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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE BAURU
Estudo Cefalométrico dos Efeitos do Tratamento
Ortodôntico sem e com Extrações nas Estruturas
Dentoesqueléticas e Tegumentares em Dolicofaciais
Vanessa Scherer Porto
Bauru
2008
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Vanessa Scherer Porto
Estudo Cefalométrico dos Efeitos do Tratamento
Ortodôntico sem e com Extrações nas Estruturas
Dentoesqueléticas e Tegumentares em Dolicofaciais
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia de Bauru, da Universidade de
São Paulo, como parte dos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Odontologia.
Área de Concentração: Ortodontia
Orientador: Prof. Dr. José Fernando Castanha
Henriques
Bauru
2008
Porto, Vanessa Scherer
P838e
Estudo Cefalométrico dos Efeitos do Tratamento Ortodôntico sem e com
Extrações nas Estruturas Dentoesqueléticas e Tegumentares em Dolicofaciais/
Vanessa Scherer Porto. -- Bauru, 2008.
187p. : il. ; 30 cm
Dissertação (Mestrado) -- Faculdade de Odontologia de Bauru.
Universidade de São Paulo.
Orientador: Prof. Dr. José Fernando Castanha Henriques
Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a reprodução total ou
parcial desta dissertação, por processos fotocopiadores e outros meios eletrônicos.
Assinatura:
Data:
Projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de
Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, em 31 de outubro de 2007.
DADOS CURRICULARES
8 de agosto de 1982
Restinga Seca - RS
Nascimento
2001 - 2005 Curso de Odontologia pela Faculdade de
Odontologia da Universidade Federal de
Santa Maria
2005 - 2006 Curso de Aperfeiçoamento em Ortodontia
pelo CETAO Centro de Estudos,
Treinamento e Aperfeiçoamento em
Odontologia
2007 - 2008 Curso de pós-graduação em Ortodontia, ao
nível de Mestrado, pela Faculdade de
Odontologia de Bauru Universidade de
São Paulo
"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!"
Mário Quintana
Dedicatória
Aos meus pais, Marlene e João Ramiro,
pelo amor e
carinho que sempre recebi, pelo apoio tão importante para
a realização dos meus sonhos. Tudo que sou e tudo que
conquistei, eu devo a vocês; meus maiores mestres;
Aos meus irmãos, Sabrina e Douglas,
pela amizade sincera, amor e incentivo
sempre presentes;
Ao meu amor Ynaser, que me ensinou que para
o amor não existe distância
e nem fronteiras.
Agradecimentos
Ao meu orientador, Prof. Dr. José Fernando Castanha Henriques
Prof. Dr. José Fernando Castanha HenriquesProf. Dr. José Fernando Castanha Henriques
Prof. Dr. José Fernando Castanha Henriques,
não apenas pela paciência e orientação na realização deste trabalho,
mas também pela confiança em mim depositada, oportunidade de
convívio, enriquecimento do meu saber e amizade. Minha sincera
gratidão.
Ao Prof. Dr. Guilherme Janson,
Ao Prof. Dr. Guilherme Janson, Ao Prof. Dr. Guilherme Janson,
Ao Prof. Dr. Guilherme Janson, coordenador do curso de
Mestrado em Ortodontia da FOB-USP, um grande mestre, zeloso e
criterioso nos seus afazeres, exemplo de competência e dedicação.
Admiro-o pela sua competência em ensinar e por transmitir aos seus
alunos, o senso crítico e a busca pela excelência. Muito obrigada pelos
valiosos ensinamentos a mim transmitidos e pela amizade!
Aos professores da disciplina de Ortodontia: Arnaldo Pinzan,
Arnaldo Pinzan, Arnaldo Pinzan,
Arnaldo Pinzan,
Marcos
MarcosMarcos
Marcos
Roberto de Freitas e Renato Rodrigues de Almeida
Roberto de Freitas e Renato Rodrigues de AlmeidaRoberto de Freitas e Renato Rodrigues de Almeida
Roberto de Freitas e Renato Rodrigues de Almeida. Obrigada
pelos ensinamentos que contribuíram para a minha formação
profissional, pela oportunidade de cursar o Mestrado e pela amizade.
Aos colegas do curso de Mestrado: Bruno, Camila, Fabiano,
Bruno, Camila, Fabiano, Bruno, Camila, Fabiano,
Bruno, Camila, Fabiano,
Fran
FranFran
Francyle, Juliana, Luís Eduardo, Mariana, Michele, Nuria, Renata,
cyle, Juliana, Luís Eduardo, Mariana, Michele, Nuria, Renata, cyle, Juliana, Luís Eduardo, Mariana, Michele, Nuria, Renata,
cyle, Juliana, Luís Eduardo, Mariana, Michele, Nuria, Renata,
Rubem, Thaís, Oscar e William
Rubem, Thaís, Oscar e WilliamRubem, Thaís, Oscar e William
Rubem, Thaís, Oscar e William. Agradeço o convívio e os bons
momentos dessa jornada que passamos juntos. Obrigada pelas
experiências e conhecimentos divididos... vocês fizeram meus dias mais
alegres e me ajudaram a suportar a saudade da família. Terei muitas
lembranças boas guardadas comigo... Muito obrigada!
À Kelly
KellyKelly
Kelly, uma pessoa iluminada e sempre disposta a ajudar. Meu
agradecimento sincero pela disposição, pela ajuda de sempre e
principalmente pela generosidade de todas as horas. Lembrarei de você
sempre com muito carinho! Muito Obrigada!
Aos colegas da turma do Doutorado novo: Celso, Danilo, Fabiane,
Celso, Danilo, Fabiane, Celso, Danilo, Fabiane,
Celso, Danilo, Fabiane,
Fábio, Janine, Lucelma, Luiz Filiphe, Mayara, Rachelle, Renata,
Fábio, Janine, Lucelma, Luiz Filiphe, Mayara, Rachelle, Renata, Fábio, Janine, Lucelma, Luiz Filiphe, Mayara, Rachelle, Renata,
Fábio, Janine, Lucelma, Luiz Filiphe, Mayara, Rachelle, Renata,
Ricardo e Tassiana
Ricardo e TassianaRicardo e Tassiana
Ricardo e Tassiana;
; ;
; e aos colegas do curso de Doutorado antigo:
Alexandre,
Alexandre,Alexandre,
Alexandre, Carlos Henrique, Darwin, Fernando Pedrin, Fernando
Carlos Henrique, Darwin, Fernando Pedrin, Fernando Carlos Henrique, Darwin, Fernando Pedrin, Fernando
Carlos Henrique, Darwin, Fernando Pedrin, Fernando
Torres, Kelly, Lívia, Marcus, Paula, Rafael, Renata e Sérgio
Torres, Kelly, Lívia, Marcus, Paula, Rafael, Renata e SérgioTorres, Kelly, Lívia, Marcus, Paula, Rafael, Renata e Sérgio
Torres, Kelly, Lívia, Marcus, Paula, Rafael, Renata e Sérgio, pelo apoio
dado durante esta jornada. Muito obrigada!
Aos funcionários da disciplina de Ortodontia, Cris, Sérgio,
Cris, Sérgio, Cris, Sérgio,
Cris, Sérgio,
Verinha,
Verinha,Verinha,
Verinha,
Neide
NeideNeide
Neide
e
e e
e Bonné
BonnéBonné
Bonné
por toda a atenção e disposição em ajudar.
Obrigada por tudo!
Ao Prof. Dr. Roberto Lauris
Prof. Dr. Roberto LaurisProf. Dr. Roberto Lauris
Prof. Dr. Roberto Lauris, um genuíno estatístico, por sua
ajuda contínua e ensinamentos. Aos funcionários da Biblioteca
Aos funcionários da BibliotecaAos funcionários da Biblioteca
Aos funcionários da Biblioteca,
, ,
,
principalmente
Rita e Cibe
Rita e CibeRita e Cibe
Rita e Cibeli,
li,li,
li,
e todos os demais funcionários desta
instituição, sempre prestativos em auxiliar-me. Obrigada pela atenção e
dedicação.
Ao Prof. Dr. Luiz Fernando Pegoraro
Prof. Dr. Luiz Fernando PegoraroProf. Dr. Luiz Fernando Pegoraro
Prof. Dr. Luiz Fernando Pegoraro, Diretor da Faculdade de
Odontologia de Bauru – USP.
Á Prof. Dr
Prof. DrProf. Dr
Prof. Dra
aa
a.
. .
. Maria Aparecida
Maria AparecidaMaria Aparecida
Maria Aparecida de Andrade M
de Andrade Mde Andrade M
de Andrade Moreira
oreiraoreira
oreira Machado
MachadoMachado
Machado,
Presidente da Comissão de Pós-Graduação da Faculdade de
Odontologia de Bauru – USP.
À minha sogra Clair (Maria)
Clair (Maria)Clair (Maria)
Clair (Maria) e meu sogro Mu
MuMu
Musa (Armando)
sa (Armando)sa (Armando)
sa (Armando), pelo
grande apoio e carinho sempre presentes; nunca me esquecerei da frase:
“Primeiro lugar os estudos, segundo lugar o amor”. Vocês são exemplos
de grandes vencedores. Meu sincero agradecimento!
Ao meu cunhado Rodrigo (Mafú)
Rodrigo (Mafú)Rodrigo (Mafú)
Rodrigo (Mafú) e demais familiares, amigos e
familiares, amigos e familiares, amigos e
familiares, amigos e
pessoas queridas
pessoas queridaspessoas queridas
pessoas queridas, cujas contribuições silenciosas nunca serão esquecidas.
Por fim, a DEUS
DEUSDEUS
DEUS, por iluminar os meus passos e dar força nesta
etapa da vida.
Resumo
RESUMO
O objetivo deste estudo retrospectivo foi comparar, por meio de
telerradiografias, as alterações dentoesqueléticas e tegumentares do tratamento
com e sem extrações dos quatro primeiros pré-molares em indivíduos com padrão
de crescimento vertical. Os grupos 1 e 2 foram constituídos cada um por 23
pacientes dolicofaciais com má oclusão Classe II, divisão e idade inicial média de
12.36 e 12.29 anos, respectivamente. Os pacientes do grupo 1 foram tratados sem
extrações e do grupo 2 foram tratados com extrações dos quatro primeiros pré-
molares, sendo que ambos utilizaram aparelho extrabucal occipital. Os grupos foram
compatibilizados de acordo com a idade, tempo de tratamento, gênero e severidade
da oclusão. O teste t dependente avaliou as alterações intragrupos e o teste t foi
aplicado para a comparação intergrupos. O tratamento com extrações evidenciou
uma significante maior correção da convexidade facial esquelética e relação
maxilomandibular; assim como maior retrusão dos incisivos superiores e inferiores.
O tratamento sem e com extrações não influenciaram no padrão de crescimento. As
alterações da altura facial e a extrusão dos molares foram similares em ambos os
grupos e a mesialização do molar superior foi significantemente maior no grupo
tratado com extrações. O perfil tegumentar alterou significantemente no grupo
tratado com extrações, evidenciando diminuição da convexidade do perfil facial,
aumento do ângulo nasolabial, maior retrusão do lábio superior e inferior e maior
selamento labial. Conclui-se que o tratamento com extrações é mais indicado em
pacientes dolicofaciais que precisam maior redução da convexidade facial, retração
dos incisivos e melhora no selamento labial passivo.
Palavras-chave: Má Oclusão de Angle Classe II. Dimensão Vertical. Cefalometria
Abstract
ABSTRACT
The objective of this retrospective study was to compare the dentoalveolar and
soft tissues changes with extraction/nonextraction treatment in dolichofacials. Groups
1 and 2 consisted of 23 Class II, division 1 malocclusion dolichofacial patient each,
with 12.36 and 12.29 years of age, respectively. Group 1 was treated without any
extraction and group 2 was treated with four first premolar extractions and both
groups used occipital headgear. Groups 1 and 2 were matched with regard to age,
treatment time, gender and malocclusion severity. Dependent t tests were used to
evaluate the changes in each group and t tests were used to compare the changes
between groups. Extraction treatment showed greater skeletal facial convexity and
maxillomandibular relationship correction and incisor retraction. Both treatments did
not influence the growth pattern. Facial height changes and molar extrusion were
similar in both groups, and the maxillary molar mesialization was significantly greater
in the extraction group. Extraction treatment showed greater tegumental facial profile
convexity reduction, nasolabial angle increase, labial retraction and interlabial gap
reduction. It was concluded that extraction treatment is more indicated in
dolichofacials patients that need greater facial convexity reduction, incisor retraction
and improvement in passive lip seal.
Keywords: Malocclusion, Angle Class II. Vertical Dimension. Cephalometry
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.1 - Foto ilustrativa do aparelho extrabucal com tração
occipital (IHG) .................................................................................... 72
Figura 4.2 - Delimitação do desenho anatômico ................................................... 75
Figura 4.3 - Pontos cefalométricos utilizados ........................................................ 78
Figura 4.4 - Linhas e planos de referência utilizados ............................................ 80
Figura 4.5 - Grandezas angulares e lineares relacionadas à
discrepância ântero-posterior ............................................................ 82
Figura 4.6 - Grandezas angulares relacionadas ao padrão de
crescimento ........................................................................................ 83
Figura 4.7 - Grandezas lineares relacionadas às alturas faciais ........................... 84
Figura 4.8 - Grandezas angulares e lineares dentárias ......................................... 86
Figura 4.9 - Grandezas angulares e lineares relacionadas ao perfil
tegumentar ........................................................................................ 88
Figura 6.1 - Alterações ocorridas na relação ântero-posterior das
bases ósseas nos grupos 1 e 2 (variáveis angulares) ..................... 118
Figura 6.2 - Alterações ocorridas na relação ântero-posterior das
bases ósseas nos grupos 1 e 2 (variáveis lineares) ......................... 120
Figura 6.3 - Alterações ocorridas no padrão de crescimento nos
grupos 1 e 2 ..................................................................................... 121
Figura 6.4 - Alterações ocorridas na altura facial nos grupos 1 e 2 ..................... 124
Figura 6.5 - Alterações ocorridas nos incisivos superiores e
inferiores nos grupos 1 e 2 ............................................................... 126
Figura 6.6 - Alterações ocorridas nos molares superiores e
inferiores nos grupos 1 e 2 ............................................................... 128
Figura 6.7 - Alterações ocorridas no perfil tegumentar nos
grupos 1 e 2 ..................................................................................... 130
Figura 6.8 - Sobreposição dos traçados compostos médios do
grupo 1 ............................................................................................. 135
Figura 6.9 - Sobreposição dos traçados compostos médios do
grupo 2 ............................................................................................. 135
LISTA DE TABELAS
Tabela 5.1 - Média das idades iniciais e finais (em anos) dos
pacientes selecionados nos dois grupos e o tempo de
tratamento ........................................................................................ 96
Tabela 5.2 - Qui-quadrado e distribuição dos gêneros masculino e
feminino na amostra estudada nos grupos 1 e 2 ............................. 96
Tabela 5.3 - Qui-quadrado e distribuição da severidade da
oclusão de Classe II, divisão, da amostra estudada
nos grupos 1 e 2 .............................................................................. 96
Tabela 5.4 - Resultados do teste t dependente e Dahlberg para
análise dos erros metodológicos ...................................................... 98
Tabela 5.5 - Diferenças entre pré e pós-tratamento no grupo sem
extrações (grupo 1) ........................................................................ 100
Tabela 5.6 - Diferenças entre pré e pós-tratamento no grupo com
extrações (grupo 2) ........................................................................ 101
Tabela 5.7 - Diferenças entre os grupos 1 e 2 no pré-tratamento ...................... 104
Tabela 5.8 - Diferenças entre os grupos 1 e 2 no pós-tratamento ..................... 105
Tabela 5.9 - Alterações ocorridas durante tratamento nos
grupos 1 e 2 ................................................................................... 108
Tabela 5.10 - Teste de correlação entre as alterações das variáveis
FMA, AFAI e AFAI/AFAT e as alterações das medidas
dentárias lineares 6sup-PP, 6inf-PM, 6sup- PTV e 6inf-
PTV no grupo 1 .............................................................................. 110
Tabela 5.11 - Teste de correlação entre as alterações das variáveis
FMA, AFAI e AFAI/AFAT e as alterações das medidas
dentárias lineares 6sup-PP, 6inf-PM, 6sup-PTV e 6inf-
PTV no grupo 2 .............................................................................. 110
Tabela 5.12 - Teste de correlação entre as alterações das variáveis
Ls-S, Li-S e Ls-Li e as alterações das variáveis
dentárias 1sup-NA, 1inf-NB, 1sup.NA, 1inf.NB e overjet
no grupo 1 ...................................................................................... 111
Tabela 5.13 - Teste de correlação entre as alterações das variáveis
Ls-S, Li-S e Ls-Li e as alterações das variáveis
dentárias 1sup-NA, 1inf-NB, 1sup.NA, 1inf.NB e overjet
no grupo 2 ...................................................................................... 111
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 39
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................ 43
2.1 Características Cefalométricas dos Dolicofaciais ....................................... 44
2.2 Características do Perfil Mole dos Dolicofaciais ......................................... 50
2.3 Tratamento Ortodôntico nos Dolicofaciais .................................................. 52
2.4 Alterações do Perfil Mole Decorrente do Tratamento
Ortodôntico nos Dolicofaciais ..................................................................... 59
3. PROPOSIÇÃO ...................................................................................................... 67
4. MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................... 71
4.1 Material ....................................................................................................... 71
4.1.1 Obtenção da amostra ...................................................................... 71
4.2 Métodos ...................................................................................................... 73
4.2.1 A obtenção das telerradiografias em norma Lateral ........................ 73
4.2.2 A elaboração dos cefalogramas ...................................................... 73
4.2.3 Delimitação do desenho anatômico ................................................. 74
4.2.4 Demarcação dos pontos cefalomátricos de interesse ..................... 76
4.2.5 Linhas e planos de referência.......................................................... 79
4.2.6 Obtenção das variáveis cefalométricas ........................................... 81
4.2.6.1 Grandezas angulares e lineares relacionadas à
discrepância ântero-posterior .............................................. 81
4.2.6.2 Grandezas angulares relacionadas ao padrão de
crescimento ......................................................................... 83
4.2.6.3 Grandezas lineares relacionadas às alturas
faciais .................................................................................. 84
4.2.6.4 Grandezas angulares e lineares dentárias ........................... 85
4.2.6.5 Grandezas angulares e lineares relacionadas ao
perfil tegumentar ................................................................ 87
4.2.7 A determinação do padrão de crescimento facial e
severidade da má oclusão ............................................................. 89
4.2.8 Erro do Método ................................................................................ 89
4.2.8.1Erro sistemático .................................................................... 90
4.2.8.2 Erro casual ........................................................................... 90
4.3 Análise estatística ....................................................................................... 90
5. RESULTADOS ...................................................................................................... 95
6. DISCUSSÃO ....................................................................................................... 115
6.1 Características da amostra e metodologia ................................................ 115
6.2 Precisão da metodologia .......................................................................... 116
6.3 Comparação das alterações entre os grupos ........................................... 117
6.3.1 Relação ântero-posterior das bases ósseas.................................. 118
6.3.1.1 Variáveis angulares ........................................................... 118
6.3.1.2 Variáveis lineares .............................................................. 120
6.3.2 Pado de crescimento .................................................................. 121
6.3.3 Altura facial .................................................................................... 124
6.3.4 Relações dentárias ........................................................................ 126
6.3.4.1 Incisivos superiores e inferiores ........................................ 126
6.3.4.2 Molares superiores e inferiores ......................................... 128
6.3.5 Perfil tegumentar ........................................................................... 130
6.4 Considerações finais ................................................................................. 133
6.5 Sugestões para próximos trabalhos .......................................................... 136
7. CONCLUSÕES ................................................................................................... 139
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 143
APÊNDICE .............................................................................................................. 161
Introdução
39
Introdução
1. INTRODUÇÃO
A face longa é uma deformidade com envolvimento esquelético, de
prognóstico estético desfavorável. Por isso, o tratamento ortodôntico em pacientes
com padrão de crescimento facial vertical acentuado é desafiante pois os resultados
almejados são mais difíceis de serem alcançados (BISHARA, 1998). Devido às
características inerentes desses pacientes, como dimensão vertical ântero-inferior
aumentada, o controle das alterações verticais é um fator chave que deve ser levado
em consideração durante todo o tratamento. Por isso, é aconselhável do uso da
tração extrabucal occipital como forma de tentar controlar o aumento da dimensão
vertical da face (BROWN, 1978; BURKE; JACOBSON, 1992; CANGIALOSI et al.,
1988; FIROUZ; ZERNIK; NANDA, 1992; GIANCOTTI, 2000).
Alguns autores recomendam a extração dos primeiros pré-molares como
forma de conter ou até mesmo diminuir a altura facial ântero-inferior com
conseqüente mesialização dos molares (FIELDS et al., 1984; KLAPPER et al., 1992;
KUHN, 1968; PEARSON, 1978). Segundo Chua, Lim e Lubit (1993), os ortodontistas
geralmente acreditam que o tratamento sem extrações é associado com a rotação
mandibular para trás e aumento da altura facial ântero-inferior e, ao contrário, o
tratamento com extrações é associado com rotação mandibular anti-horária e
redução da altura facial anterior. Porém, a maioria dos estudos suporta a idéia que
extrações dos pré-molares não reduz a dimensão vertical da face nem altera o
padrão de crescimento, pois defendem que todo tratamento ortodôntico resulta em
extrusão dos molares e a diminuição da altura facial não ocorre (BISHARA;
CUMMINS; ZAHER, 1997; CUSIMANO; MCLAUGHLIN; ZERNIK, 1993;
DOUGHERTY, 1968; KIM, T.K. et al., 2005; STAGGERS, 1990; TANER-SARISOY;
DARENDELILER, 1999).
As inter-relações dos tecidos moles, como nariz, lábio e mento, mudam com o
tratamento ortodôntico e com o crescimento (PRAHL-ANDERSEN et al., 1995;
TALASS; TALASS; BAKER, 1987). Apesar de não haver possibilidade de alterar a
posição do nariz e mento apenas com tratamento ortodôntico, mudando a posição
dos incisivos podemos influenciar o perfil labial (ANDERSON; JOONDEPH; TURPIN,
1973; RAINS; NANDA, 1982; SUBTELNY, 1961; TALASS, M.; TALASS, L.; BAKER,
40
Introdução
1987; WALDMAN, 1982). Segundo Lai, Ghosh e Nanda (2000), existe uma larga
variação de respostas do tecido mole frente à movimentação dentária.
Considerando a necessidade do controle vertical durante o tratamento
ortodôntico nos indivíduos com padrão face longa, bem como as alterações do perfil
tegumentar decorrente do tratamento, o objetivo desta investigação foi comparar as
alterações dentoesqueléticas e tegumentares do tratamento sem e com extrações
dos quatro primeiros pré-molares em dolicofaciais, com oclusão Classe II,
divisão, tratados com aparelho extrabucal occipital.
Revisão
de Literatura
43
Revisão de Literatura
2.
REVISÃO DE LITERATURA
A face influencia e molda características, personalidades e comportamentos
dos indivíduos (ALMEIDA, M.R. et al., 2006; BURSTONE, 1967). As alterações dos
padrões extremos de crescimento, devido ao seu íntimo relacionamento com a
estética facial, chamam a atenção da Cefalometria e da Ortodontia.
É de grande importância o diagnóstico do padrão facial no plano de
tratamento, pois através da intervenção profissional, a possibilidade de gerar
mudanças na face pela movimentação dentária e pelo crescimento facial (PRAHL-
ANDERSEN et al., 1995).
Indivíduos com deformidades dentofaciais devem ser avaliados
cuidadosamente para estabelecer um diagnóstico completo e um exato plano de
tratamento para otimizar os resultados estéticos e funcionais. As alterações verticais
são apenas um componente das deformidades existentes que podem estar
presentes. As quatro principais deformidades verticais o: excesso maxilar vertical,
excesso mandibular vertical, deficiência maxilar vertical e deficiência mandibular
vertical (WOLFORD; HILLIARD, 1981). A principal alteração esquelética da
síndrome da face longa é o excesso maxilar (ISAACSON, J.R. et al., 1971;
SASSOUNI; NANDA, 1964; SCHENDEL et al., 1976). Para facilitar a leitura, a
revisão de literatura foi dividida em quatro partes:
2.1) Características cefalométricas dos dolicofaciais;
2.2) Características do perfil mole dos dolicofaciais;
2.3) Tratamento ortodôntico nos dolicofaciais e
2.4) Alterações no perfil mole decorrente do tratamento ortodôntico nos
dolicofaciais.
44
Revisão de Literatura
2.1 Características Cefalométricas dos Dolicofaciais
Os indivíduos que manifestam excessivo crescimento vertical da face
apresentam uma aparência característica descrita na literatura como “síndrome da
face longa” (BELL; CREEKMORE; ALEXANDER, 1977; FIELDS et al., 1984;
SCHENDEL et al., 1976), tipo facial hiperdivergente (FITZPATRICK, 1984;
MOLONEY; WEST; MCNEILL, 1982), padrão face longa (CAPELOZZA, 2004;
CARDOSO et al., 2002) ou dolicofacial (LAVELLE, 1979). As características do
padrão de crescimento vertical da face são manifestadas precocemente (NANDA,
S.K., 1988), sendo magnificadas ou não na adolescência (FIELDS et al., 1984) e
podem ser alteradas em períodos subseqüentes do crescimento (BISHARA;
JAKOBSEN, 1985; NANDA, S.K., 1988).
A face longa é uma deformidade com envolvimento esquelético, de
prognóstico estético desfavorável. Esta deformidade vertical pode estar presente nas
três relações dentárias sagitais, contudo, está mais associada às discrepâncias
sagitais Classe II (ANGELILLO; DOLAN, 1982; CAPELOZZA, 2004; CARDOSO et
al., 2002; FIELDS et al., 1984; FISH; WOLFORD; EPKER, 1978; FITZPATRICK,
1984; ISAACSON, J.R. et al., 1971; LAVELLE, 1979; SCHENDEL et al., 1976;
WOLFORD; HILLIARD, 1981). O estudo de Silva Filho, Gonçalves e Maia (1991)
mostrou que a respiração bucal acompanha cerca de 83% dos casos de mordida
aberta anterior. A explicação é de que a língua, nesses casos, em vez de pressionar
o palato, permanece em uma posição mais abaixada, e a mandíbula fica
posicionada mais póstero-inferiormente, permitindo a erupção passiva dos dentes
posteriores, gerando um aumento da altura facial ântero-inferior e da convexidade
do perfil, pela rotação mandibular no sentido horário (HENRIQUES et al., 2000). Por
conseguinte, há uma tendência de desenvolvimento de mordida aberta anterior,
associada a uma oclusão de Classe II, como foi observado em 71% dos
indivíduos dolicofaciais avaliados por Cardoso et al. (2002).
