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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Juliana Valente Francica
AJUSTES CARDIOVASCULARES INDUZIDOS PELOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS
EM JOVENS COM HISTÓRIA FAMILIAR POSITIVA DE HIPERTENSÃO
São Paulo
2008
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UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO-SENSU EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Juliana Valente Francica
AJUSTES CARDIOVASCULARES INDUZIDOS PELOS EXERCÍCIOS RESISTIDOS
EM JOVENS COM HISTÓRIA FAMILIAR POSITIVA DE HIPERTENSÃO
Dissertação apresentada ao Programa de
Mestrado em Educação Física da
Universidade São Judas Tadeu como
requisito parcial para a obtenção do título de
Mestre em Educação Física.
Área de Concentração: Promoção da Saúde
Orientadora: Profa. Dra. Kátia De Angelis
São Paulo
2008
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Francica, Juliana Valente
Ajustes cardiovasculares induzidos pelos exercícios resistidos em
jovens com história familiar positiva de hipertensão / Juliana
Valente Francica. - São Paulo, 2008.
114 f. ; 30 cm
Dissertação (mestrado) – Universidade São Judas Tadeu, São
Paulo, 2008.
Orientador: Profª Dra. Kátia De Angelis
1. Hipertensão. 2. Hereditariedade. 3. Exercícios Resisitidos. 4.
Ficha catalográfica: Elizangela L. de Almeida Ribeiro - CRB 8/6878
DEDICATÓRIA
Dedico esta dissertação aos meus pais, Jorge e Fabíola, por terem investido todo o
amor e dedicação a minha formação pessoal e profissional. Sem eles nada disso teria
acontecido! Pai, obrigada por cada manhã que não me deixou perder a hora para a escola e
para a faculdade, e pelo carinho de cada café da manhã que me preparastes. Mãe, obrigada por
ser minha maior incentivadora, meu porto seguro, minha fortaleza! Amo vocês!
Dedico à minha irmã, Fernanda, por ser sempre minha conselheira, amiga e
incentivadora. Ao meu cunhado, Rodrigo, por estar sempre nos auxiliando em todos os
momentos. Ao meu sobrinho e afilhado, Victor, que iluminou nossas vidas e me ofereceu um
motivo a mais para seguir em frente.
Dedico à minha avó Antonietta (in memorian) por tudo que sempre fez por mim e por
minha família, e por ter sido uma pessoa fundamental na formação do meu caráter. Tenho
certeza que, de onde estiver, você está presente em cada momento de nossas vidas.
Dedico ao meu grande amigo Márcio Tubaldini, por seus importantíssimos
conselhos que acabaram por mudar a minha vida. Tudo que me ensinastes está e estará
sempre comigo. E se posso defini-lo em uma palavra, a sua é generosidade. Admiro muito
você, amigo! Meu mais sincero muito obrigado!
AGRADECIMENTOS
À professora tia De Angelis, por ter me dado a oportunidade de cursar o Mestrado
sob sua orientação, e por ter confiado no meu potencial mesmo que as circunstâncias
apontassem o contrário! Nesses dois anos fui muito além do que poderia imaginar... E devo
tudo isso a você! Nosso grande exemplo de profissionalismo e comprometimento com seus
ideais. Obrigada mais uma vez pela confiança!
Ao professor Rubens Corrêa Araujo, por ter sido a minha primeira referência em
pesquisa, tendo sempre muita paciência ao me auxiliar na elaboração deste projeto e nos
procedimentos biomecânicos. Enfim, por ser sempre um grande incentivador.
Aos meus amigos, Marcelo Heeren e Michelle Sartori, por estarem sempre ao meu
lado durante todos os momentos desta dissertação. Marcelo, sinto-me uma pessoa de muita
sorte por ter o privilégio de conviver com uma pessoa tão especial como você. Michelle, não
tenho palavras para agradecer a força que me destes no final dessa jornada.
Aos colegas do Laboratório do Movimento Humano, os eternos Angelitos, por me
ensinarem que apesar de toda a estrutura, um laboratório precisa de pessoas que saibam
transformar essa estrutura em ciência. Vocês são excelentes pesquisadores, e muito mais do
que isso, vocês são os meus amigos!
Aos meus amigos de todas as horas, Rogério Abdullatif, Patrícia Areias, Sam Tiago
Albuquerque, Daniel Melemendjean, Adriano Nardino, Igor D’Elia, Fernanda Pavanelli,
Luciana Barbosa, Bruna Bueno, Josiane Barbosa, Janayna Thompson e Lidiane Abdullatif.
Obrigada pela compreensão! Apesar de muitas vezes eu estar longe fisicamentente, meu
pensamento e meu coração estão sempre com vocês.
À Dra. Maria Claudia Irigoyen, por sempre se mostrar solicita em todos os
momentos. Aos colegas do Laboratório de Hipertensão Experimental/ InCor, pelo carinho
e atenção. Agradeço em especial ao colega Cristiano Mostarda, por sua importante ajuda na
análise da variabilidade da freqüência cardíaca.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e à
Universidade São Judas Tadeu (USJT) pelo auxílio financeiro, que permitiu a concretização
dessa dissertação.
À Deus, pois independente de qual a sua verdadeira natureza, acredito que sejas capaz
de orientar todos os seres e impulsioná-los para o bem. Obrigada por me dar a força
necessária para atingir todos os meus objetivos.
“Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais.
Teus passos ficaram. Olhes para trás… mas vá em frente pois há muitos que precisam que
chegues para poderem seguir-te.”
Charles Chaplin
SUMÁRIO
Lista de figuras
Lista de tabelas
Resumo
Abstract
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................
01
1.1 Hipertensão arterial............................................................................................
01
1.2. Fatores genéticos e hipertensão arterial............................................................
03
1.3 Fatores ambientais influenciando no desenvolvimento da hipertensão.............
06
1.4 Exercício físico e hipertensão............................................................................
08
2. Objetivos .................................................................................................................
14
2.1 Geral...................................................................................................................
14
2.2 Específicos.........................................................................................................
14
3. Materiais e Métodos ................................................................................................
15
3.1 Sujeitos e grupos experimentais.........................................................................
15
3.2 Seqüência experimental.....................................................................................
15
3.3 Análises Hematológicas e bioquímicas..............................................................
17
3.4 Medidas bioquímicas sangüíneas com fitas reagentes.......................................
18
3.5 Análise da composição corporal........................................................................
18
3.6 Registro do Intervalo R-R..................................................................................
20
3.7 Medida de Pressão arterial.................................................................................
21
3.7.1 Método auscultatório................................................................................
21
3.7.2 Monitorização através do monitor automático de pulso..........................
22
3.8 Teste de estresse mental : Stroop Test...............................................................
23
3.9 Protocolo para determinação da força máxima..................................................
24
3.10 Sessões de exercícios isométricos e isotônicos ...............................................
25
3.11 Análise da variabilidade da FC........................................................................
27
3.12 Análise estatística.............................................................................................
28
4. Resultados ............................................................................................................... 29
5. Discussão ................................................................................................................ 55
7. Considerações Finais ............................................................................................... 72
8. Cronograma ............................................................................................................. 75
9. Atividades Desenvolvidas ....................................................................................... 76
8. Bibliografia ............................................................................................................. 77
9. Anexos .................................................................................................................... 86
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Foto da avaliação da composição corporal através da Bioimpedância........ 19
Figura 2 Foto ilustrando a medida de dobra bicipital para avaliação da composição
corporal........................................................................................................
20
Figura 3A Foto ilustrando a medida da freqüência cardíaca em repouso..................... 21
Figura 3B Registro da freqüência cardíaca obtida através de freqüencímetro em um
sujeito avaliado durante os 15 minutos de repouso.....................................
21
Figura 4 Foto ilustrativa da medida da pressão arterial em repouso.......................... 22
Figura 5 Esquema do protocolo realizado para avaliação do estresse mental (TEM).
23
Figura 6 Esquema do protocolo realizado no dia da sessão exercício isométrico..... 26
Figura 7 Esquema do protocolo realizado no dia da sessão exercício isotônico....... 26
Figura 8 Exemplo de registro RR analisado pelo programa MATLAB em sujeitos
com história familiar negativa (HFN) e positiva (HFP) de hipertensão.....
28
Figura 9 Percentual de alunos da USJT com história familiar negativa (HFN) e
positiva (HFP) de hipertensão arterial.........................................................
29
Figura 10 Relação BF/AF do intervalo R-R em repouso nos grupos com história
familiar negativa (HFN) e positiva (HFP) de hipertensão. ........................
32
Figura 11 Comportamento da FC antes (Rep), no minuto (1º min), no minuto
(3º min) e após 15 minutos (Recup) do teste de estresse mental no grupo
filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP)......................
34
Figura 12 Variância do R-R nos grupo filhos de normotensos (HFN) e filhos de
hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (5° ao 15° minuto) do
teste de força máxima isométrica................................................................
38
Figura 13 Componente de baixa freqüência (BF) do intervalo R-R nos grupo filhos
de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na
recuperação (5° ao 15° minuto) do teste de força máxima isométrica........
38
Figura 14 Componente de alta freqüência (AF) do intervalo R-R nos grupo filhos de
normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na
recuperação (5° ao 15° minuto) do teste de força máxima isométrica........
39
Figura 15 Comportamento da relação BF/AF do intervalo R-R nos grupo filhos
de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na
recuperação (5° ao 15° minuto) do teste de força máxima isométrica...
39
Figura 16 Variância do R-R nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de
hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (5° ao 15° minuto) do
teste de força máxima isotônica..............................................................
42
Figura 17 Componente de baixa freqüência do RR (BF) nos grupos filhos de
normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na
recuperação (5° ao 15° minuto) do teste de força máxima isotônica.....
42
Figura 18 Componente de alta freqüência do RR (AF) nos grupos filhos de
normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na
recuperação (5° ao 15° minuto) do teste de força máxima isotônica.....
43
Figura 19 Comportamento da relação BF/AF nos grupos filhos de normotensos
(HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (5°
ao 15° minuto) do teste de força máxima isotônica...............................
43
Figura 20 Variância do RR (VAR RR) nos grupos filhos de normotensos (HFN)
e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90
minutos) da sessão de exercícios isométricos........................................
46
Figura 21 Componente de alta freqüência (AF) do RR nos grupos filhos de
normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na
recuperação (90 minutos) da sessão de exercícios isométricos.............
46
Figura 22 Componente de baixa freqüência (BF) do RR nos grupos filhos de
normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na
recuperação (90 minutos) da sessão de exercícios isométricos.............
47
Figura 23 Relação BF/AF nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de
hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90 minutos) da sessão
de exercícios isométricos.......................................................................
47
Figura 24 Comportamento da freqüência cardíaca (FC), e da pressão arterial
sistólica (PAS) e diastólica (PAD) no repouso (Rep) e após sessão de
exercícios isométricos (90 min., 4h, 8h, 12h, 16h, 20 e 24 horas) nos
grupos HFN e HFP................................................................................
48
Figura 25 Variância do RR (VAR RR) nos grupos filhos de normotensos (HFN)
e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90
minutos) da sessão de exercícios isotônicos..........................................
51
Figura 26 Componente de baixa freqüência (BF) do RR nos grupos filhos de
normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na
recuperação (90 minutos) da sessão de exercícios isotônicos...............
52
Figura 27 Componente de alta freqüência (AF) do RR nos grupos filhos de
normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na
recuperação (90 minutos) da sessão de exercícios isotônicos................
52
Figura 28 Relação BF/AF nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de
hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90 minutos) da sessão
de exercícios isotônicos.........................................................................
53
Figura 29 Comportamento da freqüência cardíaca (FC), e da pressão arterial
sistólica (PAS) e diastólica (PAD) no repouso e após sessão de
exercícios isotônicos (90 min., 4h, 8h, 12h, 16h, 20 e 24 horas) nos
grupos HFN e HFP.................................................................................
54
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composição corporal dos grupos história familiar negativa (HFN) e história
familiar positiva (HFP) de hipertensão.......................................................... 30
Tabela 2 Ácido úrico, glicemia, colesterol total e frações, triglicérides e insulina dos
grupos história familiar negativa (HFN) e história familiar positiva (HFP)
de hipertensão............................................................................................... 30
Tabela 3 Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e freqüência cardíaca
(FC) nos grupos história familiar negativa (HFN) e história familiar
positiva (HFP) de hipertensão....................................................................... 31
Tabela 4 Variância do RR (Var RR), componentes de alta freqüência (AF) e de baixa
freqüência (BF) do intervalo RR e relação BF/AF em repouso dos grupos
HFN e HFP..................................................................................................... 32
Tabela 5 Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e freqüência cardíaca
(FC) nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP)
no repouso, no final do teste de estresse mental (TEM) e ao final do período
de recuperação deste teste (Recup)................................................................
33
Tabela 6 Variância do RR (Var RR), componentes de alta freqüência (AF) e de baixa
freqüência (BF) do intervalo RR, e relação BF/AF no repouso e no período
de recuperação do teste de estresse mental (TEM)......................................... 35
Tabela 7 Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), FC média (FC med), FC
máxima (FC máx) e lactato nos grupos filhos de normotensos (HFN) e
filhos de hipertensos (HFP) no repouso e imediatamente após o teste de
força máxima (TFM) isométrica em membros superiores (MMSS) e
membros inferiores (MMII)...........................................................................
36
Tabela 8 Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca (FC)
e lactato sanguíneo nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de
hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (5º ao 15º minuto) do teste
de força máxima isométrica............................................................................ 37
Tabela 9 Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), FC média (FC med), FC
máxima (FC máx) e lactato nos grupos filhos de normotensos (HFN) e
filhos de hipertensos (HFP) no repouso e imediatamente após o teste de
força máxima (TFM) isotônica em membros superiores (MMSS) e
membros inferiores (MMII)........................................................................... 40
Tabela 10 Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca (FC)
e lactato nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos
(HFP) no repouso e na recuperação (5º ao 15º minuto) do teste de força
máxima isotônica........................................................................................... 41
Tabela 11 Variáveis hemodinâmicas e metabólicas nos grupos filhos de normotensos
(HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e imediatamente após a
sessão de exercícios isométricos..................................................................... 44
Tabela 12 Variáveis hemodinâmicas e metabólicas nos grupos filhos de normotensos
(HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90
minutos) de exercícios isométricos................................................................. 45
Tabela 13 Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca (FC)
e medidas metabólicas no grupo filhos de hipertensos (HFP) no repouso e
após a sessão de exercícios isotônicos............................................................ 49
Tabela 14 Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca (FC)
e medidas metabólicas no grupo filhos de hipertensos (HFP) no repouso e
na recuperação (90 minutos) de uma sessão de exercícios isotônicos........... 50
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Diversos estudos familiares demonstraram a agregação familiar da hipertensão arterial,
tanto entre irmãos, quanto entre pais e filhos. Trabalhos demonstraram que jovens normotensos,
filhos de hipertensos, apresentam aumento da PA, dos níveis séricos de catecolaminas, redução da
resposta barorreflexa e anormalidades metabólicas e endócrinas quando comparados a jovens
filhos de normotensos. O objetivo do presente estudo foi avaliar as respostas hemodinâmicas,
autonômicas e metabólicas induzidas pelo teste de estresse mental (TEM) e pelos testes de força
máxima (TFM) isométrica e isotônica, bem como por sessões de exercícios isotônicos ou
isométricos em jovens com história familiar positiva de hipertensão. Foram sujeitos da pesquisa
25 homens, com idade variando entre 18 e 35 anos, e com pressão arterial (PA) abaixo de
140/90mmHg, divididos em 2 grupos: 1) História Familiar Positiva de Hipertensão (HFP, n=13),
indivíduos que pelo menos um dos pais fazia uso de medicamento para controle da hipertensão, e
2) História Familiar Negativa de Hipertensão (HFN, n=12), os pais eram normotensos e o
faziam uso de medicação para controle da PA. O protocolo foi composto por três fases: 1. Coleta
de sangue para avaliações bioquímicas; medidas de composição corporal; respostas
hemodinâmicas (PA e freqüência cardíaca) e autonômicas (análise da variabilidade da freqüência
cardíaca, VFC) ao TEM; 2. Avaliação das respostas hemodinâmicas e da VFC ao TFM isométrica
e isotônica no dinamômetro isocinético (cotovelo e joelho); 3. Respostas hemodinâmicas, da VFC
e metabólicas (lactato, glicemia, colesterol e triglicerídeos) a sessões de exercícios (30 minutos)
isométricos ou isotônicos (joelho e cotovelo) com 50% da carga voluntária máxima obtida na fase
2. Os resultados obtidos demonstram que a composição corporal, a glicemia e o perfil lipídico
plasmático em jejum, as catecolaminas, a PA sistólica (HFN:113±4 vs. HFP:110±2mmHg), a PA
diastólica (HFN:77±4 vs. HFP: 76±2mmHg) e a freqüência cardíaca (FC) (HFN:71±2 vs.
HFP:78±2bpm) foram semelhantes entre os grupos no repouso. Houve redução na variância do
intervalo RR (HFN: 5933±693 vs. HFP: 2967±390ms
2
) e no componente de alta freqüência do
RR (AF) (HFN:33±4 vs. HFP:21±3%), além de aumento no componente de baixa freqüência do
RR (BF) (HFN:66±4 vs. HFP:78±3%) e na relação BF/AF (HFN:2,3±0,7 vs. HFP:4,6±0,8) no
grupo HFP em relação ao grupo HFN no repouso. Em resposta ao TEM, ambos os grupos
apresentaram aumento da FC no e minutos de teste, no entanto, o grupo HFP apresentou
maiores valores de FC no 1ºmin (HFN:77±1 vs. HFP:86±2bpm) e na recuperação (HFN:70±1 vs.
HFP:79±2bpm) do TEM em relação ao grupo HFN. Após o TEM não houve diferenças na VFC
entre os grupos estudados. Durante os TFM isométrica e isotônica observou-se aumento na FC
máxima em ambos os grupos em relação aos respectivos valores de repouso, com aumento
adicional no grupo HFP em relação ao grupo HFN após o TFM isométrico para membros
inferiores. No entanto, a PAS apresentou-se maior imediatamente após os TFM somente no grupo
HFP quando comparado ao seu repouso. No período de recuperação destes testes (15 min), a PA e
a FC retornaram aos valores basais. No entanto, observou-se aumento da banda de BF e da relação
BF/AF do RR somente no grupo HFN em relação aos seus valores de repouso após o TFM
isométrico; não havendo diferenças na VFC entre os grupos nos períodos de recuperação dos
TFM isométrico ou isotônico. Imediatamente após as sessões de exercícios isométricos e
isotônicos a FC foi maior em ambos os grupos quando comparados aos respectivos valores de
repouso. A PA diastólica não se alterou significativamente após as sessões de exercício e a PA
sistólica foi semelhante entre os grupos após a sessão de exercícios isométricos, mas foi maior no
grupo HFP em relação ao grupo HFN após a sessão de exercícios isotônicos. A glicemia, maior no
grupo HFP (115±2mg/dl) em relação ao grupo HFN (105±1mg/dl) no repouso, foi normalizada
após ambas sessão de exercícios. Os triglicérides, o colesterol e o lactato sanguíneos foram
semelhantes entre os grupos no repouso e após as sessões de exercícios. As catecolaminas
estavam aumentadas imediatamente após a sessão de exercícios isotônicos. Aos 90 minutos de
recuperação da sessão de exercícios isométricos, observou-se valores semelhantes de PAS e de
PAD entre os grupos; aumento na FC no HFP quando comparado ao seu repouso e ao HFN;
aumento na variância do RR (6091±976 vs. 3296±385ms
2
) e na banda de AF (49±2 vs. 31±3%)
no HFP quando comparado aos seus valores de repouso; além de diminuição da banda de BF
(51±2 vs. 68±3 %) e na relação BF/AF (1,03±0,1 vs. 3,1±0,7) no grupo HFP quando comparado
aos seus valores de repouso. Não foram observadas diferenças na VFC no grupo HFN em relação
aos valores de repouso no período de recuperação (90 min) após a sessão de exercícios
isométricos. Aos 90 minutos de recuperação da sessão de exercícios isotônicos, observou-se
valores semelhantes de PAD entre os grupos; aumento da PAS no grupo HFP em relação ao
grupo HFN; aumento da FC em ambos os grupos quando comparados aos respectivos valores de
repouso; aumento na variância do RR do HFN quando comparado ao repouso (6904±441 vs.
