Download PDF
ads:
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
JOSÉ MAGNO FONSECA
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES SUBMETIDOS A
DERIVAÇÃO GASTROJEJUNAL EM Y-DE-ROUX ANELADA NO PRIMEIRO E
TERCEIRO ANO DE PÓS-OPERATÓRIO
São Luís
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
JOSÉ MAGNO FONSECA
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES SUBMETIDOS A
DERIVAÇÃO GASTROJEJUNAL EM Y-DE-ROUX ANELADA NO PRIMEIRO E
TERCEIRO ANO DE PÓS-OPERATÓRIO
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Ciências da Saúde da Universidade Federal do
Maranhão - UFMA, para obtenção do título de Mestre
em Ciências da Saúde.
Orientador: Profº. Dr. Gutemberg Fernandes de Araújo
São Luís
2008
ads:
3
JOSÉ MAGNO FONSECA
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA DOS PACIENTES SUBMETIDOS A
DERIVAÇÃO GASTROJEJUNAL EM Y-DE-ROUX ANELADA NO PRIMEIRO E
TERCEIRO ANO DE PÓS-OPERATÓRIO
A comissão julgadora dos trabalhos de defesa da dissertação de Mestrado, em
sessão pública realizada em __/__/__, considera o candidato aprovado.
BANCA EXAMINADORA
Presidente ______________________________________________
Profº. Dr. Gutemberg Fernandes de Araújo (Orientador)
1º Examinador______________________________________________
2º Examinador______________________________________________
3º Examinador ______________________________________________
São Luís
2008
4
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo Dom da Vida e da Sabedoria, e por estar sempre comigo em
todo meu existencial.
A minha família, pelo apoio e compreensão pelos momentos que estive
ausente.
Aos meus filhos: Alessandro Magno Teixeira Fonseca, Ricardo Magno
Teixeira Fonseca e Ticiano Magno Teixeira Fonseca, razão da minha luta constante,
em busca de uma vida digna e exemplar.
À minha esposa Maria do Perpétuo Socorro Teixeira Fônseca,
companheira e grande incentivadora em todos os momentos, onde a palavra de
coragem e força nunca me faltaram.
Ao meu orientador, Gutemberg Fernandes de Araújo, pelo imensurável
apoio dado na elaboração deste trabalho, sobretudo pela orientação segura e pelo
suporte científico necessário.
Às professoras Marilene Oliveira da Rocha Borges e Elizabeth de Sousa
Barcelos Barroqueiro, pela valiosa compreensão e motivação para chegar até aqui.
Aos colegas, Waston, Nogueira e Susi pela amizade e pelo estímulo que
muito me ajudaram a superar as dificuldades vivenciadas.
A amiga Ana Zoé Utta de Castro pela ajuda na execução deste trabalho.
Por fim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para esta
realização
5
RESUMO
INTRODUÇÃO: A obesidade mórbida tornou-se uma questão de saúde pública e a
cirurgia bariátrica se constitui um dos instrumentos para o seu tratamento. Espera-
se, com ela portanto, uma redução ponderal, redução ou cura das co-morbidades e
melhor qualidade de vida. OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida de pacientes
submetidos ao tratamento da obesidade mórbida, por meio do questionário BAROS
(Bariatric Analisys and Reporting Outcome System). MATERIAL E MÉTODO:
Realizou-se um estudo analítico, transversal pela observação de dados obtidos
através de entrevistas e revisão de prontuários de 99 pacientes portadores de
obesidade mórbida submetidos à derivação gastrojejunal em Y-de-Roux anelada, no
período de 2003 a 2006 no Serviço de Cirurgia Bariátrica do Hospital Universitário
da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA), que foram divididos em dois
grupos: o grupo I com 49 pacientes e o grupo II com 50 pacientes, respectivamente
com 1 e 3 anos de pós-operatório. Os dados subjetivos (informados pelos pacientes)
referentes á qualidade de vida, foram obtidos por meio do preenchimento de um
questionário MOOREHEAD-ARDELTH, que analisou: auto-estima, atividade física,
relacionamento social, desempenho para o trabalho e atividade sexual. Os dados
foram analisados através do Test t de Student e Qui-quadrado. RESULTADOS: Dos
99 pacientes analisados, o escore final do BAROS foi excelente para ambos os
grupos. Houve predominância do sexo feminino (85%). No grupo I, 1,8% eram
mulheres e 12 % homens. No grupo, as mulheres representavam 88% e os homens
12%. A média do Índice de Massa Corpórea nos homens, antes do procedimento foi
de 40,5%, 3 anos após a cirurgia bariátrica foi de 28,6%, enquanto que nas
mulheres, o IMC inicial seguia uma média de 44,4% e atualmente atingiu 28,4% 1 ou
3 anos após o procedimento. Dos pacientes 8,1% submeteram-se a cirurgia plástica.
As mulheres foram as que mais submeteram-s à cirurgia reparadora, 87,5%
mulheres e 12,5% homens. A variável "atividade sexual" foi igual quando
comparamos o grupo I e II, com 36 pacientes (73,5%) achando-se muito melhor, e 7
(14%) melhor. Observou-se bons resultados na relação social e disposição para o
trabalho (73,5%) no grupo I e (78%) no grupo II. A auto-estima atingiu níveis de 95%
em ambos os grupos. CONCLUSÃO: A Derivação Gastrojejunal em Y-de-Roux foi
6
capaz de melhorar as condições de vida dos portadores de obesidade mórbida,
influenciando positivamente na sua qualidade de vida.
Palavras-chave: Obesidade mórbida. Qualidade de vida. Cirurgia bariátrica. BAROS.