Alguns estudos afirmam que a maxila apresenta-se retruída em relação à
base do crânio nos indivíduos com padrão face longa (CARDOSO et al., 2005;
HARALABAKIS; YIAGTZIS; TOUTOUNTZAKIS, 1994). Segundo os autores, a
retrusão maxilar provavelmente está associada a uma redução no comprimento
45
Revisão de Literatura
efetivo da maxila, representado por Co-A, segundo Cardoso et al. (2005) ou redução
do comprimento da maxila, representado por ENA-ENP (HARALABAKIS; YIAGTZIS;
TOUTOUNTZAKIS, 1994). Todavia, esse resultado diverge das observações da
literatura que afirmam o existir diferença significante do posicionamento da maxila
em relação à base do crânio nos diferentes padrões de crescimento faciais
(ANGELILLO; DOLAN, 1982; FISH; WOLFORD; EPKER, 1978; FITZPATRICK, 1984;
SCHENDEL et al., 1976).
Com relação ao posicionamento mandibular, existe uma acentuada retrusão
mandibular, característica esperada para aqueles com síndrome da face longa (FISH;
WOLFORD; EPKER, 1978; FITZPATRICK, 1984; ISAACSON, J.R. et al., 1971;
PRITTINEN, 1997; SCHENDEL et al., 1976; SUBTELNY; SAKUDA, 1964;
WOLFORD; HILLIARD, 1981). Por outro lado, essa retrusão não está correlacionada
com o tamanho mandibular, uma vez que no comprimento efetivo da mandíbula não
foi observada diferença estatisticamente significante entre indivíduos com padrões
face longa e normal (SASSOUNI; NANDA, 1964), contrariando os resultados obtidos
por Subtelny e Sakuda (1964). Isso confirma a tendência de rotação mandibular,
típica nesses indivíduos, podendo-se afirmar que a retração mandibular é
conseqüência do efeito rotacional (CARDOSO et al., 2005).
O posicionamento vertical e sagital da mandíbula depende do crescimento
vertical do complexo nasomaxilar, incluindo os dentes posteriores da maxila
(ENLOW; HUNTER, 1966; ISAACSON, J.R. et al., 1971; MERRIFIELD; CROSS,
1970; NANDA, S.K., 1988; SCHUDY, 1964,1965), crescimento da altura facial
posterior, altura do ramo mandibular (ENLOW; HUNTER, 1966; ISAACSON, J.R. et
al., 1971), formato mandibular (FIELDS et al., 1984) e desenvolvimento vertical dos
dentes posteriores da mandíbula (CREEKMORE, 1967; DOUGHERTY, 1968; KUHN,
1968).
Os planos faciais horizontais tendem serem mais divergentes nos indivíduos
com altura facial aumentada (ISAACSON, R.J. et al., 1977; SASSOUNI, 1969). A
altura facial anterior total é aumentada, especialmente no terço inferior da face
(BLANCHETTE et al., 1996; CANGIALOSI, 1984; FIELDS et al., 1984; ISAACSON,
J.R. et al., 1971; NANDA, S.K., 1988,1990; SCHENDEL et al., 1976). Segundo
alguns autores este aumento está correlacionado com o excesso de
46
Revisão de Literatura
desenvolvimento vertical da maxila (ISAACSON, J.R. et al., 1971; SCHENDEL et al.,
1976). A altura facial ântero-superior da face longa não difere do padrão de
normalidade (FIELDS et al., 1984), pois o problema está localizado abaixo do plano
palatino, assim como a altura facial anterior média não difere do padrão de
normalidade (BELL; CREEKMORE; ALEXANDER, 1977; NANDA, S.K., 1988).
Vários estudos mostram que a altura facial posterior apresenta-se diminuída
em indivíduos com padrão face longa (CANGIALOSI, 1984; ISAACSON, J.R. et al.,
1971; NAHOUM; HOROWITZ; BENEDICTO, 1972; PRITTINEN, 1996; SASSOUNI;
NANDA, 1964). Esse dado, por sua vez, difere daquele relatado por Fish, Wolford e
Epker (1978) e Fitzpatrick (1984) que encontraram uma altura facial posterior
aumentada para o grupo com padrão face longa. Ainda, outros autores não
observaram diferença significante da altura facial posterior dos indivíduos com face
longa (FIELDS et al., 1984; NANDA, S.K., 1988; SUBTELNY; SAKUDA, 1964).
Segundo alguns estudos, a mordida aberta não está necessariamente
associada com a síndrome da face longa; de fato, alguns pacientes possuem
mordida aberta, enquanto outros não. Isto significa que nem todo indivíduo com face
longa possui mordida aberta, assim como aquele que possui mordida aberta não
terá necessariamente face longa (KIM, Y.H., 1974; SCHENDEL et al., 1976). Nos
indivíduos com face longa, o ramo mandibular com altura normal está presente
naqueles que possuem mordida aberta. Porém, os que não possuem mordida aberta
apresentam um ramo mandibular aumentado (SCHENDEL et al., 1976). No estudo
realizado por Fields et al. (1984), houve uma tendência do ramo ser mais curto em
adultos com face longa, mas essa diferença não foi estatisticamente significante. A
desproporcionalidade da face longa, segundo os autores, é geralmente
acompanhada pela mordida aberta e esta condição foi rotulada como “mordida
aberta esquelética”.
Vários estudos confirmam que o aumento do ângulo do plano mandibular,
comumente encontrado nos indivíduos com a face longa, é associado com as
características do crescimento rotacional para trás que podem afetar as proporções
verticais do componente anterior da face (CANGIALOSI, 1984; FIELDS et al., 1984;
SCHENDEL et al., 1976; TROUTEN et al., 1983). Ainda acreditam que valores
extremos do ângulo do plano mandibular é um critério para prever as dimensões,
47
Revisão de Literatura
direções e proporções do crescimento facial. No entanto, Baumrind, Korn e West
(1984) e Skieller, Bjork e Linde-Hansen (1984) sugeriram que um ângulo do plano
mandibular grande não é uma boa previsão do crescimento facial e indivíduos com
ângulo do plano mandibular aumentado podem ter ambos padrões de crescimento
rotacional mandibular para frente e para trás. Valores acima de 37º para o ângulo do
plano mandibular foram relatados na literatura como parâmetro para definir
indivíduos padrão face longa (PRITTINEN, 1996). Entretanto, a síndrome da face
longa consiste em um desequilíbrio entre os componentes verticais e um parâmetro
único não deve ser adotado como todo de diagnóstico (ISAACSON, J.R. et al.,
1971; WOLFORD; HILLIARD, 1981).
O indivíduo com padrão face longa possui o ângulo goníaco obtuso
(CANGIALOSI, 1984; FERRARIO; SFORZA; DE FRANCO, 1999; NAHOUM;
HOROWITZ; BENEDICTO, 1972; SASSOUNI; NANDA, 1964; SCHENDEL et al.,
1976; SUBTELNY; SAKUDA, 1964; TROUTEN et al., 1983). Segundo Fields et al.
(1984), não existe diferença no tamanho do ramo mandibular ou do corpo
mandibular, mas sim o ângulo goníaco que é significantemente maior que o normal.
No estudo de Ferrario, Sforza e De Franco (1999), a mandíbula dos dolicofaciais
apresentaram além do ângulo goníaco aumentado, o tamanho do corpo mandibular
foi significantemente menor comparado com pacientes mesofaciais. No entanto,
Enlow et al. (1971) afirmaram que o ângulo goníaco sofre uma rotação contrária
durante o crescimento facial para compensar a rotação mandibular para trás,
resultando na redução do ângulo goníaco com a idade. Por outro lado, Bjork e
Skieller (1972) relataram que a inclinação do ramo mandibular o modifica mas
mantém constante relação com o corpo mandibular durante o crescimento.
Em relação com o plano palatino, alguns estudos observaram que a metade
posterior do palato tende em apontar mais para baixo em indivíduos com mordida
aberta, levando os molares para baixo (SASSOUNI, 1969; SCHENDEL et al., 1976;
TROUTEN et al., 1983). Segundo Nanda, S.K. (1990), com os dentes posteriores
atuando como fulcro, ocorre uma rotação mandibular para posterior e,
conseqüentemente, a altura facial ântero-inferior e o ângulo do plano palatino-
mandibular aumentam. Além disso, desde que observado que a inclinação do plano
palatino e sua proporção ficam constantes com a idade, a rotação mandibular para
48
Revisão de Literatura
trás e para baixo na mordida-aberta pode ser resultado das mudanças
compensatórias dentoalveolares. Porém, outro estudo relatou o ângulo do plano
palatino semelhante entre faces com mordida aberta e mordida profunda
(CANGIALOSI, 1984). A maioria dos autores concorda que o ângulo palato-
mandibular grande é associado geralmente com mordida aberta e altura facial
ântero-inferior aumentada (ARVYSTAS, 1977; BELL; CREEKMORE; ALEXANDER,
1977; CANGIALOSI, 1984; FIELDS et al., 1984; FISH; WOLFORD; EPKER, 1978;
FITZPATRICK, 1984; ISAACSON, J.R. et al., 1971; NAHOUM, 1975; NAHOUM;
HOROWITZ; BENEDICTO, 1972; NANDA, S.K., 1990; SASSOUNI, 1969;
SASSOUNI; NANDA, 1964; SIRIWAT; JARABAK, 1985; WOLFORD; HILLIARD,
1981).
A respeito do plano oclusal alguns autores (FISH; WOLFORD; EPKER, 1978;
SCHENDEL et al., 1976) afirmam que indivíduos com mordida aberta possuem um
plano oclusal íngreme enquanto que nenhuma diferença foi observada por outros
pesquisadores (CANGIALOSI, 1984; NAHOUM; HOROWITZ; BENEDICTO, 1972).
Segundo Nanda, S.K (1990), tanto nos indivíduos com mordida aberta ou mordida
profunda, o plano oclusal, o plano mandibular e ângulo goníaco diminuem
constantemente com o crescimento, ao contrário do plano palatino e o ângulo da
base do crânio. Além disso, em contraste com as curvas de crescimento do plano
palatino, plano mandibular e ângulo goníaco, a curva de crescimento do plano
oclusal não discrimina os diferentes tipos faciais
Alguns estudos indicam que o ângulo da base do crânio aumentado influencia
na posição protrusiva ou retrusiva da mandíbula (SASSOUNI, 1969; SASSOUNI;
NANDA, 1964). Esses estudos afirmam que a posição da base do crânio possui uma
importante influência na determinação do padrão facial. Ao contrário, Subtelny e
Sakuda (1964) não encontraram diferença significante entre o ângulo da base do
crânio em grupos com mordida aberta e normal. Enlow (1982) afirmou que o ângulo
da base do crânio não influencia na posição ântero-posterior mandibular. Além disso,
Nanda, S.K. (1990) confirmou ser evidente que não correlação entre o ângulo da
base do crânio com displasias verticais da face.
Segundo Fields et al. (1984), existe uma tendência das crianças com faces
longas terem o espaço intermaxilares aumentado, no qual é ocupado por um
49
Revisão de Literatura
componente dentoalveolar maior, comparado com crianças normais. Além disso, as
crianças com faces longas têm altura significantemente maior dos dentes posteriores.
Além disso, segundo o autor, a altura dos dentes ântero-superiores não foi
significantemente maior na face longa. Por outro lado, Subtelny e Sakuda (1964)
reportaram que além dos molares superiores, a altura dos incisivos superiores
também foi significantemente maior e os dentes inferiores não mostraram nenhuma
diferença significante. Outros pesquisadores encontraram molares e incisivos
superiores e inferiores significantemente maiores nos indivíduos com face longa
(BELL; CREEKMORE; ALEXANDER, 1977; FISH; WOLFORD; EPKER, 1978;
HARALABAKIS; YIAGTZIS; TOUTOUNTZAKIS, 1994; ISAACSON, J.R. et al., 1971;
SCHENDEL et al., 1976; WOLFORD; HILLIARD, 1981).
Segundo Janson, Metaxas e Woodside (1994), a literatura mostra resultados
contraditórios a respeito da altura dentoalveolar nos sujeitos com diferentes alturas
faciais anteriores porque o critério da seleção da amostra varia entre as pesquisas.
Alguns selecionam de acordo com o grau de sobremordida, outros em relação às
características esqueléticas como altura maxilar excessiva e por último de acordo
com as características clínicas. Os autores classificaram sua amostra de acordo com
a altura facial anterior superior relacionada com a altura facial anterior inferior. Foi
rejeitada a hipótese nula que afirmava não existir diferença estatisticamente
significante na altura dentoalveolar dos molares e incisivos superiores e inferiores
entre pessoas com altura facial anterior inferior longa, normal e curta. A altura
dentoalveolar dos molares e incisivos superiores e inferiores foi inversamente
correlacionada com a proporção entre altura facial ântero-superior e altura facial
ântero-inferior. Os dentes superiores apresentaram uma correlação maior com o
padrão de crescimento. Além disso, a altura dentoalveolar foi semelhante nas
maloclusões Classe I e Classe II dentária e esquelética na idade de 12 anos, não
ocorrendo dimorfismo sexual na face longa.
Vários estudos afirmam que pacientes com altura facial ântero-inferior
aumentada possuem uma inclinação para bucal mais acentuada dos dentes
posteriores e cúspides funcionais linguais mais longas (FISH; WOLFORD; EPKER,
1978; ISAACSON, J.R. et al., 1971; SCHENDEL et al., 1976). Os indivíduos com
altura facial ântero-inferior diminuída possuem uma maior inclinação para lingual dos
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Revisão de Literatura
dentes posteriores e cúspides vestibulares mais longas. Segundo o estudo de
Janson et al. (2004), os dentes posteriores da maxila em sujeitos com padrão de
crescimento vertical possuem uma maior inclinação para bucal estatisticamente
significante quando comparado com pacientes com padrão de crescimento
horizontal. Não houve diferença estatisticamente significante na inclinação dos
dentes posteriores da mandíbula entre os grupos com padrões de crescimento
vertical e horizontal. No entanto, Ross et al. (1990) não encontraram diferença
estatística na inclinação dos molares superiores e inferiores entre os diferentes tipos
faciais. Sobre o desenvolvimento dentário, os indivíduos com mordida aberta
esquelética mostraram uma maturação precoce, expressada pela idade dentária,
comparada com aqueles que possuíam mordida profunda (JANSON et al., 1998).
2.2 Características do Perfil Mole dos Dolicofaciais
O crescimento e desenvolvimento do complexo dentofacial representam uma
combinação das mudanças esqueléticas e tegumentares. No entanto, os tecidos
moles da face são considerados uma estrutura dinâmica que podem se desenvolver
independentemente ou não das estruturas esqueléticas (SUBTELNY, 1959,1961).
Além disso, suas variações em espessura, comprimento e tonicidade podem ser
afetadas pela posição e relação das estruturas faciais (BURSTONE, 1967;
SALZMANN, 1960).
Muitos estudos afirmam que a tendência do dimorfismo sexual é evidente no
crescimento dos tecidos moles da face (BISHARA; HESSION; PETERSON, 1985;
CHACONAS; BARTROFF, 1975; MENG et al., 1988; NANDA, R.S., 1971; NANDA,
S.K., 1990). Geralmente os meninos tendem a demonstrar um maior crescimento
quando comparados com as meninas e crescem por um peodo mais longo
(NANDA, R.S., 1971; NANDA, R.S. et al., 1990). O fato é que com o crescimento o
perfil facial tende a se tornar menos convexo como resultado do desenvolvimento
contínuo do nariz e mento (BURSTONE, 1959; CHACONAS; BARTROFF, 1975;
NANDA, R.S. et al., 1990) e também devido a tendência da maxila se tornar menos
protruída em relação com outros ossos da face (SUBTELNY, 1961). No estudo
realizado por Capelozza et al. (2007), houve predominância de similaridade para
51
Revisão de Literatura
grandezas lineares e angulares dos indivíduos dos gêneros feminino e masculino
padrão face longa, revelando que a deformidade foi mais grave no gênero feminino.
A maioria dos estudos longitudinais mostrara que o aumento da espessura
dos lábios ocorre entre sete a vinte anos de idade, numa proporção maior nos
meninos do que nas meninas (BISHARA; HESSION; PETERSON, 1985;
CHACONAS; BARTROFF, 1975; NANDA, R.S. et al., 1990; SUBTELNY, 1959; VIG;
COHEN, 1979). O lábio inferior cresce mais significantemente que o lábio superior, e
os lábios crescem em extensão acompanhando a altura facial esquelética anterior.
Além disso, a relação vertical da porção incisal dos incisivos centrais superiores com
a extremidade do lábio superior são constantes a partir dos 9 anos de idade
(SUBTELNY, 1959).
O comprimento do lábio superior nos dolicofaciais é normal e existe um
excesso de exposição dos dentes maxilares, tanto na presença ou não da mordida
aberta (SCHENDEL et al., 1976). O estudo longitudinal realizado por Blanchette et al.
(1996), comparando os indivíduos dolicofaciais e braquifaciais, mostrou que no
padrão facial vertical os tecidos moles foram mais espessos e longos para a maioria
das variáveis. O comprimento e espessura dos lábios superior e inferior e a
espessura do mento são maiores e isto funciona como um mecanismo
compensatório para mascarar a deficiência labial e mandibular e conseqüentemente
haver o selamento labial e melhora do perfil facial. Além disso, os indivíduos com
face longa mostraram um crescimento puberal mais precoce que os indivíduos com
face curta, indicando assim que a intervenção deve ser antecipada nos dolicofaciais.
Ao contrário, o estudo de Dainese (1998) mostrou que não houve influência
do tipo de crescimento facial sobre as alterações em espessura do perfil tegumentar.
Houve uma grande influência do padrão vertical de crescimento sobre as alterações
em altura do perfil tegumentar. Além disso, o padrão de crescimento vertical exibiu
uma maior variação no período de 12 a 15 anos, enquanto que o padrão de
crescimento horizontal variou mais entre as idades de 9 a 12 anos. Segundo Singh
(1990), as variáveis que influenciam a espessura do mento são idade, sexo e tipo
facial. No seu estudo, os indivíduos do sexo masculino dolicofaciais mostraram um
aumento significativo na espessura do mento no final do tratamento.
52
Revisão de Literatura
O ângulo nasolabial de pacientes com diferentes padrões de crescimento e
com oclusão Classe II, 1ª divisão foi avaliado por Sakima et al. (2001) e
afirmaram que não houve diferença estatisticamente significante do ângulo
nasolabial nos diferentes padrões de crescimento. Segundo Prahl-Andersen et al.
(1995), a tendência do ângulo nasolabial é diminuir com a idade, principalmente até
a fase da adolescência, quando o crescimento do nariz, mento e lábios se
expressam mais intensamente.
O estudo realizado por Zhao et al. (2006) avaliou o perfil facial de dolicofaciais
com oclusão de Classe II. Este observou que à medida que aumenta a
severidade do padrão facial vertical aumentam significantemente as convexidades
da face e dos lábios superior e inferior. A profundidade facial ântero-inferior diminui
e os lábios superiores e inferiores modificam de curvado a retificados com o
aumento do padrão vertical. De acordo com Yogosawa (1990), a protrusão dos
dentes anteriores e a altura facial inferior são os dois fatores responsáveis pela
tensão labial.
Os tipos faciais precisam ser considerados porque os indivíduos com face
longa e face curta possuem crescimento diferente. Deve haver cuidado em usar
valores médios dos estudos de crescimento e aplicá-los em todos os indivíduos de
diferentes idades porque existe uma grande variação individual de raças e gêneros
(NANDA, R.S.; GHOSH, 1995).
2.3 Tratamento Ortodôntico nos Dolicofaciais
O tratamento ortodôntico pode ter influências favoráveis ou desfavoráveis no
padrão do crescimento facial (MOORE, 1959). Downs (1952) documentou mudanças
favoráveis e desfavoráveis no eixo facial de casos tratados. Ele notou que os efeitos
do tratamento no crescimento pode ser melhor ilustrado com a seleção de padrões
faciais extremos e ressaltou a importância das considerações do tratamento em
relação ao padrão de crescimento.
Ricketts (1957) refinou a idéia dos tipos faciais e recomendou o uso de cinco
medidas para descrever o padrão de crescimento da pessoa. Esses foram:
53
Revisão de Literatura
profundidade facial, eixo facial, ângulo do plano mandibular, altura facial inferior e
arco mandibular. Ele observou que a maioria das pessoas crescia ao longo de seu
eixo Y, sendo que alguns abriam e outros fechavam com o crescimento. Mostrou
casos sobre os efeitos dos elásticos de Classe II e ancoragem cervical no
crescimento dos pacientes tratados (RICKETTS, 1952). O autor observou que em
todos diferentes padrões faciais tratados com ancoragem cervical ou elástico de
Classe II tiveram abertura do eixo facial em média de 1º. A grande diferença ocorreu
nos pacientes dolicofaciais que foram tratados somente com elástico de Classe II.
Esses sofreram um aumento do eixo facial de 2º a 5º. Assim, concluiu que a seleção
do aparelho é efetiva no controle do comportamento do mento e recomendou o uso
da tração alta para dolicofaciais e tração baixa para braquifaciais.
Alguns estudiosos pesquisaram a interação entre crescimento e tratamento
ortodôntico (BROWN, 1978; POULTON, 1964,1967; WATSON, 1972). Esses
documentaram os efeitos do mecanismo do tratamento ortodôntico na posição do
molar superior e eixo axial e confirmaram os resultados dos estudos anteriores. Os
autores recomendaram que o mecanismo seja variado de acordo com o padrão de
crescimento facial para controlar mudanças desfavoráveis no eixo facial durante o
crescimento.
Comparando os efeitos entre as trações cervical e occipital na correção da
má- oclusão de Classe II em pacientes com padrões faciais diversos, tratados com
extrações de quatro pré-molares, Barton (1972) concluiu que ambos os aparelhos
mostraram-se eficientes na distalização dos molares superiores. No entanto, existiu
uma maior extrusão dos molares superiores e uma maior rotação da mandíbula nos
casos tratados com a tração cervical. Vários autores acreditam que a tração cervical
tende a induzir mordida aberta e deve então ser evitada em pacientes dolicofaciais
(ARMSTRONG, 1971; BARTON, 1972; CREEKMORE, 1967; KIM, K.R.; MUHL,
2001; KUHN, 1968).
A força do aparelho extrabucal usada para mover os molares superiores para
distal e como reforço de ancoragem tem um componente de força vertical nos
dentes posteriores (NANDA, S.K., 1988). As mudanças verticais no complexo
nasomaxilar e na posição dos molares superiores e inferiores podem resultar numa
rotação posterior da mandíbula (YAMAGUCHI; NANDA, 1991). Fotis et al. (1984)
54
Revisão de Literatura
afirmaram que a utilização da tração extrabucal alta aplicada ao primeiro molar
superior é indicado para o controle vertical do desenvolvimento maxilar e ao mesmo
tempo melhora o relacionamento sagital dos maxilares.
O tipo de tração extrabucal utilizado, com direção condizente ao padrão de
crescimento, não influenciaram os resultados dos tratamentos segundo Capelozza et
al. (2000). Segundo Henriques et al. (2000), o tratamento da má oclusão de Classe II
em pacientes com padrão facial vertical, utilizando a ancoragem extrabucal mostrou-
se eficiente nos casos apresentados. O sucesso alcançado com a terapia
ortodôntica está diretamente relacionado ao correto diagnóstico do caso clínico, uma
vez que fiquem claras as possibilidades e os objetivos a serem alcançados. A
correta aplicação de diferentes vetores de força no aparelho extrabucal corrigiu as
más oclusões de Classe II, sem agravar o padrão facial vertical. Outro estudo
mostrou não haver diferenças estatisticamente significantes na resposta
cefalométrica no tratamento com o aparelho extrabucal de Kloehn associados ao
aparelho fixo edgewise quanto aos padrões faciais favorável e desfavorável
(MARTINS et al., 2004).
Geralmente, o crescimento nos meninos tende a ser maior que nas meninas e
por um período de tempo mais longo (BLANCHETTE et al., 1996; NANDA, R.S. et al.,
1990). Por as meninas terem um crescimento mais antecipado que os meninos, é
benéfico para as que possuem face longa uma conduta terapêutica precoce como o
redirecionamento e restrição do crescimento vertical da maxila (BLANCHETTE et al.,
1996).
Yamaguchi e Nanda (1991) avaliaram os efeitos do tratamento ortodôntico
com e sem extrações, sendo que um grupo utilizou ancoragem extrabucal alta e
outro apenas elásticos intermaxilares. Eles observaram que no grupo onde foi
utilizado ancoragem extrabucal alta, tratamento com e sem extrações tiveram efeitos
significantes na mudança do ângulo ANB, altura facial anterior total e altura facial
anterior inferior. Segundo os autores, as extrações dentárias devem ser decididas no
diagnóstico e plano de tratamento pelas discrepâncias dos arcos, relação sagital
entre os arcos e rotação mandibular. As mudanças nos sentidos vertical e horizontal
do posicionamento dos molares dependeram do tipo de força aplicada e não pelo
fato da realização ou o de extrações. É necessário o controle vertical do
55
Revisão de Literatura
posicionamento dos molares superiores e inferiores durante o tratamento ou a
extrusão dos mesmos podem anular desejáveis efeitos do crescimento mandibular.
Dougherty (1968) analisou pacientes tratados com e sem extrações de pré-
molares e ambos tratamentos houve um aumento do ângulo do plano mandibular.
Esse estudo defende a idéia que o aumento do ângulo do plano mandibular aumenta
nos casos tratados ortodonticamente. O mesmo resultado foi encontrado por
McLaughlin e Bennett (1995). Eles mostraram casos com extrações de pré-molares
sem a diminuição das dimensões verticais, mas sim com a manutenção ou ligeiro
aumento da dimensão vertical.
A habilidade em diminuir o ângulo do plano mandibular com extrações de pré-
molares foi relatado por Pearson (1973). Ele tratou casos com mordida aberta com
extrações dos pré-molares e tração extrabucal occipital com a específica intenção de
diminuir o ângulo do plano mandibular. Nenhum outro estudo documentou uma
significante diminuição do ângulo do plano mandibular devido tratamento com
extrações de pré-molares (MCLAUGHLIN; BENNETT, 1995).
A maioria dos estudos suporta a idéia que extrações dos pré-molares não
reduz a dimensão vertical da face (BISHARA; CUMMINS; ZAHER, 1997;
CUSIMANO; MCLAUGHLIN; ZERNIK, 1993; DOUGHERTY, 1968; KIM, T.K. et al.,
2005; STAGGERS, 1990; TANER-SARISOY; DARENDELILER, 1999). Porém,
alguns autores recomendam as extrações dos pré-molares em pacientes com altura
facial anterior aumentada e plano mandibular inclinado, mesmo quando as
discrepâncias esqueléticas e dentárias são suaves, pois acreditam que o movimento
de mesialização dos molares pode permitir a rotação mandibular anterior (FIELDS et
al., 1984; KUHN, 1968; PEARSON, 1978).
