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Flávio Isidoro da Silva
O Planejamento e Controle de Produção para uma
Fábrica de Vacinas.
Dissertação apresentada ao Departamento de
Engenharia Industrial da PUC/RIO como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre Profissional
em Logística.
Orientador: Nélio Domingues Pizzolato
Rio de Janeiro, dezembro de 2005.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321252/CA
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Flávio Isidoro da Silva
O Planejamento e Controle de Produção para uma
Fábrica de Vacinas.
Dissertação apresentada ao Departamento de
Engenharia Industrial da PUC/RIO como parte dos
requisitos para obtenção do título de Mestre Profissional
em Logística. Aprovada pela Comissão Examinadora
abaixo assinada.
Prof. Nélio Domingues Pizzolato
Orientador
Departamento de Engenharia Industrial / PUC-Rio
Prof. Leonardo Junqueira Lustosa
Departamento de Engenharia Industrial / PUC-Rio
Prof. Paulo Roberto Dalcol
Departamento de Engenharia Industrial / PUC-Rio
Prof. José Eugênio Leal
Coordenador Setorial do Centro Técnico Científico – PUC-Rio
Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 2005
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321252/CA
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução
total ou parcial do trabalho sem autorização do autor,
do orientador e da universidade.
Flávio Isidoro da Silva
Graduou-se em Engenharia de Produção na UFRJ
(Universidade Federal do Rio de Janeiro) em 1990.
Cursou MBA de Administração Industrial e Engenharia
Econômica na UFRJ em 1998. Desenvolveu o sistema
de produção em células na DeMillus. É engenheiro de
produção da Fundação Oswaldo Cruz onde
desenvolveu e implantou o sistema de PCP.
Ficha catalográfica
CDD: 658.5
Silva, Flávio Isidoro da
O planejamento e controle de produção para uma
fábrica de vacinas / Flávio Isidoro da Silva ; orientador:
Nélio Domingues Pizzolato. – Rio de Janeiro : PUC-Rio,
Departamento de Engenharia Industrial, 2005.
90 f. : il. ; 30 cm
Dissertação (mestrado) Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia
Industrial
Inclui bibliografia
1. Engenharia Industrial Teses. 2. Planejamento de
produção. 3. Controle de produção. 4. Seqüenciamento. I.
Pizzolato, Nélio Domingues. II. Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia
Industrial. III. Título.
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Meus Agradecimentos
Ao Mestre Nélio Domingues Pizzolato, pelo apoio nos momentos difíceis e pela
orientação.
Aos meus pais pelo apoio e incentivo dado.
À minha esposa e meu filho pelo apoio dado.
Aos colegas e amigos, que de alguma forma contribuíram no desenvolvimento deste
trabalho.
À Bio-Manguinhos pela oportunidade de desenvolver este trabalho.
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Resumo
Silva, Flávio Isidoro; Pizzolato, Nélio Domingues. O Planejamento e
Controle de Produção Para Uma Fábrica de Vacinas. Rio de Janeiro,
2005. 90p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Engenharia Industrial,
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
A presente dissertação propõe um sistema de planejamento e controle da
produção a ser utilizado pela fábrica de vacinas de Bio-Manguinhos cuja missão é
contribuir para a melhoria dos padrões de saúde pública, através da pesquisa
tecnológica e da produção de imunobiológicos, demandado pelo quadro
epidemiológico do país. A Bio-Manguinhos cresceu muito nos últimos cinco anos e
agora demanda ajustes no processo de planejamento e gestão da produção. A
proposta apresentada é composta de um modelo híbrido de planejamento de
produção, formado por um módulo de MRPII, que responde pelo planejamento de
materiais e necessidades de recursos e um seqüenciador de produção com capacidade
finita para apoiar o estabelecimento das prioridades das ordens, otimizando os
recursos produtivos. A expectativa gerada pelo projeto é auxiliar a Bio-Manguinhos a
atender melhor o seu cliente e se consolidar como uma importante produtora de
vacinas.
Palavras-chave
Planejamento e controle de produção; seqüenciamento; vacina.
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Abstract
Silva, Flávio Isidoro; Pizzolato, Nélio Domingues. The Production Planning
and Control to the Vaccine Plant. Rio de Janeiro, 2005. 90p. Dissertação de
Mestrado – Departamento de Engenharia Industrial, Pontifícia Universidade
Católica do Rio de Janeiro.
This master`s thesis considers a production planning and control system
proposed to the vaccine plant of Bio-Manguinhos, a public foundation with the
mission of contributing to the improvement of public health standards, through
technological research and the production of immunobiologicals. Bio-Manguinhos
has grown significantly in last five years, and now requires adjustments in its
planning process and its production management. The proposal presented in this
thesis is composed of a hybrid model of production planning, composed of a module
of MRPII, that addresses the planning of materials and other resources requirements
and a fine capacity scheduler production that sets priorities among orders and
supports optimization of resources. The expectation generated by the project is to
enable Bio-Manguinhos to improve customer service and to qualify the company as a
major vaccine producer.
Keywords
Production planning and control; scheduling; vaccine.
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Sumário.
1. Introdução........................................................................................... 11
1.1 Considerações gerais........................................................................ 11
1.2 Relevância do problema.................................................................... 12
1.3 Objetivos............................................................................................ 13
1.4 Estrutura da dissertação.................................................................... 14
2. Planejamento e Controle de Produção, uma revisão bibliográfica.... 15
2.1 Demanda Agregada........................................................................... 17
2.2 Planejamento Agregado da Produção................................................20
2.2.1 Estratégias do Planejamento Agregado de Produção......................20
2.3 Plano Mestre de Produção (PMP)......................................................23
2.4 Planejamento das Necessidades de Material (MRP) e Planejamento
dos Recursos de Manufatura (MRPII).................................................25
2.5 Seqüenciamento da Produção............................................................30
2.5.1 Estratégia de Seqüenciamento......................................................31
2.5.1.1 O Sentido do Seqüenciamento.................................................32
3. A empresa e os processos produtivos................................................34
3.1 O mercado de vacinas........................................................................34
3.1.1 O mercado nacional.......................................................................34
3.1.2 O mercado externo........................................................................36
3.2 A empresa..........................................................................................39
3.3 Processos Industriais ........................................................................40
3.3.1 Produção do concentrado vacinal.................................................42
3.3.2 Formulação....................................................................................43
3.3.3 O processamento final..................................................................44
3.3.4 Controle de qualidade...................................................................47
3.4 Recursos de produção.......................................................................50
3.4.1 Linhas de produção X capacidade.................................................51
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4. Modelagem para o planejamento e controle da produção de uma
fábrica de vacinas, uma proposta para Bio-Manguinhos....................57
4.1 Estratégia Para a adoção do modelo brido.....................................59
4.2 Planejamento da Demanda................................................................61
4.3 Planejamento da Produção em Longo Prazo.....................................63
4.4 Planejamento Anual da Produção......................................................64
4.5 Planejamento de Materiais.................................................................65
4.5.1 Desenvolvimento de fornecedores................................................67
4.6 Planejamento de Recursos.................................................................68
4.6.1 Melhoria de Produtividade.............................................................71
4.7 Planejamento Fino da Produção: O Seqüenciamento........................73
4.8 Controle de Produção.........................................................................74
4.9 Simulação do Planejamento 2006 Para Atender Mercado Externo...75
5. Conclusões..........................................................................................84
Referências Bibliográficas.........................................................................86
Anexo I: Calendário básico de Vacinas....................................................87
Anexo II: Distribuição da População Brasileira Por Faixa Etária..............88
Anexo III:Entrega de Vacinas ao PNI.......................................................89
Anexo IV: Gráfico com Seqüenciamento..................................................90
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Lista de Figuras.
Figura 2.1 – Fluxograma para um sistema de produção. ..................... 15.
Figura 2.2 – Regiões de interferências no PMP .................................... 24.
Figura 2.3 – Esquema para um MRP ..................................................... 27.
Figura 2.4 – Gráfico de Gantt para uma oficina ..................................... 30.
Figura 3.1 – Participação de Bio-Manguinhos no fornecimento ao PNI..35.
Figura 3.2 – Evolução da exportação da vacina de febre amarela ....... 37.
Figura 3.3 – Fluxograma básico do processamento final de um lote de
vacina líquida ......................................................................................... 49.
Figura 3.4 – Fluxograma básico do processamento final de um lote de
vacina liofilizada ..................................................................................... 50.
Figura 3.5 – Grupo de recursos p/envase da vacina liofilizada no CPFI 52.
Figura 3.6 – Grupo de recursos p/ envase da vacina líquida no CPFI.. 53.
Figura 3.7 – Grupo de recursos para envase de diluentes no CPFI ..... 53.
Figura 3.8 – Grupo de recursos destinados ao envase da vacina liofilizada
contra febre amarela para exportação ................................................... 54.
Figura 4.1 – Ciclo PDCA ........................................................................ 58.
Figura – 4.2 – Fluxograma para modelagem do planejamento e controle
da produção ........................................................................................... 60.
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Listas de Tabelas.
Tabela 3.1 - Aquisições de vacinas para o PNI em 2005 .................... 36.
Tabela 3.2 – Principais fabricantes de vacina no mundo........................38.
Tabela 3.3 - Quadro de programação cruzada: recursos X produtos.....56.
Tabela 4.1 - Planilha balanceamento de carga de trabalho por recurso 70.
Tabela 4.2 – Resumo dos operadores aptos versus recursos.................71.
Tabela 4.3 – Demanda da vacina contra febre amarela em milheiros de
doses ..................................................................................................... 76.
Tabela 4.4 – Cronograma de entrega de vacina contra febre amarela para
exportação ............................................................................................. 78.
Tabela 4.5 – Relatório com a data planejada para conclusão do controle
de qualidade e liberação da ordem para exportação, extraído a partir do
seqüenciamento da produção ................................................................ 79.
Tabela 4.6 – Relatório com as ordens alocadas na envasadora do Lalio,
extraído a partir do seqüenciamento da produção ............................... 81.
Tabela 4.7 – Relatório com as ordens não contempladas no prazo,
extraído a partir do seqüenciamento ...................................................... 83.
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11
1.
Introdução.
1.1.
Considerações Gerais.
Esta dissertação abrange um estudo de caso sobre o planejamento e controle
de produção em uma fábrica de vacinas, realizado em Bio-Manguinhos, unidade
responsável pela produção de vacinas para uso humano da Fundação Oswaldo Cruz.
Como uma instituição pública voltada para atender a demanda de produtos
destinados a programa de saúde, cada colaborador desta Instituição tem consciência
da importância do seu trabalho para a sociedade, em especial a população mais
carente, que depende da assistência do governo.
Após receber em 2002 a certificação da Organização Mundial de Saúde
(OMS), a Instituição alcançou um período de crescimento da produção e expansão
comercial, conquistando novos mercados. Esse fato proporcionou uma ruptura na
relação de dependência entre a Unidade e o Ministério da Saúde, que até então era o
único cliente, adquirindo vacinas para o Programa Nacional de Imunização (PNI).
Para atingir a meta da certificação, Bio-Manguinhos iniciou em 1998 um
trabalho de adoção de uma política de garantia de qualidade em conformidade com as
Boas Práticas de Fabricação (BPF). Foi constituídos um grupo de colaboradores com
a responsabilidade de desenvolver e implantar um sistema de garantia da qualidade.
Para enfrentar os novos desafios, a unidade qualificou e treinou seus colaboradores
tecnicamente e, para reforçar a capacidade de gestão, buscou no mercado novos
colaboradores. Todas essas ações buscam o objetivo de assegurar uma melhor
capacitação da empresa para atuar em novos mercados, competindo com grandes
fabricantes mundiais.
O crescimento para qualquer empresa é um processo muito árduo e de grande
risco. Para as Instituições Públicas este processo enfrenta com a descontinuidade da
gestão uma restrição maior, pois os cargos de direção são preenchidos por indicação
política. Bio-Manguinhos e todas as unidades da Fiocruz escolhem os seus diretores
através de um processo de eleição direta, que resulta em uma lista tríplice, que é
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submetida à escolha pela presidência da Fiocruz. Este processo de escolha fortalece a
unidade e torna possível um planejamento de longo prazo para seus projetos.
A partir do crescimento de Bio-Manguinhos, a logística assumiu uma grande
importância dentro do novo cenário, pois embora a unidade tenha tomado alguns
cuidados, o hiato entre o processo produtivo e a demanda aumentou, e
conseqüentemente surgiram novas demandas para os gestores. Dentre elas, destaca-
se a necessidade de desenvolver e implantar um modelo de planejamento e controle
de produção, que assegure um atendimento eficaz aos clientes desta Instituição.
Evidenciando esta oportunidade, o estudo desenvolvido nesta dissertação
poderá contribuir com uma proposta para o Planejamento e Controle de Produção de
Bio-Manguinhos.
1.2.
Relevância do problema.
O crescimento da unidade surpreende a todos, ao mesmo tempo começam
transparecer os problemas gerados a partir da expansão comercial e aumento da
produção. Para solidificar-se na posição de grande produtor de vacina, a unidade
precisa encontrar soluções para os problemas descritos a seguir.
Ao conquistar novos clientes no mercado externo, a unidade passou a ser
questionada sobre a disponibilidade de produto para fornecimento, e
conseqüentemente um prazo para o possível fornecimento. Com a existência de um
hiato entre a área comercial e de produção, a unidade encontra dificuldade para
responder aos seus novos clientes. Esta demora levou à perda de pedidos e a
possíveis danos na imagem da empresa, que não podem ser bem avaliados. Fica
evidente a necessidade de reformular toda a logística interna e garantir, através de um
sistema de planejamento e controle da produção, o pleno atendimento da demanda
dentro da capacidade produtiva da empresa.
O crescimento da produção, como conseqüência do aumento do número de
clientes, começou a enfrentar problemas com o abastecimento de matéria-prima e
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com o baixo rendimento em algumas estações de trabalho dentro do fluxo produtivo.
Novamente fica clara a fragilidade do planejamento da produção.
O problema descrito torna-se um desafio maior em Bio-Manguinhos, pois
envolve a necessidade de aprimorar processos de gestão que até pouco tempo não
tinham destaque dentro da empresa.
Para uma instituição pública, a aquisição de matéria-prima para a produção
necessita de um prazo médio de 200 dias, pois é necessário realizar as aquisições
através de licitações públicas. A escolha do fornecedor não pode ser apenas por
critérios técnicos e muitas são as ocorrências de problemas com a qualidade do
produto fornecido.
A forma de remunerar os funcionários gera dificuldades para o gestor manter
o grupo de colaboradores motivados. Este problema influencia o rendimento da
produção e, por conseqüência, compromete prazos de entrega.
Atrasos na liberação de orçamento e a indisponibilidade de caixa
comprometem o processo de aquisição de matéria-prima. A sobra de recurso
economizado não pode ser transformada em recurso financeiro depositado em banco;
a unidade reinveste este capital em novos equipamentos e em estoque de insumos,
pois caso contrário a economia é recolhida ao cofre do tesouro no fim do exercício.
Estas diferenças enriquecem a proposta dessa dissertação, pela importância
que esta contribuição pode oferecer à sociedade brasileira e às populações carentes de
todo o mundo, que consomem vacinas produzidas por Bio-Manguinhos.
1.3.
Objetivos.
O objetivo principal dessa dissertação é apresentar um modelo de
planejamento e controle de produção para a fábrica de vacinas, que permita à
empresa minimizar o hiato entre a produção e a demanda, proporcionando ganhos de
produtividade e eficácia. Como conseqüência do projeto, espera-se atender melhor o
cliente e consolidar a conquista de novos mercados.
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O objetivo secundário desse trabalho é despertar a empresa para a necessidade
de remodelar seus processos internos de gestão diante do novo cenário em que Bio-
Manguinhos se posiciona e mudar o modelo tradicional de gestão do Governo
Federal, aplicando as melhores práticas de gestão.
1.4.
Estrutura da dissertação.
O presente trabalho é apresentado em cinco capítulos.
No primeiro capítulo, a introdução, relata-se o problema que motivou o
trabalho, a sua relevância e os objetivos desta tese.
O segundo capítulo apresenta uma revisão bibliográfica e conceitos técnicos
abordados no estudo.
O terceiro capítulo aborda o mercado de vacinas e em seguida apresenta a
empresa onde se identificou o problema. Complementa este capítulo uma descrição
do processo produtivo.
No quarto capítulo é detalhado um modelo de programação e controle de
produção para ser aplicado por Bio-Manguinhos. Para assegurar o sucesso do projeto,
são apresentadas sugestões de melhorias para a gestão de suprimentos e da produção.
No quinto capítulo são feitas as considerações finais, comparando os
objetivos traçados e os resultados esperados com o sistema.
Complementa este trabalho uma lista de anexos e tabelas que tem o objetivo
de complementar a base da discussão do problema.
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15
2.
Planejamento e Controle de Produção, uma revisão
bibliográfica.
Toda empresa industrial deve reconhecer a expectativa do cliente e, por meio
do planejamento e organização dos seus recursos produtivos, atender a demanda
estipulada. Essa atividade é a essência do planejamento e controle da produção.
Porém, a simplicidade descrita acima recebe interferências decorrentes de variações
não previstas da demanda, do rendimento do processo e de outros fatores externos ao
domínio da empresa. É necessário trabalhar o grupo de recursos produtivos
simultaneamente, atendendo a um número variável de clientes e produtos. A Figura
2.1 mostra as interações de um sistema produtivo para atender a uma solicitação do
mercado.
Figura 2.1- Fluxograma para um sistema de produção.
Fonte: Adaptado de Prado C. A. S. 2000 (pág.36).
Planejamento e
controle da
produção
Comportamento
do
mercado
Capacidade de
produção
Demanda
prevista
Estoque de
produto acabado
Estoque de
Matéria-prima
Programação da
produção
Recurso
humano
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16
Este capítulo aborda os conceitos de demanda agregada, planejamento
agregado, plano mestre de produção, MRP e MRPII e seqüenciamento de produção
com capacidade finita. Esses conceitos serão a base para o modelo proposto de
Programação e Controle de Produção (PCP).
O planejamento controle da produção é um sistema de informação que
gerencia a integração dos recursos produtivos de uma empresa. Tem o objetivo de
atender a uma demanda determinada e simultaneamente maximizar o lucro da
empresa.
Segundo Davis et al (2001), a organização deve estender o planejamento em
três horizontes de tempo: a longo prazo, a médio prazo e a curto prazo.