7
ABSTRACT
INTRODUCTION: The obesity became a question of public health and bariatric
surgery one of the instruments for its treatment. OBJECTIVE: To evaluate the quality
of life of patients submitted to the treatment of the morbid obesity, through method
BAROS (Bariatric Analisys and Reporting Outcome System). METHODS: A
descriptive, transversal, retrospective study was become fullfilled for the comment of
data gotten through interviews and handbook revision of 100 carrying patients of
morbid obesity, divided in two groups: group I with 50 patients and group II with 50
patients, final result of 99 patients (99%) submitted respectively, 1 and 3 years, after
to the Bariatric Surgery in the University Hospital of the Federal University of the
Maranhão (HUUFMA) between 2003 and 2006. The subjective data (informed for the
patients) referring á quality of life, had been gotten through a questionnaire
MOOREHEAD-ARDELTH, that it analyzes: self-estimeem, physical activity, social
relationship, performance for the work and sexual activity. The data had been
analyzed through Test t of Student and Qui-square. RESULTS: It props up it end of
the BAROS was excellent for both the groups. It had predominance of the feminine
sex (85%). In group I, 88% they were women and 11 % men. However, in group II,
the women represented 88% and men 12%. The average of the Index of Corporal
Mass in the men, before the procedure was of 40,5%, 3 years after the bariatric
surgery was of 28,6%, while that in the women, IMC the initial followed a 44,4%
average and currently reached 28.4% 1 or 3 years after the procedure. 8,1% of the
patients had been operated, the women had been the ones that had more submitted
it plastic surgery repaired 87.5% women and 12.5% men. The changeable "sexual
activity" it was just like when we compare group I and II, with 36 patients (73,5%)
finding itself very good and very worse, respectively. One observed good results in
the social relation and disposal for the work (73,5%) in group I e (78%) in group II.
Auto-they esteem reached levels of 95% in both the groups. CONCLUSION: The
Gastrojejunal Derivation in Y-of-Roux was capable to improve the conditions of life of
the carriers of morbid obesity, influencing positively in its quality of life.
Word-key: Obesity morbid. Quality of life. Bariatric surgery. BAROS.
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Distribuição por sexo de 99 pacientes submetidos a DGJYRA no
HUUFMA após 1 a 3 anos de pós-operatório..................................
17
Tabela 2 – Resultado do teste t de student do Índice de massa corporal (IMC)
antes e depois da cirurgia geral e separado por sexo .....................
17
Tabela 3 – Avaliação da qualidade de vida dos grupos I (1 ano pós-cirurgia) e
II (3 anos pós-cirurgia) ....................................................................
18
Tabela 4 – Proporção de pacientes que realizaram cirurgia plástica ................ 20
Tabela 5 – Região do corpo que foi operada na cirurgia plástica...................... 20
Tabela 6 – Resultado final do questionário Moorehead Ardelth com pacientes
de 1 a 3 anos após a DGJYRA no HUUFMA...................................
21
9
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Média de IMC antes e depois da cirurgia de DGJYRA................... 18
Gráfico 2 - Avaliação da qualidade de vida dos grupos I (1 ano pós-
cirurgia) e II (3 anos pós-cirurgia) ....................................................
19
Gráfico 3 - Proporção de pacientes que realizaram cirurgia plástica................ 20
Gráfico 4 - Proporção de sexo daqueles que realizaram cirurgia plástica ....... 21
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................
11
2 MATERIAL E MÉTODO.................................................................................
14
3 RESULTADOS...............................................................................................
17
4 DISCUSSÃO..................................................................................................
22
5 CONCLUSÃO ................................................................................................
26
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 27
ANEXOS ........................................................................................................ 30
11
1 INTRODUÇÃO
A obesidade é doença universal de prevalência crescente que atinge
proporções preocupantes em todo mundo. É considerada, atualmente, um dos
principais problemas de saúde da sociedade moderna.
1
Dentre elas, a obesidade
denominada tipo III ou mórbida é a mais preocupante
1.
Considera-se, segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), obesidade com indicação para tratamento
cirúrgico aquela com Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 35 e 39,2 Kg/m
2
associada a outras doenças e, quando o IMC ultrapassa 40 Kg/m
2.
Esse grupo de pacientes portadores desse tipo de obesidade além do
excesso de peso traz consigo doenças associadas denominadas co-morbidades.
Dentre elas, destacam-se: hipertensão arterial, cardiopatia hipertrófica, dislipidemia,
diabetes mellitus tipo 2, colelitíase, apnéia do sono, hipoventilação da obesidade,
artrites degenerativas e problemas psicosociais
3,8
Essas afecções têm contribuído
para o aparecimento da depressão, desordens alimentares, distúrbios de imagem
corporal e implicações na prática social
1
. O excesso de peso por sua vez leva a
diminuição da auto-estima, acarreta dificuldades profissionais contribuindo para a
diminuição da qualidade de vida
2
.
Nos Estados Unidos, existe um número estimado de 12 milhões de obesos
mórbidos. No Brasil, aproximadamente 10,5 milhões de pessoas acima de 20 anos
ou mais são obesos, segundo a pesquisa de orçamento familiar (POF) realizada em
2002/2003, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso
representa 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres do país.
Levantamento nacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica realizado pela Toledo & Associados aponta que 3% da população tem
obesidade mórbida
35
.
Estima-se que vinte mil brasileiros, submetem-se à cirurgia para
tratamento da obesidade mórbida por ano e que o Brasil seja o segundo país com
maior número de realização desse tipo de procedimento ficando atrás apenas dos
Estados Unidos
33
. De acordo com Ministério da Saúde, na rede pública desde 2002,
foram realizadas 9.945 cirurgias, ao custo de R$ 31,5 milhões
36
.
Atualmente, os procedimentos aceitos por determinação do Conselho
Federal de Medicina são:
12
a) Restritivos: 1- Balão Intragástrico, Gastroplastia Vertical Bandada ou
Cirurgia de Mason e, Banda Gástrica Ajustável
b) Cirurgias Disabsortivas: Essas cirurgias (PAYNE OU BYPASS
JEJUNO-JEJUNAL) estão proscritas em vista da alta incidência de complicações
metabólicas e nutricionais a longo prazo.
c) Cirurgias Mistas: As cirurgias mistas para tratamento de obesidade
mórbida associam restrição e disabsorção em maior ou menor grau do intestino,
dependendo da técnica empregada e da extensão do intestino delgado excluído do
trânsito alimentar. Dentre elas, destacam-se:
1. Cirurgia Mista com Maior Componente Restritivo:
compreende as diversas modalidades de bypass gástrico com reconstituição do
trânsito intestinal em “Y de Roux” sendo as mais empregadas as cirurgias de Fobi,
cirurgia de Capella e cirurgia de Wittgrove e Clark. Estas cirurgias, além da restrição
mecânica representada pela bolsa gástrica de 30 a 50 ml, restringem a alimentação
por meio de um mecanismo funcional do tipo Dumping (mal-estar provocado pela
ingestão de alimentos líquidos ou pastosos hipercalóricos) e, ainda, pela exclusão
da maior parte do estômago do trânsito alimentar com suas implicações de esfera
hormonal. Pode-se acrescentar um anel estreitando a passagem pelo reservatório
antes da saída da bolsa para a alça jejunal – o que retarda o esvaziamento para
sólidos, aumentando, ainda mais, a eficácia dos procedimentos.