Pré-molares são extraídos primeiramente para aliviar as discrepâncias entre
comprimento dentário e arco e para reduzir a protrusão dos dentes anteriores. A
maioria do espaço é consumido para amenizar o apinhamento, e o restante é
utilizado para retrair os dentes anteriores. Quando os dentes anteriores estão sendo
retraídos, o objetivo da ancoragem é manter a posição dos dentes posteriores. Se a
ancoragem é mantida, então pouca mesialização dos dentes posteriores ocorre, e a
suposta perda de dimensão vertical não acontece. Quando o espaço da extração é
56
Revisão de Literatura
utilizado para a correção da relação molar, os molares são mesializados e isto não
necessariamente resulta na diminuição da dimensão vertical. A maioria das
mecânicas ortodônticas são extrusivas por natureza e esta extrusão parece manter
ou aumentar a dimensão vertical (STAGGERS, 1994).
A preferência do perfil facial foi avaliada por De Smit e Dermaut (1984) e o
autor observou que as alterações verticais da face foram mais desaprovadas que as
discrepâncias horizontais. Concluiram que se deve evitar aumentar a altura facial
dos pacientes, como por exemplo, nos dolicofaciais com maloclusão Classe II de
Angle, consideraram a melhor opção não tratar a discrepância horizontal para evitar
o aumento da altura facial.
Nos casos limítrofes com padrão facial vertical, onde existe a dúvida quanto a
realização ou não de extrações dos pré-molares, vários autores acreditam que
tratamento com extrações é mais vantajoso pois esse procedimento auxiliará na
melhora do trespasse vertical anterior, favorecerá o estabelecimento de um
selamento labial passivo, pela retrusão dos incisivos e não interferirá negativamente
na AFAI que se encontra aumentada (DE FIGUEIREDO et al., 2007; KLAPPER et al.,
1992; LAI; GHOSH; NANDA, 2000; MCLAUGHLIN; BENNETT, 1995; TANER-
SARISOY; DARENDELILER, 1999; YAMAGUCHI; NANDA, 1991).
Klapper et al. (1992) avaliaram a influência do tratamento ortodôntico com e
sem extrações nos padrões faciais extremos. O eixo axial não demonstrou
alterações significantes para ambos os tratamentos, porém quanto maior a
necessidade de distalização dos molares superiores, maior foi o aumento do eixo
facial. Os autores concluíram que em pacientes dolicofaciais o tratamento sem
extrações pode afetar severamente os resultados faciais e dentários. Afirmaram que
deve ser consideradas as extrações dos pré-molares superiores, para pacientes com
padrão face longa que apresentam relação molar de Classe II completa, com o
intuito de controlar a dimensão vertical da face. Além disso, o apropriado mecanismo
de forças extrabucais utilizado de acordo com o tipo facial demonstrou efetividade do
controle da posição mandibular durante o tratamento ortodôntico.
Os efeitos do tratamento com ou sem extrações na altura facial ântero-inferior
foi avaliado por Chua, Lim e Lubit (1993). Os autores concluiram que o tratamento
57
Revisão de Literatura
sem extrações foi associado com um significante aumento da altura facial ântero-
inferior, mas o tratamento com extrações não promoveu mudanças significantes na
altura facial ântero-inferior.
A influência do tratamento ortodôntico com extrações nas estruturas
craniofaciais de acordo com diferentes padrões de crescimento facial foi avaliado por
Taner-Sarizoy e Darendeliler (1999). Os pacientes dolicofaciais foram tratados com
extrações dos quatro pré-molares e aparelho fixo, sendo que um grupo utilizou
ancoragem extrabucal apropriada e outro grupo não. Comparando as mudanças
ocorridas entre os grupos, observaram uma significante diminuição do SNA e ANB
naqueles que utilizaram ancoragem extrabucal e aumento desses ângulos no grupo
que não utilizou ancoragem extrabucal. A altura facial total aumentou
significantemente nos dolicofaciais comparado com indivíduos mesofaciais. Os
autores verificaram que as extrações dos pré-molares e ancoragem extrabucal
associada com aparelho fixo não alterou o padrão de crescimento vertical. É o
padrão de crescimento facial que determina as alterações das estruturas
craniofaciais após o tratamento ortodôntico com extrações.
Os mesmos autores, Darendeliler e Taner-Sarizoy (2001), analisaram também
a influência do tratamento ortodôntico com extrações de pré-molares nas estruturas
dentárias. Eles concluíram que as extrações dos pré-molares e ancoragem
extrabucal associado ao aparelho fixo o alteraram significantemente o overjet, o
ângulo do plano oclusal, altura dentoalveolar ântero-superior e inferior e a inclinação
dos incisivos superiores e inferiores.
O tratamento de escolha, segundo Almeida, M.R. et al. (2006), nos pacientes
dolicofaciais, é a intrusão dos dentes posteriores ou o controle vertical de modo que
os dentes posteriores não extruam, piorando o padrão vertical e aumentado a
mordida aberta anterior. Nestes pacientes, a correção desta sobremordida negativa
está associada às extrações dentárias com a verticalização dos dentes anteriores,
visto que a mesialização dos segmentos posteriores está associada à extrusão
dentária compensatória com vistas à preservação da dimensão vertical de oclusão.
Durante o movimento de mesialização não ocorre a esperada intrusão dos dentes
posteriores, o que seria favorável à correção da mordida aberta.
58
Revisão de Literatura
O controle vertical nos dentes posteriores é realizado por meio de dispositivos
extrabucais de tração alta, bem como qualquer dispositivo ortodôntico que impeça a
extrusão dos dentes posteriores, como barra transpalatina, botão de Nance ou Bite
Block (KUHN, 1968; PEARSON, 1986). Sugere-se que para cada milímetro de
intrusão molar, aproximadamente 3mm de redução da mordida aberta é observada
na região anterior (KUHN, 1968; NANDA, R., 2005). Vários estudos indicam a tração
extrabucal alta para pacientes com tendência de crescimento vertical e oclusão
Classe II, divisão (BROWN, 1978; BURKE; JACOBSON, 1992; CANGIALOSI et
al., 1988; FIROUZ; ZERNIK; NANDA, 1992; GIANCOTTI, 2000).
Em alguns raros pacientes dolicofaciais, faz-se presente uma sobremordida
profunda, apesar do padrão esquelético vertical. Nestes pacientes, a reversão da
curva de Spee inferior e acentuação da curva superior, especialmente fora da fase
de crescimento, com vistas à correção da mordida profunda, poderá acarretar a
extrusão dos dentes posteriores superiores, com a conseqüente rotação horária
mandibular (HOUSTON, 1988; LEVIN, 1991; NANDA, R., 2005), e abertura da
mordida anterior (ALMEIDA, M.R. et al., 2006). Assim, pode haver também uma
piora da sobressaliência pela retrusão do mento devido a esta mesma rotação
mandibular. Então, as extrusões dentárias posteriores são contra-indicadas em
pacientes com excessiva altura facial inferior (NANDA, R., 2005).
O estudo realizado por Woods (2008), relatou uma grande variedade de
respostas da movimentação para anterior da região dentoalveolar mandibular
durante o tratamento da má oclusão de Classe II. Segundo o autor, cada paciente
reage de forma diferente, como por exemplo, nos braquifaciais precisa-se de menor
retração dos dentes maxilares porque o arco mandibular é avançado após a
abertura da mordida anterior. Por outro lado, uma maior retração maxilar é
necessária em pacientes dolicofaciais porque qualquer abertura da mordida não
acarretará no deslocamento anterior da mandíbula. Isso ocorre porque a mandíbula
tem uma maior tendência de crescimento vertical.
Algumas alterações verticais pós-tratamento, nos indivíduos tratados no
período de crescimento, reflete o efeito combinado do crescimento residual assim
como a reação dos tecidos aos movimentos ortodônticos e ortopédicos. Além disso,
a rotação horária ou anti-horária que acompanha o crescimento mandibular e
59
Revisão de Literatura
tratamento pode afetar os resultados finais (BISHARA; PETERSON; BISHARA,
1984; LOVE; MURRAY; MAMANDRAS, 1990).
Alguns autores afirmaram que as mudanças que ocorrem após o tratamento
dependem do tipo facial (BISHARA; JAKOBSEN, 1985; LEIGHTON; HUNTER,
1982). Os mesmos citam como exemplo os dolicofaciais, na qual a rotação
mandibular no sentido horário durante e s-tratamento é maior que nos
braquifaciais Ao contrário, Zaher, Bishara e Jakobsen (1994) mostraram que o tipo
facial não tem significante influência na estabilidade dos resultados do tratamento
ortodôntico, quando comparou as alterações que ocorreram durante e após o
tratamento nos diferentes tipos faciais.
2.4 Alterações do Perfil Mole Decorrente do Tratamento Ortodôntico nos
Dolicofaciais
O sucesso do tratamento ortodôntico está limitado as mudanças favoráveis do
perfil mole (BRAVO, 1994). As inter-relações dos tecidos moles, como nariz, bio e
mento, mudam com o tratamento ortodôntico e com o crescimento (PRAHL-
ANDERSEN et al., 1995; TALASS, M.; TALASS, L.; BAKER, 1987). O perfil
tegumentar é geralmente avaliado por meio de uma linha estética que mede a
posição do lábio com referência ao nariz e mento (NANDA, R.S.; GHOSH, 1995;
RICKETTS, 1957). Apesar de não haver possibilidade de alterar a posição do nariz e
mento apenas com tratamento ortodôntico, mudando a posição dos incisivos
podemos influenciar o perfil labial (ANDERSON; JOONDEPH; TURPIN, 1973;
RAINS; NANDA, 1982; SUBTELNY, 1961; TALASS, M.; TALASS, L.; BAKER, 1987;
WALDMAN, 1982).
Alguns autores acreditam que é incorreto responsabilizar as extrações dos
pré-molares pela indesejada estética facial pós-tratamento (DROBOCKY; SMITH,
1989; YOUNG; SMITH, 1993). Drobocky e Smith (1989) concluíram que a extração
dos quatro primeiros pré-molares geralmente não resulta em perfil aplainado e existe
uma grande variabilidade de respostas do efeito do tratamento. Outros autores
também acreditam que o perfil facial não é achatado significantemente devido
60
Revisão de Literatura
exodontia dos primeiros pré-molares (LUPPANAPORNLARP; JOHNSTON, 1993;
STAGGERS, 1990).
Bishara et al. (1995) indicaram que a decisão de extrair ou não, se baseado
no correto critério de diagnóstico, parece não ter efeito deletério no perfil facial.
Segundo os autores, a protrusão labial é uma característica importante do perfil
facial no pré-tratamento que influencia na decisão de extrações além da
discrepância entre comprimento do arco e tamanho dentário. Após o tratamento, foi
observado que o perfil tegumentar tornou-se mais achatado no grupo com extrações
do que no grupo sem extrações. Os lábios superiores e inferiores ficaram mais
retruídos no grupo com extrações e mais protruídos no grupo sem extrações em
ambos os sexos. Além disso, os incisivos superiores e inferiores foram mais
retruídos e verticalizados no grupo tratado com extrações dos quatro pré-molares.
McLaughlin e Bennett (1995) evidenciaram que existem algumas situações clínicas
em que o perfil facial se torna levemente achatado, sem responsabilizar se o
tratamento foi realizado com ou sem extrações. Segundo os autores, o perfil facial
pode se tornar mais achatado dependendo do padrão de crescimento facial do
paciente. Alguns casos com excessiva altura facial inferior que não foram tratados
com cirurgia podem mostrar um perfil facial aplainado.
Luecke e Johnston (1992) estudaram os efeitos da terapia com extrações e
observaram que o perfil facial tegumentar pareceu ser influenciado mais em
profundidade pelo crescimento do nariz e mento. Outros autores encontraram que a
proeminência do lábio inferior diminuiu em casos tratados com extrações de quatro
primeiros pré-molares (ANDERSON; JOONDEPH; TURPIN, 1973; TALASS, M.;
TALASS, L.; BAKER, 1987). Yogosawa (1990) relatou que a retração do lábio
superior foi 40% e do lábio inferior 70% da retração do incisivo superior.
Ricketts (1960b) observou numa amostra de 1000 pacientes tratados que
possuíam “problemas ortodônticos usuais” uma retração média do lábio superior de
1mm para cada 3mm de retração dos incisivos superiores. O lábio inferior retraiu
pouco mas curvou pra trás com a retração dos incisivos. Anderson, Joondeph e
Turpin (1973) observaram numa amostra de 27 homens e 43 mulheres a proporção
de retração do lábio superior com retração dos incisivos superiores igual a 1:1.5mm.
61
Revisão de Literatura
A espessura do lábio inferior não teve correlação significante com a retração dos
incisivos inferiores durante o tratamento.
No estudo de Ramos et al. (2005), a retração do lábio superior acompanhou a
retração dos incisivos numa proporção de 1:0.75 para pacientes com selamento
labial no pré-tratamento e 1:0.70 para aqueles sem selamento labial no pré-
tratamento. O movimento de translação dos incisivos superiores influenciou na
posição do lábio superior, principalmente no plano horizontal. Segundo os autores,
as alterações verticais dos bios pareceram estar relacionadas com o crescimento,
enquanto que as alterações horizontais foram associadas à retração dos incisivos.
Com o objetivo de avaliar os efeitos do tratamento ortodôntico no perfil facial
tegumentar de pacientes com padrões faciais extremos, Lai, Ghosh e Nanda (2000)
observaram que existe uma larga variação de respostas do tecido mole frente à
movimentação dentária. Devido à grande variação individual dos diferentes padrões
faciais, uma proporção confiável entre quantidade de movimentação dos incisivos e
alterações labiais não pode ser estabelecida.
No estudo de Darendeliler e Taner-Sarizoy (2006), os lábios superiores e
inferiores mostraram uma significante retração devido o uso do aparelho com tração
extrabucal em pacientes dolicofaciais. Os autores sugeriram que a tração extrabucal
deve ser evitada em dolicofaciais, especialmente se os lábios superior e inferior
estão retraídos no início do tratamento ortodôntico. Além disso, afirmaram que evitar
as extrações dos pré-molares, baseado na possibilidade de efeitos significantes em
detrimento da face, não é justificável. Alterações indesejáveis na face dos pacientes
não são geralmente resultados do tratamento ortodôntico, mas sim o resultado do
desenvolvimento fisiológico dos indivíduos.
Jacobs (1978) não encontrou correlação significante entre a quantidade de
retração dos incisivos e o selamento labial. Também não encontrou correlação
significante entre a diminuição da distância vertical entre lábio superior e bio
inferior com extrusão ou intrusão dos incisivos superiores durante movimento de
retração. Segundo o autor, as características dos bios têm influência na resposta
dos mesmos em relação à retração dos incisivos superiores e inferiores. Oliver (1982)
observou que pacientes com lábios finos apresentaram uma correlação significante
62
Revisão de Literatura
entre retração dos incisivos e retração labial. No entanto, pacientes com lábios
espessos não apresentaram correlação entre retração dos incisivos e retração labial.
Além disso, lábios superiores tensos apresentaram correlação significante entre as
alterações dos incisivos superiores e mudanças no vermelhidão labial, enquanto que
lábios inferiores tensos não apresentaram essa correlação. No estudo de Perkins e
Staley (1993), a retração dos incisivos superiores não teve correlação significante
com a redução do vermelhidão labial superior e inferior. A retração dos incisivos
inferiores teve correlação significante com a redução do vermelhidão labial inferior. A
rotação mandibular pareceu ser a variável mais significante para predizer a resposta
dos lábios superiores e inferiores com o tratamento (RAINS; NANDA, 1982).
As três alterações no perfil tegumentar clinicamente significantes que
ocorreram em resposta da retração dos incisivos superiores em pacientes com
oclusão Classe II, 1
a
divisão, foram retração do lábio superior, aumento do
comprimento do lábio inferior e aumento do ângulo nasolabial. Outras alterações no
perfil mole foram a retração do lábio inferior, a redução da distância interlabial, o
aumento de espessura dos lábios superiores e inferiores e o aumento da altura facial
inferior tegumentar (TALASS, M.; TALASS, L.; BAKER, 1987). Além disso, o
comprimento do lábio superior não aumentou com o crescimento e nem com o
tratamento ortodôntico. No geral, segundo os autores, as alterações do lábio inferior
em resposta à movimentação dentária ortodôntica foi mais predictível que as do
lábio superior. Wisth (1974) mostrou que a sobressaliência inicial não é um fator
importante na retração do lábio superior.
Kasai (1998) estudou a adaptabilidade dos tecidos moles frente as mudanças
dos tecidos duros e observou que, em todos os aspectos, o perfil mole não reflete
diretamente as mudanças sofridas pelos tecidos duros durante o tratamento
ortodôntico. Esses resultados sugerem que os lábios possuem algumas
características espaciais, funcionais e estruturais inerentes. Algumas partes do
tecido mole, como o lábio inferior mostrou associação forte com as mudanças
esqueléticas, enquanto que outras partes tendem a ser mais independente das
mudanças dos tecidos duros. Os lábios superiores e o formato do queixo estão mais
associados com a posição das bases ósseas, altura facial anterior e posição estática
dos incisivos inferiores. Os resultados deste estudo mostram uma evidência forte,
63
Revisão de Literatura
porém complexa, entre relacionamento das mudanças nos tecidos duros e tecidos
moles. Além disso, o autor sugere que uma combinação de variáveis lineares dos
tecidos duros pode ser útil para predizer as mudanças nos tecidos moles com
razoável grau de exatidão. Porém, ainda afirma que os ortodontistas devem ter
precaução na utilização de métodos predictivos devido à variação da espessura e
tensão dos tecidos moles.
O perfil facial harmonioso, uma importante meta do tratamento ortodôntico, é
geralmente difícil de alcançar devido aos tecidos moles variarem muito em
espessura. Essas variações não ocorrem somente pelo desequilíbrio dos dentes e
estrutura esquelética mas também é o resultado das variações individuais de
espessura e tônus dos tecidos moles (SINGH, 1990).
Segundo Lo e Hunter (1982), a alteração ocorrida no ângulo nasolabial é um
fator importante que deve ser considerado no planejamento do tratamento. Os
autores citam como exemplo, nos pacientes com oclusão Classe II, 1
a
divisão,
não é desejável um ângulo goníaco obtuso mas o tratamento pode aumentar esse
ângulo e o perfil tornar-se não esteticamente agradável. Em seu estudo, eles
observaram que o ângulo nasolabial não alterou significantemente com o
crescimento. O aumento do ângulo nasolabial teve correlação significante com a
quantidade de retração dos incisivos superiores no tratamento da má oclusão Classe
II. Além disso, os aumentos da altura facial inferior e plano mandibular durante o
tratamento foi acompanhado com o aumento do ângulo nasolabial. A alteração do
ângulo nasolabial no grupo com extrações não foi significantemente diferente do
grupo sem extrações.
Vários autores encontraram um aumento do ângulo nasolabial e retração dos
lábios superior e inferior no tratamento com extrações (BRAVO, 1994; DROBOCKY;
SMITH, 1989; RAMOS et al., 2005). Talass, M., Tallas, L. e Baker (1987) reportaram
que as significantes mudanças do tecido mole devido ao tratamento ortodôntico
incluem a retração do lábio superior e aumento do ângulo nasolabial. Contudo,
Darendeliler e Taner-Sarisoy (2006), com o propósito de avaliar os efeitos do
tratamento com extrações associado ou não da tração extrabucal no perfil mole de
diferentes padrões de crescimento, afirmaram que o tipo facial ou o uso do aparelho
com tração extrabucal não afetaram o ângulo nasolabial.
64
Revisão de Literatura
O ângulo nasolabial tende a aumentar após a retração dos incisivos, mas
existe pouca predição para essa resposta (RAMOS et al., 2005). Apesar da pequena
amostra estudada, os resultados deste estudo confirmaram que existe uma grande
variação individual e um ângulo nasolabial obtuso não é o resultado automático do
tratamento com retração dos incisivos superiores. A individualização do crescimento
da base nasal e não necessariamente a anatomia do lábio superior é a maior causa
da variabilidade do ângulo nasolabial. Porém, o estudo de Lo e Hunter (1982)
mostrou que aproximadamente 90% das mudanças do ângulo nasolabial foram
relacionadas com as alterações do lábio superior. Apenas 10% do aumento do
ângulo nasolabial foram relacionados com as alterações da base nasal.
O tratamento ortodôntico com extrações de quatro pré-molares, segundo
Proffit (1994), analisado por meio das fichas clínicas da Universidade da Carolina do
Norte, indicou nos últimos quarentas anos um aumento e depois uma diminuição dos
casos tratados com extrações dos quatro primeiros pré-molares. O aumento inicial
das extrações dos primeiros pré-molares (de 1953 a 1963), ocorreu devido às
pesquisas justificarem uma maior estabilidade em longo prazo. O declínio posterior
(de 1983 a 1993) se deve a vários fatores como o impacto da extração na estética
facial, dados sugerem que não há garantia de estabilidade, interesse a respeito das
disfunções temporomandibulares e mudanças na técnica.
A decisão da realização ou não de extrações de casos ortodônticos com
discrepâncias intra-arcos limítrofes deve ser baseada nas características dos
padrões faciais de cada paciente, com o objetivo de obter uma estética facial
harmoniosa (JANSON et al., 2002). As possíveis variações de respostas dos tecidos
moles frente ao tratamento ortodôntico devem ser discutidas com o paciente antes
de iniciar qualquer procedimento (TALASS, M.; TALASS, L.; BAKER, 1987). O
resultado estético de todas as mudanças ocorridas no perfil facial, devido ao
tratamento ortodôntico, são difíceis de medir apenas com números e existe um certo
grau de subjetividade, no qual varia de acordo com diferentes conceitos de beleza,
grupos sociais e raças (BRAVO, 1994).
Proposição
67
Proposição
3. PROPOSIÇÃO
O propósito deste trabalho consiste em avaliar e comparar cefalometricamente,
através de telerradiografias em norma-lateral, as alterações dentoesqueléticas e
tegumentares de dolicofaciais com oclusão Classe II, divisão, tratados sem e
com extrações, combinado com aparelho ortodôntico fixo e ancoragem extrabucal
occipital.
As comparações intergrupos foram avaliadas por meio de uma divisão em
tópicos:
3.1- Relação ântero-posterior das bases ósseas;
3.2- Padrão de crescimento;
3.3- Altura facial;
3.4- Relações dentárias;
3.5- Perfil tegumentar;
3.6- Baseado nas variáveis analisadas, quando está indicado o tratamento
com extrações nos dolicofaciais.
Material e Métodos
71
Material e Métodos
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAL
4.1.1 Obtenção da Amostra
A amostra utilizada para a realização deste estudo constitui-se de 92
telerradiografias em norma lateral, tomadas de 46 pacientes leucodermas,
radiografados antes e após o tratamento ortodôntico finalizado. Todos os jovens
foram submetidos ao tratamento ortodôntico nos cursos de Pós-Graduação “lato
sensu“ e “stricto sensu” da Disciplina de Ortodontia da Faculdade de Odontologia de
Bauru, da Universidade de São Paulo e no Curso de Especialização da Assessoria e
Consultoria em Ortodontia, Pesquisa e Ensino (ACOPEN).
Para padronização dos grupos, consideraram-se os seguintes critérios para a
seleção da amostra:
1) Jovens leucodermas brasileiros, com ascendência mediterrânea de portugueses,
espanhóis e/ou italianos;
2) Faixa etária dos 10 aos 15 anos de idade, de ambos os gêneros;
3) Jovens com padrão de crescimento facial vertical (dolicofaciais), todos com
ângulo FMA maior que 28
o
;
4) Presença da oclusão de Classe II, divisão, sendo a severidade de no
mínimo ½ Classe II de molar, constatada por meio das fichas clínicas e de
modelos de estudo;
5) Tratados com ou sem extrações dos quatro primeiros pré-molares e com a técnica
do Arco de Canto Simplificada associada ao aparelho extrabucal occipital;
6) Presença de todos os dentes permanentes superiores e inferiores, até os
primeiros molares permanentes e sem mutilações no arco dentário;
7) Ausência de qualquer anomalia de número e forma dos dentes permanentes
superiores e inferiores.
72
Material e Métodos
A amostra dividiu-se em dois grupos:
- Grupo 1, composto por 46 telerradiografias (23 pré-tratamento e 23 pós-tratamento)
de jovens com padrão de crescimento facial vertical (dolicofaciais), com oclusão
Classe II, 1ª divisão, sendo selecionado ambos os gêneros masculino e feminino.
Todos tratados com aparelho ortodôntico fixo, ancoragem extrabucal occipital e sem
extrações.
- Grupo 2, composto por 46 telerradiografias (23 pré-tratamento e 23 pós-tratamento)
de jovens com padrão de crescimento facial vertical (dolicofaciais), com oclusão
Classe II, 1ª divisão, sendo selecionado ambos os gêneros masculino e feminino.
Todos tratados com aparelho ortodôntico fixo, ancoragem extrabucal occipital e com
extrações dos quatro primeiros pré-molares.
Para a realização do tratamento ortodôntico, todos os pacientes dos Grupos 1
e 2 submeteram-se ao aparelho fixo utilizando-se os acessórios da técnica do Arco
de Canto Simplificada, como a placa lábio ativa (PLA), elásticos intermaxilares e um
sistema de ancoragem composto pelo aparelho extrabucal com tração occipital (IHG).
Os pacientes utilizaram ancoragem extrabucal occipital por no mínimo 14 horas
diárias (Figura 4.1).
Figura 4.1 - Foto ilustrativa do aparelho extrabucal com tração occipital (IHG).
73
Material e Métodos
4.2 MÉTODOS
4.2.1 A obtenção das telerradiografias em norma lateral
As telerradiografias, em norma lateral, pré e pós-tratamento dos jovens da
amostra foram obtidas com os pacientes em máxima intercuspidação habitual, com
os lábios em repouso e obedecendo-se aos critérios convencionalmente aceitos de
padronização para a tomada radiográfica e para o processamento dos filmes
radiográficos, segundo a Disciplina de Radiologia da Faculdade de Odontologia de
Bauru.
Devido ao fato das radiografias terem sido tomadas em diferentes centros de
documentação, tomou-se o cuidado de indicar o fator de magnificação, permitindo a
sua correção pelo próprio programa.
4.2.2 A elaboração dos cefalogramas
Sobre cada telerradiografia adaptou-se uma folha de papel de acetato
transparente “Ultraphan”, de tamanho 17,5cm x 17,5cm e espessura de 0,07mm.
Procedeu-se o traçado dos cefalogramas utilizando-se um negatoscópio em uma
sala escurecida para melhor visualização das estruturas anatômicas de interesse.
Após a demarcação dos pontos cefalométricos, os mesmos foram computadorizados
com o auxílio de uma mesa digitalizadora Numonics A-30TLF
1
, interligada a um
microcomputador. Os traçados e a digitalização dos pontos foram realizados pelo
examinador e os dados foram armazenados e mensurados pelo programa
Dentofacial Planner, versão 7.02
2
.
