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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO
PÓS-GRADUAÇÃO EM IMUNOLOGIA BÁSICA E APLICADA
Contribuição da IL-5 e de leucotrienos na
eosinofilia, na liberação de citocinas e na
produção de imunoglobulinas durante a Síndrome
da Larva Migrans Visceral
Fernanda de Freitas Anibal
Ribeirão Preto – SP
2005
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3
Fernanda de Freitas Anibal
Contribuição da IL-5 e de leucotrienos na eosinofilia, na liberação de
citocinas e produção de imunoglobulinas durante a Síndrome da Larva
Migrans Visceral
Tese de doutorado apresentada à Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São
Paulo, para obtenção do Título de Doutor em Ciências.
Área de Concentração: Imunologia Básica e Aplicada.
Orientadora: Profa. Dra. Lúcia Helena Faccioli
Ribeirão Preto – SP
2005
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FICHA CATALOGRÁFICA
Anibal, Fernanda de Freitas
“Contribuição da IL-5 e de leucotrienos na eosinofilia, na liberação
de citocinas e produção de imunoglobulinas durante a Síndrome da
Larva Migrans Visceral”
/ Fernanda de Freitas Anibal. – Ribeirão Preto, 2005
.133.p.
Tese de doutorado, apresentada à Faculdade de Medicina de
Ribeirão Preto/USP – Área de concentração: Imunologia Básica e
Aplicada
Orientadora: Faccioli, Lúcia Helena
1- Eosinófilos. 2- IL-5 e Leucotrienos. 3- Imunoglobulinas.
5
Deus nos concede, a cada dia, uma página de
vida nova no livro do tempo. Aquilo que
colocarmos nela, corre por nossa conta.
(Chico Xavier)
AGRADECIMENTOS
6
DEDICO ESTE TRABALHO...
Ao meu marido e companheiro Claudio pelo AMOR, incentivo, apoio,
carinho e muita paciência nas horas mais difíceis e a nossa filha, Ana
Beatriz, que está por chegar pela paciência, amor e respeito durante a
finalização deste trabalho...
Aos meus pais Ana e Wilson, pelo apoio e incentivo durante todos
estes anos de estudo, e aos meus irmãos Aurélia, Júnior e Fernando
(irmão de coração) pelo apoio e compreensão nas horas confusas e
difíceis...
Aos meus segundos pais Concepcion e Claudio pelo carinho e amizade.
A todos vocês meu muito obrigada.
AMO VOCÊS!!!!!!
7
MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS
Primeiramente a DEUS pela vida e oportunidade de crescer como ser
humano, aprendendo a perdoar e acreditar que tudo o que passamos é para
nosso crescimento espiritual.
Dra. Lúcia H. Faccioli pela paciência, compreensão e ensinamentos durante
esta trajetória científica.
Dr. Auro Nomizo pelo desprendimento e dedicação a meu trabalho,
contribuindo de forma significativa para o término desta tese. E pelo amigo que
sempre foi durante nossas extensas conversas no laboratório.
Aos membros da banca Dra. Vânia L. D. Bonato Martins, Dra. Silmara
Marques Allegretti, Dra. Sônia Jancar Negro, e ao Dr. Luís R. Orsini Tosi pela
disponibilidade, compreensão e sugestões enriquecedoras ao meu trabalho.
Ana Cristine Ferreira pela amizade, apoio, incentivo, carinho e por tudo que
facilitou para a conclusão deste trabalho. Muito obrigada!
Dr. Gutemberg de Melo Rocha pelo incentivo à ciência e pelo carinho
durante todos estes anos.
Dra. Cristina Roque-Barreira pelas portas abertas de seu laboratório e a
pesquisadora Elaine Lourenço pelo apoio para a execução da purificação do
anticorpo usado neste estudo.
Dr. Marcelo Dias Baruffi pela amizade e ajuda no final da purificação de
nossas proteínas, e a técnica Marlisi pela disponibidade e atenção prestada.
As técnicas Aninha e Cristina do Laboratório de Bioquímica (FCFRP-USP)
pela atenção e ajuda durante o desenvolvimento de parte deste trabalho.
Aos meus amigos e responsáveis técnicos pelo laboratório Erika Vitaliano
da Silva pela ajuda e atenção nos experimentos e ao Carlos Artério Sorgi pelas
dosagens de citocinas, imunoglobulinas e pelas discussões valiosas.
As minhas amigas de laboratório que estiveram presentes no momentos
bons e ruins, no riso e no choro, Eleuza, Lucinha, Xan, Dani Isa, Dani Carlos,
Camila, Fabiani, Rosane, Adriana (Auro), Adriana (Xan), e em especial a Xan pela
atenção durante minha qualificação e a Adriana Malheiro, que mesmo hoje
estando em outra instituição sempre foi uma pessoa muito especial em minha vida
pessoal e acadêmica servindo de exemplo pela sua determinação na vida
cientifica.
8
Aos meus amigos do laboratório Alexandre, Anderson (Homer), Walter
(Tatu) e Beto. Em especial ao Alexandre pelo carinho e amizade durante todos
estes anos.
As minhas amigas e irmãs de coração, Bela, Claudia, Iza, Ana Renata, Karina,
Cidinha, Karen, Alessandra Cheraim, Raissa, Sandrinha, Isabelinha, Rubia,
Luciane, Daniela, Alessandra Bruxelas, Maria, Adriana, Maria Fernanda, Carol,
Taiza, Colete e todas que estiveram presente durante esta luta. Obrigada pelos
ombros e pelo carinho!
Aos meus amigos Parron, Alexandre, Mozart, Cristiano, Claudio Miranda, Márcio
Furtado, Disney, Pety, Hugo, Armando, Eduardo, Valdir, João, Danilo, Moisés,
Moisés Bauer, Guará, Ceará, meu primo Luiz, Rubinho, pelos momentos
divertidos e pela torcida para esta conquista. Em especial ao Humberto pela
disponibilidade e atenção na impressão deste trabalho.
A todos os meus alunos e alunas do Centro Universitário de Araraquara,
das Faculdades Integradas Fafibe e das Faculdades São Luís pela compreensão
e apoio durante as reposições de aulas no término deste estudo. E aos
professores e funcionários destas instituições Orivaldo (coordenador), Odila
(coordenadora), Colete (coordenadora), Miriane Gileno, Renata Joviliano, Adilson
Bernardo, Jairo, Wellington, Sueli, Gustavo e Andréa pela amizade nestes anos.
A todos os meus amigos do Centro Cáritas pela amizade e amor prestado
durante estes anos.
A todos os meus colegas de pós-graduação pela agradável convivência
durante estes anos.
A todos os funcionários da FMRP-USP e FCFRP-USP pelo carinho e
convívio agradável.
À área de Pós-Graduação em Imunologia Básica e Aplicada e ao seu
coordenador Dr. João Santana da Silva incentivo para a realização de uma
Imunologia séria e competente.
Às instituições de fomento FAPESP, CAPES e FAEPA pelos auxílios
financeiros.
9
LISTA DE ABREVIATURAS
AA: ácido aracdônico
EPO: peroxidase de eosinófilos
FcRI: receptor da porção Fc das imunoglobulinas
FLAP: proteína ativadora da 5-lipoxigenase
GM-CSF: fator estimulador de colônia granulócitos e macrófagos
HIV: Vírus da Imunodeficiência Humana
IFN-γ: Interferon gama
IgA....M: Imunoglobulinas A, D, E, G, M
IL-1...16: Interleucinas 1, 2, 3, 4, 5, 6, 8, 9, 10, 112, 13, 16....
KC: homólogo da IL-8 em camundongos
KO: “knockout”, deficiente
LBA: lavado broncoalveolar
LTA4, B4, C4 e D4: leucotrienos A4, B4, C4 e D4
MIP-1α: proteína -1α de macrófago inflamatório
MIP-1β: proteína -1β de macrófago inflamatório
NK: células natural killer
OPD: o-phenylenediamine
PAF: Fator Ativador de Plaquetas
PGE1, PGE2: prostaglandinas E1 e E2
PMN: Polimorfonucleares
RANTES: quimiocina CXCL-5
SLMV: Síndrome da Larva Migrans Visceral
TGF-α e β: fator transformador do crescimento alfa e beta
TNF-α: Fator de Necrose Tumoral alfa
TXB2: tromboxano B2
VIP: polipeptídeo intestinal vasoativo
5-LO: enzima 5-lipoxigenase
10
RESUMO E ABSTRACT
11
Dentre as doenças parasitárias que acometem principalmente as
crianças, podemos destacar a Síndrome de Larva Migrans Visceral (SLMV)
causada pelo Toxocara canis, um dos helmintos mais freqüentes em cães.
Uma das principais conseqüências desta infecção é o aumento marcante de
eosinófilos, principalmente nos pulmões e no sangue circulante. Neste
modelo a IL-5 parece ser a principal citocina envolvida na indução da
eosinofilia e do controle in vivo da síntese de IL-8. Além disso, não está
descrito na literatura nenhum dado sobre o envolvimento de leucotrienos na
eosinofilia, na produção e secreção de interleucinas e de imunoglobulinas
durante a SLMV murina. Assim nossos objetivos neste projeto foram,
investigar na Síndrome da Larva Migrans Visceral murina se eosinofilia
sangüínea e pulmonar é dependente de IL-5 e de leucotrienos e se estes
mediadores modulam a liberação de citocinas e a síntese de IgE, IgG1 e
IgG2a. Nossos resultados demonstraram que, em animais C57BL/6, 129 e
5LO-KO ocorre eosinofilia pulmonar e sangüínea, dependente de IL-5 e
leucotrienos. E ainda nestes animais, IL-8 é dependente de IL-5. E que
apenas nos camundongos C57BL/6 TNF-α, IL-4, IgE e Ig2a dependente
tanto de IL-5 quanto de leucotrienos, embora a liberação de IL-10 seja
dependente apenas de leucotrienos. Entretanto, em animais 129 e 5 LOKO a
IL-8 seja dependente de IL-5, os níveis de IgE, IgG2a e IgG1 independente
destes dois mediadores. Deste modo, sugerimos que leucotrienos e IL-5
modulam a liberação de IL-8 in vivo, mas que para as imunoglobulinas
observadas esta modulação é dependente da linhagem dos animais
estudados.
12
Among some mainly diseases that affect the children, we can name
the Visceral Larva Migrans Syndrome (VLMS), which is caused by infective
larvae of the common ascarid of dogs, Toxocara canis. One of the most
important consequences of this infection is the raise of the eosinophilias,
especially on the lungs and on the circulating blood. On this model the IL–5
seems to be the main cytokine involved on the eosinophilia induction and of
the in vivo control of the IL–8 synthesis. There is nothing on the literature that
describes the involvement of the leukotrienes on the eosinophilia, on the
interleukin production and secretion, and the immunoglobulin during the
(VLMS) murina. So the objectives of this research were to investigate on the
Visceral Larva Migrans Syndrome murina if the blood and lung eosinophilia
depends on the IL-5 and the leukotrienes, moreover if these mediators
modulate the release of cytokines and the synthesis of IgE, IgG1 and IgG2a.
Our results had demonstrated that in animals C57BL/6, 129 and 5LO-KO
pulmonary and blood eosinofilia occurs depending on the IL-5 and
leukotrienes. And also in these animals, IL-8 depends on the IL-5. In addition,
only in mice C57BL/6 TNF-a, IL-4, IgE and Ig2a, depends on the IL-5 as
much as on the leukotrienes, even though the IL-10 release is dependent
only on the leukotrienes. However, in animals 129 and 5 LOKO the IL-8 it is
dependent of IL-5, the levels of IgE, IgG2a and IgG1 are independent of
these two mediators. So, we suggest that the leukotrienes and IL-5 modulate
the IL-8 release in vivo, but for the immunoglobulines observed this
modulation is dependent of the ancestry of the animals studied.
13
Investir em conhecimentos rende
sempre melhores juros.
(Benjamin Franklin)
SUMÁRIO
14
SUMÁRIO
1- RESUMO 07
1.1- ABSTRACT 09
2- INTRODUÇÃO 11
3- JUSTIFICATIVAS E OBJETIVOS 21
4- MATERIAL E MÉTODOS 23
4-1- Animais 24
4-2- Obtenção de ovos embrionados de T. canis 24
4-3- Infestação dos camundongos com ovos de T. canis e
grupos experimentais
25
4-4- Obtenção das células dos lavados broncoalveolares (LBA)
e do sangue
25
4-5- Contagem total e diferencial das células do LBA e do
sangue
26
4-6. Produção de anticorpos anti-IL-5 (TRFK-5) 26
4-7- Tratamento dos Animais com Inibidor da Síntese de
Leucotrienos (MK-886)
27
4.8- Tratamento com anticorpos anti-IL-5 27
4.9- Dosagem de peroxidase de eosinófilos (EPO) no tecido
pulmonar de camundongos
28
4-10- Estudos Histológicos e Microfotografias 29
4-11- Ensaio de imunoenzimático (ELISA) 29
4-11-1 Para detecção de citocinas 29
4. 11.2-Para detecção de Imunoglobulinas 30
4-12- Preparo de soluções 31
4-13- Análise Estatística 32
5- RESULTADOS – PARTE I 34
5.1- Padronização do modelo da Síndrome da Larva Migrans
Visceral (SLMV) em camundongos C57BL/6
35
5.1.1- Células presentes no espaço broncoalveolar de C57BL/6 35
5.1.2- Número de eosinófilos no sangue circulante 36
15
5.2- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos ou da
neutralização de IL-5
38
5.2.1- Efeito da neutralização de IL-5 40
5.2.2- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou
neutralização da IL-5 sobre o número de eosinófilos e células
mononucleares no espaço broncoalveolar de animais C57BL/6
42
5.2.3- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou
neutralização da IL-5 sobre o número de eosinófilos e células
mononucleares no sangue de animais C57BL/6
42
5.3.- Níveis de peroxidase de eosinófilos (EPO) em pulmões de
animais C57BL/6, infectados e submetidos ou não aos
diferentes tratamentos
46
5.4- Histopatologia do parênquima pulmonar de camundongos
infectados com ovos de T. canis tratados ou não com MK-886
e/ou TRFK-5
48
5.4.1- Histopatologia do tecido pulmonar de camundongos
Balb/c infectados com ovos de T. canis tratados ou não com
MK-886 e/ou TRFK-5
48
5.4.2- Histopatologia do tecido pulmonar de camundongos
C57BL/6 infectados com ovos de T. canis tratados ou não com
MK-886 e/ou TRFK-5
50
5.5- Citocinas nos pulmões de animais infectados com T. canis
tratados ou não com MK-886 e/ou TRFK-5
52
5.5.1- Efeito da inibição de IL-5 e leucotrienos na produção de
quimiocina KC (IL-8) no soro de camundongos infectados com
T. canis tratados ou não com MK-886 ou TRFK-5 ou ambos
52
5.5.2- Efeito da inibição de IL-5 e leucotrienos na produção de
citocinas por células de pulmões de camundongos infectados
com T. canis tratados ou não com MK-886 ou TRFK-5 ou ambos
54
5.6.- Efeito da depleção de IL-5 e/ou leucotrienos nos níveis
séricos de anticorpos parasita específicos em camundongos
infectados com T. canis
59
5.6.1- Efeito da neutralização da IL-5 e de leucotrienos nos 59
16
níveis das imunoglobulinas nos pulmões de camundongos
infectados com T. canis
5- RESULTADOS – PARTE II 62
5.7- Padronização do modelo da Síndrome da Larva Migrans
Visceral (SLMV) em camundongos 129
62
5.7.1- Células presentes no espaço broncoalveolar de Balb/c e
129
62
5.7.2- Número de eosinófilos no sangue circulante 63
5.8- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos 65
5.8.1- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou
neutralização da IL-5 sobre o número de eosinófilos e células
mononucleares no LBA de animais 129
67
5.8.2- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou
neutralização da IL-5 sobre o número de eosinófilos e células
mononucleares no sangue de animais 129
67
5.8.3- Efeito da neutralização da IL-5 sobre o número de
eosinófilos e células mononucleares no LBA de animais 5-
lipoxigenase deficiente (5LO-KO)
71
5.8.4- Efeito da neutralização da IL-5 sobre o número de
eosinófilos e células mononucleares no sangue de animais 5
lipoxigenase deficiente (5LO-KO)
71
5.9.- Níveis de peroxidase de eosinófilos (EPO) em pulmões de
animais 129 e 5LO-KO infectados e submetidos ou não aos
diferentes tratamentos
74
5.10- Histopatologia do parênquima pulmonar de camundongos
infectados com ovos de T. canis tratados ou não com MK-886
e/ou TRFK-5
76
5.10.1- Histopatologia do tecido pulmonar de camundongos 129
infectados com ovos de T. canis tratados ou não com MK-886
e/ou TRFK-5
76
5.10.2- Histopatologia do tecido pulmonar de camundongos
deficientes da enzima 5-Lipoxigenase (5LO-KO) infectados com
ovos de T. canis tratados ou não com TRFK-5
78
17
5.11- Citocinas nos pulmões de animais infectados com T. canis
tratados ou não com MK-886 e/ou TRFK-5
80
5.11.1- Efeito da inibição de IL-5 e leucotrienos na produção de
KC (IL-8) no soro de camundongos infectados com T. canis
tratados ou não com MK-886 ou TRFK-5 ou ambos
80
5.11.2- Efeito da inibição de IL-5 e leucotrienos na produção de
citocinas inflamatórias por células de pulmões de
camundongos infectados com T. canis tratados ou não com MK-
886 ou TRFK-5 ou ambos
80
5.12.- Efeito da depleção de IL-5 e/ou leucotrienos nos níveis de
anticorpos específicos no soro
84
5.12.1- Efeito da neutralização da IL-5 e de leucotrienos nos
níveis de anticorpos específicos nos pulmões
85
6- DISCUSSÃO
7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
18
INTRODUÇÃO
Sábio é aquele que conhece os
limites da própria ignorância.
