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FUNDAÇÃO CULTURAL DR. PEDRO LEOPOLDO
Renato Francisco dos Reis
ANÁLISE DA INTENÇÃO COMPORTAMENTAL DE ALUNOS
UNIVERSITÁRIOS PARA DOAÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS
ÀS INSTITUIÇÕES FILANTRÓPICAS
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
Profissional em Administração das Faculdades
Integradas de Pedro Leopoldo, como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre em
Administração.
Área de concentração: Marketing
Linha de Pesquisa: Comportamento do consumidor
Orientador: Professor Dr. Tarcisio Afonso
Pedro Leopoldo
2008
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Milhares de livros grátis para download.
658.8 REIS, Renato Francisco dos
R375a Análise da intenção comportamental de alunos uni-
2008 versitários para doação de recursos financeiros às institui-
ções filantrópicas. – Pedro Leopoldo: Fipel, 2008.
97p.
Dissertação: Mestrado Profissional em Administração.
Orientador: Prof. Dr. Tarcísio Afonso
l. Marketing. 2. Doação Financeira.
Ficha Catalográfica elaborada por Maria Luiza Diniz Ferreira – CRB-1590
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DEDICATÓRIA
À minha admirável esposa Mariluce
e aos queridos filhos
Humberto e Mariana.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, pela coragem para realização deste trabalho.
Aos meus pais que sempre acreditaram e apoiaram meu trabalho.
Aos meus irmãos que em vários momentos me ajudaram financeiramente para
cumprir etapas da minha educação;
Ao Prof. Tarcísio Afonso, que além de orientador, sempre teve a postura de amigo,
sempre atencioso às minhas sugestões para desenvolvimento desta dissertação.
Ao Prof. Mauro Calixta, pelas suas contribuições extremamente decisivas.
À Profª. Vera Cançado, pelas valiosas aulas do curso de mestrado.
Aos Prof. Gustavo Mendes, Sandro Patrício, Bruno Pellizzaro, Otto Herman que
dispuseram materiais de estudo para elaboração deste trabalho.
Aos Prof. Francisco Paixão e Profª Mara Amaral, pelo empenho e dedicação para a
aplicação da pesquisa de campo.
A todos os alunos que participaram desta pesquisa.
EPÍGRAFE
“... Quando dou pão aos pobres, chamam-me de
santo, quando pergunto pelas causas da
pobreza, me chamam de comunista”...
Dom Helder Câmara
RESUMO
Este trabalho consiste em uma análise da intenção comportamental de alunos
universitários em relação à doação de recursos financeiros a instituições
filantrópicas. Essa análise apoiou na Teoria de Comportamento Planejado,
desenvolvida por Martin Fishbein e Izek Ajzen, que pressupõe que intenção
comportamental precede o comportamento e é composta pelos construtos atitude,
normas subjetivas e controle comportamental percebido.
Para a identificação da intenção comportamental, realizou um survey descritivo, com
uma amostra de alunos de duas instituições de ensino superior situadas na cidade
de Belo Horizonte/MG. Participaram desta pesquisa 364 estudantes selecionados
por amostragem não probabilística, provenientes de duas unidades de ensino
superior, sendo que 156 estudantes pertencem a uma unidade denominada de IES1
e 208 estudantes de outra unidade denominada IES2. Os dados foram obtidos
através da aplicação de questionários auto--respondidos, no qual a maioria das
questões têm como resposta a indicação de pontuações que variam numa escala de
0 (zero) a 10 (dez), representando respectivamente a discordância ou concordância
com as afirmativas que compõem os construtos pesquisados na teoria utilizada. A
escolha das instituições deve-se à oportunidade encontrada para realização da
pesquisa e o propósito de não identificá-las é evitar qualquer tipo de comparação
entre elas.
Observou-se que 13,7% dos alunos, fazem periodicamente a doação, e somando
com os que fazem contribuição eventualmente tem-se 42,6% do total de
entrevistados.
Quanto à intenção de doação financeira, 56,6% dos estudantes apresentam
concordância e 27,5% dos pesquisados manifestaram confiança nas instituições
filantrópicas.
Dentre os construtos apontados neste estudo, a atitude teve maior relevância,
seguida do construto controle comportamental percebido. Já a norma subjetiva,
apresentou pouca importância na intenção comportamental, mostrando de certa
forma que a opinião ou a influência externa, neste caso, não determinam ou
influenciam nas suas decisões.
Palavras chave: Teoria do Comportamento Planejado, Pobreza, Doação,
Crenças, Atitude, Norma subjetiva, filantropia, ONGs.
ABSTRACT
This work consists of an analysis of the mannering intention of college students in
relation to the donation of financial resources the philanthropy institutions. This
analysis supported in the Theory of Planned Behavior, developed for Martin Fishbein
and Izek Ajzen, whom it estimates that mannering intention precedes the behavior
and is composed for the constructs attitude, subjective norms and perceived
mannering control. For the identification of the mannering intention, survey carried
through one descriptive, with a sample of students of two situated institutions of
higher education in the city of Belo Horizonte /MG. 364 students selected for
sampling non-probability, proceeding from two units of higher education had
participated of this research, being that 156 students belong to a called unit of IES1
and 208 students of another called unit IES2. The data had been gotten through the
auto application of questionnaires--answered, in which the majority of the questions
the indication of punctuations has as reply that vary in a scale of 0 (zero) the 10 (ten),
respectively representing the discord or agreement with the affirmations that
compose the constructs searched in the used theory. The choice of the institutions
must it the chance found for accomplishment of the research and the intention not to
identify them is to prevent any type of comparison between them.
It was observed that 13.7% of the pupils, periodically make the donation, and adding
with that they eventually make interviewed contribution has 42.6% of the total of.
How much to the intention of financial donation, 56.6% of the students present
agreement and 27.5% of the searched ones had revealed confidence in the
philanthropy institutions.
Among the constructs pointed in this study, the attitude had greater relevance,
followed of construct perceived mannering control. Already the subjective norm,
presented little importance in the mannering intention, showing of certain form that
the opinion or the external influence, in this in case that, they do not determine or
they influence in its decisions.
keywords: Theory of the Planned Behavior, Poverty, Donation, Beliefs, Attitude,
Subjective Norm, Philanthropy, Non-governmental Organization.
.
LISTA DE SIGLAS
ABNG – Associação Brasileira de Organizações não Governamentais
FUNDAP – Fundação do Desenvolvimento Administrativo
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IES – Instituição de Ensino Superior
IPEA – Instituto de Pesquisas Aplicadas
ONG – Organizações Não Governamentais
ONU – Organização das Nações Unidas
OSCIP – Organização da Sociedade Civil de Interesse Público
PIB – Produto Interno Bruto
PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
SEBRAEMG - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais.
Cr – Crenças comportamental
AF – Componente Afetivo
NS - Norma subjetiva
CP – Controle comportamental Percebido
IN – Intenção comportamental
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Tipos de consumidores ................................................................................... 25
Figura 2 - Modelo do processo de motivação ................................................................ 29
Figura 3 - Modelo do processo emocional ..................................................................... 31
Figura 4 - Interações entre os componentes da atitude e o comportamento ............. 38
Figura 5 - Teoria da Ação Racionalizada ....................................................................... 40
Figura 6 - Teoria do Comportamento Planejado ............................................................ 42
Figura 7 - Descrição dos construtos na Teoria do Comportamento Planejado .......... 43
Figura 8 - Modelo com todas as variáveis – MODELO 1 .............................................. 79
Figura 9 - Modelo com todas as variáveis- com valores MODELO 1 .......................... 80
Figura 10 - Modelo com exclusão de variáveis – MODELO 2 ...................................... 81
Figura 11 - Modelo com exclusão de variáveis – MODELO 2 ...................................... 82
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Evolução da Pobreza no Brasil – 1999 a 2005 ............................................ 15
Tabela 2 - Especificação da codificação usada no questionário de Pré-teste............ 51
Tabela 3 - Confiabilidade e Teste Kaiser para análise fatorial ..................................... 52
Tabela 4 - Teste de Normalidade – pré teste ................................................................. 53
Tabela 5 - Estatística descritiva pré-teste ....................................................................... 54
Tabela 6 - Dados referentes à distribuição da amostra ................................................ 57
Tabela 7 - Especificação das questões utilizadas na amostra ..................................... 58
Tabela 8 - Estatísticas básicas da amostra .................................................................... 59
Tabela 9 - Percentuais de Respostas acima de 5 pontos ............................................ 62
Tabela 10 - Médias dos construtos ................................................................................. 63
Tabela 11 - Teste de Normalidade das variáveis – amostra ........................................ 65
Tabela 12 - Análise de dimensionalidade do construto Atitude - (Crença + Afetivo) . 66
Tabela 13 - Análise de dimensionalidade – Construto Norma Subjetiva (NS) ........... 67
Tabela 14 - Análise de dimensionalidade –Controle Comport. Percebido (CP) ......... 67
Tabela 15 - Análise de dimensionalidade – Construto Intenção Comport.l (IN) ......... 68
Tabela 16 - Médias dos construtos – com a exclusão das variáveis ........................... 68
Tabela 17 - Adequação da solução fatorial por construto – (Com exclusão de
variáveis) ............................................................................................................................ 69
Tabela 18 - Análise de consistência interna da crença comportamental .................... 70
Tabela 19 - Análise de consistência da componente Afetivo ....................................... 70
Tabela 20 - Análise de consistência interna do construto norma subjetiva ................ 71
Tabela 21 - Análise de consistência interna do construto controle comportamental
percebido ........................................................................................................................... 71
Tabela 22 - Análise de consistência interna da Intenção Comportamental ................ 72
Tabela 23 - Coeficientes de regressão, considerando todas as variáveis. ................. 73
Tabela 24 - Coeficientes de regressão, considerando exclusão de variáveis. ........... 74
Tabela 25 - Resultados da equação estrutural ............................................................. 77
Tabela 26 - MODELO 1: Coeficientes do modelo de regressão ................................. 77
Tabela 27 - MODELO 1: - Coeficientes de correlação ................................................. 77
Tabela 28 - MODELO 2: Unidimensionalidade - Coeficientes do modelo de
regressão ........................................................................................................................... 78
Tabela 29 - Coeficientes do modelo de regressão ....................................................... 84
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13
1.1 As percepções e iniciativas de combate à pobreza no Brasil .............................. 14
1.2 Direcionamentos dos Gastos Sociais .................................................................. 16
1.3 Os universitários em ações de cidadania ............................................................ 18
1.4 O Problema da Pesquisa..................................................................................... 20
1.5 Justificativa .......................................................................................................... 21
1.6 Objetivo ............................................................................................................... 22
1.6.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 22
1.6.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 22
1.7 Estrutura da Dissertação ..................................................................................... 23
2 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 24
2.1 Tipos de consumidor ........................................................................................... 24
2.2 O comportamento do consumidor ....................................................................... 25
2.3 As motivações do consumidor ............................................................................. 28
2.3.1 Necessidades do consumidor .......................................................................... 29
2.3.2 Emoção do cliente ............................................................................................ 31
2.3.3 Envolvimento com a causa ............................................................................... 32
2.3.4 Psicografia dos consumidores .......................................................................... 33
2.3.4.1 Valores .......................................................................................................... 33
2.3.4.2 Autoconceito .................................................................................................. 34
2.3.4.3 Estilo de vida ................................................................................................. 34
2.4 Percepção ........................................................................................................... 35
2.5 Crenças e atitudes na formação da intenção comportamental ............................ 36
2.6 O modelo estendido ............................................................................................ 39
2.7 A Teoria do Comportamento Planejado .............................................................. 41
2.8 Hipóteses a serem testadas ................................................................................ 45
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................... 46
3.1 Estratégia da pesquisa ........................................................................................ 46
3.2 Unidade de Análise ............................................................................................. 48
3.3 Unidade de Observação ...................................................................................... 48
3.4 Amostragem ........................................................................................................ 48
3.5 Dimensionamento da amostra ............................................................................ 49
3.6 Elaboração do modelo do questionário ............................................................... 49
3.7 Pré-teste do questionário .................................................................................... 50
3.8 Procedimentos para coleta de dados e tabulação dos dados ............................. 55
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................ 56
4.1 Características da amostra .................................................................................. 56
4.2 Análise dos dados ausentes ................................................................................ 63
4.3 Análise das observações atípicas – outliers ........................................................ 64
4.4 Análise da Normalidade dos dados ..................................................................... 64
4.5 Teste de validade do instrumento de pesquisa ................................................... 65
4.6 Análise da Dimensionalidade .............................................................................. 66
4.7 Análise de consistência Interna ........................................................................... 69
4.8 Regressão Linear Múltipla .................................................................................. 73
4.9 Modelo de Equação Estrutural ............................................................................ 74
4.9.1 Cálculo dos Coeficientes .................................................................................. 76
4.10 Síntese da Análise ............................................................................................ 83
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .............................................. 86
6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 87
APÊNDICE ................................................................................................................ 91
Modelo A - Questionário do pré-teste ........................................................................ 91
Modelo B - Questionário aplicado ............................................................................. 94
13
1 INTRODUÇÃO
A complexidade para o entendimento da pobreza, desde a sua conceituação, suas
origens, e as propostas para sua erradicação, são sem dúvidas temas que norteiam
as proposições de existências de inúmeras organizações sejam estas
governamentais ou não governamentais.
Historicamente, a pobreza é apresentada sob várias abordagens, e recentemente,
os conceitos apresentados por Amartya Sen (1999) e Deepa Narayan (2000)
ocupam melhor aceitação junto à comunidade acadêmica internacional e também
nas organizações internacionais de desenvolvimento.
De acordo com Amartya Sen, a pobreza pode ser definida como uma privação das
capacidades básicas de um indivíduo. Estas capacidades são vistas como tipos de
liberdades que permeiam os funcionamentos e realizações para proporcionar estilos
de vida diversos e não apenas como uma renda inferior a um patamar pré-
estabelecido. Ser pobre é ter um nível de rendimento o suficiente para
desenvolver determinadas funções básicas, levando em conta as circunstâncias e
requisitos sociais. Outro estágio de pobreza é a pobreza absoluta, que define o
indivíduo em estado de total miséria.
Os fracassados e os oprimidos acabam por perder a coragem de desejar
coisas que outros, mais favoravelmente tratados pela sociedade, desejam
confiantemente. A ausência de desejo por coisas além dos meios de que
uma pessoa dispõe pode refletir não uma valoração deficiente por parte
dela, mas apenas uma ausência de esperança, e o medo da inevitável
frustração. O fracassado enfrenta as desigualdades sociais ajustando seus
desejos às suas possibilidades. (SEN, 1990, pp. 10-11).
Deepa Narayan (2000) amplia o conceito de pobreza apresentado por Amartya Sen
tomando-se por base estudos desenvolvidos, pelo Banco Mundial desde 1993, e a
realização de avaliações participativas sobre a pobreza, feitas através de entrevistas
junto a populações desprovidas em vários países do mundo, perguntando a elas
suas opiniões sobre o que é ser pobre. Conclui-se através dessas entrevistas, o
seguinte conceito de pobreza:
“...Pobreza é fome, é falta de abrigo. Pobreza é estar doente e não poder ir ao
médico. Pobreza é não poder ir à escola e não saber ler. Pobreza é não ter
14
emprego, é temer o futuro, é viver um dia de cada vez. Pobreza é perder o seu filho
para uma doença trazida pela água não tratada. Pobreza é falta de poder, falta de
representação e liberdade...”.
Na percepção de Narayan, as estratégias de redução da pobreza, para serem
eficazes e sustentáveis, devem refletir um conhecimento sistemático das percepções
dos pobres.
1.1 As percepções e iniciativas de combate à pobreza no Brasil
Para discutir a pobreza no Brasil, baseou-se no relatório de 1999, realizado pela
Comissão Mista Especial destinada a estudar as causas estruturais e conjunturais
das desigualdades sociais e apresentar soluções legislativas para erradicar a
pobreza e marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais. Os
depoimentos de alguns especialistas no Congresso Nacional indicam a percepção e
ações a serem implantadas para minimizar tal problema. Cabe ressaltar que com
esta comissão cria-se um marco na história brasileira onde a pobreza é incluída no
centro da agenda política e passa a ter autonomia no seu tratamento. Até então a
pobreza relacionava-se ao rol de questões sociais e a sua erradicação era vista
como conseqüência do desenvolvimento do país.
Nos depoimentos dos participantes dessa comissão evidenciam-se, os vários níveis
de conceituação de pobreza. Num enfoque dessas opiniões, considerou-se que “a
pobreza o é mais definida pela comparação das condições pessoais dos
indivíduos com um padrão universal, mas pelo seu auto julgamento ou pelo
julgamento de seus pares. A idéia que está na base desse critério é que os próprios
indivíduos, ou então os seus pares, são mais capazes de compreender a
complexidade das diferentes privações humanas em cada contexto específico e,
portanto, mais capazes de avaliar quem é e quem não é pobre. Por essa linha,
pobre é quem se considera ou é considerado pelos outros - privado de algo que
lhe daria o mínimo de satisfação ou felicidade. Esse modo de ver a pobreza tem a
15
virtude de poder lidar com contextos particulares, considerando informações
normalmente ignoradas pelos critérios mais generalistas. Tem a evidente
desvantagem de se basear em algo, as opiniões ou os juízos, que pode mudar ao
longo do tempo.” Esta percepção aproxima-se muito do conceito apresentado por
Amatya Sen, quando ele diz:
A questão central é a qualidade da vida que podemos levar. A necessidade
de possuir mercadorias para que se alcance um determinado patamar de
condições de vida varia grandemente segundo características fisiológicas,
sociais e culturais, além de outras igualmente contingentes […] O valor do
padrão de vida repousa na vida, e não na possessão de mercadorias, a
qual tem relevância derivada e variável. (SEN, 1990, p. 25)
A comissão Mista Especial, aponta também que para efeito de políticas públicas, o
critério mais adequado é considerar que são pobres as pessoas que não têm renda
suficiente para adquirir no mercado os bens essenciais à sobrevivência. É um dado
mais fácil de medir e não contém elementos subjetivos cuja aferição exige o
emprego de juízos de valor de natureza ética. Na tabela 1, é apresentado o
comportamento da pobreza no Brasil.
TABELA 1 - Evolução da Pobreza no Brasil – 1999 a 2005
Anos Pobreza Var. Absoluta Var. Relativa
1999 44.641.523 - -
2001 45.761.827 1.120.304 2,51%
2002 44.674.012 -1.087.815 -2,38%
2003 46.306.243 1.632.231 3,65%
2004 44.160.829 -2.145.414 -4,63%
2005 39.737.652 -4.423.177 -10,02%
1999-2005(*) -4.903.871 -
Tabela 1 - Evolução da Pobreza no Brasil – 1999 a 2005
Fonte: PNAD/IBGE
(*) Para garantir a comparabilidade com os demais anos, as áreas rurais da denominada
antiga região Norte foram excluídas.
Observa-se através dos dados da PNAD (Pesquisa Nacional de Amostra por
Domicílio), que no período de 1993-1995, a proporção de pessoas abaixo da linha
da miséria considerado abaixo da linha da miséria quem pertence a uma família
com renda inferior a R$ 115 mensais, valor considerado o mínimo para garantir a
alimentação de uma família), passa de 35,3% para 28,8%. Este declínio, continua
nos anos de 2003 (28,2%) e 2005 com 22,7%.