O planejamento da produção a longo prazo (PPLP) relaciona o horizonte de
tempo maior ou igual a um ano. Nesta etapa avalia-se a capacidade produtiva e
compara-se com o planejamento estratégico. Podem-se criar cenários para 3, 5 e 10
anos, quando se determina ou não a necessidade de avaliar uma possível expansão da
capacidade produtiva. Recomenda-se no mínimo uma revisão do PPLP após a
organização reavaliar o planejamento estratégico.
O planejamento da produção a médio prazo (PPMP) pode cobrir um período
de 3 até 12 meses. O PPMP deve ser revisado e atualizado trimestralmente (Davis et
al 2001). Ao estabelecer o PPMP, a empresa determina o padrão de utilização de suas
instalações e avalia a necessidade de contratar ou não mais recursos humanos ou
subcontratar serviços. A melhor representação do PPMP é o Plano Mestre de
Produção.
O planejamento da produção a curto prazo (PPCP) determina o que será
produzido nas próximas 4 semanas. Esse período varia de organização para
organização em função da flexibilidade do processo produtivo, do tempo de
atravessamento da produção e da oscilação de demanda para seu portifólio, podendo
variar de 3 dias até 6 semanas. A avaliação da disponibilidade de matéria-prima e o
gerenciamento da eficiência do processo produtivo são as funções mais importantes,
para assegurar o alinhamento do processo com a demanda.
Segundo Burbidge (1983), o planejamento e controle da produção poderiam
ser divididos em cinco etapas principais: planejamento de produção, emissão de
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17
ordens de produção, liberação de ordens, acompanhamento e controle de estoques. A
realização das atividades sugeridas direciona, com eficácia e eficiência, a empresa,
para as necessidades dos seus clientes.
Na seqüência desta dissertação podem-se compreender os diferentes desafios e
opções de gerenciar o planejamento da produção para uma organização, em especial
as de administrações públicas. A Figura 2.1 mostra a interdependência dentro de um
sistema produtivo e, no decorrer da dissertação, observa-se a importância de cada
subsistema envolvido.
2.1.
Demanda Agregada
O processo de planejamento recebe informações do mercado através da gestão
da demanda. O setor de Marketing analisa a expectativa do mercado, as ações dos
concorrentes e informações históricas, para formular cenários de demanda. Esse
estudo envolve incertezas e uma alternativa para minimizá-las e trabalhar por famílias
de produto.
A avaliação da demanda tem o seguinte objetivo: criar uma base de trabalho
que permita maior controle sobre as vendas, conseqüentemente, acione os
planejamentos de produção e financeiro da empresa.
Burbidge (1983) sugere três princípios básicos que a organização deve definir
para a formulação de um plano de vendas.
Primeiro é definir o que vender, pois toda organização tem restrições para
abranger o mercado, e a tentativa de ofertar um produto errado pode ser o início de
um processo de decadência. Ao formular seu plano de vendas a empresa precisa
identificar os pontos fortes e fracos de seus produtos, para se posicionar corretamente
no mercado, identificando quem são os concorrentes e, quando possível, conhecer um
pouco os seus produtos.
Segundo é saber a quantidade que poderá ofertar ao mercado, pois os
processos produtivos têm capacidade limitada e a frustração por um pedido aceito e
não entregue é muito maior que a recusa de um pedido. Por outro lado, o setor
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comercial, conhecendo qual o quantitativo disponível para oferta, poderá investir
recursos para ampliar uma demanda inferior à capacidade. Mesmo em ambientes
muito competitivos a criatividade tem permitido avanços importantes, com ações de
marketing, estimulando o consumo de produtos com excesso de oferta através de uma
política de redução de preços.
O terceiro e último princípio é saber quando o produto poderá ser vendido.
Ambientes competitivos e integrados exigem cada vez mais precisão em prazos de
entrega, pois os clientes não estão dispostos a imobilizar capital em estoques para
suprir incertezas com o fornecimento. O mercado dispõe de uma variedade de
ferramentas para analisar vendas e realizar previsões de demanda, porém é preciso
flexibilizar processos e intensificar o fluxo de informações por toda a cadeia de
suprimentos, só assim a empresa ganha competência para ofertar o produto no
momento correto em que ocorre a demanda.
O planejamento da produção é diretamente afetado pela previsão de demanda.
Quando alinhados, o desenvolvimento do processo produtivo e a efetividade
comercial recebem menos interferências e apresentam um desempenho melhor,
gerando maior satisfação ao cliente.
Davis et al (2001) e Slack et al (1999) destacam ainda o conceito de demanda
dependente, quando se observa o comportamento da demanda desconhecida por um
produto, a partir da demanda conhecida de outro. Esse estudo auxilia o processo de
análise de um planejamento de vendas, quando uma vez conhecida a relação entre
dois produtos é possível avaliar as incertezas de uma previsão, a partir de uma
demanda conhecida do outro produto.
Uma demanda é dita dependente quando é fortemente influenciada pela
demanda de um ou mais produtos. A análise é feita a partir da explosão da demanda
conhecida, para a demanda a ser avaliada.
A demanda independente não está associada a nenhuma demanda conhecida.
Apresenta dificuldade maior na sua estimativa, que envolve avaliação do histórico de
vendas, pesquisa junto a clientes, bem como tendências econômicas e sociais. Todo
este modelo acrescenta um nível maior de incerteza, que muitas das vezes são
transmitidos ao processo produtivo.
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Para minimizar o efeito da incerteza na estimativa de demanda, algumas
empresas adotam um estoque mínimo de produto semi-acabado ou até mesmo
acabado, porém esta opção agrega um custo que pode comprometer a competitividade
da empresa.
Burbidge (1983) identifica três horizontes para o desenvolvimento de um
planejamento para a demanda: plano de longo prazo, plano anual e plano de curto
prazo.
O planejamento da demanda a longo prazo é a base para determinar as
necessidades de investimentos em infra-estrutura, seleção, recrutamento, treinamento
de novos colaboradores e ajustes de tecnologia de processos. Ao avaliar o
comportamento do mercado para um cenário de longo prazo podem-se identificar
fatos que causarão ameaças para a empresa. Como exemplo, apresenta-se o
lançamento de um produto concorrente com tecnologia superior à existente. Esta
situação determina a necessidade da empresa acelerar investimentos para a conclusão
de um projeto de melhoria de produto. A instalação de uma nova fábrica, ou uma
central de distribuição, leva a empresa a reavaliar sua política de produção e
distribuição. Os exemplos expõem a importância do planejamento de demanda de
longo prazo.
O planejamento anual de demanda é a base para o orçamento e planejamento
agregado de produção. O intervalo de tempo entre a realização do planejamento e o
início da execução do plano é função do tempo necessário para a empresa suprir as
necessidades determinadas a partir do plano.
O planejamento de vendas a curto prazo é utilizado para sustentar a operação
diária da empresa, devendo acompanhar o comportamento das vendas. O processo de
curto prazo funciona como uma revisão do planejamento anual.
A avaliação de mercado deve apresentar uma visão sistêmica, abrangendo o
produto e a sua inserção no portifólio da empresa, os indicadores econômicos, a
estrutura financeira da empresa, produtos concorrentes e substitutos. Ainda assim,
todas as perspectivas do mercado podem não ficar nítidas. Para corrigir potenciais
distorções é preciso manter um processo contínuo de acompanhamento e revisão da
avaliação do mercado.
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Fazer previsões de vendas não é uma atividade fácil e simples, pelo contrário,
envolve análise detalhada de informações com o emprego de técnicas estatísticas para
formular um cenário dentro de um limite de risco aceito.
2.2.
Planejamento Agregado da Produção
.
A organização precisa transferir para os setores produtivos a expectativa de
consumo de seus produtos, estimada para o mercado onde atua. A partir da demanda
calculada, é feita uma análise dos recursos produtivos para estabelecer um
Planejamento Agregado da Produção (PAP).
O estoque de produtos acabado, o quantitativo de mão-de-obra disponível e os
equipamentos instalados devem trabalhar sincronizados com o objetivo de atender aos
anseios dos clientes com a máxima eficiência e eficácia. O principal objetivo de um
PAP é focar a organização na expectativa do cliente e garantir a otimização dos
recursos produtivos, assegurando o menor custo de processo.
Segundo Davis et al (2001), é comum o desenvolvimento do planejamento
agregado da produção, a partir do plano anual da organização. Trabalhar por famílias
de produtos é uma das ações que minimizam as incertezas da estimativa.
2.2.1.
Estratégias do planejamento agregado de produção.
Formular uma estratégia adequada para planejar a produção envolve uma
análise dos pontos fortes e fracos da organização, competências adquiridas,
oportunidades do mercado, riscos do negócio e qual a orientação industrial adotada
pela empresa. Existem três estratégias de planejamento agregado da produção ( Davis
et al, 2001 ) que, aplicadas isoladamente, ou em combinação entre elas, associam o
uso dos recursos produtivos ao longo do período.
a - Acompanhando a demanda.
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Esta opção alinha a taxa de produção com a demanda. É a estratégia mais
indicada para o fornecimento de bens e serviços que apresentam uma demanda
estável e constante. Ao adotar esta estratégia a empresa precisa contratar ou dispensar
recursos humanos para ajustar o custo de produção a um padrão estimado. Contudo, a
ação de ajustar o recurso humano necessário pode enfrentar problemas com a falta de
mão-de-obra especializada e treinada ou ainda a desmotivação e queda de
produtividade, quando os funcionários se sentirem ameaçados por uma retração de
demanda.
Outros fatores a influenciar o custo de produção para esta primeira estratégia
são a ociosidade de equipamentos, o custo de seleção e treinamento de mão-de-obra,
o custo de dispensa de mão-de-obra e a perda de qualidade do processo produtivo,
como conseqüência da rotatividade da mão-de-obra. Porém, a maior dificuldade para
a adoção dessa estratégia é o comportamento da demanda, pois são raros os produtos
ou serviços que apresentam uma demanda estável e constante.
b - Mão-de-obra estável com jornada de trabalho variável.
O princípio desta estratégia é alinhar a taxa de produção com a demanda,
flexibilizando a jornada de trabalho. Mantém-se o quadro de mão-de-obra estável,
garantindo um ambiente seguro, onde os funcionários não temem o desemprego como
uma conseqüência de flutuações de demanda. A empresa deve negociar um banco de
horas para garantir que, em momentos de depressão de demanda, não ocorra dispensa
de mão-de-obra e/ou produção em excesso. Quando a demanda superar a capacidade
produtiva, a empresa poderá fazer uso do banco de horas para realizar trabalho
excedente e cobrir a falta de capacidade. Essa estratégia apresenta, como vantagens, a
manutenção de trabalhadores treinados e motivados, custos menores de seleção e
treinamento, estoque ajustado com a demanda e a manutenção de um padrão de
qualidade para o processo produtivo.
A adoção dessa estratégia de criar um banco de horas envolve algumas
dificuldades, como a complexa negociação com sindicatos, a rigidez das leis
trabalhistas e a dimensão de flutuação de demanda.
A depressão de demanda por um longo período pode levar a um
comprometimento dos custos de produção e da rentabilidade do negócio. Nesse caso,
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a formação de banco de horas pode se inviabilizar, forçando a empresa a dispensar
funcionários, rompendo com a base dessa estratégia. Por outro lado, o excesso de
demanda poderá levar à formação de um banco de horas excessivo. Neste caso, o
sindicato pode pressionar pelo pagamento de horas extras. Outro fator importante é o
desgaste do operário com o excesso de horas trabalhadas, como agente causador de
acidentes de trabalho, perda de produtividade e qualidade.
Essa segunda estratégia pode ser adotada com determinados cuidados em
empresas com demanda variável, embora seja necessário conhecer e estabelecer
limites com os funcionários para validar a estratégia.
c - Uso constante da capacidade.
Essa estratégia alinha a demanda com a oferta, trabalhando com estoques para
suprir falta ou excesso de produto. A empresa trabalha com uma taxa constante de
produção, usando toda a capacidade instalada e a mão-de-obra disponível. O excesso
de oferta é estocado para suprir momentos de demanda maior que a capacidade. O
princípio da estratégia é minimizar os custos de produção com o uso máximo do
capital imobilizado em instalações.
A principal vantagem dessa estratégia é o uso intensivo da capacidade
instalada e um quadro estável de mão-de-obra. As desvantagens começam com o
capital imobilizado com estoques, o risco do estoque se tornar obsoleto e a demora da
empresa perceber a necessidade de aumentar a capacidade para acompanhar um
crescimento de demanda em longo prazo. A empresa precisa perceber que a demanda
não está passando apenas por uma flutuação, mas de fato o que ocorre é um
crescimento. Nesse caso, a demora na decisão de investir pode permitir a entrada de
um concorrente.
Essa estratégia de fazer uso estável e constante da capacidade é normalmente
adotada por empresas com processo de produção contínuo, como indústrias químicas,
refinarias e setor de bebidas. É característico do setor o alto investimento de capital
em instalações, assim como as flutuações de demanda são previsíveis.
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2.3.
Plano Mestre de Produção (PMP).
O Plano Mestre de Produção estabelece qual o produto e quantidade que
deverão ser produzidos ao longo do período correspondente ao planejamento. A
atenção nessa fase do trabalho é assegurar o fluxo do processo produtivo,
disponibilizando os recursos produtivos necessários no momento adequado. O
objetivo do PMP é atender a solicitação específica do cliente dentro do prazo
acordado no pedido.
A partir do PMP é gerado, pela explosão da estrutura de materiais, um mapa
de necessidade de matéria-prima para o período correspondente ao planejamento.
Através de uma análise consistente do estoque de insumos e pedido de compras
pendentes de recebimento, é estabelecido um planejamento de demanda para os
insumos descobertos pelo estoque e pedidos pendentes. A apresentação de um sistema
que integre o sistema de produção, estoque e compras serão abordadas ainda neste
capítulo ao avaliar o conceito de MRP/ MRP2.
A flexibilidade para atender a um pedido exige que o PMP determine limites
para aceitar alterações na composição dos pedidos. A definição desse limite é
dependente do tempo de atravessamento, da flexibilidade do processo produtivo, do
nível de integração da cadeia de fornecedores e do projeto do produto.
Com o objetivo de melhor atender ao cliente e, assim, criar um diferencial
competitivo em relação ao mercado, algumas empresas promoveram uma verdadeira
revolução nas suas operações, a começar pelo desenvolvimento do projeto de
produto, que passa a trabalhar a partir de bases comuns. Nessa etapa, os fornecedores
são convidados a cooperar com sugestões, assegurando uma base para a formação da
cadeia de suprimentos. O processo produtivo passa por uma análise e reorientação,
visando à racionalização. Em situações extremas o fornecedor absorve tarefas
anteriormente desenvolvidas pela empresa. Para suportar toda esta mudança são
necessários um programa intensivo de treinamento e integração da mão-de-obra e o
desenvolvimento de um sistema de informação integrado que facilite a comunicação
dentro da empresa e entre a cadeia de fornecedores.
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A Figura 2.2 mostra através de um exemplo, como as empresas relacionam a
capacidade produtiva e o nível de ocupação da capacidade pelas encomendas firmes
para estabelecer limites para alterações na composição do pedido.
No exemplo, o período I compreende as quatro primeiras semanas do
horizonte de planejamento, podendo chegar até a sexta semana. Nesta fase as
empresas processam pedidos de compras confirmados, que representam uma taxa de
ocupação da capacidade produtiva superior a 80%. Para períodos de pique de
demanda é comum empresas utilizarem horas extras para garantir prazos de entrega
acordados. Empresas que produzem produtos customizados, e com tempo de processo
longo, tendem a estender a região até da décima segunda semana.
O período I é de pouca ou nenhuma flexibilidade para alterar a especificação
do produto e/ou quantidade solicitada no pedido. Essa região é conhecida como
período congelado do PMP. Para essa região os insumos devem estar disponíveis no
estoque ou aguardando entrega do fornecedor, com cronograma sincronizado com o
PMP.
I II III
Congelado. Moderadamente
Firme.
Flexivel
4 / 6 semanas 12/16 semanas
Figura 2.2 - Regiões de interferências no PMP. Fonte: Davis M. M. et al, 2001.
Composição dos
pedidos
Capacidade produtiva
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25
O período II compreende o intervalo da quarta até a décima segunda semana
do planejamento. Nessa fase a empresa tem em média apenas 50% da capacidade
produtiva com pedidos confirmados. Novos pedidos e alterações de quantidade e
especificação dos produtos já solicitados são constantemente avaliados. A integração
com os fornecedores é vital para determinar quais as mudanças que poderão ser
aceitas. Esse é um período de realizar compra de insumos e confirmar pedidos feitos
anteriormente a fornecedores externos e internos. Essa região é conhecida como
período de flexibilidade moderada.
O período III compreende o intervalo a partir da décima segunda semana; em
algumas empresas costuma ser a partir da décima sexta. Esse é o momento de avaliar
a demanda junto a seus clientes e realizar ajustes nas previsões realizadas
anteriormente. Normalmente, ocorrem as primeiras consultas que darão origem aos
pedidos firmes no futuro. A capacidade produtiva é contraposta à previsão de
demanda reajustada, determinando a necessidade ou não de ajustar a capacidade
produtiva com novas contratações, realocação de mão-de-obra e equipamentos.
2.4.
Planejamento das Necessidades de Material (MRP) e
Planejamento dos Recursos de Manufatura (MRPII).
Um sistema de MRP constitui-se da união dos sistemas de produção e controle
de estoque. Ele tem o objetivo de planejar os materiais necessários para atender a um
PMP estabelecido e determinar as ordens de produção necessárias. O MRP está
difundido por milhares de companhias que produzem normalmente produtos
repetitivos em grande escala. O aumento da capacidade de processamento dos
computadores facilitou e barateou o processamento das listas de materiais necessários
a produção.
Davis et al (2001) apresentam os objetivos do MRP sob três óticas.
a) Estoque.
O sistema proporciona encomendar o item certo, na quantidade certa e na hora
certa.
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b) Prioridades.
Encomendar com a data certa e assegurar que a data será mantida.
c) Capacidade.
Planejar para uma carga completa e acurada.
Planejar um tempo adequado, visualizando carga futura.
Com a expansão da economia, as empresas desenvolveram os seus produtos e,
como conseqüência, o número de componentes usados na produção aumentou. A
abertura comercial mundial determinou a possível expansão do número de
fornecedores, formando um cenário propício para investir em sistema informatizado
de planejamento de necessidades de materiais.
