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tinha sido usado por aqueles que são contra todas as formas de tratamento aversivo ao lidar
com problemas de comportamento, não importa o quão severos. Ele então declarou sua
posição naquele momento:
O uso de punição tem sido largamente debatido, especialmente em conexão com a educação e
terapia. Eu sou freqüentemente dito como opositor a todas as formas de punição, e eu gostaria de
fazer a seguinte correção.
Punição é usualmente utilizada para a vantagem do punidor, mas há exceções, e às vezes elas são
justificáveis. Algumas crianças autistas, por exemplo, machucarão seriamente a si mesmas ou se
engajarão em outro comportamento excessivo ao menos que sejam drogadas ou restringidas, e outro
tratamento é então virtualmente impossível. Se estimulação aversiva breve e não perigosa, feita
precisamente contingente ao comportamento autodestrutivo ou outro comportamento excessivo,
suprime o comportamento e deixa a criança livre para desenvolver-se de outras maneiras, eu acredito
que seja justificado. Quando tomado fora de seu contexto, tal estimulação pareça ser menos que
humana, mas ela não pode ser distinguida daquela estimulação muito mais dolorosa às vezes
requerida no dentista e em várias outras práticas medicas. Permanecer satisfeito com punição sem
explorar alternativas não punitivas é realmente um erro.
Com exceção do acasalamento e o cuidado com os jovens, o comportamento social dos animais é
quase completamente punitivo. Território e outras posses são defendidas com força ou ameaça de
força. Presumivelmente, isto também seja verdadeiro para a espécie humana, e aqueles que tem a
força para ameaçar os demais ainda freqüentemente o fazem. Há conseqüências não desejáveis;
incluindo a fuga e o contra-ataque.
A alternativa é reforço positivo. Comparado ao reforço negativo ou punição, seus efeitos são um
pouco atrasados e não são tão facilmente aprendidos. O atraso é tão crítico que outras espécies não
usam reforço positivo. (Animais fazem várias coisas que reforçam o comportamento de outros, mas
não porque essa seja uma conseqüência reforçadora.)
Não há dúvidas dos ganhos de práticas que são únicas (e bem apropriadamente chamadas) humanas,
mas isso é apenas o começo. Leis éticas, religiosas e governamentais são primariamente punitivas,
especialmente quando designadas a restringir comportamento aversivo. As exceções que testificam a
unicidade do comportamento humano são raras. Por exemplo, nós estamos longe de abandonar o uso
da força em relações internacionais ou em manter a ordem doméstica. Pessoas vivendo próximas, o
que inclui professores e alunos, terapeutas e clientes, raramente podem evitar todas as formas de
punição.
Eu acredito que não haja mais nenhum uso de punição corporal nas escolas e muito se ganhou com a
supressão disso. Sobre outras formas de punição, então, a questão remanescente é a severidade. Uma
punição muito severa por não cumprir uma tarefa estaria longe do adequado da punição por trazer
uma arma ou uma faca para dentro da sala de aula.
Eu tenho orgulho do sucesso que temos tido em encontrar tantas alternativas à punição e eu esqueço
que essa controvérsia parece renovar a visão de que behaviorismo significa punição. Essa é, eu
espero, a única esperança para a eventual eliminação do controle punitivo em todos os campos.
(Skinner apud Griffin et al, 1988).
Segundo Catania (1999), “estímulos punitivos podem ter efeitos
independentes de sua relação de contingência com as respostas” (p. 113), ou seja, é difícil
analisar a punição porque seus efeitos precisam ser distinguidos daqueles que dependem da