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1
Danielle Magalhães Rochael
Avaliação da viabilidade de produção e
utilização de biodiesel na V&M Florestal
Belo Horizonte/MG
UFMG / CCTN
2005
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i
Danielle Magalhães Rochael
Avaliação da viabilidade de produção e
utilização de biodiesel na Vallourec & Mannesmann
Florestal
Dissertação apresentada ao Programa de s-
Graduação em Ciências e Técnicas Nucleares
CCTN do Departamento de Engenharia Nuclear
da Escola de Engenharia da Universidade Federal
de Minas Gerais UFMG, como requisito parcial à
obtenção do Título de Mestre em Ciências e
Técnicas Nucleares, na área de concentração
Engenharia da Energia
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Brant
Pinheiro
Belo Horizonte, MG
Curso de Ciências e Técnicas Nucleares
Escola de Engenharia – UFMG
2005
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ii
Ata
iii
Folha de Aprovação
iv
“Não herdamos a Terra de nossos pais,
tomamo-la emprestada de nossos filhos”.
Provérbio Africano
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela vida e por todas as bênçãos recebidas.
Ao Professor Manuel Losada y Gonzáles pelo apoio que me deu para entrar neste
curso.
À CAPES, pelo apoio financeiro recebido no meu primeiro ano de curso.
À V&M Florestal pelo apoio técnico e financeiro, em especial ao Sr. Túlio Jardim
Raad, que me acompanhou durante parte da realização deste estudo, e ao Sr. Antônio
Claret de Oliveira, Superintendente da V&M Florestal.
Às empresas empresas avaliadas neste estudo e à Ecirtec Equipamentos e Acessórios
Industriais Ltda., pelas valiosas informações fornecidas, que possibilitaram a realização
deste trabalho e pela atenção prestada durante visitas realizadas às instalações destas
empresas.
Ao Professor Ricardo Brant Pinheiro, pela orientação e pelos conhecimentos
transmitidos durante o desenvolvimento deste trabalho.
Aos professores do Departamento de Engenharia Nuclear e, em especial à Professora
Cláubia, pelos conhecimentos transmitidos no decorrer do curso.
Ao professor José Walter Bautista Vidal cujos trabalhos me inspiraram a pesquisar o
biodiesel.
Às meninas da secretaria do Departamento de Engenharia Nuclear e, em especial à
Márcia, pelo incentivo e disposição em ajudar.
À minha mãe Magna e minha irmã Vanessa, pelo incentivo constante.
Ao Maurício, pelas valiosas contribuições.
Ao Daniel Victor e ao Rafinha, pela alegria que me proporcionam.
vi
Para Magna, Daniel Marcos,
Vanessa, Silvânia, Maurício,
Daniel Victor e Rafael, com
carinho.
vii
Sumário
Lista de Figuras ....................................................................................................................ix
Lista de Gráficos.................................................................................................................... x
Lista de Tabelas....................................................................................................................xi
Lista de Siglas e Abreviaturas .............................................................................................xii
Lista de Símbolos ...............................................................................................................xiii
Resumo................................................................................................................................ xv
Abstract............................................................................................................................... xvi
1. Introdução.......................................................................................................................... 1
1.1. Definição ........................................................................................................................ 1
1.2. Histórico ......................................................................................................................... 1
1.3. Principais Vantagens ...................................................................................................... 2
1.4. Desvantagens.................................................................................................................. 3
1.5. Áreas de aplicação.......................................................................................................... 4
1.6. Cadeia produtiva............................................................................................................. 5
1.7. Objetivos e Motivação deste trabalho ............................................................................ 5
1.8. Utilização de óleos vegetais em motores diesel ............................................................. 7
1.9. Resumo dos capítulos ..................................................................................................... 9
2. Produção de biodiesel no mundo e no Brasil .................................................................. 11
2.1. Produção de biodiesel na Europa.................................................................................. 11
2.1.1. Alemanha................................................................................................................... 12
2.1.2. França ........................................................................................................................ 13
2.1.3. Itália........................................................................................................................... 13
2.1.4. Áustria ....................................................................................................................... 14
2.2. Estados Unidos ............................................................................................................. 14
2.3. Produção em outros países ........................................................................................... 16
2.3.1. Índia........................................................................................................................... 16
2.3.2. Argentina ................................................................................................................... 16
2.4. Produção de biodiesel no Brasil ................................................................................... 16
3. Tecnologias de produção do biodiesel............................................................................. 20
3.1. Matéria prima ............................................................................................................... 20
3.1.1. Babaçu ....................................................................................................................... 20
3.1.2. Dendê......................................................................................................................... 22
3.1.3. Girassol...................................................................................................................... 25
3.1.4. Mamona..................................................................................................................... 26
3.1.5. Nabo Forrageiro......................................................................................................... 27
3.1.6. Pinhão manso............................................................................................................. 29
3.1.7. Soja............................................................................................................................ 31
3.1.8. Características das oleaginosas.................................................................................. 32
3.2. Extração do óleo vegetal............................................................................................... 33
3.3. Transesterificação......................................................................................................... 34
3.4. Produção do biodiesel................................................................................................... 36
4. Metodologia..................................................................................................................... 38
4.1. Pesquisa Bibliográfica .................................................................................................. 39
4.1.1. Levantamento de estudos técnicos relacionados ao biodiesel................................... 39
4.1.2. Participação em eventos relacionados ao tema biodiesel .......................................... 39
4.1.3. Visitas técnicas a empresas relacionadas à produção de biodiesel............................ 39
4.2. Aspectos técnicos aplicados ao caso da V&M Florestal .............................................. 40
4.2.1. Demanda.................................................................................................................... 40
viii
4.2.2. Seleção da matéria prima........................................................................................... 42
4.2.4. Área de plantio........................................................................................................... 43
4.3. Avaliação do investimento ........................................................................................... 46
4.3.1. Payback Econômico .................................................................................................. 46
4.3.2. Taxa Interna de Retorno ............................................................................................ 47
4.4.2. Taxa Interna de Retorno ............................................................................................ 47
4.3.3. Razão Benefício-Custo.............................................................................................. 48
4.3.4. Valor Presente Líquido.............................................................................................. 48
5. Análise Técnica e Econômica.......................................................................................... 50
5.1. Análise Técnica ............................................................................................................ 50
5.1.1. Empresa A ................................................................................................................. 50
5.1.2. Empresa B ................................................................................................................. 52
5.1.3. Conclusões da análise técnica.................................................................................... 56
5.2. Análise Econômica....................................................................................................... 57
5.2.1. Avaliação do processo da Empresa A ....................................................................... 57
5.2.1.1. Cálculo do custo de produção do biodiesel ............................................................ 58
5.2.1.2. Influência dos produtos agregados no valor total da produção .............................. 63
5.2.1.3. Participação dos insumos no custo de produção do biodiesel................................ 65
5.2.1.4. Custos de implantação............................................................................................ 66
5.2.1.5. Cálculo dos indicadores econômicos para avaliação do investimento................... 66
5.2.2. Avaliação do processo da Empresa B........................................................................ 73
5.2.2.1. Cálculo do custo de produção do biodiesel ............................................................ 74
5.2.2.2. Influência dos produtos agregados no valor total da produção .............................. 77
5.2.2.3. Participação dos insumos no custo de produção do biodiesel................................ 78
5.2.2.4. Custos de implantação............................................................................................ 80
5.2.2.5. Cálculo dos indicadores econômicos para avaliação do investimento................... 80
5.2.2.6. Atualização monetária dos valores obtidos na avaliação econômica..................... 86
5.2.3. Conclusões da avaliação econômica.......................................................................... 88
6. Perspectivas futuras ......................................................................................................... 90
6.1. Espécies de alta produtividade ..................................................................................... 90
6.2. Craqueamento catalítico ............................................................................................... 90
7. Conclusões e Recomendações......................................................................................... 92
8. Referências Bibliográficas:.............................................................................................. 97
Apêndice: Planilhas do “Payback” e Gráficos do Fluxo de Caixa.................................... 102
A.1. Hipótese A3FG .......................................................................................................... 102
A.2. Hipótese A5F............................................................................................................. 104
A.3. Hipótese A5FG .......................................................................................................... 106
A.4. Hipótese A10F........................................................................................................... 108
A.5. Hipótese A10FG ........................................................................................................ 110
A.6. Hipótese BF ............................................................................................................... 112
Anexo: Taxas apuradas no SELIC no período de 30/10/2003 a 30/10/2005 .................... 116
Glossário............................................................................................................................ 125
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Cadeia produtiva do biodiesel .............................................................................. 5
Figura 2: Colza................................................................................................................... 12
Figura 3: Exemplos de oleaginosas que podem ser produzidas nas diversas regiões do
Brasil............................................................................................................................ 17
Figuras 4-a e 4-b: Babaçu .................................................................................................. 21
Figura 5: Côco do babaçu................................................................................................... 21
Figura 6: Dendezeiro .......................................................................................................... 23
Figura 7: Fruto do dendezeiro ............................................................................................ 23
Figura 8: Girassol ............................................................................................................... 26
Figura 9: Mamona .............................................................................................................. 27
Figura 10: Nabo forrageiro................................................................................................. 28
Figura 11: Pinhão manso.................................................................................................... 29
Figura 12: Distribuição da ocorrência do pinhão-manso no Estado de Minas Gerais ....... 30
Figura 13: Soja ................................................................................................................... 31
Figura 14: Reação de transesterificação pela rota etílica ................................................... 35
Figura 15: Diagrama do processo produtivo do biodiesel.................................................. 36
Figura 16: Diagrama esquemático de um reator de transesterificação............................... 37
Figura 17: Fluxograma da metodologia ............................................................................. 38
Figura 18: Exemplos de matérias primas utilizadas pela Empresa A ................................ 51
Figura 19: Equipamentos para extração de óleo................................................................. 51
Figura 20: Equipamentos para produção de biodiesel: transesterificação, lavagem e
filtração........................................................................................................................ 52
Figura 21: Tanques para armazenamento de biodiesel, óleo vegetal e álcool e bomba para
distribuição de biodiesel. ............................................................................................. 52
Figura 22: Unidade móvel para a produção de biodiesel ................................................... 53
Figura 23: Unidade móvel para a produção de biodiesel ................................................... 53
Figura 24: Etapas do processo de produção de biodiesel da unidade de produção de
Varginha. ..................................................................................................................... 55
Figura 25: Equipamentos para produção de biodiesel: transesterificação, lavagem e
filtração........................................................................................................................ 56
x
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Emissões de poluentes do ciclo de vida de B20 e B100 comparadas às emissões
do ciclo de vida do diesel derivado de petróleo............................................................. 3
Gráfico 2: Produção de biodiesel na Europa (em 1.000 t, margem de erro = +/- 5%)....... 12
Gráfico 3: Evolução da venda de biodiesel na Alemanha.................................................. 13
Gráfico 4: Produção de biodiesel na Itália, em 1.000t ....................................................... 14
Gráfico 5: Evolução da venda de biodiesel nos Estados Unidos........................................ 15
Gráfico 6: Variação do custo de produção do biodiesel em função da obtenção de receitas
com venda de sub-produtos ......................................................................................... 60
Gráfico 7: Variação do custo de produção do biodiesel em função do custo do grão de
girassol e dos sub-produtos geradores de receitas....................................................... 62
Gráfico 8: Participação do biodiesel e dos sub-produtos no valor total da produção......... 63
Gráfico 9: Participação dos insumos no custo final de produção do biodiesel .................. 65
Gráfico 10: Tempo de retorno do investimento, considerando o critério do “Payback”
econômico (Hipótese A3F).......................................................................................... 71
Gráfico 11: Simulação do custo de produção do biodiesel em função do custo da tonelada
do óleo vegetal e da venda dos sub-produtos geradores de receitas............................ 77
Gráfico 12: Participação do biodiesel e dos sub-produtos no valor total da produção ...... 78
Gráfico 13: Participação dos insumos no custo de produção do biodiesel......................... 79
Gráfico 14: Tempo de retorno do investimento, considerando o critério do “Payback”
econômico (Hipótese BG). .......................................................................................... 85
Gráfico A1: Fluxo de caixa para hipótese A3FG ............................................................. 102
Gráfico A2: Fluxo de caixa para hipótese A5F ................................................................ 104
Gráfico A3: Fluxo de caixa para hipótese A5FG ............................................................. 106
Gráfico A4: Fluxo de caixa para hipótese A10F .............................................................. 108
Gráfico A5: Fluxo de caixa para hipótese A10FG ........................................................... 110
Gráfico A6: Fluxo de caixa para hipótese BF .................................................................. 112
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Características técnicas de culturas de oleaginosas............................................ 33
Tabela 2: Indicativos e sinalizações para rotas adequadas de extração de óleos vegetais. 34
Tabela 3: comparação entre as características do etanol e do metanol para utilização na
produção de biodiesel. ................................................................................................. 35
Tabela 4: Consumo anual de óleo diesel das Fazendas da V&M Florestal / Ano 2002..... 41
Tabela 5: Produções diárias necessárias para a utilização de B100 e B20......................... 42
Tabela 6: Área de cultivo necessária para a produção de biodiesel considerando o cultivo
de girassol, mamona e pinhão manso. ......................................................................... 45
Tabela 7: Produtividade considerada da cultura de oleaginosas para cálculo da área de
plantio.......................................................................................................................... 45
Tabela 8: Simulação do custo de produção de 1 tonelada de biodiesel utilizando o processo
da Empresa A (Valores de outubro de 2003). ............................................................. 58
Tabela 9: Custo de produção do biodiesel variando em função da venda de produtos
agregados para o processo da Empresa A. .................................................................. 59
Tabela 10: Custo de produção do biodiesel variando em função do custo da tonelada do
grão de girassol e da venda dos co-produtos da produção do biodiesel para o processo
da Empresa A considerando a produção de 1.000 litros de biodiesel. ........................ 60
Tabela 11: Valores de unidades de produção de biodiesel fabricadas pela Empresa A.
(outubro/2003)............................................................................................................. 66
Tabela 12: Hipóteses avaliadas para o processo da Empresa A ......................................... 66
Tabela 13: Resultados para os indicadores econômicos avaliados..................................... 72
Tabela 14: Simulação do custo de produção de 1.000 litros de biodiesel para o processo da
Empresa B (Valores de outubro de 2003). .................................................................. 74
Tabela 15: Custo de produção do biodiesel variando em função da venda de sub-produtos
para o processo da Empresa B..................................................................................... 75
Tabela 16: Custo de produção do biodiesel variando em função do custo da tonelada do
óleo vegetal e da venda dos produtos agregados à produção do biodiesel para o
processo da Empresa B................................................................................................ 75
Tabela 17: Valor de uma unidade de produção de biodiesel fabricada pela empresa
Empresa B ................................................................................................................... 80
Tabela 18: Hipóteses avaliadas para o processo da Empresa B ......................................... 80
Tabela 19: Resultado dos indicadores para o processo da Empresa B............................... 85
Tabela 20: Resultado da correção monetária dos valores obtidos na avaliação econômica
..................................................................................................................................... 88
xii
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ANP: Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis
B100: 100% de Biodiesel
B20: 20% de biodiesel 80% de diesel
CAPES: Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior
CEMIG: Companhia Energética de Minas Gerais
CETEC: Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais
COPPE: Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da UFRJ
EBB: European Biodiesel Board
EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EUBIONET: European Bioenergy Networks (UE)
FIEMG: Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
GTI: Grupo de Trabalho Interministerial
HF: Hidrofluoretos
IGP-M: Índice Geral de Preços do Mercado
IVIG: Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais
NASA: National Aeronautics and Space Administration (EUA)
NBB: National Biodiesel Board (EUA)
NREL: National Renewable Energy Laboratory (EU)
SAGPyA: Secretaría de Agricultura, Ganadería, Pesca y Alimentos da República Argentina
SELIC: Sistema Especial de Liquidação e de Custódia do Banco Central do Brasil.
TIR: Taxa Interna de Retorno
TPM: Total de Material Particulado
UESC: Universidade Estadual de Santa Cruz (BA)
UFOP: Union for the Promotion of Oil and Protein Plants (Alemanha)
UFRJ: Universidade Federal do Rio de Janeiro (RJ)
USP: Universidade de São Paulo (SP)
V&M Florestal: Vallourec & Mannesmann Florestal (MG)
VA: Valor Atual
VPC: Valor Presente dos Custos não Cobertos por Receitas
VPL: Valor Presente Líquido
VPR: Valor Presente das Receitas
xiii
LISTA DE SÍMBOLOS
B/C: Razão Benefício-Custo
C
a
= Consumo anual de óleo diesel
Cc = Custo do capital de giro
C
c1
= Preço do catalisador 1 - hidróxido de potássio
C
c2
= Preço do catalisador 2 - ácido fosfórico
C
e
= Preço do etanol (em R$)
C
f
= Custo de produção do biodiesel desconsiderando receitas (R$/litro):
Cg = Capital de giro
C
g
= Custo de produção descontando a receita gerada pelo co-produto glicerina
C
ma
= Despesa com manutenção anual
C
Ml
= Despesa com manutenção por litro
C
o
= Custo da tonelada do óleo (em R$)
C
p
= Custo de produção por litro
C
p
= Custos de produção por 1.000 litros de biodiesel produzidos
C
pl
= Custo de produção do litro de biodiesel
C
t
: Custo total de produção
Da: Dias por ano
D
e
= Despesa com a compra do etanol
D
g
= Despesa com a compra do grão de girassol
D
hs
= Despesa com a compra do hidróxido de sódio
D
p
= Despesa com os custos operacionais da unidade de produção
F
0
= Fluxo de caixa no ano zero (início do investimento)
F
i
= Fluxo de caixa no ano i definido como F
i
= B
i
C
i
, i = 1, …, n , que indicam,
respectivamente, os fluxos de receitas (benefícios) e despesas (custos) do projeto também
no ano i.
G
a
= Gasto acumulado
G
l
= Ganho por litro
J = Juros
J
m
= Juros mensais
P
a
= Produção anual
P
c
= Preço da tonelada de catalisador, hidróxido de sódio (em R$)
P
c
= Preço da tonelada de catalisador, hidróxido de sódio (em R$)
xiv
P
dB100
= Produção diária de biodiesel para utilização de B100
P
dB20
= Produção diária de biodiesel para utilização de B20
P
e
= Preço da tonelada do etanol (em R$)
P
g
= Preço da tonelada do grão (em R$)
P
m
= Produção mensal = Produção anual / 12
P
p
= Preço do custo de produção por toneladas de girassol processadas (em R$)
Q
c
= Quantidade de catalisador necessária (em t)
Q
c1
= Quantidade necessária do catalisador 1 - hidróxido de potássio
Q
c2
= Quantidade necessária do catalisador 2 - ácido fosfórico
Q
d
= Capacidade diária
Q
e
= Quantidade de etanol necessária (em t)
Q
f
= Quantidade de farelo produzida (em t)
Q
g
= Quantidade de grãos necessária (em t)
Q
l
= Quantidade de glicerina produzida (em t)
Q
o
= Quantidade de óleo necessária (em t)
Q
p
= Quantidade de grãos de girassol processados
R = Receitas
R
f
= Receita obtida com a venda de farelo
R
g
= Receita obtida com a venda de glicerina
T = Total
T
a
= Total da soma das receitas e dos gastos com a produção do mês anterior
TIR = Taxa Interna de Retorno
V
b
= Volume de biodiesel produzido
V
f
= Valor da tonelada de farelo de girassol (em R$)
V
g
= Valor da glicerina
V
l
= Valor da tonelada de glicerina (em R$)
VA = Valor Atual
VPC = Valor presente dos custos não cobertos por receitas
VPL = Valor Presente Líquido
VPR = Valor presente das receitas
ρ
bd
= Densidade do biodiesel = 0,87 kg/m
3
xv
RESUMO
Este trabalho apresenta uma avaliação da viabilidade técnica e econômica da produção de
biodiesel para uso próprio de uma empresa reflorestadora com larga experiência na
utilização de biomassa energética (V&M Florestal), visando a reduzir os gastos com a
compra de óleo diesel. São estimados o custo de produção do biodiesel, a participação dos
co-produtos obtidos durante o processo produtivo no valor total da produção e também o
peso de cada insumo na composição do custo final deste biocombustível. São analisados
estudos de caso para duas empresas nacionais com tecnologia de produção de biodiesel:
Empresa A e Empresa B, variando-se o porte da unidade de produção e as receitas obtidas
com a venda de co-produtos. A partir dos custos estimados são calculados os indicadores
“payback” econômico, valor presente líquido, taxa interna de retorno e razão benefício-
custo para avaliação da melhor opção disponível para a produção do biodiesel. Os
resultados obtidos mostram que a viabilidade econômica do biodiesel está fortemente
relacionada à venda dos co-produtos obtidos durante seu processo de produção pois, para
ambas as tecnologias avaliadas, se torna economicamente viável a produção de
biodiesel para fins de substituição do diesel, quando obtenção de receitas com a venda
dos co-produtos. Além disso, os co-produtos são determinantes na seleção da oleaginosa
pois quanto maior o valor agregado ao co-produto, mais viável se torna a produção do
biodiesel como sucedâneo do óleo diesel. Assim, o estudo de co-produtos oriundos da
produção de biodiesel bem como dos possíveis mercados para sua aplicação torna-se tão
importante quanto o estudo da produção do próprio biodiesel. Dentre as plantas
oleaginosas avaliadas, foi considerado como insumo na produção de biodiesel o girassol,
que se apresenta como alternativa interessante em aplicações de curto prazo dado seu ciclo
rápido (colheita realizada de 100 a 130 dias após a emergência das plantas) e co-produto de
considerável valor agregado (farelo para alimentação animal). Como espécie promissora
destaca-se o pinhão-manso, devido ao elevado rendimento agrícola estimado e pelo fato de
sua incidência geográfica coincidir com algumas regiões nas quais a V&M Florestal está
presente, sendo por isso indicado um estudo mais aprofundado de viabilidade dessa espécie
para aplicações de médio prazo. Verificou-se nesta avaliação uma grande discrepância em
termos de custo de produção e instalação, traduzidas pelos resultados dos indicadores
econômicos avaliados. Para as mesmas condições de matéria prima, o custo de produção
para Empresa A é, aproximadamente, 31% inferior ao custo de produção para a Empresa B
e, para uma mesma capacidade de produção, o investimento necessário no caso da
Empresa B é 2,8 vezes superior ao da Empresa A. Isto inspira cautela em relação a ambas
as opções, visto que se propõem a um mesmo resultado final. Os melhores resultados
obtidos apontaram tempo de “payback” inferior a dois anos e taxa interna de retorno de
aproximadamente 160%, sendo que foi considerado como custo do capital para o cálculo a
taxa de 16% a.a. Entre os piores resultados tem-se tempo de “payback” de dez anos com
taxa interna de retorno inferior a 20%.
xvi
ABSTRACT
This work presents an economical and technical assessment of the biodiesel production for
a reforesting company which has large experience in the use of biomass to produce energy
(V&M Florestal), aiming to reduce the expenses generated by the purchasing of diesel. The
biodiesel production cost, the co-products share in the total production value and the
weight of each raw material at the biofuel cost composition are estimated. The technolo-
gies of two Brazilian companies: Company A and Company B are evaluated by the analy-
sis of scenarios varying the size of the production unit and the incomes with the sale of co-
products. With the estimated costs and values, the economical indicators economic pay-
back, net present value, internal return rate and benefit-cost ratio are calculated for the
evaluation of the best option available for the biodiesel production. The results show that
the economical feasibility of biodiesel is strongly related to the sales of the co-products
obtained during the production process of this biofuel since that, for both technologies
evaluated, the production of biodiesel for use instead of petroleum diesel is viable only
when incomes with the sales of co-products are obtained. Besides, the co-products are very
important on the raw material selection since as more valuable is the co-product, more vi-
able is the production of biodiesel as a substitute for diesel. Thus, the study of the co-
products of the biodiesel production as well as the possible markets for its applications
became as important as the study of the biodiesel production itself. Between the raw mate-
rials evaluated, the sunflower was chosen for this assesment as an interesting option for
short-term applications due to its fast cycle (harvest time of 100 a 130 days after the plants
emerge) and considerable value of its co-product (animal food). The Jatropha Curcas
seems to be a promising species due to its elevated production of oil per hectare and the
fact that its occurrence area is coincident with some areas were V&M Florestal is present
and, therefore, it is suggested a deeper study of economical feasibility of this species for
medium-term application. It was found a great discrepancy in production and installation
costs which is showed by the results of the evaluated economical indicators. For the same
conditions of raw material, the production costs of Company A is approximately 31%
lower than Company’s B costs and, for a same production capacity, the needed investment
in the Company’s B case is 2,8 times the cost of the Company A. This shows that caution
should be taken with both options, once they aim the same final result. The best results
evaluated shows payback time less than two years and internal return ratio of 160%, con-
sidering for capital cost a rate of 16% per year. The worst results have payback time of ten
years, and internal return ratio less than 20%.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1. Definição de Biodiesel
Para fins deste trabalho, o Biodiesel é definido como um éster etílico ou metílico de
ácidos graxos de cadeias longas que pode ser usado como combustível substituto para o
diesel derivado de petróleo. É obtido por meio da reação química de transesterificação de
triglicerídeos (óleos vegetais ou gorduras animais) com um álcool, como o metanol ou
etanol, na presença de um catalisador. (SHEENAN et al)
1.2. Histórico
Desde que foi inventado o motor diesel, sabe-se que os óleos vegetais podem ser
utilizados para fazê-lo funcionar. Em 1900, Rudolf Diesel, o inventor do motor ciclo
diesel, utilizou óleo de amendoim para demonstrar seu invento em uma mostra mundial em
Paris (PARENTE, 2003). Nesta época, os motores diesel eram do tipo injeção indireta e
podiam ser movidos utilizando-se vários tipos de óleo.
Atualmente, os motores diesel utilizados são de injeção direta e os óleos vegetais
brutos não podem ser diretamente utilizados para movê-los sem causar danos à máquina.
Entretanto, por meio de processos químicos, os óleos vegetais podem ser adequados para
este fim.
No Brasil, as pesquisas para a obtenção de combustíveis de origem renovável para
substituir os derivados de petróleo tiveram início com a crise do petróleo de 1973. Nesta
época o Brasil era totalmente dependente do petróleo importado e precisou buscar
alternativas para reduzir esta dependência. Foram realizados grandes trabalhos de pesquisa
que obtiveram como resultado o álcool combustível para substituir a gasolina e o
prodiesel – para substituir o diesel (PARENTE, 2003).
No início dos anos 90, o processo de industrialização do prodiesel foi iniciado na
Europa, com um novo nome: biodiesel. Atualmente, o biodiesel é vendido em postos de
combustível na Europa e é, em sua maioria, obtido de uma planta chamada colza,
semelhante à canola (PARENTE, 2003).
Nos Estados Unidos, o biodiesel tem sido muito pesquisado nos últimos anos e o
governo americano tem investido muito em sua viabilização. Neste país existem várias
leis de incentivo ao uso do biodiesel e vários órgãos públicos o utilizam misturado ao
2
diesel derivado de petróleo (entre eles: o Serviço Postal, o Departamento de Agricultura e a
NASA). O óleo vegetal mais utilizado para a produção de biodiesel nos Estados Unidos é o
óleo de soja (NBB, 2005).
1.3. Principais Vantagens do Biodiesel
Para a maioria dos países, as principais vantagens obtidas com a produção e
utilização do biodiesel são:
Melhor distribuição geográfica dos recursos energéticos, uma vez que o
biocombustível pode ser produzido a partir de várias oleaginosas.
Redução de importações de petróleo e diesel.
O biodiesel é um combustível de origem renovável, ao contrário do petróleo, que
tem origens fósseis e reservas limitadas.
A produção de biodiesel a partir da biomassa demanda trabalhadores no campo, o
que reduz o êxodo rural e promove o desenvolvimento de regiões rurais.
O uso de biodiesel como substituto ao diesel derivado de petróleo reduz
significativamente a emissão de CO
2
e outros poluentes durante o seu ciclo de
vida (Grafico 1 obs.: este gráfico representa a variação na emissão de poluentes
considerando a produção de biodiesel nos EUA utilizando metanol. Quando o
biodiesel é produzido utilizando o etanol, a emissão de alguns poluentes é
significativamente reduzida.).
Melhoria da qualidade do ar em centros urbanos e redução dos problemas de
saúde relacionados à poluição atmosférica.
3
-100%
-80%
-60%
-40%
-20%
0%
20%
40%
60%
B20
-15,66% -6,90% -6,48% -3,10% -1,61% -0,51% 2,67% 2,71% 7,19%
B100
-78,45% -34,50% -32,41% -15,51% -8,03% -2,57% 13,35% 13,54% 35,96%
CO2 CO TPM HF SOx CH4 NOx HCl THC
Gráfico 1: Emissões de poluentes do ciclo de vida de B20 e B100 comparadas
às emissões do ciclo de vida do diesel derivado de petróleo.