A adoção de um sistema informatizado de MRP apresenta diversos benefícios,
incluindo:
a- Níveis de estoque menores.
b- Melhor atendimento ao cliente.
c- Otimização dos recursos produtivos.
Segundo Davis et al (2001), ao adotar um sistema de MRP, algumas empresas
anunciaram uma redução de 40% nos investimentos em estoque.
A Figura 2.3 representa a sistematização do fluxo de informações que
compõem um sistema de MRP. Os pedidos em carteira e a previsão de vendas são
dados de entrada para a formulação do PMP. Na seqüência, o sistema interage com a
base de dados da estrutura dos produtos onde se localizam as listas de materiais e,
através do processamento de um algoritmo customizado, calcula a necessidade bruta
de materiais. Essa necessidade é comparada com a disponibilidade do estoque para
gerar a necessidade líquida de materiais que dará origem a ordens de compras.
Paralelo às ordens de compras, o sistema gera as ordens de trabalhos nas datas
previstas para atender aos pedidos em carteira.
O MRP é um sistema regressivo, que determina necessidades ao longo do
tempo a partir de uma demanda, porém ele não prevê falhas ou atrasos.
Para coibir desvios no processo produtivo, uma empresa, ao adotar um
sistema de MRP, deve aplicar um processo de melhoria contínua de qualidade e
manter atualizada a base de dados do estoque de matéria–prima e das listas de
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materiais por produto. Outro ponto crítico é a confiabilidade nos fornecedores em
cumprir prazos e garantir a qualidade dos insumos. É recomendável investir no
desenvolvimento de uma cadeia de fornecedores e, quando possível, interligar os
sistemas de informações.
O planejamento da necessidade de materiais foi ampliado para o planejamento
dos recursos de manufatura (MRPII), que inclui um controle maior do chão de fábrica
e o detalhamento da programação.
Em termos práticos o MRPII ampliou o cálculo da necessidade de materiais,
incluindo o cálculo dos recursos produtivos (CRP). Esse módulo determina qual será
o tempo de uso de cada recurso produtivo utilizado no processo para realização da
programação determinada. Esse cálculo pode envolver a necessidade de mão-de-obra
a ser empregada na execução de tarefas.
Figura 2.3 Esquema para um MRP.
Fonte: Slack et al (1999).
Planos de materiais
Previsão de vendas Carteira de pedidos
Planejamento das
necessidades
de materiais
Registro de estoque Listas de materiais
Plano mestre de
produção
Ordens de compras Ordens de trabalho
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O procedimento do CRP é amparado pelo fluxograma de processo, pelo mapa
de tempos de operação padrão estimado para o lote de produção e pelo número de
operadores planejados por posto de trabalho. A partir da multiplicação do número de
lotes necessários ao longo do período, pelo mapa de tempo padrão, determina-se qual
o nível de trabalho necessário em cada recurso ao longo do tempo, ou melhor, o nível
de ocupação de cada recurso, que, comparado com a capacidade instalada, verifica a
viabilidade da programação. Quando possível, a empresa utiliza horas extras para
cobrir falta momentânea de capacidade e assegurar a execução da programação.
Segundo Corrêa e Gianese (1996), o MRPII é um sistema hierárquico de
administração da produção, em que os planos de produção ao longo do período são
detalhados até se chegar ao nível do planejamento dos componentes e máquinas
específicas.
O MRPII é um complexo sistema computacional que possui pelo menos cinco
módulos básicos:
a- Módulo de planejamento da produção.
b- Módulo de planejamento mestre da produção.
c- Módulo de controle de fábrica.
d- Módulo de cálculo de necessidade de materiais.
e- Módulo de cálculo de necessidade de capacidade.
Para assegurar o pleno funcionamento desses módulos é necessário atualizar
constantemente os cadastros de estrutura de produto, os roteiros de produção, os
mapas de tempos padrão e o sistema de controle de estoques.
Ao absorver o cálculo de necessidade de capacidade e o controle de fábrica, o
sistema enfatiza a importância em dimensionar a capacidade produtiva utilizada e
iniciar um controle sobre os recursos produtivos envolvidos no processo. O
acompanhamento efetivo da fábrica permite a identificação dos problemas diários que
comprometem a produtividade, e geram atrasos de fornecimento. As adoções de
medidas corretivas e preventivas minimizam um dos maiores problemas do MRPII,
os gargalos de produção, formados por eventos não previstos nos roteiros de
produção.
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O sistema MRPII executa o planejamento de duas formas: forma regenerativa
e forma net-change.
Na forma regenerativa, o planejamento acompanha as variações do PMP,
sofrendo um reprocesso para todo o planejamento, mesmo que a alteração de
demanda seja localizada na demanda de apenas um item. É realizada uma nova
rodada no sistema, excluindo apenas as ordens já iniciadas e os pedidos de compras
confirmados junto aos fornecedores. Embora o processo regenerativo envolva um
volume grande de cálculos, as empresas na sua maioria reprocessam o MRPII uma
vez por semana.
Na forma net-change o planejamento é refeito somente para os itens ou
famílias que sofreram alterações na demanda. Como as alterações são assinaladas, é
feita uma nova rodada no MRPII, restrita aos itens alterados. Com um número menor
de variáveis este procedimento ganha agilidade de processamento e análise.
Corrêa e Gianesi (1996) avaliam o MRPII como um sistema que privilegia a
minimização de estoques e o cumprimento de prazos, porém negligencia o custo de
processamento em momentos de replanejamento.
A programação feita da frente para trás, a partir de uma data de entrega, é a
principal característica do MRPII. O programa calcula todas as necessidades ao longo
do tempo, assim como determina o momento exato de liberar ordens de trabalho. Um
dos pontos frágeis do sistema envolve o objetivo de minimizar o estoque, pois o
sistema não prevê falhas no decorrer das atividades de produção e suprimentos de
matéria-prima. Logo, a ocorrência de uma não conformidade implica em atraso que,
por sua vez, gera estoque e insatisfação do cliente.
Outros pontos críticos são a previsão do tempo para suprimento de matéria-
prima, fator fora de controle da empresa, e o tempo estimado por tarefa, que
determina a ocupação de cada recurso. Este tempo é uma média apurada e pode variar
de acordo com o desenvolvimento de cada operador. Essas oscilações ocasionam
retenções de fluxo e formação de estoques.
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30
2.5.
Seqüenciamento da produção.
No início dos anos de 1950, a programação fina da produção introduz o uso de
uma ferramenta específica para tratar o seqüenciamento das operações por recursos, o
Gráfico de Gantt. O gráfico é representado por um quadro com linhas horizontais que
representam os recursos disponíveis na empresa e as colunas correspondentes aos
períodos referentes ao planejamento realizado. A Figura 2.4 representa o
planejamento de trabalho para uma oficina fictícia.
O avanço da informática facilitou o processamento de dados com maior
velocidade e com o custo menor. Esse avanço proporcionou o desenvolvimento de
modelos matemáticos para tratar o seqüenciamento de produção em ambientes
complexos, caracterizado por um número grande de restrições. Programas
computacionais foram desenvolvidos para tratar a solução destes problemas, e hoje
algumas empresas por todo o mundo utilizam essas ferramentas diariamente, para
programarem suas atividades diárias.
Figura 2.4- Gráfico de Gantt para uma oficina.
Corrêa e Gianesi (1996) evidenciam, como vantagem competitiva alcançada a
partir do uso de um seqüenciador de produção, a otimização de uso dos recursos
Recurso feira 3ºfeira 4ºfeira 5ºfeira 6ºfeira sábado domingo
Torno 01
Torno 02
Torno 03
Fresa 01
Furadeira
Acabamento
Recursos com ordens de serviços planejadas
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produtivos e a possibilidade de utilizar os dados gerados pelo seqüenciamento para
avaliar o desempenho do chão-de-fábrica.
Burbidge (1983) relata como principais benefícios do seqüenciamento os
seguintes pontos:
1-Garantia do prazo de entrega acordado.
2-Redução do tempo total de produção.
3- Garantia de otimização dos recursos produtivos.
4- Redução do tempo ocioso.
5- Redução do tempo de preparação de máquina.
Porém, no cotidiano de uma empresa, fatos não previsíveis afetam a execução
de uma programação de produção. A quebra de máquinas, o absenteísmo dos
empregados, a queda de produtividade e a falta de matéria-prima são fatores que
interferem na eficiência e eficácia do processo.
Burbidge (1983) apresenta ainda três princípios que devem ser observados na
realização de uma programação de produção.
Princípio da duração ótima de tarefas: A programação tende a atingir sua
máxima eficiência quando a duração das tarefas é pequena e todas as tarefas são da
mesma ordem de grandeza.
Princípio do plano de produção ótimo: A programação tende atingir sua
máxima eficiência quando o trabalho é planejado de forma que a carga de trabalho de
todos os recursos seja igual.
Princípio da seqüência ótima de operações: A programação tende a atingir sua
máxima eficiência quando o trabalho é planejado de forma que os centros produtivos
obedeçam à mesma seqüência
2.5.1.
Estratégia de seqüenciamento.
Ao definir o sentido do seqüenciamento para um processo, é necessário
analisar a lógica aplicada e a estratégia de produção definida pela empresa. Para
algumas empresas o objetivo é atender o cliente no prazo acordado e manter o menor
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estoque possível. Nesse caso, a otimização de um recurso pode ser comprometida
com a destinação de um tempo maior para preparação de maquina, e conseqüente,
disponibilidade menor de tempo para produzir. Para outras empresas, o objetivo
principal é otimizar a utilização de um recurso, e como conseqüência, ocorrem
aumentos de estoques e se reduz a flexibilização do processo, dificultando a entrega
para o cliente.
Percebe-se a existência de um conflito para o programador de produção. No
caso das linhas de produção flexíveis, elas apresentam um rendimento menor em
função do tempo de preparação. Linhas de produção pouco flexíveis apresentam um
rendimento maior, porém trabalham com estoques maiores e com maior tempo para
atendimento ao cliente.
2.5.1.1.
O sentido do seqüenciamento.
a- Programação para frente: aloca as tarefas pré-definidas no processo, a partir
da data de início mais cedo. Essa data pode estar associada à validade esperada para o
produto final, à disponibilidade de máquina e à disponibilidade de matéria-prima.
Essa lógica assegura início imediato de uma tarefa, tão logo os recursos estejam
disponíveis.
Com esta abordagem de programação, é esperada a formação de estoques,
logo ela só deve ser aplicada para produtos com a continuidade garantida e com
demanda previsível, pois, mesmo para produtos contínuos, a formação excessiva de
estoque é nociva para a saúde financeira da empresa.
b- Programação para trás: busca a otimização dos recursos produtivos,
alocando tarefas aos recursos produtivos apenas no momento necessário. É esperado
um baixo nível de estoque de produtos prontos e em processo, porém esta opção
exige um ambiente com controle e poucas interferências, como quebra de máquinas e
faltas de insumos.
As atividades de manutenção preventiva e preditiva assumem uma grande
importância como agente inibidor de paradas imprevistas de máquina. Outra
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33
recomendação estende-se para a formação de uma cadeia de fornecedores pré-
qualificados e integrados. O fluxo de informações dentro da cadeia de suprimentos
deve permitir a redução do estoques, porém, a continuidade do processo produtivo
deve ser assegurada.
Complementa as ações preventivas, um severo programa de treinamento e
acompanhamento dos funcionários. Em ambas as opções o fator humano é decisivo
para o sucesso da estratégia escolhida, pois todo o processo de seqüenciamento
obedece a tempos padrões para execução das tarefas e, quando estes não são
alcançados, o processo gera estoques e atrasos na entrega dos produtos aos clientes.
c- Programação bi-direcional: combina as duas opções anteriores. Ela inicia o
seqüenciamento pelo recurso critico do processo, o gargalo da produção. A partir
deste recurso, as operações antecedentes e subseqüentes são alocadas, obedecendo ao
fluxo do processo. Essa opção tem como principal objetivo racionalizar o uso do
recurso crítico.
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34
3.
A empresa e os processos produtivos.
3.1.
O mercado de vacinas
3.1.1.
Mercado nacional
Com uma população superior a 180.000.000 habitantes o mercado público de
vacinas no Brasil é de aproximadamente 150.000.000 doses anuais. As aquisições
são destinadas a suprir campanhas específicas e a programação de rotina nos postos
de saúde. As aquisições são distribuídas por vinte e dois produtos como se constatam
na Tabela 3.1 (aquisições de vacina em 2005 para o PNI)
Destaca-se neste trabalho do PNI a campanha para erradicação da
poliomielite, com uma campanha que busca imunizar a população na faixa etária até
5 anos. Esta campanha é composta de dois eventos anuais com a imunização de mais
de 15.000.000 crianças. Esta política está em conformidade com a estratégia da
organização mundial de saúde (OMS) para erradicação da poliomielite no mundo.
Embora o Brasil não registre nenhum caso da enfermidade desde 1989, quando o
último caso foi registrado na cidade de Souza na Paraíba, o grande fluxo de viajantes
entre a África e o Brasil coloca em risco a introdução do vírus, pois ainda são
detectados casos de poliomielite na África e na Ásia onde se concentram os esforços
da Organização Mundial de Saúde para erradicar a doença.
Outro destaque é a campanha de vacinação contra a gripe, destinada à
população com idade superior a 60 anos. Esta campanha é realizada anualmente no
período que antecede o inverno, quando a população mais vulnerável ao ataque do
vírus influenza é imunizada. O grande objetivo é prevenir as complicações
respiratórias que atingem a população em decorrência da gripe e que em muitos casos
necessita de internação para o tratamento. A cobertura desta campanha deveria ser
estendida a toda a população em algumas regiões do país, porém o custo deste
produto inviabiliza esta opção. Para esta campanha o governo destina 19.000.000
doses da vacina.
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35
Na Figura 3.1 pode-se observar que as aquisições do PNI dos laboratórios
nacionais representam 98.26% do total deste quantitativo, sendo Bio-Manguinhos
responsável por 45% do total.
PARTICIPAÇÃO POR PRODUTOR NO MERCADO PNI - 2005
2%
45%
41%
12%
Importação
Produção Bio
Instituto Butantan
FAP
Figura 3.1 – Participação de Bio-Manguinhos no fornecimento ao PNI.
Os Anexos I e II apresentam respectivamente o calendário básico para
aplicação de vacinas, e um quadro com a distribuição da população no Brasil. O
Anexo III apresenta um histórico com o fornecimento de vacinas ao PNI.
O mercado privado de vacinas no Brasil é estimado em 180.000.000 doses
anuais, com uma oferta de produtos não ofertados pelo PNI. Este mercado trabalha
com produtos de última geração, ofertando produtos que o PNI não oferece a toda a
população. Em virtude de restrições legais, Bio-Manguinhos não oferta produto para
o mercado privado no Brasil.
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Vacina Aquisição Nacional Importação Instituto FAP Bio
PNI (doses) Butantan
BCG 19.000.000 19.000.000 2.000.000 17.000.000
DTP+HIB 12.000.000 12.000.000 12.000.000
Dupla infantil DT 5.000 5.000 5.000
Dupla adulto dt 15.000.000 15.000.000 15.000.000
DTP 13.200.000 13.200.000 13.200.000
DTP acelular 25.000 25.000
Febre Tifóide 20.000 20.000
Hepatite A 26.500 26.500
Hepatite B 12.000.000 10.000.000 2.000.000
Hib 01 dose 33.250 33.250 33.250
Hib 05 doses 1.750 1.750 1.750
Influenza 19.000.000 19.000.000 19.000.000
Meningite A+C 50.000 50.000
Meningo conjugada 38.300 38.300
Pentavalente 2.000 2.000
Pneumococos 170.000 170.000
Pneumo conjugada 22.750 22.750
Polio Inativa 11.000 11.000
Polio Oral 35.000.000 35.000.000 35.000.000
Raiva Célula Diplóide 5.000 5.000
Raiva em cutivo vero 1.800.000 1.800.000 1.800.000
Triplice Viral 20.000.000 20.000.000 20.000.000
Varicela 190.000 190.000
147.600.550 145.040.000 2.560.550 51.005.000 17.000.000 67.035.000
Tabela 3.1 – Aquisições de vacinas pelo PNI para o ano 2005.
3.1.2.
Mercado externo
Bio-Manguinhos fornece para o mercado externo desde o ano 2002, quando
recebeu a certificação da Organização Mundial de Saúde para o fornecimento da
vacina contra febre amarela. No final do ano de 2005, o produto brasileiro já te
imunizado excluindo o Brasil mais de 40.000.000 pessoas residentes em mais de 50
países.
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O fornecimento é realizado via os fundos para aquisição de vacinas da
Organização Panamericana de Saúde (OPAS), e da UNICEF. Em ambos os
processos, o fornecimento é decidido por licitação onde Bio-Manguinhos concorre
com pelo menos dois outros fornecedores internacionais. Para os próximos anos,
Bio-Manguinhos trabalha com a possibilidade de ampliar a oferta de produtos no
mercado externo.
A Figura 3.2 relaciona a evolução do fornecimento de vacina para o mercado
externo. O quantitativo de 28.000.000 doses é o limite a ser ofertado para o mercado
externo, a partir da produção da linha certificada. Com a certificação da linha
existente no CPFI será possível aumentar o quantitativo a ser ofertado no mercado
externo.
200520042002 2003
28.000.000
26.460.100
5.360.600
8.956.150
0
10000000
20000000
30000000
Figura 3.2 – Evolução da exportação da vacina de febre amarela.
A Tabela 3.2 relaciona os principais fornecedores de vacina no mercado
mundial e seus produtos. Nesse mercado, identifica-se o laboratório Sanofi Pasteur e
o Chirou como os concorrentes de Bio-Manguinhos no fornecimento da vacina contra
febre amarela.