2. Cirurgia Mista Maior Componente Disabsortivo: cirurgia de
Scopinaro (derivação bílio-pancreática com gastrectomia distal) e cirurgia de
duodenal-switch (derivação bílio-pancreática com gastrectomia vertical da grande
curvatura e preservação do piloro).
3. A derivação gastrojejunal em Y-de-Roux é considerada o
“padrão ouro”
4
, pois ela representa 70% das cirurgias realizadas nos Estados Unidos
11, 12 ,13 , 14
, e a mais realizada no Brasil. Tem baixa taxa de complicações e
mortalidade, variando de 0,3 a 1,9 %, introduzida no nosso país por Arthur Garrido
Junior em 1993.
13
A partir do ano de 1999, o Ministério da Saúde, através das portarias
1569 e 1571, incluiu a derivação gastro-jejunal e Y de–Roux, entre os procedimentos
recomendados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Em outubro de 2001, após
estruturação de equipe multiprofissional, o serviço de cirúrgica bariátrica do Hospital
13
Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA) iniciou a realização
do tratamento cirúrgico da obesidade mórbida na rede pública do estado
1,5, 37
Todas estas operações podem ser executadas pela via aberta e
laparoscópica, entretanto diante de todas as variáveis que influenciam o sucesso
das cirurgias bariátricas como o índice de massa corpórea, a técnica cirúrgica, a
experiências dos profissionais, a cultura do paciente, os aspectos emocionais,
sociais entre outros, a avaliação do resultado do tratamento cirúrgico exige métodos
de avaliação específicos
2,8,9,15
.
A avaliação dos pacientes era difícil, em virtude de não haver um
instrumento padrão que analisasse melhor os resultados da cirurgia
bariátrica.
11,12,13,14
A tentativa de uniformização de vários questionários começou a
partir de 1997 com ORIAS e MOOREHEAD
15
, que apresentaram um questionário, o
Bariatric Analysis and Reporting Outcome System. (BAROS) no Congresso da
Federação Internacional para a Cirurgia da Obesidade que aos poucos foi sendo
utilizados em pesquisas
15
. Esse método analisa os resultados das cirurgias
bariátricas através de alguns critérios objetivos (perda de peso e melhora das
comorbidades)
1,13,14
,que são observados pelo médico, e por critérios subjetivos, que
são informados pelos pacientes (melhora da auto-estima, atividade física, relações
sociais, disposição para o trabalho e atividade sexual).
10,12,13
Araújo (2006) estudou 41 pacientes operados de gastroplastia
empregando a parte objetiva do BAROS. Observando uma perda ponderal
expressiva, melhora das comorbidades, e uma melhora significativa na qualidade de
vida, sobretudo, com relação à auto-estima
1
no primeiro ano.
Neste sentido, o método BAROS constitui-se em um sistema criado com o
objetivo de avaliar os resultados dos tratamentos cirúrgicos, em obesos mórbidos,
visando a verificar não somente a redução e a manutenção do peso com também a
melhora da qualidade de vida dos pacientes.
15,16,17
Neste contexto o objetivo deste trabalho foi avaliar a qualidade de vida
dos pacientes obesos mórbidos submetidos à derivação gastrojejunal em Y-de-Roux
anelada, no Serviço de Cirurgia Bariátrica do Hospital Universitário da Universidade
Federal do Maranhão, no primeiro e terceiro ano de pós-operatório.
14
2 MATERIAL E MÉTODO
Após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
Universitário da Universidade Federal do Maranhão - HUUFMA, foi realizado um
estudo analítico, transversal com componentes retrospectivos, no qual foram
escolhidos aleatoriamente 100 pacientes entre todo o universo dos já submetidos à
derivação gastrojejunal em Y- de- Roux anelada (DGJYRA), via aberta, utilizando-se
o programa SPSS for Windows 10.0 (1999), no Programa de Cirurgia Bariátrica do
Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HUUFMA) no período
de 2003 a 2006.
A amostra foi dividida em 2 grupos. O grupo I, composto de 50 pacientes
iniciais com 12 meses de pós-operatório e o grupo II, também com 50 pacientes com
trinta e seis meses. Utilizou-se como critério de exclusão a não localização do
paciente, após três tentativas por contato telefônico, finalizando os estudos com 99
pacientes, pois um desses pacientes operados em um ano desistiu da pesquisa por
questões pessoais. Portanto, o grupo I, ficou composto de 49 pacientes e o grupo II
com 50 pacientes pós-operados.
Os dados foram coletados a partir do levantamento de registros de
prontuários, e por meio de entrevistas, com preenchimento de uma ficha protocolo
(Anexo B) no período de seis meses. Na ficha protocolo constaram dados de
identificação dos pacientes como sexo, IMC antes e após o procedimento e
correções plásticas bem como os locais dos procedimentos.
Do questionário BAROS (Bariatric Analysis and Reporting Outcome
System)
1,15,16
, para este trabalho utilizou-se apenas o questionário de qualidade de
vida.
As informações sobre a avaliação da qualidade de vida foram obtidas dos
pacientes, e procedido preenchimento de um questionário (Moorehead Ardelth)
15,16
que analisou: (auto-estima, atividade física, relacionamento social, disposição para o
trabalho e atividade sexual) (ver ANEXO D).
O questionário de qualidade de vida contém cinco perguntas que
verificam se a vida dos pacientes mudou com a perda de peso. As perguntas são
graduadas em cinco níveis de satisfação. Cada uma das respostas tem pontuação
própria relacionada no Quadro 1.