(Sócrates)
19
Síndrome da Larva Migrans Visceral
No presente trabalho utilizamos o modelo da Síndrome da Larva Migrans
(SLMV) ou toxocaríase para estudar a participação da IL-5 e leucotrienos na
inflamação eosinofílica crônica em diferentes compartimentos
, principalmente,
no pulmão e também para estudar a relação entre estes mediadores, citocinas
e imunoglobulinas. A SLMV é uma doença que afeta principalmente crianças,
as quais se infectam pela ingestão acidental de ovos larvados de T. canis
, um
parasita de cães (Beaver et al., 1952;
Gomes de Moraes et al.,
1971). As larvas
no estágio L3
saem dos ovos no intestino, vão para o fígado através do sistema
porta, rompem os vasos sinusóides e caem no parênquima hepático, ou migram
diretamente das veias hepáticas para a veia cava inferior. Algumas larvas
podem atravessar os vasos linfáticos e atingir o pulmão. Do pulmão, através da
veia pulmonar
, as larvas vão para o coração esquerdo e caem na circulação
sistêmica. Embora
o mecanismo não tenha sido esclarecido totalmente, sabe-se
que as larvas em lugar de completarem o seu ciclo evolutivo e voltarem para o
intestino, s
e espalham por todo organismo, e podem encistar-se em diferentes
órgãos, como por exemplo, no fígado e no pulmão. Nestes locais elas podem
ser destruídas, ou continuam a migrar através dos tecidos durante muitos
meses, a despeito da resposta imune
humoral (Gomes de Moraes et al, 1971).
Ao migrarem pelos tecidos as larvas liberam metabólitos e antígenos de
superfície (Rockey et al., 1983), iniciando uma resposta inflamatória que tem
como principal característica intenso infiltrado eosinofílico em diferentes tecidos
20
(Sugane & Oshima, 1980; Kayes & Oaks, 1980; Faccioli et al., 1996 e 1998) e
altos níveis de IgE (Turner et al., 1981; Nutman et ai., 1984). Tais características
também estão presentes em doenças alérgicas (Kay et al., 1991) e na asma (de
Monchy et al., 1985; Metzger et al., 1987).
Alguns autores demonstraram em seus experimentos que a infecção por T.
canis induz eosinofilia nas vias aéreas com diminuição da capacidade pulmonar.
Estes autores sugeriram que antígenos de T. canis atuam como ativadores
policlonais de linfócitos B, levando ao aumento da síntese
de IgE específica para
este parasita e também para outros antígenos não
relacionados, predispondo à
asma (
Buijs et al., 1994;
Buijs & Van-Knapen, 1994). Fato interessante
foi a
detecção de IgE específica para T. canis em crianças com asma e doenças
alérgicas (Buijs et al., 1997; Oteifa et al., 1998). Por outro lado, outras
observações sugerem que o aumento da produção de IgE nas infecções
helmínticas é capaz de bloquear a resposta alérgica a antígenos não
relacionados. Nesse caso, as moléculas de IgE específicas para o parasita,
estariam ocupando os
receptores FcRI e impedindo a ligação de IgE específicas
contra os alérgenos
(Dessaint et al., 1975; Turner et al., 1981; revisto por
Masters & Barret-Connor, 1985
; revisto por Moqbel & Pritchard, 1990; revisto por
Weiss, 2000). A atividade
bloqueadora da IgE parasita específica, nas reações
alérgicas, foi demonstrada em modelos animais e descrita em pacientes (Turner
et al., 1981; revisto por
Masters & Barrett-Connor, 1985; Moqbel & Pritchard,
1990).
21
Os eosinófilos são células capazes de secretar uma série de potentes
mediadores, como por exemplo: após a estimulação com ionóforo de cálcio
A2187 ou zymosan opsonizado, liberam os derivados do ácido araquidônico
pela via da 5-lipoxigenase, como o leucotrieno C4 (LTC4) (de Andres et al.,
1990, Del Pozo et al. 1990), leucotrieno B4 (LTB4) e compostos
intermediários como o 15-HETE (Wardlaw et al., 1994). Além destes
mediadores, os eosinófilos também liberam mediadores derivados pela via
da cicloxigenase, como prostaglandinas (PGE1) e PGE2) e tromboxana B2
(TXB2). Outros mediadores e citocinas liberados por estas células são PAF
(Fator Ativador de Plaquetas) (Wardlaw
et al.,
1994); polipeptídeo intestinal
vasoativo (VIP), fator transformador do crescimento alfa e beta (TGF-α e
TGF-β) (Kadin et al., 1993; Elovic, et al., 1994), fator estimulador de colônia
granulócitos e macrófagos (GM-CSF) (MOQBEL
et al.,
1991; Durham et al.,
1992); Fator de Necrose Tumoral (TNF-α) (Del Pozo et al., 1990; Weg et al.,
1995); interleucinas 1 (IL-1) (Del Pozo et al., 1990; Sanzs et al., 1995), IL-3
(Durham et al., 1992; Fujisawa
et al.,
1994); IL-4 (Durham et al., 1992;
Wardlaw et al., 1994; Nakajima et al., 1996), IL-5 (Desreumaux et al., 1992;
Durham et al., 1992; Terada et al., 1993; Faccioli et al., 1996), IL-6 (Hamid et
al., 1992), IL-8 (Nakajima et al., 1996), IL-10 (Nakajima et al., 1996;
Lamkhioued et al., 1996), IL-12 (Pearlman et al., 1997), IL-16 (Ferland et al.,
2004), proteína -1α de macrófago inflamatório (MIP-1α) (Oliveira et al., 2002;
Asano et al., 2003), RANTES (Schroder et al., 1994), eotaxina (Kitaura et al.,
1996) e interferon gama (IFN-γ) (Fujisawa et al., 1994; Lamkhioued et al.,
22
1996).
Além disso, eosinófilos ativados produzem uma grande quantidade de
citocinas inflamatórias que podem modular vários aspectos da resposta imune
(Moqbel et al., 1991; Kita, 1996). Muitos modelos experimentais têm sido
utilizados para o entendimento do processo inflamatório eosinofílico como, por
exemplo, o induzido pela imunização ovalbumina (Bruselle et al., 1997; Sano et
ai., 1999); S. mansoni (Lee et al., 2001), T. canis (Faccioli et al., 1996; Rogério et
al., 2003; Sá-Nunes et al., 2005), dentre outros.
Nas parasitoses, a eosinofilia é dependente da IL-5, uma vez que animais
infectados pelo Nippostrongylus brasiliensis (Coffman et al., 1989), S. mansoni
(Sher et al., 1990), T. canis (Faccioli et al., 1996 e 1998, Rogério et al., 2003) ou
Heligmosomoides polygyrus
(Urban et al., 1991) e tratados com anticorpos anti-
IL-5 tiveram diminuição
significativa do número de eosinófilos teciduais ou
circulantes (Faccioli et al., 1996).
Interleucina 5 (IL-5)
A IL-5 é uma citocina produzida e secretada por células T, mastócitos
e eosinófilos (Sanderson, 1992), a qual promove a diferenciação e
proliferação dos eosinófilos (Yamaguchi e col., 1988) e células B (Abbas e
col., 2000), possui também papel essencial na indução da eosinofilia em
inflamações alérgicas (Coëffier
et al.,
1994), asma (Hamid
et al.,
1991),
viroses (Coyle
et al.,
1995) e infecções helmínticas (Coffamn et al., 1989;
Limaye et al., 1990; Faccioli et al., 1996;). Outro papel importante atribuído a
IL-5 juntamente com outras citocinas, é a produção de anticorpos da classe
23
IgA e IgM (Abbas et al., 2000).
Experimentos utilizando camundongos
transgênicos para IL-5 sugeriram que os eosinófilos migram somente para
tecidos que expressam esta citocina (Dent et al., 1990). Curiosamente, em
outros modelos experimentais, alguns autores
descreveram pouca (Wang et al.,
1989)
atividade quimiotática da IL-5 para eosinófilos.
Faccioli e col
aboradores
(1996) relataram que esta citocina também é essencial para a saída dos
eosinófilos da medula óssea para o sangue e a migração destes para os tecidos.
A IL-5 é considerada uma das mais importantes citocinas
responsáveis pela indução direta e indireta de migração de eosinófilos. A
administração intratraqueal de IL-5 foi capaz de promover acúmulo de
eosinófilos no pulmão de cobaia “in vivo” (Collins et al., 1995)
e tamm
aumento o potencial os efeitos quimioatraentes da eotaxina (Collins et al., 1995;
Rothenberg et al., 1996), uma quimiocina da família C-C responsável pela
mi
gração seletiva de eosinófilos para o local da inflamação (Griffiths-Jonhson et
at., 1993; José et al., 1994; Rothenberg et al., 1995; Garcia-Zepeda et al., 1996;
Ponath et al., 1996; Gonzalo et al., 1996; Li et al., 1997). Além disso, alguns
autores demonstraram que, modelos experimentais animais utilizando helmintos,
quando tratados com anti-IL-5 observa-se aumento de TNF-
α
, IL-10 e G-CSF,
enquanto IL-8 apresentou-se fortemente reduzida (Al-Qaoud et al., 2000).
O aumento de IgE sérica é outra característica importante da
toxocaríase em humanos (Turner et al., 1978), e em ratos como demonstrado
por anafilaxia cutânea passiva, usando extratos de vermes adultos como
antígeno (Dobson et al., 1966). A eosinofilia e aumento de IgE são
24
características comuns dos processos alérgicos (Hubscher, 1975; Okubo et
al., 1998) e da asma (Preiser et al., 1969; Kotsimbos & Hamid, 1997).
Algumas citocinas parecem participar da regulação da produção de IgE.
Dados da literatura mostraram que, IL-8 inibe a produção de IgE in vivo por
um processo dependente da inibição da produção de IL-4 (Kimata et al.,
1992). Sabe-se que, IL-4 é indutora de “switching” de classe para IgE, e que
sua produção pode ser inibida por IL-8 (Kimata et al., 1992), IFN-β, IFN-α ou
PGE
2
(Pene et al., 1988). Trabalhos recentes demonstraram que, animais
depletados do receptor de IL-8 apresentam aumento da produção de IgE em
resposta ao desafio com ovalbumina (De Sanctis et al., 1999).
Além disso, IL-8 é modulada por IL-5 em modelo de inflamação
eosinofílica (Faccioli et al., 1998). Estes autores observaram que IL-5 pode
regular negativamente a produção de IL-8 e conseqüentemente contribuir
para a manutenção de altos níveis de IgE, durante as infecções parasitárias
(Faccioli et al., 1998). Infecções parasitárias tem mostrado ser um importante
indutor de ativação para células B em animais (Jarrets & Bazin, 1974) e em
humanos (Turner et al., 1978), e antígenos parasitários induzem in vitro
síntese de IgG, IgM e IgE (Nutman et al., 1984). Em modelo experimental da
toxocaríase observou-se que após 14 e 21 dias de infecção as classes de
anticorpos IgM e IgG foram as primeiras a serem detectadas, onde IgM
persistiu apenas no 42° dia de infecção e a IgG manteve-se no soro até 105°
dia (Cuéllar et al., 2001).
25
Leucotrienos
Quanto aos mediadores lipídicos, os metabólicos do ácido aracdônico
pela via da lipoxigenase, entre eles os leucotrienos, estão entre os mais
potentes mediadores quimioatraentes, tanto para neutrófilos como para
eosinófilos (Shak
et al., 1
983; Lee & Arm, 1991; Faccioli
et al., 1
991). Os
leucotrienos são secretados por inúmeras células, entre elas macrófagos,
neutrófilos, eosinófilos e mastócitos (Samuelsson, 1983; Lewis
et al.,
1984).
O ácido aracdônico (AA), presente nos fosfolipídios da membrana celular, é
liberado pela ação da fosfolipase A
2
e metabolizado após ativação da 5-
lipoxigenases, a qual é ativada pela proteína ativadora da 5-lipoxigenase
(FLAP) (Miller
et al.,
1990). A FLAP cataliza os dois primeiros passos da
biossíntese dos leucotrienos (Rouzer
et al.,
1986; Ueda e
t al.,
1986). Nestas
reações, ocorre a adição de oxigênio molecular ao carbono 5 do ácido
aracdônico, formando o 5-HPETE, seguido da conversão deste para LTA
4
, o
qual é metabolizado por outras enzimas formando LTB
4
ou LTC
4
,
dependendo do tipo de célula, espécie animal e natureza do estímulo
(Hogaboom
et al.,
1986).
Vários são os trabalhos demonstrando o envolvimento dos
leucotrienos no recrutamento de leucócitos. Altos níveis de LTB
4
e LTC
4,
acompanhados de intensa infiltração de PMN e eosinófilos, foram
26
demonstrados em lavados broncoalveolares (LBA) de pacientes e em
modelo experimental de asma (Wardlaw
et al.,
1989; Sehmi
et al.,
1991). Foi
demonstrado também que injeção intradérmica de LTB
4
, in vivo, promove
intenso acúmulo de eosinófilos em cobaias (Faccioli
et al.,
1991) e PMN em
humanos (Komatsu et al., 1999) da mesma forma que a inalação deste
mediador induziu intenso infiltrado destes granulócitos nas vias aéreas de
cães (Lee & Arm, 1991). No entanto, nada se sabe da participação tanto de
mediadores protéicos quanto de mediadores lipídicos, particularmente
leucotrienos, no recrutamento de eosinófilos na reação inflamatória induzida
pelo Toxocara canis.
Outros autores observaram que, altos níveis de LTB
4
e LTC
4
,
acompanhados de intenso infiltrado de neutrófilos e eosinófilos, são
observados nos LBA de pacientes asmáticos e em modelos experimentais
de asma (Wardlaw et al., 1989; Sehmi et al., 1991). Trabalhos anteriores
sugerem que, leucotrienos têm importante papel modulador na síntese de
diferentes citocinas inflamatórias e imunes. LTB
4
regula positivamente a
produção de IL-1, IL-2 e IFN-α e aumenta a atividade de células NK
(Hwang, 1989). Morita e colaboradores (1999) demonstraram que, culturas
de células T tratadas com antagonista de receptor de leucotrieno, o
composto FK506, inibem a proliferação das mesmas e também a síntese de
IL-2, IFN-α IL-4 e IL-12. Além disso, Velenga e colaboradores (1999)
observaram que linhagens de monócitos estimulados com LPS, na
presença de um inibidor da síntese de LTC4, o composto MK571,
27
apresentam aumento na síntese de IL-1 e IL-6 quando comparados com
monócitos estimulados apenas com LPS. Estes trabalhos mostram que,
leucotrienos estão intrinsecamente envolvidos na regulação da síntese de
citocinas inflamatórias e da resposta imune protetora como IL-6, IL-1, IL-12
e IL-2 e, que conseqüentemente, regulam a proliferação e ativação de
linfócitos T que são fundamentais para a resolução de doenças infecciosas,
como a toxocaríase.
Por outro lado, alguns trabalhos têm investigado o papel regulatório de
algumas citocinas sobre a produção de leucotrienos. Peters-Golden & Coffey
(1998) verificaram que, a incapacidade de macrófagos alveolares e
neutrófilos de produzir leucotrienos em pacientes HIV positivo é resultado da
redução da liberação de citocinas, como por exemplo, IFN-γ e G-CSF, por
estas células.
Os leucotrienos podem ainda modular a produção de algumas
classes de imunoglobulinas. Alguns pesquisadores demonstraram que, LTB
4
pode estimular a secreção de diferentes classes de imunoglobulinas como
IgM, IgG e IgE (Claesson et al., 1992; Yamaoka et al., 1994). Por outro lado,
a liberação de LTC
4
, LTD
4
e PGE
2
por monócitos, induz a produção de IgG,
IgA e IgE, mas não de IgM in vitro (Ferreri et al., 1986). No entanto, nada se
sabe a respeito da modulação da produção de citocinas e imunoglobulinas
por leucotrienos em modelo in vivo como na SLMV.
A investigação da participação da IL-5 e leucotrienos na regulação da
síntese e liberação de outras citocinas e diferentes isotipos de
28
imunoglobulinas, assim como a regulação da resposta inflamatória induzida
pelo T. canis, poderão auxiliar na compreensão da relação
parasita/hospedeiro. E ainda, auxiliar no desenvolvimento de drogas para o
tratamento das inflamações eosinofílicas presentes em diferentes doenças
como parasitoses, alergias e asma.
29
A morte do homem
começa no instante em
que ele desiste de
aprender.
(Albino Teixeira)
JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS
30
Faccioli e colaboradores (1996; 1998), demonstraram que em cobaias
infectadas com T. canis ocorrem à liberação seqüencial de IL-5, IL-8 e TNF-
α, e que a IL-5 inibe a produção e liberação de IL-8 in vivo e in vitro. Neste
modelo a IL-5 parece ser a principal citocina envolvida na indução da
eosinofilia e do controle in vivo da síntese de IL-8. Sabendo que IL-8 diminui
a síntese de IgE, via inibição de IL-4, foi sugerido que IL-5 pode contribuir
indiretamente para o aumento da síntese de IgE observada nas doenças
parasitárias e alérgicas, em paralelo à eosinofilia. Devido a importância
destes dados para o controle das respostas alérgicas e parasitárias onde
ocorre aumento de IgE e de eosinófilos, consideramos importante avaliar na
toxocaríase murina, um modelo de resposta imune padrão Th2, se a IL-5
além de participar da eosinofilia, também regula a produção e liberação de
IL-8 e de outras citocinas, assim como os diferentes isotipos de
imunoglobulinas. Além disso, não está descrito na literatura nenhum dado
sobre o envolvimento de leucotrienos na eosinofilia, na produção e secreção
de interleucinas e de imunoglobulinas na SLMV em camundongos.
