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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
Mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial
A AVALIAÇÃO DO BALANCED SCORECARD COMO
INSTRUMENTO DE CONTROLE ESTRATÉGICO: UM ESTUDO DE
CAMPO NA GERDAU AÇOMINAS S.A.
JOSÉ ROBERTO FERREIRA RODRIGUES
Rio de Janeiro
2008
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JOSÉ ROBERTO FERREIRA RODRIGUES
A AVALIAÇÃO DO BALANCED SCORECARD COMO
INSTRUMENTO DE CONTROLE ESTRATÉGICO: UM ESTUDO DE
CAMPO NA GERDAU AÇOMINAS S.A.
Dissertação apresentada à
Universidade Estácio de Sá como
requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Administração.
ORIENTADOR: Prof. Dr. José Geraldo Pereira Barbosa
Rio de Janeiro
2008
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FICHA CATALOGRÁFICA
Rodrigues, José Roberto
A Avaliação do Balanced Scorecard como instrumento de controle
estratégico: um estudo de campo na Gerdau Açominas S.A./ José Roberto F.
Rodrigues. – Rio de Janeiro, 2008.
Xxf. ; xx cm .
Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Estácio de Sá,
2008
1. xxxxxxx. 2. xxxxxxxx . 3. xxxxxxxx.
I. Título.
JOSÉ ROBERTO FERREIRA RODRIGUES
A AVALIAÇÃO DO BALANCED SCORECARD COMO INSTRUMENTO
DE CONTROLE ESTRATÉGICO: UM ESTUDO DE CAMPO NA GERDAU
AÇOMINAS S.A.
Dissertação apresentada à
Universidade Estácio de Sá como
requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Administração.
Aprovada em xx de xxxxx de 2008.
BANCA EXAMINADORA
___________________________________
Prof. Dr. José Geraldo Pereira Barbosa
Universidade Estácio de Sá
___________________________________
Prof. Dr. Harvey José Santos Ribeiro Cosenza
Universidade Estácio de Sá
___________________________________
Prof. Dr. Renato José Carneiro Neto
Universidade do Estado Rio de Janeiro
Dedico este trabalho a minha mãe
e a minha família que sempre
apoiaram os meus projetos de
vida.
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me dar força e coragem, para continuar a enfrentar novos
desafios na minha vida.
Aos meus pais, Nelson (in memoriam) e Terezinha, por incentivarem
meu desenvolvimento educacional.
Ao meu orientador, Prof. Dr. José Geraldo Pereira Barbosa, por
sua competência e compreensão durante o tempo de orientação desta
dissertação.
Aos colegas de mestrado, pela troca de experiências durante o
período em que cursamos o mestrado.
A Gerdau Açominas S.A, Gerência de Planejamento, notadamente
ao Sr. Frederico Andrade, por viabilizar as informações necessárias, cedendo
o seu tempo para a realização desta pesquisa.
À minha família, que me incentivou a buscar novos conhecimentos,
mesmo sabendo que nessa jornada encontraria pedras no caminho e que
estas, poderiam trazer privações em momentos da nossa convivência.
Existem pedras no caminho,
guardo todas, pois um dia vou
construir um castelo.
(Fernando Pessoa).
RESUMO
O presente estudo tem o objetivo de verificar se as Ações Setoriais
desenvolvidas pela Gerdau Açominas S.A, para melhoria de seus indicadores
do Balanced Scorecard (BSC), colaboram com as Ações Estratégicas
planejadas pela empresa. Com esse propósito, o estudo foi efetuado
utilizando-se principalmente dos autores: Mintzberg; Hitt; Wright; Bethlem;
Kaplan e Norton; Herrero; Gil; Vergara; Antony e Govindarajan e Gomes e
Salas. Especificamente foram identificadas as ações estratégicas planejadas
pela Gerdau Açominas S.A.; identificados os indicadores do BSC adotados
pela empresa e identificadas as principais ações setoriais. Trata-se de uma
pesquisa de campo, bibliográfica e documental, de natureza qualitativa e com
finalidade exploratória e descritiva. Os resultados da pesquisa sugerem que os
empregados da Gerdau Açominas S.A., além de possuir o conhecimento das
Estratégias planejadas pelo Grupo Gerdau S.A., face ao contínuo processo
participativo adotado, onde todos os níveis de decisão são envolvidos e
comprometidos com as ações estratégicas, desenvolvem também ações
setoriais que colaboram com as Estratégias planejadas. Isto se comprova pela
constatação de que existem ações setoriais, em menor ou maior número,
associadas a cada ação estratégica planejada. Uma possível explicação para o
alinhamento entre as Ações Estratégicas e as Ações Setoriais verificado na
empresa pesquisada, pode ser o fato de que a mesma encontra-se inserida em
um setor da economia (siderurgia) considerado maduro. Setores maduros
correspondem freqüentemente a ambientes mais previsíveis, o que favorece o
sucesso de atividades estruturadas de planejamento e controle estratégico. Ou
seja, as estratégias planejadas e correspondentes Ações Estratégicas e Ações
Setoriais, são usualmente aquelas que são efetivamente implementadas.
Nesse contexto, a Gerdau Açominas S.A. implementou a metodologia do
Balanced Scorecard (BSC) em 2002, que vem contribuindo para o
aprimoramento do seu processo estruturado de controle das Estratégias
planejadas, e considera que essa sistemática é importante no ambiente
empresarial, tanto em nível estratégico como setorial.
Palavras-chave
Estratégia. Ações Estratégicas. Ações Setoriais. Controle Estratégico.
Balanced Scorecard (BSC).
ABSTRACT
This study aims at verifying if the Sectorial Actions developed by Gerdau
Açominas S.A collaborate with the Strategic Actions carried out by the
Company in order to improve its indexes of the Balanced Scorecard (BSC).
Some points were specificaly identified: the strategic actions planned by
Gerdau Açominas S.A; the BSC indexes adopted by the Company and the
main sectorial actions. For this purpose, the study was organized by making
special reference to the following authors: Mintzberg; Hitt; Wright; Bethlem;
Kaplan and Norton; Herrera; Gil; Vergara; Antony and Govinjaradan and
Gomes and Salas. It is a field research which is bibliographic and documental
whose nature is qualitative. Moreover, this research is exploratory and
descriptive. The results of this research suggest that the employees at Gerdau
Açominas S.A, besides having the knowledge of the strategies developed by
the Company, in view of the continuous participative process adopted in which
all levels of decisions are involved and comitted to the strategic actions, also
developed sectotial actions which collaborate with the planned strategies.
Therefore, we can colclude that there are sectorial actions in bigger or smaller
quantities combined withc each planned strategic action. A possible
explanation for the alignment between the strategic actions and the sectorial
actions, which was verified at the Company under research, may be the fact
that the same is inserted in an economy sector (iron metallurgy), which is
considered mature. Mature sectors are frequently linked to more predictable
environments which facilitate the success of planning structured activities and
strategic control. That is, the planned strategies and the corresponding
Strategic Actions and Strategic Actions are usually the ones which are
effectively implemented. Within this contex, Gerdau Açominas S.A
implemented BSC’s Methodology in 2002, which has been contributing to the
improvement of its controlled process of the planned strategies. The company
considers that this systematics is important in business environment, both at
strategic and sectorial levels.
Key-words
Strategy. Strategic Actions. Sectorial Actions. Strategic Control. Balanced
Scorecard(BSC).
LISTA DE FIGURAS E QUADROS
1-Relações entre o objetivo geral da pesquisa e o referencial
teórico.............................................................................................................. 15
2-Relações entre os objetivos específicos da pesquisa e o referencial
teórico.............................................................................................................. 16
3-Relações de Causa e Efeito da Estratégia .............................45
4- Medição dos Temas Estratégicos ............................49
5-Perspectiva doCliente:Medidas Essenciais .......................................55
6- Perspectiva dos Processos Internos – O Modelo de Cadeia de Valores
Genérica ................................ 56
7-Composição Patrimonial das Organizações ................. 76
8-Organograma da AçominasS.A ........................................................ 87
9-Mapa Estratégico do BSC da Açominas S/A . ........................................... 92
10-RelaçãodosObjetivos Estratégicos com os Indicadores do BSC ........ 93
11-Quadro das Ações Estratégicas e Setoriais........................................... 102
12 a 20-Quadros que relacionam Ações Estratégias e Setoriais ............... 103
21a27-Quadros comparativos das Estratégias e Ações Estratégicas........... 104
28-Quadro resumo entre as Ações Estratégias e Setoriais ........... 113
ABREVIATURAS E SIGLAS
BSC - Balanced Scorecard (Balanced ou balanceamento) é um termo utilizado
para ressaltar a necessidade de equilíbrio entre os objetivos empresariais de
curto e longo prazo, enquanto Scorecard ou placar é um termo utilizado para
evidenciar a maneira pela qual os resultados são demonstrados.
EBITDA – Earning Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization (
indicador financeiro que mostra se os ativos operacionais estão gerando caixa,
representa o resultado operacional antes dos pagamentos dos juros e imposto
de renda, incluindo a depreciação e a amortização que não são financeiros) .
GQT – Gestão da Qualidade total
JOINT VENTURE – ocorre quando duas ou mais empresas criam uma
companhia independente combinando parte de seus ativos.
ROIC – Return on Investiment Capital ( retorno do capital investido)
SCV - Sistema de Custeio Variável
SAP – System Applications and Products in Data Processing (Sistemas,
aplicativos e produtos para processamento de dados, que consolida
informações, sendo utilizado também por módulos).
SEM - Strategic Enterprise Management (módulo do SAP voltado para o
controle do Mapa Estratégico do BSC).
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ---------------------------------------------------------------------------3
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO-------------------------------------------------------------------3
1.2 O PROBLEMA DA PESQUISA ---------------------------------------------------------8
1.3 OBJETIVOS ---------------------------------------------------------------------------------9
1.3.1 Objetivo Geral----------------------------------------------------------------------9
1.3.2 Objetivos Específicos------------------------------------------------------------9
1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO --------------------------------------------------------- 10
1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO----------------------------------------------------------- 10
1.6 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA --------------------------------------------------12
1.7 DEFINIÇÃO DE CONCEITOS -------------------Erro! Indicador não definido.
1.8 RELAÇÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO AO ESTUDO DE CAMPO -----14
2 REFERENCIAL TEÓRICO ------------------------------------------------------------ 16
2.1 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA--------------------------------------------------16
2.1.1 Conceitos Gerais----------------------------------------------------------------- 16
2.2 ESTRATÉGIAS GENÉRICAS --------------------------------------------------------- 28
2.2.1 Crescimento-----------------------------------------------------------------------28
2.2.2 Diversificação-------------------------------------------------------------------- 31
2.2.3 Competição----------------------------------------------------------------------- 33
2.3 CONTROLE GERENCIAL ------------------------------------------------------------ 37
2.3.1 Balanced Scorecard (BSC)--------------------------------------------------- 42
2.3.1.1Perspectiva Financeira ----------------------------------------------- 45
2.3.1.2 Perspectiva do Cliente-----------------------------------------------50
2.3.1.3 Perspectiva dos Processos Internos ----------------------------56
2.3.1.4 Perspectiva do Aprendizado e Crescimento -------------------58
2.4 ESTRATÉGIA EMPRESARIAL E O BSC ------------------------------------------63
3 METODOLOGIA --------------------------------------------------------------------------76
3.1 TIPO DE PESQUISA-------------------------------------------------------------------- 77
3.2 EMPRESA ESTUDADA ----------------------------------------------------------------79
3.3 SUJEITOS DA PESQUISA ------------------------------------------------------------ 79
3.4 COLETA DE DADOS--------------------------------------------------------------------80
3.5 TRATAMENTO DOS DADOS --------------------------------------------------------81
3.5.1 Análise de Conteúdo ----------------------------------------------------------81
3.6 LIMITAÇÕES DO MÉTODO -----------------------------------------------------------83
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ------------------------------------------ 83
4.1 GRUPO GERDAU S.A------------------------------------------------------------------- 83
4.2 GERDAU AÇOMINAS S.A--------------------------------------------------------------85
4.3 IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES ESTRATÉGICAS -------------------------------88
4.4 IDENTIFICAÇÃO DOS INDICADORES DO BSC--------------------------------- 91
4.5 IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES SETORIAIS--------------------------------------- 99
2
5 ANÁLISES DOS RESULTADOS--------------------------------------------------- 101
5.1 VERIFICAÇÃO DO ALINHAMENTO ENTRE AÇÕES SETORIAIS E
ESTRATÉGICAS ---------------------------------------------------------------------- 103
5.2 UTILIZAÇÃO DO BSC PARA O ALINHAMENTO DAS AÇÕES
SETORIAIS E ESTRATÉGICAS --------------------------------------------------- 107
5.3 IDENTIFICAÇÃO DAS ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS ------------------ 110
5.4 RESUMO ENTRE AS AÇÕES ESTRATÉGIAS E SETORIAIS ------------ 112
6 CONCLUSÕES ------------------------------------------------------------------------ 112
6.1 LIMITAÇÕES DA PESQUISA--------------------Erro! Indicador não definido.
6.2 RECOMENDAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISASErro! Indicador não definido.
REFERÊNCIAS ------------------------------------------------------------------------------------ 118
ANEXOS -------------------------------------------------------------------------------------------- 121
3
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização
Em função do acirramento da competição, tanto localmente, quanto no
mercado global, é imprescindível que as organizações dediquem cada vez
mais tempo ao processo de formulação e implementação de estratégias que
não sejam baseadas unicamente em referências passadas, centradas apenas
em análises financeiras tradicionais e que não considerem aspectos como
inovação e aprendizado, ou seja, sem qualquer visão de futuro.
Dessa forma, as organizações necessitam explicitar e disseminar a
estratégia selecionada com a finalidade de transformar a implementação da
estratégia em uma tarefa de todos os funcionários.
De acordo com Wright et al (2000) a estratégia consiste em formulação
de planos da alta administração para atingir resultados consistentes com as
missões e objetivos da organização.
Mintzberg et al (2000) chamam a atenção para o fato de que a
estratégia é comparada como um plano – olhar para a frente, com a estratégia
como padrão – olhar o comportamento passado, isto é a consistência em
comportamento ao longo do tempo.
Prahalad e Hamel (2005) evidenciam a importância de uma visão
estratégica que reconheça a necessidade de algo mais do que a dança ritual
da chuva do planejamento anual incrementalista. Dizem que é preciso uma
4
arquitetura estratégica que elabore a planta para construção das competências
necessárias para dominar os mercados futuros.
Segundo Hitt et al (2005), o processo de administração estratégica
requer uma nova mentalidade dos gestores – que valorize a flexibilidade,
velocidade, inovação, integração e os desafios que surgem a partir de
condições de cenário competitivo em constante fase de mudança.
Para as organizações que queiram sobreviver e prosperar, nesse
cenário competitivo é fundamental a utilização de sistemas de controle em seu
processo de Gestão, objetivando a medição do desempenho organizacional
derivados de suas estratégias, como também a criação de valor econômico a
longo prazo.
Gestão (do latim gestio-onis) significa o ato de gerenciar, entendido
para efeito desta pesquisa como administrar, tomar decisões e organizar.
Estratégia, por sua vez, é o conjunto de ações e meios que levarão, de forma
eficiente e eficaz, uma organização a atingir os seus objetivos. Portanto, a
Administração Estratégica pode ser definida como o conjunto de atividades
gerenciais necessárias à formulação e implementação da Estratégia.
Assim, a administração estratégica requer das organizações:
a) capacidade de compreender o ambiente competitivo (e suas
tendências) como um sistema no qual competidores, clientes, pessoas e
recursos interagem continuamente;
b) capacidade de usar essa compreensão para predizer como um dado
movimento estratégico irá alterar o equilíbrio competitivo entre forças
competitivas;
c) fixação de objetivos organizacionais eficazes;
5
d) identificação e posse de recursos essenciais;
e) capacidade de previsão e minimização de riscos associados aos
investimentos que se fizerem necessários; e
f) disposição para mudanças organizacionais e/ou de estratégicas, caso
necessárias.
Com relação ao controle gerencial, seja ele voltado para ações
estratégicas ou operacionais, ele se destina a promover economias, por meio
da coordenação de esforços, induzir a implementação das ações desejáveis,
através da utilização de indicadores e índices que meçam a progressão da
organização em direção aos objetivos estabelecidos, e finalmente, possibilitar
correções de rumos nas situações em que o planejado não coincida com o
real.
Um instrumento bastante utilizado, presentemente, para avaliação da
progressão anteriormente mencionada é o Balanced Scorecard (BSC), que
significa painel de controle balanceado, criado por Kaplan e Norton em 1990.
Similarmente a outros instrumentos de controle, Kaplan e Norton também
enfatizam a necessidade de que os indicadores e índices selecionados
estejam alinhados com os objetivos estratégicos da organização.
Kaplan e Norton (2006) expressam a visão de que o alinhamento
representa a tarefa de assegurar sinergias entre equipes, processos, unidades
de negócios e parceiros externos, tomando como base as estratégias
preconizadas nas organizações, visando o desenvolvimento das diversas
atividades que necessitam de ações coordenadas, em busca do desempenho
ótimo.
6
O termo balanced é utilizado para ressaltar a necessidade de equilíbrio
entre os objetivos empresariais de curto e longo prazo, por intermédio da
utilização de medidas financeiras e não financeiras. Por sua vez, o termo
scorecard é utilizado para evidenciar a maneira pela qual os resultados são
demonstrados, de forma semelhante a um placar, em um jogo.
Kaplan e Norton (2006), ao apresentarem uma proposta de valor da
organização, ressaltam que o modelo das perspectivas do BSC descreve como
a unidade de negócios cria valor para os acionistas, por meio de melhor
relacionamento com o cliente, impulsionado pela excelência nos processos
internos. Os autores afirmam que os processos são aprimorados
continuamente, mediante o alinhamento de pessoas, sistemas e culturas. As
perspectivas são:
Perspectiva financeira - quais são as expectativas de nossos
acionistas, em termos de desempenho financeiro?
Perspectiva do cliente - para atingir nossos objetivos financeiros,
como criamos valor para os clientes?
Perspectiva de aprendizado e crescimento - como alinhamos
nossos ativos intangíveis – pessoas, sistemas e cultura – para
melhorar os processos críticos?
Perspectiva dos processos internos - em que processos devemos
ser excelentes para satisfazer nossos clientes e acionistas?
Kaplan e Norton (2006) consideram que cada uma dessas quatro
perspectivas é interligada por uma cadeia de relações de causa e efeito,
citando como exemplo, a implementação de um programa de treinamento para
aprimorar as habilidades dos empregados (perspectiva de aprendizado e
7
crescimento), que contribui para a melhoria dos serviços aos clientes
(perspectiva dos processos internos), que, por sua vez, resulta em maior
satisfação e lealdade dos clientes (perspectiva dos clientes) e, por fim,
aumenta a receita e as margens (perspectiva financeira).
Sveiby (1998), apresenta a questão de que os ativos intangíveis são
invisíveis porque não são contabilizados. São intangíveis por não se tratar de
tijolo, cimento, nem dinheiro; ou seja, não são concretos e palpáveis. À luz
dessa concepção ressalta, ainda, que em uma organização do conhecimento
existem alguns elementos importantes:
a) competência do funcionário – envolve a capacidade de agir em
diversas situações para criar tanto ativos tangíveis como intangíveis;
b) estrutura interna – inclui patentes, conceitos, modelos e sistemas
administrativos e de computadores criados pelos funcionários ou adquiridos
em outras empresas; e
c) estrutura externa – inclui as relações com clientes e fornecedores,
bem como marcas, marcas registradas e a reputação ou a imagem da
empresa.
Sveiby (1998), reforça a idéia de que antes de gerenciar ou controlar os
ativos intangíveis de uma empresa, é preciso ser capaz de enxergar uma
organização como uma organização do conhecimento, isto é, vê-la como
composta única e exclusivamente por conhecimento no sentido mais amplo e
perceber que cabe, ao gerente, desenvolver e gerenciar o conhecimento.
Sendo assim, o estudo em questão se baseia nas Estratégias Genéricas
dos Negócios nas Organizações, na importância do Controle Gerencial das
Estratégias planejadas, como também na análise dos modelos de indicadores
8
de desempenho do BSC definidos pelos autores Kaplan e Norton (2004),
quando apresentam as perspectivas: financeira; do cliente; interna e de
aprendizado e crescimento e nos autores Kaplan e Norton (1997), quando
ressaltam que as empresas ao buscarem a sobrevivência e a prosperidade na
era da informação, precisam da utilização de sistemas de gestão e medição de
desempenho derivado de suas estratégias e capacidades.
1.2 O Problema da Pesquisa
A intenção de que os indicadores do BSC sejam utilizados para induzir
os funcionários a implementarem as ações estratégicas planejadas, parte da
suposição de que os funcionários reconheçam tais ações a partir destes
indicadores. Esta suposição gerou a questão que se pretende responder com a
pesquisa em tela:
As ações setoriais desenvolvidas pela Gerdau Açominas S.A., para a
melhoria dos indicadores do BSC colaboram com as ações estratégicas
planejadas?
9
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
Verificar se as ações setoriais desenvolvidas pela Gerdau Açominas
S.A., para a melhoria dos indicadores do BSC, colaboram com as ações
estratégicas planejadas pela Empresa.
1.3.2 Objetivos Específicos
Verificar as ações estratégicas planejadas pela Gerdau Açominas
S.A.;
Identificar os indicadores e/ou índices do BSC adotados pela
Gerdau Açominas S.A.;
Identificar as ações setoriais, que colaboram, na percepção dos
funcionários da Açominas S.A., para a melhoria dos níveis dos
indicadores e/ou índices do BSC definidos pela empresa.
10
1.4 Delimitação do Estudo
Esta pesquisa está restrita: a) as ações estratégicas planejadas pela
Gerdau Açominas S.A. nos últimos cinco anos; b) aos indicadores do BSC
vigentes no ano de 2006 definidos pela Gerdau Açominas S.A.; e c) as ações
setoriais desenvolvidas pelos empregados da Gerdau Açominas S.A nos
últimos cinco anos .
1.5 Relevância do Estudo
A título de relevância científica e social, destaca-se que as empresas
necessitam de novas maneiras de efetuar o controle das estratégias em seu
processo de Gestão, como também precisam implementar novas estratégias,
face ao acirramento da competitividade do mercado e do constante avanço
tecnológico.
O sucesso da empresa exige profunda compreensão do mercado e dos
clientes, tendo como resposta a este desafio, a formulação de novas
estratégias e o restabelecimento do seu foco de atuação. O desenho da
estratégia fará a diferença no futuro próximo e de longo prazo que trará a tão
esperada vantagem competitiva, para que a empresa apresente excelentes
resultados que possam ser sustentados. Sendo assim, o problema maior com
que se deparam as organizações está na incapacidade de executar com
sucesso suas novas estratégias que representam o alcance deste destino
futuro. Como resposta a esta questão surge a metodologia do BSC, trazendo
um sistema de mensuração do desempenho focado no controle estratégico
11
que visa resolver o problema de como comunicar e implementar a estratégia,
tornando-se uma ferramenta importante para o controle das estratégias
preconizadas.
Este trabalho tem diversas justificativas:
. A primeira no âmbito empresarial ao contribuir para uma melhor
compreensão do processo de Gestão Estratégica de uma empresa que utiliza
o BSC como metodologia de controle estratégico, integrando o planejamento
estratégico aos resultados;
. A segunda no âmbito acadêmico, por meio da elaboração de um
estudo de campo único, propiciando aos estudantes de administração de
empresas uma literatura adicional como referência bibliográfica na área de
Gestão e Controle Estratégico;
. A terceira para a sociedade, a partir da constatação de que o BSC é
importante como uma metodologia que colabora para a mensuração do
controle das estratégias planejadas pelas organizações, sendo fundamental
como fator de sobrevivência, visando a criação de valor a longo prazo; e
. A quarta é de caráter pessoal, pois além de proporcionar a obtenção e
o aprimoramento de conhecimentos, este estudo permite a este pesquisador
oferecer uma contribuição para ajudar a compreensão da Gestão Estratégica,
do Controle Estratégico e das atividades desenvolvidas pelos empregados,
ancorados na utilização da metodologia do BSC nas organizações. Lembro-me
de que a adoção de uma metodologia de controle estratégico estruturado
significa uma atitude de mudança. As Empresas apresentam uma natureza
dual: por um lado, são agentes ativos de mudanças e, por outro lado,
aparecem como muito resistentes a qualquer mudança.