15
Quadro 1 - Pontuação do questionário BAROS, segundo qualidade de vida
Tópicos Classificação / Pontuação
Muito pior Pior O mesmo Melhor Muito melhor
Comparando com a
época anterior ao
tratamento para perda
de peso eu me sinto
-1,00 -0,5 0 +0,5 +1,00
Muito menos Menos O mesmo Mais Muito mais
Eu me sinto capaz de
participar ativamente
em atividades
-0,50 -0,25 0 +0,25 +0,50
Muito menos Menos O mesmo Mais Muito mais
Eu estou me
relacionando
socialmente
-0,50 -0,25 0 +0,25 +0,50
Muito menos Menos O mesmo Mais Muito mais
Agora sou capaz de
trabalhar
-0,50 -0,25 0 +0,25 +0,50
Muito menos Menos O mesmo Mais Muito mais
Agora me interesso por
sexo
-0,50 -0,25 0 +0,25 +0,50
Os pontos são acrescentados ou subtraídos, de acordo com as respostas
dos pacientes. A coluna central do questionário significa que a condição está
inalterada. As mudanças para melhor que estão apresentadas nas colunas da direita
são pontuadas positivamente, e para pior, as representadas nas colunas da
esquerda, que serão pontuadas negativamente. A auto-estima é considerada o
principal fator para qualidade de vida e recebe a maior pontuação (+1,0) em relação
aos outros itens (+0, 5)
13
.
Após a avaliação das três colunas do BAROS, a pontuação subtotal é
somada. Posteriormente, devem ser deduzidos pontos em relação às complicações
e reoperações. As complicações também são classificadas em maiores e menores.
As complicações maiores são definidas por eventos que resultam em uma
internação hospitalar igual ou superior a sete dias
13
.
Para cada complicação maior, deduz um ponto e para cada menor 0,2
pontos. Caso haja uma maior e outras menores, apenas um ponto é subtraído.
Quando uma complicação maior ocorre e provoca uma reoperação, apenas um
ponto é deduzido
13
.
16
O BAROS possui um score final que após as somas e deduções, o
resultado é classificado em “insuficiente”, “aceitável”, “bom”, “muito bom” e
“excelente”.
Quadro 2 - Resultado final do questionário Moorehead Ardelth (Score do BAROS)
RESULTADOS FINAIS DO BAROS
Pontuação Grupos de Resultados
1 ponto ou menos Insuficiente (I)
>1,0 a 3,0 pontos Aceitável (A)
>3,0 a 5,0 pontos Bom (B)
>5,0 a 7,0 pontos Muito Bom (MB)
>7,0 a 9,0 pontos Excelente (E)
Obteve-se um termo de consentimento livre e esclarecido dos pacientes
obedecendo às recomendações da Resolução 196/96 e suas complementares do
Conselho Nacional de Saúde / Ministério da Saúde (CNS/MS).
Os dados estatísticos foram analisados utilizando-se o programa SPSS
for Windows 10.0 (1999). Para a avaliação da qualidade de vida (auto-estima,
atividade física, relacionamento social, disposição para o trabalho e interesse
sexual) entre os grupos I (1 ano pós-operatório) e II (3 anos pós-operatório) foi
aplicado o teste qui-quadrado de independência. Posteriormente, essas mesmas
variáveis foram avaliadas pelo teste qui-quadrado de aderência, considerando o total
de pacientes independente do ano da cirurgia. A mudança do IMC antes da cirurgia
e o valor atual foi avaliada pelo teste t de student para amostras pareadas e o qui-
quadrado. Em todos os testes o nível de significância para se rejeitar a hipótese de
nulidade foi de 5%. Os cincos itens avaliados representaram uma parcela de
investigação total sobre a qualidade de vida, que somados representam uma parcela
do subtotal de toda análise.
17
3 RESULTADOS
A amostra deste estudo foi caracterizada por 99 pacientes submetidos à
cirurgia bariátrica sendo que, a grande maioria era do sexo feminino (85%). No
grupo I, 39 pacientes (79,6%) eram mulheres e 10 pacientes (20,4%) eram homens.
grupo II, 44 pacientes eram do sexo feminino (88%); e 6 pacientes eram do sexo
masculino (12%).
Tabela 1 - Distribuição por sexo de 99 pacientes submetidos a DGJYRA no
HUUFMA após 1 a 3 anos de pós-operatório
Sexo Grupo I % Grupo II %
Masculino 10 20,4 06 12
Feminino 39 79.6 44 88
Quanto ao IMC dos 99 pacientes, em apenas 97 foram obtidos os dados a
esse respeito, em dois deles não foram possíveis as informações necessárias. Foi
observado diferença significativa (p < 0,05) no IMC após a cirurgia DGJYRA, tanto
no geral quanto nos sexos em separados, pois, no geral, antes da cirurgia a média
de IMC era de 40,5 e após ficou 28,6. Nos homens, a média antes era 41,0 e após
era 30,6, enquanto que nas mulheres antes era 44,4 e após ficou 28,4 (Tabela 2 e
Gráfico 1).
Tabela 2 - Resultado do teste t de student do Índice de massa corporal (IMC) antes
e depois da cirurgia geral e separado por sexo
IMC - Geral IMC - Homens IMC - Mulheres
Antes Depois Antes Depois Antes Depois
n
97 97 20 20 77 77
Média
40.5 28.6 41.0 30.6 44.4 28.4
Desvio Padrão
14.2 5.1 16.1 5.1 5.5 3.7
t
7.823 2.7352 25.01
p
< 0.0001 0.0131 < 0.0001
18
Gráfico 1 - Média de IMC antes e depois da cirurgia de DGJYRA
No grupo I, o primeiro item do questionário Moorehead Ardelth (BAROS),
que se refere a auto-estima, os 47 pacientes indicaram sentir-se muito melhor do
que antes (95,8%) 1 paciente, achou-se melhor, e 1 continuou no mesmo. No grupo
II, 46 pacientes (93,9%) consideraram-se muito melhor e três pacientes (6%) melhor,
e 1 paciente continuou no mesmo. Grau de significância do Qui-quadrado foi de
1,9901 (p > 0,05).