1
Numonics Corporation – 101 Commerce Drive, Montgomerryville, PA 18963
2
Dentofacial Software Inc. – 100 Simcoe Street, Suite 303, Toronto, Ontario, Canada
74
Material e Métodos
4.2.3 Delimitação do desenho anatômico (Figura 4.2)
O traçado cefalométrico compreendeu o contorno das seguintes estruturas
anatômicas:
- Perfil mole;
- Osso frontal e ossos próprios do nariz;
- Osso esfenóide;
- Sela túrcica;
- Meato acústico externo;
- Cavidades orbitárias;
- Fissura pterigomaxilar;
- Maxila;
- Mandíbula;
- Incisivos centrais superiores e inferiores;
- Primeiros molares superiores e inferiores.
75
Material e Métodos
Figura 4.2 – Delimitação do desenho anatômico.
76
Material e Métodos
4.2.4 Demarcação dos pontos cefalométricos de interesse (Figura 4.3)
Após o traçado das estruturas anatômicas identificaram-se os seguintes
pontos cefalométricos:
1. Násio (N) – interseção da sutura internasal com a sutura frontonasal;
2. Orbitário (Or) – ponto mais inferior da margem infraorbitária;
3. Espinha Nasal Posterior (ENP) – ponto mais posterior do palato duro;
4. Espinha Nasal Anterior (ENA) – ponto mais anterior do palato duro;
5. Ponto A (A) – ponto mais profundo da concavidade anterior da maxila;
6. Vestibular do Incisivo Superior (VIS) ponto mais saliente da coroa do incisivo
superior;
7. Incisal do Incisivo Superior (IIS) – ponto mais inferior da coroa do incisivo superior;
8. Ápice do Incisivo Superior (AIS) ponto localizado no ápice da raiz do incisivo
superior;
9. Vestibular do Incisivo Inferior (VII) ponto mais saliente da coroa do incisivo
inferior;
10. Incisal do Incisivo Inferior (III) – ponto mais superior da coroa do incisivo inferior;
11. Ápice do Incisivo Inferior (AII) ponto localizado no ápice da raiz do incisivo
inferior;
12. Cúspide do Molar Inferior (CMI) ponto mais superior da cúspide mesial do
primeiro molar inferior;
13. Cúspide do Molar Superior (CMS) ponto mais inferior da cúspide mesial do
primeiro molar superior;
14. Ponto D (D) – ponto no centro da sínfise mandibular;
15. Ponto B (B) – ponto mais profundo da concavidade anterior da mandíbula;
16. Pogônio (Pg) – ponto mais proeminente do mento ósseo;
17. Gnátio (Gn) – ponto mais ântero-inferior do contorno do mento ósseo;
18. Mentoniano (Me) – ponto mais inferior do contorno da sínfise mentoniana;
19. Gônio (Go) – ponto mais póstero-inferior do contorno do ângulo goníaco;
20. Condílio (Co) ponto mais posterior e superior do contorno do côndilo
mandibular;
21. Pório (Po) – ponto mais superior do meato auditivo externo;
22. Sela (S) – centro da concavidade óssea da sela túrcica;
77
Material e Métodos
23. Fissura Pterigomaxilar (PTM) ponto mais póstero-superior da fissura
pterigomaxilar;
24. Columela (Cm) – ponto mais anterior da columela nasal;
25. Subnasal (Sn) ponto situado na confluência da margem inferior da columela
nasal e o filtro labial;
26. Labial superior (Ls) – ponto mais superior do vermelhão do lábio superior;
27. Labial inferior (Li) – ponto mais inferior do vermelhão do lábio inferior;
28. Pogônio Tegumentar (Pog’) – ponto mais anterior do contorno do mento mole;
29. Mentoniano Tegumentar (Me’) – ponto mais inferior do mento mole.
78
Material e Métodos
Figura 4.3 – Pontos cefalométricos utilizados.
79
Material e Métodos
4.2.5 Linhas e planos de referência (Figura 4.4)
Para a realização das medições cefalométricas, identificaram-se as seguintes
linhas e planos de referência:
1. Linha da base do crânio (S-N) – da sela túrcica ao násio;
2. Plano de Frankfort (Po-Or) – do pório ao orbitário;
3. Plano Palatino (ENA-ENP) – da espinha nasal anterior à espinha nasal posterior;
4. Plano Oclusal de Downs (III-CMI) da incisal do incisivo inferior ao ponto médio
de intercuspidação entre os molares superior e inferior;
5. Plano Mandibular (Go-Me) – do gônio ao mento;
6. Plano Mandibular (Go-Gn) – do gônio ao gnátio;
7. Longo eixo do incisivo inferior (III-AII) da borda incisal do incisivo inferior ao
ápice da raiz do incisivo inferior;
8. Longo eixo do incisivo superior (IIS-AIS) da borda incisal do incisivo superior ao
ápice raiz do incisivo superior;
9. Linha PTV – linha perpendicular ao plano de Frankfort passando pelo ponto PTM;
10. Linha N-perp – perpendicular ao plano de Frankfort, passando pelo násio;
11. Linha S (S) – do pogônio mole ao ponto columela;
12. Linha de Holdaway (H) ponto mais anterior do pogônio mole ao ponto mais
superior do vermelhão do lábio superior;
13. Altura facial ântero-inferior (AFAI) da projeção do ponto ENA até a projeção do
ponto Me perpendiculares à linha N-Perp;
14. Altura facial anterior total (AFAT) da projeção do ponto N à projeção do ponto
Me perpendicular à linha N-perp.
80
Material e Métodos
Figura 4.4 – Linhas e planos de referência utilizados.
81
Material e Métodos
4.2.6 Obtenção das variáveis cefalométricas
4.2.6.1 Grandezas angulares e lineares relacionadas à discrepância ântero-
posterior (Figura 4.5)
1. NAP – ângulo formado pela linha NA e o prolongamento da linha AP;
2. ANB – diferenças dos ângulos SNA e SNB;
3. SNA – ângulo formado pelas linhas SN e NA;
4. SNB – ângulo formado pelas linhas SN e NB;
5. SND – ângulo formado pelas linhas SN e ND;
6. A-Nperp – distância horizontal do ponto A perpendicular à linha N-perp;
7. Co-A – comprimento efetivo da maxila, distância entre o condílio e o ponto A;
8. Co-Gn comprimento efetivo da mandíbula, distância entre o ponto condílio e o
gnátio;
9. (Co-A)-(Co-Gn) – diferença maxilomandibular;
10. P-NB – distância do pogônio perpendicularmente à linha NB.
82
Material e Métodos
Figura 4.5 Grandezas angulares e lineares relacionadas à discrepância ântero-
posterior
83
Material e Métodos
4.2.6.2 Grandezas angulares relacionadas ao padrão de crescimento
(Figura 4.6)
1. Ângulo SN.PP – ângulo formado pela linha SN e o plano palatino;
2. SN.Ocl – ângulo formado pela linha S-N e o plano oclusal;
3. SN.GoGn – ângulo formado pela linha SN e o plano mandibular (GoGn);
4. NS. Gn – ângulo formado pela linha SN e o ponto Gn;
5. FMA – ângulo formado pelo plano de Frankfort e o plano mandibular (GoMe).
Figura 4.6 – Grandezas angulares relacionadas ao padrão de crescimento
84
Material e Métodos
4.2.6.3 Grandezas lineares relacionadas às alturas faciais (Figura 4.7)
1. AFAI da projeção do ponto ENA sobre a linha N-perp até a projeção do ponto
Me;
2. AFAT – da projeção ponto N à projeção do ponto Me sobre a linha N-perp;
3. AFAI/AFAT – proporção entre a AFAI e a AFAT;
4. S-Go distância entre os pontos sela e gônio, representando a altura facial
posterior.
Figura 4.7 – Grandezas lineares relacionadas às alturas faciais
85
Material e Métodos
4.2.6.4 Grandezas angulares e lineares dentárias (Figura 4.8)
1. 1sup.PP ângulo formando pelo longo eixo do incisivo superior e o plano palatino;
2. 1sup.NA – ângulo formado pela linha NA e o longo eixo do incisivo superior;
3. 1inf.NB – ângulo formado pela linha NB e o longo eixo do incisivo inferior;
4. IMPA ângulo formado pelo longo eixo do incisivo inferior e o plano mandibular
Go-Me;
5. 1sup-NA distância perpendicular da parte mais anterior do incisivo superior à
linha NA;
6. 1inf-NB distância perpendicular da parte mais anterior do incisivo inferior à linha
NB;
7. Overjet distância linear horizontal da borda incisal do incisivo superior até a
borda incisal do incisivo inferior, medido paralelamente ao plano oclusal;
8. Overbitedistância linear vertical da borda incisal do incisivo superior até a borda
incisal do incisivo inferior, medido perpendicularmente ao plano oclusal;
9. 6sup-PP distância da ponta da cúspide mesial do primeiro molar superior
permanente perpendicular ao plano palatino;
10. 6inf-PM distância da ponta da cúspide mesial do primeiro molar inferior
permanente perpendicular ao plano mandibular (GoMe);
11. 6sup-PTV distância horizontal da cúspide mesial do primeiro molar superior
permanente perpendicular à linha PTV;
12. 6inf-PTV – distância horizontal da cúspide mesial do primeiro molar inferior
permanente perpendicular à linha PTV.
86
Material e Métodos
Figura 4.8 – Grandezas angulares e lineares dentárias
87
Material e Métodos
4.2.6.5 Grandezas angulares e lineares relacionadas ao perfil tegumentar
(Figura 4.9)
1. H.NB – ângulo formado pelas linhas de Holdaway e NB;
2. Ls-S – distância da porção mais proeminente do lábio superior à linha S;
3. Li-S – distância da porção mais proeminente do lábio inferior à linha S;
4. Ls-Li – distância entre os pontos labial superior e labial inferior, paralelo a linha N-
Perp;
5. ANL – ângulo formado pelas linhas Cm-Sn e Sn-Ls;
6. Sn-Me’ distância dos pontos Sn até Me’ representando a altura facial
tegumentar inferior, paralelo a linha N-Perp.
88
Material e Métodos
Figura 4.9 – Grandezas angulares e lineares relacionadas ao perfil tegumentar
89
Material e Métodos
4.2.7 A determinação do padrão de crescimento facial e severidade da
oclusão
Para a determinação do padrão de crescimento facial dos pacientes
selecionados para a amostra dos grupos 1 e 2 foi avaliada a ficha clínica dos
pacientes. Foram selecionados todos aqueles que possuíam o ângulo FMA maior
que 28º, pois segundo Tweed (1946) estes possuem vetor de crescimento
desfavorável, ou seja, maior tendência de crescimento vertical. O ângulo FMA foi
determinado como critério de seleção da amostra por ser um ângulo conhecido
internacionalmente.
Segundo Tweed (1946), quando o plano de Frankfort e o plano mandibular
(ângulo FMA) for entre 16
o
e 28
o
, o vetor do crescimento craniofacial para baixo e
para frente está dentro do padrão de normalidade. Nestes casos freqüentemente
haverá padrão de crescimento ósseo com pouco desvio da normalidade, mesmo que
a má oclusão seja severa. O prognóstico varia de excelente a bom e representa 60%
dos pacientes. Quando o ângulo FMA varia entre 2a 35º, o vetor do crescimento
craniofacial é desfavorável. O prognóstico varia de bom a ruim à medida que
aumenta o ângulo FMA.
Para a determinação da severidade da oclusão dos pacientes
selecionados para a amostra dos grupos 1 e 2 foram avaliados a ficha clínica e o
modelo inicial dos pacientes. A relação dentária foi classificada como Classe I, ¼ de
Classe II, ½ de Classe II, ¾ de Classe II e Classe II completa. Para pertencer à
amostra, o paciente deveria ter pelo menos relação molar de ½ Classe II de um lado
das arcadas (direito ou esquerdo).
4.2.8 Erro do Método
Para determinar o erro metodológico, selecionou-se, aleatoriamente, 20
telerradiografias, sendo 10 pertencentes ao grupo 1 e 10 pertencentes ao grupo 2.
Estas foram retraçadas e medidas novamente, com um intervalo de um mês entre as
medições, obtendo-se duas medidas para as mesmas variáveis, entretanto, em
90
Material e Métodos
tempos diferentes. A diferença entre a primeira e a segunda medição de cada
variável foi utilizada para calcular os erros metodológicos.
4.2.8.1 Erro sistemático
Calculou-se o erro sistemático do método com a aplicação do teste “t” pareado,
ao nível de significância de 5%, comparando-se as médias de cada grandeza
cefalométrica das leituras iniciais e das repetições das 20 telerradiografias
selecionadas ao acaso.
4.2.8.2 Erro casual
Obteve-se o erro casual dos valores obtidos em tempos distintos, de acordo
com a fórmula proposta por DAHLBERG (1940):
na qual: “dindica a diferença entre as mensurações de uma mesma variável e “n”
indica o número de pares de cefalogramas comparados.
Considerou-se que erros acima de 1 mm para as medidas lineares e erros
acima de 1,5
o
para as medidas angulares seriam significantes.
4.3 ANÁLISE ESTATÍSTICA
A análise estatística, após a obtenção dos dados de interesse para esse
estudo, objetivou a comparação intragrupo e intergrupos:
- Teste Qui-Quadrado avaliou a homogeneidade da amostra em relação ao
gênero e severidade da má oclusão Classe II, 1ª divisão;
91
Material e Métodos
- Teste t dependente identificou as alterações mais significativas observadas
ao início e término do tratamento para a avaliação das alterações intragrupos;
- Teste t identificou as diferenças observadas no pré-tratamento, pós-
tratamento e alterações durante o tratamento intergrupos;
- Teste estatístico de correlação de Pearson (“r”) foi realizado para verificar a
existência de alguma correlação entre as grandezas lineares e angulares quanto às
alterações no padrão de crescimento facial, altura facial e perfil tegumentar com
alterações dentárias (molares e incisivos) em ambos os grupos;
- A utilização dos testes paramétricos foi possível devido à distribuição normal
das variáveis observada no teste Kolmogorov-Smirnov.
Todos os testes foram realizados a partir do programa Statistica
3
adotando um
nível de significância de 5%, ou seja, considerando 95% dos resultados.
3
Statistica for Windows - Release 7.0 - Copyright Statsoft, Inc. 2001.
Resultados
95
Resultados
5. RESULTADOS
Neste capítulo, apresentaram-se os resultados mediante as análises
estatísticas, indicadas de acordo com as características da pesquisa realizada. As
tabelas exibem as médias, os desvios-padrão e a significância estatística dos
resultados observados.
Os valores individuais, de cada paciente, referentes a todas as grandezas
cefalométricas utilizadas, apresentam-se delineados nas tabelas do apêndice.
A Tabela 5.1 apresenta as médias das idades iniciais e finais dos pacientes e
o tempo de tratamento avaliado, de acordo com cada grupo. Pode-se observar que
não houve diferença estatisticamente significante nas idades iniciais e finais dos
indivíduos que compõem a amostra dos grupos 1 e 2, assim como o tempo de
tratamento.
A Tabela 5.2 apresenta por meio do teste Qui-quadrado a distribuição
equilibrada dos gêneros masculino e feminino em ambos os grupos.
A Tabela 5.3 mostra a distribuição similar da severidade da oclusão de
Classe II, divisão de Angle dos pacientes selecionados para compor a amostra
por meio do teste Qui-quadrado.
96
Resultados
Tabela 5.1 – Média das idades iniciais e finais (em anos) dos pacientes selecionados
nos dois grupos e o tempo de tratamento.
Variáveis Grupo 1 Grupo 2
(anos)
(N=23)
(N=23)
p
Média DP Média DP
Idade Inicial 12,36 1,14 12,29 1,03 0,81
Idade Final 14,55 1,25 14,78 1,16 0,51
Tempo deTratamento 2,18 0,45 2,48 0,69 0,08
Significante para p<0,05.
Tabela 5.2 Qui-quadrado e distribuição dos gêneros masculino e feminino na
amostra estudada nos grupos 1 e 2.
GRUPO Gênero Masculino Gênero Feminino Total
1
11 12 23
2
9 14 23
Total
20 26 46
x
2
= 0,35 gl=1 p = 0,55
Significante para p<0,05.
Tabela 5.3 Qui-quadrado e distribuição da severidade da oclusão de Classe II,
1ª divisão, da amostra estudada nos grupos 1 e 2.
GRUPO
Cl II 1/2
Cl II 3/4
Cl II completa
Total
1 12 4 7 23
2 10 3 10 23
Total 22 7 17 46
x
2
= 0,85 gl = 2 p = 0,65
Significante para p<0,05.
97
Resultados
5.1 ERRO DO MÉTODO
Os valores da e da 2ª medições das 20 telerradiografias estão
representados na tabela 5.4, com os respectivos resultados do erro casual
(Dahlberg) e do erro sistemático (teste t dependente).
No erro sistemático, dentre 37 variáveis, somente 4 (1inf.NB, IMPA, 1sup-NA
e 1inf-NB) apresentaram diferença estatisticamente significante, em um nível de
significância de 5%; representando 10,8% do total . É importante ressaltar que
apesar da diferença significante, a média entre a primeira e a segunda medição das
variáveis significantes não ultrapassou 1,5º para medidas angulares e 1mm para
medidas lineares, o que tornaria realmente significante. O erro casual variou de 0,08
(SN.GoGn) a 2,17 (ANL).
98
Resultados
Tabela 5.4 - Resultados do teste t dependente e Dahlberg para análise dos erros
metodológicos.
1
a
Medição 2
a
Medição
Variáveis
(N=20)
(N=20)
Erro
p
Média
DP
Média
DP
Relação Ântero-Posterior das Bases Ósseas
NAP
5,18 5,81 5,43 5,81
0,44
0,07
ANB 3,43 2,31 3,51 2,32 0,14 0,08
SNA
77,14 5,62 77,19 5,35 0,47 0,72
SNB
73,70 4,20 73,62 3,96 0,48 0,62
SND
71,32 3,60 71,20 3,33 0,50 0,49
A-Nperp
-3,77 4,35 -3,58 4,34 0,36 0,10
Co-A
81,73 4,70 81,67 4,82 0,27 0,54
Co-Gn
107,73 5,43 107,51 5,54 0,41 0,09
(Co-A)(Co-Gn)
26,00 4,22 25,84 4,01 0,32 0,13
P-NB
1,59 1,53 1,59 1,70 0,32 1,00
Padrão de Crescimento
SN.PP
8,09 3,81 8,02 3,58 0,70 0,74
SN.Ocl
18,32 3,33 18,36 3,26 0,58 0,83
SN.GoGn
40,29 5,08 40,26 5,07 0,08 0,33
NS.Gn
72,71 3,75 72,85 3,40 0,49 0,36
FMA
34,00 3,97 33,93 3,95 0,22 0,30
Altura Facial
AFAI
65,77 3,56 65,76 3,61 0,31 0,88
AFAT
114,56 6,98 114,76 7,10 0,49 0,21
AFAI/AFAT
57,48 2,15 57,36 2,10 0,29 0,23
S-Go
67,93 4,90 67,96 4,95 0,15 0,55
Relações Dentárias
1sup.PP
111,10 6,74 111,48 6,55 0,77 0,12
1sup.NA
25,87 5,62 26,29 5,00 0,78 0,09
1inf.NB
24,65 4,68 25,95 4,69 1,26 0,00
IMPA
88,15 5,19 89,04 5,21 0,84 0,00
1sup-NA
6,37 1,72 6,45 1,73 0,09 0,00
1inf-NB
6,33 1,92 6,46 1,90 0,17 0,02
Overjet
4,82 2,63 4,97 2,61 0,28 0,10
Overbite
1,73 1,81 1,69 1,80 0,10 0,17
6sup-PP
23,71 1,97 23,74 2,08 0,42 0,86
6inf-PM
29,41 2,52 29,36 2,67 0,49 0,78
6sup-PTV
20,43 4,55 20,70 4,65 0,54 0,12
6inf-PTV
21,93 4,62 21,90 4,71 0,43 0,81
Perfil Tegumentar
H.NB
12,97 4,39 13,01 4,38 0,15 0,43
Ls-S
-0,91 2,29 -0,75 2,25 0,40 0,22
Li-S
2,39 2,29 2,51 2,21 0,26 0,13
Ls-Li
21,49 4,60 21,28 4,57 0,53 0,22
ANL
104,14 10,34 104,99 11,65 2,17 0,23
Sn-Me'
80,22 4,79 80,41 4,84 0,82 0,48
99
Resultados
5.2 COMPARAÇÃO INTRAGRUPO
5.2.1 Grupo 1 – grupo sem extração
De acordo com o teste estatístico realizado para identificar as diferenças
significantes entre os tempos pré e pós-tratamento ortodôntico no grupo tratado sem
extrações dos quatro primeiros pré-molares, a maioria das grandezas apresentou
diferença estatisticamente significante, como se pode observar na Tabela 5.5.
5.2.2 Grupo 2 – grupo com extração
A avaliação das diferenças entre p e pós-tratamento ortodôntico no grupo
dos pacientes tratados com extrações dos quatro primeiros pré-molares, demonstrou
significância para a maioria das grandezas cefalométricas analisadas, de acordo
com o teste estatístico empregado. Os resultados observados apresentam-se
expostos na Tabela 5.6.
100
Resultados
Tabela 5.5 - Diferenças entre pré e s-tratamento no grupo sem extrações
(grupo 1).
Grupo 1
Grupo 1
Variáveis
PRÉ-TRATAMENTO PÓS-TRATAMENTO
p
Média DP Média DP
Relação Ântero-Posterior das Bases Ósseas
NAP 7,27 5,04 5,25 5,10 0,02
ANB 4,51 2,19 3,64 2,13 0,04
SNA 78,58 3,80 77,50 3,64 0,02
SNB 74,08 2,70 73,86 2,84 0,54
SND 71,57 2,60 71,65 2,79 0,83
A-Nperp -1,56 3,25 -2,71 3,88 0,02
Co-A 82,99 3,66 84,29 3,86 0,04
Co-Gn 106,05 4,44 110,60 4,74 0,00
(Co-A)(Co-Gn) 23,06 3,49 26,30 4,56 0,00
P-NB 1,85 1,08 2,18 1,35 0,03
Padrão de Crescimento
SN.PP 8,41 3,20 8,63 3,56 0,66
SN.Ocl 17,90 2,99 20,03 3,91 0,01
SN.GoGn 38,03 3,06 38,86 3,29 0,10
NS.Gn 70,50 2,22 71,65 2,68 0,00
FMA 30,65 2,38 31,31 3,77 0,22
Altura Facial
AFAI 62,14 4,15 66,49 4,94 0,00
AFAT 111,15 5,50 117,22 6,52 0,00
AFAI/AFAT 55,89 1,87 56,69 2,05 0,00
S-Go 66,01 4,00 70,00 5,54 0,00
Relações Dentárias
1sup.PP 110,04 6,18 106,91 4,24 0,02
1sup.NA 23,05 6,16 20,78 4,14 0,09
1inf.NB 25,00 5,02 27,65 5,14 0,03
IMPA 90,55 6,44 92,66 6,67 0,10
1sup-NA 5,76 2,06 5,42 2,01 0,37
1inf-NB 6,18 1,73 7,02 1,96 0,00
Overjet
5,34 2,23 2,87 0,75 0,00
Overbite
3,19 1,61 2,08 0,90 0,00
6sup-PP 21,55 1,82 23,28 2,16 0,00
6inf-PM 26,96 2,36 29,51 2,92 0,00
6sup-PTV 20,96 3,17 20,76 3,62 0,71
6inf-PTV 21,60 3,23 23,47 3,72 0,00
Perfil Tegumentar
H.NB 13,94 3,80 12,07 3,37 0,00
Ls-S -0,05 1,76 -1,17 1,48 0,00
Li-S 2,22 1,89 1,93 2,39 0,39
Ls-Li 20,47 4,41 21,90 4,08 0,14
ANL 108,98 10,07 109,48 11,61 0,75
Sn-Me' 78,52 4,83 82,01 5,00 0,00
101
Resultados
Tabela 5.6 - Diferenças entre pré e s-tratamento no grupo com extrações
(grupo 2).
Variáveis
Grupo 2
Grupo 2
PRÉ-TRATAMENTO S-TRATAMENTO
p
Média DP Média DP
Relação Ântero-Posterior das Bases Ósseas
NAP 8,51 5,66 3,63 5,87 0,00
ANB 4,93 2,53 2,95 2,29 0,00
SNA 78,87 4,32 77,39 4,73 0,00
SNB 73,95 3,21 74,42 3,32 0,23
SND 71,36 3,18 72,50 3,00 0,01
A-Nperp -1,27 3,45 -3,47 3,80 0,01
Co-A 81,01 4,51 81,78 4,25 0,11
Co-Gn 104,40 5,08 109,54 6,81 0,00
(Co-A)(Co-Gn) 23,40 4,14 27,77 5,32 0,00
P-NB 1,22 0,98 2,31 1,65 0,00
Padrão de Crescimento
SN.PP 8,68 4,46 8,69 3,07 0,99
SN.Ocl 18,40 3,53 18,90 3,44 0,53
SN.GoGn 39,99 3,64 39,11 4,27 0,10
NS.Gn 71,91 3,79 71,40 3,30 0,24
FMA 32,70 3,14 32,37 3,60 0,62
Altura Facial
AFAI 62,81 4,25 65,76 4,91 0,00
AFAT 110,08 6,34 114,90 7,24 0,00
AFAI/AFAT 57,07 2,22 57,22 2,03 0,55
S-Go 64,36 4,34 68,48 5,35 0,00
Relações Dentárias
1sup.PP 114,30 6,46 108,01 5,65 0,00
1sup.NA 26,75 5,68 21,96 5,49 0,00
1inf.NB 26,33 6,45 24,55 4,95 0,27
IMPA 89,97 6,46 88,73 6,43 0,44
1sup-NA 6,95 1,28 4,77 1,77 0,00
1inf-NB 6,54 1,79 5,51 1,45 0,00
Overjet
6,93 2,73 2,99 0,82 0,00
Overbite
1,75 2,72 1,85 1,02 0,85
6sup-PP 22,17 2,02 24,26 2,14 0,00
6inf-PM 26,99 2,03 29,52 2,46 0,00
6sup-PTV 19,08 3,34 21,12 5,41 0,04
6inf-PTV 19,98 3,07 23,47 5,29 0,00
Perfil Tegumentar
H.NB 14,77 4,08 10,65 3,88 0,00
Ls-S 0,41 1,58 -2,50 1,78 0,00
Li-S 2,75 2,16 0,27 1,97 0,00
Ls-Li 22,50 4,31 20,88 3,53 0,05
ANL 103,65 11,88 108,26 10,80 0,00
Sn-Me' 78,05 4,85 81,47 5,15 0,00
102
Resultados
5.3 COMPARAÇÃO INTERGRUPO
5.3.1 Diferenças entre os grupos - Pré-tratamento (Tabela 5.7)
Os valores que representam cefalometricamente a relação ântero-posterior
das bases ósseas mostraram que não houve diferenças estatisticamente
significantes no início do tratamento entre os grupos 1 e 2 por meio das seguintes
variáveis: convexidade facial (NAP), posição da maxila (SNA e A-Nperp) e da
mandíbula (SNB e SND) em relação à base do crânio, relação maxilomandibular
(ANB), comprimento efetivo da maxila (Co-A) e da mandíbula (Co-Gn) e diferença
maxilomandibular (Co-A)(Co-Gn). Apenas o posicionamento do mento (P-NB)
mostrou-se significantemente mais anteriorizado no grupo 1.
