-- Mas numa casa que eu trabalhava, entendeu, a mulher chegou para mim, entendeu, e
falou: “poxa, Deize, aquela sua música é maneira, me dá um CD dela aí, não sei o quê,
entendeu”. Aí, poxa, eu tava passando no corredor, a certas horas da madrugada e o meu
CD estava rolando e eu tava ouvindo o cara: “hãn, hãn...” Excita... te dá estímulo, entendeu?
Tia Neide
--Eu acho normal, sexo é sexo o tempo todo. Então, como a música da Tati, o pessoal, no
início, falando muito, né, criticou. Mas hoje é só isso que rola. Então, eu acho assim, eu
acho legal.
DJ Marlboro
-- Ela fala exatamente para poder mostrar, dar o grito de liberdade das mulheres. Não estou
falando que ela em particular sofreu repressão, ela está fazendo isso por causa... Não! Ela
falou por todas. Por isso que a mulherada, a maioria das mulheres é fã da Tati. A mulherada
geral é fã da Tati. Ela tem mais fã mulher do que homem. Por quê? Porque ela grita e
porque as mulheres sempre gostara de gritar, de botar homem na praça, de direitos iguais.
Mas ela é feminista sem cartilha, ela não aprendeu isso, ela aprendeu isso com a vida, ela
aprendeu isso na vivência.
( Tati cantando: “Não adianta de qualquer forma eu esculacho / me chamam de puta só
porque estou com seu marido...”)
• Segmento 7: histórico, fundamentação, justificativas.
Tati Quebra-barraco
-- Quando eu comecei a cantar, eu não tinha muita música, eu só tinha o Barraco 1 e o 2.
Na Cidade de Deus, tinha um festival, aí todo mundo cantava. Aí, o que eu fiz? Quando eu
comecei a cantar, eu não tinha música, aí eu comecei a divulgar eles, aí eu fiz o “69” na
minha voz porque o dono do “69” deixou eu divulgar eles.
(Tati cantando: “69, frango assado, de ladinho a gente gosta...”)
-- Na Cidade de Deus tem... Eu vou sempre falar isso... Tipo assim... Começou com o
Cidinho e Doca, né. Aí a sensação foi a Tati, aí veio o Tigrão, Bonde do Vinho, Carrasco,
Faz Gostoso, Descontrolada, as Saradinhas... Tem a Deize da Injeção, “... não adiante de
qualquer forma eu esculacho...” também é dela.
Deize da Injeção
-- Olha só, eu não sou nada, eu não sou nada, né, mas será que se aparecesse na
televisão, rebolando na garrafa, eu teria mídia? Eu teria! A Carla Perez conseguiu.
Thelles Henrique (produtor)
-- Eu me lembro muito bem que o então secretário, Josias Quental, nessa mesma reunião
dessa senhora, me disse, me fez uma pergunta, ele não tinha conhecimento: “Mas por que o
apelo sexual no funk? Por que essas letras sexuais?” Eu disse para ele o seguinte: “
Secretário, na época, essas pessoas que cantam funk hoje, elas têm entre 16, 17, 18 anos.
E eles cresceram e quando crianças o funk não era um sucesso da mídia. O sucesso da
mídia era o Axé Music. E essas crianças que hoje estão se formando adultos, cantam “69
frango assado”, cantam outras letras que vocês se sentem agredidos, elas ouviram nada