Assim nosso objetivo neste projeto foi, investigar na Síndrome da Larva
Migrans Visceral:
Se a eosinofilia sangüínea e pulmonar é dependente de IL-5 e leucotrienos;
Se IL-5 e leucotrienos modulam a liberação de citocinas e a síntese de IgE,
IgG1 e IgG2a.
31
MATERIAL E MÉTODOS
Feliz aquele que transfere o que
sabe e aprende o que ensina.
(Cora Coralina)
32
4-1- Animais
Os animais utilizados foram camundongos fêmeas da linhagem
C57BL/6, pesando entre 15 e 18 gramas, provenientes do Biotério
Unidade II da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo (FCFRP-USP). Animais “Knockout (KO)” para
a enzima 5-lipoxigenase e 129 (animais “background” para os 5LO-KO)
foram adquiridos do The Jackson Laboratory – JaxMice (Bar Harbor, ME)
e se encontram no Biotério Unidade II da Faculdade de Ciências
Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FCFRP-
USP). E os animais “Knockout (KO)” para a citocina IL-5 não foram
importados a tempo dos experimentos para a tese. ainda estão sendo
providenciados devido a problemas apresentados pelo JaxMice por causa
das novas regras de importação do governo federal do Brasil. Todos os
animais foram mantidos no Biotério da FCFRP-USP, com livre acesso à
água e alimento.
4-2- Obtenção de ovos embrionados de T. canis
Os ovos foram obtidos de fêmeas do parasita, retiradas de cães
jovens sacrificados rotineiramente no Biotério Central da Prefeitura do
Campus Administração de Ribeirão Preto (PCARP) - USP. As fêmeas
foram dissecadas para extração de seus úteros, os quais foram
divulsionados em placas de Petri, contendo formalina 3%. O material foi
filtrado em gaze para obtenção dos ovos, e armazenados em solução de
33
formalina em placas de Petri, deixados à temperatura ambiente até
alcançarem o estágio infectivo (L3) (GOMES DE MORAES, 1971).
4-3- Infecção dos camundongos com ovos de T. canis e grupos
experimentais
Os camundongos C57BL/6 foram infectados oralmente por
gavagem com 1000 ovos/0,5 ml salina, empregando cânulas
apropriadas. Os animais foram sacrificados com anestésico no tempo
por nós estabelecidos, ou seja no 18° dia após a infecção para a
realização dos procedimentos descritos a seguir. Para este período
estudado foram utilizados 4 animais para o grupo controle (sem
infecçãpo e sem tratamento), 6 para o grupo infectados com T. canis, 6
para os grupos infectados com T. canis tratados com anti-IL-5 e/ou
tratados com MK-886, 6 para o grupo “Knockout (KO)” para a enzima 5-
lipoxigenase infectados com T. canis e 6 para o 129 com os respectivos
tratamentos citados anteriormente para o C57BL/6, em cada
experimento. Foram realizados três experimentos independentes.
4-4- Obtenção das células dos lavados broncoalveolares (LBA) e do
sangue
No tempo já descrito, os animais foram sacrificados com
anestésico tribromoethanol (Acros Organics) com 30 mg/kg s.c. e
realizados LBA dos grupos. Para tanto, foi utilizado 1,0 mL de solução
34
salina tamponada (PBS), contendo 0,5 % de citrato de sódio
(PBS/Citrato), empregando cânulas de polietileno introduzidas na parte
superior da traquéia. O procedimento foi repetido 3 vezes, totalizando
um volume final de 3 mL. O sangue foi obtido por sangria total dos
animais, através de punção cardíaca. A contagem do número de células
nos lavados foi realizada como descrito no item 4-5.
4-5- Contagem total e diferencial das células do LBA e do sangue
Número total das células dos diferentes compartimentos foi
determinado empregando solução de Turk e a contagem foi feita em
câmara de Neubauer. A contagem diferencial foi feita nos esfregaços
sangüíneos e nas preparações em citocentrífuga (Cytospin 3, Shandon
Souther Products Lt., Cheshire, UK) e corada pelo corante de Rosenfeld
(FACCIOLI e col., 1991). Em cada lâmina foram contadas 100 células,
utilizando microscopia de luz com aumento final de 1000 X.
4-6. Produção de anticorpos anti-IL-5 (TRFK-5)
Os hibridomas TRFK-5 foram gentilmente cedidos pela Dra. Wirla
Tamshiro, UNICAMP. Os anticorpos monoclonais TRFK-5 (IgG1) foram
purificados de sobrenadantes de culturas do respectivo hibridoma. Estes
sobrenadantes foram congelados até atingirem o volume de um litro e em
seguida foram ultrafiltrados e concentrados para 1/10 do volume inicial, em
AMICON utilizando membrana YM-100. O conteúdo protéico deste
concentrado foi precipitado em solução de sulfato de amônio à 45% de
35
saturação e posteriormente centrifugado a 5000 g por 30 minutos. O resíduo
foi ressuspenso em PBS e dialisado por quatro dias em PBS, com trocas a
cada 12 horas. Após a diálise, os anticorpos foram purificados através de
cromatografia de afinidade, em coluna de Proteína A (PHARMACIA Biotech,
Uppsala, Sweden) e posteriormente quantificados, aliquotados e
armazenados para uso posterior em freezer -70
º
C.
4-7- Tratamento dos Animais com Inibidor da Síntese de
Leucotrienos (MK-886)
O composto MK-886 ou L663,536 (3-[1-(4-clorobenzil)-3-t-butil-tio-
5-isopropilindol-2-yl]-2,2-ácido dimetilpropanóico, cedido pela “MERCK-
FROSST, CANADA INC”) é um inibidor da síntese de leucotrienos. A
droga foi diluída em 100 µl de etanol absoluto seguido da adição de 900
µl de água filtrada. Após esta diluição, o volume foi completado com
água filtrada, de modo a se obter a concentração de 1 mg/mL Os
animais foram tratados diariamente com 1 mg/kg com intervalo de 24 hs,
por via oral, sendo a primeira dose administrada 1 hora antes da
infecção com ovos de T. canis e a última, 1 hora antes do sacrifício nos
diferentes tempos pré- estabelecidos.
4.8. Tratamento com anticorpos anti-IL-5
A literatura mostra bastante variação quanto à dose exata desses
anticorpos que pode promover uma depleção desta citocina eficiente em
36
camundongos (Buijs et al., 1994). Sendo assim, foi feito uma curva dose-
resposta para cada dose do anticorpo, observando as alterações nas
populações circulantes de animais controles e a migração dessas células
para a cavidade peritoneal após estímulos específicos. Os estímulos foram
carragenina (100 µg/ml) e a infecção com T. canis (1000 ovos/animal),
devido capacidade dos mesmos promoverem migração relativamente
seletiva de neutrófilos e eosinófilos respectivamente em tempos
apropriados. As alterações provocadas pelos anticorpos foram observadas
24 e 48 horas (fase aguda) e 7 e 30 dias (fase crônica) após a depleção. A
dose de TRFK-5 utilizada foi de 3 mg/kg/animal.
4.9- Dosagem de peroxidase de eosinófilos (EPO) no tecido
pulmonar de camundongos
Para determinar a atividade da EPO no tecido pulmonar, os pulmões são
inicialmente perfundidos com solução salina contendo 10 mM de EDTA (ácido
etilendinitrilotetracético - Merck S.A., Brasil) através da artéria
pulmonar. Os
órgãos são removidos, pesados e ressuspendidos a 5% do
seu peso em
tampão Hanks sem vermelho de fenol, contendo 10 mM de Hepes (Sigma) e
então homogeneizado em homogeneizador Potter (ou no homogeneizador
elétrico, na posição entre 1 e 2). O homogeneizado é centrifugado a 1950xg por
10 minutos e o "pellet" resultante lisado através de choque hipotônico, esta
suspensão é novamente centrifugada a 1950xg por 10 min. e o "pellet"
resultante também ressuspendido a 5% em tampão Hanks contendo 0,5% de
37
HTAB (brometo de hexadecil-trimetil amónio –Sigma) Esta suspensão sofre
choque térmico utilizando-se nitrogênio líquido e é em seguida centrifugada em
microcentrífuga (3000 rpm na centrífuga "eppendorf" ou 2 minutos no
momentâneo de outras centrífugas). O sobrenadante é diluído seriadamente em
tampão Hanks/HTAB para análise da EPO como citado a seguir. Amostras do
tecido são diluídas seriadamente e incubadas em placas de 96 poços com 1,5
mM de OPD (13,5 mg) em 0,05 mM de tampão TRIS/HCI (50 mL) e 6,6 mM de
H
2
0
2
(37,35
µ
) durante 30 minutos à temperatura ambiente. A reação é
interrompida com H2SO4 4M e a absorbância determinada
no leitor de ELISA
(Metertech Inc. Modelo 960, filtro de 492 nm)
4-10- Estudos Histológicos e Microfotografias
Pulmões foram removidos dos camundongos dos diferentes
grupos, 18 dias após a infecção e imediatamente fixados em formol
tamponado 10%. Em seguida, estes tecidos foram incluídos em blocos de
parafina, seccionados em cortes de 4-6 µm e foram corados com H.E.
(Hematoxilina/Eosina), para microscopia ótica. As lâminas foram
fotografadas, com o auxílio de microscópio contendo máquina fotográfica
acoplada (ARISTOPLAN-LEITZ WETZLAR Germany). Os aumentos das
fotografias analisadas foram de 100 X e 1000 X.
4-11- Ensaio de imunoenzimático (ELISA)
4-11-1 Para detecção de citocinas
38
Para ELISA utilizamos placas (Corning Incorporated, Corning, NY,
USA) de microtitulação (Poly Sorp) com 96 poços, recobertas, com anticorpo
monoclonal (50µl/poço), anti as diferentes citocinas: KC (IL-8), TNFα, IL-4,
IL-10, IFN-γ, e IL-5 ( R&D Systems, MN e PharMingen, San Diego, CA) em
concentrações padronizadas. Os mesmo foram diluídos em tampão de
ligação (ver soluções). As placas foram incubadas a 4°C por 18 horas. Após
este período, os sobrenadantes foram desprezados e o bloqueio dos sítios
de ligações inespecíficas foi feito adicionando-se 150µl de PBS 2,5% de BSA
(GIBCO BRL, Grand Island, NY, USA). Novamente, as placas foram
incubadas por 2 horas em temperatura ambiente e em seguida lavadas 4
vezes com tampão de lavagem (ver soluções). A seguir foram adicionadas as
diferentes diluições das citocinas padrão e as amostras em estudo (100
µl/poço) diluídas em tampão PBS/BSA/ 0,5% de Tween (Sigma, St. Louis,
MO). A primeira concentração da citocina recombinante padrão foi
padronizada de acordo com cada interleucina recombinante, a qual foi
sucessivamente diluída na base 2 até 15,6 pg/ml. Após incubação por 18
horas a 4°C, foi feito novo ciclo de lavagem e adicionado o anticorpo
policlonal ou secundário biotinilado (100 µl/poço), em concentração
determinada, diluído em PBS/BSA/Tween 0,5%. Após nova incubação, 2
horas a 37°C, e novo ciclo de lavagem, foi adicionado (100 µl/poço) do
reagente AB (Avidina/Biotina – Dako, Carpinteria, CA, USA) para
amplificação da reação. Novamente, as placas foram incubadas entre 30 min
a 60 min a 37°C, e em seguida lavadas 4 vezes vigorosamente. O substrato-
39
(OPD – Sigma, St. Louis, MO) foi adicionado (100 µl/poço) e após tempo de
45 min à 90 min da reação, a mesma foi bloqueada com 100 µl/poço de
H
2
SO
4
1M. A leitura da absorbância foi feita no leitor de ELISA (Metertech
Inc. Modelo 960, filtro de 490 nm) e a concentração das interleucinas foi
calculada a partir da curva padrão.
4-11-2-Para detecção de Imunoglobulinas
Para detecção das imunoglobulinas (IgE, IgG1, IgG2a - PharMingen,
San Diego, CA) utilizamos placas (Corning Incorporated, Corning, NY, USA)
de microtitulação (Poly Sorp) com 96 poços, recobertas, 200 ng de proteína
do antígeno total de T.canis (diluídos em tampão carbonato e aplicados
100ul/poço). Posteriormente, lavamos a placa 5 X com PBS 1 X + 0,05%
Tween 20 (Sigma, St. Louis, MO) e acrescentamos 200 µL de tampão
bloqueio (PBS 1 X + Tween 0,05% + SBF 5% - (GIBCO BRL, Grand Island,
NY, USA) e incubamos por 1 hora a 37°C. Em seguida, lavamos a placa 5 X
novamente e colocamos 100 µL das amostras diluídas no tampão de
bloqueio e incubamos por 1 hora em estufa a 37
0
C. Posteriormente,
lavamos a placa 5 X e incubamos 1 hora a 37
0
C com 10
o
µL de Ac
conjugado com biotina (10 µL Ac + 10 mL solução tampão). Novamente,
após este procedimento, lavamos a placa 5 X e incubamos 30 min com 100
µL A/B (Dako, Carpinteria, CA, USA) (preparado 30 min antes do uso:
diluição 1:1000 – 10 µL para 10 mL). Em seguida, lavamos a placa 5 X e
incubamos com 100 µL de solução de OPD (Sigma, St. Louis, MO ) (1
40
pastilha de OPD + 10 mL de diluente OPD). Logo após, a reação foi
bloqueada com 50 ul/poço de H
2
SO
4
1N. A leitura da absorbância foi feita
no comprimento de onda 450nm em leitor de ELISA (Metertech Inc. modelo
960).
4-12- Preparo de soluções
4.12.1- Corante Rosenfeld
Utiliza-se: 0,97g de Giemsa (Azur-Eosin-Methytenblau) e 0,53g de May-
Grünwalds (Hämatologie). Misturar os dois corantes em 1000 mL de
metanol (Merck) e conservar em geladeira. Para o uso, filtrar em papel de
filtro.
4.12.2- Salina tamponada com fosfato (PBS- 0,1 M)
Utiliza-se: 80 g (NaCl); 0.2 g (KCl); 11.5 g (Na
2
HPO
4
); 2.0 g (KH
2
PO
4
).
Diluir em 1 litro de água de milli-Q. Acertar o pH para 7,4 e autoclavar.
Para o uso diluir 1:10 em água de milli-Q estéril.
4.12.3- Solução de Turk
Utiliza-se: 15 mL (Ácido acético glacial); 0.002 g (Violeta de genciana);
500 mL (água deionizada q.s.p).
41
4.12.4- Tampão de Ligação (ELISA)
Utiliza-se: 10,42 g de Na
2
HPO
4
pH 9,0. Diluir em 1000 mL de água de
milli-Q.
4.12.5- Meio RPMI (incompleto)
Utiliza-se: 5,2 g de RPMI (Sigma St. Louis, MO) (pó); 1,0 g de Bicarbonato
de sódio; 1,1 g de HEPES. Completar estes sais com 500 mL de água
miili-Q, e acertar o pH para 7,2. Filtrar e estocar em geladeira.
Para o meio RPMI completo, acrescentar ao incompleto 10 % de soro
fetal bovino e 1 mL de estreptomicina. Filtrar e estocar.
4-13- Análise Estatística
Os resultados são expressos como média ± EPM. Os resultados
obtidos nos diferentes experimentos foram analisados utilizando a análise de
variância ANOVA. Para análise estatística foi utilizado o programa INSTAT,
Graph Pad, (San Diego, California, USA). A significância estatística foi
estabelecida em valores de P < 0,05.
42
As únicas respostas
interessantes são aquelas que
destroem as perguntas.
(Susan Sontag)
RESULTADOS
43
5- RESULTADOS – PARTE I
5.1- Padronização do modelo da Síndrome da Larva Migrans Visceral
(SLMV) em camundongos C57BL/6
Durante o mestrado mostramos que, os camundongos Balb/c infectados
com T. canis, que é o modelo experimental da SLMV apresentavam eosinofilia no
peritôneo, pulmão e no sangue. A proposta para o doutorado foi avaliar se a IL-5 e
leucotrienos modulam a liberação de citocinas e imunoglobulinas neste modelo
utilizando camundongos deficientes de IL-5 (IL-5 KO) e camundongos deficientes
de 5-lipoxigenase (5LO-KO). Assim, nessa primeira etapa padronizamos o modelo
da SLMV em camundongos controles C57BL/6 que possuem o mesmo
“background” (wild type) para os camundongos IL-5 KO, utilizando como
parâmetro o modelo de infecção em camundongos Balb/c.
5.1.1- Células presentes no espaço broncoalveolar de C57BL/6
A figura 1 A mostra o aumento do número de eosinófilos no espaço
broncoalveolar de camundongos C57BL/6 infectados com ovos de T. canis, em
comparação com os animais Balb/c, 18 dias após a infecção. O tempo de 18 dias
foi escolhido porque anteriormente demonstramos que camundongos Balb/c
apresentavam neste período o pico da eosinofilia (Anibal et al., 2001). Quando
comparado com o grupo controle, que recebeu apenas PBS, animais infectados
de ambas linhagens apresentaram migração significativa de eosinófilos para o
espaço broncoalveolar. Neste período observamos que, em relação ao grupo
44
controle, animais Balb/c e C57BL/6 mostravam aumento na migração de
eosinófilos 40% e 70% respectivamente (Fig. 1 A).