CO
2
: Dióxido de Carbono, CO: Monóxido de Carbono, TPM: Total de Material
Particulado, HF: Hidrofluoretos, SO
x
: Óxidos de Enxofre, CH
4
: Metano, NO
x
:
Óxidos de Nitrogênio, HCl: Ácido Clorídrico, THC: Total de Hidrocarbonetos
Fonte: SHEEHAN e outros, 1998
1.4. Desvantagens do Biodiesel
As vantagens do uso do biodiesel são tão significativas que as poucas e contestáveis
desvantagens não são relevantes a ponto de contra indicar sua produção e utilização. Entre
estas desvantagens, encontram-se:
Aumento na emissão de NO
x
(Gráfico 1): Este aumento de emissões, mostrado no
Gráfico 1 pode ser evitado com ajustes no motor (SHEEHAN et al., 1998).
Aumento da emissão de HCl e THC (Gráfico 1): Como foi mencionado, o
Gráfico 1 ilustra a comparação das emissões do ciclo de vida do biodiesel e do
petróleo. O aumento das emissões de HCL e THC está relacionado à utilização de
eletricidade durante o processo de produção do biocombustível ou obtenção de
seus insumos e não à queima do mesmo no motor. Como o estudo ilustrado pelo
Gráfico 1 considera a utilização principal de carvão mineral para a obtenção de
energia elétrica, em países que utilizam outras fontes energéticas para obtenção de
4
eletricidade, como o Brasil, estas emissões são reduzidas ou, até mesmo
eliminadas (SHEEHAN et al., 1998).
Custo de produção superior ao do diesel derivado de petróleo (geralmente em
países de clima frio como os EUA e países da Europa): A avaliação do custo de
produção não leva em consideração os ganhos econômicos que são obtidos com a
redução da poluição e, além disso, em algumas regiões, principalmente as
tropicais, o custo de produção do biodiesel pode ser inferior ao do diesel.
Deslocamento da produção de oleaginosas com fins alimentícios para a produção
com fins energéticos: Esta hipótese é levantada por alguns pesquisadores, mas é
pouco provável, no cenário atual onde existem tantas fontes de óleo vegetal,
inclusive muitas fontes de óleos que não são utilizados para fins alimentícios, por
exemplo, mamona e pinhão manso, e tanto espaço para expansão da agricultura.
E, no caso do Brasil, tem-se a experiência da produção de álcool, com contestação
semelhante na época da criação do Pró-álcool e que se mostrou não relevante.
1.5. Áreas de aplicação
O biodiesel pode ter as seguintes aplicações (GTI, 2003):
Uso como aditivo (em concentrações de 1 a 4%) ou substituto ao diesel derivado
de petróleo, ou ainda, misturado a este (em diversas proporções) para uso em
veículos leves ou de transporte de cargas pesadas como caminhões e locomotivas.
Uso específico em situações que exigem biodegradabilidade e anti-explosividade,
como atividade mineradora, embarcações e transportes urbanos.
Uso em geradores de energia elétrica em sistemas isolados (de localização
remota).
Exportação para países com interesse em utilizar combustíveis de origem
renovável.
No caso específico da Vallourec & Mannesmann Florestal (V&M Florestal), objeto
deste estudo, a utilização do biodiesel como combustível alternativo ao diesel de petróleo
tem como principais objetivos a utilização racional dos recursos da biomassa, com
conseqüente redução da emissão de poluentes (com potencial aproveitamento de tais
reduções para a geração de créditos de carbono), e redução de custos relacionados à
compra de combustíveis (diesel).
5
1.6. Cadeia produtiva
A cadeia produtiva do biodiesel (Figura 1) inicia-se com a plantação de oleaginosas
tais como soja, mamona, girassol, pequi, amendoim, babaçu, pinhão-manso ou dendê.
Agregados à plantação de oleaginosas podem ser obtidos outros produtos de valor
comercial como o mel, a lenha e a seda.
Os grãos das oleaginosas são processados e o óleo vegetal é extraído. Nesta etapa,
obtém-se como sub-produto o farelo, que, dependendo da matéria prima que foi
processada, pode ser utilizado como ração para gado (farelos de girassol, soja e
amendoim), adubo (tortas de mamona e pinhão manso) ou carvão (babaçu).
Na usina de produção de biodiesel, o óleo vegetal é utilizado como principal matéria
prima para a produção do biocombustível. Durante a produção do biodiesel, obtém-se
como sub-produto a glicerina bruta que, quando purificada, possui elevado valor comercial
(da ordem de US$ 1.000,00/t) (PARENTE, 2003).
Neste trabalho será mostrada a importância destes sub-produtos no valor total da
produção do biodiesel. Devido a esta importância, neste texto os sub-produtos serão
denominados co-produtos.
Figura 1: Cadeia produtiva do biodiesel
1.7. Objetivos e Motivação deste trabalho
O ser humano, em seu desenvolvimento, desde o homem primitivo até os dias de
hoje, tem aumentado continuamente seu consumo de energia. A necessidade vital de
6
energia de um homem adulto é de cerca de 2.600 kcal (11 MJ) por dia. O homem primitivo
necessitava de 2.000 kcal/dia (8,4 MJ/dia) para satisfazer suas necessidades de
alimentação. O homem “industrial” consumia aproximadamente 75.000 kcal por dia (310
MJ/dia) para suprir suas demandas de alimentação, casa, comércio, indústria, agricultura e
transporte. Hoje, o homem “tecnológico”, necessita de 230.000 kcal (960 MJ) para suprir
todas as suas necessidades diárias, incluindo-se às necessidades do homem industrial, os
gastos de energia com conforto e lazer.
Para suprir estas necessidades de energia o ser humano sempre utilizou os recursos
da natureza. Nos tempos primitivos, queimava a lenha e posteriormente o carvão para a
obtenção de calor. Com a evolução da raça humana e o conseqüente desenvolvimento de
novas tecnologias, passou a utilizar a força dos ventos e das águas como fonte de energia.
Finalmente, com a Revolução Industrial, começou a utilizar também os combustíveis
fósseis. Foi a exploração dos combustíveis fósseis que serviu de base para o
desenvolvimento da sociedade industrial, diferente de todas as sociedades anteriores, tanto
em sua natureza quanto em sua escala.
A energia é hoje indispensável para a economia mundial e faz parte integrante da
vida moderna. Entretanto, os recursos energéticos do nosso planeta não são ilimitados: os
combustíveis fósseis demoram centenas de milhões de anos para serem formados e os
recursos naturais considerados renováveis, como a biomassa, se utilizados de forma
irracional, podem também ser exauridos.
O objetivo deste trabalho é estudar os aspectos técnicos e econômicos da produção
do biodiesel utilizando tecnologias disponíveis no mercado nacional com vistas à produção
e utilização na V&M Florestal
A própria existência da V&M Florestal justificaria este estudo, pois, esta empresa,
foi criada com o objetivo de plantar florestas energéticas e produzir, a partir destas, o
carvão vegetal consumido pela V&M do Brasil S.A. substituindo o coque metalúrgico
(produzido a partir do carvão mineral um recurso energético fóssil). A aposta no recurso
de origem renovável, que pode ter parecido ousada algumas décadas, rende hoje vários
frutos. Sendo que a empresa possui, atualmente, uma área total de 195 mil hectares, dos
quais 111 mil estão ocupados com florestas de eucalipto.
Um possível uso de biodiesel, como substituto ao diesel derivado de petróleo, num
primeiro momento em veículos da V&M Florestal e, posteriormente, em veículos da V&M
7
Mineração e V&M do Brasil, tornaria ainda mais ecologicamente corretos, os produtos da
V&M do Brasil S.A. Além disso, poderia reduzir gastos com a compra de óleo diesel, que
tem influência no custo final dos produtos da V&M do Brasil e, em uma perspectiva
futura, significar um passo rumo à auto-suficiência energética da empresa.
Ressalta-se que a experiência na V&M Florestal, uma vez que a empresa possui
fazendas em diferentes regiões do estado de Minas Gerais, seria de forma descentralizada,
contemplando as diferenças regionais e aproveitando as matérias primas mais adequadas a
cada região.
1.8. Utilização de óleos vegetais em motores diesel
A patente do motor diesel foi requerida em 1892 e, em 1900, Rudolph Diesel
demonstrou sua criação em uma mostra mundial em Paris, utilizando como combustível o
óleo de amendoim. Até 1920 o motor diesel utilizava óleos vegetais. Após 1920, o motor
foi alterado para utilizar o resíduo da indústria do petróleo, o óleo diesel, que era
abundante e sem utilização tão nobre quanto o uso como combustível veicular. Devido à
alteração do motor (voltada para um combustível de menor viscosidade) os óleos vegetais
não puderam mais ser utilizados no motor diesel moderno. (YBIOFUELS, 2005)
Com a atual preocupação da escassez do petróleo, os óleos vegetais começam a se
destacar como prováveis substitutos do óleo diesel como combustível. As possibilidades de
utilização de óleos vegetais em motores diesel são a sua utilização direta e o emprego de
óleo vegetal transesterificado, transformado em biodiesel, que é o foco deste trabalho e
será abordada nos capítulos seguintes.
“Com relação ao uso direto de óleos vegetais nas regiões de climas tropical e
subtropical, a maior dificuldade que existe é com relação à viscosidade elevada dos óleos
vegetais, que não permite sua combustão total, principalmente em motores de injeção
direta, podendo levar a possíveis problemas de formação de resíduos nos cilindros do
motor”. (DENUCCI, 2005)
“A Coordenadoria de Assistência Técnica Integral de São Paulo (CATI-SP) iniciou,
em 2001, uma avaliação da possibilidade de uso do óleo bruto de girassol, obtido através
de prensagem a frio e filtragem por gravidade em pano de algodão. O objetivo principal
desses testes é obter informações definitivas e seguras que permitam acrescentar opções de
uso e comercialização relativamente à produção do girassol, visando, assim, estimular o
8
agricultor familiar paulista e de outros Estados a adotarem essa cultura, que é apta a ser
plantada no período de segunda safra (safrinha), não concorrendo com a cultura de verão.”
(DENUCCI, 2005)
“Os testes iniciais foram executados misturando-se esse óleo ao diesel . As
porcentagens do óleo de girassol na mistura foram aumentadas até um total de 100%. Os
testes foram realizados em motores diesel de diversas potências (06 a 123CV), de injeção
indireta e direta e, em todos os casos, foram bastante positivos, com redução de consumo
variando de 10 a 25% e com a impressão de aumento de potência (naquele momento não se
dispunha de aparelhos para medir e garantir esse aumento de potência). Esses testes
tiveram poucas horas de duração, ficando a dúvida sobre os resultados do uso do óleo bruto
de girassol (OBG) durante longos períodos.” (DENUCCI, 2005)
“A partir de 2002, a CATI começou a realizar testes de longa duração da utilização
de OBG em motores diesel. Foi avaliado o desempenho de um Trator MF 235, fabricado
em 1978, com motor Perkins de 3 cilindros, injeção indireta e 5.000 horas de uso. Não foi
realizada nenhuma adaptação, nem manutenção no motor, apenas a bomba injetora fora
recuperada para início do teste pois estava avariada.” (DENUCCI, 2005)
“O trator trabalhou 690 horas com uso exclusivo de OBG. Durante todo esse período
seu desempenho foi excelente, com consumo médio de 2,8 litros de óleo de girassol por
hora de serviço, bastante inferior à média de consumo de óleo diesel de petróleo (ODP).”
(DENUCCI, 2005)
“Durante todo o período de testes a Promax-Bardahl efetuou análises do óleo
lubrificante a cada 100 horas de uso, sendo os resultados muito favoráveis, não indicando
qualquer perda de qualidade devido ao uso do combustível alternativo. Após a recuperação
desse motor, o referido trator trabalhou 100 horas com uso de ODP, consumindo 3,46
litros/hora de serviço. Após esse período voltou a trabalhar com 100% de OBG, com
consumo médio de 2,33 litros/hora de serviço (32,66% de diminuição de consumo). A
economia média em 1.000 horas de serviço é calculada em R$3.100,00 ao se substituir o
ODP por OBG nesse trator.” (DENUCCI, 2005)
Como mencionado na seção 1.2., os óleos vegetais podem ser utilizados em veículos
com motores diesel de injeção indireta, como o trator Trator MF 235, avaliado pela CATI.
Portanto, um funcionamento adequado era esperado. O problema é a utilização dos óleos
vegetais não transesterificados nos motores diesel de injeção direta, presentes nos veículos
atuais.
9
“Em agosto/2002 a CATI realizou avaliação semelhante à aplicada ao Trator MF
235, em um trator Valmet 985 turbo, ano 1994, motor de 90 CV, com injeção direta. Esse
trator trabalhou 652 horas, sendo utilizado como combustível uma mistura de 50% de OBG
com 50% de ODP. Após esse período de avaliações o motor foi aberto e verificou-se
deposição de resíduos aderidos à parte superior das camisas dos cilindros e também
formação de gomas nas áreas de circulação do óleo lubrificante, apesar das análises
periódicas efetuadas pela Promax-Bardahl não indicarem diluição do óleo lubrificante pelo
óleo de girassol.” (DENUCCI, 2005)
“Os resultados obtidos na avaliação do trator Valmet indicam que não ocorreu a
combustão plena do combustível, apesar da mistura do óleo bruto de girassol com o óleo
diesel de petróleo. Outros testes como com outras porcentagens de mistura OBG + ODP e
com a utilização de solventes para diminuição da viscosidade estão em fase de execução.”
(DENUCCI, 2005)
Assim, como esperado, a utilização de óleo bruto de girassol em um motor de injeção
direta, não produziu um funcionamento perfeito do motor, resultando em acúmulo de
resíduos e gomas e combustão incompleta. Entretanto, deve-se ressaltar que, apesar da
tecnologia atual dos motores diesel e suas bombas injetoras ter sido totalmente adaptada ao
uso de óleo diesel de petróleo, os óleos vegetais funcionam nos motores atuais. Com o
avanço dos testes e início da utilização em larga escala e por longos períodos dos diversos
tipos de óleos vegetais, é possível que a indústria de motores e bombas injetoras demonstre
interesse em pesquisar e oferecer soluções para o uso otimizado desta opção de
biocombustível, à semelhança do que ocorreu com o álcool em motores de ciclo Otto.
1.9. Resumo dos capítulos
No Capítulo 2, é apresentada a situação atual da produção de biodiesel em alguns
países, com destaque para a produção na Europa, Estados Unidos e Brasil. A Europa é
destacada por ser pioneira na produção e utilização do biodiesel em grande escala.
O Capítulo 3 discute algumas opções de matérias primas para a produção de óleos
vegetais, as características mais relevantes destas para a produção do biodiesel e os
processos aos quais as matérias primas devem ser submetidas para a obtenção deste
biocombustível.
A metodologia utilizada durante a realização deste trabalho é abordada no Capítulo 4,
onde se tem o detalhamento das etapas de pesquisa bibliográfica, levantamento dos
10
aspectos técnicos aplicados ao estudo de caso e forma a ser utilizada para demonstração
dos resultados.
No Capítulo 5 o custo de produção do biodiesel é calculado para valores de mercado
dos insumos e avaliado em função da variação destes. A partir deste cálculo, é avaliada a
viabilidade econômica da produção e utilização deste biocombustível, considerando-se os
critérios “payback” econômico, razão benefício-custo, valor atual e taxa interna de retorno.
Alternativas futuras para a produção de biodiesel considerando a utilização de
matérias primas de maior rendimento de óleo e outra forma de obter um combustível
sucedâneo ao diesel mineral, que não a reação de transesterificação, são citadas no
Capítulo 6.
Finalmente, no Capítulo 7, são tiradas as conclusões obtidas com a realização deste
trabalho acerca do biodiesel e sua viabilidade econômica aplicada ao estudo de caso da
V&M Florestal.
11
2. PRODUÇÃO DE BIODIESEL NO MUNDO E NO BRASIL
2.1. Produção de biodiesel na Europa
Assinado no dia 11 de dezembro de 1997 e, em vigor, oficialmente, a partir de 16 de
fevereiro de 2005, o Protocolo de Kyoto compromete uma série de nações industrializadas
a reduzirsuas emissões em 5% abaixo dos níveis de 1990 para o período de 2008-2012.
(ONU, s/d)
O acordo foi ratificado pelas duas casas do Parlamento russo em outubro de 2004, e o
presidente Vladimir Putin assinou a medida no dia 5 de novembro do mesmo ano. O
compromisso da Rússia tornou-se crucial depois que os Estados Unidos, maior poluidor
mundial, desistiram do pacto em 2001.
Neste cenário de necessidade e compromisso de redução de emissões de poluentes, a
utilização do biodiesel surge como alternativa de recurso energético de extrema
importância, uma vez que o setor de transportes, grande emissor de poluentes, é o principal
consumidor potencial do biodiesel.
Na Europa, o processo de industrialização do biodiesel começou no início dos anos
90. Os principais produtores são: Alemanha, França e Itália. Nos últimos anos, Áustria,
Espanha, Dinamarca, Reino Unido e Suécia também investiram na produção e começam
agora a figurar nas estatísticas européias de produção de biodiesel.
O biodiesel é o principal biocombustível produzido e utilizado na Europa e é obtido a
partir da transesterificação metítica do óleo de colza, uma flor semelhante à canola (Figura
2). A produção européia cresce a cada ano. O crescimento de 2002 para 2003 foi de 35% e
de 2003 para 2004 de 30%. No gráfico 2, tem-se a produção de biodiesel na Europa no
período de 2002 a 2004. (EBB, 2004)
Os padrões para o biodiesel na Europa são determinados pela norma DIN EN 14214
que estabelece os requisitos mínimos para a qualidade do biodiesel, especificados pelos
fabricantes de motores e pelos produtores de biodiesel.
12
Figura 2: Colza
Fonte: Haumovie, 2005
1.065
1.434
1.853
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2002 2003 2004
Alemanha França Itália Outros Total EU
Gráfico 2: Produção de biodiesel na Europa (em 1.000 t, margem de erro = +/- 5%)
Fonte: European Biodiesel Board, 2004
2.1.1. Alemanha
A Alemanha, maior produtor e consumidor europeu, está voltada para a produção de
biodiesel em unidades produtivas de grande porte. No período de 1991 a 2003, o consumo
de biodiesel na Alemanha aumentou 3.250 vezes, passando de 200 toneladas anuais, em
1991, para 715.000 toneladas anuais, em 2003. Neste país, o biodiesel é vendido em postos
de combustível. mais de 1.700 postos vendendo biodiesel na Alemanha. Nestes postos
existem bombas de biodiesel puro e é o consumidor quem determina a proporção de
biodiesel/diesel que quer colocar no seu veículo. O biodiesel é mais barato do que o diesel,
13
fato explicável pela completa isenção de tributos na cadeia produtiva deste biocombustível
e pela elevada tributação sobre o diesel. A evolução da venda de biodiesel na Alemanha
pode ser vista no Gráfico 3. (UFOP, 2003)
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
(em toneladas)
200 5.000 10.000 25.000 45.000 60.000 100.000 100.000 130.000 340.000 450.000 550.000 650.000
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Gráfico 3: Evolução da venda de biodiesel na Alemanha
Fonte: UFOP, 2003
2.1.2. França
O programa de biodiesel francês é baseado em uma parceria entre os produtores de
éster metílico de colza e a indústria do petróleo para produzir misturas de biodiesel com
diesel em duas porcentagens:
5% de biodiesel e 95% de diesel, vendido para os consumidores comuns.
30% de biodiesel e 70% de diesel, voltado para uso em frotas monitoradas para
avaliação dos benefícios ambientais.
A capacidade de produção francesa encontrava-se em 350.000 t em 2002, sendo que
a principal fonte de matéria prima para a obtenção do óleo vegetal é a colza. (EUBIONET,
2003)
2.1.3. Itália
A produção de biodiesel na Itália começou no início dos anos 90. No período de 2000
a 2004, a produção italiana mais que quadriplicou. A evolução da produção italiana de
biodiesel neste período é mostrada no Gráfico 4.
14
A Itália importa cerca de 70% do óleo vegetal destinado à produção do biodiesel,
principalmente da França e da Alemanha. Aproximadamente 90% da produção é utilizada
com fins térmicos para aquecimento público e privado. (EUBIONET, 2003)
90
175
210
273
320
0
50
100
150
200
250
300
350
Produção de biodiesel em 1.000t
2000 2001 2002 2003 2004
Ano
Gráfico 4: Produção de biodiesel na Itália, em 1.000t
Fontes: EBB, 2005 e EUBIONET, 2003
2.1.4. Áustria
O biodiesel é o biocombustível de maior importância na Áustria. Até 2002, havia no
país apenas uma unidade de produção industrial. Após 2002, duas novas unidades entraram
em operação, com uma produção anual de aproximadamente 30.000 toneladas,
representando aproximadamente 1% do total de diesel combustível consumido.
(EUBIONET, 2003)
2.2. Produção nos Estados Unidos
Nos Estados Unidos, o biodiesel tem sido muito pesquisado nos últimos anos e o
governo americano tem investido muito em sua viabilização. O interesse pela produção do
biodiesel está relacionado, principalmente, aos ganhos ambientais obtidos com a utilização
deste biocombustível. No país, o biodiesel é produzido utilizando-se como matérias primas
o óleo de soja e o metanol, sendo que a proporção mais aceita é a B20. Atualmente, o
biodiesel está sendo utilizado em frotas de ônibus urbanos, serviços postais e órgãos do
governo.
15
Sob o aspecto legal, o biodiesel é registrado como combustível e como aditivo na
Agência Americana de Proteção ao Meio Ambiente (EPA) e atinge os padrões para diesel
estabelecidos pelo Califórnia Air Resources Board (CARB). O biodiesel puro (B100) é
designado como combustível alternativo pelos Departamentos de Energia e de Transporte
deste país. Os padrões para o biodiesel nos Estados Unidos são determinados e fixados
pela norma ASTM D-6751. (NBB, 2005)
O National Biodiesel Board (NBB), fundado em 1992, é a associação comercial que
representa a indústria de biodiesel americana e promove o uso do mesmo no país.
O programa de biodiesel norte-americano é baseado em pequenos produtores e
consumidores. No país existem cerca de 15 empresas não especializadas que produzem
biodiesel para uso próprio ou para a comercialização. A capacidade produtiva do país está
estimada em 126 mil toneladas anuais e não isenção tributária para a produção (NBB,
2005). No gráfico 5 tem-se a produção anual de biodiesel nos Estados Unidos no período
de 1999 a 2003.
1,9
7,6
18,9
56,8
94,6
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
90,0
100,0
Volume de biodiesel vendido (em milhões de litros)
1999 2000 2001 2002 2003*
Ano
Gráfico 5: Evolução da venda de biodiesel nos Estados Unidos
Fonte: NBB, 2004
*Valor de 2003 estimado
16
2.3. Produção em outros países
2.3.1. Índia
A Indian Oil Corporation (IOC) começou, em janeiro de 2004, a realizar testes com
ônibus utilizando biodiesel na proporção de 5% (B5). São utilizados como matéria-prima
óleos não-comestíveis. A Índia tem incentivado a plantação de espécies como o Jatropha
curcas (pinhão manso) e Pongamia glabria (planta indiana cujo óleo é utilizado por
fazendeiros para repelir insetos) em terras devastadas ou de condições pouco favoráveis
para a agricultura. O projeto piloto prevê a utilização de aproximadamente 450.000 litros
de biodiesel (LELE, 2005).
2.3.2. Argentina
O Governo vem incentivando a produção e comercialização nacional de biodiesel. O
estímulo do governo pode ser verificado pelo decreto 1396/2001, que criou o “Plan de
Competitividade para el Combustible Biodiesel”, que em seu principal ponto, exime de
impostos por dez anos a venda de biodiesel para uso como aditivo, combustível puro ou em
misturas com diesel (SAGPyA, 2005).
2.3.3. Malásia
A Malásia é o maior produtor mundial de óleo de palma (dendê) e, por este motivo, o
programa de biodiesel malaio será baseado na utilização deste óleo como matéria prima. A
produtividade de óleo de palma chega, neste país, a 5.000 kg óleo/hectare/ano (PARENTE,
2003).
2.4. Produção de biodiesel no Brasil
O Brasil encontra-se em situação privilegiada para produzir o biodiesel. Em todas as
regiões do país existem oleaginosas que podem ser utilizadas como matéria prima para a
produção deste biocombustível (Figura 3).
O Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel tem o objetivo de introduzir
um novo combustível na matriz energética brasileira a partir de projetos auto-sustentáveis,
considerando preço, qualidade, garantia do suprimento e uma política de inclusão social. O
17
biodiesel brasileiro pretende utilizar como álcool para a transesterificação o etanol, obtido
da cana-de-açúcar.
Figura 3: Exemplos de oleaginosas que podem ser produzidas nas diversas
regiões do Brasil.
Apesar de a dependência externa de petróleo do Brasil ser de, atualmente, 3,3%, o
país importa petróleo e, em 2003, a importação nacional deste para fins energéticos ou não,
custou ao país US$ 3,9 bilhões. Um dos motivos desta importação é o tipo de petróleo
extraído no país e a grande demanda nacional de óleo diesel. (ANP, 2003)
As refinarias brasileiras extraem, em média 33% de óleo diesel de um barril de
petróleo, enquanto a média mundial é da ordem de 25%. Mesmo assim, em 2003, o Brasil
importou 3,818 milhões de metros cúbicos de óleo diesel, o que representou uma despesa
de US$ 792 milhões. Se for considerado o petróleo importado para refino e conseqüente
obtenção de diesel, o dispêndio anual com importações relacionadas ao diesel é bem
superior aos US$ 792 milhões citados (ANP, 2003 e GTI, 2003).
Grande parte da dependência externa relacionada ao diesel é devida à predominância
do transporte rodoviário no país. o setor rodoviário consome bem mais de 50% de todo
o óleo diesel vendido (COPPE/UFRJ, 2003).
Região N
dendê, soja, buriti,
macaúba, babaçu
Região CO
soja, mamona,
algodão, pequi,
girassol, macaúba
Região S
soja, algodão,
colza, girassol
Região NE
dendê, soja,
mamona, algodão,
babaçu, pinhão
manso
Região SE
soja, mamona, girassol,
pinhão-manso, pequi,
macaúba, amendoim,
nabo forrageiro, algodão
18
A produção do biodiesel no Brasil pode significar a curto prazo a redução e, a longo
prazo, o fim desta despesa e a possibilidade de exportação de excedentes, sobretudo para a
Europa.
Outras vantagens que podem vir com a entrada deste novo combustível no mercado
nacional são: a criação de empregos no meio rural por meio da agricultura familiar e o
desenvolvimento nacional da pesquisa e da indústria de equipamentos.
O governo federal pretendia iniciar a entrada do biodiesel no mercado nacional de
combustíveis até o final de 2004. Entretanto, a primeira autorização para exercício da
atividade de produção de biodiesel foi concedida em 18 de março de 2005, à empresa
Soyminas Biodiesel Derivados de Vegetais Ltda. (Cássia. MG), que produz o éster
etílico de óleo vegetal (biodiesel) alguns anos. A inauguração oficial da usina como
produtora oficial de biodiesel ocorreu em 24 de março de 2005, com presença do
Presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva e da Ministra das Minas e Energia,
Dilma Rousself. O biodiesel de Cássia começou a ser vendido em Belo Horizonte em
postos da bandeira Ale, na proporção B2 (2% de biodiesel e 98% de óleo diesel) (ANP,
2005).
Para divulgar as informações do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel
(PNPB), foi lançado um portal na Internet (www.biodiesel.gov.br) onde podem ser
encontrados projetos de pesquisas, empresas produtoras e distribuidoras de biodiesel,
instituições financiadoras de projetos na área, legislação, dentre outros tópicos
relacionados ao biodiesel.
Além da iniciativa governamental, existem no país várias empresas e centros de
pesquisas trabalhando na pesquisa, produção e utilização do biodiesel, entre eles:
COPPE/UFRJ Realiza testes para a produção de biodiesel a partir de óleos e
gorduras residuais, em parceria com o IVIG (Instituto Virtual Internacional de
Mudanças Globais).
Ecomat Ecológica Mato Grosso Indústria e Comércio Ltda: Desenvolve vários
estudos em seu laboratório e em parceria com outros centros de pesquisas, para
promoção de novos produtos e viabilização técnica dos biocombustiveis existentes,
como a mistura "álcool-diesel" e "biodiesel". A Ecomat produz biodiesel etílico
utilizando como matéria prima o óleo de soja (ECOMAT, 2004).
Ladetel Laboratório de Desenvolvimento de Tecnologias Limpas do
Departamento de Química da Universidade de São Paulo (USP) trabalha na
19
produção de biodiesel etílico utilizando como matéria-prima óleos vegetais de
diversas plantas.
Soyminas Empresa localizada em Cássia-MG, produz biodiesel 7 anos e o
comercializa como “éster etílico” para os produtores rurais da região a um preço
mais acessível do que o do diesel. A empresa possui também o sistema de troca de
grãos de oleaginosas por biodiesel; assim, alguns produtores fornecem a matéria
prima em troca do biocombustível (ALVES, 2003).