5332±544ms
2
) e quando comparado ao HFP (4448±558ms
2
); aumento do componente de AF
(49±2 vs. 31±3%) no HFP quando comparado aos seus valores de repouso; diminuição no
componente de BF (51±2 vs. 68±3 %) e na relação BF/AF (1,03±0,1 vs. 3,1±0,7) no grupo HFP
quando comparado aos seus valores de repouso. A PA sistólica, diastólica e a FC aferida pelos
próprios avaliados através do uso de um medidor automático de pulso de PA não foi diferente
entre os grupos, ou em relação aos valores de repouso, 4, 8, 12, 16, 20 e 24 horas após as sessões
agudas de exercícios isométricos ou isotônicos. Os resultados demonstram que filhos de
hipertensos, mesmo com valores de PA e de variáveis metabólicas semelhantes a filhos de
normotensos, apresentam aumento na modulação simpato/vagal cardíaca em repouso o que
provavelmente está relacionado a alterações na resposta cronotrópica e/ou pressórica nos testes
fisiológicos de estimulação simpática. Todavia, o achado mais importante do presente estudo foi
que filhos de hipertensos tiveram atenuação na reduzida VFC e melhora do balanço simpato/vagal
cardíaco após uma única sessão de exercícios isométricos ou isotônicos, sugerindo que esta
abordagem possa ser importante no manejo do risco cardiovascular em populações geneticamente
predispostas.
ABSTRACT
Many studies demonstrated the familiar aggregation of arterial hypertension, between
brothers, as well as between parents and sons. Scientific papers demonstrated that
normotensive youngs, offspring of hypertensive parents, presented increase in arterial
pressure, in seric levels of catecholamines, decrease in baroreflex responses, and metabolic
and endocrines abnormalities as compared to offspring of normotensive parents. The
objective of present study was to evaluate hemodynamic, autonomic and metabolic responses
induced by a mental stress test (MST) and by an isometric and an isotonic maximal strength
tests (MPT), as well as induced by sessions of isotonic or isometric exercises in youngs with
positive familiar history of hypertension. Twenty five young men (18-35 years), with arterial
pressure (AP) <140/90mmHg were divided into 2 groups: 1) Positive familiar history of
hypertension (HFP, n=13), subjects that parents used medication for hypertension control, and
2) Negative familiar history of hypertension (HFN, n=12), parents were normotensive and did
not use medications to AP control. The protocol was composed by 3 phases: 1. Blood
collection for biochemistry measurements; body composition evaluation; hemodynamic (AP
and heart rate, HR) and autonomic (analysis of heart rate variability, HRV) responses to a
(MST); 2. Hemodynamics and HRV responses evaluations to an isometric and to an isotonic
MPT on an isokinetic dynamometer (elbow and knee); 3. Hemodynamic, HRV and metabolic
(blood lactate, glucose, cholesterol and triglycerides) responses to a single session of
isometric or isotonic exercises (30 minutes) (knee and elbow) with 50% of the maximal
strength obtained in the phase 2. The obtained results demonstrated that body composition,
glicemia and plasma lipid profile after fasting, systolic AP (HFN:113±4 vs.
HFP:110±2mmHg), diastolic AP (HFN:77±4 vs. HFP: 76±2mmHg) and HR (HFN:71±2 vs.
HFP:78±2bpm) were similar between groups at rest. There were reduction in RR variance
(HFN: 5933±693 vs. HFP: 2967±390ms
2
) and in high frequency (HF) component of RR
(HFN:33±4 vs. HFP:21±3%), and increase in low frequency (LF) component of RR
(HFN:66±4 vs. HFP:78±3%) and in LF/HF relation (HFN:2.3±0.7 vs. HFP:4.6±0.8) in HFP
group in relation to HFN group at rest. In response to the MST, the two groups presented
HR increase in the 2
nd
e 3
rd
minutes of this test, however, the HFP presented higher HR values
in the 1
st
min (HFN:77±1 vs. HFP:86±2bpm) and in the recovery period (HFN:70±1 vs.
HFP:79±2bpm) of the MST as compared to HFN group. After the MST, there was no
difference in HRV between study groups. During the isometric and isotonic MPT increase
in maximal HR was observed in both groups in relation to their resting values, with adictional
increase in HFP group in comparison to HFN after the legs isometric MPT. However, the
systolic AP was increased immediately after MPT only in HFP group as compared to its
resting values. In the recovery period of these tests (15 minutes), the AP and the HR restored
basal levels. Neverthless, increase in LF component and in LF/HF relation were observed
only in HFN group in relation to its resting values after the isometric MPT; no difference was
observed in HRV between groups in the recovery periods of the isometric and isotonic MPT.
Immediatly after the isometric and isotonic acute exercise sessions the HR was higher in
both groups as compared to their resting values. The diastolic AP was unchanged after the
exercise sessions, and the systolic AP was similar between groups after the isometric exercise
sessions, but was higher in HFP group in relation to HFN group after the isotonic exercise
session. The blood glucose, increased in HFP group (115±2mg/dL) as compared to HFN
group (105±1mg/dL) at rest, was normalized after both exercise sessions. The blood
triglycerides, cholesterol and lactate were similar between groups at rest and after the exercise
sessions. In the recovery period (90 minutes) of the isometric exercise session we observed
similar values of systolic AP and diastolic AP between groups; increased HR in HFP group as
compared to its resting values and to HFN group; increased RR variance (6091±976 vs.
3296±385ms
2
) and HF band (49±2 vs. 31±3%) in HFP in relation to its values at rest; and also
decreased LF band (51±2 vs. 68±3 %) and LF/HF relation (1.03±0.1 vs. 3.1±0.7) in HFP
group as compared to its values at rest. No difference was obtained in HRV in HFN group in
the recovery period (90 min) after the isometric exercise session in relation to its values at
rest. In the recovery period (90 min) of the isotonic exercise session we observed similar
values of diastolic AP between groups; increase in systolic AP in HFP group in relation to
HFN group; increase in HR in both groups as compared to their resting values; increase in RR
variance of HFN group as compared to its rest values (6904±441 vs. 5332±544ms
2
) and as
compared to HFP group (4448±558ms
2
); increase in HF component (49±2 vs. 31±3%) in HFP
group as compared to its resting values; decrease in LF component (51±2 vs. 68±3 %) and in
LF/HF relation (1.03±0.1 vs. 3.1±0.7) in HFP group as compared to its resting values. The
systolic and diastolic AP and the HR, measured by the evaluated subjects at home using a
wrist automatic sphygmomanometer, were similar between groups and as compared to their
resting values 4, 8, 12, 16, 20 e 24 hours after the acute isometric or isotonic exercise
sessions. The results demonstrated that offspring of hypertensive parents, despite showed
similar AP values and metabolic parameters levels as compared to offspring of normotensive
parents, presented increase in cardiac sympathetic/parassympathetic modulation at rest, that
probably is related to chronotropic and/or pressoric responses alterations in sympathetic
stimulation physiological tests. However, the most important finding of this study was that
offspring of hypertensive parents presented attenuation of the reduced HRV and an
improvement in cardiac sympathetic/parassympathetic balance after a single session of
isometric or isotonic exercises, suggesting that this approach may be important in the
management of cardiovascular risk in genetically predisposed populations.
1

1.1 Hipertensão Arterial
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença que afeta milhões de pessoas em
todo o mundo, sendo responsável pelo grande número de mortes devidas a infarto do
miocárdio, acidente vascular cerebral e doença renal crônica. No Brasil, de acordo com dados
estatísticos, as doenças cardiovasculares constituem importante causa de mortalidade no país,
sendo que a HAS atinge cerca de 15 a 20% da população urbana adulta (com mais de 18
anos), chegando a 65% nos indivíduos mais idosos (IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão,
2004). A HAS, como a maioria das doenças crônicas cuja incidência aumenta com a idade,
envolve tanto componentes etiológicos ambientais como hereditários, sendo, portanto,
classificada como uma doença poligênica e multifatorial, relacionada a mudanças
morfológicas e funcionais no sistema cardiovascular e no controle autonômico em humanos e
animais (Irigoyen et al, 2003; Habeck, 1991; Trzebski, 1992).
A regulação da pressão arterial (PA) é uma função fisiológica complexa, que depende
de ações integradas dos sistemas cardiovascular, renal, neural e endócrino (Campagnole-
Santos e Haibara, 2001). A manutenção de níveis pressóricos dentro de uma faixa de
normalidade depende de variações, ou do débito cardíaco, ou da resistência periférica, ou de
ambos. Diferentes mecanismos de controle estão envolvidos o na manutenção como na
variação momento a momento da PA, regulando o calibre e a reatividade vascular, a
distribuição de fluidos dentro e fora dos vasos e o bito cardíaco (Irigoyen et al., 2005). Os
estudos dos mecanismos de controle da PA têm indicado grande mero de substâncias e
sistemas fisiológicos que interagem de maneira complexa e com redundância para garantir
níveis adequados de pressão arterial nas mais diversas situações. Entre esses sistemas de
controle, destacam-se o sistema nervoso autônomo (SNA) e as diferentes alças hormonais
2
acionados por informações codificadas pelos diferentes sensores periféricos (Irigoyen et al.,
2003).
Admite-se, que alterações da PA, como as encontradas na HAS ou em outras
patologias, resultariam da disfunção dos sistemas de controle de PA. Dentre eles, a
participação do aumento da atividade do sistema nervoso simpático na patogênese da HAS
tem sido amplamente estudada (Fukuda et al., 1987; Irigoyen et al., 2005; De Angelis et al.,
2004).
Sabe-se que pelo menos três grandes arcos reflexos estão envolvidos na atividade
simpática: os barorreceptores arteriais, receptores cardiopulmonares e quimiorreceptores
arteriais. Os barorreceptores são considerados os mais importantes mecanismos de controle
reflexo da PA. Em indivíduos hipertensos esses mecanorreceptores (receptores sensíveis a
deformações na parede dos vasos) sofrem adaptação, deslocando sua faixa de funcionamento
para os novos níveis de PA, o que normalmente é acompanhado de redução da sua
sensibilidade. Isso determina que, para uma igual variação da PA, os hipertensos tenham uma
menor quantidade de informações e, conseqüentemente, uma deficiência na regulação reflexa
da PA. A menor sensibilidade dos barorreceptores é provavelmente o maior determinante do
aumento da variabilidade da PA (Irigoyen et al., 2005).
Os receptores cardiopulmonares são compostos por três grupos de receptores ativados
por mudanças na pressão das maras cardíacas. Além disso, aumentos ou quedas de PO
2
,
PCO
2
e pH provocam respostas homeostáticas para corrigir essas variações a partir da
sensibilidade dos quimiorreceptores arteriais, estruturas localizadas estrategicamente no
circuito arterial (corpúsculos aórticos e carotídeos). A estimulação dos quimiorreceptores
provoca aumento da amplitude e da freqüência respiratória. O aumento resultante na
ventilação é ajustado precisamente de maneira a restaurar os gases sanguíneos e o pH aos seus
valores normais. Alguns estudos demonstraram que a ativação tônica do quimiorreflexo
levava ao aumento da atividade simpática e da PA (Irigoyen et al., 2005).
3
Usando-se diferentes métodos de avaliação da atividade simpática, pode-se detectar,
nas fases iniciais da HAS primária, aumento do tônus simpático, como: efeito mais intenso de
agentes simpatolíticos ou bloqueadores adrenérgicos na diminuição dos níveis de pressão
arterial; níveis elevados de noradrenalina plasmática e da sua liberação regional (“spillover”);
aumento da atividade simpática com registro direto (microneurografia) e maior sensibilidade à
noradrenalina (aumentos maiores de pressão arterial durante infusão) (Mancia et al., 1993).
Em laboratório, observou-se que a atividade simpática neural basal aferida por
microneurografia é progressivamente mais elevada em indivíduos com hipertensão leve,
moderada e grave, respectivamente, embora esteja aumentada durante os estágios iniciais
de desenvolvimento da HAS (Mancia et al., 1993).
Mais recentemente, a análise espectral (AE) dos sinais de PA e de freqüência cardíaca
(FC) tem alcançado considerável interesse por ser um método o invasivo que estima
atividade neural do SNA e não neural para oscilações a curto e longo prazo dessas variáveis
(De Angelis et al., 2004). Os algoritmos mais utilizados para o desenvolvimento da potência
espectral são a transformada rápida de Fourier e a análise autorregressiva. Com esse tipo de
análise podemos obter os espectros com suas respectivas potências a partir de bandas de
freqüência pré-determinadas, caracterizadas por modulação dos ramos simpático (oscilações
de baixa freqüência, BF) e parassimpático (oscilações de alta freqüência, AF) do SNA. Hoje,
a variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) tem sido aceita como um método funcional de
avaliação da modulação autonômica cardiovascular, além de ser cada vez mais aceito como
um fator de prognóstico de mortalidade, especialmente pós infarto do miocárdio e na
insuficiência cardíaca congestiva (Malik et al., 1989; Heart Rate Variability, 1996).
1.2 Fatores Genéticos na Hipertensão Arterial
É interessante notar que existe uma correlação positiva entre os níveis de PA de um
indivíduo e a incidência de doenças cardiovasculares, renais e mortalidade, mesmo que este
4
indivíduo tenha sua PA ainda na faixa dita de normalidade. Uma vez que não existe um nível
preciso a partir do qual os valores de PA passam a aumentar o risco cardiovascular, a
conceituação de HAS é arbitrária e definida operacionalmente por razões práticas para
avaliação de risco e tratamento de um indivíduo (VI JNC, 1997; Irigoyen et al., 2005). Dessa
forma, acredita-se que deteções precoces da elevação da PA, como as observadas em filhos de
hipertensos (Lopes et al., 2001), e a interação desta condição com outros tantos fatores de
risco genéticos pode ser muito mais importante no futuro para o manejo clínico de um
paciente do que conceituá-lo unicamente como hipertenso essencial.
Postula-se que variações genéticas podem contribuir na determinação dos níveis de PA
de um indivíduo, devido à herdabilidade elevada da PA definida como um fenótipo ou ao
caráter quantitativo de sua distribuição populacional ou mesmo em modelos animais de
hipertensão. Não se deve subestimar, ainda, a contribuição dos fatores genéticos na própria
definição dos outros fatores de risco, ditos ambientais, como diabetes, obesidade,
sedentarismo ou mesmo consumo de álcool (Harrap, 1994; Irigoyen et al., 2003; Pureza et al.,
2006).
Embora uma característica importante dos genes seja sua capacidade de ser
identicamente reproduzido de geração a geração, a evolução dos seres vivos não seria possível
sem que houvesse a ocorrência de mutações no conjunto de genes que compõem o nosso
material genético (Rondinelli & Moura Neto, 2003).
Segundo Krieger et al. (2004) com os avanços da biologia molecular, e com as
informações resultantes de esforços objetivos no entendimento do genoma humano e de uma
série de animais, a possibilidade de se identificarem genes cuja função, ou disfunção, pudesse
afetar a homeostase pressórica humana passou a ser uma realidade nas últimas décadas.
Rondinelli & Moura Neto (2003) relatam que genes e ambiente não são adversários,
mas sim, forças que interagem moldando muitas de nossas características. Estas
5
características genéticas podem ser descritas tanto como: Mendeliana (um gene único é
responsável) ou Poligênica (atividade de mais de um gene).
Recentemente foram identificadas mutações isoladas, associadas ao surgimento de
formas mendelianas raras de HAS. Essas mutações resultam em ganho de função de
transportadores do néfron distal, que resultam em excessiva retenção de sal. A compreensão
dessas síndromes é particularmente importante, pois estas devem sinalizar vias celulares que
podem estar envolvidas nas formas mais comuns de HAS essencial e/ou primária (Krieger et
al., 2004).
Timerman e César (2000) sugerem alguns genes que são candidatos a possíveis
determinantes de HAS como: receptores de angiotensina, receptor de insulina, receptor de
glucagon, fator natriurético atrial, endotelina e receptor de endotelina, trocador sódio-
hidrogênio, óxido nítrico sintetase, calicreína, grupos sanguíneos e HLA, lípase loipoprotéica
e receptor adrenérgico tipo B2. E ainda afirmam que a identificação dos indivíduos ou
famílias afetadas por HAS de causa genética pode ser fundamental para a conduta correta,
pois o conhecimento da existência desses casos pelo clínico-geral ou cardiologista pode levar
à identificação de novos casos familiares, aumentando o conhecimento sobre os
determinantes genéticos da HAS.
Diversos estudos familiares demonstraram a agregação familiar da HAS, tanto entre
irmãos, quanto entre pais e filhos (Havlik et al., 1979). Existe uma associação mais
importante entre os níveis pressóricos de irmãos biológicos, comparados ao de irmãos
adotivos. Ainda, estudos com gêmeos mostram uma concordância maior entre gêmeos
monozigóticos do que com gêmeos dizigóticos, outra evidência de que os níveis de PA são,
em parte, geneticamente determinados.
Dados obtidos por Lopes et al. (1997) demonstraram que jovens normotensos, filhos
de hipertensos, apresentam aumento da PA, dos níveis séricos de catecolaminas e redução da
resposta baroreflexa da freqüência cardíaca, quando comparados a jovens filhos de
6
normotensos. Esses dados apontam para o envolvimento precoce do SNA na gênese da HAS.
Essas alterações no controle cardiovascular foram observadas em associação com
anormalidades metabólicas e endócrinas (elevação do colesterol total, VLDL colesterol, LDL
colesterol e triglicérides, diminuição do HDL colesterol, e aumento da norepinefrina, renina e
insulina) (Lopes et al., 2001; Lopes et al.; 2000). Segundo Lopes et al. (1997) essas
anormalidades no perfil lipídico e nos valores pressóricos, independente de estarem ocorrendo
juntas, são importantes fatores de risco para o processo de aterosclerose, e esse processo
parece se iniciar prematuramente na infância.
1.3 Fatores ambientais influenciando no desenvolvimento da hipertensão
Observações clínicas sugerem que indivíduos hipertensos ou com predisposição
genética para a HAS, respondem de forma mais acentuada ao estresse. Todavia, é difícil
atribuir ao estresse um papel mais definido na gênese da hiperatividade simpática associada à
HAS devido ao fato de existirem, num mesmo indivíduo, outros fatores de risco associados,
como a dieta, o nível econômico, os hábitos sociais e o sedentarismo (Pickering, 1994).
A prevalência de obesidade em crianças e adolescentes vem crescendo nos países
desenvolvidos, e tem sido atribuída principalmente a fatores ambientais e socioculturais, tais
como o incentivo a uma dieta pouco saudável, com alta proporção de gorduras, e a uma
atitude sedentária. A obesidade não é considerada um fator de risco direto para aterosclerose
coronária, mas, em geral, vem acompanhada de hipertensão arterial e diabetes mellitus. Desta
forma, o controle de peso pode potencialmente diminuir a prevalência de, no nimo, dois
fatores de risco importantes (Morrinson et al., 1996) .
Uma contribuição de grande importância nesta área foi dada pelo European Group for
the Study of Insulin Resistance EGIR (Ferrannini et al., 1997), cujos resultados
demonstraram que a pressão arterial está diretamente relacionada com a resistência à insulina
e com a concentração plasmática de insulina, o que não depende da idade, sexo ou obesidade.
7
Atualmente, sabe-se que cerca de 50% dos pacientes portadores de hipertensão arterial
essencial apresentam algum grau de resistência à insulina (Ferrannini et al., 1987; Ferrari &
Weidmann, 1990; Ferreira et al., 1995). Existe na literatura certo grau de controvérsia quanto
à importância da hiperinsulinemia ser o fator gerador ou mantenedor de níveis tensionais
elevados, uma vez que a insulina na realidade tem ão vasodilatadora. Todavia, essa
capacidade vasodilatadora é, pelo menos parcialmente, contrabalanceada pelo aumento da
atividade simpática que ocorre sempre nas situações de hiperinsulinemia. Assim, tem sido
cogitada a hipótese de que na condição de hiperinsulinemia a elevação da pressão arterial
ocorre na dependência de fatores genéticos ou adquiridos predisponentes ao desenvolvimento
da hipertensão arterial, pois nesse caso a capacidade vasodilatadora da insulina estaria
reduzida, sendo insuficiente para contrabalancear o aumento da atividade simpática (Ferrari &
Weidmann, 1990; Kohlmann jr., 1998).
O estresse é um elemento natural da vida e nossa capacidade de reagir do ponto de
vista motor e autonômico caracteriza um importante mecanismo homeostático e de
sobrevivência. A maior ativação do sistema nervoso autônomo simpático decorrente do
estresse leva a aumento dos valores de pressão arterial, redução da perfusão miocárdica,
aumento do consumo miocárdico de oxigênio e da instabilidade elétrica cardíaca, precipitando
arritmias cardíacas e infarto agudo miocárdio em indivíduos susceptíveis (Nóbrega et al.,
2007).
Embora já se tenha conhecimento da relação entre estresse e hipertensão arterial desde
a década de 50, somente nos últimos anos surgiram estudos demonstrando uma importante
relação entre a doença hipertensiva e o estresse mental. Alguns testes de estresse laboratorial
foram então desenvolvidos com o objetivo de estudar a reatividade pressórica em situações
experimentais. A idéia era relativamente simples: os indivíduos propensos a hipertensão
arterial seriam mais reativos aos estímulos mentais e físicos (Vieira e Lima, 2007).