12
1.6 Estruturação da Pesquisa
O presente trabalho está estruturado em seis capítulos. No Capítulo I –
INTRODUÇÃO são evidenciados os conceitos de Gestão, de Estratégia, e de
Controle Gerencial; a problemática da pesquisa; os objetos do estudo que são:
a Estratégia e o Controle Estratégico nas organizações, fundamentados na
metodologia do BSC, bem como os objetivos e as justificativas deste trabalho.
No Capítulo II – REFERENCIAL TEÓRICO são apresentadas as literaturas que
fundamentam a pesquisa, contendo: a apresentação do referencial teórico; a
contextualização dos temas abordados destacando: a Gestão Estratégica, as
Estratégias Genéricas voltadas para o negócio principal das Empresas, as
interações existentes entre a Estratégia e o BSC; a metodologia do BSC e o
Controle Gerencial. No Capítulo III – METODOLOGIA DA PESQUISA são
relatados os procedimentos metodológicos que são aplicados ao estudo em
questão e considerações sobre a opção por realizar uma pesquisa qualitativa
de natureza exploratória, como meio de investigação, a adoção do estudo de
campo na Açominas S.A.; os sujeitos da pesquisa; a utilização de coleta de
dados, por intermédio de questionário aberto de entrevista; tratamento dos
dados obtidos e as limitações do método. No Capítulo IV – APRESENTAÇÃO
OS RESULTADOS – são destacadas: a caracterização da empresa escolhida
do Grupo Gerdau S.A., que é a Gerdau Açominas S.A., as informações
obtidas, incluindo os documentos internos, site próprio, estrutura
organizacional, níveis de gestão, níveis de participação e a sistemática
adotada na Metodologia do BSC; No Capítulo V – ANÁLISES DOS
RESULTADOS são apresentadas às análises efetuadas e os resultados
13
obtidos com a pesquisa, de acordo com os objetivos definidos no presente
trabalho, e também com a literatura adotada; e No Capítulo VI -
CONCLUSÕES - são reveladas as conclusões obtidas no estudo
desenvolvido, e algumas recomendações de estudos complementares, que
permeiam a Gestão, a Estratégia, o Controle sobre as Estratégias Planejadas,
como também no tocante a utilização da Metodologia do BSC.
1.7 Definição de Conceitos
Balanced Scorecard - significa painel de controle balanceado. O
mercado utiliza a sigla BSC, para a sua identificação;
Sistema de Custeio variável – Metodologia de apuração dos
custos, voltada para o processo gerencial, ou seja, de tomada de
decisão;
Sistema SAP – System Applications and Products in Data
Processing (sistemas, aplicativos e produtos para processamento
de dados, que atua de forma integrada, desenvolvido por módulos)
SFO - Strategic Focus Organization (Organização focada na
Estratégia).
14
1.8 Relação do Referencial Teórico ao Estudo de Campo
Visando melhorar a compreensão dos conceitos desse trabalho, no
tocante ao referencial teórico, opta-se por descrever a associação da
fundamentação conceitual ao estudo de campo, destacada na figura 1,
apresentando-se os autores, conceitos e princípios usados.
A visão em tela norteia o levantamento das informações, a coleta de
dados e a análise dos resultados, consubstanciada nos procedimentos
evidenciados na literatura, que subsidiam a composição dos próximos
Capítulos.
A sistemática de trabalho para elaborar a investigação, contempla:
a) revisão da literatura sobre Estratégia, Estratégia de Negócios ;
b) minuciosa revisão na bibliografia relativa a Balanced Scorecard, não
restrita aos principais autores (Kaplan e Norton), mas trazendo outros autores
com diferentes abordagens sobre o tema em questão; e
c) descrição da implantação do Balanced Scorecard na Gerdau
Açominas S.A, analisando os aspectos críticos de sua estruturação, como
também os benefícios obtidos para a Empresa.
A seguir, temos as Figuras 1 e 2, que contêm as associações da teoria
com os objetivos pretendidos:
Figura 1 – Relações entre o objetivo geral e o referencial teórico
15
DESCRIÇÃO REFERENCIAL
TEÓRICO
PRINCIPAIS
AUTORES
CONTRIBUIÇÃO
OBJETIVO
GERAL
Verificar se as ações
setoriais
desenvolvidas pela
Gerdau Açominas S.A
para a melhoria dos
Indicadores do BSC ,
colaboram com as
ações estratégicas
planejadas pela
Empresa.
Gestão Estratégica
Controle Gerencial
Balanced Scorecard
Mintzberg, Hitt e
Wright; Colauto e
Beuren; Mariotto;
Bethlem; Herrero;
Resende; Basso e
Pace; Pace et al ;
Costa; e Prahalad e
Hamel .
Antony e
Govindarajam;
Gomes e Salas; e Sá
e Moraes.
Kaplan e Norton
Apresentar os
Conceitos de
Estratégias; os
Tipos de
Estratégias;
Identificação das
Estratégias
Genéricas dos
Negócios
Conceitos Gerais;
Gerenciamento e
aferição da
qualidade do
planejamento.
Conceitos Gerais e
principais
características do
BSC
Figura 2 – Relações entre os objetivos específicos e o referencial teórico
1. Verificar as ações
estratégicas
planejadas pela
Açominas S.A.
Estratégias
Mintzberg, Hitt e
Wright, Colauto e
Beuren ; Mariotto;
Bethlem; Herrero;
Resende; Basso e
Pace; Pace et al;
Prahalad e Hamel.
Apresentar os tipos
das Estratégias, as
Estratégias
Genéricas dos
Negócios, e
Identificar as Ações
Estratégicas da
Açominas S.A.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
2. Identificar os
indicadores do BSC,
adotados pela
Açominas S.A.
BSC
Kaplan e Norton,
Costa, Bethlem,
Herrero, Fernandes,
Olivia e Borba,
Resende, Steele,
Nickols e Mooraj.
Apresentar os
indicadores
adotados pela
Açominas S.A.;
Apresentar o Mapa
estratégico adotado
pela Açominas S.A.
16
3. Identificar as ações
setoriais, que
colaboram, na
percepção dos
funcionários da
Açominas S.A., para a
melhoria dos níveis
dos indicadores do
BSC definidos pela
empresa.
A
Estratégia e o BSC
Controle Gerencial
Kaplan e Norton,
Ruas, Basso e Pace,
Chow, Neely ,
Norreklitt e Kimura e
Suen
Antony e
Govindarajan ;
Gomes e Salas e Sá
e Moraes.
Verificar se os
empregados
conhecem as
estratégias e se
percebem as
atividades
relevantes que
realizam para
melhoria das ações
estratégias definidas
pela Açominas S.A.
Figura 2 – Relações entre os objetivos específicos e o referencial teórico
2 REFERENCIAL TEORICO
2.1 Administração Estratégica
2.1.1 Conceitos Gerais
Wright et al (2000) trazem para reflexão, a visão de que estratégia se
refere aos planos da alta administração para alcançar resultados consistentes
com a missão e os objetivos gerais da organização. Sendo assim, os autores
consideram que a estratégia contém os seguintes passos: a formulação da
estratégia (desenvolvimento da estratégia); a implementação da estratégia
(colocar a estratégia em ação); e o controle estratégico (modificar ou a
estratégia, ou sua implementação, para assegurar que os resultados
desejados sejam alcançados).
17
De acordo com Wright et al (2000), a administração estratégica é um
termo mais amplo que abrange, não somente a administração dos pontos de
vantagens citados, mas se desdobra em uma série de etapas em que a alta
administração deve realizar as seguintes tarefas:
a) analisar oportunidades e ameaças ou limitações que existem no
ambiente externo;
b) analisar os pontos fortes e fracos de seu ambiente interno;
c) estabelecer a missão organizacional e os objetivos gerais;
d) formular as estratégias (no nível empresarial, no nível de unidades de
negócios e no nível funcional), que permitam à organização combinar os
pontos fortes e fracos da organização com as oportunidades e ameaças do
ambiente;
e) implementar as estratégias; e
f) realizar atividades de controle estratégico para assegurar que os
objetivos gerais da organização sejam atingidos.
Mintzberg et al (2000) apontam algumas escolas de pensamento
estratégico, observando que cada uma tem uma premissa única que focaliza
um aspecto importante do processo de formulação de estratégia. Dessa forma,
cada uma dessas premissas pode ser estreita e exagerada, como também
interessante e criteriosa. As escolas são:
1) Design (formulação de estratégia como um processo de concepção);
2) Planejamento (formulação de estratégia como um processo formal);
3) Posicionamento (formulação de estratégia como um processo
analítico);
18
4) Empreendedora (formação de estratégia como um processo
visionário);
5) Cognitiva (formação de estratégia como um processo mental);
6) Aprendizado (formação da estratégia como um processo emergente);
7) Poder (formação de estratégia como um processo de negociação);
8) Cultural (formação de estratégia como um processo coletivo);
9) Ambiental (formação de estratégia como um processo reativo);
e 10) Configuração (formação de estratégia como um processo de
transformação).
Segundo Mintzberg et al (2000), a escola do aprendizado surge como
uma resposta aos questionamentos efetuados em escolas anteriores sobre
como devem proceder os estrategistas? Dizem que eles aprendem ao longo do
tempo. De acordo com essa escola, as estratégias emergem quando as
pessoas, algumas vezes atuando individualmente, mas, na maioria dos casos,
coletivamente, aprendem a respeito de uma situação tanto quanto a
capacidade da sua organização de lidar com ela.
Mintzberg et al (2000) chamam a atenção para os questionamentos
efetuados pela escola da aprendizagem sobre a gestão estratégica, tais como:
Quem é realmente o arquiteto da estratégia e onde, na organização, ocorre de
fato a formação da estratégia? Até que ponto o processo pode ser de fato
deliberado e consciente? A separação entre formulação e implementação é de
fato sagrada? Como as estratégias de fato se formam nas organizações? Será
que o fracasso da implementação também não é um fracasso de formulação
da estratégia? Mas o verdadeiro problema pode estar de fato na separação
19
entre formulação e implementação, na dissociação entre pensar e agir,
evidenciadas nas escolas prescritivas de estratégia.
Mintzberg et al (2000) dizem que a escola de aprendizado apresenta
novas direções para o aprendizado estratégico – a organização que aprende, a
teoria evolucionária, a criação do conhecimento, a abordagem de capacidades
dinâmicas e a teoria do caos.
Na opinião de Bethlem (2004), o conceito de estratégia e as ações
relativas a ela – planejamento, elaboração, execução, implantação, controle,
avaliação, etc. – têm que ser ensinados aos atores e não só aprendidos, bem
como adotados por eles como válidos e úteis. Entende, assim, a estratégia
como sendo uma formulação de procedimentos de acordo com as
características das circunstâncias e a disponibilidade dos recursos, baseada
em levantamento de informações abrangente, adequado, acurado e rápido,
levando em conta o tempo para aproveitar as oportunidades e bem concebida
nas suas defesas contra as possíveis ameaças existentes.
Segundo Herrero (2005), a Gestão Estratégica significa compreender
que os acontecimentos do ambiente interno da empresa podem ter a mesma
importância dos eventos externos para o sucesso da estratégia. O autor
argumenta que a gestão da empresa é fortemente influenciada pelo referencial
analítico utilizado pelos executivos nas operações da organização; pelos
modelos mentais dominantes, que podem facilitar ou dificultar o
reconhecimento de novas tendências e; pela estrutura organizacional e seu
alinhamento com as atividades geradoras de valor; e pelo envolvimento (ou
não), da liderança com os processos de mudança da organização.
20
Resende (2003), reconhece que as organizações estão adotando
diversas correntes de gestão simultaneamente – envisionamento, globalização,
satisfação do cliente, segmentação dos consumidores, foco na liderança,
cadeia de suprimento, reengenharia, introdução de novos produtos,
organizações que aprendem, times de alta performance, comércio eletrônico,
just-in-time, avaliação 360º, redesenho organizacional, liderança tecnológica,
data mining, competências centrais, entre outras – como opções estratégicas
para enfrentar um cenário de incertezas crescentes.
Resende (2003) observa que, na maioria das vezes, a estratégia não é
compreendida por aqueles que devem implementá-la e não é traduzida em
objetivos; isto ocorre porque os sistemas gerenciais são desenhados para
controle operacional e vinculados ao orçamento e não à estratégia; os
principais processos não são desenhados para alavancar os principais
impulsionadores da estratégia, e as metas individuais de aprendizagem e
formação de conhecimento não estão vinculadas à estratégia.
Anthony e Govindarajan (2001), chamam a atenção para o fato de que
as estratégias são planos elaborados pela organização, visando atingir os
objetivos desejados, sendo apresentadas em dois níveis: da alta administração
e outros níveis. Os autores destacam, ainda, que as estratégias proporcionam
a estrutura de campo na qual se pode avaliar o valor dos componentes dos
sistemas de controle gerencial, como, também, sobre a maneira de como
alterar a estrutura dos sistemas de controle, em resposta às variações das
estratégias corporativas e as variações de estratégias dos níveis
organizacionais.
21
Basso e Pace (2003), afirmam que o caminho de descrição das
estratégias será de hipóteses interligadas, citando como exemplo um mapa
que contém as estratégias, especificando as relações de causa e efeito,
tornando-as explícitas e passíveis de verificação por intermédio de medidas
corporativas.
De acordo com Pace et al (2003), o crescimento da importância dos
ativos intangíveis, como fator decisivo na obtenção da vantagem competitiva
na gestão estratégica, caracteriza o final do século XX, marcado pela busca
constante das organizações por maneiras de como melhor medi-los e
apresentá-los aos administradores e aos investidores. Sendo assim, os autores
observam que o valor do ativo intangível depende do ambiente organizacional
e da estratégia, não podendo ser isolado dos processos que os transformam
em resultados financeiros, dado o fato de que os balanços são lineares e
cumulativos, o que não ocorre com os ativos intangíveis que podem criar valor
a curto e a longo prazo para a empresa, porém dificilmente podem ter valor de
mercado claramente identificável.
Costa (2006), traz para a reflexão a visão de que a estratégia de uma
empresa diz respeito à sua vantagem competitiva, sendo que, algumas vezes,
ela é entendida como um processo e outras vezes, é entendida como o plano
de ação ou as diretrizes que resultam daquele processo.
Mintzberg et al (2006) chamam a atenção para o fato de que existem
questões importantes referentes à análise da estratégia, observando que a
força ou as forças competitivas mais fortes determinam a lucratividade de uma
empresa, sendo de grande importância para a formulação da estratégia. Sendo
assim, os autores apresentam algumas características críticas para o poder de
22
cada força competitiva, começando com a ameaça de entrada, onde os novos
entrantes em um segmento trazem nova capacidade, o desejo de ganhar
participação de mercado e, em geral, recursos substanciais. A seriedade da
ameaça de entrada depende das barreiras existentes e da reação que o
entrante pode esperar dos concorrentes. Dessa forma, os autores também
enumeram algumas fontes principais de barreiras de entrada:
a) economias de escala – essas economias detêm a entrada, forçando o
aspirante a entrar em larga escala ou aceitar uma desvantagem de custo.
Também podem atuar como obstáculos em distribuição, utilização da equipe
de vendas, financiamento e quase todas as outras áreas de uma empresa;
b) diferenciação de produto – a identificação de marca cria uma barreira
para forçar os entrantes a gastar muito para conquistar a lealdade do cliente;
c) exigências de capital – a necessidade de investir grandes recursos
financeiros para concorrer no mercado, tais como: em propaganda ou em
pesquisa e desenvolvimento;
d) desvantagens de custo independente do tamanho – as empresas
entrincheiradas podem ter vantagens de custo não disponíveis para potenciais
rivais, independentemente de seu tamanho e das economias de escala
obtidas;
e) acesso aos canais de distribuição – um novo produto lançado no
mercado deve trabalhar para assegurar a sua distribuição. Pode tirar os outros
da prateleira do supermercado por meio da redução de preço, promoções,
esforços de vendas intensos ou de alguma outra forma; e
23
f) políticas governamentais – o governo pode limitar ou mesmo excluir
setores com controles como exigência de licenciamento ou acesso limitado a
matérias-primas.
Mintzberg et al (2006) comentam a importância do inter-relacionamento
entre oportunidade e recursos, ressaltando que a escolha de uma estratégia
apropriada para uma empresa começa na identificação de oportunidades e os
riscos em seu ambiente. Sendo assim, na concepção dos autores, após a
identificação de um leque de alternativas estratégicas, busca-se reconhecer as
restrições impostas pela capacidade corporativa a esse leque, determinando
uma ou mais estratégias econômicas em um nível aceitável de risco.
Hitt et al (2005) apresentam a posição de que alguns segmentos
compõem o ambiente geral das organizações:
a) demográfico – focaliza o tamanho, idade, estrutura, distribuição
geográfica, composto étnico e distribuição de renda de uma população;
b) econômico – focaliza a natureza e a direção da economia dentro da
qual uma empresa atua ou venha a atuar. Os autores também observam que a
saúde econômica de uma nação, afeta o desempenho de cada uma de suas
organizações, necessitando de um estudo minucioso do ambiente econômico
para identificar mudanças, tendências e suas implicações estratégicas;
c) político-jurídico – apresenta o contexto no qual as organizações e os
grupos de interesse concorrem para obter atenção, recursos e voz para
acompanhar o conjunto de leis e regulamentos que orientam as interações
entre os países. Os autores evidenciam que esse segmento representa a
forma pela qual as organizações tentam influenciar o governo e como estes as
influenciam, associadas ao cenário de constante mudança e de concorrência ;
24
d) sociocultural – concentra-se nas atitudes e nos valores culturais de
uma sociedade. Os autores ainda destacam que estes valores são importantes
na formação das sociedades, assim como impulsionam as mudanças e as
condições demográficas, econômicas, político-jurídicas e tecnológicas;
e) tecnológico – compreende as instituições e as atividades que se
ocupam da geração de novos conhecimentos e da disseminação desses
conhecimentos em novos produtos, processos e materiais. Os autores citam
ainda que o conhecimento e as capacidades criadas por meio do
desenvolvimento ou da utilização de novas tecnologias pode transformar ou
revitalizar totalmente uma indústria; e
f) global – abrange novos e relevantes mercados globais, bem como
mercados existentes em fase de mudança e eventos políticos internacionais
importantes, além das características culturais e institucionais essenciais aos
mercados globais.
Hitt et al (2005) citam que o grande desafio é investigar, acompanhar e
avaliar os elementos em cada segmento que tenham a maior importância,
como também, considerar que os resultados de uma análise do ambiente
externo devem reconhecer mudanças, tendências, oportunidades e ameaças
do ambiente. Nesse sentido, os autores também evidenciam que as
oportunidades detectadas são então ajustadas às competências essenciais,
por meio de combinações adequadas, para que a empresa possa alcançar a
competitividade estratégica e auferir retornos superiores à média.
Mintzberg et al (2006) evidenciam a relevância da organização da
empresa como potencial vantagem competitiva, dependendo do valor, da
raridade e da imitabilidade de seus recursos e capacidades. Porém, para
25
perceber totalmente esse potencial, a empresa também deve ser organizada
para explorar seus recursos e capacidades. Os autores chamam a atenção
para o fato de que a empresa deve refletir sobre a seguinte questão: a
empresa está organizada para explorar todo o potencial competitivo de seus
recursos e aptidões?
Segundo Mintzberg et al (2006) a vantagem competitiva é geralmente
necessária para desempenho superior sustentado. Os autores apresentam
também a existência de algumas ameaças a sustentabilidade:
1) imitação – é a ameaça mais direta e óbvia a sustentabilidade. A forma
mais óbvia de analisar a ameaça da imitação é descobrir que participantes
serão mais afetados pela escolha estratégica da organização, avaliar suas
possíveis respostas e, se essas respostas parecerem ameaçadoras, pensar
sobre como elas podem ser evitadas ou aliviadas;
2) substituição – a capacidade existente pode ser substituída por outra
mais nova e melhor, as preferências do cliente podem mudar de forma a erodir
as bases de clientes já estabelecidas, e o conhecimento existente pode ser
ultrapassado;
3) impedimento – é um problema mais ligado à negociação do que à
competição, segundo definições convencionais. Ele é uma ameaça sempre
que a perpetuação de uma posição competitiva superior depender da
cooperação contínua de complementos; e
4) redução – mede o quanto o valor da escassez percebido pela
organização fica abaixo do potencial disponível, escolhendo a fatia que o
proprietário tem daquele bolo.
26
Mintzberg et al (2006) dizem que a estratégia não pode ser formulada
nem ajustada para circunstâncias mutantes sem um processo de avaliação da
estratégia. Nesse sentido, observam que essa avaliação constitui uma parte de
um procedimento de revisão organizacional, sendo um passo essencial no
processo de orientação de uma empresa. Na opinião dos autores, a avaliação
da estratégia é uma tentativa de olhar para além dos fatos óbvios relacionados
à saúde de uma empresa a curto prazo e avaliar os fatores e tendências mais
fundamentais que regem o sucesso na área escolhida.
Mintzberg et al (2006) apresentam a visão de que não importa como
seja atingido, o resultado de uma estratégia empresarial traz à tona respostas
a algumas perguntas, tais como:
a) os objetivos da empresa são apropriados?;
b) as principais políticas e planos são apropriados? ;
c) o resultado obtido até agora confirma ou rebate as suposições críticas
nas quais a estratégia se fundamenta?
De acordo com Hitt et al (2005), o conceito de estratégia representa um
conjunto integrado e coordenado de compromissos e ações, cujo objetivo é
explorar as competências essenciais e alcançar uma vantagem competitiva.
Nesse sentido, observam os autores que toda estratégia possui um objetivo,
demonstrando um entendimento comum da intenção e missão das estratégias
da empresa.
Hitt et al (2005) reforçam a posição de que as empresas – com e sem
fins lucrativos – utilizam o processo de administração estratégica para
entender as forças competitivas e desenvolver vantagens competitivas. Sendo
assim, os autores apresentam a percepção de que na economia globalizada,
27
aquela na qual bens e serviços fluem com relativa liberdade entre as nações,
existe a constante pressão para as empresas se tornarem mais competitivas.
Hitt et al (2005) para melhor compreensão, apresentam a posição de
que ao oferecer maior valor em produtos e serviços aos seus clientes, a
empresa competitiva aumenta a probabilidade de alcançar retornos acima da
média. Dessa forma, os autores evidenciam que o processo de administração
estratégica auxilia a organização a identificar o que pretendem alcançar e
como o farão para atingir os objetivos preconizados.
Colauto e Beuren (2006) trazem para reflexão, que o conceito de
estratégia se relaciona à escolha dos segmentos de mercado e clientes que as
unidades de negócios pretendem servir. Sendo assim, concentra-se na
identificação de processos internos críticos nos quais a unidade deve atingir a
excelência para prover valor aos clientes.
Mariotto (2003) nos remete ao termo “estratégia emergente” que foi
definida por Henry Mintzberg em 1978, como uma estratégia não planejada,
para explicar uma linha de ação que só é percebida como estratégia pela
organização, à medida que ela vai se desenrolando ou até mesmo depois que
já aconteceu. O sentido cotidiano da palavra emergente deriva do verbo
“emergir” que significa “tornar-se visível, deixar de estar escondido”, “elevar-se
de um estado inferior” e “desenvolver-se ou passar a existir”.
Prahalad e Hamel (2005) trazem as percepções de uma visão
estratégica diferente da que prevalece em muitas empresas. Esta visão
reconhece que uma empresa precisa desaprender grande parte de seu
passado para poder descobrir o futuro. Citam ainda, que o desafio é penetrar
na nuvem de incerteza e desenvolver uma grande capacidade de previsão dos
28
paradeiros do mercado de amanhã. Os autores observam também que o
truque é ver o futuro antes que ele chegue.