Tecbio Tecnologias Bioenergéticas Ltda.: É uma empresa de base tecnológica,
incubada no Parque Tecnológico da Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial,
Ceará. Sob a coordenação do Professor Expedito José de Parente, considerado o
pioneiro na concepção e desenvolvimento do biodiesel (ver seção 1.2. Histórico), a
Tecbio possui uma experiência acumulada de quase 25 anos em biodiesel. Uma das
unidades de produção de biodiesel da Tecbio encontra-se em Varginha-MG
(TECBIO, 2003).
UESC – Universidade Estadual de Santa Cruz (Ilhéus-BA): Possui um programa de
produção de biodiesel a partir de óleos e gorduras vegetais in natura e residuais. Os
estudos iniciaram-se em 1998, em aliança com instituições de reconhecida
experiência internacional como Universidade de Kassel e Instituto de Tecnologia
Tropical de Colônia, ambos na Alemanha, e com o Instituto Nacional de
Tecnologia do Rio de Janeiro – INT-RJ (UESC, 2004).
Agropalma Empresa que atua na produção, extração e refino de óleo de palma,
sendo o maior produtor deste na América Latina. A Agropalma inaugurou em 2005
sua primeira usina de produção de biodiesel, que utiliza como matéria prima o
resíduo graxo resultante da destilação do óleo de palma (BRITO, 2005).
20
3. TECNOLOGIAS DE PRODUÇÃO DO BIODIESEL
3.1. Matéria prima
Neste trabalho, foram considerados apenas óleos vegetais in natura como matéria
prima para a produção de biodiesel. Para a obtenção deste óleo, existem inúmeras espécies
que podem ser cultivadas em todo o território brasileiro, dentre as quais destacam-se:
Babaçu,
Dendê,
Girassol,
Mamona,
Nabo Forrageiro,
Pinhão manso,
Soja.
3.1.1. Babaçu
O babaçu é uma palmeira do gênero orbignya e originária do Brasil. Sua
classificação botânica está dividida em duas espécies, Palmae orbignya oleifera (babaçu
do cerrado) e Palmae orbignya martiana (babaçu da floresta). (BEZERRA, 1995).
O gênero orbignya ocorre em outros países das Américas, do México para o sul,
Destacando-se os babaçuais da Bolívia presentes de Santa Cruz de La Sierra às fronteiras
com os estados brasileiros do Acre e Rondônia (BEZERRA, 1995).
A palmeira pode atingir até 20 metros de altura, e começa a frutificar entre o e
ano de vida, alcançando plena produção no 15° ano (Figura 4-a). A vida média é de 35
anos. Produz de 3 a 6 cachos de frutos por ano (Figura 4-b); cada cacho possui cerca de
150 a 300 cocos, e cada coco possui, em média, 3 amêndoas no interior (Figura 5).
O rendimento anual na produção de óleo de babaçu encontra-se entre 0,1 e 0,3
toneladas por hectare.
A época e a intensidade da safra variam com a região considerada e de acordo com a
localização dos babaçuais, populações existentes e condições meteorológicas vigente.
21
(4-a) (4-b)
Figuras 4-a e 4-b: Babaçu
Fonte: NOVEON, 2005
Figura 5: Côco do babaçu
Fonte: NOVEON, 2005
Os babaçuais brasileiros concentram-se na região Nordeste, Norte e Centro-Oeste,
merecendo maior destaque a região Nordeste que detém, atualmente, a maior produção de
amêndoas e a maior área ocupada com cocais. Minas Gerais, na região Sudeste, merece
citação por ser o único estado fora das regiões citadas que possui área expressiva coberta
com babaçu (BEZERRA, 1995).
A produção de biodiesel utilizando óleo de babaçu destaca-se como promissora
porque o babaçu encontra-se entre as espécies de palmeiras mais utilizadas na indústria
extrativista brasileira, sendo a mais rica do ponto de vista econômico, pois é aproveitada
por inteiro, da raiz às folhas (USP, 2004):
22
Das amêndoas é extraído o óleo que é utilizado para a fabricação de sabão,
glicerina e óleo comestível, mais tarde transformado em margarina, e de uma torta
utilizada na produção de ração animal e de óleo comestível.
As folhas servem de matéria-prima para a fabricação de peças artesanais e como
matéria-prima na armação e cobertura de casas e abrigos. Durante a seca, essas
mesmas folhas servem de alimento para a criação.
O estipe (tronco), em boas condições, é usado em marcenaria rústica e, quando
apodrecido, serve de adubo.
Das palmeiras jovens, quando derrubadas, extrai-se o palmito e coleta-se uma
seiva que, fermentada, produz um vinho bastante apreciado regionalmente.
As amêndoas verdes - recém-extraídas, raladas e espremidas com um pouco de
água em um pano fino fornecem um leite de propriedades nutritivas semelhantes
às do leite humano, segundo pesquisas do Instituto de Recursos Naturais do
Maranhão.
A casca do coco, devidamente preparada, fornece um eficiente carvão, fonte
exclusiva de combustível em várias regiões do nordeste do Brasil. Além do
carvão, outros produtos de aplicação industrial podem ser obtidos da casca do
coco do babaçu, tais como etanol, metanol, coque, carvão reativado, gases
combustíveis, ácido acético e alcatrão, que possuem considerável valor comercial
e destacável aplicação na indústria.
3.1.2. Dendê
O dendezeiro (Elaeis guineensis L.) é uma palmeira originária da Costa Ocidental da
África (Golfo da Guiné). É encontrado em povoamentos sub-espontâneos desde o Senegal
até Angola; foi trazido, no século XVII, pelos escravos ao Brasil e adaptou-se bem ao
clima tropical úmido do litoral baiano. As palmeiras originadas das sementes trazidas pelos
escravos após frutificarem e terem suas sementes dispersas pelo homem ou pelos animais,
formaram uma larga faixa na costa brasileira. A faixa entre 10ºN e 10ºS de latitude é
particularmente propícia ao plantio da palma. (SEAGRI, 2004)
Esta palmeira (Figura 6) atinge até 15 metros de altura, possui raízes fasciculadas,
estipe ereto, escuro, sem ramificações, anelado (devido a cicatrizes deixadas por folhas
antigas). As folhas podem alcançar até 1 metro de comprimento e possuem bases
recobertas com espinhos. As flores são creme-amareladas e aglomeradas em cachos.
23
Figura 6: Dendezeiro
Fonte: BRITO, 2005
Quanto às necessidades, o dendezeiro requer temperatura média entre 25 e 27ºC e
precipitações mensais mínimas acima de 100 mm, com total anual de 2.000 mm ou mais.
Os solos devem ser profundos, não compactados permeáveis, bem drenados com boa
retenção de água, areno-argilosos a argilo-arenosos (25 a 30% de partículas finas), não
devem ser pedregosos e devem apresentar bom teor de matéria orgânica e bom equilíbrio
de elementos minerais.
O fruto é o principal produto do dendezeiro (Figura 7); da sua polpa extrai-se o óleo
de palma (óleo de dendê) e de sua amêndoa consegue-se o óleo de palmiste. Cada fruto
produz nove partes de óleo de dendê para 1 parte de óleo de palmiste.
Figura 7: Fruto do dendezeiro
Fonte: BRITO, 2005
24
“Um plantio bem conduzido inicia produção comercial ao final do terceiro ano pós-
plantio com produção de 6 a 8 toneladas de cachos/hectare. No oitavo ano a produção
alcança de 20 a 30 toneladas de cachos e até 35 toneladas de cachos/hectare. Até o décimo
sexto ano esse nível de produção se mantém declinando, ligeiramente, até o fim da vida
útil produtiva do dendezeiro aos 25 anos. O rendimento do óleo de dendê é de 22% do peso
dos cachos e rendimento do óleo de palmiste é de 3% do peso dos cachos.” (SEAGRI,
2004)
Os principais produtos obtidos dos cachos do dendê são:
Óleo de palma: além de sua larga aplicação culinária, esse óleo tem usos na
indústria química e, quando refinado, desodorizado e branqueado, é também
matéria-prima para a industrialização de maioneses e margarinas.
Óleo de palmiste: é utilizado nas indústrias alimentícias, de cosméticos, de sabão e
oleoquímicas.
Torta: proveniente da extração do óleo de palmiste contém 18% de proteína e pode
ser usada na alimentação de animais ou como adubo orgânico.
Casca: pode ser utilizada para produção de carvão ativado, entre outras aplicações.
Outros produtos obtidos do dendezeiro que possuem aplicações nas mais diversas
indústrias são:
As fibras das folhas e os cachos de frutos vazios podem ser processados para
confecção de materiais de média densidade para tampos de lareiras.
Os troncos derrubados, resultantes de replantios, podem ser transformados em
móveis.
Os cachos (de frutos) vazios, os resíduos do processo de extração do óleo - fibras e
casca das amêndoas podem atuar como combustíveis em caldeiras para a produção
de vapor ou geração de energia elétrica ou serem usados como fonte de nutrientes
para dendezais. Esta utilização como fertilizante natural ajuda a evitar problemas
tanto de ordem econômica, pelo elevado custo da retirada do material do parque da
indústria, quanto ecológica, pela formação de depósitos a céu aberto, próximo de
rios e igarapés, utilizados pela população rural.
A Malásia é o maior produtor e exportador mundial de óleo de palma. Em 2004, a
produção malaia alcançou o volume de 13,976 milhões de toneladas. Neste mesmo ano, o
Brasil produziu 140 mil toneladas, ficando com a 11ª posição na produção de óleo de
palma, apesar do grande potencial desta cultura no país. (MPOB, 2005)
25
O cultivo do dendê para a produção de biodiesel tem como ponto de destaque a
elevada produtividade de óleo por hectare, que varia de 3.000 a 6.000 quilogramas de óleo
de palma/hectare. A produtividade mundial média projetada para o período de 2003 a 2007
é de 3,4 toneladas de óleo/hectare, com perspectivas de atingir 4 toneladas de óleo/hectare
em 2008 (ABOISSA, 2005), valor bem superior à média das outras espécies produtoras de
óleo cultivadas em grande escala.
Como desvantagem da cultura do dendê tem-se o fato de que os frutos desta palmeira
devem ser processados rapidamente após a colheita, em, no máximo, 48 horas, o que
implica na necessidade de a unidade de extração de óleo estar integrada à área plantada.
(EMBRAPA, 2005)
3.1.3. Girassol
O girassol, Helianthus annuus L. (Figura 8), é uma dicotiledônea anual da família
Compositae, originária da América do Norte. Destaca-se como a quarta oleaginosa em
produção de grãos e a quinta em área cultivada no mundo (CASTRO et al., 1997). Tem
características agronômicas importantes, destacando-se a resistência à seca e às geadas. É
uma planta rústica, e produz bem em diversos climas, e por esta razão é cultivada em todos
os continentes. Prefere solos férteis e bem drenados, é exigente em calor e umidade, e
suporta bem o frio e a seca, dependendo do seu estágio de desenvolvimento. Funciona
como excelente cobertura verde, evitando a invasão de ervas daninhas, e suas raízes
profundas e grossas favorecem a descompactação do solo. Possui efeito alelopático a um
grande número de invasoras, uma vez que libera compostos voláteis que atingem e
eliminam plantas invasoras a até 80 metros de distância (SILVA, 1990).
O rendimento de grãos na lavoura de girassol com a tecnologia nacional atualmente
disponível pode ultrapassar 2.500 kg/ha. Em áreas experimentais foram obtidos
rendimentos superiores a 3.000 kg/ha (AGROBYTE, 2003).
A colheita pode ser totalmente mecanizada ou semi-mecanizada. Ela é realizada de
100 a 130 dias após a emergência das plantas, quando o capítulo está com coloração
castanha. O teor de umidade dos grãos para o armazenamento é de 11%, podendo o
girassol ser colhido com 14% de umidade para posterior redução da umidade a 11%
(LASCA, 2002).
26
Figura 8: Girassol
O cultivo de girassol para a extração de seu óleo e produção de biodiesel tem como
pontos positivos o ciclo de produção curto da planta, o alto teor de óleo das sementes, o
bom rendimento em quilograma de óleo por hectare quando comparado com a soja (o
rendimento do girassol encontra-se entre 0,5 e 1 tonelada de óleo por hectare, enquanto que
o da soja está entre 0,2 e 0,4 tonelada de óleo por hectare) e a facilidade de extração do
óleo, entre outros fatores.
Agregada à produção de óleo vegetal a partir do girassol, tem-se a produção de torta
ou farelo (dependendo do processamento), que pode ser utilizada na alimentação animal.
Outro produto que pode ser obtido com o cultivo do girassol é o mel (30 a 40 kg por
hectare).
3.1.4. Mamona
A mamoneira, Ricinus communis L. (Figura 9), é uma planta da família das
Euforbiáceas, possuidora de elevada resistência à seca, podendo ser cultivada em regiões
que possuam altitude acima de 300 m e precipitação pluvial variando de 450 a 1.000
mm/ano, tendo o seu ótimo ecológico em altitudes variando de 300 a 1.500 m (WEISS,
1983) e produzindo bem em diversos tipos de solos (MAZZANI, 1983), desde que sejam
bem drenados e porosos.
A utilização do óleo de mamona para a produção do biodiesel justifica-se pelo alto
teor de óleo contido nas sementes (próximo de 50%), à produtividade considerável que
pode ser atingida atualmente com cultivares desenvolvidos para produção em grande
escala, como o cultivar guarani do Instituto Agronômico de Campinas, que tem um
potencial produtivo de até 4.000 kg de sementes/hectare, e às características de
adaptabilidade da mamoneira em grande parte do território brasileiro, destacando-se as
regiões semi-áridas, que são menos favoráveis à agricultura convencional.
27
Figura 9: Mamona
Como produto agregado à produção de óleo de mamona tem-se a torta, que ainda
possui como finalidade principal o uso como fertilizante, constituindo-se num adubo
orgânico nitrogenado de primeira categoria, sendo usada na base de duas a três toneladas
por hectare. Também é utilizada como acondicionador nas misturas fertilizantes (CETEC,
1980).
Como ração animal, a torta da mamona só pode ser utilizada depois de desintoxicada,
por ser muito venenosa, principalmente na presença de ricina. Sendo o processo de
desintoxicação bastante complexo e, muitas vezes, caro, as usinas de óleo preferem vender
a torta apenas como fertilizante (CETEC, 1980).
Mas não são apenas o óleo e a torta que têm aplicações. Da mamona se aproveita
tudo, já que as folhas servem de alimento para o bicho da seda e, misturadas a folhagem,
aumentam a secreção láctea das vacas. A haste, além de celulose própria para a fabricação
de papel, fornece matéria-prima para a produção de tecidos grosseiros.
3.1.5. Nabo Forrageiro
O nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) é uma planta da família das Crucíferas,
muito utilizada para rotação de culturas, alimentação animal e também adubação verde, no
inverno. É uma planta herbácea, ereta, muito ramificada, dotada de pêlos ásperos
(DERPSCH & CALEGARI, 1992). Sua raiz é pivotante, às vezes tuberosa, e pode atingir
de 1,00 a 1,80 m de estatura (Figura 10).
A planta possui um crescimento inicial rápido e elevada capacidade de reciclar
nutrientes, principalmente nitrogênio e fósforo, desenvolvendo-se razoavelmente em solos
fracos com problemas de acidez. Em cerca de 60 dias cobre aproximadamente 70% do solo
sendo que o florescimento ocorre aos 80 dias após o plantio, atingindo sua plenitude aos
28
120 dias. A altura da planta varia de 1,00 a 1,80 metro e, devido ao seu rápido crescimento,
compete com as ervas daninhas invasoras desde o início, o que diminui os gastos com
herbicidas ou capinas, e facilita a cultura seguinte.
Figura 10: Nabo forrageiro
O nabo forrageiro está entre as mais antigas espécies usadas na produção de óleo,
sendo cultivado principalmente na Ásia Oriental (DERPSCH & CALEGARI, 1992). Pode
ser cultivado em climas temperado, continental e tropical, sendo resistente a geadas tardias
(DERPSCH & CALEGARI, 1992). É altamente rústico, desenvolvendo-se em solos
relativamente pobres. O cultivo em solos com elevada fertilidade promove maior produção
de massa verde e de grãos. É acentuadamente precoce e apresenta maior rusticidade do que
a colza, a mostarda e outras crucíferas. Sua reprodução se dá por sementes.
Esta crucífera tem demonstrado elevada capacidade de reciclagem de nutrientes,
principalmente nitrogênio e fósforo, o que a torna uma planta de cobertura vantajosa em
sistemas de rotação de culturas. Apresenta elevada produção de massa verde durante a
época mais fria do ano, cobrindo o solo eficientemente durante um período de alta
erosividade.
O cultivo do nabo forrageiro para obtenção de óleo vegetal para produção de
biodiesel, possui inúmeras vantanges, destacando-se (SANTOS, et. al. 2002):
Não há ocorrência de pragas ou de doenças que mereçam controle.
Como adubo verde de inverno, é excelente para a cobertura do solo, além de
produzir grande volume de palha para a prática do plantio direto.
Possui um longo período de floração (mais de 30 dias), mostrando-se muito útil à
criação de abelhas, com produção de mel de boa qualidade.
29
3.1.6. Pinhão manso
O pinhão-manso (Jatropha curcas L.) é um arbusto pertencente à família das
Euforbiáceas, sub-família Platinobeae, cuja altura média atinge 3,0 m, mas podendo
alcançar até 5 m, ou mesmo mais, em condições excepcionais (Figura 11). A planta possui
raízes curtas e se despoja quase completamente das folhas nos períodos de seca (CETEC,
1980).
Figura 11: Pinhão manso
Fonte: ECOÓLEO, 2004
O pinhão-manso procede da América do Sul, possivelmente originário do Brasil.
Atualmente é encontrado em quase todas as regiões intertropicais, estendendo-se sua
ocorrência à América Central, Índia, Filipinas e Timor, até mesmo às zonas temperadas,
em menor proporção.
No Brasil, o pinhão-manso ocorre praticamente em todas as regiões, sempre de
forma dispersa, adaptando-se em condições edafoclimáticas as mais variáveis, propagando-
se, sobretudo, nos estados do Nordeste, em Goiás e em Minas Gerais. Em Minas Gerais é
encontrado com mais freqüência no norte do Estado e no Vale do Rio Jequitinhonha, como
pode ser visto na Figura 12.
No plantio desta euforbiácea em espaçamento 3x3 m, o que equivale a uma
população de cerca de 1.180 pés por hectare, o rendimento anual de óleo pode alcançar
índices entre 3 e 4 toneladas por hectare, ou até mais, dependendo do trato que se ao
cultivo da planta. (CETEC, 1980). Em plantios experimentais podem ser atingidas até 5
toneladas de óleo por hectare.
30
As técnicas agronômicas empregadas na cultura da mamona podem também ser
adaptadas aos plantios de pinhão-manso, ressalvando-se, no entanto, que, sendo este último
bem mais rústico e tolerante, certamente dispensará de maiores cuidados culturais.
Figura 12: Distribuição da ocorrência do pinhão-manso no Estado de Minas Gerais
Fonte: CETEC, 1980
Alguns produtos de considerável valor comercial podem ser obtidos do
aproveitamento das sementes do pinhão-manso para a obtenção de óleo vegetal: o
pericárpio do fruto pode ser aproveitado como combustível para geração de vapor em
caldeiras; a torta residual pode ser utilizada como fertilizante de qualidade ímpar por
possuir elevados teores de nitrogênio, potássio e fósforo, em quantidades pouco vistas em
concentrados naturais; outra opção para a torta seria aliviar sua possível toxidez e utilizá-la
para o balanceamento de rações animais, tendo em vista seu elevado teor protéico (57% de
31
proteína bruta, acrescida de carboidratos, lipídeos, sais minerais e vitaminas). (CETEC,
1980)
Por ser uma cultura existente de forma espontânea em áreas de solos pouco férteis e
de clima desfavorável à maioria das culturas alimentares tradicionais, o pinhão-manso
pode ser considerado uma das mais promissoras oleaginosas do Sudeste, Centro-Oeste e
Nordeste do Brasil.
3.1.7. Soja
“A soja (Glycine Max) é uma leguminosa domesticada pelos chineses há cerca de
cinco mil anos. Sua espécie mais antiga, a soja selvagem, crescia principalmente nas terras
baixas e úmidas, junto aos juncos nas proximidades dos lagos e rios da China Central.
três mil anos a soja se espalhou pela Ásia, onde começou a ser utilizada como alimento”
(ABOISSA, 2005).
Oficialmente, a soja (Figura 13) foi introduzida no Brasil em 1914, no Rio Grande do
Sul, mas as primeiras referências sobre a cultura no Brasil datam de 1892 (Instituto
Agronômico de Campinas). O crescimento da cultura verificou-se a partir de 1951, com a
primeira "Campanha da Soja", em trabalho conjunto da Secretaria de Agricultura e do
Sindicato da Indústria de Óleos Paulista. Em 1967 a procura de matéria-prima para a
indústria de óleos aliada à nova campanha de fomento, consolidou a cultura da soja no
Estado de São Paulo. (AGROBYTE, 2004)
Figura 13: Soja
Fonte: AGROBYTE, 2004
32
No início da década de 70, ocorreu uma grande expansão da cultura da soja na
agricultura brasileira, motivada pelo fracasso da cultura do café em algumas regiões e à
política governamental favorável aos produtos de exportação.
Embora seja planta originária de clima temperado, a soja se adapta bem em uma
ampla faixa de clima e a utilização de cultivares adaptados permite o cultivo dessa
oleaginosa nos climas subtropical e tropical. A soja produz mais em solos férteis e
argilosos, desde que bem drenados e reage otimamente à adubação. As temperaturas
médias, ótimas para o melhor desenvolvimento da cultura estão entre 20 e 35° C e as
necessidades hídricas são de precipitações pluviométricas anuais de 700 a 1.200 mm bem
distribuídas. O rendimento da lavoura da soja encontra-se entre 2.200 e 3.300 kg/hectare.
A cultura da soja somente é viável economicamente em áreas que possibilitem a
mecanização, com infra-estrutura, recursos humanos e financeiros disponíveis e, a maior
limitação para a cultura no aspecto solo é a sua declividade, que se maior de 12% torna
difícil a mecanização.
O farelo resultante da extração do óleo, pelo seu alto teor em proteína, é um
importante ingrediente na elaboração de ração animal e possui grande valor comercial (o
preço médio da tonelada de farelo de soja em agosto de 2004 foi R$ 524,40) (ABIOVE,
2004).
Para o caso do consumo humano, o farelo de soja é moído e peneirado dando origem
à farinha de soja desengordurada, com alto teor de proteína e baixas percentagens de
gordura e fibras.
3.1.8. Características das oleaginosas
As características técnicas e econômicas das culturas de oleaginosas são
determinantes para o cálculo dos custos de operação e implantação de uma unidade de
produção de biodiesel, quando se considera uma produção integrada (do plantio da
oleaginosa à produção do biodiesel). Tais características sofrem influência de diversos
fatores, como características edafoclimáticas da região, cultivar utilizado, etc. Na Tabela 1
são detalhadas as características técnicas mais importantes para a realização desta
avaliação.
33
Tabela 1: Características técnicas de culturas de oleaginosas
Grão
Origem do
óleo
Tempo para
início de
produção
Teor (%) de
óleo extraído
(extr. mec)
Produção
anual de óleo
(t/ha)
Babaçu
Amêndoa 7 anos 20 -
Dendê
Amêndoa 3 anos 20 3 a 6
Girassol
Grão 120 dias 36 a 40 0,5 a 1
Mamona
Grão 6 meses 40 0,5 a 0,9
Nabo Forrageiro
Grão 120 dias 59 0,4
Pinhão-manso
Grão 2 anos 30 a 40 1 a 5
*
Soja
Grão 130 dias 15 0,2 a 0,6
Fonte: Adaptado de NOGUEIRA, 2000.
*
Valor alcançado em plantios experimentais.
Além das oleaginosas citadas, existem inúmeras outras que podem ser utilzadas para
a produção do biodiesel. No Brasil, pode-se dizer que tem-se opções de oleaginoas em
todas as regiões do país. Entre essas inúmeras opções, um grande potencial de
extrativismo de espécies como a macaúba, o buriti e o pequi, presentes nas regiões norte,
centro-oeste e sudeste. Entre as culturas tradicionais, há também potencial em espécies
como amendoim e algodão, sendo que este último é cultivado em todas as regiões do país,
com exceção da região norte (Figura 1).
3.2. Extração do óleo vegetal
O método de extração do óleo de grãos ou sementes é determinado pelo teor de óleo
da oleaginosa e pelo porte da instalação de extração.
Com a extração por solvente, é possível retirar-se quase que todo o óleo contido na
semente e, com a extração mecânica, obtém-se rendimentos que variam de 70 a 80% (sem
aquecimento da semente) e de 80 a 90% (com aquecimento da semente). Na Tabela 2
encontram-se indicativos e sinalizações para rotas adequadas de extração de óleos vegetais.
(MANZZANI, 2003)
34
Tabela 2: Indicativos e sinalizações para rotas adequadas de extração de óleos
vegetais.
Tipos de Extração
Situações Recomendadas Matérias primas
típicas
Mecânica
- Pequenas e médias capacidades,
normalmente abaixo de 200 t de
grãos/dia.
- Oleaginosas de alto teor de
óleo, acima de 35%.
Mamona, amendoim,
babaçu, girassol
Solvente
- Grandes capacidades,
normalmente acima de 300 t de
grãos/dia.
- Oleaginosas com baixo teor de
óleo, abaixo de 35%.
Soja
Mista
- Médias e grandes capacidades,
acima de 200 t de grãos/dia.
- Oleaginosas de médio e alto
teor de óleo, acima de 25%.
Algodão, mamona,
amendoim, babaçu,
girassol
Fonte: PARENTE, 2003
3.3. Transesterificação
A diferença de propriedades entre o óleo diesel e os óleos vegetais resulta
principalmente da diversidade molecular entre estes dois grupos de substâncias.
(OLIVEIRA, 2004)
O diesel é constituído de hidrocarbonetos com número médio de átomos de carbono
em torno de quatorze. Os óleos vegetais são triésteres da glicerina, ou seja, produtos
naturais da condensação da glicerina com ácidos graxos, cujas cadeias laterais de ácidos
graxos têm números de átomos de carbono variando entre dez e dezoito, com valor médio
de quatorze a dezoito para os tipos de óleos mais abundantes. Além da presença do
grupamento funcional do tipo de éster, os óleos vegetais possuem massa molecular cerca
de três vezes maior que a do diesel. (OLIVEIRA, 2004)
A reação química de transesterificação (etílica ou metílica) é o processo mais
utilizado no mundo para a produção de biodiesel. É a etapa de conversão do óleo vegetal
ou gordura animal em ésteres metílicos ou etílicos que, neste trabalho, dá-se a
denominação de biodiesel. De forma simplificada, essa reação química pode ser descrita
como a combinação de óleos vegetais ou gorduras animais com álcoois etílicos ou
metílicos, na presença de um catalisador. (OLIVEIRA, 2004)
35
A transesterificação de um óleo com monoálcoois (álcoolise), especificamente
metanol ou etanol, promove a quebra da molécula dos triglicídios, gerando mistura de
ésteres metílicos ou etílicos dos ácidos graxos correspondentes, liberando glicerina como
subproduto (Figura 7). A massa molecular desses monoésteres é próxima à do diesel.
Figura 14: Reação de transesterificação pela rota etílica
Fonte: CETEC, 1980.
No Brasil, a rota etílica, apesar de mais complexa do que a rota metílica, é a mais
promissora, devido à grande produção nacional de etanol, além de outros fatores (Tabela 3)
Tabela 3: Comparação entre as características do etanol e do metanol para utilização na
produção de biodiesel.
Características Etanol Metanol
Auto-suficiência Sim Não
Dispêndio de divisas com importação Não Sim
Geração de empregos no país Muitos Poucos
Impacto positivo na cadeia produtiva Grande Pequeno
Disponibilidade no local onde os óleos vegetais são
produzidos
Sim Limitada
Tecnologia de transesterificação dominada Sim Sim
Potencial de exportação de tecnologia Sim Não
Toxidez Moderada Elevada
Compatibilidade com materiais Maior Menor
Impacto prejudicial em casos de acidentes Baixo Alto
Renovável Sim Não
Viabilidade econômica comparativa Equivalente Equivalente
Fonte: GTI, 2003.