5.1.2- Número de eosinófilos no sangue circulante
A figura 1 B mostra que camundongos Balb/c e C57BL/6 infectados com T.
canis apresentam um aumento no número de eosinófilos no sangue (25% e 40%,
respectivamente), quando comparados aos grupos controles, não infectados.
45
0.0
0.2
0.4
0.6
Balb PBS
Balb Tc
C57 PBS
C57 Tc
*
*
A
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
0.0
0.2
0.4
0.6
Balb PBS
Balb Tc
C57 PBS
C57 Tc
*
*
B
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
Figura 1: T. canis aumenta o número de eosinófilos no (A) espaço broncoalveolar
e (B) no sangue de camundongos Balb/c e C57BL/6. Os resultados estão
expressos como média ± EPM de três experimentos independentes (n=12). As
diferenças estatísticas foram determinadas pela análise de variância utilizando o
teste ANOVA. Os asteriscos representam diferenças significativas entre o grupo
infectado e o grupo não infectado. Foram considerados significativos os resultados
onde o * p <0,05.
46
5.2.- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos ou da neutralização de IL-5.
Para avaliarmos a participação de leucotrienos e IL-5 na Síndrome da Larva
Migrans Visceral em camundongos, empregamos o composto MK-886 e o
anticorpo monoclonal TRFK-5, administrando isoladamente ou em associação.
Inicialmente verificamos a ação inibitória do composto MK-886 na linhagem
C57BL/6, comparando com os animais Balb/c. Para isto, realizamos em um
mesmo dia, empregando a mesma preparação de ovos de T. canis, um
experimento com as 2 linhagens de camundongos.
A figura 2 A mostra que o tratamento diário com MK-886 inibe a eosinofilia no
LBA (Fig. 2 A) e no sangue (Fig. 2B) em camundongos Balb/c e C57BL/6 com 18
dias de infestação pelo T. canis.
47
0.0
0.5
1.0
1.5
Balb Tc
Balb MK886
C57 Tc
C57 MK886
#
#
A
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
0.0
0.5
1.0
1.5
Balb Tc
Balb MK886
C57 Tc
C57 MK886
#
#
B
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
Figura 2: Efeito do inibidor da síntese de leucotrienos no recrutamento de
eosinófilos para o (A) espaço broncoalveolar (B) no número de eosinófilos no
sangue de camundongos C57BL/6 infectados com T. canis pelo composto MK-
886. Os resultados estão expressos como média ± EPM de três experimentos
independentes (n=12). O símbolo # representa a diferença significativa entre os
resultados dos animais infectados sem ou com tratamento. O símbolo #
representa diferença significativa entre os animais infectados não tratados e os
tratados com MK-886. As diferenças estatísticas foram determinadas pela
análise de variância utilizando o teste ANOVA.
48
5.2.1- Efeito da neutralização de IL-5.
Posteriormente, padronizamos as doses de TRFK-5 a serem utilizadas.
Foram empregados dois protocolos para a neutralização da IL-5. No primeiro
protocolo animais (C57BL/6) receberam apenas 1 mg/kg do anticorpo monoclonal
TRFK-5 no primeiro dia da infecção (i.p.), quinze minutos após a infecção. No
segundo protocolo os animais receberam 1 mg/kg de TRFK-5 no primeiro dia da
administração dos ovos (15 min antes dos ovos) e 0,3 mg/kg nos dias 3, 12 e 17
após a infecção com T. canis. Podemos observar na figura 3 A que os 2
esquemas de tratamento foram capazes de inibir a migração de eosinófilos para a
cavidade peritoneal. Para demonstrar que a inibição da eosinofilia estava
relacionada com a depleção de IL-5, esta citocina foi determinada no soro dos
animais parasitados e tratados ou não com TRFK-5. A figura 3 B mostra que os
tratamentos com TRFK-5 (1 e 4 doses) inibiram os níveis de IL-5 no sangue dos
animais. Embora, os tratamentos com TRFK-5 tenham reduzido 150% os níveis de
IL-5, esta diminuição refletiu na diminuição do número de eosinófilos circulantes
(Fig. 3B). Nos demais experimentos escolhemos o protocolo com 4 doses para
garantir a neutralização da IL-5 em todo o período do experimento.
Uma vez determinado o esquema de tratamento dos animais com anticorpo
anti-IL-5, e com o composto MK-886 prosseguimos com nossos estudos. Partindo
do princípio que o composto MK886 foi eficiente em inibir a eosinofilia no
camundongo Balb/c, a próxima etapa do foi avaliar a modulação da eosinofilia
pulmonar e sangüínea em animais C57BL/6.
49
0
1
2
3
4
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK-5 1dose
Tc+TRFK-5 4 doses
*
*
**
#
#
#
A
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
0
100
200
300
400
500
PBS
T. canis
Tc+TRFK5 1 dose
Tc+TRFK5 4 doses
#
#
*
*
*
B
24 horas após TRFK-5
IL-5 pg/ml
Figura 3: (A) Eosinófilos no sangue (B) e níveis de IL-5 no soro de camundongos
C57BL/6 infectados com T. canis tratados ou não com TRFK-5. Os resultados
estão expressos como média ± EPM de três experimentos independentes (n=12).
O símbolo # representa a diferença significativa entre os resultados dos animais
infectados sem tratamento e os tratados. Os símbolos * representam diferença
significativa entre os animais controle e os infectados tratados ou não com TRFK-
5. As diferenças estatísticas foram determinadas pela análise de variância
utilizando o teste ANOVA.
50
5.2.2- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou neutralização da
IL-5 sobre o número de eosinófilos e células mononucleares no espaço
broncoalveolar de animais C57BL/6
A figura 4 (A) mostra que o tratamento com MK-886, TRFK-5 ou ambos em
camundongos C57BL/6 infectados apresenta uma redução no número de
eosinófilos no espaço broncoalveolar em relação ao número verificado nos
animais somente infectados. Não foi observada diferença no número de
eosinófilos nos animais entre os três tratamentos.
O número de células mononucleares no espaço broncoalveolar também foi
inibido pelo tratamento com TRFK-5, na presença ou na ausência do composto
MK 886. No entanto, MK-886 sozinho não reduziu de forma significativa o número
de células mononucleares no LBA (Fig. 4B).
5.2.3- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou neutralização da IL-5
sobre o número de eosinófilos e células mononucleares no sangue de
animais C57BL/6
Verificamos que o tratamento com o inibidor de leucotrienos (MK886) e/ou
anticorpo anti-IL-5 em camundongos infectados reduziram de forma significativa o
número de eosinófilos circulantes (Fig. 5 A). Embora o tratamento concomitante
tenha reduzido o número de eosinófilos no sangue, verificamos que não há
diferença significativa quando comparados aos grupos que receberam MK886 ou
anti-IL-5.
O número de células mononucleares no sangue periférico dos animais
infectados com T. canis apresentou significante diminuição em todos os
51
tratamentos empregados (Fig.5 B), sendo que a maior porcentagem de inibição
ocorreu com o tratamento conjunto com TRFK-5 e MK-886 (80%), seguido do
tratamento com MK886 (70%) e com TRFK-5 (60%).
52
0
1
2
3
PBS
T. canis (Tc)
Tc+MK-886
Tc+TRFK-5
Tc+MK+TRFK-5
*
*
*
*
#
#
#
A
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
0
1
2
3
PBS
T. canis (Tc)
Tc+MK-886
Tc+TRFK-5
Tc+MK+TRFK-5
*
*
#
#
B
Grupos Experimentais
Células mononucleares x 10
6
/ml
Figura 4: Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou depleção de IL-5 no
número de (A) eosinófilos e de (B) células mononucleares no LBA de
camundongos C57BL/6 infectados com T. canis. O grupo controle recebeu apenas
PBS oral. Os resultados estão expressos como média ± EPM de três
experimentos independentes (n=8-16). O símbolo * representa a diferença
significativa entre os resultados dos animais controles e infectados (tratados ou
não). O símbolo # representa diferença significativa entre os animais infectados e
os tratados com MK-886 e/ou TRFK-5. As diferenças estatísticas foram
determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
53
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+MK-886
Tc+TRFK-5
Tc+MK+TRFK-5
*
*
**
#
#
#
A
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+MK-886
Tc+TRFK-5
Tc+MK+TRFK-5
*
*
#
#
#
B
Grupos Experimentais
Células mononucleares
x 10
6
/ml
Figura 5: Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou depleção de IL-5 no
número de (A) eosinófilos e de (B) células mononucleares no sangue de
camundongos C57BL/6 infectados com T. canis. O grupo controle recebeu apenas
PBS oral. Os resultados estão expressos como média ± EPM de três
experimentos independentes (n=8-16). O símbolo * representa a diferença
significativa entre os resultados dos animais controles e infectados (tratados ou
não). O símbolo # representa diferença significativa entre os animais infectados e
os tratados com MK-886 e/ou TRFK-5. As diferenças estatísticas foram
determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
54
5.3.- Níveis de peroxidase de eosinófilos (EPO) em pulmões de animais
C57BL/6, infectados e submetidos ou não aos diferentes tratamentos
A dosagem da EPO foi primeiramente padronizada empregando diferentes
diluições das amostras. Com o objetivo de avaliar os eosinófilos no parênquima
pulmonar, quantificamos a enzima EPO nos tecidos pulmonares dos animais dos
diferentes grupos experimentais. As diluições do sobrenadante dos
homogeneizados de pulmão foram de 1/2, 1/32 e 1/96 (dados não mostrados). Os
melhores resultados foram obtidos empregando a diluição de 1/32.
Como o esperado, a Figura 6 mostra que a infecção de camundongos
C57BL/6 com T. canis aumenta significativamente os níveis de EPO nos pulmões.
Os nossos dados indicam que animais infectados e tratados com TRFK-5 ou MK-
886, apresentaram inibição nos níveis de EPO nos homogeneizados de pulmão.
Estes resultados correlacionam com os dados mostrando que o tratamento com
MK-886 ou TRFK-5 inibe o número de eosinófilos no LBA dos animais C57BL/6
infectados (Fig. 4A).
55
0.00
0.25
0.50
PBS
T. canis (Tc)
Tc+MK886
Tc+TRFK5
*
#
#
Grupos Experimentais
Densidade óptica (450
η
M)
Figura 6: Níveis de EPO no sobrenadante dos homogeneizados de pulmões de
animais C57BL/6 infectados com T. canis tratados ou não com MK-886 e/ou TRFK-5.
Os resultados estão expressos como média ± EPM de três experimentos
independentes (n=12). O símbolo * representa a diferença significativa entre os
resultados dos animais controles e infectados (tratados ou não). O símbolo #
representa diferença significativa entre os animais infectados e os tratados com MK-
886 e/ou TRFK-5. As diferenças estatísticas foram determinadas pela análise de
variância utilizando o teste ANOVA.
56
5.4- Histopatologia do parênquima pulmonar de camundongos
infectados com ovos de T. canis tratados ou não com MK-886 e/ou
TRFK-5
A histopatologia dos pulmões dos animais infectados com T. canis e
tratados ou não com MK-886 e/ou TRFK-5 foi avaliada após 18 dias de
infecção. Neste período analisamos o infiltrado celular e a arquitetura do tecido
pulmonar dos animais Balb/c e C57BL/6, como descrito abaixo.
5.4.1- Histopatologia do tecido pulmonar de camundongos Balb/c
infectados com ovos de T. canis tratados ou não com MK-886 e/ou TRFK-
5
Em contraste com o grupo controle sem infecção, observamos grande
desorganização na arquitetura do parênquima pulmonar de animais infectados
com T. canis, com predomínio de grupamentos celulares, nas regiões
peribronquial constituídos de eosinófilos e macrófagos, com alguns linfócitos
presentes (Fig. 7).
Anteriormente, nós mostramos que camundongos Balb/c infectados com
T. canis e tratados com MK-886 apresentavam redução significativa de células
inflamatórias no parênquima pulmonar. Estes dados se repetem neste estudo
onde demonstramos novamente que MK-886 inibe o recrutamento de células
inflamatórias para o pulmão destes animais (Fig. 7 D). No entanto, tratamento
com TRFK-5 não alterou o infiltrado inflamatório instalado no parênquima
pulmonar dos animais Balb/c (Fig. 7 C).
57
58
5.4.2- Histopatologia do tecido pulmonar de camundongos C57BL/6
infectados com ovos de T. canis tratados ou não com MK-886 e/ou TRFK-5
Embora os resultados relativos à contagem de células no LBA (Fig. 4A e
4B) em camundongos C57BL/6 infectados com T. canis e tratados com MK-886
ou TRFK-5 indiquem uma diminuição do número de células inflamatórias no
espaço broncoalveolar e redução nos níveis de EPO em comparação com o grupo
infectado não tratado (Figura 4 e Figura 6, respectivamente). A análise
histopatológica surpreendentemente indica que animais infectados tratados ou
não com MK-886 ou TRFK-5 apresentam intenso infiltrado inflamatório no
parênquima pulmonar caracterizada pela presença de eosinófilos, macrófagos e
linfócitos (Fig. 8 B, C e D). Animais C57BL/6 infectados tratados com MK-886 ou
TRFK-5 apresentaram comprometimento pulmonar, com acúmulo de células
inflamatórias predominantemente ao redor dos vasos, caracterizando uma
periarteriolite distribuída por todo o parênquima pulmonar destes animais (Fig. 8 C
e D).
59
60
5.5- Citocinas nos pulmões de animais infectados com T. canis tratados ou
não com MK-886 e/ou TRFK-5
Uma vez que demonstramos que o recrutamento de eosinófilos induzido
pelo T. canis é parcialmente dependente de leucotrienos e IL-5 em animais
C57BL/6, nosso próximo passo foi avaliar se estes mediadores modulam a reação
inflamatória por um mecanismo dependente da síntese de citocinas. Assim,
determinamos a concentração de KC (IL-8), TNF-α, IL-4, IL-10 e IFN-γ nos
sobrenadantes dos homogeneizados do parênquima pulmonar de animais dos
diferentes grupos experimentais. No soro foi feito apenas dosagem para a KC (IL-
8) devido ao pequeno volume obtido de cada amostra. Os efeitos dos tratamentos
com MK-886 e TRFK-5 sobre produção das diferentes citocinas estão descritos
nos itens abaixo:
5.5.1- Efeito da inibição de IL-5 e leucotrienos na produção de quimiocina KC
(IL-8) no soro de camundongos infectados com T. canis tratados ou não com
MK-886 ou TRFK-5 ou ambos
O resultado expresso na Figura 9 indica que a infecção com T. canis induziu
aumento de KC no soro dos animais C57BL/6. Observamos também que o
tratamento com TRFK-5 em animais infectados, reduz os níveis de KC (IL-8) no
soro, porém essa diferença não é significante. Os tratamentos com MK-886 ou
MK-886 e TRFK-5 em animais infectados não alterou os níveis de KC sérico.
61
0
50
100
150
*
PBS
T.canis (Tc)
Tc+MK886
Tc+TRFK5
Tc+MK+TRFK5
Grupos Experimentais
#
*
*
*
KC pg/ml
Figura 9. Concentração de KC (IL-8 murina) no soro de camundongos C57BL/6
infectados com T. canis tratados ou não com MK-886, com TRFK-5 ou ambos e o
grupo controle. Os resultados estão expressos como média ± EPM de três
experimentos independentes (n=12). * p <0,05 representa a diferença significativa
entre os resultados obtidos do grupo controle em relação ao somente infectado, e
# representa a diferença significativos entre os animais infectados tratados com
MK-886, com TRFK-5 ou ambos comparados com o grupo somente infectado sem
tratamento. As diferenças estatísticas foram determinadas pela análise de
variância utilizando o teste ANOVA.
62
5.5.2- Efeito da inibição de IL-5 e leucotrienos na produção de citocinas por
células de pulmões de camundongos infectados com T. canis tratados ou
não com MK-886 ou TRFK-5 ou ambos
A Figura 10 mostra que a infecção de camundongos C57BL/6 com T. canis
aumenta significativamente a KC (IL-8) presente nos pulmões. Verificamos que
animais infectados e tratados com MK-886 ou TRFK-5 não afeta a produção de IL-
8 por células do parênquima pulmonar. No entanto, o tratamento de animais
infectados com MK-886 e TRFK-5, reduzem significativamente os níveis de KC
(IL-8) produzidos no pulmão.
Verificamos que a infecção de camundongos C57BL/6 pelo T. canis aumenta
significativamente os níveis de TNF-α nos pulmões quando comparado ao grupo
controle não infectado (Fig. 11 A). Níveis elevados de TNF-α, também foram
observados no pulmão de animais infectados tratados com MK-886 e/ou TRFK-5.
Os tratamentos empregados levam a uma tendência a reduzir os níveis de TNF-α
no pulmão de camundongos infectados, porém este efeito não é estatisticamente
significativo.
Em relação aos níveis de IFN-γ nos pulmões, observamos que não houve
diferença significativa quando comparamos os níveis desta citocina entre os
animais controles e infectados ou infectados submetidos aos diferentes
tratamentos (Figura 12B). As determinações dos níveis de IL-4 indicam que a
infecção leva a um aumento dos níveis dessa citocina no pulmão. Os tratamentos
com MK-886 ou TRFK-5 não afetaram os níveis dessas citocina. Animais
infectados e tratados com MK-886 e TRFK-5 apresentam uma tendência a terem
63
maiores níveis de IL-4 quando comparados aos animais infectados, porém essa
diferença não é significativa (Figura 11B). Quanto á produção de IL-10,
observamos na figura 12 A que, a infecção induziu aumento significativo desta
citocina, e também os animais infectados e tratados com MK-886 apresentam um
aumento relevante de IL-10 em relação aos níveis dessa citocina presentes no
pulmão de animais não infectados. Diferentemente, animais infectados e tratados
com TRFK-5 ou MK-886 e TRFK-5 apresentam uma redução significativa nos
níveis de IL-10 no pulmão, quando comparados aos níveis encontrados em
animais infectados e tratados com MK-886.