16
1.2 Direcionamentos dos Gastos Sociais
Outro fator que merece atenção é que parte dos gastos sociais o é totalmente
absorvida pelas populações mais pobres, devido a acompanhamento inadequado
destes investimentos, responsabilizada em parte pela escassez dos recursos
financeiros e humanos nos setores públicos, o que dificulta a implantação das ações
com o propósito de erradicação da pobreza. Assim, conforme mencionado no
relatório da comissão mista, o terceiro setor passa a ter papel expressivo no modelo
de desenvolvimento brasileiro.
Para que estas ações apresentem-se eficientes deve-se utilizar de estruturas
governamentais existentes associadas às estruturas da sociedade civil. Estas
últimas deverão ser integradas aos esquemas de execução e de controle utilizando
no mínimo o critério de tradição e idoneidade e que seja expressão legítima da
organização voluntária da sociedade.
Estas organizações fazem parte do denominado terceiro setor, que no Brasil como
nos outros países têm apresentado enorme importância para a realização de ações
governamentais e também de ações próprias. Agrega-se, neste conceito, um
conjunto altamente diversificado de instituições, no qual incluem as ONG’s
(Organizações Não Governamentais), OSCIP’s (Organização da Sociedade Civil de
Interesse Público), fundações e institutos empresariais, associações comunitárias,
entidades assistenciais e filantrópicas, assim como várias outras instituições sem
fins lucrativos.
Algumas dúvidas surgem com relação a estas siglas tais como ONG’s, OSCIP’s. A
OSCIP é entendida como uma instituição em si mesma, porém, OSCIP é uma
qualificação decorrente da lei 9.790 de 23/03/99, conhecida como Lei do Terceiro
Setor. Para entender melhor o assunto, é preciso esclarecer outra questão em
relação a outro termo diretamente relacionado às OSCIP’s; as ONG's. Do mesmo
modo que OSCIP, a ONG, é uma sigla não um tipo específico de organização.
17
O Serviço de Apoio a Micro e Pequenas Empresas, (SEBRAE/MG), faz a seguinte
referência no seu site, em relação ao entendimento do que é uma ONG:
Podemos dizer que há um entendimento social de que ONG’s são
entidades às quais as pessoas se vinculam por identificação pessoal com a
causa que elas promovem. Essas entidades, por natureza, não m
finalidade lucrativa, mas uma finalidade maior, genericamente filantrópica,
humanitária, de defesa de interesses que costumam ser de toda a
população e que, historicamente, deveriam ser objeto de atividade do
poder público. Destina-se a atividades de caráter eminentemente público,
sendo a parcela da sociedade civil, como um todo, que se organiza na
defesa de seus interesses coletivos. Dessa forma, distinguem-se até de
seus sócios e passam a fazer genericamente parte do patrimônio de toda a
sociedade, às vezes, no mundo inteiro
1
.
Quanto ao nosso estudo, que está voltado às instituições filantrópicas, Hudson
(1995, p.i), define a instituição filantrópica: “é uma organização cujos objetivos
principais são sociais, em vez de econômicos. A essência do setor engloba
instituições de caridade, organizações religiosas, entidades voltadas para as artes,
organizações comunitárias, sindicatos, associações profissionais e outras
organizações voluntárias.
As instituições filantrópicas são aquelas que: não fornecem bens ou
serviços, nem controla. Seus ‘produtos’ não é um par de sapatos, nem um
regulamento eficaz, seu produto é um ser humano mudado. As instituições
sem fins lucrativos são agentes de mudança humana. Seu produto é um
paciente curado, uma criança que aprende um jovem que se transforma em
um adulto com respeito próprio, isto é, toda uma vida transformada.
(DRUCKER, 1994, P. 14).
Estas entidades sem fins lucrativos surgem no cenário nacional a partir do século
XIX, no entanto o processo de formação e consolidação das ONGs inicia-se na
década de 60 e 70. O seu crescimento ocorre a partir da década de 80 e deve-se às
necessidades e aspirações sociais e políticas da sociedade brasileira num processo
reativo ao modelo dos governos militares.
1
Disponível em http://www.sebrae-mg.com.br, acesso em 18/02/2008
18
O marco legal destas instituições ocorre com a Lei 9.790, de março de 1999, quando
foram incluídos novos critérios de classificação das entidades sem fins lucrativos de
caráter público, reconhecendo outras áreas de atuação social antes não
contempladas legalmente; as novas possibilidades no sistema de articulação entre
as instituições de direito privado e público; e, a possibilidade de remuneração dos
dirigentes das instituições sem fins lucrativos. Ressalte-se que apesar das
mudanças significativas, as qualificações anteriores das instituições do terceiro setor
- certificado de fins filantrópicos e título de utilidade pública federal - continuam
vigorando concomitantemente.
As ONGs se estruturam financeiramente através de financiamento das agências
internacionais de cooperação não governamentais, no entanto no Brasil, o próprio
governo é um dos provedores de recursos financeiros das ONGs.
Em 1993 a estrutura era formada por mais de 76% dos recursos disponíveis destas
agências, e 9,5 % dos recursos correspondiam a doações individuais, vendas de
produtos e serviços. Dados de 2001 apontam que a ABONG (Associação Brasileira
de Organizações não Governamentais) conta com 250 associados.
Sua atuação tem predominância no setor de educação, em torno de 29% das
instituições, exceto as que prestam algum tipo de assessoria. Notadamente a
prioridade é pela educação, conforme se através de cartilhas, periódicos,
manuais e vídeos. E dentro da própria área da educação o ramo de maior evidência
é a educação para a cidadania.
1.3 Os universitários em ações de cidadania
Ao realizar os levantamentos sobre as ações de natureza semelhante, encontram-se
algumas ações envolvendo o estudante universitário na busca de soluções de
19
problemas sociais, como são as propostas dos programas desenvolvidas por
instituições em parcerias com universidades.
Entre eles pode-se citar os programas da Fundação Educar DPaschoal, e Grupo
Ethos, com os projetos Trote Cidadão e Trote solidário. Ressalte-se que as atuações
destas instituições não se manifestam com ações de filantropia e sim envolvendo os
universitários no processo de responsabilidade social.
Muitos dos resultados dessas ações podem ser vistos no site: www.educar.com.br
evidenciando a foco da atuação destes estudantes.
Cabe ressaltar que em 1967, o governo brasileiro implantou o Projeto Rondon, que
teve como propósito o envolvimento de atividades voluntárias
2
, de universitários
buscando aproximar esses estudantes da realidade do País, além de também
contribuir para o desenvolvimento de comunidades carentes. Cabe ressaltar que o
voluntário, é a pessoa que doa o seu trabalho, suas potencialidades e talentos em
uma função que o desafia e gratifica em prol de uma realização pessoal. A origem
desse projeto tem o propósito de:
“... levar a juventude universitária a conhecer a realidade deste país
continental, multicultural e multirracial e, especialmente, de proporcionar
aos estudantes universitários a oportunidade de contribuir para o
desenvolvimento social e econômico do País surgiu em 1966, na Escola de
Comando e Estado-Maior do Exército, durante a realização de um trabalho
de sociologia intitulado O Militar e a Sociedade Brasileira...”
3
No entanto, o que se pretende é nesse trabalho é identificar a existência de
intenções comportamentais de universitários em relação às pró-doações de recursos
financeiros para as instituições filantrópicas.
2
Segundo a ONU - "o voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu
espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de
atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos...”.
3
Disponível em http://www.proex.uel.br/rondon/?content=origens.htm – acessado em 28/01/08.
20
1.4 O Problema da Pesquisa
Ao se tratar o termo doação, este pode ser analisado sob várias condições, como
por exemplo, a doação de objetos, tais como roupas, livros, alimentos, remédios e
mesmo os serviços. Para focar a pesquisa, buscou-se a identificação da doação,
considerando apenas o recurso financeiro, uma vez que este tipo de produto é
inerente à qualidade e gosto, ficando restrito às premissas da intenção do desejo de
doar e também o quanto doar.
As fontes de captação de recursos financeiros aqui tratadas são especialmente as
instituições filantrópicas, que são classificadas como organizações não
governamentais, que desenvolvem ações individuais de apoio direto aos
necessitados, ou apoio financeiro às instituições de atendimento da população.
Nestas condições, tem-se uma variedade de instituições que atuam com o propósito
realizar ações filantrópicas, e também os vários segmentos da sociedade que
participam destas doações. No entanto, este estudo restringe à intenção da doação
financeira do segmento estudantil, sendo este com nível de graduação.
Com base nestas considerações, delineou-se a questão norteadora do problema
como sendo a verificação da percepção dos estudantes universitários em relação à
doação de recursos financeiros às Instituições filantrópicas e também as intenções
de fazer doações. Portanto pode ser formulada a seguinte questão orientadora da
pesquisa:
Qual é a intenção de estudantes universitários em relação à doação de recursos
financeiros às instituições filantrópicas?
21
1.5 Justificativa
Atualmente, a concepção de doar passa por um entendimento que não basta
apenas ter vontade de ser um simples doador, mas de como transformar a doação
em um investimento social. Em meio a esta concepção, as pessoas posicionam-se
como doadoras, que acompanham as ões e os seus resultados, fazendo deste
acompanhamento, um processo regulador da correta utilização dos recursos
doados.
Sob o aspecto da participação em doar, seja individualmente ou através de
instituições, Samara e Morsch (2005, p. 195), afirmam que são as pessoas e não as
organizações que tomam decisões. Cada indivíduo pertencente a uma determinada
organização “possui motivações, percepções, atitudes e preferências pessoais.
Esses fatores individuais são afetados pela personalidade, experiências passadas,
função exercida e atitude em relação ao risco dos envolvidos”. Aplicando esta
afirmativa no tocante a decisão em doação financeira, independentemente da fonte
de origem da doação, ser individual ou empresarial, a doação sempre terá sua
decisão de participação a partir da decisão do indivíduo.
A escolha dos universitários tem por hipótese sua expressiva influência na formação
de opino pública, uma vez que estes já estão ou estarão em futuro próximo,
atuando como líderes no mercado de trabalho. Portanto, identificar as intenções do
estudante universitário, quanto à doação financeira a instituições filantrópicas poderá
ser útil à formação de estratégias de ação das instituições filantrópicas e tem
também o propósito de contribuir para o desenvolvimento social do país.
Para analisar a intenção comportamental do estudante universitário para a doação
financeira, aplicou a teoria do Comportamento Planejado. Espera-se desta forma
evidenciar outro espaço da aplicação dessa teoria, ratificando de forma prática sua
abrangência. uma vez que é mais comumente encontrada num contexto
mercadológico.
22
1.6 Objetivo
Em função do que foi exposto na definição do problema e sua justificativa, vários são
os objetivos que este estudo propõe, no entanto, os objetivos salientes que se tem
passam pela identificação da intenção de doação financeira manifestadas pelas
pessoas, que visam à redução da pobreza, transformando assim a vida dos mais
necessitados em melhores condições. Para que isto ocorra tem-se como
pressuposto a necessidade da intermediação de instituições, que sejam
responsáveis pela administração e aplicação destes recursos. Desta forma as
instituições filantrópicas, que cuidam destas ações, são colocadas em questão no
sentido, de serem avaliadas pelo grupo estudado, quanto à sua necessidade e
mesmo a sua confiabilidade na condução deste processo. Considera-se também
como um dos objetivos deste estudo, identificar o que os indivíduos mais relacionam
com a sua intenção de doar, segundo os pressupostos da teoria do comportamento
planejado.
1.6.1 Objetivo Geral
Identificar a intenção de estudantes universitários em relação à doação de recursos
financeiros a instituições filantrópicas.
1.6.2 Objetivos Específicos
Analisar a atitude do aluno universitário em relação à doação financeira para
Instituições Filantrópicas.
Identificar a norma subjetiva do aluno universitário em relação à doação
financeira para instituições filantrópicas;
Analisar o controle comportamental percebido do aluno universitário em
relação à doação financeira para instituições filantrópicas;
Conhecer a Intenção Comportamental do aluno universitário em relação à
doação financeira para instituições filantrópicas;
23
1.7 Estrutura da Dissertação
No capítulo 1 é apresentada a introdução do tema proposto. Nesta introdução são
descritas a situação problemática, a justificativa de realização deste trabalho e o
objetivo geral e os específicos.
No capítulo 2, tem-se o referencial teórico, retratando o comportamento do
consumidor no com foco nos conceitos de motivação crenças e os estudos que
levam à teoria do comportamento planejado.
O capítulo 3 apresenta a metodologia utilizada para esta pesquisa. Neste são
discutidos o tipo de pesquisa, a amostra, a coleta de dados, o instrumento utilizado
para coleta e as técnicas utilizadas para análises.
No capítulo 4, são apresentados e discutidos os resultados da pesquisa, sob a luz
do referencial.
O quinto e último capítulo fecha esta pesquisa através das considerações finais,
limitações e sugestões de novos trabalhos.
24
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A referência teórica utilizada nesta dissertação tem por base o comportamento do
consumidor. Após um exame da literatura que envolve o tema, ou seja, a intenção
comportamental observou-se uma vasta aplicação com enfoque mercadológico, no
entanto neste trabalho, a teoria do comportamento do consumidor terá um enfoque
no campo social, uma vez que será aplicada na identificação da intenção de doação
financeira a instituições filantrópicas.
O referencial teórico foi desenvolvido segundo os itens tais como, os tipos de
consumidor, o comportamento do consumidor, suas motivações, percepções
atitudes e a teoria comportamento planejado, a qual envolve as relações entre a
intenção de doar e a atitude, norma subjetiva e controle comportamental percebido.
2.1 Tipos de consumidor
A referência sobre os termos cliente e consumidor, que segundo Sheth et al. (2001,
p.29), cliente é uma pessoa ou unidade organizacional que desempenha um papel
na consumação de uma transação com o profissional de marketing ou uma entidade.
“Os clientes de uma empresa podem estar atuando como membros de uma família
ou representantes de outra empresa. o termo consumidor, convencionalmente
tem sido usado apenas aos mercados de bens de consumo e o termo
correspondente para o mercado industrial tem sido cliente”. Adotará nesta
dissertação o termo consumidor, como sendo a pessoa na condição de “doador.
Segundo Sheth et al. (2001, p.30), são três os papéis desempenhados pelos
consumidores, que são os de usuário, pagante e comprador. O usuário é a pessoa
que efetivamente consome ou utiliza o produto ou recebe benefícios do serviço. O
pagante é a pessoa que financia a compra e comprador é aquele que participa da
obtenção do produto no mercado.
Entende-se então que o doador assume os tipos comprador e pagante tendo como
objeto o bem estar próprio, do próximo e de reconhecimento. Quanto à postura de
usuário ele objetiva uma a sociedade mais justa e melhor de se viver.
25
Figura 1 - Tipos de consumidores
Figura 1 - Tipos de consumidores
Fonte: Elaboração do autor
Ao analisar a intenção do aluno universitário com relação a doação, percebe-se de
forma análoga a intenção do consumidor com um enfoque de bem estar social.
Assim tem-se o doador como um tipo de consumidor que enquanto
comprador/pagante, suas intenções transitam no bem estar próprio, do próximo e
através de reconhecimento das suas ações. Por outro lado, enquanto usuário suas
intenções focam o bem estar da sociedade.
2.2 O comportamento do consumidor
As origens dos estudos sobre o comportamento do consumidor se encontram na
teoria econômica. Esta teoria afirma que o consumidor tem uma renda limitada e,
quando se vê diante da variada oferta de produtos e serviços, divide de forma
racional os seus recursos, de tal maneira que se obtenha a máxima satisfação.
Tipos de
Consumidor
DOADOR
Comprador/
Pagante
Usuário
INTENÇÕES
BEM ESTAR PRÓPRIO
BEM ESTAR DO
PRÓXIMO
BEM ESTAR DE
RECONHECIMENTO
BEM ESTAR DA
SOCIEDADE
26
Samara e Morsch (2005, p. 11) afirmam que esta teoria classifica o indivíduo como
homem econômico. As empresas consideravam que a decisão dos consumidores
(preferência por produtos e marcas) era basicamente racional, ou seja, gastava-se
de forma a economizar (maximização da renda) e ao mesmo tempo satisfazer.
Pachuri (2002), apud Ramalho (2007, p. 77), resume a limitação do estudo do
comportamento do consumidor pela teoria econômica afirmando que o modelo
Marsalhiano não leva em conta o porquê da escolha de produtos, serviços ou
marcas.
Após os anos 60, os estudos mercadológicos acerca do comportamento sobre o
consumo complementaram a teoria econômica, ao iniciar a inclusão das teorias e
conceitos da psicologia social, da sociologia, da antropologia, da demografia
retratando respectivamente os estudos, de como um indivíduo age em grupo, os
estudos dos grupos as influências da sociedade no indivíduo o estudo da população
dentre outros estudos. Buscava-se então entender, a partir de então, os aspectos
psicológicos do consumo e não somente os econômicos.
Uma das razões para o surgimento destes estudos, segundo Blackwell et al. (2005,
p. 19), foi o fim da escassez nos EUA, Canadá e Europa, mas em especial nos EUA,
onde a produção era maior que a demanda. Este fato impunha a necessidade de se
estudar o comportamento dos consumidores não somente através das
fundamentações econômicas, mais também de que forma o consumidor é
influenciado a comprar mais produtos.
“... os estudiosos de marketing começaram a focar em muitas outras
dimensões que afetam as preferências dos consumidores, como qualidade,
conveniência, imagem e propaganda...” (BLACKWELL et al. 2005, p.19).
O foco dos estudiosos de marketing passou a ser as ciências do comportamento,
tais como a Pesquisa Motivacional (o que motiva a compra), o Positivismo (prever o
comportamento) e Pós-modernismo (entender o comportamento), que tem o
propósito de compreender e descobrir as relações de causa e efeito que regem o
comportamento dos indivíduos e organizações durante o processo decisório de
solução de problemas.
27
Assim as informações que se tem sobre o consumidor ajudam na definição do
mercado e na melhor percepção das ameaças e oportunidades. Por analogia, as
informações acerca dos indivíduos com relação à filantropia, também podem ser
vistas como base de alternativas de planos de ações a serem desenvolvidas por
instituições filantrópicas.
O desenvolvimento dos estudos mercadológicos sobre o consumidor posiciona-se
como uma das áreas de pesquisas que analisa as suas ações envolvendo o antes,
durante e depois da aquisição, do consumo e/ou da eliminação dos produtos, isto
implica em análises das ações dos indivíduos num sentido de compra de bens.
Neste estudo, esta compra refere-se à obtenção do bem estar, conforme exposto no
papel do doador.
Evidencia-se nesta a existência de um processo que consiste na obtenção, consumo
e eliminação, que segundo Blackwell et al. (2005, p. 6) definem este processo da
seguinte forma:
a) Obtenção: diz respeito a todas as atividades conduzem ou que correspondam à
compra ou recebimento de ofertas. Para tanto, os consumidores buscam
informações sobre os atributos, avaliam as alternativas, escolhem e adotam.
b) Consumo: refere-se a como os consumidores utilizam os produtos, onde usam e
sob quais circunstâncias isto ocorre.
c) Eliminação: diz respeito a como os consumidores descartam os produtos já
utilizados e suas embalagens. Os consumidores podem tomar várias ações após
a utilização dos produtos, como por exemplo, jogá-los no lixo, revendê-los ou
mesmo doá-los.
