distância ao processo ensino-aprendizagem, configurando
e utilizando todos os recursos e ferramentas disponíveis no ambiente. Cada Entidade pode
estruturar diversos cursos ou outras ações compostas por dulos e, estes, por Atividades.
Os participantes se inscrevem em cursos e, sendo aceitos pelo Administrador, podem se
vincular a Turmas, através das quais cursam seus respectivos Módulos.
Na figura 2, é apresentada a tela inicial do ambiente e-Proinfo.
Figura 2: Tela Inicial do Ambiente e-Proinfo
O E-ProInfo já foi usado para a formação de 50 mil alunos, a maioria funcionários
públicos, em 235 cursos de aperfeiçoamento profissional. A partir do trabalho em
cooperação da SEED e de outros órgãos do MEC com 112 instituições, entre Secretarias de
Educação dos Estados, Municípios e Distrito Federal, universidades, centros de pesquisas,
etc., dezenas de cursos a distância foram e vem sendo desenvolvidos no ambiente E-
proinfo, que recebeu uma dia superior a 45.000 acessos mensais em 2005 (EPROINFO,
2005).
17
2.1.1.3 Teleduc
O TelEduc é um ambiente para a criação, participação e administração de cursos na
Web, que foi concebido tendo como alvo o processo de formação de professores para
informática educativa, baseado na metodologia de formação contextualizada desenvolvida
por pesquisadores do NIED (Núcleo de Informática Aplicada à Educação) da Universidade
de Campinas (UNICAMP). O TelEduc está disponível em:
http://teleduc.nied.unicamp.br/teleduc/ .
O ambiente é parte integrante de várias pesquisas acadêmicas que vêm sendo
desenvolvidas na Unicamp. O Nied, como uma de suas linhas de pesquisa, tem realizado
diversos cursos a distância através do TelEduc desde 1998, acompanhando
progressivamente o desenvolvimento do ambiente sob a orientação da professora Drª.
Heloísa Vieira da Rocha.
Rocha et al. (2002) descreve a arquitetura básica do ambiente TelEduc, conforme a
visualiza-se na Figura 3.
Figura 3: Arquitetura básica do ambiente TelEduc
Segundo o próprio site, o TelEduc foi concebido tendo como elemento central a
ferramenta que disponibiliza Atividades. Isso possibilita a ação onde o aprendizado de
conceitos em qualquer domínio do conhecimento é feito a partir da resolução de
18
problemas, com o subsídio de diferentes materiais didáticos como textos, software,
referências na Internet, dentre outros, que podem ser colocadas para o aluno usando
ferramentas como: Material de Apoio, Leituras, Perguntas Freqüentes etc.
A figura 4 mostra a tela inicial do Teleduc.
Figura 4: Tela Inicial do Ambiente Teleduc
O ambiente TelEduc cresceu e se solidificou e, em fevereiro de 2001, foi
disponibilizada sua primeira versão como um software livre. A partir deste lançamento,
fato inédito no cenário nacional de software para EaD, inúmeras instituições públicas e
privadas como UFRGS, USF, PUCSP, FUNDAP, Secretaria da Fazenda do Estado de
São Paulo, Universidade de Uberaba, UNICAMP, UNB etc. - passaram a usar o TelEduc
(Rocha et al., 2002). O uso do Teleduc, nos mais diferentes contextos, levou à
implementação de novas ferramentas e contínuas atualizações e reestruturações. A versão
atual apresenta suporte para múltiplas línguas, de modo a atender a atual demanda
internacional de uso do ambiente.
Além das experiências relatadas em Rocha et al (2002), outros relatos
acadêmicos do uso dessa ferramenta tecnológica. Uma dessas experiências é relatada por
Silva, Coutinho e Montevechi (2004), onde mencionam que os alunos aprovaram o
19
trabalho desenvolvido e consideraram que o ambiente virtual TelEduc auxiliou na
aprendizagem do conteúdo da disciplina de Pesquisa Operacional e que agregou,
complementou e desenvolveu conhecimentos aos cursos de Engenharia de Produção.
Outra experiência de sucesso de uso do TelEduc na educação à distância foi
relatado por Evangelista e Heckler (2006), que utilizado pelos alunos do Curso de
Engenharia de Produção Agroindustrial da Sociedade Educacional de Três de Maio
(SETREM), da UNIJUÍ. As vantagens indicadas pela pesquisa do TelEduc no EaD foram
as seguintes: 42% informaram a facilidade de acesso em qualquer horário; 35%, com
acesso de qualquer local; 12% pelo registro de dados dos acessos dos alunos, como
entradas e saídas e disponibilização de materiais e, 12% pela agilidade na comunicação.
Ficou comprovado que quem acessa diariamente a Internet aprende e compreende mais
rapidamente os conteúdos fixados nos itens disponíveis.
Outra referência ao uso do TelEduc foi encontrada em Kaufmann (2005), onde são
discutidas as ações do Centro Universitário UNIVATES. Esta instituição utiliza o Teleduc
como ferramenta para suas experiências em educação à distância e também como apoio às
aulas presenciais. O autor conclui que o TElEduc tem permitido intensa comunicação entre
os participantes do curso e ampla visibilidade dos trabalhos desenvolvidos.
Encontra-se outra referência do Teleduc como um exemplo de adoção de software
livre pela Secretaria de Ensino à Distância (SEDIS) da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte - UFRN (Ramos e Oliveira, 2006). O uso desse ambiente virtual de
aprendizado na UFRN está alinhado com a diretriz do atual governo federal, no sentido do
ensino público venha a adotar ferramentas de plataforma aberta para o ensino à distância.
O Teleduc, como um dos vários projetos que investigam soluções para apoiar o
processo de EaD no Brasil, permite aplicar as suas descobertas em uma nova concepção de
sistemas para a geração, tratamento e difusão de conhecimento através de uma ferramenta
que pode apoiar efetivamente o processo de ensino/aprendizagem (Carniel et al., 2005).
2.2 Interface humano-computador
Segundo Rocha e Baranauskas (2003), o desempenho humano no uso de
computadores e de sistemas de informação tem sido uma área de pesquisa e
desenvolvimento que muito se expandiu nas últimas décadas. Contribuições de diversas
áreas são observadas. Além da Psicologia Experimental, outras contribuições também
advêm da Psicologia Educacional, do Design Instrucional e Gráfico, dos Fatores Humanos
20
ou Ergonômicos, e bem mais recentemente, da Antropologia e da Sociologia.
Interface é um meio através do qual as pessoas e o computador se comunicam (IBM
apud Batista, 2003). É a camada mais próxima do usuário. Ela é o lugar de contato, de
trocas, de comunicação (Rhéaume apud Batista, 2003).
Para Souza et al. (2003), a interface gráfica de um sistema computacional é o
dispositivo que serve de agente de comunicação entre duas entidades comunicantes, que se
exprimem através de uma linguagem específica. Além de assegurar a conexão física
através dos dispositivos de entrada (periféricos do hardware), a interface deve permitir a
tradução da linguagem de forma facilitada. No caso da IHC, trata-se de fazer a conexão
entre a linguagem externa do sistema e o sistema sensório-motor do usuário.
A interface com o usuário é formada por apresentações de informações, de dados,
de controles e de comandos. Ela também solicita e recepciona as entradas de dados, de
controles e de comandos. Finalmente, ela controla o diálogo entre as apresentações e as
entradas. Uma interface tanto define as estratégias para a realização da tarefa, como
conduz, orienta, recepciona, alerta, ajuda e responde ao usuário durante as interações
(Cybis, 2003).
Portanto, em todo e qualquer software, a interface deve facilitar o processo de
comunicação, ajudando o usuário a obter um melhor desempenho em sua área específica,
permitindo atingir seu objetivo com rapidez e exatidão, demonstrando, de algum modo,
acompanhar o processo cognitivo do usuário (Gonçalves, 2001).
Uma interface amigável é agora uma parte muito mais importante dos
computadores do que costumava ser. Quando o computador era usado por um pequeno
número de pessoas que desenvolviam tarefas especializadas, era natural exigir um alto
nível de aprendizagem e perícia dos usuários. Agora uma larga proporção dos recursos
computacionais é dedicada a tornar a vida mais fácil para o usuário. O termo Human-
Computer Interaction (HCI), traduzido como Interação Homem-Computador (IHC), foi
introduzido em meados dos anos 80 como um meio de descrever esse novo campo de
estudo, que se preocupa com o relacionamento entre o homem e o computador (Rubin,
1994 apud Gonçalves, 2001).
Para se projetar uma interface, o se deve apenas se preocupar com combinações
de tamanhos e cores de letras. Deve-se incluir, nessa análise, a forma com que as pessoas
irão interagir a partir de seus critérios cognitivos e emocionais, ou seja, a forma pela qual
acontecerá a interação entre as partes. Isso não quer dizer que se deve projetar uma
interface para cada usuário, mas sim, projetá-las para cada público alvo ao qual aquela
21
interface deseja atingir (Rocha e Baranauskas, 2003).
2.3 Ergonomia e Usabilidade
Ergonomia
Iida (1998) diz que ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho ao homem. Os
objetivos práticos da ergonomia são a segurança, a satisfação e o bem-estar dos
trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos.
Dias e Másculo (2005), definindo a Ergonomia do Software, afirmam que esta área
trata de aspectos relativos aos programas e à programação e busca melhorar a capacidade
de utilização – usabilidade - dos softwares por usuários de diferentes características.
Na última década, as pesquisas nas áreas de Ergonomia e Engenharia de Software
resultaram no advento de uma nova área de conhecimento: a Ergonomia de Software. Seu
objetivo é buscar ferramentas e critérios para solucionar os problemas criados com o
desenvolvimento de sistemas de computador (Gonçalves, 2001).
O processo de desenvolvimento de software geralmente é composto de duas
dimensões básicas: o das pessoas que fazem o software (dimensão interna) e das pessoas
que o usam (dimensão externa) (Meuer apud Gonçalves, 2001).
Antes do advento da Ergonomia de Software, freqüentemente, os ergonomistas
tinham uma visão parcial do processo, dando demasiada atenção à lógica do
funcionamento do software, a dimensão interna, negligenciando a lógica da utilização, a
dimensão externa (Gonçalves, 2001).
É objetivo da Ergonomia de software considerar essas duas lógicas, utilização e
funcionamento, durante o processo de desenvolvimento, a fim de garantir uma melhor
adaptação do software às expectativas do usuário (Gonçalves, 2001). Esse objetivo é
alcançado através de critérios ergonômicos
, que são usados para auxiliar na concepção e
avaliação da interface do software, colaborando para a interação homem-computador.
Usabilidade
Segundo Santos (2000), usabilidade pode ser compreendida como a capacidade, em
termos funcionais humanos, de um sistema ser usado facilmente e com eficiência pelo
usuário. Para Moraes (1999 apud Lima, 2003), usabilidade diz respeito à habilidade do
software em permitir que o usuário alcance facilmente suas metas de interação com o
sistema. Desta forma, problemas de usabilidade estão relacionados com o diálogo da
22
interface. Algumas deficiências deste tipo incluem: incompatibilidade entre produtos,
inconsistência, decodificação difícil e estranheza.
Segundo Jordan (1998) citado por Kulczynskyj (2002), um exemplo de usabilidade
seria um produto para ser utilizado em emergências como um extintor de incêndio. Ele
deve ser de fácil manuseio, pois normalmente ele é utilizado em situações onde o usuário
esta sob tensão. Certamente poderão ocorrer sérias conseqüências se o usuário tiver
dificuldades ou dúvidas de como manusear o extintor. Isto mostra que a falta de
usabilidade é considerada um fator causador de acidentes.
Para Bevan (1999), um sistema, para ser bem aceito por parte de seus usuários,
deve possuir uma boa usabilidade. Desta forma, a usabilidade refere-se à capacidade de um
software ser compreendido, aprendido, utilizado e ser atrativo para o usuário, em
condições específicas de utilização. A Internacional Standard Organization (ISO) dispõe de
duas definições de usabilidade, segundo normas específicas (Bevan, 1999):
ISO/IEC 9126: “A usabilidade refere-se à capacidade de um software de ser
compreendido, aprendido, utilizado e ser atrativo para o utilizador, em
condições específicas de utilização”;
ISO/IEC 9241: “A usabilidade é a efetividade, eficiência e satisfação com a
que um produto permite atingir objetivos específicos a utilizadores
específicos num contexto de utilização específico”. Esta definição é
centrada no conceito de qualidade de utilização, isto é, refere-se a como o
utilizador realiza tarefas específicas em cenários específicos com
efetividade.
Bastien e Scapin (1997) consideram que a usabilidade esdiretamente ligada ao
diálogo na interface. Segundo eles, é a capacidade do software em permitir que o usuário
alcance suas metas de interação com o sistema.
Nielsen (1993) diz que para que o sistema tenha boa usabilidade, é necessário
atender aos seguintes requisitos: ser de fácil aprendizagem, ser eficiente na utilização, ser
fácil de lembrar, ter poucos erros e satisfazer subjetivamente. Para o autor, esses cinco
atributos compõem a natureza multidimensional da usabilidade.
Percebe-se que todos os conceitos assemelham-se, pois colocam o usuário como
centro das atenções na hora de projetar uma interface. Os critérios ergonômicos são uma
ferramenta extremamente útil ao projeto de dispositivos interativos e ajuda a identificar
problemas de usabilidade. Estes critérios definem quais são as qualidades que devem ser
23
atribuídas ao software durante o projeto, para que, durante a interação, satisfaçam
plenamente o usuário (Souza et al., 2003).
A seguir, são especificados os critérios ergonômicos que são as dimensões de
usabilidade que foram utilizados neste trabalho para a avaliação da interface dos ambientes
virtuais de aprendizagem à distância, tanto do ponto de vista de um checklist quanto da
percepção do usuário.
2.3.1 Critérios Ergonômicos
A Interação Homem Computador (IHC) tem definido normas e critérios
ergonômicos de avaliação e validação das interfaces de ambientes, dos computadores e
seus periféricos (Andrade, 2002). Critérios ergonômicos são ferramentas que auxiliam
avaliações de interfaces homem-computador (Barros, 2003).
Desde 1986, Dominique Scapin e Christian Bastien, pesquisadores do instituto
francês Institut National de Recherche en Informatique et en Automatique (INRIA), m
estudado sobre ergonomia de interfaces homem-computador, de modo a tornar facilmente
disponíveis os conhecimentos nessa disciplina, tanto para especialistas como para não
especialistas. O sistema de critérios visa a recuperação de conhecimento ergonômico para
avaliação de sistemas interativos, tendo como base um conjunto de dimensões específicas
de usabilidade (Scapin e Bastien, 1997). Os autores comentam que, através de
experimentos variados, esse conjunto de critérios está sendo continuadamente validado e
apurado em suas definições.
A tabela 1 mostra a estrutura dos critérios, segundo sua hierarquia. Em seguida, é
fornecido um conjunto detalhado de definições destas dimensões, tendo como fonte
bibliográfica o artigo de Scapin e Bastien (1997).
Para Aranha (2004), os critérios ergonômicos possibilitam revelar aspectos da
tarefa de trabalho que devem ser observados e levados em consideração no projeto de
Sistema de Gerenciamento de aprendizagem Virtual (LMS).
24
CRITÉRIOS PRINCIPAIS SUB-CRITÉRIOS CRITÉRIOS ELEMENTARES
Presteza
Feedback Imediato
Legibilidade
Agrupamento/Distinção por Localização
Condução
Agrupamento/Distinção
de Itens
Agrupamento/Distinção por Formato
Concisão Brevidade
Ações Mínimas
Carga de Trabalho
Densidade Informacional
Ações Explícitas do Usuário
Controle Explícito
Controle do Usuário
Flexibilidade
Adaptabilidade
Experiência do Usuário
Proteção Contra Erros
Mensagens de Erro
Gestão de Erros
Correção de Erros
Consistência
Significado
Compatibilidade
Tabela 1: Critérios Ergonômicos de Bastien e Scapin
Fonte: Cybis (2003)
O mapeamento da tarefa a ser executada e da inteligência do usuário que são
fundamentais à execução dos comandos de operação do LMS contribuem para que o
projetista conheça os problemas enfrentados pelos usuários na aprendizagem e operação do
sistema.
2.3.1.1 Condução
O software ergonômico aconselha, orienta, informa, e conduz o usuário na
interação com o computador (mensagens, alarmes, rótulos, etc.), possibilitando:
- a localização do usuário, ou seja, que saiba, a qualquer hora, onde se encontra,
numa seqüência de interações ou na execução de uma tarefa;
- conhecimento das ações permitidas, bem como suas conseqüências;
- obtenção de informações suplementares (eventualmente por demanda).
Presteza
A presteza diz respeito às informações que permitem ao usuário identificar o estado
ou contexto no qual se encontra, bem como as ferramentas de ajuda e o modo de acesso,
incluindo todos os mecanismos ou meios que permitam ao usuário conhecer as
alternativas, em termos de ações, conforme o estado ou contexto no qual ele se encontra.
25
Esse sub-critério engloba os meios utilizados para levar o usuário a realizar determinadas
ações.
O software prestativo guia o usuário e poupa-o do aprendizado de uma série de
comandos, permitindo ao usuário saber o modo ou o estado e onde se encontra no diálogo,
bem como o que fez para se encontrar nessa situação. Uma boa presteza facilita a
navegação no aplicativo e diminui a ocorrência de erros.
Feedback Imediato
Feedback imediato diz respeito às respostas do sistema às ões do usuário. Estas
entradas podem ir do simples pressionar de uma tecla, até uma lista de comandos. As
respostas do computador devem ser fornecidas, de forma rápida, com um tempo de
resposta apropriado e consistente para cada tipo de transação. Uma resposta rápida deve ser
fornecida com informação sobre a transação solicitada e seu resultado.
A qualidade e rapidez do feedback são dois fatores importantes para o
estabelecimento de satisfação e confiança do usuário, assim como para o entendimento do
diálogo. Esses fatores possibilitam que o usuário tenha um melhor entendimento do
funcionamento do sistema.
A ausência de feedback ou sua demora podem ser desconcertantes para o usuário.
Os usuários podem suspeitar de uma falha no sistema, e podem tomar atitudes prejudiciais
para os processos em andamento.
Legibilidade
A performance melhora quando a apresentação da informação leva em conta as
características cognitivas e perceptivas dos usuários. Uma boa legibilidade facilita a leitura
da informação apresentada.
Legibilidade diz respeito às características lexicais das informações apresentadas na
tela que possam dificultar ou facilitar a leitura dessa informação (brilho do caractere,
contraste letra/fundo, tamanho da fonte, espaçamento entre palavras, espaçamento entre
linhas, espaçamento de parágrafos, comprimento da linha, etc).
Agrupamento/Distinção de Itens
A compreensão de uma tela pelo usuário depende, entre outras coisas, da
ordenação, do posicionamento, e da distinção dos objetos (imagens, textos, comandos, etc)
que são apresentados. Os usuários vão detectar os diferentes itens ou grupos de itens, e
26
aprender suas relações mais facilmente, se, por um lado, eles forem apresentados de uma
maneira organizada (por exemplo, ordem alfabética, freqüência de uso, etc), e por outro
lado, os itens ou grupos de itens forem apresentados em formatos, ou codificados de
maneira a indicar suas similaridades ou diferenças. Além disso, a aprendizagem e a
recuperação de itens ou de grupos de itens será melhorada.
Essa qualidade diz respeito à organização visual dos itens de informação,
relacionados uns com os outros, levando em conta a topologia (localização) e algumas
características gráficas (formato) para indicar as relações entre os rios itens mostrados,
apontando se pertencem ou não, a uma dada classe, ou indicando diferenças entre classes.