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38
FABRICANTE VACINA
1) Sanofi Pasteur
Catapora, caxumba, cólera, coqueluche,
difteria, DT, dt, DTP +Hib, encefalite japonesa,
febre amarela, febre tifóide, hepatite A, hepatite
B, Hib, influenza, meningite A+C,
pneumococcia, poliomielite, raiva, rubéola,
sarampo, tríplice viral, TT, tuberculose, venenos,
outras: bladder cancer
2) Glaxo Smithkline
Coqueluche, DTP acelular, DTP + Hep
B, DTP + Hep + Hib, DTP acelular + Hep B
recombinante + IPV, DTP + IPV, febre tifóiode,
hepatite A + febre tifóide, hepatite A e B,
hepatite A inativada, hepatite B recombinante,
Hib, influenza, meningite A e C, meningite
ACYW-135, poliomielite oral, rubéola, sarampo,
tríplice viral, varicela
3) Merck
Caxumba, hepatite A inativada, hepatite
B recombinante, Hib, Hib + Hep B,
p
neumococcal polivalente, rubéola, sarampo,
sarampo e caxumba, tríplice viral, varicela
4) Wyeth
Fator IX coagulação recombinante, Hib,
pneumococos 7 – valente conjugada, fator
antihemofílico
5) Chiron (Evans)
Caxumba, cólera, coqueluche, difteria,
Hib, DTP, DTP + Hib, febre amarela, Hib,
influenza, meningite A e C, meningite C,
p
neumococos, poliomielite inativada,
p
oliomielite oral, raiva, rubéola, sarampo, dupla
viral, tríplice viral, TBE, tétano
6) Acambis / Berna
Febre tifóide, hepatite B rec., sarampo e
rubéola, TT, varíola (em conjunto c/ Baxter)
7) Baxter
Previsão 2005: encefalite japonesa, hep.
A, influenza, Ross River e West Nile
8) Serum Institute India
BCG, DT, DTP, dt, hepatite B
recombinante, ru
b
éola, TT, dupla viral, sarampo,
tríplice viral
9) Kaketsuken
Anti-rábica, caxumba, encefalite,
hepatite A inativada, hepatite B recombinante,
influenza H A, rubéola, toxóide tetânico
10) Biken
Coqueluche, DtaP, encefalite japonesa,
influenza, sarampo
Tabela 3.2 – Principais fabricantes de vacina no mundo.
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39
3.2.
A empresa
A Fundação Oswaldo Cruz completou o seu centenário no ano de 2003. Uma
pequena Instituição criada para atender a uma demanda de produtos imunobiológicos
transformou-se em uma sólida e respeitável organização de pesquisa,
desenvolvimento e produção de bens e serviços em saúde pública, com
reconhecimento internacional. Contando com mais de sete mil colaboradores, a
Fundação cresceu e organizou-se em quatorze unidades concentradoras de
atividades, cada uma delas focada para uma área específica.
Bio-Manguinhos é a unidade Técnica-Científica responsável pela produção
de vacinas.
O seu portfólio é composto pelos seguintes produtos: vacina contra febre
amarela, apresentações cinco (VFA) e cinqüenta doses (VFB), vacina contra sarampo,
apresentação cinco doses (VSB), vacina contra poliomielite, apresentação vinte e
cinco doses (VPB), vacina contra Hemofillus Influenza, apresentações uma (VZC) e
cinco doses (VZA), vacina contra sarampo, rubéola e caxumba, apresentação dez
doses (VVA), vacina contra DTP e Hemofillus Influenza, apresentação cinco doses e
a vacina contra Meningite AC, apresentação cinqüenta doses. Com uma gestão
direcionada ao atendimento das necessidades do Ministério da Saúde, produz
aproximadamente 50% da demanda pública de vacinas e no ano de 2004 assumiu
importante papel no fornecimento internacional da vacina contra febre amarela.
As vacinas contra febre amarela, sarampo e meningite são produzidas em
ciclo completo nas instalações de Bio-Manguinhos, onde todas as etapas do processo
são realizadas. A vacina contra Hemofillus Influenza está concluindo o seu processo
de registro para produção em ciclo completo na unidade. A vacina contra DTP é
envasada a partir de produto formulado pelo Instituto Butantan. As vacinas contra
poliomielite, sarampo rubéola e caxumba e Hemofillus Influenza são fabricadas com
concentrado vacinal importado de um laboratório europeu, sendo formulada e
envasada nas instalações de Bio-Manguinhos.
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40
O crescimento da unidade é baseado em convênios com instituições de
pesquisa, laboratórios nacionais e internacionais para o desenvolvimento e
transferência de tecnologia. É expressivo o investimento em treinamento e formação
do seu grupo de colaboradores, incluindo estágios em centros de referência em todo o
mundo. Esta política constitui uma das bases para sustentar o crescimento da unidade.
A vacina é um produto preventivo de saúde, tem um mercado fortemente
influenciado por demandas governamentais ou por agências de assistência
humanitária. Como um produto de alta tecnologia, necessita de grande capital no
processo de desenvolvimento, e sua demanda é fortemente influenciada pelo custo,
pois tanto ações governamentais como as das agências de assistência internacional
não dispõem de recursos para aquisição de produtos de alto valor, pois o volume
demandado é muito grande.
A estratégia de Bio-Manguinhos é desenvolver projetos com a participação do
Ministério da Saúde, onde os custos no investimento recebem financiamento parcial
do governo. O resultado é gerar produtos com custo compatível com a
disponibilidade orçamentária do Ministério da Saúde e de interesse para a política do
Programa Nacional de Imunização (PNI).
3.3.
Processos Industriais.
Um sistema de produção deve abranger um conjunto de funções integradas
que buscam atender a um planejamento e programação de produção. Através de um
processo de transformação, a empresa precisa ser capaz de atender eficientemente a
uma demanda do mercado para o seu portfólio. Para assegurar que sua operação
ocorra dentro da eficiência e eficácia esperada, é necessário apurar e avaliar os
resultados dos processos individualmente, porém esta avaliação isolada pode induzir
a erros. A integração entre todas as funções que compõem o sistema de produção de
uma empresa determina a sua capacidade de atender a demanda da sociedade.
A atividade de produção de vacinas envolve múltiplos processos, empregando
um número muito grande de equipamentos e insumos. Muitos destes recursos são
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utilizados em atividades de controle de qualidade ou preparo para a atividade
principal. Os processos são estabelecidos e certificados, obedecendo a um
procedimento operacional elaborado. É fundamental assegurar a repetitividade do
processo produtivo e os resultados devem estar dentro de limites de aceitação
definidos na especificação.
A produção de uma vacina deve obedecer a normas específicas de proteção ao
produtor e de garantia de qualidade do produto. Como um produto injetável, é
necessário manter a esterilidade para segurança do usuário, logo, todos os insumos
que participam diretamente do produto, ou que durante o processo entram em contato
com o mesmo, devem ser especificados e analisados antes do uso, para assegurar a
sua qualidade. Em função dessa necessidade, o sistema de cadastro de materiais
apresenta uma classificação que informa a necessidade ou não de avaliação do
insumo.
No Brasil, a produção é regulamentada por norma da Agencia Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), a RDC 134 publicada no ano 2001. O produto
oferecido ao consumidor é previamente analisado e testado para assegurar a
especificação definida. Todos os processos produtivos e de controle de qualidade são
registrados, dando origem a um dossiê de produção que é avaliado, para assegurar
que todos os procedimentos estabelecidos sejam obedecidos e que nenhuma
anormalidade ocorrida no processo altere a qualidade e segurança do produto.
A capacidade produtiva instalada permite atender a toda demanda nacional
das vacinas contra febre amarela, sarampo, poliomielite, Hemofillus Influenza, DTP e
tríplice viral (sarampo, rubéola e caxumba). Ainda assim, a unidade exporta mais de
vinte milhões de doses da vacina contra febre amarela por ano.
Lopes (1997) reafirma a necessidade de garantia de qualidade de todos os
insumos envolvidos com o processo de produção e controle de qualidade de vacinas,
pois esses processos não admitem retrabalho. Toda a vacina necessita de registro
junto ao Ministério da Saúde para ser comercializada. O registro envolve uma
descrição minuciosa do fluxo de processo e das atividades de controle de qualidade.
Ainda assim, é necessária a produção de três lotes do produto a ser registrado para
demonstrar a estabilidade do processo e do produto, só assim é possível requerer o
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registro do produto junto a ANVISA. Qualquer alteração no processo deverá ser
comunicada, e dependendo da extensão, deverá ser repetido o ritual para registro.
O número de processos diferentes envolvidos na produção direta ou indireta
estabelece um complexo sistema produtivo a ser gerenciado. Fatores ambientais como
presença de partículas microscópicas, variações de temperatura, pressão e umidade
do ar e o comportamento do operador são os maiores riscos potenciais para a
produção. O processo produtivo de vacinas é composto de quatro fases: produção do
concentrado vacinal, formulação da vacina, processamento final e controle de
qualidade do produto e análise do processo produtivo.
3.3.1.
Produção do concentrado vacinal.
Este processo é caracterizado pela origem da vacina. Para as virais, o processo
consiste na replicagem celular, a partir de uma cepa de referência. As vacinas
produzidas nesta etapa em Bio-Manguinhos utilizam a tecnologia de cultivo viral
diretamente em ovos embrionados de galinhas livres de organismos patogênicos. As
vacinas bacterianas são produzidas por um processo de fermentação de insumos e
conjugação de princípios ativos.
O concentrado vacinal só poderá ser disponibilizado para processamento final
após a conclusão da análise qualitativa, pois esta envolve uma seqüência de teste
físicos, químicos, biológicos e microbiológicos que acontecem simultaneamente e
têm uma duração média de 45 dias. Assim como o processo de produção, o controle
de qualidade obedece a testes estabelecidos em referências internacionais e, depois de
estabelecidos, passam por um processo de demonstração de consistência e validação.
Os resultados dos testes são apontados em protocolos que compõem o certificado de
análise do produto. O concentrado vacinal produzido é armazenado em câmaras frias
com temperatura adequada para a manutenção das características do produto. A
guarda do produto deve obedecer a uma segregação de produtos aprovados e
produtos em análise. A capacidade atual de produção de concentrado viral supera os
100 milhões de doses anuais.
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A empresa adota a estratégia de estocar o concentrado vacinal, pois demanda
menos capacidade de câmara fria e apresenta uma vida útil maior. O planejamento da
produção do concentrado vacinal é feito para repor a baixa planejada no estoque. A
produção acontece em laboratórios e equipe de colaboradores com dedicação
exclusiva por produtos.
3.3.2.
Formulação.
Ao concentrado vacinal são adicionados componentes que têm a função de
estabilizar a vacina e diluir a concentração do vírus ou polissacarídeo na fração ideal
para aplicação no ser humano. Esse processo recebe o nome de formulação e como
produto resultado tem-se a vacina a granel.
O processo de formulação do lote de vacina inicia-se a partir de uma ordem de
produção emitida pelo PCP. Este lote tem um tamanho padrão determinado pela
capacidade do recurso utilizado no processo de liofilização ou pela duração do ciclo
de envase. O produto envasado pode ter dois fluxos distintos: segue para a
recravação, que é o fechamento do frasco com selo de alumínio, ou segue para o
liofilizador, que é um equipamento para retirada de umidade à baixa temperatura,
transformando o líquido em uma pastilha de pó.
A formulação é realizada em uma sala fechada com pressão, temperatura,
umidade e presença de microrganismos controlada. Esta é de uso exclusivo por
produto e tem classificação 10.000. Todo o trabalho é feito sob um fluxo laminar com
classificação classe 100, onde o produto é misturado em um tanque de aço inox,
fechado com acesso através de mangueiras com filtros absolutos. Este processo tem
duração em média de uma hora. O tanque e todos os instrumentos envolvidos no
processo passam por um processo de limpeza e esterilização e entram na sala através
de uma autoclave de porta dupla, com uma porta para o ambiente externo, a sala, e a
outra com abertura para a parte interna da sala. A vacina formulada deve seguir para a
próxima etapa com o tanque lacrado e com a mangueira de conexão isolada do
ambiente, com protetor adequado. A etapa seguinte pode acontecer em linha ou até
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mesmo aguardar dias dentro do tanque até ser envasada. Este tempo varia de produto
para produto, e quando não ocorre o processamento em linha, o tanque de inox
contendo a vacina a granel, deve ser armazenado em câmara fria com temperatura
adequada.
Os operadores responsáveis pelo processo recebem treinamento intensivo de
boas práticas de produção, destacando o comportamento em uma sala classificada. O
acesso à sala só é permitido a operadores certificados e liberados pela garantia de
qualidade. O mesmo procedimento de análise do concentrado vacinal é realizado para
o produto a granel. A diferença está na possibilidade de prosseguir o processo
produtivo em paralelo com o controle de qualidade, porém o uso deste produto é
condicionado à conclusão da avaliação qualitativa. O objetivo desta análise é
identificar uma possível contaminação do produto e acompanhar variações na
especificação ao longo do processo.
3.3.3.
O processamento final.
A vacina a granel é transferida para um frasco em borosilicato, na quantidade
correspondente ao número de doses equivalentes à apresentação distribuída à
população. O processamento final envolve atividades e recursos produtivos de uso
compartilhado. Para melhor entender esta etapa do processo, o processamento final
será apresentado em três etapas: envase, liofilização, e rotulagem e embalagem.
a - Envase.
A primeira etapa do processamento final é o envase da vacina, onde é feita a
transferência da vacina a granel dos tanques de aço inox para os frascos de vidros. O
setor de processamento final recebe um tanque de aço contendo um lote da vacina
junto com o dossiê de produção do lote. Na ordem de produção consta a data
planejada para processar o envase. O recurso a ser utilizado já foi definido no
processo de desenvolvimento e registro da vacina, logo não existe flexibilidade para
alterar o fluxo de produção. De posse de uma programação semanal de envases, é
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45
solicitado ao almoxarifado uma quantidade de frascos, tampas de alumínio e rolhas
correspondentes aos lotes a serem envasados.
A atividade inicia-se por volta das 7:00 horas, com o abastecimento de frascos
na linha de produção. A envasadora inicia um processo em linha de lavagem e
esterilização dos frascos, que são transferidos através de uma esteira dentro de um
túnel aquecido a 300ºC onde finaliza a esterilização e abastece a envasadora que
opera dentro de uma sala classe 10000 sob um fluxo laminar.
Após os frascos receberem a vacina, eles seguem na esteira para receber o
fechamento com uma rolha de borracha butílica. Para as vacinas líquidas este
fechamento é total e os frascos são direcionados via esteira, para uma máquina
fixadora de tampa de alumínio. As vacinas liofilizadas recebem um fechamento
parcial e os frascos são transportados via bandejas para um equipamento chamado
liofilizador. O tempo de duração de um envase é função do tamanho do lote, variando
de 3 a 6 horas. Esse processo requer alguns cuidados com o preparo da sala, que deve
ser limpa, e antes do inicio do processo deve acontecer um período mínimo de
repouso de duas horas, para manter estável as condições de temperatura, pressão,
umidade e presença de microrganismo.
b - Liofilização.
A vacina no estado líquido é um produto muito instável e, com o objetivo de
contornar esta característica não desejada, um estabilizador é adicionado ao produto
no processo de produção do concentrado vacinal ou na formulação. Porém, esta
opção ainda é ineficiente para alguns produtos e, nesses casos, aplica-se uma técnica
de retirada de umidade da vacina num ambiente à baixa temperatura (até -50ºC),
transformando a vacina líquida em uma pastilha de pó que é chamada de liófilo. A
liofilização é um processo contínuo que acontece após a vacina a granel ser
transferida para o frasco que será distribuído à população, este contendo a vacina
líquida é parcialmente fechado com uma rolha de borracha e depois é conduzido
através de uma bandeja até um liofilizador.
Este equipamento recebe uma programação de um ciclo de produção
específico por produto, que obrigatoriamente passou por um processo de validação,
assegurando a qualidade do liófilo. O ciclo de liofilização pode variar de 40 horas até
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160 horas de trabalho contínuo, quando a vacina é resfriada à baixa temperatura e
depois é submetida a um processo de vácuo para a retirada da umidade. O resultado
deste processo é um frasco contendo uma pastilha de pó com a vacina e, portanto,
apto a ser distribuído à população através do PNI, após a conclusão das etapas
posteriores.
Logo após a conclusão do ciclo de liofilização, os frascos são fechados
totalmente com as rolhas que receberam no processo de envase. Esse fechamento é
feito dentro do liofilizador, com a compressão de cada bandeja contendo os frascos.
Ao serem retirados do liofilizador, os frascos seguem imediatamente para uma
máquina de aplicação de um selo de alumínio que lacra cada frasco individualmente.
Os frascos com os liófilos são armazenados em câmara fria separados por lotes, com
sua respectiva identificação até seguir para a rotulagem e embalagem.
c - Rotulagem e embalagem.
A conclusão do processamento final consiste em embalar a vacina. Os frascos
contendo a vacina liofilizada, a vacina líquida ou o diluente para a vacina liofilizada
recebem rótulos com a identificação do produto, número de lote, data de fabricação e
validade do produto, entre outras informações. Cada lote é processado
individualmente, e a linha de embalagem deve estar totalmente livre de qualquer
outro produto no início, durante e após concluir a rotulagem e embalagem de um lote.
Esta recomendação tem o objetivo de evitar a mistura de um frasco ou rótulo de um
lote com outro distinto. O processo inicia-se com a preparação do protocolo de
rotulagem e embalagem, que inclui a aplicação de uma rotina de verificação da linha
embalagem, dos rótulos e cartuchos, logo depois os frascos são transportados até uma
mesa acumuladora na entrada da linha de rotulagem. Após receber a aplicação do
rótulo, o frasco é transferido para um blister de pvc, que é previamente formado a
partir de uma lâmina. O blister com o frasco segue em uma esteira até receber um
fechamento com um filme de alumínio, para depois ser acondicionado na quantidade
de cinco blisteres em um cartucho junto com uma bula. Cada cartucho contém cinco
blisteres com dez frascos cada um, totalizando 50 frascos por cartucho.
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Os cartuchos são acondicionados em caixa de papelão na quantidade de vinte
cartuchos por caixa e depois são transferidos para o almoxarifado de produtos
acabados, porém permanecem em área segregada para produtos em quarentena até a
conclusão do controle de qualidade e emissão do certificado de liberação do produto.
3.3.4.
Controle de qualidade.
A atividade de controle de qualidade está presente em todo o processo de
produção de uma vacina. Os testes são estabelecidos a partir de referências
internacionais e após a implantação são validados, assegurando que os resultados
representam a análise feita. O departamento de qualidade é dividido em três grandes
laboratórios: controle físico-químico, controle microbiológico e laboratório de
experimentação animal e controle biológico.
As atividades de controle de qualidade dividem-se em três grupos: controle de
matéria-prima e utilidades, controle de processo e análise de subprodutos e produto
final.
a- Controle de matéria-prima e utilidades.