Desta forma, o comportamento do consumidor, começa assim que ele necessita ou
deseja algo. Portanto é necessário que ele tenha conhecimento do que se deseja
consumir, associado com uma avaliação dos atributos que ele venha considerar.
Mesmo na doação, o processo de adoção do “bem” também busca informações,
avaliações e outras influências.
28
Ao se tratar de influências no consumo, vários o os fatores envolvidos, entre eles
têm os citados por alguns autores tal como Blackwell, et. al (2005, p. 7), que afirma
que as influência no consumidor, o retratadas por fatores que caracterizam o
indivíduo como pessoa. Tais fatores, entre outros, correspondem à sua cultura, à
sua personalidade, à sua motivação, às suas crenças e as atitudes desenvolvidas
em relação às ofertas a ele disponibilizadas.
Outra classe de fatores, os chamados fatores psicológicos, que segundo Samara e
Morsch (2005, p. 102) afirmam que afetam integralmente o comportamento humano
e têm sido alvo de vários estudos, no que diz respeito, principalmente, às crenças e
atitudes em relação às ofertas.
Segundo Sheth et al. (2001, p. 368), crenças são expectativas quanto ao que
alguma coisa é ou não é, ou quanto ao que determinado objeto fará ou não fará., e
as atitudes, segundo Allport 1935. p.798-844 apud Sheth et al. (2001, p.367), são
predisposições a responder a um objeto ou a uma classe de objetos de forma
consciente favorável ou desfavorável.
Quanto à atitude, Mowen e Minor (2003, p. 144) salienta que o estado de espírito do
consumidor também tem impacto direto na sua formação. Os pesquisadores
descobriram que quando o consumidor é exposto pela primeira vez a um objeto, seu
estado de espírito naquele momento influenciará a atitude.
2.3 As motivações do consumidor
Os consumidores definem e redefinem suas necessidades e estilos de vida, assim
ao estudar o seu comportamento estamos interessados em identificar as razões que
implicam em comportar de uma forma e não de outras. Segundo Sheth et al. (2001,
p. 325), o estudo do comportamento do consumidor e explicá-lo, significa entender
os consumidores em seu papeis de usuários, pagantes e compradores, seu
objetivos, necessidades, sentimentos e emoção que estão vivenciando.
De forma semelhante, o comportamento de um doador também terá suas
fundamentações nessas razões, bem como na motivação. A motivação, segundo
Sheth et al. (2001, p. 326) pode ser definida como “o estado de moção ou excitação
29
que impele o comportamento na direção de um objeto-alvo”. Desta forma a
motivação tem dois componentes: (1) moção ou excitação que é o estado interno de
tensão que produz ações que reduzem essa tensão e (2) o objeto alvo que é algo no
mundo externo cuja aquisição vai reduzir a tensão. A fig. 2 ilustra o processo.
Figura 2 - Modelo do processo de motivação
Figura 2 - Modelo do processo de motivação
Fonte: Sheth et al., 2001 p. 327
Admite-se o “estímulo” à doação, a exposição de causas em questão, dessa forma
gera uma moção ou excitação por razões de cognitivas e/ou por razões emotivas,
que podem ser explicadas pela ajuda ao próximo. Entende-se o objeto sendo o ato
de doar, assim cabe à pessoa a motivação de aproximação ou de evitação do
objeto, assim a motivação de evitação é o desejo de evitar o objeto, ou seja, o
doar.
2.3.1 Necessidades do consumidor
Outro ponto a ser considerado é a questão da necessidade que a pessoa tem de
doar. A necessidade, segundo Sheth et al. (2001, p.59) é o sentimento da privação
do estado desejado e desejo é afã de obter mais satisfação do que é absolutamente
necessário para melhorar uma condição insatisfatória.
Assim identificar, ou enumerar as necessidades que o consumidor tem, não é uma
tarefa tão simples mesmo apoiando esta identificação na categorização proposta por
30
Maslow, ou na lista de necessidades de Murray
4
, ou mesmo enquadrá-las segundo
os motivos de consumo de Dichter
5
.
Segundo Maslow (1943, p. 370-396) apud Sheth et al. (2001, p. 328) as
necessidades são assim categorizadas:
Necessidade fisiológica
Necessidade de segurança
Necessidades de amor e pertença
Necessidades de estima
Necessidades de auto-realização
Segundo Giglio (2002 p.62), um engano comum de compreensão da teoria é pensar
que os níveis constituem uma escada que o sujeito sobe conforme sua vida passa.
Os níveis são independentes uns dos outros, sendo a predominância dada por uma
valoração da pessoa. É óbvio que a atenção aos níveis superiores, como de
relacionamento, torna-se mais provável quando os inferiores estão razoavelmente
satisfeitos.
Por vezes, ocorre que a teoria de Maslow não é
adequadamente apresentada. Primeiro por não se explicarem
aos participantes os pressupostos que fizeram nascer a
teoria, isto é, o movimento humanitário do pós-guerra. Num
mundo devastado do pós-guerra, onde reinava o pessimismo
sobre a vida, tornou-se importante que grupos de cientistas
sociais europeus e americanos criassem teorias que
valorizassem o ser humano. Maslow foi um desses
humanistas que acreditava na bondade do ser humano e no
desacerto dos sistemas sociais. Sua obra segue na esteira de
muitos profissionais que querem resgatar a dignidade
humana. Giglio (2002, p. 63)
Sob o ponto de vista do marketing, as necessidades são geradas segundo Sheth et
al. (2001, p.333) por cinco categorias: Funcional; Social; Emocional;Epistêmica; e
Situacional.
4
Psicólogo Henry Murray propôs uma lista de 12 necessidades humanas primárias e 28 secundárias
(psicogênicas).
5
Psicanalista Ernest Dichter, apoiado na teoria Freudiana da personalidade, entende que os motivos
inconscientes têm papel importante nas decisões das pessoas.
31
Tomando-se por base as categorias apresentadas por Maslow, o ato de doar sob o
ponto de vista do doador transita pelas categorias tais como a segurança, amor e
pertença, estima e auto-realização, despontando-se com maior ou menor presença
em função da influência emocional e estilo de vida.
2.3.2 Emoção do cliente
Da mesma forma que as necessidades, a emoção tem o poder de energizar uma
pessoa na direção de objetos alvos relevantes. Segundo Sheth et al. (2001, p. 338) as
emoções são a consciência da ocorrência de alguma excitação fisiológica seguida por
uma resposta comportamental, juntamente com a avaliação do significado de ambas.
Entende-se que o processo emocional , segundo o psicólogo Stanley Schachter, se dá
através do Estímulo Excitação autônoma Análise de significado Mais
Excitação autônoma Resposta Comportamental Experiência de sentimento,
conforme se vê ilustrado na figura 3.
Figura 3 - Modelo do processo emocional
Figura 3 - Modelo do processo emocional
Fonte: Sheth et al., 2001, p.339
No marketing, estes fatores são adaptados com o propósito de responder às
emoções do consumidor criando o estímulo e auxiliando na análise do significado.
32
O estímulo do cliente, no papel de possível doador, pode ocorrer diante de uma
apresentação de fatos indesejados como exemplo, mostrar pessoas em situação de
risco social, ou mesmo ressaltar a dívida social através de imagens etc.
Assim os tipos de emoção ocasionadas nesse indivíduo variam em sua intensidade
e são assim classificadas segundo o psicólogo Robert Plutchik apud Sheth et al.
(2003 p.340) : Medo; Raiva; Alegria; Tristeza; Aceitação; Aversão; Antecipação e
Surpresa
Segundo Sheth et al. (2003 p.341), as classificações das emoções humanas básicas
são denominadas de primárias, podendo ser combinadas com propósito de
representar novos construtos, como por exemplo, alegria e aceitação combinam
para produzir e emoção do amor; aversão e tristeza combinam-se na forma de
remorso.
2.3.3 Envolvimento com a causa
As decisões de consumo são em muitas vezes orientadas pelas emoções e
disposições. No entanto, o consumo hedonista, pode ser visto neste estudo através
das pessoas enquanto doadora de recursos, que estão promovendo este prazer
para si e para o próximo. Assim o sentido hedonista, referenciado pelo prazer
sensorial ou mesmo pela experiência emocional, poderá ser também tratado de
forma particular pela intensidade do envolvimento com a situação das necessidades
de doação.
O envolvimento, segundo Sheth et al. (2003, p. 343) é um termo genérico que pode
ser definido como o grau de importância pessoal de um objeto, produto ou serviço
para o consumidor (doador).
O envolvimento, também considerado como duradouro ou situacional, tem a sua
influência pela disposição que são emoções sentidas com menor intensidade. Esta é
uma das características de doações ocasionais.
33
2.3.4 Psicografia dos consumidores
Segundo Sheth et al. (2001, p. 344), a psicografia refere-se a características dos
indivíduos que os descrevem em termos de sua constituição psicológica e
comportamental. Como as pessoas comportam quais os fatores psicológicos estão
associados a estas atividades. Assim delinear estes fatores tamm reforça o
entendimento do perfil de pessoas com características doadoras.
A psicografia compõe de três elementos: valores, autoconceito e estilo de vida.
2.3.4.1 Valores
Quando se refere à paz e felicidade, está referindo aos chamados valores terminais.
Para alcançar estes valores, utilizamos os meios, denominados valores
instrumentais. Assim Sheth et al. (2002, p. 344) definem que valores são os
estados- finalidades da vida, objetivos pelos quais os indivíduos vivem.
Como a pessoa atribui valor dependerá da importância que ela atribui. Para o
mesmo produto e/ou serviço nota-se diferentes importâncias. Assim Lynn Kahle
6
e
seus associados apresentaram uma lista de valores terminais, os quais aproximam
das necessidades de Maslow, exceto pela exclusão das necessidades fisiológicas,
explicada por serem as básicas para a sobrevivência, no entanto é a fundamentação
das bases dos desejos.
A equipe de Lynn Khale acrescentou o valor da diversão em sua lista de valores que
são assim descritos como: Respeito próprio; Auto-realização; Segurança;
Sentimento de pertença; Estímulo; Senso de realização; Diversão; Ser respeitado e
Relações calorosas com os outros.
Um dos principais pressupostos do marketing é que os clientes não compram
produtos e serviços, mas sim benefícios. Da mesma forma a pessoa ao doar
também poderá se satisfazer a outros e também a si mesma. Esta satisfação de si
6
Lynn Khale é um dos criadores de LOV – The List of Value
34
mesma pode ser retratada pela paz de espírito, respeito na sociedade e mesmo
respeito na família, atribuindo-se também a este o valor a auto-imagem, estilo de
vida etc.
2.3.4.2 Autoconceito
Segundo Sheth et al. (2001, p.347), autoconceito é o que cada pessoa diz o como
ela é incluindo também a idéia do que a pessoa pode-se tornar. Por outro lado,
segundo Mowen e Minor (2003, p.124) as pessoas têm mais de um conceito sobre o
eu, que são assim descritos:
Eu real – A maneira como a pessoa realmente vê a si própria;
Eu ideal – A maneira como a pessoa gostaria de ver a si própria;
Eu social – A maneira como a pessoa acha que os outros a vêem;
Eu social ideal A maneira de como a pessoa gostaria que as outras a
vissem;
Eu esperado Uma auto-imagem que se situa em algum ponto entre o eu
real e o eu ideal;
Eu situacional O conceito do eu de uma pessoa em uma situação
específica;
Eu estendido O conceito do eu da pessoa incluindo a influência das posses
pessoais na imagem de si mesma;
Eus possíveis Aquilo que a pessoa gostaria de tornar-se, poderia vir a ser
ou tem medo de vir a ser;
Eu vinculado Na medida em que uma pessoa se define em termos de sua
vinculação com outros grupos ou pessoas.
2.3.4.3 Estilo de vida
A forma em que as pessoas vivem, divertem e trabalham indicam o estilo de vida
que têm. Assim, o estilo de vida é como o modo como alguém vive. O estilo de vida
aqui mencionado é a forma que as pessoas vivem, como gastam o dinheiro e como
utilizam seu tempo.
Segundo Mowen e Minor (2003, p. 127) o estilo de vida e a personalidade estão
interligados, entretanto os modelos de personalidade descrevem a pessoa a partir
35
de uma perspectiva mais interna. Partindo dessa perspectiva, a personalidade
delineia o padrão característico de pensamento, sentimento e percepção da pessoa.
2.4 Percepção
Segundo Solomon (2002, p.68), a percepção é o processo pelo qual, as sensações
são selecionadas, organizadas e interpretadas.
Sendo que a sensação relaciona-se à reação imediata de nossos receptores ao
solicitar uma doação, é comum associar a este pedido uma imagem, que tem o
propósito de não apenas justificar o fato que gerou tal iniciativa, ou seja, solicitar a
contribuição, mas também sensibilizar o indivíduo para a doação.
Segundo Schiffman e Kanuk (2000, p.104), dois indivíduos podem estar sujeitos aos
mesmos estímulos sob as mesmas condições aparentes, mas a maneira que cada
pessoa os reconhece, seleciona, organiza e interpreta é um processo altamente
individual.
Estas três etapas que são a sensação, organização e interpretação são assim
definidas.
A sensação volta a atenção a um objeto (estímulo) ou a um evento do ambiente,
verificado por um ou mais dos cinco sentidos.
Sensação é uma resposta imediata e direta dos órgãos sensoriais aos
estímulos simples (um anúncio, uma embalagem, uma marca). A sensação
em si, depende da mudança de energia, ou seja, da diferenciação dos
dados. Um ambiente perfeitamente insosso ou imutável
independentemente da força dos dados sensoriais. (Solomon, 2002,
p.105).
A organização busca a categorização dos estímulos, associados com objetos
conhecidos.
A organização dos estímulos é um procedimento adotado pelas pessoas
que os categorizam e os classificam de acordo com os grupos de objetos
semelhantes já armazenados na memória. (Sheth et al., 2001, p286).
36
Ter ou não uma interpretação favorável ao estímulo de certa maneira implica em
nosso estudo, em aceitar ou não com a contribuição filantrópica.
Interpretação é acrescentar significado a um estímulo, formando uma
“regra” sobre o objeto ser ou o apreciado, e também sobre o valor lhe
seria atribuído por aquele que o percebe. (Sheth et al., 2001, p287).
2.5 Crenças e atitudes na formação da intenção comportamental
Segundo Reich e Adcock (1976, p. 34), o estudo das atitudes como fator de
influência no comportamento humano ocorre por volta de 1920, e a importância foi
de tal ordem que alguns estudiosos da época equiparavam este estudo como o da
Psicologia Social.
O pioneiro neste estudo foi Gordon Allport
7
,
que definiu o tema como “uma
disposição mental e nervosa, organizada pela experiência e que exerce uma
influência diretiva ou dinâmica sobre a conduta do indivíduo em relação a objetos e
situações com que se defronta”.
Segundo Rokeach (1981, p.89), as bases dos estudos de Allport tiveram como
referência a Psicologia Experimental, a Psicanálise e Sociologia. Na psicologia
experimental o conceito da atitude desenvolveu-se através de investigações
realizadas em laboratório, tomando-se por base o tempo de reação, percepção,
memória, pensamento e vontade. Na psicanálise destacam-se as bases dinâmicas e
inconscientes da atitude. Na sociologia são avaliadas como traduções psicológicas
da ação da cultura e de aspectos sociais sobre o indivíduo.
Mesmo que a construção teórica abordada por Allport tenha sustentação em
diversas bases de estudo, a linha de pesquisa da psicologia social é a que mais
parece adequar ao presente trabalho, pois, segundo Reich e Adcock (1976, p. 17)
estas interessam pelas necessidades e aspirações do indivíduo e suas tentativas de
satisfazê-las. Neste caso, a atitude é considerada como um instrumento na tentativa
7
ALLPORT, G. Attitudes. Handbook of Social Psychology. Worcester, 1935, p.810. In: PENNA, 1993,
p. 72
37
de explicar certos comportamentos em busca da satisfação das necessidades e
desejos.
Rokeach (1981, p.91) define a atitude como “... uma organização de crenças
relativamente duradoura, em torno de um objeto ou situação que predispõe que se
responda de alguma forma preferencial”.
Fishbein e Ajzen (1975, p. 6) definem que “... atitude pode ser descrita como uma
predisposição aprendida para responder de uma maneira consistentemente
favorável ou desfavorável com respeito a um dado objeto”.
Nota-se nas definições acima, que a atitude representa uma predisposição a
responder, ou seja, uma tendência a comportar-se. Isso quer dizer que a atitude
evidencia uma possibilidade de ação. Elas levam o indivíduo a um conjunto de
intenções.
Rokeach (1981, p. 34-35) afirma que qualquer comportamento de um indivíduo em
relação a determinado objeto não é parte da própria atitude, mas somente a
tendência para ação faz parte da atitude.
Desta forma, a decisão de comportar-se em direção a algo é intencionada pela
atitude e não determinada por ela. É importante salientar que o conceito de atitude
aqui utilizado proporciona uma resposta preferencial, ou seja, favorável ou
desfavorável a determinado objeto. Como resultado tem-se a existência de
sentimentos individuais. Estes sentimentos correspondem às avaliações positivas ou
negativas do indivíduo em relação ao objeto.
Outra relevância que se tem das atitudes é que estas o uma organização de
crenças. Segundo Rokeach a atitude que é a organização de crenças é
“responsável” pela predisposição.
Segundo Sheth et al. (2001, p.368), cognições ou pensamentos sobre marcas ou
objetos são as expectativas quanto ao que alguma coisa é ou não é, ou quanto ao
que um objeto fará ou não. Muitos autores afirmam que estas informações podem
38
ser adquiridas pelo processo da aprendizagem cognitiva. Fishbein e Ajzen (1975, p.
14), por exemplo, colocam que o indivíduo aprende ou forma um número de crenças
acerca de um objeto por meio da observação direta ou por informação recebida de
fontes externas, ou mesmo, por várias formas de inferência.
A atitude de uma pessoa em relação a um determinado objeto corresponde a um
julgamento ou opinião de caráter positivo ou negativo sobre este objeto. Assim pode-
se perguntar a um indivíduo qual é a atitude dele em relação a doação.
Neste caso para responder a esta pergunta será necessário criar um conjunto de
outras perguntas, que converterão em uma resposta mais adequada para interpretar
melhor o construto atitude. Este julgamento é formado pelas suas crenças e
sentimentos, que tentam justificar seu comportamento frente ao objeto. Tal construto
pode ser observado na fig. 4.
Figura 4 - Interações entre os componentes da atitude e o comportamento
Figura 4 - Interações entre os componentes da atitude e o comportamento
Fonte: Samara e Morsch, 2005, p. 119.
Observa-se na figura que as crenças e os sentimentos vão formar as atitudes que
por sua vez irão contribuir na intenção comportamental. Outros modelos de análise
surgiram com o propósito de medir as atitudes por meio das crenças desenvolvidas
pelos indivíduos e assim, tentar prever a intenção comportamental e o conseqüente
comportamento.
39
Fishbein e Ajzen (1975) afirmam que encontraram, em suas pesquisas, mais de 500
formas de mensurar a atitude, as quais poderão ser feitas em função de outras
variáveis, isto se deve a dificuldade da conceituação do termo atitude.