64
0
250
500
#
PBS
T.canis (Tc)
Tc+MK886
Tc+TRFK-5
Tc+MK+TRFK-5
Grupos Experimentais
*
*
*
KC pg/mL
Figura 10. Concentração de KC (IL-8 murina) no homogeneizado de pulmão de
camundongos C57BL/6 infectados com T. canis tratados ou não com MK-886,
com TRFK-5 ou ambos e o grupo controle. Os resultados estão expressos como
média ± EPM de três experimentos independentes (n=8-16). * p <0,05 representa
a diferença significativa entre os resultados obtidos do grupo controle em relação
ao somente infectado, e # representa a diferença significativas entre os animais
infectados tratados com MK-886, com TRFK-5 ou ambos comparados com o
grupo somente infectado sem tratamento. As diferenças estatísticas foram
determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
65
0
250
500
750
*
*
PBS
T.canis (Tc)
Tc+MK886
Tc+TRFK5
Tc+MK+TRFK5
Grupos Experimentais
*
*
A
TNF-
α
pg/mL
0
250
500
Grupos Experimentais
B
*
*
*
*
IL-4 pg/ml
Figura 11. Concentração de TNF-α (A) e IL-4 (B) no sobrenadante do
homogeneizado do pulmão de camundongos C57BL/6 infectados com T. canis
tratados ou não com MK-886, com TRFK-5 ou ambos e o grupo controle. Os
resultados estão expressos como média ± EPM de três experimentos
independentes (n=8-16). * p <0,05 representa a diferença significativa entre os
resultados obtidos do grupo controle em relação ao somente infectado, e #
representa a diferença significativa entre os animais infectados tratados com MK-
886, com TRFK-5 ou ambos comparados com o grupo somente infectado sem
tratamento. As diferenças estatísticas foram determinadas pela análise de
variância utilizando o teste ANOVA.
66
0
500
1000
1500
Tc+MK886
PBS
T.canis (Tc)
Tc+TRFK5
Tc+MK+TRFK5
Grupos Experimentais
#
A
#
*
*
IL-10 pg/mL
0
500
1000
1500
Grupos Experimentais
B
IFN-
α
pg/mL
Figura 12. Concentração de IL-10 (A) e IFN-γ (B) no sobrenadante do
homogeneizado do pulmão de camundongos C57BL/6 infectados com T. canis
tratados ou não com MK-886, com TRFK-5 ou ambos e o grupo controle. Os
resultados estão expressos como média ± EPM de três experimentos
independentes (n=8-16). * p <0,05 representa a diferença significativa entre os
resultados obtidos do grupo controle em relação ao somente infectado, e #
representa a diferença significativa entre os animais infectados tratados com MK-
886, com TRFK-5 ou ambos comparados com o grupo somente infectado sem
tratamento. As diferenças estatísticas foram determinadas pela análise de
variância utilizando o teste ANOVA.
67
5.6.- Efeito da depleção de IL-5 e/ou leucotrienos nos níveis séricos de
anticorpos parasita específicos em camundongos infectados com T. canis
Com objetivo de esclarecer se IL-5 e leucotrienos participam na modulação
da liberação de imunoglobulinas circulantes, avaliamos os níveis séricos de IgE,
IgG1 e IgG2a nos diferentes grupos experimentais. Como mostra a figura 13A
camundongos C57BL/6 com 18 dias de infecção com T. canis, apresentam níveis
detectáveis de IgE, IgG1 e IgG2a específicos no soro. O tratamento de animais
infectados com TRFK-5, MK-886 ou MK-886 e TRFK-5 aumentam em 20% os
níveis séricos de IgE específicas. Diferentemente, estes tratamentos não foram
capazes de afetar os níveis circulantes de IgG1 e IG2a específicas (Fig. 13 B e 13
C)
5.6.1- Efeito da neutralização da IL-5 e de leucotrienos nos níveis das
imunoglobulinas nos pulmões de camundongos infectados com T. canis
Avaliamos também os níveis das imunoglobulinas IgE, IgG1 e IgG2a nos
pulmões de animais dos diferentes grupos experimentais (Figura 14). Nossos
resultados indicam que não foi possível detectar anticorpos específicos dos
isotipos IgE e IgG1 específico no pulmão em amostras de todos os grupos
experimentais (Fig. 15 A e 15 B). No entanto, nos animais infectados que
receberam tratamento com MK-886 e TRFK-5 apresentaram níveis detectáveis
IgG2a (Fig. 15 C).
68
0.00
0.25
0.50
*
*
*
*
#
#
A
#
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450nM)
0.00
0.25
0.50
B
*
*
*
*
-------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450nM)
0.00
0.25
0.50
C
*
*
*
*
--------------------------------------------------
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
Tc+MK886
Tc+TRFK5+MK886
Grupos Experimentais
D.O (450nM)
Figura 14: Níveis de IgE (A), IgG1 (B) e IgG2a (C) anti- T. canis no soro de camundongos
C57BL/6 infectados previamente tratados ou não com TRFK-5 e/ou MK-886. Os soros dos
animais normais foram usados como controle. Determinou-se os níveis de
Imunoglobulinas no soro 18 dias após a infecção, diluídos 1/10. As placas foram
sensibilizadas com 250 ng/mL de proteína do antígeno total de T. canis através da técnica
ELISA e a densidade óptica foi determinada em 450 nm. Os resultados estão expressos
como média ± EPM de três experimentos independentes (n=12). * p <0,05 representa a
diferença significativa entre os resultados obtidos do grupo controle em relação ao
somente infectado, e # representa a diferença significativa entre os animais infectados
tratados com MK-886, com TRFK-5 ou ambos comparados com o grupo somente
infectado sem tratamento. As diferenças estatísticas foram determinadas pela análise de
variância utilizando o teste ANOVA.
69
0.00
0.25
0.50
A
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
0.00
0.25
0.50
B
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
0.00
0.25
0.50
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
Tc+MK886
Tc+TRFK5+MK886
*
#
C
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
Figura 15: Níveis de IgE (A), IgG1 (B) e IgG2a (C) anti- T. canis nos homogeneizados de
pulmão de camundongos C57BL/6 infectados previamente tratados ou não com TRFK-5
e/ou MK-886. Os sobrenadantes dos pulmões dos animais normais foram usados como
controle. Determinaram-se os níveis de Imunoglobulinas nos sobrenadantes 18 dias após
a infecção, sem diluição das amostras. As placas foram sensibilizadas com 250 ng/mL de
proteína do antígeno total de T. canis através da técnica ELISA e a densidade óptica foi
determinada em 450 nm. Os resultados estão expressos como média ± EPM de três
experimentos independentes (n=12). * p <0,05 representa a diferença significativa entre
os resultados obtidos do grupo controle em relação ao somente infectado, e # representa
a diferença significativa entre os animais infectados tratados com TRFK-5 ou MK-886 ou
ambos comparados com o grupo somente infectado sem tratamento. As diferenças
estatísticas foram determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
70
5- RESULTADOS – PARTE II
5.7- Padronização do modelo da Síndrome da Larva Migrans Visceral
(SLMV) em camundongos 129
Além da utilização do MK-886 para verificarmos o papel dos leucotrienos na
SLMV, ampliamos nossos objetivos utilizando animais deficientes de 5-
lipoxigenase (5LO-KO). Animais 5LO-KO disponíveis para uso foram gerados em
camundongos da linhagem 129, que até momento não tinham sido utilizados no
modelo da SLMV. Assim, primeiramente realizamos a padronização do modelo da
SLMV em animais 129, comparando o com animais Balb/c, que são largamente
utilizados no modelo da SLMV. Os dados a seguir, são relativos a animais Balb/c e
129, 18 dias após a infecção. O tempo de 18 dias foi escolhido porque
anteriormente demonstramos que camundongos Balb/c apresentavam o pico da
eosinofilia neste período (Anibal et al., 2001).
5.7.1- Células presentes no espaço broncoalveolar de Balb/c e 129
A figura 16 A mostra que camundongos 129 e Balb/c infectados com T.
canis apresentam um aumento do número de eosinófilos no espaço
broncoalveolar em comparação aos seus respectivos animais controles não
infectados. Quando comparamos os grupos de animais infectados, verificamos
que camundongos 129 apresentam um número bastante elevado de eosinófilos
no espaço broncoalveolar, quando comparado aos verificados em Balb/c.
Observamos que, em relação ao grupo controle, animais Balb/c e 129 infectados
71
mostravam aumento na migração de eosinófilos no espaço broncoalveolar de
30% e 100%, respectivamente.
5.7.2- Número de eosinófilos no sangue circulante
De forma semelhante ao verificado no espaço broncoalveolar,
camundongos 129 e Balb/c infectados com T. canis apresentam um aumento do
número de eosinófilos no sangue (Figura 16 B). Este aumento é respectivamente
de 25 % e 70%.
72
0.00
1.75
3.50
Balb PBS
Balb Tc
129 PBS
129 Tc
A
*
*
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
0.0
0.5
1.0
1.5
B
*
*
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6/
ml
Figura 16: T. canis aumenta o número de eosinófilos no (A) espaço
broncoalveolar e (B) no sangue de camundongos Balb/c e 129. Os resultados
estão expressos como média ± EPM de três experimentos independentes (n=12).
As diferenças estatísticas foram determinadas pela análise de variância utilizando
o teste ANOVA. Os asteriscos representam diferenças significativas entre o grupo
infectado e o grupo não infectado. Foram considerados significativos os resultados
onde o * p <0,05.
73
5.8- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos
Para avaliarmos se o composto MK-886 modula a migração de eosinófilos
durante a infecção pelo T. canis em camundongos 129, realizamos experimentos
utilizando este composto, comparativamente com animais Balb/c.
Uma vez determinado o esquema de tratamento dos animais com o composto MK-
886 prosseguimos com nossos estudos. Partindo do princípio que o composto
MK886 foi eficiente em inibir a eosinofilia no camundongo Balb/c, A figura 17 A
mostra que camundongos Balb/c infectados e tratados diariamente com MK-886,
apresentam inibição da eosinofilia no LBA (Fig. 17 A) e no sangue (Fig. 17 B),
quando comparados aos camundongos Balb/c infectados. Diferentemente, o
tratamento com MK-886 em camundongos 129 infectados não inibiu a eosinofilia
pulmonar dos animais 129 (Fig. 17 A), mas, foi capaz de reduzir significativamente
o número de eosinófilos no sangue, quando comparados aos camundongos 129
infectados (Fig. 17 B).
74
0.0
1.5
3.0
4.5
Balb Tc
Balb MK886
129 Tc
129 MK886
A
#
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
0.0
0.5
1.0
1.5
B
#
#
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
Figura 17: Efeito do inibidor da síntese de leucotrienos no recrutamento de
eosinófilos para o (A) espaço broncoalveolar (B) no número de eosinófilos no
sangue de camundongos Balb/c e 129 infectados com T. canis pelo
composto MK-886. Os resultados estão expressos como média ± EPM de
três experimentos independentes (n=12). O símbolo # representa a diferença
significativa entre os resultados dos animais infectados sem ou com
tratamento. O símbolo # representa diferença significativa entre os animais
infectados não tratados e os tratados com MK-886. As diferenças estatísticas
foram determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
75
5.8.1- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou neutralização da IL-5
sobre o número de eosinófilos e células mononucleares no LBA de animais
129
Nossos resultados indicam que o tratamento com MK-886 ou TRFK-5 não foi
capaz de inibir significativamente o número de eosinófilos no LBA de animais 129
infectados. De forma relevante, o tratamento concomitante em animais 129
infectados com MK-886 e TRFK-5 foi capaz de reduzir drasticamente o número de
eosinófilos no LBA (Fig. 18 A).
Camundongos 129 infectados com T. canis, de forma semelhante ao
verificado em camundongos Balb/c e C57BL/6 infectados (Fig. 1), apresentam um
aumento no número de células mononucleares no LBA (Fig. 18 B). Verificamos
também que tratamento com MK-886 ou TRFK-5 foi capaz de inibir o
recrutamento de células mononucleares para o espaço broncoalveolar.
Curiosamente, o tratamento com MK-886 e TRFK-5 não alterou significativamente
o número de células mononucleares no LBA dos camundongos 129 infectados,
cujos valores são semelhantes aos encontrados em animais infectados controles.
5.8.2- Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou neutralização da IL-5
sobre o número de eosinófilos e células mononucleares no sangue de
animais 129
A figura 19 mostra que camundongos 129 infectados com T. canis
apresentam um aumento no número de eosinófilos e células mononucleares no
sangue (Fig. 19 A e Fig. 19 B, respectivamente). Foi verificado que os tratamentos
de animais 129 infectados com o inibidor de leucotrienos e/ou neutralizador de IL-
76
5, foi capaz de reduzir o número de eosinófilos e células mononucleares no
sangue.
77
0.0
2.5
5.0
PBS
T.canis (Tc)
Tc+MK886
Tc+TRFK5
Tc+MK+TRFK5
#
*
p=0,4
A
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
0.0
2.5
5.0
#
#
*
*
B
Grupos Experimentais
Células mononucleares x 10
6
/ml
Figura 18: Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou depleção de IL-5 no
número de eosinófilos (A) e de células mononucleares (B) no LBA de
camundongos 129 infectados com T. canis. O grupo controle recebeu apenas PBS
oral. Os resultados estão expressos como média ± EPM de três experimentos
independentes (n=12). O símbolo * representa a diferença significativa entre os
resultados dos animais controles e infectados (tratados ou não). O símbolo #
representa diferença significativa entre os animais infectados e os tratados com
MK-886 e/ou TRFK-5. As diferenças estatísticas foram determinadas pela análise
de variância utilizando o teste ANOVA.
78
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
12.5
PBS
T.canis (Tc)
TC+MK886
Tc+TRFK5
Tc+MK+TRFK5
*
#
#
#
A
Grupos Experimentais
Eosifilos x 10
6
/ml
0.0
2.5
5.0
7.5
10.0
12.5
*
#
#
#
B
Grupos Experimentais
Células mononucleares x 10
6
/ml
Figura 19: Efeito da inibição da síntese de leucotrienos e/ou depleção de IL-5 no
número de eosinófilos (A) e de células mononucleares (B) no sangue de
camundongos 129 infectados com T. canis. O grupo controle recebeu apenas PBS
oral. Os resultados estão expressos como média  EPM de três experimentos
independentes (n=12). O símbolo * representa a diferença significativa entre os
resultados dos animais controles e infectados (tratados ou não). O símbolo #
representa diferença significativa entre os animais infectados e os tratados com
MK-886 e/ou TRFK-5. As diferenças estatísticas foram determinadas pela análise
de variância utilizando o teste ANOVA.
79
5.8.3- Efeito da neutralização da IL-5 sobre o número de eosinófilos e células
mononucleares no LBA de animais 5-lipoxigenase deficiente (5LO-KO)
Nos animais 5 LO-KO infectados foi observado recrutamento significativo de
eosinófilos e de células mononucleares para o espaço broncoalveolar (Fig. 20 A e
20 B, respectivamente). No entanto, o tratamento de animais 5LO-KO infectados
com T. canis com TRFK-5 não foi capaz de reduzir o número de eosinófilos no
LBA (Fig. 20 A), mas, reduziu o número de células mononucleares no espaço
broncoalveolar, quando comparados aos números encontrados em animais
somente infectados (Fig. 20 B).
5.8.4- Efeito da neutralização da IL-5 sobre o número de eosinófilos e células
mononucleares no sangue de animais 5 lipoxigenase deficiente (5LO-KO)
A figura 21 mostra que animais 5LO-KO infectados com T. canis apresentam
um aumento de eosinófilos (Fig. 21 A) e de células mononucleares (Fig. 21 B) no
sangue. O tratamento com TRFK-5 reduziu apenas o número de eosinófilos no
sangue destes animais (Fig. 21 A), sem, contudo alterar de maneira relevante o
número de células mononucleares (Fig. 21 B).
80
0.00
0.25
0.50
0.75
Tc+TRFK5
T.canis (Tc)
PBS
#
A
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
0.00
0.25
0.50
0.75
PBS
T.canis (Tc)
Tc+TRFK5
*
#
B
Grupos Experimentais
lulas mononucleares x 10
6
/ml
Figura 20: Número de eosinófilos (A) e de células mononucleares (B) para o
espaço broncoalveolar de camundongos 5LO-KO infectados com T. canis e
tratados ou não com TRFK-5. O grupo controle recebeu apenas PBS oral. Os
resultados estão expressos como média ± EPM de três experimentos
independentes (n=12). O símbolo * representa a diferença significativa entre os
resultados dos animais controles e infectados (tratados ou não). O símbolo #
representa diferença significativa entre os animais infectados e os tratados com
TRFK-5. As diferenças estatísticas foram determinadas pela análise de variância
utilizando o teste ANOVA.
81
0.0
1.5
3.0
4.5
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
*
#
A
Grupos Experimentais
Eosinófilos x 10
6
/ml
0.0
1.5
3.0
4.5
p=0,1
B
Grupos Experimentais
Células mononucleares x 10
6
/ml
Figura 21: Número de eosinófilos (A) e de células mononucleares (B) no sangue
de camundongos 5LO-KO infectados com T. canis e tratados ou não com TRFK-5.