A matéria-prima cadastrada em Bio-Manguinhos recebe uma classificação
que indica a necessidade de passar por uma análise antes do uso pela produção. Os
itens que entram diretamente na composição da vacina ou de seus subprodutos, ou
aqueles que durante o processo produtivo entram em contato com a vacina passam
por uma análise obrigatória que pode envolver testes físico-químicos, biológicos e
microbiológicos.
Ao receber um insumo com o controle obrigatório, o almoxarifado o
encaminha para a área de quarentena e imediatamente elabora uma requisição de
análise de matéria-prima. Um colaborador do controle retira uma amostra do material
a ser analisado e encaminha para os laboratórios responsáveis pelos testes. Após a
conclusão da análise, um boletim é emitido com o status do item, liberando para o
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uso. Neste momento o item é transferido para o local de guarda definitiva. Outra
importante colaboração é a análise da qualidade da água utilizada pela produção, que
deve obedecer a uma especificação para receber a qualificação da água para
produção de injetáveis. Esta análise é diária e o sistema de produção dessa água passa
por um processo de validação.
b- Controle de processo.
Toda operação de envase é acompanhada pelo grupo de controle de processo,
que é o responsável pelo controle do volume de produto que é envasado em cada
frasco. Durante todo o processo são retiradas amostras e realizada medição do volume
contida em cada amostra, comparando-as com os parâmetros de controle.
O grupo de controle de processo também responde pela retirada de amostras
dos subprodutos e produtos finais para posterior análise pelos laboratórios
responsáveis.
c- Análise do produto final.
A conclusão do processo de produção de cada produto ou subproduto é a
análise qualitativa do mesmo. As amostras retiradas são encaminhadas aos três
laboratórios que realizam uma bateria de testes com o objetivo de avaliar a eficácia e
segurança do produto. Após a conclusão dos testes é emitido um certificado de
análise do produto, confirmando que os resultados estão dentro dos parâmetros
estabelecidos na especificação do produto. Esse certificado é anexado aos protocolos
de produção, formando o dossiê de produção do lote, que deve ser avaliado pela
garantia de qualidade que emitirá a aprovação do lote.
As Figuras 3.3 e 3.4 representam respectivamente os fluxogramas
simplificados para a produção de um lote de vacina liofilizada e um lote de vacina
líquida. O diferencial entre os dois processos é a atividade de liofilização, que
resumidamente define-se como a retirada da umidade da vacina e transformação do
produto em uma pastilha de pó, conservando toda a característica ativa da vacina.
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Uma restrição do processo produtivo importante diferencia a vacina líquida da
vacina liofilizada, a conservação do produto a granel. A vacina líquida a granel pode
ser conservada por um período de até seis meses, logo com esta característica o
processo de envase pode aguardar dias após a formulação do produto. Para as vacinas
liofilizadas o intervalo entre a formulação e o envase não ultrapassa cinco dias e para
alguns produtos o intervalo máximo é de vinte quatro horas. O tempo médio de
atravessamento de uma vacina a partir da formulação é de trinta e cinco dias.
Figura 3.3- Fluxograma básico do processamento final de um lote de vacina líquida.
Recebe produto formulado
Retira produto da câmara fria e
transporta para linha de Envase
Envasar Vacina em frascos
Revisar na Linha Brevetti
Aguardar Controle
de Qualidade
Rotular Frasco e Embalar
Distribuir produto
Recravar frascos de Vacina
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Figura 3.4- Fluxograma básico do processamento final de um lote de vacina
liofilizada.
3.4.
Recursos de produção.
Bio-Manguinhos mantém seus equipamentos atualizados com um expressivo
investimento na aquisição de novas máquinas e instrumentos de apoio. Esse processo
Formular produto em dorna
1 hora
Aguardar Envase
0 a 24 horas
Envasar Vacina em frascos
4 a 6 horas
Recravar frascos da Vacina
4 a 6 horas
Aguardar Controle de Qualidade
do lote 24 dias
Rotular Frasco e Embalar
6 a 8 horas
Distribuir produto
Liofilizar Vacina
40 a 160horas
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assegura e reafirma os objetivos de oferecer condições ideais para o
desenvolvimento de uma política de qualidade e o compromisso de fornecer à
população produtos seguros e eficazes. Todos os principais equipamentos de
produção são validáveis e se enquadrando nas recomendações da RDC 134 (2001). A
grande variedade de equipamentos e fabricantes torna complexo o programa de
manutenção preventiva, e aumenta a necessidade de um número maior de peças
sobressalentes, uma vez que muitas delas dependem do processo de importação.
Eventos de manutenção não previstos têm forte impacto na execução do planejamento
da produção e, dependendo da extensão do evento, podem comprometer o
atendimento das necessidades do cliente.
Porém, o principal recurso produtivo de Bio-Manguinhos é o seu grupo de
colaboradores, formado por um quadro de 700 funcionários aproximadamente, com
um nível de formação bem abrangente. O grupo trabalha direcionado pela missão da
empresa em atender à demanda pública de vacinas de uso humano, oferecendo um
produto seguro e eficaz. Todos os funcionários recebem treinamento em boas práticas
de fabricação (BPF), e só assumem uma tarefa após receber um treinamento
operacional. O treinamento específico de operação é aplicado pelo supervisor
responsável pela atividade. Seguindo o procedimento operacional de produção
estabelecido, o aprendiz primeiro observa como executar a tarefa para depois
executá-la, sendo observado e orientado pelo supervisor. Após a avaliação e a
aprovação do novo operador, o supervisor registra na ficha funcional do aprendiz a
capacitação para executar a tarefa treinada.
3.4.1.
Linhas de produção X capacidade.
A produção de Bio-Manguinhos está distribuída em quatro prédios onde se
localizam quatro laboratórios e dois centros de envasamento, liofilização, e um setor
de rotulagem e embalagem.
O Centro de Processamento Final de Imunobiologicos (CPFI) responde pelo
envasamento e liofilização das seguintes vacinas: vacina contra sarampo, vacina
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contra febre amarela (para o mercado interno), vacina de Hib, vacina de DTP, vacina
tríplice viral e diluentes para vacina liofilizada.
O Centro dispõe de uma linha de envase para frascos B+S acoplada a três
liofilizadores com uma capacidade anual de até 67.000.000 doses de vacina
liofilizada, dependendo do mix de produção. A Figura 3.5 mostra o fluxo de uma
vacina liofilizada pelos os recursos disponíveis no CPFI.
Figura 3.5- Grupo de recursos para envase de vacina liofilizada no CPFI.
Para a produção de vacina líquida existe uma linha de envase para frascos
Bosch, com capacidade de 60.000.000 doses por ano. A Figura 3.6 relaciona o fluxo
da vacina líquida pelos recursos disponíveis no CPFI.
Complementam a capacidade de envasamento duas linhas destinadas ao
envase de diluentes para vacina liofilizada em ampolas. A capacidade destas linhas
totaliza 108.000.000 doses por ano. A Figura 3.7 relaciona os recursos disponíveis
para a produção de diluentes.
No CPFI são realizadas a rotulagem e embalagem de todos as vacinas
produzidas em Bio-Manguinhos. Para processar toda a produção de Bio-Manguinhos
existem os seguintes equipamentos: uma linha de rotulagem e encartuchadeira Bosch,
Linha de Envase
B+S
18000 frascos/hora
Liofilizador III
72000 frascos/ciclo
Recravadora
B+S
Liofilizador IV
72000 frascos/ciclo
Liofilizador V
72000 frascos/ciclo
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uma rotuladeira B+S, uma linha de encartuchar Fabrima e uma codificadora de
rótulos Dominó. A capacidade de processamento do setor é superior a 200.000.000
doses por ano.
Figura 3.6- Grupo de recursos para envase de vacina líquida no CPFI.
Figura 3.7- Grupo de recursos para envase de diluente no CPFI.
Linha de Envase Bosch
18000 frascos/hora
Recravadora Bosch
18000 frascos/hora
Revisora Brevetti
18000 frascos/hora
Linha de Envase
Bosch Ampolas
18000 amp/hora
Esterilizar
Autoclave CP01
Esterilizar
Autoclave CP04
Revisora
Esai / Nika
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O laboratório de liofilização (Lalio) é o centro de envase e liofilização da
vacina de febre amarela destinada ao mercado externo, pois apenas este centro passou
por auditoria e recebeu a certificação da OMS. Formado por uma linha de envase
acoplada a dois liofilizadores, cada um com a capacidade de processar 42.000 frascos
de vacina por ciclo de liofilização, o laboratório tem capacidade de produção de
32.000.000 doses anuais. A vacina é envasada a partir de produto formulado no
Laboratório de Febre Amarela (Lafam) e depois de liofilizada é transferida para o
CPFI onde será rotulada e embalada. A Figura 3.8 relaciona o grupo de recursos
disponível no Lalio.
Figura 3.8- Grupo de recursos destinado ao envase da vacina liofilizada contra febre
amarela destinada ao mercado externo.
O Laboratório de produção de febre amarela (Lafam) produz e estoca o
concentrado vacinal da vacina de febre amarela e também formula a vacina para ser
envasada tanto no CPFI quanto no Lalio. O produto é formulado em garrafão de vidro
e transferido logo após para a respectiva área de envase, onde deverá ser envasada em
Linha de Envase
Gillowy
12000 frascos/hora
Liofilizador I
42000 frascos/ciclo
Liofilizador II
42000 frascos/ciclo
Recravadora
KT
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até 24 horas após a formulação. No caso do envase ocorrer com intervalo superior a
duas horas, o produto deve ser armazenado em câmara fria com temperatura
adequada.
O laboratório tem a capacidade de produzir 50.000.000 de doses de vacina por
ano e mantém um estoque estratégico do concentrado vacinal. Os seus principais
recursos produtivos são as autoclaves, utilizadas na esterilização e descontaminação
de ferramentas e insumos de processo, os fornos, estufas, centrífugas e freezer.
O laboratório de produção da vacina contra poliomielite (Lapol) formula a
vacina contra poliomielite a partir de concentrado vacinal importado e posteriormente
envasa esta vacina em bisnagas plásticas contendo 25 doses. Após este
processamento, as bisnagas segregadas por lote, são encaminhadas para o CPFI onde
são embaladas em cartuchos de papelão contendo 50 unidades. A capacidade anual é
de 60.000.000 doses anuais. Os principais recursos são uma envasadora para bisnaga
Coutoplas e um autoclave.
O laboratório de produção da vacina contra sarampo (LASAM) é o
responsável pela produção do concentrado vacinal da vacina contra sarampo e pela
formulação da vacina para posterior envase no CPFI. Com o desenvolvimento do
processo de transferência de tecnologia para produção da vacina tríplice viral
(Caxumba, Rubéola e Sarampo), hoje o laboratório está assumindo a formulação
deste produto a partir de concentrado vacinal importado. A capacidade de produção
de concentrado vacinal é de 20.000.000 doses e a capacidade de formulação é de
40.000.000 doses.
O centro de processamento bacteriano (CPBAC) é responsável pela fabricação
do concentrado vacinal da vacina contra hemofillus influenza e meningite. O grupo
de recursos que compõe este centro é formado por modernos fermentadores,
autoclaves, centrifugas e freezer. A capacidade de produção é de 30.000.000 doses.
A Tabela 3.3 relaciona os principais recursos com os produtos com fluxo
nestes. O objetivo desta relação é visualizar recursos com a potencialidade de se
tornar um gargalo de produção. Outra contribuição deste quadro é a sinalização dos
recursos com o indicativo de baixa utilização que poderá ser mais utilizado no
desenvolvimento de novos produtos ou na revisão dos existentes.
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Produto VFA VFA
Processo Recurso Exp. Nac.
TVV VFB VZF VZH VZD VPB DFA VZC DZC DVA
Linha B+S
Linha Bosch frasco
Linha Bosch ampola
Linha Marzochi
Gillovy
Envase
Coutoplas
Liofilizador 1
Liofilizador 2
Liofilizador 3
Liofilizador 4
Liofilização
Liofilizador 5
Linha Brevetti
Revisão
Linha Esai
Linha B+S
Linha Bosch
Recravação
Linha KT
Linha B+S
Rotular
Linha Bosch
Linha Bosch
Embalar
Linha Fabrima
Tabela 3.3- Modelo de programação cruzada: recursos X produtos.
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57
4.
Modelagem para o planejamento, programação e controle
da produção de uma fábrica de vacinas, uma proposta para
Bio-Manguinhos.
A proposta deste trabalho foi motivada pela busca de um modelo de
planejamento e controle de produção para fábrica de vacinas, que seja capaz de
solucionar problemas com atrasos nas entregas dos pedidos de exportação de vacinas.
Em segundo plano, este estudo deve contribuir na capacitação de Bio-Manguinhos
em adquirir agilidade, eficiência e eficácia no planejamento e execução de suas
operações produtivas.
A proposta apresenta a modelagem de um sistema híbrido de MRPII e
programação com capacidade finita através de um seqüenciador para as operações de
produção. A escolha desta opção híbrida explora os pontos fortes reconhecidos no
MRPII, que são os módulos para planejamento de materiais e planejamento de
capacidade e utiliza o seqüenciador de produção para capacidade finita, para tratar
prioridades de ordens e otimizar o uso dos recursos produtivos.
Porém, ao explorar esse modelo, a organização precisa encontrar soluções para
algumas restrições que se relacionam, a saber:
a- Baixa produtividade da mão-de-obra.
b- Elevado nível de atraso no fornecimento de matéria-prima, causando
grandes prejuízos dentro do processo produtivo.
c- Grande variabilidade no prazo de processamento das reposições de matéria-
prima, dificultando o planejamento de materiais.
d- Elevado nível de rejeição de matéria-prima fornecida por distribuidores não
fabricantes.
e- Alto índice de manutenção corretiva em detrimento à manutenção
preventiva e preditiva, ocasionando paradas de máquinas não previstas.
f- Falta de um modelo para gestão do processo produtivo.
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58
As restrições citadas devem receber um elaborado tratamento capaz de
eliminá-las ou reduzi-las a níveis que o sistema proposto seja capaz de suportar. Sem
estas ações para superar as restrições acima, todo o esforço da organização tende a ser
inútil, pois os objetivos não serão alcançados.
A busca de soluções para as restrições apresentadas envolve um processo
contínuo de melhoria de qualidade e produtividade. O Ciclo PDCA é uma excelente
ferramenta que qualquer organização pode utilizar para desenvolver um processo de
melhoria de qualidade e produtividade ( veja por exemplo Campos V.F., 1992). A
Figura 4.1 apresenta o ciclo PDCA para controle de processos que esta dissertação
sugere como a ferramenta básica para Bio-Manguinhos desenvolver um processo
contínuo de melhoria e manutenção de produtividade e qualidade. Essa proposta
apresenta sugestões, que após uma análise, poderão ser aperfeiçoadas e implantadas
nesta empresa, assegurando a efetividade da modelagem do PCP.
Agir Planejar
Controlar
Executar
Figura 4.1 Ciclo PDCA
Fonte: Campos V.F. (1992).
Atuar
corretivamente. Definir
metas.
Definir
Métodos.
Educar e
treinar.
Executar tarefa.
Verificar resultados.
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59
4.1.
Estratégia para a adoção do modelo híbrido.
Bio-Manguinhos é um produtor de vacinas que, a partir do ano de 2002,
alcançou o mercado externo com a vacina contra febre amarela. Com o crescimento
do número de clientes e a inclusão de uma nova atividade ao sistema produtivo,
distribuir produtos em mais de cinqüenta paises diferentes, tornou-se necessário
melhorar a eficácia do processo logístico e produtivo para solidificar a participação
desta empresa nos novos mercados conquistados. O processo de produção e
distribuição de vacinas são extensos e complexos, pois obedecem a regulamentação
especifica no Brasil e quando ofertada ao mercado externo deverá se submeter a
regulamentações da organização mundial de saúde (OMS).
O fluxo de produção envolve o compartilhamento de recursos e submete-se a
um rigoroso processo analítico de qualidade, quando se verificam padrões de
qualidades de insumos, produtos intermediários e produto final. Complementa o
cenário para desenvolvimento dessa proposta, a existência de uma frágil cadeia de
fornecedores, que é regulamentada pela lei de fornecimento para órgãos públicos, Lei
8666. Diante dos dados observados nesta empresa, e com o conhecimento sobre
estratégia de produção, planejamento logístico e visão sistêmica (veja, por exemplo,
Davis et al, 2001 e Ballou, 2001), a proposta do modelo híbrido se apresenta como
uma solução eficaz para ser desenvolvida em Bio-Manguinhos. A avaliação dos
resultados deste trabalho envolve um período mínimo de três anos após o início da
implantação, logo não é possível incluir a avaliação dos resultados alcançados. A
proposta desta dissertação estabelecerá metas a serem monitoradas pela organização,
caso esta faça a opção de implantar o modelo de PCP proposto.
O modelo é desenvolvido a partir do Fluxo para o Sistema de PCP para Bio-
Manguinho, Figura 4.2. O sistema inicia o ciclo de planejamento com um estudo da
demanda, que será a base para o planejamento da produção anual e avaliação de
capacidade. Essa análise deverá ser desenvolvida para três horizontes de tempo:
curto, médio e longo prazo. A partir do planejamento anual da produção, que será
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60
representado em um Plano Mestre, serão realizados os planejamentos de materiais e
dos recursos produtivos.
Figura 4.2 -Fluxograma para modelagem do planejamento e controle da produção.
Planejamento Anual
de
Produção
Planejamento de
Capacidade: 3 e 5
anos
Planejamento
de
Materiais
Planejamento
de
Recursos
Planejamento Fino:
Seqüenciamento e
Emissão de
Ordens de Produção
Controle
da
Produção
Execução
das
Ordens de Produção
Planejamento de
Demanda
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61
Para fechar o ciclo de planejamento alocam-se as ordens de produção
previstas de acordo com as respectivas prioridades de processamento. Esse processo
será desenvolvido com o auxilio de um software para seqüenciamento de operações
para processo com capacidade finita. A alocação das ordens em curto prazo sugere
um plano de trabalho para as estações de trabalhos previstas no seqüenciamento, esse
plano será a base para a avaliação fina do processo de produção e o Plano Mestre será
a referência para uma avaliação agregada.
Na Figura 4.2, o MRPII é caracterizado como a melhor opção para planejar os
recursos produtivos, equipamentos e mão-de-obra, planejar matérias e definir o
quantitativo necessário de ordens de produção ao longo do tempo. Como um longo
tempo é demandado para suprir a necessidade de matéria prima, é possível que esta
operação ocorra a partir de um plano mestre de produção, pois neste a demanda sofre
pouca variação ao longo do período.