Mesmo que isto desdobre em uma quantidade de modelos, os que serão estudados
são os modelos da Teoria da Ação Racionalizada e o modelo da Teoria do
Comportamento Planejado. Segundo Schiffman e Kanuk (2000, p. 171) existem
além dos sistemas propostos acima, outras variações dos modelos multiatributivos
de atitudes, mas os modelos propostos por Martin Fishbein e seus associados,
foram os que mais estimularam o interesse das pesquisas.
2.6 O modelo estendido
Os pesquisadores Fishbein e Icek Ajzen identificaram que o comportamento de um
indivíduo, é influenciado pelo que outras pessoas, tais como colegas de trabalho, a
família, pares profissionais, vizinhos, ou seja, grupos de convivência pensam a
respeito deste comportamento, ou seja, se o indivíduo deveria ou não decidir sobre
tal ação e a opinião sobre ela.
Com base nesta percepção, eles desenvolveram, em 1975, um modelo ampliado do
comportamento (The Theory of Reasoned Action), traduzido por autores como
Modelo Estendido de Fishbein (Sheth et al. et al., 2001, p. 386), Teoria da Ação
Pensada (Mowen e Minor, 2003, p. 150), Teoria da Ação Racionalizada (Shiffman e
Kanuk, 2000, p. 174). Este modelo considera então, a atitude em relação ao
comportamento e a norma subjetiva do indivíduo como fatores prévios da intenção
comportamental.
A norma subjetiva (NS), de acordo com Mowen e Minor (2003, p. 150) corresponde
ao que os consumidores julgam que outras pessoas de sua referência pensam que
eles deveriam fazer. Esta norma induz a uma pressão social no indivíduo, o que faz
com este considere, na intenção de comportar-se em direção a uma oferta, a opinião
favorável ou desfavorável de outras pessoas. Assim, alguém pode ter pessoalmente
uma atitude desfavorável em relação a doações para uma clínica de abortos, mas
pode acabar contribuindo em virtude das expectativas de seus colegas de trabalho
ou vizinhos Sheth et al. (2001, p.387). A esta consideração, pode-se chamar de
crenças normativas. Neste modelo, assim como as crenças comportamentais, as
40
n
m
i = 1
j = 1
crenças normativas, também são avaliadas pela motivação do indivíduo em
concordar ou não com a pressão social. O construto pode ser apreciado na Fig. 5.
Figura 5 - Teoria da Ação Racionalizada
Figura 5 - Teoria da Ação Racionalizada
Fonte: Schiffman e Kanuk (2000, p. 175)
Matematicamente, o modelo da Teoria da Ação Racionalizada, é assim apresentado:
I = Atitude (beh)
+ NS
ou
I = b
i
e
i
+ NB
j
MC
j
Fonte: Sheth et al. et al. (2001, p. 387)
Onde:
I = intenção comportamental
b
i
e
i
= atitude em relação ao comportamento
NB
j
= crenças normativas – crenças de que referentes específicos (j) pensam que eu
deveria ou não implementar o comportamento
NS = Norma subjetiva
MC
j
= motivação para concordar com os referentes específicos (j)
m = número de referentes específicos
Crenças de que o
comportamento leva a
certos resultados
Avaliação dos
resultados
Atitude em relação ao
comportamento
Crenças de que
referentes específicos
pensam que eu deveria
ou não implementar o
comportamento
Motivação para
concordar com os
referentes específicos
Norma subjetiva
Intenção
Comporta-
mento
41
As vantagens deste modelo é que ele considera as pressões sociais normativas e
também as crenças internas sobre as conseqüências do comportamento. Nota-se
que a atitude em relação ao comportamento tem por base as crenças
comportamentais e as normas subjetivas que são determinadas pelas crenças
normativas.
2.7 A Teoria do Comportamento Planejado
Os estudos sobre a intenção comportamental e por conseqüência o comportamento,
identificou que a Teoria da Ação Racionalizada limitava-se em admitir a vontade das
pessoas, mas não considerava os recursos para essa realização.
Blackwell et al. (2005, p. 297) afirma que a realização de um comportamento
depende também do grau de controle da vontade. Ajzen e Fisbhein (2005, p. 191)
denominam de volitional control. Este termo retrata o quanto, determinada pessoa
pode comportar-se livremente, da forma como quiser, sem interferências. Estes
autores apontam que, muitos comportamentos estão completamente sob o domínio
da vontade individual, ao passo que outros, dependem de fatores extras que muitas
vezes fogem ao controle pessoal.
Segundo Ajzen (1991, p. 182), a intenção de realizar determinado comportamento
fica sujeito à percepção do indivíduo, sobre o controle que ele possui sobre tais
fatores e de sua confiança na capacidade de realizar tal ação. Isto significa que a
intenção comportamental depende, não de fatores motivacionais, como a atitude
em relação ao comportamento e a norma subjetiva, mas também de outros fatores
internos e externos ao indivíduo. Podem ser estes fatores, o tempo, cooperação de
outros, dinheiro, etc. que muitas vezes, não estão sob controle pessoal. Estes
fatores podem facilitar ou dificultar a ação em direção a um objeto.
Incluiu-se então, na Teoria da ão Racionalizada, mais um item que, juntamente
com a atitude em relação ao comportamento e a norma subjetiva, tem por objetivo
contribuir para se prever a intenção comportamental: o controle comportamental
42
percebido. Estes três fatores formam a Teoria do Comportamento Planejado,
conforme a Fig. 6.
Figura 6 - Teoria do Comportamento Planejado
Figura 6 - Teoria do Comportamento Planejado
Fonte: Ajzen (1991, p. 182)
Observa-se que o controle comportamental percebido refere-se, o quanto um
indivíduo acredita poder dominar situações ou fatores que o levem a se comportar,
ou seja, à percepção do grau de controle que as pessoas possuem sobre as
facilidades e as dificuldades de realização de um determinado comportamento. Se a
crença neste domínio é grande, torna-se mais provável realização da ação.
Segundo Ajzen (1991, p. 184), quando o indivíduo não tem informações suficientes,
quando as condições e os recursos disponíveis mudam ou quando elementos
novos e desconhecidos na situação, o controle pelo indivíduo pode não ser real.
Notadamente, a intenção comportamental está dependente da aprendizagem
cognitiva, que responde pela formação das crenças do indivíduo. Assim, o grau de
controle sobre o comportamento tem por base as chamadas crenças de controle.
Estas crenças de controle sinalizam a presença ou não de recursos e oportunidades,
que o indivíduo tem em maior ou menor grau de domínio. Isto é claro que torna a
realização do comportamento ser mais fácil ou não, ou mesmo não realizável.
Atitude em
relação ao
comportamento
Norma subjetiva
Intenção
Comportamento
Controle
Comportamental
Percebido
43
De acordo com Ajzen (1991, p. 196) o intercâmbio de experiências e informações
acerca dos comportamentos sobre diversos fatores interferem na percepção, para
mais ou para menos, do grau de dificuldade de realização de determinado
comportamento. Neste estudo cabe salientar a credibilidade que as instituições
filantrópicas são avaliadas pode ter peso fundamental nas decisões quanto à
intenção da doação.
Pessoas que acreditam que eles têm habilidades e outros recursos
necessários para realizar o comportamento ou superar barreiras estão aptos
a desenvolver forte senso de eficácia própria ou controle comportamental
percebido, enquanto pessoas que acreditam que faltam-lhes alguns dos
recursos necessários estão aptos a ter muito senso de fraqueza da ação
pessoal. (AJZEN e FISHBEIN, 2005, p. 193)
Tendo a presença de crenças de controle como base do controle comportamental
percebido, a Teoria do Comportamento Planejado é exposta conforme a Fig. 7, que,
observa-se, o comportamento é precedido da intenção, que é precedida da atitude
em relação às crenças comportamentais, da norma subjetiva em relação às crenças
normativas e do controle comportamental percebido em relação às crenças de
controle.
Figura 7 – Descrição dos construtos na Teoria do Comportamento Planejado
Fonte: Ajzen e Fishbein (2005, p. 194)
Figura 7 - Descrição dos construtos na Teoria do Comportamento Planejado
Crenças de que o
comportamento leva
a certos resultados
Atitude em relação
ao comportamento
Crenças de que
referentes
específicos pensam
que eu deveria ou
não implementar o
comportamento.
Norma
subjetiva
Intenção
Comportamental
Comportamento
Crenças de que
fatores externos e
internos de que
podem influenciar o
comportamento estão
sob controle
Controle
Comportamental
Percebido
44
Observa-se também a importância das crenças na determinação da intenção
comportamental. Porém esta é uma das funções das crenças, que segundo Ajzen
(1991, p. 206), é nesta categoria que se aprende sobre os elementos exclusivos que
motivam o indivíduo a tomar parte em determinado comportamento e/ou impulsionar
outras pessoas a seguir outros diferentes caminhos.
Mesmo que um indivíduo tenha inúmeras convicções acerca de sua realidade física
e social e estas formarem o que Rokeach (1981, p.100) chama de um “sistema de
crenças”, elas não tem ação de forma simultânea sobre o comportamento do
indivíduo. A ação das crenças depende de quanto elas são importantes para o
objeto de análise. Ainda Rokeach confirma isto, ao colocar que nem todas as
crenças são imprescindíveis para o indivíduo. Existem crenças centrais, que são
consideradas de maior poder de influencia no comportamento do que outras
crenças.
Cabe salientar que as ações destas crenças centrais ocorrem em certo ponto do
tempo, e como afirma Fishbein e Ajzen (1975, p. 218). Pode-se considerar que este
“ponto do tempo” corresponde ao contato do indivíduo com o objeto da crença. A
relação do indivíduo com o objeto, o indivíduo traz à tona algumas opiniões que ele
considera como fundamentais para a formação de sua intenção. Essas crenças, em
número relativamente pequeno em confronto com o sistema total, são denominadas
de crenças salientes.
Conforme Ajzen (1991, p. 189) as crenças salientes, compõe-se de cinco a nove
crenças, que predominam na determinação das intenções e ações de um indivíduo.
Não é fácil selecionar quais são as crenças salientes e quais não são. Fishbein e
Ajzen (1975) apontam em seus estudos que há concordância entre vários autores de
que as crenças salientes são as primeiras a serem indicadas quando os indivíduos
são questionados e as que são consideradas não salientes são as que aparecem
após as nove primeiras.
Fishbein e Ajzen (1975, p. 218) afirmam não ser possível determinar em qual
momento uma pessoa começa a explicitar suas crenças não salientes, pois estas
variam de pessoa para pessoa e de situação para situação. Deve-se considerar
45
também o fato de que quando os indivíduos são colocados diante de métodos de
investigação que os lembrem de determinadas convicções, as crenças não salientes
podem se tornar salientes. Desta forma, como regra, considerar cinco ou nove
crenças explicitadas com maior freqüência como crenças salientes.
Por fim, este estudo propõe a utilização da teoria do comportamento planejado na
tentativa de explicar as relações existentes entre a intenção de doação do aluno
universitário e as suas crenças e atitudes. Conforme citado anteriormente, as
aplicações desta teoria restringem em sua maioria o aspecto mercadológico. No
entanto, nossa pretensão também é incrementar o campo de aplicação desta teoria
tomando-se por base o aspecto social.
2.8 Hipóteses a serem testadas
Remetendo aos objetivos do presente estudo e ao problema da pesquisa, propõe-se
testar as seguintes hipóteses:
H1: A prática da doação financeira é predominante entre os estudantes
Universitários;
H2: Entre os estudantes universitários existe uma concordância positiva na intenção
da doação financeira para instituições filantrópicas;
H3: Os estudantes universitários confiam no trabalho exercido pelas instituições
filantrópicas
H4: Os estudantes universitários concordam que as instituições filantrópicas são
importantes para o desenvolvimento social do país.
H5: A crença influencia positivamente na formação da atitude do estudante
universitário
H6: O sentimento influencia positivamente na formação da atitude do estudante
universitário
H7: Existe alta correlação positiva entre o controle comportamental percebido e a
norma subjetiva
H8: Existe alta correlação positiva entre a crença e sentimentos
H9: Existe alta correlação positiva entre a crença e norma subjetiva
46
H10: A atitude influencia positivamente na intenção comportamental para a doação
financeira
H11: A Norma subjetiva influencia positivamente na intenção comportamental para a
doação financeira
H12: O controle comportamental percebido influencia positivamente na intenção
comportamental para a doação financeira
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
3.1 Estratégia da pesquisa
Tendo por objetivos a analise das intenções comportamentais de estudantes
universitários, sobre a doação de recursos financeiros a instituições filantrópicas,
optou-se pelo método de pesquisa denominado “survey”. Segundo Collis e Hussey
(2005, p. 71), survey constitui uma "metodologia positivista na qual uma amostra de
sujeitos é retirada de uma população e estudada para se fazerem inferências sobre
essa população".
A pesquisa caracteriza-se como descritiva quantitativa, classificada como um
levantamento de campo. Segundo Mattar (1999, p. 25) a pesquisa descritiva é
classificada como um levantamento de campo ou um estudo de campo, embora a
distinção entre eles não seja muito precisa. Basicamente a distinção é na grande
amplitude e pouca profundidade dos levantamentos de campo e na média
profundidade e média amplitude dos estudos de campo.
Segundo Malhotra (1996, p. 164), a pesquisa com dados quantitativos têm as
seguintes características:
Ter como objetivo a quantificação dos dados e inferências dos dados obtidos
de uma amostra para a população;
Necessitar de um número maior de casos representativos;
Permitir a coleta dos dados nas formas estruturadas;
Permitir a análise estatística dos dados;
O seu produto final é a recomendação de um plano de ação.
47
Segundo Malhotra (1996), os objetivos da pesquisa descritiva são: "descrever
características de grupos componentes da população-alvo e determinar percepções
e avaliações desses sobre as variáveis selecionadas, dentre outras".
Para Collis e Hussey (2005) um survey descritivo deve identificar e contar qual é a
freqüência do fenômeno em uma população específica, em um determinado
momento ou em vários momentos com o propósito de comparação.
Os Surveys são comumente utilizados para apontar enunciados descritivos sobre
alguma população, isto é, identificar a distribuição dos traços e atributos, neste caso
o pesquisador preocupa-se como a distribuição e o o porquê de sua ocorrência.
Assim, o survey descritivo permite, por exemplo, avaliar as atitudes de clientes com
relação a produtos e serviços de uma empresa.
Segundo Babbie (2001, p.102), um estudo de tendências de atitudes entre
estudantes universitários numa universidade reflete uma população diferente de
estudantes cada vez que um survey é feito. Trata-se de uma pesquisa de natureza
transversal que fornece as condições vigentes em um dado momento.
Segundo Aaker (2001, p.346), “... a maioria das pesquisas descritivas faz
exatamente o que dizem oferece um “instantâneo” de alguns aspectos do
ambiente de mercado em um ponto específico do tempo”.
Para o desenvolvimento da pesquisa, algumas terminologias de amostragem
tornam-se necessárias para facilitar a compreensão do processo utilizado. Segundo
Babbie (2001, p.120), o universo, é a agregação teórica e hipotética de todos os
elementos definidos num survey. Porém, um universo de survey é totalmente não
especificado quanto a tempo e lugar e é essencialmente um termo inútil.
Quanto ao termo população ele define como sendo: ”... uma agregação teoricamente
especificada de elementos do survey. Especificar o termo: “estudante universitário”,
considera-se estudantes de horário integral e parcial, candidatos a diplomas ou não,
estudantes de graduação e de pós-graduação e atributos similares”.
48
Nessa dissertação tomou-se como população do survey os estudantes dos cursos
de administração, e de marketing que estejam matriculados em duas instituições
particulares de ensino nos turnos da manhã ou noite e que também tenham
cursado mais da metade do curso.
3.2 Unidade de Análise
A unidade de análise foi representada por duas IES – Instituição de Ensino Superior,
localizadas no município de Belo Horizonte /MG. A sua escolha ocorreu devida a
conveniência proporcionada para elaboração da pesquisa em suas dependências,
onde são ministrados os cursos de administração e marketing.
3.3 Unidade de Observação
A unidade de observação, ou unidade de coleta de dados, segundo Babbie (2001,
p.122), é um elemento ou agregação de elementos de que se coleta a informação.
Existem casos em que a unidade de análise e a observação são os mesmos.
Considerou-se neste caso como unidade de observação, os alunos dos cursos de
Administração e de Marketing de Varejo, de duas Instituições de Ensino Superior
(IES), matriculados nos turnos da manhã e noite e que já tenham cursado no mínimo
mais da metade do curso do curso.
3.4 Amostragem
Utilizou-se o processo de amostragem não probabilística, que segundo Mattar (1996.
p. 132), é aquela em que a seleção dos elementos da população para compor a
amostra depende ao menos em parte do julgamento do pesquisador ou do
entrevistador no campo.
O tipo de amostragem adotado foi por conveniência, que segundo Aaker (2004, p.
393), uma vez que esse procedimento consiste em simplesmente contatar unidades
convenientes da amostragem, é possível recrutar respondentes tais como
estudantes em sala de aula, mulheres no shopping, alguns amigos e vizinhos, entre
outros.
49
Segundo a literatura, somente a amostragem probabilística garante a precisão das
estimativas, o que implica num sorteio aleatório. No entanto, na prática, essa
metodologia é difícil de ser utilizada, mesmo que haja disponibilidade de cadastro,
como é o caso deste estudo, o acesso aos elementos sorteados demanda um maior
tempo e uma alta do custo da pesquisa.
3.5 Dimensionamento da amostra
Nas duas unidades selecionadas para este estudo tem em média 520 alunos com as
características apresentadas, ou seja, alunos que já tem cursado no mínimo mais da
metade do curso. Os questiorios foram aplicados a todos os alunos presentes
resultando em uma quantidade de 208 questionários para uma instituição
denominada IES1 e 156 para a instituição denominada IES2, assim classificadas
com o propósito de omitir sua identidade.
Os 364 questionários respondidos representam 70% da população em estudo, que
em termos quantitativos é um valor expressivo.
3.6 Elaboração do modelo do questionário
Para levantamento dos dados foi usado um questionário estruturado auto-
administrado, que segundo Babbie (2001 p.247), é uma série ordenada de
perguntas que devem ser respondidas por escrito pelo informante. O questionário
deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado de instruções, que
têm o propósito de sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração do
informante e facilitar o preenchimento.
Nesta dissertação, o questionário tem por objetivo coletar informações que
possibilitem a identificar na amostra quais as atitudes, normas subjetivas,
controle comportamental percebido e intenção comportamental dos estudantes
universitários em relação à doação financeira a instituições filantrópicas.
Deve-se considerar também a facilidade da sua aplicação e a utilização de questões
com respostas fixas, evitando distorções que podem ser provocadas por
50
entrevistadores, além da simplicidade dos processos de coleta e análise. Entre as
desvantagens está a incapacidade de alguns respondentes na compreensão dos
questionários, o que em alguns casos deve-se a um modelo de questionário
incorreto, ou simplesmente por recusa em responder.
Elaborou-se um modelo de questionário, tendo por base as suposições apontadas
por ONG’s quanto aos motivos que levam as pessoas a fazerem doações. Estes
motivos são citados pelos consultores das organizações, através dos artigos,
entrevistas e palestras dentre estes destacamos a palestra denominada
“Mobilização de Recursos e Sustentabilidade” - proferida pelo Sr. Marcelo Estraviz,
Diretor da Fundap - Fundação do Desenvolvimento Administrativo.