Tabela 3 - Avaliação da qualidade de vida dos grupos I (1 ano pós-cirurgia) e II (3
anos pós-cirurgia)
Muito melhor Melhor Mesmo
Avaliação G-I (%) G-II (%) G-I (%) G-II (%) G-I (%)
G-II
(%)
χ
2
p
Auto-estima 47 (96.0) 47 (94.0) 1 (2.0) 2 (4.0) 1 (2.0) 1(2.0) 1.990 0.574
Atividade física 37 (75.5) 34 (69.4) 9 (18.8) 15 (30.6) 3 (6.3) 1 (2.0) 3.547 0.314
Relacionamento
social
39 (79.6) 43 (87.8) 6 (12.2) 2 (4.1) 4 (8.2) 5 (10.2) 3.410 0.332
Disposição para
o trabalho
36 (73.5) 39 (78.0) 8 (16.3) 7 (14.0) 5 (10.2) 4 (8.0) 3.223 0.521
Interesse sexual 36 (73.5) 36 (72.0) 8 (16.3) 7 (14.0) 5 (10.2) 7 (14.0) 6.266 0.281
Quando questionados em relação às atividades físicas praticadas no grupo I,
37 pacientes (75,5%) informaram muito melhor na prática desta atividade e 9 dos
relacionados (18,8%) informaram melhor. No grupo II, 34 pacientes (69,4%)
19
informaram estar muito melhor e 15 pacientes (30,6%) melhor, nível de significância
do Qui-quadrado 3, 5474. Em relação à capacidade de trabalho no grupo I, 36 dos
entrevistados (73,5%) responderam que, após a cirurgia bariátrica, ficaram muito
melhor, 8 deles ficaram melhor e 5 continuaram no mesmo. No grupo II, 39
pacientes (78%) sentiram-se muito melhor, 7 melhor e 4 no mesmo. Nível de
significância igual a 3,223. No que tange ao interesse sexual, aumentou para 36
pacientes (73,5%) no grupo I, 8 pacientes (16,3%) ficaram melhor, 5 deste grupo
revelaram que permaneceram iguais. Os do grupo II, 36 entrevistados (72%)
acusaram uma melhora mais elevada, enquanto que 07 desse grupo (14%)
sentiram-se melhor e 7 deles afirmam estar no mesmo. Nível de significância de 6,
2667. Em se tratando do relacionamento social, constatou-se que no grupo I, 39
pacientes (79,6%) e 6 pacientes (12,2%) apresentavam-se, respectivamente melhor.
Apenas 4 pacientes, (8,2%) continuavam no mesmo, já no grupo II, observaram 43
pacientes (87,8%) e 2 pacientes (4,1%) respectivamente, muito melhor e melhor. Ao
passo que 5 deles (10,2%) continuavam no mesmo.
Gráfico 2 - Avaliação da qualidade de vida dos grupos I (1 ano pós-cirurgia) e II (3 anos pós-
cirurgia)
20
Tabela 4 - Proporção de pacientes que realizaram cirurgia plástica
Cirurgia n %
Sim 8 8.1
Não 90 90.9
Ignorado 1 1.0
Gráfico 3 - Proporção de pacientes que realizaram cirurgia plástica
As mulheres foram as que mais se submeteram a cirurgia plástica reparadora,
7 (87,5%) e os homens 1 (12,5%).
Determinadas regiões do corpo foram preferenciais para este grupo: seio 3
(37,5%), abdômen 3 (37,5%), braços 2 (25,5 %), coxas 1 (12,5%), lipoaspiração 1
(12,5%) não especificado 1 (12,5%) (Tabela 6).
Tabela 5 - Região do corpo que foi operada na cirurgia plástica
Região operada na Cirurgia plástica N %
Seios 3 37.5
Abdômen 3 37.5
braços 2 25.0
Coxas 1 12.5
Lipoaspiração 1 12.5
Não especificou 1 12.5
* Múltiplas respostas
21
1
7
Gráfico 4 - Proporção de sexo daqueles que realizaram cirurgia plástica
No resultado final do BAROS, o somatório de todos os itens com suas
devidas deduções o grupo I, melhor 2,5 e muito melhor 5,0 com um total de 7,5. No
grupo II, melhor 2,5, muito melhor 5,0, Pior, 0,2 e muito pior 0,2 fazendo um total de
7,5. Pelo Score do BAROS, Classificados como excelente para os grupos I e II
(Quadro II).
Tabela 6 - Resultado final do questionário Moorehead Ardelth com pacientes de 1 a
3 anos após a DGJYRA no HUUFMA
Grupo Pior Muito Pior O mesmo Melhor Muito melhor Total
I 0 0 0 2,5 5,0 7,5
II 0 0 0 2,5 5,0 7,5
22
4 DISCUSSÃO
O presente estudo reflete o acompanhamento de 1 e 3 anos de 99
pacientes submetidos à derivação em Y-de-Roux no ano de 2003 ao 2006 com uma
taxa de 99% de recuperação
1
, comparável á da literatura internacional para esta
cirurgia e o tempo de estudo. Salomom (2004) referiu taxas que variam entre 69% e
87% e Jamal
20
obteve 76 e 78% de índice de acompanhamento em dois grupos
estudados em um ano de seguimento.
Como pode ser observado nas tabelas 3 e 4 em ambos os sexos houve
diferença significativa (p<0,05) no IMC após a cirurgia, em média, a redução foi
bastante expressiva. O valor médio antes da cirurgia era de 40,5 e após ficou em
28,6, inferior ao de CHRISTOU
34
(32,6 kg/m²).
No tocante à qualidade de vida, observou-se que um grande número de
pacientes avaliou a melhora, em níveis considerados excelentes e bons.
25
A obesidade afeta psicologicamente o indivíduo, na medida em que causa
sintomas como depressão e ansiedade, de forma tal que, a necessidade de
avaliação e acompanhamento psicológico antes e após a cirurgia bariátrica são
essenciais
27.
A cirurgia bariátrica, por outro lado, proporciona melhora considerável
na auto-estima e minimiza os riscos de depressão, estabilizando o estado
psicológico do indivíduo
29, 30
. A qualidade de vida refere-se à felicidade e satisfação
do indivíduo com os aspectos físicos, mentais, emocionais, sociais e espirituais
1, 18
e
é de grande importância quando se pretende avaliar a efetividade de um
tratamento
1, 19,18
.