A União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (UNICA) defende a produção do
biodiesel etílico, destacando:
“Os ésteres etílicos como um novo nicho de mercado para o álcool etílico
anidro (etanol);
36
O uso de áreas da cana para oleaginosas utilizadas como matéria prima para o
biodiesel;
A produção de biodiesel para consumo próprio e/ou comercialização.” (GTI,
2003)
3.4. Produção do biodiesel
No processo produtivo do biodiesel (Figura 15), o óleo e o álcool com o catalisador
são misturados e levados a um reator (Figura 16) com aquecimento. Neste reator ocorre a
transesterificação. O excesso de álcool é recuperado e uma certa quantidade de ácido é
adicionada para neutralizar o catalisador. Os produtos formados são filtrados e transferidos
para um tanque de decantação, onde o biodiesel (ésteres) e a glicerina (propanotriol) são
separados.
Reação de
transesterificação
Separação de fases
Desidratação do
álcool
Excessos de
álcool
recuperados
Recuperação do
álcool dos ésteres
Recuperação do
álcool da glicerina
Destilação da
glicerina
Purificação dos
ésteres
Óleo vegetal
Catalisador
Etanol ou
metanol
Fase leveFase pesada
Biodiesel
Glicerina
bruta
Resíduo
glicérico
Glicerina
destilada
Figura 15: Diagrama do processo produtivo do biodiesel
Fonte: PARENTE, 2003
37
O processo de separação deve, necessariamente, ser criterioso, pois é necessário o
controle da quantidade de glicerina que possa estar presente no biodiesel (ésteres) que,
essa sofre combustão, eliminando acroleína (substância tóxica que pode provocar
problemas respiratórios). Além disso, a combustão de um biodiesel impuro pode causar
problemas de formação de resíduos nos bicos injetores e nos cilindros do motor.
Figura 16: Diagrama esquemático de um reator de transesterificação
38
4. METODOLOGIA
O fluxograma abaixo (Figura 17) apresenta, de modo gráfico, a metodologia
desenvolvida para a realização deste trabalho.
Pesquisa bibliográfica
Levantamento de estudos
técnicos relacionados ao
biodiesel
Participação em eventos
relacionados ao tema
biodiesel
Visitas técnicas a
empresas relacionadas à
produção de biodiesel
Aspectos técnicos
aplicados ao caso da
V&M Florestal
Demanda de biodiesel
Seleção da matéria prima
Cálculo da área de plantio
Técnicas de avaliação do
investimento
Avaliação dos
resultados
Avaliação técnica
Avaliação econômica
Figura 17: Fluxograma da metodologia
39
4.1. Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica para a realização deste trabalho pode ser dividida em três
frentes, que ocorreram simultaneamente.
4.1.1. Levantamento de estudos técnicos relacionados ao biodiesel
Os estudos utilizados estão listados na seção “Referências Bibliográficas” deste
trabalho.
4.1.2. Participação em eventos relacionados ao tema biodiesel
Seminário Internacional “O Futuro da Energia” 29 e 30 de setembro de
2003 – Companhia Energética de Minas Gerais – Belo Horizonte – MG.
III Simpósio Nacional e XV Reunião Nacional de Girassol 8 a 10 de outubro
de 2003 Associação de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Ribeirão Preto
Ribeirão Preto – SP.
Exposição de Trabalhos e Videoconferência “O Biodiesel e a Inclusão Social”
3 a 7 de novembro de 2003 Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica
– Câmara dos Deputados Federais – Brasília – DF.
Congresso Brasileiro, Encontro Técnico e Exposição de Máquinas,
Produtos e Serviços relacionados a Plantas Oleaginosas, Óleos Vegetais e
Biodiesel – 15 a 17 de julho de 2004 – Varginha – MG.
Seminário da Delegação Empresarial Alemã do Setor de Biodiesel20 de maio
de 2005 – Câmara de Comércio Brasil-Alemanha – São Paulo – SP.
Seminário Franco-Brasileiro “Tecnologia do Biodiesel05 de julho de 2005
Auditório da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais Belo Horizonte
– MG.
4.1.3. Visitas técnicas a empresas relacionadas à produção de biodiesel
Soyminas Biodiesel (abril e outubro de 2003): Indústria de produção de biodiesel a
partir de óleos vegetais, localizada em Cássia, Minas Gerais.
Ecirtec Equipamentos e Acessórios Industriais (outubro de 2003): Empresa
especializada em projetos, fabricação, montagem e colocação em operação de
equipamentos e plantas completas para a extração e refino de óleos vegetais,
localizada em Bauru, São Paulo.
40
Usina de Produção de Biodiesel de Varginha (julho de 2004): Complexo
industrial oleoquímico para extração de óleo vegetal e produção de biodiesel
localizado em Varginha, Minas Gerais, com instalações produzidas pela Tecbio.
4.2. Aspectos técnicos aplicados ao caso da V&M Florestal
4.2.1. Demanda
A V&M Florestal possui uma demanda considerável de óleo diesel. Este combustível
é utilizado nos veículos que fazem transporte de lenha dentro das fazendas (do campo para
os fornos de carbonização), transporte de carvão entre as fazendas e a Usina Barreiro,
situada em Belo Horizonte, e também em geradores de eletricidade em fazendas que não
estão ligadas à rede elétrica da Cemig.
Neste trabalho é considerada apenas a demanda de diesel para o transporte de lenha
dentro das fazendas. Em um levantamento inicial, ficou constatado um consumo anual total
de aproximadamente 2,6 milhões de litros de óleo diesel para o transporte de lenha em
2002. Na Tabela 4, é mostrado o consumo anual de diesel por fazenda e por região, onde
SGC corresponde às fazendas da região de Curvelo, SGJ às fazendas da região de João
Pinheiro e SGM às fazendas da região de Montes Claros. Então, este seria o volume anual
mínimo a ser produzido para uso da opção B100 (substituição de 100% do diesel de
petróleo por biodiesel).
Se considerarmos a utilização de uma mistura de 80% de diesel e 20% biodiesel
(B20), seria necessária uma produção anual de, aproximadamente, 530 mil litros de
biodiesel para atender ao consumo próprio da empresa dentro das fazendas.
41
Tabela 4: Consumo anual de óleo diesel das Fazendas da V&M
Florestal no ano 2002 para transporte de lenha
Unidade da V&M Florestal
Consumo anual de
óleo diesel (litros)
Aldeia 58.226
Brejão 183.407
Brejo 72.968
Campo Alegre 156.734
Chapadinha 88.610
Corredor 365.899
Criméia 12.760
Diamante 70.470
Extrema 303.219
Galheiros 57.445
Itapoã 168.152
Jacurutu 146.741
Nova Esperança 35.052
Patagônia 187.825
Pé do Morro 8.723
Pindaíbas 124.865
Santa Cruz 158.470
Santa Rita 60.171
Santo Antônio 121.136
São Jerônimo 56.832
Sussuarana 85.686
Vargem Bonita 83.850
Vargem Grande 29.534
Viveiro de mudas (Fazenda Extrema) 10.294
Viveiro de mudas (Fazenda Patagônia) 816
Total SGC
710.559
Total SGJ
1.184.605
Total SGM
752.721
Total Global
2.647.885
Fonte: V&M FLORESTAL, 2003
Para a seleção do porte da unidade produtora de biodiesel mais viável para o caso da
V&M Florestal, é necessário o levantamento da produção diária necessária para as opções
que serão consideradas (B100 e B20). Para o cálculo da produção diária (Tabela 5)
considerou-se 300 dias trabalhados por ano. Assim, o valor da produção diária de biodiesel
é dado por:
P
dB100
= C
a
/ 300
P
dB20
= 0,2 x C
a
/ 300
onde,
P
dB100
= Produção diária de biodiesel para utilização de B100
42
P
dB20
= Produção diária de biodiesel para utilização de B20
C
a
= Consumo anual de óleo diesel
Tabela 5: Produções diárias necessárias para a utilização de B100 e B20
Unidade da V&M Florestal
Produção diári
a de
biodiesel para uso
de B100 (litros)
Produção diária de
biodiesel para uso
de B20 (litros)
Aldeia 194 39
Brejão 611 122
Brejo 243 49
Campo Alegre 522 104
Chapadinha 295 59
Corredor 1.220 244
Criméia 43 9
Diamante 235 47
Extrema 1.011 202
Galheiros 191 38
Itapoã 561 112
Jacurutu 489 98
Nova Esperança 117 23
Patagônia 626 125
Pé do Morro 29 6
Pindaíbas 416 83
Santa Cruz 528 106
Santa Rita 201 40
Santo Antônio 404 81
São Jerônimo 189 38
Sussuarana 286 57
Vargem Bonita 280 56
Vargem Grande 98 20
Viveiro de mudas (Fazenda Extrema) 34 7
Viveiro de mudas (Fazenda Patagônia)
3 1
Total SGC 2.369 474
Total SGJ 3.949 790
Total SGM 2.509 502
Total Global 8.826 1.765
4.2.2. Seleção da matéria prima
A escolha das matérias primas mais indicadas para a utilização na V&M Florestal,
teve como fatores determinantes, a adaptação da espécie às condições edafoclimáticas
encontradas nas fazendas da empresa e o tempo para início de produção.
Foram avaliadas de forma mais detalhada, espécies de ciclo mais curto que
propiciariam um retorno mais rápido do capital investido. Assim, dentre as espécies
43
estudadas, as mais adequadas ao estudo de caso seriam: mamona, girassol e pinhão manso.
Estas três espécies são consideradas rústicas e possuem rendimento de óleo adequado para
uma etapa inicial de produção.
A soja é também uma espécie de ciclo rápido, porém, seu rendimento de óleo é muito
baixo e sua cultura de alto custo. Assim, a produção de biodiesel utilizando a soja
implicaria em uma maior necessidade de área de plantio e capital de giro. Por outro lado, o
co-produto agregado à produção de biodiesel utilizando grãos de soja, o farelo de soja,
possui valor comercial superior ao das outras opções avaliadas. Desta forma, se fosse
possível vender todo o farelo de soja obtido, o lucro com este co-produto seria maior do
que o obtido com o co-produto das outras oleagionas e, conseqüentemente, o custo final de
produção do biodiesel, descontando-se as receitas obtidas com a venda de co-produtos,
seria menor para a soja do que para as outras oleaginosas.
Como o objetivo inicial é um projeto economicamente viável com um investimento
inicial baixo, a opção da soja é descartada nesta primeira etapa, mas, em avaliações
posteriores, pode ser considerada.
Neste estudo será feita a avaliação econômica utilizando o girassol. Entretanto, as
planilhas desenvolvidas para esta avaliação podem ser utilizadas para calcular os custos de
produção do biodiesel e o tempo de retorno do investimento para qualquer outra
oleaginosa, desde que sejam conhecidos os valores econômicos do grão da oleaginosa
considerada e o valor econômico dos co-produtos obtidos a partir da mesma.
Convém ressaltar que realizar a avaliação econômica para o girassol não implica em
optar por um projeto com esta oleaginosa. Pretende-se apenas avaliar a viabilidade
econômica do biodiesel com uma opção de oleaginosa atualmente disponível para
aquisição no mercado.
4.2.4. Área de plantio
Estima-se que entre 67 a 80% do custo final da produção do biodiesel referem-se à
matéria prima (PARENTE, 2003). Assim, a viabilidade da produção de biodiesel a custos
competitivos com o diesel mineral depende do custo da produção agrícola da oleaginosa e
das oportunidades de mercado dos co-produtos obtidos a partir de seu processamento.
Para a produção de óleo vegetal, são necessárias áreas dedicadas ao cultivo de
oleaginosas e, para as oleaginosas consideradas de cultivo viável na V&M Florestal, foram
calculadas as áreas de plantio requeridas para atender às demandas de cada fazenda, das
regionais e totais globais da Empresa (Tabela 6). O cálculo desta área de plantio para cada
44
( 1 )
( 2 )
fazenda não indica que o objetivo é cultivo de oleaginosas em cada fazenda para atender
apenas à sua demanda. Este cálculo é feito apenas para mostrar que a área necessária para
atender às demandas de biodiesel é muito pequena quando comparada com a área das
fazendas e a área total da Empresa, que é de 195 mil hectares, sendo que destes, 111 mil
são de florestas de eucalipto.
Dos dados da Tabela 6, verifica-se que, se fosse cultivado o girassol (menor
rendimento de óleo por hectare entre as espécies consideradas) para a obtenção do óleo
vegetal, seria necessário utilizar aproximadamente 2,2% da área total da empresa, ou seja,
5% da área livre (a área livre é de 84 mil hectares).
A área necessária para a produção de oleaginosas para atender à demanda de B100
foi calculada utilizando a seguinte fórmula:
Área = Consumo anual de diesel (em litros) / produção de biodiesel (em litros/ha)
Para se obter o valor produção de biodiesel, foram utilizadas a produtividade da
cultura em kg/ha da Tabela 7 (onde os valores se encontram na faixa de produtividade
citada na Tabela 1), a quantidade de biodiesel produzida por unidade de óleo vegetal (=
1,08 kg de biodiesel / kg óleo vegetal)
1
e a densidade do biodiesel (ρ = 870 kg/m
3
).
Produção = Produtividade (kg de óleo/ha) x Produção de biodiesel unitária (kg
biodiesel/kg de óleo) / (0,87 x 10
-3
kg de biodiesel/litro de biodiesel)
1
Valor fornecido pela Empresa A.
45
Tabela 6: Área de cultivo necessária para a produção de biodiesel considerando o cultivo
de girassol, mamona e pinhão manso.
Área de cultivo necessária
para uso de B100 (em ha)
Área de cultivo necessária
para uso de B20 (em ha)
Unidade da V&M
Florestal
Girassol
Mamona
Pinhão-
manso
Girassol Mamona
Pinhão-
manso
Aldeia 94 67 17 19 13 3
Brejão 295 211 53 59 42 11
Brejo 118 84 21 24 17 4
Campo Alegre 253 180 45 51 36 9
Chapadinha 143 102 25 29 20 5
Corredor 590 421 105 118 84 21
Criméia 21 15 4 4 3 1
Diamante 114 81 20 23 16 4
Extrema 489 349 87 98 70 17
Galheiros 93 66 17 19 13 3
Itapoã 271 194 48 54 39 10
Jacurutu 236 169 42 47 34 8
Nova Esperança 56 40 10 11 8 2
Patagônia 303 216 54 61 43 11
Pé do Morro 14 10 3 3 2 1
Pindaíbas 201 144 36 40 29 7
Santa Cruz 255 182 46 51 36 9
Santa Rita 97 69 17 19 14 3
Santo Antônio 195 139 35 39 28 7
São Jerônimo 92 65 16 18 13 3
Sussuarana 138 99 25 28 20 5
Vargem Bonita 135 96 24 27 19 5
Vargem Grande 48 34 8 10 7 2
Viveiro de mudas
(Fazenda Extrema) 17 12 3 3 2 1
Viveiro de mudas
(Fazenda Patagônia) 1 1 < 1 < 1 < 1 < 1
Total SGC
1.145 818 204 229 164 41
Total SGJ
1.909 1.363 341 382 273 68
Total SGM
1.213 866 217 243 173 43
Total Global
4.266 3.047 762 853 609 152
Tabela 7: Produtividade considerada da cultura de
oleaginosas para cálculo da área de plantio
Oleaginosa Produtividade (kg de óleo
por hectare
Girassol
500
Mamona
700
Pinhão manso
2.800
46
( 3 )
( 4 )
4.3. Avaliação do investimento
Devido aos efeitos dos riscos e incertezas, não é possível desenvolver métodos de
avaliação econômica que garantam o sucesso na decisão de um investimento. Entretanto, a
aplicação de métodos de avaliação econômica é usada para melhorar a habilidade de se
tomar decisões, sob um ponto de vista econômico, acerca de diversas opções de
investimento. Assim, quando tais métodos são utilizados, a escolha entre diferentes opções
de investimento, do ponto de vista econômico, torna-se mais consistente do que se tais
técnicas não fossem utilizadas. (STERMOLE, 2000)
Para a avaliação das opções de investimento apresentadas neste trabalho, serão
calculados os seguintes indicadores:
Payback Econômico
Taxa Interna de Retorno
Razão Benefício-Custo
Valor Presente Líquido
4.3.1. Payback Econômico (AZEVEDO FILHO, 1996)
Para avaliação do investimento sob diferentes considerações, será utilizado o
indicador “payback” econômico. Este indicador fornece o tempo necessário para a
recuperação do capital investido no projeto e pode ser aplicado a projetos que apresentem
fluxos de caixa com as seguintes características:
F
0
< 0 e F
i
> 0, i = 1, ..., n,
onde:
F
0
= fluxo de caixa no ano zero (início do investimento);
F
i
= fluxo de caixa no ano i,
definido como:
F
i
= B
i
– C
i
, i = 1, …, n,
que indicam, respectivamente, os fluxos de receitas (benefícios) e despesas (custos) do
projeto também no ano i.
O “payback” econômico considera a dimensão tempo da utilização do dinheiro e é
obtido por:
PBE = k,
tal que:
47
( 5 )
( 6 )
( 7 )
( 8 )
0)1/(
0
+
=
i
k
i
i
jF
e
0)1/(
1
0
<+
=
i
k
i
i
jF
O “payback” também pode ser utilizado para descarte de projetos: quando o
indicador demonstrar que não é possível recuperar o capital investido dentro da vida útil do
projeto, este se torna inviável e, portanto, é descartado.
4.3.2. Taxa Interna de Retorno
A Taxa Interna de Retorno (TIR) é o percentual de retorno obtido sobre o saldo
investido e ainda não recuperado em um projeto de investimento. Matematicamente, a
Taxa Interna de Retorno é a taxa de juros que torna o valor presente das entradas de caixa
igual ao valor presente das saídas de caixa do projeto de investimento. (AZEVEDO
FILHO, 1996)
TIR = j,
tal que
=
=+
n
i
i
ii
jCB
1
0)1/()(
onde:
j = taxa de desconto = custo de oportunidade do capital
B
i
= fluxo de benefícios no período i
C
i
= fluxo de custos no período i
Se a TIR de um investimento é maior do que o custo de oportunidade do capital (taxa
de juros que o capital seria remunerado numa outra melhor alternativa de utilização, além
do projeto em estudo), significa que o investimento é economicamente atrativo. Se for
igual custo de oportunidade, o investimento está economicamente numa situação de
indiferença. E, se a TIR for menor do que custo de oportunidade, o investimento não é
economicamente atrativo, pois seu retorno é superado pelo retorno de um investimento
sem risco. Entre vários investimentos, o melhor será aquele que tiver a maior Taxa Interna
de Retorno.
48
( 9 )
( 10 )
4.3.3. Razão Benefício-Custo (STERMOLE, 2000)
A Razão Benefício-Custo é um indicador muito utilizado para avaliações econômicas
e de interpretação relativamente fácil quando comparada a outros indicadores. É dada pela
razão:
B/C = VPR / VPC
onde:
VPR = valor presente das receitas
VPC = valor presente dos custos
O valor presente para um valor futuro é calculado a partir da seguinte equação:
P = F[1/(1+i)
n
]
onde:
F = valor futuro
i = taxa de desconto
n = número de períodos decorridos
Desta equação, observa-se que, para o cálculo da razão benefício-custo é necessário
fixar um custo de oportunidade para o dinheiro, que é utilizado como taxa de desconto dos
fluxos. Para as opções de investimento avaliadas neste trabalho, o valor para esta taxa será
de 16% a.a
2
.
Uma razão benefício-custo maior do que 1 indica um projeto satisfatório; se a razão é
igual a 1, o investimento avaliado tem a mesma taxa de retorno que o custo de
oportunidade de capital; e, se a razão benefício-custo é menor do que 1, o investimento
possui retorno insatisfatório, quando comparado ao custo de oportunidade.
Uma das desvantagens do indicador B/C é sua insensibilidade à escala e à duração
projeto.
4.3.4. Valor Presente Líquido (STERMOLE, 2000)
O valor presente líquido (VPL) ou valor atual (VA) de um projeto de investimento é
igual ao valor presente de suas entradas de caixa menos o valor presente de suas saídas de
caixa. Para cálculo do valor presente das entradas e saídas de caixa é necessária a
determinação do custo de oportunidade do capital, utilizado como taxa de desconto. Para
as opções avaliadas neste texto, será considerado o custo de oportunidade de 16% a.a.
3
.
2
Rendimento anual de um investimento considerado de baixo risco.
3
idem
49
( 11 )
=
+=
n
i
i
ii
jCBVPL
0
)1/()(
onde:
B
i
= fluxo de benefícios no período i
C
i
= fluxo de custos no período i
j = a taxa de juros considerada
O valor presente líquido calculado para um projeto significa o somatório do valor
presente das parcelas periódicas de lucro econômico gerado ao longo da vida útil desse
projeto. O lucro econômico pode ser definido como a diferença entre a receita periódica e o
custo operacional periódico acrescido do custo de oportunidade periódico do investimento.
Pode-se ter as seguintes possibilidades para o Valor Presente Líquido de um projeto
de investimento:
VPL > 0: o investimento é economicamente atrativo, pois o valor presente das
entradas de caixa é maior do que o valor presente das saídas de caixa.
VPL = 0: o investimento é indiferente, pois o valor presente das entradas de caixa é
igual ao valor presente das saídas de caixa.
VPL < 0: o investimento não é economicamente atrativo, porque o valor presente
das entradas de caixa é menor do que o valor presente das saídas de caixa.
Entre vários projetos de investimento, o mais atrativo é aquele que tem maior Valor
Presente Líquido.
50
5. ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA
5.1. Análise Técnica
No estudo de análise cnica, buscou-se avaliar a tecnologia de empresas brasileiras
que trabalham com a produção de biodiesel. Para tal avaliação, foram realizadas visitas
técnicas a empresas e participações em eventos relacionados à produção de biodiesel,
conforme citado nas seções 4.1.2 e 4.1.3.
Foram identificadas empresas que atuam na produção de biodiesel e empresas que
atuam na implantação de unidades para produção de biodiesel. Foi possível encontrar
também centros de pesquisas ligados a universidades, que estudam a produção e a
utilização do biodiesel (seção 2.4).
Neste trabalho, são detalhadas informações técnicas e econômicas referentes a duas
empresas reais, que não serão tratadas por seu nome ou razão social, e sim por “Empresa
A” e “Empresa B”. Tanto a Empresa A quanto a Empresa B são empresas brasileiras que
possuem tecnologia para produção de biodiesel disponível para venda.
5.1.1. Empresa A
A Empresa A encontra-se localizada no interior de Minas Gerais e, sua unidade
piloto, consiste de uma fabrica de óleo vegetal com uma capacidade de esmagamento de
grãos de 290 t/mês, uma refinaria de biodiesel com capacidade de 100.000 litros/mês (até
5.000 litros dia) em regime contínuo, uma unidade de preparação e ensaque de farelos, um
laboratório de controle de qualidade de produção e um departamento de pesquisa .
No processo de produção da empresa, tem-se como matéria prima o grão de
oleaginosa, o etanol e o catalisador. Os produtos do processo são o biodiesel, o farelo e a
glicerina.
Com a tecnologia desenvolvida pela Empresa A, podem ser utilizadas várias
oleaginosas para a extração do óleo vegetal: girassol, nabo forrageiro, soja, mamona e
outros.
Descrição do processo produtivo:
1.
O grão ou semente de oleaginosa é prensado a frio. Desta prensagem, obtém-se o óleo
vegetal bruto e a torta.
51
2.
A torta é moída assim que sai da prensa. O farelo resultante desta moagem é um co-
produto de considerável valor comercial e é produzido em grande quantidade no
processo de extração.
3.
O óleo vegetal vai para o processo de transesterificação, que tem como outras matérias
primas o etanol e o catalisador. Neste processo, são produzidos o biodiesel e a glicerina
bruta, e é recuperado o excesso de etanol. O biodiesel é transportado para os tanques de
lavagem e, posteriormente, é filtrado.
4.
Os produtos biodiesel e glicerina e o etanol recuperado são estocados em tanques
apropriados.
5.
O biodiesel é distribuído para seu consumidor final.
Nas Figuras 18 a 21 são mostrados grãos de matéria prima e equipamentos para
extração de óleo, realização da transesterificação e armazenamento e distribuição de
biodiesel da Empresa A.
18-a. Girassol 18-b. Soja 18-c. Pinhão manso
Figura 18
: Exemplos de matérias primas utilizadas pela Empresa A
Fotos: Autor
Figura 19
: Equipamentos para extração de óleo
Fotos: Autor
52
Figura 20
: Equipamentos para produção de biodiesel:
transesterificação, lavagem e filtração
Foto: Autor
Figura 21
: Tanques para armazenamento de biodiesel, óleo vegetal
e álcool e bomba para distribuição de biodiesel.
Foto: Autor
5.1.2. Empresa B
A Empresa B está localizada no Ceará e fornece unidades de produção de biodiesel
que realizam apenas a etapa de transesterificação. Portanto, as matérias primas de entrada
do processo são o óleo vegetal, o álcool (etanol ou metanol) e catalisadores. Os produtos
de saída são o biodiesel e a glicerina bruta.
Em novembro de 2003, a Empresa B apresentou uma unidade móvel de produção de
biodiesel no seminário “O Biodiesel e a Inclusão Social” realizado pelo Conselho de Altos
53
Estudos e Avaliação Tecnológica, no Congresso Nacional, em Brasília. Esta unidade
móvel (Figuras 22 e 23) possuía capacidade de produção de 40 litros/hora e, no evento,
produziu biodiesel utilizando óleo de babaçu e metanol.
Figura 22
: Unidade móvel para a produção de biodiesel
Foto: Autor
Figura 23
: Unidade móvel para a produção de biodiesel
Foto: Autor
54
Em julho de 2004, durante a realização do 1º. Congresso Brasileiro de Plantas
Oleaginosas, Óleos Vegetais e Biodiesel a Empresa B inaugurou em Minas Gerais uma
unidade de produção de biodiesel, com o objetivo de produzir o biocombustível a partir do
óleo de mamona. Essa unidade faz parte do projeto de implantação de complexo industrial
oleoquímico na cidade, em escala comercial, constituído das seguintes unidades:
1.
Unidade de Extração Mecânica de Óleos Vegetais;
2.
Unidade de Extração de Óleos Vegetais por Solvente;
3.
Unidade de Produção de Biodiesel;
4.
Unidade de Produção de Eco-Lubrificantes;
5.
Unidade de Misturação Biodiesel / Diesel Mineral;
6.
Posto de Abastecimento de Biocombustíveis.
O Complexo Oleoquímico foi programado para ser implantado em etapas, devendo
produzir óleos vegetais, tortas e farelos, biodiesel, glicerina destilada, biodiesel B5,
biodiesel B20 e eco-lubrificantes. As unidades de 1 a 3 estavam concluídas em 2004 e a
capacidade de produção de biodiesel estava inicialmente em 110 litros por hora.
O projeto pretende utilizar como matérias primas: mamona, óleos residuais, sebo,
outros óleos disponíveis, óleo lubrificante reciclado e glicerina bruta (de outras unidades
de biodiesel).
O processo produtivo das etapas implantadas na unidade de produção de biodiesel de
Varginha utilizando a mamona é composto por:
1.
Limpeza: etapa de preparação do grão para a prensagem (Figura 24-a).
2.
Descascamento: etapa de preparação do grão para a prensagem (Figura 24-b).
3.
Trituração: etapa de preparação do grão para a prensagem (Figura 24-c).
4.
Aquecimento: tem como objetivo aumentar o rendimento da produção de
óleo (Figura 24-d).
5.
Prensagem: o óleo vegetal é extraído do grão e obtém-se também a torta.
(Figura 24-e).
6.
Filtração: o óleo prensado é filtrado para retirada de impurezas. (Figura 24-f)
7.
Transesterificação, lavagem e filtração: O óleo vegetal filtrado passa pelo
processo de transesterificação metílica na presença de um catalisador. O
produto obtido é então lavado e filtrado. (Figura 25)
55
24-a
: Matéria prima: grão de mamona
após processo de limpeza
24-b
: Descascador de mamona
24-c
: Triturador de grãos
24-d
: Cozinhador de grãos
24-e
: Prensa
24-f
: Filtro-prensa
Figura 24
: Etapas do processo de produção de biodiesel da unidade de produção de Varginha.
Fotos: Autor
56
Figura 25
: Equipamentos para produção de biodiesel: transesterificação,
lavagem e filtração
Foto: Autor
5.1.3. Conclusões da análise técnica
A avaliação técnica das duas tecnologias mostra importantes diferenças entre os
processos das Empresas 1 e 2. Os equipamentos da Empresa B possuem um aspecto mais
industrial do que os equipamentos da Empresa A. Entretanto, dada a natureza pouco
complexa da reação de transesterificação, este não é um critério válido para preterir uma
tecnologia a outra.
Outra diferença observada entre as duas tecnologias diz respeito às oleaginosas
utilizadas na produção do biodiesel e ao álcool utilizado para a realização da reação de
transesterificação. A Empresa A prefere utilizar como matérias primas, principalmente, o
nabo-forrageiro, o girassol e o pinhão manso e, como álcool, o etanol. a Empresa B
prefere utilizar como oleaginosa a mamona e como álcool o metanol. Porém, ambas as
empresas afirmam que suas tecnologias podem ser adaptadas para utilizar qualquer
oleaginosa disponível e tanto o metanol quanto o etanol como álcool.
O principal fator que deve ser considerado para a adoção de uma tecnologia ao invés
de outra deve ser a qualidade do combustível produzido, além da viabilidade econômica do
mesmo. Do ponto de vista da qualidade, ambas as empresas afirmam produzir um
57
combustível que atende às especificações nacionais e internacionais para o biodiesel. a
viabilidade econômica de cada processo será avaliada na próxima seção.
5.2. Análise Econômica
Para a realização de uma avaliação econômica completa da cadeia produtiva do
biodiesel devem ser considerados os custos da cultura da oleaginosa (plantio, colheita,
etc.), transporte e armazenamento de matéria prima (sementes, grãos, óleo, álcool, etc.),
armazenamento de produtos e subprodutos, transporte de produtos, custos da unidade de
produção e custos do processo, dentre outros.
A elaboração deste trabalho levou ao desenvolvimento de várias planilhas Microsoft
Excel para o cálculo dos custos de produção do biodiesel. As planilhas podem ser
adaptadas para a obtenção destes custos para qualquer uma das matérias-primas estudadas,
desde que sejam conhecidos os valores econômicos de todos insumos necessários ao
processo e também de todos os co-produtos obtidos.
Aqui, é apresentada a análise econômica da etapa de produção do biodiesel
considerando-se a compra de grãos de girassol ou do óleo vegetal. O girassol foi escolhido
porque existem valores bem definidos para o grão e para o farelo desta oleaginosa e
também pela sua disponibilidade para aquisição no mercado.
Para o pinhão manso, não existem nem valores comerciais do grão nem
disponibilidade de aquisição no mercado. Para a mamona, embora existam valores
comerciais do grão bem definidos, atualmente não disponibilidade de compra do grão
no mercado no volume necessário para a produção de biodiesel, embora nos últimos anos
tenha havido um grande estímulo governamental da utilização da mamona como matéria
prima para a produção do biodiesel, devido, principalmente, à grande adaptabilidade desta
oleaginosa nas regiões semi-áridas. Além disso, o óleo de mamona tem grande valor
comercial, uma vez que possui aplicações nobres na indústria química, o que sugere um
custo de oportunidade muito alto para a produção de biodiesel com esta matéria prima.
5.2.1. Avaliação do processo da Empresa A
Para analisar os custos do processo produtivo apresentado por esta empresa, foram
realizadas rias simulações para que fosse calculada a influência das variáveis de entrada
(custo das matérias primas, custo de produção e insumos) e de saída (valorização dos co-
produtos) no custo final do produto biodiesel. Nestas simulações, este custo final é
58
( 12 )
calculado abatendo-se as possíveis receitas obtidas com a venda de co-produtos à produção
de biodiesel.
5.2.1.1. Cálculo do custo de produção do biodiesel
Na Tabela 8 é mostrado um exemplo de cálculo do custo de produção do biodiesel,
considerando o processo da Empresa A. São indicados os custos e quantidades dos
insumos e os valores e quantidades dos co-produtos e é calculado o custo de produção do
biodiesel, descontando-se as receitas obtidas com a venda de co-produtos. Neste exemplo
são feitas as seguintes considerações:
A matéria prima avaliada será o grão de girassol (com possibilidade de extração de
36% de óleo).
O fornecimento da matéria prima será “just in time”.
É avaliada a venda dos co-produtos, glicerina bruta e farelo.
Os valores econômicos dos insumos e dos co-produtos são de outubro de 2003.
A densidade do biodiesel é 870 kg/m
3
.
Tabela 8
: Simulação do custo de produção de 1.000 litros de biodiesel utilizando o
processo da Empresa A (Valores de outubro de 2003).
Oleaginosa: GIRASSOL
Descrição
Valor
Unitário
(R$/t)
Quantidade
Despesa (d)
/Receita (r)
Grão (t) 500,00 2,24 1.121,13 (d)
Etanol anidro (t) 910,00 0,22 198,58 (d)
Hidróxido de sódio (kg) 3.500,00 0,01 30,45 (d)
Custo de produção
2
18,00 1,95 35,11(d)
Insumos
1
Sub-Total (em R$/t)
- - 1385,27 (d)
Farelo (t) 450,00 1,44 645,77 (r)
Co-produtos
3
Glicerina bruta (t) 500,00 0,13 65,00 (r)
Resultado
Custo de produção por
litro (R$)
- -
0,67
1
Preço de mercado
2
Inclui gastos com energia elétrica, água, pagamento de funcionários, etc. É calculado em R$ 18,00 por
tonelada de grão processada.
3
Benefícios com a venda de co-produtos
O custo de produção por litro, C
pl
, é calculado a partir dos custos obtidos para os
insumos necessários para produzir 1.000 litros de biodiesel, apresentados na Tabela 8,
utilizando-se a seguinte expressão:
C
pl
= (D
g
+ D
e
+ D
hs
+ D
p
– R
f
- R
g
)/1.000
59
onde:
D
g
= Despesa com a compra do grão de girassol
D
e
= Despesa com a compra do etanol
D
hs
= Despesa com a compra do hidróxido de sódio
D
p
= Despesa com os custos operacionais da unidade de produção
R
f
= Receita obtida com a venda de farelo
R
g
= Receita obtida com a venda de glicerina
Na Tabela 9, são apresentados resultados para a simulação da Tabela 8, tendo como
matéria prima o grão de girassol (36% de óleo extraído) e fornecimento de matéria prima
“just in time”, para três situações:
Inexistência de receita com venda de co-produtos;
Receita com venda do agregado farelo;
Receita com venda dos co-produtos farelo e glicerina.
Tabela 9
: Custo de produção do biodiesel variando em função da venda de
co-produtos para o processo da Empresa A. (Valores de outubro de 2003)
Co-produtos
geradores de
receitas
Custo do grão
de girassol
(R$/t)
Custo de
produção
subtraindo as
receitas (R$/t)
Custo do
biodiesel
(R$/litro)
Nenhum 500,00 1.598,00 1,39
Farelo 500,00 856,00 0,74
Farelo e Glicerina 500,00 768,00 0,67
A partir dos resultados da simulação da Tabela 9, observa-se a forte influência da
venda dos co-produtos (acentuadamente do agregado farelo) na redução do custo do
biodiesel
4
. Esta influência pode ser melhor visualizada no Gráfico 6, que ilustra estes
resultados. O abatimento do custo de produção do biodiesel com a venda dos co-produtos
farelo e farelo+glicerina causam, respectivamente, reduções de 46% e 52% no custo, se
comparado com o custo do biodiesel sem a venda de co-produtos.
Outro ponto a ser destacado é que, com o preço de mercado da semente de girassol
(R$ 500,00/ton), o processo da Empresa A torna-se economicamente atraente quando se
considera, pelo menos, a venda do agregado farelo.
4
Pode-se considerar que o biodiesel é subsidiado pelos co-produtos, principalmente o farelo.
60
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,20
1,40
1,60
Co-produtos geradores de receitas
Custo final do biodiesel
custo do biodiesel (R$/litro)
1,39 0,74 0,67
preço do diesel (R$/litro)
1,26 1,26 1,26
nenhum Farelo Farelo e Glicerina
Gráfico 6
: Variação do custo de produção do biodiesel em função da obtenção
de receitas com venda de co-produtos considerando valores de outubro de 2003.
A avaliação completa do processo da Empresa A é mostrada na Tabela 10, onde o
custo final do biodiesel é calculado em função da variação do preço grão do girassol e do
valor dos co-produtos geradores de receitas. Como todas as outras tabelas, esta também
pode ser adaptada para outras oleaginosas, usando das planilhas, desde que sejam
conhecidos os valores econômicos da oleaginosa considerada e dos co-produtos obtidos
com sua utilização.
Tabela 10
: Custo de produção do biodiesel variando em função do custo da tonelada
do grão de girassol e da venda dos co-produtos da produção do biodiesel para o
processo da Empresa A considerando a produção de 1.000 litros de biodiesel.
Custos de produção descontando as
receitas geradas pelos co-produtos:
Preço do
grão
(R$/t)
Custo total de
produção
(R$/1.000l)
Farelo e glicerina
(R$/litro)
Farelo (R$/litro)
Custo de produ
ção
do biodiesel
desconsiderando
receitas (R$/litro)
250,00 824,71 0,11 0,18 0,82
300,00 936,82 0,23 0,29 0,94
400,00 1.161,05 0,45 0,52 1,16
433,00 1.235,04 0,52 0,59 1,24
500,00 1.385,27 0,67 0,74 1,39
600,00 1.609,50 0,90 0,96 1,61
700,00 1.833,73 1,12 1,19 1,83
800,00 2.057,95 1,35 1,41 2,06
Receitas obtidas com a venda de co-produtos:
-
Farelo: R$ 645,77
-
Farelo e Glicerina: R$ 710,77
61
( 13 )
( 14 )
( 15 )
( 16 )
( 17 )
A Tabela 10 é o resultado de várias simulações da Tabela 8 quando são variados o
preço do grão da oleaginosa e os co-produtos geradores de receita. As fórmulas utilizadas
para a obtenção dos valores da Tabela 10 são:
Custo total de produção (em R$):
C
t
= P
g
.Q
g
+ P
e
.Q
e
+ P
c
.Q
c
+ D
p
.Q
g
onde:
P
g
= preço da tonelada do grão (em R$)
Q
g
= quantidade de grãos necessária (em t)
P
e
= preço da tonelada de etanol (em R$)
Q
e
= quantidade de etanol necessária (em t)
P
c
= preço da tonelada de catalisador, hidróxido de sódio (em R$)
Q
c
= quantidade de catalisador necessária (em t)
D
p
= despesa de produção por tonelada de girassol processada (em R$)
Receita gerada pela venda dos co-produtos farelo e glicerina (em R$):
R
fg
= V
f
.Q
f
+ V
l
.Q
l
onde:
V
f
= valor da tonelada de farelo de girassol (em R$)
Q
f
= quantidade de farelo produzida (em t)
V
l
= valor da tonelada de glicerina (em R$)
Q
l
= quantidade de glicerina produzida (em t)
Receita gerada pela venda do co-produto farelo (R$):
R
f
= V
f
.Q
f
Custo de produção considerando as receitas geradas pelos co-produtos farelo e
glicerina (R$/litro):
C
fg
= (C
t
– R
fg
)/1.000
onde:
Custo de produção considerando as receitas geradas pelo co-produto farelo
(R$/litro):
C
f
= (C
t
– R
f
)/1.000
62
( 18 )
Custo de produção do biodiesel desconsiderando receitas (R$/litro):
C
dr
= C
t
/1.000
Os valores em destaque na Tabela 10 representam duas situações que devem ser
observadas:
Com o grão de girassol custando R$ 433,00/t, o custo de produção do litro de
biodiesel seria ligeiramente inferior ao custo do litro de diesel comprado pela
empresa (aproximadamente R$ 1,26 para a Fazenda Itapoã, valor de outubro de
2003), sem considerar as receitas obtidas com a venda de co-produtos.
Com o grão de girassol custando R$ 500,00/t, que é o preço de mercado (valor de
outubro de 2003), o custo do biodiesel se torna superior ao custo do diesel quando
são desconsideradas as receitas com a venda de co-produtos.
O Gráfico 7, construído com os dados da Tabela 10, ilustra os resultados destas
simulações.
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800
Custo do grão (R$/t)
Custo do biodisel (R$/litro)
Sem venda de sub-produtos Sub-produto vendido: farelo
Sub-produto vendido: farelo e glicerina Preço do diesel (outubro/2003)
Gráfico 7
: Variação do custo de produção do biodiesel em função do custo do grão
de girassol e dos co-produtos geradores de receitas
No Gráfico 7, observa-se que:
63
Desconsiderando-se a venda de co-produtos o custo de produção do biodiesel é
igual ao preço de aquisição do diesel quando o preço da tonelada do grão (neste
exemplo, o girassol) é de, aproximadamente, R$ 430,00.
Considerando-se a venda do co-produto farelo, o custo de produção do biodiesel é
igual ao preço de aquisição do diesel quando o preço da tonelada do grão é de,
aproximadamente, R$ 730,00.
Considerando-se a venda dos co-produtos farelo e glicerina, o custo de produção do
biodiesel é igual ao preço de aquisição do diesel quando o preço da tonelada do
grão é de, aproximadamente, R$ 770,00.
Como o valor de mercado para o grão considerado é de, apoximadamente, R$ 500,00
(em outubro de 2003) as duas hipóteses que consideram o aproveitamento de co-produtos
são, à primeira vista, viáveis.
5.2.1.2. Influência dos co-produtos no valor total da produção
A importância dos co-produtos nas receitas oriundas da produção de biodiesel pode
ser avaliada atribuindo-se ao custo do biodiesel o valor do preço do óleo diesel e aos co-
produtos seus respectivos valores de mercado. O resultado desta abordagem, considerando
os valores obtidos para o processo da Empresa A pode ser visto no Gráfico 8.
33%
4%
63%
Biodiesel Farelo Glicerina
Gráfico 8
: Participação do biodiesel e dos co-produtos no
valor total da produção
64
As informações necessárias para a elaboração deste gráfico são:
Valores:
Biodiesel =R$ 1,26/litro
Farelo de girasol =R$ 450,00/tonelada
Glicerina bruta =R$ 500,00/tonelada
Quantidades obtidas por tonelada de biodiesel produzida:
Farelo de girassol = 1,65 toneladas
Glicerina bruta = 0,18 tonelada
Com esta abordagem, observa-se que, quando é utilizado o grão de girassol como
matéria prima, os co-produtos representam quase 40% do valor final da produção. Esta
grande participação demonstra que a viabilidade do negócio está fortemente relacionada
com a venda destes co-produtos.
Se for considerada a utilização de outras matérias primas, é importante avaliar o
valor dos co-produtos, devido à influência destes na viabilidade econômica do biodiesel.
No caso da mamona, por exemplo, o co-produto obtido do processo de extração é
uma torta que tem como aplicação principal o uso como fertilizante e tem um valor de
venda inferior ao do farelo de girassol. Existem estudos para a desintoxicação da torta de
mamona para que esta possa ser utilizada na alimentação animal e obtenha, por
conseqüência, maior valor comercial. Além disso, devem-se avaliar os outros co-produtos
que podem ser obtidos da utilização da mamona, como por exemplo, a lenha, a seda e o
mel.
Se a oleaginosa utilizada fosse a soja, a participação dos co-produtos no valor final
da produção seria maior, uma vez que o farelo de soja possui maior valor comercial do que
o farelo de girassol. Embora o lucro utilizando o grão de soja seja maior, esta opção tem a
desvantagem de necessitar de maior investimento com a compra de matéria prima, devido
ao menor rendimento em óleo desta oleaginosa e ao maior custo de aquisição do grão de
soja, quando comparado ao do grão de girassol.
A grande variedade de oleaginosas existentes e os diversos co-produtos que podem
ser obtidos da utilização destas como matéria prima para a produção de biodiesel
recomendam a continuidade do estudo, avaliando outras matérias primas, utilizações
tradicionais e novas utilizações para seus co-produtos.
65
5.2.1.3. Participação dos insumos no custo de produção do biodiesel
A produção de biodiesel tem como principais insumos: óleo vegetal, álcool e
catalisador. Entre as demais entradas necessárias ao processo encontram-se: eletricidade,
água, calor de processo e mão-de-obra que, para o caso da empresa avaliada, foram
agrupados em um valor único por tonelada de grãos de girassol processados. No Gráfico 9,
tem-se a ilustração da participação percentual dos principais insumos da produção do
biodiesel no custo final do produto, considerando-se as entradas do processo da Empresa
A.
Para a elaboração do Gráfico 9 foram feitas as seguintes considerações:
Produção de 1 tonelada de biodiesel.
Preço do grão de girassol =R$ 500,00/tonelada.
Quantidade necessária de grãos = 2,58 toneladas.
Preço do etanol =R$ 910,00/tonelada.
Quantidade necessária de etanol = 0,25 toneladas.
Preço do catalisador =R$ 3.500,00/tonelada.
Quantidade necessária de catalisador = 0,01 tonelada.
Outros custos relacionados à produção
5
=R$ 18,00/tonelada de grãos processados.
14%
2%
3%
81%
Etanol Catalisador Outros Grão
Gráfico 9
: Participação dos insumos no custo final de produção do biodiesel
O gráfico demonstra que a maior parte do custo de produção do biodiesel é devida ao
custo do grão da oleaginosa. Deste fato, conclui-se que, para um maior impacto na redução
do custo de produção do biodiesel, deve-se ter como alvo principal a redução do custo
deste insumo.
5
Inclui os gastos com água, eletricidade, telefone, mão de obra, etc.
66
Este resultado mostrando a grande participação do grão no custo final do biodiesel
indica que, se fosse considerado um sistema integrado, compreendendo desde o plantio da
oleaginosa até a produção do biodiesel, o custo de produção deste seria inferior aos
calculados neste trabalho.
5.2.1.4. Custos de implantação
Na Tabela 11 são apresentados os custos de unidades de produção de biodiesel
fabricadas pela empresa Empresa A, fornecidos pelo diretor da empresa.
Tabela 11
: Valores de unidades de produção de biodiesel
fabricadas pela Empresa A. (outubro/2003)
Capacidades de produção
de biodiesel (litros/dia)
Investimento na unidade
de produção (R$)
3.000 350.000,00
5.000 600.000,00
10.000 900.000,00
5.2.1.5. Cálculo dos indicadores econômicos para avaliação do investimento
Utilizando os valores das Tabelas 8 a 11, com dados de entrada fornecidos pela
Empresa A, foram elaboradas planilhas MS Excel para cálculo dos indicadores razão
benefício-custo, valor presente líquido, taxa interna de retorno e “payback” econômico. Os
indicadores foram calculados para tempos de avaliação do investimento de 5, 10, 15 e 20
anos, e para seis hipóteses, que variam em função da capacidade de produção e das receitas
obtidas com venda de co-produtos (Tabela 12).
Tabela 12
: Hipóteses avaliadas para o processo da Empresa A
Co-produtos
geradores de
receitas
Hipótese
*
Capacidade
Produtiva
(litros/dia)
Valor do
Investimento
(R$)
Farelo Glicerina
1 A3F 3.000 350.000 X
2 A3FG 3.000 350.000 X X
3 A5F 5.000 600.000 X
4 A5FG 5.000 600.000 X X
5 A10F 10.000 900.000 X
6 A10FG 10.000 900.000 X X
* A indica Empresa A
3, 5, 10 indicam as capacidades de produção (3.000, 5.000 e 10.000 litros/dia)
F, G, FG indicam, respectivamente, venda de farelo, glicerina e farelo+glicerina
67
Para o cálculo dos indicadores citados, primeiro foi elaborado o fluxo de caixa de
cada hipótese. As planilhas A3F-1 e A3F-2 mostram o cálculo do fluxo de caixa referente à
Hipótese 1, que considera a obtenção de receitas com venda do agregado farelo e a
implantação de uma unidade de produção com capacidade de 3.000 litros de biodiesel por
dia.
As planilhas e os gráficos de fluxo de caixa para as demais hipóteses são
apresentadas no Apêndice.
Para elaboração do fluxo de caixa, todas as hipóteses consideraram:
Custo da tonelada do grão de girassol: R$ 500,00 (Alves, 2003)
Valor do biodiesel: R$ 1,26 (menor preço do diesel pago pela V&M Florestal em
outubro de 2003)
Forma de pagamento: 10 parcelas mensais (opção de pagamento assumida nesta
avaliação, mas que pode variar dependendo do contrato. Se for utilizada outro
cronograma de pagamento, basta incluir na planilha A3F-2, na coluna gasto
acumulado, o valor desembolsado a cada mês).
Tempo para produzir à capacidade nominal: 10 meses após a entrada em operação
da unidade de produção.
Reprodução da Planilha A3F-1
Investimento inicial R$ 350.000,00 Dias/Ano 300
Custo do capital (a.a.) 16%
Prod. Anual (Litro) 900.000
Capacidade diária (L) 3.000 Rend. Diário R$ 1.776,00
Dias por semana 6
Rend. Anual R$ 532.800,00
Custo de prod / Litro R$ 0,668 Manutenção Anual R$ 17.500,00
Valor de mercado / Litro R$ 1,260 Manut. / Litro R$ 0,019444
Lucro / Litro R$ 0,573
Tempo para produzir
(mês) 10
Capital de giro R$ 22.680,00
Juros mensais 1,2445%
Informações sobre os valores da Planilha A3F-1:
Investimento inicial
: valor fornecido pela Empresa A (Tabela 11).
Custo do capital ou juros anuais
: 16% a.a. rendimento de um investimento
financeiro de risco muito baixo (em 2003).
Capacidade diária (Q
d
)
: valor fornecido pela Empresa A.
68
( 19 )
( 20 )
( 21 )
( 22 )
Dias por semana
: número de dias trabalhados por semana na V&M Florestal.
Custo de produção por litro (C
p
)
: Valor obtido da Tabela 10.
Valor de mercado por litro (V
m
)
: Menor valor pago pelo óleo diesel em outubro
de 2003, pela V&M Florestal.
Tempo para produzir
: valor conservador, contemplando possíveis imprevistos,
dado que o tempo informado pela empresa é de 3 meses.
Juros mensais (J
m
)
: Valor calculado a partir dos juros anuais.
J
m
= [(1 + J
a
)
1/12
] – 1,
onde Ja é o valor dos juros anuais.
Dias / ano (D
a
)
: Dias trabalhados por ano. Valor adotado: D
a
= 300.
Produção anual (P
a
)
: Capacidade diária vezes o número de dias trabalhados por
ano.
P
a
= Q
d
x D
a
Rendimento diário
: Produção diária vezes o ganho por litro.
Rendimento anual
: Rendimento diário vezes o número de dias trabalhados por
ano.
Manutenção anual (C
ma
)
: 5% do valor do investimento inicial valor estimado
porque não se tem um custo de manutenção determinado pelo fornecedor dos
equipamentos.
Manutenção / litro (C
ml
)
: Custo de manutenção por litro de biodiesel produzido.
C
ml
= (C
ma
/ D
a
) / Q
d
.
Ganho por litro
: Diferença entre o valor de mercado por litro e o custo de
produção e de manutenção por litro.
G
l
= V
m
– C
p
- C
ml
Capital de giro (C
g
)
: valor da produção de uma semana.
69
Planilha A3F-2: Fluxo de caixa
Mês
Prod
(l/d)
Gasto
acumulado Juros
Custo do
Capital de
Giro Receita Total
1
(35.000)
(35.000)
2
(35.000)
(436)
(70.436)
3
(35.000)
(877)
(106.312)
4
(35.000)
(1.323)
(142.635)
5
(35.000)
(1.775)
(179.410)
6
(35.000)
(2.233)
(216.643)
7
(35.000)
(2.696)
(254.339)
8
(35.000)
(3.165)
(292.505)
9
(35.000)
(3.640)
(331.145)
10
(35.000)
(4.121)
(370.266)
11
250
(4.608)
(282)
3.097
(372.059)
12
500
(4.630)
(282)
6.194
(370.777)
13
750
(4.614)
(282)
9.292
(366.382)
14
1.000
(4.560)
(282)
12.389
(358.835)
15
1.250
(4.466)
(282)
15.486
(348.097)
16
1.500
(4.332)
(282)
18.583
(334.128)
17
1.750
(4.158)
(282)
21.681
(316.888)
18
2.000
(3.944)
(282)
24.778
(296.336)
19
2.250
(3.688)
(282)
27.875
(272.431)
20
2.500
(3.390)
(282)
30.972
(245.132)
21
2.750
(3.051)
(282)
34.069
(214.395)
22
3.000
(2.668)
(282)
37.167
(180.179)
23
3.000
(2.242)
(282)
37.167
(145.537)
24
3.000
(1.811)
(282)
37.167
(110.464)
25
3.000
(1.375)
(282)
37.167
(74.954)
26
3.000
(933)
(282)
37.167
(39.003)
27
3.000
(485)
(282)
37.167
(2.604)
28
3.000
(32)
(282)
37.167
34.248
29
3.000
0
(282)
37.167
71.133
30
3.000
0
(282)
37.167
108.017
31
3.000
0
(282)
37.167
144.902
32
3.000
0
(282)
37.167
181.786
33
3.000
0
(282)
37.167
218.670
34
3.000
0
(282)
37.167
255.555
35
3.000
0
(282)
37.167
292.439
36
3.000
0
(282)
37.167
329.324
37
3.000
0
(282)
37.167
366.208
38
3.000
0
(282)
37.167
403.092
39
3.000
0
(282)
37.167
439.977
40
3.000
0
(282)
37.167
476.861
41
3.000
0
(282)
37.167
513.746
42
3.000
0
(282)
37.167
550.630
43
3.000
0
(282)
37.167
587.514
44
3.000
0
(282)
37.167
624.399
45
3.000
0
(282)
37.167
661.283
46
3.000
0
(282)
37.167
698.168
47
3.000
0
(282)
37.167
735.052
48
3.000
0
(282)
37.167
771.937
Tempo de
Pay Back =
28 meses
70
( 23 )
( 24 )
( 25 )
( 26 )
Informações sobre os valores da Planilha A3F-2:
Mês
: meses decorridos após início da implantação do projeto.
Produção diária
(l)
: litros de biodiesel produzidos por dia.
Gasto acumulado
: Gasto com o investimento na implantação da unidade de
produção de biodiesel.
Juros
: Valor dos juros sobre fluxo total de dinheiro (coluna Total), enquanto não
ocorre o “payback” do investimento.
J = J
m
. T
Custo do capital de giro
: Valor dos juros mensais sobre o capital de giro.
C
c
= J
m
x C
g
Receita
: Economia de recursos com a produção e utilização do biodiesel.
R = V
b
x G
l
x P
m
onde:
V
b
= volume de biodiesel produzido
G
l
= ganho por litro
Pm = produção mensal = Produção anual / 12
Total
: Soma das receitas e dos gastos com a produção.
T = G
a
+ J + C
c
+ R + T
a
onde,
G
a
= gasto acumulado
J = juros
C
c
= custo do capital de giro
R = receitas
T
a
= total do mês anterior
Apesar de apresentar resultados com duas casas decimais, é importante ressaltar que
os valores calculados na Planilha A3F-2 não apresentam tal precisão dadas as
considerações iniciais feitas para esta hipótese e as incertezas inerentes à mesma.
Na Planilha A3F-2, tem-se que o retorno do investimento ocorre 28 meses após o
início da implantação do projeto. No Gráfico 10 é mostrado o fluxo de caixa obtido na
planilha A3F-2.
71
R$ (400.000,00)
R$ (200.000,00)
R$ -
R$ 200.000,00
R$ 400.000,00
R$ 600.000,00
R$ 800.000,00
1
4
7
10
13
16
19
22
25
28
31
34
37
40
43
46
Tempo de retorno do investimento (em meses)
Total = Receitas - Despesas
Gráfico 10
: Fluxo de caixa do investimento (Hipótese A3F).
O tempo de retorno do investimento, “payback”, é obtido diretamente da planilha de
fluxo de caixa. Os demais indicadores utilizados para avaliação do empreendimento são
calculados utilizando-se as informações desta planilha. Na Tabela 13, são apresentados os
valores obtidos para os indicadores razão benefício-custo (B/C), valor presente líquido
(VPL), taxa interna de retorno (TIR) e “payback”.
O valor temporal do dinheiro, custos e receitas, que ocorrem em um período daqui a
dez anos não é tão importante para a análise econômica de um investimento quanto o valor
dos custos e receitas que ocorrem dentro dos primeiros dez anos de vida útil do projeto.
Entretanto, é importante, na realização de uma análise econômica, destacar que o tempo de
avaliação do investimento ou vida útil considerada para o projeto afeta alguns resultados
dos indicadores econômicos avaliados, tais como a taxa interna de retorno. Assim, na
Tabela 13 os valores para os indicadores avaliados foram calculados para quatro tempos de
avaliação do investimento: 5, 10, 15 e 20 anos.