8
Nesta entrevista foram apresentadas algumas afirmativas, acerca da psicologia da
filantropia (porque as pessoas doam), que foram as referências para elaboração do
questionário aplicado neste estudo.
O questionário foi estruturado em dois módulos, 1 Identificação; 2 Afirmativas;
No módulo 2, as questões tem a escala adaptada do tipo Likert com os extremos
caracterizados por Discordo Totalmente equivalente a 0 (zero) na escala linear e
Concordo Totalmente, equivalente a 10 (dez) na escala linear, evidenciando as
atitudes (crenças a sentimentos), normas subjetivas e de controle percebido e
Intenção comportamental.
3.7 Pré-teste do questionário
Segundo Babbie (2001 p. 303) os pré-testes são os testes iniciais de um ou mais
aspectos do desenho da pesquisa. Geralmente isto significa a administração do
esboço do questionário a um grupo de sujeitos, mas o conceito de pré-teste é mais
amplamente aplicável. Assim recomenda-se também um pré-teste da análise.
Apesar de dar mais espaço à análise relacionada aos estudos pilotos,
deve-se mencionar dois tipos de pré-testes analíticos. Primeiro você deve
dar todos os passos, desde os dados brutos até o produto final, de
construção de tabelas, de índices, de escalas, regressões, análise fatorial
etc., que tenha em mente; verificar cada etapa, dos registros dos dados à
apresentação escrita. A razão dessa verificação é assegurar que você
pode chegar lá a partir daqui. Segundo tipo de pré-teste analítico tem a ver
com hardware e software de manipulação de dados – testar o computador
e programas que você pretende usar na análise. (BABBIE, 2001, p. 309-
310).
8
Site http://ambiente.sp.gov.br, acesso em 22/06/2007
51
Estruturado o questionário, realizou-se um pré-teste em um grupo de 58 estudantes
para identificar as possíveis dificuldades no entendimento das questões bem como a
receptividade dos alunos em participar desta pesquisa. Também, baseando-se nas
recomendações acima, fez-se uma análise dos dados conforme tabela 3, que indica
a confiabilidade interna e teste para verificação para uso da análise fatorial.
TABELA 2 - Especificação da codificação usada no questionário de Pré-teste
Descrão das queses
2.1
A doação
financeira
para filantropia resulta
em benefícios para a sociedade.
2.2 A doação
financeira
melhora a condição de vida dos beneficiados.
2.3 As instituições filantrópicas o confveis.
2.4 As instituições filantrópicas o necessárias para ajudar o país a combater a pobreza.
2.5 A doação financeira deve ser feita diretamente para as pessoas necessitadas.
2.6
A doação
financeira
deve ser feita diretamente para as Instituões filantpicas
2.7 A doação financeira prom de uma necessidade pessoal em ajudar os outros.
2.8 Ao ver uma pessoa pedindo “esmola” sinto-me na obrigação de ajudá-la com algum
dinheiro.
2.9 Quando uma instituição filantrópica solicita uma doação financeira, me sinto na obrigação
de contribuir.
2.10
A doação
financeira
retrata um sentido de virtude
2.11 A doação financeira é devida a compaixão (Dó em ver a pessoa em situão de pobreza).
2.12 A doação financeira ocorre pelo sentimento de amor ao pximo
2.13 A doação financeira é uma obrigação moral.
2.14
A doação
financeira manm ou melhora status social, presgio, respeito, etc.
2.15 A doação financeira é uma resposta à preso do meio social.
2.16
A doação
financeira
ocorre mais por influência religiosa.
2.17 A doação financeira ocorre mais por inflncia familiar
2.18 A doação financeira ocorre mais por inflncia de amigos
2.19
A doação
financeira
é uma resposta à expectativa da lideraa do meio social
2.20 Os procedimentos para fazer doações filantrópicas são muito simples.
2.21 A doação financeira deve ter benefícios fiscais.
2.22 A doação financeira substitui a participão ativa em trabalhos sociais.
2.23 A doação
financeira
não deve comprometer o orçamento do contribuinte
2.24 Eu tenho condições de fazer doões financeiras.
2.25 Eu faço contribuições financeiras para Instituões Filantrópicas.
2.26 Pretendo futuramente contribuir com doão
financeira
para instituições filantrópicas.
2.27 Quando eu estiver em melhor condição financeira, pretendo contribuir para instituões
filantrópicas.
2.28 Quando eu estiver em melhor condição
financeira
, pretendo contribuir a 2% da minha
renda para instituições filantrópicas.
2.29 Quando eu estiver em melhor condição financeira, pretendo contribuir a 5% da minha
renda para instituições filantrópicas.
2.30 Quando eu estiver em melhor condição financeira, pretendo contribuir mais de 5% da
minha renda para instituições filantrópicas.
Tabela 2 - Especificação da codificação usada no questionário de Pré-teste
Fonte: Elaboração do autor.
52
TABELA 3 – Confiabilidade e Teste Kaiser para análise fatorial
GRUPOS
Alfa de
Cronbach
Análise
Discriminante -
Grau de acerto
Análise
Fatorial
KMO
Modelo dp pré-teste - Questões de 2.1 a 2.30 0,809 80,00% -
Atitude (CR + AF) 0,733 0,674
Crenças (CR) Questões 2.1 a 2.7 -
0,628 - 0,644
Afetivo (AF) Questões 2.8 a 2.13 -
0,739 - 0,617
Normas Subjetivas (NS) Questões 2.14 a 2.19 0,794 - 0,768
Controle Percebido (CCP) Questões 2.20 a 2.25 – 0,521 - 0,530
Intenção Comportamental (IN) Questões 2.26 a 2.30
0,783 - 0,681
Tabela 3 - Confiabilidade e Teste Kaiser para análise fatorial
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS V. 13.0
O teste de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO), mede o grau de correlação parcial. Pequenos
valores de KMO indicam a inadequação dos dados à análise fatorial. Segundo
Mingoti, (2005 p137), valores próximos de 0,90, está excelente e próximos de 0,50 a
adequação do modelo fatorial é péssimo e exige medidas de correção dos dados.
Na literatura encontramos a seguinte a classificação: [ KMO > 0,90 ótimo];
[0,80 < KMO < 0,89 Muito Bom]; [0,70 < KMO< 0,79 Regular]; [0,60 < KMO< 0.69
Fraco]; [0,50 <KMO <0,59 Péssimo] ; KMO < 0,50 inaceitável.
No questionário, como um todo, valores de KMO e alfa de Cronbach apresentaram
bons resultados. Em relação aos construtos, com exceção do construto controle
comportamental percebido todos os outros apresentaram bom índice. O mesmo
ocorre com o KMO, este também retrata um baixo valor para o controle
comportamental percebido. O valor do coeficiente Alfa de Cronbach, representa a
confiabilidade dos resultados que proporciona um instrumento de medida. Assim
segundo Hair (2005 p.112), o limite inferior aceito deste coeficiente é 0,70 apesar de
poder diminuir até 0,60 em pesquisas exploratórias.
Na tabela 4, observa-se que as questões não seguem a distribuição normal, ou seja,
os valores de significativos são menores que 5%.
53
TABELA 4 - Teste de Normalidade – pré- teste
Questões
Kolmogorov-Smirnov(a) Shapiro-Wilk
Estatística
df
Sig.
Estatística
df
Sig.
Questão2.1
0,170
46
0,002
0,929
46
0,008
Questão2.2
0,111
46
,200(*)
0,931
46
0,009
Questão2.3
0,152
46
0,010
0,944
46
0,029
Questão2.4
0,097
46
,200(*)
0,943
46
0,025
Questão2.5
0,142
46
0,021
0,885
46
0,000
Questão2.6
0,143
46
0,019
0,930
46
0,008
Questão2.7
0,153
46
0,009
0,914
46
0,002
Questão2.8 0,227
46
0,000
0,805
46
0,000
Questão2.9
0,208
46
0,000
0,861
46
0,000
Questão2.10
0,115
46
0,162
0,947
46
0,036
Questão2.11
0,135
46
0,035
0,914
46
0,002
Questão2.12
0,174
46
0,001
0,898
46
0,001
Questão2.13
0,152
46
0,009
0,903
46
0,001
Questão2.14
0,187
46
0,000
0,865
46
0,000
Questão2.15
0,227
46
0,000
0,892
46
0,000
Questão2.16
0,131
46
0,046
0,902
46
0,001
Questão2.17
0,163
46
0,004
0,908
46
0,002
Questão2.18
0,186
46
0,000
0,881
46
0,000
Questão2.19
0,228
46
0,000
0,903
46
0,001
Questão2.20
0,142
46
0,020
0,939
46
0,018
Questão2.21
0,245
46
0,000
0,796
46
0,000
Questão2.22
0,185
46
0,000
0,843
46
0,000
Questão2.23
0,197
46
0,000
0,847
46
0,000
Questão2.24
0,147
46
0,014
0,916
46
0,003
Questão2.25
0,254
46
0,000
0,754
46
0,000
Questão2.26
0,151
46
0,010
0,867
46
0,000
Questão2.27
0,160
46
0,005
0,855
46
0,000
Questão2.28
0,244
46
0,000
0,784
46
0,000
Questão2.29
0,329
46
0,000
0,689
46
0,000
Questão2.30
0,394
46
0,000
0,596
46
0,000
Tabela 4 - Teste de Normalidade – pré teste
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS V. 13.0.
Os resultados referentes à média e desvio padrão das questões estão na tabela 5,
apontando as tendências das respostas.
54
TABELA 5 – Estatística descritiva pré-teste
Questões Mínimo Máximo Média Desvio Padrão
Questão2.1 0 10 6,45 2,610
Questão2.2 0 10 6,05 2,970
Questão2.3 0 10 4,45 2,087
Questão2.4 0 10 6,18 2,635
Questão2.5 0 10 5,32 3,556
Questão2.6 0 10 5,40 3,112
Questão2.7 0 10 6,53 2,805
Questão2.8 0 10 2,47 2,848
Questão2.9 0 10 2,71 2,592
Questão2.10 0 10 5,28 3,205
Questão2.11 0 10 4,02 3,143
Questão2.12 0 10 6,41 3,090
Questão2.13 0 10 3,72 3,122
Questão2.14 0 10 3,72 3,376
Questão2.15 0 10 4,05 2,722
Questão2.16 0 10 4,60 3,408
Questão2.17 0 10 3,47 2,867
Questão2.18 0 8 2,88 2,501
Questão2.19 0 10 4,07 2,815
Questão2.20 0 10 6,27 2,819
Questão2.21 0 10 5,30 4,305
Questão2.22 0 10 3,02 3,050
Questão2.23 0 10 5,86 3,786
Questão2.24 0 10 5,24 3,399
Questão2.25 0 10 3,17 3,965
Questão2.26 0 10 4,34 3,863
Questão2.27 0 10 5,65 3,734
Questão2.28 0 10 2,45 3,218
Questão2.29 0 10 1,90 3,007
Questão2.30 0 10 1,52 2,861
Tabela 5 - Estatística descritiva pré-teste
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS V. 13.0.
Analisando as médias das pontuações, a questão 2.1 - A doação financeira para
filantropia resulta em benefícios para a sociedade - foi a que apresentou menor
desvio padrão, retratando menor variabilidade das respostas, mas a que apresentou
menor variabilidade relativa foi à questão 2.30 - Quando eu estiver em melhor
condição financeira, pretendo contribuir mais de 5% da minha renda para instituições
filantrópicas, ou seja, ocorreu nesta questão um melhor consenso, com baixa
pontuação.
55
Observou ainda que 46,2% dos entrevistados não pretendem futuramente contribuir
com a filantropia, ou seja, apresentaram pontuação abaixo de 5,0 (cinco).
Analisando a questão 2.25 - Eu faço contribuições financeiras para Instituições
Filantrópicas - observou–se que 44,8 dos entrevistados não fazem nenhuma
contribuição financeira para a filantropia.
Diante dos resultados encontrados no pré-teste, percebeu-se uma dificuldade em
responder as questões de nº 2.25 – Eu faço contribuição financeira para Filantropia -
e 2.14 A doação financeira mantém ou melhora o status social. Reformulou-se
então o modelo de questionário, passando para o modelo B, com as seguintes
modificações:
Renumeração do questionário;
Mudança da Questão 2.25 para Questão nº 2 “Eu faço contribuição financeira
para Instituição filantrópica” respostas: ( ) SIM ( ) ÀS VEZES ( ) NÃO,
Sendo que SIM (com periodicidade); às VEZES (sem periodicidade).
Foram mantidos os grupos de questões referentes aos construtos
previamente estabelecidos, ainda que no construto Controle comportamental
percebido, foi observado baixos valores nos vários testes preliminares. A
explicação inicial para tão baixos valores foi devido ao pequeno tamanho da
amostra, entretanto mesmo com o aumento da mesma, não houve melhoria
dos resultados.
3.8 Procedimentos para coleta de dados e tabulação dos dados
O questionário foi aplicado nas turmas das IES que tenham cursado no nimo
metade dos cursos de Administração e de Marketing de Varejo nos dois turnos
(diurno e noturno).
A aplicação do questionário, nas respectivas turmas, ocorreu dentro de sala de aula,
contando assim com a colaboração do professor para a aplicação e recolhimento
dos questionários.
56
Na prática os questionários foram distribuídos para todos os alunos presente, sendo
considerada a sua predisposição para responder ao questionário. Os dados foram
tabulados e sua análise utilizou-se o software SPSS V. 13.0, A análise se apoiou nas
tabelas de freqüências e gráficos, análise fatorial, análise de regressão ltipla e em
equações estruturais, utilizando para isso o software Amos 5.0.
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
4.1 Características da amostra
Foram aplicados 364 questionários em duas instituições de ensino superior (IES)
distribuídas em 156 questionários respondidos por estudantes da IES1 e 208
questionários respondidos por estudantes da IES2.
Mesmo não sendo a intenção de comparar os resultados entre as instituições,
ressaltamos que as diferenças de percentuais observadas nas variáveis abaixo são
devidas à conveniência da obtenção dos dados uma vez que a participação do aluno
ocorreu dentro da sala de aula tendo como base sua intenção de participar dessa
pesquisa. Quanto ao gênero, a pequena predominância do nero masculino nas
IES, não evidenciou diferença significativa sobre o gênero feminino (χ
2
= 4,643;
p- valor = 0,098). Nota-se que o percentual de alunos pesquisados no turno da
manhã tem maior predominância na IES2, isto porque há uma proporção maior de
alunos nesta IES, estudante deste turno, o mesmo ocorre quanto a faixa etária, que
apresenta predominância de alunos com maior faixa etária na IES1 do que na IES2.
Os resultados da distribuição amostral estão apresentados na tabela 6 onde se pode
perceber os percentuais em cada uma das variáveis relativas a primeira parte do
questionário que mostra a identificação do responde.
57
TABELA 6 - Dados referentes a distribuição da amostra
ESPECIFICAÇÃO
INSTITUIÇÃO DE ENSINO
SUPERIOR
TOTAL
IES1
IES2
Quantid.
%
Quantid
%
Quantid.
%
TURNO Manhã 14 9,0 62 29,8
76 20,9
Noite 142 91,0 146 70,2
288 79,1
Total 156 100,0
208 100 364 100,0
GÊNERO Feminino 77 49,4 87 41,8
164 45,1
Masculino 79 50,6 117 56,3
196 53,8
N.I.
-
-
4
1,9
4
1,10
Total 156 100,0
204 100 364 100,0
FAIXA ETÁRIA Abaixo de 20
4 2,6 20 9,6 24 6,6
de 21 a 25 27 17,3 107 51,4
134 36,8
de 26 a 30 41 26,3 32 15,4
73 20,1
de 31 a 35 38 24,4 30 14,4
68 18,7
Acima de 36 46 29,5 17 8,2 63 17,3
N.I. - - 2 1,0 2 0,5
Total 156 100,0
208 100 364 100,0
Eu faço contribuição
Sim 30 19,2 20 9,6 50 13,7
Financeira para Às vezes 42 26,9 59 28,4
101 27,7
Instituição Não 84 53,8 125 60,1
209 57,4
Filantrópica N.I. - - 4 1,9 4 1,1
156 100 204 98,1
360 100,0
Tabela 6 - Dados referentes à distribuição da amostra
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS V. 13.0.
(*) Os dados referentes aos períodos do curso de tecnólogo foram agrupados- NI – Não informado
Na tabela 7 apresentamos a descrição das variáveis correspondentes a afirmativas
utilizadas no questionário.
TABELA 7 - Especificação das questões utilizadas na amostra
(continua)
DESCRIÇÃO
3.1CR As doações financeiras para filantropia resultam em benefícios para a
sociedade.
3.2CR A doação financeira melhora a condição de vida dos beneficiados.
3.3CR As instituições filantrópicas são confiáveis.
3.4CR As instituições filantrópicas são necessárias para ajudar o país a combater a
pobreza.
3.5CR A doação financeira deve ser feita diretamente para as pessoas
necessitadas.
58
TABELA 7 - Especificação das questões utilizadas na amostra
(conclusão)
DESCRIÇÃO
3.6CR A doação financeira deve ser feita diretamente para as Instituições
filantrópicas
3.7CR A doação financeira provém de uma necessidade pessoal em ajudar os
outros.
3.8AF Ao ver uma pessoa pedindo “esmola” sinto-me na obrigação de ajudá-la com
algum dinheiro.
3.9AF Quando uma instituição solicita uma doação financeira, me sinto na
obrigação de contribuir.
3.10AF A doação financeira retrata um sentido de virtude
3.11AF A doação financeira é devida à compaixão (Dó em ver a pessoa em situação
de pobreza).
3.12AF A doação financeira ocorre pelo sentimento de amor ao próximo
3.13NS A doação financeira é uma obrigação moral.
3.14NS A doação financeira mantém ou melhora status social, prestígio, respeito,
etc.
3.15NS A doação financeira é uma resposta à pressão do meio social.
3.16NS A doação financeira ocorre mais por influência religiosa.
3.17NS A doação financeira ocorre mais por influência familiar
3.18NS A doação financeira ocorre mais por influência de amigos
3.19NS A doação financeira é uma resposta à expectativa da liderança do meio
social
3.20 CP Os procedimentos para fazer doações financeiras para instituições
filantrópicas são muito simples.
3.21 CP A doação financeira deve ter benefícios fiscais.
3.22 CP A doação financeira substitui a participação ativa em trabalhos sociais.
3.23 CP A doação financeira não deve comprometer o orçamento do contribuinte
3.24 CP Eu tenho condições de fazer doações financeiras.
3.25 IN Pretendo futuramente contribuir com doação financeira para Instituições
Filantrópicas.
3.26 IN Quando eu estiver em melhor condição financeira, pretendo contribuir para
instituições filantrópicas.
3.27 IN Quando eu estiver em melhor condição financeira, pretendo contribuir até
2% da minha renda para instituições filantrópicas.
3.28 IN Quando eu estiver em melhor condição financeira, pretendo contribuir até
5% da minha renda para instituições filantrópicas.
3.29 IN Quando eu estiver em melhor condição financeira, pretendo contribuir mais
de 5% da minha renda para instituições filantrópicas.