A programação fina para a produção alocará as ordens de produção de acordo
com a prioridade para entregar aos clientes. Simultaneamente ao processo de
alocação, as ordens de produção serão emitidas formando uma base de dados que
deverá sofrer um gerenciamento diário por todos os envolvidos no sistema produtivo.
Ao apurar e analisar informações referentes ao processo, a empresa cria a
oportunidade de aplicar um processo contínuo de melhoria de produtividade e
qualidade. O Ciclo PDCA mencionado no início deste capítulo é uma eficiente
ferramenta disponível para o supervisor atuar.
O sistema proposto deve ser capaz de alinhar todas as incertezas que o
processo de previsão da demanda agrega ao sistema. O estudo de cenários de
demanda para curto, médio e longo prazo tem o objetivo de orientar as ações da
organização, focando o melhor atendimento ao cliente.
4.2.
Planejamento da Demanda.
A informação sobre a demanda por vacinas no mercado brasileiro e externo é
a principal fonte de dados para o PCP desenvolver o seu trabalho. Toda empresa
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62
precisa planejar suas operações ao longo do tempo. As informações contidas nos
relatórios de planejamento nortearão as ações de investimento, contratação de
recursos humanos, definições de estratégia para atuar em novos mercados,
lançamento de novos produtos e principalmente a estratégia de produção.
O estudo sobre a demanda de vacina deve ser desenvolvido para três cenários
de tempo: curto prazo, médio prazo e longo prazo. A informação referente a cada
período implicará em uma análise específica do sistema produtivo da empresa. O
departamento comercial é o responsável pelo desenvolvimento do planejamento da
demanda que deverá ser apresentado para a organização através de relatórios
periódicos. A sugestão para um cenário de longo prazo é produzir um estudo
anualmente, quando Bio-Manguinhos deverá avaliar a capacidade produtiva. Neste
momento, a organização deve incluir uma avaliação dos projetos em andamento e
propor, quando necessário, ajustes e novos investimentos.
Para o cenário de médio prazo, a sugestão é de produzir estudos trimestrais,
quando a organização podeavaliar o comportamento do mercado. Caberá à
empresa analisar a capacidade produtiva e definir ajustes na produção, como realocar
recursos humanos, reduzir ou aumentar turno, contratar mão-de-obra, contratar horas
extras entre outras ações.
Em curto prazo, a sugestão para Bio-Manguinhos é um acompanhamento
semanal de entrada de pedidos confirmados e consultas, para posterior fornecimento,
contrapondo com o planejamento de médio prazo. Esse acompanhamento será a base
para a contratação de horas extras e planejamento de manutenções e principalmente a
definição de prioridades na programação fina de produção.
A divulgação dos boletins, com um resumo do planejamento para demanda de
vacinas por todo o corpo gerencial da empresa, têm o objetivo de envolver toda a
organização no principal objetivo dessa empresa, que é fornecer ao mercado nacional
prioritariamente e, em segunda estância ao mercado externo, vacinas eficazes e
seguras, e garantir um crescimento sólido da organização.
A alta direção deve manter uma política de avaliar o comportamento do
mercado através do estudo da demanda e tomar as decisões de investimentos,
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63
contratação de recursos humanos e outras decisões estratégicas considerando este
estudo.
4.3.
Planejamento da produção em longo prazo.
A partir da avaliação anual de demanda para longo prazo do programa de
desenvolvimento tecnológico e lançamentos de novos produtos, a empresa
desenvolve um planejamento para a produção com um horizonte de tempo para longo
prazo. Os setores de planejamento e controle da produção, junto com a engenharia
industrial, são os responsáveis pela condução dessa análise que será apresentada para
a organização sob a forma de um relatório anual, sugerindo investimentos prioritários,
um plano de qualificação de mão-de-obra, contratações de recursos humanos e
serviços terceirizados, cabendo à direção aprovar ou não as sugestões.
Como o planejamento de longo prazo envolve um número maior de
incertezas, é prudente desenvolver o estudo por famílias de produtos, agregando os
mesmos por similaridade de processos produtivos.
O estudo proposto deve ser fundamentado a partir de simulações para cenários
otimistas, realista e pessimista. A análise deve ficar atenta à grande evolução
tecnológica que o mundo convive e se reflete por toda a economia. Outro ponto de
grande influência são os programas de prevenção de saúde coletiva que têm
alcançado prioridades dentro de toda a sociedade e conseqüentemente podem
aumentar a demanda por vacinas de uso humano.
A análise de longo prazo deve se expandir para as organizações fora de Bio-
Manguinhos que compõem a cadeia produtiva e logística. A formação de uma cadeia
de fornecedores e prestadores de serviços será estratégica para a sustentação de um
processo de expansão. Essa necessidade deve constar da avaliação de longo prazo,
gerando um desdobramento específico que será conduzido pelas divisões de
suprimentos, engenharia e manutenção.
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64
4.4.
Planejamento anual da produção.
Com o planejamento anual de produção, a Bio-Manguinhos transforma a
demanda pelas vacinas em lotes de produtos a serem produzidos. Cada um desses
lotes dará origem a uma ordem de produção específica com datas planejadas para
respectivas conclusão, e disponibilidade para faturar.
A partir das ordens necessárias definidas, precisa-se saber se o sistema
produtivo será capaz de processá-las no período de tempo requerido. Com a relação
de ordens e datas de faturamento previstas, o programador de produção vai alocar o
planejamento nos recursos produtivos com o auxílio do seqüenciador fino da
produção, que recebeu previamente uma programação com ciclos produtivos com
restrições para a produção. O seqüenciador poderá alocar as ordens, obedecendo dois
critérios diferentes.
O primeiro critério (programação para frente) seria alocar as ordens com a data
de início mais cedo. Com essa estratégia o sistema vai carregar a programação
sempre que encontrar um espaço vazio para alocação. Neste caso ele aloca a ordem
com maior prioridade para início, e assim por diante. A grande vantagem desta opção
é otimizar a utilização dos recursos produtivos, assegurando maior capacidade de
atendimento de demanda, porém os níveis de estoques de produtos acabados e
produtos em processo tornam-se maior.
O segundo critério (programação para trás) seria alocar as ordens a partir do
prazo de entrega ao cliente para trás. Porém, ao postergar o início de uma ordem para
o momento limite, o sistema assume que não mais admite atrasos, sob pena de
comprometer entregas acordadas e denegrir a imagem da empresa. Outro ponto a ser
considerado neste critério é postergar um número de ordens superior à capacidade de
processamento, e assim não ser capaz de atender à demanda, e ao mesmo tempo ter
ficado com máquina parada por falta de ordens.
A grande vantagem para esse critério é a redução ao mínimo do estoque
planejado para produtos acabados e em processo. Porém, essa redução pode não ser
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65
verdadeira quando alguma restrição do sistema atuar, gerando a parada ou atraso da
produção com a formação de estoques em processo.
Em função da estabilidade de demanda para o produto vacina, e o grande
número de restrições que interferem no sistema produtivo, propõe-se o critério de
planejar pela data de início da ordem mais cedo. O objetivo da adoção da estratégia
de seqüenciar a produção pela data de inicio mais cedo é assegurar uma maior
utilização dos ativos da empresa. Ainda, deve-se considerar a possibilidade de melhor
distribuir a produção ao longo do tempo, minimizando os efeitos dos piques de
demanda.
A programação correspondente ao período dos próximos 12 meses será
avaliada dando origem a um Plano Mestre de Produção, e este passará por uma
avaliação trimestral ou em ocasiões especiais, quando ocorrer um fato de relevância
que justifique tal procedimento.
O PMP apresenta-se como um relatório com informações de premissas
envolvidas no trabalho, como calendários, eventos de manutenção e validação,
feriados e treinamentos planejados.
O planejamento será dividido em doze períodos, com a alocação seqüencial de
cada ordem ao longo do tempo por produto. Este relatório será a base para a unidade
realizar o planejamento de materiais e de recursos humanos.
4.5.
Planejamento de Materiais.
Para executar as ordens de produção planejadas é necessário disponibilizar
todas as matérias-primas e equipamentos no instante anterior ao início planejado na
Ordem de Produção. Esta tarefa de planejar os materiais necessários é
satisfatoriamente desenvolvida pelo MRPII, e para garantir o sucesso desta etapa, será
necessário construir e manter atualizada a lista de materiais necessários à produção de
um lote de vacinas. Esta lista deverá incluir um percentual esperado para o controle
de qualidade da matéria-prima ao chegar em Bio-Manguinhos, e outro quantitativo
que será perdido no manuseio e no processo de produção. A criação desta lista deve
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66
ocorrer no momento de desenvolvimento do produto, e para os produtos existentes
esta necessidade é imediata. A responsabilidade desta tarefa é do grupo da
Engenharia Industrial.
De posse da lista de materiais, o próximo passo é definir possíveis
fornecedores, e identificar em qual mercado que Bio-Manguinhos vai adquirir o
produto. Com esta definição, avalia-se com a divisão de suprimentos qual será o
tempo necessário para solicitar e processar a compra de um pedido, e disponibilizar o
mesmo no almoxarifado.
Como a lógica de MRPII é programar para disponibilizar o item no momento
de consumo, ele vai planejar a compra para iniciar na data mais tarde possível, e
assim minimizar o investimento em estoque. Como fator de segurança, nesta
proposta inclui-se um período de segurança de uma semana, para se somar ao tempo
de aquisição definido com a divisão de suprimentos.
O tempo de aquisição, mais o tempo de atravessar a produção, vai determinar
o período de congelamento do planejamento, e conseqüente momento para se rodar o
planejamento de materiais.
Como proposta, o planejamento de materiais deve seguir a rotina do
planejamento anual. O PCP deverá processar trimestralmente o planejamento de
materiais com a produção de um mapa de necessidades de insumos para os próximos
doze períodos, sendo que a parte correspondente ao período de congelamento não vai
admitir mudanças, devendo repetir a previsão do último mapa.
A partir de um sistema de MRPII, o PCP é o responsável pela execução
deste planejamento e deverá incluir os pedidos de compras necessários.
Caberá à Divisão de Suprimentos (DISUP) gerenciar seus processos
internos, e diligenciar os fornecedores de forma a garantir a disponibilidade dos
insumos. Está intrínseca ao processo mencionadoq a avaliação qualitativa dos
insumos, logo o controle de qualidade deverá obedecer a uma programação de
prioridades para a análise dos itens. Pode-se observar que a etapa anteriormente
citada absorve um grande número das restrições, sendo assim é necessário um
tratamento eficaz, com o objetivo de removê-las.
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67
4.5.1.
Desenvolvimento de fornecedores.
O grande desafio para Bio-Manguinhos será compor uma cadeia de
suprimentos dentro de um ambiente regulamentado pela lei de licitações públicas (Lei
8666). É preciso criar condições para atrair possíveis fornecedores, que admitam
compartilhar o risco de fornecer para uma instituição pública, enxergando nesta
opção um cliente atrativo para negociações de médio e longo prazo, sendo assim não
se trata apenas de um fornecimento eventual de oportunidade.
Na literatura, Ballou H. (2001), Pires S. R.1. (2004) e Bowersox. D. J. Closs
D. J. (2001) identificam os pontos a seguir que são vitais para as organizações que
pretendem compor uma cadeia de fornecedores.
a- Compartilhar informações com os fornecedores permite que os mesmos se
ajustem para melhor atender, assim como opinem com sugestões para a formação de
estoques, produtos substitutos e novas apresentações.
b- Buscar a otimização dos fornecedores, trabalhando com um número menor
de fornecedores, porém com o compromisso de fornecer o produto que a unidade
necessita.
c- Este processo necessita do suporte de um sistema de informações
integradas internamente para apoiar a tomada de decisões.
d- A gestão de suprimentos assume importância estratégica dentro da
organização e não deve ser vista como uma atividade de apoio a produção, sendo
assim ela passa a ser um elo do sistema produtivo onde se agrega valor, fornecendo
produtos com qualidade assegurada e proporciona reduções de estoques em processo
e de matéria-prima.
e- Os colaboradores da divisão de suprimentos necessitam receber
treinamento para se capacitar a ter uma visão sistêmica com maior abrangência.
f- As organizações devem flexibilizar seus processos.
Este trabalho visa contribuir para remover as restrições que comprometem o
planejamento de materiais a partir de um sistema de MRPII oferecendo sugestões
para serem analisadas pela Divisão de Suprimentos a respeito de uma nova política de
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68
desenvolvimento da cadeia de fornecedores. Seguem três pontos para apreciação da
organização e implantação:
1- Criar a figura do ouvidor na DISUP. Este terá a missão de manter a
comunicação entre a organização e fornecedores, e portanto, deverá ter um domínio
sobre a Lei 8666, assim como uma visão sistêmica da organização. Caberá ao
ouvidor coordenar o desenvolvimento de um manual com informações sobre a
organização (Lei 8666), e como o fornecedor deverá proceder para se cadastrar e
fornecer a um órgão público. É importante ressaltar a importância de introduzir uma
política de avaliação de fornecedores, orientando-os sobre possíveis necessidades de
ajuste. A expectativa desta sugestão é criar transparência e compartilhar informações
com o mercado, tomando a organização conhecida, e atraindo novos fornecedores.
Caberá a este colaborador desenvolver junto à Divisão de Suprimentos critérios para
as aplicações de sanções contra possíveis fornecedores em desacordo com a Lei, que
venham causar prejuízos a unidade.
2- A partir do trabalho do ouvidor, criar uma rede de fornecedores por
famílias de produtos, iniciando por assim dizer o processo de pré-qualificação de
fornecedores, enquadrando-os a opção de restringi-los, caso estejam em desacordo
com a Lei 8666.
3- Criar uma metodologia para trabalhar os processos vinculados ao
planejamento de materiais, que seja capaz de assegurar o cumprimento de prazo
estabelecido.
4.6.
Planejamento de Recursos.
Planejar a necessidade de recursos humanos e equipamentos é tão importante
quanto planejar a necessidade de materiais. A organização precisa conhecer
profundamente a capacidade produtiva de seus equipamentos, assim como ter o
domínio sobre o comportamento dos recursos. Através de estudos de movimentos e
tempos, colaboradores da Engenharia Industrial podem estimar a capacidade real de
produção de cada equipamento. A partir desta taxa de produção por equipamento,
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69
elabora-se um mapa de tempos padrões para o processamento de um lote de um
produto específico. Este mapa deve ser definido tão logo se inicia o desenvolvimento
de um produto.
Outro ponto de grande importância é a definição de um método para a
operação de cada equipamento. Este trabalho envolve o grupo da Engenharia
Industrial, o grupo da Manutenção, e o grupo da Produção. Para cada equipamento é
preciso definir o número de operadores necessários, a rotina de limpeza, lubrificação,
e um plano de manutenção preventiva, especificando a lista de peças sobressalentes
necessárias para a formação de um estoque em Bio-Manguinhos. Todas essas
informações devem constar de uma pasta por equipamento, que poderá ser arquivada
na Engenharia Industrial ou na Divisão de Manutenção.
A partir das informações referentes ao mapa de tempos padrões, e do número
de operadores necessários em cada equipamento, o PCP pode produzir um
planejamento dos recursos para o Plano Mestre de Produção. Nesta análise será
possível estimar a utilização de cada máquina, e tomar decisões específicas para os
recursos identificados como gargalo. Entre as decisões, é possível estimar horas
extras e avaliar o impacto no custo da operação, planejar manutenções, limpezas e
trocas de formatos para períodos fora de turno de trabalho, sugerindo a terceirização
da atividade e alocação de um novo equipamento para realizar a mesma tarefa.
Como ação específica para o supervisor de produção, sugere-se aplicar um
gerenciamento hora a hora para o recurso gargalo. Através de um quadro afixado em
local bem visível junto ao recurso em análise, a supervisão define metas de produção
acumulativas a cada hora, para um acompanhamento por todo o grupo do
desempenho do recurso específico.
O planejamento de necessidade de recurso é apresentado através de um
relatório sob o formato de uma planilha, onde relaciona a lista de equipamentos e a
taxa de utilização para cada recurso ao longo do período e, conseqüentemente, a taxa
de ocupação para os recursos humanos envolvidos em cada tarefa.
Esta análise visa não somente identificar equipamentos críticos, assim como
grupo de operadores com carga de trabalho em desequilíbrio. No caso da subtilização
de mão-de-obra, sugere-se realocar temporariamente, ou melhor, parcialmente, em
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70
uma nova estação de trabalho. A movimentação de pessoal deverá obedecer à
necessidade de qualificação e/ou habilidades e também a necessidade relacionada no
balanceamento de carga. A Tabela 4.1 resume e apresenta o balanceamento de carga
para equipamentos e pessoas.
A apresentação da Tabela 4.1 permite ao gestor da produção, e ao analista de
planejamento, identificar os possíveis recursos com excesso de carga de trabalho. O
exemplo apresentado na Tabela 4.1 refere-se ao programa de produção para a semana
50, quando estão previstas as produções de quatro lotes da vacina contra febre
amarela para exportação, três lotes da vacina tríplice viral, cinco lotes de diluentes
contra febre amarela e cinco lotes da vacina contra DTP. Para realizar este programa
de produção, o gestor dispõe de quarenta e dois colaboradores alocados aos diversos
recursos. Ao avaliar a coluna com o nível de ocupação de cada grupo de recursos,
pode-se identificar a linha de rotulagem B+S como o recurso gargalo.
Programação referente à semana: 50
Produto VFA e. VFA VVA DFA DVA VZF VZH Total
Recurso
op. 4 0 3 5 0 0 5
linha B+S 5 0,33 0,33
linha Bosch frasco 5 0,58 0,58
linha Bosch ampola 4 0,86 0,86
revisora Brevetti 2 0,60 0,60
revisora Esai 2 0,80 0,80
recravadora B+S 2 0,29 0,29
recravadora Bosch 2 0,55 0,55
linha gillowy / KT 5 0,65 0,65
recravadora KT 2 0,49 0,49
linha Bosch rotulagem / bem. 5 0,25 0,48 0,73
linha B+S rotulagem 2 0,39 0,63
1,02
linha Fabrima embal. 5 0,00
Domino imp. Rot. 1 0,26 0,17 0,30 0,73
Liofilizador I 0,90 0,90
Liofilizador II 0,92 0,92
Liofilizador III 0,57 0,57
Liofilizador IV 0,57 0,57
Liofilizador V 0,57 0,57
Total operadores 42
Tabela 4.1 – Planilha de balanceamento de carga de trabalho por recurso.