Essa qualidade também diz respeito à organização dos itens de uma classe. O critério
agrupamento/distinção de itens está subdividido em dois critérios elementares:
agrupamento/distinção por localização e agrupamento/distinção por formato.
A qualidade de agrupamento/distinção por localização diz respeito ao
posicionamento relativo dos itens, estabelecido para indicar se eles pertencem ou não a
uma dada classe, ou, ainda, para indicar diferenças entre classes, e o posicionamento
relativo dos itens dentro de uma classe.
Será mais fácil para o usuário perceber relacionamento(s) entre itens ou classes de
itens, se diferentes formatos ou diferentes códigos ilustrarem suas similaridades ou
diferenças. Tais relacionamentos serão mais fáceis de aprender e de lembrar.
A qualidade de agrupamento/distinção por formato diz respeito mais
especificamente às características gráficas (formato, cor, etc.) que indicam se itens
pertencem ou não a uma dada classe, ou que indicam distinções entre classes diferentes, ou
ainda distinções entre itens de uma dada classe.
2.3.1.2 Carga de Trabalho
Quanto maior for a carga de trabalho cognitivo para o usuário, maior será a
probabilidade de cometer erros, além disso, quanto menos o usuário for distraído por
informação desnecessária, mais será capaz de desempenhar suas tarefas eficientemente,
pois quanto menos ações são necessárias, mais rápidas as interações.
O critério Carga de Trabalho, que define o software econômico, diz respeito a todos
elementos da interface que m um papel importante na redução da carga cognitiva e
perceptiva do usuário, e no aumento da eficiência do diálogo.
27
O critério Carga de Trabalho está dividido em dois sub-critérios: Brevidade (que
inclui Concisão e Ações Mínimas) e Densidade Informacional.
Brevidade
A capacidade da memória de curta duração é limitada. Conseqüentemente, quanto
menos entradas, menor a probabilidade de cometer erros. Além disso, quanto mais sucintos
forem os itens, menor será o tempo de leitura, e quanto mais numerosas e complexas forem
as ações necessárias para se chegar a uma meta, maior será a carga de trabalho e a
probabilidade de ocorrência de erros.
O software breve respeita a capacidade de trabalho perceptivo e cognitivo do
usuário, tanto para entradas e saídas individuais, quanto para conjuntos de entradas (isto é,
conjuntos de ações necessárias para se alcançar uma meta). Brevidade corresponde ao
objetivo de limitar a carga de trabalho de leitura e entradas, e o número de passos. O sub-
critério Brevidade se divide em duas qualidades elementares: Concisão e Ações Mínimas.
O critério elementar Concisão diz respeito à carga perceptiva e cognitiva de saídas
e entradas individuais. Quanto mais numerosas e complexas forem as ações necessárias
para se chegar a uma meta, maior será a carga de trabalho e a probabilidade de ocorrência
de erros. Por isso, a qualidade Ações Mínimas diz respeito à carga de trabalho em relação
ao número de ações necessárias à realização de uma tarefa. Trata-se de limitar, tanto
quanto possível, o número de passos pelos quais o usuário deve passar.
Densidade Informacional
A carga de memorização do usuário deve ser minimizada. Usuários não devem ter
que memorizar listas de dados ou procedimentos complicados. Eles não devem, também,
precisar executar tarefas cognitivas complexas quando estas não estão relacionadas com a
tarefa em questão.
Na maioria das tarefas, a performance dos usuários é diminuída quando a densidade
da informação é muito alta ou muito baixa, nestes casos, a ocorrência de erros é mais
provável. Itens que não estão relacionados à tarefa devem ser removidos.
A qualidade Densidade Informacional diz respeito à carga de trabalho do usuário,
de um ponto de vista perceptivo e cognitivo, com relação ao conjunto total de itens de
informação apresentados aos usuários, e não a cada elemento ou item individual.
28
2.3.1.3 Controle Explícito
Com um software obediente o usuário tem o controle explícito sobre os
processamentos do sistema. Quando os usuários definem explicitamente suas entradas, e
quando estas entradas estão sob controle, os erros e as ambigüidades são limitados. Além
disso, o sistema será mais bem aceito pelos usuários se eles tiverem controle sobre o
diálogo. O software obediente se define em dois sub-critérios: Ações Explícitas do Usuário
e Controle do Usuário.
Ações Explícitas do Usuário
O subcritério Ações Explícitas do Usuário se refere às relações entre o
processamento pelo computador e as ações do usuário. Esta relação deve ser explícita, isto
é, o computador deve processar somente aquelas ões solicitadas pelo usuário e somente
quando solicitado a fazê-lo.
Quando o processamento pelo computador resulta de ações explícitas dos usuários,
estes aprendem e entendem melhor o funcionamento da aplicação, e menos erros são
observados.
Controle do Usuário
O sub-critério Controle do Usuário se refere ao fato de que os usuários deveriam
estar sempre no controle do processamento do sistema (por exemplo, interromper,
cancelar, suspender e continuar). Cada ação possível do usuário deve ser antecipada e
opções apropriadas devem ser oferecidas.
O controle sobre as interações favorece a aprendizagem e assim diminui a
probabilidade de erros. Como conseqüência, o computador se torna mais previsível.
2.3.1.4 Adaptabilidade
A adaptabilidade de um sistema diz respeito a sua capacidade de reagir conforme o
contexto, e conforme as necessidades e preferências do usuário. Dois sub-critérios
participam da adaptabilidade: a flexibilidade e a consideração da experiência do usuário.
Uma interface não pode atender ao mesmo tempo a todos os seus usuários em
potencial. Para que não tenha efeitos negativos sobre o usuário, a interface deve, conforme
o contexto, se adaptar a ele. Por outro lado, quanto mais variadas são as maneiras de
realizar uma tarefa, maiores são as chances do usuário de escolher e dominar uma delas no
29
curso de seu aprendizado. Deve-se, portanto, fornecer ao usuário procedimentos, opções,
comandos diferentes permitindo alcançar um mesmo objetivo.
Flexibilidade
A flexibilidade se refere aos meios colocados à disposição do usuário que permite
personalizar a interface a fim de levar em conta as exigências da tarefa, de suas estratégias
ou seus bitos de trabalho. Corresponde também ao número de diferentes maneiras à
disposição do usuário para alcançar um certo objetivo, e, portanto, da capacidade da
interface se adaptar as variadas ações do usuário.
Quanto mais formas de efetuar uma tarefa existirem, maiores serão as chances de
que o usuário possa escolher e dominar uma delas no curso de sua aprendizagem.
Experiência do Usuário
A consideração da experiência do usuário diz respeito aos meios implementados
que permitem que o sistema respeite o nível de experiência do usuário.
O grau de experiência dos usuários pode variar, pois podem se tornar especialistas,
devido a utilização continuada, bem como menos especialistas, depois de longos períodos
de não utilização. A interface deve também ser concebida para lidar com as variações dos
níveis de experiência. Usuários experientes não têm as mesmas necessidades informativas
que novatos. Todos os comandos ou opções não precisam ser visíveis o tempo todo. Os
diálogos de iniciativa somente do computador, entediam e diminuem o rendimento do
usuário experiente. Os atalhos, ao contrário, podem permitir rápido acesso as funções do
sistema. Pode-se fornecer aos usuários inexperientes diálogos bem conduzidos, ou mesmo
passo à passo. Portanto, meios diferenciados devem ser previstos para lidar com diferenças
de experiência, permitindo que o usuário delegue ou se aproprie da iniciativa do diálogo.
2.3.1.5 Gestão de Erros
A gestão de erros diz respeito a todos os mecanismos que permitem evitar ou
reduzir a ocorrência de erros, e quando eles ocorrem, que favoreçam sua correção. Os erros
são aqui considerados como entrada de dados incorreta, entradas com formatos
inadequados, entradas de comandos com sintaxes incorretas, etc. As interrupções
provocadas pelos erros têm conseqüências negativas sobre a atividade do usuário.
Geralmente, elas prolongam as transações e perturbam o planejamento. Quanto menor é a
possibilidade de erros, menos interrupções ocorrem e melhor é o desempenho.
30
Três sub-critérios participam da manutenção dos erros: a proteção contra os erros, a
qualidade das mensagens de erro e a correção dos erros.
Proteção Contra Erros
A proteção contra os erros diz respeito aos mecanismos empregados para detectar e
prevenir os erros de entradas de dados ou comandos, ou possíveis ações de conseqüências
desastrosas e/ou não recuperáveis.
É preferível detectar os erros no momento da digitação do que no momento da
validação. Isto pode evitar perturbações no planejamento da tarefa.
Mensagens de Erro
A qualidade das mensagens refere-se a pertinência, a legibilidade e a exatidão da
informação dada ao usuário sobre a natureza do erro cometido (sintaxe, formato etc), e
sobre as ações a executar para corrigi-lo.
A qualidade das mensagens favorece o aprendizado do sistema indicando ao
usuário a razão ou a natureza do erro cometido, o que ele fez de errado, o que ele deveria
ter feito e o que ele deve fazer.
Correção de Erros
O sub-critério Correção de Erros diz respeito aos meios colocados a disposição do
usuário com o objetivo de permitir a correção de seus erros. Os erros são bem menos
perturbadores quando eles são fáceis de corrigir.
2.3.1.6 Consistência
O critério homogeneidade/coerência refere-se à forma na qual as escolhas na
concepção da interface (códigos, denominações, formatos, procedimentos etc) o
conservadas idênticas em contextos idênticos, e diferentes para contextos diferentes.
Os procedimentos, rótulos, comandos etc são mais bem reconhecidos, localizados e
utilizados, quando seu formato, localização, ou sintaxe são estáveis de uma tela para outra,
de uma seção para outra. Nestas condições o sistema é mais previsível e a aprendizagem
mais generalizável; os erros são diminuídos. É necessário escolher opções similares de
códigos, procedimentos, denominações para contextos idênticos, e utilizar os mesmos
meios para obter os mesmos resultados. É conveniente padronizar, tanto quanto possível,
31
todos os objetos quanto ao seu formato e sua denominação, e padronizar a sintaxe dos
procedimentos. A falta de homogeneidade é também uma razão importante da recusa na
utilização.
2.3.1.7 Significado dos Códigos e Denominações
O critério Significado dos Códigos e Denominações diz respeito à adequação entre
o objeto ou a informação apresentada ou pedida, e sua referência. Códigos e denominações
significativas possuem uma forte relação semântica com seu referente. Termos pouco
expressivos para o usuário podem ocasionar problemas de condução onde ele pode ser
levado a selecionar uma opção errada.
Quando a codificação é significativa, a recordação e o reconhecimento são
melhores. Códigos e denominações não significativos para os usuários podem lhes sugerir
operações inadequadas para o contexto, lhes conduzindo a cometer erros.
2.3.1.8 Compatibilidade
O critério Compatibilidade refere-se ao acordo que possa existir entre as
características do usuário (memória, percepção, hábitos, competências, idade, expectativas
etc) e das tarefas, de uma parte, e a organização das saídas, das entradas e do diálogo de
uma dada aplicação, de outra. Diz respeito também, ao grau de similaridade entre
diferentes ambientes e aplicações.
A transferência de informações de um contexto à outro é tanto mais rápida e eficaz
quanto menor é o volume de informação que deve ser recodificada.
A eficiência é aumentada quando os procedimentos necessários ao cumprimento da
tarefa são compatíveis com as características psicológicas do usuário; os procedimentos e
as tarefas são organizados de maneira a respeitar as expectativas ou costumes do usuário;
quando as traduções, as transposições, as interpretações, ou referências a documentação
são minimizadas.
Os desempenhos o melhores quando a informação é apresentada de uma forma
diretamente utilizável (telas compatíveis com o suporte tipográfico, denominações de
comandos compatíveis com o vocabulário do usuário etc).
No Brasil, vários autores vêm utilizando os critérios ergonômicos de Scapin e
Bastien na pesquisa acadêmica, como Matias (1995), Silva e Vargas (1999), Aranha
(2001), Souza et al. (2003), Lima (2003), Aranha (2004).
32
2.3.2 Avaliação de Usabilidade de interfaces
Segundo Rocha e Baranauskas (2003), a avaliação não deve ser vista como uma
fase única dentro de um processo de design e muito menos como uma atividade a ser feita
no final do processo e se “der tempo”. Idealmente, a avaliação deve ocorrer durante o ciclo
de vida do design e seus resultados utilizados para melhorias gradativas da interface.
Nos modelos de desenvolvimento de interfaces usáveis, a avaliação deve ter um
papel central. Observa-se isto no modelo estrela, criado por Hix e Hartson (1993) e citado
por Rocha e Baranauskas (2003), apresentado na Figura 5. Este modelo é derivado da
extensa análise da prática corrente de design à época. Ele apresenta a avaliação como
centro do processo.
Figura 5: Modelo Estrela desenvolvido por Hix e Hartson (1993)
Para Rocha e Baranauskas (2003), a avaliação possui três grandes objetivos: avaliar
a funcionalidade do sistema, avaliar o efeito da interface junto ao usuário e identificar
problemas específicos do sistema.
Morandini (1998, p.8) afirma que “muitos dos fracassos de softwares projetados
para auxiliar grupos, não são devidos a problemas técnicos, mas sim, em não se considerar
Implementação
Design Conceitual
Design Formal
Especificação
de requisitos
Prototipação
Análise de tarefa
Análise funcional
Avaliação
33
os fatores sociais e humanos no que tange à interação com estes softwares”.
Avaliar a usabilidade é proceder para a aquisição de informações sobre o grau de
usabilidade de um sistema a fim de aprimorar sua interface, caso esta esteja em
desenvolvimento, ou simplesmente avaliá-la, caso esta já esteja pronta.
Segundo Cybis (2003), “a avaliação de usabilidade de um sistema interativo tem
como objetivos gerais (i) validar a eficácia da interação humano-computador face à efetiva
realização das tarefas por parte dos usuários, (ii) verificar a eficiência desta interação, face
os recursos empregados (tempo, quantidade de incidentes, passos desnecessários, busca de
ajuda, etc.) e (iii) obter indícios da satisfação ou insatisfação (efeito subjetivo) que ela
possa trazer ao usuário. Estes objetivos devem ser pensados em relação aos diferentes
contextos de operação previstos para o sistema. A usabilidade de um sistema está sempre
associada às características de determinados tipos de usuários, tarefas, equipamentos e
ambientes físicos e organizacionais. Assim, um problema de usabilidade pode se fazer
sentir fortemente em determinados contextos de operação e ser menor ou mesmo
imperceptível, em outros”.
Os autores da área de usabilidade não chegaram a um consenso a respeito da
diferença existente entre métodos de avaliação de usabilidade e cnicas de avaliação de
usabilidade. Adotou-se a definição elaborada por Nascimento Junior (2000) citado por
Soares (2004) que diz: “Técnica de avaliação refere-se a um procedimento com natureza
única que visa a identificação de problemas de usabilidade. Método de avaliação são
agrupamentos estruturados de técnicas para identificação de problemas de usabilidade”.
Mesmo para classificar as diversas técnicas existentes para a avaliação da
usabilidade, são encontrados, também, diversos enfoques e discordância entre os autores
quanto à classificação.
Para Nielsen (1994) citado por Soares (2004), as técnicas são classificadas em:
Automática: as especificações listadas para a interface analisada e o resultado
final sofrem um processo comparativo por meio de softwares projetados para
esse fim.
Empírica: funciona por meio da observação. A usabilidade da interface é posta
à prova por meio de testes com os usuários reais. É a forma de avaliação mais
utilizada, mas ainda apresenta um custo elevado.
Formal: a usabilidade é medida através de modelos e fórmulas. Apresenta
dificuldades de aplicação, principalmente com interfaces altamente interativas e
complexas.
34
Informal: baseadas em regras heurísticas e de experiência, conhecimentos ou
habilidades pessoais do avaliador ou de grupos interdiciplinares.
Shneiderman (1998) as dividem levando em conta três fatores: a forma de
condução da avaliação; o ambiente onde se a avaliação e os avaliadores
envolvidos: especialistas usuários ou ambos.
Rocha e Baranaukas (2000) classificam as técnicas da seguinte maneira:
Inspeções de usabilidade: sem a participação dos usuários. Pode ser aplicada em
qualquer fase do desenvolvimento de um sistema, podendo este estar em uso
ou não.
Testes de usabilidade: centrados nos usuários. Para poder ser utilizado, essa
técnica exige alguma forma de implementação do sistema, que pode ser desde
uma simulação, até um cenário, um protótipo ou o próprio sistema
implementado e em uso.
Preece et al., 1994 e Hartson, 1998 (apud Barros, 2003) classificam as técnicas em:
Formativas: realizadas durante o processo de design. Isso permite mapear os
problemas de interação que a interface apresentará antes mesmo de sua
implementação ou, pelo menos, antes que o sistema tenha sido concluído.
Somativas: as avaliações são iniciadas somente após o término do produto.
Para Couto (1999) citado por Barros (2003), as técnicas classificam-se em dois
grupos:
Analíticas: realizada sem a presença do usuário.
Empíricas: realizada com a presença do usuário.
Já para Dias (2003), as técnicas se subdividem em três grupos:
Teste com os usuários: a participação direta dos usuários é constante.
Baseada em modelos ou de modelagem analítica: a partir de modelos ou
representações de sua interface (e/ou de seus usuários), busca chegar ao seu
melhor modo de uso, ou seja, a sua usabilidade.
Técnica de inspeção ou analítica ou de prognóstico: a participação direta do
usuário do sistema não acontece.
35
Finalmente, a classificação de Cybis (2003), que será seguida neste trabalho,
classifica as técnicas de avaliação de usabilidade em três grandes grupos: As técnicas
preditivas ou diagnósticas; técnicas prospectivas; e técnicas empíricas. Os próximos
tópicos detalharam cada uma das técnicas de avaliação de usabilidade.
2.3.2.1 Técnicas Preditivas ou Diagnósticas
As técnicas preditivas ou diagnósticas dispensam a participação direta de usuários nas
avaliações. Baseiam-se em verificações e inspeções de versões intermediárias ou acabadas
de software interativo, feitas pelos projetistas ou por especialistas em usabilidade. Elas
podem ser classificadas como: avaliações analíticas; avaliações heurísticas; e inspeções por
Checklists.
Avaliação analítica
As avaliações analíticas envolvem a decomposição hierárquica da estrutura da
tarefa para verificar as interações propostas.
Avaliação Heurística
A avaliação heurística representa um julgamento de valor sobre as qualidades
ergonômicas das interfaces humano-computador. Essa avaliação é realizada por
especialistas em ergonomia, baseados em sua experiência e competência no assunto. Eles
examinam o sistema interativo e diagnosticam os problemas ou as barreiras que os
usuários provavelmente encontrarão durante a interação (Cybis, 2003).
Uma heurística é um enunciado que sintetiza um problema de usabilidade.
Especialistas em usabilidade desenvolveram conjuntos de heurísticas que tentam cercar
todos os problemas relacionados à usabilidade de uma interface qualquer. Existem as 10
(dez) heurísticas de Nielsen e Molich (1990) voltadas para aplicativos, mas que são
amplamente utilizadas como base para a avaliação de interfaces genéricas. Nelas, Nielsen,
a partir de enunciados, cerca problemas relacionados à usabilidade de interfaces. Abaixo,
são enumeradas as 10 (dez) heurísticas desenvolvidas por Nielsen e Molich:
1) Diálogos simples e naturais
2) Falar a linguagem do usuário
3) Minimizar a sobrecarga de memória do usuário
36
4) Consistência
5) Feedback
6) Saídas claramente marcadas
7) Atalhos
8) Boas mensagens de erro
9) Prevenir erros
10) Ajuda e documentação
Como foi dito anteriormente, para executar esse método de avaliação, o avaliador
deve possuir grande experiência, pois deverá interpretar corretamente as heurísticas e
relacionar os erros encontrados a cada uma delas. Contudo, nada impede que o próprio
avaliador construa seu grupo de heurísticas pessoais para problemas específicos. Dias
(2001), desenvolveu sete heurísticas que têm como objetivo orientar a avaliação de sites
web corporativos:
1) Visibilidade e reconhecimento do estado ou contexto atual, e condução do usuário:
Esta heurística refere-se aos meios disponíveis para informar, orientar e conduzir o
usuário durante a interação com o portal corporativo.