Tabela 7 - Especificação das questões utilizadas na amostra
Fonte: Dados da Pesquisa
59
Na tabela 8, são apresentadas as estatísticas básicas correspondentes aos
estimadores da média (X) e desvio padrão (s)
TABELA 8 – Estatísticas básicas da amostra
VARIÁVEIS
IES1 IES2 TOTAL
Média
Amostra
Desvio
padrão
Média
Amostra
Desvio
padrão
Média
Amostra
Desvio
padrão
Q3.1 -.CR 6,4 156 2,8 6,9 208 2,4 6,7 364 2,6
Q3.2 - CR 6,8 156 2,6 6,9 208 2,4 6,8 364 2,5
Q3.3 -.CR 4,3 156 1,9 4,9 208 2,2 4,6 364 2,1
Q3.4 - CR 5,5 156 3,0 6,3 208 2,7 6,0 364 2,9
Q3.5 . CR 5,7 156 3,5 5,3 208 3,3 5,4 364 3,4
Q3.6 - CR 6,0 155 2,9 6,4 207 2,6 6,3 362 2,7
Q3.7 - CR 6,6 156 2,9 6,9 206 2,7 6,8 362 2,8
Q3.8 - AF 2,3 156 2,8 2,1 208 2,5 2,2 364 2,6
Q3.9 - AF 2,6 156 2,6 2,8 208 2,7 2,7 364 2,7
Q3.10 - AF 5,1 155 3,0 4,8 208 2,7 4,9 363 2,9
Q3.11 - AF 4,1 156 3,2 4,5 208 3,1 4,3 364 3,1
Q3.12 - AF 7,4 156 2,7 6,9 208 2,8 7,1 364 2,7
Q3.13 - AF 3,3 156 3,1 3,3 206 2,9 3,3 362 3,0
Q3.14 - NS 4,0 155 3,2 4,00 208 3,0 4,0 363 3,0
Q3.15 - NS 4,3 155 2,9 4,42 208 2,9 4,4 363 2,9
Q3.16 - NS 4,4 156 2,7 3,74 206 2,6 4,0 362 2,7
Q3.17 - NS 5,0 156 3,2 4,71 206 3,1 4,8 362 3,1
Q3.18 - NS 4,9 156 3,0 4,42 207 3,0 4,6 363 3,0
Q3.19 - NS 4,0 156 3,1 3,74 208 2,8 3,9 364 2,9
Q3.20 - CP 6,0 156 2,8 5,44 208 2,7 5,7 364 2,7
Q3.21 - CP 5,9 156 3,7 5,50 207 3,8 5,7 363 3,8
Q3.22 - CP 3,5 156 3,2 2,96 207 3,0 3,2 363 3,1
Q3.23 - CP 6,7 156 3,5 7,52 205 3,1 7,2 361 3,3
Q3.24 - CP 5,6 156 3,1 5,53 208 3,2 5,5 364 3,2
Q3.25 - IN 5,0 156 3,5 5,98 208 3,1 5,6 364 3,3
Q3.26 - IN 5,6 156 3,5 6,37 206 3,2 6,0 362 3,4
Q3.27 - IN 3,1 156 3,5 3,93 206 3,4 3,6 362 3,4
Q3.28 - IN 2,4 156 2,9 2,82 207 3,0 2,6 363 3,0
Q3.29 - IN 2,0 156 2,9 2,27 207 2,8 2,2 363 2,9
Tabela 8 - Estatísticas básicas da amostra
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS
As variáveis que apresentaram pontuações médias acima de 5 pontos, admitindo
que pontuação acima deste valor representa tendência a concordância com a
questão, foram:
60
Crenças Comportamentais:
3.1CR As doações financeiras para filantropia resultam em benefícios para a
sociedade.
3.2CR A doação financeira melhora a condição de vida dos beneficiados.
3.4CR As instituições filantrópicas são necessárias para ajudar o país a combater a
pobreza.
3.5CR A doação financeira deve ser feita diretamente para as pessoas necessitadas.
3.6CR A doação financeira deve ser feita diretamente para as Instituições filantrópicas
3.7CR A doação financeira provém de uma necessidade pessoal em ajudar os outros.
Componente Afetivo:
3.12AF A doação financeira ocorre pelo sentimento de amor ao próximo
Controle comportamental Percebido:
3.20 CP Os procedimentos para fazer doações financeiras para instituições filantrópicas
são muito simples.
3.21- CP A doação financeira deve ter benefícios fiscais.
3.23- CP A doação financeira não deve comprometer o orçamento do contribuinte
Intenção comportamental:
3.26- IN Quando eu estiver em melhor condição financeira, pretendo contribuir para
instituições filantrópicas.
Outra forma para compararmos a distribuição das respostas é por meio dos
percentuais acima da escala de 5 (cinco) pontos atribuída pelo entrevistado. Na
tabela 9 está exposta esta distribuição, que se comparada com a distribuição das
médias observa-se pouca distorção. Apenas as questões Q3.5CR; Q3.20CP e
Q3.24CP divergiram nesta comparação.
TABELA 9 – Percentuais de respostas acima de 5 pontos
(continua)
Descrição
(*) Pontuação maior
que 5 (Cinco)
Quantid
ade
%
3.1CR
As doações financeiras para filantropia
resultam em benefícios para a sociedade.
237 65,1
3.2CR
A doação financeira melhora a condição de
vida dos beneficiados.
251 69,0
3.3CR As instituições filantrópicas são confiáveis. 100 27,5
3.4CR
As instituições filantrópicas são necessárias
para ajudar o país a combater a pobreza.
195 53,6
3.5CR
A doação financeira deve ser feita diretamente
para as pessoas necessitadas.
181 49,7
61
TABELA 9 – Percentuais de respostas acima de 5 pontos
(continua)
Descrição
(*) Pontuação maior
que 5 (Cinco)
Quantidade
%
3.6CR
A doação financeira deve ser feita diretamente
para as Instituições filantrópicas
213 58,5
3.7CR
A doação financeira provém de uma
necessidade pessoal em ajudar os outros.
244 67,0
3.8AF
Ao ver uma pessoa pedindo “esmola” sinto-me na
obrigação de ajudá-la com algum dinheiro.
47 12,9
3.9AF
Quando uma instituição solicita uma doação
financeira, me sinto na obrigação de contribuir.
53 14,6
3.10AF A doação financeira retrata um sentido de virtude 142 39,0
3.11AF
A doação financeira é devida a compaixão (Dó
em ver a pessoa em situação de pobreza).
134 36,8
3.12AF
A doação financeira ocorre pelo sentimento
de amor ao próximo
257 70,6
3.13NS A doação financeira é uma obrigação moral . 88 24,2
3.14NS
A doação financeira mantém ou melhora status
social, prestígio, respeito, etc.
121 33,2
3.15NS
A doação financeira é uma resposta à pressão do
meio social.
121 33,2
3.16NS
A doação financeira ocorre mais por influência
religiosa.
99 27,2
3.17NS
A doação financeira ocorre mais por influência
familiar
162 44,5
3.18NS
A doação financeira ocorre mais por influência de
amigos
149 40,9
3.19NS
A doação financeira é uma resposta à
expectativa da liderança do meio social
103 28,3
3.20CP
Os procedimentos para fazer doações financeiras
para instituições filantrópicas são muito simples.
167 45,9
3.21CP
A doação financeira deve ter benefícios
fiscais.
184 50,5
3.22CP
A doação financeira substitui a participação ativa
em trabalhos sociais.
82 22,5
3.23CP
A doação financeira não deve comprometer o
orçamento do contribuinte
252 69,2
62
TABELA 9 – Percentuais de respostas acima de 5 pontos
(conclusão
)
Descrição
(*) Pontuação maior
que 5 (Cinco)
Quantidade
%
3.24CP Eu tenho condições de fazer doações financeiras.
177 48,6
3.25 - IN
Pretendo futuramente contribuir com doação
financeira para Instituições Filantrópicas.
182 50,0
3.26 - IN
Quando eu estiver em melhor condição
financeira, pretendo contribuir para
instituições filantrópicas.
204 56,0
3.27 - IN
Quando eu estiver em melhor condição
financeira, pretendo contribuir até 2% da minha
renda para instituições filantrópicas.
104 28,6
3.28 - IN
Quando eu estiver em melhor condição
financeira, pretendo contribuir até 5% da minha
renda para instituições filantrópicas.
60 16,5
3.29 - IN
Quando eu estiver em melhor condição
financeira, pretendo contribuir mais de 5% da
minha renda para instituições filantrópicas.
45 12,4
Tabela 9 - Percentuais de Respostas acima de 5 pontos
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.0
(*) Em um total de 364 questionários aplicados
Com relação aos resultados acima apontados, fez-se o teste de proporção nas
questões Q3.26; Q3.3;Q3.4 para responder as respectivas hipóteses:
Os estudantes apresentam uma concordância na intenção de doação;
Os estudantes acreditam nas instituições filantrópicas;
Os estudantes concordam que as instituições filantrópicas são importantes no
desenvolvimento social do país.
Os resultados dos testes apontaram que os estudantes apresentam uma
concordância significativa na intenção de doação, a proporção de favoráveis a
doação é superior a 50%. Quanto à confiança nas instituições filantrópicas, o
percentual apontado foi de apenas 27,5%, o que é significativamente inferior a 50%,
desta forma sinaliza pouca confiança nas instituições filantrópicas. Entretanto, é
63
significativa a proporção dos estudantes que percebem a importância das
instituições filantrópicas no desenvolvimento social do país.
Ao analisar as componentes e os construtos observa-se que apenas os construtos
atitude e Controle comportamental percebido alcançaram média superior a 5 pontos.
Note-se que a média do construto atitude teve efeito de crescimento devido às
crenças comportamentais.
TABELA 10 – Média dos construtos
Construtos/Componentes Média
Atitude
5,2
Crença
6,0
Afetivo
4,1
Norma Subjetiva
4,3
Controle Comportamental Percebido
5,4
Intenção Comportamental
4,0
Tabela 10 - Médias dos construtos
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.0
4.2 Análise dos dados ausentes
Segundo Hair (2005, p.56), é qualquer evento sistemático externo ao respondente
(como erros na entrada de dados ou problemas na coleta de dados) ou ação por
parte do respondente (como a recusa a responder) que conduz a dados perdidos.
Deve-se então proceder na investigação desta situação questionando se, os dados
perdidos estão distribuídos ao acaso. Segundo Hair (2005 p.66), consiste em um
exame empírico dos padrões de dados perdidos, para determinar se estes estão
distribuídos ao acaso em cada variável. Deve-se identificar qual é a freqüência de
sua ocorrência e também entender as causas da não resposta, considerado fator de
grande importância para o desenvolvimento da análise dos dados.
Inicialmente identificou-se que 7,42% dos questionários aplicados apresentaram ao
menos uma informação ausente, sendo que a média 1,37 ausências por
questionário incompleto.
64
O número total de valores perdidos é igual a 37 registrando um percentual de 0,30%
de valores perdidos.
Quanto à análise da aleatoriedade dos dados perdidos, os resultados do MCAR
(teste multivariado para dados perdidos completamente ao acaso) foram:
Qui-quadrado (χ
2
) = 323.187 grau de liberdade 355 e significância 0,886. Isto
significa que qualquer ação corretiva para dados perdidos poderá ser aplicada, uma
vez que não existem vieses potenciais nos padrões de dados perdidos.
Excluindo 5 (cinco) questionários, (os que apresentaram mais de 5% de ausência),
passamos a registrar 6,04% dos questionários aplicados apresentaram ao menos
uma informação ausente, com uma média do número de ausência de 1,09 por
questionário. O número total de valores perdidos passa a ser 24 e o percentual de
valores perdidos passa para 0,19%.
Mesmo com os resultados apontados, desenvolvemos a análise dos resultados com
a base original dos dados, uma vez que excluindo alguns questionários os
resultados não apresentaram mudanças relevantes.
4.3 Análise das observações atípicas – outliers
A identificação destas observações, segundo Hair (2005, p.72), a abordagem inicial
consiste em converter os valores em formato padronizado e utilizar o critério do
número de desvios em relação à média. Usou o critério de 3 desvios padrão em
relação a média (|Z|>3). Não foram encontradas variáveis foram deste intervalo.
4.4 Análise da Normalidade dos dados
Para esta análise usou-se o teste de aderência à normalidade de Kolmogorov
Smirnov que ao nível de significância rejeitou a normalidade, conforme tabela 10,
dos dados em todas as variáveis utilizadas. Segundo Tabachinick e Fidel, 2001,
apud Ramalho 2007 p.148, este resultado é suficiente para evidenciar a violação
da normalidade multivariada.
65
TABELA 11 – Teste de Normalidade das variáveis – amostra
Variáveis
Kolmogorov-Smirnov(a) Shapiro-Wilk
Estatística
gl Sig. Estatística
gl Sig.
Q3.1 0,119 348 0,000 0,930 348 0,000
Q3.2 0,105 348 0,000 0,932 348 0,000
Q3.3 0,182 348 0,000 0,957 348 0,000
Q3.4 0,105 348 0,000 0,938 348 0,000
Q3.5 0,105 348 0,000 0,918 348 0,000
Q3.6 0,113 348 0,000 0,938 348 0,000
Q3.7 0,140 348 0,000 0,911 348 0,000
Q3.8 0,245 348 0,000 0,807 348 0,000
Q3.9 0,190 348 0,000 0,871 348 0,000
Q3.10 0,151 348 0,000 0,941 348 0,000
Q3.11 0,127 348 0,000 0,922 348 0,000
Q3.12 0,164 348 0,000 0,889 348 0,000
Q3.13 0,180 348 0,000 0,887 348 0,000
Q3.14 0,148 348 0,000 0,919 348 0,000
Q3.15 0,131 348 0,000 0,936 348 0,000
Q3.16 0,158 348 0,000 0,935 348 0,000
Q3.17 0,140 348 0,000 0,917 348 0,000
Q3.18 0,137 348 0,000 0,931 348 0,000
Q3.19 0,134 348 0,000 0,926 348 0,000
Q3.20 0,129 348 0,000 0,951 348 0,000
Q3.21 0,154 348 0,000 0,859 348 0,000
Q3.22 0,191 348 0,000 0,874 348 0,000
Q3.23 0,220 348 0,000 0,804 348 0,000
Q3.24 0,123 348 0,000 0,926 348 0,000
Q3.25 0,118 348 0,000 0,916 348 0,000
Q3.26 0,127 348 0,000 0,892 348 0,000
Q3.27 0,199 348 0,000 0,860 348 0,000
Q3.28 0,232 348 0,000 0,828 348 0,000
Q3.29 0,278 348 0,000 0,764 348 0,000
Tabela 11 - Teste de Normalidade das variáveis – amostra
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.0
4.5 Teste de validade do instrumento de pesquisa
A validade se refere a quão bem o conceito é definido pela(s) medidas, enquanto
confiabilidade se refere à consistência das medidas. (HAIR, 2005, p.25).
Desta forma, procurou-se assegurar em que medida o questionário utilizado para
analisar os construtos evidenciados na teoria do comportamento planejado seguisse
os pressupostos de uma pesquisa científica.
Os procedimentos adotados foram a análise de dimensionalidade em cada construto
e análise da confiabilidade e consistência interna.
66
4.6 Análise da Dimensionalidade
Considera-se uma medida unidimensional, quando os itens que a constituem refletem
uma única dimensão do construto. Característica de um conjunto de indicadores que
tem apenas um traço inerente ou conceito em comum (HAIR, 2005, p. 470).
Para verificar a unidimensionalidade da escala utilizou-se a análise fatorial
exploratória, com o propósito de identificar se os indicadores agrupam-se em torno
de um único fator. Utilizou-se a regra de autovalores maiores que a unidade, que
segundo Mingoti (2005), esta regra é denominada “critério de Kaiser”.
Observou-se que em todos os construtos previamente estabelecidos apresentaram
baixo valor da variância explicada (menor que 60%). Fez então as exclusões de
variáveis dentro dos construtos com o propósito de verificar se a explicação
superasse 60%, mínimo exigido pela literatura. As tabelas 12 a 15 abaixo
apresentam os resultados da dimensionalidade em cada construto.
TABELA 12 – Análise de dimensionalidade do construto Atitude - (Crença +
Afetivo)
Novos Valores
Indicador
Carga no
Fator 1
Comunalidade
(h
2
)
Carga no
Fator I
Comunalidade (h2)
Q3.1CR 0,636 0,404 0,706 0,499
Q3.2CR 0,622 0,387 0,681 0,464
Q3.3CR 0,535 0,286 Excluída Excluída
Q3.4CR 0,617 0,380 0,647 0,419
Q3.5CR 0,178 0,032 Excluída Excluída
Q3.6CR 0,501 0,251 Excluída Excluída
Q3.7CR 0,501 0,251 Excluída Excluída
Q3.8AF 0,487 0,238 Excluída Excluída
Q3.9AF 0,666 0,443 0,668 0,446
Q3.10AF 0,661 0,437 0,667 0,444
Q3.11AF 0,381 0,146 Excluída Excluída
Q3.12AF 0,579 0,335 Excluída Excluída
Q3.13AF 0,642 0,412 0,661 0,437
Variância explicada - 30,78% - 45,17%
Tabela 12 - Análise de dimensionalidade do construto Atitude - (Crença + Afetivo)
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.0
67
Observe que considerando o construto Atitude, as variáveis excluídas são: Q3.3;
Q3.5;Q3.6; Q3.7; Q3.8; Q3.11 e Q3.12. de considerar também que a variância
explicada foi bem inferior, não atendendo ao valor mínimo de 60%.
TABELA 13 – Análise de dimensionalidade – Construto Norma Subjetiva (NS)
Novos valores
Indicador Carga no
Fator 1
Comunalidade
(h2)
Carga no
Fator 1
Comunalidade (h2)
Q3.14NS 0,213
0,436 Excluída Excluída
Q3.15NS 0,205
0,403 Excluída Excluída
Q3.16NS 0,239
0,547 0,255 0,396
Q3.17NS 0,217
0,452 0,301 0,552
Q3.18NS 0,263
0,662 0,360 0,794
Q3.19NS 0,249
0,596 0,346 0,730
Variância explicada - 51,60% - 61,80%
Tabela 13 - Análise de dimensionalidade – Construto Norma Subjetiva (NS)
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.0
O construto Norma subjetiva será composto dos indicadores Q3.16; Q3.17;Q3.18;
Q3.19, desta forma a variância explicada é de 61,80%.
TABELA 14 - Análise de dimensionalidade –Controle Comport. Percebido (CP)
Novos valores
Indicador Carga no
Fator 1
Comunalidade
(h2)
Carga no
Fator 1
Comunalidade
(h2)
Q3.20CP 0,405 0,389 0,481 0,421
Q3.21CP
0,410
0,397
0,530
0,510
Q3.22CP 0,104 0,026 Excluída Excluída
Q3.23CP
0,395
0,369
0,479
0,416
Q3.24CP 0,389 0,357 Excluída Excluída
Variância explicada - 30,75% - 44,92%
Tabela 14 - Análise de dimensionalidade –Controle Comport. Percebido (CP)
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.0
O construto Controle comportamental percebido será composto dos indicadores:
Q3.20; Q3.21;Q3.23, desta forma a variância explicada é de 44,92%. Mesmo
excluindo alguns indicadores a variância explicada não alcançou níveis desejados.