8
Dentre os testes de estresse mental, os mais conhecidos e utilizados são: o Stroop
Color Word Test (teste de conflito entre cores e palavras), o Cold Pressure Test (teste de
resfriamento sobre a pressão), o teste de preensão palmar e o teste aritmético.
No Stroop Test, após medidas de PA e FC, os indivíduos são orientados a
verbalizarem a cor com que as palavras estão escritas e não o conteúdo das palavras escritas.
É um teste considerado de nível moderado, e tem sido descrito como um teste de solução
cognitiva ativa. O teste de preensão palmar segue os modelos já utilizados para esforço
estático, geralmente esse teste é iniciado após um intervalo de 2 minutos após a medida de PA
e FC, e consiste na aplicação de um esforço manual estático contínuo durante 3 minutos, a
30% da carga máxima isométrica anteriormente registrada. O teste aritmético consiste da
aplicação de um formulário impresso contendo contas de adição e subtração, apresentando
grau progressivo de dificuldade. O estresse mental do teste matemático é determinado pelo
desafio de realizar cálculos matemáticos sob pressão do cronômetro (Vieira e Lima, 2007).
No teste de resfriamento sobre a pressão, os indivíduos são orientados a submergir a
mão espalmada até o nível do pulso em uma bacia com água gelada e gelo (4ºC) e somente
retira-la quando autorizados (tempo máximo de 3 minutos). Durante esse teste e no exercício
isométrico no dinamômetro de mão (Hand-Grip) foram evidenciados maiores incrementos da
PA e da FC no grupo com história familiar positiva para hipertensão; essas respostas estão
relacionadas ao aumento na atividade simpática, que, segundo os autores, é algo
freqüentemente encontrado em descendentes de hipertensos (Lopes et al., 2001).
1.4 Exercício Físico e Hipertensão
Estudos epidemiológicos demonstraram que o risco de desenvolver hipertensão é 60 a
70% maior em indivíduos sedentários do que naqueles que praticam atividades físicas
regulares (Haapanen et al., 1997). Além disso, as constantes evidências dos benefícios
cardiovasculares, metabólicos e autonômicos após o exercício físico agudo e crônico têm
9
levado muitos investigadores a sugerir o treinamento físico como uma conduta o-
farmacológica importante na prevenção e no tratamento da hipertensão arterial, bem como em
diferentes situações associadas como a insuficiência cardíaca, o diabetes, a resistência à
insulina, e a obesidade (Gordon et al., 1997;
Williams et al., 2002; Wallberg et al., 1988;
Jennings et al., 1986; Tipton, 1991).
Uma única sessão de exercício aeróbio induz redução dos níveis pressóricos no
período pós-exercício tanto em humanos como em animais de experimentação hipertensos,
podendo esta diminuição perdurar por até 22 horas. Overton et al. (1988) demonstraram ainda
que o efeito hipotensor induzido pelo exercício é maior após uma sessão de 40 minutos em
relação a uma sessão de 20 minutos em ratos geneticamente modificados. Esta redução da PA
foi associada à redução do bito cardíaco e da resistência vascular periférica ou a redução
somente do volume sistólico no período pós-exercício (Brandão Rondon et al., 2002; Overton
et al., 1988). Todavia, recentemente demonstramos que ratos hipertensos por bloqueio da
síntese do óxido nítrico apresentam respostas de fluxo sanguíneo prejudicadas durante o
exercício agudo e não tem redução da PA no período pós exercício (De Angelis et al., 2006).
O treinamento físico, caracterizado pela realização de um programa de exercícios regulares,
também promove redução dos níveis pressóricos no período pós-exercício, mas com a
vantagem que hipertensos treinados apresentam menor PA durante a realização da atividade
física e o mais importante, redução nos níveis da PA no período de repouso.
Um dos mecanismos bastante discutidos para explicar a queda pressórica decorrente
do treinamento físico aeróbio está relacionado à atenuação da atividade nervosa simpática.
Além disso, o aumento da sensibilidade do reflexo pressoreceptor também parece estar
associado à diminuição da atividade nervosa simpática (Duncan et al., 1985). A diminuição da
descarga simpática apresenta associação direta com a redução da resistência vascular
periférica e o remodelamento dos vasos de resistência, além de aumentar a capilarização da
musculatura esquelética (Jennings et al., 1987; Nelson et al., 1986). Entre as adaptações
10
periféricas ao exercício, o aumento no fluxo sanguíneo para a musculatura esquelética, e o
conseqüente aumento do estresse de cisalhamento, apresenta correlação direta com a maior
liberação de óxido nítrico, o que também contribui para o aumento do fluxo, uma vez que esta
substância induz vasodilatação dependente do endotélio (Arakawa, 1993). Além disto, outros
mecanismos sistêmicos têm sido sugeridos como responsáveis pela diminuição da PA pós-
treino como a diminuição do volume plasmático e do débito cardíaco. O menor débito
cardíaco ocorreria em virtude de menor FC, a qual estaria relacionada à diminuição do tônus
simpático para o coração (Urata et al., 1987; Veras-Silva et al., 1997).
Por efeito, cabe salientar que o comportamento da PA durante e após o exercício
depende do componente predominante da atividade física ser estático ou dinâmico. Desta
forma, indivíduos hipertensos treinados, especialmente através de exercícios
predominantemente aeróbios e dinâmicos tendem a apresentar uma redução nos níveis basais
de PA. No entanto, os efeitos do uso de exercícios resistidos (ou de força), mesmo que de
baixa intensidade, para redução da PA em indivíduos hipertensos não foram comprovados
(Hagberg et al., 2000; Kelley & Kelley, 2000). Dessa forma, nas últimas décadas o interesse
científico tem se voltado para análise dos efeitos cardiovasculares do exercício resistido,
principalmente para seus efeitos na PA e na modulação autonômica cardiovascular (Forjaz et
al., 2003).
Investigações atuais e recomendações de diretrizes de exercícios indicam a inclusão de
treinamento resistido para pessoas de todas as idades e para muitos pacientes com doenças
crônicas, incluindo doenças cardiovasculares (Pollock et al., 2000; ACSM, 2003).
Os exercícios resistidos podem ser executados em diferentes intensidades. Quando são
feitos com intensidade leve (40 a 60% da carga voluntária xima – CVM), várias repetições
podem ser realizadas, e o resultado será o aumento da resistência da musculatura envolvida no
exercício. Por outro lado, quando os exercícios são realizados com intensidades maiores
(acima de 70% da CVM), o número de repetições não pode ser muito alto (8 a 12) e obtêm-se
11
como resultado do treinamento o aumento da massa muscular e da força da musculatura
envolvida no exercício (Forjaz et al., 2003).
O tipo e a magnitude da resposta cardiovascular dependem das características do
exercício executado, a intensidade, a duração e a massa muscular envolvida. Em relação ao
tipo de exercício podemos caracterizar dois tipos principais: exercícios dinâmicos (isotônicos
- no qual ocorre contração muscular, seguida de movimento articular) e isométricos (há
contração muscular, sem movimento articular), sendo que cada um desses exercícios implica
em respostas cardiovasculares distintas (Forjaz e Tinucci, 2000 ).
Nos exercícios isométricos observa-se aumento da FC, com manutenção ou até
redução do volume sistólico e pequeno acréscimo do débito cardíaco. Em compensação,
observa-se aumento da resistência vascular periférica, que resulta na elevação exacerbada da
PA. Esses efeitos ocorrem porque a contração muscular mantida durante a contração
isométrica promove obstrução mecânica do fluxo sanguíneo muscular, o que faz com que os
metabólitos produzidos durante a contração se acumulem, ativando quimiorreceptores
musculares, que promovem aumento expressivo da atividade nervosa simpática. É
interessante observar que a magnitude das respostas cardiovasculares durante o exercício
isométrico é dependente da intensidade do exercício, de sua duração e da massa muscular
exercitada, sendo maior quanto maiores forem esses fatores (Forjaz e Tinucci, 2000).
Por outro lado, nos exercícios isotônicos, como as contrações são seguidas de
movimentos articulares não existe obstrução mecânica do fluxo sanguíneo, de modo que nesse
tipo de exercício, também se observa aumento da atividade nervosa simpática, que é
desencadeado pela ativação do comando central, mecanorreceptores musculares e,
dependendo da intensidade do exercício, metaborreceptores musculares (Forjaz e Tinucci,
2000). Em resposta ao aumento da atividade simpática, observa-se aumento da FC, do volume
sistólico e do débito cardíaco. Além disso, a produção de metabólitos musculares promove
vasodilatação na musculatura ativa, gerando redução da resistência vascular periférica. Dessa
12
forma, durante os exercícios isotônicos observa-se aumento da PA sistólica e manutenção ou
redução da diastólica (Forjaz et al., 1998). Essas respostas são tanto maiores quanto maior for
a intensidade do exercício, mas o se alteram com a duração do exercício, caso ele seja
realizado numa intensidade inferior ao limiar anaeróbio. Além disso, quanto maior a massa
muscular exercitada de forma isotônica, maior é o aumento da FC, e menor é o aumento da
PA (Forjaz e Tinucci, 2000).
Embora as respostas cardiovasculares aos exercícios isotônicos e isométricos sejam
bem características, na prática diária os exercícios executados apresentam componentes
isotônicos e isométricos, de modo que a resposta cardiovascular a esses exercícios depende da
contribuição de cada um desses componentes. Nesse sentido, os exercícios resistidos
(exercícios localizados contra-resistência) possuem papel de destaque, pois quando
executados em altas intensidades, apesar de serem feitos de forma isotônica apresentam
componente isométrico bastante elevado (Forjaz et al., 2003), fazendo com que a resposta
cardiovascular durante sua execução assemelhe-se àquela observada com exercícios
isométricos, ou seja, aumento da FC e, principalmente, aumento exacerbado da PA, que se
amplia à medida que o exercício vai sendo repetido (Brum et al., 2004).
A utilização ou não de exercícios resistidos em hipertensos ainda é muito discutida.
Com relação aos benefícios, o existem evidências de que esse tipo de treinamento ajude no
controle da hipertensão; em relação aos riscos de qualquer tipo de exercício para os
indivíduos hipertensos, eles residem na elevação exacerbada da PA (Forjaz et al., 2005).
Lopes et al. em 2001 avaliaram o índice de massa corpórea (IMC) e a resposta ao teste
de resfriamento sobre a pressão; além do comportamento da PA, FC alteração neuro-humoral
e metabólica, durante um exercício isométrico realizado no dinamômetro de mão (Hand-Grip)
em filhos de indivíduos hipertensos malignos e filhos de indivíduos não-hipertensos. Esses
autores observaram, em repouso, que filhos de hipertensos apresentavam IMC com valores
13
superiores aos filhos de não-hipertensos, além de aumento nos níveis plasmáticos de insulina,
diminuição dos níveis de HDL colesterol, anormalidades no metabolismo da glicose e
hipertrigliciridemia (Lopes et al., 2001).
Baseado nos dados obtidos, Lopes et al. (2001) sugeriram que estudos com jovens
normotensos com história familiar positiva de hipertensão são modelos muito atrativos para
detecção de modificações precoces e possíveis marcadores biológicos de HAS. Entretanto, até
o presente momento, poucos são os estudos sobre anormalidades nas respostas
cardiovasculares à situação de estresse e/ou sobrecarga fisiológica, como o exercício resistido,
de descendentes de hipertensos. As respostas cardiovasculares e autonômicas de filhos de
hipertensos ao exercício resistido envolvendo grandes grupamentos musculares ainda não
foram estudadas. As alterações documentadas em jovens com história familiar positiva de
hipertensão em repouso e em resposta ao exercício resistido envolvendo um pequeno
grupamento muscular com o Hand-Grip (30% da CVM), sugerem que os ajustes
hemodinâmicos, autonômicos e metabólicos induzidos pelos exercícios resistidos, isométricos
e isotônicos, com grandes grupamentos musculares possam ser diferentes das observadas em
sujeitos com história familiar negativa de hipertensão.
Portanto, atualmente é consenso que indivíduos hipertensos são mais reativos ao
estresse, mental ou físico, e que o exercício físico regular é uma alternativa eficaz para a
atenuação dessa disfunção. No entanto, no que se refere a filhos de hipertensos, sabe-se que
os mesmos apresentam maior predisposição para o desenvolvimento da hipertensão, são mais
reativos ao estresse mental e ao exercício resistido de baixa intensidade e envolvendo pequeno
grupamento muscular. No entanto, ainda faz-se necessário um maior entendimento de como
essa população responde a uma sessão de exercícios envolvendo grandes grupamentos
musculares com carga moderada, para que no futuro o treinamento físico possa ser indicado
como uma ferramenta não farmacológica importante na prevenção de disfunções em
populações geneticamente predispostas.
14

2.1 GERAL
O objetivo do presente estudo foi avaliar as respostas hemodinâmicas, autonômicas e
metabólicas induzidas pelo teste de estresse mental e pelos testes de força máxima isométrica
e isotônica, bem como por sessões de exercícios isotônicos ou isométricos em jovens com
história familiar positiva de hipertensão.
2.2 ESPECÍFICOS
Os objetivos específicos do presente projeto foram avaliar em jovens com história
familiar positiva de hipertensão:
- a pressão arterial (PA), a freqüência cardíaca (FC) e a modulação autonômica da FC
através da análise espectral em repouso;
- parâmetros hematológicos e bioquímicos sanguíneos de repouso;
- as respostas da PA, da FC e a modulação autonômica da FC através da análise
espectral em resposta ao teste de estresse mental;
- as respostas da PA, da FC, da modulação autonômica da FC e do lactato sanguíneo
em resposta aos testes de carga máxima isométrica e isotônica;
- as respostas da PA, da FC e a modulação autonômica da FC, além das alterações das
catecolaminas, da glicemia, do lactato, do colesterol total e dos triglicérides sanguíneos
induzidas por uma sessão de exercícios isométricos e isotônicos a 50% da carga voluntária
máxima (CVM).
15
3.MATERIAIS E MÉTODOS
O presente projeto foi aprovado pelo COEP da USJT (parecer 014/2006, ANEXO 1).
3.1 SUJEITOS E GRUPOS EXPERIMENTAIS
O presente projeto de pesquisa foi dividido em duas partes:
PARTE 1: Recrutamento de indivíduos através de questionário;
PARTE 2: Seleção e avaliação de filhos de hipertensos e filhos de não-hipertensos.
Na PARTE 1 do estudo foi aplicado um questionário a alunos de Cursos de
Graduação da Universidade São Judas Tadeu .
A partir dos resultados da parte 1, foram selecionados, para a PARTE 2 do projeto, 20
sujeitos (segundo lculo do tamanho da amostra); homens; com idade variando entre 18 e 35
anos; com PA abaixo de 140/90 mmHg obtidas em duas diferentes ocasiões, sedentários e
eutróficos; que não possuam lesão, dor ou cirurgia ortopédica recente em membros superiores
(MMSS) ou membros inferiores (MMII), e também quaisquer outras patologias, como as de
ordem neurológica ou reumatológica. Os sujeitos da pesquisa, após satisfazerem os critérios
acima descritos, foram divididos em 2 grupos (n=10 em cada grupo):
- História Familiar Negativa de Hipertensão (HFN): indivíduos que os pais não são
hipertensos e, portanto, cujos pais não fazem uso de medicação para controle da hipertensão;
- História Familiar Positiva de Hipertensão (HFP): indivíduos que pelo menos um dos
pais faz uso de medicamento para controle da hipertensão.
3.2 SEQÜÊNCIA EXPERIMENTAL
Parte 1
Conforme descrito anteriormente, na PARTE 1 do projeto foi aplicado um
questionário (vide ANEXO 2) a alunos de Cursos de Graduação da Universidade São Judas
Tadeu (850 alunos) com os objetivos principais de: a) detecção dos filhos de hipertensos e de
16
normotensos na população de alunos investigada e; b) levantamento sobre o interesse dos
indivíduos questionados em participar da pesquisa. Todos os indivíduos assinaram o Termo
de Consentimento Livre Esclarecido (ANEXO 3) antes de responderem ao questionário.
Parte 2
Todos os sujeitos da parte 2 do estudo assinaram um segundo Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (ANEXO 4). O protocolo da parte 2 da pesquisa foi
composto por 3 fases:
Fase 1: Avaliação Inicial
Os sujeitos permaneceram trinta minutos em repouso e foi realizada a coleta de sangue
por profissional habilitado. Em seguida, foi realizada a avaliação da composição corporal. A
PA foi medida 3 vezes (com intervalo de 2 minutos entre cada mensuração) no período basal
e, após estes procedimentos, os sujeitos foram submetidos a um teste de estresse mental
(Stroop Test).
Por fim, responderam a um questionário detalhado para determinação das
características individuais e para avaliação da dominância de MMSS e MMII (chutar e
arremessar uma bola), a qual foi posteriormente utilizada nas avaliações de exercícios
resistidos (ANEXO 5).
Fase 2: Determinação de força máxima durante a execução de exercícios isométricos e
isotônicos
Os indivíduos realizaram testes isométricos e isotônicos em 90º de flexão no cotovelo
do membro superior dominante e em 80º de extensão no joelho do membro inferior
dominante no Dinamômetro Isocinético (Dinamômetro Isocinético Biodex modelo System
3 Pro) para determinação de força máxima.
17
Fase 3: Sessões agudas de exercícios isométricos e isotônicos
Pelo menos três dias após a realização dos testes da fase 2 os indivíduos foram
submetidos a sessões de exercício isométrico ou isotônico, com intervalo mínimo de três dias
entre uma sessão e outra, cuja distribuição foi aleatória. Foram realizadas avaliações
metabólicas e hemodinâmicas antes, durante e após as sessões de exercício físico. Foram
realizadas avaliações hemodinâmicas antes, durante e após os testes de carga máxima.
3.3 ANÁLISES HEMATOLÓGICAS E BIOQUÍMICAS
Após pelo menos 30 minutos de repouso foi realizada a coleta de sangue, sempre no
período da manhã, após um período de jejum mínimo de 12 horas, para as análises de:
colesterol total e suas frações, triglicérides, ácido úrico, glicose, insulina e catecolaminas;
tomando-se os cuidados de assepsia. Foram colhidos tubos para o hemograma (sangue total),
bioquímica (sangue sem anticoagulante), e determinação de glicose sanguínea (anticoagulante
fluoreto). Com o sangue total, foi dosada a hemoglobina. O sangue sem anticoagulante foi
centrifugado e a partir do soro foram analisados: colesterol total, LDL, HDL,VLDL e
triglicérides. O sangue com fluoreto foi centrifugado e submetido à determinação da glicemia.
As amostras dos voluntários foram transportadas e preservadas em recipiente isotérmico,
quando requerido, higienizável, impermeável, garantindo a sua estabilidade desde a coleta até
a realização dos exames, identificado com a simbologia de risco biológico. Para análise da
insulina e das catecolaminas o sangue, sem anticoagulante, foi centrifugado e retirado o
plasma, sendo armazenado em refrigerador a -70
o
C. O descarte de resíduos e rejeitos foi
realizado em lixo apropriado para materiais considerados de risco biológico, e foi recolhido
por empresa especializada (ANVISA, 2004). O exame de sangue foi realizado no laboratório
de análises clínicas da Universidade São Judas Tadeu.
18
3.4 MEDIDAS BIOQUÍMICAS SANGUÍNEAS COM FITAS REAGENTES
As medidas de lactato sanguíneo foram realizadas com o uso de fitas reagentes e
lactímetro (Aparelho Acuttrend Roche). A glicemia, os triglicerídeos e o colesterol total
sanguíneos foram medidos através do uso de fitas reagentes e do aparelho GCT Accutrend da
Roche. Essas monitorações seguiram os seguintes procedimentos: a) os indivíduos lavaram as
suas mãos com água morna e sabão, enxaguando-as bem e secando-as completamente; b) em
30 segundos, inserimos a tira descartável de teste (com a área amarela virada para cima) na
guia correspondente do aparelho; c) monitor automaticamente ligou; d) quando o mbolo de
gota de sangue piscou, o teste foi realizado; e) com o auxílio do lancetador (lanceta
descartável), foi obtida uma gota de sangue da região lateral do dedo; e) a gota foi colocada e
mantida na curvatura da tira, após uma pressão feita no dedo durante aproximadamente 3
segundos; f) a área amarela da tira foi preenchida totalmente, sendo que se essa apresentar
espaços foi aplicada uma nova gota dentro de um período de 15 segundos após a primeira,
evitando assim o risco do aparecimento de possíveis erros na mensuração; g) o resultado da
mensuração foi obtido em alguns segundos; h) o dedo foi pressionado com algodão para
estancar o sangue e a fita foi retirada e descartada, bem como a lanceta, ambos em um
recipiente à prova de perfuração e com tampa.
 
A análise da composição corporal foi realizada por um profissional habilitado e foi
composta por: a) bioimpedância (Aparelho Biodynamics BIA 450 da marca Biodynamics);
b) medida de dobras cutâneas (Bicipital, Tricipital, Escapular e Supra- ilíaca) com o uso de
um Adipômetro; c) índice de massa corpórea (IMC); d) relação cintura-quadril.
A bioimpedância é um método não invasivo, rápido, com boa sensibilidade, indolor,
relativamente preciso, usado para avaliar a composição corpórea, baseado na passagem de
19
uma corrente elétrica de baixa amplitude (500 a 800 µA) e de alta freqüência (50 kHz), e que
permite mensurar os componentes resistência (R), reatância (Xc), impedância (Z) e ângulo de
fase. O conjunto de procedimentos necessários é: suspender o uso de medicamentos diuréticos
de 24 horas a 7 dias antes do teste; estar em jejum de pelo menos 4 horas; estar em abstinência
alcoólica a 48 horas; evitar o consumo de cafeína 24 horas antes do teste; não ter praticado
atividade física intensa nas últimas 24 horas; urinar pelo menos 30 minutos antes da medida;
permanecer pelo menos 5 -10 minutos de repouso absoluto em posição de decúbito dorsal
antes de efetuar a medida (Figura 1) (Lukaski, et al., 1986).
Figura 1. Foto da avaliação da composição corporal através da Bioimpedância.
As medidas de espessura de dobras cutâneas foram realizadas com o uso de um
compasso de dobras cutâneas (pressão constante de 10 g/mm2), e foram sempre realizadas no
hemi-corpo direito do avaliado, utilizando o dedo indicador e o polegar dao esquerda para
diferenciar o tecido adiposo subcutâneo do tecido muscular. Aproximadamente um centímetro
abaixo do ponto de reparo, pinçado pelos dedos, foram introduzidas as pontas do compasso.
As hastes do compasso foram colocadas perpendiculares à superfície da pele no local da
medida. Foram executadas três medidas não consecutivas das dobras bicipital (Figura 2),
tricipital, escapular e supra-ilíaca. Todas as medidas foram realizadas com o avaliado em
posição ortostática e em repouso (Valdez, 1991).
20
Figura 2. Foto ilustrando a medida de dobra bicipital para avaliação da composição
corporal.
3.6 REGISTRO DO INTERVALO R-R
O registro do intervalo R-R (ms) foi realizado através da utilização de um
frequencímetro da marca Polar (Figura 3A) modelo S810 no Laboratório do Movimento
Humano da Universidade São Judas Tadeu. Nesse monitor de FC, o cinto transmissor detecta
o sinal eletrocardiográfico batimento-a-batimento e o transmite através de uma onda
eletromagnética para o receptor de pulso Polar, onde essa informação é digitalizada, exibida e
arquivada. Esse sistema detecta a despolarização ventricular, correspondente a onda R do
eletrocardiograma, com uma freqüência de amostragem de 500 HZ e uma resolução temporal
de 1 ms (Ruha et al. 1997) e foi validado previamente contra eletrocardiografia padrão por
Holter (Loimaala et al., 1999). Os arquivos de registro foram transferidos para o Polar
Precision Performance Software através da Interface Infravermelho, ou IrDA, que permite a
troca bidirecional de dados de exercício com um microcomputador para posterior análise da
variabilidade do RR nas diferentes situações registradas (Figura 3B).
21
A.
B.
Figura 3. A. Foto ilustrando a medida da freqüência cardíaca em repouso; B. Registro da
freqüência cardíaca obtida através de frequencímetro em um sujeito avaliado durante os 15
minutos de repouso.
3.7 MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL
3.7.1 Método auscultatório
Os aparelhos utilizados como padrão de referência para a medida da PA neste estudo
foram previamente inspecionados pelo INMETRO e estavam devidamente calibrados. A PA
foi avaliada pelo método auscultatório através do uso de esfigmomanômetro aneróide de
22
manguito da marca Missouri® (conforme especificações da Sociedade Britânica de
Hipertensão, 2004) e estetoscópio em perfeita condição para medida da PA (Figura 4).
Figura 4. Foto ilustrativa da medida da pressão arterial em repouso.
3.7.2 Monitorização através do monitor automático de pulso
Medidas de PA e FC foram obtidas pelo monitor de pulso automático Wrist Assure®
(modelo hl-168) 4, 8, 12, 16, 20 e 24 horas após as sessões de exercícios. Este aparelho foi
colocado no punho esquerdo dos avaliados seguindo as orientações e cuidados indicados pelo
fabricante (posição sentado, por pelo menos 5 minutos, com o antebraço supinado, estando
este na altura do coração), sendo a PAS, PAD e FC verificada pelo monitor em 30 segundos.
Este método de medida da PA e FC foram validados por nosso grupo para medidas em
repouso (Flores et al., 2005).
Todas as medidas hemodinâmicas foram realizadas por um mesmo avaliador e em
conformidade com as orientações da Sociedade Brasileira de Hipertensão (2000) e IV
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2002) para as medidas em repouso.
23
3.8 TESTE DE ESTRESSE MENTAL: STROOP TEST
Antes da realização do teste de estresse mental (TEM), Stroop Test, o intervalo R-R
foi registrado durante 15 minutos nos indivíduos em repouso. O Stroop Test é um teste no
qual o indivíduo deve dizer em voz alta, e o mais pido possível, as cores que as palavras
estão escritas independente de qual palavra esteja escrita (Falashi et al, 2003). O teste consiste
em três fases, com grau progressivo de dificuldade e foi executado durante 3 minutos, nos
quais a monitorização da FC foi contínua. Ao final do TEM a FC foi gravada por mais 15
minutos. A PA foi medida 3 vezes pelo método auscultatório (com intervalo de 2 minutos
entre cada mensuração) no período basal, no 3º minuto do TEM (imediatamente após a
finalização) e no 15º minuto da recuperação. A figura 5 ilustra o protocolo e as medidas
hemodinâmicas realizadas antes, durante e após o TEM
1º estresse 2º estresse 3º estresse
Repouso
15 min.
Recuperação
15 min.
TEM
3 min.
PA PA
PA
1º estresse 2º estresse 3º estresse1º estresse 3º estresse
Repouso
15 min.
Recuperação
15 min.
PA PA
PA
Monitoramento contínuo do intervalo RR
Repouso
15 min.
Recuperação
15 min.
PA PA
PA
Figura 5: Esquema do protocolo realizado para avaliação do estresse mental (TEM).
24
3.9 PROTOCOLO PARA DETERMINAÇÃO DE FORÇA MÁXIMA
A PA e o lactato sanguíneo (Aparelho Acuttrend Roche) foram medidos antes e
imediatamente após cada série de exercícios isométricos e isotônicos. O intervalo R-R foi
gravado continuamente durante os testes. Estas avaliações foram realizadas por um
fisioterapeuta acompanhado de um professor de educação física. A escolha dos ângulos e
execução dos exercícios isométricos e isotônicos foi previamente testada em protocolo piloto
e seguiu as recomendações descritas por Dvir, 1996.
Os indivíduos realizaram um teste isométrico em 90º de flexão no cotovelo do
membro superior dominante no Dinamômetro Isocinético (Biodex modelo System 3 Pro).
Esse teste foi composto por 1 série com 05 contrações voluntárias máximas (CVM), com
duração de 5 segundos cada, tendo um intervalo de 15 segundos entre cada contração (Dvir,
1996). Após o teste isométrico em cotovelo o indivíduo passou por um período de repouso na
posição supina por 15 minutos.
Terminado esse período de recuperação, o sujeito estava apto a realizar um teste
isométrico em 80º de extensão no joelho do membro inferior dominante no Dinamômetro
Isocinético. Esse teste foi composto por 1 série com 05 CVM, com duração de 5 segundos
cada, tendo um intervalo de 15 segundos entre cada contração (Dvir, 1996). Logo após,
permaneceram em recuperação na posição supina por 15 minutos.
Os indivíduos realizaram um teste isotônico de flexão no cotovelo do membro superior
dominante no mesmo dinamômetro. Esse teste foi composto por 1 rie com 05 contrações
voluntárias máximas (CVM), (Dvir, 1996). Após o teste isométrico em cotovelo o indivíduo
passou por um período de repouso na posição supina por 15 minutos.
Terminado esse período de recuperação, o sujeito estava apto a realizar um teste
isotônico de extensão no joelho do membro inferior dominante no Dinamômetro Isocinético.
Esse teste foi composto por 1 série com 05 CVM (Dvir, 1996). Logo após, permaneceram em
recuperação na posição supina por 15 minutos.
25
3.10 SESSÕES EXERCÍCIOS ISOMÉTRICOS E ISOTÔNICOS
Pelo menos três dias após a realização dos testes da fase 2, os indivíduos foram
submetidos a sessões de exercício isométrico ou isotônico, com intervalo mínimo de três dias
entre uma sessão e outra, cuja distribuição foi aleatória. As sessões de exercício foram
prescritas de forma individualizada a partir dos resultados obtidos na fase 2 e foram realizadas
sempre no período vespertino com o acompanhamento de um profissional de educação física
e um fisioterapeuta.
Em ambas as sessões de exercício a PA, o lactato, a glicemia, o colesterol total, os
triglicérides (Aparelho GCT Accutrend Roche) foram medidos antes, imediatamente após, 30
e 90 minutos após a sessão de exercício (Figuras 6 e 7). Uma amostra de urina foi coletada no
repouso (primeira urina da manhã, antes dos avaliados se deslocarem para o laboratório) e 2
horas após o término das sessões de exercício para dosagem de catecolaminas. A FC
(intervalo R-R) foi gravada continuamente iniciando 15 minutos antes das sessões de
exercício até 90 minutos após as sessões (Figuras 6 e 7). Após as sessões de exercícios, os
avaliados foram instruídos sobre a utilização do monitor automático de PA de pulso e
realizaram medidas da PA e da FC 4, 8, 12, 16, 20 e 24 horas.
Etapa I: sessão de exercício isométrico
No dia da sessão de exercício isométrico foram realizadas 3 séries de 1 minuto de
exercícios isométricos envolvendo cada uma das articulações do joelho e do cotovelo (sendo
que a ordem de realização dos exercícios entre as articulações foi selecionada por sorteio),
com 50% da CVM obtida na coleta da Fase 2 e duração total de aproximadamente 30
minutos,.
26
Monitoramento connuo do intervalo RR
Repouso
Recuperação
Sessão de Exercícios Isométricos
 
 
   
PA
Glicemia
Triglicérides
Colesterol
Lactato
PA
Glicemia
Triglicérides
Colesterol
Lactato
PA
Glicemia
Triglicérides
Colesterol
Lactato
PA
Glicemia
Triglicérides
Colesterol
Lactato
30 minutos 60 minutos
PA
Glicemia
Triglicérides
Colesterol
Lactato
Figura 6: Esquema do protocolo realizado no dia da sessão exercício isométrico.
Etapa II: sessão de exercício isotônico
No dia da sessão de exercício isotônico foram realizados foram realizadas 4 séries com
10 repetições de exercícios isotônicos envolvendo cada uma das articulações do joelho e do
cotovelo (sendo que a ordem de realização dos exercícios entre as articulações foi selecionada
por sorteio), com 50% da CVM obtida na coleta da Fase 2 e com duração total de
aproximadamente 30 minutos.
Monitoramento connuo do intervalo RR
Repouso
Recuperação
Sessão de Exercícios Isotônicos
 
 
   
PA
Glicemia
Triglicérides
Colesterol
Lactato
PA
Glicemia
Triglicérides
Colesterol
Lactato
PA
Glicemia
Triglicérides
Colesterol
Lactato
PA
Glicemia
Triglicérides
Colesterol
Lactato
30 minutos 60 minutos
PA
Glicemia
Triglicérides
Colesterol
Lactato
Figura 7: Esquema do protocolo realizado no dia da sessão exercício isotônico.
27

Após aquisição e armazenamento dos dados no computador, os intervalos R-R (IP)
provenientes do freqüencímetro foram convertidos e armazenados em arquivos Excel,
utilizados posteriormente na análise espectral. Foi realizada uma verificação por inspeção
visual, para identificar e/ou corrigir alguma marcação não correta. Em seguida foi gerada a
série temporal de cada sinal a ser estudado, no caso, o intervalo R-R (tacograma) (Figura 8).
Quando necessário, utilizamos a interpolação linear para retirarmos as distorções indesejáveis.
Em outras palavras, embora as séries temporais do intervalo RR sejam sinais amostrados no
tempo de forma irregular, isso não é um problema para análise no domínio do tempo, mas
poderia ser um problema para a análise no domínio da freqüência, por criar componentes
harmônicos adicionais, mas não reais. A interpolação é um procedimento que corrige essas
distorções como já explicado anteriormente.
As variâncias das séries de R-R foram avaliadas no domínio do tempo e no domínio da
freqüência (Malliani et al., 1991). Após aquisição e armazenamento dos dados no
computador, os intervalos R-R (IP) provenientes do freqüencímetro foram convertidos e
armazenados em arquivos Excel. Os dados foram analisados e tabelados através do programa
MATLAB no formato da transformada rápida de Fourier (FFT). Após esse remodelamento
matemático, foram obtidas as potências absolutas nas respectivas bandas de freqüências pré-
determinadas: baixa freqüência (BF, 0,04-0,15 Hz) e alta freqüência (AF, 0,15-0,4 Hz). Os
dados foram expressos em valores absolutos e em unidades normalizadas. O componente BF
é usado como um índice da atividade simpática. O componente AF é usado como um índice
da atividade parassimpática. A relação BF/AF indica o balanço simpato-vagal (Ishise, Asanoi
et al., 1998).
28


 
RR (ms)
Figura 8. Exemplo de registro RR analisado pelo programa MATLAB em sujeitos com
história familiar negativa (HFN) e positiva (HFP) de hipertensão.
A detecção dos intervalos R-R obtida do freqüencímetro seguiu os mesmos critérios
descritos anteriormente para a montagem das séries temporais da variabilidade no domínio da
freqüência. Para esse estudo a variância total foi utilizada como índice no domínio do tempo.
3.12 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os resultados são apresentados como média ± erro padrão da média (EPM). O teste t de
Student e a ANOVA de duas vias seguido do post-hoc Student Newman Keuls foram
devidamente aplicados para análise dos dados. Valores p<0,05 foram considerados
significativos.
29
4. RESULTADOS
Na PARTE 1, foram preenchidos aproximadamente 850 questionários por alunos
(ambos os sexos) de cursos de graduação das áreas da saúde e das ciências exatas da USJT. A
figura 9 ilustra o percentual de alunos com HFP (39,5%) e HFN (60,5%) de HAS. Dos alunos
com HFP de hipertensão arterial 235 (70%) são do sexo masculino (Figura 9).
Caracterização da amostra
Para caracterizarmos os grupos foram utilizadas medidas antropométricas, metabólicas e
hemodinâmicas. O grupo HFP apresentou valores semelhantes de IMC, percentual de massa
magra e massa gorda, dobras cutâneas e relação cintura-quadril quando comparados ao grupo
HFN, como apresentado na Tabela 1.
Tabela 1. Composição corporal dos grupos história familiar negativa (HFN) e história
familiar positiva (HFP) de hipertensão.
HFN HFP
Idade (anos)
22±1 23±1
Peso (kg)
79±5 76±5kg
Altura (cm)
179±2 175±1
IMC (kg/m
2
)
24,8±1 25,6±1
Relação cintura/ quadril (cm)
0,81±0,02 0,82±0,02
Massa Magra (%)
77±2 75±2
Massa Gorda (%)
22±2 24±2
Dobras Cutâneas
Bicipital 9,1±2 10,2±1
Tricipital 15,2±3 18±2
Subescapular 16±2 21±1
Suprailíaca 18±3 20±2
Valores representam média ± erro padrão da média (EPM).
HFN
(n=514)
60,5%
HFP
(n=336)
39,5%
HFN
(n=514)
60,5%
HFP
(n=336)
39,5%
Figura 9.
Percentual de alunos da USJT
com história familiar negativa (HFN) e
positiva (HFP) de hipertensão arterial.
30
A análise da amostra de sangue coleta em jejum dos sujeitos da pesquisa não evidenciou
diferenças significativas no ácido úrico, glicemia, colesterol total e frações, triglicérides e
insulina entre os grupos (Tabela2).
Tabela 2. Ácido úrico, glicemia, colesterol total e frações, triglicérides e insulina dos grupos
história familiar negativa (HFN) e história familiar positiva (HFP) de hipertensão.
HFN HFP
Ácido úrico 6,3±0,3 5,2±0,4
Glicemia jejum (mg/dL) 83±1,6 85±2,8
Colesterol total (mg/dL) 157±34 188±20
HDL (mg/dL) 31±6,8 34±1,5
VLDL (mg/dL) 15±3,6 18±1,1
LDL (mg/dL) 111±25 136±25
Triglicérides (mg/dL) 75±18 93±5
Insulina (uUI/ml) 4,9+1 5,2±0,8
Norepinefrina Plasmática (pg/ml) 175±20 194±23
Norepinefrina Urinária (mg/ g creatinina) 0,006±0,001 0,012±0,003
Epinefrina Urinária (mg/ g creatinina) 0,003± 0,001 0,006±0,001
Dopamina Urinária (mg/ g creatinina) 0,129±0,010 0,120±0,20
Valores representam média ± erro padrão da média (EPM).
Não foi observada diferença estatisticamente significante entre os grupos para as
catecolaminas plasmáticas e urinárias (norepinefrina, epinefrina e dopamina).
31
Com relação às variáveis hemodinâmicas, a PAS, a PAD e a FC em repouso foram
semelhantes nos grupos estudados, como descrito na Tabela 3.
Tabela 3. Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e freqüência cardíaca (FC) nos
grupos história familiar negativa (HFN) e história familiar positiva (HFP) de hipertensão.
HFN HFP
PAS (mmHg)
113±4 110±2
PAD (mmHg)
77±4 76±2
FC (bpm)
71±2 78±2
Valores representam média ± erro padrão da média (EPM).
Variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) em repouso
A seguir apresentamos os dados de VFC em 13 indivíduos do grupo HFP e 12
indivíduos do grupo HFN.
Quando analisamos a VFC dos indivíduos em repouso observamos redução na
variância, e do componente de alta freqüência (AF) do R-R em unidades normalizadas, além
de aumento do componente de baixa freqüência (BF) em unidades normalizadas e da relação
BF/AF (Figura 10) no grupo HFP em relação ao grupo HFN.
32
Tabela 4. Variância do RR (Var RR), componentes de alta freqüência (AF) e de baixa
freqüência (BF) do intervalo RR e relação BF/AF em repouso dos grupos HFN e HFP.
Valores representam média±erro padrão da média.
*
p<0,05 vs. HFN.
Figura 10. Relação BF/AF do intervalo R-R em repouso nos grupos com história familiar
negativa (HFN) e positiva (HFP) de hipertensão. *p<0,05 vs. HFN.
HFN HFP
Repouso Repouso
Var RR (ms
2
)
5933±693 2967±390
*
AF (ms
2
)
1091±239 378±67*
AF (%)
33±4 21±3
*
BF (ms
2
)
1884±255 1401±247
BF (%)
66±4 78±3
*
BF/AF
2,3±0,4 4,6±0,8
*
0
1
2
3
4
5
6
HFN HFP
BF/AF
*
0
1
2
3
4
5
6
HFN HFP
BF/AF
*
33
Medidas hemodinâmicas e autonômicas em resposta ao teste de estresse mental
A seguir apresentamos as respostas hemodinâmicas (PA e FC) em 16 indivíduos do
grupo HFP e 19 indivíduos do grupo HFN. A FC foi semelhante entre os grupos na medida de
repouso realizado antes do TEM. O grupo HFP (86±2bpm) apresentou maior FC no 1º minuto
do TEM em relação ao grupo HFN (77±1bpm) e em comparação aos valores de repouso de
ambos os grupos. Taquicardia foi observada em ambos os grupos no 2º minuto (HFN:82±2 vs.
HFP:84±2bpm), no minuto (HFN:85±2 vs. HFP:83±2bpm) e nos 3 minutos finais do TEM
(HFN:83±1 vs. HFP:83±2bpm) em relação aos seus respectivos valores basais. A FC foi
maior na recuperação (15 minutos após TEM) no grupo HFP (79±2bpm) do que no grupo
HFN (70±1bpm). Além disso, o grupo HFN apresentou menor FC na recuperação em
comparação ao , 2º e 3º minutos do TEM (Figura 11, Tabela 5).
A PAS e a PAD foram semelhantes entre os grupos no final do TEM e no final do
período de recuperação deste teste (15 minutos) (Tabela 5).
Tabela 5. Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD) e freqüência cardíaca (FC) nos
grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso, no final do
teste de estresse mental (TEM) e ao final do período de recuperação deste teste (Recup).
HFN HFP HFN HFP HFN HFP
Repouso Repouso min.
TEM
3º min.
TEM
Recup
(15 min.)
Recup
(15 min.)
PAS (mmHg)
113±4 110±2 119±2 120±3 112±1 108±2
PAD (mmHg)
77±4 76±2 79±2 75±1 74±1 74±1
FC (bpm)
71±2 78±2 85±2
#
83±2
#
70±1
¥
79±2*
Valores representam média ± EPM.
#
p<0,05 vs. Repouso;* p<0,05 vs. HFN; p<0,05 vs. 3ºmin. do TEM .
34
Figura 11. Comportamento da FC antes (Rep), no minuto (1º min), no 3º minuto (3º min) e
após 15 minutos (Recup) do teste de estresse mental no grupo filhos de normotensos (HFN) e
filhos de hipertensos (HFP).
*
p<0,05 vs. Rep.;
#
p<0,05 vs. HFN;
¥
p<0,05 vs. 1º, 2º e min. do
TEM.
A seguir apresentamos os dados de VFC após o teste de estresse mental em 13
indivíduos do grupo HFP e 12 indivíduos do grupo HFN. Após o teste de estresse mental (5
o
ao 15º minuto da recuperação) algumas diferenças observadas no período de repouso entre os
grupos HFP e HFN como menor variância do RR e banda de AF, e maior banda do BF e da
relação BF/AF não foram observadas (Tabela 6). Esses achados sugerem que o teste de
estresse mental promoveu uma estimulação simpática no grupo HFN, o que parece não ter
ocorrido no grupo HFP, possivelmente devido à maior atividade simpática no período de
repouso nos filhos de hipertensos.
0
20
40
60
80
100
120
Rep min 2ºmin 3ºmin Recup
FC (bpm)
HFN
HFP
*
#
#
#
*
¥
#
#
0
20
40
60
80
100
120
Rep min 2ºmin 3ºmin Recup
FC (bpm)
HFN
HFP
*
#
#
#
*
¥
#
#
35
Tabela 6. Variância do RR (Var RR), componentes de alta freqüência (AF) e de baixa
freqüência (BF) do intervalo RR, e relação BF/AF no repouso e no período de recuperação do
teste de estresse mental (TEM).
HFN HFP
Repouso Recuperação Repouso Recuperação
Var RR (ms
2
)
5933±693 4620±442 2967±390* 3917±659
AF (%)
33±4 25±2 21±3* 28±4
BF (%)
66±4 74±2 78±3* 71±3
BF/AF
2,3±0,4 3,06±0,3 4,6±0,8* 3,3±0,7
Valores representam média ± erro padrão da média. *p <0,05 vs HFN na mesma condição.
Medidas hemodinâmicas, metabólicas e autonômicas em resposta ao teste de força
máxima isométrica
A seguir apresentamos as respostas hemodinâmicas, autonômicas e metabólicas ao
teste de força máxima isométrica em 10 indivíduos do grupo HFP e 10 indivíduos do grupo
HFN. O torque gerado no TFM isométrica foi semelhante entre os grupos, tanto em MMSS
(HFN: 54±7 vs. HFP: 56±7N/m) quanto em MMII (HFN: 255±40 vs. HFP: 229±22N/m). No
repouso, o foram encontradas diferenças entre os grupos para os valores de FC, PAS, PAD
e lactato. Durante o teste de força máxima isométrica em MMSS e MMII a PAD, a FC dia
e o lactato foram semelhantes entre os grupos, no entanto, houve aumento nos valores de PAS
após a realização do exercício com MMII no grupo HFP em relação ao seu respectivo valor
de repouso. Além disso, a FC máxima durante o teste em MMSS e MMII estava aumentada
em ambos os grupos em relação aos respectivos valores de repouso (Tabela 7).
36
Tabela 7. Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), FC média (FC med), FC máxima
(FC máx) e lactato nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no
repouso e imediatamente após o teste de força máxima (TFM) isométrica em membros
superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII).
Valores representam média ± EPM. p
#
<0.05 vs. Repouso;
a
valor referente à FC média no repouso.
Na recuperação do teste de força xima isométrica, a PAS, PAD, a FC e o lactato
foram semelhantes entre os grupos (Tabela 8).
HFN HFP
Repouso MMSS MMII Repouso MMSS MMII
PAS (mmHg)
110±4 115±4 118±4
111±2 122±2 126±2
#
PAD (mmHg)
76±2 74±1 77±3
79±2 79±2 80±2
FC med (bpm)
76±2
86±3 86±2
79±3
90±3 89±3
FC max (bpm)
76±2
a
105±5
#
111±4
#
79±3
a
113±2
#
123±4
# *
Lactato (mmol/L)
2,3±0,2 3,1±0,4 3±0,4
2,7±0,4 3,3±0,2 3,1±0,2
37
Tabela 8. Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca (FC) e
lactato sanguíneo nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no
repouso e na recuperação (5º ao 15º minuto) do teste de força máxima isométrica.
HFN HFP
Repouso Recuperação Repouso Recuperação
PAS (mmHg) 110±4 112±4 111±2 113±2
PAD (mmHg) 76±2 75±3 79±2 78±2
FC (bpm) 76±2 78±2 79±3 82±2
Lactato (mmol/L) 2,3±0,2 2,5±0,2 2,7±0,4 2,7±0,2
Valores representam média ± EPM.
Houve aumento no componente de baixa freqüência (BF) do RR em unidades
normalizadas (81±2 vs. 62±6% no repouso) e aumento na relação BF/AF (4,6±0,5 vs. 2,3±0,5
no repouso) no grupo HFN quando comparado ao respectivo repouso. No grupo HFP tais
alterações não foram observadas (BF:81±2 vs. 80±2% no repouso; BF/AF:4,8±0,8 vs. 4,5±0,7
no repouso). Valores semelhantes de variância do R-R (HFN:3274±539 vs. HFP:3005±399
ms
2
) e do componente de alta freqüência (AF) do RR em unidades normalizadas (HFN:18±2
vs. HFP:18±2%) foram observados após (5° ao 15°) o teste de força máxima isométrica
quando comparado aos seus valores de repouso (Figuras 12, 13,14 e 15).
38
Figura 12. Variância do R-R nos grupo filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos
(HFP) no repouso e na recuperação (5° ao 15° minuto) do teste de força máxima isométrica.
*p<0,05 vs. HFN na mesma condição, # p< 0,05 vs. Repouso.
Figura 13. Componente de baixa freqüência (BF) do intervalo R-R nos grupo filhos de
normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (5° ao 15°
minuto) do teste de força máxima isométrica. * p<0,05 vs. HFN na mesma condição, # p<
0,05 vs. Repouso.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
BF (%)
Repouso Recuperação
*
HFN
HFNHFP
HFP
#
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
BF (%)
Repouso Recuperação
*
HFN
HFNHFP
HFP
#
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
VAR RR (ms
2
)
Repouso
Recuperação
HFN
HFP
HFP
HFN
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
VAR RR (ms
2
)
Repouso
Recuperação
HFN
HFP
HFP
HFN
39
Figura 14. Componente de alta freqüência (AF) do intervalo R-R nos grupo filhos de
normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (5° ao 15°
minuto) do teste de força máxima isométrica. * p<0,05 vs. HFN na mesma condição.
Figura 15. Comportamento da relação BF/AF do intervalo R-R nos grupo filhos de
normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (5° ao 15°
minuto) do teste de força máxima isométrica. *p<0,05 vs. HFN na mesma condição, # p<0,05
vs. repouso.
0
1
2
3
4
5
6
BF/AF
*
#
Repouso
Recuperação
HFN HFP HFP
HFN
0
1
2
3
4
5
6
BF/AF
*
#
Repouso
Recuperação
HFN HFP HFP
HFN
0
5
10
15
20
25
30
35
40
AF (%)
HFN HFP HFN HFP
Repouso
Recuperação
*
0
5
10
15
20
25
30
35
40
AF (%)
HFN HFP HFN HFP
Repouso
Recuperação
*
40
Medidas hemodinâmicas e metabólicas em resposta ao teste de força máxima isotônica
A seguir apresentamos as respostas hemodinâmicas, autonômicas e metabólicas ao
teste de força máxima isotônica em 10 indivíduos do grupo HFP e 10 indivíduos do grupo
HFN. O torque gerado no TFM isotônica foi semelhante entre os grupos, tanto em MMSS
(HFN: 69
±
4 vs. HFP: 78
±
9N/m) quanto em MMII (HFN: 206
±
18 vs. HFP: 172
±
9N/m).
Durante o teste de força máxima isotônica em MMSS e MMII, a PAD, a FC média e o lactato
sanguíneo foram semelhantes entre os grupos. O HFP apresentou aumento da PAS em relação
ao seu valor de repouso após o teste para MMSS E MMII, o que não foi observado no grupo
HFN. A FC máxima foi maior em ambos os grupos quando comparados aos seus respectivos
valores de repouso durante o TFM isotônica (Tabela 9).
Tabela 9
. Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), FC média (FC med), FC máxima
(FC máx) e lactato nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no
repouso e imediatamente após o teste de força máxima (TFM) isotônica em membros
superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII).
Valores representam média ± EPM.
#
p< 0,05 vs. Repouso.
a
valor referente à FC média no repouso.
HFN HFP
Repouso MMSS MMII Repouso MMSS MMII
PAS (mmHg)
112±4 117±3
117±3
111±3 124±3
#
123±5
#
PAD (mmHg)
76±2 77±2
77±3
75±2 77±3
78±2
FC med (bpm) 77±2
78±3
87±3 82±3
82±2
89±2
FC max (bpm)
77±2
a
110±4
#
125±9
#
82±3
a
118±4
#
129±7
#
Lactato (mmol/dL)
2,6±0,4
3,8±0,2 3,7±0,2
2,2±0,2 2,9±0,25
3,5±0,6
41
Na recuperação do TFM isotônica a FC apresentava-se aumentada em ambos os
grupos em relação ao repouso. No entanto, a PAS, a PAD e o lactato sanguíneo foram
semelhantes entre os grupos estudados (Tabela 10).
Tabela 10.
Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca (FC) e
lactato nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na
recuperação (5º ao 15º minuto) do teste de força máxima isotônica.
Valores representam média ± EPM.
#
p<0,05 vs. Repouso.
Após o TFM isotônica (5º ao 15º minuto da recuperação), não observamos diferença
na variância do R-R (HFN:4837±807 vs. HFP:3983±657 ms
2
), no componente de alta
freqüência (AF) (HFN:26±4 vs. HFP:31±6%), no componente de baixa freqüência (BF) do
RR em unidades normalizadas (HFN:73±4 vs. HFP:68±6%), e na relação BF/AF entre os
grupos e em relação aos seus respectivos valores de repouso (HFN:2,9±0,5 vs. HFP:3,5±1)
(Figuras 16, 17, 18 e 19).
HFN HFP
Repouso Recuperação Repouso Recuperação
PAS (mmHg) 112±4 111±2 111±3 111±3
PAD (mmHg) 76±2 77±2 75±2 75±2
FC (bpm)
77±2
92±5
#
82±3
92±2
#
Lactato (mmol/dL) 2,6±0,4 2,5±0,2 2,2±0,2 2,1±0,2
42
Figura 16.
Variância do R-R nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos
(HFP) no repouso e na recuperação (5° ao 15° minuto) do teste de força máxima
isotônica.*p<0,05 vs. HFN.
Figura 17.
Componente de baixa freqüência do RR (BF) nos grupos filhos de normotensos
(HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (5° ao 15° minuto) do teste
de força máxima isotônica. *p<0,05 vs. HFN.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
BF (%)
HFN HFP
HFN
HFP
Repouso Recuperação
*
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
BF (%)
HFN HFP
HFN
HFP
Repouso Recuperação
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
BF (%)
HFN HFP
HFN
HFP
Repouso Recuperação
*
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Var RR (ms
2
)
HFN
HFP
HFN
HFP
Repouso
Recuperação
*
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Var RR (ms
2
)
HFN
HFP
HFN
HFP
Repouso
Recuperação
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
Var RR (ms
2
)
HFN
HFP
HFN
HFP
Repouso
Recuperação
*
43
Figura 18.
Componente de alta freqüência do RR (AF) nos grupos filhos de normotensos
(HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (5° ao 15° minuto) do teste
de força máxima isotônica. *p<0,05 vs. HFN.
Figura 19.
Comportamento da relação BF/AF nos grupos filhos de normotensos (HFN) e
filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (5° ao 15° minuto) do teste de força
máxima isotônica. *p<0,05 vs. HFN.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
AF (%)
Repouso
Recuperação
HFN HFP
HFN
HFP
*
0
5
10
15
20
25
30
35
40
AF (%)
Repouso
Recuperação
HFN HFP
HFN
HFP
0
5
10
15
20
25
30
35
40
AF (%)
Repouso
Recuperação
HFN HFP
HFN
HFP
*
0
1
2
3
4
5
6
BF/AF
Repouso
Recuperação
HFN
HFP
HFN
HFP
*
0
1
2
3
4
5
6
BF/AF
Repouso
Recuperação
HFN
HFP
HFN
HFP
0
1
2
3
4
5
6
BF/AF
Repouso
Recuperação
HFN
HFP
HFN
HFP
*
44
Medidas hemodinâmicas e metabólicas em resposta a uma sessão de exercícios
isométricos
Avaliamos as respostas de 10 sujeitos do grupo HFP e 10 do grupo HFN à sessão de
exercícios isométricos (30 minutos). A FC, a PAS e a PAD foram semelhantes entre os
grupos no repouso. A glicemia foi maior no grupo HFP em repouso e imediatamente após a
sessão de exercícios isométricos, porém o lactato, os triglicérides e o colesterol foram
semelhantes entre os grupos (Tabela 11). Não foram observadas alterações nas catecolaminas
em ambos os grupos após a realização da sessão de exercícios isométricos.
Tabela 11.
Variáveis hemodinâmicas e metabólicas nos grupos filhos de normotensos (HFN)
e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e imediatamente após a sessão de exercícios
isométricos.
* p<0,05 vs. HFN na mesma condição; # p<0,05 vs. Repouso. Valores representam média ± EPM.
HFN HFP
Repouso Exercício
isométrico
Repouso Exercício
isométrico
PAS (mmHg) 110±4 119±2 109±3 119±4
PAD (mmHg) 75±2 78±4 73±2 75±2
FC (bpm) 77±1 121±4
#
81±3 139±7
#
Lactato (mmol/dL) 2,2±0,4 4,1±0,5 2,1±0,3 3,4±0,4
Triglicérides (mgl/dL) 116±21 126±18 160±32 133±16
Colesterol (MG/Dl) 144±8 147±8 160±6 151±11
Glicemia (mg/dL) 105±1 93±2 115±2* 107±3*
Norepinefrina (mg/g creat)
0,006±0,001 0,017±0,004 0,012±0,003 0,023±0,006
Epinefrina (mg/g creat)
0,003± 0,001 0,006±0,001
0,006±0,001 0,010±0,002
45
No repouso do dia da sessão de exercícios isométricos, o componente de baixa
freqüência (BF) do R-R (HFN:53±5 vs. HFP:68±3%) e a relação BF/AF (HFN:1,4±0,2 vs.
HFP:3,1±0,7) foram maiores, e o componente de alta freqüência (AF) do R-R (HFN:46±5 vs.
HFP:31±3%) estava menor no HFP quando comparado ao HFN. A variância do R-R
(HFN:6332±688 vs. HFP:3296±385ms
2
) estava diminuída no HFP quando comparado ao
HFN em repouso.
Ao final de 90 minutos de recuperação da sessão de exercícios isométricos, observou-
se aumento na FC no HFP quando comparado ao repouso e quando comparado a recuperação
do HFN. Valores semelhantes de PAS e de PAD foram verificados entre os grupos na
recuperação da sessão de exercícios isométricos. A glicemia, os triglicérides, o colesterol e o
lactato foram semelhantes entre os grupos (Tabela 12).
Tabela 12.
Variáveis hemodinâmicas e metabólicas nos grupos filhos de normotensos (HFN)
e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90 minutos) de exercícios
isométricos.
* p<0,05 vs. HFN na mesma condição; # p<0,05 vs. Repouso. Valores representam média ± EPM.
HFN HFP
Repouso Recuperação Repouso Recuperação
PAS (mmHg) 110±4 112±2 109±3 110±2
PAD (mmHg) 75±2 75±2 73±2 72±1
FC (bpm) 77±1 84±1 81±3 94±2
# *
Lactato (mmol/dL) 2,2±0,4 2,9±0,5 2,1±0,3 2,7±0,2
Triglicérides (mgl/dL) 116±21 140±18 160±32 152±13
Colesterol (MG/Dl) 144±8 146±11 160±6 158±6
Glicemia (mg/dL) 105±1 101±3 115±2* 110±4
46
Não foram observadas alterações na VFC no grupo HFN 90 minutos após sessão de
exercícios isométricos. No entanto, observou-se aumento na variância do RR (6091±976 vs.
3296±385ms
2
) e no componente de AF (49±2 vs. 31±3%) no HFP quando comparado ao
repouso (Figuras 20, 21, 22 e 23). O HFP apresentou diminuição no componente de BF (51±2
vs. 68±3) e na relação BF/AF (1,03±0,1 vs. 3,1±0,7) quando comparado ao repouso.
Figura 20.
Variância do RR (VAR RR) nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de
hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90 minutos) da sessão de exercícios
isométricos. * p<0,05 vs. HFN na mesma condição; #p<0,05 vs. Repouso.
Figura 21.
Componente de alta freqüência (AF) do RR nos grupos filhos de normotensos
(HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90 minutos) da sessão de
exercícios isométricos. * p<0,05 vs. HFN na mesma condição; #p<0,05 vs. Repouso.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
VAR RR (ms
2
)
Repouso
Recuperação
HFN
HFP
HFP
HFN
*
#
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
VAR RR (ms
2
)
Repouso
Recuperação
HFN
HFP
HFP
HFN
*
#
0
10
20
30
40
50
60
AF (%)
Repouso
Recuperação
HFP
HFN
HFN
HFP
#
0
10
20
30
40
50
60
AF (%)
Repouso
Recuperação
HFP
HFN
HFN
HFP
#
*
47
Figura 22.
Componente de baixa freqüência (BF) do RR nos grupos filhos de normotensos
(HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90 minutos) da sessão de
exercícios isométricos. *p<0,05 vs. HFN na mesma condição; #p<0,05 vs. Repouso.
Figura 23.
Relação BF/AF nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos
(HFP) no repouso e na recuperação (90 minutos) da sessão de exercícios isométricos. *p<0,05
vs. HFN na mesma condição; #p<0,05 vs. Repouso.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
BF (%)
Repouso
Recuperação
HFN
HFP
HFN
HFP
#
0
10
20
30
40
50
60
70
80
BF (%)
Repouso
Recuperação
HFN
HFP
HFN
HFP
#
*
0
1
2
3
4
5
BF/AF
Repouso
Recuperação
#
*
HFN
HFP HFP
HFN
0
1
2
3
4
5
BF/AF
Repouso
Recuperação
#
*
HFN
HFP HFP
HFN
48
Não observou-se diferença entre os grupos e em relação ao repouso, na PAS, na PAD
e na FC após 90 minutos (método auscultatório, no laboratório) bem como 4, 8, 12, 16, 20 e
24 horas (utilização do medidor de pulso pelo próprio avaliado) após a sessão de exercício
isométrico aguda (Figura 24) (valores disponíveis no ANEXO 6).
Figura 24.
Comportamento da freqüência cardíaca (FC), e da pressão arterial sistólica (PAS)
e diastólica (PAD) no repouso (Rep) e após sessão de exercícios isométricos (90 min., 4h, 8h,
12h, 16h, 20 e 24 horas) nos grupos HFN e HFP.
0
20
40
60
80
100
120
Rep 90 min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
FC (bpm)
0
25
50
75
100
125
150
Rep 90 min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAS (mmHg)
0
20
40
60
80
100
Rep 90 min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAD (mmHg)
HFN
HFP
0
20
40
60
80
100
120
Rep 90 min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
FC (bpm)
0
25
50
75
100
125
150
Rep 90 min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAS (mmHg)
0
20
40
60
80
100
Rep 90 min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAD (mmHg)
0
20
40
60
80
100
120
Rep 90 min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
FC (bpm)
0
25
50
75
100
125
150
Rep 90 min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAS (mmHg)
0
20
40
60
80
100
Rep 90 min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAD (mmHg)
HFN
HFP
HFN
HFP
49
Medidas hemodinâmicas e metabólicas em resposta a uma sessão de exercícios
isotônicos.
Avaliamos as respostas de 10 sujeitos do grupo HFP e 10 do grupo HFN à sessão de
exercícios isométricos (30 minutos). A FC, a PAS e a PAD foram semelhantes entre os
grupos no repouso. A glicemia foi maior no HFP em repouso quando comparado ao HFN, no
entanto, o lactato, os triglicérides e o colesterol foram semelhantes entre os grupos.
Imediatamente após a sessão de exercícios isotônicos, observamos aumento na FC em ambos
os grupos e aumento na PAS somente no grupo HFP. Houve redução da glicemia em relação
aos valores de repouso no grupo HFP (Tabela 13).
Tabela 13.
Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca (FC) e
medidas metabólicas no grupo filhos de hipertensos (HFP) no repouso e após a sessão de
exercícios isotônicos.
HFN HFP
Repouso Exercício
isotônico
Repouso Exercício
isotônico
PAS (mmHg)
111
±3
118
±2
115
±2
130
±4
# *
PAD (mmHg)
76
±3
74
±2
74
±2
78
±3
FC (bpm)
77
±2
125
±2
#
82
±2
125
±2
#
Lactato (mmol/dL)
3,3
±0,5
5,3
±1,5
2,6
±0,4
3,6
±
0,4
Triglicérides (mg/dL)
135
±21
135
±23
162
±17
163
±16
Colesterol (mg/dL)
171
±12
177
±11
168
±6
181
±15
Glicemia (mg/dL)
96
±2
96
±2
110
±2
*
97
±2
#
Norepinefrina (mg/g creat) 0,006±0,001 0,018±0,006 0,012±0,003 0,026±0,005
#
Epinefrina (mg/g creat)
0,003± 0,001 0,007±0,001
0,006±0,001 0,013±0,004
Valores representam média ± EPM. *p<0,05 vs. HFN na mesma condição; #p<0,05 vs. Repouso.
50
Imediatamente após a sessão de exercícios isotônicos foi observado aumento nos
valores de norepinefrina no grupo HFP em relação ao respectivo valor de repouso.
No final da recuperação de 90 minutos da sessão de exercícios isotônicos, os valores
de glicemia, de triglicérides, de colesterol e de lactato foram semelhantes entre os grupos
(Tabela 14).
Tabela 14.
Pressão arterial sistólica (PAS), diastólica (PAD), freqüência cardíaca (FC) e
medidas metabólicas no grupo filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90
minutos) de uma sessão de exercícios isotônicos.
HFN HFP
Repouso Recuperação Repouso Recuperação
PAS (mmHg)
111
±3
109
±1
115
±2
117
±2
*
PAD (mmHg)
76
±3
74
±3
74
±2
75
±3
FC (bpm)
77
±2
98
±5
#
82
±2
93
±3
#
Lactato (mmol/dL)
3,3
±0,5
2,8
±0,4
2,6
±0,4
2,4
±
0,5
Triglicérides (mg/dL)
135
±21
142
±21
162
±17
152
±29
Colesterol (mg/dL)
171
±12
171
±9
168
±6
173
±12
Glicemia (mg/dL)
96
±2
100
±4
110
±2
*
97
±3
#
Valores representam média ± EPM. *p<0,05 vs. HFN na mesma condição; #p<0,05 vs. Repouso.
No dia da sessão de exercício isotônico quando os indivíduos foram avaliados m
repouso, o componente de baixa freqüência (BF) do R-R (HFN:54±6 vs. HFP:73±2%) e a
relação BF/AF (HFN:1,6±0,4 vs. HFP:3,6±0,7) estavam aumentados no grupo HFP em
comparação ao grupo HFN, enquanto o componente de alta freqüência (AF) do RR
(HFN:45±6 vs. HFP:26±3%) e a variância do RR (HFN:5332±544 vs. HFP:3642±432ms
2
)
51
estavam diminuídos no grupo HFP quando comparado ao grupo HFN em repouso. O HFN
apresentou aumento na variância do RR quando comparado ao HFP (HFN:6904±441 vs.
HFP:4448±558 ms
2
) e quando comparado ao seu respectivo repouso (6904±441 vs. 5332±544
ms
2
). Após a sessão de exercícios isotônicos a variância do R-R não foi alterada no grupo
HFP. Todavia, observou-se diminuição no componente de BF do RR (73±2 vs. 58±2%) e na
relação BF/AF (3,6±0,7 vs. 1,6±0,3), além de aumento no componente de AF do RR (26±3
vs.41±4%) no grupo HFP quando comparado aos seus valores de repouso (Figuras 25, 26, 27
e 28 ). Os demais componentes da VFC não foram alterados no grupo HFN após a sessão de
exercícios isométricos.
Figura 25.
Variância do RR (VAR RR) nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de
hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90 minutos) da sessão de exercícios
isotônicos. *p<0,05 vs. HFN na mesma condição; #p<0,05 vs. Repouso.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
Var RR (ms
2
)
Repouso
Recuperação
*
#
HFN
HFP
HFN
HFP
*
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
Var RR (ms
2
)
Repouso
Recuperação
*
#
HFN
HFP
HFN
HFP
*
52
Figura 26.
Componente de baixa freqüência (BF) do RR nos grupos filhos de normotensos
(HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90 minutos) da sessão de
exercícios isotônicos. *p<0,05 vs. HFN na mesma condição; #p<0,05 vs. Repouso.
Figura 27.
Componente de alta freqüência (AF) do RR nos grupos filhos de normotensos
(HFN) e filhos de hipertensos (HFP) no repouso e na recuperação (90 minutos) da sessão de
exercícios isotônicos. *p<0,05 vs. HFN na mesma condição; #p<0,05 vs. Repouso.
Repouso
Recuperação
HFN HFP
HFP
HFN
*
#
0
10
20
30
40
50
60
AF (%)
Repouso
Recuperação
HFN HFP
HFP
HFN
*
#
0
10
20
30
40
50
60
AF (%)
0
10
20
30
40
50
60
70
80
BF (%)
Repouso Recuperação
HFN HFP
HFPHFN
*
#
0
10
20
30
40
50
60
70
80
BF (%)
Repouso Recuperação
HFN HFP
HFPHFN
*
#
53
Figura 28.
Relação BF/AF nos grupos filhos de normotensos (HFN) e filhos de hipertensos
(HFP) no repouso e na recuperação (90 minutos) da sessão de exercícios isotônicos. *p<0,05
vs. HFN na mesma condição; #p<0,05 vs. Repouso.
Não observou-se diferença entre os grupos e em relação ao repouso, na PAS, da PAD
e da FC após 90 minutos (método auscultatório, no laboratório) bem como 4, 8, 12, 16, 20 e
24 horas (utilização do medidor de pulso pelo próprio avaliado) após a sessão aguda de
exercícios isotônicos conforme pode ser observado na Figura 29 (valores disponíveis no
ANEXO 7).
0
1
2
3
4
5
BF/AF
Repouso
Recuperação
*
#
HFN
HFP
HFN HFP
0
1
2
3
4
5
BF/AF
Repouso
Recuperação
*
#
HFN
HFP
HFN HFP
54
Figura 29.
Comportamento da freqüência cardíaca (FC), e da pressão arterial sistólica (PAS)
e diastólica (PAD) no repouso e após sessão de exercícios isotônicos (90 min., 4h, 8h, 12h,
16h, 20 e 24 horas) nos grupos HFN e HFP.
0
20
40
60
80
100
120
Rep 90min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
FC (bpm)
0
25
50
75
100
125
150
Rep 90min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAS (mmHg)
0
15
30
45
60
75
90
105
Rep 90min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAD (mmHg)
HFN
HFP
0
20
40
60
80
100
120
Rep 90min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
FC (bpm)
0
25
50
75
100
125
150
Rep 90min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAS (mmHg)
0
15
30
45
60
75
90
105
Rep 90min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAD (mmHg)
0
20
40
60
80
100
120
Rep 90min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
FC (bpm)
0
25
50
75
100
125
150
Rep 90min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAS (mmHg)
0
15
30
45
60
75
90
105
Rep 90min 4h 8h 12h 16h 20h 24h
PAD (mmHg)
HFN
HFP
HFN
HFP
55
5. DISCUSSÃO
Jovens normotensos com história familiar positiva de hipertensão são modelos muito
atrativos para detecção de modificações precoces e possíveis marcadores biológicos de HAS.
Todavia, poucos são os estudos sobre anormalidades nas respostas cardiovasculares e
autonômicas à situação de estresse ou exercício resistido de descendentes de hipertensos. As
alterações documentadas em jovens com história familiar positiva de hipertensão em repouso
e em resposta ao exercício resistido envolvendo um pequeno grupamento muscular com o
Hand-Grip
(30% da CVM) (Lopes et al, 2001) sugerem que os ajustes hemodinâmicos,
autonômicos e metabólicos induzidos pelos exercícios resistidos, isométricos e isotônicos,
com pequenos grupamentos musculares possam ser diferentes das observadas em sujeitos
com história familiar negativa de hipertensão.
No presente projeto investigamos variáveis hemodinâmicas e a modulação
autonômicas cardíaca em repouso e em resposta a manobras fisiológicas de estimulação
simpática como um teste de estresse mental e também por testes de força máxima isométrica
e isotônica em filhos de normotensos e hipertensos, objetivando comparar estes dois grupos,
bem como evidenciar possíveis diferenças nas alterações fisiológicas frente à situações de
sobrecarga do sistema cardiovascular nos indivíduos com história familiar positiva de HAS.
Além disto, considerando que existem evidências de que uma única sessão de
exercício pode, agudamente, induzir melhoras metabólicas, reduzir a PA, além de melhorar o
balanço simpatovagal em indivíduos saudáveis e cardiopatas e que alguns estudos sugerem
que ao menos alguns dos efeitos do treinamento físico nos fatores de risco de doenças
cardiovasculares podem ser o resultado do exercício recente (Thompson et al., 2001),
objetivamos também avaliar os efeitos de sessões de exercícios isotônicos ou isométricos em
jovens com história familiar positiva e negativa de hipertensão.
56
5.1 Avaliações em repouso
A hipertensão arterial é uma doença poligênica que resulta de anormalidades dos
mecanismos de controle da pressão arterial (Irigoyen et al., 2003). Atualmente esta doença é
considerada um problema médico e de saúde multifacetado relacionado a mudanças
estruturais e funcionais no sistema cardiovascular e no controle autonômico da freqüência
cardíaca e da pressão arterial em humanos e animais. Freqüentemente, altos níveis de pressão
arterial estão associados a outros fatores de risco para a doença cardiovascular como a
hereditariedade (pessoas com história familiar de hipertensão apresentam mais risco), idade
avançada, raça (maior risco para pessoas de descendência africana ou hispânica), resistência à
insulina, obesidade, dieta (excesso de ingestão de sal), utilização de contraceptivos orais e
inatividade física (Irigoyen et al., 2003 e 2005). Vale destacar que a hipertensão arterial é uma
síndrome multicausal e multifatorial caracterizada pela presença de veis tensionais elevados
e normalmente associados a distúrbios metabólicos, hormonais e hipertrofias cardíaca e
vascular (Irigoyen et al, 2003). Além disto, esta doença é um fator isolado para doença
cardiovascular, sendo sua reversão ou controle fator de redução de morbidade e mortalidade
por fatores cerebrovasculares e cardiovasculares (Pollock e Schmidt, 2003) .
Considerando que a hereditariedade é um fator que pode influenciar o
desenvolvimento de hipertensão, e que estudos anteriores demonstram aumento progressivo
da PA em ratos espontaneamente hipertensos, além de aumento no “turnover” de adrenalina
nestes animais com apenas 1 a 2 meses de vida (ainda normotensos) (Yamori, 1974), bem
como aumento ou inalteração da PAS e PAD (Lopes et al;., 2001; Falkner et al., 1979) em
jovens filhos de hipertensos malignos, no presente estudo avaliamos jovens adultos
sedentários com HFP de HAS. Os resultados demonstram que o grupo de adultos jovens com
história familiar positiva de hipertensão apresentou valores semelhantes de PAS, PAD e FC
aos observados em indivíduos com história familiar negativa de hipertensão em repouso.
Falkner et al. demonstraram, em estudo publicado em 1979, valores semelhantes para PAS e
57
PAD, mas aumento na FC, em filhos de hipertensos quando comparados a filhos de
normotensos. Mais recentemente, Lopes et al (2001) demonstraram que filhos de hipertensos
malignos apresentavam aumento da PAS, PAD (dentro da faixa de normalidade) e valores
plasmáticos de noradrenalina quando comparados aos filhos de normotensos em repouso.
Essas diferenças na PA em relação ao nosso estudo e ao estudo de Falkner e colaboradores
podem ser explicadas, pelo menos em parte, devido ao fato de que na amostra do estudo de
Lopes e colaboradores os sujeitos da pesquisa eram filhos de hipertensos malignos, enquanto
que em nosso estudo este fato não foi considerado na seleção da amostra. Dessa forma, parece
que a malignidade da hipertensão dos pais pode ser um fator importante para o aparecimento
mais precoce de disfunções cardiovasculares em seus descendentes.
Considerando a importância da regulação autonômica no controle da PA (Irigoyen et
al., 2003), e que alterações precoces nos mecanismos de regulação da PA podem anteceder o
aparecimento da HAS (Cory & Ayers, 1976), avaliamos a modulação autoômica cardíaca nos
filhos de hipertensos. Uma das formas que vem sendo muito utilizada para avaliar o controle
autonômico é o estudo da variabilidade da FC.
Até 20 anos atrás, variações do ritmo cardíaco
(ou da PA) eram completamente ignoradas pelos fisiologistas e cardiologistas. A variabilidade
natural de parâmetros cardiovasculares como PA e FC reflete a interação de diversos fatores
que, em sua maioria, envolvem uma influência do sistema nervoso autônomo (SNA) sobre o
aparelho cardiovascular (Joaquim et al, 2005). Hoje se sabe que irregularidades da FC e da
PA significam algum tipo de anormalidade, e que a diminuição da variabilidade da FC é um
mau prognóstico (Ribeiro & Moraes, 2005). De fato, estudos experimentais e clínicos vêm
demonstrando que a disautonomia (disfunções no sistema nervoso autônomo) está presente
em uma série de patologias, tais como a hipertensão arterial, a insuficiência cardíaca, o
diabetes e outras alterações metabólicas (De Angelis et al., 2004). A análise espectral (AE)
dos sinais de PA e de freqüência cardíaca (FC) tem alcançado considerável interesse por ser
um método não-invasivo que estima atividade neural e não neural para oscilações a curto e
58
longo prazo dessas variáveis. Os algoritmos mais utilizados para o desenvolvimento da
potência espectral são a transformada rápida de Fourier e a análise autorregressiva. Com esse
tipo de análise podemos obter os espectros com suas respectivas potências a partir de bandas
de freqüência pré-determinadas, caracterizadas por modulação dos ramos simpáticos
(oscilações de baixa freqüência, BF) e parassimpático (oscilações de alta freqüência, AF) do
sistema nervoso autônomo. Hoje, a variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) tem sido
aceita como um método funcional de avaliação da modulação autonômica cardiovascular,
além de ser cada vez mais aceito como um fator de prognóstico de mortalidade, especialmente
pós infarto do miocárdio e de insuficiência cardíaca congestiva (Task Force, 1996). Dessa
forma, segundo Kiss (2003), a análise da variabilidade da freqüência cardíaca é uma estratégia
não-invasiva de estudar a modulação autonômica observando-se a predominância simpática
ou parassimpática. Assim, a análise da freqüência cardíaca batimento-a-batimento
proporciona, portanto, a visualização da predominância dos sistemas aceleradores simpáticos,
e desaceleradores parassimpáticos, durante o repouso, a atividade física e a volta ao repouso.
No presente projeto utilizamos a Transformada Rápida de Fourrier (FFT) para análise
da VFC no domínio do tempo e da freqüência. Nossos resultados demonstram em filhos de
normotensos valores em repouso semelhantes dos componentes de BF (representativo da
modulação simpática cardíaca) e AF (representativa da modulação parassimpática cardíaca)
do RR, bem como da relação BF/AF observadas por Resk et al. (2006) em adultos jovens.
Em nosso estudo, a variância do RR foi menor, o componente de BF do RR estava
aumentado e o componente de AF estava diminuído no repouso em filhos de hipertensos
quando comparados a filhos de normotensos. Além disto, a relação BF/AF encontrava-se
aumentada no grupo HFP quando comparado ao grupo HFN. Esses achados sugerem um
aumento da modulação simpática cardíaca e corroboram com os dados obtidos em filhos de
hipertensos por Lucini et al. (2005) ao analisar a VFC pelo método autorregressivo, e
59
discutem que esses dados podem apontar para uma predominância da modulação simpática,
por oscilações no nó sinusal, e redução da responsividade para estímulos excitatórios.
Embora não estejam definitivamente comprovadas, inúmeras evidências apontam para
a participação do aumento da atividade do sistema nervoso simpático na patogênese da
hipertensão arterial (Wyss et al, 1993). Usando-se diferentes métodos de avaliação da
atividade simpática, pode-se detectar, nas fases iniciais da hipertensão arterial primária,
aumento do tônus simpático, como: efeito mais intenso de agentes simpatolíticos ou
bloqueadores adrenérgicos na diminuição dos níveis de pressão arterial; níveis elevados de
noradrenalina plasmática e da sua liberação regional (“spillover”); aumento da atividade
simpática com registro direto (microneuronografia) e maior sensibilidade à noradrenalina
(aumentos maiores de pressão arterial durante infusão) (Mancia et al, 1993). Observou-se
adicionalmente que a atividade simpática neural basal aferida por microneurografia é
progressivamente mais elevada em indivíduos com hipertensão leve, moderada e grave,
respectivamente, e também está aumentada durante os estágios iniciais de desenvolvimento da
hipertensão arterial (Mancia et al, 1993). Embora essas evidências apontem para o aumento da
atividade simpática, os mecanismos envolvidos nessa alteração permanecem pouco
esclarecidos. Um dos que tem recebido a atenção dos pesquisadores é a sensibilidade do
barorreflexo. De fato, a menor sensibilidade dos barorreceptores é provavelmente o maior
determinante do aumento da variabilidade da PA (Irigoyen & Krieger, 1998; Floras et al.,
1988) em indivíduos hipertensos, e de forma indireta associada às conseqüentes lesões dos
órgãos-alvo (Floras, 1988). Dessa forma, nossos achados sugerem que mesmo com valores
normais de PA, os filhos de hipertensos apresentam alterações na modulação autonômica
cardíaca com clara tendência a maior predomínio simpático, o que pode ser interpretado
baseado nas evidências já existentes na literatura como maior risco para o desenvolvimento de
HAS. Por fim vale lembra que tanto o aumento da VAR da PAS e do componente de BF do
60
RR, quanto à redução da VFC e do componente AF do IP tem sido relacionados a maior risco
cardiovascular (Task Force, 1996).
No repouso, os filhos de hipertensos e normotensos apresentavam valores
semelhantes de glicemia de jejum, colesterol total, HDL, LDL, VLDL e triglicérides, sendo
que todos os indivíduos apresentavam seus valores dentro da faixa de normalidade. Todavia,
Lopes et al. (1997) demonstraram que os jovens com história familiar de hipertensão
apresentavam aumento no colesterol total, LDL, VLDL, triglicérides e insulina quando
comparados aos filhos de normotensos. Em nosso projeto contamos com uma amostra de 20
sujeitos para tais avaliações sendo que no estudo de Lopes et al. (1997) a foi de 42 sujeitos
filhos de hipertensos malignos. Vale lembrar que a glicemia em avaliações pré-exercício
(sem jejum) mostrou-se aumentada no grupo HFP em relação ao grupo HFN.
5.2 Respostas ao teste de estresse mental
A hipertensão essencial resulta da alterada interação entre vários mecanismos que
envolvem a regulação normal da PA (Irigoyen et al., 2003). Tem sido sugerido que estes
mecanismos poderiam estar progressivamente em pré-hipertensos (Cory & Ayers, 1976). O
teste de estresse mental pode induzir alterações fisiológicas significativas e pode ter um efeito
precipitador no estabelicimento da hipertensão em ratos jovens espontaneamente hipertensos
(Hallbsch, 1976; Hallbsch & Folkow, 1974). De fato estudos clínicos e experimentais têm
demonstrado a associação entre estresse mental e elevação da PA (Brod et al., 1959; Loriman
et al., 1971; Henry et al., 1975; Forsyth, 1969).
No presente estudo utilizamos o
Stroop Color Word Test
para induzir um estresse
mental. Este é um teste de conflito entre cores e palavras, que têm como objetivo estimular
alterações na modulação do sistema nervoso autônomo simpático para o coração, através de
conflitos cognitivos, ou seja, estimulando o indivíduo a dizer de forma rápida cores no qual
61
palavras são escritas, sendo que o sujeito sempre tende a ler primeiramente a palavra que está
escrita, e verbalizá-la. Em resposta a este teste, ambos os grupos apresentaram aumento da FC
a partir do 2
o
minuto. De fato, o aumento da FC é um achado comum durante este tipo de
avaliação. Além disto, a PAS estava em média ~6 a 10 mmHg maior nos sujeitos avaliados ao
final do teste de estresse mental, porém sem diferença estatística.
No teste de estresse mental, observamos aumento na FC no minuto em relação à
FC de repouso no grupo HFP, o queo foi observado no grupo HFN, porém a PAS e a PAD
foram similares entre os grupos em resposta a esse teste. É interessante notar que outros
estudos haviam demonstrado alterações nas respostas hemodinâmicas de filhos de
hipertensos em resposta a diferentes testes de estresse. Light et al. (1999) submeteram jovens
filhos de hipertensos a um teste de estresse por resfriamento sobre a pressão em membros
inferiores e observaram aumento na PAS e PAD após o teste. Lopes et al. (2001)
realizaram o teste de resfriamento sobre a pressão e observaram que a PAS, a PAD e a FC
foram similares entre os grupos de filhos de hipertensos e normotensos após o teste. Além
disso, Falkner et al. (1979) submeteram filhos de hipertensos à um teste aritmético (estresse
mental) e verificaram valores de PAS similares aos obtidos em filhos de normotensos,
todavia, evidenciaram aumento da PAD e da FC no grupo HFP quando comparado ao grupo
HFN durante e após esse teste de estresse mental. Em dois dos três estudos apresentados
acima foram analisados níveis de catecolaminas, e em ambos os estudos os grupos de filhos
de hipertensos apresentaram aumento nos níveis destes hormônios, sugerindo estimulação
simpática após tais testes.
No presente estudo o aumento exacerbado da FC no 1
o
minuto do teste de estresse
mental, bem como na recuperação deste pode ser um indicativo de exacerbada estimulação
simpática. Além disto, estudos de correlações realizados com um menor número de
indivíduos em cada grupo em uma fase inicial de nosso estudo demonstraram que os sujeitos
que apresentavam maior FC no 1°minuto do teste de estresse mental eram os mesmos que
62
apresentavam maior FC e PAS no 3° minuto do teste, e FC de recuperação após o teste.
Adicionalmente a FC do 1
o
min do teste de estresse mental foi correlacionada com a variância
do RR em repouso, sugerindo que os indivíduos com maior resposta cronotrópica ao teste
eram aqueles que apresentavam menores valores de variância do RR no repouso (Francica et
al., 2008) . Esses achados em conjunto sugerem aumento da resposta cronotrópica ao teste de
estresse mental em filhos de hipertensos, possivelmente associada a alterações na modulação
simpato-vagal cardíaca já no repouso.
Estudos em animais (Londe, 1968; Frohlich, 1975) e em humanos (Julius, 1975)
utilizando bloqueio farmacológico do simpático e parassimpático demonstraram uma
significante participação do sistema nervoso autônomo (estimulação simpática e redução da
função parassimpática) nas adaptações fisiológicas a esta manobra fisiológica. Todos os
estudos sugerem que o aumento da PA e da FC em resposta a teste de estresse mental
provavelmente estão relacionadas ao aumento da atividade simpática e a redução atividade
parassimpática sobre o sistema cardiovascular em resposta ao estímulo estressante, todavia,
nenhum destes estudos avaliou a modulação autonômica cardiovascular em resposta a esta
manobra fisiológica. No presente estudo não observamos alterações estatisticamente
significativas no balanço simpato-vagal avaliado 15 minutos após o teste de estresse mental,
todavia, mesmo neste tempo, pode-se verificar um aumento na relação BF/AF de ~35% no
grupo HFN. Interessantemente, no grupo com história familiar positiva de hipertensão o
observamos aumento adicional na modulação simpática cadíaca 15minutos após o teste de
estresse mental, apesar das alterações cronotrópicas observadas neste grupo. Este achado nos
leva a sugerir que talvez a pré estimulação simpática dos filhos de hipertensos em repouso
possa ter “mascarado” tal resposta, ou mesmo que o no tempo avaliado da recuperação deste
teste a modulação já tivesse retornado a valores próximos aos basais.
63
5.3 Respostas aos testes de força máxima isométrica e isotônica
Uma série complexa de ajustes acontece durante a execução da atividade física. Dentre
eles, é essencial a regulação da função cardíaca, promovida, principalmente, pelo sistema
nervoso autônomo. Esse sistema regula o que chamamos de balanço simpatovagal cardíaco,
organizando a função cardíaca de acordo com as demandas orgânicas e teciduais, obedecendo
às informações que partem dos centros superiores do sistema nervoso central e dos receptores
periféricos. Assim podemos supor que essa regulação cardíaca ocorra batimento a batimento,
condição observada desde a situação de repouso, e ampliada durante a atividade física
(Paschoal et al, 1999).
Um estudo clássico de Donald et al. (1967) demonstrou que a contração sustentada,
envolvendo o quadríceps femoral, ou o bíceps braquial resultava em um aumento na PAS,
PAD e PAM. Em seu grupo de voluntários saudáveis, esse aumento na PA foi causado por um
aumento no débito cardíaco associado a um aumento na FC, com pequena mudança no
volume de ejeção ou na resistência vascular periférica. Entretanto, esse aumento no volume de
ejeção associado com uma diminuição na pressão diastólica final no ventrículo esquerdo em
muitos dos sujeitos sugeriu um aumento no estado contrátil, presumivelmente mediado pela
atividade nervosa simpática. Kivowitz et al. (1971) demonstraram aumento na PAS, PAD e
FC, assim como aumento de 23% no fluxo sanguíneo após teste isométrico em sujeitos com
doença cardiovascular, o que indica que exercícios isométricos promovem um estresse
substancial para o ventrículo esquerdo. Pacientes com função cardiovascular normal
geralmente têm um aumento no desempenho ventricular com aumento na pré-carga, mas
pacientes com doenças do coração possuem pequena ou nenhuma mudança no desempenho
ventricular com um aumento na pré-carga.
Assim, para suprir esta nova demanda metabólica, várias adaptações fisiológicas
ocorrem e, dentre elas, as relacionadas à função cardiovascular durante o exercício. Ao
iniciarmos uma atividade sica, um dos efeitos mais precoces sobre o sistema cardiovascular
64
é o aumento da FC. Esse aumento ocorre de forma linear e proporcional ao aumento da
intensidade de exercício. em uma atividade física progressiva máxima, como a que ocorre
durante o teste de esforço máximo, a FC aumenta deforma linear e proporcional ao aumento
da potência executada, até a interrupção do esforço por exaustão do indivíduo. Basicamente,
esse aumento na freqüência cardíaca durante o exercício dinâmico é bem conhecida e
ocorre por dois mecanismos principais: 1) diminuição no tônus vagal sobre o coração, o que
por si só já provoca aumento da FC; e 2) ativação do componente simpático sobre o coração.
Essa intensificação simpática ocorre de forma progressiva, proporcional à potência executada
(Rondon et al, 2005).
No presente estudo, os testes de força xima isométrica e isotônica induziram
aumento na FC, conforme esperado, sendo que na recuperação do exercício isotônico, ambos
os grupos ainda apresentavam FC aumentada em relação ao repouso, efeito esse não
observado após os exercícios isométricos. O fato de termos mensurado a PA imediatamente
após os testes provavelmente fez com que perdêssemos os picos pressóricos, todavia, mesmo
assim os valores de PAS estavam aumentados em relação ao repouso no grupo HFP: 1)após o
TFM isométrico com MMII e 2) após o TFM isotônico com MMSS e MMII. Estas respostas
sugerem exacerbada resposta pressórica deste grupo em comparação ao grupo HFN o que
deve estar associado a alterações na regulação da PA nesses indivíduos e possivelmente a um
maior aumento na modulação simpática cardiovascular em resposta a esses teste de carga
máxima.,
Vale destacar ainda que a FC xima parece um pouco maior após os testes de
membros inferiores do que após os testes de membros superiores (sem diferenças estísticas)
em ambos os TFM, assim como o aumento da PAS foi significativo no TFM isométrico
somente após o exercício com MMII, sugerindo que grandes grupamentos musculares podem
induzir maiores ajustes do sistema cardiovascular. Além disto, observamos aumento na FC
após membros superiores e inferiores e após 15 minutos de recuperação em ambos os grupos
65
após o TFM isotônico, sugerindo que este seja um teste que induza alterações
cardiovasculares mais significativas.
D’Assunção et al. (2007) realizaram um estudo com jovens saudáveis, fisicamente
ativos, no qual submetia os sujeitos a exercícios de rosca bíceps e cadeira extensora, com o
objetivo de avaliar as respostas de PA, FC e duplo produto a exercícios com pequeno (bíceps
braquial) e grande (quadríceps) grupamento muscular. Esses autores não encontraram
diferença significante nas variáveis estudadas entre os dois tipos de exercícios, e justificaram
que isso possa ter ocorrido pela utilização de outros grupamentos musculares sinergistas na
execução dos exercícios envolvendo pequeno grupamento muscular. Gotshall et al. (1999)
observaram aumento na PAS em cada uma das 3 séries de 10RM que realizaram em seu
estudo, apontando o efeito cumulativo como um fator a ser considerado.
Após o teste de força máxima isométrica observamos aumento no componente BF e
aumento na relação BF/AF no grupo HFN, o que era esperado, que o organismo sofre
adaptações para se adequar ao exercício isométrico, aumentando a participação do simpático e
diminuindo a do parassimpático. Porém, ao contrário do que esperávamos, não observamos
alterações autonômicas no grupo HFP. Como houve aumento da modulação simpato/vagal no
grupo controle, as diferenças observadas no período de repouso entre os grupos não foram
observadas após o TFM isométrico. Além disto, A VFC após o teste de força máxima
isotônica apresentava-se semelhante entre os grupos (por tendência de aumento da modulação
simpato/vagal no grupo HFN). Sabe-se que após um exercício dinâmico intenso ocorre um
aumento na modulação simpática para o coração em indivíduos jovens saudáveis, como
descrito por Furlan et al. (1993), o que pode ser esperado, portanto, após o exercício
isométrico com grandes grupamentos musculares como observado claramente no presente
estudo após o TFM isométrico nos filhos de normotensos. Em nosso estudo essa resposta não
foi apresentada pelos filhos de hipertensos. Hipotetizamos que devido ao fato dos filhos de
hipertensos apresentarem aumento da atividade simpática no repouso é possível que o TFM
66
(curta duração) não tenha promovido um aumento adicional da modulação simpática cardíaca,
conforme já haviamos demonstrado após o teste de estresse mental.
5.4 Respostas às sessões de exercícios isométricos e isotônicos
Atualmente, os exercícios resistidos são também recomendados como parte do
programa de exercícios para redução do risco cardiovascular na população em geral (ACSM,
2000) e em hipertensos (Pescatello et al., 2004). Todavia, os efeitos cardiovasculares e
autonômicos deste tipo de exercício, especificamente em filhos de hipertensos, foram muito
pouco estudados.
Alguns estudos vêm demonstrando que a realização de uma sessão de exercício físico
(agudo), seria suficiente para promover uma redução na pressão arterial em normotensos e
hipertensos. Porém, é sabido que alguns fatores são capazes de influenciar a magnitude e a
duração da redução pressórica (nível inicial de PA, tipo e duração dos exercícios). Pensando
nisso, realizamos uma sessão aguda de exercícios isométricos e isotônicos, com 50% da CVM
obtida nos TFM isométrica e isotônica, em sujeitos dos grupos HFP e HFN. No repouso do
dia de cada uma das sessões, não obtivemos diferenças nas variáveis metabólicas e
hemodinâmicas (PA e FC) entre os grupos, sendo que os valores encontravam-se dentro da
faixa de normalidade. Quanto à análise da VFC em repouso no dia das sessões de exercício,
observou-se reduzida VAR RR, aumento do componente BF (representa a modulação
simpática) e diminuição do componente AF (representa a modulação parassimpática),
elevando o balanço simpato-vagal no HFP quando comparado ao HFN, corroborando com o
repouso da 1ª e fase de nosso estudo, demonstrando neste grupo de nosso estudo a
reprodutibilidade das medidas realizadas.
Com relação às variáveis metabólicas analisadas imediatamente pré-sessão de
exercícios isométricos e isotônicos (sem jejum), apenas a glicemia estava aumentada nos
67
filhos de hipertensos quando comparados aos filhos de normotensos, porém ainda dentro de
valores de normalidade.o se observou alteração significativa no perfil lipídico e no lactato
após as sessões de exercícios. É importante destacar que a glicemia foi menor no grupo HFP
imediatamente e 90 min após as sessões de exercícios isométricos e isotônicos. Outro estudo
já havia demonstrado que uma única sessão de exercício físico aumenta a utilização de glicose
mediada pela insulina em sujeitos normais, indivíduos com resistência à insulina com
histórico familiar de diabetes tipo II, obesos com resistência à insulina, bem como portadores
de diabetes tipo II (Eriksson et al., 1997). Por outro lado, estudos também demonstram que
indivíduos com intolerância à glicose ou resistentes à insulina podem transportar glicose para
a musculatura durante o exercício independente da ação da insulina, contribuindo para maior
utilização destes substratos como fonte energética, favorecendo a redução da glicemia e a
melhora do controle glicêmico (Goodyear & Kahn, 1998).
O tipo e a magnitude da resposta cardiovascular dependem das características do
exercício executado, a intensidade, a duração e a massa muscular envolvida (Forjaz e Tinucci,
2000 ). No presente estudo avaliamos as respostas cardiovasculares e autonômicas a dois tipos
de exercício resistidos: isotônicos (há contração muscular, seguida de movimento articular) e
isométricos (há contração muscular, sem movimento articular). Lopes et al. (2001) não
encontraram valores aumento de PAS, PAD e FC após teste de preensão palmar com 30% da
CVM, porém em nosso estudo a carga de trabalho e os grupamentos musculares foram
maiores, o que certamente influenciou a diferença nas respostas encontradas (Lopes et al.,
2001). Imediatamente após as sessões de exercícios isométricos e isotônicos pode-se observar
aumento na FC em ambos os grupos em comparação ao repouso provavelmente em resposta
ao aumento da atividade nervosa simpática durante as sessões de exercício. Além disto, deve-
se destacar, o aumento da noradrenalina urinária no grupo de filhos de hipertensos
imediatamente após a sessão de exercícios isotônicos, sugerindo que a maior demanda
68
metabólica deste tipo de exercício associada a maior atividade simpática (já em repouso) dos
filhos de hipertensos possam ter induzido tal resposta.
Em função do método de medida aplicado para medir a PA no presente estudo
(método ascultatório) e sua não confiabilidade durante a execução de um exercício resistido,
optamos por aferir a PA somente após as sessões de exercícios nos grupos estudados, o que
com certeza não possibilitou avaliarmos os valores reais de PA atingidos por estes jovens
normotensos durante as sessões isométrica e isotônica. Vale observar, que ocorreu um
aumento médio da PAS em torno de 9 mmHg (não significativo) imediatamente após a sessão
de exercícios isométricos em ambos os grupos, bem com uma aumento da PAS em torno de 7
mmHg (não significativo) no grupo HFN imediatamente após a sessão de exercícios
isotônicos. Além disto, a PAS foi maior após a sessão de exercícios isotônicos no HFP
quando comparado ao seu respectivo repouso. Esses achados vão de encontro com os
resultados do teste de força xima e do teste de estresse mental, no qual filhos de
hipertensos se mostram mais reativos desde o repouso, mesmo quando submetidos a um
esforço submáximo (50%) da CVM. , confirmado metabolicamente pelo fato do lactato
sanguíneo não estar alterado de forma significativamente imediatamente após as sessões de
exercícios isométricos e isotônicos.
Após 90 minutos de recuperação, a FC estava ainda aumentada no HFP quando
comparado ao repouso e ao HFN na sessão de exercícios isométricos e em ambos os grupos
em relação aos valores basais após a sessão de exercícios isotônicos. Este aumento da FC
após o exercício resistido havia sido evidenciado por outros estudos (De Van et al., 2005;
MacDonald et al., 1999; O´Connor et al., 1993; Resk et al., 2006).
Diversos estudos m demonstrado uma redução da PA após a execução de uma única
sessão de exercício físico, que tem sido denominado de hipotensão pós-exercício (FORJAZ et
al, 1998b). A hipotensão pós-exercício caracteriza-se pela redução da PA durante o período de
69
recuperação, fazendo com que os valores pressóricos observados pós-exercícios permaneçam
inferiores àqueles medidos antes do exercício ou mesmo aqueles medidos em um dia controle,
sem a execução de exercícios. Durante o exercício resistido a PA aumenta expressivamente
(MacDouglall et al., 1985). Todavia, após a sessão, estudos têm demonstrado que a PA pode
aumentar (Brown et al., 1994; Koltyn et al., 1995; O´Connor et al., 1993), reduzir (Brown et
al., 1994; O´Connor et al., 1998; De Van et al., 2005) ou não se alterar (O´Connor et al.,
1993; Roltsh et al., 2001) em relação aos valores de repouso. No entanto, no presente estudo a
PAS e a PAD foram semelhantes entre os grupos aos 90 minutos pós sessão de exercícios
isométricos ou isotônicos em relação as medidas em repouso pré sessões de exercício. Além
disto, foram realizadas medidas pelos próprios avaliados utilizando um medidor de PA de
pulso automático 4, 8, 12, 16, 20 e 24 horas pós sessão de exercícios e também o
observamos queda pressórica neste período. Rezk et al. (2006) demonstraram queda da PAS
(até 90 min) após exercício resistido com alta e baixa intensidade, e redução da PAD (a30
min) apenas após exercícios com baixa intensidade. As diferenças entre nosso estudo e do
Rezk et al. (2006) podem ser decorrentes dos equipamentos nos quais foram realizados os
exercícios (dinamômetro vs. máquinas de musculação), do número de exercícios realiazados
(2 vs. 6), das diferenças na amostra (homens vs. amostra mista); da intensidade (50% vs. 40
ou 80% da CVM); tempo de sessão (30 vs. 40min). Deve-se considerar ainda que as medidas
pelo monitor de pulso apesar de validadas para avaliações em repouso por nosso grupo
(Flores et al., 2006), foram realizadas pelos próprios avaliados, o que com certeza consiste em
uma limitação. Vale destacar ainda que no presente estudo não trabalhamos com deltas de
variação das variáveis hemodinâmicas ou autonômicas como realizado por Rezk et al. (2006).
Em filhos de hipertensos Lopes et al. (2001) evidenciaram valores semelhantes de
PAS, PAD e FC entre os grupos HFP e HFN após uma sessão de exercícios no dinamômetro
Hand-grip
(30% da carga voluntária máxima). Bermudes et al. (2003), submeteram
indivíduos normotensos (com idade variando entre 40-50 anos) a uma sessão de exercícios
70
isotônicos resistidos com 40% da CVM, e não observaram redução na PAS até 24 horas após
a execução do exercício, porém observou redução na PAD, corroborando com os dados
apresentados por Hill et al.(1989), cujo estudo envolveu jovens normotensos submetidos a
exercícios resistidos a 70% da CVM.
Diversos autores vêm estudando alterações na VFC após uma sessão de exercícios
dinâmicos, demonstrando que exercícios com intensidades moderadas seriam capazes de
aumentar a atividade parassimpática, redução da atividade simpática em repouso, bem como
influenciaria na sensibilidade barorreflexa (Kawaguchi et al., 2007). Nos exercícios
isométricos, a contração muscular mantida durante a contração isométrica promove obstrução
mecânica do fluxo sanguíneo muscular, o que faz com que os metabólitos produzidos durante
a contração se acumulem, ativando quimiorreceptores musculares, que promovem aumento
expressivo da atividade nervosa simpática. É interessante observar que a magnitude das
respostas cardiovasculares durante o exercício isométrico é dependente da intensidade do
exercício, de sua duração e da massa muscular exercitada, sendo maior quanto maiores forem
esses fatores (Forjaz e Tinucci, 2000). Após uma sessão de exercícios resistidos, Rezk et al.
(2006) demonstraram que independente da intensidade da sessão de exercícios resistidos
ocorreu redução do componente de AF do R-R, aumento do componente BF do R-R , e
conseqüentemente aumento do balanço simpato/vagal, avaliados com deltas de alteração em
relação ao repouso, a75 minutos após a sessão de exercícios em uma amostra mista de
adultos jovens. Em nosso estudo não observamos alterações siginificativas na VFC no
domínio da frequência no grupo HFN após 90 minutos das sessões de exercícios isométricos
ou isotônicos. Todavia, após a sessão de exercícios isométricos é possível observar um
aumento (não significativo) de ~20-30% na relação BF/AF. Interessantemente, a variância do
RR foi maior no grupo HFN após (90 min) a sessão de exercícios isotônicos, sugerindo neste
caso melhora da modulação autonômica cardíaca.