Hitt et al (2005) apresentam os conceitos de Ações Estratégicas e
Setoriais: as primeiras, representam as ações implementadas pelas
organizações para atingir a obtenção dos resultados desejados na
competitividade estratégica, onde ocorrem consumos significativos de recursos
organizacionais; já as segundas se referem às ações operacionais
desenvolvidas em todas as áreas, que envolvem menores recursos
organizacionais.
2.2 Estratégias Genéricas
2.2.1 Crescimento
Mintzberg et al (2006) dividem as estratégias de crescimento em:
penetração; desenvolvimento de mercado; e desenvolvimento de novos
produtos. Os autores consideram que as estratégias de penetração envolvem
uma atuação da empresa, a partir de uma base de produtos e mercados já
existentes, buscando aumentar a participação da empresa no mercado em que
atua. Tal penetração, pode ser feita por expansão direta (crescimento
orgânico) ou pela aquisição de competidores existentes, através da estratégia
conhecida como estratégia de integração horizontal.
Sendo assim, Mintzberg et al (2006, p 118) observam que :
29
Tentar expandir as vendas sem qualquer mudança
fundamental no produto ou mercado por meio de mais
promoção é a coisa mais óbvia a fazer e talvez a mais
difícil de conseguir, pois pelo menos em um mercado
relativamente estável, isso significa extrair
participação de mercado de outras empresas, o que
logicamente gera um aumento na concorrência. No
caso das aquisições, sempre que possível,
obviamente evitam isso, mas talvez a um custo alto.
Quanto ao crescimento orgânico se refere ao crescimento efetuado pela
própria empresa no seu negócio principal. Como por exemplo: a contratação
de empregados; aquisição de máquinas e equipamentos; ampliação de
instalações, etc.
Com relação à estratégia de integração horizontal, ela envolve a
incorporação, dentro da organização, de outra empresa atuando na mesma
posição da cadeia de valor, de acordo com Mintzberg et al (2006).
Nesse contexto, Hitt et al (2005) chamam a atenção para o fato de que
existem alguns mecanismos importantes utilizados na estratégia de integração
horizontal, associada à estratégia de penetração, tais como: aquisição, fusão e
takeover, abaixo descritas:
a) a primeira é uma estratégia através da qual uma empresa compra
uma participação de controle, ou 100%, de outra empresa com a intenção de
utilizar uma competência essencial mais eficiente, tornando a empresa
adquirida mais um negócio subsidiário dentro de seu portfólio. Os autores
destacam, ainda, algumas razões para a realização das aquisições pelas
empresas: maior poder de mercado; superar barreiras à entrada; custo do
desenvolvimento de novos produtos; e maior velocidade de entrada em
mercados; menor risco com o desenvolvimento de novos produtos; maior
diversificação e evitar competição excessiva;
30
b) a segunda, é uma estratégia por meio da qual duas empresas
concordam em integrar suas operações em base relativamente co-igual,
porque têm recursos e capacidades que, juntas, podem criar uma vantagem
competitiva mais forte;
c) a terceira, é um tipo de estratégia em que a firma-alvo não solicitou o
lance de compra da firma adquirente.
2) Mintzberg et al (2006) esclarecem, também, que a estratégia de
desenvolvimento de mercados significa a promoção de produtos existentes em
novos mercados – na verdade, expandir o escopo da empresa encontrando
novos segmentos de mercado. Esta expansão para novos mercados pode ser
também alcançada através de expansão geográfica ou da entrada dos
produtos da empresa como produtos substitutos.
A esse respeito, Mintzberg et al (2006) afirmam que:
A substituição de produto é um caso particular de
elaboração de mercado, no qual os usos de um
produto são promovidos, permitindo que seja
substituído por outros produtos. Já a consolidação de
mercado é o inverso da elaboração de mercado, ou,
seja, a redução do número de segmentos. (p. 118)
Uma forma importante de desenvolvimento de
mercado pode ser a expansão geográfica – levar a
oferta de produtos existentes para novas áreas
geográficas – qualquer lugar, desde o próximo
quarteirão até ao redor do mundo. Quando isso
envolve também uma estratégia de racionalização
geográfica – localizar diferentes departamentos da
empresa em diferentes locais – o procedimento às
vezes é chamado de “estratégia global”. (p. 119)
3) Mintzberg et al (2006) evidenciam que, com relação à estratégia de
desenvolvimento de novos produtos, há que se distinguir uma simples
31
estratégia de extensão de produto de uma estratégia mais extensiva de
proliferação da linha de produtos e a contrapartida delas, a racionalização da
linha de produtos. Mintzberg et al (2006, p 119) ressaltam que:
Ao oferecer produtos novos ou modificados na
mesma área de negócios básica é outra forma óbvia
de elaborar a essência da empresa – de flocos de
milho a farelo de trigo e flocos de arroz, oferecendo
todas as permutações e combinações possíveis em
grãos comestíveis, como exemplo. Isto pode
representar diferenciação por design, se os produtos
forem novos e diferenciados, ou não mais que um
aumento de escopo por meio da segmentação, se
forem acrescentados produtos padronizados à linha.
2.2.2 Diversificação
Mintzberg et al (2006) conceituam que a diversificação se refere à
entrada em algumas áreas de negócios que não estão na mesma cadeia de
operações.
Mintzberg et al (2006, p 119) apresentam a opinião de que a
diversificação:
Pode estar relacionada a alguma competência
distinta ou a um ativo do principal negócio da
empresa; de outra maneira é chamada de
diversificação não-relacionada ou conglomerada. Na
diversificação relacionada, há uma sinergia potencial
evidente entre a nova empresa e o principal negócio
da empresa, baseado em instalações, ativos, canais,
habilidades ou mesmo oportunidades em comum. Os
autores ainda enfatizam de que não importa qual seja
sua base, toda diversificação relacionada também é
fundamentalmente não-relacionada, como muitas
organizações diversificadas descobriram para seu
pesar. Ou seja, não importa o que há em comum entre
duas empresas diferentes, há muitas coisas que não
são comuns.
Segundo Hitt et al (2005), a estratégia corporativa ou diversificação
representa uma ação posta em prática para ganhar vantagem competitiva por
meio da escolha e administração de um composto de negócios que competem
em diversas indústrias ou mercados de produtos. Quando uma empresa opta
32
por diversificar as suas operações, além de uma única indústria e operar
negócios em diversas indústrias, ela está perseguindo uma estratégia de
diversificação em nível corporativo e essa estratégia permite que uma
organização se adapte às condições existentes em seu ambiente externo,
como também se preocupa com duas questões-chave: em quais negócios a
empresa deve estar e como o escritório corporativo deve administrar o seu
grupo de negócios. Uma abordagem importante para a estratégia de nível
corporativo é a diversificação, a qual exige que os executivos de nível
corporativo elaborem uma estratégia de multinegócios, visando melhorar a
competitividade da organização.
Mintzberg et al (2006) mencionam que:
A estratégia corporativa é o modelo de decisões de
uma empresa que determina e revela seus objetivos,
propósitos ou metas, produzindo as principais políticas
e planos para atingir essas metas e definindo o
escopo de negócios que a empresa vai adotar, o tipo
de organização econômica e humana que ela é ou
pretende ser e a natureza da contribuição econômica
e não-econômica que ela pretende fazer para seus
acionistas, empregados, clientes e comunidades do
entorno, de acordo com Mintzberg et al (2006 p. 78).
A estratégia corporativa é um processo
organizacional, de muitas formas inseparável da
estrutura, do comportamento e da cultura da empresa.
Nesse processo, dois aspectos importantes são
evidenciados para fins de análise: a) a formulação da
estratégia – representa decidir o que fazer. Inclui
identificação de oportunidades e ameaças no
ambiente da empresa e inclusão de algumas
estimativas ou riscos para as alternativas discerníveis;
e b) implementação da estratégia – representa atingir
resultados. Compreende uma séria de subatividades
primariamente administrativas. Se o objetivo é
determinado, então podemos mobilizar os recursos de
uma empresa para atingi-lo, conforme esclarecem
Mintzberg et al (2006 p. 79 ).
Hitt et al (2005) trazem para a reflexão, que a diversificação relacionada
pode ser utilizada para se ganhar poder de mercado. Sendo assim, os autores
33
entendem que “existe poder de mercado quando uma empresa é capaz de
vender os seus produtos acima do nível competitivo existente ou reduzir os
custos de suas atividades principais e de apoio abaixo do nível competitivo”.
Hitt et al (2005) destacam outra abordagem para criar valor ganhando
poder de mercado é a estratégia altamente relacionada, subdividida em
integração vertical, onde definem que “existe integração vertical quando uma
empresa produz os seus próprios insumos (integração para trás), ou possui
sua própria fonte de distribuição de produtos/serviços (integração para frente)”.
2.2.3 Competição
Mintzberg et al (2006) ressaltam que as estratégias de competição se
classificam em: estratégias de produtos e estratégias de diferenciação em
escopo.
Com relação às primeiras, elas são utilizadas para identificar o que uma
empresa tem de fundamentalmente distinto no mercado, e como ela é de fato
percebida pelos clientes. Sendo assim, verifica-se que:
. a diferenciação de preços consiste na maneira mais básica de
diferenciar um produto (ou serviço), que é simplesmente cobrar um preço mais
baixo por ele. Os autores assinalam ainda “que todo o resto permanecendo
igual, ou não tão desigual, as pessoas vão sempre abrir caminho até a porta
onde está o produto mais barato”;
. a diferenciação de imagem é usada para aparentar diferenciação onde
ela não existe – cria-se uma imagem para o produto. Os autores citam ainda, a
possibilidade da inclusão de diferenças cosméticas em um produto, que não
melhorem seu desempenho , como exemplo a embalagem;
34
. a diferenciação de suporte – é mais substancial, embora ainda sem
efeito no produto em si, é diferenciar com base em algo que siga junto com o
produto, alguma base de suporte, como exemplo o prazo de entrega do
produto, ou o atendimento relacionado ao mesmo;
. a diferenciação de qualidade – está relacionada às características do
produto que o tornam melhor, não fundamentalmente diferente, apenas
melhor;
. a diferenciação de design – está baseada em oferecer algo que seja
realmente diferente, que se destaque do “design dominante” se houver um,
oferecendo características únicas;
Com relação às estratégias de diferenciação em escopo – elas
identificam a extensão dos mercados para os quais seus produtos e serviços
são oferecidos. Classificam-se neste grupo:
. estratégia de massa - atualmente é difícil pensar sobre um produto
que não seja segmentado de alguma forma. Dessa maneira, o verdadeiro
significado da estratégia de massa é que a organização tenta capturar uma
grande parcela de mercado com uma configuração básica de produto;
. estratégia de segmentação – os autores dizem que atende
simultaneamente a vários segmentos de mercado com produtos específicos
para cada segmento;
. estratégia de nicho – os autores esclarecem que significa escolher
apenas um único segmento do mercado para atuar;
. estratégia de personalização – representa o caso limite da
segmentação: desagregação do mercado até o ponto em que cada cliente
constitui um segmento único. Os autores apresentam como exemplo, a
35
personalização pura, na qual o produto é desenvolvido do zero para cada
cliente, e é encontrada em casas projetadas por arquitetos e máquinas para
fins especiais.
Mintzberg et al (2006) esclarecem que “uma organização se distingue
em um mercado competitivo ao diferenciar suas ofertas de alguma maneira –
atuando para distinguir seus produtos e serviços dos concorrentes”.
Hitt et al (2005) apresentam a visão de que a estratégia competitiva
representa um conjunto integrado e coordenado de compromissos e ações,
cujo objetivo é gerar valor para o cliente e alcançar uma vantagem competitiva
através da exploração das competências essenciais em mercados de produtos
específicos e individuais. Sendo que a essência dessa estratégia está em optar
por desempenhar as mesmas atividades de modo diferente ou desempenhar
atividades diversas das de seus rivais. Dessa forma, visando estabelecer e
explorar uma vantagem competitiva dentro de um alcance competitivo
específico surgem alguns instrumentos, tais como: liderança em custos,
diferenciação, liderança em custos focada, diferenciação focada e
liderança/diferenciação em custos, a seguir:
1 – Liderança em custos é um conjunto integrado de ações destinadas a
produzir ou fornecer bens ou serviços ao menor custo, relativamente à
concorrência, com características aceitáveis pelo cliente;
2 – Diferenciação é um conjunto integrado de ações destinadas a
produzir ou fornecer bens ou serviços que, na percepção do cliente,
apresentem importantes diferenças para ele;
3 – Liderança em custos focada, procura oferecer aos seus clientes
soluções a custo reduzido para uma vida de maior qualidade e o foco é um
36
conjunto integrado de ações destinadas a produzir ou fornecer bens ou
serviços que atendam às necessidades de um certo segmento competitivo;
4 - Diferenciação focada busca atender às necessidades de um certo
segmento competitivo através de características diferenciadas, cuja tendência
é de oferecer soluções a custos mais significativos;
5 – Liderança/diferenciação em custos permite que a empresa alcance
uma vantagem competitiva ao oferecer para seus clientes algumas
características diferenciadas, mas em menor número do que as oferecidas
pela empresa de produto diferenciado e custo relativamente baixo, mas, não
tão baixos quanto dos produtos do líder em custos, considerando que a
diferenciação conduz a preços mais elevados ao mesmo tempo em que a
liderança em custos implica em redução dos custos.
2.3 Controle Gerencial
Anthony e Govindarajan (2001) apresentam a definição sobre o controle
gerencial como sendo um dos vários tipos das atividades de planejamento e
controle que ocorrem numa organização, conceituam também que o controle
gerencial e dois outros tipos de planejamento e controle como: formulação de
estratégias e controle de tarefas. Os autores citam, ainda, que a finalidade é
traçar limites entre o controle gerencial e outros tipos de controle. Dessa forma,
o controle gerencial se enquadra entre a formulação da estratégia e o controle
das tarefas.
Anthony e Govindarajan (2001), dizem que cada atividade exige
planejamento e controle, mas a ênfase varia com o tipo de atividade.
Destacam que o processo de planejamento é muito mais importante na
formulação de estratégias; o processo de controle é muito mais importante no
37
controle das tarefas; o planejamento e o controle têm importância
aproximadamente igual, no controle gerencial.
Anthony e Govindarajan (2001) destacam algumas atividades que
compõem o controle gerencial:
planejar o que a organização deve fazer;
coordenar as atividades de várias partes da organização;
comunicar a informação;
avaliar a informação;
decidir se deve ser tomada uma decisão, ou que decisão tomar; e
influenciar as pessoas para que alterem seu comportamento.
Anthony e Govindarajan (2001) chamam a atenção para o fato de que o
controle gerencial não inclui necessariamente a obrigação de que as decisões
correspondam a um plano, como um orçamento. Os autores esclarecem que
os planos aprovados se baseiam em circunstâncias que, na época de sua
formulação, eram consideradas existentes, dentro e fora da organização. Se as
circunstâncias se tornam diferentes daquelas consideradas nos planos, as
providências planejadas podem perder sua validade. Os autores também
apresentam a posição de que um termostato reage apenas à temperatura
ambiental ajustada, enquanto que ao controle gerencial cabe prever as
condições a serem ajustadas no futuro.
Anthony e Govindarajan (2001) consideram que uma das finalidades do
controle gerencial é assegurar que as ações estratégicas sejam
implementadas, de forma que os objetivos da organização sejam atingidos.
Nas palavras de Bethlem (2004), o controle se inicia com o
estabelecimento de padrões de atuação que serão os parâmetros com os
38
quais serão comparados os resultados atingidos no mundo real. Considera
ainda que a alta administração, em geral, acompanham as diversas ações na
empresa que se relacionam com as estratégias adotadas, verificando se atuam
de forma adequada e próxima do esperado, levando em conta os planos e
programas estratégicos implementados.
Prahalad e Hamel (2005) trazem as percepções de que a competição
pela previsão do futuro é essencialmente uma competição pelo
posicionamento da empresa como líder de movimentos e transformações em
sua indústria. Análise de previsão ambiental possibilita que empresas líderes
controlem a evolução do seu setor e, desse modo, seu próprio destino. Os
autores observam também que o truque é ver o futuro antes que ele chegue.
Gomes e Salas (2001) trazem para a reflexão a visão de que as
empresas, pelo fato de atuarem em ambiente externo caracterizado por grande
instabilidade, complexo e bastante hostil, passaram a perseguir um constante
aperfeiçoamento de seus sistemas de controle com vistas a enfrentar uma
concorrência mais acirrada.
Gomes e Salas (2001) ressaltam que o controle é fundamental para
assegurar que as atividades de uma empresa se realizem da forma desejada
pelos membros da organização e contribuam para a manutenção e melhoria da
posição competitiva e a consecução das estratégias, planos, programas e
operações, alinhados com as necessidades dos clientes. Os autores observam
ainda, que para alcançar este objetivo, a administração se assegura de obter a
informação e influenciar o comportamento das pessoas para atuar sobre as
variáveis internas e externas de que condicionam o funcionamento da
organização.
39
Gomes e Salas (2001) evidenciam as posições sobre algumas
abordagens do controle gerencial, a seguir:
1) Perspectiva Racional – esta concepção se encontra centrada no
estudo dos sistemas de controle e, em especial, da contabilidade de gestão,
como instrumentos explícitos e formalizados cuja implantação, por si mesma,
permite alcançar a eficácia e a eficiência da organização. Esta perspectiva tem
sua origem na escola clássica de Taylor e Fayol, que desenvolveram uma
visão racional e científica da empresa e dos sistemas administrativos que
tiveram uma grande influência na concepção dominante do controle;
2) Perspectiva psicosocial do controle – em oposição à perspectiva
racional, as contribuições psicosociais ao conceito de controle se encontram
associadas à influência das teorias de relações humanas, processamento
humano da informação e teoria de sistemas abertos ; e
3) Perspectiva Cultural – nesta fase a cultura, em seu sentido mais
amplo, pode ser entendida como um mecanismo de depuração que reflete o
meio ambiente e que, quando combinado com personalidade, estabelece
premissas de ação e decisões para os indivíduos dentro de um determinado
grupo cultural. Dessa forma, é vista como uma das forças guiando a tomada de
decisão, em um escopo muito mais abrangente do que o conceito de cultura
organizacional que é referente e peculiar a uma determinada organização.
Gomes e Salas (2001) chamam a atenção para o fato de que o controle
estratégico procura responder a várias questões relevantes:
a) quais são as variáveis-chaves do contexto social e competitivo no
qual opera a organização? Que indicadores permitem identificar estas
variáveis? ;
40
b) como a concorrência está realizando suas operações? Quais são
seus pontos fortes e fracos? e;
c) que mudanças são percebidas no contexto social e competitivo a
curto, médio e longo prazo? Que oportunidades e ameaças são percebidas
neste contexto (setor, mercado, país, sociedade) ?
Anthony e Govindarajan (2001) trazem a opinião de que a lógica para
ligar os controles à estratégia fundamenta-se na seguinte linha de raciocínio:
1) organizações diferentes operam em contextos estratégicos diferentes;
2) para eficaz cumprimento, estratégias diferentes exigem prioridades
de tarefas diferentes, fatores de sucesso diferentes e diferentes capacidades,
perspectivas e comportamentos;
3) sistemas de controle são sistemas de avaliação que afetam o
comportamento das pessoas cujo desempenho está sendo avaliado; e
4) assim, a preocupação constante na elaboração de um projeto de
sistemas de controle implica na premissa de que o comportamento induzido
pelo sistema é consistente com a estratégia.
Anthony e Govindarajan (2001) orientam para o fato de que qualquer
organização – por mais bem alinhada que sua estrutura esteja com a
estratégia adotada – não pode perseguir eficazmente sua estratégia sem um
sistema consistente de controle gerencial. A estrutura organizacional define as
relações de subordinação, a responsabilidade e a autoridade dos executivos,
mas seu funcionamento efetivo depende de um apropriado sistema de
controle.
41
De acordo com Anthony e Govindarajan (2001), diferentes estratégias
empresariais implicam as seguintes diferenças no contexto em que os
sistemas de controle necessitam ser projetados, tais como:
a) à medida que uma empresa se torna mais diversificada, os
executivos da matriz podem não ter conhecimento e experiência significativos
de suas atividades nas várias unidades. Por isso, os executivos de matrizes de
empresas muito diversificadas não podem esperar controlar as diferentes
operações com perfeito conhecimento das atividades; e
b) empresas com uma única atividade e empresas diversificadas dentro
do ramo possuem competências centrais, nas quais são baseadas as
estratégias da maioria das unidades; canais de comunicação e transferência
de competências entre as unidades, portanto são críticas em tais empresas.
Isto significa que, à medida que as empresas se tornam diversificadas, pode
ser conveniente modificar o equilíbrio dos sistemas de controle, passando da
ênfase à cooperação, à ênfase ao encorajamento do espírito empreendedor.
Sá e Moraes (2005) trazem as percepções de que no tocante aos seus
objetivos, os controles podem ser de duas naturezas: operacionais e
estratégicos. Os primeiros são voltados para todos os controles dos atos e
fatos relevantes no dia a dia que não afetam de forma significativa o futuro da
empresa; já os segundos compreendem a avaliação de processos que têm um
potencial de interferir com o futuro da organização. Os controles estratégicos
procuram avaliar os progressos e os desvios observados ao longo da trajetória
da empresa. Os autores acrescentam também, que os controles estratégicos
auxiliam os profissionais responsáveis a acompanhar a execução das ações
que haviam sido preconizadas no planejamento estratégico da empresa.
42
2.3.1. Balanced Scorecard (BSC)
Costa (2006), afirma que as tradicionais medidas contábeis e financeiras
não mais estavam ajudando as empresas, ao contrário elas dificultavam a
criação de valor econômico para o futuro. A autora explica que surgiu então um
projeto, liderado pelos autores do BSC (Kaplan e Norton) que abrangia várias
empresas e que tinha o objetivo de elaborar um novo modelo de medidas de
desempenho. Posteriormente, esse estudo se denominou Balanced Scorecard,
para indicar a característica de equilíbrio (balanceamento) entre medidas de
curto e longo prazo, entre as medidas financeiras e as não financeiras, entre
os indicadores de tendência (leading) e os de ocorrências (lagging) e entre as
perspectivas interna e externa de desempenho.
Portanto, de acordo com Kaplan e Norton, a motivação principal para a
criação dessa metodologia foi buscar indicadores de desempenho empresarial
que superassem as medidas contábeis e financeiras, visto que apenas analisar
estes aspectos, comprometeria a capacidade das empresas em criar valor
econômico para o futuro. Tornava-se necessário escolher indicadores que
mostrassem a criação de valor por meio dos ativos intangíveis e abrangessem
os desempenhos de mercado junto aos clientes, os desempenhos dos
processos internos e pessoas, as inovações e a tecnologia.
Os autores supracitados afirmam que o BSC foi estruturado a partir das
seguintes proposições:
a) O desempenho financeiro, indicador de resultado (lag indicator), é o
critério definitivo do sucesso da organização. A estratégia, descreve como a
43
organização pretende promover o crescimento de valor sustentável para os
acionistas;
b) O sucesso com os clientes-alvo é o principal componente da melhora
do desempenho financeiro. Além de medir por meio de indicadores de
resultado como satisfação, retenção e crescimento o sucesso com os clientes,
a perspectiva de clientes define a proposta de valor para segmentos de
clientes-alvo. A escolha da proposição de valor para os clientes é o elemento
central da estratégia;
c) Os processos internos criam e cumprem a proposição de valor para
os clientes. O desempenho dos processos internos é um indicador de
tendência de geração de melhorias que terão impactos junto aos clientes e nos
resultados financeiros;
d) Ativos intangíveis representam a fonte definitiva de criação de valor
sustentável. Os objetivos de aprendizado e crescimento descrevem como
pessoas, tecnologia e clima organizacional se conjugam para sustentar a
estratégia. As melhorias nos resultados de aprendizado e crescimento são
indicadores de tendência para os processos internos, clientes e desempenho
financeiro; e
e) Os objetivos das perspectivas do BSC se interligam uns com os
outros numa cadeia de relações de causa e efeito. O desenvolvimento e o
alinhamento dos ativos intangíveis induzem a melhorias no desempenho dos
processos, que, por sua vez, impulsionam o sucesso para os clientes e
acionistas.
44
De acordo com essas proposições, foram então criadas quatro
perspectivas para análise do desempenho organizacional: Financeira, do
Cliente, dos Processos Internos e de Aprendizado e Crescimento.
A figura 3 procura evidenciar a relação de causa e efeito entre as
proposições e os indicadores do BSC.
Figura 3 Definindo as relações de causa e efeito da estratégia
45
Fonte: Kaplan e Norton (2000, p.89)
A seguir são tecidas considerações sobre cada uma das perspectivas
do BSC:
2.3.1.1 Perspectiva financeira
No tocante a perspectiva financeira, observa-se que é considerada a
mais importante dentro do processo de causa e efeito, pois é ela que
proporcionará foco para os objetivos e medidas das outras perspectivas do
scorecard, onde todas deverão culminar para a melhoria do desempenho
46
financeiro. Na implantação deste scorecard devem constar os objetivos
financeiros de longo prazo interligados com a seqüência de ações que
precisam ser tomadas em relação aos processos financeiros, dos clientes, dos
processos internos e dos funcionários e sistemas, em prol de se almejar o
resultado planejado. Portanto, a perspectiva financeira possui um papel duplo
que é orientar na estratégia o desempenho financeiro desejado e provir de
referência / meta para todos os outros objetivos e medidas das perspectivas
que compõem o scorecard. Sendo assim, a perspectiva financeira com seus
objetivos, trilha uma linha tênue para a execução de todos os outros objetivos
do processo.
Kaplan e Norton (1997) citam que os objetivos financeiros são
encontrados em cada fase do ciclo de vida de uma organização, priorizando o
estudo de três fases: crescimento, sustentação e colheita. Segundo os autores,
estas três fases refletem e identificam os períodos mais importantes a serem
abordados. Na primeira fase, a de crescimento, os objetivos financeiros
enfatizam o aumento das vendas onde terão foco os níveis de gastos
adequados para o planejamento de produtos e processos, tecnologias,
programas, sistemas, investimento em logística de vendas e distribuição,
habilidades operacionais, capacitação e marketing. Já a segunda fase, a de
sustentação, os objetivos financeiros estão voltados para medidas financeiras
tradicionais como retorno sobre o capital empregado, receita operacional e
margem bruta. E a terceira fase, a de colheita, dá ênfase ao fluxo de caixa.
Kaplan e Norton (1997) evidenciam a importância de se analisar
periodicamente os objetivos financeiros das unidades de negócios, pelo fato de
que se algo em um determinado período de tempo provoque uma mudança
47
súbita, seja por inovação tecnológica, mercadológica ou legislativa, a
estratégia possa ser tranqüilamente alterada ou reafirmada ao passo de
reiterar a sua importância na execução das outras perspectivas.
Kaplan e Norton (1997) chamam a atenção para o fato de que todo
objetivo financeiro faz menção a um longo prazo de retorno financeiro,
lucratividade, fluxo de caixa e outros pontos voltados a uma projeção de
ascensão, porém para uma gestão financeira se demonstrar eficaz, ela deve
apontar também os riscos existentes. Baseado nestes pontos, os autores
evidenciam que toda empresa deve contrabalancear o retorno almejado com
um devido gerenciamento e controle de riscos.
Kaplan e Norton (1997) dizem que no planejamento financeiro, se faz
necessária a abordagem e devida atenção aos temas que orientam a
estratégia empresarial, entre eles: crescimento e mix de receita, redução de
custos e despesas, melhoria de produtividade e utilização dos ativos nas
estratégias de investimentos. O crescimento e mix de receita têm como
objetivo, a expansão de mercados e demanda de clientes e aumento da oferta
de produtos e serviços com mudança do seu mix para itens de maior valor
agregado.
Kaplan e Norton (1997, p.54) observam que:
A medida mais comum de aumento de receita, tanto para as
unidades de negócios na fase de crescimento quanto para aquelas
que se encontram na fase de colheita, são os percentuais de
aumento de vendas e participação de mercado para regiões,
mercados e clientes selecionados.
Kaplan e Norton (1997) mencionam alguns pontos importantes
pertinentes a Crescimento e Mix de Receita, entre eles: Novos Produtos,
Novas Aplicações, Novo Mix de Produtos e Serviços e Nova Estratégia de
Preço. O tema de redução de custos e melhoria de produtividade possui a
48
finalidade de baixar os custos diretos de produtos e serviços, reduzir os custos
indiretos e compartilhar recursos com outras unidades de negócios.
No tocante ao tema sobre a utilização dos ativos Kaplan e Norton (1997,
p.54) expõem que:
Os executivos tentam reduzir os níveis de capital de giro necessários
para sustentar um determinado volume de negócios. Eles se
esforçam também para utilizar melhor a sua base de ativo fixo,
direcionando os novos negócios para recursos até então não
utilizados em sua plena capacidade, tornando mais eficaz a utilização
de recursos escassos e desfazendo-se de ativos que gerem retorno
inadequado sobre seu valor de mercado
Para uma melhor visualização de todos esses processos e ações que
possibilitam a organização da Perspectiva Financeira, verifique a composição
de tabela que contém os pontos de estratégia da unidade de negócios
interligados aos temas estratégicos da empresa, a seguir:
Figura 4 Medição dos temas estratégicos
Aumento e Mix de
Redução de
Custos/Aumento de
Produtividade
Utilização dos Ativos
Temas Estratégicos
49
Receita
Aumento da taxa de
vendas por segmento.
Percentual da receita
gerada por novos
produtos, serviços e
clientes.
Receita/Funcionário
Investimento (percentual
de vendas)
P & D (percentual de
vendas)
Fatia de clientes e contas-
alvo.
Vendas cruzadas
Percentual de receita
gerado por novas
aplicações
Lucratividade por clientes
e linhas de produtos.
Custos versus custos dos
concorrentes
Taxas de redução de custos
Despesas indiretas
(percentual de vendas)
Índices de capital de giro
(ciclo de caixa a caixa)
ROCE por categoria-chave
de ativo
Taxas de utilização dos
ativos
Lucratividade por clientes
e linhas de produto
Percentual de clientes
não-lucrativos.
Custos unitários (por
unidade de produção, por
transação)
Retorno
Rendimento (throughput)
1- CRESCIMENTO
2- SUSTENTAÇÃO
3- COLHEITA
Fonte: Kaplan e Norton (1997,p.55)
Com relação ao interesse no desempenho de curto prazo, por
intermédio da perspectiva financeira, o BSC revela claramente os vetores de
valor para um desempenho financeiro e competitivo superior a longo prazo,
conforme Kaplan e Norton (1997).
Kaplan e Norton (1997) destacam ainda que, dentro da estrutura
organizacional, um dos grandes vilões que geram grande despesa são os
setores administrativos e vendas. Observam também, que quando se pensa
em redução de despesas operacionais estes dois setores são os que
primeiramente são mencionados, entretanto, antes de qualquer definição de
corte, uma análise apurada onde até que ponto a empresa possui capacidade
no atendimento a seus clientes com qualidade e desempenho de modo que
E
S
T
R
A
T
É
G
I
A
D
E
N
E
G
Ó
C
I
O
S
1
2
3
50
uma redução de custos venha desfavorecer a realização de objetivos
importantes nas perspectivas do cliente e dos processos internos. Nesse
sentido, os autores do BSC sugerem ainda que pode ser aplicada uma análise
ABC – Custeio Baseado em Atividades, esclarecendo:
A análise de Custeio Baseado em Atividades propicia essa conexão
entre gastos com recursos indiretos, administrativos e de apoio, as
atividades e os processos de negócios realizados por esse recurso, e
os seu volumes de produção e de serviço. Vista sob essa
perspectiva, a distinção um tanto artificial entre custos diretos e
indiretos dominante em muitas empresas hoje em dia, pode ser
eliminada. ( Kaplan e Norton, 1997, p.60 ).
Um outro aspecto apontado por Kaplan e Norton (1997) seria o de
aumentar ao máximo a eficácia dos recursos indiretos e de apoio, assim
seriam gerados mais clientes, mais vendas, melhores processos e mais novos
produtos, havendo uma maximização da produção de retorno desejado sem
que se houvesse cortes.
2.3.1.2 Perspectiva do Cliente
Com relação à perspectiva do cliente, o conceito implantado no passado
pelas empresas, de que a parte mais importante do processo era a
concentração da capacidade interna, a ênfase no resultado do produto e a
inovação tecnológica apenas bastavam para captar clientes e espaço no
mercado. Tais idéias se mostraram com o tempo, tendências completamente
ultrapassadas e equivocadas. Uma empresa nos dias de hoje, deve partir
primordialmente da identificação dos segmentos de clientes e mercados pelos
quais deseja competir. Depois deverá alinhar produtos e serviços às
necessidades dos clientes na busca de captação, fidelidade, satisfação,
retenção e por fim lucratividade.
51
Porém, para se obter um bom desenvolvimento financeiro a longo prazo
é necessário estar sempre em constante interação com clientes, de forma que
unidades de negócios precisam oferecer produtos e serviços que possam estar
sempre encantando e suprindo estes. De acordo com Kaplan e Norton (1997)
com o Balanced Scorecard, a empresa na Perspectiva do Cliente tem que
traduzir suas declarações de missão e estratégia com objetivos específicos no
mercado e clientes.
Empresas que tentam ser tudo para todo o mundo, normalmente
acabam não sendo nada para ninguém. As empresas precisam
identificar os segmentos de mercado em suas populações atuais e
potenciais de clientes, e depois selecionar os segmentos nos quais
preferem atuar. A identificação das propostas de valor dirigidas a
esses segmentos específicos é o segredo para o desenvolvimento de
objetivos e medidas nas Perspectivas dos Clientes. (Kaplan e
Norton, 1997, p. 68 )
Portanto, após a definição de clientes, mercados e objetivos
específicos a cumprir pela empresa, devem-se transmitir com significado a
importância e a necessidade destes valores a todos os segmentos da
organização na intenção de promover integração na busca de resultados. À
medida que estes fatores se tornam mais claros para as organizações, estas
passam a encarar como investimento não só aquele feito em ativo físico, bem
como aquele realizado em ativos intangíveis, na visão de Resende (2003).
Partindo do princípio de que clientes não são homogêneos, torna-se
necessária uma pesquisa minuciosa de mercado, segundo Kaplan e Norton
(1997). Dessa forma, os autores defendem que, com esta visão, se consegue
obter as preferências dos diferentes segmentos de mercado e clientes, unindo-
se a isso, as dimensões de preço, qualidade, funcionalidade, imagem,
reputação, relacionamento e serviço. Os autores complementam que ao
considerar estes itens, a empresa terá dados que serão fundamentais para
52
tomada de decisão e criação da estratégia, citando, ainda, a existência de
algumas empresas que vão de encontro à escolha de cliente ou mercado a se
trabalhar, com o argumento de se tentar a satisfação do maior número e tipo
de clientes possível. Os autores também trazem a posição de que tal postura
das empresas se encontra completamente equivocada, ressaltando: “Essa
abordagem corre o risco de não atender a ninguém. A essência da estratégia
não é apenas escolher o que fazer ; ela exige também que se escolha o que
não fazer”.
Nickols (2000) evidencia que os clientes são todos aqueles que uma
organização atende. Observa que os clientes representam as fontes de receita
para atingir os objetivos financeiros da empresa. Explica que é necessário que
as empresas identifiquem os segmentos de clientes e mercados nos quais
desejam competir, alinhando medidas essenciais de resultados relacionadas
aos clientes – satisfação, fidelidade, retenção, captação e lucratividade – com
segmentos específicos de clientes e mercado, de acordo com a posição de
Kaplan e Norton (1997).
Kaplan e Norton (1997) dizem que, após a identificação e focalização
dos segmentos de mercado, a empresa deve se atentar para objetivos e
indicadores específicos que a oriente para o atingimento das Perspectivas dos
Clientes. Dessa forma, os autores esclarecem que geralmente as empresas
adotam dois conjuntos de medidas: as essenciais, que a maioria das empresas
utilizam por isso caracterizadas como Grupo de Medidas Essenciais e as
medidas com vetores de desempenho. As medidas a seguir aparecem na
maioria dos Balanced Scorecards adotados pelas empresas e são
responsáveis por medir resultados essenciais dos clientes, tais medidas
53
podem ser relacionadas em uma cadeia formal de causa e efeito, sendo
adaptadas para cada tipo de negócio em um grupo específico de clientes,
visando obter um maior crescimento e lucratividade. Sendo assim, Kaplan e
Norton (1997), apresentam as abordagens:
a) Participação de mercado e de conta - neste segmento é mencionada
a necessidade de se conhecer o cliente ou segmento de mercado desejado a
se trabalhar, desta forma possibilita-se a empresa obter o domínio da compra
de produtos ou serviços de determinados clientes tornando-se competitiva na
fatia de mercado escolhida;
b) Retenção de clientes – esta parte do processo é de extrema
importância, é nela que se demanda um trabalho prolongado de identificação e
conhecimento do cliente-alvo, o que permite a execução de estratégias de
retenção de clientes, através da atualização contínua de informações como
tendências dos clientes e preferências. Os autores citam ainda que, com este
processo, as empresas além de manter seus clientes, medem também a
fidelidade destes pelo percentual de crescimento dos negócios por eles
realizados;
c) Captação de clientes – neste segmento, com o objetivo da empresa
de expansão de mercados, necessita-se da captura de novos clientes do
segmento-alvo. Para medir este aumento, utiliza-se a medição pelo número de
novos clientes ou pelo volume total de vendas. Nesse sentido, os autores do
BSC chamam a atenção para a importância de se medir o custo de captação
por cliente, e a relação entre a receita gerada pelos novos clientes e volume de
contatos de venda ou por valor gasto na captação;
54
d) Satisfação do cliente – neste segmento a visão é de que a satisfação
do cliente é o que contribui para o atingimento dos dois pontos anteriores a
Retenção e a Captação do cliente. Ela é a responsável pelo nível de
desempenho da empresa através de medições feitas por constantes trabalhos
de pesquisa fornecendo feedback. É necessário, portanto, que se crie a
concepção de que nunca a satisfação do cliente deva ser subestimada e para
medir isto, deve ser aplicada pesquisa técnica de opinião no intuito de
promover melhorias contínuas; e
e) Lucratividade de Clientes - das cinco medidas essenciais dos
clientes, esta atua como mais importante, porque é responsável em medir o
êxito de todas as outras quatro, podendo com isso, proporcionar a geração de
um cliente lucrativo. Nesse sentido, Kaplan e Norton (1997, p. 76) ainda
analisam que:
Como a satisfação dos clientes e a alta participação de mercado são,
por si sós, apenas um meio para obtenção de melhores resultados
financeiros, as empresas terão que medir o volume de negócios
realizados com seus clientes e também a lucratividade desses
negócios, particularmente nos segmentos-alvo. Os sistemas de
custeio baseado em atividades, permitem que as empresas meçam a
lucratividade individual e agregada. As empresas precisam de algo
mais que clientes felizes e satisfeitos; elas necessitam de clientes
lucrativos. Uma medida financeira, como a lucratividade de clientes,
ajuda a evitar que as empresas voltadas para os clientes se tornem
empresas obcecadas pelos clientes.
Kaplan e Norton (1997) apresentam a Perspectiva dos Clientes, a seguir:
Figura 5 Perspectiva do Cliente – Medidas Essenciais
Participação
de
Mercado
55
Participação de
Mercado
Reflete a proporção de negócios num determinado mercado (em
termos de clientes, valores gastos ou volume unitário vendido).
Captação de Clientes
Mede, em termos absolutos ou relativos, a intensidade com que
uma unidade de negócios atrai ou conquista novos clientes ou
negócios.
Retenção de Clientes
Controla, em termos absolutos ou relativos, a intensidade com que
uma unidade de negócios retém ou mantém relacionamentos
contínuos com seus clientes.
Satisfação dos Clientes
Mede o nível de satisfação dos clientes de acordo com critérios
específicos de desempenho dentro da proposta de valor.
Lucratividade dos
Clientes
Mede o lucro líquido de cliente ou segmentos, depois de deduzidas
as despesas específicas necessárias para sustentar esses
clientes.
Fonte: Kaplan e Norton, 1997, p.72
2.3.1.3 Perspectiva dos Processos Internos
Esta premissa é formulada após as perspectivas financeiras e dos
clientes e é responsável por complementar as medidas financeiras com
Lucratividade
dos
Clientes
Satisfação
dos
Clientes
Retenção
de
Clientes
Captação
de
Clientes
56
medidas de qualidade, produção, produtividade e ciclo. Sendo assim, Kaplan e
Norton (1997,p.98) também recomendam que:
Para o Balanced Scorecard os executivos definem uma cadeia de
valor completa dos processos internos que tenha início com o
processo de inovação – identificação das necessidades atuais e
futuras dos clientes e desenvolvimento de novas soluções para
essas necessidades - , prossiga com os processos de operações
entrega dos produtos e prestação dos serviços aos clientes
existentes – e termine com o serviço pós-venda – oferta de serviços
pós venda que complementem o valor proporcionado aos clientes
pelos produtos ou serviços de uma empresa.
Kaplan e Norton (1997) evidenciam a Perspectiva dos Processos Internos, na
figura 6 , a seguir:
O Modelo da Cadeia de Valores Genérica.
Fonte: Kaplan e Norton, 1997, p.102.
Kaplan e Norton (1997) trazem para a reflexão, a posição de que os
objetivos e medidas para a perspectiva dos processos internos derivam de
estratégias explícitas voltadas para o atendimento às expectativas dos
acionistas e cliente-alvo. Os autores observam que empresas migram de
antigos hábitos para novas tendências. No passado se preocupava somente
com mensurações e variações financeiras para se estabelecer medidas de
avaliação e controle, hoje se utilizam outros caminhos para transformar
radicalmente a atuação da empresa diante dos clientes e acionistas,
Identificação
das
Necessidade
s dos
Clientes.
Identificar
o
Mercado
Idealizar
Oferta de
Produto/
Serviço
Gerar
Produtos/
serviços
Entregar
Produtos/
Prestar
Serviços
Serviços
aos
Clientes
Satisfação
das
Necessidade
s dos
Clientes
Processo de
Inovação
Processo de
Operações
Processo de
Serviço Pós-
57
configurando uma cadeia de valores dos processos internos que possui três
processos principais: inovação, operações e serviço pós-venda.
Kaplan e Norton (1997) chamam a atenção para o fato de que com o
objetivo de criar valor para seus clientes e de produzir resultados financeiros,
as empresas utilizam recursos específicos de acordo com o segmento da
empresa produto ou serviço e público-alvo. Nesse sentido, os autores citam
alguns itens que são inevitáveis para a consecução dos seus objetivos, a
seguir:
a) Inovação - esta parte do processo é uma das mais importantes da
cadeia, anteriormente pouco valorizada pelas empresas, hoje vista como fator
de sustentação e não como elemento básico do processo da criação de valor.
Este fator é composto de dois elementos o primeiro, a identificação do
tamanho de mercado através de pesquisas que sinalizam novos clientes e
suas tendências, e o segundo passo o de projetar e criar produtos e serviços
que supram e superem as necessidades dos novos-clientes. Kaplan e Norton
(1997,p.105) identificam ainda que as empresas devem:
Realizar pesquisas básicas para desenvolver produtos e serviços
radicalmente novos, que agreguem valor aos clientes; Realizar
pesquisas aplicadas para explorar as tecnologias existentes a fim de
criar a próxima geração de produtos e serviços; Tomar iniciativas
focalizadas de desenvolvimento para lançar novos produtos e
serviços no mercado.
b) Operações - este processo possui um ciclo que se inicia com uma
ordem / pedido do cliente e finaliza com a entrega do produto ou prestação do
serviço em uma rotina constante. Atualmente, alguns itens que antes se
tornavam até dispensáveis, surgem hoje como fundamentais na execução do
processo, tais como: a qualidade; tempo de ciclo e custo dos processos
58
operacionais. Estes foram agregados ao longo do tempo pela forte influência
da implementação da GQT – Gestão da Qualidade Total nas empresas.
Sendo assim, Kaplan e Norton (1997, p.110) observam também que:
Tradicionalmente, esses processos eram monitorados e controlados
por medidas financeiras, como custos-padrão, orçamentos e
variações. Com o tempo, entretanto, o foco excessivo em medidas
financeiras estreitas como eficiência da mão-de-obra, eficiência do
maquinário e variações dos preços de compra deram origem a ações
totalmente disfuncionais : ocupar a mão-de-obra e as máquinas com
o acúmulo de estoques não relacionados a pedidos dos clientes, e
mudar de fornecedores em busca de preços mais baixos ( mas
ignorando os custos dos pedidos de alto volume, a má qualidade, os
prazos de entrega incertos, além de processos de pedidos,
recebimento, faturamento e cobrança desconexos entre fornecedores
de baixo preço e o cliente.
c) Pós-venda - esta é a parte final dos processos internos na cadeia de
valor, atuando como responsável, segundo Kaplan e Norton (1997) na garantia
do conserto, correção de defeitos e devoluções, processamento dos
pagamentos, como a administração de cartões de crédito. Os autores citam,
ainda, que se deve oferecer primordialmente a rapidez e confiança no seu
serviço a seus clientes, em busca de minimizar transtornos ocasionados,
utilizando-se esta abordagem como diferencial competitivo no mercado.
2.3.1.4 Perspectiva do Aprendizado e Crescimento
Busca desenvolver objetivos e medidas para orientar o aprendizado e o
crescimento organizacional. Nesse sentido, se destaca novamente a
importância dos ativos intangíveis dentro do processo organizacional, na
criação de valor sustentável. Sendo assim, Kaplan e Norton (2004) ressaltam a
grande dificuldade de se gerenciar esses ativos e questionam como gerenciar
aquilo que não pode ser medido. Para os autores, esta última perspectiva, a de
aprendizado e crescimento, possue uma grande importância, a de atuar no
alinhamento desses ativos com a estratégia da organização.
Kaplan e Norton (2004, p.216) evidenciam ainda que:
59
Os ativos intangíveis não deveriam ser medidos pelo dinheiro gasto
em seu desenvolvimento nem por análises independentes sobre
capacidades e contribuições de ativos de Recursos Humanos e de
Tecnologia de Informação. O valor desses itens decorre da
efetividade do seu alinhamento com as prioridades da organização e
não do quanto valem isoladamente. Quanto mais estreito for o
alinhamento dos ativos intangíveis com a estratégia, maior será o
seu valor para a organização.
Segundo Rezende (2003) a perspectiva de aprendizado e crescimento
proporciona a identificação dos ativos intangíveis necessários ao exercício
pleno das atividades organizacionais e das relações com os consumidores. As
medidas retratadas nesta perspectiva, servem de vetores de excelência para
as demais perspectivas do BSC e acrescenta que:
A gestão do conhecimento é a mola-mestra das ações de
aprimoramento das iniciativas estratégicas cobertas por essa
perspectiva: é a partir da criação do conhecimento que se torna
possível inovar e atingir vantagens competitivas; é a partir do
compartilhamento que se acelera a conversão do conhecimento
tácito em conhecimento explícito; é a partir da codificação que a
repetição em conformidade torna-se possível; e é a partir da difusão
que o conhecimento repercute no comportamento organizacional.
( Rezende, 2003, p.103 ) .