As melhorias observadas no desenvolvimento de atividades diárias
(andar, banhar, vestir-se, etc.) após a cirurgia bariátrica, sugerem que embora pouco
estudados, os benefícios mostrados na qualidade de vida são significantes
1
e
chegam até superar efeitos adversos pós-operatórios
1,14
. Da amostra a média de
pacientes 12,2% em cada grupo informaram sentir-se o mesmo no quesito atividade
sexual, e apenas 4 (8%) acharam-se o mesmo referente à disposição para o
trabalho. O retorno do prazer pelo corpo e da autoconfiança na sua capacidade de
relacionar-se social, sexual e profissionalmente são relatados pela grande maioria
dos entrevistados e pelos pesquisadores que investigaram esses aspectos
1, 15,20
.
Dos pacientes, 8,1% submeteram-se a cirurgia plástica reparadora, sendo a maior
incidência nas mulheres 87,5% e apenas 12,5% dos homens. Houve maior
23
incidência em algumas partes anatômicas do corpo (Tabela 5). O parâmetro mais
pontuado, a auto-estima, obteve níveis de muito melhor, 47 pacientes (96 %) no
grupo I e por semelhante modo o mesmo número no grupo II. A Americam Heart
Association considera a inatividade física um fator de risco primário para doenças
cardiovasculares e com efeito cumulativo nos obesos mórbidos, entretanto a
atividade física torna-se melhor após a cirurgia bariátrica
3
. Verificou-se que neste
trabalho atividades físicas, trinta e sete pacientes do grupo I atingiram níveis de
muito melhor e nove melhor, o que vem corroborar com as observações de outros
estudos.
02,30,32
No grupo II, 34 pacientes julgaram-se muito melhor e 15 melhor,
fundamental como auxiliar na manutenção da perda de peso
21, 9
. Foi observada
diferença significativa (p < 0,05) na avaliação da qualidade de vida pelos pacientes,
a maioria (72,7 a 94,8%), considerou que a sua vida ficou muito melhor após a
cirurgia em todos os itens avaliados. Observou-se que em todos os itens a menor
avaliação foi o mesmo (2,1 a 12,1%), ou seja, nenhum dos entrevistados considerou
Pior ou Muito Pior (Tabela 3). A redução de peso vem acompanhada de um novo
olhar sobre o eu e sobre o mundo. A expectativa de uma vida ativa, com mais
qualidade e mais promissora resulta na melhora da qualidade de vida da maioria dos
portadores de obesidade mórbida que passam pela cirurgia bariátrica
1, 10
.
Antes da década de 90 havia pouca informação sobre o impacto de
cirurgia bariátrica sobre doenças associadas à obesidade
20
. Embora existam poucos
trabalhos disponíveis utilizando o BAROS, o seu uso permite a comparação entre os
diversos trabalhos publicados
1, 12, 29, 30,31.
Marques
02
em estudo com 70 pacientes pós-operados observou que as
diversas e graves implicações da obesidade são significativamente melhoradas com
a cirurgia bariátrica mostrando que perda de peso está direcionada a melhora das
condições clínicas
É interessante ressaltar que não houve pacientes cujas condições teria
sido agravada, apenas nos itens atividade física, disposição para o trabalho, uma
média de 3 pacientes em ambos os grupos relataram estarem nas mesmas
condições no pós-operatório. Todos foram unânimes em responder que sua
condição clínica foi melhor ou resolvida.
24
Ao avaliar o resultado da somatória da qualidade de vida, vemos que
esse ficou bastante alto, fazendo com que a somatória do BAROS ficasse alto
também (Tabela 6).
Isso talvez se deva ao fato desses pacientes, em sua maioria participasse
de um grupo de apoio muito forte e presente, o que poderia fazer com que a sua
qualidade de vida melhorasse acima da média. Outro fator que deve ter contribuído
para esses resultados tão bons, seja a metodologia empregada pelo serviço de
manter esta população informada, através de reuniões constantes. Percebe-se
assim, a importância de uma equipe multiprofissional atuando com o paciente de
cirurgia bariátrica e a necessidade que esses têm de um bom acompanhamento
pós-cirúrgico, influenciando positivamente no resultado final que mais interessa: a
qualidade de vida
1, 20
.
Por resultar em uma expressiva perda de peso, o tratamento cirúrgico
para a obesidade corrobora com evidentes cuidados com o corpo e a mente dos
pacientes envolvidos. Esta afirmação pode ser a explicação para os resultados
obtidos neste trabalho
23
.
A expressiva melhoria na qualidade de vida dos pacientes evidenciada
com a utilização do questionário Moorehead e Ardelth, parte integrante do sistema
BAROS, foi observadas em outros estudos
16, 24
. Arcila
31
et al. realizaram
investigação aplicando o questionário BAROS, em 45 pacientes pós-operados e
verificaram que esta cirurgia não causa qualquer efeito negativo na qualidade de
vida, e há uma significativa melhora neste aspecto
31
.
No estudo SOS, analisado por Torgenson
32
, verificou-se que não houve
melhora na qualidade de vida do grupo de obesos tratados convencionalmente e
vem no grupo com peso estável. Já os pacientes operados apresentaram uma
melhora expressiva após 6 e 12 meses, com uma queda moderada após 2 e 4 anos
de intervenção
32
. Neste trabalho, após 1 e 3 anos de pós-operatório apresentou
números significativos do IMC antes e depois da cirurgia.
Isacsson
30
et al. relataram em um estudo não controlado, que na cirurgia
pela técnica de gastroplastia vertical com banda, a perda de peso induzida é
responsável pelo melhoramento da qualidade de vida. Para certificação, esses
autores realizaram avaliação em 102 pacientes submetidos á cirurgia bariátrica de
gastroplastia vertical, com banda, onde constataram que os resultados não ocorrem
25
somente na questão da redução de peso, mas também na morbidade e na melhora
da qualidade de vida
30
.
A redução de peso refletiu-se não só na auto-estima, mas nas relações no
trabalho e nas relações sociais para ambos os sexos.
30
Os resultados obtidos neste
trabalho indicam importantes benefícios da gastroplastia em Y-de-Roux sobre todas
as variáveis analisadas (auto-estima, atividade física, relacionamento social,
disposição para o trabalho e atividade sexual).
Tiveram bons resultados nos itens relação social e principalmente
disposição para o trabalho (73,5%) no grupo I e 78% no grupo II.