72
( 27 )
( 28 )
Tabela 13
: Resultados para os indicadores econômicos avaliados
Tempo de
avaliação do
investimento
Hipótese
B/C
VPL
(em mil R$)
TIR (%)
“Payback”
*
(anos)
1 - A3F 3,019 689 86 2,33
2 - A3FG 3,807 954 118 2,17
3 - A5F 3,180 1.276 98 2,33
4 - A5FG 3,694 1.571 115 2,17
5 - A10F 4,321 2.891 134 2,08
5 anos
6 - A10FG
5,019 3.480 156 1,92
7 - A3F 5,364 1.489 95 2,33
8 - A3FG 6,531 1.880 124 2,17
9 - A5F 5,546 2.609 105 2,33
10 - A5FG 6,338 3.112 121 2,17
11 - A10F 7,413 5.583 140 2,08
10 anos
12 - A10FG
8,611 6.590 160 1,92
13 - A3F 6,481 1.870 95 2,33
14 - A3FG 7,828 2.320 124 2,17
15 - A5F 6,540 3.243 106 2,33
16 - A5FG 7,596 3.846 121 2,17
17 - A10F 8,885 6.865 140 2,08
15 anos
18 - A10FG
10,321 8.070 160 1,92
19 - A3F 7,013 2.052 95 2,33
20 - A3FG 8,445 2.530 124 2,17
21 - A5F 7,056 3.545 106 2,33
22 - A5FG 8,196 4.195 121 2,17
23 - A10F 9,586 7.475 140 2,08
20 anos
24 - A10FG
11,135 8.775 160 1,92
Informações sobre os valores da Tabela 13:
B/C (Razão Benefício-Custo)
: B/C = VPR/ VPC
onde,
VPR = Valor presente das receitas (obtido da Planilha de cálculo do tempo de retorno
do investimento)
VPC = Valor presente dos custos não cobertos por receitas anteriores (obtido da
Planilha de cálculo do tempo de retorno do investimento)
VPL (Valor Presente Líquido)
: VPL = VPR – VPC
TIR (Taxa Interna de Retorno)
: Valor que torna o VPL = 0.
“Payback”
: Tempo de retorno do investimento
73
A análise dos resultados obtidos para os indicadores econômicos, avaliando o
processo A, mostra que todas as opções apresentam retorno mais do que satisfatório do
investimento. O indicador TIR, para todas as hipóteses, é bem superior ao custo de
oportunidade do capital de 16%. Como esperado, os indicadores razão benefício-custo e
valor presente líquido são bastante afetados com o aumento da escala e do tempo de
avaliação do investimento, enquanto que a TIR sofre muito menos impacto por estes
fatores.
Quando comparadas entre si, a hipótese que apresenta os melhores resultados para os
indicadores é a A10FG (produção de 10.000 litros de biodiesel por dia, com obtenção de
receitas com os co-produtos farelo e glicerina). Entretanto, esta hipótese (além da A10F),
requer o maior investimento inicial e, dependendo da disponibilidade de recursos para
investimento, este maior custo de implantação pode ser significativo para a escolha de
outra opção em detrimento desta.
5.2.2. Avaliação do processo da Empresa B
A análise dos custos do processo de produção da Empresa B foi realizada através de
planilhas semelhantes às utilizadas para avaliar o processo da Empresa A. Convém
ressaltar que, para o processo Empresa B, considera-se apenas a etapa de transesterificação
e, portanto, a matéria prima principal é o óleo vegetal.
Para que pudesse ser feita uma comparação direta entre os custos dos processos das
Empresas B e A, o custo do óleo vegetal foi calculado utilizando-se o grão de girassol
como matéria prima e tendo como método de extração, o mesmo sistema utilizado pela
Empresa A
6
.
Em uma avaliação inicial, verificou-se que, sem a consideração da obtenção de
receitas com a venda de farelo, o processo da Empresa B é economicamente inviável.
Assim, será apresentada neste estudo, a avaliação deste processo considerando a venda do
co-produto farelo e a venda ou não do co-produto glicerina.
6
A Empresa A utiliza extração mecânica com equipamentos fabricados pela empresa Ecirtec, de Bauru-SP.
74
5.2.2.1. Cálculo do custo de produção do biodiesel
Na Tabela 14, é mostrada uma simulação para o custo de produção do biodiesel,
considerando o processo da Empresa B. Para o cálculo deste custo de produção são feitas
as seguintes considerações:
A matéria prima utilizada é o óleo de girassol ao custo da ordem de R$ 0,639/kg.
Este é o valor obtido quando se considera, como matéria prima da etapa de extração
(utilizando o processo de extração da Empresa A), o grão de girassol a R$ 500,00/t e se
vende o farelo obtido a R$ 450,00/t.
Deve-se ressaltar que o valor de mercado do óleo de girassol está bem acima deste
valor calculado, mas, como neste texto considera-se a produção do biodiesel de forma
integrada, englobando a etapa de extração, esta ponderação é razoável.
O fornecimento da matéria prima será “just in time”.
É avaliada a venda do produto glicerina bruta.
Os valores econômicos dos insumos e do co-produto são de outubro de 2003.
Tabela 14
: Simulação do custo de produção de 1.000 litros de biodiesel utilizando o
processo da Empresa B (valores de outubro de 2003).
Oleaginosa: GIRASSOL
Descrição
Custo
Unitário
(R$/unidade)
Quantidade
Despesa (d) /
Receita (r)
(em R$)
Óleo vegetal (t) 638,89
0,94
600,56 (d)
Etanol (l) 0,72
170,00
122,40 (d)
Hidróxido de potássio (kg) 15,00
6,20
93,00 (d)
Ácido Fosfórico (kg) 9,65
10,80
104,22 (d)
Outros (inclui gastos com água,
eletricidade, calor de processo, etc.)
107,96
1
107,96 (d)
Insumos
Sub-Total (em R$/1.000 l)
- - 1.028,14 (d)
Co-produtos
Recuperação de glicerina bruta (kg)
0,50
130,00
65,00 (r)
Resultado
Custo de produção (R$/l)
- - 0,96
Na tabela 15, são apresentados resultados para a simulação da tabela 14, tendo como
matéria prima o óleo vegetal (extraído com os mesmos custos do processo da Empresa A)
e fornecimento de matéria prima “just in time”, para duas situações:
Inexistência de receita com venda de co-produto;
Receita com venda do co-produto glicerina.
75
( 29 )
Tabela 15
: Custo de produção do biodiesel variando em função da venda de
co-produtos para o processo da Empresa B.
Co-produtos
geradores de receitas
Preço do óleo
vegetal (R$/t)
Custo de
produção
subtraindo as
receitas (R$/t)
Custo do
biodiesel
(R$/litro)
Nenhum 638,89 1.028,14 1,03
Glicerina 638,89 963,13 0,96
Com os resultados da Tabela 15, observa-se que a redução do custo final de produção
do biodiesel quando se considera a venda do co-produto glicerina é de 6,3%. É
importante ressaltar que esta glicerina obtida da produção do biodiesel é bruta. Quando
purificada, a glicerina possui alto valor comercial da ordem de US$ 1.000,00/tonelada
(PARENTE, 2003). Assim, o investimento na purificação da glicerina pode trazer uma
redução ainda maior no custo de produção do biodiesel.
Na Tabela 16, o valor do biodiesel é calculado considerando-se diferentes valores da
tonelada de óleo vegetal e a existência ou não de receitas com venda do co-produto
glicerina. O Gráfico 11 ilustra os resultado desta simulação.
Tabela 16
: Custo de produção do biodiesel variando em função do custo da tonelada do
óleo vegetal e da venda dos co-produtos à produção do biodiesel para o processo Empresa
B.
Custo de produção do biodiesel
comsiderando:
Custo do óleo
vegetal (R$/t)
Custo total de produção
(R$/1000 l de biodiesel)
Receitas c/ venda de
glicerina bruta
*
(R$/litro)
Desconsiderando
receitas (R$/litro)
400,00 851 0,79 0,85
500,00 945 0,88 0,94
600,00 1.039 0,97 1,04
639,00 1.028 0,96 1,03
700,00 1.133 1,07 1,13
800,00 1.227 1,16 1,23
900,00 1.321 1,26 1,32
1000,00 1.415 1,35 1,41
*
Receitas com a recuperação de glicerina bruta: R$ 65,00/1.000 litros de biodiesel produzidos
As fórmulas utilizadas para a obtenção dos valores da Tabela 13 são:
Custo total de produção (R$/t)
C
t
= P
o
.Q
o
+ P
e
.Q
e
+ P
c1
.Q
c1
+ P
c2
.Q
c2
+ C
p
onde:
76
( 30 )
( 31 )
( 32 )
P
o
= preço da tonelada do óleo (em R$)
Q
o
= quantidade de óleo necessária (em t)
P
e
= preço do etanol (em R$)
Q
e
= quantidade de etanol necessária (em kl)
P
c1
= preço do catalisador 1 - hidróxido de potássio
Q
c1
= quantidade necessária do catalisador 1 - hidróxido de potássio
P
c2
= preço do catalisador 2 - ácido fosfórico
Q
c2
= quantidade necessária do catalisador 2 - ácido fosfórico
C
p
= custos de produção por 1.000 litros de biodiesel produzidos
Receita gerada pela venda do co-produto glicerina, R
g
, em R$:
R
g
= V
g
.Q
g
onde:
V
g
= valor da glicerina
Q
g
= quantidade de glicerina obtida
Custo de produção considerando a receita gerada pelo co-produto glicerina
(R$/litro):
C
g
= (C
t
– R
g
)/1.000
Custo de produção do biodiesel desconsiderando receitas (R$/litro):
C
f
= C
t
/1.000
Obs.: Como citado anteriormente, para a avaliação do processo Empresa B nas mesmas
condições do processo Empresa A, assume-se a venda do farelo obtido na produção do
óleo vegetal.
77
0,7000
0,8000
0,9000
1,0000
1,1000
1,2000
1,3000
1,4000
1,5000
400 500 600 700 800 900 1000
Preço do óleo vegetal (R$/t)
Custo do biodiesel (R$/l)
Sub-produtos vendidos: farelo e glicerina Sub-produto vendido: farelo Preço do diesel
Gráfico 11
: Simulação do custo de produção do biodiesel em função do custo
da tonelada do óleo vegetal e da venda dos co-produtos geradores de receitas.
No Gráfico 11 observa-se que:
Considerando-se a venda do co-produto farelo, o custo de produção do biodiesel é
igual ao preço de aquisição do diesel quando o preço da tonelada do óleo vegetal é
de, aproximadamente, R$ 900,00.
Considerando-se a venda dos co-produtos farelo e glicerina, o custo de produção do
biodiesel é igual ao preço de aquisição do diesel quando o preço da tonelada do
óleo vegetal é de, aproximadamente, R$ 950,00.
5.2.2.2. Influência dos co-produtos no valor total da produção
Para o processo da Empresa B, a importância dos co-produtos nas receitas oriundas
da produção de biodiesel será avaliada da mesma forma que foi feita para o processo da
Empresa A: atribuindo-se ao custo do biodiesel o valor do preço do óleo diesel e aos co-
produtos seus respectivos valores de mercado. Como resultado desta abordagem obtém-se
o Gráfico 12.
78
36%
3%
61%
Farelo Glicerina Biodiesel
Gráfico 12
: Participação do biodiesel e dos co-produtos no
valor total da produção
As informações necessárias para a elaboração deste gráfico são:
Valores:
Biodiesel =R$ 1,26/litro
Farelo de girasol =R$ 450,00/tonelada
Glicerina bruta =R$ 500,00/tonelada
Quantidades obtidas por 1.000 litros de biodiesel produzidos:
Farelo de girassol = 1,671 toneladas
Glicerina bruta = 0,13 tonelada
Da mesma forma que observado para o processo da Empresa A, verifica-se que, para
o processo da Empresa B, quando é utilizado o grão de girassol como matéria prima e
tendo-se como método de extração o mesmo utilizado pelo processo Empresa A, os co-
produtos representam quase 40% do valor final da produção. Este resultado reafirma a
importância da venda destes para a viabilidade econômica do biodiesel.
5.2.2.3. Participação dos insumos no custo de produção do biodiesel
A participação dos insumos no custo de produção do biodiesel será avaliada da
mesma forma feita para o processo Empresa A. Os principais insumos do processo
Empresa B são: óleo vegetal, álcool e catalisador. Entre as demais entradas necessárias ao
processo encontram-se: eletricidade, água, calor de processo e mão-de-obra, que foram
agrupadas no grupo “outros”. No Gráfico 13, tem-se a ilustração desta avaliação para o
processo Empresa B.
Para a elaboração do Gráfico 13 foram feitas as seguintes considerações (os valores
econômicos são de outubro de 2003):
79
Produção de 1.000 litros de biodiesel
Custo do óleo vegetal =R$ 639,00/tonelada
Quantidade necessária de óleo = 0,94 tonelada
Preço do etanol = R$ 720/1.000 litros
Quantidade necessária de etanol = 170 litros
Preço do hidróxido de potássio =R$ 15,00/kg
Quantidade necessária de ácido fosfórico = 6,20 kg
Preço do ácido fosfórico =R$ 9,65/kg
Quantidade necessária de hidróxido de potássio = 10,80 kg
Outros custos de produção = R$ 108,00 por 1.000 litros de biodiesel produzidos
76%
7%
11%
6%
Grão* Etanol Catalisador Outros
Gráfico 13
: Participação dos insumos no custo de produção do biodiesel
*
Considera o gasto com grãos para obter o óleo vegetal
A partir do Gráfico 13, observa-se que a maior parte do custo de produção do
biodiesel, utilizando-se o processo Empresa B, é também devida ao custo do grão de
girassol. Em comparação com o processo da Empresa A, observa-se que a influência do
custo do catalisador neste processo é bem maior. Esta diferença ocorre porque o processo
Empresa B utiliza catalisadores mais caros e em maior quantidade, quando comparado com
o processo da Empresa A.
Os demais custos de produção (outros), também têm sua participação aumentada no
custo final de produção do biodiesel utilizando o processo da Empresa B, em comparação
com o processo da Empresa A. Isto se deve à diferença de tecnologia dos dois processos.
Analisando estes resultados, observa-se que, para a melhoria (redução) significativa
dos custos de produção utilizando este processo, são promissores, principalmente, os
80
esforços na redução dos custos com grãos para obtenção de óleo vegetal. Entretanto, o
empenho para a redução de custos com catalisadores, álcool e demais custos de produção
(outros) não deve ser ignorado.
5.2.2.4. Custos de implantação
Na Tabela 17, é apresentado o custo de uma unidade de produção de biodiesel
fabricada pela Empresa B. É importante ressaltar que na unidade produtiva oferecida pela
Empresa B não está incluída a unidade de extração de óleo vegetal.
Tabela 17
: Valor de uma unidade de produção de
biodiesel fabricada pela Empresa B
Capacidade de produção
de biodiesel (litros/dia)
Investimento na unidade
de produção (R$)
10.000 2.520.000,00
5.2.2.5. Cálculo dos indicadores econômicos para avaliação do investimento
Da mesma forma que foi feito para o processo da Empresa A, utilizando os valores
das tabelas anteriores, foi calculado o fluxo de caixa do investimento, para duas hipóteses
(Tabela 18) do processo da Empresa B: considerando ou não a venda de glicerina bruta. As
Planilhas BFG-1 e BFG-2 mostram as projeções para a hipótese que considera a obtenção
de receitas sem e com venda do co-produto glicerina.
Tabela 18
: Hipóteses avaliadas para o processo da Empresa B
Hipótese
*
Capacidade
(litros/dia)
Valor do
Investimento
Co-produto
gerador de
receitas
1 BF 10.000 2.520.000,00 Farelo
2 BFG 10.000 2.520.000,00 Farelo e Glicerina
*
B indica Empresa B
F e FG indicam, respectivamente, venda de farelo e venda de farelo+glicerina
Para a elaboração do fluxo de caixa, as considerações iniciais foram as mesmas
adotadas para o produto da Empresa A, a saber:
Custo da tonelada do grão de girassol: R$ 500,00 (Alves, 2003), o que resulta em um
custo de R$ 689,00 para a tonelada do óleo vegetal, quando se assume a venda de
farelo e o processo da Empresa A de extração.
Valor do biodiesel: R$ 1,26 (menor preço do diesel pago pela V&M Florestal em
outubro de 2003)
81
Forma de pagamento: 10 parcelas mensais (opção de pagamento assumida nesta
hipótese, mas que pode variar dependendo do contrato. Pode-se utilizar a mesma
planilha para os cálculos com outra forma de pagamento, bastando, para isso, entrar
com os desembolsos mensais na coluna de “Gasto Acumulado”, na Planilha BFG-2).
Tempo para produzir à capacidade nominal: 12 meses após o tempo para início da
produção (tempo de implantação).
Planilha BFG-1: Entradas
Investimento inicial R$ 2.520.000,00 Dias/Ano 300
Custo do capital (a.a.) 16%
Prod. Anual (Litro) 3.000.000
Capacidade diária (L) 10.000 Rend. Diário R$ 2.970,00
Dias por semana 6
Rend. Anual R$ 891.000,00
Custo de prod / Litro R$ 0,963 Manutenção Anual R$ 126.000,00
Valor de mercado / Litro R$ 1,260 Manut. / Litro R$ 0,042000
Ganho / Litro R$ 0,255
Tempo para produzir (mês) 10
Capital de giro R$ 75.600,00
Juros mensais 1,2445%
Informações sobre os valores da Planilha BFG-1:
Investimento inicial
: valor fornecido pela Empresa B.
Custo do capital ou juros anuais
: 16% a.a. rendimento de um investimento
financeiro de risco muito baixo (em 2003).
Capacidade diária (Q
d
)
: valor fornecido pela Empresa B.
Dias por semana
: número de dias trabalhados por semana na V&M Florestal.
Custo de produção por litro (C
p
)
: Valor obtido da Tabela 16.
Valor de mercado por litro (V
m
)
: Menor valor pago pelo óleo diesel em outubro
de 2003, pela V&M Florestal.
Tempo para produzir
: valor estimado igual ao caso Empresa A.
Juros mensais (J
m
)
: Valor calculado a partir dos juros anuais. Dado pela equa 19.
J
m
= [(1 + J
a
)
1/12
] – 1,
onde Ja é o valor dos juros anuais.
Dias / ano
: Dias trabalhados por ano. Valor adotado: D
a
= 300.
Produção anual (P
a
)
: Capacidade diária vezes o número de dias trabalhados por
ano.
82
P
a
= Q
d
x D
a
Rendimento diário
: Produção diária vezes o ganho por litro.
Rendimento anual
: Rendimento diário vezes o número de dias trabalhados por
ano.
Manutenção anual (C
ma
)
: 5% do valor do investimento inicial valor estimado
porque não se tem um custo de manutenção determinado pelo fornecedor dos
equipamentos.
Manutenção / litro (C
ml
)
: Custo de manutenção por litro de biodiesel produzido.
Cml = (Cma / Da) / Qd.
Ganho por litro
: Diferença entre o valor de mercado por litro e o custo de
produção e de manutenção por litro.
G
l
= V
m
– C
p
– C
ml
Capital de giro (C
g
)
: valor da produção de uma semana.
Planilha BFG-2: Fluxo de caixa
Mês
Prod
(l/d)
Gasto
acumulado
(R$)
Juros
(R$)
Custo
do
Capital
de Giro
(R$)
Receita
(R$)
Total
(R$)
1
(252.000,00)
(252.000,00)
2
(252.000,00)
(3.136,17)
(507.136,17)
3
(252.000,00)
(6.311,38)
(765.447,55)
4
(252.000,00)
(9.526,10)
(1.026.973,65)
5
(252.000,00)
(12.780,83)
(1.291.754,48)
6
(252.000,00)
(16.076,06)
(1.559.830,55)
7
(252.000,00)
(19.412,31)
(1.831.242,85)
8
(252.000,00)
(22.790,07)
(2.106.032,92)
9
(252.000,00)
(26.209,87)
(2.384.242,79)
10
(252.000,00)
(29.672,23)
(2.665.915,02)
11
833 (33.177,68)
(940,85)
5.312,50
(2.694.721,06)
12
1.667 (33.536,18)
(940,85)
10.625,00
(2.718.573,08)
13
2.500 (33.833,02)
(940,85)
15.937,50
(2.737.409,45)
14
3.333 (34.067,44)
(940,85)
21.250,00
(2.751.167,74)
15
4.167 (34.238,66)
(940,85)
26.562,50
(2.759.784,76)
16
5.000 (34.345,90)
(940,85)
31.875,00
(2.763.196,51)
17
5.833 (34.388,36)
(940,85)
37.187,50
(2.761.338,23)
18
6.667 (34.365,24)
(940,85)
42.500,00
(2.754.144,31)
19
7.500 (34.275,71)
(940,85)
47.812,50
(2.741.548,37)
20
8.333 (34.118,95)
(940,85)
53.125,00
(2.723.483,17)
21
9.167 (33.894,12)
(940,85)
58.437,50
(2.699.880,65)
22
10.000 (33.600,39)
(940,85)
63.750,00
(2.670.671,89)
23
10.000 (33.236,88)
(940,85)
63.750,00
(2.641.099,62)
24
10.000 (32.868,85)
(940,85)
63.750,00
(2.611.159,32)
83
25
10.000 (32.496,24)
(940,85)
63.750,00
(2.580.846,41)
26
10.000 (32.118,99)
(940,85)
63.750,00
(2.550.156,25)
27
10.000 (31.737,05)
(940,85)
63.750,00
(2.519.084,15)
28
10.000 (31.350,35)
(940,85)
63.750,00
(2.487.625,35)
29
10.000 (30.958,84)
(940,85)
63.750,00
(2.455.775,05)
30
10.000 (30.562,46)
(940,85)
63.750,00
(2.423.528,36)
31
10.000 (30.161,14)
(940,85)
63.750,00
(2.390.880,36)
32
10.000 (29.754,84)
(940,85)
63.750,00
(2.357.826,04)
33
10.000 (29.343,47)
(940,85)
63.750,00
(2.324.360,37)
34
10.000 (28.926,99)
(940,85)
63.750,00
(2.290.478,20)
35
10.000 (28.505,32)
(940,85)
63.750,00
(2.256.174,37)
36
10.000 (28.078,40)
(940,85)
63.750,00
(2.221.443,63)
37
10.000 (27.646,17)
(940,85)
63.750,00
(2.186.280,65)
38
10.000 (27.208,56)
(940,85)
63.750,00
(2.150.680,07)
39
10.000 (26.765,51)
(940,85)
63.750,00
(2.114.636,43)
40
10.000 (26.316,94)
(940,85)
63.750,00
(2.078.144,23)
41
10.000 (25.862,79)
(940,85)
63.750,00
(2.041.197,87)
42
10.000 (25.402,99)
(940,85)
63.750,00
(2.003.791,71)
43
10.000 (24.937,46)
(940,85)
63.750,00
(1.965.920,03)
44
10.000 (24.466,15)
(940,85)
63.750,00
(1.927.577,03)
45
10.000 (23.988,96)
(940,85)
63.750,00
(1.888.756,84)
46
10.000 (23.505,84)
(940,85)
63.750,00
(1.849.453,53)
47
10.000 (23.016,70)
(940,85)
63.750,00
(1.809.661,09)
48
10.000 (22.521,48)
(940,85)
63.750,00
(1.769.373,42)
49
10.000 (22.020,10)
(940,85)
63.750,00
(1.728.584,37)
50
10.000 (21.512,47)
(940,85)
63.750,00
(1.687.287,70)
51
10.000 (20.998,53)
(940,85)
63.750,00
(1.645.477,08)
52
10.000 (20.478,19)
(940,85)
63.750,00
(1.603.146,12)
53
10.000 (19.951,37)
(940,85)
63.750,00
(1.560.288,35)
54
10.000 (19.418,00)
(940,85)
63.750,00
(1.516.897,20)
55
10.000 (18.877,99)
(940,85)
63.750,00
(1.472.966,05)
56
10.000 (18.331,27)
(940,85)
63.750,00
(1.428.488,17)
57
10.000 (17.777,73)
(940,85)
63.750,00
(1.383.456,75)
58
10.000 (17.217,31)
(940,85)
63.750,00
(1.337.864,91)
59
10.000 (16.649,91)
(940,85)
63.750,00
(1.291.705,68)
60
10.000 (16.075,46)
(940,85)
63.750,00
(1.244.971,99)
61
10.000 (15.493,85)
(940,85)
63.750,00
(1.197.656,69)
62
10.000 (14.905,00)
(940,85)
63.750,00
(1.149.752,54)
63
10.000 (14.308,83)
(940,85)
63.750,00
(1.101.252,22)
64
10.000 (13.705,24)
(940,85)
63.750,00
(1.052.148,31)
65
10.000 (13.094,13)
(940,85)
63.750,00
(1.002.433,30)
66
10.000 (12.475,42)
(940,85)
63.750,00
(952.099,57)
67
10.000 (11.849,01)
(940,85)
63.750,00
(901.139,43)
68
10.000 (11.214,80)
(940,85)
63.750,00
(849.545,09)
69
10.000 (10.572,71)
(940,85)
63.750,00
(797.308,65)
70
10.000 (9.922,62)
(940,85)
63.750,00
(744.422,12)
71
10.000 (9.264,44)
(940,85)
63.750,00
(690.877,40)
72
10.000 (8.598,06)
(940,85)
63.750,00
(636.666,32)
73
10.000 (7.923,40)
(940,85)
63.750,00
(581.780,57)
74
10.000 (7.240,34)
(940,85)
63.750,00
(526.211,77)
75
10.000 (6.548,78)
(940,85)
63.750,00
(469.951,40)
76
10.000 (5.848,61)
(940,85)
63.750,00
(412.990,86)
84
77
10.000
(5.139,73)
(940,85)
63.750,00
(355.321,44)
78
10.000
(4.422,02)
(940,85)
63.750,00
(296.934,32)
79
10.000 (3.695,39)
(940,85)
63.750,00
(237.820,56)
80
10.000 (2.959,71)
(940,85)
63.750,00
(177.971,12)
81
10.000 (2.214,88)
(940,85)
63.750,00
(117.376,85)
82
10.000 (1.460,77)
(940,85)
63.750,00
(56.028,47)
83
10.000 (697,28)
(940,85)
63.750,00
6.083,40
84
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
68.892,54
85
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
131.701,69
86
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
194.510,84
87
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
257.319,99
88
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
320.129,13
89
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
382.938,28
90
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
445.747,43
91
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
508.556,58
92
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
571.365,72
93
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
634.174,87
94
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
696.984,02
95
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
759.793,17
96
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
822.602,31
97
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
885.411,46
98
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
948.220,61
99
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.011.029,76
100
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.073.838,90
101
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.136.648,05
102
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.199.457,20
103
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.262.266,35
104
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.325.075,49
105
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.387.884,64
106
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.450.693,79
107
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.513.502,94
108
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.576.312,09
109
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.639.121,23
110
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.701.930,38
111
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.764.739,53
112
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.827.548,68
113
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.890.357,82
114
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
1.953.166,97
115
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
2.015.976,12
116
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
2.078.785,27
117
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
2.141.594,41
118
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
2.204.403,56
119
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
2.267.212,71
120
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
2.330.021,86
121
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
2.392.831,00
122
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
2.455.640,15
123
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
2.518.449,30
124
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
2.581.258,45
125
10.000 0,00
(940,85)
63.750,00
2.644.067,59
Tempo de
Pay Back =
83 meses
85
Os valores da Planilha BFG-2 aparecem com duas casas decimais, entretanto, esta
avaliação não possui tal precisão.
Na Planilha BFG-2, tem-se que o retorno do investimento ocorre 83 meses após o
início da implantação do projeto. No Gráfico 14 é mostrado o fluxo de caixa obtido na
Planilha BFG-2.
R$ (4.000.000,00)
R$ (3.000.000,00)
R$ (2.000.000,00)
R$ (1.000.000,00)
R$ -
R$ 1.000.000,00
R$ 2.000.000,00
R$ 3.000.000,00
1 7 13 19 25 31 37 43 49 55 61 67 73 79 85 91 97 103 109 115 121
Tem po de retorno do investimento (em m eses)
Total = Receitas - Despesas
Gráfico 14
: Fluxo de caixa do investimento (Hipótese BFG).
Com as informações do fluxo de receitas e despesas foram calculados os valores dos
indicadores razão benefício-custo, valor presente líquido, taxa interna de retorno e
payback, para o processo Empresa B. Estes valores são apresentados na Tabela 19, para
tempos de avaliação de 5, 10, 15 e 20 anos.
Tabela 19
: Resultado dos indicadores para o processo Empresa B
Tempo de
avaliação do
investimento
Hipótese
B/C
VPL
( em 1.000 R$)
TIR (%)
“Payback”
(anos)
1 - BF 1,56
(1.100,96) - 11,1
5 anos
2 - BFG 0,76
(603,16) - 6,9
3 - BF 0,96
(91,15) - 11,1
10 anos
4 - BFG 1,30
759,96 23,9 6,9
5 - BF 1,16
389,63 19,2 11,1
15 anos
6 - BFG 1,56
1.408,90 27,0 6,9
7 - BF 1,25
618,54 20,4 11,1
20 anos
8 - BFG 1,69
1.717,86 27,7 6,9
86
Informações sobre os valores da Tabela 19:
B/C (Razão Benefício-Custo)
: B/C = VPR/ VPC
onde:
VPR = Valor presente das receitas
VPC = Valor presente dos custos não cobertos por receitas anteriores
VPL (Valor Presente Líquido)
: VPL = VPR – VPC
TIR (Taxa Interna de Retorno)
: Valor que torna o VPL = 0.
“Payback”
: Tempo de retorno do investimento
Os resultados obtidos para os indicadores econômicos razão benefício-custo, valor
presente líquido, TIR e “payback”, considerando-se o processo Empresa B, são bem menos
favoráveis do que os obtidos considerando-se o processo Empresa A. A avaliação de
ambas as hipóteses para um período de 5 anos indica que o investimento é, do ponto de
vista econômico, inviável, uma vez que a razão benefício-custo é inferior a 1, o valor
presente líquido é negativo e a taxa interna de retorno é negativa para a hipótese BF e
menor que o taxa de juros adotada (16% a.a.), na hipótese BFG. Quando a avaliação é feita
por um período maior de tempo, o projeto torna-se viável, porém pouco atrativo.
O fluxo de caixa para a hipótese que desconsidera a obtenção de receitas com venda
do co-produto glicerina é mostrada no Apêndice.
5.2.2.6. Atualização monetária dos valores obtidos na avaliação econômica
A pesquisa dos valores econômicos deste trabalho foi realizada em 2003 e, portanto,
os valores calculados na Análise Econômica encontram-se desatualizados. Seria ideal uma
atualização dos valores reais de insumos e unidades de produção. Entretanto, alguns destes
valores só puderam ser obtidos porque, quando da realização deste trabalho, a V&M
Florestal estava fazendo cotações de unidades de produção de biodiesel para aquisição e,
por este motivo, os fabricantes forneciam valores econômicos detalhados. Atualmente, sem
o respaldo de uma grande empresa como possível cliente, torna-se muito difícil a obtenção
destes valores junto aos fabricantes de usinas de biodiesel. Por este motivo, foi realizada
uma atualização dos valores da avaliação econômica utilizando os seguintes indicadores
econômicos:
IGP-M
: Índices Geral de Preços do Mercado, registra a inflação de preços desde
matérias primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. É medido no
87
período do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência. (Fundação
Getúlio Vargas)
O valor apurado no período de 30/10/2003 a 30/09/2005 (701 dias) foi de
14,936539 %
Taxa SELIC
: Taxa apurada no Selic, obtida mediante o cálculo da taxa média
ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em
títulos públicos federais e cursadas no referido sistema ou em câmaras de
compensação e liquidação de ativos, na forma de operações compromissadas.
(Banco Central do Brasil)
O valor apurado no período de 30/10/2003 a 30/09/2005 foi de 36,47217856399 %.
No Anexo são apresentados os valores da Taxa Selic no período de 30/10/2003 a
30/10/2005.
Variação do preço do diesel
: Relação entre o preço atual do diesel e o preço pago
pelo diesel em outubro de 2003. Os valores são:
R$ 1,260 em 30/10/2003
R$ 1,801 em 30/09/2005
A variação de preços do diesel no período de 30/10/2003 e 30/09/2005 foi de
42,9%
Os resultados dos cálculos da atualização são apresentados na Tabela 20 e, a partir
destes, observa-se que os resultados da atualização usando os indicadores taxa SELIC e
Variação do Preço do Diesel estão mais próximos, enquanto que os utilizando o indicador
IGP-M é bem inferior aos outros dois.
Sabe-se que a atualização realizada utilizando indicadores não é coerente com os
valores de mercado para insumos e unidades de produção de biodiesel praticados
atualmente. Entretanto, a atualização utilizando indicadores uma idéia da situação dos
resultados obtidos no ano em que foram coletados os dados (2003).
88
Tabela 20
: Resultado da correção monetária dos valores obtidos na avaliação econômica
Valor a ser corrigido
Valor em
30/10/2003
Valor em
30/09/2005,
corrigido pelo
IGP-M
Valor em
30/09/2005,
corrigido
pela taxa
Selic
Valor em
30/09/2005,
corrigido pela
variação do preço
do óleo diesel
Custo de produção do biodiesel
(Empresa 1) FG*
0,67 0,77 0,91 0,96
Custo de produção do biodiesel
(Empresa 1) F**
0,74 0,85 1,01 1,06
Custo de produção do biodiesel
(Empresa 1) nada***
1,39 1,60 1,90 1,99
Preço do diesel
1,26 1,45 1,72 1,80
Preço do farelo de girassol
450,00 517,21 614,12 643,05
Preço da glicerina bruta
500,00 574,68 682,36 714,50
Preço da unidade de produção
de 3.000 litros/dia (Empresa 1)
350.000,00 402.277,75 477.652,62 500.150,00
Preço da unidade de produção
de 5.000 litros/dia (Empresa 1)
600.000,00 689.619,00 818.833,07 857.400,00
Preço da unidade de produção
de 10.000 litros/dia (Empresa
1)
900.000,00 1.034.428,50 1.228.249,61 1.286.100,00
Custo de produção do biodiesel
(Empresa 2) FG****
0,96 1,10 1,31 1,37
Custo de produção do biodiesel
(Empresa 2) F*****
1,03 1,18 1,41 1,47
Preço da unidade de produção
de 10.000 litros/dia (Empresa
2)
2.520.000,00 2.896.399,80 3.439.098,90 3.601.080,00
* Custo de produção do biodiesel da Empresa 1, considerando a obtenção de receitas com a venda dos co-produtos
Farelo e Glicerina Bruta
** Custo de produção do biodiesel da Empresa 1, considerando a obtenção de receitas com a venda do co-produto
Farelo
*** Custo de produção do biodiesel da Empresa 1, desconsiderando a obtenção de receitas com a venda de co-produtos
**** Custo de produção do biodiesel da Empresa 2, considerando a obtenção de receitas com a venda dos co-produtos
Farelo e Glicerina Bruta
***** Custo de produção do biodiesel da Empresa 2, considerando a obtenção de receitas com a venda do co-produto
Farelo
5.2.3. Conclusões da análise econômica
Na avaliação econômica, observa-se que os custos de produção por litro de biodiesel
são muito mais favoráveis, em todas as hipóteses consideradas, no processo da Empresa A
do que no processo da Empresa B. Isto se verifica nos resultados dos indicadores razão
benefício-custo, valor presentequido, taxa interna de retorno e “payback”, que são
sempre melhores para o processo da Empresa A.
A primeira vista, isto indicaria que a melhor opção para a produção do biodiesel seria
a oferecida pelo processo da Empresa A. Entretanto, é importante considerar que o fator
89
determinante para a escolha de um processo em detrimento do outro, deve ser a qualidade
do combustível produzido. Esta qualidade só pode ser avaliada após extensivos testes, com
o objetivo de verificar se o biodiesel atende às especificações nacionais e, se possível,
internacionais. Assim, este estudo pretende apresentar as opções disponíveis no mercado
nacional para a produção de biodiesel, e não fazer uma escolha entre uma ou outra.
A atualização monetária dos resultados obtidos na avaliação econômica é válida para
avaliação atual do estudo realizado. Entretanto, não se pode afirmar que esta atualização
condiz com os valores de insumos e unidades de produção de biodiesel praticados
atualmente pelo mercado.
As planilhas desenvolvidas neste trabalho podem ser utilizadas variando-se qualquer
um dos fatores de entrada, como custo de insumos, taxa de juros adotada, forma de
pagamento do investimento, etc., para a obtenção do custo de produção do biodiesel
utilizando os processos das empresas avaliadas. Assim, havendo interesse em continuar o
estudo, tais planilhas podem ser adaptadas e, portanto, re-utilizadas.
90
6. PERSPECTIVAS FUTURAS
6.1. Espécies de alta produtividade
Os plantios de espécies oleaginosas nativas, caracterizadas por altos índices de
produtividade agrícola (acima de 3.000 kg de óleo por hectare) apresentam-se como opção
para futura redução do custo do óleo vegetal. Entre estas espécies promissoras, pode-se
citar: dendê (até 6 toneladas de óleo por hectare), pequi (estimativas de até 3,2 toneladas de
óleo por hectare) e macaúba (estimativas de até 4 toneladas de óleo por hectare), dentre
outras. (FERRÉS, 2003)
Entretanto, esta alternativa requer investimentos de longo prazo, uma vez que estas
espécies iniciam o ciclo produtivo em um período superior a três anos. Assim, pode-se
então considerar que um programa estruturado de produção de biodiesel utilizaria, em sua
fase inicial, as espécies de ciclo produtivo curto e produtividade média ou baixa e, em sua
fase mais avançada, após o domínio da tecnologia e penetração no mercado, a opção de
espécies de alta produtividade ou, pelo menos, a participação destas no rol de matérias
primas.
6.2. Craqueamento catalítico
O craqueamento catalítico é um método para a obtenção de combustível derivado de
óleo vegetal para a substituição do diesel de petróleo. No craqueamento, um reator
trabalhando a altas temperaturas promove a quebra das moléculas e um catalisador remove
os compostos oxigenados. Este método apresenta um baixo consumo de álcool, quando
comparado com a transesterificação, o que o torna uma opção bastante interessante quando
se tem como objetivo a produção de biodiesel em áreas remotas nas quais não é possível
produzir ou é difícil levar o etanol.
Atualmente a Embrapa, em parceria com a Universidade de Brasília, desenvolve
pesquisas nesta área, tendo como principal foco a construção de unidades de baixos custo e
capacidade de produção. Na Figura 26 é mostrado o protótipo do equipamento de
craqueamento desenvolvido pela Embrapa. (BONATTO, 2005)
91
Figura 26
: Equipamento de craqueamento catalítico da
Embrapa
Fonte: BONATTO, 2005
92
7. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
A partir dos estudos realizados para o desenvolvimento deste projeto foi possível
concluir que o biodiesel é um combustível com grandes perspectivas de amplo uso
nacional em um futuro próximo. Governo e instituições privadas têm se empenhado no
desenvolvimento da tecnologia nacional de produção do biodiesel e na difusão da idéia de
sua utilização.
O estudo das oleaginosas demonstra que a espécie utilizada caracteriza os tipos de
produtos agregados à produção do biodiesel. A escolha da espécie deve considerar: aptidão
agrícola, índices de produtividade por unidade de área plantada, ciclo produtivo, manejo
agrícola, características químicas dos frutos e sementes durante o armazenamento e valor
agregado aos subprodutos.
A aptidão agrícola aqui está relacionada às características edafoclimáticas da região.
Assim, deve-se procurar espécies que possuam exigências de solo, clima, altitude, índice
pluviométrico, etc. que se encontrem dentro das características do local aonde será
realizado o plantio. Portanto, se uma espécie é mais sensível à umidade, não será indicado
o seu plantio na região Amazônica. O Brasil, diferentemente de outros países como os
EUA ou países da Europa, é privilegiado tanto em opções de oleaginosas quanto em
índices de produtividade atingíveis pelas mesmas. Tem-se no país várias opções viáveis de
oleaginosas para cada região como, por exemplo:
Região Norte
: dendê, buriti, babaçu, macaúba, soja.
Região Nordeste
: dendê, babaçu, pinhão-manso, algodão, mamona, soja.
Região Centro-Oeste
: soja, mamona, pequi, girassol, macaúba, algodão.
Região Sudeste
: soja, mamona, girassol, pinhão-manso, amendoim, pequi,
macaúba, nabo-forrageiro, algodão.
Região Sul
: soja, algodão, colza, girassol.
A partir das características técnicas das culturas de oleaginosas, observa-se que a
produtividade por unidade de área plantada é inversamente proporcional ao ciclo
produtivo. Geralmente, espécies de ciclo curto possuem, menor produtividade por unidade
de área plantada do que as espécies de ciclo longo. Entretanto, deve-se considerar que após
o tempo para iniciar a produção (“ciclo”), o alto rendimento das espécies de ciclo longo
repetir-se-á ano a ano. Desta forma, projetos de longo prazo, que visem a produção de
biodiesel por vários anos, devem considerar que o longo tempo para início da produção de
uma espécie de ciclo longo será compensado com uma alta produtividade anual. Por
93
exemplo, o tempo para início da produção da soja é de 130 dias, enquanto que o tempo
para início da produção do dendê é de 7 anos. Entretanto a produtividade anual do dendê
pode atingir até 6 toneladas de óleo por hectare enquanto que a da soja atinge 0,6 toneladas
de óleo por hectare.
Do ponto de vista do manejo agrícola, tem-se que espécies de ciclo longo tendem a
ser perenes, ou seja, uma vez plantada a árvore, a cada safra é realizada a colheita, sem a
necessidade de replantio da cultura (exemplos: Dendê, pinhão-manso, macaúba, babaçu).
as espécies de ciclo curto, geralmente, devem ser replantadas após cada safra
(Exemplos: soja, girassol, mamona). Outra questão relacionada ao manejo agrícola é a
possibilidade de mecanização da cultura. Quanto maior a possibilidade de mecanização
mais interessante torna-se a cultura.
As características dos frutos e dos grãos determinam as possibilidades de
armazenamento e processamento para tais matérias-primas. Os frutos do dendezeiro, que
se destaca pela alta produtividade, têm a grande desvantagem de que seu processamento
deve ocorrer em, no máximo, 48 horas após a colheita. Esta exigência implica que a
unidade de extração do óleo deve estar integrada à área plantada. Já para outras
oleaginosas como a soja, o girassol ou a mamona, o processamento não precisa ser
imediato e, desta forma, os grãos podem ser armazenados por mais tempo ou transportados
para serem processados em locais distantes da área plantada.
O valor dos co-produtos obtidos durante as etapas do processo produtivo do biodiesel
é de grande importância no momento da seleção da oleaginosa, pois, como demonstrado
neste trabalho, para o caso do girassol, eles implicam na viabilidade ou inviabilidade da
produção do biodiesel. Assim, o estudo de mercados para estes co-produtos e o
desenvolvimento de novas aplicações para os mesmos é tão importante quanto a produção
do biodiesel.
Entre as oleaginosas estudadas, o pinhão manso destaca-se pelo elevado rendimento
agrícola estimado e por sua incidência coincidir com algumas regiões nas quais a V&M
Florestal está presente. O girassol apresenta-se como uma espécie para aplicação em curto
prazo, tendo como principais vantagens o valor do principal co-produto da cultura (farelo)
e a boa característica do óleo para a produção do biodiesel sendo portanto, indicado para
uma fase inicial de produção.
Como mencionado, a avaliação técnica das duas tecnologias mostra importantes
diferenças entre os processos das Empresas A e B. Sendo que os equipamentos da Empresa
94
B possuem um aspecto mais industrial do que os equipamentos da Empresa A. Porém, este
não é um critério válido para indicar superioridade de uma tecnologia sobre a outra.
A análise econômica para as empresas estudadas indicou uma grande discrepância
em termos do custo de produção e dos resultados dos indicadores econômicos avaliados
(razão benefício-custo, valor presente líquido, taxa interna de retorno e “payback”). Para as
mesmas condições de custo de matéria prima o custo de produção do biodiesel para o caso
da Empresa A é aproximadamente 31% inferior ao custo de produção para a Empresa B e,
para uma mesma capacidade de produção, o valor do investimento necessário no caso da
Empresa B é 2,8 vezes superior ao da Empresa A. Esta grande diferença inspira cautela em
relação a ambas as opções.
Os resultados da análise econômica podem também ser utilizados para, em um
estudo posterior, avaliar-se possíveis formas de reduzir o custo de produção do biodiesel e,
desta forma viabilizar, ainda mais, a utilização deste biocombustível. As planilhas
desenvolvidas para esta análise podem também, como mencionado, serem utilizadas
com outros valores de entrada permitindo, além de avaliações considerando outros dados
de entrada, a atualização dos valores, quando se tem disponibilizadas as informações
necessárias e que podem ser conseguidas com os fabricantes dos equipamentos como,
por exemplo, o custo de aquisição da unidade de produção.
É importante ressaltar a dificuldade de obtenção de informações relacionadas aos
custos de implantação e produção do biodiesel sendo que, as informações para a realização
deste trabalho foram obtidas porque a V&M Florestal era um potencial comprador de
unidades de produção de biodiesel. Assim, sem um “possível” cliente, os fabricantes o
detalham os custos citados de forma a permitir uma avaliação aprofundada, como a
realizada neste estudo.
Conforme mencionado anteriormente, durante a execução deste trabalho, foram
realizadas visitas a empresas, participações em congressos e contato com instituições e
pesquisadores. Das informações obtidas de todas estas atividades, foi possível chegar à
conclusão de que, havendo interesse da V&M Florestal em produzir o biodiesel, deve
avaliar também a opção de desenvolvimento de tecnologia própria para a produção do
biodiesel. Esta conclusão é baseada no fato de que a reação de transesterificação é bem
conhecida, na experiência em pesquisa e desenvolvimento da V&M Florestal e na situação
atual das empresas estudadas, que ainda não possuem experiência na venda de unidades de
produção de biodiesel. O desenvolvimento de tecnologia própria pode também ser
95
favorecido pela disponibilidade de instituições governamentais em transferir
conhecimentos e pela possibilidade futura de obtenção de incentivos fiscais.
Em uma experiência piloto, a instalação de uma mini-usina produtora de biodiesel
deve ser precedida pela análise criteriosa das variáveis já mencionadas, relativas à natureza
da espécie da oleaginosa a ser processada e da existência de fornecedores dos outros
insumos necessários para o processo em regiões próximas desta instalação.
Além dos comprovados benefícios ambientais e sociais obtidos com a significativa
redução de emissões e da geração de empregos nas regiões rurais, a produção do biodiesel
para consumo próprio pode reforçar a imagem positiva da V&M Florestal e ainda ser
lucrativa.
Como sugestão para trabalhos futuros, pode-se citar:
Levantamento dos valores econômicos do grão ou fruto de oleaginosas bem
como de seus co-produtos que, atualmente são consideradas apenas
potenciais para a produção do biodiesel, como pequi, pinhão-manso e
macaúba, dentre outros, e realização dos cálculos desenvolvidos neste
trabalho para efeito de comparação entre culturas convencionais e culturas
potenciais.
Levantamento do potencial de óleo disponível no Estado de Minas Gerais que
pode ser obtido através do extrativismo de forma racional e os possíveis
impactos desta forma de exploração dos recursos naturais em regiões mais
pobres.
Avaliação do mercado potencial para os co-produtos obtidos nas etapas
relacionadas ao processo produtivo do biodiesel para as diferentes
oleaginosas disponíveis no Brasil.
Avaliação da evolução da produtividade de oleaginosas de cultura comercial
nas últimas décadas como indicativo para a possibilidade de aumento na
produtividade de oleaginosas potenciais para a produção de biodiesel que,
atualmente, não são utilizadas em plantios comerciais.
Realização de estudos em parceria com pesquisadores da área da engenharia
química para desenvolvimento de projetos-piloto de produção de biodiesel
utilizando as inúmeras oleaginosas disponíveis no Brasil para comparação das
características do biodiesel obtido a partir de cada matéria prima. Além de
avaliação de misturas de biodiesel oriundo de oleaginosas diferentes.
96
Avaliação da evolução dos preços das unidades de produção de biodiesel
disponíveis no Brasil em função da evolução da qualidade do biocombustível
produzido pelas mesmas.
Realização de testes agronômicos avaliando a possibilidade do plantio
consorciado de oleaginosas com o eucalipto, utilizado na V&M Florestal,
comparando o rendimento agrícola de ambas as culturas quando plantadas em
consórcio ou em exclusividade.
97
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
1.
Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais - ABIOVE.
Complexo
Soja – Evolução das Cotações médias – 2004.
Disponível em
<http://www.abiove.com.br/cotacoes_br_04.html>. Acesso em 04 nov. 2004.
2.
Aboissa Óleos Vegetais.
Soja.
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102
APÊNDICE: PLANILHAS DO “PAYBACK” E GRÁFICOS DO FLUXO DE
CAIXA
A.1. Hipótese A3FG
Planilha AFG-1: Entradas
Investimento inicial R$ 350.000,00
Dias/Ano 300
Custo do capital (a.a.) 16%
Prod. Anual (Litro) 900.000
Capacidade diária (L) 3.000
Rend. Diário R$ 1.776,00
Dias por semana 6
Rend. Anual R$ 532.800,00
Custo de prod / Litro R$ 0,668
Manutenção Anual
(=5%) R$ 17.500,00
Valor de mercado / Litro R$ 1,260
Manut. / Litro R$ 0,019444
Ganho / Litro R$ 0,573
Tempo para produzir (em
meses) 10
Capital de giro R$ 22.680,00
Juros mensais 1,2445%
R$ (600.000)
R$ (400.000)
R$ (200.000)
R$ -
R$ 200.000
R$ 400.000
R$ 600.000
R$ 800.000
R$ 1.000.000
R$ 1.200.000
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47
Tempo de retorno do investimento (em meses)
Total = Receitas - Despesas
Gráfico A1
: Fluxo de caixa para hipótese A3FG
103
Planilha A3FG-2: Fluxo de caixa
Mês
Prod
(l/d)
Gasto
acumulado Juros
Custo do
Capital de
Giro Receita Total
1 (35.000)R$ (35.000)R$
2 (35.000)R$ (436)R$ (70.436)R$
3 (35.000)R$ (877)R$ (106.312)R$
4 (35.000)R$ (1.323)R$ (142.635)R$
5 (35.000)R$ (1.775)R$ (179.410)R$
6 (35.000)R$ (2.233)R$ (216.643)R$
7 (35.000)R$ (2.696)R$ (254.339)R$
8 (35.000)R$ (3.165)R$ (292.505)R$
9 (35.000)R$ (3.640)R$ (331.145)R$
10 (35.000)R$ (4.121)R$ (370.266)R$
11 250 (4.608)R$ (282)R$ 3.578R$ (371.578)R$
12 500 (4.624)R$ (282)R$ 7.157R$ (369.327)R$
13 750 (4.596)R$ (282)R$ 10.735R$ (363.471)R$
14 1.000 (4.523)R$ (282)R$ 14.314R$ (353.962)R$
15 1.250 (4.405)R$ (282)R$ 17.892R$ (340.757)R$
16 1.500 (4.241)R$ (282)R$ 21.471R$ (323.810)R$
17 1.750 (4.030)R$ (282)R$ 25.049R$ (303.072)R$
18 2.000 (3.772)R$ (282)R$ 28.628R$ (278.499)R$
19 2.250 (3.466)R$ (282)R$ 32.206R$ (250.041)R$
20 2.500 (3.112)R$ (282)R$ 35.785R$ (217.650)R$
21 2.750 (2.709)R$ (282)R$ 39.363R$ (181.278)R$
22 3.000 (2.256)R$ (282)R$ 42.942R$ (140.874)R$
23 3.000 (1.753)R$ (282)R$ 42.942R$ (99.968)R$
24 3.000 (1.244)R$ (282)R$ 42.942R$ (58.553)R$
25 3.000 (729)R$ (282)R$ 42.942R$ (16.622)R$
26 3.000 (207)R$ (282)R$ 42.942R$ 25.830R$
27 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 68.490R$
28 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 111.149R$
29 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 153.809R$
30 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 196.468R$
31 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 239.128R$
32 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 281.787R$
33 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 324.446R$
34 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 367.106R$
35 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 409.765R$
36 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 452.425R$
37 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 495.084R$
38 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 537.743R$
39 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 580.403R$
40 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 623.062R$
41 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 665.722R$
42 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 708.381R$
43 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 751.040R$
44 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 793.700R$
45 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 836.359R$
46 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 879.019R$
47 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 921.678R$
48 3.000 -R$ (282)R$ 42.942R$ 964.338R$
Tempo de
Pay Back =
26 meses
104
A.2. Hipótese A5F
Planilha A5F-1: Entradas
Investimento inicial R$ 600.000,00
Dias/Ano 300
Custo do capital (a.a.) 16%
Prod. Anual (Litro) 1.500.000
Capacidade diária (L) 5.000
Rend. Diário R$ 2.575,00
Dias por semana 6
Rend. Anual R$ 772.500,00
Custo de prod / Litro R$ 0,745
Manutenção Anual R$ 30.000,00
Valor de mercado / Litro R$ 1,260
Manut. / Litro R$ 0,020000
Ganho / Litro R$ 0,495
Tempo para produzir (em
meses)
10
Capital de giro R$ 37.800,00
Juros mensais 1,2445%
R$ (800.000)
R$ (300.000)
R$ 200.000
R$ 700.000
R$ 1.200.000
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47
Tempo de retorno do investimento (em meses)
Total = Receitas - Despesas
Gráfico A2
: Fluxo de caixa para hipótese A5F
105
Planilha A5F-2: Fluxo de caixa
Mês
Prod
(l/d)
Gasto
acumulado Juros
Custo do
Capital de
Giro Receita Total
1 (60.000)R$ (60.000)R$
2 (60.000)R$ (747)R$ (120.747)R$
3 (60.000)R$ (1.503)R$ (182.249)R$
4 (60.000)R$ (2.268)R$ (244.518)R$
5 (60.000)R$ (3.043)R$ (307.561)R$
6 (60.000)R$ (3.828)R$ (371.388)R$
7 (60.000)R$ (4.622)R$ (436.010)R$
8 (60.000)R$ (5.426)R$ (501.436)R$
9 (60.000)R$ (6.240)R$ (567.677)R$
10 (60.000)R$ (7.065)R$ (634.742)R$
11 417 (7.899)R$ (470)R$ 5.156R$ (637.955)R$
12 833 (7.939)R$ (470)R$ 10.313R$ (636.053)R$
13 1.250 (7.916)R$ (470)R$ 15.469R$ (628.970)R$
14 1.667 (7.828)R$ (470)R$ 20.625R$ (616.643)R$
15 2.083 (7.674)R$ (470)R$ 25.781R$ (599.007)R$
16 2.500 (7.455)R$ (470)R$ 30.938R$ (575.994)R$
17 2.917 (7.168)R$ (470)R$ 36.094R$ (547.539)R$
18 3.333 (6.814)R$ (470)R$ 41.250R$ (513.574)R$
19 3.750 (6.391)R$ (470)R$ 46.406R$ (474.029)R$
20 4.167 (5.899)R$ (470)R$ 51.563R$ (428.837)R$
21 4.583 (5.337)R$ (470)R$ 56.719R$ (377.925)R$
22 5.000 (4.703)R$ (470)R$ 61.875R$ (321.224)R$
23 5.000 (3.998)R$ (470)R$ 61.875R$ (263.817)R$
24 5.000 (3.283)R$ (470)R$ 61.875R$ (205.696)R$
25 5.000 (2.560)R$ (470)R$ 61.875R$ (146.851)R$
26 5.000 (1.828)R$ (470)R$ 61.875R$ (87.274)R$
27 5.000 (1.086)R$ (470)R$ 61.875R$ (26.956)R$
28 5.000 (335)R$ (470)R$ 61.875R$ 34.113R$
29 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 95.518R$
30 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 156.922R$
31 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 218.327R$
32 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 279.732R$
33 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 341.136R$
34 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 402.541R$
35 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 463.945R$
36 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 525.350R$
37 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 586.754R$
38 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 648.159R$
39 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 709.564R$
40 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 770.968R$
41 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 832.373R$
42 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 893.777R$
43 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 955.182R$
44 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 1.016.586R$
45 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 1.077.991R$
46 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 1.139.396R$
47 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 1.200.800R$
48 5.000 -R$ (470)R$ 61.875R$ 1.262.205R$
Tempo de
Pay Back =
28 meses
106
A.3. Hipótese A5FG
Planilha A5FG-1: Entradas
Investimento inicial R$ 600.000,00
Dias/Ano 300
Custo do capital (a.a.) 16%
Prod. Anual (Litro) 1.500.000
Capacidade diária (L) 5.000
Rend. Diário R$ 2.960,00
Dias por semana 6
Rend. Anual R$ 888.000,00
Custo de prod / Litro R$ 0,668
Manutenção Anual R$ 30.000,00
Valor de mercado / Litro R$ 1,260
Manut. / Litro R$ 0,020000
Ganho / Litro R$ 0,572
Tempo para produzir (em
meses)
10
Capital de giro R$ 37.800,00
Juros mensais 1,2445%
R$ (700.000,00)
R$ (200.000,00)
R$ 300.000,00
R$ 800.000,00
R$ 1.300.000,00
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47
Tempo de retorno do investimento (em meses)
Total = Receitas - Despesas
Gráfico A3
: Fluxo de caixa para hipótese A5FG
107
Planilha A5FG-2: Fluxo de caixa
Mês
Prod
(l/d)
Gasto
acumulado Juros
Custo do
Capital de
Giro Receita Total
1 (60.000)R$ (60.000)R$
2 (60.000)R$ (747)R$ (120.747)R$
3 (60.000)R$ (1.503)R$ (182.249)R$
4 (60.000)R$ (2.268)R$ (244.518)R$
5 (60.000)R$ (3.043)R$ (307.561)R$
6 (60.000)R$ (3.828)R$ (371.388)R$
7 (60.000)R$ (4.622)R$ (436.010)R$
8 (60.000)R$ (5.426)R$ (501.436)R$
9 (60.000)R$ (6.240)R$ (567.677)R$
10 (60.000)R$ (7.065)R$ (634.742)R$
11 417 (7.899)R$ (470)R$ 5.958R$ (637.153)R$
12 833 (7.929)R$ (470)R$ 11.917R$ (633.636)R$
13 1.250 (7.886)R$ (470)R$ 17.875R$ (624.118)R$
14 1.667 (7.767)R$ (470)R$ 23.833R$ (608.522)R$
15 2.083 (7.573)R$ (470)R$ 29.792R$ (586.774)R$
16 2.500 (7.302)R$ (470)R$ 35.750R$ (558.797)R$
17 2.917 (6.954)R$ (470)R$ 41.708R$ (524.513)R$
18 3.333 (6.528)R$ (470)R$ 47.667R$ (483.844)R$
19 3.750 (6.022)R$ (470)R$ 53.625R$ (436.711)R$
20 4.167 (5.435)R$ (470)R$ 59.583R$ (383.033)R$
21 4.583 (4.767)R$ (470)R$ 65.542R$ (322.729)R$
22 5.000 (4.016)R$ (470)R$ 71.500R$ (255.716)R$
23 5.000 (3.182)R$ (470)R$ 71.500R$ (187.869)R$
24 5.000 (2.338)R$ (470)R$ 71.500R$ (119.177)R$
25 5.000 (1.483)R$ (470)R$ 71.500R$ (49.631)R$
26 5.000 (618)R$ (470)R$ 71.500R$ 20.781R$
27 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 91.811R$
28 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 162.840R$
29 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 233.870R$
30 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 304.899R$
31 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 375.929R$
32 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 446.958R$