O grupo controle recebeu apenas PBS oral. Os resultados estão expressos como
média
± EPM de três experimentos independentes (n=12). O símbolo * representa
a diferença significativa entre os resultados dos animais controles e infectados
(tratados ou não). O símbolo # representa diferença significativa entre os animais
infectados e os tratados com TRFK-5. As diferenças estatísticas foram
determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
82
5.9.- Níveis de peroxidase de eosinófilos (EPO) em pulmões de animais
129 e 5LO-KO infectados e submetidos ou não aos diferentes tratamentos
Os resultados expressos na figura 22 mostram que animais 129 e 5LO-KO
infectados com T. canis apresentam uma elevação nos níveis de EPO nos
homogeneizados de pulmão (Fig. 22 A e 22 B). No entanto, animais 5LO-KO
infectados com T. canis apresentam aproximadamente 50% menos EPO no
pulmão quando comparados aos níveis observados em animais 129 infectados.
Animais 5LO-KO infectados e tratados com TRFK-5 apresentaram
diminuição nos níveis de EPO nos homogeneizados de pulmão (Fig. 22 A e 22 B).
No entanto, animais 129 infectados e submetidos ao mesmo tratamento
apresentaram níveis reduzidos de EPO nos pulmões, mas, não de modo
significativo (Fig. 22 B). Estes resultados diferem dos mostrados na figura 20 A,
onde observamos que não houve inibição significativa dos eosinófilos no LBA em
animais 5LO-KO infectados e tratados com TRFK-5.
Camundongos 129 infectados e tratados com MK-886 apresentam uma
redução de 85% nos níveis de EPO nos pulmões, quando comparados aos níveis
verificados em camundongos 129 infectados (Fig. 22 A). O tratamento com MK-
886 e TRFK-5 em camundongos 129 infectados foi capaz de inibir mais
eficientemente os níveis de EPO nos pulmões, comparados aos dados obtidos em
animais infectados tratados com MK-886 (Fig. 22 A).
83
0.0
0.9
1.8
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
Tc+MK886
Tc+TRFK5+MK886
*
#
#
p=0,07
A
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
0.0
0.9
1.8
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
*
#
Grupos Experimentais
B
D.O (450 nM)
Figura 22: Níveis de EPO no sobrenadante dos homogeneizados de pulmões de
animais 129 (A) e 5LO-KO (B) infectados com T. canis tratados ou não com MK-
886 e/ou TRFK-5. Os resultados estão expressos como média
± EPM de três
experimentos independentes (n=12). O símbolo * representa a diferença
significativa entre os resultados dos animais controles e infectados (tratados ou
não). O símbolo # representa diferença significativa entre os animais infectados e
os tratados com MK-886 e/ou TRFK-5. As diferenças estatísticas foram
determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
84
5.10- Histopatologia do parênquima pulmonar de camundongos infectados
com ovos de
T. canis tratados ou não com MK-886 e/ou TRFK-5
A histopatologia dos pulmões dos animais infectados com T. canis e tratados
ou não com MK-886 e/ou TRFK-5 em camundongos 129 ou TRFK-5 em
camundongos 5LO-KO, avaliada após 18 dias de infecção. Neste período
analisamos o infiltrado celular e arquitetura do tecido pulmonar dos animais 129 e
5 LO-KO, como descrito abaixo.
5.10.1- Histopatologia do tecido pulmonar de camundongos 129 infectados
com ovos de
T. canis tratados ou não com MK-886 e/ou TRFK-5
A histopatologia do pulmão de camundongos 129 infectados tratados ou não
com MK-886 e/ou TRFK-5, assim como os animais C57BL/6 apresentaram perfil
histopatológico diferente dos animais Balb/c (dados não mostrados). Os animais
129 infectados com T. canis, do mesmo modo que os C57BL/6 apresentaram
comprometimento pulmonar, com intensas reações inflamatórias, caracterizadas
pela presença de eosinófilos, macrófagos e linfócitos, predominantemente ao
redor dos vasos, caracterizando uma periarteriolite distribuídos por todo o
parênquima pulmonar destes animais (Fig. 23), independente dos tratamentos
com os inibidores de leucotrienos e/ou neutralizador de IL-5 (Fig. 23 C e D). Pela
análise dos cortes histológicos não foi possível evidenciar a diferença no número
de eosinófilos presentes nos animais que receberam somente TRFK-5 ou MK-
886.
85
86
5.10.2- Histopatologia do tecido pulmonar de camundongos deficientes da
enzima 5-Lipoxigenase (5LO-KO) infectados com ovos de
T. canis tratados
ou não com TRFK-5
A análise histopatológica dos pulmões de animais deficientes da enzima 5-
Lipoxigenase (5LO-KO) infectados com T. canis mostrou desorganização
moderada na arquitetura do parênquima destes animais, com predomínio de
grupamentos isolados de infiltrado inflamatório constituídos de alguns eosinófilos,
macrófagos e também linfócitos nas regiões perivasculares e peribronquial
constituídos de alguns eosinófilos, macrófagos e também linfócitos (Fig. 24 B). No
entanto, no parênquima pulmonar dos animais infectados e tratados com TRFK-5
podemos observar reação inflamatória menos intensa, porém ainda observamos
um número considerável de eosinófilos, com preservação de maior extensão dos
alvéolos e brônquios (Fig. 24 C).
87
88
5.11- Citocinas nos pulmões de animais infectados com T. canis tratados ou
não com MK-886 e/ou TRFK-5
Uma vez que demonstramos que o recrutamento de eosinófilos induzido
pelo T. canis é parcialmente dependente de leucotrienos e IL-5 em animais 129,
nosso próximo passo foi avaliar se estes mediadores modulam a reação
inflamatória por um mecanismo dependente da síntese de quimiocina. Assim,
determinamos a concentração de KC (IL-8) no soro e nos sobrenadantes dos
homogeneizados do parênquima pulmonar de animais dos diferentes grupos
experimentais.
5.11.1- Efeito da inibição de IL-5 e leucotrienos na produção de KC (IL-8) no
soro de camundongos infectados com
T. canis tratados ou não com MK-886
ou TRFK-5 ou ambos
A infecção com T. canis induziu aumento de KC (IL-8) no soro de animais
129 (Fig. 25 A) e camundongos 5LO-KO (Fig. 25 B). Verificamos também que o
tratamento com MK-886 ou TRFK-5 em animais 129 infectados não alterou os
níveis de KC sérico (Fig. 25 A). Nossos resultados também mostram que
tratamento com TRFK-5 em animais 129 e 5LO-KO induziu aumento de IL-8 no
soro (Fig. 25 B).
5.11.2- Efeito da inibição de IL-5 e leucotrienos na produção de citocinas
inflamatórias por células de pulmões de camundongos infectados com
T.
canis tratados ou não com MK-886 ou TRFK-5 ou ambos
89
Os dados expressos na Figura 26 indicam que camundongos 129 e 5LO-
KO infectados com T. canis, apresentam maiores níveis de KC (IL-8) no pulmão,
quando comparados aos níveis desta quimiocina verificada em camundongos não
infectados. Verificamos que os níveis de KC (IL-8) no pulmão de camundongos
5LO-KO controles e infectados são significativamente menores quando
comparado aos níveis dessa quimiocina detectada em camundongos 129.
Observamos também que a maioria dos tratamentos utilizados em animais
infectados não alterou a produção de IL-8 nos pulmões. A única exceção foi que o
tratamento de camundongos 129 infectados com MK-886 e TRFK-5 que inibiu
significativamente os níveis de KC (IL-8) (fig. 26 A).
90
0
30
60
90
120
PBS
T. canis (Tc)
Tc+MK886
Tc+TRFK5
Tc+MK886+TRFK5
*
A
#
Grupos Experimentais
KC pg/ml
0
30
60
90
120
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
#
*
B
Grupos Experimentais
KC pg/ml
Figura 25. Concentração de KC (IL-8 murina) no soro de camundongos 129 (A) e
5LO-KO (B) infectados com T. canis tratados ou não com MK-886, com TRFK-5
ou ambos e o grupo controle. Os resultados estão expressos como média  EPM
de três experimentos independentes (n=12). * p <0,05 representa a diferença
significativa entre os resultados obtidos do grupo controle em relação ao somente
infectado, e # representa a diferença significativos entre os animais infectados
tratados com MK-886, com TRFK-5 ou ambos comparados com o grupo somente
infectado sem tratamento. As diferenças estatísticas foram determinadas pela
análise de variância utilizando o teste ANOVA.
91
0
100
200
PBS
T. canis (Tc)
Tc+MK886
Tc+TRFK5
Tc+MK886+TRFK5
A
*
#
200
300
400
500
Grupos Experimentais
KC pg/ml
0
100
200
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
*
B
200
300
400
500
Grupos Experimentais
KC pg/ml
Figura 26. Concentração de KC (IL-8 murina) no homogeneizado de pulmão de
camundongos 129 (A) e 5LO-KO (B) infectados com T. canis tratados ou não com
MK-886, com TRFK-5 ou ambos e o grupo controle. Os resultados estão
expressos como média
± EPM de três experimentos independentes (n=12). * p
<0,05 representa a diferença significativa entre os resultados obtidos do grupo
controle em relação ao somente infectado, e # representa a diferença significativas
entre os animais infectados tratados com MK-886, com TRFK-5 ou ambos
comparados com o grupo somente infectado sem tratamento. As diferenças
estatísticas foram determinadas pela análise de variância utilizando o teste
ANOVA.
92
5.12.- Efeito da depleção de IL-5 e/ou leucotrienos nos níveis de anticorpos
específicos no soro
Objetivando verificar se IL-5 e leucotrienos participam na modulação do
padrão de isotipos de anticorpos específicos para o parasita, avaliamos os níveis
séricos de IgE, IgG1 e IgG2a nos diferentes grupos experimentais.
Nossos resultados indicam que com 18 dias de infecção pelo T. canis, os
camundongos 129 apresentam elevados níveis de IgE específica (Fig. 27 A) e um
discreto aumento nos níveis de IgG2a (Fig. 29 A) e IgG1 (Fig. 28 A) específicos no
soro. O tratamento de animais 129 infectados com MK-886 e/ou TRFK-5 não
modificaram os níveis séricos e o padrão dos isotipos analisados quando
comparados aos níveis desses anticorpos verificados em animais somente
parasitados (Fig. 27 A, Fig. 28 A e Fig. 29 A).
Um fato interessante é que animais deficientes de leucotrienos (5LO-KO)
infectados comparativamente com camundongos 129 infectados, apresentam
níveis séricos de anticorpos específicos menores para os isotipos IgE (Fig. 27 B) e
IgG1 (Fig. 28 B). Bem como, apresentam níveis de IgG2a abaixo da quantidade
mínima detectável pelo nosso método (Fig. 29 B). Diferentemente dos animais 129
infectados que apresentam predominantemente anticorpos específicos do isotipo
IgE, os camundongos 5LO-KO infectados não apresentam um isotipo
predominante, mas, discreto aumento nos níveis de IgE (Fig. 27 B) e IgG1 (Fig. 28
B) no soro quando comparados aos níveis basais verificados em animais não
infectados. Observamos também que nenhum tratamento utilizado foi capaz de
93
modificar o padrão, bem como, os níveis de anticorpos específicos em animais
5LO-KO infectados (Fig. 30, Fig. 31, Fig. 32).
5.12.1- Efeito da neutralização da IL-5 e de leucotrienos nos níveis de
anticorpos específicos nos pulmões
Diferentemente dos dados obtidos no soro, todos os grupos experimentais
analisados não apresentaram níveis detectáveis de IgE específica no pulmão
(Figura 30). Verificamos também que animais 5LO-KO infectados não apresentam
níveis detectáveis de anticorpos do isotipo IgG2a (Fig.32 B).
Camundongos 129 infectados apresentam elevados níveis de anticorpos do
isotipos IgG1 (Fig. 31 A) e IgG2a (Fig.32 A). O elevados níveis de IgG1 nos
pulmões também foi observado em camundongos 5LO-KO infectados (Fig. 31 B).
Finalmente foi observado que nenhum dos tratamentos alterou a produção de
anticorpos nos pulmões, tanto em animais 5LO-KO como animais 129 (Fig. 30,
Fig. 31, Fig. 32).
94
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
Tc+MK886
*
*
*
A
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
*
*
B
--------------------------------------------------
18 dias após a infestação
D.O (450 nM)
Figura 27: Níveis de IgE anti- T. canis no soro de camundongos 129 (A) e 5LO-KO (B)
infectados previamente tratados ou não com TRFK-5 e/ou MK-886. Os soros dos animais
normais foram usados como controle. Determinou-se os níveis de IgE no soro 18 dias
após a infecção, diluídos 1/10. As placas foram sensibilizadas com 250 ng/mL de proteína
do antígeno total de T. canis através da técnica ELISA e a densidade óptica foi
determinada em 450 nm. Os resultados estão expressos como média
± EPM de três
experimentos independentes (n=12). * p <0,05 representa a diferença significativa entre
os resultados obtidos do grupo controle em relação ao somente infectado, e # representa
a diferença significativa entre os animais infectados tratados com MK-886, com TRFK-5
ou ambos comparados com o grupo somente infectado sem tratamento. As diferenças
estatísticas foram determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
95
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
Tc+MK886
*
*
*
A
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
*
#
B
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
Figura 28: Níveis de IgG1 anti- T. canis no soro de camundongos 129 (A) e 5LO-KO (B)
infectados previamente tratados ou não com TRFK-5 e/ou MK-886. Os soros dos animais
normais foram usados como controle. Determinou-se os níveis de IgG1 no soro 18 dias
após a infecção, diluídos 1/10. As placas foram sensibilizadas com 250 ng/mL de proteína
do antígeno total de T. canis através da técnica ELISA e a densidade óptica foi
determinada em 450 nm. Os resultados estão expressos como média
± EPM de três
experimentos independentes (n=12). * p <0,05 representa a diferença significativa entre
os resultados obtidos do grupo controle em relação ao somente infectado, e # representa
a diferença significativa entre os animais infectados tratados com MK-886, com TRFK-5
ou ambos comparados com o grupo somente infectado sem tratamento. As diferenças
estatísticas foram determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
96
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
Tc+MK886
*
A
*
*
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
B
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
Figura 29: Níveis de IgG2a anti- T. canis no soro de camundongos 129 (A) e 5LO-KO (B)
infectados previamente tratados ou não com TRFK-5 e ou MK-886. Os soros dos animais
normais foram usados como controle. Determinou-se os níveis de IgG2a no soro 18 dias
após a infestação, diluídos 1/10. As placas foram sensibilizadas com 250 ng/mL de
proteína do antígeno total de T. canis através da técnica ELISA e a densidade óptica foi
determinada em 450 nm. Os resultados estão expressos como média
± EPM de três
experimentos independentes (n=12). * p <0,05 representa a diferença significativa entre
os resultados obtidos do grupo controle em relação ao somente infectado, e # representa
a diferença significativa entre os animais infectados tratados com TRFK-5 comparados
com o grupo somente infectado sem tratamento. As diferenças estatísticas foram
determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
97
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
Tc+MK886
Tc+TRFK5+MK886
A
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O. (450 nM)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
B
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O. (450 nM)
Figura 30: Níveis de IgE anti- T. canis nos homogeneizados de pulmão de camundongos
129 (A) e 5LO-KO (B) infectados previamente tratados ou não com TRFK-5 e/ou MK-886.
Os sobrenadantes dos pulmões dos animais normais foram usados como controle.
Determinou-se os níveis de IgE nos sobrenadantes 18 dias após a infecção, sem diluição
das amostras. As placas foram sensibilizadas com 250 ng/mL de proteína do antígeno
total de T. canis através da técnica ELISA e a densidade óptica foi determinada em 450
nm. Os resultados estão expressos como média
± EPM de três experimentos
independentes (n=12). * p <0,05 representa a diferença significativa entre os resultados
obtidos do grupo controle em relação ao somente infectado, e # representa a diferença
significativa entre os animais infectados tratados com TRFK-5 ou MK-886 ou ambos
comparados com o grupo somente infectado sem tratamento. As diferenças estatísticas
foram determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
98
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
Tc+MK886
Tc+TRFK5+MK886
*
*
*
*
#
A
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
*
*
B
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
Figura 31: Níveis de IgG1 anti- T. canis nos homogeneizados de pulmão de 129 (A) e
5LO-KO (B) infectados previamente tratados ou não com TRFK-5 e/ou MK-886. Os
sobrenadantes dos pulmões dos animais normais foram usados como controle.
Determinou-se os níveis de IgG1 nos sobrenadantes 18 dias após a infecção, sem
diluição das amostras. As placas foram sensibilizadas com 250 ng/mL de proteína do
antígeno total de T. canis através da técnica ELISA e a densidade óptica foi determinada
em 450 nm. Os resultados estão expressos como média
± EPM de três experimentos
independentes (n=12). * p <0,05 representa a diferença significativa entre os resultados
obtidos do grupo controle em relação ao somente infectado, e # representa a diferença
significativa entre os animais infectados tratados com TRFK-5 ou MK-886 ou ambos
comparados com o grupo somente infectado sem tratamento. As diferenças estatísticas
foram determinadas pela análise de variância utilizando o teste ANOVA.
99
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
Tc+MK886
Tc+TRFK5+MK886
*
*
*
A
*
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
PBS
T. canis (Tc)
Tc+TRFK5
B
--------------------------------------------------
Grupos Experimentais
D.O (450 nM)
Figura 32: Níveis de IgG2a anti-T. canis nos homogeneizados de pulmão de
camundongos 129 (A) e 5LO-KO (B) infectados previamente tratados ou não com TRFK-5
e/ou MK-886. Os sobrenadantes dos pulmões dos animais normais foram usados como
controle. Determinou-se os níveis de IgG2a nos sobrenadantes 18 dias após a infecção,
sem diluição das amostras. As placas foram sensibilizadas com 250 ng/mL de proteína do
antígeno total de T. canis através da técnica ELISA e a densidade óptica foi determinada
em 450 nm. Os resultados estão expressos como média
± EPM de três experimentos
independentes (n=12). * p <0,05 representa a diferença significativa entre os resultados
obtidos do grupo controle em relação ao somente infectado, e # representa a diferença
significativa entre os animais infectados tratados com TRFK-5 comparados com o grupo
somente infectado sem tratamento. As diferenças estatísticas foram determinadas pela
análise de variância utilizando o teste ANOVA.
100
Nos campos da observação, o acaso
favorece apenas as mentes
preparadas.
(Louis Pasteur)
DISCUSSÃO
101
Neste trabalho avaliamos a indução da Síndrome da Larva Migrans
Visceral (SLMV) em camundongos C57Bl/6, 129 e 129-5LO-KO comparado
com modelo já preconizado em camundongos BALB/c, bem como, o possível
papel da IL-5 e leucotrienos em alguns aspectos da SLMV como eosinofilia
pulmonar e sangüínea, produção de citocinas no pulmão e soro e produção
de anticorpos específicos 18 dias após a infecção com Toxocara canis.
A SLMV em diferentes linhagens de camundongos e o papel da IL-5
Durante a SLMV os animais infectados desenvolvem eosinofilia
sistêmica e pulmonar, como descrito anteriormente para camundongos
Balb/c (Takamoto et al., 1998; Anibal et al., 2001), cobaias (Faccioli et al.,
1996) e humanos (Beaver et al., 1952). T. canis é um importante estímulo
para a eosinofilia sistêmica, desde a sangüínea, peritoneal, pulmonar e
presentes em alguns tecidos como rins, olhos, baço e coração (Faccioli et al.,
1996). Os fatores responsáveis pelo acúmulo de eosinófilos em sítios
inflamatórios “in vivo” parecem ser de natureza multifatorial e ainda são
pouco conhecidos. Alguns autores tem demonstrado que, componentes do
próprio parasita como a quitinase (Zhu et al., 2004) e cistatinas (Hartmann &
Lucius, 2003) levariam células do sistema imune como as células T e
mastócitos a secretar mediadores quimiotáticos para eosinófilos.
Verificamos neste trabalho que é possível induzir SLMV em todas as
linhagens testadas. Embora tenhamos tido sucesso, ficou evidente que há
diferenças entre as linhagens quanto número de eosinófilos no sangue e
102
pulmão durante a infecção com Toxocara canis onde observamos que
animais 129, são os que apresentam maior número de células nestes
compartimentos (Fig. 15). Os nossos resultados mostrando que animais
C57BL/6 desenvolvem eosinofilia tecidual e no sangue circulante após a
infecção com T. canis (Fig. 1 A e 1 B), confirmam observações anteriores
que utilizaram esta linhagem de camundongos na SLMV (Sugane & Oshima,
1982, Takamoto et al., 1997),
A modulação do processo inflamatório pela IL-5 na eosinofilia
decorrente da infecção por T. canis é pouco conhecido. Para avaliar o
possível papel da IL-5 e dos leucotrienos, animais infectados com T. canis
foram tratados ou não com anticorpo monoclonais anti-IL-5 (TRFK-5)
(Takamoto et al., 1997; Faccioli et al., 1998). Nossos dados indicam
claramente que a IL-5 é produzida durante a infecção pelo T. canis e que a
administração “in vivo” de anti-IL-5 é capaz de neutralizar esta citocina (Fig.
3B), bem como, inibir a eosinofilia no sangue (Fig. 3A). O papel IL-5 na
eosinofilia tem sido demonstrado em vários outros modelos parasitários e
alérgicos (Chand et al., 1992; Van Oosterhout et al., 1993; Mauser et al.,
1995; Eum et al., 1995). A inibição da eosinofilia na SLMV, pelo tratamento
com TRFK-5 poderia ser explicada porque a IL-5, uma citocina
predominantemente produzida por células T CD4
+
, tem um importante papel
no progresso da resposta inflamatória observada durante a resposta imune
Th2 (Sanderson, 1992; Faccioli et al., 1996 e 1998), e é um fator de indutor
de diferenciação de eosinófilos (Yamaguchi et al., 1988; Karlen et al., 1998).
Além disso, foi descrita também que a IL-5 seria essencial para a atividade
103
funcional dos eosinófilos e atuaria com fator anti-apoptótico para estas
células (Simon et al., 1997).
Embora, tenhamos observado uma inibição eficiente da eosinofilia no
sangue após o tratamento com TRFK-5 nas linhagens estudadas, o
recrutamento de eosinófilos para os pulmões foi parcialmente dependente da
IL-5. Nossos resultados indicam que, o tratamento com TRFK-5 inibe a
eosinofilia no espaço broncoalveolar em camundongos C57Bl/6 (Fig. 4) mas,
não em camundongos 129 (Fig. 17 A). Além disso, observamos nas
fotomicrografias dos parênquimas pulmonares que, o tratamento com TRFK-
5 não foi capaz de reduzir o infiltrado inflamatório no tecido pulmonar em
nenhuma das linhagens estudadas (Fig. 7 C, 8 C, 22 C e 23 C). Estes dados
corroboram com observações anteriores que a IL-5 seria essencial apenas
para a migração dos eosinófilos da medula óssea para o sangue (Yamasaki
e et al.,2002), bem como que, o tratamento com TRFK-5 inibem 50-60% a
migração de eosinófilos para os pulmões (Garlisi et al., 1999) e não 100% do
infiltrado inflamatório.
Os eosinófilos são responsáveis pela desgranulação de proteínas
tóxicas como a EPO que participam intensificando a patofisiologia das
doenças eosinofílicas pulmonares. Altas concentrações de EPO são tóxicas
para as células de mamíferos (Kita et al., 1995). A IL-5 é uma das
responsáveis por esta intensificação dos danos teciduais decorrentes da
eosinofilia pulmonar (Garlisi et al., 1999). Assim, avaliamos a concentração
de peroxidase de eosinófilos (EPO) nos modelos experimentais estudados,
onde verificamos que tanto camundongos C57BL/6 e 129 infectados com T.
104
canis e tratados ou não com TRFK-5 apresentaram inibição da EPO no
tecido pulmonar analisado (Fig. 6 e Fig. 21, respectivamente). Em
camundongos C57Bl/6 infectados e tratados com TRFK-5, há uma correlação
entre a diminuição de eosinófilos no espaço broncoalveolar e diminuição nos
níveis de EPO (Fig. 4), no entanto, o mesmo não ocorre em camundongos
129 infectados e tratados TRFK-5, que semelhantemente aos animais
infectados sem tratamento apresentam números elevados de eosinófilos no
espaço broncoalveolar (Fig. 21). Estes dados nos fazem especular que
possivelmente eosinófilos presentes no espaço broncoalveolar de
camundongos 129 sejam menos ativados a ação da IL-5, pois, a presença de
EPO está relacionada ao estado de ativação dos eosinófilos (Kita et al.,
1995).
A analise histopatológica dos pulmões indicam que o tratamento com
TRFK-5 em camundongos C57BL/6 ou 129 infectados não reduz o infiltrado
inflamatório, bem como as lesões pulmonares, sugerindo que a IL-5 não
estaria contribuindo de forma efetiva no controle da inflamação neste
modelo, possivelmente porque outros mediadores como a eotaxina, não
medida em nossa investigação, poderiam estar mediando tal fenômeno
(Macedo-Soares et al., 2004).
Outro dado importante que devemos ressaltar é que o tratamento com
TRFK-5 não foi capaz de neutralizar a totalidade das IL-5 in vivo (Fig. 3).
Estes achados corroboram com outros autores, que mostraram que mesmo
com o tratamento com TRFK-5 há uma pequena produção do mRNA para IL-
5 até duas semanas após a última dose do anticorpo (Garlisi et al., 1999).
105
Várias características do tratamento com anti-IL-5 nos modelos murinos são
totalmente desconhecidos, incluindo as doses e as concentrações
necessárias para inibir a eosinofilia de maneira durável (Garlisi et l., 1999). A
presença de eosinófilos no pulmão na ausência de IL-5 sugere que outros
mediadores como os leucotrienos (Ueda et al., 2003) RANTES (Lampinem et
al., 1999) e eotaxina (Palframan et al., 1998) poderiam ser as responsáveis
por este fenômeno nestes animais.
A infecção com T. canis aumentam células mononucleares no sangue
e no pulmão, isto se deve ao aumento principalmente de linfócitos e
monócitos no sangue e macrófagos nos pulmões, como demonstrado por
outros autores (Takamoto et al., 1998; Faccioli et al., 1998). Ao verificarmos
as células mononucleares no espaço broncoalveolar e sangue, observamos
que o tratamento com TRFK-5 foi capaz de reduzir o número destas células
em ambos os compartimentos, tanto em animais C57Bl/6 (Fig. 4B e Fig. 5B,
respectivamente), como em animais 129 (Fig. 17B e Fig. 18B,
respectivamente), sugerindo que a IL-5 poderia estar contribuindo para a
migração destas células para os pulmões e contribuindo para seu aumento
no sangue. Nesse sentido, outros autores mostraram que, a IL-5 é capaz de
recrutar principalmente linfócitos para o sítio inflamatório (Mathur et al.,
1999).
Faccioli e colaboradores (1996; 1998), demonstraram anteriormente
que em cobaias infectadas com T. canis há produção seqüencial de IL-5, IL-8
e TNF-
α. Deste modo, investigamos a produção de IL-8 no soro e IL-8 no
106
pulmão em todas as linhagens de camundongos e TNF-α, IL-4, IL-10, e IFN-γ
no pulmão de camundongos C57Bl/6. Nossos resultados indicam que a
infecção de camundongos C57Bl/6 e 129 com T. canis leva a um aumento
dos níveis de IL-8 séricos e nos pulmões (Fig. 9, Fig. 10 e Fig. 24, Fig. 25,
respectivamente). Estes resultados confirmam resultados anteriores que em
cobaias infectadas com T. canis há produção de IL-8 (Faccioli et al.,1996;
1998).
Animais C57BL/6 infectados e tratados com TRFK-5 apresentam
menores níveis de IL-8 no soro (Fig. 9). Diferentemente, animais 129
infectados e tratados com TRFK-5 apresentam maiores níveis de IL-8 no
soro (Fig. 24 A). Camundongos C57BL/6 ou 129 infectados e tratados com
TRFK-5 não tiveram a produção de IL-8 afetada nos pulmões (fig. 10 e Fig.
25A). Estes dados indicam que a IL-5 não modula a produção de IL-8 no
pulmão, porém modula positivamente ou negativamente a produção de IL-8
no soro dependendo da linhagem de camundongo. Os dados relativos a IL-8
indicam que em camundongos 129, a IL-5 induz a produção e liberação de
IL-8 no soro. Esses dados são semelhantes ao modelo em cobaias a IL-5
parece ser a principal citocina envolvida na indução da eosinofilia e do
controle “in vivo” da síntese de IL-8 (Faccioli et al.,1996; 1998). Nos
camundongos C57BL/6 verificamos que o tratamento com TRFK-5 inibe a
produção de IL-8. No modelo de filaríase o tratamento com anti-IL-5 promove
redução de IL-8 (Al-Qaoud et al., 2000). Esses dados nos fazem especular
107
que possivelmente a modulação da produção de IL-8 pela IL-5 depende do
padrão genético do animal, bem como, do modelo experimental.
Os dados relativos a produção das demais citocinas no pulmão de
camundongos C57BL/6 infectados com T. canis mostra que a infecção induz
um aumento significativo da produção de TNF-
α e IL-4 (Fig. 11), mas não, IL-
10 e IFN-
γ (Fig. 12). O tratamento com TRFK-5 não foi capaz de afetar a
produção de IL-4, TNF-
α (Fig. 11) e IFN- γ (Fig. 12), porém, inibiu a produção
de IL-10 (Fig. 12), sugerindo que nesse modelo, a IL-5 estaria
potencializando apenas a produção de IL-10.
Ao analisarmos o padrão de anticorpos específicos (isotipos) no soro,
verificamos que animais C57BL/6 e 129 infectados com T. canis produzem
predominantemente IgE (Fig. 13 e Fig. 26, respectivamente) e níveis
consideráveis de IgG1 e IgG2a (Fig. 13 e Fig. 27, 28, respectivamente). A
análise de isotipos nos pulmões mostrou que em camundongos C57BL/6
infectados com T. canis não foi possível detectar nenhum dos isotipos
avaliados (Fig. 14). Já em camundongos 129 infectados com T. canis,
verificamos elevados níveis de IgG1 e IgG2a (Fig. 30 e Fig. 31,
respectivamente), mas não IgE nos pulmões. A ausência de IgE nos pulmões
poderia ser devido a uma possível ineficiência na extração destes anticorpos
ligados á receptores celulares na membrana das células.
Embora existam fortes evidências que a IL-5 modula positivamente as
funções das células B promovendo proliferação e diferenciação para
plasmócitos secretores de IgA (Swain et al., 1988; Takatsu et al., 1988;
108
Taguchi et al., 1991). Em nosso modelo, animais 129 ou C57BL/6 infectados
e tratados com TRFK-5 não apresentaram alterações significativas nos níveis
de IgG1 e IgG2a tanto no soro, como nos pulmões. Entretanto, no soro de
animais C57BL/6 observamos que o tratamento com TRFK-5 foi capaz de
induzir aumento de IgE, sugerindo que a IL-5 estaria modulando
negativamente esta imunoglobulina.
O papel dos leucotrienos durante SLMV em diferentes linhagens de
camundongos
Os leucotrienos são sintetizados a partir do ácido aracdônico, por
mastócitos, basófilos, eosinófilos, monócitos e macrófagos (Drazen et al.,
1999). Seu papel clássico nas doenças das vias aéreas reflete suas ações
no tônus muscular, secreção de muco, permeabilidade microvascular e
processo inflamatório (Peters-Golden & Henderson, 2005). Muitas células
envolvidas no processo inflamatório de caráter alérgico nos pulmões
estimulam a produção de leucotrienos (Peters-Golden & Henderson, 2005).
Durante a fase inicial mastócitos e basófilos são as primeiras fontes de
leucotrienos, o qual atua ambos local e sistemicamente para estimular
produção, recrutamento e ativação de células inflamatórias (Meltzer et al.,
2000; Salvi et al., 2001; Braccioni et al., 2002; Hamid et al., 2003).
Com a finalidade de investigar o papel dos leucotrienos, animais
infectados com T. canis foram tratados MK-886, que é um potente inibidor da
síntese de leucotrienos e age bloqueando a translocação da enzima 5-
lipoxigenase (5-LO) através da interação específica com a proteína ativadora
da 5-LO (FLAP) (Gillard et al., 1989; Miller et al., 1990; Ford-Hutchinson
109
1991), durante 18 dias após a infecção com Toxocara canis. Adicionalmente,
utilizamos animais deficientes da enzima 5-LO para avaliar o papel dos
leucotrienos neste modelo.
Os resultados demonstram claramente que o MK-886 foi capaz de
bloquear a eosinofilia pulmonar e sangüínea durante a infecção pelo T. canis
em camundongos BALB/c e C57BL/6 (Fig. 2) e a eosinofilia no sangue, mas
não pulmonar em camundongos 129 (Fig. 16 A). Os resultados mostram que
eosinófilos em animais 5LO-KO infectados (Fig. 19 B) aumentam no sangue,
embora em magnitude bem menor, em condições onde há deficiência de
leucotrienos. A eosinofilia pulmonar em animais 5LO-KO infectados parece
ser dependente de leucotrienos, já que animais deficientes de leucotrienos
infectados apresentam menores quantidades de eosinófilos no espaço
broncoalveolar (Fig. 19), quando comparados aos camundongos 129
infectados (Fig. 17). Esses dados indicam que os leucotrienos são
importantes para mobilizar a saída de eosinófilos da medula óssea para o
sangue, bem como, a favorecer em parte a migração destas células do
sangue para o LBA durante a SLMV murina.
Além disso, observamos que o MK-886 foi capaz de inibir células
mononucleares no sangue e LBA em camundongos C57BL/6 (Fig. 4 B e 5 B)
e 129 (Fig. 17 B e 18 B). Estes dados sugerem que leucotrienos são
importantes para o recrutamento destas células da medula para o sangue e
do sangue para os pulmões, possivelmente, linfócitos e monócitos no sangue
e macrófagos nos pulmões, como demonstrado por outros autores
(Takamoto et al., 1998; Faccioli et al., 1998). De fato, animais 5LO-KO
110
controles apresentam menos células mononucleares no sangue e nos
pulmões (Fig. 19 B e Fig. 20 B), quando comparados aos animais 129
(Fig.17 B e Fig. 18 B).
Ao avaliarmos os níveis de EPO, observamos que camundongos
C57BL/6 (Fig. 6) e 129 (Fig. 21 A) infectados com T. canis e tratados com
MK-886, apresentaram redução de EPO no tecido pulmonar analisado e
camundongos 5LO-KO (Fig. 21 B) infectados apresentam menores níveis de
EPO quando comparados aos camundongos 129 ou C57BL/6 infectados.
Estes dados indicam claramente que os leucotrienos regulam a produção de
EPO pelos eosinófilos e/ou bem como, a diferenciação de eosinófilos, pois,
esses animais apresentam menor quantidade de eosinófilos no sangue e
também espaço broncoalveolar.
As análises histopatológicas indicam que leucotrienos poderiam
regular parcialmente o infiltrado inflamatório e lesão nos pulmões. Em
animais C57BL/6 (Fig. 8 D) e 129 (Fig. 22 D) infectados tratados com MK-
886 ou animais 5LO-KO (Fig. 23 B) infectados, observamos
comprometimento pulmonar, com intensa reação inflamatória, caracterizada
pela presença de eosinófilos, macrófagos e linfócitos, predominantemente ao
redor dos vasos, caracterizando uma periarteriolite distribuídos por todo o
parênquima pulmonar destes animais. Entretanto, camundongos BALB/c
infectados e tratados com MK-886 apresentam regressão do perfil
inflamatório que se instala no parênquima pulmonar destes animais (Fig. 7
D). Estes resultados sugerem que o papel protetor ou mesmo o limiar para
produção dos leucotrienos e/ou sensibilidade para o MK-886, durante o
111
processo inflamatório pulmonar poderia ser dependente do padrão genético
do animal como o haplótipo do MHC, pois, camundongos BALB/c (H-2
d
)
difere das demais linhagens refratárias ao tratamento com MK-886 que
apresentam haplótipo H-2
b
. Um outro dado importante que devemos ressaltar
é que animais tratados com MK-886 ou animais 5LO-KO não apresentam
ausência total de leucotrienos (dados não mostrados).
Ao verificarmos a modulação de citocinas pelos leucotrienos em nosso
modelo, observamos que o tratamento com MK-886 não afeta os níveis de
IL-8 sérica e nos pulmões de animais C57BL/6,129 ou 5LO-KO infectados
com T. canis (Fig. 9, 10, 24 e 25, respectivamente). Esses dados indicam
fortemente que durante a SLMV os leucotrienos não modulam a produção de
IL-8 como verificado durante a infecção Th2 com Strongyloides
venezuelensis onde o tratamento com MK-886 não afetou a produção de IL-8
(Machado et al., 2005 in press).
No entanto, estes dados diferem de outros modelos como durante a
infecção Th1 com Histoplasma capsulatum onde o tratamento com MK-886
aumenta siginificativamente os níveis de IL-8 (Medeiros et al., 2004), e que
leucotrienos modulam positivamente a produção de IL-8 (Fahy, 2000). Nesse
sentido, foi demonstrado que o tratamento com anti-leucotrienos reduz os
níveis de IL-8, em amostras de mucosa nasal com inflamação eosinofílica em
humanos, após tratamento com pranlukast, um inibidor do receptor CysLT1
(Ueda et al., 2003). Além disso, Kanoka e Boyce (2004) demonstraram que a
IL-8 foi a única interleucina inflamatória a resistir ao tratamento com MK-571,
um inibidor da síntese de leucotrienos (Mellor et al., 2002), corroborando com
112
os nossos dados quanto ao aumento e permanência da IL-8 circulante (Fig.
9) e pulmonar (Fig. 10) em animais C57BL/6.
Verificamos também que o tratamento de animais C57BL/6 infectados,
com MK-886 não afetou os níveis de TNF-
α e IL-4 (Fig. 11), IL-10 e IFN-γ
(Fig. 12), sugerindo que neste modelo, leucotrienos não modulam a
produção destas citocinas reforçando dados semelhantes verificados em
outros modelos como durante a infecção pelo Strongyloides venezuelensis
(Machado et al., 2005). A incapacidade do MK-886 em afetar a produção de
IL-10 e IFN-
γ, já foi descrita em outros modelos como durante a infecção pelo
Histoplasma capsulatum (Medeiros et al., 2004). No entanto, neste mesmo
trabalho foi verificado que MK-886 aumenta os níveis de TNF-
α, o que não
foi verificado em nosso modelo.
Com relação à capacidade dos leucotrienos modularem a produção
dos diferentes isotipos de anticorpos específicos para T. canis, verificamos
que o tratamento com MK-886 em camundongos C57BL/6 ou 129 infectados,
não afetou a produção de anticorpos do isotipo IgG1 e IgG2a, no soro (Fig.
13 e Fig. 26, 27 e 28, respectivamente). Embora, em animais C57BL/6 os
níveis de IgE no soro apresentaram-se aumentados após o tratamento com
MK-886, sugerindo que leucotrienos participam da modulação de IgE neste
modelo. A análise dos diferentes isotipos nos pulmões de camundongos
C57BL/6 infectados e tratados com MK-886 ficou prejudicado, pois, todos os
isotipos analisados se encontram abaixo do limite de detecção utilizado (Fig.
14). Estes dados diferem dos encontrados em outros modelos como durante
113
a infecção pelo Strongyloides venezuelensis, onde o tratamento com MK-886
foi capaz de inibir a produção de IgG1 e IgE, mas não IgG2a (Machado et al.,
2005 in press).
Em camundongos 5LO-KO infectados verificamos que a deficiência de
leucotrienos faz com que estes animais apresentem níveis menores IgE
séricos, mas não de IgG1, quando comparados aos níveis encontrados em
camundongos 129 infectados (Fig. 26 e Fig. 27, respectivamente) e não
sejam capazes de produzir anticorpos do isotipo IgG2a, quando comparados
aos animais 129 infectados (Fig. 28). Estes dados indicam claramente que
neste modelo os leucotrienos são capazes de modular positivamente a
magnitude dos níveis de IgE e IgG2a séricos. A análise dos isotipos nos
pulmões de camundongos 5LO-KO infectados indica que os leucotrienos são
capazes modular positivamente a magnitude dos níveis de IgG1 (Fig. 30).
A SLMV nas diferentes linhagens de camundongos em condições onde
há deficiência de IL-5 e leucotrienos
Como descrito anteriormente, a IL-5 e leucotrienos estão associadas
em diferentes modelos de eosinofilia, causadas por infecções ou mesmo em
processos alérgicos. Assim, realizamos experimentos em animais infectados
com T. canis e tratados com TRFK-5 e MK-886.
Verificamos que animais C57BL/6 ou 129 infectados e tratados com
TRFK-5 e MK-886 apresentam redução no número de eosinófilos tanto no
sangue (Fig. 5 A e Fig. 18 A, respectivamente) como no espaço
broncoalveolar (Fig. 4 A e Fig. 17 A, respectivamente). No entanto, a redução
114
na eosinofilia, não parece ser devido a um efeito sinérgico, já que magnitude
da redução da eosinofilia no sangue e LBA em camundongos C57BL/6 e
sangue de camundongos 129, pelo tratamento somente com TRFK-5 ou MK-
886 são semelhantes ao verificado com tratamento independente.
Verificamos um sinergismo pelo tratamento concomitante somente na
redução da eosinofilia no espaço broncoalveolar em camundongos 129 onde
os tratamentos individuais com MK-886 ou TRFK-5 não foram efetivos (Fig.
17 A).
No modelo utilizando animais 5LO-KO infectados e tratados com
TRFK-5, verificamos que não há redução significativa de eosinofilia no LBA
(Fig. 19), mas, há redução de eosinófilos no sangue (Fig. 20 A). O número de
eosinófilos no espaço broncoalveolar e no sangue de animais 5LO-KO
infectados ou infectados e tratados com TRFK-5 são bem menores, quando
comparados aos animais 129 infectados sugerindo que na deficiência de
leucotrienos há uma redução de eosinófilos nestes compartimentos.
Adicionalmente quando avaliamos os níveis de EPO em camundongos 129
infectados e tratados com TRFK-5 e MK-886 ou camundongos 5LO-KO
infectados e tratados com IL-5, observamos que ambos apresentam uma
redução bastante significante nos níveis dessa enzima nos pulmões (Fig. 21
A) sugerindo que IL-5 e leucotrienos estariam modulando a atividade
funcional dos eosinófilos nestes animais.
Os dados relativos ao controle da eosinofilia em condições onde há
deficiência de IL-5 e de leucotrienos, nos fazem crer que estes mediadores
seriam importantes para a mobilização de eosinófilos da medula óssea para
115
o sangue e também atuaria de maneira sinérgica para mobilizar eosinófilos
do sangue para o LBA, bem como, sua atividade funcional como a produção
de EPO.
O número de células mononucleares no sangue de camundongos
C57BL/6 infectados tratados com TRFK-5 e MK-886 foi menor quando
comparados aos camundongos C57BL/6 infectados tratados somente com
TRFK-5 ou MK-666 (Fig. 5 B). A IL-5 e leucotrienos parecem modular estas
células no sangue de forma sinérgica, já que o tratamento concomitante é
mais eficiente que o tratamento isolado. Em outros modelos como em
camundongos 129 infectados tratados com TRFK-5 e MK-886 o número de
células mononucleares no sangue, embora em números menores quando
comparados aos animais somente infectados, não alterou significativamente
em relação aos animais infectados tratados somente com TRFK-5 ou MK-
666 (Fig. 18 B). Semelhantemente ao verificado em camundongos 129,
camundongos 5LO-KO infectados e tratados com TRFK-5 não apresentam
alterações significativas de células mononucleares no sangue quando
comparados a animais somente infectados (Fig. 20B). Estes dados indicam
que IL-5 e leucotrienos modulam parcialmente a mobilização de células
mononucleares da medula óssea para o sangue. Verificamos também que a
atividade modulatória destes mediadores, sobre células mononucleares no
sangue é mais efetivo em camundongos C57BL/6, mas, não em
camundongos com padrão genético 129.
A contagem de células mononucleares no LBA de camundongos
C57BL/6 infectados tratados com TRFK-5 e MK-886 indicam que o número
116
destas células é menor quando comparados aos camundongos C57BL/6
infectados tratados somente com MK-886 (Fig. 4 B) e em quantidades
semelhantes aos verificados em camundongos C57BL/6 infectados tratados
somente com TRFK-5 (Fig. 4 B), indicando que a IL-5 e não leucotrienos
seriam relevantes para a permanência de células mononucleares nestes
animais. Em outros modelos como em camundongos 129 infectados tratados
com TRFK-5 e MK-886 surpreendentemente o número de células
mononucleares no LBA apresentam números semelhantes aos animais
somente infectados, enquanto que animais infectados tratados somente com
TRFK-5 ou MK-666 apresentam menos células mononucleares no LBA,
quando comparados aos animais somente infectados (Fig. 17 B).
Camundongos 5LO-KO infectados e tratados com TRFK-5 apresentam
redução significativa de células mononucleares no LBA quando comparados
a animais somente infectados (Fig. 19 B). Estes dados indicam que IL-5 e
leucotrienos modulam parcialmente a mobilização de células mononucleares
do sangue para os pulmões. Verificamos também que a atividade
modulatória destes mediadores, sobre células mononucleares no LBA é
efetivo somente em camundongos 5LO-KO, mas, não em camundongos 129.
Nossos resultados não permitem maiores explicações, isso só seria possível
se avaliássemos os fenótipos celulares das células do LBA das diferentes
linhagens de camundongos utilizados neste trabalho.
Pulmões de animais 5LO-KO infectados e tratados com TRFK-5
apresentam desorganização menor na arquitetura do parênquima com
preservação de maior extensão dos alvéolos e brônquios, infiltrado
117
inflamatório menos intenso, com a presença de eosinófilos, macrófagos e
também linfócitos nas regiões perivasculares e peribronquial (Fig. 23 C)
quando comparados aos animais 5LO-KO infectados (Fig. 23 B) ou
camundongos 129 infectados e tratados com TRFK-5 (Fig. 22 C) ou MK-886
(Fig. 22 D). Estes dados indicam que o bloqueio de IL-5 e leucotrienos
embora não totalmente efetivos controlam significativamente o infiltrado
celular e lesão pulmonar durante a infecção pelo T. canis.
Os níveis de IL-8 também sofreram mudanças após o tratamento com
TRFK-5 e MK-886. Células do pulmão de animais C57BL/6 e 129 infectados
e tratados com TRFK-5 e MK-886 produzem menos IL-8 quando comparados
aos produzidos pelos animais somente infectados ou animais infectados ou
tratados somente com TRFK-5 ou MK-886 que não foram capazes de alterar
os níveis de IL-8 nos pulmões (Fig. 10 e Fig. 25 A). Para a nossa surpresa o
tratamento com TRFK-5 em camundongos 5LO-KO infectados não foi capaz
de modular os níveis de IL-8 nos pulmões (Fig. 25 B), embora destacamos
que a quantidade de IL-8 tanto em camundongos 5LO-KO infectados ou
infectados e tratados com TRFK-5 esteja em níveis bem menores quando
comparados aos animais 129 e C57BL/6. Estes dados sugerem fortemente
que a IL-5 e leucotrienos estimulam a produção de IL-8 nos pulmões de
camundongos C57BL/6 e 129 durante a infecção pelo T. canis. O fato dos
animais 5LO-KO tratados com TRFK-5 não reduzir os níveis de IL-8 nos
pulmões necessitam de estudos mais aprofundados, mas, nos faz pensar
que possivelmente outros mediadores ou células do pulmão, não sensíveis à
modulação positiva pela IL-5 e leucotrienos, não analisados neste estudo,
118
possam estar estimulando ou produzindo IL-8 em condições onde há uma
deficiência de IL-5 e leucotrienos.
Diferentemente dos dados observados sobre os níveis de IL-8 nos
pulmões, Nossos resultados indicam que camundongos C57BL/6 e 129
infectados e tratados com TRFK-5 e MK-886 não afeta os níveis de IL-8 no
soro, quando comparados aos produzidos pelos animais somente infectados
ou animais infectados ou tratados somente com MK-886 (Fig. 9 e Fig. 24 A).
Estes dados sugerem que estes mediadores não seriam relevantes para
modular os níveis de IL-8 séricos nestes animais. No entanto, animais 5LO-
KO infectados e tratados com TRFK-5 apresentam um aumento dos níveis
de IL-8 no soro, quando comparados aos níveis encontrados em animais
somente infectados (Fig. 24 B). Estes dados sugerem que a IL-8 sérica é
modulada apenas pela IL-5 e não pelos leucotrienos em camundongos 5LO-
KO infectados com T. canis, estes corroboram com outros autores onde a
ausência de IL-5 favoreceu aumento de IL-8 em modelo de cobaias
infectadas com T. canis (Faccioli et al., 1998).
Os dados relativos às outras citocinas indicam que o tratamento com
TRFK-5 e MK-886 em camundongos C57BL/6 infectados não foi capaz de
modular a produção de TNF-
α e IL-4 (Fig. 11), IL-10 e IFN-γ (Fig. 12). Estes
dados indicam que o tratamento concomitante é menos efetivo para a
modulação destas citocinas nos pulmões que os tratamentos isolados como,
por exemplo, com TRFK-5 que foi capaz de inibir a produção de IL-10 por
células pulmonares (Fig. 10A).
119
Ao analisarmos os diferentes isotipos de anticorpos específicos para
T. canis no soro de camundongos C57BL/6 infectados e tratados com TRFK-
5 e MK-886 verificamos que estes mediadores elevam somente os níveis de
IgE, mas, não IgG1 e IgG2a (Fig. 13). No entanto, o aumento dos níveis de
IgE séricos nestes animais causados pela deficiência de IL-5 e leucotrienos
parece não ser sinérgico, pois, os níveis destes anticorpos são semelhantes
em animais tratados concomitantemente ou isoladamente com TRFK-5 ou
MK-886. No modelo de animais 5LO-KO infectados, verificamos que o
tratamento com TRFK-5 afeta negativamente os níveis séricos de IgG1, mas
não afeta os níveis de IgE e IgG2a (Fig. 27 B, Fig. 26 B e Fig. 28 B,
respectivamente), sugerindo que a IL-5 modula positivamente os níveis de
IgG1 e IgE séricos em condições onde há deficiência de leucotrienos.
120
Considerações finais
Neste trabalho verificamos que é possível induzir SLMV em
camundongos C57BL/6 e camundongos 129 embora haja diferenças
quantitativas, ambas as linhagens de camundongos são capazes de
apresentar eosinofilia no sangue, espaço broncoalveolar e no parênquima
pulmonar durante a infecção pelo T. canis, elevar os níveis de IL-8 no soro e
nos pulmões e apresentarem anticorpos predominantemente do isotipo IgE e
níveis detectáveis de IgG1 e IgG2a no soro.
De forma inédita analisamos o papel dos leucotrienos durante SLMV
tanto pelo tratamento com MK-886 ou infectando animais 5LO-KO onde
verificamos que: leucotrienos são importantes para mobilizar a saída de
eosinófilos da medula óssea para o sangue, bem como, favorecer em parte a
migração destas células do sangue para o espaço broncoalveolar; são
importantes para o recrutamento das células mononucleares da medula para
o sangue e do sangue para os pulmões; modulam positivamente os níveis de
EPO nos pulmões e modula o infiltrado inflamatório e lesão pulmonar em
camundongos BALB/c, mas, não C57BL/6, 129 e 5LO-KO.
Verificamos também que a IL-5 é produzida durante a SLMV e são
importantes na mobilização de eosinófilos e células mononucleares da
medula óssea para o sangue e do sangue para o espaço broncoalveolar;
modula positivamente os níveis de EPO nos pulmões, mas, não foi capaz de
reduzir o infiltrado inflamatório e lesão no parênquima pulmonar.
121
Ao analisarmos a SLMV em camundongos deficientes de leucotrienos
e que receberam tratamento com anticorpo monoclonal anti-IL-5, verificamos
que estes mediadores são importantes para a mobilização de eosinófilos da
medula óssea para o sangue; atuariam de maneira sinérgica para mobilizar
eosinófilos do sangue para o espaço broncoalveolar e também para manter
os níveis de EPO nos pulmões; modulam positivamente a produção de IL-8 e
de IL10 nos pulmões; modulam positivamente a produção de anticorpos IgE,
IgG1 no soro de animais 5LO-KO, mas, não em camundongos 129 ou
C57BL/6 e são em parte responsáveis pela presença de infiltrado celular e
lesão pulmonar durante a infecção pelo T. canis.
122
Quanto mais aumenta nosso
conhecimento, mais evidente
fica nossa ignorância.
(John Kennedy)
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