68
TABELA 15 – Análise de dimensionalidade – Construto Intenção
Comportamental (IN)
Indicador
Carga no
Fator 1
Comunalidade (h2)
Q3.25IN 0,232 0,548
Q3.26IN 0,232 0,547
Q3.27IN 0,267 0,724
Q3.28IN 0,268 0,730
Q3.29IN 0,251 0,643
Variância explicada - 63,84%
Tabela 15 - Análise de dimensionalidade – Construto Intenção Comport.l (IN)
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.0
Neste construto não indicações para excluo de variáveis, porque a varncia
explicada é superior a 60%. Pom cabe ressaltar que, ao perguntar ao entrevistado qual
o percentual que desejaria contribuir, em média, não houve concordância com nenhuma
das afirmativas apresentadas. Isto implicou em uma redão da média deste construto.
Percebe-se eno que uma inteão comportamental relativa a contribuição, quando
esta é retratada apenas pelas variáveis Q3.25 e Q3.26 que apresentam uma dia
ligeiramente superior a 5(cinco). Isto significa que o estudante apresenta intenção de
doar, porém não estabelece o quanto deseja ou a priori deseja contribuir.
Ao excluir as varveis mencionadas nos construtos acima, foram calculadas as novas
dias para os respectivos componentes e construtos conforme apresentados na tabela
abaixo.
TABELA 16 – Médias dos construtos – com a exclusão das variáveis
Construtos
Média com todas as
variáveis
Média com exclusão
de variáveis (**)
Atitude 5,2 5,1
Crença
(*)
6,0 6,5
Afetivo
(*)
4,1 3,7
Norma Subjetiva 4,3 4,4
Controle Comportamental Percebido 5,4 6,2
Intenção Comportamental 4,0 5,8
Tabela 16 - Médias dos construtos – com a exclusão das variáveis
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.0
(*) Componentes da Atitude - (**) Exclusão de variáveis conforme análise da dimensionalidade.
69
Para comentar estes resultados, vale ressaltar que foram feitos os testes de médias
para os pares de resultados apresentados na tabela 16, onde concluiu que ao nível
de significância de 5%, não evidência de igualdades destes valores com a média
5,0. - Consideramos o valor 5,0 (cinco) admitindo o critério de que as médias abaixo
deste valor indicam tendência à discordância, seja ao analisar a variável ou os
construtos. valores acima de 5,0 (cinco), é interpretado neste estudo tendência à
concordância. Outro teste também foi com relação à igualdade das médias dos
pares de construtos, concluindo também ao nível de significância que são
diferentes.
Os resultados apontam para um valor médio com tendência de baixa pontuação
para o construto norma subjetiva. Quanto aos construtos, atitude, controle
comportamental percebido e intenção comportamental, suas médias indicam
valores superiores a 5 (cinco).
Outra análise que se fez destes dados foi com relação à adequação da solução
fatorial, com o pressuposto da sua utilização, considerando os dados excluídos. No
caso do construto intenção comportamental, não calculamos a solução fatorial
porque a mesma ficou composta apenas de duas variáveis.
TABELA 17 – Adequação da solução fatorial por construto – (Com variáveis
excluídas)
Construtos KMO Qui-quadrado g. lib. Sig.
Atitude 0,760 497,194 15 0,000
Norma Subjetiva 0,737 493,088 6 0,000
Controle Comportamental Percebido 0,573 30,581 3 0,000
Tabela 17 - Adequação da solução fatorial por construto – (Com exclusão de variáveis)
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.0
A adequação da solução fatorial apresentou-se regular com exceção do construto
Controle Comportamental Percebido que apresentou resultado muito baixo.
4.7 Análise de consistência Interna
Foram utilizados para compor este teste os indicadores selecionados no teste de
dimensionalidade, obtendo os resultados nas tabelas seguintes.
70
TABELA 18 - Análise de consistência interna da crença comportamental
Item
Correlação
Média
Alfa de Cronbach se o
item for excluído
Coeficiente
Alfa
Q3.1 - A doação financeira para
filantropia resulta em benefícios
para a sociedade.
0,5959 0,4996
0,6970
Q3.2 - A doação financeira
melhora a condição de vida dos
beneficiados.
0,5262 0,5925
Q3.4 - As instituições
filantrópicas são necessárias
para ajudar o país a combater a
pobreza.
0,4308 0,7197
Tabela 18 - Análise de consistência interna da crença comportamental
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.0
Este construto apresentou um valor razoável de consistência interna, conforme
salientado na página 52, o valor mínimo é de 0,70. Segundo Bisquerra (2004,
p.216), mesmo que o se tenham normas concretas, a título de orientação
considera-se que os coeficientes Alfa, superiores a 0,75 já são altos.
TABELA 19 - Alise de consisncia interna do componente afetivo (sentimento)
Item
Correlação
Média
Alfa de Cronbach se o
item for excluído
Coeficiente
Alfa
Q3.8 - Quando uma pessoa
pede esmola, sinto-me na
obrigação de ajudá-la com
algum dinheiro.
0,6020 0,6716
0,7610
Q3.9 - Quando uma instituição
filantrópica solicita doação
financeira, sinto-me na
obrigação de contribuir.
0,67292 0,5903
Q3.13 - A doação financeira é
uma obrigação moral.
0,5152 0,7771
Tabela 19 - Análise de consistência da componente Afetivo
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.
71
Na tabela acima, os itens que compõem o componente afetivo (sentimento), já
apresentam um valor de alfa de Cronbach igual a 0,76. Este valor é considerado
na literatura como um bom resultado.
TABELA 20
Análise de consistência interna do construto norma subjetiva
Item
Correlação
Média
Alfa de Cronbach se
o item for excluído
Coeficiente
Alfa
Q3.15 -A doação financeira é uma
resposta à expectativa da liderança
do meio social. 0,4300 0,8115
0,7890
Q3.16 -A doação financeira ocorre
por influência religiosa.
Q3.17 -A doação financeira ocorre
por influência familiar. 0,7490 0,6551
Q3.18 - A doação financeira ocorre
por influência dos amigos.
0,6846 0,6914
Tabela 20 - Análise de consistência interna do construto norma subjetiva
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS.13.0
O resultado referente ao construto norma subjetiva também apresentou um bom
resultado, (0,789).
]
TABELA 21- Análise de consistência interna do construto controle
comportamental percebido
Item
Correlação
Média
Alfa de Cronbach se
o item for excluído
Coefi-
ciente
Alfa
Q3.20 - Os meios para fazer doação
financeira para a instituição filantrópica
são de fácil acesso.
0,2152 0,3178
0,3830 Q3.21 - A doação financeira deve ter
benefícios fiscais.
0,2537 0,2355
Q3.23 - A doação financeira não deve
comprometer o orçamento do contribuinte.
0,2152 0,3101
Tabela 21 - Análise de consistência interna do construto controle comportamental percebido
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS.13.0
72
No construto Controle comportamental percebido, não apresentou coeficiente
satisfatório (0,383), entretanto o mesmo apresentou uma uniformidade na correlação
média das variáveis.
De forma contrária ao construto anterior, a intenção comportamental apresentou um
bom resultado para o coeficiente, confirmando boa consistência interna, conforme
resultados na tabela 20 onde o teste de alfa de Cronbach, apresentou um resultado
relativamente alto.
TABELA 22 - Análise de consistência interna da Intenção Comportamental
Item
Correlação
Média
Alfa de Cronbach se
o item for excluído
Coeficiente
Alfa
Q3.25 - Pretendo futuramente
contribuir com doação financeira
para instituições filantrópicas.
0,6298 0,8354
0,8550
Q3.26 - Quando eu estiver em
melhor condição financeira,
pretendo contribuir para
instituição filantrópica.
0,6264 0,8370
Q3.27 - Quando eu estiver em
melhor condição financeira,
pretendo contribuir até 2% da
minha renda para instituição
filantrópica.
0,7332 0,8073
Q3.28 - Quando eu estiver em
melhor condição financeira,
pretendo contribuir até 5% da
minha renda para instituição
filantrópica.
0,7224 0,8126
Q3.29 - Quando eu estiver em
melhor condição financeira,
pretendo contribuir mais de 5%
da minha renda para instituição
filantrópica.
0,6478 0,8314
Tabela 22 - Análise de consistência interna da Intenção Comportamental
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS.13.0
73
4.8 Regressão Linear Múltipla
Outra forma de analisar a relação entre os construtos é a utilização da regressão
linear múltipla, tendo como construto dependente a intenção comportamental
Intenção = α
αα
α + β
ββ
β
1
11
1
. Atitude + β
ββ
β
2
22
2
. NormaSubjetiva + β
ββ
β
3
33
3
.Controle + erro
Neste caso tempos os resultados de dois modelos, um considerando todas as
variáveis e outro considerando as exclusões de variáveis conforme critério da
unidimensionalidade.
TABELA 23 - Coeficientes de regressão, considerando todas as variáveis para
composição dos construtos
Descrição
Coeficientes
Coeficientes
padronizados
Sig.
B Erro Padrão Beta t
Constante -0,9364
0,4843 - -1,9337 0,0539
Atitude
0,7887
0,0832
0,4616
9,4838
0,0000
Norma Subjetiva 0,1809
0,0598 0,1492 3,0266 0,0027
Controle Comp. Perc. 0,0179
0,0683 0,0123 0,2624 0,7932
Tabela 23 - Coeficientes de regressão, considerando todas as variáveis.
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS.13.0
A correlação dos construtos e a intenção comportamental são: norma subjetiva
(0,33), controle comportamental percebido (0,17) e atitude (0,52). Observe que estes
resultados apresentam uma fraca relação entre os construtos e quanto ao controle
comportamental percebido, o coeficiente não é significativamente diferente de zero.
Intenção = -0,9364 + (0,7887)Atitude + (0,1809) NormaSubjetiva
Obs.: O construto controle comportamental percebido não foi considerado no modelo
porque o coeficiente de regressão não foi significativo (sig. = 0,7932). Os outros
coeficientes apresentam resultados menores que 5%.
Outro teste feito com o modelo de regressão foi utilizando os construtos segundo a
proposta de unidimensionalidade apresentada anteriormente. Assim o modelo
apresentou a seguinte equação:
74
Intenção = 0,6670+(0,7368) Atitude+(0,1957) Controle+ (0,1454) NormaSubjetiva
Nesta alteração dos componentes do construto controle comportamental percebido
passa a ser considerado no modelo porque o coeficiente de regressão foi
significativo, conforme resultado na tabela abaixo.
TABELA 24 - Coeficientes de regressão, considerando exclusão de variáveis,
segundo o critério de unidimensionalidade para composição dos construtos
Modelo
Coeficientes
Coeficientes
padronizados
Sig.
B
Erro Padrão
Beta
t
Constante 0,6670 0,5140 1,2978 0,1952
Atitude 0,7368 0,0824 0,4258 8,9420 0,0000
Controle Comp. perc
0,1957
0,0624
0,1451
3,1367
0,0018
Norma subjetiva 0,1454 0,0684 0,1022 2,1246 0,0343
Tabela 24 - Coeficientes de regressão, considerando exclusão de variáveis.
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS.13.0
Com esta nova composição a correlação entre a intenção comportamental e os
construtos foram: atitude (0,47), norma subjetiva (0,25), controle comportamental
percebido (0,21) , também significativamente diferentes de zero.
Observa-se que, os dois modelos apresentaram coeficientes, divergentes para os
construtos as normas subjetivas e controle comportamental percebido.
Outra técnica proposta para análise da relação dos construtos é através da equação
estrutural, conforme analisado no tópico seguinte.
4.9 Modelo de Equação Estrutural
Segundo Hair (2005, p. 465), a modelagem de equações estruturais, é uma
extensão de diversas cnicas multivariadas, mais precisamente da regressão linear
e da análise fatorial. Tem como um dos objetivos entender as relações causais em
uma análise estatística.
Para a aplicação da SEM (Struture Equation Models) deve-se fundamentar nas
relações de causais que a teoria utilizada estará retratando. No nosso estudo as
75
relações a serem verificadas são entre os construtos: atitude, norma subjetiva e
controle comportamental percebido em relação a intenção comportamental de
doação financeira. O diagrama representa a relação destes variáveis originando
desta forma um conjunto de hipóteses.
As condições básicas para as variáveis e que devem ser mensuradas em escala
intervalar ou no mínimo em escala ordinal, de tal maneira que possam ser tratada
como intervalar. Estas variáveis são classificadas como variáveis endógenas
(dependentes) e variáveis exógenas, (independentes). Os valores das variáveis
endógenas são explicados por uma ou mais variáveis exógenas do modelo. Os
valores das variáveis exógenas são assumidos como dados, isto é, o modelo não
tenta explicá-los. Na SEM, uma variável pode ser tanto dependente quanto
independente. A regra é esta: se uma variável é dependente em alguma parte do
modelo, então ela é endógena.
O mero mínimo de elementos que compõem a amostra deve ficar entre 100 e
150, quando se utiliza a estimação de máxima verossimelhança (maximum likehood)
no cálculo dos parâmetros, e deve-se ter de 5 a 10 respondentes por parâmetro no
modelo. (HAIR JR. et al, 1998)
Hair Jr. et al. (1998) argumentam que o diagrama deve ser definido em termos de
construtos, para então buscar-se variáveis que irão mensurá-los. A regra geral é que
cada construto é definido por um número de indicadores entre 5 e 7, embora quando
se lida com escalas preexistentes, isto não seja válido. Os construtos podem ser
exógenos ou endógenos. Cada construto endógeno constitui uma variável
dependente nas equações estruturais.
O software utilizado neste estudo é o Amos 5.0 (Arbuckle, 2003). Com o Amos
Graphics é possível realizar as análises a partir do diagrama, sem a necessidade de
indicar as equações. Segundo Arblucke (1997), o desenho das variáveis no
diagrama a ser reconhecido neste software segue o especificado: os retângulos
representam as variáveis observadas (mensuradas); as elipses representam as
variáveis não observadas (latentes) ou os erros; uma seta reta com uma única ponta
76
indica o caminho ou a relação de causa entre duas variáveis; e uma seta curva com
duas pontas entre duas variáveis representa uma covariância.
Para os modelos em que as causalidades o propostas em uma única direção, daí
a classificação: totalmente recursivo ou não recursivo. Quando é totalmente
recursivo cada variável tem efeito direto nas outras. Em modelo que não é
totalmente recursivo, uma ou mais das ligações diretas permitidas pela ordem causal
não são especificadas no diagrama.
Quando o fluxo causal tem mais de uma direção, os modelos são denominados não
recursivos (LOEHLIN, 1998).
4.9.1 Cálculo dos Coeficientes
Para a análise dos dados com a técnica de equações estruturais serão considerados
os seguintes resultados das medidas: qui-quadrado (χ
2
), parâmetro de não
centralidade não centralidade ajustado (NPC), índice de qualidade de juste (GFI), a
raiz do erro quadrático médio de aproximação (RMSEA) e o índice de ajuste
normalizado.
Para efeito de comparação os resultados encontrados devem pertencer aos
intervalos conforme indicados abaixo:
χ
2
/ gl = CMIN deve ser menor que 3
Tamanho da amostra 100 a 200 Quando a amostra exceder a 200 a tendência do
χ
2
é apresentar diferenças significativas para qualquer modelo especificado, ao
passo que quando é menor que 100, maior será a tendência dessa estatística
informar ajustes adequados, mesmo para relações não significativas.
GFI varia de 0 a 1, sendo muito boa qualidade de ajuste quando aproxima de 1, e
caso contrário quando aproxima de zero.
RMSEA – Valores variando entre 0,05 e 0,08 são considerados aceitáveis.
Conforme podemos observar na tabela 24, os resultados para os modelos não se
ajustam de forma adequada. Na figura 8 observa-se no modelo que as relações
entre os construtos apresentam coeficientes negativo para o construto atitude e
coeficientes acima de 1 para os outros dois construtos (norma subjetiva e controle
77
comportamental percebido). No segundo modelo, figura 9, considerando a exclusão
de algumas variáveis, os coeficientes apresentam-se de forma mais adequada.
TABELA 25 – Resultados da equação estrutural
Parâmetros
Modelo-1
364 respondentes
Modelo-2
364 respondentes
Qui – Quadrado 1.592,115 204,699
Grau liberdade 376 83
Nº. parâmetros 59 37
Qui Quadrado/gl 4,234 2,466
GFI- 0,747 0,929
AGFI 0,708 0,897
PGFI 0,646 0,642
RMSEA 0,094 0,064
Tabela 25 - Resultados da equação estrutural
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no Amos 5.0
TABELA 26 - Modelo 1- Coeficientes de regressão
Construtos
Estima
tiva
S.E. C.R. P Etiqueta
Atitude <---
Afetivo 0,256 0,067 3,808 *** W2
Atitude <---
Crenças 0,708 0,066 10,662 *** W1
Intenção <---
Atitude 0,210 0,047 4,456 *** W32
Intenção <---
Norma subjetiva 0,738 0,065 11,357 *** W3
Intenção <---
Controle 0,761 0,054 14,209 *** W4
Tabela 26 - MODELO 1: Coeficientes do modelo de regressão
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no Amos 5.0
TABELA 27 - Modelo 1- Coeficientes de correlação
Construtos
Correlação
CRENÇAS <-->
CONTROLE -0,355
AFETIVO
<
--
>
NSUJBETIVA
0,
285
CRENÇAS <-->
AFETIVO 0,679
CONTROLE
<-->
NSUJBETIVA -0,721
AFETIVO <-->
CONTROLE -0,265
CRENÇAS <-->
NSUJBETIVA 0,383
Tabela 27 - MODELO 1: - Coeficientes de correlação
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no Amos 5.0
78
TABELA 28 – Modelo 2- Coeficientes de regressão - Uso das variáveis
selecionadas na unidimensionalidade -
Construtos
Estimati
va
S.E. C.R. P Etiqueta
Atitude <---
Crenças 1,827 1,985
0,920 0,357 W42
Atitude <---
Afetivo 1,000
Intenção <---
Atitude 0,337 0,500
0,674 0,500 W32
Intenção <---
Controle 10,885 6,249
1,742 0,082 W4
Intenção <---
Norma subjetiva
-4,754 3,032
-1,568
0,117 W1
Tabela 28 - MODELO 2: Unidimensionalidade - Coeficientes do modelo de regressão
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no Amos 5.0
Observa-se que no modelo 2 ocorreu rejeição dos coeficientes do modelo ao nível
de significância de 5%. Isto significa que o modelo não está adequado.