Kaplan e Norton (1997) trazem para a reflexão a posição de que quando
se mencionam os ativos intangíveis, deve-se relacionar a tudo o que não pode
ser percebido ou medido, já no ambiente organizacional se relaciona a alguns
personagens:
a) O Capital Humano – hoje, esse capital dentro da organização possui
um papel diferente da idéia de funcionário das antigas organizações. Ele
possui, na atualidade, o papel de colaborador, aquele que contribui em alguma
parcela dos processos, processos esses que possuem a cada dia, mais
contribuições dos funcionários que permitem melhorar as idéias relacionadas
aos clientes por estarem na linha de frente. Pelo fato das empresas terem
notado a importância que esta colaboração agrega no processo, passou-se a
60
adotar então três medidas essenciais: Satisfação, Retenção e Produtividade
dos funcionários, sendo que: a primeira tem o objetivo de medir a satisfação
dos funcionários junto à empresa, pois esta, reconhece que a motivação do
funcionário e seu ânimo com o emprego são aspectos hoje considerados
altamente importantes na maioria das organizações. Os autores citam ainda, a
importância da sua utilização como recurso de pesquisas anuais ou contínuas
que mantém a empresa devidamente informada; a segunda medida contém o
objetivo de reter junto à empresa aquele funcionário no qual ela tem interesse
de investir, tornando-o capital intelectual com valores e conhecimento dos
processos organizacionais, agregando valor à organização. Esta medida se
utiliza do percentual de rotatividade de pessoas-chave para tecer o nível de
retenção; já a terceira e última medida tem o objetivo de mensurar o resultado
do impacto agregado da elevação do nível de habilidade e do moral dos
funcionários. A produtividade pode ser movida pela inovação, melhoria dos
processos internos e pela satisfação do cliente;
b) Capital da Informação – se faz necessariamente importante para a
consecução das estratégias das perspectivas dos clientes e dos processos
internos. Porém estas perspectivas não são supridas efetivamente somente
com motivação e habilidades dos funcionários, atualmente torna-se necessário
a utilização constante de sistemas de informação e tecnologia, os quais dão
suporte e agregam valor ao processo, no que tange a um feedback rápido de
dados, armazenamento de banco de dados com informações cadastrais de
clientes, assistência na produção e com fornecedores, e rapidez em
redesenhar ou na reengenharia de um processo através de informações
estratégicas disponíveis.
61
Sendo assim, os autores do BSC esclarecem que tanto o capital
humano quanto o capital da informação devem ser gerenciados para se alinhar
com a estratégia. Nesse sentido, Kaplan e Norton (2004, p.255) acrescentam
ainda que:
O capital da informação é a matéria-prima para a criação de valor na
nova economia. O capital da informação, composto de sistemas,
bancos de dados, bibliotecas e redes fornece informações e
conhecimentos à organização.
c) Capital Organizacional – esse capital necessita de algumas
características para obter êxito organizacional: a motivação, empowerment e
alinhamento dos funcionários à estratégia. Dessa forma, Kaplan e Norton
(1997, p.142) complementam também que:
Mesmo funcionários habilitados, que dispõem de excelente acesso
às informações, não contribuirão para o sucesso organizacional se
não forem motivados a agir no melhor interesse da empresa, ou se
não tiverem liberdade para decidir ou agir. Por isso, o terceiro vetor
dos objetivos de aprendizado e crescimento focaliza o clima
organizacional para motivação e a iniciativa dos funcionários.
Kaplan e Norton (1997) chamam a atenção para o fato de que a
empresa, portanto, deve motivar seus funcionários por intermédio do
empowerment, baseando-se na cooperação envolvendo todos na organização,
possibilitando autonomia e reconhecimento pela implementação de sugestões
e melhorias, devendo promover também o alinhamento individual do
funcionário com os objetivos da empresa articulados no BSC.
Kaplan e Norton (2004) trazem para a reflexão, a visão de que quando
componentes da perspectiva de aprendizado e crescimento – capital humano,
capital da informação e capital organizacional – estão alinhados com a
estratégia, a empresa desfruta de alto grau de prontidão: ela tem a capacidade
de mobilizar e sustentar o processo de mudança necessário para executar sua
estratégia. A prontidão da organização é grande quando:
62
a) As capacidades do capital humano nas funções estratégicas estão
estreitamente alinhadas com os temas estratégicos;
b) O capital da informação fornece infra-estrutura vital e aplicações
estratégicas de Tecnologia da Informação que complementam o capital
humano para a promoção de desempenho notável dos temas estratégicos; e
c) Cultura, liderança, alinhamento e trabalho em equipe reforçam as
mudanças no clima organizacional, necessárias para a execução da estratégia.
Segundo Steele (2001), o BSC está sendo implementado em 40% das
empresas norte americanas. No Brasil, a aplicação da BSC ainda é muito
limitada. De acordo com pesquisas da Fundação Dom Cabral (França Júnior,
2001), de noventa das maiores empresas brasileiras citadas pela revista
EXAME, pelo menos vinte delas já trabalham com o BSC. Destacam-se
algumas empresas, tais como: a EMBRAPA, a Suzano (empresa de papel e
celulose) e, também a Alcoa Brasil.
Na visão de Mooraj et al
(1999),
as organizações, embora utilizem um
processo similar para implementação do BSC, produzem diferentes medidas e
diferentes papéis para o BSC, de acordo com o desenvolvimento da empresa e
sua posição competitiva. Na Europa, as organizações estão utilizando o BSC
com destaque no planejamento estratégico, ao invés de evidenciar o controle.
O BSC é utilizado, também, como uma ferramenta para encorajar os gerentes
a pensar estrategicamente sobre a organização e seu futuro.
2.4 Estratégia Empresarial e o Balanced Scorecard ( BSC)
Segundo Ruas (2003) a ligação entre missão, visão e estratégia da
organização é realizada por intermédio de ações gerenciais consoante com as
63
diretrizes aprovadas pela Diretoria, e alinhadas com as quatro perspectivas do
BSC.
Basso e Pace (2003) trazem para reflexão a questão de que “A
formulação de grandes estratégias é uma arte..., mas sua descrição não o é”.
Dessa forma, a estratégia descrita numa forma mais disciplinada pode
aumentar a probabilidade de sucesso na sua implementação, de acordo com a
opinião de Kaplan e Norton (2000), sendo importante também para a atuação
do BSC.
Kaplan e Norton (2000) afirmam que é estreita a relação entre a
estratégia e o BSC, e sobre isso tecem as seguintes observações:
a) definem que a essência da estratégia é a seleção e condução de
processos de forma a diferenciar-se da concorrência. Para isto o BSC
desenvolve a estratégia, tendo como ponto de partida o movimento atual da
organização para uma posição futura almejada, deslocando a empresa
hipoteticamente para a construção da estratégia. Este efeito é proporcionado
por uma série de relações de causa e efeito explícitos testados. A chave para a
implementação da estratégia é a compreensão da hipótese subjacente por
todos na organização, como também o alinhamento dos recursos com as
hipóteses, o teste contínuo das hipóteses e sua adaptação em tempo real,
conforme as necessidades;
b) consideram que tão importante quanto a formulação da estratégia, é
a sua implementação. De acordo com resultados obtidos em pesquisa, os
autores do BSC constataram que há um alto índice de estratégias não
concretizadas em empresas, cerca de 70 a 90%, e isso decorre de
implementações mal conduzidas. Sendo assim, entendem que as dificuldades
64
na implementação de estratégias que, por diversas vezes, se apresentavam
bem formuladas, originavam-se nas ferramentas empregadas para seu
controle;
c) chamam a atenção para a diferença do BSC para outras
ferramentas de apoio à formulação de estratégias, que é a construção de
relações de causa e efeito entre atividades-chave, visando ao atingimento de
resultados de longo, médio e curtos prazos que correspondam às expectativas
dos acionistas, clientes, sociedades e aprendizado. Esta abordagem não
coloca os resultados financeiros como primeiro plano e, sim, como
conseqüência de um conjunto de atividades que, agrupadas, proporcionarão
retorno e sustentabilidade aos negócios em longo prazo;
d) destacam que o BSC complementa as medidas financeiras do
desempenho passado com medidas de vetores (drivers) impulsionando o
desempenho futuro. A estratégia de uma organização descreve como ela
pretende criar valor para os seus acionistas, clientes e cidadãos, e é o ponto
de partida para a elaboração dos indicadores do BSC; e
e) ressaltam que o BSC cria um contexto adequado para que as
decisões relacionadas com as operações cotidianas possam ser alinhadas
com a estratégia e a visão organizacional, permitindo divulgar a estratégia,
promover o consenso e o espírito de equipe, integrando as partes da
organização, criando uma sistemática para catalisar esforços e motivar as
pessoas em todas as dimensões do negócio.
Segundo Chow (1997), a principal vantagem do BSC é colocar a
estratégia, a estrutura e a visão no centro do foco gerencial. Outra vantagem,
é que esta abordagem enfatiza uma combinação integrada de medidas de
desempenho tradicionais e não tradicionais, mantendo a administração
focalizada no processo inteiro do negócio. Além disso, ajuda a assegurar que o
desempenho operacional correto e atual está alinhado com estratégia de longo
prazo e valores dos clientes. Deste modo, o BSC auxilia na manutenção do
equilíbrio entre a construção de habilidades competitivas de longo alcance e o
reconhecimento da atenção dos investidores em relatórios financeiros que, no
contexto da estratégia competitiva, significa criar valor futuro através do
investimento em clientes, fornecedores, empregados, processos, tecnologia e
inovação.
Na opinião de Kaplan e Norton
(2000b),
muitos executivos, ao tentarem
implementar a estratégia do negócio, fornecem aos empregados, apenas
algumas descrições limitadas sobre o que deveriam fazer e por que aquelas
tarefas são importantes. Sem informações
mais
claras, ou detalhadas é quase
impossível colocar a estratégia em execução.
É
preciso utilizar ferramentas
que auxiliem a comunicar tanto a estratégia, quanto os processos e sistemas
que ajudarão na sua implementação. O papel dos mapas estratégicos do BSC
é, justamente, fornecer uma representação visual dos objetivos críticos da
companhia e os principais relacionamentos entre eles que dirigem o
desempenho organizacional. Além disso, mostram as relações de causa-e-
efeito pelas quais as melhorias específicas criam os resultados desejados.
65
Neely et al (2000a) observam que embora não restem dúvidas de que
o BSC seja uma valiosa ferramenta para a medição do desempenho
estratégico, sua adoção é limitada considerando que significa um sistema.
Explicam ainda, que Kaplan e Norton (1997) sugerem algumas áreas em que
as medidas de desempenho poderão ser úteis, porém fornecem pouca
orientação sobre como identificar as medidas apropriadas, como introduzi-las e
utilizá-las tendo como foco a gestão dos negócios nas Organizações.
Norreklitt (2000) afirma que o BSC está focalizado no comprometimento
externo, que motiva os empregados a focalizar sua atenção no que deve ser
medido. Ressalta, ainda, que é importante enraizar nos empregados o
comprometimento interno, já que este contribui para que as medidas sejam
realizáveis. Considera que é fundamental na adoção da metodologia do BSC a
utilização da linguagem dos empregados, uma vez que o seu principal objetivo
é comunicar a estratégia por toda a organização.
Kaplan e Norton (2004) chamam a atenção para o fato de que,
atualmente, todas as organizações criam valor sustentável por meio da
alavancagem de seus ativos intangíveis – capital humano; bancos de dados e
sistemas de informação; processos de alta qualidade, sensíveis às
necessidades dos clientes, relacionamentos com os clientes e gestão de
marcas; recursos de inovação e cultura.
Entendem também os autores do BSC, que cada organização reage de
maneira distinta frente aos seus desafios, destacando cinco princípios comuns
a todas elas, denominados de “princípios da organização”, a seguir:
1)Traduzir a estratégia em termos operacionais – trata sobre o
alcance do resultado esperado por meio de se explorar melhor as capacidades
66
e os ativos tangíveis e intangíveis já inseridos e existentes na organização.
Sendo assim, segundo os autores, a implantação desta nova sistemática
corresponde à estratégia da empresa, que combina os recursos e as
capacidades internas na criação de proposições de valor sem igual para os
clientes e segmentos de mercado almejados. Observam também, que o BSC
ministra um referencial que permite de maneira coerente e imaginosa a
descrição e transmissão da estratégia, fato este decisivo para implementá-la,
pois não se consegue atuar naquilo que não se consegue descrever ou apurar;
ao contrário do que acontece na área financeira que possui uma infinidade de
demonstrativos, controles e balanços que a qualquer tempo servirão de
referenciais para o plano de desempenho financeiro. Citam, ainda, que o
referencial adotado para a avaliação de desempenho será o “mapa
estratégico” uma ferramenta que fornece um retrato do sistema gerencial
estratégico. O mapa estratégico mostrará como o ativo intangível que até
então não era computado financeiramente, tornar-se-á um resultado financeiro
tangível;
2) Alinhar a Organização à Estratégia – representa uma das fases mais
importantes para o todo, no que tange na adequação desta parte do processo.
Conforme Kaplan e Norton (2000), a sinergia é a meta mais abrangente do
processo organizacional, pois dentro de uma organização, existem vários
setores e segmentos e estes, por sua vez, possuem suas sub-divisões cada
qual com suas próprias estratégias. Para que se obtenha um resultado de
desempenho favorável é necessário que haja uma integração que interligue as
atividades da corporação. Os autores observam que este ponto costuma
transcorrer muito facilmente na teoria da estratégia, mas quando é levada à
67
prática, vai-se de encontro aos conflitos como os de linguagem, cultura e
conhecimento pertinentes a cada especialidade setorial dentro da empresa,
sendo identificado importantes obstáculos à implementação da estratégia. É
preciso, portanto, transpor este obstáculo, dando foco à estratégia de maneira
clara, que ultrapasse a setorização garantindo que o todo exceda a soma das
partes;
3) Transformar a Estratégia em tarefa de todos – nesta fase se torna
necessário que a estratégia a ser implementada seja difundida para a equipe
operacional. A organização terá o papel de educar e comunicar os seus
funcionários sobre os conceitos e a importância da estratégia a ser implantada.
Os criadores BSC pontuam que algumas empresas apresentam receio em
disseminar a sua estratégia para toda a organização, justificando-se pelo fato
de haver possíveis vazamentos de informações secretas e valiosas a
empresas concorrentes. Contudo, este impasse, com o tempo, acaba sendo
descartado pelo fato das empresas constatarem de que nada adianta obter um
conhecimento sem que se saiba empregá-lo corretamente, de acordo com
Kaplan e Norton (2000);
4) Converter a Estratégia em Processo Contínuo - enfatiza um passo
muito importante dentro da implantação da estratégia, o de tornar este
processo contínuo e garantir que haja uma concentração na revisão do
desempenho onde se confrontem variações entre o orçado e o obtido,
gerando, uma análise para criação de planos de ação para monitorar e corrigir
as discrepâncias, ou seja, é preciso que a gestão tática se torne algo
imprescindível dentro da organização e para isso, faz-se necessário que
discussões e abordagens estratégicas passem a constar dos programas e
68
agendas executivas, espaço que eram preenchidos somente em torno de
planos de orçamento e operacional. Pontuam Kaplan e Norton ( 2000), que as
organizações voltadas para estratégia deverão possuir uma abordagem
diferente. Os autores completam também que as empresas bem sucedidas na
implantação do BSC passam a executar um processo de gerenciamento
estratégico, trata-se de um processo de “loop duplo” que é responsável por
integrar o gerenciamento tático (orçamentos financeiro e avaliações mensais) e
o gerenciamento estratégico em um único processo ininterrupto e contínuo.
Observam ainda os autores, que com o passar do tempo, as organizações
compreenderão a importância desta interligação das forças gerenciais e, a
partir daí, perceberão a necessidade de planejar dois tipos de orçamentos, o
estratégico e o operacional, ambos projetados com iniciativas de desempenho
e financeiro a longo prazo, com implementação de reuniões gerenciais simples
periódicas que terão linguagem focada e alinhada para os orçamentos,
diferente de se esperar pelo ciclo orçamentário do próximo ano como era
executado antigamente; e
5) Mobilizar a Mudança por meio da Liderança Executiva – nesta fase é
mencionado que para obter-se êxito é necessário primordialmente que, o topo
da organização atue com liderança, exercendo papel vibrante em constante
cotejo com os resultados obtidos, caso contrário as mudanças não
conseguirão ser de fato implementadas. A organização passará na
implementação do BSC por algumas, sendo que elas desenrolar-se-ão no
período de dois a três anos. Dentre elas a de maior importância, diz respeito
ao momento no qual é disseminada para toda a organização a necessidade de
mudança, onde líderes atuarão de forma a descongelá-la. Ressaltam ainda
69
Kaplan e Norton (2000), que uma mudança revolucionária deverá se iniciar no
topo da organização onde deverão ser implantadas algumas ações: a primeira
seria a infusão do senso de urgência, a segunda uma coalizão orientadora e a
terceira o desenvolvimento da visão e estratégia. Estas três ações segundo os
criadores do BSC, foram apontadas com maior ênfase nas empresas que
obtiveram êxito na implantação da sua estratégia.
Kaplan e Norton (2004), chamam a atenção para o fato de que o BSC
permite decompor a estratégia em vários temas específicos relacionados com
prioridades de longo e curto prazo. Os temas estão focalizados em criação de
valor em algumas categorias, tais como:
a) ampliar os negócios da organização – criando valor por meio do
desenvolvimento de novos produtos e serviços e penetração em novos
mercados e segmentos de clientes;
b) aumentar o valor para o cliente – expandindo, aprofundando ou
redefinindo os relacionamentos com os clientes atuais por intermédio de ciclos
múltiplos de venda;
c) excelência profissional – criando valor por meio da produtividade
interna e da gestão da cadeia de suprimento, que permita produção e entrega
dos produtos e serviços existentes; e
d) cidadania – significa administrar os relacionamentos com grupos de
interesses externos e legitimadores, particularmente em setores sujeitos a
regulamentação e ou risco ambiental.
Kaplan e Norton (1997) apresentam a visão de que o BSC reflete o
conjunto de objetivos das unidades de negócios nas Empresas, além das
medidas financeiras sumarizadas. Os autores esclarecem que os executivos
70
podem avaliar até que ponto suas unidades de negócios geram valor para os
clientes atuais e futuros, e como devem aperfeiçoar as capacidades internas e
os investimentos necessários em pessoal, sistemas e procedimentos visando
melhorar o desempenho futuro.
Kaplan e Norton (2004) observam a questão de que o BSC possibilita
uma avaliação que engloba também o resultado das ações passadas,
impulsionando o desempenho futuro por meio de conjuntos de indicadores
operacionais relacionados: com a satisfação dos clientes, com os processos
internos e com a capacidade de aprender a melhorar. Ressaltam, ainda, que o
BSC é muito mais que um método eficaz de mensuração do desempenho,
tornando-se um sistema gerencial capaz de motivar melhorias em áreas
críticas como produtos, processos, clientes e mercados, com base em
experiências realizadas em diferentes organizações que estão implementando
o BSC.
Outro aspecto relevante a ser considerado no entendimento de Kaplan e
Norton (2000), é que o BSC fornece um referencial poderoso para que as
unidades de negócio das empresas descrevam e implementem as suas
estratégias. No entanto, a organização focalizada na estratégia requer mais do
que cada unidade de negócio usando seu próprio balanced scorecard. Os
autores observam também que é imprescindível gerenciar a estratégia,
destacando ainda que a maioria das organizações consiste de muitas unidades
de negócios diferentes, assim como de unidades de serviço compartilhado.
Kaplan e Norton (2000) dizem que para obter o máximo de eficácia, as
estratégias e os scorecards de todas as unidades de negócio devem estar
alinhados e conectados uns aos outros. As conexões entre os scorecards
71
possibilitam o gerenciamento de unidades de serviço compartilhado e de
unidades de negócios descentralizadas dentro de uma única entidade
corporativa. Os autores se referem a essas conexões como “arquitetura
estratégica” da organização, pois descrevem como a organização cria
sinergias por meio da integração das atividades de unidades, que do contrário
seriam segregadas e independentes.
Costa (2006) entende que as implementações do BSC, não se
restringiram a utilizá-lo como um sistema para medição e avaliação de
desempenho, como também para comunicar as estratégias e a elas alinharem
as empresas.
Bethlem (2004), apresenta a posição de que o BSC se propõe a medir a
atuação de uma empresa decorrente de suas estratégias. Ressalta, ainda, que
a avaliação após a execução das ações preconizadas pelo plano estratégico
será a verdadeira medida de eficácia da (s) estratégias (s) adotadas (s).
Herrero (2005), sintetiza que o BSC pode ser entendido de uma forma
mais objetiva, em duas dimensões: é um sistema de gestão que traduz a
estratégia de uma empresa em objetivos, medidas, metas e iniciativas de fácil
entendimento pelos participantes da organização; e é uma ferramenta
gerencial que permite capturar, descrever e transformar os ativos intangíveis
de uma organização em valor para os stakeholders.
Fernandes (2006) traz para a reflexão, a percepção de que o BSC
contribui na área de recursos humanos, na perspectiva de aprendizado, pois
identifica a infra-estrutura de que a empresa deve construir para gerar
crescimento e melhoria a longo prazo, com a seguinte composição:
capacitação dos empregados; sistemas de informações de capacitações; e
72
motivação, empowerment e alinhamento. No que concerne ao desempenho
futuro, reporta-se ao pensamento de Kaplan e Norton, ao proporem a
perspectiva de inovação e aprendizagem, sendo evidenciada a idéia de que as
organizações devem monitorar os fatores que sustentarão o desempenho no
médio e longo prazo.
Fernandes (2006) observa ainda que as conseqüências adversas de
tentativas reiteradas em alavancar as capacidades de empregados, de
sistemas e da organização não aparecem no curto prazo. Evidencia ainda que
as organizações devem investir em sua infra-estrutura – pessoas, sistemas e
procedimentos – se elas querem atingir ambiciosos objetivos financeiros de
longo prazo.
Oliva e Borba (2004) destacam o BSC como uma ferramenta gerencial,
que visa traduzir a missão e a estratégia da empresa num conjunto abrangente
de indicadores de desempenho que possibilitem a estruturação de um Sistema
de Administração do Desempenho da empresa que não despreza a busca de
objetivos financeiros, tradicionalmente muito importantes para a maioria das
empresas e focado no passado, mas inclui dimensões de desempenho que
são imprescindíveis para o futuro.
Resende (2003) chama a atenção para o fato de que o BSC estabelece
um protocolo, uma interface entre a estratégia formulada e a agenda
estratégica da organização – de forma a ser possível materializar a visão futura
de sucesso -, atuando, ao mesmo tempo, como um modelo de avaliação, uma
sistemática gerencial e uma filosofia de gestão, e criando um ambiente
balanceado entre medição e mediação. O autor considera ainda que o BSC
suporta um sistema de administração estratégica em que: a estratégia é o
73
ponto de partida para todo o processo de gestão; o compartilhamento da visão
fundamenta a aprendizagem estratégica; existe alinhamento das metas do
topo até a base da organização; a educação e a comunicação amplas sobre a
estratégia são as bases para o empowerment dos empregados; a retribuição
do empregado vincula-se à implementação da estratégia; metas ambiciosas
são formuladas e aceitas; iniciativas estratégicas são claramente identificáveis;
investimentos são decididos conforme alternativas de implementação da
estratégia; os orçamentos anuais subordinam-se aos de longo prazo; o
desenvolvimento da estratégia é um processo permanente; as equipes buscam
solucionar problemas; e o feedback é utilizado para testar as hipóteses nas
quais a estratégia está assentada.
Resende (2003) entende que o scorecard apresentado no BSC
melhora o foco e a implementação da estratégia de uma organização,
observando o aspecto da tradução da estratégia em termos operacionais – de
maneira a melhor alocar capacidades e ativos, liberando novas fontes de
Capital Intelectual. O autor complementa ainda, que a diferença básica entre
os tipos de investimentos está na forma de sua aplicação dentro da
organização: os intangíveis geram valor não diretamente associável ao caixa,
enquanto que o tangível apresenta-se de maneira mais clara a conversão
monetária, porém os dois agregam e atribuem valores de extrema importância
à empresa sendo que em medidas diferentes.
Rezende (2003) entende que é possível apresentar um padrão para
materialização dos intangíveis e respectivos valores, a criação de famílias de
indicadores para expressar origem e prosperidade do capital intelectual de
posse da organização.