O padrão de crescimento no pré-tratamento mostrou-se significantemente
mais vertical no grupo 2 em relação ao grupo 1 apenas quando avaliado o ângulo
FMA. Outras variáveis tais como SN.PP, SN.Ocl, SN.GoGn e NS.Gn não
apresentaram diferença estatisticamente significante entre os grupos 1 e 2 e
indicaram que ambos os grupos possuem um vetor de crescimento craniofacial com
predomínio vertical.
Todas as variáveis relacionadas à altura facial como altura facial ântero-
inferior (AFAI), altura facial anterior total (AFAT), relação da altura facial ântero-
inferior com a altura facial total (AFAI/AFAT) e altura facial posterior (S-Go)
mostraram-se semelhantes em ambos os grupos no pré-tratamento.
A relação dentária no início do tratamento ortodôntico teve diferença
estatisticamente significante em relação ao posicionamento dos incisivos superiores.
Estes se apresentaram mais protruídos (1sup-NA) e inclinados para vestibular
(1sup.PP e 1sup.NA) no grupo 2. Além disso, o grupo 2 também apresentou overjet
significantemente maior e overbite significantemente menor. O posicionamento dos
incisivos inferiores (1inf.NB, 1inf-NB e IMPA) e dos molares (6sup-PP, 6inf-PM,
6sup-PTV e 6inf-PTV) apresentaram-se similares entre os dois grupos.
O perfil tegumentar mostrou-se semelhante no pré-tratamento nos dois grupos
por meio das seguintes variáveis: H.NB, Ls-S, Li-S, Ls-Li, ANL e Sn-Me`.
103
Resultados
5.3.2 Diferenças entre os grupos - Pós-tratamento (Tabela 5.8)
A maioria das variáveis não apresentou diferença estatisticamente significante
entre os grupos 1 e 2 no pós-tratamento, como na relação ântero-posterior das
bases ósseas, padrão de crescimento e altura facial. Na relação ântero-posterior das
bases ósseas, apenas o comprimento maxilar (Co-A) mostrou-se significantemente
maior no grupo 1. Os incisivos inferiores mostraram-se significantemente mais
retruídos (1inf-NB) e inclinados para lingual (1inf.NB e IMPA) no grupo 2. As outras
variáveis relacionadas ao posicionamento dentário não evidenciaram diferença
estatisticamente significante entre os grupos 1 e 2.
O perfil tegumentar apresentou diferença estatisticamente significante entre os
grupos 1 e 2 para o posicionamento labial. O grupo 1 evidenciou maior protrusão
dos lábios superior e inferior. As demais variáveis não mostraram diferença
estatisticamente significante.
104
Resultados
Tabela 5.7 - Diferenças entre os grupos 1 e 2 no pré-tratamento.
Grupo 1
Grupo 2
Variáveis
PRÉ-TRATAMENTO PRÉ-TRATAMENTO
p
Média DP Média DP
Relação Ântero-Posterior das Bases Ósseas
NAP 7,27 5,04 8,51 5,66 0,44
ANB 4,51 2,19 4,93 2,53 0,55
SNA 78,58 3,80 78,87 4,32 0,81
SNB 74,08 2,70 73,95 3,21 0,88
SND 71,57 2,60 71,36 3,18 0,80
A-Nperp -1,56 3,25 -1,27 3,45 0,77
Co-A 82,99 3,66 81,01 4,51 0,11
Co-Gn 106,05 4,44 104,40 5,08 0,25
(Co-A)(Co-Gn) 23,06 3,49 23,40 4,14 0,76
P-NB 1,85 1,08 1,22 0,98 0,04
Padrão de Crescimento
SN.PP 8,41 3,20 8,68 4,46 0,81
SN.Ocl 17,90 2,99 18,40 3,53 0,61
SN.GoGn 38,03 3,06 39,99 3,64 0,05
NS.Gn 70,50 2,22 71,91 3,79 0,13
FMA 30,65 2,38 32,70 3,14 0,02
Altura Facial
AFAI 62,14 4,15 62,81 4,25 0,59
AFAT 111,15 5,50 110,08 6,34 0,54
AFAI/AFAT 55,89 1,87 57,07 2,22 0,06
S-Go 66,01 4,00 64,36 4,34 0,19
Relações Dentárias
1sup.PP 110,04 6,18 114,30 6,46 0,03
1sup.NA 23,05 6,16 26,75 5,68 0,04
1inf.NB 25,00 5,02 26,33 6,45 0,44
IMPA 90,55 6,44 89,97 6,46 0,76
1sup-NA 5,76 2,06 6,95 1,28 0,02
1inf-NB 6,18 1,73 6,54 1,79 0,49
Overjet
5,34 2,23 6,93 2,73 0,04
Overbite
3,19 1,61 1,75 2,72 0,03
6sup-PP 21,55 1,82 22,17 2,02 0,28
6inf-PM 26,96 2,36 26,99 2,03 0,97
6sup-PTV 20,96 3,17 19,08 3,34 0,06
6inf-PTV 21,60 3,23 19,98 3,07 0,09
Perfil Tegumentar
H.NB 13,94 3,80 14,77 4,08 0,48
Ls-S -0,05 1,76 0,41 1,58 0,35
Li-S 2,22 1,89 2,75 2,16 0,38
Ls-Li 20,47 4,41 22,50 4,31 0,12
ANL 108,98 10,07 103,65 11,88 0,11
Sn-Me' 78,52 4,83 78,05 4,85 0,74
105
Resultados
Tabela 5.8 - Diferenças entre os grupos 1 e 2 no pós-tratamento.
Grupo 1
Grupo 2
Variáveis
PÓS-TRATAMENTO PÓS-TRATAMENTO
p
Média DP Média DP
Relação Ântero-Posterior das Bases Ósseas
NAP 5,25 5,10 3,63 5,87 0,33
ANB 3,64 2,13 2,95 2,29 0,30
SNA 77,50 3,64 77,39 4,73 0,93
SNB 73,86 2,84 74,42 3,32 0,54
SND 71,65 2,79 72,50 3,00 0,32
A-Nperp -2,71 3,88 -3,47 3,80 0,51
Co-A 84,29 3,86 81,78 4,25 0,04
Co-Gn 110,60 4,74 109,54 6,81 0,54
(Co-A)(Co-Gn) 26,30 4,56 27,77 5,32 0,32
P-NB 2,18 1,35 2,31 1,65 0,76
Padrão de Crescimento
SN.PP 8,63 3,56 8,69 3,07 0,95
SN.Ocl 20,03 3,91 18,90 3,44 0,31
SN.GoGn 38,86 3,29 39,11 4,27 0,82
NS.Gn 71,65 2,68 71,40 3,30 0,78
FMA 31,31 3,77 32,37 3,60 0,33
Altura Facial
AFAI 66,49 4,94 65,76 4,91 0,62
AFAT 117,22 6,52 114,90 7,24 0,26
AFAI/AFAT 56,69 2,05 57,22 2,03 0,38
S-Go 70,00 5,54 68,48 5,35 0,35
Relações Dentárias
1sup.PP 106,91 4,24 108,01 5,65 0,46
1sup.NA 20,78 4,14 21,96 5,49 0,42
1inf.NB 27,65 5,14 24,55 4,95 0,04
IMPA 92,66 6,67 88,73 6,43 0,04
1sup-NA 5,42 2,01 4,77 1,77 0,25
1inf-NB 7,02 1,96 5,51 1,45 0,00
Overjet
2,87 0,75 2,99 0,82 0,59
Overbite
2,08 0,90 1,85 1,02 0,42
6sup-PP 23,28 2,16 24,26 2,14 0,13
6inf-PM 29,51 2,92 29,52 2,46 0,99
6sup-PTV 20,76 3,62 21,12 5,41 0,79
6inf-PTV 23,47 3,72 23,47 5,29 1,00
Perfil Tegumentar
H.NB 12,07 3,37 10,65 3,88 0,19
Ls-S -1,17 1,48 -2,50 1,78 0,01
Li-S 1,93 2,39 0,27 1,97 0,01
Ls-Li 21,90 4,08 20,88 3,53 0,37
ANL 109,48 11,61 108,26 10,80 0,71
Sn-Me' 82,01 5,00 81,47 5,15 0,72
106
Resultados
5.3.3 Alterações ocorridas durante o tratamento (Tabela 5.9)
As alterações estatisticamente significantes que ocorreram durante o
tratamento ortodôntico na relação ântero-posterior das bases ósseas foram a maior
redução da convexidade facial (NAP) e da discrepância maxilomandibular (ANB) no
grupo 2. Além disso, ocorreu maior deslocamento anterior da mandíbula (SND) e
aumento do mento (P-NB) também no grupo 2. Em relação ao posicionamento
maxilar ambos os grupos apresentaram uma restrição do crescimento maxilar (SNA
e A-Nperp) similar. O grupo 1 apresentou leve retrusão mandibular (SNB) enquanto
que o grupo 2 mostrou uma pequena protrusão mandibular, mas esta diferença entre
os grupos não foi estatisticamente significante. Os comprimentos efetivos da maxila
(Co-A) e da mandíbula (Co-Gn) assim como a diferença maxilomandibular (Co-
A)(Co-Gn) aumentaram de maneira equivalente em ambos os grupos.
Em consideração ao padrão de crescimento, houve uma diferença
estatisticamente significante entre os grupos na inclinação mandibular (SN.GoGn) e
eixo facial (NS.Gn). Ambas variáveis apresentaram diminuição no grupo 2 e
aumento no grupo 1. Outra diferença entre os grupos, porém não estatisticamente
significante, ocorreu em relação ao ângulo FMA que diminuiu no grupo 2 e
aumentou no grupo 1. As demais variáveis, representadas pelas inclinações do
plano palatino (SN.PP) e do plano oclusal (SN.Ocl), aumentaram igualmente nos
dois grupos.
A altura facial representada pelas variáveis AFAI, AFAT, AFAI/AFAT e S-Go
aumentaram similarmente nos grupos 1 e 2.
O posicionamento dentário demonstrou uma inclinação para lingual dos
incisivos superiores (1sup.PP e 1sup.NA) similar entre os grupos. A inclinação dos
incisivos inferiores (1inf.NB e IMPA) para vestibular aumentou no grupo 1 e diminuiu
no grupo 2 significantemente para a primeira variável. A protrusão dos incisivos
superiores (1sup-NA) diminuiu significantemente mais no grupo 2. Os incisivos
inferiores (1inf-NB) mostraram diferença entre os grupos estatisticamente
significante, onde ocorreu retrusão no grupo 2 e protrusão no grupo 1. O overjet
diminuiu mais no grupo 2 e o overbite aumentou no grupo 2 e diminuiu no grupo 1,
mas estas diferenças entre os grupos não foram estatisticamente significantes. Os
107
Resultados
molares superiores e inferiores (6sup-PP e 6inf-PM) extruiram de maneira
semelhante em ambos os grupos. As alterações envolvendo o posicionamento dos
molares superiores no sentido horizontal (6sup-PTV) foram significantemente
diferentes entre os grupos. No grupo 2 os molares superiores mesializaram
enquanto que no grupo 1 os molares superiores distalizaram. Os molares inferiores
(6inf-PTV) mesializaram em ambos os grupos 1 e 2 de forma similar.
O perfil tegumentar mostrou várias alterações estatisticamente significantes
entre os grupos. A convexidade facial do tecido mole (H.NB) diminuiu
significantemente mais no grupo 2, ficando este com um perfil mais reto. Tanto o
lábio superior (Ls-S) e o lábio inferior (Li-S) sofreram uma maior retrusão no grupo 2.
A distância interlabial (Ls-Li) diminuiu no grupo 2 e aumentou no grupo 1, sendo esta
diferença estatisticamente significante. O ângulo nasolabial (ANL) aumentou
significantemente mais no grupo 2. Apenas a altura facial ântero-inferior tegumentar
aumentou similarmente nos dois grupos.
108
Resultados
Tabela 5.9 – Alterações ocorridas durante tratamento nos grupos 1 e 2.
Grupo 1
Grupo 2
Variáveis
ALTERAÇÕES ALTERAÇÕES
p
Média DP Média DP
Relação Ântero-Posterior das Bases Ósseas
NAP -2,02 3,92 -4,87 3,58 0,01
ANB -0,87 1,87 -1,97 1,74 0,04
SNA -1,08 2,00 -1,48 2,24 0,53
SNB -0,22 1,71 0,47 1,85 0,19
SND 0,08 1,73 1,15 1,82 0,04
A-Nperp -1,16 2,29 -2,20 3,73 0,26
Co-A 1,30 2,78 0,77 2,19 0,48
Co-Gn 4,55 3,37 5,14 4,04 0,59
(Co-A)(Co-Gn) 3,24 2,87 4,37 3,10 0,21
P-NB 0,33 0,69 1,09 0,98 0,00
Padrão de Crescimento
SN.PP 0,22 2,38 0,01 2,67 0,78
SN.Ocl 2,13 3,61 0,50 3,75 0,14
SN.GoGn 0,83 2,27 -0,88 2,45 0,02
NS.Gn 1,15 1,64 -0,51 2,03 0,00
FMA 0,67 2,51 -0,33 3,15 0,24
Altura Facial
AFAI 4,34 2,12 2,95 2,64 0,06
AFAT 6,07 2,85 4,82 3,66 0,20
AFAI/AFAT 0,80 1,18 0,15 1,19 0,07
S-Go 4,00 2,80 4,13 2,25 0,86
Relações Dentárias
1sup.PP -3,13 6,06 -6,29 8,44 0,15
1sup.NA -2,27 6,09 -4,79 6,97 0,20
1inf.NB 2,65 5,62 -1,78 7,51 0,03
IMPA 2,11 5,95 -1,23 7,47 0,10
1sup-NA -0,34 1,79 -2,18 1,75 0,00
1inf-NB 0,84 1,06 -1,03 1,22 0,00
Overjet
-2,47 1,98 -3,94 2,91 0,05
Overbite
-1,11 1,66 0,10 2,52 0,06
6sup-PP 1,73 1,51 2,10 1,98 0,49
6inf-PM 2,55 1,29 2,53 1,59 0,98
6sup-PTV -0,20 2,45 2,04 4,49 0,04
6inf-PTV 1,88 2,43 3,50 4,33 0,13
Perfil Tegumentar
H.NB -1,87 2,53 -4,11 2,38 0,00
Ls-S -1,12 1,50 -2,91 1,36 0,00
Li-S -0,28 1,56 -2,47 1,67 0,00
Ls-Li 1,43 4,48 -1,62 3,83 0,02
ANL 0,50 7,48 4,61 6,07 0,04
Sn-Me' 3,49 2,82 3,42 3,36 0,94
109
Resultados
5.4 O TESTE DE CORRELAÇÃO DE PEARSON
O teste de Pearson foi aplicado para verificar a existência de correlação entre
as alterações no padrão de crescimento e altura facial anterior nos grupos 1 e 2 com
os movimentos horizontais (mesialização ou distalização) e verticais (extrusão) dos
molares superiores e inferiores. Correlacionaram-se então as alterações das
variáveis FMA, AFAI e AFAI/AFAT com as alterações das variáveis dentárias
lineares 6sup-PP, 6inf-PM, 6sup-PTV e 6inf-PTV em cada grupo. Os resultados
mostraram que (Tabelas 5.10 e 5.11):
O padrão de crescimento representado pelo ângulo FMA demonstrou
significante correlação inversamente proporcional em ambos os grupos com o
posicionamento horizontal dos molares. O aumento do padrão de crescimento
vertical (FMA) no grupo 1 apresentou correlação significante com a distalização
dos molares superiores (6sup-PTV) e a mesialização dos molares inferiores
(6inf-PTV). No grupo 2 a diminuição do padrão de crescimento vertical (FMA)
teve significante correlação com a mesialização dos molares superiores (6sup-
PTV) e inferiores (6inf-PTV).
O aumento da altura facial ântero-inferior (AFAI) obteve significante correlação
no grupo 1 com a extrusão dos molares superiores (6sup-PP) e inferiores (6inf-
PM). O grupo 2 não apresentou correlação entre AFAI e 6sup-PP e 6inf-PM.
O aumento da relação altura facial ântero-inferior e altura facial anterior total
(AFAI/AFAT) mostrou significante correlação com a distalização dos molares
superiores (6sup-PTV) somente no grupo 1.
Também foi avaliado, por meio do teste de Pearson, a correlação existente
entre as alterações dos lábios superiores e inferiores com a movimentação dos
incisivos superiores e inferiores. Correlacionaram-se então as alterações das
variáveis Ls-S, Li-S e Ls-Li com as alterações das variáveis dentárias 1sup-NA, 1inf-
NB, 1sup.NA, 1inf.NB e overjet em cada grupo. Os resultados mostraram que
(Tabelas 5.12 e 5.13):
110
Resultados
No grupo 1 não houve correlação entre as variáveis relacionadas com as
alterações do posicionamento labial e as movimentações dos incisivos
superiores e inferiores.
No grupo 2, a retração dos lábios superiores (Ls-S) não apresentou correlação
com as variáveis relacionadas com a movimentação dos incisivos. A retração
do lábio inferior (Li-S) teve correlação significante com a retração (1inf-NB) e
inclinação para lingual dos incisivos inferiores (1inf.NB). A redução da distância
interlabial (Ls-Li) teve correlação significante com a retração dos incisivos
superiores (1sup-NA) e redução do overjet.
Tabela 5.10 - Teste de correlação entre as alterações das variáveis FMA, AFAI e
AFAI/AFAT e as alterações das medidas dentárias lineares 6sup-PP, 6inf-PM, 6sup-
PTV e 6inf-PTV no grupo 1.
Variável 6sup-PP 6inf-PM 6sup-PTV 6inf-PTV
FMA
r= -0,1364 r= 0,0499 r= -0,6867 r= -0,8037
p= 0,535 p= 0,821 p= 0,000 p= 0,000
AFAI
r= 0,7666 r= 0,5620 r= 0,1964 r= 0,2566
p= 0,000 p= 0,005 p= 0,369 p= 0,237
AFAI/AFAT
r= 0,3893 r= 0,2673 r= 0,5631 r= 0,3728
p= 0,066 p= 0,217 p= 0,005 p= 0,080
Tabela 5.11 - Teste de correlação entre as alterações das variáveis FMA, AFAI e
AFAI/AFAT e as alterações das medidas dentárias lineares 6sup-PP, 6inf-PM, 6sup-
PTV e 6inf-PTV no grupo 2.
Variável 6sup-PP 6inf-PM 6sup-PTV 6inf-PTV
FMA
r= -0,1633 r= -0,1500 r= -0,5933 r= -0,6329
p= 0,457 p= 0,495 p= 0,003 p= 0,001
AFAI
r= 0,4049 r= 0,1882 r= 0,2664 r= 0,1998
p= 0,055 p= 0,390 p= 0,219 p= 0,361
AFAI/AFAT
r= 0,2211 r= 0,3061 r= 0,3199 r= 0,3098
p= 0,311 p= 0,155 p= 0,137 p= 0,150
111
Resultados
Tabela 5.12 - Teste de correlação entre as alterações das variáveis Ls-S, Li-S e Ls-
Li e as alterações das variáveis dentárias 1sup-NA, 1inf-NB, 1sup.NA, 1inf.NB e
overjet no grupo 1.
Variável 1sup-NA 1inf-NB 1sup.NA 1inf.NB Overjet
Ls-S
r= -0,333 r= 0,1119 r= 0,1225 r= 0,2504 r= 0,3681
p= 0,120 p= 0,611 p= 0,578 p= 0,249 p= 0,084
Li-S
r= -0,209 r= 0,3178 r= -0,0554 r= 0,0828 r= 0,1769
p= 0,337 p= 0,139 p= 0,802 p= 0,707 p= 0,419
Ls-Li
r= 0,2650 r= 0,3467 r= -0,1937 r= 0,0305 r= -0,2636
p= 0,222 p= 0,105 p= 0,376 p= 0,890 p= 0,224
Tabela 5.13 - Teste de correlação entre as alterações das variáveis Ls-S, Li-S e Ls-
Li e as alterações das variáveis dentárias 1sup-NA, 1inf-NB, 1sup.NA, 1inf.NB e
overjet no grupo 2.
Variável 1sup-NA 1inf-NB 1sup.NA 1inf.NB Overjet
Ls-S
r= -0,1211 r= 0,2218 r= -0,1323 r= 0,1984 r= 0,2329
p= 0,582 p= 0,309 p= 0,547 p= 0,364 p= 0,285
Li-S
r= -0,1724 r= 0,6463 r= -0,0039 r= 0,5742 r= 0,0609
p= 0,431 p= 0,001 p= 0,986 p= 0,004 p= 0,782
Ls-Li
r= 0,4911 r= 0,2902 r= 0,3347 r= 0,4106 r= 0,4519
p= 0,017 p= 0,179 p= 0,118 p= 0,052 p= 0,030
112
Resultados
Discussão
115
Discussão
6. DISCUSSÃO
6.1 Características da amostra e metodologia
Para que esta pesquisa fosse realizada, houve a necessidade de se compor
duas amostras de jovens com padrão de crescimento vertical com má oclusão
Classe II, 1ª divisão, e que fossem tratados com o aparelho extrabucal occipital. A
amostra foi dividida em tratamento sem ou com extrações dos quatro primeiros pré-
molares.
A seleção das amostras compostas por pacientes dolicofaciais foi feita por
meio da avaliação do ângulo FMA, como realizado em outros estudos (BISHARA;
JAKOBSEN, 1985; HARALABAKIS; SIFAKAKIS, 2004; LAI; GHOSH; NANDA, 2000;
PEARSON, 1978). O ângulo do plano mandibular com o plano de Frankfort (FMA),
segundo Johnson (1950), mostrou ser um importante critério de avaliação do padrão
facial. Este ângulo é afetado pelo desenvolvimento vertical do processo alveolar,
pelo crescimento do ramo mandibular e ângulo goníaco. Foram selecionados todos
aqueles pacientes em que na ficha clínica possuíam o ângulo FMA maior que 28
o
,
pois segundo Tweed (1946), estes apresentam um vetor de crescimento
desfavorável, ou seja, maior tendência de crescimento vertical. Após as
telerradiografias serem traçadas e digitalizadas, todas aquelas que possuíam o
ângulo FMA menor que 28
o
foram excluídas da amostra.
Sabe-se que as más oclusões associadas a um padrão de crescimento
vertical ou a um relacionamento ântero-posterior deficiente entre as bases ósseas
oferecem um prognóstico pobre no tratamento ortodôntico (FOGLE et al., 2004). Por
isso, com o intuito de avaliar indivíduos com prognóstico complexo, além dos
pacientes possuírem padrão vertical de crescimento, foram selecionados aqueles
que tinham também uma má oclusão Classe II, 1ª divisão. Com o objetivo de ter uma
amostra com o maior número de indivíduos, aceitou-se más oclusões de Classe II a
partir de ½ relação molar subdivisão. A distribuição das severidades da oclusão
Classe II, divisão, não apresentou diferença estatisticamente significante entre os
grupos (Tabela 5.3), assim como a relação ântero-posterior maxilomandibular (ANB)
(Tabela 5.7).
116
Discussão
Além de apresentarem a mesma tendência de crescimento vertical e
horizontal, ambos os grupos não apresentaram diferença estatisticamente
significante para as idades inicial e final (Tabela 5.1), tempo de tratamento (Tabela
5.1) e distribuição dos gêneros masculino e feminino (Tabela 5.2). Estes fatores
foram essenciais para que houvesse confiabilidade na comparação entre os efeitos
produzidos pelos dois tipos de tratamento.
Vários autores acreditam que a tração cervical tende a induzir mordida aberta
e deve então ser evitada em pacientes dolicofaciais (ARMSTRONG, 1971; BARTON,
1972; CREEKMORE, 1967; KIM, K.R.; MUHL, 2001; KUHN, 1968). No entanto,
Burke e Jacobson (1992) relataram que, em indivíduos com padrão face longa e
oclusão Classe II, não houve diferença significante no ângulo do plano mandibular e
altura facial quando foram comparados os grupos tratados com aparelho extrabucal
cervical e occipital. Porém, a extrusão dos molares e aumento do ângulo do plano
oclusal foram significantemente maiores no grupo tratado com aparelho extrabucal
cervical. Visando analisar os melhores resultados obtidos em pacientes dolicofaciais,
optou-se como critério da seleção das amostras apenas aqueles indivíduos tratados
com aparelho extrabucal occipital.
Apesar de existirem condições que não puderam ser controladas durante o
tratamento, que incluem a experiência do operador e a colaboração do paciente
quanto ao uso do aparelho extrabucal, todos os pacientes foram tratados por alunos
do curso de pós-graduação, lato e stricto sensu, e seus tratamentos seguiram uma
uniformidade nos protocolos terapêuticos garantidos pela supervisão de uma mesma
equipe de professores.
6.2 Precisão da metodologia
Os erros metodológicos são classificados em dois tipos: erro sistemático e
erro casual. Para determiná-los, HOUSTON (1983) sugeriu a duplicação dos
cefalogramas em intervalos de tempo diferentes. Nesta pesquisa, foram
selecionadas ao acaso 20 telerradiografias provenientes dos dois grupos estudados,
ou seja, 21% do número total das telerradiografias utilizadas (n=92), para realização
117
Discussão
da medição do erro intra-examinador. Para o cálculo do erro casual, empregou-se a
fórmula de Dahlberg (1940) e, baseando-se na pesquisa de Sandler (1988),
considerou-se os valores do índice de Dahlberg como significativos quando acima de
1,5º para medidas angulares e de 1 mm para medidas lineares. O erro sistemático,
por sua vez, foi verificado por meio do Teste t dependente, ao nível de significância
de 5% (p<0,05).
Das 37 variáveis avaliadas, observou-se que apenas 4 apresentaram
significância no teste do erro sistemático (1inf.NB, IMPA, 1sup-NA e 1inf-NB),
representando 10,8% do total. É importante ressaltar que apesar da diferença
significante, a média entre a primeira e a segunda medição das variáveis
significantes não ultrapassou 1,5º para medidas angulares e 1mm para medidas
lineares, o que tornaria realmente significante. O erro casual apresentou significância
estatística apenas para o ângulo nasolabial (2,17
o
). Porém, por este ângulo
apresentar uma norma que aceita variação ampla (±10
o
), isto não invalidou os
resultados. Em conclusão, os resultados do erro do todo demonstraram uma boa
reprodutibilidade das medidas cefalométricas aferidas pelo examinador, uma vez
que a precisão das mensurações empregadas nesta pesquisa encontrou-se dentro
de parâmetros aceitáveis.