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71
O planejamento de recursos deve ser realizado na mesma periodicidade do
planejamento de materiais. Essa opção é conseqüência da estabilidade do nível de
produção. Em casos especiais de rupturas no processo produtivo, será necessário
realizar esse procedimento.
4.6.1.
Melhoria de Produtividade.
A baixa produtividade compromete o planejamento de produção e para
assegurar a eficácia do modelo proposto, esta dissertação sugere ações para análise e
implantação pelos supervisores de produção. O objetivo é assegurar o rendimento
esperado em cada estação de trabalho, e garantir a exeqüibilidade do planejamento de
produção. A seguir apresentam-se as sugestões:
a - Elaborar um quadro associando recursos humanos treinados e habilitados
com equipamentos. A Tabela 4.2 apresenta, em resumo, uma posição dos operadores
habilitados em cada estação de trabalho.
Operador
Recurso
João Paulo Marcio L. Marcio Henrique Total
linha B+S X 1
linha Bosch frasco X X 2
linha Bosch ampola X X 2
revisora Brevetti X X 2
revisora Esai
recravadora B+S X 1
recravadora Bosch X X 2
linha gillowy / KT
recravadora KT X X 2
linha Bosch rotulagem / emb. X 1
linha B+S rotulagem X 1
linha Fabrima embal. X 1
Domino imp. Rot.
Liofilizador I
Liofilizador II
Liofilizador III
Liofilizador IV
Liofilizador V
Total recurso apto a operar 4
1
4
2
4
Tabela 4.2 – Resumo de cruzamento de operadores aptos versus recursos.
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72
b - Avaliar a partir do quadro, quantos operadores estariam habilitados em três
ou mais operações. Os operadores que não se enquadrarem neste perfil, serão
encaminhados prioritariamente ao programa de treinamento operacional.
c - Avaliar estações de trabalho com um total igual ou superior a três
operadores aptos ao posto. Aquelas com perfil diferente deverão receber novos
operadores prioritariamente.
d - O operador só poderá ocupar novo posto de trabalho após treinamento
específico na nova operação.
e - Avaliação diária de freqüência e produtividade do posto. Contrapor
resultados com as metas.
f - Quando ocorrer dificuldades de alcance de metas, propor formação de
grupos multidisciplinares para ajudar na busca de soluções. Quando necessário o
supervisor poderá solicitar ajuda ao setor de recursos humanos.
g - Promover rodízio dentro da equipe, objetivando equilibrar a carga de
trabalho.
h - Promover e garantir acesso de funcionários a seminários a partir dos
resultados individuais, como forma de bonificar e premiar o empenho individual de
cada um.
i - Criar ambiente que estimule os operadores a participarem com sugestões e
críticas ao processo.
Aplicar as sugestões acima envolve para a Unidade de Bio-Manguinhos um
esforço conjunto de todo o grupo gerencial, e certamente terá impacto na cultura
organizacional. Porém, como uma organização industrial, é fundamental o
investimento e valorização dos recursos humanos de acordo com as necessidades
específicas de cada setor. Pode-se perceber dentro desta proposta a metodologia do
PDCA como suporte deste processo de melhoria de produtividade.
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73
4.7.
Planejamento fino da produção: O seqüenciamento.
Com o planejamento para médio e longo prazo, a empresa se organizou para
atender aos seus clientes, foram planejados os recursos necessários, incluindo as
operações de manutenção dos equipamentos. Agora será preciso elaborar uma
programação de produção que respeite as prioridades de atendimento para cada
pedido.
A estratégia que essa dissertação adota é iniciar a programação pela data de
início mais cedo, pois o produto apresenta uma validade de vinte e quatro meses as
a data de formulação, e tem a garantia de uma vida útil superior à validade do lote.
Neste caso, trabalhar com um nível de estoque em processo maior não oferece risco
de perda de produto por descontinuidade ou validade do produto. O
comprometimento financeiro com um nível maior de estoque em processo, para uma
instituição pública, não é significativo, pois o capital disponível não pode ser aplicado
em fins diferentes do que consta no orçamento da unidade.
A rotina para realizar a programação fina da produção ocorre semanalmente.
O programador em um primeiro momento deve avaliar as ordens liberadas no último
ciclo e avaliar o desempenho na linha de produção. As ordens liberadas e não
executadas devem ser novamente seqüenciadas, pois concorrem com o mesmo grupo
de recursos, e sua execução bloqueia o acesso de uma nova ordem ao recurso.
Outra rotina importante é verificar junto com a manutenção qualquer previsão
de interferência nos equipamentos, pois manutenções previamente agendadas podem
sofrer atrasos em função da contratação de serviços ou compra de peças. Neste caso,
o programador deve alterar o período de indisponibilidade para o recurso envolvido
com a manutenção. Verificada as condições para processar a programação fina da
produção, o programador definirá, a partir do Plano Mestre de Produção, as ordens
de produção que serão seqüenciadas. A prioridade de acesso aos recursos será
determinada pela data necessária para o faturamento da respectiva ordem.
Após seqüenciar as ordens, o programador deve verificar a disponibilidade de
matéria-prima. Ao assegurar todos os recursos para a execução das ordens de acordo
com as Boas Práticas de Fabricação, o operador liberará as mesmas para a produção.
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74
A partir da liberação das ordens, é possível estimar com precisão uma data
para o setor comercial receber o lote pronto para o faturamento.
4.8.
Controle de produção.
A partir dos dados gerados pelo planejamento anual e do seqüenciamento das
operações, o PCP deve gerenciar a eficiência e eficácia tanto do planejamento da
produção como da própria execução. Em primeiro instante é preciso comparar e
acompanhar a execução agregada do planejamento, e desta forma pode-se avaliar o
quanto foi eficaz o planejamento da demanda. A sugestão é contrapor mensalmente o
plano mestre de produção com a produção realizada, e a partir das divergências
analisar quais as correções que se farão necessárias.
Ao longo dos próximos três anos define-se como meta de aderência do
planejamento agregado os seguintes índices:
- Ano de 2006: aderência de 92%;
- Ano de 2007: aderência de 94%;
- Ano de 2008: aderência de 98%, quando se espera que o sistema proposto
atinja a maturidade.
Neste período, a unidade deve intensificar as ações para ajustar os processos
internos, e remover as fortes restrições que bloqueiam os fluxos produtivos.
Para uma análise de curto prazo, precisa-se avaliar semanalmente a execução
da programação fina da produção. Através dos dados extraídos das ordens
seqüenciadas e liberadas, dos dados apontados no protocolo de produção, analisa-se a
eficiência e eficácia da execução da produção. Destacam-se o gerenciamento da
produtividade dos recursos e o rendimento individual de cada lote.
Para essa avaliação de curto prazo sugere-se a confecção de três relatórios,
com freqüência semanal, e estes darão suporte à avaliação do supervisor da produção.
São eles:
a - Controle da produção semanal por produto. Este compara a produção da
semana com as ordens alocadas na programação.
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75
b - Controle de execução por lote. Este compara o tempo real gasto em cada
recurso com o tempo planejado par o lote.
c - Controle de rendimento do lote. Este mede o rendimento de cada estação
de trabalho e compara com padrões estabelecidos estatisticamente.
Para complementar a análise do planejamento, sugere-se a avaliação semanal
de pedidos de clientes atendidos com atraso, ou cancelados pelo mesmo motivo. Este
indicador é o mais adequado para avaliar a essência desse modelo, pois o principal
objetivo é melhorar o atendimento dos clientes de Bio-Manguinhos. Nos últimos três
anos Bio-Manguinhos atrasou pelo menos 5% de seus fornecimentos. A partir da
implantação do modelo proposto define-se como meta para os próximos três anos
uma redução gradual no percentual de fornecimento em atrasos com o objetivo de
atingir o nível de 1%, que é tido como referência no mercado. Para os próximos três
anos definimos seguintes metas:
- Ano de 2006 no máximo 4% de atraso dos pedidos;
- Ano de 2007 a meta é de 3% no atraso dos pedidos;
- Ano de 2008 a meta é de apenas 1% no atraso dos pedidos.
4.9.
Simulação do planejamento 2006 para atender o mercado externo.
A partir da demanda estimada da vacina contra febre amarela para o mercado
externo, fornecida pelo departamento comercial, avaliam-se quantos lotes serão
necessários para atender aos pedidos dos clientes.
Na Tabela 4.3 a demanda é descrita mês a mês, e na coluna onde consta
número de lotes, relata-se o número de lotes necessários para atender a demanda.
Este cálculo é feito a partir do rendimento esperado de cada lote da vacina contra
febre amarela produzido no LALIO. Na última coluna, observam-se os lotes
produzidos e disponíveis para venda, que se encontram em processo de controle de
qualidade, e têm a previsão de serem disponibilizados dentro do mês alocado na
tabela.
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Meses Exportação Estoque
Estratégico
Total N° lotes Lotes em
Controle
Jan
2.582 2.582 13 13
Fev
2.512 2.512 13 13
Mar
4.078 4.078 20 10
Abr
1.960 1.960 10
Mai
1.200 1.200 06
Jun
2.009 2.009 10
Jul
1.960 800 2.760 14
Ago
2.000 2.000 10
Set
1.199 1.000 2.199 11
Out
1.860 1.000 2.860 14
Nov
3.200 3.200 16
Dez
441 441 02
Total
21.801 6.000 27.801 139
Tabela 4.3: Demanda da vacina contra febre amarela em milheiro de doses, ano 2006.
A partir da análise dessa tabela estimam-se as ordens que serão
necessárias para atender a demanda. Esse quantitativo deverá passar pelo processo de
seqüenciamento. Após o software processar os arquivos, elaboram-se basicamente
três relatórios para a análise pelo PCP, que se apresentam sob a forma de uma tabela e
encontram-se no final deste capítulo.
- Tabela 4.5 onde consta a previsão de conclusão do controle de qualidade
de cada ordem.
- Tabela 4.6 onde consta a lista de tarefas por recurso.
- Tabela 4.7 onde consta a relação de ordens que após o seqüenciamento
não tem a previsão de conclusão dentro do prazo.
Observando o relatório de ordens em atraso, é possível identificar o
quantitativo de ordens que não poderão ser atendidas pela programação resultante do
seqüenciamento. Com a lista de tarefas para envasadora LALIO, é possível
identificar possíveis datas para realocar novas ordens, com trabalho em horas extras
durante feriado, e remanejamento de manutenções planejadas.
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77
Ao definir as mudanças, as mesmas sofrerão correções no cadastro dos
recursos dentro do software. Com o seqüenciador ajustado para o novo calendário, é
feita uma nova rodada até chegar ao limite da capacidade do sistema. Otimizando ao
máximo a utilização de todos os recursos, analisa-se o relatório de lotes em atrasos,
comparando-o à lista de tarefas para ANVISA, sendo assim, é possível fornecer um
cronograma de produtos disponíveis para exportação para o ano de 2006. Caberá ao
setor comercial ajustar a demanda quanto ao novo cronograma.
O PCP, a partir das listas de tarefas para a envasadora do LALIO, vai produzir
um plano mestre de produção para vacina contra febre amarela para exportação.
Após a definição do plano mestre de produção, são previstos os materiais necessários,
assim como os recursos, avaliando a ocupação de cada equipamento.
Durante o ano de 2006, o PCP deverá alocar semanalmente cada uma das
ordens previstas no PMP, e a partir do controle de todo o processo assegurar o pleno
atendimento da demanda prevista. Após concluir o atendimento de toda a demanda
para o ano de 2006, é prudente iniciar a formação de um estoque para atender as
demandas do primeiro trimestre de 2007.
O desafio diário de Bio-Manguinhos é assegurar a plena execução deste
planejamento, e simultaneamente promover todas as ações de melhorias que se fazem
necessárias.
Na Tabela 4.4 apresenta-se um resumo comparando a demanda avaliada com
a programação de entrega de vacinas que o departamento comercial poderá trabalhar.
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78
Demanda
Consumo
Estoque
Estratégico
Demanda
Total
Disponibilidade
(lotes)
Cronograma
de entrega
(doses)
jan/06
2.581.850 2.581.850 2.600.000
fev/06
2.512.000 2.512.000 2.600.000
mar/06
4.077.650 4.077.650 2.200.000
abr/06
1.959.500 1.959.500 11 2.200.000
mai/06
1.200.000 1.200.000 13 2.600.000
jun/06
2.009.325 2.009.325 15 3.000.000
jul/06
1.959.500 800.000 2.759.500 14 2.800.000
ago/06
2.000.000 2.000.000 15 3.000.000
set/06
1.199.195 1.000.000 2.199.195 16 3.200.000
out/06
1.859.500 1.000.000 2.859.500 15 3.000.000
nov/06
3.200.000 3.200.000 10 2.000.000
dez/06
440.725 440.725 0 0
Total
21.799.245 6.000.000 27.799.245 109 29.200.000
Tabela 4.4 - Cronograma de entrega para vacina contra febre amarela para
exportação.