71
Entretanto o achado mais importante do presente estudo foi que os filhos de
hipertensos apresentaram diminuição no componente BF e aumento no componente AF, com
consequente redução da relação BF/AF após as sessões de exercícios isotônicos ou
isométricos, normalizando tais variáveis em relação ao grupo filhos de normotensos.
Adicionalmente a variância do RR aumentou após 90 min da sessão de exercícios isométricos.
Esses achados em conjunto, sugerem que uma sessão aguda de exercícios tanto isométricos
quanto isotônicos possa promover um efeito protetor cardiovascular no grupo HFP.
É importante salientar que a redução da modulação parassimpática para o coração e
conseqüentemente da VFC, está relacionada à disfunção autonômica e a um risco de
mortalidade aumentado. A diminuição isolada da variabilidade da FC expressa aumento de
três a cinco vezes no risco relativo de mortalidade por evento cardíaco, e quando associado à
diminuição significativa na sensibilidade do barorreflexo, este risco relativo sobe para sete
vezes (Almeida e Araújo, 2003). Além disto, existe um consenso de que a função vagal
preservada é benéfica na manutenção da variabilidade da pressão arterial, com conseqüente
proteção de lesão de órgão-alvo (Su & Miao, 2001). Assim nossos achados sugerem uma
melhora da modulação autonômica cardiovascular, independente da hipotensão pós exercício
em jovens com história familiar positiva de hipertensão submetidos a uma sessão de
exercícios isométricos ou isotônicos.
72
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nossos resultados demonstraram que filhos de hipertensos e normotensos
apresentavam composição corporal, glicemia e perfil lipídico de jejum, PA e FC semelhantes
em repouso. No entanto, os filhos de hipertensos apresentavam redução da VFC em repouso
quando comparados aos filhos de normotensos.
Durante o teste de estresse mental os filhos de hipertensos apresentaram uma resposta
cronotrópica exacerbada. Além disto, durante os testes de força máxima isométrica e
isotônica, observamos aumento de PAS no grupo HFP em relação ao grupo HFN. Quanto à
VFC, não observamos alterações após o teste de força máxima isotônica em ambos os grupos,
porém observamos aumento na modulação simpática (BF e relação BF/AF) no grupo HFN
quando comparado ao repouso. Interessantemente após os três testes de estimulação simpática
não observamos diferenças entre os grupos estudados, sugerindo que o aumento da modulação
simpática dos filhos de hipertensos tenha colaborado para este grupo não apresentar aumento
da modulação simpática em relação ao período de repouso 15 minutos após esses testes.
Durante as sessões de exercícios isométricos e isotônicos observamos aumento FC
em ambos os grupos, porém aumento na PAS somente nos filhos de hipertensos após a sessão
de exercícios isotônicos. A glicemia, aumentada nos filhos de hipertensos em repouso,
reduziu após as sessões de exercício. Quanto à VFC, melhora no balanço simpato-vagal
(relação BF/AF) no grupo HFP após as sessões de exercícios em relação aos seus valores de
repouso, demonstrando uma melhora na modulação autonômica cardíaca nesses indivíduos
após ambas as sessões de exercícios isométricos ou isotônicos.
Concluindo, nossos resultados demonstram que filhos de hipertensos, mesmo com
valores de PA e de variáveis metabólicas semelhantes a filhos de normotensos, apresentam
aumento na modulação simpato/vagal cardíaca em repouso o que provavelmente esta
relacionado a alterações na resposta cronotrópica e/ou pressórica nos testes fisiológicos de
estimulação simpática. Todavia, o achado mais importante do presente estudo foi que filhos
73
de hipertensos tiveram atenuação na reduzida VFC e melhora do balanço simpato/vagal
cardíaco após uma única sessão de exercícios isométricos ou isotônicos, sugerindo que esta
abordagem possa ser importante no manejo do risco cardiovascular em populações
geneticamente predispostas.
74
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83
ANEXO 1
84
ANEXO 2
Questionário
Nome: ______________________________________________________________________________
Idade:______ anos Telefone:_______________________ Sexo: ( )F ( )M
Turma:________________________ Período:__________________________________________
1.Um dos seus pais possui:
( ) Pressão alta ( ) Diabetes (glicose aumentada no sangue)
( )Outras doenças cardiovasculares. Especifique_____________________________________________
2.Um de seus pais faz uso de medicamentos para controle da pressão arterial?
Pai: Sim( ) o( )
Mãe: Sim( ) Não( )
3. Você se lembra do valor habitual da sua pressão arterial?
Nunca medi ( ) Não lembro ( ) Até 120/80 (12/8) ( ) > 120/80 (12/8) ( )
4. Em menos de 1 (um) ano você realizou alguma cirurgia, ou teve alguma dor ou lesão em :
Joelho – Sim( ) Não( )
Cotovelo – Sim( ) Não( )
5. No caso de uma resposta afirmativa, descreva o problema.
__________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
6. Faz atividade física regular? Sim( ) Não( )
Qual a freqüência de seu treinamento? _____________________________________________________
Qual a duração de seu treinamento?_______________________________________________________
Realiza exercícios aeróbios (dinâmicos)? Por quantos minutos?__________________________________
_____________________________________________________________________________________
Realiza exercícios resistidos (força)? No caso de resposta afirmativa, especifique quais músculos trabalhados e
qual a carga. _______________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
7. Gostaria de participar de uma pesquisa na USJT, cujo objetivo é avaliar o efeito de exercícios de força no
sistema cardiovascular?
( )Sim ( )Não
8. Qual melhor horário para suas avaliações?
XXXXXXX SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA BADO
MENHÃ
TARDE
NOITE XXXXXXX
85
ANEXO 3
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DA PESQUISA:
“AJUSTES CARDIOVASCULARES INDUZIDOS PELOS EXERCÍCIOS
RESISTIDOS EM JOVENS COM HISTÓRIA FAMILIAR POSITIVA DE HIPERTENSÃO”
Eu, ________________________________________________________________ (nome, idade, RG, endereço, telefone, email),
abaixo assinado (ou meu Responsável Legal - quando aplicável),)_____________________ ___________________________ dou
meu consentimento livre e esclarecido para participar como voluntário do projeto de pesquisa supracitado, sob responsabilidade
do(s) pesquisador(es) _____________________________________________________________________, membros da
Coordenadoria de Pós Graduação Stricto Sensu em Educação Física da UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU.
Assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que:
1) Esses questionário tem como
objetivos principais verificar minhas condições gerais de saúde, detectar de filhos de pessoas com
pressão arterial normal e elevada, e indagar sobre o meu interesse em participar de uma pesquisa sobre avaliação dos efeitos
cardiovasculares do exercício de força;
2) Durante o preenchimento do questionário serão realizadas perguntas para que eu possa ser incluído no estudo;
3) O risco é considerado mínimo nos procedimentos adotados para coleta dos dados;
4) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa ;
5) Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa/ensaio clínico, a o ser que esta interrupção
seja contra-indicada por motivo médico;
6) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos através da pesquisa serão utilizados apenas para
alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada, e terei acesso aos
dados sempre que julgar necessário;
7) Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu (Fone: 6099 1999, ramal 1865) para apresentar
recursos ou reclamações em relação à pesquisa;
8) Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Profa. _________ pelo telefone _________, ramal ______, sempre que
julgar necessário;
9) Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador
responsável.
São Paulo,_______de______________ de_________
_______________________________________
Nome e assinatura do Voluntário ou do Responsável Legal
______________________________________
Nome e assinatura do Pesquisador Responsável pelo Estudo
86
ANEXO 4
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TÍTULO DA PESQUISA:
“AJUSTES CARDIOVASCULARES INDUZIDOS PELOS EXERCÍCIOS
RESISTIDOS EM JOVENS COM HISTÓRIA FAMILIAR POSITIVA DE HIPERTENSÃO”
Eu, ________________________________________________________________ (nome, idade, RG, endereço, telefone, email),
abaixo assinado (ou meu Responsável Legal- quando
aplicável),)________________________________________________________ dou meu consentimento livre e esclarecido para
participar como voluntário do projeto de pesquisa supracitado, sob responsabilidade do(s) pesquisador(es)
______________________________________________________________________, membros da Coordenadoria de Pós
Graduação Stricto Sensu em Educação Física da UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU.
Assinando este Termo de Consentimento, estou ciente de que:
1) O objetivo da pesquisa é avaliar as alterações hemodinâmicas, autonômicas e metabólicas que ocorrem com indivíduos
descendentes ou não de pais hipertensos quando submetidos a exercícios de força;
2) Durante o estudo serão feitos: aplicação de um questionário para avaliação detalhada de minha condição de saúde e meus hábitos
de vida, coleta de sangue (três dias), avaliação de força, avaliação do peso e altura, teste de identificação de cores e sessão de
exercícios individualizada. As coletas e medidas decorrentes da prática de exercícios serão realizadas por profissionais habilitados;
3) O risco é considerado mínimo nos procedimentos adotados para a coleta dos dados;
4) Minha participação neste estudo poderá ajudar a elucidar a questão da hereditariedade influenciando a capacidade sica atual e a
propensão ao desenvolvimento precoce da hipertensão arterial;
5) Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha participação na referida pesquisa;
6) Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa/ensaio clínico, a o ser que esta interrupção
seja contra-indicada por motivo médico;
7) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos através da pesquisa serão utilizados apenas para
alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada, e terei acesso aos
dados sempre que julgar necessário;
8) Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Judas Tadeu (Fone: 6099 1999, ramal 1865) para apresentar
recursos ou reclamações em relação à pesquisa;
9) É condição indispensável para minha participação na pesquisa/ensaio clínico que eu esteja em boa saúde e, portanto, não esteja no
momento sob tratamento médico e nem fazendo uso de quaisquer drogas ou medicações (quando aplicável);
10) Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Dra. _________ pelo telefone _______, ramal ______, sempre que
julgar necessário;
11) Este Termo de Consentimento é feito em 2 vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador
responsável.
São Paulo,_______de______________ de_________
_______________________________________
Nome e assinatura do Voluntário ou do Responsável Legal
______________________________________
Nome e assinatura do Pesquisador Responsável pelo Estudo
87
ANEXO 5
Dados Pessoais
Nome: ________________________________________________________________
Endereço: ______________________________________________________________
Bairro: _________________________________ Telefone: ______________________
Cidade: __________________________________ Estado: _______________________
Idade: ___________________________________ Data de nascimento:_____________
Naturalidade: __________________________________________________________
Estado Civil: ______________________________Raça:_________________________
Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino
Profissão: ____________________________ Escolaridade: _____________________
Data da avaliação: _____/_____/________.
Possui algum problema de saúde relacionado abaixo?
( ) Infarto ( ) Diabetes Mellitus
( ) Pressão alta ( ) Obesidade ( ) Outros __________________________
História de Doenças Pregressas
1. Você já foi acometido por outra patologia anteriormente? ( ) Sim ( ) Não
Qual?__________________________________________________________________
Qual tratamento?_________________________________________________________
2. Fez uso de medicamento para a doença citada? ( ) Sim ( ) Não
Qual?__________________________________________________________________
Por quanto tempo?_______________________________________________________
3. Fez alguma cirurgia relacionada a esta doença? ( ) Sim ( ) Não
Qual o tipo?____________________________________________________________
Há quanto tempo isso ocorreu?_____________________________________________
4. Tal doença fez com que você mudasse seus hábitos de vida? ( ) Sim ( ) Não
Quais?________________________________________________________________
Sistema Respiratório
( ) Pneumonia ( ) Bronquite ( ) Enfisema
( ) Asma ( ) Cianose ( ) Outros __________________________
1.
Dispnéia.
( ) Pequenos esforços. ( ) Médios esforços. ( ) Grandes esforços.
2.
Tosse.
( ) Ausente ( ) Seca
( ) Presente ( ) Produtiva
3.
Chiado no peito
( ) Ausente ( ) Presente
88
COONG
Cabeça
( ) Cefaléia. ( ) tontura. Outras:________________________________________
Ouvidos
( ) boa audição. ( ) infecção. Outras:___________________________________
Olhos
( ) alterações oculares. ( ) dor. Outras:_____________________________
Nariz
( ) sangramento. ( ) sinusite. Outras:___________________________________
Garganta
( ) dor. ( ) rouquidão Outras:___________________________________
Alergias
( ) medicamentos. ( ) agentes externos. Outras:_____________________________
Sistema Músculo-Esquelético
( ) traumatismo ( ) deformidade ( ) dor
( ) derrame articular ( ) rigidez ( ) hipermobilidade
( ) osteoporose ( ) febre reumática
Outros:________________________________________________________________
Você teve fraturas com colocação de placas, pinos, parafusos e próteses?
( ) Sim ( ) Não
Onde?_________________________________________________________________
Aspectos Psiquiátricos
( ) depressão ( ) distúrbio do sono ( ) ansiedade
( ) Alteração de memória ( ) dificuldade no trabalho
Outros:______________________________________________________________
Fatores de Risco
Tabagismo
Você é fumante? ( ) Sim ( ) Não
Qual a quantidade? _____________ ____________cigarros/dia
Há quanto tempo?_______________________ Qual o tipo do
cigarro?___________________
Você já fumou antes? ( ) Sim ( ) Não
Parou há quanto tempo?___________________________________________________
É fumante passivo? ( ) Sim ( ) Não
Alcoolismo
Você possui o hábito de ingerir bebidas alcóolicas?
( ) Sim ( ) Não
Tipo de bebida: ( ) destilados ( ) fermentados
89
Quantidade:________________________________________
Há quanto tempo?___________________________________
Freqüência_________________________________________
Obesidade
IMC = Peso corpóreo (kg) = ............................=...........
Altura (m
2
)
Pregas cutâneas
Bicipital Tricipital Escapular Supra- ilíaca
Já teve problemas com a obesidade? ( ) Sim ( ) Não
Por quanto tempo?_______________________________________________________
Como você controla (ou controlava) sua obesidade?_____________________________
Possui (ou possuía) uma dieta gordurosa?_____________________________________
Como você classifica a sua alimentação? ( ) Leve ( ) Moderada ( ) Pesada
Relação Cintura-Quadril
Perimetria Cintura: ____________cm Perimetria Quadril:____________________cm
Relação C/Q:____________________
Hipercolesterolemia
Você possui colesterol alto? ( ) Sim ( ) Não
Como você controla o seu colesterol?_______________________________________
Estresse
Você trabalha ou possui alguma ocupação? ( ) Sim ( ) Não
Qual o grau de responsabilidade na sua ocupação?______________________________
Passa ou já passou situações estressantes? ( ) Sim ( ) Não
Quais?_________________________________________________________________
Em quais situações você se sente relaxado?____________________________________
Faz algum tipo de terapia para controlar a sua ansiedade, depressão, cansaço, insônia?
( ) Sim ( ) Não
Qual?______________________________
Há quanto tempo?______________________________________
Como você classifica o seu estresse?
( ) Leve ( ) Moderado ( ) Severo
Sedentarismo
Você pratica algum tipo de atividade física? ( ) Sim ( ) Não
Você já praticou algum tipo de atividade física? ( ) Sim ( ) Não
Qual foi o motivo da interrupção?___________________________________________
Você começou a praticar depois do acometimento? ( ) Sim ( ) Não
Qual?_________________________________________________________________
Qual a duração?_________________________________________________________
90
Qual a freqüência semanal?________________________________________________
Com qual intensidade você desempenha sua atividade?
( ) Leve ( ) Moderada ( ) Forte
Você controla a sua freqüência cardíaca durante a atividade? ( ) Sim ( ) Não
Qual a freqüência cardíaca máxima atingida durante a atividade?___________________
Você recebeu algum tipo de orientação para realizar essa atividade física?
( ) Sim ( ) Não
De quem?______________________________________________________________
Você apresenta (ou) algum sintoma durante a atividade física?
( ) Sim ( ) Não
Diabetes
Você tem Diabetes? ( ) Sim ( ) Não
Há quanto tempo?_________________
Como você controla seu Diabetes?___________________________________________
Mudou sua dieta com a presença do Diabetes?_________________________________
______________________________________________________________________
Hipertensão Arterial
Você possui hipertensão arterial? ( ) Sim ( ) Não
Há quanto tempo?________________________________
Em quais atividades sua pressão arterial fica elevada?
______________________________________________________________________
Faz algum tipo de terapia para controle? ( ) Sim ( ) Não
Quais?_________________________________________________________________
História Familiar
Algum parente sofre de problemas cardiovasculares? ( ) Sim ( ) Não
Qual o grau de parentesco?________________________________________________
Qual o problema?________________________________________________________
Há quanto tempo?________________________________________________________
Algum de seus familiares foi à óbito por problemas cardiovasculares? ( ) Sim( ) Não
História Psicossocial
Se caso você já foi casado, como era sua vida antes e depois do casamento?
______________________________________________________________________
Qual sua perspectiva em relação à sua vida atual e ao futuro?
______________________________________________________________________
Você tem tido problemas financeiros e/ou familiares? ( ) Sim ( ) Não
Você tem vida sexual ativa? ( ) Sim ( ) Não
Faz uso de algum medicamento?__________________________________________
Sinais Vitais
Freqüência cardíaca:.............. bpm
Pressão Arterial:_______________________________________________________
Com qual braço você arremessa uma bola? ________________________________________
Com qual perna você chuta uma bola? _______________________________________
91
ANEXO 6
Valores de freqüência cardíaca (FC) no repouso e após sessão de exercícios
isométricos (90 minutos, 4h, 8h, 12h, 16h, 20 e 24 horas) nos grupos HFN e HFP.
Valores de pressão arterial sistólica (PAS) no repouso e após sessão de exercícios
isométricos (90 minutos, 4h, 8h, 12h, 16h, 20 e 24 horas) nos grupos HFN e HFP.
Valores de pressão arterial diastólica (PAD) no repouso e após sessão de exercícios
isométricos (90 minutos, 4h, 8h, 12h, 16h, 20 e 24 horas) nos grupos HFN e HFP.
HFN HFP
FC (bpm) FC (bpm)
Repouso
77±1 81±3
90 minutos 94±2 84±1
4h 78±4 76±1
8h 77±3 76±2
12h 74±5 77±3
16h 78±4 69±4
20h 72±9 78±2
Recuperação
24h 78±5 78±3
HFN HFP
PAS (mmHg) PAS (mmHg)
Repouso
110±4 109±3
90 minutos 110±2 112±2
4h 119±4 119±5
8h 117±3 116±3
12h 118±6 118±2
16h 114±6 120±3
20h 118±9 122±4
Recuperação
24h 114±8 120±3
92
HFN HFP
PAD (mmHg) PAD (mmHg)
Repouso
75±2 73±2
90 minutos 72±1 75±2
4h 78±4 80±1
8h 77±1 76±3
12h 75±2 78±1
16h 75±4 83±2
20h 73±7 85±3
Recuperação
24h 76±5 77±4
93
ANEXO 7
Valores de freqüência cardíaca (FC) no repouso e após sessão de exercícios isotônicos
(90 minutos, 4h, 8h, 12h, 16h, 20 e 24 horas) nos grupos HFN e HFP.
Valores de pressão arterial sistólica (PAS) no repouso e após sessão de exercícios
isotônicos (90 minutos, 4h, 8h, 12h, 16h, 20 e 24 horas) nos grupos HFN e HFP.
HFN HFP
FC (bpm) FC (bpm)
Repouso
77±2 82±2
90 minutos 98±5 93±3
4h 75±3 78±5
8h 69±1 65±5
12h 78±1 66±4
16h 73±1 80±7
20h 79±1 76±1
Recuperação
24h 79±2 83±5
HFN HFP
PAS (mmHg) PAS (mmHg)
Repouso
111±3 115±2
90 minutos 117±2 109±1
4h 124±5 109±4
8h 116±5 113±4
12h 117±9 123±4
16h 118±8 124±3
20h 121±5 120±5
Recuperação
24h 129±6 125±4
94
Valores de pressão arterial diastólica (PAD) no repouso e após sessão de exercícios
isotônicos (90 minutos, 4h, 8h, 12h, 16h, 20 e 24 horas) nos grupos HFN e HFP.
HFN HFP
PAD (mmHg) PAD (mmHg)
Repouso
76±3 74±2
90 minutos 74±3 93±3
4h 84±4 78±5
8h 79±4 65±5
12h 69±5 66±4
16h 79±5 80±7
20h 82±1 76±1
Recuperação
24h 91±5 83±5
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