33 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 517.988R$
34 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 589.018R$
35 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 660.047R$
36 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 731.077R$
37 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 802.106R$
38 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 873.136R$
39 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 944.166R$
40 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 1.015.195R$
41 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 1.086.225R$
42 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 1.157.254R$
43 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 1.228.284R$
44 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 1.299.313R$
45 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 1.370.343R$
46 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 1.441.373R$
47 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 1.512.402R$
48 5.000 -R$ (470)R$ 71.500R$ 1.583.432R$
Tempo de
Pay Back =
26 meses
108
A.4. Hipótese A10F
Planilha A10F-1: Entradas
Investimento inicial R$ 900.000,00
Dias/Ano 300
Custo do capital (a.a.) 16%
Prod. Anual (Litro) 3.000.000
Capacidade diária (L) 10.000 Rend. Diário R$ 5.150,00
Dias por semana 6
Rend. Anual R$ 1.545.000,00
Custo de prod / Litro R$ 0,745 Manutenção Anual R$ 45.000,00
Valor de mercado / Litro R$ 1,260 Manut. / Litro R$ 0,015000
Ganho / Litro R$ 0,500
Tempo para produzir (em
meses)
10
Capital de giro R$ 75.600,00
Juros mensais 1,2445%
(R$ 1.000.000,00)
(R$ 500.000,00)
R$ 0,00
R$ 500.000,00
R$ 1.000.000,00
R$ 1.500.000,00
R$ 2.000.000,00
R$ 2.500.000,00
R$ 3.000.000,00
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47
Tempo de retorno do investimento (em meses)
Total = Receitas - Despesas
Gráfico A4
: Fluxo de caixa para hipótese A10F
109
Planilha A10F-2: Fluxo de caixa
Mês
Prod
(l/d)
Gasto
acumulado Juros
Custo do
Capital de
Giro Receita Total
1 (90.000)R$ (90.000)R$
2 (90.000)R$ (1.120)R$ (181.120)R$
3 (90.000)R$ (2.254)R$ (273.374)R$
4 (90.000)R$ (3.402)R$ (366.776)R$
5 (90.000)R$ (4.565)R$ (461.341)R$
6 (90.000)R$ (5.741)R$ (557.082)R$
7 (90.000)R$ (6.933)R$ (654.015)R$
8 (90.000)R$ (8.139)R$ (752.155)R$
9 (90.000)R$ (9.361)R$ (851.515)R$
10 (90.000)R$ (10.597)R$ (952.113)R$
11 833 (11.849)R$ (941)R$ 10.417R$ (954.486)R$
12 1.667 (11.879)R$ (941)R$ 20.833R$ (946.472)R$
13 2.500 (11.779)R$ (941)R$ 31.250R$ (927.942)R$
14 3.333 (11.548)R$ (941)R$ 41.667R$ (898.764)R$
15 4.167 (11.185)R$ (941)R$ 52.083R$ (858.807)R$
16 5.000 (10.688)R$ (941)R$ 62.500R$ (807.936)R$
17 5.833 (10.055)R$ (941)R$ 72.917R$ (746.015)R$
18 6.667 (9.284)R$ (941)R$ 83.333R$ (672.907)R$
19 7.500 (8.374)R$ (941)R$ 93.750R$ (588.472)R$
20 8.333 (7.324)R$ (941)R$ 104.167R$ (492.570)R$
21 9.167 (6.130)R$ (941)R$ 114.583R$ (385.058)R$
22 10.000 (4.792)R$ (941)R$ 125.000R$ (265.791)R$
23 10.000 (3.308)R$ (941)R$ 125.000R$ (145.039)R$
24 10.000 (1.805)R$ (941)R$ 125.000R$ (22.785)R$
25 10.000 (284)R$ (941)R$ 125.000R$ 100.990R$
26 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 225.050R$
27 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 349.109R$
28 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 473.168R$
29 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 597.227R$
30 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 721.286R$
31 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 845.345R$
32 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 969.405R$
33 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 1.093.464R$
34 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 1.217.523R$
35 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 1.341.582R$
36 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 1.465.641R$
37 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 1.589.700R$
38 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 1.713.759R$
39 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 1.837.819R$
40 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 1.961.878R$
41 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 2.085.937R$
42 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 2.209.996R$
43 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 2.334.055R$
44 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 2.458.114R$
45 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 2.582.173R$
46 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 2.706.233R$
47 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 2.830.292R$
48 10.000 -R$ (941)R$ 125.000R$ 2.954.351R$
110
A.5. Hipótese A10FG
Planilha A10FG-1: Entradas
Investimento inicial R$ 900.000,00
Dias/Ano 300
Custo do capital (a.a.) 16%
Prod. Anual (Litro) 3.000.000
Capacidade diária (L) 10.000
Rend. Diário R$ 5.920,00
Dias por semana 6
Rend. Anual R$ 1.776.000,00
Custo de prod / Litro R$ 0,668
Manutenção Anual R$ 45.000,00
Valor de mercado / Litro R$ 1,260
Manut. / Litro R$ 0,015000
Ganho / Litro R$ 0,577
Tempo para produzir (em
meses)
10
Capital de giro R$ 75.600,00
Juros mensais 1,2445%
R$ (1.500.000)
R$ (1.000.000)
R$ (500.000)
R$ -
R$ 500.000
R$ 1.000.000
R$ 1.500.000
R$ 2.000.000
R$ 2.500.000
R$ 3.000.000
R$ 3.500.000
R$ 4.000.000
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47
Tempo de retorno (em meses)
Total = Receitas - Despesas
Gráfico A5
: Fluxo de caixa para hipótese A10FG
111
Planilha A10FG-2: Fluxo de Caixa
Mês
Prod
(l/d)
Gasto
acumulado Juros
Custo do
Capital de
Giro Receita Total acumulado
1 (90.000)R$ (90.000)R$
2 (90.000)R$ (1.120)R$ (181.120)R$
3 (90.000)R$ (2.254)R$ (273.374)R$
4 (90.000)R$ (3.402)R$ (366.776)R$
5 (90.000)R$ (4.565)R$ (461.341)R$
6 (90.000)R$ (5.741)R$ (557.082)R$
7 (90.000)R$ (6.933)R$ (654.015)R$
8 (90.000)R$ (8.139)R$ (752.155)R$
9 (90.000)R$ (9.361)R$ (851.515)R$
10 (90.000)R$ (10.597)R$ (952.113)R$
11 833 (11.849)R$ (941)R$ 12.021R$ (952.882)R$
12 1.667 (11.859)R$ (941)R$ 24.042R$ (941.640)R$
13 2.500 (11.719)R$ (941)R$ 36.063R$ (918.237)R$
14 3.333 (11.428)R$ (941)R$ 48.083R$ (882.522)R$
15 4.167 (10.983)R$ (941)R$ 60.104R$ (834.342)R$
16 5.000 (10.383)R$ (941)R$ 72.125R$ (773.541)R$
17 5.833 (9.627)R$ (941)R$ 84.146R$ (699.963)R$
18 6.667 (8.711)R$ (941)R$ 96.167R$ (613.448)R$
19 7.500 (7.634)R$ (941)R$ 108.188R$ (513.836)R$
20 8.333 (6.395)R$ (941)R$ 120.208R$ (400.963)R$
21 9.167 (4.990)R$ (941)R$ 132.229R$ (274.665)R$
22 10.000 (3.418)R$ (941)R$ 144.250R$ (134.774)R$
23 10.000 (1.677)R$ (941)R$ 144.250R$ 6.858R$
24 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 150.167R$
25 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 293.476R$
26 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 436.785R$
27 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 580.094R$
28 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 723.403R$
29 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 866.713R$
30 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 1.010.022R$
31 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 1.153.331R$
32 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 1.296.640R$
33 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 1.439.949R$
34 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 1.583.258R$
35 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 1.726.568R$
36 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 1.869.877R$
37 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 2.013.186R$
38 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 2.156.495R$
39 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 2.299.804R$
40 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 2.443.113R$
41 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 2.586.422R$
42 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 2.729.732R$
43 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 2.873.041R$
44 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 3.016.350R$
45 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 3.159.659R$
46 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 3.302.968R$
47 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 3.446.277R$
48 10.000 -R$ (941)R$ 144.250R$ 3.589.586R$
Tempo de
Pay Back =
23 meses
112
A.6. Hipótese BF
Planilha AF-1: Entradas
Investimento inicial R$ 2.520.000,00
Dias/Ano 300
Custo do capital (a.a.) 16%
Prod. Anual (Litro) 3.000.000
Capacidade diária (L) 10.000
Rend. Diário R$ 2.319,00
Dias por semana 6
Rend. Anual R$ 695.700,00
Custo de prod / Litro R$ 1,028
Manutenção Anual R$ 126.000,00
Valor de mercado / Litro R$ 1,260
Manut. / Litro R$ 0,042000
Ganho / Litro R$ 0,190
Tempo para produzir (em
meses)
10
Capital de giro R$ 75.600,00
Juros mensais 1,2445%
R$ (3.000.000,00)
R$ (2.500.000,00)
R$ (2.000.000,00)
R$ (1.500.000,00)
R$ (1.000.000,00)
R$ (500.000,00)
R$ -
R$ 500.000,00
1 9 17 25 33 41 49 57 65 73 81 89 97 105 113 121 129
Tempo de retorno do investimento (em meses)
Total = Receitas - Despesas
Gráfico A6
: Fluxo de caixa para hipótese AF
113
Planilha AF-2: Fluxo de caixa
Mês
Prod
(l/d)
Gasto
acumulado Juros
Custo do
Capital de
Giro
Receita Total
1
R$ (252.000)
R$ (252.000)
2
R$ (252.000)
R$ (3.136) R$ (507.136)
3
R$ (252.000)
R$ (6.311) R$ (765.448)
4
R$ (252.000)
R$ (9.526) R$ (1.026.974)
5
R$ (252.000)
R$ (12.781) R$ (1.291.754)
6
R$ (252.000)
R$ (16.076) R$ (1.559.831)
7
R$ (252.000)
R$ (19.412) R$ (1.831.243)
8
R$ (252.000)
R$ (22.790) R$ (2.106.033)
9
R$ (252.000)
R$ (26.210) R$ (2.384.243)
10
R$ (252.000)
R$ (29.672) R$ (2.665.915)
11
833
R$ (33.178) R$ (941) R$ 3.956 R$ (2.696.077)
12
1.667
R$ (33.553) R$ (941) R$ 7.913 R$ (2.722.659)
13
2.500
R$ (33.884) R$ (941) R$ 11.869 R$ (2.745.615)
14
3.333
R$ (34.170) R$ (941) R$ 15.825 R$ (2.764.900)
15
4.167
R$ (34.410) R$ (941) R$ 19.781 R$ (2.780.469)
16
5.000
R$ (34.603) R$ (941) R$ 23.738 R$ (2.792.276)
17
5.833
R$ (34.750) R$ (941) R$ 27.694 R$ (2.800.273)
18
6.667
R$ (34.850) R$ (941) R$ 31.650 R$ (2.804.414)
19
7.500
R$ (34.901) R$ (941) R$ 35.606 R$ (2.804.650)
20
8.333
R$ (34.904) R$ (941) R$ 39.563 R$ (2.800.932)
21
9.167
R$ (34.858) R$ (941) R$ 43.519 R$ (2.793.213)
22
10.000
R$ (34.762) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.781.440)
23
10.000
R$ (34.615) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.769.522)
24
10.000
R$ (34.467) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.757.455)
25
10.000
R$ (34.317) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.745.237)
26
10.000
R$ (34.165) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.732.868)
27
10.000
R$ (34.011) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.720.345)
28
10.000
R$ (33.855) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.707.666)
29
10.000
R$ (33.697) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.694.829)
30
10.000
R$ (33.538) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.681.832)
31
10.000
R$ (33.376) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.668.674)
32
10.000
R$ (33.212) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.655.352)
33
10.000
R$ (33.046) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.641.864)
34
10.000
R$ (32.878) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.628.208)
35
10.000
R$ (32.708) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.614.382)
36
10.000
R$ (32.536) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.600.384)
37
10.000
R$ (32.362) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.586.212)
38
10.000
R$ (32.186) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.571.864)
39
10.000
R$ (32.007) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.557.337)
40
10.000
R$ (31.826) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.542.629)
41
10.000
R$ (31.643) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.527.739)
42
10.000
R$ (31.458) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.512.662)
43
10.000
R$ (31.270) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.497.399)
44
10.000
R$ (31.080) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.481.945)
45
10.000
R$ (30.888) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.466.299)
46
10.000
R$ (30.693) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.450.458)
47
10.000
R$ (30.496) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.434.420)
48
10.000
R$ (30.297) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.418.183)
114
49
10.000
R$ (30.095) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.401.744)
50
10.000
R$ (29.890) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.385.099)
51
10.000
R$ (29.683) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.368.248)
52
10.000
R$ (29.473) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.351.187)
53
10.000
R$ (29.261) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.333.914)
54
10.000
R$ (29.046) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.316.426)
55
10.000
R$ (28.828) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.298.720)
56
10.000
R$ (28.608) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.280.793)
57
10.000
R$ (28.385) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.262.644)
58
10.000
R$ (28.159) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.244.269)
59
10.000
R$ (27.930) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.225.665)
60
10.000
R$ (27.699) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.206.829)
61
10.000
R$ (27.464) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.187.760)
62
10.000
R$ (27.227) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.168.452)
63
10.000
R$ (26.987) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.148.905)
64
10.000
R$ (26.743) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.129.114)
65
10.000
R$ (26.497) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.109.077)
66
10.000
R$ (26.248) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.088.791)
67
10.000
R$ (25.995) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.068.252)
68
10.000
R$ (25.740) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.047.458)
69
10.000
R$ (25.481) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.026.404)
70
10.000
R$ (25.219) R$ (941) R$ 47.475 R$ (2.005.089)
71
10.000
R$ (24.954) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.983.508)
72
10.000
R$ (24.685) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.961.659)
73
10.000
R$ (24.413) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.939.538)
74
10.000
R$ (24.138) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.917.142)
75
10.000
R$ (23.859) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.894.467)
76
10.000
R$ (23.577) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.871.510)
77
10.000
R$ (23.291) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.848.267)
78
10.000
R$ (23.002) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.824.735)
79
10.000
R$ (22.709) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.800.909)
80
10.000
R$ (22.413) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.776.788)
81
10.000
R$ (22.112) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.752.366)
82
10.000
R$ (21.808) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.727.640)
83
10.000
R$ (21.501) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.702.607)
84
10.000
R$ (21.189) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.677.262)
85
10.000
R$ (20.874) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.651.602)
86
10.000
R$ (20.554) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.625.622)
87
10.000
R$ (20.231) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.599.319)
88
10.000
R$ (19.904) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.572.688)
89
10.000
R$ (19.572) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.545.727)
90
10.000
R$ (19.237) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.518.429)
91
10.000
R$ (18.897) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.490.792)
92
10.000
R$ (18.553) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.462.811)
93
10.000
R$ (18.205) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.434.482)
94
10.000
R$ (17.852) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.405.800)
95
10.000
R$ (17.495) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.376.761)
96
10.000
R$ (17.134) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.347.361)
97
10.000
R$ (16.768) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.317.595)
98
10.000
R$ (16.398) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.287.459)
99
10.000
R$ (16.023) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.256.947)
100
10.000
R$ (15.643) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.226.056)
115
101
10.000
R$ (15.258) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.194.780)
102
10.000
R$ (14.869) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.163.115)
103
10.000
R$ (14.475) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.131.056)
104
10.000
R$ (14.076) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.098.598)
105
10.000
R$ (13.672) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.065.736)
106
10.000
R$ (13.263) R$ (941) R$ 47.475 R$ (1.032.465)
107
10.000
R$ (12.849) R$ (941) R$ 47.475 R$ (998.780)
108
10.000
R$ (12.430) R$ (941) R$ 47.475 R$ (964.676)
109
10.000
R$ (12.006) R$ (941) R$ 47.475 R$ (930.147)
110
10.000
R$ (11.576) R$ (941) R$ 47.475 R$ (895.189)
111
10.000
R$ (11.141) R$ (941) R$ 47.475 R$ (859.796)
112
10.000
R$ (10.700) R$ (941) R$ 47.475 R$ (823.962)
113
10.000
R$ (10.254) R$ (941) R$ 47.475 R$ (787.682)
114
10.000
R$ (9.803) R$ (941) R$ 47.475 R$ (750.951)
115
10.000
R$ (9.346) R$ (941) R$ 47.475 R$ (713.762)
116
10.000
R$ (8.883) R$ (941) R$ 47.475 R$ (676.111)
117
10.000
R$ (8.414) R$ (941) R$ 47.475 R$ (637.991)
118
10.000
R$ (7.940) R$ (941) R$ 47.475 R$ (599.397)
119
10.000
R$ (7.460) R$ (941) R$ 47.475 R$ (560.322)
120
10.000
R$ (6.973) R$ (941) R$ 47.475 R$ (520.761)
121
10.000
R$ (6.481) R$ (941) R$ 47.475 R$ (480.708)
122
10.000
R$ (5.982) R$ (941) R$ 47.475 R$ (440.156)
123
10.000
R$ (5.478) R$ (941) R$ 47.475 R$ (399.100)
124
10.000
R$ (4.967) R$ (941) R$ 47.475 R$ (357.533)
125
10.000
R$ (4.450) R$ (941) R$ 47.475 R$ (315.448)
126
10.000
R$ (3.926) R$ (941) R$ 47.475 R$ (272.840)
127
10.000
R$ (3.396) R$ (941) R$ 47.475 R$ (229.701)
128
10.000
R$ (2.859) R$ (941) R$ 47.475 R$ (186.026)
129
10.000
R$ (2.315) R$ (941) R$ 47.475 R$ (141.807)
130
10.000
R$ (1.765) R$ (941) R$ 47.475 R$ (97.037)
131
10.000
R$ (1.208) R$ (941) R$ 47.475 R$ (51.711)
132
10.000
R$ (644) R$ (941) R$ 47.475 R$ (5.820)
133
10.000
R$ (72) R$ (941) R$ 47.475 R$ 40.641
134
10.000
R$ - R$ (941) R$ 47.475 R$ 87.176
135
10.000
R$ - R$ (941) R$ 47.475 R$ 133.710
136
10.000
R$ - R$ (941) R$ 47.475 R$ 180.244
116
Anexo: Taxas apuradas no SELIC no período de 30/10/2003 a 30/10/2005 (Banco
Central do Brasil, 2005)
Data Taxa Anual
Taxa*
Fator Diário
Fator Acumulado
30/10/2003
18,85 18,85
1,00068552
1,0006855200000000
31/10/2003
18,85 18,85
1,00068552
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07/06/2005
19,75 19,75
1,00071548
1,2871451546286838
08/06/2005
19,75 19,75
1,00071548
1,2880660812439175
09/06/2005
19,75 19,75
1,00071548
1,2889876667637260
10/06/2005
19,75 19,75
1,00071548
1,2899099116595420
13/06/2005
19,75 19,75
1,00071548
1,2908328164031362
14/06/2005
19,75 19,75
1,00071548
1,2917563814666162
15/06/2005
19,75 19,75
1,00071548
1,2926806073224280
16/06/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,2936050678587545
17/06/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,2945301895230337
20/06/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,2954559727880710
21/06/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,2963824181270105
22/06/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,2973095260133340
23/06/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,2982372969208624
24/06/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,2991657313237555
27/06/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3000948296965116
28/06/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3010245925139690
29/06/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3019550202513053
30/06/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3028861133840380
01/07/2005
19,73 19,73
1,00071481
1,3038174294067462
04/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3047489808837087
05/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3056811979355707
06/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3066140810378717
07/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3075476306664917
08/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3084818472976505
11/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3094167314079077
12/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3103522834741640
13/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3112885039736608
14/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3122253933839800
15/07/2005
19,73 19,73
1,00071481
1,3131633852174250
18/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3141016141928952
19/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3150405135142038
20/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3159800836602995
21/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3169203251104733
22/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3178612383443584
25/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3188028238419307
26/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3197450820835095
27/07/2005
19,72 19,72
1,00071448
1,3206880135497565
28/07/2005
19,73 19,73
1,00071481
1,3216320545487221
29/07/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3225772197125327
01/08/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3235230608112100
02/08/2005
19,75 19,75
1,00071548
1,3244700150907593
03/08/2005
19,75 19,75
1,00071548
1,3254176468971566
04/08/2005
19,76 19,76
1,00071581
1,3263663941029820
05/08/2005
19,76 19,76
1,00071581
1,3273158204315447
08/08/2005
19,76 19,76
1,00071581
1,3282659263689678
09/08/2005
19,76 19,76
1,00071581
1,3292167124017220
10/08/2005
19,76 19,76
1,00071581
1,3301681790166262
11/08/2005
19,76 19,76
1,00071581
1,3311203267008480
12/08/2005
19,76 19,76
1,00071581
1,3320731559419037
15/08/2005
19,76 19,76
1,00071581
1,3330266672276585
124
16/08/2005
19,77 19,77
1,00071614
1,3339813009451270
17/08/2005
19,75 19,75
1,00071548
1,3349357378863271
18/08/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3358904171792765
19/08/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3368457792111221
22/08/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3378018244701249
23/08/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3387585534448947
24/08/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3397159666243907
25/08/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3406740644979223
26/08/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3416328475551480
29/08/2005
19,73 19,73
1,00071481
1,3425918601309090
30/08/2005
19,73 19,73
1,00071481
1,3435515582184494
31/08/2005
19,73 19,73
1,00071481
1,3445119423077796
01/09/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3454734700233210
02/09/2005
19,73 19,73
1,00071481
1,3464352279144285
05/09/2005
19,73 19,73
1,00071481
1,3473976732796942
06/09/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3483612647257401
08/09/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3493255452842088
09/09/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3502905154479188
12/09/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3512561757100414
13/09/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3522225265641004
14/09/2005
19,74 19,74
1,00071515
1,3531895685039728
15/09/2005
19,49 19,49
1,00070685
1,3541460705504698
16/09/2005
19,50 19,50
1,00070718
1,3551036955686417
19/09/2005
19,51 19,51
1,00070751
1,3560624449842935
20/09/2005
19,51 19,51
1,00070751
1,3570218727247443
21/09/2005
19,50 19,50
1,00070718
1,3579815314526977
22/09/2005
19,51 19,51
1,00070751
1,3589423169660158
23/09/2005
19,50 19,50
1,00070718
1,3599033337937279
26/09/2005
19,50 19,50
1,00070718
1,3608650302333200
27/09/2005
19,50 19,50
1,00070718
1,3618274067654006
28/09/2005
19,52 19,52
1,00070784
1,3627913626770054
29/09/2005
19,52 19,52
1,00070784
1,3637560009151628
30/09/2005
19,53 19,53
1,00070818
1,3647217856398908
03/10/2005
19,48 19,48
1,00070651
1,3656859752286634
04/10/2005
19,46 19,46
1,00070585
1,3666499446742784
05/10/2005
19,45 19,45
1,00070552
1,3676141435432447
06/10/2005
19,45 19,45
1,00070552
1,3685790226737973
07/10/2005
19,45 19,45
1,00070552
1,3695445825458739
10/10/2005
19,45 19,45
1,00070552
1,3705108236397514
11/10/2005
19,45 19,45
1,00070552
1,3714777464360457
13/10/2005
19,45 19,45
1,00070552
1,3724453514157111
14/10/2005
19,45 19,45
1,00070552
1,3734136390600418
17/10/2005
19,45 19,45
1,00070552
1,3743826098506713
18/10/2005
19,45 19,45
1,00070552
1,3753522642695730
19/10/2005
19,45 19,45
1,00070552
1,3763226027990603
20/10/2005
18,95 18,95
1,00068886
1,3772706963872243
21/10/2005
18,95 18,95
1,00068886
1,3782194430791375
24/10/2005
18,95 18,95
1,00068886
1,3791688433246970
25/10/2005
18,95 18,95
1,00068886
1,3801188975741094
26/10/2005
18,95 18,95
1,00068886
1,3810696062778922
27/10/2005
18,95 18,95
1,00068886
1,3820209698868726
28/10/2005
18,95 18,95
1,00068886
1,3829729888521887
*Observações:
- 04/06/86 a 21/01/90 - Taxa Over Anual
- 22/01/90 a 31/12/97 - Taxa Over Mensal - Comunicado Demab 2002 de 15/01/90
- A partir de 02/01/98 - Taxa Efetiva Anual - Circular n
o
2.761, de 18/06/97
- A taxa anual é a taxa SELIC anualizada segundo a fórmula descrita na circular supracitada
125
Glossário
Ácido graxo
: são compostos que contêm uma cadeia com 14, 16 ou 18 átomos de carbono,
não ramificada, saturada ou insaturada, com um grupo carboxílico numa ponta da
molécula.
Biodiesel
: Éster etílico ou metílico de ácidos graxos de cadeias longas que pode ser usado
como substituto para o diesel derivado de petróleo
B100
: Combustível composto de 100% de biodiesel.
B20
: Combustível composto de 20% de biodiesel e 80% de diesel de petróleo.
Capítulo
: Inflorescência em que muitas flores, reunidas e sustentadas por um pedúnculo,
dão a aparência de uma só flor.
Condição edafoclimática
: Condição de solo e clima.
Crucíferas
: família de plantas dicotiledóneas, geralmente herbáceas, com flores racemosas
e com quatro sépalas, quatro pétalas e quatro estames dispostos dois a dois e em forma de
cruz.
Dicotiledônea
: Subclasse de angiospermas, nas quais há duas folhas de semente, ou
cotilédones, além de outras características distintas.
Éster
: Nome genérico para um grande grupo de compostos orgânicos formados a partir da
reacção entre um ácido e um álcool ou um fenol, com eliminação de água.
Estipe
: Caule das palmeiras, tronco.
Etanol
: Álcool de origem vegetal que pode ser obtido, por exemplo, a partir da cana-de-
açúcar.
Euforbiáceas
: família de plantas dicotiledóneas, que têm por tipo o eufórbio.
Glicerídios
: constituem um sub-grupo dos lipídios e são ésteres que derivam da glicerina e
de ácidos graxos superiores.
Glicerina
: Produto comercial cujo principal componente é o glicerol, que é um tipo de
álcool.
HF
: Hidrofluoretos;
Metanol
: Álcool geralmente obtido de origens não renováveis.
NBB
: National Biodiesel Board, em definição do mesmo: “…NBB is the national trade
association representing the biodiesel industry as the coordinating body for research and
development in the United States…”.
126
Payback Econômico
: Tempo necessário para a recuperação do capital investido no
projeto.
Pericárpio
: parte externa do fruto que envolve a semente.
Razão Benefício-Custo
: Razão entre o valor presente das receitas e o valor presente dos
custos.
SELIC:
Sistema Especial de Liquidação e de Custódia do Banco Central do Brasil. É um
sistema informatizado que se destina à custódia de tulos escriturais de emissão do
Tesouro Nacional e do Banco Central do Brasil, bem como ao registro e à liquidação de
operações com os referidos títulos.
SO
X
: Óxidos de enxofre.
Taxa de desconto
: Taxa mínima de atratividade ou custo do capital.
Taxa Interna de Retorno
: Percentual de retorno obtido sobre o saldo investido e ainda
não recuperado em um projeto de investimento.
TPM
: Total de Material Particulado.
Transesterificação
: Combinação de óleos vegetais ou gorduras animais com álcoois
etílicos ou metílicos, na presença de um catalisador.
Triéster
:
Triglicerídeo
: uma molécula consistindo de três moléculas de ácido graxo unidas a uma
molécula de glicerol. As gorduras naturais são, na maior parte, misturas de triglicerídios.
Valor Presente quido
: Somatório do valor presente das parcelas periódicas de lucro
econômico gerado ao longo da vida útil desse projeto.
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