74
O autor acima menciona, ainda, a composição patrimonial das
organizações, vide figura 7, a seguir:
Kimura e Suen (2003) trazem a visão de que o BSC compreende um
modelo de avaliação de desempenho baseado em diversas dimensões, o que
amplia o espectro da análise que esteja fundamentada apenas em indicadores
puramente financeiros. Por meio do BSC, a administração pode identificar o
desempenho empresarial considerando os resultados de rentabilidade e
Fonte: Sveiby (1998)
Figura 7 Composição Patrimonial das Organizações
75
custos, bem como os indicadores de atendimento às necessidades dos
clientes, de eficiência de processos internos e de potencial de aprendizado e
crescimento da empresa.
76
3 METODOLOGIA
3.1 Tipo de Pesquisa
Trata-se de uma pesquisa de campo, bibliográfica e documental, de
natureza qualitativa e com finalidade exploratória e descritiva.
Gil (2006) define pesquisa social como o processo que, utilizando a
metodologia científica, permite a obtenção de novos conhecimentos no campo
da realidade social. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas
para problemas identificados mediante o emprego de procedimentos
científicos.
Segundo Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2001), a principal
característica das pesquisas qualitativas é o fato de que elas seguem a
tradição “compreensiva” ou interpretativa. Isto significa que estas pesquisas
partem do pressuposto de que as pessoas agem em função de suas crenças,
percepções, sentimentos e valores e que seu comportamento tem sempre um
sentido, um significado que não se dá a conhecer de modo imediato,
precisando ser desvelado.
Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2001), chamam a atenção para o
fato de que a maior parte das pesquisas qualitativas se propõe a preencher
lacunas no conhecimento, sendo definidas como descritivas ou exploratórias.
As autoras também orientam para a questão de que uma pesquisa se propõe a
compreender uma realidade específica, cujos significados obtidos são
vinculados a um dado contexto.
De Acordo com Vergara(2007), quanto aos fins uma pesquisa pode ser:
77
a) exploratória que representa uma investigação realizada em área na
qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado;
b) descritiva, onde expõe características de determinada população ou
de determinado fenômeno. Esclarece também, que tal pesquisa pode
estabelecer análises entre as variáveis e definir a sua natureza. A autora
observa, ainda, que a pesquisa descritiva não tem compromisso de explicar os
fenômenos que descreve, embora sirva de base para as devidas explicações;
e
c) investigação explicativa, que tem como principal objetivo tornar algo
inteligível, enfim, justificar-lhes os motivos. Sendo assim, objetiva esclarecer
quais fatores contribuem, de alguma forma, para a ocorrência de determinado
fenômeno.
Com relação aos meios de investigação, a pesquisa é fundamentada
por intermédio de um estudo de campo, com investigação empírica realizada
no local onde ocorre o fenômeno a ser pesquisado ou que dispõe de
elementos para explicá-lo, segundo a opinião de Vergara (2007).
Gil (2006), nos remete a posição de que os estudos de campo buscam
mais o aprofundamento das questões propostas do que a distribuição das
características da população segundo determinadas variáveis. Diz o autor, que
o planejamento do estudo de campo apresenta maior flexibilidade, podendo
ocorrer, mesmo que seus objetivos sejam reformulados ao longo do processo
de pesquisa. Esclarece, também, que no estudo de campo se analisa um único
grupo ou comunidade, em termos de sua estrutura social, ou seja, ressaltando
a interação de seus componentes. Acrescenta, ainda, que o estudo de campo
78
apresenta a tendência de utilizar mais técnicas de observação do que de
interrogação.
Opta-se também por apoiar a pesquisa de campo em pesquisa
documental e bibliográfica: a) na primeira, são analisados documentos
específicos, de natureza técnica, objetivando tanto a complementação do
trabalho quanto a confirmação de informações obtidas. Nesse sentido, Vergara
(2007), define que a investigação documental é a realizada em documentos
conservados no interior das empresas, ou órgãos públicos a serem
pesquisados de qualquer natureza, ou com pessoas; e b) na segunda, de
acordo com a posição de Vergara (2007) ela representa o estudo
sistematizado que é desenvolvido com base em material publicado em livros,
revistas, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral.
3.2 Empresa Estudada
A Gerdau Açominas S.A, que adota planejamento estratégico
estruturado e utiliza a metodologia do Balanced Scorecard (BSC), é o foco da
pesquisa.
3.3 Sujeitos da Pesquisa
Os sujeitos da pesquisa são os seguintes funcionários da Açominas
S.A: Analista de Planejamento a ser questionado sobre as ações estratégicas
planejadas e os indicadores utilizados pelo BSC, e depois os Analistas: de
Recursos Humanos, Recursos financeiros, Comercial e de Tecnologia e
Gestão a serem questionados sobre as ações setoriais desenvolvidas para a
melhoria dos indicadores de desempenho utilizados na metodologia do BSC.
3.4 Coleta de Dados
79
As pesquisas qualitativas são multimetodológicas, permitindo a
utilização de inúmeros procedimentos e instrumentos de coleta de dados, de
acordo com Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2001).
Vergara (2007) observa que, na fase de coleta de dados o respondente
deve ser informado como se pretende obter os dados que são necessários
para responder ao problema. A autora chama a atenção para opção da
formulação de questões, ao invés da definição de objetivos intermediários,
onde a análise deverá ser feita entre as questões e os meios para respondê-
las. Esses meios são: a observação, o questionário, a entrevista e
documentos.
Vergara (2007) explica que o questionário se caracteriza por uma série
de questões apresentadas ao respondente, por escrito, que oralmente lhe
responde, sendo importante a presença física de ambos, no momento da
entrevista. O questionário pode ser aberto, pouco ou não estruturado, ou
fechado, estruturado. Diz, também, que no questionário aberto, as respostas
livres são dadas pelos respondentes; no fechado o respondente faz escolhas,
ou pondera, diante das alternativas apresentadas. A autora esclarece ainda
que no questionário, não deve constar mais do que três tipos de questões para
não confundir o respondente.
O desenvolvimento do estudo de campo desta pesquisa se faz presente
por meio de entrevistas aos sujeitos da pesquisa citados no item 3.3 e
complementadas por pesquisa em site próprio ou documentos da empresa
escolhida. No Apêndice deste trabalho, podem ser encontradas as perguntas
que orientam esta fase.
80
Com relação ao terceiro objetivo específico da pesquisa, descrito
na página nove, serão mostrados os indicadores de desempenho do BSC para
cada empregado respondente, de acordo com a sua área de atuação e
solicitado à identificação das ações setoriais realizadas que contribuem para a
melhoria destes indicadores.
3.5 Tratamento dos Dados
Nesta seção, procura-se explicitar como se pretende tratar os dados
coletados. Dessa forma, destaca-se a importância de que os objetivos sejam
alcançados com a coleta, o tratamento e com a interpretação dos dados, não
se esquecendo de fazer a análise entre objetivos e as formas de atingi-los.
Para Alves-Mazzotti e Gewandsznajder (2001), as etapas de um estudo
qualitativo não obedecem necessariamente à mesma seqüência das pesquisas
tradicionais. Sendo assim, a coleta e análise dos dados são feitas de forma
interativa, durante todo o processo de investigação.
3.5.1 Análise de Conteúdo
Roesch (2003) esclarece que a análise de textos em pesquisa científica,
tem sido conduzida mediante a adoção de um método denominado de Análise
de Conteúdo. A autora observa também, a necessidade da utilização de uma
série de procedimentos para levantar inferências válidas a partir de um texto.
Dessa forma, a autora esclarece que o método de análise de conteúdo busca
classificar palavras, frases, ou mesmo parágrafos em categorias de conteúdo,
utilizando desde técnicas simples até outras mais complexas, se for o caso da
pesquisa, podendo ser apoiada em métodos estatísticos, como por exemplo, a
análise fatorial, a regressão múltipla e análise discriminante.
81
Roesch (2003) chama a atenção para o fato de que os procedimentos
da análise de conteúdo criam indicadores, cabendo ao pesquisador interpretar
e explicar esses resultados. Cita, ainda, a importância da adoção de
procedimentos a serem seguidos para realizar a análise de conteúdo, depois
que o investigador tiver identificado as questões substantivas do estudo,
teorias relevantes, pesquisas anteriores, e os textos que deseja classificar.
Dessa forma, a autora sugere o seguinte roteiro:
a) defina as unidades de análise (palavra, sentença, tema, parágrafo,
texto completo);
b) defina as categorias. A autora lembra que a maioria dos
procedimentos estatísticos requer categorias mutuamente
exclusivas;
c) com base nas categorias criadas, tente codificar uma parte do texto.
O teste pode levar a revisões no sistema de classificação adotado;
d) codifique todo o texto;
e) se houver um número grande de casos, estratifique as respostas,
elaborando comparações entre grupos ou setores;
f) apresente os dados de forma criativa: em quadros comparativos, por
exemplo; e
g) interprete os dados à luz de teorias conhecidas, ou procure levantar
algumas hipóteses.
3.6 Limitações Do Método
De acordo com a posição de Vergara (2007), uma limitação do método
escolhido para este estudo consiste na abrangência da investigação, face ao
82
enfoque ser tão-somente a Açominas S.A, deixando à parte as outras
Empresas do grupo Gerdau S.A.
Vergara (2007) chama a atenção para a possibilidade de que os grupos
selecionados para a entrevista não sejam os mais representativos do universo
estudado, representando também um risco para qualquer processo de
investigação.
No tocante ao foco da pesquisa adotada, mesmo que o assunto a ser
estudado (compreensão pelos funcionários das ações efetuadas na Açominas
S.A, se colaboram com as ações estratégicas planejadas, a partir dos
indicadores definidos na metodologia do BSC) seja identificável, deve-se
considerar que a experiência vivida é subjetiva e, portanto está sujeita a
interpretações, idéias pré-concebidas, predileções e predisposições, tanto por
parte do entrevistado (enquanto expositor) quanto por parte do entrevistador
(enquanto ouvinte), segundo a posição de Vergara (2007).
De acordo com as limitações supracitadas, as conclusões não são
generalizadas quando aplicadas as demais empresas do Grupo Gerdau,
mesmo porque constituem contextos diferentes e, certamente, não se
encontram no mesmo estágio de desenvolvimento da Açominas S.A ora
estudada.
A Gerdau S.A centraliza as informações financeiras na administração
geral do grupo, localizada em Porto Alegre-RS, por considerá-las de caráter
confidencial, bem como em função da acirrada concorrência existente no
mercado, e, portanto, não foi possível, acrescentá-las no presente estudo
sobre a Açominas S.A.
83
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1 Grupo Gerdau S.A
O Grupo Gerdau é um dos agentes do processo de consolidação da
siderurgia no mundo, ocupando a posição de 14º maior produtor de aço do
mundo, e é líder no segmento de aços longos nas Américas. Possui 272
unidades industriais e comerciais, o que faz com que esteja presente no Brasil,
na Argentina, no Chile, na Colômbia, no Peru, no Uruguai, no México, na
República Dominicana, na Venezuela, nos Estados Unidos, no Canadá, na
Espanha e na Índia. Possui capacidade instalada de 22,6 milhões de toneladas
por ano e fornece aço para os setores da construção civil, indústria e
agropecuária.
Em 1901, com a Fábrica de Pregos Pontas de Paris, na cidade de Porto
Alegre, Rio Grande do Sul, começa a operar o Grupo Gerdau que ainda
investe continuamente na capacitação de mais de 35 mil profissionais e no
desenvolvimento das comunidades onde está inserido.
Em parceria com agentes da sociedade, o Grupo Gerdau vem
investindo em mais de 800 projetos sociais, cumprindo também importante
papel de preservação do meio ambiente, ao reciclar anualmente 10 toneladas
de sucata ferrosa, transformando materiais obsoletos para a sociedade em
produtos. As ações de suas empresas estão presentes nas bolsas de valores
de São Paulo, Nova York, Toronto e Madri, somando uma média diária de
negociações de U$$ 60 milhões, possuindo mais de 113 mil acionistas.
O Grupo Gerdau tem como missão, “Atuar com foco em siderurgia, para
satisfazer as necessidades dos clientes e criar valor para os acionistas,
comprometido com a realização das pessoas e com o desenvolvimento
84
sustentado da sociedade“. Apresenta como Visão “Ser uma empresa
siderúrgica global, entre as mais rentáveis do setor”. Tem ainda como
objetivos: cliente satisfeito; segurança total no ambiente de trabalho; pessoas
comprometidas e realizadas; qualidade em tudo que faz; empreendedorismo
responsável; integridade; crescimento e rentabilidade.
Tais diretrizes exigem significativos desafios para o cumprimento das
metas: definir e implementar a estratégia; monitorar a implantação da
estratégia; fazer com que a estratégia seja o objetivo de todos na organização;
e consolidar a companhia como SFO ( Strategic Focus Organization).
Em sua estrutura organizacional, o Grupo Gerdau tem como órgão
máximo a Assembléia de Acionistas, depois os Conselhos de Administração e
Fiscal, a Diretoria ( Comitê Executivo Gerdau) que abrange as Operações de
Negócios, que são: Aços Longos Brasil, Aços Especiais, Açominas, América
do Norte e América do Sul.
Como maior produtor de aços longos das Américas, o Grupo Gerdau
anunciou que investirá 400 milhões de dólares em uma de suas usinas no
Brasil para produzir aços planos, marcando a entrada do grupo siderúrgico
nesse segmento industrial no país . “Os estudos de viabilidade que definirão a
localização da nova expansão estão em fase de conclusão”, informou a
empresa. “O laminador de chapas grossas terá capacidade instalada de 870
mil toneladas por ano e entrará em operação em 2010”. Sendo assim, o grupo
Gerdau S.A entra na disputa com siderúrgicas como; Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN), Usiminas e Arcelor Mittal Brasil no ramo de aços planos.
85
O Grupo Gerdau centraliza a gestão financeira de todas as Empresas
do Grupo na administração geral em Porto Alegre-RS, por decisão
Institucional.
4.2 Gerdau Açominas S.A
A Açominas S.A é uma das empresas que compõem o Grupo Gerdau
no país, sendo sua estrutura organizacional formada por Vice-Presidência e as
Diretorias de Vendas, Planejamento, Administrativa, Recursos Humanos,
Operações e Minas, bem como diversas Gerências Operacionais,. Sua usina
Presidente Arthur Bernardes, localizada nos Municípios de Ouro Branco e
Congonhas, na região do Alto Paraopeba, em Minas Gerais, possui uma área
total de mil hectares. A Açominas S.A possui, ainda, um terminal portuário em
Vitória (ES). A empresa gera atualmente cerca de seis mil empregos diretos.
Apresenta-se o Organograma da Açominas S.A para uma melhor
compreensão da sua estrutura organizacional, conforme figura 8, abaixo:
86
A empresa está localizada numa região rica em minério de ferro
de alta qualidade, onde tem posição privilegiada em relação aos principais
centros consumidores (São Paulo / Rio de Janeiro / Minas Gerais) e é servida
por uma ampla rede rodoferroviária, que envolve as principais rodovias do
País, bem como a Ferrovia Centro-Atlântica S.A, a MRS Logística e a Estrada
de Ferro Vitória-Minas.
Sua carteira de produtos inclui tarugos, placas e blocos, aplicados,
principalmente, na indústria naval, automobilística, em eletrodomésticos e em
peças de forjaria. È pioneira na América do Sul, na produção de perfis
estruturais laminados de abas paralelas I e H. Os Perfis Gerdau Açominas,
aplicados no setor de construção civil, atendem à crescente demanda dos
fabricantes de estruturas metálicas, construtoras e alguns setores da indústria
que, até agora, dispunham somente de perfis soldados ou importavam o
produto laminado. Nesse sentido, em dezembro de 2003, iniciou a produção de
Unidade de Negócios
Açominas S.A – Vice-
Presidência
Diretoria de
Vendas
Diretoria de
Operações
Diretoria
Administrativa
Diretoria de
Recursos
Humanos
Diretoria de
Planejamento
Diretoria de
Minas
87
fio-máquina, matéria-prima para a produção de vergalhões, arames, pregos,
parafusos e outros derivados, implementando seu mix de produtos e
diversificando suas exportações. A capacidade de produção do laminador de
fio-máquina é de 550 mil toneladas/ano. A empresa produz, ainda, produtos
carboquímicos;
Por meio de um sistema integrado de garantia de qualidade, a empresa
acompanha todas as etapas da produção, desde o recebimento das matérias-
primas até o embarque dos produtos finais. Esse controle de qualidade conta
com o suporte de equipados laboratórios químicos, mecânicos e
metalográficos. A Gerdau Açominas acumula várias certificações, entre elas: a
ISO 9001 – Sistemas Laminados, que foi recertificada em 2003 na versão
2000; ISO 9001 e 9002 para Laboratórios, Calcinação e Carboquímicos;
Certificação de Laboratório pelo National Institute of standars and Tecnology
(NIST –USA) ; Certificações em aços navais pelo ABS, KR, ClassNK, BV, GL,
DNV e LR, e também o Prêmio Nacional de Qualidade na Educação como
empresa Siderúrgica. Em 2004, a empresa foi premiada na categoria bronze
do Prêmio Mineiro para a Qualidade – o PMQ -, do qual participou pela
primeira vez;
4.3 Identificação das Ações Estratégicas
A Açominas S.A considera que as ações estratégicas representam o
trabalho a ser efetuado pela empresa para atingir os objetivos estratégicos, e
que os objetivos estratégicos são os alvos a serem perseguidos, ancorados na
metodologia do BSC e no processo de planejamento estratégico. A partir da
entrevista realizada com o analista de planejamento, foram identificadas as
seguintes ações estratégicas:
88
1)Expansão da Capacidade de Produção de aço líquido – significa que,
se o mercado estiver aquecido precisa produzir mais, necessitando da
expansão da planta industrial (área física). Cabe ressaltar, que na ocasião da
instalação da fábrica, foi deixado uma área física livre, para atender a
demanda do mercado, possibilitando, assim, aumentar a produção de seus
produtos, tais como: perfis e fio-máquina;
2) Programa de Desenvolvimento de Líderes – representa um
treinamento com significativo volume de recursos para o nível gerencial
(gerentes, chefes e líderes de equipes), detalhado de acordo com as funções
específicas, visando melhorar a capacitação e o desenvolvimento de
potenciais sucessores;
3) Projeto de Segurança Operacional dos Equipamentos – se
fundamenta na qualidade total, buscando otimizar o controle da manutenção, e
acrescentando novos equipamentos e melhorias tecnológicas, tais como:
refratários e automações;
4) Segurança total das Pessoas – por meio do Sistema de Garantia de
Segurança e Saúde da Gerdau Açominas ( SGSGA) e do Programa de Apoio à
Segurança do Trabalho (PAS), a empresa visa zerar os acidentes na fábrica,
por intermédio da realização de treinamento de novos procedimentos de
segurança e de permanente conscientização, busca ainda aprimorar processos
de segurança e desenvolve estudos para a utilização de novos equipamentos
de segurança;
5) Logística Portuária – acompanha os insumos de carvão e minério
provenientes da ferrovia e da rodovia, bem como os produtos gerados (aços)
que retornam pela rodovia ou pela ferrovia para o terminal portuário privativo
89
de Praia Mole, do qual a Açominas é uma das proprietárias, que está
localizado na ponta de Tubarão, em Vitória-ES, a 570 km de Belo Horizonte e
510 km do rio de janeiro. Dessa forma, os produtos destinados às exportações
são embarcados nos navios;
6) Geração de Energia - significa que empresa procura manter a
capacidade de geração de energia própria, propiciando economia significativa
nos custos industriais. Sua central termelétrica, produz cerca de 75% do que a
Usina consome de energia em sua atual fase produtiva;
7) Preservação do Meio Ambiente – significa que precisa cuidar da área
denominada de cinturão verde em Ouro Branco com cerca de 1.700 hectares,
impedindo a ocupação desordenada e predatória das áreas próximas da
Usina. Acompanha, por intermédio de um sistema de gestão ambiental, que
engloba desde a utilização de equipamentos de controle de emissões
atmosféricas, até programas de educação ambiental, por intermédio do centro
de educação ambiental não somente para os empregados, como também para
a comunidade local, inclusive no nível básico para alunos das escolas
municipais. Realiza constantes investimentos em melhorias ambientais, para
eliminação dos resíduos industriais. Utiliza ainda treze sistemas de
recirculação de água nas áreas da produção, garantindo um índice de 94% de
recirculação de água em seu processo industrial;
8) Responsabilidade Social – representa a busca do desenvolvimento
sustentável, com a realização de diversas ações sociais junto com as
comunidades que habitam o entorno da Usina. Atua com o compromisso da
modificação da realidade social, e oferece empregos, visando possibilitar a
inclusão social. Participa ainda da restauração de patrimônio cultural,
90
ajudando, por exemplo, as igrejas locais. Entende, ainda, que o ser humano se
torna cada vez mais o agente da mudança e a empresa, e seus parceiros,
apenas os facilitadores do processo; e
9) Redução dos Custos – representa o monitoramento da gestão dos
custos por meio de reuniões mensais de controle com as equipes, os chefes,
os gerentes e os diretores, que acompanha a realização dos custos e
despesas com base no sistema SAP, confrontando-os com a previsão do
orçamento de custeio da Açominas S.A, para tomar as decisões necessárias.
Tendo em vista que a Açominas S.A precisa produzir aço e cerca de oitenta
por cento dos processos estão na área de produção, a orientação da empresa
é a de que as áreas devem aumentar a produção, porém com menores gastos.
4.4 Identificação dos Indicadores do BSC´
A figura 9, a seguir, ilustra o mapa estratégico da empresa com os
objetivos estratégicos agrupados de acordo com as quatro perspectivas do
BSC.
91
Fonte: Açominas S.A
Por sua vez, a figura 10, a seguir, apresenta os indicadores de
desempenho do BSC associados aos objetivos estratégicos.
92
Obj.
Ind Objetivos Estratég. Descrição Indicador/ Unidade
Ind01 EBITDA – (US$ milhão)
Ind02 ROIC - %
1
Ind03
Gerar Valor Econômico para os
Acionistas Assegurando o
Desenvolvimento Sustentável
Ser uma empresa com desenvolvimento
sustentável, que gere benefícios
econômicos, ambientais e sociais para a
comunidade, superando a expectativa
dos acionistas quanto ao Retorno Sobre
o Capital
Lucro Líquido - (US$ milhão)
Ind04
Custo Industrial do Produto
Laminado Produzido ( US$/t )
2
Ind05
Reduzir Custos e Despesas de
Forma Austera e Continua
Buscar, permanentemente, a redução
dos custos e despesas, aproveitando as
oportunidades de melhoria nos
processos industriais, apoio e
administrativo, logística de
abastecimento e entrega, eliminando
sistematicamente os desperdícios e
assegurando um nível operacional
excelente.
Custo do Overhead (CF) – (R$ mil)
Ind06
Preço Líquido de Vendas
(PLV) - (US$/t)
3
Ind07
Aumentar as Receitas através de
expansões de volumes de
produção/vendas e de
Crescimento de Margem
Atuar de forma a obter o aumento das
receitas, a partir de expressivos
aumentos de produção devido às
expansões e da conjugação de maiores
volumes de produção, do incremento
das vendas de produtos de maior valor
agregado, e da busca da gestão eficaz
dos preços e dos recursos financeiros.
Volume Vendido de Produtos
Acabados - (t mil )
4
Ind08
Aumentar o volume vendido de
produtos de maior valor
agregado dentro da vocação da
Empresa
Adequar a participação de produtos mais
nobres na carteira de produtos da
Gerdau Açominas, dentro da sua
vocação e que proporcionem uma maior
margem.
Volume Vendido de Produtos
de Maior Valor Agregado - (t mil )
Ind09
Volume de Perfil Vendido no
Mercado Interno- (t mil )
5
Ind10
Aumentar a venda dos Perfis
Estruturais no Mercado Interno e
na América Latina
Aumentar o volume vendido de perfis
estruturais no mercado interno,
maximizando os mercados atuais e
através do desenvolvimento de novos
nichos de mercado, e na América Latina.