2) Projeto estético e minimalista: Esta heurística refere-se às características que possam
dificultar ou facilitar a leitura e a compreensão do conteúdo disponível no portal. Dentre
essas características, destacam-se a legibilidade, a estética e a densidade informacional.
3) Controle do usuário: Esta heurística relaciona-se ao controle que o usuário sempre deve
ter sobre o processamento de suas ações pelo portal.
4) Flexibilidade e eficiência de uso: Esta heurística diz respeito à capacidade do portal em
se adaptar ao contexto e às necessidades e preferências do usuário, tornando seu uso mais
eficiente.
5) Prevenção de erros: Esta heurística relaciona-se a todos os mecanismos que permitem
evitar ou reduzir a ocorrência de erros, assim como corrigir os erros que porventura
ocorram.
6) Consistência: Consistência refere-se à homogeneidade e coerência na escolha de opções
durante o projeto da interface do portal (denominação, localização, formato, cor,
linguagem). Contextos ou situações similares devem ter tratamento e/ou apresentação
similares.
7) Compatibilidade com o contexto: Esta heurística refere-se à correlação direta entre o
37
portal e seu contexto de aplicação. As características do portal devem ser compatíveis com
as características dos usuários e das tarefas que estes pretendem realizar com o portal.
As avaliações heurísticas produzem resultados com baixos custos, além de
conseguir identificar um grande número de problemas de usabilidade de maneira bastante
rápida quando comparada aos outros métodos de avaliação. Contudo, seus resultados
dependem da experiência e competência do avaliador. A avaliação heurística depende da
carga de conhecimento e experiência que as pessoas possuem na hora da avaliação, ou seja,
os resultados finais são obtidos de forma subjetiva e, com isso, exige um número razoável
de avaliadores para realizarem o teste de forma confiável. Esse número de avaliadores vai
depender da análise dos recursos disponíveis e os objetivos da avaliação.
Inspeção Ergonômica via checklist
As inspeções por checklists têm esse o objetivo da avaliação heurística, mas
dependem menos do conhecimento agregado à ferramenta de inspeção, uma vez que se
destinam a pessoas sem uma formação específica em ergonomia.
Segundo Cybis (2003), um checklist visa realizar uma inspeção sistemática da
qualidade ergonômica na interface, possibilitando o conhecimento de modo informal das
questões e recomendações ergonômicas que podem contribuir nas decisões e processos de
interface com o usuário. Nessa técnica, a qualidade da ferramenta (checklist) determina a
qualidade da avaliação.
O checklist pode ser aplicado por profissionais não especializados em análise
ergonômica, mas que possuam um conhecimento sobre o software a ser avaliado e sobre
seu contexto técnico (Matias, 1995).
A inspeção ergonômica via checklist se através de listas de verificação que
proporciona aos profissionais não especializados em ergonomia diagnosticarem
rapidamente problemas de usabilidade em interfaces. Essa metodologia garante menores
custos, quando comparada às outras técnicas de avaliação de usabilidade, e uma maior
rapidez nos diagnósticos dos problemas.
Cybis (2003) diz que “os inspetores são conduzidos no exame da interface através
de uma grade de análise e/ou de lista de questões a responder sobre a ergonomia do
projeto. Os resultados obtidos através dessa técnica dependem da organização e do
conteúdo, geral ou específico, dessas ferramentas”. Assim, os resultados produzidos se
apresentam de maneira uniforme, sem grandes distorções entre os avaliadores.
Esse método também apresenta a facilidade na identificação de problemas como
38
ponto forte. Devido à sua facilidade e eficácia, esse todo apresenta-se com um baixo
custo quando comparado com os demais métodos de avaliação de usabilidade.
Matias (1995) relata que o Checklist mostrou ser uma ferramenta capaz de dar
suporte à avaliação preliminar da interface, pois consegue identificar a maior parte dos
problemas detectados por uma análise ergonômica completa que envolva a utilização de
outras técnicas, aumentando a eficácia da avaliação”.
Segundo Cybis (2003), a avaliação realizada através de checklists apresenta as
seguintes potencialidades:
a) Possibilidade de ser realizada por projetistas, não exigindo especialistas em
interfaces humano-computador, que são profissionais mais escassos no mercado. Essa
característica deve-se ao fato do conhecimento ergonômico estar embutido no próprio
checklist;
b) Sistematização da avaliação, que garante resultados mais estáveis mesmo quando
aplicada separadamente por diferentes avaliadores, pois as questões/recomendações
constantes no checklist sempre serão efetivamente verificadas;
c) Facilidade na identificação de problemas de usabilidade, devido à especificidade
das questões do checklist;
d) Aumento da eficácia de uma avaliação, devido à redução da subjetividade
normalmente associada a processos de avaliação;
e) Redução de custo da avaliação, pois é um método de rápida aplicação.
O ErgoList é uma ferramenta que implementa a técnica de avaliação em questão. O
ErgoList é um Checklist desenvolvido no laboratório de utilizabilidade (LabIUtil) ligado
ao Departamento de Informática e Estatística e ao Departamento de Produção de Sistemas
da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem como objetivo realizar a avaliação
autônoma das qualidades ergonômicas de interfaces homem-computador e é
disponibilizado via Web/Internet. Nesse ambiente, o avaliador pode verificar e analisar a
interface de um aplicativo.
A ferramenta funciona da seguinte maneira: o avaliador acessa o endereço do
ErgoList (www.labiutil.inf.ufsc.br/ergolist/), uma página de boas vindas e contendo
informações sobre a ferramenta é mostrada. A partir daí o usuário escolhe entre três
módulos, que são:
O Checklist, que ajuda o avaliador a realizar uma inspeção sistemática da
qualidade ergonômica da interface com o usuário de seu sistema. Ainda dentro
39
desse módulo o usuário pode se utilizar da opção "Laudo Final", que permite ao
usuário obter a estatística das inspeções realizadas bem como recuperar os
comentários feitos durante a avaliação;
Questões, que dão a possibilidade de conhecer, de modo informal, as questões
que compõem o módulo Checklist.
Recomendações, onde se localizam as recomendações ergonômicas que podem
auxiliar nas decisões de projeto de interfaces com o usuário.
O usuário tem ainda à sua disposição glossário dos termos, os enunciados das
questões e informações complementares sobre os mesmos. Dentro das informações
complementares o avaliador tem acesso ao "mais sobre", que contém justificativas,
exceções, exemplos positivos e negativos e referências bibliográficas das questões.
2.3.2.2 Técnicas Prospectivas
As técnicas prospectivas estão baseadas na aplicação de questionários/entrevistas
com o usuário para avaliar sua satisfação ou insatisfação em relação ao sistema e sua
operação. Ela mostra-se bastante pertinente na medida em que é o usuário a pessoa que
melhor conhece o software, seus defeitos e qualidades em relação aos objetivos em suas
tarefas. De acordo com Shneiderman (1998), a realização de pesquisas de opinião,
especialmente através da aplicação de questionários, está entre as técnicas mais utilizadas
para avaliação de usabilidade.
O questionário é um “conjunto de perguntas sobre um determinado tópico que não
testa a habilidade do respondente, mas mede sua opinião, seus interesses, aspectos de
personalidade e informação biográfica” (Günter, 1999 apud Lima, 2003).
A partir de questionários, os avaliadores detectam as impressões dos usuários
causadas pelo sistema durante a sua interação. Além disso, através dos questionários, os
avaliadores conseguem determinar o perfil do usuário entrevistado, suas dificuldades de
interação com o sistema e sugestões. O questionário pede ser adotado em qualquer fase de
desenvolvimento do sistema.
Segundo Pimenta (2003), um questionário pode ser estruturado, semi-estruturado
ou misto. O questionário estruturado é formado por questões fechadas e o semiestruturado
é formado por questões abertas. No questionário semiestruturado, as questões são
padronizadas, mas as respostas ficam a critério do entrevistado. Uma vantagem deste
40
modelo é que ele permite que o entrevistado manifeste suas opiniões, seus pontos de vista e
argumentos, o que não ocorre com o questionário estruturado.o questionário misto pode
conter tanto questões abertas quanto fechadas. Um espaço para opiniões e sugestões livres
deve sempre ser proposto ao usuário. O que determina o tipo de questionário a ser
elaborado é o propósito da pesquisa a ser realizada.
De acordo com a literatura em usabilidade, a opção por esta forma de avaliação tem
várias justificativas, pois é relativamente barata; permite determinar o grau de severidade
das falhas detectadas e, conseqüentemente, estabelecer prioridades para as ações
interventivas; possibilita estimar o impacto mercadológico das qualidades e falhas
encontradas no produto; é um bom complemento para os testes e inspeções de usabilidade
(Nielsen e Molich, 1990; Shneiderman, 1998).
Nielsen e Molich (1990) ensinam que, tradicionalmente, um modelo de
questionário baseia-se nas experiências e heurísticas particulares de seus elaboradores. À
medida que é utilizado em pesquisas reais ou simuladas, o modelo depara-se com
circunstâncias e necessidades não previstas inicialmente. Estes fatores determinam os
ajustes e refinamentos, que aplicados sucessivamente, permitirão a evolução das questões e
dos dados de qualificação da amostra populacional.
2. 3.2.3 Técnicas Empíricas
As cnicas empíricas contam com a participação direta de usuários. Referem-se
basicamente aos ensaios de interação e os sistemas de monitoramento, que são sessões com
sistemas espiões.
Ensaios de Interação ou Testes de Usabilidade
“Um ensaio de interação consiste de uma simulação de uso do sistema da qual
participam pessoas representativas de sua população alvo, tentando fazer tarefas típicas de
suas atividades, com uma versão do sistema pretendido. Sua preparação requer um trabalho
detalhado de reconhecimento do usuário alvo e de sua tarefa típica, para a composição dos
cenários que serão aplicados durante a realização dos testes”(Cybis, 2003).
Para Moura (1997) citado por Lima (2003), a tarefa de testar a usabilidade de um
produto de software não é uma tarefa tão simples. Para se realizar um teste de usabilidade é
necessário um grande número de técnicas e investimento em recursos, incluindo
especialistas treinados trabalhando em laboratórios especiais e equipamento de registro
41
sofisticado. Entretanto, mesmo o investimento mais simples, de um escritório ou sala de
conferência, filmadora, cronômetro e bloco de notas envolve um grande número de
técnicas.
O cenário ideal para a realização dos ensaios de interação deve induzir à realização
das tarefas, encobrindo a artificialidade do teste que estará sendo realizado. Cada cenário
deve dar aos participantes todas as informações necessárias para a execução da tarefa,
estando diretamente ligado à situação que se quer criar. A idéia é fazer com que os
usuários recrutados para o teste sintam-se como usuários reais, que estão usando o produto
em seus ambientes naturais.
Sistemas de Monitoramento
Sistemas de Monitoramento ou Sistemas Espiões são ferramentas informatizadas
utilizadas em avaliações empíricas, ou seja, avaliações onde existe a participação direta do
usuário. Os sistemas de monitoramento ficam residentes no computador do usuário e
registram toda a interação com a interface que está sendo avaliada.
Segundo Cybis (2003) “esta técnica permite contornar dois inconvenientes dos
ensaios de interação. Pois mesmo que os usuários estejam cientes dos testes, os sistemas
espiões não causam constrangimentos ao usuário e capturam as interferências causadas por
sua realidade do trabalho. Por outro lado, não como incentivar ou registrar as
verbalizações dos usuários. Os sistemas espiões apresentam também limitações de ordem
técnica, relacionadas principalmente, a portabilidade das ferramentas de espionagem face a
diversidade de ambientes de programação existentes. A quantidade de dados a tratar pode
se tornar muito grande. Dessa forma, a duração dos testes deve ser bem planejada pelos
analistas.”
A tabela 2 apresenta um resumo da classificação adotada neste trabalho.
42
Classificação das Técnicas Característica Exemplos de Técnicas
Avaliação Heurística
Preditiva ou Diagnóstica
As técnicas diagnósticas
dispensam a participação
direta de usuários nas
avaliações. Baseiam-se em
verificações e inspeções de
versões intermediárias ou
acabadas de software
interativo, feitas pelos
projetistas ou por
especialistas em usabilidade.
Inspeção Ergonômica via
Checklist
Prospectiva
Está baseada na aplicação de
questionários/entrevistas com
o usuário para avaliar sua
satisfação ou insatisfação em
relação ao sistema e sua
operação. Ela mostra-se
bastante pertinente na medida
em que é o usuário a pessoa
que melhor conhece o
software, seus defeitos e
qualidades em relação aos
objetivos em suas tarefas.
Aplicação de Questionários
Ensaios de Interação ou Teste
de Usabilidade
Empíricas
As técnicas empíricas contam
com a participação direta de
usuários.
Sistemas de Monitoramento
Tabela 2: Classificação das Técnicas de Avaliação de Usabilidade (Cybis, 2003)
2.3.3 A questão da escolha da técnica de avaliação
A avaliação de usabilidade de qualquer interface o deveria utilizar-se de apenas
uma técnica de avaliação (Padilha, 2003). Cada uma das técnicas apresenta pontos
positivos e pontos negativos durante o processo de avaliação. O ideal é que seja proposto
um método que possa abranger mais de uma cnica de tal forma que estas se
complementem e que o resultado da avaliação da usabilidade consiga englobar o maior
número que problemas que sejam realmente importantes e decisivos para que uma
interface se torne usável.
Para Rocha e Baranauskas (2003), na maioria das situações práticas uma ou mais
técnicas de avaliação são adotadas e adaptadas de forma a atender as necessidades
específicas da interface sob avaliação. Geralmente os recursos disponíveis têm um grande
impacto no tipo de avaliação a ser feita. Portanto, selecionar o método de avaliação
adequado envolve escolher, misturar e adaptar técnicas a partir do conjunto de técnicas
43
disponíveis. Muitos estudos demonstram que muitos problemas encontrados por cnicas
preditivas não são detectados com testes nos quais existe a participação do usuário e vice-
versa. Esses estudos sugerem que os melhores resultados são obtidos combinando testes
com usuários e avaliações preditivas. A tabela 3 apresenta as vantagens e desvantagens da
aplicação de algumas técnicas de avaliação de usabilidade.
TÉCNICA VANTAGEM DESVANTAGEM
Avaliação
heurística
Avaliação rápida, abrangente.
- Requer conhecimento e
experiências do avaliador.
- São necessários de três a cinco
avaliadores para um bom
resultado.
- Subjetiva e pouco sistemática.
Avaliação via
checklist
- Avaliação barata, rápida,
sistemática e de fácil aplicação.
- Outra pessoa não especializada
em usabilidade pode aplicar.
- Limitada a problemas
intermediários e menores.
- Depende da qualidade da
ferramenta (cheklist).
Questionários
Importantes para obter
informações dos usuários a
respeito do sistema, de suas
ansiedades e de sua satisfação.
Torna-se difícil a aferição da
confiabilidade e validade de
seus resultados.
Taxa de respostas pode ser
muito baixa.
Ensaios de
interação
- Evita problemas de menor
importância.
- Fornece idéias para o projeto
através das sugestões dos
usuários.
- Promove a participação do
usuário.
- Não necessita de grande
número de especialistas.
- Os problemas realmente são de
impacto aos usuários.
Avaliação demorada e de alto
custo não identifica os
problemas de consistência.
Pode afetar o comportamento
dos utilizadores.
Sistemas de
Monitoramento
Detecta funcionalidades mais
usadas ou ignoradas pelos
usuários. Pode ser usado
continuamente.
São necessários programas de
análise para uma grande massa de
dados. Viola a privacidade do
usuário.
Tabela 3: Vantagens e desvantagens das técnicas de avaliação de usabilidade
Fonte: Padilha, 2003.
Desurvire (1994) citado por Almeida (2005) comparou métodos de avaliação, com
e sem a participação do usuário, quanto à capacidade de detectar problemas de usabilidade
(Tabela 2.3). Durante os testes em laboratório, 25 problemas reais foram detectados. os
29 Problemas Potenciais expressam os problemas que não ocorreram em laboratório, mas
foram identificados por meio de métodos sem a participação do usuário. Essa diferença
44
reforça a necessidade de se usar métodos com e sem a participação do usuário para
aumentar as chances de se encontrar problemas de usabilidade.
Método Avaliadores
Problemas que
Realmente
Ocorrem
Problemas
Potenciais
Melhorias
Avaliação
Empírica (em
laboratório)
Observação de
usuários
25 29 31
Experientes 44% 31% 77%
Desenvolvedores
de Software
16% 24% 3%
Avaliação
Heurística
Não Experientes 8% 3% 6%
Experientes 28% 31% 16%
Desenvolvedores
de Software
16% 21% 3%
Cognitive
Walkthrough
Não Experientes 8% 7% 6%
Tabela 4: Comparação entre métodos de avaliação de Usabilidade
Fonte: Adaptado de Desurvire (1994) apud Almeida (2005)
2.4 Pesquisas relacionadas
Esta seção apresenta uma síntese dos principais trabalhos acadêmicos encontrados
na pesquisa ao Banco de Teses da Capes (Capes, 2006). A pesquisa bibliográfica deu mais
ênfase à produção mais restrita ao âmbito nacional.
Barros (2003) descreve, em sua dissertação, a avaliação da interface de um
aplicativo denominado Sistema de Informatização Processual para Primeira Instância da
Justiça Trabalhista (SIP), que visa à realização de tarefas jurisdicionais, tendo em vista a
melhoria das condições de trabalho dos serventuários da justiça e a agilidade dos serviços
prestados à comunidade. Para a avaliação da interface do SIP, utilizou-se a técnica
Pensando em Voz Alta e a Aplicação de Questionário, sendo esse elaborado segundo
critérios ergonômicos. Para finalizar, foi realizada uma análise gráfica do design das telas
do aplicativo.
Em sua dissertação, Oliveira (2001a) avalia ergonomicamente as interfaces que
compõem o site SciELO (Scientific Eletronic Library Online). Nessa avaliação, foram
levantados problemas e qualidades da interface, através de Inspeção por Checklist, sob a
luz dos critérios ergonômicos, criando assim, o pré-diagnóstico que serviu de hipótese para
Ensaios de Interação. Com base nos resultados obtidos nas atividades de avaliação, foram
45
listados os principais problemas e qualidades de usabilidade da interface, bem como as
recomendações ergonômicas que visam auxiliar a resolução dos problemas levantados.
Soares (2004) aborda a avaliação de usabilidade de um software gerenciador de
websites, denominado Proweb. O objetivo principal foi medir o índice de satisfação dos
usuários finais, em relação à interface do software. Foram coletadas as opiniões dos
usuários especialistas em usabilidade para se comparar com a opinião dos usuários finais.
A avaliação seguiu os critérios ergonômicos de Bastien e Scapin, e a satisfação do usuário
foi avaliada por questionário. A usabilidade do software Proweb em geral foi baixa,
principalmente no critério Adaptabilidade, apesar dos usuários estarem satisfeitos com o
software.