6.3 Comparação das alterações entre os grupos
Os resultados desta pesquisa, que são discutidos a seguir, tiveram a função
de elucidar as alterações cefalométricas dentoesqueléticas e tegumentares que
ocorreram durante o tratamento dos indivíduos dolicofaciais, com má oclusão Classe
II, divisão, que utilizaram aparelho extrabucal occipital. O grupo 1 foi tratado sem
extrações e o grupo 2 foi submetido às extrações dos quatro primeiros pré-molares.
As variáveis que estão destacadas com um asterisco (*) foram aquelas que
apresentaram diferença estatisticamente significante (p<0,05).
118
Discussão
6.3.1 Relação Ântero-Posterior das Bases Ósseas
6.3.1.1 Variáveis Angulares
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
NAP* ANB* SNA SNB SND*
GRUPO 1 GRUPO 2
Figura 6.1 Alterações ocorridas na relação ântero-posterior das bases ósseas nos
grupos 1 e 2 (variáveis angulares)
O grupo com extrações mostrou uma correção significantemente maior da
convexidade facial esquelética (NAP) e relação maxilomandibular (ANB) comparado
com o grupo sem extrações. Este mesmo resultado foi observado por LaHaye et al.
(2006) e Bishara et al. (1995, 1997), todavia em seus estudos a retrusão maxilar
(SNA) também foi significantemente diferente entre os grupos. Embora as alterações
dos ângulos SNA e SNB não tiveram diferença estatisticamente significante entre os
grupos 1 e 2 no presente estudo, o ângulo SND apresentou diferença
estatisticamente significante entre os grupos. A soma das diferenças das três
variáveis (SNA, SNB e SND) podem ter influenciado na significante redução da
discrepância maxilomandibular (ANB) e melhora na convexidade facial esquelética
(NAP) no grupo com extrações. Isso pode ter ocorrido devido a maior restrição do
desenvolvimento maxilar (SNA) e maior deslocamento para anterior da mandíbula
(SNB e SND) no grupo com extrações, enquanto que no grupo sem extrações
ocorreu um deslocamento para distal da mandíbula (SNB). Segundo LaHaye et al.
(2006), métodos comumente usados para correção da oclusão Classe II
esquelética não promovem melhora significante no posicionamento do mento. A
correção da má oclusão Classe II esquelética em pacientes adolescentes em
119
Discussão
crescimento são resultado primeiramente da restrição ou inibição do crescimento
maxilar (CANGIALOSI et al., 1988; LAHAYE et al., 2006).
Alguns estudos relataram diminuição do ângulo SNB no tratamento com
extrações (BISHARA, 1998; BISHARA et al., 1995; LUPPANAPORNLARP;
JOHNSTON, 1993). Entretanto, LaHaye et al. (2006) afirmaram que o tratamento
com extrações pode melhorar a posição mandibular com um leve deslocamento da
mandíbula para anterior. O autor sugere que o tratamento com extrações mantém
um melhor controle mandibular prevenindo a piora do posicionamento da mandíbula.
Nesta pesquisa, o insignificante aumento do ângulo SNB no grupo com extrações,
ocorreu provavelmente devido a verticalização dos incisivos inferiores para o
fechamento dos espaços das extrações. Sabe-se que o torque lingual da coroa dos
incisivos inferiores pode influenciar na mesialização do ponto B (CANGIALOSI et al.,
1988), explicando assim o aumento do ângulo SNB no grupo com extrações. Ao
contrário, a vestibularização dos incisivos inferiores no grupo sem extrações pode
causar a distalização do ponto B (CANGIALOSI et al., 1988). O torque vestibular da
coroa dos incisivos inferiores, necessário para corrigir o trespasse horizontal da má
oclusão de Classe II, 1
a
divisão, em pacientes tratados sem extrações,
provavelmente explica a diminuição insignificante do ângulo SNB neste grupo.
Segundo Luppanapornlarp e Johnston (1993), existe uma maior tendência do
deslocamento mandibular para anterior em indivíduos tratados com extrações do
que naqueles tratados sem extrações.
O ângulo SND foi incluído nesta pesquisa porque, segundo Steiner (1959), as
alterações da posição mandibular são analisadas de forma mais precisa por um
ponto localizado no centro da sínfise. Assim, o ângulo SND, diferente do ângulo
SNB, não sofre influência da movimentação dos incisivos inferiores durante o
tratamento ortodôntico. No presente estudo, foi observado significante aumento do
ângulo SND no grupo com extrações comparado com o grupo sem extrações. O
deslocamento mandibular para anterior significantemente maior no grupo com
extrações ocorreu provavelmente devido à rotação mandibular, evidenciada pelos
ângulos SN.GoGn e NS.Gn, pois este é o determinante mais importante do
movimento ântero-posterior do mento durante crescimento e tratamento (BJORK;
SKIELLER, 1972; LAHAYE et al., 2006).
120
Discussão
6.3.1.2 Variáveis Lineares
-4
-2
0
2
4
6
A-Nperp Co-A Co-Gn (Co-A)(Co-Gn) P-NB*
GRUPO 1 GRUPO 2
Figura 6.2 – Alterações ocorridas na relação ântero-posterior das bases ósseas nos
grupos 1 e 2
(variáveis lineares).
A restrição do desenvolvimento anterior maxilar (A-Nperp) foi maior no grupo
tratado com extrações, conseqüentemente o aumento do comprimento efetivo da
maxila (Co-A) foi menor neste grupo. Porém, estas alterações não foram
estatisticamente significantes. O aumento do comprimento efetivo mandibular (Co-
Gn) foi maior no grupo com extrações, assim como a diferença maxilomandibular
(Co-A)(Co-Gn). Contudo, essas variáveis também não demonstraram diferença
estatisticamente significante entre os grupos. O comprimento maxilar, segundo
Ochoa e Nanda (2004), em pacientes com oclusão Classe I, aumenta
significantemente a partir dos 6 anos de idade até aos 12 anos. O comprimento da
mandíbula aumenta até os 16 anos e esta cresce rapidamente até 2 anos após a
maxila tenha desacelerado seu crescimento. Então, os autores concluiram que a
mandíbula cresce em comprimento duas vezes mais que a maxila da idade dos 6
aos 20 anos. O presente estudo também mostrou um maior crescimento mandibular
(Co-Gn) que maxilar (Co-A) durante o tratamento entre as idades médias de 12 a 14
anos.
A variável P-NB, no pré-tratamento, mostrou ser maior no grupo sem
extrações e esta diferença foi estatisticamente significante entre os grupos (Tabela
5.7). Porém, a diferença de 0,63mm provavelmente não parece ter significância
clínica. A diferença das alterações da variável P-NB também foi estatisticamente
121
Discussão
significante entre os grupos, porém esta diferença de 0,76mm provavelmente não
traz implicações clínicas. Bishara, Cummins e Zaher (1997) observaram o mesmo
resultado quando avaliou os efeitos do tratamento sem e com extrações em
pacientes com má oclusão Classe II,1
a
divisão. Eles relataram um aumento da
proeminência do mento (P-NB) no grupo tratado com extrações. Ainda afirmaram
que se durante o plano de tratamento for desejável um maior aumento da
proeminência mentoniana, deve-se levar em consideração o tratamento com
extrações para acentuar essa característica.
6.3.2 Padrão de Crescimento
Figura 6.3 – Alterações ocorridas no padrão de crescimento nos grupos 1 e 2.
No presente estudo, as mudanças no plano palatino em relação à base do
crânio (SN.PP) não foram significantemente diferentes entre os grupos tratados com
e sem extrações. Ao contrário, Kim,T.K. et al. (2005) relataram diferença
estatisticamente significante nas alterações do ângulo SN.PP entre os grupos
tratados com extrações dos primeiros pré-molares daqueles tratados com extrações
dos segundos pré-molares. A diferente metodologia empregada no estudo de Kim,
T.K. et al. (2005), como a não utilização da ancoragem extrabucal, pode ter
influenciado no diferente resultado relatado pelos autores. O aumento do ângulo
SN.PP mostrou ser maior em casos tratados com tração extrabucal cervical do que
com tração extrabucal occipital (JAKOBSSON, 1967; POULTON, 1964; RICKETTS,
1960a; SANDUSKY, 1965). Porém, outros estudos não relataram essa diferença
-
-
0,5
0,5
1,5
2,5
SN.PP
SN.Ocl
SN.GoGn*
NS.Gn*
FMA
GRUPO 1
GRUPO 2
122
Discussão
entre os aparelhos extrabucais cervical e occipital (BAUMRIND et al., 1983;
BOECLER et al., 1989; BURKE; JACOBSON, 1992).
O ângulo do plano oclusal (SN.Ocl) teve um aumento em ambos os grupos
tratados com e sem extrações, porém este também não apresentou diferença
estatisticamente significante. O mesmo resultado foi observado por Darendeliler e
Taner-Sarizoy (2001), quando avaliaram os efeitos do tratamento com extrações em
pacientes com diferentes padrões de crescimento. no estudo de Burke e
Jacobson (1992), houve diferença estatisticamente significante no ângulo do plano
oclusal entre pacientes dolicofaciais, com oclusão de Classe II, tratados sem
extrações com aparelho extrabucal cervical e occipital.
O ângulo do plano mandibular (SN.GoGn) mostrou diferença estatisticamente
significante entre os grupos. Porém, o aumento do ângulo SN.GoGn de 0,83
o
para o
grupo sem extrações e a diminuição de -0,88
o
para o grupo com extrações
provavelmente não caracterizam significância clínica. Os estudos realizados por
Darendeliler e Taner-Sarizoy (2001) e LaHaye et al. (2006) não relataram diferença
estatisticamente significante da alteração do ângulo do plano mandibular durante o
tratamento. Segundo Cozza, Marino e Franchi (2008), a redução do ângulo
SN.GoGn pode ser atribuída principalmente pelo significante aumento da altura do
ramo mandibular. Nesta pesquisa, o aumento da altura facial posterior (S-Go) foi
semelhante entre os grupos. Hering, Ruf e Pancherz (1999) observaram em seu
estudo que o ângulo do plano mandibular o aumentou com diferentes tipos de
tratamento em pacientes com mordida-aberta esquelética. Segundo Cusimano,
McLaughlin e Zernik (1993), durante o tratamento com extrações em pacientes
dolicofaciais, o plano mandibular manteve-se paralelo à posição mandibular do pré-
tratamento. Ao contrário, Dougherty (1968) avaliou o efeito do tratamento com e sem
extrações no plano mandibular e relatou um suave aumento do ângulo SN.GoGn em
ambos grupos tratados com e sem extrações. De acordo com Staggers (1990), todo
tratamento ortodôntico aumenta o ângulo do plano mandibular.
Segundo Ochoa e Nanda (2004), a média do ângulo do eixo facial não muda
significantemente com a idade. Ele relatou que os gêneros masculino e feminino
mostraram alterações de menos de 1
o
de diferença entre as idades de 6 a 20 anos.
Porém, segundo Schudy (1965), o eixo facial aumenta em dia dos 8 aos 15 anos
123
Discussão
de idade e é influenciado pelo crescimento horizontal e vertical, sendo que quanto
mais o crescimento vertical supera o crescimento horizontal, mais o eixo facial
aumenta. Nesta pesquisa, a alteração do eixo facial (NS.Gn) apresentou diferença
estatisticamente significante entre os grupos. O grupo com extrações evidenciou
uma diminuição deste ângulo enquanto que o grupo sem extrações o eixo facial
aumentou. Este resultado difere do estudo de Kapler et al. (1992), no qual o eixo
facial o demonstrou diferença estatisticamente significante entre os grupos
tratados com e sem extrações. Ele relatou que quanto maior foi a necessidade de
distalização dos molares superiores, tanto em pacientes dolicofaciais e braquifaciais,
maior foi o aumento do eixo facial em ambos os grupos tratados sem extrações.
Então, a diferença significante do eixo facial observado no presente trabalho
provavelmente ocorreu devido a significante diferença na movimentação horizontal
dos molares superiores (6sup-PTV), onde os mesmos mesializaram no grupo com
extrações e distalizaram no grupo sem extrações (Figura 6.6).
O ângulo FMA, no pré-tratamento, foi significantemente diferente entre os
grupos, sendo 32,70
o
no grupo com extrações e 30,65
o
no grupo sem extrações
(Tabela 5.7). Durante o tratamento, o ângulo FMA aumentou no grupo sem
extrações e diminuiu no grupo com extrações. Porém, esta diferença entre os grupos
não foi estatisticamente significante. Com o propósito de investigar as alterações
esqueléticas e dentárias do tratamento da oclusão de Classe II, com tração
extrabucal occipital, Firouz, Zernik e Nanda (1992) também não observaram
diferença estatisticamente significante no ângulo FMA entre o grupo controle e o
grupo tratado com o aparelho extrabucal sem extrações. O mesmo resultado foi
relatado no estudo de Lai, Ghosh e Nanda (2000). No presente estudo, o aumento
do ângulo FMA no grupo sem extrações apresentou significante correlação
inversamente proporcional com a distalização dos molares superiores (6sup-PTV) e
a mesialização dos molares inferiores (6inf-PTV) (Tabela 5.10). No grupo com
extrações, a diminuição do ângulo FMA também mostrou significante correlação
inversamente proporcional com a mesialização dos molares superiores (6sup-PTV) e
inferiores (6inf-PTV) (Tabela 5.11).
Então, todas as variáveis relacionadas ao padrão de crescimento nesta
pesquisa aumentaram no grupo sem extrações. Porém, no grupo com extrações,
124
Discussão
houve uma tendência da diminuição dos ângulos relacionados com padrão de
crescimento. Apesar das alterações dos ângulos do plano mandibular (SN.GoGn) e
do eixo facial (NS.Gn) apresentarem diferença estatisticamente significante entre os
grupos, 1,71
o
e 1,66
o
, respectivamente, estas diferenças provavelmente não
caracterizam significância clínica. Nanda, R.S. et al. (1990) observaram no estudo
longitudinal de pacientes não tratados, nas idades entre 7 a 18 anos, que os ângulos
do plano mandibular, do plano oclusal, do plano palatino e o ângulo goníaco
diminuem com a idade. O mesmo relatou Haralabakis e Sifakakis (2004), na qual
concordaram que o tratamento e principalmente o crescimento parecem favorecer os
dolicofaciais. Segundo os autores, estas reduções progressivas dos ângulos
melhoram ou mantêm a magnitude do desequilíbrio vertical. Ainda relataram que a
relação esquelética vertical da face em crescimento não pode ser alterada por meio
do controle de forças extrabucais. Este estudo concorda com outros trabalhos na
qual afirmam que o tratamento ortodôntico com extrações dos pré-molares não
altera significantemente o padrão de crescimento (CAPELOZZA et al., 2000;
MACHADO et al., 2005; TANER-SARISOY; DARENDELILER, 1999).
6.3.3 Altura Facial
0
1
2
3
4
5
6
7
AFAI AFAT AFAI/AFAT S-Go
GRUPO 1 GRUPO 2
Figura 6.4 – Alterações ocorridas na altura facial nos grupos 1 e 2.
A altura facial anterior, representada pelas variáveis AFAI, AFAT e
AFAI/AFAT, aumentaram mais no grupo tratado sem extrações, porém essa
diferença não se mostrou estatisticamente significante. Staggers (1994) relatou que
125
Discussão
não existe diferença estatisticamente significante nas dimensões verticais entre
grupos tratados com e sem extrações de pacientes com oclusão Classe I. Ainda
afirmou que em pacientes com oclusão Classe II, o espaço das extrações são
usados para corrigir a relação molar, com a mesialização dos mesmos e, mesmo
assim, esta mesialização não necessariamente produz uma redução da dimensão
vertical. Assim, o autor concluiu que maioria das mecânicas ortodônticas são
extrusivas e esta extrusão mantém ou aumenta a dimensão vertical. Provavelmente,
o aumento da altura facial anterior foi semelhante entre os grupos no presente
estudo porque a extrusão dos molares superiores (6sup-PP) e inferiores (6inf-PM)
não apresentaram diferença estatisticamente significante entre os grupos (Figura
6.6). Porém, o aumento da AFAI apresentou correlação significante com a extrusão
nos molares superiores e inferiores somente no grupo tratado sem extrações (Tabela
5.10 e 5.11).
Chua, Lim e Lubit (1993) avaliaram a influência do tratamento com e sem
extrações na altura facial ântero-inferior em pacientes com má oclusão Classe I e
Classe II. Os autores relataram que no tratamento sem extrações houve um
significante aumento da AFAI, enquanto que no grupo com extrações não houve
diferença significante na AFAI. Cusimano, McLaughlin e Zernik (1993) observaram
que mesmo com a mesialização dos molares devido às extrações, a altura facial
anterior aumentou decorrente à extrusão dos molares. Este trabalho concorda com
outros estudos na qual defendem a idéia que extrações dos pré-molares não reduz a
dimensão vertical da face (ALMEIDA, F.M.; SIQUEIRA, 2004; BISHARA; CUMMINS;
ZAHER, 1997; CUSIMANO; MCLAUGHLIN; ZERNIK, 1993; DOUGHERTY, 1968;
HASSUNUMA, 2003; KIM, T.K. et al., 2005; STAGGERS, 1990; TANER-SARISOY;
DARENDELILER, 1999).
Se o crescimento vertical do ramo mandibular não compensar a extrusão dos
molares, a proporção da altura facial anterior (AFAI/AFAT) pode aumentar (KIM, T.K.
et al., 2005). Além disso, segundo este autor, a AFAI pode ser influenciada
significantemente pelo tratamento ortodôntico e o aumento da proporção AFAI/AFAT
pode ocorrer devido à extrusão dos molares pela mecânica do tratamento e
crescimento vertical residual dos pacientes. Nesta pesquisa, a alteração da
proporção AFAI/AFAT não foi estatisticamente significante entre os grupos. Isso
126
Discussão
ocorreu provavelmente porque o aumento da altura facial posterior (S-Go) e a
extrusão dos molares superiores e inferiores foram semelhante entre os grupos
tratados com e sem extrações, não acarretando assim alteração significante na
AFAI/AFAT. Bishara, Cummins e Zaher (1997) também o encontraram diferença
estatisticamente significante na altura facial posterior de pacientes tratados com e
sem extrações. No presente trabalho houve correlação significante entre o aumento
de AFAI/AFAT e extrusão dos molares superiores no grupo tratado sem extrações
(Tabela 5.10).
Segundo Haralabakis e Sifakakis (2004), a rotação mandibular no sentido
horário pode ocorrer como resultado do crescimento em alguns pacientes, assim
alguns casos somente serão solucionados com cirurgia ortognática. O autor ainda
afirma que parâmetros geneticamente controlados, como esqueleto e músculos,
parecem ser predominantes na determinação das mudanças verticais durante o
crescimento. Este trabalho concorda que as alterações dentoalveolares
conseqüentes do tratamento ortodôntico muitas vezes não conseguem solucionar as
discrepâncias verticais (HARALABAKIS; SIFAKAKIS, 2004).
Figura 6.5 Alterações ocorridas nos incisivos superiores e inferiores nos
grupos 1 e 2.
-
-
-
-
1sup.PP
1sup.NA
1inf.NB*
IMPA
1sup
-
NA*
1inf
-
NB*
Overjet
Overbite
6.3.4 Relações Dentárias
6.3.4.1 Incisivos Superior
es e Inferiores
GRUPO 1
GRUPO 2
127
Discussão
Uma importante variável clínica que influencia na decisão de extrair ou não é
o grau de apinhamento dentário (BISHARA; CUMMINS; ZAHER, 1997). Para este
autor, existem outros parâmetros que ainda podem influenciar na decisão de
extrações, como por exemplo, a inclinação dos incisivos e a severidade da
discrepância ântero-posterior e vertical. Neste trabalho, no pré-tratamento, os
indivíduos tratados com extrações apresentavam uma protrusão (1sup-NA) e
inclinação para vestibular dos incisivos superiores (1sup.PP e 1sup.NA)
significantemente maior que no grupo sem extrações (Tabela 5.7). Além disso,
possuíam maior overjet e menor overbite. Esta característica provavelmente
influenciou na decisão de extrações durante o planejamento do tratamento. Durante
o tratamento, a inclinação para lingual dos incisivos superiores foi mais acentuada
no grupo com extrações (1sup.PP e 1sup.NA), porém esta diferença entre os grupos
não foi estatisticamente significante. O mesmo resultado foi observado por
Darendeliler e Taner-Sarizoy (2001).
As alterações na inclinação dos incisivos inferiores (1inf.NB) tiveram diferença
estatisticamente significante entre os grupos, mostrando uma maior inclinação para
lingual no grupo com extrações e, ao contrário, uma inclinação para vestibular no
grupo sem extrações. A variável IMPA também mostrou esta variação na inclinação
dos incisivos entre os grupos, porém esta não evidenciou diferença estatisticamente
significante. Em relação as variáveis 1sup-NA e 1inf-NB, o presente estudo
encontrou os mesmos resultados obtidos por Bishara et al. (1995), na qual relataram
a significante retrusão dos incisivos superiores e inferiores no grupo com extrações e
um aumento da protrusão dos incisivos inferiores no grupo sem extrações. Para
Darendeliler e Taner-Sarisoy (2001), as extrações dos pré-molares e o uso do
aparelho extrabucal apropriado nos diferentes padrões de crescimento não alteram
significantemente as posições dentárias. Segundo os autores, as extrações são
feitas para corrigir o apinhamento e para diminuir o overjet com a retração dos
incisivos superiores.
Neste estudo, o overjet diminuiu em ambos os grupos e o overbite diminuiu no
grupo sem extrações e aumentou no grupo com extrações. Porém, estas alterações
não apresentaram diferença estatisticamente significante entre os grupos.
Darendeliler e Taner-Sarisoy (2001) avaliaram os efeitos do tratamento com
128
Discussão
extrações e o uso ou não da tração extrabucal em diferentes padrões de
crescimento. Não houve diferença estatisticamente significante no overbite entre os
dolicofaciais que fizeram o uso ou não do aparelho extrabucal occipital.
6.3.4.2 Molares Superiores e Inferiores
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
6sup-PP 6inf-PM 6sup-PTV* 6inf-PTV
GRUPO 1 GRUPO 2
Figura 6.6 Alterações ocorridas nos molares superiores e inferiores nos grupos
1 e 2.
Pearson (1986) relatou que geralmente nos casos tratados sem extrações a
extrusão dos molares foi menor que naqueles tratados com extrações. Estudos
demonstraram que os molares extruíram quando os espaços das extrações foram
fechados (CUSIMANO; MCLAUGHLIN; ZERNIK, 1993; STAGGERS, 1994).
Segundo Kim, T.K. et al. (2005), quanto maior o espaço da extração a ser fechado,
maior a possibilidade de extrusão dos molares durante a mecânica de fechamento
de espaço. No entanto, no presente estudo as extrusões dos molares superiores
(6sup-PP) e inferiores (6inf-PM) não apresentaram diferença estatisticamente
significante entre os grupos tratados com ou sem extrações.
Yamaguchi e Nanda (1991) avaliaram os efeitos do tratamento ortodôntico
com e sem extrações em paciente que fizeram o uso do aparelho extrabucal occipital
ou de elásticos intermaxilares. No grupo tratado com tração extrabucal occipital, os
tratamentos com e sem extrações não apresentaram efeitos significantes nas
posições vertical e horizontal dos molares. Isso indica que o tratamento com
extrações em conjunto com o uso da tração extrabucal occipital evita a mesialização
129
Discussão
e extrusão dos molares superiores (MERRIFIELD; CROSS, 1970; NANDA, S.K.,
1988). No entanto, a utilização de elásticos promoveu a mesialização e extrusão dos
molares inferiores (RICKETTS, 1960a; SASSOUNI; NANDA, 1964; SCHUDY, 1964).
Assim, os autores concluiram que as alterações verticais e horizontais dos molares
não dependem se o tratamento foi realizado com ou sem extrações, mas sim do tipo
de força aplicada.
No presente trabalho, todos os indivíduos fizeram o uso do aparelho
extrabucal occipital e elásticos intermaxilares, não ocorrendo assim diferença
estatisticamente significante nas alterações verticais dos molares superiores e
inferiores entre os grupos. Porém, a mesialização dos molares superiores (6sup-PTV)
no grupo com extrações e a distalização no grupo sem extrações caracterizaram
uma diferença estatisticamente significante entre os grupos. Os molares inferiores
mesializaram mais no grupo com extrações, mas esta diferença o foi
estatisticamente significante. Estas alterações horizontais nos molares superiores e
inferiores serviram para a correção da má oclusão Classe II, 1
a
divisão.
Um fator importante que pode influenciar os resultados é a colaboração do
paciente. Pearson (1986) relatou que pacientes bons colaboradores apresentaram
extrusão dos molares significantemente menor que os pacientes não colaboradores.
O uso do aparelho extrabucal occipital e aparelho fixo produzem mudanças
dentoesqueléticas favoráveis nos pacientes em crescimento com padrão de
crescimento vertical e oclusão Classe II, mas é indicado naqueles com alto grau
de cooperação (BROWN, 1978; BURKE; JACOBSON, 1992; CANGIALOSI et al.,
1988; COZZA; MARINO; FRANCHI, 2008; FIROUZ; ZERNIK; NANDA, 1992;
GIANCOTTI, 2000). Este estudo não avaliou a grau de cooperação dos pacientes
em relação ao uso do aparelho extrabucal. Porém, todos pacientes selecionados
para a amostra dos grupos 1 e 2 finalizaram o tratamento ortodôntico de maneira
satisfatória, segundo as fichas clínicas, e com uma média do tempo de tratamento
semelhante.
O crescimento é outro fator determinante no aumento da dimensão
dentoalveolar posterior (STAGGERS, 1994). Alguns estudos observaram extrusão
dos molares superiores e inferiores em um grupo controle de indivíduos com padrão
de crescimento vertical (ISCAN; SARISOY, 1997; KALRA; BURSTONE; NANDA,
130
Discussão
1989). A maioria dos indivíduos das amostras deste trabalho possuíam potencial de
crescimento, então parte das alterações dentoalveolares provavelmente pode ser
atribuída ao crescimento.
Janson et al. (2008) compararam as características cefalométricas de
indivíduos com oclusão Classe II, 1
a
divisão, tratados com extrações de 2 e 4
pré-molares e verificaram que as características cefalométricas iniciais o
influenciaram na proporção de sucesso oclusal. Outros pesquisadores também
concordam que o tipo facial não influencia nos resultados do tratamento ortodôntico
(ZAHER; BISHARA; JAKOBSEN, 1994; HERING; RUF; PANCHERZ, 1999). Mesmo
assim, o controle vertical dos molares é um fator importante que deve ser
considerado durante o tratamento pois a extrusão dos dentes posteriores pode
resultar em rotação mandibular e conseqüente aumento da dimensão vertical
anterior da face, anulando assim os efeitos desejáveis do crescimento mandibular
(KUHN, 1968; YAMAGUCHI; NANDA, 1991).