Volume de Perfil Vendido no
Mercado da América Latina - (t mil )
Ind11 Reclamações de Clientes ( números)
Ind12
Gap de Nível de Satisfação dos
Clientes em relação a
Açominas MI - %
Ind13
Gap de Nível de Satisfação dos
Clientes em relação a
Açominas ME - %
6
Ind14
Conquistar e Manter a
Preferência dos Clientes
Antecipando-se às Suas
Necessidades
Ter um relacionamento estreito com os
clientes, buscando nos adequarmos às
suas necessidades e expectativas,
dentro dos limites técnicos,
operacionais e de resultado da Empresa,
tornando-se desta forma, a sua primeira
escolha.
Atendimento ao Cliente - %
7
Ind15
Consolidar Imagem de
Sustentabilidade com todos os
Públicos
Participar de forma ativa no
desenvolvimento das comunidades onde
atuamos, interagindo com todos os
públicos.
Qualidade da Imagem
Institucional - %
Ind16
Resultado da Análise Crítica
da Gestão - %
8
Ind17
Garantir Excelência na Gestão
de Todos os Processos Críticos
do Negócio
Ter sistema de gestão orientado para
todos os processos críticos da empresa
(Vender, Suprir, Produzir e Entregar),
rumo a excelência do desempenho e
comprometido com resultados, através
dos critérios de excelência do PNQ:
Liderança, Estratégias e Planos,
Clientes, Sociedade, Informações e
Conhecimento, Pessoas, Processos e
Resultados.
Ganho Anualizado Potencial
– GAP – ( US$ mil/ Ano)
9
Ind18
Otimizar a Gestão do Capital de
Giro
Otimizar a Gestão do Capital de Giro,
preservando a saúde financeira da
empresa, gerando um maior lucro e
garantindo a perpetuidade do negócio.
Ciclo Financeiro – Dias
93
Ind19
Índice de Não Atendimento ao
Orçamento Aprovado do
Projeto – Overrun - %
Ind20
Índice de Não Atendimento ao
Cronograma do Projeto –
Overtime - %
10
Ind21
Aprimorar Gestão de
Investimentos
Ter eficiência na elaboração do estudo
técnico, desenvolvimento,
implementação e acompanhamento do
retorno do investimento realizado, com
financiamento adequado.
% Alcançado do Retorno do
Investimento - % TIR
Ind22
Custo da Mistura de Minério –
( US$/t)
11
Ind23
Assegurar Fontes alternativas de
Abastecimento e Buscar
Processos Industriais que Gerem
Vantagem Competitiva
Assegurar a otimização do
abastecimento de matérias primas e
insumos através de fontes alternativas
de abastecimento assim como
processos industriais e tecnologias que
possibilitem o uso eficaz dessas fontes,
assegurando vantagem competitiva para
a empresa
Custo da Mistura para Coqueria –
( US$/t)
Ind24
Atendimento de Volume Planejado
de Abastecimento (Minérios e
Carvão) - %
12
Ind25
Ampliar a Operação Logística e
Garantir a sua Eficácia
Ampliar as operações logísticas
(estocagem, movimentações,
expedições, transporte ferroviário
interno) dos prestadores de serviços
logísticos ferroviários e rodoviários,
garantindo o atendimento das
necessidades de abastecimento e
entregas da empresa.
Atendimento de Volume Planejado
de Entregas (Total) - %
Ind26
Índice de Acidentes de Gravidade
A com Danos a Processo e
Propriedade – (Números)
13
Ind27
Garantir a Segurança
Operacional dos Equipamentos
Manter a confiabilidade dos
equipamentos em condições seguras de
forma que garanta a operação contínua
da produção.
Abrangência de aplicação da
metodologia de segurança
operacional nos processos
críticos - %
Ind28 Rendimento Integrado - %
Ind29 Índice de Utilização Integrado - %
14
Ind30
Garantir a Estabilidade
Operacional com Ganhos de
Produtividade
Operar a empresa com estabilidade e
ritmo operacional, buscando alta
performance através da melhoria
continua.
Índice de Atendimento Integrado
a Ordens - %
Ind31 Estoque de Produtos Acabados - %
Ind32 Acurácia do Planejamento - %
Ind33
Atendimento a Ordens na
Aciaria - %
15
Ind34
Garantir a Eficácia do
Planejamento Integrado
Ter Planejamento Integrado capaz de
balancear a demanda com a oferta por
meio da elaboração dos planos de
vendas e operações, alinhados com
expectativa de níveis de serviço e
geração de valor estabelecidos.
Estoque de Produtos
Intermediários - Dias
Ind35
Custo do Minério Próprio
Produzido – (US$/t)
16
Ind36
Desenvolver a Atividade de
Mineração de Forma Sustentável
Buscar a gestão eficaz e otimizada da
atividade de mineração (operações,
meio ambiente, relações com as partes
interessadas), de forma a garantir a sua
viabilidade e a menor dependência de
terceiros, aumentando, desta forma, a
competitividade da empresa
(Sustentabilidade)
Volume de Minério Próprio
Produzido – (t)
Ind37
Número de Novos Produtos
Desenvolvidos em PBT – (números)
17
Ind38
Desenvolver novos Produtos e
Mercados para PBT
Desenvolver mercados e produtos de
PBT originados das expansões,
trabalhando de forma conjunta e pro-
ativa com os nossos clientes, no sentido
de atender às suas necessidades
Base de clientes de Placas, blocos
e tarugos (PBT) - ( números)
18
Ind39
Desenvolver Produtos mais
Nobres para FM
Desenvolver produtos de Fio Máquina
que atendam às necessidades dos
clientes trabalhando de forma conjunta e
pro-ativa com eles e identificando
oportunidades de mercado que
demandem produtos mais nobres e com
maior margem
Número de Novos Produtos
Desenvolvidos em Fio máquina
(FM) – (números)
94
19
Ind40
Contribuir com o
Desenvolvimento Sustentável
das Comunidades onde Atuamos
Apoiar através de programas específicos
e ações institucionais o trabalho
voluntário, comunitário, projetos
culturais, sociais e educativos.
Índice de Conclusão dos
Projetos Sociais - %
20
Ind41
Assegurar a Sustentabilidade
Ambiental da Empresa
Assegurar a sustentabilidade ambiental
da empresa através do gerenciamento
sistêmico de suas atividades, aspectos e
impactos.
Índice de Conformidade
Ambiental - %
Ind42
Atendimento à Matriz de
Capacitação dos Empregados - %
Ind43 Realização do PDI não gerencial - %
21
Ind44
Capacitar Pessoas e Consolidar
suas Competências Estratégicas
Proporcionar condições para o
desenvolvimento, aprimoramento e
utilização plena do potencial das
pessoas, que não desempenham função
de liderança, em consonância com a
execução da estratégia, criando e
mantendo um ambiente de trabalho que
conduza a excelência do desempenho, à
plena participação e ao crescimento
pessoal e da organização
Atendimento à Matriz de Capacitação
dos Facilitadores - %
Ind45
Posições Estratégicas
Preenchidas - %
Ind46
Índice de Favorabilidade Amostral da
Pesquisa Opinião - Fator
Liderança - %
Ind47 Realização do PDI Gerencial - %
22
Ind48
Formar e Capacitar Líderes com
Visão do Negócio para Garantir
a Perpetuidade da Empresa
Desenvolver líderes capazes de
executar plenamente a estratégia
corporativa e de garantir a sucessão na
empresa.
Disponibilidade de Potenciais
Sucessores - %
23
Ind49
Evoluir a Autogestão nas Células
Operacionais
Buscar o trabalho em células,
organizado por processos e produtos,
onde as equipes sejam responsáveis por
resultados, tenham metas previamente
estabelecidas, produtos e clientes
identificados, trabalhem de acordo com
os Padrões, possuam autonomia nas
Ações de Rotina, controlem seu próprio
resultado de trabalho e orientem-se para
a multifuncionalidade, integrando:
Operação; Qualidade; Manutenção;
Administração e Segurança.
Nível de Desenvolvimento da
Autogestão - %
Ind50
Taxa de Freqüência de Acidentes
(CPT) – índice)
Ind51
Índice de Cumprimento dos
Indicadores Pro-ativos do SGSA - %
Ind52
Numero de Acidentes com perda de
tempo (CPT) – (números)
24
Ind53
Buscar Continuamente a
Segurança Total e a Saúde das
Pessoas
Disseminar a cultura de Saúde e
Segurança, tendo pessoal, próprios e
terceiros, treinados e habilitados para
exercer o trabalho com saúde e de
forma segura.
Efetividade dos Projetos de
Promoção e Proteção da Saúde - %
25
Ind54 Ter Comunicação Interna Eficaz
Tornar muito eficazes os procedimentos,
normas, veículos de comunicação
interna e relacionamento interpessoal na
Gerdau Açominas, assegurando que as
informações pertinentes cheguem ao
público alvo de forma clara e
transparente, garantindo o entendimento
e o feedback desta comunicação.
Índice de Favorabilidade Amostral da
Pesquisa de Opinião – Fator
comunicação Interna - %
26
Ind55
Atrair e Reter Pessoas de Alto
Desempenho
Ser uma empresa atrativa para
trabalhar, retendo pessoas de alto
desempenho e capacidade de trabalho
em equipe.
Turnover de Pessoas de Alto
Desempenho - %
27
Ind56
Ter Equipes Motivadas
Buscar a motivação e a satisfação das
pessoas (próprios e terceiros) e ter um
Favorabilidade Geral da Pesquisa
Opinião - %
95
Ind57
ambiente de trabalho onde haja
confiança entre a equipe e os líderes e
gestores
Realização do Plano de Melhoria do
Clima Organizacional - %
28
Ind58
Buscar e Desenvolver
Tecnologias Industrial e
Siderúrgica
Buscar e desenvolver tecnologias
industrial e siderúrgica atualizadas que
garantam excelente desempenho dos
processos operacionais, contribuindo
com a visão de ser uma empresa de
classe mundial
GAP ( hiato entre uma situação e
outra) Tecnológico - %
29
Ind59
Adequar TI às Necessidades do
Negócio
Permitir que a empresa obtenha total
vantagem no uso de suas informações,
de modo a maximizar benefícios,
determinar oportunidades, agregar valor
às soluções de TI e ajudar a obter
vantagens competitivas.
Disponibilidade dos
Sistemas – (horas/mês)
A partir dos dados das figuras anteriores, temos as perspectivas com os
respectivos indicadores do BSC:
1) Perspectiva financeira,:
- geração do lucro líquido;
- retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROIC);
- geração de caixa (EBITDA);
- controle e redução dos custos e despesas ;
- Preço Líquido de Vendas
- Volume vendido de produtos acabados.
2) Perspectiva do Cliente,:
- volume vendido de produtos de maior valor agregado;
- volume vendido de perfil no mercado interno;
- volume vendido de perfil no mercado América latina;
- reclamações do cliente;
- nível de satisfação dos clientes;
- atendimento ao cliente;
- qualidade da imagem institucional.
3) Perspectiva dos Processos Internos,:
- resultado da análise crítica da gestão;
96
- ganho anualizado potencial;
- ciclo financeiro;
- percentual do retorno do investimento;
- custos das misturas de Minério e para a Coqueria;
- Atendimento de volume planejado de abastecimento ;
- Atendimento de volume planejado de entregas;
- índice de acidentes de gravidade A com Danos a Processo e
Propriedade;
.- abrangência de aplicação da metodologia de segurança operacional
nos processos críticos;
- Rendimento Integrado;
- índice de utilização integrado;
- índice de atendimento integrado a Ordens;
- estoque de produtos acabados;
- acurácia no planejamento;
- estoque de produtos intermediários;
- volume de minério próprio produzido;
- número de novos produtos desenvolvidos em Perfis e Tarugos;
- número de novos produtos desenvolvidos em Fio-máquina;
- índice de conclusão dos projetos sociais;
índice de conformidade ambiental;
4) Perspectiva do Aprendizado e Crescimento de Pessoas,:
- Atendimento à matriz de treinamento dos empregados;
- realização do PDI (Programa de Desenvolvimento Institucional) não
gerencial;
97
- atendimento à matriz de treinamento dos facilitadores;
- posições estratégicas preenchidas;
- índice de favorabilidade amostral da pesquisa opinião;
- realização do PDI gerencial;
- disponibilidade de potenciais sucessores;
- nível de desenvolvimento de autogestão;
- taxa de freqüência de acidentes ;
- número de acidentes com perda de tempo;
- índice de cumprimento dos indicadores pró-ativos de segurança
- pesquisa de opinião dos empregados, sobre o clima organizacional,
cultura, etc.).
Análise dos indicadores do BSC
Com o objetivo de explicar as análises de alguns Indicadores constantes
no mapa estratégico do BSC, de acordo com as perspectivas adotadas, será
apresentado abaixo, o detalhamento da medição de um Indicador de cada
perspectiva,
Perspectiva Financeira: o indicador financeiro geração do lucro líquido,
é calculado pela fórmula: (valor real apurado dividido pelo valor planejado x
100), comparando-se, assim, o valor previsto com o real, e obtendo-se o
percentual correspondente a variação encontrada;
Perspectiva do Cliente: o indicador reclamações dos Clientes, é medido
pelos números previstos versus os números de atendimentos ocorridos. Tais
informações advêm do sistema SAP, como também das pesquisas e
questionários com os clientes. As reclamações são tabuladas, tais como: prazo
de entrega, quantidade, qualidade intrínseca do produto e atendimento;
98
Perspectiva de Processos Internos: o indicador do volume de minério
próprio produzido que é medido por tonelada, comparando-se as quantidades
previstas com as produzidas. Os Indicadores associados a essa perspectiva
medem a gestão dos processos internos. A Açominas, busca a viabilidade da
atividade de mineração, aumentando a competitividade e a sustentabilidade da
empresa; e
Perspectiva de Aprendizado e Crescimento: o indicador
disponibilidade de potenciais sucessores, mede o percentual de cargos com
sucessores já mapeados, buscando-se assim, abranger o maior número
possível de prováveis sucessores, para os casos de substituições nos cargos
gerenciais. .A Açominas entende que é preciso ter sempre pelo menos, dois a
três sucessores para cada cargo, e que os sucessores devem ser
acompanhados no seu desempenho, por meio de treinamentos e avaliações.
4.5 Identificação das Ações Setoriais
As ações estratégicas são o ponto de partida de inúmeras atividades e
diversos projetos setoriais. Assim, de acordo com as entrevistas realizadas
com os analistas: financeiro, comercial, de tecnologia e gestão e de recursos
humanos, foram identificadas as ações setoriais desenvolvidas e que, no
entender dos entrevistados, colaboram para a melhoria dos Indicadores
utilizados no BSC.
Sendo assim, apresentam-se as ações identificadas por área, e ainda
com base nas perspectivas adotadas no BSC, a seguir:
Área Financeira
Destaca-se a participação em projetos de redução de custos, sob a ótica
financeira, buscando-se a redução dos estoques dos insumos, tais como: o
99
minério e o carvão. Evidencia-se que a orientação da Açominas S.A no tocante
a “Austeridade e foco permanente em Redução de Custos e Despesas”,
advém do processo de planejamento e controle dos custos, de acordo com o
Orçamento de Custeio, que é elaborado pelas áreas e aprovado pelas
Diretorias. Nesse sentido, o monitoramento é efetuado mensalmente por um
grupo denominado “célula de negócio”, onde vários profissionais são
envolvidos, e contribuem independentemente da área à qual pertencem na
estrutura na organização, acompanhando as informações previstas e
comparando-as com as realizadas, e, em caso de divergências, são tomadas
as devidas providências. A participação no grupo pode também sugerir outros
projetos voltados para a redução dos custos e despesas. Tal participação
contribui para a melhoria nos índices ou percentuais obtidos nos indicadores
financeiros, refletindo ainda no aumento do lucro líquido e na geração de caixa;
Área Comercial
Ressalta-se a importância do controle sobre a Assistência Técnica no
atendimento ao cliente, para solucionar problemas ou orientar para a utilização
correta do produto, gerando melhorias nos indicadores relacionados ao cliente.
Evidencia-se ainda a participação em projetos voltados para a expansão de
vendas para o mercado interno e externo e sobre a percepção de novas
demandas do mercado comprador. Desenvolve, ainda, estudos sobre a
viabilidade de novos investimentos voltados para a prospecção de demandas.
Área de Produção
Dissemina-se a filosofia da qualidade total, por intermédio de
treinamentos nas áreas operacionais, visando melhorar a qualidade no
processo produtivo. Destaca-se também a participação em vários grupos de
100
trabalho sobre: estudos de viabilidade de aumento da produção de perfis e fio-
máquina; estudos sobre melhorias tecnológicas no processo industrial, tais
como: refratários e automações; elaboração de projetos que são criados para
agilizar a aprendizagem no processo de produção, visando garantir a
estabilidade operacional, quando muda a capacidade ou a tecnologia de
processos; conscientização e aprimoramento de processos de segurança,
inclusive verificando novos equipamentos de segurança; sugestões de
soluções de problemas no processo produtivo e distributivo, que podem gerar
necessidades de pequenos investimentos para evitar paralisações na
produção e distribuição, tais como: diminuição no rendimento, interrupções não
previstas e manutenção constante nos equipamentos. Informa-se que esses
novos investimentos podem ser incluídos no orçamento setorial para
aprovação imediata pela Diretoria. Tais atividades refletem também na
melhoria dos indicadores relacionados aos processos internos;
Área de Recursos Humanos
Verifica-se o acompanhamento da “Matriz de Treinamento Padrão” que
contempla todos os treinamentos aprovados pela diretoria para o ano em
curso; recebe, ainda, as demandas de diversas áreas para treinamentos: em
novas linhas de produção; novos postos de trabalho; realocação dos
empregados, de acordo com a capacitação; educação ambiental e
responsabilidade social, submetendo-os a autorização da diretoria; efetua a
tabulação da capacitação técnica dos empregados; acompanha as avaliações
de desempenho; acompanha a remuneração variável; controla a
disponibilidade de potenciais sucessores, monitorando dois ou três sucessores
prováveis para cada cargo; participa em grupos de trabalho que busca a
101
percepção das necessidades dos empregados, tais como: remuneração,
saúde, segurança e desenvolvimento. Tais atividades também contribuem para
melhorar os indicadores de aprendizado e crescimento das pessoas.
O quadro 11, abaixo, resume as ações estratégicas e as ações setoriais
identificadas na Açominas S.A:
Ações Estratégicas e Ações Setoriais
AÇÕES
ESTRATÉGICAS SETORIAIS
A) Expansão da Capacidade de
produção de aço líquido;
B) Programa de Desenvolvimento
de Líderes;
C) Projeto de Segurança
Operacional dos Equipamentos;
D) Segurança Total das Pessoas;
E) Logística Portuária;
F) Geração da Energia ;
G) Preservação do Meio
Ambiente;
H) Responsabilidade Social; e
I) Redução dos Custos
1) Assistência Técnica no atendimento ao cliente;
2) Participação em projetos voltados para a expansão de vendas;
3) Estudos sobre a viabilidade de novos investimentos voltados
para a prospecção de demandas;
4) Participação em grupos de trabalho sobre estudos de viabilidade
de aumento da produção;
5) Acompanhamento da “Matriz de Treinamento Padrão” ;
6) Analise das demandas das áreas para novos treinamentos,
inclusive de Educação Ambiental e Responsabilidade Social;
7) Tabulação da capacitação técnica dos empregados;
8) Acompanhamento das Avaliações de Desempenho;
9) Acompanha a Remuneração Variável;
10Controle da disponibilidade de potenciais sucessores;
11) Disseminação da filosofia da qualidade total,;
12) Participação de projetos sobre melhorias tecnológicas no
processo industrial;
13) Participação em projetos que analisam a estabilidade
operacional;
14) Conscientização e aprimoramento de
processos de segurança;
15) Verificação de novos equipamentos de segurança;
16) Participação em Grupos que buscam solucionar problemas de
paralisação no processo produtivo e distributivo;
17) Participação em projetos de redução de custos que buscam a
redução dos estoques de insumos;
18) Participação mensal em grupo de trabalho denominado “célula
de negócio”, visando o acompanhamento e a redução dos custos
industriais;
19) Projetos voltados para Inclusão Social;
20) Projetos voltados para as restaurações de peças.
5 ANÁLISES DOS RESULTADOS
5.1 Verificação do alinhamento entre Ações Setoriais e Estratégicas
102
A análise dos resultados está centrada no objetivo geral do trabalho que
é de verificar se as ações, em nível setorial, percebidas como relevantes pelos
funcionários da Açominas S.A, quando solicitados a listarem tais ações a partir
unicamente da análise dos indicadores do BSC, colaboram com as ações
estratégicas planejadas pela empresa.
Os quadros 12 a 20, a seguir, apresentam, as associações entre as
ações estratégicas e as ações setoriais, bem como as respectivas justificativas
para esses relacionamentos.
Quadros das relações entre as Ações Estratégicas e Setoriais
A) AÇÃO ESTRATÉGICA: Expansão da Capacidade de produção de aço
líquido
AÇÃO
SETORIAL
JUSTIFICATIVA
2)Projetos voltados
para a expansão de
vendas.
Esses projetos se relacionam diretamente com as necessidades de
atender aos mercados interno e externo, que quando estão aquecidos
demandam produtos.
3)Estudos sobre a
viabilidade de
novos
investimentos
voltados para a
prospecção de
demandas
Se os mercados interno e externo estão aquecidos, torna-se necessário
à realização de novos investimentos, para atender às demandas, como
por exemplo: tecnologia e infra-estrutura de informação.
4)Estudos de
viabilidade de
aumento de
produção
Se os mercados estão aquecidos, é preciso estudar as possibilidades
de aumento de produção de determinados produtos para atender
àqueles mercados.
12) Projetos de
melhorias
tecnológicas no
processo industrial
A empresa precisa acompanhar a constante evolução tecnológica já
que pretende aumentar a produção, gerando melhor produtividade, e
com redução de custos.
13) Projetos que
analisam a
Estabilidade
Operacional
Quando a empresa muda à capacidade de produção ou a tecnologia de
processos, precisa agilizar a aprendizagem no processo de produção, e
precisa acompanhar tal processo.
B)AÇÃO
ESTRATÉGICA: Programa de Desenvolvimento de Líderes
AÇÃO SETORIAL JUSTIFICATIVA
103
5) Controle da Matriz de
Treinamento padrão
A matriz contempla os treinamentos necessários solicitados pelas
áreas para o desenvolvimento de todos os empregados da
empresa.
10)Controle da
disponibilidade de
potenciais sucessores
È preciso acompanhar a evolução de dois ou mais empregados
considerados potenciais sucessores para cada cargo na
empresa.
8) Acompanhamento
das Avaliações de
Desempenho
Periodicamente são realizadas as avaliações de desempenho
que também colaboram para a identificação de novos líderes.
9)Controle da
Remuneração Variável
Se os empregados atingirem as metas previstas, fazem jus a
receberem remuneração variável. Esse controle também
colabora para o desenvolvimento de todos os empregados da
empresa.
7) Tabulação da
capacidade técnica dos
empregados
O controle da capacidade técnica dos empregados também
auxiliará para a identificação dos potenciais líderes.
C)AÇÃO ESTRATÉGICA: Projetos de Segurança operacional dos
equipamentos
AÇÃO SETORIAL JUSTIFICATIVA
11) Disseminação da
filosofia da qualidade
total.
Visa disseminar a cultura de melhorar a qualidade no processo
de produção, buscando a segurança operacional dos
equipamentos.
12) Projetos sobre
melhorias tecnológicas no
processo industrial.
A empresa precisa acompanhar a constante evolução
tecnológica já que busca a segurança operacional dos
equipamentos.
14)Conscientização e
aprimoramento de
processos de segurança.
Disseminar a conscientização sobre segurança operacional e
buscar o aprimoramento dos processos de segurança nos
equipamentos.
15)Verificação de novos
equipamentos de
segurança.
É importante o investimento em equipamentos de segurança,
face aos avanços tecnológicos existentes no mercado.
5) Controle da Matriz de
Treinamento padrão
Treinamentos voltados para o aprimoramento de segurança
operacional dos equipamentos.
16) Participação em
Grupos para solucionar
problemas de paralisação
no processo produtivo.
Quando se aumenta a produção, é preciso acompanhar os
problemas existentes, visando evitar paralisações não previstas.