Bohmerwald (2003) apresenta uma pesquisa, realizada no curso de Mestrado da
Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que
propõe que os estudos das áreas da ciência da informação e ciência da computação sejam
usados conjuntamente, complementando-se, com o intuito de se analisar de forma
abrangente um sistema de informação em relação à sua interação com o usuário. Para teste
da metodologia proposta, foi usada a Biblioteca Digital da PUC-Minas (BDP). A
metodologia é composta por cinco etapas: (1) questionário sobre o contexto do usuário; (2)
teste de usabilidade em laboratório; (3) questionário de satisfação; (4) estudo do
comportamento de busca dos usuários através do teste com busca livre; (5) análise do log.
Almeida (2005) validou o uso de operadores pedagógicos no contexto de EAD,
verificando se a organização e estruturação de conteúdo, resultantes do uso de operadores
no material instrucional, aumentam a usabilidade do hiperdocumento e conseqüentemente
sua qualidade. Para avaliar o uso dos operadores cognitivos no contexto de EAD, foram
realizados estudos comparativos nos quais foram aplicadas avaliações de usabilidade em
hiperdocumentos com e sem o uso dos operadores. A avaliação da usabilidade aconteceu a
partir dos métodos Teste de Usabilidades, Avaliação Heurística e Questionário com
diretivas de usabilidade para o conteúdo para a Web.
Padilha (2004) propôs, aplicou e avaliou um questionário, baseado nos conjuntos de
normas e recomendações ergonômicas existentes na Web, destinado a todos os criadores
de conteúdo Web (autores de páginas e Webdesigner) como ferramenta para a avaliação da
usabilidade de sites de Comércio Eletrônico. A pesquisa gerou um modelo de questionário
de avaliação de satisfação de clientes de produtos de sites de Comércio Eletrônicos,
baseado nas várias normas, diretrizes e recomendações ergonômicas existentes, adaptando-
as aos sites de Comércio Eletrônico.
46
Medeiros (1999) apresenta uma proposta de utilização da norma ISO 9241/10
Ergonomic Requirements for Office Work with Visual Display Terminals (VDTs) - para a
determinação do grau de satisfação de usuários com relação a produtos de software. Ele
propõe uma estrutura de correlação entre os critérios avaliados pelo questionário e as
partes da norma relativas à adequação ergonômica do software. Ele também elabora uma
metodologia para análise dos resultados e intervenção sobre as falhas.
Reitz (2004) apresenta a aplicação de uma metodologia de avaliação qualitativa
para medir a usabilidade de websites de Educação à Distância (EaD) na tecnologia de Web
Based Training (WBT). O método de inspeção é baseado em recomendações ergonômicas
específicas ao ambiente de EaD, compiladas conforme os Critérios Ergonômicos (CE) e
Componentes de Interação Homem-Computador. Os resultados são apresentados sob
forma de recomendações ergonômicas para o reprojeto do website, visando a melhoria da
qualidade de interação do usuário com a interface. A Técnica de Avaliação de Co-Inspeção
Ergonômica utilizada é considerada especificamente para inspecionar de forma
ergonômica websites de cunho educacional.
Santos (2000) apresenta a usabilidade como ponto fundamental a ser considerado
em um projeto de interface e a necessidade de se adotar procedimentos metodológicos na
execução de projetos de interfaces para web. É apresentado o todo de avaliação
heurística como ferramenta eficaz para a avaliação da usabilidade da interface ao longo do
ciclo de projeto.
Kulczynskyi (2002) analisa três fatores relacionados à usabilidade de websites: as
animações, as propagandas e as formas de auxílio, bem como a influência dos diferentes
tipos de conexão com a Internet nestes fatores. Eles foram pesquisados através da literatura
existente e de um questionário composto de perguntas de múltipla-escolha, onde foram
abordados vários pontos a respeito de cada assunto. A metodologia utilizada foi baseada no
estudo de Tom Landauer e Jakob Nielsen, onde são necessários no mínimo 5 informantes
para se descobrir 80% dos problemas envolvendo usabilidade. No trabalho, foram
utilizados 15 informantes. Os resultados foram divididos por fatores e expostos em tabelas,
mostrando-se a porcentagem obtida em cada resposta das perguntas do questionário.
Aragão (2001) aborda a percepção do usuário sobre o fator usabilidade das páginas
de sites de comércio eletrônico, segundo a ótica da ergonomia. Utilizando-se do
Questionário de Usabilidade, ele procurou validar esse critério para as páginas de sete sites
de empresas que utilizam o comércio eletrônico, onde foi possível avaliar, dentre outros
fatores, a facilidade de navegação do usuário, a compreensão de seus componentes e a
47
interação do usuário com o site. Após a análise dos sete sites de comércio eletrônico,
constaram-se os seguintes resultados: os sites que possuíam critérios de usabilidade
possibilitaram uma maior interação e facilidade de navegação; o questionário desenvolvido
para avaliar o critério usabilidade teve fácil aplicação e possibilitou uma avaliação rápida e
objetiva; o tempo necessário para realizar uma compra foi menor nos sites que possuíam
mais recursos de usabilidade.
Carvalho (2004) realiza uma avaliação da usabilidade da interface de dispositivos
móveis (como os handhels), quando utilizados em aplicações de apoio ao ensino à
distância. Esta avaliação foi possível por meio da análise dos dados obtidos em um
experimento prático, com a apresentação de uma aula à distância, transmitida por uma rede
sem fio. A avaliação foi operacionalizada através de: coleta de opinião de usuários através
de questionário, observação do usuário durante a sua utilização do ambiente e a coleta da
opinião de especialista através da avaliação Heurística.
Lima (2003) avalia a usabilidade da urna eletrônica 2002 e o módulo de impressão
externo, bem como fornece informações ao Tribunal Superior Eleitoral - TSE para
subsidiar a realização de uma pesquisa abrangente em todo o território nacional, buscando
a construção de uma versão de interface para a urna eletrônica que seja a mais adaptada
possível às características e particularidades de seus usuários: os eleitores. A trajetória
metodológica utilizada foi a Análise Ergonômica do Trabalho AET, proposta por Guérin
(2001). Os procedimentos realizados foram a Avaliação Heurística; Inspeção Ergonômica;
Observações Globais e Sistemáticas da interação; Inspeção Cognitiva; Entrevistas abertas e
semi-estruturadas com profissionais da área de Informática do Tribunal Superior Eleitoral
TSE, Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina TRE-SC, Tribunal Regional
Eleitoral do Distrito Federal TRE-DF, entrevistas abertas e semi-estruturadas com:
profissionais da área de informática do TSE, TRE/DF, TRE/SC, mestrandos e doutorandos
de Informática e Engenharia de Produção e Sistemas da Universidade Federal de Santa
Catarina UFSC, mestrandos e doutorandos de Psicologia e Desenho Industrial da
Universidade de Brasília – UnB, mesários, escrutina dores, eleitores, e outros profissionais
envolvidos no sistema de votação eletrônico; validação e aplicação de instrumento tipo
survey e Análise da Atividade de votação.
Nascimento Junior (2000) apresenta a proposta de arquitetura do Sistema Revisor
Ergonômico, sistema para avaliação automática de usabilidade. A proposta adota a
tecnologia de sistemas inteligentes, unindo Sistemas Especialistas e Reconhecimento de
Padrões. Os principais resultados do trabalho o: a modelagem dos conhecimentos
48
ergonômicos sobre os objetos de interação com o usuário e uma descrição estruturada das
classes de objetos de interface com uma perspectiva de avaliação da usabilidade.
49
Capítulo 3 - Metodologia da Pesquisa
Este capítulo apresenta a classificação da pesquisa quanto a sua natureza, quanto à
forma de abordagem, do ponto de vista de seus objetivos e do ponto de vista dos
procedimentos técnicos. Apresenta também o universo e a amostra da pesquisa além de
expor como se procedeu a coleta e a análise dos dados.
3.1 Classificação da pesquisa
Do ponto de vista da sua natureza, a pesquisa é aplicada, pois objetiva
conhecimentos para aplicação prática e dirigida à solução de problemas. Quanto à forma de
abordagem do problema, a pesquisa pode ser classificada como quantitativa e qualitativa,
pois foram efetivadas duas etapas de pesquisa com metodologias distintas. Na primeira
etapa da pesquisa, que consistiu da realização da avaliação preditiva/diagnóstica, a
pesquisa pode ser classificada como qualitativa, que é aquela em que se considera que há
uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre
o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números
(Silva e Menezes, 2005). Na segunda etapa da pesquisa, que envolveu uma pesquisa de
campo com alunos e professores, a pesquisa classifica-se como quantitativa, pois sua
natureza é a de considerar que tudo pode ser quantificável. Significa que as opiniões e
informações dos usuários foram traduzidas em números para classificá-las e analisá-las
estatisticamente.
No que se refere aos seus objetivos, esta pesquisa classifica-se como descritiva,
pois envolve técnicas padronizadas de coleta de dados e visa descrever as características de
determinada população ou fenômeno (Silva e Menezes, 2005).
3.2 Universo e Amostra
O estudo está delimitado à avaliação de três ambientes virtuais de apoio à educação
à distância: Aulanet, TelEduc e E-proinfo. A escolha destes ambientes seguiu três critérios:
50
que fossem de distribuição gratuita; possuíssem seus códigos fonte abertos; e tivessem sido
desenvolvidos no Brasil. Com relação ao ambiente E-proinfo, este é de distribuição
gratuita, mas é restrito apenas para as instituições de ensino do governo federal. Mas, uma
vez que a pesquisa ocorreu dentro de uma instituição federal de ensino, tornou-se viável a
sua inclusão no escopo da pesquisa.
A primeira etapa da pesquisa foi realizada pelo próprio pesquisador, juntamente
com um aluno concludente do curso de Sistemas de Informação do Centro Federal de
Educação Tecnológica do estado do Piauí. Como o objetivo é realizar a avaliação
preditiva, do tipo diagnóstica, não era necessária a participação de usuários. O instrumento
de coleta utilizado foi o checklist, via Ergolist.
A escolha dos avaliadores é justificada por Cybis (2003) quando diz que a
avaliação por checklist o exige a participação de especialistas em interface humano-
computador. Essa característica deve-se ao fato do conhecimento ergonômico estar
embutido no próprio checklist, ou seja, a qualidade da avaliação o está relacionada ao
número de avaliadores ou à experiência de cada um deles, mas à qualidade do checklist
utilizado. Ainda segundo Cybis (2003), esta técnica apresenta uma facilidade na
identificação de problemas de usabilidade, devido à especificidade das questões do
checklist e garante resultados mais estáveis mesmo quando aplicada separadamente por
diferentes avaliadores, pois as questões/recomendações constantes no checklist sempre
serão efetivamente verificadas.
Na segunda etapa da pesquisa, de natureza quantitativa, foram escolhidos
usuários aleatoriamente dentre alunos e professores do Centro Federal de Educação
Tecnológica do Piauí. Para compor a amostra, foram escolhidos professores e alunos do
Cefet-PI, pelo fato dos ambientes analisados apresentarem-se com funcionalidades
distintas para cada um dos tipos de usuários, ou seja, professores possuem funções
diferentes dos alunos dentro dos ambientes. Nesta etapa, o instrumento de coleta de dados
utilizado foi o questionário.
O número de participantes nesta fase da avaliação foi escolhido a partir do estudo
feito por Jakob Nielsen. Nilsen (2005), o qual afirma que, a princípio, avaliadores podem,
individualmente, realizar suas avaliações, mas a experiência de diversos projetos indica
que os resultados alcançados são razoavelmente pobres. Calculada a dia sobre seis de
seus projetos, ele percebeu que um único avaliador encontra somente 35% dos problemas
de usabilidade da interface. Como avaliadores diferentes tendem a encontrar problemas
diferentes, é possível conseguir um desempenho substancialmente melhor agregando as
51
avaliações de diversos avaliadores. A figura 3.1 mostra a proporção dos problemas de
usabilidade encontrados quando mais avaliadores são adicionados.
Figura 3.1 – Gráfico Usabilidade X Número de Informantes (Nielsen, 2005)
A figura mostra claramente que um incremento no número de problemas de
usabilidade encontrados quando se usa mais de um avaliador. Percebe-se que, quando
utilizados 15 avaliadores, encontram-se cerca de 80% dos problemas de usabilidade
existentes na interface.
Assim, a pesquisa utilizou trinta usuários na tentativa de detectar a maioria (80%)
dos problemas de interface relacionados à usabilidade dos ambientes. Formaram-se dois
grupos, no total de 30 usuários (15 professores e 15 alunos), pois os ambientes apresentam-
se com funcionalidades distintas para cada um dos tipos de usuários.
3.3 Coleta de dados
Este trabalho propõe a avaliação de usabilidade de ambientes virtuais de educação à
distância que associa técnicas preditivas ou diagnósticas e técnicas prospectivas (com a
participação do usuário). Para tanto, foram definidas duas fases, detalhadas a seguir.
Fase 1: Pesquisa com o Ergolist
Na primeira fase, foi utilizada uma técnica de avaliação diagnóstica (preditiva)
baseada na inspeção ergonômica via checklist, através da utilização do método de
observação direta. O checklist utilizado foi o Ergolist, desenvolvido pelo laboratório de
utilizabilidade (LabIUtil) ligado ao Departamento de Informática e Estatística e ao
Departamento de Produção de Sistemas da Universidade Federal de Santa Catarina, a partir
52
dos critérios ergonômicos de Bastien e Scapin (Anexo I).
Esta primeira fase da pesquisa foi realizada pelo próprio pesquisador juntamente
com um aluno concludente do curso de Sistemas de Informação do Centro Federal de
Educação Tecnológica do estado do Piauí, conforme justificado em 3.2.
Para a realização desta primeira fase, foi necessária uma prévia familiarização dos
pesquisadores com os três ambientes. Para isso, os avaliadores realizaram, para os três
ambientes avaliados, as tarefas propostas nos anexos II e III. Esta primeira etapa de
familiarização foi realizada individualmente por cada um dos avaliadores. Após a
realização das tarefas em cada um dos ambientes, cada avaliador, também individualmente,
respondia às 194 questões do Ergolist, através da observação direta. As respectivas
respostas eram armazenadas para posterior discussão.
Terminada esta primeira etapa, para cada um dos ambientes, foram marcadas
reuniões (em dia, 2 para cada ambiente) no Laboratório de Informática para que as
respostas obtidas fossem confrontadas e, quando existia alguma distorção, retornava-se ao
ambiente para que se alcançasse uma resposta comum.
Por questões de disponibilidade de tempo e problemas estruturais da rede lógica do
CEFET-PI, a coleta de dados, para cada um dos ambientes nesta fase, levou, em média,
uma semana, tendo início em meados do s de abril de 2006 e término no mês de maio
de 2006.
Fase 2: Pesquisa com os usuários
Na segunda fase, foi aplicada uma técnica de avaliação prospectiva, na qual os
usuários do ambiente virtual de aprendizagem respondiam um questionário (Survey), com
perguntas relacionadas aos fatores que afetam a usabilidade da interface do ambiente
(Anexo IV). Os fatores adotados para avaliar a usabilidade da interface dos ambientes
foram os critérios ergonômicos de Bastien e Scapin. A escolha por desenvolver o
questionário a partir de tais critérios deve-se ao fato do checklist utilizado na primeira fase
da pesquisa também ter sido desenvolvido a partir dos mesmos critérios.
Outro fator preponderante na escolha dos critérios ergonômicos foram as validações
existentes na literatura, pois considera-se que os critérios ergonômicos de Bastien e
Scapin são organizados de maneira coesa e hierárquica, com uma estrutura de fácil
utilização dos requisitos e, por conseqüência, possibilitando a obtenção de resultados mais
precisos na validação e desenvolvimento de interfaces e nos projetos de redesign dos
53
produtos.
A primeira versão do questionário foi submetida a um pré-teste, no qual 20 usuários
participaram (10 professores e 10 alunos). A aplicação do pré-teste aconteceu na segunda
semana do mês de maio de 2006. Terminada a fase de pré-teste, foram observadas as
principais reclamações e sugestões dos usuários com relação ao questionário surgindo,
assim, a segunda e definitiva versão.
O procedimento de aplicação do questionário se deu da seguinte forma. A escolha
dos usuários era feita aleatoriamente e de acordo com a disponibilidade de cada um. Os
participantes convidados eram encaminhados para o Laboratório de Informática, no qual
recebiam mais instruções de como aconteceria a avaliação. Optou-se por fazer avaliações
usando, no ximo, um aluno e um professor por vez. Isso se deve ao fato de todos os
ambientes avaliados disponibilizarem apenas dois logins (um destinado aos professores e
outro aos alunos). O tempo médio de cada avaliação foi bastante variado. Algumas
avaliações duraram, em média, 30 minutos, enquanto outras chegaram a durar duas horas.
Em alguns casos, principalmente com os professores, foi necessário agendar horários para
data futura e a avaliação, algumas vezes, aconteceu, por questões de disponibilidade, na
própria sala do professor.
Os testes tiveram início em meados do s de maio e encerraram-se no final do
mês de junho de 2006. A demora para a realização dos testes justifica-se pela dificuldade
em dispor de usuários voluntários, dispostos a participarem da avaliação.
Antes de cada teste, foram explicados os conceitos de ambiente virtual de educação
à distância, para garantir a uniformidade de entendimento, e os objetivos do teste.
Explicou-se também que o foco do estudo e objeto de avaliação eram os ambientes e não o
usuário. Esta medida se fez necessária para que nenhum dos usuários se sentisse
pressionado durante a avaliação dos ambientes.
Foi pedido aos usuários que executassem tarefas (Anexos II e III) como forma de
percorrerem os ambientes e se familiarizarem com as interfaces. As tarefas foram criadas
de forma a manter o mesmo nível de complexidade. Como foi exposto anteriormente, o
papel das tarefas era apenas permitir que os usuários conhecessem a interface dos
ambientes.
Durante o teste, não foi imposto nenhum limite de tempo para a realização das
tarefas, apenas o cumprimento delas. Essas tarefas foram preestabelecidas com o intuito de
promover um contato entre os participantes do teste e os ambientes.
54
O Questionário
Como mencionado, nesta fase o instrumento de coleta de dados escolhido foi o
questionário. A escolha da aplicação de questionário, como umas das técnicas de avaliação
de usabilidade adotadas neste trabalho, deve-se ao fato de possuir alta média de
confiabilidade estabelecida (Dias, 2003); permitir a coleta de dados quantitativos ao
investigar uma situação, podendo as perguntas serem respondidas numa escala que
resultará em um valor numérico (Fogliatto, 2002); possibilidade de estabelecer as
prioridades para ações inteventivas, que o questionário permite determinar o grau de
severidade das falhas detectadas (Nielsen, 1990); ser o questionário uma das técnicas mais
adequadas para mensuração da satisfação subjetiva e, o de avaliação baseda em critérios,
merecer um atencioso estudo dos seus resultados (Shneiderman, 1998); detectar e
relacionar se os problemas de uso do sistema são inerentes a um tipo de usuários e/ou se é
específico de certas tarefas e, finalmente, sendo mais vantajoso, em relação às outras
técnicas disponíveis, quando a população de usuários a ser avaliada é composta por perfis
segmentados, encontrando-se dispersa geograficamente (Dias, 2003).
Assim, os questionários dirigidos ao usuário final permitem obter, com razoável
grau de precisão, indicadores do nível de satisfação dos usuários, sendo os que avaliam a
satisfação aplicáveis às fases finais do projeto de software, servindo para calibrar a
qualidade do produto (Medeiros, 1999).