79
Figura 8 – Modelo 1- Modelo com todas as variáveis
Figura 8 - Modelo com todas as variáveis – MODELO 1
V1
CREAS
CR6
V1
k6
W1
1
CR5
V2
k5
W2
1
CR4
V3
k4
W3
1
CR3
V4
k3
W4
1
CR2
V5
k2
W5
1
CR1
V6
k1
W6
1
V2
AFETIVO
AF13
V7
k13
1
1
AF12
V8
k12
W8
1
AF11
V9
k11
W9
1
AF10
V10
k10
W10
1
AF9
V11
k9
W11
1
CR7
V12
k7
1
1
AF8
V13
k8
W13
1
INTENÇÃO
IN25
V14
L1
IN26
V15
L2
IN27
V16
L3
IN28
V17
L4
IN29
V18
L5
1
1
W15
1
W16
1
W17
1
W18
1
V19
CONT ROLE
CT20
V20
k20
CT21
V21
k21
CT22
V22
k22
CT 23
V23
k23
CT24
V24
k24
W19
1 1 1
W20
1
1
1
V25
NSUJBET IVA
NS19
V26
k14
NS18
V27
k15
NS17
V28
k16
NS16
V29
k17
NS15
V30
k18
NS14
V31
k19
W22
1
W23
1
W24
1
W25
1
W26
1
1
1
ATITUDE
W28
W29
W32
W2
C1
C2
C3
C1
C1
C2
W1
W3
W4
MODELO 1- COM TODAS AS VARIÁVEIS
80
Figura 9 – Modelo1 - com valores
CREAS
,33
CR6k6
,58
,04
CR5k5
,19
,32
CR4k4
,56
,48
CR3k3
,69
,49
CR2k2
,70
,54
CR1k1
,74
AFETIVO
,66
AF13k13
,81
,22
AF12k12
,47
,20
AF11k11
,44
,40
AF10k10
,63
,64
AF9k9
,80
,44
CR7k7
,67
,48
AF8k8
,69
INTENÇÃO
,06
IN25 L1
,25
IN26 L2
,60
IN27 L3
,87
IN28 L4
,77
IN29 L5
,25
,50
,77
,93
,88
CONT ROLE
,04
CT20
k20
,02
CT21
k21
,08
CT22
k22
,02
CT23
k23
,12
CT24
k24
-,19
-,14
,35
NSUJBET IVA
,66
NS19
k14
,74
NS18
k15
,37
NS17
k16
,33
NS16
k17
,20
NS15
k18
,14
NS14
k19
,81
,86
,61
,57
,44
,38
ATITUDE
-,28
-,16
,57
chi-square= 1592,115
df =376
p= ,000
,35
-,36
,29
,68
-,72
-,26
,38
,73
1,01
1,21
MODELO 1- COM TODAS AS VARIÁVEIS
Figura 9 - Modelo com todas as variáveis com valores - MODELO 1
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no Amos 5.0
81
Figura 10 – Modelo com exclusão de variáveis – Modelo 2
V1
CRENÇAS
CR4
V3
k4
W3
1
CR2
V5
k2
W5
1
CR1
V6
k1
1
1
V2
AFETIVO
AF13
V7
k13
1
1
AF8
V10
k8
W10
1
AF9
V11
k9
W11
1
INTENÇÃO
IN25
V14
L1
IN26
V15
L2
1
1
V19
CONT ROLE
CT20
V20
k20
CT21
V21
k21
CT23
V23
k23
1
1 1
1
V25
NSUJBET IVA
NS19
V26
k14
NS18
V27
k15
NS17
V28
k16
NS16
V29
k17
W22
1
W23
1
W24
1
1
1
ATITUDE
C3
W15
1
W29
W20
C8
C1
C2
W32
W4
W1
C1
C2
W42
1
MODELO 2 - COM EXCLUO DE VARVEIS
Figura 10 - Modelo com exclusão de variáveis – MODELO 2
82
Figura 11 – Modelo 2- com valores
CREAS
,29
CR4k4
,54
,45
CR2
k2
,67
,66
CR1k1
,81
AFETIVO
,36
AF13k13
,60
,51
AF8k8
,71
,76
AF9
k9
,87
INT ENÇÃO
,75
IN25 L1
,78
IN26
L2
CONT ROLE
,06
CT20
k20
,05
CT21
k21
,01
CT23
k23
,24
NSUJBETIVA
,66
NS19
k14
,81
NS18
k15
,35
NS17
k16
,24
NS16
k17
,81
,90
,60
,49
ATITUDE
,95
chi-square= 180,069
df=83
p= ,000
,88
,86
,22
,09
,41
,23
,24
,58
2,48
-2,17
,27
,20
,79
,37
MODELO 2 - COM EXCLUO DE VARVEIS
Figura 11 - Modelo com exclusão de variáveis – MODELO 2
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no Amos 5.0
83
Com base nos modelos apresentados, a adequação dos dados apresentou
inadequado conforme resultados apresentados na tabela 25.
Essa inadequação também tem sua influência pelo não cumprimento dos
pressupostos para aplicação desta técnica que são a linearidade e normalidade dos
dados. Desta forma as relações entre os construtos e a intenção comportamental
não serão apoiadas no uso da técnica da equação estrutural.
Como alternativa utilizamos as relações com base nas médias dos construtos
através da regressão linear múltipla, o que indicou que as influências na intenção
comportamental foram significativas com os construtos atitude e normas subjetivas.
Na tabela 28, o apresentadas a síntese dos resultados das hipóteses propostas
neste estudo.
4.10 Síntese da Análise
Conforme dados apresentados na tabela 29, conclui-se que os universitários
pesquisados não têm a prática da doação financeira, mas apresentam intenções de
doação. Mesmo não acreditando na atuação das instituições filantrópicas, percebem
que estas são importantes para o desenvolvimento social do país.
Ao utilizar a teoria do comportamento planejado, com o propósito de identificar a
existência de intenções de doação, foram formuladas algumas hipóteses das
relações entre os construtos estabelecidos neste modelo teórico, ou seja, os
construtos atitude, normas subjetivas e controle comportamental percebido.
Ao aplicar o modelo de regressão linear múltipla, usou-se as médias dos construtos
com o propósito de estimar as relações com a intenção comportamental. Os
resultados evidenciaram relevância do construto atitude seguidos da norma subjetiva
e controle comportamental percebido.
Segundo o modelo das equações estruturais, observou-se que o construto atitude,
que identifica a predisposição à doação, apresentou resultado positivo na influência
da intenção comportamental, porém pouco relevante se comparada com as normas
subjetivas e controle comportamental percebido.
84
TABELA 29 – Resultado dos testes de hipóteses
HIPÓTESES Conclusão Teste usado pagina
H1: A prática da doação financeira é
predominante entre os estudantes
universitários ;
Rejeita a
Hipótese
Teste binomial 62
H2: Entre os estudantes universitários existe
uma concordância positiva na intenção da
doação financeira para instituições
filantrópicas;
Aceita a
hipótese
Teste binomial
6
2
H3: Os estudantes universitários
confiam
no trabalho exercido pelas instituições
filantrópicas
Rejeita a
hipótese
Teste binomial 62
H4: Os estudantes universitários
concordam que as instituições
filantrópicas são importantes para o
desenvolvimento social do país.
Aceita a
hipótese
Teste binomial 62
H5: A crença
influencia positivamente
na
formação da atitude do estudante
universitário
Aceita a
hipótese
Equação
Estrutural
77
H6: O sentimento
influencia
positivamente na formação da atitude do
estudante universitário
Aceita a
hipótese
Equação
Estrutural
77
H7: Existe
correlação positiva
entre o
controle comportamental percebido e a
norma subjetiva
Rejeita a
hipótese
Equação
Estrutural
77
H8: Existe
correlação positiva
entre a
crença e Afeto
Aceita a
hipótese
Equação
Estrutural
77
H9: Existe
correlação positiva
entre a
crença e norma subjetiva
Aceita a
Hipótese
Equação
Estrutural
77
H10: A atitude
influencia positivamente
na intenção comportamental para a doação
financeira
Aceita a
hipótese
Equação
Estrutural
77
H11: A Norma subjetiva
influencia
positivamente na intenção comportamental
para a doação financeira
Aceita a
hipótese
Equação
Estrutural
7
7
H12: O controle comportamental percebido
influencia positivamente na intenção
comportamental para a doação financeira
Aceita a
hipótese
Equação
Estrutural
77
Tabela 29 - Coeficientes do modelo de regressão
Fonte: Dados da pesquisa trabalhados no SPSS 13.0 e Amos 5.
Além de identificarmos uma predisposição à intenção comportamental, manifestada
pelos construtos atitude e norma subjetiva, observa-se também as médias de
pontuações do construto controle comportamental percebido em destacando as
variáveis Q3.20 (Os procedimentos para fazer doações financeiras para instituições
85
filantrópicas são muito simples) e Q3.24 (Eu tenho condições de fazer doação
financeira) apresentou uma média de 5,6 pontos, valor que classifica este
construto com tendência a concordância de suas afirmativas, (média acima de 5).
Quanto à intenção comportamental, a média alcançada foi de 5,8 pontos, mostrando
um resultado de concordância em relação à doação. No entanto, ao inserir questões
que identifique o percentual da renda a ser doada, observa-se uma tendência à
discordância em relação à intenção comportamental.
Mesmo com as limitações quanto a não verificação da linearidade e normalidade
dos dados, o que são pressupostos para a aplicação dos modelos utilizados,
conclui-se que a maior influência na intenção comportamental ficou a cargo do
construto atitude e o construto normas subjetivas seguido do controle
comportamental percebido.
86
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Ao desenvolver este estudo, foram encontrados alguns fatores que de certa forma
justificam os resultados obtidos. Um fator que se pode destacar é que nesta
pesquisa não foi inicialmente, realizada nenhuma atividade de sensibilização sobre o
assunto, ou seja, não ocorreu um processo inicial de sensibilização quanto à doação
financeira às instituições filantrópicas, práticas que estas instituições desenvolvem e
também informações detalhadas sobre as atuações que as mesmas vêm
desenvolvendo.
Outro fator a ser considerado é que as preocupações que salientam nesse ambiente
de pesquisa estão voltadas ao aprendizado pessoal, caracterizando de certa forma
um afastamento com o ambiente externo, principalmente com relação a este
contexto.
Mesmo assim, observa-se uma manifestação de interesse entre os alunos em
relação à doação financeira, que em muitos casos foi explicada pela
responsabilidade social que as empresas atualmente exercem. Por outro, ocorreu
após a aplicação da pesquisa, comentários dos estudantes quanto à falta de
emprego, sobre as dificuldades encontradas no exercício das atividades de
empresariais, posição que muitos destes alunos atuam.
Em ntese, os dados não retrataram uma total predominância quanto à intenção de
doação entre este grupo de universitários, bem provavelmente influenciados pela
ausência de estímulos no momento da realização da pesquisa.
Quanto às limitações desta pesquisa, cabe dizer que a amostra selecionada
representa a população em estudo, ou seja, os universitários dos cursos de
administração e marketing de varejo destas instituições, não representando assim
todos os alunos universitários.
Recomenda-se para futuras pesquisas, a inclusão de uma pesquisa qualitativa,
através de técnicas de grupo focal, observando grupos de universitários de um maior
número de instituições de ensino superior. Com esse tipo de pesquisa pode-se
melhor identificar as variáveis mais relevantes para este grupo em estudo, e também
identificar qual a percepção que têm com relação às crenças comportamentais,
normas subjetivas, e controles comportamentais mais apropriados.
87
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VERGARA, Sylvia Constant. Métodos de Pesquisa em Administração. São Paulo,
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91
APÊNDICE
Modelo A - Questionário do pré-teste
Pesquisa sobre Intenção Comportamental dos Estudantes Universitários
Belo Horizonte, outubro de 2007.
Prezado Estudante,
Esta pesquisa refere-se ao trabalho de complementação da dissertação de
mestrado, que tem por objetivo analisar a Intenção Comportamental dos Estudantes
Universitários quanto a Doação Financeira para a Filantropia. Contamos com a sua
colaboração participando desta pesquisa.
(*) Instituição filantrópica é uma organização cujos objetivos principais são sociais,
em vez de econômicos. A essência do setor engloba instituições de caridade,
organizações religiosas, entidades voltadas para as artes, organizações
comunitárias, sindicatos, associações profissionais e outras organizações
voluntárias.
1 - IDENTIFICAÇÃO - Assinale com (X) a sua opção
1.1 Turno: |_| Manhã |_| Noite
1.2 Período (predominante) do curso: |_| 5º |_| 6º |_| 7º |_| 8º |_| Outro
1.3 Gênero: |_| Feminino |_| Masculino
1.4 Idade (anos): |_| abaixo de 20 |_| de 21 a 25 |_| de 26 a 30
|_| de 31 a 35 |_| acima de 36
2- Assinale com (X) a pontuação correspondente a sua atribuição segundo os
critérios:
(0)
DISCORDO TOTALMENTE DA AFIRMATIVA CONCORDO TOTALMENTE COM A
AFIRMATIVA
(10)
92
COD
AFIRMATIVAS
(0)
Discordo Totalmente...
Concordo Totalmente
(10)
2.1 A doação financeira para
filantropia resulta em
benefícios para a sociedade.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.2 A doação financeira melhora
a condição de vida dos
beneficiados.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.3 As instituições filantrópicas
são confiáveis.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.4 As instituições filantrópicas
são necessárias para ajudar
o país a combater a pobreza.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.5 A doação
financeira
deve
ser feita diretamente para as
pessoas necessitadas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.6 A doação financeira deve
ser feita diretamente para as
Instituições filantrópicas
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.7 A doação financeira provém
de uma necessidade pessoal
em ajudar os outros.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.8 Ao ver uma pessoa pedindo
“esmola” sinto-me na
obrigação de ajudá-la com
algum dinheiro.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.9 Quando uma instituição
filantrópica solicita uma
doação financeira, me sinto
na obrigação de contribuir.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.10 A doação financeira retrata
um sentido de virtude
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.11 A doação financeira é
devida a compaixão (Dó em
ver a pessoa em situação de
pobreza).
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.12 A doação financeira ocorre
pelo sentimento de amor ao
próxim
o
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.13 A doação financeira é uma
obrigação moral.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.14 A doação financeira mantém
ou melhora status social,
prestígio, respeito, etc.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.15 A doação financeira é uma
resposta à pressão do meio
social.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.16 A doação financeira ocorre
mais por influência religiosa.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.17 A doação financeira ocorre (0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
93
mais por influência familiar
2.18 A doação financeira ocorre
mais por influência de
amigos
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.19 A doação financeira é uma
resposta à expectativa da
li
derança do meio social
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.20 Os procedimentos para fazer
doações filantrópicas são
muito simples.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.21 A doação financeira deve ter
benefícios fiscais.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.22 A doação financeira substitui
a participação ativa em
trabalhos sociais.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.23 A doação financeirao
deve comprometer o
orçamento do contribuinte
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.24 Eu tenho condições de fazer
doações financeiras.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.25 Eu faço contribuições
financeiras para Instituições
Filantrópicas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.26 Pretendo futuramente
contribuir com doação
financeira para instituições
filantrópicas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.27 Quando eu estiver em melhor
condição financeira,
pretendo contribuir para
instituições filantrópicas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.28 Quando eu estiver em melhor
condição financeira,
pretendo contribuir até 2% da
minha renda para instituições
filantrópicas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.29 Quando eu estiver em melhor
condição financeira,
pretendo contribuir até 5% da
minha renda para instituições
filantrópicas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
2.30 Quando eu estiver em melhor
condição financeira,
pretendo contribuir mais de
5% da minha renda para
instituições filantrópicas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
94
Modelo B - Questionário aplicado
Pesquisa sobre Intenção Comportamental dos Estudantes Universitários
Belo Horizonte, setembro de 2007.
Prezado Estudante,
Esta pesquisa refere-se ao trabalho de complementação da dissertação de
mestrado, que tem por objetivo analisar a Intenção Comportamental dos Estudantes
Universitários quanto a Doação Financeira para a Filantropia. Contamos com a sua
colaboração participando desta pesquisa.
Agradecemos,
Hudson (1995, p.1), define: Instituição filantrópica é uma organizão cujos objetivos
principais são sociais, em vez de econômicos. A essência do setor engloba
instituições de caridade, organizações religiosas, entidades voltadas para as artes,
organizações comunitárias, sindicatos, associações profissionais e outras
organizações voluntárias.
Assinale com (X) a sua opção
1 - IDENTIFICAÇÃO - Assinale com (X) a sua opção
1.1 Turno: |_| Manhã |_| Noite
1.2 Período (predominante) do curso: |_| 5º |_| 6º |_| 7º |_| 8º |_| Outro
1.3 Gênero: |_| Feminino |_| Masculino
1.4 Idade (anos): |_| abaixo de 20 |_| de 21 a 25 |_| de 26 a 30
|_| de 31 a 35 |_| acima de 36
2- Eu faço contribuições financeiras para Instituições Filantrópicas.
|_| SIM (c/periodicidade) |_| ÀS VEZES (s/periodicidade) |_|NÃO
95
3- Assinale com (X) a pontuação correspondente a sua atribuição segundo os
critérios:
(0)
Discordo totalmente da afirmativa Concordo totalmente com a afirmativa
(10)
CRENÇAS
PONTUAÇÃO
3.1CR
As doações
financeiras para
filantropia resultam em
benefícios para a
sociedade.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.2CR
A doação financeira
melhora a condição de
vida dos beneficiados.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.3CR
As instituições
filantrópicas são
confiáveis.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.4CR
As instituições
filantrópicas são
necessárias para
ajudar o país a
combater a pobreza.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.5CR
A doação financeira
deve ser feita
diretamente para as
pessoas necessitadas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.6CR
A doação financeira
deve ser feita
diretamente para as
Instituições
filantrópicas
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.7CR
A doação financeira
provém de uma
necessidade pessoal
em ajudar os outros.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
SENTIMENTOS
3.8AF
Ao ver uma pessoa
pedindo “esmola”
sinto-me na
obrigação de ajudá-la
com algum dinheiro.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.9AF
Quando uma
instituição solicita
uma doação
financeira, me sinto
na obrigação de
contribuir.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.10AF
A doação financeira
retrata um sentido de
virtude
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
96
3.11AF
A doação financeira é
devida a compaixão
(Dó em ver a pessoa
em situação de
pobreza).
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.12AF
A doação financeira
ocorre pelo
sentimento de amor
ao próximo
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
NORMA SUBJETIVA
3.13NS
A doação financeira é
uma obrigação moral.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.14NS
A doação financeira
mantém ou melhora
status social,
prestígio, respeito,
etc.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.15NS
A doação financeira é
uma resposta à
pressão do meio
social.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.16NS
A doação financeira
ocorre mais por
influência religiosa.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.17NS
A doação financeira
ocorre mais por
influência familiar
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.18NS
A doação financeira
ocorre mais por
influência de amigos
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.19NS
A doação financeira é
uma resposta à
expectativa da
liderança do meio
social
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
CONTROLE COMPORTAMENTAL PERCEBIDO (CP)
3.20 CP
Os procedimentos
para fazer doações
financeiras para
instituições
filantrópicas são
muito simples.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.21 CP
A doação financeira
deve ter benefícios
fiscais.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.22 CP
A doação financeira
substitui a
participação ativa em
trabalhos sociais.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.23 CP
A doação financeira
não deve
comprometer o
orçamento do
contribuinte
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
97
3.24 CP
Eu tenho condições
de fazer doações
financeiras.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
Intenção Comportamental (IN)
3.25 IN
Pretendo futuramente
contribuir com doação
financeira para
Instituições
Filantrópicas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.26 IN
Quando eu estiver em
melhor condição
financeira, pretendo
contribuir para
instituições
filantrópicas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.27 IN
Quando eu estiver em
melhor condição
financeira, pretendo
contribuir até 2% da
minha renda para
instituições
filantrópicas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.28 IN
Quando eu estiver em
melhor condição
financeira, pretendo
contribuir até 5% da
minha renda para
instituições
filantrópicas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
3.29 IN
Quando eu estiver em
melhor condição
financeira, pretendo
contribuir mais de 5%
da minha renda para
instituições
filantrópicas.
(0)
(1)
(2)
(3)
(4)
(5)
(6)
(7)
(8)
(9)
(10)
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