D)AÇÃO ESTRATÉGICA: Segurança total das pessoas
AÇÃO SETORIAL JUSTIFICATIVA
14)Conscientização e Disseminar a conscientização sobre segurança operacional e
104
aprimoramento de
processos de segurança.
buscar o aprimoramento dos processos de segurança das
pessoas, buscando-se zerar os acidentes na fábrica.
15)Verificação de novos
equipamentos de
segurança
É importante o investimento em equipamentos de segurança,
face aos avanços tecnológicos existentes no mercado, buscando-
se zerar os acidentes na fábrica.
16)Participação em
grupos de soluções de
problemas de
paralisações no processo
produtivo.
É preciso evitar paralisações não previstas no processo
produtivo, buscando-se zerar os acidentes na fábrica. .
5) Controle da Matriz de
Treinamento padrão
Necessidade de treinamentos voltados para a conscientização e
o aprimoramento da segurança das pessoas.
E)AÇÃO ESTRATÉGICA: Logística Portuária
AÇÃO SETORIAL JUSTIFICATIVA
16)Participação em
grupos de soluções de
problemas de
paralisações no processo
produtivo e distributivo.
É preciso evitar paralisações não previstas no processo
distributivo, acompanhando o trajeto dos produtos que são
escoados somente via ferrovia ou via ferrovia para o porto de
tubarão, em caso de utilizar navio.
5) Controle da Matriz de
Treinamento padrão
Necessidade de treinamentos voltados para o aprimoramento do
processo de distribuição dos produtos.
F)AÇÃO ESTRATÉGICA: Geração de Energia
AÇÃO SETORIAL JUSTIFICATIVA
4)Participação em grupos
de trabalho sobre
viabilidade de aumento
da produção
Se os mercados se encontram compradores, é preciso estudar
as possibilidades de aumento de produção de determinados
produtos, porém com redução dos custos, como exemplo a
energia.
12)Projetos sobre
melhorias tecnológicas no
processo industrial.
A empresa precisa acompanhar a constante evolução
tecnológica já que pretende aumentar a produção, gerando
melhor produtividade, e com redução de custos, como exemplo a
energia.
5)Controle da Matriz de
Treinamento padrão.
A empresa necessita de treinamentos para acompanhar as
mudanças tecnológicas nos equipamentos industriais que afetam
o controle da energia.
G)AÇÃO ESTRATÉGICA: Preservação do Meio Ambiente
AÇÃO SETORIAL JUSTIFICATIVA
12) Projetos sobre
melhorias tecnológicas no
A empresa precisa acompanhar a constante evolução
tecnológica, porém preservando o meio ambiente.
105
processo industrial;
16)Participação em
grupos para solucionar
problemas de
paralisações no processo
produtivo;
A empresa precisa acompanhar se existem problemas no
processo produtivo que podem afetar o meio ambiente
.
5)Controle da Matriz de
Treinamento padrão.
A empresa necessita de treinamentos para disseminar a cultura
sobre a importância da educação ambiental no processo
industrial e realiza cursos junto à comunidade local.
H)AÇÃO ESTRATÉGICA: Responsabilidade Social
AÇÃO SETORIAL JUSTIFICATIVA
19) Projetos voltados
para a Inclusão Social;
A empresa busca a inclusão social da comunidade do entorno da
usina, oferecendo estágios, empregos e cursos de
aperfeiçoamento
.
20) Projetos voltados
para as restaurações de
peças.
A empresa desenvolve projetos para a comunidade local,
efetuando por exemplo as restaurações de peças pertencentes
as Igrejas próximas.
I)AÇÃO ESTRATÉGICA: Redução dos Custos
AÇÃO SETORIAL JUSTIFICATIVA
17)Participação em
projetos de redução de
custos nos estoques de
insumos.
A empresa busca a constante redução dos custos, como fator de
diferencial competitivo, principalmente no custo dos insumos
utilizados no processo produtivo, tais como: minério e carvão.
18)Participação em grupo
de trabalho denominado
“célula de negócio”,
visando o controle e a
redução dos custos
industriais.
A empresa acompanha mensalmente a realização dos custos e
despesas, confrontando-os com as previsões efetuadas, para
tomar as devidas providências de correção de rumos, se
necessário, nas áreas envolvidas.
5)Controle da Matriz de
Treinamento padrão
A empresa necessita de treinamentos para disseminar a cultura
sobre a importância da permanente redução nos custos e
despesas nas áreas da organização.
5.2 Utilização do BSC para o alinhamento entre Ações Setoriais e
Estratégicas
Essa seção analisa as respostas do analista de planejamento às
questões relacionadas com a adoção e implementação da metodologia BSC
na Açominas S.A. As respostas convergem com a posição de Kaplan e Norton
106
(2000) na seção 2.4.1, quando mencionam que as empresas, ao adotarem a
Metodologia do BSC, devem considerar alguns princípios, tais como:
Com relação a traduzir a estratégia em termos operacionais
Foi criado um grupo de trabalho em 2002 pela Açominas S. A, para
treinar e implementar a metodologia BSC entre seus funcionários, assim como
acompanhar as atividades de planejamento estratégico listadas a seguir:
análise do ambiente geral, análise SWOT, análise e definição dos fatores
críticos de sucesso com uma visão de processos, análise de documentos
internos e elaboração do Mapa Estratégico do BSC. A Açominas entende que
esse mapa é útil para apresentar o inter-relacionamento entre as intenções
estratégicas e objetivos estratégicos.
Sobre a participação dos colaboradores
Foi elaborado pela Açominas S.A um plano de comunicação do
processo de implantação do BSC em 2002, para divulgar as informações sobre
o andamento do processo em reuniões nos diversos níveis gerenciais, como
também na intranet (site específico) da Empresa. Procurou-se informar o que
deveria ser feito pelas áreas da empresa, para alinhar todas as ações setoriais
com o Mapa Estratégico do BSC, buscando-se a sinergia organizacional;
Com relação a transformar a estratégia em tarefa de todos
Foi elaborado pela Açominas S.A, um plano de comunicação geral do
processo de implantação do BSC para os gerentes operacionais, sendo estes
os responsáveis pela comunicação específica para cada equipe sobre as
estratégias da empresa, como também quais seriam as tarefas necessárias de
todos os setores a serem desenvolvidas para atingir os objetivos, inserindo
107
ainda as necessidades de cada área, resultando em compromisso de todos os
empregados;
Implementou-se na Açominas S.A, a avaliação periódica de gestão, com
a participação dos Diretores, Gerentes e empregados. Dessa forma, ocorrem
reuniões mensais de controle e uma reunião anual de comunicação e
avaliação que a Diretoria faz com os cerca de 6.000 empregados, de forma
gradativa, utilizando um galpão que acomoda 1.000 empregados de cada vez.
Nessa reunião, também, são ratificados o conjunto de intenções a serem
perseguidas; e
Com relação a mobilizar a mudança por meio da liderança executiva
Implementou-se na Açominas S.A, a avaliação mensal e anual entre os
diversos níveis de decisão, sobre os objetivos estratégicos a serem
alcançados, visando adotar as ações corretivas, se necessário, inclusive
esclarecendo as expectativas para os anos seguintes.
De acordo com o entrevistado, a implementação do BSC também
contribuiu para o aprimoramento ou a melhoria de :
Controle dos objetivos estratégicos
A Açominas S.A define que um Indicador significa a medida quantitativa
e qualitativa do alcance do objetivo estratégico. Sendo assim, o
acompanhamento é realizado nas reuniões mensais de avaliação dos
Indicadores do BSC, com o envolvimento de todos os níveis de decisão, de
baixo para cima (bottom-up). As reuniões ocorrem da seguinte forma: uma
somente entre as diretorias, outra das Diretorias em conjunto com os Gerentes
e Equipes, outra entre as Equipes, denominada de cima para baixo (top-down).
108
Nas reuniões são avaliados os elementos do Mapa Estratégico, sendo: fatores
críticos de sucesso, indicadores estratégicos e projetos estratégicos. Os
participantes se auxiliam também do Sistema SAP, como ferramenta adicional
de controle, utilizando-se ainda dos seus módulos, principalmente o SEM
(módulo do SAP) que é voltado para o controle estratégico no BSC. Observa-
se ainda, que do resultado das reuniões surgem as medidas corretivas, e se
necessário, novos projetos, ajustes, treinamentos, encaminhamentos, etc.;
Avaliação de Desempenho
A Açominas S.A na ocasião da avaliação do desempenho dos
empregados, que é realizada de forma anual, também utiliza os resultados dos
Indicadores do BSC, para acompanhamento das atividades desenvolvidas
pelos empregados;
Sistema de Remuneração Variável
A Açominas S.A considera que a remuneração é composta de uma
parcela fixa (salário) e de uma parcela variável atrelada à consecução dos
objetivos estratégicos definidos no BSC, como, por exemplo, aumentar o Lucro
Líquido – genérico, e não ter acidente ( acidente zero), específico;
Sistema de Custos
A Açominas S.A adota o sistema de Custeio Variável , buscando o
aprimoramento da Gestão de Custos. Nesse caso, utiliza os Indicadores do
BSC, atrelado, como exemplo, ao Indicador Redução de custos, dentro da
perspectiva financeira;
Sobre os benefícios obtidos com a implantação do BSC na Açominas
S.A, o entrevistado informou que tal implantação fortaleceu a visão
compartilhada de todos os empregados sobre as Estratégias da empresa;
109
propiciando ainda o maior comprometimento dos empregados com essas
Estratégicas; gerou a maior interação entre os empregados; colaborou para a
criação de uma cultura de planejamento e gestão da estratégia de forma
estruturada; recebeu em 2006 o prêmio denominado “Hall of Fame” pelo
instituto criado pelos fundadores do BSC, após a realização de Auditoria
realizada na Açominas S.A, objetivando verificar a aderência da empresa à
Metodologia do BSC, sendo concedido para as empresas que ao aplicarem a
metodologia BSC no processo de planejamento e Gestão Estratégica
obtiveram melhores resultados.
5.3 Identificação das estratégias empresariais
Como complemento à pesquisa, apresenta-se, nos quadros 21 a 27, a
seguir, uma proposta de alinhamento entre estratégias e ações estratégicas
implementadas na Açominas S.A e as devidas justificativas para essas
associações:
A)AÇÃO ESTRATÉGICA: Expansão da capacidade de produção de aço
líquido
ESTRATÉGIA
EMPRESARIAL
JUSTIFICATIVA
Crescimento Organico Busca aumentar a participação da empresa nos mercados
nacional e internacional.
Visa ampliar as instalações para aumentar a produção; aquisição
de máquinas e contratação de empregados
.
D)AÇÃO ESTRATÉGICA: Segurança total das pessoas
ESTRATÉGIA
EMPRESARIAL
JUSTIFICATIVA
Competição com
diferenciação de imagem
A imagem no mercado também é construída a partir da busca por
reduzir os acidentes na fábrica.
110
E)AÇÃO ESTRATÉGICA: Logística portuária
ESTRATÉGIA
EMPRESARIAL
JUSTIFICATIVA
Competição com
diferenciação de preços
A Açominas, ao conseguir diminuir seus custos logísticos,
viabilizará preços mais competitivos nos mercados aonde vende
seus produtos.
F)AÇÃO
ESTRATÉGICA: Geração de energia
ESTRATÉGIA
EMPRESARIAL
JUSTIFICATIVA
Competição com
diferenciação de preços
A Açominas, ao conseguir reduzir o custo com a energia na sua
produção, viabilizará preços mais competitivos nos mercados
aonde atua.
G)AÇÃO ESTRATÉGICA: Preservação do meio ambiente
ESTRATÉGIA
EMPRESARIAL
JUSTIFICATIVA
Competição com
diferenciação de imagem
A imagem nos mercados aonde a Açominas atua também é
construída a partir das ações necessárias, visando à preservação
do meio ambiente. Como exemplo: Cursos sobre a educação
ambiental para a comunidade local e reaproveitamento da água
utilizada no processo de produção.
H)AÇÃO ESTRATÉGICA: Responsabilidade Social
ESTRATÉGIA
EMPRESARIAL
JUSTIFICATIVA
Competição com
diferenciação de imagem
A imagem nos mercados aonde a Açominas atua também é
construída a partir das ações voltadas para a Responsabilidade e
a Inclusão Social. Como exemplo: contratação de profissionais
residentes na comunidade local e restaurações de peças em
igrejas próximas.
111
I)AÇÃO ESTRATÉGICA: Redução dos Custos
ESTRATÉGIA
EMPRESARIAL
JUSTIFICATIVA
Competição com
diferenciação de preços
A Açominas ao conseguir reduzir os custos industriais, melhorará
as margens de contribuição dos produtos, viabilizando preços
mais competitivos nos mercados aonde atua, como também
reduzirá os custos fixos, que afetam os objetivos de melhoria nos
resultados da empresa, como exemplo: aumento da geração de
caixa e do lucro líquido.
5.4 Resumo das associações entre as Ações Estratégicas e Setoriais
O quadro 28, a seguir, apresenta o resumo das associações entre as
ações estratégicas e as ações setoriais:
AÇÃO ESTRATÉGICA AÇÃO SETORIAL
A) Expansão da Capacidade
de produção de aço líquido
2)Projetos voltados para a expansão de vendas;
3)Estudos sobre a viabilidade de novos
investimentos voltados para a prospecção de
demandas;
4)Estudos de viabilidade de aumento de produção;
12) Projetos de melhorias tecnológicas no processo
industrial;
13) Projetos que analisam a Estabilidade
Operacional;
B)Programa de
Desenvolvimento de Líderes
5) Controle da Matriz de Treinamento padrão;
7) Tabulação da capacidade técnica dos
empregados;
8)Acompanhamento das Avaliações de
Desempenho;
9)Controle da Remuneração Variável;
10)Controle da disponibilidade de potenciais
sucessores;
C)Projetos de Segurança
operacional dos
equipamentos
5) Controle da Matriz de Treinamento padrão;
11) Disseminação da filosofia da qualidade total;
12) Projetos sobre melhorias tecnológicas no
processo industrial;
14)Conscientização e aprimoramento de
processos
de segurança;
15)Verificação de novos equipamentos de
segurança;
16)Participação em grupos de soluções de
problemas de paralisações no processo produtivo e
distributivo.
112
D)Segurança total das
pessoas
5) Controle da Matriz de Treinamento padrão;
14)Conscientização e aprimoramento de processos
de segurança;
15)Verificação de novos equipamentos de
segurança;
16)Participação em grupos de soluções de
problemas de paralisações no processo produtivo;
E)Logística Portuária
5) Controle da Matriz de Treinamento padrão
16)Participação em grupos de soluções de
problemas de paralisações no processo produtivo e
distributivo.
F)Geração de Energia
4)Participação em grupos de trabalho sobre
viabilidade de aumento da produção;
5)Controle da Matriz de Treinamento padrão;
12)Projetos sobre melhorias tecnológicas no
processo industrial
G)Preservação do Meio
Ambiente
5)Controle da Matriz de Treinamento padrão;
12)Projetos sobre melhorias tecnológicas no
processo industrial;
16)Participação em grupos para solucionar
problemas de paralisações no processo produtivo;
H)Responsabilidade Social
19) Projetos voltados para a Inclusão Social;
20) Projetos voltados para as restaurações de peças
I)Redução dos Custos
5)Controle da Matriz de Treinamento padrão;
17)Participação em projetos de redução de custos
nos estoques de insumos;
18)Participação em grupo de trabalho denominado
“célula de negócio”, visando o controle e a redução
dos custos industriais;
6 CONCLUSÕES
A pesquisa constata que as Estratégias são definidas pelo Grupo
Gerdau S.A, para todas as empresas do grupo, onde todos os empregados
têm acesso e inclusive as informações são divulgadas para toda a sociedade
no site da Empresa. Observa-se que os empregados conhecem e se
comprometem com as Estratégias planejadas, de acordo com as respostas
das entrevistas com alguns empregados na Açominas S.A, como também face
ao constante processo participativo adotado.
Ficou evidenciada na pesquisa efetuada na Açominas S.A que é
relevante e sistemática a participação da direção e do corpo gerencial no
acompanhamento das ações setoriais desenvolvidas. Tal participação é
113
considerada pelos empregados entrevistados como muito importante para o
constante aprimoramento do processo de Gestão Participativa e
acompanhamento das Estratégias definidas pelo Grupo Gerdau S.A.
Com relação especificamente à pergunta da pesquisa, ou seja, se as
ações desenvolvidas na empresa colaboram com as Ações Estratégicas
planejadas, verifica-se que isto ocorre porque, conforme pode ser visto no
quadro vinte e oito, na página 113, onde existem ações setoriais, em menor ou
maior número, associadas a cada ação estratégica planejada.
Ficou comprovado no estudo em tela que os empregados entrevistados
na Açominas S.A conhecem os indicadores do BSC, e que essa Metodologia
adotada vem contribuindo para o aprimoramento do processo estruturado de
controle das Estratégias Planejadas pelo Grupo Gerdau S.A.
Uma possível explicação para o alinhamento entre as Ações
Estratégicas e as Ações Setoriais verificada na empresa pesquisada, pode ser
o fato de que a mesma encontra-se inserida em um setor da economia
(siderurgia) considerado maduro. Setores maduros correspondem
freqüentemente a ambientes mais previsíveis o que favorece o sucesso de
atividades estruturadas de planejamento e controle estratégico. Ou seja, as
Estratégias planejadas e correspondentes Ações estratégicas e Ações
setoriais, são usualmente aquelas que são efetivamente implementadas.
Vale ressaltar que a Açominas S.A efetua o controle das Ações
Estratégicas por intermédio de reuniões mensais com os diversos níveis de
decisão, com base no SAP, utilizando o módulo SEM ( strategyc enterprise
management) de acordo com o Mapa Estratégico do BSC, que sinaliza em
cores, significando as faixas de performance atingidas, sendo: verde – dentro
114
do previsto; amarela – próxima do previsto e vermelha – um pouco afastado do
previsto. Dessa forma, nas reuniões mensais de acompanhamento, a análise é
efetuada por exceção, ou seja, verificam-se as faixas que estão fora do
previsto, para a implementação das devidas correções.
Os resultados da pesquisa também sugerem que os temas: meio
ambiente e responsabilidade social deveriam ser tratados de forma mais
destacada no BSC, talvez como novas perspectivas, ou como indicadores
específicos, face à sua relevância para o contexto empresarial atual, como
também pela contribuição para a criação de valor a longo prazo para as
organizações.
6.1 Limitações da pesquisa
Os temas “Estratégia, Gestão e Controle” são bastante complexos, e
não podem e não devem ser tratados sob a forma de um pacote pronto que
possibilite ser trabalhado como modelo único e ideal, para toda e qualquer
organização.
Sendo assim, ao definir as minhas conclusões, evidencio que o estudo
não tem a pretensão de generalizar ou denegrir quaisquer procedimentos ou
ações estratégicas e setoriais da empresa pesquisada, uma vez que o
propósito da pesquisa foi verificar se os empregados da Açominas S.A
conhecem as ações estratégicas, como também se ao desenvolverem ações
setoriais em sua área de atuação, também colaboram com aquelas ações,
utilizando-se da Metodologia BSC, que é uma ferramenta de controle
estratégico.
115
Tenho a convicção de que este trabalho tem profundidade limitada, em
função da complexidade dos assuntos que permeiam a Estratégia, a Gestão e
o Controle Estratégico nas Organizações, e, que por isso devem ser
aprofundados em estudos específicos posteriores.
6.2 Recomendações para futuras pesquisas
Finalizo o presente trabalho, com contribuições que devem estimular
novas investigações sobre o assunto que perpassa a Estratégia e o Controle
Estratégico. Há muito espaço para futuras pesquisas que busquem ampliar, ou
melhor, desenvolver o tema, tendo em vista que os estágios e os resultados
obtidos nas Empresas que adotaram a metodologia BSC, podem ser
diferentes.
A realização do presente trabalho me permite sugerir as seguintes
investigações:
. Examinar uma empresa de menor porte onde as informações
quantitativas dos indicadores do BSC possam ser coletadas, tendo em vista
que não consegui apresentar os dados quantitativos da Açominas S.A,
considerados confidenciais, uma vez que só estão disponíveis no site do
Grupo Gerdau S.A as informações consolidadas do Grupo; e
. Analisar com mais profundidade as interações entre os sistemas
gerenciais de controle interno adotados pela empresa, com a metodologia do
BSC; principalmente no tocante a Gestão de Custos;
Futuras pesquisas, como as supracitadas, juntamente com os
resultados da presente pesquisa, podem auxiliar a responder por que a
116
metodologia do BSC tem ajudado algumas empresas em seu processo de
controle das Estratégias planejadas e em outras não. Em outras palavras por
que algumas empresas ainda entendem que a metodologia do BSC representa
apenas um modismo no processo de controle das Estratégias planejadas?
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ANEXOS
120
Questionário aberto de coleta de dados durante as entrevistas efetuadas
ANEXOS – ROTEIROS DAS ENTREVISTAS
Nome:
______________________________________________________________
Cargo/Função: _____________________________ Tempo na função:
________________
Instituição / Empresa: ______________________ Tempo:
________________________
Formação Acadêmica: ______________________________ Idade:
__________________
A ligação entre a missão, visão e estratégia é realizada por meio da
identificação em ações a serem realizadas pela empresa, segundo diretrizes
aprovadas pela Diretoria. A ação estratégica é um movimento baseado no
mercado que envolve um comprometimento significativo de recursos
organizacionais e que é difícil de implementar e de reverter. A ação tática
também é um movimento baseado no mercado e que visa ajustar a estratégia;
envolve uma quantidade menor de recursos e é relativamente fácil de
implementar e de reverter.
121
No tocante a metodologia do BSC, é importante a definição dos indicadores
que medirão os Objetivos Estratégicos que devem estar relacionados numa
cadeia de causa e efeito, tomando como base as quatro perspectivas
preconizadas, considerados como essenciais para a obtenção de crescimento
e sucesso no longo prazo.
Sendo assim, foi perguntado:
1) ao Analista da área de planejamento quais são as Ações
Estratégicas definidas pela Gerdau Açominas S.A?
2) ao Analista da área de planejamento quais são os indicadores do
BSC definidos pela Gerdau Açominas S.A ?
3) aos Analistas de outras áreas, quais são as ações operacionais que
eles desenvolvem que colaboram de forma relevante para a melhoria dos
Indicadores utilizados no BSC.
3.1) Quanto a Perspectiva financeira, para o Analista Financeiro;
3.2) Quanto a Perspectiva do Cliente, para o Analista Comercial ;
3.3) Quanto a Perspectiva dos Processos Internos, para o Analista de
Tecnologia e Gestão;
3.4) Quanto a Perspectiva do Aprendizado e Crescimento das Pessoas,
para o Analista de recursos Humanos.
4) Foi perguntado ao Analista da área de Planejamento que participou
da implantação do BSC e continua participando como membro do comitê de
avaliação mensal, quais os princípios de trabalho adotados pela Gerdau
Açominas S.A que focalizam as estratégias adotadas para os seus
empregados?
122
4.1)Quanto a traduzir a estratégia em termos operacionais?
4.2) Quanto a alinhar a organização à estratégia?
4.3) Com relação a transformar a estratégia em tarefa de todos?
4.4) Com relação a converter a estratégia em um processo contínuo?
4.5) Com relação a mobilizar a mudança por meio da liderança
executiva?
5) Foi perguntado ao Analista da área de planejamento como é feito o
Controle Estratégico dos indicadores do BSC, associados com as
Perspectivas: financeira, do Cliente, dos Processos Internos e do Aprendizado
e Crescimento?
6) Foi perguntado ao Analista da área de planejamento estratégico se os
indicadores do BSC são utilizados na ocasião da Avaliação de desempenho
dos empregados?
7) Foi perguntado ao Analista de Planejamento se os indicadores do
BSC são utilizados em algum sistema de Remuneração Variável?
8) Foi perguntado ao Analista de Planejamento se os indicadores do
BSC são utilizados para alimentar o sistema ABC – Custeio Baseado em
Atividades ou outro sistema que busque o aprimoramento dos Sistemas de
Custos?
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