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Relação com a previsão de conclusão de cada ordem
Nº da Ordem Produto Quantidade Fim Data de Entrega
1 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-03-2006 12:33 20-03-2006
2 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 31-03-2006 15:33 20-03-2006
3 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 01-04-2006 19:13 20-03-2006
4 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 03-04-2006 12:33 20-03-2006
5 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 06-04-2006 15:33 20-03-2006
6 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 07-04-2006 15:06 20-03-2006
7 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 09-04-2006 12:56 20-03-2006
8 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 13-04-2006 08:33 20-03-2006
9 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 13-04-2006 22:33 20-03-2006
10 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 15-04-2006 16:33 20-03-2006
11 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 17-04-2006 09:33 20-03-2006
12 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 29-04-2006 15:13 20-03-2006
13 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 29-04-2006 22:26 20-03-2006
14 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-04-2006 04:40 20-04-2006
15 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-04-2006 13:53 20-04-2006
16 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 01-05-2006 12:06 20-04-2006
17 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 01-05-2006 19:20 20-04-2006
18 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 02-05-2006 01:33 20-04-2006
19 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-05-2006 03:06 20-04-2006
20 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-05-2006 08:26 20-04-2006
21 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-05-2006 13:50 20-04-2006
22 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-05-2006 16:56 20-04-2006
23 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 11-05-2006 16:33 20-04-2006
24 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 15-05-2006 09:33 20-05-2006
25 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 21-05-2006 18:26 20-05-2006
26 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 25-05-2006 15:33 20-05-2006
27 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 27-05-2006 09:13 20-05-2006
28 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 27-05-2006 23:33 20-05-2006
29 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 31-05-2006 15:33 20-05-2006
30 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 02-06-2006 09:13 20-06-2006
31 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 02-06-2006 20:26 20-06-2006
32 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 04-06-2006 14:46 20-06-2006
33 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-06-2006 13:33 20-06-2006
34 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 09-06-2006 16:33 20-06-2006
35 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 10-06-2006 21:33 20-06-2006
36 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 12-06-2006 13:33 20-06-2006
37 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 18-06-2006 15:06 20-06-2006
38 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 18-06-2006 19:13 20-06-2006
39 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 18-06-2006 22:20 20-06-2006
40 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 22-06-2006 15:33 20-07-2006
41 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 24-06-2006 09:13 20-07-2006
42 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 24-06-2006 23:33 20-07-2006
43 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 28-06-2006 21:33 20-07-2006
44 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-06-2006 13:46 20-07-2006
45 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 01-07-2006 15:06 20-07-2006
46 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 02-07-2006 20:26 20-07-2006
47 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 06-07-2006 23:33 20-07-2006
48 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-07-2006 18:33 20-07-2006
49 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 10-07-2006 10:33 20-07-2006
50 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 12-07-2006 23:33 20-07-2006
51 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 14-07-2006 14:46 20-07-2006
52 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 16-07-2006 10:53 20-07-2006
53 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 19-07-2006 16:33 20-07-2006
54 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 20-07-2006 21:33 20-08-2006
55 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 22-07-2006 15:33 20-08-2006
56 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 24-07-2006 09:13 20-08-2006
57 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 26-07-2006 21:33 20-08-2006
58 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 28-07-2006 13:46 20-08-2006
59 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 29-07-2006 15:06 20-08-2006
60 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-07-2006 20:26 20-08-2006
61 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 03-08-2006 18:33 20-08-2006
62 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 05-08-2006 13:33 20-08-2006
63 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 06-08-2006 16:33 20-08-2006
64 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 09-08-2006 18:33 20-08-2006
65 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 11-08-2006 12:46 20-09-2006
Tabela 4.5- Relatório com a data planejada para conclusão do controle de qualidade e
liberação para exportar, extraído a partir do seqüenciamento da produção.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321252/CA
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Relação com a previsão de conclusão de cada ordem
Nº da Ordem Produto Quantidade Fim Data de Entrega
66 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 12-08-2006 14:16 20-09-2006
67 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 13-08-2006 18:26 20-09-2006
68 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 17-08-2006 15:33 20-09-2006
69 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 20-08-2006 13:13 20-09-2006
70 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 23-08-2006 16:33 20-09-2006
71 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 25-08-2006 12:16 20-09-2006
72 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 26-08-2006 13:46 20-09-2006
73 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 27-08-2006 15:06 20-09-2006
74 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 31-08-2006 14:33 20-09-2006
75 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 02-09-2006 08:33 20-09-2006
76 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 02-09-2006 22:33 20-09-2006
77 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 04-09-2006 14:33 20-10-2006
78 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-09-2006 08:33 20-10-2006
79 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-09-2006 19:26 20-10-2006
80 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 10-09-2006 14:16 20-10-2006
81 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 14-09-2006 12:33 20-10-2006
82 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 15-09-2006 15:33 20-10-2006
83 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 16-09-2006 19:13 20-10-2006
84 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 18-09-2006 12:33 20-10-2006
85 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 21-09-2006 15:33 20-10-2006
86 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 22-09-2006 15:06 20-10-2006
87 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 24-09-2006 12:56 20-10-2006
88 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 28-09-2006 08:33 20-10-2006
89 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 28-09-2006 22:33 20-10-2006
90 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-09-2006 16:33 20-10-2006
91 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 02-10-2006 09:33 20-10-2006
92 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 04-10-2006 22:33 20-11-2006
93 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 06-10-2006 14:16 20-11-2006
94 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-10-2006 08:53 20-11-2006
95 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 11-10-2006 15:33 20-11-2006
96 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 12-10-2006 19:13 20-11-2006
97 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 14-10-2006 14:33 20-11-2006
98 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 16-10-2006 08:33 20-11-2006
99 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 18-10-2006 19:13 20-11-2006
100 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 20-10-2006 13:16 20-11-2006
101 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 21-10-2006 14:46 20-11-2006
102 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 22-10-2006 19:26 20-11-2006
103 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 26-10-2006 16:33 20-11-2006
104 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 28-10-2006 12:33 20-11-2006
105 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 29-10-2006 15:33 20-11-2006
106 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 01-11-2006 16:33 20-11-2006
107 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 03-11-2006 12:16 20-11-2006
108 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 04-11-2006 13:46 10-12-2006
109 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 05-11-2006 15:06 10-12-2006
Tabela 4.5- Relatório com a data planejada para conclusão do controle de qualidade e
liberação para exportar, extraído a partir do seqüenciamento da produção.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321252/CA
81
Relação de ordens alocadas no Lalio (envasadora)
Nº da Ordem Produto Quantidade Fim Data de Entrega
1 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 16-01-2006 11:42 20-03-2006
2 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 17-01-2006 11:42 20-03-2006
3 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 19-01-2006 11:42 20-03-2006
4 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 23-01-2006 11:42 20-03-2006
5 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 24-01-2006 11:42 20-03-2006
6 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 26-01-2006 11:42 20-03-2006
7 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 27-01-2006 11:42 20-03-2006
8 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-01-2006 11:42 20-03-2006
9 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 31-01-2006 11:42 20-03-2006
10 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 02-02-2006 11:42 20-03-2006
11 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 03-02-2006 11:42 20-03-2006
12 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 06-02-2006 11:42 20-03-2006
13 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 07-02-2006 11:42 20-03-2006
14 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 09-02-2006 11:42 20-04-2006
15 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 10-02-2006 11:42 20-04-2006
16 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 13-02-2006 11:42 20-04-2006
17 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 14-02-2006 11:42 20-04-2006
18 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 16-02-2006 11:42 20-04-2006
19 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 17-02-2006 11:42 20-04-2006
20 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 20-02-2006 11:42 20-04-2006
21 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 21-02-2006 11:42 20-04-2006
22 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 23-02-2006 11:42 20-04-2006
23 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 24-02-2006 11:42 20-04-2006
24 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 06-03-2006 11:42 20-05-2006
25 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 13-03-2006 11:42 20-05-2006
26 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 14-03-2006 11:42 20-05-2006
27 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 16-03-2006 11:42 20-05-2006
28 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 17-03-2006 11:42 20-05-2006
29 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 20-03-2006 11:42 20-05-2006
30 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 21-03-2006 11:42 20-06-2006
31 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 23-03-2006 11:42 20-06-2006
32 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 24-03-2006 11:42 20-06-2006
33 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 27-03-2006 11:42 20-06-2006
34 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 28-03-2006 11:42 20-06-2006
35 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-03-2006 11:42 20-06-2006
36 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 31-03-2006 11:42 20-06-2006
37 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 03-04-2006 11:42 20-06-2006
38 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 04-04-2006 11:42 20-06-2006
39 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 06-04-2006 11:42 20-06-2006
40 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 07-04-2006 11:42 20-07-2006
41 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 10-04-2006 11:42 20-07-2006
42 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 11-04-2006 11:42 20-07-2006
43 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 13-04-2006 11:42 20-07-2006
44 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 14-04-2006 16:12 20-07-2006
45 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 17-04-2006 11:42 20-07-2006
46 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 18-04-2006 11:42 20-07-2006
47 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 20-04-2006 11:42 20-07-2006
48 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 21-04-2006 16:12 20-07-2006
49 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 24-04-2006 11:42 20-07-2006
50 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 25-04-2006 11:42 20-07-2006
51 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 27-04-2006 11:42 20-07-2006
52 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 28-04-2006 11:42 20-07-2006
53 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 01-05-2006 16:12 20-07-2006
54 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 02-05-2006 11:42 20-08-2006
55 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-05-2006 11:42 20-08-2006
56 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 09-05-2006 11:42 20-08-2006
57 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 11-05-2006 11:42 20-08-2006
58 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 12-05-2006 11:42 20-08-2006
59 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 15-05-2006 11:42 20-08-2006
60 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 16-05-2006 11:42 20-08-2006
61 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 18-05-2006 11:42 20-08-2006
62 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 19-05-2006 11:42 20-08-2006
63 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 22-05-2006 11:42 20-08-2006
64 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 23-05-2006 11:42 20-08-2006
65 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 25-05-2006 11:42 20-09-2006
Tabela 4.6 – Relatório com as ordens alocadas na envasadora do Lalio, extraída a partir do
seqüenciamento da produção
.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321252/CA
82
Relação de ordens alocadas no Lalio (envasadora)
Nº da Ordem Produto Quantidade Fim Data de Entrega
66 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 26-05-2006 11:42 20-09-2006
67 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 29-05-2006 11:42 20-09-2006
68 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-05-2006 11:42 20-09-2006
69 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 01-06-2006 11:42 20-09-2006
70 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 02-06-2006 11:42 20-09-2006
71 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 05-06-2006 11:42 20-09-2006
72 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 06-06-2006 11:42 20-09-2006
73 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-06-2006 11:42 20-09-2006
74 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 09-06-2006 11:42 20-09-2006
75 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 12-06-2006 11:42 20-09-2006
76 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 13-06-2006 11:42 20-09-2006
77 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 16-06-2006 16:12 20-10-2006
78 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 19-06-2006 11:42 20-10-2006
79 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 20-06-2006 11:42 20-10-2006
80 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 22-06-2006 11:42 20-10-2006
81 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 23-06-2006 11:42 20-10-2006
82 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 26-06-2006 11:42 20-10-2006
83 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 27-06-2006 11:42 20-10-2006
84 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 29-06-2006 11:42 20-10-2006
85 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 05-07-2006 11:42 20-10-2006
86 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 06-07-2006 11:42 20-10-2006
87 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 10-07-2006 11:42 20-10-2006
88 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 11-07-2006 11:42 20-10-2006
89 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 13-07-2006 11:42 20-10-2006
90 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 14-07-2006 11:42 20-10-2006
91 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 17-07-2006 11:42 20-10-2006
92 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 18-07-2006 11:42 20-11-2006
93 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 20-07-2006 11:42 20-11-2006
94 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 21-07-2006 11:42 20-11-2006
95 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 24-07-2006 11:42 20-11-2006
96 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 25-07-2006 11:42 20-11-2006
97 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 27-07-2006 11:42 20-11-2006
98 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 28-07-2006 11:42 20-11-2006
99 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 31-07-2006 11:42 20-11-2006
100 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 01-08-2006 11:42 20-11-2006
101 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 03-08-2006 11:42 20-11-2006
102 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 04-08-2006 11:42 20-11-2006
103 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 07-08-2006 11:42 20-11-2006
104 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-08-2006 11:42 20-11-2006
105 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 10-08-2006 11:42 20-11-2006
106 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 11-08-2006 11:42 20-11-2006
107 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 14-08-2006 11:42 20-11-2006
108 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 15-08-2006 11:42 10-12-2006
109 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 17-08-2006 11:42 10-12-2006
Tabela 4.6 – Relatório com as ordens alocadas na envasadora do Lalio, extraída a partir do
seqüenciamento da produção.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321252/CA
83
Relação das ordens não contempladas no prazo solicitado.
Nº da Ordem Produto Quantidad
e
Fim Data de
Entrega
1 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-03-2006 20-03-2006
2 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 31-03-2006 20-03-2006
3 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 01-04-2006 20-03-2006
4 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 03-04-2006 20-03-2006
5 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 06-04-2006 20-03-2006
6 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 07-04-2006 20-03-2006
7 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 09-04-2006 20-03-2006
8 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 13-04-2006 20-03-2006
9 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 13-04-2006 20-03-2006
10 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 15-04-2006 20-03-2006
11 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 17-04-2006 20-03-2006
12 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 29-04-2006 20-03-2006
13 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 29-04-2006 20-03-2006
14 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-04-2006 20-04-2006
15 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 30-04-2006 20-04-2006
16 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 01-05-2006 20-04-2006
17 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 01-05-2006 20-04-2006
18 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 02-05-2006 20-04-2006
19 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-05-2006 20-04-2006
20 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-05-2006 20-04-2006
21 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-05-2006 20-04-2006
22 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 08-05-2006 20-04-2006
23 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 11-05-2006 20-04-2006
25 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 21-05-2006 20-05-2006
26 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 25-05-2006 20-05-2006
27 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 27-05-2006 20-05-2006
28 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 27-05-2006 20-05-2006
29 VACINA C/ FEBRE AMARELA 05 EXPORTAÇÃO 42000 31-05-2006 20-05-2006
Tabela 4.7 - Relatório com as ordens não contempladas no prazo, extraído a partir do
seqüenciamento.
PUC-Rio - Certificação Digital Nº 0321252/CA
84
5.
Conclusões
.
De acordo com a proposta relatada na introdução desta dissertação, apresenta-se
um modelo híbrido para o planejamento e controle da produção a ser implantado na
fábrica de vacinas da Fiocruz. O modelo foi proposto a partir de uma análise das
restrições, impostas pelas boas práticas de produção, e pela lei de licitações públicas.
Para embasar a opção apresentada, o trabalho envolveu uma revisão bibliográfica
sobre o tema abordado, e uma análise do processo produtivo.
A partir da avaliação do problema que estimulou este estudo, foi estabelecido
como objetivo principal a constituição de um modelo de planejamento e controle da
produção para a fábrica de vacinas. Como objetivo secundário, a proposta é estimular
a unidade a remodelar os processos de gestão, em especial os responsáveis por
suprimentos de matéria-prima e supervisão de produção, que têm forte impacto sobre
a produtividade dos processos produtivos.
O desenvolvimento deste trabalho encontrou como maior dificuldade as
restrições impostas pela lei de licitações, o que dificultou aplicar as melhores práticas
de PCP em Bio-Manguinhos. A dependência da aquisição de insumos através do
processo de licitações demanda um tempo de espera incompatível com os
procedimentos de redução de estoque. Ao mesmo tempo, assegurar a qualidade do
insumo fornecido através do mesmo processo licitatório é uma tarefa que envolve
sorte, pois nem sempre o fornecedor é conhecido. Os problemas quanto ao
fornecimento ainda têm reflexo na qualidade do insumo, pois na maioria das
aquisições, o critério de classificação é definido pelo menor custo em detrimento de
qualidade.
Durante o processo de revisão bibliográfica, ficou evidente que a unidade
deve adotar uma estratégia que opte pela otimização da capacidade produtiva e ao
mesmo tempo direcione a produção para atender a demanda do mercado. Com a
conquista do mercado externo para a vacina contra febre amarela, a demanda
aumentou e se aproximou da capacidade de produção. Diante deste cenário a opção
em adotar a estratégia de otimizar se mostrou ainda mais oportuna. Porém, não basta
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otimizar o planejamento da produção, sem enfrentar o desafio de fornecer os insumos
necessários na hora certa. O MRPII complementa a opção de otimização, gerando
um planejamento adequado para os materiais e outros recursos produtivos.
Conhecer a instituição foi fundamental para entender as razões de se trabalhar
com um nível de estoque de matéria-prima tão elevado, pois esta opção é a única
neste momento capaz de contornar o longo tempo de duração do processo de
aquisição de matéria-prima.
A composição do modelo híbrido contribuirá com o objetivo principal de
capacitar a unidade para melhor atender seus clientes, sendo assim, foram definidos
índices para atendimento dos clientes para os próximos três anos, período este
necessário para que a unidade absorva todas as contribuições do modelo.
Ainda durante a produção desta dissertação, verificou-se a necessidade de
ampliar a comunicação entre o departamento comercial e o setor de planejamento e
controle de produção, como um importante passo para agilizar a tomada de decisões
que interferem na eficácia e eficiência do atendimento do cliente. Outra oportunidade
aparente é aproximar o PCP e a divisão de suprimentos sob a gestão de um
departamento de logística. Com a proposta da fusão acredita-se que surgirão as
condições mínimas para a unidade iniciar a formação de uma cadeia logística, com a
expansão até o primeiro nível de fornecedor. Esta prática tem como objetivo principal
assegurar a pontualidade e qualidade no fornecimento de matéria-prima.
As sugestões para o desenvolvimento das áreas de suprimentos e supervisão
de produção devem estimular uma análise mais detalhada dos processos. Este é o
objetivo secundário deste trabalho, o que poderá estimular novas contribuições
através de outras dissertações. A simulação apresentada no final deste trabalho é parte
do planejamento da produção de 2006, e será a base para a avaliação do modelo
proposto.
A produção em grande escala dentro do ambiente público é desafiadora, e
necessita de apoio e flexibilidade na lei de licitações para alcançar rendimentos
semelhantes ao setor privado, por esta razão, ela só se justifica quando visa a atender
a um objetivo estratégico nacional.
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6.
Referências bibliográficas.
Ballou, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento,
Organização e Logística Empresarial. 4ºed., Porto Alegre: Editora
Bookman, 2001.
Bowersox, D. J., Closs, D. J. Logística Empresarial: O Processo de
Integração da Cadeia de Suprimento. 1ºed., São Paulo: Editora Atlas,
2001.
Burbidge, J. L. Planejamento e Controle da Produção. 1ºed., São Paulo:
Editora Atlas,1983.
Corrêa, L.H., Gianesi I. G. N. Just in Time, MRPII e OPT - Um Enfoque
Estratégico. 2ºed., São Paulo: Editora Atlas, 1996.
Davis, M.M., Aquilano, N.J. Chase, R.B. Fundamentos da Administração
da Produção. 3º ed., Porto Alegre: Editora Bookman, 2001.
Falconi, V.C. TQC - Controle da Qualidade Total (No Estilo Japonês).
ed., Belo Horizonte: Editora Fundação Cristiano Ottoni,1992.
Lopes, F. J. C., Indicadores da qualidade nos processos de produção de
imunobiológicos, Niterói, 1997. Dissertação de mestrado em administração
– Universidade Federal Fluminense.
Pires, S.R.I., Gestão da Cadeia de Suprimentos: Conceitos, Estratégias,
Práticas e Casos. 1ºed., São Paulo: Editora Atlas, 2004.
Prado, C.A .S. Sincronização da Produção: Uma Proposta de Trajetória
de Implantação Para a Industria Têxtil. Rio de Janeiro, 2000. Dissertação
de Mestrado em Engenharia de produção – UFRJ – COPPE.
Slack, N., Chambers S., Harland C., Hanison A., Johnston R. Administração
da Produção. 1ºed., São Paulo: Editora Atlas, 1999.
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Anexo I
CALENDÁRIO BÁSICO DE VACINAÇÃO
Idade Vacinas Doses
Ao nascer BCG-ID
Vacina contra hepatite B
Dose única
1ª dose
1 mês Vacina contra hepatite B 2ª dose
2 meses
Vacina oral contra
poliomielite
Vacina tetravalente (DPT e
Hib)
1ª dose
1ª dose
4 meses
Vacina oral contra
poliomielite
Vacina tetravalente (DTP e
Hib)
2ª dose
2ª dose
6 meses
Vacina oral contra
poliomielite
Vacina tetravalente (DTP e
Hib)
Vacina contra hepatite B
3ª dose
3ª dose
3ª dose
9 meses *
Vacina contra febre
amarela
Dose única
12 meses
SRC (tríplice viral)
Dose única
15 meses
Vacina oral contra
poliomielite
DTP (tríplice bacteriana)
Reforço
1º reforço
4 – 6 anos DTP (tríplice bacteriana)
SRC (tríplice viral)
2º reforço
Reforço
6 – 10
anos**
BCG - ID Reforço
10 anos
Vacina contra febre
amarela
Reforço
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Anexo II
População Residente por Faixa Etária e Ano. Período: 2000-2005
Faixa
Etária
2000 2001 2002 2003 2004 2005
Menor 1
ano 3.213.310 3.265.130 3.309.775 3.354.621 3.399.251 3.500.554
1 a 4 anos
13.162.418 13.373.308 13.555.078 13.737.154 13.918.815 14.331.210
5 a 9 anos 16.542.327 16.801.403 17.024.731 17.248.418 17.471.260 17.977.871
10 a 14
anos
17.348.067 17.612.904 17.841.705 18.070.870 18.298.595 18.817.108
15 a 19
anos 17.939.815 18.215.009 18.452.808 18.690.990 18.927.614 19.466.191
20 a 29
anos 29.991.180 30.469.072 30.882.571 31.296.497 31.708.124 32.644.330
30 a 39
anos
25.290.473 25.686.474 26.030.561 26.374.006 26.715.812 27.493.102
40 a 49
anos 19.268.235 19.557.911 19.811.029 20.062.916 20.313.570 20.883.461
50 a 59
anos
12.507.316 12.682.733 12.837.326 12.990.287 13.142.561 13.488.987
60 a 69
anos 8.182.035 8.289.329 8.384.653 8.478.685 8.572.136 8.784.793
70 a 79
anos 4.521.889 4.578.329 4.628.750 4.678.412 4.727.740 4.839.945
80 anos e
mais
1.832.105 1.854.174 1.873.945 1.893.395 1.912.656 1.956.522
Total 169.799.17
0
172.385.776 174.632.932 176.876.251 179.108.134 184.184.074
Fonte: IBGE - Censos Demográficos e Contagem Populacional; para os anos intercensitários,
estimativas preliminares dos totais populacionais, estratificadas por idade e sexo pelo MS/SE/Datasus.
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Anexo III
Entrega de Vacinas ao PNI
1,000 doses
Vacinas Apresentação 2000 2001 2002 2003 2004 2005
DTP+Hib 05 doses 0 0 22.174 8.007 16.487 12.000
Hib
01 doses 0 0 0 0 33,35
05 doses 14.577 7.867 2.066 1 20 1,75
Sarampo 05 doses 7.500 10.000 3.694 0 0 0
Meningite 50 doses 500 0 488 0 0 0
Poliomielite 25 doses 18.968 24.117 64.194 32.163 40.532 35.000
Tríplice Viral 10 doses 0 0 0 0 20.000 20.000
Febre Amarela
05 doses 6.051 1.173 19.141 29.120 15.880 0
50 doses 32.387 9.284 2.884 0 0 0
Total 79.983 52.441 114.641 69.291 92.919 67.035
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Anexo IV
Gráfico com o resumo do seqüenciamento
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