O questionário (Anexo IV) é composto por 24 questões. Nas seis primeiras
questões, é traçado o perfil demográfico dos usuários. As perguntas procuram determinar
as seguintes características dos usuários:
- Sexo;
- Faixa Etária;
- Nível de instrução;
- Experiência com computador;
- Tempo de uso da Internet;
- Tipo de usuário.
As dezoito questões restantes são correspondentes a uma adaptação de cada um dos
critérios ergonômicos de Bastien e Scapin (1997). Cada um dos dezoito critérios foi
transformado em uma afirmação da qual o usuário poderia concordar, discordar ou se
manter neutro em sua resposta.
As afirmações de cada uma das questões com seus respectivos critérios
ergonômicos encontram-se na Tabela 5.
55
AFIRMAÇÃO
CRITÉRIOS
PRINCIPAIS
SUB-
CRITÉRIOS
CRITÉRIOS
ELEMENTARES
O ambiente oferece informações
suficientes para orientá-lo(a) durante a
navegação.
Presteza
O ambiente sempre informa, de forma
rápida e clara, quando uma determinada
ação está sendo ou foi concluída.
Feedback
Imediato
O formato, o tamanho e as cores das letras
dos textos do ambiente apresentam-se de
maneira clara e legível.
Legibilidade
Os botões, imagens e textos sempre
aparecem organizados e agrupados a partir
de algum critério lógico (ordem alfabética,
freqüência de uso etc).
Agrupamento/
Distinção por
Localização
Os botões, imagens e textos apresentam-se
com formatos e cores diferenciados a fim
de distingui-los uns dos outros.
Condução
Agrupamento/
Distinção de
Itens
Agrupamento/
Distinção por
Formato
Os nomes dos botões e janelas são
concisos, ou seja, breves e precisos.
Concisão
O número de etapas para a realização de
uma tarefa é pequeno.
Brevidade
Ações Mínimas
O número de informações apresentado nas
telas é aceitável tornando fácil o
entendimento do ambiente.
Carga de
Trabalho
Densidade
Informacional
Você possui total controle sobre o que está
sendo feito, ou seja, o computador realiza
apenas as tarefas solicitadas e apenas no
momento ordenado.
Ações
Explícitas do
Usuário
No caso da existência de tarefas
seqüenciais, o ambiente possibilita
interromper, cancelar ou mesmo reiniciar
a tarefa.
Controle
Explícito
Controle do
Usuário
O ambiente oferece diferentes maneiras
para realizar uma mesma tarefa.
Flexibilidade
No ambiente, usuários inexperientes
recebem informações mais detalhadas que
usuários experientes.
Adaptabi-
lidade
Experiência do
Usuário
O ambiente sempre indica, por exemplo,
através de mensagens, que você está
inserindo uma informação errada ou
procedendo de maneira inadequada.
Proteção
Contra Erros
As mensagens de erro apresentadas pelo
ambiente são sempre claras, precisas e
bastante explicativas com relação à
natureza do erro cometido.
Mensagens de
Erro
O ambiente sempre apresenta possíveis
soluções quando um erro ocorre.
Gestão de
Erros
Correção de
Erros
Os botões, símbolos, menus e demais itens
são similares entre uma tela e outra.
Consistência
Os termos e expressões utilizados no
ambiente apresentam uma linguagem de
fácil compreensão e entendimento.
Significado
O Ambiente mostrou-se de fácil
compreensão facilitando a sua navegação.
Compatibi-
lidade
Tabela 5: Afirmações do questionário referente a cada um dos critérios ergonômicos de Bastien e
Scapin
56
As respostas foram colhidas a partir da escala do tipo Likert, na qual o usuário
possuía cinco alternativas para escolha:
1 – Discordo plenamente;
2 – Discordo;
3 – Indeciso;
4 – Concordo;
5 – Concordo plenamente.
As ponderações mais altas (alternativas de número 4 e 5) correspondem à
concordância às afirmações favoráveis aos critérios ergonômicos, já as mais baixas
(alternativas 1 e 2), a discordância. A alternativa de número 3 era escolhida pelo usuário
caso este não soubesse ou preferisse não opinar a respeito daquela afirmação.
3.4 Análise dos dados
Para a análise dos dados da pesquisa prospectiva, os dados colhidos na pesquisa
foram analisados a partir da estatística descritiva e, para os dados colhidos na segunda fase
da pesquisa (com a aplicação do questionário), além da estatística descritiva, foram
realizados testes do chi-quadrado. As variáveis de agrupamento e as variáveis de
usabilidade utilizadas no questionário encontram-se na tabela 6 abaixo.
VARIÁVEIS DE AGRUPAMENTO VARIÁVEIS DE USABILIDADE
Ambiente
Sexo
Faixa Etária
Escolaridade
Experiência com computador
Experiência com Internet
Papel
Presteza
Feedback
Legibilidade
Agrupamento por Localização
Agrupamento por Formato
Concisão
Ações Mínimas
Densidade Informacional
Ações Explícitas
Controle do Usuário
Flexibilidade
Experiência do Usuário
Proteção Contra Erros
Mensagens de Erros
Correção de Erros
Consistência
Significados
Compatibilidade
Tabela 6: Variáveis de agrupamento e de usabilidade
57
Como operacionalização das variáveis, para o teste do chi-quadrado, foram feitas as
seguintes considerações para as respostas dos usuários:
- Concordância: respostas 4 e 5.
- Sem concordância: respostas 1, 2 e 3.
Além da análise anteriormente citada, foi feita uma comparação desses resultados
com os resultados obtidos na primeira fase da pesquisa onde os ambientes virtuais de
educação à distância foram avaliados a partir do checklist Ergolist.
58
Capítulo 4 - Análise e Discussão dos Resultados
Este capítulo descreve os resultados da pesquisa realizada junto aos ambientes
virtuais de educação à distância desenvolvidos no Brasil e de distribuição gratuita.
Inicialmente, são apresentados os dados da avaliação pelo Ergolist, em seguida, são
relatados os achados da avaliação segundo os usuários. Por fim, é feita uma comparação
qualitativa entre os dois tipos de avaliação.
4.1 Avaliação diagnóstica pelo Ergolist
A seguir, são apresentados os resultados da avaliação dos ambientes virtuais de
educação à distância Aulanet, eProinfo e Teleduc, a partir do checklist Ergolist. As figuras
apresentam, através de porcentagem, a quantidade de questões do checklist que foram
atendidas para cada um dos critérios ergonômicos analisados.
A figura 6 apresenta a porcentagem de respostas em conformidade com os critérios
ergonômicos de Bastien e Scapin, durante a avaliação da interface do ambiente virtual de
educação à distância Aulanet.
Figura 6: Análise das conformidades de usabilidade do ambiente Aulanet
59
Observou-se que, no ambiente AulaNet, as variáveis experiência do usuário e
flexibilidade (pertencentes à dimensão Adaptabilidade) obtiveram 0% para cada uma
delas. as variáveis consistência, ações explícitas, compatibilidade e legibilidade
obtiveram os maiores índices durante a avaliação, 93,3%, 87,5%, 85,7% e 83,3%,
respectivamente.
Segundo Lima (2003), adaptabilidade refere-se à capacidade da interface reagir
segundo o contexto e segundo as necessidades e preferências dos usuários. Quanto mais
numerosas forem as diferentes opções de efetuar uma mesma tarefa, maiores serão as
possibilidades dos usuários dominarem uma delas no decorrer de seu aprendizado. No
contexto do AulaNet, a interface não se adaptou facilmente ao usuário.
A forma das escolhas na concepção da interface (códigos, denominações, formatos,
procedimentos, etc.) são conservadas idênticas em contextos idênticos, e diferentes para
contextos diferentes, para o caso do AulaNet. Os procedimentos, rótulos, comandos etc
foram adequadamente reconhecidos, localizados e utilizados, assim como seu formato,
localização, ou sintaxe são estáveis de uma tela para outra ou de uma seção para outra.
Quanto ao critério ações explícitas, também se observou uma relação explícita o
processamento do sistema e as ações do usuário, assim, foram executadas somente as ações
solicitadas pelos avaliadores.
O critério compatibilidade refere-se ao acordo que possa existir entre as
características do usuário (memória, percepção, hábitos, competências, idade, expectativas,
etc.) e das tarefas, de uma parte, e a organização das saídas, das entradas e do diálogo de
uma dada aplicação, de outra. Da mesma forma, houve similaridade entre diferentes
ambientes e aplicações.
No que se refere à legibilidade, as características lexicais das informações
apresentadas na tela facilitaram a leitura das informações. O contraste de letras, tamanho
da fonte, espaçamento entre linhas e parágrafos, comprimento da linha etc foram
favoravelmente avaliados para o AulaNet.
A figura 7 apresenta o resultado da avaliação feita através do Ergolist para o
ambiente eProinfo. Constata-se que as variáveis significados e ações explícitas obtiveram
100% de conformidade. Isso quer dizer que o significado dos códigos e as denominações
utilizadas no ambiente são bastante claros e expressivos no ambiente E-Proinfo.
Além disso, percebeu-se que controle, por parte do usuário, sobre as ações do
sistema, ou seja, o ambiente processava apenas as tarefas determinadas pelo usuário e
60
somente no momento em era solicitado.
Para o critério significados, o ambiente E-Proinfo teve um comportamento 100%
satisfatório, no que se refere à adequação entre objeto ou a informação disponibilizada ou
solicitada e sua referência. Assim, os termos possuiam expressão para o usuário podem
proporcionar problemas de condução, levando o usuário a selecionar uma opção não
adequada.
Figura 7: Análise das conformidades de usabilidade do ambiente eProinfo
Em contrapartida, experiência do usuário e flexibilidade obtiveram 0% de
conformidade. Isso significa que o ambiente eProinfo o apresenta uma boa
adaptabilidade, ou seja, o ambiente não é capaz de se adaptar aos diferentes tipos de
usuários atendendo às suas necessidades e preferências. Este mesmo problema foi
detectado durante a avaliação da interface do ambiente Aulanet.
Em relação ao ambiente Teleduc, a figura 8 mostra, da mesma forma como se
observou no ambiente eProinfo, a variável significados alcançou 100% de conformidade.
Também, da mesma forma que se observou nos ambientes Aulanet e eProinfo, a
experiência do usuário e a flexibilidade apresentam-se, para o ambiente Teleduc, com
0% de conformidade.
61
Figura 8: Análise das conformidades de usabilidade do ambiente Teleduc
A figura 9 apresenta um comparativo entre os resultados da avaliação, a partir do
Ergolist, dos três ambientes. A partir da análise do gráfico, observa-se que, no geral, os
ambientes apresentaram os mesmos resultados, com poucas diferenças.
Figura 9: Comparativo de conformidade de todos os critérios do Ergolist em relação aos três
ambientes
62
O ambiente Aulanet obteve um grau de conformidade significativamente menor em
relação aos demais ambientes em quatro das dezoito variáveis. São elas:
- Significados, com 66,7% enquanto que os demais ambientes atingiram 100% de
conformidade neste critério;
- Controle do usuário, com 50% de conformidade enquanto que os ambientes
Aulanet e eProinfo atingiram um grau de 66,7%;
- Feedback com 40% enquanto que os demais ambientes obtiveram índices acima
de 70%;
- Agrupamento por formato com 57,7% contrastando com os 93% de conformidade
alcançados pelos demais ambientes.
Essas observações mostram que o ambiente Aulanet possui códigos e
denominações menos significativos, ou seja, quando comparado aos demais ambientes, a
linguagem dos termos e expressões utilizada no Aulanet é mais difícil de compreender e
entender; o poder que o usuário possui sobre o processamento durante o uso do sistema é
menor se comparado aos demais ambientes; o Aulanet nem sempre informa, de maneira
clara e rápida, quando uma determinada ação está sendo ou foi concluída; e, por fim, os
botões, imagens e textos nem sempre apresentam-se com formatos e cores diferenciados a
fim de distingui-los uns dos outros, quando comparado aos demais ambientes.
Outro ponto importante a ser observado é que todos os ambientes apresentaram 0%
de conformidade para as variáveis experiência do usuário e flexibilidade. Isso demonstra
que nenhum dos ambientes apresenta adaptabilidade, ou seja, não são capazes de reagir, de
maneiras diferentes, em contextos diferentes ou diante de necessidades e preferências
distintas de seus usuários.
A figura 10 apresenta também um comparativo do grau de conformidade das
variáveis de usabilidade dos três ambientes avaliados. A diferença entre as figuras 9 e 10, é
que, as variáveis encontram-se agrupadas. Os critérios foram agrupados com o objetivo de
facilitar o entendimento e apresentar os resultados de uma maneira mais geral. Os critérios
proteção contra erros, mensagens de erro e correção de erros foram agrupados no critério
gestão de erros.
Os critérios flexibilidade e experiência foram agrupados no critério
adaptabilidade. os critérios ações explícitas e controle do usuário foram agrupados em
controle explícito. Os critérios concisão, ações nimas e densidade informacional foram
agrupados em carga de trabalho.
63
Figura 10: Comparativo de conformidade das variáveis agrupadas em relação aos três ambientes
Por fim, os critérios presteza, feedback, legibilidade, agrupamento por localização e
agrupamento por formato foram agrupados no critério condução. os critérios
compatibilidade, significados e consistência não foram agrupados.
4.2 Avaliação da usabilidade segundo os usuários
Esta seção apresenta os resultados da pesquisa prospectiva feita com os professores
e alunos da amostra. São descritos o perfil dos respondentes, a avaliação descritiva de cada
ambiente e a análise inferencial.
4.2.1 Perfil da amostra
Dentre os participantes da pesquisa, diferentes perfis demográficos. As variáveis
sexo, faixa etária, escolaridade, experiência com computador, experiência com Internet são
apresentadas a seguir.
A partir da figura 11, observa-se que a diferença entre homens e mulheres que
participaram da pesquisa é pequena. Dos 30 participantes, a distribuição foi de 53,3%
mulheres e 46,7% homens.
64
Figura 11: Perfil da amostra por gênero
A figura 12 mostra a distribuição por faixa etária dos participantes da segunda fase
da pesquisa. Observa-se que a maioria (56,7%) dos entrevistados possui idades inferiores a
trinta anos. 23,3% estão na faixa entre 31 e 40 anos e apenas 20% dos entrevistados estão
na faixa com idades superiores a 40 anos.
Figura 12: Perfil da amostra a partir da faixa etária
A escolaridade dos participantes da pesquisa apresenta-se da seguinte forma: 20%
dos entrevistados possuem o ensino médio completo ou incompleto, 36,7% possuem o
nível superior completo ou incompleto, enquanto que, a sua maioria composta por 43,3%
dos entrevistados possuem alguma pós-graduação, seja ela uma especialização, mestrado
ou doutorado (Figura 13).
65
Figura 13: Perfil da amostra a partir da escolaridade
A amostra apresenta-se, a partir da observação da figura 14, com uma distribuição
equilibrada em relação à experiência com o uso do computador por parte dos
entrevistados. 53,3% dos entrevistados declararam que possuem pouca experiência com o
uso do computador, enquanto que 46,7% possuem muita experiência.
Figura 14: Perfil da amostra a partir da experiência com computador
Com relação à experiência com internet, a Figura 15 indica que a grande
maioria dos entrevistados (83,3%) declarou possuir experiência de mais de um ano com
internet, enquanto que apenas 16,7% declararam possuir menos de doze meses de
66
experiência.
Figura 15: Perfil da amostra a partir do tempo de uso da internet
4.2.2 Análise descritiva da usabilidade dos ambientes
Os resultados obtidos a partir da análise realizada sobre as informações colhidas
junto aos entrevistados para cada um dos três ambientes através do questionário estão
apresentados a seguir. O objetivo é descrever a percepção de maior usabilidade a partir das
características de cada uma das interfaces avaliadas pelos participantes da pesquisa.
A partir da figura 16, que representa o grau de concordância dos usuários para cada
uma das variáveis de usabilidade observadas no AulaNet, verifica-se que as variáveis
experiência e flexibilidade tiveram as menores taxas de concordância, 16,7% e 6,7%,
respectivamente. Essas variáveis são sub-critérios do critério ergonômico chamado
adaptabilidade. O AulaNet não disponibiliza meios que respeitem o nível de experiência do
usuário. Para os respondentes, esta interface não soube lidar com as variações dos níveis de
experiência. Para atender ao critério ergonômico relativo à experiência, meios
diferenciados deveriam ter sido previstos para lidar com diferenças de experiência,
permitindo que o usuário delegasse ou se apropriasse da iniciativa do diálogo.
O ambiente AulaNet não consegue colocar à disposição do usuário diferentes
maneiras deste alcançar certo objetivo, e, portanto, não possui a capacidade de se adaptar
às variadas ações do usuário. Da mesma forma, a interface do ambiente virtual de educação
à distância AulaNet não é capaz de colocar meios à disposição do usuário que permitam
personalizar a interface, a fim de levar em conta as exigências da tarefa, de suas estratégias
ou seus hábitos de trabalho.
67
Figura 16: Grau de concordância das variáveis de usabilidade em relação ao ambiente AulaNet
Tendo um baixo grau de concordância no que diz respeito aos critérios experiência
do usuário e flexibilidade em relação à interface do ambiente AulaNet, ficou evidenciada a
insegurança dos usuários no manuseio deste ambiente, podendo acarretar atrasos ou erros
irreversíveis. Um agravante a essa observação é que os critérios correção de erros e
mensagens de erros também apresentaram um nível de concordância abaixo de 50%. Isso
quer dizer que, além dos usuários encontrarem-se inseguros durante a navegação no
ambiente, os meios colocados à disposição destes com o objetivo de permitir a correção de
seus erros não foram satisfatórios.
A variável mensagens de erro refere-se à pertinência, a legibilidade e a exatidão da
informação dada ao usuário sobre a natureza do erro cometido (sintaxe, formato, etc.), e
sobre as ações a executar para corrigi-lo. a variável correção de erros diz respeito aos
meios colocados a disposição do usuário com o objetivo de permitir a correção de seus
erros (Cybis, 2003).
Conclui-se que a interface AulaNet não leva em conta a experiência do usuário no
manuseio do sistema, além deste usuário se encontrar desprovido de flexibilidade por parte
da ambiente. Tudo isso remete a erros durante a navegação. Como agravante, o ambiente
não provê bons mecanismos para a gestão desses erros.
Em contrapartida, os usuários do ambiente AulaNet tiveram um alto grau de
68
concordância nas variáveis consistência e ações explícitas com índices de 86,7% e 90%,
respectivamente.
A consistência se refere à carga perceptiva e cognitiva de saídas e entradas
individuais, e por definição, não se refere às mensagens de erro e de feedback. o critério
ações explícitas se baseia nas relações entre o processamento do computador e as ações do
usuário, pois esta relação deve ser explícita, ou seja, o computador deve processar somente
as ações que o usuário solicita e quando as solicita (Barros, 2003).
Quanto à avaliação do ambiente eProinfo, verifica-se um grau de concordância
maior na maioria das variáveis de usabilidade, quando comparado aos resultados obtidos
na avaliação do ambiente AulaNet, como pode-se observar a partir da figura 17. Assim
como no ambiente Aulanet, as variáveis experiência do usuário e flexibilidade também
tiveram um baixo grau de concordância, 23,3% e 16,7%, respectivamente. As demais
variáveis de usabilidade tiveram um alto grau de concordância, tendo mais de 80% como
grau de concordância. Dessa forma, a partir do resultado do ambiente Aulanet pode-se
chegar às mesmas conclusões no ambiente eProinfo, para as variáveis experiência e
flexibilidade.
Figura 17: Grau de concordância das variáveis de usabilidade em relação ao ambiente eProinfo
Mas, ao contrário do ambiente Aulanet, que obteve também baixos graus de
concordância para as variáveis correção de erros e mensagens de erros, o ambiente
eProinfo teve baixo grau de concordância na variável correção de erros, com 36,7%,
69
enquanto que na variável mensagens de erro obteve um grau de concordância de 80%.
Isso mostra que os usuários ficaram satisfeitos com a qualidade das mensagens de erro,
considerando como ponto fraco da interface os meios colocados a disposição destes com o
objetivo de permitir a correção de seus erros.
Com relação ao ambiente virtual de educação à distância TelEduc (Figura 18), os
resultados obtidos a partir do questionário apresentaram, no geral, dados semelhantes à
avaliação do ambiente eProinfo. Semelhante aos resultados dos ambientes anteriormente
comentados, o ambiente Teleduc também apresenta um baixo grau de concordância para as
variáveis experiência do usuário e flexibilidade, porém apresenta, ao contrário dos
ambientes anteriores, graus de concordância superiores a 50% para as variáveis correção
de erros e mensagens de erro.
Figura 18: Grau de concordância das variáveis de usabilidade em relação ao ambiente TelEduc
A figura 19 apresenta um comparativo entre os resultados da avaliação feita pelos
usuários dos três ambientes. Distorções entre os resultados podem ser observadas para
algumas variáveis. Nas variáveis presteza, feedback, legibilidade, proteção contra
erros, mensagens de erros e compatibilidade, os resultados da avaliação, para o
ambiente Aulanet, no geral foram consideravelmente inferiores aos resultados alcançados
pelos demais ambientes.
70
Figura 19: Comparativo entre os graus de concordância das variáveis de usabilidade para os três
ambientes
Da mesma maneira que na avaliação diagnóstica/preditiva (seção 4.1), a figura 20
apresenta um comparativo entre os três ambientes através da visão de agrupamento de
algumas variáveis de usabilidade, com o objetivo de facilitar a visualização dos pontos
fortes e fracos de cada um dos ambientes, mas desta vez a partir do ponto de vista do
usuário. Os critérios proteção contra erros, mensagens de erro e correção de erros foram
agrupados no critério gestão de erros. Os critérios flexibilidade e experiência foram
agrupados no critério adaptabilidade. os critérios ões explícitas e controle do usuário
foram agrupados em controle explícito. Os critérios concisão, ações mínimas e densidade
informacional foram agrupados em carga de trabalho. E por fim, os critérios presteza,
feedback, legibilidade, agrupamento por localização e agrupamento por formato foram
agrupados no critério condução. os critérios compatibilidade, significados e consistência
não foram agrupados em nenhum outro critério.
Constata-se que o critério adaptabilidade alcançou índices bastante baixos,
segundo a percepção do usuário dos ambientes, durante a sua avaliação (Figura 20). Isso é
conseqüência do fato das interfaces dos ambientes não colocarem à disposição dos usuários
diferentes formas para a execução de uma mesma tarefa que leve em consideração os seus
hábitos e suas estratégias, ou seja, os ambientes não se apresentam flexíveis.
71
Figura 20: Comparativo entre os graus de concordância das variáveis de usabilidade agrupadas para
os três ambientes
Outro ponto que levou a estes baixos índices de adaptabilidade deve-se ao fato dos
ambientes analisados não levarem em consideração a heterogeneidade dos usuários, ou
seja, o se apresentam de forma diferenciada para usuários com mais ou menos
experiência durante o manuseio do ambiente. Usuários mais experientes ou usuários
especialistas não precisam ser conduzidos durante a navegação no ambiente da mesma
forma que usuários menos experientes, ou seja, diálogos mais longos e explicativos devem
ser utilizados para usuários novatos enquanto que atalhos devem ser disponibilizados para
serem utilizados por usuários mais experientes. Por conta da ausência de todas essas
características, os ambientes analisados apresentaram-se com graus de adaptabilidade que
não ultrapassam 20% de concordância.
Outra constatação importante, segundo a observação da figura 20, é com relação ao
critério compatibilidade. Percebe-se que, para os ambientes eProinfo e Teleduc, o grau de
concordância foi de 86,7% e 76,7%, respectivamente, enquanto que, para o ambiente
Aulanet, o grau de concordância foi de apenas 50%. Essa distorção entre os resultados
deve-se ao fato do ambiente Aulanet o apresentar-se de maneira compatível com as
expectativas dos usuários. Em outras palavras, a forma organizacional além da seqüência
de passos para a realização de uma dada tarefa não corresponde à realizada
costumeiramente pelos usuários. Isso explica o baixo grau de compatibilidade do ambiente
Aulanet quando comparado com os demais ambientes avaliados.
Percebe-se, ainda, uma diferença considerável entre os ambientes com relação ao
72
critério gestão de erros. Enquanto os ambientes eProinfo e Teleduc alcançaram índices de
concordância de 65,6% e 68,9%, respectivamente, o ambiente Aulanet obteve um índice de
46,7%. O ambiente Aulanet não apresenta, de maneira clara e satisfatória, para os usuários,
indicativos de que estes estão prestes a cometer erros durante a navegação no ambientes.
Exemplos para este fato, o mensagens informando dados de entrada incorretos antes de
estes serem processados pelos sistemas.
Outro ponto que contribui para o baixo grau de concordância da variável gestão de
erros do ambiente Aulanet é o fato das mensagens de erros apresentadas não serem claras,
precisas e bastante explicativas com relação à natureza do erro cometido, segundo os
usuários. Por fim, o ambiente também não apresenta soluções satisfatórias, segundo
também os usuários, quando estes se deparam com um erro.
Mais um ponto a ser destacado, ainda observando a figura 20, é com relação ao
critério condução. Mais uma vez, o ambiente Aulanet apresenta-se com um grau de
concordância bem abaixo dos demais ambientes. O ambiente eProinfo alcançou um grau
de concordância de 85,4%, o ambiente Teleduc alcançou um grau de 84,7% de
concordância e, em contrapartida, o ambiente Aulanet alcançou um grau de concordância
de apenas 60,7%. Apesar de ser um valor acima de 50% da concordância dos usuários,
ainda é um valor consideravelmente menor que os demais ambientes. Para os usuários, o
ambiente Aulanet não apresentou meios satisfatórios, quando comparado aos demais
ambientes, para conduzi-los, aconselhá-los ou informá-los durante a navegação no sistema.
Por outro lado, todos os ambientes apresentaram resultados relativamente
homogêneos e com graus de concordância superiores a 70% para os critérios significados,
consistência, controle explícito e carga de trabalho. Para os usuários, uma boa
concordância que todos os ambientes utilizam termos e expressões com uma linguagem de
fácil compreensão e entendimento, as diversas telas do ambiente são homogêneas para
contextos idênticos, ou seja, os procedimentos e rótulos mantêm seu formato ou
localização estáveis de uma tela para outra ou de uma seção para outra, os usuários se
sentiram no controle do ambiente durante a navegação e os ambientes se mostraram
econômicos, com elementos de interface que reduziram a carga cognitiva e perceptiva dos
usuários e diálogos eficientes.
73
4.2.3 Fatores influenciadores da avaliação de usabilidade
A seguir, são testados os efeitos de cada uma das variáveis mediadoras Ambiente,
Sexo, Faixa etária, Experiência com o computador, Tempo de uso da Internet e Tipo
de usuário sobre a avaliação da usabilidade das interfaces dos ambientes virtuais de
educação à distância pesquisados.
Foi utilizado o teste de independência chi-quadrado, para determinar dependências
estatísticas entre as variáveis mediadoras e as variáveis de usabilidade. Essa análise é feita
a partir dos dados colhidos com o questionário adaptados dos critérios ergonômicos.
4.2.3.1 Efeito do tipo de ambiente virtual avaliado na percepção de usabilidade
Na tabela 7 é apresentada uma análise entre a variável de agrupamento Ambiente e
as variáveis de usabilidade.
Variável Variáveis de usabilidade
p (teste χ
χχ
χ
2
)
Análise
AMBIENTE
Presteza 0,01376 Dependente
Feedback 0,00156 Dependente
Legibilidade 0,00027 Dependente
Agrupamento por Localização 0,07889
Agrupamento por Formato 0,38191
Concisão 0,20004
Ações Mínimas 0,65563
Densidade Informacional 0,35785
Ações Explícitas 0,87180
Controle do Usuário 0,13125
Flexibilidade 0,42089
Experiência do Usuário 0,81193
Proteção Contra Erros 0,01394 Dependente
Mensagens de Erros 0,00629 Dependente
Correção de Erros 0,24783
Consistência 0,53292
Significados 0,18118
Compatibilidade 0,00526 Dependente
Tabela 7: Efeitos da variável Ambiente sobre as variáveis de usabilidade
Os resultados da tabela 7 mostram que as variáveis de usabilidade presteza,
feedback, legibilidade, proteção contra erros, mensagens de erros e compatibilidade
foram as que se apresentaram com graus de concordância diferentes quando leva-se em
consideração os diferentes ambientes analisados (p<0,05). Assim, de acordo com o
ambiente avaliado, estas variáveis apresentaram valores diferentes entre si. Isso pode ser
74
comprovado a partir da observação da Figura 19, apresentada na seção anterior, que
apresenta uma diferença considerável do resultado da avaliação dessas variáveis para o
ambiente Aulanet em relação à avaliação dos demais ambientes. Com relação às demais
variáveis, o fator ambiente não afeta a percepção de usabilidade do usuário, ou seja,
independentemente do ambiente analisado, a percepção dessas variáveis de usabilidade
permanecem semelhantes.
4.2.3.2 Efeito do gênero na percepção de usabilidade
Nota-se, a partir da tabela 8, que apenas as variáveis de usabilidade flexibilidade e
correção de erros são afetadas na avaliação do ambiente quando se leva em consideração
o sexo do entrevistado (p<0,05). As demais variáveis o sofrem diferenças consideráveis
de percepção durante a avaliação levando-se em consideração o sexo como variável de
agrupamento. Parece assim que, independemente do gênero do avaliador, o fato de ser
homem ou mulher não teve efeito no resultado na avaliação de usabilidade dos ambientes.
Variável Variáveis de usabilidade
p (teste χ
χχ
χ
2
)
Análise
SEXO
Presteza 0,26848
Feedback 0,05722
Legibilidade 0,07300
Agrupamento por Localização 0,09694
Agrupamento por Formato 0,26511
Concisão 0,75586
Ações Mínimas 0,89569
Densidade Informacional 0,68620
Ações Explícitas 0,19812
Controle do Usuário 0,56476
Flexibilidade 0,02524 Dependente
Experiência do Usuário 0,75129
Proteção Contra Erros 0,31998
Mensagens de Erros 0,12321
Correção de Erros 0,02344 Dependente
Consistência 0,57482
Significados 0,96803
Compatibilidade 0,59727
Tabela 8: Efeitos da variável Sexo sobre as variáveis de usabilidade
4.2.3.3 Efeito da faixa etária na percepção de usabilidade
Com relação à variável de agrupamento Idade (tabela 9), as variáveis de usabilidade
presteza, feedback, agrupamento por formato, densidade informacional, flexibilidade
75
e significados sofrem influência na sua avaliação por parte de participantes mais velhos ou
mais novos. Aparentemente, pela amostra, a faixa etária do entrevistado no processo de
avaliação dos ambientes virtuais de educação à distância afeta as opiniões sobre a
usabilidade, pois são estatisticamente significativos em relação a estas variáveis. As
demais variáveis de usabilidade não se apresentaram diferentes quando se leva em
consideração a idade dos entrevistados durante a avaliação dos ambientes.
Variável Variáveis de usabilidade
p (teste χ
χχ
χ
2
)
Análise
FAIXA ETÁRIA
Presteza 0,02953 Dependente
Feedback 0,04325 Dependente
Legibilidade 0,67070
Agrupamento por Localização 0,38582
Agrupamento por Formato 0,01664 Dependente
Concisão 0,18677
Ações Mínimas 0,76708
Densidade Informacional 0,04062 Dependente
Ações Explícitas 0,17446
Controle do Usuário 0,18352
Flexibilidade 0,01292 Dependente
Experiência do Usuário 0,17859
Proteção Contra Erros 0,80107
Mensagens de Erros 0,14097
Correção de Erros 0,60646
Consistência 0,45508
Significados 0,00910 Dependente
Compatibilidade 0,15041
Tabela 9: Efeitos da variável Faixa etária sobre as variáveis de usabilidade
4.2.3.4 Efeito da escolaridade na percepção de usabilidade
Quando se testa o grau de escolaridade do avaliador, observa-se que apenas as
variáveis de usabilidade flexibilidade e correção de erros são afetadas (p<0,05) por sua
percepção, conforme se apresenta tabela 10. Portanto, infere-se que a percepção da
flexibilidade e da correção de erros é alterada quando se leva em consideração diferentes
graus de escolaridade dos entrevistados no processo de avaliação dos ambientes virtuais de
educação à distância. Nas demais variáveis de usabilidade, não diferenças de opinião
entre os mais ou os menos escolarizados, ambos avaliaram da mesma forma,
independentemente do grau de escolaridade do entrevistado (p>0,05).
76
Variável Variáveis de usabilidade
p (teste χ
χχ
χ
2
)
Análise
ESCOLARIDADE
Presteza 0,83295
Feedback 0,30076
Legibilidade 0,88172
Agrupamento por Localização 0,05977
Agrupamento por Formato 0,47211
Concisão 0,81371
Ações Mínimas 0,44464
Densidade Informacional 0,31928
Ações Explícitas 0,51756
Controle do Usuário 0,33754
Flexibilidade 0,01064 Dependente
Experiência do Usuário 0,09607
Proteção Contra Erros 0,08891
Mensagens de Erros 0,11982
Correção de Erros 0,00537 Dependente
Consistência 0,57451
Significados 0,35181
Compatibilidade 0,94181
Tabela 10: Efeitos da variável Escolaridade sobre as variáveis de usabilidade
4.2.3.5 Efeito da experiência com computador na percepção de usabilidade
Na tabela 11, nota-se que cinco variáveis de usabilidade sofrem influência
conforme a experiência com o uso do computador por parte do respondente, são estas:
localização, concisão, proteção contra erros e significados (p<0,05).
Isso quer dizer que, a partir da maior ou menor experiência prévia que o usuário
possui com o uso do computador, a percepção destas variáveis de usabilidade é alterada
durante a avaliação dos ambientes. No entanto, a experiência do entrevistado com o
computador não afeta a percepção das demais variáveis de usabilidade durante a avaliação
dos ambientes virtuais de educação à distância.
77
Variável Variáveis de usabilidade
P (teste χ
χχ
χ
2
)
Análise
EXPERIÊNCIA
Presteza 0,11696
COM
Feedback 0,83266
COMPUTADOR
Legibilidade 0,37003
Agrupamento por Localização 0,04249
Dependente
Agrupamento por Formato 0,06643
Concisão 0,00143
Dependente
Ações Mínimas 0,53344
Densidade Informacional 0,38420
Ações Explícitas 0,34699
Controle do Usuário 0,09784
Flexibilidade 0,31998
Experiência do Usuário 0,20489
Proteção Contra Erros 0,00137
Dependente
Mensagens de Erros 0,11616
Correção de Erros 0,11897
Consistência 0,57482
Significados 0,01807
Dependente
Compatibilidade 0,67620
Tabela 11: Efeitos da variável Experiência computacional sobre variáveis de usabilidade
4.2.3.6 Efeito do tempo de uso da internet na percepção de usabilidade
Independentemente do tempo de uso da Internet (tabela 12), a percepção de todas
as variáveis de usabilidade não são afetadas durante a avaliação. No entanto, cabe uma
cautela neste resultado, que é o fato da variável ter um desvio padrão baixo, isto é, a quase
totalidade dos entrevistados já possuíam acesso à Internet há mais de um ano. Por isso, o
teste de independência perde sua força de inferência devido a grande homogeneidade da
amostra com relação à variável de tempo de uso da Internet.
Variável Variáveis de usabilidade
p (teste χ
χχ
χ
2
)
Análise
TEMPO DE
Presteza 0,35454
USO DA
Feedback 0,47950
INTERNET
Legibilidade 0,54850
Agrupamento por Localização 0,75762
Agrupamento por Formato 0,27268
Concisão 0,06862
Ações Mínimas 0,27268
Densidade Informacional 0,83522
Ações Explícitas 0,74042
Controle do Usuário 0,18524
78
Variável Variáveis de usabilidade
p (teste χ
χχ
χ
2
)
Análise
TEMPO DE
Flexibilidade 1,00000
USO DA
Experiência do Usuário 1,00000
INTERNET
Proteção Contra Erros 0,14537
Mensagens de Erros 0,19717
Correção de Erros 0,18412
Consistência 0,50255
Significados 0,34789
Compatibilidade 0,40538
Tabela 12: Efeitos da variável Tempo de uso da Internet sobre variáveis de usabilidade
4.2.3.7 Efeito do tipo de usuário na percepção de usabilidade
Conforme o resultado apresentado na tabela 13, constata-se que o tipo de usuário
afetou a percepção apenas de duas variáveis: feedback e flexibilidade. para as demais
variáveis, a percepção é similar, seja usuário professor ou usuário aluno, quando se está
avaliando o ambiente.
Variável Variáveis de usabilidade
p (teste χ
χχ
χ
2
)
Análise
TIPO DE
Presteza 0,81807
USUÁRIO
Feedback 0,03501 Dependente
Legibilidade 1,00000
Agrupamento por Localização 0,49015
Agrupamento por Formato 0,62374
Concisão 0,24469
Ações Mínimas 0,62374
Densidade Informacional 0,64183
Ações Explícitas 0,45881
Controle do Usuário 0,41915
Flexibilidade 0,01311 Dependente
Experiência do Usuário 0,59816
Proteção Contra Erros 0,64183
Mensagens de Erros 0,12047
Correção de Erros 0,20309
Consistência 0,36836
Significados 0,36836
Compatibilidade 0,64183
Tabela 13: Efeitos da variável Tipo de usuário sobre as variáveis de usabilidade
A tabela 14 resume o que foi apresentado até agora. As células marcadas com um
79
asterisco representam que, no teste de chi-quadrado, foi identificada uma dependência
entre as variáveis (p<0,05), ou seja, a referida variável de agrupamento possui uma relação
de dependência com a variável de usabilidade, enquanto as marcadas com dois asteriscos
representam uma significância para p<0,01. As células marcadas por fen representam a
situação de que os dados possuem uma relação de independência.
A partir da análise da tabela 14, podem-se ser destacados alguns pontos
importantes. Primeiro, observa-se que as variáveis ambiente e idade dos entrevistados
foram as que mais causaram diferença de percepção por parte dos usuários em relação à
usabilidade dos ambientes. Constatou-se que, dependendo do tipo de ambiente (AulaEduc,
eproinfo ou Teleduc) e da faixa etária do avaliador (mais velhos ou mais novos), seis
variáveis de usabilidade sofrem influência dessas duas variáveis. A escolha do ambiente
causou dependência em presteza, feedback, legibilidade, proteção contra erros, mensagens
de erros e compatibilidade, enquanto que a idade do usuário causou dependência em
presteza, feedback, agrupamento por formato, densidade informacional, flexibilidade e
significados.
Variáveis de usabilidade Ambiente Sexo Faixa
etária
Escola-
ridade
Exp.
Comput
Tempo
Internet
Tipo de
usuário
Presteza * - * - - - -
Feedback ** - * - - - *
Legibilidade ** - - - - - -
Agrupamento por
Localização
- - - - * - -
Agrupamento por
Formato
- - * - - - -
Concisão - - - - ** - -
Ações Mínimas - - - - - - -
Densidade Informacional - - * - - - -
Ações Explícitas - - - - - - -
Controle do Usuário - - - - - - -
Flexibilidade - * * * - - *
Experiência do Usuário - - - - - - -
Proteção Contra Erros * - - - ** - -
Mensagens de Erros ** - - - - - -
Correção de Erros - * - ** - - -
Consistência - - - - - - -
Significados - - ** - * - -
Compatibilidade ** - - - - - -
Tabela 14: Resumo do efeito das variáveis moderadoras sobre variáveis de usabilidade
80
Depreende-se ainda dessa análise geral que, independentemente da experiência do
usuário com internet, as avaliações se mostraram equivalentes, ou seja, o fato do usuário
ter intimidade ou não em navegar na internet o foi um ponto que causou resultados
diferentes por parte dos usuários dos ambientes. Ressalta-se mais uma vez o fato da
variável ter um desvio padrão baixo, isto é, a quase totalidade dos entrevistados já
possuíam acesso à Internet há mais de um ano. Por isso, o teste de independência perde sua
força de inferência devido a grande homogeneidade da amostra com relação à variável de
tempo de uso da Internet.
No tocante ao tipo de usuário, o qual havia a hipótese de trabalho de essa variável
afetaria bastante sua opinião sobre a usabilidade do ambiente, o teste de chi-quadrado não
confirmou esta hipótese após a pesquisa. Conforme se observa no quadro, apenas feedback
e flexibilidade possuem uma diferença de percepção por parte dos entrevistados quando se
leva em consideração o tipo deste usuário (usuário aluno ou usuário professor).
4.3 Comparação qualitativa entre as técnicas de avaliação utilizadas
A tabela 15 indica, para cada ambiente avaliado, se determinada variável apresenta
nenhum, pouco ou muito alinhamento entre os resultados alcançados nas avaliações com e
sem a participação do usuário, ou seja, as avaliações realizadas com o checklist Ergolist e a
partir da avaliação através de questionário respondido pelos usuários. Para esta
classificação, adotou-se a seguinte condição: para diferenças, entre resultados, superiores a
20%, considerou-se que não houve nenhum alinhamento; para diferenças entre 10% e 20%,
considerou-se que houve pouco alinhamento; para diferenças inferiores a 10%,
considerou-se que houve muito alinhamento entre os resultados obtidos nas duas
avaliações.
NÍVEL DE ALINHAMENTO
Aulanet e-Proinfo Teleduc
Critérios
Nenhum Pouco Muito Nenhum Pouco Muito Nenhum Pouco Muito
Compatibilidade X X X
Significados X X X
Consistência X X X
Gestão de Erros X X X
81
Adaptabilidade X X X
Controle Explícito X X X
Carga de Trabalho X X X
Condução X X X
Tabela 15: Alinhamento entre as avaliações com e sem a participação do usuário
Observando a tabela 15, nota-se que não existe nenhum alinhamento entre os
resultados obtidos, a partir das duas avaliações, dos critérios compatibilidade para o
ambiente Aulanet e controle explícito para o ambiente Teleduc. Existe uma diferença
bastante significativa entre as avaliações do critério compatibilidade para o ambiente
Aulanet. Na avaliação com a participação do usuário, apenas a metade deles, conforme se
apresentou na figura 16, considerou o ambiente Aulanet com boa compatibilidade. No
entanto, na técnica sem a participação do usuário, realizada pelo autor, 85,7% das questões
(ver figura 6) referentes a este critério foram atendidas, ou seja, o critério compatibilidade
não atingiu um grau satisfatório na avaliação feita pelos usuários enquanto que este critério
foi atendido na avaliação realizada pelo autor.
Distorções entre avaliações com e sem a participação de usuário do sistema o
comuns de acontecer. Os achados desta pesquisa se justificam quando se tem como suporte
teórico explicativo o Modelo de Aceitação de Tecnologia (technology acceptance model -
TAM). O TAM é uma adaptação da teoria da ação racional, vinda da psicologia, e
modificada especificamente para criar modelos de aceitação de tecnologia da informação
(Davis, 1993; Dias et al., 2003).
Segundo Davis (1989), o objetivo do TAM é possibilitar uma explicação dos
determinantes da utilização de computadores, capaz de contemplar comportamentos de
usuários através de uma grande gama de tecnologias e populações. O modelo leva em
consideração que estímulos externos influenciam as atitudes pessoais, indiretamente
influenciando suas crenças sobre as conseqüências de ter aquele comportamento. Um
ponto chave do TAM é, então, verificar o impacto de fatores externos nas crenças e
atitudes das pessoas. Foi formulado para atingir esses objetivos através da identificação de
um pequeno mero de variáveis fundamentais sugeridas por pesquisas prévias,
relacionadas com determinantes cognitivos e afetivos da aceitação de tecnologia da
informação (Gahtani, 2001, apud Saleh, 2004).
O TAM se baseia na idéia de que dois conceitos principais, a utilidade percebida e a
facilidade percebida podem prever aceitação de sistemas computacionais. Segundo Davis
82
(1993), as pessoas tendem a usar ou o uma aplicação ou tecnologia de acordo com a
possibilidade de melhorar seu desempenho no trabalho. Isso é chamado de utilidade
percebida. No entanto, mesmo que o usuário entenda que um determinado aplicativo é útil,
sua efetiva utilização pode ser prejudicada se o uso for considerado muito complicado, de
modo que os benefícios da nova tecnologia não compensem o esforço do uso. Esse
conceito é chamado de facilidade percebida (Davis, 1993; Gahtani, 2001, apud Saleh,
2004).
Portanto, fatores externos e subjetivos influenciam a percepção do usuário quando
este está avaliando, ou simplesmente conhecendo, um determinado ambiente
computacional causando, dessa forma, distorções entre avaliações com e sem a
participação dos usuários. A literatura reforça a questão da importância de se utilizar uma
metodologia de avaliação que envolva tanto técnicas com e sem a participação do usuário
do sistema.
83
Capítulo 5 - Conclusões e Recomendações
Este capítulo tem por objetivo apresentar uma síntese do trabalho, as implicações
teóricas e gerenciais, as limitações do estudo e o direcionamento para novas pesquisas.
5.1 Principais conclusões
O presente trabalho propôs a avaliação de interfaces dos ambientes virtuais de
educação à distância gratuitos desenvolvidos no Brasil. A avaliação mostrou-se simples e
barato. Barato, pois as ferramentas utilizadas durante o processo de avaliação são gratuitas.
Apesar da pesquisa utilizar trinta entrevistados para a avaliação, Nielsen (2000) citado por
Padilha (2004), afirma que, para se obterem resultados satisfatórios em um teste de
usabilidade, são necessários apenas cinco informantes. A partir desses cinco informantes,
cerca de 75% dos problemas de usabilidade podem ser detectados. Dessa forma, os custos
do processo de avaliação poderiam se reduzir ainda mais. Quanto à complexidade, a
avaliação mostrou-se simples, pois não exigiu a participação de especialistas em
usabilidade para a execução do processo. As ferramentas utilizadas na avaliação podem ser
manipuladas por usuários sem experiência em avaliação de usabilidade.
Durante a avaliação dos ambientes através do Ergolist, contatou-se a total falta do
critério adaptabilidade, corroborando com a avaliação feita pelos usuários, onde este
critério não alcançou 21% de concordância por parte dos entrevistados. Isso mostra que o
grande problema encontrado em todos os ambientes avaliados é a adaptabilidade, ou seja,
os desenvolvedores de ambientes de e-learning parecem não levarem em consideração a
experiência do usuário e a necessidade de serem flexíveis.
Os critérios compatibilidade do ambiente Aulanet e controle explícito do ambiente
Teleduc tiveram avaliações diferentes a partir das duas técnicas usadas no método
proposto. Isso reforça a importância de se aplicar duas técnicas na avaliação, uma com a
participação do usuário e outra sem a participação do usuário. Fatores individuais ou
externos podem influenciar a avaliação do usuário.
Após a avaliação, foram detectados problemas e qualidades nas interfaces dos
ambientes avaliados. O estudo, além de mostrar que é possível a aplicação da avaliação,
84
colaborou com os ambientes avaliados, pois estes poderão ser melhorados através da
eliminação dos problemas detectados durante a avaliação.
Ao contrário do que se imaginava inicialmente, o tipo de usuário (se professor ou
aluno) influenciou muito pouco no resultado da avaliação feita pelos usuários. Apesar dos
ambientes apresentarem funcionalidades distintas entre usuários professores e usuários
alunos, essa característica não se mostrou determinante na avaliação feita pelos usuários.
Isso pôde ser comprovado através do teste do qui-quadrado onde, das dezoito variáveis
avaliadas, apenas duas (feedback e flexibilidade) se mostraram influenciadas pelo tipo de
usuário.
Observou-se também a partir do teste do qui-quadrado, que a percepção da
usabilidade das interfaces por parte dos usuários é afetada quando se leva em consideração
as variáveis de controle consideradas no trabalho.
Apesar da avaliação ter sido aplicada apenas aos ambientes virtuais de educação à
distância, esse método pode ser aplicado a qualquer ambiente, uma vez que a proposta é
genérica e voltada para qualquer tipo de interface.
5.2 Implicações teóricas e gerenciais
Este trabalho contribuiu com a avaliação de usabilidade dos Ambientes Virtuais de
Educação à Distância desenvolvidos no Brasil e com distribuição gratuita. A avaliação
realizada utiliza ferramentas gratuitas e demanda pouco tempo. O trabalho também
contribuiu na tentativa de popularizar a avaliação da usabilidade de interfaces. Esta ainda é
uma área em que grande parte dos desenvolvedores de sistemas pouca importância. O
trabalho contribuiu com o avanço do tema avaliação de usabilidade, inserido na área de
Interação Humano-computador e do campo da ergonomia de interfaces, ambos
importantes para o campo da Engenharia de Produção.
Do ponto de vista prático, o fato dos ambientes virtuais de educação à distância
gratuitos desenvolvidos no Brasil terem passado por uma avaliação e, a partir de então,
seus pontos positivos e negativos terem sido apresentados constitui também uma
contribuição para os desenvolvedores e instituições interessadas diretamente no assunto.
Uma das implicações gerenciais recomendadas pelo trabalho é a de que os
ambientes avaliados AulaNet, eProinfo e Teleduc implementem mecanismos que
proporcionem, aos usuários, maior flexibilidade em suas interfaces. A flexibilidade está
relacionada aos meios colocados à disposição do usuário que permitem personalizar a
85
interface, de tal forma que levem em conta, dentre outras coisas, seus bitos de trabalho e
suas estratégias. Recomenda-se também a implementação de mecanismos nas interfaces
que levem em consideração a experiência de cada usuário. Uma sugestão para solucionar
este problema seria a criação de assistentes que conduziriam os usuários menos experientes
e disponibilizariam maiores informações durante a navegação.
5.3 Limitações do Trabalho
O presente trabalho apresenta como limitação o fato de avaliar apenas os ambientes
virtuais de educação à distância gratuitos desenvolvidos no Brasil.
No questionário utilizado para a coleta de dados junto aos usuários dos ambientes,
não constam espaços para que estes manifestem suas opiniões e sugestões explicando a
concordância ou discordância com cada um dos critérios ergonômico. Apesar de ser
possível a detecção dos problemas a partir da definição dos critérios, esta modificação no
questionário ajudaria na hora do melhoramento das interfaces, pois facilitaria encontrar as
causas dos problemas.
5.4 Direções da Pesquisa
Pesquisas futuras poderão ser desenvolvidas aplicando a avaliação para interfaces
de outros sistemas, bem como para interfaces de outros ambientes virtuais de educação à
distância.
Com o resultado das avaliações, os ambientes poderão ser modificados e novas
avaliações poderão ser feitas para comprovar o melhoramento de suas interfaces, com a
plataforma Moodle, por exemplo.
Novos ambientes poderão ser desenvolvidos a partir deste trabalho uma vez que ele
apresenta as diretrizes a serem seguidas pelos desenvolvedores para se obter uma interface
que atenda aos critérios ergonômicos de usabilidade.
86
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Anexos
96
ANEXO I
Ergolist
PRESTEZA
1. Os títulos de telas, janelas e caixas de diálogo estão no alto, centrados ou justificados à esquerda?
2. Todos os campos e mostradores de dados possuem rótulos identificativos?
3. Caso o dado a entrar possua um formato particular, esse formato encontra-se descrito na tela?
4. As unidades para a entrada ou apresentação de dados métricos ou financeiros encontram-se descritas na
tela?
5. Os rótulos dos campos contêm um elemento específico, por exemplo ":", como convite às entradas de
dados?
6. Caso o dado a entrar possua valores aceitáveis esses valores encontram-se descritos na tela?
7. Listas longas apresentam indicadores de continuação, de quantidade de itens e de páginas?
8. As tabelas apresentam cabeçalhos para linhas e colunas consistentes e dis tinguíveis dos dados
apresentados?
9. Os gráficos possuem um título geral e rótulos para seus eixos?
10. Os botões que comandam a apresentação de caixas de diálogo apresentam em seus rótulos o sinal "..."
como indicador da continuidad e do diálogo?
11. As páginas de menus possuem títulos, cabeçalhos ou conv ites à entrada?
12. As opções de menu que levam a outros painéis de menu apresentam o sinal ">" como indicador desse
fato?
13. O usuário encontra disponíveis as informações necessárias para suas ações?
14. Nas caixas de mensagens de erro, o botão de comando "AJUDA" está sempre presente?
15. O usuário pode obter facilmente ajuda on line e contextual sobre as funcionalidades?
16. Existe a possibilidade do usuário obter a lista de comandos básicos da linguagem?
17. Na ocorrência de erros, o usuário pode acessar todas as informações necessárias ao diagnóstico e à
solução do problema?
Agrupamento por Localização
1. O espaço de apresentação está diagramado em pequenas zonas funcionais?
2. A disposição dos objetos de interação de uma caixa de dialogo segue uma ordem lógica?
3. Nos agrupamentos de dados, os itens estão organizados espacialmente segundo um critério lógico?
4. Os códigos das teclas aceleradoras de opções de menu estão localizados à direita do nome da opção?
97
5. Nas listas de seleção, as opções estão organizadas segundo alguma ordem lógica?
6. Os paineis de menu são formados a partir de um critério lógico de agrupamento de opções?
7. Dentro de um painel de menu, as opções mutuamente exclusivas ou interdependentes estão agrupadas e
separadas das demais?
8. As opções dentro de um painel de menu estão ordenadas segundo algum critério lógico?
9. A definição da opção de menu selecionada por default segue algum critério?
10. Os grupos de botões de comando estão dispostos em coluna e à direita, ou em linha e abaixo dos objetos
aos quais estão associados?
11. O botão de comando selecionado por default está na posição mais alta, se os botões estão dispostos
verticalmente, ou na mais à esquerda, se os botões estão dispostos horizontalmente?
Agrupamento por Formato
1. Os controles e comandos encontram-se visualmente diferenciados das informações apresentadas nas
telas?
2. Códigos visuais são empregados para associar diferentes categorias de dadosdistribuídos de forma
dispersa nas telas?
3. Os diferentes tipos de elementos de uma tela de consulta (dados, comandos e instruções) o visualmente
distintos uns dos outros?
4. Os rótulos são visualmente diferentes dos dados aos qu ais estão associados?
5. Os cabeçalhos de uma tabela estão diferenciados atr avés do emprego de cores diferentes, letras maiores
ou sublinhadas?
6. Em situações anormais, os dados críticos e que requeiram atenção imediata são diferenciados através do
uso de c ores brilhantes como por exemplo, o vermelho ou o rosa?
7. Sinais sonoros são empregados para alertar os usuários em relação a uma apresentação visual?
8. Na apresentação de textos, os recursos de estilo, como itálico, negrito, sublinhado ou diferentes fontes são
empregados para salientar palavras ou noções importantes?
9. Os itens selecionados para alteração, atualização ou acionamento estão destacados dos outros?
10. Nas situações de alarme e nas telas de alta densidade de informação, o recurso de intermitência visual é
empregado para salientar dados e informações?
11. Os campos obrigatórios são diferenciados dos campos opcionais de forma visualmente clara?
12. Nas caixas de mensagens, o botão selecionado por default tem uma apresentação visual suficientemente
distint a dos outros?
13. Em situações em que se exija atenção especial do usuário, as mensagens de alerta e de aviso são
apresentadas de maneira distinta?
14. A forma do cursor do mouse é diferente da de qualquer outro item apresentado?
98
15. As formas de cursores (dois ou mais) apresentados simultaneamente o suficientemente distintas umas
das outras?
16. As caixas de agrupamento são empregadas para rea lçar um grupo de dados relacionados?
17. Quando apresenta opções não disponíveis no momento, o sistema as mostra de forma diferenciada
visualmente?
Feedback
1. O sistema fornece feedback para todas as ações do usuário?
2. Quando, durante a entrada de dados, o sistema torna-se indisponível ao usuário, devido a algum
processamento longo, o usuário é avisado desse estado do sistema e do tempo dessa indisponibilidade?
3. O sistema fornece informações sobre o estado das impressões?
4. Os itens selecionados de uma lista são realçados visualmente de imediato?
5. A imagem do cursor fornece feedback dinâmico e contextual sobre a manipulação direta?
6. O sistema fornece ao usuário informações sobre o tempo de processamentos demorados?
7. O sistema apresenta uma mensagem informando sobre o sucesso ou fracasso de um processamento
demorado?
8. O sistema fornece feedabck imediato e contínuo das manipulações diretas?
9. O sistema define o foco das ações para os objetos recém criados ou recém abertos?
10. O sistema fornece feedback sobre as mudanças de atributos dos objetos?
11. Qualquer mudança na situação atual de objetos de controle é apresentada visualmente de modo claro ao
usuário?
12. O sistema fornece um histórico dos comandos entrados pelo usuário durante uma sessão de trabalho?
LEGIBILIDADE
1. As áreas livres são usadas para separar grupos lógicos em vez de tê-los todos de um só lado da tela, caixa
ou janela?
2. Os grupos de objetos de controle e de apresentação que compõem as caixas de diálogo e outros objetos
compostos encontram-se alinhados vertical e horizontalmente?
3. Os rótulos de campos organizados verticalmente e muito diferentes em tamanho estão justificados à
direita?
4. A largura mínima dos mostradores de texto é de 50 caracteres?
5. A altura mínima dos mostradores de texto é de 4 linhas?
6. Os parágrafos de texto são separados por, pelo menos, uma linha em branco?
7. O uso exclusivo de maiúsculas nos textos é evitado?
8. O uso do negrito é minimizado?
99
9. O uso do sublinhado é minimizado?
10. Nas tabelas, linhas em branco são empregadas para separar grupos?
11. As listas de dados alfabéticos são justificadas à esquerda?
12. As listas contendo números decimais apresentam alinhamento pela vírgula?
13. As linhas empregadas para o enquadramento e segmentação de menus (separadores, delimitadores etc.)
são simples?
14. As bordas dos painéis dos menus estão suficientemente separadas dos textos das opções de modo a o
prejudicar a sua legibilidade?
15. O uso de abreviaturas é minimizado nos menus?
16. Os nomes das opções estão somente com a inicial em maiúsculo?
17. Os números que indicam as opções de menu estão alinhados pela direita?
18. Se a enumeração alfabética é utilizada, então as letras para seleção estão alinhadas pela esquerda?
19. As opções de uma barra de menu horizontal estão separadas por, no mínimo, 2 caracteres brancos?
20. Os rótulos de campos começam com uma letra maiúscula, e as letras restantes são minúsculas?
21. Os itens de dados longos são particionados em grupos mais curtos, tanto nas entradas como nas
apresentações?
22. Os códigos alfanuméricos do sistema agrupam separadamente letras e números?
23. Os ícones são legíveis?
24. O sistema utiliza rótulos (textuais) quando pode existir ambiguidade de ícones?
25. A informação codificada com o vídeo reverso está sempre legível?
26. O uso de vídeo reverso está restrito à indicação de feedback de seleção?
27. Os dados a serem lidos são apresentados de forma contínua, não piscantes ?
CONCISÃO
1. O sistema oferece valores defaults para acelerar a entrada de dados?
2. A identificação alfanumérica das janelas é curta o suficiente para ser relembrada facilmente?
3. Os nomes das opções de menu são concisos?
4. Os ícones são econômicos sob o ponto de vista do espaço nas telas?
5. As denominações são breves?
6. As abreviaturas são curtas?
7. Os códigos arbitrários que o usuário deve memorizar são sempre menores do que 4 ou 5 caracteres?
8. Os rótulos são concisos?
100
9. Códigos alfanuméricos não significativos para o usuário e que devem ser entrados no sistema são
menores do que 7 caracteres?
10. Na entrada de dados alfanuméricos, o sistema considera as letras maiúsculas e minúsculas como
equivalentes?
11. Na entrada de dados numéricos, o usuário é liberado do preenchimento do ponto decimal desnecessário?
12. Na entrada de dados numéricos, o usuário é liberado do preenchimento do zeros fracionários
desnecessários?
13. Na entrada de valores métricos ou financeiros, o usuário é liberado do preenchimento da unidade de
medida?
14. É permitido ao usuário reaproveitar os valores definidos para entradas anteriores, podendo inclusive
alterá-los?
AÇÕES MÍNIMAS
1. Em formulário de entrada de dados o sistema posiciona o cursor no começo do primeiro campo de
entrada?
2. Na realização das ações principais em uma caixa de diálogo, o usuário tem os movimentos de cursor
minimizados através da adequada ordenação dos objetos?
3. O usuário dispõe de um modo simples e rápido (tecla TAB por exemplo) para a navegação entre os
campos de um formulário?
4. Os grupos de botões de comando possuem sempre um bot ão definido como default?
5. A estrutura dos menus é concebida de modo a diminuir os passos necessários para a seleção?
DENSIDADE INFORMACIONAL
1. A densidade informacional das janelas é reduzida?
2. As telas apresentam somente os dados e informações necessários e indispensáveis para o usuário em sua
tarefa?
3. Na entrada de dados codificados, os códigos apresentam somente os dados necessários estão presentes na
tela de uma maneira distinguível?
4. O sistema minimiza a necessidade do usuário lembrar dados exatos de uma tela para outra?
5. Na leitura de uma janela, o usuário tem seus movimentos oculares minimizados através da distribuição
dos objetos principais segundo as linhas de um "Z" ?
6. O sistema evita apresentar um grande número de janelas que podem desconcentrar ou sobrecarregar a
memória do usuário?
7. Na manipulação dos dados apresentados pelo sistema, o usuário está liberado da tradução de unidades?
8. As listas de seleção e combinação apresentam uma altura correspondente a um máximo de nove linhas?
9. Os painéis de menu apresentam como ativas somente as opções necessárias?
101
AÇÕES EXPLÍCITAS
1. O sistema posterga os processamentos até que as ações de entrada do usuário tenham sido completadas?
2. Durante a seleção de uma opção de menu o sistema permite a separação entre indicação e execução da
opção?
3. Para iniciar o processamento dos dados, o sistema sempre exige do usuário uma ação explícita de
"ENTER"?
4. É sempre o usuário quem comanda a navegação entre os campos de um formulário?
CONTROLE DO USUÁRIO
1. O usuário pode terminar um diálogo seqüencial repetitivo a qualquer instante?
2. O usuário pode interromper e retomar um diálogo seqüencial a qualquer instante?
3. O usuário pode reiniciar um diálogo seqüencial a qualquer instante?
4. Durante os períodos de bloqueio dos dispositivos de entrada, o sistema fornece ao usuário uma opção para
interromper o processo que causou o bloqueio?
FLEXIBILIDADE
1. Os usuários têm a possibilidade de modificar ou eliminar itens irrelevantes das janelas?
2. Ao usuário é permitido personalizar o diálogo, através da definição de macros?
3. É permitido ao usuário alterar e personalizar valores definidos por default?
EXPERIÊNCIA DO USUÁRIO
1. Caso se trate de um sistema de grande público, ele oferece formas variadas de apresentar as mesmas
informações aos diferentes tipos de usuário?
2. Os estilos de diálogo são compatíveis com as habilidades do usuário, permitindo ações passo-a-passo para
iniciantes e a entrada de comandos mais complexos por usuários experimentados?
3. O usuário pode se deslocar de uma parte da estrutura de menu para outra rapidamente?
4. O sistema oferece equivalentes de teclado para a seleção e execução das opções de menu, além do
dispositivo de apontamento (mouse,...)?
5. O sistema é capaz de reconhecer um conjunto de sinônimos para os termos sicos definidos na
linguagem de comando, isto para se adap tar aos usuários novatos ou ocasionais?
6. O usuário experiente pode efetuar a digitação de vários comandos antes de uma confirmação?
PROTEÇÃO CONTRA ERROS
1. O sistema apresenta uma separação adequada entre áreas selecionáveis de um painel de menu de modo a
minimizar as ativações acidentais?
2. Em toda ação destrutiva, os botões selecionados por default realizam a anulação dessa ação?
102
3. Os campos numéricos para entrada de dados longos estão subdivididos em grupos menores e pontuados
com espaços, vírgulas, hífens ou barras?
4. Ao final de uma sessão de trabalho o sistema informa sobre o risco de perda os dados?
5. O sistema emite sinais sonoros quando ocorrem problemas na entrada de dados?
6. As teclas de funções perigosas encontram-se agrupadas e/ou separadas das demais no teclado?
7. O sistema solicita confirmação (dupla) de ações que podem gerar perdas de dados e/ou resultados
catastróficos?
MENSAGENS DE ERRO
1. As mensagens de erro ajudam a resolver o problema do usuário, fornecendo com precisão o local e a
causa específica ou provável do erro, bem como as ações que o usuário poderia realizar para corrigí-lo?
2. As mensagens de erro são neutras e polidas?
3. As frases das mensagens de erro são curtas e construídas a partir de palavras curtas, significativas e de
uso comum?
4. As mensagens de erro estão isentas de abreviaturas e/ou códigos gerados pelo sistema operacional?
5. O usuário pode escolher o vel de detalhe das mensagens de erro em função de seu nível de
conhecimento?
6. A informação principal de uma mensagem de erro encontra-se logo no início da mensagem?
7. Quando necessário, as informações que o usuário deve memorizar encontram-se localizadas na parte final
da mensagem de erro?
8. Em situações normais as mensagens de erro são escritas em tipografia mista?
9. As mensagens de erro têm seu conteúdo modificado quando na repetição imediata do mesmo erro pelo
mesmo usuário?
CORREÇÃO DE ERROS
1. Qualquer ação do usuário pode ser revertida através da opção DESFAZER?
2. Através da opção REFAZER, a regressão do diálogo, também pode ser desfeita?
3. Os comandos para DESFAZER e REFAZER o diálogo estão diferenciados?
4. O sistema reconhece e através de uma confirmação do usuário, executa os comandos mais freqüentes
mesmo com erros de ortografia?
5. Depois de um erro de digitação de um comando ou de dados, o usuário tem a possibilidade de corrigir
somente a parte dos dados ou d o comando que está errada?
CONSISTÊNCIA
1. A identificação das caixas, telas ou janelas são únicas?
2. A organização em termos da localização das várias características das janelas é mantida consistente de
uma tela para outra?
103
3. A posição inicial do cursor é mantida consistente ao longo de todas as apresentações de formulários?
4. Uma mesma tecla de função aciona a mesma opção de uma tela para outra?
5. Os ícones são distintos uns dos outros e possuem sempre o mesmo significado de uma tela para outra?
6. A localização dos dados é mantida consistente de uma tela para outra?
7. Os formatos de apresentação dos dados são mantidos consistentes de uma tela para outra?
8. Os rótulos estão na mesma posição em relação aos campos associados?
9. O símbolo para convite à entrada de dados é padronizado (por exemplo " : " )?
10. As áreas de entrada de comandos estão na mesma posição de uma tela para outra?
11. Os significados dos códigos de cores são seguidos de maneira consistente?
SIGNIFICADOS
1. As denominações dos títulos estão de acordo com o que eles representam?
2. Os títulos das páginas de menu são explicativos, refletindo a natureza da escolha a ser feita?
3. Os títulos das páginas de menus são distintos entre si?
4. Os títulos das páginas de menus são combináveis ou componíveis?
5. As denominações das opções de menu são familiares ao usuário?
6. O vocabulário utilizado nos rótulos, convites e mensagens de orientação são familiares ao usuário,
evitando palavras difíceis?
7. O vocabulário utilizado em rótulos, convites e mensagens de orientação é orientado à tarefa, utilizando
termos e jargão técnico normalmente empregados na tarefa?
8. Os cabeçalhos de colunas de dados são sign ificativos e distintos?
9. O sistema adota códigos significativos ou familiares aos usuários?
10. As abreviaturas são significativas?
11. As abreviaturas são facilmente distinguíveis umas das outras, evitando confusões geradas por
similaridade?
12. A intermitência luminosa (pisca-pisca) é usada com moderação e somente para atrair a atenção para
alarmes, avisos ou mensagens críticas?
COMPATIBILIDADE
1. As telas são compatíveis com o padrão do ambiente?
2. A imagem do formulário na tela do terminal assemelha-se com o formulário de entrada em papel?
3. O sistema propõe uma caixa de diálogo modal, quando a aplicação deve ter todos os dados antes de
prosseguir ou quando o usuário tenha de responder a uma questão urgente?
104
4. As caixas de diálogo do sistema apresentam um botão de validação, um botão de anulação e, se possível,
um botão de ajuda?
5. Os significados usuais das cores são respeitados nos códigos de cores definidos?
6. As opções de codificação por cores são limitadas em número?
7. As informações codificadas através das cores apresentam uma codificação adicional redundante?
8. A taxa de intermitência para elementos piscantes está entre 2 e 5 Hz (2 a 5 piscadas por segundo)?
9. A apresentação sonora é compatível com o ruído do ambiente?
10. As mensagens são sempre afirmativas e na voz ativa?
11. Quando uma frase descreve uma seqüência de eventos, a ordem das palavras na frase corresponde à
seqüência temporal dos eventos?
12. Ilustrações e animações são usadas para completar as explicações do texto?
13. O sistema segue as convenções dos usuários para dados padronizados?
14. O sistema utiliza unidades de medida familiares ao usuário?
15. Dados numéricos que se alterem rapidamente são apresentados analogicamente?
16. Dados numéricos que demandam precisão de leitura são apresentados digitalmente?
17. Os itens são numerados com números, não com letras?
18. Os identificadores numéricos de opção de menu iniciam de "1", e não de "0"?
19. Os eixos de um gráfico apresentam escalas numéricas iniciando em zero, com intervalos padronizados,
crescendo da esquerda para a direita e de cima para baixo?
20. Os itens de um grupo de botões de rádio são mutuamente exclusivos?
21. Os itens de um grupo de caixas de atribuição permitem escolhas independentes?
105
ANEXO II
Atividades do Aluno
TELEDUC
1) Verifique em Agendas Anteriores, a agenda do dia 17/08/2006.
2) Faça a atividade do dia 03/09/2006. Nessa atividade, você deve acessar a página
indicada.
3) Acesse o material de apoio do dia 03/09/2006 e faça o download do arquivo
disponibilizado.
4) Responda a enquête de título “Dúvida ...”.
5) Participe do fórum respondendo a pergunta: “O que você acha de Matemática?”.
6) Envie uma mensagem para o formador de nome Cicrano solicitando o adiamento da
prova da próxima semana.
AULANET
1) Acesse o curso Metodologia Científica (EeBD) e verifique o nome do coordenador.
2) Em Plano de aulas, verifique os conteúdos da aula de título Língua Portuguesa, e veja
o arquivo do conteúdo de título Fases da Língua Portuguesa.
3) Verifique em Agenda, os avisos do período entre 03/09/2006 e 09/09/2006.
4) Resolva a tarefa Enviar Arquivo. Caso esteja resolvida, envie um novo arquivo
resubmetendo a tarefa novamente.
5) Participe da conferência respondendo a pergunta: “Quem veio primeiro: o ovo ou a
galinha???”.
6) Em Contato com docentes, envie uma mensagem para os coordenadores do curso
perguntando se haverá aula na próxima semana.
E-PROINFO
1) Acesse a turma Introdução à Metodologia.
2) Verificar a agenda.
3) Escrever um e-mail para o professor administrador da turma pedindo para fazer prova
de segunda chamada.
4) Participar do fórum Metodologia é Muito Bom concordando ou discordando sobre o
tema em discussão.
5) Em Material do Aluno, enviar o arquivo que está no disquete para a turma.
6) Verificar as atividades da turma.
106
Anexo III
Atividades do Professor
TELEDUC
1) Crie uma nova agenda com o título ______________ informando reunião que
acontecerá no dia __________ e que tratará do assunto _____________.
2) Crie uma nova atividade com o título ______________ que peça aos alunos que
acessem o site que você informará.
3) Disponibilize um material de apoio para todos os participantes do curso. O tulo deste
material deve ser _____________ e o arquivo a ser anexado encontra-se no disquete.
4) Crie uma enquete com a seguinte pergunta: __________________. A Enquete deve
ficar ativa por dois dias, contados a partir da data de hoje. Obs: Devem existir apenas
três respostas possíveis para a sua enquete: “Sim”, “Não” ou “Não sei”.
5) No menu Administração, torne visível, somente para você (formador/professor), as
seguintes ferramentas: Portfólio, Acessos e Intermap.
6) Crie um novo fórum para discutir o seguinte tema: O que você acha do(a)
____________?”.
AULANET
1) Em Plano de Aulas, selecione AulaNet e crie um plano de aula certificado. Após
informar o nome e a descrição do plano de aula, inclua um conteúdo nessa aula.
2) Crie uma tarefa não certificada, com o título ___________________, pedindo para que
os alunos façam um(a) ________________. A data de disponibilização deverá ser a
data de hoje e a data de entrega, a data de amanhã.
3) Em Agenda, crie um lançamento livre com o título ______________ informando visita
técnica que acontecerá no dia __________ e que tratará do assunto _____________. A
data de início deverá ser a data de hoje e a data de fim, a data de amanhã.
4) Disponibilize um material de exemplo para a tarefa que foi criada no passo 2. O
arquivo a ser anexado encontra-se no disquete.
5) Disponibilize para consulta uma bibliografia de sua preferência.
6) Crie uma nova conferência para discutir o seguinte tema: O que você acha do(a)
____________?”. A data de disponibilização deverá ser a data de hoje e a data de
entrega, a data de amanhã.
107
E-PROINFO
1) Criar um grupo de projeto chamado Pesquisa em _________________.
2) Crie um aviso para a turma com a seguinte mensagem: Prova adiada para a próxima
semana. A data de entrada deverá ser a data de hoje e a saída, a data de amanhã.
3) Autorize a publicação, para a turma, do material do aluno Fulano.
4) Crie um novo fórum para discutir o seguinte tema: Para você, o que é
________________?
5) Em Agenda, informe o seguinte: Os seminários terão início na próxima semana com os
grupos 1 e 2. A data de entrada deverá ser a data de hoje e a saída, a data de amanhã.
6) Crie uma enquete com a seguinte pergunta: O que você acha do(a)
________________? Obs: Devem existir apenas três respostas possíveis para a sua
enquete: “Bom”, “Regular” ou “Péssimo”.
108
ANEXO IV
Questionário
DADOS PESSOAIS
1. Sexo:
( ) Masculino
( ) Feminino
2. Em qual faixa etária você está incluído ?
( ) Até 25 anos
( ) De 26 a 30 anos
( ) De 31 a 40 anos
( ) De 41 a 50 anos
( ) Mais de 50 anos
3. Qual o seu nível de instrução ?
( ) Ensino Fundamental (completo)
( ) Ensino Fundamental (incompleto)
( ) Ensino Médio (completo)
( ) Ensino Médio (incompleto)
( ) Superior (completo)
( ) Superior (incompleto)
( ) Especialização
( ) Mestrado
( ) Doutorado
4. Qual o seu nível de experiência com computador ?
( ) Usuário com pouca experiência
( ) Usuário com muita experiência
5. Usa a Internet há:
( ) Menos de 6 meses
109
( ) de 6 a 12 meses
( ) de 1 a 2 anos
( ) Mais de 2 anos
6. Usuário tutor ou usuário aluno?
( ) Professor
( ) Aluno
AVALIAÇÃO
7. O ambiente lhe guia durante a navegação lhe informando, por exemplo, em que local
você se encontra no ambiente e quais ações você deve tomar para realizar uma determinada
tarefa.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
8. O sistema sempre informa quando uma determinada ação está sendo ou foi realizada. E
ele faz isso de forma rápida e clara.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
9. O formato, o tamanho e as cores das letras dos textos do ambiente apresentam-se de
maneira clara e legível.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
10. Os botões, imagens e textos que se encontram na tela do ambiente sempre aparecem
organizados e agrupados a partir de algum critério lógico (em ordem alfabética, mais
utilizados e etc).
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
110
11. Os botões, imagens e textos apresentam-se com formatos e cores diferenciados a fim de
distingui-los uns dos outros.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
12. Os nomes dos botões e demais itens apresentados nas telas do ambiente são concisos,
ou seja, são breves e precisos.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
13. Para a realização de uma tarefa qualquer, o ambiente requer do usuário um pequeno
número de ações ou passos.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
14. A densidade informacional das telas está na medida certa, ou seja, as telas do ambiente
apresentam-se com um número de informações aceitável tornando cil o entendimento da
informação por parte do usuário.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
15. Você possui total controle sobre o que está sendo feito pelo ambiente, ou seja, o
computador realiza apenas as tarefas solicitadas por você e apenas na hora que você
ordena.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
111
16. No caso da existência de tarefas seqüenciais, o ambiente possibilita ao usuário ter total
controle sobre este procedimento, ou seja, ele poderá interromper, cancelar ou mesmo
reiniciar a tarefa.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
17. O ambiente apresenta formas diferentes de realizar uma mesma tarefa, ou seja, você
pode escolher, dentre caminhos diferentes, aquele que você se sente mais à vontade para
realizar uma determinada tarefa.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
18. Você sempre encontra no ambiente a opção de personalização, ou seja, usuários
inexperientes recebem informações diferentes (mais detalhadas) das informações
repassadas para usuários mais experientes na utilização do ambiente.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
19. O ambiente sempre apresenta mecanismos (Ex: avisos através de mensagens de erro)
que evitam que o usuário informe dados inválidos (Ex: datas inválidas e etc) ou proceda de
maneira errada.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
20. As mensagens de erro apresentadas pelo ambiente o sempre claras, precisas e
bastante explicativas com relação à natureza do erro cometido.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
112
21. Quando ocorre um problema e uma mensagem de erro é apresentada, caminhos para
resolver o problema são apresentados pelo ambiente.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
22. O ambiente apresenta homogeneidade entre uma tela e outra, ou seja, as organizações
das telas são similares quando você sai de uma tela para outra.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
23. Os termos utilizados no ambiente possuem um significado claro para você, ou seja,
utilizam uma linguagem de fácil compreensão e entendimento.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
24. A forma com que o sistema se apresentou para você foi de fácil compreensão e com
isso facilitou a sua navegação no ambiente.
Discordo
Plenamente
Discordo Indeciso Concordo
Concordo
Plenamente
1 2 3 4 5
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Milhares de Livros para Download:
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