6.3.5 Perfil Tegumentar
Figura 6.7 – Alterações ocorridas no perfil tegumentar nos grupos 1 e 2.
Vários estudos afirmam que a convexidade do perfil tegumentar diminui
durante o tratamento, independente de extrações (BISHARA; HESSION;
PETERSON, 1985; FINNOY; WISTH; BOE, 1987; LUPPANAPORNLARP;
JOHNSTON, 1993; NANDA, R.S. et al., 1990; ZIERHUT et al., 2000). Zierhut et al.
(2000) avaliaram pacientes com oclusão Classe II, 1
a
divisão, tratados com
-
-
-
0
2
4
6
H
-
NB*
Ls
-
S*
Li
-
S*
Ls
-
Li*
ANL*
Sn
-
Me'
GRUPO 1
GRUPO 2
131
Discussão
tração extrabucal cervical com e sem extrações dos quatro primeiros pré-molares.
Eles observaram que os ângulos ANB e NAP, assim como H.NB diminuíram
similarmente em ambos grupos. Ao contrário, a convexidade do perfil tegumentar (H-
NB), nesta pesquisa, diminuiu significantemente mais no grupo com extrações,
assim como os ângulos ANB e NAP. Bishara et al. (1995) também observaram maior
diminuição da convexidade do perfil mole no grupo tratado com extrações. É
importante relatar que o crescimento do nariz e mento durante o tratamento também
influenciam na menor convexidade do perfil tegumentar (ANDERSON; JOONDEPH;
TURPIN, 1973; LAI; GHOSH; NANDA, 2000).
Foi observado no estudo de Ramos et al. (2005) que se o overjet é causado
por uma inclinação vestibular acentuada dos incisivos superiores, a correção por
meio da inclinação lingual tende a resultar em pouca alteração labial. Por outro lado,
uma maior retrusão labial ocorre quando a retração dos incisivos acontece pelo
movimento de translação. No presente estudo, os lábios superiores e inferiores
retraíram significantemente mais no grupo tratado com extrações. Porém, os
incisivos superiores no pré-tratamento estavam significantemente mais protruídos e
inclinados para vestibular no grupo tratado com extrações (Tabela 5.7). Então, é
importante ressaltar que provavelmente a maior necessidade da retrusão dos
incisivos superiores devido a significante maior protrusão destes dentes no pré-
tratamento, no grupo com extrações, pode ter influenciado na maior retração do lábio
superior neste grupo. No entanto, não houve correlação significante entre a retrusão
do lábio superior e retração dos incisivos superiores em ambos os grupos (Tabela
5.12 e 5.13). Segundo Talass, M., Talass, L. e Baker (1987), o baixo grau de
predição das alterações do lábio superior em resposta da movimentação dentária
pode ser causado pela complexa anatomia e dinâmica do lábio superior, que não
pode ser avaliado somente por técnicas cefalométricas.
A retrusão do bio inferior (Li-S) foi significantemente maior no grupo com
extrações e a posição dos incisivos inferiores em ambos os grupos eram
semelhantes no pré-tratamento. Então, o procedimento das extrações também pode
ser considerado como um fator determinante na significante maior retrusão do lábio
inferior no grupo tratado com extrações. Rains e Nanda (1982) observaram que a
retração dos incisivos inferiores não teve correlação com a retração dos lábios
132
Discussão
superiores e inferiores. Porém, no presente estudo, houve correlação significante
entre a retrusão do lábio inferior com retração (1inf-NB) e inclinação para lingual
(1inf.NB) dos incisivos inferiores no grupo com extrações (Tabela 5.12 e 5.13). Lai,
Ghosh e Nanda (2000) constataram que em pacientes dolicofaciais e braquifaciais é
difícil predizer as alterações labiais frente à movimentação dos incisivos devido à
grande variação individual dos tipos faciais. Além disso, Oliver (1982) afirmou que os
tecidos moles variam em espessura, comprimento e tônus postural e esses fatores
geram as diferentes alterações dos tecidos moles frente a retração dos tecidos duros,
como em pacientes com lábios finos comparados àqueles com lábios grossos.
A distância interlabial (Ls-Li) aumentou no grupo tratado sem extrações e
diminuiu no grupo tratado com extrações, sendo esta diferença estatisticamente
significante. Ao contrário, Abdel Kader (1983) relatou que nenhuma mudança
ocorreu na distância entre os lábios superior e inferior mesmo com as alterações
significantes do overjet e overbite durante o tratamento. Segundo Ramos et al.
(2005), as alterações verticais dos lábios pareceram estar relacionadas com o
crescimento, enquanto que as alterações horizontais foram associadas à retração
dos incisivos. No estudo de Talass, M., Talass, L. e Baker (1987), o comprimento do
lábio superior não aumentou com o crescimento e nem com o tratamento e o lábio
inferior teve significante aumento em comprimento, sendo este responsável pelo
maior selamento labial. Jacobs (1978) não encontrou correlação significante entre a
quantidade de retração dos incisivos e o melhora selamento labial. Ao contrário, no
presente estudo, houve correlação significante entre a diminuição da distância
interlabial com a retração dos incisivos superiores (1sup-NA) e diminuição do overjet
no grupo com extrações (Tabela 5.13).
O ângulo nasolabial mostrou uma tendência de diminuir dos 7 aos 17 anos
de idade, sem haver diferença entre oclusão Classe I e Classe II (GENECOV;
SINCLAIR; DECHOW, 1990; NANDA, R.S. et al., 1990). Lo e Hunter (1982) e Scott e
Jernigan (2006) observaram que quanto maior foi a retração dos incisivos superiores,
maior foi o aumento do ângulo nasolabial. No presente estudo, o ângulo nasolabial
(ANL) aumentou significantemente mais no grupo com extrações (4,61
o
) que no
grupo sem extrações (0,50
o
). Isto provavelmente ocorreu devido a significante maior
retração dos incisivos superiores no grupo com extrações pois segundo Darendeliler
133
Discussão
e Taner-Sarizoy (2006), apenas o padrão de crescimento ou o uso do aparelho
extrabucal não alteraram o ângulo nasolabial. No entanto, a alteração do ângulo
nasolabial no grupo com extrações não foi significantemente diferente do grupo sem
extrações no estudo de Lo e Hunter (1982).
Segundo Ramos et al. (2005), o ângulo nasolabial tende a aumentar após a
retração dos incisivos, mas existe pouca predição para essa resposta. A
individualização do crescimento da base nasal e não necessariamente a anatomia
do lábio superior é a maior causa da variabilidade do ângulo nasolabial. Porém, o
estudo de Lo e Hunter (1982) encontrou que aproximadamente 90% das mudanças
do ângulo nasolabial foram relacionadas com as alterações do lábio superior.
Apenas 10% do aumento do ângulo nasolabial foram relacionados com as
alterações da base nasal.
Alguns trabalhos mostraram que altura facial ântero-inferior tegumentar
aumentou com o crescimento (GENECOV; SINCLAIR; DECHOW, 1990; NANDA,
R.S. et al., 1990). No presente estudo, o aumento da altura facial ântero-inferior
tegumentar (Sn-Me’) foi a única variável que não apresentou diferença
estatisticamente significante entre os grupos. Isso provavelmente ocorreu devido à
altura facial ântero-inferior (AFAI) também ter aumentado de maneira similar nos
dois grupos. Assim como em outros estudos (BISHARA, 1998; YOUNG; SMITH,
1993), nesta pesquisa os pacientes tratados sem extrações tiveram alterações
faciais menores, quando comparado com um grupo onde foi realizado extrações.
6.4
Considerações finais
Com este estudo, comparamos as alterações dentoesqueléticas e
tegumentares de indivíduos dolicofaciais tratados sem e com extrações dos quatro
primeiros pré-molares (Figuras 6.8 e 6.9). Concordamos com Staggers (1994) que
os pré-molares são extraídos para reduzir a protrusão dos dentes anteriores e
durante a retração, o objetivo da ancoragem é manter a posição dos dentes
posteriores. Se a ancoragem é mantida, ocorre pouca mesialização dos dentes
posteriores e a suposta perda de dimensão vertical não acontece. Quando o espaço
134
Discussão
da extração é utilizado para a correção da relação molar, os molares são
mesializados. Essa mesialização não necessariamente resulta na diminuição da
dimensão vertical. A maioria das mecânicas ortodônticas são extrusivas por natureza
e esta extrusão parece manter ou aumentar a dimensão vertical.
Por isso, o controle vertical dos molares é um fator relevante que deve ser
considerado durante o tratamento em dolicofaciais, pois a extrusão dos dentes
posteriores pode resultar em rotação mandibular e conseqüente aumento da
dimensão vertical anterior da face (KUHN, 1968; YAMAGUCHI; NANDA, 1991).
Portanto, é de suma importância a utilização de mecanismos de forças para
controlar a extrusão dos molares superiores durante a mecânica ortodôntica
(ALMEIDA, R.M. et al., 2006).
O sucesso do tratamento ortodôntico está limitado as mudanças favoráveis do
perfil mole (BRAVO, 1994). A decisão de extrair ou não, se baseado no correto
critério de diagnóstico, parece não ter efeito deletério no perfil facial (BISHARA et al.,
1995). Por isso, além da protrusão dos incisivos, as características do perfil facial no
pré-tratamento, como protrusão labial e distância interlabial, são fundamentais na
decisão de extrações. O tratamento com extrações mostrou maior correção na
convexidade esquelética e tegumentar, retração dos incisivos e redução da distância
interlabial. Por isso, o tratamento com extrações é mais indicado em pacientes
dolicofaciais que precisam maior redução da convexidade facial, retração dos
incisivos e melhora no selamento labial passivo.
135
Discussão
Figura 6.8 – Sobreposição dos traçados compostos médios do grupo 1
*
.
Figura 6.9 – Sobreposição dos traçados compostos médios do grupo 2
*
.
*
Traçado preto: pré-tratamento; traçado vermelho: pós-tratamento.
136
Discussão
6.5 Sugestões para próximos trabalhos
1- Avaliar a estabilidade em longo prazo do tratamento em dolicofaciais
tratados sem e com extrações dos quatro primeiros pré-molares e
2- Avaliar outros fatores que influenciam na retração labial dos dolicofaciais
tratados sem e com extrações dos quatro primeiros pré-molares como a espessura
labial.
Conclusões
Conclusões
139
7. Conclusões
Com base nas características da amostra utilizada, metodologia empregada e
a partir dos resultados obtidos, pode-se concluir que:
7.1 O tratamento com extrações evidenciou uma maior correção significante da
convexidade facial esquelética e relação maxilomandibular comparado com o
tratamento sem extrações;
7.2 O tratamento com e sem extrações não influenciaram no padrão de
crescimento;
7.3 A altura facial aumentou similarmente em ambos os grupos;
7.4 Os incisivos superiores e inferiores foram mais inclinados para lingual e
retruídos no grupo tratado com extrações. Os molares superiores e inferiores
extruíram similarmente em ambos os grupos e a mesialização do molar
superior foi significantemente maior no grupo tratado com extrações;
7.5 O perfil tegumentar alterou significantemente no grupo tratado com extrações,
evidenciando diminuição da convexidade do perfil facial, aumento do ângulo
nasolabial, maior retrusão labial e diminuição da distância interlabial;
7.6 O tratamento com extrações é mais indicado em pacientes dolicofaciais que
precisam maior redução da convexidade facial, retração dos incisivos e
melhora no selamento labial passivo.
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Apêndice
Apêndice
161
Apêndice 1:
GRUPO 1 – Número, idade inicial, gênero, severidade da má- oclusão
e tempo de tratamento
Paciente Número*
Idade
inicial
Gênero Má oclusão CL II**
Tempo de
Tratamento
01. L.C.C. 805 AC 12 M D1/2 E1/2 2,75
02. D.G.B.L. 232 E 13,08 M DC E1/2 2,75
03. A.G.R. 13 E 11,33 F D1/4 E1/2 2,42
04. E.V.P. 704 E 12 F DC E3/4 1,75
05. F.M.F. 814 E 13,5 M D1/2 E3/4 2,25
06. F.M.M. 865 E 10,58 F D3/4 E1/4 3,17
07. R.C.C. 1948 E 13,17 M DC E3/4 2,16
08. A.C.L. 163 E 14,42 F D1/2 ECl I 1,91
09. A.P.D.P. 194 E 13,17 F D1/2 E1/4 1,91
10. A.L.O. 223 E 11,33 M DC E3/4 2,5
11. A.C.O. 295 E 13,25 M DCl I E1/2 3
12. A.C.M. 302 E 10,75 F DC E3/4 1,67
13. C.E.V. 407 E 13,5 M D3/4 ECl I 2,08
14. C.F.D. 470 E 13,08 F D1/2 ECl I 1,92
15. M.C.R. 1661 E 13,5 M D1/4 E1/2 2
16. L.B. 1348 E 11,67 F D3/4 E1/4 1,83
17. M.C.M.H. 1535 E 12,17 F D1/2 E1/2 1,58
18. F.C.B. 233 AC 13,33 M DC EC 2,09
19. A.G.A. 236 AC 10,58 F D1/2 ECl I 1,75
20. A.A.V. 731 AC 12,42 M DCl I E1/2 2,16
21. G.F.M.C. 785 AC 13,5 F DCl I EC 2,67
22. M.U.P. 866 AC 11,08 M DCl I E1/2 1,5
23. A.B.B. 956 AC 11,08 F D1/2 E1/4 2,34
* AC: Acopen; E: especialização FOB
** D: lado direito; E: lado esquerdo; severidade da má oclusão Classe II: ¼, ½, ¾, C: completa;
Cl I: Classe I
Apêndice
162
Apêndice 2:
GRUPO 2 – Número, idade inicial, gênero, severidade da má-oclusão e
tempo de tratamento
Paciente mero*
Idade
inicial
Gênero
Má Oclusão CL II**
Tempo de
Tratamento
01. D.L. 141 AC 13,5 F D1/2 EC 2,17
02. D.J.S. 198 AC 11,58 F DC E1/4 1,51
03. T.M.A. 247 AC 11,25 M D3/4 E1/4 1,83
04. M.A.O. 798 AC 13,25 M D1/2 ECl I 3,17
05. F.S.P.R. 800 E 11 M DC E1/2 3,58
06. V.F.P. 2134 E 13,33 F D1/4 E1/2 1,92
07. C.D.B. 507 E 11,42 F D1/2 EC 3,58
08. C.N.F. 509 E 13,42 F D3/4 E1/4 2,83
09. L.A.C.A. 1389 E 11,42 M D3/4 E1/2 2
10. M.M.M. 1473 E 12,42 M DCl I E1/2 2,91
11. M.S.G. 1493 E 12,5 F DC E1/2 3,58
12. M.A.G. 1515 E 11 M D1/2 E1/4 2,17
13. W.H.F.G. 36 AC 12,67 M DCl I E1/2 2,5
14. L.C.G. 129 AC 12,58 F DC ECL I 2,59
15. M.V.M. 255 AC 12,33 M DCl I EC 3,25
16. G.G. 973 AC 11,58 F D1/2 E1/2 3,59
17. V.M.B.M. 42S8 PG 12,58 F D1/4 EC 1,5
18. V.M.T.P. 49L7 PG 12,17 F DC EC 2,33
19. L.C.S.A. 51S7 PG 14 M D1/2 E1/2 1,92
20. S.S.M. 60L9 PG 12 F DC EC 2,67
21. V.M.C. 65S7 PG 11,5 F D1/2 E1/2 2
22. C.M.S.G. 81L6 PG 14,58 F D1/2 ECl I 1,75
23. C.C.O. 176F26 PG 10,67 F D1/2 E1/4 1,91
* AC: Acopen; E: especialização FOB; PG: pós-graduação
** D: lado direito; E: lado esquerdo; severidade da má oclusão Classe II: ¼, ½, ¾, C: completa;
Cl I: Classe I
Apêndice
163
Os apêndices 3 a 27 referem-se aos valores inicial e final individuais de cada variável, para
cada paciente, dos grupos 1 e 2.
Apêndice 3:
GRUPO 1
Paciente
NAP ANB SNA
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1 4,1 3,3 2,8 2,6 73,4 73,3
2 9,4 0,9 6,3 1,8 78,6 75,4
3 7,6 -1,1 5,2 2 81,5 79,3
4 6,9 4,5 4,9 3,9 80,4 78,8
5 12,8 11 6,7 6,1 82,5 82,4
6 13,5 8,5 6,6 4,2 83,9 83
7 4,7 7,1 3,2 4,2 76,9 76,5
8 9,3 11,3 5,3 6,5 79,7 79,9
9 0,1 -4,2 1,2 -0,9 79,6 75,4
10 10,9 5,7 6,1 3,7 77,2 73,7
11 -3,5 -5 0 -0,2 69 70,4
12 7,8 4,8 4,8 3,3 76,2 75,4
13 1,7 7,1 1,9 4,6 78,7 75,5
14 18,9 11,5 9,2 6,1 85,1 80,5
15 6,1 1,3 4,1 1,9 78,5 78,9
16 4,8 5,9 3,6 4,4 79,7 79,6
17 6,1 8,8 3,7 4,4 82,3 84,4
18 10,6 9,8 5,6 5,9 77,5 78,8
19 8,1 7,8 4,2 4,3 76,4 77,1
20 10,9 8,8 5,5 4,1 76,7 74,7
21 1,8 -4,3 3,1 -0,2 77,1 73
22 2,2 6,8 1,8 4,1 72,7 74,3
23 12,4 10,4 7,9 6,9 83,8 82,2
Apêndice
164
Apêndice 4:
GRUPO 2
Paciente
NAP ANB SNA
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
3,1 2,9 3,1 3,5 75,6 73,8
2
2,3 -5,6 2,3 -1,1 72,5 72,5
3
13,5 8,6 6,8 4,2 80,6 83,6
4
-1,3 -7,8 0,8 -1,6 71,4 70,5
5
9,1 10,2 5,1 6,1 80,7 83,4
6
6,1 5,3 3,7 3,5 78,1 78,1
7
5,2 3,8 3 3 76,3 76,6
8
10,1 3,6 5,5 2,5 73,9 69,2
9
15 8,2 7,9 4,7 84,7 81,5
10
2,7 -9,5 2,9 -1,5 74,8 71,2
11
3,6 -0,9 2,4 0,7 75,4 74,3
12
6 3,2 4,4 3,4 75,7 76,8
13
6,4 2,9 4,7 2,7 84,6 79,5
14
16 14,2 8,4 6,7 85,3 85,2
15
3,9 0,7 2,5 1,7 77,1 76,1
16
8,5 5,1 4,9 3,7 83,8 81,9
17
22,5 14,5 11 7,3 84,2 82,2
18
14,8 3,3 8,3 2,9 78,2 73,7
19
7,9 3,6 4,7 3,1 83,4 82,1
20
14,4 7,4 7 4,1 80,2 77
21
7,1 2,3 3,1 2 74 71,9
22
5,3 4,4 3,1 3,5 82,2 82,2
23
13,5 3,2 7,7 2,8 81,2 76,6
Apêndice
165
Apêndice 5:
GRUPO 1
Paciente
SNB SND A-Nperp
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
70,6 70,8 68,3 68,9 -5,1 -5,7
2
72,3 73,6 70,6 71,8 -0,2 -2,8
3
76,3 77,3 74,3 75,8 0,4 -1,9
4
75,5 74,9 73,7 73,3 -0,4 3,4
5
75,9 76,3 72,3 73,7 -0,1 1,8
6
77,3 78,8 73,6 75,3 1,3 2,1
7
73,7 72,3 70,4 69 -2,9 -3,1
8
74,3 73,3 71,4 70,4 0,1 0,9
9
78,4 76,3 75,8 74,2 -4 -6,8
10
71,1 70 68,7 67,7 0,3 -3,8
11
69 70,6 68 69,9 -10,8 -12,9
12
71,5 72 68,4 69 -6,9 -5,8
13
76,7 70,9 74,5 69 -4,2 -7,1
14
75,9 74,5 72,4 71,6 4,7 1,1
15
74,4 77 72,9 75,5 0,2 -5,5
16
76,1 75,2 73,7 73,2 -0,2 -1,5
17
78,6 80 75,4 76,7 2,1 2,1
18
72 72,9 69 71 -0,7 -2,1
19
72,2 72,8 69,8 70,9 -1,9 -5,1
20
71,1 70,5 68,4 67,5 -2,9 -3,1
21
74 73,2 72,8 72 -2,5 -6,1
22
71 70,3 67,9 67,9 -2,7 -0,8
23
75,9 75,2 73,8 73,6 0,6 0,3
Apêndice
166
Apêndice 6:
GRUPO 2
Paciente
SNB SND A-Nperp
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
72,5 70,2 71,3 69,8 -5,9 -4,8
2
70,2 73,6 67,6 71,9 -3,7 -7,9
3
73,8 79,4 70,3 76 7,6 1,9
4
70,7 72,1 69 71,4 -5,2 -9,1
5
75,6 77,3 72,5 74,7 -1,3 -3,3
6
74,4 74,6 72,3 73 -5,6 -6,2
7
73,3 73,6 70,2 71,3 -1,7 1
8
68,4 66,6 65,8 64,6 -6,2 -9,3
9
76,8 76,7 73,3 74 0,2 -1,3
10
71,9 72,7 70,3 73,1 0,3 -4,6
11
73 73,7 69,2 70,9 -0,5 -1,5
12
71,3 73,4 69,7 72,4 -3,4 -7,7
13
79,9 76,8 78,1 75,4 1,6 -3,3
14
76,9 78,6 73,9 75 3 1,7
15
74,6 74,4 71,7 72,4 -4,3 -7
16
78,9 78,3 76,3 76,4 -1,6 -1,2
17
73,2 74,9 70,2 72,5 2,2 -1,7
18
69,9 70,8 67,8 69,1 1,1 -8,4
19
78,8 78,9 76,2 77,1 -5,1 4,3
20
73,3 72,8 70,6 70,7 1,9 -2,4
21
70,9 69,8 67,7 67,8 -2,9 -4,2
22
79,1 78,7 76,5 76,3 -1 -0,1
23
73,4 73,8 70,7 71,8 1,3 -4,7
Apêndice
167
Apêndice 7:
GRUPO 1
Paciente
Co-A Co-Gn (Co-A)(Co-Gn)
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