Curiosamente, observou-se que apenas a variável "atividade sexual" foi
diferente quanto à comparação entre os grupos I e lI, divididos de acordo com o
tempo de pós-operatório, de forma que se evidenciou um maior benefício do
tratamento cirúrgico nos pacientes do grupo II (três anos de pós-operatório). Este
resultado é divergente do obtido por Monteiro
17
no qual não encontrou nenhuma
relação entre o período de pós-operatório e a melhoria de qualquer variável do
questionário de Moorehead e Ardelt. Desta forma, novos estudos devem ser
realizados antes que se possa afirmar que quanto maior o tempo de pós-operatório,
melhor ou pior a qualidade de vida dos pacientes
. 17
Considerando a influência direta observada na pesquisa da obesidade
sobre os fatores relacionados à qualidade de vida e da melhora considerável de sua
situação biológica geral, na grande maioria dos casos, ocasionada pela cirurgia
bariátrica, é possível afirmar que este procedimento cirúrgico, além de diminuir o
peso e minimizar ou eliminar as comorbidades correlacionadas ao excesso de peso,
influencia direta ou indiretamente elevando a qualidade de vida dos indivíduos,
sendo o método BAROS um instrumento confiável e eficiente, já que os resultados
encontrados estão em acordo com outros estudos que utilizam este instrumento de
pesquisa
1, 20
.
No entanto, ainda que a qualidade de vida mostre-se superior, é
importante que os candidatos à cirurgia Bariátrica, assim como os pós-operados
tenham um acompanhamento psicológico e psiquiátrico adequado já que estes
indivíduos têm maior prevalência de transtornos dessa natureza, além de
freqüentarem um grupo de apoio, com uma boa equipe multiprofissional para
suporte
21, 1,20
.
26
5 CONCLUSÃO
A gastroplastia vertical anelada em Y-de-Roux mostrou-se efetiva na
melhoria da qualidade de vida de pacientes obesos mórbidos de acordo com o
questionário de Moorehead e Ardelt.
27
REFERÊNCIAS
1
ARAÚJO, F. L. S. M et al. Avaliação da perda ponderal das cormobidez e da
qualidade de vida das pacientes submetidas à derivação gastro jejunal em Y-
de-Roux anelada. 2006. Dissertação (Mestrado em Ciência da Saúde) – Faculdade
de Medicina. Universidade Federal do Maranhão, São Luís, 2006.
2
MARQUES, L. Z. et al. Qualidade de vida em portadores de obesidade,
mórbida submetidos à gastroplastia vertical com banda com derivação em Y
de Roux. Dissertação. (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade do Oeste de
Santa Catarina, Joaçaba, 2005.
3
BUCHWALD, H. Consensus Conference Statement. Bariatric Sugery for morbid
obesity health implications for patients, health professionals and third-party payers. J
Am Col Sug. n. 200, p. 593-604. 2005.
4
GASTROINTESTINAL Sugery for morbid obesity: National Instituted of Health
Consenses Development Conference Statement. Am J Clin Nutr, n. 55, p. 5195-
6155, 1992.
5
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Obesidade: prevenindo e controlando a
epidemia global. São Paulo: Roca, 2004.
6
WORLD HEARTH ORGANIZATION. Obesity: preveting and managin the global
epidemic. Report of a WHO consultation or obesity. Genova: WHO, 1998.
7
DEITEL, M. Overview of operations for morbid obesity. World J Surg., p. 913-918,
1998.
8
STEVEN, J. et al. The effect of age or the associations between body-mass index
and mortality. N Eng J Med., n. 338, p. 1-7, 1998.
9
BUCHWALD, H. Overview of bariatric surgery. J Am Coll Surg., n. 194, p. 367-
375, 2002.
10
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Obesity preventing and managing the
global epidemic report of a who consultation or obesity. Geneva: WHO, 1997.
11
TOTTÉ, E. et al. Weight reduction by means of intragastric devide: experience with
the bioenterics intragastric ballon. Obes. Surg., v. 11, n. 4, p. 519-23, aug. 2001.
12
BROLIN, R. E. Gastric bypass. Surg Clin North Am, n. 81, p. 1077-95, 2001.
28
13
FOBI, M. Surgical treatment of obesity: a review. J Nat Med Assoc, n. 96, p. 61-
70, 2004.
14
MELLO, C. A. P. Gastroplastia vertical em Y-de-Roux: resgate da qualidade de
vida dos obesos. 2001. Dissertação. (Mestrado em Engenharia da Produção).
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001. Disponível em:
<http:l/teses.esps.ufsc.br/defesa;pdf;8428.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2006.
15
GARRIDO JÚNIOR, A. B. Cirurgia da obesidade. São Paulo: Atheneu, 2002.
16
ORIAS, H. E.; MOOREHEAD, M. K. Bariatric analysis and reporting outcome
system (BAROS). Obesity Sugery, n. 8, p.487-499, 1998.
17
MONTEIRO, L. T.; CHAIN, E. A. Análise da qualidade de vida dos pacientes
submetidos à cirurgia de Fobi-Capella através da aplicação do questionário BAROS.
In: CONGRESSO INTERNO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UNICAMP, 13., 2005.
Resumos... 2005. p. 25-26. Disponível em:
<http:/www.prp.unicamp.br/pbiclcongressoslxiiicongresso/cdroom/pdfN;463.pdf>
Acesso em: 13 mar. 2006.
18
CHIPRUT, R. et al. La obesidad em el siglo XXI; avances en Ia etiopatogenia e
tratamiento. Gac Med Mex, n. 4, p. 232-34, 2001.
19
SEIDELL, J. C. Epidemiology: definition and classifications of obesity. London:
Blackwell Science, 1998. p.1-17.
20
NASSER, D.; ELIAS, A. A. Indicação de tratamento cirúrgico da obesidade grave.
In: GARRIDO Jr. (ed). Cirurgia da obesidade. São Paulo: Atheneu, 2003. p. 45-46.
21
FONSECA, J. G. M.; SILVA, M. K. S.; FELIX, D. S. Obesidade: uma visão geral.
In: FONSECA, H. G. (ed.). Clínica médica - obesidade e outros distúrbios
alimentares, p. 1-2, 2001.
22
CARLINI, M. P. Avaliação nutricional e de qualidade de vida de pacientes
submetidos à cirurgia bariátrica. Tese (Mestrado em ???) Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2001.
23
GLIMERT, W.G. et al. Quality of life before and after weight-reducing sugery and
Cost-effectiviness analysis. In: Chapter 41 update: Surgery for the mobidy obese
patient, FO-comunications, Toronto-Canada, 2000.
