reduzido das empresas faz com que seus proprietários/administradores tenham
um horizonte de planejamento de curto prazo e centralizem a tomada de
decisões, ficando presos num círculo vicioso, onde a solução de problemas
diários impede a definição de estratégias de longo prazo e de inovação (Vos,
Keizer e Halman 1998). Dessa forma, não há, dentro das empresas pequenas,
uma prática de organização dos fluxos de informação, que possa subsidiar a
definição de estratégias competitivas de longo prazo.
A decisão, em empresas de pequeno e médio porte, geralmente é
tomada por improvisação, resultando na não utilização de ferramentas
gerenciais na governança da empresa. Entre outros fatores, CAVALCANTI
(1986), citado por Lacerda (2003), associa a falta de informações gerenciais ao
estado de fragilidade administrativa e organizacional dessas empresas.
A baixa capacitação gerencial decorre, em muitos casos, do fato de que
essas empresas são, em sua maioria, familiares.
Para Boranga e Pacheco (2005), em via de regra, uma empresa familiar
caracteriza-se por estar, o controle, em mãos de uma ou mais famílias: pais,
irmãos, filhos, sobrinhos, netos e agregados em geral. A maioria dos familiares
nela trabalha e participa da gestão, ou pior, possui cargo, como forma de
receber a mesada a título de “remuneração”.
A família é um conjunto de vínculos indissolúveis: sangüíneos, afetivos e
psicológicos. Esses vínculos são gerados na família nuclear e se transmitem ao
longo de gerações. Na empresa, não só a natureza do vínculo entre as
pessoas é outra, como também sua finalidade é completamente diferente. As
pessoas têm vínculos funcionais e profissionais. A organização tem por objetivo
produzir bens e serviços para clientes e gerar, a partir de suas operações,
resultados financeiros suficientes para remunerar seus funcionários, seus
acionistas e garantir o seu crescimento (ÁLVARES, 2003).
A administração da empresa, do tipo familiar, é considerada menos
burocrática e impessoal, pois o acesso à cúpula administrativa é mais fácil, o
que pode tornar as operações mais flexíveis e as decisões mais rápidas do que
nas de capital aberto, sob gestão não familiar. Em contrapartida, não se
organizam ou não se estruturam de maneira eficiente e adequada. Mas, à