82,2 85 100,3 104,4 18,1 19,4
2
91,4 88,3 117 120,3 25,6 32
3
82,9 81,2 106,7 114,9 23,8 33,7
4
78,8 81,6 100,8 106,6 22,1 25
5
85,3 90,2 109,6 117,9 24,3 27,6
6
79,1 84,4 98,3 107,2 19,2 22,8
7
83,4 86,4 106,8 109,8 23,4 23,4
8
88,3 89 112 111,9 23,7 22,9
9
78,6 76,5 107,9 111 29,3 34,5
10
83,6 87,2 103,7 111,2 20,1 24
11
77,2 83 104 118,5 26,8 35,5
12
78,6 78,6 97,8 99,9 19,2 21,3
13
80 81,8 109 111 29 29,2
14
86,8 84,4 103 105 16,2 20,6
15
80,2 77,4 107,2 109,2 27 31,8
16
81,3 83,9 103,7 109,1 22,4 25,2
17
84,3 87,8 110,1 111,1 25,7 23,3
18
88 90,5 109,2 116,5 21,3 26
19
82,1 84 104,2 108,4 22,1 24,4
20
86,6 87,6 106,3 111,6 19,7 24
21
83,4 80,6 108,5 109,5 25,1 28,9
22
81,1 84,6 107,3 110,6 26,1 26
23
85,6 84,7 105,8 108,2 20,2 23,4
Apêndice
168
Apêndice 8:
GRUPO 2
Paciente
Co-A Co-Gn (Co-A)(Co-Gn)
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
81,4 80,7 108,9 109,8 27,5 29
2
77,9 77,8 100,7 106 22,7 28,2
3
88,9 88,7 114,8 116,4 26 27,7
4
79,5 82,3 103,5 115,5 24,1 33,2
5
78,1 83,1 99,8 106 21,7 23
6
84,2 84,3 108,2 110 24 25,7
7
75 74,9 104 110,2 28,9 35,2
8
76,6 76,7 97,2 104,2 20,6 27,5
9
85 84,1 102,4 105,3 17,5 21,2
10
76,3 80,6 108,7 122,4 32,4 41,8
11
82,4 85 108,7 116,5 26,2 31,6
12
75,8 77,7 97,2 99,5 21,3 21,8
13
84,8 85,7 110,5 114,1 25,7 28,3
14
82,7 82,9 106,1 106,3 23,4 23,4
15
80,2 81,3 103,3 111,4 23 30,2
16
80 83,2 101,4 108,5 21,5 25,3
17
83,7 83,7 98,5 102,5 14,8 18,9
18
87,5 84,3 107,5 109,1 20,1 24,8
19
90,6 92,4 112,7 126,9 22,2 34,5
20
83,2 78,8 99,9 100,4 16,7 21,7
21
75 77,4 97,5 102,9 22,5 25,5
22
78,3 80,3 107,4 111,7 29,1 31,3
23
76,1 75 102,4 103,9 26,4 28,9
Apêndice
169
Apêndice 9:
GRUPO 1
Paciente
P-NB SN-PP SN-Ocl
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
1,4 2 14 14 17,7 20,4
2
3,2 2,8 8,4 8,3 17,1 21,5
3
3,2 4,9 5,7 5,6 19 19
4
2,9 3,5 10,9 12 16,1 23,7
5
0,2 1,4 6,3 4,9 18,6 15,8
6
0,4 0,2 4 3,6 16,7 13,9
7
1,6 1,6 6,4 8,6 15,3 19,9
8
1,1 1,2 8,4 8,8 18,5 21,6
9
2,2 2,6 2,5 1,4 17,5 22,9
10
1,6 2 8,2 10,9 24 30,1
11
3,6 5,3 6 3,7 18,2 14,6
12
1,7 1,9 7,2 8,9 18,6 19
13
2,1 2,7 3,2 8,9 12,4 23,5
14
0,9 1,2 11,2 8,6 18,1 21,4
15
2,1 2,4 11,7 5,6 20,3 17,9
16
2,3 2,9 9,6 10,4 15,5 17,8
17
1,3 0,5 5,6 3,7 15,2 13,2
18
1,1 2,2 12,1 10,9 17,8 19,5
19
0,6 1,3 12 13,9 20,5 23,1
20
0,7 -0,2 13,1 12,6 25,2 24,6
21
4,1 3,5 7,3 10,2 14,6 17,6
22
1,2 1,1 10,5 12,8 20,9 22,5
23
3 3,1 9,1 10,2 13,9 17,1
Apêndice
170
Apêndice 10:
GRUPO 2
Paciente
P-NB SN-PP SN-Ocl
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
2,8 4,1 2,5 4,6 12,2 17,2
2
2,2 3,2 9,2 5,8 18,4 17,1
3
0,3 0,1 12,6 10,3 22,5 15,2
4
2,7 5,1 6,3 4,2 21,4 21,3
5
0,1 0,7 4,2 4,4 16,3 16,2
6
1,4 1,9 11,7 12,6 20,6 20,3
7
1,1 2,5 8,8 10 23,2 20,1
8
0,9 1,5 16,6 10,1 19 23,7
9
0,5 1,2 8 8,5 18 17,3
10
3 7,2 12,7 10,4 21 16,3
11
1 2,2 7,1 10,8 22,7 21,4
12
2,5 3,5 10,6 9,4 20 17,9
13
2,1 2,2 2,9 6,8 11,1 18,9
14
0,2 -0,6 6,5 6,7 15,4 21,7
15
1,1 2,7 14,8 11,5 20,1 19,5
16
1,1 2,1 0,6 4,2 13,9 14,6
17
-0,2 0,7 14,1 15 18 20,9
18
1,9 2,7 9,3 11,1 20,8 27,1
19
1,7 2,7 8,4 9,6 19,4 15,2
20
0,9 1,3 6,8 9,3 18,1 17,6
21
-0,4 1,7 16,3 12,7 21,8 24,4
22
0,5 2,1 4,3 5,3 11,7 12,5
23
0,7 2,4 5,3 6,5 17,5 18,3
Apêndice
171
Apêndice 11:
GRUPO 1
Paciente
SN.GoGn NS.Gn FMA
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
37,3 37,5 70,2 70,9 28,4 28,1
2
38,3 36 71,5 71,8 29,6 26,4
3
35,1 33 69,1 68,8 28,8 26,5
4
36,6 38,4 68,4 69,6 30,4 26,7
5
35,4 33,7 70,3 70,6 30,2 26,9
6
33,9 34,3 69 68,4 28 27
7
36 38,5 71,3 74,1 28,3 30,2
8
39,3 39,3 71,2 72,1 30,6 30,6
9
39,6 41,6 67,1 69,3 36 37,2
10
40,9 43,7 72,4 75 30,1 33
11
39 37,9 75 74,5 30,9 32,5
12
37,7 37,8 70,7 71,5 34,2 32,2
13
35,3 42,6 70,7 77,5 30,5 36,1
14
36,5 36,9 70,4 71,3 29 28,6
15
45,4 42,9 72,2 71,1 35,1 39,2
16
36,4 38,1 66,6 68,5 29,5 32,4
17
36,3 36,4 68,1 68 28,9 31,2
18
41,8 41,6 73,5 74,2 32,4 34,6
19
41,7 41,8 72,5 72,5 33 36
20
42,7 45 73,1 75,7 34,5 35,1
21
36,5 36,9 68,1 69,6 29 28,3
22
40,2 42,4 72,5 74,4 28,9 29,5
23
32,8 37,4 67,6 68,6 28,6 31,9
Apêndice
172
Apêndice 12:
GRUPO 2
Paciente
SN.GoGn NS.Gn FMA
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
41,8 43,5 71,7 74,1 36,3 34,7
2
42,1 37,4 76,3 72,2 31,4 31
3
42,2 35,4 74 68,8 28 29,1
4
38,8 37,9 73,5 72,5 28 30,3
5
38 35,7 68,6 67,9 33 35,5
6
41,5 40,9 71,1 70,5 38,9 38,1
7
43,3 44,6 75,6 75,7 34,7 32,8
8
45,5 48,8 79,3 80,3 37,9 39,2
9
35,3 34,6 68,1 67,1 32,7 30,3
10
43,2 40,4 74,3 72,5 30,1 28,3
11
42,3 41,6 73,5 73 30,8 30,6
12
37 34 73,1 70,7 28,8 30,8
13
33,3 37,1 65,3 69,3 28,5 31,6
14
36,8 34,3 71,3 71,1 31,1 30,7
15
40,2 41,3 70,6 71,2 34,1 36,5
16
33,9 31,4 64,2 65,3 31,7 26,9
17
39,9 37,2 73,6 70,5 34,4 33,1
18
42,3 41 75,5 73,7 31,6 35,3
19
33,9 34,5 66,9 68,1 34,9 24
20
38,9 40,3 69,9 70,9 29,4 32,3
21
45,3 44,7 75,3 75,1 35,4 33,4
22
39,9 39,8 67,7 67,9 34,6 33,9
23
44,4 43,2 74,5 73,8 35,8 36,2
Apêndice
173
Apêndice 13:
GRUPO 1
Paciente
AFAI AFAT AFAI/AFAT
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
53,2 57,9 103,6 111,4 51,4 52
2
69,2 75 122,7 128,8 56,4 58,2
3
61,2 67,1 110,6 116,6 55,3 57,5
4
58,3 61,5 108,5 111,6 53,7 55,1
5
66 73,1 115,9 123,2 56,9 59,3
6
56,2 61,3 99,3 107 56,6 57,3
7
62,5 68,2 114,3 123,2 54,7 55,4
8
67,3 68,8 115,1 116,5 58,5 59,1
9
65,5 69,3 110,1 114,9 59,5 60,3
10
63,1 67,1 111 119,5 56,8 56,2
11
66,2 76,4 114,8 128 57,7 59,7
12
55,2 59 101 107,4 54,7 54,9
13
66,8 69,7 116,2 126,6 57,5 55,1
14
59,9 61,8 106,7 109,6 56,1 56,4
15
62,5 68,9 114 118 54,8 58,4
16
59 62,5 106,9 112,2 55,2 55,7
17
63,4 64,4 111,9 114,3 56,7 56,3
18
65,1 70,7 118,9 127,1 54,8 55,6
19
58,5 61,4 110,2 114,9 53,1 53,4
20
61,2 67,4 112,7 120,8 54,3 55,8
21
62,2 63,8 111,7 114 55,7 56
22
66,2 69,6 113,6 118,5 58,3 58,7
23
60,6 64,3 106,8 112 56,7 57,4
Apêndice
174
Apêndice 14:
GRUPO 2
Paciente
AFAI AFAT AFAI/AFAT
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
68,8 70,6 114,2 118,2 60,2 59,7
2
59,7 63,7 107,6 110,4 55,5 57,7
3
67,7 68 123,8 122,6 54,7 55,5
4
65 71,7 113,8 123,5 57,1 58,1
5
60,5 63,9 99 102,9 61,1 62,1
6
64,4 63,5 114,4 114,6 56,3 55,4
7
63,9 69,1 114,1 122,3 56 56,5
8
62,1 66,3 112,6 119,8 55,2 55,3
9
58,9 61,2 105,5 109 55,8 56,1
10
69,5 73,7 120,1 129,3 57,9 57
11
69,1 72,6 115,6 122,7 59,8 59,2
12
57,7 57,4 103,9 105,2 55,5 54,6
13
65,7 69,1 107,6 117,2 61,1 59
14
63,2 63,6 111,1 112,3 56,9 56,6
15
59,1 66,4 107,4 118,6 55 56
16
55,7 59,5 99,5 105,9 56 56,2
17
57,4 56,9 105,4 106 54,5 53,7
18
64,9 66,2 115,1 117,1 56,4 56,5
19
63,6 72,8 114,1 123,5 55,7 58,9
20
56,8 61,2 100 107,5 56,8 56,9
21
58,3 60,4 106,6 108,6 54,7 55,6
22
65,8 68,5 110,8 113,7 59,4 60,2
23
66,8 66,2 109,7 111,8 60,9 59,2
Apêndice
175
Apêndice 15:
GRUPO 1
Paciente
S-Go 1sup.PP 1sup.Na
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
61,3 66,6 117,5 112 30,2 24,7
2
72,8 80,4 121,8 107,5 34,9 23,8
3
67,7 74,3 102,6 113,9 15,4 29,1
4
64,7 64,5 115,8 109,2 24,5 18,4
5
72,7 79,6 102,2 101,4 13,4 14,1
6
63,2 67 118,6 102,6 30,7 16
7
70,8 75,8 110,4 109,7 27,1 24,6
8
66,2 68,5 108,3 107,2 20,2 18,6
9
64,6 66,6 109 98,6 26,9 21,8
10
63,2 66,9 102,9 101,7 17,5 17,1
11
70,7 82,1 100,7 102 25,6 27,9
12
60,9 65,4 104,5 105,1 21,1 20,8
13
74,8 77,4 105,9 101,7 24 17,2
14
64 65,2 113,6 106,5 17,2 17,4
15
61,6 67,1 105 103,4 14,8 18,9
16
63,3 66,9 118,2 110,3 28,9 20,3
17
64,3 66,5 107,6 112,7 19,6 24,6
18
67,2 74,3 111,7 109 22,1 19,3
19
62,6 66,1 106,6 107 18,2 16
20
62,8 66,6 113,9 106,7 24,2 19,4
21
67,1 69,6 105 108,2 20,6 24,9
22
63,6 66,3 118,2 113 35 25,9
23
68,1 66,4 110,9 109,5 18 17,2
Apêndice
176
Apêndice 16:
GRUPO 2
Paciente
S-Go 1sup.PP 1sup.Na
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
65,9 68,1 116,1 98,8 38 20,5
2
62,2 67,8 111,1 106,6 29,3 28,3
3
70,2 76,4 116,7 119,9 23,5 26,1
4
68,5 74,9 101,5 104,5 23,8 29,8
5
57,3 62,7 114,7 110 29,8 22,2
6
66,3 67,6 111,3 112,5 21,5 21,7
7
66,6 71,2 109,6 116,3 24,5 29,7
8
65,4 66 121 96,2 30,5 16,9
9
65,8 67,6 111,8 102,4 19,2 12,5
10
69,1 78,4 114,6 107,5 27,2 26
11
63,6 68,3 107 108,5 24,5 23,4
12
64 68,1 114,9 116,4 28,6 30,2
13
66,7 71,8 119,3 105,9 31,8 19,6
14
69,8 74,1 113,4 106,5 21,7 14,6
15
61,4 68 116,8 107,6 24,9 20
16
60,3 66,7 100,5 106,2 16,1 20,1
17
62,8 64,7 124,3 108,1 25,9 10,9
18
65,5 67,7 108,3 102,9 20,8 18,1
19
71,4 77,5 113,6 114,9 21,7 23,3
20
56,1 60,6 124,7 112,4 37,6 26,1
21
55,4 56,3 125,2 106,9 34,8 22,3
22
64,6 66,8 114,5 103,6 28 16,1
23
61,3 63,8 118 109,7 31,5 26,7
Apêndice
177
Apêndice 17:
GRUPO 1
Paciente
1inf.NB IMPA 1sup-NA
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
21,4 26,4 91,3 96,4 6,7 4,7
2
24,3 30 91,2 98,1 7,9 9,7
3
23,7 36,1 89,7 103,6 2,9 6,8
4
18,2 26,6 83,1 90,4 4,8 2,4
5
29,4 21,7 95,9 89,2 4,9 4
6
33,9 24,2 101,3 89,1 5 3,6
7
28,8 36,8 96,7 103,7 9,7 7,3
8
23,7 27,8 88,3 92,7 5,5 4,4
9
22,6 23,7 82,5 83,4 9,4 10,2
10
34,6 32,2 100,2 96,6 5,2 5,5
11
20,7 27,1 91,3 96,7 8,4 8,3
12
28,6 32 97 99,3 4,9 6
13
18 30,6 83,9 95,5 6,8 4,2
14
28,2 35,1 93,6 101,4 2,6 4
15
14,4 18,3 73,2 76,8 4,3 5,7
16
23,7 27,3 88 90,9 5 3
17
26,1 29,1 88,6 90,1 5,2 4,6
18
24,5 25,2 88,3 88,4 5,4 6
19
28,1 24,3 91,3 87,5 4,5 3,1
20
25,8 26 89,7 88,1 5,1 5
21
19,4 18,4 86 86,2 4 4,7
22
26,6 23,4 92,5 88,7 10,1 6,3
23
30,4 33,7 99 98,4 4,2 5,2
Apêndice
178
Apêndice 18:
GRUPO 2
Paciente
1inf.NB IMPA 1sup-NA
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
17,6 20,6 80,8 84,3 8,5 2,8
2
20 19,3 84,9 85,8 7 7,6
3
32,2 24,2 94,3 87,5 7,7 5
4
25,1 22,7 93,4 90,1 7,1 7,8
5
34 30,4 97,8 95,4 7,1 5,4
6
24,9 23 85,6 84,7 5,3 4
7
21,3 26,1 81,4 85,4 5,3 5,6
8
25,2 22,9 89,2 85,4 8,5 5,5
9
37,5 23,9 102,5 89,7 5,2 2,8
10
17,2 17 79,7 81,5 8 7,5
11
26,2 22,9 88,3 84,5 8 7,6
12
19,3 35,9 88,8 106,4 7,6 3,8
13
19,6 27,6 83,8 92,2 9,1 6,3
14
29,9 33,5 93,9 97,7 6,8 1,5
15
21,2 20,1 84,3 82,4 6,5 4,3
16
22,9 29,5 88,1 97,6 5,5 4,2
17
35,2 24,8 99,4 90,8 5,4 1,6
18
31,1 26 96,7 91,7 5,2 3,8
19
23,9 21,9 88,9 86,8 5,3 4,6
20
25,9 30,3 91,4 94,6 6,5 4,2
21
23,1 16,1 83,8 79,2 8,6 4,4
22
33,6 25,2 93,2 84,9 7,6 4,5
23
38,6 20,7 99 82,2 8 4,9
Apêndice
179
Apêndice 19:
GRUPO 1
Paciente
1inf-NB Overjet Overbite
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
4,5 4,8 5,8 3,6 1,8 1,5
2
6,5 8,2 12,4 4 3 2,6
3
4,6 7,1 4,1 2,2 4,5 0,7
4
3,3 3,8 8,8 3,2 0,9 2,2
5
8,4 9,1 3,4 2,7 5,5 2
6
6,1 6 6,7 2,4 0,6 1,7
7
7,2 10 6,9 2,5 6 2,3
8
8 9,1 4,3 2,9 3,9 2,5
9
4,9 4,9 6,7 4 0 2,6
10
7,3 7,5 4,5 2,2 4 2,2
11
5,3 6,8 3 1 3,4 0,8
12
6,3 6,3 3,1 2,3 4,6 3,4
13
5,2 7,5 4,7 2,6 1,4 0,7
14
6,9 8,2 6,7 2,4 4,9 2,4
15
4,1 5,4 5,9 3,1 3,5 1,6
16
4,4 6 6,1 2,5 2,8 1,9
17
6,9 7,5 2,9 2,5 2,1 1,8
18
8,9 10,4 4,2 4,1 2,8 1,3
19
6,4 5,2 2,8 2,9 3,2 3,1
20
5,6 6,5 6,8 3,8 2,1 1,8
21
3,6 3,2 4,5 2,5 4,8 1,4
22
9,4 8,2 5 3,8 2,6 2,9
23
8,4 9,8 3,5 2,7 5 4,5
Apêndice
180
Apêndice 20:
GRUPO 2
Paciente
1inf-NB Overjet Overbite
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
4,8 5,1 9,9 2,6 1,3 1,8
2
3,6 3,2 7,7 3,1 4,7 2,9
3
9,1 8,5 8,8 3,1 0,8 2,3
4
5,6 4,1 2,4 2,2 3,1 0,9
5
9,7 8,5 3,4 3,6 -0,6 0,6
6
5,6 5,4 5 3,4 -3,4 1,2
7
5,6 6,5 3,9 4,1 2,5 1,5
8
7,4 5,6 8,6 2,4 3,2 4
9
9,9 5,9 3,6 2,1 3,4 1,6
10
4,3 4,1 8,6 2,5 0,9 1,7
11
5,5 4,2 5,8 4,7 -1 0,6
12
5 6 9,1 2 3,9 1,4
13
6 6,4 9,9 3,1 0,5 1,7
14
7,9 7,2 9,5 1,8 1 0,3
15
5,3 4,6 4,3 1,8 4,1 1,8
16
6,5 5,2 3,7 2,7 6 3,5
17
9 6,7 9,6 2,7 -0,5 3,2
18
6,5 4,1 9,1 3,2 4 2
19
6,2 5 4,6 3,8 4,2 1,1
20
5,6 5,5 10,2 3,6 3,2 1,1
21
4,9 3 8,7 4,6 3,4 3,5
22
8,4 5,5 3,5 3,1 1,2 2,8
23
8,1 6,5 9,5 2,6 -5,6 1,1
Apêndice
181
Apêndice 21:
GRUPO 1
Paciente
6sup-PP 6inf-PM 6sup-PTV
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
19,2 22 23,9 26,7 19,4 20
2
24,6 27,7 30,1 34,1 25,8 28,6
3
18,8 22,1 26,6 30,5 20,8 21,8
4
21,1 20,5 23,8 25,7 19 22,7
5
22,5 25,3 31,1 34 21,9 23,8
6
17,5 21,7 24,7 25,3 19,4 20,9
7
21,8 24,2 28,3 33,2 25,2 25,8
8
22,9 22,2 30,3 33,2 24,6 22,8
9
22,5 22,8 25,7 27,2 19,9 21,4
10
21,7 22,1 26,3 29,6 21,8 17,6
11
23,1 28,1 27,7 31,7 15 12,5
12
18,6 20,4 23,9 26 12,8 13,7
13
24,5 25,9 26,5 30 21,4 15,4
14
21 20,7 29,4 29,7 21,1 22
15
21,3 23,3 25,1 28,9 19,3 18,9
16
22,6 25,3 23,4 25 22,9 19,5
17
22,1 21,7 26,7 27,5 25,7 22,9
18
23,3 24,8 29,7 33,9 24,8 23,2
19
19,9 21,2 26,5 28,4 20,9 19,9
20
20,6 22,9 28,4 30,9 19,5 21,5
21
21,9 23,9 24,4 26,9 21,4 19,7
22
22,9 24,5 28,6 30,7 18,5 19,8
23
21,2 22,1 29 29,6 20,9 23,1
Apêndice
182
Apêndice 22:
GRUPO 2
Paciente
6sup-PP 6inf-PM 6sup-PTV
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
24,5 25,8 26,8 28,9 21,3 26,1
2
21,1 23,4 25 28,2 17,8 18,7
3
23,7 27,6 27,6 31,4 24 30,1
4
21,7 23,8 28,9 33,8 17 21,1
5
19,8 23,4 25,6 30,2 17,5 19,3
6
23,3 24 29,3 30,3 22,8 25,9
7
21 25 28,1 29,1 16,1 22,6
8
26 24,3 28 29,9 11,7 15,8
9
20,1 21,9 28,3 30,2 20,5 22,4
10
24,8 27,9 28 30,5 20,1 26,8
11
24 28,2 26,7 29,5 17,6 21,2
12
20,5 21,5 25,2 26,3 12 11,4
13
23,4 26,4 27,2 30,6 22,2 21,5
14
21,1 21,7 29,7 33,7 19 21
15
22,9 23,5 27 25,4 18,6 9,3
16
18,4 23,1 22,1 26,7 18,4 23,2
17
21,9 21 28,4 28,5 19,9 13,2
18
22,6 24,6 27 30,2 21,2 17,2
19
21,5 26 31,2 35,4 19,8 30,7
20
18,2 24,2 24,4 27,3 23,6 24,1
21
21,4 20,5 24,2 27,4 14,5 19,8
22
24 25,5 25,8 28,1 23,2 25,3
23
23,9 24,7 26,2 27,4 20 19
Apêndice
183
Apêndice 23:
GRUPO 1
Paciente
6inf-PTV H-NB Ls-S
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
18 21,8 18,1 15,5 1,3 0,4
2
24,2 31,3 18,5 12,7 1 -2,4
3
20,2 24,5 15,5 11,6 1,4 -0,5
4
21,6 25,5 8,3 8,1 -3 -3
5
23,8 27,7 17,5 17,1 0,5 0,6
6
19 22,9 21,1 12,7 3,9 -0,2
7
24,2 27,8 16,7 13,7 2,7 1,1
8
25 26,2 9,9 13,2 -2,6 -0,6
9
22,3 23,7 7,4 5,8 -0,6 -2,2
10
20,8 22,6 15,6 14,1 1,4 -0,9
11
14,9 15,6 8,1 6,6 -0,2 -3,2
12
12,1 15,8 11,8 9,4 -0,1 -1,5
13
21,1 17,6 12,1 13,6 -2,6 -1,2
14
23,5 26,8 19,1 15,8 0 -1,1
15
22,1 20,7 12 13,3 -0,7 0
16
23,1 21,5 14,5 12,4 -1,7 -2,1
17
26,3 24,8 13,4 13,5 -0,6 -0,8
18
24,9 25,7 17,2 16,1 0,8 0,2
19
22,6 22,8 11,1 9,6 -1,8 -1,9
20
21,9 23,8 13,9 12,4 -0,5 -2,2
21
21,4 21,8 9,5 4,2 -2 -5,1
22
21,1 24 14,7 14,7 1,9 0,9
23
22,6 25 14,6 11,6 0,3 -1,3
Apêndice
184
Apêndice 24:
GRUPO 2
Paciente
6inf-PTV H-NB Ls-S
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
22,2 26,9 8,7 8,7 -2,6 -3,4
2
17,8 21 14,9 7,6 0,8 -1,4
3
22,5 32,4 17,2 13,7 2,3 -1,4
4
19,2 23,1 6,5 2,8 -0,6 -6,3
5
19,6 21,5 18,8 15,5 3,1 -0,3
6
24,3 26,9 16,3 13,3 -0,8 -2,9
7
18,2 25 16,6 14,3 -0,1 -0,7
8
13,4 17,1 14,6 11,9 -0,1 -1,8
9
20,9 24,9 22,7 20,2 3,9 1,5
10
21,4 30,7 16 8,1 0,1 -5,2
11
17,3 23,4 7,1 3,8 -2,5 -4,2
12
13,9 14 14,5 10,8 0,6 -1,8
13
22,9 23 15,1 12 1,7 -0,7
14
19,1 23,4 15 9,6 1,2 -2,6
15
20,6 12,3 10,9 8,9 0 -2,6
16
18,4 25,6 12,5 8,8 -1,5 -3,9
17
18,6 17,5 21,9 13,5 1,6 -2,2
18
20,6 19,6 17,1 6,5 0,5 -4,9
19
21,4 33,7 17,3 14 0,9 -1,1
20
22,9 26,4 16,9 12,1 1,5 -2,5
21
16,4 22 15,1 10,7 -0,8 -4,3
22
26 27,6 10,3 7,7 -0,5 -2,3
23
21,9 21,9 13,6 10,5 0,8 -2,4
Apêndice
185
Apêndice 25:
GRUPO 1
Paciente
Li-S Ls-Li ANL
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
2,3 0,2 20,1 22,4 103,1 109,2
2
0,4 -0,4 22,8 32,7 103,9 107,9
3
2,2 2,3 15,6 17,7 106,7 106,5
4
-2,3 -2,6 21,8 21 100,7 98,4
5
4,6 5,8 24,6 28,7 113,1 107,3
6
0,5 1,6 9,9 17,3 102,9 90,1
7
2,1 1,7 16,4 17,8 108,6 105,6
8
3,2 4,6 28,7 25,5 105,6 113,2
9
1,9 0,7 19,2 20,5 89,6 97,2
10
4,5 3 26,9 21,1 109,4 109,5
11
2,7 2,4 20,9 22,8 92,1 93,1
12
1,8 0,4 18,7 20,4 103 100,4
13
1,6 3,6 21,7 23,2 120,8 112,2
14
3,6 2,9 18,8 19,1 115,4 121,8
15
0,8 1,4 17,5 21,9 116,3 101,6
16
1 1,8 15,2 21,3 126,3 125,8
17
1,7 3,4 24,5 23,2 97,1 100,4
18
4,6 5,8 16,5 22,6 115,2 116,3
19
-0,2 -0,4 19,1 24,2 114,8 113,3
20
5,3 1,6 20,8 17,2 132,4 139,9
21
0,3 -3,7 19,7 16,2 113,7 120,2
22
4,8 4,6 27,5 18,3 105,3 124,3
23
3,6 3,8 23,9 28,5 110,5 103,9
Apêndice
186
Apêndice 26:
GRUPO 2
Paciente
Li-S Ls-Li ANL
Inicial Final Inicial Final Inicial Final
1
-2,1 -0,6 27,4 20 104 112,6
2
1,8 -0,9 14,8 13,6 92,4 99,6
3
5,8 2,8 29,8 21,2 114,7 122,4
4
2,1 -1,2 18,8 21,6 95,8 94,9
5
5,9 2,7 27 26,1 85,9 89,4
6
4,3 2 24 24,1 104,8 104,6
7
2,8 3 14,4 18,4 121,5 116
8
5,5 3,1 27,9 22 101,3 106,7
9
6,8 2,8 21,9 17,1 123,9 112,8
10
4,5 0,4 25,9 28,4 108,3 105
11
0,5 -1,9 21,2 20,8 120,1 123,1
12
0,9 0,7 22,1 21,2 105,7 112,8
13
2 1,1 23,8 26,1 90 91,6
14
3,3 0,5 20 20,2 106,9 116
15
2,6 0,6 18,2 21,9 111,5 119,9
16
2,6 0,3 24,2 19,9 106,9 119,9
17
4,8 -0,8 22 17,1 100,2 102,3
18
0,7 -5,2 18,6 15,8 119,8 124,1
19
0,4 -0,9 22 24 85,4 92,9
20
1,6 -0,8 22,7 20,3 111,7 118,8
21
1,2 -1,8 19,9 16,3 88,5 104,5
22
1,5 -0,4 20,1 21,6 95,6 100,3
23
3,7 0,8 30,9 22,6 89 99,7
Apêndice
187
Apêndice 27:
GRUPO 1 e 2
Paciente
Sn-Me’ Grupo 1 Sn-Me’ Grupo 2
Inicial Final Inicial Final
1
68,3 72 84,1 83,3
2
88 92 75 77,2
3
79,5 85,1 89,4 88,6
4
82 83,9 75,6 80
5
81,8 91,4 74,4 77,4
6
73,5 79,7 78 81
7
80 88,2 76,7 85,3
8
83,7 85,2 74,5 77
9
77,9 79,8 74,9 79,7
10
80,7 80,7 83,9 91,7
11
75,2 81,3 84,6 89,5
12
66,9 72,4 76,7 75,8
13
81,6 80 82,1 86,9
14
79,4 80,7 81,1 80,3
15
73,4 77,8 76,4 83,3
16
77,9 81,1 70,6 78,4
17
80,3 79,7 71,6 72,4
18
80,6 85,9 79,6 81,7
19
74,8 80 78,8 89,7
20
81,3 85,9 74,8 77,8
21
77,3 77,4 70,2 74,7
22
83,3 85,1 80,6 80,8
23
78,5 80,9 81,5 81,3
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