24
COWAN, G. S. M.; BUFFINGTON, C. K. Significant changes in blood pressure,
glicose, and lipids With gastric bypass surgery. W. J. of Surgery, n. 22, p. 987-992,
1998.
29
25
FONTAINE, K. R.; BAROFSKY, I. Obesity and health-related quality of life. Obes
Rev, n. 2, p. 173-82, 2001.
26
SEGAL, A.; FANDIÑO, J. Indicações e contra-indicações para realização das
operações para realização das operações bariátricas, Rev. Bras. Psiquiatr., n. 24,
p. 68-72, 2002.
27
FANDIÑO, J.; BENCHIMOL, A. K.; COUTINHO, W. F et al. Bariatric Surgery
Clinical, Surgical and psyquiatric aspects, Rev. Psiquiatr. Rio Gd. Sul, n. 26, p. 47-
51, 2004.
28
MARCHESINI, J. B. Aos novos Magros. Curitiba: Centre Desiginn, 2001. 155p.
29
DIXON, J. B.; O’BRIEN, P. E. Changes in comorbities and improvements LAP-
BAND placement. AM J Surg., n. 194, p. 515-45, 2002.
30
ISACSSON, A. et al. Quality of life afte controlled study. Eur J. Surg., p. 181-186,
1977.
31
ARCILA, D. et al. Quality of life in Bariatric Sugery. Obes Surg., n. 12, p. 661-665,
2002.
32
TORGERSON, J. S. Die “Swedish obese Subjects” - (SOS) - Studie: was brin
abnehmengt wirklich? MMW Fortschr Med., n. 144, p. 24-26, 2002.
33
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resolução n. 1.766/05. Dispõe sobre a
indicação de cirurgia bariátrica. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, Seção I, p. 144, 11 jul. 2005.
34
CHRISTOU, N. V. et al. Sugery decreases long-term mortality, morbility, morbility
and health care use in morbidly obese pacients. Ann Surg., n. 240, p. 416-424,
2004.
35
GENOVESI, I. Dobra o número de obesos mórbidos no país. 2007. Disponível
em:
<http://www.segs.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=440&Itemid
=17>. Acesso em: 17 mar. 2008.
36
BRASIL. Ministério da Saúde. Cirurgia bariátrica. Disponível em:
<
http://portalweb05.saude.gov.br/portal/aplicacoes/noticias/noticias_detalhe.cfm?co_
seq_noticia=32578>. Acesso em 17 mar. 2008.
30
ANEXOS
31
ANEXO A – Ficha do comitê de ética
32
33
ANEXO B - Modelo de ficha de protocolo aplicado
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Ficha Protocolo
Nome: _________________________________________________________
IMC pós-operatório: _______________________________________________
Altura: __________________________________________________________
Peso atual: _______ IMC atual: ___________ Pressão arterial: ____________
Diabetes ( ) dieta ( ) dieta + medicamento ___________________________
Deslipidemia ( ) dieta ( ) medicamento ______________________________
Sono ( ) Normal ( )
Faz controle regular:
( ) Cirurgião ( ) Nutricionista ( ) Endocrinologista ( ) Cardiologista ( ) Outros
_______________________________________________________________
Freqüência: ( ) Trimestral ( ) Semestral ( ) Anual ( ) > 1 ano
Utiliza vitaminas: ( ) ferro ( ) cálcio
Realiza exames laboratoriais: ( ) 6 meses ( ) 1 ano ( ) > 1 ano
Realiza atividades físicas: ( ) as vezes ( ) 3 vezes por semana ( ) diário
Apresentou problemas dentários: ( ) cáries ( ) quebra ( ) perda
Apresentou queda de cabelo: ( ) 6 meses ( ) 1 ano ( ) > 1 ano
Apresentou ganho de peso: ( ) 1 ano ( ) > 1 ano ( ) 1-2 anos ( ) 2-3 anos
Tem emprego fixo: ( ) sim ( ) não
Já fez alguma correção plástica: ( ) sim ( ) não. Qual ____________________
Em algum momento arrependeu-se de ter realizado a cirurgia? _____________
( ) sim ( ) não, por quê? _________________________________________
34
ANEXO C - Termo de consentimento livre e esclarecido
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
A pesquisa Avaliação da Qualidade de vida dos pacientes submetidos a
derivação gastro-jejunal em Y-de-Roux anelada realizada por José Magno Fonseca,
aluno do Mestrado em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Maranhão -
UFMA, sob orientação do Prof. Dr. Gutemberg Araújo tem como objetivo avaliar os
pacientes submetidos à derivação gastro-jejunal em Y-de-Roux anelada entre o 1 ° e
3° ano de operados em relação à qualidade de vida.
A sua participação é voluntária. Caso você decide participar desse
estudo, você tem a liberdade para interromper a entrevista ou retirar seu
consentimento a qualquer momento da pesquisa. Não haverá nenhum risco de dano
moral, físico, financeiro, institucional ou qualquer outro tipo de risco. Sua
identificação será mantida sigilo.
Esta pesquisa será realizada através de um questionário e de uma ficha
protocolo.
O desenvolvimento dessa pesquisa só será possível com a sua
colaboração. Assim sendo, pergunto-lhe da sua decisão de participar desta pesquisa
do seu consentimento para utilização dos dados obtidos da sua entrevista, no nosso
estudo.
São Luís,_____/_________/________
__________________________________
Assinatura do pesquisador
___________________________________
Assinatura do (a) entrevistado (a)
35
ANEXO D – Questionário Moorehead e Ardelt
36
ANEXO E – Sugestão da banca
37
38
Fonsêca, José Magno.
Avaliação da qualidade de vida dos pacientes submetidos a derivação
gastrojejunal em Y-de-Roux anelada no primeiro e terceiro ano de pós-
operatório/ José Magno Fonsêca. - São Luís, 2008.
37f.
Impresso por computador (fotocópia).
Orientador: Gutemberg Fernandes de Araújo.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Maranhão, Curso de
Mestrado em Ciências da Saúde, 2008.
1. Obesidade – Tratamento – Hospital Universitário – UFMA 2.
Obesidade mórbida 3. Cirurgia bariátrica 4. BAROS I. Título.
CDU 616-056.8 (812.1)
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo